revista cnt transporte atual - nov/2004

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C NT REVISTA ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 111 | NOVEMBRO 2004 FUTURO AMEAÇADO AMEAÇADO FUTURO PESQUISA RODOVIÁRIA PESQUISA RODOVIÁRIA EDIÇÃO 2004 MOSTRA QUE 75% DAS ESTRADAS APRESENTAM PROBLEMAS E COLOCAM EM XEQUE O CRESCIMENTO ECONÔMICO EDIÇÃO 2004 MOSTRA QUE 75% DAS ESTRADAS APRESENTAM PROBLEMAS E COLOCAM EM XEQUE O CRESCIMENTO ECONÔMICO

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O governo anuncia planos de inverstir R$ 6 bilhões na infra-estrutura de transporte, valor abaixo das reais necessidades, mas que representam um bom começo.

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

CNTREVIS

TA

ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 111 | NOVEMBRO 2004

FUTURO

AMEAÇADOAMEAÇADOFUTURO

PESQUISA RODOVIÁRIAPESQUISA RODOVIÁRIA

EDIÇÃO 2004 MOSTRAQUE 75% DAS ESTRADASAPRESENTAM PROBLEMASE COLOCAM EM XEQUE OCRESCIMENTO ECONÔMICO

EDIÇÃO 2004 MOSTRAQUE 75% DAS ESTRADASAPRESENTAM PROBLEMASE COLOCAM EM XEQUE OCRESCIMENTO ECONÔMICO

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4 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

UNIÃO CON TRA O CRI ME 1Gos ta ria de pa ra be ni zar a

equi pe da Re vis ta CNT pelaex ce len te re por ta gem so bre orou bo de car gas vei cu la da naedi ção de se tem bro (110).Como trans por ta dor, já vivi epi -só dios ter rí veis de as sal tos acar gas trans por ta das por mi -nha em pre sa. Nos sos co la bo -ra do res, não ra ra men te, re la -tam ca sos de abor da gens deban di dos, ora tra fe gan do orapa ra dos para des can so. Não éape nas o pre juí zo fi nan cei roque já acu mu lei que nos preo -cu pa, mas a pró pria vida dotrans por ta dor. É cer to que,como está hoje, o ca mi nho nei -ro fica mui to à mer cê da pró -pria sor te e en tre gue às mãosde Deus. Ago ra, com essa ini -cia ti va de unir todo o se tor detrans por te com a ação po li cialme re ci da, avi va-nos uma cer taes pe ran ça de que as coi sasme lho res nes te sen ti do.

Pau lo Fer rei ra An tu nes de Sou zaSão Pau lo (SP)

UNIÃO CON TRA O CRI ME 2Sou trans por ta dor au tô no mo

e es cre vo para di zer que, ao lera re por ta gem “Cri me sob MiraFor te” (edi ção 110), tive re nas -ci da a es pe ran ça de que algove nha a ser fei to pe las au to ri -da des com pe ten tes no sen ti dode re pri mir a ação dos cri mi no -sos que vi vem a ame dron tar-nos em nos sas es tra das, comose não bas tas sem as pre cá rias

con di ções das ro do vias paranos ti rar o sos se go.

Mau rí cio Hen ri que Bra gaFei ra de San ta na (BA)

PAM PU LHA/CON FINSSou mo ra dor da re gião da

Pam pu lha, em Belo Ho ri zon te,e li com mui ta aten ção a re por -ta gem so bre a trans fe rên cia dosvôos do ae ro por to des ta re giãopara o ter mi nal de Con fins. Con -fes so que te nho in te res se pes -soal nes ta ques tão, já que é im -pos sí vel não le var em con ta oque so fre mos com o in ten somo vi men to de ae ro na ves no ae -ro por to da Pam pu lha. O queisso nos tira o sos se go não é dese me nos pre zar. Sei que o prin -ci pal mo ti vo da trans fe rên cianem é esse, mas não dei xa denos ale grar, a to dos os mo ra do -res da re gião, que te nha mos umpou co mais de paz a par tir datrans fe rên cia dos vôos paraCon fins. Tal vez ago ra pos sa mosas sis tir à te le vi são, ou vir mú si -ca, con ver sar com a fa mí lia sempre ci sar gri tar, en fim, des can sarum pou co à noi te.

Lú cio Fa riasBelo Ho ri zon te (MG)

AMU LE TOSA re por ta gem “Vo lan te Pro -

te gi do”, da edi ção de ou tu broda Re vis ta CNT (110), re la ta oque to dos nós, ca mi nho nei ros,nos ape ga mos para rea li zarcom mais se gu ran ça e me nos

aper to no co ra ção as via gensque fa zem par te da nos sa ro ti -na de tra ba lho. Eu mes mo te -nho di ver sos amu le tos em meuca mi nhão, sou de vo to de sãoCris tó vão e te nho a ale gria dedis tri buir, por onde ando, “san -ti nhos” do nos so pro te tor poronde quer que eu vá.

Fran cis co da Pie da de Sil vaBe lém (PA)

PELA PAZMui to bem es co lhi do o as sun -

to de capa da Re vis ta CNT deou tu bro (110), so bre a Po lí ti caNa cio nal de Trân si to, como maisuma ten ta ti va de ten tar mi ni mi -zar os alar man tes ín di ces de aci -den tes e mor tes que te mos nases tra das do país. Mas, comobem sa bem to dos li ga dos ao se -tor de trans por te, é fun da men talque se in vis tam tam bém em trêsfren tes: in fra-es tru tu ra ade qua -da, in ter mo da li da de e edu ca ção.Sem es ses re qui si tos, não adian -ta rá ao país ter leis sé rias e bemfor mu la das.

Ja cin to Lou sa da NetoSão Pau lo (SP)

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Tenente Brito Melo, 1.341 - Conjunto 201Belo Ho ri zon te, Mi nas Ge raisCep: 30.180-070Fax: (31) 3291-1288E-mail: [email protected]

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re çoe te le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gensse rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

“SEM INFRA-ESTRUTURAADEQUADA,INTERMODALI-DADE EEDUCAÇÃO,NÃO ADIANTAAO PAÍS TERLEIS SÉRIAS”

DO LEITORdoleitor@re vis tacnt.com.br

Page 5: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 5

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 5OUTUBRO 2004 CNTREVISTA 5AGOSTO 2004 CNTREVISTA 5

CNTREVIS

TA

EDITORIAL 7MAIS TRANSPORTE 8ALEXANDRE GARCIA 11LOGÍSTICA EM SÃO PAULO 28MEIO AMBIENTE 34CRISE DE CONTÊINERES 36PORTOS DO PARANÁ 46AEROPORTOS DE CARGA 49FERROVIAS EM ALTA 58PARCERIA COM EXÉRCITO 62IDET 64REDE TRANSPORTE 67ARTIGO TÉCNICO 71OPINIÃO 73HUMOR 74

40

A edição 2004 do levantamento feito pelaCNT mostra que 75% das estradas estãocom problemas de trafegabilidade. Leiaanálise do setor transportador sobre oresultado da pesquisa

SOLUÇÃO NO NORDESTEO 2º seminário contra o roubode cargas teve como destaqueo lançamento do disque-denúncia. Participanteselogiaram nível do evento

COM A CARA DO DONOA transformação decaminhões em objetos deadmiração ganha adeptosem todo o país. Conheçaos fãs dessa mania

ANO X | NÚMERO 111 | NOVEMBRO 2004

12

MERCADO EM BUSCACresce a procura porprofissionais qualificadosno setor transportador. Asáreas em alta são as delogística e armazenagem

52

REPORTAGEM DE CAPA

PESQUISA RODOVIÁRIA

16

Page 6: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

6 CNTREVISTA NOVEMBRO 20046 CNTREVISTA JUNHO 2004

PRESIDENTEClésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTESSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES EVICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filhoe Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Renato Cézar Ferreira BittencourtCláudio Roberto Fernandes DecourtSEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveirae Clóvis MunizSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Wolner José Pereira de Aguiar

FALE COM A CNTSetor de Autarquias Sul, quadra 6, bloco J • Brasília (DF) • CEP 70070-916 • Telefone: (61) 315 7000Na Internet: www.cnt.org.br • E-mails: [email protected][email protected]

CONSELHO FISCALWaldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, Braz Paulo Salles,Éder Dal’Lago, René Adão Alves Pinto, Getúlio Vargas de MouraBraatz, Robert Cyrill Higgin e Luiz Maldonado Marthos

DIRETORIASEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo Ferreira Rebuzzi, FranciscoPelucio, Irani Bertolini, Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Pazan, Romeu NerciLuft, Tânia Drumond, Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss,Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite, Narciso Gonçalves dosSantos, José Augusto Pinheiro, Marcus Vinícius Gravina, OscarConte, Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin, EudoLaranjeiras Costa, Antônio Carlos Melgaço Knitell, Abrão AbdoIzacc, João de Campos Palma, Francisco Saldanha Bezerra eJerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino Ferreira Neto, JoséPercides Rodrigues, Luiz Maldonado Marthos, Sandoval Geraldinodos Santos, José Veronez, Waldemar Stimamilio, André Luiz Costa,Armando Brocco, Heraldo Gomes Andrade, Claudinei NatalPelegrini, Getúlio Vargas de Moura Braatz, Celso Fernandes Netoe Neirman Moreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Luiz Rebelo Neto, Moacyr Bonelli, Alcy Hagge Cavalcante,Carlos Affonso Cerveira, Marcelino José Lobato Nascimento,Maurício Möckel Paschoal, Milton Ferreira Tito, Silvio VascoCampos Jorge, Cláudio Martins Marote, Jorge Leônidas Pinho,Ronaldo Mattos de Oliveira Lima, Glen Gordon Findlay e Bruno Bastos

CONSELHO EDITORIAL Aloísio Carlos Nogueira de Carvalho, Bernardino Rios Pim, EtevaldoDias, Hélcio Zolini, Jorge Sória Canela e Maria Tereza Pantoja

REDAÇÃOEDITORES-EXECUTIVOS

Ricardo Ballarine e Antonio Seara (Arte)REPÓRTER

Eulene HemétrioCOLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Júnia Letícia, Marcelo Nantes, Marília Mendonça, Patrícia Giudice,Rogério Maurício e Ronaldo Almeida (reportagem), João Sampaio(edição), Soraia Piva (arte) e Duke (ilustração)DIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson Fernando DiasFOTOGRAFIA

Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIA

Agência Graffo • www.graffo.inf.brPRODUÇÃO

Rafael Melgaço Alvim • [email protected] CarvalhoENDEREÇO

Rua Tenente Brito Melo, 1341 – conjunto 202 Santo Agostinho • CEP 30.180-070 • Belo Horizonte (MG)

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PUBLICIDADERemar Representação comercial S/C Ltda Alameda Jurupis, 452, conjunto 71 - Moema (SP) - CEP 04088-001CONTATOS E REPRESENTANTES

Diretor comercial • Celso Marino • (11) 9141-2938Gerente de negócios • Fabio Dantas • (11) 9222-9247Telefone: (11) 5055-5570E-mail: [email protected] Publicação mensal da CNT, registrada no Cartório do 1º Ofício

de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053,

editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem

necessariamente a opinião da Revista CNT

IMPRESSÃO Esdeva - Juiz de Fora (MG)TIRAGEM DESTA EDIÇÃO 40 mil exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

Page 7: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 7

OBra sil dis põe de um es tu docom ple to so bre as con di -ções de suas ro do vias, ca -paz de fun da men tar pla ne ja -men tos para a apli ca ção de

re cur sos e aná li ses orien ta do ras de po lí ti -cas para o trans por te ro do viá rio. A Pes -qui sa Ro do viá ria CNT foi con ce bi da paraser o re fe ren cial mais abran gen te so breas con di ções das ro do vias bra si lei ras.Para rea li zar a Pes qui sa Ro do viá ria CNT

2004, du ran te 29 dias, 14 equi pes per cor -re ram 74.681 qui lô me tros de ro do vias, eana li saram 100% da ma lha ro do viá ria fe de -ral pa vi men ta da, os prin ci pais tre chos dero do vias es ta duais, além de ro do vias con -ce di das à ini cia ti va pri va da. A Pes qui saaca ba por apon tar o maior gar ga lo lo gís ti copara o cres ci men to da eco no mia.A Pes qui sa CNT cons ta tou que 74,7%

das ro do vias apre sen tam al gu ma ir re gu la ri -da de. É mui to. Em um país em que o sis te -ma ro do viá rio é res pon sá vel pelo trans por tede 60,5% de toda a pro du ção na cio nal equa se 75% das ro do vias apre sen tam al gumtipo de im per fei ção, há uma in coe rên cia en -tre os pro je tos de cres ci men to eco nô mi co ea aten ção que se deve à ma lha ro do viá ria.Sin to ma ti ca men te, um es tu do da Cop -

pead/UFRJ, rea li za do pelo pro fes sor Pau loFleury, com os cem maio res ex por ta do resdo país, re ve lou que 94% de les acre di tamque a atual es tru tu ra de trans por te nãoaten de ou aten de mal às de man das desuas ati vi da des. A pre ca rie da de das ro do -vias, com pro va da pela Pes qui sa Ro do viá -ria, jus ti fi ca o re ceio dos em pre sá rios.

Es ti ve com o pre si den te Luiz Iná cioLula da Sil va, no úl ti mo dia 28 de ou tu bro,para tra tar mos so bre ques tões do trans -por te. O pre si den te me as se gu rou que asprio ri da des que es tão sen do es ta be le ci -das se rão con cre ti za das e que a in fra-es -tru tu ra de trans por te é, sim, prio ri da de.Nes sa opor tu ni da de, es cla re ce mos às au -to ri da des pre sen tes que os nos sos mo vi -men tos de cons cien ti za ção não pro cu ramcul par ne nhum go ver no em par ti cu lar pe -los pro ble mas nas ro do vias. Os trans por -ta do res sa bem que as di fi cul da des vêm seacu mu lan do há mais de 15 anos. Após vá rios anos apli can do re cur sos

mí ni mos no se tor, o go ver no anun ciaseus pla nos de in ves tir R$ 6 bi lhões nain fra-es tru tu ra de trans por te, va lor bemabai xo das reais ne ces si da des, mas quere pre sen tam um bom co me ço, que jus ti -fi ca o voto de con fian ça dos trans por ta -do res bra si lei ros no go ver no.O voto de con fian ça do se tor trans por ta -

dor par te da com preen são de que ao atualgo ver no não há mui tas al ter na ti vas se nãosi na li zar à co mu ni da de in ter na cio nal suadis po si ção em res pei tar po lí ti cas de su pe rá -vit pri má rio e de cum prir os con tra tos. Noen tan to, a in fra-es tru tu ra deve ser prio ri za -da mes mo dian te des sas ne ces si da des. Com esta ini cia ti va, o go ver no se mos tra

aten to à rea li da de da in fra-es tru tu ra. Te mosago ra maior ex pec ta ti va de que seja ado ta doum pro gra ma, efi cien te e ur gen te, para a re -cons tru ção da nos sa ma lha viá ria, sal van dovi das, via bi li zan do a ati vi da de em pre sa rial ega ran tin do o cres ci men to eco nô mi co.

O GO VER NOANUN CIA PLA NOSDE IN VES TIRR$ 6 BI LHÕES NAIN FRA-ES TRU TU RADE TRANS POR TE,VA LOR ABAI XODAS REAISNE CES SI DA DES,MAS QUE RE PRE SEN TAM UM BOM CO ME ÇO

Atenção à realidadeEDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

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8 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

MAIS TRANSPORTE

POR JOÃO SAMPAIO ([email protected])

• As mon ta do ras bra si lei ras de ca mi nhões vão re -gis trar este ano o maior vo lu me de ex por ta çõesda his tó ria da in dús tria. Se rão 25 mil uni da des,contra 11.465 de 2003. As ven das no mer ca doin ter no tam bém se rão his tó ri cas: 76 mil uni da -des, o me lhor de sem pe nho des de 1980.

• O in ves ti men to de R$ 1,092 bi lhão fei to pe las11 con ces sio ná rias em fer ro vias em 2003 re pre -sen tou um au men to de 48% em re la ção a2002, quan do fo ram apli ca dos R$ 737 mi lhões.O dado faz par te do Re la tó rio Anual de Acom pa -nha men to das Con ces sões Fer ro viá rias de2003, di vul ga do pela ANTT.

• Até o fim de se tem bro, o go ver no exe cu tou, emmé dia, ape nas 15,2% dos in ves ti men tos pre vis -tos no Or ça men to de 2004. Nes se rit mo, di fi cil -men te exe cu ta rá os R$ 12 bi lhões apro va dospelo Con gres so para este ano.

• A Fun da ção Ge tú lio Var gas re ve la que a ma lharo do viá ria bra si lei ra é pe que na tan to para a ex -ten são ter ri to rial como para a po pu la ção do país.O Bra sil ocu pa a 90ª po si ção en tre 181 paí ses,com 202 km de es tra das por mil km2 de área,si tua ção tão má que se ria ne ces sá rio cons truir9.800 km de es tra das por ano, du ran te 30 anos,para se che gar à mé dia da Amé ri ca La ti na.

• A Pes qui sa Ro do viá ria 2004 da CNT al can çousu ces so ab so lu to na mí dia na cio nal. Pelo me nos50 diá rios de todo o país di vul ga ram seus re sul -ta dos, que no va men te apon ta ram a de fi ciên ciada maior par te da ma lha ro do viá ria do país. Nosprincipais diários, foi tema de editorial cobrandomais investimentos.

• A Lo ca li za, maior lo ca do ra de veí cu los do país,con quis tou o pri mei ro lu gar no seg men to“Trans por tes” no ran king “As Me lho res da Di -nhei ro”. Tra ta-se da elei ção da re vis ta “Is toé Di -nhei ro”, que ava liou o de sem pe nho cor po ra ti vode 400 com pa nhias no Bra sil.

RÁPIDAS

BOM EXEMPLO - A Braspress, empresa de distribuição de encomendas,firmou parceria com o Ministério da Saúde e afixou, em seus 685 caminhões,adesivos incentivando a doação de órgãos, na chamada “Campanha pela Vida”.A empresa também iniciou a divulgação de 150 mil volantes nos documentos detransporte e 350 mil malas-diretas sobre a importância do ato de doar órgãos e,assim, reduzir a fila de quem aguarda por um transplante. Na foto, Cyrene dosSantos (Ministério da Saúde), João Batista Simonetti (transplantado) e UrubatanHelou (diretor-presidente da Braspress e também presidente do Sindicatodas Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região - Setcesp).

SÓ EM 2005

Prevista para ocorrer em 1º de dezembro,a transferência dos vôos do aeroporto daPampulha, em Belo Horizonte, para o aeroportointernacional Tancredo Neves, em Confins,foi adiada para março do ano que vem. Osmotivos oficiais são três: necessidade deadequações viárias no acesso a Confins; aumen-to no tráfego aéreo em dezembro em virtudedas férias escolares; e necessidade de cam-panha mais ampla de esclarecimento sobre adecisão da transferência.

DE VOLTA

O Trem do Pantanal está renascendo. Durante81 anos (foi inaugurado em 1906), fez suatravessia pelo Mato Grosso do Sul até afronteira com a Bolívia. Em 1995, parou decorrer. Os cinco carros que compõem oExpresso Pantanal, seu novo nome, agora estãoprontos. Mas falta recuperar os 459 km de linhade Campo Grande a Corumbá, na fronteiracom a Bolívia, por onde o trem correrá.

DIVULGAÇÃO

Page 9: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 9

Queremos criar condições para os interessadosinvestirem, já sabendo que, num segundomomento, a mistura será obrigatória e o

mercado está garantido.

Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia, comentandosobre a autorização para mistura de biodiesel aodiesel comum. Em “O Globo”, de 10 de outubro.

A maior loucura coletiva da humanidadefoi tornar-se dependente do petróleo.

Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura, sobre omesmo assunto, na mesma reportagem de “O Globo”.

O Brasil não investe absolutamente nada empesquisa sobre causas de acidente. O resultado é

que só observamos um fenômeno crescentede mortes no trânsito.

Luis Antônio Lindau, coordenador do Laboratório deSistemas de Transportes (Lastran) da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em reportagemdo “Zero Hora” de 10 de outubro.

Se pegássemos os recursos da Cide eaplicássemos o que é devido em infra-estruturade transportes, teríamos dinheiro para solucionargrandes problemas. A Cide é uma apropriaçãoindébita, e não há sinalização por parte do

governo de que isso vá mudar.

Luiz Fernando Santos Reis, presidente do Sinicon (SindicatoNacional da Indústria Pesada), em entrevista ao “Jornaldo Commercio” de 17 de outubro, reivindicando maiorinvestimento do governo federal em infra-estrutura.

FRASES

• A To tal Li nhas Aé reas vai ab sor ver vôosre gio nais da Va rig no nor te do país eampliar sua parceria com a TAM. Aempresa está ne go cian do a com pra dedois aviões tur bo-he li ces ATR-72, quevão so mar-se à atual fro ta de dez ae ro -na ves de pas sa gei ros e três Boeing 727.

• Bem-su ce di do no ramo de lo gís ti -ca e trans por tes, com a Au to trac, otricampeão Nelson Piquet anun -ciou que in ves ti rá R$ 6 mi lhões naárea de edu ca ção à dis tân cia pelaIn ter net.

• O 13º Con gres so e Ex po si ção In ter na cio -nal da Tec no lo gia da Mo bi li da de SAEBra sil acon te ce nos dias 16 e 18 de no -vem bro em São Pau lo.

• Após um mi nu cio so tra ba lho de re cu pe -ra ção de com po nen tes e sis te mas, foirestaurado o Fit ti pal di FD 01, que fi couco nhe ci do como Co per su car, pri mei rocar ro bra si lei ro a dis pu tar uma pro va deFór mu la 1.O car ro foi rea pre sen ta do aopú bli co du ran te o Sa lão In ter na cio nal doAu to mó vel 2004, em São Pau lo, en tre osdias 21 e 31 de ou tu bro.

NOVO PACOTE

O Ministério dos Transportes selecionouum conjunto de obras que serãoexecutadas em 2005 com base nonovo critério de contabilização dosinvestimentos que está sendo negociadocom o FMI. A idéia é que os valoressejam excluídos do cálculo do superávitprimário (receitas menos despesas,descontados os juros da dívida). Opacote é formado por investimentosque têm retorno econômico garantidoe somam um total de R$ 2,5 bilhões.

DINHEIRO SOBRANDO

O sistema financeiro está com acapacidade de sua carteira decrédito ociosa. Ao todo, os bancostêm R$ 435 bilhões sobrando paraemprestar ao setor produtivo epessoas físicas. Só os cinco maioresbancos do país – Banco do Brasil,Bradesco, Itaú, Caixa e Unibanco –têm folga de R$ 189 bilhões.

CORREIO NACIONAL

GARGALOS

Há US$ 16 bilhões em novosinvestimentos estrangeiros prontos paraingressar no país, mas estão paradospor causa da burocracia, leia-se licençasambientais e legislação insuficientepara dar segurança ao investidor. Esseé o quadro traçado pela Sala deInvestimentos, que funciona há trêsmeses no Palácio do Planalto.

O presidente Lula reativou o serviço devôos internacionais da FAB para paísessul-americanos. Vinculado ao CorreioAéreo Nacional (CAN), o vôo será feitouma vez por mês. Além do transportede correspondência, documentos eobjetos entre o Brasil e os países vizinhos,as linhas servirão para intercâmbio dealunos e profissionais nas áreas deeducação, saúde, ciência e tecnologia.O CAN foi criado em 1931 e deixoude funcionar nos anos 80.

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 11

O que sobra das eleições

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

Brasília (Alô) - O que se temia com oresultado das urnas foi manifestadono dia seguinte às eleições pelavitoriosa em Fortaleza, LuizianeLins, uma petista ideologicamente

afinada com a senadora Heloísa Helena. Para aprefeita eleita, a culpa das derrotas do PT é dapolítica econômica. Ela dá um sinal perigoso epõe lenha numa fogueira de petistas radicaisdescontentes. Uma fogueira que quer queimar,como bruxos, gente como Antônio Palocci, Hen-rique Meirelles, Roberto Rodrigues e Furlan.Admitindo-se o argumento, pode-se dizer que oPSDB ganhou em São Paulo, Curitiba, Flori-anópolis e Cuiabá como sinal de aprovação dapolítica econômica tucana, que está sendo apli-cada, em grau mais ortodoxo, pela equipeeconômica de Lula. O que representou votos contrários ao PT em

municípios de peso foi, na realidade, o desen-canto com a política social do governo federal ea frustração em relação às promessas de cam-panha por emprego e Fome Zero. Por enquan-to, a política social que está dando certo é aeconômica que, evitando a inflação, evita o maiscruel dos impostos. Isso porque a inflação tira odinheiro dos pobres e o dá aos que têm sobraspara aplicar no banco. Ademais, se fracassar napolítica econômica, o presidente Lula pode enfi-ar a viola no saco e desistir do projeto dereeleição. Assim, o que o governo vai ter que faz-er agora é contra-argumentar bem para mantero que está dando certo e deixar sem razão ospetistas que insistem em fazer oposição.Por falar em reeleição, a outra conseqüência

dos resultados de outubro é ter desenhado já operfil do adversário de Lula. Tucano, governadordo principal Estado brasileiro e vitorioso naeleição municipal mais importante do país. Tas-so Jereissati já reconheceu Geraldo Alckmincomo o melhor candidato do partido. O outro,Aécio Neves, sai enfraquecido com a grande

vitória do PT em Belo Horizonte. As duas legen-das, PT e PSDB, foram premiadas por sua orga-nização partidária, pelo seu reforço como par-tidos, e não como meras legendas fisiológicas. OPMDB e o PFL continuam com o maior númerode prefeituras, mas apequenados pelo tamanhodos municípios que governam. Como se sabe, oRio de Janeiro não é exatamente PFL, masCésar Maia. O PP, ao perder Florianópolis, ficasem capital alguma. E pensar que o PP é suces-sor e herdeiro da Arena, “o maior partido políti-co do Ocidente”. Os outros continuarão coadju-vantes, alguns fisiológicos e outros ideológicos.Mais uma vez, o eleitor varreu antigas lider-

anças regionais. Garotinho levou uma surra,inclusive na sua Campos dos Goytacazes; o can-didato de ACM teve a maior derrota do segundoturno, em Salvador (apenas 25% dos votos);Amazonino Mendes, prefeito e governador váriasvezes, perdeu em Manaus; Amin em Florianópo-lis; o governador Requião licenciou-se paraentrar em campanha e só acentuou sua derrotaem Curitiba; os candidatos de Sarney e Tassoperderam em São Luís e Fortaleza; SiqueiraCampos foi derrotado na capital que criou, Pal-mas. Só Íris Rezende sobreviveu, tirando do PT aprefeitura de Goiânia. Desde a eleição municipalde 1988, o eleitor vem repetindo nas urnas aordem de renovação. Partido que não entendeisso se dá mal, como o PMDB e o PFL.Para o Brasil, o que muda? O eleitor, nos

estados do Sul, deu à balança de forças umequilíbrio de poder. Pode haver mais diálogo,mais discussão. A política econômica podeestar certa, mas a carga fiscal é demasiada evai ser preciso cortar mais gordura do Estadoinchado; vai haver mais força para exigir, dis-cutir, pedir aplicação legal da Cide, por exem-plo. As forças no Congresso passarão por umarearrumação, até porque aliados no plano fed-eral foram adversários nos municípios, emágoas subirão para o Planalto Central.

