jornal batista - 10-2015

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 10 Domingo, 08.03.2015 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 MISSOESMUNDIAIS.COM.BR 8 DE MARÇO DIA DE MISSÕES MUNDIAIS RM 15.15B-16

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A edição nº 10 do seu OJB desta semana traz as notícias do que está acontecendo no mundo, em relação ao ide ensinado por Jesus. Neste segundo domingo de março é comemorado o Dia de Missões Mundiais. Convidamos você a orar por essa causa! Dedicamos esta edição também às mulheres, em comemoração o "Dia Internacional da Mulher". Parabéns, mulheres de Deus, vocês têm feito a diferença na sociedade!

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1o jornal batista – domingo, 08/03/15?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 10 Domingo, 08.03.2015R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

MISSOESMUNDIAIS.COM.BR

8 DE MARÇODIA DE MISSÕES MUNDIAIS

RM 15.15B-16

2 o jornal batista – domingo, 08/03/15 reflexão

E D I T O R I A L

O segundo domingo de março marca o Dia de Missões Mundiais. A data

foi instituída em 1946 e faz parte do calendário oficial da Convenção Batista Brasileira. O dia é apenas o simbolismo daquilo que devemos cul-tivar em nosso dia a dia: o amor por missões.

Há um clamor vindo de todas as nações. O mun-do clama por paz, saúde, educação, justiça, amor. O mundo clama por Cristo. Somente no Senhor Jesus é possível encontrar as res-postas aos questionamentos da humanidade. Ele chama todos os alcançados pela sua Boa Nova a fazer com que a resposta chegue aos lugares mais remotos. Não importa qual é o seu papel dentro desta missão. De alguma forma, Deus o usará para levar a sua mensagem até os confins da Terra no tempo e lugar escolhidos por Ele. Este é o foco da Campanha 2015 de Missões Mundiais – “Meu Chamado, Voz de Deus às Nações”: levantar vocaciona-dos a fazer parte dos planos

de Deus com tudo o que são, sabem e têm.

Aproveite este dia para re-fletir: até onde seus dons e talentos podem levar a voz de Deus? Talvez não seja possível mensurar o alcance da mensagem do Evangelho a partir do uso da sua vocação. O importante é saber que a partir do momento em que você decide dedicar a sua vida para o Reino, o Senhor a usará.

Aquele momento em que você leu as notícias dos cam-pos missionários e resolveu conversar com o Pai sobre as necessidades ali apresenta-das, a voz de Deus foi além. A oferta entregue para o Dia Especial de Missões Mundiais também foi voz de Deus. A viagem voluntária ao campo não foi turismo; foi emprego de dons, tempo e talentos na prática do amor do Pai. O momento em que com-partilhou sobre missões com outra pessoa foi a forma en-contrada por Deus para fazer ecoar a Sua poderosa voz.

Sabemos que Deus cha-mou todos nós, mas a cada um Ele deu um projeto, um

ministério. A partir da desco-berta desta nossa vocação, al-cançaremos o resultado que Deus espera de nós. Vocação não é coisa apenas de pastor. Vocação é de todo cristão. Todos somos vocacionados.

Inúmeras vezes a Bíblia nos mostra que Deus nos voca-cionou como um povo para louvá-lo, mas, principalmen-te, para levar a mensagem do Evangelho às nações. Por isso, escolhemos para esta Campanha o texto do após-tolo Paulo que diz que Deus, pela graça, lhe deu o desafio do apostolado em relação aos gentios. Pegando o exemplo de Paulo, queremos apresen-tar esse desafio às pessoas.

Foi a partir de Paulo que cresceu a visão de alcançar não somente judeus, mas também os gentios. De certa forma nós estamos aqui por-que o apóstolo Paulo respon-deu a essa vocação, a esse chamado.

Hoje ainda há mais de 4 bilhões de pessoas que não foram alcançadas, e nós pre-cisamos entender que todos temos responsabilidade com elas. Precisamos alcançar

essas pessoas orando, contri-buindo, indo, mobilizando. Deus nos chama para isso. Há uma clara compreensão hoje entre os que estudam missões de que o Brasil é uma das forças principais nessa ação. Nós precisamos entender que vivemos nesse tempo e precisamos respon-der às questões desse tempo.

Você tem um chamado. To-dos temos um chamado. Per-mita-se ser usado por Deus. Na sua cidade, no seu estado, no seu país ou do outro lado do mundo, não importa o lo-cal ou a circunstância. Deus quer falar através de você, seja resposta àqueles que cla-mam. E a JMM está aqui para conectar a Igreja de Cristo aos campos missionários.

Não cale o seu chamado. Vamos viver de forma que todos os dias sejam “Dia de Missões Mundiais”, dias de ganhar vidas para Cristo, não importa de qual continente elas sejam. Vem com a gente ser voz de Deus às nações.

João Marcos Barreto Soares,pastor, diretor-executivo da Junta de Missões Mundiais

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

Cartas dos [email protected]

Vontade de Deus

Sou leitor de O Jor-nal Bat is ta há um bom tempo e tenho apreciado todos os

artigos publicados, porém, o artigo intitulado “Vonta-de de Deus”, escrito pelo pastor Julio Oliveira San-ches, publicado na edição de 22/02/2015, realmente me induziu a escrever-lhes para agradecer pelo con-teúdo. O autor foi muito feliz ao redigi-lo, pois, com clareza, concisão e funda-mentação bíblica, expôs

situações que vivenciamos hoje em dia no seio das igrejas.

Indo di re to ao ponto, mas com tom paternal, o artigo definitivamente in-duz à reflexão. Parabéns ao escritor e parabéns ao O Jornal Batista pela publi-cação, a qual acredito que tenha sido da “vontade de Deus”. Todos nós, leitores, saímos enriquecidos com ela.

Benjamim Tercio de Araujo,membro da Primeira Igreja

Batista em Cruzeiro – SP

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

Hoje é Dia de Missões Mundiais

3o jornal batista – domingo, 08/03/15reflexão

Almir Luiz Gabardo, diácono da Primeira Igreja Batista de Curitiba - PR

Mu i t a s v e z e s , quando lemos a s E sc r i t u r a s Sagradas, ima-

ginamos que os milagres aconteciam, na maioria das vezes, nos tempos de Jesus. Cegos eram curados, paralí-ticos voltavam a andar, en-demoniados eram libertos, água se transformava em vinho, pães e peixes eram multiplicados para saciar a fome da multidão que se-guia Jesus, e tantos outros que, pelo espaço reduzido que me sobra para escre-ver este artigo, deixo que a imaginação dos irmãos continue trabalhando para fazê-los lembrar de tantos outros milagres operados por Jesus e seus discípu-los. Milagres continuam a acontecer nos dias em que

vivemos, ou só ansiamos termos vivido na época em que todos eles acontece-ram?

Eu sei que muitos de nós, que vivemos pela fé e sabe-mos quem é o nosso Deus, o grande Eu Sou, podemos testemunhar de impossi-bilidades que se transfor-maram em realidade em nossas vidas e nas vidas daqueles a quem amamos. Permitam-me compartilhar o que aconteceu com mi-nha família durante o casa-mento do meu filho no dia 18 de outubro de 2014. O local escolhido pelo meu f i lho e pela minha nora foi uma linda chácara cer-cada por belas árvores e um lindo lago ao centro do local onde foi montada toda a estrutura da cerimô-nia, incluindo o púlpito. Durante duas semanas , eles e nós, acompanháva-mos a previsão do tempo

para nos precavermos em caso de chuva. As informa-ções eram que não haveria chuva, apenas o céu esta-ria encoberto por nuvens. Confiamos na previsão do tempo, mas, nos esquece-mos que moramos em Curi-tiba e, por aqui, tudo pode mudar muito rapidamente. E foi o que aconteceu. No dia 17 de outubro t ive-mos um grande temporal na cidade e nos arredores com destruição de casas e alagamentos. Esta chuva continuava severa até as primeiras horas do dia dia do casamento.

Acordei cedo, olhei para o céu carregado de nuvens e falei com o Senhor: “Eu acredito em milagres”. De hora em hora eu orava e dizia: “Eu continuo acredi-tando em milagres. Orei e falei com Deus até as 16h do dia da cerimônia, quan-do fui buscar minha esposa

que estava em um salão de beleza a 50 minutos de car-ro do local do casamento. A cerimônia aconteceria às 17h30min. Ao sairmos do salão, alguns pingos de chuvas batiam contra o para-brisa do nosso carro e continuei falando com o Senhor: “Continuo crendo em milagres”.

Ao nos aproximarmos do local da cerimônia, olhei para o céu e percebi que entre as nuvens carregadas, havia um céu azul e sem nenhum pingo de chuva ba-tendo contra o vidro do car-ro. Estacionei na parte alta da chácara e tive uma visão maravilhosa. Todos os 300 convidados sentados ao redor do lago e o querido pastor Ricardo Lebedenco esperando os noivos para celebrar o casamento. Ne-nhuma gota de chuva caiu sobre o local durante toda a festa que se encerrou por

volta da 1h. A palavra foi abençoadora, tocando o coração de todos que ainda não tiveram um encontro com Jesus. Pude testemu-nhar para muitas pessoas o que Deus fizera com toda a alegria da minha alma.

Mais milagres? No dia se-guinte, dia 19 de outubro, a chuva reiniciou às 7h e se prolongou durante todo o dia sem dar descanso a nós, curitibanos. Deus é bom. Deus é muito bom. Sim, milagres acontecem e eu louvo a Deus porque Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Como é bom adorar a um Deus assim. Muitas vezes se não viven-ciamos os milagres em nos-sas vidas, é porque preci-samos exercitar a nossa fé, nem que seja do tamanho de um grão de mostarda, e a resposta virá com toda a certeza. Deus os abençoe. Fiquem na paz.

