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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TCC PRISCILA NUNES VENTURA A VISÃO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NA PRÁTICA DOCENTE DE UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA ESTADUAL Porto Alegre 2015

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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

PRISCILA NUNES VENTURA

A VISÃO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NA PRÁTICA DOCENTE DE

UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA ESTADUAL

Porto Alegre

2015

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PRISCILA NUNES VENTURA

A VISÃO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NA PRÁTICA DOCENTE DE

UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA ESTADUAL

Trabalho de conclusão de curso – TCC apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas, na Faculdade de Administração do Centro Universitário Ritter dos Reis – UNIRITTER.

Orientador(a): Profª. Beatriz Prange.

Porto Alegre

2015

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por me dar motivação do início ao fim do

trabalho.

A minha família, principalmente minha mãe, por me apoiar em todos os

momentos.

Ao meu namorado, por me dar forças e ter paciência.

Aos meus colegas e amigos por presenciarem meu dia a dia em momentos

de angústia me confortando quando preciso.

A profª Beatriz Prange que contribuiu para a execução deste trabalho.

Ao prof Leonardo Garavelo que iniciou a orientação.

A vice diretora Teofania, quem me ajudou na aplicação da pesquisa.

Aos professores participantes por aceitarem expor e contribuir com suas

experiências.

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RESUMO

Esta pesquisa teve por objetivo analisar a Qualidade de Vida no Trabalho - QVT sob a visão dos professores da Escola Estadual de Ensino Médio Roque Gonzáles, situada na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. Inicialmente o estudo aborda uma análise do surgimento da preocupação com a QVT, trazendo um enfoque conceitual tendo como bases referenciais os modelos de Walton (1973), Hackman e Oldham (1974), Westley (1979), Werther e Davis (1983) e Nadler e Lawer (1983). Trata-se de uma pesquisa de natureza quantitativa. Por meio desses modelos citados foi criado o instrumento utilizado na pesquisa, o questionário validado TQWL-42. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários entregues à 47 professores, sendo que todos os professores que trabalham na instituição responderam a pesquisa concretizando um senso. O TQWL-42 engloba um total de 47 questões divididas em cinco esferas, graduando a importância e a satisfação em uma escala Likert de 1 – 5 (um a cinco). Foi constatado que os educadores estão satisfeitos com as esferas relacionadas às questões biológicas/fisiológicas, psicológicas/comportamentais, sociológicos/relacionais e ambientes/organizacionais, a única esfera que obteve resultado insatisfatório foi a econômica/política. Os resultados finais indicam a necessidade de ações para manter e melhorar os fatores relacionados com a QVT que se apresentam como satisfatórios e corrigir os que foram insatisfatórios.

Palavras-chaves: Qualidade de vida no trabalho. Professores. Escola pública.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo das dimensões básicas da tarefa Halckman e Oldham ............... 36

Figura 2 – Classificação da qualidade de vida no trabalho ....................................... 62

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gênero dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles .............. 65

Gráfico 2 – Idade dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles ................. 66

Gráfico 3 – Estado Civil dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles ....... 67

Gráfico 4 – Escolaridade dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles...... 67

Gráfico 5 – Tempo de serviço dos professores da escola estadual Roque Gonzáles ... 69

Gráfico 6 – Esferas .................................................................................................... 70

Gráfico 7 – Esfera Biológica e Fisiológica ................................................................. 72

Gráfico 8 – Esfera Psicológica e Comportamental .................................................... 75

Gráfico 9 – Esfera Sociológica e Relacional.............................................................. 79

Gráfico 10 – Esfera Econômica e Política ................................................................. 82

Gráfico 11 – Esfera Ambiental e Organizacional ....................................................... 85

Gráfico 12– Auto avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho ................................ 88

Gráfico 13 – Comparação entre a média geral e a autoavaliação QV ...................... 89

Gráfico 14 – Aspectos satisfatórios e insatisfatórios das esferas .............................. 90

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Concepção evolutiva de QVT por Nadler e Lawer.................................. 24

Quadro 2 – Esquema clássico das necessidades de Maslow e Herzberg ................ 30

Quadro 3 – Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no Trabalho – QVT ........ 32

Quadro 4– Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho ...................................... 38

Quadro 5 – Modelo de Werther e Davis – Elementos de QVT .................................. 40

Quadro 6 – Fatores que fomentam a efetividade dos programas de QVT ................ 42

Quadro 7 – Esfera e aspectos do QWTL-42 ............................................................. 57

Quadro 8 – Aspectos e questões da esfera Biológica e Fisiológica .......................... 71

Quadro 9 – Aspectos e questões da esfera Psicológica/ Ambiental ......................... 74

Quadro 10 – Aspectos e questões da esfera Sociológica e relacional ...................... 78

Quadro 11 – Aspectos e questões da esfera Econômica e Política .......................... 81

Quadro 12 – Aspectos e questões da esfera Ambiental e Organizacional ................ 85

Quadro 13– Aspectos e questões da autoavaliação ................................................. 88

Quadro 14 – Sugestões de melhorias ....................................................................... 91

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SEU AMBIENTE ............................... 11

1.1 HISTÓRICO ........................................................................................................ 11

1.2 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO ....................................................................... 12

1.3 SERVIÇOS .......................................................................................................... 12

1.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 12

1.5 MERCADO DE ATUAÇÃO .................................................................................. 13

1.6 PRINCIPAIS CLIENTES...................................................................................... 13

1.7 PRINCIPAIS PARCEIROS .................................................................................. 13

1.8 ÓRGÃOS REGULAMENTADORES .................................................................... 14

2 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA ............................................................................... 15

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17

3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 17

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 17

4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 18

5 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 20

5.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO .............................................................. 20

5.1.1 Origem e evolução da qualidade de vida no trabalho ................................. 22

5.1.2 Conceitos de qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho ............. 25

5.1.3 Modelos de QVT ............................................................................................. 28

5.1.3.1 Necessidades Humanas Maslow e Herzberg ................................................ 28

5.1.3.2 Modelo de Walton – 1973 .............................................................................. 31

5.1.3.3 Modelo de Hackman e Oldham – 1974 ......................................................... 34

5.1.3.4 Modelo Westley – 1979 ................................................................................. 36

5.1.3.5 Modelo de Werther e Davis – 1983 ............................................................... 39

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5.1.3.6 Modelo de Nadler e Lawler – 1983 ................................................................ 41

5.2 CENÁRIO EDUCACIONAL BRASILEIRO ........................................................... 43

5.2.1 Docência e a saúde do professor na rede pública ...................................... 45

5.2.2 Professores do Ensino Médio e sua importância no ensino ...................... 48

5.3 QUALIDADE NA EDUCAÇÃO ............................................................................ 51

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 54

6.1 ESTRATÉGIAS E TIPO DE PESQUISA ............................................................. 54

6.2 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO E PLANO DE AMOSTRAGEM: ............... 55

6.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS ................................................................. 55

6.4 TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE DADOS ............................................................ 60

7 APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS ................................................................. 64

7.1 Análise dos dados demográficos ......................................................................... 64

7.1.1 Perfil dos Professores ...................................................................................... 64

7.2 Análise das esferas e seus aspectos .................................................................. 70

7.2.1 Esfera Biológica e Fisiológica ....................................................................... 71

7.2.2 Esfera Psicológica e Comportamental ......................................................... 74

7.2.3 Esfera Sociológica e Relacional ................................................................... 78

7.2.4 Esfera Econômica e Política .......................................................................... 81

7.2.5 Esfera Ambiental e Organizacional............................................................... 84

7.2.6 Auto avaliação da qualidade de vida no trabalho........................................ 88

7.2.7 Sugestões de melhorias ................................................................................ 90

CONSIDERAÇÃOES FINAIS ................................................................................... 94

LIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................................................... 96

SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS .......................................................... 97

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 98

APÊNDICE A .......................................................................................................... 102

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INTRODUÇÃO

Em razão da competitividade no mercado hoje ser cada vez mais acirrada, a

qualidade se torna um fator diferenciado para quem a possui, seja na fabricação de

um produto quanto na execução de um serviço. A maneira que essas empresas

encontram de se tornarem distintas e adquirir uma vantagem competitiva depende

dos seus funcionários, ou seja, das pessoas que fazem parte do seu contexto

organizacional. É essencial que as instituições se preocupem com os seus

profissionais e com o seu local de trabalho, dessa forma, garantem o bom

desenvolvimento nas suas funções. Portanto, a gestão de pessoas é de extrema

importância, sendo um fator competitivo dentro das organizações, garantindo que as

empresas possam oferecer melhores serviços e com mais qualidade.

A QVT busca uma condição na qual os profissionais executem suas tarefas,

alcançando seus objetivos e os da organização ao mesmo tempo, sem que isso lhes

causem desmotivações e insatisfações pessoais. A QVT trata de vários conceitos

sendo em sua maioria sobre o bem-estar no ambiente de trabalho e quando

avaliados pelos funcionários resultam em satisfação ou insatisfação afetando

diretamente o resultado final de seu serviço. Para Fernandes (1996, p. 36):

Na verdade, porém, são as reformulações em nível do trabalho em si que constituem o objetivo principal das ações implicadas na Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), visando garantir maior eficácia e produtividade e, ao mesmo tempo, o atendimento das necessidades básicas dos trabalhadores.

Contudo, antes de entrar na questão de produtividade, é necessário rever a

questão de formação dessas pessoas, no caso da atividade docente é de suma

importância, pois a educação é um dos pilares de desenvolvimento da sociedade, os

professores passam conhecimento em forma de ensino e aprendizagem para a

formação de cidadãos responsáveis pelas questões culturais, econômicas e políticas

de um país.

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No Brasil, a carreira docente vem passando por diversas dificuldades que

envolvem as abordagens de QVT. Problemas de saúde física, mental e social

surgem pelo fato desses profissionais absorverem muita pressão no seu cotidiano.

Principalmente na atividade docente pública que esses problemas surgem, devido

aos baixos salários que dificilmente cobrem todas as necessidades básicas, longas

jornadas de trabalho que se tornam exaustivas e sem muito tempo de repouso.

Ademais existe a necessidade de se qualificarem, pois é uma profissão que exige

atualização permanente, estresse devido ao acúmulo de atividades desenvolvidas,

superlotação nas salas de aulas pelo fato das escolas não suprirem a demanda de

alunos que estão matriculados. Conforme Limongi-França (2003), o exercício da

docência é uma das atividades profissionais que mais é afetada pelo estresse e

outras síndromes que influenciam na qualidade de vida no trabalho (QVT). Este

estudo busca abordar as questões de QVT em relação ao trabalho dos professores

em uma escola da rede pública.

Esta pesquisa foi estruturada com a introdução no primeiro capítulo da

caracterização da organização, no caso, da Escola Estadual de Ensino Médio Roque

Gonzáles, onde foi realizada a pesquisa. O segundo capítulo descreve a definição

do problema, contextualizado no meio social em que se vive referente ao Ensino

Médio das Escolas Públicas, mostrando a relação do ensino e da aprendizagem,

assim como, seus profissionais na carreira docente e na sua visão em relação à

QVT.

O terceiro capítulo apresenta os objetivos deste estudo, geral e específicos, já

no quarto capítulo explana a justificativa para a elaboração desta pesquisa.

O quinto capítulo trata do referencial teórico do estudo, apresenta a definição

de qualidade de vida no trabalho, os conceitos, a origem, os modelos e aborda

temas da docência na atualidade e em específico no Ensino Médio.

O sexto capítulo expõe a metodologia utilizada neste estudo, abordando uma

etapa quantitativa descritiva, sendo que o instrumento usado é o questionário TQWL

– 42 que foi dividido em 47 questões distribuídas em definição do perfil, 5 esferas e

o aspecto de autoavaliação na qualidade de vida no trabalho.

O sétimo capítulo exibe a análise de dados, já que a pesquisa foi realizada

com 100% dos professores atuantes na escola. A análise foi dividida por dados

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demográficos, traçando o perfil predominante no estudo e dados das esferas com

seus aspectos em relação à QVT no ambiente de trabalho. Também foi elaborado

um quadro com sugestões de melhorias para os aspectos que se encontravam com

os resultados insatisfatórios.

No último capítulo estão as considerações finais, na qual se conclui o estudo,

fazendo um fechamento sobre a qualidade de vida no trabalho dentro da escola

estadual estudada. Nesse capítulo também se encontram as limitações e sugestões

para futuras pesquisas.

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1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SEU AMBIENTE

Nessa seção se apresenta um resumo da instituição, mostrando seu histórico,

objetivos, serviços, estrutura, mercado de atuação, principais clientes e principais

parceiros. Para Dornelas (2015) essa é a parte do estudo que se mostra as

características únicas da organização.

1.1 HISTÓRICO

A Escola Estadual de Ensino Médio Roque Gonzáles foi fundada em 06 de

outubro de 1939. Recebeu esse nome em homenagem ao padre Roque Gonzáles,

considerado mártir das missões jesuíticas. Localiza-se na Avenida Cavalhada nº

2433, no bairro Cavalhada. Desde a sua fundação, a sua tipologia alterou-se

bastante, de Grupo Escolar, para Escola de 1º Grau e depois para Escola de Ensino

Fundamental. No ano de 2004 foi implantado o Ensino Médio. Desde então, as

séries do Ensino Fundamental foram sendo gradualmente extintas, se tornando

somente uma escola de Ensino Médio. A instituição conta com importantes espaços

pedagógicos equipados que contribuem muito para a formação de seus alunos.

(ROQUE NA REDE, 2012).

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1.2 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO

A Escola tem como principal objetivo a constante melhoria na qualidade de

ensino, fazendo com que professores, alunos e funcionários se sintam cada vez

mais satisfeitos.

1.3 SERVIÇOS

O principal serviço prestado pela instituição é o de ensino, visa obter e

produzir conhecimentos que contribuam com a comunidade.

1.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Na parte estrutural da organização, a escola possui um quadro de

funcionários com suas respectivas funções: uma diretora, três vice-diretoras, uma

para cada turno, cerca de quarenta professores e auxiliares de serviços gerais.

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1.5 MERCADO DE ATUAÇÃO

Seu mercado de atuação é o da área de ensino, onde a escola procura

transferir conhecimento para os alunos através de uma educação eficiente e de

qualidade.

1.6 PRINCIPAIS CLIENTES

Seus principais clientes são alunos do Ensino Médio, adolescentes de 15 a 19

anos de idade, em sua maioria.

1.7 PRINCIPAIS PARCEIROS

Um dos seus principais parceiros é um Posto de Atendimento à Saúde que

atendem aos funcionários e alunos quando necessário.

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1.8 ÓRGÃOS REGULAMENTADORES

SEC – Secretaria da Educação é um órgão público que as escolas da rede

estadual devem se reportar. Ocorrem os pagamentos, contratações e

desligamentos.

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2 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA

A educação é um aspecto primordial para o desenvolvimento de uma

sociedade. No Brasil nunca foi tratada como prioridade e atualmente vive uma crise

importante por motivos políticos, econômicos e sociais pelos quais o país passa. A

qualidade do ensino afeta diretamente o aprendizado das pessoas, portanto, deveria

ser valorizado e tratado como prioridade para que mudanças significativas

pudessem ser implementadas na construção de uma sociedade mais justa e mais

desenvolvida. Segundo Freire (2001, p. 10),

[...] todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança.

Alguns exemplos demonstram que professores se afastam da docência por

diferentes fatores relacionados à saúde, como: estresse, depressão, entre outras

doenças que muitas vezes poderiam ser evitadas. Mas, por falta de cuidados, tais

enfermidades se manifestam em longo prazo, tornando-se um prejuízo tanto para a

instituição, como para o trabalhador, como para o Estado. Esses profissionais

deveriam dispor de boas condições mentais, físicas, econômicas para oferecerem

influência positiva ao processo educacional. De acordo com Demo(2000), os

professores deveriam empreender uma educação que desenvolva competências,

aplicando práticas exigidas pelo mercado, tendo como pontos fundamentais, a

determinação de trabalhar a cidadania, a competitividade e a empregabilidade.

Portanto, os educadores de modo geral têm passado por dificuldades no

decorrer da sua prática docente, surgindo consequências negativas na sua vida

profissional, econômica, física e mental, desse modo, esses fatores afetam

diretamente sua maneira de ensinar. Para Torres (2003), essa categoria de

profissionais, principalmente os das escolas públicas, vivem inseridos num cenário

de dificuldades e incertezas, sobressaindo-se as baixas remunerações, as

condições materiais precárias, falta de estrutura para dar aulas e a correria em

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trabalhar em várias instituições ao mesmo tempo para garantir a sua sobrevivência

na sociedade, fatos esses que vêm de anos repetindo-se na história profissional dos

docentes. Hoje, a visão que a comunidade tem é de que essas escolas possuem um

ensino fraco e de má qualidade. Com melhores estruturas, salas organizadas,

professores motivados acarretaria em benefícios para os alunos, para os

educadores e para sociedade. A busca por melhorias é crescente, pois a luta com as

barreiras existentes é constante, a qualidade dentro e fora da escola seria uma

forma de organizar e mudar o que está errado.

A qualidade não acontece por si mesma. Ela deve ser construída no dia-a-dia da escola por todas as pessoas direta ou indiretamente envolvidas no processo educacional. Tais pessoas devem ser educadas para a melhoria contínua, para a solução de problemas, para o trabalho em equipe, para a comunicação, para o uso das ferramentas estatísticas, para o planejamento e para a monitoração dos processos, visando à garantia dos resultados (MEZOMO, 1997, p. 141).

O processo para adquirir a mudança e gerar qualidade não é instantâneo, o

resultado não aparece em pouco tempo e é um processo de muito trabalho para

alcançar as conquistas. Os profissionais docentes devem ser pacientes e alguns

aspectos são prioritários e precisam ser atendidos, como a adequação do serviço

aos objetivos de cada organização, planejando para ter um melhor resultado na

integração dos processos (MEZOMO, 1997). Para obter essas mudanças é

necessário buscar um modelo de gestão onde sejam consideradas as necessidades

da comunidade em questão, onde abranjam o atendimento dos envolvidos: alunos,

professores e escola. Portanto, analisando uma escola de Ensino Médio da rede

pública ficam as seguintes questões: “Os professores da rede pública estão sendo

afetados no lado profissional, nas questões físicas, psicológicas, relacionais,

econômicas e políticas e no ambiente de trabalho? Qual a percepção de qualidade

de vida no trabalho para os educadores da Escola citada?”

