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Vol. XVII • N° 295 • Montreal, 3 de outubro de 2013 Cont. na pág 14 Foto LusoPresse Editorial O usurpador Por Carlos DE JESUS N ão consta que em França haja um Partido dos Franceses. Nem na Ingla- terra, um Partidos dos Ingleses. Nem na América, dos Americanos. Nem em Por- tugal, dos Portugueses. Nem em Espanha, dos Espanhóis. Nem na Bélgica, dos Bel- gas. Nem no Brasil, dos Brasileiros. Por toda a parte, os partidos ou são republica- nos, ou socialistas, ou democratas, ou li- berais, ou conservadores, ou renovadores, ou progressistas, ou comunistas, ou eco- Ken Pereira Depõe na C. Charbonneau Leia artigo na pág. 3 Comerciantes Descontentes com Ferrandez Leia artigo na pág. 8 Denis Coderre Fala aos étnicos na Comunidade Leia artigo na pág. 13 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Temos tudo para o seu jardim BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292 Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud

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Vol. XVII • N° 295 • Montreal, 3 de outubro de 2013

Cont. na pág 14

Foto

Lus

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sse

Editorial

O usurpador• Por Carlos DE JESUS

Não consta que em França hajaum Partido dos Franceses. Nem na Ingla-terra, um Partidos dos Ingleses. Nem naAmérica, dos Americanos. Nem em Por-tugal, dos Portugueses. Nem em Espanha,dos Espanhóis. Nem na Bélgica, dos Bel-gas. Nem no Brasil, dos Brasileiros. Portoda a parte, os partidos ou são republica-nos, ou socialistas, ou democratas, ou li-berais, ou conservadores, ou renovadores,ou progressistas, ou comunistas, ou eco-

Ken PereiraDepõe na C.CharbonneauLeia artigo na pág. 3

ComerciantesDescontentescom FerrandezLeia artigo na pág. 8

Denis CoderreFala aos étnicosna ComunidadeLeia artigo na pág. 13

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

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Página 23 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TECHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. AguiarEscrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Jules Nadeau• Raquel Cunha• Onésimo Teotónio Almeida• Vitália Rodrigues• Fernando Pires• Lélia Nunes

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

Port de retour garanti.

www.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013

75 Napoléon | Montréal [email protected] | 514 282-9976

Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

Vencedores e vencidos• Por Osvaldo CABRAL

«Zumblick,o retrato da condição humana»

• Por Lélia P. da SILVA NUNES

Tubarão em festa celebra o cente-nário de nascimento de Willy Zumblick, ofilho ilustre que, como um vendaval da pa-lheta, por setenta e cinco anos, numa sin-fonia de cores, exuberância de luz, paixãopela terra, pelo ser humano, pintou muito,intensamente, encantando-nos com a ma-gia de sua arte. “Quantos metros quadradosde tela ele já cobriu com as suas imagens etemas?” Perguntou-lhe, Guido Mondin,artista plástico e político gaúcho, em se-tembro de 1993. Nem Zumblick soubequantificar. O que importa, de facto, é o seuincontestável talento, a sua assinatura in-confundível ao dar vida às formas e per-sonagens, deixando fluir a emoção e nosremeter ao imaginário mítico de sua criação,o que o faz senhor de uma tipicidade singu-lar no panorama da pintura catarinense, ins-crevendo seu nome entre os expoen-tes da arte brasileira.

Como tubaronense tenho o maior or-gulho de ser conterrânea de Willy Zumblicke creio que já nasci admirando sua arte, poisdesde menina descia “a Rua da Igreja” ondemorava, atravessava o trilho do trem e mepostava com o nariz colado na vitrina daÓtica Zumblick a contemplar fascinada assuas pinturas.

Como socióloga e estudiosa da CulturaPopular Catarinense encontrei na obra deZumblick um componente importante damemória coletiva de Santa Catarina. Ao do-cumentar o seu acervo em 1992 e 1993,sob a sua orientação, compreendi o valorinquestionável do artista Willy Zumblick edo cidadão – o “seu Willy”– um universoinigualável que tive o privilégio de conviver.

Verdadeiro património artístico cata-rinense – foi cronista do pincel ao registarfactos históricos de Santa Catarina, ao pere-nizar o feitio singular do homem, da mu-lher, da criança e do velho, as tradições e ascrenças ancestrais – imagens da realidadeabsoluta a comungar com o imaginário oua compor poesia com os pincéis e tintas.

O pintor que com paixão cantou SantaCatarina e fez da “Bandeira do Divino” umaimagem constante na sua obra, o que lhevaleu o título de “Pintor das Bandeiras doDivino.”

Sua arte será sempre de intervenção erespeito à condição humana: do último ca-rijó, do negro escravo, do imigrante e seulegado enraizado e expandido nesta terrade Santa Catarina. O olhar atento alargou-se no desenho da história catarinense. Sãotelas exemplares da personalidade forte deZumblick: A proclamação da República Ju-liana, a prisão de Dias Velho, o fuzilamentodo Barão de Batovi, a Saga de Anita Gari-baldi, o conflito do Contestado.

Sua arte é o seu retrato fisionómico,sua voz de profunda humanidade e por estahumanidade se fez credor da admiração doscatarinenses e da comunidade de Tubarão.

Parabéns Santa Catarina, obrigada “seuWilly”!

T ivemos,domingo, 19 elei-ções diferentes nosAçores.

Cada concelhoé um caso e cadafreguesia é umrosto.

Daí que sejadifícil extrapolar ca-da resultado parauma análise global,

gas em Vila Franca, é obra. Tomem nota: oseu verdadeiro objetivo começa agora comesta caminhada via autárquica. Daqui a 11 a-nos, aquando da sucessão de Vasco Cordeiro,Ricardo Rodrigues já terá outro protagonis-mo na política regional. Aposto que vai que-rer a presidência da Associação de Municí-pios.

INDEPENDENTES – O fenómenonovo que apanhou despercebido todos ospartidos vai durar e, com toda a certeza, seráexpandido em futuras eleições com grandesucesso, à semelhança do que aconteceu emS. Jorge e no resto do país. Os partidos fe-charam-se e estupidificaram-se. Contemcom movimentos cívicos nos próximostempos como nascem os cogumelos. Sóajuda à democracia.

FREITAS – Duarte Freitas tem a suaprimeira derrota enquanto líder do PSD-Açores. Se perdesse Ponta Delgada, estavaarredado das próximas regionais. Bolieiro eGaudêncio foram o seu abono de família...por enquanto. O que vem aí não é nada debom para o PSD de Freitas. O novo quadrocomunitário de apoio, com mais de 1,5 milmilhões de euros para os Açores, vai daruma folga enorme à governação de VascoCordeiro, espalhando investimento pelasilhas nos próximos 6 anos. Depois, virá adesgraça das eleições europeias (2014) e naci-onais (2015), que vão arrasar o PSD, assisti-remos à queda de Jardim (finalmente!) e àdespedida sombria de Cavaco. São más notí-cias para a família social-democrata, não au-gurando nada de bom para as próximas regi-onais.

CONTENTE – É o derrotado do ladodo PS. José Contente não resistiu ao exibi-cionismo do poder regional. Quis mostrarque tinha o partido e o governo a seu lado,mas tudo soava a falso. Basta ver que tinhacomo mandatário a mesma pessoa que otramou na sucessão à liderança do partido eque não o quis na presidência do Parla-mento. Cordeiro deu o golpe de misericórdiaquando se demarcou, publicamente, daquelaproposta do complemento de pensão. Umacampanha desastrosa. O subconsciente doseleitores não perdoa.

LIMA – Artur Lima está cada vez maisconfinado à ilha Terceira, novamente semsucesso. Não fosse a coragem de Luís Sil-veira, em S. Jorge, e o CDS-PP passaria porestas eleições como a CDU e o Bloco deEsquerda, ou seja, numa nota de rodapé.

SILVA – O último mandato de RicardoSilva na Ribeira Grande deveria ser um “casestudy” na política autárquica, como exemplode tudo o que não deve ser o relacionamentode um autarca com os seus cidadãos. Ignoroutudo e todos, rodeou-se de uma equipa medí-ocre e apostou o que tinha no centro da ci-dade, envolto em polémicas, esquecendo asfreguesias rurais do concelho. Carlos César,que o apoiou desde a primeira hora, vê-se li-vre daquele desfile, na Feira Quinhentista,com vestes ridículas...

mas as tendências e as correntes do eleitoradopermitem retirar algumas conclusões gené-ricas.

Dentro desta subjetividade, eis os meusvencedores e vencidos.

VASCO CORDEIRO – É o grandevencedor destas eleições. No seu primeiroteste como líder do PS, consolidou e refor-çou a hegemonia do partido nas autarquiasaçorianas. Estas eleições deram-lhe, também,razão, quanto à linha de renovação que vemimplementando no interior do PS, elegendovários socialistas jovens e castigando os maisantigos. Os jovens que roubaram as Câmarasao PSD são um bom prenúncio para umanova geração de políticos. A derrota de JoséContente acaba por ser uma boa notícia paraCordeiro, porque reduz a margem de mano-bra de César e não corre o risco de ter na Câ-mara de Ponta Delgada o protagonismo deum possível sucessor interno. Vasco Cordei-ro fica, agora, com o seu partido blindado aqualquer veleidade interna, inclusive pela mãode Carlos César.

BOLIEIRO – É a vitória da humildade.Cansado de ser sempre número dois, revelou-se igual a si próprio e deu um exemplo aoPSD sobre como se deve fazer política, semgrandes exibicionismos. Foi da sua autoriao melhor cartaz de campanha (“Bolieiro, umamigo”), de tão simples mas tão verdadeiro,porque um responsável político tem que seristo mesmo: um amigo do cidadão eleitor.Esta intimidade contrasta com a distânciahabitual da classe política em geral. Contemcom ele daqui a 11 anos para outros voos.

GAUDÊNCIO – Da mesma escola deBolieiro. O seu mérito está na postura queimpôs durante a campanha, em contrastecom o seu adversário. O PSD tem aqui umquadro cheio de potencial que não deve des-prezar. E que guarde a lição: um jovem re-cém-chegado ganha à primeira, enquantomontes de “dinossauros” instalados há anosno partido, não ganham nada. AlexandreGaudêncio é um nome a reter durante muitotempo, se souber, também, retirar uma liçãoque o seu adversário ignorou: as eleições ga-nham-se ouvindo as pessoas, dando atençãoa todos e não apenas às gentes do centrodas cidades.

RODRIGUES – Ricardo Rodriguespode ser acusado de muita coisa, mas de faltade coragem é que não. Deixar o conforto daAssembleia da República, da Vice-Presidênciada bancada, dos círculos influentes lisboetas,para mergulhar num mar de problemas e intri-

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Página 33 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Two tales of a city• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

Generalizações, nem no fim seria uma melhor apropria-ção do romance de Dickens para estas linhas sobre Portugal. Agente rola país dentro e acumula caras, frases, gestos, flashes. Atentação é encaixá-las num quadro, mas isso só é legítimo se opintamos complexo, contraditório, díspar e insubmisso. Ficam,de entre uma miríade delas, duas estórias nos antípodas uma daoutra.

Estória #1 – Estrada fora no Land Rover de um antigo alu-no (faz questão de mo emprestar), farto de saber que usa gasóleo,distraio-me e começo a enchê-lo de gasolina. Dou cedo pela paler-mice, mas há que fazer limpeza ao depósito. Felizmente estou nu-ma estação de serviço de autoestrada com uma pequena oficina.Operada por um único funcionário, sou também o único cliente.Tive de bater à porta. Pareceu-me não estar ninguém lá dentro. Sópercebi a demora quando deparei com uma cara estremunhada,aborrecida pela chatice de ser acordada de uma repousante sesta.

