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Vol. XVII • N° 298 • Montreal, 15 de novembro de 2013 Cont. na pág 14 Foto LusoPresse. Cont. na pág 13 Armando Melo, no momento de assinar o Livro de Honra quando foi considerado Cidadão do Ano em Ste-Thérèse. Ao seu lado, a esposa Filomena e a «mairesse» Sylvie Surprenant. Editorial Tea Party no Quebeque Por Carlos DE JESUS C omeça a ser fatigante mas é in- contornável. Vamos ter que falar de novo na controversa «Carta dos valores quebe- quenses» agora reformulada em projeto de lei e “simplesmente” designada por «Charte affirmant les valeurs de laïcité et de neutralité religieuse de l’État ainsi que d’égalité entre les femmes et les hommes et encadrant les demandes d’accommode- ments». Ufa! Na verdade vamos falar pouco da dita cuja e mais do que anda à sua volta. Não Sérgio Pessoa: «Tenho espírito dum combatente» Entrevista de Laurence E. Bédard S érgio Pessoa, judoca de profissão, está se preparando para o Grand Chelem de Paris que vai ter lugar em fevereiro. Também tem em mente os Jogos Olímpicos de 2016, no seu país natal. Contactado em casa por telefone, Sérgio Pessoa apresenta-se de maneira transparente e sem pretensão, apesar de ter muito de que se orgulhar. Quinto lugar no Grand Prix de Mia- mi, medalha de bronze na Copa Mundial em El Salvador, 9° lugar no Campeonato Mundial no Rio de Janeiro, medalha de bronze no Grand Prix de Croácia e medalha de ouro nos Jogos da Francofonia em Nice… Isto só resu- me os seis últimos meses do atleta. «Passo muito tempo fora do Quebeque», rindo-se. Com um pai olímpio em Seul, em 1988, e dois irmãos também judocas, pode dizer-se que este desporto faz parte da família. «Tenho o espírito dum combatente», diz ele. Sérgio começa a praticar judo aos 4 anos em São Paulo no Clube que possuem a sua tia e o seu pai. No princípio, é a sua tia quem o treina, pois o seu pai trabalha na Bolsa. Quando entra nos juniores, aos 16 anos, o seu pai assume o trei- 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Temos os melhores preços BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVII • N° 298 • Montreal, 15 de novembro de 2013

Cont. na pág 14

Foto

Lus

oPre

sse.

Cont. na pág 13

Armando Melo, no momento de assinar o Livro de Honra quando foi consideradoCidadão do Ano em Ste-Thérèse. Ao seu lado, a esposa Filomena e a «mairesse»Sylvie Surprenant.

EditorialTea Party no Quebeque

• Por Carlos DE JESUS

Começa a ser fatigante mas é in-contornável. Vamos ter que falar de novona controversa «Carta dos valores quebe-quenses» agora reformulada em projetode lei e “simplesmente” designada por«Charte affirmant les valeurs de laïcité etde neutralité religieuse de l’État ainsi qued’égalité entre les femmes et les hommeset encadrant les demandes d’accommode-ments». Ufa!

Na verdade vamos falar pouco da ditacuja e mais do que anda à sua volta. Não

Sérgio Pessoa:«Tenho espírito dum combatente»

• Entrevista de Laurence E. Bédard

Sérgio Pessoa, judoca de profissão, estáse preparando para o Grand Chelem de Parisque vai ter lugar em fevereiro. Também tem emmente os Jogos Olímpicos de 2016, no seupaís natal.

Contactado em casa por telefone, SérgioPessoa apresenta-se de maneira transparente esem pretensão, apesar de ter muito de que seorgulhar. Quinto lugar no Grand Prix de Mia-mi, medalha de bronze na Copa Mundial emEl Salvador, 9° lugar no Campeonato Mundialno Rio de Janeiro, medalha de bronze noGrand Prix de Croácia e medalha de ouro nosJogos da Francofonia em Nice… Isto só resu-me os seis últimos meses do atleta. «Passomuito tempo fora do Quebeque», rindo-se.

Com um pai olímpio em Seul, em 1988, edois irmãos também judocas, pode dizer-seque este desporto faz parte da família. «Tenhoo espírito dum combatente», diz ele. Sérgiocomeça a praticar judo aos 4 anos em São Paulono Clube que possuem a sua tia e o seu pai.No princípio, é a sua tia quem o treina, pois oseu pai trabalha na Bolsa. Quando entra nosjuniores, aos 16 anos, o seu pai assume o trei-

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

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Página 215 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TECHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. AguiarEscrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Jules Nadeau• Fernando Pires• Lélia Nunes• Adelaide Vilela• Sónia Vilela• Lena Fonseca Dias• Brianna Medeiros• Laurence Emmanuelle-Bédard

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

Port de retour garanti.

www.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013

75 Napoléon | Montréal [email protected] | 514 282-9976

Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

O paraíso em S. Miguel• Por Osvaldo CABRAL

N ós, a-çorianos, damospouco valor ao quetemos.

É preciso quealguém de fora re-leve as nossas po-tencialidades, paraentão sairmos doconformismo ilhéue reconhecer asnossas imensas ri-quezas.

Hoje dou o exemplo das Furnas, o séti-mo céu da nossa oferta turística, com uminstrumento poderosíssimo chamado TerraNostra Garden Hotel, o cantinho paradisía-co do imenso vale celeste.

Relevo o tema porque é neste início deoutono que as Furnas se tornam no deslum-bramento mais sublime.

Raul Brandão, no relato de “As ilhasdesconhecidas”, dizia que “a verdadeira pri-mavera, aqui, é o outono, em que cada árvoreparece uma flor gigantesca e as Furnas tomamcores de outro mundo quimérico”.

Desfrutar este ambiente é um privilégioque já vem de longe, marcado por um ameri-cano chamado Thomas Hickling, entãoCônsul dos EUA em S. Miguel, que construiua sua residência de verão, a “Yankee Hall”,no meio de 12,5 hectares de jardins, matas elagos deslumbrantes, em 1775, hoje o Par-que Terra Nostra, do Grupo Bensaúde.

É neste “luxo verdejante” que se ergueo emblemático hotel de charme, agora pro-fundamente renovado, misturando a sua tra-dicional Art Déco com os traços modernosdo nosso tempo.

O Terra Nostra Garden Hotel, conside-rado pela revista internacional “Condé NasteTraveler”, como um dos 10 melhores “Reti-ros Verdes” do mundo, bem poderia classifi-car-se com 5 estrelas, e a sua cozinha a raiara estrela Michelin.

O Chefe Luís Pedro e a sua jovem equipaconceberam agora, para este Outono/Inver-no, uma carta gastronómica que é um hinoaos produtos locais e à ambiência idílica dasFurnas.

É justo mencionar alguns pratos, defini-dos como uma explosão de sabores do A-tlântico misturados com texturas e cores dosnossos campos: para entrada, um carpacciode beterraba, puré de grão, limão galego e vi-nagrete de avelãs; mas pode também optarpor um ceviche de lírio, com lima, coentrose limão galego confitado; sugere-se, depois,uma veja escalfada em caldo de peixe, aroma-tizada com erva príncipe, servida com batata-doce, abóbora e pimentos; ou então um en-trecosto cozido a baixa temperatura e assado,pezinhos e boletus, tarte de cebola e um pu-ré de batata com infusão de alecrim; a fechar,um pudim de queijo velho de S. Miguel comgelado de tomarilho; em alternativa, um cre-pe recheado e flamejado com ananás e gela-do, acompanhado por um Czar do Pico, emhomenagem aos tradicionais e saborososcrepes de Mestre José Dias no Hotel S.

Pedro.Mas o mais surpreendente são

os “amuse-bouche” do Chefe, queaté utiliza, pela primeira vez na histó-ria do hotel, os famosos cogumelosBoletus do próprio Parque.

Esta é apenas uma amostra da car-ta, que continua a incluir os seus pratosde marca, como o cozido nas caldeirasou os filetes de abrótea, tudo regadocom uma carta de vinhos, escolhidahá poucos dias pela “Revista de Vi-nhos” como uma das 52 finalistas doconcurso de “Melhor Carta de Vinhosde 2013” em Portugal.

Na velha cave do Terra Nostraé tão possível conviver um D. Peri-gnon Vintage de 1996 com uma Ma-gnum Romeira de 1970 (relíquia di-vinal), ou um “Diga?” branco de2008 com um Porto Ferreira Vintagede 1999.

O epílogo é um passeio peloParque, entre as mais de 600 qualida-des de camélias, e, mais tarde, ummergulho na célebre piscina de águaférrea entre 30 a 40 graus de tempera-tura natural, ou então a piscina in-terior com hidromassagem, sauna ebanho turco.

Tempo ainda para visita à novaesplanada, junto à entrada do Parque,com uma tradicional “club-san-dwich” ou, mais afoita, uma alheiracrocante de Santa Maria com docede pero das Furnas.

Nesta transformação exuberan-te que o Terra Nostra oferece, o me-lhor de tudo continua a ser os seuscolaboradores, onde é notória a sa-tisfação e o orgulho estampados nosrostos maioritariamente furnenses,fazendo jus à velha escola deste ho-tel, desde 1935.

Por aqui passou e continua a passargente experiente, com décadas de servi-ço, que vai transmitindo os ensina-mentos aos quadros mais novos, in-cluindo os reclassificados, como um an-tigo jardineiro agora porteiro.

O Terra Nostra vive sempre doseu tempo.

Do tempo do alegre João Ro-drigues, do cavalheirismo de DuartePimentel, do hospitaleiro-mor Má-rio Oliveira, da simplicidade do Joséde Paiva e, agora, do jovem inovadorCarlos Rodrigues.

Cada um com a sua história, cadaum com os seus mestres, desde o Sr.Rosa, o Sr. Basílio, o Sr. AntónioCarvalho, até aos dias de hoje, como Sr. João Vertentes, 38 anos de casa,a comandar uma sala com uma equi-pa fantástica.

É destas histórias de magia quese faz o turismo da nossa região.

Tomara nos orgulharmos deoutros setores que enriquecem onosso património e que precisamde mais reconhecimento.

Afinal, como se vê, o paraíso éaqui tão perto. L P

De uma estada na Terra Nova em 1981Simples observação conclusiva

• Por Fernando PIRES

Depois de ter exposto alguns pontos devista históricos sobre o enigma Fagundes, ligado àspescas na costa do nordeste canadiano, sem qualquerpretensão, gostaria de aqui ser testemunha daquiloque tive o privilégio de ver, ler, e ouvir sobre o que setem escrito, daquilo que poderia ter sido mais uma ou-tra (ilha portuguesa) e, que agora, se chamaria TerraNova. Isto, mesmo se os ventos desta costa eram,são, mais fortes e mais frios que os de Viana do Caste-lo e de Aveiro!

No entanto, ninguém pode negar os sinais da se-ca de lulas penduradas numa corda aos ventos fortesdesta região costeira dos quais fui testemunha em 1982.

Portanto foi o que vi numa das aldeias visitadascom sinais semiológicos com nomes de origem por-tuguesa e de hábitos alimentares que são os de quegostamos! Do Nacional Park da Terra Nova, e dasquatro penínsulas e baías como, “Nossa Senhora”(Notre-Dame), Sta. Teresa, Boa Ventura (Bona Ventu-ra), Trindade (Trinity), Conceição (Conception), quevisitei e tendo aí a oportunidade de identificar algunsnomes de origem portuguesa, como por exemplo:Portugal Cova, (Manuels) Manuel, Baía Verde, (Salvage)Selvagem, Fogo, etc.

Recordo também ter visitado duas igrejas da ca-pital St. Johns, onde uma era protestante e a outra ca-tólica (se a memória não me trai), deparando aquicom imagens dos índios da tribo Béothuks, hoje desa-parecidos e que, segundo dados atuais esta nação conta-va entre 500-700 “pessoas” em (1497?). A última mu-lher béothuk a desaparecer foi Shawndithit em (1829?),decerto com doenças e álcool que os europeus lhes te-riam transmitido!

Também devo acrescentar que na altura depareiem St. Johns com divergências das duas igrejas-museusque visitei escutando o mal-entendido de quem teriachegado à Terra Nova primeiro. Caboto ou Corte Re-al? E em que local!

