revista negócios - ed. 07

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das associações empresariais do Vale do Itapocu Móveis personalizados com toque artesanal Aclino Feder aprendeu as técnicas para produzir estofados e móveis ainda jovem. O espírito inovador o fez criar a Berlim Ambientes, que ganhou as telas da TV Empreendedorismo: Fibra de bananeira transforma-se em decoração Entrevista: Vicente Donini e as proposições para a diretoria da Fiesc Ano 2 | nº 7 Junho e Julho de 2010 R$ 8,90

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Revista empresarial da ACIJS, de Jaragúa do Sul. Produzida Pela Mundi Editora. Blumenau / SC

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das associações empresariais do Vale do Itapocu

Móveis personalizados com toque artesanalAclino Feder aprendeu as técnicas para produzir estofados e móveis ainda jovem. O espírito inovador o fez criar a Berlim Ambientes, que ganhou as telas da TV

Empreendedorismo: Fibra de bananeira transforma-se em decoração Entrevista: Vicente Donini e as proposições para a diretoria da Fiesc

Ano 2 | nº 7Junho e Julho de 2010

R$ 8,90

O que será de 2010? É o que todos se pergun-tavam, principalmente os empresários. Afinal, não se falava em outra

coisa, a não ser em Copa do Mundo e eleições. Sem falar na crise mundial, que assombra os países europeus.

Mas diante deste quadro de incerte-zas, como empresário, só tenho a dizer que não podemos parar e ficar esperan-do as coisas acontecerem.

Com muito orgulho e satisfação as-sumi a Presidência da Associação Em-presarial de Corupá (ACIAC) este ano, ciente de que preciso prestar um bom trabalho a exemplo das gestões anterio-res.

Confesso que está sendo um grande desafio pessoal, pois estou rompendo a barreira de falar em público. Mas sei também que de nada valem mil pala-vras sem resultados.

Através do planejamento estratégi-co elaborado pela diretoria, tenho cer-teza de que só com muito otimismo e muita dedicação poderemos alcançar os objetivos traçados.

Aliás, este ano será marcado tam-bém pela comemoração dos 25 anos de fundação da ACIAC, criada no dia 30 de outubro de 1985, na época, composta por 38 sócios-fundadores. E para celebrar esta data, vamos pro-mover um evento comemorativo, que possa envolver toda a sociedade corupaense.

Durante esta jornada de 25 anos, ti-nha-se um sonho, o de construir a sede própria, que foi gloriosamente conquis-tado pelos integrantes da ACIAC. A obra foi inaugurada em 11 de dezem-bro de 2001, e contou com o apoio de 100 associados.

Hoje, a ACIAC já conta com um nú-mero ainda maior de associados, são 160 e estamos lutando para unir ainda mais a classe empresarial.

Como objetivos de meu mandato, tenho como premissa o fortalecimento do associativismo, bem como a melho-ria dos processos de gestão da entidade e a representatividade regional e esta-dual da ACIAC.

Não podemos parar no tempo e já temos como meta a ampliação da sede,

para atender ainda melhor os associa-dos. Será mais um desafio, assim como foi a construção das atuais instalações, mas acredito que posso contar com o apoio de todos novamente nesta em-preitada.

Temos como missão, além do asso-ciativismo, o estímulo ao empreendedo-rismo, visando ao desenvolvimento só-cioeconômico sustentável do município e região. Para isso, os núcleos setoriais fortalecidos serão de fundamental im-portância.

Só se consegue chegar ao final se houver um começo, e estou preparado para continuar desafiando 2010 com otimismo e perseverança.

Vamos continuar lutando, pois só assim podemos comemorar cada sonho realizado!

Rene MahnkePresidente da Associação Empresarial de Corupá (ACIAC)

Comemoração e desafios em 2010

editorial

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Projeto idealizado pelo empresário Carlos Rodolfo Schneider, presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), propõe a redução da carga tributária no País. Chamado de Movimento Brasil Eficiente, ele também pretende racionalizar o gasto público e incluir o valor dos impostos nas notas fiscais.

10. Menos tributosA Fibras Ramisa, de Corupá, é exemplo de como uma ideia na cabeça e senso de empreendedorismo transformam resíduos de bananeiras em objetos de decoração. A empresária Sandra Luiza Tamanini mostra que, além de garantir o sustento da família, ajuda a gerar novos empregos.

16. Economia da banana

Soluções em móveis para residências e escritórios. Com espírito empreendedor, Aclino Feder criou a Berlim Ambientes há 37 anos. Com a fábrica em Guaramirim, a empresa tem 14 pontos de vendas exclusivos, que se renovam a cada dia.

12. Foco na satisfação do cliente

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sumário

A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) lançou o projeto Voz Única com o intuito de contribuir para a melhoria da gestão pública no próximo mandato, que terá os gestores eleitos em outubro deste ano.

34. Gestão pública

Conselho EditorialBeatriz Zimmermann (ACIJS)Jean Carlo Chilomer (ACIAC)

Francisco Ricardo Schiochet (ACIAS)Rogério Souza Silva (ACIAG)

Ronaldo Corrêa (CEJAS)Danielle Fuchs (Mundi Editora)

Edição Gisele Scopel (SC 02807 JP) [email protected]

Textos Texto Livre Serviços de Imprensa

Fotos Ronaldo Corrêa, Flávio Ueta

e divulgaçãoFoto de capa

Daniel Zimmermann Gerente de Arte e Desenvolvimento

Rui Rodolfo Stüpp [email protected]

DiagramaçãoTiago de Jesus

Gerente comercial Eduardo Bellidio

[email protected] Comercial

Denilson Mezadri [email protected]

Editora-chefe Danielle Fuchs

[email protected] executivo

Niclas Mund [email protected]

Rua Almirante Barroso, 712 - Sala 2 Vila Nova - Blumenau/SC - CEP. 89.035-401

Tel.: (47) 3035-5500 - www.mundieditora.com.br

Esta é uma publicação das associações empresariais do Vale do Itapocu: Jaraguá do Sul (ACIJS), Corupá (ACIAC), Guaramirim (ACIAG), e Schroeder (ACIAS). Mais informações no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (CEJAS), na

Rua Octaviano Lombardi, 100 – (47) 3275-7000.

TIRAGEM 3.000 exemplares

E-mail parasugestão de reportagens

[email protected]

2011 será um ano de eleições na diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O empresário de Jaraguá do Sul Vicente Donini colocou-se como candidato à Presidência da entidade em maio desse ano e fala à Revista Negócios sobre a participação no movimento associativista, em Jaraguá do Sul, e as propostas para o cargo.

20. Entrevista

A Portaria 1.510, que re-gulamenta o registro eletrônico de ponto, publicada em dia 21 de agosto de 2009, tem

sido fonte de grande polêmica. Primei-ramente, com a exigência do software que teve prazo de 90 dias para regula-rização e já está em vigor. As empresas devem preocupar-se em conseguir com-provar que estão totalmente de acordo com as exigências legais.

A segunda etapa vence no dia 21 de agosto de 2010. As exigências são referentes aos equipamentos utilizados. Neste caso, há diversas regras a serem seguidas e que também geram maior insatisfação, pois dependem de investi-mento significativo.

Nesta portaria foi criado o Registra-dor Eletrônico de Ponto (REP), o que im-plica diversas mudanças representativas. O REP não pode estar ligado a catracas, precisa de saída no padrão USB e um botão para a geração de relatório dos registros gerados nas últimas 24 horas.

O equipamento tem uma impresso-ra fiscal e emite um comprovante a cada

direitos & deveres

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Ponto eletrônico gera discussões

Luciano de Liz BarbozaPresidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Regional de Jaraguá do Sul (ABRH)

Empresas precisam adaptar-se à regra a partir de agosto

marcação. Acredito ser este o maior in-cômodo, pois gera papel em cada ba-tida de ponto, além de o colaborador ter que arquivar um volume expressivo. Ainda vai contra a gestão ambiental, objetivo de empresas e da sociedade.

Esta impressão traz algumas novida-des, pois o REP não funciona sem papel e este processo de impressão deve redu-zir a capacidade de cada relógio em até 50%. Para algumas empresas, significa adquirir mais um relógio para manter o fluxo de batida nos momentos de pico. Não é possível utilizar o REP para mais de um CNPJ, o que era permitido an-teriormente. Além disso, ele tem uma memória que, quando preenchida, ob-soleta o equipamento e exige a compra de um novo. Não é autorizado trocar a memória, que é fixa.

Então, como podemos perceber, a necessidade de equipamentos passa a ser maior do que a atual, pois somente pode ser aproveitada parte dos equipa-mentos mais modernos e muitos hoje utilizados são simplesmente descarta-dos, mesmo que estejam funcionando.

O preço do equipamento varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil, sem contar o inves-timento mensal em bobinas e alguém para trocar com antecedência e evitar travamento quando há maior fluxo.

Muitas empresas ainda não adquiri-ram a nova máquina, enquanto os for-necedores já estão pedindo de 45 a 60 dias de prazo para entrega, o que sig-nifica que não terão os equipamentos

instalados até o dia 21 de agosto, que é o prazo final.

