saúde business - ed. 18

68
A revista da saúde para um novo conceito de gestão • Ano 04 • nº 18 SAÚDE PONTES CONSTRUINDO Em entrevista à Saúde Business, o professor Mario Sergio Cortella, que vai mediar os Colóquios de Saúde da IT Mídia, fala sobre os bons conflitos no setor de saúde e o bom diálogo para a melhor convivência entre os players

Upload: it-midia

Post on 13-Mar-2016

233 views

Category:

Documents


8 download

DESCRIPTION

A REVISTA DA SAÚDE PARA UM NOVO CONCEITO DE GESTÃO | Ano 03 • Edição 18. CONSTRUINDO PONTES: Em entrevista à Saúde Business, o professor Mario Sergio Cortella, que vai mediar os Colóquios de Saúde da IT Mídia, fala sobre os bons conflitos no setor de saúde e o bom diálogo para a melhor convivência entre os players.

TRANSCRIPT

Page 1: Saúde Business - Ed. 18

A r e v i s t a d a s a ú d e p a r a u m n o v o c o n c e i t o d e g e s t ã o • A n o 0 4 • n º 1 8

SAÚDE

A r e v i s t a d a s a ú d e p a r a u m n o v o c o n c e i t o d e g e s t ã o • A n o 0 4 • n º 1 8

SAÚDE

PONTESCONSTRUINDO

Em entrevista à Saúde Business, o professor Mario Sergio Cortella, que vai mediar os Colóquios de Saúde da IT Mídia, fala sobre os bons conflitos no setor de saúde e o bom diálogo para a melhor convivência entre os players

lay_capa.indd 4 17/03/11 17:57

Page 2: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-1 2 15/03/11 17:43

Page 3: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-1 3 15/03/11 17:43

Page 4: Saúde Business - Ed. 18

4 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

12 .ComConfira as notícias que foram desta-ques no Saúde Business Web

18 à 21 PolítiCa e regulamentação18 – Nova legislação para processos de licitação beneficiará indústria nacio-nal, mas ainda gera dúvidas em todo o setor

20 – Nova Lei da filantropia está longe de ser ideal: relação entre prestador e gestor local, tabela SUS e atendimento ambulatorial ainda precisam de ajustes

21 – Lei dos 25% dos leitos não agrada entidades do setor: Medida gera polê-mica e representantes do setor recor-rem ao Ministério Público Estadual alegando inconstitucionalidade

24 à 27 no Setor24 – Medicina laboratorial a pleno va-por: burocracia para a incorporação de novas tecnologias parece ser a única ressalva para o crescimento do segmento laboratorial em 2011

26 – Entenda o programa de qualifica-ção das operadoras: ANS inicia quarta fase do programa com nova revisão do conjunto de indicadores do setor

30 PílulaS Saiba como funcionará os Colóquios em Saúde da IT Mídia

34 PanoramaEmpresas de meio de pagamento apostam no nicho de saúde

r e v i sta saú d e b u s i n e s s • m a rço • n ú m e ro 18

A r e v i s t a d a s a ú d e p a r a u m n o v o c o n c e i t o d e g e s t ã o • A n o 0 4 • n º 1 8

SAÚDE

A r e v i s t a d a s a ú d e p a r a u m n o v o c o n c e i t o d e g e s t ã o • A n o 0 4 • n º 1 8

SAÚDE

PONTESCONSTRUINDO

Em entrevista à Saúde Business, o professor Mario Sergio Cortella, que vai mediar os Colóquios de Saúde da IT Mídia, fala sobre os bons conflitos no setor de saúde e o bom diálogo para a melhor convivência entre os players

lay_capa.indd 4 17/03/11 17:57

CaPaIlustração: Dedê Paiva

30índiCe

lay_indice.indd 4 17/03/11 18:01

Page 5: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 5

30 5642 ti em Saúde

Integração a caminho: Desde 2002 o setor de saúde brasileiro vem trabalhando em normas e padrões que permitam os registros eletrônicos de saúde con-vergirem.

52 emPregadoreSEmpresas de saúde oferecem excelência e quali-dade ao cliente, resta saber se o mesmo conceito também é oferecido ao colaborador

56 CarreiraCursos de formação para executivos invadem o mer-cado e vão desde o treinamento militar, junto ao exér-cito brasileiro, até as artes cênicas

60 Vai e VemConfira as últimas movimentações dos profissionais do setor

61 liVroS

62 light

artigoS

22 eSPaço JurídiCoTuriso da saúde – uma tendência

28 goVernançaSistemas de remuneração e incentivos podem ala-vancar os resultados ou destruir os negócios

40 eConomiaSustentabilidade: Afila, o que é?

55 rhTalentos em ação: A arte da diferenciação

66 hot SPotAlém do fim do mundo

lay_indice.indd 5 17/03/11 14:58

Page 6: Saúde Business - Ed. 18

www.saudebusiness.com.br

E X P E D I E N T E

PRESIDENTE-EXECUTIVOADELSON DE SOUSA • [email protected]

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVOMIGUEL PETRILLI • [email protected]

DIRETOR-EXECUTIVO E PUBLISHER

ALBERTO LEITE • [email protected]

DIRETOR DE RECURSOS E FINANÇASJOÃO PAULO COLOMBO • [email protected]

MARKETING REVISTASGERENTE DE MARKETINGGaby Loayza • [email protected]

MARKETING PORTAISGERENTE DE MARKETINGMarcos Toledo • [email protected]

ANALISTAS DE MARKETINGAnderson Garcia • [email protected] Novaes • [email protected]

MARKETING FÓRUNSGERENTE DE MARKETINGEmerson Luis de Moraes • [email protected]

ANALISTA DE MARKETINGEmanuela Sampaio Araujo • [email protected] Soares dos Santos • [email protected]

COMUNICAÇÃO CORPORATIVA - COORDENADORACristiane Gomes • [email protected]

ESTUDOS E ANÁLISESEDITORASilvia Noara Paladino • [email protected]

ANALISTAAndréia Marchione • [email protected]

CIRCULAÇÃOANALISTAAndré Quintiliano • [email protected]

ASSISTENTEElisangela Rodrigues Santana • [email protected]

ADMINISTRATIVOGERENTEMarcos Lopes • [email protected]

COORDENADORReginaldo Evangelista • [email protected] ANALISTASiniclei Luiz da Silva • [email protected]

RECURSOS HUMANOSDanielle Barcellos Rodrigues • [email protected]

CENTRAL DE ATENDIMENTOGERENTEMarcio Lima • [email protected]

ASSISTENTEMarco Silva • [email protected]

COMO RECEBER FORNECEDORES HOSPITALARESCOMO ANUNCIAR

TRABALHE CONOSCOCENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR

(RECEBIMENTO, ALTERAÇÕES DE ENDEREÇO, RENOVAÇÕES)(recebimento, alterações de endereço, renovações)

www.revistafh.com.br/[email protected] | Tel.: (11) [email protected]@itmidia.com.br | Tel.: (11) 3823.6700

Conheça a solução completa de mídia de negóciosque a IT Mídia oferece: www.itmidia.com.br

Conheça o portal Saude Business Web: www.saudebusinessweb.com.br

Receba as últimas notícias do mercado em tempo real, diariamente em seu e-mail, assine a newsletter doSaude Business Web www.saudebusinessweb.com.br

IT Mídia S/APça Prof José Lanes, 40 • Edifício Berrini 500 • 17º andar • 04571-100 • São Paulo • SP

Fone: 55 11 3823.6600 | Fax: 55 11 3823.6690

IMPRESSÃOLog & Print Gráfica e Logística S.A.

EDITORAAna Paula Martins • [email protected]

REPÓRTERGuilherme Batimarchi • [email protected] Carolina Buriti – [email protected] Carvalho – [email protected]

PRODUTOR DE ARTE E VÍDEOBruno Cavini • [email protected]

CONSELHO EDITORIALPaulo Marcos Senra Souza • Diretor da AmilSérgio Lopez Bento • Superintendente geral de Operaçõesdo Hospital SamaritanoSílvio Possa • Diretor Geral do Hospital Municipal M’Boi Mirim

EDITORIAL

COMERCIALGERENTE-COMERCIALTania Machado • [email protected] • (11)3823-6651

GERENTE-CLIENTESAna Luisa Luna • [email protected] • (11) 3823-6706

EXECUTIVOS DE CONTASAndréa Z. Novo • [email protected] • (11) 3823-6640Jucilene Marques • [email protected] • (11) 3823-6604Mozart Henrique Ramos • [email protected] • (11) 3823-6629Rute Silva Rodrigues • [email protected] • (11) 3823-6637

REPRESENTANTESGerente de representantesGabriela Vicari • [email protected] • (11) 3823-6714

Rio de Janeiro: Sidney Lobato • [email protected](21) 2275-0207 Cel: (21) 8838-2648 Fax: (21) 2565-6113

Rio Grande do Sul: Alexandre Stodolni • [email protected](51) 3024-8798 Cel: (51) 9623-7253

USA e Canadá: Global Ad Net • [email protected]: 603-525-3039 Fax: 603-525-3028

SAÚDE BUSINESS

Saúde Business é uma publicação mensal dirigida ao setor médico-hospitalar.Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação.As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente.

Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.

PO

R F

AVOR RECICLE

ES TA R E V I S TA

INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

lay Expediente.indd 8 16/03/11 09:00

Page 7: Saúde Business - Ed. 18

Anuncio.indd 1 3/14/11 3:00 PM

Untitled-1 1 15/03/11 17:44

Page 8: Saúde Business - Ed. 18

8 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

CANAL ABERTO

EU LEIO A

SAÚDE BUSINESS

CARLOS MAURÍCIO, DIRETOR DA DIVISÃO HOSPITAL CARE E SCIENTIFIC AFFAIRS DA B. BRAUN

A B. BRAUN É UMA EMPRESA QUE ACREDITA NA IMPORTÂNCIA DA TROCA DE CONHECIMENTO COMO FORMA DE INOVAÇÃO, POIS É ATRAVÉS DELA QUE PODEMOS TRAZER PRODUTOS E SERVIÇOS CADA VEZ MAIS ADEQUADOS AO DIA-A-DIA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE. A REVISTA SAÚDE BUSINESS É UMA VALIOSA FERRAMENTA PARA INTERAGIR E COMPARTILHAR INFORMAÇÕES IMPORTANTES, GRAÇAS A SUAS NOTÍCIAS E CONTEÚDO INTERESSANTES, CONTENDO SEMPRE AS PRINCIPAIS NOVIDADES DO MERCADO DE SAÚDE

FO

TO

: DIV

UL

GA

ÇÃ

O

lay_canal.indd 8 17/03/11 14:26

Page 9: Saúde Business - Ed. 18

São Paulo * Baixada Santista * Campinas * Vale do Paraíba * Rio de Janeiro * Salvador

Para mais informações acesse nosso sitewww.homedoctor.com.br

Ajudando a formaro profissional do futuro.

Home Doctor, gerando conhecimento.Cuidando de vidas!

Com o intuito de auxiliar na formação dos futuros profissionais para atuarem na Atenção Domiciliar, a Home Doctor vem realizando uma parceria inédita com a Faculdade de Medicina do ABC.

Programa de Residência Médica emmedicina da família e comunidadeBolsas de Estudo e Estágiopara alunos de medicinaDisciplina eletiva com foco naatenção domiciliar

Anuncio FMABC.indd 1 15/03/11 15:21Untitled-1 1 16/03/11 09:06

Page 10: Saúde Business - Ed. 18

10 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

CARTA DO EDITOR

ANA PAULA MARTINS

EDITORA DA UNIDADE DE SAÚDE DA IT MÍDIA S.A

MÃOS À

OBRAprimeira edição de 2011 da revista Saúde Business � nalmente che-ga a você. E cheia de novidades. Com a intenção de integrar cada vez mais o setor, houve uma re-formulação nas seções. Notícias sobre regulação e política pas-saram a integrar o conteúdo da publicação. Ainda há mais espa-ço para se discutir saúde com os grandes empregadores do País e entender o que eles buscam nes-te assunto, além é claro, de trazer informações aos executivos � -

nanceiros e de recursos humanos que ajudem na gestão do bene� cio.Para as próximas edições, também preparamos informações para integrar o canal de vendas dos planos de saúde e as operadoras nesse cenário, e cla-ro, notícias sobre tendências no setor, análises econômicas e assuntos de gestão para empresas continuam em nosso foco. Tudo com o intuito de tor-nar os negócios em saúde muito mais dinâmico.Você também acompanhará aqui as novidades sobre os Colóquios de Saú-de da IT Mídia. Os encontros, que acontecerão ao longo do ano e contarão com a intermediação do professor e � lósofo Mario Sergio Cortella, convida-rão as lideranças do setor para uma re� exão acerca do que pode melhorar na relação entre os elos da cadeia. A proposta é que a partir desses encon-tros, pontes para uma convivência mais harmônica e rica sejam construí-das. Nesta primeira edição, você confere a entrevista com o � lósofo, realiza-da na última edição do Saúde Business Forum, onde o projeto teve início, e pode ver um pouco como os diálogos serão conduzidos.Ah, e quase me esqueço dessa outra novidade. A Saúde Business ganhou mais edições este ano, e passa a ser mensal a partir de agora. Portanto, nos encontramos no próximo mês.

Até lá!

lay_Carta.indd 10 17/03/11 12:14

Page 11: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-1 1 15/03/11 17:45

Page 12: Saúde Business - Ed. 18

1 2 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

.Com

as 10 mais cLicadas

eXPerts

JÚlio dE CArVAlHo a iMportÂncia da pEsQuisa

carvalho é formado em administra-ção de Empresas, MBa E-Business

e docência pela Fgvmestrando em administração Estratégica pela uni-

versidade de são caetano do sul

ÉriCo BuEno googlEaltEra algoritMo para valoriZar QualidadE

Especialista em sistemas de saú-de e diretor da Health consult

ildo MEYEr intErnEt E a saÚdE da MulHEr

palestrante motivacional e médico com especialização em anestesiologia

e pós-graduação em Filosofi a clínica pelo instituto packter

Falta de profi ssionais preocupainstituições de saúde

veja cinco dicas para construiruma marca no setor de saúde

anvisa divulga lista com25 produtos irregulares

Médicos na contramão

Médicos não sabem escrever? remuneração diferenciadaé discutida pela ans

Especial vagas: veja asoportunidades para 2011

Médicos não se previnem contra“doenças” do judiciário

Entrevista: veja as noveprioridades da ans até 2012

Médicos podem ver exames comaplicativo da apple

1 6

2 7

3 8

4 9

5 10

Leia e discuta com nossos experts os assuntos mais quentes do mês:www.saudebusinessweb.com.br/blogs

lay_com.indd 12 17/03/11 14:59

Page 13: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 1 3

Em foco: Custos administrativos fazem parte dos gastos com saúde do Grupo Abril Por Maria Carolina BuritiEm entrevista ao “ Em Foco”, a gerente de saúde e segurança da empresa, Neusa Burbarelli fala sobre a escolha do plano para os funcionários e os conflitos que envolvem o setor de saúde.Veja na Saúde TV: http://bit.ly/hm29A9

Em foco: Fiat mapeia saúdede 13 mil funcionários Por Maria Carolina BuritiDesde 2009, a Fiat Automóveis implanta um programa de qualidade de vida e saúde para os cerca de 13 mil funcionários. O supervisor de saúde ocupacional, Alexandre Veloso, falou ao “Em foco” sobre o trabalho desenvolvido na companhia.Veja na Saúde TV: http://bit.ly/iatbvQ

unimed entra em dois

novos segmentos

Webcats ENtrEVistAs

EduArdo SilVAE Então, protagonistas ou

coadjuvantEs?sócio-diretor da FBM consulting

João CArloS BroSSdilEMa: aMpliar o ExistEntE ou

EMprEEndEr uM novo!a rq u ite to e p re s ide nte d a B ros s

c o n s u lto r i a e a rq u ite t u ra

VErôniCA MESQuiTAErros acontEcEM, Mas não sE

prEvEnir.sócia da Mesquita & dornelas ad-

vogados associados, voltada para o direito sanitário

a seguradora unimed acaba de anunciar a criação da unimed odonto após ad-quirir por r$ 5,7 milhões 51% do capital de um plano dental com 20 mil clientes da unimed Federação Minas. a previsão é de que a novidade entre no mercado em abril próximo.de acordo com o presidente da seguradora, rafael Moliterno neto, a ideia é aten-der os clientes dos planos de saúde unimed, que somam 17 milhões no país e reunir as carteiras odontológicas de todas as cooperativas do sistema unimed que possuem plano dental. a carteira dental da unimed vitória, que tinha 40 mil vidas já foi adquirida pela seguradora.o grupo também anunciou sua entrada no segmento de ramos elementares como, por exemplo, seguro residencial para os médicos, assim como a proteção do patrimônio dos cooperados. além disso, haverá um seguro de responsabili-dade civil para médicos da cooperativa para cobrir o risco de processos judiciais ocorridos no exercício da sua profissão.a partir do segundo semestre, a seguradora de saúde vai oferecer às unimeds de pequeno porte um resseguro. com essa ferramenta, a cooperativa médica tem uma proteção em caso de altos sinistros.