Morosamente, o mecânico iniciou a operação de limpeza dodepósito chupando por um tubo e enfiando-o depois numa vasi-lha. Cigarro dependurado na boca muda, foi sentar-se lá dentroenquanto eu, cá fora junto ao jeep, observava a transfusão que meparecia não ocorrer. O tubo era de plástico transparente e não re-velava sinais de fluxo de qualquer líquido. Comuniquei-lhe issomesmo. Nem se dignou erguer do banco. Deixou apenas escapulirentre dentes um Leva o seu tempo. Fui acender as luzes do tabliera ver se detetava sinais de descida no ponteiro do depósito. Nada.Passei também essa informação. Desta vez, respondeu: Há veículosassim. Regressei ao jeep onde continuei sem topar vestígios damenor atividade. Mordendo os lábios para evitar jaculatórias queirritassem o mecânico, conformei-me mais uma vez graças aocontrolo mental movido pela ideia de que a estação mais próximaficava a quarenta quilómetros. Resignado, portanto.

O nosso homem, numa lentidão de assustar lesmas, atirou abeata para a erva seca aquecida por um sol escaldante a poucos me-tros da vasilha de gasolina, e acendeu outro cigarro.

Pouparei o leitor à descrição de duas horas de repetidas cenaspara não cair na tentação de reproduzir em tempo real as clássicasimagens do filme Os cavalos também se abatem. Aqui, porém, oreal é que ocorria em câmara lenta.

Estanco neste ponto acrescentando apenas: No final, custozero. E o homem agarrou de uma saca, fechou a oficina e foi-se. E-ram quatro da tarde.

Estória #2 - Chegámos a Braga ao fim do dia. Eu, de secretárioda Leonor, era ela quem ia botar palavra num colóquio na Universi-dade do Minho. Estacionei diante do hotel e dirigi-me ao parquí-metro para colocar algumas moedas. Aproximou-se um simpáticocavalheiro e avisou-me na mais civilizada das maneiras: Olhe, nãoponha muito dinheiro. Faltam vinte minutos para as 19h e, apartir dessa hora, o estacionamento é grátis. Apercebi-me entãode que me falava um agente distribuidor de multas de estaciona-mentos e senti-me aparvalhar ante tal franqueza. Que, aliás, estavalonge do seu máximo porque, face ao meu agradecimento algodesconcertado e surpreso, continuou: Mas cautela amanhã. Nãosei a que horas se levanta, no entanto deve tomar cuidado porquea partir das nove já pode apanhar multa. Eu, confuso e confun-dido: Muito obrigado por tão amável informação, e ele a prosseguirimperturbável na sua bonomia nortenha: Mas não se preocupe.Eu nunca chego a esta parte da cidade antes das dez.

Porque escrevo já do Maine, e depois de um lanche de lagosta(a preço das nossas sardinhas) e uma maçaroca de milho cozido aacompanhar, recordo outra também deste verão: Açores, S. Miguel,Furnas. Um trabalhador local cozia milho numa caldeira. Perguntei-lhe quanto tempo demorava a cozedura.

As maçarocas, uma hora e meia. Os dedos, um segundo.

(Da revista LER)

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KEN PEREIRA

UM SINDICALISTA EXEMPLAR• Por Carlos DE JESUS

Ken Pereira,o ex-líder sindical deorigem portuguesa,que esteve na origemda queda em desgraçade Jocelyn Dupuis, di-retor geral da Fede-ração dos Trabalha-dores do Quebeque(FTQ), secção daconstrução, apresen-tou-se na segunda-feira e terça-feira di-ante da ComissãoCharbonneau encar-regada de inquirir so-bre a corrupção e a in-filtração do crime or-ganizado no mundoda construção públi-ca.

Ken Pereira ti-nha denunciado pu-blicamente a gestãodo antigo diretor ge-ral da FTQ, mormen-te no que respeitavaàs despesas sumptuá-rias que Jocelyn Du-puis fazia a título pes-soal, utilizando osfundos sindicais.

No início do seutestemunho, Ken Pe-reira, que tem um di-ploma de estudos co-legiais profissionais(DEP) como mecâni-co industrial, come-

çou por descrever como funciona a colocaçãode operários sob a tutela sindical, sublinhandoque os responsáveis pela distribuição dos ope-rários pelas obras, têm um poder extraordiná-rio, dando a preferência aos sindicalizados maispróximos e amigos para que estes possam atin-gir os patamares necessários para terem direitoao subsídio de desemprego.

Esta prática, como é do conhecimentopúblico, foi abolida pelo anterior governo libe-ral e a distribuição da mão-de-obra agora é daresponsabilidade da Comissão da Construção.

Durante o seu testemunho Ken Pereiradeu conta do seu percurso sindical que come-çou em 1986, quando decidiu sair da ComissãoIndustrial do Quebeque por solidariedade, talcomo seu pai tinha feito, para com os outrostrabalhadores que tinham necessidade de traba-

lhar. O seu gesto foi apreciado pelo seu sindi-cato e acabou por determinar a sua militânciasindicalista.

Os comissários da comissão de inquéritoque vão continuar a interrogá-lo nos dias a se-guir, esperam obter dele mais informações so-bre as relações da FTQ com o crime organiza-do e o Fundo de Solidariedade da FTQ, a inter-venção dos Hells Angels na eleição de RichardGoyette como novo diretor da FTQ-Constru-ction, os conflitos sindicais nas obras de cons-trução em meados de 2000 e as contas de des-pesas de Jocelyn Dupuis que ele revelou aosrepórteres da emissão “Enquête” de Radio-Canada e que estiveram na base das acusaçõesem tribunal criminal contra Ken Pereira queforam resolvidas por um acordo extrajudicialem 2010. L P

Ken Pereira perante a Comissão Charbonneau. Foto LusoPresse.

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Página 43 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Bilhete de FériasTerceira Semana em Portugal • Por Carlos DE JESUS

Com o recado que me tinha dado a minha médica do Sacré-Coeur – o de me oferecer muito repouso durante a minha estadia emPortugal porque uma recaída duma pneumonia, ao que parece, não écoisa para brincar – a televisão, que raramente vejo quando lá vou, foipara mim, desta vez, um centro de curiosidade, particularmente na semanaque passei em casa da minha irmã, tanto mais apreciado quanto tinha ameu lado o meu cunhado que me servia de intérprete às discussões quepor lá passavam, a toda a hora, mas sobretudo a altas horas, e para asquais eu me sentia deveras estrangeiro. Lá que se debate, debate-se. Maspergunto-me quem é que pode estar, muitas vezes depois da meia-noite,a assistir a um debate televisivo, mesmo com algum calibre. Aquela gen-te no dia seguinte não vai trabalhar? Ou o auditório visado é só para re-formados com problemas de insónias…

É verdade que o povo português está cada vez mais notívago. A-quela gente raramente acaba de jantar antes das dez da noite e depoisainda sai para ir à bica (ao cafezinho como se diz agora). Crianças, emidade escolar, que vão para a cama à meia-noite, quando não mais tarde,são mais que as mães. Devo estar mesmo muito norte-americanizadopara me surpreender com estes usos e costumes.

A culpa deve ser do clima daquele jardim à beira-mar plantado. Noverão, às 9 ainda é dia e os resquícios do sol nas peles tisnadas pela praiae nos olhos ainda encadeados pela luz do poente, convidam à rua, aodolce far niente duma esplanada, da cavaqueira com amigos, bisbilhoticescom amigas, para esquecer as misérias do dia-a-dia, a pressão do trabalho,as ameaças do patrão, os ralhos da casa.

É o país dos brandos costumes e das grandes crises políticas.Falando de crise, a crise que todos os portugueses trazem na boca,

que ninguém compreende e de que todos sofrem, ao ponto de muitospassarem fome, é para mim um grande mistério também, não propria-mente as causas da dita cuja, mas a reação pusilânime de todas as suas vi-timas e até dos que se dizem solidários.

As causas devem ser várias. Uns dirão que o mal está na incompe-tência dos “betinhos das jotas” – entenda-se, os profissionais políticosque fizeram carreira no interior dos grupos de juventudes partidárias,sem nunca terem dado provas de outra competência que não a de fide-lidade ao partido e ao seu ego desmesurado, e de cujo alfobre têm saído,nos últimos anos, os primeiros-ministros, ministros, secretários de es-tado e toda a corja de vampiros que tem sugado Portugal, mais guiadospela sede do poder e pela ganância dos ganhos fáceis que o de servir opaís e os portugueses. O escândalo da incompetência e da venial ambiçãode alguns deles vai ao ponto de não se coibirem de se apresentarem comdiplomas de universidades de vão-de-escada, ou até mesmo compradosna Internet!

Outros dirão que o mal está nas velhas elites que sempre despre-zaram o povo e que tudo têm feito para o manter na ignorância, deitandoa mão a poderosos meios de comunicação, como a televisão e os jornais,dando ao pasto popular emissões infantilizantes e artigos de populismobarato onde se desconfia do intelectual e se mina a reputação do políticohonesto (sim, também existe), e do qual resulta uma carência manifestade elites aptas a afrontarem o poder do dinheiro e assumirem a liderançado país, como estadistas capazes de governarem à altura das aspiraçõesdo povo e das responsabilidades históricas do país.

Ainda há quem diga que o mal foi importado, primeiro pela entradana zona do Euro, segundo pelo novo modelo ultraliberal que pôs o po-der real nas mãos dos banqueiros.

As causas devem ser múltiplas, mas, como se costuma dizer, cadapovo tem o governo que merece, e o povo português, quer pelo seuanalfabetismo literário (um milhão de portugueses, com mais de 15 a-nos, ou seja, dez por cento da população, não tem qualquer nível de es-colaridade), quer pelo seu analfabetismo político (quase cinquenta porcento não votam), ou seja pela real existência dos brandos costumesque leva o bom português a aceitar como inevitável o que lhe cai em ci-ma – é o fado – a verdade é que o português sofre mas cala-se. É a pobre-za envergonhada personificada. A léguas dos revoltosos da Espanhavizinha. Tão perto e tão longe dos castelhanos.

Para parodiar um político português (Silva Carvalho), apetece-medizer que aquele país é um país silly governado por pessoas silly.

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/silva-carvalho-nova-lei-projecto-silly-feito-pessoas-silly L P

Eu voto Pacu!• Por Osvaldo CABRAL

Peço desculpa por voltar a falar no Pacu, mas acho esta des-coberta de verão uma coisa deliciosa.

O Pacu, como sabem, é um peixe que gosta de comer testículos.Em linguagem metafórica, dir-se-á que temos coisa parecida na

classe política portuguesa, nomeadamente os que gostam de abo-canhar os nossos bolsos.

Os irrevogáveis Passos e Portas, por exemplo, acham que oproblema do país fica resolvido cortando mais 10% nas pensões.

Os reformados, que trabalharam uma vida inteira a descontarpara a Segurança Social, com a esperança de gozar uma reforma queo Estado lhes deu como expectativa ao longo da vida, sofrem agoramais um corte nos fundilhos.

Naturalmente que o Tribunal Constitucional dará a devida res-posta a esta monstruosidade testicular.

Como alguém já afirmou, o que está em causa nestes cortesnão é a sustentabilidade do sistema, mas conseguir dinheiro à custada classe mais fraca.

O insuspeito Mira Amaral, que foi ministro em governos PSD,diz que “não faz sentido que os reformados tenham um tratamentofiscal chocantemente mais gravoso do que os ativos”, sabendo-seque a sustentabilidade do sistema depende do número e da produti-vidade dos ativos.

Raquel Varela, coordenadora do estudo “A Segurança Social ésustentável” (Bertrand, 2013), utilizou vários cenários relativamenteao sistema, tendo chegado à conclusão “que mesmo havendo umgrande aumento de inativos face aos ativos, um aumento ligeiro daprodutividade dos ativos com relações laborais protegidas suportariaainda mais idosos reformados. Hoje cada trabalhador português é5,37 vezes mais produtivo do que em 1961, isto é, algo em torno de430%. Este é o ganho de produtividade alcançado em cinco décadas.Se o sistema era e foi sustentável com produtividade mais baixa,por que não o seria hoje?”.

