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Vol. XVI • N° 269 • Montreal, 05 de julho de 2012 Cont. na pág. 14 Depois da conferência, Luís Aguilar e Vitália Rodrigues com Hanna e António Da- másio em foto de família. Editorial TRUDEAU E CHRÉTIEN TINHAM RAZÃO! Por Carlos DE JESUS J á houve um tempo em que o jorna- lismo era a profissão de referência. Uma das profissões mais apreciadas e reconheci- das pelo público, quase ao mesmo nível que o pessoal médico. Nesse tempo, longínquo, passar do jornalismo à vida política era quase natural. Os leitores aceitavam que o jornalista que pugnava pela justiça contra o arbítrio, pelos explorados contra a ganância, pela verdade contra a desinformação, o conhecimento contra a ignorância, para ser consequente consigo próprio devia ir mais longe que a sua caneta ou o seu microfone, devia impli- car-se na política ativa, porque só a política tem o poder de corrigir as injustiças e de fazer avançar a sociedade. René Lévesque, repórter e animador da Rádio Canadá, foi um exemplo patente desses jornalistas que trocaram a pena, a voz e a imagem pela política. Anos mais tarde Claude Ryan, do Le Devoir, seguiu- Ouro no Alentejo? É VORA – A empresa canadiana Colt Resources, que desenvolve prospeções de ouro no Alentejo, indicou hoje que uma estimativa independente aponta para concentrações da- quele metal na ordem das 1,57 gramas por to- nelada, na zona de Boa-Fé (Évora). Segundo a empresa canadiana, estes dados fazem parte da estimativa inicial de recursos, feita pela empresa independente SRK Consul- ting, para os depósitos da Chaminé e de Casas Novas, inseridos no projeto de prospeção de ouro na Boa-Fé, concelho de Évora. Nestes dois depósitos, a SRK estimou que os recursos minerais (toda a jazida, incluin- do a terra, rocha ou outros componentes) ron- Cont. na pág. 11 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Azeite Olivenola Caixas 18 L. 75 00$ BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292 Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA 23 Villeneuve E., Montréal, Qc. Fax : 514 847-1923 VEJA PUBLICIDADE P.3

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Vol. XVI • N° 269 • Montreal, 05 de julho de 2012

Cont. na pág. 14Depois da conferência, Luís Aguilar e Vitália Rodrigues com Hanna e António Da-másio em foto de família.

EditorialTRUDEAU

E CHRÉTIEN TINHAM RAZÃO!• Por Carlos DE JESUS

Já houve um tempo em que o jorna-lismo era a profissão de referência. Umadas profissões mais apreciadas e reconheci-das pelo público, quase ao mesmo nívelque o pessoal médico.

Nesse tempo, longínquo, passar dojornalismo à vida política era quase natural.Os leitores aceitavam que o jornalista quepugnava pela justiça contra o arbítrio, pelosexplorados contra a ganância, pela verdadecontra a desinformação, o conhecimentocontra a ignorância, para ser consequenteconsigo próprio devia ir mais longe que asua caneta ou o seu microfone, devia impli-car-se na política ativa, porque só a políticatem o poder de corrigir as injustiças e defazer avançar a sociedade.

René Lévesque, repórter e animadorda Rádio Canadá, foi um exemplo patentedesses jornalistas que trocaram a pena, avoz e a imagem pela política. Anos maistarde Claude Ryan, do Le Devoir, seguiu-

Ouro no Alentejo?ÉVORA – A empresa canadiana Colt

Resources, que desenvolve prospeções de ourono Alentejo, indicou hoje que uma estimativaindependente aponta para concentrações da-quele metal na ordem das 1,57 gramas por to-nelada, na zona de Boa-Fé (Évora).

Segundo a empresa canadiana, estes dadosfazem parte da estimativa inicial de recursos,feita pela empresa independente SRK Consul-ting, para os depósitos da Chaminé e de CasasNovas, inseridos no projeto de prospeção deouro na Boa-Fé, concelho de Évora.

Nestes dois depósitos, a SRK estimouque os recursos minerais (toda a jazida, incluin-do a terra, rocha ou outros componentes) ron-

Cont. na pág. 11

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 3 AM

376•BOLA376•BOLA376-2652

Os nossos endereços222, boul. des Laurentides, Laval8989, rue Hochelaga, Montréal8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal6520, rue Saint-Denis, Montréal10526, boul. Saint-Laurent, Montréal6825, rue Sherbrooke est, Montréal7388, boul. Viau, Saint-Léonard

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69, Mont-Royal est Montréal

FICHE TECHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Fernando Pires• Norberto Aguiar• Adelaide Vilela• Sandra Anacleto• Raquel Cunha• Filipa Cardoso• Vitália Rodrigues

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

Port de retour garanti.

No Fórum Económico Internacional das Américas:

Carlos Costa analisa crise mundial e situação portuguesa• Reportagem de Raquel CUNHA e Norberto AGUIAR

Esta é já a 18ª edição do Fórum Econó-mico Internacional das Américas, que durantequatro dias reuniu em Montreal as mais concei-tuadas personalidades do plano Económico eGeopolítico Mundial.

Tendo como tema central “A EconomiaGlobal em Transição”, problemas e soluçõespara a atual situação económica, a Conferênciade Montreal decorreu entre 11 e 14 de junho,no Hotel Hilton Bonaventure, na baixa da ci-dade.

A conferênciaOs quatro dias de debate foram divididos

por quatro grandes temas, um por dia, escolhi-dos previamente e que representavam as maisurgentes questões do ramo. Assim, no primei-ro dia abraçou-se a relação entre Governo e E-conomia, questionou-se os caminhos parauma liderança produtiva, falou-se da “Crise”,do Crescimento Demográfico, da Emigraçãoe dos Desafios Iminentes à próxima reuniãodo G20.

O segundo dia foi dedicado à Energia, Re-cursos Naturais e Desenvolvimento Sustentá-vel. Discutiu-se o Modelo Cooperativista, aExploração dos Recursos Naturais Africanos;a nova Lei Energética e os desafios ecológicosinerentes ao acelerado crescimento demográ-fico mundial.

Já o terceiro dia se centrou nas Relaçõesentre o Mercado Internacional e as Américas.Debateu-se quais os Mercados Emergentes,as condições Sanitárias e de Segurança, as Rela-ções Económicas entre o Canadá e a UniãoEuropeia e as Novas Rotas Estratégicas.

Por fim, a Saúde, Inovação e as NovasTecnologias regeram o quarto e último dia.Sistema de Saúde, a China como Parceiro deInvestimento, os Média Sociais e as NovasFormas de Comunicação foram os grandes te-mas debatidos.

Sem querermos entrar em pormenores,não deixemos de destacar algumas das persona-lidades presentes no evento, entre elas e só atítulo de informação, contou-se, entre outros,a presença do Primeiro-Ministro do Canadá –Stephen Harper; o Primeiro-Ministro doQuebeque – Jean Charest; o Presidente doBanco do Canadá – Mark Carney; AlanGreenspan – antigo Presidente da ReservaFederal Americana (FED), Kathleen Weil –Ministra do Quebeque para a Emigração e asComunidades Culturais; Mario Albert – Pre-sidente da Autoridade dos mercados financei-ros do Quebeque (AMF); Michel Barnier– Comissário do Mercado Internacional e dosServiços, da Comissão Europeia; Guy Bre-ton – Reitor da Universidade de Montreal,Ron Denom – Presidente da SNC-LavalinInternacional, Thierry Vandal – Presidentee Diretor Executivo da Hydro-Québec e aindaRobert Thomson – Diretor do Wall StreetJournal.

