jornal batista - 06-14

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 06 Domingo, 09.02.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 No último dia 26 de janeiro foi celebrado o culto de formatura da 6ª Turma do Curso de Formação de Líderes para o Ministério com Surdos e da 1ª Turma do Curso Bíblico para surdos. O conteúdo do curso, promovido por Missões Nacionais, surpreendeu até mesmo quem já trabalha com surdos há mais de 10 anos (pág. 07). Multiplicação de líderes surdos A Primeira Igreja Batista de Niterói, RJ, recebeu na sexta-feira, 17 de janeiro, o ministério KING’S COMPANY. Uma turma animada que dedicou as férias escolares para divulgar a Palavra de Deus. A PIB de Niterói serviu como base para a realização das dinâmicas, ensaios, cultos de adoração, almoço etc (pág. 10). Jovens usam a arte para evangelizar Uma noite missionária inspiradora A última noite da 94ª Assembleia da CBB foi a Noite Missionária, realizada no templo do Espaço Gospel em João Pessoa/PB, no dia 28 de janeiro. Mas o Secretário Geral da Convenção Batista Brasileira, Pr. Sócrates Oliveira, preferiu chamá-la de “a primeira noite para renovarmos nosso compromisso com o ‘ide’ de Jesus”. Foi uma noite de celebração, testemunhos missionários, mensagem, dedicação de vidas e muita comunhão (pág. 11).

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Veja na edição 06 de O Jornal Batista como foi a Noite Missionária na 94ª Assembleia da CBB, que aconteceu em João Pessoa. Veja também como tem sido feita a multiplicação de líderes surdos. E jovens usam a arte para evangelizar.

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1o jornal batista – domingo, 09/02/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 06 Domingo, 09.02.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

No último dia 26 de janeiro foi celebrado o culto de formatura da 6ª Turma do Curso de Formação de Líderes para o Ministério com Surdos e da 1ª Turma do Curso Bíblico para surdos. O conteúdo do curso, promovido por Missões Nacionais, surpreendeu até mesmo quem já trabalha com surdos há mais de 10 anos (pág. 07).

Multiplicação de líderes surdosA Primeira Igreja Batista de Niterói, RJ, recebeu

na sexta-feira, 17 de janeiro, o ministério KING’S COMPANY. Uma turma animada que dedicou as férias escolares para divulgar a Palavra de Deus. A PIB de Niterói serviu como base para a realização das dinâmicas, ensaios, cultos de adoração, almoço etc (pág. 10).

Jovens usam a arte para evangelizar

Uma noite missionária inspiradora

A última noite da 94ª Assembleia da CBB foi a Noite Missionária, realizada no templo do Espaço Gospel em João Pessoa/PB, no dia 28 de janeiro. Mas o Secretário Geral da Convenção Batista Brasileira, Pr. Sócrates Oliveira, preferiu chamá-la de “a primeira noite para renovarmos nosso compromisso com o ‘ide’ de Jesus”. Foi uma noite de celebração, testemunhos missionários, mensagem, dedicação de vidas e muita comunhão (pág. 11).

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2 o jornal batista – domingo, 09/02/14 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

Excelentes artigos

• Gostaria de ressaltar dois excelentes artigos no O Jor-nal Batista de 19 de janeiro. Primeiro: o artigo do Pr. Gil-son em “Vida em Família”. Parabéns pastor, tocou no âmago da questão. Que Deus continue a iluminá-lo nesta visão despertadora e orienta-dora para o povo cristão.

O segundo: “O Cristão, a Política e a Informação” do Pr. João Oliveira Neto, que

de modo objetivo aborda o assunto com muita proprie-dade e realidade. Apenas uma observação, apesar do arrazoado repleto de veraci-dade, o povo tem que votar nos candidatos impostos pe-los partidos que, salvo en-gano, estão mancomunados com os interesses do próprio partido.

Que Deus os abençoe.

Pr. Jurandyr S. AmâncioSão Paulo - Capital

Certa vez um homem chegou em casa com uma grande notícia para sua fa-

mília: “Está decidido! Vou ser pastor no sertão nordestino”. Todos arregalaram o olho, esposa, filhos, a sogra e até o cachorro. E tinham realmente motivos para se espantarem, afinal de contas, quem estava falando que iria ser pastor no sertão nordestino era um grande empresário da cidade de São Paulo, que nem semi-nário tinha feito. Alberto era um homem de meia idade bem-sucedido, casado com uma mulher cristã, compre-ensiva e amorosa, e tinha três filhos na época da adolescên-cia. Seus filhos não davam trabalho, eram adolescentes apenas com problemas de adolescentes, espinhas, ‘na-moricos’, notas baixas, notas altas, cinema, dois meninos e uma menina, na faixa de 13 a 17 anos. Alberto era um homem em paz, levou sua sogra para morar em sua casa depois que o sogro faleceu. Enfim, era um homem com uma vida estabilizada.

Aquele dia em que tomou esta decisão era uma quar-ta-feira. Alberto estava no meio de uma semana bem cansativa no seu trabalho, e resolveu buscar um pouco de paz e ouvir Deus no culto de

quarta-feira em sua igreja. Al-berto tinha uma estabilidade financeira, vivia momento de tranquilidade com sua famí-lia, mas alguma coisa o dei-xava incomodado. Era como se ele estivesse eternamente cansado, e desanimado. As vezes chegava a se sentir in-comodado por seus próprios sentimentos, afinal de contas, tinha tudo o que pedira a Deus, mas, mesmo assim, es-tava insatisfeito. Havia algum tempo que Alberto orava por esses sentimentos, queria entender porque estava tão incomodado ultimamente.

Entrou na igreja e só con-seguia conversar com Deus a respeito desses sentimentos. Orou, orou e orou, até que começou a ouvir. Participou do culto, louvou a Deus, ou-viu a mensagem proferida pelo pastor, terminado o cul-to cumprimentou a todos e caminhou até o seu carro. Durante sua ida para casa foi refletindo sobre a mensagem ouvida e remoendo tudo. Juntando como um quebra--cabeça cada peça começou a entender o que se passava com ele. “É isso! Deus quer usar a minha vida!”. Alberto ouviu a voz de Deus de forma clara, tinha compreendido que Deus queria usar a sua vida de uma forma diferente, em um lugar diferente. Lem-

brou da mensagem de um missionário do sertão nordes-tino, que tinha ouvido em sua igreja há seis meses.

O seu problema maior não era deixar São Paulo e todo o seu conforto, mas levar sua família. O trabalho não havia problema, Alberto era sócio em uma empresa e com cer-teza conseguiria administrá--la de longe. Mas sabia que tirar adolescentes de uma grande capital para o sertão nordestino seria complica-do. Então orou, orou, orou e orou. E Deus tocou no cora-ção de seus filhos.

Quando chegou em casa decidido os filhos arregalaram os olhos de susto, porque a família toda estava reunida antes dele chegar conversan-do sobre um sonho que sua filha Ana havia tido naquela noite. Ana tinha sonhado que estava com toda a família num deserto, não havia nada na-quele lugar, apenas uma sim-ples casa, muito diferente da que eles moravam. Não havia ao menos cama suficiente para todos, alguns estavam dormindo no chão. Mas todos estavam felizes! Ana acordou com uma sensação de paz, de consolo vindo de Deus, e estava compartilhando essa paz com a família quando seu pai chegou em casa com a notícia. O espanto, é claro,

foi geral. Mas todos entende-ram de imediato o que estava acontecendo: Deus estava falando!

Alberto aceitou o desa-fio de Deus e sua família o apoiou porque tinham a paz de Deus diante de uma grande mudança. E seguiram para o sertão, um lugar sem os luxos e mordomias que tinham, mas vivendo a von-tade de Deus em paz. Hoje Alberto é pastor formado por um seminário do nordeste brasileiro e toda sua família o ajuda no ministério, sua esposa lidera o grupo de mu-lheres, sua filha evangeliza as crianças, um filho ensina música para quem desejar e outro lidera a juventude com diversas programações, sua sogra também foi e se reúne quase todos os dias com a terceira idade para meditações bíblicas e troca de experiências.

Alberto entendeu que a vontade de Deus é agradável não só para quem recebe, mas para toda sua família. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transfor-me-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

(AP)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 09/02/14reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

A Bíblia relata sem parcimônia o en-trevero entre uma sogra e suas noras.

É a experiência de Rebeca com as esposas de Esaú. O ambiente hostil entre ambas levou a sogra a desejar a morte. Diz o texto bíblico: “Enfadada estou de minha vida, por causa das filhas de Hete, se Jacó tomar mulher das filhas de Hete, como estas são, das filhas da terra, para que me será a vida?” (Gn 27.46). Isaque, que não desejava ficar viúvo, enviou Jacó à casa de sua parentela a buscar uma esposa.

Por esta razão e muitas ou-tras o ideário popular criou as mais estranhas “histórias” de péssimo relacionamento entre sogras e noras. Muitas são as piadas a denegrir a convivência entre as duas. Ninguém faz referência a Noemi, sogra casamenteira, e sua nora Rute. Relação de respeito, amor, desprendi-mento, companheirismo e altruísmo.

