saúde business - ed. 07

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A REVISTA DA SAÚDE PARA UM NOVO CONCEITO DE GESTÃO Setembro de 2008 - Ano 01 - nº 07 Saúde O aquecimento do setor atraiu a atenção dos fundos de investimentos. Conheça as oportunidades que executivos como Ricardo Scavazza, do Pátria Investimentos, identificam na saúde e o impacto que esse interesse traz para o mercado DIAGNÓSTICO EM ALTA Os centros de medicina diagnóstica ganham espaço no atual cenário de saúde. Com a intensa competitividade, empresas com diferentes modelos de negócios traçam tendências para o segmento Foto: Ricardo Benichio

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A REVISTA DA SAÚDE PARA UM NOVO CONCEITO DE GESTÃO | Setembro de 2008 • Ano 01 • Edição 07. O aquecimento do setor atraiu a atenção dos fundos de investimentos. Conheça as oportunidades que executivos como Ricardo Scavazza, do Pátria Investimentos, identifi cam na saúde e o impacto que esse interesse traz para o mercado.

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A R E V I S T A D A S A Ú D E P A R A U M N O V O C O N C E I T O D E G E S T Ã O Se tembro de 2008 - Ano 01 - n º 07

S a ú d e

O aquecimento do setor atraiu a atenção dos fundos de investimentos. Conheça as oportunidades que executivos como Ricardo Scavazza, do Pátria Investimentos, identifi cam na saúde e o impacto que esse interesse traz para o mercado

DIAGNÓSTICO EM ALTA Os centros de medicina diagnóstica ganham espaço no atual cenário de saúde. Com a intensa competitividade, empresas com diferentes modelos de negócios traçam tendências para o segmento

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Presidente - executivoAdelson de Sousa – [email protected]

Vice-Presidente - executivoMiguel Petrilli – [email protected]

Diretor de Recursos e Finanças:João Paulo Colombo – [email protected]

Presidente do Conselho Editorial:Stela Lachtermacher – [email protected]

Diretor Executivo:Alberto Leite – [email protected]

UNI­DA­DE sEtoREs E NEgóCI­os - sA­úDE

EDI­toRI­A­LEDITORA: Cylene Souza - [email protected]óRTERES: Ana Paula Martins - [email protected] Katia Cecotosti - [email protected]áRIA: Patricia Santana - [email protected]

CoMERCI­A­L gEREN­TE COMERCIAL: Diego Wenzel - [email protected]

gEREN­TE DE CLIEN­TES: Jonatas Vasconcelos - [email protected]

EXECU­TIVOS DE CON­TAS: Eduardo galante - [email protected] Jucilene Marques - [email protected] Leandro Soares Premoli - [email protected]

MA­RKEtI­NgCOORDEN­ADOR DE MARKETIN­g: Osmar Luis - [email protected]­ALISTA DE MARKETIN­g: gabriela Vicari - [email protected]­TORES DE ARTE: Bruno Cavini - [email protected] Francisco Porrino - [email protected] Rodrigo Martins - [email protected]

REPREsENtA­NtE CoMERCI­A­LRIO gRAN­DE DO SU­L: Alexandre Stodolni - [email protected](51) 8404-9777 • (51) 3019-7183

RIO DE JAN­EIRO: Lobato Propaganda e Marketing Ltda. [email protected] • Cel: (21) 8838-2648 • Tel.: (21) 2565-6111

EU­A E CAN­ADá: global Ad N­et - Tel.: 603-924-1040 • [email protected]: 603-924-1041 • Tel.: 603-924-1040

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A­ssI­NA­tURA­s www.revistafh.com.br

Impressão: globo Cochrane

A Saúde Business possui um conteúdo exclusivo com a missão de integrar a cadeia da Saúde,

aborda o cenário da economia, política, governança e notícias que sejam destaque no cenário

nacional e internacional, sempre apresentados com a óptica da gestão em Saúde.

Com distribuição mensal e assinatura gratuita, a Saúde Business possui um conceito inovador e

único, que torna seu conteúdo indispensável aos decisores e consumidores de Saúde.

Produzida por IT Mídia S.A. Envio de cartas para redação: Praça José Lanes, 40- São Paulo- SP

Cep:04571-100 Te.: (11) 3823-6600.

S a ú d e

Índice setembro 2008

07 Hot SpotO Brasil e a bolsa da saúde

08 EntrEviStaLuís Augusto Lobão, da Fundação Dom Cabral, fala sobre o impacto das atividades colaborativas nos negócios.

14 .CoMConfira as notícias do mês que foram destaque no Saúde Business Web

20 rEportagEM dE CapaA Saúde no Alvo: Quais são os interesses dos fundos de investimento no setor.

28 govErnançaGestão de Riscos e Gestão de Investimentos

30 gEStãoMercado Ascendente: Empresas de medicina diagnóstica discutem a competitividade nos diferentes modelos de negócios.

36 ESpaço JurídiCoLucro Presumido e a abrangência do conceito de Serviços Hospitalares

38 EConoMia Eles não estão à venda

40 giro do MErCadoEstratégias, balanços, aquisições e fusões das organizações de saúde

44 polítiCaAs principais proposições, regulamentações e posicionamentos dos órgãos e associações do setor

48 rECurSoS HuManoSSimbiose entre Esporte e Mundo Corporativo

49 5 pErguntaSReajustes da ANS podem desequilibrar a Saúde

50 lado BAndré Oliveira e Rogério Bruscagin, da Agfa, fazem do ciclismo uma estratégia de integração

52 CarrEiraSA movimentação dos executivos do setor

54 livroS

56 SaúdE CorporativaMilagre em casa

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6 | setembro 2008| Saúde Business

Carta do Editor

A equi pe da revis ta Saúde Business está à sua dis po si ção para tirar dúvi das, rece ber crí ti cas, opi niões e con tri buir com o desen vol vi men-to do seu negó cio. Para anun ciar ou falar sobre pro je tos e ações per so na li za das entre em con ta to com nos sa equi pe comer cial:

Dire tor ExecutivoAlber to Lei te(11) 3823-6642/ (11) 7 133-8269alei te@itmi dia. com.br

Geren te ComercialDiego Wenzel(11) 3823 –6708/ (11) 7 14 4 -2542dwenzel@itmi dia. com.br

Geren te de ClientesJona tas Vas con ce los(11) 3823-6651/ (11) 7 14 4 -2539jvas con ce los@itmi dia. com.br

Exe cu ti vos de con tasLeandro Premoli(11) 3823-6706 / ( 11) 7 14 4 [email protected]

Jucilene Marques (11) 3823-6604 / ( 11) 7 14 4 [email protected]

Eduardo Galante(11) 3823-6629 / ( 11) 7 14 4 [email protected]

Repre sen tan tesRio de JaneiroSidney Lobato(21) 2565-6111sidney.lobato@itmidia. com.br Rio Gran de do Sul:Ale xan dre Sto dol ni(51) 3019-7 182 / (51) 8404 -97 7 7sto dol ni mark@ pop. com.br EUA e Cana dá:Glo bal Net603-924 -1040ed@glo ba lad- net. com

Para man dar suges tões, cr í t i cas e/ ou dúvi das entre em con ta to com o depar ta men to de Mar ke t ing:

Coordenador de MarketingOsmar Luis(11) 3823-6643osmar@itmi dia. com.br

Analista MarketingGabriela Vicari(11) 3823-67 14gvicari@itmi dia. com.br

Para falar sobre infor ma ções jor na lís t i cas, pau tas e re lea ses, entre em con ta to com nos sa equi pe de reda ção/ ar te:

EditoraCyle ne Sou za(11) 3823-6660csou za@itmi dia. com.br

Repór te resAna Paula Martins(11) 3823-6647amartins@itmi dia. com.br

Katia Ceco tos ti(11) 3823-6657kce co tos ti@itmi dia. com.br

EstagiáriaPatricia Santana(11) 3823-6648psantana@itmi dia. com.br

Sobre assi na tu ra/reno va ções entre con ta to

com nos sa Cen tral de Aten di men to ao lei tor:

aten di men to@itmi dia. com.br

Alfredo CardosoDiretor de Normas e Habilitações da Agência Nacional de Saúde Suplementar

Edson SantosPresidente do Grupo VITA e VPE do IHG

Luiz de LucaDiretor - superintendente do Hospital 9 de Julho

Marília Ehl BarbosaPresidente da Unidas e diretora-presidente da Capesesp

Marcos HumeGerente Sênior da Área de Negócios Corporativos da Johnson & Johnson e coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Avaliação de Novas Tecnologias da Abimed

Pedro FazioDiretor da Fazio e Superintendente da Avimed

O time que apóia a redação

Foto:s Divulgação

Bancos de investimento de olho na Saúde

Foto: Kelsen Fernandes

Cons

elho

edi

toria

l

“As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas re� etem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação.”

Na edição de março da Saúde Business, abordamos de que forma as empresas do setor poderiam se benefi ciar com a abertura de capital. A reportagem trazia dicas para quem quer entrar na Bolsa de Valores e mostrava como as empre-sas que decidiram partir para este modelo de negócios estavam investindo os recursos captados.Seis meses depois, estamos acompanhando o fl uxo oposto. Empresas de ven-ture capital e private equity estão colocando organizações de saúde em suas opções de fundos de investimentos. Seguindo o exemplo do Pátria Inves-timentos, que em 2004 decidiu apostar suas fi chas no laboratório Delboni Auriemo, que se transformaria na gigantesca rede de medicina diagnóstica

Diagnósticos da América, empresas como Advent International, FIR Capital e banco Santander abrem os olhos também para estas ações.Todos destacam os retornos maiores do que o esperado e as grandes oportunidades que estão por vir, já que este mercado ainda não atingiu um alto grau de consolidação.Na reportagem de capa de Ana Paula Mar-tins, você vai acompanha as percepções dos gestores destas empresas e vai desco-brir o que faz um negócio atraente para estes fundos.

Boa Leitura!Cylene SouzaEditora da Unidade Setores e Negócios / SaúdeIT Mídia [email protected]

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Saúde Business | setembro 2008 | �

Hotspot

O Brasil e a bolsa da saúde

Alberto leite

Diretor Executivo da IT Mídia [email protected]

Segundo a CVM só houve sete ofertas públicas de ações de empresas de saúde até o momento, no Brasil, com volume total de R$ 5,1 bilhões, o que representa apenas 5% do número total de ofertas. O percentual do volume captado é me-nor ainda, somente 3,5%. Quem não se lembra do DASA (Diag-nósticos da América S.A.) em 2004, com seu IPO de R$ 437 milhões? O acontecimento trouxe a nós aprendiza-do, mas, acima de tudo, lembro-me que foi acompanhado por muitos com de-masiado ceticismo e, diria, desconforto. Muitos me perguntaram o que seria da saúde financiada por alguém que sequer conhecia o sistema.Dois anos após o primeiro IPO, o DASA seguiu para a segunda oferta (agora um follow-on) no valor de R$ 662 milhões, totalizando quase R$ 1,1 bilhão em di-nheiro a ser aplicado no futuro da orga-nização. Nota-se que este valor consolida 21% de todo o valor captado no setor.Ainda em 2006, três empresas segui-ram o mesmo caminho. A Medial Saú-de capta um total de R$ 742 milhões, a Profarma consegue R$ 401 milhões e a OdontoPrev, R$ 522 milhões. So-mente em 2007 a AMIL chegaria com um IPO considerado histórico, de R$ 1,4 bilhão, fazendo com que somente o montante de dinheiro destinado a Pla-nos de Saúde fosse de aproximadamen-te R$ 2,6 bi, ou seja, 52% do valor total investido no setor.Em 2007 a Cremer, empresa do ramo de distribuição de produtos médico-hospi-talares, sai à rua e capta R$ 552 milhões, que somados ao importante número captado pela Profarma totalizam R$ 953 milhões na indústria fornecedora. A Tempo Participações, com seu impor-tante IPO, ainda em 2007, no valor de

R$ 420 milhões, completa a lista das empresa pioneiras na captação de di-nheiro no país.O que tudo isso tem a nos mostrar?O que podemos ver é que, apesar de as despesas de saúde representarem 7,8% do PIB brasileiro, o volume de negociações e o percentual de ofertas de ações, comparativamente a outros setores, é ínfimo.Quais são os problemas encontrados para que esses números evoluam?Pouca ou nenhuma cultura voltada à profissionalização – muitas empresas ainda vivem o momento familiar ou próprio, o que faz com que práticas de governança corporativa, tão almejadas por investidores, fiquem de lado. Algu-mas empresas crescem bastante mesmo adotando a gestão familiar, são exem-plos em suas áreas de atuação, porém não conseguem levar esse modelo ao mercado de capitais.Resultados – embora os números sejam pequenos diante do todo, o volume in-vestido por empresa foi bem grande. A questão que aflige novos IPOs no setor é que não é consenso que os resultados pós-IPO tenham sido satisfatórios para acionistas e executivos. A evolução no EBITDA pós-IPO só foi superior em três dos sete casos apresentados acima.Dificuldades do sistema – é visível que temos na saúde um setor de certa forma desarticulado, por conta da dificuldade no entendimento e na forma confusa da remuneração. Os diferentes elos do setor estão quase sempre se fechando em silos, procurando aumentar sua participação, o que faz com que investidores aguar-dem um melhor momento, seja para que haja auto-regulamentação, ou mesmo um posicionamento por força econômi-ca, mais fácil de ser visualizado.

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� | setembro 2008| Saúde Business

Entrevista

...em um hospital da Somália...

Saúde Business: De que forma a colabo-ração pode impulsionar os negócios?Luis Augusto Lobão: Para entendermos bem o fenômeno da colaboração, primeiro precisamos classificá-la quanto à forma e ao produto gerado. Quanto à forma, pode-mos definir que ela pode ser interna (entre filiais ou mesmo entre colaboradores), na cadeia (com fornecedores e o canal de dis-tribuição), com consumidores (co-criando valor e experiências) ou em massa (aberta, sem restrição geográfica). Os quatro tipos de colaboração podem gerar: conteúdo, negócios ou inovação. Entendendo os ti-pos de colaboração e principalmente os re-sultados, podemos dizer que a colaboração pode impulsionar os negócios, identifican-do conhecimento e inteligência com eficá-cia nunca antes vista, permitindo conectar pessoas e organizações de forma global.

Saúde Business: Como implantar um modelo de negócios colaborativo, tanto interno, com o envolvimento dos funcio-nários, quanto externo, com concorren-tes e fornecedores?Lobão: Participar de uma Rede Organi-zacional envolve algo mais do que apenas trocar informações a respeito dos traba-lhos que um grupo de organizações realiza isoladamente, ou mesmo de seus parti-cipantes. Estar em rede significa realizar conjuntamente ações concretas que mo-dificam as organizações para melhor e as ajudam a chegar mais rapidamente aos seus

Negócios

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Saúde Business | setembro 2008 | �

colaborativosA formação de novas redes sociais, a web 2.0 e os novos desafios impostos pela atual realidade de mercado estão levando a um novo modelo de negócios, em que concorrentes se tornam parceiros, as informações são abertas e até mesmo os clientes podem colaborar, com sugestões de novos produtos e melhorias nos processos. A colaboração passou a pautar as estratégias corporativas. Em entrevista à Saúde Business, o professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Luis Augusto Lobão, que também será keynote speaker do Saúde Business Forum, explica como o setor de saúde pode tirar proveito desta nova forma de fazer negócios.

Cylene Souza - [email protected]

Entrevista

objetivos. Desta forma, implantar ou criar uma rede de negócios colaborativa requer, inicialmente, uma discussão sincera dos benefícios mútuos gerados.

Saúde Business: Quais são os principais obstáculos aos modelos colaborativos nas organizações?Lobão: O maior obstáculo é o da abertura. Muitas organizações querem ter o benefí-cio, mas não conseguem equilibrar bem o receio do vazamento das informações com a comunicação dos conteúdos que propi-ciem a colaboração. Outra questão é que não estão realmente preparadas a responder às críticas e comentários que possivelmente possam vir junto com as sugestões e idéias.

Saúde Business: É possível imaginar a colaboração entre organizações do mes-mo segmento, com modelos de negócios parecidos, por exemplo, entre bancos ou empresas de TI, mas como promover

modelos colaborativos em uma cadeia com mecânicas de negócios e interesses tão distintos, como a Saúde?Lobão: Sem dúvida, é possível, principal-mente em atividades que não sejam fontes de vantagem competitiva. Centros de ser-viços compartilhados ou mesmo operações conjuntas podem reduzir custos e tornar a cadeia mais competitiva. Por exemplo: dois jornais podem usar o mesmo sistema de distribuição, reduzindo o custo para am-bos, visto que a entrega não gera nenhuma vantagem competitiva. A saúde pode se be-neficiar muito de processos colaborativos, visto que pode compartilhar informações, equipamentos e conhecimento. A colabo-ração no setor de saúde pode ser dentro de uma mesma geografia ou, com ajuda da tec-nologia, buscar centros de referência que não sejam competidores diretos.

