jornal batista nº 34-2014

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 34 Domingo, 24.08.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Fotos: Projeto Memória - Resgatanto a História da Organização Embaixadores do Rei

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DESTAQUES: - A Missão de fazer Discípulos (pág. 03); - Entregando a quem saber cuidar (pág.04); - Pais, vocês conhecem os seus filhos? (pág.06). - Valoriza a nova geração (pág 12); - Santa ignorância ou a geração "Power Point"...(pág. 14).

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1o jornal batista – domingo, 24/08/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 34 Domingo, 24.08.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Fotos: Projeto Memória - Resgatanto a História da Organização Embaixadores do Rei

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2 o jornal batista – domingo, 24/08/14 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

“Filhos saudáveis honram seus pais” (O Jornal Batista, edição 32)

• Gostaria de saber onde o autor, Pr. Fabrício Freitas, se fundamentou para afirmar que “o irmão mais velho do filho pródigo” não tinha amor. O fato dele indignar-se pelo banquete oferecido a um esbanjador, mulherengo e irresponsável o classifica de alguém sem amor? A sua rea-ção foi a de qualquer pessoa que preza pela ordem e de-cência. Depois de inteirado pelo pai da razão da festa, a narrativa silencia. O que leva a entender que não houve mais polêmica, mas sim con-cordância. Até porque, quem é o “filho saudável que honra seu pai?”. O que exige sua herança e abandona o pai,

pouco se importando com as condições do mesmo, ou o filho que permanece fiel ao lado de seu pai, nada lhe exigindo, apenas cuidando de seu bem estar, a ponto de receber do pai a declaração:

“Filho, tu sempre estas comi-go, e todas as minhas coisas são tuas”.

Uma declaração como essa pode ser dada a alguém que não tem amor? O filho pródigo não procurou a casa

paterna por amor, mas sim por necessidade, por sofri-mento. Lá, sim, encontrou amor. A reação do irmão tem respaldo bíblico, pois quem ama tem ciúme (Tg 4.5). Lamentavelmente en-contramos considerações das mais estapafúrdias sobre o filho mais velho, por meras especulações, ao bel prazer dos intérpretes, que dizem o que o texto não diz. Come-tem injustiça com alguém que a narrativa apresenta como responsável, traba-lhador, respeitador e fiel ao pai. Como seria diferente a sociedade hodierna se todos os filhos fossem como este (Ef 6.1-3).

Jurandyr Salvador Amâncio, pastor da Igreja Batista

Central em Casa Verde - SP

Neste domingo os Batistas brasileiros celebram o Dia do Embaixador do

Rei, organização missionária que trabalha com meninos e adolescentes preparando-os para a ação na igreja e socie-dade. No Brasil, o trabalho é coordenado pela União Mis-sionaria de Homens Batistas do Brasil mas, o que poucos sabem, é que esta organiza-ção foi iniciada através da União Feminina da Conven-ção Batista do Sul dos Estados Unidos. A iniciativa surgiu a partir de um grupo de meni-nos entre 12 e 14 anos que se reuniam para estudar missões e orar pelos missionários. A seguir, um breve resumo de como tudo aconteceu.

O primeiro foi dado em 1883 com esse grupo de ra-pazes da cidade de Owesbo-ro, Kentucky, nos EUA, que costumava se reunir para aprender um pouco mais a respeito do trabalho missio-nário e orar por quem estava no campo. Pensando em missões, o grupo resolveu custear as despesas de uma estudante na escola dirigida

pela grande missionária Lot-tie Moon, em Tengchow, na China. Em outubro de 1907, a União Feminina Missio-nária da Convenção Batista do Sul dos EUA montou um Comitê de Trabalho Missio-nário para meninos. Fannie Heck, presidente da UFM, era a presidente do comitê. A senhorita Elizabeth Briggs assistiu uma conferência missionária para jovens em Asheville, na Carolina do Norte. E lá, ouviu a can-ção: “The King’s Business” - “Mensagem Real” -, que falava sobre embaixadores cristãos. Então, a senhori-ta Briggs sugeriu o nome Embaixadores para uma or-ganização missionária para meninos e a senhorita Heck acrescentou o “do Rei”.

Na 20ª reunião anual da União Feminina Missioná-ria da Convenção Batista do Sul dos EUA, em maio de 1908, membros da UFM votaram para patrocinar uma organização de missões para meninos de 9 a 16 anos, cujo nome era “Embaixadores do Rei”. Uma mensageira, Sra. W.M. Petway, estava tão

animada com a nova organi-zação que foi correndo para sua Igreja com o objetivo de formar a primeira embai-xada, a “Embaixada Carey Newton”, da Primeira Igreja Batista de Goldsboro, na Ca-rolina do Norte.

Por volta de 1909, já havia 45 embaixadas envolven-do centenas de meninos na Convenção Batista do Sul. Em 1915, havia 500 embai-xadas com mais de 4.500 embaixadores.Também fo-ram incluídos materiais para a organização, juntamente com outros trabalhos edi-tados para outras organiza-ções.

Em 1924, foi introduzido um sistema de postos com os postos de Arauto, Escudei-ro, Cavaleiro e Embaixador. Mais tarde, em 1929, foram introduzidos mais dois postos superiores, Embaixador Espe-cial e Embaixador Plenipon-tenciário para meninos com 13 anos e mais velho.

Acampar se tornara uma parte muito importante do trabalho dos ER e causou entusiasmo entre os meninos. O primeiro acampamento de

ER aconteceu em 1917 na Praia da Virgínia. Em 1925, estavam sendo organizados acampamentos de ER Virgí-nia, Carolina do Sul, Alaba-ma, Geórgia, e Kentucky. Os Embaixadores do Rei celebra-ram seu 25º em 1933, quan-do havia 4.369 embaixadas com 41.864 embaixadores.

Em 1943, o trabalho de ER havia crescido ao ponto que a convenção precisou de um secretário de Embai-xadores do Rei em tempo integral. A UFM convidou J. Ivyloy Bishop para ocupar a posição. Bishop já havia tra-balhado como secretário dos ER no Alabama, Mississippi, e Carolina do Sul. Tendo ele aceitado o desafio, serviu até setembro de 1953.

Outro evento marcante na história dos Embaixadores Rei dos EUA, foi a criação da Revista Ambassador Life, uma revista escrita estrita-mente para Embaixadores do Rei. Sua primeira versão foi lançada em junho de 1946.

Em uma próxima edição vamos falar sobre a História dos Embaixadores do Rei no Brasil. (SOS)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIO DE REDAÇÃOOthon Oswaldo Avila Amaral(Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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Carlos A M Fernandes, pastor na Comunidade Batista do Bueno - GO

“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.19-20).

Qual é a maior vi-tória da vida? A palavra de Deus nos diz que é

alguém conhecer a Jesus Cristo e assumir um com-promisso de deixá-lo ser o Senhor e salvador pesso-al de sua vida (Rm 10.9). Quando esse compromisso se estabelece na vida de uma pessoa, ela se torna um discípulo de Jesus, com o propósito de viver como ele viveu anunciando o Reino de Deus.

O tr is te é vermos que muitas pessoas não estão compreendendo esta mara-vilhosa verdade que liberta e transforma o ser humano por completo. E que ainda organiza a vida da pessoa em seus relacionamentos, emoções, paradigmas e so-

nhos. Por isso que a socie-dade está cada vez mais se destruindo e vivendo sem amor e respeito a vida. Por-que vive distante de Deus e busca o caminho da reli-gião que escraviza, mas não transforma.

Conhecer a Jesus Cristo é começar a viver como ele viveu, além de iniciar um profundo relacionamento de intimidade com Deus que nos fortalece, orienta e guia-nos para vivermos de uma forma mais equilibrada e saudável. O grande desafio de uma Igreja é fazer discípu-los de Jesus Cristo. Devemos nos envolver nesta missão de forma integral. Todas as

nossas ações precisam gerar novos discípulos. Pessoas que amem a Deus sobre to-das as coisas.

A missão que Jesus nos deixou engloba a todos os crentes em Jesus Cristo. Discipular é influenciar as pessoas a amarem mais a Deus. É se preocupar com outra pessoa a tal ponto que ela se torne seu irmão, de forma que você ore por ela, se preocupe e a ajude a crescer espiritualmente. Se aceitamos a Jesus Cristo como nosso Senhor e salva-dor devemos andar como os valores do Reino de Deus e viver como Jesus Cristo viveu, pois só assim iremos

ser a Igreja dos sonhos de Deus.

Quando nos tornarmos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, iremos ver um grande avivamento aconte-cendo em nosso meio, por-que oraremos mais uns pelos outros, buscaremos mais a Deus e, com isso, Deus agirá de forma poderosa sobre as nossas vidas. Vamos todos começar a orar por este avi-vamento. Eu creio que Deus tem algo maravilhoso para as nossas vidas, algo muito especial e poderoso, que so-mente os verdadeiros discí-pulos dele experimentarão. Assuma o seu compromisso com Jesus Cristo.

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GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Tudo é possível ao que crê?!

reflexão

“E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23).

A cena descrita por Marcos comove a gente. Um pai arra-sado, diante de um

filho maltratado por um mau espírito. Ao ver Jesus, ele se agarra ao Mestre e pergunta: será que o Senhor pode me ajudar, será que o Senhor quer nos ajudar? Depois de ficar internamente mexido pela postura espiritualmente imatura até dos seus próprios discípulos, “Jesus respondeu: se eu posso? Tudo é possível para quem tem fé” (Mc 9.23).

A Bíblia está nos enganan-do, com suas impressionan-tes narrativas de um Jesus de Nazaré fazendo coisas prodigiosas? E, ainda por cima, afirmando que seus discípulos devem ter igual ca-pacidade de fazer as mesmas coisas? Ou a Bíblia é coisa séria, profundamente séria,

e somos nós que andamos brincando o jogo infantil e perigoso de fingir que esta-mos acreditando nela?

Jesus declarou: “para quem tem fé”! Ter fé não é recitar o credo da nossa igreja. Ter fé não é apenas cantar aqueles hinos de louvor do “templo” que frequentamos. Ter fé é arrancar de dentro de nós a nossa autoridade pessoal e, com lágrimas e angústias, entregar a Cristo, ainda que muito a contragosto, a ge-rência de nossa vida. Ter fé dói porque humilha nosso orgulho. Só que, ao mesmo tempo, quando o orgulho sai, o Espírito entra. Quando o medo é vencido, o amor, que é Deus, triunfa. Ter fé é a realidade do Eterno revo-lucionando as imperfeições que os pecados do tempo nos vêm causando. Por isso, por causa do incompreensível domínio em nós desta fé, por isso e, somente por isso, “tudo é possível”.