OS VOTOSCONTRÁRIOS AOPT EM MUNICÍPIOSDE PESO VIERAMDO DESENCANTOCOM A POLÍTICASOCIAL DOGOVERNO FEDERALE DA FRUSTRAÇÃOEM RELAÇÃO ÀSPROMESSAS DEEMPREGO E FOME ZERO

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12 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

O com ba te ao rou bo de car gas ga nhouum for te alia do para au xi liar na re pres -são das qua dri lhas: um dis que-de nún -cia (0800-773 1122), ser vi ço te le fô ni co

que pre ser va a iden ti da de do de nun cian te. A no -vi da de faz par te da cam pa nha “Ca mi nho nei ros doBem”, lan ça da pela Ab cam (As so cia ção Bra si lei rados Ca mi nho nei ros), du ran te o se mi ná rio “Re -pres são ao Cri me Or ga ni za do: Rou bo de Car gas eVa lo res”, rea li za do em Re ci fe em ou tu bro.Esse é o se gun do even to pro mo vi do pela PF,

com o apoio da CNT, ban cos e se gu ra do ras, no in -tui to de iden ti fi car o pro ble ma do rou bo de car gasem cada re gião do país e en con trar so lu ções con -jun tas na re pres são ao cri me or ga ni za do. O pri -mei ro foi rea li za do em agos to, em Belo Ho ri zon te,e teve como foco as re giões Su des te e Cen tro-Oes -te. O even to rea li za do em Re ci fe abor dou o Nor -des te. O pró xi mo se mi ná rio acontece em Manaus,no dia 16 de novembro para tratar da região Norte.De acor do com o pre si den te da Ab cam, José

da Fon se ca Lo pes, o ob je ti vo da campanha é aca -bar com a ima gem de que o mo to ris ta é o gran devi lão da his tó ria. Lo pes diz que, além das agres -sões e as sé dios so fri dos, os tra ba lha do res detrans por te ain da pas sam por um cons tran gi men tojun to às em pre sas de vi do à ina dim plên cia.

“Se o ca mi nho nei ro está com o nome sujo porfal ta de pa ga men to de seus com pro mis sos – de vi -do a fre tes bai xos, alta con cor rên cia, des pe sas dema nu ten ção etc –, a ge ren cia do ra de ris co nãoacei ta que ele seja con tra ta do para fa zer um novofre te por que acre di ta que ele es ta ria sus ce tí vel aoali cia men to dos ban di dos”, diz o di ri gen te. Lo pes diz que a cam pa nha visa sen si bi li zar a

so cie da de para es sas ques tões, além de bus car,jun to ao Con gres so, a apro va ção dos pro je tos delei es sen ciais para a ca te go ria, como o dis ci pli na -men to do se tor, a li mi ta ção do tem po de di re ção,a apreen são das mer ca do rias rou ba das, en tre ou -tros. “A ina dim plên cia não pode im pe dir o mo to -ris ta de tra ba lhar. É o pró prio sis te ma que atrai osmar gi nais, e não o ca mi nho nei ro.”O dis que-de nún cia já mos trou re sul ta dos. No

pri mei ro dia de fun cio na men to, fo ram re ce bi dasmais de 300 li ga ções. Ao ligar para o 0800, a pes-soa in for ma à cen tral qual quer mo vi men ta ção es -tra nha que per ce ber na es tra da, de qual quer lu gardo país. Após o re gis tro, a Abcam repassa aqueixa à Po lí cia Fe de ral. Po li ciais irão orien tar osaten den tes a fa zer as per gun tas ade qua das parafa ci li tar as in ves ti ga ções. As in for ma ções serão fil -tra das an tes de se rem re me ti das à DPAT (Di vi sãode Re pres são aos Cri mes con tra o Pa tri mô nio).

NORDESTEACENDELUZNOFIMDOTÚNELEVENTO LANÇA DISQUE-DENÚNCIA CONTRA ROUBO DE CARGA

POR EULENE HEMÉTRIO

2º SEMINÁRIO

CRIME ORGANIZADO

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 13

Para o pre si den te da Ab cam, “a so cie da de éque es ta va de sor ga ni za da, e não o cri me que es -ta va or ga ni za do”. Se gun do Lo pes, o Bra sil pos suicer ca de 450 mil ca mi nho nei ros, mas mui to de leseram in ti mi da dos pe los ban di dos a não fa lar coma po lí cia. “Te mos olhos pelo Bra sil in tei ro, ago ra.”O vice-pre si den te da CNT para a se ção do

Trans por te de Car gas, New ton Gib son, diz que ose mi ná rio em Re ci fe “foi mui to im por tan te por quede sen ca deou na so cie da de e nas au to ri da des apreo cu pa ção” que atin ge o se tor de trans por te hátem pos. “To dos fi ca ram im pres sio na dos com agra vi da de do pro ble ma e dis pos tos a aju dar.”O pre si den te do Sin di ca to das Em pre sas de

Trans por tes de Car gas do Es ta do de Per nam bu co(Set ce pe), An tô nio Ja ca ran dá, tam bém acre di taque o re sul ta do do se mi ná rio foi “po si ti vo”. “Es ta -mos, fi nal men te, ven do uma luz no fim do tú nel. Ain te ra ção de todo o po der re pres si vo será uma fer -ra men ta que po de rá le var o combate ao rou bo decar gas a con di ções plau sí veis de tra ba lho.”Ja ca ran dá fri sa que o gran de pas so que está

sen do dado pela PF é de sar ti cu lar as qua dri lhaspelo co ra ção: a par te fi nan cei ra. Para o dirigente,o cri me or ga ni za do será re pri mi do à me di da emque a la va gem de di nhei ro for com ba ti da e os re -cep ta do res pas sa rem a re ce ber mul tas al tas peloen vol vi men to nes se tipo de cri me. “Hoje, é qua seim pos sí vel fa zer o trans por te sem ter cer te za deque o as sal to vai ocor rer. A gran de cha ga, en tre -tan to, é o re cep ta dor. Não con se gui re mos avan çaren quan to não hou ver leis ri go ro sas para puni-los.”O pre si den te do Set ce pe diz que as em pre sas

de trans por te de Per nam bu co gas tam até 35% deseu fa tu ra men to com ge ren cia men to de ris co (ras -trea men to, equi pa men tos de se gu ran ça), “o quetor na in viá vel o em preen di men to”. De acor do comJa ca ran dá, a re gião é mui to vi sa da por ser o pólodis tri bui dor do Nor des te, sen do que 80% de seutrans por te é fei to via ro do viá ria.De acordo com dados apresentados pelo

presidente da seção de Cargas da CNT, FlávioBenatti, a região Nordeste é a segunda do paísem número de ocorrências, com 850 casos reg-

“O OBJETIVO ÉACABAR COM AIMAGEM DE QUEO MOTORISTA ÉO GRANDE VILÃODA HISTÓRIA”

ALTO NÍVELNewton Gibson (esq.)e Getúlio Bezerra avaliarampositivamente o seminário

FOTOS CNT/DIVULGAÇÃO

PAULO FONSECA

LINHA DE FRENTEPara Flávio Benatti, combate ao receptador é fundamental

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14 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

0800 RESOLVE SEQÜESTRO

O ser vi ço de dis que-de nún -cias tem de mons tra do re -sul ta dos bas tan te ani ma -

do res em vá rias ou tras áreas decom ba te ao cri me. De acor docom o Ins ti tu to São Pau lo Con traa Vio lên cia, que man tém um pro -je to na ca pi tal pau lis ta si mi lar aopro pos to pela Ab cam no com ba teao rou bo de car ga, só que di re -cio na do ao se ques tro, as in for ma -ções do dis que-de nún cia fo ramde ci si vas para es tou rar o ca ti vei rode pelo me nos 40 pes soas, des deou tu bro de 2000.

O coor de na dor do ser vi ço,Athay de da Sil va, diz que a to talga ran tia do ano ni ma to ofe re ci dapelo dis que-de nún cia é que es ti -mu la as pes soas a pas sar in for ma -ções ca pa zes de elu ci dar quais -quer ti pos de cri mes. Se gun do ele,um soft wa re foi cria do es pe ci fi ca -men te para blo quear o ras trea -

men to das li ga ções, o que im pe detec ni ca men te a iden ti fi ca ção dode nun cian te – mes mo que issoseja de in te res sa da po lí cia.

Ao todo, o ser vi ço já aju dou ades ven dar mais de 8.000 ca sos. Otrá fi co de en tor pe cen tes li de ra oran king das de nún cias, com 38%dos ca sos, se gui do pelo por te deen tor pe cen tes e pe los maus tra toscon tra crian ças. O te le fo ne paracon ta to é o 0800-156 315 para oEs ta do de São Pau lo e (11) 3272-7373 para ou tras lo ca li da des.

Um caso de su ces so do 0800bas tan te di vul ga do pela mí dia, porexem plo, foi a lo ca li za ção do ga ro -to Pe dri nho, que ha via sido rou ba -do de sua mãe ho ras após o seunas ci men to em Brasília. A lo ca li -za ção do me ni no só acon te ceu 16anos de pois, em Goiánia (GO),atra vés de uma li ga ção para o SOSCrian ça (0800-990 500).

istrados somente em 2003. Ele acredita queuma das condicionantes básicas para combateresse tipo de crime é a criação de uma estruturade resposta (fiscal e policial) compatível com adimensão do problema. Para Benatti, o combateao receptador deve estar na linha de frente detodo o trabalho. "Não se coloca uma carretavendendo cargas roubadas nos semáforos, mas,sim, em grandes redes de distribuição. Nossaexpectativa é que destes seminários regionaispossam sair soluções viáveis no combate aoreceptador da carga”, diz.O de le ga do ti tu lar da De le ga cia Po li cial de Re -

pres são ao Rou bo de Car gas de Per nam bu co, Cé -sar Urach, in for ma que as ocor rên cias na re giãofo ram re du zi das em 25% este ano, de vi do a umtra ba lho de cen tra li za ção dos ca sos de rou bo decar gas na de le ga cia es pe cia li za da. “Há um ano eoito me ses es ta mos in ten si fi can do a re pres são àsqua dri lhas e já de sar ti cu lamos 15 or ga ni za çõescri mi no sas neste ano”, diz. Se gun do Urach, em2004 fo ram ins tau ra dos 77 in qué ri tos e indiciadas141 pes soas. Um mo to ris ta está de sa pa re ci do eou tro foi mor to em maio, em Cu ru pi ra.O ti tu lar da Di re to ria de Com ba te ao Cri me Or -

ga ni za do da PF, Ge tú lio Be zer ra, afir ma “que apre sen ça da Re cei ta Es ta dual tam bém foi im por -tan te no con tex to dos de ba tes, uma vez que seutra ba lho é es sen cial na fis ca li za ção e iden ti fi ca çãodos pro du tos rou ba dos”.Be zer ra res sal ta que o nú me ro de agen tes de

po lí cia participantes do brou do pri mei ro para o se -gun do se mi ná rio, “de mons tran do um gran de in te -res se de in te gra ção e uni fi ca ção das for ças”. O de -le ga do Urach diz que, di fe ren te dos even tos rea li -za dos para dis cu tir o as sun to – onde há a pre do -mi nân cia de pro du tos de ge ren cia men to de ris co-, “o se mi ná rio deu a opor tu ni da de para que cadaseg men to ex pres sas se sua rea li da de”. Para Urach, a par ti ci pa ção da PF é “fun da -

men tal por que a prin ci pal di fi cul da de nos Es ta dosé a li mi ta ção de fron tei ra para a de sar ti cu la ção dasqua dri lhas”. O de le ga do pre ga uma maior co la bo -ra ção en tre as uni da des da Fe de ra ção. l

PROTEÇÃO José da Fonseca Lopes, da Abcam, quer sensibilizar a sociedade

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16 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

C om tan to bu ra co, ficaaté di fí cil che gar ao tú -nel para en xer gar aluz. A di vul ga ção da

Pes qui sa Ro do viá ria CNT 2004ra ti fi cou o que os usuá rios dases tra das, prin ci pal men te os ca -mi nho nei ros, do nos de trans por -ta do ras de car gas, mo to ris tas epas sa gei ros de ôni bus vêm tes -te mu nhan do há anos. O es ta dode con ser va ção das ro do vias fe -de rais bra si lei ras está pio ran dopro gres si va men te. E se a ro do viafor de ges tão es ta tal a si tua ção épior ain da. Em 83% de las, ou53.568 km do to tal de 64.548km, há al gum tipo de de fi ciên ciana pa vi men ta ção, na si na li za çãoou em sua geometria.Dos 74.681 km ava lia dos de

nor te a sul do país, 56,1%(41.911 km) en con tram-se compa vi men to em si tua ção de fi cien -te, ruim ou pés si mo. Em doister ços do to tal, ou 65,4%(48.788 km), a si na li za ção foicon si de ra da ina de qua da, em80,6% da ex ten são ava lia da ageo me tria viá ria foi re pro va da e39,8% da ex ten são ava lia da nãopos suem acos ta men to. Demodo ge ral, 74,7% (55.762 km)apre sen tam im per fei ções.A pes qui sa foi rea li za da por

pro fis sio nais e téc ni cos es pe cia -

li za dos da CNT, no pe río do en tre28 de ju nho e 29 de ju lho des teano. En tre as prin ci pais cons ta -ta ções, a mais ób via: a de queos in ves ti men tos fei tos no se torde in fra-es tru tu ra ro do viá ria nosúl ti mos dez anos – a pes qui sada CNT está em sua nona ver -são – con ti nuam aquém do ne -ces sá rio para que o sis te ma viá -rio na cio nal al can ce um pa ta -mar mí ni mo de qua li da de.Há ou tros da dos preo cu pan -

tes. Em re la ção à ava lia ção fei ta

em 2003, pou co ou nada mu dou.Em al guns ca sos, pio rou. No anopas sa do, 11 equi pes ve ri fi ca ramque dos 57 mil qui lô me tros per -cor ri dos, 58,5% apre sen ta vamco ber tu ra as fál ti ca em si tua çãode fi cien te, ruim ou pés si mo(27.885 km). A si na li za ção tam -bém foi re pro va da em 77,6% daex ten são (36.977 km) e em 34%dos tre chos pes qui sa dos não ha -via acos ta men tos (16.180 km).“A res pon sa bi li da de é dos go -

ver nos que se su ce de ram nas úl -

EDIÇÃO 2004

PESQUISA RODOVIÁRIA

POR MARCELO NANTES

PREOCUPAÇÃOO presidenteda CNT, ClésioAndrade, anunciaa Pesquisa 2004

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 17

ti mas dé ca das. A CNT, como re -pre sen tan te do trans por ta dor, tema obri ga ção de con tri buir para aso cie da de mos tran do a cara dasro do vias. Es ta mos cum prin donos sa par te dis po ni bi li zan do osre sul ta dos para a ad mi nis tra çãopú bli ca. O Es ta do, sim, tem aobri ga ção de fa zer algo, pois todaso cie da de está sen do pre ju di ca -da. Seja no im pac to da ava lia çãodo Cus to Bra sil, no im pac to doau men to dos pre ços e ser vi ços oupor ter que tra fe gar em es tra das

em es ta dos de con ser va ção tãocrí ti cos”, diz o pre si den te da CNT,Clé sio An dra de.Emer gen cial men te, e em re -

gra, as ope ra ções tapa-bu ra cotêm sido a al ter na ti va dos go ver -nos es ta duais e fe de ral para ten -tar con tor nar os efei tos cau sa dospela de te rio ra ção das ro do viaspú bli cas. “Mas todo ano é ames ma coi sa. Os go ver nos sepron ti fi cam a aten der as prin ci -pais de man das, mas vem a chu -va e o pro ble ma fica maior ain -

da. Não está re sol ven do. Es sasini cia ti vas ape nas re men dam oque não tem re mé dio. Te mosque par tir para exe cu ção de umpla no for te nes sas ro do vias”,afir ma o pre si den te da CNT.Se gun do da dos apre sen ta dos

du ran te a di vul ga ção do re sul ta doda pes qui sa, em ou tu bro, o go ver -no fe de ral tem apli ca do en tre R$400 mi lhões e R$ 500 mi lhõespor ano. Va lo res bem in fe rio res aoque a rea li da de per mi te des fru tar.A ar re ca da ção da Cide (Con tri bui -

JÚLIO FERNANDES/CNT/DIVULGAÇÃO

ESTÁ DADOESTUDO DA CNT APONTA QUE 75% DAS RODOVIAS TÊM DEFICIÊNCIAS GRAVES;TRANSPORTADOR TEME PROBLEMAS NO ESCOAMENTO DE CARGAS

O ALERTA

ESTÁ DADOESTUDO DA CNT APONTA QUE 75% DAS RODOVIAS TÊM DEFICIÊNCIAS GRAVES;TRANSPORTADOR TEME PROBLEMAS NO ESCOAMENTO DE CARGAS

O ALERTA

Page 18: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

ção de In ter ven ção no Do mí nioEco nô mi co), im pos to in ci den teso bre o pre ço dos com bus tí veiscria do para, en tre ou tras fi na li da -des, fi nan ciar a re cu pe ra ção econs tru ção da ma lha viá ria, po de -ria con tri buir bas tan te para a so -lu ção do pro ble ma.Em 2003, o mon tan te che gou

a R$ 7,5 bi lhões. A pre vi sãopara este ano é de al can çar R$8,3 bi lhões, sen do que até omês de agos to pas sa do já secon ta bi li za va no cai xa fe de ral R$5,946 bi lhões. As trans fe rên ciaspara os Es ta dos, no mes mo pe -río do, fo ram de R$ 671 mi lhões,ou 29% do to tal apu ra do até en -tão. Dos qua se R$ 5,3 bi lhõesque res ta ram, ape nas R$ 871mi lhões fo ram uti li za dos peloMi nis té rio dos Trans por tes.“Em 2000, fo ram in ves ti dos

R$ 6 bi lhões, e no ano pas sa do,R$ 1,5 bi lhão. Nes te ano, podeche gar a R$ 1,8 bi lhão. Masesta quan tia não ne ces sa ria -

COMOFOI FEITA A PESQUISA

A nona ver são da Pes -qui sa Ro do viá ria CNTfoi rea li za da em 32

dias, en tre 28 de ju nho e 29de ju lho, por 14 equi pescom pos tas de pes qui sa do rese mo to ris tas se le cio na dos etrei na dos pe las Coor de na -ções Téc ni ca e Es ta tís ti ca daCNT. Ao todo, fo ram per cor -ri dos 109.829 km em 3.016ho ras de co le ta, re sul tan donos 74.681 km ava lia dos.

Fo ram man ti das as 109 li -ga ções ro do viá rias ava lia dasno ano pas sa do e adi cio na -das no vas ex ten sões de for -ma a to ta li zar a ava lia ção dama lha ro do viá ria fe de ral pa -vi men ta da.

As equi pes uti li za ram veí -cu los de pas seio tra fe gan doem bai xa ve lo ci da de (en tre40 km/h e 50 km/h) e ospes qui sa do res rea li za ramsuas ob ser va ções e re gis trospor meio de ano ta ções ecom o au xí lio de equi pa men -tos como má qui na fo to grá fi -ca e GPS.

As con di ções das ro do -vias fo ram ana li sa das sob osas pec tos que re fle tem os ní -veis de con ser va ção, se gu -ran ça e con for to. A ins pe çãocom preen deu tam bém osim pac tos pro du zi dos peloes ta do das ro do vias so bre aati vi da de de trans por te depas sa gei ros e car gas.

“O ES TA DOTEM A

OBRI GA ÇÃODE FA ZER

ALGO, POIS ASO CIE DA DEESTÁ SEN DOPRE JU DI CA DA”

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MUITAS RECLAMAÇÕES, E DE TODOS OS TIPOS

As con clu sões dos ca mi nho nei ros ares pei to do es ta do de con ser va çãodas ro do vias bra si lei ras são coin ci -

den tes. Eles elo giam as pri va ti za das e cri ti -cam aque las estradas cuja ges tão é de res -pon sa bi li da de do Es ta do. Ao ana li sa rem aPes qui sa Ro do viá ria 2004, são ca te gó ri cosao con fir ma rem o re sul ta do e ana li sa rem osde ta lhes enu me ra dos pela ava lia ção da CNT:os ca mi nho nei ros co-re la cio nam e iden ti fi -cam os pro ble mas ins tan ta nea men te.

“Ruins, não. São ri dí cu las. Quan do pre ci -so pas sar por al gu mas de las sem pre lem brode xin gar al gum go ver nan te. As boas sãoaque las em que pre ci so pa gar pe dá gio, maso res tan te é in tra fe gá vel. Es tou pen san do emtro car de pro fis são por cau sa das di fi cul da -des que en ca ro no dia-a-dia, pois te nho obri -ga ção de fa zer a en tre ga. Às ve zes, pre fi roan dar até 190 km em des vio, umas cin co ho -

ras a mais de via gem, a ter que en fren tar abu ra quei ra”, diz o trans por ta dor de ra çãoJosé Car los Lo pes, 40 anos, ao se lem brar daro do via que liga Itum bia ra (MG) a Goiâ nia.

O trans por ta dor de sa pa tos Eduar do Go -mes, 47 anos e há oito di ri gin do Bra sil afo ra,atual men te vem fa zen do a rota For ta le za-SãoPau lo. Seu veí cu lo é ras trea do via sa té li te, oque lhe ga ran te o mí ni mo de se gu ran ça, masnão o im pe de de re co nhe cer as si tua ções deris co. “Onde a es tra da é mais ou me nos, nãotem si na li za ção nem acos ta men to. Em al -guns tre chos, ain da te mos que en fren tar ani -mais na pis ta. Não tem ca mi nhão que fi queali nha do ou pneu que não seja co mi do defor ma de si gual. A BR-116 é a pior das quecos tu mo di ri gir. As da Ba hia e de Mi nas Ge -rais tam bém são ruins”, diz Go mes.

Já Wil son Ro ber to, 53 anos, tem con di -ções de tra ba lho di fe ren cia da. Ele trans por -

ta ele tro-ele trô ni cos, en tre São Pau lo e Bra -sí lia, para uma gran de rede de su per mer ca -dos. Uti li za as ro do vias pau lis tas na maio riadas ve zes, mas la men ta pelo per cur so en -tre Mi nas Ge rais e o Dis tri to Fe de ral. “Paramim, o prin ci pal mo ti vo des se caos é a fal -ta de fis ca li za ção. Tem ca mi nhão car re gan -do até 70 to ne la das, mais que o do bro doper mi ti do (27 to ne la das). Alia da à fal ta desi na li za ção e de in ves ti men tos, não tem as -fal to que re sis ta.”

Se gun do da dos da Ab cam, a fro ta atualde ca mi nhões, en tre au tô no mos e per ten -cen tes a fro tas de em pre sas, é de 1,28 mi -lhão. Para New ton Gib son, da ABTC, o cus toope ra cio nal com ma nu ten ção é de cer ca de30% do va lor do fre te e de 20% com se gu ro.Pneus, sus pen são, ro das, freio e em brea gemsão os aces só rios mais des gas ta dos com ade te rio ra ção das es tra das.

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car ga, que mo vi men tam en tre80% e 90% da pro du ção agrí co lado país, a pes qui sa mos tra que aper da de car ga pode não ser opior. “Este in ven tá rio das es tra dasmos tra que, en tre os prin ci paisgar ga los exis ten tes no Bra sil, o dotrans por te ter res tre é o que maisde ve ria re ce ber prio ri da de. Asper das ma te riais se re cu pe ram,mes mo que a lon go pra zo, mas aper da de vi das não tem vol ta. Souum oti mis ta con vic to e acre di tonos go ver nos, mas con vi ver comessa rea li da de é mui to preo cu -pan te. Pa re ce brin ca dei ra, mastrans por ta mos car gas a 20 km/h”,diz o pre si den te da ABTC (As so -cia ção Bra si lei ra de Trans por ta do -res de Car gas), New ton Gib son.O es coa men to das pro du ções

agrí co las, in dus triais e co mer ciais“está cor ren do sé rio ris co”, diz opre si den te da Ab cam (As so cia çãoBra si lei ra dos Ca mi nho nei ros),José da Fon se ca Lo pes. “Hoje,não é exa ge ro afir mar que a si tua -ção como está pode com pro me -

CUSTOS E ACIDENTESCRESCEM MAIS DE 50%

A n dar na par ce la apro va da da ma lha viá ria bra -si lei ra sig ni fi ca tra fe gar em boas con di ções dese gu ran ça e con for to, sem os pe ri gos dos bu -

ra cos, fal ta de acos ta men tos ou si na li za ção pre cá ria.De acor do com o re sul ta do da Pes qui sa Ro do viá riaCNT 2004, do per cur so to tal per cor ri do, 10.133 km(13,56%) es tão em ro do vias sob ges tão ter cei ri za da,dos quais 78,4% fo ram con si de ra dos óti mo ou bom eape nas 417 km (ou 4,1%), ruim ou pés si mo.

No item Pa vi men to, 85,4% das ro do vias con ce di -das fo ram clas si fi ca das como óti ma ou boa. Na ca te -go ria Si na li za ção, 91,7% dos tre chos re ce be ram asduas ava lia ções. No que si to Geo me tria da Via, 50,2%dos tre chos fo ram bem clas si fi ca dos.

Se gun do nú me ros for ne ci dos pela ABCR (As so cia çãoBra si lei ra de Con ces sio ná rias de Ro do vias), en tre 1996 e2003, as 36 con ces sio ná rias em ope ra ção no Bra sil in ves -ti ram R$ 9,45 bi lhões em me lho ria e am plia ção das es tra -das. A en ti da de ga ran te que, em caso de aci den tes, o so -cor ro às ví ti mas é rea li za do “com agi li da de e se gu ran ça”.

“En tre 1999 e 2003, as equi pes de res ga te aten de -ram a 385.970 pes soas, sen do 209.053 so cor ros sim -ples e 176.970 com am bu lân cia”, afir ma o re la tó riofor ne ci do pela ABCR. Os ser vi ços in cluem, ain da, oaten di men to a veí cu los que apre sen tam pro ble masnas ro do vias como fal ta de com bus tí vel ou pane me -câ ni ca e elé tri ca. Es sas es tra das são mo ni to ra das 24ho ras por equi pes de ins pe ção, sis te mas de TV e te le -fo nes ins ta la dos ao lon go das vias.

Es tu do do Ipea (Ins ti tu to de Pes qui sa Eco nô mi caApli ca da) re ve lou que es tra das em mau es ta do decon ser va ção sig ni fi cam au men to de 38% no cus toope ra cio nal dos veí cu los, de 58% no con su mo decom bus tí vel, de até 50% no ín di ce de aci den tes e deaté 100% no tem po de via gem.

Mas, se gun do ava lia ção da Po lí cia Ro do viá ria Fe de ral,as pis tas em pio res es ta do de con ser va ção são as queapre sen tam me nos mor tes em de cor rên cia de aci den tes.Os mo to ris tas de sen vol vem ve lo ci da de me nor e, “bem oumal”, es tão sem pre mais aten tos.

