jornal batista - 43

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIII Edição 43 Domingo, 27.10.2013 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 A Primeira Igreja Evangélica Batista em Pon- te dos Carvalhos, no município do Cabo (PE), dirigida pelo Pr. José Herberth Dias e Silva, ce- lebrou o centenário de organização com cultos evangelísticos e cultos de louvor e adoração, no seu templo. A Igreja foi organizada a 13 de julho de 1913, por iniciativa da IB do Cabo, e 21 membros formavam a Congregação naquela época (pág. 10). PIEB Ponte dos Carvalhos celebra centenário servindo ao Senhor Investimento nas Cristolândias Diante da grande quantidade de vidas ainda presas a drogas é necessário a ampliação do trabalho que ajude no resgate de dependentes químicos. Por isso Missões Nacionais inaugurou mais uma Cristolândia, dessa vez em Salvador, Bahia. No Rio de Janeiro os cariocas festejaram pela inauguração das novas instalações do prédio da Missão Batista Cristolândia, que esteve em reforma (pág. 07).

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Veja os destaques da edição 43 de O Jornal Batista: Diante da grande quantidade de vidas ainda presas a drogas é necessário a ampliação do trabalho que ajude no resgate de dependentes químicos. Por isso Missões Nacionais inaugurou mais uma Cristolândia, dessa vez em Salvador, Bahia. A Primeira Igreja Evangélica Batista em Ponte dos Carvalhos, no município do Cabo (PE), celebrou o centenário de organização com cultos evangelísticos e cultos de louvor e adoração.

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Page 1: Jornal Batista - 43

1o jornal batista – domingo, 27/10/13?????ISSN 1679-0189

Ano CXIIIEdição 43 Domingo, 27.10.2013R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

A Primeira Igreja Evangélica Batista em Pon-te dos Carvalhos, no município do Cabo (PE), dirigida pelo Pr. José Herberth Dias e Silva, ce-lebrou o centenário de organização com cultos evangelísticos e cultos de louvor e adoração, no seu templo. A Igreja foi organizada a 13 de julho de 1913, por iniciativa da IB do Cabo, e 21 membros formavam a Congregação naquela época (pág. 10).

PIEB Ponte dos Carvalhos celebra centenário servindo ao Senhor

Investimento nas Cristolândias

Diante da grande quantidade de vidas ainda presas a drogas é necessário a ampliação do trabalho que ajude no resgate de dependentes químicos. Por isso Missões Nacionais inaugurou mais uma Cristolândia, dessa vez em Salvador, Bahia. No Rio de Janeiro os cariocas festejaram pela inauguração das novas instalações do prédio da Missão Batista Cristolândia, que esteve em reforma (pág. 07).

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2 o jornal batista – domingo, 27/10/13 reflexão

E D I T O R I A L

31 de outubro: Dia da Reforma Protestante

No dia 31 de ou-tubro é comemo-rado por evangé-licos de todo o

mundo o dia da Reforma Pro-testante. O dia em que Marti-nho Lutero, em 1517, pregou publicamente as 95 teses, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanhã. As 95 teses, todas com embasa-mento, eram um protesto que desafiou os ensinamentos da Igreja Católica Romana, co-locando em questionamento principalmente a natureza da penitência, a autoridade do Papa e da utilidade das indulgências. Seu apelo era por mudanças significativas, e para alguns é considerado um herói, por resgatar a pre-gação do verdadeiro Evange-lho, bem como o resgate da Bíblia e do verdadeiro Salva-dor, Jesus. Tal atitude de Ma-tinho Lutero repercurtiu em toda Europa, mudou a Igreja e deu origem às igrejas cris-tãs, que se espalharam por todo o mundo. Por isto estas igrejas, posteriores a Reforma Protestante, são conhecidas como igrejas protestantes, assim como a batista.

É preciso comemorar a Re-forma Protestante, que foi o pivô de uma mudança signi-ficativa na forma de adorar e conhecer a Deus e ao Salvador

Jesus Cristo. Mas essa come-moração precisa ser conscien-te, buscando entender o que foi, como foi, o que significa, o que é preciso voltar às origens, o que é preciso renovar.

Aqui estão algumas das 95 teses, mas veja na íntegra no site da Convenção Batista Bra-sileira (www.batistas.com):

1. Ao dizer: “Fazei penitên-cia”, etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.

2. Esta penitência não pode ser entendida como penitên-cia sacramental (isto é, da confissão e satisfação cele-brada pelo ministério dos sacerdotes).

3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitên-cia interior; sim, a penitência interior seria nula se, externa-mente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.

4. Por consequência, a pena perdura enquanto per-siste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência in-terior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.

5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.

6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser

declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, per-doados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.

7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdo-te, seu vigário.

8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vi-vos; segundo os mesmos câ-nones, nada deve ser imposto aos moribundos.

9. Por isso, o Espírito San-to nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.

10. Agem mal e sem co-nhecimento de causa aque-les sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.

11. Essa cizânia de trans-formar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.

12. Antigamente se impu-nham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.

13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e

já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.

14. Saúde ou amor imper-feito no moribundo necessa-riamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor.

15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não fa-lar de outras coisas) para pro-duzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mes-ma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.

17. Parece necessário, para as almas no purgatório, que o horror devesse diminuir à medida que o amor crescesse.

18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encon-trem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.

19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, te-nhamos plena certeza disso.

20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simples-mente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 27/10/13reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

O q u e t e n s n a s mãos? Perguntou Deus a Moisés. Nas mãos Moisés

tinha um cajado que servia para apascentar o rebanho de Jetro. Ao lançá-lo ao chão foi transformado em serpente. Ao segurá-la volta a ser caja-do. A mão no seio se trans-forma em mão contaminada pela lepra. Nova ação, ei-la normal, como a outra. Deus usa as mãos do seu servo para tirar o seu povo do Egito e conduzi-lo pelo deserto em demanda à Terra prometida. Tempos depois eis Moisés, com as mãos estendidas, a segurar a vara de pastor, en-quanto Josué lutava contra os amalequitas. Mãos pesadas. Não conseguiam permanecer estendidas por muito tempo. Arão e Hur fizeram-no sentar sobre uma pedra e passaram a manter erguidas as mãos de Moisés. Ao pôr do sol a vitória é alcançada. Deus ordena a Moisés escrever o ocorrido para servir de me-mória às futuras gerações. Claro que o poder em si não estava nas mãos de Moisés, mas em Deus que as mante-ve estendidas.

Nas ofertas pelo pecado cabia ao sacerdote colocar as mãos estendidas sobre a cabeça do animal a ser sacrificado. O pecado era confessado e perdoado. Quando da execução pelo pecado de blasfêmia, as testemunhas colocavam as mãos sobre o acusado testi-ficando ter ouvido a blasfê-mia. O povo o apedrejava confiando no testemunho dos acusadores e testemu-nhas.

Jesus impôs as mãos sobre as crianças ao abençoá-las. Há, portanto um significado especial no ato de imposi-ção de mãos sobre alguém. Paulo ao oferecer orienta-ções práticas a Timóteo, sobre os dons recebidos no momento de sua con-sagração ao ministério, es-creve: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (I Tm 4.14). O apóstolo testifica que o ato de imposição de mãos sobre o consagrando, significa o reconhecimento que o candidato foi vocacionado a servir na causa do Mestre.

Esse reconhecimento se processa mediante exame acurado do candidato, fei-to pelo presbitério. Tama-nha a responsabilidade do presbitério que o apóstolo acrescenta: “A ninguém imponhas precipitadamen-te as mãos...” (I Tm 5.22). A precipitação em ordenar alguém ao ministério, sem que ocorra o devido preparo do candidato e acurado exa-me das qualidades exigidas para a função pastoral se constitui em pecado gra-víssimo. As exigências para o ingresso no ministério pastoral são claras nas pas-torais. Não basta dizer-se chamado por Deus, há que ocorrer provas visíveis da vocação, inclusive dos não salvos (I Tm 3.7).

O apóstolo relembra ao jovem Timóteo que ao par-ticipar de sua ordenação ao ministério o fez com elevado grau de responsabilidade. “Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela im-posição das minhas mãos” (II Tm 1.6). Não apenas o consagrou, mas continuava acompanhando o desenrolar

do ministério exercido por Timóteo. Havia mentoria, inexistente hoje.

Hoje não há preocupação com o candidato ao minis-tério e os concílios não as-sumem a devida responsa-bilidade de seus atos. Os que impõem as mãos não acompanham o nóvel pastor em suas lides. Entregues à própria sorte o novo pastor não sabe o que fazer e como fazer. Alguns após longos anos de ministérios fracassa-dos dividem Igrejas, separam famílias e excitam o ódio entre as ovelhas do Senhor. As igrejas se multiplicam por divisões e não por gestação normal.

Acresce a todos os desati-nos a imposição de mãos de todos os presentes ao ato consagratório. O dirigente convoca todos os presentes a erguer as mãos em direção ao candidato, como forma de aprovação. Tal proceder é comum nas Assembleias estaduais e na brasileira. Nas denominadas “noites missionarias” há o momento em que se destacam aque-les que serão enviados aos campos. Todo o auditório é

convidado a impor as mãos sobre os novos missionários. Claro que há no auditório pessoas que não possuem experiência salvifica com Cristo. Há adúlteros, alguns bêbados e outros pecadores não perdoados. Eles podem participar de ato tão solene e de elevado significado espiritual? Muitos dirão que sim. Que o ato em si é ape-nas simbólico e o erguer as mãos significa que todos concordam com decisão anterior que examinou os candidatos. Desde quando pecador não perdoado pode transmitir ou comprovar os dons divinos de um voca-cionado? São os ranços da ausência de conhecimento bíblico e da doutrina que ditam tal proceder.

Já é tempo de devolver ao ato de imposição de mãos o seu verdadeiro significado bíblico. O proceder atual nas Igrejas e assembleias conven-cionais nada tem a ver com a recomendação bíblica. Por-tanto, sem valor espiritual. São esses pequenos deslizes que enfraquecem a Igreja de Jesus Cristo.www.pastorjuliosanches.org

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4 o jornal batista – domingo, 27/10/13

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

A Bíblia perdida no templo

reflexão

Parte da reforma espiri-tual promovida pelo rei Josias foi a recons-trução do Templo.

Para surpresa de todos, ao limparem alguns rolos ma-nuscritos, descobriu-se que aquele achado era o Livro da Lei, a Bíblia de então. “Hilquias disse ao secretário Safã – Encontrei o Livro da Lei no templo do Senhor” (II Crônicas 34.15).

Uma das razões da deca-dência religiosa do povo judeu, antes de Josias foi, exatamente, a desobediência da Bíblia. Em função disso, a vida do povo adoeceu, cheia de imortalidade, de deso-nestidades, de traições, de

famílias destruídas, de reli-gião paganizada. Em matéria de religião, o povo estava seguindo de tudo, menos a Bíblia.

