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Vol. XVIII • N° 310 • Montreal, 05 de junho de 2014 Cont. na pág 14 Editorial Imigração e salários Por Carlos DE JESUS S e há um assunto que vem à tona de vez em quando é o problema salarial dos imigrantes, com uma grande diferença percentual – para baixo como se adivinha – em relação aos nativos canadianos. Dois estudos sobre o assunto vieram a público na semana passada. Um publica- do pelo instituto federal das estatísticas e outro do seu congénere quebequense. Am- bos corroboram este facto, mas ao mesmo tempo, sublinham também que a diferen- 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 O RESTAURANTE DO MOMENTO! GRELHADOS Galinha, febras, chouriço, lulas, etc... PASTÉIS E RISSÓIS camarão, carne, chouriço, galinha... BOLO “Ma Poule Mouillée” E A GRANDE SURPRESA a «Poutine» à portuguesa! 969, rue Rachel est Tel.: 514-522-5175 www.MaPouleMouillee.com facebook.com/MaPouleMouillee #MaPouleMouillée Temos os melhores preços SUMO GALO 100% PURO DA CALIFORNIA 39 99$ + tx Especial até 29 abril LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVIII • N° 310 • Montreal, 05 de junho de 2014

Cont. na pág 14

EditorialImigração e salários

• Por Carlos DE JESUS

Se há um assunto que vem à tonade vez em quando é o problema salarialdos imigrantes, com uma grande diferençapercentual – para baixo como se adivinha– em relação aos nativos canadianos.

Dois estudos sobre o assunto vierama público na semana passada. Um publica-do pelo instituto federal das estatísticas eoutro do seu congénere quebequense. Am-bos corroboram este facto, mas ao mesmotempo, sublinham também que a diferen-

3204, rua Jarry Este

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Página 205 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Jules Nadeau• Onésimo Teotónio Almeida• Lélia Pereira da Silva Nunes• Inês Faro• Vitória Faria

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:

• Norberto AguiarContatos: 514.835-7199

450.628-0125

Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-diaTelenovela: segunda a sexta-feira,das 17h00 às 18h00.(Ver informações na páginas 7, 8)

Notas bárbaras (de um quase diário)• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

Já conheçouns quantos par-ques nacionais dooeste americano. Agrandiosidade doGrand Canyon pa-rece inultrapassá-vel, mas a beleza di-ferenciada de todos

meia partilháveis com os amigos. Depois deme cruzar muitas vezes com gente dos quatrocantos do globo, toda de máquina fotográficaem perene clicagem, voltei-me às tantas parauns europeus de ar nórdico: Aqui somos todosjaponeses! Eles sorriram e desdobraram-se emadjetivos parentes dos meus para classificar apaisagem. Ao lado, um suíço ouviu e lamentou-se: Ainda estou no princípio e já não tenhomemória na minha disquete. Só me resta ahipótese de comprar postais. Fosse comigo, da-va-me não sei que ataquinho. Eu para aqui comestas banalidades incapazes de descreverem tãoempolgante experiência de beleza, e aterro delaa lembrar a saída de um dos primeiros habitan-tes desta região, um cowboy a quem pergunta-ram como se sentia a viver num cenário assim:É um lugar dos diabos para se perder umavaca! (It’s a hellava place to lose a cow!). Prova-velmente apócrifo, mas bene trovato. Se calharesta beleza contemplada todos os dias trans-forma-se em banal. Mas não quero saber. Hojeela foi transcendente.

2 de AbrilEsteve aqui o Anthony De Sa, o escritor

de Toronto filho de micaelenses da Lomba daMaia. Veio fazer um circuito pelos EstadosUnidos. Cinco semanas, pagas pela sua editora(Algonquin), a fazer leituras aqui e ali para pro-mover o seu segundo livro e primeiro romance– Kicking the Sky. Pediu-me colaboração eorganizei-lhe um microcircuito aqui na área.O ponto alto foi a sessão no Providence Athe-neum, a biblioteca frequentada por Edgar AllanPoe para se encontrar com a namorada de Pro-vidence. Eu estava com receio de não aparecermuita gente porque… April is the cruelestmonth, como já escreveu T. S. Eliot. De manhã,contei no Brown Morning Mail, que noschega diariamente por via eletrónica a relembrara lista de eventos do dia: eram 36. Só ontem(hoje são 45!). Mas a sala estava composta.

O Anthony é um grande contador de estó-rias, mas tudo só colhido na sua própria vida.É um mestre no ofício. E, diante do público,cativa-o em pleno.

Eu tinha lido o livro no verão passado,na Caloura, antes ainda de ser publicado. Noteierros nas palavras portuguesas que ele cerziuno texto e fiz-lhe saber. Atuou imediatamente,a tempo de ainda conseguir parar a impressãoda edição canadiana para introduzirem as corre-ções.

Entretanto, sugeri à Leonor que lesse oromance. Fê-lo e gostou deveras. Nova suges-tão minha: Escreve uma recensão! Ela fê-lo,mas acabou saindo-lhe um ensaio. Quandoagora surgiu a edição americana e me dispus acolaborar na digressão do Anthony, empurreia Leonor para apresentar o livro na sessão noAtheneum. Ela detesta falar em público, toda-via acabou cedendo às minhas insistências emanteve com o Anthony uma bela conversa,pois transformou o seu escrito num conjuntode bem informadas perguntas e respostas.

Tanto ali como no meu programa de TVe na livraria da Brown – os três eventos emque participei – ouvi muitas estórias ao Antho-ny. Não dá para contar aqui, até porque issoseria impossível visto elas viverem do charme,da emoção, do manuseio da linguagem, do agu-

da capacidade de reproduzir observa-ções da vida real que o Anthony exibe.Mas não resisto a resumir deslavada-mente duas.

Quando a avó o obrigava a rezar,e ele tinha que o fazer em português (opai do Anthony obrigava todos a fala-rem inglês em casa, mas com a avó eletinha que falar português), ela explicou-lhe a sua exigência: O Jasus nam falainglês.

Um dia, tinha ele já 12 anos, a avóprecisou que ele a acompanhasse aomédico para servir de intérprete. Quan-do lá chegou, apercebeu-se de se tratarde um ginecologista. Ainda tentou es-quivar-se, mas a avó insistiu na necessi-dade de ele ficar para traduzir.

Ouvi-lo descrever a cena é um por-tento. Durante o exame, a avó a fazer-lhe dizer ao médico que aquilo que eleestava ali a ver, durante toda a sua vidasó um homem tinha visto: o marido.Antes do exame, porém, o médico quissaber dados da biografia da senhora eperguntou-lhe a idade. Ela não sabia.Aventou se não seria uns oitenta. Deveser para aí – respondeu. E quantosfilhos teve? A avó também não sabia.O Anthony envergonhado e manten-do-se sempre à distância: Mas como éque a avó não sabe quantos filhos teve?E ela: Para que é que ele quer saber es-sas coisas todas? Depois de algum esfor-ço, lá confessou: Vinte e dois. O An-thony boquiaberto, porque só conheciasete tios e tias, demorou a deduzir queos outros tinham morrido.

Passado o vexame daquela experi-ência de se desnudar diante de outrohomem e na presença do neto, a avófoi para casa já bem menos nervosa. OAnthony, ainda a pensar nos 22 filhos,atreveu-se a ir um pouco mais longe:A avó deve ter tido uma vida muitodura. Quais foram os melhores anosda sua vida? A senhora não pestane-jou: Os três anos em que o teu avô este-ve embarcado na Bermuda!

eles é espantosa. Há dois anos visitámostrês no sudeste de Utah. Desta vez rumámosa sudoeste e hoje foi o Bryce, há décadas naminha lista de espera. Considerado de pe-quena dimensão em termos de parques naci-onais, é só um pouco menor do que a ilhado Faial. Em beleza, se se tem a sorte do sole céu azul, resulta num despoletar de adjeti-vos em incontrolável cadeia: belo, estupen-do, magnífico, espetacular, esfusiante, incrí-vel, inacreditável, e só com a ajuda de um di-cionário de sinónimos se não torna monó-tona a ladainha.

O Bryce Canyon é uma explosão de re-levos naturais em rochedos e colunas atrevi-das e desafiadoras dos tempos cronológicoe meteorológico. O “anfiteatro”, como éconhecida a vista do miradouro mais visitado,lembra um órgão monumental. A emergirabrupto do fundo da terra, todo aquele cená-rio é um autêntico barroco ao natural. For-mas voluptuosas, douradas pelo sol em con-traste com o azul do céu, um azulejo imensoa fazer de azul-real em fundo contra uma ta-lha dourada de espirais e arredondados, emvoltas gordas e teatrais, descomedidas e cele-bratórias da arte pela arte.

O panorama do alto (o rim, ou a orlada rocha que abraça o canyon), de uma altitu-de de dois mil e quinhentos metros (mais al-to que o Pico), é portentoso; todavia, desceré que proporciona o espetáculo em plenitude.Fizemos cinco quilómetros, uns 400 metrosde descida por entre delirantes formas geoló-gicas, como se a deambular pelo labirintoinfindável de um altar barroco supergigante.Pus-me a cirandar por ali todo Alice in Won-derland. A alturas tantas, diante de torresexplodindo em ornamento, soltou-se-me umEureka: Se calhar Gaudí inspirou-se nestecanyon para criar a loucura da sua igreja daSagrada Família em Barcelona.

Caminhantes em silêncio, pais com cri-anças às cavalitas e corajosos seniores, tudogente em boa forma física, saudando-se àpassagem sorrindo ou ciciando num respei-to quase-religioso. Aqui, Rousseau tem ra-zão: reduzidos a uma natureza destas, somostodos bons selvagens. E Espinoza, aposto,veio aqui beber o seu Deus sive natura.

Não há vislumbre de papel no trajeto,nem rasto de plástico nos atalhos construí-dos disfarçadamente de modo a quase nemserem notados.

Subir de regresso foi um tal lembrar comsaudade os anos da peitaça juvenil. Aguentaque é obra! Para mais, com a rarefação da al-tura (estávamos a 2500 metros de altitude),respiração rimava com ofegante.

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Página 305 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Bilhete de LisboaSarau do Ginásio Clube Português

• Por Filipa Cardoso

No domingo, 25 de maio de2014, fui assistir pelo segundo ano con-secutivo ao sarau do Ginásio Clube Por-tuguês (GCP). No ano passado tinhaficado deslumbrada com o espetáculoe, por isso, este ano não podia faltar. Osarau voltou a realizar-se no CentroCultural de Belém tendo ficado esgota-dos os lugares para se poder assistir aqualquer das três apresentações, que ti-veram lugar pelas 11H00, 15H00 e18H30.

