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Vol. XVII • N° 294 • Montreal, 19 de setembro de 2013 Cont. na pág 14 Foto Jules Nadeau/LusoPresse. Editorial A Carta dos Valores Por Carlos DE JESUS G ato escondido com o rabo de fora. É assim que se revela a estratégia do Parti Québécois (PQ) em relação às próxi- mas eleições. Considerando que não conseguiram obter os votos necessários para governa- rem como maioria, considerando todas as gafes que marcaram o exercício de todo o primeiro ano de governo e considerando o mau estado da economia da província, os estrategas do PQ, liderados pelo ma- Alex Norris... Em Jeanne Mance Entrevista de Raquel CUNHA A lex Norris não precisa de apresenta- ções para os cidadãos mais atentos da comuni- dade e leitores do nosso jornal. Em tempo de eleições, o antigo vereador da Junta de Fregue- sia do Mile-End concorre agora para vereador da freguesia de Jeanne Mance (zona do Plateau com mais Portugueses e onde estão a maioria das sedes das nossas instituições) na Câmara Municipal. Quisemos saber porque concorre agora por outra freguesia, quais os planos e ambi- ções e o que nos espera, caso o Project Mon- tréal consiga ganhar uma vez mais as eleições. Decidiu candidatar-se a uma nova Junta de Freguesia devido “aos inúmeros pedidos que recebi. Em primeiro lugar porque moro nessa freguesia há mais de 20 anos, e portanto a conheço muito bem. Em segundo, porque falo português e tenho uma boa relação com a Comunidade, o que é uma mais-valia, já que a cultura portuguesa é extremamente importante neste setor”. Para essa escolha, conta também várias vitórias nas quais esteve envolvido, embora a- Cont. na pág 14 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Temos tudo para o seu jardim BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292 Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud

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Vol. XVII • N° 294 • Montreal, 19 de setembro de 2013

Cont. na pág 14

Foto

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Editorial

A Carta dos Valores• Por Carlos DE JESUS

Gato escondido com o rabo defora. É assim que se revela a estratégia doParti Québécois (PQ) em relação às próxi-mas eleições.

Considerando que não conseguiramobter os votos necessários para governa-rem como maioria, considerando todasas gafes que marcaram o exercício de todoo primeiro ano de governo e considerandoo mau estado da economia da província,os estrategas do PQ, liderados pelo ma-

Alex Norris...

Em Jeanne Mance• Entrevista de Raquel CUNHA

Alex Norris não precisa de apresenta-ções para os cidadãos mais atentos da comuni-dade e leitores do nosso jornal. Em tempo deeleições, o antigo vereador da Junta de Fregue-sia do Mile-End concorre agora para vereadorda freguesia de Jeanne Mance (zona do Plateaucom mais Portugueses e onde estão a maioriadas sedes das nossas instituições) na CâmaraMunicipal.

Quisemos saber porque concorre agorapor outra freguesia, quais os planos e ambi-ções e o que nos espera, caso o Project Mon-tréal consiga ganhar uma vez mais as eleições.

Decidiu candidatar-se a uma nova Juntade Freguesia devido “aos inúmeros pedidosque recebi. Em primeiro lugar porque moronessa freguesia há mais de 20 anos, e portantoa conheço muito bem. Em segundo, porquefalo português e tenho uma boa relação com aComunidade, o que é uma mais-valia, já que acultura portuguesa é extremamente importanteneste setor”.

Para essa escolha, conta também váriasvitórias nas quais esteve envolvido, embora a-

Cont. na pág 14

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 3 AM

376•BOLA376•BOLA376-2652

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RESTAURANTE

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LES ALIMENTS C. MARTINS123, Villeneuve Este

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Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir:

*Fernando CalheirosB.A.A.

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*Hélio PereiraCHA

Os nossos endereços222, boul. des Laurentides, Laval8989, rue Hochelaga, Montréal8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal6520, rue Saint-Denis, Montréal10526, boul. Saint-Laurent, Montréal6825, rue Sherbrooke est, Montréal7388, boul. Viau, Saint-Léonard

10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury

António RodriguesConselheiro

Natália SousaConselheira

CIMETIÈRE DE LAVAL5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval

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Visite o nosso MausoléuSÃO MIGUEL ARCANJO

Uma família ao serviço de todas as famílias

Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam

as vossas crenças e tradições.

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Página 219 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TECHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. AguiarEscrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Jules Nadeau• Raquel Cunha• Onésimo Teotónio Almeida• Laurence-Emmanuelle Bédard• Adelaide Vilela• Lélia Nunes

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

Port de retour garanti.

www.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013

75 Napoléon | Montréal [email protected] | 514 282-9976

Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

L P

Burrice dos partidos• Por Osvaldo CABRAL

Pela primeira vez na história das eleições autárquicas, vamoster uma campanha eleitoral sem debates entre os candidatos.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) entende que a comu-nicação social deve tratar por igual todas as candidaturas, o queobrigaria as televisões a organizar centenas de debates, coisa im-possível em qualquer programação deste mundo.

Mas como a CNE não vive neste mundo, não há nada a fazer.A interpretação da lei por parte da CNE até pode ser a mais

correta, mas aplicá-la com esta rigidez é uma autêntica bizarria.Este problema, que não é novo, reflete a preguiça dos partidos

e, também, uma grande incompetência por parte dos legisladores.Ainda há pouco tempo tivemos essa vergonha legislativa, que

foi a polémica sobre se os autarcas dinossauros poderiam ou nãovoltar a se candidatar noutros concelhos.

Uma lei mal feita em 2005 nunca foi corrigida por suas exce-lências no parlamento.

Agora temos esta lei eleitoral autárquica, revista em 2001, quese revela um aborto.

E, mais uma vez, os partidos não a corrigem.A minha tese é que os partidos estão interessados nestas con-

fusões, retirando aos jornais e jornalistas o papel de moderadoresna contenda eleitoral.

É preferível discutir as propostas em ambiente restrito, nas lo-calidades, junto dos eleitores, sem a moderação da comunicaçãosocial, o que permite o aparecimento dos maiores disparates elei-torais e muita palhaçada à mistura.

Perde a democracia, perdem os eleitores, perde o jornalismo.Vence, portanto, o poder da propaganda e do malabarismo

político.Exigir à comunicação social que trate por igual partidos com

dimensões diferentes, candidaturas com menos notoriedade doque outras, decorrentes da dimensão das localidades e concelhos, éum autêntico absurdo.

Se o argumento é este, então porque se atribuem tempos deantena aos partidos de acordo com a sua representatividade eleitoral?

Se é para tratar todos por igual, então por que razão os partidosmais pequenos recebem subvenções do Estado menores do que ospartidos maiores?

Para umas coisas exige-se tratamento igual, para outras é con-forme o interesse das estruturas partidárias.

Nos Açores houve sempre a preocupação de tratar as campa-nhas com muito rigor, dando oportunidade a todos, apesar de al-gumas imperfeições.

Mas isso só é possível pela nossa dimensão.No universo nacional é tarefa impossível.Não admira que a CNE já tenha recebido, até agora, quase du-

zentas queixas, sendo meia centena referentes a tratamento jorna-lístico discriminatório de candidaturas.

A CNE que se vá habituando, pois com esta lei paranoica, nãohá jornalismo que resista.

O pior é que a democracia fica mais pobre e, paradoxo dos pa-radoxos, são as candidaturas mais pequenas que ficam a perder.

As máquinas dos partidos maiores têm meios para fazer chegara mensagem mais facilmente aos eleitores, mesmo que isto custeos olhos da cara aos contribuintes, enquanto os mais pequenos fi-cam, assim, arredados dos debates e de uma maior visibilidade elei-toral.

É impossível calcular o reflexo destas atitudes no comporta-mento do eleitorado, mas certamente que o poder mobilizador po-derá ser prejudicado na ida às urnas.

Uma coisa é certa: o jornalismo do rigor e de qualidade cumprea sua função ao alertar os partidos para o disparate.

E apesar do entendimento da CNE, é perfeitamente aceitávelque a comunicação social contorne o disparate com um tratamentojornalístico adequado, mesmo que subversivo.

A não ser que os eleitores se conformem com a asneira, agrade-cendo por assistirem a uma campanha menos ruidosa e por nãoouvirem tanta tontice que vai por aí nesta campanha.

Fiquemo-nos, então, pelas festas pimba e pelas propostas derotundas, avenidas, marinas e muito betão.

Siga a festa, que a fatura chegará depois.

Bilhete de fériasSegunda semana em Portugal

Onde se fala de SCUTS• Por Carlos DE JESUS

Como vinha com a recomendação de bem me repousarpor causa da pneumonia que apanhei uma semana antes de partir,evitei andar em grandes passeatas, o que não obstou a que visitasse aminha irmã, nos arredores do Entroncamento. Acabei por lá passarquase uma semana, por causa do susto de uma recaída que me levouao hospital da Misericórdia de Torres Novas. Afinal foi um falsoalarme mas foi uma experiência original. Fui bem recebido, tanto pe-lo pessoal da admissão como pelo próprio médico. Não estava habi-tuado àquela familiaridade, aquela solicitude, quase conivente, das pe-quenas cidades de província. Enquanto esperava, a rececionista devez em quando lançava-me um “senhor Carlos, já não demora muito”,como se fossemos conhecidos de longa data. Mas nada de intrusivonaquele “senhor Carlos”. O médico, um homem perto da idade dareforma, não me achou nada – «a menos que eu esteja surdo» – disse-me ele, humoradamente, depois da auscultação. Mas pelo sim pelonão, sempre me mandou tirar uma radiografia, o que voltou a confirmaro seu diagnóstico e a acalmar as minhas apreensões.

O problema foi para me passar uma receita dum xarope para atosse. Como não sou residente do país, o sistema informático recu-sou-se a aceitar a requisição do médico e este acabou por fazê-la àmão o que me valeu um longo e sentido desabafo da sua parte. «Istoé um país de tarefeiros. Você é que tem sorte de viver lá fora». E lan-çou-se numa diatribe contra o governo, os partidos políticos, a cor-rupção, o deixa andar, a mentalidade portuguesa, a pusilanimidade dopovo e tudo quanto lhe ocorria, como alguém que há muito tinhavontade de desabafar, mas que não tinha com quem, porque todos,à sua volta, teriam os mesmos queixumes a fazer.

Como que a confirmar o que havia de verdade neste desabafo,vale a pena contar o episódio seguinte: No meio duma conversacom a minha irmã, pergunta-me ela, como é que eu ia pagar a portagemda SCUT. Para mim aquilo era chinês.

– Qual portagem?– Sim, esclareceu-me ela, quando saíste da autoestrada A1, apa-

nhaste a A-23 que é uma SCUT, tem uns pórticos com um sistema deradar e câmaras fotográficas que registam a passagem dos carros.Quem não tem a Linha Verde tem de ir pagar a portagem aos Correios.

Caí das nuvens. Apesar de andar mais ou menos ao corrente,pelas notícias de lá, da celeuma que as portagens das SCUTS tinhamlevantado, como bom turista, com carro alugado, ninguém me tinhainformado deste tipo de portagem nem das modalidades de pagamen-to. Nem sequer a agência de aluguer de carros, nem a agência de via-gens se tinham dado ao cuidado de informar o cliente.

De regresso a Lisboa, vim com cuidado para ver o tal pórtico.Nem eu nem a minha mulher demos pelo dito pórtico.

Fomos para o Algarve e aí, na via do Infante, eles são tão nume-rosos que não podíamos ignorá-los. No dia seguinte, lá fui, pois,aos correios para pagar. Primeira surpresa. Não havia nenhuma porta-gem ainda da minha passagem na via do Infante. O sistema leva 48horas a ser atualizado ao que me disseram. Só constava a portagemdo regresso pela A-23. E a portagem da ida? – Ah, essa já deve ter si-do devolvida com multa para pagar. Devolvida a quem? Ao propri-etário do carro, ou seja, à companhia que mo alugou. E quanto àsportagens da via do Infante? Para isso tem de voltar cá, daqui a doisdias. – Quer dizer que tenho de gastar as minhas férias a correr paraos correios? – Não. Pode ir pagar num Payshop. Payshop? Mas issoé português? A funcionária ficou a olhar para mim como se eu fosseum marciano.

Esta, da improvisação, da falta de rigor, do sincretismo de tecno-logia e estrangeirismos, é uma das peias do país que mais me enervam.

Ao apresentar o assunto à companhia de aluguer, exatamentecomo previa, a resposta foi exemplar. – Não se preocupe. Quandoeles mandarem a multa e virem que o condutor mora no estrangeiro,eles não dão seguimento.

Num Estado organizado, isto não devia acontecer, e, não seiporquê ainda estou à espera de a receber. Como diziam os romanos,há duas coisas seguras na vida, a morte e os impostos… L P

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Página 319 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Crónicas de peso sobre anos de chumbo• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

As Crónicas de Anos de Chumbo (2008-2013) de Eduar-do Paz Ferreira (Edições 70, 2013) carregam consigo um punhadode qualidades, sendo uma delas o não terem nada a ver com o chum-bo da gíria, nem sequer para chumbar o país que nos saiu na lotariadestes últimos anos. O peso assinalado no título até contrasta coma elevação das crónicas, que agarram o ânimo do leitor. Decidida-mente não são nada pesadas, embora falem de realidades muito tris-tes (basta olhar-se para as datas), de perenes dificuldades da pátria,do buraco negro que a ameaça e do nevoeiro onde se escondem assoluções. Se é que se escondem e o nevoeiro não passa de disfarcea tapar a boca desse buraco.