Saúde Business: No setor de saúde, tam-bém percebe-se que há pouca troca de

informações e compartilhamento de ser-viços entre os players. Os gestores alegam que todas as informações são estratégicas e, no caso dos hospitais, o discurso mais freqüente é que é preciso oferecer todos os tipos de serviços e especialidades, para atingir o maior número de clientes. Como definir o que deve ou não ser compartilha-do? Há limites para a colaboração?Lobão: Interessante, pois o setor de saú-de já tem compartilhado seu maior re-curso estratégico, o médico. A maioria das informações que os gestores (de uma forma geral e não específica ao setor de saúde) julgam estratégicas, na verdade são informações de caráter operacional. O compartilhamento de informações e prá-ticas permite que todos ganhem, pois cria uma referência de trabalho e de busca de melhorias. O limite para a colaboração é aquele que não afete o seu negócio: perda de propriedade intelectual, roubo de in-formações e pirataria.

lay_entrevista 9 9/2/08 4:38:04 PM

10 | setembro 2008| Saúde Business

Entrevista

Saúde Business: Não há ação sem recom-pensa. No livro Wikinomics, de Dan Tapscott e Anthony D. Williams, os auto-res defendem um modelo em que o colabo-rador receba algum tipo de benefício por suas iniciativas, seja ele cliente, fornecedor ou funcionário da empresa. Como estru-turar a seleção destas iniciativas e qual o tipo de recompensa mais adequado?Lobão: Não existe colaboração sem benefí-cios mútuos. As recompensas podem ser de caráter financeiro - grande parte dos mode-los utiliza esta forma, ou simplesmente de reconhecimento. As pessoas se motivam a participar para sair do anonimato ou simplesmente serem valorizadas pela sua contribuição. Para montar um sistema de recompensa e reconhecimento, precisamos conhecer nosso público, bem como equili-brar a contribuição dos participantes com os resultados que vamos obter. Se você tiver uma causa, pode ter certeza que terá muitos voluntários a participar, mesmo sem bene-fícios financeiros.

Saúde Business: Empresas de todos os segmentos já perceberam que só terão sucesso se mantiverem o foco no clien-te, mas muitas ainda não vêem o cliente como um agente ativo de melhorias de processos e mudanças de produtos, por exemplo. O que fazer para transformar o cliente num colaborador da empresa?Lobão: Primeiro, o cliente/consumidor pre-cisa acreditar que terá voz. Não adianta colo-car um blog onde os comentários dos partici-pantes não serão respondidos. Isso vale para as idéias e sugestões enviadas. Outra coisa: as comunidades podem ir além dos comentá-rios e sugestões. Sua empresa pode permitir que eles criem novos produtos, conteúdos ou mesmo aplicações. Co-criar com o consumi-dor faz com que os usuários participem do planejamento e até de inovações. Vale a pena.

Saúde Business: Qual é o papel da inter-net na adoção de modelos colaborativos? Ela é mesmo fundamental, ou institui-

ções de saúde localizadas em regiões sem acesso ou infra-estrutura de Tecnologia da Informação também podem desen-volver seus modelos de colaboração?Lobão: Estamos diante da web 2.0, que re-fere-se à nova geração da web, incluindo sua arquitetura e aplicações, se caracterizando por uma transição de websites isolados de informação para uma plataforma compu-tacional em web para os usuários finais. É um fenômeno social de criação e distri-buição de conteúdo, caracterizado pela comunicação aberta, descentralização de autoridade e liberdade para compartilhar e reutilizar. Serviços P2P, como o BitTor-rent, demonstram um outro princípio da web 2.0: todo cliente também é um servi-dor, logo, o serviço se torna melhor quando mais usuários o utilizam.O movimento não é tecnológico, mas basea-do em tecnologia, é um processo cultural de-sencadeado pela tecnologia. A convergência cultural já chegou. Histórias e conteúdo agora são distribuídos pelo máximo de plataformas e mídias, de forma legal ou ilegal, de cima para baixo e de baixo para cima. É um processo transmídia, participativo e experimental.

Saúde Business: Como acompanhar e coor-denar ações e resultados com o envolvimen-to de tantos colaboradores nos negócios?Lobão: Não vejo como um problema, e sim com uma resposta aos inúmeros desafios que enfrentamos no dia-a-dia. O fato inegável é

que estamos diante de algo diferente: nun-ca antes na história tivemos acesso a tanta informação. O fenômeno é muito grande, muito rápido e complexo. Alguns podem ficar congelados e perplexos, pensando em como tentar controlar toda esta crescente fonte de conhecimento e dados, outros po-dem, com um certo grau de empreendedo-rismo, aproveitar para desenvolver negócios, produtos ou serviços. O fato é que não há uma forma efetiva de tentar controlar. Pre-cisamos, sim, criar os canais próprios e as ferramentas para processar as contribuições direcionadas ao nosso negócio.

Saúde Business: É sabido que mudanças deste porte, que envolvem compartilha-mento de informações antes considera-das sigilosas e até mesmo novas relações de trabalho, em que há mudanças das relações de poder e democratização da tomada de decisões, costumam gerar re-sistência. Como promover as mudanças na cultura organizacional com vistas à adoção de modelos colaborativos?Lobão: Primeiro é preciso tentar entender o movimento e a mudança, já que muito dos líderes têm uma noção vaga do que é o ambiente da web hoje. Alguns a vêem até com um certo preconceito. Acredito que eles precisam entender um pouco mais o impacto da Web 2.0 e desta nova geração, que nasceu acreditando que o computador e internet sempre existiram.

Muitas organizações querem ter o benefício, mas não conseguem

equilibrar bem o receio do vazamento das informações com a

comunicação dos conteúdos que propiciem a colaboração

Luis Augusto Lobão, da Fundação Dom Cabral

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14 | setembro 2008| Saúde Business

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Definitivamente, o último mês foi marcado pelos resultados financeiros da maioria das empresas de saúde de capital aberto. Fizemos a cobertura dos re-sultados da Diagnósticos da América (Dasa), Tem-po Participações, Sul América, Cremer e Amil. A Dasa, como era de se esperar, anunciou cres-cimento de 37,4% no trimestre e já antecipou a negociação de compra de 20 laboratórios, o que signifi ca que o segundo semestre vai ser bem aquecido para empresas de diagnóstico. A Cremer também seguiu para o mesmo cami-nho e, junto com os resultados, anunciou a aquisi-ção de duas distribuidoras na Bahia. Mas a redação também vivenciou um fato curio-so. Da mesma forma que fi zemos com todas as

empresas, iríamos acompanhar a teleconferência dos resultados da Amil. Contudo, fomos impe-didas de fazer a cobertura pela própria direção da operadora. Mesmo assim, você, leitor, não saiu perdendo, pois conseguimos o balanço da Amil, que registrou queda no lucro líquido mesmo com o aumento de benefi ciários.Mas, como somos “brasileiras e não desistimos nunca”, vamos continuar tentando e, nos próxi-mos resultados, esperamos uma postura diferen-te. Afi nal, são sempre vocês que saem ganhando com a informação.

Con� ra as notícias que aqueceram o portal.Boa leitura!

Webcast entrevistaSão Luiz quer ter acesso ao capital estrangeiroConfi ra a entrevista do diretor-presidente do Hospital São Luiz, de São Paulo, André Staff a, sobre a abertura de capital e acesso ao capital estrangeiro, bem como a estratégia da instituição em possuir unidades espalhadas em outros Estados brasileiros.

Assista outras entrevistasno www.saudebusinessweb.com.br

Mês dos balanços e do "Cartão vermelho" do saúde Business Web

As 10 mais clicadas12345

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10

Saúde inicia campanhade vacinação contra rubéola

20 laboratórios estãona mira da DASA

SP cria pós-graduaçãográtis em gestão hospitalar

OPINIÃO: Alguns antônimosde "Acreditar"

Itaú faz parceria com laboratóriopara gestão da saúde

Comissões de infecção hospitalarpodem deixar de ser obrigatórias

Oferta de planos coletivos desaúde pode ser restringida pela ANS

Anvisa quer limitar número de cirurgias com câmeras por causa de novo tipo de infecção

OPINIÃO: A Lei secae a conseqüência nos transplantes

OPINIÃO: Acreditação de Serviços de Saúde

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Patricia Santana: estagiária da Unidade Setores e Negócios / Saúde [email protected]

Participe você também e comente sobre estes e outros temas em: www.saudebusinessweb.com.br

* A repórter Katia Cecotosti está em licença maternidade e volta na edição de dezembro.

Blog da RedaçãoÚLTIMO POST: Remédios nos-sos de cada diaAs notícias de bastidores e os co-mentários das jornalistas do Saúde Business Web

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Saúde Business | setembro 2008 | 15

A voz dos leitoresDê sua opinião em nossa enquete on-line e confira o resultado aqui. Toda semana um novo tema.

BlogsLeia e discuta com nossos blogueiros os assuntos mais quentes do mês

Qual segmento do setor de saúde investe mais em responsabilidade social?

Hospitalar

28%

Laboratorial, o que inclui empresas de diagnóstico por imagem

8%

Farmacêutico

24%

Outros

4%

Pedro FazioÚLTIMO POST: Unidas: Excepcional PublicaçãoPedro Fazio é economista e diretor da Fazio Consultoria.

Roberto LatiniÚLTIMO POST: Consulta Pública 01/2008, do Minis-tério da SaúdeRoberto Latini é diretor da Latini & Associados e aborda as regulações do setor de Vigilância Sanitária

Glauco MichelottiÚLTIMO POST: Gestão em Serviços de Saúde, Qu est-ce que c est?Glauco Michelotti é CEO do Grupo BEM, é formado em Matemática com MBA em Mercados de Capitais

Marilia Ehl BarbosaÚLTIMO POST: Alternativas de gestão públicaMarilia Ehl Barbosa é presidente da UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde

Ildo MeyerÚLTIMO POST: Gente cuidando de genteIldo Meyer é palestrante motivacional e médico com es-pecialização em anestesiologia e pós-graduação em Filo-sofia Clínica pelo Instituto Packter

Adrianos LoverdosÚLTIMO POST: Revelando talentos no Congresso de AuditoriaAdrianos Loverdos é diretor técnico do Hospital Madre-cor de Uberlândia. Também é autor do livro "Auditoria e Análise de Contas Médico Hospitalares"

Claudia GoulartÚLTIMO POST: Miomas uterinos: adeus à cirurgiaClaudia Goulart é presidente da GE Healthcare para a América Latina

Saúde suplementar, desde operadoras até seguradoras de saúde

36%

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16 | setembro 2008| Saúde Business

.COM

O paradoxo da regulação de preço

dos medicamentos no Brasil Em artigo, o diretor-presidente da Asso-ciação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, Carlos Geyer, fala sobre cus-tos farmacêuticos e o papel do Governo nos reajustes da indústria.

Enfim, um sinal de mudança Na opinião da diretora de recursos hu-manos do Hospital Bandeirantes, Maria José Pereira, a proposta do governo de re-forma tributária pode gerar uma desone-ração na folha salarial, que pode impac-tar positivamente na Saúde.

Maior eficiência nos processos e

custos hospitalares O artigo do líder da prática de Business Consulting da Atos Origin, Felipe Botto, aponta as compras estratégicas como um diferencial na rentabilidade hospitalar, que traz redução de custos administrati-vos e redução de compras pontuais.

A portabilidade

dos planos de saúdePara a advogada Regina Vendeiro, evitar a portabilidade das operadoras de saúde é um retrocesso, no entanto é preciso es-tabelecer regras precisas para garantir a viabilidade do setor no longo prazo.

OpiniõesLeia e discuta com nossos colunistas

20 laboratóriosestão na mira do DASA

Conforme os resultados financeiros apresentados no último mês pela Diagnósticos da América S.A. (Dasa), o pipeline de aquisições da companhia está composto por 20 laboratórios, que já estão em fases avançadas de negociação. Depois de um ano sem fazer aquisições, a última investida do grupo foi o CientíficaLab, em julho de 2007. Com 11 empresas já adquiridas, o Dasa pretende manter a mesma estratégia de am-pliação. "Os alvos das nossas aquisições são sólidos. São marcas líderes em mercados importantes, independente do tamanho da marca. Existem possibilidades maiores em laboratórios médios, pois permitem modificação de modelo de negócio, entre outros pontos", conta o diretor presidente e de Relações com Investido-res da empresa, Luiz Gastão Mange Rosenfeld. No 2º trimestre de 2008, a dívida líquida da empresa regis-trou um aporte de R$ 385,7 milhões, uma alta se comparado aos R$ 373,2 milhões do 1º trimestre deste ano. "É evidente que com o aporte de capital que temos, isto vai nos permitir atingir alvos previstos para 2009 e 2010, havendo um número maior de aquisição num período curto de tempo. Mas 100% do endividamento será destinado ao crescimento orgânico e por aquisições", antecipa Rosenfeld.

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Da redação/ Colaborou Patricia Santana – [email protected]

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Mais do que investir em novas marcas, o Dasa também projeta a construção de mais 14 unidades novas ainda nes-te ano. "As novas unidades devem es-tender nossa operação em Salvador, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. As unidades já estão em obras avançadas. Temos uma previsão de inaugurações em agosto, outubro e de-zembro", conta. Questionado sobre uma possível con-centração de todas as marcas em uma única no futuro, o executivo acredita que não há um posicionamento para reduzir as marcas, por conta do pres-tígio e do valor agregado que elas pos-

suem. "Este valor da marca nas regiões tem que ser muito entendido. A idéia é continuar com multimarcas, sendo um diferencial importante na estratégia de consolidação e crescimento sustentá-vel", conclui.

>> Resultados do trimestreO grupo atingiu o faturamento bruto de R$ 301,1 milhões, o que representa um crescimento de 37,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O Eb-tida ajustado do trimestre teve uma au-mento de 57,4% em relação ao segundo trimestre de 2007, chegando a R$ 72,3 milhões, com margem de 26%.

Crescimento orgânico Resultados do 2º Trimestre

R$ 301.1 milhões foio faturamento bruto

37.4% foi o crescimento emrelação ao mesmo período doano passado

R$72,3 milhões foio Ebitda ajustado

57.4% superior ao Ebitdaajustado no mesmo períodoem 2007

R$ 385.7 milhões foia dívida líquida

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A Amil Participações, holding contro-ladora da Amil, encerrou o segundo trimestre deste ano com 3 milhões de beneficiários e com um lucro líquido de R$ 79 milhões. Apesar do crescimento da carteira em 6,6% se comparado ao trimestre anterior, a operadora obteve um recuo no lucro, que registrou no primeiro trimestre R$ 89,6 milhões. De acordo com o presidente da com-panhia, Edson Bueno, 61,2% dos be-neficiários estão alocados em planos corporativos, 21,6% em planos indi-viduais e 17,2% em planos dentais. "A expectativa é de que o plano odonto-lógico aumente ainda mais em núme-ro de usuários, assim que recebermos mais aderências", diz o executivo em teleconferência para o exterior. A receita operacional ajustada totali-zou R$ 1.091,6 milhão neste trimes-tre, o que representa um valor 32,1% superior em relação ao mesmo período de 2007. O Ebtida encerrou R$ 105,5 milhões, ou 9,7% de margem, o que também re-presenta uma queda se comparado ao primeiro trimestre do ano, em que foi registrado R$ 121,8 milhões. O índice de sinistralidade da carteira de planos ficou em 67,9% neste tri-mestre. Este índice inclui os custos adicionais relacionados à epidemia de dengue no valor de R$ 5,0 milhões. "A estabilidade da sinistralidade é controlada por meio de margem. A gente procura controlar o máximo possível os custos médicos, quando não, investimos em novos modelos ou

renovamos produtos com planos mais lucrativos", conta Bueno. Segundo a companhia os resultados deste trimestre foram impactados pe-los três novos hospitais agregados a estrutura da Amil, provenientes das empresas adquiridas Ampla e Life Sys-tem, que ainda estão em fase de ajustes e integração. Além disso, recentemente, a compa-nhia anunciou a opção de compra do Hospital de Clínicas de Brasília, pelo valor total de R$ 8,5 milhões e assun-ção de R$ 5,5 milhões em passivos. "Em três meses esta aquisição será con-

cluída e nos deixará manter os custos mais baixos, com um alto valor compe-titivo no mercado", pontua Bueno. No acumulado do ano, frente ao fi-nal de 2007, a Amilpar já apresen-ta um crescimento de 12 ,5%, sendo 9,6% orgânico e 2 ,9% aquisições, na sua base de beneficiários. Com rela-ção ao mercado de saúde suplemen-tar como um todo, o presidente da Amil acredita que "em São Paulo o mercado de operadoras é mais pul-verizado, mas no Rio de Janeiro a concentração é menor, mantendo a Amil com boas vendas".