Assista outras entrevistas no www.saudebusinessweb.com.br/webcasts

FOtO: thiNk stOCk

lay_com.indd 13 17/03/11 14:59

Page 14: Saúde Business - Ed. 18

14 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

.COM

opiniões

1. discussões que envolvem a “Voltada CPMF”Em artigo, o diretor da rede Nacional de Contabilidade, Mario Felipe, diz que a presidente Dilma roussef, em sua pré-candidatura, defendeu novos recursos para a arrecadação de fundos para a saúde em meio às críticas do fi m da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Felipe analisa o porquê do retorno da CPMF é mal visto pela sociedade brasileira.

2. a humanizaçãoda medicinaSegundo o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Antonio Carlos Lopes, o conceito é uma necessidade imperiosa, que passa pela mudança de mentalidade de todos os agentesdo sistema.

3. Médicos não sabem escrever?Em artigo, a advogada Verônica Mesquita aborda as questões sobre o preenchimento do prontuário do paciente, maior aliado do médico e da instituição de saúde.

cremer adQuire P. simon

POr r$ 25 MiLhÕESA Cremer, fornecedora de produtos para cuidados com a saúde, anunciou acordo para a compra da P. Simon, empresa que atua na fabricação de pro-dutos médico-hospitalares. A companhia pagará aos atuais acionistas da P. Simon um montante de aproximadamente R$ 25 milhões em três parcelas.Serão R$ 15 milhões na data de fechamento da aquisição, R$ 5 milhões após 12 meses da data fechamento da aquisição, e R$ 5 milhões após 24 meses.Segundo comunicado, após a primeira parcela, as demais “poderão ser reduzidas em função da receita futura da P. Simon para os exercícios de 2011 e 2012”. Em 2010, a receita líquida da A P. Simon foi de aproximada-mente R$ 22 milhões.“A aquisição está em linha com a estratégia da companhia em aumentar sua competitividade empresarial, complementando seu portfólio de produtos no mercado de descartáveis e consumíveis médico-hospitalares, ao mesmo tempo em que consolida sua plataforma de produtos plásticos para saú-de”, afi rmou a Cremer em comunicado ao mercado.

FOtO: thiNk StOCk

lay_com.indd 14 17/03/11 14:59

Page 15: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 1 5

Resultado da enquete

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, no final de dezembro, projeto de lei (PL) comple-mentar que prevê o direcionamento de 25% dos leitos de hospitais a usuários de planos de saúde. O então governador, Alberto Goldman, sancio-nou o texto, que virou lei complementar 1.131.A medida tem gerado polêmica no setor. Des-sa forma, o Saúde Business Web propôs uma enquete aos leitores. A pergunta foi: qual a sua opinião sobre o PL 45/2010 que destina 25% dos leitos públicos a pacientes com planos?A maioria dos participantes, com 49,65% dos votos, acredita que o governo deveria pensar em uma melhor forma para integrar os servi-ços público e privado.Com pouca margem de diferença, 36,88% dos internautas alegaram que a lei prejudicará aqueles que não têm condições de pagar um plano privado e que dependem exclusiva-mente da rede pública.E 13,48% dos votos avaliam o projeto de forma positiva e concordam com a seguinte afirma-ção: os procedimentos de alta complexidade e, portanto, de alto custo, são usualmente desviados pelos planos de saúde para o SUS. Os hospitais públicos poderão atender aos pacientes da rede privada, sendo ressarcidos.

no aR

Participe da nossa enquete! Vote em www.saudebusinessweb.com.br/enquete

Os médicos do Brasil protagonizaram inúme-ras greves no ano de 2010. Este ano parece não ser diferente. Médicos de todo o Brasil, que prestam serviços para operadoras de planos de saúde, decidiram paralisar suas atividades durante um dia inteiro no dia sete de abril - o dia mundial da Saúde. O embate entre os profissionais e operadoras vem de longa data. Dessa forma o Saúde Business Web que saber: as paralisações são um caminho eficaz para promover o entendimento entre os players?

q Sim. As greves fazem com que as opera-doras sofram fortes impactos financeiros e busquem atender às reivindicações dos pro-fissionais. Além disso, é um direito garantido pela constituição.

q Não. O histórico demonstra que as para-lisações de nada adiantam para chegar a um consenso. E quem padece, no fim das contas, é a população.

q Não. Existem outras formas de solucio-nar o problema. Negociação e judicialização seriam algumas das alternativas.

FOtO: thiNk StOCk

FOtO: thiNk StOCk

Pixeon anuncia novo escritório em sP e ExPANSãO PArA ALA brasileira Pixeon, especializada em soluções para o setor de diag-nóstico médico por imagem, prevê crescimento de 35% nas vendas em 2011. A projeção leva em conta a abertura de um escritório em São Paulo e a aquisição de novos clientes na América Latina.“Estamos estudando os mercados e suas particularidades, assim como a estruturação para atender a demanda internacional. Atu-aremos com mais ênfase na América Latina, visto que nosso mer-cado ainda é mais maduro se comparado aos dos países vizinhos” explicou o diretor comercial, Iomani Engelmann, em comunicado. Para atender aos clientes internacionais, a empresa, sediada em Flo-rianópolis (SC), já iniciou o processo de localização de softwares e ma-nuais, bem como o treinamento dos profissionais que atenderão aos estrangeiros.Ainda em 2011, a companhia planeja inaugurar um escritório em São Paulo (SP), com intuito de estreitar o relacionamento com clientes e for-necedores. De acordo com a empresa, o escritório facilitará os processos de suporte e acompanhamento dos estabelecimentos que possuem so-luções naquela região, além de facilitar a prospecção de novos negócios. LANçAMENtOSA empresa trabalha na finalização e homologação de softwares que visam maior qualidade de visualização e interpretação de imagens, além de outras funcionalidades. Alguns deles serão anunciados na 41ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR”2011).

lay_com.indd 15 17/03/11 14:59

Page 16: Saúde Business - Ed. 18

16 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

.COM

POR VERENA SOUZA

NYCOMED QUER DOBRAR DE TAMANHO EM CINCO ANOS

Com um faturamento de R$ 633,5 milhões em 2010, a norueguesa Nycomed pre-tende dobrar de tamanho no Brasil em cinco anos. Uma série de ações já estão sen-do tomadas neste sentido: a contratação de mais de 100 pro� ssionais, sendo que grande parte contemplará o time de vendas; um cronograma para o lançamento de novos produtos; e visitas em hospitais, com o intuito de crescer em diversas es-pecialidades médicas.A compra de laboratórios nacionais também está nos planos da companhia que, atualmente, comercializa 27 produtos no Brasil distribuídos entre as linhas de pres-crição médica, uso hospitalar e medicamentos isentos de prescrição (OTC). Entre os remédios mais conhecidos estão: Neosaldina, Eparema, Nebacetin e Dramin. Apesar de os principais líderes da farmacêutica juntamente com o board de acionis-tas estarem no Brasil para reuniões de negócios, os investimentos no País não foram divulgados. De acordo com o presidente da Nycomed Brasil, Luiz Eduardo Violland, o montante dependerá das operações a serem concretizadas nos próximos anos. “ Para uma boa oportunidade não existe limite de investimentos”, enfatiza Violland. Com um market share de 2% no segmento farmacêutico brasileiro, a multinacional ambiciona crescer, em média, 15% ao ano e, dessa forma, aumentar sua capilarida-de gradualmente.As áreas terapêuticas de maior foco no Brasil serão Gastroenterologia; Respiratória e Dor. Segundo o CEO da Nycomed, Håkan Björklund, a empresa não descarta de-senvolver produtos especí� cos para o mercado brasileiro.“35% de nosso faturamento global vem de mercados emergentes. A pretensão é chegarmos em 50%. O Brasil é a peça chave para a Nycomed”, disse Björklund.Argentina, Venezuela e Colômbia são outros três países da América do Sul em que a norueguesa, com sede na Suíça, está investindo. Recentemente, a companhia adquiriu os Laboratórios Farmacol, um grupo colombiano que opera nas áreas de Gastroenterologia, Ginecologia e Respiratória.Atualmente, a Rússia é o principal mercado consumidor dos produtos Nycomed, seguido do Brasil.

LANÇAMENTO 2011Um medicamento exclusivo para o tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crô-nica (DPOC), batizado de Daxas®, é a novidade da Nycomed para o Brasil. O preço do medicamento, que deve girar em torno de 1,30 euros está em fase de aprovação.A comercialização está prevista para o segundo trimestre deste ano. O remédio aju-da a diminuir as crises, também chamadas de exacerbações, retardando a progres-são da doença.Levando em consideração de que o mercado global de asma e da DPOC deve atin-gir a casa dos US$ 18 bilhões em 2011, a Nycomed pretende se estabelecer como uma das principais companhias da área respiratória.Além da crescente importância da multinacional em países emergentes, outro dife-rencial da farmacêutica, segundo Violland, está na autonomia das direções locais. “A Nycomed dá total liberdade para as administrações locais. Os processos de apro-vações são muito mais rápidos do que nossos concorrentes”, disse.Até 2015, a Nycomed pretende lançar no Brasil em torno de 10 medicamentos, entre extensões de linhas e novos produtos, nas áreas respiratória, tratamento da dor e isentos de prescrição. Os nomes dos novos produtos estão sendo aprovados ainda e podem sofrer alterações.

SIEMENS HEALTHCARE VAI INSTALAR MONTADORA EM JOINVILLE

A multinacional alemã Siemens Healthcare vai instalar uma montadora de equipamen-tos de raio-x e ultrassom em Joinville, Santa Catarina, em local ainda a ser divulgado. O investimento será de aproxi-madamente R$ 50 milhões e, segundo a companhia, irá gerar 50 empregos diretos. Ainda não há previsão de quan-do a unidade da Siemens vai entrar em operação.

FO

TO

: TH

INK

ST

OC

K

lay_com.indd 16 17/03/11 15:00

Page 17: Saúde Business - Ed. 18

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

AF_Anuncio Biofast_202x266mm.pdf 1 3/10/11 2:39 PM

Untitled-1 1 15/03/11 17:45

Page 18: Saúde Business - Ed. 18

1 8 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

POLÍTICA

POR MARIA CAROLINA BURITI [email protected]

FOTOs: DiVULGAÇÃO

provada no final de 2010, a Lei das Licitações está em vigor, mas ainda aguarda regulamen-tação. Enquanto isso não ocorre, sua redação e aplicação geram dúvidas no âmbito judicial. A lei prevê que no caso de empa-te na concorrência, a empresa nacional terá vantagem sobre uma estrangeira, mesmo que o preço da negociação seja até 25% maior. A medida incentiva o desenvolvimento do merca-do interno, mas em alguns se-tores, como o de saúde, deixa em aberto o que ocorrerá com

um mercado que importou no ano passado 18% a mais que em 2009, de acordo com a Associação Brasileira de Importadores de Equipamentos, Produtos e Su-primentos Médico-Hospitalares (Abimed).Enquanto aguarda regulamentação, a lei confunde advogados quanto ao princí-pio de igualdade da licitação. É o que diz o sócio do Mendes e Cassab Advogados Associados, Pedro Cassab. “A lei de licitação é rigorosa para ambas as partes. No momento de uma licitação não deve existir favorecimento para nenhuma das empresas envolvidas. A constituição garante o princípio isonômico”, comenta.Se por um lado, a nova lei incentiva a produção nacional e promete aquecer o mercado interno, por outro, considerando o setor de saúde onde grande parte dos suprimentos e equipamentos são importados, outras questões são coloca-das em jogo, como o custo de até 25% a mais por um produto, a qualidade e a se-gurança dos equipamentos e suprimentos e a capacidade do mercado nacional de atender a demanda crescente do setor.De acordo com a lei, o critério de desempate será aplicado conforme os fatores tributários, geração de emprego e desenvolvimento tecnológico no Brasil. A ad-vogada do Trench, Rossi e Watanabe, Heloisa Barroso Uelze diz que o critério

MudanÇas

À VisTANOVA LEI DAS LICITAÇÕES BENEFICIARÁ INDÚSTRIA NACIONAL, MAS AINDA HÁ DÚVIDAS SOBRE SUA UTILIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS

lay_POLITICA_licita.indd 18 16/03/11 12:09

Page 19: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 1 9

de desempate já existia, mas agora há a mudança da margem, que deve ser discutida em conjunto com os ministérios da Fazenda, do Desenvol-vimento, da Ciência e Tecnologia, do Planejamento e das Relações Exterio-res. “Deve existir uma consulta públi-ca, esse benefício sem regulamenta-ção não pode ser operacionalizado”, explica. Heloisa também lembra que muitos países já aplicam tal medida, como por exemplo, os Estados Unidos.

Opiniões“Não tem como a Abimed ser contra o

valor agregado que (a lei) traz à popu-lação. A única ressalva quanto a 495 é a segurança do paciente. Não seria razoável escolher um produto mais caro, se ele não trouxer segurança ou tiver uma segurança menor”, analisa o diretor da Abimed, Reynaldo Goto. Na opinião do executivo, o setor de saúde também deveria ter um tratamento diferenciado dos demais. “Na saúde é muito complexa a questão do orça-mento. Ela deveria ter um tratamento diferenciado, não se trata de um bem. Vai ser um custo para nação e, no caso da saúde vai se pagar mais caro? O go-

verno vai tirar de um bolso para por em outro”, questiona.Para o diretor institucional da Associa-ção Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontoló-gicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Márcio Bosio, a medida for-talecerá o mercado e tornará o País competitivo. “Vemos essa Lei como uma grande oportunidade para o Bra-sil desenvolver um setor de tecnologia acessível e reduzir o déficit da balança comercial. A nossa expectativa é que essa nova lei permita um incremento tecnológico no Brasil”, afirma.

Márcio Bosio, Abimo: impulso ao mercado nacional

Reynaldo Goto, Abimed: preocupação com a segurança do paciente

lay_POLITICA_licita.indd 19 16/03/11 12:09

Page 20: Saúde Business - Ed. 18

2 0 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

POLÍTICA

POR VERENA SOUZA – [email protected]

FOTO: PAULO PEREZ

esmo com as modi� cações previstas na Lei da Fi-lantropia para 2011, muitas demandas das institui-ções de saúde ainda não foram atendidas. A grande novidade da lei 12.101/2009 refere-se às entidades que regulavam o cumprimento das normas. A cer-ti� cação da instituição � lantrópica e a isenção de suas contribuições sociais que, antes, eram conce-didas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), agora, estão sendo reguladas pelos órgãos: Ministério da Saúde, Educação e Receita Federal.