Observadores do povo cris-tão hoje em dia descobrem muitas semelhanças entre o período anterior ao aviva-mento do rei Josias e o nosso tempo atual. O fato de que muitas igrejas estão pregan-do todo tipo de mensagem, menos a bíblica, explica o destempero espiritual do nos-so povo. É urgente descobrir a Bíblia em nossos templos. E entronizá-la no seu lugar devido. Acima de tudo, en-tronizar a Bíblia em nosso coração.

Antonio Sérgio de Araújo CostaDoutor em Teologia; Lic. em Filosofia; Bel. em DireitoPastor da IB Bethléem em Vitória da Conquista, Ba

“... Mas, o justo viverá da fé” (Romanos 1.17 b).

Ano 496 da Refor-ma Protestante do Século XVI . No primeiro século,

Jesus organiza a sua Igreja (Mc 3.16-18) em Jerusalém, seguida por perseguição, mas, também, por grande expansão da Igreja de Cris-to (Atos). Perseguição esta-tal e, posteriormente, união da igreja com o Estado sob Constantino, 313 a.D., Edito de Milão. Em 869 a.D., ocor-re o primeiro grande cisma no contexto do Catolicismo romano e, assim surge a Igre-ja Católica Ortodoxa Grega. Portanto, seis séculos depois, dada a extrema corrupção da Igreja na Europa, eclodiu a reforma no auge da Idade Média. Sem dúvidas, um fato que mudou para sempre não apenas a história da igreja, mas também a história do mundo. A Reforma Protes-tante, ainda que inseparável de seu contexto - histórico--político, sócio-econômico e, sobretudo, intelectual. Neste, destaca-se a Renascença, es-pecialmente, o humanismo cristão no norte da Europa, influenciado por Erasmo de Roterdam e seu novo Testa-mento Grego, 1516. Todavia, a Reforma era profunda e essencialmente religiosa na sua motivação - jamais um movimento sectário -, cujo objetivo principal buscava reformar a Igreja de Jesus Cristo, trazendo-a de volta às suas origens neotestamen-tária.

Os reformadores de um modo geral – Lutero, Calvi-no, Melancton e Farel, en-tre outros -, eram piedosos, eruditos, peritos nas línguas originais e, acima de tudo, fundamentados nas fontes bíblicas e patrísticas, além de humanistas. A Reforma Protestante do Século XVI, alcançou seu ápice sob a liderança de Martin Lute-ro, monge agostiniano com a publicação das 95 Teses posta na porta da Igreja do

castelo de Wittenberg no dia 31 de outubro de 1517. Ele se posicionou contra a ven-da das indulgências - usadas pela Igreja Católica Romana para financiar a construção da basílica de São Pedro em Roma -, pelo dominicano João Tetzel (01.10.1517), na Alemanha. A Reforma, po-rém, fora precedida de vários movimentos que tentaram ‘reformar’ a Igreja Católica Medieval, por exemplo: os Valdenses, nas regiões alpi-nas, Wycliff e Lolardos na Inglaterra e os Hussitas na Boêmia.

Entretanto, qual a verda-deira questão levantada pela reforma e, por outro lado em que sentido somos seus her-deiros? Para J. Senarclens, “a questão da fidelidade da igre-ja ao seu fundamento, funda-mento que é auto-doação de Deus em Cristo (...). Assim, a Igreja reiterará essa ques-tão em todas as épocas não somente pelo dever de velar pela verdade de sua prega-ção e ensino, mas também porque é da própria natureza da Igreja obedecer a Cristo e, portanto, deixar-se renovar constantemente pelo Espírito de Deus. Longe de ser abstra-ta ou meramente acadêmica, a questão é essencial para a vida e missão da Igreja já que diz respeito à verdade de sua fé, à comunicação do Evan-gelho a nossa geração envol-ta em sua história peculiar”.

Mas, afinal, qual foi o pon-to de partida de sua ação reformadora? Esta foi preci-samente a questão que eles endereçaram à Igreja de seu tempo: “És, na verdade, na tua fé, no teu ensino e nas tuas atividades, testemunha e, consequentemente, herdei-ra do Evangelho dos profetas e dos apóstolos?” Evidente-mente, a questão apresentada pelos reformadores além de alarmante para a Igreja da época, exprime, a um só tempo, uma inquietude, um desejo de obediência e uma necessidade de ser autêntico e, portanto, a vontade decor-rente de não se deixar apri-sionar nas tradições. Estas, ainda que respeitáveis, não são e jamais serão garantia de estar de acordo com a men-sagem do Evangelho do Deus vivo, como a história da Re-forma comprova amplamente e, assim, também, a história

da Igreja atual. Para cum-prir a sua missão no mundo hodierno, a Igreja não deve ajustar a mensagem cristã às categorias de pensamento do homem secularizado, antes, pelo contrário, deve expor a mensagem de tal modo que o homem moderno seja trazido a Cristo e ao seu Evangelho e seja renovado pela trans-formação de sua mente tor-nando-se filho do Pai celeste.

Contudo, será que o ponto de partida da teologia mo-derna se assenta sobre a base da auto-revelação divina, isto é, Deus-Escrituras (João 1.1; 5.39; 1 Jo 1.1-3)? Em segundo lugar, é preciso que se pergunte: a teologia em suas diversas construções atuais está de acordo com a doutrina central do cristia-nismo, isto é, Deus-Cristo? Esta reflexão não é uma peça especulativa ou abstrata. An-tes, pelo contrário, trata-se de uma inquietude pastoral: que estamos pregando a este mundo transtornado? Que imagem de Jesus Cristo lhe damos a ver? De onde vi-mos como povo de Deus? Que dizer ao homem pós--moderno diante de tantas práticas contrárias ao ensino de Cristo? E, principalmente, onde nos encontramos como Igreja de Cristo, sobretudo, diante da obra prodigiosa que Deus realizou em nosso favor, obra que pode aliviar, consolar, fortalecer – salvar, sim – todos os homens? Jesus afirmou: “Vinde a mim, e eu vos darei vida abundante”.

Nestes tempos de apos-tasia no contexto da Igreja de Cristo, vale ressaltar a afirmação de J. Senarclens (1970, p. 15), em sua notável obra, Herdeiros da Reforma: “As Igrejas cristãs não estão divididas por causa de sua fidelidade, e sim de sua infi-delidade”. Mas, infidelidade a quê? A quem? Sem dúvidas, no que diz respeito à vida total da Igreja - no que tan-ge a sua doutrina e missão evangelizadora no mundo -, pode-se afirmar que trata-se de infidelidade a “Revelação Bíblica” (ponto de partida da fé); e, a Jesus Cristo, o Senhor (Cristologia; o centro vital de sua fé). O grande legado da Reforma é a centralidade das Escrituras e de Jesus Cristo nas Escrituras, na vida de cada crente, especialmente

na vida da sua Igreja. Hoje, a Igreja precisa reafirmar o fundamento de sua origem e vida, isto é, Jesus Cristo, o único Salvador e Senhor (João 3.16; Atos 4.11,12).

Sim, a Igreja atual, herdei-ra do grande legado da Re-forma Protestante do século XVI, necessita rever, preser-var e difundir o Evangelho de Cristo como plenamente suficiente para a salvação de todos os homens (Ro-manos 1.16.17; Efésios 2.1-9). Destarte, que o lema da Reforma: “Igreja reformada, sempre reformada” pela fé (Sola Fide), pela graça (Sola

Gratia), pelas Escrituras (Sola Escripturae), seja também o nosso, pois “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Assim, edificados sobre o funda-mento dos Apóstolos e dos Profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esqui-na” (I Coríntios 3.11; Efésios 2.20), rendamos glórias a Deus, pois a Reforma é obra de suas mãos. Que o legado espiritual, educacional e social da Reforma continue sendo uma perene fonte de inspiração para todos os cris-tãos de hoje. Amem.

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5o jornal batista – domingo, 27/10/13reflexão

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Não é difícil andar pelo trânsito das grandes cidades brasileiras e ver

diversos adesivos no vidro dos veículos de evangélicos com o slogan tirado de Fi-lipenses 4.13: Posso todas as coisas naquele que me fortalece. A pergunta surge espontaneamente: Por que tanta gente divulga tal men-sagem bíblica? Qual é o seu significado? Por que tornou--se tão popular? Isso afeta as igrejas batistas do nosso país?

Infelizmente, este é um dos versículos mais mal compre-endidos das Escrituras nos dias de hoje. Por incrível que pareça, neste artigo veremos que o texto paulino é enten-dido exatamente no sentido contrário ao pretendido pelo autor. A grande maioria dos testemunhos e mensagens que citam o referido no texto nos meios de comunicação atuais estão atrelados à teo-logia popular triunfalista de nossos dias. De modo geral, acredita-se que “posso todas as coisas naquele que me fortalece” significa “vencerei todos os obstáculos que estão à minha frente” ou “posso alcançar tudo o que quiser”, ou ainda, “comigo ninguém pode”. Muitos pensam que podem comprar aquilo que não têm como pagar, ou-tros acham que podem fazer aquilo para o qual não têm dom ou preparo, sem falar em absurdos ainda maiores sugeridos (posso dever, posso pedir a queda do meu inimi-go, etc) por quem nem faz ideia do que Deus quer nos ensinar neste versículo.

Todo leitor da Bíblia tem a responsabilidade de buscar o sentido correto do texto sagra-do. Não há dúvida de que este sentido é aquele que o autor original quis transmitir quan-do escreveu o texto. A ideia de que se pode “descobrir” algo especial, “escondido” no texto é falsa e deve ser aban-donada, principalmente entre os batistas que historicamente ressaltam a centralidade das Escrituras. O que Paulo tinha em mente quando registrou

tais palavras? Qual foi sua intenção, ao escrever para os irmãos filipenses?

A leitura das palavras gre-gas do texto não trará maior luz à interpretação do verso neste caso específico. A tra-dução quase que literal da maioria das versões em por-tuguês expressa com suficiên-cia o conteúdo do verso em grego. Vale mencionar que “fortalece” vem de dynamis que significa poder, força, o que intensifica o fortale-cimento dado por Cristo no versículo. Devemos conside-rar o aspecto contextual.