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Da redação/ Colaborou Patricia Santana – [email protected]

Amil tem quedade lucro líquido, mas aumenta usuários

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Cremer anunciaaquisição de distribuidoras na BahiaA Cremer , distribuidora de produtos para a saúde e fabricante de têxteis e ade-sivos cirúrgicos, anunciou a aquisição de duas distribuidoras: Hemocat Comércio e Exportação Ltda. e Biamed Comércio de Materiais Médicos Ltda., ambas de Salvador (BA). O Memorando de En-tendimentos para a compra de 100% das ações das duas empresas já foi assinado. O valor da negociação será o equivalente a 4,5 vezes à média aritmética dos Ebi-tdas consolidados das duas empresas, nos exercícios de 2009 e 2010. A He-mocat e a Biamed tiveram uma receita de R$ 13 milhões e um Ebitda consoli-dado de R$ 1,9 milhão em 2007.

A aquisição das empresas faz parte da estratégia de crescimento da Cremer por meio da complementação do por-tfólio de produtos da companhia. As adquiridas atuam como distribuidoras regionais de produtos descartáveis nos segmentos de cardiologia intervencio-nista, neurocirurgia, neurorradiologia e cirurgia endovascular. Agora, as aquisições serão submetidas à aprovação dos acionistas da Cremer por meio de Assembléia de Geral. >> Resultados do trimestreA empresa encerrou o segundo trimestre do ano com receita bruta de R$ 104,9

milhões, o que representa um cresci-mento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado.O lucro líquido ajustado do período foi de R$ 8,1 milhões, com crescimento de 33,2% em relação ao segundo trimestre de 2007. O Ebitda ajustado teve uma redução de 0,3% em relação a 2007, com R$ 11,2 milhões, resultando em uma margem de 14%, 2.2% menor que a de 2007. O crescimento da receita é atribuído às estratégias da Cremer de aumentar a oferta de produtos para os clientes por meio venda de produtos de terceiros e de realizar vendas cruzadas.

A Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS) e o Banco Cooperativo Sicredi S/A assinaram, no dia 31 de ju-lho, um termo de convênio para a distri-buição de cotas de um fundo dedicado ao setor de saúde suplementar. O fundo, denominado Soberano Saúde -

corresponde a um fundo de investimen-to de renda fixa de longo prazo dedicado ao setor. Dentro da legislação da ANS, os valores aplicados pelas operadoras neste tipo de ativo estarão automaticamente vinculados à Agência, como uma espécie de reserva financeira para cobertura das

provisões técnicas e do excedente da de-pendência operacional. Esse é o terceiro fundo dedicado ao setor de suplementar, já que existem fundos na Caixa Econômica Federal (CEF) e no Santander Asset Mana-gement DTVM Ltda.

Tempo cresce 20,2% em beneficiáriosA Tempo Participações, operadora de planos de saúde, odontológicos e servi-ços de assistência especializada 24 ho-ras, anuncia os resultados do segundo trimestre de 2008. No períodos, a receita líquida da

companhia apresentou um cresci-mento de 26,1% em relação ao mes-mo período do ano anterior, atingin-do R$ 169,0 milhões. A companhia apresentou Ebitda de R$ 18,9 milhões no segundo trimestre, re-

presentando crescimento de 87,2% em comparação ao mesmo período de 2007. O número de beneficiários apresentou um aumento de 20,2%, se comparado ao mesmo trimestre de 2007, chegan-do a 1,37 milhões.

Banco Cooperativo lança fundo para saúde suplementar

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Reportagem de Capa

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O potencial de crescimento do setor

despertou o interesse dos investidores

profissionais. Cada vez mais empresas de

Private Equity e de Venture Capital e fundos

de investimentos apostam no setor de olho

em rentabilidade. Conheça os impactos

dessa atuação na saúde e saiba o que torna

as empresas do setor tão atraentes. Ana Paula Martins - [email protected]

Reportagem de Capa

Saúde Business | setembro 2008 | 21

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22 | setembro 2008| Saúde Business

Reportagem de CapaReportagem de Capa

A falta de recursos e incentivos já não pode mais ser usada como desculpa para o não desenvolvimento do setor de saúde. Pelo menos não para empre-sas inovadoras, com metas e estratégias agressivas de crescimento e atentas às oportunidades. Diante de fatores como o envelhecimento da população, o po-tencial de aumento de acesso aos servi-ços de saúde e com o avanço tecnológi-co, o setor de saúde tornou-se o novo alvo dos detentores de capital, que vêem no mercado a chance de apostar alto e ganhar muito. O interesse de fundos de investimen-tos e de private equity (PE) e venture capital (VC) no setor é cada vez mais expressivo. A pesquisa Tendências Glo-bais em Venture Capital, realizada pela Deloitte em 2006, apontou o setor de saúde como uma das principais áreas de interesse de investimento das empresas de PE e VC. Depois de softwares, com interesse de 60% dos investidores, e de redes de comunicação, com 53%, as in-dústrias de equipamentos médicos e de biofarmacêuticos despontam como as principais áreas de interesse, sendo alvo cada uma delas de 38% dos investido-

res. A pesquisa entrevistou 505 execu-tivos de PE e VC em todo o mundo. No Brasil, a proporção se manteve a mesma. “O setor tem um grade espaço para a consolidação e apresenta um rá-pido crescimento, além de ser uma área de muita carência no país. Isso faz da saúde um grande negócio”, avalia o só-cio da área de consultoria financeira da Deloitte, Ricardo Carvalho. Já o relatório da consultoria Pricewa-terhouseCoopers, publicado em abril deste ano, destaca a saúde como um dos principais setores alvo de inves-timentos de private equity e venture capital, ao lado de agronegócios, bio-tecnologia e áreas associadas à infra-estrutura, como energia e mineração. E não são poucos os recursos disponí-veis. O mesmo relatório aponta que em 2007 foram levantados por esses fun-dos cerca de US$ 4 bilhões em recur-sos para investimentos no País. O dado já apresenta uma aceleração do mercado de PE e VC no Brasil. O pri-meiro censo da Indústria de PE e VC, realizado pelo Centro de Pesquisas de Private Equity da Fundação Getúlio Vargas, apontou uma movimentação

de US$ 5,5 bilhões por esses fundos no período de 1999 até 2005. Nessa pri-meira onda de investimentos, das 306 empresas investidas, 18 estavam rela-cionadas ao setor de saúde. Entre esses investimentos, destaca-se o realizado pelo Pátria Investimentos na Diagnós-ticos da América (Dasa) e pela TMG Participações na Odontoprev. O primeiro ciclo de investimentos teve início em meados dos anos 90, com a implantação do Real e com a estabilização da economia. Como nesse período foi realizado todo o ciclo de investimento e desinves-timento, com entrega signif icativa de resultados, a indústria de PE se consolidou. “Os fundos de PE e VC ganharam força após o resultado do primeiro ciclo de investimentos, que ref letiu nessa onda de abertura de capital. Depois que as empresas completaram o ciclo de investi-mento e entrega de resultados, os aportes foram mais vultuosos, o que deu um novo fôlego para es-ses fundos”, explica o professor da Fundação Getúlio Vargas, Antônio Gledson de Carvalho. Desafios e oportunidadespara a saúdeCom mais recursos nas mãos e a bus-ca constante por novas oportunidades de negócios e investimentos, os fundos já analisam o setor de saúde com mais atenção. Fatores como o envelhecimen-to da população, o potencial de acessos a serviços de saúde (no Brasil apenas 21% da população tem acesso ao ser-viço privado de saúde) e o potencial de inovação, contribuem para tornar o se-tor tão promissor. Com o objetivo claro de apostar em em-presas lucrativas, os fundos de PE e VC buscam geralmente empresas inovado-ras e de setores aquecidos. “O foco dos

O foco dos investidores está em empresas que apresentam

novos negócios, que têm grande potencial de desenvolvimento

e atuam em setores não consolidados, cujo crescimento é

acelerado. No setor de saúde há espaço tanto para a inovação

como para a consolidação, o que atrai os fundos

Professor Antônio Gledson de Carvalho, da FGV

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Reportagem de Capa

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Reportagem de Capa

Fonte: Deloitte

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Onde Os fundOs de Pe querem investir

investidores está em empresas que têm novos produtos, novos negócios e com grande potencial de desenvolvimento e em setores que estão em consolidação, cujo crescimento é acelerado. No setor de saúde há espaço tanto para a inova-ção, com o avanço tecnológico de equi-pamentos e medicamentos, como para a consolidação, a exemplo do que acon-tece com a Dasa”, avalia Carvalho. Para tornar as empresas investidas lu-crativas e eficientes, os investidores acompanham de perto a evolução dos negócios. O censo realizado pela FGV aponta que, mesmo não sendo prática comum a opção pelo controle majori-tário dos negócios das empresas investi-das, tendo somente 21,2% dos negócios investidos sob esse processo de gestão, os fundos optam pelo poder de veto e pela participação no conselho de admi-nistração das companhias. Outro aspecto relevante na decisão de se realizar o investimento em deter-

minado negócio é a transparência nas informações e gestão profissionalizada. Na pesquisa da FGV, 41% das organi-zações gestoras de investimentos apon-taram a sólida experiência profissional dos gestores das empresas investidas e os balanços financeiros auditados como fatores relevantes na hora de confirmar o aporte. “As empresas investidoras querem uma coisa só: companhias que querem ganhar dinheiro. Empresas que ainda não estão com a gestão adequada, não interessam aos investidores”, desta-ca o pesquisador. No setor de saúde, há ainda um outro ponto que é considerado desafio para os investidores: a falta de informações sobre os negócios. “O setor de saúde, em todas as análises, se destaca entre os três setores de maior crescimento nas próximas duas décadas (ao lado de Ha-bitação e Educação). Isso já é lugar co-mum. Entender o ciclo econômico dos serviços em saúde ainda é muito com-

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Glauco Michelotti, do Grupo BeM

Entender o ciclo econômico dos serviços em saúde ainda é muito complexo. Por terem nascido da caridade e altruísmo, deixaram de ser vistos como negócio. Cabe às empresas mudar esse aspecto. Isso não é pecado, nem heresia, mas sobrevivência

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24 | setembro 2008| Saúde Business

Reportagem de CapaReportagem de Capa

ATRATIVOS DO SETOR DE SAÚDE

• Rápido crescimento

• Grande demanda por serviços de saúde no Brasil

• Espaço para a consolidação do setor

• Possibilidade de crescimento via aquisições, o que permite o ganho em escala

• Aumento de renda da população, que facilita o acesso ao sistema privado de saúde

• Avanço tecnológico

plexo. Por terem nascido da caridade e altruísmo, deixaram de ser vistos como negócio. Cabe às empresas mudar esse aspecto. Isso não é pecado, nem heresia, mas sobrevivência”, analisa o CEO do Grupo Bem e especialista em mercado fi nanceiro, Glauco Michelotti. Para o gestor, o fundamental é que as

empresas dediquem-se à profi ssiona-lização da gestão, adotando planeja-mento estratégico, atentando-se para a execução e evoluindo em tecnologia gerencial. Na opinião de Michelotti, o interesse dos fundos de investimento na saúde, só tem a contribuir para a evo-lução do setor. “Os fundos de PE que

entraram em nosso setor obtiveram sa-tisfatório sucesso. É muito bom para as empresas de saúde no Brasil ter sócios investidores que, naturalmente, em-purram o foco da administração para a gestão empresarial, que sempre foi relegada a segundo plano por conta da prioridade em “provimento de serviço em saúde” propriamente dito. Nisso, a empresa fi ca mais bem administrada, controla os desperdícios, trabalha foca-da em metas e dispõe de capital para investir no que for necessário para atin-gi-las”, aponta. Impacto positivoUm exemplo do desenvolvimento que a atuação das organizações de private equity e venture capital pode trazer para o setor de saúde é o que acon-teceu com o grupo Diagnósticos da América. Somando os projetos de expansão do sócio Caio Auriemo ao capital e às orientações de gestão do Pátria Investimentos, o então labora-tório Delboni Auriemo tornou-se um dos maiores conglomerados de saúde da América Latina. A parceria teve início em 1999, com o aporte de R$ 60 milhões do fundo na

Gostamos de investir

no setor de saúde e

enxergamos um grande

potencial nesse mercado.

Nosso perfil é de

investir em histórias de

crescimento

Ricardo Scavazza

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riCardo SCavaZZa, do PÁtria inveStiMentoS

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Reportagem de Capa

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Reportagem de Capa

companhia, com uma clara tese de in-vestimento: consolidar o mercado por meio de aquisições, como forma de obter maior escala e menores custos. Inicialmente, a estratégia do Pátria era realizar a venda de sua participa-ção na Dasa a um grupo estrangeiro. A opção pelo mercado de capitais aca-bou tornando-se mais atraente. “Hou-ve uma mudança de planos diante do cenário favorável para a oferta pública de ações, e acreditamos que podería-mos captar mais recursos”, relata o sócio diretor do Pátria Investimentos, Ricardo Scavazza. Para alcançar as metas de expansão, profissionais do Pátria participaram ativamente da adminsitração do grupo, com diretores e sócios atuando como gestores internos do Dasa. Além disso, o fundo criou uma equipe de expansão, responsável por prospecção e negocia-ção de novas compras de empresas. A

saída do Pátria do grupo acontece gra-dativamente. Em 2005, o Pátria redu-ziu sua participação no Dasa de 63% do capital para 37,8%. Hoje, o fundo tem apenas 15% de participação. “Nossa experiência na saúde foi muito positiva e queremos continuar investindo nesse setor. Há ainda muitas oportunidades”, destaca Scavazza. Para o executivo, o Dasa se beneficiou do crescimento da saúde privada no Bra-sil nos últimos anos, impulsionado pelo envelhecimento da população e pela conseqüente pressão pelos gastos com a saúde. A esse fator, Scavazza acrescen-ta a melhoria de renda da população brasileira, que insere mais pessoas no mercado de saúde e o crescimento do setor superior ao PIB nacional. “A gen-te gosta de investir no setor de saúde e enxergamos um grande potencial nesse mercado. Nosso perfil é de investir em histórias de crescimento”, afirma.O Pátria já está em seu terceiro fun-do de investimento. O primeiro foi de US$ 235 milhões, o segundo de US$ 370 milhões, ambos com o total capita-lizado empregado. O terceiro, de US$ 700 milhões, está em fase de prospec-ção de novos negócios, tendo somente 10% dos recursos já investidos. “Para o Pátria, as empresas que interessam são aquelas que apresentam potencial de expansão, boa história de crescimento e lideranças que tenham conhecimento específico da indústria em que atuam. Estamos em busca de oportunidades na saúde”, aponta. Atentos às oportunidadesO setor de saúde atrai a atenção de fundos de investimentos no mundo inteiro. Organizações experientes, que já apostam no setor em mercados de-senvolvidos como o norte-americano e o europeu, vêem na América Latina um grande potencial de crescimento.

A Advent International é uma delas. A empresa americana, que tem atuação em 17 países de quatro continentes, demonstra grande interesse no setor. “O setor vem amadurecendo e vemos um intenso movimento de consoli-dação em todos os subsetores e isso é interessante para os negócios”, destaca o sócio sênior da Advent International no Brasil, Mario Malta. Globalmente, o fundo já realizou inves-timentos em mais de 25 companhias de saúde, com interesse em farmacêuticas, companhias focadas em ciências da vida, equipamentos médicos e serviços de saúde. Na América Latina, o princi-pal investimento realizado no setor foi na Fada Pharma, farmacêutica argen-tina focada em genéricos. O aporte foi feito em 2001. Com a gestão e o inves-timento do Advent, a companhia apre-sentou um resultado 61% superior e foi vendida em 2006 para a Polygon Labs. No Brasil, a organização assumiu a subsidiária da farmacêutica alemã Asta Médica, que foi vendida para a Aché Laboratórios por um valor superior a R$ 100 milhões, em 2003, e desde 2002 é controladora da Atmosfera, em-presa especializada em higienização de têxteis, com forte atuação no segmento hospitalar, com investimento de US$ 20 milhões. “Há muito espaço para se crescer no setor de saúde. Para nós as principais oportunidades estão nos seg-mentos de produção de medicamentos, serviços e cosméticos”, pontua. Na América Latina, a Advent Inter-national já constituiu quatro fundos de investimentos, denominados Lapef (Latin Amerca Private Equity Fund), totalizando US$ 1,3 bilhão. O último, com US$ 275 milhões em recursos dis-poníveis, está em fase de investimento. “Queremos empresas consolidadas, que apresentem histórico de crescimento”, aponta Malta.

