jornal batista nº 34-2015

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 34 Domingo, 23.08.2015 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Pág. 10

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No próximo dia 25/08 será comemorado o "Dia Nacional do Embaixador do Rei". Para celebrar a data e homenagear a Organização, O Jornal Batista desta semana traz três matérias especiais, que contam um pouco da história dos Embaixadores do Rei. Trazemos como destaque também os detalhes a respeito da 92ª Assembleia da Convenção Batista Baiana.

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Page 1: Jornal Batista nº 34-2015

1o jornal batista – domingo, 23/08/15?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 34Domingo, 23.08.2015R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Pág. 10

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2 o jornal batista – domingo, 23/08/15 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

A sábia motivação da Junta de Missões Mundiais

Desde que assisti aos ví-deos promocionais de 2015 da Junta de Missões Mun-diais, da Convenção Batista Brasileira, fiquei com vonta-de de escrever o que agora estou escrevendo. Gostei de ver! Eles não falam que a Junta está precisando de di-nheiro, que a Junta tem dívi-das para pagar, que as Igrejas têm o dever de contribuir, eles não reclamam das Igrejas que não participam, eles não falam nada disso.

O que vemos e ouvimos então naqueles vídeos?

1 - Eles mostram o trabalho que está sendo realizado com o dinheiro e as orações dos irmãos, membros das Igrejas Batistas do Brasil. 2 - Eles agradecem às Igrejas e seus membros por partici-parem desse tão importante trabalho. 3 - Eles mostram o quanto ainda há para se fazer, ou seja, quantos povos

ainda não foram alcançados. 4 - Eles pedem as orações de todos. 5 - Eles enfatizam que tudo está acontecendo por causa das orações e ofertas dos irmãos.

Repito, gostei. Creio que a Junta de Missões Mundiais

está no caminho certo. A coi-sa mais triste e inadequada é quando um executivo de uma instituição Batista olha as Igrejas e os pastores de cima para baixo, como se as Igrejas e os pastores fossem empregados dele, como se as

Igrejas fossem departamentos das referidas instituições e que tivessem que executar suas decisões ou arranjar dinheiro de qualquer jeito para pagar os seus débitos, algumas vezes, resultantes de má administração.

E o pior de tudo é que tem gente que ocupa liderança em instituições Batistas e não sabe qual é o papel que desempenha ou que deveria desempenhar. Certa ocasião, em uma reunião de Junta, perguntei a um pastor qual a Igreja que ele pastoreava, e ele respondeu: “Sou pastor de todas, sou o presidente da Convenção”. Será que ainda existe gente que pensa assim em nossos dias? Parabéns à Junta de Missões Mundiais por sua postura sábia em rela-ção às Igrejas e aos pastores.

Adriano Pereira de Oliveira,membro da Primeira Igreja

Batista de Piedade - SP, pastor da Congregação Batista em Tapiraí - SP

Dia Nacional do Embaixador do Rei

No dia 25 de agosto de 2015 comple-tamos 67 anos dos Embaixadores do

Rei no Brasil (1948-2015). O objetivo da Organização é desenvolver o caráter cristão dos meninos de tal maneira que se tornem crentes ativos e consagrados, dotados de um coração com ardor evan-gelístico e missionário. Para alcançar o seu objetivo, o Departamento Nacional de Embaixadores do Rei - DE-NAER -, durante os anos de 2014 e 2015, interagiu com as atividades missionárias dos ER e Conselheiros.

Em junho de 2015 o co-ordenador Nacional esteve presente no I Congresso de Embaixadores do Rei da As-sociação Batista Sul Litoral e Curso de Conselheiros de Embaixadores do Rei do De-

partamento Convencional de Embaixadores do Rei Ca-pixaba. Esteve presente em diversas programações asso-ciacionais e convencionais, tais como as das Associações Caxiense, Iguaçuana e Mage-ense e Olimpíada Nacional de Inverno dos Embaixadores do Rei, realizada em Brasília; Curso de Conselheiros de Embaixadores do Rei, em Pernambuco; e Olimpíada de Inverno dos Embaixadores do Rei Carioca, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, respectivamente. Em outubro estará presente no DCER Uni-dos do Ceará, DCER Gaúcho e DCER do Pará.

O trabalho dos Embaixa-dores do Rei pelo Brasil está crescendo em ritmo acelera-do. Exemplo dessa afirmativa são os estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso

do Sul, Mato Grosso, Goiás, Amazonas, Rondônia, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Pa-raíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Um dos principais objetivos do Departamento Nacional de Embaixadores do Rei é al-cançar meninos para Cristo, ampliando a presença de representantes de Cristo em todo o Brasil.

Para isto, além de incen-tivar as Igrejas através de palestras e cursos de Conse-lheiros de Embaixadores do Rei, estamos passando por um processo de estrutura organizacional. É de suma importância empreender-mos esforços no sentido de reequipar o nosso De-partamento. Seja mais um amante desta linda obra missionária, seja um contri-

buinte e faça a divulgação do PAM Homem Batista, que tem como finalidade o crescimento da nossa orga-nização missionária.

Queremos encorajar todos os pastores, missionários e conselheiros de Embaixado-res do Rei para o dia 05 de setembro de 2015, às 9h, no Ginásio do Colégio Batista Shepard, na Tijuca - RJ, a participarem conosco de um momento de agradecimento ao Senhor e uma partida de futsal amistosa, organizada pelo Departamento Nacio-nal de Embaixadores do Rei. Garanta já a inscrição do seu time através do telefone: (021) - 3042-7295.

Cristiano Nascimento de Medeiros,

capelão e coordenador dos Embaixadores do Rei.

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 23/08/15reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Na prioridade do amor, t rês ele-mentos se desta-cam na experiên-

cia do salvo. Seu amor a Deus, amor à família e o amor à Igreja. Não há como alterar a ordem. Amamos a Deus porque fomos criados a Sua imagem e semelhança. Foi Ele quem nos formou no ventre, assim diz o Salmo 139.14-16. Deus é o Sus-tentador de todas as coisas. Somos desafiados a retribuir o amor recebido do Pai. Jesus afirma que esse amor não tem limitações. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para nos redimir do pecado” (Jo 3.16).

O segundo elemento para o salvo é a família, instituída por Deus para abrigar sua criatura, oferecendo abrigo contra a solidão, carinho e

companheirismo na cami-nhada diária. A família, no projeto divino, tem como alvo preservar a raça, ofere-cendo suporte para o verda-deiro culto a Deus. Livrá-la das máculas do pecado é um dos alvos divinos. “Feliz o lar que não tem máculas do pecado. O leito sem as manchas do pecado é um alvo divino para seus filhos” (Hb 13.4).

Ao chamar Abraão para dar início ao seu povo, Deus o fez com o propósito de abençoar todas as famílias da terra, segundo Gênesis 12.3. Famílias abençoadas e equilibradas são bênçãos na expansão do Reino de Deus.

E a Igreja? Ocupa lugar especial no projeto redentivo do Senhor. Jesus a instituiu para acolher pecadores sal-vos por sua abundante graça. Ao fazê-lo, o Mestre desejava

ter na Igreja a numerosa famí-lia dos redimidos. O Senhor sabia que o inimigo investiria suas armas malignas para destruí-la. “As portas do infer-no não prevalecerão contra a Igreja” (Mt 16.18b). O amor de Jesus é tão intenso que Ele deu a sua vida para preservá--la. “Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela. Para santificá-la, purificando--a com a lavagem da água, pela palavra, para apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem, coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25b-26). O alvo do Mestre para sua Igreja transcende a limi-tada compreensão humana. Jamais o salvo entenderá a dimensão desse amor. A Igre-ja é composta por criaturas falhas, pecadores, às vezes rebeldes. Nessa rebeldia, muitos ousam criticar a Igre-

ja, abandonando-a, despre-zando a reunião com os de-mais irmãos. Não conseguem expressar o amor desejado por Cristo à sua Igreja.

O verdadeiro salvo revela amor profundo à Igreja. O que ela oferece aos peca-dores desafia-nos a amá-la sem restrição. A Igreja aco-lhe pecadores que, tocados pela graça, reconhecem suas falhas, arrependem-se e bus-cam o perdão divino. A Igreja não questiona a confissão que o pecador faz de que foi perdoado e aceito por Cristo. Alegra-se em dar-lhe boas vindas. Tudo faz para que a experiência com Cristo seja crescente. Oferece-lhe recur-sos para que o salvo alcance a estatura de Cristo, como está escrito em Efésios 4.13.

O viver na comunidade que compõe a Igreja é um desafio permanente. As pes-

soas são diferentes, agem movidas por emoções dife-rentes, possuem visão dife-rente da vida e interpretam os acontecimentos diários mensurando-os por padrões nem sempre agradáveis a to-dos. Aprendemos a respeitar essas diferenças e amar o irmão como ele é. Isto, às vezes, gera atritos que nos desafiam maior comunhão e dependência ao Senhor da Igreja. Jesus sabia que tais verdades seriam marcas em sua Igreja, por isso recomen-dou o exercício do perdão sem limites ao irmão que falhou, de acordo com o tex-to de Mateus 18.21-22. Em nenhuma outra instituição tal prática é possível. A Igre-ja, família de Deus, merece o nosso amor sem reservas. Amo a Igreja de Cristo, re-conhecendo que ela é de Cristo, não de homens.

Amor à Igreja

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4 o jornal batista – domingo, 23/08/15

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Eu construiria uma arca?

reflexão

“E fez Noé conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenara” (Gn 7.5).

A Bíblia contém uma coleção de narra-tivas que, na me-lhor das hipóteses,

deveriam ser consideradas absurdas. Uma delas é a his-tória de Noé, que em plena região seca construiu um navio. Moisés, que registrou o acontecimento, declarou que a armação da gigantesca arca foi ordem de Deus. “E fez Noé conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenara” (Gn 7.5).

Seria um desrespeito cha-mar de absurdas algumas ordens que o Senhor nos dá? Paulo disse que não! Ao discutir o conteúdo do Evangelho de Cristo, o após-tolo usa o termo “A loucura

da pregação”. Loucura é o mesmo que absurdo. A pre-gação da Mensagem de Jesus é loucura porque Aquele que se apresentou como Salvador do mundo insistiu em não “salvar-se” a Si mesmo, quan-do foi condenado a morrer na cruz.