Entre os convidados destaque para a pre-sença de Carlos da Silva Costa, Governa-dor do Banco de Portugal, que participou nasessão de abertura e com o qual tivemos oprazer de conversar. Resta ainda realçar que onosso colaborador, Duarte M. Miranda, fez

mais uma vez parte daComissão Organiza-tiva da 18ª Conferên-cia Internacional deMontreal como se-cretário «des Gouver-neurs».

A Crise e a incer-ta recuperaçãomundial

Já lá vão mais de4 anos desde a Gran-de Recessão Mundiale ainda se fala em recu-peração, quando ter-minará, quem serão asvítimas e se existe so-

Momento em que o Presidente do Banco de Portugal discursava paraa vasta e selecta plateia. Foto LusoPresse.

lução. Foram estas as principais linhas queteceram o discurso de abertura de Gil Rémillard,fundador e presidente do prestigioso evento.

A problemática situação da Zona Euro, oatual risco de contaminação, a crise americana,o endividamento dos mercados e o papel dospaíses emergentes na recuperação económicaglobal fizeram parte da tela sobre a qual se tra-çou as principais análises e projeções.

Na verdade, a Crise Europeia não come-çou na Europa. Ela não é mais do que a expan-são da Crise Financeira que em 2008 atingiu osEstados Unidos e que se espalhou, primeiropela Europa do Norte. Contudo e felizmente,os países escandinavos possuem recursos es-truturais e puderam fazer-lhe frente. SegundoMichel Bernier, Comissário Europeu do Merca-do Internacional, o problema do Sul da Europafoi a falta de liquidez estrutural, ou seja, quandoa crise nos bateu à porta, não tínhamos sufi-ciente dinheiro nem solidez financeira paracombatê-la.

Nesse sentido e solidário com a situaçãovivida na Grécia, confirma que Portugal e Irlan-da começam já a colher os frutos dos planosde austeridade implantados, que a Europa estáno bom caminho (contrariamente ao artigodo Financial Times – “One Minute to Mid-night”) e que o sucesso da sua recuperaçãopassa pela disciplina e solidariedade.

Já para Carlos da Silva Costa, governadordo Banco de Portugal, a solução passa por en-contrar um equilíbrio entre o “apertar o cinto”e incentivar o crescimento económico. Se porum lado o endividamento do setor público eprivado deve ser controlado para não engordarainda mais a nossa balança de endividamento,a paragem completa de financiamento bancá-rio levará por outro lado, a uma estagnaçãoeconómica que impedirá o tão desejado cres-cimento.

Para países como o nosso, encontrar obalanço entre estes dois mundos é prioritário.Segundo Carlos da Silva Costa isso passa ne-cessariamente por uma recuperação da credi-bilidade bancária. É necessário que as bancassejam controladas, tenham solidez e efetiva li-quidez. Se isso acontecer, será natural o equilí-brio entre a Oferta e a Procura dentro do nossopaís. Para tal é preciso que o Banco Europeutenha um papel mais ativo, que controle, regu-lamente e garanta a solidez dos sistemas bancá-rios europeus.

É pois necessário que os Bancos do Sulda Europa estejam assentes em terra firme, quesejam sólidos e credíveis para que o mercadose controle a si próprio e para recuperar a credi-bilidade de investidores estrangeiros. Além dis-so, os europeus devem preservar a Europa quehoje possuem, sendo por isso imperial que aGrécia permaneça na União Europeia, concluiMark Zandi, Diretor Económico da agênciade análise financeira Moody´s. Acrescentandoainda que está mais otimista na rápida recupera-ção da América (prevista para os próximosseis meses) do que na Europeia, já que a Europaprecisa de reformas estruturais de base de formaa equilibrar as assimetrias entre os seus estadosmembros.

Carlos Silva da CostaTivemos, como já referido, a oportunida-

de de conversar com Carlos da Silva Costa,Governador do Banco de Portugal, que nosacolheu com muita simpatia e partilhou as suaspróprias experiências enquanto expatriado naBélgica e no Luxemburgo. Destacamos que aconversa foi de caráter informal, bem-dispostae totalmente espontânea.

Nela soubemos que “o país está a aplicaro programa (de austeridade) com sucesso”, que“tudo corre como o previsto”, que “o nossosistema bancário está sólido e mais capitaliza-do” e que o país “está a fazer reformas estrutu-rais de modo a se tornar num país mais moder-no”. Que “a nossa balança de exportações temsido positiva” e que estamos “a explorar novos

Duarte M. Miranda, nosso colaborador, agiuuma vez mais como secretário da prestigiada con-ferência. Foto LusoPresse.

Cont. Pág. 14 Carlos Costa...

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Restaurante Na Brasa

Recuperação e boa comida, a razão do seu sucesso• Reportagem de Raquel CUNHA

Falemos de boa comida, simpatia, preços acessíveis e bomserviço. Falemos então do Restaurante Na Brasa, situado na Av. Du-luth, entre a De Bullion e Coloniale.

Sentámo-nos à mesa com António Rocha, proprietário do local,e com Camilo Rodrigues, seu sócio. Ficámos a saber que o restauranteabriu portas em 1988, há cerca de 24 anos, com o nome de BistrôDuluth, nas mãos de António Rocha.

Porém há 8 anos, António (Tony como prefere ser chamado)decidiu que era altura de “mudar a cara desta casa”, pô-la mais modernae competitiva. A transformação passou, não só pela recuperação fí-sica do espaço, mas por toda uma logística que nos faz crer que o re-sultado, não foi apenas de o modificar, mas de fazer nascer todo umnovo restaurante: o Restaurante Na Brasa.

Nome e comida portuguesaEntre tantas mudanças, mudar de nome fazia todo o sentido:

“Achei que era altura de pôr um nome português”, não só porque“parte da nossa clientela era portuguesa” mas sobretudo porque “es-

Toni Rocha e Camilo Rodrigues, os dois proprietários do Restau-rante «Na Brasa». Foto Raquel Cunha/LusoPresse.

tava decidido a apostar mais na comida portuguesa”. Como “75 porcento do que vendíamos vinha da brasa” ou seja, grelhados, “o no-me Na Brasa foi a escolha mais óbvia”, sorri António Rocha, queconfessa ainda que “havia também alguma confusão” com o restau-rante Vieux Duluth, “sobretudo a nível de reservas”, conclui.

Apostar na comida portuguesa era pois o caminho que queriatraçar. Para isso contratou uma cozinheira portuguesa, Helena daCosta, para fazer os especiais do meio-dia (sobre os quais já falaremos).Como a comida portuguesa “está na moda” e é uma “comida saudável,natural e muito boa, nós quisemos puxar mais por ela”, conta-nosCamilo, que acrescenta que “aqui tudo é caseiro. A única coisa com-prada fora é o ketchup”.

Cliente da casa, na altura do Bistrô Duluth, Camilo foi convidadoa trabalhar como gerente, aquando da reforma do restaurante há oito

anos. Três anos depois tornava-se sócio. “Eugostava da casa, conhecia-a bem e sempre tiveo olho nela”, conta Camilo que sempre pensou“em a comprar, mas ele (António Rocha) nãoquer vender tudo, por isso vou comprandoaos bocadinhos”, explica entre risos. Ser sócio“fazia todo o sentido” já que “sempre trabalheino ramo da restauração” conclui.