Acredite, milagres ainda acontecem!

4 o jornal batista – domingo, 08/03/15

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Sobre o que estamos

conversando?

reflexão

“E ele lhes disse: que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?” (Lc 24.17)

Já ressuscitado, Jesus se encontra com dois discí-pulos, indo para Emaús. Eles estavam tão abati-

dos que “Jesus perguntou – O que vocês estão con-versando pelo caminho?” (Lc 24.17).

Sobre o que conversamos, na caminhada de nossa vida cristã? Não parece que gasta-mos nosso tempo só lamen-tando as circunstâncias em que vivemos, neste mundo de maldade? Será que facil-mente nos esquecemos das previsões de Jesus, dizendo que “No mundo tereis tri-bulações?”. Mais ainda, será

que, acima tudo, não leva-mos a sério a Sua promessa – “Tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33)?

O Jesus com quem nos co-municamos hoje, é o Cristo ressuscitado. Por que razão só falamos da nossa tristeza, por causa da sua morte? Na frase “Eu venci o mundo” o nosso mundo está incluído. Nossas tentações, frustra-ções, tristezas estão incluí-das. Sobre o que, então, de-veríamos estar conversando, pelo caminho? Não deveria ser sobre as vitórias garanti-das pelo Senhor? Saibamos ou não, Ele está caminhando conosco. Por isso, é melhor aceitar esta realidade vito-riosa da vida eterna dentro de nós, não importando as dificuldades do caminho.

Rogério Araújo, jornalista, escritor, diácono da Igreja Batista Neves – São Gonçalo - RJ

A busca constante na vida do homem – por mais que alguns prefiram a quanti-

dade para demonstrar-se ser um “homem de verdade” – é a qualidade em alguém que tenha tudo o que precisa para lhe fazer o bem e para lhe completar.

Provérbios diz: “Mulher virtuosa, quem a achará? Ela vale muito mais do que joias preciosas” (Pv 31.10). E não é verdade? Riqueza nenhuma, tesouro algum pode ser me-lhor do que achar essa pedra preciosa chamada mulher.

Um ditado popular diz que “Atrás de todo grande homem existe uma grande mulher”, porém, não seria, na verdade, ao lado, em vez de atrás? A mulher não é sombra do homem, mas alguém que o coloca para frente, o apoia, e sempre está ao seu lado.

As qualidades de uma mu-lher que a fazem joia precio-sa na vida do homem são:

Confiável - Aquela pessoa em quem se pode contar para tudo: “O coração do seu ma-rido confia nela, e não lhe ha-verá falta de lucro” (Pv 31.11)

Bondosa - Uma pessoa do bem, calma, agradável: “Ela não faz bem, não tem mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12)

Não é preguiçosa – Guer-reira, que luta pela vida a dois ou pela família inteira: “Ela busca lã e vinho, e tra-balha de boa vontade com as mãos” (Pv 31.13).

Forte - Uma fortaleza que não se abala por nada e in-centiva, não desestimula: “Dedica-se com determina-ção e se esforça” (Pv 31.17).

Com todas essas “virtudes”, será uma joia que brilha jun-to com a vida do homem, confirmando o que o próprio Deus falou em Gênesis: “Não é bom que o homem esteja só; eu lhe farei uma ajuda-dora que lhe seja adequada” (Gn 2.18).

Parabéns às mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, em 8 de março!

D’Israel (Israel Pinto da Silva ), colaborador de OJB, membro da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro

Mulheres de Deus são diferentesNos corações; nas mentes Mulheres de Deus ficam buscando Santificação por completamente

Não ficam sentadas em mesas de bares Sujeitas a certos olharesNunca praticam a idolatriaNão consultam mortos e não acreditamEm Quiromancia, Tarô e HoróscopoEm Mapa Astral e não ficam fazendoRegressãoNão dão sua mão pra cigana ler São boas esposas, noivas e namoradas São confiáveis e respeitadas Mulheres de Deus estão sempre orandoFicam vigiando constantemente E ficam lendo a Bíblia Sagrada Sempre estão pensando nas coisas de Deus São fortalecidas espiritualmenteMulheres de Deus só querem fazer A Sua vontade por completoE buscam sempre o Reino de Deus Mulheres de Deus amam o seu semelhante como a si mesmas São caridosas e prestativas, mui ponderadas

Andam com Jesus no caminho retoQue as levam ao céu diretamenteMulheres de Deus têm palavras vivas Saídas da boca de Deus Não são faladeiras; não são revanchistasSão pacientes e equilibradas; mui conselheiras Não perdem de vista a sua missãoNa face da terra- Evangelizar

Martha, Maria, Ana e RuthEster, Judith, Débora, DorcasForam mulheres de Deus; mulheres levitasSempre dobrando joelhos no chãoA Deus suplicando, com toda certeza Sabedoria, discernimento da sua PalavraPerseverança na sua fé e libertação Mulheres de Deus são aquelas que dizem Nós e nossas casas a Deus serviremos Não as derrubam com suas mãos Nas suas portas colocam os seus mandamentos Para serem cumpridos e obedecidos em todos os momentosE têm certeza de que vão entrar no seu Paraíso Mulheres de Deus são virtuosas Têm o perfume de Cristo; são vitoriosas Salve o Dia Internacional da Mulher- de Deus!

Mulher virtuosa, joia preciosa

Mulheres de Deus vitoriosas

5o jornal batista – domingo, 08/03/15reflexão

mulher: “Ali no meu ventre estava uma pessoa que Deus já amava como tal. Terminei de ler a parábola aos prantos e saí daquela sala de espera decidida a não fazer aquele aborto. Era uma menina! Eu me converti e hoje minha filha está com 29 anos, uma bênção. Deus usou aquela parábola para mudar o rumo da nossa história”.

Meu pai não perguntou o nome daquela senhora que saiu apressada. A emoção já não podia ser contida. Ou-tros cumprimentos vieram, mas a imagem daquele rosto pleno de gratidão marcou sua memória. Em seguida, com toda simplicidade de quem não se dá conta da grandeza do seu próprio caminho, meu pai me diz: “É incrível como Deus usa uma simples parábola para mudar o curso de duas vidas. E eu nem sei o nome delas ou onde en-contrá-las”. “Pai, isso dá uma parábola!”, eu exclamei. E ele respondeu: “Essa é uma ver-dadeira parábola viva”. Tudo o que ele desejava, do mais profundo do seu ser, é que

seus escritos fossem canal de bênção para as pessoas, que suas parábolas gerassem vida no coração dos seus leitores. E assim foi.

O Jornal Batista completa 114 anos. Essa história é a prova de que, mais do que informação, esses mais de cem anos estão comprometidos com a transformação de vidas. Meu pai escreveu. O Jornal Batista publicou, e Jesus trans-formou o caminho certo da morte em esperança de vida.

Meu pai não teve tempo de colocar essa parábola no papel. Mas escreveu-a em sua própria história. O autor da vida levou o escritor das parábolas. Acredito que ainda ouviremos muitos outros teste-munhos como esse, mas fico agradecida que Deus tenha permitido ao meu pai uma úl-tima vez contemplar o agir de Deus através de suas histórias.

Que os escritos deste Jornal e seus colaboradores conti-nuem a ser instrumentos que Deus usa para abençoar o outro que anseia pelo bálsa-mo da palavra certa, na hora certa.

Dinelcir de Souza Lima, pastor da Igreja Batista Memorial de Bangu - RJ

Nos idos de 1968 fui trabalhar na Junta Executiva da Convenção Batista

Brasileira. Era um menino de 18 anos, influenciável e pensava que influenciava; dependente, e pensava que era independente, sem saber quase nada, e pensava que sabia tudo; obediente, e rea-tivo à subserviência. Era um jovem bem menino ainda, um simples auxiliar de escritório.

Como crente em Cristo, estava encantado. Podia tra-balhar para o Reino de Deus e, como companheiros, en-contrei irmãos em Cristo dos

quais guardo lembranças até hoje. Dona Léa era a cozi-nheira. Analfabeta, pedia que lêssemos os conteúdos de caixinhas e embalagens para armazenar de maneira a poder identificá-las. Já ido-sa, tinha um coração de avó para conosco. Professor Pau-lo Araújo, diácono, alegre, conduzia o escritório com eficiência e amizade. Quase todo dia me dava carona até Guadalupe, onde residia. Jônia Curvacho Cerqueira, jo-vem dedicada, amável, cum-pria seu papel de secretária com muita dedicação. Mas, nós, tínhamos um chefe, o secretário-executivo, pastor João Falcão Sobrinho.

Comecei a ter contatos com ele. Chamava-me em sua sala

e me dava pequenas tarefas. Seu modo de falar era manso, ponderado e sem “superio-ridades”. Tratava-me mais como um irmão em Cristo do que como um funcionário subalterno. Às vezes, nos en-contrávamos nos corredores e sempre me dirigia palavras além de bom dia, ou boa tarde. Gostava de orientar e dar conselhos. E, o que mais me impressionou em nosso relacionamento profissional, foi um dia ter me pedido que orasse por ele, por algum projeto que tinha em sua vida familiar. Não revelou qual projeto, mas me pediu para orar. Nunca me esqueci daquele momento.

Os tempos passaram. Saí da Junta Executiva e fui tra-

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Trinta anos depois, a parábola viva

Pastor João Falcão Sobrinho, um homem de paz

Silvia Néli Falcão Barbosa, filha

Meu pai escrevia. Escrevia poe-sias, livros, mas era conhecido

mesmo por suas parábolas, publicadas na coluna sema-nal de O Jornal Batista “Pa-rábolas Vivas”. Esta Coluna teve início em 1952, mesmo ano da sua formatura no Se-minário do Sul, aos 22 anos de idade. Durante 62 anos foi colaborador fiel deste Jornal, trazendo para estas páginas histórias da vida co-tidiana. Sim, meu pai era um colecionador de histórias da vida real.