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Mario Malta, da advent international

O setor vem amadurecendo e vemos um intenso movimento de consolidação em todos os segmentos, o que é interessante para os negócios

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A Advent International só investe em empresas com faturamento superior a US$ 100 milhões. Os aportes míni-mos são de US$ 50 milhões e o fun-do opta pelo controle majoritário das empresas investidas. A participação na gestão das companhias é feita por meio dos conselhos de administração e fiscal. “Investimos em negócios onde identificamos um alto potencial de crescimento. Buscamos empresas que tenham uma boa gestão e liderança no setor em que atuam. Nosso interesse é agregar valor às empresas e ter um bom retorno sobre o investimento rea-lizado”, destaca o executivo. Investimento em inovaçãoAs oportunidades de investimento em saúde contemplam os diferentes níveis de atuação e de maturidade do negócio. Em comum, o que os fundos

buscam é rentabilidade e capacida-de real de crescimento. Enquanto os fundos de Private Equity investem em histórias de crescimento, os de Ventu-re Capital buscam inovação e capaci-dade empreendedora. A FIR Capital, gestora mineira de fun-dos de venture capital, aposta na ino-vação e já enxergou boas oportunida-des no setor de saúde. “Nosso primeiro investimento foi feito em uma empresa de biotecnologia, a Biobrás, cujo fun-dador é sócio da FIR. Dessa forma, po-demos dizer que o interesse pelo setor está em nosso DNA”, relata o gestor da FIR Capital, Marcus Regueira. A Biobrás era uma empresa de biotec-nologia voltada para a produção de insulina, nascida da união de pesqui-sadores da Universidade Federal de Minas Gerais. Com o investimento realizado e orientação de gestão, num período de dez anos a empresa gerou um retorno equivalente a 14,6 vezes o capital investido. Em 2002, foi vendi-da para a Novo Nordisk. O histórico da Biobrás ilustra o inte-resse da FIR Capital em empresas tec-nologicamente inovadoras. A propos-ta da FIR Capital é contribuir para o desenvolvimento dessas companhias e, conseqüentemente, para o desenvolvi-mento tecnológico do país. “O Brasil tem uma base científica diversificada, desenvolvida em centros de pesquisa e universidades, e saem daí boas propos-tas de negócios. No entanto, falta uma estrutura de capitalização para essas empresas, e é isso que a gente oferece”, explica Regueira. Além de oferecer capital, o FIR atua como parceira no desenvolvimento das empresas investidas, auxiliando na gestão, de forma a estruturar os negócios e viabilizar o crescimento dos negócios. Para isso, o critério de seleção de investimento é rigoroso.

“Buscamos empresas que tenham um potencial de crescimento exponencial, capacidade de atuação global e com lideranças empreendedoras e compro-metidas com o desenvolvimento do negócio”, pontua. Hoje, na área de saúde, a FIR Capital tem participa-ção na Biocancer, empresa mineira de biotecnologia voltada para produção de substâncias para medicamentos para o câncer.A empresa vem aumentando sua ca-pacidade de investimento. Em 2007, o fundo firmou uma parceria com a Draper Fisher Jurvetson, um dos principais grupos gestores de ventu-re capital no cenário global, com um montante de US$ 5,5 bilhões sob ges-tão. Hoje, a FIR Capital administra 13 fundos de investimentos, cada um deles com uma tese diferente de reali-zação, porém somando um montante de R$ 200 milhões disponíveis. Os investimentos variam de acordo com a estrutura de cada negócio. “Temos um portfólio diversificado. Mas sem dúvi-da nenhuma, empresas inovadoras em saúde, voltadas para biotecnologia e ciências da vida, estão em nosso alvo. O setor ainda tem muito a crescer no Brasil”, conclui. Setor sob análiseO interesse pelo setor de saúde não atingiu somente o grupo de investido-res de capital de risco. O aquecimento do mercado e a boa performance das empresas do setor que estão listadas na Bolsa de Valores também tem atraído a atenção dos analistas de fundos de investimentos em ações, sobretudo os de small caps. “O ingresso de empresas do setor na Bovespa levou fundos de in-vestimentos a montar análises especia-lizadas em nosso setor que monitoram, acompanham, entendem do ciclo do negócio e negociam ações das empresas

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Marcus regueira, do Fir capital

O Brasil tem uma base científica diversificada, desenvolvida em centros de pesquisa e universidades, e saem daí boas propostas de negócios. No entanto, falta uma estrutura de capitalização para essas empresas, e é isso que oferecemos

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Reportagem de Capa

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Reportagem de Capa

O potencial de

valorização das ações

é grande e o retorno

tem sido superior

ao esperado, o que

atrai o interesse dos

investidores

Não para todos O interesse crescente dos fundos de investimentos na saúde pode ser um sinal positivo para o desenvolvimento do setor, tanto em oferta de serviços e produtos quanto em amadurecimento gerencial. Mas também pode signifi -car o desequilíbrio entre os players do mercado. Isso porque a onda de capital pode favorecer todos os integrantes da cadeia (indústrias, laboratórios, opera-doras de planos de saúde, seguradora), menos os hospitais.A legislação brasileira proíbe a partici-pação de capital estrangeiro em servi-ços de assistência à saúde. A regra está expressa no artigo 199 da Constituição Federal. Com isso, os hospitais são im-pedidos de captar recursos em bolsa de valores ou em fundos de investimentos. Desde 2002, existe um projeto de lei no Senado, de número 6482, para permi-tir o ingresso de capital estrangeiro em serviços de saúde de alta complexidade, porém, desde 2005 não há novidades. O tema causa controvérsias no setor, uma vez que as operadoras não sofrem essas limitações e podem utilizar os re-cursos captados com a oferta de ações no investimento de sua própria rede de hospitais. A lei 9656, de 1998, que re-gulamenta o setor de saúde suplementar permite que as empresas tenham parti-cipação de capital internacional e que atuem em toda cadeia de atendimento.

Daniel Gewher

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daNiel geWHer, do saNtaNder

para seus cotistas. Em paralelo, FIs andam também se aventurando no campo de participações minoritárias como mola propulsora para empre-sas de saúde menores ingressarem no mercado aberto. Fato é que existe muito capital em FIs e PEs voando por aí, destinado ao nosso setor, mas que ainda não encontrou pista de pouso”, analisa o presidente do Gru-po Bem e especialista no mercado fi nanceiro, Glauco Michelotti.Para o analista de mercado small caps do Santander, Daniel Gewher, a demanda por compra de ações no setor é crescente. “O potencial de va-lorização das ações é grande e o re-torno tem sido superior ao esperado, o que atrai o interesse dos investido-res”, avalia. Como fatores favoráveis ao cresci-mento do setor, o analista aponta o envelhecimento da população, o potencial de mercado para o aces-so à saúde privada, sendo somente

21% da população brasileira cober-ta por planos de saúde, a melhoria de renda da população, a consolida-ção do setor e ainda a evolução da capacidade gerencial das empresas de capital aberto do setor. “Saúde é um bem de primeira necessidade e as pessoas não podem deixar de investir nela. Além disso, o setor é o último que sofre com as osci-lações da economia e, nos últimos tempos, a carteira estratégica de saúde tem tido um retorno acima da média. Tudo isso contribui para que o interesse dos investidores seja cada vez maior”, destaca. Diante desse cenário, mesmo que as ações das empresas de saúde listadas na Bovespa não apareçam entre os principais índices de avaliação das ações, o grupo recomenda o investi-mento na carteira de saúde. “É um setor que tem tudo para ser cada vez mais rentável e nós acreditamos nesse potencial”, conclui.

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28 | setembrol 2008| Saúde Business

Governança

Investimentos normalmente estão as-sociados à idéia de que devem produzir retornos que adicionem valor à empresa. Assim, a gestão de portfólio de inves-timentos nas empresas, busca sempre maximizar esse benefício. Não há dúvi-da que aplicar recursos em projetos que propiciem grande retorno motiva qual-quer executivo ou acionista. Entretanto, organizações com boa governança cor-porativa são aquelas que encaram com a mesma motivação a decisão de investir para simplesmente mitigar um risco. Vamos lembrar que, por definição, risco é um evento potencial que, caso aconte-ça, poderá trazer um impacto negativo para a operação ou para os resultados da empresa. Talvez resida aí a falta de moti-vação de muitos executivos para lidarem adequadamente com isso. Além da in-certeza quanto à ocorrência do tal even-to, há a certeza de que o investimento necessário para mitigar o risco não irá necessariamente adicionar valor à em-presa. No máximo evitará uma possível perda. Agregue-se a isso o fato de que a percepção do risco tem componentes subjetivos. Pessoas diferentes tendem a ter percepção diferente sobre a probabi-lidade de ocorrência e até sobre o impac-to nos negócios, de um possível evento de risco. Esses fatores contribuem para que muitas organizações não priorizem ações de mitigação de riscos em sua de-cisão de investimentos. No Brasil, particularmente, temos incor-porado à nossa cultura a crença de que “Deus é brasileiro” e, portanto, “se Deus quiser” não vai acontecer nada. Talvez contribua para esse pensamento o fato de que nossos recursos sempre foram li-

mitados e as decisões de onde aplicá-los acabam por se concentrar no essencial, assumindo-se os riscos decorrentes. O fato é que organizações com boas prá-ticas de governança corporativa fazem uma gestão de riscos de forma bastante organizada. Muitas constituem um ou mais Comitês de Riscos e implantam processos regulares de identificação, avaliação e classificação de riscos de diversos tipos: estratégicos, comerciais, técnicos, operacionais etc. Dessa forma, o “ranking de riscos” da organização deve ser sempre considerado nas decisões de investimentos, permitin-do que as ações de mitigação recebam a devida atenção gerencial e os recursos necessários. Nos últimos anos, sobretudo no mercado americano, tem se incenti-vado as empresas a adotarem práticas formais de gestão de riscos que propi-ciem melhorias nos controles internos e, portanto, maior segurança para os acio-nistas e para a empresa como um todo. Metodologias têm surgido no mercado visando facilitar a adoção dessas práti-cas, destacando-se dentre elas o modelo COSO/ERM (Enterprise Risk Manage-ment) que é, inclusive, recomendado pela comissão americana de valores mobiliá-rios (SEC), e que temos implantado com sucesso em nossos clientes. As empresas que adotam práticas de gestão de riscos estruturadas colhem inúmeros benefícios. O principal é mes-mo uma importante redução nas perdas provocadas pelos eventos de riscos.

Carlos Airton Pestana Rodrigues - Diretor Pre-

sidente da Governance Solutions carlos.air-

[email protected]

Gestão de Riscos & Gestão de Investimentos

Carlos Airton P. Rodrigues

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Mercado

Centros de medicina diagnóstica ganham espaço no atual cenário de saúde, que começa a priorizar

o diagnóstico precoce, a medicina preventiva e a gestão dos pacientes crônicos

Cylene Souza – [email protected]

ascendente

30 | setembro 2008| Saúde Business

Gestão

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Saúde Business | setembro 2008 | 31

Com uma demanda cada vez maior por serviços de medicina preventiva, tanto por parte de operadoras de planos de saúde, quanto por parte dos usuários finais, que buscam mais qualidade de vida, os centros de medicina diagnóstica vivem um mo-mento de ascensão. Se nos anos 1950 havia cerca de 100 tipos de exames disponíveis, hoje já há mais de 5,6 mil, de acordo com o instituto Nichols Quest Diagnostics. “Percebemos que, ao longo dos anos, a freqüência dos exames de laboratório aumentou entre todos os grupos de idade, assim como os tipos de exames disponíveis”, conta o ex-presidente da Socie-dade Brasileira de Patologia Clínica e Medi-cina Laboratorial (SBPC/ML), Armando Fonseca, que também foi coordenador exe-cutivo do 42º Congresso da SBPC/ML.E não são só os exames que evoluem a cada dia. As tendências para o mercado de diag-nósticos incluem um grau ainda maior de automação e robótica, o que deve trazer mais consistência e rapidez nos exames, além de menores custos de análises; cres-cimento de testes para detecção precoce de doenças e convergência de análises clínicas e exames de imagens. Para Fonseca, esta evolução é muito pro-veitosa para o mercado de saúde, uma vez que os laboratórios clínicos contribuem para menos de 5% dos custos de atenção à saúde e influenciam entre 60% e 70% das decisões críticas de diagnóstico e trata-mento. “Além disso, os preços dos exames estão caindo quando comparados à infla-ção, o que pode ajudar a reduzir o custo da saúde”, explica.O ex-presidente da SBPC/ML considera que, para o mercado continuar num ritmo de crescimento sustentável, será preciso equilibrar as forças entre os participantes do mercado de medicina diagnóstica no Brasil, de forma a fornecer cuidados de saúde a toda a população e estabelecer dire-trizes e controles adequados para garantir a qualidade dos serviços.

Esta não será uma tarefa fácil, já que os modelos de financiamento e operação são muito diferentes entre os centros de medicina diagnóstica, o que inclui coo-perativas, redes privadas de capital aberto e fechado, órgãos públicos e até mesmo serviços verticalizados de operadoras de planos de saúde. Custo x ControleEntre as operadoras de planos de saúde que partiram para a verticalização dos serviços de diagnóstico está a Medial Saúde, que lançou a nova operação este ano, com o nome de UN Diagnósticos. “Entendemos que o mercado demanda esta solução, já que há uma tendência de crescimento dos planos básicos e, para isso, é preciso haver uma boa equação de custo x controle por

parte das operadoras, especialmente num cenário de custos e complexidades crescen-tes”, defende o diretor executivo da UN Diagnósticos, Claudio Marote.A criação da UN Diagnósticos é um dos resultados da abertura de capital, ocorrida em setembro de 2006. A receita prevista para este ano é de R$ 100 milhões e a expectativa para 2011, R$ 500 milhões. “Para atingir os objetivos, já firmamos uma parceria com a Johns Hopkins (por meio de seu braço de diagnósticos, a Am-care Labs International) que nos apoiará com segunda opinião e novos exames, e, até o fim do ano, deveremos obter a acre-ditação”, revela Marote.A operadora também adotou os sistemas PACS/RIS (Picture Archive Communi-cation System e Radiology Information

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ArmAndo fonsecA, dA sbpc/ml

Os preços dos exames estão

caindo quando comparados

à inflação, o que pode ajudar

a reduzir o custo da saúde.

Armando Fonseca

Mercado de diagnósticos 100 tipos de exames em 1950

5,6 mil hoje, de acordo com a Nichols Quest

5% é o que representam dos custos de atenção à saúde

70% é o quanto influenciam nas decisões de diagnóstico e tratamento

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GestãoGestão

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Antônio neves bArbosA, dA lAb rede

Associativismo é modelo rentável e competitivo, porque há ganhos de escala

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System) e segue a metodologia Lean Six Sigma para melhorar seus processos. “Com a operação otimizada, vamos cap-tar as oportunidades com a melhor qua-lidade e o melhor preço. Além disso, a atuação integrada com os outros serviços da Medial Saúde vai agregar valor para o cliente e nos permitir atender ao público que mais cresce, que é o de ticket baixo”, explica o diretor executivo.O modelo verticalizado, usualmente criti-cado por outros atores da cadeia de saúde, tem suas vantagens, de acordo com Marote. “O paciente quer alguém que cuide de sua saúde de forma integral. O modelo permi-te melhorar a gestão da saúde do cliente e otimizar os custos do sistema”. Ele rebate as acusações de que a operadora poderia utili-zar os dados obtidos nos serviços próprios para “vigiar” os usuários. “Não há conflitos ou troca de informações com a operadora. A confidencialidade é igual a de qualquer outro prestador de serviços.” Associativismo paraobter abrangência nacionalCriada em 2000, a LabRede propõe um

outro modelo de negócio para alcançar abrangência nacional e obter ganhos de escala, o associativismo. “Somos uma sociedade anônima de capital fechado, com 39 laboratórios, em 11 Estados. Já temos 140 associados, que são bem exi-gentes com a qualidade e gestão, porque esperam retorno do investimento”, conta o diretor executivo da Lab Rede, Antô-nio Neves Barbosa. A expectativa é au-mentar o número de associados em 50% ainda este ano.O diretor aponta que, entre as principais vantagens do modelo associativista, estão o baixo custo e agilidade no processamento dos exames. “O modelo se torna mais rentá-vel e competitivo, por conta da escala. Além disso, as preocupações individuais se tornam preocupações associativas”, define.A LabRede também fica responsável pelo back-office dos associados, o que inclui cen-tral de compras, seguro de responsabilida-de civil e assessoria financeira. “O modelo também permite a transferência remota de conhecimento aos acionistas”. Os resultados são totalmente revertidos aos acionistas.A LabRede, que tem como meta “o forta-lecimento e perpetuidade dos associados, criando e compartilhando soluções em medicina diagnóstica”, já conta com 100% de seus tubos de análises clínicas com códi-gos de barras e consegue analisar 90% das amostras no dia da coleta. O laboratório conta com as acreditações ONA, PALC e DICQ e, para acom-panhar o mercado e como parte de seu programa de Responsabilidade Social, conta com parcerias com universidades e escolas técnicas. “Oferecemos estágios para inserir os jovens no mercado de tra-balho”, conta Barbosa. Para o executivo, assim como acontece em outros setores, o mercado de saúde precisa estar atento aos fatores de influ-ência para aquisição de bens e serviços por parte dos clientes/pacientes. “As pes-soas se baseiam em produto, preço, qua-

lidade, serviços, marca, valor agregado e relacionamento e nós devemos trabalhar focados nisso”, conclui.

