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Motorista Profissional - CNT e Sest Senat lançam o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado de Trabalho

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 20114

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVII | NÚMERO 192 | AGOSTO 2011

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA SCANIA/DIVULGAÇÃO

Sandro Magaldi falado uso de grandesideias no trabalho

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Trajeto entre Rioe Petrópolis seráreduzido em 5 km

PÁGINA 34

BR-040

Terminais decarga brasileirosse destacam

PÁGINA 38

AEROVIÁRIO

ROUBO DE CARGAS

Cresce o total deocorrências emSanta Catarina

PÁGINA 44

AQUAVIÁRIO

Setor se reúnecom direção daSEP e Antaq

PÁGINA 48

CONGRESSO DA ABTC • Investimento em multimodalidade e práticas ambientais nas empresasde transporte são debatidos em encontro

PÁGINA28

CNT e Sest Senat abrem inscrições para o Programa deFormação de Motoristas. Objetivo é formar 66,9 mil novos profissionais por ano para atender a demanda crescente do mercado de trabalho em todo o país

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 5

T R A N S P O R T E A T U A L

Empresas investemcada vez mais nasegurança da frota

PÁGINA 56

BLINDAGEM

VAGÃO DO CONHECIMENTO • Projeto da ALLmostra como é o funcionamento de um trem a alunos deescolas públicas em seis Estados brasileiros

PÁGINA52

Alexandre Garcia 6

Humor 7

Mais Transporte 14

Transpo-Sul 60

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

SeçõesSEST SENAT

Itabuna (BA) ganhaunidade no dia doaniversário

PÁGINA 66

HOMENAGEM

Sest Senat comemorao Dia do Motoristaem todo o país

PÁGINA 68

Sest Senat eMinistério da Saúdeassinam convênio

PÁGINA 64

PREVENÇÃO

As inscrições para a 18ª edição do Prêmio CNT deJornalismo serão encerradasno dia 5 de setembro. Nãoperca o prazo. Confira o regulamento no site especialdo prêmio e participe. Serãopagos R$ 90 mil em prêmios,em seis categorias: Impresso,Rádio, TV, Internet, Fotografiae Especial Meio Ambiente.

A página eletrônica doPrograma de Enfrentamentoà Exploração Sexual deCrianças e Adolescentes doSest Senat está de cara nova.Moderna, dinâmica e de fácilnavegação, traz notícias,fotos, vídeos e integraçãocom o facebook, o twitter e oflickr. Acessesestsenat.org.br/esca.

Projeto Despoluir• Conheça o programa• Acompanhe as notícias sobremeio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletinsde rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo.

Escola do Transporte• Conferências, palestras eseminários

• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat

• Educação, Saúde, Lazer e Cultura• Enfrentamento da exploraçãosexual de crianças e adolescentes

18º PRÊMIO CNT DE JORNALISMO

NOVO SITE DO ESCA

MULTIMÍDIA

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

E MAIS

www.cnt.org.br

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rasília (Alô) - A primeira vez quesenti o Custo Brasil embarcadoem caminhões foi quando, emvisita a Petrolina, soube daperda de frutas transportadasde lá para o litoral. Isso faz

umas duas décadas e, desde então,parece que nada melhorou. As frutasque são embarcadas do Alto SãoFrancisco para Frankfurt chegam fres-quinhas e íntegras, embora viajem uns10 mil quilômetros. Têm o privilégio deir pelo céu. As que vão pela terra, porPernambuco ou pela Bahia, estãosujeitas aos mesmos percalços queem qualquer outro lugar do país. E nãosão apenas as condições das estradasque fazem a carga sacolejar. Se fosseapenas isso, o custo seria menor queuns 10 ou 20 ou 30% de perda nas con-dições do produto.

No papel vai tudo bem: afinal, exis-te a Cide (Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico),que desde 2001 incide sobre combus-tíveis e que, teoricamente, destina-seà infraestrutura de transportes. Umdinheirão, que poderia aliviar o CustoBrasil. E o que se vê? Isso que aí está,revoltando a cidadania prejudicada. O

país precisa de rodovias, de ferro-vias, de aeroportos. O Brasil não pre-cisa de corrupção. Estão confundindoo objetivo. O alvo é o bem comum,não o bem de indivíduos notórios, degrupos ou de partidos. Enquanto isso,morremos de inveja da China, queconstruiu uma ponte marítima com42 km de comprimento, a um custoequivalente a R$ 57 milhões o quilô-metro, enquanto a duplicação daponte do rio Guaíba, em Porto Alegre,está estimada em R$ 400 milhões oquilômetro.

Num país de distâncias que che-gam a mais de 4.300 km em linha reta,você percebe como é insensato trans-portar de caminhão, a conta-gotas,cargas a distâncias superiores a milquilômetros. E o país não tem trem,como deveria ter. Você lê notícias quenos envergonham, depois vê naInternet como Israel faz ferrovia, àrazão de 1,5 km por dia. Vê a Chinainaugurando um trem-bala num traje-to de 1.400 km, o mais extenso domundo, enquanto o nosso, com umaterça parte desse percurso, fica pati-nando. É que na China corrupção podedar pena de morte.

B

“A Cide desde 2001 incide sobre combustíveis e, teoricamente, destina-se àinfraestrutura de transportes. Um dinheirão que poderia aliviar o Custo Brasil”

O Custo Brasil

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 7

Duke

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ENTREVISTA SANDRO MAGALDI

Zelar pela qualidadedos profissionais ecriar um contexto noambiente de trabalho

para que os funcionários sin-tam-se desafiados, reconheci-dos e motivados são algumasações que as organizaçõesdevem adotar rumo ao cresci-mento. O vice-presidente deClientes e Negócios do GrupoTV1, de comunicação, SandroMagaldi, destaca que a empre-sa é um repositório de talentoshumanos e cabe a seus líderescriar um contexto que extraia omelhor de cada um, gerandouma organização em alta per-formance. Ele alerta para anecessidade de o profissionalbuscar sempre mais conheci-mentos e não se acomodar.Mestre em administração,especializado em marketing,Magaldi é professor do MBA daESPM (Escola Superior dePropaganda e Marketing) e

autor dos livros “Vendas 3.0” e“Movidos por Ideias”. Leia aseguir a entrevista.

O senhor diz que ter acessoa cérebros que fazem a diferen-ça é fundamental para uma cor-poração. É mais importante doque investir em tecnologia eaumento de pessoal?

A tecnologia só existe paraservir ao homem. Desconheçoqualquer ferramenta tecnológicaque tenha condições de gerar umdiferencial competitivo para umaempresa por si só. O que vemossão insucessos quando a empre-sa realiza investimentos em tec-nologia sem considerar a interfa-ce com as pessoas. O grande dife-rencial competitivo das empresassão as pessoas. Uma empresanada mais é do que o conjuntodas competências individuais deseus colaboradores. Quanto maisqualificado o conjunto, mais com-petente será a empresa.

Como conciliar a busca peloprofissional das grandes ideiase a redução de custos?

Essa é uma questão bastanteinstigante. Deparamo-nos comum contexto totalmente novo nomercado corporativo: o aqueci-mento da economia trouxe oaquecimento do mercado de tra-balho. Um dos maiores desafiospara as empresas é compatibili-zar o equilíbrio financeiro e pros-peridade com os investimentosem salários. A resposta para essedesafio reside muito no entendi-mento de que as pessoas não sãomovidas exclusivamente pelosalário. É inegável que esse é umelemento importante para a pros-peridade pessoal, mas imaginarque apenas com ótimos saláriosserá possível atrair os melhorestalentos é um equívoco.

Há outras questões impor-tantes?

Pesquisas mostram que as

melhores empresas para se tra-balhar não são aquelas quepagam os melhores salários. Aspessoas dão mais valor a respei-to, qualidade do ambiente de tra-balho, possibilidade de cresci-mento e evolução pessoal, entreoutros fatores. É necessárioinvestir no ambiente de trabalho,criando um contexto em que aspessoas se sintam desafiadas,reconhecidas e motivadas. Ao secriar esse ambiente, a atração deexcelentes profissionais será con-sequência. Só um último ponto,que se refere até quanto a empre-sa está disposta a investir nessesprofissionais. A resposta irávariar de empresa para empresa.

A boa qualidade do profis-sional deve ser priorizada?

Temos de zelar pela qualida-de de nossos profissionais e serintolerantes com aqueles quenão estiverem alinhados com avisão do negócio. Por vezes,

“O grande diferencial competitivo são as pessoas. Uma empresa é o conjunto de competênciasindividuais dos colaboradores. Quanto mais qualificado o conjunto, mais competente a empresa”

Não podemos parar de aprenderPOR CYNTHIA CASTRO

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SANDRO MAGALDI

“O grande diferencial competitivo são as pessoas. Uma empresa é o conjunto de competênciasindividuais dos colaboradores. Quanto mais qualificado o conjunto, mais competente a empresa”

deparo-me com organizaçõesque são reticentes em aumentarseus investimentos para atrairou reter aqueles com potencialpara fazer a diferença em seunegócio, porém, são tolerantescom profissionais acomodados,descomprometidos. É necessáriocoragem para agir visando osinteresses da organização.

O profissional criativo deveestar presente desde o nívelgerencial ao operacional?

Em um dos capítulos do livro“Movidos por Ideias”, buscamosquebrar um paradigma a respeitodo talento nas organizações. Umacrença aponta que existe um uni-verso limitado de pessoas comtalentos extraordinários. Sãoaqueles profissionais que têmdestaque e são tratados comoestrelas. É uma visão equivocada.Toda pessoa tem um talento.Alguns talentos são mais adequa-dos em determinado contexto.

Mas a empresa é um repositóriode talentos humanos e cabe aseus líderes criar um contextoque extraia o melhor de cada um,gerando uma organização emalta performance. Essa mesmavisão se aplica à criatividade. Porqual motivo a criatividade deveestar limitada a um pequenonúmero de seres iluminados?Estabelecer uma visão como essacria um limitador que poda a dis-seminação da criatividade.Teremos um verdadeiro desperdí-cio de talentos que não encon-tram espaço para apresentarsuas ideias. É fundamental criar-mos um espaço adequado paraque talentos floresçam e as pes-soas deem o seu melhor.

No transporte, o senhorcitaria algum exemplo em que acriatividade foi essencial paratrazer mais lucro ou aumentara produtividade?

Um dos modelos de negócio

inovadores originário no mercadode transporte e que, posterior-mente, acabou se disseminandoem diversos setores de formaavassaladora foi a chamada estra-tégia ‘low fare, low cost’ (“baixatarifa, baixo preço”), executadaspela primeira vez pela companhiaaérea norte-americana SouthwestAirlines. Por meio de uma inova-ção no modelo de negócios, essaorganização revolucionou o setoraéreo mundial, desenvolvendouma estrutura de custos enxutaem sua operação e repassandoessa economia para o preço daspassagens. Para colocar essaestratégia em pé, foi necessárioestabelecer um novo modelo derelacionamento com fornecedo-res, verticalizar operações não

relacionadas ao negócio essenciale utilizar a tecnologia da informa-ção de forma estratégica.

E o resultado foi positivo?O resultado foi a conquista, em

curto espaço de tempo, de partici-pação expressiva no competitivomercado aéreo norte-americano,levando todas as organizações dosetor a repensar sua forma deatuação (além de gerar fusõescomo a da United com aContinental). Além disso, outrosfilhotes com o mesmo modelo denegócios floresceram pelo mundode forma bem-sucedida, como airlandesa Ryanair e, no Brasil, aGol (no lançamento) e a Azul. Ofundador David Neeleman tam-bém é fundador da norte-ameri-

ARQUIVO PESSOAL

Não podemos parar de aprender

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cana Jet Blue, que adota o mesmomodelo de negócios e foi uma dascompanhias aéreas que maiscresceu nos últimos tempos,mesmo durante a recente criseeconômica que trouxe fortesreflexos ao setor nos EstadosUnidos.

No livro “Movidos porIdeias”, o senhor fala sobre “oque não muda em um mundoonde tudo muda”. O que nãomuda?

Não muda aquilo que é essen-cial na gestão. O risco de termosum contexto corporativo que secaracteriza pela alta velocidadedas mudanças é perdermos aperspectiva de que existem con-ceitos fundamentais que sãoessenciais para a boa gestão enos levarmos pelos modismos.Recorro no livro à visão de doisdos principais pensadores do‘management’ mundial (já faleci-dos): Theodore Levitte e PeterDrucker. É surpreendente quandoretomamos a visão desses pensa-dores, construídas há mais decinco décadas, e nos damosconta de sua atualidade. PeterDrucker cunhou o termo “profis-sionais do conhecimento” nofinal da década de 40 e aindahoje muitas empresas não enten-dem que seu ativo mais valiososão as pessoas. Que elas nãodevem ser tratadas como máqui-nas, seres burros, limitados.

O que deve fazer o profis-sional dividido entre umemprego burocrático e de bomsalário e um emprego com piorcondição de trabalho, masmaior possibilidade de desen-volvimento de habilidades?

Essa é uma pergunta comple-xa, pois temos de respeitar asdecisões individuais. Como diz oditado: “cada um sabe onde lhedói o calo”. Mas convido o leitor auma reflexão. Está claro que exis-te uma longevidade limitada emum contexto no qual o profissio-nal não tem um ambiente estimu-lante para o seu desenvolvimen-to e se apega exclusivamente aosalário. Mais cedo ou mais tarde,por uma decisão pessoal ou não,esse ciclo irá se encerrar. Quandoisso ocorrer, as perspectivas queficam para o profissional sãopara lá de sombrias, já que nãoinvestiu em seu potencial e seurepertório ficou muito limitado,perdendo atratividade para omercado de trabalho. Sugiroestabelecermos um plano deevolução profissional que consi-dere o foco no curto prazo, semperder a perspectiva do longo.Mesmo em uma situação desesti-mulante em que o principal fatormotivacional é o salário, temosde nos movimentar continua-mente rumo a nossa evolução.Historicamente, o principal ele-mento motivador de grandesconquistas na humanidade foi o

inconformismo. Quando perde-mos esse inconformismo, nosacomodando com o status atual,corremos o risco de perder aperspectiva de evolução pessoal.O risco não compensa.

Algumas pessoas são maiscriativas e inovadoras. Essascaracterísticas podem serdesenvolvidas?

É natural que existem pes-soas com aptidões distintas.Assumindo a premissa de quesomos seres pensantes comcapacidade para mudar contex-to e desenvolver cenários, éplausível supor que essa é umahabilidade que pode ser desen-volvida. Para alguns, esse pro-cesso será mais simples, porém

CRIATIVIDADE Sandro Magaldi defende que toda pessoa tem um talento a ser desenvolvido

“Devemosselecionar as empresasnas quaisalmejamosinvestirtempo

expressivode nossaexistência”

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proceder em uma organizaçãoque resiste ao novo?

Da mesma forma que umaempresa seleciona os profissio-nais que deseja contratar, deve-mos selecionar as empresas nasquais almejamos investir tempoexpressivo de nossa existência.Esse aspecto ganha ainda maisforça em um ambiente corporati-vo em evolução como o atual, emque as opções para o trabalhadorqualificado são inúmeras. Existesempre a opção de agir como umagente de mudanças, “empurran-do” a organização rumo a umnovo caminho. O fato concreto,porém, é que existe a possibilida-de de a empresa não desejar amudança. Dessa forma, todos osesforços poderão ser em vão,

gerando frustração e desmotiva-ção. O que não é recomendávelnem aceitável é acomodar-se emum contexto que não lhe oferece-rá nada em troca. Os temposmudaram e hoje a mobilidadeprofissional é muito maior.

Qual a dica para que a expo-sição de uma ideia não sejavista como intromissão no tra-balho do colega? Como saber ahora de falar?

Existe um elemento que seaplica a todos os contextos: o usodo bom senso. Uma organização éuma entidade como outra qual-quer, em que as questões políti-cas e de interesse pessoal sefazem presentes. É fundamentalentender o funcionamento daempresa para poder integrar-se àsua cultura de forma efetiva ebem-sucedida. De acordo comessa cultura, o profissional teráreferências de como, quando eonde se posicionar para ser ouvi-do de fato.

Uma empresa com perfilconservador pode abafartalentos?

A questão do estímulo aostalentos não está relacionadanecessariamente ao perfil daorganização. Temos organizaçõesconservadoras e tradicionais queostentam em seus quadros profis-sionais altamente talentosos.Uma boa referência sobre isso

são algumas empresas públicasno Brasil, que possuem entreseus colaboradores profissionaismuito talentosos. Da mesmaforma, empresas mais dinâmicaspodem abafar talentos se nãoadotarem uma gestão proativa,orientada ao desenvolvimentodas pessoas e à criação de espa-ços propícios para sua evolução.

O discurso da sustentabili-dade tem se fortalecido. Asempresas que desprezaremações com esse objetivo serãomenos competitivas?

Inegavelmente. E por um moti-vo bastante simples. A despeitode todas as questões sociais, quenão são menos relevantes, o fatofundamental é que os consumido-res não toleram mais empresasque não respeitam a sociedade.Com o amadurecimento da socie-dade e de seus consumidores,temos um ambiente que não daráespaço para as empresas que nãorespeitarem sua licença de operarno ambiente social. Como já diziaPeter Drucker, o principal objetivode uma organização é gerar valorpara a sociedade. Como conse-quência, a sociedade lhe recom-pensa com o lucro. Sempre queuma empresa não respeitar essepreceito, ela estará negando suaprópria existência. O resultado jásabemos: quantas empresas queeram referência no passado sim-plesmente não existem mais? l

CRIATIVIDADE Sandro Magaldi defende que toda pessoa tem um talento a ser desenvolvido

ISTOCKPHOTO

existe um caminho. Todo o pro-cesso de evolução pessoal eprofissional tem relação íntimacom a busca do conhecimento.Nesse caso, a lógica é a mesma.Para quem almeja desenvolverum perfil mais criativo, o cami-nho passa, inexoravelmente,por buscar cada vez maisconhecimento e conteúdosrelacionados ao tema. Vivemosem um contexto em que a capa-citação é um processo contínuosem prazo para acabar. Nuncamais poderemos parar de estu-dar, aprender, buscar novosconhecimentos.

O senhor escreveu o artigo“Pressões extremas e resis-tências a mudanças”. Como

“Cabeaos líderescriar um contexto que extraia o melhor decada um”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201114

MAIS TRANSPORTE

As inscrições para o 17º FórumInternacional de Logística foraminiciadas. O evento será realizadono período de 12 a 14 de setembro,no hotel Intercontinental, no Riode Janeiro (RJ). Um dos destaquesdo fórum é a divulgação de pesquisas inéditas, que têm granderelevância para as empresas epara os negócios em diferentes

áreas. Nos três dias de evento,mais de 70 apresentações, entrepainéis e casos de sucesso serãoministradas. Simultaneamente aofórum, acontece a Expo.Logística,feira de produtos, serviços e soluções. Os organizadores destacam que a feira complementa o ambiente de networking do evento.

Fórum Internacional de Logística

A Embraer fechou o primeiro semestre deste ano com 76 aeronaves entregues, entre jatos comerciais e executivos. O total de encomendas fechadas foi da ordem de US$ 15,8bilhões. No segundo trimestre de 2011, a

empresa fez a entrega de 25 aviões comerciais e de 23 jatos privados. O crescimento nas vendastende a continuar. A EmbraerDefesa e Segurança anuncioua efetivação do contrato de venda de oito aeronavesSuper Tucano para aIndonésia.

Embraer entrega 76 aviões

A ALL (América Latina Logística) ea Ouro Verde Transportadora firmaram, em julho, acordo operacional para a fusão de suas unidades. Com foco no transporte rodoviário, a novaempresa terá gestão própria erecebeu o nome de RitmoLogística. A organização teráatuação, principalmente, no

agronegócio e em operações deprodutos de alto valor agregado.A Ritmo terá capital formado65% pela ALL e 35% pela OuroVerde. A empresa conta comuma equipe de 720 colaboradores,receita de, aproximadamente, R$ 300 milhões, e uma frota de ativos com 224 cavalos mecânicos e 474 carretas.

Fusão no setor logístico

Antes do prazo previsto, afabricante AmstedMaxionentregou, no início de julho, os primeiros vagões à Transnordestina Logística S.A.. Os carros vão operar no transporte de lastro e plataformasmodelo PET, para transporte de trilhos e dormentes. A previsão é de que a

empresa entregue todos os 455 vagões encomendados até julho de 2012. ATransnordestina terá uma extensão de 1.728 quilômetros e ligará o município de EliseuMartins, no Piauí, aos portos de Suape, emPernambuco, e Pecém, no Ceará.

Transnordestina recebe vagões

EMBRAER/DIVULGAÇÃO

COMÉRCIO Embraer projeta crescimento

AMSTEDMAXION/DIVULGAÇÃO

ENCOMENDA Vagões chegam à Transnordestina

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 15

A data e o local de realização do 3º Encontro de Ferrovias ANTF(Associação Nacional de TransportadoresFerroviários) foram alterados. O evento, antes programado para

agosto, será realizado nosdias 27 e 28 de outubro, no Espaço Viva Hall, em Juiz de Fora (MG). Nesta edição, as principais discussõesserão em torno das inovações tecnológicas dosistema ferroviário de cargas.

Encontro de Ferrovias

SETCEMG/DIVULGAÇÃO

ELEITO Sérgio Luiz Pedrosa assume o Setcemg

Setcemg tem novo presidenteO administrador de empresasSérgio Luiz Pedrosa, diretor-geral da Transpedrosa,foi eleito presidente doSetcemg (Sindicato dasEmpresas de Transportes deCarga do Estado de MinasGerais). Ele substitui UlissesMartins Cruz e vai ficar à frenteda entidade mineira pelos

próximos três anos. Durante asolenidade de posse, Pedrosafalou sobre os desafios queterá como dirigente do sindicato, entre eles, o dediminuir o número de mortes causadas por acidentes nas estradas e o de resgatar e valorizar a profissão de motorista.