Pedro Tristão, Primeira Igreja Batista de São João de Meriti - RJ

“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele e ele agirá” (Sl 37.5).

Entregar é, definitiva-mente, um verbo mais fácil de ser falado do que praticado. Saben-

do da dificuldade existente na decisão de abrir mão, um site de compras e vendas montou seu slogan baseando-se no se-guinte conselho: “Desapega”. O ser humano é tão apegado ao desejo de controlar que se sente completamente ame-açado diante de situações inéditas e surpreendentes. Lembro-me de certa vez ter atendido uma mulher com-pletamente aflita, que chorava muito. Diante da cena, em fração de segundos, minha mente procurava razão para tamanho desespero. Seria um quadro de doença terminal? Perda de um ente querido? A verdade é que a crise se instaurou simplesmente por-que a mulher havia se apai-xonado. Uma decepção do passado que deixou marcas e, por isso, ela não admitia a possibilidade de perder o controle de um relacionamen-to. Havia medo de se frustrar com a pessoa amada, com ela

mesma e com Deus. Por trás de uma crise aparentemente simples, haviam profundas questões:

Será que devo confiar em alguém de novo? Será que posso mesmo entregar tudo para Deus? Será que Ele sabe-rá conduzir a minha história tão bem quanto eu condu-ziria? Essa mulher não era incrédula, ela confiava em Deus e entregava diversas questões aos cuidados do Senhor, porém nesta área da vida lhe faltou fé.

A Bíblia ensina que deve-mos experimentar e compro-var que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). O caminho para essa vontade é a vida de entrega ao Senhor. Se a Bíblia nos mostra claramente o que devemos fazer, por que ainda assim teimamos?

Basta perguntar pelas ruas e você perceberá que mui-tas pessoas dizem crer em Deus, mas isso não significa que elas o conhecem. Al-guns conhecem a Deus só por nome. Podem saber al-guma coisa sobre ele, talvez um versículo ou uma história bíblica, porém, para que haja intimidade, é preciso muito mais do que ouvir e memori-zar informações sobre Deus. Outros conhecem a Deus como uma memória. Experi-

mentaram sua bondade, seu amor e sua graça no passado, como acontece quando reen-contro um amigo dos velhos tempos. Antes a intimidade era tanta que seríamos capa-zes de compreender um ao outro pela maneira de olhar, de falar e de mexer as mãos. Depois de um tempo de dis-tância, quando o contato se perde, é possível perceber que não mais nos conhece-mos como antes. E outros ainda conhecem a Deus na intimidade. Algo intenso, real e vivido no tempo presente. Esse é o tipo de relacionamen-to que Deus espera de nós. É muito mais do que conhecer sobre ele, é conhecê-lo atra-vés das próprias experiências vividas.

Eu não conto segredos para desconhecidos e nem tam-pouco confio plenamente em alguém só pelo fato de crer que ele existe. Para abrir o coração é preciso ser ami-go, conhecer a fundo. Quer confiar em Deus? Busque-o e conhecerá além de teo-rias e histórias. Nele não há sombra de variação. Invista em um propósito de entrega completa a Jesus e não se decepcionará.

Jovem, deixo a você este de-safio: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele e ele agirá” (Sl 37.5).

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Falando à Convenção Batista Carioca, o pas-tor Fernando Brandão contou uma história

comovente. Uma jovem que foi viciada em crack e viveu na imundície da cracolândia vendendo seu corpo para sustentar o vício das drogas, foi alcançada pela graça de Jesus. Trocou o lixo da sar-jeta por uma vida decente, prestou vestibular e foi es-tudar em uma faculdade em Campos. Certo dia, em plena sala de aula, um professor fez uma declaração que é comum nos meios universi-tários. Ele disse: “Jesus é um mito”, ou seja, Jesus é uma invenção fantasiosa e toda a sua história narrada nos Evan-gelhos é ficção. Nossa jovem irmã pediu licença ao profes-sor para dar seu testemunho. O que ela disse foi: “Esse Jesus que o professor declara que é um mito, foi quem me tirou do vício do crack, da sujeira da rua, da prostitui-ção e fez de mim uma nova criatura. Se Jesus fosse um mito e não uma pessoa com poder para transformar vidas, eu não estaria aqui hoje estu-dando nesta faculdade, mas teria permanecido na vida inútil e vazia do crack nas ruas de uma cidade grande”.

De imediato, ela percebeu que não estava ali sozinha. Para mais da metade daquela classe, Jesus é uma pessoa real, presente em suas vidas. O professor não teve o que responder à jovem batista. Ficou mudo e empalideceu. Ele podia, talvez, contradizer todos os argumentos da aluna que declarou crer em Jesus, mas não podia negar o teste-munho da sua vida.

É admirável esse aviva-mento que Deus está pro-movendo em nossos dias através da Junta de Missões Nacionais na recuperação de um grande número de vidas que eram considera-das perdidas pelas ruas do Brasil, mas foram achadas pelo Pai. Achadas, trans-formadas, recuperadas. O grande problema da JMN nessa guerra contra o crack é a falta de espaço e de obreiros para trabalhar. Quanto aos obreiros, Jesus manda que oremos para que o Senhor da seara mande os trabalhadores. Vamos orar com mais fervor. Quanto ao espaço necessário para

a recuperação física e espi-ritual dos drogados que se convertem a Cristo, Deus está providenciando.

Naquela mesma assem-bleia da Convenção Batista Carioca, foi assinado pelo seu presidente, pastor Jo-sué Andrade e pelo pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN, um con-vênio para o uso da bela propriedade onde funcionava a Cidade Batista da Criança, para a formação de obreiros para esse ministério e tam-bém para alojamento e recu-peração de drogados que se convertam a Jesus e queiram ter suas vidas transformadas. Outras convenções estaduais, como a Goiana e a Baia-na, estão disponibilizando propriedades para esse mi-nistério. A própria CBB está direcionando para esse uso uma excelente propriedade em Araruama. Que utilidade está tendo para o Reino a nossa Fazenda Palma, em Tupã - SP? Não poderia ser dedicado a essa grande obra aquele excelente pedaço de terra tão caro para os nossos irmãos batistas letos? Que outra utilização seria mais proveitosa para o Reino de Deus do que usar a Fazenda Palma como refúgio para resgatar vidas agrilhoadas às drogas? Nossos amados irmãos batistas letos teriam outros locais para realizarem seus memoráveis encontros e aquela linda propriedade não permaneceria a maior parte do tempo sem uma digna utilização.

Sugiro que o Conselho da CBB e Missões Nacionais se associem logo para estudar essa possibilidade, inclusive para resolver pendências legais porventura existentes, em relação à Fazenda de Palma. É provável que haja outros espaços de proprieda-de dos batistas que estejam sendo subutilizados, como era o caso da Cidade Batista da Criança e que a JMN, com a visão que está demons-trando ter, poderia utilizar como trincheiras avançadas na guerra contra as drogas. Obviamente, será necessário que as igrejas entrem nessa batalha e ofereçam o neces-sário sustento. Esta é uma hora em que os batistas brasi-leiros precisam crescer ainda mais na coragem de testemu-nhar da graça de Jesus.

Eduardo Mano, músico

khruxon ton logon. Essas palavras, em grego, querem dizer “Prega a Palavra”, e são parte das últimas palavras de Paulo ao jovem pastor (e seu discípulo) Timóteo. E podemos encontrá-las em II Timóteo 4.2.

Muitos de vocês sabem da minha caminhada. Sou músico, estudei

teologia, e faço música para o ensino, exortação, conforto e para auxiliar, de alguma forma, a Igreja de Cristo na comunhão com o Pai. É cla-ro que nem sempre tenho sucesso em minhas tentati-vas, mas creio que Deus tem abençoado.

Digo isso tudo pois hoje eu estava refletindo na porta que Deus abriu para mim aqui em Manaus, mas em outra área, na qual eu sou bem deficien-te: a pregação. Eu pregava

Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista Itacuruça - RJ

Não sei por que Deus me fez livre, mesmo sabendo que eu iria pecar.

No inicio de Gênesis encon-tro a minha história, mesmo que os nomes das persona-gens sejam Adão e Eva. Nessa narrativa aprendo que escolhi me afastar de Deus. Nela, Adão põe a culpa em sua mu-lher por ter fracassado. Pres-ciente, Deus já sabia que nós iríamos pecar. Assim mesmo, nos dotou de uma liberdade radical. Por quê? Não sei, mas sei que aprecio a minha liberdade porque ela me torna à imagem e semelhança de Deus. Quando errar, não que-

quando morava no Rio, mas eu era chamado quase que exclusivamente para tocar. Aqui, o inverso aconteceu. Embora eu dirija o louvor do-minicalmente na igreja onde sirvo, os convites de outras igrejas têm sido para levar a Palavra e não a música.

Digo Palavra com P mai-úsculo pois quero crer que o que tenho feito até ago-ra é levar o Evangelho de Cristo. Como Paulo diz aos Coríntios, “nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (I Co 2.2). Pregar minhas pró-prias ideias não levariam à transformação de ninguém: apenas a pregação de Cristo e sua Obra Redentora, com o auxílio do Espírito Santo, é que podem transformar a vida daqueles que ouvem a mensagem.

Voltando à frase em grego lá em cima - khruxon ton lo-gon -, durante anos da minha vida ela foi presente nos meus

ro fazer o mesmo que Adão e Eva, pondo a culpa em Deus. Não porei a culpa nos meus ancestrais. Contudo, de uma coisa eu sei e me basta: Deus apostou e aposta em nós.

Não sei por que Deus per-mite o sofrimento meu e dos outros, especialmente das crianças. Entendo que alguns sofrimentos são realmente humanos, decorrendo de sua liberdade e suas consequên-cias. Não consigo ver, no entanto, a ação humana no sofrimento de nascença, na tragédia sem causas desco-bertas. Contudo, eu sei que Deus está com os que sofrem como esteve com Jesus du-rante a sua execução. Deus não explica o sofrimento, ele sofre conosco. Que deus faz isso? Isso me basta!

dias. Quando morei e estudei (e depois trabalhei) no Semi-nário Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, eu lia essa frase, em voz alta, quase que diariamente ao passar pela Capela (que tem a frase escrita embaixo da torre). Ao estudar teologia, entendi que não há como pregar a palavra sem o logoj, o Verbo Encarnado, Jesus, digno de toda glória. “Dele, por ele e para ele são todas as coisas” (Rm 11.36), e a pregação da Palavra deve ser para glória dele.