Do que sobre Finanças diz o catedrático de Direito da Universi-dade de Lisboa, não serei eu quem se vai atrever a ajuizar. Do mais,direi amplamente que sim, está ali um belo conjunto de reflexõessobre Portugal, sobre o mundo, sobre a nossa geração (bom, souuns aninhos mais velho, admito, mas andámos embarcados nosmesmos ventos da História), sobre o produto dos sonhos da utó-pica juventude de 60, tudo dito na prosa de quem poderia ter feitocarreira brilhante no jornalismo (o autor andou por lá e foi muitotentado a permanecer) ou na escrita literária, sempre numa voz cujotom me agarrou em sintonia ao longo das suas quase 400 páginas.E sem risco de desafinar.

Eduardo Paz Ferreira reúne nesta coletânea artigos de jornais,mas também muitos textos de intervenção em colóquios, congres-sos, conferências solicitadas para públicos diversos. Significativa-mente, em todos mantém a mesma voz, a mesmíssima inalterávelponderação, uma sábia e encantadora serenidade, uma sagesse culta,erudita, nunca presumida nem pomposa, refletindo por todos osflancos uma experiência de vida a temperar criticamente o saberhaurido nos livros e debitado nas salas de aula.

O livro fecha (culmina) com esplêndida chave de ouro: umaentrevista com Anabela Mota Ribeiro, explicando, ou ajudando oleitor a entender, muitas posições do autor. Poderá dizer-se queabrindo portas para se entender até o próprio autor e o seu percursobioideográfico. Conduzida hábil e sabiamente por Anabela MotaRibeiro, o Professor colaborou de boamente e de boa fé expondo-se com uma candura contagiante e envolta em sensibilidade de im-por respeito.

Crónicas de Anos de Chumbo são reflexões de quem seguiu onosso século português bem de perto e muito por dentro, ou naproximidade dos que mais contribuíram para o seu rolar. O autorgosta particularmente dos versos de Wordsworth citados, no finaldo filme Spendor in the Grass, por Natalie Wood, e faz deles comoa epígrafe ou mensagem-chave do livro: Nunca mais teremos o es-plendor na relva, mas não nos queixaremos, antes ganharemos for-ças lutando pelo que tivemos.

Falei em sabedoria de vida? A que melhores versos poderemosnós agarrar-nos hoje num Portugal que ainda não vislumbrou saídapara estes anos de chumbo?

L P

A Arte de Ensinar o Talento:

Luiz Saraiva, um artista pioneiro• Entrevista de Raquel CUNHA

Luiz Saraiva é já um conhecido da nossa comunidade. Pioneiro,chegou à Montreal há 46 anos, juntamente com a primeira vaga de emi-gração. Vinha à procura de liberdade artística, e a caminho dos EstadosUnidos, mas a vida quis que por aqui ficasse, artista de alma e coração,por aqui vingou e comemora este ano 65 anos de carreira.

Luíz Saraiva gosta de contar histórias, preza a língua portuguesa eas suas raízes e vive de memórias que gosta de partilhar. Fez o Conserva-tório em Lisboa, trabalhou em televisão e teve mesmo o seu própriogrupo de teatro lisboeta: o Teatro de Bolso do Barreiro. Interessadopela arte da representação nunca desistiu de inovar e acabou sendo oprimeiro mímico profissional em Portugal.

Deixou o paísque tanto ama porcausa da censura e dafalta de liberdade cria-tiva. Emigrou paraFrança, Paris, ondeviveu seis anos e tevea sua própria compa-nhia de teatro, Le Pe-tit Théâtre d’Art Po-pulaire, que chegou acontar com cerca de30 atores residentes.Contudo, por detes-tar fronteiras, renun-ciou à sua atividade emFrança e veio rumo aoQuebeque.

Pretendia ir paraos Estados Unidos,mas as coisas foramacontecendo e por is-so foi ficando. Cria oDepartamento de Te-atro da Universidadede Moncton na NovaBrunswick, onde tra-balha por quatro a-nos, mas os seus ide-ais mais uma vez seimpõem, vê comouma enorme incoe-rência o obrigar umartista a ter estudos a-cadémicos e diplo-mas universitários.

Decide, pois, decriar a sua própriacompanhia de teatro,Théâtre de Polichinel-le, à qual se seguem, oThéâtre d’Art duQuébec e a École de

Théâtre de Laval.Faz 42 anos que dedica a sua vida ao teatro

na vertente da educação, sendo pioneiro na in-tegração do teatro no ensino, fazendo digres-sões anuais de teatro multidisciplinar nas esco-las primárias e secundárias do Quebeque, On-tário e Nova Brunswick.

Descobriu por si próprio a importânciado teatro no desenvolvimento psicossocial dacriança e adolescente e, por isso, essa sua dedi-cação ao tema. Oferece cursos integrados, ondeintegra as técnicas de representação do atorno programa curricular de aprendizagem esco-lar e ainda seminários diversos. Acredita queao trabalhar com as crianças, fará delas melho-res adultos.

Foi já há 27 anos que fundou a Escola deTeatro de Laval, por onde passam entre 30 a50 alunos todos os anos, na maioria crianças eadolescentes, por três principais razões: ouporque têm jeito e são extrovertidos, ou porquesão tímidos e o teatro poderá ajudar a comba-ter a timidez, ou porque pedem aos pais. LuizSaraiva conta-se orgulhoso do trabalho aquidesenvolvido, que ultrapassa a escola e atingetodas as esferas da vida do aluno. As técnicasde teatro ensinam a expressar, escutar, concen-trar, analisar, autoconhecimento, relações soci-ais e, portanto, desenvolvimento pessoal.Conta para isso o exemplo recente de umaaluna do 5º ano da primária que tinha uma mé-dia escolar de 62% e que com a ajuda do teatro,terminou o ano letivo com uma média de 95%.

Está feliz por comemorar 65 anos de car-

reira e nunca ter vivido de subsídios, acreditaque tal como um mecânico, ou um pintor, tam-bém nas artes, quem é bom consegue ganhar avida no que faz e além disso, precisa de liberdadetotal de criação e de movimento, como quemprecisa de ar para respirar.

Durante toda a sua carreira em Montreal,pouco trabalhou dentro da Comunidade, e ain-da hoje os seus clientes são sobretudo francó-fonos. Contudo, deixa clara a sua vontade devoltar a integrar-se no meio dos seus, e de, so-bretudo, honrar a língua portuguesa. Confessa-se entristecido com o desinteresse por partedas Associações Comunitárias pela língua por-tuguesa, língua no seu sentido mais lato, de li-teratura, cultura e arte. Percebe a importânciadada ao folclore, à culinária, à filarmónica, emesmo à religião mas, e onde está a língua?Questiona.

Gostava para isso de trabalhar com a Co-munidade, de fazer conhecer as lendas, tradi-ções, obras e clássicos da nossa cultura, e paraisso já tem algumas ideias e feito alguns contac-tos. No entanto, é agora tempo de preparar osdois espetáculos de Natal, “O Presépio Vivo”e o “Quebra-Nozes”, ambos em digressão porMontreal, Quebeque, Ontário e Nova Bruns-wick, em datas ainda a agendar.

Oferece ainda vários outros espetáculos, desderecital de poesia, marionetes, mímica, e trovador –em homenagem à sua paixão pela Idade Média.

Para saber mais deste nosso talentoso artistaconsulte a sua página na internet: http://luizsaraiva.com L P

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Página 419 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

Condenado a 32 mesespor causar a morte dum paciente

LUSOPRESSE – O antigo auxiliar dasaúde, Marc Laquerre, foi condenado a 32 mesesde prisão por ter causado a morte de um pacien-te, em março de 2008, por negligência crimino-sa, no CHSLD St-Charles (Centre d’héberge-ment et de soins de longue durée).

A vítima estava hospitalizada por ter fica-do paraplégica em consequência dum acidentecardiovascular por overdose de drogas, numatentativa de suicídio.

Naquele dia fatídico, o auxiliar devia darbanho ao paraplégico, para o qual devia terinstalado o doente numa grua elevadora paraem seguida baixá-lo na água da banheira. Assimque o paciente entrou no banho gritou «estoua queimar-me!»

O pessoal que acorreu aos gritos da vítimaconstatou que a água estava demasiado quentee que havia pedaços de pele colados na parteinterior da banheira.

Transportado ao Hospital Enfant-Jésus,o paciente, de 38 anos, acabou por falecer 22dias mais tarde em consequência das queima-duras.

O tribunal condenou o responsável a 32meses de prisão ao qual se devem adicionar100 horas de serviços comunitários.

Partido Liberal...Na mira da UPAC

LUSOPRESSE – De acordo com osserviços noticiosos da Radio-Canada, a Uni-dade Permanente contra a Corrupção (UPAC),fez uma visita à sede do Partido Liberal doQuebeque em Montreal, com o objetivo deencontrar documentos secretos sobre o finan-ciamento dos partidos políticos.

A pesquisa, que foi rodeada do maior sigi-lo, teve lugar no mês de julho, quando todosos olhares estavam voltados para a tragédia doLac-Mégantic, destruída pela explosão dumcomboio carregado de vagões de petróleo.

Ao contrário do que aconteceu com osserviços camarários de Montreal, no invernopassado, a UPAC tinha dado um grande showcom um grande número de investigadores e depolícias, o PLQ parece ter sido poupado aosolhares do público. Por este facto os serviçoscontenciosos da Radio-Canada decidiram apre-sentar um quesito no Tribunal Superior doQuebeque para determinar os motivos que leva-ram os oficiais da UPAC a investigar sobre osLiberais.

O Partido Liberal, pela voz da sua diretora-geral, Marie-Ève Ringuette, confirmou que estapesquisa tinha tido lugar efetivamente. Deacordo com um comunicado de imprensa emi-tido na segunda-feira à noite, o PLQ afirmaque os funcionários presentes ofereceram asua total cooperação aos investigadores daUPAC.

Eleições em Laval

Manuel Botelho de novo candidato• Por Norberto AGUIAR

Depois de ter feito uma campanha pouco menos que brilhante em 2009, quandoobteve muito perto de 42 por cento de votos na circunscrição de St-Martin, por onde con-corre outra vez, e quando o poder de Gilles Vaillancourt tinha sustentáculos de autênticopolvo, Manuel Botelho está de volta, «desta vez para ganhar», como contou ao representantedo LusoPresse.

Com efeito, Manuel Botelho, que reside há 56 anos no círculo eleitoral de St-Martin, deque faz parte a igreja portuguesa de Nossa Senhora de Fátima, vai concorrer às eleições paraa Câmara Municipal de Laval por aquele círculo, onde, em 2009, com uma organização rudi-mentar e contra um adversário poderoso obteve 41,8% dos votos, números que dão alentopara a campanha que ora começa, sobretudo numa altura em que os partidos e candidatossão diversos, sem o carisma de épocas anteriores, onde Gilles Vaillancourt dominava a seubelo prazer.

No dizer de Manuel Botelho, homem que conhece a comunidade portuguesa de Lavalcomo poucos, para além de estar implicado em muitos organismos lavalenses, a sua candi-datura é para ganhar, pois desta vez vai ter o apoio da nossa comunidade, o que não acon-teceu da última vez, como afirma. Lembre-se que daquela vez havia uma grande divisão nacomunidade, que acabou por o prejudicar... E quando se lhe confronta com o facto de nãoter apoio de um partido, logo ele diz que «Fui abordado por alguns. Mas prefiro concorrercomo independente. Tenho uma boa organização e isso satisfaz-me».

E Noémia de Lima volta à carga

Também Noémia de Lima se can-didata a vereadora da Câmara Municipal deLaval. Embora viva no círculo eleitoral deChomedey, ela prepara-se para ser candidatapelo círculo eleitoral de Ste-Dorothée, que évizinho daquele, só dividido pela autoestrada13. E também como Manuel Botelho, Noé-mia de Lima apresenta-se como indepen-dente para ser «livre e transparente nas mi-nhas ações», diz-nos, para logo acrescentarque «fui abordada por algumas formaçõespolíticas em alturas em que estava em refle-xão. Depois de analisar se valia a pena voltara concorrer pensei que independente poderiapôr em prática todas as minhas convicções,sem pressão de nenhuma espécie».

Noémia de Lima, que acha que para seser vereadora municipal não são precisospartidos, já está em campanha, onde temmuitos amigos e familiares a ajudar.

Recorde-se que Noémia de Lima não secandidata às eleições municipais pela pri-meira vez. Em 2009, Noémia de Lima, maisdois familiares, candidataram-se pelo entãocriado Partido ao Serviço do Cidadão, semgrande êxito, de resto. «Era preciso criar umaalternativa ao poder instalado», recorda. Teveigualmente uma participação nas eleiçõesprovinciais de 2007, ainda como indepen-dente.