Os especiaisOs já conhecidos “especiais” deixam mui-

ta gente com água na boca, sobretudo à horadas refeições e são uma das principais fontesde receita da casa. Por especiais, entenda-se,uma ótima comida a excelentes preços. Desta-camos, entre outros, o Especial do Meio-Dia,que consiste em pratos típicos portuguesesdisponíveis de segunda à sexta durante a horado almoço por 12,95$ incluindo, além do re-ferido prato, sopa ou salada e café; o Especialda Noite que decorre sobretudo ao fim de sema-na e oferece à escolha quatro pratos típicos,pelo preço variável entre 18 e 23 dólares. Podeainda pagar pelo jantar de duas pessoas e umagarrafa de vinho, apenas 59 dólares.

Por fim, e agora que o calor aumenta, podede domingo à quarta, usufruir dos Mexilhões

“à Volunté” por 14 dólares. Os mexilhões vêm acompanhados de ba-tatas fritas e pode comer o quanto desejar. Caso não seja de grandes a-petites, pelos mesmos 14 dólares pode encomendar uma dose de mexi-lhões acompanhados por uma imperial fresquinha.

E por falar em imperial, em mariscos e em especiais, resta ainda a-crescentar que tudo isso pode ser feito “numa das melhores e maioresesplanadas do Plateau” com vista para a avenida Duluth e ainda comestacionamento. Impossível pedir mais.

Por fim, e para celebrar o Euro, o restaurante tem “Asas de Galinhase Camarão Matana” em especial durante os jogos. Com várias televisõese internet wi-fi gratuita, não tem desculpa para não dar por lá um salto.Resta apenas dizer que convém reservar lugar em caso de Jogo de Por-tugal, uma vez que a Casa tem estado sempre cheia.

Bom apetite e divirta-se.

E que bela esplanada tem o Restaurante «Na Brasa»! FotoRaquel Cunha/LusoPresse.

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A tradicional festa anual em louvorao Divino Espírito Santo aconteceu no domin-go, dia 6 de junho, com a participação de duasmil pessoas que se deslocaram ao Centro Co-munitário Português Amigos Unidos (CC-PAU), na rue Hanson, no 42, em Gatineau. Osalão de festas estava lindo e repleto de gentemuito alegre. O grandioso altar do Divino Es-pírito Santo foi montado no palco do salão,onde foram depositadas as coroas e bandeirasdo Divino Espírito Santo. Ao entrar no salão,o que mais chamava a atenção era a grande co-roa forrada de papel branco feita ao estilo daIlha da Terceira.

A festa foi organizada pelos mordomosSr. João Leal e sua esposa Sra. Elvira Sousa,com a ajuda de um grupo de 12 pessoas, o CC-PAU e vários voluntários que ajudaram nospreparativos durante meses. As famosas sopasdo Divino Espírito Santo à moda da Ilha daTerceira foram cuidadosamente preparadas porcozinheiras na grande maioria terceirenses commuita experiência, que trabalharam toda a noitepara servir 1500 sopas ao público da região. OSr. João Leal foi responsável por preparar acarne para a sopa. A carne assada servida combatata foi preparada e temperada à moda daIlha de São Miguel pelas senhoras que já traba-lham no CCPAU há muitos anos. A festa esta-va linda, cheia de vida e era realmente uma mis-tura da tradição das festas do Divino EspíritoSanto das ilhas da Terceira e de São Miguel.

Na manhã do domingo, houve o bonitocortejo com saída da casa da Mordoma IdalinaMoniz até ao CCPAU, acompanhado pelas Fi-larmónicas do Senhor Santo Cristo de Toronto

e de Nossa Senhora de Fátima de Gatineau e o GrupoFolclórico Pérolas do Atlântico da Casa dos Açores deToronto. Ao chegarem à Igreja de Nossa Senhora deFátima, celebrou-se a Eucaristia com coroações.

Antes de ser servido o almoço, o Padre PedroPaulino deslocou-se à tenda ao ar livre, onde estavamsentadas cerca de 1000 pessoas, para benzer os alimen-tos. Em seguida, o farto almoço com as famosas sopasfoi servido, acompanhado de carne cozida, chouriço,batata e cenoura. Depois foi a vez da espetacular carneassada que derretia na boca, e com massa sovada e ar-roz doce como sobremesa.

O salão do CCPAU também estava cheio com osfamiliares e amigos dos Mordomos, as bandas Filar-mónicas e o Grupo Folclórico Pérolas do Atlântico.Durante o almoço, toda a comida e as bebidas foramoferecidas. A seguir ao almoço, a festa foi animadacom a atuação do Grupo Folclórico Pérolas do Atlân-tico e concerto pelas Filarmónicas. À noite, a festacontinuou muito animada, com o bazar e vários petis-cos à venda, como bifanas, galinha grelhada, malassa-das, etc.

O sorteio das Domingas decorreu às 20h00 e às23h00 o novo Mordomo, Sr. António Elias, subiu ra-pidamente ao palco para pegar na bandeira do EspíritoSanto. Este foi um momento muito emocionante eesperado por todos porque nem sempre há alguémque quer pegar na bandeira do Divino Espírito Santo.Como os mordomos Sr. João Leal e a Sra. Elvira Sousadisseram, “há que ter muita fé no Espírito Santo e for-ça para pegar na bandeira e continuar esta linda tradi-ção.”

O jornal LusoPresse parabeniza todos os mordo-mos pelo sucesso da festa, especialmente pelo almoçoque foi servido à mesa, pela primeira vez, com muitorigor. Tudo isso não seria possível sem o trabalho dasgrandes cozinheiras, os ajudantes de cozinha e do ba-zar, voluntários que serviram às mesas, os decoradores,e todos aqueles que se esforçaram para que tudo corressebem em louvor ao Divino Espírito Santo.

Em GatineauFesta do Divino Espírito Santo com 1500 pessoas

• Reportagem de Sandra ANACLETO

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Os Mordomos, Elvira Sousa e João Leal. Fotos de Sandra Anacleto/LusoPresse.

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Helena Loureiro:

Homenageada em Portugal e com novo restaurante• Entrevista de Raquel CUNHA

Chefe e proprietária do restaurantePortus Calle, Helena Loureiro dispensa apre-sentações. Contudo, a prestigiada empresáriafoi recentemente homenageada por uma dasmais bem estabelecidas e antigas companhiasportuguesas, numa altura em que o seu segundorestaurante, chamado Helena, abre portas. Foipois um mês intenso para a Helena. Apesardisso, o LusoPresse encontrou forma de falarcom ela para vos relatar o que se passa.

Homenageada pela Confraria Peri-quita

No passado dia 30 de maio, Helena Lourei-ro foi, juntamente com outras personalidades,escolhida pela Casa Periquita como pessoa quese tem destacado na divulgação e implemen-tação dos produtos da marca no mercado.

Um pequeno e seleto grupo de personali-dades, como jornalistas e empresários, oriun-dos dos quatro cantos do mundo, foram convi-dados para fazerem parte da Confraria e, porisso, deixaram a sua marca na história da em-presa. Helena sente-se honrada pelo convite,tal é o “privilégio e o prazer de ter sido convida-da e o orgulho de fazer parte de um clube destaenvergadura”.

Foi escolhida por ser uma “boa cliente da

Casa. Uma Casa que tem 162 anos de histó-ria e que já vai na quarta geração” e pela qualtem muita admiração, uma vez que “semprevendi vinhos Periquita”, confirma.