O que o governo pretende com os cortes de pensões é, comoalguém já disse, terrorismo de Estado, remetendo para o lixo geraçõesque se sacrificaram para erguer um país continuamente destruídopela classe política incompetente.

Alguém vê este fervor reformista quando se trata de cortar nassubvenções vitalícias dos políticos?

Onde param os anunciados cortes nas regalias dos titulares decargos políticos e de organismos públicos?

E os cortes no número de deputados e governantes?E os juízes do Tribunal Constitucional que se reformam ao

fim de 12 anos de serviço independentemente da idade?É o caso da atual Presidente da Assembleia da República, Assun-

ção Esteves, que se reformou aos 42 anos e optou por receber apensão de reforma, no valor de 7 255 euros, prescindindo do ordena-do da presidência do parlamento porque era menos 2 mil euros.

Isto é um bom exemplo para o país?Os diplomatas, juízes e altas patentes militares são poupados

porquê?Não há dinheiro para pagar pensões, mas há para pagar os cri-

mes cometidos pelos amigos no BPN?Um governo recheado de ministros mentirosos tem credibilida-

de para massacrar os pensionistas?Uma troika que conclui em relatório público, como o FMI,

que a austeridade demasiado rápida não funciona em nenhum país,tem credibilidade para continuar a impor cortes às classes mais des-favorecidas do sistema?

E não era esta semana que íamos regressar aos mercados?Como diz um comentador, estando os cidadãos entregues à

troika, Passos, Portas, Seguro, Cavaco e Merkel, temos então umatempestade perfeita.

Esta classe política formada nas jotas está a dar cabo do país.A mesma classe política que criou leis que permitem a banca

cometer as maiores barbaridades financeiras, para depois socorrê-la, injetando largas centenas de milhões dos nossos impostos.

A política em Portugal está uma desgraça.Por isso, já decidi.Nas próximas eleições legislativas, vou votar no Pacu.Quero vê-lo na Assembleia da República, entre esta classe polí-

tica, a fazer aquilo que mais gosta... L P

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Página 53 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Por motivos de doençaVende-se restaurante

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Em Villeray-St-Michel-Parc-Extension…

Soraya Martinez é aposta forte• Reportagem de Norberto AGUIAR

O lançamento da candidatura deSoraya Martinez à presidência da Junta de Fre-guesia de Villeray-St-Michel-Parc-Extensionteve lugar segunda-feira à tarde, nas instalaçõesdo popular Restaurante Cantinho, com a pre-sença de muita gente e onde se encontravamos líderes da «Coligação Montreal Marcel Côté»,Louise Harel e precisamente Marcel Côté, ocandidato ao cargo de presidente da CâmaraMunicipal.

A apresentação de Soraya Martinez, umapolítica aguerrida e já com passado na políticamunicipal de Montreal, primeiro no interiordo Partido União de Montreal e, depois, nashostes do Partido Visão Montreal, da chefeLouise Harel, começou com um beberete supe-riormente preparado pelos chefes do Cantinhosob a supervisão de Paulo Teixeira, um dos in-cansáveis sócios do restaurante – o outro é oFrancisco Pereira – que a tudo acorria de manei-ra a que nada faltasse aos convivas, e prosseguiucom os discursos de Marcel Côté, Louise Ha-rel, John de Luca, também candidato a vereadorno mesmo bairro, e naturalmente Soraya Marti-nez.

Convidado a usar da palavra, Marcel Côté,que não se alongou muito no seu discurso, di-zendo de maneira sucinta que «Soraya é umamulher excecional, que vai fazer um trabalhocompetente na condição de presidente da Juntade Freguesia de Villeray-St-Michel-Parc-Exten-sion». E depois pediria para que lhe dessem«uma maioria grande de forma que ela possadesempenhar bem o seu papel». A terminar,Marcel Côté consideraria que «Soraya é umamulher inteligente e que escuta muito as pesso-as, daí que seja preciso que todos vocês possaminfluenciar as vossas famílias e amigos à voltada sua candidatura de maneira que no dia 3 denovembro ela seja eleita presidente do vossobairro».

Já Louise Harel, que se mostrou muitosimpática quando viu o representante destejornal, privilegiou as suas relações com SorayaMartinez, seu braço direito nestes últimosanos em que dirigiu «Visão Montreal», poden-do assim afirmar que Soraya Martinez tem to-das as condições para se tornar numa políticacom muito futuro na cidade. «Soraya é umatrabalhadora incansável. Ela é muito compe-tente e sabe muito do contacto com as pessoas.

Soraya sendo eleita vai contribuir para a plenaintegração das comunidades que vivem em Vil-leray-St-Michel-Parc-Extension. Sem dúvidaque se abrirá um novo capítulo neste bairrocom a sua eleição».

Louise Harel terminaria a sua intervençãoconfidenciando que fora Soraya a convencerMarcel Côté a abraçar este projeto de candida-tura por banda da coligação que regista o seupróprio nome.

A intervenção de Soraya Martinez durouapenas alguns (poucos) minutos, pois «achoque já foi tudo dito...», diria ela com o seu belosorriso de mulher de origem chilena. No entan-to, ela sempre quis dizer o quanto estava orgu-lhosa por fazer parte «deste projeto da Coliga-ção Marcel Côté» e o quanto estava reconheci-da a Louise Harel por ter aceitado passar a n° 2do novo agrupamento. Também se dirigiu àmãe, que «muito me apoia e que poderia ser elaprópria a candidata», ao esposo ali presente desurpresa, e aos amigos e colaboradores quemuito a têm ajudado.

«Concorro pelas pessoas»Os discursos tinham acabado mas o bebe-

rete continuava. E depois de alguns curiososse terem apoderado dela, tivemos que esperaralguns minutos para um breve tempo de per-guntas e respostas, que o espaço não é muito.Foi assim que Soraya, antiga vereadora nestemesmo bairro (2005/09), nos foi dizendo quenão concorria contra ninguém, mas sim quese apresentava ao ato eleitoral com o nítidopropósito de ajudar as pessoas. «Como sabes,já fiz parte deste bairro como política e por is-so conheço muito bem o terreno e as pessoas.Candidato-me para ajudar na resolução dos pro-blemas de Villeray-St-Michel-Parc-Extension.Tenho muitas ideias e a convicção, com a ajudada minha equipa, que posso fazer bom traba-lho. Além disso, continuou, Marcel Côté vaiser um bom presidente, um bom administra-dor dos nossos dinheiros, que vai despenalizara classe média. Ele vai estar ao serviço dos ci-dadãos e isso vai favorecer o nosso papel local-mente, nos bairros».

Havia muita coisa para perguntar, mas,como acima se diz, o espaço não é muito. Noentanto, ainda demos mais um tempo a Sorayapara se explicar quanto à sua candidatura, que,em 2009, ficou por águas de bacalhau com aderrota às mãos do União de Montreal.

«A reação das pessoas à minha candidatu-

ra tem sido positiva. Penso que estou em condi-ções de ganhar. Temos uma boa equipa, quere-mos ser parceiros dos nossos grupos e organi-zações comunitários e vamos trabalhar poruma melhor integração dos étnicos no apare-lho comunitário. No bairro e na Câmara, quetem que dar o exemplo. Neste momento a co-munidade oriunda da diversidade representaapenas 4, 1% dos empregos camarários, o queé muito pouco», diz em forma de protesto.

Já a terminar, retivemos mais uma afirma-

ção de Soraya Martinez e que focalizou sobreo desafio de criar mais riqueza aos concidadãosdo seu bairro «e isto, diz, só é possível com acriação de mais emprego e criação de outrascondições positivas para reter as famílias noseu habitat, para não saírem para fora da cida-de».

Mulher de convicções, Soraya Martinez énatural do Chile. Chegou ao Canadá com 9anos de idade, é casada e mãe de um casal defilhos.

Soraya Martinez na companhia do seu colega candidato John de Luca. À sua direi-ta, Paulo Teixeira, sócio gerente do Restaurante Cantinho. Foto LusoPresse.

Louise Harel, chefe de Visão Montreal, Marcel Côté, candidato a «maire», e SorayaMartinez, candidata à Junta de Freguesia local. Foto LusoPresse.

L P

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Página 63 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O ensaio razoável de Jean Dorion:Nunca uma tal Carta sob Lévesque, Parizeau, Laurin, Godin ou Couture

• Por Jules NADEAU

Muito conhecido devido aos diver-sos cargos públicos que ocupou e às suas toma-das de posição, Jean Dorion mergulha no de-bate sobre a Carta dos Valores Quebequensespublicando uma obra que podemos qualificarde moderada e razoável. Uma mensagem sim-pática à comunidade muçulmana. Ele discordado texto de Bernard Drainville: «Nunca se teriapensado num tal projeto no tempo de RenéLévesque, Jacques Parizeau, Camille Laurin,Gérald Godin, ou de Jacques Couture paraquem trabalhei», declarou a semana passadaquando do lançamento do livro de 150 pá-ginas.

Inclure, Quelle laïcité pour le Québec foiescrito com que espírito? Resumindo, no es-sencial, «Não é um livro contra quem quer queseja. Muito poucas pessoas citadas. O que ogoverno tenta fazer é um erro grave para o fu-turo do povo quebequense. É infinitamentetriste. Antes de mais fiz este livro para o Que-beque que nós amamos... com uma preocupa-ção de justiça para com os muçulmanos doQuebeque. Nós estamos de tal modo intoxica-dos com tudo o que se lê nos Média... sobre asmulheres muçulmanas, sobre o casamento en-tre os muçulmanos. A minha escrita foi umaespécie de desintoxicação. Espero que tambémo vá ser para os leitores», especifica o autor(visivelmente em grande forma nessa noite)ao microfone duma livraria da Côte-des-Nei-ges.

Funcionário da ImigraçãoMembro fundador do Parti Québécois, o

septuagenário luta pela independência do Que-beque desde há décadas. Foi assessor políticodos ministros da Imigração Jacques Couture eGérald Godin antes de ser presidente da SociétéSaint-Jean-Baptiste de Montreal. As suas de-clarações como responsável da instituição na-cionalista foram largamente difundidas nosMédia, especialmente em defesa da língua fran-cesa no quadro da Lei 101. Com a bênção ou aexcomunhão dos comentadores políticos.

É certo que Jean Dorion brilha pelas suasopiniões nacionalistas. O autor destas linhas,que o conheceu no princípio dos anos 80, emHong Kong e depois em Taiwan, lembra-sesobretudo duma alegre e interminável con-versa num restaurante de Taipai. Quase meio-dia, sentados numa mesa afastada sem que osempregados viessem se ocupar de nós. O meuvolúvel interlocutor apareceu-me então comoum erudito, aberto sobre todas as culturas emuito curioso. Também um leitor voraz e umapessoa dotada dum grande sentido de humor.As suas imitações dum Pierre Trudeau zangadomuito me fizeram rir. Resumindo, um ladopouco conhecido deste homem.

Especialista do JapãoA abertura deste sociólogo sobre o vasto

mundo confirmou-se quando ele ocupou comsucesso as funções de delegado geral do Quebe-que em Tóquio de 1994 a 2000. Não somenteele mergulhou na língua e na cultura japonesas,mas tinha a particularidade de ter uma esposanipónica, Hiromi Tsunezuka. O casal tem cin-co filhos – todos prendados com nomes fran-

ceses e japoneses. Discreta, madame Tsunezu-ka estava presente no lançamento do livro deQuébec Amérique no meio dum público de al-gumas centenas de pessoas de diversas origens.Aí estavam também vários membros (todosidentificados) da comunidade muçulmana quetinham colaborado na pesquisa do autor.