Mulher de trabalho e convicções, comonão se cansa de repetir, Noémia de Limanão descura a sua formação política, poistem participado em muitos ateliês do género,além de fazer parte da Associação do NovoPartido Democrático da sua área.

Festa de apresentação de candida-tos

No dia 6 de outubro, das 13h00 às15h00, na Missão Portuguesa de Laval, os

dois candidatos portugueses, Manuel Bo-telho e Noémia de Lima, serão apresentadosà comunidade numa festa tipo «copo de á-gua». Espera-se que os portugueses apare-cem em grande número.

Nesta mesma ocasião estará presente oadvogado Jacques Foucher, que se apresentacomo independente à presidência da Câmarade Laval e que conta com o apoio tácito dosdois candidatos portugueses.

A candidata Noémia Onofre de Lima.

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«Les Stastny», bestseller de Robert LaflammeUm bom livro do hóquei, «com rosto humano»(Segundo de dois artigos)

• Por Jules NADEAU

O livro sobre a saga dos três irmãosStastny dirige-se a todos os apaixonados dohóquei que seguiram as suas peripécias na LigaNacional. Além disso, há revelações esperadasdesde há 30 anos. Um texto habilidosamenteestruturado pelo jornalista Robert Laflamme,insistindo tanto sobre o desporto no gelo quesobre o aspeto humano do célebre trio dosNordiques. Um bestseller cujas vendas se apro-ximaram dos 10 000 exemplares.

A realização e a inspiração do livro residemna pessoa de Gilles Léger que arquitetou estegrande golpe mediático há 30 anos. Tendo sidoo principal “engenheiro” da deserção de Petere Anton Stastny em 1980, ele fez imediata-mente garantir por escrito os «direitos exclusi-vos» da história. Depois, em 2009, ofereceu ocontrato a Robert Laflamme, já consideradoum mestre em matéria de hóquei. Em seguidaforam três anos de trabalho árduo para contertudo num livro. «Encontrei-me com o autoruma boa dúzia de vezes em entrevista», confia-me Marion Stastny para explicar o volume detrabalho fornecido. «Muito boa colaboraçãoda sua parte», acrescenta o repórter ao serviçoda Presse Canadienne desde 1989.

Um drama shakespearianoUm drama shakespeariano! Entre os três

irmãos passou-se um drama cujos prós e con-tras são fáceis de compreender. Peter e Antondecidiram desertar em direção do Quebequesem nada dizerem ao irmão mais velho Marian.Os dois celibatários acharam que este últimonão podia partir facilmente da Checoslováquiaporque era casado e tinha três filhos. Como éa prática nos estados policiais, Marian e a famí-lia sofreram imediatamente represálias das au-toridades comunistas. Porém, dez meses maistarde, depois de muitas tribulações dignas deJames Bond – mais arriscadas que no primeirocaso – Marian conseguiu por sua vez partir deBratislava para o Quebeque. Com a mulher eos filhos.

Adivinha-se o resto. O encontro em Mi-rabel e em Quebeque foi frio. Marian recebeudeles uma boa soma de dinheiro (montantedesconhecido) para lubrificar a sua partida.Mas como podia ele aceitar a falta de confiançados irmãos mais novos? Eles tinham-no, nemmais nem menos, abandonado à sua sorte emBratislava. O fim abruto da sua carreira de vedetado ringue. Impossível de trabalhar como advo-gado. Por outro lado, grande dilema era pos-sível a Marian de guardar eternamente rancoraos irmãos? Resumindo, uma tragédia shakes-peariana.

As especulações continuaram abundantessobre as relações entre eles, num sentido comono outro. Perdoar e esquecer? Perdoar sem es-quecer? Robert Laflamme documentou muitobem o dilema dos dois lados, segundo os seuspróprios termos, no «respeito dos indivídu-os». O leitor é livre de fazer a sua própria ideia.O tempo, espera-se, acaba por arranjar tudo.

«Socialismo com rosto humano»Uma parte do livro mete em foco a perso-

nalidade pouco conhecida e as façanhas do re-crutador Gilles Léger. «Golpe de génio!» Em1982, em plena Guerra-fria, querer fazer passaratletas da Europa de Leste para o Oeste era

uma ideia louca. Piorainda, os Stastnyeram «camaradas»muito visíveis no ou-tro lado da Cortina deFerro. Depois, fazê-los passar do hóqueieuropeu ao da LigaNacional. Pouco im-porta, o «Columbo»de Cornwall tinhaconstância nas ideiaspara se lançar numatal empresa.

Os adeptos dosBleus e dos Tricolores,garantem-me, lem-bram-se do entusias-mo levantado pelostrês jogadores no rin-gue. Infelizmente, osnúmeros 18, 20 e 26não jogaram juntossenão quatro épocas.Marian feriu-se em fe-vereiro de 1983. Emseguida, passou a ves-tir o uniforme doMaple Leaf de To-ronto.

Os que visitaramcidades do Bloco deLeste como Mosco-vo, Budapeste e Ber-lim-Este compreendem os perigos que corriamos que queriam confundir a polícia destas dita-duras. Berlim-Este pareceu-me lúgubre e assus-tadora em 1964, sobretudo quando se chegavada extravagante Berlim-Oeste capitalista. Ale-xandre Dubcek bem tentou dar um «socialismocom rosto humano» à Checoslováquia, masos Soviéticos trouxeram brutalmente este paíssatélite de volta à ortodoxia (como a Hungriaem 1956).

Um Marian magnânimoOs amadores de romances policiais vão-

se deleitar ao lerem os pormenores da deserçãode Peter e Anton segundo Gilles Léger. Noque diz respeito a Marion, Eva e os três filhos,foi um golpe genial ainda mais espetacular.Graças ao chefe da família. Várias excursões àHungria para confundir as pistas. Fabricaçãode documentos falsos. Longo desvio tático demil quilómetros pela Hungria e a Jugoslávia,de Bratislava até Viena (portanto distantes deapenas 80 km). Sem ajuda do exterior!

Publicado o ano passado nas ediçõesHurtubise, o livro de 417 páginas (abundante-mente ilustrado como se deve uma obra destegénero), foi lançado em Quebeque na presençado septuagenário Gilles Léger, de Anton e deMarian. Ao telefone, este último assegura-me(sempre em voz baixa) que ele leu tudo, exata-mente como ele tinha examinado certas partesdo manuscrito. A sua reação? Só felicitaçõespara Laflamme. «Ele saiu-se muito bem». Ma-gnânimo, «gosto dos meus irmãos», acrescentacomo para fechar o dossiê de agosto de 1980.

Por causa dos três longos anos de pes-quisa e de redação, Robert Laflamme declarouque era o «seu primeiro e o seu último». Espe-remos que não! Ele confessa que gostava derepetir mas com um livro mais «leve» (sem jo-

Na companhia de Marian Stastny, no seu hotel em Lévis, An-nick Nadeau (que vive em Denver, Colorado) rapidamentefez a ligação entre esta ex-vedeta dos Nordiques e o seu sobrinhoPaul Stastny, assim como com Pierre-Alexandre Parenteau,que jogam ambos no Avalanche do Colorado.

O hotel de estilo barroco de Marian Stas-tny surpreende pelo seu parentesco commonumentos da sua cidade natal. A velhaporta de Bratislava, com o seu relógio(Michalsa brana), continua a ser um dosmais belos tesouros arquiteturais. A torrepossui o Arcanjo São Miguel matando odragão. Foto tirada em 1968.

O jornalista Robert Laflamme dedicoutrês anos da sua vida à redação deste li-vro sobre os irmãos Stastny. Marian pensaque o autor fez um bom trabalho. Antonconta que encontrou no livro muitas coi-sas que não sabia. Um bestseller.

go de palavras). «Talvez um romance para jo-vens baseado num facto verídico», deixa esca-par o homem de Sainte-Agathe-de-Lotbinière.Com 48 anos, o jovem autor tem o tempo to-do para «repor o trabalho no tear». A menosque não seja em breve arrastado para um cená-rio intitulado: Stastny, le film.

Em LavalSessão de informação sobre residência e suas implicações

O Consulado-Geral de Portugal emMontreal informa que vai promover uma ses-são de esclarecimento sobre a residência e suasimplicações a nível de tributação e acesso à re-de pública de saúde, nomeadamente:

• Conceito de residência;• Residência e a Convenção para Evitar a

Dupla Tributação e a Evasão Fiscal entre Por-tugal e o Canadá;

• Residência e o Ajuste Complementarem Matéria de Segurança Social entre Portugale o Quebeque;

• Outras implicações de residência desatu-alizada.

A sessão terá lugar, quarta-feira, 2 de outu-bro de 2013, pelas 19h00 no Centro Comuni-tário Nossa Senhora de Fátima (1815, rue Fa-vreau, Laval, Quebeque).

Esta sessão de informação insere-se nainiciativa “Consulado Aberto”, instituída poreste Consulado-Geral, cujo objetivo é aproxi-mar os serviços consulares da comunidade queserve, mantendo-a informada sobre os váriosatos consulares e outros processos de especialinteresse para os portugueses residentes noestrangeiro. L P

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Entre Nós os Duques de Bragança e de D’Arenberg

Do coração se nutre o sonho• Reportagem (texto e fotos) de Adelaide VILELA

Como é do conhecimento de muitos,entre gestos de ternura e centenas de pétalasde rosas brancas, a princesa de André Desma-rais, a filha Jacqueline-Ariadne saiu do seu cas-telo quebequense para se unir, pela lei de Deuse dos homens, ao príncipe belga, Hadrien deCroÿ-Roeulx. Como toda a jovem, ainda nodesabrochar da seara, sonha unir seu destino aum príncipe encantado. Desta vez é o coraçãoterno de Jacqueline que se vê nutrido pelo so-nho de menina, cultivando o campo do amorpara o resto da sua vida.

A nubente é neta de dois homens célebresdo Quebeque, o Ex-primeiro-ministro JeanChrétien e o grande homem de negócios, PauloDesmarais.

De modo que este casamento recebeu 750convidados (dos mais ilustres) daqui e do mun-do. Parabéns e felicidades aos noivos! Um espe-táculo! Porém, nós não fomos nem somosconvidados dessa boda. Ainda bem… Valha-nos ao menos essa. Não se admirem então senão virem aqui um desfile de letras com o nomede todos os convivas.

Contudo, damos as boas-vindas aos Du-ques de Bragança e ao Duque de D’Arenbergque fizeram uma agradável visita, precisamenteao coração da comunidade portuguesa de Mon-treal, a Santa Cruz.

Dom Duarte Pio de Bragança e sua esposaD. Isabel de Herédia foram convidados à assis-tir ao enlace matrimonial acima referido, suas

altezas reais ainda pertencem às famílias dosnoivos.

Dito isto, o casal real pernoitou em Mon-treal e no domingo dia 8 de setembro encon-trou-se com o povo luso. O salão nobre estavarepleto de gente ansiosa por receber e aplaudiro herdeiro da coroa portuguesa, sua esposa eo príncipe belga.

Coube ao Sr. Padre José Maria Cardoso,amigo acérrimo dos ilustres visitantes, o papelde mestre-de-cerimónias. A principal questãoé que tudo decorreu como o Pe. José Maria e asua equipa o desejavam.

Por sua vez, o Jason Côroa regalou osconvidados reais e os demais com o carinhoda sua presença e a alegria da sua voz. O Jasoninterpretou A Portuguesa – O Hino Naci-onal.

Ricamente vestidos, com os trajes do Mi-nho e da Nazaré, estavam aqueles Grupos Fol-clóricos que abriram alas para deixar entrar ocasal real e o Duque de D’Arenberg. Leopold,embaixador da Ordem Soberana de Malta emPortugal já tinha estado em Montreal, de visitaà comunidade, no ano de 2007. Pela mesmaocasião, o Duque de Bragança e o de D’Aren-berg apoiaram a criação do centro educativoda Missão de Santa Cruz, UTL. O Príncipe Le-opoldo de D’Arenberg no seu discurso oficialreferiu a remessa de livros que ofereceu às Esco-las de Santa Cruz e Lusitana, tanto na primeiraviagem como nesta sua passagem pela Missãode Santa Cruz. No seu discurso, o Duque de

D’Arenberg frisou que o apoio e a partilha sãoelementos fundamentais para um bom desen-volvimento social e cultural, neste caso apostanos jovens das escolas portugueses como mo-tores estratégicos de preservação da língua eda cultura lusas.

Ao lado dos Duques marcou presença oSr. Cônsul-Geral de Portugal em Montreal, oDr. Fernando Demée de Brito, com o qual tro-camos algumas palavras. A meu ver, a presençade um diplomata nos eventos da Comunidadeé sempre uma mais-valia e uma nota social noconcerto diário que é a vida de um povo longeda sua Terra.

