jornal batista - 35

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIII Edição 35 Domingo, 01.09.2013 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Às portas de mais uma campanha missionária, os promotores de missões par- ticiparam de encontros e acampamentos com o obje- tivo de conhecer o material da nova campanha e novas ferramentas para envolver ainda mais suas igrejas com a obra missionária (pág. 07). Igreja Batista do Feitosa em Recife comemora 100 anos Promotores de Missões são capacitados para campanha 2013 Durante todo o período de 28 de outubro de 2012 a 28 de outubro de 2013 a Igreja Batista do Feitosa está em festa. Baseada no tema “Revivendo o ontem, vivendo o hoje, construindo o amanhã”, a Igreja celebra 100 anos de história. Cada mês um dos pastores, que já passaram pela Igreja, estão sendo convidados para voltar, pregar e reviver o ontem, os membros afastados ou que estão em outras igrejas são convocados a participarem da comunhão cristã, e as crianças têm sido trabalhadas para construírem a história do amanhã (pág. 09).

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Leia o Jornal Batista desta Semana e fique por dentro de tudo que está acontecendo no meio Batista.

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Page 1: Jornal Batista  - 35

1o jornal batista – domingo, 01/09/13?????ISSN 1679-0189

Ano CXIIIEdição 35 Domingo, 01.09.2013R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Às por tas de mais uma campanha missionária, os promotores de missões par-ticiparam de encontros e acampamentos com o obje-tivo de conhecer o material da nova campanha e novas ferramentas para envolver ainda mais suas igrejas com a obra missionária (pág. 07).

Igreja Batista do Feitosa em Recife comemora 100 anos

Promotores de Missões são capacitados para campanha 2013

Durante todo o período de 28 de outubro de 2012 a 28 de outubro de 2013 a Igreja Batista do Feitosa está em festa. Baseada no tema “Revivendo o ontem, vivendo o hoje, construindo o amanhã”, a Igreja celebra 100 anos de história. Cada mês um dos pastores, que já passaram

pela Igreja, estão sendo convidados para voltar, pregar e reviver o ontem, os membros afastados ou que estão em outras igrejas são convocados a participarem da comunhão cristã, e as crianças têm sido trabalhadas para construírem a história do amanhã (pág. 09).

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2 o jornal batista – domingo, 01/09/13 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

Quanta emoção!

• Ao receber o Jornal Ba-tista na sexta-feira (16.08), via Internet, fui surpreendido pela lembrança e, até emo-ção, ao ler a intocável matéria intitulada “O jogo de cena da visita do Papa”, da lavra do eminente pastor Isaltino Gomes de Oliveira Filho. Numa peça equilibrada entre sentimentos pessoais, amor à Palavra, crítica ao liberalismo das igrejas, o insigne obreiro disse o que precisava ser dito e que, me parece, ninguém o fizera antes.

Nos idos de 1980, estando à frente do Jornal Batista o saudoso pastor José dos Reis Pereira, assessorado pelo jor-nalista e amigo Othon Ávila Amaral, ali tive o privilégio, mercê de Deus, de ver publi-cados 54 artigos, em sua maio-ria voltados aos dogmas do catolicismo romano, à luz da Bíblia Sagrada. Não era (nem é), um ódio insano dirigido aos

“fiéis” do romanismo, mas um desejo ardente para que aque-les que os lessem pudessem entender o “E conhecereis a Verdade e a Verdade Vos libertará” (Jo 8.32). E, naquela oportunidade, falava dos ne-gativos dividendos espirituais que tal visita acarretaria para

um povo já afastado da Palavra de Deus.

Curiosamente, escrevi às pressas uma outra matéria, en-quanto o Papa estava por aqui, sob o título “João de Deus”. Mas ele já se tinha ido. Foi su-gerido a inclusão da frase “Uma carta que não foi enviada” a fim

de que a oportunidade tempo-ral fosse preservada. E assim foi. Aproveitando o imerecido epíteto - João de Deus - que lhe fora dado, no intenso ma-rketing da Sua igreja, fazia-lhe questionamentos diretos como, por exemplo: “João, se você é de Deus com que autoridade se autodenomina o ‘Vigário de Cristo’, usurpando um tí-tulo que lhe não pertence?!” Palavras duras? Talvez. Mas verdadeiras.

E agora lendo todo este “jogo de cena” da visita pa-pal, relembrada em boa hora, pelo pastor Isaltino, lembrei--me dos tempos idos, sim, mas sempre presentes, augu-rando que escritos deste jaez, estejam mais presentes em o nosso Jornal Batista, motivan-do os crentes à proclamação da mensagem maior: “Só Jesus Cristo Salva!” Amém.

Moysés Magno LimaMembro da SIB do

Rio de Janeiro

Eu vivo para a glória de Deus o/Mais um mês de

setembro chegou, e quem é batista já sabe, é hora

da campanha de missões na-cionais! Promotores já devi-damente preparados, igrejas já começam a ornamentar seus templos, professores das crianças ensinam o versículo e o tema da Campanha 2013, jovens se encantam pelos pro-jetos desenvolvidos e missio-nários visitam as igrejas e dão o privilégio aos membros de conhecerem suas experiências no campo.

Qualquer cristão que fre-quenta uma igreja batista sabe como fazer missões, orando, contribuindo financeiramente, indo, ou seja, todos podem servir através de missões. E neste ano a campanha traz um tema que exige um verdadeiro comprometimento: “Eu vivo para a glória de Deus”. Quem terá coragem de vestir uma camisa com esta frase? Quem tem coragem de viver para a glória de Deus? Quem tem coragem de se comprometer com a vontade de Deus, dei-xando de lado suas próprias vontades? Esta frase não pode ser vestida sem atitude, se não, não faz nenhum sentido.

Um dos conceitos que es-tão sendo trabalhados é o de Evangelização Discipuladora. Um conceito que visa dar a compreensão correta da Grande Comissão, enfatizando que evangelizar não é só pro-clamar o nome de Jesus, mas fazer discípulos. Sendo assim a evangelização discipuladora propõe que fazer discípulos é uma ação completa que vai desde o anunciar (compartilhar Jesus com alguém), aprofundar relacionamento discipulador, agregar a pessoa na igreja e levá-la à maturidade espiritual (o aperfeiçoamento dos santos de que a Bíblia fala).

Outra ênfase é a ação social, a JMN promove a ressocia-lização em vários âmbitos: assiste menores em situação de vulnerabilidade social, marginalizados, presidiários e seus familiares, apoia grupos minoritários como surdos e ciganos; entre outras ações realizadas por meio de frentes missionárias espalhadas pelo país. Atualmente, projetos que visam recuperar dependentes químicos, retirando-os das ruas e dando uma nova perspectiva de vida, estão em evidência.

As etnias também são al-cançadas através de Missões

Nacionais. A visão do pro-jeto Etnias no Brasil é ser o movimento que reconhece a importância das mais de 220 etnias aqui representadas e oferece apoio integral nas áreas de compaixão e justiça, com a missão de alcançar estas nações a partir da pátria brasi-leira, demonstrando, por meio do evangelho, acolhimento e assistência que promova inte-gração social e reconciliação com Deus. Cada estrangeiro alcançado torna-se um po-tencial evangelizador de seu próprio povo e não se pode perder esta oportunidade, prin-cipalmente quando se trata de nações que são fechadas ao evangelho. Com esta visão, missões nacionais já implan-tou trabalhos com ciganos, chineses, árabes, hispânicos, japoneses e africanos.

Não é de hoje que o espor-te vem sendo usado como ferramenta evangelística nos campos missionários, espe-cialmente de crianças, adoles-centes e jovens. Aliado a esta realidade e à realização de eventos esportivos de grande porte no Brasil nos próximos anos, a Junta de Missões Na-cionais desenvolveu seu pro-grama esportivo missionário

denominado AVANÇA, BRA-SIL - Igreja, Esporte e Missões. O programa tem dois focos de ação: evangelizar brasileiros e estrangeiros nos grandes eventos esportivos, capacitar e mobilizar as igrejas para a evangelização por intermédio do ministério esportivo.

A nova geração não pode-ria ficar de fora. Pensar em evangelizar crianças é pen-sar numa estratégia eficaz de levantar uma nova geração que ame e honre ao Senhor em todos os seus caminhos. Missões Nacionais tem traba-lhado em muitas frentes para que crianças sejam alcançadas pelo evangelho transformador. Além de capacitar as igrejas para este trabalho com o pro-grama Crianças para Jesus, há décadas vem trabalhando também com os lares batistas. Os PEPE’s são outra frente de trabalho para alcançar os pequeninos e nos campos, os missionários também estão sempre atentos às oportunida-des de anunciar as Boas-Novas a este grupo tão expressivo.

Participe também deste gran-de projeto e diga com convic-ção: “Eu vivo para a glória de Deus!” (AP)www.vivoparaagloriadedeus.com

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio BarbosaFrancisco BonatoGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 01/09/13reflexão

(Dedicado ao leitor Osvaldo Ronis)

Para permitir o livre de-senvolvimento do pro-jeto de recuperação do Templo Memorial,

que há mais de 50 anos vem sendo usado para a celebração de cultos, desde 09 de junho de 2013 o Auditório é o novo local para as reuniões da Igreja Memorial Batista.

Apropriadamente, em 1990 o pastor Éber Vasconcelos sussurrou sua antiga aspira-ção de que o Auditório ser-visse para a realização de eventos culturais.

Em 23 de junho ocorreu a estreia da cantata “Deus é por nós”, executada pelo Coro Memorial e pelo Coro “Mensageiros da Paz” e as-sistida, além de internautas, na segunda récita, por cerca de mil pessoas.

Cantata é uma forma mu-sical, de uso religioso ou profano. A cantata de igreja usa texto bíblico e apresenta árias, recitativos e partes co-rais. Na cantata, as vozes não representam, necessariamen-te, os protagonistas da obra.

No período barroco (1600-1750), a cantata era o gênero mais importante da música vocal e o principal elemento da música-de-culto na igreja luterana. O categórico estilo barroco aproximava as pesso-as dos temas sacros.

A cantata sacra constitui o núcleo da música vocal de Bach; ele compôs cerca de 300 cantatas. Peças de destina-ção modesta, confiadas a intér-pretes medíocres e oferecidas a paroquianos ignorantes, “são a mais alta expressão do gê-nio musical e do sentimento religioso de Bach” (Roland de Candé, Jean-Sébastien Bach. Paris: Seuil, 1984).

As cantatas de Bach (1685-1750) eram executadas por grupos pequenos; ele dis-punha, para execução de uma cantata, em geral, de 12 cantores e 15 instrumentistas; ocasionalmente, o número de executantes subia de 27 para 40. As letras eram hau-ridas no “Gesangbuch” (hiná-rio), escritas por poetas con-vidados por Bach. Sua obra é multifacetada; expressa os muitos graus de alegria e de tristeza, porque é uma obra de arte erudita. Você ouve melhor de olhos fechados.

Quanto à cantata de Do-nald James Moen (1950- ), preferimos classificá-la de “medley” (miscelânea), pois é uma mistura de variadas letras de hinos e cânticos;

evidentemente, trata-se de música não-erudita, para ou-vintes menos exigentes.