Também presentes: o ex-ministro pe-quista Serge Ménard. O «amigo de sempre», Y-ves Beauchemin – cujo manuscrito do Matou

foi relido por Jean Dorion (uma excelente plu-ma). Digno de menção, sentado à mesa doconferencista, um Jacques Parizeau muito aten-to. «Nada habitual!», comentou monsieur Do-rion em privado para uma jovem senhora aquem acabava de autografar o livro. Todos serecordam da célebre declaração acusatória, em1995, contra «o dinheiro e o voto étnico». Quedirá Parizeau da Carta dos Valores Quebequen-ses?

Enfim, o ex-deputado do Bloc Québécoisde Longueuil-Pierre-Boucher (2008-2011)aproveitou a ocasião para agradecer a Rosa Pi-res, que é vice-presidente e co-porta-voz doorganismo Indépendantistes pour une laïcitéinclusive, donde ele mesmo é presidente. «Elaleu o manuscrito e fez-me algumas observa-ções judiciosas», especifica o fundador Dorion.Num texto do Huffington Post, que se podeler na Internet, madame Pires evoca a recorda-ção do 30 de outubro de 1995 e associa clara-mente a carta a uma «estratégia eleitoralista»do PQ.

(O livro de Québec Amérique está à ven-da em todo o lado ao preço de 19,95$.)

Jean Dorion com Karima Nidbihi, a «musulmane voilée» responsável da viragem deopinião completa do autor. A mãe de família marroquina foi a «merveilleuse gardien-ne» da pequena Blanche, filha mais nova do casal Dorion-Tsunekuza em 2001.

Jacques Parizeau esteve presente no lan-çamento do livro na Livraria Olivieri. Pre-sença julgada «pas anodine» por JeanDorion, pois o antigo primeiro-ministropreparava-se, por sua vez, para atacar a«Carta» de Bernard Drainville. Foto JP.

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Portugal no Mundo• Por Filipa CARDOSO

Sempre que vou dar um passeio decarro por Portugal fico com a sensação queo País está a ficar cada vez mais pequeno.

Claro que as distâncias parecem maiscurtas pois utilizamos cada vez mais as au-toestradas.

Há muitos quilómetros de autoestra-das. Segundo o Automóvel Club de Portu-gal existem mais de dois mil seiscentos qui-lómetros de autoestradas em Portugal.

Fiquei surpreendida com aquele núme-ro de quilómetros divulgado pelo ACP peloque procurei, com rigor, precisar quais asdistâncias máximas, dos eixos Norte/Sul eEste/Oeste de Portugal continental.

Somos efetivamente um país geografi-camente pequeno. Segundo o Instituto Na-cional de Estatística a distância máximaNorte/Sul é de 577 km e Este/Oeste é de286 km.

A área de Portugal Continental é de 89088 km², as nove ilhas dos Açores totali-zam aproximadamente 2 321 km², e o arqui-pélago da Madeira, com as Desertas e ogrupo das Selvagens, totaliza cerca de 800km².

Contudo, a influência cultural de Portu-gal ultrapassa as suas fronteiras. Segundo aUNESCO, o Património Mundial da Hu-manidade de origem portuguesa, espalhadopelo mundo, é imenso: no Brasil os centroshistóricos de Ouro Preto, Olinda, S. Salva-dor, Diamantina e Goiás, na Índia Igrejas eConventos, Mazagão em Marrocos, CidadeVelha em Cabo Verde, também o CentroHistórico de Macau bem como a Ilha deMoçambique, fazem parte da lista do Patri-mónio Mundial.

Recentemente, no dia 22 de junho pas-sado, a UNESCO classificou a Universidadede Coimbra como Património Mundial.

A Universidade de Coimbra está de pa-rabéns ao ter ficado a fazer parte da lista doPatrimónio classificado pela UNESCO(Organização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura), comoMundial e da Humanidade, que em Portugalinclui, entre outros, o Centro Histórico deAngra do Heroísmo, o Convento de Cristoem Tomar, os Mosteiros da Batalha e deAlcobaça, o Mosteiro dos Jerónimos, a Tor-re de Belém, os Centros Históricos de Évo-ra, de Guimarães e do Porto e ainda no pas-sado ano de 2012 foram também classifica-das as fortificações de Elvas.

Quanto a paisagens naturais recordoque já estão classificados como PatrimónioMundial Sintra, a Região vinhateira do AltoDouro e a vinha da Ilha do Pico.

Ainda uma nota à classificação pelaUNESCO do Fado como Património Ima-terial da Humanidade, em novembro de2011, na peugada do reconhecimento doTango em 2010 e do Flamengo em 2009.

Somos realmente um pequeno País emárea mas grande em legados culturais e histó-ricos.

L P

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Página 73 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Comemorado em Montreal

Dia Europeu das Línguas• Reportagem (texto e fotos) de Vitália RODRIGUES

Celebrou-se no passado sábado, dia28 de setembro de 2013, no quadro das ativida-des do Lisez l’Europe, o Dia Europeu das Lín-guas. Vários professores de diferentes línguasestiveram presentes no espaço dinâmico queo Instituto Goethe dispõe, num edifício sitono cruzamento das ruas Saint-Laurent e Ontá-rio, das 14 às 16 horas, para sensibilizarem osparticipantes para as línguas que ensinam.

A proposta consistia em abrir várias mi-ni-oficinas de línguas (alemão, catalão, espa-nhol, italiano e português) aos participantes,numa aventura linguística de cerca de 30 minu-tos. Num dia soalheiro foram vários os queescolheram fazer este percurso, tendo algunschegado a participar em três das cinco mini-oficinas disponíveis, aproveitando desse mo-do o desencontro propositado dos horários.Professores, curiosos, público das mais varia-das origens e profissões marcaram presença.

Docentes em busca de novos métodos eabordagens do ensino de línguas foram o pú-blico dominante das mini-oficinas orientadaspor Luís Aguilar, professor convidado da Uni-versidade de Montreal e docente do Camões,

Instituto da Cooperação e da Língua que, utili-zando material didático apelativo à criatividade,proporcionou uma experiência lúdica num am-biente descontraído. Apresentação, nomespróprios em português e respetivos diminuti-vos e aumentativos, fazendo o recurso a bolasde várias cores a passar pelos vários participan-tes, diálogos minúsculos para saudar e apresen-tar-se em português, foram as atividades inici-ais conduzidas a todo o vapor e acolhidas en-tusiasticamente pelos participantes.

Agradeceram e espantaram-se com a for-ma que o agradecimento adquire em português:obrigado, obrigada, obrigados e obrigadas.Constataram de seguida uma outra especifici-dade da língua de Camões, a do uso (e abuso)dos diminutivos e aumentativos, quase desapa-recidos da língua de Molière.

Para além dos diminutivos e aumentativosda língua portuguesa e da particularidade dasquatro formas que tem o agradecimento emportuguês, Luís Aguilar, a propósito dos núme-ros ordinais sublinhou uma terceira especifici-dade do Português: os dias da semana, que se-guem, ao contrário das outras línguas, o calen-dário litúrgico: segunda-feira, terça-feira, quarta-

feira, quinta-feira, sexta-feira. Feira de Feriae,feriado. Todos os dias são feriados na nomea-ção dos nomes que compõem a semana portu-guesa. Também assim se passa com o gregomoderno, esclarece um dos participantes.

Depois os participantes andam por todaa sala, seguindo as propostas de ação propos-tas pelo animador: sentar, levantar, andar, sal-tar, cumprimentar, baixar, rodar, etc. Prosse-guem, formando agora espontaneamente gru-pos constituídos pelo número dito pelo ani-mador. Cada grupo constrói em conjunto umsinal ortográfico e ou de pontuação: til, doispontos, ponto de exclamação, vírgula, reticên-cias.

Distribuem-se cartões de cores variadas.Há duas cores iguais. São nomeadas as cores.Formam-se pares a partir das cores idênticas.Cada par apresenta-se, a partir dos diálogos deapresentação escritos no quadro.

Todos os participantes formam em con-junto um piano, representando, cada um, umadas suas teclas, a que corresponderá um dossons característicos da língua portuguesa: NH,LH, ÃO, ÕES, R, RR... Um “pianista”, ao to-car em cada uma das teclas verá emitido o somcorrespondente e previamente definido.

E até a garrafa de água serviu para que osparticipantes lessem a frase de Fernando Pessoanela inscrita: Para viajar basta existir. E bas-tou existir hic et nunc para se aperceber comotanto se pode ensinar e aprender em tão poucotempo onde tudo se passa ao mesmo tempo.Assim aprendem as crianças uma língua. Haveráalguma razão para que os adultos não façam omesmo. Entraram sem saber uma palavra deportuguês e a vontade de comunicar numa ou-tra língua provocou o milagre aqui descrito.

L P

Em Portugal

Eleições autárquicas

LUSOPRESSE – Depois do rescal-do das urnas do passado domingo, a paisa-gem da política autárquica ficou assim orde-nada – O PS sai grande vencedor com 36porcento dos votos que se concretizou emmais de 900 mandatos e conquistou a chefiade 150, acedendo assim à presidência da As-sociação Nacional de Municípios. O PSDteve o pior score de sempre, perdeu 60 câma-ras, incluindo a do Funchal, na Madeira, ga-nhou 86 câmaras sozinho e outras 20 emcoligações. Em terceiro lugar vieram os in-dependentes, que conseguiram a presidênciade 13 câmaras municipais, mais seis do quenas anteriores eleições de 2009. Rui Moreira,no Porto, foi a vitória mais significativa.

O CDS-PP, com 150 000 votos, obtevea presidência de cinco autarquias, mais qua-tro do que em 2009 e o maior número de câ-maras desde 1997. O PCP aumentou o nú-mero de votos e de mandatos, tendo conse-guido a presidência da câmara de Loures. OBloco de Esquerda, mesmo com o país sobtutela, não conseguiu eleger um único presi-dente de câmara.

Já o número de votos em branco ounulos foi de cerca de 7 porcento, mais doque os votos no BE ou no CDS. Mas agrande vencedora da noite foi a abstenção.47,5% dos votantes votaram com os pés.

Com esta vitória dos socialistas, o futu-ro apresenta-se mais risonho para AntónioJosé Seguro, que se viu assim consolidadocomo provável primeiro-ministro das pró-ximas eleições nacionais. L P

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Luc Ferrandez e as suas políticas ecológicas...

Comerciantes portugueses estão fartos• Reportagem de Raquel CUNHA

Luc Ferrandez é mais uma vez candida-to à Junta de Freguesia do Plateau Mont-Royal.Muitos já ouviram falar dele por boas e másrazões. A verdade é que este político controver-so rege a sua política segundo a ótica ecológica,e pela criação de espaços verdes e ciclovias,tornando Montreal a cidade campeã para ciclis-tas em toda a América. Contudo, nada vemsem custos, e tais políticas têm dado cabo da

cabeça a muitos comerciantes. Helena Lou-reiro diz-se farta e afirma que é hora de agir,por isso, em modo de carta aberta, comunicouà imprensa portuguesa, um apelo aos cidadãos.“É hora de agir”, afirma. O LusoPresse faloucom ela e com alguns comerciantes da zona,para saber o que pensam. São todos unânimesa concordarem com Helena, Luc Ferrandez nãotem facilitado a vida a quem por cá trabalha.

O estacionamento é um problema“Não é o maior dos problemas”, afirma

Fátima Soares, “mas é o problema que dá ori-gem a todos os outros”. A sua irmã Manuelacompleta, “já ninguém quer vir aqui. Quandose ouve falar do Plateau, fala-se imediatamentedo estacionamento. Os clientes perdem horasà procura de lugar, e muitas vezes acabam pordesistir. Alguns clientes já nos têm dito quevão deixar de cá vir porque as compras ficamcaras. O estacionamento é caro e difícil de en-contrar. E depois há imensos lugares reserva-dos aos residentes, mas as pessoas daqui nãotêm carros e os lugares estão sempre vazios. Enós, os comerciantes, não temos direito a umlugar nem para o carro da empresa, nem paraos empregados que por vezes vêm de longe”.

