saúde business - ed. 19

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Ilustração: Dedê Paiva A revista da saúde para um novo conceito de gestão • Ano 04 • nº 19 SAÚDE FUTURO De olho no Com os desafios de garantir o acesso e a qualidade de saúde para a população, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já olha para o futuro. Assuntos como combate à dengue e desenvolvimento da indústria local pautam a agenda, mas dedicação à TI ainda é tímida

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A REVISTA DA SAÚDE PARA UM NOVO CONCEITO DE GESTÃO | Ano 03 • Edição 19. Com os desafios de garantir o acesso e a qualidade de saúde para a população, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já olha para o futuro. Assuntos como combate à dengue e desenvolvimento da indústria localpautam a agenda, mas dedicação a TI ainda é timida. DE OLHO NO FUTURO:

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Ilustração: Dedê Paiva

A r e v i s t a d a s a ú d e p a r a u m n o v o c o n c e i t o d e g e s t ã o • A n o 0 4 • n º 1 9

SAÚDE

Ilustração: Dedê Paiva

FUTURODe olho no

Com os desafios de garantir o acesso e a qualidade de saúde para a população, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já olha para o futuro. Assuntos como combate à dengue e desenvolvimento da indústria local pautam a agenda, mas dedicação à TI ainda é tímida

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08 SB OnlineConfira as notícias que foram desta-ques no Saúde Business Web

12 POlítica e regulamentaçãO

nO SetOr

14 – Saiba quais são as propostas da Frente Parlamentar da Saúde para 2011

16 – Mesmo com uma série de obs-táculos indústria farmacêutica en-cara as dificuldades impostas pelo setor como um estímulo à inovação no segmento

18 entreviStaAlexandre Padilha, ministro da Saú-de, fala sobre a necessidade de se preparar para o futuro e que desafio será a prevenção

22 em cadeiaSaiba quais são os impactos do crescimento econômico do País no setor de saúde e veja onde es-tão as oportunidades

30 geStãOInovação é uma das estratégias adotadas por empresas do setor de saúde em busca de um diferen-cial para ganhar competitividade no mercado. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia os núme-ros para o setor são alarmantes, apenas 1,7% das empresas inves-tem na área

34 ti em SaúdeSistemas de informação utilizados no Brasil permitem a troca de dados de pacientes com operadoras, mas por que será que isso não ocorre?

38 emPregadOreSEmpresas já trabalham ações diferen-ciadas para combater o absenteísmo e melhorar o índice de produtividade

42 carreiraSCompetências comportamentais se destacam sobre qualificação téc-nica segundo especialistas

46 vai e vem

47 livrOS

48 light

artigOS

13 eSPaçO JurídicOStock Option

41 gOvernançaO Valor de mercado de uma empre-sa leva em conta os valores intangí-veis que ela possui

37 ecOnOmiaInovação: da política industrial ao empreendedor

45 rhDesafios de carreira para os profis-sionais da saúde

50 hOt SPOtOK

r e v i sta saú d e b u s i n e s s • a b r i l • n ú m e ro 19

caPaIlustração: Dedê Paiva

índice

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www.saudebusiness.com.br

E X P E D I E N T E

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EDITORAAna Paula Martins • [email protected]

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EDITORIAL

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SAÚDE BUSINESS

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AVOR RECICLE

ES TA R E V I S TA

INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

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CARTA DO EDITOR

ANA PAULA MARTINS

EDITORA DA UNIDADE DE SAÚDE DA IT MÍDIA S.A

este último mês tivemos a triste notícia sobre morte do fundador e presidente da Samcil, Luiz Roberto Silveira Pinto. Médico, foi quem trouxe o modelo de operadora de planos de saúde para o Brasil e inspirou a construção de outras empresas, como a Amil (recentemen-

te soube que até o nome da empresa foi inspirado na pioneira).Aos 74 anos, ele decidiu partir.E agora, jorram notícias sobre as dívidas, as di� culdades � nan-ceiras, o fechamento de hospitais do grupo, e ainda surgem as especulações sobre como � cará a carteira da operadora. E nin-guém se lembra de sua inovação e contribuição para o setor de saúde do Brasil.Tive uma vez a oportunidade de conhecê-lo. Visitei-o em seu escritório, no Hospital Panamericano, e conheci um homem que orgulhava-se de sua história, gostava de falar sobre o pas-sado. Para mim foi uma aula, mas discutimos pouco o presente.Há muitas lições a serem aprendidas nessa história, e a princi-pal dela é o quanto precisamos nos desapegar de verdades es-tabelecidas. Se prender ao passado é o caminho mais fácil para nos iludirmos e não vermos o que está disponível em nossa frente. E fazemos isso o tempo todo. Buscamos referências no passado para julgar o presente, e traçar o futuro, e esquecemos de ver o que vem até a gente. E isso serve para as verdades esta-belecidas no setor.Outra coisa é aprender a hora de tomar decisões importantes e seguir o � uxo. Se algo nos alerta e nos chama para uma mu-dança, o que adianta resistir? É preciso ler os sinais e con� ar. A vida sempre nos apresenta possibilidades, e basta permitir-se ser livre para vivenciá-las.Talvez olhar para o todo seja o único passo que falte para en-contrar um caminho verdadeiramente de sucesso.

Até a próxima.

DECISÕES

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as 10 mais cLicadas

eXPerts

JoÃo BRoSS APriMorANdo dECiSão doS

ProJETiSTAS dA SAúdEJoão Carlos Bross é arquiteto e

presidente da Bross Consultoria e Arquitetura

PEDRo CASSAB diAMuNdiAl dA SAúdE.

uM diA A SEr lEMBrAdoPedro Cassab é advogado especialista

em direito Sanitário pela Faculdade de Ciências Médicas unicamp / instituto de direito Sanitário Aplicado (idiSA)

SANDRo SCÁRDuAA SAúdE QuE TEMoS E A SAúdE

QuE QuErEMoS Sandro Scárdua é mestre em Medi-cina interna pela Fiocruz e Coorde-

nador da Clínica Médica do hospital unimed lauro de Freitas (BA)

Veja a média salarial de profi ssionais da saúde

Setor de saúde investe em peso em iPads

Veja os aplicativos médicos mais baixados para iPad

Especial iPad: entenda presença do tablet na Saúde

Conheça as empresas fi nalistas do Top hospitalar 2010

denise dos Santos deixa presidência do São luiz

hospital Santa Paula adapta gestão para iPad

dicas: 14 aplicativos médicos de sucesso no mercado

Edson Bueno aparece na lista dos bilionários da Forbes

“Tabela SuS não permite que instituições sobrevivam”

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leia e discuta com nossos experts os assuntos mais quentes do mês:www.saudebusinessweb.com.br/blogs

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Deputado considera aberturade CPI para investigar ANSPor Verena SouzaEm entrevista à Saúde TV, o deputado federal e vice-presidente da Frente Par-lamentar da Saúde, Eleuses Paiva, afir-mou existirem denúncias questionan-do a isenção da agência, uma vez que parte da diretoria da ANS é composta por executivos vindos de operadoras.Veja na Saúde TV: http://bit.ly/fWgB1F

Classe médica não descarta descredenciamento de planosPor Verena SouzaPara o vice-presidente do Conselho Fede-ral de Medicina (CFM), Aloísio Almeida, se os players não entrarem em um consen-so, as entidades médicas pretendem radi-calizar o movimento. Assista à entrevista, na íntegra, com o representante do CFM. Veja na Saúde TV: http://bit.ly/f9GaBH

Laboratório boiron fatura € 520 mi

e contabiliza queda

Webcats entreViStaS

SIlVIo PoSSA SEgurANçA CoMEçA No dESE-

Nho dE ProCESSoSSilvio Possa é diretor contratado pelo

hospital Albert Einstein na direção do hospital Municipal dr. Moysés

deutsch – M’Boi Mirim –, desde sua inauguração em 2008

ENIo SAluA diFErENçA ENTrE ESTAr NA

SAúdE E SEr dA SAúdEEnio Salu é CEo da Escepti e atual

assessor no inCor (FMuSP). Professor de gestão de Contratos, Auditoria de

Contas hospitalares e informática hospitalar na FiA (FEA-uSP)

DANIElE KAllAS MESquITAProMoção dA ATiVidAdE

FíSiCA No TrABAlho daniele Kallas é diretora sócia da

Educação Corporal e Saúde e Mes-tre em Ciências da Saúde (unifesp)

o laboratório francês Boiron, fabricante de medicamentos homeo-páticos, faturou 520 milhões de euros em 2010, com retração de 1,1% em relação a 2009. No entanto, em comparação a 2008, o lucro avan-çou em 13,9%.Segundo o diretor da Boiron para o Brasil, ricardo Ferreira, o surto de gripe A (h1N1) elevou consideravelmente as vendas do antigripal os-cillococcinum na Europa, seu principal mercado consumidor, o que repercutiu nos resultados positivos daquele ano. “o oscillococcinum teve 7% de queda em relação a 2009, mas 33,5% de aumento em rela-ção a 2008, o que comprova a influência da gripe A (h1N1) nas ven-das”, explicou o executivo em comunicado. Seguindo o antigripal, o xarope Stodal é o segundo medicamento mais vendido e, atrás dele, o ansiolítico Sédatif PC, com aumentos de 12% e 13,1% nas vendas, em relação a 2009, respectivamente.

Brasil é mercado promissor para Boiron

“o Brasil é visto como um grande mercado pela sede da empresa na França”, conta Ferreira. No Brasil, o laboratório está presente desde 2006, quando houve um período de análise de mercado. “os primei-ros produtos chegaram ao mercado no segundo semestre de 2009. hoje, já temos dois medicamentos em pleno uso, o antigripal oscillo-coccinum e o ansiolítico Sédatif PC”, comenta. “Além disso, ainda esse mês, chegará às farmácias o Stodal, que é o único xarope recomenda-do tanto para tosse seca, quanto para tosse produtiva”, anuncia.de acordo com o diretor da Boiron para o Brasil, desde que chegou ao País o número de funcionários da filial já dobrou - eram 20 pessoas há um ano. “Com os novos resultados, apostamos ainda mais na populari-zação dos medicamentos homeopáticos no País”, salienta. “Essa deve ser uma opção terapêutica procurada por pacientes e prescrita por médicos em todo o Brasil”, completa.

Assista outras entrevistas no www.saudebusinessweb.com.br/webcasts

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opiniões

1. Médicos Digitais: desafio da relação médico-pacienteem artigo, especialista em Direito Digital, Patricia Peck Pinheiro, aborda chegada do paciente bem informado aos consultórios e a reação dos médicos a esse processo

2. o desafi o da saúdeO ex-presidente do Conselho nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e vereador em São Paulo aborda a importância do Sistema Único de Saúde e a ampliação do acesso em artigo

3. Pela dignidade na saúde suplementarPresidente da associação Paulista de Medicina fala sobre os obstáculos no atendimento que os médicos que atendem planos enfrentam. “Muitos cidadãos em busca de diagnósticos e tratamentos, dos quais dependem a sua vida, encontram inúmeras barreiras para o atendimento: demora, negativa de autorização, informações equivocadas, desconfiança e desrespeito”.

astrazeneca investeem softWare Paragerir sMartpHones

FOtO: think StOCk

A equipe de força de vendas da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, formada por aproximadamente 670 representantes em todo o País, está equipada com smartpho-nes hTC. E para gerir a solução, com objetivo de evitar problemas técnicos, a compa-nhia contratou um sistema chamado hP Service Manager (SM7), um soft ware para registro, gestão e solução de ocorrências em uma estrutura de Ti.de acordo com a Mgi, provedora da solução, com a tecnologia é possível registrar to-das as informações referentes aos PdA´s, tais como: característica do hardware e do soft ware, nota fi scal, data da compra, garantia entre outros dados. Além de fi car regis-trado todas as ocorrências de erros ou falhas, o suporte prestado, a solução aplicada, as informações de envio e recebimento do equipamento, incluindo também a fi nali-zação do serviço com o usuário.Antes da solução, os equipamentos fi cavam inoperantes às vezes por até 40 dias e, quando o usuário recebia um equipamento de reposição, frequente-mente não era o seu original. hoje, há um equipamento de backup imediata-mente até que o smartphone do representante fi que pronto e retorne para ele. “Antes, se um equipamento quebrasse três vezes no mês, o representante recebia três equipamentos diferentes, menos o dele, e não importava que o dele estivesse no-vinho. Agora o smartphone do usuário retorna consertado e revisado, existindo um vínculo do usuário com seu equipamento original”, disse o consultor da área de in-fraestrutura da AstraZeneca do Brasil, luiz henrique Silva de Jesus, em comunicado. Por meio do soft ware, tudo é documentado, desde o início do projeto de mobilidade do cliente até as ocorrências de serviços, permitindo a visualização constante do sta-tus de cada equipamento do parque. Para a gerente de Negócios e Serviços da Mgi, Adriana Nascimento, o recurso permite que o cliente tenha informações para projetar custos e investimentos no seu parque, e também passa a ter uma visão mais integral dos recursos de mobilidade da empresa.

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RESulTADo DA ENquETE

Os médicos do Brasil, de diferentes especia-lidades, protagonizaram inúmeras greves no ano de 2010. este ano parece não ser diferente. Médicos de todo o Brasil, que prestam serviços para operadoras de planos de saúde, pararam suas atividades durante um dia inteiro no Dia 7 de abril - o Dia Mundial da Saúde. Dessa forma o Saúde Business Web quis saber: as paralisações são um caminho eficaz para pro-mover o entendimento entre os players? a maioria dos participantes, 43,64%, não concorda com as paralisações. Segundo eles, existem outras formas de solucionar o pro-blema. negociação e judicialização seriam algumas das alternativas.Para 34,55% as greves fazem com que as ope-radoras sofram fortes impactos financeiros e, dessa forma, busquem atender às reivindica-ções dos profissionais. além disso, afirmam ser um direito garantido pela constituição.e 21,82% descordam das greves, pois seu histórico demonstra que as paralisações de nada adiantam para chegar a um consenso. além disso, acreditam que, no fim, a popula-ção é a maior prejudicada.

No AR

Participe da nossa enquete! Vote em www.saudebusinessweb.com.br/enquete

as Secretarias de estado da Saúde e da Fazenda assinaram resolução estabelecendo isenção da cobrança de iCMS (imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) para a importação de equipamentos médico-hospitalares, realizados por clínicas ou hospitais paulistas.a iniciativa visa liberar as empresas do paga-mento do imposto desde que ofereçam aten-dimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). a enquete do Saúde Business Web quer saber se você concorda com a medida:

q Sim, pois isso vai estimular a atualização dos equipamentos tecnológicos nas entidades de saúde, além de ampliar o acesso dos usuá-rios do Sistema Único de Saúde (SUS).

q não. a má remuneração do SUS não é atraente para as instituições de grande porte. Portanto, a obrigatoriedade fiscal ainda é o melhor caminho.

q talvez. a medida é válida, pois tenta faci-litar a compra de equipamentos médicos para empresas de médio e pequeno porte. Porém, a tabela SUS deveria ser revista para maior incentivo no setor.

FOtO: think StOCk

FOtO: DiVUlgaçãO

novartis: conheça estratégia

para estar entre as líderes

Terceira colocada em termos de vendas entre as maiores indústrias far-macêuticas do mundo, tendo fechado o último trimestre de 2010 com faturamento de uS$ 2,11 bilhões, a suiça Novartis investiu fortemente, nos últimos seis anos, em pesquisas de base. Atualmente a norte-ameri-cana Pfizer é a líder global, seguida da também americana Merck.Segundo o chefe do departamento de inovação da Novartis, Adam hill, entender a fundo os mecanismos das doenças que são foco da companhia é fundamental para o sucesso dos produtos no mercado. “Fomos pioneiros em trabalhar de forma mais aprofundada nas pes-quisas de base e não apenas em estudos aplicados. Para isso, contamos com cerca de sete mil cientistas trabalhando globalmente”, disse hill. A pesquisa de base passou a seguir uma série de regras e processos para que os riscos de efetividade de uma droga sejam diminuídos ao máximo. A farmacêutica investe em média uS$ 7,4 bilhões por ano em pesquisa. Nos últimos dez anos, a empresa suiça obteve 20 aprovações de medi-camentos do FdA (espécie de Anvisa dos Estados unidos). de acordo com hill, o mercado consegue o aval para apenas um produto neste pe-ríodo de tempo.Estudos colaborativos com universidades e outras empresas também são outra forma de otimizar os negócios, tendo em vista os entraves tão comentados pelas indústrias dessa área. São eles: custo, cerca de uS$ 1,8 bilhão são gastos para que um remédio chegue ao paciente (dado da Novartis); tempo, demora em média 12 anos para uma droga ser comercializada; vencimento de patentes; competitividade; pres-são de genéricos; falta de confiança dos investidores e pouca inovação. “Muitas empresas desenvolvem seus produtos pautadas pelo modelo blockbuster, visando bater recordes de vendagem. A Novartis procura, acima de tudo, soluções preventivas e também a cura dos pacientes”, enfatizou hill. investir mais no Brasil nos próximos anos parece ser uma diretriz con-sensual entre as farmacêuticas do mundo. dentre os motivos mais evi-dentes estão o crescimento da economia e, por consequência, melho-res perspectivas para a saúde, além do maior empenho governamental para com o setor. “Brasil é um país que não tem nem o que pensar. É investir e pronto”, dis-se o vice-presidente do instituto Biomédico da Novartis, Scott Brown. No entanto, a organização não divulgou o valor direcionado para a região.