Na semana antes de par-tir para junto de Jesus - sua maior inspiração enquanto escritor - me contava o esbo-ço de sua mais recente pará-bola, que ficou rascunhada em meu coração.

Dia 13 de dezembro de 2014, o irmão Apolônio o levou à Primeira Igreja Ba-tista de Irajá - RJ, com seu táxi missionário. Era o culto de gratidão pelos 80 anos da

Igreja e 10 anos de ministério do pastor. João Emílio à frente daquela Congregação. Meu pai estava feliz, contou-me depois o irmão Apolônio, ao descrever a emoção do culto no retorno para casa.

O culto fora lindo, mas beleza maior ficou incógnita. Esta, meu pai nos contou ao longo daquela semana. No sábado, dia 19, pedi que ele me contasse os detalhes da história, que compartilho agora com seus fiéis leitores.

Ao final do culto, junto com o pastor João Emílio, meu pai foi para o alpendre da Igreja cumprimentar o povo, coisa que ele gostava de fazer com a devoção de quem ama as pessoas. Entre os muitos abraços e cumpri-mentos, uma mulher de seus 50 anos segurou-lhe a mão e disse, já com a voz emo-cionada: “Posso lhe falar um instante?”. Como era de seu costume prestar atenção nas pessoas, meu pai voltou-se para a senhora à sua frente com interesse: “Claro irmã, pode falar”. Afastaram-se um pouco do aperto da saída e

veio a confissão: “Sabe pastor Falcão, quando eu soube que o irmão estaria aqui hoje, fiz um esforço especial para vir, pois precisava lhe contar uma coisa”. E com a voz embarga-da continuou: “Há trinta anos eu estava em uma sala de es-pera para realizar um aborto. Uma mulher desconhecida colocou em minhas mãos um exemplar de O Jornal Batista. Comecei a folheá-lo, apenas para apressar o tempo daque-la espera sem fim. Mas a pa-lavra aborto em uma de suas parábolas me fez parar e ler o que estava escrito1. Falava dos motivos pelos quais uma mulher não deveria fazer um aborto. Era uma agressão à vida que eu trazia, e a esco-lha era minha”. A senhora conteve as lágrimas para con-tinuar, disse-me o meu pai. Mas nesse momento eram as lágrimas dele mesmo que es-tavam abafadas no canto dos seus olhos. E, com a sensibi-lidade de quem conta a vida, ele continuou a narrativa da

1 Parábola Viva, publicada no O Jor-nal Batista de 18/11/1984, com o títu-lo “Salvo duas vezes”.

balhar com o pastor Ubi-racy, na Junta Patrimonial. Era só a diferença de um andar. Continuamos nos en-contrando ocasionalmente e conversando brevemente. E pude aproveitar muito para a minha vida. Fui dar uma volta por empresas do governo, e terminei me en-tregando para o ministério pastoral. Encontrei o pastor João Falcão no Seminário e, depois, em encontros de pastores e Convenções. O último encontro que tive com ele foi em um acam-pamento de pastores em Rio Bonito há cerca de dois anos. Conversamos longa-mente e nossa conversa ter-minou com a seguinte frase dele: “Já posso partir, Deus

tem permitido que eu veja a paz entre o povo dele”.

No final do ano passado fui surpreendido com a notícia de que o pastor João Falcão Sobrinho havia partido para a presença de Deus. Fiquei triste, não quis acreditar, procurei notícias e não as encontrei. Fui conhecendo os fatos aos poucos, através de informações pessoais. Esta semana li o artigo do seu filho, a quem também chamo de pastor Falcão, e dei graças a Deus por ter convivido com um homem tão simples, porém, de tanta importância para sua família e Reino de Cristo. Sei que ele partiu pre-parado, em paz, como quem cumpriu a sua tarefa deixada por Cristo.

6 o jornal batista – domingo, 08/03/15 notícias do brasil batista

Maria Nery, colaboradora de OJB

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de joias preciosas” (Pv 31.10).

O dia 08 de março é considerado o Dia Internacio-nal da Mulher.

Assim, é comemorado no Brasil e em vários países um dia especial em home-nagem a todas as mulhe-res. E, neste dia, é muito importante exaltar o valor da mulher na sociedade e o êxito alcançado por a lgumas de las , quando conquistaram um lugar de destaque, como presidente de um país, por exemplo, demonstrando a capacida-de de governar uma nação. É também muito importante exaltar as mulheres que se dedicam ao trabalho de uma maneira geral, e as que exercem as suas pro-fissões na área da justiça, medicina, engenharia e na área da Educação e saúde. Todas estas mulheres, no geral, colaboram para o progresso dos países. No Dia Internacional da Mu-lher é também muito im-portante chamar a atenção das autoridades mundiais, mostrando que é necessário preservar as leis do direito da mulher com dignida-de e respeito, sem nenhu-ma discriminação. Estas leis existem e precisam ser cumpridas.

Lamentavelmente, é im-possível não mencionar a triste situação das mulhe-res que estão sofrendo em vários países por serem discriminadas, humilha-das, desrespeitadas e sem nenhuma liberdade. Àque-las que vivem na pobreza, que não têm nem o que comer e como alimentar os seus filhos, clamando às autoridades do mundo (os Direitos Humanos) que elas precisam de prote-ção e a juda. Para es tas mulheres tão sofredoras, é preciso que elas mante-nham a esperança de que Deus, com o seu poder, e os governantes das nações, juntos, a tendam ao seu clamor.

É também necessário fa-lar a respeito das mulheres que, por certas situações, entram pelo caminho da perdição, destruindo suas v idas e perdendo a sua dignidade e o seu respeito, entrando na prostituição, nas drogas e outras situa-ções desagradáveis e tris-

tes. Para estas mulheres, é preciso acreditar que exis-te um Deus de poder, que está sempre perdoando e transformando provações em bençãos. Esta é a es-perança para todas as mu-lheres que querem mudar de vida e serem dignas de respeito, como realmente são as mulheres.

Neste dia tão significa-tivo, é muito importante exaltar as mulheres religio-sas, que são mensageiras do ensino da Palavra de Deus para que as pessoas encontrem o caminho da salvação.

Apresen to com mui ta sa t i s fação a lgumas mu-lheres cristãs evangélicas da denominação Batista, que muito colaboram para evangelização, a f im de ganhar o Brasil e o mundo para Cristo, e ocupam um lugar de destaque inter-nacional: senhora Raquel Contreras – presidente do Departamento Feminino da Aliança Batista Mun-dial. Ela é de nacionalida-de chilena, um dos países da América Lat ina. Está exercendo esta missão cris-tã com muita dedicação.

É uma mulher admirável, muito consagrada a Deus, e uma serva do Senhor que, por onde passa, dei-xa mensagens sábias de-monstrando ser ela grande conhecedora dos ensinos da Palavra de Deus. Nestas suas mensagens, ela fala sobre a grande importân-c ia das mulheres terem fidelidade para com Deus, demonstrando a Ele a sua fé , o seu amor, e a sua esperança em seguirem em direção ao caminho da salvação. Ela fala que a fidelidade para com Deus a acompanha todos os dias de sua vida, por isso, ela se considera uma mulher cris-tã feliz. A senhora Raquel como presidente do Depar-tamento Feminino da ABM, vis i ta vár ios países dos cinco continentes, recebe o apoio e a colaboração das mulheres Batistas que são presidentes da UFB de cada continente - UFB da Ásia , África , Europa, América Latina, América do Norte, Caribe e Sudes-te do Pacifico. E com esta união, elas promovem um trabalho muito abençoado. Senhora Raquel, que Deus

Dia Internacional da Mulher

te abençoe e te guarde hoje e sempre.

Senhora Sara Mendoza Barr ios – presidente da União Feminina Batista da América Latina - está exer-cendo este cargo no perí-odo de 2013 a 2018 com muita dedicação. A senho-ra Sara é de nacionalidade Venezuelana, um outro país da América Latina. É uma mulher cristã, serva do Senhor, meiga, e muito culta. É professora de ní-vel superior de Espanhol e Literatura. Entre todas as suas atividades, que vem realizando e promovendo at iv idades entre as mu-lheres da América Latina, ela conserva o trabalho do PEPE - P rograma de Educação Pré Escolar para América Lat ina - , como também incentiva as mães que levem os seus filhos para a Igreja e aprendam os ensinamentos da Pala-vra de Deus na EBD - Es-cola Bíblica Dominical. O Brasil, em abril de 2014, foi prestigiado com a pre-sença da senhora Sara, que foi recebida com muita ale-gria pelas irmãs em Cristo da UFMB Brasil no Rio de

Janeiro.Que Deus, com sua bondade, abençoe a senhora Sara e a UFBAL.

Aildes Soares Pereira – vice-presidente da UFBAL (Brasil) - está exercendo esta função no período de 2013 a 2018. Aildes é de nacionalidade brasileira, nasceu no estado de Mi-nas Gerais , é uma l íder Batista muito dedicada da UFMBB - União Feminina Missionária Batista do Bra-sil -; por mais de 20 anos ocupa o cargo de secretaria de Promoção com muita dedicação. Neste cargo de vice-presidente da UFBAL (Brasil), ela já visitou vários países da América Latina, dando assim a sua valiosa colaboração. Que Deus te abençoe e guarde, irmã.

Missionária Helga Kepler Fanini, é uma mulher batis-ta internacional e, por vá-rios anos, percorreu muitos países como presidente da UFMBB. Exerceu este car-go por 12 vezes em muitos anos, com muito empenho. É uma mulher muito consa-grada, culta e, por vários países por onde passou, deixou mensagens da Pala-vra de Deus em português, espanhol, inglês e Alemão.