Fomos chamados para construir a arca que trans-porta o amor restaurador de Cristo, vivendo no territó-rio ressecado pelo ódio do mundo. Fomos chamados para depender do amanhã de Deus, na contramão de um mundo que adora o dinheiro e o consumismo. Obedecer a Cristo e viver como Seus discípulos é a “arca” contem-porânea, que, apesar da zom-baria dos inimigos, devemos construir com a coragem que somente o Espírito de Cristo nos confere.

Juvenal M. de Oliveira Netto, 2º coordenador da Escola Bíblica Dominical da Primeira Igreja Batista de São Pedro da Aldeia - RJ

Havia, em um pas-sado bem distan-te, uma cidade cuja transgressão

e promiscuidade eram tama-nhas que chegaram ao trono do Altíssimo. Ele, o Justo Juiz, não poderia ficar inerte, insensível àquela tamanha podridão, talvez algo pareci-do com algumas coisas que presenciamos na sociedade deste tempo. Ele decidiu imediatamente tomar uma atitude, intervir, enfim, com muita tristeza nos olhos, pois a criação é a Sua obra-prima, destruir a cidade de Sodoma com todos os seus habitantes. Mas existia ainda um obstá-culo, Ele não poderia destruir o “justo” com os ímpios. En-tão, Ele resolve enviar Seus mensageiros, os anjos, para alertar apenas uma família, que não era qualquer uma, mas era uma família que ti-nha um parentesco bem pró-ximo do seu grande amigo, chamado Abraão.

O estado daquela cida-de era tão terrível que os homens quiseram abusar,

sexualmente, até dos anjos enviados por Deus. O fato mais importante é que Deus tinha um escape, um refúgio, uma solução para Ló e sua família, e a solução era cami-nhar para Zoar. Em Zoar es-tariam a salvo, livres, libertos totalmente da ira divina. A ci-dade de Zoar, para nós, hoje, simboliza a nova Jerusalém, a cidade santa preparada para todos os “justos”, para aque-les que foram justificados pelo sangue do Cordeiro.

Infelizmente, a mulher de Ló, apesar da grande mani-festação do amor de Deus em enviar os seus anjos para resgatá-los, preferiu “olhar para trás” e fracassou, sendo transformada em uma estátua de sal. A frase “olhou para trás”, em hebraico, significa literalmente “demorou-se”. Para aquela mulher, os de-sejos, a luxúria de Sodoma foram mais fortes do que o desejo de alcançar a salva-ção, pois ela “demorou-se” em decidir-se.

Existe hoje uma multidão que, infelizmente, está como aquela mulher, “demorando” muito para decidir entre os prazeres, tipificados pela antiga Sodoma, que seriam os prazeres oferecidos pelo mundo hoje, ou a garantia

da vitória, do livramento, da libertação total, simbolizada pelo que a Bíblia chama de “céu”.

Apesar de não existir na Bíblia a expressão livre arbí-trio, podemos perceber isto nitidamente. Deus continua preocupado com a sua cria-ção e continua enviando mensageiros - a Sua Igreja -, para proclamar a todo mundo que Ele não tem prazer na morte de ninguém e, assim como para a família de Ló a direção foi buscar abrigo na cidade de Zoar, para nós, no presente, a saída é buscar “O caminho; a Verdade; e a Vida”, Jesus de Nazaré” (Jo 14.6).

Qual a nossa decisão? So-doma ou “Zoar” (céu), ofe-recido gratuitamente através do sacrifício vicário de Je-sus? A mulher de Ló estava a um passo da vitória, mas pre-feriu “olhar para trás”. Para aqueles que já decidiram sair de Sodoma, quero acon-selhar-lhes a tomar como exemplo a decisão, errônea desta mulher e afirmar-lhes que não há mais como vol-tar atrás. Jesus afirmou que “Aquele que lança mão no arado e olha para trás não é apto para entrar no Reino dos Céus” (Lc 9.62).

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

O jardineiro con-versava com as flores e elas se habituaram ao

diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cra-vina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão, o jar-dineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol che-gava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bas-tante embaraçosa, que as ou-tras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardi-neiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião. O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente

não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de traba-lho. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está ar-rependido?”. “Não”, respon-deu. “Estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava”.

A narrativa do escritor Car-los Drummond de Andrade nos leva a concluir que nós viemos ao mundo não so-mente para comer, beber e dormir. No final dos anos 80, aqui em Presidente Vences-lau, fui presenteado com uma camiseta, cuja mensagem dizia: “Qualquer maneira de amar vale a pena!” Algum tempo depois, descobri que a frase era parte de uma canção de Caetano Veloso. Mas, foi

em uma pregação na Igreja que aprendi realmente o que isso significa. Ouvi um ser-mão recentemente, quando foi explicado porque viemos ao mundo: conhecer Deus. Conhecê-lo é sentir o Seu amor por nós. E muitos têm recusado esse amor.

Mas, o que é importante na vida? A proposta de “status” social, de relevância sugere que uma pessoa hoje precisa ter a agenda cheia. Dijani-ra Silva, locutora de rádio em Portugal, esclarece: “É como se isso fosse garantia de utilidade no planeta. Mas, Deus nos desafia a irmos além. O cristão precisa ter consciência de que não vale pelo que faz, mas sim pelo que é. Se para expressar o amor de Deus às criaturas ele realiza obras neste mundo, ótimo. Conhecemos inúme-ros testemunhos de pessoas que se tornaram imortais por seus benefícios expressos em obras. Mas pode obser-var que as obras considera-

das imortais geralmente têm como base o amor”.

Partindo desse pressuposto, o sentido da vida na terra ga-nha outros contornos: fazer o melhor que pudermos, em qualquer área que atuarmos. Você já pensou nisso? Já de-duziu que isso realmente só pode ser feito com amor? O Criador deu a cada um nós uma facilidade. Temos a obri-gação de aperfeiçoá-la para o bem comum, com alta ou bai-xa remuneração. Com fama ou com discrição. Temos que ser, ou pelo menos, tentarmos ser o melhor em algum setor específico. E isso que gera o bem comum. Gera amor.

Observe com maturidade a vida de Jesus Cristo. Sua missão não era fácil, mas Ele fez da melhor e da maneira mais inesquecível, para todos. Sublime! Nunca houve evento semelhante ao sacrifício da Cruz. Em um tempo em que não havia rádio, TV, computa-dor e redes sociais, Jesus con-seguiu efetuar um gesto que

ficou para sempre na memória da humanidade. Não se des-viou um milímetro do seu ár-duo trabalho de redenção dos homens. Andou pelos rincões da Palestina, demonstrando misericórdia pelas multidões, curando doentes e ressusci-tando quem amava. Aí está outro grande ensinamento: devemos lidar com os nossos semelhantes com amor pleno. Sempre! Para isso devemos ser aperfeiçoados espiritualmente, tanto em coisas complexas, como em simples. Em Jesus está tudo que precisamos.

E mais: irmãos queridos da Igreja Batista, Deus tem um amor imenso por vocês. Enviou o que Ele tinha de mais precio-so, o Seu filho amado, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar, pelos nossos erros. Ainda que possamos ser, como na narrativa inicial, “girassóis”, Jesus é o nosso jar-dineiro. Quem realmente está ciente disso, não vive sem a oração. Não faz nada sem antes consultá-lO. É submisso.

Será que você deseja mesmo “Zoar”?

Compreendendo a Cruz

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ao menos fracassa ousando grandemente”.

Assim, aquele que sabe que faz parte da família de Deus, e não é mais estran-geiro e peregrino, segundo Efésios 2.19, pode firmar compromissos. Os fortes se comprometem. Os fracos se escondem.

O cronista bíblico registra a atitude de Saul. Escolhido rei, quando foi procurado para tomar posse, estava es-

autoridade, quando ela me pede algo contrário à von-tade de Deus. Os apóstolos Pedro e João chegaram a di-zer: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

Quando obedecemos a Deus estamos no caminho correto, a nossa obediência agrada a Deus. Quando um pai dá uma ordem para o seu filho, o que ele deseja

condido entre a bagagem, de acordo com I Samuel 10.22.

Há muitas pessoas escondi-das na bagagem. Creem em Deus, mas não o suficiente para confiar nEle. Creem em Deus, mas não têm o poder de Deus, porque não o pe-dem para serem fortalecidos segundo a riqueza da Glória de Deus, como está escri-to em Efésios 3.14-16. Que ousar seja o seu caminho. Quem ousa, realiza.

é a obediência. Quando um filho desobedece ao seu pai, ele fica triste. Com Deus não é diferente, preci-samos entender esta verda-de, Deus espera obediência imediata.

Jesus foi um exemplo de obediência e submissão ao Pai. Nós devemos seguir o exemplo de Jesus, devemos ser submissos às autoridades e, principalmente, a Deus.

Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista de Itacuruçá - RJ

Uma das facetas do medo é a falta de coragem para fir-mar compromis-

sos, como se a vida pudesse ser vivida sem eles.

Uma das fontes do medo é a atitude diante da crítica que poderá vir. O medo da crítica mata a ousadia. Por

Cleverson Pereira do Valle, colaborador de OJB

A Palavra de Deus ensina que toda autoridade é cons-tituída por Deus.

É Ele quem coloca as au-toridades em nossas vidas. Exemplos de autoridades: prefeito, governador, presi-dente da República, verea-dores, deputados estaduais

isso, soa ainda necessário re-cordar um dos discursos do presidente norte-americano Theodore Roosevelt, em 1910:

“Não é o c r í t i co que importa; nem aquele que aponta onde foi que o ho-mem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está

e federais, senadores, pro-fessores, policiais, juízes, promotores, líderes espiri-tuais, marido/esposa, pais, etc.

Quando obedecemos às autoridades, obedecemos a Deus. A Bíblia, em Romanos 13.1, diz que devemos ser submissos às autoridades, pois elas foram constituídas por Deus. Eu não devo obe-decer às autoridades só por

manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamen-te; que erra, que decepcio-na, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipó-teses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar,

medo da punição, mas por amor a Deus.