“Passar para o ministério fazer o controle é interessante. No entanto, a lei não con-sidera a relação contratual entre o hospital e o gestor. O setor � lantrópico tinha ex-pectativa que as mudanças considerassem tal relação. Dessa forma, certi� caria as entidades que, por meio de um convênio local, cumprisse todos os pré-requisitos contratuais levando em conta as necessidades da região”, explica a superintenden-te da Santa Casa de Marília, Katia Ferraz Santana.Na área da saúde, para a certi� cação ou sua renovação, a instituição � lantrópica de-verá comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convênio ou contrato celebrado com o gestor local do SUS; deverá, também, ofertar a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60%; e comprovar, anualmente, a presta-ção dos aludidos serviços, com base no somatório das internações realizadas e dos atendimentos ambulatoriais prestados.Na opinião do advogado Dagoberto Lima, a sistemática da nova lei promove maior controle e transparência do setor. No entanto, deve gerar grandes di� culdades para instituições de pequeno porte devido ao sistema de gestão mais rudimentar.Apesar da inclusão dos atendimentos ambulatoriais no relatório prestados pelos

APESAR DO MAIOR CONTROLE E TRANSPARÊNCIA, RELAÇÃO ENTRE PRESTADOR E GESTOR LOCAL, TABELA SUS E ATENDIMENTOS AMBULATORIAIS SÃO ALGUNS DOS ASPECTOS QUE PRECISAM DE AJUSTES

NOVA LEI DA FILANTROPIA ESTÁ LONGE DE SER IDEAL

hospitais, segundo Kátia, o peso atribu-ído no cálculo deste indicador ainda é pequeno. “O componente ambulatorial pode ser usado sob um limite de 10% a 15% dos atendimentos diários. Isso é um fator limitador para a Santa Casa de Ma-rília, por exemplo, que tem um alto índi-ce de assistências ambulatoriais. Tinha que haver ajustes de acordo com as ca-racterísticas dos � lantrópicos”, enfatiza.Outro aspecto ressaltado por ela, re-fere-se à tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje a tabela SUS remu-nera abaixo do custo. A legislação de-veria levar em conta essa defasagem em relação ao custo real do procedi-mento”, afirma. Segundo Lima, as normas ficaram mais duras, e agora, as organizações devem correr para se adaptar, ou en-tão vão correr o risco de perder a cer-tificação e, consequentemente, a isen-ção de contribuições previdenciárias patronais e outros benefícios fiscais. A medida deve atingir cerca de 15 mil entidades em todo o País.

HOJE, A TABELA SUS REMUNERA ABAIXO DO CUSTO. A LEGISLAÇÃO DEVERIA LEVAR EM CONTA ESSA DEFASAGEM EM RELAÇÃO AO CUSTO REAL DO PROCEDIMENTO

KATIA FERRAZ, DA SANTA CASA DE MARÍLIA

lay_POLITICA_filantropia.indd 20 17/03/11 12:12

Page 21: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 2 1

Por Verena Souza – [email protected]

Fo

to

: div

ul

ga

çã

o

Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, no final de dezembro, projeto de lei (PL) complementar que prevê o direcionamento de 25% dos leitos de hospitais a usuários de planos de saúde. O então governador, Alberto Gold-man, sancionou o texto, que virou lei complementar 1.131.A medida claramente não agradou a grande maioria das entidades do se-tor. Em fevereiro, o Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), Instituto de Direito Sanitário Aplicado (Idisa), Conselho de Secretários Muni-cipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems/SP), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Fórum da ONG Aids do Estado de São Paulo, Grupo Pela Vidda -SP e Grupo de Incentivo à Vida (GIV) enviaram uma re-presentação ao Ministério Público Estadual contra a referida lei.Para o presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Es-tado de São Paulo (Sindhosp), Dante Montagnana, a população carente, que depende exclusivamente do SUS, levou uma rasteira dos políticos.“Não é justo que hospitais públicos concorram com os da iniciativa privada, que são altamente tributados, no mercado de saúde suplementar. O sistema público tem que ser gerido com recursos públicos”, afirma de forma catego-ria Montagnana.De acordo com ele, isso pode aumentar, ainda mais, a falta de vagas em ins-tituições públicas.No sentido contrário, para o diretor do Centro Cardiológico do Hospital Sírio--Libanês, Roberto Kalil Filho, a lei é benéfica para os hospitais e ajuda a evitar o sucateamento das entidades públicas.

rePreSentanteS do Setor enViam ao miniStério Público eStadual rePreSentação contra a medida, alegando Ser inconStitucional. Setor PriVado tem aValiação diferente

Lei dos 25% dos Leitosnão agrada entidades do setor

não é justo que hospitais púbLicos concorram com os da iniciativa privada, que são aLtamente tributados, no mercado de saúde supLementar. o sistema púbLico tem que ser gerido com recursos púbLicos

dante montagnana, do sindhosp

lay_POLITICA_leitos.indd 21 16/03/11 12:14

Page 22: Saúde Business - Ed. 18

2 2 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

ESPAÇO JURÍDICOESPAÇO JURÍDICO

guro é que vai pagar a indenização”.Diante deste cenário, a necessidade de regulamentação específica para o “turismo da saúde” é flagrante, de modo a trazer maior segurança tanto aos pacientes geradores da demanda quanto aos profissionais envolvidos. Dentre os temas a serem regulamen-tados, é importante destacar: a fixa-ção do país competente para dirimir eventuais conflitos em razão do ser-viço prestado; a necessidade de con-tratação de seguro específico pelo profissional prestador do serviço e instituição responsável pelo atendi-mento; a concessão de visto especí-fico para os estrangeiros que deseja-rem obter o serviço dentro do país; a concessão de benefícios tributários para aos profissionais e empresas ge-radoras desta demanda; a definição dos procedimentos e/ou tratamentos não reconhecidos pelo País; e a atri-buiçao de responsabilidade ao pro-fissional responsável pelo tratamen-to (conduta pré e pós atendimento).Não importa se a regulamenta-ção ficará a cargo do Ministério da Saúde ou do Turismo, mas sim que haja um consenso entre os órgãos, agências reguladoras e conselhos de classe para a obtenção de um re-gramento sólido que proteja tanto o paciente quanto os profissionais envolvidos e as empresas prestado-ras destes serviços.

FELIPE HANNICKEL SOUZA

ADVOGADO

Especialista em direito societário e regulatório na área de saúde suplementar. Integrante do escritório Salusse Marangoni Advogados.

TURISMO DA SAÚDE

– UMA TENDÊNCIApesar do tema não ser novidade para o mercado de saúde, cada vez mais os empresários e profissionais do setor sentem a necessidade de uma regulamentação, que trate do desloca-mento internacional de pacientes em busca de tratamento médico e hospitalar no Brasil. Nos últimos anos, a procura por tratamentos médicos e odontológicos no País tem aumentado

de forma considerável gerando receitas significantes para os players deste setor.De uma forma geral, o “turismo da saúde” pode ser entendido como a busca de tratamentos médicos, hospitalares[1] e odontológicos por pacientes fora do seu país de residência, visando qualidade no serviço prestado e custos redu-zidos se comparados aos praticados em seus países de origem. Ainda assim, muitos pacientes buscam outros países para atendimento médico em virtude das enormes filas para o tratamento de determinadas patologias provenientes de seus sistemas de saúde. Atualmente o Brasil tem sido visto como um alvo interessante para estes pa-cientes, já que é considerado um centro de referência para inúmeras especiali-dades médicas, tal como cirurgia plástica, ortopedia, gastroplastia, cardiologia e odontologia, possuindo profissionais altamente capacitados dentro de cada especialidade. Ainda assim, oferece complexos hospitalares com nível de ex-celência reconhecidos internacionalmente.Dentre os principais países “exportadores” destes pacientes estão Estados Uni-dos, Índia,Tailândia, Coreia do Sul, Cingapura, África do Sul e Costa Rica. Contu-do, é fato que cada um destes países possui um sistema jurídico distinto para o exercício da atividade médica, o que tem gerado grande preocupação para o mercado como um todo. Por esta razão, no momento da sua escolha os pacien-tes buscam um sistema jurídico confiável, com respaldo legal e eficiente. Importante destacar, ainda, que enquanto os grandes empresários do setor estão preocupados com as receitas geradas por este nicho de mercado, os pro-fissionais médicos levam em consideração a eficácia do tratamento, o que tem como eixo principal a relação médico-paciente, e sua eventual responsabiliza-ção pelos serviços prestados. Esta preocupação tem como base as vultuosas condenações de profissionais médicos por danos causados a pacientes no exercício da medicina, especificamente nos Estados Unidos. Nesta linha de raciocínio, segundo enuncia o colega Irany Novah Moraes “Há entre os médicos americanos, a tendência de admitir que a Justiça tem natu-ralmente uma forte inclinação a apenar o médico, pelo fato de saber que o se-

lay_juridico.indd 22 16/03/11 16:21

Page 23: Saúde Business - Ed. 18

S e m p re p ro n t o. S e m p re p e r t o.

A Rede de Hospitais São Camilo conta com o Certificado de Acreditação,

ou seja, suas práticas assistenciais e seu controle de qualidade têm

padrões de excelência comparáveis aos dos mais renomados hospitais

do mundo. Tudo para garantir a segurança do seu atendimento. Agora

você já sabe: o Hospital São Camilo é certificado. Para saber mais sobre

Acreditação, acesse www.saocamilo.com, Área de Clientes.

Pompeia – Av. Pompeia, 1.178 – (11) 3677-4444 | Santana – R. Voluntários da Pátria, 3.693 – (11) 2972-8000 | Ipiranga – R. Pouso Alegre, 1 – (11) 2066-7000

A Rede de Hospitais São Camilo conta com o Certificado de Acreditação,

ou seja, suas práticas assistenciais e seu controle de qualidade têm

padrões de excelência comparáveis aos dos mais renomados hospitais

A Rede de Hospitais São Camilo conta com o Certificado de Acreditação,

Quando você opta por um hospital com Certificado

de Acreditação, você está escolhendo um serviço com

padrões de qualidade e segurança reconhecidos nacional

e internacionalmente.

O Hospital São Camilo sabe. E está certificado.

É SEMPRE BOM SABER

Resp

. té

c.: F

áb

io L

uís

Pete

rlini

, CRM

54.

289

HSC12427019-An_Acreditacao_Rev_Epoca_202x266.indd 1 3/3/11 11:44:42 AM

Untitled-1 1 15/03/11 17:46

Page 24: Saúde Business - Ed. 18

2 4 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

NO SETOR

POR VERENA SOUZA - [email protected]

mediCina laboratorial

a PlENo vaPoR AUMENTO NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS, GERAÇÃO DE EMPREGOS, AVANÇO NAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES, ENTRE OUTROS FATORES, CONTRIBUEM PARA UM 2011 REPLETO DE OPORTUNIDADES. A BUROCRACIA PARA A INCORPORAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS PARECE SER A ÚNICA RESSALVA

mercado de medicina laboratorial vive um período de pleno avanço. Os índices positivos do segmen-to no ano passado apontam para uma linha de crescimento ainda mais vigorosa em 2011.Uma pesquisa da Websetorial, em parceria com Associação Brasilei-ra dos Importadores de Equipa-mentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) e Associação Brasileira de Importa-dores e Distribuidores de Implan-tes (Abraidi), constatou que, entre janeiro e novembro de 2010, a produção industrial no segmento

de materiais e equipamentos para medicina e diagnóstico cresceu 18% em relação a 2009.Segundo dados do Ministério do Trabalho, o setor gerou, no mesmo período, 7.635 postos a mais que o ano de 2009 – empregando um contingente de 108 mil pessoas em atividades de indústria e comércio.“A saúde suplementar é um mercado que depende do nível de emprego for-mal, que tem crescido nos últimos anos, favorecendo nosso segmento”, diz o CEO do laboratório Salomão & Zoppi, Luís Mário Bilenky.Os índices de importação e exportação também cresceram com relação ao ano anterior. Favorecido pela baixa do dólar, o país importou 21% e exportou 5% a mais que em 2009.“O câmbio foi um fator importante para o aumento das importações não só de tecnologias tradicionais. A biologia molecular, por exemplo, apresentou ex-pansão significativa com novos testes em desenvolvimento”, diz o secretário executivo da Câmara Brasileira do Diagnóstico Laboratorial, Carlos Gouvêa.De acordo com ele, as perspectivas, em 2011, são ainda mais animadoras para o mercado de diagnóstico laboratorial. “Com os negócios aquecidos, há pro-messas de novas aquisições de grupos privados e o consequente aumento de unidades de medicina diagnóstica”, explica.A compra da rede de diagnósticos Labs D'Or, do Rio de Janeiro, pelo grupo Fleury em dezembro do ano passado e a incorporação das ações de emissão da empresa MD1 Diagnósticos pela Dasa, em agosto passado, estão entre as úl-timas importantes movimentações do mercado.

“O setor tem percebido a importân-cia do diagnóstico precoce, o que reflete em benefícios à população”, afirma Gouvêa.

ENtRavES ao CRESCiMENtoApesar do avanço na busca de no-vas tecnologias, a incorporação de-las no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das principais dificuldades da medicina laborato-rial, segundo Gouvêa. “A eficácia e o benefício econômico de equipamentos e produtos de-vem ser avaliados. E este processo é muito democrático no Brasil, levan-do, muitas vezes, até mais de dois anos para aprovação de um produ-to”, disse. Para o secretário executivo, a RDC 25 da Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa), que obriga as empresas fornecedoras de pro-dutos para saúde a apresentarem junto à agência, no momento da so-licitação ou revalidação do registro do produto, a Certificação de Boas Práticas de Fabricação, impactará fortemente o setor no longo prazo.“Já existe uma fila de mais de três anos e meio para a validação de um registro de produto pela An-visa. Devido à demora corre-se o risco da tecnologia ficar obsoleta”, explica Gouvêa.Para se ter uma ideia, cerca de 200 inspeções foram feitas pela Anvisa no ano passado e, ainda, existem 700 pendentes.

lay_nosetor_medicina.indd 24 16/03/11 11:58

Page 25: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 2 5

Carlos Gouvêa, da Câmara brasileira do diaGnóstiCo laboratorial

Com os neGóCios aqueCidos, há promessas de novas aquisições de Grupos privados e o Consequente aumento de unidades de mediCina diaGnóstiCa

Foto: Divulgação

lay_nosetor_medicina.indd 25 16/03/11 11:58

Page 26: Saúde Business - Ed. 18

2 6 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

NO SETOR

POR VERENA SOUZA – [email protected]

ENTENDA O PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO

DAS OPERADORASNESTE ANO, A ANS INICIA QUARTA FASE DO PROGRAMA COM NOVA REVISÃO DO CONJUNTO DE INDICADORES. A COLETA DE DADOS É UM MECANISMO INDUTOR DA REGULAÇÃO DO SETOR E UM AUXÍLIO PARA QUE A AGÊNCIA ALCANCE OS OBJETIVOS COM SUA AGENDA REGULATÓRIA

m 2011, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deu início à quarta fase do proces-so de avaliação do Programa de Qualificação das Operadoras de Planos de Saúde referente ao ano de 2010. Para este ano, o conjun-to de indicadores foi revisto, so-frendo algumas modificações.O Índice de Desempenho da Saú-de Suplementar (IDSS) – criado como base para a coleta de dados para o programa - é um mecanis-mo indutor da regulação do setor, por intermédio do qual a agência sinaliza para o mercado os objeti-vos que pretende alcançar com a sua agenda regulatória.A implementação da avaliação

tem acontecido de forma progressiva, desde 2004 - ano em que foi concebi-do e lançado pela ANS. A primeira fase aconteceu em 2005 em duas etapas. Primeiramente avaliaram-se, os dados das instituições referentes a 2003 e, a segunda etapa, contemplou as informações de 2004. Nessas etapas o IDSS não foi divulgado por operadora.A segunda fase também se desdobrou em duas, com análise dos dados de 2005 e, depois, 2006. A terceira foi marcada pela ampla revisão dos indicadores e par-ticipação das operadoras em Câmara Técnica e Câmara de Saúde Suplementar.