Para uns, teriam sido os portugueses, para outros,teria sido João Caboto (Joani Caboto). Apesar de tu-do, não posso aqui deixar de mencionar que encontrei

Estátua de Corte Real em St-John’s, na Terra Nova.

Cont. Pág. 14, Terra Nova...

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Página 315 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Bilhete de LisboaPasseio com os netos

• Por Filipa CARDOSO

“Uma hora com os netos pode fazer uma avó sentir-se jovem outra vez. Mais tempo que isso fá-la sentir-se velharapidamente.” Gene Perret, escritor americano.

Não foi isso que aconteceu comigo esta semana pois osmeus três netos já são uns jovens… Durante a meia dúzia dedias em que fui fazer papel de “avó” ainda deu para dar umavolta pelo Alentejo.

Fui visitar o recém-inaugurado “Alentejo Marmòris Hotel& Spa” em Vila Viçosa, terra que foi residência real, de férias,até à proclamação da República.

Este hotel de 5 estrelas, inaugurado em fevereiro de 2013,está implantado sobre um grande filão de mármore e foi adap-tado do antigo lagar da Cooperativa de Ovicultores de VilaViçosa, com um custo de cerca de seis milhões e meio de eu-ros. Tem 45 quartos e um magnífico spa, escavado na pedreiraonde foram deixadas à vista as formações rochosas, em bruto.

O hotel tem também o restaurante “Narcissus” que ofe-rece o melhor da cozinha alentejana e uma agradável piscinaexterior.

Continuei o passeio até Évora para visitar “O Fórum –Eugénio de Almeida”, inaugurado em julho de 2013, no anoem que se comemora cinquenta anos da Fundação Eugénio deAlmeida e o centenário do seu fundador o mecenas e filantropoVasco Maria Eugénio de Almeida.

O Fórum está situado no centro de Évora e resulta da re-qualificação do património edificado da Fundação Eugénio deAlmeida no âmbito do projeto Acrópole XXI (parceria paraa regeneração urbana de Évora) e agrega o Palácio da Inquisição(1536), as Casas Pintadas, com galerias com pinturas muraispalacianas dos finais do século XVI, o auditório e o restaurante“Cartuxa”.

Este “Fórum” tem como missão traçar caminhos do sa-ber através de ações artístico-culturais contemporâneas e nestemomento estão patentes as exposições “Portas Abertas”,mostra de cerca de quinhentos trabalhos de artistas de todo omundo numa reflexão sobre a atualidade e “A Construção doLugar” onde se pode observar a evolução histórica e arquitetó-nica do edifício.

Mais do que as exposições, a requalificação e o projetoarquitetónico deste espaço foi muito bem conseguido e estenovo polo de cultura vem dar ainda mais vida a esta bela cida-de alentejana.

No caminho para casa ainda fui dar uma espreitadela aoConvento de Nossa Senhora do Espinheiro, a cerca de doisquilómetros de Évora.

Este convento, que remonta ao século XV e funcionoucomo convento da ordem de S. Jerónimo, até à extinção dasordens religiosas em 1834. A partir daí foi palco de várias ati-vidades como escola de pintura, centro de cultura e escola pri-mária durante o Estado Novo.

Em 1986 foi classificado como Património da Humani-dade pela Unesco.

Desde 2005, depois de um fantástico trabalho de recupe-ração, no Convento do Espinheiro funciona um hotel de lu-xo que pertence à cadeia “Luxury Collection Hotel”.

Na antiga adega está situado o restaurante “Divinus”, nacozinha dos monges há um bar e na cisterna realizam-seeventos e provas de vinho.

Há quartos conventuais mas também na ala nova, quartoscom decoração moderna.

O interior do hotel é magnífico, nem apetecia partir…mas tinha que ir buscar os netos à escola.

É um espaço monumental que merece ser revisitado sempressa.

E, para terminar, recordo ter lido que “Netos são filhoscom açúcar”, creio que de Aires de Almeida (professor de filo-sofia).

Restaurante Cantinho...

Abre balcão Express na Henri-Bourassa• Reportagem de Jules NADEAU

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

L P

O restaurante Cantinho tem a partirde agora uma montra no complexo da PlaceMontréal-Nord. Um balcão Express oferecen-do principalmente frango frito, mas tambémporco e chouriço. Domingo passado, algunsconvidados inauguraram o local de 45 mesasmuito bem decorado com um imenso muralda cidade do Porto. Como se aí estivéssemos!

Mas nós estamos mesmo no 5825 daHenri-Bourassa Este (perto de Lacordaire),num setor comercial muito frequentado. Aber-to sete dias sobre sete e também à noite, o no-vo Cantinho depressa se deve tornar muitopopular. Serviço rápido, estacionamento có-modo, ambiente moderno nas cores nacionais.

Um dos patrões do estabelecimento, Pau-lo Teixeira, leva-nos para uma sala atrás da cozi-nha para nos mostrar o «maior galo de Barce-los de Montreal e talvez do Canadá». O logodo restaurante. Uma criação do artista RobertoFata. «Vamos estudar o mercado. Começamoscom os grelhados na lenha, o frango, e logovemos se vamos vender peixe ou outra coisa.»

Luís Jesus vai no mesmo sentido. Can-tinho «avançará passo a passo» para ver antesde mais como funciona a logística do Express.Preveem-se muitas entregas e, uma vez a fór-mula bem rodada, todas as esperanças são per-mitidas. Em todo ocaso, é a visão a longoprazo. É preciso pen-sar em grande comoo galo extragrande dosegundo Cantinho!

Nesse domingo,o restaurante estavacheio de convidadosvisivelmente conten-tes de estar presentesna inauguração. A a-

bertura ao público devia ser na quarta-feira passada. A decoração interiortem a assinatura de Jean Lessard, um designer que se ilustrou no Casinode Montreal.

Atrás do balcão decorado com a bandeira nacional, Paulo Teixeira,Francisco Pereira e Luís Jesus vigiam o serviço. Entre os sócios do es-tabelecimento, Luís Jesus menciona que ele vai ser «o mais presente»dos três na Henri-Bourassa. É precioso ter um perito para seguir deperto o crescimento do primeiro «bebé Cantinho» visto que ele possuium bacharelato em gestão de negócios da UQAM.

Paulo Teixeira, Luís Jesus e Francisco Pereira, todos os trêsorgulhosamente presentes na abertura do primeiro CantinhoExpress.

L P

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Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

A MINHA PERSEGUIÇÃO INEVITÁVEL• Por Brianna MEDEIROS

Cont. Pág. 14, A MINHA...

E lá fui eu. Entusiasmadíssima paramais uma viagem aos Açores, para a terraonde nasceu o meu pai. Desta vez, a viagemseria de natureza bastante diferente. Por duassemanas intensas, iria viajar para quatro ilhas,conversar com escritores e académicos deáreas diferentes, com interesses e experiên-cias de vida diversos, percorrer museus e ex-posições e, no pouco tempo que restava,respirar aquele ar salgado e húmido e ouvir osom das ondas do mar na distância. A via-gem não seria feita sozinha, mas na compa-nhia de quatro colegas oriundos de três uni-versidades americanas. Para mais, eu ia agorano papel de líder do grupo.

Por tudo isto, embarquei desta últimavez com uma expectativa diferente das ante-riores – nesta viagem, não queria ser a meninaluso-americana, filha de pai micaelense, quefoi ao encontro das suas raízes, para depoisvoltar para os Estados Unidos e escreverum relato sobre as emoções que sentira e asligações que descobrira. Sim, tive imensoprazer em mostrar as ilhas, que também jáconsidero “minhas,” aos meus colegas quenunca tinham visitado os Açores, em parti-lhar um bocadinho desse nosso paraíso, efoi um gosto tremendo ver as suas reações.E sim, estar nas ilhas é sempre uma novadescoberta para mim – a minha perspetivado mesmo lugar nunca é igual, pois o tempoe a experiência – para não falar do clima aço-riano! – não o permitem. Mesmo assim, que-ria encontrar algo diferente nesta viagem deum programa rigoroso e académico. E disse-me a mim mesma: este ano, não vou escreversobre a emigração, como tantas vezes já fi-zera!

Cheguei. E logo no início, o tema surge.Não sei exatamente quando aconteceu pelaprimeira vez, mas tenho a impressão de quefoi quando estive pouco tempo com umamigo ribeiraquentense a conversar na brin-cadeira – Esta menina está-se consolandoaqui! Isto aqui é que é a América! – diziaele, repetindo a conversa que já tantas vezesouvira das minhas tias e das suas vizinhasem Água de Pau.

Logo a seguir, foi num jantar com oprofessor e ex-reitor da Universidade dosAçores, Avelino F. Meneses, em que falámosacerca da questão da cultura das comunidadesluso-americanas, e manutenção e cristaliza-ção das tradições portuguesas – sobretudoaçorianas – na diáspora.

Na mesma semana, uma conversa comuma figura bem importante na área dascomunidades da diáspora e da sua produçãocultural – Vamberto Freitas, ele próprio,como se sabe, tendo vivido parte da sua vidana Califórnia. Uma conversa sobre o vaivémdo emigrante, sobre a ligação forte entre osAçores e as suas comunidades, também anível literário, sobre a grande relação entre aliteratura luso-americana e a açoriana.

E lembrei-me então de Sorriso porDentro de Noite, um romance belíssimoescrito pela sua esposa, Adelaide Freitas, cujotema central é a emigração e os seus efeitos

sobre uma família que é por ela dividida. Nãofoi a primeira vez que me lembrei desse ro-mance – já tinha acontecido no dia anterior,quando parámos na terra natal da autora, a fre-guesia da Achadinha. Pus-me a imaginar comoseria a Achadinha do tempo dela. E se bemque o enredo do ro-mance não tenha lu-gar nesta freguesia,não resisti a imaginartambém aqui a meni-na Xana e a sua famí-lia, à espera dos baúse dos candies do Un-cle Joe. Nesta fregue-sia, também me tinhalembrado de João deMelo – é impossívelnão me lembrar dasua obra, pois passa-se pela casa dele narua principal e, lámesmo à entrada, háo padrão tantas ve-zes referido no seu OMeu Mundo Não éDeste Reino. E se es-te romance não tema emigração como o seu tema central, o seuGente Feliz com Lágrimas é uma saga sobrea vida de uma família com cinco filhos rumo adestinos diferentes, como Toronto e Vancou-ver.

E, claro, não consigo deixar de refletir so-bre o assunto de emigração quando visito Á-gua de Pau, a terra da minha família. Este ano,infelizmente, foi uma visita rápida de poucashoras. Mas uma caminhada da vila para a Calou-ra, para me reunir com o resto do grupo, permi-tiu uma reflexão sobre a experiência dos meusavós, do meu pai e das minhas tias, como emi-grantes que nunca voltaram, nem de visita, esobre a minha própria, filha de emigrante quetem tido a imensa sorte de, ao longo dos últi-mos anos, vir a conhecer o que já vejo como aminha segunda casa.

Rumo às ilhas do grupo central, reflitosobre isto tudo – já me dando conta de que otema de emigração nunca me será fácil de evitar.Nunca me será banal. Sempre me interessará.Mas isto não fica por aqui.

A primeira manhã na Terceira já me traráo tópico à minha atenção novamente. Destavez, um taxista angrense que já tinha passadouma temporada nos Estados Unidos. Na Ca-lifórnia, para ser exato – “pois, a América deBaixo é para os são-miguéis!” Continua: “Jáfui a Providence! Já fui a New Bedford! Chegueilá e perguntei: ‘Estou na América ou estou emSão Miguel?’” E lá surge outro tema recorrente:a rivalidade entre São Miguel e a Terceira, massempre na graça. Passou bem o seu tempo fo-ra da ilha, mas a vida terceirense assenta-lhemelhor.

