09 dez 2010 - jornal nippak · 2018. 3. 18. · são paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010 jornal...

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ANO 13 – Nº 2297 – SÃO PAULO, 09 A 15 DE DEZEMBRO DE 2010 – R$ 2,50 www.jornalnippak.com.br Kita nega uso político do Kokushikan e afirma que “não deseja” se reeleger Em apenas uma semana no Japão onde se encontra des- de o dia 19 de novembro para cumprir vários compromis- sos, o Presidente do Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior (Ciate), Massato Ninomiya, constatou que a situação eco- –––——––––––––——–––––—–––——–––—–| pág 04 nômica japonesa e das em- presas no arquipélago ainda não estão totalmente recupe- radas do choque financeiro de 2008. O índice de desempre- go continua alto, na casa dos 5%, o que significa mais de três milhões de desemprega- dos. Mercado de trabalho para os nikkeis continua difícil Fundada em 17 de dezembro de 1955 como Sociedade Paulista de Cultura Japonesa e posteriormente, Sociedade Brasileira de Cultura Japone- sa, a atual Sociedade Brasi- leira e Cultura Japonesa e de Assistência Social, ou sim- plesmente, Bunkyo, está co- memorando 55 anos. Para marcar a data, programou uma série de atividades. Ki- hatiro Kita, o 11º mandatário da entidade, afirma que a co- munidade “tem o que come- morar”. “É uma data para ser exaltar todo o trabalho reali- zado pelos fundadores”, des- taca Kita. Apesar de afirmar que “não deseja” ser recon- duzido ao cargo – a eleição que escolherá a nova direto- ria acontece em abril de 2011 – Kita disse que “gostaria de continuar o que está ina- cabado”. “Reconheço que não será na próxima gestão que tudo estará terminado, mas gostaria de concluir aqui- lo que coloquei como planos e considero essencial para o futuro da entidade. Posso fa- lar sobre a Comissão Empre- sarial que não foi possível co- locar em prática”, explicou Kita, que neste sábado (11) apresentará na reunião do Conselho Deliberativo um projeto de sustentabilidade para o Kokushikan, confor- me antecipou com exclusivi- dade o Jornal Nippak. –––——––––––––——–––––—––––––––––—–| pág 03 Kohaku Utagassen do Instituto NAK do Brasil deve reunir 70 cantores no Bunkyo O Instituto Nak do Brasil es- tará realizando neste domingo (12), a partir das 9 horas, no Grande Auditório do Bunkyo, o 3º (16º) Festival Musical “Brasil Kohaku Utagassen”, com a participação de 70 can- tores que se apresentarão com musica ao vivo da “Nak Band”. O evento será apre- sentado por Lúcia Ikawa e contará com participações es- –––——––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 12 peciais de Nobuhiro Hirata, vencedor do Brasileirão 2010 e que irá representar o Brasil no Japão, e Mineko Kimura, vencedora Zenhaku Nak em Barueri. ALDO SHIGUTI –––——–––——––––––––——–––––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 09 42º TOYO MATSURI – A Acal (Associação Cultural e Assistencial da Liberdade) realiza neste fim de semana (11 e 12), na Praça da Li- berdade – um dos principais pontos turísticos de São Paulo, o Bairro Oriental, a 42ª edição do Toyo Matsuri, um dos mais tradicionais eventos de ruas da capital paulista e que costuma atrair uma multidão de curiosos e aficionados pela cultura japo- nesa. A abertura oficial do evento, que comemora tam- bém o Dia do Bairro da Li- berdade, acontece por volta das 14h30 no Viaduto Cida- de de Osaka, sob o torii, com a celebração de um culto xin- toísta. A cerimônia costuma reunir autoridades e políticos, que em seguida caminham em direção ao palco montado na Praça da Liberdade, onde ocorrem os discursos e as apresentações artísticas. Nesses dias, as principais ruas do bairro recebem uma decoração com bandeiras típicas. Como parte das comemora- ções do cinqüentenário da BSGI, foi realizada no último dia 3 cerimônia de inaugura- ção do mural que fica na fa- chada do edifício da institui- ção, localizada na Rua Ta- mandaré, 984, no bairro da Liberdade, na capital paulis- ta. Trata-se de um painel em- blemático feito de tubos e cha- pas de aço inoxidável, mede 23 metros de altura, por 26 metros de largura. –––——––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 05 LÚCI JÚDICE YIZIMA Yutaka Toyota presenteia BSGI com obra de arte avaliada em R$ 1 milhão DIVULGAÇÃO nicas mais significativas cons- truídas no Japão ou realiza- das no exterior por arquite- tos japoneses, ao longo des- tes dez anos. Parceria entre a Fundação Japão e o Instituto Tomie Ohtake, contando com a cooperação do Instituto de Arquitetura do Japão e Con- sulado Geral do Japão em São Paulo, a mostra reúne um time dos melhores arquitetos. A exposição “Parallel Nippon – Arquitetura Contemporânea Japonesa 1996-2006” chega a São Paulo, no próximo dia 8 de dezembro, encerrando a sua itinerância pelo Brasil, ini- ciada em abril de 2010, antes de seguir para os Estados Unidos. Com 124 obras, en- tre fotografias, maquetes e origamis, o público poderá conhecer as obras arquitetô- –––——––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 09 Fundação Japão e Instituto Tomie Ohtake apresentam Parallel Nippon em São Paulo

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  • ANO 13 – Nº 2297 – SÃO PAULO, 09 A 15 DE DEZEMBRO DE 2010 – R$ 2,50www.jornalnippak.com.br

    Kita nega uso político do Kokushikan eafirma que “não deseja” se reeleger

    Em apenas uma semana noJapão onde se encontra des-de o dia 19 de novembro paracumprir vários compromis-sos, o Presidente do Centrode Informação e Apoio aoTrabalhador no Exterior(Ciate), Massato Ninomiya,constatou que a situação eco-–––——––––––––——–––––—–––——–––—–| pág 04

    nômica japonesa e das em-presas no arquipélago aindanão estão totalmente recupe-radas do choque financeiro de2008. O índice de desempre-go continua alto, na casa dos5%, o que significa mais detrês milhões de desemprega-dos.

    Mercado de trabalho paraos nikkeis continua difícil

    Fundada em 17 de dezembrode 1955 como SociedadePaulista de Cultura Japonesae posteriormente, SociedadeBrasileira de Cultura Japone-sa, a atual Sociedade Brasi-leira e Cultura Japonesa e deAssistência Social, ou sim-plesmente, Bunkyo, está co-memorando 55 anos. Paramarcar a data, programouuma série de atividades. Ki-hatiro Kita, o 11º mandatárioda entidade, afirma que a co-munidade “tem o que come-morar”. “É uma data para serexaltar todo o trabalho reali-zado pelos fundadores”, des-taca Kita. Apesar de afirmarque “não deseja” ser recon-duzido ao cargo – a eleição

    que escolherá a nova direto-ria acontece em abril de 2011– Kita disse que “gostaria decontinuar o que está ina-cabado”. “Reconheço quenão será na próxima gestãoque tudo estará terminado,mas gostaria de concluir aqui-lo que coloquei como planose considero essencial para ofuturo da entidade. Posso fa-lar sobre a Comissão Empre-sarial que não foi possível co-locar em prática”, explicouKita, que neste sábado (11)apresentará na reunião doConselho Deliberativo umprojeto de sustentabilidadepara o Kokushikan, confor-me antecipou com exclusivi-dade o Jornal Nippak.

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    Kohaku Utagassen do Instituto NAK doBrasil deve reunir 70 cantores no BunkyoO Instituto Nak do Brasil es-tará realizando neste domingo(12), a partir das 9 horas, noGrande Auditório do Bunkyo,o 3º (16º) Festival Musical“Brasil Kohaku Utagassen”,

    com a participação de 70 can-tores que se apresentarão commusica ao vivo da “NakBand”. O evento será apre-sentado por Lúcia Ikawa econtará com participações es-

    –––——––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 12

    peciais de Nobuhiro Hirata,vencedor do Brasileirão 2010e que irá representar o Brasilno Japão, e Mineko Kimura,vencedora Zenhaku Nak emBarueri.

    ALDO SHIGUTI

    –––——–––——––––––––——–––––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 09

    42º TOYO MATSURI – AAcal (Associação Cultural eAssistencial da Liberdade)realiza neste fim de semana(11 e 12), na Praça da Li-berdade – um dos principaispontos turísticos de SãoPaulo, o Bairro Oriental, a

    42ª edição do Toyo Matsuri,um dos mais tradicionaiseventos de ruas da capitalpaulista e que costuma atrairuma multidão de curiosos eaficionados pela cultura japo-nesa. A abertura oficial doevento, que comemora tam-

    bém o Dia do Bairro da Li-berdade, acontece por voltadas 14h30 no Viaduto Cida-de de Osaka, sob o torii, coma celebração de um culto xin-toísta. A cerimônia costumareunir autoridades e políticos,que em seguida caminham em

    direção ao palco montadona Praça da Liberdade,onde ocorrem os discursose as apresentações artísticas.Nesses dias, as principaisruas do bairro recebem umadecoração com bandeirastípicas.

    Como parte das comemora-ções do cinqüentenário daBSGI, foi realizada no últimodia 3 cerimônia de inaugura-ção do mural que fica na fa-chada do edifício da institui-ção, localizada na Rua Ta-mandaré, 984, no bairro daLiberdade, na capital paulis-ta. Trata-se de um painel em-blemático feito de tubos e cha-pas de aço inoxidável, mede23 metros de altura, por 26metros de largura.–––——––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 05

    LÚCI JÚDICE YIZIMA

    Yutaka Toyota presenteia BSGI com obrade arte avaliada em R$ 1 milhão

    DIVULGAÇÃO

    nicas mais significativas cons-truídas no Japão ou realiza-das no exterior por arquite-tos japoneses, ao longo des-tes dez anos. Parceria entre aFundação Japão e o InstitutoTomie Ohtake, contando coma cooperação do Instituto deArquitetura do Japão e Con-sulado Geral do Japão emSão Paulo, a mostra reúne umtime dos melhores arquitetos.

    A exposição “Parallel Nippon– Arquitetura ContemporâneaJaponesa 1996-2006” chegaa São Paulo, no próximo dia8 de dezembro, encerrando asua itinerância pelo Brasil, ini-ciada em abril de 2010, antesde seguir para os EstadosUnidos. Com 124 obras, en-tre fotografias, maquetes eorigamis, o público poderáconhecer as obras arquitetô-–––——––––––––——–––––—–––——––––––––——–––––––——–––—–| pág 09

    Fundação Japão e Instituto Tomie Ohtakeapresentam Parallel Nippon em São Paulo

  • 2 JORNAL NIPPAK São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010

    EDITORA JORNALÍSTICAUNIÃO NIKKEI LTDA.

    CNPJ 02.403.960/0001-28

    Rua da Glória, 332 - LiberdadeCEP 01510-000 - São Paulo - SP

    Tel. (11) 3208-3977

    Fax (11) 3208-5521

    Publicidade:

    Tel. (11) 3208-3977Fax (11) 3341-6476

    [email protected]

    Diretor-Presidente: Raul TakakiDiretor Responsável: Daniel Takaki

    Jornalista Responsável: Takao Miyagui (Mtb. 15.167)Redator Chefe: Aldo Shiguti

    Redação: Afonso José de SousaColaboradores: Erika Tamura Sumida, Jorge Nagao,

    Kuniei Kaneko (Registro),Shigueyuki Yoshikuni (Lins), Célia Kataoka (Campinas),

    Paulo Maeda (Paraná) e Osmar Maeda (Zona Norte)

    Periodicidade: semanal

    Assinatura semestral: R$ 60,00

    [email protected]

    FÓRUM DO IDOSO – ACâmara Municipal de São Ber-nardo do Campo realizou no dia26 de novembro o 77º Fórumdo Idoso. Como esta edição foia última do ano, foi feito umacomemoração natalina, commúsicas e mensagens próprias

    para a data. O vereadorHiroyuki Minami comentou so-bre a palestra que ia ser apre-sentada e a importância de tra-tar sobre o tema abordado. Eletambém deu dicas para os pre-sentes sobre alimentação e ex-plicou as vantagens de se to-

    mar água. O destaque desta tar-de ficou para a ex-vereadoraAntonia Ortega de Abreu, maisconhecida como Dona Toninha,que estava completando 88anos nesta data. Ela fez parteda mesa solene, juntamentecom o vereador Minami.