Com esta visita quisemos saber, quer pelahistória quer pelo interesse que nos move, comDom Duarte Pio de Portugal: se a monarquiavoltasse sua alteza seria o novo rei? “Claro queindividualmente pensaria no meu País a longoprazo e teria uma visão futura, não pensariaapenas em ganhar as próximas eleições”. ParaDom Duarte a primeira República foi um de-sastre: “Perseguiram os sindicatos, as mulherese as minorias que não votavam. Não se cultivavao bom senso, o carinho, o amor. Apodreceu a

moral… “ Sr. Dom Duarte é o que estamos aviver agora em Portugal, não? Silêncios e logoa resposta: “Minha senhora vai mal a moralem todo o sentido da palavra e da moral-sexualnem bom é falar, não é só em Portugal, portodo o mundo”.

Na pergunta seguinte quisemos saber oque pensa Dom Duarte da crise financeira tãofalada em Portugal: “Há muitos problemas na-cionais difíceis de resolver”. Não os nomeamospor falta de coragem ou talvez por vergonha…Ao que chegou a Nação que me deu luz. Porqueserá que gasto agora o meu tempo e os meusolhos a escrever sobre ela?” Responda D. Duar-te ou mesmo o Primeiro-ministro de Portugal.D. Duarte falou na justiça: “Como não há di-nheiro, há muitos culpados que conseguem aliberdade (por dá cá aquela palha) como foi ocaso de vários reincidentes aos fogos, saemdas prisões sem que justiça seja feita, depoisvoltam a fazer o mesmo”.

D. Duarte gosta imenso de viver em suacasa, em família e diz entender-se bem com avizinhança. A única pena, afirma: “Desgosta-me e vejo muito descontrolo à minha volta,estão a desfigurar Portugal, algumas constru-ções feitas por lá em aldeias e cidades são autên-ticos atentados à paisagem e ao nosso valiosopatrimónio”.

Ui… anda tudo de candeias às avessas, es-tá visto. Mas não há grande espaço para conti-nuar esta conversa tão interessante. DomDuarte foi extraordinário e não tem papas nalíngua. Faria um excelente monarca! Temos acerteza e não ocuparia o cargo de ministro deprateleira ou o de flores de enfeite, é todo deste-

mido, culto e moderno.D. Duarte Pio de Bragança (1945) casou

com D. Isabel de Herédia no ano de 1995. Sãopais de D. Afonso, de D. Maria Francisca e D.Dinis.

No pouco que falámos com Dona Isabelvimos nela uma mulher orgulhosa do seu País,das suas origens e da sua cultura identitária.Uma duquesa que vive na procura de meiospara que a paz social reine entre os homens eo mundo. Notámos que a educação de seus fi-lhos é uma prioridade todavia, baseando-senos tempos difíceis em que vive Portugal, preo-cupa-se com o futuro. D. Isabel revela ser umamãe afetuosa que preza a família e respeita asociedade e seus valores. Na sua casa de Sintravive num paraíso harmoniosamente com asua família. D. Isabel sentiu-se acarinhada pelopovo português de Montreal. Assim sendo,depois de ter sido coroada com seu esposo –em nome de Deus e do Divino Espírito Santo– parte agora de alma plena e pretende cultivaresta amizade para o resto da sua vida.

Dom Duarte saúda e agradece a todosquantos o receberam. E faz um apelo aos imi-grantes de Montreal e do Canadá para que seinscrevam no consulado da Vª. área de jurisdi-ção e votem nas eleições, como cidadãos dePortugal.

Finalmente, notamos que os duques par-tiram satisfeitos mas a sensação de bom gradoe enriquecimento mútuo ficou no ar. É de gran-de importância que nestes acontecimentos oambiente seja sereno, seleto e bem planificado.Foi isso que sentimos até ao fim. Todos con-fraternizaram com os duques levando na mãoe aos lábios o seu portinho de honra. Honralhe seja feita Padre Zé Maria.

CARPE DIEM LEITOR!

Os Duques na pose com o Rancho Folclórico da Missão Santa Cruz.

O nosso jornal, na pessoa da nossa repór-ter Adelaide Vilela, também teve direitoa posar com os Duques de Bragança. Carta de valores

Muçulmana insultada em Quebeque

LUSOPRESSE – Uma mulher de ori-gem argelina e seu filho de 18 anos, foram in-vetivados no Centro Comercial Laurier na cida-de de Québec.

Badia Senouci, que usa um lenço na cabeçasegundo a tradição muçulmana, foi abordadapor outra mulher que lhe disse que ela deviamudar de religião e devia andar de cabeça desco-berta, como que a referir-se às disposições daproposta “carta de valores quebequenses” dogoverno do Partido Québécois.

O filho, que se interpôs em defesa da mãe,acabou por ser cuspido na cara pela mulherque os tinha insultado.

A vítima deste acontecimento vive há 14anos na cidade de Québec e declarou aos jorna-listas que nunca tinha sido insultada até come-çarem as discussões sobre a proposta cartaque prevê a exclusão de símbolos religiosos,com exceção do crucifixo na Assembleia Naci-onal, em todos os organismos públicos e para-públicos.

O marido da visada acusa a primeira-minis-tra Mme. Marois de ser a responsável pelo es-tado de tensão que se está a verificar na pro-víncia e declarou ainda que, face a esta situação,está a encarar seriamente sair do Quebeque,visto que a comunidade muçulmana está cadavez mais sujeita a ataques deste tipo.

A polícia de Québec está a investigar ocaso.

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Sylvia Amélia Carneiro da Cunha, a Cadeira 26

– O Último Canto –• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES, socióloga e escritora

Chamava a atenção a elegância dis-creta e impecável. Trajava um tayer de riscade giz cinza, camisa de seda rosa, um colarde pérolas delicadas arrematava o visual. Mu-lher pequena, sorriso franco, suave. No bri-lho do olhar, a perspicácia e grande deter-minação. Muito logo percebi que de peque-na ela não tinha nada. Era gigante no sabere no caráter firme. Era pródiga nos afetos,na simpatia, na gentileza, na delicadeza deatitudes.

Maio de 1990, acabara de ingressar noInstituto Histórico e Geográfico de SantaCatarina, quando Vitor Antonio Peluso Ju-nior, então presidente do IHGSC, apresen-tou-me à Sylvia Amélia Carneiro da Cunha.Ela era Tesoureira da instituição desde 1977.Função que exerceu por mais de 20 anosaté assumir a de Presidente do ConselhoFiscal, personificando com tanta fidelidadeo paradigma de exemplar, contribuindocom a sua sabedoria e descortino de parece-res irretocáveis, quer técnicos, quer jurídicos,no quotidiano da Casa de José Boiteux.

Grata evocar a prazerosa convivênciano IHGSC onde senti o influxo de seu co-ração tão ilhéu mesmo não tendo aqui nas-cido. Lembrar com saudade a figura ímpardessa dama da cultura catarinense, historia-dora, professora, escritora, mulher de pro-pósitos transparentes e dedicação sem limi-

tes no trabalho e nas instituições culturais aque pertenceu.

Poderia continuar neste registro de suabiografia, citando sua formação acadêmica emLetras Neolatinas, Jornalismo, Técnica deAdministração e Direito ou seu ingresso naCadeira 26 da Academia Catarinense de Letrase o valioso percurso literário referenciado emquase uma dezena de obras, ensaios, artigos,reportagens, comentários políticos, crônicase poemas publicados na imprensa, suplemen-tos literários e antologias de circulação nacionalsaídas de sua competente e expressiva lavra.Puxar ainda pela tecla da memória e falar de suapassagem no Jornal A Gazeta de Florianó-polis onde assinava as colunas Notícias Cultu-rais e Um por Semana, da sua atuação comoPresidente do Conselho Estadual de Culturanos anos oitenta.

Mas qual nada! Revisitei a colega de sodalí-cio, a neta do Governador Gustavo Richardcom quem muito aprendi sobre a ousada admi-nistração deste ilustre catarinense responsávelpelo primeiro abastecimento de água em Floria-nópolis e, finalmente, fui atrás da mulher escri-tora que traz a alma no olhar e me enternecicom sua poesia como o afago lânguido doVento Sul que chega sibilante por mares daIlha e de Florianópolis que ela tanto amou.

A 8 de março de 1998, Sylvia Amélia rece-beu da Prefeitura de Florianópolis o diplomade mérito Mulheres com Arte, destaque na Lite-

ratura. Uma singela e justahomenagem a quem honraSanta Catarina com seu vali-oso labor literário.

Uma arte de poetar se-gura, anímica, plena de senti-mentos, de humanização.Poemas que falam de encon-tros, de partidas, do mar e decenários telúricos de sua Flo-rianópolis cantada em “Des-pedida”.

No seu “O últimoCanto” encontrei o adeus damulher Sylvia Amélia e queagora referencio: “Não la-mento o que não conseguiser/Neste longo tempo vivi-do./Não reclamo do que nãopude ter/nem de promessasnão cumpridas./Venhosim,/nesta sobra de vida,/relembrar sonhos,/esperan-ças/e a fé que nunca me a-bandonou. […] “

A Cadeira 26 da Aca-demia Catarinense de Letrasocupada por Sylvia Amélia,desde 1966, foi declarada va-ga em setembro de 2012, me-ses após o seu falecimento.No último dia 26 de agostotive a honra de ser eleita, pe-los ilustres acadêmicos daCasa de José Boiteux, paraocupar a Cadeira 26, uma dis-tinção que me engrandece eme enche de orgulho.

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COMUNICADOPresença Consular em Nova Escócia

O Consulado-Geral de Portugal em Montrealinforma que vai promover uma presença consular à provín-cia de Nova Escócia, sábado, 5 de outubro de 2013, das9h00 às 18h00 na sede do Clube Social Português (30 MountHope Avenue, Dartmouth, NS).

Na referida presença consular poderão ser tratadostodos os atos consulares que não podem ser tratados porvia postal, nomeadamente: Cartão de Cidadão; Passaporte;Procuração; Nacionalidade Portuguesa; Reconhecimentosde Assinatura; e Recenseamento Eleitoral.

Para a mais ampla divulgação possível, muito se agra-deceria aos leitores com familiares ou amigos portuguesesresidentes em Nova Escócia de os informar desta iniciativa.

Despedimento por ter um cancro

LUSOPRESSE – Alain Gauthier, proprietário dorestaurante Magnan, em Montreal, demitiu a sua empregadae gerente, Isabelle Chabot, quando esta lhe anunciou que omédico lhe tinha diagnosticado um cancro do útero.

Embora se trate dum despedimento ilegal, como con-firmou aos jornalistas Robert Rivest, porta-voz da Comissãodas Normas de Trabalho do Quebeque, segundo a SociedadeCanadiana do Cancro, este não é um caso isolado.

O autor do despedimento recusou-se a responder aosjornalistas, e já publicou um anúncio para substituir a antigagerente do Magnan.

Mei Lin Yee, antiga diretora dos recursos humanos du-ma grande empresa, que também foi vítima de despedi-mento por causa do cancro, desabafou na televisão de TVA«Infelizmente a nossa sociedade passou a dar mais im-portância à produção que ao ser humano».

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Página 819 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Pedra de Toque

Brasil, Pátria Minha• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

«Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:Não sei. De fato, não seiComo, por que e quando a minha pátriaMas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a águaQue elaboram e liquefazem a minha mágoaEm longas lágrimas amargas»

Vinicius de Moraes

Em breve mudo de idade. Isso mesmo, dia 18 de setembro émeu aniversário e da minha irmã Célia. Há sessenta e sete anos,quando a Assembleia Constituinte aprovava a nova Carta Constitu-cional e o país celebrava a restauração da democracia no Brasil, oavanço das liberdades individuais, eu chegava neste mundo – mulher,brasileira e cidadã com todos os direitos e deveres que aquela Lei Ma-ior recém-nascida me outorgava. Passei de feto à filha da Pátria.

Uma Pátria que nasceu na tarde de 7 de setembro de 1822, àsmargens do riacho Ipiranga, nos arredores de São Paulo, no momentoque o príncipe Dom Pedro bradou: «Independência ou Morte!» Aogrito da liberdade seguiu-se o juramento solene feito com a espadaem riste, perante a guarda de honra, numa atitude de rutura de laçoscom Portugal: – Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meuDeus, juro fazer a liberdade do Brasil. A proclamação de D. Pedrodescrita pelo coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo, subco-mandante da guarda de honra, descendente do açoriano AntónioMarcondes do Amaral, da freguesia da Achadinha, Ilha de São Miguel,marca o começo da história do Brasil como nação independente esoberana. Começava ali a construção de um país envolvido num ide-ário imagístico e belo.

Olho para trás e lá se foram 191 anos de distanciamento do

tempo, desde a ensolarada tarde de 7 de setembro. Pareceimpossível que o sonho vingou, que triunfou o projetode construção de um Brasil que, em 1822, se desenhavaimprováveis dadas as suas fragilidades sociais, culturais eeconómicas que agigantavam seus problemas ante a imen-sidão territorial e a insustentável pobreza de seu povo.Ainda, assim, menor que seus sonhos não poderia ser enão foi. Sem sombra de dúvida, “o Brasil de hoje devesua existência à capacidade de vencer obstáculos que pare-ciam insuperáveis em 1822”, afirmou o escritor LaurentinoGomes no livro “1822” (2010:18). Foi no passado quecomeçou a serem forjadas as qualidades e as deficiênciasque, no presente, vivificam no País e em cada cidadão.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem/Uma quentura, um querer bem, um bem/Um libertasquase se-rá tamem/ Que um dia traduzi num exameescrito: “Li-berta que serás também”/E repito!