Enquanto mais uma vez me preparo para pregar a Pala-vra, penso que é com temor e tremor que o faço. Eu, pe-cador imundo e inútil, falarei a respeito daquilo que é mais doce que o mel, que é per-feito e refrigera a alma. Que ele, em sua misericórdia, use os meus lábios, e também os de todos os meus amigos que foram chamados para pregar o Evangelho. Que a Paz de Cristo seja conosco!

Não sei por que pelo sa-crifício de Jesus o meu pe-cado foi perdoado, mas sei que foi. Não sei como será a vida no céu. Leio todas as descrições bíblicas sobre o céu e me encanto com tanta poesia. Lamento e agradeço que Paulo não ofereça seu relato da viagem que fez até o terceiro céu. Aprendo com sua recusa a não especular porque quando especulo, encho-me com resultados da minha imaginação, quando devo me contentar com a revelação. Sobretudo, eu sei que minha vaga (eu não teria uma palavra menos huma-na?) no céu está reservada. É para lá que eu vou, não sei se ex-vivo ou ex-morto, não sei em que meio de transporte. E para que saber?

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6 o jornal batista – domingo, 24/08/14 reflexão

Josué Ebenézer de Souza Soares, pastor da Igreja Batista do Prado em Nova Friburgo - RJ

No mundo moder-no, convivemos com pessoas e pensamos que as

conhecemos. Nem sempre isso é verdade. A aproxima-ção física não nos garante um estreitamento afetivo nos relacionamentos. Ao con-trário, muitas vezes somos mais distantes em afeição daqueles que nos estão pró-ximos do que de estranhos que conhecemos na rua. O absurdo disso é constatar que muitos filhos estão dis-tantes dos seus pais e man-têm com eles um relaciona-mento meramente burocrá-tico e sensabor. Quando se descobre a realidade, o filho está totalmente mudado, com a cabeça “virada”, envolvido em circunstâncias mundanas e na reta final de um desastre premeditado.

Adote seu filho tambémHá alguns anos tornou-se

conhecido um ditado que é muito elucidativo do que vem ocorrendo em muitas famílias: “Seja o pai do seu filho antes que um traficante o adote”. Porque vários pais se deixaram tragar pela roda--viva da vida; entregaram os filhos nas teias do mundo e perderam o controle da situ-ação. Circunstâncias como essas são um prato feito para a mídia, para os promotores das drogas, para a “internet do mal”, para o ócio maligno e para a consequente perda de uma vida. O que os pais deixam de fazer pela forma-ção do caráter e da espiritu-alidade dos seus filhos, estes agentes do mal listados acima fazem de forma gratuita e os-tensiva, em sentido contrário.

Quando se vai dar conta da situação, os filhos estão fazendo o que os artistas fazem, vestindo-se como os estilistas imorais planejaram, imitando gestos e trejeitos que gente sem Deus inventou para difundir a carnalidade, consumindo tudo o que o diabo inoculou em mentes prenhes de criatividade mali-ciosa para criar um “sistema

mundo” governado não por Deus, mas por uma nova era demoníaca.

A ideia da adoção é mais bonita do que se pode supor. Afinal, somos filhos adotivos de Deus (Rm 8.23). Adotar é deliberadamente escolher alguém para ser nosso filho, para ser amado, para ser cui-dado, para ser valorizado. Se você até hoje teve uma relação com seu filho do tipo: “fiz, agora sou responsável”, mude esta situação. Adote seu filho com o coração, pois ele precisa do seu amor, da sua atenção, dos seus cuida-dos filiais.

Pare para ouvir seu filhoNossos filhos se comuni-

cam conosco de várias for-mas. Através da sua rebel-dia, da sua ausência, do seu afastamento. Com palavras, no silêncio, no choro. Zan-gado, sorrindo, falando alto, fugindo, escondendo-se. Com boas notas na escola, com notas ruins. Através da aparência, dos gestos, das atitudes. Pelo andar, pelo cheiro, pelo vestir-se. E de muitas outras formas. Só não vê quem não quer.

Você está percebendo seu filho? Talvez muito do com-portamento de seu filho es-teja dizendo em alto e bom som para você - e você sim-plesmente não quer ouvir: “Pai, mãe! Eu estou aqui! Você me percebeu?”. Talvez seu filho esteja precisando de carinho, mas sua vida está tão árida que você nem sequer tem tempo para amar. Ou, então, o comportamento dele esteja a dizer: “Socorro, alguém pode me ajudar?”. Simplesmente você tem olha-do para o seu filho, achado ele meio estranho, e racio-nalizado consigo mesmo: “Ah! Isso é coisa de adoles-cente. Dá e passa. É só uma fase!”. Só que para além do que seriam meros sinais de adolescência, podem estar existindo também evidências de problemas, dificuldades e inadequações que precisam ser resolvidos. Seu filho cla-ma por socorro da forma que ele sabe (direta ou indireta), mas você está muito ocupa-do para se preocupar com “besteirol”.

É preciso que você encon-tre tempo nos seus afazeres diários para dar um pouco de atenção ao seu filho. Ele pre-cisa de você. Não existe me-lhor amigo para aconselhá-lo, orientá-lo e discipliná-lo do que você. É melhor que o uso da vara, como preconiza Pro-vérbios 13.24; 19.18; 22.15; 29.15,17; seja no ambiente do lar - porque certamente será com amor -, do que, no futuro, seu filho apanhe da vida. Aí, com certeza, será cruel, implacável e com muita dor.

Conheça a “tchurma” do seu filho

Uma maneira de saber que tipo de influências o seu fi-lho está recebendo fora do lar é saber com quem ele está andando. A “galera” do seu filho será muito in-fluente na vida dele, posto que, nesta fase, existe uma tendência muito natural de imitar comportamentos. Se seu filho estiver envolvido com uma turma barra pesada, fatalmente ele, mais cedo ou mais tarde, estará também agindo como os colegas e sujeitando-se a situações ve-xaminosas que trarão descon-tentamento para a família e, o que é pior, derrota para a sua própria vida.

Outro ditado muito conhe-cido e que se torna esclare-cedor desta questão é: “Diga--me com quem tu andas e dir-te-ei quem és!”. A Bíblia já adverte: “Não vos enga-neis. As más companhias cor-rompem os bons costumes” (I Co 15.33). É sintomático que logo em seguida, o Apóstolo Paulo faça a seguinte adver-tência: “Acordai!” (v. 34). Os pais que não sabem com quem seus filhos estão an-dando, estão “dormindo no ponto”, estão deixando seus filhos à própria sorte.

O Salmo 1 é um monu-mento de afirmação da ne-cessidade do afastamento da impiedade e dos destinos daqueles que se envolvem (andar, deter e assentar-se) com gente ímpia, escarnece-dora, pecadora: ruína total. Mas esse Salmo é também uma declaração de vitória na vida daqueles que são justos e tementes a Deus.

Saiba o que ele está lendoVivemos em uma sociedade

plural. O poder das comuni-cações está lançado sobre a humanidade e, nem sempre, sobre bases sólidas. Pode-se consumir o que se quiser em nível de informação; tanto pela mídia televisiva, quanto pela mídia impressa. Tevê, rádio, cinema, internet, re-vistas e jornais disponibili-zam uma gama variada de informações que uma vida inteira não seria suficiente para degluti-la e digeri-la. Diante disso, mais do que nunca se precisa ser seletivo com relação ao que ler, quan-do ler e para que ler. Milhares de títulos de publicações são disponibilizados nas bancas de jornal e nas prateleiras das livrarias. Se já não bas-tasse a pouca quantidade de tempo disponível para ler; agora, precisamos submeter nossas leituras ao filtro da ética cristã. Há muita porcaria sendo veiculada com capa de coisa boa. Inclusive, mate-rial religioso, pretensamente evangélico, mas carregado de esoterismo, misticismo, teologia da prosperidade e ou-tras aberrações típicas destes tempos modernosos.

Não deixe seu filho solto no mundo da insanidade da comunicação moderna. Junto com isso, acrescente-se: saiba o que ele está lendo, mas tam-bém o que está vendo (no ci-nema, no DVD, na televisão). Muitos pais transformaram a “telinha” em uma econômica babá eletrônica que faz o fi-lho ficar quieto e não encher a paciência. Nesta primeira infância ingênua, muitos pais perderam o contato com os filhos e transferiram para ter-ceiros (gentes ou coisas) a res-ponsabilidade que era deles, somente deles, de gerirem o futuro de suas crianças.

Se você caiu neste “conto do vigário das comunica-ções”, arrependa-se e vol-te atrás. Interesse-se pelo seu filho. Saiba o que ele está fazendo, lendo, as-s i s t indo , pa r t i c ipando. Exija obediência integral.Uma falsa psicologia moder-na impôs durante um período da história um sistema de “não contrariedade” para a educação de filhos. A psico-

logia contemporânea fala em “se impor limites”, “aprender a dizer não” e coisas do gê-nero. Muitos pais fixaram-se nestes manuais e se deram mal. Filhos de “rebeldes”, hoje são “caretas”; filhos de “cafonas”, hoje são “desco-lados”; filhos de “liberais”, tornaram-se “conservadores”; filhos de “crentes”, mun-danizaram-se; e filhos de “pagãos”, cristianizaram-se. Vivemos em um mundo de rótulos. Talvez os rótulos sejam muito fracos - e ge-ralmente o são - para dizer das coisas da fé. Mas se é para ter algum, que este seja o de “cristão”. Desde que esta alcunha foi usada pela primeira vez em Antioquia Atos 11.26, não se inventou nada melhor para retratar o seguidor de Cristo. O melhor conselho aos pais com rela-ção à educação de filhos é: Não abandone o “Manual de Deus”. O mundo está sempre inventando uma novidade teórica sobre qualquer coisa, tudo e nada, mas a Palavra de Deus subsiste para sempre (Mt 24.35).

É bom que cada pai tenha em mente algo que muitos estão perdendo: O controle do seu lar. Como disse Khalil Gibran: “Os filhos não são nossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles não são de ti, vêm de ti. Não queiras fazê--los como tu, pois a vida não anda para trás...”.

Se os filhos não nos perten-cem - os criamos para a vida -, não podemos perder de vista que enquanto eles estão “debaixo do nosso teto”, em nosso lar, é de nossa respon-sabilidade zelar pelo que eles estão fazendo. Não é possível permitir que se quebre a ca-deia de comando de autori-dade que Deus estabeleceu para o bom funcionamento da família. Assim sendo, a desobediência tem sido uma arma satânica para infernizar os lares e tornar filhos que são criados nos caminhos de Deus, pedras de tropeço para o Evangelho. Como pai, exer-ça o seu direito à obediência de seus filhos. Isso também será importante na formação da personalidade e do caráter deles.