Uma nostalgia pode condu-zir, inclusive os compositores evangélicos de música popu-lar, ao leviano estilo rococó, que dilui os temas sacros para satisfazer as frivolidades das pessoas, bem atendidas pelo cinema (filmes), pela televisão (novelas) e internet (Face-book). Almir Chediak selecio-nou e editou “songbooks” de compositores populares (Noel Rosa, Dorival Caymmi, Chico Buarque de Hollanda, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Ivan Lins, Alceu Valença, Raul Seixas e outros). Também Don Moen fez seus “songbooks”, para os quais compilou as letras de uma espécie de “trilogia de canções de louvor”: 1) “God With Us” (Deus conosco); 2) “God For Us”(Deus por nós); 3) “God In Us” (Deus em nós). Cantor e letrista, para elaborar “God For Us” Don

Moen teve a colaboração de Tom Fettke (1941- ), e de Camp Kirkland, arranjador--orquestrador.

“Deus por nós” foi lançada pela “Integrity” em outubro de 2010, com 16 faixas. Na Memorial foi feita uma adap-tação, contendo somente 10 canções.

A l é m d e D o n M o e n (“We’ve Come to Bless Your Name” e “God Is Good”), encontramos canções de Walt Harrah (“Think About His Love”), Michael Smith (“Awesome God”). Matthew Bridges-Godfrey Thring (“Crown Him with Many Crowns”), Reginald Heber (“Holy, holy, holy”) e William Reynolds(“Share His Love” as traduções foram feitas por Joel Santana (“Pense em Seu amor) e Ronaldo Peryles (as demais); para “Nosso Deus é tremen-do”, também existe a de Ka-ren Kremes, muito próxima do original inglês. Os arranjos musicais, por Kirkland.

Enquanto aguardávamos o DVD e as fotos (Rosber Neves Almeida e Edsom da Silva Leite, respectivamente), rascunhamos nossas impres-sões sobre a obra, que são confirmadas neste artigo.

A obra coletiva (Moen-Fet-tke-Kirkland) é monotemáti-ca e monocórdia; são raras as oportunidades do coro e da orquestra para expressão emocional. A monotonia é disfarçada pelo ritmo; Ki-rkland usou o recurso da síncope para evitá-la. A mis-celânea transmite ao coro, à congregação e à orquestra uma inadequada pulsação, expressa por palmas ritmadas e expressão corporal. Um grande coro atrai a curiosida-de visual do público, mesmo que a música o deixe alheio às nuanças sonoras.

A pobreza artística da obra, do ponto de vista musical, pode ser remediada pelo exaltado entusiasmo dos exe-cutantes.

O arranjador adotou um procedimento técnico, rara-mente usado por Bach, co-locando na miscelânea uma “abertura instrumental”. Entre 200 cantatas sacras, somente para 24 Bach compôs peças instrumentais de introdução; nas outras 176 não encontra-mos “aberturas”.

Don Moen socorreu-se de um recurso extra-musical ao incluir na miscelânea uma narração, baseada em textos bíblicos, com o objetivo de atingir a mente e o coração do ouvinte.

O primeiro cuidado de-veria ter sido a procura de um elemento que pudesse impressionar o público, não pela imagem de um coro disciplinado, mas pela au-dição de belas melodias; o segundo, a busca de um ape-lo emocional para inspirar os executantes e o público. Geralmente, na composição de uma cantata erudita estes cuidados são observados.

MÚSICARolando de nassau

Processional dos coros reunidos que apresentaram a miscelânea de Don Moen

Auditório “Éber Vasconcelos”, em 22 de junho de 2013, durante a apresentação da “Moen’s Medley”

Moen’s Medley

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4 o jornal batista – domingo, 01/09/13

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Anunciar tudo da nova vida

reflexão

Presos por terem tes-temunhado sobre Je-sus, um anjo liberta os apóstolos e lhes

comanda: “Vão para o Tem-plo e anunciem ao povo tudo a respeito desta nova vida” (Atos 5.20).

Ao vivenciar o fato histó-rico do Jesus ressuscitado, os discípulos tiveram a aula suprema sobre a realidade da morte e a vitória da vida. Finalmente, eles entende-ram que sua missão não era pregar uma nova religião, mas dizer ao mundo que em Jesus Cristo passamos a experimentar uma “nova vida”. “Eu sou a vida”, de-clarou o Senhor. E Eu dou “vida e vida com abundân-cia”. Ao dizer aos discípulos para anunciar “tudo”, “a respeito desta nova vida”, o anjo sintetiza a missão dos apóstolos e a nossa missão

como discípulos contempo-râneos.

Quando nos encontramos espiritualmente com Cristo, “passamos da morte para a vida”. Em função deste en-contro, assumimos o compro-misso do “ide” e recebemos o privilégio de compartilhar com um mundo morto a in-compreensível realidade da vida “em Cristo”. Vida tão poderosa e extensa, que se infiltra no nosso corpo, na nossa família, na nossa es-cola, no nosso trabalho, no nosso lazer. Quando nos esquecemos de introduzir Cristo em algum detalhe de nossa existência, de alguma forma o Senhor providencia um anjo, para nos relembrar que temos que anunciar ao povo tudo a respeito desta nova vida. É isto que somos: anunciadores e testemunhas da nova vida em Cristo.

Pr. Valdo RomãoDiretor Executivo da CBESP

Parece que o gigante acordou. Não é difí-cil associar a palavra gigante ao nosso que-

rido Brasil. Todos reconhe-cem o seu gigantismo. Quer seja sob o ponto de vista territorial como o da sua po-tencialidade em tantas áreas. O Brasil é grande. Aliás, o nosso hino nacional, escrito por Joaquim Osório Duque Estrada, em uma de suas es-trofes, assim o considera. Diz a letra: “Gigante pela própria natureza”. Numa outra parte da letra do hino, escreveu o autor: “Deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profun-do”. Alguns já se referiram ao Brasil como um gigante que precisa despertar. Será que ele acordou? A sua gente, com a sua grandeza, parece ter-se despertado. Agitos dão indicações de que isso tenha acontecido.

Desde o último mês de junho, a sociedade brasileira vem presenciando diversas manifestações de rua. São vá-rias as bandeiras. Muitas são legítimas. Afinal, quem pode concordar com a corrupção que tira o oxigênio da saúde, da educação, da segurança? Quem pode concordar com o distanciamento que há entre o povo e os que ocupam as funções do poder? As ruas se agitaram com a presença do povo.

Parecia que tudo se resu-mia às questões políticas. E isso não se confirmou. Até que chegou ao Brasil o Papa Francisco. Agito total. A Jor-nada Mundial da Juventude, promovida pela Igreja Ro-mana, foi marcada como um acontecimento que mostrou um povo carente, especial-mente os jovens, e a carência vista é de natureza espiritual. Vimos jovens tocados pelas atitudes de um homem, que foi descrito como humilde, simples, carismático. Um homem que se apresentou sensível à causa dos pobres.

Andou num carro simples. Abriu suas janelas. Não quis vidros à prova de balas no seu papa-móvel. Essas atitu-des foram destacadas pela imprensa. Por isso ganhou a simpatia das ruas. E as ruas se agitaram. Ninguém pode negar que o agito teve ares de espiritualidade. É bem verdade, uma espiritualidade à moda da Igreja Romana. Com um evangelho lido em muitos momentos, mas per-meado por uma liturgia que anulava a pessoa de Jesus. Palavras extraídas da Bíblia. Conceitos cristãos. Todos atropelados pela tradição da igreja com os seus dogmas e a devoção à Maria. Corações agitados. Lágrimas vertidas. Espíritos não saciados. Que pena! O papa foi embora. Sua ausência deixou para muitos o vazio. Agora, ficam no aguardo de 2017, quando prometeu voltar. A agitação

deu lugar ao vazio d’alma. Tudo volta a ser como antes.

Diante de todos, os agitos que o Brasil tem vivido des-de junho último. Que lições podemos tirar como povo de Deus? Do que vimos, ou quem sabe, do que muitos participaram, que legado fica para nós? Entendo que preci-samos nos agitar. Os nossos olhares sobre tudo o que temos visto não podem dei-xar de produzir uma reação. Assistir a tudo e permanecer inertes aos agitos da rua é, no mínimo, uma posição irres-ponsável. O que aí está deve nos agitar. O povo de Deus precisa tomar uma posição. Temos a mente de Deus. Dele recebemos instruções.

Não podemos ver o nosso povo sair pelas ruas levantan-do bandeiras para que haja mais justiça social e ficar-mos alheios como se nada tivéssemos com isso. Esses agitos devem nos atingir. Ver uma multidão de jovens atrás de um líder da forma como vimos nesses dias, no Brasil, cruzando nossas estra-das, deixando os seus lares, acampando debaixo de um clima hostil, marcado pela presença do frio e chuva, em busca do preenchimento da alma, não pode deixar de ter a nossa atenção. Há um clamor. Tudo isso mostra que devemos muito à nossa gen-te. Temos uma mensagem. Ela é cristocêntrica. Apresen-ta Jesus, a única esperança para o homem e a mulher,

não importa a sua idade.“Desperta, ó tu que dor-

mes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te ilumina-rá”. O texto é o de Paulo aos Efésios 5.14. Precisamos dei-xar o comodismo, se somos, de fato, um povo que segue a Bíblia. Atentemos ao que ela nos pede, logo, nos primeiros versos desse mesmo capítulo: “Sede, pois, imitadores de

Deus como filhos amados, e andai em amor, como tam-bém Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós” (vs. 1 e 2a). A presença de Jesus, para realizar a Sua obra entre nós, agitou o mundo. E a expectativa dele para a Sua Igreja é a mesma. Precisamos provocar um alvoroço. Uma verdadeira agitação. Você concorda comigo?

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5o jornal batista – domingo, 01/09/13reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Mala perdida

Nosso neto Rafael voltava de Vitória, ES, onde esteve com sua esposa,

Daisy e os dois filhinhos do casal, passando férias do seu trabalho de engenheiro de uma multinacional francesa em Johor Bahru, na Malá-sia. Embarcou num voo para São Paulo, passou para um avião da Air France rumo a Singapura com transbordo em Paris. Ao desembarcarem em Singapura, que decepção! Das cinco malas despachadas em Vitória, estavam faltando duas. Procuraram o balcão da Air France com os tickets à mão e registraram a recla-mação. Uma das malas ficara em Guarulhos e foi devolvida no dia seguinte. Da outra, que continha mais de mil reais de remédios do Cauan e muitas roupas da Taís, inclusive os vestidinhos feitos com muito carinho pela vovó Edinéa, não houve notícia. Rafael foi infor-mado de que se a mala não fosse localizada em dez dias, seria dada como perdida e ele receberia uma indenização de 500 dólares. O prejuízo financeiro era o de menos. O pior era a frustração da Taís, que tem apenas cinco anos e ficou muito triste porque na mala perdida estavam os vestidinhos de princesa e de Branca de Neve que a vovó fizera.

Daizy e Rafael começaram a orar suplicando que Deus trou-xesse para eles a mala perdida. Pelo Skype, quando Edinéa prometeu fazer outro vestido de Branca de Neve, Taís deu um recado: “Não se preocupe, vó, eu tenho aquele” (o que estava na mala extraviada). Era a certeza de que Deus traria a mala de volta. Deus, porém, que sabe de todas as coisas, sa-bia onde estaria aquela mala e eles esperaram em Deus. Mui-tas pessoas já perderam suas malas em viagens aéreas e ja-mais as recuperaram, mas eles entregaram o problema nas mãos de Deus e descansaram. Os avós Donaldo e Edinéa em Vitória, os bisavós aqui no Rio, todos estavam em oração para que Deus localizasse aquela mala e a trouxesse de volta. Os dias foram passando, Rafa-el sempre mantendo contato

com a empresa aérea e nada de a mala aparecer.

