correio de luz ed. 18

8
Correio de Luz - 1 O livre arbítrio é concessão divina. Exercitamo-lo, no dia a dia, pelas nossas escolhas. Somos os artífices da nossa vida. Não somos forçados a se- guir determinados rumos em nossa existência. Assim o mérito e o demérito das nossas decisões serão totalmente nossos, não cabendo posteriormente reclamações, quando o resultado não for o esperado. Frequentemente recebemos um alerta dos nossos irmãos do outro lado da vida. Desta feita, o recado é passado pela nossa irmã Ondina, que relata a sua história. Eis como ela se inicia: Escolhas e Consequências Lei de Afinidade A frequência a determinado templo religioso, a um campo de futebol ou a uma casa noturna denota que os eventos unem pes- soas com determinada afinidade, atraindo-as e fazendo com que se formem os grupos da nossa sociedade. Esta afinidade é mais abrangente do que se apresenta à primeira impressão. E o ditado popular “os afins se atraem” não consegue dar-nos uma ideia exata dos afins que se unem numa convivência nem sempre pacífica. Este é o tema abordado nesta edição, mostrado que o ódio tam- bém une com força vigorosa, provocando consequências inespera- das nessa convivência de espíritos imantados ao encarnado devedor, fragilizado pela sua consciência, que sofre a ação continuada desses espíritos cristalizados na ideia de vingança. Na Doutrina Espírita, temos também nossas expressões e uma delas, parafraseando o adágio citado, diz o seguinte: “Diga-me o que pensas que te direi com quem andas”, ou seja, conforme o nosso pensamento, teremos espíritos ligados ao nosso campo mental atraídos pelo que pensamos. Pág. 04 Todos nós queremos respostas para um dos maiores questiona- mentos da complexidade da vida humana. Será a vida um resultado caprichoso da aglutinação molecular que constitui o organismo? Começa ela no berço e termina no túmulo? Em nossa história, diversos filósofos, religiosos e estudiosos tentaram responder a estes questionamentos através do desafio comprobatório da existência de reencarnação. Diversas civilizações que existiram na Terra aceitavam a reen- carnação como um fato natural, mas após o desenvolvimento do Ocidente o tema reencarnacionista acabou por findar-se. Neste momento materialista em que vivem as nações, em que se considera imprescindível a comprovação cientifica, o assunto reencarnação permanece um Tabu, no meio científico. No séc. XX, surgiram cientistas (principalmente psicólogos) comprovando a reencarnação, a exemplo do Dr. D’Pill (caso Denise Creteio), Dr. Banerjee e Ian Stevenson, entre outros. Importante mesmo é dizer que todas estas pesquisas em torno da reencarnação comprovam o quanto é perfeita a Justiça Divina. Ela não poderia existir, não fosse a reencarnação. Reencarnação e Justica Divina Pág. 06 “A minha triste história se passa em meu próprio lar. Casada havia 5 anos, passei a ser seguida de longe pelo olhar insistente de um homem que prestava serviço em nosso sítio. Por mais enigmático que fosse, via naquele olhar algo a mais, que para mim foi se tornando cada vez mais familiar. Até que um dia o relacionamento foi se estreitando e sempre às escuras, tomando um caráter de paixão profunda mesmo, uma paixão ardente que descambaria para a loucura desenfreada”. Pág. 08

Upload: deko-lune-chiacherini

Post on 14-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Janeiro/Fevereiro 2014

TRANSCRIPT

Page 1: Correio de Luz Ed. 18

Correio de Luz - 1

O livre arbítrio é concessão divina. Exercitamo-lo, no dia a dia, pelas nossas escolhas.

Somos os artífi ces da nossa vida. Não somos forçados a se-guir determinados rumos em nossa existência. Assim o mérito e o demérito das nossas decisões serão totalmente nossos, não cabendo posteriormente reclamações, quando o resultado não for o esperado.

Frequentemente recebemos um alerta dos nossos irmãos do outro lado da vida. Desta feita, o recado é passado pela nossa irmã Ondina, que relata a sua história. Eis como ela se inicia:

Escolhas e Consequências

Lei de Afi nidadeA frequência a determinado templo religioso, a um campo de

futebol ou a uma casa noturna denota que os eventos unem pes-soas com determinada afi nidade, atraindo-as e fazendo com que se formem os grupos da nossa sociedade.

Esta afi nidade é mais abrangente do que se apresenta à primeira impressão. E o ditado popular “os afi ns se atraem” não consegue dar-nos uma ideia exata dos afi ns que se unem numa convivência nem sempre pacífi ca.

Este é o tema abordado nesta edição, mostrado que o ódio tam-bém une com força vigorosa, provocando consequências inespera-das nessa convivência de espíritos imantados ao encarnado devedor, fragilizado pela sua consciência, que sofre a ação continuada desses espíritos cristalizados na ideia de vingança.

Na Doutrina Espírita, temos também nossas expressões e uma delas, parafraseando o adágio citado, diz o seguinte: “Diga-me o que pensas que te direi com quem andas”, ou seja, conforme o nosso pensamento, teremos espíritos ligados ao nosso campo mental atraídos pelo que pensamos.

Pág. 04

Todos nós queremos respostas para um dos maiores questiona-mentos da complexidade da vida humana. Será a vida um resultado caprichoso da aglutinação molecular que constitui o organismo? Começa ela no berço e termina no túmulo?

Em nossa história, diversos fi lósofos, religiosos e estudiosos tentaram responder a estes questionamentos através do desafi o comprobatório da existência de reencarnação.

Diversas civilizações que existiram na Terra aceitavam a reen-carnação como um fato natural, mas após o desenvolvimento do Ocidente o tema reencarnacionista acabou por fi ndar-se.

Neste momento materialista em que vivem as nações, em que se considera imprescindível a comprovação cientifi ca, o assunto reencarnação permanece um Tabu, no meio científi co.