Há possibilidade de con-vivência harmoniosa entre

sogra e nora? Será que existe um padrão de comportamen-to capaz de gerar convivên-cia harmoniosa, frutífera, que dê à família a paz desejada? Claro que há! Basta querer. Alguns cuidados simples po-dem e devem ser praticados pela sogra e também pelas noras, visando o bem-estar da família.

A sogra precisa compreen-der que o filho, agora casado, não mais está sob o seu “do-mínio” ou no mesmo teto. Não há nada mais irritante e destruidor de um casamento do que ver a sogra levar ao lar do filho a “comidinha” predileta do seu bebê. Che-gar sem avisar. Destampar as panelas. Experimentar o tempero da nora e fazer a crítica ferina: “meu filho não gosta de quiabo misturado com repolho”. A vigilância policial da sogra em plantões contínuos tende a provocar divórcio. Quando a residên-cia do filho é próxima, no mesmo prédio ou no mesmo lar, o inferno está instalado.

Eis uma das razões para o sucesso no casamento du-

radouro. Morar bem longe dos familiares, nos primeiros anos de casados. Colocar em prática a recomendação bíblica: “Deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.4). Na recomendação bíblica não há espaço para um terceiro, especialmente se este terceiro for a sogra. Só os dois e mais ninguém. Deus estabeleceu assim e assim deve ser.

A sogra não deve abrir ga-vetas do casal. Boa sogra é aquela que acolhe a nora como filha, jamais como concorrente. Afinal o filho fez a escolha. Nem sempre a desejada pelos pais. Esco-lheu, não ouviu os conselhos dos pais, do pastor, só resta, pois, suportar a carga até que a morte, bondosa, misericor-diosa os separe. Em alguns casos a morte leva tempo para separar. Ouvi de um genro a seguinte expressão: “Sogra dura, e como dura”.

Mas se a sogra é espinho nos casamentos dos filhos, as noras e genros também

geram transtornos e amar-guras na família. Pense em uma nora que tem a mania e trauma de fiscal da saúde pública. Ao chegar à casa da sogra, primeira coisa a fazer é examinar os produtos vencidos. A saúde pública recomenda não consumir ou tomar medicamentos com datas de validade vencidas. Hoje todos sabem desta ver-dade e praticamos.

Às vezes por descuido al-guns produtos não são con-sumidos dentro do prazo de validade. Chega a nora para visitar os pais do esposo. Após os abraços e beijinhos, nem sempre sinceros, come-ça a fiscalização sanitária. A nora, na sua arrogância jovem, que o tempo se en-carrega de eliminar; abre a geladeira e o freezer. Come-ça pelo pote de margarina. Examina os sucos, os con-gelados, embutidos e outros ingredientes. Faz a varredura completa e joga tudo no lixo. Claro, sem, indagar se a sogra tem recursos para adquirir outros. O armário ou dispensa de alimentos é o

próximo a ser atacado. Mais alimentos, não perecíveis, no lixo. A sogra que tem a felicidade de ver o filho ca-sado com uma fiscal irredutí-vel, não precisa de inimigos para sofrer um AVC.

Pode parecer hilário, mas a vida em comunidade, espe-cialmente familiar, pode ser paraíso ou inferno. Depende da sabedoria em conviver com os parentes. Famílias em que os membros não se falam e se evitam são comuns nos dias atuais. Até mesmo na igreja, a grande família da fé, encontramos desavenças familiares. A família ia bem até a chegada de um genro ou de uma nora.

Aprender a aceitar o ou-tro como ele é. Respeitar o espaço de cada membro da família. Estabelecer limites de convivência podem sig-nificar famílias harmoniosas. A recomendação de Provér-bios 25.17, também é válida na relação sogras x noras e vice-versa. Não permita que atitudes estranhas destruam a beleza da relação familiar.www.pastorjuliosanches.org

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4 o jornal batista – domingo, 09/02/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Apoio e segurança na

família

reflexão

Salomão experimen-tou, na própria pele, o que significa viver em comunhão com o

Senhor e o que significa se afastar de Deus. Foi então, com conhecimento de causa que ele escreveu: “No temor do Senhor o homem encon-tra um forte apoio e também segurança para sua família” (Provérbios 14.26).

Há duas coisas que estão faltando na família de hoje: apoio e segurança. Pais se sentem desorientados. Filhos se sentem largados à sua própria sorte. Consequente-mente, cada membro da fa-mília anda agarrando às suas próprias futilidades. A família atual está desunida e infeliz.

A sugestão do Autor de Provérbios é o “temor do

Senhor” – o respeito ao Se-nhor, o amor ao Senhor, a comunhão com o Senhor. Pais e mães devem olhar para si mesmos e para o drama que virou sua família – a obediência à Bíblia e ao Senhor da Bíblia constituem o mais firme apoio para a construção da família fun-cional e feliz. E, quando isso acontece, quando o temor do Senhor capacita os pais, a família experimenta apoio visível e sensível. Filhos que vivem em famílias apoiadas no Senhor sabem o que é viver em segurança. Segu-rança profunda, o mesmo no meio da doença, do de-semprego, das perseguições. Decidamos, como Josué: “eu e minha família seguiremos ao Senhor”.

Mário de Souza HerdyIgreja Batista Central de Nova Friburgo, RJ

Sou de uma família de leitores do Jornal Batista e assinante há alguns anos. Meu pai

e irmãos também o foram. Mas, o que eu quero com-partilhar com os leitores é a história verídica do meu cunhado Manoel Pereira da Silva, que já está na glória, membro da Igreja Batista na cidade de Macuco, RJ.

Sua casa distava 15 km da igreja, por isso ele só ia ao culto matutino a cada domin-go. Na manhã desse dia, le-vantava, barbeava-se, tomava seu banho, selava seu cavalo, único meio de transporte que dispunha e partia para escola dominical e culto.

Era assinante deste sema-nário. Quando, por algum motivo o jornal atrasava a entrega, como ele lamentava ao chegar em casa sem o exemplar. Na grande mesa que havia na sala de sua casa,

estavam sempre seus óculos, sua Bíblia, revista da EBD, a lamparina a querosene e o exemplar do Jornal Batista, que lia do princípio ao fim, até os anúncios de coopera-dores.

Aprendi com ele a usufruir também da primeira à última página, sempre que leio. Gosto de todos os escritores, mas o que leio primeiro é: Carta dos leitores e Parábolas Vivas, de autoria do pastor João Falcão Sobrinho, para quem eu oro sempre.

Pr. Celson VargasIB Monte Moriá em Volta Redonda, RJ

“E chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estás?” (Gênesis 3.9).

Logo após ter caído em si por ter desobedeci-do ao Criador quanto a recomendação Dele

para não tocar no fruto da ár-vore do bem e do mal, Adão e sua mulher tentaram se es-conder de Deus no Jardim do Éden. Não os vendo, como de costume, o Senhor os cha-mou e lhes fez a pergunta em destaque. Não quer dizer isto

que Deus não soubesse onde eles se achavam geografi-camente, mas sim que eles refletissem sobre sua posição espiritual a partir daquele momento em que pecaram.

A pergunta do Senhor é aplicável a toda a humani-dade, pois todos nos encon-tramos em mesma situação, em estado de pecado, e, por-tanto, incompatibilizados de permanecermos na presença do Deus absolutamente san-to. Meditemos sobre nossa posição quanto aos propósi-tos estabelecidos para nós no ato de nossa criação:

1. Ele nos fez para refletir-mos sua imagem a toda cria-

ção (imagem e semelhança). Onde e como estamos nisto? Temos refletido Deus em nosso viver?

2. Ele nos fez para cuidar-mos ou gerenciarmos toda a criação. Onde e como es-tamos com referência a esta missão de cuidar de toda a criação de Deus?

3. Ele nos deu a liberdade de decisão quanto às nossas atitudes, mas nos orientou para que decidíssemos em permanecer no bem e nos afastarmos ou rejeitarmos o mal. Onde e como estamos nisto? Aprimora-se cada vez mais a prática do mal no mundo.

4. Ele nos criou para que não passássemos pela morte (Gn 2 17). Optamos por co-nhecer o mal, apesar de sa-bermos que por isto teríamos que passar pela morte. Onde e como estamos nisto? Nos matando dia a dia e ainda nos sentindo no direito de tirar a vida de outros.

5. Onde e como estamos quanto ao que Deus tem como propósito para nós, a humanidade, no tempo pre-

sente? Ele está agindo para nos reconciliar com Ele, ou seja, nos justificar de nossos pecados por meio de Jesus. Qual tem sido a resposta da humanidade para isto? Onde está você quanto a isto?

“A saber, que Deus esta-va em Cristo reconciliando consigo o mundo, não im-putando aos homens as suas transgressões...” (II Coríntios 5.19).

Nossa história com ...

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5o jornal batista – domingo, 09/02/14reflexão

Pastor Manoel de Jesus TheColaborador de São Paulo

Todos os evangelistas registram a humilda-de de João Batista, diante do Messias,

na hora de anunciá-lo como libertador de Israel. Todos também sabemos que, a falta de humildade, é a origem da maior parte dos proble-mas de nossa comunidade. Temos imensa dificuldade de olhar para o outro (quer seja irmão em Cristo ou um cidadão comum) como ima-gem e semelhança de Deus. Antes de o vermos como tal, olhamos a posição social pe-las vestes, a cultura, a beleza estética, e tantas outras coi-sas, de modo que sentimos

Levir Perea MerloPastor da PIB em São Caetano, PE

“A religião pura e imacu-lada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrup-ção do mundo” (Tiago 1.27).