TECNOLOGIA

Os engenheiros da FordEuropa desenvolveramum banco de carro

capaz de monitorar o batimen-to cardíaco do motorista. O sis-tema, ainda em teste, tem seissensores instalados no encos-to. Eles captam os sinais eletrô-nicos do coração por meio daroupa, sem contato com a pele,permitindo a ligação remotacom centros médicos e siste-mas de segurança do veículo.

De acordo com AchimLindner, médico do Centro

Europeu de Pesquisa eInovação da Ford, emboraainda seja um projeto de pes-quisa experimental, a tecno-logia de monitoramento car-díaco a bordo pode se tornar,no futuro, um avanço muitoimportante para os motoris-tas dos carros da marca.

Os testes de rodagemmostraram que o sistema écapaz de realizar mediçõesaltamente precisas em 98%do tempo em que o motoristaestiver dirigindo.

Banco monitora coração

FORD/DIVUGAÇÃO

TESTE Sensores instalados no encosto do banco

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201116

MAIS TRANSPORTE

E se Obama fosse africano?Autor aborda de modo corajosoe criativo os principais impassesda África contemporânea.De: Mia Couto, Ed. Companhia das Letras, 208 págs., R$ 35

Os 33: A MilagrosaSobrevivência e o DramáticoResgate dos Mineiros no ChileAutor acompanhou em detalhes ahistória dos mineiros soterradosem agosto de 2010.De: Jonathan Franklin, Ed. Agir, 288 págs., 34,90

João Goulart - Uma BiografiaHistoriador tentar resgatar ahistória do ex-presidente brasileiro, deposto pelo golpe militar de 1964.De: Jorge Ferreira, Ed. CivilizaçãoBrasileira, 714 págs., R$ 59,90

O projeto Escola no Porto, em Rio Grande (RS), registrou mais de 2.000 visitantes no primeiro semestredeste ano, entre estudantes do ensino médio e fundamental e universitários gaúchos. A meta é mostrara atividade portuária. Para participar, as escolas interessadas devem agendar as visitas previamente.

Escola no Porto atrai visitantes

PORTO DO RIO GRANDE/DIVULGAÇÃO

Anuário do transporte aéreoA Anac (Agência Nacional deAviação Civil) apresentou emjulho o Anuário do TransporteAéreo 2010. O documento traz informações revisadas econsolidadas de 31 companhiasaéreas brasileiras e de 57empresas estrangeiras, que realizaram voos de passageiros e cargas com

origem ou destino ao Brasil noano passado. Em 2010, o número de passageiros embarcados em voos regularese não regulares nas empresasbrasileiras, com origem noBrasil para qualquer destino,cresceu 22%, comparado a2009. Foram 74 milhões deembarques, sendo 71 milhões

em voos domésticos e 2 milhões em voos internacionais. As principaiscompanhias aéreas brasileirasregistraram índices de regularidade acima dos 90%.Ainda segundo o anuário, dessasempresas, a maioria registrou,aproximadamente, 80% noíndice de pontualidade.

Page 17: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 17

CARGAS

AFerroeste anunciou a cria-ção de um corredor deexportação, que deverá

ser distribuído em estruturaslogísticas nas cidades paranaen-ses de Cascavel, Guarapuava,Araucária, Maringá, Ponta Grossae Paranaguá. O projeto será exe-cutado com a Codapar(Companhia de Desenvol-vimento Agropecuário doParaná), à Claspar (EmpresaParanaense de Classificação deProdutos) e ao Porto deParanaguá.

Avaliado em R$ 11milhões, o corredor serádotado de grandes silos,instalados nas cidades quedão acesso ao porto. Ospátios da Codapar, hojesubutilizados, serão reade-quados com estacionamen-to, refeitórios, banheiros e

logística de TI (tecnologiada informação) interligadaao porto.

Os estacionamentos decaminhões servirão para arma-zenar temporariamente as car-gas e classificar os granéisdestinados à exportação. Adescida de veículos será con-trolada pela administração doporto, eliminando as filas. Aexpectativa é que o projetoaumente a velocidade do fluxode liberação de cargas dosatuais 1.800 caminhões para4.100 caminhões ao dia.

A Ferroeste estima aumen-tar sua produção em 35%,antes mesmo da ampliaçãoprevista das linhas. O presiden-te da ferrovia, MaurícioQuerino Theodoro, afirma queo investimento será diluído emcinco ou seis anos.

Corredor de exportação

PÓSITRON/DIVULGAÇÃO

PRATICIDADE Novo modelo de alarme para motos

A Pósitron apresentou ao mercado mais três modelosdiferenciados de alarmesDuoBlock para motocicletas: oPro G5; o FX G5 e o PX G5, comradiofrequência. O Pro G5 temcaracterísticas simples de instalação e praticidade nomanuseio. O produto conta com apenas dois botões paraligar e desligar o alarme e possui garantia de um ano. O FX G5 é um dispositivo intermediário e está disponívelnas linhas Universal, com

aplicação em qualquer motocicleta, e na Dedicada. Essasolução foi desenvolvida paraos modelos Titan 125, 150 Fan,Honda Bros 150, Bis, CB300, YBR125, Fazer 250, XTZ e Teneeré250. O PX G5 com radiofrequênciaé o modelo top. Possui controlede presença e conta com a função incorporada “botãosecreto”, dispositivo posicionadoem local oculto na motocicleta.O produto está disponível na linha Universal e possuigarantia de dois anos.

Alarmes para motos

Presença brasileira nos EUAA Railway Interchange 2011 serárealizada de 18 a 21 de setembro,no Centro de Convenções deMinneápolis (EUA), e reuniráempresas de comunicação, sinalização, manutenção, mecânica, engenharia, passageiros, estruturas e vias do setor ferroviário, em uma áreade 92 mil m2. A participação da delegação brasileira na feira estásendo coordenada pelo presidente-executivo da ANTF,Rodrigo Vilaça, e pelo presidente

da Abifer, Vicente Abate. O estande do Brasil terá 100 m2 etem o apoio do Ministério dasRelações Exteriores. O objetivo dacoordenação brasileira é reunir omaior número de representantesda indústria metroferroviária edas operadoras ferroviárias decargas e passageiros no PavilhãoBrasileiro, para promover o intercâmbio de informações,intensificar a divulgação dos produtos e serviços nacionais eprospectar novos clientes.

Agilidade nos aeroportosOs CGAs (Centros deGerenciamento Aeroportuário)do Aeroporto Internacional doGaleão e do Aeroporto SantosDumont, no Rio de Janeiro,entraram em operação no dia22 de julho. Os centros têmcomo objetivo gerir a operacionalidade dos aeroportosem tempo real, conceber eimplantar medidas para melhoraro fluxo operacional e aprimoraro atendimento aos passageirose aeronaves. Os CGAs operam 24

horas por dia e reúnem representantes da Infraero, daAnac (Agência Nacional deAviação Civil), Polícia Federal,Receita Federal, vigilânciasSanitária e Agropecuária, além de companhias aéreas. Os aeroportos internacionais de Guarulhos (SP), Brasília (DF)e Confins (MG) já contam comesse tipo de apoio. O Aeroportode Congonhas, em São Paulo,será o próximo terminal a instalar o CGA.

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201118

MAIS TRANSPORTE

A Volvo Trucks lançou no mercado europeu o Volvo FM Metano-Diesel. O novo caminhão é movidopor uma mistura de combustíveis com até 75% de gás. A tecnologia de eficiência de combustível

amplia as possibilidades operacionais do veículo,reduzindo consideravelmenteas emissões de CO2. O caminhão foi projetado para operações do transporte pesado, em longas distâncias.

Caminhão a gás

VOLVO/DIVULGAÇÃO

EFICIÊNCIA Tanque de GLV liquefeito da Volvo

FERROVIAS

Foram publicadas noúltimo dia 20 de julho,no Diário Oficial da

União, três resoluções refe-rentes ao novo marco regula-tório do setor ferroviário doBrasil. As novas regras,segundo a ANTT (AgênciaNacional de TransportesTerrestres), têm como objeti-vo criar um ambiente maiscompetitivo no setor.

As resoluções permitem ouso da capacidade ociosa deuma linha férrea por tercei-ros, desde que tenham ospróprios vagões e trens,garantem que uma concessio-nária possa receber ou entre-gar cargas na malha de outroconsórcio e possibilitamainda que as concessionárias

requerentes do direito depassagem possam fazerinvestimentos de expansãoquando não houver capacida-de ociosa nos trechos ferro-viários em questão.

A ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários) informa queainda está estudando asalterações em todos os seusaspectos técnicos, opera-cionais, econômicos e jurídi-cos. “Temos plena confiançade que conseguiremos che-gar ao formato ideal, paraque a evolução do marcoregulatório seja compatívelcom as atuais demandas docrescimento econômico dopaís”, afirma nota divulgadapela associação.

Marco regulatório

Entre os dias 14 e 16 de setembro será realizada a quarta edição do ITS 2011 (Itajaí Trade Summit), em Itajaí,Santa Catarina. O evento é destinado aos profissionais degrandes, médias e pequenasempresas exportadoras, prestadoras de serviços e equipamentos. O ITS é consideradoum dos encontros mais

qualificados da área de logística,transporte e comércio internacional das regiões Sul eSudeste do Brasil e do Mercosul.No ano passado, foram 8.800visitantes e mais de 70 expositores, com crescimentode 35% em relação a 2009. A expectativa da organização é deque o número de participantescresça ainda mais nesta edição.

ITS 2011 em Santa CatarinaA partir do dia 27 de agosto, oNúcleo de Cultura da Faap(Fundação Armando AlvaresPenteado) oferece o curso “AliasAutomotive”. O objetivo é qualificarprofissionais que desejam atuarna área de criação e design automotivo. O curso estimula ouso de ferramentas 3D para acriação de modelos de automóveis.As aulas serão ministradas pelo

professor Antonio CarlosCorbacho, pós-graduado em gestãoestratégica de projetos pela Faap,e que atua há 26 anos em designna indústria automobilística. Ocurso acontece sempre aos sábados, das 9h às 13h no campusda Faap em São Paulo (SP).Inscrições e informações emwww.faap.br<http://www.faap.br/>ou pelo telefone (11) 3662-7313.

Design automotivo

Page 19: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 19

Programa de traineeEstão abertas, até o dia 2 desetembro, as inscrições para oprograma de trainee ALL(América Latina Logística) 2012. Oprocesso seletivo tem duração de12 meses e está dividido em etapas:triagem dos currículos inscritospela Internet, provas on-line,dinâmica de grupo e entrevistas.Ao todo, serão selecionadas 20pessoas que terão salário compatível

com o mercado, além de benefícioscomo participação nos resultadosda empresa. Para se inscrever é preciso ter concluído a graduação, em qualquer área de formação, entre dezembro de2009 e 2011; ter inglês fluente edomínio das ferramentas deinformática. Inscrições pelo sitewww.alltrainee.com<http://www.alltrainee.com/>

CATERPILLAR/PROGRESS RAIL/DIVULGAÇÃO

DEMANDA Unidade poderá gerar até 600 empregos diretos

A Caterpillar anunciou, no dia26 de julho, a construção deuma fábrica de locomotivasem Sete Lagoas (MG). Oempreendimento será realizado pela MGEEquipamentos e ServiçosFerroviários Ltda., subsidiáriabrasileira da Progress Rail,filial da Caterpillar no Brasil.A empresa planeja fazerinvestimentos significativos

para modernizar a antiga oficina de locomotivas da FCA,instalada no local da futurafábrica. A unidade vai montare fabricar locomotivasElectro-Motive Diesel, em uma área de 12 mil metros quadrados. Segundo a empresa,a nova unidade poderá criar até 600 empregos diretos, quando estiver funcionandocom sua capacidade total.

Fábrica de locomotivas em MG RENAULT

Seguindo a tendência deveículos conceito desen-volvidos por diversas

montadoras, a Renault apresen-tou seu quarto modelo dentrodessa ótica: o Frendzy. O carroelétrico teve seu desenho inspi-rado no design de aviões de for-matos diferenciados, como oAirbus Beluga. A ideia é oferecerao condutor a possibilidade de“mutação”, adaptando o carropara os dias de trabalho e paraos dias de lazer.

Uma grande tela instaladado lado de fora permite a divul-gação de mensagens úteis,como o nível de carga elétrica

do carro. O conceito de escritó-rio móvel fica ainda mais evi-dente nas outras possibilidadesde interatividade oferecidas,como o tablet conectado ao pai-nel de bordo.

Durante o fim de semana, ocarro se “transforma” em umveículo para a família, com umbanco de passageiro confortá-vel e um grande banco traseiro.O Frendzy tem um tablet tátil,que desliza para fora do encos-to do motorista, permitindo aexibição de filmes ou jogos. Oveículo possui também umalousa para desenhos, integradana porta deslizante.

Escritório móvel

RENAUT/DIVULGAÇÃO

MUTANTE Carro para o trabalho e para o lazer

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REPORTAGEM DE CAPA

Seja um motorista profissionalCNT e Sest Senat lançam Programa de Formação de Motoristas pa ra o Mercado de Trabalho; 66,9 mil devem ser formados por ano

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JÚLIO FERNANDES/CNT

Seja um motorista profissionalCNT e Sest Senat lançam Programa de Formação de Motoristas pa ra o Mercado de Trabalho; 66,9 mil devem ser formados por ano

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Omercado de trabalhoestá aberto paramotoristas de ônibuse caminhão. Há esti-

mativas de que existam hoje,no Brasil, 50 mil vagas desocu-padas por não haver profissio-nal em número suficiente comos atributos que a atividadeexige. Para tentar suprir essademanda e impulsionar osetor de transporte e o desen-volvimento do país, a CNT e oSest Senat lançaram oficial-mente, neste mês, o Programade Formação de Motoristaspara o Mercado de Trabalho.

Serão desenvolvidos três cur-sos específicos em todas as uni-dades do país, em parceria comempresas de transporte rodoviá-rio de cargas e de passageiros:cursos de formação para moto-rista de caminhão, para motoris-ta de carreta e para motorista deônibus. A meta é formar 66,9 milprofissionais no período de umano, a partir do envolvimento detodas as unidades do ServiçoSocial do Transporte e ServiçoNacional de Aprendizagem doTransporte.

Todos os cursos são gratui-tos e realizados em quatromódulos (básico, intermediário,especialização e prático). Acarga horária mínima é de 160horas aula. Quem se interessardeve fazer a inscrição na

Internet (www.sestsenat.org.br),diretamente na unidade do SestSenat ou pelo telefone 0800-728 2891. Será feita uma triagementre os inscritos, que devemser habilitados em uma dasseguintes categorias: C, D ou E.O aluno terá de assinar umtermo de adesão ao programa,comprometendo-se a ingressarno setor de transporte após aconclusão do curso.

“A CNT, por meio do SestSenat, está lançando esseprograma, que é muito impor-tante, com o objetivo de aten-der à demanda cada vez maiscrescente no país”, afirma opresidente da CNT e do SestSenat, senador ClésioAndrade. Ele destaca que osjovens aprenderão sobre dire-ção defensiva, direção econô-mica, legislação, entre outros

assuntos. “Vão receber todo opreparo para trabalhar emtransportadoras ou empresasde ônibus”, diz ClésioAndrade.

A elaboração do materialdidático e as aulas teóricassão de responsabilidade doSest Senat. As unidades ope-racionais ficam responsáveistambém por incentivar asempresas de transporte de

OPORTUNIDADE Os cursos oferecidos pelo Sest Senat para a formação de motoristas serão gratuitos

POR CYNTHIA CASTRO

“Esse programa é muito importante e vai atender à demandacada vez mais crescente de motoristas de caminhão e ônibus”CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

a demanda regional, desdeque seja respeitada a cargahorária mínima de 160 horas.

As aulas teóricas aconte-cem nas unidades do SestSenat, e as práticas, em localadequado e seguro, que podeser na própria unidade, nospátios das empresas ououtros locais. Para melhorar aqualidade das aulas, o SestSenat está adquirindo simula-dores de direção, que recriamsituações com todas as difi-culdades enfrentadas pelosmotoristas de caminhão eônibus – seja em relação aotempo, ao relevo ou outrosdesafios do trabalho.

Até meados do mês dejulho, os representantes doSest Senat tinham visitado emtorno de 600 empresas detransporte. Mais de 200 aderi-ram à iniciativa. E agora, como lançamento oficial do pro-grama, a expectativa é conse-guir mais parceiros. De acor-do com Clésio Andrade, alémde preparar o profissional, oPrograma de Formação deMotoristas para o Mercado deTrabalho tem como pontopositivo a aproximação des-ses alunos com as empresase, em muitos casos, a garantiado emprego.

O Sest Senat de Goiânia jáfirmou parceria com a RápidoAraguaia Transportes e com aHP Transportes, na área de

sua região a participarem doprograma. Já as empresasque fizerem parte da iniciati-va disponibilizarão veículosapropriados para os treina-mentos.

O conteúdo oficial do pro-grama de formação é umareferência para que as unida-des elaborem os cursos,podendo alterar disciplinas ecargas horárias de acordo com

JÚLIO FERNANDES/CNT

Saiba mais

OBJETIVO: estimular o crescimento do país, voltado para o setor de transporte,preparando novos motoristas para o mercado de trabalho

META: formar 66.900 alunos por ano, nas atividades de transporte de cargas e de passageiros, nas unidades do Sest Senat espalhadas por todo o Brasil

CURSO: serão três modelos (para caminhão, carreta e ônibus), com carga horária mínima de 160 horas aula por curso• Formação para Motorista de Caminhão• Formação para Motorista de Carreta• Formação para Motorista de Ônibus

CONTEÚDO - Motorista de Caminhão e de CarretaMódulos básico e intermediário:• A postura profissional do condutor de transporte de cargas• Segurança, meio ambiente e saúde• Legislação de trânsito básica• Visão sistêmica no transporte• Relacionamento interpessoal• A qualidade na prestação de serviços de transporte de cargas• Tipos de cargas e veículos• Documentação do transporte de cargas• Prevenção ao roubo de cargas• Legislação de trânsito avançada• Mecânica básica• Condução segura e econômica• Operação do cavalo mecânico• Noções de segurança em situações de emergência• Transporte de carga geral

Módulos de especialização (o aluno fará a opção pelo tipo de transporte):• Carga viva• Cana-de-açúcar• Grãos• Mudanças• Frutas, verduras• Veículos (cegonheiro)• Lixo urbano• Produtos farmacêuticos• Valores• Carga frigorificada• Produtos perigosos (todos farão)• Cargas indivisíveis

CONTEÚDO - Motorista de ÔnibusTodos os módulos:• Legislação de trânsito• Direção defensiva• Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social• Relacionamento interpessoal• Saúde e segurança no trabalho• Trabalhador em transporte amigo do meio ambiente• Legislação de trânsito avançada• Direitos humanos, sociais e trabalhistas• Equipamentos de segurança e de controle de tecnologia embarcada• Funcionamento e manutenção do veículo – mecânica básica para ônibus• Condução segura e econômica• A profissão do condutor de transporte urbano de passageiros• Direitos e deveres do cidadão no transporte urbano de passageiros• Legislação de trânsito avançada 2• Qualidade na prestação de serviços: transporte urbano de passageiros• Excelência profissional para motoristas de transporte de passageiros• Condução segura e econômica

Inscreva-sewww.sestsenat.org.br, 0800 7282891 ou em uma das unidades do Sest Senat

Fonte: Sest Senat

Conheça o Programa de Formação de Motoristas para o Mercado deTrabalho, implementado pelo Sest Senat e CNT

OPORTUNIDADE Os cursos oferecidos pelo Sest Senat para a formação de motoristas serão gratuitos

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

de motoristas profissionaisseja muito grande, ainda porvários anos.

Os números da Anfavea(Associação Nacional dosFabricantes de VeículosAutomotores) também mos-tram que o mercado da vendade veículos pesados estáaquecido e indicam a necessi-dade de profissionais que sai-bam operar bem esses equi-

cerca de 1,4 milhão de cami-nhões. A economia do paísestá crescendo e tem aumen-tado também o volume deobras de infraestrutura,criando assim maior necessi-dade de movimentação deprodutos diversos. Como maisde 60% do transporte de car-gas do país se dá pelo modalrodoviário, a tendência é quea necessidade de mão de obra

Souza Costa, é muito impor-tante a participação dasempresas nesse novo progra-ma. “Essas parcerias envol-vem o empresário no proces-so de formação. Isso aproxi-ma a gestão e a coordenaçãoda unidade do Sest Senat dasempresas, na busca da profis-sionalização do setor detransporte”, diz Joabete.

Atualmente, o Brasil tem

passageiros, e com a trans-portadora São Expedito, notransporte de cargas. Outrasempresas foram contatadas ehá possibilidade de aderiremao programa. Até o final domês de julho, pelo menos qua-tro turmas já estavam acerta-das, com a contratação certade alguns alunos.

Na opinião da diretora daunidade, Joabete Xavier

Proposta sugere que governo viabilize CNHCARTEIRA GRÁTIS

Uma das dificuldades iniciaisdo jovem que deseja ingressarna profissão de motorista é con-seguir dinheiro para tirar a pri-meira habilitação e também paraa futura alteração de categoria.Só para a primeira habilitação, énecessário pagar em torno de R$1.000. Para as demais categorias,cerca de R$ 1.500. No mês dejulho, o presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade, enviou um ofício aosgovernadores de todos osEstados e aos prefeitos das capi-tais solicitando apoio.