No séc. XX, surgiram cientistas (principalmente psicólogos) comprovando a reencarnação, a exemplo do Dr. D’Pill (caso Denise Creteio), Dr. Banerjee e Ian Stevenson, entre outros.

Importante mesmo é dizer que todas estas pesquisas em torno da reencarnação comprovam o quanto é perfeita a Justiça Divina. Ela não poderia existir, não fosse a reencarnação.

Reencarnação e Justica Divina

Pág. 06

“A minha triste história se passa em meu próprio lar. Casada havia 5 anos, passei a ser seguida de longe pelo olhar insistente de um homem que prestava serviço em nosso sítio. Por mais enigmático que fosse, via naquele olhar algo a mais, que para mim foi se tornando cada vez mais familiar. Até que um dia o relacionamento foi se estreitando e sempre às escuras, tomando um caráter de paixão profunda mesmo, uma paixão ardente que descambaria para a loucura desenfreada”.

Pág. 08

Page 2: Correio de Luz Ed. 18

2- Correio de Luz

Órgão de divulgação espírita vinculado

à Casa de Eurípedes

Rua Pe. Roberto Landell Moura, 65

Taubaté/SP

End. p/ correspondência:

Av. Armando de Sales Oliveira, 274

Apt° 121 - CEP 12030-080 Taubaté/SP

Jornalista Responsável

Camões Filho (MTB 18411)

Colaboraram nesta edição:

Ari Rangel

Celia Elmy

Jair do Couto

Paulo Heitor L. Bruno

Roni Couto

Sérgio Wanderley

Valéria Wanderley

Apoio:

Livraria Espírita ‘ Cairbar Schutel ’

PH Eventos

P!"#" M$%&'%($! S)*+" B"!!0&, 254

S"*"& 05/06 - P)&$ 1 - C'%.!$ - T"37".8/SP

* As máterias assinadas são de reponsabilidade

dos autores.

*

* Veja mais poesias e mensagens:

www.correiomediunico.blogspot.com

E������� �

L� �!" #!" E%�&!� "

N0v0 Amanhecer

Despertamos, enfi m, para um novo tempo que chega, radioso e alvissareiro: o tempo do despertar espiritual.

Allan Kardec foi o codifi cador deste novo amanhecer, trazendo para todos nós o farol sublime da Revelação do Consolador Pro-metido.

E, aos poucos, vamos percebendo uma nova fase do Espiritis-mo Cristão ganhar os quatros cantos do mundo, com ditosos e de-nodados trabalhadores, esparzindo suas luzes.

Urge, entretanto, não esperarmos facilidades. A responsabili-dade, conquanto seu lume esteja a nosso favor, é proporcional-mente grande.

Aos tarefeiros espíritas cabem deveres dos quais não podemos jamais nos furtar, quer por dever moral que a Doutrina nos impele a seguir, quer pelo trabalho hercúleo que herdamos dos primeiros trabalhadores, que deram suas vidas à pavimentação desta estra-da onde hoje nos consolamos.

Com a Doutrina Revelada pelos Espíritos, o Evangelho, esse código divino, ganha nos corações humanos um maior signifi cado sem os atavismos religiosos que as religiões tradicionais impuse-ram à força nos ensinamentos do Cristo.

O Espiritismo é destarte uma luz sem precedentes na marcha da humanidade terrena.

Responsabilidade e consciência reta!Façamos, assim, cada qual a sua parte no dever que nos con-

clama.Estamos, sim, em um novo amanhecer.O chamado é do Cristo!“Quem tiver ouvidos de ouvir, que ouça”!Com o carinho e o abraço do amigo irmão,

Canuto Abreu

C'!!��' M���(��)'

Mensagem psicografada na “Casa de Eurípedes”, em Taubaté-SP, no dia 01 de fevereiro de 2014, pelo médium J.G. Argel).

A iniciação não é somente conhe-cer; o conhecimento completo está na prática. O aluno de medicina escu-ta nas aulas o verbo fl uente do mestre mas, depois, vai ao pé do leito confi r-mar o que ouviu.

Se gostas somente de teoria e te sentes bem nisso, não prossigas com esta leitura: fecha este livro e vai so-nhar, até alguém bater de novo à tua porta. Precisamos de mãos esclare-cidas que operem sem murmúrios. Existem escolas fi losófi cas que dão as diretrizes para que seus seguidores

atinjam a libertação, esquecendo-se, entretanto, da dosagem dos ensinamentos, o que leva seus discípulos ao fanatismo e ao prose-litismo. Onde fi ca o equilíbrio indispensável à solidez do trabalho? E a sensatez que direciona esse trabalho no sentido da evolução? Toda prática espiritual, todo desenvolvimento psíquico, busca por sintonia o silêncio.

O iniciado deve procurar ser um homem perfeito em todos os aspectos da vida; que, se ofendido, não ofende: esquece; se mal-tratado, não revida: ajuda a todos em seu caminho.

Começa examinando hoje mesmo o que tens feito na vida e da vida que Deus te deu. O que tiver que ser consertado, conserta logo. Se não tens força para tal, continua alimentando idéias de melhorar que os Céus operarão em ti com mais intensidade. A pri-meira coisa a fazer é limpar-te de hábitos e vícios, que são manifes-tações de inferioridade.

Coloca a tua mente na universidade de Deus, os teus ouvidos na escola do bem-ouvir e a tua boca sob uma educação intensiva.

Nunca deixes faltar atividades para as tuas horas de folga, nem percas tempo na vida que passa; faze algo de bom, para que isso fi que registrado na memória da vida, que não se esquece de nada.

Dá o primeiro passo. E nas horas difíceis, assim como nos mo-mentos felizes, não te esqueças da prece, companheira constante daquele que está no caminho da iniciação.