Senhora Helga foi esposa do inesquecível pastor Nil-son do Amaral Fanini, que foi presidente da Aliança Batista Mundial no período de 1995 a 2000. O casal Fanini, junto, de mãos da-das, percorreu mais de 100 países dos cinco continentes levando a Palavra de Deus, contribuindo, assim, para que os povos e nações en-contrem o caminho da sal-vação por Jesus Cristo. E por este trabalho tão abençoado foram muito homenagea-dos. Receberam da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ um lindo presente muito significativo: 103 bandei-rinhas representando cada país por onde passaram. Senhora Helga está apre-sentando estas bandeirinhas através de O Jornal Batista.

Senhora Helga é membro da Igreja Batista Memorial em Niterói - RJ e ocupa o cargo de presidente do Diaconato e da MCA da Igreja. É presidente de hon-ra do programa evangélico “Reencontro”, na TV Bra-sil, onde ocupa o cargo de entrevistadora e mensagei-ra da Palavra.

Neste dia Internacional da Mulher, que Deus aben-çoe, guarde, e faça feliz todas as mulheres! “Gran-des coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres” (Sl 126.3).

Missionária Helga Kepler Fanini, Igreja Batista Memorial - Niterói - RJ

Senhora Sara Mendoza Barrios, presidente UFBAL - União Feminina Batista da América Latina

Aildes Soares Pereira, vice-presidente da UFBAL Brasil

Senhora Raquel Contreras, presidente DFBAB Mundial - Departamento Feminino Aliança Batista Mundial

7o jornal batista – domingo, 08/03/15missões nacionais

Pastor Cirino Refos-co e sua esposa, Reg ina Re fosco , comple ta ram 30

anos como missionários dos Bat i s tas bras i le i ros a t ravés de Missões Na-cionais. Em celebração a esta data tão especial, foi rea l izado no dia 22 de fevereiro pela manhã, um culto de gratidão pela vida do casal na Primeira Igreja

Bat i s ta do Fonseca, em Niterói - RJ.

Nesse tempo de trabalho, os missionários viveram uma linda história missio-nária através da vontade e permissão de Deus, onde puderam abençoar grande parte de nosso país. E por tanta dedicação ao Evan-gelho, Missões Nacionais está muito feliz com o ani-versário de ministério do

Os missionários F lav io Alan e Patrícia Xavier estão em Arapi-

raca - AL, a fim de promo-ver a expansão do Evange-lho entre os surdos que lá existem. Por meio de di-versas estratégias, eles têm alcançado vidas na cidade onde plantaram uma Igreja Batista em Libras.

Um bom exemplo dessas estratégias é a oportuni-dade de re lac ionamen-to discipulador que surge durante os encontros com surdos que ocupam a praça no bairro Bosque, todas as sextas-feiras. Lá, os missio-nários têm a oportunidade de compartilhar a Palavra, de maneira mais informal.

Às quintas-feiras, Flavio Alan e Patrícia exercem ações de Compaixão e Gra-ça – dentro da proposta de Igreja Multiplicadora – por meio de palestras sobre

saúde. A última foi sobre Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Recentemente, foi rea-lizada a primeira reunião de um Pequeno Grupo Multiplicador (PGM). “A mensagem foi sobre Lucas 10.38-42. É um maravi-lhoso motivo de mais rela-cionamento entre nossos irmãos. Nós oramos para que sejamos fortalecidos. Que Bênção!”, declaram os missionários.

Todos os domingos, eles também lideram a Igreja Mult ipl icadora, que faz parte do Ministério com Surdos da Igreja Batista do Farol, em Maceió - AL, com estudos bíblicos disci-puladores sobre o caminho para a salvação.

Interceda por este minis-tério, a fim de que o Se-nhor continue capacitando os missionários e transfor-mando vidas em Alagoas.

Parte do grupo de membros da Igreja Batista em Libras, em Arapiraca - AL

Missões Nacionais celebra 30 anos de ministério do pastor Cirino Refosco

Visão da Igreja Multiplicadora envolve

ministério com Surdos em Arapiraca - AL

casal.O mensageiro no culto

foi o pastor Samuel Mout-ta, gerente-executivo de Missões, que esteve falan-do sobre a necessidade de referenciais de homens de Deus para nossa geração, citando o testemunho do moço de Saul acerca de Sa-muel, descrito em I Sm 9.6.

Além dele, pastor Val-dir Soares, gerente nacio-nal de Evangelização dos Povos Indígenas, i rmão Juarez Solino, gerente de administração e suporte da JMN, e outros missionários e funcionários de Missões Nacionais, também parti-ciparam desta manhã de muito louvor e adoração a Deus.

Que o nosso Deus conti-nue abençoando o ministé-rio do casal pastor Cirino e Regina Refosco em seu tra-balho por Missões Nacio-nais e toda a sua família.Casal missionário que dedica suas vidas em Missões Nacionais

Irmão Juarez Solino agradecendo pelo ministério e família do pastor Cirino e da irmã Regina

8 o jornal batista – domingo, 08/03/15 notícias do brasil batista

Francisco Cerqueira Bastos, pastor, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói – RJ

O propósito deste artigo é fazer o registro históri-co de um tes-

temunho de dois célebres batistas, que fizeram histó-ria aqui no nosso estado e no Brasil: pastores Erodice Fontes de Queiroz e dou-tor Virgílio Faria. Muitas das memórias do início da evangelização na Fazenda do meu avô paterno - Fran-cisco de Cerqueira Bastos - estão registradas nos li-vros “Razão de Viver”, do saudoso pastor Erodice, e em várias publicações do notável historiador pastor Ebenézer Soares Ferreira, que passo a relatar sucin-tamente.

O pastor Erodice, em seu livro de recordações, no capítulo XII, páginas 50 a 53, conta que em 1928 assumiu o pastorado das Igrejas Batista de Pádua e Cabeceira de Ubá, oca-sião em que, a convite do irmão Juquinha Alvaren-ga, percorreu mais de 60 Km para pregar na casa de um interessado, fora do seu campo de trabalho, de nome Osório Garcia, membro de uma grande família - Cerqueira Garcia e Cerqueira Bastos. Erodice se refere àquele culto, rela-tivamente pequeno, dizen-do: “...Eu mal podia supor que ali estava o gérmen, e a origem do maior e mais glorioso trabalho do meu ministério no estado do Rio de Janeiro”. E o pastor Erodice prossegue, no seu já citado livro, contando o capítulo mais emocionan-te: “Quando voltávamos da casa do irmão Osório e passávamos jun to da grande sede da Fazenda Santa Rosa , d i sse -me o companheiro: ‘Aqui mora uma grande famíl ia dos troncos Garcia-Cerqueira e Cerqueira-Bastos, gente para ser evangelizada’”. Pastor Erodice orou em seu

coração: “Senhor, pelo me-nos, dá-me uma das almas desta esplêndida fazenda, para Cristo!”.

Pastor Erodice conta que na sua segunda ida à casa de Osório Garcia, já ago-ra acumulando a direção do Colégio Bat i s ta F lu-minense , na c idade de Campos dos Goytacazes - RJ, desembarcando em Lage (distrito de Itaperuna - RJ, naquele época) e não encontrando a condução que o levaria ao local da pregação, hospedou-se no hotel e perguntou ao hoteleiro “Se conhecia ali uma família que pudesse ter interesse em matricular seus filhos no Colégio”, no que este indicou a casa da família Cerqueira, dona da Fazenda Santa Rosa, que estava veraneando ali. E prossegue o pastor Erodice - que ganhou o epíteto de “Príncipe dos Pregadores F luminenses” : “Lá che-gando, apresentei-me pelo nome e também como di-retor do Colégio”. Tia Lília - Lília Mendes Cerqueira, casada com meu tio dou-tor José Cerqueira Garcia -, uma mulher resoluta e de comunicação fácil, foi logo dizendo: “Nós já o conhecemos pelo nome, pois costumamos assistir

aos cultos em casa do se-nhor Osório Garcia e em outros lugares lá por perto da fazenda onde moramos. Já temos a Bíbl ia e nos consideramos crentes”.

Pastor Erodice pediu-lhe a Bíblia e ao abri-la depa-rou com uma nota de um mil reis - a nota de maior valor naquele tempo - e, ao que tudo indicava, esta-va ali havia muito tempo. E mais uma vez uma das famosas frases do grande obreiro: “Vocês estão com o pão dentro de casa, to-davia, estão com fome”. Tia Lília foi batizada pelo pastor Erodice no açude da Fazenda São João, de propriedade do meu avô, local onde a Igreja foi or-ganizada. A par t i r dal i , as conversões ocorreram em todas as famílias e nos colonos da fazenda - meu

avô já havia dado alforria aos seus escravos.

A Igreja Batista organi-zada na Fazenda do meu avô paterno, no dia 23 de março de 1931, transferida mais tarde para a Fazenda Santa Rosa, com o nome de Igreja Batista de Santa Rosa, foi pastoreada, nos seus primórdios, pelo pas-tor Erodice, tendo como secretário Nilo Cerqueira Bastos - mais tarde con-sagrado ao ministério -, e como tesoureiro, Manoel Cerqueira Garcia - meu pai. Foi a Igreja de zona rura l , na época, a mais próspera do Campo Batista Fluminense, chegando, in-clusive, a hospedar a Con-venção Batista Fluminense.

Um outro tes temunho eloquente, várias vezes repetido, é o do saudoso pastor e brilhante advoga-

do doutor Virgílio Faria, companheiro e protagonis-ta daqueles tempos ao lado do pastor Erodice, que, nas nossas Assembleias, toda vez que me encontrava, dizia: “Nunca mais se le-vantará um trabalho como aquele da fazenda do seu avô”. De lá saíram vários pastores, a começar pelo patriarca Nilo Cerqueira Bas tos , ne to do vovô e administrador da Fazenda de São João, antes da sua divisão entre os herdeiros, seus filhos Jair, Josué, Ju-dson e seu primo - autor deste artigo, e mais: João Lemos, Berilo Rosa, Fran-cisco Rosa, Isidoro Santos e Macre.