O tema deste ano era “Os QuatroElementos – água, ar, terra, e fogo”.Foram duas horas de um espetáculo che-io de alegria, luz e movimento. Fantásti-co e inesquecível.

O GCP é um dos clubes mais anti-gos de Portugal, com mais de 10 000sócios e cerca de 7 500 praticantes, emmais de 50 modalidades.

Luís Monteiro, mais um grupo deamigos, fundou em 1870, num pequenopalacete na Carreirinha do Socorro, emLisboa, um clube, que viria a tornar-seno GCP.

Em 1881 foram aprovados os esta-tutos, em 1882 o rei D. Carlos outorgouao GCP o título de “real”, e em 1884foi inaugurada a sua sede na R. SerpaPinto, em Lisboa.

A partir daí os títulos, as taças, osdiplomas, nunca mais pararam, tendoo ginásio recebido em 1885 a primeirataça desportiva no 1º Concurso Públicode Ginástica ao Ar Livre.

Em 1906 o clube organiza a “MeiaMilha” no mar. O rei D. Carlos ofereceuma taça com o seu nome. O então ca-pitão-tenente Gago Coutinho, associa-do do GCP, foi o vencedor.

A partir de 1933 ganha, em três a-nos seguidos, o Campeonato de Lisboade Rugby e no ano de 1937 a secção deremo ganha todas as provas a que con-correu.

Atualmente, e desde 1973, as insta-lações do GCP, em prédio próprio, estãosituadas na Praça das Águas Livres, numedifício onde é possível praticar as váriasmodalidades desportivas. Existe tam-bém um simpático e muito acessívelrestaurante no último piso, um cabelei-reiro e um parque automóvel. O Ginásiotem um protocolo com as piscinas deCampo de Ourique onde é possível pra-ticar natação.

Não podia deixar de mencionar oClube Oxigénio, área do GCP vocacio-nada para atividades culturais que temorganizado passeios e visitas de muitointeresse em que tenho participado.

Em 1975 o Ginásio Clube Portu-guês, no âmbito das comemorações dos100 anos de atividade, entre outras dis-tinções, recebeu o Grau de MembroHonorário da Ordem do Infante DomHenrique. L P

Em Montreal

«A chave de Salomão», de José Rodrigues dos Santos• Por Carlos DE JESUS

Depois de «A Fórmula de Deus» e«O Último Segredo», José Rodrigues dos San-tos, o internacionalmente aclamado escritor epivô do Telejornal da RTP, depois de ter lan-çado em primeira mão mundial, em Paris, oseu novo romance «A Chave de Salomão» (Laclé de Salomon), veio lançar o livro em Mon-treal, na semana passada, tal como tínhamosnoticiado na nossa última edição.

No passado dia 29 de maio, o LusoPresseencontrou-se com o autor, no final de umasessão de autógrafos com vários editores, nu-ma sala do mítico restaurante Lion d’ Or.

Como nos afirmou um dos presentes quetem seguido a obra do autor português desdeque começaram a aparecer as traduções fran-cesas, adora o estilo de escrita de Rodriguesdos Santos, as temáticas, mas sobretudo, subli-nhou, o facto de ele tornar acessível ao comumdos leitores a atualidade científica. Por detrásdo enredo, sempre palpitante, que nos obrigaa passar sofregamente duma página à outra,há uma explicação dos mistérios científicosdo nosso tempo, que embora numa linguagemacessível, nos faz sentir mais inteligentes. As-sim como há autores que nos fazem romancespara explicar a história, José Rodrigues dosSantos revela-nos a ciência, tal como ela é enão como antecipação científica como outrosautores o fazem.

Perguntámos ao escritor por que razão éque este livro saiu primeiro em francês e sómais tarde sairá em português. Esclareceu-nosque tudo é devido à estratégia de marketing daseditoras. Que em Portugal o lançamento datemporada literária se faz geralmente depoisdas férias grandes e que em França há o hábitode se fazerem lançamentos deste tipo de ro-mances, exatamente antes das férias para deli-ciar os veraneantescom livros de suspen-se capazes de mantero leitor alerto. O livro,confiou-nos, já foiescrito há um ano,mas tem estado à es-pera da tradução fran-cesa devido ao enor-me sucesso que osseus livros têm tidonaquele país. Do li-vro «La formule deDieu» foram vendi-dos mais de 2,5 mi-lhões de exemplares.Aliás José Rodriguesdos Santos é atual-mente o escritor por-tuguês com mais tira-gens, não só em Por-tugal como interna-cionalmente.

Arriscámo-nos aperguntar ao autorcomo é que ele conse-guia ser tão prolífico,atendendo ao factoque continua a ani-mar o telejornal da

RTP. Avançámos a hipó-tese de ter um exército depesquisadores para o a-poiar na procura da ma-téria científica com querecheia a sua obra. Dis-se-nos que sim, que ti-nha um exército de pes-quisadores… que eramos neurónios do seu cé-rebro e afirmou-nos queele escreve todos os li-vros sem qualquer apoiode fora. Também nos es-clareceu que tinha agorafeito um acordo com aRTP para fazer a apre-sentação do telejornal sóde duas em duas semanase assim poder ter maistempo livre para a suaobra literária.

Depois da sessão deautógrafos no Lion d’Or,José Rodrigues dos San-tos foi para os estúdiosda LusaQ TV e no fimda tarde foi entrevistadopela Radio Centre-Ville.

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No Leão de Ouro - José Rodrigues dos Santos, jornalista eescritor, quando autografava o seu novo livro para os várioseditores que estiveram com ele à conversa. Foto jornal Lu-soPresse.

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Paula de Vasconcelos

Dans les forêts de Sibérie• Por Inês FARO

São 10h damanhã no estúdio dacompanhia de dança-teatro Pigeons Inter-national. A luz doinício de dia formabonitos quadradosno chão. Uma paredeao fundo forrada atroncos de árvore re-cria o espírito de umafloresta. No caso, a daSibéria, isolada de tu-do e de todos. Esta éuma floresta urbana,num estúdio na ave-nida do Parc, no cen-tro de Montreal, masdo que ali se vai falar éuniversal. Adaptadodo livro “Dans les fo-rêts de Sibérie” de Syl-vain Tesson, a maisrecente criação dePaula de Vasconcelos é um convite à reflexão e ao retorno às coisassimples da vida. Sylvain Tesson, escritor e viajante francês, passou seismeses numa cabana na floresta da Sibéria, isolado e a três dias de ca-minho de vestígios da civilização e foi relatando a sua experiência.“Esta é uma adaptação muito íntima deste livro lindíssimo, num con-texto underground. Aproveitando a luz do dia fala-se sobre a solidãoe a contemplação do mundo”, diz a coreógrafa. Os 22 bancos, perdão,troncos de madeira, são para quem quiser partilhar esta experiência. A-qui, ninguém veio para o pequeno-almoço, mas ninguém sai de barrigavazia. Num pequeno ecrã lê-se a poesia de Sylvain Tesson. Palavrassensuais, relato de uma experiência de fusão com a natureza que o ro-deia. Palavras loucas, primárias, resultado de uma vida a chá, algumavodka, silêncio e escrita. Palavras que resultam de uma experiência in-terna intensa, longe, muito longe, dos ruídos da sociedade contem-porânea. Enquanto as palavras se escrevem, o performer Éric Robidouxinterpreta-as, convidando o espetador a entrar naquela volúpia de sen-tidos. Sabe bem começar assim o dia.

Intimidade e grandes salas“Este é um trabalho muito especial. Normalmente apresentamos

em grandes teatros. Foi um trabalho de pesquisa profunda e é a provade como se pode criar espetáculos com muito pouco”, diz. “O livrofala disso também, dessa necessidade de pararmos, de viver com maissimplicidade, de avaliar o que é necessário na vida”, acrescenta Paula deVasconcelos.

“Eu queria trabalhar sem a grande máquina de produção, queria li-berdade para trabalhar no meu próprio espaço, com o meu própriohorário. Quando estamos em grandes teatros temos de combinar mui-tas coisas: a disponibilidade do teatro, o marketing, a venda dos bilhe-tes. Desta vez queria trabalhar sem pensar nessas coisas, queria trabalharna essência, voltar ao centro do meu trabalho de artista. Trabalhar sócomo artista e não como produtora”, diz. “Além disso acontecemcoisas fantásticas: hoje por exemplo, apareceu uma jornalista da Sibériaque gostou muito da peça e quer levá-la à Sibéria”, diz.

Paula de Vasconcelos aproveitou ainda para falar da sua viagem aPortugal. “Vamos apresentar o último espetáculo “L’architecture de lapaix” que é uma coprodução com o Teatro São Luiz e que conta coma participação de dois artistas portugueses – Carlos Mil-Homens e A-na Brandão. Depois de Montreal, vamos estar em Lisboa de 10 a 13 ju-lho”, diz.

“Eu adoro Lisboa, vou todos os anos a Portugal, é bom ir de fé-rias, mas gosto muito de criar ligações profissionais e de conhecer me-lhor o mundo das artes lá. Além disso o Teatro São Luiz é magnífico,antigo e bem no centro de Lisboa. Estou muito feliz”, diz a coreógrafa.

L P

Pedro da Silva, o documentário• Por Vitória FARIA

O nosso compatriota Pedro da Silva está na moda: no espaço deduas semanas descobrimos uma biografia sua, ouvimos uma conferênciado seu autor Carlos Taveira e assistimos à projeção dum documentáriosobre a sua vida no Canadá.

Sobre o livro e o escritor encontra-se um artigo neste número dojornal, «Pedro da Silva, primeiro carteiro do Canadá», que nos dá maispormenores sobre este português em terras da Nova França. Quantoao visionamento do documentário, realizou-se na quarta-feira, dia 28 demaio, no salão da Missão Santa Cruz, na sua primeira projeção emMontreal (Laval já o tinha visualizado).

A sala estava cheia e diversas personalidades presentes. FranciscoSalvador fez as apresentações, começando por Emanuel Linhares, pre-sidente da Caixa Desjardins Portuguesa e promotor do evento. Este fa-lou brevemente sobre os programas de ajuda aos jovens patrocinadospela Caixa e o prazer de ter tornado possível este visionamento, com aajuda do Padre José Maria Cardoso, que cedeu a sala.

O Embaixador de Portugal no Canadá, José Fernando Moreira daCunha, deslocou-se de Otava para assistir à projeção, na sua primeira vi-sita oficial a Montreal. Disse algumas palavras sobre a importância des-ta iniciativa de valorização da comunidade, e de que devemos aproveitartodas as ocasiões para mostrar as páginas da história que têm a ver comos portugueses e valorizar o seu contributo para a construção destepaís.