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Redação de Missões Nacionais

Valeu a pena o esfor-ço de cada voluntá-rio que participou da operação Jesus

Transforma – Trans, em Jun-diaí, SP. Com muita alegria, os “amarelinhos” – como são chamados os participantes – compartilharam o amor de Cristo em diversos bairros da cidade. Escolas, praças, ruas, casas, feiras, postos de saúde foram alguns dos lugares em que as Boas Novas foram anunciadas.

Como resultado, mais de 40 pessoas receberam a Cristo como Senhor e salvador. Cer-tamente, a semente do Evan-gelho em breve dará fruto no coração das demais pessoas abordadas durante a Trans.

“Grandes coisas fez o Se-nhor pela minha região e por isso estou alegre”, declarou Eliana Lopes, voluntária que ajudou na coordenação da Trans em Jundiaí. Oito igrejas

Eli Leão,pastor na Aldeia Indígena Ticuna de Filadélfia, Benjamin Constant - AM

A medida de cresci-mento na fé e em conhecimento é até alcançar a es-

tatura completa de Cristo. Com esse objetivo, não me-dimos os esforços de dedi-cação ao ensino da Palavra de Deus para os líderes da tribo e estudantes jovens habitantes do Vale do Javari que permanecem na casa de apoio na cidade de Atalaia do Norte, AM.

No mês de janeiro do ano em curso, foi realizada a temporada de aulas de en-sino básico da Palavra de Deus. Chegaram ao Centro Indígena Cristão de Capaci-tação Integral (CICCIN) 145 seminaristas, procedentes das etnias Ticuna, Cocama, Yagua, Marubo e Mayuruna.

O curso ocorreu de for-ma satisfatória, todas as ne-cessidades foram supridas. No dia 30 de janeiro foi realizada a cerimônia de formatura de 10 seminaris-tas da turma do 4º período.

serviram como base da Trans, possibilitando a distribuição de voluntários para vários pontos estratégicos. Segundo Eliana, os jovens formavam a maioria dos voluntários e muitos deles não eram apenas de São Paulo, mas também de outros estados, como Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Bahia. “Eles foram a maioria e nem por isso houve proble-mas nos relacionamentos; houve uma interação entre as gerações”, relatou Eliana.

O bom exemplo dos volun-tários impactou não somente as pessoas evangelizadas mas também os jovens das igrejas.

Para a celebração, foram convidados membros das igrejas mais próximas ao CICCIN. O povo se ale-grou ao ver a vitória dos estudantes que concluíram o curso.

Jonatas, jovem com 20 anos de idade da etnia Ticu-na, foi um dos formandos. Ele recebeu o chamado para servir na seara do Mestre no dia dois de abril e embar-cou no barco com destino a Iranduba, nas proximidades de Manaus, para ali atuar na qualidade de missionário no Centro de Treinamento Bí-blico Semiraita, onde muitos indígenas da Amazônia bra-sileira terão a oportunidade

Ver uma grande juventude no Centro da cidade de Jundiaí falando de Jesus por meio de danças, teatro, abraços grátis, e tantas outras atividades, mas sempre com a responsabilida-de e a maturidade de verda-deiros cristãos, contagiou a igreja e despertou os jovens. E uma equipe que começou com oito, passou a ser for-mada por 18, 19 voluntários, como explicou Eliana.

Segundo a voluntária Ga-briela Muzi, que atuou no bairro Santa Gertrudes, as equipes vivenciaram dias de muita alegria. Nas proximi-dades de sua igreja base, ela

de receber a capacitação para melhor servirem a Deus e seu povo.

Há cinco anos, o missio-nário Marcos Mayuruna começou o ministério de apoio aos jovens estudantes indígenas do Vale do Java-ri que migraram à cidade de Atalaia do Norte para ali realizar seus estudos de educação básica ao nível superior. Atualmente, na casa, há 14 jovens das etnias Matis, Mayuruna e Marubo. O apoio é com moradia, alimentação, orientação pe-dagógica, evangelismo e discipulado, assim como orientação com relação aos cuidados que o indígena

encontrou pessoas simpáticas, que prestaram atenção para ouvir a Palavra. Ela também participou de programações realizadas para evangelizar crianças. Durante três dias eles promoveram brinca-deiras, teatro, distribuíram lanches e compartilharam o Plano de Salvação para os pequeninos.

O culto da vitória, realizado na noite do último sábado, 26/07, marcou o fim das ativi-dades da Trans Jundiaí. “Ou-vimos testemunhos, cânticos, e expressamos nossa gratidão às famílias que nos hospeda-ram”, disse Gabriela.

deve ter na sua relação com a nova cultura.

O jovem Shapu, da etnia Matis, alegra-se ao ter suces-so nos estudos. Ao migrar da aldeia para a cidade, não tinha moradia certa. O local que arranjou era bastante precário; longe da aldeia e dos pais, ele não tinha mui-to tempo para estudar, pois precisava trabalhar.

Então, trabalhou na condi-ção de empregado para um patrão que muito o explora-va. Na casa de apoio, além de receber ajuda com mora-dia, o jovem ouviu a respeito do amor de Deus. Shapu tornou-se seguidor de Cristo, e no fim do ano retornou à

Mais uma Trans chegou ao fim, com a transformação de Cristo evidente no coração dos voluntários e das pessoas alcançadas. Interceda para que os novos convertidos permane-çam firmes e para que o Senhor capacite as igrejas locais a da-rem continuidade ao trabalho, investindo no relacionamento discipular com as pessoas que se renderam a Jesus durante esta operação evangelística.

Participe de uma Trans. Vi-site o canal Jesus Transforma, no site de Missões Nacionais (www.missoesnacionais.org.br), para ver as datas e cidades das próximas operações.

sua aldeia para rever os pais e parentes. Ele comenta que foi bem recebido com pintu-ras e presentes. Ali, ele teve a oportunidade de anunciar o evangelho, pois por ser da própria tribo os moradores da aldeia o ouviram.

Assim, é com imensa ale-gria que agradeço a Deus pela preciosa vida de cada um de vocês, em especial pelas orações em nosso fa-vor. À JMN pelo apoio ao trabalho indígena.

De 01 a 10 de novem-bro será realizada mais uma temporada de capacitação contínua e avançada para os pastores e missionários indígenas.

Amarelinhos impactaram as pessoas que encontraram pelas ruas

Voluntários durante programação especial para crianças

Evangelismo em uma das casas visitadas

Vidas são impactadas durante Trans em Jundiaí - SP

Líderes e jovens indígenas do Alto Solimões e Vale do Javari - AM recebem

educação teológica e discipulado

Alunos do Centro Indígena Cristão de Capacitação Integral Discipulado dos jovens estudantes do Vale do Javari

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Jairo de Souza Peixoto, presidente da UMHBPC

Com o tema “Em-baixadores capacita-dos para vencer”, o Departamento Con-

vencional de Embaixadores do Rei do Planalto Central - DCER PC – realizou nos dias 1 e 2 de agosto o Congresso Estadual dos Embaixadores do Rei, que foi sediado na Segun-da Igreja Batista de Planaltina, DF. No evento, os meninos e rapazes participaram de men-sagens, gincana bíblica, pales-tras de primeiros socorros e, de forma inovadora, de um arrastão na vizinhança para convidar outros meninos a ouvirem da Palavra de Deus.

O Congresso contou com mensagens ministradas pelo Pr. Micalofi Nepomuceno, da PIB no Bairro Sampaio, em Magé - RJ. Na mesma oportunidade, foi realizado o encontro de coordenadores convencionais, sob a direção do irmão Cristiano Medeiros, coordenador nacional dos ER, contando com a presença e participação dos DCER’s ca-rioca, paulista e brasiliense, respectivamente represen-

Reynaldo Corrales Filho, presidente da UMHBALP

Deus permitiu-nos realizar nos dias 4, 5 e 6 de abril o 2º Acampamento

de Embaixadores do Rei do Litoral Paulista na Colônia Veneza na cidade de Peruí-be, SP, com o tema “Embai-xadores do Rei semeando para a vida eterna” e divi-sa baseada em Gálatas 6.8: “Porque o que semeia para sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”. Foram três dias de celebração, gincanas, ativida-des esportivas, palestras e es-tudo da Palavra de Deus. Fo-ram realizadas também duas oficinas, onde o conselheiro Joel Joaquim Rodrigues falou aos juniores sobre o tema “Adubando para Semear” e o conselheiro Fabiano Roberto Arce sobre “Vida fértil de um Embaixador do Rei”. O pas-tor Danilo Batista Barbosa, gerente da Convenção Batista do Estado de São Paulo foi o orador oficial e ministrou

duas inspirativas mensagens com o tema: “O Evangelho Vivo I e II”.

Foi maravilhoso perce-ber a alegria nos rostos

e olhares dos 82 Embai-xadores do Rei presentes no Acampamento, repre-sentando as Embaixadas das seguintes Igrejas: PIB

de Santos, PIB Itapema – Guarujá, PIB Praia Gran-de, IB Cidade Ocian, IB Areia Branca, IB Getsêma-ni e IB Vila Áurea.

tados pelos irmãos Nelson, Saulo e Itamar.

Embaixadores, conselhei-ros e conselheiras, além da equipe da Igreja local, parti-ciparam ativamente de todas as atividades, tendo compa-recido as embaixadas das Igrejas: PIB Planaltina, TIB Planaltina, SIB Planaltina, SIB Plano Piloto, PIB Gua-rá, PIB Ebenézer, IB Sião, IB Central de Taguatinga, IB Monte Moriá, IB Flor de Vida e IB Monte Hermon.

Um dos pontos de destaque do encontro foi a proclama-ção da Palavra através do orador: pastor Micalofi. Várias decisões ao lado de Jesus foram tomadas, além das cha-madas vocacionais.

A organização e direção do Congresso foram da respon-sabilidade do conselheiro do ER Marcones Brito, em parce-ria com o coordenador Itamar Áquila, obtendo do pastor Wilson, irmãos Vanderlei e Wesley, da igreja local, todo o apoio necessário. Por tudo isso, agradecemos a Deus e ratificamos: Uma vez Embai-xador...sempre Embaixador do Rei.

A Embaixada Pr. Dr. Ilson Caetano Ferreira, da IB Areia Branca, foi a bicampeã do 2º Acampamento de Em-baixadores do Rei do Litoral Paulista. A classificação final foi: Embaixada Pr. Dr. Ilson Caetano Ferreira, da IB Areia Branca – 1º lugar; Embaixada David Livingstone, da PIB Santos – 2º lugar; Embaixada Pr. Eduardo Augusto Filho, da IB Cidade Ocian - 3º lugar e Embaixada Diácono Oseias Teles Barreto, da PIB Itape-ma, Guarujá – 4º lugar.