O evento decorreu nos jardins da Quinta,em Azeitão. “Foi uma cerimónia muito boni-ta”. Vestidos a rigor “com chapéus e capa” daConfraria, brindou-se com “uma enorme gar-rafa de vinho”. Seguiu-se um “estupendo jantaroficial”, onde após uma breve apresentação decada convidado e do papel de cada um na divul-gação da marca, se deu lugar a um breve discursode agradecimento por parte dos membros con-vidados.

São pessoas “que se destacaram no sucessoda Companhia no mundo e por isso sinto-mehonrada”, conta Helena, que agora faz parte“de um grupo privado. Somos parte da confra-

ria e considerados amigos da Casa Periquita”.O que para além do prestígio tem a vantagemde oferecer “acesso privilegiado aos produtos enovos lançamentos”.

A garrafeira do restaurante Portus Calleconta com 123 vinhos portugueses, entre osquais “contamos com cerca de sete vinhos damarca Periquita”, destaca.

Restaurante Helena, Uma Casa Por-tuguesa Com Certeza

Abriu portas, no passado dia 29, o novorestaurante Helena, situado no 438 da Av. Mc-Gill, lugar 100, no centro da cidade. O facto deser dia de São Pedro não foi coincidência: “Che-gava a altura dos Santos Populares e por issofiz questão que a abertura do restaurante fosseno dia de São Pedro. Não é ele que abre asPortas do Paraíso?”, diz-nos em jeito de brin-cadeira, numa alegoria humorística das Portasdo Restaurante com as Portas do Paraíso.

Este novo restaurante tem “a minha assi-natura e a minha imaginação. Foi pensadopara divulgar o que é nosso. O que é português.Em todos os aspetos, desde a cozinha à decora-ção. É uma casa portuguesa, num estilo quemescla o moderno com o antigo”, conta comorgulho.

Portuguesa com certeza, Helena pensouem todos os pormenores. O teto foi inspiradona calçada portuguesa, o chão é estilo Espinha

de Peixe – de madeira, típico dos nossos caste-los, o mármore vem de Estremoz, os pratossão pintados à mão e as pias das casas de ba-nho são as pias de pedra da aldeia do seu pai, otípico bebedouro das ovelhas e outros animais.

Foi um ano e meio de projeto. Tudo foipensado ao mais ínfero-pormenor. Com a aju-da do designer italiano Agostino Reggi, nadafoi deixado ao acaso. Aliás, o próprio comentaque já conhece perfeitamente Portugal, que fezum tour através das horas e horas de pesquisana Internet. Helena ri e dá-lhe razão. Porque averdade é que o espírito português foi recupe-rado, aliando duas esferas intemporais, do mo-derno e do arcaico, temperado com extremobom gosto e apresentando a essência de ser-se português.

Este novo restaurante foi uma surpresa

Helena Loureiro, agora elemento da Confraria da Casa Piriquita.

para a própria: “nãopensávamos de todoem abrir um novorestaurante”. Contu-do Jorge Silva, sóciodo Portus Calle con-vidou-a para o pro-jeto. Quando viu olocal, Helena apaixo-nou-se, “senti-me co-mo em Lisboa, comas ruas largas, a ar-quitetura, a belezados edifícios”. E assimo grupo Portus CalleCont. Pág. 10, Helena... Vista parcial do novo Restaurante Helena..

Cozinha Portuguesa e Mediterrânea desde 1988

A Gerência e a nova chefe Helena Costa convidam a Comunidade Portuguesa a fazer-nos uma visita. Temos bons pratos típicos portugueses para saborear. A chefe Helena, de excelente reputação em Lisboa e Montreal,

terá o prazer de vos servir no nosso restaurante.

O gosto de Portugal

Há um segundo prato tipicamente português todos os dias da semana.

Estacionamento gratuito à direita do terraço.

Igualmente para entrega ao domicílio

Segundas-feirasArroz de Marisco

Quartas-feirasBacalhau à Brás

Sextas-feirasEnsopado de borrego

Sopa do dia ou salada verde

Coelho à Caçador

Paelha de Marisco

Bom apetite + tx Chá ou café/bica incluída

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Quando o Código Criminal e a Lei 78se aplicam a todo o cidadão da mesma maneira!

• Por Fernando PIRES

Depois de repetidas negociações en-tre associações estudantis que não resultaramem acordo com o governo sobre o aumentodas propinas aos estudantes, o governo liberaldo primeiro-ministro Jean Charest, chegou àconclusão que a maneira mais rentável paraele, seria o Decreto-lei 78, para numa próximaeleição encontrar remédio santo para resolverum problema de caráter político-social, econo-mizando uns milhões ao Estado, em benefíciode uma especulação “político mafiosa”!

Dado que esta lei contém nela buracospara os quais ela não “terá” solução, o Sr. JeanCharest vem agora em sua defesa com a muletado artigo 31 do Código criminal, deixando-aem maus lençóis, caso os advogados que defen-dem os honestos cidadãos não tenham craveirada primazia do direito para defenderem a in-constitucionalidade das detenções preventivasque se aplicam, antes que sejam prescritas as a-cusações feitas aos cidadãos entravadas poreste código.

Isto, porque a aplicação deste código, se-gundo os peritos na matéria, não tem poderde direito, e deve, entre outro, ser exercido no“respeito pelos direitos fundamentais das pes-soas com direito à liberdade de expressão, à li-berdade de associação, e de reunião pacífica”.Ora, segundo aquilo que se pôde observar nacomunicação social, escrita e digital, a liberdadede circulação para assistir ao evento do “GandPrix” foi violada à saída do metro e no ParqueJean Drapeau, pela simples razão que algunscidadãos utilizavam mochilas (por vezes), comobjetos que “não teriam nada a ver com tijo-los”!

Foi o caso de uma criança de cinco anos,quando viu o pai rodeado por cinco polícias,pedindo-lhe para revistar a sua mochila, encon-trando aí uma máscara, um ato que teria causa-do traumatismo à criança.

Assim, a consequência da aplicação da lei78 pelo Serviço da Polícia da Cidade de Mon-treal (SPVM) deu origem a 34 detenções pre-ventivas, passadas a pente fino, sem mesmoter em conta a saúde de certos cidadãos! Aoexemplo acima mencionado junta-se tambémo caso de “profilagem” da cidadã Julie Théorete,que surpreendida se questiona: “Pourquoi m’a-t-on arrêtée?” Ora isto não acontece por puroacaso. O movimento estudantil foi atingidona sua essência para servir o poder deste gover-no, que está à espera até que as condições eleito-rais sejam propícias para ganhar as eleições.

Quanto aos 37 artigos da lei 78, estes im-põem grandes penalidades àqueles que em no-me do movimento estudantil das associaçõesreivindicam um direito que lhes é devido demo-craticamente contestar, contra o aumento in-justo dos estudos, tendo apenas como armade defesa, manifestações pacíficas.

O direito do aumento das propinas uni-versitárias, não vale somente para a educaçãodo presente, como também, assegurara umaestabilidade de um direito primordial que é aeducação do futuro para todo o cidadão.

Devido à criação do fermento da lei 78,vem agora para a arena política a ministra daCultura e da Comunicação Social, Sra. ChristineSt-Pierre, pôr achas na fogueira da crise social,

dizendo que “as pessoas que exibem o pequeno quadra-do de tecido vermelho na lapela, significa intimidação eviolência”. Acusações deste género são um insulto àcomunidade intelectual e artística quebequenses, sentin-do-se ultrajados por tais acusações, passando a repudiá-las publicamente através de uma petição contra estegoverno.