À tarde, um almoço com Marcolino Can-deias, que já viveu no Canadá. Fala sobre a suaexperiência lá e sobre as cartas dos emigrantes,a propósito do seu poema “Carta de Joe Simas”– sobre as grandezas da América distante, sobre“as coisas que não se contam,” as coisas que“só visto” (Candeias), que vinham descritasnas cartas que os emigrados enviavam para as

ilhas.A seguir é o Pico, onde encontramos

outro taxista que também já viveu naCalifórnia, este por um período de tempomais extenso. Gostou da vida lá, onde temuma filha, e voltou para o Pico só por poucotempo – e foi ficando, e foi-se habituando, enunca voltou para a Califórnia. Como ooutro taxista terceirense, decidiu que a vidanos Açores era o que queria. No sossego da

ilha do Pico, com um ritmo de vida mais len-to, para melhor poder saboreá-la. Era umhomem sério, calado, mas muito simpáticoe muito meigo – os anos na Califórnia nãolhe conseguiram tirar o seu caráter picoense. Mas não esteve só na Califórnia – tam-bém passou alguns meses em Massachusetts,na cidade de Taunton. A cidade de Taunton,para onde a minha família emigrou e onde amaior parte da minha família ainda vive. Otaxista diz ter frequentado o clube portuguêsde lá – se bem que haja vários, pensei napossibilidade de ele ter conhecido o meu avô.De qualquer forma, senti uma maior identifi-cação com ele do que com os outros taxistasque encontrámos. Deve ter sido um poucopor isso. Também cheguei a contar-lhe sobrea minha própria experiência como luso-ame-ricana, sobre a minha relação com a minhasaudosa avó – pois toda esta minha “via-gem” começou com ela, e leva-me sempre aela, de diversas maneiras – num dia, enquantoesperávamos os meus colegas. Quando, maistarde, contei ao meu colega dessa identifica-ção que sentia com o senhor, como ele, decerta forma, me impressionou mais do queos outros taxistas mais extrovertidos, maisfaladores, ele respondeu-me franca e simples-mente: “é dos teus.”

Foi no Pico que tivemos a experiênciaque foi, para mim, um dos pontos mais altosda viagem: um encontro com o ErmelindoÁvila. Estar na sua presença foi um privilégio.E qual foi um dos temas centrais desta nossaconversa com este senhor que viveu a vidatoda nas Lajes do Pico? A emigração. Falou-nos da história da emigração açoriana, doefeito dela nas ilhas, das várias ondas migra-tórias. E assim de repente surgiu um dosmomentos mais belos da estadia: sem maisnem menos, Ermelindo Ávila pôs-se a decla-rar o poema “Carta para longe”, de ArmandoCôrtes-Rodrigues. Completamente inespera-

Brianna Medeiros algures nos Açores.

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Página 615 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Carlos Calado:«Toda a minha prática artística se transforma em pesquisa pedagógica»

• Entrevista de Jules NADEAU

Fernando dos Santos:Fotógrafo dos seus semelhantes e antropologista

• Entrevista de Jules NADEAU

Ao entrar no triste blockhaus pós-industrial, na rua Gaspé, descubro imediata-mente o amante das belas-artes. Sentado comtrês amigos na única mesa do café corporativo.Num terraço de betão, improvisado em plenointerior do estaleiro de construção. É fácil reco-nhecer com os seus cabelos lisos a apontarempara o céu (depois de já o ter visto na primeirapágina do LusoPresse). Os três amigos acres-centam outras às minhas graças sobre a «mo-déstia» de Carlos Calado. Ao mesmo tempoque lhe enviam flores. Interiormente, regozijo-me: o gelo está quebrado. Ele não é refratário aentrevistas!

O ascensor sobe até ao vasto ateliê Circu-laire do quinto andar. Sentado à mesa, o artistaconta-me a sua vida. Nascido em 1946 em An-gola onde se iniciou ao mundo artístico, CarlosCalado começa a ensinar a arte desde a idadedos 19 anos. «Foi em outubro de 1966 e nuncamais parei», diz ele a rir por detrás dos óculos.No sistema fascista de Luanda, a sair da ignorân-cia, o jovem Branco privilegiado toma consci-ência do sistema colonial e do poder políticoda educação. «Tu desenhas o que vês e o que euquero que tu vejas. O sistema do molde. Foi aensinar que descobri a aberração desse siste-ma.» Em 1975, em plena guerra total do ladoafricano, «volta» para o continente, e continuao ensino em paralelo com os cursos nas BelasArtes.

Novo começo na gravuraDepois de ter tocado à escultura (donde

alguns monumentos) durante o seu períodoangolano, efetua docemente uma viragem emdireção à gravura. «Pôr o saber da escultura nagravura... uma certa modulação, as três dimen-sões.» Sem contar que é mais fácil viajar comgravuras na mala que com peças de bronze.Outra viragem, da cidade das sete colinas, vempor três vezes ao Quebeque antes de aqui seinstalar em 1980.

O imigrante é então aceite no ateliê Graff(Parque Lafontaine) onde se apraz com as es-tampas. É um pouco o que o decide a ficar noQuebeque. Pedem-lhe para dar cursos na Uni-versidade do Quebeque no Outaouais. Vai-lheser preciso sair-se bem em duas frentes. «Todaa minha prática artística se transforma em pes-quisa pedagógica.»

«A gravura pode existir sem um grandeorçamento. Esta técnica democrática visa umgrande público que dispõe de menos recursosfinanceiros. Em todo o mundo temos ateliêse amigos. Uma grande comunidade. Muitomais que em escultura ou pintura. Um médiumsem fronteiras», explica o sexagenário de barbabranca.

Outra vantagem fantástica, a gravura en-gana a censura. Durante o período negro deSalazar, foi possível exportar para os países deLeste. Os mais poderosos foram os polacosdurante a Guerra-fria. «A mensagem dada aonível da temática, da imagem, é de tal modopotente que se pode falar entre as linhas semse fazer apanhar. Nos escultores ou pintoresdo Estado, basta por um pouco mais de verme-lho para os mandarem ir ver a polícia.»

Marido e mulher pedagogosConvido-o a definir «estampa, gravura,

água-forte, buril e pointe sèche». O professor-pedagogo Calado sorri, anima-se e simplificabem as suas explicações. Até chegar ao Renas-cimento. No mesmo comprimento de onda aesposa, Isabel Rodrigues também nativa deAngola, é detentora dum doutoramento empsicopedagogia da Universidade de Montreal.A maior parte dos alunos de Calado são artistasprofissionais incluindo diplomados universi-tários desejosos de se aperfeiçoarem. Outros,advogados e arquitetos, para uma formaçãogeral. No ateliê Circulaire e no Graff algunscursos são pagos por Emploi-Québec.

Os seus heróis? Para começar, Gil TeixeiraLopes (1936-), professor de gravura em Luandae depois em Lisboa. Igualmente, José Sarama-go que conheceu de perto. (Nesse dia ele trazvestido um t-shirt com uma citação sua) Co-nheceu a sua primeira esposa, Ilda Reis (1923-98), que se consagrou à gravura durante trêsdécadas. Organizou mesmo uma exposição de-la em Montreal. Recentemente, o seu trabalhosobre «os bancos de pedra e de palavras» doboulevard Saint-Laurent desencadeou nele umaprofunda reflexão sobre o célebre prémio No-bel.

Na nossa última troca ao telefone, Carloscalado preparava-se para partir com camaradasdo seu ateliê para irem saborear durante trêsdias as obras da Feira da Estampa em NovaIorque. Três dias de regalo para os olhos. Parti-da em autocarro alugado às 3 horas da manhã.Ele põe em prática o que proclama o t-shirt:«O fim duma vida é apenas o começo doutra.É preciso recomeçar a viagem. Sempre.»

Carlos Calado recebe o jornalista no seuateliê. Foto Jules Nadeau/LusoPresse.

Para completar a minha trilogia, faltapassar Fernando dos Santos pelo confessioná-rio. É fácil encontrá-lo pois está na mesma ruaque a galeria 3C de Cláudia Chin. Mas o númeroda porta não se deixa ver no escuro e no interiornão há Fernando dos Santos em nenhuma cai-xa do correio. Será que se trata dum eremitacristão? Um artista clandestino com múltiplospseudónimos?

Mas não, a porta do apartamento abre-see um quinquagenário de camisa azul convida-me a entrar em sua casa. O acolhimento é tãocaloroso quanto o café será aveludado. Instala-mo-nos na cozinha. Uma litografia de LucyWillis por cima da mesa. Um anjo alado emazulejos por cima da torradeira.

No seu apartamento esmeradamente lim-po (arrumado na perfeição), Fernando dos San-tos mostra-me os seus livros, os seus apare-lhos e as suas magníficas fotografias. Não hánenhuma dúvida possível, estou em face dumautêntico Português. O Lisboeta de cabeloscurtos grisalhos tem de tal maneira percorridoa comunidade que decerto já nos cruzamos nal-gum lado nesta mesma vida. Vários conhecidosem comum. Contudo, o mais surpreendente éele nunca ter encontrado Joseph Branco nemCarlos Calado.

Onze anos no HexágonoO artista mostra-me representações clássi-

cas do 25 de Abril de Alfredo Cunha em Lis-boa. «Um dos mais belos momentos que Por-tugal viveu.» O jovem Fernando estuda entãono colégio da Casa Pia (1965-74). Depois deste«Verão quente», expatria-se em França duranteonze anos. O “sem papéis” trabalha na restau-ração. Volta à capital para ver se o país mexeuou avançou, e parte desiludido. Depois, emParis, uma quebequense convida-o a passar fé-rias no Quebeque. «Fiz a minha mala em 1985.Nunca mais voltei.» O que não o impediu deviajar na Europa e no Brasil. «O viajante na al-ma» segue cursos de vídeo e de cinema naUQAM e na Universidade de Montreal para sesair melhor das suas fotorreportagens.

Contudo, em Montreal, Fernando dosSantos não vive da sua arte. Desde há 22 anos«supervisa os dossiês» num cartório. O melhormeio de financiar as suas viagens, as suas com-pras de equipamento e de publicar 7-8 dos seusálbuns de fotografias. Um grande formato acores sobre São Miguel de Milagres au Brésil.Um outro: Lisbonne en noir et blanc, «olharnostálgico sobre a minha cidade natal».

Não é fácil por etiquetas sobre o trabalho

dos três criadores de 3C. «Você faz-me pensarnum antropologista que mergulha a fundo noseu assunto e contempla todas as suas facetas»,digo-lhe entre dois golos do fino café. Eleconcorda acenando com a cabeça: «Segui umcurso de antropologia...». O seu portfolio nu-mérico brilha pela diversidade: os artistas degrafitos, o enterro no cemitério, os artistas derua, os espetáculos de jaz, os patinadores. Tam-bém, exposições em diversas galerias, nomea-damente na Art Mûr.

Dominar a máquina«O retrato sempre me interessou.» Noutro

registo, num dos seus casamentos, para se dis-trair, concentrou-se sobre as «pessoas gordase elas adoraram.» No seu país, gostaria de ir a-pontar a objetiva sobre a indústria ameaçadada cortiça. Sem elaborar, afirma: «gostaria deser fotógrafo de guerra».

Admiro o seu lado tecnológico que elecultiva sem se deixar tentar pela facilidade po-pular do numérico. Bem equipado com os apa-relhos mais recentes, corrige: «Domino a má-quina. Não o contrário. Ainda trabalho em

F.8», mostrando-me alguns aparelhos de cole-ção num armário do salão. As minhas tentati-vas para o fotografar em modo automático fa-lham completamente.

Ele fotografa-me rápido em modo manualdando ao mesmo tempo um conselho de bompedagogo: «Num retrato, nunca se devem cortaras mãos.» Sem me inquietar muito com o meu fa-lhanço, «roubo-lhe» uma magnífica foto tirada(pela sua filha Susana) em frente do café A Bra-sileira, na companhia do magnífico bronze deFernando Pessoa – o herói de Joseph Branco.

A alguns dias da abertura da exposição na3C, diz-se entusiasmado por trabalhar com ajovem Cláudia Chin, ela também de Lisboa:«Fui bater à sua porta. Impliquei-me nesta ex-posição para dizer que Portugal está presente.»Em comparação com os Italianos, os Gregos,os Indianos e mesmo a pequena comunidadehaitiana, Fernando deplora amargamente ainércia dos seus compatriotas em matéria cul-tural. Depois de ter falado dos seus própriosesforços, ele martela: «De Portugal nada sepassa aqui. Não somos só um povo de fado.Há outras coisas.» Examinando a sua folha deserviços, constato que ele já fez a sua parte nocinema (1985), na televisão comunitária (1985-86), para o 50º aniversário (2003) e no teatro(2013).