Por Verena Souza

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Opiniões

1. Médicos Digitais: desafio da relação médico-pacienteEm artigo, especialista em Direito Digital, Patricia Peck Pinheiro, aborda chegada do paciente bem informado aos consultórios e a reação dos médicos a esse processo

2. O desa� o da saúdeO ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e vereador em São Paulo, Gilberto Natalini, aborda a importância do Sistema Único de Saúde e a ampliação do acesso em artigo

3. Pela dignidade na saúde suplementarPresidente da Associação Paulista de Medicina, Jorge Carlos Machado Curi, fala sobre os obstáculos no atendimento que os médicos que atendem planos enfrentam. “Muitos cidadãos em busca de diagnósticos e tratamentos, dos quais dependem a sua vida, encontram inúmeras barreiras para o atendimento: demora, negativa de autorização, informações equivocadas, desconfiança e desrespeito”.

ASTRAZENECA INVESTEEM SOFTWARE PARAGERIR SMARTPHONES

FOTO: THINK STOCK

A equipe de força de vendas da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, formada por aproximadamente 670 representantes em todo o País, está equipada com smartpho-nes HTC. E para gerir a solução, com objetivo de evitar problemas técnicos, a compa-nhia contratou um sistema chamado HP Service Manager (SM7), um so� ware para registro, gestão e solução de ocorrências em uma estrutura de TI.De acordo com a MGI, provedora da solução, com a tecnologia é possível registrar to-das as informações referentes aos PDA´s, tais como: característica do hardware e do so� ware, nota � scal, data da compra, garantia entre outros dados. Além de � car regis-trado todas as ocorrências de erros ou falhas, o suporte prestado, a solução aplicada, as informações de envio e recebimento do equipamento, incluindo também a � nali-zação do serviço com o usuário.Antes da solução, os equipamentos � cavam inoperantes às vezes por até 40 dias e, quando o usuário recebia um equipamento de reposição, frequente-mente não era o seu original. Hoje, há um equipamento de backup imediata-mente até que o smartphone do representante � que pronto e retorne para ele. “Antes, se um equipamento quebrasse três vezes no mês, o representante recebia três equipamentos diferentes, menos o dele, e não importava que o dele estivesse no-vinho. Agora o smartphone do usuário retorna consertado e revisado, existindo um vínculo do usuário com seu equipamento original”, disse o consultor da área de In-fraestrutura da AstraZeneca do Brasil, Luiz Henrique Silva de Jesus, em comunicado. Por meio do so� ware, tudo é documentado, desde o início do projeto de mobilidade do cliente até as ocorrências de serviços, permitindo a visualização constante do sta-tus de cada equipamento do parque. Para a gerente de Negócios e Serviços da MGI, Adriana Nascimento, o recurso permite que o cliente tenha informações para projetar custos e investimentos no seu parque, e também passa a ter uma visão mais integral dos recursos de mobilidade da empresa.

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1 2 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

POLÍTICA

POR CAROLINA GARCIA - [email protected]

FOTO: DIVULGAÇÃO

COM A ISENÇÃO DO ICMS, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO INCENTIVA E DESAFIA SETOR PRIVADO A ABRIR PORTAS PARA O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE

pós alcançar um orçamento estável, o governo do Es-tado de São Paulo está em posição de arriscar e bus-car soluções emergenciais para um dos maiores mo-delo públicos de saúde do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS). Durante o IX Encontro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do InRad (Instituto de Radio-logia do HCFMUSP) no dia 18 de março, em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin anunciou o bene� cio � scal de isenção do Imposto sobre Circulação de Mer-cadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na importa-

ção de equipamentos médico-hospitalares de diagnóstico por imagem.Com a assinatura da medida, fruto de uma parceira entre as secretarias de Estado da Fazenda e da Saúde, clínicas, hospitais e laboratórios privados po-dem ser bene� ciados pela anistia � scal ao adquirirem os produtos importa-dos sem similar produzido no Brasil. Porém, para serem bene� ciados com uma total isenção tributária, os estabelecimentos devem oferecer serviços gratuitos ao SUS equivalentes ao valor total ou superior a ICMS por um perí-odo de três anos – que serão contados a partir da data de compra do produto.Além disso, empresas interessadas devem elaborar um plano de trabalho para o setor público e somente após análise da Secretaria de Saúde é que a Secretaria da Fazenda atuará com a liberação da obrigatoriedade � scal. Já com a regulamentação das secretarias, os hospitais interessados � cam proi-bidos de vender o aparelho durante o período previsto para o atendimen-to aos pacientes do SUS. No acordo, em caso de descumprimento total ou parcial das exigências, a Secretaria da Fazenda suspenderá a aplicação do bene� cio e cobrará pelo imposto com acréscimos previstos na legislação.Para as partes diretamente envolvidas na mudança, como a Associação Brasileira de Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) e o Sindicato dos Hospitais de São Paulo (Sindhosp), a resolução é um mo-vimento inteligente para promover uma possível mudança no setor público de Saú-de. Segundo o diretor-secretário da Abimed, Reynaldo Goto, a decisão vai além do efeito direto da atualização dos aparatos hospitalares no parque. Para a Abimed e Sin-dhosp, “o ponto mais importante dessa resolução é garantir o acesso da população aos exames de alta tecnologia para quem utiliza tanto serviço privado ou público”.Apoiando o viés humanitário da decisão, a assessora jurídica do Sindhosp, Eriete Tei-xeira, enfatiza que a redução da carga tributária sempre será interessante para o setor e essencial para a comunidade. “Uma vez que o Estado está abrindo mão de um tributo em favor da população, nada mais justo que esse montante voltar para a comunida-de através de serviços pelo SUS”, defende. Para ela, as exigências do projeto são justas e não oferecem nenhum risco para a instituição que decida optar pela isenção � scal.No entanto, para ambas as associações, o ponto preocupante da nova medida é a disponibilidade das instituições de um comprometimento com as causas pú-blicas. Para eles, o fato que poderá in� uenciar a decisão das empresas é a má re-muneração do SUS. Goto explica que as tabelas de preços do SUS deveriam ser

ANISTIA FISCALÉ COLOCADA EM PROVA

revistas justamente para um maior incentivo no setor. “Médicos e insti-tuições talvez não tenham interesse em converter a obrigatoriedade � scal pela obrigatoriedade de serviço devi-do a esses valores defasados”, explica. De acordo com Eriete, a questão da re-muneração no setor público irá clara-mente pesar a situação, porém, caberá a cada instituição analisar sua própria gestão � nanceira e faturamento. A as-sessora jurídica conta que � ca claro que grandes empresas não terão interesse em abrir sua rede para o SUS, mas é vá-lido ressaltar quão importante pode ser para as instituições de pequeno e mé-dio porte. “Dependendo da capacidade do estabelecimento, � ca inviável a com-pra de grandes aparelhos. Essa decisão pode facilitar muito a manobra de no-vas aquisições tecnológicas a favor da comunidade”, conclui.

Eriete Teixeira, Sindhosp: Preocupação com o comprometimento do setor com causas públicas

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ESPAÇO JURÍDICOESPAÇO JURÍDICO

FELIPE HANNICKEL SOUZA Especialista em direito societário e regulatório na área de saúde suplementar. Integrante do escritório Salusse Marangoni Advogados.

STOCK

OPTIONatual momento por que passa o mundo corporativo tem au-mentado a competitividade entre as empresas na busca por melhores resultados. Visando elevar o seu market share, as so-ciedades procuram fórmulas diferenciadas para se destacar e atingir suas metas de crescimento, superando a concorrência. O capital humano pode ser considerado a principal ferramen-

ta de desenvolvimento das grandes corporações. Estudos realizados demons-tram que profissionais estimulados e comprometidos trazem maior eficácia e eficiência aos negócios, gerando maior lucratividade da companhia como um todo. E não tem sido diferente para as empresas do setor de saúde do País, as quais, para evitar a “dança” de cadeiras entre executivos investem em progra-mas de retenção de talentos.Por esta razão, o Programa de Opção de Compra de Ações (Stock Option) tem sido visto como uma forma de estímulo e fidelização de determinados profis-sionais chaves para o negócio, retendo-os na companhia em troca de deter-minados benefícios econômicos. O Stock Option pode ser entendido como um programa de incentivo concedido pelas empresas aos seus profissionais (empregados, administradores e executivos) destinado à compra de ações da companhia onde trabalham por preço diferenciado do mercado. A oportuni-dade da compra de ações, em condições facilitadas, é uma forma de reter os profissionais mais importantes para a empresa, permitindo com que os mes-mos participem diretamente da valorização futura da companhia.Trata-se, desta forma, de um incentivo de longo prazo. Por esta razão, a lógica do programa está na expectativa do profissional na valorização da compa-nhia, o que dependerá principalmente da sua atuação direta no exercício de suas funções, bem como de uma carência mínima exigida. O Programa de Opção de Compra de Ações está previsto no §3º do artigo 168 da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) e poderá ser oferecido pelas companhias, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Importante lembrar, contudo, que o modo de implementação do programa dependerá da forma de constituição das empresas, a saber: sociedades anôni-mas de capital aberto ou fechado e sociedades limitadas. A legislação vigente impõe requisitos para a utilização desta ferramenta para cada tipo societário.

Para não haver contestação, deve a companhia oferecer o programa dentro do seu limite de capital autori-zado; aprovar o programa em assem-bleia geral e ter previsão expressa no seu estatuto social. Para as com-panhias abertas que negociam suas ações em bolsa de valores, o progra-ma deverá ser aprovado pela Comis-são de Valores Mobiliários (CVM).Apesar de alguns entendimentos diver-sos, o programa tem natureza jurídica de contrato mercantil, já que é considerado oneroso e independente do contrato de emprego � rmado pelo pro� ssional.Vale ressaltar ainda que, dependendo da estrutura adotada, tanto as compa-nhias quanto os profissionais pode-rão ter proveito tributário com a ado-ção do programa. Tendo em vista que, os benefícios econômicos fossem re-passados de outra forma certamente haveria mais ônus aos envolvidos.Tendo em vista o momento de cres-cimento por que passa o mercado de saúde nacional, inclusive com a aber-tura de capital por parte de grandes companhias, aliado a profissionali-zação do setor, tem feito desta ferra-menta jurídica uma oportunidade de crescimento. Sem sombra de dúvida as grandes empresas do setor têm sa-ído na frente da concorrência.

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NO SETOR

POR VERENA SOUZA – [email protected]

FORMADA POR 240 DEPUTADOS E 35 SENADORES, A FPS LUTA PELA REGULAMENTAÇÃO DA EC29, REAJUSTE DA TABELA SUS, MELHOR FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, IMPLANTAÇÃO DO CBHPM, ENTRE OUTROS. APESAR DOS PROBLEMAS, PRESENÇA DO MINISTRO PADILHA PODE SINALIZAR AVANÇOS

frente parlamentar da saúde:maiS uma entiDaDe em Prol Da viDa

undada em março de 1993 com a participação, entre outros, do deputado Inocêncio Oliveira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, do ex-ministro da Saúde, Jamil Haddad e do deputado Chafi c Farhat, idealizador e primeiro presidente, a Frente Parlamentar da Saúde (FPS) é uma entidade civil sem fi ns lucrativos de natureza política e suprapartidária com atuação na Câmara dos Deputados. Seu objetivo prin-cipal é o de trabalhar para transformar em realidade os prin-cípios constitucionais que entendem a saúde como o bem mais precioso da vida, direito social inalienável e responsa-bilidade maior do Estado.

Atualmente a FPS é formada por 240 deputados e 35 senadores que, de forma livre, efetuaram a inscrição para compô-la quando uma nova legislatura iniciou. A entidade costuma trabalhar por meio de reuniões periódicas - sem um cronograma específi co - abertas às instituições ligadas à saúde como as fundações e confederações de saúde, federação dos hospitais brasileiros, entidades médicas, entre outras.Apesar de a Frente não ser um órgão ofi cial – diferente das comissões especiais - con-segue exercer um papel infl uente nas decisões políticas do País. “Temos um estatuto registrado em cartório. Quase 300 parlamentares recebem informações semanais da Frente”, diz o deputado e presidente da FPS, Darcísio Perondi.

na PrÁtiCaA Procissão das Velas foi exemplo de uma mobilização vitoriosa coordenada pela FPS em agosto de 2007. Aproximadamente 1500 pessoas, entre parlamentares, represen-tantes de entidades ligadas ao setor e, principalmente, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), marcharam à noite, com velas acesas, da rampa do Congresso Nacional, em Brasília, até a frente do Palácio do Planalto. O motivo: pleitear o fi m dos desvios de recursos da saúde.De acordo com Perondi, em dois momentos do governo Lula foram retirados um total de R$ 3 bilhões do orçamento do SUS para serem aplicados no fundo da pobreza. “Tí-nhamos que fazer uma articulação contra isso. Na semana seguinte à procissão, o go-verno resolveu liberar os R$ 2,5 bilhões que faltavam para o SUS fechar o ano”, enfatizou o deputado. Na época, para tamanha mobilização, a Frente da Saúde contou com a ajuda de Zilda ArnsNeumann - fundadora da Pastoral da Criança.

lutaS PrioritÁriaSDentre as questões de maior relevância em prol de melhorias da saúde pública do País estão:• Regulamentação da Emenda Constitucional 29. “EC 29 está emperrada na Câma-ra porque o governo federal não quer colocar mais dinheiro na saúde. Há dez anos, o governo participava com 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) nos gastos da Saúde da

União. Hoje, com todas as mudanças econômicas e sociais por que o Brasil passou, o governo está gastando a mes-ma coisa. Isso é um absurdo”, diz Perondi.• Reajuste da tabela do SUS. “Os hospi-tais não podem vender um processo do SUS a R$ 100 e receber R$ 60. Com isso, cada vez mais médicos e hospitais se descredenciam, quando não fecham as portas”, enfatiza.• Melhor formação para o capital huma-no do SUS.• Implantação da Classifi cação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médi-cos da Associação Médica Brasileira.• Maior agilidade em relação à judiciali-zação, com estabelecimento de prazos e protocolos.• Maior diálogo com a saúde suplementar

avançoSApesar dos graves problemas enfrenta-dos pelo setor de saúde brasileiro, o depu-tado reconhece importantes avanços.“Temos ilhas de excelência do SUS em es-tados brasileiros como São Paulo e Porto Alegre, por exemplo. Mesmo com o subfi -nanciamento da saúde, foram realizados no ano passado mais de cinco bilhões de procedimentos pelo SUS”, afi rma.Perondi também ressaltou a qualidade dos programas de vacinação, de acesso a medicamentos e de combate à Aids.O recém empossado ministro da saúde, Alexandre Padilha, é outro sinal de que as coisas podem melhorar, segundo o deputado. “Ele tem uma capacidade im-pressionante de comunicação. Eu tenho esperança de que as coisas vão caminhar bem. Além de tudo, ele foi escolhido pela Dilma Rousseff ”, enfatiza.