Vovô faleceu na Fazen-da, no ano de 1935 - ano que eu nasci e, por isso, recebi o seu nome. Segun-do o testemunho do pastor Erodice, no livro citado, mor reu c ren te , mesmo sem ser batizado. Os ex--escravos fizeram questão de levar o seu caixão, per-correndo muitas léguas, até Retiro do Muriaé, na época, distrito de Itaperu-na, onde está sepultado na capela da família.

Pastor Erodice encerra suas recordações de Lage, naquele tempo distrito de Itaperuna, e de toda a re-gião, dizendo: “A recom-pensa de não se desprezar o ‘dia das coisas pequenas’ (Zc 4.10), traz-me à memó-ria uma saudosa lembrança do primeiro culto na casa do irmão Osório: Eu plan-tei, o Nilo regou, e Deus deu o crescimento, que há de perdurar até Jesus voltar!”.

Os Batistas na “Fazenda do Vovô”

Sede da Fazenda do Vovô, onde foi organizada a Igreja Batista de São João, em 23 de março de 1931

EDITAL DE CONVOCAÇÃOPARA A 86ª ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA

UNIÃO FEMININA MISSIONÁRIA BATISTA CARIOCA – UFMBC

Na qualidade de presidente da União Feminina Missionária Batista Carioca - UFMBC - em cumprimento ao Artigo 6º do Estatuto da União Feminina Missionária Batista Carioca, convoco as mensageiras das Organizações Femininas das Igrejas Batistas deste município para a realização da 86ª Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 11 de abril, sábado, a partir das 08h30min., na Primeira Igreja Batista da Vila da Penha, situada à Av. Meriti, 2.470 - Vila da Penha - RJ, para elei-ção da diretoria 2015/2016, bem como analisar e deliberar sobre assuntos gerais de interesse da União.

Rio de Janeiro, 08 de março de 2015

Márcia Fernandes KopanyshynPresidente - União Feminina Missionária Batista Carioca

Errata

Onde se lê: “Maria Nery, colaboradora de OJB”, na autoria do texto intitulado como “Trinta anos de mães unidas em oração no mundo”- (Edição 05, de 01/02/2015, página 12).

Leia-se: “Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa”

9o jornal batista – domingo, 08/03/15notícias do brasil batista

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

A Primeira Igreja Ba-tista de Presiden-te Venceslau - SP, sob o comando do

pastor Jaime Deocleciano, realizou nos dias 16 e 17 de fevereiro, o Retiro Espiritual “PIB & PIB”, na aconchegan-te Chácara Bethelsdorf, no Jardim Ipanema, de proprie-dade do irmão em Cristo, Walter Ramsdorf. O encontro teve como base o tema deste ano da Igreja Batista, de acor-do com a 95º Assembleia da Convenção Batista Brasileira, “Integralmente submissos a Cristo”. Muitos irmãos e jovens, inclusive da capital paulista, fizeram questão de participar da programação evangélica nos dois dias do evento. Basicamente, foi ser-vido, por volta das 8h30, o café da manhã; depois louvo-res, devocional e pregação; almoço, lanche, jantar refor-çado e culto a partir das 20h, além de gincanas bíblicas que uniram os participantes em busca de conhecimento e sabedoria, em volta do Senhor Jesus, sempre desta-cando a ênfase do desafio de submissão ao Mestre.

Também a divisa deste ano da PIB foi motivo de extensa reflexão. O texto, que encon-tra-se em Romanos, norteou grande parte das meditações: “Libertados do pecado, trans-formados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para

Bruna Costa, jornalista

O mês de fevereiro foi comemorado com muita ani-mação na Igreja

Batista em Sabaúna, em Mogi das Cruzes - SP. Isso porque a Congregação, de 60 mem-bros, celebrou mais um ani-versário. “Comemoramos 56 anos no dia 08 de fevereiro e só temos que agradecer a Deus pelos seus feitos e por permitir que a Palavra dEle

a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6.22). O encontro também foi regado pelas chuvas tão aguardadas, não somente em Presidente Venceslau, como também no Brasil. As orações tiveram também esse momento de gratidão ao Senhor, pela mi-sericórdia de molhar a terra.

No último dia do retiro es-piritual, à noite, o culto de en-cerramento esteve a cargo do irmão Paulo Francis Jr., que

fosse proclamada em todo distrito”, revela o pastor pre-sidente Ricardo Willian Alves.

Entre a programação de aniversário, o pastor pre-sidente conta que a Igreja preparou algumas atividades, dentre elas, uma caminhada pelo distrito para anunciar as Boas Novas do Evangelho. “Este ano estamos trabalhan-do com o tema “Seja Luz”, que faz referência ao texto bí-blico de Mateus 5.16. E, para fazer deste versículo uma ver-

emblematicamente reforçou a necessidade de obediência e submissão diante de Deus. Para que a noite e a instrução de Deus jamais fossem esque-cidas, o “irmão Paulo”, como é carinhosamente conheci-do, trouxe uma telha que mostrou aos irmãos antes de começar sua prédica. Pediu aos jovens que prestassem bastante atenção para o que seria dito, pois aquele objeto ajudaria no processo de lem-

dade, no dia do aniversário realizamos a ‘Caminhada da Oração’. Infelizmente, nosso bairro é popularmente co-nhecido pelas marchinhas de carnaval e bonecos grandes, por isso, tivemos a ideia de andar pelas ruas e orar pelo comércio e pela população”, comenta o pastor, ao dizer que os membros se reuniram ainda para uma vigília duran-te a semana.

Além disso, o pastor Ricar-do conta que os cultos tam-

brança das palavras que com-poriam o sermão. O tema da sua pregação foi: “Desça do seu pedestal”, meditação que teve como núcleo a carta aos Filipenses, no capítulo 2, ver-sículos de 1 ao 11. Explanou que “Devemos considerar os outros sempre superiores a nós mesmos. Onde aparece a nossa humildade? Nos nossos relacionamentos uns com os outros”. Reforçou que a hu-milhação vem sempre antes da exaltação; Cristo passou por isso. Destacou para que todos “Fossem ao momen-to do Getsêmani, em que Jesus demonstrou sua plena submissão ao Pai, chorando lágrimas de sangue por cada um de nós, sem desistir da sua nobre missão”. Alertou sobre o perigo do orgulho, princi-palmente o orgulho espiritual. Fez considerações sobre a ar-rogância destes tempos onde “Nós gostamos de ‘ostentar’ as

bém tiveram pregadores de outras igrejas, como o pastor antecessor de Sabaúna, Josias Prado. “Foi um grande prazer receber o pastor Josias aqui na Congregação, uma ver-

coisas para ver o nosso irmão humilhado”. Não adianta, prosseguiu, “Erguer as mãos e cantar freneticamente na Igreja, se o seu coração está cheio de soberba, de falta de perdão, de vingança”. Refor-çou a necessidade de aceitar a autoridade do pastor de sua igreja. “Se você não consegue ser submisso ao pastor da igreja, dificilmente você será submisso a Deus”, concluiu. O cristianismo verdadeiro exige humildade, serviço e amor ao próximo.

Ao final de sua fala, o ir-mão Paulo Francis trouxe um desfecho memorável. Ao er-guer a telha novamente com o braço direito, arrematou: “O cristão verdadeiro não pode falar o que der na telha. O exímio cristão não pode fazer o que der na telha. O cristão tem de ser integral-mente submisso ao Senhor Jesus”.

dadeira bênção. Recebemos também pastores de outras igrejas que, com certeza, alegraram a Deus e tocaram o coração dos presentes com a mensagem”, conclui.

Retiro “Integralmente Submissos a Cristo”

Igreja Batista em Sabaúna - SP comemora 56 anos

10 o jornal batista – domingo, 08/03/15 notícias do brasil batista

11o jornal batista – domingo, 08/03/15missões mundiais

João Emílio Cutis, pastor da Primeira Igreja Batista de Irajá, - RJ

Todos os anos a s ig re jas f i l iadas à Convenção Batista Brasileira são desa-

fiadas a levantar uma oferta para contribuir com o avan-ço da obra missionária no mundo. Trata-se de uma ocasião repleta de signi-ficado. As igrejas que se envolvem nas campanhas são muito beneficiadas. Há um ganho intangível para a igreja local. Por isso, a liderança da igreja deve ser zelosa para que a campanha seja bem feita e transmita aos crentes a grandeza da Campanha de Missões Mun-diais. Uma boa campanha possui alguns elementos que passo a destacar:

Desafio

A campanha existe para que a igreja dê um passo adiante. É relevante o es-tabelecimento de um alvo a ser alcançado. Ele deve representar um desafio, que dependa de empenho para ser conquistado. Quando existe um alvo, naturalmente há um maior empenho. A experiência demonstra que o alvo serve como ajuda para a igreja chegar mais longe.

As igrejas que se envol-vem nos desafios missioná-

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

Este ano, o segundo domingo de março tem um significado particular para a JMM:

além de ser o nosso dia espe-cial, também é celebrado o Dia de Oração por Missões

rios, estão mais prontas para seus desafios locais. Esse é um importante ganho que a igreja tem quando colabora. Quem consegue enxergar para longe, enxergará bem o que está perto. O pastor que sonha com uma igreja ativa, deve abraçar a oportunidade das campanhas para gerar em sua igreja a vibração com desafios. O estabelecimento de um alvo ajuda nisso. Os desafios alimentam o ânimo das igrejas. Elas precisam ser constantemente desafiadas; nada de mesmice e confor-mismo em apenas manter o trabalho local.