A ideia é que os governos eprefeituras viabilizem açõesque ajudem o jovem a conse-guir a carteira. “O governo pre-cisa criar as condições paraque os jovens possam tirar aprimeira habilitação, contri-buindo assim para que o volu-me de mão de obra de motoris-tas cresça com o tempo, e oSest Senat possa formar maismotoristas profissionais”, dizClésio Andrade.

O senador e presidente daCNT se encontrou também com aministra da Casa Civil, GleisiHoffmann. Um dos assuntos dis-cutidos foi a carência de moto-ristas profissionais para o trans-

porte de cargas e de passagei-ros. Clésio Andrade solicitou àministra que o governo federalpossa subsidiar uma proposta degratuidade na obtenção da pri-meira habilitação para os inte-ressados em ingressar no merca-do de trabalho do transporte.

PernambucoO Estado de Pernambuco tem

uma experiência bem-sucedidade incentivo à inserção. Em 2007,foi lançado o programa CNHPopular, com a meta de conceder100 mil carteiras de habilitaçãográtis, até 2014. Em 2008, foramconcedidas 4.080; em 2009,4.967 e, em 2010, 11.120. Neste ano,o número deve chegar a 15 mil.

Conforme a presidente doDetran (Departamento Estadualde Trânsito) de Pernambuco,Fátima Bezerra Costa, a ideiasurgiu para incentivar a inser-ção desses motoristas no mer-cado de trabalho na área detransporte. “Foi uma propostade inclusão produtiva muitobem-aceita. Traz um retornoextremamente positivo para odesenvolvimento do Estado.”

O Detran está tentando con-tabilizar os dados da inserçãono mercado de trabalho, a par-

tir da obtenção gratuita da car-teira. Mas, segundo Fátima, édifícil obter o retorno. De qual-quer forma, ela garante que osbenefícios para o Estado fazemvaler a pena a concessão gra-tuita. Segundo a presidente dodepartamento, para tirar a car-teira A ou B custa entre R$ 600e R$ 700. A mudança de catego-ria, para C, D ou E, fica entre R$900 e R$ 1.200.

O CNH Popular é voltadopara a população de baixarenda. Para concorrer, os can-didatos devem preencher umdos seguintes requisitos:estar desempregado há maisde um ano, ter renda familiaraté três salários mínimos, serum trabalhador que recebeaté dois salários mínimos, seraluno da rede pública, entreoutras situações.

É um programa direcionadotanto para a primeira habilita-ção como para a mudança decategoria. “O Nordeste temuma demanda enorme para aprofissão de motorista de cami-nhão e também de ônibus. E atendência é que tanto a regiãocomo todo o Brasil continuemprecisando muito desse profis-sional”, considera.

“A carteira de habi litação grátis traz um retorno extremamente posi tivo para o desenvolvimento do Estado”FÁTIMA BEZERRA COSTA, PRESIDENTE DO DETRAN DE PERNAMBUCO

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Mercado aberto para mulheresOPORTUNIDADE

O mercado de trabalho naárea de transportes está aber-to também para as mulheres,oferecendo inúmeras possibili-dades. Algumas empresas têmum forte efetivo feminino edestacam diferenciais, como omaior cuidado com o veículo ea carga, melhor relacionamen-to com os passageiros eoutros clientes.

Nos cursos já oferecidospelo Sest Senat, tem sidocomum a presença de mulhe-res. Cristina Santos Satelis, 25,moradora de Goiânia, é alunado curso de Formação deMotoristas para o Mercado deTrabalho e está com o empre-go garantido em uma trans-portadora, parceira da unida-de do Sest Senat da capital deGoiás.

Ela atuava na área de callcenter, mas sempre teve von-tade de trabalhar no transpor-te rodoviário. Com irmão cami-nhoneiro, Cristina despertou ointeresse pela profissão emalgumas viagens feitas comele. “O caminhão nos permite

viajar, conhecer pessoas elugares. Penso também quevou conseguir ganhar mais erealizar muitos sonhos.”

Cristina faz questão deressaltar que o Sest Senatofereceu a oportunidade queela precisava para obter aformação necessária. “O SestSenat foi a chave que abriu aporta para um desejo que eusempre tive, o de ser cami-nhoneira. Adorei o curso,aprendi muita coisa impor-tante sobre tecnologia, entreoutras questões do transpor-te rodoviário”, afirma.

O diretor-operacional ecomercial da Transportes SãoExpedito, parceira do SestSenat de Goiânia, José CostaPereira Filho, afirma que aempresa tem interesse emdestinar postos de trabalhopara as mulheres. “Elas sãocuidadosas, desempenhambem a função de caminhonei-ra. Mas considero que o perfilda mulher está mais voltadopara as rotas de pequenas dis-tâncias, em torno de 500 km.”

SEST SENAT GOIÂNIA/DIVULGAÇÃO

INTERESSE Cristina Santos Satelis sempre teve o desejo de ser caminhoneira

pamentos. Em 2010, as vendasbateram recordes. Foram ven-didos mais de 157 mil cami-nhões e mais de 28 mil ôni-bus. Um aumento de 43,5% e25,6%, respectivamente, emrelação a 2009.

PassageirosAlém da necessidade de

mais motoristas profissionais,é preciso aumentar a qualifi-

cação para que eles atendambem às demandas e saibamoperar com eficiência os veí-culos cada vez mais tecnoló-gicos. Nesse contexto, os cur-sos de formação do SestSenat terão papel fundamen-tal, na opinião do presidenteda NTU (Associação Nacionaldas Empresas de TransportesUrbanos), Otávio Cunha.

“Esse programa que está

sendo lançado pela CNT vemem boa hora. O Sest Senatsempre terá uma grandeimportância na formação,qualificação e atualização dosprofissionais. Há vagas queprecisam ser preenchidas nomercado”, diz Cunha. O presi-dente da NTU destaca que ademanda por motoristas deônibus tem aumentado muitonos últimos anos.

E, nesse momento em queas grandes cidades sofremcada vez mais com os conges-tionamentos causados peloexcesso de veículos na rua,torna-se mais necessárioinvestir em projetos de mobili-dade urbana, com maior prio-rização do serviço de ônibuscoletivo. Com isso, tende a sermaior a necessidade de atua-ção do motorista profissional.

“A carteira de habi litação grátis traz um retorno extremamente posi tivo para o desenvolvimento do Estado”FÁTIMA BEZERRA COSTA, PRESIDENTE DO DETRAN DE PERNAMBUCO

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 25

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

O presidente da NTU consi-dera que a implantação desistemas de BRTs (Bus RapidTransit) em algumas cidadesbrasileiras vai aumentarainda mais a necessidade demotoristas bem preparados,com uma formação melhor.“Nesses corredores, serãooperados veículos diferencia-dos, que requerem uma espe-cialização maior do motoris-ta”, comenta Cunha.

O BRT é a grande aposta deobras de mobilidade urbananas 12 cidades-sede da Copa

de 2014 no Brasil. Estão pre-vistas pelo menos 20 linhasdesse sistema, que prometedar maior agilidade às via-gens de ônibus, com veículosque oferecem tecnologia maisavançada e operam em corre-dores exclusivos, aumentandoa velocidade comercial.

Atualmente, conformeOtávio Cunha, há no Brasil emtorno de 110 mil ônibus ope-rando no serviço de transpor-te urbano. Se considerar quepara cada veículo é necessá-rio ter pelo menos dois moto-

PRODUÇÃO Vendas de caminhões e ônibus bateram recordes; necessidade de motoristas tende a aumentar

“É uma profissão muito boa”CARREIRA

O brasiliense RafaelBarbosa de Carvalho, 23,está se qualificando paraestar bem preparado paraconseguir uma boa colo-cação no mercado de tra-balho. Formado em enfer-magem, Carvalho decidiumudar de profissão paratentar melhorar suaremuneração. A escolhafoi inspirada na atividadede seus tios. Ele quer sercaminhoneiro.

Durante o mês de julho,o brasiliense estava fazen-do o curso de Condutoresde Veículos de Transportede Produtos Perigosos(conhecido como Mopp),na unidade do Sest Senatde Samambaia, no DistritoFederal. Ele conta que jáatuou como enfermeiro,mas considera que o cami-nhão oferecerá melhoresoportunidades.

“Estou buscando mequalificar para atuar naárea que eu quero. Sei queo mercado de trabalhoestá aberto e necessita deprofissionais bem prepara-dos”, diz. Na opinião deCarvalho, o Programa deFormação de Motoristas

para o Mercado deTrabalho, lançado nestemês pelo Sest Senat e pelaCNT, vai ser uma boa opor-tunidade para quem dese-ja se preparar.

Wedson Pereira deLima, 30, também estábuscando a qualificaçãoprofissional para conse-guir um emprego na áreade transporte. Ele já traba-lhou como motorista decaminhão e agora preten-de seguir carreira na áreade transporte de passagei-ros, viajando em ônibusinterestaduais.

“Não adianta só saberdirigir. As empresas estãobuscando profissionaisqualificados. Tem queconhecer bem o caminhão,entender de informática,mecânica, de direçãosegura”, comenta. A ideiade trabalhar como moto-rista de ônibus surgiu apartir da profissão do pai,já falecido, que tambématuava nessa área. “Achoque é uma profissão muitoboa, com oportunidades. Oconvívio com as pessoasdeve ser também muitointeressante.”

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201126

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ristas e dois cobradores, sãocerca de 440 mil profissionaisna operação direta.

No Programa de Formaçãode Motoristas para o Mercadode Trabalho, várias parceriasentre o Sest Senat e empresasde transporte de passageiros jáforam firmadas. Na unidade deSão Gonçalo, no Rio de Janeiro,foi firmada uma parceria comdois grupos que atuam naregião metropolitana: a viaçãoMauá e o grupo Rio Ita.

Até o final de julho, esta-vam sendo formadas duas tur-

mas. As disciplinas teóricassão ministradas no Sest Senat,e a parte prática, no pátio dasempresas de ônibus. Na opi-nião do diretor da unidade deSão Gonçalo, HenriquesAmaral, o programa que estásendo lançado neste mês vaiter muito sucesso porque aprocura pela qualificação eformação é muito grande.

Ele considera que mais de80% dos alunos dos cursos detransporte de passageirosdessa unidade do Sest Senatconseguem colocação no mer-

cado. “Na região metropolitanado Rio, há milhares de vagasem aberto. As empresas estãoenfrentando dificuldades paracontratar. Esse programa deformação vai ser muito positi-vo também porque haverá ummaior número de profissionalcapacitado”, diz Amaral.

No Sest Senat de Curitiba (PR),por enquanto, as parcerias tam-bém foram feitas com o setor detransporte de passageiros. Pelomenos quatro empresas traba-lharão com o Sest Senat: CidadeSorriso, Cristo Rei, Viação Sul e

Marechal/Glória. Ficaram acerta-das seis turmas para o Programade Formação de Motoristas parao Mercado de Trabalho.

Serão formados inicialmen-te 135 alunos. “Os empresárioscolocaram suas dificuldadespara nossa equipe, do SestSenat. Muitos consideram queesse novo programa lançadoagora poderá ser uma boasolução para o problema”, diza coordenadora de desenvol-vimento profissional da unida-de de Curitiba, LilianeGonçalves Bachmann. l

MAURÌCIO DE SOUZA/HOJE EM DIA/FUTURA PRESS

SEST SENAT GOIÂNIA/DIVULGAÇÃO

“Não adianta só saber dirigir. As empresasestão buscando profissionais qualificados”WEDSON LIMA, ALUNO DO SEST SENAT

PRODUÇÃO Vendas de caminhões e ônibus bateram recordes; necessidade de motoristas tende a aumentar FORMAÇÃO Sest Senat é responsável pela parte teórica; empresas contribuem na prática

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 27

Page 28: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201128

Anecessidade de inves-tir na integração dosdiferentes modais detransporte no Brasil e

em ações de sustentabilidadedentro das empresas foi desta-que durante o 12º CongressoNacional Intermodal dosTransportadores de Cargas, rea-lizado em Belo Horizonte (MG),pela ABTC (Associação Brasileirade Logística e Transporte deCarga). Cerca de 500 participan-

tes, incluindo transportadoresde todo o país, estiveram reuni-dos nos dias 3, 4 e 5 de agosto.

O presidente da CNT e do SestSenat, senador Clésio Andrade,participou da cerimônia deabertura e ressaltou a importân-cia de o Brasil investir em infra-estrutura de transportes, inclu-sive na construção de diversosterminais multimodais por todoo país. Ele citou números doPlano CNT de Transporte e

Logística 2011, que sugere omontante de R$ 405 bilhões aserem aplicados em obras emtodos os modais.

O congresso da ABTC ofereceo troféu “O Transportador” a per-sonalidades que se destacam nosetor. Neste ano, Clésio Andradefoi o homenageado. Ele disse queo prêmio é o reconhecimento atodos os transportadores brasi-leiros, que têm garra e são ousa-dos para enfrentar os problemas.

“Confesso que fiquei muitoemocionado e grato. O trans-portador brasileiro é o verda-deiro bandeirante deste país,principalmente por enfrentaras dificuldades que encontra-mos no dia a dia para trans-portar as riquezas e as pes-soas”, disse o presidente daCNT e do Sest Senat.

Ao final do encontro, foi ela-borado o documento intitulado“Carta de Belo Horizonte”, que

CONGRESSO ABTC

Integração esustentabilidade

POR CYNTHIA CASTRO

Investimento em multimodalidade e práticas ambientais nas empresas de transporte são

debatidos durante encontro em Belo Horizonte

Page 29: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 29

será enviado à presidente DilmaRousseff; às direções do Senadoe Câmara; aos ministérios dosTransportes, Cidades e Fazenda,entre outros órgãos. O incentivoà multimodalidade, a discussãoe regulamentação sobre a ativi-dade transportadora, o desen-volvimento de projetos paraqualificar mão de obra estãoentre os pedidos.

A carta pede ainda o estímu-lo à prática de políticas empre-

sariais com foco na sustentabili-dade e sugere que o Plano CNTde Transporte e Logística deveser um modelo adotado comoprojeto reestruturador damatriz do transporte nacional.De acordo com o presidente daABTC e vice-presidente da CNT,Newton Gibson, o congresso emBelo Horizonte reforçou maisuma vez que a logística é umaferramenta essencial da compe-titividade.

A sustentabilidade na ativi-dade empresarial foi outro temade destaque nas discussões. “AABTC se preocupa muito com osassuntos que estão surgindo nomundo e busca orientar osempresários para que elesacompanhem essa evolução.Meio ambiente e sustentabilida-de são de grande importância, eo empresário precisa encararesses temas com responsabili-dade”, disse Newton Gibson.

O encontro mostrou tam-bém que as dificuldades da ati-vidade empresarial e o atualcenário de negócios desenhamum novo perfil de liderança,para que as organizações pos-sam se desenvolver em buscado crescimento. Foram aborda-dos ainda temas como a criseeconômica mundial e a capaci-dade brasileira de enfrentar osdesafios gerados pelo cenáriointernacional.

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

PREMIAÇÃO Senador Clésio Andrade, presidente da CNT e do Sest Senat, recebe o troféu “O Transportador” das mãos do presidente da ABTC, Newton Gibson

Page 30: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201130

A coordenadora de projetosespeciais da CNT, Marilei Menezes,falou sobre “Otimização da gestãopela implementação de boas prá-ticas ao meio ambiente e a impor-tância da incorporação da susten-tabilidade nas empresas”. Marileidestacou iniciativas positivas deuma empresa de transporte, citan-do a gestão de emissões e decombustível, manutenção preven-tiva, direção econômica, gestãode óleos lubrificantes, de baterias,pneus, resíduos e reúso da água.

MERCADO Jornalista George Vidor destacou as oportunidades do país com o pré-sal

PRÉ-SAL

Maior desenvolvimentoda logística, mais pesquisae empregos são algumasoportunidades geradaspara o Brasil a partir dodescobrimento e explora-ção do pré-sal.

Até 2016, só na área dopetróleo, o país vai preci-sar de mais de 200 mil pes-soas trabalhando, confor-me afirmou o comentaristaeconômico da Globo NewsGeorge Vidor, na palestrasobre “A atuação do Brasilfrente à crise econômicamundial: capacidade dopaís de enfrentar seus gar-galos, aproveitar seupotencial e o papel dosetor de transporte naconstrução do futuro”.

Segundo ele, atualmen-te, as encomendas denavios, plataformas, son-das, embarcações e outrosequipamentos necessáriospara a indústria do petróleosomam quase 300 unida-des. Vidor comentou que seem uma plataforma depetróleo trabalham emtorno de 200 pessoas, há

uma retaguarda enorme deoutros profissionais paraque tudo funcione.

Para que a exploraçãodo pré-sal possa acontecer,os conceitos de logísticaterão de mudar e inúmerasoportunidades já estãosendo criadas, de acordocom o palestrante. “Para ohelicóptero ir e voltar 300km, será necessária todauma logística especial.Terá que ter uma base deapoio no meio do caminho.Tudo isso muda um poucoa logística, e as condiçõesde exploração são muitoinusitadas para a indús-tria”, afirmou.

De qualquer forma, ape-sar de serem grandes asoportunidades, Vidor des-tacou que tanto na indús-tria do petróleo como emoutras áreas ligadas aosetor de transporte, oBrasil precisa enfrentaralguns desafios. Entreeles, a necessidade de for-mação de mão de obra e omaior investimento eminfraestrutura.

Mais empregos e nova logística

“O transportador é o verdadeiro bandeira nte desse país, pelas dificuldades que encontramos no dia a dia”CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT

“A ABTC sepreocupa

muito com osassuntos queestão surgindono mundo”NEWTON GIBSON, PRESIDENTE DA ABTC

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 31

“A partir da adoção dasações sustentáveis, há tambémredução de custos, melhoria doretorno financeiro, geração devalor, novas fontes de renda,impacto positivo à imagem e àmarca da empresa, entreoutros benefícios”, destacouMarilei. Durante o congresso, acoordenadora de projetos espe-ciais da CNT também anunciouque o projeto de Redução deEmissões de Poluentes porCaminhões e Ônibus, realizado

pelo Despoluir – ProgramaAmbiental do Transporte –, che-gou à marca de 500 mil aferi-ções. Marilei foi aplaudida pelaplateia durante o anúncio.

IntegraçãoTanto para melhorar a

questão ambiental como aeconômica, a integraçãoentre os diferentes modais detransporte foi amplamentedefendida no congresso daABTC. O presidente da

Fenamar (Federação Nacionaldas Agências de Navegação),Glen Gordon Findlay, tambémpresidente da seção de trans-porte aquaviário da CNT, res-saltou que no transporte decargas não se pode investirem um só modal.

“Não adianta, por exemplo, otrabalho para termos portosmais profundos para o navioatracar, se eu não puder entre-gar a carga direito porque arodovia não está duplicada. Osacessos terrestres e aquaviários

MERCADO Jornalista George Vidor destacou as oportunidades do país com o pré-sal

LIDERANÇA

No encerramento docongresso da ABTC, ao falarsobre “Velocidade dasmudanças: o novo perfil daliderança”, o empresárioCarlos Alberto Júlio afir-mou que nada é maisimportante em uma organi-zação do que o talento indi-vidual de cada profissional.Segundo ele, quanto maisdiversos forem os talentosde uma empresa, maioresserão a sinergia e a qualida-de do trabalho geral.Quanto maior a capacidadede reproduzir diferentes

talentos em uma organiza-ção, mais diversa ela será.

“A competitividade estána sinergia que vem da somados diferentes”, disse opalestrante, que também éprofessor da ESPM (EscolaSuperior de Propaganda eMarketing) e da FGV(Fundação Getúlio Vargas).Segundo ele, ser líder é batermetas por meio da equipe.

Ele afirmou que tanto aliderança como a gestãodevem estar ligadas a trêsações primordiais: foco,disciplina e organização. E

essas habilidades, especial-mente o foco, também têmrelação com a capacidadeque um líder precisa ter dedizer não em algumassituações.

Júlio disse ainda que oslíderes e gestores de umaorganização precisam tersempre em mente que épreciso fazer diferente eestar aberto às mudanças.“Quem tem um olhar positi-vo sobre as mudanças sóvê oportunidades, e quemtem um olhar negativo sóvê problemas.”

Para empresário, talento deve ser valorizado

Área dopetróleo

deve precisarde mais de

200 milpessoas noBrasil

“O transportador é o verdadeiro bandeira nte desse país, pelas dificuldades que encontramos no dia a dia”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201132

mentos do setor de transporte.Romanholli destacou uma par-ceira com o Setcemg (Sindicatodas Empresas de Transportesde Cargas do Estado de MinasGerais) para o treinamento demotoristas de caminhão.“Cedemos um caminhão paraque seja investido na formaçãodos motoristas. É importanteformar mais mão de obra nosetor”. (Leia sobre formação demotoristas na matéria de capa,na página 20). l

Minas Gerais) e conselheiroda CNT. “Todos os modais pre-cisam estar fortalecidos paratermos um bom desempenhodurante a Copa, não só paraos estrangeiros, como tam-bém para os brasileiros.”

Além das palestras e painéisde discussão, foi realizada pelaABTC a Feira Automotiva. O dire-tor da Deva Veículos, RobinsonRomanholli, ressaltou a impor-tância do congresso e da feira,que integram diferentes seg-

minais de integração, a intermo-dalidade ficará só no discurso”,afirmou Benatti.