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eC 29 está emperrada na Câmara porqueo governo federal não quer ColoCar mais dinheiro na saúde

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Composição da nova diretoria da frente parlamentar

gestão 2011/2013

Diretoria Da Frente Parlamentar Da SaúDePresidente: Deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) Vice: Deputado Eleuses Paiva (DEM-SP) Vice: Deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) Vice: Deputada João Ananias (PCdoB-CE) Secretário Geral: Deputado Rogério Carvalho (PT-SE) Secretária Adjunta: Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) Tesoureiro: Deputado Geraldo Resende (PMDB-MS) Tesoureiro Adjunto: Deputado Roberto Britto (PP-BA) Consultor Jurídico: Deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) ConSelho ConSultivo PV - Senador Paulo Davin (RN) PT - Deputado Chico D´Ângelo (RJ) PMDB - Deputado Osmar Terra (RS) DEM - Deputado Mandetta (MS) PSDB - Deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) PP - Deputado José Linhares (CE) PTB - Deputado Antônio Brito (BA) PPS - Deputado Geraldo Thadeu (MG) PR - Deputado José Rocha (BA) PDT - Deputado Dr. Jorge Silva (ES) PSB - Deputado Dr. Ubiali (SP) PCdoB - Deputada Jô Moraes (MG) PSOL - Deputado Jean Wyllys (RJ) PSC - Senador Eduardo Amorim (SE) PRB - Deputado Cleber Verde (MA) PMN - Deputado Fabio Faria (RN) ConSelho FiSCal Titulares: Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) Senador Humberto Costa (PT-PE) Deputado Dr. Paulo César (PR-RJ)

SuPlenteSDeputado Assis Carvalho (PT-PI) Deputada Celia Rocha (PTB-AL) Senador Valdemir Moka (PMDB-MS)

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NO SETOR

POR VERENA SOUZA - [email protected]

medicamentos:uM MaR DE DESaFioS E oPoRtuNiDaDESPERDA DE PATENTES, DE PARTICIPAÇÃO NO MERCADO, RÍGIDA REGULAÇÃO, ALTO RISCO E CUSTO, GRANDE COMPETIÇÃO. A LISTA DE OBSTÁCULOS É EXTENSA PARA A PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS. NO ENTANTO, TAMBÉM PODE SER ENCARADA COMO UM ESTÍMULO À INOVAÇÃO. A SAÚDE BUSINESS FOI CONHECER AS ESTRATÉGIAS DE GRANDES FARMACÊUTICAS EM FACE DO CENÁRIO DESAFIADOR

cenário dos últimos dez anos para os negócios da indús-tria farmacêutica é de declínio e, consequentemente, as tendências para os próximos anos são negativas. Dessa forma, as empresas do setor do mundo nadam contra a maré na tentativa de evitar vultosas perdas e alavancar seus produtos. A falta de confi ança dos investidores é evidente, as nor-mas regulatórias estão cada vez mais rígidas, o suporte pú-blico tem diminuído, o mercado tem fi cado cada vez mais

competitivo e o problema do tempo e do risco para o desenvolvimento de novas dro-gas persiste. Soma-se a isso o fato de que dezenas de patentes de remédios vão expirar até 2013. Em 2011, o medicamento Lípitor, que combate o colesterol, por exemplo, já teve sua patente quebrada no Brasil. De acordo com levantamento da consultoria Accenture, em 2009, o setor perdeu US$ 12 bilhões com expiração de patentes. E a estimativa de perdas entre 2010 e 2014 é de cerca de US$ 75 bilhões. Nos EUA, a Pfi zer lidera o ranking das companhias mais afetadas com a quebra de pa-tentes. Serão cerca de US$ 29 bilhões até 2013. Em segundo lugar está a Lilly com US$ 12,9 bilhões. Os dados são do Centro de Estudos de Desenvolvimento de Drogas Tuft s University, localizado em Boston, nos Estados Unidos (EUA) - região de grande relevân-cia em pesquisas médicas e farmacêuticas. A participação de mercado das grandes organizações do segmento também apresenta perspectiva de retrocesso. Em 2009, as 25 farmacêuticas pesquisadas pela Accenture – as maiores do segmento - tinham um market share de 79%. Para 2014 é esperado que elas tenham 74% de presença, queda impulsionada pelo crescimento das pequenas e médias empresas.“O modelo de negócio estilo “blockbusters” não é mais funcional. É preciso traçar as áreas-alvo e saber abrir mão de atividades que não estão alinhadas com a estratégia da empresa”, explicou a líder global da prática Farmacêutica da Accenture, Kay Formanek, em entrevista ao Saúde Business Web.

CalMaRia À viSta?Apesar dos aspectos negativos e das perdas bilionárias programadas, as indústrias far-macêuticas têm reorganizado sua forma de conduzir o desenvolvimento de novas dro-gas, o que deve alterar de forma signifi cativa a tendência de arrefecimento, até então, traçada. A constatação é do centro Tuft s University, de Boston.As mesmas organizações que vão ser fortemente impactadas pela perda de patentes protagonizam parcerias no desenvolvimento de fármacos para otimizar tempo e custo. “Parcerias entre farmacêuticas era algo impensado há cinco anos. Elas preferiam afun-dar do que compartilhar riqueza. Agora, elas são uma boa alternativa para o sucesso dos negócios”, afi rmou o diretor e pesquisador da Tuft s, Kennth Kaitin.

Além disso, empresas como Sanofi -Aven-tis, Merck, Astrazeneca, entre outras, co-meçaram a terceirizar funções nas eta-pas de testes dos medicamentos e buscar novas possibilidades com instituições acadêmicas e parcerias público-privadas. Para Kaitin, os problemas enfrentados pela indústria - muitos deles decorrentes do modelo praticado anteriormente - são um estímulo para a inovação. “Apesar dos desafi os, o mercado farmacêutico é bas-tante rentável”, disse.

FaRMaCÊutiCaS E o Novo MoDEloAo perceber que o modelo de negócios praticado anteriormente estava ultrapas-sado, a Pzier, maior fabricante de medica-mentos do mundo, começou, de forma intensa, a trabalhar por meio de parcerias com centros acadêmicos e outras empre-sas do segmento. As estimativas da com-panhia com a reestruturação é reduzir 40% em custos e tempo no desenvolvi-mento de medicamentos. A grande novidade desse modelo está baseado nos Centros para Inovação Te-rapêutica (CTI), localizados em Boston, Nova York e São Francisco.“Buscamos os melhores cientistas do mundo para trabalhar nos CTIs. Essa integração era impensada anteriormen-te. A Pfi zer não abria suas estratégias dessa forma”, disse o vice-presidente dos CTIs, Anthony Coyle. Nos próximos anos, a Pzier planeja inaugurar de oito a dez CTIs nos Estados Unidos. Além disso, já existem conversas com países como Israel e Inglaterra. O executivo res-saltou, ainda, que, apesar de não haver nenhuma investida concreta, o Brasil também está nos planos da companhia.

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Parcerias entre farmacêuticas era algo imPensado há cinco anos. elas Preferiam afundar do que comPartilhar riqueza. agora, são uma boa alternativa Para o sucesso dos negócios

Kennth Kaitin, do centro de estudos de desenvolvimento de drogas

“A expertise dos cientistas e a desburocra-tização dos processos são as mudanças fundamentais”, explicou Coyle. Os CTIs são instalados em regiões próximas de centros médicos e hospitais.De acordo com Coyle, testes de drogas que demorariam, em média, seis anos para avançar de um nível para outro no processo de desenvolvimento de uma droga (pesquisa, etapa pré-clínica, en-saios clínicos e apreciação pelas agên-cias reguladoras) agora, avançam em vinte meses. Nos últimos seis anos, a estratégia da No-vartis - terceira colocada em termos de vendas entre as maiores indústrias far-macêuticas do mundo – tem sido investir em pesquisa de base. Segundo o chefe do departamento de ino-vação da Novartis, Adam Hill, entender a fundo os mecanismos das doenças que são foco da companhia é fundamental para o sucesso dos produtos no mercado. “Fomos pioneiros em trabalhar de for-ma mais aprofundada nas pesquisas de base e não apenas em estudos apli-cados. Para isso, contamos com cerca de sete mil cientistas trabalhando glo-balmente”, disse Hill.A pesquisa de base passou a seguir uma série de regras e processos para que os riscos de efetividade de uma droga sejam diminuídos ao máximo. A farmacêutica investe em média US$ 7,4 bilhões por ano em pesquisa. Nos últimos dez anos, a empresa suíça obteve 20 aprovações de medicamentos do Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa dos Estados Unidos. De acordo com Hill, o mercado conse-gue o aval para apenas um produto neste período de tempo.Estudos colaborativos com universida-des e outras empresas também são outra forma de otimizar os negócios, tendo em vista os conhecidos entraves do setor. “Muitas empresas desenvolvem seus pro-dutos pautadas pelo modelo blockbuster, visando bater recordes de vendagem. A Novartis procura, acima de tudo, solu-ções preventivas e também à cura dos pacientes”, enfatizou Hill.

Diante do cenário desafiador, a Accenture identificou quatro aspectos fundamentais para enfrentar essa fase de transformação. São eles:

• Foco: atenção à diferenciação e limitação do negócio em áreas-alvo;

• Despojar: disciplina para abrir mão de atividades que não estão alinhadas com a estratégia da empresa;

• Investir: decisão de adquirir os ativos certos, além de buscar parcerias e alianças que fortificarão a presença de mercado;

• Transformação: a habilidade de trabalhar o modelo de negócios atual e construir uma nova organização com capacidades que priorizem a entrega e a estratégia.

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ENTREVISTA

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POR MARIA CAROLINA BURITI - [email protected]

MÉDICO INFECTOLOGISTA E MEMBRO DO PT, ALEXANDRE PADILHA OCUPOU DIVERSOS CARGOS NO GOVERNO LULA, ENTRE ELES O DE DIRETOR DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE (FUNASA) E O DE MINISTRO DE ESTADO DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS, O ÚLTIMO ANTES DE ASSUMIR A SAÚDE. EM ENTREVISTA A SAÚDE BUSINESS, PADILHA CONTA SOBRE O PROJETO PARA AVALIAR O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE COM FIM DE CONHECER AS DIFICULDADES DE ACESSO EM CADA REGIÃO, SOBRE A EVOLUÇÃO DO CARTÃO SUS E A IMPORTÂNCIA DAS PPPS PARA O SISTEMA DE SAÚDE BRASILIERO

“É PreCisO PreParar O susPara o CeNÁrio Futuro De eNveLHeCiMeNto Da PoPuLaÇÃo”

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ENTREVISTA

É evidente Que PreCisaMOs

aMPLiar a disPOnibiLidade de

reCursOs Para a saúde, Mas nÃO

se POde deiXar de LadO O desaFiO

de GerenCiar MeLHOr, COM MaiOr

transParÊnCia e eFiCiÊnCia

saúde Business:são muitos os problemas e desafi os na área da saúde. o que a sua gestão vai priorizar?alexandre Padilha: Como ministro, tenho uma obsessão que é garantir o acesso aos serviços de saúde deste País. Pesquisas apontam que o usuário do SUS considera o atendimento em si sa-tisfatório, mas sua agilidade ainda deixa a desejar. Queremos criar um indicador nacional para avaliar o desempenho do SUS e estipular metas de trabalho nos diferentes territórios do Brasil, con-siderando as especifi cidades locais. Em abril, demos um passo importante. O modelo elaborado pelo Ministério da Saúde está em consulta pública desde o dia 7 de abril e, após colhermos contri-buições de profi ssionais de saúde, espe-cialistas e de toda a população, vamos implementar o indicador. Precisamos avaliar o que o SUS consegue resolver em uma região, em que medida o aces-so à saúde é de qualidade e qual o nível de satisfação do usuário.Também está entre as prioridades desta gestão honrar os compromissos assumidos pela presidente. Ela sempre ressaltou a atenção que daria à saúde da mulher e, em março, anunciamos duas importantes medidas: o Rede Ce-gonha, que receberá um investimento de R$ 9,39 bilhões do orçamento da pasta até 2014; e o reforço na prevenção e no controle de câncer de mama e de colo do útero, que atingem um grande número de mulheres.Outro compro-misso fi rmado pela presidenta Dilma e que viabilizamos já no segundo mês de gestão foi a oferta gratuita de medi-camentos para hipertensão e diabetes. Em um mês de funcionamento do “Saú-de Não Tem Preço”, a distribuição de produtos para hipertensão pelo “Aqui Tem Farmácia Popular” teve cresci-mento de mais de 60% em comparação com o período anterior a gratuidade e, no caso de diabetes, de 50%. A iniciativa alavancou, inclusive, a distribuição dos demais produtos do programa, que são vendidos com descontos de até 90%. De forma geral, houve crescimento de 57% no total de autorizações emitidas.

sB: a CPMF foi extinta, mas o debate sobre o fi nanciamento da saúde com recursos de uma taxa específi ca tem, agora, outro

nome, a Contribuição social para a saúde (Css). o setor, realmente, precisa de uma con-tribuição específi ca? você é a favor do retorno de uma contribuição destinada à saúde?Padilha: Neste momento, o que o Ministério da Saúde pretende é encontrar estratégias efetivas para fazer mais com o que dispõe. Estamos trabalhando para aumentar os con-troles, ter pactos cada vez mais claros na gestão da saúde e defi nir melhor nossas priori-dades. É evidente que precisamos ampliar a disponibilidade de recursos para a Saúde, mas não se pode deixar de lado o desafi o de gerenciar melhor, com maior transparência e efi ciência. Acredito que isso deve ocorrer até mesmo para que a sociedade tenha segu-rança e para que a economia brasileira – que vive um momento favorável – possa colocar mais recursos na área.

sB: Com mais de 20 anos de sus, a saúde da população melhorou, mas ainda falta aces-so e sobram fi las em unidades de média e alta complexidade. Quais são as ações para resolver essa situação?Padilha: Como destaquei, garantir o acesso aos serviços de saúde é um dos nortes da minha gestão. Paralelamente à criação de um indicador de desempenho do SUS, que ajudará a defi nir as prioridades para cada território, estamos reforçando a rede de assis-tência em todo o País para reduzir as fi las nos hospitais. Atualmente, 106 Unidades de Pronto Atendimento 24h estão em funcionamento no Brasil. O Ministério da Saúde li-berou recursos para a construção de mais de 450 unidades e, com o PAC II, serão mais 500 até o fi m do governo. Além disso, o SAMU/192 está em pleno processo de expansão para cidades do interior, de menor porte. A regionalização do atendimento de urgência e emergência, com oferta de serviços mais próximos à população, é estratégica para a redu-ção das fi las nos hospitais. As UPAs funcionam 24h por dia e são estruturas fundamentais na reorganização do fl uxo do atendimento. Nos locais onde estão em funcionamento, as UPAs demonstram capacidade de resolver mais de 95% dos casos que chegam até elas. Dessa forma, essas unidades desafogam a rede de média e alta complexidade, pois evita que o paciente seja encaminhado aos pronto-socorros dos hospitais, que passa a concen-trar casos mais graves.

sB: Já está em andamento o projeto de dispensa de licitação em saúde, para alguns itens que serão adquiridos pelo Ministério da saúde, como forma de estimular a in-dústria nacional. a produção de inovação no País é boa para o desenvolvimento de tecnologia, mas no caso de equipamentos médicos, por exemplo, esse favorecimen-

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to aos itens nacionais ou produzidos nacionalmente não podem implicar em baixa qualidade e segurança dos produtos adquiridos? temos produtos de qualidade igual, ou melhor, aos importados? Padilha: Os produtos fabricados no Brasil não deixam em nada a desejar em relação aos estrangeiros. O Brasil tem avançado muito na indução da indústria do setor saúde e, des-de a década 1990, quando o Ministério da Saúde e Anvisa deram impulso na regulamen-tação do setor, introduziu-se no País novos conceitos de exigência e de padrão mínimo de qualidade, que contribuíram, inclusive, para induzir inovações tecnológicas. O governo federal trabalha hoje para reduzir o déficit da balança comercial em saúde com ações para o fortalecimento da indústria nacional, conferindo maior competitividade tecnoló-gica ao produto brasileiro.

sB: os ministérios da saúde, Ciência e tecnologia e o Banco Nacional de Desenvolvi-mento econômico e social (BNDes) investem cerca de r$ 7 bilhões em um conjunto de Parcerias Público-Privadas (PPPs), que envolvem a indústria farmacêutica para associa-ção a laboratórios públicos com fim de produzir medicamentos no Brasil. o futuro da saúde são essas parcerias?Padilha: As parcerias entre empresas públicas e privadas, além de acelerar o conheci-mento brasileiro na produção de medicamentos e outros produtos de saúde, fortalecen-do a economia do setor, possuem também um caráter social. Assinamos quatro novas PPPs este mês, totalizando 24 acordos, e todas elas estão voltados à fabricação de pro-dutos estratégicos para o SUS, que atendem às necessidades da população. Sem dúvida, trata-se de uma política importante, mas não única. O governo federal vem apostando nessas parcerias, em acordos de transferência de tecnologia, na modernização do seu parque industrial e no investimento em pesquisas científicas e de inovação, bem como no aprimoramento de normas de registro sanitário dos produtos e de compras públicas.

sB: o Brasil é um país de disparidade, enquanto enfrenta doenças de primeiro mundo, como as crônicas: obesidade, diabetes e hipertensão, enfrenta também doenças como a dengue. Como enfrentar esses contrastes?Padilha: Trabalhamos para que SUS responda pelos desafios de saúde do País. Atingimos níveis de cobertura e atendimento surpreendentes, principalmente se considerarmos a dimensão do Brasil. Mas, com 80% da população vivendo em áreas de clima tropical, in-tenso crescimento populacional nos centros urbanos, a ocupação desordenada do solo e a persistência de certos problemas de infraestrutura, como abastecimento irregular de água, temos ainda um cenário favorável à reprodução do mosquito Aedes aegypti, trans-missor da dengue. Apesar de mais de 20 anos de convivência com a doença, poucos se dão conta da sua complexidade. Elegemos a dengue prioridade do Ministério da Saúde no início de 2011. Visitei os 16 estados que enfrentam alto risco de epidemia neste ano para fortalecer as estratégicas de prevenção e aperfeiçoar a rede de atendimento aos doentes. Até que se desenvolva uma vacina eficiente, o combate depende da eliminação dos cria-douros. Dessa forma, o esforço do Ministério da Saúde é preparar o SUS para os desafios atuais e futuros, como são a incidência de doenças crônicas e o envelhecimento da popu-lação, que resultará em novas demandas para a saúde.

sB: a oNu incluirá o tema doenças crônicas em sua assembléia Geral. Quais são as ações do Ministério para lidar com o crescente número de doentes crônicos no País?Padilha: Reforço que é preciso preparar o SUS para o cenário futuro de envelheci-mento da população e o possível crescimento no número de doentes crônicos no país. O Ministério da Saúde acompanha a ocorrência de doenças crônicas por meio da pesquisa Vigitel (Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que é feita anualmente, e adota uma série de medidas para prevenção, controle e assistên-cia. Estamos programando uma agenda de fortalecimento da promoção da saúde, reforçando a importância de que a União, estados e municípios ofereçam serviços de qualidade à população.Lançamos o programa Academia da Saúde, exatamente para estimular a criação de espaços adequados para prática de atividades física e de lazer, que ajuda a prevenir doenças crônicas. No mesmo dia, o Ministério assinou um acor-

do com instituições que representam a indústria para a redução do teor de só-dio nos alimentos processados.

sB: Como está o projeto do Cartão sus e quais serão as iniciativas para integrar as informações da saúde suplementar neste projeto?Padilha: O Cartão Nacional de Saúde tem como base iniciativas do Ministé-rio da Saúde, estados e municípios rea-lizadas ao longo dos últimos anos para criar um sistema de registro eletrônico de acompanhamento do cidadão no Sistema Único de Saúde. Ao todo, estão cadastradas 144 milhões de pessoas em todo o País. O projeto atual está sendo desenvolvido pelo DATASUS, para criar uma linguagem que uniformiza todas as redes locais à do governo federal, in-tegrando os dados de todo o País. O obje-tivo final do programa é oferecer aplica-tivos como ferramentas de diagnóstico, avaliação de equipes de saúde e estru-turação de ferramentas administrativas. A ampliação do programa para alcançar essas metas está sendo discutida pelo Ministério da Saúde, que definirá o con-junto de medidas para as novas ações. A ideia é que as operadoras de planos de saúde também adotem o Cartão Nacio-nal de Saúde a partir do layout definido pelo Ministério da Saúde.

sB: o uso de tecnologia de informação tem sido considerado essencial para se fazer uma gestão estratégica em saúde. No entanto, muitas vezes vemos deman-das do setor para que se crie uma diretriz única para a interoperabilidade dos siste-mas e para a integração das informações, sobretudo clínicas, a exemplo do que acontece nos eua, onde o governo esta-beleceu a política de incentivo para o uso eficiente dos registros médicos eletrôni-cos. Qual a visão do Ministério da saúde sobre este assunto?Padilha: O Ministério da Saúde já vem incorporando tecnologias de informa-ção no SUS e estuda constantemente a inserção de novas ferramentas, como o próprio Cartão Nacional de Saúde. Um exemplo recente é o Sistema Hórus, que está em processo de implantação e integra informações na área de assis-tência farmacêutica nos diferentes ní-veis de atendimento.