Fernando dos Santos, «com Fernando Pessoa».Foto de Susana Virgínia dos Santos.

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Da esquerda para a direita, José Guimarães, Júlio Pomar e Rico Sequeira, os trêspintores portugueses que fazem parte da exposição comemorativa dos 60 anos daComunidade, levada a efeito pela Galeria 3C.

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Página 715 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Joseph Branco:

«A natureza morta sempre me inspirou»• Entrevista de Jules NADEAU

Alguns instantes antes da hora com-binada, da parte da tarde dum dia tristementecinzento, cruzamo-nos no passeio da rua Pa-pineau – a dois passos da Bela Vista. JosephBranco está a por o cadeado na bicicleta. Contraos ventos violentos varrendo as folhas e pro-vocando panes de corrente. Adivinho que éele o artista; ele adivinha que sou eu o jornalista.Subimos ao seu ateliê de muros de cor pálidaonde outras folhas mortas, exibidas nas pare-des, mais estéticas, nos esperam. Testa alta,cabeleira de artista, um homem de 54 anos queparece ter dez a menos. Volúvel e simpático.A corrente passa bem!

O lusófono da segunda geração decidiupor volta dos 25 anos que ia vingar no mundoartístico e, assim, possui uns trinta anos doofício. Desde os anos 80, o estudante Josephexpunha como pintor associado ao movimen-to pós-modernista. Em seguida, exposiçõesem galerias paralelas ou comerciais e em mu-seus. Digno de menção, uma exposição solono Museu de Arte Contemporânea em 1991,que conserva um Branco na sua coleção per-manente.

Faial da TerraDa pequena freguesia do vale de Faial da

Terra (concelho de Povoação) o seu pai chegoua Halifax no segundo navio (outono de 1954)e fez uma carreira de 20-25 anos como chefe(autodidata) no Château Bonne Entente emQuebeque. Originário do mesmo lugar (o

«presépio» no extremo oriental de São Miguel),a mãe chegou dois anos mais tarde com osdois filhos. Depois, o mais novo José Maria,fez a sua aparição na velha capital. O seu irmãoe a sua irmã ainda aí residem. «Falo com maisfrequência português em Quebeque que emMontreal, afirma o que se faz chamar Josephsimplesmente. (Para o registo: a família conti-nua a chamar-lhe José Maria, mas um devotopadre francês batizou-o Joseph-Marie.)

Joseph Branco voltou três vezes aos Aço-res. «Uma vez foi em 1979 num veleiro comuma equipagem de oito pessoas e um capitãoportuguês, António Freire. De Quebeque à ilhadas Flores foram doze dias de navegação e maisnove até Aveiro», menciona ele, acrescentandosobre o canto do seu país que ele venera: «Overão é magnífico. Um pequeno paraíso!»

Pode-se resumir o seu caminho profissi-onal? «Interessei-me muito pela natureza mor-ta. Foi assim que comecei. As minhas primeirasobras nos anos 80-90 eram muito materiais.Fazia quadros e moldes de quadros de cera, devidro... Tentava tornar as minhas obras tãomateriais como as coisas» explica mostrando-me ao lado um quadro moldado em papel, empasta de papel. «A partir dos anos 2000, come-cei a voltar a uma pintura mais tradicional...Interessei-me pela multimédia e a arte numé-rica. E lá, a minha produção mudou.» Quis ali-geirar afastando-me dos «quadros-matérias»,segundo os seus próprios termos, feitos degesso, de cerâmica, de cobre, de cera.

Um casal de artistasE agora? «Sempre na lógica da natureza

morta, no mesmo espírito, trabalho com a ve-getação, os frutos, como as uvas. Donde, muitafalsificação e trompe-l’oeil. A dimensão entreo real e o fictício. O contacto direto com ascoisas, com a matéria. Ainda sou muito fiel aesta aproximação da natureza morta, Hoje, tor-nou-se mais experimental mesmo se semprefoi assim.»

Em vez de ensinar, o detentor dum mes-trado em arte visual da UQAM «faz terapia daarte» desde há 25 anos para as pessoas que fi-zeram depressões. Com uma pequena equipade nove pessoas, num centro de dia, estágiosde seis meses, anima ateliês tendo por finalida-de fazer trabalhar as emoções e as recordações,desenvolver a criatividade para aumentar a es-tima de si próprio.

Joseph é bolseiro do Conselho das Artesdo Canadá e do Quebeque. «Fiz os bancosportugueses (do boulevard Saint-Laurent) e fa-ço também dos 1%», segundo a sua expressão,para as empresas que devem contribuir ao pa-trimónio cultural. É um grande ano para ele:participou em quatro concursos e ganhou dois.As suas obras estão atualmente no HospitalMaisonneuve-Rosement e em breve no

Charles Lemoyne. Enfim, ilustra ainda livroscomo as coletâneas de poesia do seu amigoStéphane d’Amour (Herbes rouges).

Alguns minutos depois da nossa conversa,como por acaso, revejo o «admirador dePessoa» no Art Mûr, na rua Saint-Hubert.No segundo andar, em companhia da suamulher, Marie Côté, ela mesma escultora-ceramista, discute da sua exposição de cerâmica.O menos que se pode dizer é que Joseph eMarie conjugam a arte como modo de vida.

Joseph Branco.

António Branco, pai de Joseph, aos 18anos de idade.

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Pedra de ToqueA Escrita Criativa de Darrell Kastin: “He is Charmed”

• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

Durante a Conferência Exploring thePortuguese Diaspora in InterDisciplinary andComparative Perspectives realizada na ButlerUniversity em Indianápolis (USA) conheci es-critas criativas paridas nas comunidades da diás-pora, como a do californiano Darrell Kastin,filho de mãe açoriana da Ilha do Faial e de pairusso. Casado com a açoriana Elisabeth Figuei-redo da Ilha de Santa Maria.

Trouxe na bagagem um exemplar auto-grafado do seu livro The Conjurer & OtherAzorean Tales, publicado pela UMass Dart-mouth, Massachusetts em 2012. Uma vezmais, surpreendi-me com um luso-americanoque escreve como se açoriano fosse, embriaga-do pela paisagem e pelos tipos humanos queencontrou em suas idas e vindas aos Açores enas muitas histórias que ouviu de sua mãe e deseus avós.

Darrell Kastin pertence a uma geração deescritores luso-descendentes, de raiz açoriana,que está a conquistar seu espaço na literaturaamericana escrevendo, obviamente, em inglês,sobre temas atinentes à vida, às tradições, àscrenças de seus ancestrais e em vivências múlti-plas nos relatos dos familiares emigrados naAmérica. Inegável a representação identitária ea transnacionalidade cultural diaspórica expres-sa na sua escrita criativa luso-americana.

Já no seu romance de estreia A Ilha Desco-nhecida, de 2009, ambientado no cenário míticodas Ilhas do Pico e Faial, traz um enredo calcadono realismo mágico, onde abundam lendas, su-perstições, magia, mistério e romance. Umaprodução com marcas de intensa açorianidadea falar desse universo trino: terra insular, cercodo mar, crenças e emigração.

The Conjurer and Other Azorean Tales,o novo livro de Darrell Kastin, publicado em2012, apresenta uma coletânea de dezoito con-tos urdidos de forma extraordinária no quotidi-ano das Ilhas que o autor conhece tão bempor ter lá vivido nos idos 1987 e 1988. Comsua incrível capacidade de fabulação, seja a falarde mundividências, seja no conduzir por enre-dos de alumbramento, Darrell atravessa a fron-teira do irreal, do universo onírico, envolvendoo leitor no encantamento das Ilhas. Narrativasinterligadas por um fio condutor que une, emsentida cumplicidade, o narrador e o autor quese permite certas intromissões, revelando suasvozes íntimas ou desnudando seu fluxo deconsciência, sua alma.

Ao ler seus contos impressionou-me, vi-vamente, o conhecimento sobre o fabulárioaçoriano. Engenharias imaginárias, transmiti-das no correr do tempo e perpetuadas pela ora-lidade tradicional. Concluí que Darrell Kastin,não se limitou a regressar à terra de seus ances-trais, ir ao encontro de seus “eus” vincados emsolo vulcânico. Foi muito além, na ânsia dedescobrir, de mais saber. Mergulhou na inti-midade das ilhas, investigou, conheceu e muitoouviu do povo – pescadores, baleeiros, gentesimples, intelectuais, artistas, enfim homens emulheres – ilhéus dos Açores, aqui transves-tidos em personagens de seus contos.

Contos que, embora inspirados no sobre-natural, no fantástico, são muito leves na escritaescorreita, cheios de sabor, líricos, ternos, com

a irreverência própria do ilhéu ou de um “ameri-cano” com imensa afinidade com a cultura aço-riana, tal qual Darrell Kastin.

Em The Conjurer, o conto de abertura,ambientado em Gloucester, Massachusetts, fa-la da terna relação entre os dois personagens:o avô Valdemar, o mágico, a ensinar ao netoJorge, o aprendiz, os mistérios do Universo e,também, o conhecimento de suas origens in-sulares na Ilha do Pico, com seus múltiplos si-gnificados. É o único conto cujo enredo abraçaa memória dos afetos do passado – a terra queficou para trás, ao hoje e ao futuro na buscado conhecimento do espaço sideral, na inces-sante tentativa de desvendar os mistérios douniverso, um tempo atemporal numa outradimensão, mundos paralelos – o universo paraonde o Vô Valdemar, o mágico, tinha ido. So-mente o neto Jorge sabia e compreendia.

A Night on the Town (p.79) o conto so-brenatural passado na freguesia de Santa Luzia,na Ilha do Pico, narra a história da mulher Ro-sa que roubou o esqueleto do marido Guilher-me do cemitério e depositou na cama do casal.Os amigos levam o esqueleto de Guilhermepara as noitadas de bar em bar e vão perdendoseus ossos noite após noite. Resta, afinal, ape-nas “crânio sorrindo empoleirado em cima deuma prateleira alta atrás do bar”.

Esta convivência entre vivos e mortosque se encontram no cemitério passeiam porvilas e bares como o personagem Gaspar Hen-riques do último conto dessa coletânea “NightMagic”, tão bem explorada no realismo fantás-tico de Darrell Kastin, está presente em Inci-dente em Antares, de 1971, do escritor brasi-leiro Érico Veríssimo, onde sete defuntos va-gam pela cidade vasculhando a intimidade dosparentes e amigos vivos, revelando a podridãomoral da sociedade.

Por último, confesso o meu espanto, aodeparar na página 37 com o conto “TheWitches and the Fisherman”, uma fábula quefaz parte do imaginário bruxólico da Ilha deSanta Catarina, aqui recolhida por FranklinCascaes. Uma estória de pescador de Povoação,Ilha de São Miguel, que Darrell transformounum bonito conto com desfecho na praiaFormosa da Ilha de Santa Maria. Fica o mis-tério, afinal – “as bruxas estão dançando”, é oque se diz quando chove e faz sol ao mesmotempo. Ana Maria Sofia, a jovem que socorreuo pescador Miguel e por quem se apaixonou,sorri cúmplice. Ela sabe que as bruxas os reu-niu. Um conto que veio de longe, das ilhasdos nossos avós, atravessou o Atlântico numbarco alado dos povoadores açorianos do Sé-culo XVIII. É o sortilégio das Ilhas em brumasamortalhadas que habita em nós, um fadáriodefinitivo que Darrell Kastin revela entre his-tórias reais ou irreais a desassossegar a alma dagente.

The Conjurer & Other Azorean Talespara se ler com muito prazer e se deixar levarpor caminhos do insondável, do mundo en-cantado tal qual o seu autor Darrel Kastin emseu realismo mágico.

Na margem de cá damos a isso o nome de“Bruxo”.

Na margem de lá, ao norte do Equador:“He is charmed”.