Ao final do evento houve um momento missionário onde foi levantada uma oferta de amor por todas Embai-xadas para o 17º MUNAMI em Cacaulândia que será re-alizado pela UMHBB em outubro. Louvamos a Deus pela vida do coordenador do DAER Litoral conselheiro do ER Adriano Souza Santos que organizou e dirigiu o Acampa-mento com zelo e dedicação. E todos saíram da Colônia Veneza, felizes e certos de que se Cristo não voltar, o 3º Acampamento em abril de 2015 será uma bênção. A Deus toda a honra e glória.

Embaixadores do Rei participam do 2o Acampamento do Litoral Paulista

SIB de Planaltina - DF sedia Congresso Estadual dos Embaixadores do Rei

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Danilo Batista Barbosa, pastor da Igreja Batista do Horto Florestal - SP

A Igreja Batista do Horto Florestal, SP, tem vivido um novo tempo. Próximo de

completar 32 anos de exis-tência e após passar por su-cessão pastoral, a Igreja cele-bra agora a concretização de novos sonhos. E marcando o início dessa nova fase, foram realizados oito batismos no mês de julho. Número que pode até parecer pequeno, mas que traduz a grandeza da fidelidade de Deus para com a IB do Horto Florestal, como conta o pastor Danilo Barbosa.

“Muitos irmãos já estavam desanimados e pensando até em desistir. Quando che-gamos e percebemos essa situação, começamos então a trabalhar a autoestima deles, assim como ensiná-los sobre a nossa missão como igreja.

Hoje já podemos ver pessoas que estão voltando, vizinhos que nunca entraram na Igre-ja e que agora começam a visitar e a gostar. Tem sido o início de uma nova história”, afirma.

Além dos batismos que fo-ram realizados, a Igreja pode também participar de um mo-mento de comunhão através da Ceia do Senhor, servida pelos pastores Ozeias Sam-

paio, Davi Borges e Wagner Fernandes, além do pastor Daniel. Foram 130 irmãos celebrando esse momento, que também foi compartilha-do com as crianças como um gesto de ensino.

O culto festivo teve conti-nuidade com a participação da equipe de música da Igre-ja Batista Betel em Santana, SP. E, logo após, os irmãos puderam se confraternizar

saboreando uma feijoada oferecida pela Igreja, que não tem poupado esforços para ver o Reino de Deus crescer.

Os frutos têm sido apre-sentados, o que não limita a IB do Horto Florestal a acomodar-se. Segundo o pastor Daniel, os irmãos hoje voltaram a sonhar, a pensar no novo, a ter novas expectativas.

“Estamos ensinando a Igreja a voltar a essência de Atos 2. Queremos em um futuro bem próximo pensar em um novo local, pois cremos que o ber-çário espiritual da Igreja, que chamamos de batistério, será utilizado todos os meses. Nos-sa missão é viver o verdadeiro Evangelho de Cristo. Nossa visão, ser uma Igreja relacio-nal, leve e funcional”, declara o pastor Daniel Barbosa.

Igreja Batista do Horto Florestal - SP celebra novas conquistas

Ser Embaixador do Rei é ser um missionário

Cristiano Nascimento de Medeiros,coordenador do DENAER

No dia 25 de agos-to é comemora-do o Dia do Em-baixador do Rei

em todo Brasil, e o Depar-tamento Nacional de Embai-xadores do Rei – DENAER - tem ampliado cada vez mais suas parcerias missionárias com Missões Mundiais e Missões Nacionais, além dos dias harmoniosos que tem vivido junto à União Missionária de Homens Ba-tistas do Brasil. Para bus-carmos um Brasil melhor, devemos investir nas orga-nizações missionárias. E a melhor maneira de executar esse investimento é cuidan-do dos meninos na faixa etária de 9 a 17 anos.

Os últimos 24 anos da mi-nha vida foram dedicados a centenas de meninos que conheci em diversas comuni-dades da Ilha do Governador e que passaram a ser grandes amigos e Embaixadores do Rei. Graças ao bom Deus, tive a oportunidade de visitar diversos cantos do Brasil e pude observar que não se pode esperar vitórias sem o planejamento adequado. Na reunião de coordenadores de Departamentos Convencionais de Embaixadores do Rei, que aconteceu entre os dias 1, 2 e 3 de agosto na Segunda Igreja Batista de Planaltina, em Bra-sília, pude ouvir os grandes desafios encontrados pelos di-versos coordenadores, porém pude ver no olhar de cada um, o amor pelo ministério deno-minado Organização Missio-nária Embaixadores do Rei.

Ainda neste mês, no dia nove de agosto, foi celebra-do o Dia do Embaixador do Rei no Sítio do Sossego com mais de 300 irmãos presen-tes. Além disso, em diversos estados estão sendo reali-zados congressos e cursos de liderança. Ao participar de alguns e estudar diver-sos livros, percebo a imensa necessidade de literaturas voltadas para a liderança de Embaixadores do Rei de todo Brasil. Estamos em busca de parcerias para que as nossas revistas cheguem em todas as regiões do país, atendendo as igrejas mais carentes. Ser líder é ser um missionário e para entendermos o que é ser conselheiro de Embaixador do Rei, devemos viver mis-sões de forma intensa.

Amigo Embaixador do Rei, dia 25 de agosto é o

nosso dia. Um dia para agra-decermos ao Senhor Jesus por todas as bençãos que ele tem nos dado e, para você amado Embaixador do Rei, dar um abraço apertado em seu pastor e agradecê--lo pelo investimento que ele tem dedicado na sua formação espiritual, moral e física.

Agradecemos a Deus também pela sua vida, amado conse-lheiro de Embaixadores do Rei, assim como a vida de cada fami-liar por entender a importância deste abençoado ministério. Va-mos viver intensamente o que a Bíblia nos ensina e vamos viver para sermos servos do Senhor Jesus. Ser Embaixador do Rei é maravilhoso!

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10 o jornal batista – domingo, 24/08/14 notícias do brasil batista

Redação de OJB

Durante os dias 13 e 14 de agosto o Conselho Geral da Convenção Batista

Brasileira esteve reunido, com a participação das lideranças de vários estados, para apre-ciar as atividades desenvolvi-das através das organizações, bem como definir os novos al-vos e metas a serem trabalha-dos até a próxima assembleia convencional, que acontecerá nos dias 3 a 10 de fevereiro na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.

O diretor executivo da CBB, pastor Sócrates Oliveira de Souza, aproveitou a opor-tunidade para apresentar a nova secretária de Redação de O Jornal Batista e também

coordenadora do Departa-mento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira – Decom, a jovem jornalista Paloma Furtado, que tem uma ampla experiência em jorna-lismo digital. Os conselheiros receberam a nova jornalista com muito entusiasmo.

Um dos destaques das deci-sões do Conselho foi o lança-mento da “Semana de Clamor pelo Brasil”, a ser realizada de 28 de setembro até o dia 5 de outubro. O objetivo é mobilizar o povo Batista para orar pelo Brasil; reunir os pastores e líderes Batistas para orar pela unidade e pela trans-formação da nossa nação. As bases da campanha se fun-damentam no entendimento de que todo nós queremos um Brasil transformado pelo

poder do Evangelho. Um país que ame, adore, obedeça ao Senhor e que proclame a sua glória a todas as nações da terra.

Todos nós queremos um país em que os brasileiros se convertam ao Senhor e que, regenerados pelo Espírito San-to, vivam seus relacionamen-tos segundo a ética da Palavra de Deus. Todos nós queremos um Brasil sem corrupção, sem injustiça, sem violência, sem drogas, sem cracolândias, sem moradores de rua, crianças abandonadas, abusadas, ou fora da escola, sem divórcio e sem desajuste familiar. E nós sabemos que tudo isso só será possível pela ação de Deus em favor da nossa Pá-tria. Oração é um dos princí-pios da Igreja. Precisamos que

as igrejas orem cada dia mais para que o Senhor intervenha e transforme a realidade do nosso Brasil.

Sabemos que isso só vai acontecer se primeiro a igre-ja, como povo adquirido de Deus, e depois o país inteiro, se humilhar, orar, buscar a face de Deus e se converter dos seus maus caminhos. A base bíblica da campanha está fundamentada no texto de II Crônicas 7.14 “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus peca-dos e sararei a sua terra”.

A campanha será desenvol-vida através de várias ativi-dades nas igrejas, nos lares,

escolas e locais de trabalho e ações como: Lançamento da Campanha com 12 horas de jejum e oração (28/09); Se-mana de Oração – pequenos grupos (de 29/09 a 04/10); Minuto de Oração (todos os dias); líderes em oração (02/10); vigília de oração pelo Brasil (03/10) e culto de en-cerramento - Clamor pelo Brasil (05/10).

A reunião foi concluída com a apresentação, pela liderança da Convenção Batista do Rio Grande do Sul representa-da pelo irmão Egon Grim e pastor Carlos, dos excelentes locais e condições da cidade de Gramado onde acontecerá a 95ª Assembleia da Conven-ção Batista Brasileira a ser realizada entre os dias 3 a 10 de fevereiro de 2015.

A 91ª Assembleia da Convenção Batista Baiana, assim como outras sediadas em

Itabuna, teve bastante re-presentatividade. Entre os dias 1 e 5 de julho a Igreja Batista Teosópolis recebeu de forma calorosa a maior reunião anual dos Batistas baianos em suas instalações e também no ginásio da AABB, em Itabuna. Os presentes, inclusive, puderam conhe-cer um pouco da história da Igreja, dos batistas no Sul da Bahia, e sobre o pastor Hélio Lourenço, através de um stand e do Centro Memorial Teosópolis, que reúne fotos e documentos.

A Assembleia da CBBA deste ano teve duas ênfases principais: “Cristo para to-dos, nosso desafio maior”, que é o tema da Campanha de Missões Estaduais 2014, e “Família, o ideal de Deus para o ser humano”, tema escolhido para este ano pela

Convenção Batista Brasilei-ra. A ministração dos temas ficou a cargo do pastor e pre-sidente da Convenção Batista de Pernambuco Ney Ladeia. O evento contou ainda com cinco oficinas, que aborda-ram assuntos como família, evangelismo, pequeno gru-po, finanças e música. Duran-te o conclave, a Associação dos Músicos Batistas da Bahia (AMUBAB) também reuniu seus integrantes através de um dos workshops, do gran-de coro na noite de abertura, e também nas diversas parti-cipações musicais durante a assembleia.