Também é fato que os fornecedores não conseguirão atender à demanda e existe muita especulação de que esta data será prorrogada, assim como a lei das cadeiras para segurança das crian-ças no transporte de veículos que pas-sou para setembro de 2010. Ninguém acredita que a lei vai mudar no que diz respeito à exigência da impressora, por-ta USB, gerador de relatórios etc., pois além do posicionamento do Ministério do Trabalho, que não abriu espaço para negociações, também temos a realidade que as empresas de hardware já fizeram investimentos altíssimos em desenvolvi-mento, fabricação e homologação des-tes equipamentos.

O que vemos novamente é a reali-dade que vem se tornando uma prá-tica, poucos pagando por alguns que não cumprem a legislação. Lembrando que esta mudança não garante que aqueles que não eram corretos fiquem impossibilitados de burlar novamente o sistema e continuar sonegando para o governo e negando o direito de seus co-laboradores. Não acredito que existe lei capaz de construir ética e boa conduta, para estes casos funciona muito melhor a fiscalização.Fornecedores já estão

pedindo de 45 a 60 dias de prazo para entrega

MERCADO Como o

SELETIVO

Quem éPARA

PÓS-GRADUAÇÃO FAE

Se as empresas estão cada vez mais criteriosas em seus processos de seleção, você também precisa ser mais exigente com sua própria formação. A solução tem apenas três letras: FAE. Com mais de 35 anos de tradição, a FAE Business School oferece cursos de pós-graduação nas áreas de Gestão e Negócios, que, com uma proposta inovadora e flexível de ensino e corpo docente qualificado, apresentam um sistema que permite a você compor sua própria grade de disciplinas.

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canal aberto

Nossas empresas serão melhores se nós

também pudermos ser melhores como

pessoas”

Christiane Hufenüssler, vice-presidente de Marketing da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), sobre a importância do viés social na atividade empresarial

frase

A Prefeitura de Gua-ramirim firmou parceria com o curso de Medicina da Univille para atendi-mento médico no Hospi-tal Municipal Santo Antô-nio. A ideia é contar com professores e residentes, para ampliar o atendimento no hospital. Convênios do mesmo porte são mantidos pela Univille junto aos hospitais São José e Regional e a Maternidade Darcy Vargas, em Joinville. Atualmente, a Prefeitura investe, por mês, R$ 420 mil para manter a estrutura, que tem 47 leitos e pode chegar a 90. Hoje, cerca de 40 cirurgias por mês são feitas em Jaraguá.

em alta X em baixa

“Sem mobilização das lideranças, o projeto da Dele-gacia da Mulher, que vai atender Jaraguá do Sul e região, ainda vai levar tempo para ser realidade”. Foi o recado da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Silvana Passold, na ACIJS. O Governo do Es-tado determinou, há alguns meses, a criação da dele-gacia, mas ainda não está funcionando para o aten-dimento de ocorrências. “A última notícia é de que fal-tava apenas a instalação de computadores, mas ainda não aconteceu”, disse.

Saúde ampliada Atenção à mulher

tribuna

A WEG não cansa de co-lecionar prêmios. Desta vez foi na 14ª edição do Prêmio Paint e Pintura, em que a empresa conquistou pela terceira vez consecutiva a primeira coloca-ção no setor “Melhor Indústria de Tintas em Pó”, e também foi premiada em mais três ca-tegorias.

Além da distinção no seg-mento, a WEG também ficou com as medalhas de prata nas categorias “Fabricante de Tin-tas Líquidas” e “Fabricante de Tintas para Pisos e Pisos Indus-triais”, e o diretor Reinaldo Ri-chter recebeu o prêmio “Perso-nalidade Dirigente da Indústria de Tintas”.

Considerada a mais impor-tante premiação do setor, a iniciativa é organizada pela Revista Paint & Pintura, por meio de pesquisa que a publicação realiza com os principais fornecedo-res de tintas do mercado. Ao todo são 53 categorias incluindo fornecedores, personalidades, anúncio do ano, empresa master e sete segmentos para as melhores indústrias de tintas.

“Ao longo da história da premiação temos sido indicados em diferentes categorias e conquistado a maior parte dos prêmios. Isso evidencia a consis-tência da WEG na área de tintas, oferecendo produtos da mais alta tecnologia e o compromisso com nossos clientes”, ressalta Reinaldo Richter.

Reconhecimento à WEG Tintas

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reportagem especial

Com o objetivo de re-duzir a carga tributá-ria do País, raciona-lizar o gasto público e incluir o valor dos

impostos nas notas fiscais, o Movi-mento Brasil Eficiente foi lançado no dia 20 de julho, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. Apoiado por cerca de 30 entidades do setor produtivo, o movimento foi idealiza-do pelo empresário Carlos Rodolfo Schneider, presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), com o apoio dos economistas Paulo Rabello de Castro, colunista da revista Épo-ca, e Raul Velloso, especialista em contas públicas. De caráter supra-

partidário, a iniciativa pretende re-duzir a carga tributária brasileira de 35% para 30% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020. Para viabilizar a proposta, a ideia é limitar os gastos públicos correntes, como a contra-tação de funcionários e a concessão de aumentos reais de salários aos servidores, abaixo do crescimento do PIB. Segundo os coordenadores do movimento, só assim será possível o governo aumentar seus investimen-tos e o País crescer em média 6% ao ano até 2030. Caso contrário, se a atual carga tributária for mantida, o crescimento deverá se limitar a ape-nas 3,5% ao ano. A diferença seria equivalente a um Brasil atual, segun-

do Rabello de Castro. O economista Yoshiaki Nakano,

diretor da Escola de Economia da FGV, disse que, historicamente, o crescimento do gasto público aca-ba funcionando como um obstáculo para a elevação dos investimentos ser sustentável. “Todas as vezes que os investimentos alcançam 18% a 19% do PIB, o tamanho do Executivo e as despesas do governo ou geram inflação ou levam ao aumento do déficit em conta corrente”, afirmou.

Raul Velloso lembra que os gastos correntes aumentaram de 13,2% para 17,5% do PIB en-tre 1995 e 2009 – uma diferença que, em valores atuais, representa

SC à frente por um Brasil EficienteProjeto defende redução de impostos de 35% para 30% do PIB até 2020

Carater suprapartidário do Movimento Brasil Eficiente, lançado em julho, na Fundação Getúlio Vargas, reuniu políticos e entidades do setor produtivo para falar sobre a alta carga tributária do País

Personalidades receberam o documento do Movimento Brasil Eficiente, entre elas, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto com o presidente da ACIJ, Carlos Rodolfo Schneider

R$ 143 bilhões ao ano. No mesmo período, a arrecadação subiu de 14,2% para 19,5% do PIB, o equiva-lente a R$ 167 bilhões. No total, se-gundo Velloso, cerca de 100 milhões de pessoas dependem hoje de algu-ma forma de pagamentos da União. “É uma encruzilhada. O investimen-to privado não encontra espaço para se expandir”, disse. “Corremos o risco de o País voltar a enfrentar um problema de solvência”.

“Fazer com que a despesa pú-blica cresça menos, ela não preci-sa parar de crescer, basta que ela cresça menos do que o PIB para a gente criar um espaço para reduzir carga tributária”, diz Carlos Schnei-der. Segundo ele, com a diminuição nas despesas, o objetivo é ter mais

recursos para investimentos. E, con-sequentemente, maior crescimento. Paulo Rabello de Castro entende que “o Brasil estando maior, muscula-se para que ele tenha mais investimen-tos, mais gastos em educação, saúde que é necessário. As pessoas vão se sentir mais confortáveis. É como se a quantidade de oxigênio para os bra-sileiros aumentasse sob a forma de um aumento de renda”.

O movimento encaminhou as propostas aos principais candidatos à Presidência da República. “A pa-lavra de ordem é: o Brasil acumu-lou competências, condições pra reduzir o gasto público e a carga tributária. Vamos tentar fazer isso, esse é o Brasil Eficiente”, comple-ta o economista Julio Gomes de

Almeida. O presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS), Durval Marcatto Jr., que acompa-nhou o evento de lançamento em São Paulo, define a proposta como um exercício de cidadania que pre-cisa da adesão de toda a socieda-de para uma efetiva cobrança aos governantes para que cumpram o compromisso de reduzir o “Custo Brasil”, melhorando a infraestrutura e impulsionando a produção. “São necessidades como a ampliação das fontes de energia e dos modais de transporte, nos investimentos em pesquisas e na produtividade com sustentabilidade ambiental, na edu-cação e treinamento, entre outras que permitirão a construção de um Brasil digno para todos”, resume.

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F oi em 1973 que Aclino Fe-der tomou a iniciativa de montar a indústria Berlim, em Guaramirim, com a in-tenção de produzir estofa-

dos e camas turcas. Produto inovador para a época, a cama com estrado em tiras de borracha revestido com tecido de alta resistência ganhava espaço no mercado e garantia ao pequeno negó-cio boas perspectivas de sucesso.