A proximidade dos eventosesportivos no Brasil – a Copade 2014 e as Olimpíadas de2016 – torna ainda maisurgentes os investimentosem infraestrutura de trans-portes, conforme destacouWaldemar Araújo, presidenteda Fetram (Federação dasEmpresas de Transporte dePassageiros do Estado de

têm de ser feitos em um planointegrado”, disse Findlay.

O presidente da Fetcesp(Federação das Empresas deTransportes de Cargas no Estadode São Paulo), Flávio Benatti,presidente da seção de trans-porte de cargas da CNT, desta-cou que o Brasil se tornará maiscompetitivo a partir dos investi-mentos em infraestrutura. “Senão tivermos investimento tantono setor marítimo, como norodoviário, ferroviário, em ter-

“Quem temum olhar

positivo sobreas mudanças

só vê oportunidades,e quem temum olhar

negativo só vê problemas”

CARLOS ALBERTO JÚLIO,PROFESSOR DA ESPM E FGV

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201134

RODOVIA

Acidade do Rio de Janeirovai ficar um pouco maisperto de Petrópolis, pelomenos para quem viajar de

carro, ônibus, moto ou caminhão.Está prevista a construção de umanova pista de subida, mais larga ecom menos curvas, que encurtará otrajeto em 5 km, passando de 25 kmpara 20 km. E a previsão é de reduçãode pelo menos 20 minutos na viagem,em situações normais. Além disso, aconclusão da obra deve evitar atra-sos ainda maiores, quando algum veí-culo muito comprido transita pelapista sinuosa ou quando ocorrem aci-dentes e tombamentos.

Por enquanto, a Concer, conces-

sionária que opera o trecho, estáesperando a licença de instalação,concedida pelo Ibama (InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis). Aprevisão é que os trabalhos sejaminiciados ainda em 2011 e executadosem três anos. No início de agosto, oprojeto já tinha sido aprovado pelaANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres), que aguar-dava manifestação do Ministério dosTransportes para autorizar o iníciodos trabalhos.

O custo da obra está estimado emR$ 830 milhões. “É uma obra que visamelhorar a infraestrutura rodoviáriado Estado do Rio de Janeiro para

Rio mais pertode Petrópolis

Concessionária quer construir nova pista na estrada da subida da serra, que encurtará a viagem em 5 km

POR CYNTHIA CASTRO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 35

FOTOS CONCER/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201136

sediar a Copa de 2014 e asOlimpíadas de 2016”, ressalta opresidente da Concer, PedroJonsson.

De acordo com o presidente daconcessionária, as principais justi-ficativas para o empreendimentoestão na necessidade de ampliar acapacidade desse trecho da BR-040 para atender à crescentedemanda do tráfego de cargas ede passageiros. A obra tambémtem o objetivo de aumentar asegurança para o tráfego de car-retas e veículos longos. Conformea Concer, hoje há dificuldades no

SIMULAÇÃO VIRTUAL Subida da serra terá 20 km; pistas serão mais largas e muitas curvas devem ser eliminadas

Boa expectativa entre usuáriosREPERCUSSÃO

Para alguns usuários daBR-040, no trecho entre oRio de Janeiro e Petrópolis,é boa a expectativa com aconstrução da nova subidada serra. O presidente daFetranscarga (Federação doTransporte de Cargas doEstado do Rio de Janeiro),Eduardo Rebuzzi, destacouque se as obras consegui-rem mesmo reduzir otempo de viagem, serámuito positivo.

Na avaliação de Rebuzzi,um ganho importante será aredução das curvas, já que otraçado menos sinuosodeverá permitir um tráfegomais rápido. O presidente daFetranscarga também res-saltou benefícios para ospassageiros que fazem turis-mo na região e, principal-mente, para os moradoresde Petrópolis que trabalhamno Rio de Janeiro.

“Essa rodovia tem umforte apelo turístico, liga aregião serrana de alto poderaquisitivo. Além disso,Petrópolis é também cidade

dormitório para muitas pes-soas que trabalham no Rio. Ehá ainda um grande fluxo dotransporte de cargas. Osetor fica otimista com asmelhorias em rodovias”, dizRebuzzi.

O engenheiro e professorHostílio Ratton, da UFRJ(Universidade Federal do Riode Janeiro), também afir-mou que se as obras foremrealizadas, conforme asinformações da Concer, pos-sivelmente haverá melho-rias para os usuários darodovia. Ele comenta que osveículos pesados, de portegrande, contribuem parareduzir a velocidade darodovia, já que o traçadocontém muitas curvas.

“Essas pistas são bemantigas, tanto a de subidacomo a de descida. Estãoultrapassadas sob o pontode vista de projeto, de tec-nologia. A princípio, acreditoque a obra trará melhoriasde fluidez e de capacidadeoperacional para a rodovia”,diz o engenheiro da UFRJ.

"Essas pistassão bem antigas, a

de subida e ade descida"

HOSTÍLIO RATTON, UFRJ

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 37

Nesses 180,4 km, tem sidoregistrado um aumento no tráfe-go de veículos nos últimos anos.Em 2010, passaram por esse tre-cho 26,6 milhões de veículos,sendo 13,4 milhões de pesados. Noano anterior, ficou registrado otráfego de 24,4 milhões de veícu-los, sendo 11,7 milhões de pesados.Além do aumento do tráfego naBR-040 durante os eventos espor-tivos, o presidente da Concer des-tacou também que há outrosinvestimentos de porte no Rio deJaneiro, que demandarão maiorcirculação de tráfego na rodovia.

trânsito da subida, que é sinuoso enão conta com acostamentos emtoda a sua extensão.

O projeto da Nova Subida daSerra prevê a construção de umapista no trecho da BR-040 entre osmunicípios de Duque de Caxias (apartir do KM 102) e Petrópolis (noKM 82). São 20 km de novo trecho.O trajeto atual, de 25 km, foi aber-to em 1928. Nessa nova pista,estão previstos 12 viadutos, 11 pon-tes, sete alargamentos de obrasde arte especiais, sete passagensinferiores e um túnel com exten-são aproximada de 4,7 km. De

acordo com informações daConcer, será o maior túnel rodo-viário do Brasil.

MovimentaçãoPara se ter uma ideia do movi-

mento nesse trecho entre Rio deJaneiro e Petrópolis, no últimoferiado de Réveillon, a praça depedágio de Xerém, na entrada dacapital fluminense, recebeu 81.671veículos entre os dias 30 dedezembro e 2 de janeiro. O trechoda BR-040 administrado pelaConcer fica compreendido entre oRio e Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Jonsson citou a construçãodo Arco Metropolitano do Riode Janeiro, o PoloPetroquímico em Itaboraí, aconstrução e operação do com-plexo do Grupo EBX (no Portode Açu), a recuperação daindústria naval fluminense, oPolo Gás-Químico em Duque deCaxias e também a proximida-de da rodovia com os portos deSepetiba e do Rio de Janeiro.

No trecho de subida da serra,foram registrados 326 acidentesentre janeiro e abril deste ano.No mesmo período, em todo otrecho concessionado da rodo-via (do Rio a Juiz de Fora), houve1.265 ocorrências. Atualmente, otrecho sob concessão da BR-040apresenta três praças de pedá-gio, situadas no KM 104,4 (Duquede Caxias/RJ), KM 45,5 (Areal/RJ)e KM 816,7 (Simão Pereira/MG). Oprojeto não prevê a construçãode praças adicionais, mas oremanejamento da atual praçado KM 104,4 para o KM 102, aindaem Duque de Caxias.

Após as obras, a nova via seráusada para a subida da serra dePetrópolis. Conforme informa-ções da Concer, a ideia é que arodovia atual possa ser transfor-mada em uma estrada parque,ficando como opção de passeiopara quem quiser fazer uma via-gem diferente. Mas ainda não estácerto se isso será feito. l

SIMULAÇÃO VIRTUAL Subida da serra terá 20 km; pistas serão mais largas e muitas curvas devem ser eliminadas

BR-040Saiba mais sobre o trecho que passa por Petrópolis

Do Rio de Janeiro a Juiz de Fora

Movimentação:2010 – 26,6 milhões de veículos (13,4 milhões de pesados)2009 – 24,4 milhões de veículos (11,7 milhões de pesados)

Extensão: 180,4 km

Cidades: Em MG - Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão PereiraNo RJ – Levy Gasparian, Três Rios, Areal, Petrópolis, Duque de Caxias,Rio de Janeiro

Praças de pedágio: Três: KM 104,4 (Duque de Caxias/RJ), KM 45,5(Areal/RJ), KM 816,7 (Simão Pereira/MG)

Acidentes: 1.265 (de janeiro a abril de 2011)

Do Rio de Janeiro a Petrópolis

Movimentação: 81.671 veículos passaram pelo posto de pedágio deXerém entre 30/12/2010 e 2/1/2011

Extensão: 25 km (passará para 20 km)

Cidades: Petrópolis, Duque de Caxias, Rio de Janeiro

Praças de pedágio: Uma: KM 104,4 (Duque de Caxias/RJ)

Acidentes: 326 (de janeiro a abril de 2011)Fonte: Concer

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Em meio à infraestruturaprecária do transporteaéreo brasileiro, os termi-nais de carga de alguns

aeroportos têm se sobressaído.Prova dessa eficiência pode sercomprovada por meio da pesquisarealizada pela publicação norte-americana “Air Cargo WorldMagazine”, que classificou osTecas dos aeroportos internacio-nais de Guarulhos (SP), Viracopos(SP), Manaus (AM) e Galeão (RJ)entre os dez melhores da AméricaLatina. Apesar da posição de evi-dência, alguns usuários apontamque melhorias precisam ser exe-cutadas para que esses terminaispossam alcançar ainda mais quali-dade no serviço prestado.

As classificações dos Tecas napesquisa, que avalia complexoslogísticos no mundo inteiro, certi-ficando os melhores posicionadosno ranking final com um atestadode excelência, foram em catego-rias distintas. O Teca de Viracoposrecebeu a melhor avaliação globalno ranking da América Latina, nacategoria de 100 mil a 199 miltoneladas movimentadas por ano,tendo a maior nota do ranking emdesempenho, valor e alfândega.

O Terminal de Carga do Galeãoficou em terceiro lugar na mesmacategoria e recebeu a maior nota,com o Terminal de Carga deBuenos Aires, na avaliação de faci-lidades. O complexo logístico doaeroporto de Manaus ficou emquinto lugar na categoria facilida-des, enquanto o Terminal de Cargade Guarulhos foi indicado como oquarto melhor da América Latina,no ranking de avaliação global, nacategoria de movimentação acima

de 200 mil toneladas por ano. OTeca Guarulhos ficou em terceirolugar, com o terminal de Bogotá,no desempenho oferecido.

Valdir Santos, presidentedo Sindasp (Sindicato dosDespachantes Aduaneiros deSão Paulo), acredita que os termi-nais poderiam estar ainda maisbem classificados, caso os aces-sos viários dos Tecas tambémrecebessem maior investimento.“As distribuições e a quantidade

de armazéns e pistas também dei-xam a desejar. Os terminais têmatendido com certa dificuldade asnecessidades do comércio exte-rior brasileiro.”

Segundo ele, com a tendênciade crescimento do setor, as exi-gências para um atendimentomais qualificado irão aumentarainda mais.

O dirigente diz que as demandasdos Tecas brasileiros são distintas,se comparadas às dos demais aero-

AÉREO

Terminais de carga de quatro aeroportos internacionais do Brasil se destacam em ranking da América Latina

Incentivo à eficiência

POR LETICIA SIMÕES

AVALIAÇÃO Pesquisa da “Air Cargo World Magazine” classificou os Tecas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (foto), Manaus e Galeão entre os dez melhores da América Latina

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portos latino-americanos avaliadosna pesquisa. “A movimentação decargas no Brasil é muito maior e acultura de movimentação é diferen-te. As legislações aduaneiras sãodiversas, por isso, cada país tematuações singulares em seus termi-nais de carga”, avalia.

Por meio de sua assessoria, aInfraero afirma que o resultado dapesquisa é “positivo para o Brasil”.Segundo a empresa, o fato de osterminais estarem bem classifica-

dos “contribui para a consolidaçãodo país como um grande hub (cen-tro) de cargas para as demaisnações da América Latina, além deocupar posição de destaque nacadeia logística internacional”.

Para Cristina Bishop, diretorade produto aéreo da DHL GlobalForwarding, empresa com atuaçãonos quatro terminais de cargaclassificados, os Tecas atendembem à demanda de cargas, masdeixam a desejar em períodos de

maior volume, como, por exemplo,nos meses que antecedem as fes-tas de fim de ano. “De setembro anovembro, há muita dificuldadepara o usuário dos terminais decarga brasileiros. Em eventosespecíficos, como na última Copado Mundo, quando houve umademanda grande especialmentepor televisores, também houveum gargalo físico. Isso afeta bas-tante a velocidade das operaçõesem alguns aeroportos.”

De acordo com a diretora, ogrande desafio do setor é conse-guir uma adequação mais rápidapara o aumento de demanda evolume, em períodos de maiormovimentação nos terminais.

Pedro Olavarria, gestor-comer-cial da World Carrier Express,empresa que também atendetodos os Tecas ranqueados pelolevantamento, concorda que umalogística mais eficaz nas tempora-das de maior demanda é necessá-ria. “Em determinados dias e horá-rios há muitas filas nos terminaisde carga. É preciso rever os proces-sos e a infraestrutura para essesmomentos específicos. Os Tecastêm de contar com funcionáriosqualificados para absorver todo oaumento de volume de cargas.”

Na opinião de Cristina, aclassificação dos Tecas dentrodo universo latino-americanopode ser entendida tanto comomérito quanto obrigação. “Umpaís que vislumbra crescimentodeve entender a necessidade dese investir em boa infraestrutu-ra de aeroportos para acompa-nhar a demanda. Apesar dealguns desafios, especialmentepara todo o volume de cargasque virá com a Copa do Mundode 2014 e as Olimpíadas de 2016,

Terminais de carga de quatro aeroportos internacionais do Brasil se destacam em ranking da América Latina

Incentivo à eficiênciaFO

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AVALIAÇÃO Pesquisa da “Air Cargo World Magazine” classificou os Tecas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (foto), Manaus e Galeão entre os dez melhores da América Latina

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201140

zéns deixa a desejar. “Viracopos eGuarulhos sofrem com problemasde acesso, de falta de armazéns,de estacionamento para cami-nhões e para os usuários. Essesdetalhes comprovam as dificulda-des e a falta de planejamento emlongo prazo.”

Para o dirigente, providênciaspara mudar o cenário são urgen-tes. “O crescimento do comércioexterior brasileiro dependedisso. A rapidez na entrega dosprodutos para os clientes, dentrodos prazos internacionalmenteaceitos, é fundamental para oêxito das operações.”

GALEÃO Terminal de carga de aeroporto internacional, no Rio de Janeiro, recebeu a maior nota na avaliação de facilidades, junto com Buenos Aires

o desenvolvimento nos termi-nais é positivo.”

Olavarria alega que a posiçãonotória dos terminais brasileiros éimportante para o mercado nacio-nal, uma vez que o setor logísticotende a crescer. “Esses quatroTecas são responsáveis por umvolume enorme de cargas. Esperoque a pesquisa incentive a manu-tenção do nível de serviço ofereci-do e que os terminais continueminvestindo para atender o aumen-to da demanda, que é iminente.”

Santos, do Sindasp, enfatizaque a infraestrutura tanto deacesso como interna dos arma-

PERFIS DOS TECAS

VIRACOPOSEstrutura: áreas para armazenagem de cargas de importação, exportação,perdimento, cargas especiais (câmara frigorífica, carga viva, carga restrita),cargas perigosas e anexo de serviços

Total de cargas movimentadas (em toneladas)/ Importação e exportação:2009: 186.2132010: 266.022

Principais cargas movimentadas (2010):Automotivos, metalmecânico, informática, eletroeletrônico, telecomunicações.

GUARULHOS

Estrutura: armazéns de importação, exportação, carga nacional, courier,perdimento e cargas especiais

Total de cargas movimentadas (em toneladas)/Importação e exportação:2009: 275.2192010: 382.327

Principais cargas movimentadas (2010):Farmacêutica, automobilística e aeronáutica, além de perecíveis e animais vivos

GALEÃOEstrutura: Armazéns de carga viva, carga restrita, importação, exportação,prédios administrativo e de manutenção, pátio com 15 posições de estacionamento para aeronaves

Total de cargas movimentadas (em toneladas)/ Importação e exportação:2009: 66.6632010: 85.728

Principais cargas movimentadas (2010):Farmacêutica, petróleo (equipamentos para plataforma), automotivo e tecnologia

MANAUS

Estrutura: três terminais/armazéns de cargas de importação e exportação,equipados com sistema de transelevador no processo de armazenagem da carga com capacidade de 12 mil toneladas por mês

Total de cargas movimentadas (em toneladas)/ Importação e exportação:2009: 144.3902010: 203.766

Principais cargas movimentadas (2010):Insumos para o polo industrial, peças para produção de motocicletas eautomóveis, eletroeletrônicos e peixes ornamentais

Fonte: Infraero

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 41

A Infraero ressalta que a efi-cácia dos Tecas classificadosestá amparada nos investimen-tos que a empresa tem realizadoao longo dos anos, tanto eminfraestrutura física quanto emequipamentos e tecnologia.Segundo a assessoria, melhoriasvêm sendo realizadas em algunsterminais, como em Manaus eFlorianópolis. O emprego detranselevadores (grandes estru-turas automatizadas para arma-zenamento de carga) nos Tecasde Guarulhos, Viracopos, Manause Galeão também é apontadocomo fator de agilidade e segu-

rança nas operações de proces-samento das cargas.

A empresa confirma que oaperfeiçoamento da cadeia logís-tica é uma de suas metas contí-nuas. Segundo a entidade, o planode investimentos prevê melhoriasininterruptas nos terminais decarga. Os investimentos previstospara o período de 2011 a 2015 sãoda ordem de R$ 570 milhões.

Algumas ações já foram ini-ciadas, como a construção donovo complexo logístico doAeroporto Internacional de PortoAlegre e as reformas e amplia-ções do complexo de Manaus.

Outras intervenções de destaquesão o projeto de ampliação deViracopos, que, segundo aInfraero, vai dobrar a capacidadede processamento de cargas doterminal, e a implantação do TecaFarma, complexo de armazena-gem automatizada e climatizadaespecífico para produtos quími-cos farmacêuticos, no AeroportoInternacional do Galeão.

Cristina Bishop, da DHL, reco-nhece o crescimento do setorlogístico e considera o atual pano-rama nacional promissor.“Salvador e Curitiba são exemplosdessa expansão. Existe muita con-

centração de cargas nos aeropor-tos de São Paulo. Muitas vezes,essas mercadorias são destinadasàs regiões Norte e Nordeste, porisso, desenvolver e viabilizar aero-portos em outros Estados eregiões se tornam necessidadespara um país de dimensões enor-mes como o Brasil.”

Ela afirma que os investimentossão bem-vindos e necessários. “Osprocessos devem ser cada vezmais rápidos para atender àdemanda e evitar a necessidade deespaço adicional nos armazéns,fato que torna a operação maiscara para todos os envolvidos.” l

GALEÃO Terminal de carga de aeroporto internacional, no Rio de Janeiro, recebeu a maior nota na avaliação de facilidades, junto com Buenos Aires

MELHORIAS NOS TERMINAIS

VIRACOPOSAmpliação do transelevadorExpansão do Complexo LogísticoValores investidos em 2010: R$ 23,79 milhõesValores orçados para os próximos investimentos: R$ 166,25 milhões

GUARULHOSReforma dos Tecas e do prédio administrativoConstrução do Terminal Modular EstruturadoValores investidos em 2010: R$ 38, 23 milhõesValores orçados para os próximos investimentos: R$ 24,65 milhões

GALEÃOExpansão do Terminal de ExportaçãoAquisição de transelevador frigorificadoValores investidos em 2010: R$ 4,13 milhõesValores orçados para os próximos investimentos: R$ 43,61 milhões

MANAUSModernização do transelevadorReforma geral dos Tecas 1 e 2Estacionamento para caminhõesImplantação da área de manutenção no TecaAdequação da área de fumigação e construção de pit stopAmpliação do depósito de cargas valiosasImplantação da Central de Atendimento ao Cliente do TecaValores investidos em 2010: R$ 33,5 milhõesValores orçados para os próximos investimentos: R$ 19,6 milhões

Fonte: Infraero

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dades e discutir alternativaspara o combate ao delito. ParaPedro Lopes, presidente daentidade, falta planejamentode segurança nas rodovias deSanta Catarina. “O que chamaa atenção é que em cidades daRegião Metropolitana deFlorianópolis, em um raio deaproximadamente 20 km dacapital, foram 58 ocorrênciasno semestre.”

O levantamento da PolíciaCivil aponta que a delegaciaregional com o maior número

Oalerta foi ligado.Transportadores quetrafegam pelasrodovias de Santa

Catarina estão assustadoscom o aumento das ações cri-minosas de roubo e furto decargas no Estado. Um levanta-mento realizado pelaSecretaria de Estado deSegurança Pública e Defesado Cidadão, por meio daDelegacia Geral da PolíciaCivil catarinense, revela queaumentaram 52% o númerode furtos e roubos ligados àscargas, entre janeiro e o iní-cio de junho deste ano, com-parados com o mesmo perío-do de 2010. No ano passado, onúmero de ocorrências nesseintervalo foi de 190. O totalgeral de atendimentos relati-vos ao crime, até 9 de junhoúltimo, chegou a 287.