“Não que re mos com essa aná li se res sal tar os as -pec tos ne ga ti vos ou con de nar os po si ti vos, mas ape -nas ob ser var que, de tão pre cá ria, a rea li da de da ma -lha viá ria bra si lei ra pos si bi li ta ve ri fi car con tra di ções”,diz a as ses so ria de im pren sa da PRF.

men te foi re ver ti da para cons tru -ção de ro do vias. Essa sig ni fi ca ti -va re du ção de in ves ti men tos ex -pli ca a pio ra que a pes qui sa re -ve lou mais uma vez”, diz o eco -no mis ta Raul Vel lo so.Os di ri gen tes das prin ci pais

en ti da des re pre sen ta ti vas dosse to res de trans por te de car gas ede pas sa gei ros se mos tram bas -tan te preo cu pa dos com as pers -pec ti vas e de mons tram cau te laao ava lia rem o fu tu ro do se tor.“Pre ci sa mos cres cer, pois nãote mos ca pa ci da de ins ta la da.Esta úl ti ma ava lia ção mos tra as -pec tos fun da men tais para en ten -der o es ta do de aban do no dasnos sas es tra das e o que é ne ces -sá rio para que se jam me lho ra -das. O go ver no de ve ria apli car osre cur sos da Cide, como de ter mi -na a Cons ti tui ção Fe de ral”, diz osu pe rin ten den te da Abra ti (As so -cia ção Bra si lei ra das Em pre sasde Trans por te Ter res tre de Pas -sa gei ros), José Luiz San to lin.Para os trans por ta do res de

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 21

ter a dis tri bui ção da pró xi ma sa -fra. Não te mos con di ções viá riaspara es coar a co lhei ta do Cen tro-Oes te e de Mi nas Ge rais.”Fon se ca Lo pes che ga a fa zer

um aler ta. “Ou tro pro ble ma é asi tua ção por tuá ria. A maior par teda fro ta na cio nal está sen do uti -li za da como ar ma zém. Foi as simno ano pas sa do, quan do maisde 6.000 ca mi nhões aguar da -ram a che ga da de na vios parades car re gar. Para 2005, a preo -cu pa ção é ain da maior. Com ade mo ra na uti li za ção dos re cur -sos da Cide, o Cus to Bra sil estáau men tan do mui to.”Opi nião se me lhan te tem o pre -

si den te em exer cí cio da NTC (As -so cia ção Na cio nal do Trans por tede Car ga e Lo gís ti ca), José Hé lioFer nan des. “Di zer que o es coa -men to da pro du ção está sen dopre ju di ca do não é no vi da de. Ascon di ções são inad mis sí veis. OBra sil não su por ta rá por mui totem po os cus tos com essa es tag -na ção. Ou vi mos fa lar em re cor rer

MAYCO GERETTI/CRUZEIRONET./FUTURA PRESS

SEM SAÍDAEstradas ruinsaumentam custosde todas as etapasda economia

“COM ADE MO RA NAUTI LI ZA ÇÃODOS RE CUR SOSDA CIDE,O CUS TO

BRA SIL ESTÁAU MEN TAN DOMUI TO”

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22 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

BICAMPEÃ A BR-459, entre Lorena e Poços de Caldas, foi

A MELHOR A rodovia dos Bandeirantes,eleita em 1º na pesquisa

SP-348 - RODOVIADOS BANDEIRANTES

AdministraçãoAutoban

Nota na pesquisa100

LigaçãoSão Paulo a Limeira (SP)

Extensão160 km (78 km de gestão privada)

TrechoSão Paulo-Cordeirópolis

Tráfego diário100 mil veículos

Velocidade máxima120 km/h

ImportânciaVetor essencial de desenvolvimento dosmunicípios de sua área de influência(Campinas, Jundiaí, Piracicaba e

Americana) e um significativo corredorpara escoar a produção de uma das

regiões economicamentemais ativas do país

BR-459 - WENCESLAU BRÁS

AdministraçãoFederal

Nota na pesquisa40,9

LigaçãoPoços de Caldas (MG) a Lorena (SP)

Extensão190 km

ImportânciaAtende ao escoamento da produçãode café, soja e frutas da região

Tipo de tráfegoveículos pesados e transporte de

passageiros, em virtude das universidadespróximas, em Itajubá e Santa Rita doSapucaí (SP) e Santa Rita de Caldas,

Caldas e Ipuiúna (MG)Trechos críticos

entre os KM 30 e KM 60da parte mineira

a hi dro vias e fer ro vias, mas nãoacre di to que se ria so lu ção ou al -ter na ti va. Te mos é que re cu pe rara in fra-es tru tu ra fora do Su des tean tes que ela de sa pa re ça em de -fi ni ti vo”, diz Fer nan des.O ba lan ço fei to pela Po lí cia Ro -

do viá ria Fe de ral (PRF) no fe ria dopro lon ga do de 12 de ou tu bro ra ti -fi ca o re sul ta do da Pes qui sa Ro -do viá ria da CNT. Re gis trou-se au -men to de 20,83% no nú me ro to -tal de aci den tes, quan do com pa -ra do ao fe ria do de 7 de se tem bro.Fo ram 1.821 aci den tes aten di dosen tre 8 e 12 de ou tu bro, con tra1.507 ob ser va dos en tre 3 e 7 dese tem bro de 2004. Os va lo res re -fe ren tes a mor tos e fe ri dos em ro -do vias fe de rais tam bém acom pa -

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 23

nha ram a ten dên cia de cres ci -men to: 10,81% de au men to nonú me ro de fe ri dos, e 13,79% noto tal de mor tos. No mes mo pe río do em 2003,

quan do 12 de ou tu bro caiu numdo min go e teve um dia a me nosde mo vi men to nas es tra das, ocor -re ram 1.146 aci den tes. De acor -do com a as ses so ria de im pren sada PRF, os Es ta dos que li de ram oran king de aci den tes são os mes -mos em to dos fe ria dos na cio nais.Mi nas Ge rais, que con cen tra amaior ma lha viá ria do país, está àfren te da lis ta, se gui do por San taCa ta ri na, Rio de Ja nei ro, São Pau -lo, Pa ra ná e Rio Gran de do Sul.Além da im pru dên cia, os agen tesda Po lí cia Ro do viá ria res pon sa bi -li zam, tam bém, o mau es ta do decon ser va ção das ro do vias.

eleita novamente a pior estrada do país

O se tor de trans por te ro do -viá rio in te rur ba no de pas -sa gei ros se mos tra bas -

tan te apreen si vo com as con di -ções das es tra das bra si lei ras. Nosúl ti mos anos, os cus tos com ma -nu ten ção dos veí cu los, trei na -men to de pro fis sio nais e fo lha depa ga men to têm sido acres ci dosem fun ção da má con ser va ção dama lha viá ria. Se guin do a ten dên -cia dos trans por ta do res de car -gas, en tre 30% e 40% das des pe -sas ocor rem como con se qüên ciana tu ral dos “so la van cos”.Se gun do es ti ma ti va do su pe rin -

ten den te da Abra ti (As so cia çãoBra si lei ra das Em pre sas de Trans -por te Ter res tre de Pas sa gei ros),José Luiz San to lin, apro xi ma da -men te 13,5 mil ôni bus são uti li za -dos no trans por te in te res ta dual, ge -ran do ven das de 140 mi lhões debi lhe tes a cada ano. “O con su mode com bus tí vel é ex ces si vo, os re -gis tros de aci den tes são maio res,as sim como o des gas te pre ma tu rode pe ças e de ope ra do res e mo to -ris tas. Te mos ain da que re do braros cui da dos para evi tar as sal tos eaci den tes”, diz San to lin.Ain da se gun do o di ri gen te da

Abra ti, que “ain da” não che ga a

te mer a re du ção da de man da, oscon tra tos fir ma dos com o Po derPú bli co obri gam as em pre sas area li za rem inú me ros es for çospara que se jam cum pri dos to dosos ter mos es ta be le ci dos nas per -mis sões. E uma es tra da com pa -vi men to ruim de gra da os equi pa -men tos mui to mais do que as ro -do vias de ter ra.“Nos ve mos obri ga dos a in ves -

tir em veí cu los es pe cí fi cos con for -me o es ta do de de te rio ra ção dasro do vias. Mes mo as sim, há ca sosem que te mos que dis po ni bi li zarôni bus com sus pen são con ven -cio nal para um piso pre cá rio.Quem aca ba so fren do as con se -qüên cias são os usuá rios, poisnes sas con di ções as via gens per -dem em con for to”, diz San to lin.En tre as pro vi den cias to ma -

das, a ado ção de trei na men toses pe cí fi cos são im pres cin dí veis,como os pro mo vi dos pela Ita pe -mi rim (leia mais na Re vis ta CNT109). As em pre sas ofe re cemcur sos de di re ção de fen si va e depri mei ros-so cor ros, obri ga çõesne ces sá rias para au men tar a se -gu ran ça dos con du to res, ví ti masfre qüen tes de as sal tos, e a re mu -ne ra ção de ho ras ex tras para

ES TRA DA COMPA VI MEN TORUIM

DE GRA DA OSEQUI PA MEN TOSMUI TO MAISDO QUE ASRO DO VIASDE TER RA

VIAGENS ASSUSTADORASCONSERTOS CONSOMEM 40% DAS DESPESAS

PESQUISA RODOVIÁRIA 2004

LUCIENNE CUNHA/JORNAL DA MANTIQUEIRA/FUTURA PRESS

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

com pen sar o tem po acres ci dona du ra ção dos iti ne rá rios.“Mi nha pro fis são é uma ver da -

dei ra aven tu ra. Há tre chos em quero da mos até 200 km sem qual querapoio ou as sis tên cia. Os as sal tan -tes em pa re lham os car ros, che gamati ran do nos vi dros e na por ta”, dizDias sis Viei ra Go mes, 52 anos, há11 na pro fis são.“A gen te vê mais aci den te do

que ôni bus que bra do. Já per dium co le ga de ser vi ço na BR-153por cau sa das es tra das bu ra quen -tas (sic). Ele foi des viar de umavala e ba teu de fren te com um ca -mi nhão car re ga do. Sem pre quepego a es tra da peço a Deus queolhe pela gen te. No tre cho quenão dá para an dar aci ma de 30km/h o ris co é alto de mais”, dizCar los Fer rei ra, 43 anos e há 18na es tra da. Dias sis e José Car losfa zem a rota Cen tro-Oes te/Nor -des te e Cen tro-Oes te/Nor te. Acada dois dias vão e vol tam para aBa hia e o Mato Gros so, res pec ti -va men te, par tin do de Bra sí lia.As ex pe riên cias trau ma ti zan tes

tam bém são com par ti lha das porpas sa gei ros. A es tu dan te Lí dia Car -do so Sa les, 21 anos, faz o per cur -so Bra sí lia/Rio Bran co duas ve zespor ano. São 75 ho ras de via gem,pas san do por Mato Gros so e Ron -dô nia, com al guns per cur sos de to -tal iso la men to. “Há tre chos em quefico in tran qüi la por cau sa da gran -de dis tân cia de uma ci da de paraou tra, sem po li cia men to ro do viá rio.É uma si tua ção que não tem comonão fi car apreen si va. Mi nha tia so -freu um aci den te em que o mo to -ris ta mor reu”, diz a es tu dan te. PERIGO Transporte de passageiros teme situação das estradas para os ônibus

24 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 25

SOLUÇÕES À VISTA PARAO PROBLEMAPARA RAUL VELLOSO, APLICAÇÃODA CIDE E PPP SERIAM OPÇÕES

En quan to a so cie da de e ose tor pro du ti vo aguar dam are to ma da de in ves ti men tos

ma ci ços que pos si bi li tem mu darra di cal men te o es ta do caó ti co emque se en con tra a ma lha ro do viá -ria bra si lei ra, uma das al ter na ti vasaven ta das por em pre sá rios do se -tor de trans por te para mi ni mi zar asi tua ção en con tra-se em dis cus -são no Con gres so Na cio nal. O pro -je to que es ta be le ce e re gu la men taa PPP (Par ce ria Pú bli co-Pri va do)ain da está em fase de dis cus sãono Se na do Fe de ral, mais es pe ci fi -ca men te na CAE (Co mis são de As -sun tos Eco nô mi cos).A as so cia ção dos go ver nos fe -

de ral e es ta duais com a ini cia ti vapri va da pode via bi li zar me lho riasde in fra-es tru tu ra eco nô mi ca e so -cial, in cluin do a lo gís ti ca do se torde trans por te bra si lei ro. Se ria umama nei ra de re du zir as des pe sas doPo der Pú bli co, que di vi di ria oscus tos com os in ves ti do res pri va -dos com pen san do-o ao as se gu rara es ses in ves ti do res o re tor no doca pi tal apli ca do.Em ou tros paí ses, ca sos do Es -

ta dos Uni dos, Ca na dá, Aus trá lia,África do Sul, Es pa nha, Fin lân dia,Fran ça, Por tu gal, Ale ma nha e Chi -le, en tre ou tros, essa união vem fi -nan cian do obras e su prin do ne -ces si da des que o Es ta do não con -se gue rea li zar de ime dia to. Po rém,é con sen so que as PPPs não se -rão a so lu ção para a área de in fra-es tru tu ra de trans por te, prin ci pal -men te de ro do vias. “Pode ser so lu ção de par te da

in fra-es tru tu ra, pelo me nos no quediz res pei tos a por tos, tal vez a hi -dro vias e fer ro vias. No caso do sis -te ma ro do viá rio, já te mos 10 milqui lô me tros de ro do vias pri va ti za -das. Hoje, ain da exis tem con di çõesde pri va ti zar mais 3.000 km ou4.000 km. As PPPs po de riam ser aso lu ção se abran ges se o restanteda malha rodoviária, a não ser queo go ver no quei ra com ple men tarcom re cur sos or ça men tá rios aqui loque os con ces sio ná rios ain da têmque gas tar”, diz o pre si den te daCNT, Clé sio An dra de.O pro ble ma é que o go ver no

não gas ta. Le van ta men to fei to pelaSe cre ta ria do Te sou ro Na cio nal

apon ta que fo ram gas tos até ju lho19,89% do or ça men to pre vis topara o trans por te – em nú me rosab so lu tos, dos R$ 4 bi lhões, ape -nas R$ 796 mi lhões fo ram apli ca -dos em obras e ser vi ços.Para Clé sio An dra de, de pen -

den do do tex to apro va do e de suare gu la men ta ção, a PPP aten de riape que nas ro do vias. “En ten de mosque a PPP não re sol ve os pro ble -mas ro do viá rios. Essa ques tão temque ser re sol vi da com re cur sos daCide (Con tri bui ção de In ter ven çãono Do mí nio Eco nô mi co).”Mes ma opi nião tem o eco no -

mis ta e tri bu ta ris ta Raul Vel lo so,para quem as PPPs es tão lon gede ser a me lhor saí da. “Pode seruma al ter na ti va, mas não será apa na céia. As PPPs são boaspor que per mi tem que o go ver -no, para o mes mo vo lu me dedes pe sas que pos sa fa zer, re du -za seu com pro me ti men to fi nan -cei ro atual. Elas se riam o que te -nho cha ma do de um en di vi da -men to de me lhor qua li da de,pois o Es ta do po de rá se one rarme nos”, diz o eco no mis ta.

“EN TEN DE MOSQUE A PPPNÃO RE SOL VEPRO BLE MASRO DO VIÁ RIOS.ESSA QUES TÃOTEM QUE SERRE SOL VI DA

COM RE CUR SODA CIDE”

INVESTIR ParaVelloso, Estado iráse onerar menos

PESQUISA RODOVIÁRIA 2004

EDMAR MELO/AG. A TARDE/FUTURA PRESS

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

26 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

I nú me ras são as im pli -cân cias para a eco no miae para a so cie da de de

um país que pos sui ro do viascomo as do Bra sil, es bu ra ca -das e aban do na das. O au -men to dos cus tos se re fle tedes de a pro du ção, pas sapela ma nu ten ção dos veí cu -los de car ga e de pas sa gei rose che ga ao con su mi dor fi nal,com ônus para os mer ca dosin ter no e ex ter no. A to marpela opi nião de es pe cia lis tase es tu dio sos do trans por te, oúni co agen te em toda as eta -pas da ca deia pro du ti va quecon se gue se adap tar às con -di ções des fa vo rá veis é o con -ces sio ná rio das rodovias.“As con se qüên cias são tan -

tas para os usuá rios di re tosquan tos para os in di re tos. Ouseja, para toda a po pu la ção.Mas as ques tões que en vol -vem o sis te ma viá rio de bai xa

qua li da de têm ou tro lado. Elascau sam fis su ras no de sen vol -vi men to so cial e na qua li da dede vida das re giões. Ao abrirmão de suas res pon sa bi li da decom os in ves ti men tos em in -fra-es tru tu ra, o Po der Pú bli cocon de na as lo ca li da des ca ren -tes a mais ca res tia ain da. Sal -va-se, no se tor, quem in ves tecom pos si bi li da des de lu cro”,diz o pro fes sor do pro gra made pós-gra dua ção em trans -por tes da Uni ver si da de de

Bra sí lia (UnB) e dou tor em Es -tu dos de Trans por te, Pau loCé sar Mar ques.Para o pro fes sor, os go -

ver nos fe de rais que têm sesu ce di do nas úl ti mas dé ca -das pro vo ca ram o “es tran -gu la men to” da ca pa ci da dede o país cres cer. Fato quere fle te di re ta men te na acen -tua ção das de si gual da desre gio nais, que, por sua vez,au men tam a dis tân cia eco -nô mi ca en tre as re giões

FALTA DE INVESTIMENACENTUADESIGUALDASEM INFRA-ESTRUTURA, REGIÕES POBRES SÃO AS

DIFICULDADEO dinheiro nãochega aos lugaresmais afastados

CARLOS SILVA/IMAPRESS/FUTURA PRESS.

PESQUISA RODOVIÁRIA 2004

Page 27: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 27

ENTOLDADE

QUE MAIS SOFREM

FACILIDADENo eixo Rio-SP,estrada vira tapetee mais segura

ci da de, ha ve rá li mi ta ção daofer ta do ser vi ço de trans -por te. Con se qüen te men te, otem po de via gem au men ta eos pro du tos de mo ram mais ache gar ao seu des ti no fi nal.Ou tra si tua ção ad vém do re -pas se para o pre ço dos pro -du tos pelo au men to da ma -nu ten ção. Com pres são in -fla cio ná ria, ne nhu ma na çãose de sen vol ve rá ple na men -te. A re du ção do cres ci men -to eco nô mi co será po ten -cial”, diz Vel lo so. l

cil su pe ra ção. Os ime dia tossão com o au men to de des -pe sas com a de pre cia ção esubs ti tui ção pre co ce de pe -ças. Mas, em lon go pra zo, ocon su mi dor ala goa no oumato-gros sen se, por exem -plo, po de rá ser pre ju di ca dope los bu ra cos das ro do viasde Mi nas Ge rais. “Há ris cos de li mi ta ção de

ofer ta. Se as es tra das es tãoem pés si mas con di ções, aqui lo me tra gem di mi nui. Coma re du ção da mé dia da ve lo -

mais po bres e as mais ri cas.Esse fe nô me no, na sua opi -nião, im pos si bi li ta, in clu si -ve, a trans fe rên cia de ren da.“Se não há in ves ti men to

pú bli co, so bra para o de ten -tor do ca pi tal o li vre ar bí triode es co lher onde vai in ves tir.Ele, ob via men te, es co lhe rálo cais onde o re tor no fi nan -cei ro não pas sa por os ci la -ções. Por isso, São Pau lo e osul do Bra sil, onde a in dús triae a pro du ção agrí co la sãomais adian ta das, es tão em si -tua ção pri vi le gia da em re la -ção ao Cen tro-Oes te, Nor te eNor des te. Cla ro que o ca pi taltem pre juí zos, mas tam bémtem for tes me ca nis mos decom pen sa ção”, diz o aca dê -mi co Pau lo Cé sar.O “es tran gu la men to” a

que se re fe re o pro fes sorcoin ci de com a aná li se doeco no mis ta e tri bu ta ris ta es -pe cia li za do em con tas pú bli -cas, Raul Vel lo so. Para ele, are per cus são cau sa da pelomau es ta do de con ser va çãoda ma lha viá ria bra si lei ra pro -vo ca efei tos ne ga ti vos de di fí -

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

Page 28: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

PERDA EM CONGESTIONAMENTOS NA MAIORCIDADE DO PAÍS ATINGE R$ 25 MI POR DIA

TRÂNSITO URBANO

LOGÍSTICA

POR EULENE HEMÉTRIO

SÃO PAULO PEDESOLUÇÕES PARAPODER ANDAR

D ia ria men te, 200 mil ca mi nhões, 500mil uti li tá rios e 300 mil mo to- fre tes de -di ca dos às ati vi da des de trans por te decar gas e ser vi ços dis pu tam as ruas de

São Pau lo com 3,5 mi lhões de au to mó veis e 15mil ôni bus. Para que as 20 mi lhões de via gens depes soas se rea li zem todo dia, 1,16 mi lhão de ho -ras são per di das em con ges tio na men tos de até125 km den tro da ci da de.De acor do com da dos da Com pa nhia de En -

ge nha ria de Trá fe go (CET), o sis te ma viá rio es tru -tu ral do mu ni cí pio está ope ran do, nos ho rá rios depico, com ocu pa ção mé dia de 84% de sua ca pa -ci da de. A per da de tem po no trân si to de SãoPau lo re pre sen ta um cus to mé dio de R$ 25 mi -lhões por dia útil, di vi di do em cus tos so ciais(67%), ope ra cio nais (30%) e am bien tais (3%).As con se qüên cias do caos são di ver sas: atra -

so na en tre ga dos pro du tos, maior cus to lo gís ti co,in sa tis fa ção do con su mi dor, au men to de es to -ques no co mér cio, en tre ou tras. Tan to a Se cre ta -ria Mu ni ci pal de Trans por tes como os em pre sá -rios do se tor têm ple na cons ciên cia da ne ces si -da de de me lho rias no sis te ma de abas te ci men toda ci da de e de cir cu la ção de mer ca do rias.A pró pria CET ad mi te que a abor da gem

da ques tão da car ga tem se re su mi do à atua -ção so bre os flu xos de veí cu los co mer ciais,es pe cial men te os ca mi nhões, ca rac te ri zan -do-se pela res tri ção de cir cu la ção e es ta cio -na men to em de ter mi na dos ho rá rios, vias eáreas que apre sen tem con fli tos, re le gan do oveí cu lo de car ga à con di ção de “es tor vo”.Mas as ro tas pro pos tas para re sol ver o prob-lema não coin ci dem com as ne ces si da des epre ten sões dos em pre sá rios de trans por te,

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS28 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

Page 29: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

que li dam diu tur na men te com as di fi cul da -des de lo co mo ção, in fra-es tru tu ra ina de qua -da e vias ex tre ma men te so bre car re ga das. O ar qui te to Ro nal do To no bohn, ge ren te de

pla ne ja men to da CET, acre di ta que, em bo ra ascrí ti cas ao trân si to da ca pi tal pau lis ta se jam cons -tan tes, “ne nhu ma ou tra ci da de do mun do, como por te e ca rac te rís ti cas se me lhan tes, tem umaprá ti ca tão sis tê mi ca e efi cien te na ges tão dotrân si to”. Se gun do ele, o mé to do como são apli -ca das as re gu la men ta ções, as ações ope ra cio -nais, as pro gra ma ções se ma fó ri cas e os con tro lede flu xos per mi tiu que a ci da de não pa ras se, ain -da que a fro ta de veí cu los cres ça na mé dia de152 mil no vos veí cu los to dos os anos. Para o pre si den te da As log (As so cia ção Bra si -

lei ra de Lo gís ti ca), Al ta mi ro Bor ges, no en tan to,es sas me di das são pa lia ti vas e so men te ame ni -zam o pro ble ma. Mui tas ve zes, até atra pa lham:“As res tri ções para o abas te ci men to cau sam umenor me trans tor no para as ope ra ções de trans -por te, ele van do os cus tos. Nos paí ses de sen vol vi -dos, os ca mi nhões têm pre fe rên cia nos ho rá riose nos lo cais de es ta cio na men to jus ta men te pores ta rem pres tan do um ser vi ço de abas te ci men toà so cie da de. Aqui, eles são vis tos como par te dopro ble ma. Se o ca mi nhão não for ágil, to dos pa -gam a con ta”, diz o di ri gen te.Bor ges afir ma que dis tor ções como es sas le -

vam o cus to lo gís ti co do trans por te no Bra sil a16% do PIB na cio nal, con tra no má xi mo 10%dos paí ses de sen vol vi dos. Se gun do ele, as so lu -ções es tão apa re cen do anos de pois do sur gi -men to dos pro ble mas. “O Pla no Di re tor de ve riaes tar pron to há 15 anos. De ve ría mos ter ter mi -nais in ter mo dais no en tor no da ci da de para in te -gra ção do sis te ma, além de es tru tu ras viá riascomo o Ro doa nel e o Fer roa nel.”O pre si den te da Fet cesp (Fe de ra ção das Em -

pre sas de Trans por te do Es ta do de São Pau lo),Flá vio Be nat ti, afir ma que so men te a cons tru çãodo Ro doa nel re ti ra ria 75% do trá fe go de ca mi -nhões das mar gi nais Tie tê e Pi nhei ros, ali vian doo trân si to nas vias mais crí ti cas da ca pi tal. “A ci -

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 29

SEM SAÍDA Como andar na marginal Pinheiros?

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30 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

da de não su por ta o trá fe go que re ce be por quenão hou ve pla ne ja men to ade qua do.”

Al ter na ti vasCon si de ran do ape nas as via gens fei tas por ca -

mi nhões, 38% (75 mil) têm des ti no na área in ter -na ao Cen tro Ex pan di do de São Pau lo. Para ten -tar dri blar as di fi cul da des de en tre ga, as trans por -ta do ras uti li zam rá dio-co mu ni ca dor, pos ter gam aen tre ga dos pe di dos para ho rá rios nos quais otrân si to é mais leve, bus cam in for ma ções da CETso bre con ges tio na men tos lo ca li za dos, tran si tampor ro tas al ter na ti vas etc. Be nat ti acre di ta, po rém, que so men te um

in ves ti men to pe sa do em in fra-es tru tu ra po de -ria me lho rar efe ti va men te o trân si to na ci da -de. “Ape sar de to das as téc ni cas de lo gís ti ca,é di fí cil in te grar per fei ta men te o sis te maquan do não exis tem vias para o trans por te”,diz o pre si den te da Fet cesp.Se gun do o vice-coor de na dor da Co mis são de

Abas te ci men to e Dis tri bui ção do Set cesp (Sin di -ca to das Em pre sas de Trans por te de Car gas deSão Pau lo), Ro gé rio He lou, os trans por ta do reses tão ten tan do cons tan te men te uma in ter lo cu -ção com a pre fei tu ra, mas as reu niões com a CETfo ram sim ples men te “des per di ça das”. Ele res sal -ta que as su ges tões do se tor não são le va das emcon ta, ci tan do como exem plo a re gu la men ta ção,em 1997, do VUC (Veí cu lo Ur ba no de Car ga) edo VLC (Veí cu lo Leve de Car ga).O VUC foi con ce bi do para ca ber em uma vaga

de es ta cio na men to pa drão da Zona Azul (área dees ta cio na men to per mi ti do com car tão e li mi ta dono tem po) e tem li vre trân si to nas Zo nas de Má -xi ma Res tri ção de Cir cu la ção (áreas do cen tro daci da de). Já o VLC so fre res tri ção nas ZMRC ape -nas das 16h às 20h, pico da tar de, em fun ção deter maior di fi cul da de de en con trar uma vaga co -mum de es ta cio na men to na via. “É pre ci so li be rar a uti li za ção de veí cu los

mais ade qua dos. Com o VUC, te mos que usartrês ca mi nhões no lu gar de um”, diz He lou.Para a CET, a ado ção de veí cu los maio res que

FLUXOSSÃODETERMINANTES

Acom preen são dos flu -xos de mer ca do riasden tro da ca pi tal pau -lis ta é im pres cin dí vel

para ela bo rar um pla ne ja men toade qua do de trans por tes. Dos 80mil ca mi nhões que che gam a SãoPau lo to dos os dias pe las ro do -vias, por exem plo, 15 mil ape naspas sam pela ci da de. Além deagra var os con ges tio na men tos naci da de, es ses flu xos – de pas sa -gem – não le vam di vi sas eco nô -mi cas para o mu ni cí pio e ge ramcus tos ope ra cio nais e de ma nu -ten ção da in fra-es tru tu ra viá ria.