AJUSTES EM 2011O programa é composto por quatro dimensões: Atenção à Saúde; Econômi-co-Financeira; Estrutura e Operação; e Satisfação do Beneficiário. Cada di-mensão tem conjunto próprio de indicadores e peso específico.De acordo com o especialista em regulação da ANS, João Boaventura Ma-tos, a premissa é que não houvesse mudanças para o ciclo 2010, posto que a ANS estuda modificações nos índices para 2011. No entanto, foram ne-cessários alguns ajustes na dimensão Atenção à Saúde, pois a ANS ficou impedida de coletar informações epidemiológicas devido a uma decisão

judicial, em ação proposta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).Diante disso, a exigência de aplica-ção do Código Internacional de Do-enças (CID) nas guias de Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS) foi suspensa. O Cremerj en-tende que a tabulação das informa-ções relativas ao CID nas guias TISS, se divulgadas indevidamente, viola-ria o direito à intimidade dos pacien-tes e o dever de sigilo médico.Dessa forma, para não haver preju-ízos ao programa, a ANS criou três novos indicadores desenvolvidos a partir de informações disponíveis: Proporção de consulta médica em pronto-socorro; Número de interna-ções por beneficiário; e Número de consultas médicas ambulatoriais por beneficiário.Os resultados do programa serão publicados no início do segundo se-mestre, com base nas informações enviadas pelas operadoras. “De um modo geral, as operadoras têm evoluído positivamente no to-cante ao IDSS. Em 2007, o percen-tual de beneficiários que estavam em operadoras com IDSS superior a 0,5 era de 52,6%. Em 2008, essa taxa passou para 60,2%, atingindo 63,6% na última avaliação disponível de 2009. Isso reflete uma evolução na qualidade dos serviços prestados”, enfatiza Matos.

POR VERENA SOUZA – [email protected]

ENTENDA O PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO

DAS OPERADORASNESTE ANO, A ANS INICIA QUARTA FASE DO PROGRAMA COM NOVA REVISÃO DO CONJUNTO DE INDICADORES. A COLETA

judicial, em ação proposta pelo Conselho Regional de Medicina do

Diante disso, a exigência de aplica-ção do Código Internacional de Do-enças (CID) nas guias de Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS) foi suspensa. O Cremerj en-tende que a tabulação das informa-ções relativas ao CID nas guias TISS, se divulgadas indevidamente, viola-ria o direito à intimidade dos pacien-

Dessa forma, para não haver preju-ízos ao programa, a ANS criou três novos indicadores desenvolvidos a partir de informações disponíveis: Proporção de consulta médica em pronto-socorro; Número de interna-ções por beneficiário; e Número de consultas médicas ambulatoriais

lay_nosetor_qualifica.indd 26 16/03/11 11:54

Page 27: Saúde Business - Ed. 18

R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S | 2 7

ENTENDA O PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO

DAS OPERADORAS

OS ÚLTIMOS RESULTADOS DO PROGRAMA REFLETEM UMA EVOLUÇÃO NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOSJOÃO MATOS, DA ANS

lay_nosetor_qualifica.indd 27 16/03/11 11:55

Page 28: Saúde Business - Ed. 18

2 8 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

GOVERNANÇA CORPORATIVAGOVERNANÇA CORPORATIVA

CARLOS AIRTON PESTANA RODRIGUES

DIRETOR-PRESIDENTE

DA GOVERNANCE SOLUTIONS

Diretor-Presidente da Governance Solutions e Professor de Governança Corporativa da BSP- Business School de São Paulo ([email protected])

SISTEMAS DE REMUNERAÇÃOE INCENTIVOS PODEMALAVANCAR OS RESULTADOS OU DESTRUIR OS NEGÓCIOS

m dos propósitos da Governança Corporativa é facilitar e estimular o desempenho das organizações criando e mantendo incentivos que motivem os dirigentes e cola-boradores das empresas (“corporate insiders”) a maximi-zar a sua eficiência operacional, o retorno sobre ativos e o crescimento da produtividade no longo prazo. Daí a im-

portância de se desenhar um sistema de remuneração e incentivos que efetivamente permita o alcance desses objetivos. Embora possa parecer uma tarefa simples esse é um dos temas mais controvertidos nas orga-nizações. É comum vermos casos de organizações que cometem graves equívocos em seus sistemas de remuneração e incentivos.Lembro de uma organização que desenhou um sistema de remuneração variável para sua equipe comercial baseado no crescimento do volume de vendas. O resultado no médio prazo foi uma considerável deteriora-ção do portfólio de produtos e uma queda significativa na rentabilidade das vendas. Isso porque a equipe se concentrava na venda dos produtos fáceis e deixava os mais difíceis de lado. Também por não existir uma po-lítica comercial restritiva, os vendedores “vendiam” os produtos mais di-fíceis com bonificações que muitas vezes chegava a quase 100%, ou seja, vendiam os mais fáceis e os mais difíceis chegavam a dar quase de graça. O resultado é que os vendedores embolsavam gordas comissões por cum-prirem suas metas de volume, mas a empresa amargava grandes prejuízos em seus resultados.Recordo-me também de um caso de uma empresa do setor imobiliário que pagava comissões aos seus corretores no ato do fechamento do negócio com o cliente. Caso o cliente desistisse da compra logo após o fechamento do negócio ou meses depois, a comissão do corretor estava sempre asse-gurada. Não demorou muito para perceber que esse sistema não incentiva-va os corretores a buscar clientes com o perfil correto para a aquisição dos imóveis. Pelo contrário. Era vantajoso para um corretor que uma venda fos-se desfeita, pois ele poderia vender aquela unidade novamente e embolsar

mais uma comissão. E há casos clás-sicos como o de muitas indústrias que incentivam as equipes a obter economias de escala através da produção de lotes econômicos em volumes cada vez maiores, não im-portando se os produtos ficarão pa-rados no estoque por falta de mer-cado, gerando com isso um grande custo financeiro para a empresa.A verdade é que um sistema de re-muneração e incentivos é o instru-mento mais efetivo para dizer aos executivos e colaboradores como eles realmente têm que se com-portar na empresa. Se uma empre-sa prega no discurso que as suas diversas áreas de negócio devem trabalhar em sinergia para maximi-zar os resultados da empresa, mas tem um sistema de incentivos que remunera baseado nos resultados individuais de cada área, não tenha dúvida que vai predominar o mo-delo de “cada um para si e o resto...”. Assim, podemos dizer que um bom sistema de remuneração e incenti-vos pode alavancar os resultados de uma organização. Entretanto, se mal desenhado pode jogar a em-presa num grande buraco.

lay_gestao.indd 28 16/03/11 16:22

Page 29: Saúde Business - Ed. 18

…um cordão valeouro

A cada dia a ciência tem comprovado a importância do uso das células-tronco no tratamento de inúmeras patologias, e os exemplos desses usos incluem diabetes tipo I e paralisia cerebral.

O sangue do cordão umbilical está repleto de células-tronco que podem curar, salvar e melhorar a vida de quem você mais ama.

O parto é o momento único. É nesta hora que os pais devem valorizar e preservar o futuro genético de seus filhos. Coletar

o sangue do cordão umbilical é simples, rápido e seguro, é um procedimento indolor tanto para a mãe quanto para o bebê.

A CordCell – células-tronco do cordão umbilical – é uma empresa nacional, localizada em São Paulo, pioneira em terapia celular. Seu parque biotecnológico é compatível com os mais completos e melhores centros de criogenia do mundo.

Pense nisso, pense no seu filho.A CordCell já pensou em vocês.

Como podemos proteger quem mais amamos?

Central de Atendimento24 horas0800 77 222 00

Acesse o nosso site www.cordcell.com.br para outras informações

Laboratório de Expansão e Cultivo Celular

Laboratório de Armazenamento das Células-Tronco

Laboratório de Processamento Celular

An_Anuário Hospital Best.indd 1 2/2/11 7:07 PMUntitled-2 1 15/03/11 17:58

Page 30: Saúde Business - Ed. 18

PÍLULAS

Mario Sergio Cortella

Formado em Filosofi a, com mestrado e doutorado em Educação, Cortella é professor titular de Graduação e da Pós-Graduação em Educação, e em Teologia e Ciências da Religião na PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral. É consultor e conferencista nas áreas de Educação e Filosofi a e autor de livros como Qual é a tua Obra? e Inquietações Propositivas sobre Gestão, Liderança e Ética.

3 0 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

construindo

PONTESPOR MARIA CAROLINA BURITI - [email protected]

A PARTIR DESTA EDIÇÃO VOCÊ VAI CONFERIR ALGUMAS PÍLULAS DO QUE TEM SIDO LEVANTADO NOS COLÓQUIOS DE SAÚDE, DA IT MÍDIA. A INICIATIVA PROMOVERÁ DIÁLOGOS ENTRE PLAYERS DO SETOR DE SAÚDE COM A INTERMEDIAÇÃO DE MARIO SERGIO CORTELLA. A PROPOSTA: BUSCAR MELHORES PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO NO SETOR

conflito, sem dúvida, existe. E ele é bom, pois faz crescer, avançar e reinventar”, essa é uma das afirmações do filó-sofo e professor da PUC-SP e professor convidado da Fundação Dom Cabral, Ma-rio Sergio Cortella. Para ele, o caminho de conflitos é positi-vo – nele há trocas de ideias e experiências em busca de um diálogo rico. O conceito se sobrepõe ao confronto, onde a discussão leva à ruptura.Durante o Saúde Business Forum, o debate sobre a éti-ca no setor de saúde ren-

deu bons “conflitos” e abriu caminho para futuras discussões. Elogiado por sua palestra e participação no encontro, Cortella foi convidado pelo presidente da IT Mídia, Adelson de Sousa, para mediar, no decorrer de 2011, três encontros com as lideranças do setor propondo o diálogo em busca de caminhos para melhores práticas de relacionamento no setor. Os “Colóquios de Saúde” têm o objetivo de fomentar os bons “conflitos” da cadeia convidando relevantes nomes do mercado para uma rica dis-cussão, propondo o diálogo para se construir um caminho convergente entre a cadeia: hospitais, operadoras, médicos, indústria e prestadores de serviço. Nesse espaço, a IT Mídia atuará como catalisador desse processo, reunindo o setor e criando os momentos para o diálogo.Os “Colóquios de Saúde” gerará um documento com propostas de diretri-zes de convivência. Durante esses encontros o caminho a ser percorrido e conduzido por Cortella será o do conflito, que busca a preservação da con-dição e da estrutura. Leia os principais trechos da entrevista com o filósofo.

lay_coloquios.indd 30 17/03/11 18:00

Page 31: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 3 1

Foto: Divulgação

lay_coloquios.indd 31 17/03/11 18:00

Page 32: Saúde Business - Ed. 18

3 2 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

PÍLULAS

hÁ uma situação tensa entre as operadoras e os prestadores de serviço, portanto ela precisa ser lidada de maneira que não indique ruptura, como uma enerGia que conduza a um acordo de operação

Um dos temas muito debatidos pelos agentes da cadeia e que geram grandes divergências entre médicos, hospitais e operadores é a ques-tão da remuneração. O que você pensa sobre isso? Cortella: Se a remuneração fosse justificativa para deslizes éticos, nós terí-amos que admitir algo inadmissível: que a pobreza é, por princípio, algo que admite a prática do ilícito, isto é, porque alguém ganha pouco ou não recebe o salário adequado, então tudo lhe será perdoado. Existem escolhas e ativi-dades que sem perder a natureza da profissão têm uma característica de não olhar a remuneração como sendo foco exclusivo. A saúde não é um crime perfeito onde só há vítimas. Só o crime perfeito tem apenas vítimas. A saúde não é um crime perfeito, pois ela tem vítimas e autores, múltiplos sujeitos para essa questão e por isso a remuneração é um dos pólos. Quem dera que fosse um pólo prioritário, porque se fosse o pólo, bastaria alterar o modelo de remuneração e estaria resolvido. A remuneração não é um único vetor que encaminha essa questão, ele é importante, mas não é exclusivo e não pode servir como algo que no momento tenha a capacidade de ser um atenuante. Uma constatação do setor é a discussão de entendimento da cadeia: operadora, fornecedores, hospitais, médicos. Essa é uma relação fragi-lizada, e por mais que se discuta uma harmonização, não se consegue ir além da discussão.Qual é a saída para o diálogo?Cortella: É criar instâncias, câmaras onde o diálogo possa acontecer. To-das às vezes em que se atua em conjunto se pode ter dois resultados dessa convivência: um que é saudável, porque ele faz avançar, é o conflito. Outro é

aquele que recua, que produz sérios danos, que é o confron-to. O conflito é a divergência de postura, de ideias. Nele o diálo-go tem presença; no confronto a ideia é anular o outro e que ele seja derrotado. Essa lógica de derrotados e vitoriosos é muito perigosa em uma área que é interdependente. A guer-ra civil não tem vencedor, ape-nas sobreviventes, por isso é preciso fazer um protocolo de harmonização das situações (na cadeia de saúde) de ma-neira que se proteja o futuro, porque se isso não for feito, o confronto virá à tona e sempre terá a lógica dos derrotados e vencedores; enquanto no con-flito é a idéia de preservação da condição e da estrutura.

Qual é a sua avaliação hoje da formação médica? O mé-dico de 30 anos atrás tinha outro valor para sociedade?Cortella: Quando eu exercia atividade nessa área( Cortella trabalhou na Secretaria de Saúde), o País tinha 120 mi-lhões de habitantes e hoje são 190 milhões. Isso gerou a ex-pansão exagerada das metró-poles, uma vinda muito grande das pessoas das áreas rurais ou das pequenas cidades para a área urbana, o que, sem dúvi-da, agrava a questão da saúde pública, a prestação do serviço de saúde em geral e, ao mesmo tempo, a demanda por profis-sionais, que obviamente aca-baram perdendo um pouco daquele charme que o exercí-cio da prática médica carrega-va, à medida, que o número de médicos e médicas que, de

lay_coloquios.indd 32 17/03/11 18:00

Page 33: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 3 3

Foto: Fotogama

É preciso fazer um protocolo de harmonização das situações (na cadeia de saúde) de maneira que se proteja o futuro

fato, são profissionais libe-rais nos dias de hoje, é um número muito reduzido. Há uma situação tensa entre as operadoras e os prestadores de serviço, portanto essa tensão precisa ser lidada de maneira que não indique ruptura, que possa até ficar no campo da tensão, mas que essa tensão seja uma energia que conduza a um acordo de operação, e não uma ruptura.

Durante sua palestra no Saú-de Business Forum 2010, você comentou sobre o “bio-cidio”. O que é o “biocídio” ? Cortella: Eu utilizo esse conceito e venho trabalhan-do esse conceito em alguns livros meus. O biocídio é o assassinato da vida, a morte da vida em várias circuns-tâncias e não só a vida hu-mana. É o assassinato das condições de equilíbrio do planeta, da comunidade, da cidade, do local de trabalho... São as mortes em grandes dimensões e as nossas pe-quenas mortes no cotidiano. Não a morte do corpo, mas a morte da esperança, da fraternidade, da relação de convivência alegre. A mor-te do prazer no trabalho, e então esse biocidio é algo para ser afastado, nós pre-cisamos afastá-lo, e ele em grande medida resulta de nós vivermos na forma mais automática das coisas. Por outro lado, desatenção com aquilo que a gente precisa notar no dia a dia, e por fim, claro, uma certa negligência.

lay_coloquios.indd 33 17/03/11 18:00

Page 34: Saúde Business - Ed. 18

3 4 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

EM CADEIA

3 4 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

EM CADEIA

lay_em cadeia.indd 34 16/03/11 16:36

Page 35: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 3 5

Por Maria Carolina [email protected]

Enquanto sE disCutE qual o sistEMa dE saúdE idEal Para o País, sua

rEgulaMEntação E os forMatos dE PagaMEnto, EMPrEsas MostraM

outros CaMinhos Para MédiCos E PaCiEntEs

discussão acerca da sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro envolvendo um novo modelo de remuneração como alternativa ao fee for service parece tomar corpo a cada dia.

Junto a ela somam-se queixas dos agentes do setor quanto a custos, fatores como o envelhe-cimento da população, e a insatisfação dos usuários, o acesso ao sistema público, a gestão

e a falta de recursos e o número expressivo de empregadores responsáveis por oferecer plano de saúde aos 47 milhões de usuários.