Quando o Senhor instituiu a família também delegou a responsabilida-

de social. Olhando para a

empatia ou antipatia, para com o próximo.

João Batista o antecessor de Jesus, foi exaltado por Je-sus, dizendo: “Jamais houve alguém nascido de mulher maior do que ele”. Imagine-mos a grandeza o caráter de João Batista! Quem afirmava isso era um conhecedor dos pensamentos e do coração dos homens. Pois bem! Em que ponto podemos diag-nosticar a grandeza de João Batista? Primeiro: Cheio do Espírito Santo, até mesmo, antes de nascer. Pregador que derretia o coração de multidões. Tão contundente em condenar o pecado, que, em virtude disso, pagou com a própria vida. Mas um sinal de sua grandeza é ignorado

narrativa da criação de Deus, conseguimos ver claramente o cuidado do Senhor em dele-gar para o homem tarefas que designa grande cuidado com o ecossistema: 1) O Senhor colocou o homem no Jardim do Éden para lavrar e guardar (Gn 2.15); 2) O Senhor pro-videnciou uma companheira para Adão, dando o verdadei-ro sentido da família (marido e esposa) (Gn 2.18,24); 3) O Senhor encarregou o homem para dar nomes a todos os animais, uma atividade da

pela maioria dos leitores do Evangelho. Qual é o sinal? Quando Jesus se aproxima dele, João Batista afirma: “Não sou digno nem de desa-tar as suas sandálias”. Todos os evangelistas mencionam essa frase pronunciada por João Batista. Vamos à inter-pretação de suas palavras.

A tarefa de desatar as san-dálias competia aos escravos mais humildes de seus senho-res. Era uma tarefa símbolo de humildade e subserviência. Ora, julgar-se indigno de ser o mais humilde dos escra-vos, era colocar-se em qual posição? Não sirvo para a tarefa mais humilde dos mais humildes dos escravos. Isso é, ao mesmo tempo, a mais profunda anulação pessoal

zoologia (Gn. 2.19); 4) De-pois da queda trabalho, muito trabalho para sobreviver (Gn. 3.19) e a mulher filhos com dores de parto (Gn. 3.16).

Observe que na criação as responsabilidades da família estão bem claras. O tempo passou, a família se multipli-cou sob a terra e foi dizimada por causa da rebeldia, renas-cendo através de Noé e sua família. Multiplicou nova-mente e recebeu mandamen-tos, quebrou mandamentos por conta da desobediência,

que alguém pode assumir, e, ao mesmo tempo, a maior exaltação que se pode dar a um mortal. Foi isso que João Batista fez. Para cada um de nós, anular-se a si próprio e exaltar outrem, é muito difícil. Quem era Jesus? Era a ima-gem perfeita da semelhança do Pai. Jesus disse a Felipe: “Quem vê a mim vê ao Pai”.

Agora perguntamos: Quem é o nosso próximo? Todos os mortais, não são a imagem e semelhança do Pai? Todo mor-tal, tem muitíssima pequenez em comparação a Cristo, mas, todos são feitos à imagem de Deus. Como nos vemos em comparação ao nosso próxi-mo? Sempre em superiorida-de, e, por incrível que pareça, julgamos esse proceder uma

e foi necessário o próprio Senhor vir e interferir nesta terra para restaurar a família. Família cristã verdadeira é aquela que reconhece e se submete aos ensinos e von-tade do Senhor Jesus Cristo, e procura servir com alegria e gratidão na expansão do reino de Deus aos corações.

No texto de Tiago 1.27, temos a síntese da respon-sabilidade social de uma família cristã verdadeira, ou seja: atitude prática a favor de todos os órfãos, aqueles

grandiosidade de alma. Como nos enganamos a nós mesmo. Exatamente aquilo que nos exalta, aos olhos de Deus nos humilha. Quanta pequenez João Batista tinha perante Je-sus, quanta grandeza, Jesus via em João Batista.

Que bom seria experimen-tarmos um novo início em nossas vidas, olhando-se com tanta indignidade diante de Deus, e olhando nosso pró-ximo com tanta dignidade, também diante de Deus, e experimentarmos resultados que jamais imaginaríamos ex-perimentar, e fazer um João Batista, reviver através de cada um de nós. Um reinício desafiador, mas, ao mesmo tempo, glorioso. Vem Senhor Jesus, viver em nós!

que perderam seus entes queridos seja por morte ou por abandono; atitude prática a favor das viúvas carentes, sem nenhuma possibilidade de trabalho e capacidade psicológica; e igualmente sig-nificativo não se corromper com este mundo tenebroso que jaz no maligno.

A família cristã precisa estar plenamente consciente de que foi salva e que vive a alegria e a paz maravilhosa do Senhor para servir na obra do Senhor e ao próximo.

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6 o jornal batista – domingo, 09/02/14 reflexão

Samuel Rodrigues de SouzaGerontólogo pela Sociedade Brasileira de Geriatria e GerontologiaMinistro da 3ª e 4ª Idades da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ

Dedico este artigo como uma home-nagem póstuma ao Pr. Isaltino Go-

mes Coelho Filho, meu con-temporâneo no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e grande colabora-dor na produção de belís-simas lições, quando Deus me concedeu o privilégio de estar por alguns anos da minha juventude, na função de redator da revista “O Em-baixador”, do Departamen-to Masculino de Atividades Missionárias, na antiga Casa Publicadora Batista – Juerp.

A vida do Pr. Isaltino foi uma grande lição de viver no tempo de Deus. Nosso Se-nhor Jesus Cristo em somente três anos revolucionou terra e céus com seu ministério redentor entre nós. O Pr. Isal-tino tinha também uma gran-de garra, tendo construido uma abençoada carreira em pastorados frutíferos, livros teológicos de alta qualidade e exímio colaborador de O Jornal Batista.

O físico Luiz Alberto Oli-veira, cientista brasileiro, no evento “Conversa Para Depois das Cinco”, da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1993, des-creveu a relação do homem com o tempo. Observou que “o homem tem pressa, sendo o tempo infinito, de uma du-ração infinitamente extensa; é a própria eternidade da infinita duração.

A imagem habitual do tem-po corresponde a uma série de instantes, de pontos de tempo, cada um ocupando uma única vez por um agora que vai se deslocando para a frente, desde um dado ins-tante passado até um dado instante futuro.

A imagem dominante atu-almente do tempo é que ele seria uma linha de instantes, estendendo-se do passado ao futuro, que vai sendo per-corrida pelo “agora”, pelo momento presente.

A principal característica é que ele passa – o tempo

está passando – o tempo não para. É algo que flui. Há um agora movente, um presente móvel que vai se deslocando sem cessar, sempre no mes-mo ritmo, do passado, do que já foi, para o futuro, que ainda não é.

A realidade, os fenômenos, os fatos que presenciamos só existem no presente instante, neste agora – o passado já não é mais, o futuro ainda não chegou.

Uma vez decorrido não volta a acontecer, não retor-na, flui numa única direção, inexoravelmente. Tudo o que existe, todo o Universo, se torna instantâneo, existe de instante a instante. O agora é universal, é global, é o mes-mo instante que está passan-do em toda parte, a mesma balada ressoa em todos os confins do Universo.

O tempo é uma espécie de força, que nos arrasta, que nos empurra de um ins-tante para o outro, o destino final, a parada final desse empurrão que sofremos é a desaparição por desor-ganização, ou por morte” (Oliveira, 1993).

A noção do tempo se ori-gina da observação de acon-tecimentos que se sucedem, daí surgindo as noções de antes e depois. A rotação da Terra determina uma unidade natural do tempo: o dia. Dia é o intervalo de tempo que corresponde a uma volta completa da Terra ao redor de seu eixo. O dia divide-se em 24 horas. Cada hora com-preende 60 minutos e cada minuto 60 segundos.

É na cotidianidade da vida, naquilo que se faz, que se vive, no trabalho, no hori-zonte do dia que terminou, no dia e na noite, é aí que se estabelece o contato com o tempo e, então, aprende-se a conhecer o seu curso.

De acordo com o saudoso Prof. Joel Martins, “o tempo não é uma dimensão cro-nológica medido em dias, meses e anos, mas sim um horizonte de possibilidades do Ser” (1998). Não apenas o tempo linear, segundo o qual contamos dias, meses e anos, mas o tempo interno em que recolhemos nossas experiên-cias. Um tempo vivido. Um tempo que pertence a cada um e é intransferível.

A falta de compreensão sobre a existência desses dois tempos talvez seja a respon-sável pelo olhar “apreensivo” dos velhos que não conse-guem provar que sua vida é mais que uma sequência de anos e de acontecimentos. Que sua vida não foi ape-nas o que viveu “naquele tempo”, sua vida continua, e sua história pessoal se cruza com histórias coletivas: ele, “o velho”, tem ainda muito a dizer. Lamenta apenas que a rapidez do tempo externo, muitas vezes, não permita a emergência do que foi acu-mulado, guardado cuidado-samente e que, finalmente, para seu proprietário é efeti-vamente sua vida, nada mais que sua longa vida.