Os flu xos de abas te ci men to ees coa men to da pro du ção tam -bém são trans por ta dos ge ral -men te por veí cu los de gran depor te. Ape sar de afe ta rem igual -men te a in fra-es tru tu ra viá ria,um de seus prin ci pais im pac tosno trân si to é a ocor rên cia de ca -mi nhões es ta cio na dos em viaspú bli cas para a rea li za ção dasope ra ções de car ga e des car gaou aguar dan do fre tes de re tor nopara seus lo cais de ori gem.

Es ses dois ti pos de flu xos che -gam à ci da de pe las ro do vias, dis -tri buí dos pela Du tra (19,6%),Cas te lo Bran co (13,8%), Ban dei -ran tes (12,6%), Ayr ton Sen na(11,5%), Imi gran tes (11%),Anhan gue ra (8,3%), An chie ta(7,3%), Ré gis Bi ten court (5,7%),

Ra po so Ta va res (5,4%) e Fer nãoDias (4,8%).

Há, ain da, os flu xos de dis tri bui -ção ur ba na, que se re fe rem às car -gas va ria das, des de do cu men tosou piz zas até mo bi liá rio ou au to -mó veis. Es ses flu xos são os demaior com ple xi da de e fa zem par tede uma ca deia lo gís ti ca mui to di -nâ mi ca, que mo vi men ta ra pi da -men te al tos va lo res em mer ca do -rias e pres ta ção de ser vi ços emveí cu los co mer ciais que vão domoto-fre te ao ca mi nhão.

De acor do com a CET, esse úl ti -mo flu xo é o prin ci pal ge ra dor decon fli tos cau sa dos pela dis pu ta dees pa ço viá rio para cir cu la ção e es -ta cio na men to en tre via gens depes soas e de mer ca do rias, poisapre sen ta fre qüen te car ga e des -car ga de mer ca do rias em via pú bli -ca ao lon go do dia.

Se gun do o ge ren te da CET Ro -nal do To no bohn, uma atua ção efi -caz no sen ti do de ge rir tais flu xosexi ge a in ter me dia ção de in te res -ses e con fli tos en tre os di ver sosagen tes en vol vi dos na mo vi men ta -ção. “Deve ha ver uma atua ção in -te gra da en tre to das as se cre ta riasno sen ti do de se for mu lar po lí ti casde trân si to, trans por tes, uso e ocu -pa ção do solo, apro va ção de em -preen di men tos, re gu la men ta çãode fun cio na men to, exe cu ção deobras viá rias e fis ca li za ção.”

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 31

es ses para a dis tri bui ção ur ba na “pa re ce inó -cuo” por que, se gun do To no bohn, “os VUC eVLC pos suem me lho res de sem pe nhos notrân si to, maior dis po ni bi li da de de va gas paraes ta cio na men to e le vam me nos tem po paraas ope ra ção de car ga e des car ga”.He lou cri ti ca a pos tu ra da CET e es pe ra que a

pró xi ma ges tão abra uma in ter lo cu ção maior comos se to res en vol vi dos. “Po de ria ter uma co mis sãolo gís ti ca na pre fei tu ra para fa zer mos um pla ne ja -men to a qua tro mãos, ou vin do os seg men tos in -te res sa dos”, diz. Ele ci tou, ain da, que o ro dí zio deca mi nhões tam bém traz con se qüên cias ne ga ti -vas para o trân si to, uma vez que é pre ci so co lo -car veí cu los ve lhos para cir cu lar, que são maislen tos e me nos pro du ti vos. A CET ale ga, no en -tan to, que a ado ção do ro dí zio re du ziu 29% doscon ges tio na men tos.O em pre sá rio acres cen ta que mui tas res -

AGLOMERADO Circulação de caminhõesno centro da cidade é restrita

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

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32 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

tri ções para ca mi nhões pre ju di cam o trân si -to, ao in vés de me lho rar. “Vá rios ca mi nhosal ter na ti vos são usa dos por quem co nhe cebem a ci da de, mas eles não são apro pria dospara re ce ber o trá fe go de veí cu los pe sa dos.Tudo isso faz com que cir cu le mos numa ve -lo ci da de mé dia de 15 a 20 km/h”, diz o di ri -gen te do Set cesp. De acor do com He lou, issogera pro ble mas de rou bo de car gas, au men -ta a po lui ção e pro vo ca o con su mo exa ge ra -do de com bus tí vel, o que ele va em até trêsve zes o va lor da en tre ga.

Taxa de en tre gaUma ini cia ti va já apli ca da por 70% das

trans por ta do ras pau lis tas, no in tui to deme lho rar a efi ciên cia da lo gís ti ca de dis tri -bui ção, é a co bran ça da TDE (Taxa de Di -fi cul da de na En tre ga). Nor ma ti za da hápou co mais de três me ses, a taxa é ba sea -da em um Índice de Efi ciên cia no Re ce bi -men to (IER), fei to atra vés de um ques tio -ná rio que mede a es tru tu ra fí si ca e os pro -ce di men tos uti li za dos pe los clien tes, ob -ser van do, prin ci pal men te, o tem po gas topara des car re gar as mer ca do rias. A taxa é co bra da so bre a va ria ção do fre -

te, caso o IER seja in fe rior a 80%. Ela foicria da como uma for ma de se de fen der deabu sos pra ti ca dos pe las gran des re des desu per mer ca dos e ata ca dis tas, que não per -mi tiam o cum pri men to dos com pro mis sosde en tre ga. “Al guns su per mer ca dos, porexem plo, es ta be le cem nor mas com ho rá -rios re du zi dos e, mui tas ve zes, te mos queman dar qua tro ca mi nhões de uma só vezpara o mes mo lu gar. Isso gera fi las qui lo -mé tri cas”, diz He lou. Na prá ti ca, a TDE já é apli ca da há mais de um

ano, atra vés de acor dos co mer ciais. Se gun doHe lou, ela já trou xe re sul ta dos po si ti vos, mas ain -da tí mi dos. Ele es pe ra que a co bran ça tra ga me -lho rias no mé dio pra zo, à me di da que os clien tesco me cem a se ade quar ao sis te ma. l

CIDADEPREPARA ESTRATÉGIAS

N o in tui to de oti mi zar o sis te -ma de trans por te em SãoPau lo e en con trar so lu ções

para os pro ble mas exis ten tes, a Se -cre ta ria Mu ni ci pal de Trans por tes,atra vés da CET, está de sen vol ven do oPla no de Mo bi li da de de Bens e Ser vi -ços, que ar ti cu la as ações de trân si toe trans por tes com as po lí ti cas ur ba -nas de fi ni das no Pla no Di re tor Es tra -té gi co do Mu ni cí pio de São Pau lo.

O pla no apre sen ta ações como aPa dro ni za ção da Le gis la ção de Trân si topara Ca mi nhões, o Pro gra ma de En tre -ga No tur na e a cons ti tui ção de umarede me tro po li ta na com ple men tar e al -ter na ti va ao Ro doa nel, até sua con clu -são. “O de sa fio (para o pla no) é con ci -liar as so lu ções para os pro ble mas detrân si to com as ne ces si da des de mo vi -men ta ção de car gas ur ba nas”, afir mouo ar qui te to Ro nal do To no bohn, ge ren tede pla ne ja men to da CET.

De acor do ele, uma das ca rac te rís ti -cas que fa zem com que a mo vi men ta -ção de veí cu los de trans por te de car gase de pres ta ção de ser vi ços seja, apa ren -

te men te, um dos maio res pro ble mas dotrân si to na ci da de, é o fato de o mu ni cí -pio ser o maior cen tro con su mi dor e pro -du tor de bens e ser vi ços do país.

“A for ça de tal eco no mia faz comque um gran de nú me ro de des lo ca -men tos de pes soas, mer ca do rias, in su -mos de pro du ção e de je tos re sul tan tesde toda essa ati vi da de acon te ça cons -tan te men te, e mui tas ve zes con co mi -tan te, não só pela rede viá ria in ter na eex ter na ao mu ni cí pio, mas tam bém pe -las co ne xões des sas com ou tras re desde di fe ren tes mo dais de trans por tes,como o fer ro viá rio, o ae ro viá rio e o hi -dro viá rio”, diz o es pe cia lis ta.

Além dis so, To no bohn res sal ta quea rede viá ria es tru tu ral de São Pau lo faza ar ti cu la ção dos mais im por tan tes ei -xos ro do viá rios do país, pro por cio nan -do li ga ções re gio nais, in te res ta duais ein ter na cio nais com os prin ci pais por tose ae ro por tos do Bra sil. “Ao mes motem po, essa rede ser ve como su por tepara os des lo ca men tos lo cais tan to dapo pu la ção quan to da dis tri bui ção ur ba -na de mer ca do rias.”

TENTATIVA Fiscal da CET tenta colocarordem no caos do trânsito

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

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34 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

COM AADESÃO DARÚSSIA, OTRATADODE KYOTOPODERÁENTRAREM VIGOR

TRATADO DE KYOTO

MEIO AMBIENTE

É HORA DEREDUZIR APOLUIÇÃO

POR

ROGÉRIO MAURÍCIOA luta con tra a po lui çãovem ga nhan do for ça emtodo o mun do, prin ci pal -men te con tra o mo nó xi do

(CO) e dió xi do de car bo no (CO2) -pre sen tes na fu ma ça que sai dasdes car gas dos veí cu los. Es tu dos de mu dan ças cli má ti -

cas apon tam que, se a taxa de gáscar bô ni co pre sen te no ar con ti nuarnos mes mos ní veis atuais, a tem -pe ra tu ra na Ter ra vai su bir en tre 2e 5 graus, em apro xi ma da men te50 a 100 anos. Isso se ria su fi cien -te para der re ter todo o gelo po lar eau men tar em um patamar sig ni fi -ca ti vo o ní vel do mar. A so lu çãopara ate nuar o pro ble ma é di mi -nuir o con su mo de com bus tí veis ere du zir o des ma ta men to flo res tal.Uma im por tan te e re cen te vi tó -

ria dos am bien ta lis tas na luta an ti -po lui ção foi a ade são do go ver norus so ao cha ma do Pro to co lo de

Kyo to, que visa re du zir as emis sõesde seis ga ses tó xi cos que pro du -zem o efei to es tu fa (en tre eles oCO2). O acor do, as si na do na ci da -de de Kyo to, no Ja pão, du ran tecon fe rên cia da ONU (Or ga ni za çãodas Na ções Uni das), em 1997,teve ade são de 180 paí ses. A in -ten ção é al can çar en tre 2008 e2012 uma taxa mé dia 5,2% me norem re la ção aos ín di ces de po lui çãore gis tra dos em 1990.Mas, para en trar em vi gor, o tra -

ta do pre ci sa ria ser ra ti fi ca do porum gru po de paí ses res pon sá veispor pelo me nos 55% das emis sõesglo bais de po luen tes. Até se tem broúl ti mo, os 125 paí ses que ti nhamra ti fi ca do o acor do res pon diam porcer ca de 45% dos ga ses tó xi cos.Com a ade são da Rús sia, res pon -sá vel por 17,4% das emis sões nopla ne ta, o tra ta do po de rá en trar emvi gor. O pro to co lo es ta be le ce sua

pró pria vi gên cia no mun do 90 diasde pois de re ce ber ra ti fi ca ções su fi -cien tes. Como a apro va ção pe lospar la men ta res rus sos deve acon te -cer ago ra em no vem bro, o tra ta dova le rá a par tir de fe ve rei ro de 2005.A de ci são do pre si den te rus so,

Vla di mir Put tin, sig ni fi cou uma der -ro ta para os Es ta dos Uni dos, quesão os maio res emis so res de ga sesdo pla ne ta – pro du zem 36,1% doto tal mun dial. A Chi na vem em se -gui da, com 18% das emis sões glo -bais, e a Rús sia em ter cei ro. O pre -si den te Geor ge W. Bush de ci diuem 2001 não ra ti fi car a ade são dosame ri ca nos, ale gan do que o Pro to -co lo de Kyo to é pre ju di cial à eco no -mia nor te-ame ri ca na. Além de sero país que mais po lui em ter mosab so lu tos, os Es ta dos Uni dos pos -suem um dos maio res ín di ces deemis são de gás car bô ni co per ca pi -ta. Cada ha bi tan te ame ri ca no cor -

PAULO FONSECA

MUNDO PÕE EM PRÁTICA MEDIDAS PARAREDUZIR EMISSÃO DE GASES TÓXICOS

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 35

O USO DOCARRO TERÁDE SER MAISRACIONALNASGRANDESCIDADES

res pon de a 5,5 to ne la das de car -bo no lan ça das ao ar anual men te. O Bra sil, 17º na lis ta, emi te 78

mi lhões de to ne la das, me nos doque a 20ª par te do to tal dos EUA. Omaior pro ble ma bra si lei ro é a emis -são de car bo no de ri va da do uso daquei ma da na agri cul tu ra tra di cio -nal e do des ma ta men to na Ama zô -nia. Mas as emis sões de ga ses tó -xi cos por veí cu los au to mo to restam bém preo cu pam. São apro xi ma da men te 30 mi -

lhões de veí cu los em cir cu la ção(en tre car ros, ca mi nhões e ôni -bus). Nas gran des ci da des, sãores pon sá veis por cer ca de 60% dapo lui ção do ar.O ro dí zio de veí cu los é uma op -

ção para re du zir a po lui ção. Mas,no fu tu ro, a ten dên cia é a res tri çãovei cu lar mais drás ti ca. O vice-pre si -den te da ANTP (As so cia ção Na cio -nal de Trans por tes Pú bli cos), Cláu -

dio de Sen na Fre de ri co, afir ma queem um fu tu ro pró xi mo o uso docar ro terá de ser obri ga to ria men temais ra cio nal.Os prin ci pais po luen tes lan ça -

dos na at mos fe ra pe los veí cu losau to mo to res são pro ve nien tes dopro ces so de com bus tão in com -ple ta, sen do nor mal men te quan -ti fi ca das as emis sões de mo nó xi -do de car bo no (CO), hi dro car bo -ne tos (HC), óxi dos de ni tro gê nio(NOx), óxi dos de en xo fre (SOx) ema te rial par ti cu la do.Para ten tar re du zir os ní veis de

emis são de po luen tes, o go ver noins ti tuiu, em 1986, o Pro con ve(Pro gra ma de Con tro le da Po lui çãodo Ar por Veí cu los Au to mo to res),que es ta be le ceu li mi tes para emis -sões, como con di ção para a co -mer cia li za ção de veí cu los. Paraobe de cer a es ses li mi tes, a in dús -tria teve que de sen vol ver tec no lo -

gia: ado tou a in je ção ele trô ni ca, aig ni ção ma pea da por com pu ta dor,o ca ta li sa dor e ou tros avan ços.Mas com o cres ci men to da fro ta

e a fal ta de ma nu ten ção ade qua da,ga nhos sig ni fi ca ti vos na re du çãodas emis sões aca bam se per den do.A im plan ta ção da Ins pe ção Téc ni caVei cu lar é fun da men tal para man -ter os veí cu los de acor do com a le -gis la ção. En tre tan to, pou cos Es ta -dos ado ta ram os tes tes de me di -ção dos ga ses po luen tes, quan doda vis to ria anual do veí cu lo.

Com bus tí vel lim poMes mo no vos, mui tos car ros li -

be ram uma quan ti da de ex ces si vade po luen tes por es ta rem des re gu -la dos. Para ga ran tir a emis são emní veis mí ni mos, a prin ci pal re co -men da ção é se guir à ris ca as de -ter mi na ções do ma nual do veí cu loe fa zer ma nu ten ção fre qüen te.O in cre men to do uso do ál -

cool com bus tí vel, que con tri buipara a re du ção de pro du ção deCO2 tem apoio do Mi nis té rio doMeio Am bien te. Nes se sen ti do, amis tu ra de 22% de ál cool ani drona ga so li na tor nou o com bus tí velmais eco ló gi co.Ou tra fon te de com bus tí vel me -

nos po luen te e que tem cres ci domui to nos úl ti mos anos é o GNV(Gás Na tu ral Vei cu lar). O Bra sil al -can çou re cen te men te a li de ran çamun dial em veí cu los mo vi dos a gásna tu ral. Se gun do a An fa vea (As so -cia ção Na cio nal dos Fa bri can tes deVeí cu los Au to mo ti vos), cer ca de 1mi lhão de ca mi nho nei ros, ta xis tas epar ti cu la res já con ver te ram os mo -to res de seus veí cu los. l

CONTROLEEmissão de gasesde combustíveisé a maior ameaça

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36 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

O s re cor des ba ti dos a cada mês pe lasex por ta ções bra si lei ras fa zem o go ver -no pro je tar que a ba lan ça co mer cialfe che o ano com su pe rá vit de US$ 27

bi lhões. Para os eco no mis tas, me ta de do cres ci -men to real do PIB será ge ra da pelo bom de sem -pe nho dos pro du tos bra si lei ros fora do país. Masessa apos ta do go ver no fe de ral no co mér cio ex -te rior está cau san do um gran de pro ble ma paraos ex por ta do res. Como há um de se qui lí brio daba lan ça, com ex por ta ções su pe rio res às im por -ta ções, es tão fal tan do con têi ne res.

Se gun do da dos do Cen tro na ve (Cen tro de Na -ve ga ção Rio gran den se), há um dé fi cit cres cen tedes de 2001, que che gou a 882 con têi ne res noano pas sa do. Para o pre si den te da CBC (Câ ma -ra Bra si lei ra de Con têi ne res e Trans por te Mul ti -mo dal), Aluí sio de Sou za So brei ra, a ori gem dacri se é a fal ta de pla ne ja men to. Nes ta en tre vis taex clu si va à Re vis ta CNT, So brei ra fala so bre opro ble ma na in fra-es tru tu ra e da ne ces si da de dese apri mo rar os meios lo gís ti cos e de trans por te.

Re vis ta CNT - Como o se nhor ava lia a apos -ta bra si lei ra nas ex por ta ções?

Aluí sio de Sou za So brei ra - A atual po lí ti cade co mér cio ex te rior bra si lei ra não se cons ti tuiem uma apos ta para o fu tu ro, é uma rea li da de.A po lí ti ca que pre va le cia até mea dos da dé ca dade 90 era dis cre ta. O país era um gran de pro du -

tor de bens pri má rios, com ex por ta ções con cen -tra das em pou cas em pre sas ex por ta do ras, semuma po lí ti ca mais agres si va e pla ne ja da, o quenão per mi tia a co mer cia li za ção mas si va de pro -du tos in dus tria li za dos, que são nor mal men te ostrans por ta dos em con têi ne res. Após a se gun dame ta de da dé ca da de 90, o Bra sil ado tou umanova po lí ti ca, que foi am plia da no atual go ver no.Au men tou-se a base das em pre sas ex por ta do -ras, per mi tin do o aces so ao mer ca do in ter na cio -nal às pe que na e mi cro em pre sas, com cria çãode me ca nis mos de pro mo ção co mer cial e in cen -ti vos fis cais e de cré di to.

Re vis ta CNT - É o ca mi nho cer to hoje?Sou za So brei ra - O su ces so é in con tes tá vel.

En tre tan to, para que essa po lí ti ca te nha sus ten -ta bi li da de, é fun da men tal que acom pa nhe a di -nâ mi ca do co mér cio in ter na cio nal e em pa ra le lohaja o apri mo ra men to dos meios lo gís ti cos e detrans por te. É ób vio que para tan to é im pe ra ti voin ves tir em in fra-es tru tu ra, sem o quê o es for çopode ser com pro me ti do pela per da do es pa çoob ti do, com sé rias e gra ves con se qüên cias eco -nô mi cas para o país.

Re vis ta CNT - A in fra-es tru tu ra por tuá riaestá pre pa ra da para tal ce ná rio?

Sou za So brei ra - Cer ta men te que não. Éim pres cin dí vel que haja in ves ti men tos em in -

PORTO VULNERÁVEL,ECONOMIAA PERIGOPARA PRESIDENTE DA CÂMARA BRASILEIRA DE CONTÊINERES,FALTA DE INVESTIMENTO PREJUDICARÁ A ECONOMIA DO PAÍS

POR

ROGÉRIO MAURÍCIO

ALUÍSIO DE SOUZA SOBREIRA

ENTREVISTA

MOVIMENTO DOS PORTOS

(EM 2003, EM TEUS)

Antuérpia (BEL)

5,4milhões

Long Beach (EUA)

4,6 milhões

Gênova (ITA)

1,6milhão

Hong Kong (CHI)

20,8milhões

Cingapura (CIN)

18,4milhões

Santos (BRA):

1,56milhão

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 37

fra-es tru tu ra de ime dia to, uma vez que o co -mér cio ex te rior bra si lei ro se dá em qua se suato ta li da de (em tor no de 95%) pelo mo dalma rí ti mo. A de man da por in fra-es tru tu ra nãose li mi ta aos por tos. As pes qui sas da CNTde mons tram cla ra men te a pre ca rie da de dasro do vias bra si lei ras. O trans por te fer ro viá rioso men te ago ra está re ce ben do a aten ção de -vi da. Ou tro dado é que en quan to as es tá ti casfi nan cei ras de co mér cio ex te rior são dis po ni -bi li za das dia ria men te, os nú me ros ofi ciaismais re cen tes no Mi nis té rio dos Trans por tesse re fe rem ain da ao ano de 2002. Es ta tís ti casnão-ofi ciais ob ti das pela CBC in di cam queem 2002 fo ram ex por ta das em tor no de 295mi lhões de to ne la das. A pre vi são para 2004é que se che gue a 370 mi lhões de to ne la dase, em 2005, cer ca de 410 mi lhões de to ne la -das. Não é di fí cil con cluir que, sem o in ves ti -men to em in fra-es tru tu ra nes se pe río do, te -nham ocor ri do pro ble mas para a mo vi men ta -ção de mer ca do rias no sis te ma por tuá rio.

Re vis ta CNT - Qual o mo ti vo da cri se da fal -ta de con têi ne res?

Sou za So brei ra - A ca rac te rís ti ca do sis te -ma por tuá rio, até fins da dé ca da de 90, erapou co ex pres si va se com pa ra da em ter mosab so lu tos com a mo vi men ta ção ge ral no Bra -sil e em ter mos re la ti vos com a im por tân cia

ALUÍSIO SOBREIRA Crise começou no finalda década de 90, com amudança da política decomércio exterior

do país na eco no mia mun dial. O Bra sil tra di -cio nal men te ti nha como base a ex por ta çãode pro du tos pri má rios, a gra nel, além de nãodis por de ope ra ção de con têi ne res na ca bo -ta gem. So men te a par tir do fi nal da dé ca dade 90 o país mu dou o rumo de sua po lí ti cade co mér cio ex te rior e pro por cio nou um in -cre men to no uso do con têi ner.

Re vis ta CNT - Como foi so lu cio na do o pro -ble ma e como evi tá-lo?

Sou za So brei ra - O pro ble ma não foi so lu -cio na do. O fato de ha ver um de se qui lí brioen tre im por ta ção e ex por ta ção já é um fa tora ser le va do em con si de ra ção. O cres ci men -to da eco no mia mun dial, mo ti va do prin ci pal -men te pelo mer ca do da Chi na, é ou tro fa tora con tri buir para o au men to da de man da porcon têi ne res. Con si de ran do que o Cone Sul(Bra sil, Uru guai e Ar gen ti na) não se cons ti tuiem uma rota de pas sa gem, a si tua ção seagra vou. O au men to nas im por ta ções ten de aneu tra li zar par cial men te o pro ble ma, po rémsem dar uma so lu ção de fi ni ti va. O pro ble mada de man da de con têi ner não é cir cuns tan -cial. O fato de o país não dis por de uma fro -ta de na vios mer can tes pró prios e não pro du -zir con têi ne res o tor na vul ne rá vel em fun çãoda de pen dên cia de na vios es tran gei ros e decon têi ne res fa bri ca dos no ex te rior.

Re vis ta CNT - Quan tos fa bri can tes exis temno país e qual a ca pa ci da de de pro du ção?

Sou za So brei ra - Exis te ape nas um, a Pau lis -ta de Con têi ne res, em San tos (SP), que des de1995, mes mo apta a pro du zir 1.000 uni da -des/mês, não o fez por in via bi li da de eco nô mi ca.Até pou co mais de um ano, um con têi ner de 20pés na Chi na cus ta va US$ 1.000, en quan to quepara pro du zi-lo no país o cus to che ga va a US$2.350. Tal si tua ção, en tre tan to, se re ver teu ehoje o cus to de um con têi ner na Chi na está pró -xi mo a US$ 2.000, o que in di ca a pos si bi li da dede ini ciar a pro du ção no Bra sil. l

BALANÇA COMERCIAL

Exportações

2003: US$ 73,3 bilhões

2004: US$ 94 bilhões*

Importações

2003: US$ 48,26 bilhões

2004: US$ 60 bilhões*

Contêineres (em TEUs)

2003: 4,3milhões

2004: 5,1milhões*

TEU: Contêiner de 20

pés que serve como padrão de

referência de capacidade de carga

* Projeção CBC

CBC/DIVULGAÇÃO

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38 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 39

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CAMINHÕES PERSONALIZADOS GANHAM POTÊNCIA E BELEZA EM MÃOS DE ESPECIALISTAS

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BRINQUEDODE PESOBRINQUEDODE PESO

FOTOS CARLOS EDUARDO GON ÇAL VES/ARQUIVO PESSOAL

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CAMINHÕES PERSONALIZADOS GANHAM POTÊNCIA E BELEZA EM MÃOS DE ESPECIALISTAS

POR MARÍLIA MENDONÇA

U ma lan ter na gem nova: R$10 mil. Pin tu ra: R$ 20 mil.Re bai xa men to: R$ 200. Ca -lo tas cro ma das: R$ 300. O

or gu lho de ver seu ca mi nhão ser ad mi -ra do: não tem pre ço. Anos de tra ba lhoe mi lha res de reais in ves ti dos de pois,é essa a sen sa ção de mui tos pro prie tá -rios de ca mi nhões que dei xa ram seusveí cu los com a cara do dono. An ti gosre for ma dos ou no vos e in cre men ta dos.O pra zer de me xer em cada de ta lhe,per so na li zá-lo e con fe rir o su ces so dore sul ta do fi nal já fez com que mui tosre cu sas sem ofer tas de ven da bemmaio res que o va lor real do veí cu lo.Foi o que acon te ceu com o em pre sá rio

Pau lo Ro ber to Al co léa, 48 anos, de So ro ca -ba, in te rior de São Pau lo. Aficionado por ca -mi nhões des de bem jo vem, Alcoléa é donode uma ofi ci na há mais de 20 anos e rea li -zou um so nho ao trans for mar um Mer ce desano 1957 num ver da dei ro es pe tá cu lo decar ro, que tem até nome: Truck Show. E járe cu sou pro pos tas ten ta do ras. “Mon tei oTruck Show do meu jei to, mon tei para mim.