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Identificar a percepção dos professores quanto à qualidade de vida no

trabalho em uma escola da rede pública de Porto Alegre sob a ótica de cinco

dimensões apresentadas.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Consideram-se abaixo os objetivos específicos:

a) descrever os resultados obtidos sobre a Qualidade de Vida no Trabalho –

QVT;

b) identificar os pontos positivos e negativos em relação à Qualidade de Vida

no Trabalho – QVT, sobre a ótica das esferas: biológica/fisiológica,

psicológica/comportamental, sociológico/relacional, econômica/política e

ambiente/organizacional, na organização pesquisada;

c) analisar oportunidades de investimentos futuros em ações de qualidade

de vida no trabalho nessa escola a partir dos resultados.

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4 JUSTIFICATIVA

A justificativa pela escolha desta pesquisa se deu em razão de que, na Escola

Estadual Roque Gonzáles se percebeu a dificuldade com alguns aspectos que

influenciam o trabalho dos professores buscando melhorias relacionadas à

qualidade de vida no trabalho que consequentemente afetou no ambiente

organizacional e na satisfação dos educadores.

Atualmente, os resultados que são adquiridos em escolas públicas não são

necessariamente os que elas realmente buscam e a sua qualidade surge em

decorrência disso. O que se espera do ensino é a preparação de um aluno voltado

para o mercado de trabalho, o número de alunos matriculados iguais ao número de

formandos e a conquista de conhecimento adquirido adequado. Mas a realidade é

outra: as notas são baixas, o número de alunos repetentes é alto, o nível de

conhecimento adquirido é mínimo.

Na realidade das escolas da rede pública, encontram-se uma situação ainda

mais grave, não possuem uma assistência periódica, possuindo precariedade nos

materiais didáticos, por exemplo, fazendo com que os profissionais da área da

educação se desmotivem afetando diretamente as suas aulas. Contudo, o excesso

de atividades na docência também é um dos principais fatores que influenciam na

saúde de uma instituição. Os desgastes físicos e mentais fazem com que a

produtividade e a motivação caiam de rendimento. Com a busca de um ensino e

aprendizagem com maior qualidade a escola trará o que ela realmente espera e

acredita ser bom traçando princípios, criando um planejamento, mantendo o

controle, desenvolvendo uma estrutura e analisando os seus resultados. A partir

desta pesquisa se buscou as práticas que podem ser mantidas e as que podem ser

melhoradas dentro dessa instituição de ensino.

Para alcançar as melhorias é necessário que os educadores devam ter uma

boa relação com seus alunos para com eles construir um melhor ambiente de

ensino, buscando uma parceria no processo de construção do conhecimento. Nesse

convívio diário sendo de forma saudável só trará benefícios, tanto para os alunos

como para os professores. Cada escola tem uma forma de administrar, mas o foco

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principal de todas é o mesmo: a aprendizagem depende do ensino e o ensino

depende do professor.

Com toda essa reciprocidade, os professores e os alunos terão uma visão

diferente do que as cercam hoje. Obtendo uma melhora no local de ensino, trazendo

benefícios para todos: escola, educador, educando e sociedade.

Esta pesquisa é viável porque o assunto é de interesse da escola e da

pesquisadora que já estudou na Instituição. Os educadores da escola veem a

pesquisa com relevância, pois ter uma Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é

sinônimo de bem-estar, visualizam como uma oportunidade para o próprio

desenvolvimento pessoal e profissional dentro e fora da sala de aula.

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5 REFERENCIAL TEÓRICO

Para um melhor entendimento do objetivo e da análise deste trabalho, a

revisão da literatura trará conceitos, citações relevantes e teorias disponíveis de

autores sobre o assunto abordado, dando sustentabilidade e abrangência ao tema.

Este projeto de pesquisa aborda a questão da qualidade de vida no trabalho dos

professores de uma escola pública de Porto Alegre. Para tanto, foram tomados

como base alguns referenciais teóricos que serão apresentados a seguir.

5.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

As organizações que almejam sucesso tentam manter e buscar a satisfação

de seu público externo, mas antes de tudo precisam se preocupar com o seu público

interno, seus profissionais, quem constitui a organização. Atualmente, as empresas

que cercam as pessoas estão vivendo constantes mudanças. Conforme Sampaio e

Goulart (1999), embora haja avanços significativos, muitos fatores negativos estão

aparecendo para a maioria das pessoas, a complexidade que as organizações se

encontram e os aparecimentos de projetos de produção em massa trazem uma

maior desumanização do trabalho.

Está cada vez mais difícil acompanhar os avanços na sociedade. São as

pessoas que mais sofrem com isso. A pressão por parte externa e interna afeta seu

lado profissional e pessoal, segundo Limongi-França (2003, p. 20):

Existe uma nova realidade social: aumento da expectativa de vida, maior tempo de vida trabalhando em atividades produtivas, maior consciência do direito à saúde, apelos a novos hábitos e estilos comportamentais, responsabilidade social e consolidação do compromisso de desenvolvimento sustentável.

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Os profissionais acabam passando mais tempo nas empresas do que no seu

próprio ambiente de lazer. Por esses e outros motivos a qualidade de vida no

trabalho se torna um fator importante na caminhada de uma pessoa, pois tem sido

apontada como algo motivador no desempenho humano, trazendo maiores

motivações para continuar nessa jornada (SAMPAIO; GOULART, 1999).

A QVT é um assunto amplo, existindo muitas e difíceis definições que se

traduzem em como o sujeito se enxerga em relação à vida, no seu estado físico e

emocional que são influenciados por fatores sociais, ambientais e culturais.

Conforme Limongi-França (2003), analisando os vários tipos de esforços

denominados de Qualidade de Vida no Trabalho podem ser identificados em vários

níveis, entre eles as práticas organizacionais com resultados positivos dos pontos de

visa empresarial e pessoal, os modelos de gestão expressos na evolução das

teorias de administração e os elementos que caracterizam a missão QVT nas

organizações.

A QVT abrange melhorias e traz inovações gerenciais, buscando motivações

e satisfações para a empresa e para seu profissional. Com isso, oportunidades

aparecem para os dois lados, sendo indispensável essa prática na sociedade atual.

Nesse sentido Fernandes (1996) fala que a QVT engloba atos legislativos, que

protegem o trabalhador, mas também atendimentos às necessidades e aspirações

humanas, tendo por fim uma ideia de humanização do trabalho e responsabilidade

social na empresa. Para Búrigo (1997, p. 30),

A Qualidade de Vida no Trabalho busca humanizar as relações de atividades na organização, mantendo uma relação próxima entre a satisfação do funcionário no seu local de trabalho e a sua produtividade. Constitui-se, ainda, a condição de vida no trabalho, interligado ao bem-estar, à saúde e a segurança do trabalhador.

Conforme Mezomo (1997), a educação é um dos principais pilares de

desenvolvimento de uma sociedade, a partir disso, constituem os cidadãos

formadores dessa sociedade, sendo os professores os principais formadores dessa

educação. Esses profissionais passam por diversas situações que envolvem os

conceitos de QVT.

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5.1.1 Origem e evolução da qualidade de vida no trabalho

O tema qualidade de vida no trabalho é abordado por muitos autores e possui

diversas definições, em sua maioria fala das motivações e bem-estar de um ser

humano e esse assunto vem sendo falado desde o início da existência do homem.

Rodrigues (1994) fala dos ensinamentos de Euclides de Alexandria sobre os

princípios de geometria, há 300 A.C que foram aplicados para melhoramento do

método de trabalho dos agricultores à margem do rio Nilo, o autor também cita a lei

das Alavancas, de Arquimedes que há 287 A.C teve grande importância diminuindo

o esforço físico de muitos trabalhadores.

Conforme Sampaio e Goulart (1999) esse assunto é representado no passado

pela busca de satisfação do trabalhador, a tentativa de redução das causas de

desmotivação e do elevado esforço físico no local de trabalho. A partir da

sistematização dos métodos de produção nos séculos XVIII e XIX, onde as

condições de trabalhos começaram a ser estudadas de forma científica, começando

pelos economistas liberais, depois pelos teóricos da Administração Científica e

posteriormente pela Escola de Relações Humanas.

Com isso, mantendo a visão de Sampaio e Goulart (1999), a Escola de

Relações Humanas foi a que maior teve identificação com o movimento, tinha em

sua maioria, boa parte preocupada com a psicologia individual e com a vida social

oferecendo as contribuições abaixo.

Elton Mayo é o pioneiro da Escola de Relações Humanas descobrindo a

importância das relações sociais do trabalhador, analisando que quando acontecem

determinados fenômenos de grupo, a produtividade aumenta (SAMPAIO;

GOULART, 1999).

Os estudos de Maslow e de Herzberg sobre a motivação humana

apresentaram conceitos teóricos para o tema. O primeiro fez o desenvolvimento da

teoria sobre a hierarquia das motivações, segundo ele uma vez satisfeitos os

motivos primários, aparecem os motivos secundários. Herzberg, apresentou uma

teoria que os motivos se agrupavam em dois blocos: os fatores higiênicos,

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necessários ao trabalho e indispensáveis para o estado de equilíbrio se manter, bem

como os fatores motivacionais, que tendem a aumentar o interesse da pessoa pelo

trabalho (SAMPAIO; GOULART, 1999).

Iniciados por Kurt Lewin e desenvolvidos por seus discípulos e seguidores os

estudos de dinâmicas de grupos focalizaram os fenômenos de grupo, mostrando

que a convivência e a participação tendem a aumentar o resultado no trabalho

(SAMPAIO; GOULART, 1999).

Esses foram os principais estudos e de maior proximidade do tema de

qualidade de vida no trabalho, mas o assunto foi abordado com esse título, segundo

Fernandes (1996) em 1950 por Eric Trist e seus colaboradores que desenvolveram

estudos com termos de uma abordagem sociotécnica em relação a organização do

trabalho para obterem resultados sobre o indivíduo, o trabalho e a organização, com

base na análise e mudança da tarefa que tinha o objetivo de tornar a vida dos

trabalhadores melhor.

Contudo, Vieira (1996) complementa que o assunto foi introduzido

publicamente na década de 70, por Louis Davis aumentando seu trabalho em cima

desse projeto de QVT e delineando cargos. Os movimentos de QVT foram se

prolongando até 1974, quando a inflação atingiu países do ocidente, gerando

desinteresse pelo tema e tirando o foco das empresas, deslocando a atenção para

acharem outras formas de sobreviver. Em 1979, a QVT ressurgiu, principalmente

nos EUA, onde constataram que houve uma diminuição de interesses dos

funcionários com seus trabalhos.

Para Sampaio e Goulart (1999), atualmente enxergam o movimento de QVT

amplamente difundido nos países da Europa. Países em processo de

desenvolvimento, como no Brasil, já começam a ver a QVT como algo importante,

um indicador importante foi a realização de um Congresso Internacional em Gestão

de Competências em Qualidade de Vida no Trabalho, no ano 1998.

No Brasil, a partir da década de 90, a expressão de QVT começou a participar

do discurso acadêmico, da literatura relativa ao comportamento nas organizações,

dos programas de qualidade total e das conversas informais (BOM SUCESSO,

2002).

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Fernandes (1996) fala da concepção evolutiva cronológica de Nadler e Lawer,

examinando QVT no passar dos anos.

Quadro 1 – Concepção evolutiva de QVT por Nadler e Lawer

CONCEPÇÃO EVOLUTIVA DO QVT

CARACTERÍSTICAS OU VISÃO

1 – QVT como uma variável (1959 a 1972)

Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

2 – QVT como uma abordagem (1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao empregado como à Direção.

3 – QVT como um método (1972 a 975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era visto como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica.

4 – QVT como um movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos – administração participativa e democracia industrial – eram frequentemente ditos como ideias do movimento de QVT.

5 – QVT como tudo (1979 a 1982)

Como panaceia contra a competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outros organizacionais.

6 – QVT como nada (futuro)

No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passará de um “modismo” passageiro.

Fonte: Fernandes (1996, p. 42).

Conforme Fernandes (1996), a QVT passou por diferentes concepções, o

primeiro passo para implantação do programa é entender o que se trata. A evolução

do tema foi se desenvolvendo em cima de estudos de diversos autores que foram

analisando o comportamento humano no seu local de trabalho tirando algumas

conclusões em cima disso.

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5.1.2 Conceitos de qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho

Para falar de qualidade de vida no trabalho é necessário analisar o que é uma

pessoa possuir qualidade de vida, conforme Sampaio e Goulart (1999) o termo

“qualidade” se refere a certas características consideradas indicadores de

superioridade em relação a determinado assunto. O termo “vida” já é algo mais

complexo, é definido como algo que envolve: saúde, relações familiares

satisfatórias, condições financeiras estáveis, entre outros aspectos.

A partir das preocupações dos ecologistas com a qualidade do meio

ambiente, estão sendo criadas leis nacionais e internacionais no intuito de proteger a

vida. Com isso, o controle da qualidade do ar, o combate à poluição, a rejeição ao

desflorestamento são alguns indicadores de qualidade de vida. Pela visão social, os

economistas, sociólogos e políticos sociais estão preocupados com a riqueza e o

bem-estar de uma sociedade, analisando-os por meio de indicadores sociais como:

número de crimes, suicídios, violência urbana, desintegração familiar e renda. A

psicologia tem incluído outros indicadores a esse conceito, como: busca de

satisfação no trabalho, o estresse e maneiras de como evitá-lo e, então, a

necessidade de garanti-la no meio de trabalho (SAMPAIO; GOULART,1999).

Ainda, citado por Sampaio e Goulart (1999) relatam que se pode dizer que a

Qualidade de Vida tem que ser apresentada como algo que traz mudanças sociais,

políticas e ideológicas. O crescimento da riqueza econômica em países

desenvolvidos não produz necessariamente o bem-estar da população, muito pelo

contrário, as pessoas acabam sendo submissas em regimes de trabalhos

desumanos, com condições degradantes de trabalho ou com salários indignos, que

não oferecem oportunidade para uma vida saudável. A Organização Mundial de

Saúde definiu a qualidade de vida englobando cinco dimensões: saúde física, saúde

psicológica, nível de independência, relações sociais e do meio ambiente.

Contudo, mostrar-se-á o ponto de vista de alguns autores sobre a qualidade

de vida no trabalho que é um tema envolvendo muitos conceitos. As organizações

que inserem essa modalidade em seu contexto, buscam a melhoria na saúde e na

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sua forma de organizar, fazendo com que o ser humano se sinta melhor e mais

satisfeito no seu local de trabalho. Segundo Fernandes (1996, p.35-36):

A tecnologia QVT (Qualidade de vida no Trabalho) pode ser utilizada para que as organizações renovem suas formas de organização do trabalho, de modo que, ao mesmo tempo em que se eleve o nível de satisfação pessoal, se eleve também a produtividade das empresas, como resultado de maior participação dos empregados nos processos relacionados ao seu trabalho.

Então, a QVT teve seu foco mais concentrado nas pessoas do que nos

resultados organizacionais. Desenvolveu uma tendência de cooperação entre

trabalhadores e gerência, com o objetivo de implementar projetos que

apresentassem resultados para ambos (GUIMARÃES, 2004).

Por falar em pessoas, o tema QVT se abre como um leque amplo e complexo

nas palavras de Limongi-França (2003) com o foco nas pessoas, considerando a

temática de QVT também se estende a ergonomia nos levantamentos de riscos

ocupacionais do trabalho, na carga mental, na psicologia comportamental, na

psicologia do trabalho, nas questões de saúde e na segurança do trabalho, no

contrato psicológico, na empregabilidade, na liderança, na motivação, na fidelidade,

nos processos comportamentais, nas expectativas, nos esforços repetitivos, na

psicopatologia, na comunicação tecnológica e no significado do trabalho.

A autora mostra que para ela a QVT é mais que simples palavras, é o

envolvimento de muitas situações, tanto no lado pessoal como interpessoal. Muitas

questões em que o indivíduo se encontra envolvido serão resolvidas de uma forma

melhor quando existir qualidade.

Conforme Chiavenato (2010), a QVT implica em respeito pelas pessoas. Para

as pessoas conseguirem alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade as

organizações precisam delas motivadas, que participem dos trabalhos que lhes são

dados e que sejam recompensadas de forma adequada por aquilo que fazem.

Quando tratada como método, a QVT seria um conjunto de procedimentos ou

de tecnologias para aumentar o desenvolvimento do trabalho, fazendo-o mais

produtivo e mais satisfatório (GUIMARÃES, 2004).

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Na mesma visão, Fernandes (1996) mostra que é evidente que nem todos os

problemas de produtividade e nem todo tipo de insatisfação do empregado, poderá

ser resolvido pela QVT. Sua aplicação conduz em melhores desempenhos, evita

maiores desperdícios e reduz custos operacionais. Quando a organização se torna

mais atraente para o funcionário, maior rendimento ele buscará, trazendo benefícios

para dentro e fora da instituição. O empregador também ganha com essa motivação

interna dos seus empregados, pois um serviço com pessoas mais satisfeitas traz

maior benefício e, por consequência, atendem melhor o público externo. Levando

esse contexto para dentro de uma escola de ensino público, analisa-se que isso se

mantém, pois um professor mais satisfeito trará maiores benefícios para a instituição

de ensino, assim como, o diretor também terá suas vantagens. Consequentemente,

com o educador mais motivado os ensinamentos serão passados com maior prazer

para seus alunos.

Toda sociedade acaba se envolvendo no processo de QVT, como muitos

autores falam do assunto de diferentes formas verifica-se que em sua maioria citam

o bem-estar das pessoas, segundo Limongi-França (2003, p. 22):

As definições de QVT vão desde cuidados médicos estabelecidos pela legislação de saúde e segurança até atividades voluntárias dos empregadores nas áreas de lazer, motivação, entre inúmeras outras. A maioria desses caminhos leva à discussão das condições de vida e do bem-estar de pessoas, grupos, comunidades e até mesmo do planeta inteiro e de sua inserção no universo.

Analisa-se que a QVT é algo indispensável nas organizações e envolve todas

as áreas que a constitui, dando-lhes motivações, trazendo benefícios, havendo

trabalhos com maior número de pessoas satisfeitas, entre outras. A sociedade

precisa ter e viver com qualidade principalmente nas áreas em que atuam e passam

boa parte do seu dia, isto é, em seus trabalhos (LIMONGI-FRANÇA, 2003).

Fazendo uma análise desses dois conceitos, alguns autores tentam

estabelecer uma diferença de qualidade de vida dentro e fora do trabalho. Segundo

Rodrigues (1994) pessoas que não estão com a vida familiar conforme gostariam,

encontram-se insatisfeitos, tendem a ver o trabalho como uma única forma de

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adquirir satisfação e, por isso, suportam mais os problemas gerados nesse local,

tornando-se pouco exigentes.

Conforme Limongi-França (2003) quando a pessoa realiza um trabalho ela

está envolvida em um contexto social mais amplo, esse trabalho tem socialmente

uma representação que acaba causando impacto na vida e em como essa pessoa

está se sentindo, podendo levar a momentos de maior ou de menor desgaste.

