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Manaus/Am 1º Relatório Parcial Os educandos buscam, também, novas perspectivas de vida, melhores empregos e remuneração e necessitam do acolhimento e compreensão por parte dos docentes atuantes na EJA, uma vez que enfrentam inúmeras dificuldades para retornar ao ambiente educativo e nele permanecer. Avaliando que a formação docente seja um fator preponderante para uma atuação voltada para o cumprimento das funções reparadora, equalizadora e qualificadora da EJA, a temática de formação de professores, objetiva principalmente refletir sobre a formação docente para e na EJA. Por meio de tais afirmações, as características mais marcantes dos educandos participantes da EJA, analisa o distanciamento existente entre a teoria e prática das políticas implementadas pelo governo nesta modalidade de ensino, constatando e reconhecendo que a Educação de Jovens e Adultos, em função de suas especificidades e complexidade, requer uma formação docente diferenciada e específica, ainda hoje incipiente no Brasil. A reflexão sobre a formação docente para e na EJA permitiu à autora reconhecer que, dada a incipiência de cursos de graduação voltados para a formação deprofissionais para este segmento, ela – a formação – se concretiza simultaneamente à docência, num processo formativo contínuo no qual se faz necessário o envolvimento de todos os participantes do ato educativo. A formação do docente para e na EJA é intrinsecamente ligada a diversos fatores, tais como, a necessidade de conhecer o educando e a análise crítica das políticas dessa modalidade de ensino. Consideramos que a formação do docente que atua na EJA aconteça de maneira mais significativa após a graduação, uma vez que poucas são as universidades que oferecem uma formação inicial específica para os que já trabalham e/ou queiram trabalhar nesta modalidade de ensino com tamanhas especificidades. Assim sendo, a formação do docente que não ocorre para a EJA, vai se concretizando na EJA... isso se dá nas escolas por meio da formação continuada e todos os atores participantes do ato educativo podem interferir direta e positivamente na qualidade e na consecução desse processo formativo. Ressaltamos também que, as escolas apesar de estarem ligadas a

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Manaus/Am1º Relatório Parcial

Os educandos buscam, também, novas perspectivas de vida, melhores empregos e remuneração e necessitam do acolhimento e compreensão por parte dos docentes atuantes na EJA, uma vez que enfrentam inúmeras dificuldades para retornar ao ambiente educativo e nele permanecer. Avaliando que a formação docente seja um fator preponderante para uma atuação voltada para o cumprimento das funções reparadora, equalizadora e qualificadora da EJA, a temática de formação de professores, objetiva principalmente refletir sobre a formação docente para e na EJA. Por meio de tais afirmações, as características mais marcantes dos educandos participantes da EJA, analisa o distanciamento existente entre a teoria e prática das políticas implementadas pelo governo nesta modalidade de ensino, constatando e reconhecendo que a Educação de Jovens e Adultos, em função de suas especificidades e complexidade, requer uma formação docente diferenciada e específica, ainda hoje incipiente no Brasil. A reflexão sobre a formação docente para e na EJA permitiu à autora reconhecer que, dada a incipiência de cursos de graduação voltados para a formação deprofissionais para este segmento, ela – a formação – se concretiza simultaneamente à docência, num processo formativo contínuo no qual se faz necessário o envolvimento de todos os participantes do ato educativo. A formação do docente para e na EJA é intrinsecamente ligada a diversos fatores, tais como, a necessidade de conhecer o educando e a análise crítica das políticas dessa modalidade de ensino. Consideramos que a formação do docente que atua na EJA aconteça de maneira mais significativa após a graduação, uma vez que poucas são as universidades que oferecem uma formação inicial específica para os que já trabalham e/ou queiram trabalhar nesta modalidade de ensino com tamanhas especificidades. Assim sendo, a formação do docente que não ocorre para a EJA, vai se concretizando na EJA... isso se dá nas escolas por meio da formação continuada e todos os atores participantes do ato educativo podem interferir direta e positivamente na qualidade e na consecução desse processo formativo. Ressaltamos também que, as escolas apesar de estarem ligadas a um mesmo órgão de ensino, são singulares em suas vivências cotidianas. Isto impossibilita que as ações administrativo-pedagógicas sejam as mesmas em todos os estabelecimentos de ensino. A escola encarrega-se de desenvolver ações educativas enquanto cumpre suas funções que, na atualidade, vão além da tarefa de educar e ensinar. Se nas escolas regulares isto é complexo, que dirá nas escolas que oferecem a EJA, onde as especificidades se fazem presente de maneira mais evidente. Nas escolascom oferta de EJA, necessário se faz ampliar as discussões teóricometodológicas, bem como o debate acerca das políticas pertinentes a essa modalidade de ensino, pois ambos perpassam o processo de formação docente para e na EJA... o docente comprometido com sua formação atuará de forma diferenciada, com respeito à diversidade dos educandos e compromisso de garantir não só a inclusão educacional mas, e principalmente, contribuir efetivamente para a redução das desigualdades sócio-educacionais e culturais causadas por direitos amplamente negados durante séculos. Devemos lembrar que, o aluno da Educação de Jovens e Adultos já desenvolve os conteúdos, se envolvendo nas práticas sociais. Falta-lhe sistematizar. A dimensão política e social deve fazer parte das discussões em aula a partir do momento em que o interesse do jovem e do adulto, trabalhador ou não, é estar engajado e participante no contexto social e cultural em

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que está inserido.

