revista cnt transporte atual - ediçao 201

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C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT LEIA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA FABRIZIO PIERDOMENICO ANO XVIII NÚMERO 201 JUNHO 2012 TRANSPORTE ATUAL Efeitos da chuva Brasil não possui plano específico de prevenção, e ações pontuais não são suficientes para manter as rodovias em boas condições EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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Efeitos da chuva: Brasil não possui plano específico de prevenção, e ações pontuais não são suficientes para manter as rodovias em boas condições

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

LEIA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA FABRIZIO PIERDOMENICO

ANO XVIII NÚMERO 201JUNHO 2012

T R A N S P O R T E A T U A L

Efeitos da chuvaBrasil não possui plano específico de prevenção, e ações pontuaisnão são suficientes para manter as rodovias em boas condições

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 20124

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVIII | NÚMERO 201 | JUNHO 2012

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA Pesquisa CNT de Rodovias 2011

Fabrizio Pierdomenicoavalia a situação dosportos brasileiros

PÁGINA 10

ENTREVISTA

O investimento feitono transporte parareceber as Olimpíadas

PÁGINA 34

LONDRES 2012

Pouco espaço entreas poltronas deixapassageiros irritados

PÁGINA 38

AVIAÇÃO

FERROVIAS

Milhares de bens daantiga RFFSA estão àespera de solução

PÁGINA 52

AQUAVIÁRIO • Estudo sobre as hidrovias do Brasil pretende identificar as condições de navegabilidade e a potencialidade de cargas

PÁGINA 30

Depois da temporada de chuvas, sobram buracos e faltamrodovias em boas condições no Brasil; país não tem planoespecífico de prevenção, e ações são pontuais, fazendocom que o problema se repita ano após ano

Página 22

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 5

Motoristas formadospelo Sest Senat entramno mercado de trabalho

PÁGINA 58

PROFISSIONALIZAÇÃO

Araxá e Lavras, emMinas Gerais, recebemnovas unidades

PÁGINA 64

INAUGURAÇÕES

Humor 7

Alexandre Garcia 8

Mais Transporte 14

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

SeçõesDIA DO TRABALHO

Sest Senat festeja datacom diversas atividadesem todo o Brasil

PÁGINA 68

RODOVIAS DO BRASIL • Região Sudeste, a maisindustrializada do Brasil, precisa de investimento em rodovias para estimular o desenvolvimento

PÁGINA 44

O Sest Senat lançou o Programade Trainee para Novos MotoristasProfissionais. A intenção éaumentar o número de condutoresqualificados e incentivar o progresso do setor de transporte.Para atingir o público jovem, oprograma será estruturado comconteúdo dinâmico e moderno.Interessados podem fazer a inscrição em uma das 142 unidadesdo Sest Senat em todo o país:http://www.sestsenat.org.br/Paginas/Unidades.aspx

Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre

meio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins

de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras e

seminários• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer

e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de

Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes

TRAINEE

INAUGURAÇÕES

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

E MAIS

www.cnt.org.br

O Sest Senat já conta com 142unidades para atender os trabalhadores em transporte. Asúltimas sedes foram instaladasem Araxá (MG), Lavras (MG) eLuziânia (GO). Confira, na AgênciaCNT, a galeria de fotos e vídeosdas inaugurações e conheça ainfraestrutura oferecida pelasunidades. Acesse:http://www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Fotos.aspx

TAXISTA NOTA 10

A Copa de 2014 está próxima,e os taxistas que desejamaumentar a lucratividade ese comunicar melhor comos turistas estrangeirosganharam uma oportunidadede qualificação: o programaTaxista Nota 10. Iniciativada CNT, do Sest Senat e daEscola do Transporte, em parceria com o Sebrae, o programa vai capacitar milhares de profissionais em dois temas: gestão de negócios e idiomas (inglês e espanhol). Acesse: http://www.sestsenat.org.br/taxistanota10/

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 7

Duke

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rasília (Alô) – O asfalto brasileiro éuma arena onde se digladiam cami-nhões e automóveis. Motoristas deuns e outros têm convicção de queo asfalto não comporta a concilia-ção de estarem os dois tipos de veí-

culos num mesmo chão. Por isso é o coti-diano brasileiro o noticiário de que “cami-nhão desgovernado bate em carro e matatrês”, “carro em ultrapassagem perigosabate de frente em caminhão e todos mor-rem”. É tão rotineiro esse tipo de notíciaque já nem alcança manchete; fica emnotinhas diárias, geralmente numa colunaquase escondida pela dobra do jornal.

O caminhão atrapalha – xingam os con-dutores de carros. Os carrinhos não têmnoção do que fazem – queixam-se osmotoristas de caminhão. Condutores deveículos leves se queixam de que os cami-nhões e os ônibus se valem de seus tama-nhos para intimidá-los, forçando passa-gem ou não dando passagem. Aí, vingam-se, aproveitando-se de sua maior agilidadepara fazer ultrapassagens perigosas e cor-tando à frente dos veículos pesados.

Se o motorista de automóvel soubesseo que é frear um caminhão carregado, nãose meteria a brincadeiras com o irmãomaior. O freio motor é importante para ocaminhão, cujos freios normais precisamde ajuda. Se for uma carreta com um cava-lo mecânico, a coisa se complica: se a

carga não frear um pouco antes que o con-junto cabina-motor, a carroçaria pode atro-pelar a cabina. Mas se a cabina não freartambém, o conjunto articulado forma um L.Um caminhão precisa de muitas marchas ereduzidas em subidas e descidas; entranuma curva num ângulo diferente do auto-móvel; não tem visão do carro que estivermuito próximo de sua traseira.

Assim, mesmo que o código de trânsitodiga que o maior é responsável pela segu-rança do menor, parece que, na verdade, embenefício de sua própria segurança, o con-dutor de veículo leve precisa conhecer aslimitações de seu irmão maior e mais pesa-do. Sair da frente de um caminhão em des-cida e não ultrapassar o caminhão em curvasão conselhos mínimos para quem desejapreservar vidas. Também é errado seguirum caminhão de muito perto à espera deoportunidade de ultrapassar, já que a visãofica limitadíssima. E antes de começar umaultrapassagem de caminhão longo em subi-da, é bom saber de que torque dispõe o seumotorzinho. A maioria dos automóveis bra-sileiros têm torque insignificante, que tor-nam perigosas as ultrapassagens, porqueelas se tornam demoradas. Por sua vez, omotorista que está na boleia precisa com-preender que aquele pequeno que corre ris-cos não sabe em que aperto pode se meter– e precisa proteger o afoito, porque comele no carro ou em casa está uma família.

B

“A maioria dos automóveis brasileiros têm torque insignificante, que tornam perigosas as ultrapassagens, porque elas se tornam demoradas”

Dois em um

ALEXANDRE GARCIA

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ENTREVISTA FABRIZIO PIERDOMENICO - ECONOMISTA

Mesmo com cresci-mento de 67,5%entre 2002 e 2011,segundo dados da

Antaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários), amovimentação de cargas nosportos públicos e terminaisprivados do Brasil ainda tempotencial para um desenvol-vimento maior.

Segundo o economistaFabrizio Pierdomenico, paraisso, falta ao setor desburo-cratizar os sistemas e fazercom que os nossos portos fun-cionem efetivamente durante24 horas por dia, principal-mente na área de desembara-ço de cargas. “Poderíamosduplicar a eficiência dos por-tos sem gastar um real em

obras. Apenas revendo pro-cessos”, afirma ele.

Pierdomenico também defen-de a transferência da gestão por-tuária à iniciativa privada, alegan-do que esse é o primeiro passopara a busca da eficiência nosetor. Pós-graduado em Finançasde Empresas pela UniversidadeMackenzie, ele foi diretor-comer-cial e de desenvolvimento daCompanhia Docas do Estado deSão Paulo, entre 2003 e 2007, esecretário de Planejamento eDesenvolvimento Portuário daSEP (Secretaria de Portos) daPresidência da República, entre2008 a 2011.

Atualmente, o economista ésócio proprietário da AgênciaPorto – Consultoria Portuária eEmpresarial, com sede na cida-

de de Santos (SP). Acompanheabaixo os principais trechos daentrevista que ele concedeu àCNT Transporte Atual.

Qual a importância dosetor portuário para a econo-mia brasileira?

Passam pelos portos brasilei-ros, aproximadamente, 95% docomércio exterior do país. Essepercentual responde a pergun-ta. O setor portuário é determi-nante na cadeia logística e nacompetitividade dos nossosprodutos no exterior. Por isso, éextremamente importante queo governo federal mantenha ofoco nesse setor.

Quais são, ainda, os princi-pais gargalos enfrentados

pelo sistema portuário noBrasil?

O principal gargalo a serenfrentado é a burocracia.Poderíamos duplicar a eficiên-cia dos portos simplesmenterevendo a dinâmica processuale os procedimentos das autori-dades públicas que atuam den-tro do porto, sem precisar gas-tar um real em obras. A cargatem que chegar ao porto e ime-diatamente ser transportadapara o cliente final. O Brasilainda ocupa o 41º lugar no Índi-ce de Desempenho Logístico doBanco Mundial. Já foi pior, em2007, éramos o 61º colocado.Tivemos uma melhoria emtodos os itens avaliados, menosno que se refere à burocracia. Oporto, por exemplo, precisa fun-

“Poderíamos duplicar a eficiência dos portos simplesmente revendoprocedimentos das autoridades públicas que atuam dentro do porto, sem

Burocracia é maioPOR LIVIA CEREZOLI

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a dinâmica processual e osprecisar gastar um real em obras”

cionar 24 horas por dia, e nãoestou me referindo à operaçãoportuária, que já trabalha dessaforma. Refiro-me a todos ossetores envolvidos no desem-baraço da carga.

O projeto Porto Sem Papelprevê uma redução nos tem-pos de liberação de docu-mentos, facilitando os pro-cessos de importação eexportação. O projeto é sufi-ciente para desburocratizaros procedimentos nos portosbrasileiros?

Infelizmente não. O Portosem Papel é um importantepasso, que facilitará a desburo-cratização do setor, mas ainda éinsuficiente para termos umamelhoria que possa ser sentida.

O projeto ataca uma pequenaparte do problema. Enquanto acarga deveria ficar no portonão mais do que algumashoras, a realidade brasileira ébem diferente, passam-se diascom a carga armazenada nopátio do porto pelas mais diver-sas razões.

A Lei dos Portos, de 1993,já prevê a concessão de por-tos à iniciativa privada, mas,até então, apenas o porto deImbituba, em Santa Catarina,passou para as mãos priva-das. Como o senhor avalia apossibilidade de concessãode outras áreas portuárias noBrasil?

Eu avalio de forma muitopositiva, principalmente para

novos portos. O governo fede-ral sinaliza que adotará essemecanismo para os novos por-tos de Manaus, da Bahia e doEspírito Santo.

A quantidade de portosexistentes hoje no país é sufi-ciente para atender a cres-cente demanda de cargas,principalmente a agrícola?Existem áreas disponíveispara a implantação de novoscomplexos portuários?

O Brasil possui 34 portospúblicos e cerca de 117 termi-

nais de uso privativo. O númerode portos, aparentemente, ésuficiente. O que temos que dis-cutir é se a gestão é eficiente. Aexperiência de se passar para ainiciativa privada, por meio deconcessão, a gestão dos portosa serem implantados, parece-me o primeiro passo em buscadessa eficiência. As áreas compossibilidade de novos comple-xos portuários já estão defini-das pelo governo federal noPlano Geral de Outorgas daAntaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários).

JÚLIO FERNANDES/CNT

r gargalo

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Caberá à iniciativa privada ava-liar os riscos antes de proporum investimento nessas áreas.

Por que a cabotagem éainda tão pouco utilizada noBrasil?

Dois fatores podem expli-car isso. O primeiro é deordem econômica. Durante oprocesso hiperinflacionário,que abalou o país nas déca-das de 1980 e 1990, haviauma desvantagem nas car-gas com transit time (tempode trânsito) maiores. A cabo-tagem sempre teve desvan-tagem em relação ao modalrodoviário nesse quesito.Dessa forma, o sistema ficouabandonado por mais deduas décadas, acentuandonossa cultura rodoviarista. Asegunda explicação é deordem operacional. A opera-ção de cabotagem ainda émuito burocratizada. É maisfácil o dono da carga contra-tar um caminhoneiro autôno-mo para levar uma carga deSão Paulo até o Ceará do quecontratar a mesma operaçãopor cabotagem. Temos pou-cos armadores que disponi-bilizam navios para a nave-gação de cabotagem. Issocria um círculo perverso emque a carga acaba mesmoquase sempre indo para arodovia.

Embarcadores que operamna navegação de cabotagemafirmam que o sistema pode-ria ser ampliado no país casoexistissem mais navios dispo-níveis. Como solucionar esseproblema?

A primeira coisa é permi-tir que os armadores impor-tem navios a um custorazoável. Hoje, os impostossão proibitivos em uma ope-ração como essa, e nãotemos estaleiros nacionaisem número suficiente e comtecnologia disponível paraincentivar pedidos de cons-trução de embarcações decabotagem. Quando osarmadores se aventuram emconstruir, têm que ficar nafila e disputar com pedidosdo setor petroleiro. Eu sóvejo vantagens em incenti-var a importação de naviospara cabotagem com impos-tos mais baixos ou mesmocom isenção. As vantagens dacabotagem são tão grandesque justificariam tal atitudecomo sendo de interessepúblico. Quanto mais cabota-gem, menos poluição, menosdesgastes das estradas, maisbarato seria o transporte decarga, mais eficiente seria alogística, menos acidentesseriam registrados em nossasestradas, entre tantas outrasvantagens.

Como avalia a proposta deconstrução de portos exclusi-vos para operar a navegaçãode cabotagem?

Um dos gargalos, que não faleiainda, é que esse sistema precisacompetir com a carga de longocurso, que remunera o terminal e oporto muito mais do que a cabota-gem. Uma ideia que cheguei adebater ainda enquanto secretáriode Planejamento da SEP (Secretariade Portos) foi a de considerar acabotagem como carga própriados armadores. Dessa forma,haveria incentivo para que essespudessem construir terminais deuso privativo para a exploração dacabotagem, permitindo que osportos públicos ficassem dedica-dos à carga de longo curso, ouseja, ao comércio exterior.

OPERAÇÃO Brasil tem número suficiente

“Eu só vejovantagens emincentivar a

importação denavios paracabotagem

com impostosmais baixosou mesmo

com isenção”

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gem pura, aquela que tem origeme destino nos portos brasileiros,como carga própria?

A Secretaria de Portos deveinvestir R$ 6 bilhões até 2014no Programa de Incentivo àCabotagem. Em que exatamen-te deve ser aplicado essevalor?

Espero que seja na desburo-cratização do setor. Construirinfraestrutura seria um desper-dício de recurso público, hajavista que podemos ter soluçõesprivadas mais eficientes.

Enquanto o senhor esteveà frente da Secretaria dePlanejamento e Desenvol-vimento Portuário da SEP, aprevisão para finalizar o

Plano Nacional de Dragagemera agosto de 2011. No entan-to, até agora, dos 18 portosque serão dragados, apenasoito estão prontos. A quepode ser atribuída essademora?

O PND foi uma verdadeirarevolução em termos deinvestimentos públicos nosportos. A SEP assumiu a res-ponsabilidade de licitar eimplementar as obras nosprincipais portos brasileiros.Foi um enorme desafio, pois oBrasil tinha perdido a culturade como fazer dragagem deaprofundamento. Não tínha-mos empresas nacionaiscapazes, projetistas especia-lizados em obra de dragagemeram (e são) uma raridade eprofissionais que entendes-sem dessa engenharia eramescassos. Tivemos que supe-rar tudo isso, além de proble-mas de ordem ambiental. Issoexplica porque obras que jádeveriam estar encerradasainda não foram concluídas.O importante é que duranteos últimos quatro anos, a dra-gagem dos principais portosfoi iniciada e em muitos játerminaram, ou estão emfase de conclusão.

Também durante a suapermanência na SEP, osenhor anunciou o PNLP

(Plano Nacional de LogísticaPortuária), um levantamentosobre os 15 principais por-tos brasileiros, realizadoem parceria com a UFSC(Universidade Federal deSanta Catarina). O estudo,que seria lançado em feve-reiro deste ano, ainda nãotem data definida para oanúncio. O que esperardesse levantamento?

Segundo a Secretaria dePortos, o PNLP está pronto eem fase de análise dentro daSEP, pois ele foi elaborado emconvênio com a UniversidadeFederal de Santa Catarina. Oque espero é que o Estadoretome a capacidade de pla-nejamento do setor portuáriopodendo, dessa forma, alocaros recursos públicos de umaforma eficiente e planejada.

Que tipo de impacto aproposta de unificação doICMS, possível medida a seradotada pelo governo fede-ral para acabar com a guer-ra fiscal, pode causar nosportos brasileiros?

As cargas retomarem assuas hinterlândias (regiãoservida por um porto ou vianavegável) originais, nãosendo cooptadas por incenti-vos tributários que nem sem-pre beneficiam a sociedade ea infraestrutura. l

de portos, mas precisa melhorar a gestão

CODESP/DIVULGAÇÃO

E como funcionariamesses terminais? A existênciadeles seria possível com alegislação vigente?

A questão da carga própria éuma pré-condição para a outorgade terminais de uso privativo.Porém, a resolução nº 1.660/2010da Antaq, que disciplina a referidaoutorga, já criou uma exceção. Oartigo 26 diz que podem ser con-sideradas cargas próprias todasaquelas vinculadas a projetosapoiados, fomentados e supervi-sionados pela Sudam (Superin-tendência do Desenvolvimento daAmazônia), pela Sudene (Superin-tendência do Desenvolvimento doNordeste) e pela Sudeco (Superin-tendência do Desenvolvimento doCentro-Oeste). Por que não consi-derar também a carga de cabota-

“O setor portuário é

determinantena cadeia

logística e nacolocação dos nossosprodutos noexterior”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201214

MAIS TRANSPORTE

A 17ª Assembleia Ordinária daCIT (Câmara Interamericana deTransportes) acontece nos dias27 e 28 de junho, em Manaus(AM). O encontro vai reunirdelegações de 18 países, entremembros da Câmara e convidadosdo setor de transporte do continente americano, atuantesem todos os modais. O eventoserá realizado no Studio 5Centro de Convenções, parale-

lamente à TranspoAmazônia –1ª Feira e Congresso deTransporte & Logística, promovida pela Fetramaz(Federação das Empresas de Logística, Transporte eAgenciamento de Cargas da Amazônia). As reuniõesserão abertas ao público. Os interessados podem se inscrever por meio do site daentidade: www.citamericas.org.

Assembleia da CIT

COMPETIÇÃO Presença brasileira em rali para mulheres

A engenheira brasileira AssianeAdada e a francesa ValérieVilatte, analista de engenhariae desenvolvimento de produto,ambas colaboradoras daRenault, finalizaram a participação na 22ª edição doRallye des Gazelles com a 10ª

posição geral, na categoriaSUV. Elas encararam representantes de 33 países.Foram 150 equipes em trêscategorias. Assiane foi a única brasileira a competir no maior rali do mundo disputado só por mulheres.

Performance comemorada

A Associação Nacional dosTransportadores Ferroviáriosabriu as inscrições para o 6ºPrêmio ANTF de Jornalismo.Podem concorrer jornalistasatuantes na imprensa nacional que tenham produzidomatérias sobre ferrovias, veiculadas no período de 28de novembro de 2010 a 6 deagosto de 2012, em jornalimpresso, revista impressa,

rádio, televisão e Internet. O prazo para inscrições vaiaté 6 de agosto. O vencedorde cada categoria ganhará R$ 5.000. A premiação acontecedurante o evento “V Brasilnos Trilhos 2012”, no dia 4 de setembro, em Brasília. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveisno site da associação:www.antf.org.br.

Prêmio ANTF de Jornalismo

RENAULT/DIVULGAÇÃO

NOVIDADE Aplicativo lançado pela DC Logistics

A DC Logistics Brasil, empresaespecializada no gerenciamentologístico de transporte internacional, lançou o aplicativo“Tracking and Tracing” paratablets. A ferramenta ofereceaos clientes acesso fácil, rápidoe interativo ao sistema de rastreamento de cargas. O programa é gratuito e podeser baixado pela Internet. “A

empresa vive um momentomuito positivo, com crescimentosólido. No ano passado, o quadro de funcionáriosaumentou em 25%.Paralelamente, foi registradoum crescimento de 15% emfiles (itens oferecidos), 27% em volume marítimo e 21% emvolume aéreo”, disse Ivo Mafra,diretor da companhia.