Portanto, temos o tempo cronológico, diferente do tempo vivido – trata-se do vocábulo Cronos, no gre-go secular, simplesmente a passagem do tempo. Mas, temos também o Kairós, que significa todas as estações do ano, tempo próprio para a ação. Ao nível de uma fi-losofia da existência, Paul Tillick descreve Kairós como o momento em que a eterni-dade toca o tempo, ou seja, o tempo vivido.

A velhice pode reunir um momento de excelência na vida de uma pessoa: o da poesia e da beleza. É como se fosse um pôr do sol dou-rado. Cada nova etapa da vida cria, para a pessoa, um universo novo. Assim tam-bém acontece na velhice. O envelhecimento é uma etapa brilhante. É preciso então que os idosos toquem o mundo e o modifiquem para sempre de alguma maneira criativa.

O envelhecimento é um processo irreversível, que se inscreve no tempo. Começa com o nascimento e acaba na destruição física do indi-víduo.

A velhice é ambivalente, caracterizando-se por perdas e aquisições. Ela traz ideias de desgaste, enfraquecimen-to, diminuição e, de outra parte as que evocam a boni-ficação (vinho, quanto mais velho, melhor), a maturação, o acréscimo. A civilização moderna conservou tão so-mente seu despojo pejorati-vo, sinônimo de perda. Mas, em algumas civilizações o

envelhecimento é pensado em termos de aquisição e progresso.

Só perdemos aquilo que possuímos. Separação da mãe, queda dos dentes, per-da da virgindade, queda dos cabelos, diminuição da ca-pacidade do corpo, não re-produção da mulher idosa, exclusão da atividade produ-tiva - condição de aposenta-do, etc. Tudo isto faz gerar a angústia, que é um sinal de perigo. A perda concerne a todas as etapas da vida e não apenas a última, mas o núme-ro de perdas aumenta com a idade. O aparecimento da ve-lhice aconteceria por ocasião de uma ruptura brutal entre perdas e aquisições.

Para Sigmund Freud, as pessoas idosas não são tratá-veis. As pessoas que atingi-ram ou passaram dos 50 não dispõem mais da plasticidade dos processos psíquicos em que se apoia a terapêutica – pessoas velhas não são edu-cáveis. Ele fixa nos 50 anos a entrada na velhice. Encon-tramos em seu artigo “Análise terminada e interminável”, a propósito dos jovens ana-lisados, a noção da perda da plasticidade da aptidão para mudar e para buscar o desenvolvimento: “Todos os desenvolvimentos, relações e divisão de forças se mostram imutáveis, fixadas, cristaliza-das”. “Isto se explica como no caso de pessoas muito idosas, pelo que chamamos força do hábito, esgotamento da receptividade, levados por uma espécie de entropia psíquica.

No Resumo da Psicanálise de 1938, fala do esgotamento da receptividade, incapaci-dade de receber impressões provenientes do exterior ou do interior causada por uma espécie de entropia psíquica. Ele menciona a dualidade pul-sional, necessidade de repou-so ou desejo de aproveitar, pulsão da vida e da ternura.

Segundo Erik e Joan Erikson (1950-1960), o idoso, após os 89 anos, chega a ponto de transcender-se, erguendo-se acima ou indo além de um limite, excedendo, superan-do, indo além do universo e do tempo. Os anciãos podem ficar cansados, exauridos e até deprimidos. Mas, pronta-mente, aceitam que o sol se

põe à noite e se rejubilam ao vê-lo surgir todas as manhãs. Enquanto há luz, há espe-rança e, quem sabe, que luz brilhante e revelação uma manhã pode trazer?

Paul Baltes (1980, 1990) trabalha uma forma dos ido-sos compensarem suas per-das cognitivas, através da seleção de atividades, da oti-mização do que for escolhido e do uso compensatório de recursos que substituam ou venham a ajudar a superar di-ficuldades da idade. Segundo ele, “a partir da aceitação do princípio de que a cultura e a evolução cultural podem afetar o desenvolvimento da cognição, é possível ter uma visão mais ampla, que inclui a possibilidade de derrotar as limitações biológicas e o déficits da velhice”.

A Bíblia afirma que não precisamos ser galhos secos na videira. “Na velhice ain-da darão frutos, serão viço-sos e florescentes (Sl 92.14). Em Deuteronômio 34.7 essa promessa se enfatiza: “Tinha Moisés a idade de 120 anos quando morreu; não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor”. Em Isaías 40.31 essa verdade é reiterada “mas os que espe-ram no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão”.

Envelhecer não significa ser estratificado, empobre-cido de espírito ou vazio de ideias. Envelhecer tem outro sentido: é ser mais expe-riente, mais vivido e segu-ro de suas próprias ações. Envelhecer corretamente e com sabedoria deve ser o nosso objetivo. É tempo de se alegrar. “Ele transformou minha tristeza em alegria” (Sl 30.11).

A alegria verdadeira só a te-mos na presença do Senhor. Quando você vive sob a luz da eternidade, seu enfoque muda de “Quanto prazer posso ter em minha vida?” para “Quanto prazer Deus pode ter em minha vida?” (Warren,2003, p.68.).

Viver é uma arte. Deus é Autor da vida e Grande Oleiro, que nos molda dia a dia, como diz a Bíblia e nos delegou a tarefa de construir o mundo.

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7o jornal batista – domingo, 09/02/14missões nacionais

Marize Gomes GarciaRedação de Missões Nacionais

No último dia 26 de janeiro, fo i celebrado o cul-to de formatura

da 6ª Turma do Curso de Formação de Líderes para o Ministério com Surdos e da 1ª Turma do Curso Bíblico para surdos, no templo da Igreja Batista Missionária do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Desde o dia 6 de janeiro, 26 alunos (9 ouvintes e 17 surdos) participaram dos cursos realizados por Mis-sões Nacionais nas instala-ções do Instituto Metodista de Formação Missionária, em Teresópolis, RJ. Entre os professores, nomes como Pr. Henrique Araújo, Doutor em Teologia Bíblica em Mis-sões; Pr. Bruce Mc Bee, Mes-tre em Teologia; Ana Regina de Souza Campello, Doutora em Educação (UFSC); Marília Moraes Manhães, Pedagoga, psicopedagoga pós-graduada em ensino, tradução e In-terpretação (UFRJ); e Josué Campanhã, Mestre em Lide-rança e professor do Haggai Internacional abençoaram os alunos com disciplinas como: Teologia Bíblica em Missões; Teologia para Prá-tica da Evangelização Dis-cipuladora; Culturas Sinali-zantes e Estratégias Visuais na Evangelização; Estrutura Gramatical da Libras/Portu-guês; Plantação de Igreja em Libras, Cultura e Contexto; Liderança. Ao todo, o curso de formação de liderança ofereceu 326 horas/aula e estágio missionário.

O conteúdo surpreendeu até mesmo quem já trabalha com surdos há mais de 10 anos. Andrea Carolina Bernal Mazacotte (PIB Foz do Igua-çu, PR) foi uma das alunas surdas do curso de formação

de liderança e confessou que apesar de já desenvolve-rem o trabalho há 12 anos, o mesmo não tem crescido. “Ao chegar ao curso, come-çamos a ver tantas coisas que temos para levar e para melhorar. Ao chegar à Foz, creio que Deus fará maravi-lhas e vai nos abençoar para multiplicar naquela região, pois temos ali a fronteira do Paraguai e Argentina e temos que ser luz também para es-tes países”.

Greici Francieli Machado foi outra aluna surda que veio do sul do país. Membro da PIB Balneário Camboriú, SC, também já trabalhava em sua igreja com desejo de multi-plicar nas cidades próximas à sua cidade, preocupada com as muitas igrejas que não contam com trabalho com surdos e com o fato de muitos surdos estarem se per-dendo por não conhecerem o amor de Deus.

“Aprendemos muitas coisas que acrescentaram para mi-nha liderança. Tivemos aula de comunicação, como fazer um sermão. Eu não tinha esta

instrução, então eu entendi como fazer a introdução, o desenvolvimento, a conclu-são, o apelo; que a pregação da mensagem deve ser cla-ra e fiel à Palavra de Deus. Foi de grande importância”. Munida de conhecimento, Greici deseja aplicá-lo para o avanço da obra missionária na sua região e fez um apelo: “Foi muito bom, foi ótimo. Quero que vocês continuem a formar os surdos. Quero que outros surdos aceitem ser líderes, missionários, porque faltam pastores, missionários, líderes preparados para levar o amor de Deus para os sur-dos. Precisamos estar segu-ros e entender que podemos levar a palavra de Deus aos surdos e multiplicar em todos os lugares.”

Para Marília, coordenadora do ministério com surdos de Missões Nacionais e dos cursos oferecidos, as igrejas batistas devem continuar enviando e investindo nos líderes (surdos e ouvintes) que estão empenhados neste ministério na igreja local, olhando para este grupo com

muita seriedade, pois os sur-dos têm chegado ao curso com vontade de se preparar e continuar colocando em prática o que aprenderam”. Outro motivo de grande ale-gria para a missionária foi ter nos cursos dois frutos do tra-balho das igrejas em Libras. “Foi muito gratificante ver os surdos frutos das igrejas em Libras plantadas vindo se preparar, já como resultado do trabalho realizado nestas igrejas”, afirmou.