Os problemas e os desafios do setor são sabidos e debatidos por diversos prismas, inclusive por meio de artigos, opiniões e reportagens nesta e em outras mídias. Mas como decidir o

sistema certo para cerca de 190 milhões de pessoas? Em um sistema de saúde, a discus-são deve começar pelo ângulo e pelas vontades do paciente, esse é um dos argumentos

do livro “ Who Killed Health Care? America´s $Trillion Medical Problem and the Consu-mer-Driven Cure” traduzido no Brasil como: "Valor para o paciente- o remédio para o

sistema de saúde”, da professora de Harvard, Regina Herzlinger.A autora coloca o paciente como “senhor de seu destino”, dentro do sistema de

saúde como solução à situação atual do sistema nos Estados Unidos, onde apesar de se gastar muito não há um modelo eficiente para a população. “Vamos deixar

claro o que queremos: um sistema de saúde voltado para o paciente e que seja ao mesmo tempo melhor e mais barato” , escreve Regina logo no começo do livro analisando o modelo americano onde há gastos demais para saúde de menos. As ressalvas são muitas ao comparar os modelos, a economia, a cul-tura e a história de americanos e brasileiros, mas a discussão quanto a sus-tentabilidade de um modelo o os interesses, por vezes, pode se assemelhar.

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 3 5

lay_em cadeia.indd 35 16/03/11 16:36

Page 36: Saúde Business - Ed. 18

3 6 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

EM CADEIA

O remédio, segundo ela, é um sistema de saúde voltado para o paciente. Ou seja, um ambiente onde exista esco-lhas- e boas escolhas- para todas as classes sociais, um modelo onde o go-verno não seja responsável por todos os gastos e os empregadores - gran-des pagadores não tenham o papel de único provedor, pois há alternati-vas e boas opções para os desempre-gados e aposentados também. Um dos modelos citados por ela é o suíço, onde há subsídios para a população carente, os pacientes são os maiores pagadores e os doentes não pagam mais pelo seguro-saúde, para citar al-gumas características.No Brasil, a ideia não é mudar o sistema, pois o SUS é um modelo igualitário que garante universalidade no atendimen-to, apesar de sofrer algumas deficiên-cias de acesso. Por outro lado, há um sistema suplementar pago majoritaria-mente por empresas, poucos usuários em planos individuais e uma lacuna que pode ser preenchida por novos modelos e formatos de acesso à saúde. Atentas a esse nicho de mercado, algu-mas empresas já desenvolvem alterna-tivas ao convencional plano de saúde com consultas, atendimento hospita-lar e pagamento mensal - modelo que não atende economicamente e social-mente centenas de pessoas, excluídas pela informalidade de suas atividades, por idade e poder aquisitivo. Ao mesmo tempo que se tornam atra-tivos para alguns perfi s, as iniciativas não devem se limitar a um tipo de público, com o crescimento da econo-mia, as empresas empregam mais e novos consumidores podem ter aces-so ao um plano de saúde via empresa ou optando pelo plano individual. O fato é que, por conta dos reajustes para pessoa fí sica realizados pela Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o nicho empresarial se torna mais atrativo e o segmento de plano a pessoas fí sicas um terreno fértil a ser explorado por novas iniciativas.

idoSoSA pirâmide demográfi ca brasileira mudará e em 2050 haverá em seu topo um aumento de pessoas na fai-xa de 60 anos e, por consequência,

um afunilamento na base, composta por pessoas mais jovens. “Vamos ter três vezes mais idosos que temos agora e as pessoas na idade ativa, hoje, ajudam a pagar o plano do idoso. Amanhã o número de pessoas na idade ativa será menor’, afi rma o diretor exe-cutivo da Fenasaúde, José Cechin.Cechin, que já foi ministro da Previdência e atuou na presidência do Instituto de Estu-dos da Saúde Suplementar (IESS) sabe do “peso” do futuro no sistema de saúde brasi-leiro. As projeções sobre a pirâmide demográfi ca futura do País e a sustentabilidade do modelo motivaram o executivo a pensar em um novo formato que una plano de saúde e previdência privada.Tal ideia de parceria entre plano de saúde com uma operadora de previdência privada foi levada por Cechin à ANS e atualmente é um assunto estudado pelo órgão e foi inclu-ído na Agenda Regulatória- um conjunto de diretrizes trabalhados pela Agência, com perspectivas de conclusão ainda esse semestre.“Juntar o plano de saúde- onde se paga para estar coberto- com um plano de previdên-cia, que se contribui para ter dinheiro, é uma parceria entre uma operadora de saúde e uma de previdência", explica o diretor e questiona: “Elas existem no mercado e já fun-cionam há 10 anos. Por que inventar coisas diferentes? Vamos colocar juntas duas coi-sas que já existem no mercado”. Nesse modelo, o saque depois da aposentadoria garantiria um complemento à renda e ao mesmo tempo, a pessoa poderia usufruir de um plano de saúde em qualquer idade. Ela usufrui em curto e longo prazo. As notícias acerca da prioridade da Agência envol-vem uma possível parceria entre uma operadora de saúde e uma instituição fi nanceira que opere planos do formato do Vida Gerador e Benefi cio Livre (VGBL), possibilitando acumular recursos por um prazo contratado.O resgate do dinheiro que atualmente é sujeito ao imposto de renda deveria passar a ser isento de tributação, no caso de resgate para despesas médicas e planos de saúde. Para esse modelo, a ANS conta com o apoio dos representantes do setor.Há também focos de discussão que falam de modelo de pagamento por desempenho, onde o médico poderia receber de acordo com o seu atendimento, por exemplo, e por análise de saúde dos seus pacientes e não por consulta como ocorre.“Pessoas estão estudando isso, a ideia está sendo bastante discutida e precidsa ser ama-durecida. Não conheço muitas experiências. Mas tem que se discutir como se mede desempenho e quais seriam os indicadores. Primeiro é necessário defi ní-los, qual o va-lor e quais são esses critérios”, opina.

PrÉ-PaGo Foi por encomenda de um cliente da área de saúde que a APPI, especializada em meios de pagamentos, chegou ao modelo de cartão pré-pago. Na época, a pesquisa do setor apontou quatro condições: um produto sem mensalidade, extensível à família, sem li-mitações de uso- o usuário pode estar doente ou ter alguma restrição no nome, e preço baixo- uma consulta não poderia custar mais de R$ 100 reais.A empresa fornece a tecnologia, mas quem intermedeia o processo é um emissor que normalmente são empresas de benefí cios ou rede de farmácias. São elas que fazem o credenciamento de médicos e o usuário faz o pagamento no próprio consultório por meio de maquinetas no modelo POS ou via internet, antes de fazer a consulta. Ele não precisa carregar o cartão todo o mês e não tem um valor limite para recarga. A tecnologia está presente nas cidades: Itaperuna (RJ), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Poços de Calda e Varginha (MG) e em fase de implantação em Salvador (BA), já são 35 mil clientes e cerca de 400 médicos credenciados. “Você tem uma reciprocidade muito grande com o cliente, aderente aos requisitos dele, o produto é um diferencial alinhado a expectativa da classe C e D, eles representam 70%. Mas há idosos da classe A e B, por não ter condições de aderir ao plano”, explica o diretor da divisão de saúde, Alberto Techara.E é no público idoso e aposentado que o Sistema Independente de Saúde (Sinasa) tem mais apelo. O modelo se assemelha ao pré-pago no momento da consulta, mas os pon-tos em comum param por aí. Na Sinasa, há uma anuidade de R$ 396 e descontos em consultas e exames de laboratório.Segundo o sócio–diretor da empresa e idealizador do modelo, José Humberto Aff on-

lay_em cadeia.indd 36 16/03/11 16:36

Page 37: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 3 7

Foto: ricardo benichio

nossa ideia é começar a trabalhar com pessoas jurídicas. é mais justo para o empresário, disponibilizamos a agenda online, ele pode acessar a agenda dos funcionários e isso inibe um pouco o absenteísmo

affonseca, do sinasa

seca, a remuneração do médico por consulta custa a partir de R$42, valor mínimo de acordo com a Classifica-ção Brasileira Hierarquizada de Pro-cedimentos Médicos (CBHPM) reco-nhecido pela Associação Paulista de Medicina (APM) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). No caso de um hemograma feito em um laboratório credenciado pela rede, por exemplo, o preço é R$6, uma ressonância mag-nética custaria em torno de R$ 400. “São 40 mil associados só pessoa física. Nossa ideia é começar a trabalhar com pessoas jurídicas. É mais justo para o empresário, disponibilizamos a agen-da online, o empresário pode acessar a agenda dos funcionários e isso inibe um pouco o absenteísmo, eles têm acesso à informação”, analisa.É o acesso à informação que torna o cliente da Sinasa mais responsável por suas escolhas e, consequente-mente, pela sua saúde. Para agendar consultas, o cliente liga na central de atendimento ou acessa o sistema via internet e escolhe a especialidade do médico, marca a consulta e conhece dados como a formação acadêmica e títulos de especialização do médico, ou seja, o cliente opta pelo profissio-nal. Também existe um histórico das consultas médicas.Para urgências e emergências há uma parceria com o Grupo BEM- Emergên-cias Médicas, onde primeiramente é feito um atendimento telefônico e caso analisado a necessidade de in-ternação, uma ambulância transpor-ta o paciente até uma unidade hos-pitalar. A empresa não tem parcerias com hospitais para oferecer descon-tos nos atendimentos, mas no caso de uma cirurgia eletiva, o procedimento tem desconto de 35%. O Sinasa tem 3500 médicos cadastrados e atua em São Paulo, Grande São Paulo e alguma regiões do interior do estado, Belo Ho-rizonte e Grande Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e na capital carioca.Techara, da APPI, diz que nas regi-ões onde o cartão pré-pago atua não houve perda de clientes da saúde suplementar- e que é um mercado em potencial de R$ 14 bilhões. A em-presa ainda não está lucrando com o projeto. “No projeto, adotamos

lay_em cadeia.indd 37 16/03/11 16:36

Page 38: Saúde Business - Ed. 18

EM CADEIA

3 8 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

o cartÃo pré-pago é um diferencial alinhado a eXpectativa da classe c e d, eles representam 70%. mas também há idosos da classe a e b

techara, appi

uma política de não ter lucro. A rentabi-lidade foi baixa e será paga quando tiver volume, ainda não temos". A expectati-va é que daqui há três anos a empresa esteja com um faturamento em torno de R$ 20 milhões.

reGULaMentaÇÃoTanto o pré-pago da APPI quanto o cartão Sinasa não são fi scalizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por não se tratar de um plano de saúde. “Não os vejo como plano, eles não estão regulados pela ANS. São meios de pagamento, e isso mostra uma urgente necessidade de ter cobertura de eventuais planos de saúde. As pessoas estão valorizando ter alguma cobertura”, comenta Cechin.No caso de reclamação de ambos os sis-temas, os usuários recorrem aos órgãos de defesa ao consumidor como o Idec e o PROCON. Segundo Techara, a APPI faz parte de um núcleo de estudos que reúne empresas com atuação semelhante no mercado, é o Grupo Setorial de Pré-Pago (GSPP), no Banco Central.

MobiLidadePensando em atingir novos públicos com o sistema de meio de pagamento, Rede-card e Cielo oferecem soluções para pro-fi ssionais liberais. Nesse caso, a facilidade do pagamento parcelado em um cartão de crédito pode virar um atrativo para os pacientes e um meio seguro para o profi s-sional liberal, uma vez garantido o paga-mento pela operadora do cartão.Diferente da maquineta comum em es-tabelecimentos comerciais, o meio para transação é o aparelho celular do próprio médico. A solução oferecida pela Rede-card em parceria com a Vivo é oferecida via celular alugado- caso o usuário não queira utilizar seu próprio celular- com conexão 3G ou um celular comum que pode ter o aplicativo baixado via SMS. A vantagem, perante a um POS, são os tipos de taxa praticadas e a mobilidade.A concorrente Cielo tem uma parceria com a Apple para tornar iPhone, iPad e iPod touch em meios de pagamento como o POS. O download do sistema é feito pela App Store ou itunes e depois o

profi ssional se credencia em uma cen-tral. Nos doze primeiros meses é cobrada uma tarifa promocional de conectividade de R$ 9,90 por mês e a partir do 13º mês, a tarifa passa a ser R$ 19,90 mensais.“Os dados do pagamento são criptografa-dos e nenhuma informação do cartão fica armazenada no celular, o que garante um pagamento mais tranquilo por parte do consumidor e agilidade para os profissio-nais”, diz o diretor de de Desenvolvimento de Produtos e Mercados, Rogério Signorini.Em ambos sistemas, o aplicativo funciona como um POS pedindo dados como núme-ro do cartão, parcelas e valores. A Redecard trabalha com as bandeiras MasterCard, Visa e Diners já a Cielo opera com as mar-cas Visa, Mastercard, American Express. A Recard não tem informações sobre a quan-tidade de profissionais do setor de saúde que utilizam o aplicativo, mas acredita que o mercado de meio de pagamento móvel é promissor e pretende ampliar as bandeiras aceitas, já a solução da Cielo tem atraído pro-fissionais de saúde, pois eles já representam 35% dos afiliados da marca.

Foto: diVULGaÇÃo

lay_em cadeia.indd 38 16/03/11 16:36

Page 39: Saúde Business - Ed. 18

V-11834-13 An Rev Acreditacao TotalCor 20.2x26.6.indd 1 3/10/11 12:12:53 PM

Untitled-1 1 15/03/11 17:47

Page 40: Saúde Business - Ed. 18

4 0 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

ECONOMIA

água e outros recursos, associados, portanto, ao aumento do lucro no final do processo. São providências corretas, mas insuficientes diante da dimensão do fenômeno.A discussão sobre sustentabilidade tende a aumentar, pois os problemas estouram na vida de todos nós, a internet denuncia tudo rapidamen-te, a pressão social e dos governos será mais intensa. O setor saúde não estará fora desse movimento geral. Não há espaço para ilusões. Acatar a lei ambiental custa dinheiro, ain-da que a médio prazo possa resultar em maior produtividade e lucro para as empresas, como já demonstram experiências na indústria de cons-trução pesada- atividade tradicional-mente causadora de grandes modifi-cações ambientais.Se preservarmos o sentido original das expressões “sustentável” e “sus-tentabilidade”, há uma certa impos-tura em utilizá-las para tratar da con-tinuidade da empresa (seus lucros, seus negócios). A empresa que decla-ra compromisso com a sustentabili-dade compromete-se em arcar com os custos decorrentes da preserva-ção ambiental, ou, apenas pega caro-na na onda do politicamente correto, apostando que ninguém entenderá mesmo o significado da palavra?

MARIA CRISTINA AMORIM

EDUARDO PERILLO

Economista, professora titular da PUC/SP.

Médico, doutor em história econômica.

SUSTENTABILIDADE:AFINAL, O QUE É?

ustentável e sustentabilidade são expressões na moda: todo mundo usa com a garantia que produzirá bons efeitos, entre outros motivos, por que cada um entende como quiser o signi-ficado da palavra e ninguém é contra. Se recuperarmos a origem da expressão, na seara da economia e gestão das organizações, encontraremos um tema polêmico, com interesses em conflito.