Quando entendemos que Deus está no controle, não é penoso ser submisso às au-toridades. Deus, na direção, nos tranquiliza. Será que devemos obedecer sempre às autoridades? Será que nunca as autoridades devem ser questionadas? Há ape-nas uma situação em que se deve desobedecer a uma

Submissão às autoridades

Tenha a coragem de assumir compromissos

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6 o jornal batista – domingo, 23/08/15 reflexão

Manoel de Jesus The, colaborador de OJB

Conversando com um novo conver-tido, no objetivo de avaliar seu pro-

gresso espiritual, em um tom de desânimo afirmou: “Tenho dois filhos, um es-pecial, e outro que traba-lha no comércio. Este está enfrentando um problema sério. Ele trabalha em uma loja de um shopping. Tirava três mil reais de comissão,

hoje não consegue além de 800 reais”. E foi me infor-mando coisas das quais eu não sabia. Em São Paulo, há uma região que fica-va lotada de compradores, principalmente nos feriados prolongados. Hoje, há lojas fechadas. Contive minha desagradável descoberta.

No retorno à residência, refleti. Como as Igrejas Ba-tistas vão enfrentar essa cri-se? Imediatamente fiz outra pergunta: Como agiriam as Igrejas do Novo Testamento?

Vamos a outra pergunta: Qual igreja já constituiu um colegiado para acompanhar as famílias em dificuldades? Será que não chegará a hora de acompanhar as famílias em suas dificuldades visan-do comunicar-lhes amor quando as coisas ficarem irremediáveis? Por acaso não compartilhamos com amigos e irmãos em Cristo os dias especiais de nossas vidas? Então, por que não compartilharmos dificul-dades? Repartir sobras, a

maioria dos ímpios também repartem!

Outra pergunta: O que acontecerá se o esperado espírito de piedade não aflo-rar em nosso meio? Duas respostas: O mundo que nos rodeia nos condenará. O mundo dos dias apostólicos opinaram assim: “Vejam como se amam!”. Será triste ouvir não cristãos afirmarem: “Eles são piores do que nós”.

Conclusão: Não existe nada nes te mundo que aconteça sem um propósito

de Deus. Esse propósito é a manifestação da Glória de Deus. Eles quer que seu Reino se manifeste na terra. Jesus nos ensinou a pedir: “Venha a nós o teu Reino”. É isso que ele deseja para este mundo, antes da vinda definitiva de seu Reino.

Que os nossos olhos pos-sam ver muito, muito além dos acontecimentos presen-tes. Por mais difíceis que sejam os nossos dias, Deus quer agir neles, através de nossas vidas e atitudes.

Jeferson Cristianini, colaborador de OJB

A expressão detox está na moda. De-tox vem do inglês, que, literalmente,

significa desintoxicação. As receitas e as dietas são muitas. Há cápsulas detox, há dietas que combinam alimentos que dizem limpar o organismo das toxinas, sucos que fazem uma “faxi-na”. Algumas propagandas dizem que os sucos detox secam barriga, eliminam celulites e fazem a pele ficar melhor. Homens e mulhe-res, motivados pela ditadura da beleza, buscam todas as maneiras de manter a forma e emagrecer. Todos querem ter um corpo escultural à semelhança das capas das revistas. Assim como as celebridades começaram a tomar os sucos e fazer as dietas detox, logo essa

expressão se popularizou e muitas pessoas passaram a copiar as celebridades e a comprar produtos com esse nome. Detox é uma expres-são que abarca vários sen-tidos e já é usado para que clientes comprem produtos quando o nome detox está estampado nas embalagens. Detox virou uma marca das pessoas que almejam o pa-drão fitness e, para muitas, virou um “estilo de vida” mais saudável e regrada.

Assim como as dietas e sucos detox prometem eli-minar as toxinas do corpo e promover emagrecimento, a espiritualidade detox tem a proposta de eliminar as toxinas da religiosidade. A espiritualidade detox é uma proposta de intensa e profunda relação com Deus e com um realinhamento das nossas vidas ao centro da vontade do Senhor. Je-sus, nosso maior modelo,

ensinou Seus discípulos a viverem uma espiritualida-de sadia e equilibrada. Ele sempre se posicionou contra a espiritualidade farisaica de Sua época, que valorizava os estereótipos, os rótulos reli-giosos, os rituais vazios de devoção e um desempenho exibicionista.

A espiritualidade detox en-sinada por Jesus é uma pro-posta de esvaziamento de si mesmo, é uma busca da vontade de Deus, é uma vida centrada no Evangelho. Essa espiritualidade detox elimina as nossas ansiedades e nos leva a reflexão e constatação de que Deus é quem cuida de nós; assim sendo, nós não precisamos viver ansiosos, mas precisamos descansar na provisão divina. Essa espiritu-alidade nos leva a priorizar-mos o Reino de Deus, e Sua justiça nos leva a eliminar nossas preocupações diárias, sabendo que Deus é o nosso

Pai e que concede tudo que precisamos.

Essa espiritualidade não nos leva para os altares, para o centro dos holofotes evan-gélicos, mas nos leva para o quarto. É no quarto que a espiritualidade detox, de fato, desintoxica os discípulos de Jesus. No quarto, a sós com Deus, não há muitas palavras, há quietude. Não há pedidos, há momentos intensos de contemplação e adoração. No quarto Deus olha para o nosso interior e nos leva a repensarmos nossas motivações, nossos preconceitos e nossas difi-culdades. No quarto oramos sinceramente, sem usar ex-pressões que demonstram nosso saber teológico. No quarto oramos como crianças conversando com o Pai. No quarto falamos e estamos diante de Deus em secreto e Ele nos vê em secreto, e em secreto trabalha em nós,

a fim de saírmos do quarto quebrantados e contritos a sermos como Jesus Cristo, o Filho amado.

No quarto não nos exibi-mos, oramos. No quarto le-mos as Escrituras como uma criança come sem etiquetas. No quarto nos lambuzamos com a Palavra de Deus, que é mais doce do que favo de mel, segundo os textos de Salmo 19.10, Salmo 119.103 e Pv 16.24. Jesus nos leva para o quarto para a desinto-xicação, para esmagar nosso egoísmo, para limparmos nosso coração e mente dos valores seculares, para reali-nharmos nossas vidas ao cen-tro da vontade de Deus, para assim sermos sal e luz desse mundo. Viva a espiritualida-de detox proposta por Jesus e sinta o agir de Deus em sua vida. A espiritualidade detox não é uma dieta com prazo de validade, mas é um estilo de vida cristã.

Espiritualidade detox

Conversa preocupante

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7o jornal batista – domingo, 23/08/15missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Os missionários Leandro e Vânia Poçam têm alcan-çado vidas na co-

munidade conhecida como Paraisópolis, em São Paulo. Embora na liderança da Mis-são Batista Underground, eles contam que o trabalho tem sido realizado mais nas ruas do que entre as quatro paredes da Igreja. “Notamos que 70% de nossas atividades funciona nas ruas da comu-nidade, anunciando a Pala-vra do Mestre, cumprindo a Grande Comissão. Estamos cada vez mais empenhados e com a agenda apertada, por conta de projetos que estão em execução visando resgatar vidas”, relatam os obreiros.

Recentemente, eles tiveram a oportunidade de anunciar o Evangelho, por meio da músi-ca, em um evento secular cha-mado Sarau Paraisópolis. Na ocasião, o pastor Leandro tam-bém pregou e levou o coral da Igreja para que se apresentasse.

Outra importante oportuni-dade foi um culto realizado em uma casa de recuperação apoiada pela Missão.

Os membros da Missão Ba-tista Underground também participam de pequenos grupos multiplicadores, nos quais têm a oportunidade de se aprofun-dar no conhecimento da Pala-vra de Deus, sendo firmados a

cada dia em Jesus. Atualmente, são cinco grupos, porém, há previsão para que mais dois sejam iniciados neste mês e outros 10 até o fim de ano.

Outros projetos têm contri-buído para que os membros prossigam dentro dos princí-pios da fé cristã. O “Resga-tando Vidas”, projeto social que inclui a distribuição de sopa, tem retirado pessoas das ruas. “Uma delas, que ti-nha se desviado da Igreja, es-tava usando crack nas ruas de Paraisópolis. Ele nunca tinha sido internado em uma casa de recuperação e tivemos o privilégio de encaminhá--lo para uma casa parceira”, conta pastor Leandro.

Pessoas que sofrem em função de outros hábitos tam-bém têm sido acolhidas e apoiadas pela Missão Batista Underground. “Celebran-do a Recuperação funciona todas as terças e tem sido uma oportunidade para que as pessoas possam vencer os maus hábitos, incluindo dependência emocional, se-xual, química, e outras mais”, explicam os missionários.

Interceda pela obra missio-nária que tem sido realizada em Paraisópolis, a fim de que mais vidas sejam impactadas e transformadas pelo Evange-lho de Cristo. Para apoiar este projeto por meio do PAM Brasil, acesse o site www.missoesnacionais.com.br e tenha outras informações.

Redação de Missões Nacionais

No Tocantins, hou-ve culto de gra-tidão pela con-clusão do Curso

de Capacitação de Líderes Indígenas da Igreja Xerente. A reunião aconteceu no salão nobre do Colégio Estadual Batista, em Tocantínia - TO, com presença dos missioná-rios que atuam entre os in-dígenas, bem como o pastor Valdir Soares, gerente nacio-nal para a evangelização dos povos indígenas, e repre-sentantes de Igrejas da Con-venção Batista do Tocantins, e também da Igreja Batista Flamboyant, de Campos dos Goytacazes - RJ, que foi par-ceira de Missões Nacionais para a realização do curso.

Na ocasião, certificados foram entregues para as oito pessoas que concluíram o curso ministrado no Centro de Ensino Médio Indígena Xerente (CEMIX), em Tocan-tínia. Os participantes têm sido acompanhados ao longo dos anos pelos missionários e atualmente são líderes de Igrejas das aldeias Waktõhu, Mrãiwahi, Mrãizakrdi, Mrã-zawrerê, Nrõzawi, Kâwahâ-nisdu, Kripre e Nrõzawi. Os alunos são todos adultos e já casados, tendo em média 30 anos de idade.