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POR MARIA CAROLINA [email protected]

CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO MUDA A “CARA” DA DISTRIBUIÇÃO POR CLASSES SOCIAIS RESULTANDO EM AUMENTO DO CONSUMO E DA DEMANDA EM DIVERSOS SETORES – ABRINDO CAMINHO PARA A ENTRADA DE TRABALHADORES FORMAIS E, CONSEQUENTEMENTE, GRANDES IMPACTOS NA CADEIA DE SAÚDE

EM CADEIA

POrtas

Brasil mudou. E hoje a “cara” da sociedade não pode ser mais projetada em um formato com representantes da classe “A”, ocupando uma pequena ponta do topo com uma distribuição crescente rumo à base onde está “E”. A pirâmide virou losango com a ascensão de 31 milhões de pessoas em 2010 e a concentração da maioria da população na classe C, de acordo com a pesquisa “O Observador 2011” realizada pela fi nanceira Cetelem/BGN e pela Ipsos Public Aff airs. O estudo ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades, na última

semana do ano. Divulgado no último mês de março, o estudo mostra a mudança da demografi a nacional em relação às classes sociais.Segundo o estudo, do total de 31 milhões de pessoas que subiram de classe social em 2010, 19 milhões saíram das classes D e E e aumentaram o contingente da classe C, a classe média brasi-leira. Também ocorreu um salto para a classe A/ B, de 12 milhões de pessoas. Em 2009, o avanço para a classe C foi mais signifi cativo com 26 milhões migrando da classe D/E para a C e 12 milhões e 4 milhões alcançaram a A/B. No sexto ano em que o estudo é realizado é possível comparar a mudança: em 2005, a soma de A, B e C representavam 49% da população, em 2010 elas corres-pondem a 74%.O PIB brasileiro também mostra força. Em 2010, o resultado das riquezas produzidas no País al-cançou R$ 3,675 trilhões, o que signifi cou um aumento de 7,5% em comparação com 2009. O cres-cimento é o maior registrado desde 1986- em pleno plano cruzado quando a expansão também fi cou em 7, 5%. O aquecimento demanda mais produtos e serviços e consequentemente uma pro-cura maior daquela que é uma das portas de entrada para a transformação na saúde: os empregos formais. E, com a absorção de mão-de-obra e o aquecimento da economia já faltam profi ssionais para acompanhar a expansão do País.Dados da Pesquisa do Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatís-tica Socioeconômicos (Dieese), realizada na região metropolitana de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo e do Distrito Federal mostra que o número estimado de desempregados em 2010 foi de 418 mil a menos de 2009. A taxa de desemprego diminuiu de 14% em 2009 para 11,9 % em 2010. Ainda de acordo com o estudo foram geradas 765 mil ocupações, dado muito superior ao de pessoas que entraram no mercado de trabalho (347 mil), resultando na saída de 418 mil pessoas de desemprego. O total de ocupados nessas regiões foi estimado em

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19.432 mil pessoas e a População Economicamente Ativa (PEA), em 22.052 mil. Não há dúvida que esse crescimento econômico em 2010 impactou a cadeia de saúde e o aumento no trabalho formal é ingrediente essencial no sistema de saúde suplemen-tar- composto majoritariamente por carteiras empresariais. A saúde suplementar é o primeira atingida do elo, mas ela empurra toda a cadeia de hospitais, medicina labo-ratorial, indústria e serviços. Mas ela não é a única a iniciar o processo. O crescimento do País também impacta e demanda por melhorias de acesso na área social. A Saúde Business procurou players da cadeia para saber do impacto da economia aquecida no setor e o que eles estão fazendo para atender essa transformação.

anÁliseOs dados do Dieese mostram além do aumento dos trabalhadores formais o in-cremento na renda. Em 2010, ocorreu real incremento no salário de 88,7% das 700 negociações acompanhadas pelo órgão. Esse ganho real foi maior que os dois anos anteriores e isso contribui certamente para o aumento do consumo. O estudo da Cetelem/BGN registra um incremento de 19% na renda disponível da classe média, o que signifi ca uma mudança de R$ 204 para R$ 243. Em compensação, nas classes A/B, a taxa de renda disponível saltou de R$ 680 em 2009 para R$991 em 2010.“Entre 2002 e 2010 houve uma profunda modifi cação do perfi l da sociedade bra-sileira. Melhorou o padrão de renda, mas pelo caminho errado com programas como Bolsa Família. É inegável que se produziu o que se queria, o crescimento do mercado interno”, opina o professor e diretor do MBA da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Tharcísio Santos. “Os ganhos de redução de pobreza e desigualdade de renda caíram 0, 5% de 1990 até 2010, enquanto os gastos sociais aumentaram em 5%”, completa.Segundo Santos, apesar do incremento na renda e na ascensão das classes, o país ain-da é um dos mais desiguais do mundo. O coefi ciente Gini que mede a distribuição renda vem caindo desde 2005, mas o Brasil ainda amarga a 10º posição atrás de al-guns países africanos. “Os 20% mais ricos do país tem uma renda 27 vezes maior que os 20% mais pobres. Os 10% mais ricos têm um rendimento 57, 8 vezes maior que os 10% mais pobres”, explica.Com o aumento da massa salarial, expansão do emprego formal e ascensão social torna claro o potencial da população em consumir novos produtos ou melhorar o padrão dos já existentes. É um impulso rumo ao consumo e dentro desse compor-tamento, a saúde é vista como inefi ciente no Brasil. “Vestuário, alimentação, lazer, saúde, plano de previdência privada. As pessoas passam a consumir em um sentido mais amplo. Se pensar em seguro saúde acho que as perspectivas nunca foram tão boas, a gente sabe da regulamentação, elas passam a adquirir, porque precisaram e querem ter uma cobertura melhor”, explica o diretor presidente do Instituto de Pes-quisas Fractal, Celso Grisi.E em 2010, pode se dizer que este cenário esteve presente no setor de saúde. O PIB de 2010 apresentou na área de serviços um aumento de 5,4 % em relação ao ano an-terior. Os destaques foram atividades de intermediação fi nanceira, seguros e o comér-cio, ambas com crescimento de 10,7%. Dentro do item seguros estão inclusos todas as modalidades, inclusive saúde. O convênio médico também registra aumento de gasto, de acordo com a pesquisa da Cetelem /BGN. Em 2010, foram R$119 contra a R$127 de 2009. Já os gastos com remédios também apresentaram um valor de R$ 81 para R$88, no mesmo período. “Com certeza, esses cidadãos estão ascendendo na pirâmide social vão demandar uma série de serviços. Antes, eles estavam preocupados em sobreviver no dia se-guinte com habitação, transporte, alimentação. A partir do momento que se dá mais condições e essas famílias vão migrando, isso é ofertado como um benefí cio. Ele tem um valor próprio e segurança do ponto de vista de saúde”, explica o professor do MBA de Economia e Saúde do Centro Paulista de Economia e Saúde (CPES), Marcos Bosi. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em dezem-bro eram 44,8 milhões de benefi ciários de planos de assistência médica com ou sem odontologia e 13,9 milhões a planos exclusivamente odontológicos. “Está crescendo

FOtO: DivulgaçãO

FOtO: DivulgaçãO

marcos bosi, do cPes: saúde privada ganha 1 milhão de usuários por ano

Omar Hauache, do Fleury: emprego formal se reverte em oportunidades

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em torno de 1 milhão de novos beneficiários por ano”, ressalta Bosi. Segundo o profes-sor, um dos fatores que reflete os resultados do PIB nos setor de saúde, é sem dúvida, a saúde suplementar. Mas essa é apenas uma ponta das análises possíveis com o cres-cimento do PIB e o aquecimento da economia. Um deles é que se o bolo cresceu, a fa-tia destinada à saúde deveria ser maior. O governo deveria priorizar o setor de saúde.Outros elementos da análise são, segundo Bosi, o próprio desenvolvimento social e econômico do País e acesso à comunicação demandam mais e melhor assistência à saúde. Com o próprio desenvolvimento sócio-econômico e educacional, as pessoas estão vivendo mais e com o aumento da expectativa de vida vem também as limi-tações do corpo e as doenças crônicas, que impactam no setor. “Enquanto mortais, temos inúmeras tentações do mundo desenvolvido, porém, com um bolso em País em desenvolvimento”, pontua.

DemanDa aqueciDaDe olho no crescimento do País, mas sem perder, logicamente, de vista as caracte-rísticas do mercado regional, a Unimed–BH reestruturou o produto destinado a Pe-quenas e Microempresas (PMEs). Em 2006, com o aumento da demanda em planos empresariais, a empresa começou a enxergar o potencial do nicho. Segundo o supe-rintendente comercial da cooperativa, Marcelo Coury, 95% do mercado na zona me-tropolitana de Belo Horizonte é composto por empresas que se enquadram no perfil, com até 30 funcionários.Esse foi um prato cheio para a cooperativa fortalecer a área corporativa e lançar, em 2009, um plano para atender empresas com até 29 vidas. A modalidade é flexível,o limite mínimo para se ter um plano são quatro vidas, ou seja, um microempresário sem funcionários, mas com três familiares já pode usufruir do planos. “91 % dos con-tratos corporativos em 2010 foram para PMES. Ficou simples para uma empresa des-se porte adquirir o plano”, afirma Coury.Segundo o Dieese, a região metropolitana de Belo Horizonte apresentou declínio na taxa de desemprego, passando de 8% em 2009 para 6,8% em 2010. O estudo aponta 207 mil pessoas desempregadas, o de ocupados, 2.259 mil e a População Economi-camente Ativa (PEA) , em 2.466 mil. “Nosso mercado é extremamente sensível a taxa de emprego e naturalmente as empresas já clientes começam a incluir funcionários. É um crescimento orgânico da carteira”, explica o executivo.Para suportar a entrada dos novos usuários, a cadeia de saúde deve se movimentar

e se preparar para o momento. De opera-doras a hospitais, serviços diagnósticos e indústria, todos os agentes serão deman-dados. Alinhado ao crescimento do Bra-sil em 2010, o Fleury, que tem 71% não ficou para trás e apresentou expansão de 14% se comparado a 2009.“A maioria dos planos de saúde é for-mada por planos corporativos. O em-prego formal é muito bom para gente. E isso se reverte em oportunidades para o Fleury. Entre janeiro e fevereiro novos empregos formais foram cria-dos e a expectativa é que outros serão gerados. Essa tendência faz com que o setor privado de saúde seja muito fa-vorável. Temos aproveitado o cenário positivo e estamos crescendo na mes-ma proporção que o mercado, temos que ser ágeis”, analisa o CEO do grupo Fleury, Omar Hauache.A rede de laboratórios cresceu em todas as linhas de atuação: medicina diagnós-tica, operações de diagnósticos dentro de hospitais e na medicina preventiva e terapêutica. De 2002 para cá foram 25 aquisições por todo o País, a última delas a rede de Diagnoson Ultrassonografia e Desintrometria Óssea, com sede em Sal-vador (BA). O valor da compra foi R$ 53,2 milhões. A agressividade nas aquisições também levou a empresa a comprar a Lab's D'Or – rede de laboratórios do gru-po D'Or. O processo será finalizado ainda neste mês de abril e com isso, o Fleury terá 85 unidades apenas no Rio de Ja-neiro. O acordo com a grupo carioca co-locará o Fleury dentro dos Hospitais São Luiz, em São Paulo.E é nesse foco que o grupo tem aposta-do. Segundo Hauache, a demanda por operações do Grupo dentro dos hospi-tais é uma tendência. Por não se tratar do core business das entidades, o diag-nóstico laboratorial dentro das próprias instalações traz qualidade e agilidade no processo. Os números comprovam: em 2009, o negócio era 6% do faturamento do grupo, em 2010 esse número já repre-sentou 11% e em 2011, a perspectiva é a uma expansão para 15%.Por aquisições ou organicamente, o Fleury se mostrou agressivo no ano passado. Só a compra da Lab's D'Or dará acesso a 19 entidades, entre elas a rede do São Luiz, somando presença em 85 hospitais, no Rio de Janeiro.

Todos os gastos são calculados apenas entre os que tiveram gastos com aquela categoria.

276 292325 339 355

375

Despesas de supermercado

64 65 64 64 69 74

Energia elétrica

209 219 233 228257

299

Aluguel

71 72 80 74 81 88

Remédios

238 247

299273 278 274

Educação

108130

152114 119 127

Convênio médico

55 5379 64 66 67

TV a cabo

118 115

204

366

286

367

Moradia

2005 2006 2007 2008 2009 2010

QUANTO FOI GASTOEM CADA ITEM

VALOR EM R$

Pesquisa “O ObservaDOr 2011”- cetelem/ iPsOs

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FOtO: DivulgaçãO

Pesquisa “O ObservaDOr 2011”- cetelem/ iPsOs

marcelo coury, da unimed bH: foco em Pmes

“c” De cOnsumOPuxada pela classe C, a Hapvida, operadora com base em Fortaleza (CE), chegou a 1 milhão de usuários em 2010. Hoje a empresa é a terceira maior operadora em núme-ro de benefi ciários e com exclusão das seguradoras. Situada no norte e nordeste do País, de Manaus à Salvador, com exceção da Paraíba, a empresa viu no engrossamen-to da classe média e nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a oportunidade para crescer.Para garantir a sustentabilidade do negócio e equacionar a conta de usuários crescen-tes, mão de obra escassa e por isso cara, e oferecer um produto de baixo custo para atender o gosto e o bolso da nova classe média brasileira, a saída foi a verticalização.“Tínhamos o desafi o de oferecer plano de saúde mais barato, recebendo menos e pagando mais, descobrimos a única maneira de crescer é a verticalização por meio de grandes centros médicos, laboratórios e hospitais”, conta o superintendente co-mercial empresarial da Hapvidas, André Rosas. Hoje são 20 hospitais próprios e 53 centros médicos de especialidades". O executivo estuda bem o perfi l da população, sabe, por exemplo, que cerca de me-tade da população de cada estado do Nordeste é classe C. “A renda familiar da classe C aumentou de R$ 1.227 em 2009 para 1.338, em 2010. Na região Nordeste, analisando todas as classes, a renda familiar subiu de R$ 884 para R$ 943, no mesmo período".Rosas acredita que os investimentos do PAC na região Norte e Nordeste contribuirão com a expansão da Hapvida. Segundo ele, Pernambuco receberá entre PAC 1 e PAC 2 R$ 65 bilhões; a Bahia, R$70 bilhões; e o Ceará cerca de R$ 50 bilhões. Com os inves-timentos, a região se torna um terreno com novas empresas e, consequentemente, trabalhadores formais. “O porto de Suape , que está sendo construído em Recife , é uma fábrica de clientes de plano de saúde corporativo”, comenta. E não é só. Lugares como Mossoró (RN) despontam como pólo petroquímico; há a demanda da Usina Termoelétrica do Pecém (CE) e as obras de uma refi naria em São Luiz (MA). O exe-cutivo estima que 70 mil usuários Hapvida venham do pólo petroquímico. Mas para chegar à marca de 1 milhão de vidas, a empresa também aposta nas empresas de serviços que surgem no entorno para atender a essa grande população e aquecer a economia local. A carteira da empresa está dividida entre aproximadamente 640 mil planos corporativos e 360 mil familiares.“Temos uma área de vendas grande e somos agressivos. Nossa área comercial é mui-