Miramez Prefácio do livro Iniciação –Viagem Astral

Page 3: Correio de Luz Ed. 18

Correio de Luz - 3

D������

Lei de Afi nidade

É uma realidade: a atração forma os grupos na sociedade. Num campo de futebol, toda multidão que lota as arquibancadas, enfrentando chuva, frio, condução desconfortável, brigas, etc, to-dos, com raríssimas exceções, gostam de futebol; numa casa reli-giosa lotada para um evento, identifi camos determinado segmen-to religioso; numa casa noturna, via de regra, reúnem-se pessoas que gostam da dança, da música, da bebida, do tabaco, etc. Ou seja: “os afi ns se atraem”. São muitos os ditados populares expres-sando o grau de envolvimento nas nossas relações sócio-afetivas na Terra. Dentre tantos há um muito conhecido que diz: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”.

Na Doutrina Espírita, temos tam-bém nossas expressões e uma delas, parafraseando o adágio citado, diz o seguinte: “Diga-me o que pensas que te direi com quem andas”, ou seja, conforme o nosso pensamen-to, teremos espíritos ligados ao nos-so campo mental, atraídos pelo que pensamos.

A comunicação no mundo espi-ritual se dá através do pensamento, ou seja, pensamos e todos sabem o que pensamos. Nossos pensamen-tos são revelados independente-mente da nossa vontade.

No livro dos Espíritos, na questão 459: “Os Espíritos infl uem em nossos pensamentos e ações?”, os espíritos esclarecem: “Muito mais do que imaginais. Infl uem a tal ponto que, muitas vezes, são eles que vos dirigem”.

A literatura espírita é farta de livros mostrando o envolvimento do mundo espiritual com o mundo físico. Porém, a principal fonte de informações é a Codifi cação Kardequiana, que permite maior entendimento das relações entre os dois planos.

Para ilustrar nossa assertiva, dentre tantos livros, destacamos “Entre Dois Mundos”, psicografado por Divaldo Franco. Na apre-sentação da obra, o espírito Manoel Philomeno de Miranda des-taca o relacionamento entre os dois mundos, enfatizando as múl-tiplas transferências que fazemos, ora nascendo no mundo físico ora no espiritual. É o ilustre benfeitor que esclarece: “É impossível fugirmos do processo de crescimento imposto pelas soberanas leis da vida. Tudo nasce para transformar-se, morrendo na forma e per-manecendo na essência... O mundo físico é o abençoado campo de aprendizado e de experimentação dos dons que se encontram em germe...É transitório, de duração efêmera, com fi nalidade específi ca estabelecida pela Divindade. O mundo espiritual é permanente, real, causal, de onde se origina a vida...”

Afi rma ainda que é difícil apontar diferenças entre esses mun-dos, sendo o mais correto considerar as diferentes dimensões. Uma prevalecendo a condensação de energia – matéria; a outra, de natureza cósmica, origina a condensação dos orgânicos.

O livro em questão aborda o trabalho socorrista aos tarefeiros assistidos pelo plano espiritual. São relatos da atuação de peque-no grupo de espíritos amparando missionários anônimos, auxilian-do-os para diminuir as falências morais.

Em outro livro, “Nos Bastidores da Obsessão”, dos mesmos autores, Philomeno de Miranda, o autor espiritual aborda a liga-ção poderosa que aproxima 0s espíritos no processo da obsessão.

É Philomeno quem explica: “Em toda obsessão, mesmo nos ca-sos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo os fatores pre-disponentes e preponderantes — os débitos morais a resgatar — que facultam a alienação”.

“Descuidado quase sempre dos valores morais e espirituais — defesas respeitáveis que constroem na alma um baluarte de difí-cil transposição —, o candidato ao processo obsessivo é irritável, quando não nostálgico, ensejando pelo caráter impressionável o

intercâmbio, que também pode começar nos instantes de parcial desprendimento pelo sono, quan-do, então, encontrando o desa-feto ou a sua vítima dantanho, sente o espicaçar do remorso ou o remorder da cólera, abrindo as comportas do pensamento aos comunicados que logo advirão, sem que se possa prever quando terminará a obsessão, que pode alongar-se até mesmo depois da morte...

Estabelecido o contacto men-tal em que o encarnado registra a interferência do pensamento invasor, soa o sinal alarmante da obsessão em pleno desenvolvi-

mento...Nesse particular, o Espiritismo, e somente ele, por tratar do es-

tudo da natureza dos Espíritos, possui os anticorpos e sucedâneos efi cazes para operar a libertação do enfermo, libertação que, no en-tanto, muito depende do próprio paciente, como em todos os pro-cessos patológicos atendidos pelas diversas terapêuticas médicas”.

A nossa participação nos trabalhos mediúnicos, após longo tempo, permite-nos acreditar na veracidade dos relatos. Os espíri-tos cristalizados, sem noção exata de sua condição de vida fora da matéria, sofrem, com frequência processo de obsessão que anula sua própria vida.

No atendimento feito aos irmãos encarnados que buscam aju-da para problemas de ordem física ou mental, quando a medicina da Terra não conseguiu êxito, o atendimento da casa não interfere no tratamento médico a que o doente esteja vinculado.

Corrobora esta situação, a nossa atividade na casa espírita.O tratamento espiritual, embora o doente não saiba, é direcio-

nado muito mais ao espírito obsessor, que na verdade é o maior necessitado. O encarnado, vítima do assédio pertinaz do momen-to presente, foi o algoz em outro momento do passado, e tanto um como outro, são devedores perante a lei divina.

A lei de afi nidade provoca a união dos desafetos como tam-bém de pessoas que se amam.

O amor prevalece e aquele que ama se liberta para sempre.