Nunca paramos para pensar a Pátria que surgiu daterra desvirginada da Ilha de Vera Cruz e que resplandecea cada 7 de setembro.

Um País tropical, terra de contrastes, de dimensõescontinentais onde vive uma população, cerca de 194 mi-lhões de habitantes, mal distribuídos em dois brasis, oumelhor, em vários brasis. Uma nação multicultural quefaz da diversidade a sua marca. Na sua gigantescaterritorialidade, o Brasil abraça em seu seio gentil osentimento uno de brasilidade que o identifica. Uma línguaexpressa na sonoridade colorida dos inúmeros sotaquesregionais – a língua portuguesa que floresceu e enriquece-nos, que é património cultural nacional, que respondepela unidade do Brasil Continental.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nemostenta / Lábaro não; a minha pátria é desolação / Decaminhos, a minha pátria é terra sedenta / E praiabranca; a minha pátria é o grande rio secular / Que be-be nuvem, come terra / E urina mar.

Há um longo caminho a ser percorrido até que opaís alcance os níveis de crescimento ideais, a partir deum governo ético, competente e eficiente e um Congressoque atue compromissado com o desenvolvimento pleno

de todas as potencialidades dos cidadãos, presentes e fu-turas.

Percebo, maravilhada, que alguma coisa já começa amudar na cultura do País, ao romper o velho paradigmada impunidade, no recente julgamento do propalado pro-cesso do “Mensalão”.

Gosto muito de sentir este Brasil, Pátria minha, comouma Casa Grande que se fez alma: a alma brasileira. Ela es-tá edificada por todo o país, nos municípios, estados e re-giões. É a “Casa-Grande & Senzala” de Gilberto Freyre; acasa de engenho de José Lins do Rego; a casa solarenga deJorge Amado; a casa de “Os Sertões” de Euclides da Cunha;a velha Casa da Ponte de Cora Coralina, na antiga Goiás;a casa grande do bandeirante, a sede das fazendas de café,do interior fluminense e paulista, presença na obra deMachado de Assis, Fagundes Varella, Monteiro Lobato;o casarão mineiro, de Itabira, de Carlos Drummond deAndrade, o sobrado do “Tempo e o Vento” de Érico Ve-ríssimo, na pampa gaúcho; o rancho do pescador de O-thon d´Eça, de Santa Catarina. É também a casa de palafita-açaizal do estuário do Amazonas, os alagados de Salvador,a favela, o mocambo, a maloca, o cortiço, a tapera, o bar-raco. É o Brasil arquipélago, centenas de ilhas espalhadaspelo vasto território, milhões de caras, gente que a vidaensinou a levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Um povo que tem o direito de viver com dignidade ede ser feliz no seu País.

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa/ Que brincaem teus cabelos e te alisa/Pátria minha, e perfuma o teuchão.../ Que vontade de adormecer-me/ Entre teus doces

montes, pátria minha/ Atento à fome em tuas en-tranhas/ E ao batuque em teu coração.

Brasil, Pátria minha!Nota: Artigo construído sob a inspiração do poema

Pátria Minha de Vinicius de Moraes (1913-1980). Saiupela primeira vez, em 1949, numa edição feita por JoãoCabral de Melo Neto em Barcelona, sob o selo “O livroinconsútil”.

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Aniversário do Brasil

Receção seleta e concorrida• Por Norberto AGUIAR

O Brasil tornou-se independentea 7 de setembro de 1822, como já todos sabem.E todos os anos, os responsáveis diplomáticosdo país-irmão sediados em Montreal promo-vem uma receção para comemorar tal data. Etambém como todos os anos, a receção é sem-

pre muito concorrida, por brasileiros oriundosda comunidade aqui instalada, mas também demuita gente quebequense, quase toda ela repre-sentativa de meios influentes, quer no aspetopolítico, como nos aspetos comercial, indus-trial e educacional. Não é de resto por acasoque o Brasil desfruta de grande prestígio noQuebeque e no Canadá, com acordos váriosnos mais diferentes domínios da sociedade.

Uma larga maioria de representações diplomá-ticas sediadas na cidade, como é o caso da portu-guesa, que esteve representada pelo Cônsul-Geral, Fernando Demée de Brito, também mar-cou presença.

A receção decorreu, igualmente como sem-pre, nas imponentes instalações da Organiza-ção da Aviação Comercial Internacional(OACI), situadas no 999, rue Université, nãomuito longe do Velho Montreal, na sexta-feirapassada, pela hora do almoço. Na ocasião fo-ram servidos acepipes diversos e vinhos. Não,não houve caipirinha...

No entremeio do interessante convívio,precedido dos Hinos nacionais do Canadá edo Brasil, os discursos do cônsul-geral do Bra-sil, ministro Oswaldo Portella, e do represen-tante brasileiro no Conselho do organismoOACI, Jorge Taunay. Aquele focalizou as suaspalavras sobre «um país moderno, de 200 mi-

lhões de habitantes, multirracial, pacífico, dia-logante e preocupado pelo Ambiente». Maisadiante, o Cônsul-Geral do Brasil em Montrealdiria que «o Campeonato do Mundo de Fute-bol de 2014 será um grande teste às capacidadesdo Brasil», logo seguido «da organização dosJogos Olímpicos de 2016, com os seus 10 milatletas». As relações do Brasil com o Canadátambém foram ventiladas no decorrer da suabreve mas significativa intervenção.

«A nossa relação com o Canadá é muitofavorável. As nossas trocas são muito positivasno âmbito do comércio, da cultura, da indús-tria, da medicina, do desporto e do desenvol-vimento social. São relações dinâmicas que fa-vorecem naturalmente o interesse dos nossosdois países».

Oswaldo Portella no momento de se diri-gir à seleta plateia. Foto LusoPresse.

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Vista parcial da assistência presente noaniversário do Brasil. Foto LusoPresse.

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No Ferreira Café:

A 12ª gala dos chefes• Reportagem de Jules NADEAU

Pelo 12º ano, Carlos Ferreira soube atrair ao seu estabelecimentoimportantes chefes de empresa para uma soirée benefício especial emproveito da Fundação CHU Sainte-Justine. Na passada segunda-feira ànoite, foram sete dirigentes a envergar a veste branca de «chefe estreladuma noite» para um serão cheio de boa disposição e de generosidade.No ano passado, este serão anual permitiu juntar a bela soma de 85000$, montante que os chefes de 2013 têm esperança de ultrapassar.

Todos iguais face ao desafio filantrópico dum serão, sete generososchefes de empresa conferiram prestígio e experiência ao evento. JeanBédard do Grupo Sportscene (La Cage aux Sports). Pierre R. Brosseaude RCN média. Bertrand Cesvet de Sid Lee. Robert Coallier d’Agropur.Me Jean Groleau de Dentons. Éric Richer La Flèche de Métro. RobertTessier da Caisse de Dépôt. Cada um trazia o nome na veste quando docoquetel onde Carlos Ferreira lhes disse a rir que alguns deles «iam tal-vez deixar a sua profissão, no fim da soirée, para se lançarem na restau-ração. E acrescentando, espero que tudo vá estar à altura das vossas ex-pectativas».

Estes aprendizes de cozinheiro eram assistidos pelo chefe MarinoTavares, assim como pelo novo chefe das cozinhas João Hipólito, quegarantiram fazer deste jantar benefício um grande sucesso culinário, dizo comunicado de imprensa.

Pierre Bédard, presidente e chefe de direção do Grupo Sportscene,que agrupa os restaurantes bem conhecidos dos desportivos La Cageaux Sports, respondeu às perguntas do representante do LusoPresse:«É uma boa causa, para as crianças doentes. Todos sabemos como oHospital Sainte-Justine está implicado na comunidade. Estou contentede poder, a divertir-me, ser capaz de lhes dar uma certa soma de dinheiro.É a razão pela qual decidi de participar este ano. Esta é a minha primeiravez. Sendo presidente de La Cage aux Sports vamos servir asas, masasas preparadas um pouco à maneira portuguesa. Esperamos que os

convidados vão apre-ciar». É o seu própriotalento de cozinheiro?«Sim, mas com 54restaurantes de La Ca-ge aux Sports, tenhouma equipa que se o-cupa disso... Sendopresidente e chefe dedireção, esta não é aminha principal res-ponsabilidade na or-ganização» declaroucom um sorriso.

Mencionemostambém o papel im-portante desempe-nhado por MadameJohanne Demers, ins-tigadora do projeto.Enfim, precisamosque em 2012, além deSainte-Justine, a Fun-dação do HospitalGénéral Juif recebeuajuda financeira destagala para a pesquisasobre a doença de Al-zheimer.

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Bilhete de Lisboa• Por Filipa CARDOSO

Rimas e advinhas (1)

Chegaram as férias de verão para a maioria das crianças.Descobri algumas rimas e advinhas que talvez os avós já não se lembrem, mas queiram, agora,

contar aos netos.Com a criança sobre os joelhos imprime-se um movimento e vão-se dizendo rimas que

variam segundo as localidades: [Coimbra] [Lisboa] {Alcobaça}

Arre burrinho Arre burro Arre burrinhoPara a Mealhada, Para Azeitão, Para São Martinho,Sete vinténs Que os meninos CarregadoDe levar a carrada... Já lá vão... De pão e vinho... Diálogo dos dedos Dedo mindinho quer pão (mínimo) Dedo mindinho

O vizinho diz que não (anular) Seu vizinhoO pai diz que o dará (médio) Pai de todosEste que furtará, (indicador) Fura bolosE este diz: alto lá! (polegar) Mata piolhos Ginástica de língua

Repetir muito depressaPardal pardo, porque palras? Debaixo d’aquela pipa Um tigreEu palro e palrarei, Está uma pita Dois tigresPorque sou pardal pardo, Pinga a pipa, Três tigresPalrador D’el-Rei Chia a pitaPinga a pipa Rimas Já nasce o trigo Um-dó-li-tá Rei, CapitãoJá temos pão! Cara de amêndoa Soldado, LadrãoJá canta o cuco Um segredo coloredo Menina bonitaJá temos verão! Quem está livre Do meu coraçãoLivre está! Advinhas Altos castelos, lindas janelas, abrem e fecham, ninguém mora nelas.O que são?Os olhos

Qual é a coisa, qual é ela, que tem pernas, e não é bicho, tem costas e não é gente?

A cadeira

Os meus desejos de boas férias!

(1) Nota da direção: Por motivos alheios à nossa vontade esta crónica devia ter aparecido noúltimo número em vez do que foi publicada. Apresentamos as nossas desculpas à autora e aosnossos leitores. CDJ.

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Dia do Imigrante

O Diretor Regional das Comunidadesafirmou no fim de semana, em Angra do He-roísmo, que é “visível” no arquipélago dosAçores uma “presença multicultural” que per-mite ter uma Região “mais plural e mais abertaao mundo”.

Paulo Teves, que falava na abertura dascomemorações do Dia do Imigrante e do Diá-logo Intercultural, uma iniciativa da Associaçãodos Imigrantes nos Açores, salientou a impor-tância desta atividade para promover a conver-gência cultural.

“Esta iniciativa promove a convergênciacultural, permite partilhar experiências e sabe-res, contribuindo, por um lado, para a plenaintegração de quem escolheu os Açores como

nova residência e, por outro, para a preservaçãoe dinamização das diversas culturas”, afirmouo Diretor Regional das Comunidades.

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Diário de um verão (II)• Por Osvaldo CABRAL

ELEIÇÕES – O candidato JoséContente propôs um complemento de pen-são para os cidadãos idosos de Ponta Delga-da, em parceria com o Governo Regional.

Vasco Cordeiro apressou-se a respon-der que não tinha nada a ver com aquilo.

Eis mais algumas sugestões para oscandidatos de Ponta Delgada, mesmo contraa vontade do fuinhas Vasco Cordeiro:

• Um complemento de pensão para oscidadãos de Ponta Delgada jogarem no Ca-sino da Calheta;

• Um complemento de pensão para oscidadãos de Ponta Delgada comprarem oscaixotes do arquiteto Souto Moura nas SetesCidades;

• Um complemento de pensão para oscidadãos de Ponta Delgada viajarem na carís-sima SATA;

• Um complemento de pensão para oscidadãos de Ponta Delgada deixarem de fazer“carícias” nas enfermarias do hospital dasua cidade.

Agora a sério: do que precisamos mes-mo é de um Centro Interpretativo da PolíticaExótica à Regional.

•••SILLY – O jornalismo portuga está de

rastos. Os noticiários televisivos, em plenoverão, abrem com a morte de uma turistaque se afogou na piscina de uma quinta deturismo rural em Montemor.

A notícia morreria aqui.Mas o apresentador chama em direto

outro jornalista, no local do acidente, paraeste dizer a mesma coisa, porque não hámais nada a dizer. Mas o verão tem que ren-der. O jornalista do direto entrevista o Co-mandante da GNR, para dizer o que os dois já tinham dito anteriormente. Mas não aca-ba aqui: o jornalista quer ouvir ainda o Co-mandante dos Bombeiros, que repete exata-mente o que foi dito. Já vamos nisto hálongos minutos.