O que dá no mesmo.L P

Escola premiada!• Por Sónia DA SILVA VILELA e Lena Rita DA FONSECA DIAS (ALUNAS)

O Instituto Camões é uma organiza-ção pública governada pelo estado portuguêse que promove a língua portuguesa no estran-geiro. No mês de junho passado foi realizadoum exame na Escola Secundária Lusitana porvários alunos. Esse exame permitiu aos alunosluso-descendentes de serem reconhecidos peloInstituto Camões com o fim de adquirir asequivalências da Escola Portuguesa.

Pela primeira vez na história da EscolaPortuguesa de Montreal acolhemos no sábado,9 de novembro, no salão nobre, a coordenadorado Instituto Camões no Canadá, a senhoraAna Paula Ribeiro. O objetivo foi de felicitar eentregar certificados a todos os alunos da es-cola Santa Cruz e da escola Secundária Lusitana,que realizaram esse exame de certificação.

Temos o prazer de sublinhar que a nossaescola foi a que teve os melhores resultadosno Canadá.

“A escola está em festa”, declarou o Sr.Padre José Maria que também estava presente.Ele sublinhou que estava muito orgulhoso eque felicitava todos os alunos.

Esse exame tem vários níveis de proficiên-cia da língua portuguesa e é uma iniciativa doInstituto Camões. É feito no quadro europeue é distribuído por vários níveis de idade quevão dos 8 aos 18 anos.

“Estão de parabéns”, declarou a senhoraAna Paula Ribeiro que felicitou a escola, os a-lunos, os professores e também os pais. Afir-mou que foi a escola com mais iniciativa ecom mais alunos aprovados. Ela espera que ofeito volte a repetir-se para o ano.

O senhor José de Barros, diretor da escola,

também está muito feliz com os resultadosdos alunos e sente-se muito orgulhoso.

10 alunos através do Canadá foram feli-citados pelos resultados excelentíssimos e cin-co dentre eles foram da nossa escola. Mesmosendo a província com menos portugueses.

José de Barros sempre otimista e querendoque a língua portuguesa continue a ser apren-dida, espera que este exame possa voltar a repe-tir-se em 2014.

Também sublinharam a excelência do Sr.José de Barros e da Senhora Maria do Carmoque têm sempre apoiado os alunos desde hámuitos anos.

Os 5 alunos que se demarcaram, receberamum dicionário da língua portuguesa.

A coordenadoradera uma pequena bi-blioteca para a escolae fornecera livros pa-ra o ensino dos alu-nos.

Felicitamos to-dos os alunos queparticiparam nesteexame e esperamosque para o ano sejarealizado novamentee com tanta partici-pação.

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Bernard Drainville, ministre responsable des Institutions démocratiques

et de la Participation citoyenne

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Ana Nunes, a deceção... Manuel Botelho, inesperado... António Rodrigues, encorajante... João Neves, esperado...

Luís Miranda, a confirmação.

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS NO QUEBEQUEPORTUGUESES, QUEM DE SETE TIRA DOIS…

• Por Norberto AGUIAR

As eleições autárquicas do passado dia3 de novembro trouxeram muitas alegrias parauns e muitas tristezas para outros. No seio dosportugueses, pode dizer-se que a alegria nãoesteve lá muito pelos ajustes. É que de sete can-didatos ao ato eleitoral, apenas dois consegui-ram ser eleitos. Um, bem conhecido, pelos anosque já leva desta vida de político, voltou a sereleito pelo quarto mandato consecutivo para achefia da Junta que representa, já para não falarnos anos em que agiu como vereador. Estamosa falar de Luís Miranda, que voltou a ganhar aseleições para a Junta de Freguesia de Anjou –que já foi Câmara e que não o é agora, pela suaimportância, descabido dizer que quer voltar aser.

O segundo eleito é novato nestas lides.No entanto, ao candidatar-se, as perspetivasde ser eleito eram reais. Porque concorria nobairro onde residia (e continua a residir, claroestá), porque integrava a formação política da«mairesse sortante» e favorita, «PME SylvieSurprenant», e porque tinha o aval do vereadordo seu bairro, que não se recandidatava depoisde cerca de 30 anos no cargo.

Luís Miranda, a confirmaçãoNo decorrer da entrevista que fizemos (na

companhia de Jules Nadeau) a Luís Miranda,assim como noutros encontros anteriores,sempre notámos grande confiança no políticoanjoense, isto apesar de ele demonstrar algumainsatisfação para com os seus adversários, pro-pensos em focalizar a campanha em ataquespessoais, todos injustificados, como a sua elei-ção veio a provar. E nas nossas esporádicas ecurtas conversas, Luís Miranda sempre nos foidizendo que «Estou muito tranquilo quanto ànossa eleição» – dele e da sua equipa. «O meucontacto com os eleitores diz-me que a popu-lação de Anjou está satisfeita com a minhaadministração. Então, o meu prognóstico é deque vamos ganhar».

E ganhou. Ele e os seus restantes parcei-ros, todos repetentes no ato eleitoral do dia 3de novembro último. E para isso nem precisa-

ram de integrar um dos partidos que aparece-ram para concorrer às eleições na cidade centroe respetivos bairros. Independente, a «EquipaAnjou» fez a barba aos concorrentes dos par-tidos poderosos, batendo, nomeadamente, oscandidatos da Equipa Coderre...

Por tudo o que fica dito, Luís Mirandanão fez mais do que confirmar de que é, a nívelmunicipal, um dos políticos mais credenciadosde Montreal, opte ele por concorrer de quemaneira for. Com este, Luís Miranda entraráno seu quarto mandato como presidente deAnjou.

Resultado: Luís Miranda (Equipe Anjou)7868 votos contra Remi Trondreu (Equipe Co-derre) 3412.

Armando Melo, a surpresaSurpresa porque politicamente ninguém

o conhece entre os Média, a não ser, sem pon-ta de soberba, o autor destas linhas, que atéfoi, em tempos, seu treinador, estava o Arman-do no auge da sua carreira futebolística.

Convidado pela presidente para integrara sua renovada equipa e apoiado pelo vereadorque não se recandidatava, esperava-se, comoveio a acontecer, que Armando Melo conse-guisse chegar em primeiro no seu bairro. E foiisso que aconteceu ao receber 529 votos dosseus concidadãos, suficientes para bater o can-didato do partido «Vision Vincent Arsenault»,que não conseguiu mais do que 282 votos;mais 70 que a candidata colocada em terceirolugar.

Casado, pai de quatro filhos (duas rapari-gas e dois rapazes) e profissional de desporto– é diretor técnico da Associação de Futeboldas Laurentides – Armando Melo, aos 48 anos,envereda pela carreira de político, acedendo ao«parlamento» camarário da cidade de Ste-Thé-rèse, um aglomerado de um pouco mais de 30mil habitantes. Com ele estarão mais oito ve-readores (entre homens e mulheres), dos quaissete pertencem ao partido da presidente re-eleita Sylvie Surprenant.

A título de curiosidade, acrescentaremosque a presidente tem como companheiro umnosso compatriota de Vila Franca do Campo(S. Miguel, Açores), não admirando por isso a

sua abertura para com a comunidade portugue-sa. A reforçar esse pormenor, lembremos ain-da que a Lagoa, também em S. Miguel, é gemi-nada com Ste-Thérèse, outro fator a ter emconta nas relações da presidente eleita com acomunidade.

Ana Nunes, a deceçãoVereadora antes do ato eleitoral do dia 3

de novembro no bairro chique de Outremont,nada fazia prever que Ana Nunes fosse batida,não por uma, mas por duas novas candidatas.E se nos lembrarmos que concorreu pela «E-quipa Coderre», que ganhou a presidência daCâmara como favorita que era, ainda se tornamais incompreensível esta sua derrota. Mas,como diz o ditado, o povo tem sempre razão...

Ana Nunes, no seu mandato não deve ter «en-chido as medidas» dos seus eleitores que, agora,correram com a nossa compatriota candidata.Felizmente que em Outremont não há umacomunidade portuguesa muito significativaporque senão ela poderia ser acusada de nãoter votado num dos seus elementos...

Com apenas 395 votos, Ana Nunes estevelonge da candidata do partido «Equipe conser-vons Outremont», que chegou aos 870 votos,de nome Jacqueline Gremaud.

João Neves, esperadoNão sabemos se João Neves já entrou

para o Guiness book como candidato a elei-ções. É que o nosso simpático contabilista deorigem algarvia já vai na sua terceira tentativaeleitoral. Bem sabemos que há muitos outroscandidatos que já têm três e mais tentativas,mas quase sempre concorrendo por um mes-mo partido político e também quase semprepara um, no máximo dois patamares eleitorais,digamos assim.

João Neves, ao invés, quase de uma assen-tada, apresentou-se a eleições federais, provin-ciais e, agora, municipais. Só falta mesmo co-locar o seu nome no caderno eleitoral escolarpara ter o pleno de participação cívica.

Longe de ser uma crítica, achamos queJoão Neves tem estofo de homem de armas,daqueles que vão à luta, independentementedas dificuldades. Melhor do que aqueles quecriticam tudo e todos, desde chamá-los de in-competentes, mafiosos e aldrabões mas quechegados ao momento crucial ficam-se pelosconfortáveis sofás de suas casas, muitas vezesnem se dando ao trabalho de irem votar... JoãoNeves não é assim por trilhar o caminho deque há que participar como cidadão na vidapolítica da sociedade onde se está inserido.

Com oposição qualificada no círculo elei-toral de Jeanne Mance (candidato à cidade cen-tro), a começar pelo Alexander Norris – umamigo da comunidade e que felizmente foi elei-to – João Neves, até por ser candidato indepen-dente, mesmo se à última hora houve aproxi-mação do clã Mélanie Joly, não teve hipóteses,terminando em quinto lugar com 224 votos.

António Rodrigues, encorajanteAntónio Rodrigues não ganhou o desafio

de representar o círculo eleitoral de Jeanne-Mance no seio do Plateau. Mas, como os nú-meros deixam perceber, António Rodrigues

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Noémia de Lima, derrotante...

A surpresa - Armando Melo com os pais, a esposa, os seus dois filhos, as duas fi-lhas; mais as duas futuras noras, em momento muito especial da sua vida. FotoLusoPresse.

fez figura de candidato honesto, sobretudo porser a primeira vez que concorreu a um ato elei-toral nesta sua (e nossa, claro) terra adotiva.Ficou em terceiro lugar, mas ainda assim reco-lheu 1479 votos, o que não é de desprezar.

António Rodrigues fez parte da favoritaequipa de Denis Coderre que, como já se dissee já todos sabem foi o vencedor da corrida aosPaços de Concelho desta metrópole que é Mon-treal.

Manuel Botelho, inesperadoDepois de uma campanha valorosa em

2009, quando fez frente ao candidato do todo-poderoso PRO, obtendo cerca de 42% dos vo-tos apesar de ser candidato independente, Ma-nuel Botelho, desta vez, foi copiosamente bati-do, não indo além dos 10,86%, atrás dos con-correntes Aline Dib (Mouvement lavalois,34,71%) e Nicholas Katalifos (Action Laval,31,87%). Pequena consolação, o facto de Ma-nuel Botelho ter ficado à frente do candidatodo Partido ao Serviço do Cidadão que, em tem-pos, ajudou a organizar...

É tanto mais inesperada esta derrota deManuel Botelho em Saint-Martin se tivermosem linha de conta que o vencedor deste ano fi-cou a oito pontos percentuais do que fez onosso compatriota em 2009. Além disso, o ra-ciocínio do nosso micaelense, que não bateucerto, era de que o voto se ia dividir – comoveio a acontecer – entre os vários candidatos eque ele se escaparia entre a «molhada», obtendoassim a vitória...

Noémia de Lima, derrotanteNoémia Onofre de Lima concorreu, desta

vez, pelo círculo eleitoral de Sainte-Dorothée.E entre seis candidatos, a luso-canadiana ficouem último lugar, com a insignificante médiade 4,67%, resultado de 256 votos. Já o vence-dor, Ray Khalil, do Movimento lavalense, ob-teve 33,94, equivalente a 1861 votos.