Tayanna Miranda Furtado é fruto do trabalho dos mis-sionários surdos, Everson e Keyla Corrêa (Igreja Batista em Libras de Marituba, PA). Com cinco meses de con-vertida, já se batizou e veio se preparar. Com o coração cheio de gratidão a Deus e aos missionários, declarou: “Os missionários, que Deus colocou em Marituba, me ensinaram tudo sobre a pala-vra de Deus e minha vida foi transformada e hoje eu sinto um chamado de Deus para continuar evangelizando os surdos que não conhecem do Senhor Jesus”.

Quanto ao curso, Tayanna afirmou: “O curso foi algo de grande importância. Nós tivemos um foco grande nos estudos para alcançar nosso objetivo que é a salvação dos surdos no Brasil e apren-demos a ser fiéis discípulos de Jesus e ensinar aqueles que precisam para que pos-sam se multiplicar e serem também discípulos”.

Outro fruto do trabalho missionário era Alexandro Laurindo de Souza, da IB em Libras de Nova Iguaçu, lideradas pelos missionários, Gláucia e Marco Aurélio da Silva. Abordado por volun-tários do Alcance Surdos em sua região, inicialmente foi resistente, mas lendo a mensagem do folheto A Escolha resolveu ir à igreja e foi sendo transformado. Tem sido um ajudador dos missionários, na evangeliza-ção e discipulado dos sur-dos. “Queremos conquistar outras pessoas, mostrar o amor de Deus e o quanto o pecado é perigoso na vida delas. Queremos trabalhar para ver a igreja em libras crescer. Um auxiliando o outro e desta forma a igreja crescer e incentivar os novos crentes”.

Alexandro participou da 1ª Turma do Curso Bíblico para surdos e já deseja fazer no próximo ano. “Ali comecei a aprender muitas coisas da palavra do Senhor, os signifi-cados, porque o português é difícil para transformar para Libras, e nós como líderes podermos ensinar, fazer dis-cipulado com outros surdos para que eles visualmente en-tendam a palavra do Senhor. Foi um curso muito impor-tante. Receber o certificado hoje foi muito emocionante para mim. Eu futuramente quero ser um pregador da palavra do Senhor e eu agra-deço por isso”.

Multiplicação de líderes surdos

Culto de formatura na IBMM

Tayanna recebe seu certificado

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8 o jornal batista – domingo, 09/02/14 notícias do brasil batista

Conheça as diretorias eleitas na 94a Assembleia da CBBUFMBB

União Feminina Missionária Batista do Brasil

Presidente:Eliane Melo Salgado de Moraes – Distrito Federal

1ª Vice-presidente:Zaira Maria Dhein – Pioneira do Sul

2ª Vice-presidente:Odete Pereira Dáris Cordeiro – Goiás

3ª Vice-presidente:Ely Santos Ribeiro – Carioca

1ª Secretária:Maria de Fátima dos Santos – Sergipe

2ª Secretária:Alzimari Cirne Gomes – Rondônia

UMHBBUnião Missionária de Homens Batista do Brasil

Presidente:Abel Albino Arruda – MT

1º Vice Presidente:Lucas aves da Silva – PE

2° Vice Presidente:Josué Nery – BA

1° Secretário:José Sergio de Almeida - PE

2° Secretário:Pr. Nivaldino Cipriano Bastos - RJ Carioca

ABIBETAssociação Brasileira de Instituições

Batistas de Ensino Teológico

Presidente:Pr. Jaziel Guerreiro Martins - PR

Vice Presidente:Pr. Lourenço Stelio Rega - SP

1° Secretário:Pr. Abelardo Rodrigues de Almeida - GO

2° Secretário:Pr. Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti - MA

Conselho Fiscal (eleito pela Assembleia)Pr. Vanedson Ximenes dos Santos - ES (RELATOR)

Pr. Claiton André Kunz - RSPr. Eude Cabral Figueiredo - RN

UEPBBUnião das Esposas de Pastores Batistas do Brasil

Presidente:Cassi Virgínia Guimarães -PE

1ª Vice-presidente:Elma Maria Souza Ramos - BA

2ª Vice-presidente:Iracy de Araujo Leite - PE

3ª Vice-presidente:Ilka Mendonça dos Anjos Duarte - FL

1ª Secretaria:Debora Silva Lins e Silva - SP

2ª Secretaria:Dayse Vespasiano de Assis - SE

Tesoureira:Edna Barreto Antunes - FL

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9o jornal batista – domingo, 09/02/14notícias do brasil batista

Veja algumas pessoas que passaram pela 94a Assembleia da Convenção Batista Brasileira em João Pessoa

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10 o jornal batista – domingo, 09/02/14 notícias do brasil batista

Por Karoline Nogueira

A Primeira Igreja Ba-tista de Niterói, RJ, recebeu na sexta-- feira, 17 de ja-

neiro, o ministério KING’S COMPANY. O grupo de evangelização é formado por jovens de várias partes do país. Uma turma animada que dedicou as férias esco-lares para divulgar a Palavra de Deus. A PIB de Niterói serviu como base para a realização das dinâmicas, ensaios, cultos de adoração, almoço etc.

Através da dança e outras manifestações artísticas, os adolescentes evangelizaram em vários pontos da cidade de Niterói e São Gonçalo, dentre eles o MAC (Museu de Arte Contemporânea), na Boa Viagem, e à noite foram ao baile funk do Salgueiro, em São Gonçalo.

Cerca de 120 jovens par-ticiparam desta campanha, que neste ano teve como campo de trabalho algumas cidades metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro e

municípios da região dos Lagos. As atividades ocorre-ram durante os dias 04 a 26 de janeiro.

“Os voluntários da nossa Igreja não pouparam esfor-ços para que a turma do KING’S COMPANY fosse recebida da melhor maneira. Foi um prazer apoiar estes

jovens e adolescentes que estão dedicando suas vidas para levar a outras pessoas a alegria que só Jesus Cristo pode dar”, comenta Pr. Cle-verson Rodrigues, líder do Ministério de Evangelismo e Missões da PIB de Niterói.

O Min i s t é r io K ING’S COMPANY nasceu no co-

ração de Deus e foi com-partilhado ao Pastor Ismael Anderson (Pastor adjunto da PIB do Vale Encantado, Vila Velha, ES) há cerca de 11 anos. O grupo tem como objetivo claro e definido ga-nhar almas para Jesus Cristo (Mt 28.18-20) e para isso utiliza estratégias que se

Pr. Jairo Braz JúniorIgreja Evangélica Batista de Lucélia

A Igreja Batista de Lucélia, SP, locali-zada na região da Alta Paulista, com-

pleta neste ano de 2014 os seus 70 anos de orga-nização, motivo para um

ano inteiro de celebrações. Por isso queremos manter um canal de comunicação aberto para recebermos de irmãos em Cristo que fazem parte dessa história (seja por-que foram membros aqui, seja porque tiveram fami-liares que foram), fotos de época, relatos de fatos mar-cantes, informações e tam-

bém tenhamos o privilégio de conhecê-los.

A programação para esse ano de celebrações inclui investimentos diversos: cul-tos especiais, treinamento para liderança, apresentações da nossa orquestra de violi-nos (na Igreja e na cidade), Workshops na área da músi-ca, saúde e estética (através

dos talentos dos membros da Igreja), treinamentos para intérpretes de Libras e ativi-dades voltadas para os irmãos surdos, programações para as famílias através de palestras e programações missionárias entre outros eventos.

Abaixo segue as maneiras de entrarem em contato co-nosco:

Telefone: (18) 3551.1610 ou 997160056 – Pastor Jairo.

E-mail: [email protected]

Facebook: IgrejaBatistade-Lucelia

Venham juntar-se a nós para celebrarmos o Deus da história e a história de Deus entre nós.

contextualizam com a rea-lidade dos jovens em geral. O teatro, o street dance, o circo, ações sociais e o evan-gelismo pessoal têm sido meios eficazes para que isso aconteça. Conheça mais so-bre esse trabalho de evange-lização, acesse: http://www.kingscompany.org/

KING’S COMPANY: Jovens usam a arte para evangelizar

Almoço durante o King’s Company

70 anos da Igreja Batista de LucéliaUm ano de celebrações!

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11o jornal batista – domingo, 09/02/14missões mundiais

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

Foi dado o apito inicial para os acampamentos JMM para promotores voluntários de Missões

Mundiais em 2014. Para parti-cipar, o promotor interessado deverá acessar o Canal de Relacionamento da JMM, em www.jmm.org.br/relaciona-mento, onde estão disponí-veis informações sobre data, local e valor de inscrição.

A campanha “Entre em Campo com Cristo, pelas Na-ções” já começou, e os pro-motores se preparam para, a partir deste mês, participar dos treinos oferecidos por Missões Mundiais: os acam-pamentos.

Esses eventos são uma oportunidade para os pro-motores de Missões ouvirem e interagirem com nossos

missionários, conhecerem de perto a realidade vivida no campo e trocar uma ideia com outros promotores, sem-pre com o objetivo de envol-ver ainda mais as igrejas em

prol da obra de evangeliza-ção transcultural.

“Missões Mundiais está preparando um lindo en-contro com você, através de nossos acampamentos.

Quem já participou pôde sentir na pele a emoção de conhecer mais a fundo o que tem acontecido em nossos campos e projetos”, destaca o Pr. Fernando Leiros, novo

coordenador de Mobilização Missionária da JMM.