Quinze dias depois, Daisy estava em casa com as crian-ças, quando tocaram a campai-nha. Ela foi atender e era um taxista indiano de Singapura enviado pela Air France com a mala que ninguém soube explicar por onde andara. Taís começou a pular e a dizer: “Eu não disse? Eu não disse que Papai do Céu ia trazer a mala?” Que alegria! Quando o taxista se retirou, Taís per-guntou: “Mãe, esse homem é Deus a quem pedimos que nos trouxesse a mala?” “Não”, respondeu a mãe, “esse é o ho-mem que Deus mandou trazer a mala”. “É, mas foi Deus que mandou, não foi?” Mãe e filha, antes de abrirem a mala, fecha-ram os olhos e se curvaram diante de Deus para agradecer. Quando vi a foto postada pela Daisy no Facebook, com a Taís vestida de princesinha e o Cauan todo feliz, sentado dentro da mala aberta, ele está com oito meses apenas, mas é muito esperto (fala de bisavô), fiquei emocionado. Feliz por ver, mais uma vez, das inúmeras em que já vi, que Deus responde às orações dos pequeninos.

Alguma das suas malas se perdeu? A mala de uma boa amizade, a mala de um projeto de vida, a mala de uma espe-rança, a mala de algo a perdo-ar ou a ser perdoado, a mala de uma palavra, uma simples palavra que muitas vezes tem um valor enorme, a mala de uma certeza de fé ou de uma convicção da alma, a mala sem alça de um problema que se foi sem ir, sem ser resolvido, alguma das malas da sua vida você perdeu e não sabe onde está? Deus sabe onde está essa mala. Entregue aos cuidados de Deus a sua mala perdida e creia. Descanse. Deus trará de volta, com certeza, a mala que você perdeu. Mas não se esqueça de agradecer depois, porque é a gratidão que faz a grandeza da alma, mesmo que nenhuma das suas malas tenha sido perdida nessa longa viagem que é a vida.

Levir Perea MerloPastor da PIB em São Caetano, PE

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II Coríntios 5.15).

Durante o mês de setembro cele-bramos a terceira campanha mis-

sionária, última do ano no calendário da denominação. Missões Nacionais traz um tema bem sugestivo para os servos do Senhor: “Vivo para a Glória de Deus” e texto acima exposto. O alvo de 15 milhões de reais parece desafiador, mas se for bem assimilado pelas mais de sete mil igrejas e congregações espalhadas pelo nosso Brasil, não será tão difícil alcançar e até ultrapassar. Mas que-remos direcionar nosso foco para a geração eleita, ou seja, o cristão autêntico, que vive um cristianismo verdadeiro, e a certeza no coração que os verdadeiros salvos pela graça

Antonio Luiz Rocha PirolaSIB em Linhares, Espírito Santo

Pedras representam obstáculos que pre-judicam a caminhada cristã. Todo crente

devia se livrar delas, mas infelizmente muitos preferem juntá-las, e até deixá-las com uma aparência bonita para que sejam uma boa justifica-tiva, só que elas continuam sendo pedras que atrapalham a vida cristã. Se o Diabo per-ceber que você gosta de pe-dras, ele vai transformar você num grande colecionador, e lhe dará todos os dias muitas pedras para afastá-lo das coi-

hão de dar uma resposta po-sitiva nesse esforço missio-nário para arrecadar fundos, não apenas na campanha, mas primeiro se darão para a obra e para a glória do Se-nhor! Por que deverão fazer assim? Porque a palavra de Deus é verdadeira e provoca nos eleitos do Senhor um de-sejo ardente no engajamento para a expansão do Reino de Deus na Terra.

No versículo exposto aci-ma, Paulo, exemplo de servo e missionário escolhido de-senvolve o grande mistério revelado da humanidade e da fé cristã: A morte e ressurrei-ção do Senhor. Ele reafirma categoricamente que Jesus Cristo morreu para toda a humanidade, o plano da re-denção humana, não é para alguns e muito menos para um povo específico. Apesar de que nem todos serão sal-vos da perdição eterna, não porque o Senhor não queira (a vontade de Deus é que todos se salvem – João 6.40; I Timóteo 2.4), mas por conta da dureza de coração. Ele deu a sua vida para salvar a todos.

sas de Deus e dos cultos de sua igreja.

Não se acomode dentro de casa, e não permita que o Diabo ou qualquer outra pessoa coloque pedras na sua vida. Não permita que coisas pequenas se transformem em obstáculos permanentes para o seu crescimento espiritual. Muitos abandonam a igreja, deixam de frequentá-la, por-que se acostumam com as pedras. Dar brilho nas pedras para justificar sua falta de compromisso não facilitará sua vida cristã.

Remova as pedras! Faça isso todos os dias. Se você tirar as pedras que impedem sua vida cristã, Jesus renovará sua vida

Apesar de que nem todos abrem os seus corações, mui-tos entregaram suas vidas ao Senhor em profundo ato de humilhação e obediência, fo-ram escolhidos, tornaram-se geração eleita (I Pedro 2.9). Vivendo não mais para si mesmo, mas sim para a glória de Deus. Viver para a glória de Deus nesse contexto tem o sentido de vida altruísta. A verdadeira geração eleita e sua nova natureza não deve ser egoísta, aliás o egoísmo gera uma série de anomalias próprias da nossa natureza caída e corrompida. Uma de-las é a avareza que a palavra de Deus trata como idolatria (Colossenses 3.5). Por outro lado a geração altruísta é bondosa, misericordiosa, sempre pronta para coope-rar, é serviçal e produz fruto digno de arrependimento. E o mais importante, ela o faz para a glória de Deus. O seu lema é o mesmo de Paulo: “não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.20).

Avante geração eleita! Vivendo para a Glória do Pai através do Senhor Jesus Cristo!

e finalmente você poderá sair do túmulo da preguiça, do de-sânimo, da falta de fé e da ne-gligência para com as coisas de Deus. Diga para o Diabo que o seu Deus é Jesus. Diga para o Diabo que nenhuma pedra terá o poder de fazê-lo abandonar a sua igreja, a sua fé e a sua caminhada com Deus. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6.33). E não sede conformados com este mundo, mas sede trans-formados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2).

Tem pedra no seu caminho?

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vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 01/09/13 reflexão

De todas as moda-lidades do atletis-mo, a que mais gosto é o reveza-

mento 4x100. No último Mundial, realizado recente-mente em Moscou, dois fatos me chamaram a atenção.

O primeiro foi em relação a participação da equipe fe-minina brasileira. Na prova final, valendo medalha, Van-da Gomes, atleta brasileira, deixou o bastão cair ao rece-bê-lo de Franciela Krasucki. Antes de passar o bastão, Eve-lyn dos Santos e Ana Cláudia Silva tinham deixado o Brasil em segundo lugar.

O outro fato marcante foi a vitória da Jamaica, com a par-ticipação de Usain Bolt. Ao pegar o bastão, a equipe ja-maicana estava em segundo, mas Bolt, o último corredor, tratou de colocar as coisas nos seus devidos lugares. Gosto de aplicar as lições do esporte à família.

Como no atletismo, a famí-lia deve ser uma equipe. Tal como uma competição de 4x100, como pais, devemos passar o bastão da fé para as gerações futuras. Na família de Timóteo isto aconteceu perfeitamente. Eunice, a mãe de Timóteo, recebeu o bastão da fé das mãos de Lóide, e passou a Timóteo. Timóteo, por sua vez, passou, instru-ído por Paulo, a transmitir a homens fiéis (II Tm 1.5;2.2). Um erro, como aconteceu com a equipe brasileira, po-derá comprometer o legado da fé nas gerações seguintes.

A história da família de Jonatham Edwards pode ilustrar sobre a importân-cia dos pais na transmissão do legado da fé aos seus descendentes. Os registros históricos contam que, entre os descendentes dos Edwar-ds, mais de 300 se tornaram pastores, missionários e pro-fessores de seminários, 120 professores universitários,

120 promotores, 60 escri-tores, 30 juízes, 14 reitores universitários, 3 participan-tes do Congresso dos Estados Unidos e um vice-presidente dos EUA.

Uma outra lição aprendida da prova do revezamento 4x100 de Moscou. Quando a equipe jamaicana ganhou mais uma medalha, os louros da vitória foram todos para Usain Bolt, mas pouco se falou nos outros três mem-bros da equipe, Nesta Carter, Nickel Ashmeade e Kemar Bailey-Cole.

Quando vi, pela televisão Usain Bolt pegando o bastão, achei muito interessante a atitude de seu antecessor, Kemar Bailey-Cole. Ao passar o bastão, Kemar não apenas se limita a entregar o objeto a Bolt, mas grita animando-o a recuperar-se na corrida e ul-trapassar a equipe adversária, a americana.

O mesmo deve acontecer na família. Como pais e avós devemos incentivar os mais jovens a darem o melhor de si para que os objetivos de Deus para a família sejam realizados. Os pais jovens de hoje enfrentam muitos obstá-culos para que o bastão dos valores morais e espirituais sejam transmitidos aos filhos. A atitude que Deus quer ver nos pais, que contemplam seus filhos começarem a jor-nada da paternidade e da ma-ternidade nestes dias é de in-centivar os filhos, motivá-los para que os netos recebam adequadamente o legado da fé, da ética, dos princípios cristãos.

Que Deus abençoe os avós, pais e netos nas famílias cristãs de nossos dias. Como escreveu o autor de Hebreus (Hb 12.1), devemos deixar todo o embaraço e pecado, olhar para Jesus, e correr com vontade a carreira que temos pela frente, a começar em nossa família.

Pr. Genevaldo BertuneMembro da PIB em Pouso Alegre, MG

“Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei plane-java colocá-lo à frente do governo de todo o império. Diante disso, os superviso-res e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração gover-namental, mas nada conse-guiram. Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente” (Dn 6.3-4).

O grande grito das mul t idões nas ruas do Brasi l tem sido contra

a corrupção, a roubalheira, a ineficiência dos nossos políticos e do poder públi-co; especialmente diante da grande carga tributária que nos é imposta, com um re-torno absolutamente aquém do que se espera e poderia ser feito.

Um dito popular que sem-pre ecoou e que, talvez, agora, até ganhe mais força entre os crentes e em nossas

igrejas, é que política não é coisa para crente; pois, se ele entrar, por mais honesto que seja, será corrompido pelo sistema. Quando leio os versículos acima, vejo que isso não é verdade, quando o crente tem uma fé, um caráter e um temor a Deus como Daniel; pois ele vi-veu no meio de um sistema extremamente corrompido e não se corrompeu. Muito pelo contrário, como disse o Senhor Jesus, ele foi “sal da terra e luz do mundo” exata-mente ali.

É interessante destacar que, quando Deus quis pro-testar contra a idolatria, a du-reza de coração dos anciãos de Judá, ele invocou a figura de Daniel – e isso é uma pro-va da sua justiça diante de Deus – “Ainda que estives-sem no meio dela (da terra de Judá) estes três homens: Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, salvariam apenas a sua própria vida, diz o Se-nhor Deus” (Ez 14.14). Para provar esta tese, vimos que a política também não foi pro-blema para Moisés e Samuel – todos sabem do testemu-nho destes homens diante do povo quando no fim de

seus ministérios, protestando sua justiça, honestidade. No entanto, a maior prova é que Deus quando quis dizer a Jeremias que não adiantava interceder por Judá, que ele não ouviria, mais uma vez vai buscar na figura destes “políticos” (políticos, sim, porque exerceram, também, o poder civil) o exemplo de justiça e santidade. “Disse--me, porém, o Senhor: Ain-da que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, meu coração não se inclina-ria para este povo; lança-os de diante de mim e saiam” (Jr 15.1).