Um dos casos do protesto contra a lei 78, foi o doautor, cantor, e contador Fred Pellerin, que, exibindo osímbolo do “carré rouge” passa agora por pessoa violen-ta! Ora o governo do Sr. Jean Charest, querendo honrá-lo atribui-lhe a medalha da Ordem Nacional do Quebe-que, como cidadão distinto.

Consciente da inflexibilidade que é feita ao movi-mento estudantil por este governo, Pellerin recusou amedalha em solidariedade com o seu povo e com a suacomunidade.

O Sr. primeiro-ministro recorrendo à lei 78 escon-de um cinismo político com manha de raposa sabida,invocando assim uma lei que se identifica com os regi-mes dos regimes repressivos de Duplessis, de Salazar, edo Mac Cartismo dos Estados Unidos dos anos cin-quenta, que foram regimes fascistas aos papões soviéti-cos.

Maurice Duplessis prestou-se na caça a alguns “ver-melhos comunistas quebequenses” (incluindo PierreE. Trudeau, M. Chartrand, e tantos outros), quando es-tes defendiam os trabalhadores em greve das Minas deAsbestos. Aplicaram a censura e a repressão, e Duples-sis até ofereceu “gelados às religiosas para votarem noseu partido”. Não foi muito diferente de uma famosafreguesia portuguesa numa eleição autarca, que mesmodepois do 25 de Abril, a direita distribuiu bacalhau aoseleitores, antes das eleições, para obter votos!

No que diz respeito ao Salazarismo, não foi eleque em 1967 ordenou à polícia a cavalo de tomar de as-salto a Universidade de Coimbra pondo assim fim aomovimento estudantil universitário, que se a memórianão me trai, até houve um militante de esquerda que aídeixou a vida!

Quanto aos Estados Unidos, “país da liberdadedo Mac Cartismo”, os métodos de perseguição da caçaàs bruxas, eram os mesmos. Apenas se vestiam comoutras roupagens. As centrais sindicais de muitos traba-lhadores do Norte da América dos anos 50 foram exem-plo disso: a União dos Maquinistas da América doNorte, da qual este vosso servidor foi membro comotrabalhador nos Caminhos-de-ferro Canadianos (CN)é testemunha. Nessa altura, o sindicato canadiano esta-va afiliado ao sindicato americano, que excluía todo a-quele que fosse suspeito de comunista de pertencer àUnião dos Maquinistas da América do Norte. Eu que odiga, isso estava escarrapachado na Convenção da Uniãodos Sindicatos!

Terminando aqui não posso deixar de dizer que“cólera estudantil” não significa violência. Cito aquium grande filósofo dos “Tempos Modernos”, que éPeter Sloterdijk. Diz o filósofo: “O militantismo, develha e nova data, é uma das chaves principais da confi-guração da cólera e do tempo porque, nas suas primeirasformas, põe em marcha a história efetivada memóriacumulativa da cólera” (tradução livre). Daqui se podeconcluir o que se pensa do movimento estudantil.

PS: Sobre a adaptação da lei especial 78, o Alto-Comissário das Nações Unidas, Navi Pillay, numaalocução em Genebra disse o seguinte: “As decisõesque restringem a liberdade de ajuntamento, como ocaso na província canadiana do Quebeque em contextodas associações estudantis, continuam a me alarmar”.

Ref.: Jornal o “Le Devoir” 4/06/2012 – 06/06/07/06 – 08/06 – 10/06 – 11/06 – 12/06 – 13/06 -2012 - Jornal “La Presse”15/06/2012. “Le Devoir”, 19/06/2012. Peter Sloterdijk: (Colère etTemps) Méta- Éditions, 2007.

Montreal, 22/06/2012 L P

Página 705 de julho de 2012 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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António Damásio em Montreal

Para Falar de Sentimentos de Emoções• Reportagem e fotos de Vitália RODRIGUES

A convite do Instituto das CiênciasCognitivas da Faculdade de Ciências Humanasda Universidade do Quebeque em Montreal(UQÀM), António Damásio deu uma confe-rência de abertura, a que assistiram cerca de300 pessoas, intitulada “Feelings and Sentien-ce” (Sentimentos e Senciência), integrada noprograma da Escola de Verão de Ciências Co-gnitivas sobre A Evolução e a Função daConsciência.

Coube ao diretor da Escola de Verão emCiências Cognitivas 2012, que decorre de 29de junho a 9 de julho, Stevan Harnad, titularda Cátedra em Ciências Cognitivas da UQÀM,apresentar António Damásio: professor noCentro de Neurociências David Dornsife, di-retor do Instituto do Cérebro e da Criatividadeda Universidade da Califórnia do Sul, EUA,internacionalmente conhecido como um doslíderes do estudo da neurociência, cujas pesqui-sas têm ajudado a compreender os sistemasneurais, que motivam a linguagem, a memóriae a consciência, para além de demonstrar queos sentimentos e emoções desempenham umpapel central na cognição social e nas tomadasde decisão.

O neurocientista explicou, ao longo deuma curta hora e meia, de forma simples ecompreensível, as complexidades do cérebrohumano, no que diz respeito ao desenvolvi-mento cognitivo e, sobretudo emocional.

Não cabe neste curto texto descrever to-dos os temas complexos e problemas aborda-dos por António Damásio, mas poderemosreferir sucintamente alguns tópicos.

António Damásio começou por dizer quenão faz a distinção ortodoxa entre sentimen-tos e emoções como campos de estudo separa-dos, adiantando que as emoções e os sentimen-tos constituem, respetivamente, o começo eo fim de um processo contínuo. As emoções

são públicas, enquanto os sentimentos sãoprivados. E, por isso prefere chamar senti-mentos de emoções, listando os seguintes: ale-gria/felicidade, medo/pânico, cólera, tristeza/dor profunda, compaixão, admiração, desprezo,orgulho, vergonha/embaraço, repugnância.

Sentir, seja ele dor ou prazer, é uma capaci-dade que não é restrita ao ser humano, mastambém a todos os seres desde uma simples a-meba, passando pelos primatas até ao homem.

A qualidade dos sentimentos e emoçõesestão diretamente relacionados com uma boaqualidade de vida e de saúde.

Cada estado mental está ligado a um deter-minado estado físico e associado a um estadocerebral específico.

Seguiu-se um período de perguntas feitaspor estudantes e professores vindos de váriaspartes do Canadá e do estrangeiro, tendo o ci-entista português, que muitos julgam ser italia-no, respondido a cada pergunta com humor,simplicidade, sem sombra de sobranceria, mes-mo quando certos céticos o espicaçaram.

Questionado sobre a ciência que se produzem Portugal e a emergência de cientistas premi-ados pelas suas importantes e inovadoras des-cobertas, António Damásio diz que “sobre aciência produzida em Portugal, não se podedizer que teve um avanço grande porque partiuquase do zero, nomeadamente, no meu tempo,apenas a Fundação Gulbenkian dava os primei-ros passos no fomento da investigação científi-ca através da concessão de bolsas de estudo.Terei de dizer, sim, que a Ciência em Portugalirrompeu muito rapidamente e isto se deve auma boa planificação e gestão dos recursosdisponíveis. Uma obra notável do ex-ministroMariano Gago.”

À margem da conferência o neurocientistaencontrou-se com Luís Aguilar para discutiremo papel dos “sentimentos de emoções” na a-prendizagem do Português Língua Estrangeirae na integração das competências emocionaisnos vários níveis da organização curricular naeducação, partindo do princípio que “existehoje em dia uma separação cada vez maior entreo desenvolvimento cognitivo e o emocional,que reflete o facto de, nos ambientes educati-vos, se atribuir uma maior importância ao de-senvolvimento das capacidades cognitivas, va-lorizando menos os processos emocionais”.