Foi então a vez de Bill Moniz, o realizador do documentário «Pedro– Le premier facteur du Canada», que começou por agradecer a ajuda daCaixa Desjardins Portuguesa e a dedicação de Francisco Salvador. Foiele que ao assistir à projeção do vídeo em Laval, num parque ao qual foidado o nome do herói, por altura dum picnic de quebequenses descen-dentes de Pedro da Silva, que pensou que os portugueses de Montrealtambém tinham direito a assistir a esta projeção. Relatou como se come-çou a interessar por Pedro da Silva em 2003, quando se comemoraremos 50 anos da comunidade portuguesa no Canadá. Comentou ainda so-bre a odisseia do financiamento do documentário, a qual começou em2007 e cujos fundos provêm na sua maior parte da comunidade portu-guesa, o que constituium caso único. Houveainda uma contribui-ção do governo por-tuguês, e mesmo daempresa Ferma Im-port-Export de To-ronto.

O filme baseia-senas pesquisas históri-cas de Carlos Taveira,que ao longo do docu-mentário explica co-mo era a vida nessetempo em terras daNova França. Os ato-res são simples ama-dores e Pedro da Silvaé personificado pelojovem Billy Rioux, umapaixonado de barcosda época e que cons-truiu para si mesmoum semelhante aqueleem que teria viajado onosso herói aventu-reiro para navegar o rioSaint-Laurent. Tendocomeçado comotransportador de mer-cadorias, passou aacrescentar a essa ati-vidade o transporte demensagens e mais tar-de o correio oficial dacolónia, tendo sidonomeado em 1705, emnome de Luís XIV deFrança “mensageiro

do rei”, fazendo dele o primeiro carteiro doCanadá e reconhecendo a sua contribuição paraa edificação do país.

Entre a assistência estavam presentes duasdescendentes do nosso compatriota, Francineda Silva e Linda Portugais, quebequenses muitoorgulhosas das suas origens.

L P

Documentário extraido deste livro.

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Página 505 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O REGABOFE REGIONAL• Por Osvaldo Cabral

Vamos terum verão quente.

As empresaspúblicas do perí-metro regional es-tão a guardar a che-gada do verão e doMundial do futebolpara divulgarem ascontas do seu des-calabro.

A populaça es-

Teria mais valido a empresa pagar aos passa-geiros para viajarem de avião e ainda ganhavadinheiro...

Daqui a dias vamos saber as contas deoutra, a “Azorina”.

Dizem que em apenas três anos de exis-tência já vai nos 13 milhões de prejuízos. Éobra!

Daí mais uma injeção de capital que ul-trapassa 1 milhão de euros.

A seguir virá a SINAGA – outro bico-de-obra – que já celebrou contratos com 3empresas (exatamente, três!) – a SIDUL, aGreif e a KWS – para um plano de paga-mentos a fornecedores.

A engenharia financeira a que se temrecorrido nos últimos tempos para varrertodos estes prejuízos do orçamento regionalé uma obra de arte que deixa a cabeça dostécnicos da Vice-Presidência como uma cal-deira das Furnas...

Mas a maior dor de cabeça continua aser os três hospitais e a famosa Saudaçor.

Se somarmos os mais de 800 milhõesde dívidas delas, mais os 331 milhões daparceria público-privada do Hospital de An-gra e ainda as dívidas bancárias da Saudaçor,o rol dos fiados é do tamanho da distânciade Santa Maria ao Corvo, ida e volta.

São dívidas que crescem na ordem dos80 milhões por ano, contando já com os 6milhões em atraso a fornecedores no Hospi-tal de Angra.

Quanto à Saudaçor, mete dó vê-los amendigar, junto da banca, para baixar as ta-xas Euribor sobre as dívidas.

O Banif aceitou uma delas, com umaval para caucionar um financiamento de20 milhões e 400 mil euros, num prazo de10 anos (coisa para as gerações futuras irempagando até 2022).

O Santander Totta foi pelo mesmo ca-minho para outro empréstimo de quase 5milhões, acrescentando-se a tudo isso con-tratos de “factoring” para os três hospitais,que há quem diga sem controlo.

Tudo isto é apenas aquilo que se vai saben-do no “parlatório” de conversas de amigos.

Imagine-se o que vai por aí em todasas outras empresas públicas, institutos, or-ganismos e outras intervencionadas.

Depois vêm-nos dizer que não é nadade grave, porque o “total da dívida bruta daAdministração Regional dos Açores é de723 milhões de euros”!

E ainda querem que a gente acrediteneles.

tará em modo estival e preocupada com aseleção portuguesa, passando em claro osresultados da má gestão que grassa nas nos-sas empresas públicas regionais.

Já nem falo das tricas entre administra-dores, ou entre governantes, numa luta depoleiros e de reforço de poderes pessoaisnalgumas administrações – como sucedeuagora na EDA, com a limpeza de um, ou naSATA, com a introdução de mais um – enoutras que se seguirão.

O mais grave é o descontrolo que pareceter assentado arraiais em quase todas elas.

O da SATA é de louvar a Deus.Justificar mais de 15 milhões de prejuí-

zos com uma série de tretas, como repara-ções em aviões, quebra de vendas, perdas decontratos e até – vejam lá! – com as decisõesdo Tribunal Constitucional, é assumir queninguém naquela gestão teve capacidade paraprever estes contratempos, o que representadesde logo um desleixo e, também, uma faltade apreensão do mundo em que vivemos.

Não há uma única referência ao falhan-ço estratégico dos seus gestores na escolhade rotas e operações que deram para o torto,na péssima gestão dos recursos em épocade crise e num autismo crescente sobre astarifas incomportáveis que pratica.

A Atlânticoline vai pelo mesmo cami-nho.

A faturação do ano passado nem deupara pagar o combustível, como bem obser-vou o deputado do PS, Lizuarte Machado.

Temos, portanto, uma empresa onde ocusto passageiro/milha “será, muito prova-velmente, o mais caro do mundo”, de acor-do com o mesmo parlamentar.

Não obstante, a empresa encomendoudois navios para 650 passageiros e 150 viatu-ras por 85 milhões de euros.

No final já sabemos o que vai acontecer. L P

L P

Plantação no baldio de S. Jorge

Teve lugar no passado sábado, 24 demaio, no Baldio de S. Jorge uma plantação de500 pinheiros-bravos, organizada pela Associ-ação Recreativa e Cultural de Santar.

Esta é já a 3.ª intervenção do género ocorri-da no referido baldio este ano, tendo já sidoplantadas cerca de 5 000 árvores.

A esta iniciativa, que contou com muitosmembros da Associação e da população de S.Jorge, juntaram-se o Presidente da Câmara Mu-

nicipal, João Manuel Esteves, o Vereador doPelouro, Olegário Gonçalves, bem como oGabinete Técnico Florestal e elementos daJunta de Freguesia de S. Jorge/Ermelo.

Foi em ambiente bastante animado queos voluntários procederam à plantação, ajudan-do a reflorestar o local, tendo sempre em mentea obrigação de se preservar a floresta, valorizara nossa paisagem e contribuir também paraum melhor ambiente e para o turismo.

35 anos

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Página 605 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Na Casa dos Açores

SARAU POÉTICO E ARTÍSTICO• Por Carlos DE JESUS

O pontapé de partida das atividadesprevistas para a primeira edição do Festival Por-tugal Internacional de Montreal teve lugar nopassado dia 25 de maio, na Casa dos Açores,com um almoço e culminou com um sarau depoesia, fado e exposição de pintura.

A animação da parte poética esteve a caboda nossa colaboradora e poetisa, com vária o-bra publicada, Adelaide Vilela, que prestouuma vibrante homenagem aos poetas da co-munidade, mas em particular aqueles que o

tempo tirou do nosso convívio. De referir,sobretudo, o sentido testemunho de saudadepelo grande comunicador e homem da igrejaque foi Joviano Vaz, diácono da Igreja Católica,que nos deixou recentemente, assim como suamulher, Amélia Vaz, igualmente poetisa, queo precedeu na viagem da eternidade. Estiverampresentes seu filho António e a nora que recor-dou, na sua língua materna, o francês, e commuita emoção os saudosos sogros que teve.

Outro grande poeta da comunidade, ami-go da cultura, da música e do folclore, o Fernan-do André, foi também longamente lembrado,não só pelos poemas recitados como pela pre-sença da Nina, sua viúva e de seu filho David.Outro homenageado da tarde foi António Val-lacorba que lá esteve representado pelo filho,Nelson, a nora e dois netos. Sua esposa, Clotil-de, também foi lembrada.

Foram igualmente celebrados os poetasque ainda nos dão o prazer da sua companhiae da sua poesia, como a própria Adelaide Vilelaque tinha aberto o sarau recitando Natália Cor-reia e que nos brindou mais tarde com algumasdas suas composições poéticas, assim outrospoetas e poetisas que nos recitaram obras suas,como Dinora de Sousa, Adelaide Oliveira, Filo-mena Miranda, Luiz Saraiva e Laureano Soares.Deste último, podemos afirmar que a descober-ta dos seus talentos foi para nós uma verdadeirarevelação.

O programa de fado foi um brinde quecomeçou desde a chegada dos convidados àsala da Casa dos Açores, graças aos trinadosdas violas de Manuel Luís, Paulo Gomes e Tonyde Melo, assim como à guitarra portuguesa de-

dilhada por Manuel Travassos, os quais inter-pretaram também alguns fados cantados. Avoz feminina foi a da fadista Fátima, uma belapresença e boa ilustração da canção nacional,hoje parte do Património Imaterial da Humani-dade, segundo a Unesco.

A exposição de pintura serviu tambémpara homenagear as artistas ligadas à nossacomunidade que frequentam as classes de pin-tura da Casa dos Açores, como sublinhou asua promotora, Cândida Martins, que nos a-presentou obras de Anabela Couto, Michellede Grave, Micheline St-Jean, Louise Godet.Estiveram ainda expostas as obras de MariaJoão (Majão), Gracinda da Rocha, Marly Olivei-ra e Natércia Rodrigues. Esta última mostra

possuir uma maestria e uma inspiração que vaimuito além do amadorismo, como revela emparticular o seu quadro “Natália Correia”.