A Fetrancesc (Federaçãodas Empresas de Transportesde Cargas e Logística noEstado de Santa Catarina) vemtrabalhando na divulgaçãodos dados, com o objetivo dechamar a atenção das autori-

de registros de roubo e furtode cargas foi a do municípiode Itajaí, a pouco mais de 90km de Florianópolis, com 36registros. As cargas maisvisadas pelos criminosos sãocigarros, derivados de petró-leo, veículos, gêneros alimen-tícios, materiais de constru-ção e eletroeletrônicos.

Lopes afirma que os núme-ros divulgados pela políciaforam formatados a partir daquantidade de boletins deocorrências feitos nas dele-

gacias regionais do Estado.Para ele, não basta apenas oregistro do crime. O dirigentedestaca que as investigaçõesdevem ter sequência, poisesse é um caminho para com-bater o roubo e furto de car-gas. “Os transportadores rei-vindicam uma delegacia espe-cializada para esse tipo dedelito. Com isso, as esferasfederal e estadual estariamenvolvidas e conectadas.”

O foco dos criminosos sãoas rodovias federais. “O levan-

Pesquisa mostra aumento de 52% nas rodovias de SantaCatarina; Paraná e Rio Grande do Sul também sofrem ações

POR LETICIA SIMÕES

Ocorrênciacresce no Sul

ROUBO DE CARGAS

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 45

tamento dessas estradasapontou 13 ocorrências só emfevereiro deste ano. A BR-153(ligação entre Santa Catarinacom Paraná e Rio Grande doSul) e a BR-282 (que ligaFlorianópolis à Argentina),nos trechos localizados nooeste catarinense, são as maisvisadas”, revela Lopes.

O BPMRv-SC (Batalhão dePolícia Militar Rodoviária doEstado de Santa Catarina),por meio de sua assessoriade comunicação, confirma

que, nos últimos dois anos,apenas três registros deroubo ou furto de cargasforam realizados pela corpo-ração nas estradas estaduaiscatarinenses.

Procurado pela reporta-gem, o Nucom (Núcleo deComunicação) do DPRF-SC(Departamento de PolíciaRodoviária Federal de SantaCatarina) não se pronunciou arespeito dos números daPolícia Civil e não informouquais ações estão sendo fei-

tas para combater o furto e oroubo de cargas nas estradasfederais do Estado.

Lopes destaca que as trans-portadoras têm um custo muitoelevado para assegurar oscaminhões e, por esse motivo,muitas não contratam segura-dora. “É preciso desembolsar,em média, R$ 6.500 por mês deseguro. Para uma empresa quepaga prestações de R$ 11 milmensais pelo caminhão, é uminvestimento inviável. Assim,elas se tornam vulneráveis.”

A Transbeve Transportes,com sede em Lages (SC),transporta cerveja paratoda a região Sul. A empresateve dois caminhões rouba-dos entre janeiro e junhodeste ano. O diretor GenirStorrmowski afirma que asduas ocorrências foram empostos de gasolina. “Umadelas aconteceu na regiãode Itajaí, em um local bas-tante movimentado. Nasduas oportunidades, os ban-didos estavam armados e os

FELIPE CHRIST/FUTURA PRESS

INSEGURANÇA A BR-282 sofre muito com o roubo de cargas, aponta levantamento realizado em Santa Catarina

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Estados esperam por delegacia especializadaDELITOS

Paraná e Rio Grande do Sul,Estados limítrofes a SantaCatarina, também não pos-suem uma delegacia especiali-zada para os crimes de furto eroubo de cargas. Assim comoos catarinenses, paranaenses egaúchos vêm sofrendo com ocrime em suas rodovias. Osdepartamentos de PolíciaRodoviária Federal do Paraná edo Rio Grande do Sul não infor-maram à reportagem quais sãoos números do crime nos res-pectivos Estados.

Sérgio Malucelli, diretor-exe-cutivo da Fetranspar(Federação das Empresas deTransporte de Cargas do Estadodo Paraná), afirma que a ausên-cia de uma delegacia especiali-zada dificulta o levantamentoreal do roubo e furto de cargasno Estado. Por isso, ele diz, onúmero de ocorrências relati-vas ao crime é especulativo.“Algumas ocorrências do inte-

rior não são comunicadas. Osnúmeros repassados pela polí-cia à Fetranspar são de 23comunicados de roubo de car-gas por mês, em todo o Paraná.”

De acordo com Malucelli,apesar de não contar com umadelegacia especializada, asautoridades paranaenses vêmtrabalhando com ações pon-tuais que têm dado resultado.“Nos seis primeiros mesesdeste ano, seis quadrilhas deroubo e furto de cargas foramdetidas no Estado.”

Para o dirigente, a instala-ção de uma delegacia especí-fica para tratar do roubo e dofurto de cargas é a saída paradiminuir as ações criminosasno Paraná. “Com a criação dadelegacia a ação da políciaserá focada nesse delito.Equipes especializadas serãocriadas e preparadas paracombater o crime. O trabalhoserá mais efetivo.”

Paulo Caleffi, presidente daFetransul (Federação dasEmpresas de Logística eTransporte de Cargas noEstado do Rio Grande do Sul),afirma que hoje são direciona-dos 12% da receita das trans-portadoras para a segurançada frota e da carga. “Há umaescalonada do roubo e furtode cargas. Todos os anos osnúmeros aumentam, pois osetor não tem como coibir.”

Para Caleffi, existem possi-bilidades para se evitar ocrime, mas os bandidos estãosempre à frente das alternati-vas encontradas pelas autori-dades e pelas empresas. “Osladrões não se organizaram.Foi a sociedade que se desor-ganizou. Quando a indústria eo comércio fecham as portas,o bandido muda o foco e vaipara o lado mais fácil. Oscaminhões tornaram-se alvopara esses criminosos.”

motoristas ficaram semalternativa.”

Segundo o diretor, a açãocriminosa ocorreu quando osmotoristas pararam para jan-tar. “Os caminhões são ras-treados por satélite, mas asações dos bandidos são muitorápidas. Os criminosos usamde muita violência e os moto-ristas são orientados a nãoresistir às abordagens.” O pre-juízo da Transbeve, somentecom as duas cargas roubadas,foi de, aproximadamente, R$

180 mil. Uma das carretas nãofoi encontrada até o fecha-mento desta edição.

Storrmowski diz que a vio-lência já o faz pensar emmudar de atividade. “As ocor-rências estão crescendo e,para uma empresa do porteda Transbeve, é um fator queinviabiliza o trabalho. Osmotoristas estão receosos eandam com muito medo.”

De acordo com o diretor,uma das alternativas encon-tradas foi a de transportar a

carga em comboio, mas eleressalta que a ação ainda éinsuficiente. “Nem nos postosde combustíveis os profissio-nais estão seguros. É precisoinvestir em segurança urgen-temente.”

Odacir Roman, diretor deoperações da Conlog –Concórdia Logística, com sedeno município de Concórdia, nooeste catarinense, diz queuma das saídas encontradaspela empresa para tentarfugir do cerco de bandidos foi

restringir os horários de via-gem. “Em algumas regiões deSanta Catarina, os caminhõesevitam rodar entre as 23h e as5h. Em outros locais, a restri-ção de tráfego começa a par-tir das 22h. Um dos pontoscríticos é a travessia deCuritiba. Nesse trajeto, tam-bém é preciso evitar algunshorários e tipos de carga.”

Segundo Roman, a Conlogoferece treinamento para osmotoristas e possui umdepartamento de gerencia-

“Em algumas regiões, os caminhões evitam rodar entre as 23h e as 5h”ODACIR ROMAN, CONLOG - CONCÓRDIA LOGÍSTICA

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mento de risco. O carro-chefeda empresa é o transporte depolietileno e produtos de lim-peza e higiene. O diretor dizque as cargas são bastantevisadas pelos bandidos.“Acredito que o policiamentonas áreas de risco tem de serintensificado.”

De acordo com ele, a iniciati-va da Fetrancesc vai ao encon-tro do que os transportadorescatarinenses consideram ocaminho ideal para o combateao roubo e ao furto de cargas

no Estado. “Discutir melhor asalternativas e propor a troca deideias entre o setor e as autori-dades é fundamental paraencontrar soluções.”

Lopes, da Fetrancesc, afirmaque uma das propostas da enti-dade é que o efetivo policial deSanta Catarina seja dobrado. “OEstado necessita de, no mínimo,480 policiais atuando na malharodoviária. Santa Catarina é umpolo turístico e o volume de trá-fego aumenta na alta temporada.Além disso, está mapeado para

ser um ‘dormitório’ para a Copado Mundo de 2014, em virtude desuas praias, e por estar localiza-do entre duas cidades-sede,Curitiba e Porto Alegre. A segu-rança das rodovias, de modogeral, é muito preocupante.”

Encontros mensais com auto-ridades, representantes do setore deputados que formaram umaFrente Parlamentar para tratarespecificamente do crime nasrodovias catarinenses serão opróximo passo para o combateao roubo e ao furto de cargas em

Santa Catarina, diz o dirigente.“As reuniões servirão para plane-jar as ações. Uma das propostasa serem debatidas será um proje-to de lei que obrigue os fiscais daFazenda a irem atrás dos produ-tos roubados. Uma vez encontra-dos, será exigida a documenta-ção dos produtos a quem estivercomercializando-os. Assim,torna-se possível confiscar oestoque.” Segundo Lopes, o setorvai intensificar a defesa pela cria-ção de leis mais rigorosas paracombater o delito. l

ALVO Roubo de cargas tem sido mais frequente em rodovias federais que cortam Santa Catarina

“Em algumas regiões, os caminhões evitam rodar entre as 23h e as 5h”ODACIR ROMAN, CONLOG - CONCÓRDIA LOGÍSTICA

RICARDO SILVA/FUTURA PRESS

Registros de roubo e de furtos

de cargas em Santa Catarina*

2010: 190

2011: 287

* De janeiro a 9 de junho,

em cada período

Prejuízo causado pelo roubo e furto

de cargas na região Sul em 2010

Santa Catarina: R$ 3.927.600

Paraná: R$ 2.777.800

Rio Grande do Sul: R$ 1.242.500

Fontes: Delegacia Geral da Polícia Civil

de Santa Catarina e Apisul

Administradora e Corretora de Seguros

NÚMEROS DO CRIME

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Mais prazo para aimplantação doprojeto Porto semPapel e alterações

na nova norma sobre as ETCs(Estações de Transbordo deCargas) estão entre as prin-cipais reivindicações feitaspelo setor aquaviário duran-te duas reuniões no final dejulho e início de agosto.Empresários do modal seencontraram na sede da CNTem Brasília com diretores daAntaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários) eda SEP (Secretaria dePortos).

Na primeira reunião, coma Antaq, a pauta de discus-são incluiu o pedido de alte-ração em relação às ETCs, aexigência de comprovaçãodo recolhimento do impostosindical pelas empresas e aadequação do valor das mul-tas aplicadas. Sobre as ETCs,locais que movimentam car-gas de uma embarcação paraum terminal ou de um termi-nal para a embarcação, aten-dendo à navegação interior,o pedido é para que a Antaq

reveja alguns pontos daresolução 1.555.

Uma das exigências dessanorma é que as ETCs sópodem se situar fora da áreado porto organizado. De acor-do com o vice-presidente da

CNT, Meton Soares, tambémpresidente da Fenavega(Federação Nacional dasEmpresas de NavegaçãoMarítima, Fluvial, Lacustre ede Tráfego Portuário), essaexigência, que ainda não

entrou em vigor, trará proble-mas sérios. Soares citou asituação de Belém (PA), queserá afetada negativamentepor essa medida. “Se formantida essa determinação,simplesmente não terá como

AQUAVIÁRIO

Setor se reúne com direção da SEP e Antaq; entre os assuntos, Estação de Transbordo de Cargas e Porto sem Papel

Articulação de soluções

POR CYNTHIA CASTRO

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operar. Todas as empresasestão dentro do porto organi-zado”, disse Soares.

José Rebelo, do Sindarpa(Sindicato das Empresas deNavegação Fluvial e Lacustre edas Agências de Navegação no

Estado do Pará), sugeriu que aAntaq flexibilize essa resolução,viabilizando assim a legalizaçãodas empresas em relação àsETCs. “Ninguém quer ficar ilegal.Mas queremos que a Antaqesteja atenta aos problemas.”

De acordo com Rebelo,além da questão da localiza-ção fora da área do portoorganizado, há outros váriosproblemas referentes à ETCque precisam ser soluciona-dos. Ele citou o excesso de

burocracia, a duplicidade deinformações exigidas e desta-cou questões em relação àposse do terreno onde ficaminstaladas as ETCs. “É impor-tante entender que o termi-nal faz parte da empresa de

Setor se reúne com direção da SEP e Antaq; entre os assuntos, Estação de Transbordo de Cargas e Porto sem Papel

Articulação de soluções

RÔMULO SERPA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201150

tos brasileiros. No porto deCabedelo (PB), Mário Limaafirmou que 90% da draga-gem está concluída. Ele disseque houve atraso na finaliza-ção devido à descoberta de150 mil metros de materialduro, que não constavam noprojeto inicial. A previsãoagora é que os trabalhossejam retomados em setem-bro e concluídos em outubro.

Sobre o porto de Vitória, oedital com o relançamento dasobras deve sair até o final deagosto. O secretário-executivodisse ainda que a dragagem doporto de Maceió está incluídano PAC 2 (Programa deAceleração do Crescimento). A

que há problemas graves lá. Énecessário investir nessepotencial.”

SEPNo dia 10 de agosto, o setor

aquaviário se reuniu com adireção da SEP. Outro encontrocom os representantes dasecretaria havia ocorridocerca de dois meses antes. Nareunião de agosto, o secretá-rio-executivo, Mário Lima,falou sobre o andamento dealgumas reivindicações que játinham sido feitas pelo setor.

O secretário-executivo deuum retorno sobre o andamen-to de algumas obras de dra-gagem e derrocagem em por-

final do ano, quando está pre-vista a entrada em vigor danorma. “Vamos buscar solu-cionar o que for preciso paraque possamos ter um incenti-vo cada vez maior à navega-ção interior”, disse Fialho.

Durante a reunião, repre-sentantes do aquaviário noEstado de Rondônia mostra-ram problemas enfrentadosno rio Madeira. O vice-presi-dente da CNT destacou aimportância de o Brasil apro-veitar o potencial hidroviárioe investir na sinalização e nosterminais. “O Brasil tem umpotencial de hidrovias quenunca foi aproveitado. NoMadeira, por exemplo, vimos

navegação.” Os representan-tes do setor também recla-maram do alto valor das mul-tas aplicadas ao aquaviário,especialmente ao compararcom outros modais do trans-porte.

O diretor-geral da agência,Fernando Fialho, comentouque as ETCs foram criadaspara incentivar a navegaçãofluvial. De acordo com Fialho,a Antaq tem trabalhado juntocom a CNT na busca de umasolução para essa e outrasquestões. Ele citou que mui-tas dificuldades sobre a ETCenvolvem questões fundiá-rias, mas a ideia é tentarsuperar os problemas até o

RÔMULO SERPA/DIVULGAÇÃOJÚLIO FERNANDES/CNT

“Vamos buscar

solucionaro que for preciso paraque possamos

ter um incentivo

cada vez maior à navegaçãointerior”

FERNANDO FIALHO, DIRETOR-GERAL DA ANTAQ

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 51

Entretanto, o secretário-exe-cutivo informou que as datasestão mantidas e que essa éuma decisão do ministro daSEP, Leônidas Cristino.

No início de agosto, oPorto sem Papel teve iníciono porto de Santos. Outropedido durante a reunião coma SEP foi para que, nesse pri-meiro momento, pudesse fun-cionar um sistema híbrido,com o sistema de informa-ções totalmente informatiza-do, mas também o uso dopapel, caso seja necessárioprestar as informaçõesmanualmente, se algum pro-blema ocorrer.

Mas o secretário-executivo

também afirmou que esse sis-tema híbrido não seria possí-vel. “O lançamento e a solu-ção dos problemas serãosimultâneos. Vamos cumpriros prazos, e os usuáriospodem ficar tranquilos por-que teremos um projetoabsolutamente bem instala-do”, garantiu o secretário-executivo da SEP.

O presidente da Fenamar,Glen Gordon Findlay, afirmouque o setor é totalmente afavor do projeto Porto semPapel, que visa desburocrati-zar as operações portuárias edar maior agilidade ao tempode atracação e desatracaçãodos navios e também à opera-

ção em si. Entretanto, Findlaydefendeu que há a necessida-de de um período de adapta-ção maior nesse momentoinicial do sistema, pois seocorrer algum problema navia eletrônica, os naviosficam sem poder atracar,atrasando todo o processo.

Em Santos, pelo menos seisnavios tiveram atrasos nosprimeiros dias de implantaçãodo Porto sem Papel. “O impor-tante é concluir os primeirosajustes e corrigi-los antes deexpandir o projeto paraoutros portos”, afirmouFindlay. Ele também é presi-dente da seção de transporteaquaviário da CNT. l

previsão de início dos traba-lhos é para 1º de março de2012, e a conclusão em final dejaneiro de 2013. Outro retornodo secretário é que será enca-minhada na SEP a sugestãosobre a participação dos agen-tes marítimos nos CAPs(Conselhos de AutoridadePortuária), feita anteriormente.

Porto sem PapelO setor aquaviário solici-

tou à SEP um prazo maiorpara a implantação do proje-to Porto sem Papel nas cida-des de Vitória (ES) e Rio deJaneiro (RJ), previsto paraser iniciado em agosto esetembro nesses Estados.

JÚLIO FERNANDES/CNT

“O Portosem Papelrepresentaum avançogrande na

modernizaçãodos portos.O Brasilterá maisagilidade namovimentaçãoportuária”

MÁRIO LIMA, SECRETÁRIO-EXECUTIVO DA SEP

“O Brasil tem umpotencial de hidroviasque nunca foiaproveitado. É necessárioinvestir nesse

potencial”

METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT

JÚLIO FERNANDES/CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201152

FOTOS CAMILA FAIÇAL CRUZ

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 53

Desde 2008, estudantes das esco-las públicas localizadas nas cida-des ao longo da malha operadapela ALL (América Latina

Logística) têm a oportunidade de conhecere entender a operação ferroviária dentrodo próprio vagão. Os quatro carros que com-põem o projeto Vagão do Conhecimento eVagão Ambiental percorrem, todos osanos, dezenas de municípios de seisEstados brasileiros, aproximando criançase jovens do modal. Em 2010, o projeto rece-beu mais de 90 mil alunos.

Fernanda Tonet, gerente corporativa daALL, afirma que o objetivo do programa élevar educação e cultura de forma itinerantepara a comunidade lindeira. “Formatado comapresentações lúdicas, ele leva os estudan-tes para dentro dos vagões. As abordagensfeitas pelos educadores ligam a história do

trem à realidade das comunidades, além dedisseminar os projetos da concessionária.”

O cronograma das cidades que recebemos vagões é decidido a cada início de anopelo departamento de marketing da ALL epelo CCO (Centro de Controle de Operações)da concessionária. O CCO é responsávelpela avaliação dos melhores dias e horáriospara que os carros possam realizar as ativi-dades, sem comprometer a operação diáriados trens que trafegam pela malha. Os car-ros do projeto ficam estacionados por umasemana, para atender o maior número pos-sível de estudantes.

Os vagões recebem alunos dos 5 aos 14anos, em dois períodos. Participam, emmédia, mais de cem estudantes por dia.Além do maquinista, os carros contam comum educador em cada vagão, uma equipede seis assistentes e mais um auxiliar, esco-

FOTOS CAMILA FAIÇAL CRUZ

FERROVIÁRIO

Projeto da ALL mostra o funcionamento de um trema estudantes de escolas públicas em seis Estados

Nos trilhos doconhecimento

POR LETICIA SIMÕES

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Instruções para não jogar pedranos carros, não colocar objetosna linha, não surfar nos vagões enão soltar pipas próximo aos tri-lhos são repassadas. “O foco émostrar o perigo dessas ações econscientizar os estudantes”,afirma o educador.

Na segunda etapa do Vagãodo Conhecimento, os participan-tes têm palestras sobre culturabrasileira. Aspectos como gastro-nomia, música, esporte e o folclo-re de cada região são discutidos.“Lendas regionais e brasileirascomo o Negrinho do Pastoreio,típica do Rio Grande do Sul, aGralha Azul, no Paraná, oCurupira, no Mato Grosso, e tan-

lhido no município onde o projetoestiver.

Fernanda afirma que o pro-grama é revisado anualmente,para se adequar e estar cons-tantemente atualizado. As apre-sentações e atividades desen-volvidas nos vagões sofremadaptações conforme a faixaetária dos estudantes.

O educador Valmor Pappi estáà frente do programa desde o iní-cio. Ele diz que o ambiente, com-pletamente diferente das salas deaula das escolas, propicia maiorinteresse e curiosidade dos parti-cipantes. “Os estudantes absor-vem 100% das informações repas-sadas. As respostas positivas vêmpor meio da redação, redigidaapós as apresentações. Os textosdemonstram como eles se envol-vem com o projeto.”

Quatro carros contemplam oprograma – dois para o Vagão doConhecimento e dois para o VagãoAmbiental. O atual formato existehá três anos. No primeiro ano doprojeto, os conceitos sobre meioambiente e sustentabilidade erampassados em um mesmo carro.

No Vagão do Conhecimento, osalunos assistem a palestras sobrea importância do trem e a históriado modal. “A maioria das cidadeslindeiras progrediu a partir dalinha do trem. Esse destaque émuito bem discutido com os estu-dantes”, diz Pappi.