Embora não tivesse, em nossa opinião,o mesmo entusiasmo pela vitória que vimosem Manuel Botelho, certamente que Noémiade Lima esperaria um melhor resultado. Noentanto, os poucos meios próprios de umacandidata independente, se calhar não davampara mais. Não deram para mais, o que é cruelpara uma mulher que deu tanto por aquilo emque acreditava...

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O Consulado-Geral de Portugal emMontreal informa que no âmbito do pla-no de atividades culturais para o ano de2013, em colaboração com a Embaixadade Portugal em Otava e com o patrocíniodo Camões, I.P., vai promover um concer-to do duo Fernando Costa, Violoncelo, eLuís Costa, Piano, que terá lugar quarta-feira, dia 27 de novembro de 2013, pelas20h00, na Chapelle historique du Bon-Pasteur (100, rue Sherbrooke Est, Mon-treal).

A entrada é livre, devendo os interes-sados adquirir o seu bilhete de ingresso nabilheteira da Chapelle historique du Bon-Pasteur, a partir do dia 20 de novembro de2013.

Informação detalhada sobre a carreiraartística de Fernando Costa e Luís Costa,encontra-se disponível em http://www.dacapo.pt/seccao-Talenti&-Gemeos-Luis-e-Fernando-Costa. L P

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TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

[email protected]

Metal negro no caminho do inferno• Reportagem e fotos de Adelaide VILELA

Hoje rendemos homenagem a todosos mineiros que morreram na Mina da Panas-queira, enquanto ganhavam o pão do ouronegro. Agora com o chefe da mina entre osanjos, vivem todos na galeria do descanso eter-no. Deus, Guarda os heróis da mina, nas Mi-nas da Panasqueira ou em quaisquer minas doplaneta.

Dizem que as Minas da Panasqueira sãodas maiores e mais profundas do mundo. Pro-meti aos nossos leitores levá-los por aqueles12 mil quilómetros de túneis escavados pormãos humanas, aqui se cumpre a promessa.Eles, os mineiros, a quem destacamos hoje,são Heróis escondidos! E poucos são os quese importam que aqueles homens abram navida a maior sepultura do mundo, poucos sãoos que limpam as lágrimas das muitas viúvasque ali conhecemos e o rosto de muitas mãesque, ao longo dos anos, choram seus filhosmortos e por eles morrem de dor e de saudade.Só lá acodem citadinos e alguns senhores maisquando as galerias abertas se fecham com maisum mineiro na pança (prenhe de ouro negro)depois de lhe terem sugado a vida. É estranhotudo o que contamos e sentimos! Ao mesmotempo, quando visitamos a boca da mina háum fascínio que nos convida a entrar e a per-correr montes e vales, piscando o olho aqui eali aos filões de minério que vamos encontran-do pelo caminho sinuoso, feio, de meter medo...

Ao seguir-me até às profundezas do infer-no da mina, não se admirem, portanto, que ahistória lhes faça erguer os pelos do nariz oualguma explosão de arrepios à flor da pele. Si-gnifica que descemos mais de 300 metros portúneis e labirintos e não vimos diabos cornu-

dos nem fogueiras engalanadas de almas aosgritos. Entre fragas e cascalho encontrámosimagens de Nossa Senhora e Cruzes pelo cami-nho. A Fé dos mineiros é inigualável! Muitossão os que contemplam a Deus pedindo-Lheproteção diária para aquele poço infernal.Mas... Onde estarias tu Senhor naquela vez?Um mês depois de termos estado naquele palcomisterioso morreu um jovem de 20 anos. Aconversa com ele foi simpática e amigável.Conduzia uma máquina quando o fotografá-mos, lindo como um cravo ainda a desabrochar.Tinha uma força de viver invejável! Descolou-se um liso do teto da mina e caiu-lhe em cimaum calhau gigante... Morreu, ali mesmo, semhaver tempo para o socorrer.

Aquela visita às minas foi um sonho demenina tornado realidade no dia 10 de setembrode 2011. Desejava a todo o preço entrar nostúneis que ajudaram a secar os pulmões domeu pai... Morreu jovem e cheio de vontadede viver e de amar a sua Maria Antónia! O Vi-tor Castanheira, o notável guia que nos acom-panhou já não está entre nós... deixou-nos há4 meses. Assegurem-se, não foi a mina que otragou, morreu de uma simples pancreatite.Era um homem extraordinário, apreciado ebenquerido por chefes hierárquicos, por cole-gas e pelo povo em geral. Iniciou-se comomineiro em 1980 e muito cedo chegou a chefepor conhecer a mina como os dedos das suasmãos. Casou em novembro de 1981 com Adé-lia, filha de Augusto Mendes e Maria RamosSantos. Logo em 1985 nasceu a boneca Telma,no berço de oiro do casal Santos Castanheira.E passados quatro anos a cegonha depositavano mesmo cantinho morno o lindo David,em terras de S. Jorge da Beira. Acima de tudo,estes dois jovens e a mãe fazem-nos agora ou-

O grupo de visitantes à boca da mina com o chefe e o «chaufer» que nos levou aoprimeiro desmonte.

Um filão de ouro negro.

vir a sua voz: “LusoPresse, leitores ergamosvalorosamente o nome do grande Chefe da Mi-na”. Descansa em paz Vitor.

A partir deste momento é muito difícilver desfilar as memórias desta nossa ida à Minada Panasqueira. Ora bem, naquele dia estiveramconnosco mais 5 pessoas. Contámos com apresença de um médico brasileiro, a esposa e ofilho de 12 anos. Fomos vestidos e calçados arigor e ainda nos puseram um capacete munidode uma lanterna. À boca da mina estava umacamioneta à nossa espera. Logo viajámos maisou menos cinco minutos. Daí para baixo co-meçou o degredo a caminho do inferno. O Vi-tor contou-nos que trabalhou nos túneis a úl-tima vez que fechou a mina, mas foi por poucotempo. Como encarregado fazia a coordena-ção e a vigilância na produção e no trabalho,dentro da mina.

Andamos 4 horas a dar à sola. Duro deroer, talvez confiantes no médico amigo quenos acompanhava, aguentámos. Aqui e ali ocaminho descia e devíamos atravessar os po-ços lamacentos que nos engoliam as pernas a-té aos joelhos... Não havia outra saída. De vezem quando um bondoso senhor do Sobral, aresidir na capital, com pena levava-me pelamão, como se eu fosse uma criança. Já não melembro das vezes que praguejámos? Quantasasneiras o eco das galerias me devolveu cuspin-do-me água nojenta, de cor barrenta e negra.Subimos e descemos, entre galerias, túneis in-findáveis, autênticos labirintos. Visitámos trêsdesmontes em 4 horas. Durante o percurso, onosso guia mandava-nos várias vezes recatarnum cantinho seguro, para que passassem asmáquinas e o comboio do ouro negro, a cami-nho do inferno. O barulho era tão ensurdece-dor que a cabeça parecia explodir, ali mesmo.Para surpresa nossa havia galerias muito bem

iluminadas. Aí o meu pensamento levou-nosa imaginar o meu paizinho feito anjo numvoo divinal e o meu padrinho Augusto Faus-tino a seu lado. Augusto tinha oito anos quandodesceu à toca da morte, à mina.

Encontramos imensos mineiros de pica-reta na mão conduzindo o cascalho ou o miné-rio para dentro das torvas.

Pouco sabíamos do modo como é utiliza-do o minério. Este metal precioso viaja há quasedois séculos pelo mundo e sai das entranhasda terra qualificado como uma das grandes ri-quezas de Portugal. O que é lamentável é queainda hoje não exista por lá uma empresa capazde transformar o minério. Por falta de recursoso minério é exportado para a Áustria, EstadosUnidos da América, Japão e talvez para outrospaíses por nós desconhecidos. Este metal pre-cioso nasceu no subsolo das Minas da Panas-queira e é inteiramente nosso apesar dos es-trangeiros dirigirem a empresa exploradora, aBeralt In & Wolfram, há longos anos.

Depois de nos ter dito que na segundaGuerra Mundial a empresa empregava onzemil homens, cabisbaixo, acrescentou: “Hojesomos pouco mais de três centenas” O Vitor apar e passo ia explicando que “depois de trans-formado o volfro é utilizado em armamento,resistências elétricas, lâmpadas incandescentes,esferográficas, ferramentas agrícolas, materialcirúrgico, armamento e muitas outras aplica-ções. As gentes simples e boas das nossas e deoutras terras, que para aqui vêm trabalhar,extraem das entranhas da natureza o volfrâ-mio, o cobre e o estanho, mas nós seremos semprepobres. Os milhões extraídos da terra vão da-qui para outro lado”. Se reparares, continuou:“Só a sarrisca se amontoa, nem dá para contarhistória”.

Cont. Pág. 14, Metal negro...

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Reforma? Mas qual reforma?...Vasco da Gama expande-se!

• Por Norberto AGUIAR

Ainda com a reforma longe do seu horizonte, Carlos Ferreirajá está numa de mais um projeto, como de resto já ele deixava perceberna entrevista que nos concedeu na edição passada do LusoPresse. Trata-se da extensão do conseguido restaurante Vasco da Gama, que a partirde dezembro próximo – se as obras forem decorrendo ao ritmo desejado– abrirá uma sucursal nova no Aeroporto Internacional Pierre ElliotTrudeau.

«É um projeto pensado e que vai ter sucesso», diz-nos Carlos Fer-reira no momento de nos fazer visitar as instalações – em obras nestemomento – que ficarão na parte internacional do importante aeroporto.«É por aqui, durante o verão, que os passageiros da SATA embarcam»,informa-nos. Uma área assaz significativa e que contará em breve comuma nova série de restaurantes dos mais variados tipos de gastronomia.O Vasco da Gama fica, como vimos, em pleno centro do espaço, mes-mo ao lado de uma boutique da responsabilidade do Cirque du Soleil.Como prestígio, estamos conversados.

Não custa acreditar que o Vasco da Gama, versão Aeroporto PierreElliot Trudeau, vá ter sucesso, como diz o seu mentor. Primeiro, porqueo Vasco da Gama já é um nome feito na cidade e, depois, porque as suasinstalações vão ser atrativas, para mais numa área agradável e muitoconvivial, onde pululará muita gente em trânsito a caminho da Europae outros continentes. E como o Vasco da Gama, outras marcas ocupa-rão vários espaços, como sejam Sushi Shop, Jugo Juice, além de lojasde roupas finas, etc.

Quanto ao cardápio a desenvolver pelo Vasco da Gama naquiloque poderemos chamar de sucursal número um, a informação é de queseguirá a traça do seu «irmão» mais velho, juntando-se-lhe uma ou ou-tra vertente. Aqui para nós que ninguém nos houve, não diz o ditadoque em equipa que ganha não se mexe?... É por ser uma equipa ganhadoraque o Vasco da Gama perfil aeroporto não será muito diferente do queé e do que se faz no 1472 da rua Peel.

A nossa visita ao local do novo Vasco da Gama terminou ao somdos martelos dos carpinteiros presentes, nada interessados pelo nossopedido de fotografias.

Já fora do espaço e antes das despedidas, Carlos Ferreira deixou-nos a garantia de uma nova visita. «Mas somente mais perto da abertura»,numa altura em que o look seja mais aproximativo do que vai ser o realVasco da Gama.

Carlos Ferreira em visita às futuras instalações do Vasco daGama «dois». Fotos LusoPresse.

namento, o que concorda com a sua chegadaao Canadá.

Inicialmente, a família Pessoa estabelece-se na Nova-Brunswick para depois se mudarpara Montreal, quando o pai tem a oportunida-de de trabalhar para o Centro Nacional de Trei-namento de Judo.

Sérgio adapta-se bem à realidade canaden-se. Rapidamente faz amigos e apaixona-se poruma canadiana, o que lhe permite aprender alíngua sem problemas e se impregnar da cultura.O que mais lhe dá saudades do Brasil é não tera sua família e os seus amigos de infância pertodele. Os tios e avós ainda moram lá, como oseu irmão mais velho, que voltou para o paísde nascimento para trabalhar. Porém, o atletasente-se bem no seu país de acolhimento:«Gosto muito da cultura canadense, a gente éacolhedora e calorosa. A verdade, estou muitofeliz de morar aqui, não posso imaginar-menoutro lugar. O que é mais difícil para mim, àsvezes, é o inverno (risos).»