Segundo o Pr. Leiros, os eventos promovidos por Mis-sões Mundiais são uma ótima oportunidade para conhecer o tema, a divisa e os materiais produzidos para melhor di-vulgar os alvos missionários da Campanha 2014.

“Por tudo isso, é muito bom que você participe desses en-contros especiais”, destaca o Pr. Leiros.

Promotor, entre em campo com Missões Mundiais por Cristo. Confira a agenda de acampamentos, inscreva-se em www.jmm.org.br/relaciona-mento e participe. Envolva sua igreja com a Campanha 2014:14 a 16/02 – Pará, Rio de

Janeiro e São Paulo

15 e 16/02 – Minas Gerais07 a 09/03 – Espírito Santo14 a 16/03 – Goiás e Paraná

Acampamentos de Promotores de Missões em 2014 estão com inscrições abertas

Acampamentos de Promotores de Missões com inscrições abertas

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

A última noite da 94ª Assembleia da CBB foi a Noite Missio-nária, realizada no

templo do Espaço Gospel em João Pessoa/PB, no dia 28 de janeiro. Mas o Secretário Geral da Convenção Batista Brasilei-ra, Pr. Sócrates Oliveira, pre-feriu chamá-la de “a primeira noite para renovarmos nosso compromisso com o ‘ide’ de Jesus”. Foi uma noite de cele-bração, testemunhos missioná-rios, mensagem, dedicação de vidas e muita comunhão.

Os executivos das duas agências missionárias da CBB, Pr. João Marcos Barreto Soa-res (JMM) e Fernando Bran-dão (JMN), apresentaram as conquistas e desafios da obra missionária realizadas pelos batistas brasileiros em territó-rio nacional e no exterior.

Com a presença de mais de dois mil convencionais, o culto começou no ritmo da Campanha 2014 de Missões Mundiais: Entre em Campo com Cristo, pelas Nações. Integrantes das duas agên-cias missionárias entraram enfileirados no templo, com suas respectivas camisetas (azul e amarela), como se fos-

sem times de futebol. Os dois mascotes foram Guilherme Brandão (filho do Pr. Fernando Brandão) e Manoela (filha do Pr. João Emílio, da PIB de Irajá, no Rio de Janeiro). No púlpito, as duas esquipes formaram um só time, mostrando que JMM e JMN atuam juntas em busca do grande troféu: vidas salvas para Cristo.

E o louvor, dirigido por Paulo Davi, pastor de artes e adoração da PIB de Curitiba, iniciou a Noite Missionária com a banda dos músicos Léo e Vanessa Gomes executando a música da atual campanha da JMM, Rei das Nações, que ganhou uma roupagem especial. O resultado pode ser conferido no site www.missoesmundiais.com.br.

Em sua mensagem, o Pr. João Marcos falou sobre a vida de Filipe e como esse personagem bíblico seguiu os princípios bíblicos que identificamos com os da ação

missionária e da igreja multi-plicadora.

Testemunhos missionários despertaram vocacionados à obra missionária. Teste-munhos como o de Ludmila Gaspar. Vestida de burca, sem poder mostrar seu rosto por questões de segurança, ela contou como o seu trabalho no Norte da África incomo-dou extremistas islâmicos ao ponto de a polícia religiosa local obrigá-la a deixar o país.

Apesar de toda a tortura física e psicológica que so-freu, Ludmila sonha em voltar àquele país e continuar levan-do o amor de Cristo a pessoas como o menino Cristiano, a quem resgatou de um lixão e ajudou a recuperar de um câncer de fígado.

O Norte da África, uma re-gião marcada pela pobreza, tem em comum com a Itália, um país chamado de Primeiro Mundo, a fome espiritual. O Pr. Manoel Florêncio, missionário

brasileiro pioneiro na Itália, jun-tamente com sua esposa, Ra-quel, contou como há 15 anos tem plantado e revitalizado igrejas naquele país que vive o drama de constantes suicídios. Ele mesmo conseguiu con-quistar para o Senhor Jesus um homem que sobreviveu a uma tentativa de tirar a própria vida.

Testemunhos como os de Manoel Florêncio e Ludmila Gaspar falaram ao coração de mais de 50 convencionais que decidiram dedicar suas vidas à obra missionária e foram à frente do púlpito diante do apelo por vocacionados, feito pelo Pr. Sócrates.

As duas agências missioná-rias, JMM e JMN, reafirmaram seu compromisso em se de-dicar à oração, evangelização discipuladora, plantação de igrejas e formação de líderes. Missões Mundiais convoca os crentes a entrar em campo com Cristo, pelas nações. O mundo precisa do amor do Pai.

Pr. Manoel Florêncio (à esquerda), missionário pioneiro na ItáliaJMM e JMN formam um único time durante a Noite Missionária

Ludmila Gaspar foi forçada a deixar o campo missionário no Norte da África

JMM em campo na Noite Missionária

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12 o jornal batista – domingo, 09/02/14 notícias do brasil batista

Pr. Edemilson B. Oliveira e Marta P.B. de OliveiraCoordenador estadual dos ER e Missionários da CB Mineira

2014 para os Embai-xadores do Rei Mi-neiros começou com muita adoração e

louvor, pois muitos meninos disseram sim ao convite da salvação, a chamada para ministério de conselheiro de ER, ministério da palavra e chamado missionário, com muita alegria e atividades. Com gratidão a Deus e ao Rei Jesus o DCER Mineiro realizou de 11 a 19 de janei-ro dois acampamentos esta-duais no CBTL em Ravena. O primeiro aconteceu de 11 a 14 com a participação de 240 pessoas representando 7 associações e 26 igrejas quando o orador oficial foi o Pr. Valter Ferreira Junior, da Igreja Batista do Rio da Prata, em Bangu, RJ. Neste tivemos a alegria de ver mais de 45 meninos recebendo o Rei Jesus como Salvador e Senhor de suas vidas, 15 aceitando o desafio de se pre-pararem para ser pastores e missionários, e 14 para serem conselheiros de ER.

No segundo evento tive-mos a participação de 170 pessoas representando 6 as-sociações e 20 igrejas, quan-do o orador oficial foi o se-minarista Rodrigo Passos, da Igreja Batista Central em Uberlândia, MG. E neste tivemos a alegria de ver mais de 30 meninos recebendo o Rei Jesus como Salvador e Senhor de suas vidas, 40 aceitando o desafio de se pre-pararem para ser pastores e

missionários, e 12 para serem conselheiros de ER.

Tivemos vários momentos marcantes, recebemos os missionários da Junta de Mis-sões Mundiais. No primeiro acampamento o Pr. Henrique Davanso que está no campo missionário da Albânia, no segundo o Pr. Joel Martinia-no e sua esposa Lúcia que está em Johanesburgo, África do Sul. Foram momentos de inspiração e desafios, Deus seja louvado por tão precio-sa oportunidade que nossos irmãos têm em servir através de missões e pela oportuni-dade que os ERs Mineiros tiveram em conhecer o tra-balho, serem desafiados e

responderem “Sim”.Outro destaque do evento

foi a trilha de oração de 1060 metros de caminhada no meio da mata, finalizando no alto de um monte onde foi colocada a bandeira dos ER. Dividimos a trilha em momentos de oração a cada 200 metros de subida, parada para descansar e orar, primei-ro momento de confissão, depois adoração, gratidão, petição e finalizando com momento de louvor.

Somos gratos ao nosso Deus pelos 35 voluntários que juntos a organização e aos conselheiros fizeram deste um acampamento ines-quecível.

Embaixadores do Rei mineiros em acampamentos e desafios

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13o jornal batista – domingo, 09/02/14notícias do brasil batista

Departamento de Comunicação da Convenção Batista do Mato Grosso do Sul

Uma delegação de Mato Grosso do Sul participou, de 14 a 17 de

novembro de 2013, em Foz do Iguaçu, do Con-gresso da União Feminina Batista da América Latina (UFBAL), organizado pela liderança da entidade com apoio da União Feminina Missionária Batista Brasilei-ra (UFBBB).

Participaram da delegação de MS as irmãs Júnia Araújo de Lima, pastora Maura Ra-mos, Raquel Maciel dos San-tos, Ildegard Herr e Celina Flores, de Campo Grande, e Maria Kublik, de Dourados.

O congresso contou com cerca de 700 inscritos de vários países da América Latina e foi uma grande bênção para todos.

Andando no EspíritoOs sermões e palestras de-

senvolvidas durante o con-gresso foram baseados no tema geral “UFBAL 60 anos, andando no espírito”, tema que remete a profundas re-flexões e ao mesmo tempo comemora os 60 anos da entidade.

Na noite de abertura a presidenta, a brasileira irmã Marlene Baltazar da Nóbre-ga Gomes, pregou sobre o tema “Andando no Espírito, comprometemo-nos com Deus”. Na sexta-feira pela manhã, outra brasileira, a irmã Edméia Willians, abor-dando o tema “Andando no Espírito, servimos sempre”, falou sobre a experiência com o trabalho evangelístico social que ela desenvolve no morro Dona Marta, no Rio de Janeiro.

A missionária paraguaia Lídia Sônia Clava falou so-bre o trabalho desenvolvido através do PEPE nos vários países da América Latina, enfatizando o tema “Andan-do no Espírito, ensinamos as crianças”.

