página do diário de sp - 12 de setembro - força sindical

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Dados do IBGE nos dão conta de que, em julho, o emprego industrial teve queda de 0,7% fren- te ao mês anterior. Trata-se da quarta retração consecutiva, e representa, no acumulado, um encolhimento de vagas de 2,6% nos primeiros sete meses do ano, e de 3,6% se comparada a julho de 2013. Um declínio histórico. Os empregos industriais são os que requerem mais qualificação profissional e que pagam os melhores salários. São Paulo, maior parque in- dustrial do País, e Rio Grande do Sul lideram o ranking negativo na questão. Não bastasse o fraco desempenho da produ- ção nacional neste ano, os empregos indus- Trabalho Miguel Torres Presidente da Força Sindical Emprego industrial tem queda de 0,7% em julho, a maior desde 2009 Publieditorial A Fetiasp (Federação dos Traba- lhadores nas Indústrias da Ali- mentação de SP) decidiu entrar na Justiça pedindo a extensão do acor- do de 2013 da Convenção Coletiva do Plúrimo, firmado com os sindicatos patronais, à base da Fiesp (Federação das Indústrias de SP). De acordo com Melquíades de Araú- jo, presidente da Fetiasp, a Fiesp não assinou até hoje o acordo da Conven- ção Coletiva de 2013 do Plúrimo, que reúne setores como Pesca, Cacau e Balas, Massas Alimentícias, Óleo Re- finado e, além desses, mais setores representados pela FIESP. “Os sindi- catos patronais associados da Fiesp, coordenadora das negociações que representam o do Plúrimo, só assinam a Convenção se retirarmos três cláu- sulas: PLR, cesta básica e desjejum”, afirma Araújo. As negociações da Campanha Salarial 2014 do Plúrimo, cuja data-base é 1º de setembro, já estão em sua segun- da rodada (a terceira rodada está mar- cada para o dia 22). “A Fiesp coordena as negociações, mas isto não serve como garantia de que o acordo será assinado”, observa Araújo. O Plúrimo envolve cerca de 150 mil trabalhado- res no Estado, representados por 42 sindicatos que negociam com oito sindicatos patronais. Segundo Araújo, 20% dos trabalhadores são represen- tados pela Fiesp. Esses empregados trabalham em empresas que fabricam produtos que não se enquadram na representação dos sindicatos patro- nais existentes. Ao mesmo tempo em que negociam, dirigentes da Fetiasp organizam as ba- ses e, no dia 10, realizaram, em Bragança Paulista, uma assembleia de mobiliza- ção na Arcor (empresa que faz parte do setor do Plúrimo). No mesmo dia houve mais uma rodada de negociações do setor. “Esperamos que o fechamento do acordo não ultrapasse este mês, que é o da data-base”, disse Araújo. Araújo comanda comanda assembleia com trabalhadores da empresa Arcor, do setor do Plúrimo Acordo empaca pois patrões não querem pagar PLR, cesta básica e desjejum Foto: Arquivo Fetiasp Foto: Arquivo Fetiasp Opinião triais amargam, ainda, a falta de investimentos por conta da desconfiança patronal e da falta de competi- tividade com produtos estrangeiros, como têxteis, gás natural, maquinários, automóveis e eletroeletrônicos, entre outros, provenientes de países como China, EUA, Índia e Coreia do Sul. A política econômica do Brasil não vem surtindo efeito. Juros altos, impostos exorbitantes e PIB insignificante, entre outras aberrações, não nos levam a lugar algum. Faltam boa vontade política, planejamento, investimen- tos e incentivos, e uma redução drástica nos juros, entre outras medidas. Só assim esses índices negativos, que tanto ameaçam a produção e os empregos, deixarão de fazer parte do dia a dia do trabalhador. Pauta da Campanha Salarial Unificada é entregue pelos sindicalistas ao patronal foto: Jaélcio Santana www.fsindical.org.br facebook.com/CentralSindical twitter.com/centralsindical Dirigentes dos 53 sindicatos de meta- lúrgicos do Estado, ligados à Federação dos Metalúrgicos e à Força Sindical, entregaram, 3ª feira (9), à Fiesp (Fede- ração das Indústrias de SP) e grupos patronais, a pauta de reivindicações da Campanha Salarial Unificada. A pauta tem mais de 150 cláusulas econômicas e sociais, com destaque para a reposi- ção das perdas e aumento real. Miguel Torres, presidente da Força e Metalúrgicos da Força entregam pauta à Fiesp CAMPANHA SALARIAL do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, disse que os sindicalistas sabem das dificuldades econômicas do País, mas é necessário melhorar o po- der aquisitivo dos trabalhadores. “Com aumento real os trabalhadores conso- mem mais, a economia gira e as fábri- cas produzem”, disse. O presidente da Federação, Cláudio Magrão, lembrou que as montadoras tiveram redução do IPI, desoneração da folha, enviaram lucros para fora, mas não asseguraram nada para os traba- lhadores. “Vamos lutar, sim, por reposi- ção e aumento real”, disse. Calendário de mobilizações Reafirmando a importância da mobiliza- ção da categoria Miguel anunciou que, entre os dias 15 e 26/09, os metalúrgi- cos de S.Paulo vão realizar manifesta- ções em todas as regiões da cidade. ALIMENTAÇÃO Patrões não assinam acordo e Federação entra na Justiça Acordo do ano de 2013 do setor não é fechado por falta de pagamento de PLR, cesta básica e desjejum Na assembleia em Bragança, os diri- gentes da Fetiasp apresentaram aos trabalhadores os sindicalistas Hector Morcillo, secretário-adjunto da Federa- ção dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação da Argentina, e Eduardo Cornejo, secretário-geral do Sindica- to da categoria em Córdoba, também da Argentina. Eles fazem parte da rede sindical da Arcor (que tem 39 unida- des na América Latina), e criaram a Federação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores da Arcor, para com- partilhar informações, ser solidários e fortalecer os sindicatos. Os argentinos também participaram da reunião de qualificação dos delegados sindicais realizada pela Atra, no dia 9. O curso foi ministrado pela técnica Luciana Alves, de Marília. Este é o número de trabalhadores do Plúrimo no Estado de São Paulo 150.000