Adquirir para crescerCom uma média de abertura de uma nova unidade por semana, a rede Diag-nósticos da América S.A (DASA) fez sua marca no mercado de saúde por conta do acelerado ritmo de aquisições após sua abertura de capital, em 2004.Nada escapa aos olhos do grupo, sejam prestadores de serviços para as áreas públi-cas ou privadas, unidades ambulatoriais, hospitalares ou de apoio. Hoje, o portfolio do grupo conta com 18 marcas, que cobrem todos os segmentos de mercado. “Nossa estratégia é multimercado, multiproduto, multirregião e multipagador. Queremos captar todas as solicitações do paciente e, por isso, também integramos os serviços laboratoriais clínicos aos de imagem”, ex-plica o presidente interino da DASA, Luiz Gastão Rosenfeld.Em 2007, a rede atendeu 12 milhões de pacientes e realizou 55 milhões de exames, contando com uma estrutura de 313 uni-

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ClAUdio MArote, dA Un diAGnÓstiCos

Para atender à demanda por planos básicos, é preciso haver uma boa equação custo x controle, que leva à verticalização

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GestãoGestão

Tendências incluem um grau ainda

maior de auTomação e robóTica, que

deve Trazer mais consisTência e rapidez

aos exames, crescimenTo de TesTes

para deTecção precoce de doenças e

convergência de análises clínicas e

exames de imagens.

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GAstão rosenfeld, dA dAsA

Com aquisições, grupo adota estratégia multimercado, multiproduto, multirregião e multipagador

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MAUro fiGUeiredo, do fleUry

Foco em soluções integradas, gestão de pacientes crônicos e promoção da saúde

dades de atendimento, 1,3 mil médicos e 11 mil funcionários e uma oferta de 4 mil tipos de testes. A meta do quarto maior la-boratório do mundo e o maior da América Latina é atingir R$ 1 bilhão de receita ain-da este ano. E a sede por aquisições ainda não cessou. Em seu último balanço trimestral, o gru-po revelou que mais 20 laboratórios estão em sua mira, com aquisições já avançadas. O crescimento orgânico também está nos planos: mais 14 unidades devem ser cons-truídas até dezembro.Para gerenciar o imenso volume de da-dos e organizar as tarefas nas unidades já existentes e nas que estão por vir, a DASA conta com as certificações ISO 9001, ISO 14001, OHSA 18001 e CAP/PALC e um sistema integrado de gestão. “Nossa estru-tura administrativa está organizada por negócios e processos, priorizando quali-dade e promovendo a integridade e saúde dos nossos profissionais. Acreditamos que quanto mais se faz, melhor se faz”, senten-cia o presidente. Na opinião de Rosenfeld, o expressivo crescimento, não só da DASA, como do

mercado de medicina laboratorial, está pautado pelas mesmas razões em todo o mundo. “Há uma percepção maior do valor dos testes, o acesso mais fácil da população às informações, o diagnóstico precoce, a decisão médica cada vez mais dependente de exames e o envelhecimen-to da população”, analisa. Soluções integradasFundado como laboratório de análises clínicas em 1926, o Fleury Medicina & Saúde passou por uma série de mudan-ças para, nas palavras de seu presidente, Mauro Figueiredo, “prover soluções mais completas e integradas, que tenham como foco a saúde e o bem-estar para a plena re-alização das pessoas.” O grupo, composto por quatro unidades de negócios: Fleury Medicina Diagnóstica, NKB Medicina Diagnóstica, Fleury Hos-pital-Dia e Fleury Gestão de Saúde, está organizado como uma sociedade anônima de capital fechado. O faturamento bruto de 2007 foi de R$ 581 milhões.Para ampliar sua atuação, a rede planeja construir um segundo hospital-dia e agora

concentra seus esforços em projetos de tele-medicina, promoção da saúde e gestão de pacientes crônicos. “Para o Fleury, gestão de saúde é ingressar na área de promoção, check-up e gestão de pacientes crônicos, com benefícios evidentes para o paciente, a empresa e quem custeia o plano de saúde.

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Nosso objetivo é melhorar a vida dos clien-tes e trazer benefícios econômico-financei-ros”, define Figueiredo.A expectativa é que suas 16 marcas e 125 unidades de atendimento, espalhadas por cinco Estados e Distrito Federal, tragam um crescimento de 20% em relação ao ano passado. “Vamos conseguir entregar este resultado com uma estratégia de atuação ampla, que vai da prevenção de doenças ao gerenciamento de pacientes crônicos, pas-sando pela atividade hospitalar e assessoria médica, para auxiliar a resolução de casos clínicos, com laudos integrados e interpre-tação”, explica o presidente do Fleury. A rede oferece 60 novos testes por ano e man-tém um programa de incentivo à inovação. Para pautar e organizar a estratégia da em-presa, há 10 anos o Fleury adotou os prin-cípios da Governança Corporativa e hoje conta com um Conselho de Administra-ção com sete membros, dos quais três não têm nenhuma participação executiva. A meta para os próximos cinco anos é ousada: duplicar a receita, com foco na expansão da medicina diagnóstica.

Empresa familiarem transformação“Mudar, mas não transfigurar”. Na defini-ção do presidente do Instituto Hermes Par-dini, Vitor Santos este é o lema que passará a ser seguido pela instituição. Há quase 50 anos no mercado, o laboratório, que é uma empresa familiar, percebeu a necessidade de mudança e, no ano passado, profissiona-lizou a gestão. Os Pardini passaram a inte-grar dois conselhos: o de Administração e o da Família. Na opinião de Santos, a visão de futuro é positiva. “Não há espaço para quem não se prepara para as mudanças. Estamos num processo de transformação para nos manter-mos como players neste mercado, de forma perene. Este setor é de grande expansão e vá-rios caminhos nos conduzirão ao sucesso.” O executivo garante que a família mantém

firme sua convicção no sucesso do empre-endimento e que continuará gerindo o laboratório, que hoje processa cerca de 2 milhões de exames por mês. Entre os pilares da mudança estão a gestão da qualidade, com melhoria dos processos e inovação; a cultura voltada à qualidade e eficiência; o comprometimento da alta administração; o aprendizado contínuo e o uso de ferramentas de TI; o reconheci-mento com certificações, o foco no desen-volvimento de pessoas e a sustentabilida-de do negócio.O faturamento esperado para 2008 é de R$ 290 milhões e o novo foco serão as classes C e D. “É um público que teve suas receitas maximizadas”, avalia Santos.Hoje, o Instituto Hermes Pardini conta com 4,5 mil laboratórios associados, 28 unidades próprias e quatro unidades hospitalares.Um novo Núcleo Técnico Operacional (NTO) foi inaugurado recentemente, em Vespasiano (MG), com 115 mil me-tros quadrados. “Estamos reinvestindo R$ 30 milhões na empresa. Vamos se-guir no mercado para não causar dese-quilíbrio”, conclui Santos.

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Vitor santos, do hermes pardini

Setor de grande expansão não deixa espaço para quem não se prepara para mudanças

34 | setembro 2008| Saúde Business

Gestão

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O novo papel dos fornecedores

Uma nova era de competição ba-seada em valor. Para o presidente da Câmara Brasileira de Diag-nóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouveia, é nes-te contexto que se inserem os fornecedores de materiais e in-sumos da área de medicina diag-nóstica. “Hoje, cerca de 40 em-presas são responsáveis por 70% do mercado, entre nacionais e multinacionais, fabricantes e importadores. A competição é bem acirrada”, analisa.Gouveia acredita que a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ajudou a tra-zer uma “zona de concordância” entre as empresas do setor. “An-tes, imperava uma visão de curto

prazo e departamentalizada da saúde, além da postura amadora”, critica.Hoje, o mercado é formado por 5 mil empresas, que reúnem 70 mil colabora-dores e faturam R$ 18 bilhões. Mas o nível de inadimplência é grande, chega a R$ 2,5 bilhões. “Além disso, o atraso no pagamento das faturas chega a 210 dias”, revela o presidente da CBDL.Para ele, é preciso adaptar-se ao cenário atual de custos crescentes, sinistralidade maior que a prevista, renegociações periódicas, mudanças de perfis de usuários, novos procedimentos e tecnologias cada vez mais caras. “Por isso, as Avaliações de Tecnologia em Saúde (ATS) são uma tendência mundial. O fornecedor deve ajudar o cliente a buscar a tecnologia, mas orientá-lo a usá-la de forma objetiva e rigorosa, com base em análises de custo-benefício, custo-efetividade, custo-utili-dade e custo-minimização. Vivemos num funil, em que as necessidades são mui-tas, mas nem todas são adequadas para o momento”, compara.Na opinião de Gouveia, o segredo para equacionar as necessidades, recursos e novas tecnologias está em incorporar mais rápido as tecnologias superiores e prevenir as não-efetivas. “Deve haver a preocupação do fornecedor em evitar uma espiral negativa. De acordo com um estudo do British Medical Journal, de 2.148 tratamentos analisados, 47% não tiveram a efetividade compro-vada. Isso mostra que muitas vezes a tecnologia é adotada por pressão e aí o sistema não é sustentável. É preciso buscar formas de reduzir custos, mas agregando valor ao paciente”, conclui.

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CarLos edUardo GoUVeia, da CBdL

Fornecedor deve se preocupar em evitar uma espiral negativa de evoluções tecnológicas

Saúde Business | setembro 2008 | 35

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36 | setembro l 2008| Saúde Business

Espaço Jurídico

Há tempos discute-se a abrangência do termo “ser-viços hospitalares” entre os conceitos legais para fins de incidência do Imposto de Renda das Pesso-as Jurídicas, na modalidade Lucro Presumido.A discussão teria sido criada devido à falta de de-finição legal da expressão “serviços hospitalares” na redação da Lei Ordinária nº 9.249 de 26 de dezembro de 1995, que alterou a legislação do im-posto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido.A regra geral, para a prestação de serviços, é a apli-cação de 32% sobre a receita operacional.Com a Lei nº. 9.249/95 a regra foi profundamen-te alterada no que tange aos serviços hospitalares, já que será aplicado, para a identificação da base de cálculo do Imposto de Renda, o percentual de 8% e para a CSLL, o percentual de 12%.Neste sentido, face à lacuna legal acerca da defi-nição e alcance do termo “serviços hospitalares”, a Receita Federal, por meio da Instrução Norma-tiva nº. 306/2003 definiu que “poderiam ser con-siderados como hospitalares” a execução de uma das atividades ou a combinação de uma ou mais atividades e/ou atribuições de que trata a Parte II, Capítulo 2º, da Portaria GM nº 1.884 de 11 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde. Ocorre que, com a simples leitura desta Portaria do Ministério da Saúde, a gama de serviços que poderiam ser equiparados à “serviços hospita-lares” é imensa, abrangendo desde a recepção e remoção de pacientes, à realização de palestras de educação à saúde e realização de cirurgias.Com esta Instrução Normativa, diversos contri-buintes formularam consultas à Receita Federal ou recorreram ao Poder Judiciário para tentar fazer jus à aplicação dos percentuais reduzidos na base do imposto de renda e contribuição social sobre o lucro, sendo que a jurisprudência adminis-trativa e judicial mantinha-se a favor das pequenas e médias clínicas médicas, desde que prestassem

qualquer um dos serviços elencados na Portaria.Entretanto, pelo elevado número de deman-das, a Receita Federal alterou por diversas vezes o conceito de “serviços hospitalares”, no intuito de restringir o alcance das reduções concedidas pela legislação tributária. Atualmente, o conceito resume-se a “... estabelecimentos assistenciais de saúde que dispõem de estrutura material e de pes-soal destinada a atender a internação de pacien-tes, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos, que possuam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e acompa-nhamento dos casos, entre outros”. Todavia, vale lembrar que as alterações foram efetuadas pela Receita Federal sem qualquer ma-nifestação do Ministério da Saúde, único órgão competente para a definição e abrangência do termo “serviços hospitalares”.Assim, mesmo com o Poder Judiciário alterando seu entendimento quanto à abrangência destes serviços, adotando posição restritiva quanto aos prestadores que podem se valer desta redução, o nosso entendimento é de que o único órgão do Po-der Executivo que poderia definir com exatidão o termo “serviços hospitalares” seria o Ministério da Saúde, motivo pelo qual a legalidade destas instru-ções normativas ainda é passível de discussão junto ao Poder Judiciário, com grande chance de êxito.

Gláucio Pellegrino Grottoli - advogado especialista em Di-

reito Tributário. Integrante de Neumann, Salusse, Marango-

ni Advogados

Felipe Hannickel Souza - advogado especialista em Direito

Regulatório na área de saúde suplementar. Integrante de

Neumann, Salusse, Marangoni Advogados.

Lucro Presumido e a abrangência do conceito de Serviços Hospitalares

Gláucio Pellegrino Grottoli

Felipe Hannickel Souza

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38 | setembro 2008| Saúde Business

Economia

Cylene Souza - [email protected]

Eles nãoestão à vendaEmbora atuem num mercado que tende à consolidação – e também já tenham sido alvo de ofertas de aquisição - Paulo Zoppi e Luís Vitor Salomão, do centro de medicina diagnóstica Salomão & Zoppi, garantem: pretendem continuar a frente de seu negócio por muito tempo

inovação:Novo Núcleo Técnico Operacional tem capacidade para realizar 1500 tipos de exames laboratoriais

Fotos: Divulgação

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Saúde Business | setembro 2008 | 39

Uma marca de medicina diagnóstica com quase 30 anos de mercado, renome em ana-tomia patológica e unidades em bairros no-bres da capital paulista, mas sem o grande volume de unidades dos grandes centros de diagnósticos pareceria uma forte candidata à aquisição por parte de grupos como Fleu-ry e Diagnósticos da América (DASA). No caso do Salomão & Zoppi, o único – e forte – obstáculo a isso seria a falta de disposição de seus sócios para a venda. “A idéia de pôr dinheiro no bolso e não ter o que fazer não nos seduz. Ainda temos mui-ta linha para queimar, a parte financeira não é a única coisa”, afirma o superinten-dente médico, Paulo Zoppi. “Temos nossa competência, nossa proposta de trabalho e múltiplas razões para ficarmos felizes aqui. Isso independe de retorno financeiro, tem a ver com cumprir nossa missão enquanto médicos”, sentencia o superintendente ad-ministrativo, Luís Vitor Salomão.Com uma parceria que já dura quase três décadas, os médicos iniciaram a carreira como empresários, oferecendo exames de anatomia patológica, e conquistaram a confiança dos médicos. O passo seguinte, baseado em análises de mercado e nos con-selhos de seus próprios clientes, foi oferecer também outros exames, tanto laboratoriais quanto de imagem, o que levou à abertura

de unidades de medicina diagnóstica.Atentos à evolução tecnológica na medi-cina, os sócios também passaram a ofe-recer exames e procedimentos bem espe-cíficos, como a mamografia digital, que era novidade em 2005, o thinprep, uma nova forma de coleta citológica, exames farmacogenéticos, de biologia molecular, marcadores cardíacos, marcadores para trombofilia e testes rápidos para doenças infecciosas, por exemplo.E agora, com um Núcleo Técnico Opera-cional inaugurado recentemente, o grupo é capaz de realizar 1.500 diferentes tipos de exames de Medicina Laboratorial. Novos planosE os sócios ainda têm muitos planos para o futuro do grupo, embora não tenham a ambição de concorrer com grandes cen-tros. “Uma fatia de mercado de 5% a 10% é grande em São Paulo. Estamos vivenciando um crescimento entre 15% e 20% ao ano e já achamos complicado administrar isso”, explica Zoppi. Com unidades nos bairros Paraíso, Mo-rumbi e Moema, eles planejam abrir, em 2009, uma nova unidade, que congregará os principais serviços de diagnóstico por imagem e análises clínicas, em Higienópo-lis. “Nas regiões em que temos unidades, o

perfil aquisitivo é mais alto, o que aumenta a exigência por qualidade, por isso, segui-mos o credo de crescer devagar, mas com qualidade assegurada”, analisa Zoppi.Outro nicho na mira dos sócios é o hospi-talar. O centro de medicina diagnóstica já possui duas unidades dentro de hospitais, em São Paulo, no Santa Joana e na Pro-Ma-tre. “Estamos abertos a novas parcerias com hospitais. Já temos expertise na área. Se nas unidades ambulatoriais o atendimento é de 16 horas, das 6h às 22h, nas hospitalares atuamos em regime 24x7. Para suprir esta demanda, investimos no suporte médico e de TI. Temos como norma, por exemplo, a integração da nossa equipe com a equipe do hospital. Por isso, nossos patologistas sempre acompanham as visitas com os mé-dicos”, explica Salomão.O plano de negócios projetado para os pró-ximos cinco anos também promete ações fora da capital. “O Estado de São Paulo foi esboçado em nosso planejamento, mas o ritmo de crescimento será pautado pela nossa capacidade, não por uma estratégia financeira. Se abrirmos uma unidade por ano está ótimo, não temos compromisso com acionistas”, pondera Zoppi. “Crescer é vital para se manter vivo no mercado e a qualidade é vital para se manter competiti-vo”, compara Salomão.

paulo zoppi e luís vitor salomão:

Salomão & Zoppi em NúmeroS • 3 uNidadeS ambulatoriais• 2 uNidadeS em hospitais• 1 Nova uNidade programada para 2009• 600* Funcionários• 1,8 milhão* de exames realizados• 109 mil* exames de anatomia patológica• 162 mil * exames de citologia• 1,5 mil diferentes exames de medicina laboratorial podem ser realizados no Núcleo Técnico operacional

Fonte: Salomão & Zoppi / * Números aproximados

Boas propostas financeiras não seduzemos sócios. Para eles, a realização está no trabalho.