António Machado, da padaria Nossa Se-nhora do Rosário, tem os mesmos problemas.“São muitos os clientes que cá vinham, masapanharam uma multa e nunca mais cá vol-taram. Nem com os quatro piscas se está isentode multa. Reduziram os lugares de estaciona-mento na Rachel, e nas ruas perpendiculares,todos os lugares estão reservados aos morado-res ou têm parquímetros. Já alguns clientes dis-seram que assim não podem continuar a cá virporque não arranjam estacionamento. Eu mes-mo tenho problemas, quando quero fazer en-tregas e não tenho onde deixar o carro. Nemsequer tenho direito, como comerciante, a umselo de residente para estacionar o carro da em-presa. E eles não perdoam, parecem obcecadoscom as multas, passam de 15 em 15 minutos.Isto para mim é uma simples caça à multa!Cortaram-nos as pernas e não nos deixam an-dar”.

José Figueiredo, da Casa Minhota, conside-ra-se abençoado porque tem estacionamentoprivado, mas não nega o problema, “eu vejotodos a se queixarem. Ele (Luc Ferrandez) estáa desgraçar os comerciantes daqui da zona”.

Bicicletas. Espaços Verdes. E o Co-mércio?

António Machado não tem papas na lín-gua, para ele Luc Ferrandez é “um sem vergo-nha! Se tivesse vergonha não voltaria a concor-rer. O que ele fez ao Plateau não há direito. Ésó a favor das bicicletas e anda a fechar os negó-cios todos!”

Fátima Soares é categórica: “em tudo navida é preciso equilíbrio, eu acho muito bemque se dê importância aos ciclistas e que se cri-em espaços verdes, mas é importante não esque-cer o comércio. Se nos tiram de um lado, deviamcompensar por outro. Por mais que tenhamosuma comunidade de bairro, que favorece o con-sumo local, nenhum comércio pode viver sódo bairro, é preciso clientes de fora, e nós esta-mos a perder os nossos. O bairro tem de fun-cionar, e quer se queira quer não, a cidade temcarros, e os condutores são também parte dacidade”.

Helena confessa que a “situação é grave.Não há estacionamento e mesmo nas ruas se-cundárias, é tudo a pagar. Ele (Luc Ferrandez)quer fazer uma freguesia para peões e ciclistas.Mas a Saint-Laurent é uma das principais aveni-das e precisa de gente de fora, para dar vida,animar o bairro. Ele diz que é para o bem doPlateau, mas a gente não pode viver de bicicletase flores. Temos de ver a realidade. Ele quer fazerdo Plateau uma aldeia, eu quero movimento evida”.

Soluções e o caso da Prince-Arthur,Saint-Laurent e Saint Denis

“Para mim o mais importante é encorajaras pessoas a voltarem ao Plateau”, conta Ma-nuela Soares, “não há ninguém que quandofale do Plateau não pense em dificuldade de es-tacionamento.”

“É preciso ter olhos para ver”, completaFátima Soares, “fecharam a rua Prince-Arthure aquilo agora é um deserto. A Saint-Laurent,uma das mais importantes avenidas da cidadeestá cheia de lojas vazias e a Saint-Denis está air pelo mesmo caminho. É preciso equilíbrio,porque não se vive só dos residentes. É precisoque as pessoas possam circular. Na Europa háo mesmo problema de estacionamento, mascriaram-se soluções, existem inúmeros parquessubterrâneos a um preço razoável, porque nãofazer o mesmo aqui?”, interroga-se. “Ou entãoque nos deem uns quantos lugares por comér-cio, durante certas horas, eu não me importode pagar um montante ao ano, mas que nosdeixem uma alternativa.”

Aumento dos impostos“Querem aumentar os impostos para 21

porcento”, realça Fátima Soares. “Eu não meimporto de pagar impostos, mas quando osserviços são feitos. Agora cortam-nos os ser-viços, não limpam a neve como deve de ser,reduzem os estacionamentos e ainda queremaumentar mais os impostos? Não faz senti-do”.

Helena Loureiro afirma na sua carta, e emnome dos comerciantes do Boulevard Saint-Laurent que “Este político veio estragar a vidaa muitos comerciantes da rua St-Laurent etda avenida Mont-Royal. O boulevard St-Laurent reconhecido a nível internacional co-mo a rua mais movimentada e comerciantede Montréal está agora perto de não ter maisvisitantes, isto só por causa deste senhor e daspolíticas dele. Ele não quer carros, só querbicicletas e vastos espaços verdes, mas infeliz-mente o Plateau não pode viver só de isso e dosseus residentes. O Plateau precisa desta vidaque o anima todos os dias, esta diversidadecultural que é transmitida pelos seus comérciosLuc Ferrandez não só vai acabar com isto co-mo vai fazer do Plateau um parque enormesem carros e sem gente, depois de isto conseguidovai o Plateau para a bancarrota”.

Por isso, e segundo Helena, é tempo dedizer basta. De fazer ouvir a voz de quem cátrabalha e de fazer valer os direitos como co-merciantes. “Acho que chegou o momento paranós, cidadãos do Plateau, de se levantar e dizer:Basta! Basta de esta hipocrisia toda, basta denos tirarem os nossos clientes, basta de aumentode tarifas de estacionamento que tem cada vezmenos lugares. Basta de Luc Ferrandez! Épreciso tirá-lo de lá que é para podermos sernós a governar a nossa freguesia tão linda echeia de sabores e odores! No próximo dia 3de novembro, basta Luc Ferrandez e fora comele!”

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

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JUDITE FERREIRA HENRIQUES1966 - 2013

Faleceu em Montreal no dia 21 de se-tembro de 2013, com 47 anos de idade,Judite Ferreira Henriques, natural da Louri-nhã, esposa de Luís Miguel Ferreira.

Deixa na dor o seu esposo, o seu Bry-an Ferreira, a sua filha Karine Ferreira, asua mãe Maria da Conceição (falecido A-mérico Henriques), as suas irmãs LurdesMartins (José Martins) e Alice Santos (Ma-pril Santos), os seus sogros Maria Armin-da Silva e Mário Ferreira, cunhado(a) Fer-nanda Ferreira e Mário Ferreira (Ana), seussobrinho(a)s, o seu afilhado Pedro Vicen-te, assim como restantes familiares e ami-gos.

Os serviços fúnebres estiveram a cargo deMAGNUS POIRIER Inc.6825, Sherbrooke Est, MontréalTél. 514-727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCell. 514-918-1848

O velório teve lugar na quarta-feiradia 25 de setembro de 2013, das 10h às18h30. Seguiu-se uma cerimónia de corpopresente, às 18h30 na Capela do Com-plexo Funerário.

A família vem por este meio agradecera todas as pessoas que, de qualquer forma,se lhes associaram neste momento de dor.A todos o nosso obrigado pelo vossoconforto. Bem Hajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828 poste [email protected]

MARIA FILOMENA LOUREIROCAEIRO

1943 - 2013

Faleceu em Montreal no dia 15 de se-tembro de 2013, com 69 anos de idade,Maria Filomena Loureiro, natural de Arcosde Valdevez, esposa de António Caeiro.

Deixa na dor o seu esposo, a sua filhaCristina, o seu filho Michel, o seu netoClaudio, os seus irmãos Fernando Loureiro(Maria Amália), Manuel Loureiro (Florin-da), falecido João Loureiro (Maria), falecidoJosé Loureiro (falecida Augusta), a sua irmãCarolina Loureiro (Elias), os seus “tou-tous” Princessa, Dora, Blackie e Ruby, as-sim como os seus sobrinhos e sobrinhas,restantes familiares e amigos.

Os serviços fúnebres estiveram a cargo deMAGNUS POIRIER Inc.6825, Sherbrooke Est, MontréalTél. 514-727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCell. 514-918-1848

O velório teve lugar na passada terça-feira dia 17 de setembro de 2013, das 18hàs 22h, e na quarta-feira 18 de setembro apartir das 8h. Seguiu-se a missa de corpopresente, às 10h na Igreja Santa Cruz, ten-do sido sepultada no cemitério Le ReposSaint-François d’Assise.

A família vem por este meio agradecera todas as pessoas que, de qualquer forma,se lhes associaram neste momento de dor.A todos o nosso obrigado pelo vossoconforto. Bem Hajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828 poste [email protected]

Michel Brûlé candidato independente...

Procura aliados para a corrida à Câmara• Entrevista de Raquel CUNHA

Michel Brûlé já fez muito na vida.Com mais de 20 anos dedicados à edição e pu-blicação de livros, fundou várias editoras, entreelas, Les Éditions des Intouchables, as ÉditionsMichel Brûlé e as Éditions Cornac. Diz-setambém cantor, escritor e chegou mesmo a serproprietário de um bar. Já viveu em vários paí-ses e viajou por grande parte do globo. Fala oi-to línguas, entre elas o português (língua naqual esta entrevista foi feita), que aprendeu quan-do visitou o Brasil (por cerca de quatro meses)e Portugal (por cerca de dois meses). Segundoele, o português é uma língua de extrema impor-tância uma vez que é falada por 240 milhões depessoas, em 5 continentes e em vários paísesemergentes e futuras potências, como é o casodo Brasil.

Para quem não se recorda, foi ele quemajudou no patrocínio do livro “Les Portugais50 ans à Montreal” de Belmira Perpétua, sobrea história dos portugueses em Montreal, comu-nidade que diz conhecer bem e que sabe ser de“enorme importância para a cidade, com as su-as padarias, os seus comércios, restaurantes ecomida. É uma comunidade que nos dá um co-lorido”.

Apesar de já ter vivido tantas vidas, é sobrea sua carreira política, mais precisamente a suacandidatura às próximas autárquicas, que pre-tende debruçar-se esta conversa, sobretudo ago-ra, que procura candidatos que o ajudem a “recu-perar a honra e dignidade de Montreal”. Esta-mos perante um candidato polémico, sem pa-pas na língua, e que promete vir a dar que falar.Por isso, falámos com ele, e deixamos aqui umresumo da conversa.

Acredita num Montreal cosmopolita e naimportância da diversidade, “é essa a riqueza deMontreal, a diversidade das nossas origens, eeu acredito num Montreal cosmopolita, francêse aberto a outros idiomas, não só bilingue”.

Concorre à presidência da Câmara de Mon-treal, como candidato independente e propõeentre outras coisas, “reduzir o número de elei-tos, renovar o sistema de transporte, fazer ascoisas com honestidade, reconstruir as nossasestradas de forma durável, com uma garantia de25 anos, com é feito na Alemanha, e não comose tem feito aqui, com material e técnicas nãoduráveis, de forma a privilegiar amigos e lobbies,melhorar a relação dos cidadãos com a polícia,tornar a cidade mais agradável e reconstruir areputação da cidade que, com tantos escândalosde corrupção, lobbying e a Primavera Érable,caiu muito”.

Para isso, formou o seu próprio partidopolítico, a Intégrité Montréal, isto porque“acredito numa democracia transparente, semnada a esconder e com integridade. É por issoo nome do partido”.

Procura candidatos da nossa Comunidadepara participarem no partido, e recruta o Sr. ea Sra. Comuns, “não quero advogados, ou pes-soas que vivam fechadas num castelo e nãosaibam nada da realidade. Procuro pessoas nor-mais, com família, contas para pagar, etc. Gen-te comum, que no fundo somos todos nós, eque tenham vontade de trabalhar e de mudar acidade onde vivem. Procuro pessoas dinâmi-cas, honestas e íntegras. Isso para mim é ofundamental. E com uma certa urgência, umavez que a data limite é o dia 4 de outubro”. Fi-ca o apelo e quem estiver interessado podecontactar por email, para

[email protected], apesar de estar ainda a recrutar a sua

equipa e a concorrer contra os quatros princi-pais partidos, Michel Brûlé é categórico ao a-firmar que “sim, acredito nas minhas hipóte-ses de ganhar!”.

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

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Michel Brûlé, candidato à presidênciada Câmara Municipal de Montreal.