Antes de tudo, é necessário observar que Filipenses é uma das epístolas da prisão. Juntamente com Efésios, Co-lossenses e Filemom, trata-se de uma carta escrita quando Paulo estava preso por cau-sa do Evangelho. Os textos de 1.7, 13, 14 e 17 deixam muito claro o contexto de encarceramento do apóstolo. Todavia, não se sabe com certeza onde Paulo está. Tra-dicionalmente, os intérpretes clássicos sugeriam que Paulo está preso em Roma, por vol-ta de 60-61, principalmente por causa de 1.13 que cita “a guarda do palácio”, isto é o Pretório. Tal percepção colocaria a carta no mesmo contexto das demais “cartas da prisão”. Outros intérpretes sugeriram que Paulo poderia estar preso em Éfeso (I Co 15.32); outros entendem que a prisão em Cesareia (57-59) seria o cenário ideal para a elaboração da epístola. Inde-pendentemente das minúcias cronológicas, o importante é que Paulo está “em cadeias”.

Surpreendentemente, Fili-penses é uma das epístolas mais pacíficas do Novo Tes-tamento. Paulo quase não apresenta nenhuma censura à igreja nova da Macedônia. Além disso, um dos temas de encorajamento que marca a epístola é “alegria”. O verbo “alegrar-se” (chairo) apare-ce em 1.18, 2.17, 18, 28, 3.1, 4.4 e 4.10; “regozijar” (synkairo) está em 2.17 e 18. O imperativo plural é contun-dente, aparecendo em 2.18 e 4.4, o famoso texto que diz (NVI) “Alegrem-se no Senhor. Novamente direi: Alegrem--se!” É impressionante ver um

preso exortando os demais à alegria.

É neste contexto de alegria, particularmente por uma ofer-ta dos filipenses em favor de Paulo, que o texto de 4.13 está inserido. A perícope ini-cia-se no versículo 10 e tem como desfecho o verso 13. Não será tão difícil entender o versículo final se prestarmos atenção ao texto imediata-mente anterior. Os versículos 11 e 12 dizem: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segre-do de viver contente com toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade” (NVI). Depois de afirmar isso, Paulo diz que “tudo pode em Cristo”. Afinal,

o que Paulo pode (no sentido de ser capaz de suportar)? É muito simples: Pode pas-sar necessidade, pode passar fome, pode ser preso. Isto quer dizer que Paulo pode enfrentar qualquer situação difícil, pois Cristo lhe dá for-ça suficiente para suportar as agruras do seu ministério. Todavia, deve ficar claro que Paulo também diz que pode estar bem alimentado, pode ter muito e pode ter fartura. No entanto, “pode” aqui não significa “tenho capacidade para conseguir”, muito menos quer dizer “tenho direito a isso”. Ao contrário, “poder” aqui significa que a fartura também não permite que Paulo sirva menos a Deus. A essência de tudo é “aprendi

o segredo de viver contente com toda e qualquer situa-ção”. Se tenho fartura, louva-do seja Deus. Que ela não me impeça de servir ao Senhor. Se enfrento problemas, lou-vado seja Deus. Que eles não me desanimem no ministério cristão.

É muito importante ler a Palavra de Deus e entendê--la corretamente. Até mesmo o histórico personagem da literatura brasileira, o Padre Vieira, mesmo sem ser batista ou evangélico disse com ra-zão, ao mencionar a citação que o Diabo faz do Salmo 91 no episódio da tentação de Jesus (Mateus 4): “As palavra de Deus, ditas no sentido em que Deus não as disse, são palavras do Diabo”.

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6 o jornal batista – domingo, 27/10/13 reflexão

Dia 21 de setem-bro, no templo da Igreja Batista Mis-sionária do Mara-

canã, aconteceu o casamento do nosso neto Daniel com a jovem Dianne. Por sugestão do pastor da Igreja, da qual são membros, Pr. Alexan-dre Aló, os noivos decidiram celebrar suas núpcias pela manhã, precedidas de um lauto café para cerca de 300 pessoas. A noiva tinha dito à tia do noivo, ela é sua cliente, que desejava uma cerimônia nupcial que fosse um culto. E foi um culto. Rarissimamente uso o superlativo “maravilho-so”, mas não encontro outro adjetivo para qualificar aquele culto. Os noivos escolheram um texto bíblico que jamais usei em cerimônia de casa-mento e que calhou muito bem, aplicado aos mistérios do amor conjugal, um amor que para ser verdadeiro e

Othon Ávila AmaralMembro do Conselho Editorial de OJB

(A propósito da inaugura-ção do Edifício Pastor João Teixeira de Lima no dia 29 de setembro de 2013, na Igreja Batista Betel de Mesquita).

Nesta data teste-munhamos diante de Deus, diante da Igreja, diante

da Denominação, diante dos evangélicos, diante da comunidade, diante dos céti-cos e incrédulos, que a Igre-ja Batista Betel de Mesquita conduzida pelo pastor Judi-cley Silva Santos alcançou o ápice de seus sonhos al-candorados ou (de outrora). Quem viu o início, quem acompanhou o processo, quem chegou até aqui, traz no coração lembranças ple-nas de emoções e saudades. Os sonhos singelos de um velho pastor, os cuidados excessivos de um filho que o sucedeu, transbordaram com toda intensidade nos om-bros daquele que, diante do Deus Único, diante do Deus Trino, abraçou com toda ter-nura e coragem aquela causa que herdara e que soube conduzí-la, mercê da graça

fazer um casal feliz, tem que ser o amor que vem de Deus, I Coríntios 2.9: “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvi-dos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”.

O pastor Alexandre foi pode-rosamente usado pelo Espírito Santo e transmitiu uma como-vente mensagem, não somente aos noivos, exortando-os a buscarem realizar a vontade de Deus na sua vida conjugal, mas também aos visitantes não crentes para que abrissem seus corações para Jesus a fim de poderem experimentar uma salvação da qual ouvidos humanos nunca ouviram nem humanos olhos enxergaram, mas que Deus preparou para os que são despertados pelo seu amor revelado na cruz do Calvário. Foram cantados pela congregação três hinos que

abundante, até se tornar no-tável realidade.

O tempo passou e com ele muitos dos que sonharam e viram surgir a Igreja Batista Betel de Mesquita não tive-ram a sensível percepção divina para descortinarem pela fé, as grandiosas bên-çãos de Deus para os dias atuais. A inusitada alegria de que somos possuidos é uma decorrência da fé exposta e concretizada pela ação do líder que nos conduz.

falam ao coração do pecador, inclusive aquele que já foi o hino de Missões Nacionais e que declara que Jesus “Move as montanhas e tem poder prá salvar”. Os votos matrimoniais foram lidos pelos noivos em um celular discretamente ma-nuseado por eles, com lindas palavras de amor e compro-misso. O noivo, visivelmente emocionado, declarou: “Você não é a mulher que eu pedi a Deus”. Fez uma pequena pau-sa de suspense e completou, sob aplausos: “Você é mais do que eu pedi porque Deus nos dá sempre muito além do que pedimos”, em alusão ao texto básico do culto. O pai do noivo, Pr. Carlos Henrique Falcão, ao entregar as alianças aos noivos, não deixou de dizer uma palavra do evange-lho da graça. Chamado para invocar a bênção nupcial, subi à plataforma e orei pelos noivos e pelos seus parentes e

A beleza da visão global é também a beleza da visão dos detalhes. Somos privi-legiados! Vimos a primeira casa, vimos a segunda casa e agora somos testemunhas da terceira casa! Somos gratos a Deus pela vida dos nos-sos instrutores do passado, pastor João Teixeira de Lima e pastor Iranyr Teixeira de Lima. E somos gratos a Deus pela vida de nosso preceptor atual, pastor Judicley Silva Santos.

amigos não crentes, para que Deus lhes desse a compreen-são e aceitação do evangelho a fim de que possam ser cha-mados às bodas do Cordeiro na glória.

Quando fui descer da plata-forma, meu filho Carlos Hen-rique desceu os dois degraus à minha frente e me amparou pela mão. Foi quando, ao pisar no chão, escorreguei, perdi o equilíbrio e teria me esparramado no solo, se meu filho não me tivesse ampara-do com toda a sua força. Ao voltar para o meu lugar ao lado da Zênia, não tive como conter as lágrimas ao pensar na felicidade que é, aos 83 anos de idade, ter um filho que pode me segurar pela mão e impedir minha queda. Minha emoção foi acionada por um turbilhão de lembran-ças de gratidão ao meu Deus pelo cuidado extremo que os nossos três filhos, as duas

Coube ao pastor Judicley concluir as obras do Edifí-cio de Educação Religiosa cuja construção foi autori-zada pela Igreja em maio de 1996, no pastorado do pas-tor Iranyr Teixeira de Lima. O santuário foi construido no pastorado do pastor João Teixeira de Lima. A presença do pastor Judicley na re-formulação da aparência arquitetônica do templo e do prédio foi tão acentuada que o encanto de ontem foi

noras e o genro têm tido para com minha esposa e para comigo. Aliás, nossos sete netos, sem exceção, são ex-tremamente carinhosos para conosco. Isso é graça!

A maravilhosa graça de Deus que vai muito além da nossa pobre compreensão. Realmente, temos tido a feliz experiência da realidade de que as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram em nossos corações, foram as que Deus preparou para nós a partir da graça de nos permitir que o amemos. Felizes e abençoa-dos sejam todos os pais que têm filhos que deles cuidam com zelo e amor, que re-ceberam a graça do perdão perdoando os erros cometidos por seus pais e buscando a graça do perdão divino para suas próprias almas porque a bondosa mão do Filho de Deus tem sido sobre eles.

superado pela notoriedade do presente. A tríade pasto-ral que o Senhor preparou para a Igreja Batista Betel de Mesquita desfruta do amor fraternal do rebanho inicial, do rebanho transitório e do rebanho atual. Diante de Deus nos prostramos para agradecer a Ele a vida de tais homens.

Numa digressão oportuna a Igreja Batista Betel de Mes-quita é grata a Deus pela vida de dois pastores: Jess Carlos Monteiro Costa e Euclides Schwartz Lima, respectiva-mente da Primeira Igreja Ba-tista de Jequié, Bahia, e Igreja Batista do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. O primeiro foi o pastor da infância, ado-lescência e mocidade do pastor Judicley e, o segundo, foi o pastor que o acolheu fraternalmente e investiu recursos financeiros para que ele pudesse estudar no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e qualificar--se intelectualmente para ser o homem de Deus que hoje ele é. Dois servos do Senhor, duas agências do Reino de Deus, que incutiram no co-ração e na mente do pastor Judicley princípios que até hoje e para sempre norteiam a sua vida.

Sonhos alcandorados são hoje notável realidade!

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7o jornal batista – domingo, 27/10/13missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Diante da grande quantidade de vi-das ainda presas a drogas como cra-

ck, é necessário que amplie-mos o investimento em traba-lhos que ajudem no resgate e libertação de dependentes químicos. Além das Missões Batistas Cristolândias em São Paulo, Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Espírito Santo (ES), Belo Horizonte (MG) e Distrito Federal, recente-mente Missões Nacionais inaugurou uma Cristolândia em Salvador (BA).