Quanto foi gasto em cada item por classe e região Total Classe Região

AB C DE NE N/CO SE SUL

Despesas de supermercado 375 502 367 285 289 421 386 458Energia elétrica 40 57 39 26 28 48 45 41Aluguel 299 416 301 22 221 317 337 269Remédios 88 118 87 67 67 111 98 82Gás de rua ou de botijão 41 43 40 40 39 42 41 41Água e esgoto 40 57 39 26 28 48 45 41Transporte coletivo 71 109 68 51 53 90 86 54Condomínio 150 180 72 35 35 - 175 86Educação 274 384 193 12 125 269 321 278Convênio médico 127 172 98 49 172 105 131 111Assinatura de TV a cabo 67 75 60 47 55 64 68 71Prestação da moradia 367 517 256 103 125 178 376 395

Todos os gastos são calculados apenas entre os que tiveram gastos com aquela categoria

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to atuante. Em 2010, a expansão foi equi-librada. A área de varejo vende mais e a corporativa retém mais”.

nOvO OestePesquisa da Kantar Worldpanel com 8200 familias no País aponta a região Centro Oeste como grande consumidor. De acordo com o estudo , os brasileiros da região ampliaram o consumo e os gastos com alimentos, bebidas, higiene e limpeza em relação às demais regiões em 2010 se comparado com 2009. O consumo desses lares com uma cesta composta por 65 produtos cresceu 18% no período. O dado representa a maior variação entre regiões e acima da média do País, de 10,4%.O estudo da Cetelem reforça o potencial da região. Apesar de analisar o Centro Oeste juntamente com a região Norte, a pesquisa aponta um crescimento da renda familiar e disponível de R$ 1466, em 2009, para R$ 1694, em 2010. O va-lor ficou apenas atrás da região Sudeste com R$ 1874.E é neste local que está situado uma rede de hospitais composta pelo Brasília, JK, Alvorada, e Alvorada Taguatinga. Si-tuado na capital brasileira e em cidades satélites próximas, o grupo deve ganhar uma nova instituição especializada em

FOtO: DivulgaçãO

erickson blun, Hospital brasília: desenvolvimento no centro Oeste

andré rosa, Hapvida: 1 milhão de usuários com a classe c

FOtO: jarbas Oliveira

Oncologia, em 2013, o Águas Claras. Juntos os quatro hospitais em funcionamento atendem, mensalmente, 32 mil pessoas no pronto-socorro, e realiza mais de 3 mil ci-rurgias e 4 mil internações.De acordo com o superintendente do Hospital Brasília, Erickson Blun, o impacto no crescimento do País já é uma realidade no setor de saúde da região. Em 2010, a rede expandiu em 20% o faturamento e pretende repetir a marca em 2011. “Houve um maior número de clientes, usuários de planos de saúde. Com o cresci-mento das empresas, certamente tivemos novos entrantes no setor de saúde”, co-menta. Com isso, automaticamente há maior demanda por aumento de leitos e gera uma série de repercussões na cadeia. A rede não precisou investir em aumento de leitos em 2010, pois em 2009 já tinha aumentado 55 leitos juntando todos os componentes da rede. Em 2010, também foi o ano de investir em melhorias visando a acreditação, e em tecnologia médica. Os in-vestimento somaram R$ 28 milhões.

sustentabiliDaDeCom o reflexo do crescimento econômico do País no setor, é necessário planejar as ações para aproveitar o bom momento. Os especialistas ouvidos pela Saúde Business acreditam que o crescimento em 2011 deve ficar abaixo de 4,5%. A taxa de emprego também deve continuar se expandindo, porém com percentuais menores. “O emprego vai diminuir, você vai chegar em de-zembro de 2011 com taxas menores que dezembro de 2010. Mas tudo isso dependerá da inflação”, afirmaTharcisio Santos, da Faap. E complementa: “Quanto maior a inflação, mais difícil será para as classes baixas con-sumirem. Se o governo não der um jeito, se os preços aumentarem, elas vão melhorar menos de vida também”, explica.Rosas, da Hapvida, pretende encerrar 2012 com 1,5 milhão de vidas e um IPO. O Fleu-ry pretende crescer, mas focar em expansão orgânica e consolidar as suas 16 marcas em 4, focando grupos Premium e a classe C. Coury da Unimed-BH quer ultrapassar 1 milhão de vidas em 2011. “A Unimed tem um plano de R$300 milhões em construção na estruturação de serviço de assistência, com hospitais e clínicas. Também estamos investindo na estrutura de prestadores de serviços”.

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Após um ano de intensos trabalhos no ambiente de TI da Unimed-BH, a Ativas, empresa do Grupo Asamar e CEMIGTelecom, ampliou a par-ceria com o cliente. O contrato com uma das maiores cooperativas do país na área médica foi estendido, com novas atribuições. Inicialmen-te a Ativas se responsabilizou pela gestão dos sistemas da rede própria da Unimed-BH: hospital, unidades de pronto-atendimento, farmácias. O novo contrato abrange agora toda a gestão do parque de TI e a infra-estrutura necessária para o cresci-mento da cooperativa. Mais do que nunca, a Ativas está alinhada aos negócios da Unimed-BH. “O objetivo da Unimed-BH é focar no seu core business. Por isso, contratamos a Ativas como parceira para gerir nossa base tecnológica. Nossa expectativa está justamente neste diferencial: maior disponibilidade dos nossos sistemas, segurança, escalabilida-de, agilidade, gestão e inovação”, destaca o superintendente de TI e novos Negócios da Unimed-BH,

Alexandre Flores. Segundo ele, o atendimento da Ativas começou gradualmente, com a terceirização da infraestrutura tecnológica do hospital da Unimed. “A relação de parceria vem crescendo para um outsourcing full”, completa. O diretor de Negócios da Ati-vas, Alex Lara, destaca que uma das premissas da empresa é ser parceira dos clientes nas suas es-tratégias de mercado; não apenas fornecedora de TI. “É por causa desta proximidade no dia a dia do cliente, buscando soluções adequadas aos seus negócios, que hoje ampliamos a parceria com a Unimed-BH. O fato de sermos um data center certifi-cado também é um dos grandes diferencias da Ativas”, comple-ta. De acordo com ele, um dos ganhos atuais mais perceptíveis para o usuário da Unimed-BH é a disponibilidade e a agilidade do atendimento das demandas de TI. A Ativas assumiu a Cen-tral de Serviços da cooperativa e, com isso, cuida diretamente de

todas as demandas de colaboradores. Foi criado um ponto único de con-tato por meio da Central de Servi-ços, que foi estruturada conforme os princípios de ITIL (melhores práticas recomendadas para a pres-tação de serviços de TI). A Central passou a fornecer atendimento 24 horas e o índice de abandono de ligações caiu de 36% para 0,4%. A partir do conceito de Gestão do Conhecimento, foram padroniza-dos mais de 60 procedimentos, criando um processo rápido e efi-ciente para a solução de demandas mais recorrentes. Na prática, isso significa maior rapidez na resolu-ção de problemas para o usuário. Uma vez mapeadas, as ocorrências já têm respostas imediatas. Isso hoje acontece com 30% das de-mandas. “Maior agilidade no atendimen-to das demandas de TI significa maior disponibilidade do siste-ma e maior agilidade no proces-so produtivo da empresa”, des-taca Lara. Segundo ele, a eficácia

desse atendimento também pode ser traduzida em confiabilidade. “Estamos falando sobre sistemas de rede de hospitais. Qualquer interrupção de serviço nessa infra-estrutura é muito grave”, ressalta. O executivo lembra que o am-biente de tecnologia está em constante evolução, sendo ne-cessárias mudanças e adequa-ções frequentes. “Isso deve ser feito de forma organizada e controlada, considerando téc-nicas de Gestão de Mudança. A Ativas utiliza métricas e implanta melhorias, garantin-do altíssima disponibilidade também nesse processo”, afir-ma. Vale lembrar que o data center da Ativas foi o primei-ro da América do Sul a ob-ter a certificação Tier III, do Uptime Institute – um órgão internacional em avaliação de data centers de grande porte. O certificado atesta o mínimo de 99,98% de disponibilidade.

Foco nos negócios Uma das principais vantagens do outsourcing de TI é que o clien-te concentra seus esforços no core business da empresa, deixando a tecnologia para o especialista. “A Unimed-BH percebeu isso com o tempo de resposta da Ativas para

a implantação de um sistema de tecnologia completo em um novo hospital da rede. Se a cooperativa tivesse conduzido esse processo sozinha, além de ter demandado mais tempo, teria mais dificul-dades na negociação de equipa-mentos, no desenvolvimento do projeto, que inclui a previsão de escalabilidade, e na gestão do sis-tema no dia a dia”, diz Lara. Outro destaque, neste primeiro ano de parceria, é o custo-bene-fício dos investimentos em TI. A Unimed-BH passou a contar com a mais moderna infraestrutura de tecnologia, bem como com profis-sionais altamente especializados. O contrato com a Ativas prevê fle-xibilidade para os sistemas de TI serem ajustados às demandas de negócios que surgirem. Vale destacar outro ponto forte do outsourcing de TI, que é a confidencialidade das informa-ções. Ao hospedar seus dados em um data center como o da Ativas, que tem as certificações internacionais Tier III e TÜV Rheinland, o cliente tem a ga-rantia da integridade das suas informações, tanto do ponto de vista físico, considerando a infra-estrutura de servidores e demais hardwares, quanto do ponto de vista de acesso, considerando os

sistemas de segurança de rede. “O ambiente do cliente é total-mente blindado”, garante Lara.

Sobre a Ativas A Ativas é uma empresa de tec-nologia posicionada como Ma-naged Service Provider (MSP). Possui as certificações interna-cionais Tier III e TÜV Rhein-land. A Ativas atua fortemente na gestão de serviços dos seus clientes, compromissada com os Service Level Agreements (SLAs) exigidos pelos diversos negócios, segmentos e fornece-dores. A Ativas possui um vas-to portfólio e oferece soluções de acordo com as necessidades de seus clientes. A empresa ainda traz novida-des no que tange às soluções no modelo Software as a Service (SaaS) e cloud computing, que permitem ao cliente ampliar rapidamente o seu contrato, conforme a sua demanda (es-calabilidade). A infraestrutura da Ativas foi concebida no con-ceito de virtualização fim a fim - virtualização nas camadas de firewall, rede, servidores/apli-cações e storage, sendo referên-cia como uma das mais moder-nas do mundo em segurança e contingência.

Unimed-BH amplia parceria cOm aTiVaS

EVOLUIR É NATURAL.

Empresa dos grupos:

Alex LaraDiretor de Negócios

Alexandre Flores IT and New Business Executive Unimed

informe publicitário.

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Após um ano de intensos trabalhos no ambiente de TI da Unimed-BH, a Ativas, empresa do Grupo Asamar e CEMIGTelecom, ampliou a par-ceria com o cliente. O contrato com uma das maiores cooperativas do país na área médica foi estendido, com novas atribuições. Inicialmen-te a Ativas se responsabilizou pela gestão dos sistemas da rede própria da Unimed-BH: hospital, unidades de pronto-atendimento, farmácias. O novo contrato abrange agora toda a gestão do parque de TI e a infra-estrutura necessária para o cresci-mento da cooperativa. Mais do que nunca, a Ativas está alinhada aos negócios da Unimed-BH. “O objetivo da Unimed-BH é focar no seu core business. Por isso, contratamos a Ativas como parceira para gerir nossa base tecnológica. Nossa expectativa está justamente neste diferencial: maior disponibilidade dos nossos sistemas, segurança, escalabilida-de, agilidade, gestão e inovação”, destaca o superintendente de TI e novos Negócios da Unimed-BH,

Alexandre Flores. Segundo ele, o atendimento da Ativas começou gradualmente, com a terceirização da infraestrutura tecnológica do hospital da Unimed. “A relação de parceria vem crescendo para um outsourcing full”, completa. O diretor de Negócios da Ati-vas, Alex Lara, destaca que uma das premissas da empresa é ser parceira dos clientes nas suas es-tratégias de mercado; não apenas fornecedora de TI. “É por causa desta proximidade no dia a dia do cliente, buscando soluções adequadas aos seus negócios, que hoje ampliamos a parceria com a Unimed-BH. O fato de sermos um data center certifi-cado também é um dos grandes diferencias da Ativas”, comple-ta. De acordo com ele, um dos ganhos atuais mais perceptíveis para o usuário da Unimed-BH é a disponibilidade e a agilidade do atendimento das demandas de TI. A Ativas assumiu a Cen-tral de Serviços da cooperativa e, com isso, cuida diretamente de

todas as demandas de colaboradores. Foi criado um ponto único de con-tato por meio da Central de Servi-ços, que foi estruturada conforme os princípios de ITIL (melhores práticas recomendadas para a pres-tação de serviços de TI). A Central passou a fornecer atendimento 24 horas e o índice de abandono de ligações caiu de 36% para 0,4%. A partir do conceito de Gestão do Conhecimento, foram padroniza-dos mais de 60 procedimentos, criando um processo rápido e efi-ciente para a solução de demandas mais recorrentes. Na prática, isso significa maior rapidez na resolu-ção de problemas para o usuário. Uma vez mapeadas, as ocorrências já têm respostas imediatas. Isso hoje acontece com 30% das de-mandas. “Maior agilidade no atendimen-to das demandas de TI significa maior disponibilidade do siste-ma e maior agilidade no proces-so produtivo da empresa”, des-taca Lara. Segundo ele, a eficácia

desse atendimento também pode ser traduzida em confiabilidade. “Estamos falando sobre sistemas de rede de hospitais. Qualquer interrupção de serviço nessa infra-estrutura é muito grave”, ressalta. O executivo lembra que o am-biente de tecnologia está em constante evolução, sendo ne-cessárias mudanças e adequa-ções frequentes. “Isso deve ser feito de forma organizada e controlada, considerando téc-nicas de Gestão de Mudança. A Ativas utiliza métricas e implanta melhorias, garantin-do altíssima disponibilidade também nesse processo”, afir-ma. Vale lembrar que o data center da Ativas foi o primei-ro da América do Sul a ob-ter a certificação Tier III, do Uptime Institute – um órgão internacional em avaliação de data centers de grande porte. O certificado atesta o mínimo de 99,98% de disponibilidade.

Foco nos negócios Uma das principais vantagens do outsourcing de TI é que o clien-te concentra seus esforços no core business da empresa, deixando a tecnologia para o especialista. “A Unimed-BH percebeu isso com o tempo de resposta da Ativas para

a implantação de um sistema de tecnologia completo em um novo hospital da rede. Se a cooperativa tivesse conduzido esse processo sozinha, além de ter demandado mais tempo, teria mais dificul-dades na negociação de equipa-mentos, no desenvolvimento do projeto, que inclui a previsão de escalabilidade, e na gestão do sis-tema no dia a dia”, diz Lara. Outro destaque, neste primeiro ano de parceria, é o custo-bene-fício dos investimentos em TI. A Unimed-BH passou a contar com a mais moderna infraestrutura de tecnologia, bem como com profis-sionais altamente especializados. O contrato com a Ativas prevê fle-xibilidade para os sistemas de TI serem ajustados às demandas de negócios que surgirem. Vale destacar outro ponto forte do outsourcing de TI, que é a confidencialidade das informa-ções. Ao hospedar seus dados em um data center como o da Ativas, que tem as certificações internacionais Tier III e TÜV Rheinland, o cliente tem a ga-rantia da integridade das suas informações, tanto do ponto de vista físico, considerando a infra-estrutura de servidores e demais hardwares, quanto do ponto de vista de acesso, considerando os

sistemas de segurança de rede. “O ambiente do cliente é total-mente blindado”, garante Lara.

Sobre a Ativas A Ativas é uma empresa de tec-nologia posicionada como Ma-naged Service Provider (MSP). Possui as certificações interna-cionais Tier III e TÜV Rhein-land. A Ativas atua fortemente na gestão de serviços dos seus clientes, compromissada com os Service Level Agreements (SLAs) exigidos pelos diversos negócios, segmentos e fornece-dores. A Ativas possui um vas-to portfólio e oferece soluções de acordo com as necessidades de seus clientes. A empresa ainda traz novida-des no que tange às soluções no modelo Software as a Service (SaaS) e cloud computing, que permitem ao cliente ampliar rapidamente o seu contrato, conforme a sua demanda (es-calabilidade). A infraestrutura da Ativas foi concebida no con-ceito de virtualização fim a fim - virtualização nas camadas de firewall, rede, servidores/apli-cações e storage, sendo referên-cia como uma das mais moder-nas do mundo em segurança e contingência.

Unimed-BH amplia parceria cOm aTiVaS

EVOLUIR É NATURAL.

Empresa dos grupos:

Alex LaraDiretor de Negócios

Alexandre Flores IT and New Business Executive Unimed

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GESTÃO

resuLtadOsinovadoresESTRATÉGICA PARA A COMPETITIVIDADE NO SETOR DE SAÚDE, GESTÃO DA INOVAÇÃO PARA RESULTADOS É CULTURA RECENTE NO PAÍS, EMBORA ENVOLVA TODOS OS PROCESSOS E ÁREAS DA ORGANIZAÇÃO

penas 1,7% das empresas brasileiras no setor de saúde inovam e diferenciam seus produtos e serviços no mercado, de acordo com pesquisa do departamento de Economia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. A situação é alarmante, já que comprovadamente a inovação diferencia produto para a sustentação do crescimento dos setores. Empresas que seguem essa lógica crescem mais, exportam mais, pagam maiores salários e apresentam melhores condições de traba-lho, conforme o levantamento do Ministério.