É um pra zer que eu te nho. Para mim, elenão tem pre ço.”Com pra do por R$ 4.000 em 1999, o ca -

mi nhão pas sou por uma re mo de la ção pormais de três anos, pe río do em que o em pre -sá rio in ves tiu nada me nos que R$ 80 mil eho ras e ho ras de seus fi nais de se ma na. Ore sul ta do é um veí cu lo mo der no, po ten te,ágil e que cha ma a aten ção por onde pas sa.Tan to que Al co léa pas sou a se apre sen tarem even tos, pe los quais nem co bra. “Nor -mal men te, me pa gam ape nas a des pe sa, ocom bus tí vel, o ho tel, ali men ta ção.”O que vale é o pra zer de ser vis to. Com

um mo tor de 330 cv tur bi na do, pos sui umsis te ma de freios in de pen den tes, que tra -vam cada uma das ro das in di vi dual men te, edi fe ren cial ale mão pre pa ra do es pe cial men tepara ele. Além dis so, tem um tur bo coo ler,ra dia dor que es fria o óleo do mo tor e dei xa oveí cu lo com um ren di men to 30% maior.Pos sui ain da câm bio de seis ve lo ci da des ecin to de qua tro pon tos. Todo pin ta do deama re lo, pesa mais de 4 to ne la das e atin geuma ve lo ci da de de 180 km/h. Tudo isso oleva a rea li zar ma no bras im pen sá veis como

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BRINQUEDODE PESOBRINQUEDODE PESO

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ca va lo-de-pau e “ze ri nho” – mo vi men to emque o ca mi nhão pa ti na com as ro das tra sei -ras e gira so zi nho em tor no de si mes mo emalta ve lo ci da de.Cada de ta lhe do tra ba lho, que en vol -

veu fu ni lei ro, me câ ni cos, ele tri cis ta, ta -pe cei ro, foi acom pa nha do de per to porAl co léa, pas so a pas so. Ele re lem bra asdis cus sões com o fu ni lei ro. “Ele que riafa zer da ma nei ra dele, co lo car mas saplás ti ca. E eu que ria tudo com a la ta riaori gi nal. Tive que fi car em cima.”Ca sa do e pai de duas fi lhas, Al co léa ti tu -

beia até em dei xar as jo vens, de 16 e 21anos, di ri gi rem o ca mi nhão. “Elas gos tam e,às ve zes, eu até dei xo di ri gir, mas não mui -to. É um pou co pe ri go so tam bém. O TruckShow não é um car ro co mum. Tem um sis -te ma de freios di fe ren te, bo tão de tra va men -to. De re pen te, aper ta-se um bo tão er ra do epode acon te cer um aci den te.”Al co léa tem ou tros cin co ca mi nhões an ti -

gos – um Che vro let Bra sil 1961, dois Mer ce -des cara cha ta anos 1961 e 1963 e dois ou -

TRANSFORMAÇÃO De um caminhão velho e abandonado na oficina...

O REVERSODA MEDALHA

N a con tra-cor ren te da onda dosca mi nhões per so na li za dos, naqual o que vale é dei xar o car ro

de cara nova, Ail ton Lopes da Silva op toupor ir na di re ção con trá ria. O Mer ce des1113 ano 1971 foi pre ser va do com ple ta -men te em suas ca rac te rís ti cas ex ter nas.Mas quem olha para aque le ca mi nhão-baú não ima gi na do que ele é ca paz.

Car ro de dono úni co, foi com pra do porseu pai, Aní bal Lo pes da Sil va, em SãoBer nar do do Cam po, na Gran de São Pau -lo, para in te grar a fro ta de ca mi nhões datrans por ta do ra da fa mí lia e aca bou sen dodei xa do de lado. Por ser pe que no, fi ca vamui to tem po pa ra do, sem tra ba lho. Masfal tou co ra gem para ven dê-lo.

Foi en tão que Aíl ton op tou por fi car como veí cu lo por la zer e com o de cor rer dosanos deu uma mo di fi ca da in ter na ge ral. Tro -cou o mo tor por ou tro mais po ten te, a cai xade mar cha, o di fe ren cial e co lo cou freio a ar.Com isso, o car ro fi cou mais po ten te, se gu -ro e com maior ren di men to nas via gens.

Hoje, fala com ca ri nho e sau da des, jáque pre ci sou ven dê-lo há cin co anos. Onovo dono, cla ro, foi es co lhi do a dedo.“O novo pro prie tá rio se apai xo nou peloca mi nhão. Na épo ca, in clu si ve, eu o ven -di por um va lor bem mais alto do que omer ca do exi gia, pois ele é es pe cial”, dizAilton. “Era o meu xodó. Às ve zes, eu ovejo e sin to sau da des. Mi nha mu lher fa -lou que eu ia me ar re pen der. Mas não ti -nha mais lu gar para ele. E pre fe ri dei xá-lo em boas mãos.”

COMPRADO PORR$ 4.000 EM 99, OCAMINHÃO FICOUMAIS DE 3 ANOSNA OFICINA E SEUDONO GASTOUR$ 80 MIL

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tros Mer ce des 1957. Pelo me nos um de lesvai ser re for ma do.

Pre sen te de gre goEm 1998, o ele tri cis ta Car los Eduar do

Gon çal ves, 28 anos, re sol veu com prar umpre sen te para o pai, João Gon çal ves Neto,na épo ca re cen te men te apo sen ta do. Saiuen tão à pro cu ra de um ca mi nhão para o“seu” João, que ha via pas sa do anos e anosde sua vida tra ba lhan do em uma ofi ci na eera um apai xo na do pelo veí cu lo. O que Eduar do não es pe ra va é que o fei -

ti ço iria vi rar con tra o fei ti cei ro. Tam bémapai xo na do por ca mi nhões des de me ni no,en con trou o mo de lo que pro cu ra va de for -ma inu si ta da. Mo ra dor de Mauá, na Gran de São Pau lo,

foi até a ci da de de Ame ri ca na, no in te riorpau lis ta, em bus ca do pre sen te. Ao che garno lo cal, vi sua li zou um Che vro let Bra sil1962 “jo ga do” num can ti nho, bas tan te ma -chu ca do. Foi amor à pri mei ra vis ta.Ao fa lar com o dono do es ta be le ci men to,

este ten tou dis sua di-lo da idéia, dizendo:“Isso aí não vale nada, é fer ro-ve lho. A gen tere ce beu em tro ca do pa ga men to de uma dí vi -da”, con ta Eduar do. De nada adian tou e o ca -mi nhão foi com pra do por cer ca de R$ 5.000. E o que era para ser um mimo para o pai

pas sou a ser o brin que do pre di le to do fi lho.Du ran te um ano e oito me ses, Eduar do tra -ba lhou na reforma do car ro. Pin tou a ca bi -ne, ar ran cou a car ro ce ria e co lo cou uma ca -re na gem ao es ti lo dos ca mi nhões da Fór -mu la Truck. Tudo isso so zi nho e ao cus to deapro xi ma da men te R$ 25 mil. Há pou cotem po, re jei tou uma pro pos ta de R$ 60 milpelo veí cu lo. “Além do va lor ma te rial, en trauma afe ti vi da de nes sa his tó ria. É gos to so, agen te pas seia, o pes soal ad mi ra. O mais ba -ca na é que é um ca mi nhão an ti go, não écomo um novo, co mum.” Ele se or gu lha dare cep ti vi da de dos ca mi nho nei ros na es tra -da. “Quan do eu via jo, é mui to le gal. Elesace nam, bu zi nam.”As mu dan ças no veí cu lo são bas tan te di fe ren -

cia das. Em al guns pon tos, Eduar do pre fe riu man -

... O Mercedes de Paulo Alcoléa passou por 3 anos de reforma ... Até chegar a objeto de desejo e ser chamado de Truck Show

O QUE ERA PARASER UM MIMOPARA O PAI

PASSOU A SERO BRINQUEDOPREDILETODO FILHO

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FOTOS PAULO ROBERTO ALCOLÉA/DIVULGAÇÃO

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ter as ca rac te rís ti cas ori gi nais. É o caso dos ban -cos e do mo tor, mo vi do a ga so li na e que tem umbom ren di men to. Che ga a fa zer até 120 km/h.Ape sar dis so, o ele tri cis ta op tou por ins ta lar tam -bém um kit a gás para eco no mi zar no com bus tí -vel – o Che vro let anda ape nas 4 km com 1 li tro dega so li na e che ga a per cor rer de 10 a 12 km com1 me tro cú bi co de GNV.De resto, o car ro é só mo der ni da de. Re -

bai xa do 16 cm na fren te e 15 cm atrás,con ta com a par te elé tri ca to tal men te nova.O sis te ma an ti go não su por ta ria a ins ta la -ção de nada me nos que 42 lâm pa das,break-light no ae ro fó lio tra sei ro de 2 me trosde com pri men to de pura luz neon e um ou -tro neon bá si co de luz ne gra den tro da ca -bi ne. Além dis so, o ca mi nhão tem ar-con di -cio na do, vi dro elé tri co e tra vas elé tri cas. Sa -tis fei to? Ain da não. Som in ter no nor mal e

um sis te ma de som ex ter no com po tên ciade 2.000 watts. Um ver da dei ro trio elé tri co.

Útil ao agra dá velNão ape nas pro prie tá rios apai xo na dos de sen -

vol vem ca mi nhões in te res san tes. Essa é uma prá -ti ca co mum tam bém em em pre sas, que usam dacria ti vi da de para cha mar a aten ção para seus pro -du tos e suas cam pa nhas. É o caso da em pre saque edi ta a “Re vis ta do Ca mi nho nei ro”. Com seiscar re tas per so na li za das, leva a mo to ris tas de todoo Bra sil ser vi ços de uti li da de como aten di men tomé di co, of tal mo ló gi co, pa les tras e tam bém la zer,atra vés de gin ca nas. Os ca mi nhões são umaatra ção à par te. Com pin tu ras ou sa das e equi pa -dos com toda a es tru tu ra para de sen vol ver ospro je tos, eles cir cu lam por pos tos e dis tri bui do rasem ro do vias de todo o país. Só no ser vi ço mé di -co, já aten de ram este ano 3.500 ca mi nho nei ros.

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SERVIÇO

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A meta é che gar aos 4.100 até o fi nal do ano.O em pre sá rio José Ri car do Bia zo la, 42 anos,

há dois anos in ves te na re for mu la ção de umGMC Ma rí ti mo ano 1952. Ele quer res tau rá-locom ple ta men te, mu dar o vi sual, a ca re na gem,mas dei xá-lo com as ca rac te rís ti cas ori gi nais. Eapro vei tar para fa zer pu bli ci da de de sua em pre -sa de tor nea ria e usi na gem. Quem rea li za o tra -ba lho é a em pre sa de Pau lo Ro ber to Al co léa,aque le do Truck Show.“Co nhe ci o Pau lo Ro ber to há uns dois

anos, du ran te uma apre sen ta ção dele em Cu -ri ti ba. Re sol vi en tão me xer no meu ca mi -nhão”, con ta. “Eu ado ro ca mi nhões. Mi nhaem pre sa é, in clu si ve, pa tro ci na do ra da equi peGa der nal, da Fór mu la Truck”, diz Bia zo la.“Nos fi nais de se ma na, eu saio de São Pau loe vou a So ro ca ba acom pa nhar os tra ba lhos.São ho ras den tro da ofi ci na.” l

EMPRESASUSAM DA

CRIATIVIDADEPARA CHAMARA ATENÇÃO PARASEUS PRODUTOS

DE SENNA AOTRANSPORTE DE CARGA

Um dos fa to res que mais di fe ren ciamum ca mi nhão é uma pin tu ra ex clu si -va. E um dos prin ci pais no mes do

país no se tor é o de Sid Mos ca. Pio nei ro, eleé o res pon sá vel não só pelo tra ba lho rea li za doem ca mi nhões das maio res em pre sas bra si -lei ras, como é con si de ra do tam bém o me lhorna área da ve lo ci da de. É dele a cria ção do ca -pa ce te de Ayr ton Sen na na Fór mu la 1. Cui doutam bém das “ca be ças” de Nel son Pi quet,Emer son Fit ti pal di, Mau rí cio Gu gel min. Hoje,tra ba lha para pi lo tos como Ru bens Bar ri chel -lo, Tony Ka naan e Chris tian Fit ti pal di.

Se gun do Mos ca, vá rios fa to res in fluem nahora da de ci são da pin tu ra. O cus to é mui to altoe o ca mi nhão tem que fi car pa ra do por no mí -ni mo 20 dias, ao con trá rio, por exem plo, de umtra ba lho com gra fi te ou ade si vos. Mas ele ga -ran te a qua li da de. “A re la ção cus to-be ne fí cio dapin tu ra so bre a ade si va gem ou o gra fi te é enor -me. Meus tra ba lhos têm ga ran tia de, no mí ni -mo, cin co anos.” Além dis so, res sal ta ou tro as -pec to: “O que faço é arte”.

Ele se lem bra com ca ri nho do pri mei ro ca -mi nhão que per so na li zou, há 25 anos. “A Sca -nia me pro cu rou por que que ria fa zer um tra ba -lho di fe ren te. Me lem bro que fi ze mos um tra ba -lho com fla mas. Pa re cia que o ca mi nhão pe ga -va fogo. Foi uma ou sa dia para a épo ca.”

Ele res sal ta sua pai xão por ca mi nhões, queher dou do pai, ca mi nho nei ro, as sim como ostios. Ain da ga ro to, co me çou a tra ba lhar em umaofi ci na de pin tu ras de ca mi nhão. Pa ra le la men -te, gos ta va de de se nhar. De re pen te, pas sou aunir os dois tra ba lhos e hoje, 40 anos de pois,tem re co nhe ci men to não só den tro, mas tam -bém fora do país. “Faço as coi sas para que eume rea li ze. Se al guém me pro cu ra, es pe ra algode mim. En tão, pro cu ro cor res pon der.”

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SERVIÇO E SHOWCaminhões modificadosatraem motoristas eoferecem atendimentosespeciais na estrada

“REVISTA DO CAMINHONEIRO”/DIVULGAÇÃO

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PARANÁ GERAINFRA-ESTRUTURA

MODAL AQUAVIÁRIO

POLÊMICA COMNOVO PORTOSETOR CRITICA CONSTRUÇÃO DO TERMINAL DEPONTAL E PEDE INVESTIMENTOS EM PARANAGUÁ

O go ver no do Pa ra ná anun ciou um novoe gran de pro je to, ba ti za do de por to doMer co sul. O ob je ti vo do em preen di -men to, que será cons truí do em Pon -

tal, se gun do jus ti fi cou a Ad mi nis tra ção dos Por -tos de Pa ra na guá e An to ni na (Appa), é de sa fo -gar o por to de Pa ra na guá, dis tan te 40 km donovo ter mi nal e prin ci pal saí da para o Atlân ti code gra néis lí qui dos e só li dos pro du zi dos nos paí -ses que com põem o Mer co sul. Se gun do as pro -je ções do go ver no pa ra naen se, o novo por to terá23 km de cos ta, com 17 ber ços e po ten cial parare ce ber na vios com ca pa ci da de su pe rior a 60mil to ne la das, pois terá ca la dos na tu rais.Quan to cus ta rá a obra? Ain da não se

sabe. De onde vi rão os re cur sos? Mui tome nos. “O pro je to é ain da em brio ná rio enão há mui to o que di vul gar”, in for ma aas ses so ria de im pren sa da Appa. O ór gãores pon sá vel pelo pro je to só tem duas cer -te zas: o por to de Pon tal é “ex tre ma men tene ces sá rio à ex pan são da eco no mia do

país” e já pos sui área de mar ca da pró xi maa baía de Pa ra na guá. Se gun do a Appa, além de de sa fo gar os por tos

vi zi nhos, o por to do Mer co sul terá ain da uma fun -ção so cial: ala van car a eco no mia do mu ni cí pio dePon tal, que é ca ren te de al ter na ti vas de em pre goe ge ra ção de ren da. Ape sar de pro mis sor, o pro je -to do novo por to ain da é des co nhe ci do pe las au to -ri da des dos paí ses do Mer co sul. O re pre sen tan tedo blo co na em bai xa da da Ar gen ti na, por exem -plo, des co nhe cia o as sun to. A mes ma res pos ta foidada pela Se cre ta ria da Amé ri ca do Sul, do Ita ma -raty e pelo Mi nis té rio dos Trans por tes.Por isso mes mo a cons tru ção do por to de

Pon tal já gera po lê mi ca no se tor por tuá rio. Háaté mes mo quem diga que o anún cio da cons -tru ção do por to foi me ra men te elei to rei ro. Mas aAppa re ba te e nega, di zen do que esse “é um an -ti go pro je to do atual go ver no do Pa ra ná e que sefaz ne ces sá rio para a con ti nui da de do de sen vol -vi men to eco nô mi co do país”.Para o pre si den te da ABTP (As so cia ção

POR SANDRA CARVALHO

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 47

Bra si lei ra de Ter mi nais Por tuá rios), Wi len Man -te li, a cons tru ção do novo ter mi nal deve ser via -bi li za da so men te se o por to de Pa ra na guá ti verseus pro ble mas de in fra-es tru tu ra re sol vi dos.“Te mos três ter mi nais que pre ci sam de in ves ti -men tos em ca pa ci da de ope ra cio nal e pre ci sa -mos cui dar do ca nal de aces so. Es ta mos per -den do car gas por isso”, diz o di ri gen te. Alémdis so, Man te li fri sa que uma sé rie de obras nocais e no cor re dor de ex por ta ção do por to é ne -ces sá ria para me lho rar a se gu ran ça. “Alémdis so, a ad mi nis tra do ra pre ci sa en fren tar ospro ble mas le van ta dos pelo se tor em pre sa rialcomo dra ga gem e não fe char os olhos.”

Vi são glo balPara o vice-pre si den te da CNT para o se tor

aqua viá rio, Me ton Soa res Jú nior, o ar gu men to decons truir ou tro por to em fun ção do cres ci men toeco nô mi co não cola como jus ti fi ca ti va para Pon tal.“É ne ces sá rio in ves tir no que se tem. Cons truirpor tos não vai re sol ver o pro ble ma e mui to me nos

am pliar o co mér cio ex te rior. É ne ces sá rio que sein vis ta em mo der ni za ção dos nos sos por tos”, diz.Se gun do Me ton Soa res, os 54 por tos bra si lei ros,se mo der ni za dos e am plia dos, po dem aten der ato das as de man das de cres ci men to da eco no mia.“Se pe gar mos os sete prin ci pais por tos do

país, como o por to de San tos, por exem plo, am -pliá-los e mo der ni zá-los va mos ga ran tir es tru tu rapara o fu tu ro”, diz Me ton Soa res. Ele des ta caque ne nhum por to bra si lei ro pos sui tec no lo gia emo der ni za ção como os da An tuér pia e Ham bur -go. “Exis tem na vios que com por tam até 10 milcon têi ne res sem con di ções de fi car pas san do depor to em por to. Na vio des se tipo, como ocor reno meio aqua viá rio in ter na cio nal, tra ba lha empe río do de ho ras e, nos por tos bra si lei ros, seope ra rem, gas ta rão dias. Há que se mo der ni zarpara com pe tir in ter na cio nal men te.”O con sul tor diz ain da que en tre os prin ci pais

pro ble mas dos por tos está a fal ta de ca la dos e adra ga gem. Para Me ton Soa res, uma das saí daspara mo der ni zar e am pliar a ca pa ci da de dos por -tos são as PPPs (Par ce rias Pú bli co-Pri va das). “Apre sen ça da ini cia ti va pri va da nes se sen ti do é fun -da men tal. Por tos que fo ram em par te pri va ti za doses tão ope ran do com mais fun cio na li da de, pois háin ves ti men tos em mo der ni za ção”, diz.O eco no mis ta e con sul tor em na ve ga ção Luiz

An tô nio Fa yet ava lia que in ves ti men tos em am plia -ção e mo der ni za ção do por to de Pa ra na guá re sol -vem o pro ble ma do es tran gu la men to no se tor, am -pliam a co mer cia li za ção de paí ses do Mer co sul ere pre sen tam me nos gas tos para o go ver no. “Parare sol ver a ques tão da dra ga gem e dos ca la dos, porexem plo, são ne ces sá rios in ves ti men tos da or demde US$ 4,5 mi lhões”, diz. O ca la do, se gun do Fa yet – au tor de es tu dos

so bre me lho rias no por to -, me re ce uma aten çãoes pe cial – ca la do é a li nha de na ve ga ção en tre oní vel d'água e o fun do do mar. “Quan to maior apro fun di da de do ca la do, maior a ca pa ci da dedos na vios em le var peso. A idéia é atin gir 16mde pro fun di da de. Atual men te, o por to (de Pa ra -na guá) está com 14m. Isso per mi ti ria ope rar

“É NECESSÁRIOINVESTIR NO QUESE TEM. NOVOSPORTOS NÃO VÃORESOLVER OPROBLEMA”

ESTRUTURAPara Meton Soares,é hora de modernizaros portos brasileiros

CELSO AVILA / FUTURA PRESS

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com na vios mais mo der nos, de uma ca te go riamais pe sa da”, diz Fa yet, que é tam bém re pre -sen tan te da Aceb (As so cia ção do Co mér cio Ex -te rior do Bra sil) no Con se lho de Au to ri da de dePor tuá ria de Pa ra na guá.A se gun da eta pa de ações em Pa ra na guá

abran ge ria obras com ple men ta res no cais. “Se riao es ta be le ci men to de uma cor ti na de es ta cas paraper mi tir o au men to da pro fun di da de nos ber çosde atra ca ção. Essa fase de man da ria in ves ti men tosque não ul tra pas sam US$ 10 mi lhões”, diz. Fa yetacre di ta que com US$ 15 mi lhões a US$ 20 mi -lhões, Pa ra na guá es ta ria com pe ti ti vo, ope ran docom maior ca pa ci da de, sem a ne ces si da de dacons tru ção de ou tro por to. Fa yet tam bém afir ma que exis te uma ques -

tão am bien tal na cons tru ção do por to de Pon -tal. Se gun do ele, é pos sí vel es ten der a es tru tu -ra ro do viá ria e fer ro viá ria de Pa ra na guá a Pon -tal em, no má xi mo, 10 km sem atin gir uma áreade pre ser va ção am bien tal per ma nen te e par -ques eco ló gi cos da re gião. “É ne ces sá rio umaam plia ção des sa es tru tu ra de até 60 km atéPon tal. Além dis so, cons truir fer ro vias e ro do -vias no ter re no onde será o por to irá ge rar obrasex tre ma men te ca ras, pela ca rac te rís ti ca de bai -xa re sis tên cia da área.” l

LOCAL CERTO Pontalseria o destino do novoporto paranaense

O go ver no fe de ral li be rou no fi nal de se -tem bro R$ 57 mi lhões para o se torpor tuá rio. Essa foi a pri mei ra eta pa da

Agen da Por tos, con jun to de ações que visame lho rar a ope ra ção dos 54 por tos do Bra sil.

Se gun do o Mi nis té rio dos Trans por tes, fo -ram se le cio na dos 11 por tos, mas Ita jaí dei xa ráde re ce ber ver bas nes se pri mei ro re pas se. Omo ti vo é que a uni da de por tuá ria, para a qualse riam des ti na dos R$ 6 mi lhões e cuja ad mi -nis tra ção é de le ga da à pre fei tu ra da ci da de,pos sui pro ble mas jun to ao TCU (Tri bu nal deCon tas da União).

Dos R$ 57 mi lhões que se rão in ves ti dosaté de zem bro, R$ 33 mi lhões irão para obrasde me lho rias de aces so aos por tos, a se remexe cu ta das pelo Dnit. O res tan te será apli ca dope las com pa nhias do cas.

Re ce be rão re cur sos os por tos do Rio Gran -de (RS), Pa ra na guá (PR), Vi tó ria (ES), Rio deJa nei ro (RJ), San tos (SP), São Fran cis co doSul (SC), Se pe ti ba (RJ), Sal va dor (BA), Ara tu(BA), e Ita qui (MA). Jun tos, res pon dem por89% das ex por ta ções bra si lei ras.

Se gun do o le van ta men to do MT, fal ta dedra ga gem, con ges tio na men tos de trens e ca -mi nhões e as pec tos ge ren ciais es tão en tre osprin ci pais pro ble mas dos por tos. O ob je ti vo dogo ver no fe de ral é in ves tir, nos pró xi mos 10anos, R$ 220 mi lhões no se tor.

Se gun do o pre si den te da ABTP, Wi lenMan te li, esse pri mei ro vo lu me de ver bas não ésu fi cien te. “É mui to por to para pou co di nhei ro.O go ver no está ata can do so men te os da nosdos por tos e, não, as cau sas des ses da nos.”Man te li afir ma que, pela pri mei ra vez, o go ver -no fe de ral to mou cons ciên cia dos gar ga los dosis te ma por tuá rio, mas a prio ri da de é a cria çãode uma le gis la ção na ad mi nis tra ção do se tor.

“É MUITO PORTOPARAPOUCO DINHEIRO” JO

NATHAN CAMPOS/ GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

“A PRESENÇADA INICIATIVAPRIVADA NESSESENTIDO ÉFUNDAMENTAL”

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 49

O ris co do apa gão lo gís ti coacen deu a luz ama re lanos prin ci pais ter mi naisaé reos de car gas do país.