Que estes movimentos de protestos pelas ruas do Brasil sirvam, não somente para aperfeiçoar o processo de administração da coisa pú-blica no país; mas, também, para que os crentes que estão na política, hoje; bem como os que irão entrar, possam seguir esses exemplos de vida encontrados entre os homens de Deus que já exer-ceram o poder civil e não se corromperam, provando que: Política é coisa para crente, sim! Alguém já disse que é no meio do lodo que nascem os mais lindos lírios.

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7o jornal batista – domingo, 01/09/13missões nacionais

Ana Luiza MenezesRedação de Missões Nacionais

Às portas de mais u m a c a m p a n h a missionária, os pro-motores de missões

participaram de encontros e acampamentos com o obje-tivo de conhecer o material da nova campanha e novas ferramentas para envolver ainda mais suas igrejas com a obra missionária.

No Rio de Janeiro, os par-ticipantes foram impactados durante a programação rea-lizada no Acampamento Ba-tista em Rio Bonito. O irmão Ricardo Pereira participou pela primeira vez do acampa-mento e relatou: “Pude acor-dar ao som de testemunhos de irmãos missionários que dividiram o quarto comigo. Pude levantar e ouvir um pouco daquilo que Deus tem feito nos campos pelo Brasil”.

Nathalia de Medeiros, que também participou pela pri-meira vez do acampamento, expressou sua gratidão pela oportunidade de experimen-tar momentos impactantes. “Parabéns pela organização e dedicação!”, disse ela, lou-vando a Deus pelas vidas envolvidas na preparação da programação do acampa-mento.

Os gerentes regionais de missões no Rio de Janeiro, Pr. Exequias e Maria Helena Santos, também participaram pela primeira vez na orga-nização do acampamento do Rio, pois vieram trans-feridos de São Paulo, onde também eram gerentes re-gionais de missões. “Somos gratos a Deus por mais essa oportunidade de servir. O acampamento foi maravi-lhoso. Tivemos 500 pessoas participando, entre elas um grupo expressivo de pasto-res e missionários de Mis-sões Nacionais”, contaram os obreiros, afirmando ainda que a motivação era a vonta-de de ver os promotores cada vez mais animados em suas atividades missionárias nas igrejas e associações.

Maria Helena deixou uma mensagem desafiadora aos promotores sobre a necessi-dade de continuar olhando para o alvo de suas vidas, que é Cristo. Os missionários Gil-mar e Jádima Barbosa, que trabalham com ciganos em São Paulo, também falaram aos participantes, contando o testemunho deles. A pre-sença do Coral Cristolândia Rio também marcou como um momento especial, pois

além das canções sobre a liberdade que seus integran-tes experimentam em Cristo, houve o testemunho de um ex-dependente químico, que emocionou a todos.

Todos foram desafiados a viver para a glória de Deus. Pr. Exequias fez um apelo e mais de 50 pessoas foram à frente, assumindo o com-promisso de serem mobili-zadores de missões em sua região. No segundo dia, o Pr. Jeremias Nunes, gerente executivo de comunicação e mobilização, apresentou o material da Campanha de Missões Nacionais 2013 e desafiou os promotores para que estivessem prontos para realizar a melhor campanha de todos os tempos em suas igrejas.

Como parte da programa-ção também houve oficinas como, por exemplo: Evange-lização Discipuladora, usan-

do o método de abordagem direta; Alcançando a Nova Geração; Vocação; música.

No período da noite, houve a Trilha Missionária, quando os promotores passaram por sete tendas sobre projetos missionários, expondo temas como: ciganos, tribos urba-nas, indígenas, nova geração, tráfico humano, plantação de igrejas e dependentes quími-cos (Cristolândia).

“Visitamos as tendas e pre-senciamos encenações de missionários sobre a realida-de dos campos onde a Junta de Missões Nacionais realiza seu trabalho. Todas arranca-ram lágrimas dos promotores. Vale a pena destacar a apre-sentação da Cristolândia que contou com a participação de jovens recém-tirados de cracolândias reais. O realis-mo dessa apresentação foi tão marcante que fez o irmão Wladimir, que trabalha na

Cristolândia, se assustar com um ‘tiro’ de bala de festim”, relatou o promotor Ricardo. Ele também destacou a tenda indígena que expôs a triste realidade de uma etnia que tem o costume de sacrificar crianças que nascem com defeito físico. “A cena de um pai preocupado com seu filho e ao mesmo tempo não querendo desrespeitar as tradições de seu povo é cho-cante. Na encenação, aquele pai decidiu tomar a criança do colo da mãe desesperada e entregar ao pajé, mas para a glória de Deus (como nas outras encenações) surgiu um missionário e evitou o sacri-fício”, disse ainda Ricardo.

Depois da trilha, todos se reuniram novamente e ouvi-ram um testemunho impac-tante de um jovem da Cris-tolândia, chamado Jorge, que usava droga desde os 7 anos de idade, que foi retirado da

cracolândia pesando 40 kg e sofrendo de tuberculose. Após muitas palavras de in-centivo ao trabalho missioná-rio, foi a vez do Pr. Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, pre-gar sobre a importância de sair de Mateus 5, 6 e 7 para chegar até Mateus 8, traba-lhando e vivendo para a gló-ria de Deus. Ao término da mensagem, houve um apelo para aqueles que se sentiam vocacionados e mais de 150 pessoas entregaram suas vi-das para a obra missionária.

No Paraná, o Encontro de Promotores foi realizado na Primeira Igreja Batista de Curitiba. O Pr. Daniel Eiras, gerente regional de missões para o Sul, pôde passar in-formações sobre a campanha 2013 e também fortalecer a imagem de Missões Nacio-nais junto aos promotores de missões do sul do país, abordando a importância da oferta anual de missões e também algumas informa-ções sobre o PAM Brasil. “Foi uma experiência muito boa e a resposta dos promotores também foi bastante positiva. Nosso objetivo é caminhar mais próximo deles e firmar algumas parcerias que vão além das questões financei-ras, almejando também o envolvimento voluntário com Missões Nacionais”, disse Silvia Tenille, do escritório da regional Sul.

Ao todo, 100 promotores capixabas se reuniram no Sí-tio Canaã, da Igreja Batista da Orla (ES). Segundo a equipe da Regional de Missões do Estado do Espírito Santo, o en-contro simbolizou momentos de alegria, emoção, capacita-ção e enlevo espiritual. “Fui a muitos acampamentos, mas este se destacou na questão dos momentos missionários, oficinas e gincanas. Além de descontrair, ajudou a melho-rar nosso trabalho. Apren-demos e adquirimos muito mais conhecimento do que nos outros. As gincanas nos proporcionaram contato mui-to maior com promotores de outras igrejas, onde pudemos trocar informações. As ofici-nas de áudio visual, comuni-cação e sobre a Trans Local foram assuntos de grande valor que desconhecíamos. E nossa oradora, Marlene Vieira dos Santos, da Igreja Batista Central de Santos (SP), foi excelente. Assim, teremos campanhas cada vez melho-res”, concluiu Libna Scarpat, promotora de missões na Igreja Batista em Bandeiran-tes, em Cariacica (ES).

Participantes do acampamento no Espírito Santo

Promotores de Missões reunidos em Rio Bonito

Encontro realizado no Paraná

Promotores de Missões são capacitados para campanha 2013

Foto: Elaine Cristina

Foto: Sélio Moraes

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8 o jornal batista – domingo, 01/09/13 notícias do brasil batista

Josué SalgadoPastor da IMB de Brasília, DF

No dia 22 de ju-lho de 2013 a Igreja Memorial Batista (Brasília-

-DF) completou 53 anos de organização. As celebrações aconteceram durante todo o mês de julho com a realiza-ção de eventos tais como o lançamento do novo portal na internet, a realização de Conferências Bíblicas com o Pr. Carlos Elias de Souza Santos (titular da PIB Cam-po Grande, RJ), o almoço da Família Memorial com mais de 500 participantes, a celebração de batismos, a consagração de 36 diáconos e diaconisas no modelo de mandato diaconal por tem-po determinado em sistema rotativo e a celebração final com o tradicional “parabéns--prá-você” e partilha do bolo de aniversário.

Os cultos vêm sendo rea-lizados no “Auditório Pastor Éber Vasconcelos” com ca-pacidade para 1.300 pessoas, inaugurado em 22 de julho de 1990, projeto do Enge-nheiro João Walfredo Thomé. Recentemente o “Auditó-rio Éber Vasconcelos” (AEV) foi climatizado, reformado, adequado às exigências da legislação em vigor para ofe-recer condições plenas de segurança contra incêndio e pânico e ganhou dois con-juntos laterais de vídeo wall (equipamento que consiste em uma série de quatro mo-nitores sobrepostos de modo a formar uma grande tela). O Templo Memorial está em reformas para troca do forro, iluminação, instalação elé-trica, bancada, instalação de ar-condicionado e adequa-ções para oferecer condições plenas de segurança contra incêndio e pânico.

A Igreja Memorial Batista é constituída hoje por 2.103 membros arrolados. O Cam-pus da Memorial tem uma área de 30.000 metros qua-drados contendo o Templo Memorial, estacionamentos, berçário, sub-estação/gerador de energia, cantina, passare-las, estações de embarque e desembarque de veículos, vias de circulação de veícu-los, guarita, complexo de educação cristã, Auditório Éber Vasconcelos, ginásio polivalente, quadra de tênis, campo de futebol society e vôlei de areia. Os cultos são também transmitidos pela internet e podem ser vistos através de link no site atual (www.imbb.org.br).

Foram pastores titulares da Memorial: 1) o Missionário Pr. James Everett Musgrave

Jr. - 1960 - 1962 (falecido); 2) Pastor Éber Vasconcelos - 1963 - 1993, 1998 - 2000 (falecido); e 3) Pr. Norton Riker Lages - 1993 – 1998. Em reconhecimento pelos profícuos ministérios destes honrados obreiros a Memo-rial Batista os têm como seus pastores eméritos.

A equipe ministerial é for-mada de: 1) Pastor Titular - Josué Mello Salgado; 2) Pas-tor Adjunto e da Juventude - Rubens da Costa Monteiro; 3) Ministro de Música - An-derson Motta; 4) Ministra adjunta de Música - Rosana Maria dos Santos Cardoso; 5) Pastor de Comunhão, Visita-ção e Integração - Pr. Francis-co Carlos Soares de Menezes; 6) Pastor de Evangelização e Missões - Pr. Jair Sousa Pereira; 7) Coordenadora do Ministério com Crianças (Geração Futuro): Dcz. Elena Pinto; e 8) Pastores e Líderes de Congregações: Pr. Ante-nor Rodrigues Bispo, ir. José Maria de Moura da Silva, ir. Luiz Eduardo Ferreira de Freitas e Pr. Manoel Pereira de Oliveira.

Ao meu ver a Igreja Me-morial Batista tem como ca-racterísticas do seu perfil: ser uma grande igreja, com forte demanda pela excelên-cia em tudo o que faz, com cultos tradicionais, mas com a presença de elementos de contemporaneidade, forte na música e no envolvimen-to com a obra missionária denominacional mundial, nacional e local (22 projetos missionários).