Jair [email protected]

Page 4: Correio de Luz Ed. 18

4- Correio de Luz

pelo Departamento de Evangelização, du-rante a reunião da USE, pediu a redução da taxa para que pudesse encaminhar alguns jovens da mocidade ao encontro de jovens espíritas durante o carnaval.

Como o responsável pelo evento res-pondeu negativamente, alguns dirigentes presentes à reunião propuseram pagar as taxas daqueles jovens dizendo: “não é jus-

to fi carem privados de participarem de um encontro por não poderem pagar a taxa”.

Ficamos emocionados, porém, após alguns dias, os jovens interessados em par-ticipar do encontro mudaram de idéia, e, talvez pelo chamamento do carnaval recu-saram-se a participar do encontro, mesmo sem a taxa, inclusive as fi lhas da nossa irmã tarefeira da casa espírita.

P������� �!"#�#�$%&

Segundo instrutores da erraticidade, nesta época, os espíritos trabalhadores do mundo espiritual se preparam para o gran-de trabalho de amparo aos nossos irmãos foliões invigilantes. Segundo explicaram, o trabalho exige esmerada preparação e cuidadoso programa de atendimento para minimizar os efeitos nocivos do carnaval na Terra, face à liberação das tendências repri-midas, as quais provocam libações de espí-ritos atrasados em simbiose perfeita com os encarnados na vida física.

A confi rmação do exposto, encontra-

mos, dentre outras obras, no livro “Frontei-ras da Loucura”, onde Manoel P. Miranda narra Bezerra de Menezes atuando duran-te o carnaval em diversas situações graves,

O Arrastamento do CarnavalD������

Jair [email protected]

O processo é cultural. Nesta época, iní-cio de ano, nossa tendência é pensar nas férias, lazer e carnaval.

Já no mês de dezembro, nota-se a in-clinação da massa, é como se fosse uma preocupação para os festejos momísticos. Luzes, festas, bebidas, comidas, culminan-do com a passagem do ano, com mais festa ainda. O dia de reis, o uso da máscara e de instrumentos musicais está longe de mos-trar a realidade do nascimento de Jesus.

Após aquela última data, difícil segu-rar os ânimos. O chamamento se acentua. Em quase todas as cidades, as atenções se voltam para o carnaval. Os prefeitos são pressionados para a destinação de verbas. Muitos colaboram e a expectativa aumenta a cada dia para a saída dos blocos nas ruas, nos desfi les sempre esperados.

O carnaval é impressionante. Poucos resistem ao seu chamado. Em algumas ci-dades as Prefeituras apoiam destinando verbas, participando das aberturas e dos desfi les carnavalescos.

Diante desta situação, como fi ca o mo-vimento espírita?

F'�#%! I(%)�*$%)%!

Via de regra, sabemos do grande esfor-ço para não entrar em férias. Muitos Cen-tros encerram suas atividades em dezem-bro e só retornam após o carnaval. Outros param algumas atividades e conseguem re-alizar uma ou outra de maior necessidade. A difi culdade maior é encontrar tarefeiros dispostos. Muitos vão para a praia. Afi nal, dizem, ninguém é de ferro.

O grande sonho dos dirigentes mais conscientes, seria desenvolver atividades que absorvessem o maior número possível de adeptos, com todos os familiares pre-sentes. Mas os eventos, nem sempre, con-seguem atrair os espíritas, mesmo os mais ligados ao movimento.

Assim sendo, verifi ca-se que os eventos tidos como “retiro”, durante o carnaval, são poucos e com pequeno número de par-ticipantes.

A pressão do mundo, o chamamento para a ilusão é irresistível.

Permita mostrar uma situação mais di-reta. Uma tarefeira da casa espírita, cobra-va dos dirigentes que durante o carnaval, fosse realizado um encontro para que suas fi lhas adolescentes pudesse participar. Os dirigentes tentaram naquele ano, mas não houve interesse pelos motivos já men-cionados. No ano seguinte, o responsável

evitando ou minimizando os efeitos presu-míveis para os casos. Confi rmando ainda, lembramos que no dia 19 de janeiro de 1997, durante uma reunião mediúnica, apresen-tou-se um jovem, Ailson, desencarnado em um acidente, agradecendo a Deus pela as-sistência espiritual que recebera logo após sua passagem para a erraticidade. O Jovem Ailson pediu preces para os jovens, em ra-zão da proximidade do carnaval. Falou da loucura que se estabelece nos dois planos da vida. Esclareceu que na erraticidade, muitas colônias estavam se preparando para o trabalho de sustentação e socorro, durante o carnaval, quando quinze mil jo-vens sairiam em caravana, principalmente, para tentar bloquear a ação de Espíritos malfeitores, em atividades durante os fes-tejos carnavalescos.

O carnaval mais uma vez estará arras-tando multidões. Muitos dizem que não gostam, mas sempre arriscam uma olha-dinha na cobertura que a Televisão faz du-rante os festejos de Momo. E podem ter a certeza, eis uma época em que o céu se distancia do mundo físico. E poucos são aqueles que permanecem em atividade, colaborando no grande trabalho dos traba-lhadores do espaço, ajudando irmãos nos-sos que já despertaram para os valores da vida espiritual, mas que ainda não têm for-ças para evitar o arrastamento que permeia o nosso mundo de expiações e provas.

O! F#&+�! )� C%�(%,%&

Naquela ocasião, uma criança estava in-ternada recebendo um carinho especial das funcionárias. Era uma criança abandonada. A mãe muito jovem registrou-se na mater-nidade com nome falso. Após dar à luz uma menina, fi cou na maternidade dois dias. Pediu para visitar a menina no neonatal, veio até o setor, abraçou a menina demora-damente, devolveu para uma atendente e saiu. Ninguém mais viu esta jovem.