Para o culto de celebração pela inauguração do projeto na capital baiana, cerca de 800 pessoas estiveram pre-sentes na Igreja Batista Dois de Julho. Foram momentos de gratidão ao Senhor por mais essa conquista e tam-bém pelas vidas já alcan-çadas. “Ser igreja-mãe da Cristolândia Salvador é obe-decer à missão dada por Jesus em Mateus 28.19-20. Além disso, é sair do discurso para prática. Nossa visão é fazer discípulos de Jesus e cuidar muito bem de cada um de-les”, afirmou o Pr. Marcos Panisset, da IB Dois de Julho.

A sede da Cristolândia está localizada na região central de Salvador, no coração de uma cracolândia. Uma sema-na antes de sua abertura, foi realizada a Trans Cracolândia Salvador, que contou com a participação de 100 volun-tários e recolheu 15 pessoas dispostas a não apenas deixar as ruas, mas também iniciar uma nova caminhada com Cristo. Essas pessoas estavam no culto de inauguração e re-ceberam oração dos pastores presentes.

Ex-dependentes químicos, recuperados em outras Cris-tolândias, também estiveram no culto e deram testemu-nhos. Entre eles estava a jo-vem Josiane, que tem se dedi-cado ao trabalho missionário e irá atuar na Cristolândia em Salvador. Com emoção, ela afirmou: “Sou uma pessoa transformada que veio para Salvador para tirar pessoas das ruas”.

O Pr. Fernando Brandão, que foi o mensageiro da noi-te, afirmou que o mais im-portante não é dar ênfase ao passado dos que foram resgatados das cracolândias, mas sim ao que Cristo está fazendo em suas vidas agora.

No Rio de Janeiro também houve celebração. Os cario-cas festejaram pela inaugu-ração das novas instalações do prédio da Missão Batista Cristolândia, que esteve em reforma desde maio. Mem-

bros de várias igrejas, missio-nários, alunos da Cristolândia e funcionários da sede de Missões Nacionais partici-param da manhã de gratidão ao Senhor. Também esteve presente a diretoria da Con-venção Batista Carioca, como Pr. Nilton Souza, diretor exe-cutivo da CBC, e o presidente da CBC, Pr. Josué Andrade.

A diretora executiva da União Feminina Missioná-ria Batista do Brasil (UFM-BB), Lucia Margarida Brito, também esteve presente ao culto, uma vez que a União

Feminina de todo o Brasil é parceira de Missões Nacio-nais em todos os seus proje-tos, especialmente apoiando as Cristolândias. “Para mim foi um banquete de adora-ção a Deus estar presente no culto de reinauguração. A Cristolândia é uma prova da Glória de Deus – vermos pessoas no mais baixo ní-vel da degradação humana resgatadas por Cristo. Tam-bém fiquei encantada com a reforma das instalações do prédio. Agora com o lugar pronto, que o Espírito Santo,

através dos missionários e vo-luntários, trabalhe com mais facilidade”, declarou.

O pregador do culto foi o Pr. Franco Albano, pastor de evangelismo e missões da Primeira Igreja Batista do Recreio, que é a igreja mãe da Cristolândia Rio de Janei-ro. Ele define a Cristolândia como o projeto de missões que atende ao maior clamor urbano da pós-modernidade, a dependência química, vi-sando ao socorro dos margi-nalizados. “É um privilégio para o povo batista poder

servir a Deus resgatando vi-das das ruas. Nossa igreja tem a visão de socorrer o dependente químico e por isso tem alegria em ser par-ceira de Missões Nacionais na Cristolândia”, disse ele.

O investimento nas insta-lações possibilitou uma sig-nificativa melhora no atendi-mento aos dependentes quí-micos recebidos pela Missão. Missões Nacionais agradece a cada parceiro que contribui e intercede por este projeto que tem se expandido para a glória de Deus.

Investimento nas Cristolândias

Culto de inauguração da Cristolândia Salvador na IB Dois de Julho

Momentos de gratidão durante a reabertura da Cristolândia Rio de Janeiro

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8 o jornal batista – domingo, 27/10/13 notícias do brasil batista

Comunicação da JBB

Janeiro se aproxima e a Juventude Batista Brasileira já começou a movimentar os jovens de todo o país para doar 11 dias de suas férias e irem para Santa Catarina. O projeto missionário Pés no Arado, acontecerá de 03-13/1/14 em SC, seu foco básico é

impactar a vida de nossos voluntários levando-os a fazer missões ur-banas e servir a comunidade em que estarão. No Pés, são realizadas atividades como EBFs, festa da família, cinema, dia da beleza, abraço grátis, evangelismo pessoal, serviço a comunidade local, oficinas, e muito, muito mais. A ideia é executar tudo o que Deus sonhou para aquele local, para esse projeto, para essas pessoas e voluntários.

Não há dúvida de que Deus trata e fala profundamente ao cora-

ção de todos que tem a oportunidade de participar. Deus tem feito coisas incríveis em todos esses anos de projeto e nossos voluntários têm testemunhado que quando voltam para sua realidade local ex-perimentam a transformação que Deus fez em suas vidas, mentes e ministério.

Pequenas atitudes podem mudar tudo. Um sorriso pode mudar a vida de alguém. Ele demonstra que a vida pode ser leve e que nada é insuperável. Ele aquieta o coração e quebra barreiras. O Pés no Arado traz como tema para o próximo ano “Pra você sor-rir...”, buscando mostrar que a alegria do Senhor é a nossa força. Um sorriso faz toda diferença.

Pense em muitos sorrisos juntos... Venha e junte-se a JBB neste projeto!

Férias, muito sol, calor, diversão e uma ótima oportunidade para reunir a galera é o que terá no próximo mês de janeiro no Teen Brasil 2014. O congresso tem sido

um ajuntamento de “adoles” do Brasil inteiro, que se reúnem para celebrar a vida com Jesus de uma maneira bem descontraída e divertida, bem “teen style” (jeito adolescente).

Viver com Jesus é uma vida de aventuras, bravura e relacionamento. Os adolescentes sabem muito bem como é estar junto com o Mestre, seguir seus passos e obedecer-lhe em tudo. Nessa nova temporada o Teen Brasil es-tará tratando sobre a unidade com Cristo, com a galera e a igreja, falando que “Quando juntos dá sempre certo”.

Nesses últimos anos de congresso, a JBB tem buscado dialogar e mostrar que pode-se viver uma vida radical com Jesus, sendo um adoles-cente que ama Cristo e quer viver a cada dia junto Dele.

Sabemos que é a cruz de Cristo que nos une. É o amor de Deus, revelado em Jesus que nos concede um novo coração e nos faz viver em comunidade, tendo relacionamentos que de-monstrem este grande amor.

Nos dias 15 a 18 de janeiro, vamos contar com a presença do pastor Walter Júnior trazendo mais sobre a Palavra de Deus e nos ensinando sobre a comunhão. Também estarão conosco a Bruna e o Erik da PIB de Curitiba, que fazem esquetes no canal “Caia na Real” no YouTube. Não poderia

faltar o pessoal que vai animar o Teen e promete não deixar ninguém parado: Os Locomotions!

O Teen Brasil vai rolar em Serra Negra – São Paulo! O sítio, carinhosamente escolhido, foi a Pousada Estância Turística Rafaela, que conta com chalés para acomodação, piscina, campo de futebol e salão de jogos, além de uma grande área verde! Cremos que lá foi o lugar que Deus separou para tratar conosco mais intimamente sobre nosso relacionamento com Ele.

Avisa a sua galera deste grande ajuntamento de adolescentes, pois quando eles se juntam com suas risadas, histórias, alegria, testemunhos, “zueiras”, brincadeiras, comunhão e adoração... dá sempre certo!

Não fique de fora, curta essa ideia e compartilhe.

PÉS NO ARADO

TEEN BRASIL

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9o jornal batista – domingo, 27/10/13notícias do brasil batista

Pastor Jonas Vieira de Lima foi home-nageado no dia 17 de agosto de 2013

por seu Jubileu de Ouro de Ministério Pastoral. O evento festivo aconteceu no templo da Primeira Igreja Batista de Itaguaí, RJ, liderada pelo pastor Azair Corrêa, que foi o anfitrião.

O culto contou, entre ou-tras, com participação espe-cial do coral da Associação Batista Verdes Mares. O pre-gador foi o pastor Jônatas Farizel.

Pastor Jonas recebeu home-nagens e placas comemora-tivas da Ordem dos Pastores Batistas - Seção Fluminense, entregue pelo Secretário Ge-ral da Ordem, pastor Jônatas Almeida Farizel, e da Asso-ciação Batista Verdes Mares, entregue por seu Secretário Executivo, pastor Valter Fer-reira.

HistóricoNascido em 26 de agosto

de 1939, na cidade do Rio de Janeiro, chegou à Primeira Igreja Batista de Marechal

MarcioMinistério Missionários com Alegria

No dia 24 de agosto, as 8 da manhã, a UHMBOC (União de Homens Mis-

sionários Batistas do Oeste Carioca) fez uma investida missionária no bairro Guan-du do Sena, sub bairro de Bangu, RJ.

O trabalho teve a partici-pação de vários membros, diáconos e pastores das Igre-jas Batistas da área, onde se realizou um grande trabalho evangelístico. Tiveram bar-racas com corte de cabelos, aplicação de flúor, bazar gratuito, aferição de pressão, aferição de glicose, atendi-mento jurídico e orientação pastoral.

Em meio as saídas pelo bairro para evangelizar, nós íamos convidando a parti-cipar do evento, fomos dis-tribuindo dois mil convites, e ainda teve apoio do som montado na praça Jacarta, onde vários pastores e prega-dores tiveram a oportunidade de pregar a palavra e enviar mensagens ao bairro.

Hermes com três meses de idade, trazido por sua mãe, a diaconisa Regina Vieira Lima (de saudosa lembrança). Nesta Igreja recebeu toda formação cristã, tendo sido batizado em 31 de dezembro de 1951, pelo pastor Silas de Brito Lopes. Aos dezoito anos, sentiu sua chamada para o ministério pastoral e no tempo próprio foi re-comendado pela Primeira Igreja Batista de Marechal Hermes ao Seminário Teoló-gico Batista do Sul do Brasil, no pastorado do pastor Altino Vasconcelos.

Tivemos a devocional do início da programação com o diácono Weber, membro da PIB de Guandu do Sena, e o pastor Sérgio Vilela da PIB do Guandu do Sena, que fizeram a diferença no local.