    DIA DO TÉCNICO ESPORTIVO – A Câ-mara Municipal de São Paulo, por iniciativa dosvereadores Ushitaro Kamia e Marco AurélioCunha, ambos do Democratas, realizou sessãosolene no dia 30 de novembro para homenage-ar profissionais do esporte de diferentes mo-dalidades, em comemoração ao Dia do Treina-dor Esportivo no ano de 2010. Neste ano, 13profissionais foram escolhidos: Adelson Alvesde Lima, Futebol Masculino; Arthur José RibasElias, Futebol Feminino; Fábio Augusto Broggini,Vôlei; Luciana July, Ginástica Aeróbica;Lucimar de Jesus Gonçalves Medeiros, LutaOlímpica; Luiz Fernandes do Amaral Barbosa,Natação; Marcos Yamada, Tênis de mesa;Paulo Moritoshi Nakaema, Karatê; Renato Luiz

    Tiba, Beisebol; Servílio de Oliveira, Boxe, Sid-nei Franco da Silva, Judô; Vânia Paulette, Bas-quete; e Wilson Galdino Moraes, Softbol. (Fo-tos: Aldo Shiguti)

    POSSE – A delegada de polí-cia do Departamento de Inves-tigações sobre Narcóticos(Denarc) da Polícia Civil de SãoPaulo, Elisabeth Massuno, foiempossada segunda-feira (dia29 de novembro), como mem-bro consultora da Comissão deEstudos Sobre Educação e Pre-venção de Drogas e Afins, daOrdem dos Advogados do Bra-

    sil – Seção São Paulo. A sole-nidade promovida no salão no-bre da entidade foi dirigida pelopresidente da OAB-SP, LuizFlávio Borges D´Urso e con-tou com a participaçãode autoridades como o Cônsuldo Japão em São Paulo,Kazutada Wakitani; o coman-dante do Comando de Policia-mento de Área Metropolitana

    1 Centro – Liberdade, CoronelPM Renato Cerqueira Cam-pos; do presidente do Conse-lho Municipal de Políticas Pú-blicas de Drogas e Álcool deSão Paulo (Comuda), José Flo-rentino dos Santos, represen-tando o prefeito GilbertoKassab (DEM), entre outros.Fotos: Lúci Júdice YizimaLeia mais à pág 6

    RIO DE JANEIRO – A solenidade de Ani-versário de Sua Majestade o Imperador do Ja-pão foi realizada na residência consular em 2de dezembro. O cônsul adjunto Hajime Kimu-ra fez o brinde após narrar sobre eventos doConsulado no Rio de Janeiro, como os 25 anosdo Centro Cultural e Informativo. Na come-moração – por iniciativa da Câmara Japonesa– o Restaurante Hara Sushi, a Indústria Agrí-cola Tozan Ltda., a Sakura Nakaya AlimentosLtda. brindaram os convidados com produtos.O Bikoo-kai - grupo de artistas plásticos “BelaBaía” – participou com obras além de catálo-gos e folders. (Texto de Teruko OkagawaMonteiro)

    Brinde ao imperador pelo cônsul adjunto HajimeKimura (direita).

    Secretária do CGJ Marcelle Faria, conselheira doBikoo-kai Yasuko Matsumoto, cônsul adjunto Haji-me Kimura, empresário Yoshihiko Tsutsumi e can-tora japonesa Masako Tanaka.

    Representantes da Associação Nikkei do Rio deJaneiro.

    FOTOS DE KAZUO LEOPOLDO MONTEIRO

    50 ANOS DA BSGI – Como parte das co-memorações do cinqüentenário da BSGI, foirealizada no último dia 3 cerimônia de inaugu-ração do mural que fica na fachada do edifícioda instituição, localizada na Rua Tamandaré,984, no bairro da Liberdade. Participaram doevento, além do artista plástico Yutaka Toyota,o paisagista Takahashi Shishidô, o vice-presi-dente da Soka Gakkai Internacional, Hiroma-sa Ikeda (filho do fundador da entidade), o atualpresidente da BSGI, Júlio Kosaka, e dezenasde convidados. Fotos: Luci Júdice YizimaLeia mais à pág 5

    HOMENAGEM – A Câmara de São Bernardo realizou, no dia 27 de novembro, a 2ªsessão solene em homenagem ao Dia dos Capelães. A solenidade, de autoria do veradorHiroyuki Minami, contou com a presença de diversas autoridades religiosas. A partemusical da cerimônia ficou por conta da banda Ministério Renovo e das cantoras Ahanee Nara Lopes, já consagradas no meio evangélico.

    PALESTRA EMBRAPA – O auditório do Centro Cultural de Hiroshima do Brasil ficoulotado, na noite de 26 de novembro passado com a realização da palestra: “A Embrapa e suasações de pesquisa em Suínos e Aves, mercado brasileiro e mundial”. Aproximadamente 120pessoas assistiram as diversas palestras programadas.

    Talamini (Embrapa) e Hiromu Ohnishi, presidentedo Centro Cultural de Hiroshima, Ronaldo Agg(Aurora Alimentos), Marcelo Mostafá (Sansuy) eValdomiro Ferreira (APCS)

    O coordenador do evento, Yasuyuki Hirasaki apre-sentando para platéia o chefe geral da Embrapa(Suínos e Aves), de Concórdia/SC, Dirceu JoãoDuarte Talamini – PHD pela Universidade Oxford.

  • São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010 JORNAL NIPPAK 3

    55 ANOS DO BUNKYO

    “Independente de ser reeleito ou não, gostaria decontinuar aquilo que está inacabado”, diz Kita

    Fundada em 17 de dezem-bro de 1955 como Soci-edade Paulista de Cultu-ra Japonesa e posteriormente,Sociedade Brasileira de Cultu-ra Japonesa, a atual Socieda-de Brasileira de Cultura Japo-nesa e de Assistência Socialestá completando 55 anos defundação. Amada por uns,criticada por outros e indiferen-te para muitos, o Bunkyo temparticipado ativamente dasprincipais mudanças da comu-nidade nikkei. E não poderiaser diferente já que, em tese,o Bunkyo é a principal entida-de representativa da comuni-dade nipo-brasileira.

    Para marcar a data, a enti-dade preparou uma série deeventos para a próxima sexta-feira (confira programaçãocompleta no site: www.bunkyo.org.br). De acordocom a vice-presidente HarumiArashiro Goya, coordenadorados eventos a programaçãocontempla dois aspectos bási-cos – a comemoração com as-sociados e colaboradores e ahomenagem como forma de re-conhecimento à atuação dosfundadores, voluntários e patro-cinadores.

    Atual presidente da entida-de, Kihatiro Kita, o 11º man-datário afirma que a comuni-dade tem o que comemorar. “Éuma data para ser exaltar todoo trabalho realizado pelos fun-dadores”, destaca Kita. Ape-sar de afirmar que “não dese-ja” ser reconduzido ao cargo– a eleição que escolherá anova diretoria acontece emabril de 2011 – Kita disse que“gostaria de continuar o queestá inacabado”.

    Nessa entrevista concedidaao jornalista Aldo Shiguti, Kitafala sobre os 55 anos do Bun-kyo, crise financeira, Kokushi-kan (cujo projeto foi apresen-tado com exclusividade peloJornal Nippak na edição pas-sada) e reeeleição. Confira:

    Jornal Nippak: O que co-memorar nesses 55 anos defundação do Bunkyo?

    Kihatiro Kita: Temos mui-to a comemorar, principalmen-te no que se refere à históriado Bunkyo. É uma data paraexaltar todo o trabalho realiza-do pelos fundadores, que tive-ram a iniciativa de criar umaentidade com o poder de re-presentar a comunidade nipo-brasileira. Devemos à visão ecoragem deles a criação deuma entidade tão abrangentecomo o Bunkyo. E, ao mesmotempo, o empreendedorismodeles de construir uma sededesta envergadura em plenobairro da Liberdade, num lo-cal que continua sendo umareferência da presença dosdescendentes de japoneses emnosso país, isso também me-rece ser relembrado nessa co-memoração.

    JN: Nesse período, o sr.acha que o Bunkyo tem cum-prido seu papel de ser aprincipal entidade represen-tativa da comunidade nipo-brasileira?

    KK: Não tenho nenhumadúvida. Tem cumprido e temdemonstrado essa importância,como pudemos constatar emdiferentes ocasiões, por exem-plo, durante as comemoraçõesdo Centenário da ImigraçãoJaponesa. Nesse período, jun-to com as festividades, a exis-tência do acervo do MuseuHistórico da Imigração Japo-nesa no Brasil foi muito impor-tante para dar o embasamen-to histórico de uma comemo-ração que a data exigia. E,nesse sentido, não podemosesquecer do Pavilhão Japonês,no Parque Ibirapuera, adminis-trado pelo Bunkyo, que tam-

    suas contas. Podemos citarem relação ao Centro Esporti-vo Kokushukan Daigaku que,durante os dois últimos anos,viemos realizando uma sériede estudos visando implantarum projeto que pudesse trans-formá-lo num espaço rentávelpara a entidade. Calculamosque, pelo menos em 3 a 5 anos,possamos reverter esse dese-quilíbrio financeiro.

    Temos essa mesma preo-cupação em relação ao MuseuHistórico da Imigração Japo-nesa no Brasil, ao PavilhãoJaponês, ao Museu de ArteNipo-Brasileiro, à Biblioteca,entre outras. Queremos que,no próximo ano, sejam todassuperavitárias e nosso plane-jamento é para que o superá-vit seja de 400 mil reais.

    Apesar da crise financeiraque a entidade enfrenta, nãopodemos afirmar que essa si-tuação chegue a representarriscos para suas instalaçõesfísicas.

    JN: A pendência com oINSS é a principal dor decabeça? Como o Bunkyoestá enfrentando esse pro-blema?

    KK: Realmente uma dorde cabeça, mas está sob con-trole. O futuro ninguém podeprever, mas estamos agindodentro das orientações de nos-sa Comissão Jurídica. Pode-mos dizer que, talvez, o desfe-cho possa demorar algunsanos, mas estamos preparadospara toda espécie de surpresaque possa acontecer. Para isso,temos as orientações de nos-sa assessoria jurídica.

    JN: Ao assumir a presi-dência do Bunkyo, o sr es-tabeleceu algumas metas.Criar o Bunkyo Rural erauma delas. Hoje, o sr sente-se realizado no cargo?

    KK: Não me sinto realiza-do. Ao assumir, planejei umasérie de metas e não chegueia cumprir nem metade delas.Não tive tempo hábil para co-locar em prática minha priori-dade de sanear as finanças.Não consegui também, colocarem prática a tão sonhada mo-dernização do edifício-sede,que foi construído no início dadécada de 60, e necessita deuma série de reformas. Nãoconsegui colocar em funciona-mento algumas das comissõesque tinha planejado. Enfim, ain-da tem muita coisa para serimplementada.

    JN: Na sua opinião, oBunkyo Rural e o projetosustentável para o Kokushi-kan devem ser as principaismarcas da administraçãoKita no Bunkyo?

    KK: Não gostaria que fos-se atribuído a esta gestão, vis-to que, por exemplo, quanto aoKokushikan não é de hoje queessa discussão sobre um pro-jeto vem se arrastando. Quantoao Bunkyo Rural, já existe aComissão do Prêmio KiyoshiYamamoto que há vários anosvem se dedicando à premiaçãodas pessoas que proporciona-ram melhoramento à agricul-tura. E, nesse sentido, com oBunkyo Rural buscamosacrescentar uma nova fasepara esse tema da atividade nazona rural.

    Agora, se isso poderá vir aser uma marca desta gestão,somente o tempo poderá dizer.Mas, muita coisa ainda tempara ser feita, para ser colo-cada em prática.

    JN: No próximo sábado(11), durante reunião doConselho Deliberativo, o srdeve apresentar um projetode sustentabilidade para oCentro Esportivo Kokushi-

    kan Daigaku. Como esperalidar com as críticas?

    KK: Receber críticas é umrisco inerente quando se apre-senta alguma coisa nova, dife-rente. Sei disso, mas não te-nho um plano estabelecidopara enfrentar as possíveiscontrariedades.

    Espero que os integrantesdo Conselho Deliberativo en-tendam que o projeto para oKokushikan foi estabelecidocom a vontade sincera de darum destino importante paraaquela instalação, não só paraa comunidade nipo-brasileira,como também para a socieda-de brasileira como um todo.

    Tenho plena consciênciaque, este nosso esforço paraestabelecer um projeto paraesse local atende plenamenteo sentimento dos dirigentes daUniversidade Kokushikanquando decidiram doar essasinstalações para o Bunkyo.

    Em relação às críticas aonosso projeto, gostaria que fos-sem efetivamente construtivas,com o desejo sincero de con-tribuir para o melhoramentodaquilo que pensamos para oKokushikan.

    Desde que delineamos asprimeiras propostas do proje-to, elas foram apresentadas adiversas pessoas e especialis-tas, cujas críticas e avaliaçõesforam devidamente incorpora-das. Portanto, o que espero doConselho Deliberativo, com odireito democrático da crítica,que exerça-o de forma cons-trutiva, com o firme desejo demelhorá-lo ainda mais. Gosta-ria que não se apegassem aospequenos detalhes, que sãocoisas que podem ser muda-das ao longo da implantação,mas que fosse discutido o con-ceito do projeto, a proposta glo-bal, e sua importância para ofuturo do Kokushikan.