Desta conversa daremos conta na próxi-ma edição do nosso jornal.

L P

Luís Aguilar (à direita) em amena conversa com António Damásio.

Página 805 de julho de 2012 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Carlos Guilherme Rebelo Nunes...

O tenor perfeito!• Entrevista e fotos de Adelaide VILELA

Caro leitor, hoje vamos falar de música – atividade nascida naantiguidade – talvez com o homem. Foi desde muito cedo que os hu-manos se dedicaram à construção de instrumentos musicais. Aí entra avoz daquele que nasceu para cantar, declamar ou erguer bem alto osseus dotes e dons artísticos. Na Idade Média a música era já muito apre-ciada: Renascentista, Barroca, Clássica ou Romântica.

Na Grécia ainda hoje existem alguns instrumentos antigos, preser-vados religiosamente, com os quais podemos aprender algo mais sobreas atividades musicais desses povos ancestrais.

Do Egito, sabemos que faziam música com paus e barras de metal.Assim, batendo uns nos outros cantavam em coro e engendravamsons ao criarem algazarras. Também tocavam harpa nos palácios reais.Por volta dos anos 4 000 A.C., nos tempos dos deuses egípcios, váriostipos de rituais musicais apareciam nesses cultos religiosos. Não falta-vam tambores e trombetas nas mãos de militares experientes da época.Em todos os povos da antiguidade se encontram múltiplos e variadosinstrumentos que representam ou representavam a forma de fazer mú-sica, entoar cantos, ou cânticos.

Em Roma, na Grécia, na Índia, na China, na Palestina e noutroslados do mundo podemos “engordar” o nosso intelecto, com os olhosvirados para o passado e trazer para o presente toda esta riqueza an-cestral-musical que jamais terá fim. Segundo nos conta a história bíblica,já o profeta Salomão, no templo, em Jerusalém (provavelmente quandocantava), fazia-se acompanhar ao som da trompeta e de instrumentosde corda.

Foi uma viagem rápida para arribar ao século XX. Esta face domundo deu vida a outros objetos musicais, a novas e diversas formasou estilos de músicas nacionais, quantas vezes com tendências absolu-tamente reacionárias. Assim aconteceu, por exemplo, em Portugal,com os temas escritos e dedicados aos direitos da liberdade, no fim daditadura portuguesa em 1974.

Acreditamos que o artista entrevistado, conhecido e muito apreciadoem Portugal e no mundo, tenha muito mais conhecimentos na matéria

acima referida. Encontrámo-lo no RestauranteSolmar, no dia em que as Festas de Portugal,de Camões e das Comunidades chegavam aofim. Fomos recebidos agradavelmente pelo Sr.David Dias, naquele que é o seu “santuário”gastronómico português, há quase meio séculode tempo. Na degustação de deliciosos pratosà portuguesa assistimos a um espetáculo dignode destaque. Deparámo-nos com uma voz fe-minina de louvar, Marta Raposo e o seu amadofado. A fadista ainda interpretou um númerocom o artista convidado. Foram acompanha-dos por José João e Joe Medeiros.

Carlos Guilherme é um artista portuguêsque se revelou como cantor lírico, ainda no de-sabrochar da infância, em Moçambique, na ci-dade da Beira. Foi ali que cumpriu o serviçomilitar, naquelas Terras por nós apelidadas poramor e sentido de pertença: Portugal ultrama-rino.

Vamos conhecer melhor um tenor perfei-to. Siga-me por favor, estimado leitor.

LusoPresse: Caro artista qual foi ocantinho do mundo que lhe deu o gosto pelacanção?

Carlos Guilherme: Foi em Moçambi-que. Aí comecei a amar a canção, não me consi-derava artista mas sim um simples amador.Naquele tempo, ouvia-se a minha voz a partirda Rádio Clube de Moçambique, em LourençoMarques. Em 1976, na antiga Rodésia, ou seja,no Zimbabué, recebi lições de canto com aprofessora Greta Muir.

LP: E já como profissional, nessa altura,foi apoiado por organizações ou instituições e,ganhou algum concurso de canto?

CG: Pois sim, ganhei alguns prémios naminha vida. Voltando a 1975, estreei-me entãona companhia de Ópera de Salisbury, interpre-tando um tema de Verdi. Ainda no mesmoano tive a sorte de vencer o concurso interna-

cional de Eistddfod. No ano seguinte regressei a Portugal e fui integradocomo colaborador no Conservatório Regional do Algarve.

LP: Como cantor lírico português fez algumas atuações nos grandesteatros existentes em Portugal?

CG: Felizmente logo cedo atuei no Teatro Nacional de São Carlos.Conto, desde então, com uma carreira de 32 anos.

LP: Qual foi a peça em que se estreou nesse espetáculo, e quais fo-ram os outros números escolhidos, interpretados e aonde?

CG: No São Carlos foi com o papel de Malcolm, na ópera“Macbeth”. Depois desempenhei vários papéis de primeiro instânciaem: A Flauta Mágica, D. João, O Rapto do Serralho, sem nomearoutros. A seguir, já em 1987, através da Companhia de Ópera de Câmarade Florença, desempenhei um papel interessante em O Barbeiro deSevilha, isto em França. Também estive em Israel convidado pela NovaÓpera de Telavive, e aí interpretei Truffaldino em O amor das três la-ranjas. Em 1993 abri a Temporada Comemorativa dos 200 anos doSão Carlos, e entrei com Eugène Onegin, de Tchaikovsky. Estreei aópera de Alexandre Delgado, O Doido e a Morte. Nesse ano Lisboafoi capital Europeia da Cultura.

LP: Estamos frente a um artista multifacetado e talvez o mais

Carlos Guilherme, no Solmar, na companhia de Marta Raposo,José João e Joe Medeiros.

Cont. Pág. 14 O tenor...

Página 905 de julho de 2012 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

08 DE JUNHO 01 DE JULHO

CADERNO

ESPANHACAMPEÃ

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

QUADRO FINALMEIAS-FINAIS QUARTOS

-DE-FINALQUARTOS-DE-FINAL MEIAS-FINAISFINAL

21 JUNHO

01

Rep. Checa

Portugal

22 JUNHO

42

Alemanha

Grécia28 JUNHO

12

Alemanha

Itália

27 JUNHO

0(2)

0(4)

Portugal

Espanha23 JUNHO

20

Espanha

França

24 JUNHO

0(2)

0(4)

Inglaterra

Itália

01 JULHO

4

0

Espanha

ItáliaPenaltis

GRUPO A

Rep. Checa 3 2 0 1 4 5 6Grécia 3 1 1 1 3 3 4Rússia 3 1 1 1 5 3 4Polónia 3 0 2 1 2 3 2

J V E D GM GS Pts

GRUPO B

Alemanha 3 3 0 0 5 2 9Portugal 3 2 0 1 5 4 6Dinamarca 3 1 0 2 4 5 3Holanda 3 0 0 3 2 5 0

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GRUPO C

Espanha 3 2 1 0 6 1 7Itália 3 1 2 0 4 2 5Croácia 3 1 1 1 4 3 4Irlanda 3 0 0 3 1 9 0