O ponto focal nessa cele-bração de 53 anos ocorrida no domingo 21 de julho, foi sem dúvida a eleição, consa-gração e posse de 36 diáco-nos e diaconisas no modelo de mandato diaconal por tempo determinado (5 anos) em sistema rotativo (p/ 1/5).

A questão em torno do mo-delo de duração do mandato diaconal nasceu em 2007 como uma reflexão intra cor-poris do Corpo Diaconal. Em 1 de julho de 2012 foi aprovada em Assembleia da Igreja a adoção do novo mo-delo de mandatos por tempo

determinado, sendo que 22 diáconos e diaconisas ante-riormente eleitos mantiveram os mandatos por tempo in-determinado. Assim o Corpo Diaconal da Igreja Memorial é composto atualmente por 58 pessoas, sendo 18 mu-lheres (31%) e 40 homens (69%). 22 com mandatos por tempo indeterminado (38%) e 36 com mandatos por tem-po determinado (62%).

O Dr. James Randolph Ho-bbs (1874-1942) ilustre ba-tista norte-americano, que foi pastor da PIB de Birmin-gham e Presidente da Sou-thern Baptist Convention nos EUA escreveu no seu clássico “o Manual do Pas-tor” (The Pastor’s Manual) originalmente publicado em 1940: “O tempo de serviço do diácono não é apresenta-da no Novo Testamento. A suposição geral e a prática dos batistas até tempos muito recentes foi a de reconhecer o cargo de diácono como um ofício vitalício, mas em anos mais recentes muitas igrejas têm disposto para que os seus diáconos devem servir em termos de um, dois ou três anos. Em alguns casos, os diáconos podem ser re-eleitos, em outros eles não são reelegíveis sob quaisquer circunstâncias, mas devem esperar pelo menos um ano antes de serem novamente elegíveis. Este parece ser um costume muito bom” (James Randolph Hobbs, The Pastor’s Manual – Nashville, Tennessee: Broadman Press, 1962, pg. 170 a 172).

A importância dessa cita-ção é demonstrar que a con-trovérsia sobre duração de mandato diaconal no meio batista não é recente e rea-firmar que com a decisão so-berana e democrática tomada em 2012 a Igreja Memorial Batista não adotou qualquer modernidade, não se tornou menos batista, não renunciou às suas origens, à sua história ou à sua fidelidade denomi-nacional, como também não violou ou transgrediu qual-quer princípio ou normativo das Escrituras Sagradas. A Igreja Memorial Batista conti-

nua firmemente ancorada na verdade bíblica e na doutrina batista.

Durante a realização da JMJ RIO 2013 (Jornada Mundial da Juventude) chamou-nos atenção o uso, por líderes religiosos e mídia em geral, da terminologia “A Igreja” para se referir à Igreja Cató-lica Romana (ICR). “Quero que a Igreja vá para as ruas” disse o argentino Jorge Mario Bergoglio (o 266º papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano). “O que pensa o povo nas ruas sobre a Igreja” foi o enuncia-do de uma pesquisa realizada por importante semanário. Se de fato a ICR é “a Igreja” o que são todas as outras

igrejas cristãs? Quem somos nós, Igreja Memorial Batista? Quem é a Igreja edificada por Jesus Cristo? Pergunto “quem” porque a igreja não pode ser confundida com organizações, instituições, estados ou templos. Igreja, corpo de Cristo é a reunião dos regenerados por Jesus Cristo em sua morte na cruz.

Os 53 anos de organiza-ção e atividade vitoriosa da Igreja Memorial Batista são uma prova eloquente, não de sermos nós “A Igreja”, mas de sermos nós uma verda-deira agência local da Igreja de Jesus Cristo, edificada e fundamentada nEle (Mateus 16.18), coluna e esteio da verdade (I Timóteo 3.15).

Igreja Memorial Batista celebra 53 anos

90 anos!A Organização Mulher Cristã em Ação, da Primeira

Igreja Batista em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, pastoreada pelo pastor Judson Garcia Bastos, comemorou nos dias 15 e 16 de junho, 90 anos de muitas realizações e participações. Na ocasião, contou com a valiosa presença da irmã Marlene Baltazar da Nóbrega Gomes, mui digna presidente da UFBAL (União Feminina Batista da América Latina) e também, da UFMBF (União Feminina Missio-nária Batista Fluminense), que nos dois dias abrilhantou a Celebração, com poderosas mensagens, que foram de grande enlevo espiritual. A participação musical ficou a cargo do Conjunto Feminino e do Coral da Igreja, além de solistas e instrumentistas.

A Organização prossegue feliz, cumprindo sua missão de orar, testemunhar, participar e, sobretudo, proclamar a mensagem de vida e esperança que nos dá a certeza da vitória em Cristo Jesus, Nosso Senhor e Salvador.

Celebração no auditório Pastor Éber Vasconcelos Consagração de 36 diáconos e diaconisas

Pr. Carlos Elias

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9o jornal batista – domingo, 01/09/13notícias do brasil batista

Ycléa CervinoColaboradora de Recife, PE

Durante todo o pe-ríodo de 28 de outubro de 2012 a 28 de outubro

de 2013 a Igreja Batista do Feitosa está em festa. Ba-seada no tema “Revivendo o ontem, vivendo o hoje, construindo o amanhã”, e a divisa “Uma geração louvará as tuas obras à outra gera-ção, e anunciará os teus atos poderosos” (Salmo 145.4). Cada mês um dos pastores, que já passaram pela Igreja, estão sendo convidados para voltar, pregar e reviver o ontem, os membros afasta-dos ou que estão em outras igrejas são convocados a participarem da comunhão

cristã, e as crianças têm sido trabalhadas para construí-rem a história do amanhã. Muitos grupos de louvor, coreografias modernos es-tão surgindo como, “ Filhos de Asafe”, “Águas Vivas”, concomitantemente com

os coros tradicionais, “Coro Conrado Paulino de Sousa”, que é o oficial da Igreja, o coro “Heroínas da Fé”, da MCA, e o coro “Jóias de Cristo”, das crianças.

O novo pastor Epitácio José da Silva que foi empossado

em julho de 2012, abraçou os planos comemorativos e tem ajudado à Igreja a orga-nizar o patrimônio, a docu-mentação, o projeto social “Centro de Desenvolvimento Integral Renascer do Feitosa”, e unir os membros em um só corpo, com amor e alegria. Em fevereiro foi realizado o Acampamento da Igreja, que por mais de dez anos não acontecia, e reuniu cerca de cem pessoas entre adultos, jovens e crianças com grande êxito.

Foi lançado pelos Correios o selo comemorativo do Cen-tenário que está sendo usado nas correspondências da Igre-ja; e para a glória de Deus, foi lançado o livro que contem o resumo da história destes cem anos. “Igreja Batista do

Feitosa – 100 anos. Uma Igreja viva e forte anunciando a luz que é Jesus”.

Para outubro próximo estão sendo planejadas grandes comemorações para as quais convidamos todos os amigos, os crentes e em particular os membros de perto e de lon-ge para glorificarem a Deus pelas maravilhas que Ele tem operado. Breve daremos mais notícias.

Desejando uma cópia do livro escreva para a Igreja ou telefone, enviaremos pelo custo de R$ 25,00, o porte será pago pela Igreja. Ende-reço: Rua Marechal Deodoro, 228. Encruzilhada, Recife. CEP. 52030.170. Fone (81) 3241.2982, Pastor Epitácio (81) 8734.3900, Ycléa (81) 32414273.

Comemorando os 100 anos da Igreja Batista do Feitosa em Recife

Em clima de paz foi realizada a 55a Assembleia da Convenção Batista Cearense

Palavra do Presidente da CBC:Vivendo a Vontade de Deus

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

Quando Paulo teve a visão de Cristo no caminho de Damasco, pergunto-lhe: Senhor que queres que eu faça? A partir de então, toda vida de Paulo foi realizar a Von-tade do Senhor Jesus. O melhor que podemos fazer para o Mestre é realizar a Sua vontade em nossa vida, e Sua vontade é sempre boa, agradável e perfeita.

No dia 28 do mês de julho, foi realizada a 55ª Assem-bleia da Convenção Batista Cearense, por esta ocasião podemos contar com um número representativo de Igrejas Filiadas à CBC. Todas as sessões foram realizadas no audi-tório do Colégio Batista Santos Dumont, e transcorreram conforme a vontade de Deus, num clima de muito amor, dedicação e paz.

Foi neste clima que coloquei minha vida à disposição do Mestre, fazendo minhas palavras as do apóstolo Paulo: “Senhor, o que queres que eu faça?” E o Senhor respondeu presenteando-me com a presidência da Convenção Batista Cearense.

Mais uma vez na minha vida, con-templei a boa, agradável e perfeita vontade do Senhor. Agora, como presidente da CBC, meu desejo é que Deus me conceda saúde e forças para desempenhar bem esta missão.

Pr. Pedro Rodrigues da SilvaPresidente da CBC

Chrystiane OliveiraColaboradora da Convenção Batista Cearense

Durante os d ias 26 e 27 de julho aconteceu a 55ª Assemble ia da

Convenção Batista Cearense. Num clima de organização e paz, mensageiros de diver-sas igrejas do nosso estado estiveram no Colégio Batista Santos Dumont, decidindo os rumos de nossa denomina-

ção no estado. A Assembleia foi abençoada com a presen-ça do diretor executivo da Convenção Batista Brasileira, Pr. Sócrates Oliveira, que nos trouxe mensagens edificantes durante as duas noites. É cla-ro que a presença de nosso líder nacional, por si só já é um ato digno de nota.

Durante todo o dia de sá-bado, executivos e líderes das diversas organizações apresentaram suas propostas de trabalho para o biênio

2013-2015. Na penúltima se-ção foi eleita a nova diretoria que ficou assim constituída:

Presidente: Pr. Pedro Rodri-gues da Silva (Igreja Batista em Nova Assunção).

1° Vice Presidente: Pr. He-lio Morais de Medeiros (PIB em Alto Alegre).

2° Vice Presidente: Sem. José Daniel Muniz (PIB da Jurema).

3° Vice Presidente: Pr. Francisco Balbino Filho (Igre-ja Batista em Pentecoste).

1° Secretária: Ira. Maria das Graças Santos do Carmo (Igre-ja Batista em Nova Assunção).

2° Secretária: Ira. Alana da Silva Lima (PIB em Alto Alegre).

3° Secretária: Ira. Helena de Sousa Tristão Netta (Igreja Batista Moriá).

Outro destaque foi a pre-sença dos jovens, tanto men-

sageiros como também os que estavam envolvidos na organização dos cultos mis-sionários, numa demonstra-ção de grande interação entre as gerações.

Somos gratos a Deus por mais uma Assembleia que se realizou e por mais um ano de vitórias.

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10 o jornal batista – domingo, 01/09/13 notícias do brasil batista

O QUE ÉEste guia é um recurso para que sua igreja, pequeno grupo, célula, classe de Escola Dominical, grupode juventude ou comunidade, no espaço que considerarem mais adequado, possam participardo amplo debate que a sociedade brasileira está fazendo a respeito de temas centrais para nossademocracia: reforma política, participação democrática, controle social e transparência pública.

QUANDOA proposta da consulta é que entre 14 de agosto e 15 de setembro você possa encontrar umespaço na agenda de sua igreja, comunidade local ou grupo para orar e conversar sobre os temaspropostos.