Rastreamento interativo

DC LOGICTICS/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 15

NEGÓCIOS

Acidade de Uberlândia,em Minas Gerais, consi-derada um dos maiores

polos logísticos do país, prepa-ra-se para receber a primeiraedição da “Movimenta – FeiraInternacional de Logística”,que acontece entre os dias 12 e15 de junho, no Parque deExposições do Camaru. A Aciub(Associação Comercial eIndustrial de Uberlândia), oSettrim (Sindicato dasEmpresas de Transporte deCargas do Triângulo Mineiro), oNTLI (Núcleo de Transportes eLogística Integrada) e a PVBC(Plataforma de Valor do BrasilCentral), uniram-se para reali-zar o evento, que pretendereunir mais de cem exposito-res nacionais e internacionais.

A Movimenta tem comoobjetivo gerar negócios e pro-mover a troca de experiênciasentre os profissionais do setor.A expectativa da comissãoorganizadora é de que mais de4.000 visitantes prestigiem afeira durante os quatro dias. Afeira é aberta ao público, quepoderá conferir os principaislançamentos e as últimas novi-dades em produtos e serviços,como veículos, rastreadores,equipamentos, softwares eoutras ferramentas de gestãovoltadas para o segmento.

Uma das atrações será ocaminhão norte-americanoPeterbilt, modelo 359, de 1980,que ficará exposto para apre-ciação dos visitantes. “A reali-zação da Movimenta 2012 é

um importante instrumentode exposição e afirmação dodesenvolvimento econômico edo potencial de Uberlândia eda região nos setores detransporte e logística, alémde promover a geração denegócios e a capacitação dasempresas”, afirma RogérioNery de Siqueira Silva, presi-dente da Aciub.

O empresário FranciscoPelucio, presidente do Setcesp(Sindicato das Empresas deTransportes de Carga de SãoPaulo e Região), vai ministraruma palestra durante a feira.Pelucio vai abordar sua expe-riência em entidades ligadasao setor, como a NTC &Logística (Associação Nacionaldo Transporte de Cargas &

Logística), a ABTI (AssociaçãoBrasileira de TransportesInternacionais) e a Fetcesp(Federação das Empresas deTransporte de Cargas doEstado de São Paulo).

A Movimenta compõe as atra-ções da Semana Internacional deLogística em Uberlândia, queocorre no mesmo período dafeira. Além do evento, o setorterá a oportunidade de deba-ter a logística durante o 19ºConAmerco (Congresso deAdministração do Mercosul) etambém no 2º EnFagen(Encontro das Faculdades deGestão e Negócios). Ambosserão realizados no CenterConvention e devem reunir,aproximadamente, 8.000 parti-cipantes do Brasil e de países

da América Latina e doMercosul.

De acordo com a organização,a Semana Internacional deLogística vai proporcionar oencontro do conhecimento cientí-fico com a realidade e as novida-des do setor logístico, que serãoapresentadas durante a feira.

ECONOMIA Uberlândia (MG) recebe a primeira edição da feira “Movimenta”

SERVIÇOEvento: Movimenta 2012 – FeiraInternacional de LogísticaLocal: parque de Exposições doSindicato Rural de Uberlândia Data - de 12 a 15 de junhoInscrições: podem ser feitas,antecipadamente, por meio dosite: www.feiramovimenta.com.br.

Logística é o foco em feira internacional em UberlândiaDANIEL NUNES/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201216

MAIS TRANSPORTE

Logística Ambientalde Resíduos SólidosFruto da experiência dos autores nos temas de logística e transporte. Org.: Daniela Bacchi Bartolomeu e José Vicente Caixeta Filho, Ed. Atlas, 264 págs., R$ 61

A Crise da ToyotaAutores investigaram como a montadora enfrentou os desafiosda recessão e a crise dos recalls de 2009-2010.De: Jeffrey K. Liker e Timothy N. Ogden, Ed. Bookman, 272 págs., R$ 58

Febre do PanamáConta a história de uma das mais importantesrealizações do homem em todos os tempos, o Canal do Panamá. De: Matthew Parker, Ed. Record,602 págs., R$ 74,90

A transportadora Plimor investiu R$ 7 milhões na aquisição de 44 novos veículos: 34 caminhões Mercedes-Benz e dez carretas. Em junho de 2011, 78 caminhões foram comprados, totalizando R$ 16 milhões e 600veículos. Os novos caminhões atenderão Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e a Argentina.

Plimor investe na ampliação da frota

PLIMOR/DIVULGAÇÃO

Prazos de entrega mais curtos A Lufthansa Cargo conta com umnovo serviço expresso pararemessas ultraurgentes, dirigidoaos clientes em todo o mundo,chamado “Courier.Solutions”.Além de monitoramento permanente, o produto ofereceos prazos de trânsito e de entrega mais curtos do portfólioda empresa. Ele é destinado para clientes cuja carga é

extremamente urgente e sensível.Não há limites de peso, já que oserviço permite o transporte atéde paletes inteiros e contêineres.Para os clientes que despachampelo Aeroporto de Frankfurt, naAlemanha, a remessa pode serentregue até 90 minutos antes da partida. Em diversos outrosaeroportos internacionais, é possível entregar a carga até

uma hora antes da partida. De acordo com a Lufthansa, é possível reservar o“Courier.Solutions” em todos osescritórios da empresa. Outroscanais de distribuição, como call centers e canais eletrônicos, também estão sendo preparadospara a reserva do produto e deverão ser disponibilizados no decorrer deste ano.

Page 17: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 17

IVECO/DIVULGAÇÃO

IVECO Revenda está localizada em Betim (MG)

A Aliança Navegação e Logísticautiliza, desde 2011, um sistemachamado EDI (IntercâmbioEletrônico de Dados), para facilitar a comunicação e agilizaros processos operacionais. A partir de agora, a empresa disponibilizou o EDI para osDados de Notas Fiscais, Dados de Notas Fiscais Eletrônicas,Conhecimentos Embarcados,Documento de Cobrança,Ocorrência na Entrega deMercadorias e Posição da Viagem.De acordo com Gustavo Costa,

gerente de cabotagem da empresa,os principais clientes dos segmentos eletroeletrônicos e siderúrgico são os maiores parceiros no EDI da cabotagem.Conforme o executivo, com a utilização do sistema, ocorre apenas uma única entradamanual de informações na origem dos procedimentos, evitando erros nas demais etapas do processo, uma vez que a absorção dos dados é automática, tanto na Aliançaquanto nos clientes.

Intercâmbio na cabotagem A mobilidade urbana faz parte das discussões do 3º Seminário SistemasInteligentes de Transportes,que será realizado nos dias25 e 26 de junho, no CentroEmpresarial Rio, na capitalfluminense. O foco do debate será “Tecnologia,Mobilidade eSustentabilidade”. Promovido pela Planeja &Informa Comunicação eMarketing, em parceria com a Coppe/UFRJ e a Uerj

(Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o objetivo do evento é debater novos meios de se pensar o tema, unindorecursos de informação ecomunicação telemática e ferramentas de gerenciamento dos transportes. O formulário de inscrição pode ser solicitado pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 2262-9401.

Mobilidade urbana

A Iveco inaugurou a maior concessionária da rede emtoda a América Latina, emBetim (MG). A Iveco Deva, localizada na divisa comContagem, às margens daRodovia BR-381, tem área de 17mil metros quadrados, sendo9.000 metros de área construída,com capacidade para atender até 44 caminhões

simultaneamente em suas oficinas. A rede de concessionárias Deva é a maior revendedora de caminhões Iveco do Brasil. A empresa investiu R$ 3,5 milhões na nova unidade, ampliando sua presença em Minas Gerais, onde atua com seis casas.

Maior concessionária da AL

ANUÁRIO

OGrupo Guia Marítimo,especializado empublicações, feiras e

eventos para o setor decomércio exterior e logísti-ca, lançou durante aIntermodal South America,em São Paulo, o “GuiaPortuário 2012”. O anuárioé uma ferramenta que per-mite ao mercado ter aces-so a todos os serviços,diretório e dados estatísti-cos do setor. A iniciativa épioneira no Brasil.

A publicação traz osprincipais contatos dos 37portos nacionais, terminaise operadores, além deinformações técnicas, rese-nhas sobre a movimenta-ção e uma retrospectivacompleta do segmento em2011. O anuário tem, ainda,

uma retrospectiva dosprincipais eventos dosetor no período anterior,além de informações téc-nicas e estatísticas demovimentação.

“É uma publicação deextrema importância paraquem atua no segmento,além de permitir uma pro-funda análise sobre asituação dos portos, pormeio das estatísticas dis-poníveis. E para quem querfazer negócios, todos oscontatos estão reunidosali, facilitando o processode comunicação”, afirmaTadeuz Polakiewicz, diretordo Grupo Guia Marítimo. Omaterial está disponíveltambém na versão eletrô-nica, no site www.guiapor-tuario.com.br.

Guia Portuário 2012

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201218

MAIS TRANSPORTE

A DHL Supply Chain ampliou suas operações com a CPFLEnergia. A empresa vai construirdois armazéns para atender àdemanda do setor e acompanharo aumento dos negócios da companhia de distribuição deenergia. Um dos armazéns estálocalizado em Santo Antônio daPosse, com foco no interior deSão Paulo. O outro será construído

em Caxias do Sul, cobrindo onorte do Rio Grande do Sul. Deacordo com a DHL, os locais vãoaumentar a capacidade de armazenagem em 40% e 20%,respectivamente. Todo o materialmovimentado, como cabos, postes,torres, cruzetas, entre outros, éutilizado para a ampliação, oreparo e a manutenção de rede elétrica.

Operações expandidas

LOGÍSTICA Bermúdez, diretor-executivo da empresa

A Tito Global Trade Services, provedora de serviços em logística internacional e comércioexterior, divulgou que vai expandirseus serviços internacionais nodecorrer deste ano. A ampliaçãovisa sustentar as oportunidadesnos eixos dos Estados Unidos, doBrasil e da América do Sul, comênfase nos países andinos. Alémdisso, a Tito vai estender os

serviços para a Ásia, com foco na China e no Círculo do Pacífico. “A companhia quer aumentar os negócios do mercado asiático com o Brasil e a América do Sul, fazendo da sede norte-americana um hub de negócios para as operações da Ásia e da Américado Sul”, destaca o diretor-executivoHermeto Bermúdez.

Atuação internacional

TITO GLOBAL TRADE SERVICES/DIVULGAÇÃO

OBRAS Porto de Natal receberá o empreendimento

A paulista Constremac venceu alicitação para a construção doTerminal de Passageiros do Portode Natal. A proposta apresentadapela empresa foi de R$ 49,3milhões para executar todas asobras que contemplam o projeto:a recuperação de um antigo frigorífico, a construção de umprédio de dois pavimentos, aampliação do cais e a instalaçãode um dolfin de amarração(estrutura fora do cais para

amarração do navio). O terminalterá balcões de atendimento,escritórios, restaurante, salão de exposições e palco. De acordocom a SEP (Secretaria Especial de Portos), as obras devem ser concluídas em até 16 meses. Aobra faz parte das melhorias queo governo federal vai realizar emsete portos brasileiros, visando ademanda da Copa do Mundo de2014. A SEP já iniciou obras emRecife e Fortaleza.

Terminal de passageiros

CODERN/DIVULGAÇÃO

DHL SUPPLY CHAIN/DIVULGAÇÃO

AMPLIAÇÃO DHL aumenta sua capacidade de armazenagem

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 19

AIRPORT INFRA EXPO

Asegunda edição daAirport Infra Expo 2012(Feira de Infraestrutura

Aeroportuária da AméricaLatina) reuniu cerca de cemempresas de 18 países. Foramtrês dias de debates sobre osetor. Os participantes pude-ram conferir também as últi-mas novidades do segmentonos estandes que ocuparam6.000 metros quadrados doTransamérica Expo Center, emSão Paulo.

Um dos destaques da feira foi ocarro de combate a incêndio CCI-AP2, comercializado pela LavritaEngenharia de EquipamentosEspeciais. O veículo, antes produzi-do na Suécia, é fabricado atual-mente no Brasil. “A regionaliza-ção dos voos regulares vai exigiruma profissionalização dos aero-portos e isso vai gerar umademanda por equipamentos eserviços de qualidade. O desen-volvimento da indústria aeropor-tuária está nesse foco”, disseRoberto Molina, diretor comer-cial da Lavrita.

O primeiro dia foi marcadopela presença do ministro-chefeda Secretaria de Aviação Civil,Wagner Bittencourt. Segundoele, o governo federal estimaque os voos regulares nos aero-portos nacionais atendam 94%da população brasileira em umraio de 100 quilômetros, até 2014.

O ministro afirmou, ainda,que os complexos aeroportuá-rios do país estão preparadospara receber os grandes even-tos internacionais, como a Copa

de 2014 e as Olimpíadas. "O paísteve uma boa experiência comas Olimpíadas Militares realiza-das ano passado, quando nãose ouviu queixas sobre os aero-portos. Já preparamos umaprogramação especial para aConferência Rio+20", frisouBittencourt. “O alcance brasilei-ro será semelhante à atualmalha aeroviária dos EUA”,completou.

O aumento da demanda gera-do pela nova faixa de cidadãosque passaram a acessar bens eserviços do setor, como as via-gens aéreas, foi um dos temasdo segundo dia do evento. Nestaedição, foi possível conheceralgumas soluções aplicadaspelas empresas para questõescomo o aumento da demanda depassageiros durante eventosinternacionais.

A Losberger oferece a vendae o aluguel de terminais tempo-rários, alternativa já consideradainevitável pelo governo brasilei-ro para suportar o aumento dofluxo de passageiros nos perío-dos mais críticos. A Kieling &Dittrich, especializada no contro-le de bagagens e passageirospor meio de radiofrequência,também aposta no desenvolvi-mento da indústria aeroportuá-ria. “O ambiente está mais com-petitivo e aberto para negócios”,afirmou Nádia Guimarães, dire-tora da companhia.

No último dia, os participantesdebateram as novas tecnologias.A Paradigma Projetos e SoluçõesInovadoras mostrou a “Fractal

System”. A tecnologia permite umgerenciamento on-line de toda arede aeroportuária. O sistemaoferece instantaneamente a com-panhias aéreas e gestores deaeroportos, índices, gráficos erelatórios para tomadas de deci-sões rápidas e eficientes.

Os temas inovação e tecno-logia foram debatidos duranteo 2º Seminário Internacional deInfraestrutura Aeroportuáriada América Latina, realizadosimultaneamente à AirportInfra Expo 2012.

O consenso entre os especia-listas participantes dos painéis éde que o foco da indústria aero-portuária deve estar na buscapela mobilidade completa. Para

atingir essa meta, eles acreditamque obstáculos, como a questãocultural, precisam ser superados.

“No Brasil, o índice de passa-geiros que fazem o check-in pormeio do autoatendimento é de30%, enquanto no resto domundo a média é de 56%”, disseMarcelo Steffen, gerente de ope-rações da Accenture.

Para Paula Faria, diretora daSator, idealizadora e organizado-ra do evento, os aeroportos sãofundamentais para o desenvolvi-mento econômico do país. “Oobjetivo da Airport Infra Expo2012 foi fomentar o crescimentoda indústria aeroportuária naAmérica Latina."

(Leticia Simões)

AVIAÇÃO Airport Infra Expo 2012 em São Paulo (SP)

Feira de aviação destaca tecnologia e mobilidade

AIRPORT INFRA EXPO/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201220

MAIS TRANSPORTE

DESPEDIDA

Otransporte do Brasil per-deu um representanteque se destacou pela

relevância de sua atuação naluta pelas conquistas do setor.No dia 5 de maio, o presidentede honra da CNT (ConfederaçãoNacional do Transporte), ThiersFattori Costa, faleceu aos 79anos, após um infarto.

Nascido na cidade de SãoPaulo (SP), em 20 de julho de 1932,Thiers Fattori teve uma vida dedi-cada ao aperfeiçoamento dosetor, estando à frente de grandesconquistas e importantes entida-des, que elevaram o setor trans-portador ao nível das principaisatividades econômicas do país.

Ele presidiu a CNTT(Confederação Nacional doTransporte Terrestre), traba-lhando para transformá-la emCNT e unir todo o setor emseus diferentes modais e ati-vidades. Também presidiu aNTC & Logística (Associação

Nacional do Transporte deCargas e Logística) e fundou epresidiu a Fenatac (FederaçãoInterestadual das Empresasde Transporte de Cargas). Eleatuou no transporte rodoviá-rio de cargas e também naaviação.

No final do ano passado,Thiers Fattori foi homenageadocom o troféu “Pioneiros doTransporte”, oferecido pelasrevistas "Transporte Moderno" e"Tchnibus". Em janeiro desteano, em uma de suas últimasentrevistas à revista CNTTransporte Atual, ele falousobre a importância de osempresários do setor de trans-porte estarem atentos e tenta-rem escolher bem o nome desuas empresas.

“É uma escolha muitoimportante, pois ajuda aempresa a obter sucesso.Tem que ser um nome quepossa ser lembrado facil-

mente pelas pessoas”,disse Thiers. A morte dopresidente de honra da CNTdeixa um espaço vazioentre as lideranças brasilei-

ras do transporte e umaimensa tristeza pela perdade uma pessoa que dedicousua vida à melhoria dosetor transportador.

Morre o presidente de honra da CNTJÚLIO FERNANDES/CNT

O Projeto Porto sem Papel foi implementado em mais doisportos: Pecém e Fortaleza (CE).Por meio de portaria assinadapelo ministro dos Portos,Leônidas Cristino, o uso doSistema de InformaçãoConcentrador de Dados

Portuários do Projeto Portosem Papel - que visa autorizara atracação e a desatracaçãode embarcações - deverá serobrigatório nos 34 portospúblicos até junho de 2013. Aação prevê reduzir em média25% o tempo de estadia dos

navios no porto e melhorar aeficiência e a competitividade.A medida, em conformidadecom acordos de cooperação,celebrados entre a SecretariaEspecial de Portos, ReceitaFederal, Vigilância Sanitária,Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento,Polícia Federal e a Marinha, temcomo objetivo disciplinar o fornecimento das informaçõespara as autorizações de atracação,operação e desatracação deembarcações, pelos armadorese seus representantes.

Porto sem Papel chega a Pecém e Fortaleza

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 21

LEGISLAÇÃO

Apresidente Dilma Rousseffsancionou, no início demaio, a lei que trata da

regulamentação da profissão demotorista no país. O projeto regu-lamenta pontos, como a jornadade trabalho, o tempo de direção eo descanso dos condutores.

O presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade, destaca que a sançãoda lei é importante para valori-zar a categoria. "Precisamosgarantir aos nossos profissio-nais melhores condições detrabalho", disse.

Entre os itens mais impor-tantes, começa a valer aproibição do trabalho pormais de quatro horas ininter-ruptas, sem um intervalomínimo de 30 minutos dedescanso. O trabalho poderáser prolongado por mais umahora até que o motoristaencontre um local seguro ecom infraestrutura adequadapara repousar. O intervalo deuma hora para refeições éoutra garantia prevista.

Durante o período de umdia, será exigido um interva-lo mínimo de 11 horas, quepode ser fracionado emnove horas e mais duas – odescanso semanal total deveser de 35 horas. O motoristasó poderá dar início a umajornada com duração supe-rior a 24 horas após o cum-primento integral do inter-valo de descanso exigidopela lei.

O motorista profissionalserá o responsável por contro-

lar o tempo de direção e o des-canso exigidos pela lei. Nocaso do transporte de cargasou de passageiros, o condutordo veículo fica sujeito a penali-dades, como multa e retençãodo veículo para regulamenta-ção da pendência.

De acordo com o presiden-te da Seção de Transporte deCargas da CNT e daNTC&Logística (AssociaçãoNacional do Transporte deCargas e Logística), FlávioBenatti, a regulamentaçãorepresenta um avanço. “A lei

traz segurança jurídica àcategoria”, destacou.

A lei garante alguns direitosà categoria. Entre eles, acessogratuito a programas de for-mação de aperfeiçoamentoprofissional e a proteção doEstado contra ações crimino-sas durante o efetivo exercícioda profissão. Para cobrir riscosrelacionados à atividade pro-fissional, está garantido – cus-teado pelo empregador – segu-ro obrigatório no valor mínimode dez vezes o piso salarial dacategoria ou valor superior

fixado em acordo coletivo detrabalho.

Sobre os deveres, o moto-rista deve estar atento às con-dições de segurança do veículoe conduzi-lo com prudência,zelo e em obediência aos prin-cípios de direção defensiva.Deve respeitar a legislação detrânsito e zelar pela cargatransportada. Também deve sesubmeter a testes e a progra-mas de controle do uso de dro-gas e bebidas alcoólicas insti-tuídos pelos empregadores.

(Rosalvo Streit)

LEI Projeto regulamenta a jornada de trabalho e o tempo de direção, entre outros

Regulamentada a profissão de motorista

JÚLIO FERNANDES/CNT

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REPORTAGEM DE CAPA

Águas pa

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ssadas?

PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2011

Depois da temporada de chuvas,sobram buracos e faltam rodovias noBrasil; país não tem plano específicode prevenção, e ações são pontuais

Depois da temporada de chuvas,sobram buracos e faltam rodovias noBrasil; país não tem plano específicode prevenção, e ações são pontuais

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época de maior precipitaçãonas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país (o Suleste ano sofreu com a estia-gem e, no Nordeste, a tempo-rada de chuvas começou emabril), faltam ações concretase eficazes na prevenção dosmesmos problemas.

“Agora era a hora de não sórecuperar o que foi destruído,mas também de fazer obras queevitem a ocorrência dos mes-mos problemas”, afirma

Há anos a história serepete. Passada aépoca das chuvas, oque se vê nas rodo-

vias brasileiras é um cenáriode destruição. Pontes caídas,pistas interditadas e enormesburacos dificultam o tráfegoem vários trechos. Desvios sãoabertos para solucionar osproblemas de forma emergen-cial, aumentando as distânciase o custo do transporte demercadorias em todo o país.

Segundo levantamento doDnit (Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes),realizado no início de fevereirodeste ano – não existem dadosmais recentes – 67 trechos derodovias federais foram atingi-dos pelas chuvas nos Estadosde Minas Gerais, Espírito Santo,Rio de Janeiro, Goiás, São Paulo,Mato Grosso e Bahia.

Nesses locais, entre osprincipais problemas regis-trados estavam a erosão napista, que vai desde a abertu-ra de buracos até a quedaparcial ou total da rodovia, odeslizamento de barreiras,principalmente em trechosde serra, e o transbordamen-to de rios.

Mas passado o verão,

Claudinei Natal Pelegrini, presi-dente da Abcam (AssociaçãoBrasileira dos Caminhoneiros).Segundo ele, trafegar pelasrodovias brasileiras em épocade chuvas tem sido um pesade-lo. Em alguns casos, chega-se ademorar de cinco a seis horaspara percorrer 100 km. “Sãotantos buracos que, em algunslugares, seria até melhor que oasfalto não existisse.”

Para o doutor em engenhariacivil e professor do programa de

OCORRÊNCIAS Dos 67 pontos de rodovias federais com

“Agora era ahora de fazer

obras queevitem a

ocorrênciados mesmosproblemas”

CLAUDINEI NATAL PELEGRINI, ABCAM

POR LIVIA CEREZOLI

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 25

pós-graduação em transporteda UnB (Universidade deBrasília), José Matsuo Shimoishi,falta ao Brasil um programasério e eficiente de manutençãode rodovias. “A verdade é que,por aqui, não gostamos de fazermanutenção. A preferência doBrasil é por construir novasobras e não manter o que já estápronto”, afirma ele.

De acordo com o professor,desde a época dos governosmilitares, a construção de

rodovias no Brasil prioriza opavimento de baixo custo, oque requer serviços de manu-tenção constantes para man-ter a qualidade. “Nossas rodo-vias hoje não duram mais decinco anos, enquanto noJapão e nos Estados Unidos avida útil varia entre 20 e 30anos.” A Lei de Licitaçõesdetermina um tempo médiode vida útil de dez anos paraas rodovias depois de cons-truídas ou recuperadas.

Além disso, ele ressaltaque, antes da construção, épreciso fazer análises especí-ficas sobre os índices históri-cos de chuvas em toda aregião. O professor lembraque, com o auxílio de equipa-mentos meteorológicos sim-ples, hoje é possível saberquando, onde e quanto choveantes do início das obras.

Matsuo ainda faz outroalerta. De acordo com ele, abase estrutural da construção

PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2011

Concessionárias têm programa de prevençãoSOLUÇÕES

Além dos serviços demanutenção e recuperação,que estão previstos noscontratos firmados para agestão das rodovias, asconcessionárias que admi-nistram trechos estaduais efederais no Brasil mantêmprogramas preventivos,específicos para evitar pro-blemas na época de maiorincidência das chuvas.

Segundo a concessioná-ria Ecovias, no sistemaAnchieta-Imigrantes, quecruza um trecho de serra,os principais problemasocasionados pelas chuvasestão relacionados a que-das de barreiras e desliza-mentos de terra. Para evitaresses tipos de incidentes, aempresa realiza sistemati-camente inspeções, manu-tenções e correções nasencostas.

Para monitorar as áreasmais suscetíveis, são utili-zados instrumentos especí-ficos, como inclinômetros(sensor móvel que aponta avariação da inclinação daárea), piezômetros (apare-lho que determina pressõesneutras no maciço), exten-sômetros (mede a aproxi-mação ou deslocamentoentre dois pontos), medido-res de vazão e indicadoresde nível de água.

No Rio de Janeiro, a con-cessionária Rio-Teresópolis,responsável pela rodoviaque liga as duas cidades,também mantém um traba-lho preventivo com atençãoespecial para o trecho de 14km da serra dos Órgãos. Arodovia, construída nadécada de 1950 circundatoda a serra do Mar, local degrande incidência de que-

das de barreiras e desliza-mentos de terra.

Um programa desenvolvi-do pela empresa, em parce-ria com a UFRJ (UniversidadeFederal do Rio de Janeiro) eo Inmet (Instituto Nacionalde Meteorologia), mantémpequenas estações meteo-rológicas ao longo da rodo-via para traçar os índicespluviométricos. A qualquersinal de risco, a rodovia éinterditada de maneira pre-ventiva.

Além disso, nos trechosmais inclinados da serra, aconcessionária utilizatelas de proteção seme-lhantes às dos AlpesSuíços para impedir desli-zamentos de terra. Deacordo com a empresa, astelas são capazes de con-ter impactos de pedras deaté 10 toneladas.

problemas, 43 estavam em Minas Gerais

“A preferênciano Brasil é

por construirnovas obras enão manter

o que jáestá pronto”

JOSÉ MATSUO SHIMOISHI, PROFESSOR DA UNB

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de Santa Catarina), em umtrecho de 13 km, o tráfego deveículos passou a ser realiza-do em apenas duas das qua-tro faixas. “Tudo isso porquena época da construção darodovia não foi feita a obra dedrenagem. Com a chuva, oterreno cedeu e o tráfego nolocal foi interditado. Só noano passado é que decidiramfazer a drenagem.”

No Nordeste, o período dechuvas mais intensas come-

das rodovias brasileiras édeficiente e não leva em con-sideração a necessidade dedrenagem. Sem possibilidadede escoamento, a água vaidestruindo toda a estruturada rodovia.

Foi isso que aconteceu em2011 na BR-376, que liga SantaCatarina e o Paraná. SegundoPedro Lopes, presidente daFetrancesc (Federação dasEmpresas de Transportes deCargas e Logística no Estado

Minas Gerais tem mais problemasINCIDÊNCIA

No levantamento realiza-do pelo Dnit, no início defevereiro deste ano, sobre asituação das rodovias devi-do às chuvas, Minas Geraisregistrou o maior númerode problemas. Das 67 ocor-rências entre dezembro ejaneiro, 43 foram em estra-das mineiras. O EspíritoSanto apresentou proble-mas em dez rodovias, o Riode Janeiro, em cinco, osEstados de Goiás e de SãoPaulo, em três, o de MatoGrosso, em duas, e o daBahia, em uma.

Entre os principais pro-blemas registrados estãoerosão na pista e queda deasfalto, rompimento de

bueiro, quedas de barrei-ras e de acostamentos etransbordamento de rios.Muitas rodovias foraminterditadas total ou par-cialmente e tiveram otrânsito desviado paraoutros locais.

De acordo com o presi-dente da Fetram (Federaçãodas Empresas de Transportede Passageiros do Estado deMinas Gerais), WaldemarAraújo, o que acontece noEstado é consequência dafalta de investimentos demuitos anos. “Esse seria omomento de já começar-mos a prevenir os proble-mas que podem surgir napróxima temporada de chu-

vas, mas ainda estamosconsertando os estragos doúltimo verão. Infelizmente,temos visto muitas solu-ções pontuais, mas precisa-mos na verdade é de plane-jamento em médio e longoprazos”, afirma ele.

Segundo o Dnit, para asobras emergenciais emMinas Gerais estão previs-tos R$ 121,9 milhões deinvestimentos para esteano. Porém, nem todo ovalor deve ser aplicado jáque todos os contratos derecuperação das rodoviasdo Estado foram suspensosem meados do mês de abrildevido a problemas naslicitações.

“Temos vistomuitas soluçõespontuais, masprecisamos

planejarem médio e

longo prazos”WALDEMAR ARAÚJO, FETRAM

Águas do verão

Precipitação média registrada

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çou somente em abril, mas arealidade é a mesma vividanas demais regiões do paísdurante o verão. “É começar achover e os buracos se abrem.A situação chega a ser tãoalarmante que, frequente-mente, precisamos passar porquilômetros e quilômetros dedesvios por causa dos proble-mas. Isso traz prejuízos nãosó aos transportadores, mas àpopulação em geral, que acabapagando pela alta dos preçosdos produtos”, afirma AntônioCarlos Melgaço Knittel, presi-dente da Fetrabase (Federaçãodas Empresas de Transportesdos Estados da Bahia e deSergipe).

Segundo o Dnit, sistematica-mente são realizados mapea-mentos das principais regiões eáreas problemáticas de todosos Estados, além de obras decontenção, como forma de pre-venção a desastres ocasionadospelas chuvas. Porém, o órgãoafirma em nota encaminhada àCNT Transporte Atual que

DUKE

no país: 588,5 mm

INVESTIMENTOSEM RODOVIASDe R$ 1.000 por km

Ano Públicos Privados2003 24,9 159,92004 49,7 143,62005 64,6 180,42006 98,8 191,72007 106,9 174,42008 102,7 214,32009 160,2 239,72010 188,6 251,02011 177,2 253,9

Fontes: Siafi e ABCR (Elaboração Ipea)

Quantidade de mm de chuva registrada

no Brasil entre 20/12/2011 e 19/3/2012

Fonte: Cptec

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órgão destinado a emergênciasocasionadas pelas chuvas nesteano é de R$ 152,8 milhões.

Rodovias concedidasMesmo que também sejam

afetadas pelo desgaste ocasio-nado pelas chuvas, as rodoviasque estão sob gestão privadano Brasil apresentam melhorescondições de tráfego, segundoa avaliação de especialistas etransportadores. “Sofremoscom o problema de queda debarreira na BR-376 no ano pas-

intervir imediatamente após asocorrências e que, para isso,mantém equipes de prontidãoem locais estratégicos de modoa atuar de forma rápida nasações. “Essa é a atitude que oDnit vem adotando nos últimossete anos e que permite respon-der de forma rápida no atendi-mento e recuperação dos danosgerados por esses desastresnaturais, minimizando com issoprejuízos materiais e de vidashumanas”, diz outro trecho danota. O total de recursos do

“existe uma dificuldade dedeterminar a localização exatapara a realização de ações pre-ventivas e eficazes voltadas aesses tipos de ocorrênciasnaturais, já que mesmo tendo oconhecimento das áreas instá-veis, com frequência as ocor-rências são em áreas que nuncaapresentaram indícios de insta-bilidade e que não forammapeadas como áreas de risco”.

O departamento afirma queas ações que geram resultadospositivos são aquelas voltadas a

Chuvas dentro da média

CLIMA

As conhecidas chuvasde verão, que atingiram oBrasil entre dezembro de2011 a março deste ano,estiveram dentro dasmédias históricas namaior parte do Brasil,segundo o Cptec (Centrode Previsão de Tempo eEstudos Climáticos).

Em janeiro, a precipita-ção foi mais intensa nosEstados do Amazonas, Pará,Goiás e Rio de Janeiro,região centro-leste do MatoGrosso e do Acre, sul deMinas Gerais, parte doEspírito Santo e na faixaleste do Rio Grande do Sul,de Santa Catarina, Paraíba,Pernambuco, Alagoas eSergipe. Nas demais áreasdo país, as chuvas estive-ram abaixo da média. Ooeste do Rio Grande do

Sul sofreu com a estia-gem. Por lá, as chuvasficaram mais de 100 mmabaixo da média.

No mês de fevereiro, aschuvas foram mais signi-ficativas em áreas doextremo norte do Brasil.Assim como no sudoestede Goiás e no MatoGrosso, onde as chuvasestiveram até 100 mmacima da média.

E, encerrando o verão,o mês de março de 2012foi de poucas chuvas emgrande parte do Brasil. Aregião Norte teve a maiorprecipitação do país, aexemplo dos Estados doAmazonas e grande partedo Pará, onde os índicesacumulados variaramentre 25 mm e 200 mmacima da média.

PREVENÇÃO Trecho da Rodovia Anchieta onde foi realizado trabalho de conte

“Os prejuízossão grandes. A população

acaba pagandopela alta dosprodutos”

ANTÔNIO CARLOS KNITTEL, FETRABASE

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 29

sado. Ficamos um bom temposem poder trafegar em um dossentidos, mas o trecho foi recu-perado. Se a rodovia fossepública era bem provável que,quase um ano depois do ocorri-do, ainda estivéssemos com otráfego em meia pista”, afirmaPedro Lopes, presidente daFetrancesc.

De acordo com MatsuoShimoishi, como nos contratosde concessão estão previstas arecuperação e a manutençãodas condições da pista e os

recursos provenientes dospedágios estão disponíveis deforma mais simples, fica maisfácil realizar esse tipo de obra.

Além disso, os valores inves-tidos por quilômetro são maio-res nas rodovias privadas doque nas públicas. Segundolevantamento realizado peloIpea (Instituto de PesquisaEconômica Aplicada), de 2003 a2011, o valor investido por qui-lômetro nas rodovias concedi-das teve crescimento de 59%,passando de R$ 160 mil/km

para R$ 254 mil/km. No mesmoperíodo, o investimento públiconas rodovias federais teve incre-mento de 608%, mas os valorespor quilômetro ainda são infe-riores. O investimento passou deR$ 25 mil/km para R$ 177 mil/km.

De acordo com o instituto, oprincipal motivo dessa diferen-ça é a extensão das malhas. Aconcedida (incluindo rodoviasfederais e estaduais) representa15.234 km, enquanto as rodoviasfederais sob administraçãopública somam 57.157 km. l

ECOVIAS/DIVULGAÇÃO

CRT/DIVULGAÇÃO

nção de encosta para evitar deslizamento EFICIÊNCIA Telas de proteção são capazes de conter pedras de até 10 toneladas

Neste ano,serão

investidosR$ 152,8 miem obras deemergência

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serão realizadas de forma conti-nuada”, diz.

Para Meton Soares, presidenteda Fenavega (Federação Nacionaldas Empresas de NavegaçãoMarítima, Fluvial, Lacustre e deTráfego Portuário), é indispensá-vel que o poder público incentivea penetração do empresário bra-sileiro no modal. Os EVTA(Estudos de Viabilidade Técnica,Econômica e Ambiental) dashidrovias podem ser o início deuma nova era para o setor, apon-ta o dirigente, que é vice-presi-dente de transporte aquaviário,ferroviário e aéreo da CNT.

Um amplo projeto, já ini-ciado pelo Dnit (Depar-tamento Nacional deInfraestrutura de Trans-

portes), vai realizar uma radiogra-fia completa sobre as hidroviasbrasileiras. A meta do estudo éverificar, por meio de dados pri-mários, as condições de navegabi-lidade dos rios brasileiros aliada àpotencialidade de cargas nasáreas de abrangência, além dediagnosticar as condiçõesambientais das regiões. Ainda quea autarquia não tenha estabeleci-do prazos, o modal aquaviário, umdos mais subutilizados da matrizde transportes, vive a expectativade uma retomada nos próximosanos, a partir das intervençõesnecessárias que serão apontadaspelo trabalho.

O diretor de infraestruturaaquaviária do Dnit, Adão MagnusMarcondes Proença, afirma que,simultaneamente ao levanta-mento dos dados, serão elabo-rados os projetos de dragagem,sinalização e balizamento dashidrovias. “Tão logo sejam con-cluídos os estudos, a licitaçãopara a execução dos serviçosserá imediata. O objetivo é tor-nar as vias utilizáveis e confiá-veis, uma vez que as operações

O economista Josef Barat, con-sultor e especialista em transpor-te e logística, afirma que existeuma lacuna desse tipo de estudo eanálise no país. “O uso múltiplodos recursos hídricos não recebe,há décadas, tratamento abrangen-te e integrado. O potencial deaproveitamento deles vem sendotratado de maneira estanque paraa navegação, para o abastecimen-to de água, para o saneamento epara a geração de energia, alémdo turismo e do lazer.”

Para o consultor, é crucial pen-sar na navegação como um fatordeterminante para as novas con-

cepções de logística e no escoa-mento de commodities. “Issorepresenta uma ampliação dasfronteiras de produção e tambémrotas de integração do Brasil como comércio mundial.”

Meton Soares diz que, dos 60mil quilômetros de águas possi-velmente navegáveis, o Brasilconta hoje com apenas 15 mil qui-lômetros. “Mais de 50% estão nabacia amazônica. A área represen-ta metade das condições de nave-gabilidade do país. Porto Velho(RO) e toda a região podem trans-portar cargas em condições maisbaratas do que por rodovia, mas é

Estudo sobre as hidrovias brasileiras pretendeidentificar as condições de navegabilidade, aliada à potencialidade de cargas do modal

POR LETICIA SIMÕES

Em buscada retomada

AQUAVIÁRIO

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preciso investir em infraestruturapara tornar os rios viáveis para aatividade. Esse levantamentopode ser o caminho.”

O economista Barat destacaque o trabalho do Dnit develevar em conta a necessidadede adaptação à nova realidadede operação no transportehidroviário. “Não se pode pen-sar apenas em obras físicas einstalações, uma vez que éimportante também tratar dequestões relacionadas comnovos conceitos operacionais,treinamento de recursos huma-nos e inserção da navegação

interior nas logísticas que utili-zam o transporte multimodal.”

De acordo com o Dnit, os estu-dos vão oferecer as condiçõespara o planejamento estratégico eoperacional de transporte de car-gas e de passageiros pelos riosbrasileiros. “Eles vão definir corre-dores de desenvolvimento nasmargens das hidrovias, possibili-tando a melhor e mais racionalinteriorização de desenvolvimen-to do país, com pronta utilizaçãodo meio de transporte mais bara-to que existe, que é o hidroviário”,afirma Proença.

O diretor diz que essa “utiliza-

ção racional” das vias vai estabe-lecer a multimodalidade de trans-portes nas regiões inseridas noestudo. “O caminhão vai levar osgrãos da lavoura até o terminalde carga na margem dos rios,onde, equipado para tal fim, vaicarregar as embarcações querealizarão o transporte no trajetomais longo, proporcionandoexcelência e economicidade detransporte. Isso gera um realdiferencial de competitividadedos produtos, tanto no mercadointerno como no externo.”

De acordo com Proença, umanau de porte médio no Brasil

transporta, aproximadamente,3.800 toneladas de carga, utilizan-do três motores a diesel, como ousado pelos caminhões. “Essaconfiguração de embarcação temuma capacidade de transporteequivalente a 146 carretas, ouseja, 146 motores e 2.630 pneus.Com o transporte hidroviário fun-cionando plenamente, o preço dofrete despenca, a utilização dosterminais portuários se racionali-za, as filas de descarga nos portosmarítimos desaparecem, reduz-sea emissão de gases tóxicos no ar ediminui-se drasticamente o volu-me de acidentes nas estradas.”

SINDFLUVIAL/DIVULGAÇÃO

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Antaq realiza ação para colocar fim aos ilegaisFISCALIZAÇÃO

O governo brasileiro investeem outra ação que abrange omodal aquaviário. A Antaq(Agência Nacional deTransportes Aquaviários) vemrealizando uma fiscalizaçãopermanente para combater osportos fluviais irregulares. Otrabalho visa legitimar as insta-lações que funcionam sem oaval da agência, que disciplina aexploração desses terminaisportuários por meio da ediçãode normas regulamentadoras. Amaior parte dos portos ilegaisestá concentrada na Amazônia.

Segundo Adalberto Tokarski,superintendente de NavegaçãoInterior da Antaq, a operação determinais não regularizadosdificulta o trabalho da agênciade garantir aos usuários a pres-tação do serviço adequado,com critérios de regularidade,conforto, eficiência, segurançae generalidade. “A busca pelaregularização tem como objeti-vo a garantia de condições ade-quadas para o embarque edesembarque de pessoas e aeficiência no transporte de car-gas, traduzindo-se em umamaior competitividade dos pro-dutos produzidos no Brasil,frente a concorrência dos pro-duzidos em países que contamcom uma logística de transpor-te muito mais eficiente que abrasileira.”

Um levantamento apontou aexistência de 106 terminaisirregulares na Amazônia, queoperam no transporte de pas-sageiros. “O transporte aqua-

viário longitudinal de pessoasse dá, quase que em sua totali-dade, nessa região. Em relaçãoàs ETCs (Estações deTransbordo de Carga), a agên-cia estima que há pelo menos76 em todo o Brasil.”

Na região, a fiscalização éfeita em três tipos de instala-ções portuárias: TUP (TerminaisPortuários de Uso Privativo),ETCs, terminais públicos depequeno porte, identificadospela sigla IP4, e os chamadosportos organizados.