Antes de terminar este apontamento dereportagem, devemos sublinhar o empenhoincansável da Adelaide Vilela, como animadorado sarau, para manter em constante entusias-mo os participantes e os espectadores, e lem-brar também que foi ao Joe Puga, responsávelpela iniciativa, que couberam as palavras finaisde agradecimento e louvor pela participaçãodos presentes, assim como foi ao presidenteda Casa dos Açores, «the last but not the least»,Benjamim Moniz, que couberam as palavrasde boas vindas.

Dinora de Sousa. Foto LusoPresse. L P

Depois de muito trabalho para organizar a tarde dedicada aos poetas, Adelaide Vi-lela mostra-se feliz na companhia de dois amigos brasileiros que também participaramno sarau. Foto LusoPresse.

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PEDRA DE TOQUE

DANIEL DE SÁ E O SENHOR DA ESPERANÇA• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

“Que mãos terão esculpido este rosto?...Que espírito concebeu assim o olhar humano de Deus?...Que umas vezes parece triste, dramaticamente triste, outrasvezes apenas resignado...Houve um artista que foi encarregado de substituir estes olhospor outros, de vidro.Com o cinzel pronto para o primeiro golpe, sentiu chegar-lhe àalma aquele estranho olhar. Reteve o gesto, e disse: “Não posso.”Por isso os olhos do Senhor Santo Cristo dos Milagrescontinuam a ser os mesmos de sempre.”

Daniel de Sá, In: Senhor Santo Cristo – o olhar humano de Deus, 2007

Maio. Primavera. Há cerca de umano, numa manhã açoriana que, entre o azuldas hortênsias e o verde da criptoméria, sedescortinava o amarelo da bela e perfumadaflor da conteira, chegava da freguesia da Maia anotícia da partida repentina e serena do escritorDaniel de Sá. Na Ilha de cá, que o Daniel teima-va em dizer que não era Ilha de verdade (ter ocontinente à distância de uma ponte não é vi-ver numa ilha a sério...) era uma dessas enxo-valhadas manhãs de outono que apetece ficarquietinha, curtindo o aconchego da casa. Aliás,igual ao dia de hoje – cinzento, frio, nuvensgrossas como um mata-borrão secando a umi-dade do céu. Ou, será a minha vista turvadapela dança das lágrimas? Sentar aqui, depoisde um ano sem o Daniel e falar da saudade doescritor e do amigo, não é nada fácil.

Talvez, não o conhecesse tanto quantoseus amigos de uma vida. Mas, conheci o sufici-ente para saber que ele, também, não ia gostarde ler um rosário de choramingas em sua me-mória. Em 27 de maio de 2013 lamentávamosa sua partida, deixando-nos órfãos do seu sa-ber, da sua palavra sempre pronta, da ternurade atitudes, da sua lealdade e frontalidade, hoje,recordo Daniel de Sá, cidadão português, aço-riano da Maia, homem de muitas letras, pro-fessor, marido de Maria Alice, pai e avô amadoe querido amigo.

Quero correr por canadas da memória acirandar de umas para outras lembranças vivascomo a lição que me dedicou sobre o uso do“c” mudo em Português de Portugal que perdeua validade: “Nós por cá, em Portugal,/temoscês muito discretos./E quem não quer amarmal/Tem de pô-los nos afectos./ É que estaquestão dos cês/Não se faz assim à toa./Temrazões e tem porquês,/Não é moda de Lisboa[...] Vais aprendendo a lição? Se não vais, jáme retracto,/mas nestas há quem os diga,/Dou o dito por não dito/Que a nossa lição

prossiga.[...] “. Pois, a deliciosa lição do “di-lecto” amigo prosseguiu rendendo um bomdebate, além do ensinado ou do humoradopuxão de orelha.

Intelectual brilhante tratava da linguagemcomo um virtuose da palavra, brindando seusleitores com verdadeiras preciosidades literáriasesculpidas na sua elegante e fecunda escrita.Sua produção se alimenta da história social, dotempo e do espaço apontando caminhos deum processo histórico marcado pelo fenôme-no da emigração, pela condição de estar fora daIlha ou dentro dela. Daí a afirmação antológica– sair da Ilha é a pior maneira de ficar nela –do seu romance “Ilha Grande Fechada” quetanto comove por ser tão verdadeiro mesmosendo ficção. Daniel é citado como uma vozde grande sensibilidade que falava da freguesiada Maia de histórias passadas com as coisas,com a vida das Ilhas. Sobretudo, é lembradopor sua escrita de respeito à condição humanae de amor a terra, desvendando-lhes a alma,gravando verdades ou, simplesmente, contan-do histórias – retratos da vida real “penetradospor uma claridade particular que os converteem fonte de sentidos-outros e os transfigura. Eno encontro da palavra iluminada por um es-pírito unificador, institui-se o espaço da reve-lação”. Aqui, cito a escritora Adelaide Freitassobre a escrita de Daniel. Autora que ele muitoadmirava e queria bem. Duplamente me emo-ciono.

Milhares de crônicas, artigos de jornal,prefácios, textos, notas, mensagens do correiopostal às eletrônicas. Livros, uns vinte, creio.Gerou e deu voz a personagens tão distantescomo Charles Lawson, o jornalista luso-ame-ricano de O Espólio (1987), e Aharon CsánadyHalévy, o sobrevivente de Auschwitz, de EDeus Teve Medo de Ser Homem (1997) ou,ainda, como João, o romeiro de Ilha GrandeFechada (1992), e de António, o amado de He-lena, de A Terra Permitida (2003). No entan-

to, tão próximos nos questionamentos e noentendimento que têm de si, de seu lugar nomundo, de suas escolhas, de sua capacidade, deseus limites e de seus desafios.

O que realmente me cativa é a sua narrativaem Sobre a Verdade das Coisas (1985). De-bruçado sobre factos corriqueiros, conhecidosde toda a freguesia, vai entrelaçando a realidadee a ficção na urdidura de cada personagem econto como se tudo acontecesse sob a sua ja-nela. Daniel de Sá transforma a Maia em palco,num cenário aberto para sua ficção e de lá sefez ouvir. E de lá descansou a pena para sempre.

Quero lembrar Daniel de Sá por sua de-voção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres –o Senhor da Esperança. Comentar sobre oenlevo de sua escrita espiritualizada, de profun-da religiosidade, enquanto a cidade de PontaDelgada ainda “cheira a Festa” e vive o climade grande comoção que marcou, mais uma vez,a procissão da rica imagem do Senhor SantoCristo, coroado de espinhos, sofrido, olhartriste, mas cheio de amor e levando com Eletodas as aflições e esperanças renovadas a cadaprimavera, num dramático e verdadeiro teste-munho da imperecível fé dos açorianos.

Fiel aos seus princípios e crenças, Danielera frontal, punha na sua escrita tudo aquiloem que acreditava e com absoluta convicçãopartilhava o seu pensar. O seu texto para o li-vro Peregrinos do Senhor Santo Cristo dosMilagres (2009) é a sagração da história doculto da imagem do Senhor Santo Cristo – oEcce Homo. Estudioso, investigador sério, lan-çou seu olhar acurado, isento, sobre os factossociais e históricos que registram a celebraçãoreligiosa na sua essência e manifestação. Danielnão deixa dúvidas quanto à origem remota do

culto, à sua expansão e popularidade às outrasilhas do arquipélago e também a muitas comu-nidades da diáspora açoriana, bem como a datada primeira procissão em 11 de abril de 1698,há 316 anos. Magistral história guardada namemória coletiva dos antepassados, transmi-tidas aos seus descendentes e contadas e (re)-contadas às gerações de hoje e às gerações deamanhã.

Concordo com Onésimo T. Almeidaquando diz que “quem nunca assistiu àquelasfestas (nem viu um rancho de romeiros) nãoconhece a cultura micaelense. As festas fazemparte do mais fundo da cultura daquela ilha[...] “.

Jamais esquecerei a emoção sentida aoassistir à Festa do Senhor Santo Cristo dosMilagres. Da madrugada de sábado até domin-go à noite procurei acompanhar e entender ossignificados do culto e do ritual marcados pormomentos de intensa religiosidade e belezano Santuário da Esperança, onde uma monta-nha de flores abraçava a imagem e, no lado defora, no campo de São Francisco, uma feéricailuminação dominava com arte toda a praça.Segui a procissão da mudança da imagem e nodomingo mergulhei no mar de gente que acom-panhava a imagem pelas ruas enfeitadas comtapetes de flores e das janelas ornadas com lin-das toalhas numa profusão de cores e cheiros.Meu olhar incansável e deslumbrado ia do po-vo às janelas e varandas, onde famílias reveren-ciavam a tradição secular. É impossível não seemocionar. Já escrevi anteriormente sobre agrandiosidade da Festa e da comoção coletivaque perpassa naqueles dias de louvor, de vivên-cia da fé e tributo ao Senhor da Esperança.

No texto do DVD Senhor Santo Cristo– o olhar humano de Deus, Daniel de Sá deixouo seu recado: Felizes aqueles que acreditamsem ver. Mas os nossos olhos precisam de ima-gens como esta que nos lembrem alguém quetanto nos amou. E de multidões cujo exemplode fé nos leve a confiar também. A dor acom-panhada é menos triste, o amor partilhado émais forte.

Minha gratidão ao Daniel de Sá por todasas palavras ditas e por todas as que escreveu eque ficam para sempre.

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

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O saudoso escritor Daniel de Sá.

L P

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LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Carlos de Jesus

Inês Faro

Norberto Aguiarr Ludmila Aguiar Daniel Pereira

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Página 905 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

PEDRO DA SILVA...

O PRIMEIRO CARTEIRO DO CANADÁ• Por Vitória FARIA

No passado dia 21 de maio, na sim-pática biblioteca municipal de l´Ile Perrot, umencontro inusitado entre um escritor portu-guês e uma descendente do herói do seu livro,Pedro da Silva.

O escritor é Carlos Taveira, nascido na ci-dade de Lobito, em Angola, chegado a Mon-treal em 1985, onde viveu 15 anos, e atualmentea residir na capital federal.

A descendente do herói do livro é MmeSuzanne Da’Sylva, que descende em linha retade Nicolas Dasilva, um dos catorze filhos donosso herói.

O livro é «Mots et marées», uma biografiade Pedro da Silva, o antepassado de todos os“Silvas”, incluindo as diversas grafias do nomeoriginal, e ainda de alguns dos “Portugais” doCanadá.

Este livro veio parar-nos às mãos por ummero acaso. Entramos numa livraria que nuncafrequentamos, principalmente porque tem àvenda mais canecas para o café e velas perfuma-das do que livros (exagero apenas um pouco)e que, dentre os livros, a parte dedicada à litera-tura em língua francesa é ínfima. Pois por umsegundo acaso, num escaparate com as novida-des, havia o livro dum autor com um nomeportuguês, para cúmulo sobre um personagemde que todos nós que vivemos no Canadá jáouvimos falar.