Segundo ele, as apresentaçõesmostram o lado positivo da ativi-dade e demonstram aos alunosque o modal leva desenvolvimen-to e progresso para as comunida-des. “Não raro, os educadoresencontram certa resistência porparte dos alunos pelo fato de acidade ser cortada pela linha fér-rea. Existem os conflitos como obarulho, o apito. É exposto quetudo isso tem importância para aoperação e eles passam a teroutro entendimento sobre a ativi-dade ferroviária.”

Ainda dentro dessa temática,o maquinista da composiçãoapresenta uma palestra sobre asegurança na linha do trem.

tas outras são apresentadas.Cada aluno recebe um papel comum desenho dos personagenspara pintar. Esse trabalho setransforma em um fantoche paraa oficina de brinquedos”, dizPappi. O Vagão do Conhecimentoreserva ainda um espaço dedica-do à inclusão digital.

No Vagão Ambiental, os estu-dantes são recebidos em um enor-me salão, preparado com datashow, onde são exibidos vídeos eslides sobre a preservação danatureza, sobre a água e seu cicloe o meio ambiente.

Pappi afirma que o objetivo dastemáticas não é mais conscienti-zar, e, sim, sensibilizar os partici-

CALENDÁRIODE VISITAS

Confira as próximas cidades a receberem o projeto*

SetembroTrês Lagoas (MS)Miranda (MS)Corumbá (MS)São José do Rio Preto (SP)Santa Fé do Sul (SP)Cruz Alta (RS)

OutubroOurinhos (SP)Aparecida do Taboado (MS)Irati (PR)Alto Taquari (MT)

NovembroAlto Taquari (MT)Londrina (PR)Apucarana (PR)Uvaranas (PR)Curitiba (PR)

DezembroMaringá (PR)Alto Araguaia (MT)Iguaçu (PR)

*O projeto não contemplarámunicípios de Santa Catarinano segundo semestre

Fonte: ALLINICIATIVA Programa da ALL percorre, todos os anos, dezenas de municípios, aproximando crianças e jovens do modal

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 55

pantes. “As crianças já são cons-cientes dos cuidados que todosdevem ter em relação à natureza,pois o tema é recorrente. A sensibi-lização dos grupos é que vai contri-buir para as ações vida afora. Sãomostradas fotos chocantes dedegradação ambiental, com polui-ção de rios e destruição de matas.”

O vagão traz surpresas para osalunos. Em uma das atividades,eles são incentivados a participarda chamada Caixa dos Sentidos.Nesse momento, os participantestocam diversos tipos de materiais,sem vê-los, e tentam, por meio dotato, descobrir quais são eles. Háainda uma palestra dedicada àreciclagem de materiais.

Yago Henrique Vieira, de7anos, estudante do terceiroano do ensino fundamental daEscola Estadual Antônio deOliveira Bueno Filho, da cida-de de Araraquara (SP), partici-pou do projeto pela primeiravez, em agosto. “O que maisgostei foi da Caixa dosSentidos”, diz o aluno.

De acordo com ele, o aprendi-zado fora da sala de aula é muitoprazeroso. “As atividades nosvagões contribuem para a vida detodos os participantes porquepodemos aplicar o que foi ensina-do pelas palestras e pelos vídeos.Agora, eu me interesso mais pelomeio ambiente.”

Os ensinamentos apreendidossobre a preservação da natureza esobre como a destruição do plane-ta tem avançado foram os quemais chamaram a atenção deYago. O estudante afirma aindaque, sempre que tiver oportunida-de, vai participar do programa.

Pappi diz que a expectativa éque os vagões permaneçam pormuito tempo em atividade. “Nãohá nada semelhante no país e astemáticas são inesgotáveis. Umamesma cidade é atendida em umano, com atividades para certafaixa etária. Por isso, o projetopode retornar com apresentaçõesdirecionadas a outras idades.”

De acordo com Fernanda

Tonet, o programa desenvolvi-do pelo Instituto ALL deEducação e Cultura tem dadoo retorno esperado. “A aceita-ção é grande. Os vagões con-seguem atender a um númerobastante expressivo de muni-cípios. Esse acompanhamentoé feito com os coordenadoresdas turmas. Temos tambémuma pesquisa de satisfação eregistros de agradecimentodas prefeituras. Dessa manei-ra, medimos o quão positivo éo projeto.”

Segundo ela, a ALL preparauma nova ação, com formatosimilar ao dos vagões doConhecimento e Ambiental. OProjeto Monteiro Lobato serárealizado dentro de um cami-nhão, que chegará aos municí-pios lindeiros das regiões Sul,Sudeste e Centro-Oeste, por ondepassa a malha da concessionária.

O foco é estimular a leitura pormeio de grupos e de contadoresde histórias. “A empresa semprebusca alternativas para estar maisperto das comunidades. Esse pro-jeto vai atingir um número maiorde pessoas que sofrem a interfe-rência da operação ferroviária”,diz a gerente.

As questões de segurança tam-bém serão salientadas nesse novoprojeto. O programa ainda passapor formatação e não tem datadefinida para ser iniciado. l

INICIATIVA Programa da ALL percorre, todos os anos, dezenas de municípios, aproximando crianças e jovens do modal

“Os alunosabsorvem100% dasinformaçõesrepassadas.Eles seenvolvem com o projeto”VALMOR PAPPI, EDUCADOR

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SEGURANÇA

Os recursos para garantira segurança da frota vãode tecnologias como omonitoramento via saté-

lite a expedientes mais comuns,como batedores que acompa-nham o veículo em toda a rota. Umprocedimento que há muito é umarealidade nas grandes cidadestem chamado a atenção dastransportadoras: a blindagem deveículos de carga. Empresas queexecutam o serviço afirmam que ointeresse pela blindagem de cami-nhões tem aumentado, com ocrescimento do número de pedi-dos de cotação. Na prática, aindahá poucos veículos de cargasendo blindados no Brasil.

Blindagemchega às ruas

Crescem os pedidos de orçamento pelo serviço, que precisa ser autorizado pelo Exército brasileiro

POR LETÍCIA SIMÕES

A blindagem de qualquer cate-goria de veículo depende de auto-rização prévia do Exército brasilei-ro. A licença para o serviço deveser solicitada pela empresa queexecutará a blindagem. O controleé realizado por meio de placa,chassi e dados do proprietário. Asinformações dos veículos autoriza-dos para blindagem são disponibi-lizadas pelo Exército aos órgãosestaduais de trânsito.

A AutoLife Blindagens, comsede em São Paulo (SP), iniciousuas atividades em 1999. Há trêsanos, começou a blindar cami-nhões. Desde então, dois veícu-los de carga foram blindados naempresa, que, brevemente, fará

a blindagem de outros 120, todosde uma mesma frota.

O diretor Ricardo Mendonça deBarros diz que a empresa registra,em média, três consultas semanaissobre a blindagem em caminhões.“Fábricas de equipamentos ele-troeletrônicos, empresas de geren-ciamento de risco, seguradoras etransportadoras têm procuradomais informações sobre o serviço.”

De acordo com ele, as cotaçõessão feitas, principalmente, porempresas que transportam ou pro-duzem produtos farmacêuticos,eletrônicos e cigarros.

A Tecno Blindagem, sediada emCotia (SP), faz blindagem em cami-nhões desde 2002. Em oito anos,

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 57

apenas quatro veículos de cargaforam blindados. Leandro SimiMoreira, diretor da empresa, dizque a procura maior continuasendo pela blindagem dos carrosde passeio.

Christian Conde, presidente daAbrablin (Associação Brasileirade Blindagem), afirma que nãoexistem pesquisas que compro-vem o aumento das blindagensem caminhões, mas o setor tem“percebido” o crescimento dademanda pelo serviço. “Os deli-tos na estrada são constantes,principalmente, roubo de car-gas. Por isso, muitas transpor-tadoras recorrem aos batedo-res. A blindagem de cami-nhões chega como um artefa-to para minimizar os riscos”,diz o dirigente.

O assessor de segurança daNTC&Logística (Associação Nacionaldo Transporte de Cargas eLogística), Paulo Roberto deSouza, ressalta que a blindagemde caminhões tem sido pontual.“Apenas algumas empresas recor-rem ao serviço. A blindagem é umrecurso caro e é preciso usar demaneira seletiva.”

A opção em blindar veículosde carga, alerta Souza, deve levarem conta o custo-benefício daoperação. “Grande parte dasempresas que recorrem à blinda-gem possuem frota de centenasde caminhões, em que apenaspoucas ou uma unidade são blin-dadas. A blindagem generalizada

AUTOLIFE/DIVULGAÇÃO

TENDÊNCIA Blindagem de caminhões começa a ganhar espaço na frota brasileira

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Moreira, da Tecno Blindagem,afirma que o mais indicado paracaminhões é o nível de blindagem3, que resiste a disparos de fuzilFAL. “Com esse nível de blindagem,o veículo é capaz de suportar múl-tiplos disparos de armas de grossocalibre, como de um fuzil AR15.Abordagens criminosas nas estra-das são feitas, geralmente, comesse tipo de arma.”

Barros diz que a eficácia dablindagem em caminhões já podeser comprovada na prática. Eleconta que um dos caminhõesblindados pela AutoLife foi abor-dado por criminosos no trajeto

entre Manaus e São Paulo. “Omotorista dormiu e os assaltan-tes abriram o baú de alumíniopelo teto. Mas se depararam comuma parede de aço e desistiramda ação.” Nesse caso, o baú docaminhão também foi blindado.

Os veículos têm algumaspartes desmontadas para rece-ber os materiais balísticos. Onível da blindagem a ser empre-gada é que vai determinar ostipos de vidros, chapas e man-tas de aço a serem utilizados.

Conde, da Abrablin, enfatizaque é preciso treinamento doscondutores para evitar que a

modelo do veículo e a aplicação dorecurso – somente na cabine outambém no baú.

O método para a blindagem decaminhões é o mesmo empregadono processo para carros, porém,com quantidade maior de mate-riais, devido ao tamanho do veícu-lo. Os tipos de blindagem são clas-sificados por níveis e levam emconsideração o impacto do projétil,tendo como base o calibre doarmamento. No Brasil, os níveis deblindagem seguem a norma deresistência balística ABNT-NBR nº15.000, que obedece aos padrõesnacionais e internacionais.

ainda não é uma realidade nosegmento de carga.”

Conde, por sua vez, acreditaque o número de caminhões blin-dados tende a aumentar. “A blin-dagem é uma ferramenta bastan-te eficaz para a proteção da cargaem alguns traslados. Blindarcaminhões que transportam car-gas de grande valor agregadovem se tornando uma alternativaplausível para o setor.”

As empresas confirmam que ablindagem para cargas segmenta-das não vale a pena. A blindagemde um caminhão pode variar de R$50 mil a R$ 80 mil, conforme o

Equipamento mínimo é obrigatório TRANSPORTE DE VALORES

A blindagem ganhou forçano Brasil, a partir de 2000, emvirtude da violência praticadaprincipalmente nos grandescentros urbanos. O serviço,antes concentrado em SãoPaulo, já conta com blindado-res no Nordeste e Sul do país.

A blindagem é obrigatóriapara veículos que executam otransporte de valores. A PolíciaFederal é responsável por emi-tir um certificado de vistoria,que autoriza a utilização dosveículos especiais pelasempresas que fazem esse tipode transporte. Os veículosdessa categoria são obrigadospor lei a trafegar com um nívelmínimo de blindagem.

A AutoLife desenvolve econstrói veículos com blinda-

gem pesada desde 2001. Deacordo com Ricardo Mendonçade Barros, diretor da empre-sa, os níveis de blindagempara os veículos de transpor-te de valores variam entre o3 e o 4. “Esses carros sãocomo verdadeiros cofresambulantes. A blindagemnesses níveis suporta dispa-ros de armas muito pesadas,como os de fuzis AR15 ouFAL, por exemplo.”

Segundo a Abrablin(Associação Brasileira deBlindagem), o nível balístico deblindagem mais utilizado noBrasil é o 3A. “Ele suporta dis-paros de armas de grosso cali-bre, como pistolas 9 mm erevólveres 44 Magnum, maiorarma de mão existente” afirma

Leandro Simi Moreira, diretorda Tecno Blindagem .

Ele diz que um dos avançosda blindagem é o vidro duplode policarbonato (substânciaaltamente resistente a impac-tos e a chamas). O acessório émais leve e contribui para quea alteração no peso do veículoseja menor depois de blindado.

O diretor confirma que,desde 2000, o mercado deblindagem para veículos depasseio registra crescimento.“Há 11 anos o setor de blinda-gem está em franca expansão,com aumento de demanda acada ano.”

De acordo com a Abrablin, ocusto médio da blindagempara um veículo de passeio, em2010, era de R$ R$ 47,9 mil.

LEI A blindagem é obrigatória para os veículos que fazem o transporte de valores

“A blindagem é uma ferramenta eficaz para a proteção da carga em alguns traslados”CHRISTIAN CONDE, PRESIDENTE DA ABRABLIN

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carga fique vulnerável. “Há situa-ções como o abastecimento docaminhão, por exemplo. O moto-rista de um veículo blindado devesaber como agir em toda a opera-ção do transporte.”

A distribuidora de medicamen-tos Imifarma, com atuação emEstados do Norte e do Nordestebrasileiro, recorreu à blindagem departe da frota para minimizar osprejuízos com os roubos de carga.Alex Damasceno, gerente de logís-tica da empresa, afirma que, antesda decisão de blindar os cami-nhões, o índice de assaltos era alto.“O transporte mais efetivo é feito

para o sul do Pará. Há dois anos,desde que investimos na blinda-gem, não houve mais registros.”

Conforme Damasceno, antesde ter os veículos blindados, amédia de assaltos aos cami-nhões da Imifarma era de 4 a 6por mês. A empresa blindou 5dos 15 caminhões da frota. “Osveículos que circulam dentro doperímetro urbano não necessi-tam de blindagem. As cargasque seguem pelas estradas éque são visadas pelos crimino-sos”, revela o gerente.

O investimento da Imifarma foide R$ 50 mil para cada cabine blin-

dada. As blindagens foram feitasem São Paulo. Damasceno diz queo valor do seguro do caminhãoblindado não sofre alterações. “Ocontrato da Imifarma com a segu-radora prevê que, em caso deassalto, o agravo chegue a 50% dovalor do seguro.”

Segundo ele, os motoristas daempresa recebem treinamentointerno sobre toda a operação,além de participarem de cursosoferecidos pela seguradora quepresta serviço à Imifarma.

A Perfecs Logística faz planospara blindar parte da frota embreve. A empresa passará a trans-

portar produtos eletrônicos daregião Norte para a Sudeste. “Essaoperação necessita da adoção dediversas soluções de segurança. Ablindagem é uma delas”, afirmaLuis Freitas, diretor da empresa.

Freitas diz que o investimentoem blindagem nos caminhõesdependerá dos contratos aserem firmados. “O caminhõesserão blindados à medida que aempresa fechar cargas quedemandem maior segurançapara o seu transporte. É precisoficar atento ao mercado e ofere-cer total segurança e confiançaao contratante.” l

LEI A blindagem é obrigatória para os veículos que fazem o transporte de valores

“A blindagem é uma ferramenta eficaz para a proteção da carga em alguns traslados”

Nível 1: Munição: .22 Long Rile High Velocity/ Velocidade inicial: 320 metros em, aproximadamente, 10 segundos/ Número de impactos: 5Munição: .38 Special Round Nose Chumbo/ Velocidade inicial: 254 metros em,aproximadamente, 15 segundos/Número de impactos: 5

Nível 2-A:Munição: 9 Full Metal Jacketed/ Velocidade inicial: 332 metros em, aproximadamente, 12 segundos/ Número de impactos: 5Munição: 357 Magnum Joint Soft Point/ Velocidade inicial: 381 metros em, aproximadamente, 12 segundos/ Número de impactos: 5

Nivel 2:Munição: 9 Full Metal Jacketed/ Velocidade inicial: 358 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5Munição: 357 Magnum Joint Soft Point/ Velocidade inicial: 425 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5

Nível 3-A:Munição: 9 Full Metal Jacketed/ Velocidade inicial: 426 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5Munição: .44 Magnun Semi WadCutter Gas Check/ Velocidade inicial: 426 metrosem, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5

Nível 3:Munição: 7,26 x 51 Full Metal Jacketed (.308 Winchester) / Velocidade inicial: 838metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impactos: 5

Nível 4:Munição: .30 – 06 Armor Piercing / Velocidade inicial: 868 metros em, aproximadamente, 15 segundos/ Número de impacto: 1

Fonte: Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem)

TABELA BALÍSTICA CONFORME NORMA ABNT-NBR Nº 15.000Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto balístico

PAULO ASSIS/FUTURA PRESS

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201160

TRANSPO-SUL

Com recordes de públi-co e de negócios, a 13ªedição da Transpo-Sul(Feira e Congresso de

Transporte e Logística) discutiuum dos principais entravespara o pleno desenvolvimentodo transporte nacional: anecessidade de integraçãoentre os modais.

Realizada entre os dias 13 e15 de julho, no Centro deEventos da Fiergs (Federaçãodas Indústrias do Estado do RioGrande do Sul), em PortoAlegre (RS), a feira reuniu apro-

Necessidadede equilíbrioCongresso em Porto Alegre coloca em discussão os gargalos existentes para o

desenvolvimento da multimodalidade no setorPOR LIVIA CEREZOLI

ximadamente 12 mil pessoas egerou R$ 100 milhões em negó-cios. O evento foi organizadopelo Setcergs (Sindicato dasEmpresas de Transporte deCargas e Logística no Estadodo Rio Grande do Sul) comapoio da Fetransul (Federaçãodas Empresas de Logística eTransporte de Cargas noEstado do Rio Grande do Sul),da CNT e do Sest Senat.

“Nossas expectativas foramsuperadas. Ficamos, mais umavez, satisfeitos com os resulta-dos obtidos. A Transpo-Sul,

além de ser um grande palcode negócios, é uma oportuni-dade para se discutir os princi-pais assuntos relacionados aosetor de transporte”, afirmouJosé Carlos Silvano, presidentedo Setcergs.

Para Paulo Vicente Caleffi,presidente da Fetransul e mem-bro da diretoria da CNT, os resul-tados alcançados ao longo dosanos consolidam a Transpo-Sulcomo um importante evento nocenário nacional.

No painel “Multimodalidade eo futuro do transporte no

Brasil”, representantes doscinco modais de transporte –rodoviário, ferroviário, aéreo,aquaviário e dutoviário – afirma-ram que a multimodalidade,além de ser eficiente, torna otransporte de cargas mais rápi-do e mais sustentável. Porém, afalta de planejamento e deinvestimento no setor impede aatividade.

De acordo com RodrigoVilaça, presidente-executivo daANTF (Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários) epresidente da seção de trans-

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 61

porte ferroviário da CNT, é preci-so melhorar cada modo detransporte em particular e, prin-cipalmente, avançar nas refor-mas em médio prazo, de formaque a multimodalidade e a inte-gração logística sejam os eixosdas políticas públicas nacionaisnos próximos anos.

“O sistema de transporteno Brasil não é equilibradoporque faltaram investimentosem determinados setores,como as ferrovias. Nossamalha ferroviária hoje não ésatisfatória. Temos pouco mais

de 28 mil quilômetros de tri-lhos, quando o ideal seriam 52mil. Precisamos avançar para ointerior do país”, afirmou.

Segundo o Ministério dosTransportes, o modal rodoviáriocorresponde hoje a 58% damatriz de transporte de cargasno país, enquanto o ferroviárioresponde por 25%, o aquaviário,por 13%, o dutoviário, por 3,6%,e o aéreo, por 0,4%.

Na visão de CloraldinoSevero, ministro de Estado deTransportes no governo JoãoFigueiredo (1982-1985), a con-

centração da economia do paísnas regiões Sul e Sudeste – 74%do fluxo de cargas se originamnessas áreas – consolida a fortetendência do uso do transporterodoviário no país.

De acordo com ele, a geogra-fia da região, a característica e oestágio de desenvolvimentoeconômico, a qualidade e otamanho dos lotes, e as distân-cias médias de deslocamentodas cargas são decisivas naescolha do modal. “A priori,nenhum modo de transporte émais importante. Porém, nos

últimos anos, o modal rodoviá-rio em todo o mundo vem se fir-mando como modalidade básicano transporte interno do país,principalmente nas pontas dacadeia.”

Gustavo Costa, gerente-geral de cabotagem e servi-ços da Aliança Navegação eLogística acredita que a utili-zação da multimodalidade épossível desde que sejam rea-lizadas obras de melhoriasnos acessos aos portos. “Apossibilidade de transportarprodutos em contêineres já éum ponto positivo para queessa integração exista. O con-têiner permite que o produtoseja trans ferido para todos osmodais da cadeia sem sofrerperdas durante o processo decarga e descarga. O que faltaagora é dar condição paraque essa transferência acon-teça”, explica ele.

No setor aéreo, mesmo que ovolume de cargas transportadasanualmente tenha passado de534 mil toneladas em 2001 para1 milhão de toneladas em 2010,ainda existe um longo caminhoa percorrer, reconhece SauloPedroso da Silva, gerente deinfraestrutura e logística opera-cional da Infraero (estatal queadministra 67 aeroportos).