COMOPropomos três momentos no que chamamos de Rodas de Conversa:

1. Para isso, temos um pequeno texto explicativo em cada tópico e um glossário ao final que pode ajudar a compreender melhor os temas a serem discutidos. No site você pode encontrar também mais materiais (textos, cartilhas, vídeos etc.) para subsidiar a conversa.

2. A pós esse breve momento de contextualização, abra a conversa à participação do grupo, utili-zando as questões provocadoras para iniciar o debate.

3. Termine a Roda de Conversa com um momento de oração e de encaminhamentos práticos da conversa. Ao final deste Guia sugerimos ações concretas com as quais a comunidade local ou grupo podem se envolver.

4. E nvie-nos a sistematização da conversa através do site www.evangelicosparticipacao.org.br ou através do email [email protected] para que os resultados da discussão cheguem às autoridades.

DICAS– Deve haver um facilitador e um relator para a boa condução da atividade.

– O primeiro coordenará e mediará a conversa, sem dela participar.

– É importante que as pessoas sintam que a condução é isenta e sensata.

– O relator deverá tomar notas dos principais momentos da discussão e dos seus resultados.

– Idealmente, não deve participar da discussão, mas se o grupo for muito pequeno, pode dar sua contribuição também.

– Estimule a participação de todos. Não tema as discordâncias.

– Dirija a discussão com honestidade e confiança, resumindo-a de vez em quando até aquele ponto

para poder avançar.

– Procure manter a discussão dentro do assunto.

www.evangelicosparticipacao.org.br

Guia deDiscussão

Para maiores informações acesse: www.batistas.com/acaosocial

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11o jornal batista – domingo, 01/09/13missões mundiais

Rosângela TeckMissionária da JMM em Angola

Segundo uma pesquisa sobre povos não al-cançados apresentada em 2010 durante o

Congresso de Lausanne, re-alizado na África do Sul, o destaque em Angola são os surdos. Todas as etnias an-golanas estão tendo a opor-tunidade de ouvir de Cristo. Entretanto, os deficientes auditivos, considerados um povo por ter sua própria lín-gua e cultura, ainda estão sendo alcançados.

Em 2003, antes mesmo que o primeiro dicionário de língua gestual fosse edi-tado, Deus colocou em meu coração e no de meu espo-so, Sabino Teck, o desejo de iniciar o Ministério com Surdos na Igreja Batista do Calvário, onde ele é pastor. Fomos despertados por causa de três crianças surdas, filhas de membros da igreja e com quem não conseguíamos nos comunicar.

Na tentativa de identificar pessoas surdas, iniciamos nas

instalações da Igreja uma es-cola de inclusão, em parceria com a Delegação de Educa-ção da Província do Huambo e apoio da JMM. A escola funcionou de 2004 a 2010, oferecendo ensino primário de qualidade. Durante esse tempo, a unidade foi um ins-trumento para ministrar, ao mesmo tempo, ensino aca-dêmico e a palavra de Deus a crianças, adolescentes e seus familiares.

Em 2005, iniciamos a in-terpretação dos cultos para a língua de sinais. O primeiro surdo convertido foi o jovem José Filipe, que segue firme em sua caminhada com Je-sus. Depois dele, pouco a pouco, outros surdos foram se convertendo e sendo inte-grados à igreja.

Em 2010, o governo inau-gurou a Escola de Ensino Especial, e achamos por bem transferir nossos alunos para lá, uma vez que o governo oferecia um quadro docen-te completo. Muitos foram os depoimentos de pais e familiares sobre o apoio da igreja aos seus filhos surdos e cegos, bem como outros

não portadores de necessida-des educativas especiais que passaram pela unidade, a Escola Pamosi. Desde 2011, ela oferece cursos livres de artesanato, culinária, de-coração e Língua Gestual Angolana.

Foi neste mesmo ano que entendemos a necessidade de investirmos mais tempo e esforços na evangelização e discipulado de surdos. As-sim, com um grupo de jovens intérpretes e surdos converti-dos na Igreja Batista do Cal-vário, criamos o Ministério com Surdos na Igreja Batista Bereia, no outro extremo da cidade do Huambo. De lá para cá, conseguimos, pela graça de Deus, implantar mais dois ministérios seme-lhantes.

Para a continuidade e ex-pansão do projeto com sur-dos em Angola, contamos com o Seminário Teológico da Convenção Batista de Angola, em Huambo, onde temos seis alunos surdos ma-triculados. No Seminário também treinamos intérpre-tes da linguagem de sinais para as igrejas.

Louvamos a Deus pelos batistas brasileiros que, por meio da JMM, adotaram com suas orações e ofertas o mis-sionário da terra Francisco Cassinda.

Seguimos evangelizando e discipulando surdos em duas das 18 províncias de Angola. Precisamos avan-çar. O desafio é grande, principalmente por causa da diversidade de línguas orais. Os surdos que conse-guem fazer leitura labial a

fazem muitas vezes apenas na língua regional. Por isso, precisamos de intérpretes de diversas etnias.

Sabemos que Deus certa-mente tem considerado todas estas dificuldades e há de contemplar o trabalho tam-bém com voluntários. Quem sabe não seja você a pessoa que Ele escolheu para vir a Angola e nos ajudar a treinar intérpretes e obreiros surdos? Precisamos alcançar toda esta nação!

Surdos em Angola: um povo a ser alcançado

Aluno da Escola Pamosi aprende a Palavra de Deus

Decidida a amar, viver e servir na Ásia

Eliana MouraRedação de Missões Mundiais

Eu me lembro do dia em que ela chegou para o treinamen-to. Com um sorriso

do tipo “finalmente, estou aqui!”, reconheci quem esta-va batendo na minha porta. Na época, eu ainda morava no Seminário*, por isso, con-vivi com ela durante quase todo o tempo que passou no Rio de Janeiro, no Centro de Capacitação da JMM. Mas já a conhecia de outras épocas: tínhamos trabalhado juntas na Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em Foz do Iguaçu/PR, em 2012. Ela não saía do estande de Missões Mundiais, e só sabia dizer que queria ir para o tal do grande país. E foi assim que ela chegou aqui: pronta pra partir.

Hadassa Lewis é o nome da minha amiga, e é impossível falar dela sem sentir alegria. Impossível escrever uma ma-téria sobre ela sem envolver meu coração.

A Hadassa é de Salvador, na Bahia. Fisioterapeuta, filha de pastor e descontraída. Além de tudo, apaixonada pelo Projeto ELA (saiba mais em www.jmm.org.br). Desde que a conheço, só percebo que a sua certeza aumenta. Sempre que converso com ela, vejo sua determinação em partici-par do que Deus está fazendo no mundo. Isso se chama disposição de se doar.

O treinamento acabou e ela já partiu. Enquanto estava no aeroporto em conexão, a Ha-dassa me telefonou para dar uma entrevista à Redação de Missões Mundiais. Eu só pos-so descrever a voz dela com uma expressão: totalmente

segura. Hadassa passou os últimos anos se preparando – em todas as esferas – para viver com outro povo. En-quanto escrevo esta matéria, ela já deve ter pisado no solo do Sul da Ásia para encontrar seus colegas missionários e dedicar sua vida toda – e toda a vida – a viver o amor de Deus lá.

Emocionante perceber a ale-gria de um coração que está completamente envolvido na missão. Perguntei à Hadassa: “Por quê?”, imaginando qual seria a sua resposta. De gente que vive a Missão onde quer que esteja, a gente já conhe-ce a resposta pela prática da vida. Ela me disse:

“Tudo vem de Deus. Tudo vem do Senhor, porque ele quer transformar a gente, mol-dar. A missão é de Deus. É pri-vilégio meu participar disso. Eu não estou deixando nada pra trás. Pelo contrário, estou levando para o campo tudo o que aprendi aqui, todo o amor que recebi e que apren-di a viver. É isso o que mais me motiva: o amor que eu tenho por ele sobre todas as coisas, e saber que ele está co-migo todos os dias. Se eu amo a Deus e não amo as pessoas, eu sou mentirosa. O amor a Deus me leva a ter amor pelos

outros como tenho por mim. Eu não sei explicar o amor se não for com atitudes; é o que está dentro de mim”.

Mas Hadassa... Por que o Sul da Ásia?

“Na verdade, poderia ser qualquer lugar. Você se lem-bra daquela passagem que diz: ‘Sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’? Pois é. Deus é quem sabe os pensamentos que tem sobre mim e, aos poucos, eu vou entendendo. Tudo que vem dele é muito melhor! Eu nem sei como tudo isso começou... Só sei que, hoje, meu coração está lá. É um amor que vem de Deus, inexplicável. Por amar tanto, eu não tenho medo do que estou fazendo hoje. O verdadeiro amor lança fora todo o medo. Quero ser bên-ção naquele lugar. Muita coi-sa em mim vai mudar, eu sei, mas eu sei também que tudo vem do Senhor”.

Enquanto conversava com a Hadassa, lembrei que a nossa amiga Juliana Mota, missioná-ria que parte em alguns meses para Burkina Fasso, na África, estava se despedindo dela no aeroporto. Juliana também passou esse tempo de treina-mento no Rio. Duas missio-nárias que, jovens, excelentes profissionais, indo para luga-

res distantes um do outro no planeta, estavam ligadas por algo maior. Percebi mais uma vez que o mais importante é o amor. Gente como Hadassa e Juliana só têm, talvez, uma coisa que as diferencia de outras pessoas: elas tomaram a decisão que muitas ainda não tomaram; a decisão de viver, amar e servir.

Momentos antes de entrar no avião para a Ásia, Hadas-sa deixa o seu recado para o Brasil:

“Eu gosto muito de imaginar a cena da multiplicação dos pães e peixes. Os discípulos também estavam com fome, mas eles decidiram entregar aquilo que tinham – dois pães e dois peixes ofertados por um garoto – porque acredita-ram no milagre. Os discípulos acreditaram na oração que o Senhor fez. Jesus dividiu o pão com a multidão. Quan-do eu penso nas pessoas que ainda não estão vivendo essa vida de entrega, de amor, essa vida de ‘repartir’, eu só sinto vontade de pedir uma coisa: entregue o que você tem nas mãos. Deus tem outros pla-nos, bem melhores do que os nossos. A gente precisa vivê-los”.

*Seminário Teológico Ba-tista do Sul do Brasil

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12 o jornal batista – domingo, 01/09/13 notícias do brasil batista

Marly Silva OliveiraVice-Presidente da PIB em Papucaia, RJ

A Primeira Igreja Ba-tista em Papucaia, em Cachoeiras de Macacu, RJ, come-

morou as bodas de prata, 25 anos de ministério do pastor Eronides Sindra. O pastor Eronides foi ordenado ao ministério pastoral no dia 18 de junho de 1988, no templo da Igreja Batista Central em Santo Aleixo, RJ, hoje PIB em Santo Aleixo. Foi bati-zado aos 17 anos de idade pelo grande servo de Deus, pastor Emiliano Boechat de Oliveira, por quem foi doutri-nado, e com quem aprendeu muito.

Quando se refere a sua igreja de origem demonstra um carinho muito grande para com os pastores que o pastoreou, pastor Geneci Jardim Farizeu, pastor Aroldo

Sarlo, pastor Oseias Ramos de Farias, e hoje pastor Si-las Vieira, por quem tem uma grande amizade e com quem também tem aprendido muito.