    JN: Aliás, o projeto doKokushikan pode ser inter-pretado como um trunfonuma eventual campanha vi-sando a reeleição? O sr querse candidatar à releição?

    KK: Não desejo ser can-didato à reeleição. Indepen-dente do projeto para o Koku-shikan, tenho dito ao nosso gru-po atual para que busque umconsenso por um nome que re-almente represente suas ideiase tenha liderança reconhecidapor todos. Portanto, posso di-zer que não existe um candi-dato nato. Acho importanteesse consenso.

    Eu, pessoalmente, indepen-dente da reeleição, devo dizerque gostaria de continuar aqui-lo que, para mim, estáinacabado. Reconheço quenão será na próxima gestão quetudo estará terminado, masgostaria de concluir aquilo quecoloquei como planos e consi-dero essencial para o futuro daentidade. Posso falar sobre aComissão Empresarial que nãofoi possível colocar em práti-ca, aliás, sequer formar a di-retoria, e que é importante parao futuro do Bunkyo.

    A minha expectativa é depoder deixar a entidade orga-nizada para que alguém, quemquer que seja, possa dar umprosseguimento tranquilo.(Aldo Shiguti)

    bém é uma importante referên-cia cultural dos descendentesde japoneses.

    Podemos considerar outrosaspectos, como a visita de au-toridades japonesas em nossopaís que tem nossa entidadecomo uma de suas interlocu-toras, ou ainda, a das autori-dades brasileiras em relaçãoao Japão.

    Nesses últimos anos, tam-bém temos nos esforçado paraestreitar os nossos laços e con-vivência com as associaçõesnipo-brasileiras de todo o país,por meio de nossos represen-tantes regionais, tanto para in-tensificar a troca de informa-ções, como para proporcionarrealizações conjuntas em dife-rentes setores.

    JN: Na sua opinião, aentidade teve que passar poralguma mudança significa-tiva para se adequar às mu-danças de comportamentosdos nikkeis?

    KK: Diria que tudo evoluie é bom que isso aconteça.Tudo evolui, a cultura, a socie-dade, a comunidade nipo-bra-sileira, como também todo oplaneta.

    No Bunkyo, podemos indi-car mudanças, por exemplo, napresença crescente da atuaçãodas mulheres e dos jovens, e ouso da língua portuguesa comomeio de comunicação tambémé uma realidade. Em relação àlíngua, não significa que esteja-mos desprezando o japonês,muito pelo contrário, ele tem umpapel importante no conheci-mento e aprofundamento dacultura japonesa. Eu própriosou testemunho disso, e reco-nheço que se dominasse commais rigor a língua japonesa,meu desempenho frente à pre-sidência desta entidade talvezpudesse ter sido melhor.

    Mas, retornando à questãodas mudanças, acho que elassão condições importantes para

    seguirmos em frente. O pas-sado é base imprescindívelpara o nosso presente e futu-ro, mas precisamos dar os pas-sos para frente e não ficar pre-sos e estagnados ao passado.

    JN: Hoje, muitos questi-onam a importância do Bun-kyo para a comunidadenikkei. Em contrapartida,outros não escondem seufascínio pela entidade. Comoo sr explica pontos de vistastão antagônicos?

    KK: Acho que o ser huma-no é dotado do livre-arbítrio eé um privilégio dele essa ca-pacidade para ter suas própri-as opiniões e julgar o que inte-ressa para si.

    Assim, nesse sentido, achoque a entidade envolve pesso-as com as mais diferentes opi-niões e visões de mundo. Achoque aí que está, para todos nós,o grande desafio de poder con-viver com um universo amplode pensamentos e, também, oprincipal fascínio de atuar nes-ta entidade.

    Para aqueles que questio-nam sobre a importância des-ta entidade, qual o sentido, quala interpretação que dão paraessa palavra? Importante parasi? Importante para a comuni-dade, para a sociedade? Paraa cultura, para a convivênciacultural?

    São perguntas que, respon-didas com sinceridade, desem-bocam naquilo que podemosentender como um aspecto daatuação social voltada para acultura, para a assistência so-cial, para o intercâmbio entrepessoas e países. Não é algoque se faz para si mesmo, tra-ta-se de um trabalho incansá-vel voltado para a sociedadeque, muitas vezes, o que estáse fazendo hoje, o que está setentando construir hoje, correo risco de vir a ser reconheci-do somente daqui a muitosanos!

    Vejo que esse é o fascínio,essa é a missão que tem de sercumprida, não para proveitopróprio, mas para toda umasociedade. Pelo fato de serdescendente de japoneses,como fizeram os nossos pio-neiros e os fundadores destaentidade, é a nossa contribui-ção para que a nossa vida nãotenha sido em vão.

    JN: Não é segredo que oBunkyo atravessa uma gra-ve crise financeira. O queestá sendo feito para equili-brar as despesas e receitas?De alguma forma, a situaçãofinanceira coloca em risco ofuturo da entidade ou com-promete suas instalações fí-sicas?

    KK: Realmente a entidadeenfrenta uma dura crise finan-ceira. Desde que assumi a pre-sidência estou ciente desta di-ficuldade, que aflige a entidadenos últimos 10 anos. Por isso,um dos meus desafios, quandoaceitei este cargo, foi o de sa-near exatamente esse déficitentre receitas e despesas.

    No primeiro ano de gestão,tivemos de acompanhar o pla-nejamento e orçamento esta-belecido pela gestão anterior.No segundo ano, temos tenta-do aumentar a receita por meiodas locações de espaços ocio-sos e buscado adequar algu-mas instalações também paraessa finalidade.

    Acreditamos que esse mes-mo procedimento deverá seradotado para o próximo ano,visando tentar um superávitnas contas, sem provocar ônusou buscar algum milagre. Essaé a grande meta que estamostentando cumprir, para depoisconseguir acertar as coisas dedentro de casa.

    A nível de comissões, te-mos preocupações com aque-las destinadas a administrardiretamente as instalações eque apresentam déficit em

    DIVULGAÇÃO

    “Estamos preparados para toda espécie de surpresa” (sobre a pendência da entidade com o INSS)

    Para o atual presidente, Bunkyo continua sendo uma referência da presença dos nikkeis no Brasil

  • 4 JORNAL NIPPAK São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010

    DEKASSEGUIS

    Mercado de trabalho para osnipo-brasileiros continua difícil

    Em apenas uma semanano Japão onde se en-contra desde o dia 19 denovembro para cumprir várioscompromissos, o Presidente doCentro de Informação e Apoioao Trabalhador no Exterior(Ciate), Massato Ninomiya,constatou que a situação eco-nômica japonesa e das empre-sas no arquipélago ainda nãoestão totalmente recuperadasdo choque financeiro de 2008.O índice de desemprego con-tinua alto, na casa dos 5%, oque significa mais de três mi-lhões de desempregados.

    Como isto não bastasse, eleobservou que apenas 57% dosestudantes recém formados nasuniversidades estão com empre-go garantido a partir de abril de2011, 43% destes bacharéis eum grande número de egressosdos cursos colegiais tambémestão em busca de emprego.Essa circunstância significa queautomaticamente o mercado detrabalho dos dekasseguis con-tinua difícil, embora existamcertos segmentos em que hajaa possibilidade de colocação dosnipo-brasileiros. Ainda assim,enfrentam questões como sa-lários baixos e a concorrênciacom os chineses, filipinos,vietnamitas e outros concorren-tes asiáticos.

    Em sua 16ª viagem de tra-balho para o Japão MasatoNinomiya permanecerá no paísaté meados de fevereiro de2011, com uma bolsa da Fun-dação Japão ele realizará pes-quisas sobre questões jurídicasque envolvem os dekasseguis,principalmente nas questões decooperação judiciária em ma-térias civil e penal. Pretendedesenvolver pesquisas sobrecartas rogatórias e questões decrimes cometidos por brasilei-ros, participará de eventos, eministrará uma série de pales-tras em várias cidades.

    Na busca por empregos noJapão o conhecimento da lín-gua japonesa continua sendofator preponderante. De acor-

    do com Masato Ninomiya, in-formações da agência oficialde emprego denominada HelloWork, os virtuais empregado-res sequer dão oportunidade deentrevistar os candidatos nomomento em que descobremque eles não têm conhecimen-to mínimo do japonês. Nos pri-meiros contatos que mantevecom os nipo-brasileiros resi-dentes em Suzuka e comuni-dades vizinhas como Hama-matsu, o presidente do Ciateverificou insegurança quantoao trabalho por causa da eco-nomia japonesa ainda sem es-tabilidade.

    “As exigências para conse-guir um trabalho estão cadavez mais severas, exemplo dalíngua japonesa. Sem o empre-go dos pais a educação dascrianças fica comprometida,uma vez que não podem pa-gar escolas brasileiras e assim,os filhos devem freqüentar es-colas japonesas, etc. Pergun-taram ainda sobre possibilida-de de conseguir empregos noBrasil”, salienta.

    Numericamente não sesabe se o índice de dekasse-guis que vão para o Japão di-minuiu. No entanto, o defen-

    sor afirma que a única formade descobrir é contatar os con-sulados gerais do Japão noBrasil, para levantar a conta-gem de vistos emitidos. Porémsabe-se que muitos que já es-tiveram no Japão, voltam como visto de reentrada, o que nãopermite o rastreamento dosque chegam ao arquipélago.

    “O único número confiávelé de dezembro de 2009, publi-cado em junho de 2010, queacusa a diminuição de cercade 50.000 brasileiros em rela-ção a 2008. Sabe-se, contudo,que cerca de 20.000 brasilei-ros teriam retornado até o fi-nal de março de 2010, apro-veitando dos recursos ofereci-dos pelo governo japonês; es-tes não poderão voltar duran-te três anos. A minha avalia-ção é de que há cerca de250.000 brasileiros residentesno Japão”, calcula.

    União e auxílio – MasatoNinomiya tem conhecimentode que há muita solidariedadeentre os nipo-brasileiros noJapão. A perda de empregosignifica ficar sem de moradia,mas nos dois casos também severifica muita boa vontade.

    Prova disso são os amigos ouparentes que oferecem o já re-duzido espaço de moradias ja-ponesas para ajudar ospatrícios nos momentos de ne-cessidade. “Não vi diretamentefamílias passando fome, massegundo soube, há cerca de1000 famílias brasileiras rece-bendo o auxílio-subsistênciaque chega a cerca de R$ 3.000a 3.500”, assegura.

    Sobre a educação das cri-anças nikkeis o presidente doCiate soube do fechamento dediversas escolas brasileiras,mas também da abertura dealgumas novas. Na avaliaçãodo dirigente neste momento dedificuldade econômica, a ten-dência das famílias brasileirasé procurar escolas japonesasque desde o início receberamas crianças brasileiras.

    “Embora tenha havido pro-blemas de adaptação das cri-anças, encontrado algumasvezes ambientes não muito re-ceptivos, percebi um grandeesforço das autoridades esco-lares japonesas em receber ascrianças com pouco ou ne-nhum conhecimento da línguajaponesa. Criando muitas ve-zes aulas de reforço, colocan-

    REPRODUÇÃO

    Para Masato Ninomiya, existe muita solidariedade entre os nipo-brasileiros que estão no Japão

    A política de ampliação daproteção social aos migrantesbrasileiros, mantida pelo Mi-nistério da Previdência Socialnos últimos oito anos, recebeuavaliação positiva no últimodia 2, na abertura da 3ª Con-ferência das ComunidadesBrasileiras no Exterior – Bra-sileiros no Mundo -, no Palá-cio Itamaraty, no Rio de Ja-neiro.

    No evento, promovido peloMinistério das Relações Ex-teriores nos dias 2 e 3, diver-sos órgãos federais prestaramcontas e discutiram ajustesnas políticas mantidas, duran-te o governo Luiz Inácio Lulada Silva, para atender às de-mandas dos brasileiros quevivem no exterior.

    O presidente do Conselhode Representantes de Brasi-leiros no Exterior (CRBE),Carlos Shinoda, afirmou que

    BRASILEIROS NO MUNDO

    Carlos Shinoda destaca importância do acordo previdenciário Brasil-Japão

    ficação pelos congressos dosdois países para entrar em vi-gor. “Os trabalhadores commais de 50 anos, cerca de 25mil pessoas, serão os primei-ros beneficiados”, disse.

    A assessora especial deAssuntos Internacionais doMPS, Maria Theresa Lázaro,participou de mesa temáticasobre os acordos de previdên-cia social já mantidos ou emnegociação. Ela esclareceuduvidas e repassou informa-ções aos participantes.