Os crentes vibram quando fazem parte de um ambiente desafiador, quando o alvo é ultrapassado. Há um cli-ma de conquista que abre caminhos para que a igreja abrace novos desafios, pois já está condicionada a ser ousada e não temer desa-fios.

O desafio é um compo-nente essencial na emprei-tada missionária. Não há cumprimento da missão sem desafio, sem ousadia. O mundo atual exige uma ação corajosa da igreja. Temos o enorme clamor dos povos não alcançados. São pessoas sem acesso à Palavra de Deus em seu idioma nativo. Elas vivem em grandes regiões onde a presença missionária exi-ge o emprego de torrentes

Mundiais. A intercessão é um dos pilares que ajudam a sustentar a obra missionária no mundo, e um dia inteiro dedicado à oração é o que Missões Mundiais propõe a você e a sua igreja para, jun-tos, cobrirmos nossos obrei-ros com orações durante o período de 24 horas.

de recursos financeiros e humanos, sem os quais é impossível a comunicação constante e abundante do Evangelho.

Devemos ser cheios de paixão e fé pela obra missio-nária. Todo desafio, para ser superado, exige fé. A igreja local precisa crer que Deus pode usá-la na salvação do mundo. Com fé, todas as igrejas podem colaborar, até mesmo as mais peque-ninas e com menos recursos financeiros. O que viabiliza a participação de uma igreja na campanha não é a renda per capita de seus membros, mas a fé que abraça desafios.

Parceria na evangelização do mundo

A oferta do Dia Especial ajuda a igreja a se sentir parceira na evangelização do mundo. Que grande pri-vilégio. Cada real ofertado representa uma gota da gra-ça de Deus em algum lugar do mundo. Quem oferta pode se sentir ao lado do médico missionário que realiza um procedimento, pode se sentir junto a um pregador que leva a precio-sa mensagem ou com um missionário que realiza um estudo bíblico em um país distante. Sua contribuição está lá, ainda que seus pés estejam no Brasil. Ao parti-cipar da oferta missionária, o crente colabora para uma

A intercessão deve fazer parte da vida de todo cristão, pois a comunhão com o Pai é primordial para ser voz de Deus às nações.

Muitos são os relatos de nossos missionários sobre oração. Uma dessas histórias é a do missionário Davi, do Norte da África. Certo dia, Davi e a esposa, a missio-nária Ester, davam aulas em sua escola de futebol quan-do foram surpreendidos por agentes que os levaram a uma delegacia. O motivo era a simples suspeita de serem missionários, atividade con-siderada ilegal naquele país.

“Apesar de já termos passa-do por essa situação, estáva-mos preocupados. Foi então que o milagre aconteceu. Depois de várias perguntas,

obra maior do que ele, pois sua contribuição roda o mundo.

A igreja local sabe que sozinha não pode abraçar toda a Terra, mas ao dar as mãos a outras igrejas, ela se torna parte da empreitada missionária global.

É bonito quando uma igre-ja consegue vislumbrar suas responsabilidades para além de seus muros e portões. As igrejas que se fecham não fazem bem a elas próprias, acabam enroladas num emaranhado de lamenta-ções internas que sufocam a essência da missão, perden-do objetividade e foco. É um movimento autofágico.

A igreja não deve se iludir com o voo solo. Já dizia o antigo ditado: “Uma andori-nha sozinha não faz verão”. O esforço pelo crescimento local é correto e bom, mas sem deixar de lado o prin-cípio estabelecido no Novo Testamento, que incumbe a igreja de realizar sua missão simultaneamente, em vários níveis e regiões, como des-creve Atos 1.8.

Alegria no cumprimento da Grande Comissão

O dia da entrega da Oferta Especial precisa ser uma fes-ta. A festa da Grande Comis-são. O olhar da igreja deve se voltar para a execução da obra determinada por Jesus

o delegado nos pediu um documento a fim de reunir provas de nosso trabalho no país. Seria só mais um docu-mento, se nele não constasse a informação de que éramos sustentados pelas igrejas bra-sileiras, dado suficiente para sermos presos”, relata Davi.

O documento foi entregue, e o delegado mudou de as-sunto, liberando o casal logo em seguida.

Dias depois, o missionário ligou para o Brasil para falar com sua mãe, que começou a chorar após ouvir o relato do filho.

“Quando ela parou de cho-rar, fiquei surpreso com o que me disse, pois no exato momento em que eu e minha esposa estávamos na delega-cia, ela estava na igreja com

em Mateus 28.19-20. Esse olhar é ao mesmo tempo de-safiador, envolvente e alegre.

Não se pode realizar uma campanha missionária com um sentimento de abati-mento. Lembremos que “A alegria do Senhor a nossa força é” (Ne 8.10).

Além disso, a Palavra de Deus nos ensina: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama a quem dá com alegria, como está escrito em II Co-ríntios 9.7.

Há um componente de feli-cidade na doação. Doar não é um ato pesaroso. O pesar vem sobre a vida do crente quando ele erra, quando faz o que desagrada ao Senhor. Contribuir para missões é fazer a coisa correta. Fazer missões é uma ordem dada por Jesus. Sempre que esta ordem é cumprida, há senti-mento de realização. Quan-do o cristão faz a coisa certa, a alegria nasce naturalmente em seu coração.

Esta é a hora de mais uma vez fazer a diferença no mundo. Este é o momento de levar sua igreja a parti-cipar do gigantesco esforço missionário empreendido pelas Igrejas Batistas brasi-leiras. É o tempo de levantar os olhos com fé, alegria e determinação. O mundo será beneficiado e sua igreja frutificará.

um grupo de irmãs orando por nós e pedindo a Deus que nos protegesse”, conta Davi, emocionado.

Esse episódio narrado por Davi está gravado em vídeo e faz parte do DVD enviado junto com o material da Cam-panha 2015 às Igrejas Batistas de todo o país.

Organize ou ajude a orga-nizar uma programação es-pecial para este Dia de Ora-ção por Missões Mundiais na sua igreja. O importante é participar e se unir a milha-res de crentes no Brasil e no mundo, que estarão com os joelhos dobrados em inter-cessão pelos missionários. Participe e envolva-se com Missões Mundiais. Todos também fomos chamados para orar.

Um dia inteiro de oração por Missões Mundiais

Oferta do Dia Especial: bênção para a igreja local e para o mundo

12 o jornal batista – domingo, 08/03/15 notícias do brasil batista

“[…] seja o defensor de todos os desamparados…” (Pv 31.8b - NVI)

“Escutem os fugitivos e refugiados…” (Jr 50.28a - NVI)

! (Paz seja convosco!)Hoje, milhões de indivíduos chamados de refugiados, peregrinam pelo mundo em busca de esperança. E o mais interessante é que a Bíblia reconhece

esta realidade e dá recomendações sobre como tratá-los. Nos Escritos Sagrados encontramos histórias de guerra e triunfo, deslocamento e dor, frustração e esperança. A própria história do povo de Deus é marcada por significantes peregrinações por muitos lugares: José como escravo em uma terra estranha (Gênesis 37- 46); Moisés fugindo para Midiã (Êxodo 2.15-22); Rute acompanhando Noemi para uma terra estrangeira (Rute 2); José e Maria fugindo para o Egito com Jesus ainda bebê.

Quem são os Refugiados hoje?

A agência para refugiados da ONU – ACNUR - define o refugiado como aquela pessoa que, “Temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”1.

Esses refugiados enfrentam o desafio constante de deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar sua liberdade. Geralmente, não contam com a proteção de seu próprio Estado e, em alguns casos, é seu próprio governo que ameaça persegui-los. O que será dessas pessoas se outros países não a receberem? Eles poderiam ser condenados à morte ou a uma vida insuportável nas sombras, sem sustento e sem direitos.

Refugiados do Mundo Árabe

Desde o início das manifestações da Primavera Árabe, vários países da região têm visto seu povo sofrendo com dramáticos deslocamentos, e isso ocorre dentro de seus limites fronteiriços. Mas quando o tema é escapar de sua própria terra, podendo durante essa fuga sofrer perseguição severa, não há o que se discutir, pois os dois países da região que mais se destacam nesse tema são: Líbia e Síria.

Líbia

Segundo as agências que trabalham com refugiados, hoje já são mais de 2 milhões de líbios fora do país. Nessa fuga, a maioria perdeu tudo e hoje depende exclusivamente dos países que os têm recebido como refugiados. A Tunísia tem sido o “lar por empréstimo” da maioria desses refugiados, mas mesmo ali, eles precisam ser melhor tratados e cuidados. O número oficial de cristãos dentro do país não chega a um centenar deles, e alguns desses podem estar entre os que já deixaram o país.

Síria

A guerra civil naquela nação já dura mais de três anos e já causou danos que a geração atual jamais poderá superar. Esses refugiados não têm a mínima ideia se algum dia poderão voltar às suas casas, às suas famílias, e às suas próprias vidas. Líbano e Jordânia são os países onde a maioria dos refugiados sírios estão vivendo hoje. O inverno rigoroso dessa temporada (um dos piores das últimas décadas) tem causado muitos danos a essa população. Vivendo em barracas de lona, várias famílias têm enfrentado vários problemas de saúde e algumas presenciaram dezenas de suas crianças morrendo por causa do frio. É incrível pensar que aquela terra hoje devastada pela guerra, pelo terror e pelo medo foi um dos berços de nossa fé.

Lembramos também que alguns dos refugiados conseguem chegar a outros países fora da região do Oriente Médio e Norte da África. Há testemunhos deles em países da Europa, América do Norte e América do Sul.

O que diz a Bíblia?

Nosso livro Sagrado mostra que o próprio Deus se preocupa pelo bem-estar dos estrangeiros, foragidos e refugiados, e Ele mesmo nos diz como tratá-los:

Não os maltratando: Êxodo 22.21;Não tirando vantagem de sua situação: Deuteronômio 24.14;Devemos amá-los e cuidá-los: Mateus 22.39.