Além das oficinas, a mensa-gem de Cristo também foi le-vada para as crianças, com a realização de um Congresso Infantil, liderado pela missio-nária Eliane Vila-Flor, de Mis-sões Nacionais. A “Seleção de Jesus” contou com 150 crianças, que também anima-ram uma das noites inspirati-vas. Durante as tardes, houve

o momento deliberativo com a apresentação dos relatórios, eleição da nova diretoria da CBBA, que atuará até 2016, sendo: presidente: pastor Edvar Gimenes de Oliveira; primeiro vice-presidente: pastor Carlos Cesar Januário; primeiro vice-presidente: pastor Edson Carmo da Silvei-ra; terceiro vice-presidente: pastor Matheus Guimarães Guerra Gama; primeira se-cretária: Margareth Gerbase Gramacho Fadigas, segun-do secretário: Daniel Costa Pereira; terceiro secretário: Cesar Santos de Brito. Houve também reforma nos estatu-tos da Convenção Baiana, do Seminário Teológico Batista do Nordeste e da Escola Do-méstica Kate White.

A missionária Analzira Nas-cimento, de Missões Mun-diais, e fundadora do progra-ma Radical - Voluntários sem Fronteiras, também esteve presente na assembleia e desafiou os participantes,

especialmente os jovens, a responderem ao chamado missionário na “Noite da Ju-ventude”. Já durante a “Noite da Responsabilidade Social”, a assistente social Lucy Luz destacou que é necessário ter compaixão pelo próximo. Na ocasião, também, a JMN reconheceu o trabalho de apoio aos missionários pres-tado pela irmã Maria Assis e a intitulou, através de uma homenagem, de missionária. Outro homenageado foi o pastor João Felix, coordena-dor de Missões da CBBA, que foi abraçado pelos missioná-rios do campo baiano.

A Assembleia contou tam-bém com diversos serviços da Tenda da Esperança, ins-talada nas imediações da IB Boas Novas, em Itabuna. A comunidade teve acesso a vários atendimentos e, após as ações, foi realizado um culto de gratidão. Um dos momentos mais marcantes da 91ª Assembleia da CBBA foi

o batismo dos 26 alunos da Cristolândia Bahia. Os con-vencionais se emocionaram com o testemunho das vidas transformadas pelo poder do Evangelho. Anteriormente, eles haviam feito suas respec-tivas profissões de fé na IB Dois de Julho, em Salvador, e, agora, são membros da referida Igreja.

Durante a programação, a Convenção Batista Brasileira também foi representada atra-vés da participação do pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da CBB, do pastor João Marcos Soares, diretor executivo de Missões Mundiais, e pastor Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais. Para 2015, a escolhida para rece-ber a 92ª Assembleia Anual da Convenção Batista Baiana foi a Primeira Igreja Batista de Rio Novo, localizada no município de Ipiaú, que vai sediar o evento entre os dias 30 de junho a 4 de julho.

Batistas baianos realizam Assembleia em Itabuna – BA

Convenção Batista Brasileira lança campanha de oração pelo Brasil

Executivos e presidentes estaduais reunidos com a diretoria da CBB

Novos presidentes e executivos apresentados ao Conselho

Vista geral do auditório na reunião do Conselho

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11o jornal batista – domingo, 24/08/14missões mundiais

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

Após um ano em missão em Guiné--Bissau, os jovens Luciano Rodrigues,

Ilana Bispo e Fabiane Farias, da quarta turma do projeto Radical Luso-Africano, estão de volta ao Brasil e participa-ram no dia sete de agosto na sede de Missões Mundiais, no Rio de Janeiro, de um culto de gratidão a Deus pelo tempo vivido no campo missionário.

Luciano, Ilana e Fabiane compartilharam seus teste-munhos e também mostra-ram um pouco sobre Guiné--Bissau, país africano cuja língua oficial é o português. Mesmo assim, eles tiveram que passar um mês apren-dendo crioulo, idioma am-plamente falado pela popu-lação guineense.

Luciano foi o primeiro a contar suas experiências. Ele é professor de História e membro da Primeira Igre-ja Batista em Tianguá,CE. Seu chamado aconteceu em 2012, através da revista “A Colheita”, que naquele

ano tinha feito uma edição especial sobre o Programa Radical.

“Naquela época, eu traba-lhava como professor na rede estadual e tinha tido um dia muito cansativo. Eu disse ao Senhor: ‘Não é isso que quero para minha vida. Está faltando algo’. Cheguei em casa e de-pois de dizer isso para Deus, estava lá ‘A Colheita’. Abri e vi: ‘Programa Radical’. Então eu disse: ‘Entendi, Senhor. É isso’”, lembra Luciano.

Dentre várias experiências no campo, Luciano compar-tilhou a oportunidade que teve de falar sobre Cristo a um vizinho que falava portu-guês e escutou uma música evangélica vindo da casa do Radical.

“Quando ele ouviu a mú-sica, expliquei o que ela estava falando: ‘Jesus está aqui para nos acompanhar em todos os momentos. Leia o Evangelho e você vai saber como chegar ao céu’”, conta Luciano. “Muitas outras ex-periências aconteceram, e com certeza o Senhor aben-çoou”, acrescenta.

Fabiane, enfermeira e membro da Primeira Igreja

Batista em Balneário Cam-boriú, SC, confessou que durante o treinamento che-gou a ter dúvidas por ter pouco tempo de convertida e formação apenas na área da saúde.

“Eu pensava sobre como Deus poderia me usar em um outro país. Eu tinha ido por obediência, mas não sabia como seria usada por ele. Mas por incrível que pa-reça, foi justamente através da enfermagem que pude cumprir os planos de Deus”, conta.

“Houve uma experiência muito interessante no início. Creio que era o ‘ministério dos pés’ porque só aparecia pé com feridas para tratar. Mas fechar uma ferida é o de menos para Deus, pois ele pode todas as coisas. Con-verter corações que é o mais encantador”, relata Fabiane.

“Um dia, um homem de uma tabanca (aldeia) onde não havia nenhum trabalho evangélico aceitou a Jesus. E ele foi a porta de entrada para essa tabanca. Por cau-sa do curativo que fizemos nele, começamos a ir à ta-banca para visitar as pessoas

e a desenvolver um trabalho. Hoje tem Escola Bíblica Do-minical todas as semanas. E eles clamam por uma igreja. Até o chefe da aldeia cedeu o terreno para a construção do templo. Isso é incrível”, conta Fabiane.

Ilana é profissional da área de educação e membro da Igreja Batista do Brooklin, em São Paulo, SP. Ela é fruto do congresso “SIM, Todos Somos Vocacionados”, que aconte-ceu em 2012 em Sumaré, SP.

“Quando fui ao SIM, Deus confirmou em meu coração: ‘Volte a sonhar sobre o cam-po’. E eu me inscrevi. O ano de 2012 foi perfeito, pois Deus me fez ver que ele es-tava me conduzindo”, lembra a Radical.

Em Guiné-Bissau, Ilana teve a oportunidade de usar sua vocação e dons para trei-nar e capacitar professores que, segundo ela, eram alu-nos, pois muitos não haviam nem concluído o ensino fun-damental.

A experiência mais marcan-te para Ilana foi a irmã Cátia, da Igreja em Guiné-Bissau.

“Nos últimos meses, ela estava crescendo muito com

a área da educação infantil. Hoje é líder do ministério infantil da Igreja. Ela me falou assim: ‘Você nos ensi-nou a olhar para as crianças com olhar de amor’. Isso para mim foi marcante, pois ela já estava há muito tem-po na Igreja. Convivendo, trabalhando com eles, lado a lado, eles puderam ver o amor que eu tinha pelas crianças e também o amor a Deus, a obediência e que fez com que ela também pudesse se inspirar nisso”, declara.

Ao final do culto, eles rece-beram das mãos da coorde-nação do Programa Radical placas em reconhecimento à conclusão do projeto. O Pr. Narciso Braga, que serviu até este ano como missionário da JMM em Portugal, fez uma oração de gratidão a Deus pelos integrantes do Radical Luso-Africano.

Agradeça você também pelas vidas de Luciano Rodri-gues, Ilana Bispo e Fabiane Farias. E se deseja ser um Radical Luso ou conhece alguém que tem este chama-do, escreva para: [email protected].

Culto de gratidão marca retorno de Radical Luso-Africano

Coordenador do Programa Radical, Pr. Fabiano Pereira, falou na abertura do culto

Pr. Narciso Braga ora pelos Radicais

Luciano Rodrigues, Fabiane Farias e Ilana Bispo cantaram músicas em crioulo

Radicais Luso-Africanos ficaram um ano em campo em Guiné-Bissau

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Sergio Dias, pastor de adolescentes e jovens da PIB de Niterói - RJ

“Jovens, eu lhes escrevi porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o maligno” (I Jo 2.14).

A cada novo agosto os batistas brasileiros comemoram o mês dos adolescentes e

jovens batistas. E o deste ano nos traz algumas reflexões em face do que está aconte-cendo no Brasil e no mundo, especialmente nos últimos 12 meses. A juventude (a sa-ber, adolescentes e jovens) foi o foco das expectativas de mudanças. Desde junho de 2013, quando a “onda” de manifestações sacudiu o Bra-sil, milhares de adolescentes e jovens foram às ruas pedindo “metamorfose”, mudanças e transformações no país. Após um ano, pouco mudou. Por que isso aconteceu?

Sabemos que as grandes re-voluções mundiais contaram com a força e o idealismo da juventude. Sem o vigor físico e a disposição por seguir ideais, certamente, tais revoluções tal-vez até acontecessem, mas te-riam seus efeitos minorizados. Com a força da juventude, en-tretanto, mudaram o mundo. E esperava-se que essa juventude ajudasse na mudança integral do Brasil. Lamentavelmente, por vários motivos, os quais não discorrerei por absoluta falta de espaço, tais metamor-

foses não aconteceram. Contu-do, a extensa relação tem em comum a corrupção humana. Inerente. Latente. A principal dificultadora da mudança inte-rior que, obviamente, atrapalha a exterior.

Porém, para conquistarmos essa mudança exterior é pre-ciso alcançar, primeiro, a mu-dança interior. Já dizia um filósofo popular: “Tudo muda quando você muda”. E quan-do transformo a mente, em função do encontro real com Cristo e sua Palavra, acredito convictamente que tudo ao meu redor começará a expe-rimentar uma grande mudan-ça. Agora, faça um exercício: imagine um adolescente, um jovem compreendendo o po-der que essa metamorfose, essa transformação possui. Imagine-o sendo preparado em Cristo, motivado, equipa-do, mobilizado e em ação na sociedade. Que potência ele pode ser, não é? Por isso João frisa que “escreveu aos jovens” porque “são fortes”.