    O grupo representa quatroregiões de todos os continen-tes. Na divisão, a primeira en-globa as Américas do Sul eCentral; a segunda, a Europa;a terceira, a Ásia, África eOriente Médio e a Oceania;e, a quarta, América do Nor-te e Caribe.

    O presidente da Repúbli-ca, Luiz Inácio Lula da Silva,

    os acordos bilaterais e multi-laterais, negociados desde2003, atendem a comunidadescomo a dos Estados Unidos,com 1,3 milhão de pessoas,380 mil do Mercosul e do Ja-pão, com 300 mil migrantes.

    O conselheiro – represen-tante dos brasileiros que vi-vem no Japão – destacou aimportância do acordo previ-denciário assinado entre osgovernos japonês e brasileironeste ano e que aguarda rati-

    ARQUIVO

    O ministro Carlos Gabas (esq) detalhou os avanços da Previdência

    que empossou os 16 membrostitulares do CRBE, citou osacordos como exemplos im-portantes da política mantidapelo governo federal para pro-teger os brasileiros que opta-ram por viver em outros paí-ses. Ele ressaltou os signifi-cativos avanços obtidos prin-cipalmente neste ano como anegociação com os EstadosUnidos e a assinatura do acor-do com o Japão.

    Ampliação – O ministro daPrevidência Social, CarlosEduardo Gabas, também es-teve na conferência. Ele de-talhou aos participantes doevento os principais avançosalcançados na política previ-denciária nos últimos oitoanos. Segundo Gabas, o totalde beneficiários, que chega-va a 700 mil trabalhadores em2003, alcançará 2,3 milhões

    de pessoas a partir de 2011.A ampliação da proteção

    se tornará uma realidade coma negociação dos acordoscom EUA, Japão, Alemanha,Canadá, Quebec e Bélgica,além dos 25 milhões demigrantes que estarão assis-tidos com a entrada em vigordo acordo Ibero-americanoque envolve 22 países.

    O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim,elogiou a atuação do MPS nacondução da política de for-malização dos acordos que re-sultam em proteção social àscomunidades de brasileiros noexterior. “O empenho do mi-nistro Gabas merece nossoreconhecimento”, disse.(do site da Previdência So-cial)O Jornal Nippak publicarána próxima edição matériacom Carlos Shinoda

    O presidente Luiz InácioLula da Silva disse que “nãoestá longe” o dia em que osbrasileiros não precisarãomais emigrar em busca demelhor condição de vida. Aafirmação foi feita no últimodia 3, durante a posse dosmembros do Conselho deRepresentantes dos Brasilei-ros no Exterior, no PalácioItamaraty, no Rio.

    “Sonho que não está lon-ge o dia em que só estará noexterior, o brasileiro que qui-ser estar no exterior. Ele nãoestará mais fora, fugindo da-quele tempo tenebroso emque nós passamos 20 anossem gerar emprego em lugarnenhum desse país. Muitosde vocês foram embora paragarantir o direito de comeroutra vez. Esse país estápronto para garantir o direitode comer a todos os brasilei-ros aqui dentro do Brasil”,ressaltou.

    Segundo Lula, o Brasiloferece atualmente maisoportunidades do que muitospaíses ricos. Ele disse que, sea economia brasileira conti-nuar crescendo, “não faltarálugar para que os brasileirosretornem do exterior”. Hoje,

    cerca de 3 milhões de brasi-leiros vivem em outros paí-ses, segundo o Ministério dasRelações Exteriores.

    O presidente também dis-se que é preciso que os paí-ses respeitem os imigrantese citou, como exemplo, o Bra-sil que, no auge da crise eco-nômica, em 2008 e 2009, le-galizou 150 mil estrangeirosilegais, como paraguaios ebolivianos.

    “Quando na crise econô-mica de 2008, alguns paíseseuropeus começaram a per-seguir os imigrantes, aqui noBrasil nós legalizamos maisde 150 mil paraguaios e boli-vianos, para dizer que nósnão vamos resolver o proble-ma da incapacidade degovernança dos dirigentes,jogando a culpa nos coitadosdos imigrantes”, afirmou opresidente.

    Lula voltou a fazer um ba-lanço de seu governo, dizen-do que não deixou nenhuma“herança maldita” para a pre-sidenta eleita, DilmaRousseff, e que ele jamaisimaginou que o Brasil estarianuma posição tão privilegia-da como neste momento.(da Agência Brasil)

    Lula: não está longe o dia em quebrasileiros não precisarão mais emigrar

    do a disposição das escolascom maior índice de brasilei-ros, um ou mais professoresque se dedicam as aulas dereforço”, completa MasatoNinomiya ao verificar que au-xiliares de ensino brasileirossão contratados para ajudar nacomunicação entre os profes-sores e crianças que não en-tendem a língua.

    O defensor lembra quepara incrementar mais as re-lações econômicas entre oBrasil e o Japão, e também anova gestão presidencial noBrasil (cuja posse está previs-ta para o início de 2011), hou-ve recentemente a visita dosecretário-executivo do Minis-tério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior(MDIC), Ivan Ramalho. Poroutro lado observou que a mai-oria das empresas que estãose instalando no Brasil são sub-sidiárias ou fornecedores depeças das indústrias automo-bilísticas como Toyota eHonda. “Há interesses de

    tradings interessadas em asse-gurar o fornecimento de ter-ras raras, já que perceberamque não é possível confiar in-teiramente no atual fornecedor,a China”, analisa.

    Todas as visitas de MasatoNinomiya no Japão tem sido emprol dos cidadãos nipo-brasilei-ros residentes no país. Desde1991 leciona na Faculdade deDireito da Universidade de Tó-quio, nos dez primeiros anos eleviajava uma vez cada dois anos,pois havia outro professor ja-ponês que lecionava em parce-ria com o defensor. A partir de2000, com a aposentadoria doprofessor, passou então a ir anu-almente. “Tenho sido procura-do por muitos brasileiros, mastambém pelos governantes, po-líticos, empresários e pessoasdo mundo acadêmico para for-necer informações atualizadassobre o Brasil e trabalhadoresbrasileiros. Tenho feito todos osesforços para atendê-los”, ga-rante.(Afonso José de Sousa)

  • São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010 JORNAL NIPPAK 5

    SÃO PAULO

    Yutaka Toyota presenteia BSGIcom obra avaliada em R$ 1 milhão

    Há semanas uma gatadecidiu parir nos fundos daminha casa, no local ondeguardo os botijões de gás. Umtodo preto; outro com man-chas brancas no peito e nasorelhas. Lindos. O lugar é atéconfortável. Quando desco-bri, levei uns panos para ser-vir de acolchoado. E eles fo-ram crescendo, com o leitesuplementar que lhes dava. Ocampo de ação deles era sóo corredor e ficar trepandonuma jabuticabeira.

    Outro dia abri a porta docorredor para o entregadorde água. Cansados de fica-rem presos, os filhotes apro-veitaram a oportunidade e

    ARTIGO

    Os gatinhos fujõessairam em disparada para arua e sumiram de vista.Quando a mãe deles voltou,à noitinha, e não os encon-trando, ficou desesperada.Como ela miava, num mia-do de dor. Isso até as altashoras da noite. Cheguei a co-gitar de sair pela noite pro-curando os gatinhos. A pro-cura perdura até hoje. Agata não para de lamentar naporta da casa. Até pareceque ela me acusa de eu ter-me livrado dos filhos dela.

    Por isso, faço um apelo.Quem estive com os gatinhosque os solte. Ou venha bus-car a mãe.(Shigueyuki Yoshikuni)

    Como parte das come-morações do cinqüen-tenário da BSGI (As-sociação Brasileira SokaGakkai Internacional), foi rea-lizada no último dia 3 cerimô-nia de inauguração do muralque fica na fachada do edifí-cio da instituição, localizada naRua Tamandaré, 984, no bair-ro da Liberdade, na capitalpaulista. Participaram doevento, além do artista plásti-co Yutaka Toyota, o paisagistaTakahashi Shishidô, o vice-pre-sidente da Soka Gakkai Inter-nacional, Hiromasa Ikeda (fi-lho do fundador da entidade),o atual presidente da BSGI,Júlio Kosaka, e dezenas deconvidados.

    Trata-se de um painel em-blemático feito de tubos e cha-pas de aço inoxidável, mede 23metros de altura, por 26 me-tros de largura. O maior mo-numento de parede já constru-ído pelo artista plástico YutakaToyota, avaliada em um milhãode reais. A obra utiliza-se dossímbolos máximos da vida: sol,mar, vento e a água. “A obraé a representação harmoniosados elementos da natureza, ecompara esta harmonia comas ações do presidente Ikedaao longo de cinco décadas”,afirma Toyota.

    É uma homenagem aos cin-qüenta anos da história, da pri-meira viagem internacional dofundador Daisaku Ikeda e aojubileu de ouro da sua primei-ra viagem ao Brasil, em outu-bro de 1960. O tributo é inspi-rado nos preceitos filosóficosda Soka Gakkai – Paz, Cultu-ra e Educação.

    O Sol está representado emcinco circunferências sobre-postas e significa a jornada decinco décadas desde o primei-ro vôo internacional do presi-dente Ikeda. Os elementosacima são raios deste sol e ascinco asas do Pássaro da Paz

    representam os ventos seme-adores da paz pelo mundo.

    A correnteza da água écomposta de 50 ondas que semultiplicaram nos espelhos deaço e o colorido dessas ondasé o fruto do movimento daságuas e reflete na natureza,geradora da harmonia da vidana terra. Assim como a natu-reza segue um fluxo harmôni-co e pulsante, as ações do pre-sidente Ikeda também seguemo ritmo perfeito da vida.

    Sobre a BSGI – A Associa-ção Brasil Soka Gakkai Inter-nacional (BSGI), representanteda SGI no Brasil, foi fundadaem 1960 por Daisaku Ikeda.O atual presidente no Brasil,Julio Kosaka, possui 120 milassociados pelo país, tem pro-movido exposições, intercâm-bios com universidades e mu-seus entre outras atividadesnas áreas da educação e cul-tura. A Soka Gakkai Interna-cional (SGI) é uma associação

    que visa à promoção de valo-res como a paz e o respeito hu-mano.

    Desde 1991, a BSGI propor-ciona a aproximação da Uni-versidade Soka, do Japão, cominstituições educacionais do paíscom o objetivo de estimular ointercâmbio acadêmico entreos alunos. Além disso, contri-buiu com doações de livros auniversidades brasileiras, en-contros de reitores e acadêmi-cos e com o desenvolvimentode pesquisas ecológicas volta-das para a preservação do meioambiente. Outro exemplo desua atuação voltada à melhoriada educação é a implantaçãodo projeto “Makiguti em Ação”,tendo como base a teoria edu-cacional de Tsunesaburo Ma-kiguti de que a criança deve serfeliz enquanto estuda. Numaparceria da sociedade com aescola e a família em institui-ções públicas de São Paulo, oprojeto tem alcançado resulta-dos extremamente positivos.Veja mais fotos à pág 2(Luci Júdice Yizima)

    LUCI JÚDICE YIZIMA

    O monumento avaliado em R$ 1 milhão: tributo é inspirado nos preceitos filosóficos da Soka Gakkai

    Hiromasa Ikeda, Yutaka Toyota, Takahashi Shishidô e Julio Kosaka

    Foi realizado no dia 15 denovembro, em Itatiba (SP), o13º Concurso de Karaokê daNibrait, com a participação de275 cantores, representando25 associações da região. “Okaraokê é uma atividade im-portante na preservação e di-fusão da cultura japonesa,além de divulgar a cidade,mantém o intercâmbio cultu-ral entre as associações”, dis-se Jorge Monma, presidenteda União Cultural Nipo-Bra-sileira de Itatiba, entidade quecomemora este ano 50 anosde fundação.

    Com coordenação geral dePaulo Yokotobi, Neusa SatieOjima e Fusako Hara, os can-tores foram avaliados por umjúri formado por Cecília Ohira(presidente), Katsuyuki Sanoe Irene Sacayemura. Antesda premiação final, os canto-res Renato Chibana e AtsushiAbe deram um show de mú-sica, interagindo com a platéia,cantando “Naniwa BushiDayo”.