Quando perguntado como considera a vi-sibilidade causada pela sua carreira, Sérgio admitehumildemente: «Vivo como todos, a minha vidaé normal. Gosto da privacidade, não poderia viversendo uma celebridade.» Doutro lado, durante asgrandes competições, sobretudo os Olímpicos,é certo que a sua popularidade aumenta, mas oseu desporto não é muito conhecido e as pessoasnão o reconhecem na rua.

Segundo ele, as qualidades que possui eque fazem dele um bom judoca são a velocidadede execução de movimentos e a explosão dassuas técnicas. Além do aspeto físico do despor-to, o atleta gosta da filosofia e dos valores dojudô, como o respeito do oponente e do parcei-

SÉRGIO PESSOA...Cont. da pág 1

ro de treinamento, apaciência e a disciplinaprecisada para exceler.Com vinte e cinco a-nos, Sérgio sabe des-frutar das vitórias nasquais concretizam-setodos os seus esfor-ços, mas também a-prende das derrotas,que fazem parte da vi-da dum atleta. «Nemsempre é fácil aceitarperder quando te dasa 100%, mas há queter paciência, seguirem frente para me-lhorar sempre. Eu te-nho objetivos e seipara onde vou. Entãoprefiro pensar a lon-go prazo, e definir ofoco no positivo.»

Em 2010 e em2011, lesiona-se noquadril e no joelho. Is-to o impede de prati-car o seu desporto du-rante vários meses, oque o afeta muito, mascom uma mente fortecomo a sua, Sérgio su-pera estes desafios eainda participa nosJogos Olímpicos de2012. As suas lesõesagora estão restabele-cidas, mas reconheceque teve que trabalhar

também no aspeto psicológico da recupera-ção: «Ao princípio, quando voltei a competir,as barreiras estavam na minha cabeça. Mas como tempo, volta tudo ao normal.»

Mais duma vez durante a entrevista, Sérgiointerrompe a conversação para chamar o seucão Rocky à ordem. Comparte que tem muitocarinho para o seu companheiro canino, comquem gosta de passar tempo. «A verdade, eunão salgo muito com os amigos, gosto de fi-car em casa.» O olímpio é um homem de famí-lia. De facto, ele passa muito tempo com o seupai. Os dois homens são muitos próximos ecompartem uma relação privilegiada. A maiorvantagem de ter o seu pai como treinador éque se ele precisar falar com aquele, sempre es-tá presente. Quando perguntado se é difícildistinguir a relação profissional com a relaçãopai-filho, Sérgio afirma que ambos são capazesde não misturar os dois. «Às vezes sim, sintoque vejo muito o meu treinador. Talvez, paraoutros seria problemático, mas para mim, nãoé um problema.» Efetivamente, quem melhordo que o pai para conhecer e aconselhar o fi-lho na sua carreira?

Apesar de ser um grande atleta, Sérgionunca deixou de lado os estudos. Recém-diplo-

mado da John MolsonSchool of Business,escolheu esta carreiraporque sempre teveum interesse para odomínio no qual tra-balhou o seu pai. A-gora fica à espera du-ma resposta positivaao seu pedido para fa-zer o Mestrado emAdministração, aindana Universidade Con-córdia.

Durante o anoescolar, o desportistanunca deixa de treinarentre 3 e 4 horas pordia. No fim de sema-na, treina só uma veze aproveita para ficarem casa, ver partidasde futebol na tele-visão ou, às vezes, sa-ir com os amigos. A-pesar de que o judotome muito espaço navida do atleta e que se-ja um desporto bas-tante exigente, nuncabaixa os braços esempre é muito rigo-roso no treino. Du-rante a preparação pa-ra as competições,dobra esforços parapoder sobressair notapete. Concentra-sea 100% no desporto,

Sérgio Pessoa, judoca canadiano.

Cont. na pág 14

Les Aliments Picado, Enr.Props.: Jaqueline e Joseph Picado

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METAL NEGRO..Cont. da pág 12

TERRA NOVA..Cont. da pág 2

no porto de St. Johns um barco de pesca deViana do Castelo, e que quando me aproximeidele e lhe disse que era português, um pescadorfoi logo buscar o garrafão de “palhinhas mi-nhoto” para que eu bebesse uma pinga.

Foi também pela primeira vez que aí comium bacalhau fresco cozido com batatas, co-zinhado pela minha sogra, comprado a doispescadores locais artesões no cais. A minhasogra adorava a pintura, então ofereceu-me umquadro com uma pintura de um barco de pesca-dores portugueses no cais de St. Johns.

Antes de finalizar esta aventura da traves-sia de barco de Sidney, na Nova Escócia, paraSt. Johns: numa viagem que deveria ser de 8horas mas durou 24, devido ao mar agitado

EDITORIAL...Cont. da pág 1

A MINHA...Cont. da pág 4

do e, por isso, tão comovente. “Maria!/Esti-marei/Tua saúde e dos teus,/Pois a nossa, aofazer desta,/É boa, graças a Deus.” E nós, si-lenciosos. Eu, com lágrimas nos olhos.

Acho que foi nesse dia que o admiti – queeu não iria conseguir, nem nesta viagem nemnas futuras, escapar do tema da emigração. In-filtra tudo nas ilhas: está presente nas conver-sas quotidianas tanto como na literatura e nooutros meios culturais. Tanto os taxistas comoos intelectuais das ilhas vivem-na. Há semprealguém que já esteve na América ou no Canadá,que ainda tem aqui alguém que ama, que ima-ginou o que seria viver cá – não há ninguémque a emigração não toque. É uma parte inte-gral da realidade açoriana, tanto como é da mi-nha própria realidade.

Eis a outra razão pela qual nunca conseguievitar este tema, o motivo de eu responder,emocional e academicamente, de uma maneiramuito mais intensa a esta questão – nunca sereicapaz de estar nos Açores sem ser aquela meni-

há nenhum observador idóneo que acrediteque o atual governo do Quebeque, dirigidopor Madame Marois, tenha a sincera intençãode a fazer aprovar nesta legislatura. Como setrata de um governo minoritário, para que oprojeto de lei consiga passar na votação daAssembleia Nacional, os deputados do PQ(Parti Québécois) têm de contar com o apoiode um dos partidos da Oposição e neste casosó podem contar com os votos da CAQ (Co-alition Avenir Québec), tanto mais que foi estaformação política, no tempo em que se chama-va ADQ (Action démocratique du Québec)que tomou a dianteira de trazer a terreiro aquestão identitária dos quebequenses de ori-gem francesa face às sucessivas vagas de emigra-ção e que é o fulcro, a razão de ser deste projetode lei. Ora o PQ não só não procurou encon-trar um terreno de entendimento com a CAQ,como ainda por cima resolveu endurecer o tomno projeto de lei da nova «Carta» e comportar-se como se se tratasse dum governo com amaioria na Assembleia Nacional.

Com a ligeira subida nas sondagens que ogoverno Marois teve nas últimas semanas, em-bora não sendo suficiente para os lançaremem novas eleições (subida essa que se deve aodebate maniqueísta à volta da «Carta»), os estra-tegas do PQ decidiram fazer deste debate oponto central da próxima campanha eleitoral,acenando assim ao eleitorado francófono quesó o Parti Québécois vai ser capaz de imporaos «ingleses» e aos imigrantes os «valoresquebequenses» e que para isso vai precisar dovoto de todos os francófonos.

É uma estratégia que matematicamentepode ser atraente, mas que corre o perigo evi-dente de falhar. Falhar redondamente e porlongo tempo.

Vai falhar porque nem todos os francó-fonos são pela Carta e que, pouco a poucovão se apercebendo que tudo não passa deuma manobra dilatória para esconder a criseeconómica e social que a província atravessa.

Vai falhar porque a realidade económicaos vai apanhar de frente quando chegar o mo-mento de apresentarem as próximas contas

Ó sim caro Vitor, lá no Céu onde descan-sas entenderás como esse malvado pó tóxicomatou as árvores ou as fez emigrar para dentroda terra. Verás como morreram os peixes dorio Zêzere. Os cucos deixaram de cantar na-quele lugar, outrora encantado por mouros eexplorado por Romanos. É uma tristeza ver aSerra desventrada perdendo a sua força natural,a vegetação, o ar e a beleza do horizonte. Porcerto, seriam necessários três ou quatro paísescomo Portugal para espalhar toda a sarriscaamontoada naquela linda região da Beira Baixa,muito perto da Serra da Estrela.

Não há tese sem antítese, depois do queanalisamos damos vivas à região e a tanta ri-queza saída da mina há muitas gerações. O Vi-tor dizia que a mina tinha ainda muito paradar. Sim, “a mina é o centro de emprego commais sucesso nesta zona do couto mineiro”.Nós diríamos que o Centro Social, o Lar dosIdosos, agora munido de uma pousada podeganhar o segundo prémio em matéria de em-prego e solidariedade.

“Há minério para muitas gerações”. Lem-bro-me tê-lo visto pegar no martelo e mostrar-nos um filão numa parede a luzir, a rir e a fais-car para nós. Afinal, nem uma pedrinha trouxeda mina. Ficamos encantados com o cristal eo quartzo. Lembro-me de lhe ter dito: se a mi-na tem muito para dar, terá ainda muito para“matar”. O silêncio foi de ouro.

Diz-se que: “as Minas da Panasqueira fo-ram consideradas as mais seguras do mundo”.Acredito pouco nessa fábula. Nos meus tem-pos de menina, porta sim porta não havia umaviúva. As mulheres da minha aldeia chegarama ser intituladas, senhoras dos xailes negros.

Escrever sobre as minas é um trabalhofascinante. Não dá para contar em duas páginasescritas no computador. O meu desejo seriacontinuar. Será que aparece por aí algum pa-trocinador que sinta o mesmo gosto pela serrae pelas minas como o que eu revelo, aqui eagora? Tenho a certeza que outros trabalhosviriam à luz no imediato. Havia tanto para con-tar sobre os que partiram, sobre os que fica-ram, sobre a poluição daquele santuário minei-ro; sobre os odores da terra; sobre as ratazanasque visitam os homens dentro da mina e sobreas minas que visitei noutros países do mundo,e aqui exercer um paralelo.

Caros leitores, sou serrana e sou de S. Jor-ge da Beira, da Terra Mãe das Minas da Panas-queira. Voltarei com outro assunto na esperan-ça de que este tenha agradado. Bem-Haja pelasua presença. Consigo somos LusoPresse!

nesse dia e nessa noite.Pela primeira vez foi-me dada também a

possibilidade de ver baleias. Quero aqui relem-brar um acontecimento histórico. Foi a inaugu-ração da estátua de Gaspar Corte Real no recin-to exterior do Parlamento de St. Johns em1967, com a presença do “Patrão das Pescas”Contra-Almirante Henrique Tenreiro nestaProvíncia da Terra Nova. E também de doisjornais da única comunicação social comunitá-ria portuguesa dessa data. Foram assim convi-dados para esta comemoração os senhores Ar-mando Barqueiro patrão e dono do jornal AVoz de Portugal e Rui Cunha Viana, presidentedo Movimento Democrático Português(MDP) de Montreal e diretor do jornal LusoCanadiano, jornal da oposição no exílio à dita-dura de Salazar.

Mencionarei também aqui o avanço dosportugueses no século XIV na costa do nor-deste canadiano, quando era o sal o ouro bran-co, ouro que bascos e bretões não possuíam.Por isso, os portugueses poderiam ficar maistempo na costa canadiana, porque podiam sal-gar e deixar sal enterrado para meses de umapróxima pesca!

O sal, especiaria rara nesse tempo, armaque os dois outros grupos de pescadores pos-suíam!

O sal foi um meu dilema no curso a queme propus em 81 como autodidata, e sem mei-os para poder dedicar-me ao estudo de uma te-se sobre o sal.

Aos historiadores e aos interessados peloenigma Fagundes, há sempre caminho abertopara provarem que existe um conceito objetivoe rigoroso da história, para contradizeremaqueles que abusam dum conceito subjetivo!