Os autores Sampaio e Goulart (1999) dizem que a qualidade de vida pessoal

e a no trabalho não possuem a mesma teoria, mas elas são interligadas. Uma

pessoa com insatisfação dentro do seu ambiente de trabalho pode levar isso para

sua vida familiar, assim como, não estar bem no seu local de lazer e familiar, pode-

se ver o seu local de trabalho como uma saída, buscando melhorias e a satisfação.

5.1.3 Modelos de QVT

Os modelos de QVT existem porque nem todas as pessoas pensam e agem

da mesma maneira, a cultura de cada pessoa e de cada organização varia. Então, a

QVT não é determinada apenas por características individuais ou situacionais

(CHIAVENATO, 2010).

5.1.3.1 Necessidades Humanas Maslow e Herzberg

Para falar dos modelos de QVT pode-se começar com estudo de autores

clássicos como Maslow e Herzberg. Os autores desenvolveram os fatores

motivacionais ligados às necessidades humanas, preocupando-se com os fatores

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motivacionais com reflexo no desempenho e na autorrealização da pessoa

(FERNANDES, 1996).

Conforme Chiavenato (1997), a Teoria de Maslow parte do princípio de que

os motivos do comportamento humano dependem de si, ou seja, sua motivação para

agir e se comportar depende de forças que existam dentro do próprio ser. Sua teoria

é demonstrada em uma pirâmide que da base ao topo às necessidades variam entre

primárias e secundárias. Os termos da hierarquia de Maslow se definem da seguinte

forma:

a) necessidades fisiológicas: encontra-se no nível mais baixo de todas as

necessidade humanas. São necessidades inatas, ou seja, alimentação,

sono, abrigo, entre outras. Tem como característica a premência, quando

alguma necessidade não está satisfeita, ela domina a direção de como a

pessoa se comportará;

b) necessidades de segurança: leva a pessoa a se proteger de perigos reais

ou abstratos. Nela as pessoas buscam um mundo ordenado e previsível

sem ameaças ou privações, procurando a estabilidade;

c) necessidades sociais: são necessidades com relação à vida, associadas

ao indivíduo junto a outras pessoas. São a parte de participação, de

aceitação por parte dos colegas. Surgem quando as necessidades

fisiológicas e segurança se encontram relativamente satisfeitas;

d) necessidades de estima: são necessidades com relação na forma pela

qual a pessoa se vê e se avalia, sua autoestima;

e) necessidades de auto realização: são necessidades que levam as

pessoas a realizar seu próprio potencial e se devolver como ser humano;

essa necessidade tem relação com autonomia e independência.

Analisando as necessidades exemplificadas acima, verifica-se se que uma

depende da outra, quando uma necessidade não está satisfeita influenciará no

comportamento humano. Conforme Chiavenato (1997), Herzberg se baseia no

ambiente externo e no trabalho do indivíduo, para ele a motivação de uma pessoa

depende de dois fatores:

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a) fatores higiênicos: referem-se às condições que influenciam as pessoas

enquanto estão no seu ambiente de trabalho, envolvendo as condições

físicas e ambientais de trabalho, salário, benefícios sociais, políticas da

empresa, entre outros;

b) fatores motivacionais: referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos

deveres que o cargo proporciona. O termo motivação envolve sentimentos

de realização e do crescimento encontrando reconhecimento profissional;

c) Quando os fatores motivacionais estão em bom desempenho, elevam a

satisfação da pessoa, quando não estão bons, provocam ausência de

satisfação.

Contudo, analisa-se que esses fatores têm grande influência na satisfação ou

insatisfação das pessoas. Para Chiavenato (1997), Herzberg enfatiza aqueles

fatores que, normalmente são negligenciados e desprezados pelas organizações

causando a insatisfação de seus funcionários. Abaixo a pirâmide de necessidades:

Quadro 2 – Esquema clássico das necessidades de Maslow e Herzberg

Fonte: Fernandes (1996, p. 47).

Na pirâmide que se encontra no quadro 2, as necessidades de Maslow,

fisiológicas, de segurança e sociais são relacionadas com o fator higiênico de

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Herzberg, enquanto a necessidade de estima e autorrealização estão ligadas ao

fator motivacional (CHIAVENATO, 1997).

Na vida pessoal e organizacional as pessoas se deparam com inúmeras

situações relacionadas com tais necessidades e fatores, tendo elas forte influência

no tema de QVT.

5.1.3.2 Modelo de Walton – 1973

O modelo de Walton (1973) teve forte influência quando se fala no assunto de

QVT. Esse modelo propõe oito categorias conceituais que incluem critérios de QVT

em artigos que podem ser considerados clássicos por terem fornecido um modelo de

análise de experimentos importantes sobre o tema (FERNANDES, 1996).

O modelo de Walton (1973), que se encontra no quadro 3, abaixo, é o que

possui mais dimensões e são divididas em critérios e indicadores de QVT,

ressaltando diversas situações na vida de uma pessoa dentro e fora do seu

ambiente de trabalho.

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Quadro 3 – Categorias Conceituais de Qualidade de Vida no Trabalho – QVT

CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT

1- COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA

equidade interna e externa; justiça na compensação; partilha dos ganhos de produtividade; proporcionalidade entre salários.

2- CONDIÇÕES DE TRABALHO

jornada de trabalho razoável; ambiente físico seguro e saudável; ausência de insalubridade.

3- USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES

Autonomia; autocontrole relativo; qualidades múltiplas; informações sobre o processo total do trabalho.

4- OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA

possibilidade de carreira; crescimento pessoal; perspectiva de avanço salarial; segurança de emprego.

5- INTEGRAÇÃO SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO

ausência de preconceitos; igualdade; mobilidade; relacionamento; senso comunitário.

6- CONSTITUCIONALISMO direitos de proteção do trabalhador; privacidade pessoal; liberdade de expressão; tratamento imparcial; direitos trabalhistas.

7- O TRABALHO E O ESPAÇO TOTAL DE VIDA

papel balanceado no trabalho; estabilidade de horários; poucas mudanças geográficas; tempo para lazer da família;

8- RELEVÂNCIA SOCIAL DO TRABALHO NA VIDA

imagem da empresa; responsabilidade social da empresa; responsabilidade pelos produtos; práticas de emprego;

Fonte: Fernandes (1996, p. 48).

Em relação à QVT esse modelo pode ser definido, da seguinte forma:

a) compensação justa e adequada: segundo Fernandes (1996), refere-se à

remuneração recebida pelo trabalho realizado. Para Chiavenato (2010) a

distribuição da compensação depende da adequação da remuneração do

trabalho que a pessoa realiza;

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b) condições de trabalho: segundo Fernandes (1996), refere-se às

condições existentes no local de trabalho. Para Chiavenato (2010)

abrange as dimensões jornada de trabalho e ambiente físico adequado à

saúde e o bem-estar;

c) uso e desenvolvimento de capacidades: segundo Fernandes (1996),

refere-se às oportunidades que o empregado tem de desenvolver e

aplicar seu conhecimento e aptidões profissionais. Para Chiavenato

(2010) proporciona oportunidades de satisfazer as necessidades de

utilização de habilidades e conhecimento do trabalhador, desenvolvendo

sua autonomia, seu autocontrole e sabendo sobre o processo de trabalho

até mesmo quanto ao seu desempenho.

d) oportunidade de crescimento e segurança: segundo Fernandes (1996), se

refere às oportunidades que a instituição estabelece para o

desenvolvimento e crescimento pessoal de seus empregados e para

segurança do emprego. Para Chiavenato (2010) proporciona

possibilidades de carreira na organização, crescimento pessoal e de

segurança no emprego por um longo período;

e) integração social na organização: segundo Fernandes (1996), refere-se

ao grau de integração social existente na instituição. Para Chiavenato

(2010) envolve a eliminação de barreiras hierárquicas marcantes,

fraquezas interpessoais e ausência de preconceito;

f) constitucionalismo: segundo Fernandes (1996), refere-se ao grau em que

os direitos do empregado são cumpridos na instituição. Para Chiavenato

(2010) é o estabelecimento de normas e regras da organização, direitos e

deveres do trabalhador;

g) trabalho e espaço total de vida: segundo Fernandes (1996), refere-se ao

equilíbrio entre o lado pessoal do empregado e o seu trabalho. Para

Chiavenato (2010) o trabalho não deve absorver todo o tempo do

trabalhador, terá que conciliar com sua vida familiar e particular, de seu

lazer e das atividades comunitárias;

h) relevância social da vida no trabalho: segundo Fernandes (1996), refere-

se à percepção do empregado em relação à responsabilidade social, à

qualidade da prestação de serviços e ao atendimento a seus

empregados. Para Chiavenato (2010), o trabalho deve ser uma atividade

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que traga orgulho para quem a exerce por participar de uma organização.

A organização deve ter uma imagem a zelar perante a sociedade, regras

bem definidas, responsabilidade social, responsabilidades pelos produtos

e serviços oferecidos.

Segundo Fernandes (1996), embora as pessoas conheçam a diversidade e

suas preferências individuais ligadas à cultura, classe social, educação, formação e

personalidade, esses fatores, do modelo de Walton, interferem diretamente na QVT

da maioria das pessoas. Quando esses fatores não são atingidos como esperados,

afetam sua satisfação, repercutindo em seu desempenho.

5.1.3.3 Modelo de Hackman e Oldham – 1974

Hackman e Oldham (apud FERNANDES, 1996) propõe um modelo que

possui características objetivas do trabalho. Para Sampaio e Goulart (1999) esses

autores elaboraram uma relação entre as características do trabalho e as atitudes e

comportamentos dos indivíduos no trabalho.

Com base nos estudos de Hackman e Oldham (1974), Davis e Newstrom

(2004), Chang Júnior e Albuquerque (2002), pode-se afirmar que há três fatores que

influenciam na motivação no ambiente de trabalho: conhecimento e resultados do

seu trabalho; responsabilidade percebida pelos resultados do seu trabalho e;

significância percebida do seu trabalho. Essas condições são chamadas de estados

psicológicos críticos.

Para Chang Júnior e Albuquerque (2002), os três estados psicológicos críticos

são processos que ocorrem no interior das pessoas, não podendo ser influenciados

durante o trabalho. Fazendo-se necessário determinar características objetivas do

trabalho que podem ser avaliadas, mensuradas e modificadas e que fomentem

mudanças nos três estados psicológicos, consequentemente, aumentando a

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motivação interna ao trabalho. As pesquisas de Hackman e Oldham indicaram como

principais cinco características do trabalho: variedade de habilidade; identidade da

tarefa; significação da tarefa; autonomia; feedback do trabalho.

Segundo Silva, Pedroso e Pilatti (2010), também existem fatores secundários

que influenciam nas dimensões do trabalho e nos resultados, chamados resultados

pessoais e do trabalho: motivação interna ao trabalho; satisfação geral com o

trabalho; satisfação com a sua produtividade; absenteísmo e rotatividade fazem

parte desse grupo. Finalizando, existe a necessidade de crescimento individual, que

se correlaciona diretamente com os resultados pessoais e do trabalho e as

dimensões essenciais do trabalho. De acordo com eles a QVT pode ser avaliada da

seguinte forma:

a) dimensões da tarefa: identificam-se seis atributos para a satisfação no

trabalho, tais como a variedade de habilidades, a identidade da tarefa, o

significado da tarefa, o inter-relacionamento, a autonomia e o feedback;

b) estados psicológicos críticos: são os que envolvem a percepção sobre o

trabalho, a responsabilidade dos resultados e os conhecimentos dos reais

resultados do trabalho;

c) resultados pessoais e de trabalho: inclui a satisfação e a motivação para o

trabalho de alta qualidade, em consequência, terá baixo absenteísmo e

rotatividade.

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Figura 1 – Modelo das dimensões básicas da tarefa Halckman e Oldham

Fonte: Hackman e Oldham (1974) apud Silva; Pedroso e Pilatti (2010 p.15).

Para Sampaio e Goulart (1999), o modelo de Halckman e Oldham – 1975

identifica a reação das pessoas referente ao seu trabalho mostrando que a QVT é o

resultado da combinação das dimensões básicas da tarefa capaz de gerar estados

psicológicos que resultam em motivação e satisfação em diversos níveis.

5.1.3.4 Modelo Westley – 1979

Para Fernandes (1996) outro modelo importante apontado pela literatura

sobre o tema de QVT é o de Westley (1979). Segundo Silva, Pedroso e Pilatti (2010)

esse modelo foi publicado em 1979, nos Estados Unidos. Destacando a abordagem

sociotécnica, Westley realiza uma retrospectiva histórica do ambiente laboral,

inserindo as dimensões abordadas em seu modelo no contexto do trabalho e

articulando paralelamente à qualidade de vida no trabalho. Para delinear a

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abrangência da QVT, é preciso categorizar as mudanças que devem ocorrer nas

organizações para que a QVT se torne concreta. Abaixo a definição de cada

indicador:

a) indicador econômico, representado pela forma de igualdade no salário e

no tratamento recebido;

b) indicador político, representado pelo conceito de ter o direito de trabalhar

e não ser discriminatoriamente demitido;

c) indicador psicológico, representado pela autorrealização;

d) indicador sociológico, representado pela participação em decisões

relacionadas com o processo de trabalho.

O quadro 4 mostra o modelo de Westley que foi adaptado por Ruschel (1993).

Segundo esse autor Ruschel (1993) apud Fernandes (1996), problemas políticos

viriam a insegurança; econômico traria a injustiça; o psicológico, a alienação e o

sociológico a anomia. Segundo Silva, Pedroso e Pilatti (2010) cada uma dessas

categorias deve ser analisada individualmente para possível solução dos problemas

existente. Porém, justificando que a insegurança e a injustiça são problemáticas

correlatas e associadas às mesmas causas e consequências, Westley aborda

ambas como sendo indissociáveis.

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Quadro 4 – Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho

INDICADORES DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

ECONÔMICO POLÍTICO PSICOLÓGICO SOCIOLÓGICO

- Equidade Salarial;

- Remuneração Adequada

- Benefícios

- Local de Trabalho

- Carga Horária

- Ambiente Externo

- Segurança Emprego

- Atuação Sindical

- Retroinformação

- Liberdade de Expressão

- Valorização do Cargo

- Relacionamento com a Chefia

- Realização Potencial

- Nível de Desafio

- Desenvolvimento Pessoal

- Desenvolvimento Profissional

-Criatividade

- Auto-Avaliação

-Variedade de Tarefa

- Identidade com a Tarefa

- Participações nas Decisões

- Autonomia

- Relacionamento Interpessoal

- Grau de responsabilidade

- Valor Pessoal

Fonte: Ruschel (1993) apud Fernandes (1996, p. 53).

Os indicadores apresentados por Rushel (1993, apud FERNANDES, 1996)

admitem a quantificação do modelo de QVT de Westley. Esses indicadores

concentram para as problemáticas levantadas por Westley, de forma a viabilizar a

operacionalização das dimensões em que os indicadores estão postos.

Conforme Silva, Pedroso e Pilatti (2010), mesmo estando entre um dos

modelos mais utilizados, o modelo de QVT de Westley tem um atributo peculiar.

Esse atributo se diferencia pelo fato de que os indicadores abordados e a análise

realizada pelo autor apontam para um cenário onde é subentendido que a QVT não

é medida nem mensurada. A leitura do trabalho conduz ao entendimento de que a

QVT trata-se de uma condição binária podendo ela existir ou não. Tirando a

possibilidade de classificações intermediárias

Para Sampaio e Goulart (1999) a teoria de QVT que Westley desenvolveu é a

relação da organização com a qualidade de vida, com isso, apresenta uma avaliação

mais crítica das relações de produção advinda do modelo capitalista. O autor

enxerga duas maneiras de minimizar esses problemas que afetam o trabalhador na

organização, o primeiro deles é obtendo enriquecimento do trabalho no âmbito

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individual e o segundo é desenvolvendo os métodos sociotécnicos para a

reestruturação do trabalho do grupo.

5.1.3.5 Modelo de Werther e Davis – 1983

Segundo Silva, Pedroso e Pilatti (2010) o modelo de QVT de Werther e Davis

foi publicado pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos e o exemplar em

português desse livro foi publicado em 1983, como “Administração de pessoal e

Recursos Humanos”.

Para os autores Werther e Davis (1983), muitos fatores afetam a QVT, como

pagamento, benefícios, a supervisão, condições de trabalho e o projeto do cargo.

Mas como citam em seu livro, o trabalho em si, é o que envolve mais intimamente o

trabalhador. Por mais que os trabalhadores possuam boas condições de trabalho,

bom salário e uma boa supervisão, as atividades que esses desenvolvem podem,

sob a visão deles, ser “tedioso”.

Werther e Davis (1983) mostram que a rotina na vida de trabalho constitui em

um fator negativo às partes abrangidas. De acordo com os autores, a grande parte

das pessoas trabalhadoras dizem que para se obter uma boa vida no trabalho, é

necessário ter um cargo desafiador, interessante e compensador. Contudo, a

reformulação de cargos não é a saída para todos os tipos de problemas e

insatisfação. Em diferentes casos, a melhoria da QVT do trabalhador poderá ser

alcançada somente com a mudança de cargo. Entre a combinação das

necessidades humanas e as necessidades do cargo é que ocorre pela reformulação

de cargos. Tem-se como grande importância o conhecimento do projeto de cargo

que deve prever a autonomia na tomada de decisão, o máximo possível de

variedades de tarefas e a satisfação do funcionário. Baseado nessas situações,

Werther e Davis avaliam a QVT a partir de três elementos: os organizacionais, os

ambientais e os comportamentais.

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Quadro 5 – Modelo de Werther e Davis – Elementos de QVT

Fonte: Werther e Davis (1983).

Para Fernandes (1996) em específico os elementos organizacionais do

projeto do cargo dizem respeito às práticas e ao andamento do trabalho, seu fluxo

faz evitar uma abordagem mecanicista. Os elementos ambientais não podem ser

deixados de lado pelo seu significado nas condições de trabalho, envolvem

habilidades e a disponibilidade de seus trabalhadores abordando as expectativas

sociais. Já os elementos comportamentais dizem respeito às necessidades

humanas, dando importância aos modos de comportamento individuais no ambiente

de trabalho.

Com base nesses três elementos Werther e Davis (1983) analisam que para

haver satisfação na relação entre as duas partes, colaborador-organização, é

necessário que as cobranças organizacionais, ambientais e comportamentais sejam

estabelecidas a um projeto adequado de cargo. Sabendo-se que a omissão de

produtos indesejados ou insumos resulta em problemas.