    DVD – Kenji Kunitake ganhouo DVD do Dream ConcertSaikai – 2010, por ser o maisanimado, dançando e partici-pando com todos os presentes.Renato Chibana divulgou oDVD e falou que os interes-sados em adquirir um exem-plar poderão adquiri-lo pelosite:www.dreamconcert.com.br(Célia Kataoka)

    Os classificados doConcurso foram:A1: Horita RyojiA3: Yassunaga Keido

    CELIA KATAOKA

    Para organizadores, karaokê é uma forma de divulgar a cultura

    Concurso contou com a participação de cerca de 270 cantores

    A4: Takao KenichiA5: Tsuji TerukoA6: Kobayashi MamoruB1: Valonia AnaB3: Asada MaryB4: Iwano TadashiB5: Susuki AyakoB6: Oda MassumiDoyo 1: Aiko YassumuraTenganDoyo 2: Shimabukuro YumeEsp 1: Izumi NamieEsp 2: Matsumoto MitsuoEsp 3: Kishita HiroshiEsp 4: Tanaka KatsumiEsp 5: Suzuki ShunjiExt 1: Ejima ToshiakiExt 3: Oshiro TomikoExt 4: Ueki TamotsuExt 5: Ikeda TokiyoshiExt 6: Sakamoto NorihideJuv A: Ito SeijiJuv B: Sonoda YumiPop: Ojima MikiS.Ext 2: Okamoto AkemiS.Ext 3: Watanabe SilviaS.Ext 4: Takahashi ShizuoS.Ext 5: Suzuki PauloShin 2: Oda HidekoStar: Mizutani PedroTibiko 1: Uehara MassahiroTibiko 2: Fukuno Luana

    CIDADES/ITATIBA

    13º Concurso de Karaokê da Nibrait reúne mais de 250 cantores

    COLUNA DA ERIKA SUMIDA

    Diferenças Culturais

    Atendendo a pedidos, voufalar especificamente sobreas diferenças culturais entreBrasil e Japão. É um assun-to que eu já me acostumei,por morar muito tempo noJapão, mas para quem é bra-sileiro e nunca veio ao Ja-pão é um assunto no mínimocurioso.

    As diferenças são nume-rosas, mas vamos começarpelo cumprimento, o ato decumprimentar uma pessoapor parte dos brasileiros é obeijinho estalado no rosto edependendo do grau de ami-zade com a pessoa, vale atéum abraço mais apertado,pois aqui no Japão isso nãoacontece! Aliás, as pessoasnem chegam a se tocar, háapenas uma inclinação docorpo para a frente em umaespécie de reverência, de-pendendo da maneira comoé efetuado, o ojigi, denomina-ção dada ao modo nipônicode saudação, pode apontar onível de importância do cum-primentado e até mesmo onível cultural de quem cum-primenta.

    O gesto não serve só parasaudar ou despedir-se daspessoas, mas também parapedir desculpas e se apresen-tar, ou ser apresentado, a al-guém.

    Ao executar o movimen-to, deve-se, inclusive, prestaratenção às palavras utilizadaspara expressar a sua inten-ção ao indivíduo.

    E uma vez vi na tevê umprojeto de uma universidadejaponesa, no curso de turis-mo, onde o professor japonês,que é casado com uma bra-sileira, demonstrava o modode cumprimento dos brasilei-ros e assim, incentivava aclasse a fazer o mesmo, aaula fora um fracasso, nin-guém conseguiu se desven-cilhar da timidez para dar umsimples beijinho no rosto dacolega de classe.

    Esse é um ponto de dife-renciação cultural, que dificil-mente fará parte da habitualcultura nipônica. Mas há ou-tras diversidades, como porexemplo, o respeito ao próxi-mo. Nunca vi uma populaçãotão preocupada com as ou-tras pessoas. E isso é de-monstrado em todos os luga-res, no atendimento de hos-pitais, de bancos, do comér-cio, sempre há a ressalta emsempre procurar não atrapa-lhar a outra pessoa e não cri-ar nenhum mal-estar.

    A outra diferença está re-lacionada a política, ou me-lhor aos políticos, aqui no Ja-pão, não da pra dizer que nãohá corrupção, porque a cor-rupção existe sim, não tãogritante como no Brasil, masexiste, ela é camuflada, qua-se nunca aparece, mas quan-do aparece, a população re-age imediatamente, claman-

    do por justiça. Mas não é sóisso, o político corrupto des-coberto, passa a ser ignora-do maciçamente. O que tor-na a vida dessa pessoa muitodifícil, pois todos os seus fa-miliares passam a serem ig-norados e apontados na ruacomo corruptos, por issoquando isso acontece, os po-líticos vão á público pedir per-dão á população, e dizem es-tar arrependidos e acabampor devolver o dinheiro. Poisa população nipônica prezamuito pela honra, e admiromuito esse aspecto da cultu-ra japonesa, admiro uma pes-soa por mais humilde queseja, tem a hombridade deassumir todas as consequên-cias de seus atos. Mas é porvalorizar muito a honra deuma pessoa que torna o Ja-pão um dos campeões emsuicídio. Pois o simples fatode perder o emprego, já é ummotivo para cometer-se umsuicídio aqui no Japão, poisdizem que a pessoa torna-seincapaz de honrar seus com-promissos, e com isso inca-paz ou indigno de honrar a sipróprio.

    E é com essa rigidez quevivemos aqui no Japão, poissão rigorosíssimos com horá-rios, e os brasileiros, já sabemné? Quase sempre sãoimpontuais!

    Aliás os atrasos são into-leráveis aqui no Japão, nota-se pelos horários dos ônibuse trens, se está escrito que ohorário do trem é as 13:37, éporque é nesse exato minutoque o trem chegará, nem umminuto a mais nem a menos.Incrível né?

    Os brasileiros já não, semarcam para as 13h30, é as13h30 que ele vai começar aaprontar-se para sair. Mas osbrasileiros que vivem aqui ti-veram que adaptar-se á rigi-dez do horário dos japoneses.Na fábrica é assim, no car-tão de ponto se estiver umminuto atrasado, o funcioná-rio terá meia hora desconta-da do salário, pois um minutoé considerado atraso, e atra-so no trabalho aqui é faltagrave, chegando até a sermotivo de justa causa parauma demissão, se isso acon-tecer sempre.

    É em meio á essas dife-renças culturais que vivoaqui no Japão, tento demons-trar a cultura brasileira aosjaponeses e vou aprendendocada dia um pouco mais so-bre a cultura japonesa. Afi-nal o Brasil não é só samba eo Japão não é só gueixas, háum universo cultural muitorico para uma boa confrater-nização harmônica.

    *Erica Sumida é natural de Ara-çatuba (SP) e há 12 anos morano Japão, onde trabalha com de-senvolvimento de criação. E-mail: [email protected]

  • 6 JORNAL NIPPAK São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010

    OAB-SP

    Elisabeth Massuno toma posse emcomissão de prevenção de drogas

    Adelegada de polícia doDepartamento de In-vestigações sobreNarcóticos (Denarc) da Polí-cia Civil de São Paulo, Elisa-beth Massuno, foi empossadasegunda-feira (dia 29 de no-vembro), como membro con-sultora da Comissão de Estu-dos Sobre Educação e Preven-ção de Drogas e Afins, da Or-dem dos Advogados do Brasil– Seção São Paulo. A soleni-dade promovida no salão no-bre da entidade foi dirigida pelopresidente da OAB-SP, LuizFlávio Borges D´Urso e con-tou com a participação de au-toridades como o Cônsul doJapão em São Paulo, KazutadaWakitani; o comandante doComando de Policiamento deÁrea Metropolitana 1 Centro– Liberdade, Coronel PM Re-nato Cerqueira Campos; dopresidente do Conselho Muni-cipal de Políticas Públicas deDrogas e Álcool de São Paulo(Comuda), José Florentino dosSantos, representando o pre-feito Gilberto Kassab (DEM),entre outros.

    Paralelamente, de olho noaumento do consumo de álco-ol entre os jovens, a OAB tam-bém realizou o lançamento dacampanha “Contra o UsoAbusivo de Álcool pelo Ado-lescente”. Vários profissionaisrepresentantes de órgãos doTribunal de Justiça de São Pau-lo (TJSP), do Ministério Públi-co – MP, prefeitura, consula-dos, Polícias Civil e Militar,médicos e colégios, devem co-laborar com a iniciativa da uti-lização abusiva da substância.

    Atualmente Elisabeth Mas-suno é um dos nove membros(quantidade que pode aumen-tar) entre efetivos e consulto-res do conselho presidido peloconselheiro da OAB, Cid Vi-eira de Souza Filho. Na oca-sião da cerimônia o presidenteda Ordem, Luiz Flávio BorgesD´Urso revelou que o concei-tuado psiquiatra e educadorIçami Tiba está interessado emfazer parte da comissão.

    Para a delegada nikkei quecoordena o “museu das dro-gas”, fazer parte da comissãoé doar um pouco de si para as

    outras pessoas uma vez que há20 anos trabalha na matéria deprevenção às drogas e com oconhecimento, pretende trans-mitir o que aprendeu para acomissão. “Me sinto lisonjeadapor ter sido convidada para serconsultora da comissão”, des-taca.

    A delegada disse que de-sejava fazer parte da comis-são porque como autoridadepolicial trabalha na divisão deprevenção e educação doDenarc, onde atua na preven-ção às drogas e sabe que umadelas, o álcool é a mais utiliza-da, substância essa que acirraa violência. “Estarei contribu-indo muito com relação a pre-venção às drogas”, afirma.

    De acordo com ElisabethMassuno as estatísticas ofici-ais estão muito defasadas, aúltima foi realizada em 2005pelo Centro Brasileiro de In-formações sobre Drogas Psi-cotrópicas (Cebrid), órgão daUniversidade Federal de SãoPaulo. Os parâmetros daamostra incluem homens emulheres sendo muito difícilregistrar nikkeis especifica-mente, no entanto sabe-se deum problema genético, umadificuldade de metabolizaçãodo álcool que acarreta com a

    raça amarela.“Em poucas palavras, ou-

    tra pessoa que não é descen-dente de japoneses, ingerir be-bida alcoólica o organismo delaprocessa a bebida mais rápidodo que os orientais que nãotem uma enzima responsávelpelo processamento. Enquan-to uma pessoa de cor pode to-mar quatro copos e não sentiros efeitos, o oriental com umcopo já fica com todos os sin-tomas do alcoolismo como malesta, dor de cabeça, enrubes-cimento da face”, explica.

    Iniciativa – Uma das iniciati-vas da comissão segundo Eli-sabeth Massuno foi a realiza-ção de um curso da OAB nosdias 25 a 29 de outubro com oDenarc, um projeto adaptadopelo departamento de culturada OAB e acolhido pelo dire-tor Humberto Luiz BorgesD’Urso. “Foi um curso gratui-to de prevenção e uso indevidode drogas de uma semana di-rigido para advogados e paraa comunidade. O salão estavacheio, foi gratificante, nósaprendemos muito. No anoque vem com toda força nósvamos fazer novamente”, adi-anta.

    A delegada nikkei entende

    que quando se fala de drogasabrange-se que álcool, crack,maconha, cocaína, e droga psi-cotrópica que atinge a mente,uma substância que têm açãoeletiva (tropismo) para as cé-lulas nervosas. “O álcool tematração pela mente, a maco-nha, o pó da cocaína, o crack,heroína, ópio, estamos fazen-do a prevenção ao usoindevido delas. Não podemosexterminá-las, precisamos damorfina porque para quemestá em terminal de câncerprecisa usá-la.

    Elisabeth Massuno anteci-pou que os membros da comis-são da OAB vão trabalhar coma prevenção (dividida em ní-veis), isto é, na conscientiza-ção da parte primária que éantes do uso das drogas. “Aprimária conscientiza as pes-soas para que não sejam osfuturos usuários ou dependen-tes químicos. Quando elas játêm noção e começaram ausar, neste caso fazemos a pre-venção para que elas nãousem. O tratamento é outrafase que procura desintoxicaras pessoas para não continuara dependência química”, ates-ta.Veja mais fotos à pág 2(Afonso José de Sousa)

    LUCI JÚDICE YIZIMA

    A delegada Elisabeth Massuno na cerimônia de posse: contribuição na prevenção às drogas

    A Assistência Social DomJosé Gaspar Ikoi-no-Sono re-aliza hoje (dia 9 de dezembro)na Sociedade Brasileira deCultura Japonesa e de Assis-tência Social (Bunkyo), a ce-rimônia de formatura da 5ªturma do Programa Básico deOrientação a Cuidadores deIdosos – São Paulo, em proldo envelhecimento ativo e be-nefício da comunidade. Oevento contará com a partici-pação de 51 alunos forman-dos os quais durante o anoparticipam de 15 aulas, num

    total de 60 horas com profis-sionais de geriatria e geronto-logia.

    A solenidade conta o pa-trocínio da Fundação KunitoMiyasaka parceria da Socie-dade Brasileira de Cultura Ja-ponesa e de Assistência So-cial (Bunkyo) e da SociedadeBrasileira e Japonesa de Be-neficência Santa Cruz – Hos-pital Santa Cruz. O curso têmvários objetivos como com-preender o envelhecimentocomo uma realidadebiopsicossocial; conhecer al-

    COMUNIDADE 2

    Ikoi-no-Sono forma hoje 51 novos alunos cuidadores de idososterações que ocorrem no or-ganismo da pessoa que enve-lhece; e compreender que épossível envelhecer com saú-de e aprender meios para asua promoção.