E o tema é tão importante que merece ser tratado com mais responsabilidade pelos agentes econômicos — empresas e consumidores.Sustentável e sustentabilidade são expressões cunhadas no debate pela pre-servação dos recursos ambientais, na crítica severa aos modelos de desenvol-vimento econômicos lesivos ao meio ambiente. A base social e política dessas críticas formou-se, no período recente, após a barbárie de Hiroshima e Naga-saki. A proporção da tragédia levou muitas pessoas e instituições a impor limi-tes à evolução tecnológica e aos interesses comerciais.Na teoria econômica, um suave eufemismo cobre a desgraça da degradação ambiental: externalidades negativas, isto é: ações objetivando o crescimento econômico podem produzir efeitos não desejáveis — ou negativos — como no caso da extração mineral. Para contornar o problema, a teoria sugere que o governo imponha custos à produção de externalidades negativas. O agente degradador, por sua vez, faz conta rápida: quanto custa pagar multas versus o lucro da operação? Se o custo for inferior ao lucro, segue degradando. Bem, então, que se cobrem multas muito caras, tornando a degradação economi-camente proibitiva. Infelizmente, aumentar a multa não resolve o problema, ainda que o governo consiga de fato fiscalizar e multar, pois os agentes têm in-finitas formas de escapar ao controle, dentro da legalidade. O estudo do IPEA “Sustentabilidade ambiental no Brasil”, no capítulo dedicado ao Código Flores-tal, sugere que, além de punir, o Estado deve incentivar a preservação, ou seja, propiciar ganhos econômicos com as práticas de preservação.Muitas atividades do setor saúde são causadoras de externalidades negati-vas, como a produção de lixo e demais resíduos hospitalares, por exemplo. A discussão avança no setor (vejam, entre outros, os artigos de Reynaldo Brandt e José Carlos Abrahão na coletânea Para entender a saúde no Brasil 3, publicada pela LCTE em 2010). No geral, o apelo à sustentabilidade trilha o caminho de menor resistência, como redução do desperdício de energia,

lay_macroeconomia.indd 40 16/03/11 16:29

Page 41: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-1 1 23.09.09 12:02:41

Page 42: Saúde Business - Ed. 18

4 2 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

TECNOLOGIA

integração

a caminhoá cerca de dez anos, transferir um prontuário eletrônico ou qualquer outro tipo de informa-ção em saúde de uma instituição para outra no Brasil demandava um grande esforço por parte das equipes de TI para fazer a con-vergência entre os sistemas.Com o avanço do segmento de informática em saúde em todo o mundo, o crescimento expo-nencial de informações sobre o paciente geradas por soft wares clínicos e o surgimento de normas e conceitos em segurança do pa-ciente, o setor percebeu a necessi-

dade de trocar estas informações de forma simples e padronizada.O desenvolvimento de Registros Eletrônicos de Saúde (RES) pode trazer grandes benefí cios para todos os membros da cadeia, do paciente até a operadora, gerando processos mais rigorosos e seguros para o paciente. “O acesso à informação deve ser disponibilizado em benefí cio do paciente, lembrando que esse acesso deve obedecer todos os critérios legais de sigilo e estar liberado somente para pessoal autorizado”, lembra o diretor de negócios da eZ-Vida, empresa especializada em soft ware para saúde, Lincoln Moura.Ainda recente no Brasil, o conceito de RES já é adotado por seis empresas desen-volvedoras de tecnologia para a saúde. A criação destes soft wares convergentes foi possível graças a iniciativas do Conselho Federal de Medicina (CFM), que criou uma série de regulamentações para as informações geradas nos sistemas das instituições e parcerias com entidades especializadas em informática em saúde. Desde 2002, o CFM vem conduzindo discussões sobre como melhorar a qualidade dos sistemas de informação em saúde no Brasil. Com o objetivo de padronizar estas operações e facilitar a troca de informações entre o setor, a entidade, em parceria com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis), desenvolveu uma certifi cação com uma série de critérios a serem cumpridos pela indústria de soft ware abordando rigorosos critérios de segurança, integração, acesso e disponibilização de informa-ções. “A adesão à certifi cação é voluntária por parte dos desenvolvedores de soft ware

POR GUILHERME BATIMARCHI – [email protected]

VOCÊ JÁ IMAGINOU SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE DESENVOLVIDOS POR CONCORRENTES TRABALHANDO EM CONJUNTO, SEM FALHAS E UTILIZANDO A MESMA LINGUAGEM? SEGUINDO A TENDÊNCIA INTERNACIONAL DE INTEROPERABILIDADE ENTRE SISTEMAS, ENTIDADES DO SEGMENTO DE SAÚDE, INDÚSTRIA E GOVERNO TRABALHAM DESDE 2002 PARA CONSOLIDAR NORMAS E PADRÕES PARA MELHORAR A TROCA DE INFORMAÇÕES NOS REGISTROS ELETRÔNICOS DE SAÚDE

e não pretende criar um Sistema de Re-gistro Eletrônico de Saúde (S-RES) único, mas sim uma série de padrões para que a indústria de TI construa seus aplica-tivos dentro de parâmetros que permi-tam a convergência de forma segura e adequada”, explica o gerente executivo da Sbis, Marcelo da Silva.Os requisitos de segurança e acesso da certifi cação oferecida pelas entidades obedecem a padrões estabelecidos em normas internacionais, como o comitê ISO 215 de informática em saúde, o CEN European Committee for Standardiza-tion - TC251, a ICP-Brasil, e as resoluções 1638/2002, 1639/2002 e 1821/2007 do CFM. ”Com este conjunto de requisitos atendidos, o soft ware passa a ter uma linguagem padronizada, ser intero-perável e seguro. Atualmente, apenas seis empresas atendem os requisitos mínimos em seus soft wares e possuem a certifi cação”, acrescenta Silva. As solu-ções certifi cadas são : MV- PEP, da MV; o Thasy, da Wheb Sistemas; Serviço Onli-ne de Saúde, desenvolvido pelo Institu-to Municipal de Administração Pública, ligado ao Ministério da Saúde; o Smar-tPEP, da Medicware; o Medvil, da WPD, e o RMD-Clinic, da RDTI. Para Moura, a falta de padrões para representar essas informações difi-culta a comunicação entre eles, uma vez que nem todas as informações podem ser lidas pelos softwares. “É necessário que eles tenham uma ar-

lay_tecnologia.indd 42 16/03/11 12:18

Page 43: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 4 3

integração

a caminho

Saiba MaiS

Resolução cFm 1638/02 – Define prontuário médico e torna obri-gatória a criação da comissão de Revisão de Prontuários nas instituições de saúde.

Resolução cFm 1639/02 – Define as normas técnicas para o uso de sistemas informatizados para a guarda e manuseio do prontuário médico. a resolução foi revogada e substituída pela resolução 1821 em 2007.

Resolução cFm 1821/07 – Esta re-solução aprova as normas técni-cas relativas à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio de prontu-ários, autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde.

quitetura que reconheça todos os envolvidos na cadeia: paciente, mé-dico, hospitais e operadoras”.O executivo da eZ-Vida ressalta que no caso das operadoras de saúde esta convergência pode ser ainda mais benéfica. “A operadora começa a ter mais governança sobre suas operações podendo estabelecer parâme-tros de análise para o acompanhamento de doenças e até investindo em prevenção. Se a operadora tiver um sistema horizontal de acesso à infor-mação ela também terá acesso a quem realmente precisa de tratamento, reduzindo o número de procedimentos desnecessários e até mesmo acompanhando o quadro evolutivo de uma doença”.De acordo com Silva, o interesse em oferecer as melhores soluções ao mercado como diferencial competitivo tem feito com que a indústria de software desenvolva sistemas de registros eletrônicos de saúde, como o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), ferramentas de RIS/PACs e ERPs mais seguros e que atendam as novas demandas do mercado.Moura explica que um bom exemplo a ser seguido é o modelo canaden-se para criação e padronização de normas para a interoperabilidade de sistemas baseado em colaboração e envolvendo todos os membros do segmento de saúde. “A ideia central do Standards Collaborative é unir go-verno, prestadores, operadoras, conselhos e desenvolvedores para defini-rem quais padrões são necessários para o País e, a partir daí, determinarem quem vai trabalhar em qual conjunto de padrões. Com isto, eles buscam criar uma plataforma nacional para os setores público e privado, sem retra-balho e sem redundância”, completa.

o objetivo é que a

indústria de ti construa

seus aplicativos dentro

de parâmetros que

permitam a convergência

marcelo silva, da sbis

Foto: Divulgação

lay_tecnologia.indd 43 16/03/11 12:18

Page 44: Saúde Business - Ed. 18

Um dia o ser humano percebeu a força transformadora das ideias, derrubando cercas, barreiras, preconceitos e compartilhando livremente suas experiências.500 mil pessoas se reúnem espontaneamente no Festival Woodstock, 1969.

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 2 16/03/11 11:55

Page 45: Saúde Business - Ed. 18

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 3 16/03/11 11:55

Page 46: Saúde Business - Ed. 18

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 4 16/03/11 11:56

Page 47: Saúde Business - Ed. 18

Ele descobriu a força da mobilização coletiva fazendo valer suas escolhas.Os meios de comunicação explodem após a ditadura, mobilizando 300 mil em comício pelas Diretas Já, 1984.

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 5 16/03/11 11:56

Page 48: Saúde Business - Ed. 18

Ele viu a Cidadania emanar da conexão de jovens corações sedentos de liberdade, superando ortodoxismos e ecos do passado.A primeira mobilização de cunho não religioso em um país árabe nasce das redes sociais na Internet, reunindo 250 mil pessoas no Egito, 2011.

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 6 16/03/11 11:56

Page 49: Saúde Business - Ed. 18

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 7 16/03/11 11:57

Page 50: Saúde Business - Ed. 18

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 8 16/03/11 11:57

Page 51: Saúde Business - Ed. 18

Mais de 300 mil pessoas fazendo negócios e juntas na transformação do setor da Saúde no País, 2011.

O mundo já percebeu que só faz sentido se estivermos juntos.

Catálogo Hospitalar, a nova mobilização do setor de saúde.

Campanha Catalogo Hospitalar.indd 9 16/03/11 11:57

Page 52: Saúde Business - Ed. 18

5 2 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

EMPREGADORES

POR MARIA CAROLINA BURITI- [email protected]

nseridas no mercado de serviços, atendimento e produtos no setor de saú-de, as empresas deste segmento oferecem excelência em cuidados com o paciente, tecnologia, satisfação e inovação em prol do bem- estar das pes-soas. O conceito saúde é o cerne dos negócios dessas organizações e faz parte da mais simples ação do de seu cotidiano. Justamente por se tratar de companhias que “vivem” do lucro do setor, a imagem de um ambiente saudável para os seus funcionários pode parecer automática.Em saúde subtende-se uma obrigação dessas empresas com os seus

colaboradores tanto aqueles da linha de frente: médicos, enfermeiros biomédicos, farmacêuticos, quanto aqueles em funções administrativas ou mais distantes do paciente. Mas, afi nal, como é a gestão da saúde corporativa dessas empresas? Será que a preocupação com a saúde dos funcionários é constante? Há gestão dos crôni-cos, mapeamento de perfi s de risco? Os funcionários podem usufruir daquilo que elas oferecem ao mercado? Com essas questões, a revista Saúde Business entrevis-tou quatro empresas do setor para conhecer como é feita a gestão da saúde daque-les que direta ou indiretamente são responsáveis por outras vidas.Uma dessas organizações é o Hospital Israelita Albert Einstein, localizado na capi-tal paulista. Reconhecido pela atuação em alta e média complexidade, a entidade fi lantrópica possui 8.662 funcionários ativos e cerca de 2.000 colaboradores tercei-rizados. O hospital oferece aos seus funcionários, plano de saúde de acordo com o nível hierárquico. São três formatos: básico, pleno e sênior, sendo que o último está credenciado para atendimento no hospital. A entidade investe R$ 20 milhões por ano no benefí cio.

EMPRESAS DE SAÚDE OFERECEM EXCELÊNCIA E QUALIDADE EM ATENDIMENTO, RESTA SABER SE O CONCEITO É APLICADO COM SEUS PRÓPRIOS COLABORADORES

casa de ferreiro, esPeto de Pau?

“Nos casos oncológicos, tanto depen-dente quanto funcionário tem trata-mento ambulatorial de quimioterapia e radioterapia, independente do plano. Mas a área de internação é comple-xa, vivemos lotados, então não temos espaço para atender os funcionários e dependentes”, explica a diretora de recursos humanos do hospital, Miriam Branco. O tratamento também pode ser oferecido em outros casos cuja especia-lidade for diferencial na entidade. “Mas é caso a caso. Se fi zermos uma análise que isso é melhor para o colaborador”.A farmacêutica Pfi zer tem um progra-ma de distribuição de medicamentos para os cerca de 3.000 funcionários e dependentes. O remédio da marca é oferecido gratuitamente, mediante prescrição, para os funcionários e seus dependentes incluindo os pais dos co-laboradores. Para remédios de outras empresas existe descontos em farmá-cia. “Dependendo do tipo de medica-mento e do salário há abatimento do valor. Quanto menor o salário, maior o desconto. Qualquer farmácia oferece o benefí cio”, conta a diretora de recursos humanos da Pfi zer, Lisandra Ambrósio.Como o Albert Einstein, a empresa também oferece o plano de saúde con-forme o nível hierárquico. São duas operadoras, a Unimed e a Sul América, e cerca de cinco opções de benefí cio. Conhecida pela fabricação do Lipitor, remédio para controle do colesterol, a empresa não tem um programa espe-cífi co para o combate ao colesterol alto, mas o controla em conjunto com as do-enças crônicas.Com um porte menor se comparada as demais, a Funcional, consultoria em gestão de saúde e no gerenciamento de medicamentos, entra em campo auxiliando empresas de diversos seg-mentos na gestão da saúde corporati-va. A empresa oferece às companhias uma série de descontos e subsídios em medicamentos com o objetivo que o tratamento à doença seja fi nalizado. Junto ao benefí cio de medicamentos são feitas ações como levantamento da saúde da população, administração dos descontos em folha de pagamento e o acompanhamento do tratamento via call center.

lay_empregadores.indd 52 16/03/11 12:16

Page 53: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 5 3

Foto: divulgação

Os 67 colaboradores da empresa têm plano de saúde subsidiado em 90% para o titular e um subsidio de cerca de 50% para os dependentes. Há descon-tos oferecidos para todos os medica-mentos e os dependentes também usu-fruem do benefício. Quanto à gestão da saúde dos colaboradores internos, não existe um mapeamento, com índices e perfis de doenças, mas um acompa-nhamento informal feito pela equipe que realiza as consultorias. A empresa não revela o número de integrantes. “O médico faz um acompanhamento com os nossos colaboradores, quando há ausência do trabalho que denote do-ença crônica, suprimos essas situações. Ele direciona a palestras promovidas em parceria com a operadora”, explica a gerente de recursos humanos da em-presa, Sibeli Brilhante. gestãoCom distintas frentes de atuação, mas complementares dentro de um mes-mo segmento o que essas empresas têm em comum é o olhar atento à pro-moção de saúde. Em ações menores ou programas bem estruturados, as companhias consultadas sabem da im-portância da qualidade de vida de seus funcionários. E foi com esse viés que o laboratório mineiro Hermes Pardini iniciou em 2009 o mapeamento da sua população. O projeto foi apresentando no evento “Gestão Estratégica de Saúde Corporativa” no mês de fevereiro, pela coordenadora de sustentabilidade da empresa, Romilda Neves.Romilda e sua equipe pensaram em promoção de saúde e tiveram como resultado uma redução de sinistralida-de. O custo per capita é de 120 reais, o plano de saúde oferecido é da Unimed de Belo Horizonte. “Nosso plano é igual para todos colaboradores. Temos o Unimax- espécie de plano top da Uni-med também para os dependentes”, afirma. O convênio cobre a realização de exames pelo laboratório mineiro. O mapeamento da população é feito por três entradas: carteira assistencial, um “inquérito de saúde” levantamento da equipe de médicos Hermes Pardi-ni com questionários sobre hábito de vida, medição do IMC e avaliação física

vimos no desenho que não bastava só oferecer um plano de saúde. por ser uma empresa de saúde, tínhamos que ir além

lisandra, da pfizer

lay_empregadores.indd 53 16/03/11 12:16

Page 54: Saúde Business - Ed. 18

5 4 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

EMPREGADORES

com a Gestão inteGrada, os colaboradores Ganham, a empresa Ganha, pois reduz absenteísmo e a relaÇão com a operadora também Ganha porque conseGuimos fazer Grandes neGociaÇÕes

e o Programa de Controle Médico e Controle Ocupacional (PCMCO).Hoje a empresa sabe os grupos de risco da população de aproximadamente 3.000 pessoas e ela-bora programas em cima dessas informações. Como sabem que a maioria das mulheres está em período fértil foi criado um programa de gestação saudável. Também há reeducação alimentar e programa antitabagista. “Com a gestão integrada, os colaboradores ganham, a empresa ganha, pois reduz absenteísmo e a relação com a operadora também ganha porque conseguimos fazer grandes negociações”, analisa Romilda.A gestão também é uma preocupação do Einstein. O hospital tem uma equipe com 15 funcioná-rios composta por médicos e enfermeiros e um banco de dados com o perfi l dos colaboradores. Um dos grupos que se destacam são as mulheres que representam 70% dos funcionários. Para elas há um programa de saúde da mulher com a realização de um “check up” ginecológico e a realização dos exames dentro da própria empresa. O acompanhamento é realizado por um gi-necologista integrante da equipe. As gestantes também contam com um programa especial em paralelo ao pré-natal com orientação alimentar e psicológica. No programa de qualidade de vida atua em três frentes: educação, saúde e lazer. Ainda com foco na mulher, o hospital disponibiliza creche no local.