Mas (e infelizmente há sem-pre o “mas”), ainda existe no Brasil a mentalidade de que os jovens são “inexperientes” e, por isso, fracos. Com uma boa e sincera olhada não só no passado de revoluções e mudanças, mas no mundo de hoje, em que os jovens são responsáveis por grande parte da movimentação de capital, especialmente na área da tecnologia da informação, vemos que a argumentação é, na verdade, vazia de con-teúdo. E pior: pode esconder,

por trás do preconceito puro e simples, o medo da geração mais “experiente” de entre-gar o “comando do mundo” para esta geração. Pensamento semelhante João encontrou, em sua época, nas igrejas da região de Éfeso, onde coorde-nava o trabalho cristão.

Para desafiar, no bom sen-tido, aquela comunidade, o apóstolo escreveu refletindo sua crença, que os jovens, uni-dos a Cristo e sua igreja, são fortes. A afirmativa esconde em seus meandros, proposital-mente, que em pleno vigor da vida e do saborear de uma fé em Cristo prática, emocional e ao mesmo tempo racional, que procura encontrar respostas “técnicas” (quando as há) ou ampliar a questão da “fé” para um campo muito mais em-pírico do que explicativo, os adolescentes e jovens seriam os grandes feitores da História, das mudanças que o mundo esperava e, de certo modo, ainda espera. Essas pessoas, irmãos, não são a igreja de amanhã; são a força de hoje, do agora. São eles que lideram as mudanças no mundo. E na Igreja de Cristo são eles que, sendo fortes, espalham as Boas Novas da salvação em Jesus ao mundo por meio de suas ações práticas. E para que isso aconteça é preciso investir neles, direta e indiretamente. Sem medos, sem preconceitos. É preciso “mudar a mente” da igreja para que a mesma não perca o “bonde” (que atual-mente está mais para mensa-gem instantânea via Whatsa-

pp) da sociedade de hoje.Não devemos temer as mu-

danças. A galera que hoje está no “banco da igreja”, mas que não o vê como “reservatório de fé”, tem mostrado que a mais importante transformação que a sociedade pode experi-mentar é viver o Evangelho de maneira integral e na prática. A começar neles mesmos, de dentro para fora. Não adianta esperar que o mundo mude se não os vemos como pe-ças importantes e, com isso, negligenciamos a preparação adequada para essa mudança. Para isso, não basta apenas apresentar a “fé dos pais”; é preciso investir tempo ensi-nando-os, motivando-os e, em paralelo, equipando as nossas igrejas para essa realidade do mundo pós-moderno.

Como exemplo, cito algu-mas igrejas que procuram “ler” o mundo de hoje de forma contextualizada, em Cristo, e por isso estão em fase de crescimento sadio, e que iden-tificaram a necessidade vital da juventude para a vida de suas comunidades de fé, e também locais. E valorizar a juventude não é dar-lhes “animadores de palco” nos cultos e EBD’s, ou ainda um pessoal desprepara-do teológica e praticamente, “mas, legais”, para instruí-los. Antes, a valorização preci-sa acontecer, primeiro, pelo poder de reflexão da própria igreja local diante do mundo em que vivemos e, com isso, identificando de que a juven-tude precisa de gente prepa-rada para amá-los, cuidá-los

e prepará-los visando a vida pessoal com Cristo e, depois, vivida em sociedade. E em segundo pela adaptação ao modelo de cuidado e pastoreio de pessoas, e não do zelo com uma estrutura que precisa de uma liderança. É preciso que a igreja entenda que pessoas cuidam de pessoas. Estruturas matam.

Por isso, as igrejas que cres-cem saudavelmente encontra-ram nos líderes e pastores de adolescentes e jovens, e não nos títulos ou cargos, uma “re-ceita de sucesso” no cuidado, carinho, pastoreio e preparo dessa galera tão forte e especial. Preparo esse que faz com que a juventude seja desafiada, dia-riamente, a “invadir com amor” os locais onde foram plantados, pelo Senhor, para serem “car-valhos de justiça” (Isaías 61), agentes de transformação, seja da própria igreja ou das várias áreas da sociedade, que clama e espera pelas mudanças que, infelizmente, não vêm de fora pra dentro, mas de uma total e completa transformação de dentro para fora (Rm 12.1-2). Mudanças que perpassam a juventude da minha e da sua igreja.

Finalizo pedindo-lhe mais uma coisa: Prestigie o Mês da Juventude em sua igreja. Mui-to provavelmente ela estará à frente de vários cultos nos domingos de agosto. É uma grande oportunidade para o Corpo de Cristo celebrar a Deus ainda mais unida. Por-que juntos somos mais fortes, não é mesmo?

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Jesus orou para que os seus discípulos fossem um (João 17). Parece-me que está é uma oração

que ainda não foi respondi-da. A vontade de Deus, nos-so Pai, é que os seus filhos vivam em profunda comu-nhão, profunda cumplicida-de, vivam como uma grande família (Sl 133). Jesus veio a este mundo para salvar os perdidos e fazê-los um. A Igreja nascente – chamada de Primitiva – viveu uma profunda e ampla comunhão (At 2.42-47; 4.32-37). Era uma igreja constituída de pessoas dependentes do Pai e interdependentes; Corpo Vivo de Cristo (I Co 12.12-31). Visceralmente ligados pelo amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo

suporta; o amor que jamais acaba” (I Co 13.4-8). Paulo nos ensina que, acima de tudo, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição (Cl 3.14). É o amor que mantém os membros do Corpo uni-dos. Hudson Taylor, missio-nário médico na China, de-clarou: “Meça sua vida pelas perdas e não pelos ganhos; não pelo vinho consumido, mas pelo vinho oferecido, pois a força do amor se põe em sacrifício do amor, e o que mais sofre mais tem para dar”.

Infelizmente o chamado povo evangélico não é uni-do. Cada um cuida do seu espaço e comunidade de acordo com os seus interes-ses. Líderes que são vaidosos e comprometidos com o seu

status. Que ficam de olho no ministério alheio e mais preocupados em copiar mo-delos, sistemas, do que no estilo de vida. Vivemos um tempo de teologia muito lar-ga e muito rasa. Precisamos olhar para o Novo Testamen-to e edificarmos uma igreja com os seus fundamentos: fé, esperança e o amor. Uma das características mais im-pressionantes da Igreja Pri-mitiva era a excelência da comunhão fraternal, pois o povo estava junto e tinha tudo em comum. Havia um cuidado mútuo. A mutua-lidade estava centrada em Cristo – em sua morte, res-surreição e na certeza da sua vinda.

Era uma Igreja que olhava para o alto (dependência

de Deus), para dentro de si mesma (confissão, quebran-tamento), para o perdido e para a sociedade de um modo geral (evangelização). Uma comunidade de pessoas regeneradas, transformadas pela graça do Senhor e per-doadoras. Um hospital para pecadores. Uma comunida-de legal e não legalista. Nas artérias e veias da comuni-dade cristã corria o sangue de Cristo Jesus, o sangue do Evangelho.

Que as nossas igrejas se-jam compostas de discípu-los radicais, comprometidos com o Reino de Deus e seus valores. Igrejas que infor-mam (comprometidas com a proclamação do Evangelho genuíno, o Evangelho de Jesus), formam (ensinando

os fundamentos do Evan-gelho, a Palavra de Deus) e transformam (vidas com-prometidas em testemunhar de Cristo, em formar discí-pulos) em Cristo, o Senhor. Igrejas que tenham com-promisso com tudo o que é verdadeiro, puro, justo, amável e de boa fama (Fl 4.8). Igrejas cheias do amor do Pai, da graça de Cristo e do poder do Espírito Santo. Igrejas fraternas que cer-tamente valorizam muito mais as pessoas do que a sua estrutura. Organismo muito mais que organiza-ção, que exteriorizam o amor fraterno. Igrejas que vivam a unidade de Cristo para testemunhar ao mundo o seu amor e a sua graça até que ele volte.

Tenho participado em diversos congressos e já se tornou comum a exaltação da igno-

rância no estudo da Bíblia e da Teologia, como se o apro-fundamento nestes estudos fosse obra de desocupados, e até são demonizados quem se ocupa com a tarefa de entender melhor a Bíblia, a Doutrina, a Exegese, etc.

Confesso que é muito di-vertido ouvir uma pessoa tentando legitimar a argu-mentação, sendo comum se valer de um conjunto de raciocínios do campo filosó-fico da Lógica. Assim, para afirmar a “desintelectualiza-ção” do Evangelho torna-se necessário usar o intelecto,

o raciocínio, a lógica. Não há como fugir da reflexão, porque até para tentar mos-trar que a reflexão é inútil, a pessoa necessita refletir. Algumas causas podem ser citadas sobre isso.

Em primeiro lugar, a época em que vivemos tem como um dos principais impul-sores a valorização do in-divíduo com suas opiniões individuais. A compreensão da realidade e da verdade se inicia com ela e depende dela. É a era do velocímetro zerado da verdade. Isto é, nada antes pode ser legitima-do se o indivíduo entender que não pode ser aceito. Foucault já dizia que o “ho-mem é descoberta recente”.

O ser humano é descoberta recente não como pessoa, mas como indivíduo. O que vale é a sua própria e in-dividual opinião sobre as coisas, sobre a leitura da Bíblia, etc. A leitura que eu, como indivíduo, faço, por si mesma é suficiente, nada mais basta. Neste caso, a compreensão bíblica que hoje temos não se iniciou no passado com a constru-ção da história da doutrina, mas com o momento que o indivíduo começou a pensar no assunto. Então para quê estudar História da Teologia, Exegese, Hermenêutica, etc? A Bíblia já era como fonte da verdade, nós é que devemos dizer o que Deus é.

Em segundo lugar, e como consequência da causa an-terior, o que vale é a minha experiência como indivíduo. Ela é que vai determinar a verdade. Tenho uma experi-ência e vou buscar na Bíblia algum versículo que possa ser compatível com ela, para dar um toque de sagrado no que estou sentindo. Nova-mente o ponto de partida é a pessoa e não Deus e sua verdade.

Em terceiro lugar, para mui-ta gente, o que vale é a ativi-dade da igreja, a pregação, missões. Para que estudar se as pessoas estão morren-do sem Cristo? É o “vício” pragmático e utilitarista que herdamos dos que trouxeram

o Evangelho para cá. Que tipo de evangelho e salvação estamos pregando? Será que levar a pessoa à salvação é tudo? E a vida dela no Evan-gelho, o crescimento cristão no viver diário?

Nossa geração é uma ge-ração “Power Point”, basta tudo ser sumarizado, sem profundidade, vale a expe-riência, a opinião pessoal ou mesmo o ativismo. Deus e o Evangelho merecem mais, merecem ser mais conhecidos , os va lores éticos bíblicos e cristãos necessitam ser compreen-didos para serem pratica-dos. Vamos dar um basta a esta ignorância de Bíblia e Teologia.