    Além de aprender a prati-car o auto-cuidado; adquirirconhecimentos e habilidadespara cuidar dos idosos e dasidosas nas atividades da vidacotidiana; e tomar consciên-cia da responsabilidade docuidador. A Ikoi-no-Sono an-tecipa que as inscrições paraa 6ª turma será a partir de fe-

    vereiro de 2011 com início dasaulas entre março e junho.

    ENCERRAMENTO DA 5ª TURMA DE FOR-MANDOS DO PROGRAMA BÁSICO DE ORI-ENTAÇÃO A CUIDADORES DE IDOSOS - SPQUANDO: DIA 9 DE DEZEMBROHORÁRIO: ÀS 15HONDE: EDIFÍCIO BUNKYO - RUA SÃOJOAQUIM, 381 S/14 – LIBERDADE – SÃOPAULOINFORMAÇÕES:(11) 3208-7248 OU 3209-0215COM A PSICÓLOGA SIRLEY [email protected]

    A Beneficência Nipo-Bra-sileira de São Paulo (Enkyo)instalada no bairro Oriental daLiberdade, centro de São Pau-lo, começou a vender os bilhe-tes para rifar seis prêmios doa-dos por empresas nikkeis. Cer-tificados pela Caixa Econômi-ca Federal, os cerca de 25 milbilhetes disponíveis (são 2.500talões com dez bilhetes) vãoconcorrer a extração da Lote-ria Federal do dia 29 de dezem-bro de 2010. Serão rifados um

    carro Toyota Corolla no 1º prê-mio; uma motocicleta HondaCG 150 Titan Mix ES Flex la-ranja metálica, no 2º; uma mo-tocicleta Honda CG 150 TitanFan ESI cinza metálica, no 3º;uma esteira ergométricaBrudden Equipamentos RT 150doada pelo Grupo Jacto, no 4º;uma TV Panasonic LCD 42”– TC-L42S10B, no 5º; e umaTV Panasonic LCD 30” – TC-L32C10B, no 6º.

    Cada bilhete comprado no

    COMUNIDADE 1

    Enkyo inicia venda de rifa para arrecadar fundos para suasatividades; prêmio inclui Toyota Corolla

    valor de R$ 15,00 dará direitoaos participantes a concorrer aosprêmios com quatro números. Oobjetivo da rifa de acordo comos organizadores é arrecadar R$300 mil que serão destinados àsatividades assistenciais doEnkyo e outros setores manti-dos pela entidade como o Servi-ço Social, associados, CRS emSantos (Kosei Home), RRsakura Home, e CR Suzano(Ipelândia Home). Além doCRP em Guarulhos (Yassuragui

    Home), CASE – UnidadeAmami, Centro Médico Liber-dade, Hospital Nipo-Brasileiro,Unidade Avançada Itaquera eProjeto de Integração Pró-Autista – Pipa. A entidade filan-trópica pretende vender os bi-lhetes até três dias antes do sor-teio; em 2009 quase todos osbilhetes foram vendidos. Outrasinformações podem ser obtidasno telefone: (11) 3274-6512. OEnkyo fica na Rua Fagundes,121 Liberdade – São Paulo.

    COLUNA DO JORGE NAGAO

    O incrível Dr. Kikawa ea sua carreta que causa

    REPRODUÇÃO

    (JORGE NAGAO

    O caminhão do Faustão,lotado de eletrodomésticos,quando chegava num bairropobre fazia feliz uma famíliae causava inveja nos vizinhos.Ouvi dizer que agora é oavião do Faustinho. Já a Car-reta da Saúde, do ProjetoCIES, Centro de Integraçãode Educação e Saúde, ideali-zada e consolidada pelo Dr.Roberto Kikawa, quandochega numa comunidade ca-rente atende 200 pessoas/diae realiza 600 exames de mé-dia complexidade como en-doscopia, mamografia e ul-trassonografia, e ainda fazpequenas cirurgias. PeloSUS, o paciente espera me-ses e até um ano e quandorecebe o resultado pode sertarde demais, em caso decân(toc! toc! toc!)cer.

    O menino Roberto desdeo tempo bom em que brinca-va sentado na calçada decanudo e canequinha, fazen-do bolinha, bolinha de sabão,pensava em ser médico.Quando ainda estudava Me-dicina, seu pai, muito doente,fez-lhe um pedido:

    - Filho, gostaria que vocêfosse um médico, mas ummédico amoroso como esseque está me atendendo.

    Enquanto o pai agonizava,o médico missionário japonêsaplicava o princípio Hospice,ou seja, além dos cuidadospaliativos fazia um atendi-mento integral da saúde aopaciente, corpo/alma/espírito,e cuidava também da famí-lia. Grato, ele aderiu a essegrupo com quem trabalhoupor 15 anos em comunidadescarentes. Aí caiu a ficha. Otrabalho humanitário é impor-tantíssimo mas se se tivessefeito um trabalho preventivocom exames médicos, aque-les doentes terminais, pesso-as sem acesso ao serviçomédico de qualidade, teriamchances de sobreviver.

    Na França, conheceu umprojeto móvel dos MédicosSem Fronteiras para atenderas populações isoladas naÁfrica. Pensou até em fazerum curso de Teologia paratrabalhar com eles. Até queum dia uma evangélica,como ele, convidou-o a co-nhecer a favela Pantanal, nazona last de Sampa. Viu, hor-rorizado, uns ratos brancosandando pelos tetos. E ouviudo morador:

    - Nóis deixa eles crescermais um pouco, depois nóiscome eles.

    Assim Kikawa descobriuque tinha muitas Áfrikawasem sua cidade. E começou adesenhar um projeto de umaunidade móvel, um mini-hos-pital sobre rodas, para aten-der comunidades como aque-la.

    - Você está maluco! Ficoulunático- cansou de ouvir.

    Até que alguns empresá-rios consideraram a renúnciafiscal e a importância dessaproposta de ajudar a quem re-

    almente precisa e apostaramno sonho do gastroenterolo-gista Dr. Roberto KunimassaKikawa, casado, pai de doisfilhos.

    Em março de 2008, a Car-reta da Saúde descia a serrae estacionava no bairro doBoqueirão, em Santos. Em 3dias, 650 pessoas foram aten-didas. Um sucesso retumban-te.

    Até o fim do novembropassado, o CIES beneficiou24 mil pessoas de 15 cidades,de 3 Estados, e 50 municípi-os estão na fila, além de paí-ses como Angola, Itália eNíger que querem conhecera Carreta.

    Com essa bagagem, aCarreta da Saúde concorreucom 266 projetos, com pelomenos 3 anos de serviçosprestados à população, aoPrêmio Empreendedor Soci-al 2010, da FundaçãoSchwab em parceria com aFolha de SP. Ficou entre osdez finalistas. E que finalis-tas! De Axel Grael, velejadorcampeão, a José Júnior, doAfroRegae, que mediou arendição dos traficantes doComplexo do Alemão. O pro-fessor Pasquale, em 26/11/10,no auditório do Masp, anun-ciou o vencedor:

    - Roberto Kikawa!- Ki-ka-wa! Ki-ka-wa!

    Ki-ka-wa! – gritou a torcidaorganizada formada pelos pa-trocinadores Phillips,Olympus, Engemet, APRSeguros, Abe/Costa/Guima-rães e

    Rocha Neto Advogados,Bausch+Lomb, Welch Allyne Hospital São Camilo cujodiretor é o Dr. Kikawa.

    Naquele instante, pensouno pior momento de sua vidaquando o pai adoeceu e amãe deixou o emprego paracuidar do genitor. Para sobre-viver, a família vendia salga-dinhos. Emocionado, recebeuo prêmio, e agradeceu à todaequipe que tem o DNA doamor.

    Com essa premiação, oprojeto CIES, da AssociaçãoBeneficente Ebenézer, a Car-reta voará. Fará parte darede mundial da FundaçãoSchwab que têm 187 líderesem 53 países, 14 no Brasil.Receberá consultoria gratui-ta e bolsas de estudo por ins-tituições de primeira linha.Participará, sem despesas, doFórum EconÃ?mico Mundi-al na América Latina e po-derá participar do FórumMundial em Davos, comacesso a grandes patrocina-dores mundiais e a chefes deEstado.

    Kikawa tem 40 anos.Como a vida começa aos 40,então, o menino/estudante/doutor Kikawa ainda podedar ao Brasil e ao mundomuita coisa. Esta é a históriade um homem bom.

    *Jorge Nagao é jornalista e colu-nista do site Primeiro Programa(www.primeiroprograma.com.br)[email protected]

  • São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010 JORNAL NIPPAK 7

    LITERATURA 1

    Jorge Kishikawa lança segundaedição de Shin Hagakure no Kohii

    Já se passaram seis anosdesde que Jorge Kishikawa escreveu o primeiroShin Hagakure – Pensamen-tos de um Samurai Moderno(2004, Editora Conrad). Ecomo o próprio destacou naépoca: “Este não é um livroacabado. Minha intenção écontinuar a divulgar a ‘dieta doespírito’ em outras edições quese fizerem”.

    Pois bem, de lá para cá sur-giram novas reflexões e maisconhecimentos que motivaramo fundador do Instituto Nitene idealizador do KIR (KenIntensive Recuperation) –método que visa a recupera-ção do potencial do ser huma-no através da espada samurai– a escrever uma segunda edi-ção de Shin Hagakure (Edito-ra Kendoonlines Livros, 375páginas, R$ 38,00), ampliada erevisada. O lançamento acon-tece no próximo dia 14, das 19às 22 horas, no Kohii Café,espaço que abriga um novoconceito de café e cultura noBairro Oriental.

    A obra reúne quase o triplode verbetes da primeira ediçãoe é enriquecidacom cerca de 25fotos. A apresen-tação é da mon-ja Coen, que es-creve: “O Cami-nho do Samurai edo Bushido nãoé apenas o EthosGuerreiro desen-freado e violen-to. Pelo contrá-rio. É o Caminhoda Ética, dos valores, da trans-formação de si e do mundopela correta e adequada ação,intenção, pensamento, pala-vra”.

    Traz também um repetecoda apresentação da primeiraedição, assinada pelo minis-trado da Fazenda, GuidoMantega, que assinalou:“Este é um livro indispensá-vel ‘para despertar o tigreadormecido que existe nosnossos coraçôes’”.

    Kishikawa conta que, ori-ginalmente, escreveu “ShinHagakure” para levar a filo-

    sofia do samurai, o bushidô, doInstituto Niten de São Paulo atodas as unidades. A ideia eraescrever um livro de referên-cia para que os coordenado-

    res o utilizassemnos ‘Momentosde Ouro’, mo-mentos duranteos treinos emque os alunosaprendem osvalores da filo-sofia samuraicom o objetivode moldar emudar o caráterpara que eles

    possam ter uma vida melhor”,conta, acrescentando que atéhoje o livro é utilizado pelos alu-nos para lerem e refletirem “arespeito de como viver a vidae enfrentar as suas adversida-des com a mesma harmonia,coragem, confiança, tranqüili-dade, disciplina e autocontroledos samurais passado”.

    Duas vezes pentacampeãobrasileiro de kendô, Kishikawaescreveu Shin Hagakure (Shin= Novo + Hagakure = FolhasOcultas) baseada no Hagaku-re, de Yamamoto Tsunetomo.Trata-se, assim, de uma

    releitura do clássico Livro doSamurai (daí o subtítulo “ospensamentos de um samuraimoderno”).

    “O que me motivou a es-crever, tanto a primeira comoa segunda edições, foram osalunos. É uma forma denortear o dia a dia dos alunosestando mais próximo do mes-tre. Procurei organizar o livrode tal forma que ofereça aoleitor um passeio virtual desdesua entrada no dojô até a bus-ca da verdade na convivênciadiária com o mestre”, destacaKishikawa, explicando queprocura transmitir aos alunosexemplos baseados nos seusmais de 40 anos de treinos coma espada samurai, na vivênciamilitar e na educação recebi-da dos pais.

    Mitos e verdades – Para oautor, o livro deve despertarinteresse também nos aficio-nados pela cultura japonesa jáque traz “verdades e mentiras”acerca da espada samurai,bem como seus benefícios emalefícios. “Fundamentado naexperiência de um médico es-portivo”, diz Kishikawa, afir-mando que o livro proporciona

    uma leitura rápida, “sem fazerrodeios”.

    Shin Hagakure apresentaainda uma relação de empre-sas que cursaram os “Momen-tos de Ouro” do mestre JorgeKishikawa pelo KIR-Empre-sarial e um link com informa-ções adicionais. “Acessando osite www.niten.org.br/shinhagakure o internauta teráuma leitura complementar dolivro”, explica Kishikawa, lem-brando que o Niten conta hojecom mais de 40 unidades es-palhadas pelo País, além deChile, Argentina e Uruguai.“Para 2011, estamos estudan-do a possibilidade de abrir umaunidade também no México”,antecipa.