O espírito empreendedor e a von-tade de inovar, entretanto, não dei-xavam Feder acomodar-se. Dos tem-pos de garoto, em Luis Alves, onde nasceu, manuseando ferramentas e ajudando, desde os oito anos, o pai na fabricação de mesas e cadeiras e depois, já adolescente, aprendendo

com um tio as técnicas para produzir estofados e móveis, Feder sempre teve motivação para buscar conhecimento e especializar-se no negócio próprio. Dos móveis de cozinha planejados, a empresa passaria a oferecer soluções para toda a residência, da cozinha à área de serviço, dormitório, closet, home-theater e home-office.

Atuando em um segmento em que o diferencial conquista o cliente, a Ber-lim ampliava e modernizava a fábrica construída próxima da BR-280. Em uma área de 54 mil metros quadra-dos, 8,5 mil deles, de área construída, a Berlim fabrica os produtos em MDF aliados à tecnologia europeia do tam-burato, que proporciona robustez, re-sistência e durabilidade aos produtos.

A fabricação dos móveis é auto-matizada através de maquinários in-formatizados, porém sem dispensar o toque manual e artesanal que dão ao produto um ar de personalização, exigido, principalmente, para atender projetos exclusivos de arquitetos e de-coradores. “Em função da ausência da mão de obra especializada na região, investimos no desenvolvimento e for-mação dos profissionais internamen-te”, explica o empresário.

Uma preocupação de Feder é com o custo agregado ao produto. Como o processo de fabricação envolve tec-nologia de ponta e todos os detalhes para atender a projetos sob medida, o trabalho envolve muita mão de obra e, com a alta carga tributária, acaba

O criador da Berlim Ambientes, Aclino Feder, conquistou o mercado pela inovação na indústria de móveis e tornou-se referência graças ao dinamismo e à simplicidade na gestão empresarial

destaque empresarial

Quando nome e marca se confundem

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Fotos Daniel Zimmermann

refletindo no preço do produto. O empresário define a Berlim como uma

empresa que aos 37 anos se renova todos os dias. “Nosso desafio é encantar o consumidor exigente, que busca inovação e qualidade su-perior, tanto em produto quanto em serviço”, garante Feder. Essa visão e o acompanhamen-to de todo o processo estão no DNA do empre-sário, hoje simplesmente o “Senhor Berlim”.

A Berlim Ambientes aposta na diferenciação, aliando tecnologia europeia aos produtos

destaque empresarial

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Em 2004, a marca Berlim ganhou visibilidade nacional graças ao reality show Big Brother Brasil, da Rede Glo-bo, praticamente impondo uma gui-nada no projeto da empresa na am-pliação de lojas exclusivas. “Como o nosso negócio é muito dirigido, pois a produção é personalizada, o progra-ma atingiu nosso público-alvo, que são os arquitetos. Passamos a ser mui-to mais conhecidos em todo o Brasil”, reconhece senhor Berlim.

Hoje, são 14 lojas que funcionam como pontos de vendas exclusivos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Paraíba, entre outros, além das lojas em Santa Catarina.

Os pontos de venda são exclusivos da marca. A expectativa de crescimen-to para o período 2010 e 2011 é de 15%, com a inauguração de duas novas lojas na capital paulista no se-gundo semestre. Feder aponta os constantes investimentos em design, tecnologia, pesquisa e qualificação dos 70 empregados da Berlim como estratégicos para que a empresa se antecipe às tendências do mercado. “Com isso, compreendemos as neces-sidades e desejos dos clientes, trans-formando ideias em produtos”.

Anualmente, uma equipe de de-sign e lojistas vai à feira de Milão, na Itália, considerada principal referên-cia do segmento, para saber o que o mercado deseja. “Alguns anos atrás, o que era lançado em Milão demo-rava de dois a três anos para chegar ao Brasil. Hoje, chega no mesmo ano. Exemplo disso é o padrão líneo, vede-te da feira de 2009, que foi inspirado no clássico tecido e lançado no mes-mo ano, na nossa linha de dormitórios e até em cozinhas”.

BBB abriu portas em todo o Brasil

A marca ganhou ainda mais visibilidade ao aparecer em um reality show. São 14 pontos de venda em vários estados brasileiros

destaque empresarialFotos D

aniel Zim

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ann

Aclino Feder foi um dos fundadores da Asso-ciação Empresarial de Guaramirim (ACIAG), que presidiu por dois anos no final da década de 1980. Hoje, integrando o Conselho Superior, avalia que a entidade cresceu muito e tornou-se uma das mais ativas do Estado.

“Guaramirim vive um momento positivo na economia e a associação está presente neste de-senvolvimento buscando soluções para as questões que precisam ser resolvidas”, diz o empresário, preocupado com o futuro da região. “Se quiser-mos ter qualidade é preciso repensar muito o pla-nejamento das nossas cidades, cuidar da questão ambiental, da mobilidade urbana e da qualidade de vida. Não adianta termos as melhores empre-sas, os melhores produtos, se não tivermos o bem--estar da nossa comunidade”, cita lembrado os problemas de infraestrutura. “Nossa região cres-ce muito e rapidamente, não teremos condições de acompanhar esse crescimento se não tivermos acessos mais eficientes ligando as nossas cidades aos outros centros”.

A paixão pelo associativismo é compartilhada por uma preocupação do empresário com a pre-servação da cultura italiana. Membro da Associa-ção Italiana de Guaramirim, que atua na promoção da etnia com intercâmbios e eventos como a Festa Della Porchetta.

Entusiasmo com o associativismo e a cultura

Qualidade da matéria-prima e inovação nos processos de produção são a garantia de móveis que aliam beleza e conforto

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O negócio iniciado em 1º de agosto de 2005 por Sandra Luiza Tamanini já ganhou o mundo da televisão, de-corando cenários de nove-

las da Rede Globo, mas também está presente na casa de quem não tem a chance de contracenar com Tony Ramos, Maitê Proença ou Reynaldo Gianecchini.

É com a industrialização da fibra de bananeira que a ex-agricultora entrou para o mundo dos negócios, a partir de um curso organizado pela Epagri – órgão do Estado que cuida do desen-volvimento de pesquisa e de atividades de extensão relacionadas a agricultura

– e apoiado pela Prefeitura, Sebrae e instituições de ensino da região. Da produção de pequenos objetos que re-vestia com o material, vendidos como lembrança em feiras de artesanato em Corupá e municípios vizinhos, Sandra sentiu que não poderia parar.

Frequentando cursos e reuniões com técnicos que orientaram para as várias possibilidades de aplicação da fibra, ela resolveu alçar um voo maior. Hoje, praticamente 90% do trabalho, que começou na própria casa onde mora, no interior de Corupá, e há um ano ganhou um pequeno prédio, que já está sendo ampliado no bairro Nereu Ramos, são voltados a indústrias de es-

tofados e de móveis em geral, além de artigos de decoração. Empregando 17 pessoas da própria localidade, Sandra conseguiu convencer o marido Ramiro a deixar a lavoura e o aviário que man-tinham para ser o administrador da empresa. Junto com o casal estão os três filhos e a sogra de Sandra.

Atualmente, a Fibras Ramisa pro-cessa mensalmente cerca de 200 me-tros de fibra recolhida nos bananais da região, que ela espera dobrar até o fi-nal do ano. Um estudo informal indica que anualmente são cortados em tor-no de 9 milhões de pés de banana, mas grande parte ainda fica sem aproveita-mento. “Posso assegurar que ainda há

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Sucesso de fibraEmpresária Sandra Luiza Tamanini, de Corupá, faz dos resíduos de bananeiras matéria-prima para setor de móveis e decoração, demonstrando viabilidade econômica do material antes descartado

empreendedorismo

muito espaço para crescer. Comecei do zero, sem conhe-cer nada do assunto e graças ao apoio que recebi, hoje, estou gerando emprego e renda na nossa comunidade”, fala com orgulho a empreendedora.

O sorriso que Sandra abre ao comentar que o resulta-do do trabalho da empresa já apareceu em novelas como Caminho das Índias e, atualmente, em Passione, via Esto-fados Jardim, um dos fabricantes para quem fornece, é o termômetro deste sucesso. Para chegar a este patamar, entretanto, a produtora investiu não apenas na ampliação física da empresa como em equipamentos como estufas e processadores do material recolhido das plantações. “Nosso maior problema é com a mão de obra, porque é uma atividade que ainda não desperta tanto interesse. As pessoas fazem a opção pelas indústrias, mas com o cres-cimento do setor espero que isto mude para podermos ampliar os negócios”.

Comecei do zero, sem conhecer nada do assunto e graças ao apoio que recebi, hoje,

estou gerando emprego e renda na nossa comunidade”

Sandra Luiza Tamanini,proprietária da Fibras Ramisa

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empreendedorismo

Em Jaraguá do Sul, a banana tam-bém ganha espaço ao lado da pro-dução industrial. Dados da Secretaria Municipal de Agricultura revelam que a bananicultura é a principal ativida-de agropecuária da cidade, com a maior área de cultivo, somando 22,5 mil hectares. O setor é fonte de renda de mais de 250 famílias jaraguaenses, o que representa o sustento de cerca de 1,2 mil pessoas.