O curso teve início em ja-neiro de 2014 e foi ministra-do em quatro etapas de 10 dias nas férias e 12 encontros mensais de um final de se-mana. A grade curricular foi montada pelo pastor Guen-ther Krieger, de acordo com

a realidade da Igreja Indígena Xerente. Ele e pastor Rinaldo de Mattos são missionários de Missões Nacionais junto aos xerentes há mais de 50 anos, e foram responsáveis pelas aulas na língua xerente. As outras disciplinas foram ministradas em português pe-los missionários Wanda Brai-dotti Krieger, pastor Mário Luiz Gomes Moura, pastor Claudio Luís Barroso Viana e Suelí Leopoldina de Souza Moura. O maestro Rafael Bastos Oliveira ficou respon-sável pelas aulas de música.

Interceda para que, por meio da formação de líde-res, o número de indígenas alcançados pelo Evangelho aumente a cada dia. Ore pela saúde física e pela famí-lia dos missionários da área indígena.

Missões em Paraisópolis - SP

Coral da Missão Batista Underground anunciou o Evangelho em evento secular

Formatura da primeira turma de Líderes Indígenas Xerente

Pastor Rinaldo de MattosPastor Valdir (à esq.) com os missionários Guenther e Wanda Krieger

Evento aconteceu no Colégio Estadual Batista de Tocantínia

Missionários com formandos do curso de capacitação de líderes indígenas

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8 o jornal batista – domingo, 23/08/15 notícias do brasil batista

Lucas Tavares, curador do Projeto Memória ER

A Organização Embaixadores do Rei comemora, em 2015, 67 anos de existência no Brasil. Preparamos uma matéria especial que conta um pouco da história dos Embaixadores do Rei no Brasil e no mundo.

O Início nos Estados Unidos (1883)Tudo começou em 1883. Um grupo de rapazes de 12 a 14 anos, da cidade de Owesboro, Kentucky, nos EUA, costumava se reunir para estudar missões

e orar pelos missionários. Pensando assim em missões, o grupo resolveu custear as despesas de uma estudante na escola dirigida pela grande missionária Lottie Moon, em Tengchow, na China.

Em outubro de 1907, a União Feminina Missionária da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos montou um Comitê de Trabalho Missionário para meninos. Fannie Heck, presidente da União Feminina Missionária, era a presidente do comitê, a senhorita Heck era outro membro do comitê. A senhorita Elizabeth Briggs assistiu a uma conferência missio-nária para jovens em Asheville (Carolina do Norte). Lá, elas ouviram a canção “The King’s Business” (Mensagem Real), que falava sobre embaixadores cristãos. Então, a senhorita Briggs sugeriu o nome “Embaixadores” (Ambassadors) para uma organização missionária para meninos, e a senhorita Heck acrescentou o “do Rei” (Royal).

Na 20ª reunião anual da União Feminina Missionária da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, em maio de 1908, membros da União Feminina Missionária votaram para patrocinar uma organização de missões para meninos de 09 a 16 anos, cujo nome seria “Royal Ambassadors”. Uma mensageira, senhora W.M. Petway, estava tão animada com a nova organização que foi correndo para sua Igreja formar a primeira embaixada, que rece-

beu o nome de Embaixada Carey Newton, da Primeira Igreja Batista de Goldsboro, Carolina do Norte.

Por volta de 1909, havia 45 embaixadas envolvendo cen-tenas de meninos, na Convenção Batista do Sul. Em 1915, havia 500 embaixadas com mais de 4.500 embaixadores. Também foram incluídos materiais para a organização, com outros materiais editados para outras organizações.

Os Embaixadores do Rei celebraram seu 25º em 1933. Havia 4.369 embaixadas com 41.864 embaixadores.

Em 1943, o trabalho ER havia crescido ao ponto que a Convenção precisa de um secretá-rio de Embaixadores do Rei em tempo integral. A União Feminina Missionária convidou J. Ivyloy Bishop para ocupar a posição. Bishop já havia trabalhado como secretário dos ER no Alabama, Mississippi, e Carolina do Sul. Tendo ele aceitado o desafio, serviu até setembro de 1953.

Outro grande evento na história dos Embaixadores Rei dos EUA foi a criação da Revista Ambassador Life, uma revista estritamente para Embaixadores do Rei. A primeira edição surgiu em junho de 1946. Em 1949, a circulação havia subido para 35.897 exemplares.

Em 1997, a NAMB (Norte American Mission Board), equivalente a Junta de Missões Nacionais dos Estados Unidos assume o trabalho dos Embaixadores do Rei com o desafio de reorganizar e reformular o trabalho da orga-nização.

Foi a NAMB que coordenou a celebração dos 100 anos de Organização Embaixadores do Rei nos Estados Unidos, no ano de 2008.

Em 2012, a WMU (Woman’s Missionary Union), União Feminina Missionária de lá, assume novamente o trabalho dos Embaixadores do Rei nos Estados Unidos e tem o desafio de manter uma organização que seja relevante para o Reino.

História dos Embaixadores do Rei no Brasil (1948-2015)“Alvin, não deve existir um campo missionário no mundo maior e mais maduro do que o Brasil. E meninos... tem mi-

lhares. Os Batistas brasileiros estão precisando de Embaixadores do Rei e, pelo menos, alguns missionários e pastores mostraram bastante interesse nesse tipo de trabalho”. Com essas palavras proferidas por J. Ivyloy Bishop, líder nacional dos Embaixadores do Rei nos Estados Unidos, o pastor Willian Alvin Hatton e o próprio Bishop pensaram, sonharam juntos. “Nova vida num país de outra língua, outros costumes...”.

Oito meses depois dessa conversa, precisamente em 04 de março de 1948, pastor Alvin Hatton e sua esposa, dona Katie, viajaram da cidade Van Buren em Arkansas para Nova York e, de lá, embarcaram para o Brasil. Após 16 dias de viagem, finalmente chegaram ao Rio de Janeiro.

Desde o dia 31 de março até o começo de maio foi formada uma comissão para discutir o trabalho de E.R., traduzir e adaptar o material para um Manual simples. A comissão reuniu-se durante duas ou três horas por dia, uma vez por semana. A irmã Waldemira Almeida trabalhou bastante na tradução. Fizeram parte da comissão: Miss Minni Landrum, W. E. Allen, Tiago Lima e Alvin Hatton. Assistiram a algumas reuniões: Paulo Spurgeon de Paula, Hélcio Lessa e Katie Hatton.

Em julho, do material traduzido, já havia cópias mimeografadas, que foram apresentadas na reunião da Missão Batista do Sul do Brasil. A Missão votou a favor da proposta de Miss Landrum, pedindo da Junta de Richmond Us$ 5.000,00 para começar o trabalho de E.R. e aprovação de Alvin Hatton como obreiro dos E.R.

Organização Embaixadores do Rei completa 67 anos no Brasil (25 de agosto de 1948-2015)

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Em 07 agosto do ano de 1948 houve a primeira reunião com os E.R. da Igreja Batista da Tijuca - RJ e a organização foi apresentada para os adolescentes do Colégio Batista de Ita-curuçá. Pela Graça de Deus, em 04 de setembro do mesmo ano houve a primeira reunião da Embaixada de Itacuruçá. Duas semanas depois, os E.R. desta Embaixada e os E.R. da Embaixada da Igreja Batista da Tijuca passearam em um lugar chamado Alto da Boa Vista. Oficialmente, a primeira embaixada no Brasil chama-se William Buck Bagby, da Igreja Batista da Tijuca, no Rio de Janeiro (hoje Primeira Igreja Batista do Andaraí – RJ), que foi organizada em 25 de agosto de 1948. Pastor David Gomes era o pastor na época, e deu todo o apoio ao trabalho ER. Foi o pastor Davi que, em 18 de setembro de 1948, levou a Embaixada de jipe para um passeio no Alto da Boa Vista.

Além de produzidos 5.000 folhetos sobre os trabalhos dos E.R., foi iniciada a tradução do Guia dos Embaixadores do Rei, sendo formada uma comissão com os seguintes membros: Miss Minni Landrum, W. E. Allen, James Musgrave, Tiago Lima e Alvin Hatton.

Em agosto de 1949 foi realizada a primeira reunião de reconhecimento de postos - Em-baixadas da Igreja Batista da Tijuca e Itacuruçá, no templo da IB da Tijuca. Em 1950 foi redigido um acordo entre a antiga JUERP e a União Feminina a respeito do treinamento e da educação missionária dos juniores, então foi criado o Depar-tamento de Embaixadores do Rei.

Em agosto de 1950 foi comprado o Sítio do Sossego e, no período de 26 de fevereiro até 01 de março de 1951, foi realizado o 1º Acampamento dos Embaixadores do Rei no Sítio do Sossego, com 18 acampantes e três Igrejas representadas.

O 2º Acampamento dos Embaixadores do Rei no Sítio do Sossego foi realizado em julho do mesmo ano, com 35 acampantes e oito Igrejas de três estados representadas. A partir de janeiro de 1978, com a criação da União Masculina Missionária o Departamento de Embaixadores do Rei, foi transferido para esta entidade. O primeiro secretário-geral, eleito em 1979, foi o irmão Dirceu Amaro.

No Livro “Sempre Embaixador – 50 anos com os Embaixadores do Rei”, de autoria de William Alvin Hatton, são narrados os fatos mais importantes da Organização, de 1948 a 1981 (quando o livro foi escrito. Neste livro, Alvin Hatton destaca a atuação de alguns conselheiros de ER que o ajudaram no trabalho dos Embaixadores do Rei no Brasil, dentre eles estão Misael Gomes (Conselheiro de ER na Primeira Igreja Batista em Coelho da Rocha – RJ), que foi coordenador da re-gião do Grande Rio. Outro grande colaborador foi o pstor Edson José Machado, autor do Hino Oficial dos Embaixadores do Rei. Ele foi braço direito de Alvin Hatton anos a fio na UMMBB, além de Samuel Rodrigues (hoje pastor), que foi líder Nacional dos Embaixadores do Rei e teve importante participação na história da Organização.