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Destaques - Alimentação: 'Patrões não assinam acordo e Federação entra na Justiça'; Opinião Miguel Torres: 'Emprego industrial tem queda de 0,7% em julho, a maior desde 2009'; Campanha salarial: 'Metalúrgicos da Força entregam pauta à Fiesp'

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Page 1: Página do Diário de SP - 12 de setembro - Força Sindical

Dados do IBGE nos dão conta de que, em julho, o emprego industrial teve queda de 0,7% fren-te ao mês anterior. Trata-se da quarta retração consecutiva, e representa, no acumulado, um encolhimento de vagas de 2,6% nos primeiros sete meses do ano, e de 3,6% se comparada a julho de 2013. Um declínio histórico.Os empregos industriais são os que requerem mais qualificação profissional e que pagam os melhores salários. São Paulo, maior parque in-dustrial do País, e Rio Grande do Sul lideram o ranking negativo na questão.Não bastasse o fraco desempenho da produ-ção nacional neste ano, os empregos indus-

TrabalhoMiguel Torres

Presidente da Força Sindical

Emprego industrial tem queda de 0,7% em julho, a maior desde 2009

Publieditorial

A Fetiasp (Federação dos Traba-lhadores nas Indústrias da Ali-

mentação de SP) decidiu entrar na Justiça pedindo a extensão do acor-do de 2013 da Convenção Coletiva do Plúrimo, firmado com os sindicatos patronais, à base da Fiesp (Federação das Indústrias de SP).De acordo com Melquíades de Araú-jo, presidente da Fetiasp, a Fiesp não assinou até hoje o acordo da Conven-ção Coletiva de 2013 do Plúrimo, que reúne setores como Pesca, Cacau e Balas, Massas Alimentícias, Óleo Re-finado e, além desses, mais setores representados pela FIESP. “Os sindi-catos patronais associados da Fiesp, coordenadora das negociações que representam o do Plúrimo, só assinam a Convenção se retirarmos três cláu-sulas: PLR, cesta básica e desjejum”, afirma Araújo. As negociações da Campanha Salarial 2014 do Plúrimo, cuja data-base é 1º de setembro, já estão em sua segun-da rodada (a terceira rodada está mar-cada para o dia 22). “A Fiesp coordena as negociações, mas isto não serve como garantia de que o acordo será assinado”, observa Araújo. O Plúrimo