São empresas do porte da Galderma, do Laboratório Cristália e do Hospital do Cora-ção de São Paulo, que criou uma gerência na área. Na Galderma, uma ideia da área de negócios inovou a rotina da equipe de vendas que ganhou um aplicativo para iPad to-talmente interativo e com atualizações constantes do catálogo de produtos, com um investimento de R$ 350 mil que reduziu para horas um processo que levava 40 dias. Mais velocidade para os 145 representantes comerciais que se converte em resultados fi nanceiros no fi nal do mês.E instituições para fomentar a inovação não faltam. O laboratório Cristália obteve financia-mento de R$ 77,2 milhões do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Indus-trial da Saúde, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).De acordo com diretor de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Cristália, Ro-berto Debom, a companhia entende o tema como parte da gestão de Recursos Humanos que envolvem os colaboradores das áreas de produção, contabilidade e fi nanceira para consolidar seus resultados. Para tanto, a indústria aplica 7,5% do fa-turamento anual de R$ 660 milhões em inovação. “É refl exo de uma cadeia de ges-tão, dentro de várias áreas administrativas complementares, pois nada se constrói isoladamente. Nosso processo envolve ainda profi ssionais acadêmicos que enten-dem as demandas do mercado. Temos parcerias com mais de 30 instituições entre universidades e institutos de pesquisa”.Coordenadora da Rede Inovar, de aprendizagem em gestão hospitalar - sistema de in-formação para 42 hospitais do Estado -, a professora da Universidade Federal da Bahia, Vera Lúcia Peixoto Santos Mendes afi rma que a visão sistêmica no planejamento de processos inovadores compreende áreas paralelas como produção e assistencial – dos profi ssionais de saúde - e administrativa, das atividades meio. “As empresas públicas e privadas precisam lançar mão da Tecnologia da Informação no ambiente interno e na acreditação hospitalar, pois administrar com qualidade é menos oneroso do que tentar recuperar pacientes”.Nesse sentido, a Rede Inovar mapeia as melhores práticas de gestão através de cinco conjun-tos de indicadores: desempenho, processo, mercado, econômico-financeiros e de resultados,

de acordo com o porte de cada instituição, a fim de propiciar o benchmarking entre elas.Para estimular inovações gerenciais, em 2011 a iniciativa capacitará 535 gestores de hospitais públicos e fi lantrópicos do SUS, em parceria com o Ministério da Saúde e o núcleo de pós-graduação em Administração da UFB.

meiosCom base nos dados do Instituto Bra-sileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), a pesquisa Inovação Gerencial como Estratégia de Competitividade no Setor Saúde - da qual a professora Vera, da Bahia, é coautora - apontou que, entre 101 empresas, 68% foram as que mais reali-zaram inovações na estratégia corporati-va, sendo estas as maiores no segmento de serviços, situadas na faixa de 500 ou mais empregados.O número indica a natural concentra-ção do conhecimento e investimentos em grandes companhias, mas acima de tudo, revela como estruturar processos inovadores com foco em resultados de-pende da adoção de ferramentas de ges-tão e mensuração. E se na indústria automotiva práticas como Kaizen são amplamente utiliza-das por envolver o âmbito tecnológico, enquanto no desenvolvimento de novos produtos o Desdobramento da Função Qualidade (QFD) seja essencial, no ramo de saúde as práticas mais assimiladas são benchmarking na idealização de um novo processo e as metodologias como a Balanced Scorecard (BSC).Coautor da pesquisa com a docente Vera, o administrador de empresas e professor

POR PERLA ROSSETI – [email protected]

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da Faculdade Ruy Barbosa, Luiz Inácio Caribé Cincurá de Andrade explica que há limites na contribuição das metodolo-gias nos processos inovadores. O estudo verificou até que ponto a BSC contribui com resultados numa instituição privada de São Paulo - que não autoriza divulgar seu nome. “As conclusões mostraram que o modelo de gestão é favorável des-de que haja uma série de providências anteriores. A BSC indica caminhos para alcançar os propósitos da organização, mas depende muito dos processos deci-sórios da empresa e do gestor”.

QualidadesO professor Andrade afirma que a me-todologia BSC tem características ino-vadoras ao avançar com relação ao pla-nejamento estratégico da companhia, permitindo o acompanhamento através de seus indicadores. “A BSC tem um cará-ter futurista ao se vincular a perspectiva intangível, ou seja, de forma que o nível de conhecimento da organização torna-se uma patrimônio e contribui com um novo resultado. Via ferramenta, você tem aces-so a todos os resultados das áreas, e com visão sistêmica tem como apoiar as deci-sões e facilitar a condução da boa gestão de inovação”, comenta o professor.Porém, a metodologia não é suficiente para estruturar processos inovadores focados em resultados quando falta aderência dos líderes. No hospital paulista, o professor identificou que os players na organização tinham a metodologia BSC como legitima-dora de sua inovação. Contudo, os proces-sos ainda sofriam o peso da gestão familiar numa organização que já sentia a necessi-dade de se profissionalizar diante da perda de negócios para os concorrentes. “A solu-

ção seria transferir os mem-bros da família da instância diretiva para o conselho de administração, num modelo de Governança Corporativa, participando dos rumos do negócio com lucratividade sem estarem à frente das decisões. Entretanto, até isso ocorrer, em seis anos a insti-tuição teve nove presidentes, um grau de mudança que prejudicou o funcionamento da BSC e consequentemente da inovação”.

Foto: divulgação

Faixa de pessoal ocupado Número de empresas Nº de implementação %

10 – 29 3149 381 8,27

30 – 49 455 126 27,69

50 – 99 305 68 22,30

100 – 249 159 57 35,85

250 – 499 77 33 42,86

500 ou mais 101 69 68,32

Fonte: iBge e pesQuisa “inovação gerencial como estratégia de competitividade no setor saúde”

mathiasi neto, do Hcor: cultura da inovação baseada em transparência e construção coletiva

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GESTÃO

O professor esclarece que muitos teóricos vinculam a inovação à perspectiva de reco-nhecimento do valor, de aceitação do target pelo serviço ou produto proposto e que a inovação é vinculada aos resultados medidos nos indicadores, o que não foi possível nessa organização em São Paulo.

gerÊnciaDe tão relevante em termos competitivos, o tema inovação ganhou uma gerência es-pecífi ca no Hospital do Coração de São Paulo. Há um ano, com a constatação de que outros ramos de atividade como telecomunicações e varejo obtinham sucesso em suas operações investindo em modelos de negócio, a direção decidiu implantar uma cultura inovadora que envolve todas as áreas do hospital e é gerida pelos médicos Pedro Aurélio Mathiasi Neto e Lídia Cunha Felipe de Almeida. “Depois de seis anos do projeto de Acreditação internacional pela CBA/JCI, com resultados expressivos como a certifi cação em 2006 e a recertifi cação em 2009, fi cou clara a necessidade de oferecer alternativas viáveis ao modelo assistencial vigente”, revela Neto.A intenção é inserir os conceitos de segurança, de participação dos pacientes e familia-res nas decisões, com transparência nas informações, além do trabalho em equipe e re-cursos tecnológicos em um modelo de assistência antigo, centralizado no médico, cuja remuneração está sendo questionada por todas as partes. “Tanto as fontes pagadoras que reclamam dos altos custos, quanto os hospitais e os médicos pela baixa remunera-ção, tornou-se uma equação difí cil de ser resolvida”.Ao buscar referências no mercado hospitalar, o Hcor SP só encontrou o conceito de ino-vação nas incorporações tecnológicas, novos medicamentos e técnicas de interven-ção diagnóstica e terapêutica. “Algumas iniciativas no modelo hospitalar estão restritas às redes verticalizadas, onde as operadoras controlam toda a cadeia assistencial. Plugar novas tecnologias em um modelo de negócio antigo só serve para aumentar os custos. Pesquisas de opinião com os players como hospitais, operadoras e médicos geralmen-te conduzem ao velho conceito de mais por menos”, justifi ca o médico.Desta forma, iniciou-se uma jornada de visitas da equipe do Hcor SP a várias empresas consideradas inovadoras em seus segmentos de negócio como a Azul Linhas Aéreas e a Johnson & Johnson. Além disso, foram feitas inúmeras consultas em bibliografias especia-lizadas, cursos e contato com profissionais da área como os professores Romeo Busarello e Paulo Campos do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). “Eles nos ajudaram a construir um conceito completamente diferente para o segmento hospitalar”, comenta Neto.O Hcor SP prepara agora o lançamento de um relatório de transparência do setor de controle de infecção, cujo objetivo é divulgar para toda a comunidade do hospital as ações e os resultados – por indicadores - na área. “Queremos chamar a atenção para as premissas básicas de uma cultura de inovação que é a transparência, cons-trução coletiva, participação, abertura, entre outros aspectos”.A expectativa do projeto também é gerar receita para HCor e torná-lo uma referên-

cia em cultura e Recursos Humanos inovadores, além da excelência tecno-lógica já reconhecida.

tendÊnciasPara o diretor de pesquisa, desenvolvi-mento e inovação do laboratório Cristá-lia, Roberto Debom, o maior gargalo em inovação que a indústria enfrenta no Brasil é a morosidade e complexidade do mercado em aspectos jurídicos nas contratações e a falta de entendimento dos marcos regulatórios para as novas tecnologias. E é mantendo contato com meio acadêmico que se facilita o trânsito intelectual no trabalho.Nessa linha, o professor Andrade também ressalta a aproximação das áreas médicas

Total de empresas

Pessoalocupado (média)

% dofaturamento

% doemprego

Produtividade (R$ 1000)

Inovam ediferenciam produto

1.199 545,8 25,9% 13,25% 74,1

Especializadas em produ-tos padronizados

15.311 158,1 62,6% 48,7% 44,3

Não diferenciam produtos e têm produtividade menor

55.486 34,2 11,5% 38,2% 10,0

Total 71.996 100% 100%

Fonte: departamento de economia da saúde da secretaria de ciÊncia, tecnologia e insumos estratégicos do ministério da saúde

Foto: divulgação

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vera lúcia, da rede inovar: administrar com qualidade é menos oneroso do que recuperar pacientes

e administrativas com padronização do atendimento médico-hospitalar como a grande inovação de processo no setor de saúde daqui em diante. “Já que o médico é um profi ssional muito tecnicista e que dá um caráter subjetivo e operacional a suas decisões. Conciliar esses dois mun-dos é o grande desafi o da gestão médico--hospitalar e um caminho trilhado desde a década de 80 são os protocolos clínicos que cobrem até 75% dos casos”.Ainda assim, ele afi rma que o médico ainda participa do processo de gestão entendendo a importância da padro-nização do atendimento ao buscar economicidade, cobrindo a segurança assistencial, de maneira sempre com-petitiva e inovadora.

Fonte: pesQuisa “inovação gerencial como estratégia de competitividade no setor de saúde”

Desvios críticos em processos indicadoracompanhado pela gerência de qualidade

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0nov 06 dez 06 jan 07 fev 07 mar 07 abr 07 mai 07 jun 07

META

REALIZADO

Fonte: mBa Faculdade anHemBi morumBi

Clientes e fornecedores

Consórcio de Pesquisa

Licenciamento

Alianças entre empresas

Universidades

Importância daFonte

Criticidade daFonte

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TECNOLOGIA

O PROBLEMANÃO ESTÁ NA TI

POR GUILHERME BATIMARCHI – [email protected]

COM A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA, A TROCA DE INFORMAÇÕES DO PACIENTE ENTRE INSTITUIÇÕES DE SAÚDE E OPERADORAS DEVERIA SER MAIS SIMPLES, RÁPIDA E EFICIENTE, MAS SERÁ QUE É ESSE O CENÁRIO QUE ENCONTRAMOS NO BRASIL?

ealizar a troca de informações do pa-ciente entre operadoras de saúde e prestadores de serviço, em princípio, parecia um grande desa� o a ser supe-rado pelo setor. No entanto, com a im-plantação da Troca de Informações em Saúde Suplementar (TISS), em meados de 2005, este problema foi parcialmen-te resolvido, pelo menos ao que se re-fere ao faturamento e autorização de procedimentos médicos.A padronização destes processos pos-sibilitou uma melhor comunicação entre fonte pagadora e prestadores sem que ambos realizassem massivos investimentos em tecnologia e em al-

guns casos até reduziu o custo dessas operações.O acesso à informações clínicas do paciente, no entanto, ainda é um assunto am-plamente discutido pelo setor. Altamente sigilosas e protegidas por uma série de regulamentações e pelo código de ética médica elas auxiliariam, por exemplo, ope-radoras de saúde a mapear de forma precisa a demanda de um determinado grupo de pacientes por tratamentos especí� cos de saúde. Outro bene� cio seria a criação de um controle e� ciente de prevenção, que traria bene� cios para a fonte pagadora e seus bene� ciários.Segundo o gerente executivo de produtos e novos negócios da Orizon, Fábio Mon-santo, o Brasil já possui tecnologia adequada para realizar este tipo de troca com segurança e uma consciência da necessidade de acesso a esta informação. “Esta-mos no início de uma caminhada para a codi� cação dessa troca, o que falta é uma política regulatória e� ciente e menos burocracia”.Dividindo a mesma opinião, o diretor de operações da Amil, Antônio Jorge Kropf, defende o posicionamento de todo o setor para que estes aspectos legais e éticos que impedem o processo sejam amplamente discutidos. “Esta é uma questão regu-latória. Muitas vezes temos di� culdade em entender a legislação vigente e isso nos impede de ir além para melhorar a assistência prestada.De acordo com Kropf, além da falta de regulamentação, outro fator que impede uma

prática e� ciente de compartilhamento de dados do paciente é a burocracia por parte das operadoras de saúde, que ainda realizam determinados proces-sos em papel. “Muitas operadoras ainda não aderiram totalmente ao formulário eletrônico. Nós, por exemplo, estamos em fase � nal de revisão de processos para a implementação de um novo sis-tema, que até o � nal do ano estará total-mente em operação”.A falta de investimento tecnológico necessário por parte do prestador de serviço também foi um dos motivos apontados pela Unimed Brasil como um dos fatores que di� cultam o proces-so de troca de informação do paciente, mesmo com a adoção da TISS por qua-se 100% das instituições de saúde.Segundo o gerente de TI institucional da Unimed Brasil, Anisio Rodrigues, o prestador deve atender os requisitos estabelecidos pela TISS e suas respec-tivas atualizações. “A alteração dos re-quisitos feitos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) são constan-tes e complexas o que torna o tempo de adequação muito curto”.Responsável pela gestão de cerca de 200 mil autorizações de procedimen-tos médicos e três mil usuários simul-tâneos em seu sistema, a estrutura de dados da Unimed Brasil está baseada em uma central de processamento de dados que conta com 58 servidores HP

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O PROBLEMANÃO ESTÁ NA TI

FOTO: THINKSTOCK

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O ACESSO ÀS

INFORMAÇÕES

POR GESTORES DE

SAÚDE DEVERÁ

SER SUBMETIDO A

UMA LEGISLAÇÃO

EXTREMAMENTE

RÍGIDA E

FISCALIZAÇÃO

RIGOROSA

ANTÔNIO JORGE,, DA AMIL

e Cisco, totalizando seis terabites de storage destinados somente ao intercâm-bio de informações das 372 Unimeds de todo o País. Toda essa retaguarda para a gestão dos dados do paciente custaram à operadora cerca de R$1,5 milhão e mobiliza 30 pro� ssionais de TI.Mesmo com toda a estrutura, a diversidade tecnológica, a falta de um padrão nos so� wares utilizados que permitem sua interoperabilidade e a falta de estru-tura dos pequenos prestadores ainda são alguns dos obstáculos encontrados pelas instituições para a troca. “A agilidade no envio e recebimento dessas infor-mações facilita a tomada de decisão dos gestores, permitindo um ganho � nan-ceiro para todos”, completa Redrigues.Para o consultor de TI Marcelo Silva, o fato da troca de dados clínicos não ser efe-tuada não é causado pela ausência de uma regulamentação especí� ca ou falta de infraestrutura tecnológica, mas sim por sua proibição. “Os dados clínicos não podem ser revelados pelo prestador à operadora, já que tais dados são protegidos pelo direito ao sigilo do paciente e pelo dever do pro� ssional em manter tal sigilo”.Uma possível solução apresentada por Silva para a realização desse processo seria a troca de informações clínicas por meio do envio de dados não identi� -cados, o que pode oferecer certo risco já que, ainda que não diretamente, o pa-ciente poderá ser identi� cado pelo cruzamento de outros dados como data do atendimento, data de nascimento, sexo, etc, o que irá violar o seu direito ao sigilo.Para Jorge, o Brasil encontra-se em um momento muito promissor na saúde e um dos grandes agentes de mudança é a evolução tecnológica, que deve ser aproveitada com o máximo de responsabilidade. “O acesso às informa-ções por gestores de saúde deverá ser submetido a uma legislação extre-mamente rígida e fiscalização rigorosa”.

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R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S | 3 7

ECONOMIA

MARIA CRISTINA AMORIM

EDUARDO PERILLO

Economista, professora titular da PUC/SP.

Médico, doutor em história econômica.