Os Missionários com Ale-gria começaram então a di-vulgação, entram em ação por volta das 10 horas ma-nhã, trouxeram o carro de som dirigido pelo Pedro Pau-lo, e com os irmãos, Rosana Fuly, Rosiane, Alexandre, Andressa, Márcia, Marcela, Deilze, Rosane Lima, Ronal-do Junior, Pastor Ronaldo, Josué e Marcio Silva. Orna-mentaram a Igreja, encheram bolas, colocaram painel, e sa-íram para os trabalhos de rua, convidaram as crianças para que às 15 horas estivessem na Igreja para ouvir mais um pouco da Palavra de Deus.

Foram cantadas músicas, histórias e por fim muitas mãozinhas se levantaram para aceitar Jesus como sal-vador de suas vidas.

Enquanto isso a progra-mação continuava, o som ia sendo utilizado, até que por fim foi passado o filme “Entre a cruz e o Punhal”, e a comu-

Durante o seu curso no Seminário do Sul, recebeu o convite da Igreja Batista XV de Novembro, em Guadalu-pe, RJ, para ser seminarista daquela Igreja, então pastore-ada pelo pastor Antonio Mar-celino da Oliveira. Exerceu, nesta, entre outras funções, a Presidência da Comissão de Evangelismo. No ano de sua formatura no Seminário do Sul, em 1963, recebeu o convite da Primeira Igreja Batista de Tatuí, no Estado de São Paulo, para ser o seu pastor. E no dia 17 de agosto de 1963, a Igreja Batista XV

nidade pôde assistir a mais uma mensagem de pregação da Palavra.

Enquanto esses serviços sociais estavam sendo desen-volvidos por irmãos na área da Igreja, das 9h até 14h, outros no trabalho da ali-mentação, lanches etc; outros envolvidos com a evangeliza-ção e distribuição de folhetos e testemunhando do amor de Deus nas ruas próximas ao templo.

Das 10h até às 17h, irmãos de diversas Igrejas se envol-veram na evangelização e distribuição de aproximado de 2000 convites e folhetos evangelísticos no bairro e convite para crianças através do ministério “Missionários da Alegria”.

Muitas igrejas participa-ram do evento, dentre elas: Batista Central de Realengo; de Bangu; de Santa Cruz; Gouveia; Memorial Jardim Maravilha; da Cancela Preta; do Piqueróbi; PIB Vila Ken-nedy; Jardim Catiri; Memorial de Sulacap; De Betânia; da 2ª de Padre Miguel; do Guandu do Senna; do Cachambi; do P. S. Basílio; PIB do Oitici-ca; B Jardim Paraíso; AD de

de Novembro, promoveu o Concílio Consagratório que teve na sua presidência o pastor Altino Vasconcelos e sendo o orador ocasional o pastor Antônio Marcelino de Oliveira que pregou sobre o tema “Navios para Tarsis”.

O pastor Jonas exerceu o ministério pastoral nas seguintes igrejas:

Primeira Igreja Batista em Tatuí, SP; Primeira Igreja Ba-tista de Vila Mariópolis, RJ; Igreja Batista Parque Flo-ra, Nova Iguaçu, RJ; Igreja Batista Gardênia Azul, RJ; Igreja Batista Ponte Preta em Queimados, RJ; Igreja Batista Pau dos Ferros, RN; Missão Batista Sete Riachos, em Santíssimo, RJ; Igreja Ba-tista Nova Mangaratiba (atual pastorado).

Pastor Jonas é licenciado em Filosofia, sendo profes-sor de História, Sociologia e Filosofia. Possui curso de piano (sete anos) e durante os seus estudos no Seminá-rio do Sul, fez especializa-ção em Regência e órgão eletrônico.

Realengo; de Inhoaíba; de Copacabana; do Golveia; Memorial Jardim Maravilha; Central de Areia Branca; de Campo Grande.

Totalizando 82 irmãos par-ticipantes, 200 atendimentos, e 50 crianças participantes de atividades e ouvintes de histórias bíblicas.

Ao final o pastor Sérgio Vilella agradeceu a todos e orou a Deus pelos favo-res recebidos do dia onde a UHMBOC e os Missionários da Alegria, tiveram a opor-

Na denominação exerceu as seguintes funções:

Convenção Batista Carioca - Presidente das Associações Nordeste e Jacarepaguá. Foi membro das três Juntas exis-tentes na época - Executiva, Ação Social e Educação.

Convenção Batista Flumi-nense - 2° Vice-Presidente da Associação Iguaçuana e membro da Junta de Evan-gelismo. Atualmente, Presi-dente da Associação Batista Verdes Mares, Presidente da Subseção Verdes Mares da Ordem dos Pastores, membro do Conselho Deliberativo da Convenção Batista Fluminen-se e do Conselho Diretor da Seção Fluminense da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil.

Convenção Batista Nor-te Rio-grandense - 2° Vice--Presidente da Convenção, Relator da Comissão de Edu-cação, membro do Conselho Deliberativo da Convenção, Presidente da Associação Batista do Oeste, Presidente da Subseção Oeste da Ordem dos Pastores e Presidente da Seção RN da Ordem dos Pas-tores Batistas do Brasil.

tunidade de participar na Evangelização do Bairro.

Em todo momento a Igreja local participou de forma entusiasmada e ativa, quase na sua totalidade, 32 irmãos. Estamos ajudando com esse ministério em muitas igrejas, e é a primeira vez que vimos uma Igreja tão pequena, mais com muitos membros en-volvidos. Graças a Deus, e toda honra e toda Glória seja dada ao Senhor. Nosso muito obrigado àqueles que nos apoiaram e oraram conosco.

Jonas Vieira de Lima é homenageado ao completar 50 anos de ministério pastoral

Homens do Oeste Carioca realizam ação evangelística e social em parceria com os

Missionários com Alegria

Pr. Jônatas Farizel entregando a placa ao pr. Jonas, ao lado a esposa Rosemary e Pr. Azair Corrêa

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10 o jornal batista – domingo, 27/10/13 notícias do brasil batista

Francisco Bonato PereiraPastor e membro do Conselho Editorial de OJB

A P r i m e i r a I g r e j a Evangélica Batista em Ponte dos Carva-lhos, no município

do Cabo (PE), dirigida pelo Pr. José Herberth Dias e Sil-va, celebrou o centenário de organização com cultos evan-gelísticos e cultos de louvor e adoração, no seu templo. As comemorações foram inicia-das com cultos e conferências evangelísticas, nos dias 6 a 12 de julho de 2013, sendo oradores: dia 6 - Pr. Sandro Rosendo (PIB Cabo); dia 7 - Pr. Marcos Valério Souza (IB no JK, Arcoverde); dia 8 – Pr. Davi Magalhães; dia 9 – Pr. Carlos Alberto Gomes (IB Vitória em Cristo); dia 10 – Pr. José Altair Silva; dia 11 – Pr. João Marcos Florentino Souza (Executivo CBPE); dia 12 – Pr. Alderi Dantas (Pre-sidente OPBB-PE). Os cultos de louvor e adoração em ação

de graças foram celebrados no dia 13, sendo orador o Pr. Ney Ladeia (IB Capunga, presidente CBPE) e no dia 14, sendo orador o Pr. Samuel Trindade (IB Moreno).

Os cultos evangelísticos atraíram grande número de visitantes, desejos de ouvir a mensagem do Evangelho de Cristo, oportunidade em que ouviram músicas de adora-ção ao Senhor, por grupos musicais da Igreja e de igrejas irmãs. Os cultos de louvor e adoração foram momentos de gratidão a Deus pela exis-tência da Agência do Reino denominada Primeira Igreja Evangélica Batista em Pontes dos Carvalhos, que come-mora cem anos servindo ao Senhor da Seara.

O culto do centenário, no dia 13 de julho de 2013, con-tou com a presença de pas-tores, entre os quais Roberto Santos (missões IB Capunga), Ivanildo Batista Santana (IB Calumbi), Francisco Bonato Pereira (IB Cordeiro), este úl-

timo oferecendo as fotografias dos pioneiros Pr. Pedro Falcão e do Pr. João Jose Alves, para a galeria de ex-pastores. O Coro dos Diáconos Batista de Pernambuco e o Ministério de Louvor da Igreja entoaram inspirativas músicas sacras. O mensageiro do culto foi o Pr. Ney Ladeia (PIB Capunga), presidente da CBPE, trouxe inspirativa mensagem, des-tacando a tarefa executada pela Igreja e os desafios que apresentam para o presente e para o futuro, de servir como sal e luz para a geração que vive sob sua influência.

O culto em ação de gra-ças, celebrado no dia 14 de maio, teve a participação do Vocal Renascer e do Coro do Centenário, enlevando os presentes com divinas melodias. O mensageiro foi o Pr. Samuel Trindade (PIB Moreno), destacando a res-ponsabilidade da Igreja em transmitir a mensagem de Cristo para as novas gerações da comunidade.

HistóricoA Primeira Igreja Evangé-

lica Batista em Ponte dos Carvalhos, no Cabo (PE), foi organizada a 13 de julho de 1913, por iniciativa da IB do Cabo, 21 membros que for-mavam a Congregação, em concílio formado pelo mis-sionário David Luke Hamil-ton e o pastor Pedro Falcão. O Pedro Falcão foi eleito pas-tor e o João José Alves eleito diácono (O Jornal Batista, de 21.08.1913).

O fundadorO Pr. Pedro Falcão nasceu

no Recife (1863). Converti-do ouvindo a pregação de William Entzminger, tornou--se um dos seus primeiros auxiliares (1898). O Pr. Fal-cão dirigiu a Igreja até 2 de maio de 1915, quando esta consagrou João José Alves ao ministério e o empossou no pastorado. A Igreja (1922) já tinha 101 membros e sete congregações ativas (O Jornal Batista, de 7.09.1922).

O Pr. João Jose Alves exer-ceu o pastorado da IB Ponte dos Carvalhos, de 1915 a 1958, no mais longo pasto-rado (43 anos) da Igreja. João José Alves nasceu em Pontes dos Carvalhos, Cabo, e se converteu ao Evangelho a 10 de julho de 1910, quando lhe pregou uma senhora. Tornou ardoroso divulgador da men-sagem de Cristo, reunindo pessoas em sua residência, para ouvir a leitura do Evan-gelho. Batizado por Pedro Falcão a 1º de maio de 1910, consagrado ao diaconato a 11 de julho de 1913. Demons-trando capacidade de lideran-ça e para pregar o Evangelho foi consagrado ao ministério pastoral a 20 de setembro de 1914, em concílio formado por David Luke Hamilton e Pedro Falcão. Era empresário de construção civil e tabe-lião. Exerceu o mais longo pastorado da PIB Pontes dos Carvalhos. O Pr. Jonatas de Cunha Braga sucedeu a João José Alves (1958). A PIEB de Pontes dos Carvalho gerou três igrejas: (a) a IB da Mu-ribeca, em Jaboatão (1917); (b) a IB de Boa Viagem, no Recife (1926); e a (c) IB Santo Estevão, no Cabo (2004). A Igreja conta atualmente com 260 membros (2013).