Em 1998, a Organização Embaixadores do Rei completou 50 anos. As celebrações aconteceram no Sítio do Sossego - RJ por ocasião do Acampamento Nacional de Verão de Embai-xadores do Rei, e se estendeu até a Primeira Olimpíada de Inverno de Embaixadores do Rei (ONIER), realizada na cidade de Rio das Ostras - RJ. Nesta época, o coordenador Nacional era Paulo de Azevedo, que foi Conselheiro da Embaixada Apostolo Paulo, da Igreja Batista do Fonseca, em Niterói - RJ, coordenador do DAER Niteroiense e coordenador Nacional na década de 1990.

Em 2008, sob a coordenação de Samuel José Gonçalves, o Departamento Nacional realizou uma grande mobiliza-ção evangelística na Praça Floriano Peixoto, localizada na Cinelândia, no Rio de Janeiro, onde na escadaria da Câmara de Vereadores realizou um grande culto evangelístico. Em 2013, ainda sob a coordenação de Samuel, o Departamento Nacional, em parceria com o Departamento de Embaixado-res do Rei da Convenção Batista Carioca, e o Departamento de Embaixadores do Rei da Associação Batista Gonçalense (São Gonçalo - RJ), promoveram a celebração dos 65 anos dos Embaixadores do Rei no Brasil na Igreja Batista em Itacuruçá - RJ, no dia 24 de agosto. Samuel José Gonçalves foi Conselheiro de ER da Igreja Batista Central em Campo Grande - RJ. Também foi coordenador do DCER Carioca, e exerceu o cargo de coordenador nacional de Embaixadores do Rei entre os anos de 2003 e 2011.

Hoje, a Organização Embaixadores do Rei enfrenta grandes desafios, como o de realizar atividades e ter um programa atraente em um mundo pós--moderno, que se modifica a todo instante. É fundamental que a organização seja relevante na Igreja local e que os Departamentos em todos os níveis invistam em treinamento de liderança e se voltem para o trabalho de essência de uma embaixada: ganhar almas para Jesus Cristo, promover o crescimento cristão, realizar discipulado, servir, evangelizar e fazer missões.

_____________Crédito / legenda das fotografias:1. As primeiras embaixadas nos Estados Unidos contaram com o apoio da União Feminina (Woman’s Missionary Union). Repare na foto a presença de uma irmã da União Feminina. Foto: Divulgação / Convenção Batista do Texas, Estados Unidos. Sem Data. || 2. Primeira Convenção dos RAs, Atlanta, Georgia, agosto 1953. Foto: NAMB / Divulgação || 3. J Ivyloy Bishop, com Embaixadores do Rei que completaram os postos. Foto: NAMB / Divulgação || 4. Pastor William Alvin Hatton. Foto: Arquivo Pessoal || 5. Laiz Lessa, Conselheiro de ER da primeira embaixada, realiza passeio com os primeiros ERs em 1948. Fotos: Acervo Memória ER || 6. Embaixadores do Rei praticam educação física na quadra de basquete do sítio do sossego - RJ. Sem Data. Foto: Acervo Memória ER

Organização Embaixadores do Rei completa 67 anos no Brasil (25 de agosto de 1948-2015)

Samuel J. Gonçalves

Paulo de Azevedo Misael Gomes

Pr. Samuel Rodrigues

Pr. Edson Machado

Logo dos 50 anos dos Embaixadores do Rei no Brasil, 1998

Logo dos 60 anos do ER no Brasil, 2008

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10 o jornal batista – domingo, 23/08/15 notícias do brasil batista

Há algum tempo, um grupo de líde-res de Embaixado-res do Rei decidiu

reunir informações e dados sobre a história da Organiza-ção no Brasil ao longo desses 67 anos de existência.

A ideia logo se transformou em um projeto de amplitude nacional, firmado no desejo de resgatar a história e a me-mória dos Embaixadores do Rei em nosso país – tendo em vista sua relevante contri-buição para a denominação Batista, não apenas na for-mação do caráter cristão dos seus membros, mas também no treinamento e discipulado de crianças e adolescentes que anos depois vieram a se

Lucas Tavares, coordenador do DAER Gonçalense - RJ

Nos dias 10 a 12 de julho deste ano, o DAER Gonçalense (Departamento de

Embaixadores do Rei Gonça-lenses) realizou seu acampa-mento no Sítio do Sossego, em Casimiro de Abreu – RJ, com mais de 300 acampantes e 25 Igrejas da Associação Batista Gonçalense (Con-venção Batista Fluminense) representadas.

Na sexta-feira à noite, o acampamento contou com a participação da Banda Anún-cio e a preleção de Hugo Campos, presidente da Ju-ventude Batista Gonçalense. Já no sábado pela manhã, os Embaixadores do Rei partici-param de gincanas bíblicas, quando foram testados os seus conhecimentos e aque-les que tiveram melhor de-sempenho foram premiados. No sábado à tarde foram rea-lizadas as oficinas. Em uma delas, o DAER Gonçalense contou com a participação de Marcelo Eco, artista cris-tão reconhecido internacio-nalmente, que pode trocar ideias sobre sua experiência de conversão e influenciar de maneira positiva a vida dos meninos ali presentes, so-bretudo na experiência diária com Deus em oração, além de deixar um presente no sítio: sua intervenção artística (grafite) na parede externa próxima a piscina. Também foi realizada a oficina de foto-grafia, ministrada pelos fotó-

tornar adultos comprometidos com o Evangelho, pastores, mestres, missionários e minis-tros atuantes nas mais diversas áreas da Igreja brasileira.

Em apenas quatro anos de

grafos Lucas Tavares, Thiago Campos, Lucas Cordeiro e Junior Moraes, que, juntos, também realizaram o ensaio fotográfico com pó colorido, além de fazerem a cobertura fotográfica do evento - para ter acesso ao vídeo da ofi-cina de fotografia, acesse a página oficial do DAER Gonçalense (www.fb.com/daerg). O pastor Antonio Marcos, da Igreja Batista em Jardim Glaucia, em Belford Roxo - RJ, também marcou presença no Congresso; re-

existência oficial, o Projeto Memória ER já conta com mais de 500 fotografias, 100 negativos, 50 dispositivos (para projeção de slides), além de documentos, áudios, víde-

alizou um treinamento com líderes de Kids Games e apli-cou os jogos para os juniores no Acampamento.

No sábado à noite, foi reali-zado o culto com a participa-ção da Banda Atitude Certa e a preleção de Pedro Tristão, capelão do Colégio Batista Shepard. No domingo, foi realizado pela manhã um culto especial, pois aconte-ceu a chamada “manhã da decisão”, quando os meninos reconheceram publicamente Jesus Cristo como único e

os e publicações. A equipe, que conta com o apoio institu-cional da denominação, está otimista e pretende executar, além da digitalização de todo o acervo disponibilizado em doações e empréstimos, sua restauração, acondicionamen-to devido, e estuda a viabili-zação da implementação de um centro de memória para a guarda de todo o acervo físico doado ao Projeto.

A equipe prevê que o acer-vo digitalizado seja, depois de um tempo, disponibili-zado para consulta na base de dados online do Proje-to. A chamada “Base Alvin” permitirá a qualquer líder, Embaixador do Rei, pastor ou membro de Igreja no Brasil,

suficiente Salvador, e quan-do alguns Embaixadores do Rei aceitaram o desafio e reconheceram um chamado para o ministério pastoral e missionário. Somos gratos a Deus pelos momentos vi-

ou qualquer outra pessoa, ter acesso ao acervo do Projeto.

O conselheiro Lucas Tavares é o coordenador da equipe, que conta hoje também com o apoio de diversos irmãos integrados ao coletivo. Para entrar em contato, contribuir com o acervo, obter mate-rial de divulgação, juntar-se à equipe ou simplesmente obter informações, escreva para [email protected] ou telefone para 21-4124-4777 (Rio de Janeiro - RJ). Junte-se à equipe. Contribua. Divulgue. Participe. O Projeto Memória ER conta com você!

www.embaixadoresdorei.org/memoriawww.fb.com/memoriaer

vidos neste acampamento. Nosso desejo é que possa-mos cada vez mais viver os propósitos do Senhor para nós, como diz o tema do ano do DAERG, vivendo “Pelo Rei e Pelo Reino”.

Foto: Lucas Tavares

Projeto Memória ERResgatando a história da Organização Embaixadores do Rei

DAER Gonçalense realiza Acampamento para mais de 300 ER

Foto: Junior Moraes Foto:Lucas Cordeiro

Foto: Thiago CamposFoto: Lucas Tavares

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11o jornal batista – domingo, 23/08/15missões mundiais

Lyubomyr Matveyev – missionário Especial da JMM na Ucrânia

Tenho algo que leva-remos conosco para o futuro: almas que se decidiram ao lado

de Cristo e foram batizadas.Na verdade, estamos no

período de verão, entre maio e agosto. Isso quer dizer que estamos na época de muitos acampamentos ao ar livre ou nas tendas (para todas as idades) na beira de lagos ou rios, nos bosques. O clima permite estar mais perto da natureza e de Deus.

Além disso, preenchemos esses acampamentos com as programações evangelísticas ou com estudos bíblicos. Como resultado, temos tido muitos frutos em decisão e também alguns em batismos.

No nosso contexto, os ba-tismos estão ficando cada vez mais raros, infelizmente. O solo do coração das pessoas fica cada vez mais duro. Isso, assim como no caso do após-tolo Paulo em Romanos: “E não, quero que ignoreis, ir-mãos, que muitas vezes pro-pus visitar-vos, mas até agora tenho sido impedido, para conseguir algum fruto entre vós, como também entre os demais gentios” (Rm 1.13), cria um “impedimento”, uma barreira, o desafio enorme para a pregação da Palavra. Por isso, quando chega a hora da colheita espiritual (que aqui geralmente acon-tece no verão), encontramos um, três, cinco, dez frutos – e estes são a razão da nossa satisfação, alegria e vitória.

Quando o apóstolo Paulo escreve “Conseguir algum

Fabiane Farias – Radical Latino-Americano

Como poderíamos imaginar que no meio de uma vas-ta selva, o Senhor

Deus levantaria um povo temente a Ele em tão curto prazo? Deus sempre nos sur-preende!