A Gerência de FiscalizaçãoPortuária da agência afirma,por meio de sua assessoria,que, com exceção dos portosorganizados, a equipe de fiscali-zação tem encontrado dificul-dades para identificar as insta-lações portuárias da região, porcausa do acesso precário e dagrande extensão da malhahidroviária amazônica.

Sobre as instalações quemovimentam exclusivamentecargas, as dificuldades estãorelacionadas à informalidadeda exploração da atividade.De acordo com a gerência daAntaq, existem diversasempresas que desenvolvem aatividade portuária sem pos-suir certidões de proprieda-de e de ocupação, ou docu-mento de aforamento do ter-reno, o que inviabiliza a regu-larização como ETC ou TUPcom a agência.

Quanto aos portos fluviaisdestinados à movimentaçãode cargas e passageiros, as

instalações existentes sãodesprovidas de infraestrutu-ras adequadas tanto para oacesso de veículos e embar-cações como para as opera-ções de embarque e desem-barque. As normas impõemque os terminais obedeçam adeterminados requisitos dehabilitação técnica e jurídi-co-fiscal, o que vem sendoignorado.

Tokarski afirma que, em fun-ção da importância social eeconômica de determinadosterminais para as popula-ções ribeirinhas da regiãoamazônica, a simples inter-dição das instalações nãoresulta em nenhum benefíciopara a melhoria das condiçõesdo transporte aquaviário. “Nãoexistem terminais regularessuficientes para suprir ademanda de passageiros. Porisso, a Antaq tem privilegiadoações para regularizar os ope-radores e atrair investidores.” Odirigente não revelou como aautarquia vem trabalhandopara aproximar o empresariadodo modal naquela região.

A fiscalização cumpre umaprogramação anual. A agênciainforma que não há previsãopara fechar a inspeção das ins-talações portuárias irregularesporque a equipe pode encon-trar, no decorrer do trabalho,terminais ainda não identifica-dos pela Antaq. Quanto aos por-tos regulares, faltam 120 insta-lações para serem verificadasno decorrer deste ano.

O Dnit não divulgou quanto ogoverno federal vai investir nosestudos envolvendo as hidro-vias. A entidade também nãoinformou quais delas já tiveramseus EVTA licitados para o iníciodos trabalhos. Segundo a autar-quia, os estudos já autorizadostêm previsão de serem concluí-dos em 2014.

Barat afirma que o raio X dashidrovias só será considerado umavanço logístico caso os estudosresultem em políticas públicas,planos e projetos que recupereme ampliem a participação da nave-gação interior no deslocamentode cargas na longa distância.

PROPOSTA Serão ela

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Fernando Ferreira Becker, pre-sidente do Sindarsul (Sindicatodos Armadores de NavegaçãoInterior dos Estados do Rio Grandedo Sul, Santa Catarina, Paraná eMato Grosso do Sul), diz que estu-dos e obras envolvendo o modalaquaviário sempre demandamlongo tempo de conclusão.

O dirigente acredita, no entan-to, que a iniciativa do governofederal pode mudar de maneirasignificativa os gargalos do setor.“O modal carece de dragagem esinalização. O porto de Estrela(RS), por exemplo, é um grandereceptor do polo produtor de fare-lo de soja, carga totalmente desti-

ses produtos para o exteriorganha agilidade e custo, nave-gando até Belém, onde transbor-da direto aos navios de longocurso. Ganham-se os mercadosdo Atlântico e do Pacífico, viacanal do Panamá, evitando gran-des distâncias rodoviárias etransbordos”, diz Proença.

Meton Soares afirma que osetor está preparado para a novalogística e aguarda as primeirasconclusões dos estudos, comoquais são os rios prioritários den-tro do projeto do Dnit. “O rioMadeira deve estar no foco, jáque depois das duas hidrelétricasinstaladas em seu curso são

nada à exportação. Desde 2011, nãose carrega uma só tonelada porhidrovia. Todo o farelo produzidocom o terminal vai para Rio Grande(RS) por caminhão, por falta decalado. Com os levantamentos efuturas obras, problemas do tipotendem a ser sanados.”

No que se refere à produçãonacional de grãos, os estudos doDnit contemplam os rios TelesPires, Juruena e Tapajós (MatoGrosso a Belém), cujas nascentesestão localizadas na maior regiãoprodutora de grãos do país. “Comsua viabilidade de navegação, emconjunto com o aproveitamentohidroelétrico, o transporte des-

urgentes algumas intervençõespara a navegabilidade. Quandoisso for exposto, o setor vaiinvestir porque tem interesse emampliar sua atuação. Nos últimosdez anos, as empresas aplicarammais de R$ 20 bilhões no modal.”

O consultor Barat destaca queo modal hidroviário terá que seadaptar à nova realidade e seimpor como alternativa eficientee de baixo custo. “O transportemultimodal e as logísticas decor-rentes dependem da presteza,confiabilidade e eficiência decada segmento envolvido nasoperações. Só assim se garante aeficácia da atividade.” l

borados projetos de dragagem, sinalização e balizamento hidroviário

LUCIANO PONTES/ FUTURA PRESS

SAIBA MAIS

Embarcações por regiões hidrográficas

Amazônica: 1.129 (1.071 operam no longitudinal de cargas; 42 no de passageiros

e misto e 16 no transporte de travessia)

Atlântico Sul: 17 operam no longitudinal de cargas

Paraguai: 80 operam no longitudinal de cargas

Paraná: 154 (132 operam no longitudinal de cargas e 22 no transporte de travessia)

Parnaíba: 63 operam no transporte de travessia

São Francisco: 42 (8 operam no longitudinal de cargas; 34 no transporte de travessia)

Tocantis-Araguaia: 40 operam no transporte de travessia

Uruguai: 24 operam no transporte de travessia

A capacidade de transporte é de 1,1 milhão de toneladas de porte bruto

As vias navegáveis brasileiras estão divididas em 12 regiões hidrográficas

52 milhões de toneladas de carga foram transportados em 2010

A frota tem capacidade para transportar, aproximadamente, 8.300 passageiros por ano

Fonte: Antaq – Estatísticas da Navegação Interior 2010

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OLIMPÍADAS

As melhorias previstasna infraestrutura detráfego planejada paraas Olimpíadas de

Londres, com início previsto parao dia 27 de julho, estão “ampla-mente completas”, garante aautarquia responsável pelos pro-jetos para as redes de transpor-te da capital inglesa, em entre-vista à CNT Transporte Atual.Em uma cidade que une tradiçãoe modernidade, projetos especí-ficos foram criados para assegu-rar a mobilidade da população,da mídia e dos milhares de turis-tas que vão estar na cidadedurante o evento.

A fim de proporcionar cele-ridade aos projetos, aFederação Nacional deTransporte do Reino Unidocriou, especificamente para osJogos Olímpicos, a TfL(Transport for London, ouTransporte para Londres, natradução para o português).Graham Jones, diretor da TfL,afirma que a autarquia seempenhou nos planos. “A ideiaé oferecer, permanentemente,um transporte público confiá-vel, com capacidade e acessi-bilidade, com uma gestão darede rodoviária eficaz paratodos os usuários.”

De acordo com Jones, asintervenções no setor detransportes contaram cominvestimentos de, aproxima-damente, 6 bilhões de libras, oque representa algo em tornode R$ 2,14 bilhões. O aporte foidirecionado para melhorias notransporte público, como amodernização do metrô e dostrens, e na tecnologia de sina-lização e controle de tráfego,que vão permanecer comolegado para a cidade.

O novo sistema de controlede tráfego mistura arte e tec-nologia. Ele custou aos cofrespúblicos londrinos 40 milhões

Londres faze acontece

Diretor da autarquia responsável pelos projetos para otransporte na capital inglesa fala sobre as obras feitas,

que vão permanecer como legado para a cidadePOR LETICIA SIMÕES

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de libras (aproximadamente, R$14,2 milhões). “Essa propostavai permitir ao Centro deControle do Tráfego das Ruas deLondres gerir com eficácia o sis-tema em toda a capital, durantee depois das Olimpíadas”, afirmao dirigente.

Entre as melhorias notransporte da sede dos jogosde 2012 está o Javelin Service,serviço ferroviário que liga aestação internacional de SaintPancras ao Parque Olímpico(Stratford International) emsete minutos, com saída deoito a dez trens por hora.

O projeto contemplou tam-bém a extensão e a moderniza-ção dos trens que compõem osistema London Overground, amodernização dos trens e dosserviços oferecidos pelo metrôda cidade, conhecido como TheTube, e dos sistemas de cami-nhadas e ciclismo, além de pla-nos para a trafegabilidade norio Tâmisa.

De acordo com Jones,durante os Jogos, os horáriosde funcionamento do metrôvão ser prorrogados. “Serãoincorporados à frota, aproxi-madamente, 200 ônibusextras, com a contratação deprofissionais e voluntáriospara operar o serrviço em todaa cidade.”

Londres possui um dosaeroportos mais movimenta-

FOTOS ISTOCKPHOTOS

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para o tráfego da cidade. “Umaequipe foi criada para cuidarexclusivamente da logística doterminal. O objetivo é assegu-rar que as necessidades dosusuários sejam atendidas.”

Segundo ele, foram conside-rados fatores como a infraes-trutura adequada às necessi-dades dos atletas e dos gruposque vão participar dos JogosParaolímpicos, que acontecemlogo depois das Olimpíadas.“Também foi levado em conta acapacidade adicional para lidarcom o grande volume de malas,em particular, aquelas que não

dos do mundo, o terminal deHeathrow. Para garantir fluideze mobilidade no período dosjogos, a TfL elaborou estraté-gias especiais. “O aeroportotem espaço limitado para otransporte. Por isso, o uso docarro convencional e algunssistemas de frotas já utilizadasem outras Olimpíadas serãoaplicados”, diz o diretor.

Ele explica que os profissio-nais dos meios de comunica-ção internacionais e os funcio-nários diretamente ligados aosjogos vão utilizar o serviço fer-roviário Heathrow Express,

linha entre o aeroporto e aestação de Paddington, nocentro de Londres. “Em segui-da, esses usuários devem utili-zar veículos de aluguel priva-dos, que podem ser vans, paralevá-los ao alojamento.”

Jones destaca que oAeroporto de Heathrow operaperto da sua capacidade máxi-ma, principalmente, durante omovimentado período deverão no hemisfério norte. Porisso, o foco da TfL tem sido,desde o início dos projetos,minimizar a complexidade queo evento pode proporcionar

podem ser desapachadas pormeio dos sistemas tradicionaisde bagagem.”

Outra iniciativa da organi-zação para o melhor funciona-mento de Heathrow foi a cria-ção de um terminal especial, oGames Terminal for the Athlete& Team Official (Terminal dosJogos para Atletas e EquipesOficiais), dedicado aos gruposde atletas, para facilitar os trâ-mites para esses usuários den-tro do aeroporto.

As estratégias com vistas àmobilidade e ao pleno funcio-namento do transporte londri-

MOVIMENTAÇÃO Aeroporto de Heathrow já opera perto do limite ATUALIZAÇÃO Trens e metrôs

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Torcedores que já garanti-ram bilhetes vêm recebendocomunicados da organizaçãoolímpica para começar a pla-nejar sua viagem para osJogos. O Plano de Viagemassessora o espectador, infor-mando-o qual caminho émais rápido para seu destino.“O programa de gestão dedemanda de viagens é achave para gerir o tráfego e odeslocamento das pessoas.Isso é necessário para asse-gurar que os espectadores eos visitantes possam circularlivremente pela cidade,

garantindo que os moradoresde Londres e as empresascontinuem a trabalhar e aexperimentar o mínimo detranstorno possível”, afirmaJones.

As Olimpíadas de Londresdevem atrair um público demais de 80 mil pessoas, entreatletas, dirigentes, mídia,patrocinadores e funcionáriosdiretos, como voluntários e juí-zes dos jogos, entre outrosprofissionais. Serão 17 mil atle-tas, de 205 países, competindotanto nos Jogos Olímpicoscomo nos Paraolímpicos.

no durante as Olimpíadas nãoparam por aí. Graham Jonesafirma que uma ação especial,chamada “Plano de viagem doespectador – Londres 2012”, foidesenvolvida para incentivar opúblico a realizar roteiros deviagem planejados. “Isso vaiajudar na circulação de pes-soas e no tráfego em torno dacidade no período do evento,além de assegurar que osespectadores cheguem aosseus locais de destino deforma eficiente, mantendo osistema de transporte emmovimento.”

A construção do ParqueOlímpico e de algumas outraslocações que servirão aosjogos estavam em fase de con-clusão até o fechamento destaedição. Instalações temporá-rias também estavam em cons-trução no Hyde Park, no centrode Londres. O local será dedi-cado para natação em águasabertas e triatlon.

Obras como o The Mall, quevai abrigar eventos de pistas,e o Horse Guards Parade,dedicado ao vôlei de praia,tiveram as obras iniciadasposteriormente e estavam apleno vapor até a conclusãoda reportagem. A previsão éque estejam concluídos emmeados de junho e desativa-dos assim que os jogos seencerrarem.

Duas outras infraestruturas,também temporárias, que rece-beram os nomes de Rede deRotas Olímpicas e de Rede deRotas para as Paraolimpíadas,preveem marcações de sinaliza-ção e de pista. As indicaçõesserão feitas faltando poucos diaspara o início dos Jogos. SegundoJones, a estratégia vai minimizarqualquer interrupção nas estra-das que servem à cidade, afetan-do o menos possível os usuáriosregulares. As redes vão funcio-nar apenas quando for absoluta-mente necessário. l

FESTA Estádio Olímpico receberá abertura e encerramentoforam modernizados para os Jogos

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cido como Conforto de Cabine,voltado para o desenvolvimentode aviões mais confortáveis. Oestudo aponta que a grande quei-xa das pessoas está relacionadaao “living space” (espaço pes-soal), ou o espaço que o passagei-ro tem no interior da aeronave.Como protagonistas desse cená-rio de insatisfação aparecem aspoltronas dos aviões.

A empresa inaugurou em abril

Ofluxo cada vez maior depassageiros em voosdomésticos tem estimu-lado as companhias

aéreas a apostarem em diversasestratégias para conquistar a pre-ferência dos clientes. Mas, quan-do se trata do conforto internodas aeronaves, a impressão quese tem é que o setor está longe deter um destaque. A Embraer reali-za um projeto desde 2008, conhe-

o CEC (Centro de Engenharia deConforto), nas dependências daEscola Politécnica da USP(Universidade de São Paulo), nacapital paulista. O CEC é o únicoem seu gênero fora da Europa.

De acordo com a assessoria daEmbraer, o CEC será uma referên-cia para estudos de conforto. Nomomento, a fabricante tem feitotestes com voluntários que vãopassar por situações reais de voo,

para medir o conforto do mock-up(modelo em tamanho real), ondesão reproduzidas as condiçõestérmicas das aeronaves

No que diz respeito ao confor-to dos passageiros, a Anac(Agência Nacional de AviaçãoCivil) afirma, por meio de suaassessoria, que esse quesito nãoé regulado pela agência ou porqualquer outra autoridade deaviação civil, cujo foco é a segu-

Espaço entre as poltronas dos aviões é o item de maior insatisfação dos clientes

POR LETICIA SIMÕES

Passageiroapertado

AVIAÇÃO

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rança da atividade. Ainda segun-do a entidade, a regulação daaviação civil adotada no Brasiltrata especificamente dos aspec-tos de segurança, e não estipulacritérios relativos ao conforto dospassageiros, uma vez que essapercepção é subjetiva e varia deacordo com o usuário.

Com o intuito de garantir queas companhias deem a importân-cia devida à questão do conforto,

a agência instituiu o Programa deAvaliação Dimensional, descritona resolução nº 135 da entidade. Aregra visa acrescentar maistransparência à relação de consu-mo do transporte aéreo, proven-do informações adequadas sobreos diferentes produtos ofertadosno transporte regular de passa-geiros, além da especificação cor-reta de suas característicasdimensionais.

Apesar de não existir regraspara o distanciamento mínimoentre as poltronas, a Anac afirmaque, no caso de qualquer altera-ção na distribuição dos assentos,a companhia aérea deve informara agência e alterar o seu cadas-tro. Depois dessa solicitação, éemitido um novo selo compatívelcom as novas características. Aregra é aplicada para aviões commais de 20 lugares.

A metodologia avalia a distân-cia mínima entre a almofada deapoio para as costas de um assen-to e do encosto do assento poste-rior, ou de outra estrutura fixa nafrente. Segundo a Anac, as distân-cias apresentadas pelas aerona-ves brasileiras utilizadas pelasprincipais companhias se encon-tram na faixa entre 29 a 34 pole-gadas (73,6 centímetros a 86,3centímetros).

A agência destaca que todasas companhias aéreas brasilei-ras com voos regulares emaviões acima de 20 assentossão obrigadas a apresentar aclassificação no bilhete de pas-sagem e em suas instalações.São cinco faixas para classificaro espaço útil entre as poltronas:A (mais de 73 centímetros), B(de 71 centímetros a 73 centíme-tros), C (de 69 centímetros a 71centímetros), D (de 67 centíme-tros a 69 centímetros) e E(menos de 67 centímetros).

Diante disso, cabe às compa-nhias aéreas buscarem as confi-gurações internas adequadas aosseus objetivos, além de alternati-vas para proporcionar maiorcomodidade aos passageiros.

Visando oferecer mais confor-to no interior de seus aviões, a

MARCIO JUMPEI DIVULGAÇÃO

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Marketing para fisgar o clienteFIDELIZAÇÃO

Ações de marketing parafidelizar o cliente são cadavez mais comuns entre ascompanhias aéreas. Emparalelo à concorrência pelomaior número de passagei-ros estão medidas que dife-renciam as empresas, princi-palmente no que diz respei-to ao serviço de bordo.

A Gol, por exemplo, apli-ca o serviço de venda abordo desde 2009. De acor-do com a assessoria daempresa, foram feitos estu-dos e amplas pesquisascom clientes, antes que oserviço fosse efetivado.

Ainda segundo a assesso-ria, a companhia segue umatendência estabelecida nomercado internacional deaviação. A empresa destacaque a medida foi recebidacom grande aceitação pelamaioria dos passageiros.

O analista de processo einformação RonisanderBitencourt viaja de aviãotodas as semanas, há qua-tro anos. Ele utiliza as prin-cipais companhias nacio-nais para suas viagens deBelo Horizonte a destinosvariados, como Manaus,Teresina e Campo Grande,entre outras capitais.

Para Bitencourt, o con-forto no interior das aero-naves vem sofrendo restri-ções com o passar dotempo. “Para se ter comodi-dade, é preciso pagar taxasadicionais por assentosdemarcados.”

No que se refere ao lan-che cobrado por algumascompanhias, o analista diznão se incomodar emarcar com a despesa,desde que seja de boa pro-cedência e ofereça opções

variadas. “Não me vejopagando por um lanchecomposto de sucos de qua-lidade duvidosa e biscoitosgordurosos como os quesão oferecidos por algu-mas companhias.”

Por meio de sua assesso-ria, a TAM afirma que diaria-mente são realizadas pes-quisas de satisfação comseus clientes, atingindo umaamostra de, aproximada-mente, 3.000 pessoas pormês. De acordo com a com-panhia, os dados são estra-tégicos e, por isso, nãopodem ser divulgados.Contudo, a partir dos resul-tados obtidos, a empresaafirma que é possível perce-ber que os clientes estãomais informados sobre omercado e se tornaram maisexigentes, além de saberemreconhecer um bom serviço.

Trip encomendou à Embraer jatosconfigurados com assento slim(extrafino). De acordo comEvaristo Mascarenhas, diretor demarketing e vendas da compa-nhia, as poltronas são ergonômi-cas, mais leves e ajudam na redu-ção do consumo de combustível.“O principal aspecto é que essesassentos não comprometem acomodidade do passageiro”, diz.A empresa não informou quantofoi o investimento nem quantasaeronaves vão contar com asnovas poltronas.

Hoje, as configurações maiscomuns da Trip são aviões ATRs

configurados com capacidade de45 a 48 passageiros e de 66 a 68passageiros. A companhia tambémopera jatos Embraer 170 e 190.

Segundo Mascarenhas, o dife-rencial de conforto das aeronavesse ampara na alta tecnologia dosATRs, incluindo cockpits moder-nos e interior equipado comassentos finos e leves, além debagageiros superiores mais espa-çosos. “Os jatos oferecem altoconforto, pois trazem o projeto dafuselagem em dupla-bolha, queinclui duas entradas principaispara passageiros e duas portasde serviço que minimizam o

tempo de permanência em solo.Tanto os ATRs quanto os jatos sãoconfigurados sem as indesejáveispoltronas do meio.”

Segundo dados da Infraero,em dezembro do ano passadoforam registrados 161.316.668 pas-sageiros em voos domésticos,frente aos 139.393.184 contabiliza-dos no mesmo mês de 2010. Noacumulado de 2011, foram79.049.171 desembarques domés-ticos, resultado 15,8% maior doque os 68.258.268 anotados noano anterior, de acordo com oMinistério do Turismo.