São os fi lhos do carnaval, explicou uma das enfermeiras do neonatal, unidade de atendimento aos recém nascidos no Hos-pital Universitário de Taubaté, naquela época. Segundo informou, todos os anos a situação se repetia, o atendimento naquela unidade era intenso após nove meses do carnaval. Nem sempre estas crianças são bem recebidas ao nascerem pois não são oriundas de uma gravidez preparada e de-sejada.

Page 5: Correio de Luz Ed. 18

Correio de Luz - 5

L��������� E!"#����

LIVRO:Entre Dois MundosAutora: Divaldo FrancoEspírito: Manoel Philomeno de MirandaEDITORA: LEAL

A$�%&�

USE – I%���'�%�(�"�) &� T��*��+

R��)�,� 24º M-! E!"#���� &� F�'#)��

M��.//2014

F�'#)�� � E5�%$�)6/

Dia 07 – NAZARENO FEITOSA – Brasília/DF.

CE União e Caridade – Rua Dr. Souza Alves, 142

Dia 08 – JOSÉ MARIA M. SOUZA – São Bernardo

do Campo/SP. - CE Fé, Amor e Caridade

Av. Campinas, 547

Dia 09 – MARIA EMILIA BACCARO – Jacareí/SP.

CE Francisco de Assis – Rua Antônio Bento, 18

Dia 15 – JOSÉ CARLOS DE LUCCA – São Paulo/SP.

***15:00 hs - CE União e Caridade

Rua Dr. Souza Alves, 142

Dia 16 – STELLA MARIS RODRIGUES – Taubaté/SP.

GE Paulo de Tarso – Av. Cesar Costa, 139

Dia 22 – CLOVIS SAN MARTIM

Pindamonhangaba/SP. - NE Irmã Isabel

Av. Armando Salles de Oliveira, 407

Dia 23 – CARLOS ROBERTO MONTEOLIVA –

Jacareí/SP. - CE Paz, Amor e Caridade

Av. José Vicente de Barros, 1597

Dia 29 – ANDRÉ LUIZ DO N. RAMOS –

Cachoeira Paulista/SP. - ***17:00 hs

Casa de Eurípedes

Rua Padre Roberto Landell de Moura, 65

Dia 30 – CARLOS ALBERTO DIAS DE OLIVEIRA

Caçapava/SP. - GEA Os Samaritanos de Jesus

Rua Antônio Gomes de Araújo, 20

H/�K��/ &�! P�)�!���!: 20:006!

150 A%/! &� “O E5�%$�)6/ S�$�%&/

/ E!"�����!'/”

A relação entre o mundo espiritu-al e o mundo físico é o eixo em torno do qual giram muitas das fundamen-tais questões do Espiritismo.

Entre as duas dimensões, a física e a espiritual, existem esferas com vibrações próprias que “servem de pousos para refazimento, de hospi-tais transitórios que albergam recém-desencarnados incapazes de alcançar mais elevadas zonas espirituais, de núcleos de sofrimentos compatíveis com as experiências infelizes a que se hajam permitido aqueles que são atraídos por afi nidade de ondas mentais e morais.”

Nessas esferas intermediárias, há uma ininterrupta movimen-tação de seres espirituais em intercâmbio contínuo, dando-nos a ideia de que não existe estagnação no Universo.

Nesta obra, Manoel Philomeno, sob a supervisão de elevados mentores, aborda uma vertente dessa realidade, mais diretamen-te encaminhada aos trabalhadores da seara espírita-cristã. Nela, traz-nos as experiências “dos que prosseguirão aprisionados nos seus complexos meandros de sombra e de dor, de revolta e de insensatez, de ódio e de pesar”, despertando-nos para a gravidade dos tempos atuais, que tem feito tombar valiosos cooperadores da grandiosa missão de libertar consciências.

Percebe-se, com facilidade, que o intuito maior do livro é mostrar que enganos terríveis estão levando espíritas a morrerem mal, por terem se afastado dos redentores programas de trabalho no Bem, elaborados no período pré-reencarnatório.

Ao mesmo tempo, o texto socorre-nos com esclarecimentos preciosos, mormente para os que operam na árdua tarefa da desob-sessão, como no capítulo das “parasitoses físicas”, quando os meca-nismos das enfermidades psíquicas têm por gênese as perseguições espirituais. Com a didática que lhe é própria, Philomeno retrata a ação “perispírito-perispírito” que, com o tempo, acaba por lesionar as estruturas fi siológicas do corpo carnal, caixa de ressonância de nossos atos e pensamentos. Os neurônios, os primeiros a tombar nessa guerra surda, vão paulatinamente produzindo males como perda de raciocínio, descontrole emocional, anulação do senso de discernimento, entre outros, catalogados na ainda obscura etiologia da ciência médica.

Lendo esta portentosa produção do Espírito Manoel Philomeno de Miranda – Obra de fôlego! – constataremos que bem pouco sabíamos sobre as nuanças do Plano Espiritual, e que temos em nossas mãos um rico manancial complementar das Obras básicas do Espiritismo.

Page 6: Correio de Luz Ed. 18

6- Correio de Luz

P�������

[email protected]

Reencarnação e Justiça Divina

Todos nós queremos respostas para um dos maiores questionamentos da com-plexidade da vida humana. Será a vida um resultado caprichoso da aglutinação mole-cular que constitui o organismo? Começa ela no berço e termina no túmulo?

Em nossa história, diversos fi lósofos, religiosos e estudiosos tentaram respon-der a estes questionamentos através do desafi o comprobatório da existência de reencarnação.

Diversas civilizações que existiram na Terra aceitavam a reencarnação como um fato natural, mas após o desenvolvimento do Ocidente o tema reencarnacionista aca-bou por fi ndar-se.

Neste momento materialista em que vivem as nações, em que se considera imprescindível a comprovação cientifi ca, o assunto reencarnação permanece um Tabu, no meio científi co.