Nossa resposta

Como missionários, chamados a sermos voz de Deus ao povo árabe, não podemos ignorar essas ordens do Mestre, e por isso queremos sim estar en-volvidos efetivamente na ajuda aos refugiados. Estamos orando ao Pai e pedindo a Ele a Sua direção de como fazê-lo para também sermos partícipes na “Defesa dos desamparados e necessitados” (Pv 31.8-9).

Convidamos você também a se envolver conforme a sua realidade, pois pode ser que alguns deles (refugiados) estejam bem perto de você agora mesmo, mais perto do que você imagina.

Eles precisam ser tratados como iguais (Colossenses 3.11);Eles precisam ser bem recebidos - hospitalidade (Romanos 12.13);Eles precisam ser defendidos (Provérbios 31.8-9).

Ore conosco

Pelos Refugiados da Líbia e da Síria: que eles possam ser alcançados pelo amor do Pai através de Seus filhos e de Sua Igreja;

Pelo Servo Generoso: aqui, esse zeloso muçulmano, é também tido como refugiado e, portanto, precisa ser tratado como a Bíblia ensina;

Por nossa saúde física e espiritual.

1 http://www.acnur.org

O clamor dos refugiados!

Carta Missionária - Pastor Caleb & Rebeca Mubarak

OBITUÁRIO

Joel Ferreira da Silva

13o jornal batista – domingo, 08/03/15ponto de vista

Roberto Torres Hollanda, colaborador de OJB

Depois de longa enfermidade, fa-leceu, na madru-gada de 18 de

fevereiro de 2015, o irmão Joel Ferreira da Silva (1925-2015), político amazonense, radicado em Brasília.

Frequentando, desde a adolescência e a fundação da Igreja Batista de Cons-tantinópolis - AM, no bairro dos Educandos, recebeu a influência benéfica do seu pastor, doutor Albérico Antu-nes de Oliveira (1921-1988) que exerceu como suplen-te, diversas vezes, mandato de deputado federal. Joel Ferreira, depois de Joaquim Nogueira Paranaguá e Auré-lio Vianna, foi mais um leigo batista eleito para a Câmara dos Deputados.

Natural de Manaus, onde exerceu o cargo de inspetor do trabalho e conquistou o grau de bacharel em direi-to, colaborou com a Funda-ção Amazônica. Incentiva-da pelo pastor Antunes de Oliveira, sua carreira polí-tica se iniciou quando, com apenas 29 anos de idade, foi eleito deputado estadual (legislaturas de 1955/1958, 1959/1962 e 1963/1966), tendo exercido, durante 12 anos, funções em co-missões permanentes, na liderança do governo e na Mesa Diretora da Assem-bleia Legislativa, e a de go-

vernador interino do estado (1961/1962).

Com a extinção, pelo gol-pe de 1964, dos partidos políticos, o deputado esta-dual Joel Ferreira filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB – oposição).

Foi deputado federal (le-gislaturas de 1967/1971, 1971/1975, 1975/1979 e 1979/1983) durante 16 anos, tendo exercido a vice-lide-rança do MDB (1970, 1972 e 1974) na Câmara dos De-putados, como ardoroso opo-sicionista, ocupando quase diariamente a tribuna.

A convite do governo da Alemanha Ocidental, visitou esse país para estudar o pro-blema habitacional (1968). Por indicação do MDB, participou, em 1971, de um congresso de turismo, em Ancara (Turquia).

Em 1979, o deputado pa-raense Jorge Wilson Arbage, vice-líder da Arena, apresen-tou projeto de lei propon-do a instituição de Nossa Senhora Aparecida, como “Patrona das Forças Arma-das”. O papa Pio XI tinha proclamado N.S.Aparecida como Padroeira do Brasil, por isso, em 31 de maio de 1931, na presença de Getúlio Vargas, foi proferido o ato de consagração (GV, Diário, Vol.I, p.64).

O relator disse em seu voto que a proposição “Virá satis-fazer aspiração não apenas dos militares, mas de todo o povo brasileiro”. Em seu parecer, lúcido e ponderado,

Joel Ferreira afirmou: “As Forças Armadas não podem ser envolvidas em assuntos religiosos, em uma pátria que tem livre a manifestação de pensamento. Até hoje, Nossa Senhora Aparecida é a Padroeira do Brasil, sem necessidade de legislação es-pecífica. É padroeira de todos os brasileiros que professam a religião católica. Se sairmos deste ideário de liberdade, poderemos pagar preços de-masiadamente altos”.

Escrevemos que “Sua des-temida atitude, em um episó-dio muito delicado de nossa história parlamentar, embora pouco divulgado, foi ditada pela necessidade de defender a liberdade religiosa, em pe-rigo iminente. Um valoroso parlamentar batista, honran-do a tradição dos evangélicos no Brasil, no momento opor-tuno, desfechou um golpe decisivo contra a idolatria” (OJB, 20 abril 1980).

Graças ao corajoso parecer, o projeto foi rejeitado, una-nimemente, por pressão dos militares membros da Comis-são de Segurança Nacional, em novembro de 1979. Em conformidade com dispositi-vo regimental, a proposição deveria ser arquivada.

Para surpresa dos constitu-cionalistas, em 30 de junho de 1980, o general João Fi-gueiredo aceitou a argumen-tação da bancada católica e sancionou a Lei nº 6.802, declarando feriado nacional o dia 12 de outubro, para cul-

to público e oficial à Nossa Senhora Aparecida, padroei-ra do Brasil.

N a l e g i s l a t u r a d e 1983/1987, filiou-se à Alian-ça Renovadora Nacional/Partido Democrático Social, mas não obteve assento na Câmara dos Deputados.

Em 1983, concluído o mandato, saiu da arena par-lamentar e foi para a área administrativa, sendo nome-ado conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Fede-ral, do qual foi presidente (1987/1988). Serviu como assessor especial, depois de 1995, do governador Joa-quim Roriz.

Em todos os cargos, fun-ções e mandatos, exercidos com honestidade e com-petência, procurou ajudar os cidadãos. Em 1968 in-gressou na associação dos “Gideões Internacionais”, na qual foi, durante vários anos, secretário de distribui-ção do Novo Testamento em escolas, quartéis, hospitais e presídios.

Em 13 de setembro de 2000 tornou-se membro da Igreja Memorial Batis-ta, onde teve importante participação na Assessoria Jurídica. A Igreja realizou um culto de gratidão a Deus por sua vida.

14 o jornal batista – domingo, 08/03/15 ponto de vista

Salmo 1

Precioso Pai, graças Te dou pela exatidão da Tua Palavra. Ela de-clara firmemente que

é mais que feliz o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e nem se assenta na roda dos escarnecedores. O segredo da felicidade está no prazer em

O verbo “dever” é um dos mais uti-lizados em nos-sas pregações,

palestras e aconselhamen-tos. Devemos obedecer a Deus, devemos praticar os dez mandamentos, devemos produzir os frutos do Espíri-to, devemos praticar as bem--aventuranças, etc. Depois de ouvir uma mensagem assim, uma jovem me con-fessou que a cada domingo era maior o seu sentimento de impotência, por mais que desejasse obedecer a Deus era cada vez mais difícil, pois ela não tinha forças para cumprir com as eleva-das exigências que ouvia nas mensagens pregadas.

Reinhold Niebuhr men-ciona que o Evangelho está repleto de possibilidades imposs íve is . O própr io apóstolo Paulo menciona no capítulo 7 de Romanos a impotência humana no viver os princípios do cris-tianismo – “O querer está em mim, mas não o reali-

meditar na Lei do Senhor e fazê-lo dia e noite.

Por esta prática muito sa-lutar, o Senhor faz uma ana-logia com a árvore plantada junto às águas. Ela fica verde, bonita, saudável e produtiva, pois cumpre a missão para a qual foi criada, glorificando o Criador. O Senhor nos ensina que o segredo da felicidade, da vida bem-sucedida, é andar em comunhão plena contigo.

zar” (Rm 7.18). Em Gálatas 5.16-17 ele novamente fala que há uma guerra espiri-tual em nós para que não realizemos o que queremos. Isso dá indicações de que nosso querer não foi tão tocado pelo “vírus” do pe-cado edênico, mas de nada adianta, se temos dentro de nós uma tendência para o pecado - natureza pecami-nosa. Há quem acredite que Romanos 7 se refira aos não cristãos, mas o contexto não permite. O capítulo 5 trata da justificação, o capítulo 6 da vida de um justificado, o capítulo 8 da vitória da vida pela graça, então a sequên-cia coloca o capítulo 7 bem no meio da explicação sobre a vida cristã.

Penso que o conceito de dever que temos em nossa pregação possa ter duas ori-gens: 1) - doutrina da retri-buição e penitência católica – devemos obedecer para não sermos castigados ou para sermos premiados com alguma bênção – daqui surge

Como é feliz o homem que tem no Senhor contentamen-to, que tem prazer na comu-nhão contigo através da Tua Revelação. Que considera o Senhor como a prioridade. É uma vida amorosa, serviçal e comprometida com o caráter de Deus Pai.

Mas, Senhor, não são assim os ímpios, os injustos, os que andam na contramão da Tua vontade, em desobediência e

o legalismo; e, 2) - doutrina do imperativo categórico de Kant, que tingiu a Teologia Ocidental. Deste último vem o conceito da Ética na Filoso-fia ser chamada de Deontolo-gia – a ciência do dever.