FOTOS ROCHA/SETCERGS/DIVULGAÇÃO

PARTICIPAÇÃO Lideranças do setor e autoridades políticas estiveram presentes na 13ª edição do evento

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201162

Bolívia, com 3.150 km, é o maisimportante da malha e um dosmaiores do mundo em exten-são. “O duto tem um custo ini-cial alto, mas a operação dosistema é barata. Acredito queem curto prazo, dada a con-juntura econômica do país, omodal dutoviário sairá do des-conhecimento para ser umimportante sistema de trans-porte no Brasil”, afirmaRoberto Tejadas, diretor-presi-dente da Sulgás (Companhiade Gás do Estado do RioGrande do Sul). A empresa

Com a expectativa de atin-gir 5% da matriz de transportenacional até 2025, o sistemadutoviário enfrenta desafiosainda maiores. Além de tercusto alto de implantação –para cada quilômetro de dutossão gastos US$ 1 milhão –, omodal precisa aumentar acapacidade operacional e mini-mizar os riscos de vazamentos,uma vez que os produtostransportados (gás e minério)podem contaminar o solo.

O Brasil tem hoje 20 mil kmde dutos. O gasoduto Brasil-

A empresa é responsávelhoje pela operação de 34 ter-minais de carga no país edeve investir R$ 42 milhõesem sistemas informatizadosem quatro deles até o ano quevem. “Como somos umaempresa pública, nossas tari-fas são regulamentadas e nãoexistem margens para des-contos, talvez esse seja umdos motivos para a pouca pro-cura do serviço. De qualquerforma, estamos investindo naampliação do recebimento decargas marítimas”.

transporta gás natural pelos523 km de dutos existentes noEstado e, até 2015, deve inves-tir R$ 347 milhões na amplia-ção de mais 504 km da malha.

DebatesA regulamentação do tra-

balho dos motoristas de car-gas, principalmente daquelesque trabalham no transporteinternacional, também foi dis-cutida durante o congresso.Em forma de audiência públi-ca, transportadores e traba-lhadores do setor apresenta-

MOVIMENTAÇÃO Feira recebeu mais de 12 mil pessoas e gerou negócios de R$ 100 milhões este ano

Setcergs apoia soluções logísticasPREMIAÇÃO

A cerimônia de entrega daquarta edição do PrêmioSetcergs (Sindicato dasEmpresas de Transporte deCargas e Logística no Estadodo Rio Grande do Sul) deLogística também foi realiza-da durante a 13ª Transpo-Sul,em Porto Alegre (RS). Pelaprimeira vez, uma mulher foia vencedora na categoriauniversitária. A estudanteCarolina Fleith, da PUC-RS(Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande doSul), apresentou um meca-nismo capaz de melhorar osprocessos de estocagem demateriais dentro de um hos-pital da capital gaúcha.

Segundo ela, durante aelaboração do trabalho, umdos principais problemasconstatados foi a dificulda-de de movimentação dentrodo armazém, o que ocasio-

nava o transporte inadequa-do de determinados produ-tos e a consequente perdade materiais.

“O local era muito aper-tado, com rampas de aces-so inadequadas. Elaboreiuma proposta de circulaçãodentro do armazém queserá capaz de evitar ostranstornos existentes”,afirma a estudante.

A premiação, criada em2007, tem por objetivoincentivar a produção aca-dêmica na busca de solu-ções cada vez mais eficien-tes para o setor. “Nossaintenção é interligar oambiente acadêmico à ativi-dade empresarial e assim,oferecer melhores oportuni-dades de desenvolvimentodo setor”, afirmou JoséCarlos Silvano, presidentedo Setcergs.

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 63

ram suas contribuições à pro-posta de criação do Estatutodo Motorista, do senadorPaulo Paim (PT-RS).

“Queremos construir umalegislação que atenda a todosos envolvidos na atividadetransportadora, por isso esta-mos levando em consideraçãocinco pontos essenciais: ocombate ao alto número deacidentes, o respeito ao tra-balhador, ao empreendedor, aresponsabilidade do Estado eos diretos e deveres de todosque atuam no transporte ter-

restre buscando segurançajurídica”, afirmou Paim.

Representantes do setor decargas apresentaram propostasobre as definições da jornadade trabalho que devem cons-tar na CLT (Consolidação dasLeis do Trabalho). Segundo odocumento, os motoristas nãopoderão dirigir por mais dequatro horas ininterruptas,ficando obrigados a observarintervalo mínimo de descansode 30 minutos a cada períodoe um intervalo de uma horapara refeição.

A proposta também dispõesobre o tempo de espera,muito comum no transporteinternacional, devido aos pro-cedimentos de fiscalizaçãonas aduanas. As horas que omotorista ficar aguardando acarga ou descarga do veículono embarcador ou destinatá-rio, ou a fiscalização da mer-cadoria transportada em bar-reiras fiscais ou alfandegáriase que excederem a jornadanormal de oito horas, nãodevem ser computadas comohora extra se não forem supe-

riores a 24 horas semanais e90 horas mensais.

Além disso, na propostaestá a criação de pontos deapoio nas rodovias brasileiras.Para estradas privatizadas, osnovos contratos já devem serelaborados com essa exigênciae nos já existentes, as conces-sionárias devem implantar ospontos em até um ano. Nasrodovias não concedidas, asugestão é para que sejamcriadas PPPs (ParceriasPúblico-Privadas) para a insta-lação dos pontos de apoio. l

MOVIMENTAÇÃO Feira recebeu mais de 12 mil pessoas e gerou negócios de R$ 100 milhões este ano

Postura profissional foi debatida PALESTRA

No encerramento da 13ªedição da Transpo-Sul, o admi-nistrador de empresas ecomentarista da TV Globo e darádio CBN, Max Gehringer,falou sobre mundo corporati-vo para uma plateia de quase1.000 pessoas.

De forma descontraída, eleapresentou dicas valiosaspara alcançar o sucesso pro-fissional em empresas de dife-rentes ramos de atuação. Parao administrador, a realidadedo setor de transporte é umretrato do que acontece nopaís: faltam técnicos parapreencher as vagas de traba-lho existentes e por isso, éimportante investir em forma-ção profissional.

De acordo com Gehringer,o crescimento profissionaltambém depende de regras deconvivência dentro dasempresas. “É preciso aprender

a conviver, entender e escutaras pessoas, principalmentequando se atinge posições degerência. Você sempre podeter duas posturas: ser ummuro e dizer sempre não, ouser uma ponte e escutar eanalisar. Foi isso que fiz emtoda a minha vida profissional.Por isso digo que o segredo dosucesso é saber ouvir.”

Além disso, estar aberto àsmudanças é mais um pontoimportante para o sucesso nacarreira. Para o administra-dor, existe atualmente umageração de jovens ambiciososque não quer morrer dentrode uma única empresa. “Elesprecisam de conhecimentosnovos com uma frequênciamaior do que há anos. Apercepção da carreiramudou. Não é mais erradoter vários contratos na car-teira profissional.”

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explica que, durante algumasviagens, fica longe da família enão sobra muito tempo paracuidar do bem-estar. “Esseapoio é importante para saber-mos se a nossa saúde está emdia, se precisamos de algumcuidado.”

Segundo o Ministério daSaúde, 469 testes foram realiza-dos durante os três dias da Feirado Caminhoneiro. Nenhum dosque fizeram o exame rápido foiidentificado como portador dovírus HIV.

As ações do acordo de coo-peração preveem, por exem-plo, a produção de um cursoon-line gratuito e um filmecurta-metragem sobre otema, que servirá de materialde apoio para palestras eeventos, uma forma de trans-mitir as mensagens de formamais didática e estimular areflexão. Campanhas de vaci-nação contra as hepatitesvirais, cujo estímulo à preven-ção também está previsto noconvênio, devem acontecernas unidades do Sest Senat.

O programa Comandos deSaúde nas Rodovias – projetodesenvolvido pelo Sest Senatem parceria com a PolíciaRodoviária Federal – tambémtem participação no convê-nio. A previsão é que em 30

ministro da Saúde, AlexandrePadilha, destacou a importân-cia da atuação dos caminho-neiros como multiplicadoresdas mensagens de prevençãoà Aids e outras DSTs. “O setorde transporte não é o proble-ma, mas é parte da solução. Épreciso não ter medo de fazero diagnóstico precoce dessasdoenças”, disse. Ele afirmouque o governo gasta, emmédia, R$ 1 bilhão por anopara garantir o tratamento a210 mil brasileiros portadoresdo vírus HIV.

O presidente de honra daCNT, Thiers Fattori Costa, ressal-

Acostumados a movi-mentar as riquezas doBrasil, os trabalhado-res do transporte –

principalmente os caminhonei-ros – podem também levar àsestradas orientações de saúde.Esse é o objetivo de um convê-nio firmado entre o Sest Senat eo Ministério da Saúde, que prevêações de prevenção às DSTs(doenças sexualmente transmis-síveis) no setor de transporte. Aparceria foi assinada oficialmen-te durante a 22ª Feira doCaminhoneiro, em Guarulhos(SP), no dia 23 de julho.

Durante a solenidade, o

tou que a iniciativa faz parte doprojeto Sest Senat na Luta con-tra a Aids, campanha lançada noCarnaval deste ano que já sensi-bilizou 2 milhões de pessoas emtodo o Brasil. Até o final do ano,a meta é levar as ações a mais 1milhão de trabalhadores emtransporte. “Promover a saúde éestimular o desenvolvimento dopaís. Não há prosperidade se apopulação não for saudável.”

O motorista Gilvan Pereirada Silva, caminhoneiro há 32anos, era um dos presentes àfeira e aprovou essa preocupa-ção do Sest Senat com a saúdedo trabalhador. Autônomo, ele

Sest Senat e Ministério da Saúde assinam acordode cooperação para estimular a prevenção às DSTs

POR ROSALVO JÚNIOR

Aliadoscontra a Aids

CONVÊNIO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 65

pontos estratégicos, localiza-dos em todos os Estados, osmotoristas das rodovias eestradas federais recebamorientações de prevenção aoHIV, além do convite para avacinação contra as hepati-tes virais.

Outro destaque é a capaci-tação, feita pelos técnicos doministério, para implantar oteste rápido de detecção doHIV nas 138 unidades do SestSenat presentes no país. Pararealizá-lo, Fattori colocou àdisposição toda a infraestru-tura necessária – equipe desaúde para treinamento espe-cífico, espaço físico, aconse-lhamento após os testes eencaminhamento, se for pre-ciso, ao SUS (Sistema Únicode Saúde) local.

O Sest Senat não foi escolhi-do para ser um dos parceiros dacampanha por acaso. Segundo oministro, o canal de diálogoaberto com os motoristas e acredibilidade do trabalho desen-volvido são diferenciais.“Quando ganhamos um parceirocomo esse, com papel tãoimportante na qualificação pro-fissional deste setor, nós pode-mos reforçar essas mensagensde saúde que queremos levaraos motoristas e seus familia-res”, disse Padilha. l

EDSON F. SILVA/DIVULGAÇÃO

PARCERIA Thiers Fattori (esq.) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante assinatura de convênio

Feira comemora duas décadas de tradiçãoCAMINHONEIRO

Saúde, bem-estar, lazer enegócios. Tudo estava reuni-do em um só lugar para aten-der aos motoristas durante a22ª Feira do Caminhoneiro.Há mais de duas décadas, oposto Sakamoto 2, localizadona rodovia Presidente Dutra,cede espaço à feira para aco-lher os trabalhadores dotransporte e seus familiares.

“No início, o evento erapequeno, tinha característi-cas de uma pequena reuniãovoltada aos caminhoneiros,sempre em homenagem a SãoCristóvão (padroeiro dosmotoristas e viajantes). Aideia era aproveitar a grandequantidade de motoristas que

trafegam pela região”, explicao coordenador do evento,Orivaldo Quatrini. Segundoele, a feira sempre acontecenos dias 23, 24 e 25 de julho,não importa o dia da semana.

Não faltaram atividades paramarcar o Dia do Motorista. Alémdo convênio para prevenção àsDSTs, os interessados em cuidarda saúde tiveram apoio do SestSenat. Desde a fundação da uni-dade em Guarulhos, há 12 anos, aequipe é parceira da feira e levaalguns dos seus serviços aosvisitantes. Peças de teatro, dis-tribuição de brindes e um espa-ço para recreação também fize-ram a alegria da criançada.

As principais montadoras

de caminhões também apre-sentaram as novidades daindústria e levaram informa-ções técnicas sobre os produ-tos oferecidos. Uma oportuni-dade para aproximar clientes eempresas. Outro destaque, umdos mais procurados durante oevento, foi a pista exclusivamontada para teste-drive comseis marcas diferentes.

O encerramento contoucom uma cerimônia de ben-ção das chaves dos motoris-tas e um show do padreJuarez de Castro. Ao todo,mais de 30 mil pessoas parti-ciparam do evento, durante ostrês dias (leia mais sobre o Diado Motorista na página 68).

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SEST SENAT

OSest Senat (ServiçoSocial do Transportee Serviço Nacionalde Aprendizagem do

Transporte) inaugurou, dia 28de julho, sua unidade emItabuna (BA), localizada naavenida José Soares Pinheiro,2.056, Centro. A unidade deItabuna é a sétima do SestSenat no Estado da Bahia, quepassa agora a ter 138 unidadesinauguradas em todo o país.

O senador Clésio Andrade,presidente da CNT e do Sest

Bahia ganha maisuma unidade

Inauguração do Sest Senat em Itabuna ocorreu no dia do aniversário da cidade, em 28 de julho

POR KATIANE RIBEIRO

Senat, esteve presente nainauguração. Para ele, “este éum projeto grandioso que vaiatender toda a cidade deItabuna e principalmente aostrabalhadores em transporteque, com o avanço constanteda tecnologia, precisam sequalificar cada vez mais paraatender esse crescente mer-cado de trabalho”.

A unidade foi inauguradano dia do aniversário da cida-de. “A inauguração dessa uni-dade é um presente para a

cidade de Itabuna, que estáfazendo 101 anos, e aos traba-lhadores em transporte queprecisam se qualificar, poistêm uma função muito impor-tante que é transportarvidas”, afirmou o governadordo Estado da Bahia, JaquesWagner, durante o evento.

A unidade de Itabuna estáinstalada em uma área deaproximadamente 40 milmetros quadrados, com umaárea construída de 4.000metros, e vai levar seus servi-

ços a uma região dinâmicaeconomicamente, com desta-cada atividade na indústria. Acidade é um importante entre-posto comercial do Estado,situada às margens da BR-101.

Com uma infraestruturacompleta para a realização decursos, a unidade de Itabunapossui sete salas de aulas eum laboratório de informáti-ca. Para atendimento na áreade saúde, possui sala de fisio-terapia, clínica psicológica,consultório oftalmológico e

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 67

oito cadeiras de dentistas.Conta também com um audi-tório para 140 pessoas.

A diretora do Sest Senat deItabuna, Nácia ChristinaMartins, ressalta que o objeti-vo é atender aos trabalhado-res em transporte, bem comotoda a comunidade do municí-pio. De acordo com a diretora,na área de capacitação jáestão previstos os cursos deDireção Preventiva comPrimeiros Socorros, Noçõesde Informática Básica,

Capacitação Didático-Pedagógico para Instrutores,Qualidade no TransporteUrbano de Passageiros, entreoutros.

Para as atividades de lazere esportivas, o Sest Senatmantém piscina semiolímpica,piscina infantil, parque infan-til, quatro churrasqueiras,duas quadras poliesportivas edois campos de futebol soçai-te gramados. A nova unidadetem capacidade para realizar1.800 atendimentos odontoló-

gicos e 1.500 atendimentosmédicos mensais.

“Hoje é um dia muito felizpra mim, pois sou transpor-tador há 50 anos e nada meengrandece mais que inau-gurar essa unidade emItabuna, que irá qualificar etrazer satisfação e bem-estar ao trabalhador”, disseo presidente do ConselhoRegional do Sest SenatNordeste e da Fetrabase(Federação das Empresas deTransportes dos Estados da

Bahia e Sergipe), AntônioCarlos Melgaço Knittel.

Além dos trabalhadores dosetor e seus familiares, o SestSenat, considerando a dispo-nibilidade de vagas, tambématende a comunidade.

Para o prefeito de Itabuna,José Nilton de Azevedo Leal,“a entrega dessa unidade temsignificado incalculável, poisvai atender uma classe traba-lhadora que merece ter esseatendimento de cursos, lazere cultura”. l

JÚLIO FERNANDES/CNT

AVANÇO Senador Clésio Andrade, presidente da CNT e do Sest Senat, destacou a importância da inauguração da unidade em Itabuna

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201168

Pelo segundo ano conse-cutivo, as comemora-ções do Dia doMotorista (25 de julho)

foram realizadas com a primeiraetapa do projeto Transporte eCidadania nas unidades do SestSenat. A data é dedicada a SãoCristóvão, considerado opadroeiro dos motoristas. O pro-jeto, realizado anualmente, temcomo objetivo promover amelhoria da qualidade de vida edo desempenho profissional dostrabalhadores do setor, princi-

palmente dos motoristas, focan-do na construção coletiva dacidadania.

Durante todo o mês de julho,as unidades ofereceram, aosmotoristas e seus familiares,orientações na área de saúde(odontológica, médica, trata-mento da coluna e combate àsdrogas com a presença de fisio-terapeutas e psicólogos), ativi-dades de lazer, esporte e cultu-ra, além de palestras sobre meioambiente. Nas primeiras açõesjá realizadas, mais de 140 mil

Um dia paracomemorar

POR LIVIA CEREZOLI

DIA DO MOTORISTA

Motoristas foram homenageados com ações desaúde e atividades de lazer realizadas nasunidades do Sest Senat de todo o país

ATENDIMENTO Motoristas profissionais participam de exames médicos oferecidos pela unidade do Sest Senat de Fortaleza (CE)

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SEST SENAT FORTALEZA/DIVULGAÇÃO

ATENDIMENTO Motoristas profissionais participam de exames médicos oferecidos pela unidade do Sest Senat de Fortaleza (CE)

pessoas foram atendidas. Aprogramação se estende atédezembro.

Em Fortaleza (CE), ashomenagens tiveram início nodia 24 de julho. Mais de 1.300taxistas participaram dashomenagens realizadas noClube do Taxista. Durantetodo o dia, eles receberamorientações sobre DST/Aids erealizaram testes de glicemiae aferição de pressão arterial.

No dia 28 foi a vez dosmotoristas de ônibus urbanose rodoviários participarem dascomemorações. O auditório daunidade do Sest Senat da capi-tal cearense se transformouem um palco artístico para arealização do 3º Encontro dosTalentos do Transporte namúsica e no humor.

O encerramento da festa acon-teceu no dia 31, no Posto SãoCristóvão. Aproximadamente 1.300caminhoneiros foram recebidoscom um café da manhã e partici-param de atividades como vacina-ção, aferição de pressão arterial,testes de glicemia, corte de cabeloe palestra sobre saúde.

Acompanhe nas fotos aseguir como foram as come-morações em outras unidadesdo Sest Senat no país. l

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mente 4.000 veículos. Duranteo evento foi realizada a tradi-cional bênção dos carros,caminhões e ônibus e servidoum churrasco em homenagemaos profissionais.

Afesta de São Cristóvãoaconteceu no dia 24 de julhoe reuniu aproximadamente

4.500 pessoas. As atividades tive-ram início pela manhã, com a cele-

Atradicional pro-cissão de SãoCristóvão, reali-

zada há 98 anos, marcouas comemorações do Diado Motorista na capitalparaense. A programa-ção começou com umamissa realizada no Santuáriode Fátima. Depois, os devo-tos seguiram em carreatapor nove bairros da cidadeaté a unidade do Sest Senat,onde foi oferecido um almo-ço em homenagem aosmotoristas.

BELÉM (PA)

Afesta do Dia doMotorista foi rea-lizada no domin-

go, dia 24, e contou coma presença de trabalha-dores do setor de trans-portes, seus familiares ea comunidade em geral.A unidade do Sest Senatofereceu atividades recrea-tivas, esportivas e musi-cais, além da distribuiçãode brindes.

SEST SENAT CHAPECÓ/DIVULGAÇÃO

SEST

SEN

AT BEL

ÉM/DIVUL

GAÇÃ

O

Afesta em homenagem aopadroeiro dos motoristas,realizada no dia 24 de

julho, em parceria com a Paróquiade São Cristóvão e empresas detransportes, reuniu aproximada-

FEIRA DE SANTANA (BA)

CUIABÁ (MT)CHAPECÓ (SC)

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 71

bração de uma missa em homena-gem ao padroeiro dos motoristas.A festa foi encerrada com a dispu-ta do campeonato de futebol e arealização do baile dos motoristas.

Em parceria com a prefeitura, o Sest Senat realizou mais de5.000 atendimentos durante todo o dia 23 de julho no bair-ro Rio Branco. Foram realizados consultas e exames médi-

cos, e oferecidos serviços de emissão de documentos (carteira deidentidade, CPF e título de eleitor e carteira profissional).

Aação foi realizada emparceria com o GrupoVotorantim, durante

todo o dia 25 de julho. Aequipe de profissionais dasáreas médica e odontológica

do Sest Senat ministroupalestras sobre saúde bucale saúde da coluna na sede daempresa, além de oferecercafé da manhã e almoço aosmotoristas. l

SEST SENAT CUIABÁ/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT CARIACICA/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT FEIRA DE SANTANA/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT CARUARU/DIVULGAÇÃO

CARIACICA (ES)

CARUARU (PE)

Page 72: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201172

IDET

Omodo rodoviário decargas apresentouaumento no mês dejunho na tonelagem

transportada (variação de 2,9%ao mês). A tonelagem industrialpor terceiros apresentou varia-ção de 1,7% na movimentaçãomensal. E na comparação comos valores obtidos ano passa-do, nota-se aumento de 1,4%na variação dos últimos 12meses e aumento de 1,1% noacumulado anual.