No séc. XX, surgiram cientistas (princi-palmente psicólogos) comprovando a re-encarnação, a exemplo do Dr. D’Pill (caso Denise Creteio), Dr. Banerjee e Ian Steven-son, entre outros (sugerimos ao leitor uma pesquisa na web por tais nomes).

O Dr. Banerjee, psicólogo e depois pa-ra-psicólogo da Universidade de Jaipur, em Rajasthan, na India, apresenta uma psicologia surpreendente para a época, 1956, ao dizer que somos dotados de 02 níveis de memória: a primeira é genética ou cerebral, aquela que arquiva dados da vida desde o nascimento até a morte, e que também é portadora das lembranças arquetípicas, das lembranças das gerações passadas; a segunda não é cerebral, é uma memória extrafísica, com a qual o ser sabe aquilo que não aprendeu. Banerjee não usava palavras de cunho religioso, não era espírita ou espiritualista. Pesquisou e comprovou a Palingenesia (reencarnação) através de mais de 1.000 entrevistas e pes-quisas com crianças e adultos, por diversos países. Concluiu, por fi m, que a Reencar-nação é uma lei natural e universal, assim como a gravidade!

Outro pesquisador que se destaca no mundo científi co é o eminente Ian Ste-venson, professor de neuro-psiquiatria da Universidade da Virginia. Pesquisou crian-ças-gênio e a memória extra-cerebral e concluiu que não há conhecimento adqui-rido em uma criança, fora da explicação da reencarnação. Deixou um livro de pesqui-sa: 20 casos que sugerem a reencarnação.

Em 1885, um eminente pesquisador de Barcelona, José Colavitta, já havia iniciado a pesquisa da memória antes do estado

infantil, através da hipnose, levando o hipnotizado até a concepção e depois seguindo rumo ao passado. Comprovou com documentos quatro reen-carnações (só não comprovou mais por falta de documentos que na época eram muito es-cassos).

Vale lembrar que a psicolo-gia reconhece, há muito anos, o fenômeno curioso Dèjá-vu (o já visto ou o já conhecido): ver, pela primeira vez, lugares e pessoas, mas ter a convicção profunda de já tê-los visto. As simpatias e antipatias com pes-soas que nos são estranhas. Es-tudada por Pierre Janet, encontra resposta na reencarnação.

Jesus mencionou a reencarnação em diversos trechos de suas falas, mas isto, de maneira maliciosa, foi tirado da Bíblia, sen-do que a palavra reencarnação foi trocada por ressurreição.

Exemplos são a afi rmação, feita por Je-sus, que João Batista era a reencarnação do profeta Elias e o diálogo de Jesus com Nicodemos, quando aquele afi rma que é necessário “nascer de novo, para entrar no Reino dos Céus”, e que é preciso renascer “da água e do espírito”.

As religiões cristãs primitivas interpre-taram esta passagem evangélica como sendo sinônimo do “batismo”, para limpar a criatura humana do pecado original.

Tales de mileto (600 a.C.) disse: “Tudo na terra se derivou da água”, assim como a visão da Bíblia.

Importante mesmo é dizer que todas estas pesquisas em torno da reencarnação comprovam o quanto é perfeita a Justiça Divina. Ela não poderia existir, não fosse a reencarnação.

Se Deus é Amor, por que deixa nascer uma criança aidética? E a dor desta mãe, que nada fez? Se houvesse mesmo uma existência única, sendo que o espírito foi criado no ato da concepção, por que al-guns nascem em um país rico e desenvol-vido, onde o homem já conquistou a lua, enquanto outros nascem em Nova Guiné, onde ainda se come carne crua e onde se desvendou o fogo há poucos séculos?

Para fi nalizar este raciocínio de Justiça Divina, damos o exemplo de um homem, pai de família, que roubou, enganou, men-tiu e prejudicou toda a sociedade e que, no momento da morte arrepende-se, recebe o perdão da eucaristia, implorando perdão

dos seus pecados honestamente e assim vai para o Reino dos Céus! O perdão des-te personagem citado até que pode ser de coração, mas onde está a justiça?

A reencarnação vem dizer que o julga-mento é o da consciência, à qual ninguém ludibria.

Deus está em nós com suas leis, em nosso nível de consciência!

A reencarnação balsamiza a dor da sau-dade. A ciência espírita marcha ao lado da ciência em todos os seus espaços.

A Doutrina Espírita veio trazer ao Cris-tianismo as luzes, que os dogmas apaga-ram a partir de 556 d.C., quando a palavra reencarnação foi retirada dos códigos da igreja cristã primitiva.

Reencarnamos para ser felizes, não estamos aqui para “pagar”, estamos aqui para retifi car erros, corrigir equívocos, fo-mentar o progresso.

Apesar de tudo, acreditamos ser ne-cessário evitar um equívoco comum entre reencarnacionistas (até mesmo entre al-guns espíritas). Certas pessoas têm o vício de comentar que é problema de reencar-nação, esquivando-se de fazer algo para solucionar ou amenizar o problema. Lem-bremos que, mesmo que haja causas de so-frimento em vidas passadas, o que existe hoje é o problema da miséria, desta socie-dade injusta que explora os miseráveis. Ca-be-nos promover o progresso, educando o homem, promovendo e despertando para realizar o bem.

O bem que faça, anula o mal que fez!

Esta é a proposta reencarnacionista. Muita paz a todos.

Fonte: Divaldo Pereira FrancoEscola de Filosofi a Nova Acrópole

Page 7: Correio de Luz Ed. 18

Correio de Luz - 7

Das Leis Morais - Parte I: Lei Divinas e Leis NaturaisE����� D����!"#�!�

Sérgio [email protected]

O espírito é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva sua individualidade (L.E., introdução e questão 139). A primeira parte desta defi nição contém uma expressão interes-sante: “ser moral”! Ou seja, a moralidade faz parte da própria es-sência da alma. Mas o que, realmente, isso signifi ca?