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A propósito de João Álvares Fagundes...Na Terra dos Bacalhaus (Terra Nova)

• Por Fernando PIRES

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

Antes de abordar este assunto deixem-me dizer o que me levou a interessar por taltexto, dado que é mais um trabalho para peritosde História.

Em 1981, ainda “perdido” de fresco nosbancos universitários num curso de Históriaque fiz sobre a presença dos navegadores portu-gueses na costa do Nordeste Canadiano, eis-me agora picado pelo bicho da motivação parafalar de Fagundes.

Nesse ano de 1981, o professor de Histó-ria, universitário da Nouvelle France na UQÀM,num dos cursos opcionais permitiu-me quefalasse dos navegadores portugueses sob a con-dição de falar da navegação e das pescas. Demodo que o título do curso passou a chamar-se “As pescarias e a presença dos NavegadoresPortugueses no Canadá, entre 1500-1570”.

Faz agora 31 anos que visitei Viana doCastelo e na altura a curiosidade levou-me avisitar o museu, perguntando ao funcionáriose havia alguma coisa escrita sobre Fagundes.O funcionário apenas me disse que havia umfamiliar de João Fagundes em Ponte de Limaque tencionava escrever sobre ele. Hoje existeum Centro de Estudos Regionais de Viana doCastelo, como Instituto Histórico do Minho.Contudo, depois dos estudos feitos sobre osCortes Reais e da carta de D. Manuel I doadaem 1521, a presença do enigma de J.A. Fagundesno Nordeste Canadiano, hoje Províncias Marí-timas do Canadá, ainda continua a pairar naHistória. De uma pesquisa que surge agora comalguns dados novos da rota portuguesa da nave-gação e que um dia se espera que possam provardatas mais claras, antes do reinado de D. Manuel I.

Do navegador J.A. Fagundes sabe-se ulti-mamente um pouco da sua vivência na foz doLima, em Viana do Castelo. Contudo, não sesabe exatamente quando nasceu. Sabe-se quefaleceu em 1522. Agora na nova pesquisa ape-nas são avançados alguns cálculos de aproxima-ção sobre novas pistas.

Apesar de tudo, segundo alguns pesquisa-dores e gentes desta região minhota, surgemnovas informações sobre este navegador queafirmam que deteve várias funções no país e nacidade de Viana do Castelo, desde os anos 1470-1522, entre o reinado de D. João II e de seu fi-lho D. Manuel I.

Estas datas foram cruciais, porque foramum ninho (de ratos?) da espionagem cartográ-fica do Atlântico, que se passava entre Lisboa eVeneza, onde um tal Alberto Cantino era ativis-ta. Da encruzilhada dos segredos náuticos danavegação pelo outro lado do Atlântico.

Tentarei, num próximo texto, avançar al-gumas hipóteses (especulativas) daquilo que

entendo por ninho de ratos, e mais dados bi-ográficos de Fagundes. No entanto, entre asdatas acima mencionadas, realizou-se o Trata-do de Tordesilhas, em 1493, seguindo-se a In-quisição imposta pelo papa Alexandre VI eos reis católicos.

Vejamos o que se diz a propósito dascartas náuticas portuguesas, ao todo 10 cartasque mostram as Canárias e a Madeira. No ma-pa portulano denominado “Laurenciano” de1370, aí já se veem as nove ilhas açorianas. Pe-dro Magalhães Godinho acrescenta que a par-tir de 1380 e 1385 já se veem estas nove ilhasque passam a figurar sistematicamente nas car-tas náuticas.

Ora, o Tratado de Tordesilhas concedia aPortugal a exploração dos mares “gelados, ne-voentos, frígidos e misteriosos das costas doCanadá, da Gronelândia e Terra Nova.” Passa-riam assim a pertencer a Portugal!

Quanto ao “ninho de ratos”, um novoestudo histórico regional avança que o alvaráque autorizou a primeira viagem ao Labrador,data de 28 de outubro de 1499.

Para terminar este primeiro texto sobreFagundes, gostaria de aqui citar um pequenoescrito de uma carta de um antepassado da ge-nealogia da família Fagundes que escreve o se-guinte: “Nesta publicação que fiz no ano2000, pensei incluir a aguarela da tua queridaCasa Solar de Cortegaça cujo portão primitivoostenta as armas dos Rochas Fagundes, ligan-do-a assim com laços imorredouros à descen-dência desse homem do mar que foi João Alva-res Fagundes.”

Termino aqui este texto e voltarei paraexpor mais alguns dados sobre o assunto Fa-gundes.

PS – Incluo neste texto um brasão do so-lar de Cortegaça da família Rocha de Fagun-des.

Ref.: Pedro Magalhães Godinho, Fagun-des e a Descoberta do Canadá, Ponte de Lima2000. Biblioteca Pública de Viana do Cas-telo. L P

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Página 123 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

[email protected]

Mariza em Montreal

LUSOPRESSE – Mariza, a grande voz do fadoatualmente estará de regresso a Montreal já no dia 19 deoutubro, no âmbito da sua «volta ao Mundo 2013». Oúnico concerto que Mariza dará nesta cidade de boasrecordações para ela, pois foi por aqui que Marizacomeçou ganhando prestígio internacional, ao participarno importante Festival de Jazz, dizíamos, o únicoconcerto de Mariza será na Sala Wilfried-Pelletier, da Placedes Arts, no dia 19.

Para todos os admiradores da grande cantoranascida em Moçambique e criada nas entranhas da cidadede Lisboa, informamos que os bilhetes já estão à vendaneste momento. E para adquiri-los, o contato passapelo seguinte número de telefone: 514.842-2112.

Recorde-se que Mariza em 12 anos de carreira jápercorreu o Mundo várias vezes e já vendeu mais de ummilhão de discos.

Mariza esteve até recentemente afastada dos palcospela simples e boa razão de que foi mãe.

Carta de Valores Quebequenses

Proposta que visa «aproximar todos os quebequenses»42° Festival do Novo CinemaCOM PRESENÇA LUSITANA

LUSOPRESSE – De 9 a 20 de outubro estarádecorrendo o 42° Festival do Novo Cinema de Mon-treal, a ter lugar em várias salas montrealenses, com es-pecial ênfase nas do Ex-Centris, situado no boulevardSt-Laurent, a poucos metros da rua Sherbrooke.

Serão exibidos durante o Festival 146 longas-metra-gens, de entre elas 39 serão estreias. Os filmes vêm deum pouco por todo o mundo, da América do Sul à Chi-na, etc.

De Portugal, que saibamos, não vem nenhumapelícula, o que é de estranhar, pois em anos anterioresa presença portuguesa já foi significativa. De resto, hou-ve mesmo um ano, que agora não podemos precisar,em que o Festival teve como país convidado precisamen-te Portugal.

Não vem nada de Portugal, mas a marca portuguesalá estará com a assinatura de Pedro Pires que, de parceriacom Robert Lepage, apresenta Triptyque, uma adapta-ção da peça Lipsynch (de Robert Lepage) e que acabade ter participação no Festival de Filmes de Toronto.

Entretanto, no dia 18 de outubro, será apresentadoo filme Enemy, do realizador quebequense Denis Ville-neuve, cujo argumento se baseia no livro «O HomemDuplicado» do escritor português e prémio Nobel deLiteratura, José Saramago.

Que mais não fosse, já por isso se torna uma razãopara que os portugueses desta comunidade deem umasaltada a este importante evento fílmico que começa napróxima quarta-feira, dia 9 de outubro.

• POR NORBERTO AGUIAR

Foi no Ministério da Imigração e dasComunidades Culturais, em Montreal, que osministros Bernard Drainville (Instituições De-mocráticas e da participação cidadã) e DianeDe Courcy (Imigração, Comunidades Culturaise Carta da Língua Francesa) receberam os jorna-listas da Diversidade, como está na moda agoradizer-se, para fazer o ponto da situação sobrea Carta dos Valores Quebequenses, um docu-mento tão elogiado por uns mas igualmentetão denegrido por outros.

Com o objetivo de pôr os pontos nos ii,o governo, através dos ministros responsáveispelas Comunidades, e responsável pelo contro-verso documento, quis ouvir os jornalistas dascomunidades sobre o trabalho há pouco publi-cado. No entanto e apesar disso, os ministrosnão se livraram do porquê de só agora os teremchamado para «botar» palavra sobre o manus-crito.

A sala estava cheia e na assistência logo seviu que também entre os jornalistas étnicos ahomogeneidade não existe, muito embora setenha notado que uma maioria não aprova aideia do governo. Houve até, nalguns casos,jornalistas a tentar justificar-se entre si, o quelogo foi impedido pela mesa ministerial...

«O nosso governo prometeu apresentaraos Quebequenses soluções a fim de regulari-zar a questão dos Acomodamentos Razoáveise de assegurar a neutralidade do Estado. Estaspropostas são dirigidas a todos os quebequen-ses e visam afirmar os valores que nos unem:igualdade de todos os cidadãos face ao Estadoe, em particular, igualdade entre mulheres e ho-mens, a neutralidade religiosa de Estado e derespeito de um património histórico comum.Trata-se de propostas portadoras de coesãosocial e de relações harmoniosas num Que-

Muitos jornalistas da Diversidade para escutar Bernard Drainville. Foto LusoPresse.

beque cada vez mais multiétnico, cada vez maismulticonfessional», haveria de dizer o ministroBernard Drainville na sua apresentação.

Foi então dada a palavra aos jornalistasque acharam por bem pronunciar-se sobre otão famigerado documento. Alguns intervie-ram com conhecimento de causa, defendendoas suas opiniões, a favor ou contra o projetode Carta. Mas outros, mais valia que estivessemcalados, pois para além de não dominarem oassunto, a argumentação apresentada morrialogo pela réplica sábia dos dois ministros emquestão. Houve mesmo quem, num momentodaqueles, se servisse do tempo acordado parafalar da falta de publicidade institucional...

Demorou mais de uma hora o debate. E averdade é que quem entrou a favor da Cartados Valores Quebequenses, saiu a pensar damesma forma. Os do contra, também se viuque não mudaram de ideia. Resultado: o im-passe está instalado um pouco por toda a parte,mesmo entre os jornalistas da Diversidade.

De salientar que a sessão decorreu com omaior respeito e cordialidade. Aliás, isso mes-mo foi reconhecido pelos ministros, ao deixa-rem um apelo no sentido de que «esta nossamensagem convida todos os corpos constituí-dos da sociedade para que a discutem muitoserenamente».

Vejamos os cinco pontos apresentadospelo governo à população quebequense.

– Modificar a Carta Quebequense dos Di-reitos e Liberdades da Pessoa para inscrever aseparação das religiões e do Estado, a sua neu-tralidade religiosa e o caráter laico das suas ins-tituições e balizar os Acomodamentos religio-sos;

– Enunciar um dever de reserva e de neu-tralidade religiosa ao pessoal do Estado;

– Enquadrar o uso de sinais religiosos os-tentadores (esta proposta é combinada com odireito de contração de uma duração de pelomenos cinco anos, renováveis em alguns seto-res);

– A obrigatoriedade de ter a cara descober-ta no momento de dar ou receber um serviçodo Estado;

– Estabelecer uma política de «mise enoeuvre» da neutralidade do Estado e o enquadra-mento dos Acomodamentos religiosos paraos organismos do Estado.

Os ministros, depois de elogiarem o labordas Comunidades Culturais no Quebeque, ain-da adiantaram que estas propostas podem ain-da sofrer uma ou outra modificação, mercê doexercício que ora está a ser feito. L P

Drainville explana os seus argumentos. De Courcy observa. Foto LusoPresse.

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Página 133 de outubro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

No Parque das Américas

Denis Coderre fala aos étnicos• Por Norberto AGUIAR

Panellinios Sub-14Depois da Taça, o Campeonato

No Mundo:Atletas portugueses dão cartas

• Por Norberto AGUIAR

Denis Coderre, candidato à presidên-cia da Câmara Municipal de Montreal, achoupor bem falar às Comunidades Culturais deMontreal, em número, segundo os seus dados,de 120, e para isso escolheu o Parque das Améri-cas, em pleno coração da Comunidade Portu-guesa.