A TAM, por sua vez, aposta no

chamado Assento Confortocomo medida de bem-estar paraseus clientes. A opção de aco-modação oferece assentos commaior espaço para as pernas emtodos os voos. As poltronasdessa modalidade ficam locali-zadas na primeira fileira e nassaídas de emergência das aero-naves. O pedido pelo AssentoConforto deve ser feito nocheck-in, por trecho, mediantepagamento de taxas.

Questionada sobre a cobran-ça adicional do serviço e o moti-vo pelo qual a companhia nãoinveste em configurações inter-

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nas que apresentem poltronasnas mesmas dimensões ofereci-das pelo Assento Conforto, aTAM afirma, por meio de suaassessoria, que a aquisição porpoltronas maiores é uma opçãodo passageiro. De acordo com aempresa, essa é uma maneirademocrática de oferecer atodos os clientes um serviçoque tem bastante procura. Asaeronaves da companhia sãoconfiguradas internamente con-forme os padrões internacio-nais de empresas que prezampela qualidade de serviço.

Segundo a TAM, o Assento

do a assessoria da companhia,são sigilosos.

Para Gianfranco Beting, diretorde comunicação de marca e deproduto da Azul, o conforto inter-no tem ficado em segundo plano,em função do lucro. “Essa práticaem priorizar o maior número depassageiros e bilhetes vendidos,sem tratar a questão da comodi-dade do passageiro como priori-dade, é praticada pela maioriadas companhias.”

Segundo Beting, como a confi-guração interna é uma decisão dooperador, as estratégias para ofe-recer maior conforto deveriam ser

Conforto não é cobrado de clientescom prioridade, como gestantes,idosos, pessoas com dificuldadesde locomoção ou acompanhadasde crianças de colo, que devem seratendidos prioritariamente naspoltronas da primeira fileira.

A Gol afirma que suas configu-rações estão de acordo com asrecomendações da Boeing, fabri-cante das aeronaves operadaspela companhia. Em relação àsações para proporcionar maiorconforto aos seus passageiros, aempresa diz se basear em pesqui-sas de satisfação, realizadasperiodicamente. Os dados, segun-

uma premissa das empresas. “Asaeronaves da Azul são configura-das por dois pares de poltronas.Não há poltrona do meio. Osassentos apresentam 8 centíme-tros a mais do que os encontradosem outras companhias. Essedimensionamento maior faz umagrande diferença para o passagei-ro, principalmente em viagensmais longas.”

A empresa também possuiuma modalidade para quem optarpor mais conforto durante osvoos. O Espaço Azul oferece emquatro fileiras poltronas comintervalos de 86 centímetrosentre as filas. O passageiro pagaR$ 25 a mais por trecho pela esco-lha. “Esses assentos têm quase 13centímetros a mais que os con-vencionais. Pessoas com 1,9 metroou 2 metros de altura viajam con-fortavelmente”, diz Beting.

De acordo com ele, as pesqui-sas de satisfação aplicadas pelaAzul mostram que o conforto éum dos temas mais citados pelospassageiros. “O espaço internodos aviões da companhia é umdos pontos altos das amostras.As aeronaves têm poltrona decouro, que equalizam a tempera-tura do assento com a da pessoaque nela está sentada. Ou seja, oclima nunca é muito quente, oumuito frio. Os modelos apresen-tam reclinação correta e o clien-te tem mais espaço à sua frente”,diz o diretor. l

PROJETO Embraer realiza estudo desde 2008 voltado para o desenvolvimento de aviões mais confortáveis

TRIP/DIVULGAÇÃO

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Logística (Associação Nacionaldo Transporte de Cargas eLogística), Flávio Benatti, desta-ca que o Sudeste é o responsá-vel pela maior movimentaçãode cargas no transporte rodo-viário do país. Em São Paulo, porexemplo, ele cita que o índice departicipação do modal rodoviá-rio chega a 93%, enquanto noBrasil está em torno de 60%.

“Temos um quadro altamentefavorável em São Paulo, pelaconcessão das rodovias. Mas nosoutros Estados, a situação come-ça a se complicar. Em Minas, porexemplo, que tem a maior malharodoviária da União, os investi-

duplicação de vários trechosasfaltados.

Nesta reportagem da sériesobre os dados regionaliza-dos da última Pesquisa CNTde Rodovias, representantesdos quatro Estados doSudeste expõem as principaisnecessidades da região, quetem características bem dis-tintas. Em São Paulo, os tre-chos concessionados fazemcom o que Estado alcance asmelhores classificações. Jáem Minas Gerais, que tem amaior malha do país, há pro-blemas críticos no traçado ena conservação. Rio de

Janeiro e Espírito Santo tam-bém precisam de interven-ções fundamentais para favo-recer o desenvolvimento.

Pelos dados da última pes-quisa da CNT, 44,7% dos tre-chos analisados no Sudesteapresentam algum tipo de defi-ciência no pavimento, sinaliza-ção ou geometria. No EspíritoSanto, esse índice é de 66,6%,seguido de Minas Gerais(58,5%). Em terceiro lugar estáo Rio de Janeiro, com 34,2%. ESão Paulo tem 21,3% de suasrodovias pavimentadas consi-deradas deficientes.

O presidente da NTC &

Para estimular o desenvolvimento local e tambémdo país, o Sudeste, região mais industrializada do

Brasil, precisa de investimentos em rodoviasPOR CYNTHIA CASTRO

Incentivo àcompetitividade

RODOVIAS DO BRASIL - SUDESTE

Aregião que tem amaior participação noPIB (Produto InternoBruto) nacional, 55,3%

em 2009, segundo os últimosdados oficiais, e a maior popula-ção do Brasil (cerca de 42%)precisa de investimentos eminfraestrutura logística paramelhorar a competitividade,não somente dos seus Estados,mas de todo o país. No Sudeste,há mais de 500 mil quilômetrosde rodovias (33,3% do territóriobrasileiro). Apenas pouco maisde 10% das rodovias federais eestaduais são pavimentadas. Ehá a necessidade urgente de

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mentos nessa malha são recla-mados pelos mineiros, pelospaulistas e por todos os brasilei-ros”, afirma Benatti, que tambémé presidente da seção deTransporte de Cargas da CNT(leia sobre o documentoFortalecimento de Minas noCenário Nacional na página 47).

Benatti lembra que Minas éum Estado altamente centraliza-do, produtor de riquezas e degrande parte dos produtos con-sumidos no Brasil e também vol-tados para a exportação.“Investir nas rodovias de Minas éimportante tanto para que oBrasil possa ser competitivo em

nível internacional e para que emnível nacional possamos ter umcusto logístico menor”, conside-ra o presidente da associação.

Além da importância dosetor de serviços, Minas sedestaca no Brasil como omaior produtor de ferro gusae cimento. No setor agrope-cuário, são importantes o cul-tivo e a produção de produtos,como café, soja, álcool, car-vão vegetal e leite.

O presidente da Fetcemg(Federação das Empresas deTransportes de Carga doEstado de Minas Gerais),Vander Francisco Costa, faz

uma crítica sobre o traçadodas rodovias de Minas, que,em muitos casos, aumenta orisco de acidentes e mortes etambém os custos logísticos.

“Minas precisa de investi-mentos fortes em infraestru-tura de transportes, não sópara o Estado, mas para obenefício do país inteiro. Epara resolver o problema dageometria, é necessário prio-rizar a duplicação, fazer algodefinitivo, eliminar curvasmalfeitas que provocam tan-tos acidentes”, considera opresidente da federaçãomineira de cargas.

FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2011

BR-381 Rodovia, na saída de Minas para o Espírito Santo, registra alto índice de acidentes com mortes; duplicação é reivindicada há anos

No Sudeste,

44,7%dos trechos

pavimentadostêm problema

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201246

Entre as obras mais urgentes,ele destaca a duplicação da BR-381, na saída de Belo Horizontepara o Espírito Santo, considera-da a mais perigosa, devido aoalto índice de acidentes graves,com mortes. “A duplicação é rei-vindicada há anos, mas nuncaacontece. A BR-381 é muitoimportante. Liga, por exemplo, aRegião Metropolitana de BeloHorizonte ao Vale do Aço, ondeestão as principais usinas side-rúrgicas”, comenta Costa.

BR-262

AVALIAÇÃO DAS RODOVIASVeja o resultado da Pesquisa CNT de Rodovias 2011 em relação aos Estados do Sudeste

ESTADO GERAL (EM %)

PAVIMENTO (EM %)

SINALIZAÇÃO (EM %)

GEOMETRIA (EM %)

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

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A rodovia também é impor-tante para o transporte de pas-sageiros, especialmente porser a saída da capital doEstado em direção às praias doEspírito Santo. Vander Costadiz que a precariedade dealgumas estradas mineirasleva ao risco de se haver umdesinvestimento no Estado emvirtude da falta de capacidadepara a movimentação logística.

Na Pesquisa CNT deRodovias, há um capítulo que

Movimento cobra ações em MG

MOBILIZAÇÃO

Algumas obras rodoviá-rias prioritárias para o desen-volvimento do Estado deMinas Gerais e consequentecrescimento da economia dopaís são reivindicadas peloMovimento Pró-Minas, doqual fazem parte vários par-lamentares mineiros. O movi-mento atua cobrando umconjunto de obras, programase ações em diferentes áreaseconômicas e políticas.

No documento Fortale-cimento de Minas noCenário Nacional, estãodescritas essas principaismedidas. Em relação a rodo-vias, o movimento pede, porexemplo, que seja duplicado otrecho da BR-381 na saída deBelo Horizonte para o EspíritoSanto; que seja feita a ade-quação e duplicação da BR-262, entre Nova Serrana eUberaba, entre outras váriasintervenções em rodovias detodo o Estado.

O senador Clésio Andrade,presidente da CNT e do SestSenat e coordenador do Pró-Minas, afirma que a duplica-ção da BR-381, no trecho

que liga Belo Horizonte aIpatinga e GovernadorValadares, é urgente. “Ascondições atuais represen-tam um gargalo à economiade Minas, com reflexo paratodo o país.”

Em ofício enviado recen-temente ao ministro dosTransportes, Paulo SérgioPassos, o senador salientouque “as condições atuais(da BR-381) têm restringidoa produção e a exportaçãode minério de ferro destaque é uma das principaisregiões mineradoras dopaís e que abriga um dosmais importantes polosindustriais do Estado”.

Em relação à adequação eduplicação da BR-262, no tre-cho entre Nova Serrana eUberaba, Clésio Andrade afir-ma que “trata-se da interliga-ção de duas das mais impor-tantes regiões do Estado, oque fortalecerá um dos prin-cipais polos industriais, ode Uberaba, no TriânguloMineiro, e o setor de calça-dos de Nova Serrana, naregião Centro-Oeste”.

BR-116 Rodovias precisam oferecer mais segurança

Rodovia teve sua geometria classificada como ruim em pesquisa da CNT

“As condiçõesda BR-381

representamum gargalo àeconomia”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE,PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT

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Região lidera roubo de cargas

RISCO

O roubo de cargas é umdos problemas sérios queprecisam de uma soluçãourgente, especialmente noSudeste. Uma estimativa feitapelo setor de segurança daNTC & Logística (AssociaçãoNacional do Transporte deCargas e Logística) apontaque cerca de 80% das ocor-rências no Brasil são regis-tradas no Sudeste, sendomais da metade no Estadode São Paulo.

Entre os produtos visadosestão os alimentícios, cigar-ros, eletroeletrônicos, farma-cêuticos, produtos metalúrgi-cos, confecções, entre outros.O assessor de segurança daNTC, coronel Paulo Robertode Souza, explica que a esti-

mativa é feita com base emfontes formais e informais.

Entre elas estão segurado-ras e gerenciadoras de risco,sindicatos da área, imprensae também a polícia. Segundoele, em São Paulo, há umaparceria com o Estado quepermite a informação dedados. Entretanto, de formageral, ele considera que háuma dificuldade em obter asinformações oficiais.

As polícias RodoviáriaFederal e Federal informaramque não têm estatísticasgerais sobre as ocorrênciasde roubo de cargas noSudeste. A maior parte dosroubos ocorre nas áreasurbanas. Mas nas rodovias oprejuízo é maior.

ples, pois essa realidade geravelocidade baixa, risco de aci-dentes e alta improdutivida-de”, afirma.

De acordo com Chieppe, aBR-262 liga o litoral capixabaa Minas Gerais e também faz aligação do Espírito Santo comalguns centros históricosmineiros. O tráfego de cami-nhões tem crescido em fun-ção do desenvolvimento eco-nômico de Minas e das ativi-dades portuárias do Espírito

principais rodovias doEspírito Santo e também asque apresentam os maioresgargalos logísticos do Estado,na avaliação do presidente daFetransportes (Federação dasEmpresas de Transportes doEstado do Espírito Santo), LuizWagner Chieppe. “Elas foramconstruídas há mais de 40anos e boa parte do traçadojá se tornou ineficiente. Nãodá mais para conviver com otraçado ruim e a pista sim-

trata de acidentes. A BR-381lidera o ranking de periculosi-dade. Em 2010, foram 113 aci-dentes com mortes e 1.237 comferidos. A segunda mais peri-gosa é a BR-101, no EspíritoSanto, que registrou 94 aci-dentes com mortos, em 2010, e1.272 com feridos, conforme osdados do Dnit (DepartamentoNacional de Infraestrutura deTransportes), que constam naúltima pesquisa da CNT.

A BR-101 e a BR-262 são as

CONCE

Em relaçãoà geometria,

69,1%das rodovias

têm problema

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Santo. E isso, conforme o pre-sidente da federação, justificaa duplicação da rodovia nosdois Estados.

Ao comentar sobre a con-dição da BR-381, em Minas,Chieppe diz que afeta tanto oturismo quanto a economiado Espírito Santo. “A BR-381liga Minas ao litoral norte doEspírito Santo, ao litoral sulda Bahia e a toda uma regiãocarente de desenvolvimento.Como a rodovia pode ser defi-

nida em um elo dessasregiões, necessita de investi-mentos.”

PassageirosAlém dos prejuízos para o

transporte de cargas, as rodo-vias em condições ruins tam-bém trazem problemas sériospara o transporte de passagei-ros, conforme reforça o presi-dente da Fetram (Federaçãodas Empresas de Transportede Passageiros do Estado deMinas Gerais), WaldemarAraújo. “Há um maior desgas-te dos veículos, desconfortopara os usuários e risco deacidentes.”

Araújo também consideraque além da recuperação emanutenção de alguns tre-chos, é necessário investir namelhoria de algumas vias,com mudança na geometria.Ele também cita a BR-381, nasaída de Belo Horizonte parao Espírito Santo. “O problemamaior dessa rodovia é deengenharia. Precisa duplicar,eliminar curvas. É uma obraimportante demais.”

O sistema rodoviário do Riode Janeiro é o menor doSudeste, mas tem uma impor-tância fundamental para aeconomia do país e parafomentar o turismo. Do totalde trechos avaliados na pes-quisa da CNT, 13,4% foram con-

siderados ruins ou péssimos. Acondição da superfície foiconstatada como totalmenteperfeita somente em 22,3%dos trechos pavimentados.

“O Rio de Janeiro tem osegundo PIB do Brasil e temum papel relevante de inte-gração, pela estrutura dosportos, importantes paraMinas e Goiás, por exemplo. Érota de acesso a outros conti-nentes”, diz o presidente daFetranscarga (Federação doTransporte de Cargas doEstado do Rio de Janeiro) e doConselho Empresarial deLogística e Transportes daAssociação Comercial do Riode Janeiro, Eduardo Rebuzzi.

Entre as intervençõesnecessárias, Rebuzzi cita aimportância de se concluirmais rapidamente a duplica-ção da BR-101 sul, que está emobras. Na BR-116 sul, que éconcedida, o presidente dafederação ressalta a necessi-dade de se rever a localizaçãodo pedágio, que, segundo ele,gera mais ônus para o setorde cargas. “O caminhão acabapagando 70%. Da forma queestá hoje, os locais onde estáo maior fluxo não estãoincluídos. Se todos pagarem,cai o valor”, considera. O arcorodoviário é outra obra queprecisa ser priorizada, confor-me Rebuzzi.

SSÃO SP tem as melhores rodovias do país; 78,7% estão boas ou ótimas

Pesquisaavaliou

92.747 kmde rodovias

em todo o país

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“A malha ruim rouba dinheiroENTREVISTA

O doutor em planejamento detransportes e logística daFundação Dom Cabral, o engenhei-ro Paulo Resende, destaca que osproblemas nas rodovias doSudeste, especialmente no Estadode Minas Gerais, “roubam dinheirodo Estado”, em virtude da perdade competitividade. Resende lem-bra que a decisão de uma empresasobre onde se instalar leva emconsideração a infraestruturalogística, e a falta de condiçõesdas rodovias pode ser fator pre-ponderante na hora de escolher.

A economia do Sudeste é amais desenvolvida e industriali-zada do país. A última PesquisaCNT de Rodovias apontou que44,7% dos trechos avaliadosestavam deficientes. Quais osimpactos mais relevantes paraa região?

Há algumas estatísticas mun-diais que não são feitas para asestradas brasileiras. São feitas pelodepartamento de rodovias dosEstados Unidos e apontam quequando um caminhão está trafe-gando em uma estrada em condi-ções precárias, que foge ao padrãoregular, há um aumento de 30% nocusto operacional do transporte.Isso se refere somente a combustí-vel, reposição de peças e pneus.Não inclui o custo com redução davida útil do veículo. Podemos afir-mar que um caminhão que estátrafegando em uma estrada ruim,em condições não boas, de regularpara baixo, sofre esse impacto, de

forma geral. O frete que ele cobraestá sendo onerado em 30%. Nocaso do Brasil, quem perde são osconsumidores finais e as empresas.Se o consumidor final não aceitarpagar, quem paga é a margem datransportadora e da indústria. Hámenos lucro, e a empresa terámenos condições de investimento.Com isso, a frota vai envelhecendo.

Como podemos caracterizaro Sudeste em relação à relevân-cia das rodovias da região para otransporte de cargas e de pas-sageiros de todo o país?

Oitenta por cento do volume detráfego rodoviário de carga noBrasil passa pelo Sudeste. Um gran-de volume passa por alguns corre-dores federais que apresentam con-dições ruins de trafegabilidade,principalmente em Minas Gerais.Entre eles, a BR-116, BR-381, BR-040 eBR-262. Em termos de valor adicio-nado das cargas, a matriz rodoviáriase responsabiliza por mais de 90%do valor das cargas no Sudeste. Ouseja, a cada R$ 100 transportados noSudeste por todos os modais, emtorno de R$ 90 são transportadospor rodovias, dada a grande inci-dência de transporte de minério deferro no sistema ferroviário.

O transporte é importantepara a movimentação de cargasdentro da região, mas tambémporque o Sudeste é passagempara outras regiões?

Se a origem é Minas Gerais, queé responsável pela maior malha

Em São Paulo, apenas 0,8%dos trechos foi consideradopéssimo. O Estado tem omaior percentual de rodoviasbem avaliadas, sendo 54,4%ótimas e 24,3% boas. No ran-king de 109 ligações rodoviá-rias, que incluem trechos deuma ou mais rodovias, asmelhores posições são ocupa-das pelo Estado de São Paulo.Em primeiro lugar está a liga-ção que passa pela capital,por Itaí e Espírito Santo doTurvo. Inclui as rodovias SP-255, SP-280 e BR-374.

Flávio Benatti, que tambémé presidente da Fetcesp(Federação das Empresas deTransporte de Carga do Estadode São Paulo), ressalta que osistema de concessões de rodo-vias é fundamental para a

situação positiva. Ele faz ques-tionamentos sobre a modela-gem de algumas concessões econsidera que há formas depedágio que precisam ser revis-tas para que todos os usuáriosda rodovia possam pagar.

De qualquer forma, Benattisalienta que os benefícios dasconcessões valem a pena. “SãoPaulo se diferencia positiva-mente em relação aos outrosEstados do país. Há poucos pon-tos que podemos reclamar. Paraquem usa a rodovia como negó-cio, como é o caso do transpor-te, as rodovias concessionadascontribuem para melhorar aprodutividade e a qualidade davia. Acidentes com pneus sãopraticamente inexistentes e aestrada está constantementesendo reparada.”