Desde 1992, o segmento se orga-niza através da Associação de Bana-nicultores de Jaraguá do Sul (Abajas),

que atualmente contabiliza 172 só-cios e 1,1 milhão de pés de banana. Juntos, os associados da Abajas co-mercializam 1,4 milhão de caixas de banana ao ano.

Somente em vendas, os produto-res associados movimentam R$ 7 mi-lhões. Mas a economia gerada atra-vés do cultivo de uma das frutas mais populares do País vai além. Levanta-mento realizado pela própria Abajas demonstra que a bananicultura utili-za 35 mil sacas de adubo a cada ano, sendo que cada saca com 50 quilos

tem um custo de R$ 45,00. O setor consome ainda 17,5 mil litros de óleo mineral, 350 litros de fungicidas, 1,4 milhões de caixas de madeira, 1,4 mi-lhões de sacos plásticos e 83 mil litros de óleo diesel anualmente. “A bana-nicultura movimenta a economia da cidade. Se somarmos manutenção de máquinas, mão de obra terceiriza-da e todos os insumos, são R$ 11,2 milhões ao ano. Precisamos de mais apoio técnico e mais incentivo”, ex-plica o tesoureiro da Abajas, Renato Schuster.

Produção da fruta cresce em Jaraguá do Sul

O cultivo da banana gera sustento para cerca de 1,2 mil pessoas em Jaraguá do Sul

Com 12,5 mil habitantes, 3,5 mil morando na área rural, Corupá tem na bananicultura uma das principais fontes da economia, ao lado da floricultura, silvicultura, rizicultura, avicultura e pecuária. A produção de banana colocou o município como a capital catarinense da fruta. As condições climáticas nas encostas da Serra do Mar, a maior amplitu-de térmica, as chuvas bem distribuídas e a fertilidade natural do solo fazem de Corupá o maior produtor de bananas de Santa Catarina. O município ocupa o segundo lugar do ranking brasileiro na produção de bananas, superado somente por Venceslau Guimarães, na Bahia.

Atualmente, o município conta com 5 mil hectares da fruta, segun-do o IBGE, produzindo 150 mil toneladas por ano e beneficiando 700 famílias produtoras. Dessas, 499 são sócias da Associação de Bananicul-tores de Corupá (Asbanco), que responde por 22,6% da produção ca-tarinense. O setor gera cerca de 2 mil empregos diretos e 900 indiretos. Do volume produzido, 15% é exportado para a Argentina e Uruguai.

Além da extração e processamento da fibra para a confecção de ar-tesanato (cestas, bolsas e bijuterias) e revestimento de estofados e cerâ-micas de decoração, a diversificação das atividades dos bananicultores de Corupá vem apontando bons resultados com os produtos derivados da fruta (cachaças, licores, doces, pastas e balas).

Base da economia local

Em Corupá, a cultura da banana cria quase 2 mil empregos diretos

Em prol do associativismo“Fiesc deve induzir o desenvolvimento econômico”, defende Vicente Donini

A eleição para a escolha da nova diretoria da Federação das Indús-trias de Santa Catari-na (Fiesc) está prevista

para março de 2011. Mas em agosto do ano passado, os ventos de mu-dança começaram a se manifestar com intensidade a partir da decisão tomada pelo empresário de Jaraguá do Sul Vicente Donini, até então ocu-pando função de diretor-secretário na atual diretoria. Ele optou por desligar--se do mandato. A atitude do empre-sário ganhou as colunas de economia e movimentou o setor produtivo, provocando reflexões e deixando dú-vidas no ar. Historicamente ligado ao movimento associativista em Jaraguá e no Estado, Donini desde a primei-ra manifestação deixou claro que a decisão fora tomada unicamente por não concordar com a forma de ges-tão da diretoria da qual fazia parte, porém, em momento algum colocou a possibilidade de um rompimento com o presidente Alcantaro Corrêa ou de afastamento definitivo do Sis-tema Fiesc. Em maio deste ano, Doni-ni retornaria à entidade para oficial-mente se colocar como candidato à Presidência da Fiesc em oposição ao vice-presidente Glauco José Côrte, que também postula o cargo. O em-presário acredita que a entidade pode fazer mais pelo desenvolvimento do Estado e, como candidato, percorre o Estado em campanha. Veja nesta en-trevista as razões que levaram o ex--presidente da ACIJS e presidente do Conselho de Administração da Mari-sol a romper com a diretoria da Fiesc e as proposições à frente da entidade de representação empresarial mais poderosa do Estado, cujo orçamento anual chega a R$ 650 milhões.

entrevista

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REVISTA NEGÓCIOS – O senhor tem um histórico de participação no movimento associativista em Ja-raguá do Sul e na própria Fiesc. O que o levou a lançar o seu nome à Presidência da Fiesc?VICENTE DONINI – Sempre me envolvi com a organização empresarial, por gos-tar do associativismo e por entender que este movimento pode contribuir com a sociedade. Desde 1978, participo da entidade, na época como um dos vice--presidentes da gestão de Bernardo Wol-fgang Werner e com alguma alternân-cia e em outras gestões ao longo deste tempo. É preciso reconhecer que cada Presidência realizou obras marcantes para a entidade. Ocorre que as decisões, muitas vezes, são tomadas sem uma dis-cussão mais profunda, falta clareza nas informações, e sempre defendi que as coisas sejam transparentes. Quando um acordo é rompido de maneira unilateral, me preocupa, isto me fez deixar a enti-dade naquele momento, sem que isso significasse uma ruptura ao sistema fe-derativo. Tive a oportunidade de colocar ao presidente as diferenças de princípios, jamais pessoais, mas, sim, no campo das ideias e de alguns fatos que eu entendia serem recorrentes. A minha discordân-cia se prende a fatos que entendo, não

eram claros, mas que comprometem todos na medida em que nós referenda-mos estas decisões. Esta decisão acabou gerando manifestações de apoio e pedi-dos para que colocássemos nosso nome no processo, justamente para promo-vermos as mudanças de acordo com os princípios de governança com os quais nos alinhamos. Entendo que é uma en-tidade com uma atuação marcante, mas que pelos recursos que dispõe pode fazer muito mais e melhor. RN – O senhor diria que a Fiesc tem perdido expressividade?VD – Diria que existem alguns conceitos que, no meu entendimento, são abso-lutamente indispensáveis para que as demandas da entidade encontrem resso-nância nos meios em que elas se inserem. Na medida em que alguns princípios não são respeitados, perde-se a capacidade de sensibilizar. É através do diálogo que podemos construir as pontes para che-garmos a algum objetivo.

RN – Em linhas gerais, quais são as propostas que o senhor coloca como prioridade em uma gestão sob o seu comando?VD – Primeiramente, do ponto de vista de defesa de conceitos. Hoje nós temos um mandato de três anos, passível de uma reeleição. Um mandato de seis anos é demasiado, não se justifica. A nossa proposta é de que este mandato seja de quatro anos e único. Caso se decida, de maneira participativa, que o manda-to poderia ser diferente, um período de dois anos com possibilidade de reeleição por mais dois, mas que fique em quatro anos. Outra questão é o fortalecimento das Intersindicais, que representam fortes lideranças regionais. Também deve haver uma preocupação quanto ao perfil do postulante a um cargo como este, pois é fundamental que ele tenha tido uma história de realizações como industrial que lhe conferiram, não somente experi-ência, mas uma visibilidade que o projete nacionalmente, pois uma entidade deste porte depende do relacionamento com todos os níveis decisórios no Estado e no País. Além disso, é preciso que haja

isenção político-partidária, de maneira que se possa transitar em todas as áreas. Ter em mente que a entidade deve ter uma atitude pró-ativa e não reativa, deve ser uma indutora do desenvolvimento industrial.

RN – Em relação à gestão da entida-de, propriamente dita, quais as dire-trizes que a sua candidatura propõe?VD – Neste sentido estamos trabalhando um programa básico. Como defendo um processo decisório participativo, a ideia é oferecer às lideranças uma proposta bá-sica, para que ela seja compartilhada, de maneira a considerar as realidades regio-nais e setoriais que caracterizam a eco-nomia do nosso Estado e que precisam ser consideradas. Estamos apresentando um plano preliminar para que em con-junto possamos definir o que representa verdadeiramente as demandas regionais. E isto sempre ocorrerá de maneira ativa, pois o desenvolvimento só acontece se os agentes governamentais e das enti-dades de classe assumem esta condição de buscar a solução às necessidades des-tes setores que representam. O nosso trabalho então será mais de nos anteci-parmos em uma atitude capaz de fazer com que aquelas demandas potenciais se materializem.