No final, o jornalista despede-se di-zendo que não foi possível ouvir os donosda quinta.

Uf!Não é só a “silly season”.Em Portugal também há jornalistas

tontos.•••

PACU – A descoberta do verão é o peixePa-cu, o tal que gosta de comer testículos.

Pois eu acho que temos tubarãosemelhante entre nós: a banca portuguesa.

Os bancos, protegidos pelos políticos,

chupam-nos até ao tutano.Conheço um que aceitou depositar um

cheque da Segurança Social, que já tinhapassado da validade.

Quando deu pelo erro, devolveu o che-que ao pensionista e ainda lhe cobrou umasdezenas de euros em comissões de serviço.

Não é garotice nem ganância.É sacanice bancária.

•••SEM PACU – Quem disse que o setor

da Saúde regional estava de pantanas?Leitor amigo contou-me este exemplo

do caos na máquina administrativa da Saúde,depois de tantos “boys and girls” nomea-dos.

Em 26 de maio de 2012 a esposa desteamigo recorreu ao serviço de urgência doHospital do Divino Espírito Santo, porindisposição.

Em 20 de junho de 2013, mais de umano depois, o hospital reclamou o custo deanálises no valor de 14,05 Euros.

No dia seguinte foi enviado um chequee, poucos dias depois, o meu amigo recebeuo recibo.

Até à presente data o referido chequeestá por descontar na conta bancária.

Ainda se deu ao trabalho de estabelecerum contacto com os serviços administra-tivos do Hospital, ao que a funcionária sejustificou com a “alteração da gerência efalta de pessoal”!

E eles a discutirem, durante meses, umgrande plano de re-estruturação do setor daSaúde.

Valha-nos Deus.•••

IRREVOGÁVEL – Esta palavra, quedá tanta credibilidade à política como matara sede a um morto, é a moda do verão polí-tico.

A construção do cais de cruzeiros emAngra do Heroísmo era irrevogável no an-terior governo.

A sua suspensão era irrevogável no atu-al governo.

Ao que parece, neste período eleitoralautárquico, a sua reabilitação volta a ser irre-vogável...

•••HORROR – A RTP, depois de ter rea-

bilitado Sócrates, arma-se novamente emCentro de Reabilitação de Alcoitão, e foibuscar Manuela Moura Guedes.

A RTP tornou-se numa casa de fantas-mas!

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Página 1219 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorárioHorárioHorárioHorárioHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

514.993.9047514.993.9047514.993.9047514.993.9047514.993.9047www.montrealmagazine.tvinfo@montrealmagazine.tv

No Gillette Stadium

Impacto goleia• Por Norberto AGUIAR

FOXOBORO, Nova Inglaterra – OImpacto ainda não tinha aquecido as «baterias»e já se via a ganhar o jogo, logo aos 4 minutos.Melhor ainda, marcou o golo, de penalty, epassou a contar mais um jogador por via daexpulsão de Reis, guardião contrário, que aocometer a grande penalidade, acabou por serexpulso pelo árbitro. Decisão rigorosa, istona medida em que Di Vaio, a não ser derrubado,não se encontraria enquadrado com a baliza...Daí que a expulsão tenha sido, em nossa opi-nião, errada.

Mas quem não esteve com meias medidasfoi Patrick Bernier, que chamado a marcar ocastigo máximo não se fez rogado, batendo abola de forma exemplar, com o guarda meta acair para o lado contrário para onde foi a bola.

A jogar com mais um elemento, não sepense que o Impacto teve vida fácil. Nada dis-so.

Decorridos apenas cinco minutos e DiegoFagundez empatava a partida numa bela jogadade contra-ataque.

Motivados pelo empate, os homens doRevolution puseram-se ao trabalho e derammuito que fazer aos montrealenses, que parece-ram não saber jogar com mais um homem...Estávamos nisso, isto é, com o Revolutionpor cima, e o árbitro, de novo, a mandar a bolapara a marca de grande penalidade. A decisão,de novo controversa, onde os protestos se fi-zeram sentir de forma insistente, resultou deum lance entre José Gonçalves, o portuguêsda equipa, e Di Vaio, com o italiano a estatelar-se dentro da área. Mais uma vez o árbitro, SorinStoica, não teve dúvidas. Outra vez chamado aapontar o castigo, Bernier voltou a marcar go-lo, em remate não tão evidente quanto o primei-ro. Com este segundo golo de penalty, PatrickBernier já transformou 10 grandes penalidadesdesde que regressou ao Impacto no ano passa-do e nesses 10 lances, todos foram transforma-dos em golo. Se não é inédito, é caso para dizerque deve andar lá perto.

Abalados com mais um castigo máximotransformado em golo, os jogadores do Revo-lution perderam algum fulgor, agravado comalguma desconcentração. Foi assim que veio oterceiro golo ainda antes do intervalo. Um durogolpe para uma equipa que apesar de jogar commenos um elemento tudo fazia para recuperarterreno.

Veio a segunda parte e com ela mais um

golo de Di Vaio, num lance de nítido contra-ataque. Corrida, viragem rápida para o interiorda área e remate fulminante. Sem hipótesespara Bobby Shuttleworth, no terreno em subs-tituição do avançado Charles Barret, para poderdefender a baliza deixada vaga pela expulsãode Matt Reis, o segundo luso-descendente doRevolution – o outro é A.J. Soares, defesa cen-tral que faz dupla com José Gonçalves, jogadorque foi júnior do Benfica.

Com o quarto golo, o jogo ficou pratica-mente decidido. E no caso do Impacto, pensá-mos que o seu treinador aproveitaria esse factopara fazer rodar os seus elementos menos utili-zados. Nada disso aconteceu, numa prova deque Marco Schallibaum não deve ter os suplen-tes em muito boa estima...

Aos 75 minutos, o Revolution ainda mar-caria um segundo golo, de resto, pelo seu me-lhor elemento, Kelyn Rowe, um centro-cam-pista jovem mas cheio de energia e bom fute-bol. Tem, de toda a certeza, futuro na modali-dade que pratica.

Pessoalmente, foi a primeira vez que assis-timos a um jogo de futebol do Impacto no es-trangeiro. Esperemos que não seja o único. Epara que isso acontecesse, uma pessoa impli-cou-se a fundo: Eric Forest, da equipa de Co-municações do Impacto. Além da obtençãoda credencial para que assistíssemos ao Revolu-tion – Impacto, já vimos que essa ação acaboupor nos valer a outra credencial, aquela quenos fez assistir, pela primeira vez a um jogo defutebol da Seleção de Portugal, no caso Portu-gal – Brasil, disputado em Bóston.

Impacto – Columbus Crew, 1-2De regresso a casa, o Impacto defrontou

o Columbus Crew, uma formação da sua zona,a de Este, e que por acaso não está, ou não es-tava, muito bem classificada com vista à provade fim de época. Contudo, num assomo de es-

forço e categoria, o Columbus Crew veio aMontreal no passado sábado bater o Impactopor 2-1, depois de ter estado a perder a maiorparte do tempo de jogo. Algum relaxe, descon-centração, e sobretudo a portentosa exibiçãode Federico Higuain fizeram o resto. No final,vitória dos homens do Ohio, que depois deterem despedido o seu treinador estão a recupe-rar terreno no campeonato sob as ordens doaté aqui treinador adjunto, Brian Bliss, de ma-neira a continuarem a sonhar com as eliminató-rias de fim de época.

Já para o Impacto, esta derrota não fazmossa, pois os montrealenses continuam aestar bem posicionados, nos lugares cimeiros,e ainda com um jogo a menos. Ganho esse jo-go, o Impacto fica no primeiro lugar da zonaEste do campeonato sem grandes sobressaltos.

Mas o risco está no próximo embate, denovo no Estádio Saputo, e já sábado, diantedo rival Whitecaps de Vancouver, que tambémprecisa de pontos para poder estar na fase daseliminatórias. Se ganhar sábado, o Impacto fi-ca bem posicionado para o resto da compe-tição.

LIGA DOS CAMPEÕESSan Jose – Impacto, 3-0

Terça-feira à noite, o Impacto jogou naCalifórnia, contra o San Jose para a Liga deCampeões da CONCACAF. Uma derrota, pe-sada, por 3-0, foi o que os montrealenses con-seguiram «arranjar»...

Mal jogado, o resultado deste desafio deixaagora o Impacto na obrigação de ganhar terça-feira que vem, em casa, diante do Herédia da Gua-temala, formação que já tem seis pon-tos, por terganho os dois jogos realizados em casa. Mesmose ganhar, o Impacto fica dependente do resultadodo jogo a disputar entre o San Jose e o Herédia, naCalifórnia. Porém, caso os guatemaltecos vencemou empatem em Montreal, serão eles a passar à fa-se seguinte da prova.

Marco Di Vaio, o líder dos marcadores da MLS, com 18 golos. Foto Pépé.

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ANA MARIA GONÇALVES1932 - 2013

Faleceu em Montreal no dia 15 desetembro de 2013, com 81 anos de idade,Ana Maria Gonçalves, natural de Boticas,distrito de Montalegre, esposa de JoséGonçalves.

Deixa na dor o seu esposo José, oseu filho António José (Rosa Janeiro), asua neta April, a sua irmã Carmina Gon-çalves, cunhado(a)s, sobrinho(a)s Lucy,Rui e Ilídio, restantes familiares em Portu-gal e em França, assim como bastantesamigos.

Os serviços fúnebres estão a cargo deMAGNUS POIRIER Inc.10300, boul. Pie-IX, Montréal-NordTél. 514-727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCell. 514-918-1848

O velório tem lugar na quinta-feira,dia 19 de setembro de 2013, das 18h às22h. Segue-se a missa de corpo presente,na sexta-feira, dia 20 de setembro de 2013,às 10h, na Igreja Santa Cruz. Será sepul-tada no Cemitério de Laval, situado no5505, Ch. Bas St-François, Laval.

A família vem por este meio agra-decer a todas as pessoas que, de qualquerforma, se lhes associam neste momentode dor. A todos o nosso obrigado pelovosso conforto. Bem Hajam.

Antonio [email protected] Rodrigues, Conseiller aux fa-milles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828, poste [email protected]

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Chegado em Montreal quando tinhaapenas 11 anos de idade, Antonio Ribeirocomeçou a jogar futebol numa liga municipal.O que o atraiu para o esporte, era o espíritode equipa, o esforço físico, bem como a oportu-nidade de superar-se a si mesmo. No chão, otempo parecia parar e todos os esforços e inves-timentos realizados para o esporte pareciamnaturais. Essa paixão se reflete hoje nos pro-jetos inovadores que realiza desde sua a aposen-tadoria como jogador profissional na MajorLeague Soccer.

A École de Soccer Antonio Ribeiro nasceua partir do desejo de compartilhar a sua expe-riência com os jovens jogadores, uma opor-tunidade da qual Antonio Ribeiro não pôdebeneficiar na sua infância. O recém-aposentadoestá consciente do impacto que pode ter sobrea motivação e o progresso dos seus jovens re-crutas.

Mais e mais jovens quebequenses jogamfutebol e treinadores qualificados são raros.Foi principalmente para atender a essa necessi-dade que a École de Soccer foi criada: para queos jovens apaixonados de futebol possam me-lhorar as suas habilidades enquanto estão sen-

Encontro com... Antonio Ribeiro

«Nasci para ser jogador de futebol»• Entrevista de Laurence-Emmanuelle BÉDARD

do supervisionados por profissionais. Comu-nicador por natureza, Antonio Ribeiro sabecomo atrair a atenção dos recrutas e como ge-renciar um grupo. “Eu sou o tipo de treinadorque, quando o treinamento for concluído, re-serva algum tempo para jogar com os jovens.Divirto-me fazendo meu trabalho, e quero quese sinta”.

Antonio Ribeiro investe-se de corpo e al-ma em seus projetos, e para ele, o mero reco-nhecimento dos pais e dos jovens é suficiente.“Cada vez as pessoas voltam em maior número.Não faço nada excepcional, mas sei que confi-am em mim, este é o lugar onde vejo que euposso fazer a diferença”.

Os serviços oferecidos são muitos e inclu-em: gestão de ligas de futebol, sessões privadas,uma liga corporativa, cursos extracurriculares eacampamentos.

Cada curso oferecido pelo jovem profissi-onal tem em conta todos os aspetos a ser tra-balhados para ajudar os alunos a aperfeiçoartodas as suas habilidades. Cada serviço é cuida-dosamente planejado e concebido de acordocom o cliente, para combinar sempre rigor eprazer. Por exemplo, durante os acampamentosde verão, cada dia é dedicado a um aspeto técni-co particular (passar, malabarismo, etc.), todos

os alunos são avaliados na sexta-feira, e fecha-se a semana com um churrasco. Além do físico,Antonio Ribeiro acredita que o seu ensinotambém permite que os jovens desenvolvamvalores como o espírito de equipa, a paciência,o compartilhamento e a disciplina.