A tonelagem de outros produ-tos apresentou variação de 4,0%na movimentação em relação amaio de 2011. Comparando comjunho de 2010, vemos uma varia-ção de 6,7% no total de cargatransportada, enquanto o acumu-lado anual apresentou variaçãode 7,6%. Em termos de safra agrí-cola, segundo o IBGE, há previsãode safra recorde em 2011, comaumento de 8,0% em relação aoano anterior com uma área a sercolhida 5,3% maior. Isto demons-tra que o volume de outras car-

gas, inclusive a safra agrícola,deve aumentar em 2011 em com-paração com 2010.

A tonelagem-quilômetro total(carga industrial por terceiros eoutras cargas) apresentou varia-ção de 3,3% na movimentaçãomensal, sendo que a tonelagem-quilômetro industrial transporta-da por terceiros apresentouvariação de 2,7% ao mês, enquan-to tonelagem-quilômetro deoutras cargas apresentou varia-ção de 4,2% em junho.

No que se refere ao transpor-te coletivo urbano, percebeu-seuma queda de 5,2% no númerode passageiros transportados,típica do mês, dadas as fériasescolares no fim de junho. Aqueda de passageiros transpor-tados pelas vias urbanas foi evi-denciada em todas as regiões dopaís. Ao todo, foram transporta-dos 974,5 milhões de passageirose a quilometragem rodada somou560,6 milhões de quilômetros.

O segmento rodoviário inte-restadual apresentou em junho

Transporte rodoviário decargas cresce em junho

decréscimo de 1,9% nos passa-geiros transportados e alta de4,0% nos passageiros x quilôme-tro, indicando a realização de via-gens mais longas em compara-ção com as do mês anterior.Comparando junho de 2011 comjunho de 2010, verifica-se que osegmento interestadual registrouacréscimo de 8,9% nos passagei-ros transportados e de 8,2% empassageiros x quilômetro.

O transporte portuário apre-sentou, em maio, queda de 1,7%na movimentação mensal.Apenas a região Sudeste apre-sentou variação negativa, porémo peso dessa região no totalnacional levou à queda no núme-ro do país como um todo.

Em maio, o modo ferroviáriotransportou 43,8 milhões de TU eproduziu 24,2 bilhões de TKU,resultados 5,6% e 1,3%, respecti-vamente, superiores a abril de2011. Para a TU, o resultado repre-senta recorde mensal, 1,28% supe-rior a maio de 2010. No primeirotrimestre de 2011, o modo ferroviá-

rio de carga somou 114,9 milhõesde toneladas úteis – TU e 63,9bilhões de toneladas quilômetrosúteis – TKU, valores respectiva-mente, 4,3% e 3,4% superioresaos do primeiro trimestre de 2010.

O modo aeroviário apresentouem junho queda de cerca de 4,0%na movimentação mensal. A movi-mentação doméstica (dados deembarque), responsável por 89,1%da movimentação total, tevequeda de 3,9% no mês, sendo quea movimentação regional foi res-ponsável por 3,4% da movimenta-ção total doméstica. A variaçãoem relação a junho/2010 foi de21,3% e o acumulado anual apre-sentou variação de 21,3%.

O Idet CNT/Fipe-USP é umindicador mensal do nível de ati-vidade econômica do setor detransporte no Brasil. l

8

Para a versão completa daanálise, acesse www.cnt.org.br.Para o download dos dados,www.fipe.org.br

Variação em 12 meses e no acumulado anual também registra aumento

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 73

Fonte: Idet CNT/Fipe-USP

ESTATÍSTICA DA MOVIMENTAÇÃO DO TRANSPORTE BRASILEIRO

Transporte Rodoviário de Cargas - Total

Milh

ões de

Ton

elad

as

110

90

95

100

105

85

80jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano

Milh

ões de

Passage

iros

1.100

1.050

1.000

950

900

850

800jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário de CargasIndustriais por Terceiros

Milh

ões de

tone

lada

s

65

55

60

50

35

40

45

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário Interestadual dePassageiros

Milh

ões de

Passage

iros

8.500

7.500

8.00

5.00

5.500

6.00

6.500

7.00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Ferroviário de Cargas

Milh

ões de

Ton

elad

as

35

40

45

50

30

25jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Aquaviário de Cargas

Milh

ões de

Ton

elad

as

80

65

70

75

30

35

40

45

50

55

60

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2010 20112009 2008 2010 201120092008 2010 20112009

2008 2010 20112009

2008 2010 201120092008 2010 20112009

2008 2010 20112009

s

s

ss

ss

ss

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s s

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201174

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 63.034 13.462 76.496Estadual Coincidente 17.314 5.551 22.865 Estadual 106.548 113.451 219.999 Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 213.723 1.367.382 1.581.105

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.114Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.126.341Cavalo mecânico 426.919Reboque 808.076Semi-reboque 629.769Ônibus interestaduais 13.976Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 139

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 29.637Total Concedida 28.465Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 6.987Total 28.465

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 92.814Locomotivas 2.919Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 32Domésticos 35Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 873 Turbo Hélice 1.783Pistão 9.513Total 12.505

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

MAIO - 2011

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 75

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da UniãoDados Atualizados Julho/2011

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

Arrecadação Acumulada

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001.Atualmente é cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$ 0,23/liltro) e diesel(R$ 0,07/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis,projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

Investimento Pago Acumulado

121086R

$ bilhões

420

20181614

1,36

17,73

60

40

30

20R$ bilhões

10

0

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

80

70

50

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

0,07(1,0%)

0,005(0,1%)

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

Observações:

1 - Taxa de Crescimento do PIB 2011 e acumulada em 12 meses

2 - Taxa Selic conforme Copom 20/07/2011

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até julho/2011

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até julho/2011

5 - Posição dezembro/2010 e julho/2011 em US$ Bilhões

6 - Câmbio de fim de período julho/2011, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (julho/2011), IBGE e

Focus - Relatório de Mercado 22/07/11), Banco Central do Brasil.

Investimentos em Transporte da União por Modal(Total Pago Acumulado - até julho/2011)

(R$ 6,79 bilhões)

0,70( 10,3%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JULHO/2011

2010 acumuladoem 2011

últimos12 meses

Expectativapara 2011

PIB (% cresc a.a.)1 7,50 4,17 - 3,94

Selic (% a.a.)2 10,75 12,50 12,50

IPCA (%)3 5,91 3,87 6,71 6,31

Balança Comercial4 16,88 12,97 25,26 20,90Reservas Internacionais5

288,58 344,90 -

Câmbio (R$/US$)6 1,75 1,55 1,56

0,35( 5,1%)

5,436,79

Restos a Pagar Pagos

68,8

29,2

Outros

5,67(83,4%)

CIDE (R$ Milhões)Arrecadação no mês Junho/2011 747,0

Arrecadação no ano (2011) 4.491,0

Investimentos em transportes pagos (2011) 1.362,0

CIDE não utilizada em transportes (2011) 3.129,0

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 68.840,0

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201176

BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

* Em partes por milhão de S - ppm de S

Estrutura do Despoluir

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - JUNHO 2011

AL AM

% NC

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

0,9 1,80,6

0,7 2,40,4

1,40,0 0,7 1,3 2,2 2,1 1,6

AC0,9 13,4 0,0 0,4 0,8 0,0 1,1 0,6 0,6 0,9 1,8 3,0 0,6 0,7 2,4 0,4 0,3 3,1 1,4 0,0 9,3 0,7 1,3 2,2 2,1 0,0 1,60,01,9 11,4 0,0 0,5 1,3 0,0 2,8 0,0 0,6 2,6 2,7 2,7 0,8 2,4 2,1 0,2 0,9 3,6 3,2 0,0 11,1 0,6 0,7 0,7 1,7 0,0 1,80,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - JUNHO 2011

0,0

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

0,6

13,4

0,60,40,00,9

0,00

10

15

5 1,1

0,0

Corante 1,3%1,3%

7,3%

Aspecto 35,8%

Pt. Fulgor 15,9%

Enxofre 7,3%

Teor de Biodiesel 38,4%Outros 1,3%

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

38,4%35,8%

15,9%

1,3%

0,8

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DASEMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

NÚMEROS DE AFERIÇÕES

392.505

Federações participantes 21Unidades de atendimento 7.219Empresas atendidas 70Caminhoneiros autônomos atendidos 8.608

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Japão 10 ppm de SEUA 15 ppm de SEuropa 50 ppm de S

Brasil

1.800 ppm de S

500 ppm de S

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,30Industrial * 140,05 8,90Transporte 136,15 8,60Outros setores 47,78 3,12Geração de energia 48,45 3,10Total 1.574,56 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100

VEÍCULO CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Caminhões 36,65 44,00Veículos leves 32,49 39,00Comerciais leves – Diesel 8,33 10,00Ônibus 5,83 7,00Total 83,30 100

50 ppm de S

MODAL MILHÕES DE m3 PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 32,71 96,60Ferroviário 0,69 2,00Hidroviário 0,48 1,40Total 33,88 100

TIPO 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Diesel 39,01 41,56 44,76 44,29 49,23 20,14Gasolina 24,01 24,32 25,17 25,40 29,84 13,97Etanol 6,19 9,37 13,29 16,47 15,07 4,27

3,1

9,3

ATÉ MAIO JUNHO20112007 A 2010 TOTAL

Aprovação no período

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)*

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

3,0

Diesel interior (substituição de 19% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

Diesel metropolitano (grandes centros urbanos)

Frotas cativas de ônibus urbanos das regiõesmetropolitanas da Baixada Santista, Campinas,São José dos Campos e Rio de Janeiro. Frotascativas de ônibus urbanos das cidades deCuritiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador.Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém,Fortaleza e Recife.

0,3

74.737 16.328 483.570

87,05% 88,22% 88,10% 87,26%

(ATÉ MAIO)

* Inclui processos industriais e uso de energia

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011
Page 78: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

Nos últimos anos, oBrasil avançou muitono processo de redu-ção da burocracia,

embora seja possível simplificare facilitar ainda mais a atividadedos pequenos negócios para pro-mover o desenvolvimento sus-tentável da economia. Um marcoimportante no sentido de tornaro ambiente de negócios maisfavorável às micro e pequenasempresas é o Simples Nacional,uma cesta de tributos recolhidosnum documento único.

O Simples Nacional unificou orecolhimento de oito tributos –seis federais (IRPJ, IPI, PIS,Cofins, CSLL e ContribuiçãoPatronal Previdenciária – INSSpatronal) mais o ICMS (estadua),e o ISS (municipal). Esse sistemadiminuiu o peso da tributaçãopara as empresas. Dependendodo caso, a redução ultrapassa70%. Além da forte redução dacarga tributária, há uma simpli-ficação do processo de recolhi-mento que facilita e agiliza osprocedimentos de arrecadaçãono país. Foi uma minirreformatributária com repercussãopositiva, principalmente nasempresas de pequeno porte quefaturam até R$ 240 mil.

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS

Simplificação radical tambémocorreu com o EmpreendedorIndividual, um avanço históricona reversão da informalidade.Por meio da Internet, oEmpreendedor Individual abreformalmente seu negócio. Hoje,mais de 1,3 milhão deles temCNPJ e direitos previdenciários,recolhendo menos de R$ 30 pormês. O Simples Nacional e oEmpreendedor Individual sãoexemplos que evidenciam as pos-sibilidades surgidas da vontadepolítica dos legisladores. Utilizamas modernas técnicas de infor-mação e comunicação para sim-plificar e desburocratizar asempresas. Apontam as possibili-dades e melhoram o ambiente denegócios, mas é desejável queisso se expanda para o restanteda economia.

Recentemente, um novopasso foi dado no sentido de esti-mular a atividade empresarial nopaís. Um decreto da presidenteDilma Rousseff criou uma novamodalidade de empresa no país.A Empresa Individual deResponsabilidade (Eirel) eliminaa exigência legal de um sócio,que nem sempre é necessário, econtribui para simplificar e des-burocratizar os pequenos negó-

cios, conferindo mais dinamismoà nossa economia. São mecanis-mos que aumentam o grau deliberdade do empreendedor paraque possa concentrar nos seusdesafios cotidianos e menos emprocedimentos burocráticos. Masos avanços não vão se limitar aessas conquistas que efetiva-mente reduzem os trâmites buro-cráticos e impulsionam oempreendedorismo no país.

O PL nº 591 tramita noCongresso Nacional e, se aprova-do, o texto legal ampliará osbenefícios do Simples Nacional,elevando o teto para efeito deenquadramento das empresasnesse regime tributário diferen-ciado e permite a exclusão dovalor exportado do teto do fatu-ramento exigido para entrada nosistema, entre outros benefícios.A essa proposição soma-se o PLP123/06, denominado Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas.

Os avanços são muitos, osdesafios também. Entre eles, amunicipalização da lei que vaiestender a desburocratização,a simplificação e a inserçãodessas empresas no processode contratação de produtos,bens e serviços pelas adminis-trações municipais.

DEBATE A burocracia ainda é um entrave para o Brasil crescer?

CARLOS ALBERTO DOS SANTOSDiretor técnico do Sebrae Nacional

País avançou muito, masainda há desafios a superar

“É possível facilitar ainda mais a atividade dos pequenos negócios para promover o desenvolvimento sustentável da economia”

Page 79: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

A burocracia ainda é um entrave para o Brasil crescer?

Àpergunta de se a buro-cratização é um entra-ve ao desenvolvimentodo país, respondo enfá-

tica e convictamente que sim, eacrescento que talvez seja umdos maiores empecilhos à nossacompetitividade interna e exter-na, em médio e longo prazos. Éóbvio que quanto mais alto ograu de centralização adminis-trativa, quanto mais numerosasas exigências de natureza formal,quanto mais arraigada a descon-fiança do administrador públicoem relação aos cidadãos e asempresas – mais lento e ineficazserá o processo decisório queproduz e assegura o desenvolvi-mento econômico.

A segunda indagação – bemmais complexa – é saber se sere-mos capazes de promover a des-burocratização, corrigir as dis-torções acumuladas ao longodos anos e, desta forma, inserir oBrasil entre os países plenamen-te desenvolvidos. Refiro-me nãosó à eficiência econômica, mastambém e, principalmente, aoaprimoramento das relaçõesentre o governo e a cidadania,para torná-las mais democráti-cas. Em princípio, acredito queseja viável revitalizar a adminis-

“moderna”, que se vale do avan-ço tecnológico das comunica-ções, em especial a Internet, paracriar, multiplicar e aprofundar oscontroles sobre a vida das pes-soas e das empresas. Cada órgãoda administração federal tem opoder de criar exigências ecomunicá-las genericamentepelo seu site. Decretos, portariase atos de menor hierarquia sãoeditados independentemente deinformações sobre o seu custopara a sociedade e as reais van-tagens para a administração e ogoverno em geral.

Apesar desses entraves buro-cráticos, o país vem crescendo.Mas há nuvens se formando nohorizonte. Os problemas de logís-tica são sabidamente complexos.A indústria doméstica está estag-nada. A carga tributária brasilei-ra, em torno de 35% do PIB, éoutro fator de desestímulo aoinvestimento industrial. Osencargos burocráticos e fiscaissobre o emprego e o capital sãomenores em outros países doque no Brasil. Finalmente, paracontinuar crescendo é imprescin-dível promover-se uma ampladescentralização administrativado governo federal em direçãoaos Estados e municípios.

JOÃO GERALDO PIQUET CARNEIROAdvogado, sócio de Veirano Advogados Presidente do Instituto Helio Beltrão

Um dos maiores empecilhosà nossa competitividade

“Antevejo dificuldades de ordem política e administrativa para que seimplante no Brasil um abrangente programa de desburocratização”

tração pública e reduzir a buro-cratização, até porque temosexperiência e recursos humanosnecessários para tanto. O Brasilfoi pioneiro em reformas admi-nistrativas altamente inovadoras.O Programa Nacional deDesburocratização, de 1979, trou-xe o cidadão comum e a pequenaempresa para o centro das preo-cupações reformadoras. Váriasdas iniciativas hoje consagradas(Estatuto da Micro e PequenaEmpresa, Juizados Especiais dePequenas Causas) datam da pri-meira metade dos anos 80.Algumas de nossas organizaçõesadministrativas são modelares,como o BNDES, o Banco Central ea Secretaria do Tesouro Nacional.

Antevejo, porém, dificuldadesde ordem política e administrati-va de vulto para que se implanteno Brasil um sólido e abrangenteprograma de desburocratização.A burocratização é um processohistórico que remonta aos pri-mórdios da colonização. Suascaracterísticas mais evidentessubsistem até os tempos atuais –a centralização administrativa, oformalismo jurídico e o princípioda desconfiança. Houve, porém,mudanças qualitativas de vulto.Temos hoje a burocratização

JOÃO GERALDO PIQUET CARNEIRO

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Page 81: Revista CNT Transporte Atual - Agosto/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2011 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

sustentabilidade desejada para o sistema eco-nômico brasileiro depende da modernidade daindústria, da agricultura e dos serviços, que porsua vez necessitam de uma boa capacidade detransporte e logística para a distribuição da pro-dução e deslocamento das pessoas. Portanto, a

atividade transportadora é essencial e estratégicapara a consolidação de qualquer economia.

A qualidade do transporte realizado em um paísé um indicativo de seu grau de desenvolvimento.

O crescimento econômico experimentadopelo Brasil nos últimos anos vem exigindonovos desafios dos transportadores. A expan-são das empresas para atender o aumento dademanda se coloca como o principal deles, e anecessidade de mão de obra especializadatem sido o grande gargalo para os empresá-rios transportadores. Estimativas apontampara a carência de 50 mil motoristas emempresas transportadoras.

Na questão da capacitação de trabalhadorespara o setor de transporte, os transportadoresbuscam soluções permanentes para renovaçãode mão de obra qualificada. O Sest Senat contaem seu portfólio mais de 200 cursos voltadospara a qualificação profissional.

Desde o início deste mês de agosto, o SestSenat abriu as inscrições para os cursos doPrograma de Formação de Motoristas para oMercado de Trabalho. O programa vai formar 67mil profissionais por ano, em todo o Brasil. Os cur-

sos são gratuitos e serão realizados em todo opaís, nas unidades do Sest Senat.

Mais de 200 empresas transportadoras jáestão associadas ao programa, oferecendo condi-ções para as aulas práticas em seus caminhões eônibus. A parceria está ocorrendo de maneira talque a grande maioria dos alunos deve sair doscursos com emprego garantido.

O esforço que os transportadores estão fazen-do para preparar sua mão de obra e suprir asnecessidades do setor deve ser acompanhado poruma contrapartida do governo em investimentossistemático em educação e por uma iniciativagovernamental para atender definitivamente ascarências brasileiras de uma infraestrutura detransporte. Não há como almejar um desenvolvi-mento sustentável tratando dos problemas ape-nas em caráter emergencial. Todos sabem o quedeve ser feito, o governo, as entidades represen-tativas e o conjunto da sociedade. Nossa parte,nós estamos fazendo.

É preciso educação de qualidade para se for-mar mão de obra especializada. Com trabalha-dores capacitados, o crescimento e a sustenta-bilidade da economia superam um de seus prin-cipais empecilhos. O setor transportador, com ainiciativa do Sest Senat, rompe assim o gargaloda renovação da mão de obra especializada,dando as condições para que a atividade cum-pra sua missão e o país mantenha seu projetosuperior de desenvolvimento.

AA educaçãono transporte

“A qualidade do transporte realizado em um paísé um indicativo de seu grau de desenvolvimento”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201182

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

[email protected]

QUATRO ANOS DEDESPOLUIR

Gostaria de parabenizar a CNT pela iniciativa de criar oprograma Despoluir. É bom saberque existe essa preocupaçãoambiental e que, acima de tudo,os resultados são efetivos.Precisamos mesmo de pessoasengajadas em causas assim. Que no próximo aniversário o programa tenha ainda maisnovidades para comemorar.

Décio Antunes PeixotoBragança Paulista / SP

TRÂNSITO BRASILEIRO

O Brasil precisa mesmo de umasolução urgente para resolver oproblema das mortes no trânsito.Não podemos mais fechar osolhos para esse tipo de tragédia.Fiquei muito feliz em poderconhecer, pela revista CNTTransporte Atual, a realidade de países como a Espanha e a Austrália que têm investidoem ações eficientes. Acreditoque, com boa vontade, conseguiremos bons resultados também.

Helen Maria PinheiroSão Paulo / SP

AMYR KLINK

Gostei muito da entrevista como navegador Amyr Klink

publicada na edição de julho darevista CNT Transporte Atual.Sou motorista de caminhão háquase 20 anos e adoro viajar.Sempre preparo as minhas viagens como se fosse umaexpedição. É diferente de estarno mar, mas acho que a emoçãoque sinto é tão grande como a do Amyr Klink.

Gerson Moreira Governador Valadares / MG

ACESSIBILIDADE

Fiquei feliz em saber pela revista CNT Transporte Atualque muitos municípios brasileiros estão oferecendo serviço de transporte públicoacessível aos portadores denecessidades especiais. Souusuária do sistema em PortoAlegre (RS). Por aqui as linhas funcionam bem, masainda é preciso ampliar a oferta. São poucos os ônibus adaptados existentes na cidade.

Carlos FigueiredoPorto Alegre / RS

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco J

Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar

70070-010 - Brasília (DF)

E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellEurico GalhardiFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJoão Rezende FilhoMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de SousaJosé Alexandrino Ferreira NetoJosé Percides RodriguesLuiz Maldonado MarthosSandoval Geraldino dos SantosDirceu Efigenio ReisÉder Dal’ LagoAndré Luiz CostaDiumar Deléo Cunha BuenoClaudinei Natal PelegriniGetúlio Vargas de Moura BratzNilton Noel da RochaNeirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Eduardo Lopes

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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