Uma questão importante desse modelo se faz presente nos aspectos

conflitantes entre os elementos organizacionais e comportamentais, onde Werther e

Davis (1983) asseguram que o aumento em grande escala do produto oriundo dos

elementos organizacionais tende a causar, depois de um determinado limiar, uma

diminuição em produção semelhante da satisfação que foi gerada pelos elementos

Organizacionais

Abordagem mecanística

Fluxo de trabalho

Práticas de trabalho

Ambientais

Habilidades e disponibilidade de empregados

Expectativas sociais

Comportamentais

Autonomia

Identidade de tarefa

Retroinformação

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comportamentais. A intervenção do limiar descrito é subjetivo e de complexa

quantificação. Por isso, acabam sendo difícil operacionalizar esse modelo.

5.1.3.6 Modelo de Nadler e Lawler – 1983

Nas décadas de 60 e 70 a QVT foi objeto de estudo de diferentes pesquisas.

Ao passo que se tornava de grande interesse dos gestores, ao mesmo tempo seu

significado e a percepção dos seus efeitos sofriam significativas alterações. Já no

início da década de 80, a QVT passa a ser considerada apenas como uma inovação

adicional, que será descartada num futuro próximo, assim os gestores tendem a

minimizar suas atenções em relação à mesma (SILVA; PEDROSO; PILATTI, 2010).

Nadler e Lawler (1983) afirmam que a variável QVT deveria ser claramente

definida em um conceito que expresse o seu real significado e que por sua vez deve

abarcar o que é a QVT, quais resultados essa pode proporcionar, quais os

benefícios e quais as condições para que essa produza os resultados desejados.

Nadler e Lawler (1983) preconizam que os programas de QVT surgiram a partir de

duas vertentes. A primeira ocorreu entre 1969 e 1974, onde um grande número de

pesquisadores, líderes de sindicatos e representantes do governo demonstraram

interesse em conhecer quais fatores poderiam influenciar no desempenho dos

colaboradores em suas atividades laborais.

Esse interesse surgiu decorrente da preocupação com a saúde e o bem-estar

dos colaboradores da sociedade dos Estados Unidos e a relação desses indicadores

com a satisfação no trabalho. De forma adicional, os estudos iniciais sobre a QVT

também foram uma resposta às inovações ocorridas nos grupos de trabalho no

continente europeu (SILVA; PEDROSO; PILATTI, 2010).

Conforme Nadler e Lawler (1983) seguindo um modelo em cascata, esses

sugerem atividades que devem ser exploradas nos programas de QVT, fatores que

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determinam o sucesso nos programas de QVT e, por fim, os pontos centrais que

devem ser gerenciados, perfazendo a seguinte configuração:

Quadro 6 – Fatores que fomentam a efetividade dos programas de QVT

Atividades que devem ser exploradas nos programas de QVT

- Participação na resolução de problemas.

- Reestruturação do trabalho.

- Inovação do sistema de recompensas.

- Melhoria no ambiente de trabalho.

Fatores que determinam o sucesso nos programas de QVT

- Percepção da necessidade.

- Enfocar um problema saliente na organização.

- Estruturação para a identificação e resolução de problemas

- Recompensar resultados positivos.

- Motivar pessoas ligadas a atividades de longo prazo.

- Envolver a organização como um todo.

Pontos centrais que devem ser gerenciados

- Desenvolvimento de projetos em diferentes níveis da empresa.

- Mudanças na gestão e no planejamento organizacional.

- Mudança no comportamento dos gerentes mais velhos.

Fonte: Nadler e Lawer (1983) apud Silva, Pedroso e Pilatti (2010).

Conforme Silva, Pedroso e Pilatti (2010) Nadler e Lawler priorizaram

conceituar teoricamente a variável QVT através de uma análise espaço-temporal,

em diferentes contextos, são apresentadas distintas concepções que a QVT

apresentou no curso da história. O objeto mais valorizado do trabalho de Nadler e

Lawler é a retrospectiva histórica das concepções da qualidade de vida no trabalho,

que aborda as perspectivas associadas ao conceito dessa, desde 1969 até 1982,

acrescidas de um conceito da QVT projetando um futuro próximo.

Em relação à profecia de que a QVT se torne “nada”, com sucessivos

fracassos dos programas de qualidade de vida no trabalho, não ocorreu. Os testes

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da História responderão se o devir projetado aconteceu ou, ainda, acontecerá.

Entretanto, a tendência é de que a predição seja equivocada. A qualidade de vida no

trabalho tornou-se um elemento organizacional, que apresenta possibilidades reais

de transcender o simples modismo (SILVA; PEDROSO; PILATTI, 2010).

5.2 CENÁRIO EDUCACIONAL BRASILEIRO

Desde o início da humanidade a educação sempre esteve presente na

sociedade. No Brasil, em meados do século XX predominou a escola das certezas

que se dedicava às elites, com professores muito bem qualificados e que ofereciam

uma educação clássica, voltada para os grandes temas da humanidade. A educação

era pública, mas pouco acessível, dificilmente uma pessoa completava o segundo

segmento do ensino fundamental, mas quem o completava possuía uma educação

básica de grande valia (MOSÉ, 2013).

Como o ensino era pouco utilizado e a maioria dos alunos era de famílias de

classe alta, as escolas eram vistas como algo diferenciado e estudava quem podia,

quem tinha tempo e quem concluía já estava melhor qualificado e bem visto na

sociedade.

Depois da Segunda Guerra, nasce a escola das promessas que se afirmava

como meio para ascender à sociedade. Na segunda metade do século XX, tinha-se

a ideia de que a escola era o melhor lugar para as crianças e essa certeza se

mantinha pelos progressos que estavam sendo alcançados, que prometiam um

mundo melhor, dado pelas conquistas das ciências (MOSÉ, 2013). Caracteriza-se

por ser um século inovador, mudanças estavam sendo implantadas e a educação

estava sendo mais acessível, tinha a ideia de uma vida melhor.

Outro fator que marcou a educação no pensamento de Mosé (2013) foi o

regime militar que passou a vigorar no Brasil em 1964, marcado pela perseguição

política, pela censura, principalmente tendo como alvo, professores, intelectuais,

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estudantes e artistas. Com essa herança a educação brasileira tornou-se refém de

um sistema disciplinar que mudou a visão da filosofia, tornou-se submisso,

encontrou o medo e mudou sua maneira de viver. Os anos vão passando e as

melhorias vão acontecendo, porém as dificuldades também aparecem, para Rios

(2010) com um mundo complexo, as tarefas dos educadores também se tornam

mais complexas.

Contudo as escolas se tornaram espaços explicitamente afastados das

questões que movem a vida das pessoas e que mostram os desafios da sociedade.

Por isso, a percepção de jovens e das crianças é apenas a partir de si mesmos

aonde raramente são estimulados a ler o mundo, a pensar na sociedade (MOSÉ,

2013).

As escolas acabaram sendo esquecidas no decorrer do tempo, sendo

essenciais e indispensáveis na vida de uma pessoa e para sociedade. No decorrer

dos anos se analisa o descaso com as mesmas e consequentemente com os seus

profissionais.

Para Rios (2010) a educação tem um caráter histórico, no presente do

trabalho que está sendo desenvolvido, entrecruzando com o passado na memória e

tradição, e o futuro visto como projeto. Um projeto de escola se faz com a

participação de todos os que a constituem, entre eles estão seus funcionários,

alunos e a comunidade que a cerca. Professores são a questão chave para o bom

desempenho dos alunos e desenvolvimento de uma escola, mas obtendo

participação de todos faz com que o resultado aparece de forma mais rápida

buscando benefícios e resultados positivos para a instituição.

Conforme Mosé (2013), no século XXI, se planeja uma escola onde os alunos

consigam ser ouvidos, aonde se encontre uma escola para o aluno e seu

desenvolvimento. Uma escola viva, alegre, disposta a ouvir novas questões obtendo

professores mais motivados e satisfeitos dando o suporte necessário para tais

alunos. Segundo Pereira (2006), a escola vai se modificando com o passar dos

anos, pois esta ligada a própria evolução da realidade social.

A cada ano novas conquistas são alcançadas e novas fases são

completadas. Dependendo da época em que se encontram saberes, valores e

regras assumem novos desafios afetando também, a vida docente. Branquinho

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(2010) complementa falando que essas mudanças são traduzidas em modificações

na função do professor, no qual muitas vezes não sabe lidar com essas exigências.

Contudo, foram analisados dois aspectos que envolvem esses educando e

educadores: primeiramente a docência e a saúde do professor mostrando como

esses profissionais estão atualmente, como se sentem e encaram os benefícios e as

dificuldades, o segundo a importância da profissão dos educadores que atuam no

Ensino Médio.

5.2.1 Docência e a saúde do professor na rede pública

O trabalho dos educadores é de grande importância e essencial para

crianças, jovens e adultos que são afetados diretamente em sua formação e

transformação da sociedade, implicando necessariamente numa concepção de

futuro. Os professores acabam tendo uma função mais complexa, pois cada aluno

possui características distintas, cabendo aos educadores a passar aprendizagens

para um mundo globalizado e para o mercado de trabalho (MEZOMO, 1997).

Conforme Tartuce, Nunes e Almeida (2010), um aspecto que deve ser

considerado diz respeito ao aumento das exigências para a atividade docente na

atualidade. O trabalho do professor está cada vez mais complexo e exige

responsabilidades cada vez maiores, seja no que se refere às atividades

pedagógicas propriamente ditas, seja em razão de questões que extrapolam a

mediação com o conhecimento, como a violência e as drogas.

Para Mosé (2013) as mudanças acontecem a todo o momento, o mundo vive

um processo de instabilidade e incerteza econômica e social. O modelo educacional

vigente nas escolas públicas se encontra com saberes acumulados, sem espaço

para invenção e para a dúvida, pois não está preparado para isso. Existe alto nível

de evasão escolar, baixo rendimento dos alunos, há desinteresse e falta de estímulo

que atinge muitos alunos. O esgotamento físico e a violência também já estão

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fazendo parte desse meio, prejudicando e ficando cada vez mais difícil o trabalho

dos educadores e a relação com seus educandos.

Como explica Fanfani (2007), a sociedade espera mais do que a escola pode

produzir, existindo uma distância entre a realidade relacional e temporal de sua

prática e a imagem ideal da função docente. No cotidiano da escola pública, o

professor, para desenvolver sua atividade de ensinar, precisa lidar com os

problemas de violência e indisciplina, com a falta de interesse dos alunos, com a

necessidade de trabalhar com um número maior de alunos e de desenvolver sua

tarefa educativa na escola e para a diversidade.

A categoria docente passa por transformações da sociedade que interfere no

seu trabalho apontando mudanças nas suas relações com os alunos. Gasparini,

Barreto e Assunção (2005) evidenciam a precariedade que os professores se

encontram: desvalorização de suas imagens como educadores, baixos salários,

intensidade de exposição a agentes de risco, carência de recursos materiais e

humanos, intensidade no trabalho e aumento do seu ritmo diário.

Atualmente, o papel do professor acabou ultrapassando sua forma de

ensinamento no processo de conhecimento do aluno, o que já era esperado. Os

educadores acabaram levando seus papéis para fora da sala de aula tentando

garantir uma articulação entre a escola e a comunidade. O professor, além de

ensinar, deve participar do planejamento escolar e participar da gestão o que

significa uma dedicação maior se estendendo às famílias e à sociedade.

(GASPARINI, BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).

A escola tem grande influência na vida de um professor e assim como a

maioria dos trabalhadores é nela que eles passam grande parte do seu tempo, as

condições que lhes são dadas repercutem em sua saúde, sendo uma tarefa mais

difícil por exercerem papeis fora do que lhe é dado, trabalhos extra classe, por

exemplo (MEZOMO, 1997).

O sucesso da educação não depende apenas do perfil do professor, a

administração escolar também tem influência, mas não fornece os meios

pedagógicos necessários à realização das tarefas que são cada vez mais

complexas. Os professores se obrigam a ir atrás do que precisam por seus próprios

meios, formas de requalificação e mais trabalho que se traduzem em aumento não

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reconhecido e não remunerado na jornada escolar. O sistema de educação acaba

transferindo ao profissional a responsabilidade de cobrir a falta de materiais e falhas

que existem na instituição, ainda assim, estabelecem mecanismos rígidos,

redundantes de avaliações e do baixo número de funcionários para as demandas

que eles têm que atender (OLIVEIRA, 2003).

Essas situações acarretam em fatores psicossociais do trabalho que acabam

gerando sobrecargas físicas e mentais trazendo consequências para os

trabalhadores no que diz respeito à satisfação, saúde e bem-estar (MARTINEZ;

PARAGUAY; LATORRE, 2004).

Com essa realidade que os professores se encontram observa-se o aumento

do estresse pelas exigências profissionais no ambiente de trabalho e fora dele,

havendo uma sobrecarga de trabalho levados para casa. O estresse que é adquirido

no ambiente de trabalho ou em algum outro meio é percebido com a interação de

condições laborais em relação com as características da pessoa, nesse sentido as

exigências que lhe são criadas podem ultrapassar sua capacidade de enfrentamento

(GOMES; PEREIRA, 2008).

As exigências de trabalho que existem na sociedade atual tornam as pessoas

e as organizações cada vez mais competitivas deixando os professores mais

vulneráveis vítimas de problemas em sua saúde mental. Surgem doenças

produzindo significativas sequelas no trabalhador e no momento em que o trabalho

deixa de ser algo prazeroso passa a caracterizá-lo como sofrimento no ambiente

profissional (FERREIRA, 2011).

Para possibilitar uma maior visibilidade desses aspectos que os educadores

passam nos cenários atuais, quanto às condições de trabalho e a sua saúde,

estudos devem ser feitos em cima disso, contribuindo para composição de um

quadro geral sobre o tema. Conhecer os desgastes gerados na situação de trabalho

pode levar a encontrar medidas necessárias para prevenção dessas situações

(LIMA; LIMA-FILHO, 2009).

A vida docente e a saúde dos professores na rede pública é um tema

importante a ser tratado, pois o futuro da sociedade depende desses educadores.

Uma educação mais satisfeita promove vantagens para toda população no seu

processo de ensino aprendizagem.

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5.2.2 Professores do Ensino Médio e sua importância no ensino

A docência em sua totalidade é exigente com o professor, no Ensino Médio,

por exemplo, ele precisa ser competente em determinada área de conhecimento,

dominando repertórios básicos em determinado campo do saber. O professor

precisa ter seus conhecimentos e suas práticas profissionais atualizadas

constantemente, podendo fazer isso em cursos de aperfeiçoamento,

especializações, entre outros. O objetivo da docência no Ensino Médio é que o

professor deve ter clareza em relação à aprendizagem dos alunos e que entendam o

que é aprender, ensinar os princípios básicos do ensino de tal forma que isso se

faça com a maior eficácia possível. Nessa nova geração os professores não devem

se preocupar somente com o conhecimento que seus alunos irão ter, mas devem

estar atento a suas habilidades humanas e profissionais, com seus valores como

cidadãos comprometidos na sociedade (BONOMO et al., 2012).

Conforme Portilho e Almeida (2008), hoje o primeiro objetivo da ação docente

deve ser a construção do conhecimento, visando ao pleno desenvolvimento de todas

as potencialidades de cada pessoa, sejam elas intelectuais, afetivas, sociais,

criativas ou morais.

Como explica Kuenzer (2011) a formação dos professores para lecionar no

Ensino Médio merece atenção especial, uma vez que essa tem sido considerada a

modalidade que melhor atende aos jovens provenientes das classes trabalhadoras.

Segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2009 (INEP, 2011) verifica que,

dos 461.542 educadores que atuam no Ensino Médio, 91 % são formados em curso

superior, sendo que 87% são formados em curso de licenciatura.

Em contrapartida para Tartuce, Nunes e Almeida (2010) a falta de professores

bem formados e a escassez de profissionais para algumas áreas disciplinares dos

últimos anos do ensino fundamental e Ensino Médio é discutida tanto na mídia como

em artigos acadêmicos. Ao mesmo tempo, divulga-se não só a tendência de queda

no número de formandos e na demanda pelas licenciaturas, mas também a

mudança de perfil das pessoas que busca a docência. Com os dados do Relatório

da Organizações para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (2006)

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foi revelado duas inquietações com relação a carreira docente: primeiro diz respeito

à escassez de professores, especialmente em algumas áreas; segundo se refere à

qualidade analisando o perfil do profissional em termos de gênero, conhecimentos e

habilidades. Além disso, existe a preocupação não de apenas atrair, mas de manter

os professores na profissão docente, considera-se de grande importância no

desenvolver acadêmico dos jovens vistos como o futuro da sociedade.

O professor tem que lembrar que não sabe tudo e que a cada dia tem a

oportunidade de estar aprendendo junto com seus educandos, aqueles que acham

que são os únicos que podem ensinar algo acabam estreitando e limitando o seu

foco. Sendo assim, uma qualidade é essencial ao educador: humildade em

reconhecer suas ignorâncias e limitações. Os educadores não precisam se sentir

culpados por não terem respostas para todas as perguntas. Todos podem se

aprofundar mais em determinado assunto, assim, obtendo maior grau de

compreensão (PORTILHO; ALMEIDA, 2008).

Os professores sabem que não são os únicos detentores do saber

transmitido, mas se veem como um dos parceiros a quem compete compartilhar os

conhecimentos com os outros recebendo a contrapartida, incluindo seus próprios

alunos. O professor é tido como um facilitador na busca do conhecimento, uma peça

informante importante, uma ponte que liga o aluno ao conhecimento. Como

resultado, é visto como alguém de mais experiência que consegue organizar e

compreender a aprendizagem (BONOMO et al., 2012).

O Ensino Médio, no Brasil, está passando por mudanças, logo as novas

tecnologias e conhecimentos exigem que a escola possibilite ao aluno integrar-se ao

mundo, à cidadania e ao trabalho. Valorizam o desenvolvimento e as capacidades

de pesquisas, busca de informações, habilidades de fazer análise e seleção;

podendo aprender, criar, formular, algo diferente do que apenas memorizar

(BONOMO et al., 2012). Com tecnologias avançadas disponíveis e de fácil acesso,

alunos que se encontram no Ensino Médio tem menores dificuldades em pesquisas

relacionadas à escola, mudando a ideia de ensino de antigamente.

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Para Kuenzer (2011, p. 683),

A formação dos professores do Ensino Médio deve articular conhecimentos sobre o mundo do trabalho, conhecimentos científicos – tecnológicos sobre a área ser ensinada, conhecimentos pedagógicos, formação em pesquisa e experiência no trabalho docente.

Conforme Bonomo et al. (2012), o Ensino Médio tem sua identidade definida

no universo das unidades escolares, construindo-se na elaboração do projeto

escolar. Esse projeto expressa o pensamento, a cultura da comunidade, que é

composta por pais, alunos, professores, coordenadores e pelo diretor. Com isso, é

razoável pensar que a um suposto professor ideal não basta apenas ensinar, é

preciso se comprometer mais com o aluno, com o decorrer da sua aprendizagem.