Nossa primeira visita a Kuamar, uma comunidade do povo indígena shuar, no Equador, foi em meados de junho deste ano. Fomos em equipe formada pelos três in-tegrantes da décima turma do Projeto Radical Latino-Ame-ricano que está no Equador (eu, Jesse James Fernandes e Ariel Onorio) e mais dois casais da Igreja em que ser-vimos em Quito, a capital.

Ao chegarmos, encontra-mos uma comunidade sem

fruto entre vós”, ele tem em mente “Colher uma colheita”, como encontramos em outras passagens bíblicas, por exem-plo em João 4.36, Filipenses 1.22 e Colossenses 1.6.

A palavra paulina “fruto” serve como metáfora para dizer “pessoas”. Paulo tinha amor enorme pelas pessoas e salvação das mesmas. “Os frutos”, isto é, “as pessoas” são a maior força motivadora que nos faz ir ao seu encon-

trabalho cristão estabeleci-do, apenas com histórias de missionários americanos que passaram por lá fazia muito tempo.

Assim, pregamos a Palavra de Deus a homens, mulhe-res e crianças, e passamos dias tendo comunhão com eles, fazendo coisas simples como tirar fotos, jogar fute-

tro. E não há qualquer “impe-dimento” que possa nos faz parar ou desistir de amar as pessoas, ir ao seu encontro e levar-lhes a Palavra salvadora de Cristo Jesus.

Assim, entre tantos outros batismos nas mais diversas Igrejas na Ucrânia pelas quais passamos e realizamos pro-gramação de acampamento e evangelismo, também ti-vemos a maior alegria em batizar duas pessoas na Igreja

bol, comer juntos, conversar e fomos embora.

Cerca de um mês depois, retornamos à comunidade de Kuamar. Dessa vez, eles nos esperaram no início do longuíssimo caminho a per-correr até a aldeia e nos aju-daram a levar a bagagem, as caixas de Bíblias doadas por um dos casais que foram

que pastoreamos, em Kiev, a capital ucraniana. Os ba-tismos foram celebrados no lago perto da Igreja no dia 02 de agosto.

Os batismos serviram como um instrumento de evangelis-mo para muitos não crentes que vieram ou foram convi-dados (inclusive pelos candi-datos ao batismo, cujas famí-lias são da religião ortodoxa tradicional, muito forte aqui. E um deles aceitou a Jesus na

conosco e roupas doadas por pessoas da Igreja.

E mais uma vez, passamos dias lindos junto a eles. Só que dessa vez, o Senhor ha-via preparado uma surpresa! A Palavra ministrada na vez anterior, como uma semente lançada em terra boa, germi-nou, e mais de 30 pessoas haviam tomado a decisão de

hora do apelo) para assistir aos batismos por imersão.

Mais sementes foram lan-çadas no solo dos corações humanos. Resta a nós orar e pedir a Deus que faça germi-nar a semente da Palavra e que ela frutifique 30, 60 ou 100 por cento. Aí “Conse-guiremos mais algum fruto” na Ucrânia, Armênia, Azer-baijão ou em qualquer outro lugar deste campo chamado mundo!

entregar suas vidas a Jesus, clamando para serem bati-zadas.

Três dias depois na nossa chegada, realizamos o batis-mo dessas pessoas junto aos membros da Igreja Batista Vida Eterna, de Quito, que foram conosco nessa via-gem. Também foi celebrada a primeira Ceia do Senhor na comunidade, assim como foram lançados os pilares da Igreja que está se edificando neste lugar.

Como equipe Radical La-tino-Americano no Equador podemos dizer que foi uma grande bênção do Senhor em nossas vidas poder participar de um momento histórico como esse no meio da selva amazônica de difícil acesso. Realmente não há barreiras intransponíveis para o Evan-gelho do nosso Senhor.

Conseguimos algum fruto

Uma viagem à selva amazônica no Equador

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12 o jornal batista – domingo, 23/08/15 notícias do brasil batista

Lidiane Ferreira, comunicação Batista Baiana

Escolher o melhor mo-mento da 92ª Assem-bleia Anual da Con-venção Batista Baiana

é tarefa difícil para quem participou da reunião, que englobou o período de 29/06 a 04/07.

No dia 29/06, à noite, um culto evangelístico ocorreu no templo da Igreja. Nas manhãs (01 a 03/07), os convencio-nais participaram de cultos na Primeira Igreja Batista Rio Novo - BA, com mensagens do pastor Roberto Amorim, da Igreja Batista do Farol, em Maceió-AL, e de seminários: “Saúde emocional da família”, com o pastor Eufrásio Araújo - PE; “Ministério com peque-nos grupos multiplicadores”, com o pastor Diogo Carvalho (JMN); “Legislação e parâme-tros jurídicos / contábeis para as Igrejas”, com o professor Ubiratã Pereira (UFBA) e “Mul-tiplicação de líderes servos e saudáveis”, com o pastor Josué Campanhã (Sepal).

Música Os educadores cristãos par-

ticiparam do Congresso da Associação dos Educadores Cristãos Batistas da Bahia, com a presidente da Asso-ciação no Brasil, Samya So-ares. Os músicos estiveram no XX Congresso de Artes e Adoração da Associação dos Músicos Batistas da Bahia.

“É tempo de colher. Eu vou!” O tema da Campanha de Mis-sões Estaduais 2015 da CBBA foi o tema da mensagem do pastor Edivaldo Santiago (Pas-tor emérito da Primeira Igreja Batista em Una-BA), orador oficial no dia 30/07. No dia seguinte, foi a Noite da Ju-ventude, com o colegiado da Juventude Batista Baiana e re-presentantes das associações. O orador foi o missionário Marcos Grava (JMM).

A Noite da Responsabilidade Social (02/07) contou com a mensagem do pastor Petrô-nio Borges Jr. (Primeira Igreja Batista em Catu-BA). Foram prestadas homenagens a Eliete Moraes (Associação Recriar); ao pastor Otacílio Lopes (in memoriam), que foi pastor da Primeira Igreja Batista em San-to Antônio de Jesus - BA; e ao pastor João Felix e família, pelo tempo como gerente de Expan-são Missionária da CBBA.

Carta de Ipiaú Durante a Assembleia, os

convencionais elaboraram a Carta de Ipiaú, documento no qual fazem uma declara-ção pública acerca do cená-rio atual de intolerância no país. Leia na página ao lado o texto na íntegra.

As comemorações do cen-tenário da PIB de Rio Novo (31/10) começaram dia 02/07, quando 16 pessoas foram bati-zadas. À noite, a história da Igre-ja foi contada por seus mem-bros em uma bela apoteose.

Na Noi te de Mis sões (03/07), os missionários da CBBA destacaram o tema da campanha deste ano e conta-ram testemunhos entre ciga-nos e indígenas. As crianças do Congresso Infantil fizeram uma bela apresentação. O culto teve como orador o mis-sionário Abdallah, que contou seu testemunho, de homem--bomba a missionário que fala do poder do Evangelho.

Afeto No sábado (04/07), a Juven-

tude Batista Baiana, a União Feminina Missionária Batista da Bahia e a União Missio-nária de Homens Batistas da Bahia realizaram suas respec-tivas reuniões anuais.

As sessões deliberativas da 92ª Assembleia ocorreram com diferentes opiniões ma-nifestas em clima de respeito. Estudos bíblicos, oficinas e músicas de qualidade alia-dos ao empenho de todos da CBBA contribuíram para a realização da Assembleia. As noites do evento contaram com cerca de 2100 pessoas.

“Cremos que tudo isso, somado, sobretudo à boa vontade dos mensageiros, contribuiu para que a últi-ma Assembleia pudesse ser chamada de assembleia do afeto”, opina o pastor Ed-var Gimenes, presidente da CBBA. Em 2016, a 93ª As-sembleia Anual da CBBA será realizada em Valença-BA, de 28/06 a 02/07.

Batistas baianos unidos e fortalecidos em Ipiaú - BA

Comunhão e posicionamento sobre o cenário atual da sociedade marcam a 92a Assembleia da Convenção Batista Baiana

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CARTA DE IPIAÚAs Igrejas Batistas da Bahia, reunidas em sua 92ª Assembleia da Convenção Batista Baiana, na cidade de Ipiaú, nos dias 30/06 a 04/07, fazem uma

declaração pública em resposta ao cenário de intolerância vivido em nosso país.

SOBRE O CENÁRIO CONTEMPORÂNEO O Brasil está vivenciando um período crítico extremamente preocupante: crise econômica e política, falta de um projeto político nacional, falta de

estadistas, lideranças políticas medianas, falta do senso de bem comum e a prevalência dos interesses pessoais e privados sobre o interesse comum. Há tensões de toda ordem: gênero, gerações, étnicas, regionais e religiosas que tem produzido toda forma de violência, inclusive homicídios. Há violências,

conflitos sociais, étnicos, abusos de drogas. O medo parece comum e a resposta violenta que imponha mais medo parece a resposta mais óbvia e a única solução. Exemplo mais visível dessa cultura de imposição de uma força mais bruta e de mais violência é a proposição da redução da maioridade penal no Con-

gresso Nacional. Lideranças, inclusive religiosas, incitam a agressão, o fundamentalismo, o fanatismo, o ódio, a demonização do outro. As religiões muitas vezes são

utilizadas para obtenção de poder econômico ou político, desviando-se completamente do seu propósito original. Vivemos, no Brasil, em uma jovem democracia. A redemocratização política tem menos de 30 anos. Ainda há necessidade de políticas públicas de

gênero e etnia em um claro reconhecimento de que há ainda desigualdades entre pessoas de gênero e etnias diferentes, ou seja, ainda não vivemos uma democracia plena, madura.

Em um Estado democrático religião é assunto do indivíduo e seu Deus e não do Estado. A jovem democracia brasileira só passa a experimentar essa realidade a partir da década de 50 do século XX e só chega às religiões mais excluídas na metade da década de 70, quando deixa-se de exigir das religiões de matriz africana a obrigatoriedade de licença junto às autoridades policiais para realização dos seus cultos. Portanto, também no campo da tolerância religiosa ainda somos aprendizes e por certo temos grandes desafios, mas temos que ter a firme convicção de que não queremos retroceder ao tempo da religião oficial onde os desafetos eram apedrejados e aprisionados.