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40 | setembro 2008| Saúde Business

Giro do Mercado

Edwards Lifesciences aumenta em 20% as vendasA Edwards Lifesciences Corpora-tion, empresa de produtos e tecno-logias para tratamento de doen-ças cardiovasculares avançadas, acaba de anunciar os resultados. Neste semestre, a companhia alcançou um rendimento líquido de U$ 57,9 milhões, ou U$ 0,98 por ação, o que representa uma queda se comparado a U$ 68,1 milhões, ou U$ 1,11 por ação, no mesmo período de 2007. As vendas líquidas do primeiro semestre de 2008 totalizaram U$ 624,4 milhões, com aumen-to de 16,3% sobre o mesmo pe-ríodo do ano anterior. Para este ano ainda, a Edwards prevê mais vendas que totalizam U$ 25 milhões, encerrando o ano com U$ 1,28 bilhão. As vendas líquidas do segundo tri-mestre aumentaram 20,2%, encer-rando em U$ 327,6 milhões. No mesmo período de 2007, o valor era de US$ 272,6 milhões.Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento foram de U$ 35,4 milhões para o trimestre ou 10,8% das vendas. O au-mento do nível de investimentos foi focado principalmente na válvula transcateter e nos pro-gramas de Válvula Cirúrgica, assim como nos esforços de de-senvolvimento de produtos para Cuidados Críticos.

Lincx alcança resultadodo ano no primeiro semestreAna Paula Martins – [email protected]

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Silvio CorreA, dA linCx:

Aposta em canal corretor antecipou resultados

Lincx Serviços de Saúde comemorou o encerramento do primeiro semestre do ano. A operadora de saúde alcançou a meta de faturamento do ano, chegan-do a R$ 140 milhões, o que representa um crescimento de 40% em relação a dezembro de 2007. O resultado é atrelado à mudança de estratégia de venda dos planos de saú-de. A operadora, que só vendia por meio de promotores de venda, passou

a apostar no canal corretor e, como re-sultado, obteve um aumento de vendas nos planos corporativos. "Revimos nos-sa política comercial e identificamos a oportunidade de trabalhar por meio de corretoras. Isso facilita a chegada ao nosso cliente", afirma o presidente da Lincx, Sílvio Corrêa da Fonseca. Para firmar as parcerias, a Lincx rea-lizou um estudo de mercado, com o objetivo de selecionar as corretoras que estivessem alinhadas com a política e com o perfil da empresa. A idéia é ter parceria com 15 corretoras. "Ainda es-tamos fechando essas parcerias", sinali-za o executivo. Desde que passou a trabalhar com o canal corretor, a Lincx conseguiu mais cinco contas corporativas, sendo qua-tro delas fechadas em 15 dias. Outro ponto destacado pela operadora é o trabalho realizado em parceria com os clientes corporativos, como o acom-panhamento da sinistralidade, apoio em programas de qualidade de vida e orientação do uso do plano. A estimativa da operadora é encerrar o ano de 2008 com o faturamento de R$ 143 milhões e com uma carteira de 28 mil vidas. "Buscamos o crescimento de forma planejada. Primeiro preparamos a estrutura da empresa e depois busca-mos o crescimento no mercado. A fór-mula vem dando certo", conclui.

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Com novo presidente, o desafio da Medial é voltar a crescerO rito da teleconferência da Medial foi de passagem de bastão. Luiz Kaufmann, que oficialmente deixou o comando da empresa em 31 de julho, apresentou seu sucessor, Emílio Carazzai, aos analistas do mercado financeiro, deixando para traz uma incógnita: o plano de saúde conseguirá voltar a crescer organicamen-te após ter dobrado sua estrutura nos úl-timos dois anos com aquisições? Os números da empresa no segundo tri-mestre mostram que, apesar dos bons resultados financeiros, a Medial não conseguiu crescer em número de clien-tes, inclusive, perdeu algumas contas. A empresa passou de 1.407,9 mil beneficiá-rios, no segundo trimestre de 2007, para 1.403,3 mil clientes no mesmo período desse ano. Aliás, o aumento da carteira em relação ao primeiro trimestre foi bem modesto, 1,3%. A operadora registrou um prejuízo de R$ 7,6 milhões no segundo trimestre deste ano, uma alta de 18,8% em relação à perda de R$ 6,4 milhões mesmo perío-do do ano passado. Argüido pelos analistas sobre a questão, Carazzai afirmou que nas poucas sema-nas em que se aprofundou sobre a gestão da Medial, já é possível verificar espaço para "corrigir alguns desvios" que podem ter comprometido os resultados da em-presa no segundo trimestre e voltar ao plano de crescimento. A meta da empre-sa é chegar a 3 milhões de beneficiários em 2011. Para isso, precisaria conquistar cerca de 40 mil clientes por mês até de-zembro de 2011, em um segmento cada vez mais competitivo e cuja tendência é a concentração. A empresa ainda tem cerca de R$ 219 milhões em caixa para aquisições, pro-venientes da captação feita no mercado financeiro em 2006. Mas comprar em-

presas de saúde não é uma tarefa fácil - além do alto custo, muitas empresas en-frentam problemas em se adaptar à novas regras da Agência Nacional de Saúde. Em 2007, a Medial investiu aproxima-damente R$ 260 milhões na compra da Endomed, da E-nova e da Amesp; neste ano, foram gastos mais R$ 38 milhões para adquirir o Grupo Saúde, que abriu espaço para a entrada da empresa no mer-cado nordestino. Carazzai, assim como Kaufmann, não tem experiência na área de saúde. A tra-jetória profissional do executivo é mar-cada por passagens em grandes institui-ções financeiras como Caixa Econômica Federal, Banco Banort e Banco Pine, o

que parece ser bem adequado ao novo momento da empresa. Kaufmann foi contratado para reestruturar o negócio, e assim o fez, como gosta de ressaltar: "Transformamos uma operadora de saú-de em um conglomerado de negócios." Já Carazzai é o profissional que terá que mostrar aos acionistas e investidores que a empresa pode ter resultados consisten-tes e crescer. De antemão, Carazzai antecipa: "A Me-dial é e continuará a ser um investimento atraente tanto pela perspectiva de cresci-mento quanto por constituir um negócio anticíclico, de primeira necessidade, ade-quado a gerar retorno consistente mesmo em mercados com risco sistêmicos", afir-mou na teleconferência. Por enquanto, só otimismo não conven-ce os investidores, que não reagiram bem a queda no número de clientes. Ontem, os papéis da empresa fecharam em R$ 15,71, uma queda de 7,53% em relação ao dia anterior. Como comparação, o Ibo-vespa fechou em queda de apenas 0,91%. A justificativa dos executivos é que a empresa ainda está em fase de ajustes, após a reformulação da carteira de pro-dutos. "As vendas de julho já reagiram ao novo portfólio, o que dá garantia que a Medial vai continuar a crescer além das aquisições", afirmou Kaufmann. O gru-po espera melhorias no sistema contábil, após a divisão em unidades de negócios independentes - hospitalar e UN Diag-nósticos -, que trarão benefícios no custo médico (sinistralidade). "A sinistralidade no semestre já reflete uma política de transferências de custos", diz Kaufmann, ressaltando que os descontos dados pelas unidades para a operadora ainda serão revistos, levando-se em conta o volume de clientes. * Gazeta Mercantil, por Regiane de Oliveira.

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eMilio CArAzzAi, dA MediAl:

É possível corrigir alguns desvios na gestão da Medial

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Giro do Mercado

AstraZeneca apresenta crescimento no semestreA AstraZeneca atingiu o faturamento de R$ 595,4 milhões no mercado nacional no primeiro semestre do ano. O resulta-do, medido pelo Grupemef, que contabi-liza vendas em farmácias e para hospitais, representa um crescimento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passa-do. Nos últimos seis meses, o mercado de medicamentos com vendas sob prescri-ção médica movimentou R$ 14,4 bilhões e cresceu 9,2%.

Pelo índice do IMS, que audita vendas em farmácia, a farmacêutica faturou R$ 284,5 milhões no semestre, com aumento de 22,6% em relação a 2007. Globalmente, a empresa teve um faturamen-to de US$ 7,9 bilhões no segundo trimestre de 2008, com crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. As ven-das da AstraZeneca em países emergentes ti-veram crescimento de 20%, tendo atingido a marca de US$ 1 bilhão no trimestre.

O laboratório Neo Química trabalha in-tensamente em uma estratégia ousada de crescimento. O primeiro passo foi dado com o investimento de R$ 83 milhões na expansão da capacidade de sua fábrica em Anápolis, Goiás, que deve saltar até se-tembro de 265 milhões de unidades por ano para 335 milhões. Parte dos recursos foi obtida por meio de financiamentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES) e outra junto ao Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Ao todo serão 57,3 metros quadrados de área construída que vão abrigar três mó-dulos de produção: sólidos orais, fracio-namento de pós estéreis (injetáveis) e uti-lidades (requeridas no processo produtivo como vapor, energia elétrica etc). Entre os principais produtos estão medicamentos genéricos como antibióticos e soro nasal. "A fábrica foi planejada dentro dos mais modernos conceitos e contempla diversas normas internacionais. Assim podemos receber auditorias do mundo inteiro", ex-plica Guilherme Krüger Jr. diretor indus-trial da Neo Química. Segundo ele, isso será fundamental para ampliar exporta-

ções, que hoje representam apenas 1,7% do faturamento e espera-se que atinja 10% em cinco anos. Nem a localização, longe dos principais centros consumido-res, inibe os planos da companhia, há 50 anos no mercado. "Pelo contrário, Anápo-lis é estratégico porque estamos próximos a um porto seco e, em breve teremos uma estação aduaneira e um aeroporto por aqui", afirma Krüger Jr.

* Gazeta Mercantil, por Anna Lúcia França.

Mercado de genéricos gera economia de R$ 8,8 biO mercado de medicamentos ge-néricos cresceu 15% em volume no primeiro semestre de 2008. Foram comercializadas no período 128,3 milhões de unidades. No mesmo pe-ríodo do ano passado, este número era de 111,5 milhões. De acordo com o IMS Health, institu-to que audita o mercado farmacêuti-co no Brasil e no mundo, as vendas do segmento registraram US$ 994,1 milhões no primeiro semestre, sendo que no último ano a movimentação era de US$ 681,4 milhões, o que re-presenta um aumento de 45,8%. Entre janeiro e junho de 2008, o sha-re de genéricos é de 14%. Segundo a IMS, quanto maior o share dos ge-néricos, maior é a economia que a categoria de medicamentos vem ge-rando aos consumidores brasileiros. Estudo da Pró Genéricos, com base nos dados do IMS Health, indica que de junho de 2001 a junho de 2008 os genéricos geraram economia de R$8,8 bilhões A análise é feita por meio do cálculo da diferença de pre-ço entre o medicamentos genérico e o de referencia correspondente. O estudo aponta que o mercado far-macêutico total também apresentou crescimento no primeiro semestre do ano. O conjunto da indústria regis-trou vendas de 789,4 milhões de uni-dades no semestre, o que representa um avanço de 32,9%. As vendas totais foram de US$ 7,4 bilhões no primeiro semestre de 2008, contra US$ 5,5 bilhões auferidos no mesmo período de 2007.

Neo Química prepara expansão

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No va fábrica da Neo química:

Investimento de R$ 83 milhões em Anápolis, Goiás

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Bradesco Saúde encerra semestre com lucro de R$ 232 milhõesA Bradesco Saúde encerrou o primeiro semestre do ano com lucro líquido de R$ 232 milhões, contra R$ 7 milhões no mes-mo período de 2007. O crescimento deve-se ao retorno dos índices de constituição de provisão técnica para a carteira de saú-de individual. A receita de prêmios emi-tidos líquidos chegou a R$ 2,4 bilhões, o

que representa um aumento de 17,1% em relação ao mesmo período de 2007. A seguradora também obteve um aumento na carteira de clientes, motivada pela com-pra da Mediservice em janeiro deste ano. O número de clientes da seguradora saltou de 2,7 milhões de vidas no primeiro semestre de 2007 para 3,2 milhões beneficiários. O

índice de sinistralidade também apresen-tou crescimento de 5,8%, saindo de 80,3% para 86,1% no mesmo período. A Bradesco Dental, que foi lançada em maio deste ano, encerrou o segundo trimestre do ano com um lucro de R$ 6 milhões , com índice de sinistralidade de 40,6%.

max fischer, da Profarma:

Empresa cresce no market share, alcançando 11,8% do mercado, e adquire distribuidora em São Paulo

A Profarma, distribuidora de medi-camentos, anunciou os resultados do segundo trimestre do ano. A re-ceita bruta da empresa no período foi de R$ 742,8 milhões, o que re-presenta um crescimento de 21,8% em relação ao segundo trimestre de 2007. O Ebitda ajustado da distribuidora acompanhou o cres-cimento com aumento de 21,6%, chegando a R$ 19,7 milhões. A empresa também aumentou o seu market share em 1.1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, alcan-çando 11,8%. No segundo trimestre do ano, a Profarma contratou o bando UBS Pactual S.A, para atuar como formatador de mercado das ações ordinárias, com o objetivo de fomentar a liquidez dos papéis e inaugurou um centro de distri-buição na cidade de São Paulo, exclusivo para o segmento hospi-talar e de vacinas.

Profarma obtém crescimento

de 21,8% no segundo trimestre

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Política

Associações são contra

pré-qualificação de empresasSaúde Business Web / colaborou Patricia Santana - redaçã[email protected]

A Consulta Pública Nº01 do Ministério da Saúde deste ano, publicada em 23 de junho, regulamentará procedimentos de compra de produtos médicos, insumos farmacêuticos, medicamentos, soros, va-cinas e hemoderivados. Segundo o documento, que deve virar uma portaria, as empresas que apresen-tarem certificado de Boas Práticas da resolução Nº 59 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serão privi-legiadas no processo de licitação. Para o presidente da Associação Bra-sileira de Importadores e Distribuido-res de Implantes (Abraidi), Roberto Rodrigues, este sistema de pré-quali-ficação para que a empresa participe de uma licitação pública infringe os princípios da própria Lei de Licitação. "O mercado como um todo tem que ter condições de participar de um processo de compra do Estado, o que aumenta a competição no mercado e pode inclusi-ve diminuir os custos", pontua.

Atualmente, 287 empresas obtiveram certificação sob a Resolução Nº 59. O número não contempla nem um terço do número total das empresas existentes no mercado. Para o secretário-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Gouvêa, a Anvisa possui um processo de certifi-cação muito longo, o que faz com que as empresas internacionais sejam desfa-vorecidas. "Hoje em dia, a demora entre 8 a 10 meses para realizar um agenda-mento de inspeção junto à Anvisa. É preciso que um grupo da Agência vá in loco. Mais do que isso, existe a renova-ção anual. A própria Anvisa não está conseguindo cumprir com a RDC 59. O Estado acaba se onerando", conclui. Gouvêa acredita que "as empresas es-trangeiras acabam sendo punidas por uma ineficiência do órgão regulador. A empresa de grande porte deixaria de fornecer para o Estado. Este ônus será pago pela população".