Para Portilho e Almeida (2008, p. 473-474),

Cada aluno vivencia e participa da aula de forma diferente, e isto depende, entre outras variantes, do que o aluno ouve, relaciona com seu conhecimento prévio e compreende; da sua capacidade de concentração naquele momento; de seu humor; da forma como se sentiu motivado.

A complexidade atual acaba exigindo mais do que o domínio de conteúdos,

tendo que saber operacionalizá-los, relacioná-los e mobilizá-los. Nas escolas os

alunos devem ser mais protagonistas que os adultos, sem isso, o jovem não será

coautor do processo de ensino e aprendizagem que é o elemento capaz de exercer

e aprofundar sua autonomia e cidadania (BONOMO et al., 2012).

Para Portilho e Almeida (2008), a escola é um espaço social que englobam as

diferenças, nela deveriam ser ensinados conteúdos que viabilizassem respostas às

necessidades práticas da vida e, principalmente, onde se buscasse uma formação

humana plena.

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5.3 QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

As organizações buscam serem as melhores em seu ramo de atuação, com

isso, alguns passos devem ser seguidos e algumas mudanças feitas para chegarem

ao sucesso. A qualidade é um dos principais fatores a ser adquirido e aperfeiçoado,

possuindo-a no ambiente de trabalho, se encontrará mais promissor ficando perto do

resultado esperado. Sobre qualidade nas organizações, fala Mezomo (1997)

mostrando que seus resultados foram tão extraordinários que essa doutrina se

espalhou pelo mundo todo e hoje nenhuma empresa competitiva dela prescinde,

pelo contrário, aprofunda e rediscute continuamente com o objetivo de explorar

todos os recursos de que ela dispõe. Trata-se de uma mina de incalculável

dimensão e valor, que as empresas podem realizar e dar uma competitividade que

antes seria inimaginável.

O aperfeiçoamento enriquece as instituições trazendo benefícios ainda

maiores dos que elas já possuem. A qualidade busca vantagens e encontra

resultados, tornando as organizações mais competitivas e reconhecidas nos seus

contextos sociais.

Nas escolas isso não é diferente, a missão entre elas e empresas com fins

lucrativos tem outras perspectivas, mas as escolas também existem para servir a

comunidade, para oferecer produtos ou serviços de qualidade, para atender as

necessidades e contribuir no bem-estar das pessoas e da sociedade. Tanto uma

escola ou uma empresa empregam outras pessoas, que devem seguir suas regras,

serem responsáveis, comprometidas e respeitando quem as serve para produzir

mais qualidade (MEZOMO, 1997).

Ainda assim, existem razões para as escolas não se interessarem

completamente em adquirir melhorias e buscar a qualidade. Segundo Mezomo

(1997), as escolas não enfrentam problemas sérios de sobrevivência, naturalmente

terão seus “clientes”, pois a demanda de alunos dificilmente irá acabar, sendo assim,

as instituições de ensino serão sempre necessárias. Contudo, também existem os

professores que não almejam lucros, pois não precisam garantir sua sobrevivência

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pela sua competência e acabam se acomodando no presente que vivem não

pensando em melhorias futuras.

Por essas e outras razões as escolas encontram-se estagnadas, sendo

movidas por uma administração muitas vezes sem formação e conhecimento que

são mantidas por sua força de vontade. Para Mezomo (1997), seus alunos saem

sem ler, ver, escrever, que são condições básicas para o exercício da cidadania, são

poucos os que sabem se comunicar, que usam pensamento crítico e que têm

condições de atuar e fazer a mudança dentro da sociedade.

As escolas precisam ter outra visão de si mesmas. Obtendo mais qualidade

no ensino os benefícios surgirão para seus profissionais e seus alunos, que estarão

sendo preparados para uma inserção social. Sobre esse tema Dahm (2008, p.45-46)

declara que:

A qualidade em educação é a ação inicial promovida pela observação da realidade escolar, que pode ser lapidada a todo o instante por belas e criteriosas práticas de reflexão e ação. A qualidade que temos é aquela pela qual não se deve deixar de lutar, a que queremos buscamos nas lutas e no fazer pedagógico.

Portanto, os educadores e educandos tem que querer essa mudança e lutar

por ela. Professores em um ambiente de qualidade buscarão melhorias para serem

repassadas aos alunos que terão maiores incentivos na aprendizagem, com essa

mudança o mercado de trabalho encontrará profissionais melhores qualificados

(MEZOMO, 1997).

Com isso, analisa-se que a qualidade não se cria sozinha, precisa de tanto

esforço interno como externo. É um trabalho longo que vai ser conquistado no dia a

dia, de acordo com Rios (2010, p. 127):

Um projeto de escola não se faz sem a participação de todos os que a constituem e não é uma mera soma de projetos individuais, mas sim uma proposta orgânica, em que se configura a escola necessária e desejada, e na qual se articulam, na sua especificidade, as ações de cada sujeito envolvido.

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Muitos fatores fazem com que esse projeto fique apenas no papel, os

professores sofrem por diversos problemas, tais como a remuneração não

adequada, as salas superlotadas e a falta de estrutura. Professores mais motivados

dão um melhor ensino, melhorando a maneira que os alunos desenvolvem seus

processos de aprendizagem (MEZOMO, 1997).

Para que as escolas tenham uma qualidade na educação, um bom local de

ensino, bem como aprendizagem e equipamentos adequados para as aulas, devem

estar na mesma direção da qualidade de vida no trabalho. Sendo esse um tema

ligado a seus funcionários, pois os professores têm uma razão importante para

querer que isso seja tratado nas instituições.

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6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Essa seção aborda a metodologia utilizada para realização deste estudo, uma

etapa quantitativa e seus conceitos. A definição da população alvo, do plano de

amostragem, do plano de coletas de dados e do plano para análise de dados.

Conforme Marconi e Lakatos (2010), método é o conjunto das atividades

sistemáticas e racionais que permitem alcançar o objetivo com maior segurança e

economia, traçando o caminho a ser seguido achando erros e auxiliando nas

decisões do pesquisador.

6.1 ESTRATÉGIAS E TIPO DE PESQUISA

Neste trabalho foi utilizado o tipo de pesquisa quantitativa descritiva. A

pesquisa quantitativa no ponto de vista de Roesch (1999) tem como propósito do

projeto medir relações entre variáveis e avaliar o resultado de algum sistema ou

projeto. O método quantitativo enfatiza a utilização de dados padronizados que

permitem o pesquisador elaborar sumários, comparações e generalizações, por isso,

a análise de dados é baseada no uso de estatísticas.

Se o propósito do projeto é obter informações sobre determinada população,

por exemplo, quantificar, ou em que proporção seus membros têm certa opinião ou

característica, ou com que frequência certos eventos estão associados entre si, logo,

a opção é utilizar um estudo de caráter descritivo (ROESCH, 2008).

Segundo Marconi e Lakatos (2008), os dados devem ser expressos com

medidas numéricas, as descobertas significativas irão resultar de procedimentos

cuidadosos e não apressados não devendo fazer juízo de valor, mas deixar os

dados e a lógica levarem a solução real. Uma pesquisa quantitativa descritiva

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consiste em investigações de pesquisa empírica, tendo como a principal finalidade o

delineamento ou análise das características de fatos.

Segundo Roesch (1999), as inovações na organização do trabalho,

associadas ao movimento de QVT e ao desenvolvimento organizacional,

estimularam o uso de levantamento de atitudes. Atualmente, com o movimento da

gestão da qualidade em alta nas organizações mais se observa a utilização desse

método, tendo levantamento com funcionários, clientes e fornecedores para auxiliar

no processo de decisão estratégica a respeito do produto ou serviço. No presente

estudo a pesquisa foi utilizada para obter o levantamento de informações dos

professores relacionado com a QVT dentro de seu local de trabalho, cita-se uma

instituição de ensino.

6.2 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO E PLANO DE AMOSTRAGEM:

Este estudo buscou investigar a QVT dos professores de uma escola estadual

da cidade de Porto Alegre, que atua no Ensino Médio. A escola conta com 47

professores totalizados nos três turnos que a instituição trabalha. Para Roesch

(1999), os levantamentos são usados com uma população, que se define em grupo

de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um

estudo. A população alvo da pesquisa conseguiu alcançar 100% dos respondentes.

6.3 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

Neste estudo foi utilizado como instrumento de pesquisa para a coleta de

dados um questionário com questões fechadas que é nomeado TQWL-42, onde a

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sigla TQWL é a abreviatura de Total Quality of Work Life (Qualidade de Vida no

Trabalho Total), elaborado com base nos modelos clássicos de qualidade de vida no

trabalho: Walton (1973), Hackman e Oldham (1974), Westley (1979), Werther e

Davis (1983) e Nadler e Lawer (1983) (PEDROSO, 2010).

O questionário é um dos instrumentos mais utilizados na pesquisa quantitativa

que busca mensurar algo, requer esforço intelectual anterior de planejamento, com

base na conceituação do problema de pesquisa e do plano da pesquisa (ROESCH,

2006).

Segundo Pedroso (2010), o TQWL-42 foi elaborado com base no modelo do

instrumento WHOQOL e é composto por 47 questões. Dessas, cinco são destinadas

ao conhecimento da amostra, dados demográficos, enquanto as demais 42 são

divididas igualmente em cinco grandes esferas: Biológica/Fisiológica,

Psicológica/Comportamental, Sociológica/Relacional, Econômica/Política e

Ambiental/Organizacional. Essas esferas são compostas por ramificações

(subesferas) chamadas de aspectos, onde foram reunidas as questões. Cada esfera

é abordada por quatro aspectos que possuem duas questões cada, totalizando 40

questões, além de duas questões que abordam a autoavaliação da qualidade de

vida no trabalho sob a visão do respondente. O TQWL-42 foi agrupado por esferas e

aspectos, tendo em vista que as questões pertencentes a um mesmo grupo sejam

respondidas sequencialmente. A exceção é feita apenas às questões que abordam a

autoavaliação da qualidade de vida no trabalho, sendo que tais questões são a

primeira e a última do questionário.

As letras A, B, C, D e E representam, respectivamente, as esferas

Biológica/Fisiológica, Psicológica/Comportamental, Sociológica/Relacional,

Econômica/Política e Ambiental/Organizacional. A letra F, representa o aspecto

autoavaliação da qualidade de vida no trabalho, que não está inserido em nenhuma

esfera. Os números 1, 2, 3 e 4, que antecedem a pontuação, fazem menção ao

aspecto pertencente à esfera. Os números 1 e 2, que sucedem a pontuação,

denominam o tipo de questão, sendo que o número 1 representa a questão que

determina o nível com o qual a variável abordada no aspecto está presente na vida

do colaborador, enquanto o número 2 representa a questão que objetiva avaliar a

satisfação do colaborador com relação à variável em exame (PEDROSO, 2010).

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Todas as questões do TQWL- 42 são fechadas e utilizam uma escala de

respostas do tipo Likert, compostas por cinco elementos, variando entre 1 e 5. Esses

extremos representam 0% e 100%, respectivamente. Seguindo o procedimento

utilizado nos instrumentos WHOQOL referente à formulação de questões cuja escala

de respostas é invertida, no TQWL-42 também é utilizada a conversão das questões

que apresentam tal característica. As escalas de respostas usadas são as presentes

nos instrumentos WHOQOL, à exceção da variação da escala de avaliação que

enfatiza a felicidade do indivíduo (muito infeliz – muito feliz). Existem questões que

abordam o conhecimento da amostra contendo: idade, sexo, estado civil,

escolaridade e tempo de serviço (PEDROSO, 2010).

As esferas e seus respectivos aspectos estão definidos abaixo:

Quadro 7 – Esfera e aspectos do QWTL-42

ESFERAS ASPECTOS Biológica/Fisiológica Disposição física e mental

Capacidade de trabalho

Serviços de saúde e assistência social

Tempo de repouso

Psicológica/Comportamental Autoestima

Significância da tarefa

Feedback

Desenvolvimento pessoal e profissional

Sociológica/Relacional Liberdade de expressão

Relações interpessoais

Autonomia

Tempo de lazer

Econômica/Política Recursos financeiros

Benefícios extras

Jornada de trabalho

Segurança de emprego

Ambiental/Organizacional Condições de trabalho

Oportunidade de crescimento

Variedade da tarefa

Identidade da tarefa

Fonte: Pedroso (2010), adaptado pela autora.

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Os aspectos de cada esfera podem ser definidos das seguintes formas:

Esfera Biológica/Fisiológica:

a) disposição física e mental: disposição que o ser humano possui para a

realização do seu trabalho;

b) capacidade de trabalho: capacidade de realizar com eficácia as tarefas

que lhe são incumbidas no cargo;

c) serviços de saúde e assistência social: serviços de saúde e assistência

social são disponibilizados pela organização, tais como atendimento

médico, odontológico e psicológico;

d) tempo de repouso: tempo disponível para dormir/descansar entre um dia

de trabalho e outro (PEDROSO, 2010).

Esfera Psicológica/Comportamental:

a) autoestima: a avaliação que o ser humano faz de si mesmo no ambiente

laboral;

b) significância da tarefa: o quanto o ser humano percebe a importância do

seu trabalho e o julga significativo para a organização e/ou para a

sociedade;

c) feedback: retroinformação do desempenho no trabalho do ser humano,

esclarecendo o quão correto ou errado esse vem sendo realizado;

d) desenvolvimento pessoal e profissional: nível com o qual a organização

incentiva e libera o trabalhador para aperfeiçoar o seu conhecimento no

intuito de lhe possibilitar crescimento em nível pessoal e/ou profissional

(PEDROSO, 2010).

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Esfera Sociológica/Relacional:

a) liberdade de expressão: direito que o ser humano possui de manifestar as

suas opiniões, ideias e pensamentos, sem que isso possa lhe acarretar

punições;

b) relações interpessoais: relacionamento que o indivíduo possui com os

seus superiores, colegas de trabalho e subordinados;

c) autonomia: possibilidade do ser humano tomar as suas próprias decisões,

sem a necessidade de consulta aos seus superiores;

d) tempo de lazer: tempo disponível para a prática de atividades com caráter

de lazer e o quanto tal tempo é preenchido com atividades desse cunho

(PEDROSO, 2010).

Esfera Econômica/Política:

a) recursos financeiros: o quanto os recursos financeiros provenientes do

trabalho são suficientes para garantir um estilo de vida satisfatório ao

indivíduo e à sua família;

b) benefícios extras: benefícios que diferenciem a empresa em que o

indivíduo trabalha de outras empresas;

c) jornada de trabalho: o quanto a carga horária semanal de trabalho é

condizente com a disposição que o indivíduo possui para realizar as suas

tarefas;

d) segurança de emprego: sentimento de se possuir a segurança de

estabilidade no emprego (PEDROSO, 2010).

Esfera Ambiental/Organizacional:

a) condições de trabalho: aspectos ergonômicos do ambiente laboral, tais

como conforto térmico, luminosidade e ruído;

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b) oportunidade de crescimento: possibilidade de o indivíduo ascender na

empresa em que trabalha, seja por meio de promoções de cargo ou por

meio da existência de um plano de carreira;

c) variedade da tarefa: nível com o qual o indivíduo realiza diferentes tipos

de atividades no seu cargo, perfazendo com que esse não seja

monótono;

d) identidade da tarefa: o quanto o indivíduo realiza tarefas do início ao fim,

de forma que o seu trabalho não seja realizar apenas uma fração de uma

atividade maior (PEDROSO, 2010).

A autoavaliação da qualidade de vida no trabalho é um aspecto que não está

inserido em nenhuma esfera, objetivando delinear a autoavaliação da qualidade de

vida no trabalho sob o viés do respondente (PEDROSO, 2010).

Os questionários foram aplicados durante duas semanas com a ajuda da vice-

diretora do turno da tarde. Como os professores se encontram em diferentes

horários, foi preciso um tempo maior para essa coleta. Salienta-se que todos os

professores que trabalham na instituição responderam ao instrumento, totalizando

os 47 educadores.

6.4 TÉCNICAS PARA ANÁLISE DE DADOS

Como se trata de uma pesquisa quantitativa a análise de dados precisou de

uma tabulação de cada questionário para ser verificado o que se tem de mais

relevante conforme a percepção dos professores. Posteriormente foi usado como

ferramenta o auxílio da ferramenta Excel, produzindo tabelas e as representações

gráficas para poder visualizar os dados agrupados e realizar as análises.

Segundo Roesch (2006), normalmente os dados coletados são submetidos à

análise estatística, usando medidas para cada respondente quando são codificadas

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e então manipuladas de várias maneiras. Conforme Pedroso (2010) foi construída

uma ferramenta para tabulação dos dados e cálculo dos resultados a partir do

software Microsoft Excel. A ferramenta proposta realiza automaticamente todos os

cálculos dos escores e estatística descritiva do TQWL-42, sendo que o pesquisador

que utilizá-la precisa apenas preencher as respostas concedidas pelos respondentes

nas células especificadas. A presente ferramenta foi desenvolvida com o intuito de

facilitar o preenchimento e a detecção de erros.

A lógica utilizada pelo instrumento é o seguinte:

a) as células com respostas corretas são representadas através da cor de

preenchimento verde;

b) caso algum respondente tenha deixado de responder nove ou mais

questões, o pesquisador será instruído para excluir tal respondente. O

número de questões não respondidas é informado ao pesquisador e as

questões não respondidas estarão em destaque;

c) caso alguma resposta tenha sido preenchida com algum valor que não

conste entre o intervalo de 1 a 5, o número de respostas inválidas será

notificado ao pesquisador e as respostas inválidas estarão em destaque;

d) são devidamente convertidas as questões de escala invertida;

e) o escore dos aspectos é calculado a partir da média aritmética simples

das respostas das duas questões pertencentes a tal aspecto. Se somente

uma das duas questões que compõem um aspecto tenha sido

corretamente respondida, o escore do aspecto será o valor da resposta

da questão respondida. Obviamente, se ambas as questões pertencentes

ao mesmo aspecto não forem respondidas ou tenham sido respondidas

com um valor que não conste no intervalo de 1 a 5, o escore de tal

aspecto não é calculado;

f) o escore das esferas é calculado a partir da média aritmética simples

entre os escores dos aspectos pertencentes a cada esfera. Se o escore

de um aspecto não tiver sido calculado, o escore da esfera será calculado

a partir da média aritmética simples dos escores dos três aspectos não

nulos. O escore das esferas não será calculado se dois ou mais aspectos

pertencentes à mesma esfera não tiverem sido pontuados;

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g) caso dois ou mais domínios não sejam calculados, é requerida a exclusão

do respondente da amostra;

h) é calculado um escore “Total” do respondente. Tal escore incide no

cálculo da média aritmética simples dos escores dos 21 aspectos do

TQWL-42;

i) a estatística descritiva de cada questão são calculados. Os valores

apresentados na estatística descritiva são: média, desvio-padrão, valor

máximo, valor mínimo, coeficiente de variação e amplitude;

j) são exibidas em um gráfico de barras as médias dos escores dos

aspectos e esferas que são convertidas em uma escala de 0 a 100

(PEDROSO, 2010).