envolve cerca de 150 mil trabalhado-res no Estado, representados por 42 sindicatos que negociam com oito sindicatos patronais. Segundo Araújo, 20% dos trabalhadores são represen-tados pela Fiesp. Esses empregados trabalham em empresas que fabricam produtos que não se enquadram na representação dos sindicatos patro-nais existentes.Ao mesmo tempo em que negociam, dirigentes da Fetiasp organizam as ba-ses e, no dia 10, realizaram, em Bragança Paulista, uma assembleia de mobiliza-ção na Arcor (empresa que faz parte do setor do Plúrimo). No mesmo dia houve mais uma rodada de negociações do setor. “Esperamos que o fechamento do acordo não ultrapasse este mês, que é o da data-base”, disse Araújo.

Araújo comanda comanda assembleia com trabalhadores da empresa Arcor, do setor do Plúrimo

Acordo empaca pois patrões não querem pagar PLR, cesta básica e desjejum

Foto: Arquivo Fetiasp

Foto: Arquivo Fetiasp

Opinião

triais amargam, ainda, a falta de investimentos por conta da desconfiança patronal e da falta de competi-tividade com produtos estrangeiros, como têxteis, gás natural, maquinários, automóveis e eletroeletrônicos, entre outros, provenientes de países como China, EUA, Índia e Coreia do Sul.A política econômica do Brasil não vem surtindo efeito. Juros altos, impostos exorbitantes e PIB insignificante, entre outras aberrações, não nos levam a lugar algum. Faltam boa vontade política, planejamento, investimen-tos e incentivos, e uma redução drástica nos juros, entre outras medidas. Só assim esses índices negativos, que tanto ameaçam a produção e os empregos, deixarão de fazer parte do dia a dia do trabalhador.

Pauta da Campanha Salarial Unificada é entregue pelos sindicalistas ao patronal

foto

: Jaé

lcio

Sant

ana

www.fsindical.org.br

facebook.com/CentralSindical

twitter.com/centralsindical

Dirigentes dos 53 sindicatos de meta-lúrgicos do Estado, ligados à Federação dos Metalúrgicos e à Força Sindical, entregaram, 3ª feira (9), à Fiesp (Fede-ração das Indústrias de SP) e grupos patronais, a pauta de reivindicações da Campanha Salarial Unificada. A pauta tem mais de 150 cláusulas econômicas e sociais, com destaque para a reposi-ção das perdas e aumento real.Miguel Torres, presidente da Força e

Metalúrgicos da Força entregam pauta à Fiesp

CAMPANHA SALARIAL

do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, disse que os sindicalistas sabem das dificuldades econômicas do País, mas é necessário melhorar o po-der aquisitivo dos trabalhadores. “Com

aumento real os trabalhadores conso-mem mais, a economia gira e as fábri-cas produzem”, disse.O presidente da Federação, Cláudio Magrão, lembrou que as montadoras tiveram redução do IPI, desoneração da folha, enviaram lucros para fora, mas não asseguraram nada para os traba-lhadores. “Vamos lutar, sim, por reposi-ção e aumento real”, disse.

Calendário de mobilizaçõesReafirmando a importância da mobiliza-ção da categoria Miguel anunciou que, entre os dias 15 e 26/09, os metalúrgi-cos de S.Paulo vão realizar manifesta-ções em todas as regiões da cidade.

ALIMENTAÇÃO

Patrões não assinam acordo e Federação entra na JustiçaAcordo do ano de 2013 do setor não é fechado por falta de pagamento de PLR, cesta básica e desjejum

Na assembleia em Bragança, os diri-gentes da Fetiasp apresentaram aos trabalhadores os sindicalistas Hector Morcillo, secretário-adjunto da Federa-ção dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação da Argentina, e Eduardo Cornejo, secretário-geral do Sindica-to da categoria em Córdoba, também da Argentina. Eles fazem parte da rede sindical da Arcor (que tem 39 unida-

des na América Latina), e criaram a Federação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores da Arcor, para com-partilhar informações, ser solidários e fortalecer os sindicatos. Os argentinos também participaram da reunião de qualificação dos delegados sindicais realizada pela Atra, no dia 9. O curso foi ministrado pela técnica Luciana Alves, de Marília.

Este é o número de trabalhadores do Plúrimono Estado de São Paulo

150.000