Recentemente, nasceu o projeto de LigueCorporative, com a participação de AntonioRibeiro à Copa Centraide do Impacto, um tor-neio benefício no qual várias empresas se en-frentam para arrecadar fundos para o orga-nismo. “Achei interessante a mania que tinhamas equipas. Houve empresas que tinham atécheerleaders!” Notando o interesse no esportedos empregados das empresas, Antonio Ri-beiro decidiu lançar esta liga, para que possamcolocar os seus esforços num campeonato de-dicado a eles. Esta liga não só é projetada parapromover a atividade física, mas também aconstrução de equipa (teambuilding) e de redes(networking), de modo a que os profissionaispossam criar laços profissionais através doesporte.

Esta liga oferece serviços inovadores, taiscomo a presença de um fisioterapeuta a cadajogo que assegura assistência imediata em casode lesão e uma primeira sessão de treinamentosempre feita com Antonio Ribeiro. Além dis-so, o Centro de Mansfield juntou-se à escolade futebol para realizar o projeto. Eles oferecemum mês de acesso gratuito às suas instalações,além de um desconto de 25% na taxa de inscri-ção anual para os participantes.

Segundo Antonio Ribeiro, o mais interes-sante é o prémio atribuído às três equipes ven-cedoras do torneio da liga: um cheque que deveser dado a uma das cinco fundações propostaspela liga. Os prémios serão entregues duranteuma receção no restaurante Cavalli, onde estaráconvidada a prensa. “Aqui, nós começamosem novembro em Montreal, mas eu tambémaponto outras grandes cidades canadenses”,acrescenta o empresário.

Além disso, o acampamento de rascunhoé outro sucesso do qual pode se orgulhar An-tonio Ribeiro. “É um projeto que me dá umagrande sensação de realização”, compartilhouele. De facto, o campo encoraja tanto o sucessoacadémico como a excelência atlética. Durantetrês dias, treinadores universitários americanossão convidados a ficar em Montreal para ob-servar os recrutas para depois selecionar ostalentos brutos.

A ideia nasceu em colaboração com Fred-dy Moojen, ex-jogador do Impacto. Ambosatletas têm desenvolvido este projeto, con-tribuindo com o seu conhecimento e contac-tos. A primeira edição foi realizada no anopassado e este ano, 11 rapazes e 13 raparigasforam recrutados por universidades america-nas, que lhes dão bolsas para estudar e jogarnos Estados Unidos. O projeto está crescendogradualmente e Antonio Ribeiro espera atrairuniversidades renomadas tais Harvard e Cor-nell.

Fora da École de Soccer, Antonio Ribeirotambém trabalha como analista desportivo,primeiramente com TVA Sports e agora emRadio-Canada. Acredita que, como ex-joga-dor, tem a vantagem de conhecer o outro ladoda moeda. “Acho que temos vindo a uma faseem que temos que educar as pessoas sobre ofutebol”, afirma ele.

Ainda que goste de aparecer na televisãoe falar sobre o que mais o apaixona, o começofoi difícil porque não foi formado para estetrabalho e teve que ser autodidata. “Nós filma-mos. Tu falas” foi o que me disseram, disse o

atleta rindo.Empreendedor por natureza, Antonio Ri-

beiro tem a intenção de desenvolver novos ra-mos para a sua escola de futebol, sempre a fimde transmitir seu amor pelo esporte. Não fiquesurpreso de ouvir mais sobre ele.

Em jeito de ping pong:- Qual é a realização da qual te orgulhas

mais?- É haver sabido, desde muito jovem, esco-

lher o objetivo de ser jogador profissional defutebol. Fiz os sacrifícios necessários para atin-gir meus fins. Muitas vezes eu não saía com osamigos à noite, também ia correr antes de irpara a escola e agora estou orgulhoso de terfeito uma carreira como atleta profissional emMontreal e na Califórnia.

- Quando não tocas uma bola de futebolque fazes?

- O que eu faço? (risos) Eu relaxo ou... te-nho duas irmãs mais velhas; assim muitas ve-zes há uma parede que tem que ser pintada oumóveis para mover! Mas a verdade, sempre es-tou no futebol.

- Qual é o teu ídolo? E porquê?- Cresci na época do Maradona e me iden-

tifiquei muito com ele, pois ele era pequeno,veio dum meio pobre e conseguiu subir as fi-leiras para se tornar o melhor jogador do mun-do, talvez de todos os tempos. Acho que, comoele, eu sou uma pessoa muito persistente, tomeiisso dele.

- Se pudesses jogar ao lado de qualquerjogador de futebol, quem teria sido?

- Ronaldo! O fenómeno brasileiro. O quegostava era que era super rápido, talentoso, in-teligente e carismático. Era muito amado pelagente. Foi realmente um jogador completo,que poderia marcar de cabeça, acelerar em tem-po recorde, e conseguia controlar a bola comonenhum outro.

- Que talento gostarias de ter?- Sempre fui impressionado com aqueles

que correm muito rápido. Isto é algo inato queteria beneficiado.

- Se não tivesses sido um atleta, que outraprofissão houveras gostado praticar?

- Perguntaram-me a mesma coisa quandoera jovem e para mim nunca houve qualqueroutra opção. Minha primeira escolha era serjogador de futebol, minha segunda era ser jo-gador de futebol, e a minha terceira... ser joga-dor de futebol. Eu não via nada além disso.

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Página 1419 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

EDITORIAL...Cont. da pág 1

quiavélico Jean-François Lisée, resolveram ado-tar uma política populista, digna da extrema-direita francesa à Le Pen, para fazer esquecer aincompetência do governo e titilar a fibra na-cionalista do eleitorado francófono fora dasgrandes cidades, à semelhança da estratégiaconcludente que tinha adotado a Action démo-cratique du Québec (ADQ) em 2007.

Nas eleições daquele ano, a extinta forma-ção política de Mario Dumont, a ADQ (agorafusionada com o partido de François Legault,Coalition Avenir Québec), conseguiu destro-nar o PQ como oposição oficial, deitando mãoà mesma artimanha da presente carta, apelandoà fibra xenófoba de uma certa franja do eleito-rado quebequense. Sob o pretexto que as mino-rias imigrantes, principalmente de religião mu-çulmana, judaica e sique, querem impor os seususos e costumes religiosos aos quebequenses,Mario Dumont, durante a campanha eleitoraladvogava que os imigrantes deviam assimilar-se ou voltar para donde tinham vindo, sem se-quer se deter que muitos não tinham para ondevoltar porque já aqui nasceram.

Consciente do sucesso desta estratégia daADQ, o PQ resolveu montar na mesma mula,mas indo ainda mais longe, criando uma «Cartados Valores Quebequenses» em vez duma cartada laicidade, com a qual todos os partidos e amaioria da população estão de acordo.

Só que os cálculos dos finos estrategaspequistas começam a dar sinais de fraqueza se-gundo o que dizem as sondagens vindas a públi-co no início desta semana. Em agosto, quandoos pequistas começaram a lançar os balões deensaio para avaliar a adesão popular, as sonda-gens davam conta duma adesão ao projeto da«Carta dos Valores Quebequenses» na ordemdos 57 por cento. Nas sondagens do Jornal deMontreal, de segunda-feira, os apoiantes ti-nham baixado para 43 por cento, em quaseigualdade com os opositores que se manifesta-ram em 42 por cento dos casos.

A estratégia, não obstante os protestosde virgens ofendidas que nos saem a públicopela boca dos seus porta-vozes, é fácil de en-tender. O movimento separatista que se con-substanciou no Parti Québécois é uma ideiaromântica nascida nos meados do século pas-sado e inspirada nos movimentos de libertaçãocolonial que deram origem às independênciasna África, na Ásia e no Médio Oriente. O naci-onalismo canadiano francês, por outro lado, épraticamente tão antigo como o Canadá. Noimaginário do canadiano francês sempre se cul-tivou a ideia de retaliação contra os francesesque os abandonaram – donde os «mauditsfrançais» com que ainda são designados os imi-grantes vindo da antiga mãe-pátria – e contraos ingleses que os venceram nas «Plainesd’Abraham». Ora o que acontece é que o Que-beque não é um país colonizado. É um estadodentro de uma federação, como tantos outrosestados e tantas outras federações pelo mundofora, mas porventura com mais autonomiaque nunca tiveram as regiões autónomas dePortugal, da Espanha, da Alemanha ou da Ín-dia, quiçá comparável aos cantões suíços.

Não obstante dois referendos perdidos,os militantes independentistas continuam asonhar com um estatuto de país independentepara o Quebeque e a lutar por isso. Dir-se-ia,no entanto, que este foi o sonho de uma gera-ção, a geração dos baby-boomers, dos «soissan-tuitards», que se vai definhando até desaparece-rem nas páginas obituárias. Com a chegada

massiva de novos imigrantes, demografia obli-ge, todos eles escolhidos por funcionários dogoverno do Quebeque junto das embaixadascanadianas pelo mundo fora, aliado ao desinte-resse, para não dizer o enfado, dos jovens que-bequenses, ligados ao mundo moderno pelasviagens, mas principalmente pela Internet, aideia da independência, tão ardentemente de-fendida por tudo quanto era artistas, cineastasengagés, cantores, quais menestréis em missãode boa nova, por jornalistas mais fiéis às suasconvicções nacionalistas que às suas obriga-ções deontológicas, por poetas e escritoresque raramente escreveram para fora do clã, porhistoriadores mais concentrados na propagan-da escolar que na verdade histórica, a ideia daindependência, dizíamos, vai-se esmorecendocomo o sol de verão em setembro.

E, como diz o ditado, «em casa onde nãohá pão, todos ralham e ninguém tem razão», omovimento separatista tem vindo a ser pro-fundamente dividido entre as mais diversas fa-ções, desde o partido «Québec Solidaire», vota-do à independência mas com uma conotaçãofeminista e marxista, ao mais recente da «Op-tion Nationale», presentemente à procura dumchefe, sem deixar de mencionar uma pletorade formações votadas ao mesmo fito, que vãonascendo e morrendo como se pode confirmarpela lista, não exaustiva, na página da Wikipé-dia dedicada ao movimento soberanista doQuebeque: http://fr.wikipedia.org/wiki/Mouvement_souverainiste_du_Qu%C3%A9bec

Resultado, o núcleo à volta do que restado Parti Québécois, fundado por René Lé-vesque e agora dirigido pela primeira-ministraPauline Marois, vendo-se na impossibilidadearitmética de alcançar a maioria de votos quelhe permitam governar com vistas a um novoreferêndum pela independência do Quebeque,resolveu cozinhar nas oficinas secretas do parti-do um menu capaz de aliciar os paladares domaior número de votantes. Em democracia éo que todos os partidos fazem. Só que o PQ,que até há bem pouco era o arauto das grandescausas de solidariedade, da liberdade, do huma-nismo, sempre pronto a vilipendiar o capital eo governo federal como insensíveis às misériasdos mais desprotegidos da sociedade, agoranão tem pejo de lançar mão do populismo, deque outrora acusavam a ADQ, para alcançaros seus objetivos políticos. Alain Dubuc, umcronista geralmente moderado, na sua crónicano jornal La Presse do dia 13 de setembro, sobo título «Pacto com o Diabo», foi ao pontode escrever: «Et c’est ainsi que le Parti Québé-cois, sous la direction de Pauline Marois, qui,dans ce dossier, s’est révélée être une femme sansjugement et sans principes, est en train de trahirtoute sa tradition d’ouverture, de tolérance, demodernité.»

Raramente se têm ouvido e lido tantas etão acerbas críticas a este projeto. Mas o clamorjá saiu das fronteiras do Quebeque. Mesmo oNew York Times se pronunciou negativa-mente sobre a matéria. Claro que o resto doCanadá também não se tem coibido, pelos seuscomentadores e editorialistas, de se pronunciarsobre a carta dos valores quebequenses. Já ogoverno federal, dirigido pelo conservador Ste-phen Harper, parece mais decidido a usar umacerta reserva para não acerbar as quezílias como governo independentista. Mas, tanto JustinTrudeau, líder do Partido Liberal do Canadá(PLC), como Thomas Mulcair, líder do NovoPartido Democrático do Canadá (NPD), vie-ram a terreiro para combater frontalmente oprojeto pequista. O chefe do NPD, na passadaterça-feira foi ao ponto de classificar o projeto

do governo do Quebeque como «um docu-mento sem envergadura, altamente partidárioe centrado na provocação […] Não há nenhumproblema real que corresponda às preocupa-ções da carta. É um documento que visa apenasuma clientela política». E avançou ainda, naconferência de imprensa que deu em Otava –«Existe uma discriminação sistémica na funçãopública quebequense em relação às minoriasculturais. Com esta carta é de uma discriminaçãoencomendada diretamente pelo estado. É ina-dmissível!»

Claro que a expulsão da deputada MariaMourani do seio do Bloc Québécois, que con-firmou não ser mais que uma sucursal do PartiQuébécois no parlamento federal, por motivodesta ter criticado publicamente a carta pelosseus objetivos eleitoralistas e xenófobos, veiotrazer mais água ao moinho dos que são contrae levou, seguramente, muitos dos antigos adep-tos a refletir sobre as verdadeiras intenções doPQ e a explicar, em boa parte, a viragem regista-da na opinião pública.