BR-101 No Rio de Janeiro, 34,2% das rodovias apresentaram problema

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do Estado”rodoviária federal do país, há umaperda de dinheiro nessa origemdevido às condições ruins das rodo-vias. Se o destino for São Paulo,perde-se menos dinheiro na chega-da porque as rodovias são muitomelhores. Em compensação, paga-se pelo pedágio. Então, temos umamatriz de origem e destino quepenaliza de todo jeito. Podemoscitar um exemplo. A Basf (empresaquímica) tem um conjunto de fábri-ca em Guaratinguetá (SP). Se umcaminhão sai em direção a Vilhena,no Mato Grosso, veja a perversida-de de nossa situação rodoviária.Enquanto o caminhão está em SãoPaulo, trafegando por estradasexcelentes, está pagando pedágio.Quando sai da divisa de São Paulo eentra no Centro-Oeste em direção aMato Grosso, ele deixa de pagarpedágio e entra numa rede derodovias em condições muito pre-cárias. O caminhão deixa de pagarpedágio, mas começa a ter 30% amais de custo operacional. Sesomar essa equação, está perden-do dinheiro, e o melhor seria pagarpedágio o tempo todo, mas terrodovias em boas condições.

A experiência de São Paulomostra que as concessões sãoum bom caminho para a maiorqualidade das rodovias, mesmocom os valores pagos nospedágios?

O pedágio representa menos de10% do acréscimo de custo, deforma geral. Esse é o caminho queo mundo inteiro já descobriu. Há

mais benefícios em se pagar opedágio em relação a não se pagaro pedágio e trafegar por rodoviasem péssimas condições. Nem ospaíses mais ricos do mundo conse-guem manter o sistema de rodo-vias em bom estado, por causa davolatilidade do orçamento público.Se você fizer a previsão de R$ 10bilhões a serem investidos emestradas nos próximos cinco anose acontecer uma primeira criseeconômica, o governo cortarádinheiro dessas obras de estradas.Os países descobriram que a inicia-tiva privada tem mais condições demanter o fluxo de investimentos.

Minas Gerais tem a maiormalha rodoviária do país. Quaisos principais desafios para otransporte rodoviário de quali-dade no Estado?

Minas Gerais tem uma malharodoviária federal péssima. Essamalha ruim rouba dinheiro doEstado, por causa dos reflexos nacompetitividade. O Estado perdecompetitividade. Hoje em dia, asempresas avaliam muito a qualida-de da infraestrutura, principalmen-te infraestrutura logística para seinstalar em uma região. E Minastem perdido, ao longo dos anos,muito investimento. Um destaque éa perda de competitividade dasempresas instaladas ao longo daBR-381, na saída para o EspíritoSanto, em relação ao ganho quenos últimos anos estão tendo asempresas localizadas na BR-381,em direção a São Paulo.

A BR-381, de Belo Horizontepara o Espírito Santo, é realmen-te a que apresenta situação maispreocupante?

Hoje, o trecho mais crítico quetemos é a BR-381 em direção aomunicípio de Governador Valadares(MG). É a nova estrada da morte. Aduplicação com imediata concessãopara a iniciativa privada é o caminhopara ela. Caso contrário, se duplicare não conceder, vai se deteriorarrapidamente. O volume de tráfegodessa rodovia é muito grande.

De forma geral, o que falta noSudeste em relação às rodovias?

Falta muito investimento, masfalta uma visão do governo de queo Sudeste está preparado para tersua malha rodoviária privatizada.Não acelerar esse processo é per-der dinheiro a cada dia que passa.É preciso olhar a iniciativa privadacomo a grande solução para amalha rodoviária do Sudeste.

Quais obras fundamentais osenhor citaria?

Algumas delas são na BR-381e na BR-116 (de Minas para aBahia). Tem que duplicar. Naminha opinião, a BR-116 é a rodo-via mais importante do Brasil.Liga os três maiores PIBs brasi-leiros – Sul, Sudeste e Nordeste,corta as maiores regiões metro-politanas do Brasil. Tem queinvestir na duplicação totaldessa rodovia. E ela tem volumede tráfego para ser privatizada.A BR-262, que liga Minas aoEspírito Santo e também seguena direção do Centro-Oeste,precisa de investimentos. E des-taco a BR-040, que precisa sertoda duplicada – entre BeloHorizonte (trevo de Ouro Preto)e o restante do trecho ainda nãoduplicado na direção do Rio deJaneiro (região de Barbacena) etambém o trecho entre SeteLagoas e Brasília. l

PAULO MÁRCIO/FDC/DIVULGAÇÃO

Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral

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MEMÓRIA FERROVIÁRIA

Omodal ferroviáriobrasileiro vivenciouuma drástica mu-dança, em 1997, com

a extinção da RFFSA (RedeFerroviária Federal S.A.).Desde a privatização damalha, o governo federal tra-balha para dar uma destina-ção adequada aos bens per-

tencentes à Rede, como esta-ções, vagões e prédios. Paratanto, foi estabelecido umprograma específico, que temà frente a SPU (Secretaria dePatrimônio da União). Os tra-balhos foram iniciados hátrês anos, mas os projetosesbarram em diversas dificul-dades. A maior delas é a

caracterização exata dosbens, para que eles sejamdevidamente incorporados aopatrimônio da União.

O programa da SPU reúneentidades federais ligadas aomodal de transporte, ao turismoe ao patrimônio. Além da secre-taria, estão envolvidos o Dnit(Departamento Nacional de

Patrimônioao relentoPrograma busca identificar e dar um destino

adequado aos bens pertencentes à antiga RFFSA

POR LETICIA SIMÕES

Infraestrutura de Transportes), aANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres), o Iphan(Instituto do Patrimônio Históricoe Artístico Nacional) e os ministé-rios do Turismo e do Transporte.

De acordo com a SPU,foram identificadas 52 mil uni-dades de imóveis não opera-cionais pertencentes ao patri-

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FOTOS SUPERINTENDÊNCIA DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO EM SÃO PAULO/DIVULGAÇÃO

mônio da RFFSA. As vistoriasforam iniciadas em 2009 como objetivo de fazer o levanta-mento físico cadastral dosbens não operacionais. A ini-ciativa foi fracassada. Aempresa contratada para otrabalho não cumpriu o que alicitação previa.

A secretaria informa que

o acordo foi cancelado e queoutros pregões foram execu-tados. “Todos os contratosencontram-se finalizados,sendo o último firmado coma Aerocarta para executar olevantamento de 830 imó-veis no Mato Grosso do Sul”,afirma Paulo Simões, diretorda SPU.

Além da Aerocarta, aEmprotep (Empresa deProjetos Técnicos e Sociaispara Prefeituras Ltda.) é aoutra companhia que realiza aclassificação dos bens, espa-lhados por 19 Estados brasilei-ros, em mais de mil municí-pios. Até então foram identifi-cados pelas empresas 137 imó-

“É um grandedesafio dardestinação

a essepatrimônio”

JOSÉ RODRIGUES CAVALCANTI, IPHAN

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bens não operacionais daRFFSA. “A maior parte estálocalizada nas proximidadesdas linhas férreas desativa-das, ou erradicadas, e em anti-gas vilas ferroviárias.”

De acordo com o diretor, aregularização fundiária des-ses bens residenciais já estáem prática. “Esse processo éfeito diretamente com o ocu-pante do imóvel, mediante oatendimento dos requisitoslegais exigidos, como compro-vação de baixa renda, residir

veis em Minas Gerais e 586 noMato Grosso do Sul.

A destinação dos bens daRede está definida em duasfrentes: na implementação doPrograma de RegularizaçãoFundiária de Interesse Social,que inclui medidas voltadas àtitulação dos imóveis para apopulação de baixa renda, eno turismo ferroviário.

Simões afirma que os imó-veis residenciais da extintaRede estão dispersos pelos 19Estados onde se encontram os IDENTIFICAÇÃO Os trabalhos

Crise e transformação na rotina da RFFSAHISTÓRIA

Criada em 1957 com oobjetivo de gerenciar omodal ferroviário brasileiro,a RFFSA consolidou as 18ferrovias regionais entãoexistentes. Foram 40 anosde atuação, com atendimen-to em 19 Estados. A RFFSAoperou uma malha que, em1996, possuía 22 mil quilô-metros de linhas.

Em 1971, o governo paulis-ta unificou as cinco estradasde ferro estaduais em umaúnica empresa, a Fepasa(Ferrovia Paulista S.A.), quegeriu,aproximadamente,5.000 km de vias férreas.

Entre os anos 1980 e1992, os investimentos da

RFFSA e da Fepasa sofreramuma significativa redução.Em 1984, a Rede se viuimpossibilitada de gerarrecursos suficientes àcobertura dos serviços dadívida contraída.

Trinta e cinco anos depoisde sua implantação, a RFFSAfoi incluída no ProgramaNacional de Desestatização,o que incluía também os ati-vos da Fepasa. O BNDESsugeriu ao governo federalque os serviços de transpor-te ferroviário de carga fos-sem transferidos para osetor privado.

A transferência foi efeti-vada entre 1996 e 1998. O

modelo de desestatizaçãoestabeleceu a segmentaçãodo sistema ferroviário emseis malhas regionais. Aconcessão pela União aosoperadores privados damalha, via processo licita-tório, é de 30 anos, comarrendamento por igualprazo.

A RFFSA foi dissolvidaem dezembro de 1999.Desde 1997, quando teveinício o processo de priva-tização, foram aplicados R$28,58 bilhões pelas conces-sionárias. Para este ano, aexpectativa é que os inves-timentos cheguem a R$ 5,3bilhões.

“A maior parte dos

imóveis estálocalizada

próxima daslinhas férreasdesativadas”

PAULO SIMÕES, DIRETOR DA SPU

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no bem e não possuir outroimóvel em seu nome.”

O procedimento inclui opreenchimento de um formulá-rio de recadastramento erequerimento do imóvel. O pro-tocolo, diz Simões, é encami-nhado para as superintendên-cias do Patrimônio da Uniãonos respectivos Estados. Odiretor não informou quantosbens já foram designados àmoradia para a população debaixa renda dentro doPrograma de Destinação doPatrimônio da RFFSA.

Segundo ele, neste momen-to, a SPU se empenha na iden-tificação de imóveis passíveisde serem disponibilizadospara habitação de interessesocial dentro do programaMinha Casa, Minha Vida. “Asecretaria também trabalhaem conjunto com o Ministériodos Transportes na elabora-ção do decreto que vai disci-plinar o Instituto da ReservaTécnica. Essa entidade temcomo objetivo reservar áreasda extinta Rede para amplia-ção do modal ferroviário.” Odecreto ainda não tem datapara ser homologado.

O diretor afirma que a SPUcontinua renegociando dívidase acordos em ações de desa-propriação patrocinadas pormunicípios em todo o Brasil.

Para os projetos de turismode reconhecimento dos bens foram iniciados há três anos, tendo à frente a Secretaria de Patrimônio da União

JOSÉ CAVALCANTI/ACERVO IPHAN

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analisar a viabilidade dos pro-jetos. “As prefeituras têm dese comprometer a recuperar obem dentro de sua caracterís-tica original.” Segundo ele, oMTur chegou a liberar recur-sos para a instalação dealguns trens turísticos, mas,por falta de cumprimento dasexigências, nenhum delesainda foi executado.

O BNDES (Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico eSocial), segundo sua assesso-

não é possível definir quaistrechos ou municípios vãoreceber os trens turísticos, jáque a iniciativa de implanta-ção depende de terceiros.

Para sistematizar e darceleridade aos possíveis pro-jetos de trens turísticos Brasilafora, o programa da SPU lan-çou uma cartilha de orienta-ção para municípios eempreendedores. O material,disponível no site doMinistério do Turismo, órgãoresponsável pelo GT, descreveexigências e procedimentospara a instalação do serviço.

Procurado pela reportagempara relatar quais projetosestão em estudo e quantaspropostas de trens turísticosforam recebidas pelo progra-ma, o MTur não se pronunciou.

José Rodrigues CavalcantiNeto, coordenador técnico depatrimônio ferroviário doIphan, diz que os municípiostêm interesse em investir emprojetos de trens turísticos,mas, muitas vezes, desistemdo plano por não consegui-rem cumprir as requisiçõesestabelecidas pelas seteentidades envolvidas no pro-grama. “A RFFSA tinha auto-nomia para criar e fazer des-tinações. Hoje, cada instânciatem suas condicionantespara dar o aval.”

Ao Iphan, afirma Neto, cabe

ferroviário, o Dnit instituiu,em meados de 2010, o Grupode Trabalho de Turismo, envol-vendo todas as entidades queparticipam do Programa deDestinação dos Bens daRFFSA.

A autarquia, por meio desua assessoria, informa que oGT tem o objetivo de desen-volver uma política de fomen-to ao turismo ferroviário nopaís e de concentrar e coorde-nar as atividades das entida-des federais envolvidas.

Ainda segundo a assesso-ria, o segmento de trens turís-ticos e culturais tem a finali-dade de recuperar, requalifi-car e preservar o patrimônioferroviário, incluindo a reati-vação de trechos ferroviáriossem operação.

Para essa destinação, oprograma lida com outra difi-culdade: a quantidade dematerial rodante (carros depassageiros e litorinas) que oDnit possui em condições deserem reaproveitados.

De acordo com o departa-mento, os projetos serãoimplantados com os mate-riais rodantes que operavamos trens de passageiros, umavez que a pretensão do pro-grama é o resgate da históriaferroviária nos diversosmunicípios.

A autarquia destaca que

PROGRAMA O Grupo

Foram identificadas

52 mil unidades deimóveis da

RFFSA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 57

ria, não possui nenhum projetoligado ao programa da SPU.

O diretor do Iphan confirmaque o trabalho de destinaçãodos bens da extinta RedeFerroviária Federal é comple-xo. “O universo dessa proprie-dade é muito grande. Muitosestão ociosos há vários anos.Com o menor volume dotransporte de passageiros,esses bens perderam suasfunções, já que a logística defuncionamento mudou drasti-

camente, fazendo com que osedifícios ficassem sem uso.”

Neto afirma que o Iphannão possui os dados dos imó-veis da RFFSA tabulados. Elereconhece que os bens ten-dem a arruinar-se por causado abandono. “É um grandedesafio dar destinação a essepatrimônio. A preservação dequalquer bem só se justificase houver uso posterior com-provado.”

Para ele, por meio de uma

articulação entre entidades esociedade, a preservação dediversos bens se torna maispossível.

Neto afirma que oPrograma de Destinação écontínuo e, por isso, não épossível estabelecer um cro-nograma para a utilização dopatrimônio da RFFSA. “Outrosbens sempre serão encontra-dos. Esse processo está atre-lado ao desenvolvimentoindustrial, aos portos, ao sis-tema de transporte. O olharsobre o patrimônio ferroviárioacompanha outros patrimô-nios e, mesmo delineando asações, as informações sãoacopladas a outras condicio-nantes.”

O Dnit ressalta que o traba-lho do GT de TurismoFerroviário vai atuar até quan-do houver demanda dos inte-ressados e disponibilidade deequipamentos e materiais fer-roviários. De acordo com aautarquia, os órgãos federaisenvolvidos atuarão indepen-dentes, dentro de suas atri-buições e condições.

O órgão afirma ainda que aimplantação dos trens turísti-cos não vai causar qualquerimpacto na matriz ferroviária,pois os bens não operacionaisda extinta RFFSA são mínimos,em comparação aos que estãoem operação. l

de Trabalho de Turismo tem o objetivo de desenvolver uma política de fomento ao segmento ferroviário no país

A concessãoda malha pela

União é de

30anos

JOSÉ CAVALCANTI/ACERVO IPHAN

Page 58: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

Chibatão, aproximadamente 50vagas permanecem abertastodos os meses nas empresasque compõem o grupo. “Háanos, convivíamos com umadificuldade enorme para con-tratar motoristas. Felizmente,essa realidade vem mudando

Aos 55 anos, SeverinoMarques da Silva con-quistou uma nova pro-fissão. Diariamente, ele

realiza viagens na região deManaus, no Amazonas, para aTransportadora Tomiasi, uma dastrês empresas integrantes doGrupo Chibatão.

Silva concluiu os cursos doPrograma de Formação deNovos Motoristas para oMercado de Trabalho, desenvol-vido pelo Sest Senat desde 2011.O programa tem como objetivoestimular o crescimento do país,preparando novos motoristaspara suprir a carência de mãode obra existente no setor.

“Estava fora do mercado detrabalho há tempos, mas o cursodo Sest Senat mudou a minhavida. Hoje, tenho um bom salárioe estou feliz com o meu traba-lho. É uma satisfação saber queposso pagar a faculdade daminha filha”, conta o motorista.

Em Manaus, assim como emtodo o país, a falta de profissio-nais qualificados para atuar nosetor de transporte é uma reali-dade. De acordo com SimoneMeira de Lima, coordenadora dedesenvolvimento no Grupo

depois da nossa parceria com oSest Senat”, diz ela.

O grupo cedeu veículos paraa realização das aulas práticase, inicialmente, além deSeverino, outros quatro profis-sionais já foram contratados.Uma segunda turma, com 25 alu-

nos, já está sendo formada, e aspossibilidades de contrataçãosão grandes, segundo Simone.

O Programa de Formação deNovos Motoristas para oMercado de Trabalho está sendodesenvolvido em todas as uni-dades do Sest Senat localizadas

Motoristas formados em programa do Sest Senat come

POR LIVIA CEREZOLI

Emprego

PROFISSIONALIZAÇÃO

Page 59: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

nas cinco regiões do Brasil. Asaulas teóricas são ministradaspor instrutores da instituição, ea parte prática conta com aparticipação de empresas detransporte, que disponibilizamveículos próprios para a aplica-ção do aprendizado.

“Queremos, com esse traba-lho, profissionalizar o setor detransporte de cargas e de passa-geiros no Brasil. A economia dopaís está aquecida, a demandapor transporte vem crescendo,mas, infelizmente, as empresasencontram dificuldades para

contratar profissionais”, afirmao presidente da CNT e do SestSenat, senador Clésio Andrade.

Todos os cursos são gratuitose realizados em quatro módulos(básico, intermediário, especiali-zação e prático). A carga horáriamínima é de 160 horas. Para se

inscrever, o candidato deve sermaior de 18 anos e ter habilita-ção nas categorias C, D ou E. Asinscrições podem ser feitas naInternet (www.sestsenat.org.br),pelo telefone 0800 728 2891 oudiretamente nas unidades doSest Senat. No momento dainscrição, o aluno assina umtermo de adesão ao programa,comprometendo-se a ingres-sar como profissional no setorde transporte após a conclu-são do curso.

Foi exatamente isso que fezRobson Rogério Gonçalves deMatos. Habilitado na categoria Dhá alguns anos, ele nuncadesempenhou a função de

moram a conquista da entrada no mercado de trabalho

GRUP

O CH

IBAT

ÃO/D

IVUL

GAÇÃ

O

garantido

O CAMINHO DAQUALIFICAÇÃOCursos oferecidos

• Formação de Novos Motoristas de Caminhão

• Formação de Novos Motoristas deCarreta

• Formação de Novos Motoristas deÔnibus Rodoviário e Urbano

Carga horária

• Mínima de 160 horas/aula

Requisitos para inscrição

• Ser maior de 18 anos• Ter habilitação nas categorias

C, D ou E

Informações e inscrições

• No site www.sestsenat.org.br, pelotelefone 0800 728 2891 ou naunidade do Sest Senat mais próxima

CONTRATAÇÃO O motorista SeverinoMarques da Silva conquistou uma dasvagas abertas no Grupo Chibatão

Page 60: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

ainda tenho coisas a aprender,mas sinto que o programa deformação me preparou para omercado de trabalho”, conta ele.

Além de adquirir conhecimen-tos sobre o sistema operacionaldo transporte de cargas, Matosaprendeu a preparar o seu currí-culo para ser apresentado e a serelacionar no dia a dia profissio-nal. De acordo com ele, isso tam-bém contribuiu para a conquistado novo emprego. Na empresa,

motorista de caminhão nasempresas que trabalhou. Depoisde um tempo desempregado,decidiu procurar o Sest Senatpara se qualificar. Uma semanadepois de receber o diploma, eleassinou o contrato de trabalhona transportadora RodoviárioR.S., de Ribeirão Preto, interiorde São Paulo. “Estou muitosatisfeito e realizado desempe-nhando a função que eu semprequis. Como todo profissional,

CONQUISTA Sebastião Vicente Cabral assumiu a

Aulas focam o mercadoPROGRAMA

Os assuntos tratados nasaulas teóricas e práticas doPrograma de Formação deNovos Motoristas para oMercado de Trabalho abor-dam desde questões técnicase operacionais até o relacio-namento com os clientes e apostura profissional que deveser adotada no dia a dia deuma empresa.

Todos os cursos são reali-zados em quatro módulos(básico, intermediário, espe-cialização e prático), distribuí-dos de acordo com o tipo deconteúdo. As disciplinas teóri-cas são ministradas nas unida-des do Sest Senat e contamcom apoio de material didáti-co, como apostilas e vídeos. Asaulas práticas são realizadasnas próprias unidades, nospátios das empresas ou emoutros locais, desde que ade-quados e seguros para o tráfe-go de veículos grandes, comoônibus e caminhões.