A Galeria de PastoresA PIEB em Pontes dos Car-

valho foi dirigida ao longo do centenário, pelos pastores: Pedro Falcão (1913-1915); João José Alves (1915-1958), Jonathas da Cunha Braga (1959-1979), Daniel Araújo de Almeida (1980-1984), José Cariolando de Oliveira (1985), Carlos Alberto Go-mes (1986-1989), Manoel José Correia (1990-1993), Amaro Gomes da Rocha (1994), Hildebrando Pereira da Silva (1995-1997), Carlos Alberto Gomes (1998-2004), Samuel Trindade Gomes (2004-2008), Marcos Valério de Souza (2008-2010), Vag-ner Manoel da Silva (2010-2011), José Herbert Dias da Silva (2012-2013).

PIEB Ponte dos Carvalhos celebra centenário servindo ao Senhor

Pr. Pedro Falcão, fundador e primeiro pastor (1913-1915)

Pr. João Jose Alves, segundo pastor (1915-1958)

Pr. Jonatas da Cunha Braga, terceiro pastor (1959-1979)

Pr. José Herberth Dias (atual pastor)

Pr. Ney Silva Ladeia, pregador

Pastores presentes

Visão da congregaçãoPr. José Herberth Dias, ladeado pelos Prs. Ney Ladeia, Francisco Bonato e Ivanildo Batista

Templo da PIEB de Ponte dos Carvalhos, Cabo (PE)

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11o jornal batista – domingo, 27/10/13missões mundiais

Marta do CarmoMissionária da JMM em Manta, Equador

Sinto uma grande ale-gria em meu coração por tudo o que o Se-nhor nos tem mostrado

e feito aqui no Equador. Esta-mos progredindo em nosso objetivo, pois Deus tem aber-to portas e dado pessoas que Ele mesmo já havia preparado para ouvir o evangelho.

Em Manta, estamos apoian-do a Igreja Batista Maranata

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

Foi com uma canção em zarma que diz “Este é o dia que o Senhor nos fez, nos

alegremos e exultemos nele” (Sl 118.24) que o casal mis-sionário Josué e Kely Pache-co iniciou um culto com cerca de 150 não crentes em uma aldeia no Níger onde anunciam a Palavra de Deus. O culto foi realizado para apresentar ao Senhor o filho do casal de obreiros da al-deia de Kirtache.

na organização Mulher Cristã em Ação (MCA) com oficinas de trabalhos manuais, visitas e discipulados. Em Porto Vie-jo (outra cidade), um pastor nos pediu ajuda para capa-citação de líderes e também para abrir uma nova missão em uma localidade próxima.

No entanto, também temos dificuldades. Nossos irmãos aqui precisam de muita ora-ção, pois suas igrejas estão fechando e se dividindo por falta de amor e de comunhão com Deus. As poucas igrejas

Há quase um mês, a aldeia estava na expectativa para ver como os crentes em Jesus ce-lebram o nascimento de uma criança. Na tradição local, todo recém-nascido, ao oitavo dia de vida, deve passar por um batismo animista-islâmi-co, durante o qual um animal é sacrificado e, só então, eles dão um nome para a criança.

“O casal de obreiros tam-bém se programou muito para este dia. Eles queriam que fos-se um testemunho para esse povo sem quase referência alguma do Evangelho”, diz o missionário Josué Pacheco.

daqui – pequenas e mui-to frágeis – estão vivendo momentos complicados de desunião, isolamento, sepa-ração e divisões.

Precisamos muito de pas-tores e missionários aqui. O Equador enfrenta uma crise de pastores já há algum tem-po. Das pessoas que estão pastoreando as igrejas, pelo menos metade é leiga ou

Foi a primeira vez que os missionários puderam falar abertamente de Cristo para um grupo tão grande de nige-rinos. Eles louvaram ao Pai, falaram sobre gratidão, leram a Bíblia e pregaram sobre a vida de Salomão.

“Incentivamos o povo a pe-dir ao Deus Todo-Poderoso sabedoria e direção para, assim, conhecer a Verdade que liberta”, revela Kely.

Durante uma hora e meia, todos ficaram atentos em sinal de concordância com a mensagem. Os missionários esclareceram que respeitam

com pouca base doutrinária. Além disso, muitas não acei-tam que mulheres preguem ou ensinem. O seminário em Quito está sem alunos!

Oro pedindo ao Senhor que dê direção e estratégias para com os pastores e lí-deres daqui. Enquanto oro, trabalhamos com as portas que o Senhor nos tem aberto e esperamos o tempo dele e

suas tradições, mas que al-gumas coisas são diferentes para aqueles que seguem a Jesus. Assim, apresentaram a pequena Jamima a Deus e à comunidade, reforçando o quanto uma mulher é espe-cial aos olhos do Senhor.

“Éramos, ao todo, 15 cris-tãos no primeiro culto a Deus daquela comunidade. Tudo isso aconteceu no local onde funciona o projeto Educando para a Vida. Só pudemos contar com esta abertura da população por causa do agir de Deus e da forma como Ele nos direciona para compar-

o seu agir nos corações. Esta-mos trabalhando com alegria, pois o Senhor nos tem dado prova do seu agir, e por isso esperamos inteiramente nele confiando na sua soberania.

Todos os dias me coloco nas mãos de Deus, pois quero fazer a diferença neste lugar, trazendo a graça de Jesus e seu amor maravilhoso, que transforma o coração humano.

tilhar o Seu amor com essas pessoas”, conta o Josué.

O casal missionário segue nos últimos preparativos para iniciar mais uma turma diur-na deste projeto na área da alfabetização. Para a noite eles pretendem dar aulas de inglês, francês e informática aos jovens.

“Contamos com suas ora-ções para que Deus fale aos corações daqueles que têm ouvido e visto sobre o Evan-gelho. Clame para que Ele se manifeste a estas pessoas e nos use, se necessário for”, pede Josué.

Portas abertas para o evangelho no Equador

Culto reúne mais de 150 não crentes no Níger

Marta do Carmo Missionária Marta do Carmo atua no Equador

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12 o jornal batista – domingo, 27/10/13 notícias do brasil batista

Page 13: Jornal Batista - 43

13o jornal batista – domingo, 27/10/13notícias do brasil batista

Pastor Isaltino, eu o conheci pessoalmente

em São Luís do Maranhão. Eu e Apolônio sem-

pre o admiramos muito. Como era lindo, vê-lo

no celular, falando com sua preciosa Meacir.

Pastor Isaltino muito contribuiu com os estudos

semanais dos grupos Pequenos Familiares da

Igreja Batista da Capunga. Eu sempre acessava

o Jornal Batista para ler seu artigo, que era atual

e bem contextualizado. Agradeço a Deus pela

sua vida e pela grande contribuição na minha

família, igreja e denominação.

Cássia Virginia Guimarães Cavalcanti

Ministra da Família da IB da Capunga em Recife, PE

Conheci pessoalmente o Pr. Isaltino, quando a OPBB, seção de Rondônia, realizou o retiro dos Pastores e Líderes no Acampamento Batista Onna Bell Cox, em Porto Velho, RO. Depois em série de conferências na IB Central de Cacoal, nesta última pudemos comer pizza no Toldus, quando ele contou várias charadas aos meus filhos. Man-tínhamos correspondências por e-mail e tenho alguns de seus bons livros.

Joaquim Cerqueira CésarServidor Público e membro da PIB de Cacoal, RO

Pastor Isaltino: presente na memóriaDevido a tantos e-mails recebidos após o fechamento da edição anterior de

O Jornal Batista, referentes a homenagens ao pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, a equipe de O Jornal Batista entendeu que seria de grande valia mais uma página com tais palavras enviadas.

Nessas pequenas frases você encontrará gradidão e reconhecimento da grandeza de quem foi o pastor Isaltino. E que tudo seja inspiração positiva para uma vida de busca em ser o melhor para Deus.

Comunicação de O Jornal Batista

O cenário evangélico perdeu um teólogo prá-

tico e transparente, os batistas um pastor, mestre,

amigo e conselheiro inconfundível. Rogo a Deus

as consolações divinas sobre sua família.

Sandra Natividade, de Aracaju

Conheci o Pr. Isaltino na Convenção Batista

Norte-rio-grandense, 2013. A sua simplicidade,

a sua forma mansa de falar eram cativantes.

Quando leio o “Fruto do Espírito” parece que é

ele quem está falando. Deus abençoe e conforte

a sua família.

Seminarista João Batista

Diácono da IB Sinai – Natal, RN

Fiquei muito triste ao ler o e-mail de minha igreja comunicando-me o falecimento do Pas-tor Isaltino. Tive o previlégio de fazer parte de seu rebanho, na IB de Parque Edu Chaves. Ho-mem de Deus, nós batistas ficaremos sem suas maravilhosas mensagens que só este profeta sa-bia pregar, falava do amor de Deus Verdadeiro sem obstáculos. Tivemos a honra de ouvir a sua conversão num culto ao ar livre, ainda menino, no Rio de Janeiro. Foi muito emocionante! E te-nho certeza que a partir daquele momento, os anjos já estavam entoando o nome deste servo bom e fiél. A esposa Meacir e filhos os nossos sentimentos... pela perda deste grande mestre.Orlanete Almeida Guimarães do Nascimento

IB de Jardim Brasil, SP

Eu não conheci o pastor Isaltino Gomes Co-elho Filho de perto, para que estar perto se os livros nos aproximava, tenho alguns. Apreciava sua forma de escrever, porque havia coerência bíblica daquilo que procedia de sua lavra. É sem dúvida, uma perda para o povo batista.

Pr. Antonio Carlos de LimaSimplesmente, lendo assiduamente o nosso

O Jornal Batista era impossível não procurar

de imediato a coluna do pastor Isaltino e

me encher da sabedoria nas palavras divinas

por ele transmitidas... Homem de Deus que

abençoou muitas vidas (imagino sua própria

família, igreja, sem falar nos órgãos locais e

Convenções). Deus conforte, console toda a

família. Certamente nos encontraremos no céu!

Pastor Moacir Corrêa de França

Membro na PIB em Piedade, RJ

O que dizer sobre este homem, pai, pastor,

escritor notável e amigo dos pastores e do povo

de Deus? Pouco, pois sobre ele, tudo ainda seria

pouco! Desde a minha adolescência quando me

converti o tenho comigo através de seus escritos

notáveis, profundos e, ao mesmo tempo, tão

simples que todos podem entender perfeitamen-

te. Ele me discipulou através dos seus livros,

artigos e lições da EBD; e, não apenas a mim,

mas também as três igrejas que ao longo de 30

anos de ministério tenho servido, inclusive, a

Igreja Batista Bethléem. Assim, a minha oração

é de gratidão por sua vida, bem como por sua

família, pela qual oro (oramos), juntamente com

a nossa Igreja para que o Senhor os console e

conforte. Dele se pode dizer; “Eis um batista em

quem não há dolo!”.