Foi sábado passado (dia 28 de setembro)que o encontro teve lugar. Presentes não mui-tos delegados comunitários, nem jornalistas,sobretudo por alguns terem sido convidadosno próprio dia...

Para aqueles que não puderam ou não qui-seram comparecer como forma de protesto,foi-lhes enviado um comunicado com o desen-rolar da sessão, com as declarações de DenisCoderre.

Para demonstrar a importância das Comu-nidades Culturais na vida de Montreal, o candi-dato Coderre diz ter escolhido marcar um en-contro especial para divulgar o seu engaja-mento. «Os cidadãos da diversidade são cida-dãos de corpo inteiro. E é tempo que alguémos escute», considerou nomeadamente DenisCoderre.

Já Mary Deros, candidata pela Equipa De-nis Coderre pelo bairro Villeray-St-Michel-Parc-Extension e responsável do dossiê dasComunidades no atual executivo camarário,avançou que «as Comunidades Culturais estãoconfrontadas com diversos problemas, querseja de discriminação, de acesso ao emprego,de acesso à habitação ou mesmo de racismo».

Considerando as necessidades das Comu-nidades naqueles domínios, a Equipa Coderrepromete ter isso em linha de conta e avançacom a possibilidade de que a Diversidade passea estar representada na Câmara e em todos osbairros. Para isso está proposto nomear umconselheiro no seio do Gabinete Político dopresidente da Câmara, onde o seu papel será deaconselhar o «maire» sobre todas as questõesrelacionadas com as Comunidades.

Ainda a este propósito, vejamos o quepropõe esta equipa.

– Fazer com que os efetivos da CâmaraMunicipal passem a refletir a etnicidade doQuebeque, nomeadamente revendo os testesde avaliação na altura do engajamento;

– Criar um grupo de reflexão multidiscipli-nar e multissetorial que se ocupe do «profilage»racial;

– Otimizar a oferta de serviços da CâmaraMunicipal para apoiar o empreendedorismojunto dos novos emigrantes e os acompanharnos projetos de criação de empresas.

Na opinião de Denis Coderre, estas medi-das e outras a considerar no futuro, principal-mente ligadas à habitação social, são a demons-tração viva de que o seu agrupamento políticoestá à escuta das Comunidades Culturais da cida-de. «Eu mesmo tenho uma sólida experiênciana problemática que toca essas comunidadesenquanto fui deputado federal pelo círculo elei-toral de Bourassa. E uma vez presidente da Câ-mara Municipal, implementarei todos esses co-nhecimentos ao serviço da minha adminis-tração». L P

Denis Coderre, no Parque das Américas, onde falou para as Comunidades Culturais.

LUSOPRESSE – O Panellinios Sub-14, depois de ter ganho a Taça do Quebeque,que lhe dará direito a participar no Campeona-to Canadiano de Futebol da categoria, a dispu-tar brevemente (9 a 14 de outubro) em Alberta,na cidade de Calgary, está a três jornadas deconcluir o Campeonato da mesma categoria,onde leva uma vantagem de pontos que já lhedá o direito de se considerar campeão do Que-beque.

Recorde-se que o Panellinios conta nassuas fileiras com os jovens atletas de origemportuguesa, Wesley Lança Timóteo e BrandonMoleirinho. Além deles, o treinador também éportuguês e chama-se Luís Timóteo.

Aqueles dois jovens, por serem elementosde boa qualidade, beneficiaram recentementede um convite de um «olheiro» do Benfica queos integrou numa equipa portuguesa que foi àSuécia, em julho passado, tomar parte no Tor-

Cont. Pág. 14, Panellinios...

Domingo passado, em ciclismo eténis, Portugal andou pelas «Bocas do Mundo»em desporto, por via do feito de dois jovenscidadãos seus, no caso Rui Costa e João Sousa!

Com efeito, Rui Costa, que ainda há pou-cas semanas tinha passado pelo Canadá, ondeparticipou nas provas das cidades de Quebequee Montreal, com alguma visibilidade, diga-se,pois obteve um 5° e um 6° lugares, ganhou oMundial de Estrada, em prova disputada nafamosa cidade de Florença, em Itália. Um títulonunca imaginado, nem mesmo nos temposdo saudoso Joaquim Agostinho.

Já João Sousa ven-ceu o torneio de ténis«Open da Malásia», reali-zado na capital do país,Kuala Lumpur. Com es-ta vitória, João Sousatornou-se no primeirotenista português a ga-nhar uma prova da ATPWorld Tour, que é o mes-mo que dizer que agoraacaba de entrar na «ligados grandes».

Para chegar à final eganhar, João Sousa teve

de eliminar, nas meias-finais, nomeadamente,o espanhol David Ferrer, primeiro cabeça desérie do torneio e atual quarto classificado databela mundial. Na final, João Sousa, que naocasião ocupava a 71ª posição do ranking, vol-tou a vencer um jogador melhor classificadodo que ele, o francês Julien Benneteau (na casados trigésimos), pelos parciais de 2-6, 7-5 e 6-4. Parecido, que não igual, como está bem dever, a João Sousa, só mesmo a presença deFrederico Gil na final do Estoril Open, em2010.

Com o triunfo na Malásia, João Sousanão só arrecadou 158 mil dólares como aindaganhou 250 pontos que o colocam agora no

Cont. Pág. 14, Atletas...

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PANELLINIOS...Cont. da pág 13

logistas, ou, até, nacionalistas. Isto é, represen-tam uma ideia, um projeto, uma via, uma filo-sofia à qual procuram arregimentar o maiornúmero de apoiantes para levarem a cabo oseu projeto político. Em nenhum país demo-crático, jamais algum partido poderia ter a arro-gância de usurpar o nome do país para os seusfins políticos, sem que não lhe caísse em cimao labéu de fascista. Porque nenhum partido,deveras democrático, pode, em caso algum, ar-rogar-se a pretensão de ser o único represen-tante de todos os cidadãos.

Aqui, no Quebeque, para fazer diferente,temos a exceção. Temos o Partido Quebequen-se. «Le Parti Québécois». O partido que nãosó se assenhoreou do nome de todos os quebe-quenses, como se só eles fossem os legítimosprocuradores de todo o povo do Quebeque,mas decidiram usurpar a história e os símbolosda nação para, ultimamente, alcançarem os seusfins políticos. Foram eles que fizeram da ban-deira do Quebeque o estandarte do partido;foram eles que transformaram a festa do SãoJoão, o dia dos canadianos franceses de todo oCanadá, na festa nacional do Quebeque; forameles que fizeram do dia da Rainha Victoria, pri-meiramente o Dia de Dollard, em homenagema um falso herói da Nova França, Adam Dollarddes Ormeaux, e agora o Dia dos Patriotas, usur-pando, uma vez mais, o sentido da História,visto que a Guerra dos Patriotas de 1837 nãofoi somente uma iniciativa dos canadianosfranceses, mas sim um movimento em queparticiparam igualmente canadianos ingleses,os primeiros liderados por Louis-Joseph Papi-neau, os segundos por James Stuart, ambosprofundos adversários do poder colonial deLondres. Mas no relato hagiográfico dos naci-onalistas quebequenses, só o papel dos cana-dianos franceses merece ser citado na longalista do Martirológio Nacional.

Agora, em vez duma emenda à lei sobreos direitos da pessoa, ou, no máximo, umacarta sobre a laicidade, é este mesmo Parti Qué-bécois que nos propõe uma Carta dos ValoresQuebequenses, como se os quebequenses, opovo eleito entre todas as nações, tivesse valo-res distintos dos valores humanísticos que têmmoldado toda a civilização ocidental, desde osséculos das luzes.

Pouca gente, nos tempos que correm, so-bretudo face à subida do islamismo políticoque grassa por todo o mundo e se insinua in-teligentemente nas sociedades ocidentais, pou-ca gente, dizíamos, se deve opor a que o estadoseja laico. Isto é, que não tenha obediência,nem preferência por nenhuma religião e quetodos os seus servidores – funcionários públi-cos – se abstenham de todo e qualquer proseli-tismo ou de algo que a isso se aparente. Masquando, no dito projeto, vem mencionado queo crucifixo, pregado na Assembleia Nacional,sobre o trono do Presidente, faz parte da he-rança patrimonial, assim como os padres-nos-sos, antes das assembleias de algumas câmarasmunicipais, só se pode concluir uma coisa,que o projeto de laicidade foi transformadoem projeto laico católico. Aliás, a menção aossímbolos religiosos, na dita carta, só se refereaos símbolos ostentatórios. Isto é, a quipádos judeus, o turbante dos siques, o lenço nacabeça das muçulmanas são considerados os-tentatórios, mas a cruz ao peito dos católicos,essa pode passar, porque não é ostensiva!

Outro mistério, de que só as oficinas dapropaganda nacionalista têm o segredo, é a

fórmula utilizada para que o crucifixo na As-sembleia Nacional seja conservado. «Porque éum valor patrimonial». Como é que um cruci-fixo, que foi colocado em 1936, pelo primeiro-ministro Maurice Duplessis – aquele que seconsiderava filho espiritual de Salazar – numgesto altamente significativo de selar a vontadedo Estado de se unir à Igreja Católica, pode serconsiderado um valor patrimonial?

Todas estas interrogações só têm uma res-posta. O fanatismo ideológico. Neste caso onacionalismo que tanta miséria tem espalhadoao longo da História.

O grande escritor de língua castelhana,Mario Vargas Llosa, de nacionalidade peruanae prémio Nobel da Literatura, há dias, numdiscurso sobre o nacionalismo, em Espanha,no próprio Dia da Catalunha, pronunciou umdiscurso sobre o qual todos os nacionalistasdeviam meditar:

«Salir de la tribu es el comienzo del progre-so, de la civilización. El individuo que se apartade la tribu adquiere independencia, soberaníay, gracias a eso, se favorece la democracia, losderechos humanos.

Pero el llamado de la tribu nunca desa-parece y, en ciertas circunstancias difíciles, esmuy fuerte.

El nacionalismo es el regreso a la tribudel que hablaba Karl Popper, esa abdicaciónde la responsabilidad, de la obligación de tenerque vivir uno su propia vida y decidir en funciónde sus propias convicciones. El nacionalismoes una tara que solo se puede combatir con lacultura.

El nacionalismo es una carga de la quees muy difícil librarse, pero que hay que com-batir con enorme energía si se quiere que hayacivilización.»

neio de Futebol Gothia. E como o desempe-nho de ambos foi positivo, eles já estão na lis-ta dos convidados para o ano que vem, o queé de realçar.

Voltando ao Panellinios, é de salientar queeste grupo tem jovens jogadores de ótima quali-dade, como fazem fé as escolhas feitas para asseleções do Quebeque, com seis elementos, eda Concordia, com mais dois. Também os seusavançados Balou e Kerwin estão na lista dosmelhores goleadores do campeonato que contacom 16 equipas.

Todos estes bons resultados são igual-mente parte do esforço e saber de todo o seustaff técnico, começando no Luís Timóteo econtinuado com os seus colaboradores SemAbsolu, Benoit Poirier, Jean-Paul Lamond eBali Messoud.

Resultados finais da Taça do Quebe-queOitavos-de-final• Panellinios – Beauport de Quebeque, 5-0Quartos-de-final• Panellinios – Quebeque Centro, 1-0Meias-finais• Panellinios – Fabrose de Laval, 3-0Final• Panellinios – Chomedey, 3-1

O Panellinios recebeu as medalhas de ven-cedor da Taça do Quebeque das mãos do presi-dente do Impacto de Montreal, o conhecidoJoey Saputo.

51° lugar da tabela da ATP. Esta classificaçãode João Sousa faz dele o melhor tenista portu-guês de todos os tempos, já que, até aqui, sóRui Machado conseguiu fazer o brilharete deatingir o 59° lugar em outubro de 2011, massem ganhar nenhum torneio do calibre doATP da Malásia.