Nascido num lar cristão, educado pelos seus pais, diá-cono Calvino Sindra e Eunice Sindra, hoje estão na glória, eram crentes fiéis, zelosos pela doutrina batista. O casal teve dois filhos, ambos pas-

PIB em Papucaia comemorou 25 anos de ministério do pastor Eronides Sindra

MCA da PIB de Niterói celebra 120o aniversário

tores, Ledir Sindra e o pastor Eronides.

Assumiu o pastorado de nossa Igreja no dia 25 de junho de 1988, juntamente com sua esposa, Ozelita da Silva Sindra, que tem sido uma grande serva do Senhor, dedicada nas atividades da Igreja, sempre ao lado do seu esposo na obra que Deus a ela confiou. O casal tem uma filha, Ana Lúcia da Silva

Sindra, e uma neta, Luana Caroline.

Nossa Igreja realizou três cultos de gratidão a Deus pelo ministério abençoado do nosso pastor. No primeiro tivemos a participação da PIB de Japuíba, quando pregou o pastor Luciano Teixeira, presidente da Associação Betel. No segundo culto pre-gou o pastor Isaias de Souza e tivemos a participação da

Igreja Batista de Vila Brasil. O terceiro culto foi dirigido pela PIB de Papucaia, quan-do o ministério de programas da Igreja celebrou Jubileu de Prata do pastor com uma grande programação.

Damos graças a Deus pe-los 25 anos de ministério do nosso pastor juntamente com sua esposa à frente de nossa Igreja. A Deus toda honra e glória.

Izilda Portela de Miranda SantosPresidente da UFM da PIB de Niterói

No dia quatro de agosto último ce-lebramos o 120º an iver sá r io da

nossa MCA (Mulher Cristã em Ação), com um culto de gratidão e adoração a Deus por essa existência aben-çoadora, que nos motiva e impulsiona a servir a Deus com mais dedicação e ale-gria. Foi oradora naquela ocasião a Diretora Executiva da UFMBB, Lúcia Margarida Pereira de Brito, que nos alertou para alguns aspectos muito importantes enquanto realizamos esta obra.

Louvamos a Deus relem-brando, através de um vídeo onde destacamos o trabalho desde o seu início, que, em cinco de agosto de 1893 foi constituída a Sociedade de Senhoras da Primeira Igreja Batista de Niterói, atual MCA que, segundo registro do “The Foreign Mission Journal”, foi a primeira organizada no Brasil, cuja presidente foi a irmã Emma Ginsburg, esposa do missionário Salomão Gins-burg, então Pastor da Igreja.

Mergulhando na história desta Organização, percebe-mos que os objetivos focados naquela época são os mes-

mos que norteiam a nossa MCA hoje, isto é, o amor e dedicação à obra missioná-ria traduzidos em ação no trabalho do Senhor. Aquela Sociedade nasceu pequena, pois se iniciava o trabalho batista na cidade de Niterói. Ao longo dos anos, mulheres aguerridas foram agregadas e, em pouco tempo, cresceu não apenas em número, mas prin-cipalmente no envolvimento no trabalho local e expandiu--se para outras partes; assim é que, no ano de 1899 a irmã Maria Trigueiro, que foi vice--presidente da irmã Emma Ginsburg em nossa Igreja, or-ganizou e foi a primeira presi-dente da Sociedade Feminina na PIB do Rio de Janeiro.

Tempos mais tarde, pre-sidiram a nossa SFM irmãs

de grande valor, como Eva de Souza, Helga Kepler Fa-nini, Maria Lúcia Nolasco de Abreu, Helenice Morett, Loide Silveira e hoje, Izilda Portela de Miranda Santos. Vidas que se imbuíram dos objetivos do trabalho femi-nino missionário e promove-ram o crescimento, cada vez mais significativo, da nossa Organização. No mandato da D. Helga houve a neces-sidade de dividir a SFM em grupos, totalizando, assim, quase 20 diferentes núcleos, que existem até os dias de hoje, os quais consideramos pequenas MCA’s, trabalhan-do em sintonia e cumprindo os propósitos para os quais existimos. Através desses Nú-cleos, desenvolvemos traba-lhos em várias áreas de ação,

MCA em celebração pelos 120 anosParte da MCA da PIB Niterói

Izilda, pesidente atual Lúcia Margarida, oradora

sendo o mais forte o empe-nho em Missões, através da educação cristã missionária e das ofertas, inclusive com vários missionários adotados em Missões Nacionais e ou-tros em Missões Mundiais. Além disso, somos mulheres engajadas nos trabalhos da nossa Igreja, atuando nos mais diversos segmentos, en-tendendo que Deus nos con-fiou uma grande missão e o nosso prazer é cumpri-la com zelo e dedicação. Somos hoje cerca de 500 mulheres agregadas aos Núcleos e mais

tantas outras agindo em dife-rentes setores da Igreja e fora dela, principalmente junto às comunidades carentes. O nosso alvo é fazer crescer a visão de trabalhar enquanto é dia, lembrando que a noite logo vem, quando ninguém mais pode trabalhar.

Damos graças a Deus pelas mulheres do passado e pelas irmãs que hoje labutam em nossa MCA, fazendo a obra com alegria e grande entu-siasmo. “Até aqui nos ajudou o Senhor e por isso estamos alegres”.

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13o jornal batista – domingo, 01/09/13ponto de vista

SâmiaMissionária da JMM no Oriente Médio

Parece que foi on-tem que os ânimos estavam altos e a esperança de uma

“nova era” no Egito havia começado! Mesmo que a democracia proposta mais se parecesse com as antigas ditaduras das Américas no passado, ainda assim era um salto histórico rumo aos pri-meiros passos para um Esta-do livre. Ontem um dos sites de notícias na internet disse o seguinte: “Acabou a espe-rança da democracia”! O que aconteceu? Lembro-me que há pouco mais de um ano, ouvi de um pastor que este-ve no Cairo, contando que no aeroporto internacional havia uma faixa bem grande parabenizando os jovens do Egito pela belíssima transição democrática, um ano depois estamos revendo os militares no poder e o povo dividido em luta sangrenta. Para uma melhor compreensão histó-rica será preciso fazer um pequeno resumo do que foi a “era Mubarak”: Muhammad Hosni Mubarak foi um militar egípcio que governou seu país por 30 anos. Renunciou ao poder após uma onda de protestos na nação egípcia. Foi conhecido por sua linha moderada, especialmente quanto às questões do con-flito árabe-israelense. Porém, seu governo também foi mar-cado por vários atos de cor-rupção e injustiças sociais. Acumulou um patrimônio diversificado em bilhões de dólares aplicados em vários bancos do mundo, como a Suíça, por exemplo, além de investimentos imobiliários em muitos outros países. Em 2011 a Tunísia passou por uma onda de protestos contra o governo autoritário de Zine El Abidine Ben Ali. Inspira-dos pelas manifestações na Tunísia e cansados da corrup-ção, pobreza e desemprego no país, os egípcios foram às ruas em grande manifestação popular.

A famosa praça Tahrir fi-cou tomada por milhares de pessoas em um manifesto sem igual na história. Estes protestos rapidamente se alastraram para outras cida-des inflamando a indignação popular contra as práticas abusivas do Governo. O pre-sidente Mubarak debaixo de muita pressão anunciou sua renuncia, dizendo que sairia

do poder em setembro, após as eleições presidenciais. No entanto, no dia 11 de feve-reiro daquele mesmo ano, entregou o poder. Após este ato o Conselho Supremo das Forças Armadas assumiu o Governo. Hosni Mubarak foi julgado e condenado à prisão perpétua por seus cri-mes. Recentemente algumas emissoras de TV noticiaram sua morte clínica, mas seu advogado desmentiu apesar de confirmar que ele sofreu um AVC e estaria em estado vegetativo. As manifesta-ções que ficaram conhecidas como a “Primavera Árabe” deixou um saldo de 42 mor-tos e 3.000 feridos. Este Mo-vimento alastrou-se como uma onda de protestos nos países árabes contra as di-taduras, a favor da abertura política democrática.

O Governo transitório do Exército ocupou o poder no Egito com a função imediata de promover eleições civis de forma pacífica e legítima. As Forças Armadas fizeram o seguinte pronunciamento na TV estatal: “Prepare o caminho para que uma au-toridade civil eleita construa um Estado democrático”. A força e a esperança do povo foram renovadas! Um clima de ânimo tomou conta das pessoas. Foram somente 18 dias de protestos para verem-se livres da ditadura de Mubarak. O Parlamento foi dissolvido e a Constitui-ção suspensa. Porém, logo o povo percebeu que a linha dura dos militares não dava nenhum indício de processo eleitoral para breve. Os mili-tares alegavam a necessidade de mais estabilidade no país para fazerem a transição ne-cessária com garantias de segurança. Como retardavam este processo, novamente o povo foi às ruas exigir as eleições. Analistas políticos, então, descaracterizaram a ocupação do Exército egípcio no poder como a “Primavera Árabe”, ao contrário disso falavam em Golpe de Estado (“Golpe Branco”) sem a par-ticipação popular.

Finalmente no final de no-vembro a primeira fase das eleições foram realizadas e muitos votaram pela primeira vez no país. Durante este período o Exército baixou algumas resoluções reduzin-do o poder do Congresso, numa clara demonstração de que o futuro presidente teria seus poderes limitados. Anunciam também que esta-

vam pensando em uma nova Constituição, para o bem do país, segundo eles. Apesar do Golpe Militar, muitos países que antes saudaram o Egito como se a Democracia já ti-vesse chegado, aguardaram o desfecho dos acontecimentos em completo silêncio, bem conveniente para o momento, mesmo diante do antidemo-cratismo promovido pelos militares. Com mais de 51% dos votos, Mohammad Morsi finalmente chegou ao poder. Membro da Irmandade Islâ-mica foi o primeiro presiden-te civil a ocupar um cargo presidencial em uma eleição totalmente democrática no Egito. O reconhecimento da vontade popular agradaram os EUA, que não perceberam nenhuma articulação frau-dulenta ou impedimentos à legalidade do processo elei-toral por parte dos militares. Assim, imediatamente pro-meteram a transferência anual de 1 bilhão de dólares, com a esperança de que o pro-cesso democrático iniciasse rapidamente. Além disso, a Irmandade Islâmica não dava sinais de querer iniciar um Governo Teocrático. Desta forma, todos os indícios eram de que o novo Governo teria uma postura moderada. O próprio Morsi afirmou à Al--Jazera: “Morsi será o presi-dente de todos os egípcios. Os direitos das mulheres, dos cristãos, as liberdades civis e direitos humanos serão todos garantidos”. Mas, diante dele havia vários desafios: manter um bom relacionamento com a Junta Militar, fortalecer a economia do país, mostrar que estava aberto para mu-danças democráticas, etc. Prometeu nomear um cristão e uma mulher para ocuparem cargos de posição em seu Governo. Também teria que garantir que os votos dados ao seu opositor seriam considera-dos em uma reconciliação no país, no qual encontrava-se dividido e com problemas graves financeiros.