Pr. Antonio Sérgio de A. Costa

IB Bethléem em Vitória da Conquista, Bahia

Recebi a notícia do falecimento do Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho com profundo sentimento de grande perda. Só o conheci através de seus textos na coluna do Jornal Batista. Sempre apreciei muito seus textos, sentia-me profundamente identificado com seu labor nas lides batistas. Gosto muito do seu zelo pela autenticidade bíblica e deno-minacional. Sentiremos saudades de suas preciosas mensagens semanais em O Jornal Batista. A partida do Pr. Isaltino as manções celestiais deixa uma lacuna entre os batistas brasileiros; que dificilmente será preenchida. Carecemos de pastores com a formação, a valentia e o compromisso em que destacou esse homem de Deus. Ficou-nos o exemplo e o clamor para a continuidade dessa missão, proclamar a verdade com pureza e exatidão sem concessões políticas devassaladoras como muitos procedem. Rogo ao Bom e Supremo Deus que console os corações de seus fami-liares e irmãos em Cristo.

José Carlos da MattaNova Iguaçu, RJ

Isaltino Gomes Coelho, combinava erudição e piedade. Arguto pensador. Servo da Igreja. Um homem que nunca buscou a fama e os holofo-tes. A igreja brasileira perde. Os amantes das Escrituras também. Ele tinha um carinho muito grande por minha pessoa. Tive o privilégio de conhecê-lo em um Congresso Batista aqui em São Paulo. Posteriormente, ele me honrou pre-faciando meu livro sobre Cultura Judaica.Pastor Marcelo de Oliveira da AD Caucaia do AltoMembro da Academia Evangélica de Letras do Brasil

“Não sabeis que hoje caiu em Israel um

Príncipe e um Grande?” (II Samuel 3.38b).

Pr. Isaltino foi o “Príncipe” das palavras pro-

fundas e cheias do ensino da parte de Deus.

Foi o Arauto da Verdade e Árduo defensor da

Sã Doutrina. Sua partida para o céu já nos faz

muita falta. Mas, o seu legado permanecerá

vivo em nossos corações.

Almir de Oliveira

Pastor da PIB em Cruzeiro do Oeste, Paraná

Pastor Isaltino me despertava grande admira-

ção pelo dom de traduzir em palavras simples

e aptas ao ensino, sua profunda cultura e seu

vasto conhecimento teológico. Homem espi-

ritual, sábio, firme na pregação do Evangelho,

coerente em sua vivência cristã e que conti-

nuamente declarava seu amor pela família. A

partida desse servo de Deus torna o mundo

ainda mais carente de pastores que honrem

sua vocação. Fica na história batista o lindo

exemplo de vida.

Jacqueline Rodrigues

IB Cidade Jardim - BH, MG

A notícia da partida do Pr. Isaltino me abalou,

penso humanamente que seria ainda mais útil

na terra do que estar no Paraíso, aguardando a

volta triunfante do Senhor Jesus. Mas a sobe-

rania de Deus é excelente e quem sou eu para

avaliar. Contudo, fará muita falta neste planeta,

como esposo apaixonado, como pai e como

ministro do evangelho. Apesar de não ter tido

o prazer de conhecê-lo, foi sempre um dos

pastores da minha vida que nunca vi, influen-

ciou em seus ensinos através da Bíblia, me fez

seguir olhando para Jesus, autor e consumador

da fé. No Lar Celestial, não haverá nenhuma

dificuldade de reconhecer como verdadeiro

servo do Senhor. Louvado seja Deus.

Louriberto P. Oliveira

Tenho em minhas mãos o último livro es-crito pelo querido Pr. Isaltino intitulado “O Fruto do Espírito”, autografado pelo mesmo na Assembleia da Convenção em Aracaju. Seus artigos “Da foz do Grande Rio” no Jor-nal Batista nos farão muita falta. O Senhor na Sua Soberania o tomou para si. Que Deus continue confortando toda a família batista espalhada pelo nosso Brasil.

Roberto Bonadio

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14 o jornal batista – domingo, 27/10/13 ponto de vista

Ao fazer o levan-tamento de infor-mações sobre a saúde ministerial e

pessoal de pastores batistas em 2000 e 2011, o objetivo principal foi obter alguns indicadores que pudessem nortear caminhos a serem seguidos para ajudar pastores batistas no Brasil a obterem maior perspectiva ministerial e de vida.

No artigo de hoje estamos levantando uma preocupa-ção ligada à dinâmica da vida pessoal do pastor consi-derando, entre outros itens, que 28% (em 2000 eram 38%) não têm desenvolvido uma perspectiva de vida para daqui cinco anos.

Um dos pontos essenciais para que a pessoa se sinta animada no presente com sua vida e se engaje em ações e empreendimentos, além de desenvolver vida pessoal estimulante, é como ela con-sidera a sua perspectiva de vida. Isso tem a ver com o sentimento de segurança em relação ao futuro, segurança em descobrir caminhos e al-ternativas para a vida e para o trabalho que desenvolve. É saber que, ainda que existam dificuldades no dia a dia, há perspectiva por dias melho-res e futuro promissor.

Temos muita dificulda-de em aceitar as pes-soas. Somos muitas vezes tendenciosos e

preconceituosos em nossos relacionamentos. Quantas vezes projetamos nos outros as nossas frustrações e somos implacáveis na sua condena-ção. Isto significa dizer que agimos com legalismo. Pre-cisamos de cura. Esquecemo--nos de que precisamos amar as pessoas como elas são. Na verdade, desejamos que elas atendam às nossas expectati-vas. Tenham atitudes de acor-do com o nosso padrão. For-mamos o nosso grupo com base nos interesses pessoais e não com base no valor do outro. A nossa percepção do próximo é muito tacanha.

Tenho sido informado que a média de “turnover” (perío-do do tempo de atuação) mi-nisterial numa igreja é cerca de 3 a 5 anos. Isto é, a cada 3 ou 5 anos o pastor muda de igreja, muda de cidade, muda de ambiente. Isso tem implicações sérias, pois cria instabilidade nos filhos que não conseguem ter amizades estáveis, necessitam mudar de escola e passam a ter di-ficuldades em sua formação pessoal e futura; as esposas de pastores precisam se re-ambientar em nova moradia, rearranjar tudo na nova re-sidência, buscar por novas amigas por ter perdido as do ministério anterior. Sem con-tar com os novos problemas ministeriais que vão surgir, busca pela compreensão de nova cultura da igreja ou organização que vai assumir, etc. Em resumo, a instabilida-de não é apenas na vida do pastor, mas também na vida da família do pastor.

O que leva um pastor a não ter perspectiva de vida para daqui a cinco anos? Uns responderiam que cinco anos é muito tempo. Sem dúvida é impossível saber o que vai acontecer daqui a cinco minutos em nossa vida, mas estou falando de perspectiva de vida e não de “vidência de

O nosso olhar é legalista, imediatista e tendencioso. Observamos muitas pessoas sendo alijadas, excluídas de grupos. Os escribas e fariseus eram religiosos e legalistas de carteirinha. Agiam sem misericórdia com aqueles que erravam e pensavam de forma diferente deles. Je-sus os chamou de sepulcros caiados – bonitos por fora e podres por dentro. Viviam de aparência. O exterior com base no tradicionalismo reli-gioso era tudo para eles. Era o seu padrão de aferição. É bom lembrar que a religião mecânica valoriza muito a aparência em detrimento do interior, do coração.

O olhar com graça, porém, é o olhar de Jesus. Um olhar

futuro”. Quais são seus pla-nos para daqui cinco anos, é isso!

Há quase 40 anos atuando no ministério batista, seja na vida da igreja, seja na vida denominacional e institu-cional, tem me levado a crer que são diversos fatores que acabam minando as perspec-tivas de vida do pastor e sua família. Entre elas é possível citar, por exemplo, a forma-ção ministerial e teológica. Os 4 anos em geral que um pastor passa para obter a sua formação são fundamentais pois vão lhe dar não apenas conteúdo, mas ligação com a prática ministerial e de vida no ministério. Fui relator de Comissão de Ética na Ordem de Pastores em São Paulo e notei que os casos que ti-vemos de tratar envolveram pastores que não tiveram o privilégio de ter durante a sua formação apoio mentorial de outro pastor. Agradeço a Deus pela vida do Pr. Raini Raimundo Peterlevitz que foi meu pastor quando es-tudava teologia, também a vida do Pr. Plínio Moreira da Silva e Pr. Tiago Lima que participaram de minha for-mação pessoal e ministerial. Seminaristas precisam ser pastoreados, mentoreados para que possam não apenas

a partir do amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta (I Co 13.4-8). Um olhar de misericórdia e para o coração. Esta perspec-tiva é real a partir da manifes-tação da graça de Deus em nossas vidas. Fomos aceitos no Amado. Jesus é o nosso modelo de olhar as pesso-as com amor. Ele tinha um olhar cheio de compaixão. Entendia as pessoas. Não as preconceituava e nem as alijava. O Seu coração estava aberto e, por isso, os Seus braços se abriam para receber as pessoas.

Enquanto escribas e fariseus rejeitavam os párias da socie-dade, o Senhor Jesus os busca-va com amor. Todos os Seus diálogos ocorreram a partir do

ter as “arestas” aparadas, mas para que possam entender a sua missão no reino de Deus, para que possam aprender a ter “fibra” na formação pesso-al e ministerial.

Além disso, a formação acadêmica é fundamental para dar ao futuro pastor con-teúdo para suas mensagens, para suas palestras, para o aconselhamento, para o seu exercício de liderança. Fo-mos assaltados por líderes que, no passado, exigiam dos seminários que formas-sem pastores e não teólogos, vejam o resultado. A maioria destes líderes já está com o Mestre, mas vejam que pre-juízo sua visão pragmática equivocada causou. Hoje muita gente procura o curso de formação teológica e mi-nisterial olhando apenas para o custo, esquecendo-se que aquele pequeno tempo nos bancos do seminário serão também fundamentais para o restante da vida. Economi-zam na formação e provocam prejuízo no investimento da vida e ministério de jovens que poderiam ter perspectiva de futuro.