Consultando outros tex-tos bíblicos poderemos ver que o relacionamento nosso com Deus ultrapassa o sen-so precário do dever. Por exemplo, em I Timóteo 6, temos a descrição do senso de piedade que é aceito por Deus. A piedade aqui não está relacionada com rituais a serem observados, mas a pie-dade que é aceita por Deus é quando existe contentamen-to. A palavra contentamento no grego é “autarquia”, que também significa autossu-ficiência, autorrealização, indica também o concurso da voluntariedade. Uma per-gunta chave: você faria algo com contentamento se fosse obrigado? O contentamento é produto de uma opção, da vontade de fazer. Portanto, o exercício da vida cristã, antes

em rebeldia constante. Estes, são como a folha seca, sem vida, como a palha que o ven-to espalha. São jogados de um lado para outro. São sequíssi-mos. Vivem uma vida infeliz, sem fruto, sem reconhecer que o Senhor é sempre bom, uma fortaleza no dia da angústia e conhece os que em Ti con-fiam, segundo o que diz Naum 1.9. Eles são condenados por andarem na incredulidade,

de vir pelo dever, é mobiliza-do pela voluntariedade, pela alegria, pelo desejo de amar a Deus, de ser leal a ele, de desejar cumprir os alvos para os quais fomos criados, em vez de nossos alvos.

A questão, então, não é se devo ou não fazer isso ou aquilo, se devo ou não pecar, mas que eu não que-ro pecar, pois meu sonho é viver em harmonia e co-munhão com meu Deus, Criador e Recuperador de minha vida. O querer eu posso, o realizar fica pela ação de Deus em minha vida pela sua graça, pelo seu Es-pírito. Aliás, eu não preciso produzir o fruto do Espírito, o fruto é que é produzido pelo Espírito por intermédio de minha vida, como indica Gálatas 5.22-23, assim como as bem-aventuranças. Quan-do avançamos para além da cruz, chegando na ressurrei-ção, compreendemos que, pelo poder da ressurreição, Jesus não apenas nos dá o céu, mas uma nova vida e

pois “Sem fé é impossível agra-dar a Deus” (Hb 11.6).

O grande contraste entre jus-tos e ímpios está em ter e não ter o Senhor. A Tua Palavra diz que o Senhor recompensa os justos, mas os ímpios serão destruídos, serão condenados eternamente por viverem na injustiça, rejeitando o Senhor e a Sua Palavra. Benditos os que têm prazer na Lei do Senhor porque amam o Senhor.

vida em abundância, como diz João 10.10.

Viver a vida cristã deixa de ser dever para ser opção de vida, de acordo com Lucas 9.23 – voluntariamente to-mar a nossa cruz, morrer e prosseguir até a ressurreição, isto é, entregando nossos corpos como instrumentos da justiça, como relata Ro-manos 6.

Paulo ainda ensina que quando nos sentimos fracos aí é que Deus nos fortalece , como está escrito em II Co 12.10. Basta confessarmos a Deus que não conseguimos ser leais a Ele, pedindo que seu Espírito produza por meio de nós seu fruto, vere-mos milagres acontecendo em nossa vida, pois não vi-veremos com medo da puni-ção, nem tentando um dever que não conseguiremos con-cretizar, mas viveremos com alegria tendo consciência de que o relacionamento nosso com Deus é voluntário, é opção – isso é o centro da vontade de Deus.

OBSERVATóRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Orando nos Salmos (1)

Obedecer a Deus por dever ou por alegria?

15o jornal batista – domingo, 08/03/15ponto de vista

Neemias Lima, pastor da Igreja Batista do Braga - Cabo Frio - RJ

No dia 18 de ja-neiro, no culto no tu rno , ped i oração pelo mis-

sionário brasileiro Alexandre Canhoni, que teve sua casa totalmente destruída no Ní-ger. Mas não sabia que se tratava do ex-paquito da Xuxa, chamado Xand. Na terça-feira, dia 20, foi veicu-lada uma matéria na “Rede Record” sobre a destruição de sua casa. Ele participou

ao vivo. Assisti a matéria e fiquei envergonhado.

Na década de 90, Xand era um dos famosos paqui-tos e o glamour da televi-são não lhe trouxe paz. Em entrevista anterior afirmou: “Era muita competitividade. Muita inimizade. Não me dava bem com ninguém. Um queria ser melhor do que o outro. Se eu disser que era uma família, tudo uma maravilha, mentiria. Até peço perdão aos fãs porque só queria dinheiro e fama. Tinha 17 anos, sem conhecimento nenhum da

vida, filhinho de papai des-lumbrado com a fama, com mulher, com carro do ano. Tinha de tudo [em relação a bens materiais], me en-volvia com mulheres, usei drogas, experimentei de tudo. Era uma loucura”.

Na matéria, Xand destaca: “Assim que me converti, senti grande necessidade de ajudar as pessoas. Pensei em ir a um lugar que ninguém gostaria de ir. Descobri o Níger, não é a Nigéria. É o país mais pobre do mundo, o último em IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. Viemos pra cá e começamos a ajudar essas pessoas”.

Em matéria do Jornal “O Globo”, lê-se: “Mais co-nhecido no passado como paquito Xand, do ‘Xou da Xuxa’, Alexandre desenvol-ve trabalhos humanitários com crianças na organiza-ção evangélica Guerreiros de Deus, com a mulher e quatro brasileiros. Um dos projetos da organização, que oferece refeições à crianças da capital Niamey, tem base no quintal da casa. Por isso, a destruição afetou, tam-

bém, o seu trabalho. O casal oferece, diariamente, 250 pratos de comida para as crianças atendidas. Em todo o Níger são 1.200 refeições. O trabalho é voluntário e conta com a ajuda de cerca de 90 pessoas”.

Destaca “O Globo”: “Xand se preparava para o almoço, por volta de 13h do último sábado, quando ouviu gritos e, do segundo andar, viu fumaça saindo de outras casas e templos queimados, além de manifestantes com pedaços de pau se aproxi-mando. Ouviu gritarem ‘casa do Alex’ e se dirigiam a ela. Ele diz que é conhecido em Niamey por seu trabalho humanitário”.

Afirmou Xand: “Estamos aqui há muitos anos. Todo mundo me conhece, sabe que somos cristãos. Aqui eles me conhecem não por ser ex-paquito da Xuxa, pe-los filmes, de cantar e dan-çar. Aqui eles nos conhecem como um casal de brancos que chegou em 2001 e co-meçou a ajudar as pessoas”.

Xand e esposa consegui-ram fugir antes que os mani-

festantes atingissem sua casa e, ao voltarem, viram o estra-go: “Tudo foi afetado. Des-de panela e prato, levaram tudo. Saquearam, quebra-ram, queimaram, roubaram. Foi bem difícil para a gente voltar e dar uma olhada. Foi bem triste, a casa está sem luz e sem água e as janelas e o portão estão quebrados, graças a Deus ninguém ficou ferido”. O momento é de emergência, pois terão que começar do zero.

Na “TV Record”, choran-do, disse: “Não sairemos daqui, conversamos eu e minha esposa, só sairemos se Deus nos der uma ordem muita clara ou o governo nos expulsar dizendo que só ficarão os muçulmanos”.

Sinceramente, fiquei en-vergonhado com minha par-ticipação em missões. E, sem presunção, tentamos fazer alguma coisa. Mas vi que, diante de uma decisão como a de Xand, tenho feito muito pouco. Ainda este mês, nos-sa Igreja começará a ajudar o projeto. Não esperava, mas um ex-paquito me deixou envergonhado.

Um ex-paquito me deixou envergonhado

Manoel de Jesus The, colaborador de OJB

Em Romanos 7.14-25, o apóstolo Paulo fala do que ele é e do que ele faz. Temos

aqui a teologia do que sou e a teologia do que faço. É interessante que este texto mostra o cristão como um soldado convocado para uma guerra , sempre de prontidão. Este texto é mui-to conhecido, mas um dos mais difíceis de ser pratica-do. Paulo é muito lembrado pela sua grande produção literária, mas, apenas esse

texto, já seria suficiente para ser lembrado.

Cada vez que o soldado falha, ele produz fruto para a morte. Um mau testemunho gera a morte espiritual do meu vizinho, do colega de trabalho, do meu filho, da felicidade conjugal, nenhu-ma ação escapa de produzir resultados. Seria bom men-talizarmos o que aconteceria se nossa produção rendesse apenas frutos de vida.

A teologia do que sou su-gere para muitos um estado neurótico continuado. É falso, pois a paz está sempre presente em cada vitória.

Dissemos paz, não ufania. Não o desfilar de bondade ou boas obras, para que os outros nos vejam como vitoriosos. Reconhecer o que sou me leva a um arre-pender contínuo, pois nos torna sensíveis à ação do Espírito. Ela nos torna aler-tas no tocante aos nossos sentimentos, sensíveis às dificuldades e fraquezas do nosso semelhante, e prontos a compreendê-las.

A teologia do que sou é mais difícil, pois os resulta-dos são invisíveis aos nossos olhos - mas não aos olhos de Deus - e a teologia do

que faço sempre tem resul-tados imediatos. Se ofendo alguém, esse alguém nos dá o troco. Se sou um con-sumista, isso me leva a con-trair dívidas. Nenhum ato escapa das consequências. É, em virtude disso, que Paulo exclama: “Miserável homem que sou, quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”.

Eis ai o alerta do que so-mos e do que fazemos. So-mos uma bomba pronta a explodir e causar enormes danos. Davi foi um homem muito adiante de nós. Ele reconhecia em si a presença

das duas teologias, con-forme ele diz em Salmos, quando afirma: “Pois eu mesmo reconheço as mi-nhas transgressões, e meu pecado sempre me perse-gue” (Sl 51.3).

Fico imaginando a paz, os frutos, o crescimento, a co-munhão, e tantos outros be-nefícios que teriam nossas comunidades, se cada um permitisse ao Espírito franca liberdade de agir com am-bas as teologias em nossas vidas. Seria um antecipar da vinda do Senhor Jesus, e uma grande mudança em nossa sociedade.

Duplicidade teológica

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