De Pedro da Silva (ou Pedro DaSilva) pou-co se sabe a respeito da data da sua chegada aterras da Nova França, nem como aqui chegou,por que razões, quando e onde nasceu. Foi otrabalho de pesquisa de Carlos Taveira, um tra-balho minucioso e feito com todo o rigor exi-gível para um romance histórico, que nos deuesta biografia fascinante, um volume de 550páginas que devoramos em poucos dias. Fica-mos então a saber que o nosso herói já viviaem Quebeque no ano de 1672 e que no ano se-guinte foi contratado por um período de seismeses por Bertrand Chesnay, conhecido comoLagarenne, um dos negociantes mais ricos dacolónia. Facto surpreendente para a época, Pe-dro da Silva assinou o contrato com uma belaescrita pois sabia ler e escrever na sua línguamaterna.

Por que razão é que Pedro da Silva é umpersonagem que ficou conhecido na históriado Canadá? As comunicações são importantes,e se o são hoje, ainda mais o eram nesse distan-te século XVII, em que a Nova França vivia,sem o auxílio da distante mãe-pátria, no meiode guerras com os índios e a Nova Inglaterra.Nesse tempo em que a única via de comunica-ção era o Saint-Laurent, um rio perigoso, queo nosso compatriota navegou de Quebeque aTrois-Rivières e até Montreal, nos dois sen-tidos. O facto de Pedro da Silva saber ler pro-porcionou-lhe que, para além do transportede mercadorias, pudesse levar mensagens, poisà medida que ia dominando a língua francesa,era capaz de decifrar corretamente os nomesescritos e assim entregá-las a quem de direito.Os primeiros a recorrerem aos seus serviçosforam os Jesuítas, o que decerto inspirou aconfiança dos particulares para que, não sólhe entregassem cartas mas também cobranças.

Mais tarde foram os dirigentes da administraçãocolonial que lhe confiaram a correspondênciaoficial, mensagens de grande importância, so-bretudo em tempo de conflito. De tal maneiraos seus serviços foram reconhecidos que, emdezembro de 1705, foi nomeado “messagerordinaire” (carteiro) por Jacques Raudot, inten-dente da Nova França. No documento da suanomeação como mensageiro do Rei, por or-dem de Luís XIV de França, era louvada a sua“diligência e fidelidade, estabelecidas as tarifasdo porte das cartas, e solicitada a assistênciados oficiais em caso de necessidade para levaras cartas do Senhor Governador-Geral”.

A partir do momento em que Pedro daSilva, a 16 de maio de 1677, se casou com JeanneGreslon, chamada “la Jolicoeur” para a distin-guir da mãe que tinha o mesmo nome, come-çou-se a dispor de dados sobre a sua vida noCanadá. A data do nascimento de cada filho,quem foram os padrinhos, etc., tudo está con-signado nos arquivos da época. Sabe-se queera um homem muito crente e os seus filhossempre foram batizados, se não no própriodia do nascimento, no dia seguinte, como oprescrevia a Igreja. Ao longo dos nascimentospode detetar-se a sua ascensão social, pois seao princípio as crianças eram apadrinhadas porsimples amigos, os últimos o foram por perso-nagens importantes da colónia. Infelizmente,o nosso herói vai-se extinguir a 2 de agosto de1717, vítima duma febre maligna, possivel-mente a febre-amarela, sem a presença dos seus,e enterrado rapidamente no cemitério de NotreDame de Québec, segundo as medidas usuaispara evitar o contágio. Estas epidemias eramcoisa corrente na colónia e sempre faziam mui-tas vítimas. O próprio Pedro da Silva assimperdeu cinco dos seus filhos.

Tudo o que aprendemos com esta leitura,foi-nos exposto por Carlos Taveira na sua ex-celente conferência, com a vantagem de termosdireito à projeção de documentos da época e,sobretudo, de cartas geográficas que nos mos-traram os lugares em que viveu Pedro da Silva.

Soubemos também que a sua descendente,Mme Suzanne Da’Sylva, se deslocou a Lisboapara tentar achar mais traços do seu antepassa-do. Infelizmente, o único registo encontradonesse nome, seria o de alguém nascido em Setú-bal, mas provavelmente não o nosso herói.

Este não é o primeiro livro de Carlos Ta-veira sobre um dos nossos antepassados co-nhecidos no continente americano. O primeirointitula-se «Mateus da Costa e os Trilhos deMegumaagee» (2006). Este personagem é outrogrande mistério pois o que se sabe ao certo éque era um negro originário do Congo comum nome português, homem livre e navegador,que desembarcou em 1607 na América paraservir de intérprete de francês para micmac,que era a língua falada então no que é hoje aNova Escócia, e que se fazia pagar bem pelosseus serviços. Para ter algumas respostas (ouhipóteses de resposta) é preciso ler o livro,que são com certeza horas asseguradas de pra-zer de leitura, dada a escrita elegante do autor eo rigor histórico observado no único livroseu que tivemos ocasião de ler à data.

Seguiu-se-lhe um outro romance «La tra-versée des mondes» (2011), uma história cru-zada entre a Nova França do século XVII e o

Montreal do ano 2000.Depois da biografia de «Pedro Da Silva,

un Portugais messager du roi en Nouvelle-France» (2014) o autor publicou ainda um livrode poesia intitulado «De la racine des orages»(2014).

Carlos Taveira confessou-nos que está emvias de escrita de um romance sobre uma outraconterrânea nossa, Marie-Josèphe, uma escravanegra nascida na Madeira em 1705, vendida naNova França a Thérèse de Couagne e a seumarido em 1725, que a batizaram de Angélique.Acusada de ser a causadora dum incêndio quedevastou um terço da cidade de Montreal em1734, foi condenadaà morte sob o teste-munho duma criançade 6 anos e executadaa 21 de junho do mes-mo ano. Isto sabe-mos nós, os montre-alenses, graças à peça«Mãos Negras», leva-da à cena por Tetche-na Bellange, em abrilde 2009. No ano pas-sado, o nome de Ma-rie-Josèphe-Angéli-que foi dado a um pe-queno parque, perto

do local onde ela viveu, e que fica ao lado da es-tação de metro Champ-de-Mars.

Carlos Taveira, com a filha. Foto LusoPresse.

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Na 2ª Gala da Diversidade

Homenageados oito Quebequenses• Por Jules NADEAU

No decorrer duma prestigiosa soiréeno Teatro Outremont, oito Quebequenses dediversas origens e de meios diferentes foramhomenageados quando da segunda edição dosGrands Prix Mosaïque. «A diversidade emação!» um acontecimento anual fazendo honraa Donald Jean, incansável pdg da agência deimprensa Médiamosaïque e iniciador dos pré-mios Lys de la Diversité.

A conferência de imprensa de 11 de marçoúltimo dizia bem a verdade: a gala de 2014 iriaser uma bela festa da diversidade e a valorosaequipa de Donald Jean ia entregar o prometido.Muitos participantes, uma soirée festiva comespetáculo e, sobretudo, vários talentos a reterentre os laureados. Sem esquecer o prazer derever os velhos amigos como Dany Laferrière,Kim Thuy e Boucar Diouf. Dos «pure laine etdu Québec tissé serré», segundo a expressãoimaginativa deste último que fez rir toda a sala.

Honremos então os oito vencedores e queé preciso enumerar. O lys da imprensa foi paraMarie-Lise Rousseau por um artigo publicadono jornal L’Itinéraire. O lys da rádio ganhopor Luc Fortin por uma reportagem sobre osJogos Paraolímpicos de Sotchi no canal M, Devues et voix. O lys da televisão foi atribuído aPhil Beauchemin pelo seu documentário «UneTerre 1000 mondes» produzido por Polyvista.Na categoria foto, foi Valerian Mazataud poruma reportagem sobre Montréal-Nord na re-vista Nouveau-Projet. Na categoria web, Solei-man Mellau pelo seu site «Autochtones, l’autrehistoire» na Radio Canada International.

Os outros três lys estavam sujeitos a crité-rios diferentes. Para recompensar uma pessoadas que vieram substituir os antigos, DéborahCherenfant pelo seu blogue encorajando o su-cesso nos negócios de novos empresários. Nocapítulo dos construtores, Jérôme Pruneau deDAM (Diversité Artistique Montréal) pela sua

contribuição inestimável aos artistas. E enfim,a grande Homenagem à autora Kim Thuy, pré-mio entregue pelo académico Dany Laferrière.

Impossível, aqui, de não sublinhar o calordo porta-voz Boucar Diouf. A sua grandeza(de tamanho), a sua vitalidade e o seu humorde observador formidável. Depois de 24 anosno Senegal e 24 anos no Quebeque, o oceanó-grafo fez suficientemente de laboratório parapassar ao raio X o falar dos Quebequenses.Por exemplo, ele definiu-nos a diferença pro-funda entre dois termos: o ici (aqui) correntee o icitte mais imediato: viens drè-là! «Repara-ram que quando dizemos viens icitte! isto querdizer “vem já de seguida”?», lançou ele enquan-to mencionava a existência da sua amorosa deMatane. Cada vez que ele voltava à sabedoriado seu avô, os riros rebentavam. Também épreciso escutar uma canção da sua autoria uti-lizando rimas como Cancun e ti-counes. (maspara se divertir em grande com Boucar Dioufé imprescindível ver o seu espetáculo.)

Também foi divertido escutar madameKim Thuy contar uma anedota da sua viagema França com Dany Laferrière. Sem pensar, eladeclarou: «Eu e ele vimos do mesmo país».Evidentemente que ela queria dizer do Que-beque, sem insistir sobre a cor da pele. O quesurpreendeu o público francês, seguramentemais atento à diferença física entre uma Viet-namita e um Haitiano.

Enfim, uma palavra sobre os outros ar-tistas que acrescentaram uma nota cativanteao encontro. O saxofonista Simon Pierre quenos apresentaram como arquiteto. Matt Mar-dini, cuja interpretação de la Bohême nos fezlembrar o charme eterno de Charles Azna-vour. E Marco Calliari, «enfant de la Loi 101»,capaz de fazer dançar os Latinos e os imigrantesde todas as origens.

A foto de família dos oito laureados da diversidade duma prestigiosa gala no TeatroOutremont. Muitos talentos do Quebeque «métissé serré». Foto Jules Nadeau/Luso-Presse.