Afi nal, en quan to as ex por ta çõescres cem, a in fra-es tru tu ra de lo gís ti -ca na cio nal fica para trás, com ro -do vias com pro me ti das, por tos sa tu -ra dos, con têi ne res e na vios in su fi -cien tes. E mais: a trans fe rên cia depar ce la das car gas por tuá rias paraos prin ci pais ae ro por tos es bar ra nalen ti dão do tra ba lho adua nei ro daRe cei ta Fe de ral e no mo no pó lio doser vi ço da In frae ro.O di re tor de Ope ra ções da Va ri -

glog, Jor ge Már cio Go mes da Sil va,diz re co nhe cer que a In frae ro bus -ca se ade quar à atual de man da doster mi nais ae ro por tuá rios, mas as ex -por ta ções po dem ser me lho r aten -di das por es tru tu ras das pró priascom pa nhias aé reas ou de par cei -ros. “A In frae ro in ves te para acom -pa nhar o au men to das ex por ta ções,mas em todo o mun do esse tipo deser vi ço nas mãos das com pa nhiasou em pre sá rios re sul ta em maioragi li da de e com pe ti ti vi da de”, dizGo mes da Sil va.Se gun do ele, cada com pa nhia

aé rea tem uma for ma pró pria detra ba lho e atuar com um só “pro ve -dor” de ter mi nais tira a fle xi bi li da dene ces sá ria ao aten di men to de di fe -ren tes clien tes e pro du tos. “E essares tri ção úni ca re duz a com pe ti ti vi -da de e au men ta os cus tos.”O ge ren te re gio nal da Luf than sa

no Bra sil, Cle ver ton Vighy, tam bémre co nhe ce os in ves ti men tos fei tospela In frae ro nos úl ti mos anos nosprin ci pais ter mi nais, como emCum bi ca, o mais mo vi men ta do,

LUZ AMARELAPARA AS CARGAS

LOGÍSTICA

MODAL AEROVIÁRIO

MONOPÓLIO DA INFRAERO E LIMITE DE TRABALHODA RECEITA SOBRECARREGAM AEROPORTOS

POR RONALDO ALMEIDA

FOTOS INFRAERO/DIVULGAÇÃO

DO ALTO Viracopos é principal portade saída para cargas via aéreaDO ALTO Viracopos é principal portade saída para cargas via aérea

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50 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

mas ain da não são su fi cien tes parase gui rem o cres ci men to do vo lu mede car gas. “Gua ru lhos está no li -mi te, den tro de um tem po ‘acei -tá vel’, pois os ter mi nais pre ci samde ex pan são, mas exis te o mo no -pó lio”, diz ele, à fren te de umaem pre sa que des ti na car gas doBra sil para Frank furt e dis tri buipara Eu ro pa, Ásia e África.O su pe rin ten den te de Lo gís ti ca

da In frae ro, Gus ta vo Schild, nega omo no pó lio. “A In frae ro é a úni caden tro dos ae ro por tos, mas nãomo no po li za por que exis tem vá riases ta ções adua nei ras no país, ape -sar de o uso des sa es tru tu ra exi girmais um pas so na lo gís ti ca.”O su pe rin ten den te cri ti ca os

em pre sá rios fora do eixo Rio-SãoPau lo-Mi nas, que pre fe rem usarso men te o ae ro por to de Vi ra co -pos e Cum bi ca, em de tri men to deou tros ter mi nais, o que, se ado ta -do, ali via ria as duas uni da despau lis tas. Ele acre di ta que o atualmo vi men to de trans fe rên cia e ins -ta la ção de in dús trias no sul dopaís e os in ves ti men tos da In frae -ro em ter mi nais de Goiás, Vi tó ria,Sal va dor, Por to Ale gre e Cu ri ti bapos sam con tri buir para essa des -cen tra li za ção de de man da.O di re tor-se cre tá rio da Jun ta de

Re pre sen ta ção das Com pa nhiasAé reas In ter na cio nais no Bra sil (Ju -cairb), Nor ber to Goch mann, dizque, “em prin cí pio”, a In frae ro dácon ta do aten di men to da car ga aé -rea, mas a aber tu ra des se ser vi ço, aexem plo de ou tros paí ses, per mi ti rámaior qua li da de e me no res cus tospara as em pre sas de co mér cio in -ter na cio nal, ex por ta do res e im por ta -

do res. “O qua dro atual com pro me -te os cus tos das ex por ta ções”, poisli mi ta a mo vi men ta ção de car gas.Já o coor de na dor da Câ ma ra

de Lo gís ti ca da As so cia ção deCo mér cio Ex te rior Bra si lei ro(AEB), Jo ve li no Pi res, lem braque os dois prin ci pais ae ro por tosde car gas do país, Cum bi ca e Vi -ra co pos, em Cam pi nas, têm ba -ti do re cor des su ces si vos e es tãoex tre ma men te aque ci dos. “Nopri mei ro se mes tre, den tre osefei tos das gre ves nos por tos eda Re cei ta, pro du tos até en tãoex por ta dos por via ma rí ti ma,como mo to res de ca mi nhão, fo -ram em bar ca dos em aviões pelaGM e Vol vo. Ou se fa zia ou seper dia a en tre ga.” Viracopos deve fechar 2004

com 120 mil toneladas expor-tadas, contra 75,13 miltoneladas em 2003. Já Guarul-hos exportou 118,33 miltoneladas em 2003 – até setem-bro deste ano, registrou 98,6 miltoneladas e tem expectativa defechar 2004 com 120,5 miltoneladas exportadas.De acor do com o Mi nis té rio do

De sen vol vi men to, In dús tria e Co -mér cio Ex te rior, as ex por ta çõesaé reas bra si lei ras ti ve ram au men -to de 9,2% nos três pri mei ros me -ses do ano, en quan to as im por ta -ções su bi ram 36,3%, em re la çãoa igual pe río do de 2003. As ex por -ta ções pas sa ram de US$ 60 bi -lhões, em 2002, para US$ 95 bi -lhões, em 2004, e ten dem a cres -cer até de zem bro. As sim, essequa dro con tri buiu para um au -men to de 18% no fa tu ra men to da

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 51

In frae ro em 2004, em re la ção a2003, o que re sul ta numa mé diade R$ 430 mi lhões/mês ou R$5,16 bi lhões no ano. A Va ri glog, com pa nhia que do -

mi na o mer ca do na cio nal de car gaaé rea, res pon deu por 30% de todaa mo vi men ta ção de ex por ta çãopor Gua ru lhos, de ja nei ro a agos todes te ano, o que sig ni fi cou 23,5mil to ne la das do to tal de 78,35 milto ne la das. Nas im por ta ções, fi coucom 32%, 14,88 mil to ne la das doto tal de 46,5 mil to ne la das de sem -ba ra ça das. Em Vi ra co pos, re gis -trou 10% das 62 mil to ne la das ex -por ta das de ja nei ro a agos to e igualper cen tual nas 60 mil to ne la dasim por ta das. Essa re la ção ex pli ca a maior

con cen tra ção de car gas em Gua -ru lhos, de vi do ao maior nú me ro devôos mis tos (de carga e pas-sageiros) do que o de car guei rosde Vi ra co pos, e por se rem co mer -

cia li za das car gas dis tin tas nos doisae ro por tos. Para Go mes da Sil va, tra ba lhar

em Gua ru lhos é sem pre um de sa -fio. No pri mei ro se mes tre des te ano,a em pre sa teve di fi cul da des de em -bar que pela di fi cul da de de a In frae -ro aten der a to das as em pre sas sobo mes mo cri té rio, pois con cen tra oser vi ço em um só mo de lo. “O mo -de lo ideal é o de lo tea men to de ar -ma zéns em vá rias uni da des para asem pre sas ad mi nis tra rem suas pró -prias car gas ou ter cei ri za rem”. Se gun do o di re tor da Va ri glog, o

ris co des se mo de lo, mes mo comtodo o em pe nho da In frae ro paraacom pa nhar as mu dan ças de mer -ca do, “é o país per der cre di bi li da deco mer cial, num mo men to im por -tan te de cres ci men to in dus trial edas ex por ta ções”.Schild, da Infraero, afir ma que

“o aten di men to em Gua ru lhos é‘acei tá vel’, mas o gar ga lo se dámais pela de fa sa gem en tre o nú -me ro de vôos mis tos e a de man dapor car gas. Hoje, são cer ca de 90vôos diários en tre pou so e de co la -gem, mas a ne ces si da de é de120, prin ci pal men te para a Eu ro -pa, para ali viar a con cen tra ção”.Schild diz que a po lí ti ca da In -

frae ro é adap tar os ae ro por tos deMa naus, Cum bi ca, Vi ra co pos e Ga -leão a um sis te ma mais efi cien te deau to ma ção para per mi tir maior ve -lo ci da de na mo vi men ta ção e me nortem po de per ma nên cia das car gas.“Nos so ob je ti vo é in ves tir mais naau to ma ção para aten der os pra zosde en tre ga de car gas, do que in ves -tir na ex pan são dos ter mi nais.” No pri mei ro se mes tre des te

ano, hou ve uma con cen tra ção decar ga nos ter mi nais aé reos, o que,em Gua ru lhos, le vou a uma im pro -vi sa ção na ar ma ze na gem de mer -ca do rias, o que ge rou atra sos na li -be ra ção de mer ca do rias. Hoje, otem po nor mal para ex por ta ção éde 8 ho ras e, na épo ca, su biu para18 ho ras. A so lu ção ime dia ta foi ouso do ter mi nal da Trans bra sil.

Ho rá rio co mer cialO ou tro lado da moe da é o tra ba -

lho da Re cei ta Fe de ral nos ter mi -nais de car ga, que, se gun do em -pre sá rios do se tor de ex por ta ção,deixa a de se jar, no que se re fe re aoho rá rio de aten di men to. “Por queum país com US$ 95 bi lhões emex por ta ções ain da tem uma Re cei taFe de ral que so men te tra ba lha dese gun da à sex ta-fei ra nos ae ro por -tos den tro do ho rá rio co mer cial?Tem de ha ver tra ba lho 24 ho ras pordia e não se co nhe cer fe ria do nemfi nal de se ma na. Por isso, exis tegran de con cen tra ção de car gas noho rá rio das 8h às 18 ho ras nos ter -mi nais aé reos”, diz o di re tor da Jur -caib, Nor ber to Goch mann.Para o di re tor da Luf than sa,

Cle ver ton Vighy, se o aten di men -to da In frae ro é sa tis fa tó rio, osser vi ços de adua na re que rem“al gu ma me lho ria de es tru tu ra eo fim da res tri ção de ho rá rios. Épre ci so tra ba lhar à noi te e nos fi -nais de se ma na”. A Re cei ta Fe -de ral in for mou que, atual men te,não vê ne ces si da de de aten di -men to nos ter mi nais aé reos forado ho rá rio co mer cial e que qual -quer al te ra ção tem de ser de fi ni -da com a In frae ro. l

DEFASAGEMCumbica está nolimite no de vôos

“POR QUEUM PAÍS COMUS$ 95 BI EMEXPORTAÇÕESAINDA TEMUMA RECEITAQUE SÓTRABALHADE SEGUNDAÀ SEXTA ?”

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52 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

“OS PROFISSIONAISDO TRANSPORTEPRECISAM SEESPECIALIZARASSIM COMOFIZERAM OSDA INDÚSTRIA”

ESPECIALIZAÇÃOÉ O CAMINHODO EMPREGO

MERCADO CRESCE E EMPRESA SAI ÀCAÇA DE PROFISSIONAL GABARITADO

CAPACITAÇÃO

NEGÓCIOS

POR

PATRÍCIA GIUDICE C ur so su pe rior bem fei to, bom re la -cio na men to e téc ni ca. Pro fis sio -nais com esse per fil es tão sen dopro cu ra dos pelo se tor trans por ta -

dor em todo o Bra sil. De vi do ao au men todas ex por ta ções, o mer ca do sen tiu ne ces si -da de de se ade quar à de man da e par tiu àpro cu ra de pes soas es pe cia li za das na área.Com isso, as va gas para o se tor co me ça rama sur gir. A con clu são é de um le van ta men -to fei to pela Maier Con sul to ria, que cons ta -tou, a par tir de exi gên cias dos seus clien -tes, que as em pre sas de trans por te e lo gís -ti ca in ter na cio nais es tão à pro cu ra de qua -li da de. Os car gos são os mais va ria dos,des de aju dan tes ou mo to ris tas bem qua li fi -ca dos a ge ren tes de fi liais.A em pre sa de con sul to ria co me çou a ve ri -

fi car o au men to a par tir de abril de 2004, noses tu dos com pa ra ti vos em re la ção ao anopas sa do. De acor do com pes qui sa di vul ga dapelo IBGE re fe ren te a agos to des te ano, 14se to res da in dús tria bra si lei ra am plia ram o

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 53

nú me ro de pes soas ocu pa das. Os meios detrans por te fi ca ram em se gun do lu gar com9,9% do to tal de em pre gos na in dús tria na -cio nal, con fir man do a ten dên cia de au men tode va gas no se tor. Se gun do o con sul tor da área de trans por -

tes do Gru po Imam, An tô nio Car los Re zen -de, as gran des trans por ta do ras do país es -tão hoje preo cu pa das em con tra tar pro fis -sio nais que já es te jam atuan do na área,para or ga ni zar a em pre sa e en ten der a ne -ces si da de do clien te, não ape nas ven der opro du to. “O clien te quer atual men te todoum ser vi ço, não ape nas um ca mi nhão, elequer o trans bor do, a en tre ga, tudo com ple -to”, diz Re zen de. Para o con sul tor, a ques -tão da es pe cia li za ção ain da é um di le ma nomeio trans por ta dor. “Os pro fis sio nais dotrans por te pre ci sam se es pe cia li zar as simcomo fi ze ram os da in dús tria.”Para o con sul tor, a gran de maio ria das

trans por ta do ras bra si lei ras ain da é ad mi nis -tra da pelo fun da dor, com tra di ções e há bi -tos de fa sa dos dian te do que o mer ca do exi -ge, e es sas em pre sas aca bam não pro cu -ran do no pro fis sio nal que con tra tam tan toga ba ri to, ape nas ex pe riên cia. “Por ou trolado, as cem maio res do país têm o ge ren -cia men to pro fis sio na li za do mais avan ça do eexi gem cur sos como MBA de um ge ren te,com fluên cia em in glês”, diz Re zen de, queen fa ti za a im por tân cia do seg men to de lo -gís ti ca, se tor que há cin co anos não era tãova lo ri za do den tro de uma em pre sa. “O mer -ca do hoje é pro mis sor para essa área.” Paraele, mui tas em pre sas do ramo ain da não sa -bem apre sen tar o que o clien te quer, fatoque re fle tirá na maior pro cu ra por pro fis sio -nais ga ba ri ta dos em lo gís ti ca in dus trial doque em trans por te.

Mu dan ça no ce ná rioNa re gião Nor des te do país, as va gas es -

tão mais es cas sas do que no Su des te e Sul.

DUKE

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54 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

Se gun do o coor de na dor de en si no dos cur -sos de tec no lo gia da FIC (Fa cul da des In te -gra das do Cea rá), pro fes sor Ari Ho lan da Jú -nior, no Es ta do, por exem plo, a ex pec ta ti va éque den tro de cin co anos acon te ça uma mu -dan ça no ce ná rio trans por ta dor, que ain danão apre sen ta evo lu ção. “Aí ,sim, te re mosofer tas de va gas. O em pre sá rio está sem vi -são de lo gís ti ca, mas es pe ra mos que essemer ca do cres ça”, diz o pro fes sor. O pro fis sio nal que qui ser se es pe cia li zar

no se tor, prin ci pal men te na área de lo gís ti -ca, uma das mais pro mis so ras e ca ren tesde pes soal qua li fi ca do se gun do con sul to -res, terá que bus car um cur so com ple men -tar ao aca dê mi co. E para isso de ve rá an darbas tan te, já que ain da são pou cas as ins ti -

EM GOIÂNIA, EXEMPLO DE BOA GESTÃO

H á dois anos, uma for ma in te -ra ti va de me lho rar o sis te made ôni bus co le ti vo está sen do

apli ca da em Goiâ nia. Cons tan te men te,é fei ta uma pes qui sa de aten di men tonas co mu ni da des de toda a re gião me -tro po li ta na para fis ca li zar as ações dosmo to ris tas e em pre sas de trans por te.Essa é uma das for mas de atua ção dopro fis sio nal es pe cia li za do em ges tão elo gís ti ca: bus car a qua li da de no aten -di men to ao clien te, seja no se tor pri va -do ou pú bli co.

Se gun do o di re tor-téc ni co daCMTC (Com pa nhia Me tro po li ta na deTrans por te Co le ti vo, em pre sa que ad -mi nis tra o trans por te na ci da de), Ro -ber to Ve lo so, a po pu la ção de nun cia

se o ôni bus pa rou no pon to cer to, sees ta va tran si tan do com por ta aber ta,as con di ções de hi gie ne do trans por -te, se a ve lo ci da de está ade qua da,iden ti fi ca ção do veícu lo, en tre vá riosou tros itens. Até se tem bro des te ano,já fo ram emi ti das 1.752 au tua ções -após iden ti fi ca do o pro ble ma, a em -pre sa é no ti fi ca da e su jei ta a pa garmul ta que va ria de R$ 150 a R$ 750.

Por meio des sa in te ra ção com asco mu ni da des, se gun do Ve lo so, tam -bém é pos sí vel sa ber da ne ces si da deda po pu la ção em criar li nhas ou rees -tru tu rar iti ne rá rios. “Es ta mos pro je -tan do a rede den tro da re gião me tro -po li ta na, por isso apre sen ta mos pro -pos tas de li nhas e dis cu ti mos se está

su fi cien te. Quan do atin gi mos um con -sen so en tre a so cie da de e o ór gãoges tor, co lo ca mos para ope rar.”

A for ma de ação foi cria da a par tirde uma de fi ciên cia do Po der Pú bli co,que não ti nha o con tro le da ges tão.Hoje, a rede de trans por te é in te gra dae liga os 17 mu ni cí pios da Gran deGoiâ nia. Nas 18 es ta ções de in te gra -ção exis ten tes, cir cu lam dia ria men tecer ca de 70 mil pas sa gei ros. Se gun doVe lo so, a cria ção da rede não di mi -nuiu o lu cro das em pre sas de trans -por te co le ti vo da ci da de. “Exis te umequi lí brio por con ta da ra cio na li za çãode via gens e rota, hou ve um tra ba lhopara con se guir uma es ta bi li da de téc -ni ca e fi nan cei ra”, diz.

LUGAR CERTO Alunos assistem a curso em unidade Sest/Senat

PAULO FONSECA

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 55

tui ções no país que ofe re ce ram es pe cia li za -ções e for mam exe cu ti vos em trans por te.Es ses pro fis sio nais são ca pa ci ta dos a tra ba -lhar na área ju rí di ca, con tá bil e fi nan cei rada lo gís ti ca de trans por te.Para o che fe do de par ta men to de trans por -

te da USP (Uni ver si da de de São Pau lo), Ale -xan dre Par rei ras, os cur sos ain da são vol ta dospara a par te de in fra-es tru tu ra. “Na USP, porexem plo, tan to a gra dua ção em en ge nha ria ci -vil como a pós-gra dua ção en fa ti zam a cons tru -ção e pla ne ja men to de vias de trans por te”,diz. Par rei ras afir ma ain da que o pla ne ja men -to de trans por te ur ba no tem sido mui to abor -da do em vá rios cur sos do país.Para con cor rer a uma vaga no mercado

de trabalho, Re zen de in di ca, em pri mei ro lu -gar, uma boa for ma ção aca dê mi ca. “Ouseja, não adian ta ape nas ter fei to um cur so

su pe rior, é pre ci so ter fei to bem”. O can di da -to pre ci sa ter tam bém, se gun do o es pe cia lis -ta, pa drão de re la cio na men to e ca pa ci ta çãopro fis sio nal. A exi gên cia é para um pro fis sio -nal que sai ba fa zer ras trea men to, tra ba lhecom apa re lhos tec no ló gi cos para que a em -pre sa de fi na seu pa drão or ga ni za cio nal.Em For ta le za, a FIC pre ci sou fe char um

cur so de Lo gís ti ca e Trans por te de Car gaspor fal ta de pro cu ra. “As em pre sas não en -via vam seu pes soal para se es pe cia li zar etam bém não ab sor viam os que for ma vam”,diz o coor de na dor Ari Ho lan da. No fi nal des -te ano, acon te ce a for ma tu ra da úl ti ma tur -ma do cur so, que fun cio nou por ape nas trêsanos, com cer ca de 40 alu nos. Se gun doHo lan da, 90% dos es tu dan tes já são fun cio -ná rios de em pre sas de trans por te, agên ciasdos Cor reios, com pa nhias aé reas e fer ro viá -rias. O cur so, que for mou mais de 200 alu -nos, ti nha du ra ção de 24 me ses e men sa li -da des de cer ca de R$ 200. Se gun do o pro fes sor ti tu lar da USP, João

Ale xan dre Wid mer, a uni ver si da de tam bémjá teve es pe cia li za ção em trans por te, mashá qua tro anos a pós-gra dua ção aca bou.Na USP, são for ma dos mes tres e dou to resem in fra-es tru tu ra e aná li se ope ra cio nal desis te mas de trans por te, mas não pro fis sio -nais para a área exe cu ti va da ca deia trans -por ta do ra. “As en ti da des par ti cu la res apro -vei ta ram o ‘boom’ da lo gís ti ca para for marcur sos e aten der a es sas de man das domer ca do”, afir ma Wid mer. Ele diz ain daque não exis tem pro gra mas es pe cí fi cospara a lo gís ti ca, ape nas dis ci pli nas cor re la -cio na das den tro dos cur sos.

Par ce riasO Imam mi nis tra vá rios cur sos du ran te o

ano para o se tor de trans por te des ti na do aotrans por ta dor e em bar ca dor. Este úl ti mo, se -gun do o con sul tor An tô nio Car los Re zen de, éum gru po de em pre sas com um per fil já

90% DOSESTUDANTESDA FIC JÁ ESTÃOEMPREGADOSEM EMPRESASDE TRANSPORTE

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CNT OFERECE DIFERENCIAIS

O Sis te ma CNT ofe re ce cur sos delo gís ti ca por todo o Bra sil, des ti -na dos ao tra ba lha dor em trans -

por te. Os in te res sa dos têm à dis po si çãocur sos pro mo vi dos pelo Idaq, em Bra sí -lia e em São Luís (MA), am bos fei tos àdis tân cia, via In ter net, como for ma defa ci li tar o aces so. Já o sis te ma Sest/Se -nat ofe re ce, em to das as suas uni da des,cur sos pre sen ciais di re cio na dos, comcur rí cu los e car ga ho rá ria di fe ren cia dos.

Pelo Idaq (Instituto de Desenvolvi-mento, Assistência Técnica e Quali-dade em Transporte), o alu no pode op -tar por um cur so se qüen cial de Lo gís -ti ca Em pre sa rial, aber to em 2001 empar ce ria com a Uni ver si da de Ca tó li cade Bra sí lia. Com qua tro me ses de du -ra ção, não é exi gi da gra dua ção e temo cus to to tal de R$ 600.

Em São Luís, ain da pelo Idaq, é mi -nis tra da pós-gra dua ção em Lo gís ti caEm pre sa rial, com du ra ção de 26 me ses,em tur mas de 20 alu nos. Se gun do in for -ma ções do Idaq, a pro cu ra está sen dogran de, prin ci pal men te por pro fis sio naisque tra ba lham em trans por ta do ras e

que rem se ca pa ci tar ou pes soas que es -tão in te res sa das em en trar nes sa área.O cus to da pós-gra dua ção é de R$ 250(ma trí cu la) mais men sa li da des de R$450, com ma te rial in clu so.

To dos os cur sos ofe re ci dos pelo Idaqaten dem a uma de man da do se tor detrans por te com a fun ção de apri mo ra -men to em pre sa rial. Al guns te mas sãotam bém de sen vol vi dos e apli ca dos aosfun cio ná rios por de ter mi na ção da em -pre sa, em exi gên cias es pe cí fi cas.

O Sest/Se nat tem à dis po si ção vá rioscur sos pre sen ciais di re cio na dos ao tra -ba lha dor em trans por te e à co mu ni da deem ge ral. Eles po dem ser apli ca dos napró pria em pre sa para pe que nas tur masou nos la bo ra tó rios do Sest/Se nat. O deLo gís ti ca Em pre sa rial Bá si ca está sen doum dos mais pro cu ra dos e en si na aopro fis sio nal a co nhe cer o pa pel da lo gís -ti ca den tro da em pre sa, as sim como suain te gra ção com as ou tras áreas e ten -dên cias do se tor.

Para saber mais sobre os cursos daCNT, acesse www.cnt.org.br

avan ça do em ter mos de ca pa ci ta ção pro fis -sio nal e está sem pre à pro cu ra de pro fis sio -nais de ge ren cia men to ga ba ri ta dos. A ne ces si da de de for ne cer trei na men tos a

pro fis sio nais do se tor fez sur gir a Uni ver si da -de do Trans por te, no Paraná. Se gun do o di -re tor da UT, Cel so Lu chia ri, o ob je ti vo da ins -ti tui ção é su prir a de fi ciên cia do se tor em re -la ção à fal ta de es pe cia li za ções e tor nar ospro fis sio nais mais pro du ti vos. São fei tas par -ce rias com em pre sas e uni ver si da des parage rar pa les tras, de sen vol ver ati vi da des e con -se guir mon tar cur sos mais es pe cí fi cos. A lo gís ti ca apli ca da aos cur sos per mi te

qua li fi car, além de ge ren tes e pro fis sio nais deco man do e di re ção, aju dan tes, mo to ris tas even de do res. O mer ca do tam bém está à pro -cu ra des ses pro fis sio nais, des de que eles se -jam bem ca pa ci ta dos e pos sam de sen vol veruma gama de ati vi da des. São mais de 50cur sos ofe re ci dos de acor do com a ne ces si -da de de cada em pre sa e alu no. Os cur sos da UT mais pro cu ra dos atual -

men te são o de di re ção de fen si va e di re çãoeco nô mi ca, qua li fi ca ções que se tor na ram in -dis pen sá veis a um bom mo to ris ta. Na área delo gís ti ca, os cur sos são des ti na dos ao trei na -men to ge ren cial - Lu chia ri con cor da com a opi -nião dos con sul to res en tre vis ta dos pela re por -ta gem de que a lo gís ti ca é um cam po pro mis -sor no Bra sil. “Fal tam pro fis sio nais bem qua li -fi ca dos no se tor de ge ren te de fi lial, por exem -plo. Eles pre ci sam ter um cur so su pe rior comes pe cia li da des”, diz o di re tor.Os cur sos su pe rio res vol ta dos para a lo -

gís ti ca ain da são re cen tes no mer ca do,prin ci pal men te os es pe cí fi cos em trans -por te. Por isso, uma al ter na ti va aos can di -da tos é fa zer o cur so su pe rior de ad mi nis -tra ção, en ge nha ria ou eco no mia e com ple -men tar a for ma ção. l

Leia mais so bre edu ca ção e es pe cia li za -ção no ar ti go de José Pas to re (pág. 67)

EM ALTA Profissionais de logística estão bem cotados no mercado

PAULO FONSECA

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58 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

A s fer ro vias bra si lei ras es tão pas -san do por um “boom” de in ves ti -men tos. Ape sar de ain da ha verenor mes gar ga los de in fra-es tru -

tu ra a se rem sa na dos (es pe cial men te peloPo der Pú bli co), o mo dal fer ro viá rio estácon se guin do, fi nal men te, se reer guer eau men tar seu es pa ço na ma triz de trans -por tes do país. A ma lha de 29 mil qui lô -me tros está ven do o trem pas sar a jato,numa mo der ni za ção ace le ra da. Ao ava liar o his tó ri co dos in ves ti men tos

rea li za dos pe las em pre sas no pe río do 1996-2003, pode-se ob ser var que hou ve um cres -ci men to de R$ 21 mi lhões para R$ 1,09 bi -lhão – o que re pre sen ta uma evo lu ção de5.094,94%, em va lo res cor ri gi dos para de -zem bro de 2003 pelo Índice de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA). De 2004 a 2008,a meta é in ves tir mais R$ 11,3 bi lhões, sen -do R$ 7,1 bi lhões oriun dos da ini cia ti va pri -va da e R$ 4,2 bi lhões, da União. Esse cres ci men to do se tor fer ro viá rio está

fa zen do com que o mo dal suba em cer ca de1% ao ano a sua par ti ci pa ção na ma triz detrans por te. O ob je ti vo é que as fer ro vias pas -sem a re pre sen tar 30% do trans por te decar gas em 2008, ao in vés dos 24% hoje ve -ri fi ca dos. “O ideal, no en tan to, é que o se torabran ja 42% do trans por te, por ser o Bra silum país de ex ten são con ti nen tal. Para isso,

po rém, é pre ci so que haja in ves ti men tos pe -sa dos da União, pois a par ti ci pa ção do go -ver no fe de ral é ex tre ma men te im por tan tepara am plia ção da ma lha exis ten te”, diz odi re tor-exe cu ti vo da As so cia ção Na cio naldos Trans por ta do res Fer ro viá rios (ANTF),Ro dri go Vi la ça. A pro pos ta da ANTF é que o go ver no uti -

li ze re cur sos da Cide (cer ca de R$ 8 bi lhõesanuais) e a re ver são do pa ga men to de con -ces são e ar ren da men to (apro xi ma da men teR$ 320 mi lhões anuais) para que se jam rea -li za das as obras ne ces sá rias.O in ves ti men to pú bli co deve ser apli ca do

em obras de in fra-es tru tu ra como a cons tru -ção de no vos tra ça dos de fer ro vias que cor -tam áreas ur ba nas, obras de con tor no, via -du tos e pas sa gens de ní veis – es sen ciaispara me lho rar a ve lo ci da de co mer cial dotrans por te e au men tar a se gu ran ça. Issopor que toda a ma lha na cio nal ain da per ten -ce à União, sen do ela res pon sá vel por suaam plia ção e re cu pe ra ção.A as ses so ria de im pren sa do Mi nis té rio

dos Trans por tes in for mou que o go ver no fe -de ral pre ten de fa zer uma agen da fer ro viá riapara 2005, mas que ain da es tão sen do rea -li za das di ver sas reu niões para de fi nir os pro -je tos prio ri tá rios e as es tra té gias de tra ba lho.Por esse mo ti vo, o mi nis tro Al fre do Nas ci -men to pre fe riu não se ma ni fes tar até que o

DE VOLTA AOS TRILHOSSETOR VIVE “BOOM” DE INVESTIMENTOS E REGISTRA ALTA DE MAIS DE 5.000% NO APORTE DE VERBAS PARA MELHORIA DE SUA INFRA-ESTRUTURA

INVESTIMENTOS

MODAL FERROVIÁRIO

POR EULENE HEMÉTRIO

CRESCIMENTO Investimento feito pelas concessionárias provocou alta no transporte de cargas nas ferrovias nos últimos anos

EUGÊNIO GURGEL

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 59

pla ne ja men to es te ja fe cha do. A Pas ta adian -tou, en tre tan to, que o MT pre ten de uti li zar aPPP (Par ce ria Pú bli co-Pri va da) para com -ple tar o or ça men to para o se tor. Se gun do da dos da ANTF, nos úl ti mos

sete anos, 89% dos in ves ti men tos rea li za -dos nas fer ro vias fo ram da ini cia ti va pri va -da. Os re cur sos acu mu la dos (1996-2003)fo ram in ves ti dos da se guin te for ma: ma te -rial ro dan te (R$ 2.379 mil), in fra-es tru tu ra(R$ 612 mil), su pe res tru tu ra de via per -ma nen te (R$ 1,603 mi lhão), te le co mu ni -ca ções (R$ 151 mil), si na li za ção (R$ 172mil), ofi ci nas (R$ 90 mil), ca pa ci ta ção depes soal (R$ 11 mil), veí cu los ro do viá rios(R$ 14 mil) e ou tros (R$ 911 mil).