O Livro dos Espíritos fornece um direcionamento inicial para o estudo de tais questões, ao falar das Leis Morais. Sim, fazemos parte de um Universo regido por Leis Morais. Isto quer dizer que podemos falar em bem e mal, ou ainda em certo e errado. Mas quem decide o que é bem ou mal, certo ou errado? Será que al-guém anota nossos atos num “caderninho astral”, para nos “jul-gar” após a nossa morte?

Pelo estudo, podemos ver que as Leis Divinas e as Leis Naturais são uma só e a mesma coisa (L.E., questão 614). As Leis Mo-rais, tanto quanto as Leis Físicas, Químicas e Biológicas, são manifestações do pensa-mento de Deus, ao criar este Universo (L.E., questão 617), estando inscritas no próprio Universo e na mente divina. Assim, a natu-reza da lei física da inércia (por exemplo) é a mesma da lei moral do Carma. Conclui-se que nosso Universo não é apenas físico, é moral também, pois é regido por leis físicas e morais, todas elas naturais.

A mesma lei que faz o elétron orbitar em torno do próton faz com que o mal retorne (pelo carma) àquele que o praticou. A mes-ma lei que mantém o equilíbrio dos astros, no espaço sideral, faz com que a alma, que se dedica à prece, receba a Luz que pede. Tudo acontece por ação de Leis que já exis-tem no Universo, e não porque alguém ano-ta as ações num fi chário astral e decide o que merecemos, se recompensa ou castigo.

E nós, espíritos que vivemos num Universo “moral”, somos seres “morais”, eis que as leis morais também estão inscritas em nossa própria consciência (L.E., questão 621). Todas as leis divinas, que são também naturais (sejam elas físicas ou morais), estão gravadas em nossa alma, pelo que nosso Eu Superior as conhece, embora não fi quemos conscientes disso enquanto encarnados, ou mesmo enquanto não evoluímos espiritualmente.

E o que são, pois, o BEM e o MAL? O que é a MORAL? O Bem é simplesmente estar em harmonia com as leis divinas. O Mal é tudo que é contrário a essas leis. E a Moral são as leis que fazem com o a harmonia do Universo seja preservada, punindo-se o mal e valo-rizando-se o bem.

As leis, como se disse, estão inscritas no Universo, fazem parte dele, eis que nele reina a harmonia natural, seja moral ou física, eis que ele é regido pela própria mente divina. As leis também estão em nossa própria consciência, pelo que, ainda que em nosso in-consciente profundo, sabemos identifi car o que está em harmonia com o Universo e o que não está, ou seja, nosso Eu Profundo sabe perfeitamente o que é bem e o que é mal.

No fundo, sabemos distinguir o bem do mal. Só que, quando encarnados (e isso vale para os desencarnados ainda não evoluí-dos), esquecemos as leis morais, desprezamo-las, ou simplesmen-

te não damos importância a elas, diante de nosso egoísmo, orgu-lho, vaidade, e do império dos instintos animais.

Todos sabemos, também, que o mal nos conduz ao sofrimento. Mas porquê? Simplesmente porque a própria lei natural de harmo-nia leva a isso. Se, por exemplo, comemos demasiadamente, ou se abusamos do cigarro ou do álcool, nosso próprio corpo reage, por conta de leis físicas e biológicas (ou seja, leis naturais), criando desequilíbrio orgânico e podendo nos levar a estados doentios. Se, neste mesmo exemplo, abusamos do ódio e do desprezo con-tra nosso próximo, as próprias energias negativas que lançamos no Universo geram desarmonia e desequilíbrio. Ora, a harmonia é Lei Divina e o Universo deve voltar a se equilibrar, livrando-se

daquelas energias negativas que lhe ferem a harmonia. Pela Lei do Carma, aquelas ener-gias negativas serão restituídas à sua pró-pria fonte, para que o equilíbrio seja refeito. Desta forma, quem fez o mal, quem causou o desequilíbrio, sofrerá, mais cedo ou mais tarde, o próprio desequilíbrio que causou, de forma que a harmonia universal seja res-tabelecida. E tudo isso por conta de leis que já existem no Universo, e não porque Deus fi ca com “raiva” e quer nos punir pelos nos-sos “pecados”.

Por isto mesmo, quer Deus que estas leis nos sejam lembradas, motivo pelo que nos envia seus emissários, de quando em quan-do, para reencarnarem em nosso planeta e nos ensinarem com seus exemplos. Mas também nos fornece as armas poderosíssi-mas (e que devem ser usadas em conjunto) da intuição e da prece.

É pelos ensinamentos dos emissários di-vinos (dos quais o maior é Jesus), bem como pela nossa própria intuição, sob vigilância

da prece, que podemos, certamente, identifi car a conduta corre-ta, a escolha que se harmoniza com as leis divinas, que podemos escolher entre o bem e o mal. Deus, em sua infi nita sabedoria, não nos daria o livre-arbítrio, se não nos fosse possível escolher o bem, escolher a harmonia. Se nossos atos são maus, se nossas escolhas são erradas, eis que a ninguém, senão a nós mesmos, podemos culpar.

E, ainda que tudo nos pareça nebuloso, e que não consigamos entender com clareza a voz da intuição ou a mensagem dos mes-tres, Jesus nos forneceu regra simples, que todos podem seguir, para que estejamos sempre em harmonia com Universo e com o próprio Deus: devemos fazer aos outros o que gostaríamos que fi zessem a nós mesmos (L.E., questão 632). Eis aí um resumo de todas as leis. Eis aí o caminho, a verdade e a vida.