2º Relatório ParcialObjetivos Gerais da Educação de Jovens e Adultos

Que os educandos sejam capazes de:

* Dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes permitam melhor compreender e atuar no mundo em que vivem.* Ter acessos a outros graus ou modalidades de ensino básico e profissionalizante, assim como a outras oportunidades de desenvolvimento cultural.* Incorporar-se ao mundo do trabalho com melhores condições de desempenho e participação na distribuição da riqueza produzida.* Valorizar a democracia, desenvolvendo atitudes participativas, conhecerdireitos e deveres da cidadania.* Desempenhar de modo consciente e responsável seu papel no cuidado e na educação das crianças, no âmbito da família e da comunidade.* Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitar diferenças de gêneros, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não-discriminação.* Aumentar a auto-estima, fortalecer a confiança na sua capacidade de aprendizagem, valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e social.* Reconhecer a valorizar os conhecimentos científicos e históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônios culturais da humanidade.* Exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade, aperfeiçoando a convivência em diferentes espaços sociais.

3º Relatório Parcial“Contribuições de Paulo Freire para a Educação de Jovens e Adultos”

Em Educação de Jovens e Adultos, a figura do professor Paulo Freire representava para muitos e principalmente para aqueles que se constituíram em grupos de resistência às práticas educativas calcadas no ideário do Mobral, a possibilidade da definição de uma política que incorporasse a importância da educação de jovens e adultos na transformação social da cidade e não somente uma educação visando o processo produtivo da Nação. Isso porque, “a prática educativa, reconhecendo-se como prática política, se recusa a deixar-se aprisionar na estreiteza burocrática de procedimentos escolarizantes; lidando com o processo de conhecer, a prática educativa é tão interessada empossibilitar o ensino de conteúdos às pessoas quanto em sua conscientização”.Falar em Educação de Jovens e Adultos no Brasil é falar sobre algo muito pouco conhecido; ao se falar, o debate se concentra na situação de miséria social, das precárias condições de vida

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da maioria da população e nos resultados do sistema público regular de ensino, não existindo uma discussão consistente sobre qual educação é necessária a esse segmento excluído do sistema escolar. Via de regra, qualquer educação oferecida a eles já é considerada um dado significativo, usando-se a lógica que, aos pobres, qualquer “educação” basta, principalmente dirigindo-se a adultos que “pouca possibilidade de aprendizado apresentam”.Na história da alfabetização de adultos ou educação de adultos (atualmente Educação de Jovens e Adultos), as questões pertinentes a esse segmento da educação têm sido muito pouco estudadas e analisadas e, quando o são, enfatizam a ótica da produção, do mercado de trabalho e suas novas tecnologias, voltando-se mais para uma educação de caráter compensatório, neglicenciando o desenvolvimento integral do indivíduo, enquanto sujeito/cidadão.Paulo Freire foi responsável pelo método que consiste numa proposta para a alfabetização de adultos, que criticava o sistema tradicional que utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa que comumente se denomina como linguagem de cartilha, porexemplo, Eva viu a uva, o boi baba, a ave voa, dentre outros. Veja as etapas do método:Etapa de Investigação: busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive. Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.Etapa de Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos inspiraram os principais programas de alfabetização e educação popular que se realizaram no país no início dos anos 60. Esses programas foram empreendidos por intelectuais, estudantes e católicos engajados numa ação política junto aos grupos populares. Desenvolvendo e aplicando essas novas diretrizes, atuaram os educadores do MEB (Movimento de educação de base), ligados à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dos CPCs (Centros de Cultura Popular), organizados pela UNE ( União Nacional dos Estudantes), dos Movimentos de Cultura Popular, que reuniam artistas e intelectuais e tinham apoio de administrações municipais, a Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, da Secretaria Municipal de Educação de Natal e a Campanha de Educação Popular (CEPLAR) na Paraíba.Essas duas últimas campanhas citadas tinham vínculos com o estado e efetuaram um tipo de educaçãopopular, que, "se não estavam diretamente em função dos interesses dos trabalhadores, abriram espaços, a partir de interesses imediatos, para a conquista daqueles interesses fundamentais”.(WANDERLEY, 1984, p.106).Em 1963, a União Estadual de Estudantes do Estado de São Paulo realizou importante projeto piloto de educação popular na vila Helena Maria em Osasco, também orientando os trabalhos pela concepção de alfabetização de Paulo Freire.