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Sempre me envolvi com a organização empresarial, por gostar do associativismo e por entender que este movimento pode contribuir com a sociedade”

O desenvolvimento só acontece se os agentes

governamentais e das entidades de

classe assumem esta condição de buscar a

solução às necessidades destes setores que

representam”

RN – Qual o papel da Fiesc na região? A entidade tem atendido às deman-das da classe empresarial?VD – A entidade, neste aspecto, preci-sa ser olhada sob quatro prismas. O da educação profissionalizante, sob a ór-bita do Senai, em que a qualidade do trabalho tem sido boa e a demanda está parcialmente atendida, pois na to-talidade de alunos egressos do Senai a empregabilidade é total; quando olha-mos o bem-estar e a saúde das pesso-as, este é um assunto da órbita do Sesi, que faz um bom trabalho, mas ainda há muito por fazer porque a relação capital e trabalho é fundamental e precisa ser extremamente harmoniosa. Os progra-mas que o Sesi cumpre são eficazes, mas podem ser ampliados, porém adaptados às peculiaridades de cada indústria; te-mos ainda o IEL, uma entidade que pode ajudar muito, voltando-se para a questão da inovação tanto no aspecto da tecnologia propriamente dita quanto no aspecto gerencial de perceber as po-tencialidades e se dedicar a elas de acor-do com as características das regiões e trabalhando estes negócios, não como concorrentes entre si, mas como parcei-ros em condições de enfrentar os con-correntes externos como é o mercado asiático, que vem comprometendo mui-to o desempenho da indústria nacional. Há ainda a Fiesc, que precisa agir como articuladora das políticas das grandes demandas da indústria e capaz de criar as condições de sustentabilidade do se-tor industrial catarinense. Isto passa por uma atuação mais ativa do conselho de vice-presidentes para assuntos estraté-gicos, o que precisa ser mais explorado, porque se trata de um grupo de notáveis que podem auxiliar com suas experiên-cias num planejamento de médio e lon-go prazo. A entidade é operosa, mas de certa forma reativa, pois atua muito mais nas demandas de momento e pouco nas estratégias de futuro. Neste aspec-to, o Conselho pode ajudar a entidade a construir um ambiente industrial dentro de uma visão clara de onde queremos chegar. Finalmente, a Fiesc conta ainda com outro organismo que é o Centro das Indústrias (Ciesc), uma área que

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A Fiesc precisa agir como articuladora das políticas das grandes demandas da indústria e

capaz de criar as condições de sustentabilidade do setor industrial catarinense”

está sendo pouco ativa, pode agregar um conjunto de serviços e atender asso-ciados como prestadora de serviços em determinadas áreas. O conjunto destas entidades que formam o Sistema Fiesc tem um papel relevante e na dinâmica que me proponho a cumprir com a equi-pe que iremos formar vai buscar formas de potencializar a capacidade realizado-ra destes organismos do Sistema Fiesc.

RN – O senhor entende que esta ca-pacidade de organização é algo que a Fiesc precisa desempenhar de ma-neira mais efetiva?VD – Prefiro afirmar que a entidade tem uma boa estrutura, mas pode fazer mui-to mais. Este fazer muito mais depende da capacidade de liderança de quem a comanda. Prefiro não fazer julgamen-to, mas tenho uma clara percepção de que isto depende da obsessão de quem a comanda.

RN – Como se dá o entendimento da Fiesc com outras entidades que representam o setor produtivo, como Facisc, por exemplo, e como se pode aprimorar essa relação?VD – Existe um Conselho formado por todas as entidades que representam o setor empresarial que se reúne para de-bater assuntos que tenham uma reper-cussão que alcançam todos os setores da economia. Esta discussão, dentro de um processo participativo, não pode deixar de ser considerada, porque es-tas entidades unidas tornam-se muito fortes. Na medida em que demonstrar-mos coesão, seremos mais ouvidos pe-las autoridades constituídas. RN – Este é um ano eleitoral e, como acontece sempre que há elei-ções, as entidades buscam apre-sentar seus pleitos. Como o senhor avalia a articulação das entidades do setor produtivo em relação às questões de interesse da indústria? Quais pontos constituem priorida-de em um plano de governo?VD – Na verdade, enquanto o Brasil não fizer reformas estruturais nós con-tinuaremos convivendo com as mesmas

dificuldades. O que tem acontecido é combatermos os efeitos de determi-nadas medidas conjunturais e não as causas que levaram a esta situação, o que é necessário para enfrentar aquele momento, porém não nos dá garantia de sustentabilidade. Se olharmos a in-dústria do portão para dentro, veremos que Santa Catarina, por exemplo, tem um setor produtivo realmente compe-titivo. O nosso problema são os garga-los, como na questão da infraestrutura, que o Brasil aplica 18% do PIB com aspectos da logística de transporte, ar-mazenamento e movimentação de car-gas. Nos EUA, isto chega a 11% e na

Europa 9%. Outro aspecto muito rele-vante é a questão tributária, pois quan-do lemos que a carga tributária no País anda por volta de 36% isto contempla somente uma parte da verdade, pois na medida em que incide sobre os cus-tos da produção industrial encargos so-ciais, custos embutidos em insumos e outros itens esta carga tributária chega a 60% ou mais dependendo do ramo de atividade. Outro item é o de que nós ainda convivemos com uma legislação trabalhista antiga, que impõe às in-dústrias encargos que não constituem benefícios diretos aos trabalhadores. Ainda na questão de tributação, no

passado, a média de prazo de paga-mento dos tributos era da ordem de 70 dias, hoje está próximo a um período de 20 dias. Com isso, nos tornamos co-letores e financiadores do Tesouro, pois recolhemos os tributos muito antes de recebê-los dos nossos clientes na for-ma de preços. Outra questão que inibe o investimento é o custo do dinheiro no Brasil, que acanha os investimentos. Além disso, o Brasil perdeu capacidade competitiva no mercado internacional, porque ainda continuamos com muitos impostos embutidos nos preços dos produtos, há a questão da paridade cambial que inibe as exportações de manufaturados. Só para ficar no setor têxtil, o Brasil exportava o equivalen-te a US$ 2,2 bilhões e importava algo próximo a US$ 1,4 bilhões, com um superávit, e hoje temos um déficit de US$ 1 bilhão. Isto acontece porque en-tram muitos produtos manufaturados da Ásia e nós perdemos a nossa capa-cidade exportadora. Estamos gerando empregos no Exterior.

RN – Jaraguá do Sul tem um histó-rico de participação do empresário nas suas entidades. Como o senhor avalia essa participação atualmen-te? As entidades vêm cumprindo seu papel como agentes de desen-volvimento? É preciso fazer mais?VD – Jaraguá tem uma característica muito peculiar. A classe empresarial é muito unida e faz do associativismo uma maneira muito forte de atuar tanto nas questões do setor produtivo como nas questões da comunidade. Há uma condição interessante de renovação das lideranças e isto faz com que novos atores ocupem posições neste processo de representação. Isto é importante e necessário na medida em que verda-deiramente são as entidades que pre-cisam ser fortes, as pessoas passam. O processo de renovação é fundamental. Os que já passaram por uma entidade não perdem o seu espírito associativis-ta, apenas podem não estar na linha de frente, mas estão presentes nos conse-lhos e contribuem quando chamados. É o ciclo natural na vida.

Jaraguá tem uma característica muito

peculiar. A classe empresarial é muito

unida e faz do associativismo uma

maneira muito forte de atuar tanto nas questões

do setor produtivo quanto nas questões

da comunidade”

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RN – No papel de ex-presidente da ACIJS como o senhor analisa o tra-balho que a entidade desenvolve hoje para a integração dos vários segmentos da economia de Jara-guá do Sul?VD – Este é um trabalho muito impor-tante na medida em que todos nós te-mos um compromisso com a nossa co-munidade ou com a comunidade que nos acolhe. Conforme as entidades prestadoras de determinados serviços não conseguem dar as respostas que a comunidade espera, é normal que as entidades de classe participem quando

chamadas. É o caso da área da saúde e da educação infantil, em que há bons exemplos em Jaraguá graças à unidade da classe empresarial e a participação da sociedade organizada.

RN – Que avaliação o senhor faz do atual momento da cidade do ponto de vista de crescimento econômi-co?VD – Há uma defasagem considerável entre a força dos agentes econômicos e as respostas que o setor público tem dado para as demandas ao setor pro-dutivo. Por conta disso, muitos inves-

timentos que poderiam acontecer aqui estão indo para outros lugares. Faltam áreas e uma política definida para a expansão industrial, há uma demora excessiva no registro de uma empresa, temos dificuldades nos processos en-volvendo as questões ambientais. Não é de hoje que não estamos vivendo um momento que possa compatibilizar as demandas do setor econômico com as respostas do Poder Público.

RN – As entidades empresariais da região, lideradas pelo Centro Em-presarial de Jaraguá do Sul, fazem um esforço pela representatividade política. Para o senhor, esta articu-lação pode dar resultado?VD – As entidades de classe devem ser apolíticas do ponto de vista partidário. Mas elas devem atuar na conscienti-zação das pessoas para que o poder político da região seja fortalecido. O movimento pela transferência de títu-los para a região é legítimo, pois se as pessoas vivem aqui e trabalham aqui, onde obtém a sua renda, é natural e normal que votem aqui. A entidade ja-mais deverá dizer em quem votar, mas na medida em que defende o voto útil em candidatos da região, sem dizer quem são os candidatos, esta é uma defesa legítima. Então, sem se envol-ver com as peculiaridades que são da competência dos partidos, as entidades estão desempenhando um papel que está muito mais atrelado à cidadania do que à política-partidária.