No período da noite, a mis-sionária holandesa Lauren Bethel pregou sobre “Andan-do no Espírito, resgatamos as mulheres da prostituição”, destacando sua experiência com trabalho desenvolvido com mulheres e meninas vítimas do tráfico e da pros-tituição na Tailândia e na Holanda.

CelebraçãoO tema geral do congresso

também foi abordado nas oficinas: Violência Contra a Mulher (Dra. Amparo de Medina – Colômbia), Lide-rança (professora Daisy San-tos Correia de Tavar Marti-nez - Honduras) e Prostitui-ção Feminina (Missionária Lauren Bethel – Holanda). No sábado pela manhã, a professora Alicia Zorzoli (Texas/USA) ministrou estu-do bíblico com o tema “An-dando no Espírito cresço em santidade”. Nesse mesmo dia ocorreu a Assembleia Administrativa da UFBAL e a tarde foi livre para passeio e turismo.

A celebração dos 60 anos da UFBAL foi marcada pela pregação da pastora chilena Raquel Contreras, presidenta do Departamento Feminino da Aliança Batista Mundial que trouxe a mensagem “An-dando no Espírito, prossiga-mos construindo a história”.

No domingo pela manhã, a professora Alicia Zorzoli ministrou estudo bíblico com o tema “Andando no Espírito, aprendendo a adorar a Deus” e a pastora Raquel Contreras

trouxe a mensagem final do congresso com tema “An-dando no Espírito, somos vitoriosas”.

DiretoriaDentre as atividades reali-

zadas no evento, destacamos a eleição da nova diretoria da UFBAL que ficou assim constituída:

Presidente: Sara Mendoza de Barrios – Venezuela

Secretária: Nelly Hoyos – Colômbia

Tesoureira: Luz Ofelia Ren-don de Tapuy - Equador

Diretora de Noticiário: Daisy Santos de Oliveira - Brasil

“Louvamos e agradecemos a Deus pela oportunidade de

podermos participar deste histórico congresso e agra-decemos a todos que oraram e contribuíram para que pu-déssemos estar presentes”, conclui a pastora Maura Ra-mos, diretora-executiva da UFMB-MS.

O próximo congresso da UFBAL será em Cancún, no México.

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da (Hb10:39)

Sacerdo-te filho de Eli

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que Danielfoi lançado

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(?) Niño,fenômeno meteoro-

lógicoCondi-ção de

Timóteo(I Co 4:17)

Cor docavalo

da Morte (Ap 6:8)

Interjei-ção

gaúchaAmparos

Fruto doEspírito

(Gl 5:22)

Mulher de Félix, governador queouviu Paulo acerca dajustiça e do juízo vin-douro (At 24:24-25)

Foi criadopela filhade Faraó(Êx 2:10)

Plantação atacadapelo joio

Oriente; levante

Andou porcima daságuas sobas ordensde Jesus

(Mt 14:29)

“De dia o(?) não te

ferirá,nem a luade noite”(Sl 121:6)

Construtorda ArcaSalto

brusco

Ilha ondeJoão es-creveu o

livro do A-pocalipse (Ap 1:9)

3/apê. 5/louis. 6/patmos. 7/drusila — fineias.

Delegação de MS presente ao congresso da UFBAL que comemorou os 60 anos da entidade latino-americana

MS participa de congresso da UFBAL em Foz do Iguaçu

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14 o jornal batista – domingo, 09/02/14 ponto de vista

O nosso Deus de-f i n i t i v a m e n t e não sai de férias. Ele não se can-

sa como nós cansamos. O nosso Deus é Espírito (João 4.24). Ele trabalha para aque-les que Nele esperam. “Por-que desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvi-dos se percebeu, nem com os olhos se viu outro Deus além de ti, que agisse em favor da-quele que nele espera” (Isaias 64.4). Ele está perto de todos os que O invocam e o fazem de verdade. É impressionante como Deus, nosso Pai, se im-porta conosco, está presente onde Ele quer estar. Ele é o nosso provedor e protetor na Pessoa do Filho. Não é homem para se estressar. O Seu interesse é sempre se revelar a nós por meio da Sua Palavra, em Jesus Cristo, na nossa consciência e na natu-reza criada que manifesta a Sua glória. Ele não só criou como mantém todas as coisas

João Oliveira Ramos NetoMembro da SIB Goiânia, é pastor, professor de História na Universidade Estadual de Goiás e redator da revista Realização

Cresci lendo as re-vistas da EBD edi-tadas pela Juerp e foi muito edificante

para a minha vida espiritu-al. Que a nossa literatura é biblicamente relevante todo batista o sabe muito bem. O que, porém, me motivou a escrever este breve artigo foi a constatação de que a relevância de nossa literatura ultrapassa o âmbito ecle-siástico, e isso precisa ser divulgado. Como professor de História, há muito tempo percebi que os alunos que frequentam a EBD, e estudam nosso material, saem na fren-te na hora de um concurso, como o vestibular, o ENEM ou a disputa por uma vaga de emprego. Darei três exem-plos para demonstrar minha afirmação.

segundo a Sua soberana von-tade. Ele não se agrada com o caos, mas com a ordem. O nosso coração deve descan-sar na Sua fidelidade.

O líder da Igreja pode e deve tirar férias, mas Deus não. O líder pode não estar na Igreja, mas Deus está. O pastor pode ficar trinta dias sem trabalhar na Igreja local, mas Deus trabalha todos os dias, incansavelmente para abençoar os Seus filhos de maneira exuberante. É triste constatarmos membros de Igre-ja que não participam do culto pelo fato do pastor estar de férias. Todavia, Deus não para de agir, trabalhar intensamente. Em todo o tempo o Senhor está presente na vida dos Seus filhos, atuando poderosamen-te. A ausência dos membros da Igreja nas férias pastorais denota imaturidade e depen-dência humana. Pastores vêm e vão, mas a Igreja permanece no lugar cumprindo a Missão deixada pelo Senhor Jesus Cristo.

Em primeiro lugar, além dos vestibulares, todas as recentes provas do ENEM trazem questões ligadas à religião cristã de alguma forma. A prova de 2007 do vestibular da Universidade Federal de Uberlândia tinha uma questão discursiva in-dagando sobre a diferença entre a Igreja Luterana e a Igreja Calvinista. Um aluno que frequenta a EBD e lê nossa literatura sobre, por exemplo, a nossa história, fica mais preparado para res-ponder uma questão como essa, ou questões similares sobre o cristianismo na Idade Média, ou ainda sobre os pu-ritanos na Inglaterra moderna e outras sobre a Reforma Protestante no século XVI. Em 2006, a Universidade Federal de São Paulo fez, no seu vestibular, uma pergunta sobre a Igreja Batista.

Em segundo lugar, as pro-vas de História sempre têm questões sobre os povos da Antiguidade, como os assí-rios, os babilônios, os fení-

Estar no templo, adoran-do como Igreja, é bíblico. A nossa participação no culto não depende do líder, mas de Deus. Não vamos à Igreja primariamente para ver pas-tor, mas para ter comunhão com o Senhor e com os meus irmãos em Cristo. A presen-ça dele é importante, mas na sua ausência, pela graça de Deus, participaremos das atividades da Igreja. Igreja é relacionamento com o Senhor e com o próximo. Quantas vezes temos tido uma visão tacanha em relação à nossa participação na vida comu-nitária, quando fazemos um reducionismo do nosso com-promisso com o Senhor. Estar na Igreja pressupõe ser Igreja. Jesus criou a Sua Igreja para viver no templo (adoração, comunhão e serviço) e fora do templo (evangelismo, missões e ação social). Os membros do Corpo de Cristo devem estar juntos e diluídos na so-ciedade, expressando o Seu

cios, os hebreus, os persas, os romanos, os gregos, entre outros, além de perguntas bí-blicas. Quem, por exemplo, na EBD, estuda os profetas do Antigo Testamento, através da nossa literatura na EBD aprende um monte de coisa sobre esses povos. Em 2003, por exemplo, na prova do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande no Norte, caiu uma questão que citava Isaías 10.1-2 e 5.8 e perguntava a qual época da História do povo Hebreu esses versículos faziam refe-rência! Além disso, em 2006, a Universidade Federal de Santa Catarina fez uma per-gunta sobre Abraão.

Em terceiro e último lugar, nossa literatura, discutida na EBD, ajuda o estudioso a formar opinião sobre temas para redação. Se pararmos para analisar, o que costuma cair para redação nas provas são os assuntos que estão em pauta no noticiário. E, se analisarmos bem, veremos que os assuntos atuais são

amor. A Igreja é o ambiente da aceitação, do perdão e da festa. Viver como Igreja é o resultado do ser Igreja.