INOVAÇÃO: DA POLÍTICA INDUSTRIAL

AO EMPREENDEDORinovação é uma das fontes de aumento de competitividade das or-ganizações e por isso mesmo, do lucro. A médio e a longo prazos, a sociedade também se bene� cia por meio de produtos melhores e mais baratos. Joseph Schumpeter, economista austríaco (1883-1950), não foi o pioneiro em compreender a importância da inova-ção para o desenvolvimento econômico, mas é a referência mais

citada. Desde sua obra “A teoria do desenvolvimento econômico”, sabemos que a ino-vação depende de políticas industriais e do comportamento do empresário, a quem ele chamou de empreendedor.Inovação é um fenômeno complexo, de� nido pela ocorrência do “novo”, ou seja, mar-cado por um juízo: a� nal, o que é considerado novo? A de� nição depende, portanto, de um parâmetro anterior sobre o que é velho, ou conhecido, etc. Dada a dependência de um parâmetro, recomenda-se avaliar inovações setorialmente, ou, melhor ainda, em mercados muito especí� cos.No campo da estratégia das organizações, a decisão de investir em inovação é parti-cularmente arriscada. Por esse motivo, nas economias desenvolvidas, o Estado ofe-rece incentivos à inovação ou redução dos riscos por meio de crédito mais barato, proteção do mercado da concorrência internacional e garantia de compra. A regu-lamentação econômica é outra condição importantíssima, que deve acompanhar a política industrial setorial.No campo dos comportamentos, é possível abordar a inovação como empreende-dorismo. Para Schumpeter, o empreendedor é o empresário diretamente envolvi-do com a gestão do negócio, um visionário com traços peculiares de personalidade, mais motivado pelos sonhos do que pelo lucro. No capitalismo do século XXI, con-trolado pelas grandes sociedades anônimas, não há muito espaço para o empreen-dedor schumpeteriano.E no setor da saúde no Brasil? Bem, indústrias, prestadores e fontes pagadoras são reali-dades muito diferentes quando a inovação está em pauta: produtos podem ser paten-teados, serviços inovadores são facilmente copiáveis; grandes empresas têm acesso ao crédito, mas seus controles são letais para o empreendedor. As pequenas e médias po-dem ainda contar com o self made man e seus valores empreendedores, mas não têm capital para arriscar e enfrentam condições macroeconômicas adversas.No texto para discussão “Schumpeterian Competition and Diseconomies of Scope: Illustrations from the Histories of Microso� and IBM”, os autores Bresnahan, Greenstein e Henderson analisam como empresas dominantes em uma área têm menos sucesso em novas áreas tecnológicas, não obstante sua habilidade em explorar economias de escopo e suas vantagens competitivas.

O receio de ver seu negócio caniba-lizado — investindo menos do que o necessário em novas tecnologias — e a lentidão em perceber novas oportuni-dades, são as razões tradicionalmente apontadas para o insucesso. Mas os autores propõem que o sucesso inicial das empresas em suas novas áreas, no caso a introdução do PC e do buscador de internet (web browser), foi freado pela resistência corporativa quando mais recursos foram necessários para o crescimento do novo negócio. Entre-gue o controle dos novos negócios para os controladores do antigo, o con� ito fez naufragar o novo empreendimento.Em outras palavras, os autores suge-rem que as di� culdades surgiram não das preocupações com a canibaliza-ção ou de padrões cognitivos herda-dos, mas re� etem desoconomias de escopo por conta da partilha de ativos por ambos os negócios.Os obstáculos para as pequenas em-presas inovarem e crescerem, e a im-portância econômica do setor de ser-viços, grande empregador, no qual a indústria da saúde se insere em gran-de parte, são vistos no livro “La era de la productividad” , publicado pelo BID. Aponta como a política de inovação e desenvolvimento deve focalizar o se-tor de serviços, evitando concentrar--se somente na indústria e na expor-tação, pois nele está o potencial para utilizar, com maior eficiência, o capi-tal e trabalho já disponíveis.

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EMPREGADORES

POR MARIA CAROLINA BURITI- [email protected]

m certo momento, a empresa contrata um plano de saúde para todos os funcionários. Ali, estão pessoas de todas as idades e com perfil epidemiológico distinto. O que o departa-mento de RH não sabe, ou poucos deles mensuram, é o im-pacto para empresa em termos de benefício saúde originado por um funcionário que não produz. É aí onde o mora o risco.Muitas companhias já estão atentas e medem o absenteís-mo de sua população trabalhando ações direcionadas para

diminuir o risco da improdutividade dentro do ambiente de trabalho e promo-vendo a saúde do funcionário. Mas e quando se sabe que o funcionário não volta, que ele não contribuirá mais para aquela organização, mas ainda está presente devido ao vínculo do benefício saúde?Esses colaboradores ajudaram a construir a história da companhia, se apo-sentaram e continuam desfrutando do benefício saúde daquela organização. Mesmo arcando com a mensalidade do plano, no caso de um aposentado nes-ta situação, o convênio médico, dependendo da carteira da empresa, custará bem mais barato se comparado aos planos individuais. Bom para o emprega-do, sim. Para o empregador, talvez. Isso dependerá da consciência do gestor de RH sobre a situação da sua carteira e também de múltiplos fatores como segmento da empresa, idade da população e das opções da companhia. De acordo com o diretor da HQI Gestão em Saúde, Marcello Erich Reicher, exis-tem duas situações. A primeira é o caso do empregador optar por pagar um plano de saúde integral. Nesse caso, a companhia está isenta de estender o convênio médico tanto ao funcionário aposentado quanto àquele demitido. A segunda é o chamado “co-tributado” – o plano é ofertado pela empresa, mas possui uma contribuição do colaborador no custo. Eles são descontados em folha de pagamento e tem uma participação mínima do colaborador.No caso da modalidade com contribuição do trabalhador, para usufruir da extensão do beneficio, o aposentado tem que ter contribuído com parte do pagamento do plano mais de dez anos na empresa para usufruir da empresa sem tempo determinado. Quando a contribuição for menor que uma década, o cálculo é um ano de benefício para cada ano contribuído.Para os demitidos, por lei, a regra é desde que exista uma contribuição por par-te do funcionário, ele tem direito a desfrutar um terço do período contribuído.

O MODELO DE BENEFÍCIO SAÚDE, CUJO COLABORADOR CONTRIBUI FINANCEIRAMENTE COM O CUSTO PODE PARECER UMA MEDIDA ECONÔMICA PARA A EMPRESA NUM PRIMEIRO MOMENTO, MAS EM LONGO PRAZO PODE IMPACTAR A GESTÃO

Por exemplo, no caso de 18 meses- o trabalhador tem direito a 6. Mas esse período não pode ultrapassar 24 me-ses. Como os aposentados, o benefí-cio empresarial é estendido, mas a conta é paga pelo usuário. “Quando o trabalhador paga qual-quer valor a situação muda. Se ele aposentar em um regime dez anos contribuídos, ele tem direito ao be-nefício até morrer, desde que ele não tenha outro plano”, explica Reicher. Assim, a companhia estende o bene-fício e transfere ao colaborador o pre-ço correspondente a um plano em-presarial (mais barato se comparado ao individual), mas este, apesar de custear integralmente ainda gera im-pacto na carteira da antiga empresa. Os aposentados e demitidos não são os vilões do benefício. A situação é mais complexa e o maior inimigo é o desconhecimento da lei, da carteira, além da ausência de gestão de vidas. A tendência é pensar que o aposen-tado usará muito o plano e desfavo-recerá e empresa na relação prêmio/ sinistro, mas às vezes a empresa tem o problema dentro de casa- interna-ções em UTI e alguns procedimentos de alta complexidade de um único trabalhador e dependendo da nego-ciação daquela carteira, acarretará em alto impacto para empresa.

inimigO

oCulto

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Foto: divulgação

O rH muitas vezes nãO cOnsegue fazer essa cOnta sOzinHO e as cOrretOras nãO têm dimensãO, nãO existe acOnselHamentO

reicHer, da HQi

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EMPREGADORES

O fato é diferente da situação do colaborador, o não colaborador não deve mais sa-tisfações ao RH, ele é um funcionário que possui um único vínculo com a empresa, o benefício saúde. Nesse caso, o gestor pode se surpreender no momento de nego-ciação com o peso causado por um profissional, que não está mais no quadro de funcionários. Ele pode se espantar com os funcionários ativos “rateando” o custo de um ex- funcionário, muitas vezes nem conhecido pelos demais.“Há desconhecimento de causa tanto dos gestores de RH como dos funcionários. Na prática é pouco usual a área de RH estar atenta para isso, mas ela tenta manter as garantias e minimizar riscos trabalhistas”, analisa o sócio-diretor da Baker Tilly Brasil, Marcelo Sávio.

PERFiSDe acordo com uma pesquisa realizada em 2010 pela consultoria Mercer, 60 das 205 empresas participantes estendem o plano de saúde para funcionários aposen-tados, seja pela a Lei 9.656 ou por política da empresa. “Isso é comum na Europa, as empresas concedem o benefício aqui são filiais de companhias europeias”, explica o consultor sênior de Capital Humano da Mercer, Francisco Bruno.Bruno também aponta outro fator para a condição. “Há no País um excesso de pa-ternalismo” E é nesse momento que ocorre o passivo, essa extensão de benefícios para idosos vai direto para o passivo no balanço contábil da companhia.“Com as normais contábeis internacionais vai para o balanço o valor de todos es-ses aposentados. Já os empregados ativos, a empresa não tem essa responsabilida-de, mas o aposentado é um compromisso em longo prazo”, analisa.Tudo depende do perfil da empresa. Às vezes vale a pena para determinada em-presa custear a totalidade do plano de saúde para os funcionários e há casos que o ideal pode ser a divisão do custeio do plano. O responsável pela área de Consul-ting da Bencorp, Giorgio Antunes, estima que cerca de 70% das empresas pagam integralmente os benefícios e 30% têm algum tipo de contribuição. No caso de uma empresa de call center, por exemplo, com colaboradores na fai-xa etária de 18 a 25 anos e alta rotatividade de funcionários a contribuição deve ser analisada. “Em caso de demissão, eles não ficarão pagando plano médico”, diz Antunes. Em contrapartida há aquelas companhias com grande massa elegível a aposentadoria, empresas paternalistas antigas, ou seja, mais propensas ao passi-vo, então é importante estudar as características da companhia.

cOm as nOrmas cOntÁbeis internaciOnais vai Para O balanÇO O valOr de tOdOs esses aPOsentadOsbrunO, da mercer

dicas Cada empresa é uma empresa, o conhecimento nesse momento é a chave para uma boa negociação e a diminuição de custos. É sempre preciso saber do perfi l epidemioló-gico, idade média, doença prévia e o segmento de atuação das empresas e assim estudar qual é o modelo ideal a ser adotado, com ou sem contri-buição dos funcionário, com um ou mais tipos de plano de saúde.

“o RH muitas vezes não consegue fazer essa conta sozinho e as corre-toras não tem dimensão, não existe aconselhamento. a linguagem é um problema”, afi rma Reicher. Sávio, da Bakery, alerta para um pon-to importante. No caso de migração de operadora, a nova não é obrigada a aceitar os aposentados vinculados à empresa. “Ela não tem a obrigatorie-dade de manter o plano de saúde, ele fi ca vinculado à apólice e o idoso tem tendência a ter um sinistro maior. Contudo, a companhia pode pleitear o plano para aquele aposentado”

antunes dá uma dica para o RH agir na prevenção e uma estratégia para os aposentados. “as empresas devem buscar em cima de uma orientação técnica o modelo que melhor atenda o seu orçamento. Saber quantas pessoas estão no mínimo a dois anos de apo-sentadoria e chamá-las para contratar o plano individual, subsidiando o plano novo, enquanto eles se aposen-tassem e pagando carências”

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CARLOS AIRTON PESTANA RODRIGUES Diretor-Presidente da Governance Solutions e Professor de Governança Corporativa da BSP- Business School de São Paulo ([email protected])

O VALOR DE MERCADO DE UMA EMPRESA LEVA EM CONTAOS VALORES INTANGÍVEISQUE ELA POSSUI?

credito, que hoje em dia, ninguém tem mais dúvida que a resposta a questão do título acima é sim. Temos vários exemplos vistosos. Um deles é o da Google, empresa com valor de mercado por volta de US$ 180 bilhões, mas pos-sui ativos líquidos inferiores a US$ 40 bilhões. Aí então cabe uma pergunta: Porque alguém pagaria US$ 180 Bi-

lhões por uma empresa que tem menos de US$ 40 bilhões em ativos?Numa análise simplista a diferença entre esses valores é o valor intangí-vel que o Google possui. E qual seria esse valor intangível? Certamente sua capacidade de inovação está entre os principais. Essa empresa tem demonstrado uma grande capacidade de inovar como consequência de sua grande capacidade de gerir processos de inovação. Essa competência dá aos investidores a perspectiva de ganhos futuros com o lançamento de produtos inovadores e de alta rentabilidade.Outro exemplo brilhante, também da área de tecnologia, é o da Apple. Com valor de mercado superior a US$ 312 bilhões, essa empresa tem ati-vos líquidos de valor inferior a US$ 60 bilhões. Além de sua grande capa-cidade de inovar em produtos e modelos de negócios, essa empresa tem demonstrado uma incrível capacidade de fazer com que seus produtos sejam fortemente desejados pelo mercado. Apesar de custarem bem mais do que os de seus concorrentes, fazem um incrível sucesso.No caso particular dessa empresa há outro fator intangível de grande va-lor para o mercado. É o estilo de liderança exercido na empresa por seu obstinado co-fundador Steve Jobs que possui também uma capacidade de entender e antecipar desejos do mercado como ninguém. A ponto de que seus afastamentos por problemas de saúde provocam quedas sen-síveis no valor de mercado da empresa. Ou seja, os investidores temem que Jobs não possa vencer sua dramática batalha com o câncer e, como conseqüência, o desempenho da companhia não seja o mesmo sem ele.O que vemos com esses exemplos é que os métodos contábeis tradicio-nais não conseguem registrar o verdadeiro valor de uma empresa porque

só reconhecem o tangível, mas o mercado sabe reconhecer também os intangíveis e expressa esse re-conhecimento através do preço das ações da empresa. Essa insa-tisfação com os métodos tradicio-nais de mensurar o valor de uma empresa fez com que no início dos anos 90 os autores americanos Ro-bert Kaplan e David Norton junta-mente com executivos de diversas organizações, concebessem um modelo que permitisse avaliar o desempenho de uma organização considerando também os valores intangíveis criados por ela.O sistema foi batizado de Balan-ced Scorecard e acabou por virar um verdadeiro sistema de gestão da estratégia empresarial e hoje é utilizado por milhares de organiza-ções no mundo todo. As empresas que utilizam o Balanced Scorecard sabem reconhecer valores intangí-veis como liderança, conhecimen-to e capacidade de inovação por-que os colocam na perspectiva da estratégia de negócios da empresa. Colocados dessa maneira, os intan-gíveis podem até superar os tangí-veis em valor.

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CARREIRAS

GestOres eM

PARA GARANTIR ESPAÇO NA INDÚSTRIA DE SAÚDE, CAPACIDADES DO PROFISSIONAL ESTÃO MAIS RELACIONADAS ÀS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS DO QUE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA, DIZEM ESPECIALISTAS

POR PERLA ROSSETTI – [email protected]

OEVO LUÇÃ

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Há escassez de líderes para sustentar a estratégia de crescimento das com-panhias do País na opinião de 70% dos 987 entrevistados de pesquisa Em-preenda, em parceria com a consultoria HSM, divulgada em abril. As em-presas estão investindo na capacitação de seus profissionais já que, para 50% deles, os negócios crescerão ao menos 10% em 2011.No setor de saúde, toda a cadeia ganha com a nova demanda gerada pela estabilidade da economia no País que permite maior acesso das classes sociais D e C aos serviços.Com isso, abrem-se possibilidades pouco vistas até então na indústria. “Há muitas empresas e instituições estruturando-se para definir novos parâmetros, atraindo profissionais de outros mercados em busca de no-vas habilidades. O fenômeno é favorável. Quem tiver a capacidade de se reinventar e entender para onde o mercado está indo tem uma vantagem competitiva”, afirma o sócio sênior e líder da prática de ciências da vida da consultoria Korn/Ferry Internacional, Rodrigo Araújo.Já na opinião do coordenador acadêmico do curso de Auditoria em Saúde Pública e Privada da Universidade Veiga de Almeida, professor da Univer-sidade Federal Fluminense e coordenador do grupo Gestores de Saúde na rede social Linkedin – especializada em networking na internet -, José Augusto de Oliveira, a colocação dos profissionais se dá pelo domínio das principais competências e uma boa rede de relacionamentos.Porém, embora os avanços econômicos exijam a consolidação do merca-do, imprimindo ritmo e velocidade para garantir a competitividade das empresas, o legado de lideranças médicas no setor, apropriando-se do business ou liderando as organizações, constitui uma dificuldade para a atuação do gestor de saúde. “Leva-nos a crer que nem sempre o aspecto que diz respeito aos insights do negócio esteja presentes nas organiza-ções”, diz Araújo.Para ele, a ausência de processos estruturados nas organizações é latente. “Elas se movem mais pelo conhecimento do negócio do que por um pro-cesso instalado e estruturado. As áreas operam fortemente embasadas em seu domínio técnico e existe uma visão fragmentada e não integrada que leva os gestores a adotarem uma postura de propriedade e domínio técni-co das áreas em que estão à frente”, comenta.