Para a análise dos resultados do TQWL-42, é sugerida a utilização da escala

de classificação da qualidade de vida no trabalho proposta por Timossi et al. (2009

apud Pedroso, 2010), em que um ponto central (50), caracteriza o nível intermediário

da qualidade de vida no trabalho, enquanto os valores abaixo e acima desse ponto

central, compreendidos entre os pontos 25 e 75, são caracterizados, como

insatisfação e satisfação, respectivamente. Os valores não compreendidos no

intervalo 25-75 apresentam respectivas tendências à insatisfação total e satisfação

total, sendo que tais limites totais são, em tese, inexistentes.

Figura 2 – Classificação da qualidade de vida no trabalho

Fonte: Timossi et al. (2009) apud Pedroso (2010, p. 109).

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Para o cálculo do instrumento TQWL-42 utilizou-se essa fórmula:

( ) ( )44444 344444 21

48476

42

16/10044

-

´úú

û

ù

êê

ë

é-´

TQWL

WHOQOL

Média , onde originou a partir da fórmula do questionário

WHOQOL – 100, obtendo escalas de 0 a 100. (PEDROSO, 2010).

Podem ser utilizadas outras escalas para analisar a qualidade de vida no

trabalho, a preferência do pesquisador. O TQWL-42 demanda pouco tempo para

respondê-lo e, além disso, permite avaliações quantitativas e qualitativas

(PEDROSO, 2010).

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64

7 APRESENTAÇÃO DO RESULTADOS

Abaixo são apresentados os resultados obtidos na pesquisa realizada na

Escola Estadual de Ensino Médio Roque Gonzáles. Foi definida qual seria a

percepção dos professores quanto à qualidade de vida nessa instituição. A pesquisa

foi feita por meio da aplicação de um questionário validado, usando cinco esferas e

seus respectivos aspectos. A apresentação dos resultados foi feita por meio de

gráficos explicativos, com o objetivo de uma melhor visualização e facilitação das

análises. O questionário aplicado nesta pesquisa encontra-se no APÊNDICE A.

Depois de feitas as análises dos dados, foram compreendidas as esferas e

seus respectivos aspectos que colaboram na qualidade de vida no trabalho desses

educadores, referenciando com a literatura apresentada durante o estudo e, por fim,

respondido aos objetivos que foram elaborados para esta pesquisa.

7.1 ANÁLISE DOS DADOS DEMOGRÁFICOS

Conforme Roesch (2006), a análise de dados é a maneira que o pesquisador

usa para examinar, interpretar e organizar os dados coletados, essa análise tem por

finalidade responder aos objetivos propostos na pesquisa.

7.1.1 PERFIL DOS PROFESSORES

Para caracterizar o perfil dos professores da Escola Estadual de Ensino

Médio Roque Gonzáles foram identificados dados demográficos dessa amostra

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abrangendo: idade, gênero, estado civil, escolaridade e tempo de serviço na

organização.

O perfil dominante encontrado neste presente estudo foi que a maioria dos

professores são mulheres, é um público com idades intermediárias englobando a

maior parte entre 35 e 54 anos, 55% são casados ou possuem união estável, 79%

se formaram no Ensino Superior ou Pós-Graduação, sendo um alto nível de estudo

e por fim, o tempo de serviço possui 39 professores que se encontram na escola de

0,4 a 15,4 anos.

Gráfico 1 – Gênero dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles

Fonte: Elaborado pela autora.

A partir das informações adquiridas e a visualização do gráfico 1, foi possível

verificar que 21% dos professores são do gênero masculino e 79% do gênero

feminino. Sendo mulheres a maioria dos educadores dessa instituição.

21%

79%

Gênero dos professores na Escola Estadual

Roque Gonzáles

Masculino

Feminino

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Gráfico 2 – Idade dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles

Fonte: Elaborado pela autora.

Outro item analisado no perfil demográfico é a idade dos professores

entrevistados que se encontra no gráfico acima (gráfico 2). Observou que existe um

maior número na faixa etária de 35 a 44 anos, ou seja, a maioria dos funcionários

possuem idade igual ou maior que 35 anos até 44 anos. Possui 12 educadores de

45 a 54 anos, sendo um número representativo dentre os 47 entrevistados, e na

faixa etária mais alta, de 55 a 64, anos existem 5 professores, analisando que a

variação de idade é alta, comportando pessoas em início de carreira como

professores mais experientes.

0

5

10

15

20

25

25-34 35-44 45-54 55-64

9

21

12

5

Idade dos Professores da Escola Estadual Roque Gonzalés

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Gráfico 3 – Estado Civil dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles

Fonte: Elaborado pela autora.

Analisando o gráfico 3 que diz respeito ao estado civil dos professores, 55%

são casados ou possuem união estável, 34% encontram-se solteiros, 9% separados

ou divorciados e 2% viúvos. Analisando esse gráfico, nota-se que a maioria dos

professores encontra-se casado ou com união estável.

Gráfico 4 – Escolaridade dos professores da Escola Estadual Roque Gonzáles

Fonte: Elaborado pela autora.

O gráfico 4 que verifica a escolaridade dos profissionais da escola, se analisa

que a maioria possui pós-graduação completa (38%), seguido de ensino superior

34%

55%

2% 9%

Estado civil dos professores da Escola

Estadual Roque Gonzáles

Solteiro(a)

Casado(a)/União estável

Viúvo(a)

Separado(a)/Divorciado(a)

4% 17%

34%

7%

38%

Escolaridade dos professores da Escola

Estadual Roque Gonzáles

Ensino Médio completo

Ensino Superior inompleto

Ensino Superior Completo

Pós-graduação incompleto

Pós-graduação Completo

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68

completo (34%). Conclui-se que o nível de escolaridade dos professores é elevado,

e que o menor grau de escolaridade encontrado entre eles é o que possui Ensino

Médio completo, equivalente a 4% dos entrevistados.

Como explica Kuenzer (2011) a formação dos professores para lecionar no

Ensino Médio merece atenção especial, uma vez que esta tem sido considerada a

modalidade que melhor atende aos jovens provenientes das classes trabalhadoras.

Segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2009 (INEP, 2011) verifica

que, dos 461.542 educadores que atuam no Ensino Médio, 91 % são formados em

curso superior, sendo que 87% são formados em curso de licenciatura. Em

contrapartida para Tartuce, Nunes e Almeida (2010) a falta de professores bem

formados e a escassez de profissionais para algumas áreas disciplinares dos últimos

anos do Ensino Fundamental e Ensino Médio é discutida tanto na mídia como em

artigos acadêmicos.

Depois de analisados os dados do gráfico 4 e o referencial teórico, verifica-se

que os professores dessa escola fogem do padrão por serem bem qualificados

profissionalmente. Como cita Tartuce, Nunes e Almeida (2010) existe falta de

profissionais bem capacitados para lecionar em algumas áreas das instituições de

Ensino Médio. Porém, na escola em questão os números mostram que seus

educadores são bem qualificados e capacitados, sendo a maioria com Ensino

Superior completo e Pós-Graduação, concordando com Kuenzer (2011) e os dados

do INEP (2011). A instituição escolhida para este estudo por se tratar de uma Escola

Estadual surpreende as pesquisas, pois encontra a maioria dos profissionais com

Pós-Graduação seguidos de curso superiores não é algo comum, sendo uma escola

com educadores com uma formação elevada.

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Gráfico 5 – Tempo de serviço dos professores da escola estadual Roque Gonzáles

Fonte: Elaborado pela autora.

Por último, a análise do tempo de serviço dos professores na Escola Estadual

Roque Gonzáles. A maior concentração, 39 educadores, está no intervalo de 0,4 a

15,4 anos de serviço, porém existem alguns profissionais que estão na escola há

muitos anos, 8 desses professores se encontram na instituição de 20,4 a 35,4 anos

de trabalho na escola.

Após os professores entregarem os questionários, analisou-se que o intervalo

de tempo que o gráfico gerou foi grande, desde 0,4 anos, equivalente a 5 meses, há

35,4 anos de tempo de serviço. Pode-se analisar a existência de profissionais

antigos e outros que entraram há pouco tempo na instituição. Essa variação de

tempo se dá pela escola tratar-se de uma instituição da rede pública, dificilmente os

profissionais são demitidos ou pedem demissão, tendo um baixo índice de

rotatividade. Trazendo isso em números os profissionais com maior concentração,

correspondendo a primeira escala (menor tempo) se refere a funcionários que estão

prestando serviço no local até 5 anos e meio, não sendo um tempo pequeno de

contribuição, comparado a funcionários de empresas privadas.

0,4-5,4

anos

5,4-10,4

anos

10,4-15,4

anos

15,4-20,4

anos

20,4-25,4

anos

30,4-35,4

anos

16

10

13

4 3

1

Tempo de serviço dos professores da

Escola Estadual Roque Gonzalés

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70

7.2 ANÁLISE DAS ESFERAS E SEUS ASPECTOS

A análise foi elaborada a partir da escala de classificação da qualidade de

vida no trabalho, que se encontra na figura 2, proposta por Timossi et al. (2009 apud

Pedroso, 2010), em que um ponto central (50), caracteriza o nível intermediário da

qualidade de vida no trabalho, enquanto de 25 até abaixo de 50 gera grau de

insatisfação e acima de 50 até 75 grau de satisfação, logo após, foi feita a tabulação

dos dados com auxílio da ferramenta Excel, como falado no plano para análise dos

dados, item 6.4 desse estudo.

Assim, evidencia-se a análise das esferas a seguir:

Gráfico 6 – Esferas

Fonte: Elaborado pela autora.

Analisando o gráfico 6, as esferas Biológica/Fisiológica (51,93) e

Ambiental/Organizacional (50,53) se encontram quase neutras, ou seja, perto do

ponto central 50, porém satisfatórias, a Psicológica/Comportamental (63,56) é onde

eles estão mais satisfeitos. A única esfera que se encontra abaixo de 50, gerando

grau de insatisfação, é a Econômica/Político (40,69). O escore geral de todas as

esferas teve como resultado 53,27, sendo satisfatório.

51,93

63,56

59,77

40,69

50,53

53,27

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Biológico e Fisiológico

Psicológico e

Comportamental

Sociológico e Relacional

Econômico e Político

Ambiental e

Organizacional

GERAL

Esferas

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71

7.2.1 Esfera Biológica e Fisiológica

Para melhor entendimento dessa análise o quadro 8, abaixo, mostra as

perguntas referente a esfera biológica e fisiológica:

Quadro 8 – Aspectos e questões da esfera Biológica e Fisiológica

Fonte: Pedroso (2010).

Após as perguntas acima serem respondidas foi gerado o gráfico 7 que

engloba os aspectos mencionados acima obtendo os seguintes resultados:

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72

Gráfico 7 – Esfera Biológica e Fisiológica

Fonte: Elaborado pela autora.

a) disposição física e mental: 40,16;

b) capacidade de trabalho: 72,61;

c) serviços de saúde e assistência social: 43,35;

d) tempo de repouso: 51,60.

No que diz respeito à disposição física e mental os professores encontram-se

insatisfeitos, existe um alto nível de estresse nessa profissão. Segundo o autor

Gomes e Pereira (2008), essa realidade que os professores se encontram se

observa o aumento do estresse pelas exigências profissionais no ambiente de

trabalho e fora dele, havendo uma sobrecarga de trabalho levados para casa. O

estresse que é adquirido no ambiente de trabalho ou em algum outro meio é

percebido com a interação de condições laborais em relação com as características

da pessoa, nesse sentido as exigências que lhe são criadas podem ultrapassar sua

capacidade de enfrentamento.

Já para a capacidade de trabalho eles encontram-se satisfeitos, se sentem

capazes de realizar suas atividades com êxito. Conforme Mezomo (1997), os

professores acabam tendo uma função mais complexa, pois cada aluno possui

características distintas, cabendo aos educadores a passar aprendizagens para um

mundo globalizado e para o mercado de trabalho.

Disposição física

e mental

Capacidade de

trabalho

Serviços de

saúde e

assistência social

Tempo de

repouso

40,16

72,61

43,35 51,60

Esfera Biológica e Fisiológica

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73

Em relação aos serviços de saúde e assistência social eles se encontram

insatisfeitos, por ser um órgão do estado eles dependem da assistência que o

governo oferece, não cobrindo e deixando a desejar nas disponibilidade de

atendimentos médicos. Segundo Mezomo (1997), a escola tem grande influência na

vida de um professor e assim como a maioria dos trabalhadores é nela que eles

passam grande parte do seu tempo, as condições que lhes são dadas repercutem

em sua saúde, sendo uma tarefa mais difícil por exercerem papéis fora do que é lhe

dado, trabalhos extraclasse, por exemplo.

Quanto ao tempo de repouso eles se mostraram satisfeitos, porém perto de

ser insatisfatório. Foi analisado que por vezes os educadores se sentem sonolentos

durante as aulas. Conforme Tartuce, Nunes e Almeida (2010), um aspecto que deve

ser considerado diz respeito ao aumento das exigências para a atividade docente na

atualidade. Gasparini, Barreto e Assunção (2005) evidenciam a precariedade que

os professores se encontram: desvalorização de suas imagens como educadores,

intensidade no trabalho e aumento do seu ritmo diário.

Analisando as respostas dos 47 professores, pode-se observar no que diz

respeito à disposição física e mental. Eles se sentem insatisfeitos e os autores

Gomes e Pereira (2008) veem isso como alto nível de estresse, existindo uma

sobrecarga em cima dos professores e exigências cada vez maiores, pois os

profissionais dessa área se sentem assoberbados em suas atividades dentro e fora

do ambiente de trabalho. As condições que lhes são dadas para exercerem suas

tarefas também possuem forte influência, afetando diretamente seu cotidiano e a

forma que vão dirigir suas aulas. Isso pode ser comparado com o serviço de saúde e

assistência social que também obteve resultados insatisfatórios, não existindo um

plano de saúde eficaz para esses educadores. Se problemas, como o estresse,

pudessem ser recorrido a tais assistências médicas, haveriam melhorias na

disposição física e mental desses professores.

A capacidade de trabalho, mesmo com as situações adversas que as escolas

públicas possuem como as salas lotadas, para tanto, esses profissionais da

educação se sentem capacitados para realizar suas tarefas, porém o tempo de

repouso que os professores possuem, por vezes, é insuficiente mesmo dando um

resultado satisfatório (51,6) vemos que eles têm apenas o necessário, podendo ser

melhor. Por fim, comparando o tempo de repouso com a sua capacidade, se

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observa que a maioria dos educadores se sentem capazes de realizar suas tarefas e

as mesmas exigem um grande período de dedicação para organização das

atividades escolares, consequentemente afetando e diminuindo seu tempo de

descanso.

Em um contexto geral a esfera biológica e fisiológica obteve resultado

satisfatório na visão dos educadores referente à instituição que trabalham. Alguns

aspectos como disposição física e mental e serviços de saúde e assistência social

causam certo desconforto e incertezas em uma parcela dos professores, sendo

pontos a serem trabalhados e revistos, podendo chegar a satisfação dos mesmos.

7.2.2 Esfera Psicológica e Comportamental

Para melhor entendimento dessa análise o quadro 9, abaixo, mostra as

perguntas referente a esfera psicológica e comportamental:

Quadro 9 – Aspectos e questões da esfera Psicológica/ Ambiental

Fonte: Pedroso (2010)

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Após as perguntas dessa esfera serem respondidas, gerou o gráfico 8 que

engloba os aspectos mencionados acima obtendo os seguintes resultados:

Gráfico 8 – Esfera Psicológica e Comportamental

Fonte: Elaborado pela autora

a) autoestima 60,37;

b) significância da tarefa 80,05;

c) feedback 68,09;

d) desenvolvimentos pessoal e profissional 45,74.

No que diz respeito a auto estima dos professores o resultado foi satisfatório.

Para Pedroso (2010) é a avaliação que o ser humano faz de si mesmo no ambiente

laboral.

Quanto ao aspecto significância da tarefa o resultado foi muito satisfatório.

Para Bonomo et al (2012) o professor é tido como um facilitador na busca do

conhecimento, uma peça informante importante, uma ponte que liga o aluno ao

conhecimento. Como resultado, é visto como alguém de mais experiência que

consegue organizar e compreender a aprendizagem. Analisando feedback, os

educadores concordaram e obtiveram resultado satisfatório. Para Hackman e

Auto-estima Significância da

tarefa

Feedback Desenvolvimento

pessoal e

profissional

60,37

80,05

68,09

45,74

Esfera Psciológica e Comportamental

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Oldham (1974) apud Silva, Pedroso e Pilatti (2010), feedback é o conhecimento dos

resultados do seu trabalho. Demonstram prazer na atividade que praticam, está de

acordo com a atividade profissional escolhido, ou seja, podemos reconhecer dessa

forma uma identidade profissional.

Por fim, o desenvolvimento pessoal e profissional não concordou com as

demais respostas obtendo resultado insatisfatório. Segundo Bonomo et al. (2012) o

professor precisa ter seus conhecimentos e suas práticas profissionais atualizadas

constantemente, podendo fazer isso em cursos de aperfeiçoamento,

especializações, entre outros. O objetivo da docência no Ensino Médio é que o

professor deve ter clareza em relação à aprendizagem dos alunos e que entendam o

que é aprender, ensinar os princípios básicos do ensino de tal forma que isso se

faça com a maior eficácia possível.

Analisando as respostas dos 47 educadores podemos observar que a auto

estima é um aspecto importante e aderiu a um resultado satisfatório, ela analisa o

quão satisfeito os professores se encontram com eles mesmo, ou seja, estando

felizes passarão conhecimentos e ensinamentos de uma melhor maneira, ajudando

no desempenho e desenvolvimento de seus alunos. Quando se analisa a

significância da tarefa, vemos que o resultado foi de muita satisfação (80,05) de

acordo com os autores, os profissionais da área da educação veem o seu trabalho

como algo indispensável, mesmo com a falta de valorização é um serviço que exige

muita dedicação e desempenho, uma profissão que afeta o futuro da sociedade.

Nesse aspecto podemos relembrar o resultado da escolaridade dos educadores

dessa escola. A maioria dos entrevistados possuem pós graduação ou ensino

superior completo, é um grau de escolaridade elevado e mostram que acham muito

significante a tarefa que realizam utilizando esse estudo, quanto mais ensinamentos

eles adquirem, melhor será repassada para seus alunos resultando em uma

aprendizagem de maior qualidade e surgindo pessoas melhores qualificadas para o

mercado.