Davi exclamou: “Alegrei--me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Salmos 122.1). A nossa ale-gria está em cultuar ao Se-nhor independente do líder ou pastor. Ser Igreja pres-supõe o fundamento que é Cristo Jesus. Deixar de ir à Igreja porque o pastor está em férias é, no mínimo, uma atitude de irresponsabilidade. O cristão genuíno tem prazer no Senhor e se sente honrado estar com os irmãos. A Igreja primitiva se reunia para partir o pão, para as orações e em cada alma havia temor (At 2.37-47). Não havia férias na relação com Deus e com o outro. Os irmãos tinham prazer na reunião de amor, na fraternidade. O deleite deles era o Senhor, a Sua manifestação inequívoca na Pessoa do Espírito Santo.

aqueles que, de alguma ma-neira, envolvem a nossa fé, tais como o homossexualis-mo, a proposta de lei contra a homofobia, a descriminali-zação do aborto, a descrimi-nalização das drogas, entre outros. Na revista Atitude do quarto e último trimestre de 2013, fizemos uma discussão sobre as cotas para negros nas vagas das universidades.

Portanto, penso ser lamen-tável existir, em nosso meio, quem não valorize a nossa literatura ou a EBD. Vive-mos em muitas das nossas atuais igrejas a “síndrome da inovação”, isto é, aquelas lideranças que pensam que para despertar o interesse dos alunos desmotivados com a EBD é preciso mudar toda a estrutura, inclusive trocando a nossa literatura. De fato, é preciso atualizar em alguns aspectos e, nesse sentido, na nova gestão do departamen-to de educação religiosa da nossa convenção, mudanças foram feitas para tornar nossa literatura mais relevante para

Ser Igreja quer dizer levar a vida cristã conforme os ensinos do Mestre. Não deve haver faltosos na Casa do nosso Abba. A Igreja não é um museu para santos, mas um hospital para pecadores. Não é o pastor o anfitrião, mas o Senhor. O pastor é humano e frágil como era o profeta Elias (Tg 5.17). Ele é secundário e o Senhor, pri-mário. O pastor é servo e não senhor. Deve servir sempre à semelhança do Supremo Pastor. O homem de Deus deve viver e pregar tão bem que as pessoas dirão: “Mas que Cristo maravilhoso ele expôs para nós!”. Deus se agrada quando vê Seus filhos levando-O a sério dentro e fora do templo, da Casa de Oração. O nosso Deus não é regido pelo tempo e nem pelas limitações humanas. Ele é o Senhor que labuta intensamente a nosso favor. Sirvamos a um Deus que não entra em férias.

os novos desafios contem-porâneos. Por outro lado, os problemas que têm esvazia-do nossas classes não estão ligados à nossa literatura. Na verdade, as igrejas que mudaram suas revistas de EBD, passando para material de outra denominação, ou para material próprio, não obtiveram resultado positivo (leia-se resultado positivo como o esperado retorno dos alunos desmotivados) por causa disso. Nossa literatura é muito bem preparada, com muito carinho, por uma es-quipe muito dedicada e, por isso, edifica o povo de Deus preparando-o não só para uma vida espiritual saudável como também para os desa-fios da nossa sociedade. Nos-sa literatura é biblicamente fundamentada, solidamente doutrinária, atual, inteligente, atrativa e de circulação de muita informação atualizada. Por isso, lamento que ainda há quem a despreze. Deixo o desafio para que, quem ainda não a conhece, experimente!

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15o jornal batista – domingo, 09/02/14ponto de vista

É uma pergunta inte-ressante que tem me incomodado a quase quatro décadas. Sem-

pre fui ensinado que a men-sagem central da Bíblia é a salvação e que tudo deve girar em torno desse tema de modo a gerenciar nossa com-preensão da vida; da igreja, sua missão, suas atividades, prioridades, programas e eventos; deve ser o centro de nossa preocupação com as pessoas (se estão salvas ou não).

Ao lado desta pergunta, muito me incomodou no passado outra consequente: se a coisa mais importante de minha vida é a salvação e tudo deve ser nela centra-lizado, então Deus nos criou para pecar para depois nos salvar? Para mim isso não encontraria coerência com a mensagem bíblica sobre o próprio Deus, que é santo, justo, puro, perfeito e não nos induziria ao pecado, mesmo na criação com Adão.

Refletindo mais sobre o tema descobri que a estru-tura, lógica e racionalidade teológica que está por trás desta soteriocentralização (salvação como centro) de nossa Teologia, busca enten-der a vida humana a partir da queda em vez de buscar as razões da vida desde antes da fundação do mundo. Se pen-sarmos a partir da queda, va-mos entender que necessita-mos ser salvos; se pensarmos desde a fundação do mundo

faremos outras perguntas, tais como, para quais finali-dades fomos criados? Com a queda o que foi alterado em relação a estas finalidades? O que é necessário fazer para podermos voltar às origens do plano de Deus? Perguntas como estas germinam outras preocupações e nos levam a ir mais fundo em nossa com-preensão das Escrituras.

Quando perguntamos para que fomos criados, em geral os teólogos afirmam que foi para a glória de Deus (Isaías 49.7). O dilema é desco-brirmos o que significa “vi-ver para a glória de Deus”. Depois de muito discutir com minha Bíblia cheguei a sintetizar em quatro com-ponentes básicos, partindo especialmente do ensino de Jesus sobre os dois grandes mandamentos – amar a Deus e ao próximo – que na reali-dade envolve três níveis de relacionamentos – Deus, eu mesmo e o próximo. Assim, viver para a glória e alegria de Deus, como um eterno rei e criador, significa viver em harmonia e amor (1) com Deus; (2) comigo mesmo (auto imagem equilibrada - Romanos 12.3); (3) com o próximo (veja também Roma-nos 12.3); e, naturalmente, pois é nosso ambiente de vida, (4) com a obra da cria-ção. Podemos dizer que isso seria o supremo propósito de Deus para a criação.

Com a entrada do pecado no mundo no Éden, esta or-

dem da natureza criada se tornou caótica e se distanciou do plano original de Deus para a criação. Num artigo passado expliquei os distúr-bios da criação provocados pela queda, se puder volte lá para ler. Deus poderia ter destruído tudo, criar tudo de novo ou, simplesmente, deixar o ser humano ao seu próprio destino decaído e rebelado para se autodestruir.

Mas, desde o Éden temos a profecia de Deus para nos recuperar em Gênesis 3.15, que chamamos na Teolo-gia de Protoevangelho. Ele se compadeceu de nós e desejou nos dar uma nova oportunidade (Romanos 5.8, João 3.16), assim, enviou o seu Filho Jesus Cristo para morrer na cruz do Calvário para pagar o preço de nossa condenação (aspecto jurídico da salvação) e, pela ressur-reição dentre os mortos, nos dar nova vida, não apenas futura na Nova Jerusalém (aspecto escatológico da sal-vação), mas para nos dar nova e abundante vida (João 10.10) desde aqui na vida atual terrena de modo a nos tornar sal da Terra e luz do mundo (Mateus 5).

Então a salvação se tornou um meio de recuperação de nossa vida para os propósitos originais divinos desde antes da fundação do mundo. A salvação não é o centro e um fim em si mesma, é um meio, um recurso, um conserto de Deus para nos trazer de

volta aos seus pés (Efésios 1) nos restaurando ao plano primeiro da criação. Com a salvação a pessoa tem aberta a oportunidade para construir a sua vida com sentido e es-perança. Então, a salvação é sumamente importante, pois sem ela não teríamos acesso ao plano original de Deus para nossa vida e ela seria sem sentido. Temos aqui o aspecto teleológico (de Tele-ologia – estudo das finalida-des das coisas) da salvação.

Pela salvação somos recu-perados para viver uma nova vida, como novas criaturas (II Coríntios 5.18). Se confe-rirmos o contexto deste texto vemos que Jesus veio para nos resgatar de modo que viveremos não mais centrali-zados em nossos interesses, mas o centro gravitacional de nossa vida se localizará em Jesus (vers. 15). Este é o aspecto antropológico da salvação, isto é, redefinição da natureza e papel humano na vida, desde os dias de vida aqui na Terra, em vez de pensarmos apenas na vida a partir do céu.

A mensagem neotestamen-tária sobre a salvação sempre nos coloca novamente de volta numa vida de relaciona-mento em harmonia e amor com Deus, conosco mesmos, com o próximo e com a natu-reza criada. Deus passa a ser o centro de tudo (Lucas 9.23; Romanos 12.1; Gálatas 2.20), diferentemente do salvacio-nismo (como chamamos a

colocação da salvação como centro) em que o centro é a salvação, é o céu, a esperan-ça escatológica futura, em geral, tirando o ser humano de seu papel e função da vida presente.

Neste sentido, a missão da igreja, isto é, a finalidade para qual existe a igreja, é levar as pessoas a viverem para a glória de Deus (veja os quatro componentes que falamos anteriormente). Para que isso ocorra, é necessário que a igreja seja testemunha viva do evangelho e da sal-vação. Temos aqui a função evangelizante e missionária da igreja como missão conse-quente. Ainda mais, a igreja necessita levar as pessoas a viver de modo a glorificar a Deus e precisam ser prepara-das para isso, então temos a missão da igreja voltada a si mesma para a edificação do cristão. Veja que com este aprofundamento da mensa-gem da Bíblia, descobrimos agora que, em vez de apenas uma missão (salvar vidas) a igreja passa a ter a missão de forma tridimensional.

Em vez de reduzir o evan-gelho, toda esta reflexão nos leva a maior aprofundamento na mensagem bíblica e des-cobrirmos verdades que esta-vam escondidas por conta da centralização da salvação, em vez de pensarmos nela como meio e conserto de nossa his-tória para nos levar de volta ao plano original de Deus quando desejou nos criar.

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