Cria ti vi da deA de man da pelo trans por te fer ro viá rio

está cres cen do ano a ano e as con ces sio -ná rias es tão fa zen do de tudo para apro vei -tar a maré alta. Ro dri go Vi la ça diz que ascon ces sio ná rias têm usa do cria ti vi da depara en con trar as so lu ções de trans por te,uma vez que não está ha ven do in cen ti vopor par te do go ver no. Se gun do ele, atra vésde par ce rias com clien tes e ope ra do res lo -gís ti cos, as con ces sio ná rias in ves ti rammais de R$ 2 bi lhões em me lho rias do sis -te ma lo gís ti co, des de 1997.De acor do com o Re la tó rio Anual de

Acom pa nha men to das Con ces sões Fer ro -viá rias (2003), di vul ga do pela ANTT, hou -

DE VOLTA AOS TRILHOSSETOR VIVE “BOOM” DE INVESTIMENTOS E REGISTRA ALTA DE MAIS DE 5.000% NO APORTE DE VERBAS PARA MELHORIA DE SUA INFRA-ESTRUTURA

CRESCIMENTO Investimento feito pelas concessionárias provocou alta no transporte de cargas nas ferrovias nos últimos anos

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60 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

ve um cres ci men to no to tal de car gastrans por ta das de 7,5%, sen do que pro -du tos como o mi né rio de fer ro, a soja, osgra néis mi ne rais, os da in dús tria si de rúr -gi ca e os de pro du ção agrí co la fo ram osprin ci pais pro du tos que pu xa ram o ín di cepara esse pa ta mar po si ti vo.Da dos da agên cia mos tram que o vo lu me

trans por ta do em 2003 foi de 344 mi lhões deTU (To ne la da Útil Tra cio na da), e a pre vi sãoda ANTF é que 2004 e 2005 su pe rem esseín di ce, che gan do a 377 mi lhões e 402 mi -lhões de TU, res pec ti va men te. Um cres ci men to anual mé dio de 42% na

pro du ção das con ces sio ná rias está sen do ob -ser va do des de 1996 – ano em que foi dada alar ga da da pri va ti za ção. Esse ín di ce, me di doem TKU (To ne la da Qui lô me tro Útil), ten de asu bir ain da mais, de acor do com ex pec ta ti vada as so cia ção. En quan to em 2003 o vo lu metrans por ta do che gou a 182,6 bi lhões de TKU,a pre vi são da en ti da de é que nes te ano a mo -vi men ta ção atin ja 212,7 bi lhões e que em2005 esse nú me ro che gue a 225,8 bi lhões.Para Vi la ça, a di ver si fi ca ção de pro du tos

e a de man da por trans por te fora das tem po -ra das de sa fra re pre sen tam um re tor no dacon fia bi li da de no trans por te fer ro viá rio, de vi -do jus ta men te aos in ves ti men tos fei tos pe lascon ces sio ná rias. “Ain da há ocio si da de, maspor fal ta de pla ne ja men to e es tru tu ra bá si cado go ver no”, diz o di re tor da ANTF.O di ri gen te acre di ta que essa onda de in -

ves ti men tos pre sen cia da nos úl ti mos anosse deva, prin ci pal men te, aos es for ços da ini -cia ti va pri va da. “Po rém, con ti nua mos tra ba -lhan do jun to com o go ver no fe de ral para queele crie, de fato, uma agen da fer ro viá ria, alo -can do re cur sos para in ves ti men tos no se -tor”, diz Vi la ça, que re gis tra uma par ti ci pa -ção di ver si fi ca da nas me lho rias. “Os ter mi -nais es tão se ade quan do gra da ti va men te ehoje há uma es tru tu ra mui to boa por que ascon ces sio ná rias, jun ta men te com seus

clien tes e os ope ra do res lo gís ti cos, es tão in -ves tin do in ter na men te em ar ma ze na men to eem equi pa men tos mo der nos para trans bor -do, ade qua dos a cada seg men to”.O pre si den te da MRS Lo gís ti ca, Jú lio Fon -

ta na Neto, diz que a em pre sa in ves tiu cer cade R$ 1,2 bi lhão no pe río do de 1996 a2004: “Isso pro por cio nou que saís se mos deuma pro du ção de 43 mi lhões de TU para 98mi lhões. Re for mu la mos a li nha (para ter moscon di ções de tra fe gar), fi ze mos du pli ca ções,re for ma mos o ma te rial ro dan te e já com pra -mos cer ca de 100 lo co mo ti vas no vas e mais2.200 va gões, além de in ves tir em tec no lo -gia e em no vos ter mi nais. Vi mos cres cen dosis te ma ti ca men te mais de 12% ao ano”.

DE 2004 A 2008, AMETA É INVESTIRR$ 11,3 BI, SENDO R$ 7,1 BI DASCONCESSIONÁRIASE R$ 4,2 BIDO GOVERNO

DEPOIS DA QUEDA,ÂNIMONOVO

Im plan ta da em abril de 1854, a fer -ro via teve seu auge no Bra sil nosanos 1920, quan do che gou a con -

so li dar cer ca de 360 mil qui lô me tros deli nha, acom pa nhan do a me lhor me to -do lo gia de cons tru ção exis ten te nomun do. A par tir do mo men to em que opaís sal tou da pro du ção agrá ria para apré-in dus trial, sur gi ram no vas de man -das e ne ces si da des, como a do trans -por te por ta a por ta – o que ala van cou,de vez, o mo dal ro do viá rio.

De vi do à sua ca rac te rís ti ca deinér cia, a fer ro via pas sou por um pro -ces so de mu dan ças ad mi nis tra ti vas ede per cep ção em pre sa rial, o que, emse tem bro de 1957, aca bou ge ran do aRede Fer ro viá ria Fe de ral S.A. (RFF-SA), no in tui to de uni fi car todo o sis -te ma e criar a pers pec ti va de in ter -câm bio fer ro viá rio den tro de uma po -lí ti ca cen tra li za do ra.

Com o sur gi men to da in dús triaau to mo bi lís ti ca, a fer ro via, que an tesera res pon sá vel pelo trans por te re gio -nal, mo ti va do pelo ex tra ti vis mo, pas -sou a cum prir sua ver da dei ra vo ca -ção, que é o trans por te de gran des

mas sas a gran des dis tân cias. Essemo men to, que se deu a par tir da dé -ca da de 1970, a ex tra ção de mi né riose a des co ber ta de ja zi das foi o gran -de atra ti vo do se tor, per du ran do atéos anos 90.

Com o tem po, a RFFSA foi de fi -nhan do e se tor nan do um gran de“ca bi de de em pre gos”, como de fi neo pre si den te da MRS Lo gís ti ca, Jú lioFon ta na Neto. “A pri va ti za ção daRede Fer ro viá ria Fe de ral foi o me lhorne gó cio rea li za do pelo go ver no, en treto das as pri va ti za ções já fei tas. Ela (aRFFSA) dava US$ 1 mi lhão de pre juí -zo por dia ao go ver no e hoje nós pa -ga mos con ces são, im pos tos e ge ra -mos em pre gos. É mais que jus to queesse re tor no se re ver ta em in ves ti -men tos para au men tar a pro du ti vi da -de do se tor”, diz o em pre sá rio.

A pri va ti za ção da rede, em 1996,deu real men te um novo âni mo para ose tor. Os in ves ti men tos fei tos pe las con -ces sio ná rias no pe río do de 1996-2003,de R$ 5,46 bi lhões, têm re fle xo até mes -mo na re du ção de aci den tes, que caiu18% so men te no ano pas sa do.

Page 61: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

em to dos os seg men tos e mer ca dos aten -di dos pela com pa nhia.“Até 2008, es ti ma mos que, a cada ano,

se jam ad qui ri das pe las con ces sio ná riascer ca de 200 no vas lo co mo ti vas e 6.000va gões, o que cor res pon de a uma mo vi -men ta ção de mais de US$ 450 mi lhões”,diz o di re tor da ANTF. Vi la ça afir ma tam -bém que o au men to da de man da de trans -por te dos clien tes traz tam bém a re vi ta li za -ção da in dús tria fer ro viá ria e gera mi lha resde em pre gos no se tor.“Tudo isso gera re du ção do Cus to-Bra sil e

me lho ra as con di ções de co mer cia li za çãodas em pre sas in ter nas com as de ou tros paí -ses, sem des con si de rar a mo vi men ta ção in -ter na que em mui to se be ne fi cia rá des sasme lho rias”, diz Vi la ça. O di ri gen te afir maque as con ces sio ná rias es tão jun tas com ain dús tria para de fen der, en tre ou tras coi sas,a re du ção de im pos tos de com po nen tes fer -ro viá rios não fa bri ca dos no Bra sil. l

Fon ta na afir ma que a meta é man ter ocres ci men to na fai xa de 13% e que, paraisso, já es tão pre vis tos in ves ti men tos de R$400 mi lhões anuais, até 2009. “Pre ten de -mos fa zer in ves ti men tos for tes em tec no lo -gia, du pli car mais tre chos e com prar maisva gões e lo co mo ti vas”, diz. Se gun do o exe -cu ti vo, a MRS pre ten de trans por tar cer ca de105 mi lhões de to ne la das em 2005. A Com pa nhia Vale do Rio Doce

(CVRD) tam bém rea li zou in ves ti men tospe sa dos nos úl ti mos anos. De 2002 a2004, fo ram mais de R$ 750 mi lhões dein ves ti men tos. O ano de 2003 foi mar ca -do por di ver sos re cor des ope ra cio nais naem pre sa, com des ta que para o vo lu mede trans por te de mi né rio de fer ro, de 147mi lhões de to ne la das, re pre sen tan do umcres ci men to de 5% em re la ção ao anoan te rior. No ano pas sa do, a Vale ad qui riu2.986 va gões e 101 lo co mo ti vas para otrans por te de car gas, am plian do a ofer ta

“TUDO ISSO GERAREDUÇÃO DOCUSTO BRASILE MELHORA ASCONDIÇÕESDAS EMPRESASINTERNAS

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 61

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FUTURO GARANTIDOPARCERIA SEST/SENAT E EXÉRCITO BENEFICIA 28 MIL SOLDADOS

PRIMEIRO EMPREGO

PARCERIA

POR

JUNIA LETÍCIAC omo par te do seu tra ba -lho so cial jun to às co mu -ni da des, o Serviço Socialdo Transporte/Serviço

Nacional de Aprendizagem doTransporte (Sest/Se nat) fir mou emse tem bro um con vê nio com Fun -da ção Cul tu ral Exér ci to Bra si lei ro(Fun ceb) para de sen vol ver e ofe -re cer cur sos a jo vens que pres tamo ser vi ço mi li tar. A par ce ria via bi li -za uma car tei ra de 12 cur sos pro -fis sio na li zan tes nas uni da des doSest/Se nat em todo o país.

O pro je to, in se ri do no pro -gra ma “Pri mei ro Em pre go” dogo ver no fe de ral, re ce beu onome de Sol da do Ci da dão, quevisa per mi tir que um maior nú -me ro de jo vens ini ciem sua car -rei ra. Em 2002, fun cio noucomo um pro je to pi lo to no Riode Ja nei ro, que ates tou a im -por tân cia da ini cia ti va. Em2003, o Sol da do Ci da dão foi es -ten di do para todo o Bra sil, per -mi tin do que 4.950 jo vens ad -qui ris sem for ma ção téc ni ca e

pro fis sio nal. E, em 2004, a pre -vi são é de que apro xi ma da -men te 28 mil sol da dos se jambe ne fi cia dos pelo pro gra ma.Além de fre qüen ta rem os cur -

sos, os par ti ci pan tes re ce bemum sol do de R$ 168 por mês,ali men ta ção, uni for me e au xí lio-trans por te. To dos os que con -cluí rem a qua li fi ca ção com apro -vei ta men to após o tér mi no doser vi ço mi li tar se rão ca das tra dosem um ban co de em pre gos. Se gun do o Cen tro de Co mu ni -

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 63

ca ção So cial do Exér ci to, os prin -ci pais be ne fí cios para os re cru tassão a aqui si ção ou o aper fei çoa -men to de ha bi li ta ção pro fis sio nalci vil. Com essa opor tu ni da de, osoldado ob tém ca pa ci da de de in -clu são no mer ca do de tra ba lhoem con di ções de dis pu ta, me lho -ria ge ral dos pa drões pro fis sio naise cul tu rais dos ci da dãos que pres -tam o ser vi ço mi li tar, pelo con cur -so de par ce ria com es ta be le ci -men tos de en si no re co nhe ci dos econ sa gra dos no meio ci vil, alémde re for çar a cons cien ti za ção so -bre a im por tân cia da par ti ci pa çãodo Exér ci to nos di ver sos as pec tosda vida na cio nal.A di re to ra do Sest/Se nat de

Goiâ nia (GO), Joa be te Xa vier deSou za Cos ta, diz que o Sol da doCi da dão “pos si bi li ta que os re cru -tas, ge ral men te jo vens de 18anos, que saem do en si no mé diodi re to para o ser vi ço mi li tar, pos -sam fa zer sua in ser ção no mer ca -do de tra ba lho de for ma qua li fi ca -da”. Além dos cur sos de au xi liarad mi nis tra ti vo e fi nan cei ro, al mo -xa ri fe, ali nha dor de pneus, bor ra -chei ro e ba lan cea dor, ofe re ci dospela uni da de, os re cru tas têm au -las de in for má ti ca. E gra ças a umapar ce ria com o Se brae (Ser vi çoBra si lei ro de Apoio às Mi cro e Pe -que nas Em pre sas) e com o STJ(Su pe rior Tri bu nal de Jus ti ça), re -ce bem no ções de em preen de do -ris mo e leis tra ba lhis tas.Foi pen san do nes sa pos si bi li -

da de que o re cru ta Jú lio Cé sarCos ta Fer rei ra Jú nior se ins cre veupara par ti ci par do cur so de qua li -fi ca ção para au xi liar ad mi nis tra ti -

par ce ria es ta be le ci da en tre a Fun -ceb e ór gãos como o Sest/Se nattem se mos tra do de “ex tre ma va liapara o Exér ci to”, va li da da pela lar -ga ex pe riên cia das ins ti tui ções naárea de trei na men to pro fis sio nal,com cen tros de en si no do ta dosdos mais mo der nos re cur sos téc ni -cos e di dá ti cos, além de con tarcom um cor po do cen te ga ba ri ta do.Ou tro as pec to im por tan te da par -ce ria é a exis tên cia de es ta be le ci -men tos de en si no pro fis sio na li zan -tes pra ti ca men te em todo o ter ri tó -rio na cio nal, “o que vai ao en con troda ca rac te rís ti ca de ca pi la ri da dedo Exér ci to, ou seja, pre sen ça dafor ça em todo o país”. l

Para sa ber como par ti ci par doSol da do Ci da dão, pro cu re auni da de do Sest/Se nat maispró xi ma da sua co mu ni da deou acesse www.cnt.org.br

vo e fi nan cei ro no Sest/Se nat deSão Luís (MA). “Esse pro je to visaqua li fi car o pro fis sio nal que estáen tran do no Exér ci to ago ra e tam -bém dá opor tu ni da de para quemserá li cen cia do ano que vem”, dizFer rei ra Jú nior.Já o re cru ta Wan der son Vian na

Dias op tou por fa zer qua li fi ca çãopara mo to ris ta de trans por te co le -ti vo e de pas sa gei ros na uni da dede Belo Ho ri zon te (MG). Ele es co -lheu o cur so por já tra ba lhar noExér ci to como mo to ris ta. “Estásen do uma óti ma opor tu ni da de;acho que to dos os mo to ris tas ti -nham de pas sar por essa qua li fi -ca ção”, diz. Ape sar de só dar bai -xa no Exér ci to em fe ve rei ro de2005, Dias já tem em pre go ga ran -ti do. “Isso foi pos sí vel com a par -ce ria rea li za da pelo Sest/Se nat.”De acor do com o Cen tro de Co -

mu ni ca ção So cial do Exér ci to, a

ATENÇÃO EM SALARecrutas assistema aula em unidadedo Sest/Senat(abaixo e napág. anterior)

“PROGRAMAPOSSIBILITAQUE O JOVEMSE INSIRA NOMERCADO DETRABALHODE FORMAQUALIFICADA”

FOTOS PAULO FONSECA

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64 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

Em se tem bro, fo ramtrans por ta das 38,8 mi -lhões de to ne la das demer ca do rias nas es tra -

das bra si lei ras. Esse nú me ro é1,44% me nor que o re gis tra do emagos to, o que se ex pli ca pelo fatode se tem bro pos suir um nú me rome nor de dias úteis que agos to,po rém 4,91% maior do que o ve ri -fi ca do em igual pe río do de 2003.Se ob ser va do o mo vi men to diá rio,nota-se um cres ci men to de1,84%. O trans por te ro do viá rio decar ga é o prin ci pal res pon sá velpela dis tri bui ção de car gas pro du -zi das in ter na men te, por tan to, essasi tua ção si na li za re cu pe ra ção daati vi da de in dus trial. As ex pec ta ti -vas para o fi nal do ano para o se -tor são de ma nu ten ção do cres ci -men to em con so nân cia com os in -di ca do res de Pro du ção In dus trialMen sal Fí si ca do IBGE.No mo dal fer ro viá rio de car ga,

a pes qui sa Idet CNT/Fipe re gis -trou em agos to uma mo vi men ta -ção pou co su pe rior a 35,12 mi -lhões de to ne la das úteis. Em com -pa ra ção com ju lho de 2004, hou -

ve um au men to pró xi mo de3,29% na mé dia diá ria trans por -ta da. Na com pa ra ção com igualpe río do de 2003, o cres ci men tofoi de 8,97%. Os re cor des su ces -si vos de ex por ta ção se re fle tem di -re ta men te nos nú me ros do mo dalfer ro viá rio, que já re gis tra o sex tomês con se cu ti vo de cres ci men tocom vo lu mes aci ma de 30 mi -lhões de to ne la das/mês. Por tan to,uma maior efi ciên cia des se mo dalcom a am plia ção dos in ves ti men -tos que já vêm sen do rea li za dosre pre sen ta o au men to da com pe -ti ti vi da de dos pro du tos bra si lei ros.A mo vi men ta ção (em bar que

mais de sem bar que) de car ganos ae ro por tos em agos to de2004 foi de 46,9 to ne la das. Esseseg men to tem como prin ci palca rac te rís ti ca a mo vi men ta çãode car gas de maior va lor agre ga -do. Na com pa ra ção com os va -lo res de ju lho, ve ri fi ca-se umare la ti va es ta bi li da de, com pe -que na que da de 0,03%. Mascom pa ran do com o mes mo pe -río do de 2003, ob ser va-se umcres ci men to de 23,44% (que,

RECUPERAÇÃO DA INDÚSTRIA

IDET

ESTATÍSTICA

ÍNDICES MOSTRAM ALTA ACUMULADA EM UM ANODE 4,9% NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA

EM ALTA Transporte de carga teve crescimento diário

OSLAIM BRITO/FUTURA PRESS

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NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 65

no acu mu la do do ano, já re pre -sen ta 13,05% de cres ci men to).Se tem bro é tra di cio nal men te

mar ca do por uma que da no nú -me ro de pas sa gei ros trans por ta dosnas es tra das. O mo dal ro do viá riode pas sa gei ros (seg men to in te res -ta dual) re gis trou 5,41 mi lhões devia gens, 3,41% me nor que o nú -me ro de agos to. No seg men to in -ter mu ni ci pal, fo ram rea li za dosmais de 46,4 mi lhões de des lo ca -men tos, ou seja, apro xi ma da men -te 2,2 mi lhões de pas sa gei rostrans por ta dos por dia útil.No trans por te co le ti vo ur ba no

(ôni bus), fo ram re gis tra dos apro xi -ma da men te 891 mi lhões de des -lo ca men tos em se tem bro (42,4mi lhões de des lo ca men tos por diaútil), to ta li zan do 513 mi lhões dequi lô me tros ro da dos pe las con -ces sio ná rias nos mu ni cí pios. OÍndice de Pas sa gei ros Qui lô me tro(IPK) es ta be le ce uma re la ção en -tre a de man da por trans por te co le -ti vo, nú me ro de pas sa gei ros trans -por ta dos e a ofer ta, re pre sen ta dapela qui lo me tra gem per cor ri da oupro du ção qui lo mé tri ca. O IPK mé -dio de se tem bro foi de 1,723, sen -do 0,68% me nor que o re gis tra dono mês an te rior, o que se ex pli capelo me nor nú me ro de dias úteisde se tem bro em re la ção a agos to.O IPK os ci lou en tre 1,17, na re giãome tro po li ta na do Rio de Ja nei ro, e2,41, no Rio Gran de do Sul. l

Para mais es cla re ci men tose/ou para down load dasta be las com ple tas do Idet,aces se www.cnt.org.br ouwww.fipe.com.br.

DESTINOUF NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NORTE 94.305.811 26.381.804 6.205.953 773.531.730 36.462.161 936.887.459

NORDESTE 38.701.921 335.009.905 65.222.672 1.607.750.030 62.423.951 2.109.108.479

CENTRO-OESTE 120.338.321 24.216.507 93.651.953 479.892.480 33.852.778 751.952.040

SUDESTE 950.065.117 1.715.460.487 720.421.810 4.511.358.746 2.513.479.889 10.410.786.048

SUL 43.417.872 578.658.867 173.914.332 2.307.950.409 1.319.339.069 4.423.280.549

BRASIL 1.246.829.042 2.679.727.570 1.059.416.719 9.680.483.395 3.965.557.849 18.632.014.575

ORIGE

M

Fonte: CNT / Fipe-USP

MÊS/ANO NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

JANEIRO/2004 30.487.418 173.937.700 26.121.782 467.786.269 135.199.249 833.532.418

FEVEREIRO/2004 28.436.285 162.735.562 26.097.396 445.330.876 125.978.201 788.578.320

MARÇO/2004 32.294.721 186.320.609 30.956.163 515.286.078 157.019.631 921.877.203

ABRIL/2004 30.144.636 179.219.994 30.311.004 483.250.181 142.737.356 865.663.170

MAIO/2004 31.709.436 187.280.201 32.064.015 508.159.630 149.585.111 908.798.393

JUNHO/2004 30.944.152 183.100.663 31.548.645 497.528.759 145.406.459 888.528.678

JULHO/2004 29.721.164 180.871.391 30.328.509 483.111.599 140.777.165 864.809.828

AGOSTO/2004 32.399.551 192.591.599 32.709.916 522.107.620 151.500.486 931.309.172

SETEMBRO/2004 31.017.076 183.993.026 31.751.070 501.428.851 142.855.107 891.045.131

Fonte: CNT / Fipe-USP

MODAL DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO (PASSAGEIROS TRANSPORTADOS)

MODAL RODOVIÁRIO DE CARGA (TONELADAS TRANSPORTADAS • SETEMBRO/2004)

DESTINOUF NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NORTE 1.721.928 6.645.093 – – – 8.367.021

NORDESTE 400.719 329.115 – 1.999 – 731.833

CENTRO-OESTE – – 236.339 577.808 – 814.147

SUDESTE – 5.691 65.356 22.785.718 15.545 22.872.310

SUL – – – 8.769 2.328.367 2.337.136

BRASIL 2.122.647 6.979.899 301.695 23.374.294 2.343.912 35.122.447

ORIGE

M

Fonte: CNT / Fipe-USP

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGA (TONELADAS TRANSPORTADAS • AGOSTO/2004)

DESTINOUF NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NORTE – 23.876 7.098 9.469 346 40.789

NORDESTE 23.876 1.115.964 26.080 262.189 1.997 1.430.106

CENTRO-OESTE 7.098 26.080 79.463 263.536 36.160 412.337

SUDESTE 9.469 262.189 263.536 1.806.365 385.349 2.726.908

SUL 346 1.997 36.160 385.349 379.635 803.487

BRASIL 40.789 1.430.106 412.337 2.726.908 803.487 5.413.627

ORIGE

M

Fonte: CNT / Fipe-USP

MODAL RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS INTERESTADUAL (PASSAGEIRO TRANSPORTADO • AGOSTO /2004)

Page 66: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004
Page 67: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

OUTUBRO 2004 CNTREVISTA 67

A TV DA CONFEDERAÇÃONACIONAL DO TRANSPORTE

EM NOVEMBRO

VOCÊ VAI VER • Uma entrevista com o Presidente da ABTC, Newton Gibson,que fala sobre fretes, roubo de cargas, Frente Nacional doTransporte Rodoviário, pedágios, Cide e RNTRC

• O secretário de Política Nacional de Transportes, José AugustoValente, detalha os investimentos em infra-estrutura da malharodoviária para 2005

• CNT Responde recebe ainda Francelino Grando, secretáriode Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia, queexplica o Programa Brasileiro doBiodiesel e Combustíveis Alternativos

• E você vai ver também neste mês uma entrevista comJoaquim Aragão, coordenador do mestrado em Transporteda UNB, que discute as vantagens das parceriaspúblico-privadas para o setor de transporte.