L P

A partir de agora...O explorador Marco Polo convida-vos à Pointe-à-Callière

• Por Jules NADEAU

Mais uma vez, o complexo musealde Pointe-à-Callière conseguiu algo de excecio-nal com a sua exposição sobre o fabulosoMarco Polo. Se Vasco da Gama sulcou intrepi-damente os mares ente Portugal e o continenteindiano, Marco Polo brilhou por uma façanhaigualmente espetacular. Desapareceram, respe-tivamente, em 1524 e 1324. Muito sensíveisaos sonhos dos exploradores, os visitantesportugueses ficarão satisfeitos ao percorrer estaexposição aberta ao público até 26 de outubro.

Para começar, queremos exprimir o desejode que a comunidade portuguesa possa fazervir de Portugal uma exposição do mesmo cali-bre, sobre um acontecimento ou um persona-gem histórico. Talvez não seja preciso arranjartodos os artefactos a partir do nada. Algumasdas exposições vistas recentemente foramtransplantadas de outro lado para Montreal ecom sucesso. Naturalmente que vai ser precisouma nova embalagem e algumas adaptações.Mas deixemos aos especialistas o cuidado dediscutirem do assunto. De qualquer forma, umamissão possível! Imaginem o impacto culturalsobre um público de centenas de milhares deadultos e de crianças, durante alguns meses!

(Em dezembro próximo, será a vez dosnossos amigos helénicos nos deslumbraremcom 500 artefactos provenientes de 22 museussobre a Grécia antiga.)

É graças à colaboração de instituições, decoleções e de especialistas franceses que nósabordamos o bravo Veneziano. Um percursodescrevendo em pormenor as principais etapasdo seu projeto fenomenal: Arménia, Terra San-ta, Pérsia, Afeganistão, Mongólia, etc. «Umpériplo realizado há 700 anos e de que aindahoje se fala.» Christophe Colomb tinha uma

cópia do seu volumoso Livre des merveillesquando se lançou à descoberta da América.Foi mesmo uma leitura obrigatória para mui-tos outros exploradores.

Com a idade de 17 anos à partida da Euro-pa, voltou aos 41. Em plena Idade Média, umaexploração longa de um quarto de século. Nadamenos de 20 000 km, donde uma grande parteda viagem de regresso por via marítima, o quese esquece com frequência. Cerca de 200 artefac-tos ajudam-nos a compreender a geografia dagrande viagem. As iluminuras do Livre desmerveilles marcam a cronologia. Objetos doMuseu Cernuschi evocam a Rota da Seda. Jadechinês branco e um queimador de incenso fina-mente trabalhado. Tecidos e especiarias. Podemesmo examinar-se uma verdadeira iurta comtelhado de feltro.

A reputada sinóloga Frances Wood doBritish Museum pôs em dúvida o facto que oVeneziano tenha chegado à China, por causadas muitas omissões no relato da sua viagem.Com efeito é surpreendente! Assim, ele nuncafalou da Grande Muralha, dos pés atados, dochá, nem dos caracteres chineses. Além disso,os cronistas mongóis da dinastia Yuan não re-gistaram nada sobre a vinda dum visitante cau-casiano. Contudo, outros sinólogos e especi-alistas chineses insurgiram-se contra a tese(1995) da Britânica. É a si de julgar: é verdadeou mentira?

Entre as cinco últimas exposições que vi-sitei em Pointe-à-Callière, a Costa Rica, a Ilhada Páscoa, os Samurais de Richard Béliveau, asRotas do Chá e Marco Polo, teria dificuldadeem dizer qual foi a que mais me seduziu. Todasde qualidade superior. A melhor maneira paraentrar na matéria para os grandes monumentosda história da humanidade.

Para mais pormenores, as tarifas e as horasde abertura: www.pacmusee.qc.ca. L P

A célebre narração de Marco Polo, o Livre des merveilles, mostra o imperadormongol Kubilaï Khan partindo à caça com um leopardo domesticado em cima docavalo. Foto da Biblioteca Nacional de França.

Instalação e exploração sazonal de um Parque de Diversões na Ínsua do Vez

A Câmara Municipal abriu recentemente um Concurso Público para a instalação e exploraçãode um Parque de Diversões na Ínsua do Vez.

Esta concessão tem por objeto o uso do terreno da Ínsua do Vez, no Campo do Trasladário,para instalação e funcionamento de um Parque de Diversões direcionado para o público em ge-

Cont. Pág. 14, PARQUE...

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Em Nova Iorque

Cultura Portuguesa invade Central ParkPortugal Day New York 2014 – 15 de junho – Central Park

No dia 15 de junho de 2014 NovaIorque irá mais uma vez viver a cultura portu-guesa, através da realização da quarta edição doPortugal Day NY. Tendo como cenário o Cen-tral Park, o evento consistirá numa corrida de5 milhas (km) para adultos, corridas para crian-ças dos 2 aos 12 anos e num festival com músi-ca e gastronomia portuguesas.

Tanto corredores como visitantes poderãoganhar prémios que incluem viagens e estadiasem Portugal, entradas em provas de atletismo,e ainda vouchers para restaurantes portuguesesem Nova Iorque. Como novidade este ano, oscorredores irão receber cada um uma medalhacomemorativa, concebida especialmente parao evento.

As inscrições para a corrida estão abertase todos os interessados em participar podeminscrever-se em www.portugaldaynyc.org. Estãotambém abertas as inscrições para voluntáriosdo Portugal Day NY.

Para além dos corredores, são esperadosno evento muitos portugueses que vivem naárea de Nova Iorque, New Jersey e Connecticut,assim como os habituais visitantes do CentralPark. As edições anteriores do evento contaramcom mais de 10 mil participantes.

A edição de 2014 do Portugal Day NY vaicontar com a participação especial da fadistaCláudia Duarte, do cantor John George e do

grupo Ménage. Tal como nas edições anterio-res, a fadista Nathalie Pires vai mais uma vezdeslumbrar com as suas interpretações doshinos de Portugal e dos Estados Unidos.

O Portugal Day NY teve a honra de maisuma vez lhe ter sido concedido o Alto Patrocí-nio de Sua Excelência o Presidente da Repúbli-ca Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva. Este re-conhecimento é um reflexo da importânciaque o Portugal Day NY tem na promoção dePortugal perante o público americano.

“O Portugal Day NY, devido ao tipo depúblico que atrai, permite chegar a um nichodo mercado americano que é muito apetecívelpara divulgar a nossa cultura, marcas e artistas.”,referiu João Francisco, Diretor-geral do eventoe Presidente do Portuguese Circle.

Um dos aspetos principais que tem con-tribuído para o sucesso do evento é a participa-ção de centenas de voluntários. As inscriçõespara voluntários no evento estão de momentoa decorrer através do website:

www.portuguesecircle.com.O Portugal Day NY nasceu da iniciativa

do Portuguese Circle e é realizado em parceriacom a New York Road Runners (NYRR), en-tidade responsável pela maioria das corridasoficiais que têm lugar em Nova Iorque, incluin-do a famosa New York City Marathon.

Mais informações emCont. Pág. 14, CULTURA...

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Faleceu em Laval no dia 23 de maio de2014, com 80 anos de idade, Jorge Manuel Soa-res, natural do Rosário, Lagoa, São Miguel, A-

çores, esposo de Maria dos Anjos CostaAndrade.

Deixa na dor a sua esposa Maria dos An-jos, os seus filhos Georges (Guylaine Lavoie)e Stéphane, a sua filha Kathy (Marc Delage),os seus netos Gabriel e Simon, a sua neta An-dréanne, o seu irmão Augusto (Maria Olindia),os seus cunhados e cunhadas, os seus sobri-nhos e sobrinhas, os seus primos e primas,assim como restantes familiares e amigos.

Os serviços fúnebres estiveram a cargo de:MAGNUS POIRIER Inc.222, Boul. Des Laurentides, LavalTel.: 514 727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCel.: (514) 918-1848

O velório teve lugar na sexta-feira dia 30de maio de 2014, das 9h às 12h, das 14h às 17he das 19h às 22h, e no sábado a partir das 9h.

Seguiu-se a missa de corpo presente, no

sábado dia 31 de maio de 2014, às 12h na IgrejaSt-Elzéar, 16 Boulevard St-Elzéar Est (Laval),tendo sido sepultado no Cemitério de Laval,5505 Ch. bas St-François (Laval).

A família vem por este meio agradecer atodas as pessoas que,de qualquer forma, selhes associaram nestemomento de dor. Atodos o nosso obri-gado pelo vosso con-forto. Bem Hajam.

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12/07 - 17h - Brasília (63)

13/07 - 16h - Rio de Janeiro (64)

08/07 - 17h - Belo Horizonte (61)

01/07 - 13h - São Paulo (55)

01/07 - 17h - Salvador (56)

1º HX

2º G

QUARTOS DE FINAL

JORNADA DE 16JORNADA DE 16

QUARTOS DE FINAL

SEMIFINAL SEMIFINAL

FINAL

3º LUGAR

GGGRRRUUUPPPOOO EEFASE DE GRUPOS

FINALFASE FINAL

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Página 1405 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

EDITORIAL...Cont. da pág 1

MUNDIAL...Cont. da pág 15

ça salarial negativa se tem vindo a acentuardesde há vários anos. Segundo o estudo federal,o salário médio dos imigrantes com um primei-ro ciclo universitário, era de 57 400 $ em 1988e é hoje de 38 000$, uma baixa de 34%.

Se esta constatação é valida para todo oCanadá, a diferença percentual é ainda mais si-gnificativa no Quebeque, provavelmente devi-do à importante imigração escolarizada do Ma-grebe. Com efeito, quanto mais escolarizadossão os imigrantes maiores são as diferençassalariais. Quer isto dizer que não é raro ver-semédicos, engenheiros, contabilistas e outrasprofissões liberais, incapazes de obterem em-pregos no seu ramo e se verem condenados aconduzir um táxi, lavar pratos num restauranteou fazer trabalhos de jardinagem.

Poderia pensar-se que a discriminação é opão negro dos imigrantes. Foi o que aconteceucom os irlandeses que acostaram nestas bandasnos meados do século XIX. Foi o que aconte-ceu mais tarde com os judeus, que nem direitotinham de entrar na universidade. Aconteceucom os italianos que nem por serem católicostiveram direito a entrar nas escolas dos canadia-nos franceses. Idem idem, aspas aspas para osgregos, chineses e tutti-quanti.