Como se tal não bastasse, a classe artísticaque sempre viveu das benesses do poder, e queem geral sempre esteve pronta a sair a terreiropara defender «a causa» do PQ, tem-se mostra-do extremamente silenciosa, com algumas to-nitruantes exceções como a de Dan Bigras,Richard Desjardins ou Michel Rivard.

O que também não deixa de ser sintomá-tico é que os próprios ministros de Mme. Ma-rois deixaram o ministro da propaganda da di-ta cuja, Bernard Drainville, sozinho na peleja.Até o ministro da Justiça, a quem em últimaanálise devia incumbir a proclamação do docu-mento jurídico, tem brilhado pela sua ausênciano debate público.

Por este caminho, o objetivo eleitoralistada citada carta, começa a ter mais ares dum ro-cinante quixotesco que dum corcel aguerrido.

ALEX NORRIS...Cont. da pág 1

inda como vereador do Mile-End, entre elas, oter conseguido uma ordem judicial para a remo-delação e recuperação de um prédio considera-do como património arquitetónico, na esquinada Avenida des Pins com a rua St. Laurent.“Conseguir uma ordem judicial que obrigue oproprietário a assumir as suas responsabili-dades e não deixar degradar o património deuma cidade é feito único na história de Mon-treal, e isto sem qualquer custo para os cida-dãos”, confessa.

Outra sua “pequena grande vitória”, co-mo gosta de chamar, foi a imposição de um si-nal luminoso, na interceção da Avenida desPins com a Henri-Julien, às portas de uma escolaprimária. Este feito foi conseguido em colabo-ração com os pais dos alunos daquela escola epor razões de segurança óbvias.

Também esteve diretamente envolvido narecuperação do Parque de Portugal, recuperação

tanto têm capacidade de o receber em maioresquantidades.

Sabe que um dos grandes problemas destafreguesia é o da limpeza, o qual pretende atacara fundo, com maior número de funcionários,cuidados e atenção. O Project Montréal é oúnico partido que trabalha diretamente comAssociações de Intervenção Social para a lim-peza e manutenção das suas freguesias, ofere-cendo trabalho a centenas de pessoas consi-deradas vulneráveis.

Outro problema a combater é a segurançarodoviária, “o Plateau tem mais peões feridospor m2 do que todo o Quebeque junto! Éportanto necessário aumentar a visibilidadedos peões, ciclistas e automobilistas”, adici-ona.

É categórico no combate à corrupção,principalmente tendo em conta as recentes re-velações da Câmara Municipal. Realça porémque o seu partido foi o único a não ser envol-vido no escândalo, que sempre foi transparentee de contas limpas. Defensor da democraciatransparente e transparência dos documentosque, segundo ele, deviam estar acessíveis onlinepara livre consulta dos cidadãos, Alex Norris,promete continuar com o mesmo nível de ho-nestidade e claridade que o partido sempre re-presentou.

Por fim, pretende ainda revitalizar as prin-cipais ruas comerciais da freguesia, juntamentecom os comerciante locais, de modo a fazerrenascer o comércio de rua, dantes tão caracte-rístico desta zona. Acredita que para isso é ne-cessário também conseguir outras fontes definanciamento, para não pôr tanto peso nosimpostos aos comerciantes e moradores dafreguesia, e também na importância de umaboa gestão financeira. Conta que, quando che-garam à freguesia, esta tinha uma dívida de 2milhões de dólares, e que agora no fim do man-dato, as contas estão equilibradas, a dívida pagae o saldo positivo.

Por fim, em relação à comunidade portu-guesa, promete estar atento às suas necessida-des e representá-la o melhor possível, semprena ótica da proximidade com os locais e asso-ciações.

Confessa que será “mais que uma honrarepresentar os cidadãos de Jeanne Mance, omeu bairro, na Câmara de Montreal”, e nós doLusoPresse ficamos à espera.

que está de momen-to em curso. Preten-de iniciar as renova-ções do Parque dosAçores assim quepossível, uma vezque está conscienteda sua degradação efalta de cuidado. Parajá, ambos os parquesvão receber caixotesde lixo alimentadoscom energia solar,que permitem com-pactar o lixo e por-

Alex Norris, um amigo da comunidade.

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Página 1519 de setembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Em Bóston, perante 62 310 pessoas

Portugal derrotado pelo Brasil (1-3)• Por Norberto AGUIAR

FOXBORO, Nova Inglaterra – De visi-ta à Nova Inglaterra, não podíamos falhar ojogo de futebol de caráter amigável Portugal –Brasil, que teve lugar na pequena localidade deFoxboro, não muito longe da importante cida-de de Bóston.

Sem credencial para assistir ao desafio, vis-to o nosso «séjour» terminar no domingo ante-rior a tão interessante embate, decidimos po-rém arriscar e ficar para ver a partida, por sinala primeira da Seleção Nacional de Portugal e,já agora, também do Brasil, nas nossas cincodécadas de vida!

Com duas horas de antecedência, deixá-mos Warren, cidade sede da nossa visita, e láfomos a caminho do Gillette Stadium, proprie-dade dos «Patriotas», equipa de futebol america-no, mas que também serve de casa ao Revolu-tion, formação futebolística que integra a Ma-jor League Soccer, de par com o Impacto deMontreal e mais 17 outras equipas... Escusadoserá dizer que ainda longe do estádio as filasindianas de carros eram grandes e morosas.Valeu-nos que o nosso condutor, o Pedro Ar-ruda, se protegeu atrás de uma ambulância atéà entrada para o parque de estacionamento doestádio, tornando a nossa rota muito mais rápi-da e até mais segura. Entretanto, pelas bermasda estrada, em jeito de romaria, muita gente apé a caminho do estádio. Também vimos bas-tante gente nas matas mais próximas do Gillet-te Stadium comendo as mais variadas peças decarne ou chouriço grelhados, preparadas alimesmo. E muitos carros com placas do Texas,Virgínia, Florida, etc., numa demonstração ca-bal de que o Portugal – Brasil interessou portu-gueses e brasileiros de todo os Estados Uni-dos. Ah, sim. Também muitos carros do outrolado da fronteira, do Quebeque e do Ontário...Foi assim uma festa alargada quase a um con-tinente, apenas com o propósito de assistir aum jogo de futebol entre «duas equipas forastei-ras». Muitas bandeiras vermelhas e verdes, porum lado, e azuis e amarelas, pelo outro, logonas ruas e estradas que davam ao estádio derama perceber de que a festa seria de um coloridoimpressionante. Não nos enganámos!

Muitos dos aficionados foram deixando,como se deixa perceber, os carros em tudo oque era buraco, nalguns casos, como é evidente,com troca de remuneração. Ora em parques deestacionamento de restaurantes, ora em par-ques de oficinas de mecânica e afins. E issoporque o parque do estádio, embora enorme,não teria lugar para todos. Outra razão para is-so, eram os 40 dólares a desembolsar para aliestacionar...

A famigerada credencialA nossa entrada no parque do Gillette

Stadium foi feita de maneira suave pela simplesrazão de que já conhecíamos os «cantos à casa»,como se costuma dizer. É que, no domingoanterior, tínhamos ido assistir ao jogo Revolu-tion – Impacto, que já contaremos noutra local.Assim sendo, passámos tranquilamente as vá-rias «barreiras» até chegarmos ao espaço reser-vado aos jornalistas. Foi o Cartão profissionalque nos salvou. Mas faltava-nos a última e de-

cisiva etapa: obter a credencial para assistir aojogo...

Numa primeira abordagem foi-nos ditoque não. «Agora só atendemos os jornalistasque vêm recuperar a credencial e para isso houveum prazo a respeitar», foi-nos dito pela chefede Imprensa do Revolution, que foi quem orga-nizou o encontro. Felizmente que tínhamosconnosco o Cartão de jornalista profissional,que garantia que não era nenhum oportunistaque ali estava. Mais importante ainda foi ter-mos apresentado a credencial do domingo, dojogo Revolution – Impacto, fornecida por elamesma e que assim provava a nossa seriedade.Num repente, o «não» tornou-se num «sim»sem nenhuma dificuldade. Um sorriso largoda sua parte – bonita quarentona – e logo foidada ordem para que nos fosse emitida a tãoalmejada credencial. E já com ela ao pescoço,foi-nos dito se precisávamos de acompanha-mento até à sala de Imprensa. A nossa respos-ta foi que «Já conheço o trajeto».

Na sala de ImprensaDepois de sair do elevador que nos condu-

ziu à sala de Imprensa a nossa surpresa foi to-tal: um montão de jornalistas, com uma línguaem destaque, a Portuguesa, mas com tons/sons brasileiros! Viríamos a saber depois quetinham vindo do Brasil 100 jornalistas. DePortugal, a informação que tivemos foi queapenas 10 lusitanos marcaram presença no Gil-lette Stadium. Que grande diferença!

Aos 10, entretanto, podiam juntar-se ma-is dois do Canadá, nas pessoas deste vossoservidor e na de Alexandre Franco, de Toronto– já foi nosso, por ter vivido vários anos emMontreal. Vá lá, notámos mais um dos nos-sos, oriundo duma estação de rádio de NewBedford, cujo nome não retivemos... Um jo-vem de origem cabo-verdiana também marcoupresença. Mas devem ter estado mais algunsportugueses dos órgãos de informação locais,sem que os pudéssemos identificar.

Depois de breve conversa com AlexandreFranco, foi com um jornalista americano deorigem guatemalteca que mais dialogámos. Omesmo que dois dias antes tínhamos visto nodesafio Revolution – Impacto.

O desafioPortugal começou a todo o gás. Teve uma

bola no poste e marcou o primeiro golo – queviria a ser o único –, resultado de uma aselhicede Maicon, que nos pareceu sem ritmo parafazer parte de uma equipa que tem ambiçõesde ser campeã do Mundo. Foram 10/15 mi-nutos de domínio português, com Nani a que-rer assumir o papel de patrão, de jogador maiscredenciado, sabendo-se da ausência de Ro-naldo.

Mas depois daquele período, Portugal co-meçou a fraquejar, passando a chegar sempreatrasado nas bolas divididas. Foi também poressa altura que Neymar começou a engrenar,aproveitando-se da fraqueza do seu antagonistadireto, João Pereira. E com esse fraquejamento,vieram os lances mais ríspidos, quase todossofridos precisamente por Neymar... Daí a ha-ver algum descontrolo na equipa portuguesafoi um passo. De líder no jogo e no resultado,Portugal passou a correr atrás da bola e do ad-versário. Ao intervalo não era surpresa a vanta-

gem do Brasil. O resultado, fruto de excelentecabeçada de Thiago Silva, após canto apontadopor Neymar; e de uma soberba jogada deste jo-vem avançado, que fintando vários jogadoresportugueses não teve dificuldade em bater RuiPatrício, era já de 2-1 favorável ao Brasil.

A segunda parte começou com o golo deJó, logo aos 49 minutos. Nas hostes jornalísti-cas portuguesas houve quem temesse pela gole-ada, ao lembrarem-se dos seis golos do últimojogo que Portugal realizou no Brasil, com umguarda-redes (Quim) desastrado na baliza, ondecada remate deu golo... Mas embora dominandoa partida e com algumas oportunidades à mistu-ra, o Brasil ficou-se pelos três golos, com Por-tugal a não ter conseguido melhor que o tentode Rui Meireles, no dealbar da partida, quandotudo eram promessas.

Não foi bem jogada a segunda parte. Asvárias substituições, de parte a parte, nada trou-

xeram de novo. Nem mesmo com a entrada dePato, portanto, um avançado que fez furor noMilão e que nos pareceu em baixa de forma,por muito parado e sem alegria. Do lado dePortugal, sem Ronaldo, o outro elemento quetem categoria para brilhar sempre, Coentrão,não só pareceu também não estar em forma –não tem jogado no Real Madrid – como aca-bou por ser substituído. Valeu alguns rasgosde Nani e pouco mais. Quem terá ficado con-tente neste encontro foi Licá, que se estreoupela Seleção Nacional. (Há poucos meses esta-va no Estoril e nunca foi nem tido nem achadopara representar a Seleção. Porém, chegou aoPorto e logo passou a ter estatuto de seleção.Que competências...)

Depois do jogoO treinador português, sempre com aque-

le ar arrogante, que até pode ser enganador pa-ra nós que não o conhecemos, haveria de dizerque a equipa portuguesa não tinha posto emcampo a sua habitual competência, bla, bla,bla... O que ele não disse é que uma equipa jo-ga o que a outra deixa jogar. A derrota acaboupor ser fruto, sem nenhuma dúvida, de umaprestação superior do Brasil, como admitiuLuiz Scolari, mesmo se deixou elogios ao adver-sário, que representou e onde passou anos mui-to bons.

Teria sido interessante ter assistido ao mes-mo jogo mas com a presença de Ronaldo. Queé o grande jogador da equipa portuguesa. Masque, sem ele, como não se cansou de dizer orepresentante da SIC, «a nossa seleção é muitofraca».

L P

Impressionante, o Gillette Stadium.

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