No recente «Open dos Estados Unidos»,João Sousa já tinha dado um ar da sua graça ao

ATLETAS...Cont. da pág 13

atingir a terceira ronda do prestigioso torneio,só baqueando perante o melhor do mundo, osérvio Novak Djokovic.

João Sousa tem 24 anos e é natural da ci-dade de Guimarães, no Minho.

Quanto a Rui Costa, que no âmbito dociclismo já é um atleta muito respeitado, an-dando muitas vezes por alguns lugares cimeirosde provas importantes, como aconteceu recen-temente ao ganhar a Volta à Suíça, a sua vitóriatambém foi espetacular, batendo ao sprint Joa-quim Rodriguez, oriundo de um país cheio detradição no ciclismo como é a Espanha.

João Sousa.

Rui Costa deixa agora a Movistar espa-nhola, onde não era chefe-de-fila, para ingres-sar nos italianos da Lampre, onde, agora sim,será ele a comandar o seu grupo de ciclistas,para mais motivado pelo título de campeãomundial de estrada.

Rui Costa tem 26 anos e é natural da Pó-voa de Varzim.

Rui Costa.

No desenvolvimento dos AçoresBESA UM “PARCEIRO IMPORTANTE”

O Presidente do Governo dos Açoresconsiderou que o Banco Espírito Santo dos Açores, àsemelhança de outras instituições bancárias, como um“parceiro importante” no processo de desenvolvi-mento que o Executivo Regional está a promover noarquipélago.

“Pela sua ação, o Banco Espírito Santo dos Açoresé considerado como um parceiro importante, comoinstituição bancária de referência que é, nesta tarefa dedesenvolvimento e de progresso que o Governo estáa imprimir na Região”, afirmou Vasco Cordeiro, apóster recebido o Presidente do Conselho de Adminis-tração do Banco Espírito Santo, Ricardo Espírito SantoSalgado.

Segundo o Presidente do Governo, o facto de oBESA, à semelhança de outras instituições bancárias,reconhecer e criar medidas destinadas ao setor agrícola,ao nível da concessão de crédito, é motivo de satisfaçãopara o Governo, no que proporciona de fortalecimentodesta fileira e do seu contributo para a riqueza da Região.

Após o encontro, que decorreu em Ponta Delgada,Vasco Cordeiro salientou, por outro lado, que o nívelde investimento público mantido nos últimos anosna Região constitui um bom sinal de confiança quetem sido transmitido à economia privada.

“Do ponto de vista da situação das nossas finan-ças públicas, diferenciamo-nos, pela positiva, de outraspartes do país. O facto é que, ao longo destes anos demaior turbulência, os Açores têm conseguido manter

um nível de investimento público na mesma ordem degrandeza do que o verificado antes”, adiantou.

Segundo disse, trata-se, assim, de um “importantesinal que se transmite à iniciativa privada e a um con-junto de entidades que são alavancas poderosas para odesenvolvimento da economia, como as instituiçõesbancárias, quanto ao comprometimento e à capacidadeque a Região tem para continuar com estas tarefas deinvestimento”.

O Presidente do Executivo Açoriano realçou aindaque esta opção do Governo de manter os níveis de in-vestimento permite “criar pontes e parcerias que po-dem, mutuamente, valorizar o trabalho de cada umadas partes e potenciar os seus efeitos”.

Vasco Cordeiro recordou também que a Regiãovai dispor, em breve, de novos fundos comunitários eque o Governo dos Açores conta com as entidadesbancárias, com os empresários e com trabalhadorespara, aproveitando estes fundos, levar os “Açores aum patamar de maior desenvolvimento e de criação deemprego e de riqueza”.

“Todos os que connosco colaboram e que se pre-dispõem a este esforço e a esta tarefa são muito bem-vindos e são considerados parceiros importantes”,concluiu Vasco Cordeiro.

Vasco Cordeiro na receção aos dirigentesdo Banco Espírito Santo, Ricardo Salga-do e Gualter Furtado.

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A cinco jornadas do fim...

Impacto em boa posição• Por Norberto AGUIAR

Quando faltam cinco jogos para ter-minar o Campeonato da Major League Soccer,o Impacto de Montreal encontra-se em boaposição para ganhar a sua zona (Este), o Cam-peonato geral (entre as duas zonas Este e Oes-te) e para assegurar um lugar na competição defim de época, as chamadas eliminatórias que,por sua vez, dão lugar ao título mais saborosodesta liga e que é a Taça MLS.

Já aqui explicámos que ao contrário doque acontece na Europa e na maior parte dospaíses onde o futebol é rei, no Norte da Amé-rica (Canadá e Estados Unidos) o Campeonatoé importante, dando mesmo ao seu vencedorum lugar automático na Liga dos Campeõesda CONCACAF, mas não tanto como a TaçaMLS, apesar de esta ser disputada somente en-tre as cinco primeiras equipas de cada zona. Seassim não fosse, por exemplo, não seria o LaGalaxy de Los Angeles a ser considerado ocampeão de 2012, mas sim o San Jose, tambémda Califórnia, a ostentar aquele título por tersido a equipa que terminou a maratona de 34jornadas em primeiro lugar.

Mas a liga decidiu assim, e é assim que temfuncionado desde 1996, ano em que foi fundadaa MLS. De resto, mesmo se a nossa vontade éoutra, como adepto do formato europeu, há,ainda em nossa opinião, pior do que aqui acon-tece, Argentina e México digit, onde a épocatem sempre dois campeões... o de Abertura eo do Encerramento. Desta maneira, é um nuncamais acabar de campeões... Já imaginaram oBarcelona dos últimos tempos, em Espanha,a disputar dois campeonatos num ano?... Épor isso que o formato da MLS não é, apesarde tudo, dos piores.

Impacto – Whitecaps, 0-3Depois de ter perdido o Campeonato do

Canadá, contra o Impacto, pela diferença degolos (0-0, em Montreal e 2-2, em Vancouver– desvantagem dos golos sofridos em casa), oWhitecaps passou na cidade há pouco mais deuma semana (dia 21 de setembro) para defron-tar os rivais montrealenses em jogo a contarpara o Campeonato da Major League Soccer.E vai daí infligiu uma pesada derrota aos ho-mens de Marco Schallibaum, por 3-0, quandomenos se esperava.

Com o Impacto em segundo lugar da suazona e o Whitecaps abaixo do meio da tabelado Oeste, pensava-se que os quebequenses pu-dessem levar a melhor sobre os pupilos do es-cocês Martin Rennie, já para não falar no fatorcasa. Além disso, o melhor avançado do White-

caps (Camilo) não fazia (não fez) parte doonze inicial. Em face ao que fica dito, fácil eraadmitir uma vitória caseira.

Mas não foi assim que aconteceu. Venceuo Whitecaps e logo por 3-0, mesmo se osdois últimos dois golos foram apontados aos89 e 90 minutos de jogo, sobretudo pelo talen-to e vontade de benfazer do jovem Camilo,entrado aos 59 minutos para substituir o in-ternacional escocês Kenny Miller, autor doprimeiro golo, através da marcação de umagrande penalidade por mão de Camará, logono início do jogo.

Esta derrota e números alcançados, paraquem não esteve no estádio, pode parecer umavitória fácil dos forasteiros. No entanto, mandaa justiça dizer que o Impacto foi sobretudoinfeliz nalguns períodos do jogo, quando nãocapitalizou várias das suas oportunidades, algu-mas esbarrando nos ferros da baliza contrária.

Chicago Fire – Impacto, 2-2Foi no último sábado que o Impacto me-

diu forças com o Chicago Fire, em casa deste,num jogo quase decisivo para os «vermelhos»da Cidade dos Ventos. E a verdade é que o de-safio teve momentos dramáticos, sobretudoem desfavor do Fire, que luta desesperadamentepor um lugar que lhe dê acesso às eliminatóriasde fim de época.

Mas logo o jogo lhe começou mal aoconsentir um golo ao Impacto, através de DiVaio, o homem que aos 36 anos está na lideran-ça dos marcadores, agora com 19 golos.

Com a necessidade de vencer, o ChicagoFire lançou-se ao trabalho na procura da vitória,o único resultado que lhe podia dar algumafolga quanto ao seu futuro. E se bem pensou,melhor realizou o feito ao virar o resultado,chegando mesmo a dar a sensação de que a vi-tória não lhe escaparia e até por números alar-gados. Isso mesmo esteve, primeiro, nos pésdo seu melhor elemento, Mike Magee, que nãosó já tinha marcado os dois primeiros golos,como tinha a possibilidade de aumentar o seupecúlio e com ele dar o golpe final no desafio,se marcasse a grande penalidade que se lhe foiconfiada. Azar, o remate, potente, foi esbarrarna trave da baliza de Perkins, que assim se sa-fava de uma boa, que era sofrer mais um golo,o terceiro, que poria o desafio fora do alcancedos de Montreal. Lembre-se que o segundogolo do Fire tinha sido obra de um enorme er-ro do guardião montrealense, quando dentroda sua pequena área quis fintar Magee... Nãosó perdeu o lance como o avançado americanomarcou o golo.

Apesar de falhado o penálti, o ChicagoFire ainda acreditou que poderia segurar a vitó-

ria. Não a defendendo, mas sim indo para cimado seu categorizado adversário. E fê-lo comdenodo, criando vários embaraços ao Impacto,que atónito permitiu que o Fire criasse oportu-nidades em série... Mas a sorte estava do ladoda formação canadiana que acabou por se livrarde todos os problemas criados por Magee ecompanhia e ainda teve a sorte de lhe aparecerum golo a favor, a escassos minutos do fim,marcado por um improvável Tissot, defesa es-querdo transformado em extremo quase porobra e graça do Espírito Santo.

Vá lá, o Impacto safou-se com um pontoprecioso enquanto o Chicago Fire deu maisum passo atrás na possibilidade de conquistarum dos cinco primeiros lugares da zona ondeestá inserido, tal qual o Impacto, a Este.

Agora com 18 golos, menos um que DiVaio, Magee bem pode estar a esta hora a lamen-tar-se por ter falhado a grande penalidade quelho daria o primeiro lugar dos goleadores e quecertamente daria a tão ambicionada vitória àsua equipa.

Liga dos CampeõesImpacto – Herédia, 2-0

Quando falta apenas o encontro San Jose– Herédia a contar para este grupo da Liga dosCampeões da CONCACAF, o Impacto já disseadeus à prova. Duas vitórias em casa, contra a-quelas duas equipas, tornaram-se insuficientes,principalmente por via dos golos marcados esofridos. Assim sendo, o desafio do próximomês, a disputar na Califórnia, vai decidir tudo,bastando ao San Jose a vitória por um golo,visto o seu diferencial de golos ser nitidamentesuperior ao dos guatemaltecos.

Esta eliminação do Impacto, quanto anós, não dá para perceber. A utilização de umgrande leque de jogadores, sem tempo de jogopor parte do Impacto, fez a diferença. E tudoisso porque o Impacto tem ambições de fazercarreira nas eliminatórias de fim de época.Então, uma equipa como o Impacto, onde,que saibamos, são todos jogadores profissio-nais, não tem cabedal para disputar duas provasimportantes simultaneamente? Pela atitude dosseus responsáveis nestas últimas semanas éisso que deixa perceber...

Mais valia que o Impacto tivesse perdidoa eliminatória, em maio, contra o Whitecaps...

Pelos jogos que vimos, o Impacto bempoderia estar neste momento apurado para osquartos-de-final da Liga dos Campeões. Equem sabe se não teria hipóteses de ir longe?

Próximos jogosSexta-feira, dia 4Houston – ImpactoSábado, dia 12, 14h30Impacto – RevolutionQuarta-feira, dia 16La Galaxy – ImpactoSábado, dia 19, 14h00Impacto – União de Filadélfia.

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