    Mais informações sobre olivro podem ser obtidos nossites: www.kendoonline.com.brou www.niten.org.br(Aldo Shiguti)

    LANÇAMENTO DA 2ª EDIÇÃODO LIVRO SHIN HAGAKURE,DE JORGE KISHIKAWAQUANDO: DIA 14 DE DEZEMBRO, DAS19 ÀS 22 HORASONDE: KOHII CAFÉ (RUA DA GLÓRIA,326 – LIBERDADE)TEL.: 11/3203-0624

    DIVULGAÇÃO

    O mestre Jorge Kishikawa, que lançará a segunda edição de Shin Hagakure no próximo dia 14

    O arquiteto, paisagista eprofessor universitário SarkisSergio Kaoustian, que passouquatro anos em Kyoto (a anti-ga capital japonesa por mais demil anos e berço da cultura tra-dicional do país), lança nestesábado (11), no Instituto TomieOhtake, o livro Jardim Japonês- a magia dos jardins de Kyoto(Editora K, 223 páginas,R$159,00), que mostra a his-tória, os tipos e as técnicasmilenares dos jardins japone-ses. Com apoio da FundaçãoJapão, é o primeiro livro noBrasil a abordar o tema comtanta profundidade e oferecelições de paisagismo, arte e ar-quitetura.

    No início das pesquisas,Sarkis pretendia dissecar a ar-quitetura contemporânea japo-nesa e seus instigantes aspec-tos formais. Mas logo seu focopassou a ser o estudo dos jar-dins e da arquitetura antiga dostemplos budistas e shintoístas.“As infinitas horas em que pas-sei observando cada jardim deKyoto apresentados aqui no li-vro, e muitos outros espalha-dos pelo Japão, deixaram umamarca que mudou para sem-pre a minha visão de mundo”,afirma o autor, que pretendecriar projetos de paisagismoinspirado nos jardins japonesesno Brasil.

    Embora seja extremamen-

    LITERATURA 2

    Arquiteto brasileiro lança livro sobre jardim japonêsradicais quanto à sua concep-ção espacial e aos materiaisusados em sua construção.Eles quase sempre são natu-rais ou simbólicos em relaçãoà natureza, contrapondo-se aoestilo geométrico e artificialdos jardins europeus. De iní-cio, é preciso separar essesestilos para então descobrir abeleza preciosa e sutil conti-da em seus mínimos detalhes.A aparente simplicidade dosjardins japoneses contém in-finitas variações geniais douso dos terrenos, dos materi-ais e das form as em que anatureza e o clima exprimemsua sutil beleza. Coube aosmestres paisagistas o trabalhode síntese que permite umaexperiência fundamental decontemplação e comunhãocom a natureza”.

    Quem é – Arquiteto, paisagis-ta e professor universitário,Sarkis Sergio Kaloustian é umapaixonado pelos jardins japo-neses - e pelo Japão. Casadocom uma japonesa, fluente noidioma dos samurais, morouquatro anos em Kyoto, ondepesquisou arquitetura contem-porânea, a arquitetura tradici-onal dos templos, e os jardinsjaponeses. Foi bolsista do go-verno japonês e é mestre emarquitetura pela Universidadede Kyoto.

    te útil para os profissionais doramo, o livro, que foi escrito emlinguagem objetiva e conta com460 fotos, pode ser facilmenteentendida por leigos e admira-dores da cultura japonesa.

    Bolsista do governo japo-nês – concluiu seu mestradona Universidade de Kyoto etrabalhou no escritório do re-nomado arquiteto Kiyoshi Ka-wasaki – Kaoustian, definiti-vamente, incorporou outroshábitos tipicamente japoneses,como, por exemplo, tirar ossapatos e calçar uma surippa(chinelos almofadados) ao en-trar em sua casa, em SãoPaulo.

    Segredos revelados – Emum dos trechos da obra, o au-tor escreve: “Para a maioriadas pessoas, a ideia ou a ima-gem de jardim japonês reme-te à uma paisagem em mini-atura com pouca ou nenhu-ma vegetação e algumas pe-dras sobre uma base de areiaou cascalho. Esses jardinsnão impressionam pela mag-nificência ou tamanho, e sim,procuram mais o silêncio, apureza da forma, a delicade-za e a perfeição cuidadosanos detalhes. O importantenão é o visto, mas sim, o ima-ginado. Os estilos do jardimjaponês mostram diferenças

    DIVULGAÇÃO

    Livro é o primeiro no Brasil a abordar tema com tanta profundidade

    Olhar de Peixe MortoHoje, no Japão, tenhoencontrado jovens com“olhar de peixe morto”com mais freqüência doque há vinte ou trinta

    anos. Talvez a época depaz esteja tirando obrilho dos olhos dos

    guerreiros.(Pág 163)

    Canto do

    Bacuri

    FRANCISCO HANDA

    Uma quietude.Além da planície imensaMontanhas geladas. -.-De ti Patagônianem todo o frio meconsome.Carneiros no prado.-.-Ao final da tardenão se põe jamais o sol.Patagônia hiberna.-.-O branco do gelopela beirada da estradaCongela os ânimos.-.-Branco na mente.Patagônia só conheceneve e mais neve.-.-À procura de ervaspor sobre a neve espalhadabois da Patagônia.-.-

    No meio da neverompe galho resistente.Verde Patagônia.-.-As vacas magrelaspor sobre o pasto nevadoApenas passeiam.-.-Num lago geladoalguns aqui outros láOs patos selvagens.-.-Montanha gelada.Os condores todos negrosParecem parados.-.-A neve adiantenum bailado graciosoao vento do sul.-.-Nevasca de novo.Pela planície sem verdeapenas o branco.

    Haicais da Patagônia(fim de agosto de 2010)

    Bando de guanacos.Onde a neve não chegoucontinuam verdes.-.-Nevasca com forçaSurra arbustos que servergamEm submissão.-.-Em total silêncioa nevasca cobre todaPlanície sem fim.-.-Dois cavalos pastamSem se importar comnevasca.De branco ficou!-.-Sobre o galho seconem mesmo chega a vergara neve pousada.-.-Montanha nevadao encanto deste momento.Como descrevê-la!-.-Montanha nevada.Imenso lago dianteem total silêncio.-.-Por cima dos barcosas gaivotas circundam.Calmo mar de inverno.-.-Cisnes solitáriosnum lago de águas escurasà tarde de inverno!-.-Após caminharpela neve da montanhamassageia o pé.-.-Cobriu-se de brancoMontanha que havia aqui.Noite de nevasca.-.-Vasto pasto secopontilhado pela neve.Ao longe a capela.

    [email protected]

  • 8 JORNAL NIPPAK São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010

    NIPPAK PESCA

    Roberto ShirataTexto:

    Mauro Yoshiaki Novalo

    Revisão:

    Aldo Shiguti

    Publicidade:

    [email protected]

    Tel. (11) 3208-3977

    Sabe aquele chinelo velho, que vocênormalmente joga fora? Pode sermatéria-prima de uma boa isca para pescar…

    Quer coisa melhor doque usar um artigo porum bom tempo e de-pois aproveitá-lo para outra fi-nalidade? Um chinelo de EVAque você utiliza pelo confortoe praticidade por longos anos,pode ainda ser transformadoem iscas excepcionais.

    Continuando com nossasdicas, hoje é dia de mostrarcomo utilizar do EVA paramoldar iscas flutuantes que,são sinônimo de ótimas fisga-das nos pesque-pagues. Umpouco de paciência e prática elogo você estará confeccio-nando suas iscas matadeirascom o seu estilo.

    Esta isca imita a ração uti-lizada na alimentação diáriados peixes. Pela sua consistên-cia e material de origem, é flu-tuante. O ideal é você tê-la dediversas cores: branco, azul,marrom, amarelo, vermelho eetc. Seu formato pode ser o depastilha tradicional ou então sequiser mais esmero, um aca-bamento arredondado na par-te de cima (contrária ao anzol)dá mais qualidade a isca.

    Material– Chinelos velhos e retalhos de

    EVA (utilizado principalmen-te por fábricas de brindespromocionais). Você podeencontrar a venda nas pape-larias em placas de diversostamanhos.

    – Anzóis de tamanhos varia-dos (de acordo com o tama-nho final da isca)

    Ferramentas– Estilete ou canivete– tesoura (para acabamento)– cola de secagem rápida– vazadores de diversos tama-

    nhos (utilizados principal-mente em artigos de couro)

    – palito ou ferramenta X (videfoto, para retirar a isca cor-tada de dentro do vazador).Para fazer este artefato bas-ta pregar um prego numcabo (de lima ou grosa).

    Preparando a isca1) O primeiro passo é simples

    e consiste em vazar o EVAou chinelo velho. Aqui o ta-

    facilitando na hora da fis-gada, pois vai ser mais difí-cil de confundi-la com a ra-ção verdadeira.

    8) Varas de ação rápida faci-lita na hora de ter uma res-posta mais rápida na fisga-da. Molinete ou carretilhavai depender do seu gostopessoal.

    9) Cevar o local com ração flu-tuante aumenta melhora emuito suas chances de fis-gar o seu troféu.Depois éarremessar sua isca paraperto e aguardar os rebojosdenunciarem peixes naárea. Sangue frio para es-perar o peixe abocanharpara fisgar e, aí é só apro-veitar a festa.

    10) Lembrar de sempre co-nhecer as regras locais.Cuidado ao manejar os pei-xes, principalmente os com

    dentição.Para estes tenhasempre um alicate de bicopara retirar o anzol. Maiscuidado ainda com os pei-xes com bocas frágeiscomo as carpas, neste casonão faça uso do alicate decontenção (boga grip ousimilar). Peixe grande ?Use sempre o passaguá!

    Ótimas pescarias!!!!

    (Mauro Yoshiaki Novalo)

    manho final da isca vai de-pender do diâmetro dovazador (então procure ad-quirir em diversos diâme-tros)Se você verificar que a es-pessura não é adequada oumenor do que o pretendido,cole uma na outra para ob-ter o desejado ou próximoda ração quando expandi-da em contato com a água.O detalhe do vazador vaipadronizar todas as iscasalém de um acabamentocom qualidade.

    2) Para colocar o anzol, fazeruso do canivete ou estilete,fazendo um corte sem mui-ta profundidade, o suficien-

    te para introduzir a haste doanzol.Para colar basta pingar umagota de cola de secagemrápida no corte e depois in-troduzir o anzol.Pronto sua isca está prontapara ser usada.

    Dicas1) Amassar a farpa do anzol

    é sinal de rapidez na horade soltar o peixe e, caso es-pete alguém, menos sofri-mento e dor para retiradado corpo.

    2) Sempre utilizar de óculos deproteção e boné

    3) Anzóis de tamanhos varia-dos tipo shinu são os indi-

    ARQUIVO PESSOAL

    De tamanhos variados: use a imaginação e inverta as cores

    Chinelos usados: ótima matéria-prima Retalhos de EVA

    cados pois caso entre umredondo de respeito vocêtem chance de tirar o bichãodágua. O tamanho respeitao diâmetro da sua isca.

    4) Use da imaginação e inver-ta as cores, fazendo uso detodas que tiver a mão. Po-dem ser de uma única corou então mescladas comcores variadas.

    5) Com a tesoura você podemelhorar o acabamento dasua isca, arrendondando aparte superior. Como qual-quer isca, essa também temde agradar primeiro ao pes-cador.

    6) Para lançar a isca nágua,utilize de uma bóia de arre-messo. Cortar um rabichode mais ou menos 60cm delinha monofilamento, amar-rar uma ponta na bóia e aisca de EVA na outra.

    7) Você pode cortar em diâ-metros menores para usarcomo indicadores nas iscasde cortiça ou pelo. Corescomo a branca e a amarelasão de ótima visualização.E esta é uma vantagem des-ta isca, pois são fáceis deserem vistas a distância,

    Material utilizado para a confecção

    Vazadores

    Ferramenta para retirar isca do vazador

    Cortando com o vazador

    Retirando a isca do vazador

    Anzol tipo shinu

  • São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010 JORNAL NIPPAK 9

    ARQUITETURA

    Parallel Nippon encerra itinerânciano Instituto Tomie Ohtake

    Aexposição “ParallelNippon – ArquiteturaContemporânea Japo-nesa 1996-2006” chega a SãoPaulo encerrando a suaitinerância pelo Brasil, inicia-da em abril de 2010, antes deseguir para os Estados Unidos.Com 124 obras, entre fotogra-fias, maquetes e origamis, opúblico poderá conhecer asobras arquitetônicas mais sig-nificativas construídas no Ja-pão ou realizadas no exteriorpor arquitetos japoneses, aolongo destes dez anos.