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AndrologiaA andragogia constitui um modelo de educação de adultos a ter em consideração na prática educativa. A aplicabilidade a contextos educativos diversificados e a flexibilidade que caracterizam este modelo permitem a sua utilização com populações de diversos níveis socioculturais, de idades diferentes e tendo como conteúdos referenciais as ciências naturais e humanas. A divergência essencial reside na relação entre o facilitador e os aprendentes, que se pretende dialogante e de igualdade. O facilitador de aprendizagem está sempre presente no processo de aprendizagem e possui elevadas responsabilidades de orientação e facilitação deste processo. O aprendente adulto é considerado como alguém responsável, ativo, participante e internamente motivado para a realização de aprendizagens. A utilização da andragogia na sua globalidade pode apresentar algumas dificuldades àqueles que a desconhecem; ou talvez muitos educadores vejam as suas práticas educativas retratadas nesta breve descrição e as associem agora a um corpo teórico fundamentado. Independentemente da aceitaçãodos postulados fundamentais deste modelo, a utilização de algumas das suas referências, nomeadamente a importância atribuída à motivação interna, a responsabilização e a iniciativa dos aprendentes potenciam, seguramente, aprendizagens mais profundas e duradouras, assim como níveis superiores de satisfação perante as aprendizagens.

Andragogia é a ciência e a arte da educação de adultos. Promove o aprendizado através da experiência, por isto, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise destas experiências.Os adultos se sentem na necessidade de aprenderem quando percebem que estão perdendo na vida profissional, na qualidade de vida, na auto-estima, na satisfação pessoal, entre outros fatores.Com o surgimento destas necessidades, eles procuram fazer cursos de atualização, workshops, congressos, etc. Tudo no intuito de serem orientados na evolução dos conhecimentos adquiridos.Os orientadores, geralmente chamados de facilitadores, auxiliam e motivam esses alunos, apartir de suas experiências, experimentar, perceber e compartilhar extraindo um novo conhecimento.Há alguns desafios que devem ser enfrentados, pelo fato de alguns desses alunos de hoje não gostarem de ler, estudar e não saberem escrever. Essa responsabilidade deve ser dividida entre as empresas, os orientadores e os próprios alunos na percepção que o conhecimento e o

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aprendizado deve ser estimulado durante toda a vida.

4º RelatórioPlano de Aula para o EJA: Língua Portuguesa

Agenda telefônica da turma daEJA - Bloco de Conteúdo

ConteúdoProdução de TextosObjetivos - Refletir sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita - Refletir sobre a ordem alfabética

Conteúdo - Sistema de escrita alfabético

Anos 1º e 2º

Tempo estimado 4 aulas

Material necessário Alfabeto, tarjetas de cartolina e folhas pautadas com uma letra do alfabeto em cada

Desenvolvimento 1ª etapa

Inicie a conversa perguntando o que os alunos fazem quando precisam ligar para alguém. Quem consegue fazer isso sozinho? Quem precisa de ajuda? O que é mais difícil: encontrar o nome da pessoa ou entender e discar corretamente o número do telefone? Quem da turma possui agenda? Explique que é importante manter registrado o número de contato dos colegas da turma e também do educador, caso precisem avisar sobre alguma eventual ausência ou outro assunto. Para isso, apresente a proposta de fazer uma agenda telefônica da turma da EJA.

2ª etapa

Solicite que escrevam o nome de cada aluno da turma nas tarjetas, revezando a vez de quem escreve. Se a turma for grande, faça duas levas, solicitando, por exemplo, que escrevam, primeiramente, o nome de todas as mulheres e depois dos homens.

3ª etapa

Depois que os grupos terminarem de escrever todos os nomes, solicite que confiram com o

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"dono" do nome se a escrita está correta e que façam alterações que forem necessárias. Em seguida, mostre uma agenda telefônica para os alunos e pergunte como as informações estão organizadas. Mostre as letras expostas nas laterais da agendae pergunte se eles sabem o que isso significa. Assim que as relacionarem com a ordem alfabética, indique aos estudantes que consultem o alfabeto da classe, que deve estar bem visível.

Dê um tempo para que os grupos tentem classificar os nomes. Depois, peça para que escrevam na lousa os nomes na ordem alfabética, discutindo nome por nome, como perguntas como: "Há mais alguém que começa com A, como o Seu Antônio?" Se houver nomes que se iniciam do mesmo modo, aproxime com as tarjetas um nome do outro e ajude-os a entender que o critério de quem vem primeiro é a próxima letra ou, se forem iguais, a primeira do segundo nome.

4ª etapa

Com lista em ordem alfabética, promova uma leitura dos nomes, solicitando que localizem alguns como se fossem consultar uma agenda: "Se eu quiser falar com a Dona Joana, onde devo procurar? E o Seu Francisco?"

5ª etapa

Peça que cada um fale o seu número de telefone para que seja registrado próximo ao nome. Em seguida, entregue uma folha com linhas para cada letra do alfabeto e solicite que façam a cópia dos nomes e números dos colegas, respeitando a ordem. Oriente-os a montar as agendas com grampeador e a fazer uma capa.

Produto final

Agenda telefônica da turma da EJA.

Avaliação Avalie cada aluno com base nos seguintes aspectos: identifica os nomes dos colegas? Reflete sobre a posição e a ordem das letras que compõem os nomes? A observação desses pontos auxilia a definir os agrupamentos para as próximas atividades, quando podem ser mesclados estudantes de níveis diferentes.

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