ASSISTA À REDETRANSPORTE NA INTERNETAcesse www.cnt.org.br e clique no banner da Rede Transporte

onde está escrito “ao vivo via web”. É preciso ter o programa

Real Player instalado no computador. Esse software está

disponível para download abaixo da tela da web TV.

NOVIDADE NA PROGRAMAÇÃOEstréia neste mês o Jornal do Transporte

Edições diárias com as notícias do setorde transporte, os fatos mais importantes

do dia, as decisões do governo,dicas de trânsito, agenda de eventos, aopinião de autoridades do setor, reporta-

gens especiais e muito mais.Jornal do Transporte

Aguarde!!!

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

TELECURSO 2000Ensino FundamentalDas 7h30 às 8hReprise: 18h30 às 19h

DIA LÍNGUA PORTUGUESA

1 Aulas 17 e 18 3 Aulas 19 e 20 4 Aulas 19 e 20 5 Aulas 21 e 22 8 Aulas 21 e 22 9 Aulas 23 e 24 10 Aulas 23 e 24 11 Aulas 25 e 26 12 Aulas 25 e 26 16 Aulas 27 e 28 17 Aulas 27 e 28 18 Aulas 29 e 30 19 Aulas 29 e 30 22 Aulas 31 e 32 23 Aulas 31 e 32 24 Aulas 33 e 34 25 Aulas 33 e 34 26 Aulas 35 e 36 29 Aulas 35 e 36 30 Aulas 37 e 38

Ensino MédioDas 8h às 8h30Reprise: 19h às 19h30

DIA FÍSICA

1 Aulas 27 e 283 Aulas 29 e 30 4 Aulas 31 e 32 5 Aulas 31 e 328 Aulas 33 e 34 9 Aulas 33 e 34 10 Aulas 35 e 36 11 Aulas 35 e 36 12 Aulas 37 e 38 16 Aulas 37 e 38 17 Aulas 39 e 40 18 Aulas 39 e 40 19 Aulas 41 e 42 22 Aulas 41 e 42 23 Aulas 43 e 44 24 Aulas 43 e 44 25 Aulas 45 e 46 26 Aulas 45 e 46 29 Aulas 47 e 48 30 Aulas 47 e 48

IDAQDas 8h30 às 10h

1 Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Rodoviário de Pas-sageiros (Aulas 1 a 7)

2 Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Rodoviário de Pas-sageiros (Aulas 8 a 14)

19 Sistema de Informação Gerencialpara Gestão da Qualidade e Pro-dutividade (3 aulas)Empresa de Carga Rodoviária:Fazendo Negócios no Mercosul(4 aulas)

22 Código de Barras, EDI e Internetno Transporte Rodoviário de Carga(4 aulas)Sistemas de Transporte Urbano(3 aulas)

23 Introdução de Novas Tecnologiasno Transporte Rodoviário (7 aulas)

24 Melhoria na Produtividade deVeículos no Transporte Rodoviário(7 aulas)

25 Privatização, Regulamentação eLicitação no Transporte Rodoviário(Aulas 1 a 3)Gestão de Custos e Preços deFretes (Aulas 1 a 4)

26 Privatização, Regulamentação eLicitação no Transporte Rodoviário(Aulas 1 a 3)Gestão de Custos e Preços deFretes (Aulas 5 a 8)

29 Controle da Demanda X Oferta noTransporte Rodoviário (Aulas 1 a 3)Introdução de Novas Tecnologiasno Transporte Urbano (Aulas 1 a 4)

30 Controle da Demanda X Oferta noTransporte Rodoviário (Aulas 4 a 6)Introdução de Novas Tecnologiasno Transporte Urbano (Aulas 5 a 8)

AUTO GIROToda terça: 10h às 10h30Reprise: quinta, das 16h às 16h30

GERAÇÕESDas 10h às 10h30 e das 16h às 16h30

1 Popular ou Brega? 2 Vinhos (16h)3 Vinhos (10h)

Quadrinhos (16h)4 Quadrinhos 5 Idade Biológica 8 Poesia9 Alcoolismo (16h)10 Alcoolismo (10h)/Contracultura (16h)11 Contracultura12 Movimento pelas diretas 15 Consumo 16 Olimpíadas (16h)17 Olimpíadas (10h)/Cultura caipira (16h)18 Cultura caipira19 Depressão 22 Co-Educação23 Brasília (16h)24 Brasília (10h)/Crença (16h)25 Crença26 Seresta

3 Multimodalidade (6 aulas)Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Rodoviário de Pas-sageiros (Aula 15)

4 Melhorando a Produtividade doVeículo (Aulas 1 a 3)Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (Aulas1 e 2)Melhorando o Desempenho deVeículos (Aulas 1 e 2)

5 Melhorando a Produtividade doVeículo (Aulas 4 a 6)Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (Aulas3 e 4)Melhorando o Desempenho deVeículos (Aulas 3 e 4)

8 Melhorando a Produtividade doVeículo (Aulas 7 a 10)Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (Aulas5 e 6)Melhorando o Desempenho deVeículos (Aula 5)

9 Sistema GPS: Qual, Como e Porquê? (7 aulas)

10 Privatização, Regulamentação eLicitação no Transporte Urbano(3 aulas)Recursos Humanos: Ferramentapara Aumento de Produtividade(4 aulas)

11 Mecanização da Carga e Descar-ga (7 aulas)

12 Financiamento, Renovação eGerenciamento da Frota noTransporte Rodoviário (5 aulas)Informática (Aulas 1 e 2)

15 Manutenção e Garagem noTransporte Rodoviário (5 aulas)Informática (Aulas 3 e 4)

16 Gestão de Custos: Mão-de-obra,Combustível, Capital e Seguros (5aulas)Informática (Aulas 5 e 6)

17 Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Rodoviário (3aulas)Definição e Negociação Tarifária noTransporte Urbano (Aulas 1 a 4)

18 Definição e Negociação Tarifária noTransporte Urbano (Aulas 5 a 8)Gestão de Recursos Humanos eSeguros (3 aulas)

Page 69: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 69

29 Patrimônio Histórico30 Gastronomia (16h)

CNT RESPONDE / CNT EO CONGRESSOToda terça e quinta, das 10h30 às 11h e das 16h30 às 17h

O MUNDO DA ALIMENTAÇÃODas 10h30 às 10h45Reprise: 16h30 às 16h45

1 Garcia & Rodrigues - gastronomiano Leblon

3 Recantos da boa mesa5 Petiscos e prosas 8 Alcachofra - flor à mesa10 Segredos de chefs12 Os sabores da rã15 Churrasco à gaúcha17 Os pratos da boa lembrança19 Tradição européia na serra

gaúcha22 A cozinha da máfia24 Lanches bem paulistanos26 Um banquete polonês29 Focaccia a la Bottina, uma her-

ança de família

JANELA NATURALDas 10h45 às 11hReprise: 16h45 às 16h

1 Bacia de Piracicaba + TravessiaPetrópolis

3 Pirenópolis e Brasília + ÁguasEmendadas

5 Foz do Iguaçu - Tríplice Fronteira+ Várzea Amazônica

8 Lagamar + Baleia Jubarte10 Caatinga + Madeiras12 Ilustrador Botânico + Corredor

Ecológico15 Espírito Santo + São Luís17 Salto Morato + Ecoturismo/Itaipava19 Reentrâncias Maranhenses +

Energia Solar22 Agricultura Orgânica + Chapada

dos Veadeiros24 Nordeste Jurássico + Brasil das

Águas26 Pantanal + Corais29 Peixes Amazônicos + Missões

PEAD SEST/SENATDas 10h30 às 11h30Reprise: 15h às 16h

DIA AULA

1 e 2 Transportando Cargas Frigorifi-cadas (aulas 1 a 5)

3 Espanhol Básico (aulas 1 a 5)4 Espanhol Básico (aulas 6 a 10)5 Espanhol Básico (aulas 11 a 15)

8 Espanhol Básico (aulas 16 a 20)9 Espanhol Básico (aulas 21 a 25)10 Telefonista (aulas 1 a 4)

Área de Operação nas Empresasde Transporte de Cargas (aula 1)

11 Área de Operação nas Empresas deTransporte de Cargas (aulas 2 a 6)

12 Promotor de Vendas (aulas 1 a 5)15 e 16 Promotor de Vendas (aulas 6 a 10)17 Promotor de Vendas (aulas 11 e 12)

Transportando Cargas e Encomen-das Rápidas (aulas 1 a 3)

18 Equipe de Mudanças (aulas 1 a 5)19 Equipe de Mudanças (aulas 6 e 7)

Distúrbios do Sono: Avaliação, Diag-nóstico e Tratamento (aulas 1 a 3)

22 Operador de Empilhadeira (aulas1 a 5)

23 Operador de Empilhadeira (aulas6 a 9)Despachante de Ônibus Urbano(aula 1)

24 Despachante de Ônibus Urbano(aulas 2 a 6)

25 Gestão de Frotas (aulas 1 a 5) 26 Gestão de Frotas (aulas 6 a 10) 29 Gestão de Frotas (aulas 11 a 15)30 Gestão de Frotas (aulas 16 a 20)

CANAL SAÚDE NO ASFALTODas 12h às 13hReprise: 22h às 23h

1 Ligado em Saúde - MaláriaViva Legal - EsquisistossomosePrograma de Palavra - TaciturnoÉ Com Você Cidadão -Despoluição do Rio Tietê

2 Canal Saúde - São Paulo, Bauru,Marília (SP) - Curitiba, PontaGrossa, Guarapuava e Turvo (PR)

3 Ligado em Saúde - Coleta SeletivaUnidiversidade - Unifesp - ProjetoQuixoteComunidade em Cena - ProjetoReciclar É com você Cidadão -Despoluição do Rio Tietê

4 Canal AbertoBate-Papo - Secretário Estadualde Saúde (SP/PR)Acervo - Julieta e Romeu

5 Ligado em Saúde - Canal Saúde10 anos Check Up - Rinite Alérgica TV Pinel

8 Ligado em Saúde - Auto-MedicaçãoViva Legal - Poluição UrbanaPrograma de Palavra - ContoÉ Com Você Cidadão - Saúde doTrabalhador - (Mineiros) Forquilin-ha (CS)

9 Canal Saúde - Porto Alegre, Caxi-as do Sul (RS) Garopaba e Flori-anópolis (SC)

10 Ligado em Saúde - SexualidadeInfantil Unidiversidade - UFSC - ProjetoLarus - Florianópolis (SC)Comunidade em Cena - ProjetoReciclarÉ Com Você Cidadão - Saúde doTrabalhador (Mineiros) Forquilin-ha (SC)

11 Canal AbertoBate-Papo - Secretário Estadualde Saúde (RS/SC)Acervo - Higiene

12 Ligado em Saúde - Canal Saúde10 anos Check Up - Aparelhos Reprodu-tores TV Pinel

15 Ligado em Saúde - ObesidadeInfatilViva Legal - Infecção Hospitalar Programa de Palavra - KiwiÉ Com Você Cidadão - Gravidezna Adolescência - Maceió (AL)

16 Canal Saúde - Maceió, Palmeirados Índios (AL) Teresina, Esper-antina e Pedro II (PI)

17 Ligado em Saúde - IdososUnidiversidade - Saúde IndígenaUfal - Maceió (AL)Comunidade em Cena - TrabalhoInfantilÉ Com Você Cidadão - Gravidezna Adolescência - Maceió (AL)

18 Canal AbetoBate-Papo - Secretário Estadualde Saúde (AL/PI)Acervo - Lixo, Onde é que EuJogo?

19 Ligado em Saúde - Canal Saúde10 anos Check Up - Fibromialgia TV Pinel

22 Ligado em Saúde - AlimentaçãoSaudávelViva Legal - HemofiliaPrograma de Palavras - Café comLeiteÉ Com Você Cidadão - Racismos- Salvador (BA)

Page 70: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

70 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

23 Canal Saúde - Salvador e Baixios- (BA) Aracajú (SE)

24 Ligado em Saúde - PoluiçãoSonoraUnidiversidade - CarnavalSoteropolitano - (UFBA) Salvador(BA)Comunidade em Cena - TrabalhoInfantilÉ Com Você Cidadão - RacismosSalvador (BA)

25 Canal AbertoBate Papo - Secretário Estadualde Saúde (BA/SE) Acervo - Saúde da Mulher - Con-selhos Básicos

26 Ligado em Saúde - Canal Saúde10 AnosCheck Up - Agrotóxico e SaúdeTV Pinel

29 Ligado em Saúde - PreguiçaViva Legal - Vacinação Programa de Palavra - FalsasGêmeasÉ Com Você Cidadão -Queimadas e Desmatamentos -Campo Grande (MS)

30 Canal Saúde - Cuiabá e GeneralCarneiro (MT) Campo Grande ePantanal (MS)

TRAMPOLIMDas 13h às 14hReprise: 17h30 às 18h30

1 Chocolate2 Gestão da informação3 Hospital4 Produção de moda5 Reciclagem8 Produção Editorial9 Empresa Júnior10 Imóveis11 Educação Infantil12 Foto e vídeo para evento 15 Saúde e segurança no trabalho16 Serviços pessoais17 Trainees e estagiários18 Festas19 Franquia22 Cães e gatos 23 Flores24 Consultoria25 Lan House e Cybercafé 26 Jóias e bijuterias29 Marcenaria30 Jovens empresários

JOGO DE IDÉIASDas 15h às 16h

Reprise: 20h30 às 21h30

1 Jornalismo e Poder2 Jornalismo e História 3 Jornalismo e Conflitos: Domingos

Meirelles e Sérgio Dávila4 Rubem Alves5 Cordel e Cordelistas8 Marcelo Rubens Paiva 9 Adélia Prado10 Ruth Rocha11 Antônio Skármeta12 Marisa Lajolo 15 Ferreira Gullar 16 Eliana Yunes17 Nelson Pereira dos Santos18 Fernando Bonassi e Ferréz19 Tinhorão22 Palhaços 23 Ismail Xavier24 Angeli25 Marcelo Gleiser26 Zuza Homem de Melo29 Literatura e Cinema: Beto Brant e

Marçal Aquino30 Jornalismo e História

BRASIL AFORAToda terça, das 17h às 17h30

Reprises: terças, das 21h30 às 22h, e quintas, das 17h às

17h30 e 21h30 às 22h

FILHOSDas 17h às 17h30

Reprise: 21h30 às 22h

1 Perigo: Crianças3 Namoro e Sexo5 Cultura8 Depressão Infantil10 Tecnologia12 Universo Adolescente15 Linhas Pedagógicas17 Situação de Risco19 Folclore22 Valores24 Dilemas de Família26 Auto-Estima29 Drogas

TV ESCOLADas 14h às 15hReprise: 19h30 às 20h30

1 Os Sólidos De Platão + O BaratoDe Pitagóras + Quadrado, CuboE Cia + 3,4,5 e o Pentágono

2 Nas Malhas Da Geometria + AEspiral E As Proporções Áureas +Diálogo Geométrico

3 Thrassuyoolos - Grego + Richard- O Alemão + Midori - A Japone-sa + Isabel - A Portuguesa +Steven - O Americano + Sirpa - AFinlandesa

4 Essa Gente Brasileira + QuestãoSocial: Caso De Polícia

5 Canudos E Contestado: GuerrasDe Deus E Do Diabo + O Puxa-Encolhe Da Borracha

8 A Era Vargas + Uma Cidade SeFaz Do Sonho

9 No Regime Dos Militares + DaNova República Ao Real

10 Brasil Colônia + Brasil Império11 República + A Era Vargas 12 Brasil Democrático + Regime Militar 15 Redemocratização 16 Rondon E Os Índios Brasileiros17 Os Sólidos De Platão + O Barato

De Pitagóras + Quadrado, CuboE Cia + 3,4,5 e o Pentágono

18 Nas Malhas Da Geometria + AEspiral E As Proporções Áureas +Diálogo Geométrico

19 Thrassuyoolos - Grego+ Richard -O Alemão + Midori - A Japonesa+ Isabel - A Portuguesa + Steven- O Americano + Sirpa - A Finlan-desa

22 Essa Gente Brasileira + QuestãoSocial: Caso De Polícia

23 Canudos E Contestado: GuerrasDe Deus E Do Diabo + O Puxa-Encolhe Da Borracha

24 A Era Vargas + Uma Cidade SeFaz Do Sonho

25 No Regime Dos Militares + DaNova República Ao Real

26 Brasil Colônia + Brasil Império29 República + A Era Vargas 30 Brasil Democrático + Regime Militar

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

O transporte comoprioridade de governo

ALFREDO NASCIMENTO

OPINIÃO

Abrir es tra das já foi lema go ver na men tal,subs ti tuí do no cur so da his tó ria pe las te -má ti cas do “pe tró leo é nos so”, “ex por tarpara cres cer” e, mais re cen te men te, apreo cu pa ção com a res pon sa bi li da de

fis cal. Sem ex ces so de sau do sis mo da po lí ti ca ro do -viá ria de Was hing ton Luís, o novo ci clo de de sen vol vi -men to eco nô mi co pas sa de for ma ine quí vo ca pela in -fra-es tru tu ra de trans por tes. Não mais vis ta sob umaóti ca mo no lí ti ca, mas den tro de uma vi são de in te gra -ção mul ti mo dal ca paz de aten der às ne ces si da des dedes lo ca men to de mer ca do rias e pes soas, com qua li -da de, se gu ran ça e eco no mia.

Mui to mais que dis cur so, essa é uma prio ri da dedo go ver no do pre si den te Luiz Iná cio Lula da Sil vaque se tra duz em nú me ros. A pro pos ta de or ça men -to do Mi nis té rio dos Trans por tes para 2005, en ca mi -nha da ao Con gres so Na cio nal, é de R$ 3,5 bi lhões, oque sig ni fi ca um acrés ci mo su pe rior a R$ 1 bi lhão emre la ção à de 2004. Até o fi nal do ano, um adi ti vo àpro pos ta ori gi nal so ma rá ou tros R$ 2,5 bi lhões, ga -ran tin do ao mi nis té rio or ça men to de R$ 6 bi lhões.

A ação de go ver no dará prio ri da de à re cu pe ra çãoda in fra-es tru tu ra exis ten te em to dos os mo dais, vi -san do res ta be le cer a efi ciên cia e o bom fun cio na -men to do pa tri mô nio fe de ral. Em pa ra le lo, me re ce ráaten ção a re to ma da de in ves ti men tos na ex pan são,prio ri zan do obras de ca rá ter es tru tu ran te e es tra té gi -co, vol ta das ao de sen vol vi men to eco nô mi co do país eao au men to da com pe ti ti vi da de do se tor pro du ti vo.

Um sal to his tó ri co foi dado no pro ces so de qui -ta ção de dé bi tos pen den tes com a in dús tria decons tru ção, os cha ma dos “res tos a pa gar”. Nos úl -ti mos sete me ses, o Mi nis té rio dos Trans por tes tra -ba lhou para sal dar es sas pen dên cias. De um es to -que de R$ 1,5 bi lhão de dí vi das re ma nes cen tes deexer cí cios pas sa dos, já fo ram pa gos mais de R$ 1,1bi lhão, por obras já exe cu ta das. Hoje, o mi nis té rionão deve mais nada.

Lan ça do em maio des te ano, o Pro gra ma de Ma -nu ten ção de Ro do vias con tra tou 37 mil km de con -ser va ção ro do viá ria e de ve rá per fa zer 7.000 km de re -cu pe ra ção da ma lha até abril de 2005. Este es for çovai con su mir in ves ti men tos de R$ 2,2 bi lhões.

Os por tos bra si lei ros es tão sen do ade qua dos àsnor mas in ter na cio nais de se gu ran ça con tra o ter ro ris -mo, ga ran tin do a con ti nui da de das ope ra ções de co -mér cio ex te rior. Foi cria da a Agen da Por tos, uma for -ça-ta re fa que reú ne a Casa Ci vil e os mi nis té rios dosTrans por tes, Fa zen da, De sen vol vi men to, Pla ne ja -men to e Agri cul tu ra. As equi pes téc ni cas, co man da -das pe los Trans por tes, vi si ta ram 11 dos prin ci paispor tos bra si lei ros, res pon sá veis por 89% das ex por ta -ções na cio nais. O go ver no já de ter mi nou a li be ra çãode R$ 57 mi lhões adi cio nais para ações que tor nama in fra-es tru tu ra por tuá ria mais com pe ti ti va.

O se tor fer ro viá rio teve re co nhe ci da sua im por tân -cia es tra té gi ca para o aten di men to de de man das eco -nô mi cas. No va men te, Casa Ci vil e mi nis té rios con -cen tra ram os es for ços na de fi ni ção de um rol de pro -je tos de ex pan são e de me lho ria da ca pa ci da de e dase gu ran ça da ma lha exis ten te que mui to em bre ve re -vi ta li za rá as fer ro vias bra si lei ras.

Ou tro pon to de des ta que é o tra ba lho ar ti cu la doin tra go ver no e na re la ção com os de mais po de res, so -bre tu do com os ór gãos de fis ca li za ção. Está em cur -so uma in te gra ção en tre o mi nis té rio e o Tri bu nal deCon tas da União para tra tar as pen dên cias iden ti fi ca -das nas au di to rias e re la tó rios de obras com ir re gu la -ri da des. Par ce ria de igual im por tân cia foi cons truí dacom o Mi nis té rio do Meio Am bien te, ca mi nhan dopara equi li brar a ne ces si da de de pro ver o país de pro -je tos de in fra-es tru tu ra e o de sa fio de pre ser va ção doecos sis te ma na cio nal. 2005 será um ano de mui tosin ves ti men tos e de pas sos de ci si vos para a in ver sãodo ce ná rio atual da in fra-es tru tu ra na cio nal.

Al fre do Nas ci men to é mi nis tro dos Trans por tes

2005 SERÁ UMANO DE MUITOSINVESTIMENTOSE DE PASSOSDECISIVOS PARAA INVERSÃO DOCENÁRIO ATUAL DAINFRA-ESTRUTURANACIONAL

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 71

Page 72: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

72 CNTREVISTA NOVEMBRO 2004

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - NOV/2004

NOVEMBRO 2004 CNTREVISTA 73

Falta muita educação

JOSÉ PASTORE

ARTIGO TÉCNICO

As man che tes dos jor nais fes te ja rama me lho ria da edu ca ção apon ta dapelo IBGE en tre 1993 e 2003. Osbra si lei ros de 10 anos ou mais que

ti nham, em mé dia, 5 anos de es co la, hoje,têm 6,4 anos (IBGE, Pes qui sa Na cio nal porAmos tra de Do mi cí lios, 2003).In fe liz men te, não dá para co me mo rar,

pois 6,4 anos de es co la não são nada na so -cie da de mo der na. Para o gru po dos jo vens(en tre 20 e 24 anos), che ga-se a 8,5 anosde es tu do. Con ti nua sen do mui to pou co emum mer ca do de tra ba lho que se tor na cadavez mais exi gen te. A mes ma pes qui sa mos trou que a pro por ção

dos bra si lei ros que têm 11 anos ou mais de es -tu do pas sou de 14,4% em 1993 para 24,9%em 2003. Não es ta ria aí um dado alen ta dor? Não. Esse nú me ro diz que só um quar to dos

bra si lei ros com ple tam o en si no mé dio ou che -gam ao su pe rior. Isso está mui to aquém do queo mer ca do de tra ba lho de man da. Em 2003,98% das va gas ofe re ci das nas re giões me tro po -li ta nas fo ram preen chi das por pes soas que cur -sa ram 11 anos de es co la ou mais. O pa ta marmí ni mo exi gi do pela maio ria das em pre sas é odo en si no mé dio com ple to. Quem sa tis faz a essa exi gên cia? Ape nas

25% dos bra si lei ros. Os de mais 75% fi cam nomun do da ex clu são, do de sem pre go pro lon ga -do ou do tra ba lho pre cá rio. É tris te ver que a apon ta da me lho ria “não

deu para o gas to”. O Bra sil con ti nua com umaapa vo ran te sede de edu ca ção, com 11% de

anal fa be tos. São cer ca de 14,5 mi lhões de al -mas que vi vem nas tre vas. Sem fa lar na qua -li da de dos anos de es co la fre qüen ta dos, poiso anal fa be tis mo fun cio nal che ga a 75% dapo pu la ção adul ta. São pes soas que não con -se guem ler e cal cu lar com de sen vol tu ra. Semfa lar ain da dos 61% dos bra si lei ros que, ape -sar de al fa be ti za dos, pas sam o ano in tei rosem ter con ta to com um li vro. O nos so qua dro edu ca cio nal ain da é um de -

sas tre. Isso é ruim para as pes soas e pés si mopara o país. Sabe-se que, para quem ad qui requa tro anos de es tu do, sua ren da au men ta 8%ao ano; para quem pas sa de 11 para 15 anosde es tu do, o re fe ri do au men to é de 21% aoano! São os re tor nos in di vi duais. Mas, para o país, o re tor no é mui to su pe -

rior aos in di vi duais, pois, além de au men tara pro du ti vi da de, uma boa edu ca ção ga ran teme lho rias nos qua dros da saú de, vio lên cia,cri mi na li da de, ci da da nia e fun cio na men tode toda a so cie da de. Por isso, não nos ilu da mos com as man che -

tes dos jor nais que anun cia ram os bons ven tosda PNAD 2003 na edu ca ção. Hou ve pro gres so,sem dú vi da. Mas foi ape nas a se nha para tra -ba lhar mos com mui to mais afin co nes se cam -po. Um povo de se du ca do apa ga o pas sa do,com pro me te o pre sen te e con de na o fu tu ro.

José Pas to re é sociólogo da FEA-USP emembro da Aca de mia Pau lis ta de Le tras.Site: www.jo se pas to re.com.brE-mail: jpjp@u ni net.com.br

“PARA O GRU PODOS JO VENS,CHE GA-SE A 8,5ANOS DE ES TU DO.CON TI NUA SEN DOMUI TO POU CO EMUM MER CA DO DETRA BA LHO QUE SETOR NA CADA VEZMAIS EXI GEN TE”

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