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GRUPO D

MELHORESMARCADORES

Inglaterra 3 2 1 0 5 3 7França 3 1 1 1 3 3 4Suécia 3 1 0 2 5 5 3Ucrânia 3 1 0 2 2 4 3

J V E D GM GS Pts

RESULTADOS DO GRUPO Polónia 1 - Grécia 1Rússia 4 - República Checa 1

Grécia 1 - República Checa 2Polónia 1 - Rússia 1

Grécia 1 - Rússia 0República Checa 1 - Polónia 0

CLASSIFICAÇÃO FINAL1o República Checa - 2o Grécia

RESULTADOS DO GRUPO Holanda 0 - Dinamarca 1Alemanha 1 - Portugal 0

Dinamarca 2 - Portugal 3Holanda 1 - Alemanha 2

Portugal 2 - Holanda 1Dinamarca 1 - Alemanha 2

CLASSIFICAÇÃO FINAL1o Alemanha - 2o Portugal

RESULTADOS DO GRUPO Espanha 1 - Itália 1República da Irlanda 1 -- Croácia 3

Itália 1 - Croácia 1Espanha 4 - República da Irlanda 0

Croácia 0 - Espanha 1Itália 2 - República da Irlanda 0

CLASSIFICAÇÃO FINAL1o Espanha - 2o Itália

RESULTADOS DO GRUPO França 1 - Inglaterra 1Ucrânia 2 - Suécia 1

Suécia 2 - Inglaterra 3Ucrânia 0 - França 2

Suécia 2 - França 0Inglaterra 1 - Ucrânia 0

CLASSIFICAÇÃO FINAL1o Inglaterra - 2o França

GOLOS

Fernando Torres (Espanha) 3

Alan Dzagoev (Rússia) 3

Mário Mandzukic (Croácia) 3

Mário Gomez (Alemanha) 3

Mario Balotelli (Itália) 3

Cristiano Ronaldo (Portugal) 3Penaltis

Página 1005 de julho de 2012 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Bilhete de Lisboa

Rua da Escola Politécnica • Por Filipa CARDOSO

Há cerca de ano e meio escrevi um BL em que mencio-nava que a zona do Chiado era das mais prestigiadas de Lisboa.Esta tendência tem vindo a avançar pela rua da Escola Politécnicaaté ao Largo do Rato. Nesta rua existem vários edifícios commuita história e tradição.

O edifício da Procuradoria-Geral da República, conhecidocomo o Palácio Palmela, é disso testemunho. Este Palácio foi ad-quirido pelo Estado à Família Palmela em 1977 pois o espaçoonde funcionava a Procuradoria-Geral da República, no Terreirodo Paço, era considerado insuficiente. A 22 de abril de 1981, de-pois de profundas obras de restauração e adaptação, deflagrouum incêndio que danificou seriamente o edifício e destruiu com-pletamente a capela. No próprio dia deste trágico incidente o en-tão primeiro-ministro, Francisco Pinto Balsemão, declarou queas obras iriam começar de imediato.

Passado ano e meio, a 18 de maio de 1982, as instalações fo-ram solenemente inauguradas.

Fui recentemente fazer uma visita ao Palácio e fiquei muitobem impressionada com o restauro efetuado, dos belos tetos tra-balhados às paredes cobertas por magníficos azulejos e pinturascampestres.

Do outro lado da rua existe um restaurante chamado Rotadas Sedas. Está situado num primeiro andar de um prédio que noreinado de D. João V foi utilizado como Real Fábrica de Sedas.

Mais tarde, em 1913, foi escola da Câmara Municipal de Lis-boa até 2003, altura em que foi encerrado.

A artista plástica Teresa Arriaga apaixonou-se por este lugare em julho de 2011 abriu o seu restaurante em que procurou pre-servar todas as memórias ainda existentes. O chefe AntónioAmorim cria um menu muito português, mas com toque de mo-dernidade.

Valeu muito a pena a visita à Rota das Sedas e a Teresa e ochefe António estão de parabéns.

Um pouco mais à frente, fui visitar no Museu da Ciência daUniversidade de Lisboa, o Laboratório e o Amphiteatro de Chí-mica da Escola Politécnica recentemente restaurados. O Labo-ratório Chímico é possivelmente o único sobrevivente dos velhose grandes laboratórios de ensino e de investigação das universi-dades europeias. Existe também documentação arquivista e ico-nográfica que completa e intensifica a importância deste espaçotão singular.

O anfiteatro tem projeto de João Pedro Monteiro (1826-1853) e Pierre-Joseph Pezerat (1801-1872). É construído em hemi-ciclo e utilizado como espaço de aulas teóricas. Existe um gradea-mento que separava as bancadas onde se sentavam os alunos dolugar central ocupado pelo Professor.

São estas pequenas pérolas, infelizmente pouco conhecidas,que fazem com que continue a ter um grande orgulho em ser por-tuguesa. L P

Bolseiros da Caixa

LUSOPRESSE – A Caixa Desjardins Portuguesa realizou recentemente a sua Assembleia-Geral Anual. OLusoPresse publicou uma reportagem sobre o acontecimento. Então, era questão da atribuição das Bolsas de Estu-dos, também anuais, levadas a efeito pela instituição há anos a esta parte. Na reportagem faltou mencionar o nomedos felizes contemplados. Hoje, eles aparecem aqui nesta nota.

Vejamos, então, os seus nomes.

• Alexandre Vicente, mestrado, 2° ciclo (Universidade McGill)• Sebastian Soch, 2° ano colegial (Colégio Jean de Brébeuf)• Mathieu Santos-Bouffard, 2° ano colegial (Colégio André Grasset)• Jason da Silva Castanheira, Ensino secundário (Westmount High School)• Kevin da Silva Castanheira, Ensino secundário (Westmount High School)

Parabéns aos vencedores e que estes prémios sirvam para motivar outros alunos da comunidade a prosseguiremos seus estudos concorrendo, e porque não?, aos prémios anuais da Caixa Desjardins Portuguesa.

Os dirigentes da Caixa Desjardins Portuguesa e alguns dos respetivos bolseiros. Foto LusoPresse.

embarcou nesta nova aventura.A ideia é que seja um restaurante mais des-

contraído e acessível, uma espécie de cervejariacom pratos inovadores. Conta-se claro comcomida portuguesa, sempre com bons produ-tos e assinada por Helena. Entre outras coisaspoderá provar a típica Francesinha e a célebreFeijoada de Marisco.

Situado na parte velha da cidade, procuraatingir outro tipo de clientela “até porque nãotenho interesse nenhum em fazer concorrênciaa mim própria”. Deste modo, é uma casa cen-trada sobretudo no almoço, já que está situadanum polo empresarial, “mais acessível no preço,para gente de todas as bolsas e idades, numambiente descontraído”.

É pois uma espécie de cervejaria, embora“não possamos ter ainda a nossa cerveja de

HELENA...Cont. da pág 5

barril, o que era o meu sonho, mas a logística é extremamente difícil”,argumenta. Pode portanto contar com a nossa cerveja apenas engar-rafada, embora diga a Helena que esta nova casa é “estilo cervejaria, re-gada mais com vinho do que cerveja”, como sempre resultado do bomgosto e requinte que a empresária portu-guesa tornou característico.

Helena confessa ainda que “o meu trunfo é que nunca vou dizeronde estou. Todos os pratos vão ter a minha assinatura. Acredito emmim, nos meus pratos e na minha cliente-la”. E confessa que gostavade ter muitos clientes portugueses. Deixa ainda o recado: “gostava quetodos os portugueses tivessem orgulho em mostrarem as coisas boas dePortugal”.