Já do lado português, considerando que abaixa escolaridade generalizada os condenavaaos empregos subalternos que os nativos o-lham por cima do ombro, não se pode dizerque tivessem encontrado, regra geral, grandesdiscriminações. A baixa instrução, aliada a umaenorme capacidade de adaptação fez dos por-tugueses uma das comunidades mais bem inte-gradas no país, a tal ponto que hoje tem doisministros das Finanças de origem portuguesa:um no Ontário e o outro no Quebeque.

O mesmo já não se pode dizer dos novosimigrantes, sobretudo de origem muçulmana.O 11 de setembro de 2011 e toda a guerrilhados movimentos islamitas pelo mundo fora,mas particularmente em África nos últimostempos, tem vindo a repercutir-se sobre a repu-tação dos novos imigrantes oriundos do nortede África, não obstante serem dos mais escola-rizados e de falarem, regra geral, um excelentefrancês. Tanto o mercado do trabalho como aprópria sociedade estão a mostrar-se hostisaos imigrantes de religião muçulmana.

Esperemos que este estado de espírito sevá atenuando com o tempo, mas sobretudocom o comportamento destes novos imigran-tes que um dia poderão provar, se assim o de-sejarem, que podem ser tão canadianos e que-bequenses como os Ryans, os Burns, os John-sons ou até os Da’Sylva.

são, o seu goleador Sabório, não quererá ser obombo da festa deste grupo.

Grupo ESe não fosse capaz do melhor e do pior, a

França, por nós, já estaria na fase seguinte,pois está num grupo de equipas sem grandetradição a nível internacional. E como é assim,não vá o Diabo tecê-las e fazer com que aFrança se deixe ultrapassar pelas Honduras,Equador ou Suíça. Se assim fosse, estaríamosperante um verdadeiro escândalo! Na verdade,com o leque de jogadores que possui, a Françatem capacidade para passar o grupo e, até, che-gar longe na prova. Mas, para isso, há queprovar dentro do campo.

A Suíça, pela boa fase de apuramento quefez pode ser uma das equipas-surpresa destemundial brasileiro.

Grupo FPelo prestígio, pelos jogadores e pelo

grande atleta que é o Messi, a Argentina deveser uma das formações que mais rapidamentepoderá se classificar para a fase seguinte. Amenos que haja algum problema desconheci-do no interior do seu grupo. De facto, das trêsadversárias, Nigéria, Bósnia e Irão que fazemparte do seu agrupamento, nenhuma delas nosparece ter argumentos para fazer frente aos ar-gentinos.

Mas como sempre temos dito que no fute-bol não há vencedores antecipados, quem sabese...

Interessante será ver até onde pode ir oIrão de Carlos Queiroz, uma equipa completa-mente desconhecida do mundo ocidental e que,se não estamos em erro, só tem três jogadoresa jogar fora do país.

Grupo GPara os «instruídos» do futebol, Portugal

e Alemanha já estão apurados para os oitavos-de-final. Mas para os simples adeptos, aquelesque acreditam que no futebol nem sempre ven-ce o favorito, há quatro equipas para dois lugarese estes serão ocupados pelas duas formaçõesque tiverem mais habilidade no decorrer dosrespetivos noventa minutos. Uma bola na bar-ra ou no poste; um erro do árbitro ou do guar-da-redes, quem sabe, pode ser o fator que deci-dirá quem passará para a disputa da fase seguin-te. É desta forma que tudo pode acontecer, atéporque o Gana e os Estados Unidos, hoje, jásão equipas de muito bom nível internacional.

Pelo que aconteceu em 2002, na Ásia, osEstados Unidos têm contas a ajustar com aAlemanha, visto terem sido eliminados poresta equipa, nos quartos-de-final, de formapouco ortodoxa, com o árbitro inglês a perdo-ar um lance de golo iminente na baliza dos ale-mães a poucos minutos do fim da partida. Vere-mos o que vai agora acontecer...

Grupo HA Bélgica é a equipa do momento. Ga-

nhou o apuramento para o Mundial de formaimperial e é uma equipa cheia de bons jogado-res, quase todos eles jovens, cheios de ambição,a quererem fazer ressurgir a Bélgica de outraseras, quando era apelidada de os «Diabos Ver-melhos». É por isso que, em nossa opinião, aBélgica será uma das equipas sensação da prova,sem contudo pensarmos que pode chegar acampeã. Mas que fará figura, lá isso não temosdúvidas.

Com a Bélgica avançará para a etapa se-guinte a Rússia, a tal que quase fez Portugal fi-car pelo caminho. Mas atenção à Coreia doSul, outro país já com alguma dimensão futebo-lística mas que demora a desabrochar. Entretan-to, seria melhor que os adversários tivessem odevido respeito pela Argélia, um ninho debons futebolistas.

Como nota de rodapé, uma palavra paracriticar a decisão de Jurgen Klinsmann, quedeixou de fora Landon Donavan, o seu melhorjogador e um dos 10 melhores jogadores domundo em nossa opinião!

Nota: Veja calendário dos jogos na pági-na 13.

L P

portuguesa na Major League Soccer... Em 2015,mais duas formações se adicionarão à MLS e,assim, mais estrelas internacionais virão parao seu campeonato, como Villa, internacionalespanhol do Atlético Madrid, e Lescott, doManchester City, que também é internacionalpela Inglaterra, e que deve assinar nos próxi-mos dias. E ainda há o caso de Lampard, doChelsea, que pode vir do Campeonato do Mun-do do Brasil diretamente para Nova Iorque,para ingressar no Nova Iorque City, uma dasduas equipas – a outra é o Orlando City – queingressarão na MLS em março de 2015.

Falando do Orlando City, que neste mo-mento joga na Segunda Divisão, já se diz quedois craques brasileiros farão parte do seu plan-tel e que são nada mais nada menos que Kakáe Robinho!

Depois de todo este leque de grandes jo-gadores que se preparam para entrar no «soc-cer», já para não falarmos nos que já lá estão,só mesmo um enigma para justificar a continu-ada falta de portugueses nesta liga, que pagamelhor que quase todas as equipas portuguesas,onde não há salários em atraso, e os seus jogossão presenciados por dezenas de milhar de es-pectadores... Já era tempo dos jogadores portu-gueses dizerem que também contribuem parafazer do futebol um dos desportos mais emvoga neste continente!

Toronto FC – Impacto, 1-1A final do Campeonato de Futebol do

Canadá, este ano, será decidida entre os dois ri-vais de Toronto e Montreal. No primeiro emba-te, há duas semanas, em jogo na cidade rainha,o resultado deu um empate (1-1). O segundojogo, decisivo, claro, está-se a jogar no momen-to de pôr estas linhas no papel. E a equipa fa-vorita, por jogar em casa, é o Impacto, atéporque os torontoenses estão algo desfalca-dos, por terem alguns dos seus melhores joga-dores nas suas respetivas seleções a caminhodo Brasil, para tomarem parte no Mundial.Mas nunca fiando.

Se ganhar a contenda desta noite (quarta-feira, 4 de junho), o Impacto renova o título evai representar o Canadá na Liga dos Campeõesda CONCACAF, que começa em agosto pró-ximo.

Rapids Colorado – Impacto, 4-1O primeiro jogo desta série de três jogos

que o Impacto acaba de realizar foi disputadono Colorado. Neste encontro, a formação deMontreal não esteve bem. E assim sendo, aca-bou por ser goleada (4-1). Espera-se que tenhasido o último dos maus jogos do Impacto eque, agora, depois da vitória e boa exibição

sobre o Revolution, a equipa do treinador Frank Klopasparta para um resto de época mais consentâneo com oseu real valor.

IMPACTO...Cont. da pág 15

Três dos atacantes mais famosos da Major League Soccer, respetivamente Jermaine Defoe,(internacional inglês), Eddie Johnson (internacional americano) e Obafemi Martins(internacional nigeriano), que ficaram, com alguma surpresa, diga-se em abono da ver-dade, fora da convocatória dos seus países para o Mundial do Brasil.

ral, especialmente para as famílias e crianças, de modoa proporcionar agradáveis momen-tos de lazer.

As áreas de diversão a contemplar no projeto in-cluirão insufláveis; Air Bungge; Mini Golfe; Gaivotasa pedal; Pequenos barquinhos; Parede de escalada eRoller Ball.

Desta forma a Câmara Municipal pretende dispo-nibilizar um espaço de diversão e lazer para os arcuen-ses, bem como atrair visitantes ao concelho. Com ainstalação deste parque de diversões pretende-se aindadinamizar o turismo, a gastronomia e o comércio.

Este parque estará em funcionamento no períodode 1 de junho a 30 de setembro.

PARQUE...Cont. da pág 10

www.portugaldaynyc.org ou através do [email protected].

Sobre o Portuguese CircleFundado em 2007 e constituído por portugueses

de diversas áreas a viver em Nova Iorque, o PortugueseCircle tem como objetivo a divulgação da cultura Por-tuguesa nos Estados Unidos e também de estreitar adistância entre Portugueses e Luso descendentes. Comesse intuito, o Portuguese Circle organiza mensalmenteeventos sociais, gastronómicos e culturais. O eventoprincipal do Portuguese Circle, o Portugal Day NY,junta todos os anos em Central Park mais de 10 000pessoas, sendo o maior evento de promoção diretade Portugal junto do público americano.

Para mais informações visitewww.portuguesecircle.com.

Sobre a New York Road Runners (NYRR)Fundada em 1958, a New York Road Runners

cresceu de um clube de corrida local para a maior orga-nização de corrida do mundo, cuja missão é ajudar einspirar as pessoas através da corrida. O compromissoda NYRR para com a cidade de Nova York e os seuscinco distritos inclui corridas, eventos comunitários,iniciativas para jovens, programas escolares, e recursosde formação que oferecem a centenas de milhares depessoas, desde crianças a idosos, a motivação, conheci-mento, e oportunidade de correr para a vida. O princi-pal evento da NYRR, a Maratona TCS Nova York,apresenta um número estimado de 47 500 a 50 000participantes, desde corredores recreacionais e de cari-dade até atletas de elite de todo o mundo, e faz partedo World Marathon Majors, uma aliança das seis maio-res maratonas mundiais, que determina cada ano quaisos melhores maratonistas masculino e feminino. Paramais informações visite www.nyrr.org.

Para mais informações visite www.nyrr.org.

CULTURA...Cont. da pág 11

L P

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Página 1505 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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HORÁRIO:• De segunda a quarta-feira, das 9h00 às 18h00• Quinta e sexta-feira, das 9h00 às 21h00• Sábado, das 9h00 às 18h00

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Pelo que vimos nos últimos dois jogos...