açãoQuando se trata de saúde da população o ditado “É melhor prevenir do que remediar” é providen-cial. As empresas estão cada vez mais investindo em programas de qualidade de vida e promo-ção de ações como reeducação alimentar e atividade fí sica pode resultar em redução de sinis-tralidade, melhores negociações com plano de saúde e bom clima organizacional. Aqueles que investem no mapeamento da população e na gestão de cada perfi l de risco consegue trabalhar os grupos.A prevenção foi uma das diretrizes da Pfi zer quando estava revisando o benefí cio saúde. “Vimos no desenho que não bastava só oferecer um plano de saúde. Por ser uma empresa de saúde tí-nhamos que ir além”. A empresa possui academia para os funcionários e subsídio para os repre-sentantes comerciais que atuam em outras regiões do País, grupo de corrida, vigilantes do peso e um restaurante com sistema de pontos para cada alimento nos moldes do programa. Para se ter uma ideia, em 2004, uma corrida de rua organizada na capital paulista por empresas reuniu 6 colaboradores da Pfi zer. Em 2010 foram mais de 200 corredores e a farmacêutica foi a terceira empresa que mais levou funcionários.A Pfi zer reúne bimestralmente o RH e representantes dos fornecedores de saúde para acompa-nhar e analisar estatísticas e cruzar dados dos colaboradores. Lisandra acha difí cil estimar uma redução da sinistralidade, mas afi rma: “O que notamos de uma maneira geral são os gastos com sinistralidade mantendo a média”.No Einstein há uma série de atividades fí sicas como dança de salão, grupo de corrida com perso-nal trainer, quick massagem, yoga e uma academia com inauguração planejada para este primei-ro trimestre. Algumas atividades são subsidiadas pela entidade e outras gratuitas como a massa-gem. Segundo Miriam, se o benefí cio é pago integralmente não há comprometimento. No caso da detecção de uma determinada doença que pode obter melhora ou controle com a atividade fí sica, o benefí cio pode ser gratuito. Mas isso é analisado caso a caso.A executiva não acredita que isso contribua para a retenção do profi ssional. ‘Satisfação eu acredi-to que sim, mas não acho que alguém fi que em uma empresa por isso. É um conjunto de coisas. Agora o caso da creche é bastante signifi cativo”. O hospital ganhou o prêmio da Associação Brasi-leira de Qualidade de Vida (ABQV) e por ano gasta R$ 560 mil com o programa.A Funcional está iniciando ações em prol da qualidade de vidas e por enquanto a empresa aplica a ginástica laboral. Para o Hermes Pardini, a aplicação da ginástica laboral, alongamento e dinâmi-cas também ajudam na integração dos colaboradores. Após o mapeamento, o grupo de corrida foi fortalecido e foram acordadas parcerias com academias de ginástica. Romilda diz que as próximas ações serão destinadas ao grupo com dores musculares, outra população mapeada pela empresa e enquadrado em um dos grupos de risco. Sobre os resultados, a executiva apesar de não dispor de todos os dados, comemora: “Reduzimos 17, 5 dias em atestados médicos em 2010 se comparado a 2009. A redução de custo é de 150 mil reais somente em 2010 se comparado ao ano anterior”.

romilda, do hermes pardini

lay_empregadores.indd 54 16/03/11 12:16

Page 55: Saúde Business - Ed. 18

R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S | 5 5

RECURSOS HUMANOS

vocação aos novos talentos: Estariam eles explorando seus potenciais de tal forma a serem percebidos pelos seus superiores? Estariam eles dispostos a aprender “coisas novas” a partir de “coisas velhas”?A arte da diferenciação se dá pela ampliação de nossos mapas mentais e isso também ocorre quando esta-mos dispostos a aprender, reapren-der e apreender. E tais possibilidades são aumentadas quando nos aproxi-mamos e atraímos pessoas com ex-periências e vivências diferentes das nossas, sejam elas ocasionadas pelas diferentes áreas de atuação, estilos, perfis ou preferências.E para finalizar, o que mais tenho percebido é que boa parte dos líde-res e organizações tem valorizado, inclusive monetariamente, aqueles profissionais que conseguem ter vi-sões e principalmente ações com in-gredientes diferenciados e para isso será cada vez mais determinante ex-plorar os perfis dos jovens talentos. Para tanto, um de nossos desafios é permitir a musicalidade, arte, cultura e, sobretudo alegria em nossas ações. Nosso maior exercício profissional será tornar nossas experiências, ta-lentos e competências, uma raridade. Aí sim, alcançaremos a diferenciação.

ADILSON SOUZASÓCIO-DIRETOR DA HEADHUNTER

E DA ESTAÇÃO RH CONSULTORIA EMPRESARIAL

Mestre em psicologia e pós-graduado em administração de empresas e RH. Bacharel em economia, coach de empresários, executivos e atletas. Master-trainer em programação neurolinguística. [email protected]

TALENTOS EM AÇÃO:A ARTE DA DIFERENCIAÇÃO

s líderes atuais estão de fato preparados para lidar com os no-vos talentos? E os novos talentos sabem se posicionar de tal forma a serem percebidos por seus colegas e superiores por suas competências? Eis aqui dois questionamentos que, ao meu ver, são, além de atuais, desafiadores para ambas as par-tes. O primeiro refere-se a como os líderes têm observado os

jovens que estão iniciando no mercado de trabalho e alguns deles já atuando há algum tempo, e aqui me refiro àqueles que adentraram em suas posições de trabalho nos últimos cinco anos. Será que os líderes têm conhecimento so-bre os potenciais de seus jovens talentos? Conhecem seus hobbies, aptidões, talentos para música, pintura, arte, esporte, dentre outras. O quanto desses ta-lentos deixam de se explorados pelos líderes em prol da organização e do pró-prio desenvolvimento desses jovens, que geralmente possuem grande ener-gia e por algumas vezes estão desestimulados em seus postos de trabalho, uma vez que nem ao menos são exigidos para pensar e tão somente “estimu-lados” a executar ideias das quais se quer contribuíram. O quanto isso poderia ser motivador para esses talentos e para o desenvolvimento das organizações se os convidassem de fato a contribuírem para a melhoria da performance organizacional. Ao mesmo tempo em que se fala de inovação e criatividade há um contrassenso no que diz respeito à oportunidade gerada para os novos talentos e aqui também não quero direcionar a responsabilidade apenas e tão somente para os líderes e organizações.E aqueles talentos que já têm mais de 5, 10, 15, 20 ou até 25 anos de mercado, estariam eles contribuindo, explorando seus talentos em prol de seu desen-volvimento e também da organização. Quantas competências desses profis-sionais são utilizadas no pós-expediente, finais de semana e atividades extra--trabalho e que ao menos são percebidas pelos seus líderes.O que há em comum entre os jovens talentosos e os profissionais que já estão no mercado de trabalho há muito tempo? A resposta é o talento. O que há de diferente é que os jovens ainda desejam levar esses talentos para as empresas e os profissionais, boa parte deles já desistiu. Pensem nisso!É claro que há um desa� o considerável para os jovens e aproveito para trazer uma pro-

lay_RH.indd 55 16/03/11 14:11

Page 56: Saúde Business - Ed. 18

5 6 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

CARREIRAS

aFrOuXandO a

GRAVATAÉ CRESCENTE OFERTA DE CURSOS QUE PROPORCIONAM AO EXECUTIVO O DESENVOLVIMENTO DE VISÃO ESTRATÉGICA A PARTIR DE ÂNGULOS DIFERENTES

Coordenados por experts, os cursos que mesclam sua dinâmica com a capacitação de líderes partem da percepção de que um bom executivo baseia-se nos fundamentos do golfe, da arte ou da estratégica de um guer-reiro. Assim, as planilhas dão espaço ao taco, as salas de reunião viram um palco, o escritório vai ao tatame ou ao forte militar. “Em cursos assim, as competências cognitivas acabam se desenvolvendo na prática, permitin-do ao executivo vivenciar fisicamen-te a realidade dos conceitos”, explica o consultor da Clarear Propósitos e Pessoas, Eduardo Farah. “Mas uma experiência positiva só vai aconte-cer se o executivo estiver realmente trabalhando na área de seu interes-se, pois o trabalho lá fora precisa ser gratificante; e desde que ele procure um curso que seja prazeroso. Caso contrário, terá problemas de desco-nexão, afetando um dos pontos mais importantes, que é a relação entre prazer e propósito”, conclui Farah.

FRED LINARDI - [email protected]

a arTe da GuerraVoltar às origens do termo estratégia foi a base para estruturar a pós-graduação Estratégias Militares para Executivos, na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). “O termo estratégia tem assumido conotações diferentes. Ao elaborarmos este curso, percebemos que a maneira eficaz de trazer uma nova visão de estratégia foi resgatar a velha estratégia militar”, esclarece Coronel Edson de Souza Rodrigues, um dos coordenadores. Os princípios do chinês Sun Tzu, que escreveu A Arte da Guerra no século IV a.C., baseiam toda a grade das aulas, transmitidas teoricamente.Toda a abordagem teórica é feita neste paralelo, incluin-do geopolítica e relações internacionais – como pensam seus concorrentes e as diferentes culturas do seu e de ou-tros países? Ao final do curso é feita uma grande dinâmi-ca prática, num ambiente militar, onde os alunos devem concluir uma missão. São provas que desafiam a criativi-dade e resgatam competências ainda não conhecidas.Enquanto fazia o curso, Rafael Possik, sócio-diretor da Ramalhete Agropastoril, passava por um período de sucessão de produção para cana-de-açúcar. “Um cur-so deste não traz manual de instruções. Na hora das decisões, não há ninguém para resolver por você, e o contato com essas ferramentas fez diferença nesta quebra de paradigma”. O curso oferece também uma experiência opcional de viagem para lugares específi-cos, como uma base militar na Amazônia, como acon-teceu no ano passado.

curso: Pós-graduação em estratégias Militares para executivosonde: Fundação armando alvares Penteado (Faap), são Paulocarga Horária: 360 horasInvestimento: r$ 19 mil

lay_carreiras.indd 56 16/03/11 16:33

Page 57: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 5 7

Presença de PalcoNão é novidade que as técni-cas de teatro ajudam muito no pensamento rápido de uma decisão, no improviso diante de surpresas, no relaciona-mento com diferentes pesso-as e, claro, na comunicação eficiente com o público em geral. Mesmo longe de serem artistas, os executivos entram em contato com sua persona-lidade e traços marcantes, e como eles podem ser traba-lhados a seu favor. A evolu-ção das aulas é feita de forma individual, mas entre o grupo de alunos- que observam a postura daquele que se apre-senta- fazendo parte deste processo em que todos estão neste mesmo barco. Além de reconhecerem as ferramentas de sua comunicação, os pro-fissionais se habilitam para a necessidade de fazerem o seu melhor em momentos únicos, como acontece nas apresenta-ções de atores de teatro.

curso: Teatro para executivosonde: Fundação armando alva-res Penteado (Faap). são Paulo-sPcarga horária: 24 horasInvestimento: r$ 1.100,00

ação naTuralos maiores mestres vencem as bata-lhas antes mesmo de seu início, es-creveu Sun Tzu. Baseado também na arte da guerra, foi administrando sua rede de academias que o psicólogo e mestre de kung-fu, José Balestrini, percebeu os pontos em comum en-tre as atividades. “Tudo o que usamos na administração tem no kung-fu e a ideia foi levar este conhecimento na prática ao executivo, para que sintam isso pisando no tatame”, explica. O programa começa sempre com aulas particulares, passando os conceitos de disciplina, objetivo, responsabili-dade, fidelidade, poder de adaptação e resiliência. “Vejo a disciplina como uma das chaves. As pessoas buscam, mas não conseguem encontrar uma forma de desenvolvê-la. Alguns con-seguem tê-la apenas no trabalho, mas não para o lazer ou para a famí-lia”, diz. Um dos conceitos principais do curso é o do Wu Wei que é traduzi-do pela ação natural que temos dian-te de um desafio, respondendo de forma intuitiva qualquer mudança de seu ambiente.

curso: artes Marciais para executivos onde: escola lung Fu. natal-rncarga Horária: horas – aulas particularesInvestimento: r$ 3.000,00

Queda de MáscarasQuem já passou por uma entrevista de alto cargo numa grande empresa, já pode ter se deparado com a pergunta sobre suas aptidões no golfe. Mesmo ainda tímido no Brasil, o esporte tem assumido a mesma importância de outros países, onde é praticado em importantes encontros profissionais. Mais do que isso, a empresa New Golf, junto com a consultora Melissa Cam-pos, da MCampos Consultoria, perce-beram que o esporte ainda dava mais jogo. É que ele une a descontração e elementos que englobam a decisão e autocontrole. “A descontração faz as máscaras caírem, enquanto que o jogo depende de ética, respeito e cordiali-dade. São valores pessoais que o jogo permite que as pessoas se mostrem do jeito que realmente são”, analisa a consultora. Em torno do aprendizado, além dela, que faz o coaching, ficam psicólogos e instrutores de golfe. Como o esporte ainda é novo no Brasil, al-guns alunos precisam passar por um workshop de primeiros passos do gol-fe, para depois poderem aproveitar as aulas visando suas carreiras.

curso: Golfe para executivosonde: são Paulo-sPcarga horária: 8 horas (variáveis de acordo com a necessidade individual)Investimento: sob consulta

FoTo: Fernando sIlveIra FoTo: dIvulGação

In loco: aulas de estratégia em base militar na amazônia

disciplina, objetivo e responsabilidade são desenvolvidos com kung-fu

lay_carreiras.indd 57 16/03/11 16:33

Page 58: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-2 2 17/03/11 16:31

Page 59: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-2 3 17/03/11 16:31

Page 60: Saúde Business - Ed. 18

6 0 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

VAI E VEM

DEPOIS DA PHILIPS, DAURIO SPERANZINI ASSUME VICE-PRESIDÊNCIA NA GE HEALTHCAREDepois do anúncio de que a América Latina passa a ser um pólo independente, a GE Healthcare anuncia a contratação de Daurio Speranzini para o recém-criado cargo de vice-presi-dente e gerente geral de GE Healthcare Systems para a região.Na nova estrutura da companhia, Speranzini vai se reportar diretamente a Rogerio Patrus, presidente e CEO da GE Health-care para a América Latina, e Omar Ishrak, presidente e CEO global da GE Healthcare Systems.Segundo informou em comunicado, Speranzini dará con-tinuidade a estratégia de crescimento comercial na região, com foco no desenvolvimento de produtos voltados ao mer-cado da América Latina.Graduado em Engenharia Mecânica pela FEI, tendo cursa-do MBA no Mackenzie e mestrado em Business Manage-ment no MIT, Dauzio Speranzini já comandou operações de grandes empresas como Guerbet Group, Akzo Nobel, DuPont, Saint-Gobain S.A e Philips Medical Systems.