Mas, além disso, outra causa que observo é uma empobrecida visão do reino de Deus e do ministério. Necessitamos de completa

Seu profundo e incomparável amor pelas pessoas com todas as suas mazelas. Jesus olha-va detidamente para as suas entranhas, para os porões do subconsciente com a intenção de restaurar nelas a imagem do Pai. Ele sabia das reais in-tenções do coração. Percebia com graça porque era a graça do Pai encarnada, feita carne, que habitou entre nós (João 1.14). Jesus nos ensina a olhar para as pessoas com o dese-jo de vê-las transformadas e comprometidas com o Seu evangelho.

Os relacionamentos pau-tados na manifestação da graça de Deus em Cristo Je-sus (Tito 2.11-14), são tera-pêuticos. Assim deve ser a comunidade dos que foram

e urgente revisão em nossa compreensão do que seja a mensagem central da Bíblia (já escrevi sobre isso nesta coluna) que é além do que apenas salvar almas perdidas. Necessitamos ampliar a com-preensão de nosso papel no plano de Deus para o mundo e para a criação – que é mais do que preparar as pesso-as para a eternidade. Ne-cessitamos ampliar a nossa compreensão do que seja o discipulado – que é mais do que dar estudos bíblicos para novos convertidos. Ser minis-tro, ser pastor é mais do que gerenciar uma igreja local, tem a ver com o plano global de Deus na restauração do ser humano para levá-lo a viver para as quatro perspec-tivas de vida para as quais foi criado – viver em harmonia e comunhão com Deus, consi-go mesmo, com o próximo e com a natureza criada – isso é viver para a glória de Deus de que tanto os teólogos fa-lam. Ser pastor é pastorear, é cuidar de vidas de modo que possam cumprir estes quatro propósitos. Quando olhamos para as pessoas e para sua perspectiva de vida, que é recuperada pelo evangelho, começamos a ter novas pers-pectivas de vida também. Até o próximo artigo.

alcançados pela graça do Pai. Valoriza o ser e não o ter. É direcionada para pessoas e não para as coisas. As pes-soas são mais importantes. Uma comunidade assim é geradora de vida saudável. Aglutinadora e dinâmica. O seu compromisso é com o bem estar do próximo, com o seu crescimento em todas as dimensões. Quando agimos com graça podemos discordar na mente, mas não no coração. Promovemos a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Caminha-mos na mesma direção, pois pensamos concordemente no Senhor. Que o nosso olhar, como membros do Corpo de Cristo, seja gracioso para a Glória de Deus Pai.

O olhar com graça

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15o jornal batista – domingo, 27/10/13ponto de vista

Jair Fernandes*

Eu sou um corrupto. Todos somos corrup-tos. Esta corrupção re-monta ao Éden. Adão

e Eva se corromperam. Todos nós fomos afetados - inclusi-ve o Brasil. Brasil - ainda - é terra de corrupção. Será? Se sim: e daí?

Não me julgue. Escrever sobre esta temática pode criar celeuma, barulho, pre-conceito, discriminação. To-davia, não posso me negar a escrever estas poucas linhas. Não consigo me calar após notícias (já antigas) como: 30% de R$ 14 bilhões pagos pelo SUS foram relativos a fraudes; ou “Ministério do Trabalho é investigado por desvio de R$ 400 milhões”. Ou sobre a acusação de que corruptos usavam mulheres bonitas (ou vistosas, como uma apresentadora de tele-jornal fez questão de men-cionar) para seduzir prefeitos a aplicarem dinheiro público em fundos de investimentos que sabidamente davam pre-juízos.

Lendo o profeta Isaías, na minha devocional, me depa-rei com situação semelhante. Israel não somente adorava a ídolos, abominação terrível aos olhos de Deus. Idolatria não era somente às imagens construídas por mãos huma-nas, mas, pior ainda, também às criadas e guardadas no co-ração, na mente, nos olhos... Afinal de contas, tudo que ocupa lugar de Deus é ídolo.

Sim, Isaías descreve uma sociedade onde a corrupção era generalizada – pior, nos tribunais de justiça. Ostenta-ção de ricos era adquirida a partir de corrupção das mais toscas. O seguinte verso, data venia, não fazia sentido algum para eles: “Felizes são as pessoas honestas, pois

tudo dará certo para elas, e elas ficarão satisfeitas com aquilo que ganharem com o seu trabalho” (Isaías 3.10).

Povão, povinho (e até o mesmo o “não-povo”, a “eli-te”, como se houvesse distin-ção diante do Criador de po-bres e ricos) vivia em orgias e bebedeiras. Os pobres não viam esperança alguma de melhorar de vida, pelo con-trário, eram vítimas de explo-ração. Qualquer semelhança seria mera coincidência?

Chamado de DeusDiante das notícias no Bra-

sil, e as de ontem, nas pági-nas da Bíblia, o Santo Deus de Israel sempre age. Ele não se deixa escarnecer. Ele hon-ra e protege os Seus. Ele cas-tiga, disciplina, pune. Ele é justo. E ele usa profetas para alertar Seu povo e o povo, antes que seja tarde demais. “A quem enviarei? E quem há de ir por nós?” (Isaías 6.1).

Isaías foi. Homem de impu-ros lábios, morando no meio de um povo que também tinha lábios impuros, ainda assim ele foi chamado por Deus para fazer a diferença. Ele teve sua corrupção limpa pela brasa do altar. Continu-amente.

Hoje, Jesus - a Brasa Viva que se apagou na cruz mas se reacendeu ao terceiro dia e reina no céu com o Pai - é a solução para a corrup-ção em nossa nação. Sim, Ele é a única solução para a corrupção no coração do homem. Queremos, sim, melhor justiça, saúde, edu-cação, tudo. Todavia, tudo isso será em vão sem perdão de pecados pessoais, meus e seus; sem confissão e perdão de pecados comunitários, conjuntos, do povo de Deus, do povo que compõe a igreja de Cristo, de todos nós. Sem uma nova vida, no poder do

Espírito Santo, não haverá aviamento nem transforma-ção no Brasil. Sem o Santo Espírito habitando e reinando em nós, as obras da carne, ou seja, o pecado, a corrupção, continuam presentes. Ele pode até mudar de nome, vestir outras roupas, adquirir outros sotaques... Mas conti-nuará sendo corrupção.

O que você pensa? Valerá algo termos um “novo” Brasil (como a Suécia, Dinamarca e etc.), livre de injustiças, desi-gualdades e vergonhas, se a corrupção original continuar aninhada no coração?

Talvez, seremos mais infe-lizes, pois o que tanto dese-jamos e lutamos não satisfaz a sede de Deus, do Deus que nos criou. Ele sabe a solução e fez acontecer. Jesus veio, se fez carne, se “traduziu” para nós, ensinou como vi-ver, morreu na cruz, ressus-citou ao terceiro dia, e está voltando para buscar aquela que é perfeita, mesmo com homens e mulheres imper-feitos dentro dela - a igreja de Cristo.

ImbatívelDa Igreja de Jesus, ninguém

pode falar mal. A igreja de José, Maria, Ademir, Silva ou até mesmo sem nome, os homens podem até criticar. A Igreja de Jesus, não, contra esta ninguém pode. A Igreja é o canal para anúncio desta solução. E eu e você somos a Igreja.

Devemos buscar o per-dão e restauração pela Brasa Viva. Assim, poderemos fazer a diferença. Para efeito de ênfase, repito: nossa corrup-ção precisa ter um encontro transformador com a Justiça de Deus, que se chama Jesus Cristo. O Brasil pode passar por essa transformação tam-bém. Jesus transforma. Jesus, transforma o Brasil!

VanguardaPor fim, me pergunto, e

pergunto a você: por que os cristãos se calam diante de tanta iniquidade, sim, ini-quidade institucionalizada, como colocou um de nossos líderes batistas, não só em um partido, mas em todos, nas diversas esferas de poder e da vida? Iniquidade persona-lizada e institucionalizada... Para que 32 ou 33 partidos, se os outros que existem pou-co fazem? Não precisamos somente de Reforma Política. Precisamos de Reforma Espi-ritual, de Reforma em nossa igreja, e, primeiramente, em minha vida, na nossa vida.

O exemplo do pastor batis-ta Martin Luther King Jr. - que liderou o movimento que pôs fim à divisão cruel e desu-mana entre brancos e negros nos EUA - deve nos inspirar a sermos líderes da mudança no Brasil. Onde estão estes líderes de coragem e fé? Será que vamos continuar dando margem para que palavras como as de Gandhi sejam ditas hoje: “Eu gosto de Cris-to. Eu não gosto de vocês, cristãos. Vocês cristãos são tão diferentes de Cristo”?

Estou cansado. Imagino que você também: da cor-rupção, do roubo, do pecado que permeia as entranhas de nossa nação. Basta. E basta de a igreja buscar apoio po-lítico somente por interesses próprios, muitas vezes legíti-mos. Em grande escala, basta de mensalão, de propina, de “cotização” nos partidos políticos e Câmaras de Vere-adores Brasil afora.

Vou confrontar você, pois estou confrontando a mim mesmo também. Creio que, nós, cristãos e batistas, sob a liderança do Espírito Santo, podemos fazer acontecer um movimento pacífico - mas incansável, resistente, consis-

tente e persistente - contra a corrupção. Sim, uma tomada de posição pública e de pro-porções nacionais contra o pecado, que assim se chame, pelo nome devido - até que mudanças concretas e pro-fundas aconteçam em nosso Brasil.

Devemos ir às ruas. Sem máscaras - do pecado, da hi-pocrisia ou do puro discurso. Devemos fazer algo, sem o desejo de apenas mostrar ao mundo que somos contra um País que investe bilhões na Copa, mas maltrata os filhos seus, que não fogem à luta. Vamos às arenas do poder. Até que mudanças concretas aconteçam. Senhor, ajuda-nos.

Antes de tudo, porém é pre-ciso ficarmos diante de Deus de joelhos, no coração ou de fato. Vestir pano de saco. Jejum. Confissões coletivas de pecado. Marchas. Vigílias. Caminhadas. Resistências pacíficas. Senhor, ajuda-nos a mostrar que Deus, que não é exclusivo de nossa nação, desejamos que Ele seja nosso Senhor.

Tenhamos Jesus como nosso general nessa guerra. Ajuda-nos, Deus, a sermos agentes de mudança, anun-ciando Jesus como a solução para a corrupção - individual, de todos, que penaliza a mui-tos aqui. Por um novo Brasil, com Jesus. “Em seguida, ouvi o Senhor dizer: Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então, res-pondi: Aqui estou eu. Envia--me a mim!” (Isaías 6.8-9).

*Casado com Letícia, es-peram bebê. Mestrando em Teologia pelo Seminário Te-ológico Batista do Sudoes-te (Southwestern), em Fort Worth, TX, EUA. Serve como ministro de adolescentes da IB Brasileira Central em Be-dford. Jornalista.

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