Quererá o Impacto arrebitar?• Por Norberto AGUIAR

Depois de uma má fase, que coincidiucom a meia-final do Campeonato Canadianode Futebol, o Impacto de Montreal parece que-rer arrebitar, agora que o Campeonato da MajorLeague Soccer entra num período importante,onde perder um ou dois jogos, pode ser o adeusdefinitivo ao sonho do fim da temporada,quando é tempo de participar nas eliminatóriasque dão acesso ao título de campeão.

Com efeito, o Impacto de Montreal, com12 partidas efetuadas na MLS este ano, encon-tra-se no último lugar da tabela classificativa dasua série (Zona Este), com apenas 10 pontos,a 13 do primeiro classificado, o New Revolu-tion, da Nova Inglaterra.

Impacto – New Revolution, 2-0Depois de se ter classificado para a final

do Campeonato de Futebol do Canadá de ma-neira extremamente difícil – 5-4 no conjuntodos dois jogos que disputou contra o Ed-monton FC, da Segunda Divisão –, o Impactode Montreal venceu sábado, no seu estádio,precisamente o líder da Zona Este da prova daMLS, por 2-0, naquele que terá sido, de certeza,o seu melhor jogo da época. Ganhou e jogoubem. De resto, não tivesse posto todo o seusaber e poder, certamente que o Impacto nãoteria tido arcaboiço suficiente para bater oshomens da Nova Inglaterra, motivados como

MUNDIAL BRASIL 2014

E OS FAVORITOS SÃO…• Por Norberto AGUIAR

Landon Donavan, melhor jogador americano de todos os tempos e em plena formaaos 32 anos, foi arredado por Klinsmann daquele que podia - e devia! - ser o seuquarto Mundial.

Precisamente daqui a uma semana, oCampeonato do Mundo de Futebol estará apre-sentando o seu primeiro jogo, na cidade deSão Paulo. E será o Brasil, anfitrião, a defrontara europeia Croácia. Assim, à primeira vista, aSeleção Brasileira tem um osso moderadamenterazoável de roer, admitindo-se que a vitórianão lhe seja difícil de obter. A menos que hajauma grande surpresa. No entanto, para bemda grande prova, neste jogo inaugural, é preci-so que o Brasil vença o seu adversário, um pig-meu à sua vista, isto se considerarmos a dimen-são geográfica de um e outro. Também no fute-bol a diferença é abismal, com o Brasil a poderfazer muitas equipas com valor para se opor àCroácia, um jovem país que em 1998 fez sensa-ção ao ficar em quarto lugar. Mas, como todossabem, o futebol não é matemática, onde asnuances são muitas e variadas. Daí que, umqualquer pequeno país, num jogo, possa nãosó fazer frente a um gigante, como o Brasil,mas também acabar por ganhar o jogo. Porum lado isto é positivo, mesmo sensacional.Mas tem as suas consequências nefastas. Já vi-ram, logo no primeiro jogo, o Brasil, a jogarem casa e a merecer, até por isso, honras de su-premo favorito, ver-se batido por uma pequenaequipa de uma pequena nação?

Grupo AO Brasil, neste grupo, faz figura de favori-

to. Joga em casa e tem uma equipa recheada debons jogadores. Se jogar como o fez em 2013,na Taça das Confederações, que serve de pre-lúdio ao Campeonato do Mundo, não há dú-vidas que o Brasil pode repetir a proeza do a-no passado, quando venceu facilmente a com-petição. Mas para isso tem de ficar nos doisprimeiros lugares deste Grupo A, que albergaa Croácia, os Camarões e os rivais do México,este talvez o seu maior e mais feroz opositor.

A nossa previsão fica por conta do apura-mento, claro, do Brasil e do México, por estaordem, para a fase seguinte.

Grupo B

Neste grupo sobressai a atual campeãmundial Espanha. Uma equipa que chegou acampeã com muita sorte. Lembram-se comofoi que eliminou Portugal nos oitavos-de-fi-nal? Isso mesmo, com um golo fora-de-jogoe com um Ronaldo muito acriançado, mimadoe sem carisma, totalmente diferente do jogadorfeito que é hoje em dia e que em muito prejudi-cou a Seleção com as suas birras. Ele (e Deco,outro ingrato) portou-se muito mal com oselecionador da altura (Carlos Queiroz), quemuito tinha feito por ele anos antes ao influen-ciar os altos comandos do Manchester Uniteda levarem-no para Inglaterra. Noutros jogos,contra o Chile e o Uruguai, se não estamosem erro, a Espanha só ganhou por uma unhanegra, já para não falar no jogo da final, contraa Holanda... Holanda que está também nestegrupo, o que o vai tornar deveras apaixonante.Junte-se-lhes o Chile, e em menos escala aAustrália, e veremos que os dois europeus terãodificuldades para seguirem em frente.

Grupo CCá está um grupo onde é difícil prever

quem dará o salto adiante, por ser muito equi-librado. O Japão, que já começa a ser tempo desurpreender pela positiva, mais a Colômbia,parece ser o maior candidato aos oitavos-de-final. Com os asiáticos, provavelmente estarãoos colombianos. A Grécia não nos parece terarcaboiço para marcar posição positiva nesteCampeonato. Mas nunca se sabe. Da Costade Marfim tanto se pode esperar um brilharetecomo um desastre... Assim sendo, esperar paraver.

Grupo DInglaterra e Itália, pelo passado de prestí-

gio de que desfrutam, podem querer marcarpresença na fase eliminatória. Mas estará oUruguai pelos ajustes? Não esquecer que esta-mos perante o terceiro classificado do Campe-onato passado, mesmo se a isso acedeu comuma incrível dose de sorte... Então não estãolembrados daquele jogo contra os africa-nosdo Gana?...

A Costa Rica, que acaba de perder, por le-Cont. Pág. 14, MUNDIAL...

estão pelos bons resultados conquistados atéaqui, muito por culpa de uma equipa jovem,ambiciosa e cheia de bons elementos, comdestaque para o americano Lee Nguyen.

Para nós, que seguimos a par e passo estaliga, não deixa de não ser interessante o quevêm fazendo os homens de Massachusetts,paredes-meias com o Rhode Island, estado on-de temos a nossa querida mana Mariana. Paramais, diga-se para quem não saiba, o Revolu-tion é a equipa de futebol mais portuguesa dosEstados Unidos, com o lisboeta José Gonçal-ves – é o capitão – e o luso-americano A.J. So-ares. No ano passado, Matts Reis, que agoraenveredou pela carreira de treinador, era outroluso-americano desta equipa. E... depois destasó mais duas formações têm gente de proce-dência portuguesa: o Columbus Crew, comAgostinho Viana, nado e criado na grande na-ção ianque, e Yannik Djaló, recentemente che-gado ao San Jose da Califórnia. Curiosamente,neste último caso, a sua ficha técnica apontacomo tendo ele a nacionalidade guineense...Um outro jogador, que chegou a fazer furornos juniores do Sporting, chegou a assinarpelo Real Salt Lake mas foi sol de pouca dura,visto a sua passagem ter sido muito rápida eimprodutiva, por nunca ter jogado como ti-tular...

Com 19 equipas profissionais e com umamargem de progressão fenomenal, não se per-cebe como não há mais jogadores de origem

Cont. Pág. 14, IMPACTO...

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Página 1605 de junho de 2014 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O novo programa de televisão em português!OOOOOOOOOOOOOOO nnnnnnnnnnooooooovvvvvvoooooooo pppppppppppprrrrrrrrroooooooogggggggggrrrrrrrrraaaaaaaaaammmmmmmaaaaaaa ddddddddddddddeeeeeeee tttttttttttteeeeeeeeeellllllllllllleeeeeeeeevvvvvvviiiiiiiiiiissssssssssãããããããããããããooooooooo eeeeeeeemmmmm ppppppppooooooorrrrrrrttttttttuuuuugggggggguuuuuuu

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Hora Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

06h00 Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais Afromonde Afromonde

06h3007h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Mabuhay Montreal TV South Asian Veggie Table

07h30 South Asian Veggie TablePagini TV

08h00Afromonde Humsafar TV

La Mesa de Maria La Mesa de MariaAfromonde

Il est écrit08h30 M Cultura M Cultura Hay Horizon

Metropoli09h00

Le Grand Maghreb Arabe

Bangla TVLa Voix Hellénique LusaQ TV

Bloque Latino

Pagini TV09h30 Tamazgha TV Mabuhay Montreal TV10h00

Le Grand Maghreb ArabeAfromonde Afromonde Metropoli Humsafar TV

10h3011h00 Tamazgha TV

Pagini TVMabuhay Montreal TV

LusaQ TVBangla TV

11h30 Hay Horizon Tamazgha TV

Bloque Latino

12h00 Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais

Bem-Vindos a Beirais Afromonde

12h3013h00

Bloque Latino

AfromondeLa Mesa de Maria

Bloque Latino

La Voix HelléniqueLa Mesa de Maria

13h30 M Cultura M Cultura14h00

Pagini TV La Voix HelléniqueLe Grand Maghreb Arabe

Metropoli14h30 Mabuhay Montreal TV15h00

LusaQ TV Afromonde LusaQ TV La Voix Hellénique15h3016h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Tamazgha TV

Pagini TV16h30 Hay Horizon17h00 Bem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisBem-Vindos

a BeiraisLe Grand Maghreb Arabe

LusaQ TV17h3018h00

Humsafar TVLe Grand Maghreb Arabe

LusaQ TVSouth Asian Veggie Table La Mesa de Maria

Le Grand Maghreb Arabe18h30

Humsafar TVM Cultura

19h00 Bangla TV Mabuhay Montreal TV Mabuhay Montreal TV

Bloque Latino

19h30 Tamazgha TV Hay Horizon Bangla TV Hay Horizon20h00

Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚Tamazgha TV

20h30 Mabuhay TV21h00

AfromondeLa Mesa de Maria

Pagini TV LusaQ TV Afromonde LusaQ TV21h30 M Cultura22h00

LusaQ TV Pagini TVLa Mesa de Maria South Asian Veggie Table

LusaQ TV Afromonde Afromonde22h30 Tamazgha TV Hay Horizon

23h00Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ Metropoli Sportivi 360˚ LusaQ TV

South Asian Veggie Table23h30 Hay Horizon

00h00 Mabuhay Montreal TV La Mesa de Maria Afromonde LusaQ TV Mabuhay TV Bloque Latino La Voix Hellénique

uuuuuuuêêêêêêêêêêêssssss!!!!

chef : Norberto Aguiaresusesus

Sexta-feifeirar SábSábado DoDomingingoo

PROGRAMA SEMANAL

3204 ,Jarry Est514-729-9494

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