As entidades de classe devem ser apolíticas do ponto de vista partidário.

Mas devem atuar na conscientização das pessoas para que o poder político

da região seja fortalecido”

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Formada por 145 entidades que re-presentam 25 mil empresas, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) comemorou 39 anos em junho, com a aprovação de 37 projetos do edital Empreender Competitivo, do Sebrae Nacional e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Ao todo, 1.088 micro e pequenas empresas catarinenses serão beneficiadas através do apoio financeiro de cerca de R$ 5 milhões, que compreen-de os anos de 2010 e 2011.

Dentre os projetos, o Núcleo de Hos-pitalidade de Jaraguá do Sul obteve re-cursos para o desenvolvimento susten-tável das empresas do segmento. “Com esse programa, haverá um ganho direto na qualidade dos serviços oferecidos pe-las empresas do setor à comunidade, seja pela qualificação e o desenvolvimento do negócio ou no fortalecimento do turismo regional”, observa Ana Carolina Cardia, coordenadora do Núcleo.

empresariado em foco

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Facisc anuncia R$ 5 milhões para MPEs

A Federação das Indústrias de San-ta Catarina (Fiesc) divulgou na primei-ra semana de agosto os números que mostram queda no ritmo de atividade no mês de junho. Apesar dos resulta-dos, a entidade acredita que o ano de 2010 é de recuperação para a indús-tria do Estado, que na comparação com o primeiro semestre de 2009, teve os mesmos dados elevados.

Apesar do otimismo, o diretor de relações industriais e institucionais da Fiesc, Henry Quaresma, acredita que outras questões, como o aumento do preço da energia elétrica, a substitui-ção tributária adotada pelo governo do Estado e as deficiências na logís-tica preocupam o setor, pois podem afetar a recuperação e o crescimento no longo prazo.

Perspectivas otimistas apesar do baixo ritmo

Perspectiva otimista

1º Semestre 2009

Atividade Elevação

Valor das vendas 4,6%

Horas trabalhadas na produção 6%

Capacidade instalada 5,6%

Remuneração paga aos trabalhadores 5,4%

1º Semestre 2010

Atividade Queda

Valor das vendas 4,2%

Horas trabalhadas na produção 0,6%

Capacidade instalada 1,4%

Ana Carolina Cardia, coordenadora do Núcleo de Hospitalidade de Jaraguá do Sul

A forma como as associações se autossustentam, fazem a repre-sentatividade do empresariado e promovem o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, foi apresentada a um grupo forma-do por empresários e consultores de cinco entidades da Guatemala, Honduras e El Salvador. O grupo vi-sitou as associações de Jaraguá do Sul, Joinville e Schroeder. Durante a visita, os estrangeiros puderam conhecer o trabalho coordenado

pela Facisc que é feito no Estado com as micro e pequenas empresas através dos núcleos setoriais no Pro-grama Empreender. De acordo com o coordenador nacional do Progra-ma Empreender da CACB, Carlos Rezende, a visita faz parte de um acordo entre a CACB e a BFZ – Cen-tros de Formação Profissional de Baviera da Alemanha e tem apoio financeiro do BMZ – Ministério Fe-deral de Cooperação Econômica e de Desenvolvimento de Alemanha.

O objetivo do intercâmbio é mostrar para os visitantes como os empresá-rios catarinenses atuam nas associa-ções de forma voluntária, os meios como as entidades se relacionam com a sociedade e como acontece a gestão técnica. “Foi uma oportuni-dade de mostrar como é na prática o funcionamento do Programa Em-preender através dos núcleos seto-riais e o quanto isto contribui para o desenvolvimento da micro e peque-na empresa”, explicou Rezende.

Empreendedorismo modelo exportação

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná, que estabe-leceu aliança educacional estra-tégica com a UNERJ, oferece no segundo semestre novos cursos de pós-graduação em Joinville e em Jaraguá do Sul. Em parceria com a Católica de Santa Catari-na, sediada em Joinville, são 12 cursos: Comunicação Estratégica e Negócios; Catequese no mun-do contemporâneo; Direito Civil e Empresarial; Direito, Logística e Negócios Internacionais; Con-troladoria e Finanças; E-MBA em Gestão Estratégica de Negócios; Ferramentas de apoio à decisão empresarial; Gestão e Promoção da Qualidade de Vida; Gestão Es-tratégica da Informação e do Co-nhecimento; Gestão Estratégica de Pessoas; Marketing; Acupun-tura tradicional chinesa. Em Jara-guá do Sul serão ofertados dois cursos: Gestão Estratégica de Pes-soas e Controladoria e Finanças. As inscrições podem ser feitas nos sites www.catolicasc.com.br e www.unerj.br.

Novas opções pós-graduação

De 18 a 20 de agosto aconteceu em Florianópolis o 16º Congresso Nacional de Jovens Lideranças Em-presariais. Ação do Conselho Na-cional de Jovens Empreendedores, a edição 2010 foi organizada pelo Conselho Estadual do Jovem Empre-endedor de Santa Catarina. O evento reuniu jovens empresários, empreen-

dedores, acadêmicos, formadores de opinião, personalidades e expoentes do cenário local, estadual e nacional, proporcionando uma oportunidade de reencontro, confraternização e networking. O empreendedorismo, bem como os desdobramentos, foi eleito como a temática para o even-to. O tema foi abordado através de

palestras e fóruns, por palestrantes que contaram experiências e exper-tise, cada qual em sua área. Tudo foi costurado por uma linha mestra: reunir exemplos de empreendedoris-mo bem sucedidos, mostrando um Brasil que dá certo. Mais informa-ções podem ser encontradas no site www.16congressoconaje.com.br.

Jovens promovem encontro nacional

No dia 18 de agosto, Jaraguá do Sul recebeu o programa de apre-sentação do workshop coordenado pelo Sebrae em parceria com a Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina. A proposta era ensinar como o segmento pode lucrar com a inovação. Ao todo, 14 cidades catarinenses participaram do Inovar. O workshop ‘Como a pequena empresa pode lucrar com a inova-ção’ percorre todo o Brasil, visitando 100 municípios. O presidente da Fampesc, Márcio Manoel da Silveira, disse que o evento é necessário porque a inovação é um dos alicerces do desenvolvimento econômico. “É a oportunidade para que as MPEs façam parte deste momento e dos recursos governamentais voltados à ciência e à tecnologia. A lei deter-mina que 20% destes recursos sejam aplicados nas micro e pequenas empresas. É nosso papel garantir isso”, assinalou.

De olho na inovação

empresariado em foco

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Márcio Manoel da Silveira, presidente da Fampesc

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Economia mensal de R$ 4 milhões para o comércio de Santa Catarina é o que calcula a Federação das CDLs (FCDL/SC) com a unificação das má-quinas de cartões, que entrou em vi-gor no dia 1º de julho. A aceitação de várias bandeiras em um mesmo equipamento está sendo considera-da pelos lojistas a ‘Lei Áurea’ do co-mércio, acabando com o duopólio da Cielo (ex-Visanet) e Mastercard, que hoje representa 91% do mercado de

cartões ativos. “O cartão de crédito é a forma de pagamento mais cara para o lojista, pois as taxas cobradas pelas administradoras variam de 3% a 8%, sem contar o aluguel das má-quinas, hoje na média dos R$ 100. Com a unificação, será apenas uma máquina para todos os cartões”, res-salta Sérgio Medeiros, presidente da FCDL/SC. Os menores custos refleti-rão na contratação de funcionários, investimentos e redução de preços.

“Todos sairão ganhando: lojistas, consumidores e a própria econo-mia”, salienta. O mercado do dinhei-ro de plástico – De acordo com a As-sociação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) circulam no País 153.375 milhões de cartões, um aumento de 13% em relação a 2009. O faturamento das operadoras para este ano deve fe-char em R$ 309.303 bilhões, 21% superior ao registrado no passado.

Unificação de máquinas de cartões gera economia ao comércio

Um dos problemas reclamados pelos empresários é quanto à ausên-cia de estacionamento rotativo em Jaraguá do Sul. Reivindicação dos lojistas, o projeto vem sendo discu-tido com a Prefeitura, mas sem solu-ção. Segundo o gerente de Trânsito da Secretaria de Obras e Urbanismo, José Antônio Schmitt, “o sistema disponibilizará, a princípio, de apro-ximadamente 900 vagas para auto-móveis e utilitários e 300 vagas para motocicletas. Esses números poderão ser ampliados, conforme a necessi-dade e solicitação da administração municipal”. A partir do anúncio da empresa vencedora da licitação, que deve acontecer entre os meses de setembro e outubro deste ano, esta terá, no máximo, 90 dias para instalar os parquímetros e implantar efetivamente o sistema. A concessio-nária, além de ficar responsável por toda a manutenção e gerenciamen-to do estacionamento rotativo, bem como a contratação e remuneração de orientadores, deverá destinar para a Prefeitura de Jaraguá do Sul 3,5% da receita bruta do valor arrecadado, em razão da outorga da concessão.