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15o jornal batista – domingo, 24/08/14ponto de vista

Luiz Sayão,diretor do STBSB

A adolescência é mar-cada por crises. É a fase entre a criança e o adulto: ora o

adolescente é criança, ora “sabe” mais que os pais. Mas essa idade “rebelde e difícil” é normal. Nossos filhos terão de ser eles mesmos, e não poderão ser o que fomos. Até certo ponto, as respostas malcriadas, as críticas e as opções diferentes devem ser vistas como parte do proces-so natural do adolescente. A verdade é que temos tanta dificuldade quanto eles para nos adaptarmos à nova fase. E talvez sejamos mais infle-xíveis do que imaginamos. O fato é que precisamos mo-nitorar as crises normais da adolescência em vez de nos desesperarmos. Se tivermos a expectativa correta, será mais fácil lidar com as crises.

Hoje é diferenteNa história humana, todas

as culturas enfrentaram o de-safio de passar valores para a nova geração. Até certo pon-to, o desafio tem sido venci-do com sucesso. Todavia, na sociedade contemporânea isso já não ocorre. O fato é que o mundo mudou muito, complicando o processo. Há pelo menos duas diferenças significativas entre o nosso tempo e o dos nossos ante-passados que merecem des-taque: O Pluralismo de Ideias e a Velocidade das Mudanças Sociais.

O desenvolvimento tecno-lógico recente permitiu uma veiculação de informações sem precedentes por meios como rádio, tv, cinema e internet. Além disso, a faci-lidade de intercâmbio entre diversas culturas é enorme. Essas mudanças, aliadas a outros fatores, levaram o ho-mem de hoje a uma convi-vência com as mais diver-sas ideologias. Antigamente, uma pessoa nascia e crescia quase que em uma visão cultural monolítica. Hoje, um jovem vê um clipe dos “Rai-mundos” na MTV de manhã, encontra um muçulmano no metrô, “troca ideia” com um “punk” na escola, assiste a aula de arte de uma professo-ra mística, “new-age”, discute com o professor de química ateu e termina o dia escutan-do a ladainha proselitista de

um “dinossáurico” marxista, que afirma que Cuba não é tão ruim; e dependendo das circunstâncias, antes de dormir, na TV a cabo, ainda assiste “Os Três Patetas”.

Como se vê, a convivência com ideias contraditórias é uma realidade hoje. A ver-dade é que o adolescente atual pensa de modo dife-rente. Ele convive tranqui-lo com ideias opostas, sem se preocupar com isso. É a pós-modernidade! Muito do desentendimento familiar procede da diferença sem pais e filhos que percebam que cada um funciona em um “sistema” distinto: Os pais só “funcionam em AM”, enquanto que os filhos “têm sintonia em FM”.

Além disso, a velocidade das mudanças hoje é rápi-da demais. As mudanças de hábitos e de ideias antes do mundo da mídia eram bem mais lentas. Hoje, al-guém de 25 anos de idade está totalmente “por fora” do que “rola” na cabeça da “galera” de 15 anos. Há 40 anos nossos avós namoravam na frente dos pais e quando pegavam na mão era “o má-ximo”. Hoje, há adolescente crente que pergunta se há algum problema em “ficar” com alguém. O abismo entre as gerações é enorme. Isso prejudica, e muito, a mútua compreensão entre as duas partes. Isso mostra que é ne-cessário um esforço maior por parte dos pais para com-preender seus filhos.

Os perigos do mundo atualA adolescência é preciosa,

pois nela se tomam deci-sões importantes na vida. Especialmente hoje, uma escolha errada nessa época da vida pode ser fatal. Vi-vemos em tempos difíceis. A violência juvenil atinge números alarmante, o sexo virou mercadoria barata e fácil. Um “pequeno erro” pode custar a vida de um jovem. As drogas estão por toda parte e produzem danos irreparáveis. Grupos de extre-mistas, revoltados, fanáticos, etc., lutam pelas cabeças de nossos filhos. Aborto, homos-sexualismo e amor livre vira-ram “papo cabeça” da “galera sem preconceito”. O que precisamos entender é que se bobearmos, nossos filhos podem tomar uma direção errada; e hoje os riscos são

mais sérios do que os do pas-sado. É preciso ter bom sen-so, pois muita liberdade pode ter consequências terríveis. Por outro lado, proibição sem diálogo e convivência tranquila também não darão resultado.

O que fazer?Começando cedo - “Corrija

os seus filhos enquanto eles têm idade para aprender” (Pv 19.18a - BLH). Essa lição é muito esquecida pelos pais brasileiros. Um dos defeitos do brasileiro é tentar resolver tudo “de última hora”. Só co-meçamos a pensar na adoles-cência quando os filhos já es-tão nela. Temos uma fé ingê-nua de que no fim tudo “dará certo”. Por isso, enquanto os filhos têm entre 9-12 anos não nos preocupamos, pois tudo está sob controle (afinal, eles são uma gracinha, não são?). Todavia, é nessa época que se prepara o filho para a adolescência, antes que ela vire “aborrecência”. Mas, em muitos casos, conversa-mos pouco com os filhos, desconhecemos seus gostos e interesses, pouco sabemos sobre o “papo” deles com os amigos, e sobre seus sonhos. Se eles são comportados, e nós lhes damos comida, roupa, escola, sabemos que tudo está indo bem. O fato é que o segredo de uma boa adolescência está no trabalho feito antes que ela chegue

Evitando a ruptura - “Enga-noso é o coração, mais do que todas as coisas...; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Muitos conhecem o texto e gostam de aplicá-lo aos outros. Mas será que paramos para pensar sobre como o nosso coração nos engana?

Quando nos tornamos pais e passamos a criar os filhos não sabemos fazê-lo automa-ticamente, nem resolvemos todos os problemas. A ver-dade é que a maioria empre-ende tal tarefa sem ter ideia da complexidade da mesma. Muitos são os perigos que enfrentamos nessa jornada; às vezes nem os percebe-mos: Tendemos a repetir in-conscientemente os erros de nossos pais. Corremos o risco de agir e reagir conforme o padrão presenciado e vivido por nós mesmos; dificilmente tratamos os filhos de modo igual. Muitas vezes a seme-lhança física ou psicológica com um filho pode levar

um dos pais a protegê-lo. Às vezes, a ruptura entre os pais favorece a polarização dos filhos. O problema é pior quando o filho se liga demais à mãe, e a filha, ao pai; o pai brasileiro tende a ser distante dos filhos (pois assim foi cria-do), entendendo que deve trabalhar e “pôr dinheiro em casa”; a mãe corre o risco de ser muito “tolerante” e proteger os filhos nos confli-tos com o pai. Muitos filhos têm a mãe como confidente, e o pai como adversário; os pais frustrados no casamento inconscientemente transfor-mam os filhos num foco de realização pessoal, já que a relação fracassou.

Esses são alguns dos pro-blemas que podem ocorrer. Precisamos encará-los, pro-curar resolvê-los sob a graça de Cristo, não permitindo que se tornem uma “herança maldita” para os filhos. É na adolescência que surge a ruptura entre pais e filhos, mas a raiz existe antes. Quan-do o filho começa a fazer tudo diferente dos pais, ou a agir para chocar e chamar a atenção, a coisa está grave. Muitas vezes um dos pais tem uma ruptura acentuada com um filho, enquanto que o outro o defende. Às vezes a diferença não é problema.

Os pais mal preparados desconfiam demais dos fi-lhos, fazem muita crítica, não reconhecem qualidades. Há casos em que o pai é médico, o filho quer ser músico; o pai não aceita. A mãe é bióloga, a filha quer ser alpinista; a mãe se decepciona. A frus-tração pode transformar-se em “pequenas vinganças” contra os filhos que não fa-zem a vontade dos pais; e a ruptura aumenta. Precisamos detectar quaisquer sinais de ruptura e com humildade corrigir o problema enquanto há esperança.

Ideias criativas e realistasMuitos pais acordam tar-

de e começam a reclamar dos sintomas de problemas maiores. O choque é grande: Pastor, meu filho quer usar brinco; minha filha quer ir em um “baile evangélico”; meus filhos estão ouvindo músicas de louco; o Júnior não sai da internet; minha filha é louca pelo Ricky Mar-tin; será que o Ricky Martin é a Besta?, Ou besta é quem gosta das músicas dele?

Nossos filhos jamais repro-duzirão exatamente o que somos. Antes dos Beatles, as pessoas passeavam de terno e gravata. Hoje ninguém acha estranho usar tênis, jeans e mascar chicletes. Tudo isso já foi marca de rebeldia. Muitos evangélicos falam mal da “música mundana”, espe-cialmente do rock, e depois copiam tais ritmos e melo-dias e as tornam “santas”. Por que tal contradição? Há várias maneiras de ser con-temporâneo no mundo atual. Nós precisamos descer ao nível de nossos filhos, sain-do de nossa “fossilização” para ajudá-los a fazer esco-lhas razoáveis. Não adianta sonhar com Bach e Chopin como alvos do futuro. Seja-mos práticos: Sabendo que meus filhos estão entrando na adolescência e que vão se in-teressar por música popular, eu preciso começar a ouvir essas músicas e conversar com eles. Uma coisa é gostar de Toquinho, outra coisa é “curtir” o Tchan. É muito di-ferente ouvir um Dairy Straits e um Sepultura. Não existe apenas “música mundana”. Existem músicas boas e ruins, construtivas e destrutivas. Se formos amigos de nossos filhos nessa fase, eles farão boas escolhas. Fale a língua deles: “quem gosta disso aí tá por fora, isso é baixaria pura “.

O mesmo ocorre com os filmes e outras atividades. É preciso manter o diálogo constante e franco com os fi-lhos. Encerrando, gostaria de deixar dicas importantes que não podem ser esquecidas: Nunca perca a comunicação com os filhos. É melhor ser ofendido por um filho franco do que perdê-lo; mantenha vigilância constante sobre uma possível ruptura com seu filho; não critique com raiva e amargura o esposo (a) para os filhos; assista e ouça aquilo de que seus fi-lhos gostam; fuja da contra-dição. Mães “noveleiras” e pais “fanáticos por futebol e filmes violentos” não têm moral para criticar; comece a trabalhar cedo nos filhos; seja espiritual e espirituoso. Mostre seu cristianismo de maneira natural. Não tenha espiritualidade fabricada. Seja descontraído e aprenda a ser brincalhão e amigo dos seus filhos, sem perder a au-toridade.

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