Deixo-vos este pequeno testemunho, co-mo escriba e autodidata, e com um sentimentointenso que vivi durante os anos 81-82 comapego ao meu País e à terra de Soajo que meviu nascer.

P.S. – Depois de estar já prestes a enviar otexto para o jornal, mexendo em alguns dosmeus papéis desorganizados, encontrei umaentrevista do Governador-Civil de Setúbal em1992 dizendo o seguinte: “Na Reconquista dePalmela e Alcácer aos mouros no século XIII,estabelece-se a ordem de Santiago. Ativa-se aexploração do peixe e do sal, e D. Sancho atri-bui em 1249 a 1-a Carta de Foral”.

Bem hajam.

na luso-americana, filha de pai micaelense.Nem o quero. Isso sou eu – eu sou produto detudo isto. Foi a emigração que formou a expe-riência da vida da minha família – foi a emigraçãoque me proporcionou, depois de uma longaviagem à procura das minhas raízes, duas “ca-sas.”

Como resultado, cheguei aos EstadosUnidos, depois de ainda estar no Faial e na Di-reção das Comunidades com o seu diretor Pau-lo Teves a falar no assunto de uma forma maisformal, e sabia que tinha de escrever sobre aemigração. Para compreender a realidade aço-riana, a sua história e literatura, é necessárioentender a emigração das ilhas. Foi um fenó-meno com tamanho poder na sociedade, queafetou a vida de todos, e dele se veem traçosem todo o lugar. A troca cultural entre as ilhase a diáspora continua a ser importante, e elafaz-se em boa parte através da literatura luso-americana, tanto dos emigrantes (sobretudoem português) como dos seus descendentes(já toda praticamente em inglês). Quanto amim, nunca me cansarei da questão – ela sempreme trará uma nova ideia, uma nova descoberta,uma nova perspetiva. E sempre respondereiafetivamente. Porque estudá-la, aprender maise falar sobre ela é a minha paixão.

do estado. Os únicos empregos que se têm criado temsido na função pública e parapública o que significaque os impostos que arrecadam dos novos trabalhado-res saem, à partida, dos próprios cofres do estado e quepor conseguinte não há dinheiro novo que entra.Quanto à tecla em que tanto martelaram do objetivodéfice zero, vão ter de o abandonar porque há mais des-pesas que receitas e o défice não para de crescer. Para pi-orar a situação, grandes empresas do campo mineiro emetalúrgico, como a Aloca, ameaçam largar o Quebequese o governo mantiver a sua intenção de aumentar osdireitos sobre os minerais ou as tarifas da eletricidade.Só a Alcoa em si representa 3300 empregos altamentebem pagos.

E vai falhar também quando os quebequenses sederem conta da péssima imagem que este governo estáa dar do Quebeque no estrangeiro.

Artigos, como o do New York Times da passadaquarta-feira, que compara a campanha dos pró-carta aomovimento reacionário do Tea Party nos Estados Uni-dos só vem lançar descrédito nesta província onde olema, até agora, tinha sido l’art du savoir vivre.

SÉRGIO PESSOA...Cont. da pág 13

tanto a nível físico como psicológico.Agora o atleta está a pensar muito nos Jogos Olím-

picos do Rio de Janeiro, nos quais sonha obter umamedalha. Sente-se confiante para esta competição e com-bater no seu país natal não o intimida. «Saber que a mi-nha família me apoia é reconfortante!», comparte. De-pois dos Jogos, decidirá se se reforma ou não, visto quea carreira dum judoca geralmente termina ao redor dostrinta anos. O que tem planificado para depois é umacarreira no domínio financeiro, mas ainda não sabe emqual ramo. Pelo menos, tem varias opções. «Para alguns,um dia és atleta, no dia seguinte já não sabes o que fazer.Há que pensar no futuro», acrescenta. Também gostariade transmitir o seu conhecimento aos jovens judocas.De facto, já começou a desenvolver um Clube de Judocom o irmão na Rive Sud.

Neste momento, Sérgio está em fase de preparaçãopara as seguintes competições e está pensando se vaiviajar para o Brasil para as Festas, ou se vai ficar no seupaís adotivo.

• Qual é a realização da qual te orgulhas mais?• A minha participação nos Jogos Olímpicos. Foi

um grande momento para mim e para minha carreira.• Qual é o teu ídolo? Por quê?• Tenho vários. Diria que o meu pai e o meu avô são

os dois principais. O meu pai sempre foi um exemplo paramim, é meu mentor e sempre ajuda-me nos momentos di-fíceis. Também, o meu avô, porque ele é um grande otimista.Faz 3 ou 4 anos, amputaram sua perna. Surpreendente-mente, desde esse dia, ele parece ainda mais positivo, sempreestá alegre. É uma motivação para mim.

• Quando não tocas uma bola de futebol que fazes?• Estou em casa e descanso. Também gosto de jo-

gar com o meu cão.• Que talento gostarias de ter?• Eu não sei (risos), talvez um talento artístico.

Não sou bom para tudo o que é música, desenho oupintura. Doutro lado, no desporto, acho que sou talen-toso e perseverante. Um talento que deveria ter é nãome lesionar!

• Se não tivesses sido um judoca, que outra profis-são houvera gostado de praticar?

• Boa pergunta… Acho que houvera gostado deser jogador de futebol. Sempre gostei deste desporto.Antes jogava nos meus tempos livres, mas agora nãoposso arriscar-me a me ferir mais.

• Quais são os teus sonhos?• Pois primeiramente, seria subir no pódio olímpico

no Rio, isto é o meu objetivo número um, num futuropróximo. Segundo, quero constituir família, e o meusonho mais louco seria morar numa ilha paradisíaca,onde poderia estar na praia e fazer surf.

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TAÇA DA MAJOR LEAGUE SOCCERIMPACTO ELIMINADO... E LUGAR PARA OS FAVORITOS

• Por Norberto AGUIAR

O Impacto, como sabem, terminouo campeonato da Major League Soccer na quin-ta posição da Zona Este depois de ter estadoalgumas semanas na frente. Depois foi claudi-cando ao ponto de ter de esperar até ao últimominuto do derradeiro jogo para saber se seguiaem frente na competição. Chegou a ser mesmodramático. Três golos à maior para o ChicagoFire fizeram toda a diferença.

Apurado in-extremis, lá o Impacto seguipara a pre-eliminatória de apuramento, dispu-tando um desafio com o quarto colocado, oDynamo de Houston, que também acaboupor se qualificar por uma unha negra depoisde ter estado igualmente nos lugares dianteirospor muito tempo.

Ambas as equipas se defrontaram numúnico jogo, em casa da formação melhor clas-sificada (o Houston ficou em quarto lugar).

Num desafio quase de sentido único, os«laranjas» do Texas venceram a contenda, epor conseguinte, a eliminatória, com o resulta-do a apresentar um nítido 3-0. Pior mesmo foio desempenho disciplinar dos homens deMontreal que se viram privados de três dosseus elementos antes do fim dos 90 minutos.A agressão de Romero, então, foi de bradaraos céus. Fossemos dirigente do Impacto elogo ele se amanharia com uma pena exem-plar... Mas, enfim, fiquemos por aqui.

No jogo equivalente do lado da Zona Oes-te, foi o Sounders de Seattle a seguir em frentedepois de bater o Rapid do Colorado pela mar-ca de 2-0, mas agora com prolongamento.

Apuradas as restantes duas equipas paraas meias-finais zonais, os acasalamentos puse-ram o Sounders na rota do Portland Timbers,que terminou o Campeonato como vencedorda Zona Oeste e o Dynamo diante do RedBull Nova Iorque, esta vencedora não só daZona Este como do Campeonato em si.

Os dois restantes jogos meteram em pre-sença, na zona Oeste, o Real Salt Lake contrao Los Angeles La Galaxy e na Zona Este, oSporting Kansas City e o Revolution da NovaInglaterra.

E como veio a acontecer, estes desafiosdeterminaram quanto o valor das equipas daMLS é muito idêntico, como demonstrou amaior parte dos desafios realizados, quandonecessitaram de tempo extra para desempataro confronto respetivo. Foi assim, por exemplo,no embate entre o campeão da época regular egrande favorito à Taça MLS, que depois de terido a Houston buscar um empate a dois golos,se viu eliminado em casa. Aqui, o Red Bull,embora dominasse em tempo de controlo debola e em oportunidades, o empate (1-1) per-sistiu, sendo necessário recorrer aos 30 minutosda praxe para saber quem avançaria para a finalzonal. Mais feliz, o Dynamo de Houston che-gou ao golo que lhe deu de forma surpreen-dente um lugar na meia-final da sua secção.Derrota cruel para a formação de Nova Iorque,que tinha a ambição de este ser o ano da suaplena afirmação desde que nasceu para o futebolem 1996 com mais outras nove equipas. Afinal,em ano que ganhou o seu primeiro grande tí-tulo – Supporters Shield, referente à época regu-lar de 34 jornadas – a Taça MLS, título de fim

de época mas considerado como o ceptro-mor, acabou por lhe fugir...

MEIAS-FINAIS EMPOLGANTESNos outros jogos, vantagem para o Real

Salt Lake, da Zona Oeste, que depois de terperdido em Los Angeles, por 1-0, recebeu oLa Galaxy e o eliminou, não sem ter precisadode recorrer ao prolongamento, visto no decor-rer dos 90 minutos não ter ido além de uma vi-tória por 1-0. E com tudo empatado, o Real,apoiado pelo entusiasmo do seu público láfoi buscar forças para marcar o golo que aca-baria por eliminar o campeão das duas últimastemporadas. Já na Zona Este, defrontaram-seo Sporting Kansas City, para muitos a melhorequipa da MLS esta época, ou pelo menos, aque melhor futebol pratica, e o Revolution, amais portuguesa das equipas da Major LeagueSoccer, com um português e dois luso-descen-dentes. Também neste confronto foi precisoir a prolongamento, com o Sporting jogandono seu terreno, apoiado pelo seu vibrante pú-blico, muito influente na decisão da partida.Depois de ter perdido em Bóston por 2-1, oSporting fez o mesmo resultado em casa, masagora a seu favor. Assim sendo, veio o temposuplementar e aí, Bieler, vindo do banco, mar-cou o golo que fez a diferença.

O único jogo das meias-finais que nãoprecisou de prolongamento foi o que opôs oTimbers de Portland ao Sounders de Seattle,dois clubes rivais pelo facto de serem vizinhos(Estados de Washington e Oregon, Noroestedos Estados Unidos). De resto, foi mesmo oTimbers a vencer as duas partidas (2-1 fora e3-2 em casa). Apesar das duas vitórias não sepense que a eliminatória foi fácil. Nada disso.Foram dois jogos intensos, com os homensde Oregon a terem o dom de que são uns natosvencedores.

FINAIS DE ZONANa fase em que estamos da Taça MLS,

encontraram-se os dois finalistas de cada zona.No Oeste, Real Salt Lake/Timbers de Portlande Dynamo de Houston/Sporting Kansas City.

Os resultados foram a derrota, surpreendentepelos números, do Timbers pelo Real, seu del-fim no campeonato, pelo score de 4-2, e empate(0-0) entre o Dynamo e o Sporting.

Como se vê, os favoritos para o jogo dagrande final são o Real, que apesar de ir a casado seu antagonista, conta com a vantagem de

dois importantes golos, e o Sporting, que indobuscar o empate ao Texas tem boas hipótesesde vencer com a ajuda do seu «fanático» públi-co. Mas atenção que o Dynamo vem de bemlonge até chegar a esta fase, onde eliminou,não se esqueçam, o favorito Red Bull no seupróprio estádio... Ah, o Dynamo conta aindacom muita experiência destas fases a eliminar,pois já tem duas Taças MLS no seu museu, ga-nhas já em plena época dos anos dois mil ecom a agravante, positiva, de ter sido o finalistavencido nos dois últimos anos – perdeu sem-pre para o La Galaxy.

Próximos jogosDia 23 de novembro• Sporting Kansas City – Dynamo de HoustonDia 24 de novembro• Timbers de Portland – Real Salt lake

Grande finalDia 7 de dezembro• Representantes Oeste – Este.

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