CapaCidadesInteragir no cenário de tradição familiar demanda um conjunto de conhe-cimentos e necessidades das novas gerações de gestores de saúde que de-vem trazer mais conhecimento de negócios e menos teores técnico, cien-tífico ou de operação, aponta Araújo. “É preciso uma visão holística e de processos integrados. Como lidar com a dinâmica de integração e conso-lidação que pressupõe um profissional aberto ao novo numa realidade de fusões e aquisições em que o gestor passa a atuar num ambiente diferente daquele a que estava acostumado”.Foi o que viveu o Chief Operating Officer (COO) da Amil, Hening von Koss. Após atuar 23 anos na farmacêutica Bayer, de onde saiu como presidente para a região Andina, na quarta semana como presidente da Medial Saúde viu a companhia ser adquirida pela Amil, e teve a missão de integrar os grupos, física e culturalmente, mantendo os colaborado-res e recursos alinhados.Com essa bagagem, Koss aponta como nem todas as empresas sabem lidar com profissionais de mercado, cuja colocação não se dá em operações em hospitais ou assistência médica que demandam o crescimento e experi-ência dentro do ambiente. “O primeiro desafio é trabalhar com médicos especializados em outras áreas, como finanças, por exemplo, mas que não seguiu carreira, não tem a mesma formação e trajetória que você”.Outro complicador é atuar num mercado de muitos stakeholders, como o

de serviços em saúde. “Há aspectos racionais e subjetivos como equili-brar o relacionamento com o bene-ficiário e as prioridades comerciais da empresa. A utilização do plano de saúde evoca etapas e burocracias e lida-se com o beneficiário sensível e nervoso. Deve-se agir sem ser frio e calculista, ou flexível demais, porque foi estabelecido um contrato”.O executivo é mentor no progra-ma com 14 novos trainees da Amil e conta que o grupo investe forte-mente na formação dos gestores. Como a maioria dos médicos cres-ceram com a organização galgando altos cargos, há programas como o Amil Business Administration (ABA), em parceria com Ibmec e HSM, e encontros constantes para cerca de mil colaboradores.

perfilNa opinião do sócio da Korn Ferry, outro fator que o gestor de saúde en-frenta é a inovação tecnológica cada vez maior, gerando uma dinâmica ímpar em cada segmento de saúde, principalmente com uma distribui-ção de poder e conhecimento até en-tão não experimentados pela indús-tria. “O que antes estava centralizado em poucos players será difundido so-bre o ponto de vista de atendimento, serviços e domínio do negócio. Essa pulverização mexe com as relações de poder e liderança”.A questão final é lidar com o cresci-mento que requer abrir mão de algu-mas escolhas, envolve riscos, novas estratégias e negócios que o gestor terá de absorver, segundo Araújo.A coordenadora e professora da FGV Saúde (Fundação Getúlio Vargas), Ana Maria Maliki vê como funda-mental entender de gestão de pes-soas, bem como, de finanças e orça-mentos. “Caso contrário, o gestor não saberá o que fazer, quando e quanto gastar e até o valor a receber pelos serviços que presta”.A docente alerta ainda para o enten-dimento de produção e operações. “Afinal, o gestor trabalhará com in-formações para analisar desempe-nho. Precisa estudar, observar e co-nhecer o serviço”.

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CARREIRAS

O aspecto também é salientado pelo professor e coor-denador do grupo Gestores de Saúde do Linkedin, José Augusto de Oliveira. “É preciso dominar os principais ins-trumentos de gestã o empresarial, como mé todos para a tomada de decisã o, noções de contabilidade gerencial e expertise nas questões afeitas à gestã o hospitalar como insumos, agressores e serviços”.Ele ressalta ainda a importância de acompanhar os mo-vimentos e tendências nas polí ticas de Saú de Pública e Privada e de regulaç ã o, além de ter perfil de lideranç a e comportamento organizacional. fOrMaÇÃOBuscar cursos de acordo com sua realidade profissional é o melhor caminho segundo a professora da FGV. “Te-mos curso de gestão para médicos de consultório, para aprenderem a conversar com prestadores de serviço, como advogados e contadores, planejar a carreira e o crescimento da clínica ou consultório, a fim de melhorar os recursos que aplica”.Seguramente os cursos são importantes, diz Araújo, da Korn/Ferry, porém, por definição são qualificatórios. “A chave é transformá-los em vantagens competitivas para o negócio, que realmente tragam benefícios, em compor-tamentos que serão demandados e tenham a ver com a experiência que a pessoa viveu ou viverá, dentro ou fora do país, seus projetos e desafios”.Ele completa que a melhor preparação é buscar novas habilidades mais relacionadas às competências com-portamentais do que qualificação técnica. “Como lidar com o novo e diferente, gerenciar conflitos, entender a perspectiva de terceiros para que possa ser incorporada a sua. São dimensões que o novo cenário e suas alavan-cas exigirão do gestor”.

OrieNTaÇÃOA professora Ana Maria Malik, da FGV Saúde, lembra que o gestor convocado no mercado para profissionalizar uma determinada empresa de tradição familiar também deve saber o que acontece no mercado com um todo. “As oportunidades de informação e formação são infinitas. Há cursos presenciais e a distância, embora ainda não se consiga substituir alguns conteúdos em que é impres-cindível unir alunos e professores dialogando com pro-fissionais que conheçam sua realidade e, de preferência, sejam seniores”.Nesse aspecto, recorrer ao coaching é válido, segundo Ana Maria, com a ressalva de que alguns trabalham ati-tudes e outros apenas marketing individual, enquanto os programas para desenvolvimento de carreira “in com-pany” focam os objetivos da própria organização. “Tudo pode funcionar, depende da atitude de quem está inves-tindo e de quem vai aprender, sem posições defensivas diante de novas ideias”.

fOTO: diVUlGaÇÃO

araújo, da Korn/ ferry: Visão holística e integrada é fundamental

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RECURSOS HUMANOS

ADILSON SOUZASÓCIO-DIRETOR DA HEADHUNTER

E DA ESTAÇÃO RH CONSULTORIA EMPRESARIAL

Mestre em psicologia e pós-graduado em administração de empresas e RH. Bacharel em economia, coach de empresários, executivos e atletas. Master-trainer em programação neurolinguística. [email protected]

DESAFIOS DE CARREIRA PARA OS

PROFISSIONAIS DA SAÚDEos últimos anos, bons ventos têm soprado a favor da econo-mia brasileira e os indicadores continuam a sinalizar ótimas oportunidades para o mercado. Evidentemente isso trás consigo grandes desafios, entre eles: o que os profissionais da área da saúde devem fazer para manterem-se na crista da onda? Certamente temos algumas respostas, as quais estabe-

lecem um norteador para lidar com o bom momento da economia brasileira. Acredito que três norteadores podem representar parte considerável para o desenvolvimento das competências do profissional da saúde. O primeiro nor-teador diz respeito à Visão Crítica, o qual englobaria as seguintes competên-cias: visão de negócio; visão do negócio e visão sistêmica. Tais competências permitem ao profissional da saúde, uma ampliação do seu mapa mental, as-sim como, uma melhor avaliação e análise crítica do mercado e das oportuni-dades no setor de saúde. E para desenvolver essa análise, há alguns caminhos interessantes, a começar com os cursos de pós-graduação / MBA´s, seguidos de um bom benchmarking com empresas do segmento e também de outros setores. Para finalizar, um intercâmbio com empresas inovadoras em outros países, o que inclusive pode atrair investimentos, se isso contemplar a estraté-gia e/ou interesse da empresa.O segundo norteador refere-se à Liderança, o qual contemplaria as seguintes com-petências: Formação e Desenvolvimento de Equipes, Gestão da Inovação, Empre-endedorismo e Liderança Coach. Tais competências permitirão ao pro� ssional da saúde uma melhor preparação da equipe sobre o prisma da inovação e empreen-dedorismo com uma pitada de coaching. Para desenvolver essas competências, além dos MBA´s, cursos e formação em inovação, empreendedorismo e coach, vale a pena buscar novidades no que diz respeito a treinamentos outdoor (com foco de-� nido), como expedições, trekking e ra� ing; tais atividades, quando bem focadas e direcionadas, permitem uma associação e analogia com o dia a dia.O terceiro e último norteador diz respeito à Capacidade de Realização, o qual englobaria as seguintes competências: Gestão de Projetos, Gestão de Perfor-mance e Gestão Estratégica. Essas competências possibilitam aos profissionais

da saúde a capacidade da entre-ga, tão importante e fundamental para o sucesso dos negócios. Essa entrega pode ser implementada e desenvolvida pelos mesmos meios citados anteriormente e aqui é somada ao processo de mentorização, no qual os mento-res (executivos seniores – direto-res e presidentes) podem trazer contribuições e colaborações de forma extraordinária ao processo.Os norteadores nos trazem uma compreensão lógica, porém sua operacionalização não necessa-riamente acontece numa ordem sequencial. Isso dependerá do que o profissional e/ou organiza-ção estabelecerá para o desen-volvimento do profissional da saúde. Tenho percebido que para boa parte dos profissionais é mais interessante estimular as com-petências dos três norteadores. Afinal, norteadores servem para dar direção, uma vez que “Mais importante do que a velocidade, é a Direção”. Portanto, saber onde queremos chegar é crucial para o sucesso de nossas carreiras e pro-jetos. Pensem nisso!

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VAI E VEM

FOTO: RICARDO BENICHIO

PEDRO REZENDE NA DIRETORIA DA AON AFFINITY Pedro Rezende assume diretoria da Aon A� nity Saúde, unidade de negócio voltada para a área da saúde da Aon A� nity Latin America, empresa de consultoria, gestão e inovação para o mercado de massi� cados.O executivo possui mais de 18 anos de experiência na área de saúde e start-up de empresas. Além disso, Pedro é espe-cialista em desenvolvimento e gestão de produtos de varejo, vendas corporate, desenvolvimento de novos negócios e implantação e desenvolvimento de sof-twares de gestão de vendas massi� cadas. Com este per� l, Pedro Rezende foi con-vidado para ocupar o cargo de diretor da Aon A� nity Saúde e terá como prin-cipal desa� o consolidar a participação da companhia no mercado nacional. "A nossa meta é atingir mais de 30 mil bene-� ciários e prêmios de R$ 15 milhões no pri-meiro ano de atuação,” a� rmou Rezende.

SERGIO RYKOVSKY É NOMEADO GERENTE DE DIAGNÓSTICOS DA BAYER HEALTHCAREA Bayer HealthCare Pharmaceuticals contratou Sergio Rykovsky para a posição de gerente de produtos sênior da área de Diagnósticos por Imagem. O executivo chega para colaborar com a estratégia da companhia para ampliar sua presença no mercado brasileiro, colocando em prática um plano de lançamentos em diagnósticos por ima-gem que abrange os próximos cinco anos.Antes de integrar o time da Bayer, Sergio Rykovsky atuou em empresas como a farmacêutica United Medical - com passagens pelas áreas de Diagnósticos & Terapêutica e Desenvolvimento de Negócios -, a agência de marketing e propaganda Hitec - especializada em indústria farmacêutica - e a farmacêutica Zodiac Tecnofarma. Rykovsky é formado em Administração e Marketing pela Escola Paulista de Propaganda e Marketing (ESPM) e tem MBA em Marketing Estratégico pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

GENOIR SIMONI ASSUME PRESIDÊNCIA DA UNIMED SC O médico Genoir Simoni foi eleito presidente da Unimed SC, com 610 dos 976 votos - 63% do total. Ele era da chapa da situação e anunciou as duas principais metas para o mandato de quatro anos: a melhoria no atendimento aos pacientes e o aumento nos valores recebidos pelos médicos. De acordo com o executivo, os dois objetivos podem ser alcançados com a construção de um hospital próprio de alta complexidade. O projeto já está em andamento e prevê cem leitos, Unidade de Terapia Intensiva e centros ci-rúrgicos. A estrutura � cará numa área entre 15 e 20 mil metros quadrados.

Rykovysk, da Bayer: Desa� o será ampliar presença da empresa no setor de diagnóstico por imagem

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LIVROS

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Estratégia de marketing e posicionamento competitivoQue o mercado hoje é extremamente competitivo já é algo in-questionável. Entretanto, o que nem todos sabem é como as empresas devem se posicionar para tornar seu produto com-petitivo e alcançar resultados superiores. Este lançamento foca no processo de implantação e desenvolvimento da estratégia de marketing e na maneira como ele pode ser gerenciado para atingir um desempenho superior. A teoria apresentada é enri-quecida com exemplos, conteúdos atualizados e estudos de caso – alguns voltados para a realidade brasileira.

Autores: Graham Hooley,Nigel Piercy, Brigitte NicoulaudEditora: Pearson EducationNúmero de páginas: 456Preço sugerido: R$ 115,00

Marketing SocialE o marketing também pode ser do bem! É a base da terceira edi-ção deste livro, onde argumentos mostram que esta ferramenta in� uencia comportamentos sociais positivos. Eis uma boa opor-tunidade para entender sobre o marketing social, um termo ain-da incompreendido por muitos pro� ssionais e que está ligado tanto à qualidade de vida das pessoas, à conservação do meio ambiente, mas também ao equilíbrio da marca. Cases ilustram as explicações, mostrando as novas possibilidades de uma prá-tica que só tem a se consolidar cada vez mais.

Autores: Philip Kotler e Nancy R. LeeEditora: BookmanNúmero de páginas: 45ePreço sugerido: R$ 69,00

O � m do livre mercadoNeste livro o especialista em economia e política ilustra a ascensão do sistema em que governos usam mercados para gerar riquezas que podem ser direcionadas da maneira que os políticos bem entendem, também conhecido como ca-pitalismo estatal. Ao traçar um histórico dos aspectos que levaram o mundo a esta ordem, o autor fala sobre as potên-cias mundiais que utilizam estatais para comprar seguran-ça interna, acesso exterior e outros interesses, e quais são os desafios em relação a este tipo de sistema que ameaça a economia global em longo prazo.

Autor: Iam BremmerEditora: SaraivaNúmero de páginas: 256Preço sugerido: R$ 44,90

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ALBERTO LEITE É DIRETOR EXECUTIVO E PUBLISHER DA IT MÍDIA S.A

ALBERTO LEITE É DIRETOR EXECUTIVO E PUBLISHER DA IT MÍDIA S.A

OKe dentro de uma cabana, na maioria das vezes equipada e com alimentos e local de descanso, � cava o general. Este, após anos de estudos de estratégias de guerra, tinha a sua disposição um sem número de equipamentos de telefonia, cartográ-� cos, entre outros, para poder observar o ambiente e, mediante seus objetivos, traçar um plano estratégico.O plano era cuidadosamente repassado aos tenentes e capitães, que saiam

com suas tropas para o ataque.A função do capitão era a de pegar toda a mensagem estratégica deixada pelo general e fazer com que os soldados a entendessem, pois colocariam suas vidas em risco com base em tudo aquilo.Os soldados saiam a campo e a guerra começava.O general, mesmo abastecido de mantimentos e de tecnologia, ali � cava em sua solidão, imagi-nando se o seu plano havia dado certo, sua responsabilidade era maior que a de todos ali. Tudo passava em sua cabeça.Horas ou dias depois o capitão retorna ao acampamento e, já dentro da cabana, leva o status do ataque. Quando morriam alguns soldados o número de mortos era colocado num lousa, para que o general pudesse fazer uma análise com os outros pelotões. Quando não havia mortos, o capitão simplesmente assinalava na lousa: OK, ou seja, 0 killed. Assim � camos com o nosso ok, símbolo máximo que tudo está no lugar, que tudo deu certo, que ninguém morreu. Assim nasceu o símbolo máximo do otimismo e da esperança.Essa história tem três tipos de heróis.O general, que de dentro de sua cabana, sozinho, com experiência e visão, consegue traçar um posi-cionamento estratégico e um plano, su� cientemente bons para levar os soldados ao objetivo maior, a conquista de algo. O general tem uma língua própria, não fala a língua dos soldados, portanto pre-cisa de um tradutor.Este, chamado de capitão, tinha a capacidade de ler o plano estratégico e traduzi-lo para os soldados, fazendo com que cada um conseguisse enxergar o mesmo que ele. Conseguia também traçar pla-nos táticos, mini planos para que o plano maior fosse alcançado.Já os soldados, com garra e, sem duvidar de seus líderes, entravam em cena para que a missão fosse concluída.Tirando o fato de que não acredito em guerras, por causa alguma, conquista territorial, orgulho na-cional, controle populacional ou qualquer coisa do tipo, venho a crer que o modelo tornou-se base para a construção de conglomerados capitalistas, grandes empresas, corporações gigantescas, mo-delos de gestão, tudo utilizado de outra forma, sem que houvesse mortes. Modelos que trouxeram a tona as únicas virtudes daqueles que ali se entregavam para no � nal do dia poder descansar, tomar um banho, ouvir uma bela música, apreciar a paisagem ou escrever para a mulher amada, que de longe os aguardava.O modelo trouxe a todos o aprendizado sobre a perda e o ganho, sobre a estratégia e a tática, sobre a evolução da diplomacia.O modelo nos ensinou a alegria de após um dia cansativo e cheio de perdas e ganhos, podermos escrever com orgulho numa lousa as duas letras mágicas: OK.

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