    Parceria entre a FundaçãoJapão e o Instituto TomieOhtake, contando com a coo-peração do Instituto de Arqui-tetura do Japão e ConsuladoGeral do Japão em São Paulo,a mostra reúne um time dosmelhores arquitetos, comoShigeru Ban, Tadao Ando, JunAoki, Yoshio Taniguchi, ToyoIto, Tomoyuki Utsumi, e aindaos suíços Herzog & de Meuron.

    A exposição traz ainda devolta para o Instituto TomieOhtake o escritório SANAA,de Ryue Nishizawa e KazuyoSejima – vencedores dowww.pr i t zke rp r i ze . comPritzker 2010 – e esta últimatambém curadora da últimaedição da Bienal de Arquitetu-ra de Veneza (2010). Antes dis-so, em 2008, o Instituto TomieOhtake apresentou a produçãodos arquitetos, reunindo cercade 40 projetos, entre os quais,em enorme maquete, o hojeconstruído e festejado projetopara o Politécnico de Lausanne,na Suíça.

    Novas direções – O conjun-to de trabalhos revela um pe-

    ríodo particular da sociedadejaponesa, com mudanças eco-nômicas e na política pública.Período em que foi adotado omodelo urbano do século 21,aproveitando o patrimônioconstruído, mas rumando paranovas direções. A mostra divi-de-se em quatro ciclos distin-tos: Cidade - o centro e a peri-feria; Vida - do nascimento aofuneral; Cultura - o meio am-biente, a informação e as ar-tes; e o da Moradia - adapta-ção ou afastamento?

    “Compreender porque aobra arquitetônica é construí-da e usada está relacionado acomo a cidade ou a região de-senha sua sociedade e comque visão.”, afirma o Prof. ti-tular de História da Arquitetu-ra da Universidade de Keio eum dos coordenadores da mos-tra, Riichi Miyake.

    No país, “Parallel Nippon –Arquitetura ContemporâneaJaponesa 1996-2006” passoupor Manaus, Belém, Brasília,João Pessoa, Rio de Janeiro,Curitiba e Porto Alegre. Foi ori-ginalmente apresentada no Ja-pão, em 2006, passando peloIrã, Luxemburgo, França, Ale-manha, Itália, Sudão, Argélia,México, Guatemala, Canadá eColômbia.

    EXPOSIÇÃO PARALLEL NIPPON -ARQUITETURA CONTEMPORÂNEAJAPONESA 1996-2006”QUANDO: ATÉ 30 DE JANEIRO DE2011. DE TERÇA A DOMINGO, DAS 11HÀS 20HONDE: INSTITUTO TOMIE OHTAKE - AV.FARIA LIMA 201 (ENTRADA PELA RUACOROPÉS, 88) PINHEIROS - SÃO PAULOTEL.: (11) 2245-1900ENTRADA GRATUITA

    DIVULGAÇÃO

    Museu de Arte Contemporânea do Século 21 de Kanazawa

    Escola Internacional Primária de Lille

    Galeria de Tesouros do Templo Horyuji, Museu Nacional de Tóquio

    KAMISHIBAI

    ‘O sumô dos ratos” é atração deste sábado na Fundação JapãoA Fundação Japão em São

    Paulo, dando continuidade asnarrações de estórias atravésde kamishibai (narração deestórias com utilização de pai-néis de desenho), apresentaneste sábado (11), “O sumôdos ratos”. Serão quatro ses-sões: às 14h (em japonês), às14h30 (em português), às 15h(em japonês), e às 1h50 (emportuguês).

    A origem do kamishibai re-monta à era Edo, mas foi di-fundido em todo o país por vol-ta dos anos 30. É uma arte di-recionada principalmente paracrianças onde um contadornarra teatralmente uma estó-ria mostrando desenhos. NoJapão, desde antigamente, ha-via-se o costume de contarestórias mostrando desenhos.Isto era chamado de “etoki”.

    Kamishibai contém deze-nas de desenhos sobrepostosmostrando o desenrolar deuma estória. O contador mos-tra à platéia o desenho na or-dem da estória e os vai nar-rando, interpretando cada umdeles.

    Por volta de 1946, o kami-shibai de rua começou a ficarpopular e os contadores de es-

    tória rodavam as ruas da cida-des levando na bicicleta o ka-mishibai e os doces. Eles cha-mavam as crianças batendo ascastanholas, vendiam os docese quando havia uma boa pla-téia começavam o kamishibai.Recentemente, em países comoVietnã e Laos, o resultado edu-cativo do kamishibai está sen-do bem avaliado. Diferente-mente de mídias unilateraiscomo a televisão, o kamishibaitem a característica de ser bi-lateral e criar uma ligação docontador com a platéia.

    KAMISHIBAI - TEATRO DEPAPEL PARA CRIANÇAS“O SUMÔ DOS RATOS”QUANDO: DIA 11 DE DEZEMBRO (SÁBADO)HORÁRIOS:14H – PRIMEIRA SESSÃO (JAPONÊS);14H30 – PRIMEIRA SESSÃO (PORTUGUÊS);15H – SEGUNDA SESSÃO (JAPONÊS);15H30 – SEGUNDA SESSÃO PORTUGUÊS)ONDE: BIBLIOTECA DA FUNDAÇÃO JAPÃOSÃO PAULO (AV. PAULISTA, 37, 2º ANDAR- PRÓXIMO À ESTAÇÃO BRIGADEIRO DOMETRÔ)ACESSO PARA PORTADORES DENECESSIDADES ESPECIAISENTRADA GRATUITAINFORMAÇÕES: (11) [email protected]ão quatro sessões: duas em português e duas em japonês

    DIVULGAÇÃO

    ARQUIVO/JORNAL NIPPAK

    BAIRRO ORIENTAL

    42º Toyo Matsuri aconteceneste fim de semana em SP

    Festival é prato cheio para quem gosta de danças folclóricas

    Grupo de dança da Acal é uma das atrações do Festival Oriental

    A Acal (Associação Cultu-ral e Assistencial da Liberda-de) realiza neste fim de sema-na (11 e 12), num dos princi-pais pontos turísticos de SãoPaulo, o Bairro Oriental, a 42ªedição do Toyo Matsuri.

    A abertura oficial do even-to, que comemora também oDia do Bairro da Liberdade,acontece por volta das 14h40no Viaduto Cidade de Osaka,sob o torii, com a celebraçãode um culto xintoísta. A ceri-mônia costuma reunir autori-dades e políticos, que, em se-guida caminham em direção aopalco montado na Praça daLiberdade, onde ocorrem osdiscursos e as apresentaçõesartísticas. Nesses dias, as prin-cipais ruas do bairro recebemuma decoração com bandeirastípicas, conhecidas como“nobori”.

    Haverá apresentação dedanças folclóricas orientaiscom participação de dançari-nas de várias associações (Ha-nayagui Kiryu Kai, RepresaAwaodori, Acal/Shinsei, TotoriKenjin Kai, Mimbu RibeirãoPires/Shinsei Acal e Shinsei/Ryukyu Koku/Matsuri Daiko),apresentação de grupo detaikô (Ryukyu Koku MatsuriDaiko), ginástica (Radio Taiso/Liberdade e AssociaçãoKenko Taiso do Brasil) showmusical e karaokê comanda-das pelos apresentadores da

    Rádio Nikkey, Paulo Miyaguie Mieko Senaha, e atraçõesdirecionadas ao público jovem:bandas de J-Pop, J-Rock eanimês (Mech, Nouhaw,Nameless, X-Rated), demons-trações de artes marciais(karatê Kyokushin Oyama eaikidô), de ioiô e cosplay.

    Uma das novidades será aapresentação conjunta doSeinen da Acal com o RyukyuKoku, no sábado.

    No sábado, as apresenta-ções tem início às 14 horas eno domingo, por volta do meio-dia. Nos dois dias, os visitan-tes poderão conferir ainda osprodutos da tradicional Feirade Artesanato da Liberdade,que funcionará normalmente.

    Segundo o presidente daAcal, Hirofumi Ikesaki o ToyoMatsuri se caracteriza por pre-servar o tradicional. “Às ve-zes, as pessoas criticam pelofato de repetirmos sempre asmesmas atrações, mas tradi-ção é isso e não dá para mu-dar”, justifica ele, acrescentan-do que, aos poucos, o festivalestá abrindo espaços para asmodalidades mais jovens.(Aldo Shiguti)

    42º TOYO MATSURI –FESTIVAL ORIENTALQUANDO: DIAS 11 E 12 DE DEZEMBRO, APARTIR DO MEIO-DIA (ATRAÇÕES DE PALCO)ONDE: PRAÇA DA LIBERDADETEL.: 11/3208-5090

  • 10 JORNAL NIPPAK São Paulo, 09 a 15 de dezembro de 2010

    RECICLAGEM

    Frascos de leite fermentadoYakult viram adorno de Natal

    O atacante Ronaldo admi-tiu nesta terça-feira (7) que épai de Alex, fruto de um rela-cionamento com uma nikkei,Michele Umezu, no Japão,quando ele defendia o RealMadrid - o time espanhol es-tava em pré-temporada naÁsia em julho de 2004.

    A confirmação do atacantefoi dada via Twitter - rede demicroblogs na internet. “O re-sultado do exame comprovou oque meus sentimentos me mos-traram na hora em que vi oAlex. Alex é meu filho, irmãode mais de mais 3 crianças lin-das como ele. E me terá sem-pre como pai para todos praze-res e deveres. Seja bem vindo”.

    Segundo a advogada daação, Cely McNaughton, “amãe ficou feliz com a atitudedo craque, mas não surpresa”.“Ele (Ronaldo) está demons-trando atenção. O encontrodele com o Alex foi emocio-nante. O Alex já chegou pu-lando no colo do Ronaldo, abra-çou ele logo que viu. Depoisos dois conversaram bastan-te”, continuou a advogada. “OAlex é uma criança engraça-da, todo mundo em volta, ali nolaboratório (onde ambos cole-taram sangue para o exame de

    FUTEBOL

    Jogador Ronaldo anuncia queé pai de garoto de 5 anos

    DNA), ria.”Michelle Umezu, que vivia

    em Cingapura até o começo doano, está desde o primeiro se-mestre morando na casa dairmã, em São Paulo, e aguar-da a decisão do juiz sobre apensão para definir o rumo desua vida com o filho.

    Se a decisão for continuarna capital paulista, Alex serábem recebido na família do pai.“No que depender de nós, oprocesso de familiarização sedará de forma natural. Sem-pre pensando no bem estar dos4”, escreveu Bia Antony, mu-lher do jogador, no Twitter.Dona Sônia Nazário, mãe deRonaldo estava ao lado danora no momento do post ecompletou: “No coração deavó sempre cabe mais um”.

    Segundo Michele, o filho jásabe há algum tempo que Ro-naldo é seu pai: “Alex é umacriança muito inteligente e sen-sível. Ele sabe que o homemque chama de pai, não é naverdade seu pai biológico.Acredito que devo educar meufilho com a verdade. Tenhoque ser muito cuidadosa paraque toda essa história não dei-xe marcas no futuro”.

    (do Ig Gente)

    HOME THEATER

    Sony amplia linha com DVD apreço acessível

    Chega ao mercado aindaeste mês mais um modelo deHome Theater com DVD daSony: o DAV-TZ130. Além dodesign slim com 5.1 canais epotência total de 300W RMS,o Home Theater é o modelomais barato da Sony sendouma excelente opção na horade presentear no Natal.

    A qualidade da reproduçãodos conteúdos é garantida como Upscaling de DVD, recursoque converte sinal do DVDconvencional de 480p para720p /1080i/1080p, proporcio-nando melhor qualidade na re-produção de vídeo em TVs dealta definição.

    O DAV-TZ130 reproduzvídeos nos formatos Divx,MPEG4, músicas nos forma-tos MP3, WMA, AAC e fotosJPEG com o uso da entradaUSB frontal. O amplificadorDigital S-Master (24 bits) pro-porciona menor distorção dosom mesmo em volumes ele-

    vados. Para reproduzir filmese música com a máxima quali-dade, o produto possui equali-zações predefinidas, potenci-alizando o áudio no modo “mú-sica” e modo ‘filme”.

    É equipado com a tecnolo-gia Bravia Sync, que permitea operação integrada do HomeTheater com a TV Bravia, viaconexão HDMI, para reprodu-zir, ligar e desligar o sistemacom um simples toque de bo-tão.

    O preço sugerido para oDAV-TZ130 é de R$ 699, como cabo HDMI incluso. Todosos produtos podem ser adquiri-dos pelo site www.sonystyle.com.br, nas SonyStyle Store doShopping Cidade Jardim eBourbon Shopping Pompéia(São Paulo), Park Shopping(Brasília), BarraShopping (Riode Janeiro), Salvador Shopping(Salvador) e BarraShoppingSul(Porto Alegre) ou nas