Mais 1,2 mil vagas para estacionamento rotativo em Jaraguá

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pelo vale

pelo vale

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A ampliação dos pontos de distribuição no mercado nacional e o lançamento de novos produtos são as duas estratégias da Bretzke Alimentos para continuar crescendo. Depois de sentir os efeitos da crise internacional, em 2008, deu início à recuperação no segundo semestre do ano passado. Fabricando mil to-neladas/mês de produtos nas linhas de tem-peros, confeitos, sobremesas e achocolata-dos, a empresa estima crescimento de 20% no volume de produção e no faturamento em 2010. Fundada há 46 anos, a empresa que começou fabricando artesanalmente temperos e açúcar de baunilha, hoje está presente no mercado com 135 itens. O achocolatado Muky é a terceira marca mais vendida no Brasil e, em alguns países da América Latina, líder de mercado. Com o chocolate em pó, pudim e gelatina, ocupa também as primeiras colocações no mercado interno.

Depois de reestruturar áreas internas e se concentrar no desenvolvimento de produtos, a Bretzke foca na ampliação dos canais de distribuição como estraté-gia de crescimento de participação no mercado. Para outubro, estão previstos lançamentos de novos produtos. A área internacional representa 15% dos negó-cios da empresa. No Exterior, a marca está consolidada no Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile, países da América Central como Suriname, Panamá e Cuba.

Bretzke foca mercado interno

O governo do Esta-do comunicou a criação de um escritório regional da Fatma, em Jaraguá do Sul. A informação foi bem recebida pela classe empresarial, que reivin-dica há alguns anos uma unidade na região. Atual-mente, todas as licenças ambientais de maior im-pacto são analisadas pelo escritório de Joinville, que acumula 14 mil processos em análise, dos quais pelo menos 5 mil da região de Jaraguá do Sul.

Escritório da Fatma

Lojistas de Jaraguá do Sul estão dando exemplo de mobilização. Lan-çada em abril em todo o Estado, a campanha ‘CDL Recicla’ já retirou de circulação mais de 10 mil quilos de su-cata entre produtos de informática e eletroeletrônicos em geral. O volume formado por materiais doados pela comunidade nos vários pontos de co-leta instalados pela CDL é repassado a empresa especializada de Florianópolis para a reciclagem. O volume surpre-ende devido à quantidade de peças como CPUs, monitores, mouses, tecla-dos, impressoras, placas eletrônicas, processadores, no-breaks, estabiliza-dores, aparelhos celulares e baterias de celulares.

Campanha de educação ambiental

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A Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapocu (Apevi) co-memora o sucesso da Expo 2010 – 12ª Feira de Negócios, realizada entre os dias 14 e 18 de julho. O presidente da Apevi, Edson Schmidt, diz que a meta de gerar volume de negócios estimado em R$ 10 milhões foi alcançada. “Percebemos o au-mento de qualidade do público. Pessoas que vieram buscar soluções para casa ou empresa ou até mesmo adquirir bens e produtos como imóveis e equipamentos”, destacou o Schmidt. A feira multisetorial reuniu este ano 78 expositores, 90% de-les microempresários, na Arena Jaraguá.

Expo supera metas

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ACIJS orienta sobre entidades fantasmasA ACIJS está orientando os associados

para que não façam pagamento de boletos que tenham como procedência entidades que se apresentam como representantes do setor produtivo antes que se conheça a legalidade das informações. Isto porque, com alguma frequência, empresas de San-ta Catarina são vítimas da ação inescru-pulosa de entidades que se apresentam como representações do setor produtivo, enviando boletos de cobranças para os associados. Os valores emitidos variam de R$ 80,00 a R$ 400,00, de acordo com o porte da empresa. A ação já é conheci-da no Brasil há cerca de 10 anos e essas falsas entidades representativas se utili-zam de um método simples: as duplicatas são emitidas no período em que ocorre a maior movimentação de documentos nas empresas, próximo às datas de pagamen-tos. A entidade coloca à disposição das empresas a Central de Relacionamento com o Associado (CRA) para esclarecer dúvidas pelos telefones (47) 3275-7021 e (47) 3275-7009, ou dos e-mails: [email protected] e [email protected].

Institucional

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Schroeder recebeu no dia 20 de julho, a plenária da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) para apresentar aos empresários o projeto Voz Única, lan-çado pela entidade. Com a iniciativa, a Facisc discute como o setor produ-tivo pode contribuir para a melhoria da gestão pública no próximo man-dato, que terá seus gestores eleitos em outubro deste ano.

O presidente da Facisc, Alaor Tissot, diz que a meta é unificar as necessidades dos municípios ca-tarinenses na ótica empresarial. O projeto é realizado em três fases. Na primeira, a Facisc integrou-se ao movimento das associações em cam-panhas pelo voto consciente. “Que-remos que cada uma das regiões lute para ter seus próprios candidatos representando na Assembleia Legis-lativa e na Câmara dos Deputados”, explica Tissot.

A segunda fase do projeto con-ta com a elaboração de uma cartilha reunindo as principais necessidades de cada região, formando um do-cumento que, em agosto, será apre-sentado aos candidatos, com um questionário a ser respondido pelos que concorrem à Presidência da Re-pública, ao Senado e ao Governo Estadual. “A intenção é que essas respostas sejam traduzidas como o compromisso dos candidatos com a classe empresarial”, explica a vice--presidente de Marketing Christiane Hufenüssler.

A terceira fase do Voz Única acontecerá após a posse dos eleitos. A Facisc vai cobrar desses candidatos o comprometimento que ficou regis-trado na cartilha através de encon-tros presenciais.

Os presidentes das associações apontam como principais pleitos da região, os projetos na área de obras

Coordenada pelo Centro Empre-sarial e envolvendo as associações de Corupá, Guaramirim, Jaraguá do Sul, Massaranduba e Schroeder, com apoio de outras entidades da região, a campanha ‘Eleições 2010 – Inteligente é Votar!’ concluiu a fase de incentivo à transferência de títulos.

De março a maio, 5.242 eleitores fizeram ou transferiram seus títulos nas cinco cidades da região, reflexo da campanha liderada pelas entida-des empresariais, fazendo com que o eleitorado alcançasse o número de 157.769.

As entidades entendem que o re-

sultado foi bom por motivar a partici-pação dos eleitores no processo elei-toral. Com a definição das nominatas de candidaturas, a intenção é buscar do eleitor a sensibilização para que a região amplie sua representação na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.

As entidades regionais também divulgaram documento que enumera as prioridades levantadas dentro do cenário macroeconômico, do meio ambiente, da mobilidade, da seguran-ça pública, da saúde e do Judiciário. “Cada entidade signatária ajudou a construir o documento, que é o le-

vantamento das necessidades dentro de cada área”, explica o vice-presi-dente de assuntos jurídicos da ACIJS, Jackson Bastos.

O documento relaciona questões voltadas à melhoria e à implantação de equipamentos públicos e de infra-estrutura, além da ampliação e da me-lhoria qualitativa de serviços públicos imprescindíveis ao desenvolvimento econômico, proporcionando ao setor produtivo um ambiente propício e de estímulo ao empreendedorismo e à li-vre iniciativa, socialmente equilibrado e em consonância com a legislação e normatização vigentes.

Campanha amplia Colégio Eleitoral

Facisc quer unificar prioridadesProjeto Voz Única relaciona necessidades para indicar caminhos a candidatos

de infraestrutura, como a duplicação da BR-280, uma nova ponte de aces-so a Jaraguá do Sul e melhorias na segurança, energia elétrica e saúde.

Alaor Tissot, presidente da Facisc

ACIAS e ACIAG comemoram aniversário

O município catarinense foi um dos escolhidos no sorteio de março desse ano, o 10º da série, para receber o Programa de For-talecimento da Gestão Munici-pal a partir de Sorteios Públicos da Controladoria Geral da União (CGU). O sorteio foi realizado no Auditório da matriz da Caixa Econômica Federal, em Brasília.

Em julho, foi feito o 12º Sor-teio Público do programa que tem o objetivo contribuir para o aprimoramento da gestão públi-ca municipal e tem como públi-co-alvo os agentes públicos mu-nicipais. A capacitação, realizada em módulos de interesses espe-cíficos de diversas áreas, foi no período de 2 a 6 de agosto, mi-nistrada pela CGU e por outras instituições parceiras. O curso gratuito teve o apoio da AMVALI e da ACIAS.

Schroeder recebe curso da CGU

Para comemorar os 32 anos, a Associação Empresarial de Guarami-rim (ACIAG) realizou evento com a participação do técnico de basquete Alberto Bial, que comanda a equipe de Joinville e recentemente conquis-tou a Copa do Bicentenário, dispu-tada no México. Bial falou da expe-riência como treinador e ressaltou a importância de valores e princípios que, segundo ele, são essenciais em todos os momentos. “O trabalho em equipe deve ser valorizado sem-pre, respeitando-se as diferenças, mas com persistência para se alcan-çar as metas e objetivos”, ensinou.