No curso para motorista decaminhão e carreta, porexemplo, os alunos aprendemlegislação de trânsito, direçãodefensiva, movimentação dediferentes tipos de carga, tec-nologia embarcada, documen-tação utilizada no transportede cargas, prevenção aoroubo de cargas, entre outrostemas. “Nos dias de hoje, nãobasta apenas saber dirigir eter a carteira de habilitaçãopara ser um motorista. Essesprofissionais precisam terbase teórica sobre variadostemas para aplicar os conhe-cimentos na prática diária dafunção que vão desempe-nhar”, afirma Altamiro Divino

de Oliveira, instrutor do SestSenat Goiânia (GO).

Entre os conteúdos abor-dados no programa de forma-ção de novos motoristas deônibus urbano e rodoviárioestão temas como noções deprimeiros socorros, respeitoao meio ambiente e convíviosocial, a profissão do condutorde transporte urbano de pas-sageiros, direitos e deveres docidadão no transporte urbanode passageiros e excelênciaprofissional para motoristasde transporte de passageiros.

Segundo o instrutor docurso na unidade do SestSenat de Petrolina (PE),Marcos Antonio SoaresOliveira, o programa é bastan-te completo e abrange aindaaulas de mecânica e legisla-ção de trânsito. “Os conheci-mentos sobre mecânica orien-tam os motoristas na hora deconduzir de forma adequadaos ônibus. Eles precisamconhecer o sistema de funcio-namento dos veículos parasaber a hora certa de acelerar,de frear e de trocar uma mar-cha, evitando assim acidentese um desgaste excessivo dosequipamentos”, diz ele.

Nas aulas de relaciona-mento interpessoal, o instru-tor destaca a importância doaprendizado sobre o trata-mento que deve ser dado aospassageiros que utilizam oserviço de transporte públicodas cidades. “No trânsito, omotorista passa por situa-ções adversas e se relacionacom diferentes tipos de pes-soas. É preciso saber comotratar todas elas.”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 61

ele transporta vários tipos demercadorias, de produtos quími-cos a peças automotivas.

Para Graziela Luque, gerentede qualidade da Rodoviário R.S.,a contratação de Matos atendeaos princípios da empresa, quebusca profissionais qualificadospara desempenhar funçõesespecíficas. “Ter um motoristabem preparado é um diferenciale traz benefícios para a empre-sa. Hoje em dia, é difícil encon-

trar profissionais assim.Sofremos com essa falta nomercado”, afirma ela. A R.S. atuaem praticamente todo o Estadode São Paulo, na região Centro-Oeste do país e no TriânguloMineiro. Ao todo, são 500 fun-cionários diretos e indiretos euma frota de 115 veículos.

A RTE Rodonaves é mais umaempresa de Ribeirão Preto queparticipa do programa. A trans-portadora cedeu por um ano, em

regime de comodato, um cami-nhão para o treinamento dosalunos. “Encontramos no SestSenat um grande parceiro para acapacitação de motoristas”,afirma Elaine Ribeiro, gerente degestão de pessoas da empresa.

De acordo com a diretora doSest Senat de Ribeirão Preto,Maria Abadia Matheus de Sá, teras empresas como parceiras doprograma é essencial paraobter os bons resultados. “A

principal queixa dos empresá-rios é sobre a falta de profissio-nais preparados para operar osveículos com tecnologia embar-cada. Quando eles cedem oscaminhões para as aulas práti-cas, conseguimos treinar nos-sos alunos e prepará-los parasuprir essa carência”, diz ela.

Estima-se que, em média,existam 50 mil postos de tra-balho abertos no setor detransporte em todo o Brasil.

VALE DO SOL/DIVULGAÇÃO

função de motorista depois de participar do programa do Sest Senat em 2011

Projeto prevê CNH gratuita

INCENTIVO

Para facilitar ainda mais aentrada de novos motoristas nomercado de trabalho, o projetode lei nº 593/2011, de autoria dosenador Clésio Andrade, quepreside a ConfederaçãoNacional do Transporte e o SestSenat, prevê a gratuidade naobtenção da CNH (CarteiraNacional de Habilitação) para ojovem que tenha renda familiarde, no máximo, R$ 1.635.

Até o fechamento destaedição, o texto estava naComissão de AssuntosEconômicos do Senado. Amatéria tramita em decisãoterminativa e, se aprovada,segue direto para a Câmarados Deputados, sem preci-sar de votação em plenário.

Pelo projeto, os recursospara financiar o documentovirão da Cide (Contribuição deIntervenção no DomínioEconômico), já cobrada na

venda de combustíveis. “A pro-posta prevê a aplicação derecursos produtivos ociososque poderiam estar em ativida-de, gerando mais empregos erenda, e não alimentando des-perdício desnecessário de insu-mos, afirma Clésio Andrade.

Além de novos motoristas,também poderão ter acesso aobenefício aqueles que tenhaminteresse em ter a CNH nascategorias profissionais C, D e E.Atualmente, um condutor habi-litado na categoria B que dese-je obter uma carteira profissio-nal nas categorias C ou D, bemcomo o motorista profissionalque deseje migrar entre ascategorias C, D e E, precisainvestir, aproximadamente, R$1.500 com cursos e documenta-ções, além dos gastos com des-locamento e refeições duranteas aulas práticas e os examesexigidos pela legislação.

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201262

Sest Senat, conseguimos com-pletar nosso quadro de funcio-nários”, conta ele.

Na avaliação de empresá-rios e trabalhadores, a qualifi-cação profissional está dire-tamente relacionada à produ-tividade. Para Santos, um fun-cionário bem preparado sabeoperar o veículo da maneiraadequada, observando aquestão de consumo de com-bustível, de segurança e dedesgaste do equipamento.

tas formados pelo programaforam contratados recentemen-te pela Transportes Vale do SolBotucatu, de Petrolina (PE).Segundo o gerente operacionalda empresa, Luiz Marcos dosSantos, uma nova turma já estásendo formada e também temgrandes chances de contrataçãoimediata. “Sempre foi muito difí-cil encontrar profissionais quali-ficados para a função, masagora essa situação está melho-rando. Com a parceria com o

Os dados do crescimento eco-nômico do país registradosnos últimos anos refletem anecessidade de investimentoscada vez maiores na forma-ção de mão de obra. Númerosda Anfavea (AssociaçãoNacional dos Fabricantes deVeículos Automotores) dãouma mostra de como a ativi-dade transportadora vemcrescendo e o mercado devenda de veículos pesadosestá cada vez mais aquecido.

Em 2011, foram produzidos216.270 caminhões, contra189.941, no ano anterior, umcrescimento de 13,8%. A pro-dução de ônibus também tevealta entre 2011 e 2010. No anopassado, foram produzidas47.565 unidades, 17,3% a maisdo que os 40.530 de 2010.

No segmento de passageiros,a parceria entre o Sest Senat eas empresas de transportestambém tem garantido bonsresultados. Seis novos motoris-

PARCERIA Com os

ESCASSEZ DE MÃO DE OBRAEmpresas não conseguem preencher postos de trabalho

Índice de dificuldade de contratação (%)

Áreas com maior escassez• Técnicos • Representantes de vendas• Trabalhadores das profissões de ofício• Engenheiros• Operários• Gestores/executivos• Profissionais de contabilidade e finanças• Profissionais de TI• Operadores de produção• Secretárias, assistentes administrativos e pessoal de apoio em escritórios

Fonte: Manpower Consultoria

8080

67

5754 54 53 52 51

48 46

34

70

60

50

40

30

20

10

0

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Page 63: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 63

“Além disso, as aulas de rela-cionamento interpessoal e dequalidade na prestação deserviço permitem um melhoratendimento aos nossosclientes”, afirma.

E foram exatamente essasduas disciplinas que mais cha-maram a atenção de SebastiãoVicente Cabral, motorista daVale do Sol desde novembrodo ano passado. Ele era cobra-dor da empresa desde 2008 e,depois de participar do pro-

grama de formação do SestSenat, conquistou a vaga demotorista de ônibus urbano.“Esse sempre foi um desejomeu. O curso me transformouem um profissional de verdadee, hoje, a minha vida melhoroumuito”, diz ele, entusiasmadocom a nova profissão.

As empresas interessadasem apoiar o programa podemprocurar as unidades do SestSenat para a formalização deparcerias. l

SEST SENAT RIBEIRÃO PRETO/DIVULGAÇÃO

SEST SENAT GOIÂNIA/DIVULGAÇÃO

veículos cedidos pelas empresas, alunos ganham experiência profissional

CONTEÚDO Aulas têm questões técnicas e operacionais

Dificuldade para contratar

MERCADO

Além do setor de transporte,outras áreas da economia brasi-leira também sentem os efeitosda escassez de mão de obraespecializada. Um levantamentorealizado em 2011 pelaManpower Consultoria revelaque 57% dos empregadorestêm dificuldades para preen-cher funções e posições dentrode suas organizações.

No ranking mundial, o Brasilocupa a terceira posição entreos países com os maiores índi-ces de falta de mão de obra. OJapão está em primeiro, com80% de dificuldade, principal-mente devido ao envelhecimen-to da população. Em seguidaestá a Índia, com 67%. A médiamundial é de 34%.

Essa é a sexta edição daPesquisa Anual sobre Escassezde Talentos. Foram ouvidosquase 40 mil empregadores em39 países localizados na Europa,no Oriente Médio, na Ásia, na

África e nas américas do Norte,do Sul e Central. No Brasil, foramrealizadas 876 entrevistas.

Entre as áreas com a maiordificuldade de contrataçãoestão as de técnicos, de repre-sentantes de vendas e de traba-lhadores das profissões de ofí-cio, que figuraram no topo dalista, respectivamente, peloquinto ano consecutivo. Osengenheiros também conti-nuam com demanda alta, naquarta posição do ranking.

A falta de experiência doscandidatos foi apontada por28% dos entrevistados emtodo o mundo como a princi-pal razão para a dificuldadede preenchimento dasvagas. Para 24%, o problemaestá na falta de candidatosdisponíveis. Outros 22% ale-gam falta de habilidades téc-nicas, e 15%, a carência deconhecimento ou de qualifi-cação entre os candidatos.

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201264

Para oferecer aindamais qualidade de vidaao trabalhador emtransporte, o Sest

Senat amplia as suas atividadesem Minas Gerais. Duas novasunidades foram inauguradas noEstado, no dia 26 de abril: emAraxá, no Alto Paranaíba, e emLavras, na região Sul.

As unidades vão oferecerqualificação e atualização pro-

fissional, atendimentos na áreade saúde e completa infraestru-tura para a prática de esporte,lazer e atividades culturais.

De acordo com o presidenteda CNT e do Sest Senat, senadorClésio Andrade, a padronizaçãodas estruturas físicas e adminis-trativas, aliada ao modelo degerenciamento, inovador noBrasil, no qual ocorre a centrali-zação orçamentária e a descen-

tralização dos serviços operacio-nais, faz com que toda a redeSest Senat ganhe em eficiência,aumentando a qualidade dosserviços prestados. “Procuramosoferecer nessas estruturas osserviços essenciais para propor-cionar aos trabalhadores emtransporte e seus familiaresmelhor qualidade de vida”, afir-mou ele durante a cerimônia deinauguração em Araxá.

O presidente do ConselhoRegional do Sest Senat e daFetcemg (Federação dasEmpresas de Transporte deCargas do Estado de MinasGerais), Vander Francisco Costa,destacou o compromisso que osetor assume com os dois muni-cípios após a entrega das unida-des. “Com os nossos atendimen-tos, auxiliaremos a promoçãodo bem-estar social dos traba-lhadores de Lavras, Araxá e dasdemais cidades que compõemas regiões onde as unidadesestão instaladas, oferecendomais saúde, maior qualificaçãoprofissional, esportes, culturae lazer. É esse o compromissoassumido pelo Sest Senat”,ressaltou.

Com uma infraestruturacompleta para a realização decursos, cada uma das novassedes possui sete salas de aulae um laboratório de informáti-ca, além de auditório para a rea-lização de eventos. Para osatendimentos na área de saúde,as unidades possuem sala defisioterapia, psicologia, consul-tórios oftalmológico e odonto-

POR LIVIA CEREZOLI E KATIANE RIBEIRO

SEST SENAT

Araxá e Lavras passam a contar com os serviços oferecidos pelo Sest Senat nas áreas

de capacitação profissional e de saúde

Ação ampliada Minas Geraisem

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 65

lógico. As unidades do SestSenat têm capacidade para rea-lizar 2.400 atendimentos odon-tológicos e 600 atendimentosnas demais especialidades naárea de saúde.

Na área de lazer e prática deesportes, as unidades oferecempiscinas semiolímpica e infantil,parque infantil, churrasqueiras,quadras poliesportivas e cam-pos de futebol soçaite grama-

atendimento para os trabalha-dores das 14 cidades que com-põem a microrregião do AltoParanaíba, onde as principaisatividades econômicas desen-volvidas são a agropecuária ea extração mineral.

Também estiveram presen-tes na cerimônia de inauguraçãode Araxá o superintendente doDnit (Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes)

dos. Todas as atividades estãovoltadas prioritariamente paraos trabalhadores do setor detransporte e seus familiares,mas considerando a disponibili-dade de vagas, o Sest Senattambém atende a comunidade.

Para o prefeito de Araxá,Jeová Moreira da Costa, a cida-de só tem a agradecer pelaentrega da unidade. “Tenhocerteza que os serviços presta-

dos pelo Sest Senat vão contri-buir ainda mais para o cresci-mento da nossa cidade. Com oscursos de qualificação, nossosprofissionais terão melhoresoportunidades de trabalho,movimentando assim a econo-mia”, destacou.

Localizada em uma regiãoestratégica do Estado deMinas Gerais, a unidade deAraxá também vai prestar

JOÃO LIMA/SEST SENAT

ARAXÁ Nova unidade do Sest Senat foi inaugurada com a presença do presidente da instituição, senador Clésio Andrade

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201266

no município. “A vinda do SestSenat para Lavras era um sonhonosso que foi realizado. Lavrasé uma cidade polo com muitasempresas de transporte enecessitava de uma unidadecomo essa. A obra é esplendo-rosa e vai possibilitar que nos-sos trabalhadores em transpor-te tenham mais qualidade devida, não só na área educacio-nal, como na social”, afirma.

A unidade de Lavras está ins-talada em uma área de aproxi-madamente 40 mil metros qua-drados, com uma área construí-da de 4.000 metros e vai levarseus serviços a uma regiãodinâmica economicamente.

Também estiveram presen-tes no evento o presidente do

a unidade chegou em boa hora,pois “faltava uma unidade comoessa para a população deLavras e região, que une a capa-citação, o esporte e o lazer emum único lugar”, disse.

“Com os nossos atendimen-tos, auxiliaremos a promoçãodo bem-estar social dos traba-lhadores de Lavras e região,oferecendo mais saúde, maiorqualificação profissional,esportes, cultura e lazer”, afir-ma o presidente da Fetram(Federação das Empresas deTransporte de Passageiros noEstado de Minas Gerais),Waldemar Araújo.

A prefeita de Lavras, JussaraMenicucci de Oliveira, comemo-rou a implantação da unidade

de Minas Gerais, SebastiãoDonizete de Souza, o vice-presi-dente da Codemig (Companhiade Desenvolvimento Econômicode Minas Gerais), AntônioLeonardo Lemos Oliveira, odeputado federal, ReginaldoLopes, o deputado estadualJoão Bosco, o presidente doSetrim (Sindicato das Empresasde Transporte de Carga doTriângulo Mineiro), o vice-presi-dente da Câmara Municipal deAraxá, José Maria LemosJúnior, o diretor do sindicatodos trabalhadores em trans-porte rodoviário de Araxá,Renê Arly, além de prefeitosda região.

O diretor de Lavras, Otáviode Faria Barbosa, ressaltou que

Sindicato dos Trabalhadoresem Transporte de Lavras,Geraldo de Melo Pereira, odeputado estadual Luiz FábioCherem e o deputado federalReginaldo Lopes.

LAVRAS Presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, participa do descerramento da placa de inauguração

GILNEY BOTELHO

Sest Senat AraxáAvenida Ministro Olavo Drummond,2.400, bairro Aeroporto - Araxá/MG

Sest Senat LavrasRua do Prensista, 200, bairro Centro Empresarial - Lavras/MG

CONHEÇA ASUNIDADES

Page 67: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

Luziânia, no Estado de Goiás, também ganha uma unidade

INAUGURAÇÃO

O Estado de Goiás tambémganhou mais uma unidade doSest Senat. A inauguração foi nodia 10 de maio, no município deLuziânia, cerca de 60 km deBrasília e aproximadamente 200km de Goiânia. A cidade ficaperto da BR-040, que registraum movimento intenso de veícu-los do transporte de cargas e depassageiros em direção aEstados, como Minas Gerais, Riode Janeiro e outros.

O presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade, destacou que a novaunidade de Luziânia terá umagrande relevância para a cida-de e para todo o entorno. “Háuma proximidade com rodo-vias importantes, e a cidadeprecisava de uma unidade

como esta”, disse ClésioAndrade.

Durante a inauguração, eletambém falou sobre a importân-cia da regulamentação da pro-fissão de motorista, prevista nalei sancionada pela presidenteDilma Rousseff no início de maio.“Esse foi um avanço extraordi-nário para o nosso trabalhadorem transporte”.

A área ocupada pela novaunidade tem cerca de 38 mil m2

quadrados. No espaço social,perto da piscina, quadras e chur-rasqueiras, foram preservadasdiversas árvores característicasdo cerrado, conforme informouo presidente do ConselhoRegional Centro Oeste 1 do SestSenat, José Hélio Fernandes, queé presidente da Fenatac

(Federação Interestadual dasEmpresas de Transportes deCargas).

José Hélio também reforçoua importância da unidade paratoda a região. “Serão atendidosnão apenas moradores deLuziânia, mas de Valparaíso,Cidade Ocidental, entre outrascidades”.

A presidente do Sindicato dosTaxistas de Brasília, Maria Bonfim,afirmou que a unidade do SestSenat de Luziânia terá um papelfundamental para melhorar aqualidade do trabalho no setorde transporte, contribuindoassim para o maior crescimentoe desenvolvimento do país.

Em relação aos taxistas, elaressaltou que os cursos do SestSenat tornam-se ainda mais fun-

damentais nesse período antesda Copa do Mundo de 2014, noBrasil. “O turista precisa sair deBrasília com uma boa imagem. Ocartão de visitas de uma capitalé o taxista. Se ele atende bem oturista, o turista fica feliz e podepensar em voltar à cidade.Parabenizo o Sest Senat por essainauguração que é tão importan-te para todo o setor de transpor-te”, afirmou Maria Bonfim. l

(Cynthia Castro)

LUZIÂNIA Nova unidade fica perto da BR-040, onde há intenso fluxo do transporte de cargas e de passageiros

Sest Senat Luziânia

Rua Rio de Janeiro, Quadra 3,

Bairro Chácara Vera Cruz -

Luziânia/GO

SERVIÇO

LUIZ AKAI/SEST SENAT

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

As unidades do SestSenat em todo opaís realizaram ati-vidades em home-

nagem ao Dia do Trabalho,comemorado mundialmenteno dia 1º de maio. O SestSenat abriu as portas de suasunidades, entre os dias 29 deabril e 6 de maio, para ofere-cer programação específicahomenageando o trabalha-dor brasileiro, especialmenteo do transporte.

“É muito importante que

reverenciemos o trabalho e otrabalhador, reconhecendoque a construção de um paísgrandioso, com uma indús-tria pujante, uma agropecuá-ria reconhecida em todomundo, um setor de serviçosinvejável e uma atividadetransportadora moderna eeficiente, como o Brasil quedesejamos, passa pelas mãosdos trabalhadores brasilei-ros”, afirma o senador ClésioAndrade, presidente da CNT edo Sest Senat.

Na semana comemorativaao Dia do Trabalho, as unida-des do Sest Senat promove-ram palestras, atividadesculturais e esportivas, açõesde saúde, informações rela-tivas ao bem-estar profissio-nal e distribuição de brindes.Além dos trabalhadores emtransporte e seus familiares,as atividades do Dia doTrabalho foram abertas paratoda a comunidade. Vejacomo foi o Dia do Trabalhoem algumas unidades.

trabalhadorhomenageia Sest Senat

POR KATIANE RIBEIRO

DIA DO TRABALHO

Várias atividades foram realizadas para celebrar a data nas unidades em todo o país

Aunidade de GovernadorValadares reuniu no dia1º de maio alunos que

fazem parte do ProgramaJovem Aprendiz. Para cele-brar a data, foram realizadascompetições em diversasmodalidades esportivas,entre elas o futebol, a quei-mada e a natação. Foramentregues medalhas paratodos os participantes e sor-teados brindes do SestSenat. Houve, também, umaulão de hidroginástica comas alunas da Escola deEsporte da unidade.

BAURU - SP

GOVERNADOR VALADARES

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201268

Page 69: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO– MG

Em Ponta Grossa (PR), ostrabalhadores puderamassistir ao vídeo e à pales-

tra sobre a importância da ativi-dade física para a saúde. Houve,ainda, um café da manhã espe-cial, aula de alongamento, dinâ-mica com balões e sorteio debrindes. Estavam disponíveistambém exames de aferição depressão arterial, teste de glico-se, verificação do IMC (Índice deMassa Corporal) e avaliaçãopostural.