FLEURY TEM NOVO CEO A presidência do Fleury estará sob o comando de Omar Hauache a partir do dia 25 de março. O executivo, que atuava como diretor executivo de Medicina Integrada e como diretor de Aquisi-ções, vai suceder Mauro Figueiredo, que conse-quentemente passa a assumir a presidência do Conselho de Administração.Figueiredo estava na companhia desde 1996, tendo ocupado posições técnicas e administra-tivas, tornando-se presidente em 2005, alavan-cando a Receita Bruta do Grupo mais de 2,5 ve-zes em seis anos, a partir do patamar de R$ 366 milhões em 2004. No mesmo período, o lucro líquido aumentou mais de nove vezes, segundo a companhia.Já Hauache, ingressou no Fleury em 2000, tendo ocupado os cargos de assessor médi-co, gerente de produtos e serviços de aná-lises clínicas, diretor de análises clínicas e diretor executivo das marcas regionais de medicina diagnóstica.O novo presidente é médico formado pela Fa-culdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência, mestrado e douto-rado na Escola Paulista de Medicina. Hauache tem pós-doutorado no National Institutes of Health em Bethesda, Maryland, EUA. Cursou es-pecialização em administração em instituições nacionais e internacionais, com MBA - Master of Business Administration pela Fundação Ins-tituto de Administração - FIA.

LUC THIJS É NOMEADO PRESIDENTE DA AGFA HEALTHCAREA Agfa Healthcare anuncia Luc Thijs como novo presidente e membro do Comitê Execu-tivo do grupo. Thijs, que era responsável pela divisão global de Imaging e lider da região de Mercados em Crescimento da Agfa Healthcare, assume o cargo a partir de 1º de abril.O executivo sucederá a Christian Reinau-do que, até o momento, conciliou seu cargo como CEO da Agfa-Gevaert.

FOTO: RICARDO BENICHIO

lay_carreiras.indd 60 17/03/11 14:52

Page 61: Saúde Business - Ed. 18

LIVROS

R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S | 6 1

Direito a Saúde no Âmbito Privado Esta obra é destinada a pro� ssionais da área jurídica que se interessem ou atuam em casos relacionados à saúde privada ou relações de consumo. Este livro é o resultado de experiências práticas em direito vividas e também temas ministra-dos em aulas pelo autor.

Autor: Fernando Campos Sca� Editora: SaraivaNúmero de páginas: 156Preço sugerido: R$53

Diário de Construção de um TimeEm seu livro a autora Marta Schonhorst apresenta a linha divisória entre a consa-gração e o fracasso para uma equipe de competição de ginástica rítmica. A obra baseia-se na capacidade de um objetivo comum, na sincronia, con� ança mútua, treinamento constante e no trabalho em grupo. Da mesma forma que uma equi-pe olímpica, uma organização também precisa desenvolver estas competências para atingir as metas estabelecidas.

Autor: Marta SchonhorstEditora: Pritchett do BrasilNúmero de páginas: 101Preço sugerido: R$29

Psicologia Aplicada a Administração de EmpresasO livro aborda aspectos do comporta-mento humano nas organizações,Este livro trata de aspectos do comporta-mento humano nas organizações. O tra-balho apresentado nesta obra ressalta a aplicação da psicologia no ambiente orga-nizacional e tem o objetivo de esclarecer dúvidas e solucionar problemas decor-rentes de um ritmo pesado de trabalho.

Autor: Cecilia Whitaker BergaminiEditora: AtlasNúmero de páginas: 197Preço sugerido: R$52

Gestão de RiscosCom uma linguagem objetiva e moderna, o livro levanta a discussão sobre como gerenciar os riscos em novas empreita-das, especialmente riscos operacionais, diretamente associada a erros humanos, processos inadequados, sistemas e mo-delos de decisão frágeis e outros fatores.

Autor: Osias BritoEditora: SaraivaNúmero de páginas: 246Preço sugerido: R$76

Marketing 3.0 Este novo modelo de marketing pro-cura tratar os clientes de uma insti-tuição não como meros clientes, mas como os indivíduos complexos, que por sua vez estão escolhendo pro-dutos e serviços que satisfaçam suas necessidades. O autor Philip Kotler apresenta ao leitor porque o futuro do marketing está em desenvolver pro-dutos, serviços e empresas que inspi-rem os valores de seu público alvo.

Autor: Iwan Setiawan, Hermawan Kartajaya, Philip KotlerEditora: CampusNúmero de páginas: 240Preço sugerido: R$59,90

Melhores Práticas em Gestãode PessoasCiente da carência do segmento hos-pitalar por informações, a Anahp criou um grupo de trabalho para dis-cutir o impacto da gestão de pesso-as nos resultados das unidades hos-pitalares. A obra traz experiências de hospitais filiados a Anahp que se dedicaram a reportar suas experiên-cias.

Autor: Pedro Antonio PalocciEditora: MedbookNúmero de páginas:Preço sugerido: R$88

Lay_livros.indd 61 17/03/11 12:19

Page 62: Saúde Business - Ed. 18

6 2 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

LIGHT

6 2 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

1 - Vidro com vidaAs obras da artista plástica Mar-cia Lepage já foram assunto em exposições no Brasil e no exterior. Suas séries de deco-ração carregam também sua visão contemporânea e o tom lúdico que emprega nas peças. Lepage usa e abusa dos vidros, trabalhando com diversas tex-turas e elementos, como é o caso deste bowl feita de grãos de vidro industrial temperado e reciclado.Valor: R$ 445,50(válido para somente para o ateliê)

www.lepageverre.com.br

2 - Leitura agradável Se é possível tornar a leitura de um e-book mais agradável do que numa tela em preto em branco, porque não aproveitar um que também armazene livros, fotos e músicas? Com apenas 340g, mas uma memó-ria de 2Gb, o modelo ER-7001, da Elgin, consegue armazenar cerca de 2.000 livros. Possui alto-falante e entrada para me-mória externa de até 32Gb (não incluso).Valor: R$ 799,00www.elgin.com.br

3 - Moto SpyderO modelo RT-S, da já diferen-ciada família Spyder, foi feito pensando nas pessoas que buscam pela sensação de li-berdade com a segurança do carro. O triciclo tem arquitetura futurista em forma de Y, com duas rodas na frente. Seu câm-bio semiautomático e o siste-ma de estabilidade de veículo a faz lembrar ainda mais um carro de luxo.Valor: R$ 89,9 mil (mais o frete)

www.brp.com/pt-BR/

4 - A Arte à mesaOs móveis elaborados pela Móve Móvel são tão especiais quanto a criatividade e as esco-lhas feitas pelos clientes. No site é possível montar essas peças de madeira de acordo com seu gosto. A partir desta proposta, acaba de ser lançada a mesa conceito (2,10m x 1m) que pode ser usada tanto em escritórios como em salas de jantar, desen-volvida na cor amarela e com os quatro tipos de pernas que caracterizam a marca.Valor: R$ 2.075,00(preço comercializado somente no ateliê)

www.movemovel.com.br

2

1

3

3 - Moto SpyderO modelo RT-S, da já diferen-ciada família Spyder, foi feito

4 - A Arte à mesaOs móveis elaborados pela Móve Móvel são tão especiais

4

Lay_ligth.indd 62 17/03/11 12:00

Page 63: Saúde Business - Ed. 18

R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S | 6 3

5 - Bons ventosO ventilador Slim Fan faz pou-co barulho, mas marca presen-ça em meio a ambientes que buscam manter a elegância em todos os detalhes. Sua torre é composta por três pequenas hélices que podem trabalhar de maneira independente e permitem mantê-lo compacto e se encaixar em qualquer am-biente. Suas funções, que po-dem ser ordenadas pelo con-trole remoto, oferecem até 21 combinações de velocidades.Valor: R$ 299,00www.fastshop.com.br

6 - Cinema móvelO Pocket Cinema Z20, da Aip-tek, tem o tamanho de um ce-lular, mas as suas projeções al-cançam até 65’’ em super� cies planas, tornando-o ideal tanto para o lazer quanto para apre-sentações de negócios. Vem também com uma câmera � lmadora HD e câmera digital integrada de 8Mp. A memória interna é de 2GB, mas aceita cards de até 32GB.Valor: R$ 1.899,00www.aiptekbrasil.com.br

7 - MultimídiaA nova série In� nita da LG ofe-rece opções multimídias numa única tela de televisão. Nestas TVs tudo pode! No modelo LE5500, dá para acessar inter-net, tocar músicas e vídeos de um pendrive ou HD externo, fazer videoconferências, usar Bluetooth, compartilhar fotos. Como já vem com o adaptador do wireless conectado no apa-relho, toda essa tecnologia já está pronta para uso.Valor: R$ 4.299,00 (LE5500, 42’’)

www.lgini� nita.com.br

6 8

5

7

8 - Viagem completaToda a série que marcou a TV nos últimos anos estão dentro deste Box para nenhum fã bo-tar defeito. Além dos 36 blue--rays com todos os episódios de Lost, conta com especiais de cenas inéditas, entrevistas e bastidores. O kit ainda traz um mapa da ilha, um guia de episó-dios, as anotações dos produto-res, objetos e uma pequena lan-terna de luz negra que revela segredos para acessar um dis-co secreto. (em inglês; legendas em inglês ou francês).Valor: US$ 279,99www.blue-ray.com

POR FRED LINARD [email protected]

5 - Bons ventosO ventilador Slim Fan faz pou-co barulho, mas marca presen-

Lay_ligth.indd 63 17/03/11 12:01

Page 64: Saúde Business - Ed. 18

6 4 | r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s

co n h e ça a s e m p r e sa s qu e pa rt i c i pa r a m d e sta e d i ção

empresas citadas

aAbimed – PolíticaAbimo - PolíticaAbraidi - No SetorAiptek - LightANS – No SetorAPPI - Em Cadeia

BBEM Emergências Médicas - Em cadeia

cCâmara Brasileira do Diagnóstico Laboratorial – No SetorCielo - Em cadeiaCremer - .Com

eElgin - LightEscola Lung Fu - CarreiraseZ-Vida - Tecnologia

FFenasaúde - Em cadeisFundação Armando Alvares Penteado (FAAP) - CarreirasGE Healthcare - Carreiras

HHospital Israelita Albert Einstein – EmpregadoresHermes Pardini – Empregadores

LLG - Light

mM Campos - CarreirasMóvel Móvel - Light

NNew Golf - CarreirasNycomed - .Com

pPfizer – EmpregadoresPixeon - .ComP. Simon - .com

rRedecard - Em cadeia

sSalomão & Zoppi Medicina Diagnóstica – No SetorSanta Casa de Marília – PolíticaSiemens - .ComSinasa - Em CadeiaSindhosp – PolíticaSpyder - Light

UUnimed Belo Horizonte – EmpregadoresUnimed Odonto - .com

lay_indice_anunc.indd 64 17/03/11 18:06

Page 65: Saúde Business - Ed. 18

r e v i s ta s aú d e b u s i n e s s | 6 5

BeNemed – 2 e 3TEL: (16) 3303-7300www.benemed.com.br

BiOcOr – 11TEL: (31) 3289-5000www.biocor.com.br

BiOFast – 17TEL: (11) 5180-7770www.biofast.com.br

cOrdceLL - 29TEL: 0800 77 222 00www.cordcell.com.br

HOme dOctOr – 9Tel.: (11) 3897-2365www.homedoctor.com.br

HOspitaL iGesp – 07TEL.: (11) 3147-6200www.hospitaligesp.com.br

HOspitaL saNta catariNa – 4ª capaTEL: (11) 3016-4133www.hsc.org.br

HOspitaL saNta paULa – 3ª capaTel.: (11) 3040-8000www.santapaula.com.br

HOspitaL sÃO camiLO – 23TEL: (11) 3677-4444www.saocamilo.com

HOspitaL tOtaLcOr - 39TEL: (11) 2177-2500www.totalcor.com.br

d e s s e i m p o rta n t e g ru p o d e e m p r e sa s qu e ac r e d i ta m e m no s s o co m p ro m i s s o d e l e va r co n t e ú d o d e g e stão ao s e to r da saú d e e a p rox i m a r o s d e c i s o r e s qu e são i m pac ta d o s p e l a co m u n i cação d o s a n u nc i a n t e s aqu i a p r e s e n ta d o s

íNdice de aNUNciaNtes

participe

lay_indice_anunc.indd 65 17/03/11 18:06

Page 66: Saúde Business - Ed. 18

6 6 | R E V I S TA S AÚ D E B U S I N E S S

HOT SPOT

ALBERTO LEITE É DIRETOR EXECUTIVO E PUBLISHER DA IT MÍDIA S.A

ALBERTO LEITE É DIRETOR EXECUTIVO E PUBLISHER DA IT MÍDIA S.A

ALÉM DO FIM DO

MUNDOescritor e pesquisador Laurence Bergreen escreveu o fantástico livro “Além do � m do mundo”, uma odisseia de tormentas, angústias, luxúria e motins sobre a expedi-ção de Fernão de Magalhães na época em que o mundo entrava na Renascença. Para muitos, um livro de história. Para mim, um dicionário de liderança.Imagine-se remando diante do desconhecido. Ondas gigantes batendo no casco de um grande navio e lá está você, remando. Seus pensamentos, a cada remada, mo-

vem-se entre os seus sonhos, de sua família, conquistas pessoais e pro� ssionais, até pensamentos per-didos: como olhar atentamente para um ponto no horizonte e de repente se achar perdendo tempo.De tempos em tempos um olhar simples para o comandante denota uma pequena preocupação: será que ele sabe para onde está nos levando?Eu diria que a preocupação número um de um líder é a de dizer às pessoas que sabe o caminho e como os levar até lá. Se isso for dito com transparência e uma boa dose de brilho, as pessoas entende-rão e saberão que ali está um bom comandante para o navio.Saber simplesmente onde os levará não é o suficiente, mas também que no meio do caminho, por mais ventos que os tire do rumo, por mais ondas que os tente virar, ele saberá o que fazer a qualquer momento. Qualquer pessoa numa empresa espera de seu líder conhecimento suficiente para poder virar, acelerar ou simplesmente voltar quando for preciso. Sem esses conhecimentos a impressão de que qualquer obstáculo pode virar o navio fica na mente de todos, e isso não é bom em nenhuma navegação.Um bom líder sabe também que para onde for levada sua tripulação haverá alguns coqueiros para descanso, não o su� ciente para todos, mas para uma parte da tripulação. Saber comunicar isso para a tropa é importante. Faz com que haja competitividade saudável entre a equipe, pois somente alguns poderão descansar nos coqueiros existentes. Saber dizer a cada minuto aos que não estão conseguin-do o que fazer e como fazer para que seu desempenho aumente é missão de um bom líder.Igualmente necessário é o processo de divisão do baú de riquezas encontradas em terra. As pessoas querem remar para que o barco chegue à terra � rme. Querem encontrar coqueiros para descansar e querem saber que lá se encontra um baú do tesouro. Este baú, ao ser encontrado, deve ser entregue ao comandante, e este deve, por meritocracia, entregar uma parte do tesouro àqueles que melhor de-sempenharam seu papel até ali.Processo simples, honesto, sincero e recompensador, mas sem isso, não há mais viagem.Cabe a um bom comandante saber dizer a cada minuto para toda a tripulação sobre a situação da via-gem. Saber alternar momentos de tensão e momentos de descontração. Saber medir a força com que pede ou manda, orienta ou ordena, educa ou exempli� ca. Saber que alguns não chegarão em terra � r-me, muitos � carão pelo caminho, mas que nunca, em hipótese alguma, pode colocar o navio em risco por conta de poucos.Saber dizer a todos qual sua missão, que não a de simplesmente remar, mas sim chegar a um tesouro. Saber mostrar sua visão da nova terra a cada momento, criando uma � gura na mente de todos sobre a hora da chegada.Saber trazer o futuro para o presente.Saber fazer com que cada um siga seus passos além do � m do mundo.

lay_hotspot.indd 66 16/03/11 16:24

Page 67: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-1 1 15/03/11 17:42

Page 68: Saúde Business - Ed. 18

Untitled-1 1 15/03/11 17:42