A presidente Eluísa Hertel Maiochi disse que a entidade vem investindo muito no planejamento, relacionando com o tema da pa-lestra de Alberto Bial. “Na maioria das vezes, dependemos de outras pessoas, mas os nossos objetivos só nós podemos alcançar, com deter-minação e disposição de trabalhar em equipe”. Ela agradeceu o apoio dos associados da ACIAG, que atu-almente conta com 420 empresas ligadas à entidade.

Durante a comemoração, foi lançada a campanha ‘Compra pre-

miada’, que este ano vai envolver 80 empresas do segmento lojista. A promoção vai acontecer de 6 de outubro a 24 de dezembro e vai sortear um veículo Uno, certifica-dos de barras de ouro e bicicletas, além de premiar o vendedor da loja onde o sorteio do carro acontecer. A meta é distribuir 550 mil cupons no comércio.

Para marcar os 15 anos de fun-dação, a Associação Empresarial de Schroeder reuniu empresários da região e convidados para uma palestra da publicitária Christiane Hufenüssler, ex-presidente da ACIJS e vice-presidente de marketing da Facisc. Ela falou sobre empreende-dorismo e destacou os resultados do programa Empreender, no qual atua junto à Confederação. “Hoje a pro-posta está presente em vários pa-íses, demonstrando na prática que as entidades organizadas podem atuar como agências de desenvolvi-mento nas suas localidades”, resu-me. A ACIAS também aproveitou o evento para inaugurar a galeria de ex-presidentes e entregar recursos para auxílio ao Corpo de Bombeiros Voluntários do município.

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Curso da CGU busca o fortalecimento da Gestão Pública

Alberto Bial dá exemplos de valores e princípios para todos os momentos

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acontece

ACIJSOs eventos a seguir serão realizados no Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (Cejas)

Reunião PlenáriaData: Todas as segundas-feiras, 18h

Curso “Negociações bancárias”Data: de 14 a 21/08

Curso “The coaching clinic”Data: 20 e 21/08

Curso “Gestão de materiais e estoques”Data: de 16 a 19/08

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa)Data: 16 a 20/08 Curso “As empresas e os impostos”Data: 23 a 25/08

Curso “Televendas”Data: 23 a 26/08

Curso “Custos e formação do preço de venda para comércio e prestadores de serviços”Data: 30/08 a 1º/09

APEVI nos bairrosPalestra “Liderança e comportamento empreende-dor”Data: 31/08, na APAE - Rua Walmir Zonta, 544 – Bairro Centenário.

Informações: (47) 3275-7017 e 3275-7024 e e-mails [email protected] e [email protected]

ACIAGReunião Plenária ACIAGData: Todas as segundas-feiras

Consultoria BRDEData: 8/09, 13/10 e 10/11

Promoção Sábado AbertoData: 9/10 e 6/11, no Comércio de Guaramirim

Treinamento do SCPC da ACIAGDatas: 24/08, 28/09, 26/10 e 23/11, das 13h30min às

14h30min

Curso Como Vender Mais e Melhor - Crescendo

com SucessoData: Setembro, das19h às 22h45min

Reunião Núcleo das Imobiliárias e Corretores

de ImóveisData: 2, 16 e 30/09, às 8h30min

Reunião Núcleo das Empresas de Contabilidades

Data: 1º, 15 e 29/09, às 17h

Reunião Câmara Técnica de Assuntos Comunitários

Data: 23/08 e 20/09, às 8h30min

Reunião Câmara Técnica de Prestação de Serviço

Data: 23/08 e 20/09, às 11h

Reunião Câmara Técnica da Agricultura

e AgroindústriaData: 23/08 e 20/09, às 13h30min

Reunião Câmara Técnica da IndústriaData: 23/08 e 20/09, às 17h15min

Reunião Câmara Técnica do ComércioData: 25/08 e 22/09, às 19h

Informações: (47) 3373-7525 e [email protected]

ACIASReunião Plenária Datas: 23/08 e 20/09, às 19h30min

Reunião da Diretoria Data: 6/09, às 18h30min

Núcleo do ComércioEvento de Lançamento da Campanha Compra Feliz 2010, com a Palestra: Marketing Pessoal com Janice BreithauptData: 26/08, às 19h30min

Núcleo de Jovens EmpreendedoresEvento de ConfraternizaçãoData: 24/08

Mesa Redonda: Sustentabilidade economia e ambientalData: 21/09

Núcleo de Recurso HumanosReunião dia 8/09

Informações: (47) 3374-1445 e e-mail [email protected]

ACIACReunião do Núcleo do ComércioDatas: 17/08 e 14/09, às 8h

Reunião do Núcleo de Meio AmbienteDatas: 18/08, 1º, 15 e 29/09, todas às 16h

Capacitação do Projeto de Preparação de Mão de Obra para o ComércioData: 28/08, às 13h

Reunião PlenáriaDatas: 31/08 e 28/09, às 19h30min Capacitação do Projeto de Preparação de Mão de Obra para o ComércioDatas: 4, 18 e 25/09, às 13h

Sábado Especial: atendimento do comércio de CorupáData: 11/09, até as 16h

Palestra “A era do relacionamento”, no Seminário de CorupáData: 15/09, às 19h Informações: (47) 3375-2100 e e-mail [email protected]

urbana requer nova visão, mudança cultural e eficiência institucional. E um planejamento rigoroso e racional do uso do solo. Alto PIB não signifi-ca cidade feliz. O caminho está na humanização e na sustentabilidade urbana. O novo vocabulário inclui green cities, green buildings, retro-fit, re-skin, inclusão, habitabilidade, resiliência, zero CO2, participação popular, restrição veicular individual.

O desafio-chave da ONU-Habitat para o Século 21 é a união dos seto-res público, privado e sociedade civil para elevar a gestão urbana susten-tável ao topo das agendas governa-

mentais. Sob pena de inviabilizar--se a vida nas cidades.

O futuro das cidades

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ponto de vista

O panorama urbano é de inchaço, paralisia e desas-tres climáticos. Em março desse ano, no Rio de Ja-neiro, deu-se o 5º Fórum

Urbano Mundial, da ONU-Habitat, para debater o futuro das cidades face ao célere e desordenado cres-cimento e ao apartheid social entre pobres e ricos. Foi lançada também a Campanha Urbana Mundial e a Iniciativa das 100 Cidades, esta para compartilhamento e troca de boas práticas.

No mesmo mês, em Curitiba, aconteceu a Conferência Internacio-nal de Cidades Inovadoras, com con-ferencistas do mundo todo defen-dendo propostas para a criação de ambientes urbanos propícios à ino-vação e negócios sustentáveis, que atraiam, retenham e desenvolvam pessoas, empresas e investimentos.

E em junho, em Joinville, o 1º Fórum de Planejamento Urbano de Joinville e Região, elogiável iniciativa da Câmara de Vereadores, com bri-lhantes painelistas, regionalizan-do a discussão.

Os próximos 20 anos não terão precedentes na história da humani-dade. A população mundial urbana saltará de 50% para 70%. O Brasil está com 80%. Várias cidades cata-rinenses passam dos 90%, destacan-do as industrializadas. Isso significa que nove entre 10 pessoas estão morando nas nossas cidades. O qua-dro é nefasto.

A problemática urbana é univer-sal, varia a escala. Com o inchaço, vem a degradação das cidades, que já consomem 80% da energia glo-bal produzida, geram mais de 70% de todo o lixo e contribuem com mais de 60% de gases causadores do efeito estufa. E são as grandes vítimas das mudanças climáticas. A quantidade de carros paralisa a mo-bilidade, solapando a economia.

Para reverter o cenário, a gestão

Osmar GüntherEngenheiro civil e especialista em

Planejamento UrbanoConselheiro titular do CREA-SC

[email protected]

PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas

A Fundação Dom Cabral, 6ª melhor escola de negócios do mundo e a Fundação Fritz Müller

convidam para a quarta turma do PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas, em

Santa Catarina, com início em 05 de agosto de 2010.

O PDA tem como objetivo promover o desenvolvimento e a troca de boas práticas entre

proprietários, herdeiros e acionistas de empresas familiares que, juntos, buscam alinhar

responsabilidades, prerrogativas, direitos e estratégias de gestão para preservar e expandir o

patrimônio familiar e facilitar a performance e a continuidade da empresa.

Entre os conteúdos analisados estão questões de contextualização, papéis nas empresas

familiares, questões patrimoniais, jurídicas, gestão das empresas, sucessão, riscos e

responsabilidades dos acionistas e dos administradores. Esse ambiente multidisciplinar é ideal

para desenvolver acionistas que fazem ou não parte da gestão da empresa.

Balneário Camboriú - SC

OBJETIVO

LOCALhttp://www.ffmblu.com.br (47) 3264.2000 | (47) 9101.3480

INFORMAÇÕES

(47) [email protected]

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