No ponto de vista do presidente da As-sociação Brasileira da Indústria de Arti-gos e Equipamentos Médicos, Odonto-lógicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Franco Pallamolla, a proposta do ministério não visa fomentar a indús-tria nacional, mas focar na segurança do sistema, no que tange qualidade. Para o executivo, a possível portaria fará com que as empresas sejam vistas de igual para igual. "Os prejudicados, se é que assim se pode dizer, seriam as empresas nacionais e internacionais que atuam na ilegalida-de, produzindo sem qualidade e fora dos padrões de segurança definidos pelo ór-gão regulador", defende Pallamolla. Com relação à demora para obter a cer-tificação da Anvisa e à possível deman-da que tal portaria deverá gerar, Fran-co é enfático: "Se a Anvisa está ou não preparada para atender a demanda não cabe a nós julgar. Trata-se de um pro-blema de cunho administrativo que o órgão regulador deverá equacionar".

A Superintendência de Seguros Priva-dos (Susep) pretende se reunir ainda neste ano com a Secretaria de Política Econômica da Fazenda e com a Receita Federal para finalizar o projeto de lei que cria os planos de previdência priva-da destinados ao custeio de gastos com saúde e educação. Ainda neste ano é possível que seja en-caminhado ao Congresso Nacional o projeto de lei que cria o PrevSaúde e o

PrevEducação. No primeiro semestre deste ano, as reservas na previdência privada superaram os R$ 130 bilhões. A expectativa é de que com os novos planos haja um aumento na movimen-tação, por conta do setor de saúde. Os usuários dos planos de previdência para a saúde deverão contribuir por de-terminado tempo e poderão realizar sa-ques livres da incidência de Imposto de Renda (IR) se precisar dos recursos para

tratamento médico. Conforme consta no projeto, caso isso não seja necessá-rio, o dinheiro poderá ser sacado como em um plano tradicional, ou seja, com a mordida do IR. No caso do PrevEduca-ção, a poupança terá o objetivo de finan-ciar os estudos dos familiares do partici-pante do plano. A expectativa é de que esses dois tipos de produtos comecem a ser vendidos em meados de 2009 pelas seguradoras.

Projeto cria previdência para saúde

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LUiz iNácio LULa da SiLva

Para Lula, desenvolver política de produção de medicamentos é uma obrigação do Estado

Lula critica governos passados por não investirem na produção de remédios

Ao participar das comemorações dos 108 anos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, o presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva criticou os governos anteriores por não terem inves-tido na produção de remédios no País. E aproveitou o evento para voltar a se posi-cionar contra um terceiro mandato. "Acho que como nós somos contra qualquer hipótese de terceiro manda-to. É importante você [Paulo Buss, pre-sidente da Fiocruz] sair para que tenha alternância de poder aqui e sempre tor-cendo para que entre alguém que faça mais e melhor do que você fez", disse, em tom de brincadeira, referindo-se à saída de Paulo Buss da direção da Fio-cruz, em 2009. Segundo Lula, durante anos, a fundação precisou "nadar contra a correnteza ideo-lógica do Estado mínimo". "Venceu a luta

contra aqueles que queriam tirar do Esta-do a iniciativa de produzir fármacos, me-dicamentos e vacinas para a população a um custo baixo - bem menor do que o praticado pelos grandes grupos interna-cionais. Para nós, contudo, desenvolver e executar políticas de produção de medi-camentos e vacinas preventivas, e investir em favor da saúde do povo, é uma obriga-ção do Estado", justificou. Mais tarde, na posse do poeta Crispi-niano Neto, na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, o presidente Lula voltou a defender investimentos no Nor-deste. Segundo ele, seu governo "mudou a lógica" de aplicar recursos apenas nos estados do Sul e Sudeste. Por causa dessa mudança, assinalou, a Região Nordeste cresce mais atualmente que o Sudeste.

* Agência Brasil, por Carolina Pimentel.

Temporão defende recursos da exploração do pré-sal para área socialO ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu a aplicação de parte dos recursos obtidos com a extra-ção do petróleo da camada pré-sal em áreas sociais, principalmente a saúde e a educação. "O país tem grandes desafios de redu-ção de iniquidade, de democratização do acesso à educação e à saúde. Se [os recursos do pré-sal] forem destinados à educação e à saúde, prioritariamen-te, com certeza vão ter uma utilização adequada", disse. O ministro disse que está torcendo para que a saúde seja contemplada com recursos da exploração do petróleo. De acordo com o ministro, o Orça-mento deste ano para a pasta, de cerca

de R$ 50 bilhões, é "claramente insu-ficiente" para cumprir o que determi-na a lei. "A Constituição diz que a saúde é um direito de todos e um dever do Esta-do", lembrou. Perguntado quanto de recursos em di-nheiro seria necessário para resolver o problema da saúde, Temporão disse que ainda era cedo para se antecipar. "O pré-sal vai levar muitos anos para se transformar em recursos. É uma hipó-tese ainda, uma realidade do ponto de vista da descoberta, mas até se trans-formar em recursos acessíveis muitos anos vão decorrer", disse. *Agência Brasil, Isabela Vieira

temPorão:

O país tem grandes desafios de redução de iniquidade, de democratização do acesso à educação e à saúde. Se [os recursos do pré-sal ] forem destinados à educação e à saúde, prioritariamente, com certeza vão ter uma utilização adequada

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46 | setembro 2008| Saúde Business

Política

Oferta de planos coletivos

de saúde pode ser restringida pela ANSA Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS) vai restringir a criação de novos planos coletivos de saúde. O anúncio foi feito pelo presidente do ór-gão, Fausto Pereira dos Santos, durante a audiência pública da Comissão de De-fesa do Consumidor sobre o Projeto de Lei 4076/01, que muda a regulamenta-ção do plano de saúde. De acordo com o presidente da ANS, as novas normas terão como diretriz o aumento das exigências sobre as opera-doras que quiserem trabalhar com essa modalidade de plano de saúde e o veto da prestação de serviços administrativos da mesma empresa para operadoras e os usuários. As medidas serão tomadas por meio de instrumentos da ANS, sem a ne-cessidade de aprovação no Legislativo. Santos também defendeu uma maior

simplicidade na redação dos tópicos do Projeto de Lei 4076/01, que tratam so-bre a portabilidade da carência dos pla-nos de saúde, com o objetivo de evitar ações na Justiça. O presidente da agência ainda propôs a adição de novos pontos ao projeto, entre eles a fiscalização dos planos co-letivos pela ANS; a obrigatoriedade de entrega de contratos aos consumidores nos casos de planos coletivos; e inclusão do dependente na vedação à suspensão ou interrupção do contrato durante o período de internação. Com as propostas apresentadas, a Câ-mara dos Deputados deve criar agora um grupo de trabalho para desenvol-ver o projeto e analisar de maneira sis-temática a regulamentação do setor de saúde suplementar.

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Fausto Pereira dos santos, da ans:

Agência irá aumentar exigências sobre operadoras que quiserem trabalhar com planos corporativos

Laboratórios da Universidade de São Pau-lo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp) passarão a integrar a rede mundial de pesquisa para combater a Do-ença de Chagas, coordenada pela Organi-zação Mundial de Saúde (OMS). O grupo formado por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), pertencente à USP e do Laboratório de Química Orgânica Sintética da Unicamp foi selecionado para compor o novo Cen-tro de Referência Mundial em Química Medicinal para Doença de Chagas, volta-

do para a descoberta de novos fármacos. A iniciativa integra o Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da OMS. Em comunicado oficial, a OMS destacou a seleção do grupo brasileiro para o proje-to em razão da integração de pesquisado-res de excelência em suas respectivas áreas de atuação. O trabalho dos pesquisadores deve re-sultar na criação de um novo fármaco para a Doença de Chagas e será finan-ciado pela OMS.

O novo centro tem o químco Adriano Andricopulo como o responsável pela área de Química Medicinal e Planeja-mento de Fármacos, o professor Luiz Carlos Dias, da Unicamp, pela área de Química Orgânica Sintética e Otavio Thiemann (IFSC) por Biologia Mole-cular e Parasitologia, enquanto Glaucius Oliva (IFSC) é encarregado da Biologia Estrutural e Planejamento de Fármacos. O laboratório está baseado no Centro de Biotecnologia Molecular Estrutural (CBME), localizado no IFSC.

Unicamp e USP integram projeto

da OMS para combate da Doença de Chagas

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Saúde Business | setembro 2008 | 47

Comissão da Câmararejeita programa nacional de apoio à saúdeA Comissão de Seguridade Social e Fa-mília da Câmara dos Deputados rejei-tou na última semana o Projeto de Lei 3350/97, do deputado José Linhares (PP-CE), que cria o Programa Nacional de Apoio à Saúde (Pronasa), destinado a captar recursos para o custeio de ini-ciativas como o estímulo a pesquisas e o apoio a casas de saúde filantrópicas. A relatora, deputada Cida Diogo (PT-RJ), apresentou parecer pela rejeição por entender que o Pronasa "poderia repre-sentar a formação de um sistema para-lelo ao Sistema Único de Saúde (SUS)", já que os dois teriam ações similares e a mesma fonte principal de recursos, o Fundo Nacional de Saúde (FNS). Em sua opinião, isso poderia desestruturar os serviços mantidos pelo SUS. Além disso, a deputada lembra que o SUS é baseado em ações descentraliza-das, com foco no atendimento nos mu-nicípios. E o novo programa, pelo fato

de ser eminentemente federal, contraria a tendência de descentralização institu-ída pela Constituição. Mais do que isso, o parecer contrário aponta que o projeto não prevê a par-ticipação da comunidade na gestão do Pronasa, ao contrário do Conselho Na-cional de Saúde, órgão de formulação das políticas para o setor, que conta com integrantes da sociedade civil. A relato-ra critica também o fato de o programa priorizar, na distribuição dos recursos, casas filantrópicas. Segundo ela, isso pre-judicaria os centros públicos de atendi-mento, como hospitais e ambulatórios. Além do PL 3350/97, a relatora rejeitou o PL 1318/99, do ex-deputado (e atual senador) Heráclito Fortes (DEM-PI), que tramita apensado e cria incentivos para a doação de recursos e equipamen-tos a hospitais da rede pública. Agora a proposta está na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) como

pendente. Confira o projeto aqui.

* Com informações da Agência Câmara.

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dePutada Cida diogo:

Para relatora do projeto, Pronasa se confunde com o SUS

O Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu especialistas com o objetivo de instruir os ministros para o julgamento da ação que propõe a garantia do direito à antecipação terapêutica do parto em casos de anence-falia (falta de cérebro) do feto. A Argüição de Descumprimento de Pre-ceito Fundamental (ADPF) 54, proposta pela Confederação Nacional dos Traba-lhadores na Saúde (CNTS) em parceria com a organização não-governamental Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, em 2004, tem o

objetivo de garantir o direito de escolha das mulheres e proteger os profissionais de saúde que quiserem realizar o proce-dimento. A ADPF 54 foi proposta em junho de 2004 pela CNTS. Em 1º de julho de 2004, o ministro Marco Aurélio Mello concedeu liminar autorizando que mu-lheres grávidas de fetos com anencefalia possam antecipar o parto, desobrigando os profissionais de saúde de obter auto-rização judicial para realizar os procedi-mentos clínicos. Em outubro do mesmo

ano, o STF cassou a liminar, fazendo com que as mulheres grávidas de anencé-falos voltassem a pedir na Justiça, caso a caso, a autorização. Desde 1989, foram concedidas mais de 3 mil autorizações judiciais permitindo que mulheres interrompessem a gestação em casos de anomalias fetais incompatí-veis com a vida extra-uterina. O julgamento deverá acontecer até novembro. *Agência Brasil

Aborto em caso de anencefalia é tema de debate no STF

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48 | setembro 2008| Saúde Business

Recursos Humanos

Simbiose entre Esporte e Mundo Corporativo

Karin Parodi

A relação entre o esporte e o mundo cor-porativo é muito mais profunda do que se pode imaginar. Não é para menos que o conceito de coaching é originário dos es-portes e está gradualmente se expandindo no mundo das empresas. As Olimpíadas são uma perfeita opor-tunidade para que executivos observem como indivíduos ou equipes alcançam o sucesso após um planejamento rigoroso de treino de longo prazo. Os atletas ou equipes bem sucedidas são aquelas bem preparadas e disciplinadas mais do que naturalmente talentosas. É claro que o talento é fundamental. Nadadores como o americano Michael Phelps obviamente têm grande talento individual, mas isso não é suficiente sem a necessária disciplina. O caso do tenista sueco Bjorn Borg, que ganhou cinco ve-zes o torneio de Wimbledon e seis o de Roland-Garros, é interessante de se lem-brar. Borg decidiu se aposentar quando sentiu que não podia mais fazer o esforço diário de treinar duro.Quando nós, espectadores, vemos na TV um campeão levantar o troféu, pensamos que as comemorações vão durar a noite inteira, mas a realidade é bem diferente. Os bons atletas voltam ao treino na ma-nhã seguinte preparando-se para o próxi-mo desafio, a próxima vitória.Não importa quão bom seja o atleta. Ele precisa do coaching de seu treinador, de seu preparador. Ele precisa estar bem fisi-camente e, sobretudo, mentalmente forte. A relação com o coach não é para ensinar algo que ele não saiba, mas sim tornar o

atleta consciente de suas competências, de seus pontos fortes e fracos, desafiar sua forma costumeira de agir e pensar, enfim, uma oportunidade de aprender algo sobre si mesmo, conversar com alguém sobre a pressão do dia-a-dia. Enquanto as Olimpíadas ainda mantêm a tradição do esporte amador, o esporte, aquele que vemos na televisão e acompa-nhamos na internet, revistas e jornais é um negócio de bilhões de dólares.Os esportes ou clubes mais bem sucedi-dos são aqueles que se tornaram empresas eficientes com metas claras. Temos diver-sos exemplos no futebol inglês da primei-ra liga, dos times na Espanha e Itália, as equipes norte-americanas de beisebol e as escuderias de Fórmula 1, entre outros. Como foi publicado na revista The Eco-nomist, em recente dossiê, os atletas com-petem pela glória das medalhas de ouro, prata e bronze das Olimpíadas, mas, ape-sar de não existirem prêmios em dinhei-ro, uma vez em Beijing, os atletas sabem que serão vistos por 1,3 bilhão de pessoas no mundo. E isso resulta em subseqüente recompensa financeira, ainda mais consi-derando que os mercados, tanto do pro-duto esportivo quanto do trabalho, são cada vez mais globais. No mundo inteiro, admiramos e res-peitamos o vencedor, pois ele se prepa-rou minuciosa e estrategicamente para aquele momento. Qualquer semelhan-ça com o mundo corporativo não é mera coincidência.

Karin Parodi é sócia diretora da Career Center

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Saúde Business | setembro 2008 | 49

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A inflação médica aumenta de duas a três vezes mais que a inflação do País, fato que pode trazer fortes impactos ao setor. Confira a análise do presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, sobre o aumento do custo assistencial para as operadoras de saúde.

Da redação (Colaborou Patricia Santana) - [email protected]

Investimento em medicina preventiva pode amenizar os custos assistenciais.

A inflação medida pelo IGP-DI subiu 1,12% em julho, de acordo com a Fundação Ge-túlio Vargas (FGV). Diante da alta inflacionária constante, mesmo com a estabilização da economia brasileira, as operadoras de saúde e o setor como um todo podem sofrer um impacto negativo, de acordo com o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida.

Reajustes da ANS podem desequilibrar a Saúde

1. Com a alta da inflação, o senhor acredita que os planos de saúde sai-rão prejudicados? Por quê?Sim. Os reajustes autorizados pela ANS estão muito abaixo da inflação do se-tor de saúde. De maio de 2007 a maio de 2008, o reajuste foi de 5,48%. Es-tudos da Towers Perrin indicam que a inflação do setor está acima de 10%. Acrescente-se ainda o custo dos novos procedimentos, que vigoram desde 2 de abril de 2008, que também impactam os custos em torno de mais 8%, não repassados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

2. A inflação em saúde vem sofrendo um aumento gradativo no mercado? A que o senhor atribui isso?A inflação no setor de saúde provém de três elementos fundamentais: o en-velhecimento da população: os mais idosos consomem mais serviços ou pro-cedimentos médicos, dado o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, que está em mais de 70 anos, e a baixa natalidade; a alta tecnologia do setor, que sempre se soma aos procedimentos já existentes. Por exemplo: uma resso-nância magnética não substituiu uma tomografia ou raio-X; e, por último, os procedimentos de alto custo, como uso de medicamentos e materiais como pró-teses e órteses. 3. De que forma o setor de saúde suple-mentar pode contribuir para a conten-ção dos índices inflacionários? O setor já vem fazendo o máximo de esforço nesse sentido, principalmente por causa de uma mudança de foco na atenção à saúde, deixando de cuidar majoritariamente da medicina curati-va para se direcionar para a medicina preventiva e a melhor qualidade de vida dos indivíduos. Com isso, o número de

procedimentos tende a diminuir, ame-nizando os custos. 4. A alta da inf lação em saúde bra-sileira é a mesma vivida em outros países mais desenvolvidos? Qual o modelo que o senhor destacaria?Sim. Praticamente em todos os países - sejam aqueles que praticam a medi-cina estatal ou a privada - a inflação na área médica gira em torno de duas a três vezes a inflação normal dos res-pectivos países. 5. Como a saúde suplementar pode equacionar o impacto da in-f lação médica?A economia, atualmente, parece ca-minhar para uma certa estabilidade – o que realmente facilita a gestão dos planos de saúde e permite um planeja-mento mais adequado. Já convivemos com períodos de instabilidade muito grandes no passado, que tornavam a atividade bem mais imprevisível. Há necessidade urgente de a ANS rever suas metodologias de reajuste, para não ocasionar um desequilíbrio finan-ceiro do setor – o que não é interessan-te para ninguém.