Em 1º de julho de 2012, Morsi assumiu a presidência do Egito. Em 12 de agosto, do mesmo ano, demitiu vários militares e trouxe para junto de si os de sua confiança. Assim, sucessivamente foi ampliando seu poder. Deci-diu então, que não poderiam dissolver as resoluções por ele impostas, e mesmo antes do final do ano já havia emiti-do vários decretos reforçando seu poder, além de dar imu-nidade parlamentar aos mu-

çulmanos que elaborariam a nova Constituição. Imediata-mente os grupos de Defesa dos Direitos Humanos se pro-nunciaram, especialmente contra a posição radical isla-mita apresentada no processo de elaboração constitucional. Além disso, tudo indicava que uma ditadura islâmica estava em processo, o que muito preocupava as mino-rias e os cristãos do país. Já detentor do poder Executivo e do Legislativo, Morsi entrou também em embate com o Poder Judiciário demitindo o Procurador Geral e atrain-do a revolta de muitos ao mostra-se como “novo faraó do Egito”. Foi um duro golpe ao tão esperado processo democrático do país.

A partir daí a Casa Branca começou indícios de preo-cupações com as atitudes de Morsi. Declarou que o Egito precisava retomar seu proces-so democrático. A população voltou à Praça Tahrir, mas agora exigindo a deposição de Morsi. Debaixo da agita-ção das bandeiras ouviam--se os gritos: “Saia! Saia!”. Ao mesmo tempo em que os manifestantes do grupo pró-Morsi tentavam mostrar sua solidariedade ao presi-dente eleito. A tensão e a crise foram tomando maiores proporções. Manifestantes e estrangeiros foram mortos nos conflitos entre os dois grupos, e o Egito voltou a mergulhar no caos. Ficou cla-ro, que muitos egípcios não apoiariam a tentativa de um regime islâmico fundamenta-lista na nação. A essa altura os cristãos coptas começaram a sentir a retaliação e a per-seguição dos muçulmanos mais radicais. Finalmente no primeiro aniversário de eleição do presidente Morsi, milhares de manifestantes em todo país exigiram sua renún-cia imediata. Inicialmente os protestos eram pacíficos, mas os confrontos e os ânimos se acirram muito deixando cinco pessoas mortas ao fi-nal. Depois de três dias já se falava em 16 mortes, com o clima de tensão só aumentan-do! Os militares começaram a forçar o presidente Morsi a deixar o poder, mas ele se recusou. A crise estava instaurada! Finalmente em 3 julho de 2013 os militares destituíram Morsi do poder e anunciaram a suspensão da nova Constituição redi-gida em seu Governo. Além disso, se comprometeram novamente em preparar o

caminho para o processo eleitoral.

Com determinação a Ir-mandade Islâmica foi às ruas exigir o retorno de Morsi ao poder, alegando que a elei-ção foi democrática. Prome-teram lutar até a morte! Num antagonismo sem paralelo, após milhares pedirem a des-tituição do presidente, agora a população dividida volta às ruas reclamando o retor-no de Muhammad Morsi ao Governo. O tumulto é geral! São egípcios contra egípcios! Fundamentalistas queimam as Igrejas do país afirmando que seus bispos apoiaram a destituição do ex-presidente. Uma onda de perseguição contra a Sociedade Bíblica, Igreja Copta e demais deno-minações (inclusive Batista) foi sentida entre os cristãos. A Irmandade islâmica está se mostrando intransigente quanto à deposição de Morsi. Os militares pediram para que acabassem as manifes-tações e prometeram ações violentas contra o grupo pró--Morsi. No dia 14 de agosto, as forças de segurança se po-sicionaram e foi um massacre terrível. No segundo dia de confrontos, contabilizava-se um número de 580 mortos e mais de 4.000 feridos em sua maioria civis.

Devido à violenta situação de enfrentamento de ambos os grupos ativistas, a subida dos militares novamente ao poder e a intransigência da Irmandade islâmica diante da crise, os EUA reavaliaram sua ajuda financeira ao país. O Exército impôs toque de recolher e a tensão continua. O presidente Barak Oba-ma declarou que “o Egito tomou um caminho muito perigoso”! Ele está certo! Um analista da emissora CNN afirmou que o Egito vai pre-cisar de uma intervenção externa para resolver seus problemas. O país está em uma situação de emergência, em que a violência e os mas-sacres parecem não cessar! A Irmandade Islâmica declarou a sexta-feira, dia 16 de agos-to, o “Dia da Ira” e chamou os muçulmanos para a luta. Emissoras de televisão noti-ciam o tempo todo sobre a intensa perseguição praticada contra a Igreja. No entanto, o maior temor é pensar na possibilidade do Egito seguir o mesmo caminho que aba-teu a Síria. Lamentavelmente, o quadro mostra-se muito confuso para análises precipi-tadas sobre o futuro do país.

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14 o jornal batista – domingo, 01/09/13 ponto de vista

Nilson DimarzioPastor e colaborador de OJB

A Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro, teve como ponto

principal a visita do Papa que, pela sua simplicidade e hu-mildade granjeou a simpatia do público. O evento contou com o apoio total da impren-sa, das autoridades e do erário público para maior brilho do empreendimento. O objetivo colimado pela cúpula católica foi atingido, sendo que, para o observador desprovido de conhecimento bíblico, tudo saiu às mil maravilhas e o sucesso foi absoluto, com muita pompa e circunstância. Mas, como já afirmamos no artigo anterior, alguns des-vios doutrinários se tornaram evidentes. Além do papado, já analisado, passaremos a mencionar mais os seguintes:

1. A confissão auricular. Ainda na fase preparatória do grande evento, as autorida-des católicas providenciaram dezenas de confessionários de madeira, para serem co-locados em dois pontos da cidade, onde diversos padres estariam para atender aos fiéis que desejassem confes-sar seus pecados. E, para um grupo especial a ser selecio-nado, um confessionário foi instalado para que o Papa fosse o confessor...

Ora, à luz da Bíblia tal prá-tica é uma aberração doutri-nária. A Palavra de Deus é clara em ensinar que a confis-são de pecados se faz a Deus e não a homens. É o que Jesus preconiza, na oração do Pai Nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6.12).

O dogma da confissão au-ricular foi imposto no Con-

cílio de Latrão, em 1215, como uma obrigação anual a todo cristão, “sob pena de excomunhão e de não ser enterrado no sagrado o corpo da pessoa que não quisesse aceitar esse precei-to” (Campos, Op. cit. p.79). Sem dúvida, esse dogma absurdo surgiu como uma das muitas inovações feitas pela “santa madre igreja”, e que os seus adeptos acei-tam sem pestanejar. Afinal, “Roma locuta, causa finita est” (Roma falou, está fala-do) e não se discute...

2. A adoração dos santos e imagens. Segundo Alcides Conejeiro Peres, na obra já citada, p. 78: “Foi no sétimo Concílio da Igreja, reunido em Nicéia, em 787, convoca-do pela Imperatriz Irene, que se assentou definitivamente o culto aos santos e às imagens, num sinal evidente de que a

paganização avançava, e a Igreja se afastava cada vez mais da Lei de Deus”.

Durante a História de Is-rael, muitas e muitas vezes, a idolatria foi severamente combatida pelo Senhor, vez que o seu povo, apesar de presenciar tantos milagres e de ser regiamente abenço-ado, teimava em se voltar para os deuses pagãos, quais sejam: Baal, Astarote e ou-tros, assim entristecendo o coração de Jeová. A práti-ca idolátrica, como afirma o grande evangelista Billy Graham, é o pecado que Deus mais detesta.

O 2° mandamento do de-cálogo é explícito a respeito: “Não farás para ti imagem esculpida (...) Não te en-curvarás diante delas, nem as servirás” (Êxodo 20.4). Mas, a Igreja Católica insiste em desobedecer ao manda-mento divino, como ficou

evidente durante a Jornada Mundial da Juventude, com a ida de milhares de seus adeptos à Aparecida do Norte - o maior reduto da idolatria - onde é cultuada a imagem da Senhora Aparecida. E o Papa Francisco, na visita àquele lo-cal, antes de celebrar a missa, fez questão de se dirigir à ca-pela onde se encontra aquela imagem e ali rezar, dando seu total apoio à idolatria.

Por essas e outras é que afirmamos que a Jornada Mundial da Juventude colo-cou em evidência diversos pontos doutrinários em que a Igreja de Roma distanciou--se dos ensinos bíblicos, em detrimento da vida espiritual de seus adeptos, o que é profundamente lamentável e deve ser objeto das nossas orações e maior empenho na evangelização do nosso povo. Que para tanto, Deus nos abençoe.

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15o jornal batista – domingo, 01/09/13ponto de vista

Ney LadeiaPastor da IB da Capunga, Presidente da Convenção Batista de Pernambuco e Professor de Administração Eclesiástica do STBNB

Acredito que seria bom e razoável que este assunto sequer precisasse ser consi-

derado, e pretendo mencio-nar as razões para isto.

Os batistas já têm há muito adotado a prática lógica de ter como presidente da igreja o seu pastor. Apenas mais re-centemente, entre os muitos modismos que atingem nos-sas comunidades, surgiu este: a igreja pode estabelecer no estatuto que o pastor “poderá ser” o presidente da igreja, em substituição à tradicional declaração de que o pastor “será” o presidente da igreja. Em alguns casos, há estatutos que sequer mencionam esta correlação entre as duas fun-ções. Alegam defensores des-ta novidade que a conexão existente não seria bíblica mas mera tradição.

Sem desejar, nem precisar, ser extenso na argumentação, quero apenas lembrar duas razões simples e naturais pelas quais convém manter a prática histórica entre nós.

A primeira razão é bíblica, e sobejamente conhecida. A eclesiologia batista reconhece no ofício pastoral as funções de conselheiro (presbítero), cuidador (pastor) e supervisor

(bispo). Ou seja, de acordo com a visão neotestamentá-ria, o pastor é o responsável pela igreja, inclusive por sua superintendência; daí se de-preende que a função de guia, que se aproxima do papel dos juízes do Antigo Testamento, no período que antecedeu aos reis, corresponde exatamente à direção (presidência) da co-munidade que é a igreja local.

A segunda razão é lógica. Pensar numa estrutura que tenha um líder espiritual que orienta e mesmo conduz o rebanho e outro que preside a instituição é, no mínimo, uma incoerência. “Alguém” já disse que “ninguém pode

servir a dois senhores”. E em perfeita sintonia com a orientação do Mestre, um dos princípios clássicos da administração é o que es-tabelece a “unidade de co-mando”. Pensar numa orga-nização com duas cabeças é preparar o terreno para o conflito que, inevitavel-mente, virá. Entre as poucas experiências de igrejas que se arriscam neste modelo, já há o registro de conflitos e divisões. Eu ousaria dizer que estes fatalmente acon-tecerão numa comunidade onde uma pessoa conduz o processo decisório e outra detém o poder de influência

de “líder espiritual”. É só uma questão de tempo - no momento em que a frágil sintonia entre o pastor e o presidente da igreja se estre-mecer, começarão a cami-nhar em rota de colisão, para prejuízo da igreja. Aliás, vale a pena lembrar ainda que a presidência provavelmen-te terá um mandato curto e poderá ser ocupada por pessoas diferentes ao longo dos anos. É muito otimismo supor que sempre aqueles que forem eleitos caminha-rão em sintonia permanente com o pastor.

É claro que o pastor, como presidente, pode delegar atri-

buições, administrativas ou outras, a qualquer pessoa. Um delegado, porém, estará sempre sob a direção daque-le que preside a organização e a conduz como líder.

Resumindo, seja por moti-vos bíblico-teológicos, seja simplesmente pela coerência gerencial, não há razão para separar estas duas atribui-ções contidas no ministério pastoral. Qualquer um des-ses motivos já seria suficien-te para entendermos que Deus convoca pastores para liderar o seu povo e respon-der por Ele. Que o Senhor nos capacite e ilumine neste mister.

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