Todavia, apesar do avanço democrático, há claramente um retrocesso que se revela preocupante. Há um ressurgimento de preconceitos que julgávamos mor-tos e sepultados. A famosa “cordialidade brasileira” parece dar lugar a um espírito beligerante. Há guerras e intolerância num nível que julgávamos superados.

É bom lembrar que por trás de toda intolerância há sempre disputa de poder. A intolerância é ainda uma das formas de opressão contra os mais fragili-zados por sua condição econômica, religiosa, étnica e sexual. A intolerância via de regra, produz um imperialismo social onde o diferente não é tolerado estabelecendo-se uma ditadura.

Diante desse cenário, agravado pela fala de supostos representantes do segmento evangélico, nós, os Batistas baianos, decidimos manifestar publica-mente e oficialmente sobre este tema.

CONSIDERANDOS Os princípios Batistas consideram que “cada indivíduo foi criado à imagem de Deus e, portanto, merece respeito e consideração como uma pessoa de

valor e dignidade infinita”; que “cada pessoa é competente e responsável perante Deus nas suas próprias decisões e questões morais e religiosas”; que “cada pessoa é livre perante Deus em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou rejeitar a religião, bem como testemunhar sua fé religiosa, respeitando os direitos dos outros”.

Diante disso, é correto afirmar que cremos que o indivíduo pode se relacionar com Deus sem a imposição de credos, interferência de mediadores ou intervenção do governo civil.

Tendo sido, nós, Batistas, vítimas da intolerância e perseguição religiosas ao longo da nossa história de 400 anos, desenvolvemos uma paixão pelo tema da liberdade religiosa. Já em 1612 foi escrito por Thomás Hellwys o primeiro apelo em língua inglesa em favor da completa liberdade religiosa. Neste documento ele reafirma sua lealdade ao Estado, mas declara o que acredita ser a delimitação do poder do Estado e o princípio da liberdade religiosa para todos os indivíduos: “quer sejam eles heréticos, turcos, judeus ou o que quer que sejam, não compete a qualquer poder terreno puni-los...”.

Os Batistas fundamentaram sua crença na liberdade religiosa em verdades extraídas da própria Bíblia Sagrada. O Deus soberano criou seres livres. Im-pedir o uso da liberdade de seres criados à imagem e semelhança de Deus é aviltar a criação de Deus e intentar contra a sua mais sagrada criação. Impor uma religião ou impedir o exercício da fé de alguém é impedir o exercício de uma fé autêntica, visto que esta só é fé se for livre.

Aquele que é o nosso Senhor e Mestre conviveu em um mundo semelhante ao atual, permeado por cosmovisões diferentes da sua, tais como gregos, cananeus, discípulos de João e até pseudodiscípulos seus e em diversas ocasiões, mesmo incitado a exterminá-los ou impedir de exercerem a sua fé, recusou-se a fazê-lo: “Não sabeis de que espírito sois?” E “não os impeçais”.

Os Batistas ensinam que a salvação é pessoal, a fé individual e relacional, não ritual e que a conversão se dá mediante convicção dos próprios pecados, arrependimento e confiança na graça salvadora de Deus, na pessoa bendita de Jesus. Portanto não convém ao Estado, nem mesmo a qualquer religião impor a sua verdade como única.

DECLARAÇÕES O ser humano deve ser considerado o valor mais elevado da vida (Salmo 8) e disto decorrem quatro declarações:

SOMOS VEEMENTEMENTE CONTRÁRIOS À CULTURA DA VIOLÊNCIA E ADEPTOS DO RESPEITO À VIDA E A CULTURA DA PAZ Toda forma de violência cometida ou ensejada, mesmo e, principalmente, em nome de Deus não apenas é repudiada, mas negada como procedente

de Deus que é o Autor da vida, Reconciliador, que para pacificar a relação com o ser humano foi capaz de realizar o sacrifício supremo de entregar o Seu próprio Filho (João 3.16). Dentre as formas de violência descritas genericamente acima podem ser incluídas: ódio, egoísmos, inveja, rancor, discri-minações, opressão, indiferença e desrespeito à liberdade do outro.

SOMOS DEFENSORES DA SOLIDARIEDADE E COOPERAÇÃO ENTRE AS PESSOAS Denunciamos como antidivinas a cultura do egoísmo e toda ordem econômica que destrói os recursos naturais e explora o indivíduo, que alimenta

a corrosão social e aumenta o fosso que separa os ricos, cada vez mais ricos, dos pobres, cada vez mais pobres (Isaías 58). Valorizar a pessoa humana como idealizada por Deus implica em construir uma sociedade mais justa e fraterna com uso racional dos recursos naturais, onde os que governam o façam para todos, onde instituições sirvam as pessoas, onde os direitos prevaleçam independentemente do poder econômico dos envolvidos e onde a resistência seja sempre pacífica. Para isso defendemos em nosso país as grandes reformas estruturais iniciando com uma ampla reforma política, que independentemente do modelo se paute pelos valores acima descritos.

SOMOS FAVORÁVEIS À CULTURA DE PARCERIA E DIREITOS IGUAIS ENTRE OS SERES HUMANOS INDEPENDENTEMENTE DO GÊNERO Criados à imagem de Deus, homem e mulher são iguais em valor e dignidade. Todavia temos experimentado milhares de anos de exclusão, opressão e

dominação injustificáveis e condenáveis de um sexo sobre o outro. Defendemos que a espiritualidade bíblica conduz a uma relação de respeito mútuo, de tolerância, de reconciliação e de amor entre os gêneros.

SOMOS DEFENSORES DA CULTURA DO DIÁLOGO, DA TOLERÂNCIA E DO RESPEITO A DIVERSIDADE Estamos comprometidos historicamente com a plena liberdade, não apenas a mera tolerância. Queremos e lutamos pela liberdade de todos os indivíduos

ou instituições/religiões, mesmo para aqueles com os quais temos posicionamentos diametralmente opostos. Como disse o pensador: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”. O diálogo é a via humana desejável para o entendimento, mesmo entre opositores ferrenhos. Dialogar é fundamental para evitar ou resolver conflitos que ameacem a vida em qualquer das suas dimensões e onde a solução não seja possível com a decisão de apenas uma das partes. “Se não conversarmos uns com os outros agora, atiraremos uns nos outros amanhã”.

O diálogo não produzirá um pensamento uniforme, nem uma religião única, mas possibilitará a coexistência, a convivência e por fim a “diversidade reconciliada” e a diferença suportada.

Bibliografia utilizada direta ou indiretamente Shurden, Walter B. As Quatro Frágeis Liberdades: resgatando a identidade e os princípios batistas. Recife: MLK-B, 2005. 137p Moltmann, Jürgen. EXPERIÊNCIAS DE REFLEXÃO TEOLÓGICA: caminhos e formas da teologia cristã. São Leopoldo/RS: UNISINOS, 2004. 295p Princípios Batistas http://batistas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=16&Itemid=16 Kung, Hans. Declaração do Parlamento das Religiões do Mundo.

Salvador, BA, 04 de julho de 2015

Comissão de redação: Pr. José Roberto Amorim – relator Pr. Francicláudio Gomes da Silva Ivone Santana Marília Ceo Porto Pr. Petrônio A. Borges Jr.

Diretoria da Convenção: Pr. Edvar Gimenes de Oliveira, presidente Pr. Carlos Cesar Januário, 1º vice Pr. Edson Carmo da Silveira, 2º vice Pr. Matheus Guimarães Guerra Gama, 3º vice Margareth Gerbase Gramacho Fadigas, secretária Pr. Daniel Costa Pereira, 1º vice Pr. César Santos de Brito, 2º vice

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Pensar em Cristo é ter a mente renovada, arejada e criativa. É refletir acerca de

Sua vida e Obra. Quando pensamos em Cristo Jesus, nossas mentes são revigo-radas. “Tudo o que é ver-dadeiro, tudo o que é puro, tudo o que é justo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum lou-vor, ocupe a vossa mente” (Fp 4.8). Pensar em Cristo Jesus é dialogar com amor, respeito e ternura. Racio-cinar em Cristo é ter uma mente ajustada, energizada, descansada e renovada. É pensar radicalmente com a verdade do Evangelho de Cristo, que é o “Poder de Deus para a salvação de todo o que crê” (Rm 1.16). A mente em Cristo confia, é verdadeira, inteira e visioná-ria. Não pensa em si mesma, mas no próximo. Tem prazer em servir à semelhança de Cristo, “Que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28).

Antonio Luiz Rocha Pirola, colaborador de OJB

“Fiquem atentos, pois falsos irmãos se intrometerão e entrarão secretamente no meio de vós. Haverá também falsos doutores, que introdu-zirão encobertamente here-sias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou. A eles nós não devemos ceder, para que prevaleça sempre a verdade do Evangelho” (Gl 2.4-5; II Pe 2.1).

O Cavalo de Troia foi um grande ca-valo de madeira que, segundo a

lenda, foi usado pelos gregos durante a Guerra de Troia, como um estratagema de-cisivo para a conquista da cidade fortificada deTroia. Os troianos tinham o cavalo como um símbolo de vitória, por isso foram facilmente enganados. Entusiasmados, levaram o monumento para dentro das muralhas, sem sa-berem que em seu interior se ocultava o inimigo. À noite, os guerreiros que estavam dentro do cavalo saíram e dominaram as sentinelas, possibilitando a entrada do

Além de pensarmos em Cristo Jesus, precisamos sen-tir nEle. Paulo exortou aos irmãos em Filipos: “Tende em vós o mesmo sentimen-to que houve em Cristo” (Fp 2.5). Esse sentimento se caracteriza pela humildade, renúncia, amor, obediência, entrega, mansidão e gene-rosidade. Devemos sentir com o coração do Mestre, cheio de compaixão pelo perdido. Empático à pária da sociedade, despido de qualquer interesse pessoal, egoísta. Ele possuía senti-mentos absolutamente pu-ros, alinhados à vontade do Pai. Sentimento que O levou a chorar como Ele chorou por Lázaro, como está escrito em João 11.35. Que O levou a lamentar a situação espiritual de Jeru-salém. Ele nos ensinou a “Amar os nossos inimigos, a bendizer os que nos mal-dizem e orar pelos nos per-seguem (Mt 5.43-48). A vida de Jesus sempre foi de puro sentimento voltado para as necessidades do homem perdido, morto nos seus

exército grego, e levando a cidade à ruína.