(L.E.= O Livro dos Espíritos)

A fi gura, uma pintura anômina do Séc XIII intitulada “Deus, Arquite-

to do Universo”, mostra Deus e sua criação, na qual insculpiu

suas leis. O compasso é o símbolo da retidão, exatidão, represen-

tando a harmonia que rege o Universo.

Page 8: Correio de Luz Ed. 18

8- Correio de Luz

C������ M����!�"�

Escolhas e Consequências

Estimados amigos deste lar cristão. Eu peço a caridade, uma vez mais, dos corações de vocês, para registrar mi-nha triste história e as conseqüências de nossas escolhas infelizes, depois de deambular por um período que não sei precisar, mas que me pareceu uma eternidade. É que a maioria de nós, que não nutrimos a fé verdadeira, achamos que estamos impunes, como costumei-ramente se pensa; mas não! A verda-de, nua e crua, é que todos os nossos atos, mesmo aqueles que fazemos às escuras, jamais passam despercebidos pelas leis divinas! Ledo engano achar que a vida não cobra caro daqueles que a malbaratáramos.

Assim, a minha triste história se passa em meu próprio lar. Ca-sada havia 5 anos, passei a ser seguida de longe pelo olhar insis-tente de um homem que prestava serviço em nosso sítio. Por mais enigmático, via naquele olhar algo a mais, que para mim foi se tor-nando cada vez mais familiar. Até que um dia o relacionamento foi se estreitando e, sempre às escuras, tomando um caráter de pai-xão profunda mesmo, uma paixão ardente que descambaria para a loucura desenfreada.

Porque não vislumbrasse a oportunidade de fi car nos braços daquele que me deixara seduzir, planejamos a morte de meu pró-prio esposo.

Arquitetamos, assim, algo que não deixasse pistas, que fosse bem engendrado. Esta era a nossa idéia. Atearíamos fogo em nos-so lar enquanto o esposo dormisse, sem condições de fugir.

Que ele fosse devorado às cinzas para que vestígio nenhum so-brasse, a fi m de não comprometer o nosso plano macabro.

Cuidamos que as fechaduras todas fi cassem trancadas, sem possibilidade de fuga.

Entretanto, o que chamamos de destino, que na verdade, é uma lei mais que natural, providenciou que o nosso plano macabro não desse certo conforme planejamos.

Na calada da noite ausentei-me do lar, aguardando que o mari-do, que chegava sempre às duas da madrugada, depois de intenso labor, adormecesse e caísse em nossa armadilha.

E assim, fi zemos. Lá pelas tantas, tomadas todas as providên-cias, ateamos fogo ao lar, com a intenção de parecer incêndio. Contudo ao amanhecer, fui procurada por autoridades policiais justamente ao lado do esposo, que se achava vivo para meu es-panto.

Mas quem, em seu lugar fora queimado? Como ele sobrevive-ra? Foi quando ele inocentemente, aos prantos lamentava a morte de nosso único fi lho, que estudava na capital, e justamente àquela noite aparecera de chofre ao velho lar, justamente para nos rever em prazerosa surpresa!!!

Assim, imaginam os irmãos a brasa de uma mulher que se dei-xou levar pela paixão desenfreada, traiu o esposo e ainda incen-diou o próprio fi lho!!!

Não contive as brasas do remorso e a breve turno resolvi por fi m à própria vida!

Como continuar vivendo de cons-ciência esbraseada com tamanho desatino! Pus fi m à própria vida, to-mada de desolação!

Volto a dizer aos irmãos sobre a miséria daqueles que não tem fé na vida! Achando que os sofrimentos cessariam com o suicídio, eles ape-nas se intensifi caram...

Ah, meus irmãos não queiram saber o que representa o remorso deste outro lado da existência. De-pois de ver meu corpo físico desagre-gar-se preso ao meu corpo espiritual, mutilado por aquela atitude infeliz,

ainda me vi presa de animais humanos ferocíssimos que se nutriam de meus restos mortais e fl uidicos. Foram anos naquela condição vampiresca!

Não consigo descrever às pessoas o que seja o sofrimento em semelhante situação!

Até perder a consciência a tal ponto que me vi como uma alma penada vagando nas regiões infernais. Dores atrozes, prantos, so-frimento sem fi m... Não sei ainda como consegui sair de lá....Ape-nas o amor divino é capaz de nós livrar de nós mesmos..

Um dia que não sei precisar qual, meu próprio fi lho em pessoa, ladeado de benfeitores espirituais surge repentinamente naquela escuridão, dizendo-me:

- Vem mãezinha, já basta tanto sofrimento! O amor verdadeiro supera tudo, mas quem somos nós para di-

zer que realmente já aprendemos a amar? Jesus sempre nos dá novas oportunidades!

Vamos? A nossa vida continua... Lembro-me que fui posta em uma maca improvisada, reluzente e carregada por dedicados en-fermeiros espirituais.

E, sem saber para onde iria, trouxeram-me para cá a fi m de que recebesse os primeiros socorros, completamente brutalizada, pelo sofrimento quase que infi nito. Escrevo aos amigos na condi-ção de doente, ainda com a ajuda de amigos espirituais.

Por isso, meus amigos, peço a todos que orem por mim, se é que mereço a caridade dos amigos uma vez mais!

Se matei meu próprio fi lho, na intenção de me desfazer do companheiro com quem me consorciara, permitem as leis divinas que nos reajustemos, porque a lei verdadeira e soberana, que pro-mana de Deus, não tem subterfúgios, e a história prossegue pelas leis da reencarnação.

Fiquem todos com Deus, pela caridade e pelo apreço com que, em nome de Jesus, prestam auxilio aos muitos caídos que aqui chegam!

Perdão se causei ojeriza com minha atitude infeliz e que Deus nos proteja sempre!

Ondina

Mensagem psicografada na “Casa de Eurípedes”, em Taubaté-SP, no dia 18 de setembro de 2013, pelo médium J.G. Argel).