PONTA GROSSA (PR)

Com o objetivo de pro-porcionar um dia delazer aos trabalhado-

res em transporte, o SestSenat reuniu aproximada-mente 200 pessoas, entreatletas, técnicos e públicoem geral, para participaremde um torneio de futebolsoçaite. Funcionários de oitoempresas de transportepuderam não apenas mostrarsuas habilidades em campo,mas usufruir com seus fami-liares de uma atividade dife-renciada, no Dia do Trabalho.

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 69

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Pensando no bem-estar ena melhoria da qualidadede vida dos trabalhadores,

o Sest Senat de Rondonópolisrealizou no dia 1º de maio diver-

sas atividades gratuitas, comotorneio de futsal, competição denatação e aula de ginástica.Além disso, houve ainda apre-sentação de dança.

RONDONÓPOLIS – MT

Em Brasília, 3.000 pessoas, entre crianças,jovens e adultos, puderam usufruir de ati-vidades de saúde e lazer, em comemoração

ao Dia do Trabalho. Durante todo o dia 1º, foramrealizados exames de aferição de pressão arte-

BRASÍLIA – DF

No dia 2 de maio, foirealizado no SestSenat de Três Rios

uma tarde com atividadesvoltadas para o motorista.Os trabalhadores recebe-ram orientações sobresaúde da coluna, doençassexualmente transmissí-veis e trânsito seguro.Além disso, estava dispo-nível para os participantesvacinação contra tétano efebre amarela.

TRÊS RIOS – RJ

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201270

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

rial, teste de glicose e verificação do IMC (Índicede Massa Corporal). Os trabalhadores tambémreceberam orientações de saúde, de nutricionis-tas e fisioterapeutas. Houve ainda torneio de fut-sal, vôlei de areia e campeonato de dança.

OSest Senat de Juiz de Foracomemorou o Dia doTrabalho com diversas ativi-

dades esportivas para o trabalhadore sua família. Foram realizados cam-peonatos de sinuca, tênis de mesa e

truco, além de aplicação de flúor,teste de glicemia e aferição de pres-são. Para as crianças, houve concur-so de talentos e natação. Os alunosdo Projeto Jovem Aprendiz tambémparticiparam das atividades.

JUIZ DE FORA – MG

Com um público deaproximadamentemil pessoas, a uni-

dade de Campina Granderealizou diversas ativida-des em comemoração aoDia do Trabalho. Em sua 8ªedição, o torneio de fute-bol contou com oito equi-pes de empresas de trans-porte. Houve ainda apre-sentação de grupos decapoeira e de dança e aulade dobradura.

CAMPINA GRANDE – PB

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 71

Page 72: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 63.966 12.975 76.941Estadual Coincidente 17.073 5.234 22.307Estadual 106.548 113.451 219.999Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 214.414 1.366.578 1.580.992

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.365Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.284.143Cavalo mecânico 462.006Reboque 873.284Semi-reboque 674.004Ônibus interestaduais 16.136Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 152

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.051Total Concedida 28.614Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.614

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 92.814Locomotivas 3.014Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 32Domésticos 35Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 505 Transporte não regular: táxi aéreo 918Privado 5.749Outros 6.711Total 13.883

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

ABRIL - 2012

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201274

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(dados atualizados abril/2012)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

121086R

$ bi

lhõe

s

420

20181614

0,03

17,66

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

0,007(0,4%)

Observações:

1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2012

2 - Taxa Selic conforme Copom 18/04/2012

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até abril/2012

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até abril/2012 (US$ bilhões)

5 - Posição dezembro/2011 e abril/2012 em US$ bilhões

6 - Câmbio de fim de período 20/04/2012, média entre compra e venda.

Fontes: Receita Federal (março/2012), COFF - Câmara dos Deputados (abril/2012), IBGE e

Focus - (Relatório de Mercado 20/04/12), Banco Central do Brasil.

Investimentos em Transporte da União por Modal (total pago acumuldado - até abril/2012)

(R$ 1,96 bilhão)0,149

(7,6%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - ABRIL/2012

2011 acumuladoem 2012

últimos12 meses

expectativapara 2012

PIB (% cresc a.a.)1 2,7 n.d. n.d. 3,21

Selic (% a.a.)2 11,00 9,00 9,00

IPCA (%)3 6,50 1,22 5,24 5,08

Balança Comercial4 29,79 2,43 29,09 19,20Reservas Internacionais5 352,01 371,80 -

Câmbio (R$/US$)6 1,87 1,83 1,80

0,132(6,7%)

1,93 1,96

Restos a Pagar Pagos

Arrecadação Acumulada CIDE

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente écobrada sobre a comercialização e importação de gasolina (R$ 0,091/liltro) e diesel (R$ 0,047/litro)conforme Decreto nº 7.591 (out-2011). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte decombustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura detransporte.Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes.

Investimento Pago Acumulado

54

36

R$

bilh

ões

18

02002

20032004

20052006

20072008

20092010 2011 2012

90

72

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

74,5

33,8

valores pagos em infraestrutura (CIDE)

não utilizado (CIDE) 57% 43%

Obs: são considerados todos os recursos nãoinvestidos em infraestrutura de transporte.

* O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.1 - inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados no exercício corrente e em anos anteriores.2 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados apenas no exercício corrente.

CIDE - 2012 (R$ Milhões)Arrecadação no mês Março/2012 436

Arrecadação no ano (2012) 1.251

Investimentos em transportes total pago* em 2012 (com recursos de 2012 e de anos anteriores)1 552

Investimentos em transportes total pago* em 2012 (apenas com recursos de 2012)2 538

CIDE não utilizada em transportes (2012) 713

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 74.524

1,677(85,3%)

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 75

BOLETIM DO DESPOLUIR

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

590.465ATÉ MARÇO ABRIL

20122007 A 2011 TOTAL

Aprovação no período

51.479 11.155 653.099

87,50% 88,93% 91,38 % 87,68 %

Federações participantes 21

Unidades de atendimento 73

Empresas atendidas 8.507

Caminhoneiros autônomos atendidos 9.865

Em Janeiro de 2012, entrou em vigor afase P7 do Programa de Controle dePoluição do Ar por Veículos Automotores(Proconve) para veículos pesados. AConfederação Nacional do Transporte(CNT) considera que este fato temimpactos significativos no setor, umavez que novos elementos fazem partedo dia a dia do transportador rodoviá-rio. Nesse contexto, a CNT elaborou apresente publicação, com o objetivo dedisseminar informações importantes arespeito do tema. O trabalho apresentaao setor as novas tecnologias e asimplicações da fase P7 em relação aosveículos, combustíveis e aos ganhospara o meio ambiente.

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional deProdução e Uso de Biodiesel e da apro-vação da Lei n. 11.097. Atualmente, todoo óleo diesel veicular comercializadoao consumidor final possui biodiesel.Essa mistura é denominada óleo dieselB e apresenta uma série de benefíciosambientais, estratégicos e qualitativos.O objetivo desta publicação é auxiliarna rotina operacional dos transporta-dores, apresentando subsídios para aefetiva adoção de procedimentos quegarantam a qualidade do óleo diesel B,trazendo benefícios ao transportadore, sobretudo, ao meio ambiente.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Autônomo

Carga

FENACAM

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

PR e MG

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

41.3347-1422

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201276

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

BOLETIM AMBIEN TAL

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MARÇO 2012

Corante

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto

Pt. Fulgor

Enxofre

Teor de BiodieselOutros

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 50**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu,Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, SãoJosé dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba,Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

2,2 1,20,0

6,6 6,7

0,6 1,70,0 1,8

3,9

14,0

3,0 2,7

AC8,7 13,6 0,0 0,5 1,4 0,0 2,6 0,0 0,2 2,2 1,2 3,8 1,5 6,6 6,7 0,6 1,2 1,4 1,7 0,0 5,1 1,8 3,9 14,0 3,0 0,0 2,70,04,9 4,8 0,0 0,5 1,8 0,0 3,3 0,0 0,2 2,2 0,7 4,3 0,8 5,5 4,4 0,4 0,8 2,0 2,5 0,0 3,0 1,5 0,7 13,9 2,9 0,0 2,20,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,0 0,2 1,50,50,0

8,7

0,00

10

20

25

15

5 2,6 0,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

1,4 1,45,13,8

1,2

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MARÇO 2012

13,6

Diesel 44,76 44,29 49,23 51,78 8,00

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,45 6,14

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,71 1,50

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 17,26 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 0,55 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,06 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 17,87 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011(ATÉ JUNHO)

15,0%

17,6%

19,9%

3,4%

33,3%

10,9%

* Em partes por milhão de S – ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S-50*** Consultar a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800***

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

(FEVEREIRO)

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e fixas2, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais3.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e processos industriais3.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida4.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta odesenvolvimento de plantas eanimais, devido a sua naturezacorrosiva.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e processos industriais3.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida4, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.2. Fontes fixas: Centrais elétricas e termoeléctricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.3. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.4. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

Page 78: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 201

Acrescente dificuldadede circulação nasgrandes metrópolesbrasileiras impõe um

debate – amplo e permanente –sobre os gargalos que restrin-gem a mobilidade de pessoas emercadorias. É necessário refle-tir sobre o futuro, superando asformas tradicionais e segmenta-das de pensar as metrópoles.

Não se trata simplesmente deeleger medidas e projetos isola-dos, em resposta a objetivosmais imediatos, mas sim de con-solidar uma visão multidiscipli-nar e de longo prazo, dando ênfa-se às grandes mudanças estrutu-rais no ambiente urbano. Osdebates sobre o futuro apontampara a formação de uma cons-ciência urbana e a busca de solu-ções, parcerias e compromissospara as mudanças.

Isso posto, indo mais direta-mente para as questões relacio-nadas com a mobilidade e a ges-tão urbana, é necessário, antesde tudo, mudar paradigmas. Oplanejamento da metrópole nãopode ter um caráter estático eapenas restritivo, mas ser dinâ-mico e indutor de transforma-ções. Quanto à mobilidade, logís-tica e transporte, questões fun-

JOSEF BARAT

damentais devem ser objeto deprofunda reflexão.

Neste sentido, podem ser cita-das: (a) compatibilidade dospadrões correntes de uso e ocu-pação do solo com a capacidadeda infraestrutura viária; (b) supor-te às novas logísticas de abasteci-mento e escoamento da produ-ção, assim como à coleta e distri-buição em âmbito metropolitano;(c) ruptura do dilema entre esti-mular, cada vez mais, o uso dotransporte individual ou investirpesadamente no transportepúblico; (d) estruturação de umarede integrada de transportepúblico, abrangendo os modaisde transporte e compatibilizandoas jurisdições da União, Estados emunicípios; (e) provisão de umainfraestrutura viária hierarquiza-da por função das vias; e (f), porúltimo, mas não menos importan-te, ver o transporte público e sis-tema viário principal como ele-mentos estruturadores da ocupa-ção urbana e metropolitana.

Todavia, como são assustado-res os gargalos que afetam amobilidade – com seus reflexossobre a saúde pública, produtivi-dade do trabalho, custos de pro-dução e fruição da vida urbana –autoridades são tentadas sempre

a eleger soluções pontuais e“milagrosas”. Assim, a constru-ção de novas vias, avenidas,túneis, viadutos, ou seja, a tenta-tiva de abrir mais espaço para acirculação de automóveis – aomesmo tempo em que se restrin-ge sua circulação – tem sido apolítica do “enxugar o gelo”. Éobvio que a demanda pelo uso doespaço viário cresce a um ritmoexponencial, enquanto a oferta éinelástica. Ao invés disso, cabeum controle mais rígido sobre ouso do solo e adotar políticas derestrição à criação descontroladade focos de geração de tráfego.

Decisões tomadas no sentidode restringir o tráfego de cami-nhões em algumas das principaisvias urbanas acabam por produ-zir efeitos colaterais danosossobre o comércio, onerandovarejistas e consumidores. Naprática, tais medidas podem setornar inócuas em prazo relativa-mente curto, uma vez que as res-trições impostas à circulação emeixos viários principais implica-rão na transferência das cargaspara veículos menores e emmaior quantidade de viagens. Aconsequência é o encarecimentoda logística e o aumento dos índi-ces de poluição.

DEBATE Como garantir um abastecimento eficiente nas grandes

JOSEF BARATConsultor da Fecomercio-SP (Federaçãodo Comércio de Bens, Serviços eTurismo do Estado de São Paulo) emassuntos de infraestrutura

Planejamento deve ser indutor de transformações

“Restringir caminhões em algumas das principais vias urbanas produzefeitos colaterais danosos, onerando varejistas e consumidores”

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cidades com as restrições ao tráfego de caminhões?

Para uma economia dinâ-mica é fundamental exis-tir um sistema de distri-buição de mercadorias

eficiente. Contudo, essa eficiênciatem sido afetada pelas medidasrestritivas implementadas emvárias cidades do Brasil e domundo. Entre os objetivos deimplantar a restrição aos veículosde carga está a mitigação doscongestionamentos. Em Bangkok,essa medida foi implementadadepois da construção de três ter-minais públicos de carga. Em Seul,desde 1979, os veículos de cargaacima de 2,5 toneladas foramproibidos de circular na regiãocentral nas horas de pico, estimu-lando a entrega noturna. Emoutras cidades, a restrição foiimplementada por questõesambientais e de segurança. EmAmsterdam, veículos acima de 7,5t não são permitidos nas viasarteriais da cidade, exceto se ocomprimento do veículo formenor que 9 metros; o fator decarga maior que 80% e o veículoestiver em conformidade com opadrão Euro II. Em Leicester,desde 1998, os veículos foramproibidos de entrar no centro dacidade para melhorar o ambientee encorajar o uso da bicicleta e a

impactos negativos da atividade.Neste conceito, as mercadoriasdestinadas ao centro da cidadesão desviadas para instalações detransbordo, conhecidos como ter-minais logísticos públicos, comdistribuição local, sendo transpor-tados por meio de veículos espe-cializados, pequenos, silenciosose menos poluentes. O método deentrega pode resultar na reduçãoda distância percorrida, do tempode entrega, do número de veícu-los, da poluição ambiental e doscustos de transporte, principaisimpactos diretos das medidas res-tritivas na distribuição urbana.

Concluindo, a restrição, comomedida isolada, não é soluçãopara as grandes cidades, pois pre-judica a eficiência da distribuiçãourbana de mercadorias, onerandoo sistema como um todo. O inves-timento em transporte público e odesestimulo ao veículo privado,aliado a medidas de gerenciamen-to do tráfego, consistem namelhor solução. Assim, faz-se mis-ter a avaliação do contexto geralde mobilidade urbana paraimplantação de um sistema quevise a solução conjunta dos pro-blemas relacionados, culminandocom uma distribuição urbana demercadorias eficiente.

LEISE KELLI DE OLIVEIRAProfessora- adjunta do Departamentode Engenharia de Transportes eGeotecnia da UFMG (UniversidadeFederal de Minas Gerais)

A restrição, como medidaisolada, não é eficaz

“O investimento em transporte público e o desestimulo ao veículoprivado, aliado a medidas de gerenciamento, são melhores soluções”

caminhada. Em Los Angeles, a res-trição para caminhões de grandeporte nos horários de pico foiimplementada em 1991, para redu-zir a poluição do ar.

Entretanto, apesar de váriascidades brasileiras estaremimplantando essa medida restriti-va, é importante atentar para assignificativas implicações no trá-fego e na segurança viária. E paraque a restrição seja uma soluçãoeficaz é necessário ser implemen-tada em conjunto com outrasmedidas de gerenciamento detráfego, como as rotas para osveículos de carga e o sistema coo-perativo de entrega.

As rotas para os veículos decarga são projetadas ao longo darede de transporte. Por meiodelas, os caminhões podem trafe-gar sem afetar significativamenteo tráfego da cidade. Para aimplantação, os planejadoresurbanos precisam conhecer osfluxos dos veículos de carga, iden-tificando vias em que esses pos-sam trafegar sem impacto no trá-fego geral. Um sistema cooperati-vo de distribuição de mercadoriaspermite reduzir o número de veí-culos utilizados para a operação,por meio da consolidação dacarga, auxiliando na redução dos

LEISE KELLI DE OLIVEIRA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 2012 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

m 1993, quando criamos o Sest Senat, nossosonho era oferecer aos trabalhadores emtransporte, caminhoneiros, taxistas, seus fami-liares e a toda a comunidade aprimoramentoprofissional e melhor qualidade de vida, comoferta singular de serviços, como fisioterapia,

para tratamento da coluna, psicologia, para pre-venção e combate ao uso de drogas, e de odonto-logia, além de lazer, esporte, cultura e cursos dequalificação profissional.

Desde então, implantamos unidades emtodo o Brasil. E nem o mais otimista dossonhadores poderia imaginar que o Sest Senatcumpriria com tamanha sofisticação e compe-tência sua missão.

Além da qualidade dos serviços que presta, oSest Senat tem sido generoso em expandir suarede em diferentes localidades. Ao final deste anode 2012, teremos entregues novas unidades eampliado nosso atendimento em todo o país.

Para o setor do transporte, o Sest Senat setransformou no melhor dos sonhos pela grandio-sidade que representa sua atuação, pelos seusresultados e pelas suas conquistas, em quase 19anos de vida. Nesse tempo, contabilizamos maisde 100 milhões de atendimentos nas áreas de trei-namento, lazer, esporte, cultura e saúde.

Dessas ações, especialmente aquelas voltadaspara o aperfeiçoamento profissional, muitasrepresentaram mudanças importantes e efetivasnas vidas das pessoas. Com os benefícios do SestSenat, muita gente conquistou novas perspecti-vas de trabalho, com possibilidades superiores de

ganho salariais. O Sest Senat promove o aumentoda qualidade de vida das comunidades e o dina-mismo econômico da região onde é instalado.

Mais de 250 cursos de qualificação profissio-nal encaminham pessoas para novas profissõesou atualizam os conhecimentos de suas antigasatividades, mas sempre abrindo as possibilida-des de uma etapa de crescimento ou de ascen-são em seus empregos.

No lado dos empresários, o Sest Senat assegu-ra mão de obra qualificada, com conhecimentosatualizados, pronta para exercer as mais variadasfunções na estrutura humana de uma empresatransportadora.

Por essas razões, o Sest Senat é atualmen-te um dos mais extraordinários projetossociais setoriais do Brasil. Integrando os servi-ços sociais à permanente capacitação profis-sional do trabalhador. Conseguimos, nessecurto período de existência, implantar emmédia quase dez unidades por ano.Considerando a estrutura que representa cadauma delas, podemos afirmar que se trata deum número espetacular. Porém, olhando osresultados significativos que nossa instituiçãotem propiciado, nos sentimos estimulados edeterminados a ampliar essa rede maravilhosado Sest Senat.

Estamos olhando para um futuro, não muitodistante, e vislumbrando a unidade 300 doSest Senat. É mais um sonho, mas os transpor-tadores têm capacidade inquestionável de tor-nar sonhos em realidade.

EUma rede do bem

“O Sest Senat assegura mão de obra qualificada, pronta paraexercer as mais variadas funções de uma empresa transportadora”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JUNHO 201282

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

EDIÇÃO 200

Parabenizo a CNT e toda aequipe que trabalha na revistaCNT Transporte Atual e fazdela um dos principais veículos de divulgação dosetor de transporte. Chegar ao número 200 é sinônimo de credibilidade. Espero que,além de festejar outras 200edições, possam manter osleitores sempre atualizadoscom o que acontece nesseimportante setor produtivobrasileiro.

Clóvis AmadoSão Paulo/SP

Como leitor assíduo darevista, quero registrarminha satisfação quandopeguei a última publicaçãoe então vi que já se passaram 200 edições.Nesse tempo, a CNTTransporte Atual trouxe inúmeras reportagensimportantes e mostrou anecessidade de o país investir em infraestrutura detransporte se quiser mantero crescimento econômico deforma duradoura.

Jonas BatistaBauru/SP

A última edição da revistaCNT Transporte Atual é ummarco na imprensa do setor. Não é fácil manter uma

publicação por quase duasdécadas. Estão de parabénstodos os que colaborarampara que ela se tornasse o sucesso que é hoje.

Reinaldo ÁvilaManhuaçu/MG

A revista CNT TransporteAtual merece pelo menosmais 200 edições de vida.Continuem a nos brindarcom reportagens tão boascomo as que estão sendopublicadas.

Joel PiresCuritiba/PR

ERRATA

O Núcleo de EstudosMulheres, Gênero e PolíticasPúblicas - Departamento deEnfermagem – CCS–UFSM(Centro de Ciências daSaúde da UniversidadeFederal de Santa Maria) foidescrito de forma incorreta,em reportagem na edição nº 199 da revista CNTTransporte Atual, comoNúcleo de Gestão dePolíticas Públicas em Gênero e Raça da UFSM.

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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