Apesar da origem em uma lenda antiga, a ideia do Ca-valo de Troia está nas bases de uma avançada tecnologia, que torna indispensável o uso de antivírus no computador. Foi desenvolvido um pro-grama malicioso de mesmo nome, que age tal como na história do Cavalo de Troia, entrando no sistema do com-putador e criando uma porta para uma possível invasão.

Mas o que poucos sabem é que esse método de infil-tração também é usado na atualidade por engenheiros sociais, que trazem ideologias não muito claras, travesti-das de “boas intenções” para adentrar aos muros da família e da religião, abrir brechas em suas fortalezas para, finalmen-te, eliminar a sua influência junto à sociedade. Daí surge novamente a ideia do Cavalo de Troia como uma estratégia de invasão, agora do sistema religioso e cultural. Isso mes-mo! Os engenheiros sociais de gênero, através de apelos atrativos, e “nobres” discursos em prol das minorias, preten-dem apoderar-se do sistema religioso, contaminá-lo e criar

delitos e pecados. Quando meditamos na Palavra de Cristo, quando O buscamos de todo o coração e dese-jamos fazer a Sua vontade, Ele age poderosamente em nossa capacidade de sentir. Passamos a sentir como Ele.

Então, o pensar e o sentir em Cristo Jesus nos levam a agir como Ele. Ele desafiou homens a segui-lO e servi--lO. Treinou-os com amor e disciplina. Diante de várias situações, o Senhor Jesus sempre buscou o homem, o alcançou nas suas mazelas. Ele perdoou os que O ofen-deram. Confrontou Zaqueu, Nicodemos, o jovem rico e a mulher adúltera e condenou veementemente a postura dos escribas e fariseus, que viviam uma religião aparente, incoerente e hipócrita, mar-cada pelo legalismo impla-cável. Ele agiu ressuscitando mortos, curando enfermos e dando um código de ética do Reino aos Seus discípulos, se-gundo Mateus 5, 6, e 7. Diz Lucas que “Jesus andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos

“portas de invasão” para faci-litar a implantação do neoto-talitarismo, promover a morte da família e moldar o Estado com uma visão antirreligiosa, e não apenas laica.

Esse é o motivo do surgi-mento de tantas comunida-des que têm aparência de religiosidade, mas que no fundo defendem valores, princípios e doutrinas total-mente estranhas às Escrituras Sagradas. Seus frequenta-dores se identificam como seguidores de Cristo, mas andam bem longe d’Ele, tão longe quanto aqueles que usam a religião para obtenção de riquezas. Al-guns de seus líderes usam o colarinho clerical próprio de padres e pastores, e ousam interpretações esdrúxulas do texto da Bíblia, com a finalidade de acomodá-la às suas inclinações carnais. A proposta da verdadeira Bíblia segue na contramão disso. Ela é a regra de fé e conduta do cristão. Não pode ser adaptada aos nos-sos desejos carnais, mas nós é que devemos nos adaptar a ela, abandonando o que ela condena e fazendo o que ela ordena. A Bíblia diz: “Não

pelo diabo, porque Deus era com Ele” (At 10.38). Jesus saiu dos níveis do pensamen-to e do sentimento para o nível da ação. Não basta que pensemos e sintamos, mas é necessário e urgente que aja-mos sempre em Cristo Jesus, no Seu caráter, de acordo com os Seus ensinos. João, em sua belíssima primeira carta, diz: “Quem afirma es-tar nEle também deve andar como Ele andou” (I Jo 2.6). Devemos viver como Ele viveu. Fazer como Ele fez. O Seu estilo de vida deve ser imitado por nós. O Seu pen-sar e o Seu sentir O levaram a agir com simplicidade, efi-ciência e eficácia. O Mestre possuía uma mente simples. Devemos viver de forma sim-ples. Como nos ensina Tiago: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17).

Que sejamos tomados pelo exemplo de Jesus Cristo. Vivamos os Seus ensinos, façamos como Ele fez a par-tir dos pensamentos e senti-mentos centrados nEle. Que

vivam como vivem as pesso-as deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mu-dança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a Ele” (Rm 12.2).

A bem pouco tempo, to-mamos conhecimento pela mídia sobre o lançamento da Bíblia Gay. Com o nome de “Queen James” (Rainha James), ela foi adaptada para impedir interpretações con-trárias à prática homossexual, que é condenada nas versões originais das Escrituras. Au-gustus Nicodemus, teólogo e escritor, comentando o as-sunto afirmou que a proposta dessa nova Bíblia revela cla-ramente um caráter ideológi-co, e que todas as versões da Bíblia conhecidas inverteram passagens como Levíticos 18.22 e Romanos 1.26-27, de modo a dar a entender que o que está sendo condenado é exatamente as relações sexu-ais entre pessoas do mesmo sexo. “Sabemos os nomes e as qualificações acadêmicas de seus editores, mas isto não aparece na ‘Bíblia Queen James’”, diz ele. A sua análise

o nosso coração tenha pra-zer em fazer “A vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2). Sejamos absorvidos pelo amor de Cristo Jesus. Vivamos este amor em nossos relaciona-mentos. Façamos de nossas famílias e Igrejas habitats da graça derramada e do amor “Que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo supor-ta; que jamais acaba” (I Co 13.4-8). Que oremos pelo perdido. Que o busquemos com o amor de Cristo Jesus. Tenhamos paciência uns com os outros. Que dons e talentos sejam exercidos no caráter de Cristo Jesus. Imitemos o apóstolo Paulo, quando disse: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evange-lho da graça de Deus” (Atos 20.24). Se os nossos pensa-mentos (razão), sentimentos (emoções) e ações (prática) estão em Cristo Jesus, o Pai é glorificado!

é apresentada no portal “The Christian Post”.

Assim como foi criado o antivírus para combater os programas maliciosos de computador, a verdadeira doutrina cristã é a arma mais poderosa para se combater a ideologia de gênero e outras que visam a morte da família. A Bíblia diz: “Na presença de Deus e de Jesus Cristo, que julgará todos os seres humanos, Eu ordeno a você com toda firmeza, o seguinte: pregue a Mensagem e insista em anunciá-la, seja no tempo certo ou não. Procure con-vencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência. Pois vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensina-mento, mas seguirão os seus próprios desejos. E arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer a elas o que elas querem ou-vir. Essas pessoas deixarão de ouvir a verdade para dar atenção a falsos ensinos. Mas você seja moderado em to-das as situações. Suporte o sofrimento, faça o trabalho de um pregador do Evangelho e cumpra bem o seu dever de servo de Deus. (II Tm 4.1-5).

Pensar, sentir e agir em Cristo Jesus!

A estratégia do Cavalo de Troia

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O abortamento tera-pêutico é aquele r e c o m e n d a d o como recur so

extremo para salvar a vida da gestante. Há diversas situ-ações em que a manutenção da gravidez poderá colocar em risco a vida da gestante, tal como uma grave cardio-patia. O Código Penal (Art. 128, I) permite esse tipo de abortamento.

Temos também a gravidez ectópica. Neste caso, em vez da gravidez ocorrer no útero, o local próprio para isso, está ocorrendo em ou-tro local. Um exemplo dis-so é a gravidez tubária. As trompas são o conduto para o caminho do ovo (óvulo

já fecundado) ao útero para ali implantar-se (nidar) e desenvolver-se durante o processo gestacional. Se o ovo ficar retido fora do útero não terá estrutura apropriada para o seu desenvolvimento. Em geral, a gravidez tubária é descoberta nos primeiros meses da gestação, quando já não há mais nada a fazer. Se houver a manutenção da gravidez, o feto morrerá, provocando grave distúrbio no organismo da gestante de modo a levá-la a óbito.

Nestas intercorrências no período gestacional, que colocam em risco a vida da mulher, há perguntas que precisam ser respondidas, tais como: 1- Qual o nível

de risco de vida da gestante no caso da manutenção da gravidez?; 2 - O caso de elevado nível de risco, qual a vida deve ser preservada? 3 - Se a gestante tiver eleva-do risco de óbito adiantaria manter aquela gravidez, se nem poder-se-á garantir a manutenção de vida do bebê?

Aqui temos que considerar o que já falei em artigo an-terior, sobre o princípio do “duplo efeito”, isto é, se uma decisão, entre duas opções, for seguida, causará um efei-to positivo e outro negativo. Mas, se por outro lado, a outra opção for seguida, também poderá causar um efeito positivo e outro ne-

gativo. Assim, se optar pela vida do feto, poder-se-á levar a gestante ao óbito, e se op-tar pela vida da gestante, o feto é que estará condenado. Nesta linha de raciocínio, é possível considerar duas situações:

No caso da gravidez ec-tópica temos um elemento fundamental - a morte do feto é certa. Neste caso, particu-larmente, eu indicaria a ma-nutenção da vida da gestante.

Além disso, temos em ou-tros casos que considerar o nível de risco de vida da gestante, pois sabemos que a medicina de hoje está avan-çada de modo a manter uma gravidez em diversos níveis de risco. Mas há níveis eleva-

dos de risco que não se pode dar garantia de vida à gestan-te. Assim, será necessário que uma junta de médicos possa indicar com certo nível de segurança o risco de vida da gestante. Se o nível de risco ultrapassar, digamos cerca de 70%, poderia haver a indica-ção para o abortamento, pois para mim a vida da gestante, neste caso, tem precedência sobre a vida do feto e ela poderá ter outra chance de gravidez.

Mesmo assim, será preciso considerar que a decisão será da gestante e de sua família, não estando aqui dispensada a sua fé, mas os fatos clínicos também precisam ser consi-derados.

OBSErvATórIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Abortamento (7) - Abortamento terapêutico

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