Em relação ao feedback pode ser observado que também obteve um

resultado satisfatório, mostrando que os educadores tem informações sobre o seu

desempenho no trabalho. São avaliações fornecidas de grande importância para

analisar como esses profissionais estão se portando frente a suas atribuições. Com

esse feedback podem ser elaboradas melhorias e mudanças ajudando na efetivação

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77

da tarefa. Esse aspecto pode ser comparado com o de auto estima, pois os diretores

passando uma avaliação final sobre seus trabalhos, possuindo um retorno bom ou

pelo menos construtivo para obter melhorias acabam estando de bem consigo.

Por fim, o aspecto de desenvolvimento pessoal e profissional se destaca o

nível de insatisfação dos professores, dificilmente empresas públicas e da rede de

educação liberam profissionais para fazerem cursos e atividades externas

relacionadas com seu trabalho que ajudarão no desenvolvimento profissional. Os

profissionais dessa área precisam estar sempre se aperfeiçoando e estudando para

não ficar engessados nas matérias que ministram, indo de encontro com o autor

Bonomo (et al., 2012) dizendo que os profissionais precisam ter seus conhecimentos

e práticas atualizadas. Porém a instituição pesquisada não incentiva os profissionais

a obter tais aperfeiçoamentos fazendo com que afete diretamente no ensino

aprendizagem de seus alunos e não obtendo crescimento pessoal e profissional

para os professores. Comparando a significância da tarefa com o desenvolvimento

pessoal e profissional, vemos que a importância extrema que essa atividade tem na

visão dos professores é alta, porém, os atributos que eles precisam para realizar

melhor essas atividades não são fornecidos como os cursos de aperfeiçoamentos,

mas mesmo assim, exercem suas atividades com êxito e estão com a auto estima

elevada.

De modo geral a esfera psicológica e comportamental obteve resultados

satisfatórios. Depois de ser analisado cada aspecto podemos observar que os

profissionais estão satisfeitos consigo mesmo, acham de extrema importância as

tarefas que exercem e os seus diretores dão um parecer sobre o desempenho que

eles tem durante suas aulas. O único aspecto que ficou abaixo, sendo insatisfatório,

foi o desenvolvimento pessoal e profissional, pois a instituição estudada na pesquisa

não incentiva para cursos externos, algo necessário para possuir um melhor

desempenho das aulas, profissionalmente e pessoalmente.

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78

7.2.3 Esfera Sociológica e Relacional

Para melhor entendimento dessa análise o quadro 10, abaixo, mostra as

perguntas referente a esfera psicológica e comportamental:

Quadro 10 – Aspectos e questões da esfera Sociológica e relacional

Fonte: Pedroso (2010)

Após as perguntas dessa esfera serem respondidas, gerou o gráfico 9 que

engloba os aspectos mencionados acima obtendo os seguintes resultados:

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Gráfico 9 – Esfera Sociológica e Relacional

Fonte: Elaborado pela autora.

a) liberdade de expressão 66,76;

b) relações interpessoais 71,81;

c) autonomia 61,44;

d) tempo de lazer 39,10.

No aspecto liberdade de expressão os professores se encontram satisfeitos,

podendo expressar suas opiniões sem que isso os prejudique. Para Pedroso (2010)

são direitos que o ser humano possui de manifestar as suas opiniões, ideias e

pensamentos, sem que isso possa lhe acarretar punições. Para Westley (1979)

abordado em seu modelo na parte política representado pelo conceito de ter o direito

de trabalhar e não ser discriminatoriamente demitido.

No que diz respeito às relações interpessoais os educadores tiveram

respostas satisfatórias mostrando estarem gostando da sua equipe de trabalho,

segundo Fernandes (1996), refere-se ao grau de integração social existente na

instituição. Para Pedroso (2010) relacionamento que o indivíduo possui com os seus

superiores, colegas de trabalho e subordinados.

No quesito autonomia as respostas também foram positivas, considerando-as

satisfatórias porque podem tomar decisões sem recorrer a seus diretores. Conforme

Liberdade de

expressão

Relações

interpessoais

Autonomia Tempo de lazer

66,76 71,81

61,44

39,10

Esfera Sociológica e Relacional

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80

Hackman e Oldham (1974) apud Silva, Pedroso e Pilatti (2010) é a responsabilidade

percebida pelos resultados do seu trabalho.

Por fim, analisando o aspecto tempo de lazer o resultado foi insatisfatório. Os

professores mostraram estarem com pouco tempo para atividades realizadas em

casa. Conforme Gasparini, Barreto e Assunção (2005), o papel do professor acabou

ultrapassando sua forma de ensinamento no processo de conhecimento do aluno, o

que já era esperado. Os educadores acabaram levando seus papéis para fora da

sala de aula, tentando garantir uma articulação entre a escola e a comunidade.

Analisando a esfera sociológica e relacional, bem como as respostas dos 47

professores, pode-se comparar os três aspectos que tiveram resultados satisfatórios.

Na liberdade de expressão se observa que os educadores se sentem a vontade para

dar opiniões e sugestões para seus diretores a qualquer momento. Então, pode-se

concordar que a sua relação interpessoal são boas, pois o convívio entre seus

colegas também obteve resultado positivo possuindo uma relação saudável e

amigável. Por fim, a autonomia mostrou ser um aspecto de excelência, pois

conseguem ter liberdade para resolver assuntos sem recorrer a seus chefes.

Comprimindo todos esses aspectos com bons resultados nota-se que a relação dos

professores dentro da instituição é adequada, eles conseguem se expressar com o

que lhes incomodam, possuindo boa relação com seus colegas e diretores e tendo

autonomia para resolver quaisquer problemas.

O único aspecto que ficou insatisfatório nessa esfera foi o do tempo de lazer,

como visto na literatura, os educadores acabam sendo muito exigidos fora das salas

de aula, fazendo trabalhos extraclasses, procurando por vezes as famílias de seus

alunos para acompanhar o desempenho do mesmo e aderindo a uma carga

excessiva de trabalho, isso acaba afetando o seu tempo em casa com a família.

Olhando a esfera como um todo ela obteve resultados satisfatórios, pois três

dos quatro aspectos abordados tiveram resultados positivos que seriam liberdade de

expressão, relação interpessoal e autonomia, apenas um ficou abaixo da média,

sendo insatisfatório que foi o tempo de lazer, como já foi dito essa profissão ocupa

muito tempo dos seus educadores fazendo com que seja afetada sua vida pessoal.

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81

7.2.4 Esfera Econômica e Política

Para melhor entendimento dessa análise, o quadro 11, abaixo, mostra as

perguntas referentes à esfera psicológica e comportamental:

Quadro 11 – Aspectos e questões da esfera Econômica e Política

Fonte: Pedroso (2010).

Após as perguntas dessa esfera serem respondidas, gerou o gráfico 10 que

engloba os aspectos mencionados acima obtendo os seguintes resultados:

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82

Gráfico 10 – Esfera Econômica e Política

Fonte: Elaborado pela autora.

a) recursos financeiros 21,28;

b) benefícios extras 29,52;

c) jornada de trabalho 43,62;

d) segurança de emprego 68,35.

No que diz respeito aos recursos financeiros o resultado da pesquisa foi muito

insatisfatório, pois o salário que lhe são pagos não suprem suas necessidades, não

garantindo um bom estilo de vida. Para Gasparini, Barreto e Assunção (2005)

evidenciam a precariedade que os professores se encontram: baixos salários,

intensidade de exposição a agentes de risco, carência de recursos materiais e

humanos. Conforme Tartuce, Nunes e Almeida (2010), a literatura que está

disponível na área da formação de professores tem verificado problemas que

diretamente ou indiretamente se relacionam com a discussão sobre a atratividade da

carreira docente, como as condições de trabalho, a massificação do ensino, a

feminização no magistério, os baixos salários, violência nas escolas, políticas de

formação, precarização e flexibilização do trabalho docente, emergência de outros

tipos de trabalho com horários parciais.

Recursos

financeiros

Benefícios extras Jornada de

trabalho

Segurança de

emprego

21,28

29,52

43,62

68,35

Esfera Econômica e Política

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83

Quanto ao aspecto de benefícios extras os professores se encontram

insatisfeitos, pois analisando o cenário educacional brasileiro na rede pública não

existem tais comodidades para esses funcionários. Conforme Westley (1979)

benefícios extras são representados pela forma de igualdade no salário e no

tratamento recebido; Segundo Pedroso (2010) são benefícios que diferenciem a

empresa em que o indivíduo trabalha de outras empresas.

Sobre o aspecto jornada de trabalho os professores também mostraram

insatisfação. Os educadores possuem uma carga excessiva de trabalho. Conforme

Mosé (2013) existe alto nível de evasão escolar, baixo rendimento dos alunos, há

desinteresse e falta de estímulo que atinge a quase todos. O esgotamento físico e a

violência também já estão fazendo parte desse meio, prejudicando e ficando cada

vez mais difícil o trabalho dos educadores e a relação com seus educandos.

Já para a segurança de emprego foi o único aspecto dessa esfera que os

profissionais da educação tiveram respostas com resultado satisfatório. Dificilmente

ocorrem demissões por ser uma escola pública. Segundo Fernandes (1996), refere-

se ao que a instituição estabelece para segurança do emprego. Conforme Pedroso

(2010), sentimento de se possuir a segurança de estabilidade no emprego.

Analisando as respostas dos 47 educadores, pode-se observar que teve mais

aspectos insatisfatórios. Os recursos financeiros que englobam a questão dos

salários desses educandos teve um resultado muito abaixo, pois conforme a

literatura essa profissão evidenciam muitas precariedades e uma delas são a baixa

remuneração, impossibilitando-os de conseguir ter um bom estilo de vida.

Comparado a significância da tarefa com os recursos financeiros, nota-se que eles

veem o seu trabalho como algo de extrema importância, em contrapartida seus

salários não estão adequados à importância que sua profissão tem na vida de

muitas pessoas. Os benefício extras também se encontraram em uma zona de

insatisfação, o cenário educacional brasileiro não é apropriado em seu geral, porém

no ensino público as condições são ainda piores, dificilmente um órgão público em

que emprega profissionais que são pouco valorizados irão oferecer vantagens e

benefícios. Em relação às suas jornadas de trabalho, novamente, teve-se um

resultado insatisfatório. Os educadores acabam possuindo um grande desgaste em

escolas públicas pelo fato de ter que se dedicar muito aos seus alunos, o número de

evasão é alto e há muito desinteresse por parte dos educandos, fazendo com que

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84

esses profissionais da educação tenham uma carga elevada de trabalho e sua

jornada seja exaustiva. Sobre a segurança de emprego na instituição estudada, foi o

único aspecto que obteve resultado positivo, por se tratar de um órgão público,

dificilmente ocorrem demissões e a rotatividade não é alta, deixando os educadores

tranquilos nesse quesito, possuem estabilidade podendo contar com uma renda

mensalmente e fixa, mesmo mostrando insatisfação em relação a recursos

financeiros, a estabilidade conta como um ponto forte.

Analisando a esfera econômica e política no seu geral, foi a única que obteve

um resultado abaixo da média, sendo insatisfatório. Apenas um dos quatro aspectos

obteve resposta positiva, de satisfação sendo o da segurança no trabalho. Os

demais quesitos obtiverem respostas negativas englobando os recursos financeiros,

onde os professores se encontram desvalorizados e com baixos salários; benefícios

extras onde não possuem vantagens e benefícios comparados às outras instituições

do mesmo segmento e a jornada de trabalho onde exige muito desse profissional,

por vezes tendo que levar trabalhos para serem feitos em casa, como correção de

provas e trabalhos. Isso indica que esses aspectos devem ser revistos para a

melhoria de qualidade no ensino e da escola, pois o profissional que recebe uma

remuneração baixa, não tem benefícios e trabalha muito não possui motivação,

gerando estresse no trabalho e em casa, podendo assim, não repassar seus

conhecimentos para os alunos da melhor maneira.

7.2.5 Esfera Ambiental e Organizacional

Para melhor entendimento dessa análise o quadro 12, a seguir, mostra as

perguntas referente a esfera psicológica e comportamental:

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Quadro 12 – Aspectos e questões da esfera Ambiental e Organizacional

Fonte: Pedroso (2010).

Após as perguntas dessa esfera serem respondidas, gerou o gráfico 11 que engloba os aspectos mencionados acima obtendo os seguintes resultados:

Gráfico 11 – Esfera Ambiental e Organizacional

Fonte: Elaborado pela autora.

a) condições de trabalho 48,40;

b) oportunidade de crescimento 35,35;

c) variedade da tarefa 47,87;

d) identidade da tarefa 70,48.

Condições de

trabalho

Oportunidade de

crescimento

Variedade da

tarefa

Identidade da

tarefa

48,40

35,37

47,87

70,48

Esfera Ambiental e Organizacional

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86

No que diz respeito às condições de trabalho o resultado foi insatisfatório, os

professores não acham as condições oferecidas adequadas. Conforme Oliveira

(2003), o sistema de educação acaba transferindo ao profissional a responsabilidade

de cobrir a falta de materiais e falhas que existem na instituição, ainda assim,

estabelecem mecanismos rígidos, redundantes de avaliações e do baixo número de

funcionários para as demandas que eles têm que atender.

No aspecto de oportunidade de crescimento o resultado se manteve

insatisfatório, pois a escola pública dificilmente oferece plano de carreira e

possibilidade de efetivação. Segundo Fernandes (1996), refere-se às oportunidades

que a instituição estabelece para o desenvolvimento e crescimento pessoal de seus

empregados.

Outro aspecto insatisfatório é o da variedade da tarefa, os profissionais da

educação acabam ministrando as mesmas aulas por anos, tendo pouca variação.

Conforme Pedroso (2010) é o nível com o qual o indivíduo realiza diferentes tipos de

atividades no seu cargo, fazendo com que esse não seja monótono. Citado no

modelo de Westley (1979), no aspecto psicológico que é representado pela

autorrealização.

O único aspecto com resultado satisfatório nessa esfera foi o da identidade da

tarefa, pois se tratando de educadores realizam tarefas do início ao fim. Conforme

Pedroso (2010), refere-se ao quanto o indivíduo realiza tarefas do início ao fim, de

forma que o seu trabalho não seja realizar apenas uma fração de uma atividade

maior. Esse aspecto também é citado por Westley (1979) no aspecto psicológico.

Analisando os 47 professores respondentes do questionário sobre a QVT,

observa-se que foram três aspectos dentro dessa esfera que obtiveram resultados

insatisfatórios. No que diz respeito à condição de trabalho englobando luminosidade,

temperatura, ruídos e tudo que está na instituição que afetam seu momento de

ministrar as aulas foram encontrados respostas negativas, os professores acabam

não obtendo as devidas condições para concretizar suas aulas, as escolas públicas

por dependerem do governo tem aspectos precários e falta de materiais fazendo

com que os educadores tenham que se organizar com o que é oferecido, sendo

escasso. Nesse mesmo segmento de insatisfação se conseguiu a oportunidade de

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87

crescimento dentro da instituição de ensino, esse aspecto obteve respostas

negativas, pois dentro de uma escola dificilmente se adotam um plano de carreira, o

máximo que se chega é ao cargo de diretor, sendo que a maioria deles são

professores que exercem essa atividade paralelamente, ou seja, a hierarquização é

muito enxuta não possuindo promoção. Quanto à variedade da tarefa também com

resultado insatisfatório, pode-se analisar da seguinte maneira, professores do

Ensino Médio normalmente dão aulas sobre uma disciplina e a mantém por anos. A

variação de tarefa é pequena, pois acabam revendo o mesmo assunto. Vai

depender de o educador aderir a novas atividades e incrementar o plano de ensino

para não tornar seu trabalho monótono. A identidade da tarefa foi o único aspecto

nessa esfera que teve resultado positivo, sendo satisfatório. Os professores são uma

profissão que necessariamente devem realizar suas atividades do início ao fim,

normalmente um educador ingressa na turma e vai com ela até o fim do ano, por

ventura, acontecem de ter que ser substituídos e quando isso acontece o substituto

adere a sua maneira de ensino, ou seja, as tarefas são dadas e terminadas, pois

não é uma profissão fácil que qualquer um pode substituir e entrar no mesmo ritmo

de ensino. Os professores além de mostrarem satisfação em começar e terminar as

suas atividades também mostraram que estão satisfeitos com as atividades que

realizam.

Por fim, analisando a esfera ambiental e organizacional, no geral obteve

resultado satisfatório como um todo para os professores, mesmo sendo três dos

quatro aspectos com respostas negativas. A instituição de ensino estudada deve

analisar esses aspectos para tentar reverter as más condições de trabalho e, se

possível, aderir a planos de carreira para obter oportunidades de crescimento e os

profissionais da área variar as tarefas que estão acostumadas a dar, aderindo a

novas atividades de ensino para não tornar seu trabalho monótono. O aspecto da

identidade da tarefa se manteve satisfatório, mostrando que os educadores

começam suas atividades e vão com as mesmas até o fim.

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7.2.6 Auto avaliação da qualidade de vida no trabalho

Para um melhor entendimento dessa análise, o quadro 13, abaixo, mostra as

perguntas referentes à autoavaliação da qualidade de vida no trabalho:

Quadro 13– Aspectos e questões da autoavaliação

Fonte: Pedroso (2010).

Após as perguntas desse aspecto serem respondidas, gerou o gráfico 12 que

engloba a autoavaliação da QVT, obtendo os seguintes resultados:

Gráfico 12– Auto avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho

Fonte: Elaborado pela autora.

a) autoavaliação da qualidade de vida no trabalho 52,66.

A respeito do aspecto de autoavaliação da qualidade de vida no trabalho os

professores encontram-se satisfeitos. Avaliando sua qualidade de vida no trabalho

52,66

Auto avaliação da Qualidade de Vida no

Trabalho

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de forma positiva. Segundo Limongi-França (2003), a temática de QVT também se

estende a levantamentos de riscos ocupacionais do trabalho, ergonomia, questões

de saúde e segurança do trabalho, carga mental, esforços repetitivos, comunicação

tecnológica, psicologia do trabalho, psicopatologia, significado do trabalho,

processos comportamentais, expectativas, contrato psicológico de trabalho,

motivação, liderança, fidelidade e empregabilidade.

No que diz respeito a autoavaliação da QVT esse aspecto não possui uma

esfera específica e analisando a respostas dos 47 educadores seu escore

encontrado foi de 52,66. O resultado positivo se dá pelo fato das cinco esferas

pesquisadas apenas uma ter o resultado insatisfatório. Os educadores se sentiram

satisfeitos e avaliaram positivamente a qualidade de vida no trabalho dessa

instituição de ensino abordada para o estudo.