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integração como esporteA prática do ciclismo tornou-se motivo de integração na Agfa. A empolgação do

engenheiro de campo, Rogério Bruscagin, contagiou o engenheiro de RIS, André

Oliveira. Agora seja por estrada ou por montanha, os dois têm a missão de trazer

mais colegas para a atividade.

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A Ana Paula Martins - [email protected]

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integração como esporte Se o esporte já ajuda a manter a qualidade de vida, contribui para bem-estar físico e psicológico e é um importante instrumento para a manutenção da saú-de, na Agfa Healthcare, ele virou sinônimo de inte-gração. O ciclismo que era praticado por um, chamou atenção do outro, e envolveu mais um outro e assim foi aproximando a equipe. Hoje, pelo menos cinco pessoas praticam a atividade regularmente. Mas isso depois de muito empenho dos precursores dessa his-tória: o engenheiro de campo, Rogério Bruscagin, e o engenheiro de RIS, André Oliveira. Para Bruscagin, a paixão pela bicicleta começou ain-da na adolescência. O que era brincadeira de criança virou esporte amador e a partir dos 14 anos, o enge-nheiro passou a participar de competições. “Sempre gostei de praticar esportes, mas não gosto de nada que me deixe preso em algum lugar. Por isso o ciclismo me atraiu tanto”, relata. Mas a formação e profissão acabaram afastando Rogério da atividade, que só foi retomada há seis anos. “Nem sempre é possível con-ciliar a agenda corrida, mas é preciso ter disciplina. Depois de andar de bicicleta, sinto-me renovado e é isso que me motiva”, afirma. Rogério é praticante das modalidades de velocidade, como estrada e pista. O engenheiro treina duas vezes por semana, durante uma hora e meia, na pista da Universidade de São Paulo. O acompanhamento é feito por um professor de educação física especializa-do em ciclismo. E nos finais de semana o engenheiro sai para os longos passeios. “O preparo é fundamental para a atividade. Tanto na questão física quanto do equipamento. Tudo tem que estar alinhado para se obter o melhor rendimento, sem lesões”, diz. Brusca-gin já disputou provas em que ficou até 27 horas pe-

dalando e circulou pelo Estado de São Paulo. “A sen-sação de concluir uma prova desse tipo é maravilhosa. É colher o resultado de um longo trabalho”, afirma. E foi essa empolgação que contagiou o colega An-dré Oliveira. Quando começou a trabalhar na Agfa Healthcare, há dois anos, o engenheiro de RIS ficou curioso para saber o que havia de tão empolgante na atividade e aceitou o convite para pedalar. “O difícil sempre é começar. Enrolei muito para topar, mas de-pois que fui, não tive mais como desistir”, destaca. André encantou-se com a atividade, mas optou por outra modalidade: a mountain bike. A escolha foi embasada no preparo que a modalidade exige e na emoção dos passeios. “Há todo um preparo para se-guir as trilhas e, mesmo se formos às mesmas trilhas, as condições se modificam, o que torna o esporte mais emocionante”, aponta. André também treina duas vezes por semana e nos finais de semana acaba viajando para o interior de São Paulo para seguir as trilhas. As cidades preferidas são Santana do Parna-íba, Atibaia e Nazaré Paulista. Para iniciar a atividade, além do convite, André contou com a orientação de Rogério. O colega aju-dou na orientação do treinamento e da compra do equipamento adequado. “Ter tido essa orientação fez toda a diferença. Consegui aproveitar o melhor do esporte e evitar os percalços”, destaca. Agora a missão é conseguir novos adeptos do esporte na empresa. “Já levei meus amigos para pedalar comigo e minha noiva. Na empresa, cada vez que trazemos fotos dos passeios, acabamos aguçando a curiosida-de de outros colegas. Creio que num curto espaço de tempo teremos um grupo muito maior de ciclistas aqui na Agfa”, projeta.

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Ana Paula Martins - [email protected]

André oliveirAe rogério bruscAgin, nA usP:

Integração também fora da empresa

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Carreiras

Novartis nomeia Márcio Poças para o cargo de CIO

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A Novartis nomeou Márcio Poças para o cargo de diretor de Tecnologia da In-formação (TI) para o Brasil. Poças está na empresa há oito anos e já foi gerente de projetos de TI para a América Latina e gerente global de qua-lidade ERP (Enterprise Resource Planning) da divisão Ciba Vision, em Atlanta, nos Estados Unidos. O executivo, que é formado em Ciên-cias da Computação e pós-graduado em Engenharia de Software pela Univer-sidade São Judas, entra no lugar de Laís Machado, que, em janeiro deste ano, trocou a Novartis pela Syngenta, empre-sa da área de agronegócios. Seu principal desafio será aumentar o uso de aplicações globais na multina-cional farmacêutica, com foco na padro-nização dos processos de negócios e otimização de recursos.

UN Diagnósticos tem nova gerente comercialA UN Diagnósticos, vertical de medici-na diagnóstica do Grupo Medial, acaba de contratar Daniela Camarinha como gerente comercial. A executiva, que é formada em adminis-tração de empresas pela Universidade Mackenzie, com MBA em Marketing

e Comunicação pela ESPM, tem como foco trabalhar a disseminação da marca Total Laboratórios, serviço de diagnós-tico focado no mercado de baixa renda. De qualquer forma, o grupo mantém também a Viva Laboratórios, voltado para a classe A.

O objetivo da executiva é fortalecer a presença como player competitivo no mercado, no atendimento a clientes par-ticulares e planos de saúde. A área é di-rigida por Gilmar Marques que está na empresa há um ano também nas áreas de mercado e atendimento.

Dasa efetiva João Peçanha Mendes como gerente de TIJoão Ricardo Peçanha Mendes está como responsável de pela gestão de TI do Diagnósticos da América (Dasa) desde o início deste ano. Mendes havia assumido interinamente o cargo após a saída de Paulo Palaia Sica, em novem-bro de 2007.

Mendes atuava como gestor de desenvolvi-mento de sistemas no Dasa. Foi contratado por Palaia em novembro de 2006 e estava sendo preparado para o cargo de liderança. Palaia trabalhava no Dasa havia 15 me-ses quando pediu demissão para realizar projetos pessoais. Também no início de

2008, Palaia assumiu como diretor de planejamento e controle da Seven, hol-ding que incorpora a agência de comu-nicação GP7, e a operadora Set Travel Boutique & Entertainment, empresa do Grupo CVC especializada em turismo e eventos exclusivos.

Márcio Poças:

Maior desafio será aumentar uso de aplicações globais na multinacional farmacêutica

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A operadora de saúde Samcil acaba de contratar Paulo Ferraro como diretor de planos por adesão da Samcil Planos de Saúde. O executivo é o primeiro a assumir o cargo. O profissional atuou como gerente de no-vos produtos da Editora Abril, foi gerente de marketing do Grupo Raí-o-vac, gerente de marketing e vendas da Vicunha, diretor de marketing e vendas da Oesp Mídia, dire-tor comercial do Grupo Nossa Senhora de Lourdes, diretor de relacionamento e marke-ting e depois diretor comercial de adesão da Amesp, adquirida pela Medial. Atuando há dez anos na área de saúde, Ferraro tem o objetivo de atingir 40 mil vidas até o final do ano e dobrar esse número em 2009. "A Samcil possui um enorme potencial de crescimento e estou muito feliz com esse novo desafio. Meu objetivo é consolidar a área de adesão, que tem importância cada vez maior no faturamento da empresa", conta Ferraro, em nota à imprensa.

Tempo Participações contrata diretor comercial para Saúde

A Tempo Participações (Gama Saúde) anunciou a contratação de José Antônio Di-niz de Oliveira para o cargo de Diretor Co-mercial da Unidade de Negócios Saúde. O executivo é formado em Administração de Empresas com Especialização em Administração de Sistemas de Saúde/Administração Hospitalar e mestrando na Faculdade de Saúde Pública da USP. Antes de partir para este novo desafio profissional, Oliveira foi diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes na Cassi - Caixa de Assistência dos Fun-cionários do Banco do Brasil, durante 13 anos, e presidente do Conselho Delibera-tivo da Unidas, até julho deste ano.

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José antônio Diniz De oliveira

Executivo ingressa na Tempo apóspassagem por Cassi e Unidas.

NotreDameIntermédicarenova estrutura corporativa

O Grupo NotreDame Intermédica tem uma nova estrutura corporati-va. Foi anunciada a contratação de Aloisio Wolff como co-presi-dente do grupo e como principal executivo da Intermédica Sistema de Saúde, divisão de planos de saúde. Paulo Barbanti compartilha-rá a gestão do NotreDame. Wolff é administrador de empresa e acumula experiência no setor fi-nanceiro, tendo passado por em-presas como American Express, HSBC, Citibank e BVR. Nos últimos oito anos, o executivo atuou como presidente da Orbitall. Além da nova contratação, a re-estruturação também contempla a formação de um Conselho Con-sultivo, que dará apoio a admi-nistração do grupo. O conselho é integrado por Andréa Calaby, Fer-nando Portella, Herbert Steinberg e Luís Natel. A nova estrutura é resultado do pro-jeto de governança corporativa do grupo, que vem sendo desenvolvido desde 2006 e que visa uma maior profissionalização da gestão. O NotreDame Intermédica é forma-do pela NotreDame Seguradora, pela Interodonto Planos Odontoló-gicos e pela Intermédica Sistema de Saúde. O grupo tem 3 milhões de associados e conta com uma rede própria com 90 centros clíni-cos, oito pronto-socorros, sete hos-pitais e quatro maternidades.

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Paulo Ferraro, Da saMcil:

Meta é atingir 40 mil vidas até o finaldo ano e dobrar o número até 2009

Samcil anuncia novo diretor de planos por adesão

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Como médico e gestor de uma operadora de planos de saúde, leio com freqüência sobre temas relacionados à área, além de outros conteúdos que me enriqueçam como profis-sional. Da área de Saúde, li recentemente o livro “Repensando a Saúde”, de Michael E. Porter e Elizabeth O. Teisberg, que ilustra o cenário da saúde em nível internacional e a pragmática do sistema de saúde norte-americano. Como profissional, não poderia deixar de citar “Maomé”, de Karen Armos-trong, que me ajudou a insistir em meus objetivos, além de estimular meu espírito de liderança. Este último recomendo como lição de vida, independente de religiões, pois o livro realmente levanta a auto-estima.

Ahmed Mohamad Kadri, sócio-diretor da Avimed

Repensando a SaúdeEditora: ArtmedAutores: Michael Porter e Elizabeth TeisbergNúmero de páginas: 432Preço: R$ 77,90

MaoméEditora: Companhia das LetrasAutora: Karen ArmstrongNúmero de páginas: 320Preço: R$ 42,66

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Saúde Business | setembro 2008 | 55

Bioética: UmaDiversidade TemáticaA obra surge num cenário de discussões nacionais e internacionais em conseqüência dos avanços bio-tecnológicos, propondo um entendimento multi-facetado sobre a bioética. O livro propõe uma re-flexão acerca das soluções para as questões éticas na área de saúde, oferecendo uma visão sobre a nova maneira de enfocar a ética nas ciências da vida. São vários autores, de diferentes áreas profissionais, que abordam temas como a ética na pesquisa, os cuida-dos paliativos, o final da vida e a espiritualidade.

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Fusões: Liderança, Desempenho e Saúde CorporativaEsta obra faz parte da série Insead, que a Bookman começa a publicar este ano, e en-volve autores da principal escola de adminis-tração e negócios da Europa. Este livro tem como base a experiência de altos executivos e CEOs em processos de fusão e aquisição. O texto aborda temas fundamentais para executivos envolvidos em uma integração de grandes proporções e que precisem definir com urgência uma abordagem de liderança eficiente para tal projeto.

Editora: BookmanAutor: David FubiniPáginas: 192Preço: R$ 44,00

A Economia da SaúdeA economia da saúde é um ramo da econo-mia aplicado ao estudo da organização, do funcionamento e do financiamento do se-tor saúde. Nos últimos anos, vem ganhan-do força como uma área de conhecimento específica, cujos modelos e instrumentos são de grande auxílio na análise e equacio-namento dos problemas do setor. Com o lançamento desta obra, a Bookman e a Art-med trazem para o Brasil um texto que con-tribui para a discussão do tema, oferecendo uma introdução à economia da saúde.

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Saúde Corporativa

No cuidado da saúde de seus funcionários, a diretoria do Hospital Brasília identificou a oportunidade de oferecer o serviço de prevenção e promoção à saúde às empresas. Como resultado, fidelizou clientes e ainda beneficiou as operadoras

Milagre em casa

Ana Paula Martins - [email protected]

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Erickson Blun, do HosPitAl BrAsíliA

Além de cuidar dos colaboradores, programa de promoção à saúde tornou-se um negócio atraente

ANA PAULA MARTINS: Repórter da Unidade Setores e Negócios / Saú[email protected]

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Contrariando o ditado popular que diz que santo de casa não faz milagre, o Hospital Brasília inovou duplamente na gestão do benefício saúde. Dupla-mente, pois, primeiro, implantou um programa de cuidado com a saúde do funcionário. Sim, hospitais foram cria-dos para cuidar da saúde das pessoas, e é irônico pensar que em muitas insti-tuições esse cuidado com o colaborador inexiste. E segundo, porque expandiu os limites de seu projeto e levou esse cuidado para os maiores compradores de planos de saúde: as empresas.

O case poderia ser mais um na mul-tidão, não fosse o diferencial de um prestador de serviços ampliando o portfólio para atender a origem da cadeia de saúde. Normalmente, essa relação é feita por intermédio das ope-radoras. Eis mais uma oportunidade que a preocupação com ações de pre-venção e promoção à saúde traz, pro-vando que talvez esse seja o futuro da entrega da saúde. O projeto do Hospital Brasília teve início como uma iniciativa da área de Recursos Humanos. Para garantir a qualidade de vida de seus funcioná-rios e, claro, uma gestão mais eficiente do benefício saúde, o RH fez do core business do hospital a base de sua ini-ciativa. A idéia é cuidar da saúde dos colaboradores por meio de medidas preventivas. No programa Cuidan-do de Quem Cuida, os colaboradores passam por uma avaliação individual, onde são analisados todos os seus há-bitos de alimentação e atividades de rotina, além de traçado um histórico de doenças e realizado exames preven-tivos, para detectar problemas como diabetes, hipertensão e colesterol. Com o mapeamento da saúde dos funcioná-rios, o hospital desenvolve ações pon-tuais para cada grupo de risco. “No primeiro mapeamento que fizemos, identificamos 20% da população com colesterol alto e conseguimos promover

ações para melhorar esse índice”, afir-ma a coordenadora de Recursos Hu-manos do Brasília, Mônica Almeida. Dentre as ações, o hospital conta com uma equipe formada por professores de educação física, nutricionista, mas-soterapeutas e médicos para orientar o cuidado com a saúde. O programa foi adotado pelo hospital em janeiro de 2007 e, com os bons re-sultados, o grupo identificou a oportu-nidade de levar o projeto para as empre-sas. “Com a redução do custo do plano de saúde e com a queda na sinistralida-de, o projeto tornou-se interessante para qualquer empregador. Como negócio, também é a chance que temos de fide-lizar os grandes clientes dos planos de saúde”, aponta o superintendente do Hospital Brasília, Erickson Blun. O programa também beneficiou as operadoras de saúde, que, com a par-ceria com o Brasília, conseguem agora ter um acompanhamento individual dos usuários dos planos. O hospital identificou os principais clientes das operadoras para ofertar o serviço. O projeto começou em janeiro deste ano e já tem como resultado o mapeamento de 80 mil usuários. “Ainda não temos como mensurar os resultados da inicia-tiva com as empresas. Mas se for nos mesmos moldes que conquistamos no hospital, sem dúvida nenhuma, será muito positivo”, conclui o executivo.

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