Gráfico 13 – Comparação entre a média geral e a autoavaliação QV

Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico acima, tem uma comparação dos escores entre a média geral de

todas as esferas e da autoavaliação da qualidade de vida. Analisa-se que os

resultados estão bem próximos, o que significa que o questionário conseguiu medir

a opinião dos professores que se encontram satisfeitos. Mesmo o resultado sendo

positivo é possível reparar que ficou perto do ponto central, 50, consequentemente,

não longe de ser insatisfatório. Algumas melhorias devem ser tomadas pela direção,

principalmente referente à esfera econômica e política que teve a maioria de seus

GERAL

Auto avaliação da QV

53,27

52,66

Comparação entre a média geral e a auto

avaliação QV

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aspectos insatisfatórios e a única que ficou abaixo da média no escore mostrado no

gráfico 6.

7.2.7 Sugestões de melhorias

Após as esferas serem analisadas e cada aspecto ser estudado, se observa

que alguns itens se mantiveram abaixo da linha de satisfação, sendo insatisfatórios.

Abaixo serão ilustrados todos os aspectos, os sinalizados são com os escores

abaixo de 50, segue abaixo gráfico 14:

Gráfico 14 – Aspectos satisfatórios e insatisfatórios das esferas

Fonte: elaborado pela autora.

Depois da visualização do gráfico 14, percebe-se que dez dos aspectos estão

com resultado abaixo de 50, consequentemente, são insatisfatórios para os

40,16

72,61

43,35

51,60

60,37

80,05

68,09

45,74

66,76

71,81

61,44

39,10

21,28

29,52

43,62

68,35

48,40

35,37

47,87

70,48

52,66

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Disposição física e mental

Capacidade de trabalho

Serviços de saúde e…

Tempo de repouso

Auto-estima

Significância da tarefa

Feedback

Desenvolvimento pessoal…

Liberdade de expressão

Relações interpessoais

Autonomia

Tempo de lazer

Recursos financeiros

Benefícios extras

Jornada de trabalho

Segurança de emprego

Condições de trabalho

Oportunidade de…

Variedade da tarefa

Identidade da tarefa

Auto avaliação da QV

Aspectos satisfatórios e insatisfatórios das esferas

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professores pesquisados. Entre eles estão: disposição física e mental, serviços de

saúde e assistência social, desenvolvimento pessoal e profissional, tempo de lazer,

recursos financeiros, benefícios extras, jornada de trabalho, condições de trabalho,

oportunidade de crescimento e variedade na tarefa. Com isso, foi elaborado um

quadro de sugestões para futuras melhorias a serem implementadas na instituição.

O quadro 14, engloba esses aspectos e as sugestões.

Quadro 14 – Sugestões de melhorias

Aspectos insatisfatórios Descrições dos aspectos Sugestões de melhorias

Disposição física e mental - 40,16

Disposição que o ser humano possui para a realização do seu trabalho.

Diminuir excesso de atividades e/ou conciliar com maiores tempos de descanso.

Serviços de saúde e assistência social –

43,35

Serviços de saúde e assistência social disponibilizados pela organização, tais como atendimento médico, odontológico e psicológico.

Podem ser implantadas ações que visem a saúde, desde ações preventivas, como novas alternativas que premiem a QVT.

Desenvolvimento pessoal e profissional –

45,74

Nível com o qual a organização incentiva e libera o trabalhador para aperfeiçoar o seu conhecimento no intuito de lhe possibilitar crescimento em nível pessoal e/ou profissional.

Conciliar em momentos de carga horário aula com treinamentos e cursos para aperfeiçoamento profissional e desenvolvimento pessoal.

Tempo de lazer – 39,10

Tempo disponível para a prática de atividades com caráter de lazer e o quanto tal tempo é preenchido com atividades desse cunho.

Diminuir atividades levadas para casa, tentando resolver tudo dentro do colégio.

Recursos financeiros – 21,28

O quanto os recursos financeiros provenientes do trabalho são suficientes para garantir um estilo de vida satisfatório ao indivíduo e à sua família.

As greves são uma forma de reinvindicação, surgindo efeito, o piso salarial normalmente aumenta. Entrar em acordos para que obtenham um salário melhor.

Benefícios extras – 29,52

Benefícios que diferenciem a empresa em que o indivíduo trabalha de outras empresas.

Oferecer benefícios, quando professor ser bem qualificado pelos alunos, com algum prêmio de reconhecimento.

Jornada de trabalho – 43,62

O quanto a carga horária semanal de trabalho é condizente com a disposição que o indivíduo possui para realizar as suas tarefas;

Organizar melhor a disponibilidade do professor e o tempo que a escola precisa dele, deixando a carga horária melhor distribuída.

Condições de trabalho – 48,40

Aspectos ergonômicos do ambiente laboral, tais como conforto térmico, luminosidade e ruído;

Pedir ajuda da comunidade, pais dos estudantes em pequenos ajustes dentro da escola.

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Oportunidade de crescimento –

35,37

Possibilidade do indivíduo ascender na empresa em que trabalha, seja por meio de promoções de cargo ou por meio da existência de um plano de carreira;

Fazer um plano de carreira interno, com benefícios e metas para os professores se motivarem.

Variedade da tarefa – 47,87

Nível com o qual o indivíduo realiza diferentes tipos de atividades no seu cargo, perfazendo com que este não seja monótono;

Distribuir melhor as atividades realizadas, aderir a aulas mais dinâmicas e diferentes ideias que busquem um mesmo resultado.

Fonte: elaborado pela autora.

Depois de feito o quadro e analisado as questões, percebe-se que mesmo

existindo metade dos aspectos com resultados insatisfatórios, o escore geral se

manteve com resultados positivos. Isso se resulta pelo fato dos aspectos abaixo de

50, não ficarem tão distante desse número. Juntamente com os outros resultados

acabaram obtendo um resultado satisfatório na composição geral.

Com a análise das cinco esferas e seus aspectos se tem respostas aos

objetivos propostos nesse estudo: o primeiro objetivo foi identificar como os

professores percebem o ambiente da escola segundo as

esferas biológica/fisiológica, psicológica/comportamental, sociológico/relacional,

econômica/política e ambiente/organizacional, a maioria das esferas tiveram

resultados satisfatórios, apenas a econômica/ política ficou negativa, mostrando a

insatisfação dos professores nos aspectos que compões essa esfera, dentre eles

estão: recursos financeiros, benefícios extras e jornada de trabalho. Contudo, a

qualidade de vida no trabalho na escola obteve resultado satisfatório quando

avaliados dentre todas as esferas.

O segundo objetivo foi analisar os pontos positivos e negativos de cada esfera

nessa organização, propondo melhorias para esse contexto. Depois de analisados

todos os resultados, foi criado um quadro (14) com sugestões de melhorias, nele

consta todos os resultados negativos, onde a maioria ou parte dos educadores estão

insatisfeitos, também mostra como esses aspectos são definidos e por fim, as

sugestões de melhorias. Esse quadro visa buscar maior satisfação dentro da

organização, mesmo o escore geral sendo positivo ainda podem buscar melhorias,

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trazendo benefícios para os professores, educandos e todos que fazem parte da

escola.

O terceiro objetivo foi identificar oportunidades de investimentos futuros em

ações de qualidade de vida no trabalho nessa escola a partir dos resultados. Depois

de elaborado o quadro com sugestões de melhorias nos aspectos que se

encontraram a insatisfação dos professores, consequentemente, precisam aplicar

essas sugestões, aderindo a investimentos quando necessário, buscando o maior

número de educadores satisfeitos referente à qualidade de vida no trabalho dentro

da escola.

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CONSIDERAÇÃOES FINAIS

No cenário atual a qualidade de vida no trabalho é um assunto bem discutido,

ela se preocupa com dois aspectos, o bem-estar de um ser humano no trabalho e a

eficácia organizacional. Na educação não é diferente, as escolas existem para servir

a comunidade, para atender as necessidades e contribuir no bem-estar das pessoas

e da sociedade. Com qualidade de vida no trabalho dentro das escolas os

educadores conseguem fazer um melhor trabalho, seus educandos adquirem um

melhor ensino aprendizagem, consequentemente, sendo mais qualificados

futuramente no mercado de trabalho.

Esta pesquisa teve como objetivo analisar a percepção dos professores da

Escola Estadual de Ensino Médio Roque Gonzáles em relação à Qualidade de Vida

no Trabalho para que fosse realizado este estudo foi feito o uso de recursos e

autores que deram suporte teórico ao assunto dividido em: qualidade de vida no

trabalho, cenário educacional brasileiro e qualidade na educação. Com isso, foi

possível responder à questão abordada na situação problemática, bem como foi

alcançado o objetivo geral do presente estudo.

Conforme análises e discussões dos resultados da pesquisa, feitas na seção

anterior, foi evidenciado que os trabalhadores conseguiram demonstrar a satisfação

e a importância que as variáveis da Qualidade de Vida no Trabalho possuem nas

suas rotinas trabalhistas.

Os resultados alcançados por meio deste estudo demonstram que os

professores da Escola Estadual de Ensino Médio Roque Gonzáles, estão em sua

maioria satisfeitos com muitos dos aspectos que foram analisados, sendo positivo

para a instituição esse resultado, tendo em vista que a satisfação do indivíduo pode

atingir diretamente o desenvolvimento de suas atividades. Entretanto, algumas

variáveis que tiveram uma porcentagem bastante significativa de respondentes

insatisfeitos, devem ser alvo de atenção para a organização porque podem estar

diminuindo o rendimento de parte do grupo dos educadores.

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As questões negativas estão contempladas nas respostas obtidas em

aspectos relacionados à disposição física e mental, serviços de saúde e assistência

social, desenvolvimento pessoal e profissional, tempo de lazer, recursos financeiros,

benefícios extras, jornada de trabalho, condições de trabalho, oportunidade de

crescimento e variedade na tarefa. Ao serem somados os fatores relacionados a

esses aspectos, é importante que a Escola dê a respectiva atenção a esses pontos,

porque são eles de imensa importância para os indivíduos, já que concedem ao

trabalhador a possibilidade de ter momentos de lazer, de buscar pelo aprimoramento

de seus conhecimentos e das suas necessidades básicas. No instante em que

esses tópicos são insatisfatórios, é sinal de que os funcionários podem perder a

motivação e a afeição em aplicar suas atividades da melhor forma e no menor tempo

possível, comprometendo seu desempenho pessoal e ou profissional.

Grande parte dos profissionais da Escola estão trabalhando na instituição de

0,4 anos a 15,4 anos, é importante para o quadro funcional e para a empresa que

exista possibilidade de crescimento na carreira na própria instituição, para que o

trabalhador tenha prazer em executar suas atividades e interesse em fazê-las da

melhor forma possível. A assistência social e de saúde é um aspecto que tem fortes

necessidades pelas exigências no ensino público, havendo desgastes e estresse

que interferem na sua atividade docente e na disposição física e mental. A escola

deve buscar apoio para esses aspectos pois são de forte influência para conseguir

passarem um ensino eficiente e com qualidade. Os educadores estando bem

fisicamente e mentalmente conseguem exercer melhor suas atividades e buscar

excelência, resultando em pontos positivos para eles e seu local de trabalho.

Como foi constatado na pesquisa, grande parte dos professores dessa

escola identificam-se com as funções realizados por eles, sendo favorável para que

a Escola Estadual de Ensino Médio Roque Gonzáles possa aproveitar o que há de

melhor em seus funcionários no quesito do conhecimento e criatividade. É

necessário também que sejam oferecidos benefícios e uma remuneração mais

adequada que motivem e criem satisfação aos indivíduos, fazendo-lhes ter mais

empenho durante a aplicação de suas tarefas. A remuneração é um conjunto de

vantagens que um indivíduo recebe em troca pela sua prestação de serviço, porém

nos órgãos estaduais essa questão acaba sendo dificultada, resultando em

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reinvidicações grevistas que é a maneira que encontram para buscar a valorização

salarial e melhores benefícios.

Contudo foi elaborado um quadro nº14, com sugestões para melhorias futuras

dos aspectos que se encontram insatisfatórios, com o intuito de terem claro o que

almejam como desenvolvimento, buscando alcançar a qualidade de vida no trabalho

dentro dessa escola estadual. Este estudo trouxe para instituição o olhar dos

professores, pois ressaltou a importância da realização das práticas de QVT.

LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A elaboração e a execução desta pesquisa teve como principal limitação o

fato de a pesquisadora ter que reunir os professores da escola, onde, em algum

momento, intimidou alguns professores de responder às questões com a maior

presteza possível, havendo dificuldade em conciliar horários e tempo disponível por

parte dos professores e da pesquisadora a diretora do turno da tarde foi a quem

mais colaborou ajudando a reunir os professores e conciliar horários. Outra

dificuldade encontrada foi a preocupação de alguns profissionais em responder às

questões do instrumento de pesquisa por terem a desconfiança de que fosse

possível ser feita uma identificação daqueles que demonstraram-se insatisfeitos com

o desempenho das variáveis que consta no questionário. Apesar disso, a pesquisa

dispôs de resultados bastante sólidos para que se tornasse executável, por

conseguir que todos os educadores da instituição respondessem ao instrumento.

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SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

A pesquisa realizada foi baseada em um questionário validado que engloba

cinco esferas. Nessas esferas estão diversos temas relacionados à qualidade de

vida no trabalho. Sugestão para uma futura pesquisa seria expandir este estudo, não

ficando apenas em uma Escola Estadual e sim avaliar um maior número de Escolas

Estaduais da região, observando o quanto os resultados são positivos e negativos,

podendo fazer um comparativo entre elas.

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APÊNDICE A

TQWL-42 – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE

VIDA NO TRABALHO

Este questionário objetiva diagnosticar como você se sente a respeito da sua Qualidade de Vida no Trabalho. Por favor, responda todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Nós estamos perguntando o quanto você está satisfeito(a), em relação a vários aspectos do seu trabalho nas últimas duas semanas. Escolha entre as alternativas de cada questão e coloque um círculo no número que melhor representa a sua opinião.

DADOS PESSOAIS

1) Idade: anos

2) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

3) Estado civil:

( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a)/União estável ( ) Viúvo(a) ( ) Separado(a)/Divorciado(a)

4) Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo ( ) Ensino Superior incompleto ( ) Ensino Superior completo ( ) Pós-Graduação incompleta ( ) Pós-Graduação completa

5) Tempo de serviço (em meses) na empresa em que você trabalha: meses

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QUESTIONÁRIO

F1.1 - Como você avalia a sua Qualidade de Vida no Trabalho?

Muito ruim Ruim Nem ruim nem boa

Boa Muito boa

1 2 3 4 5

A1.1 - Com que frequência você se sente cansado(a) durante o trabalho?

Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

A1.2 - O quanto você está satisfeito(a) com a disposição que você possui para trabalhar?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

A2.1 – Você se sente capaz de realizar as suas tarefas no trabalho?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

A2.2 - O quanto você está satisfeito(a) com a sua capacidade de trabalho?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

A3.1 - A empresa em que você trabalha disponibiliza atendimento médico, odontológico e social aos seus colaboradores?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

A3.2 - Quão satisfeito(a) você está com a qualidade dos serviços de saúde e de assistência social disponibilizados pela empresa em que você trabalha?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

A4.1 - Com que frequência você se sente sonolento(a) durante o trabalho?

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Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

A4.2 - Quão satisfeito(a) você está com o tempo que você possui para dormir?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

B1.1 - Com que frequência você se sente incapaz de realizar o seu trabalho?

Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

B1.2 - O quanto você está satisfeito(a) consigo mesmo(a)?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

B2.1 - O quão importante você considera o trabalho que você realiza?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

B2.2 - O quanto você está satisfeito(a) com a contribuição que o seu trabalho representa para a empresa como um todo e para a sociedade?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

B3.1 - Em que medida você consegue compreender o quão correto ou errado você realiza o seu trabalho?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

B3.2 – Quão satisfeito(a) você está com as informações que te fornecem sobre o seu desempenho no trabalho?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

B4.1 - A empresa em que você trabalha te incentiva e/ou libera para fazer cursos e outras

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atividades relacionadas com o seu trabalho?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

B4.2 - O quanto você está satisfeito(a) com o apoio que a empresa em que você trabalha concede para o seu desenvolvimento pessoal e profissional?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

C1.1 - Na empresa em que você trabalha, você pode expressar a sua opinião sem que isso te prejudique?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

C1.2 - O quanto você está satisfeito(a) com relação à possibilidade de expressar suas opiniões livremente na empresa em que você trabalha?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

C2.1 - Com que frequência você tem desentendimentos com os seus superiores ou colegas de trabalho?

Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

C2.2 - Quão satisfeito(a) você está com a sua equipe de trabalho?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

C3.1 - Em que medida você pode tomar decisões no seu trabalho, sem a necessidade de consultar o seu supervisor?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

C3.2 - O quanto você está satisfeito(a) com o nível de autonomia que te é concedido no seu trabalho?

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Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

C4.1 - Com que frequência você pratica atividades de lazer?

Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

C4.2 - O quanto você está satisfeito(a) com o tempo que você possui para praticar atividades de lazer?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

D1.1 - O seu salário é suficiente para você satisfazer as suas necessidades?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

D1.2 - O quanto você está satisfeito(a) com o seu salário?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

D2.1 - Em que medida a empresa em que você trabalha apresenta vantagens e benefícios?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

D2.2 - O quanto você está satisfeito(a) com as vantagens e benefícios oferecidos pela empresa em que você trabalha?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

D3.1 - Você julga o seu trabalho cansativo e exaustivo?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

D3.2 - O quanto você está satisfeito(a) com a sua jornada de trabalho semanal?

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Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

D4.1 - Com que frequência ocorrem demissões na empresa em que você trabalha?

Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

D4.2 - O quanto você está satisfeito(a) com relação à segurança de permanecer empregado na empresa em que você trabalha?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

E1.1 - As condições de trabalho (temperatura, luminosidade, barulho, etc.) do seu cargo são adequadas?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5

E1.2 - Quão satisfeito(a) você está com as suas condições de trabalho?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

E2.1 - A empresa em que você trabalha oferece plano de carreira e/ou possibilidades de você ser promovido de cargo?

Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

E2.2 - O quanto você está satisfeito(a) com o plano de carreira e/ou a possibilidade de promoção de cargo presentes na empresa em que você trabalha?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

E3.1 - Com que frequência você julga o seu trabalho monótono?

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Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

E3.2 - O quanto você está satisfeito(a) com a variedade de atividades que você realiza no seu cargo?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

E4.1 - Com que frequência você realiza no seu trabalho atividades completas, ou seja, do início ao fim?

Nunca Raramente Às vezes Repetidamente Sempre 1 2 3 4 5

E4.2 - O quanto você está satisfeito(a) com o trabalho que você realiza?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

F1.2 - O quanto você está satisfeito(a) com a sua Qualidade de Vida no Trabalho?

Muito insatisfeito

Insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5