E na verdade vos digo que Helena tem ra-zão. Cabe a nós mostrarno que somos bons, por que somos reconhecidos e porque todo omundo se apaixona por Portugal. Cabe a nós sermos os embaixadoresda nossa Terra, e Helena é sem dúvida uma das nossas melhores em-baixatrizes.

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Euro 2012

Que Deus protege a Espanha?• Por Norberto AGUIAR

É verdade que a Espanha tem bonsjogadores. Nomes como Casillas, Piqué, Inies-ta, Xavi; mesmo suplentes como FernandoTorres, Llorente, Mata... podiam fazer fortunanoutras seleções que não a espanhola. Mas daía Espanha ganhar sucessivamente dois Cam-peonatos da Europa (2008 e, agora, em 2012)e um Campeonato do Mundo (2010), temosdificuldades em compreender. Com tantas ou-tras boas equipas na Europa e no Mundo, comoé isso possível?

Se repararem nos resultados que a Espanhaconseguiu nestas três últimas grandes provas,fácil é de constatar que a quase totalidade dosresultados obtidos se cifram na vantagem deum golo apenas... Nalguns desses jogos, as vi-tórias foram arrancadas a ferros, como servemde exemplo os confrontos com Portugal – vitó-ria com golo fora de jogo... -, com o Paraguai,com a Alemanha, e contra a Holanda, em desa-fios do Campeonato do Mundo, na África doSul. Agora, na prova que terminou domingo,o carrossel continuou a ser o mesmo. Empatecom a Itália (1-1); vitória, por um a zero, dianteda Croácia... E a história repetiu-se, nas meias-finais, com Portugal, onde foi preciso recorrerà marca das grandes penalidades! Até quandoos deuses protegerão a Espanha? Até aqui, nofutebol, dizia-se que Deus era brasileiro. Masagora, com tanta sorte espanhola, começo apensar que ele virou as costas aos nossos ir-mãos americanos.

MEIAS-FINAISPortugal – Espanha, 0-0 (2-4, g.p.)

Por ser, precisamente, campeã da Europae do Mundo, a Espanha apareceu no jogo dasmeias-finais, contra Portugal, como favorita.E, em abono da verdade, diga-se que a Espanhacomeçou logo por se lançar no ataque à balizade Portugal. Arbeloa e Iniesta, nos primeirosminutos, podiam ter feito melhor, por bemenquadrados com a baliza. Mas atiraram forado alvo. Pouco depois era Cristiano Ronaldoque quase marcava. Estes ameaços no iníciodo jogo pareciam querer dizer que o embateiria prometer pelo tempo adiante. Pura ilusão.O jogo tornou-se muito táctico, com a Espa-nha a ter o controlo da bola – posse, no finalde 57% contra 43%) – e Portugal à espera deum contra golpe que lhe pudesse dar a vanta-gem necessária para passar à tão ansiada final.

Para uma meia-final, entre duas boas equi-pas, temos de dizer que não foi um jogo bonitonem de ritmo elevado. Houve, de resto, muitosmelhores jogos do que este em desafios daprimeira fase. Mas valeu pela emoção, não seestivesse na presença de dois rivais. E paraque este jogo não tivesse o nível elevado queesperávamos, a culpa foi mais da Espanha doque de Portugal. Como favorita e titular do ce-tro, a Espanha teria de ter arriscado mais. Nãoo fez porque não pôde ou porque teve respeitodemais por Portugal. À falta de melhor, con-tentou-se com o controlo da bola.

Veio o prolongamento e com ele um pou-co mais de vivacidade. Neste período viu-seque a Espanha queria ganhar a eliminatória.

Jogou e correu mais, mas de ocasiões, uma vezmais, muito pouco, a não ser o lance de Iniesta,que Rui Patrício resolveu com uma grande de-fesa.

Nas grandes penalidades, os deuses volta-ram, como em tantas outras ocasiões, a prote-ger os espanhóis. Bola na trave que não entra;bola no poste que resulta em golo.

Entretanto, na saga das grandes penalida-des, o jogador que quer rever o título de Melhordo Mundo a Messi, nem sequer teve tempo deapontar a sua... Disto falaremos, em artigo àparte, na nossa próxima edição.

Alemanha – Itália, 0-2Jogo equilibrado mas que teve um jogador

que fez a diferença: Mario Balotelli!Na verdade, as duas equipas, com um pal-

marés futebolístico impressionante, a Alema-nha com três títulos mundiais e três europeus;a Itália com quatro mundiais ganhos e um euro-peu, equivaleram-se no jogo jogado. Os transal-pinos com um futebol mais bonito, de pé parapé, e sem cattenaccio, o que é de realçar, a Ale-manha, por sua vez, de futebol mais comprido.

Curioso foi ver que a Itália, em plena reno-vação de jogadores, sendo exceções Pirlo e Buf-fon, por acaso os seus dois melhores jogado-res, diria, sem favor, até do torneio, marcou osseus dois golos com passes compridos, a prin-cipal arma do seu opositor. No primeiro, cantopara espetacular cabeçada de Balotelli. No se-gundo, passe a rasgar e grande tiro do mesmoBalotelli. Estava decidida a eliminatória.

FINALEspanha – Itália, 4-0

Se o árbitro português, Pedro Proença,tem marcado grande penalidade contra a Espa-nha logo nos primeiros minutos de jogo, numacarga a Balotelli, talvez a história da final doEuro 2012 tivesse sido diferente. E isto porquea Itália, neste torneio, desenvolveu um futebolde grande qualidade, o melhor da prova e omelhor que já vimos a uma equipa italiana.Desta vez a Itália não foi aquela equipa insossa,que «joga à defesa e ganha os jogos». Nestaprova foi até a Itália que teve mais remates àbaliza de todas quantas as Seleções presentesno Euro. São estatísticas da UEFA, organiza-dora da competição.

Depois daquele lance, ainda não estavamdecorridos sequer 15 minutos, a Espanha, quesó teve supremacia quando beneficiou do factode ter mais um jogador em campo, por lesãoinesperada de Tiago Mota, que acabava de en-

trar em jogo, fazendo parte da terceira e últimasubstituição, mas dizia, a Espanha sem quefosse melhor, marca dois golos. Bem concebi-dos e melhor marcados, é verdade. Foram seusautores David Silva e... Jordi Alba, o defesa es-querdo.

Atordoada, a squadra azzurra continuoua lutar contra a injustiça no resultado, pois oequilíbrio era palpável. Contudo, o contratem-po da lesão de Tiago Mota impediu de se saberse a Itália poderia ter chegado ao empate, levan-do depois a decisão para o prolongamento oumesmo para as grandes penalidades.

Ao invés, foi o canto do cisne. A Espanhaacelerou e chegou à goleada, que se temeu fossemais volumosa, que a acontecer seria muitosevera.

Parabéns à Espanha que mesmo jogandosem um avançado de ponta acabou por arru-mar, uma vez mais, com todos os seus oposi-tores.

dem os 4,23 milhões de toneladas, sendo aconcentração de ouro indicada em 1,57 gramaspor tonelada.

A Colt Resources, no mesmo comunicadoenviado à Agência Lusa, refere ainda que osdados desta empresa independente indicam queem “209 mil toneladas” adicionais a concen-tração de ouro estimada pode ser superior,atingindo as 2,36 gramas por tonelada.

Tendo em atenção estes indicadores, a em-presa refere que as zonas com concentraçõesde ouro inferiores a 0,40 é que não devem serexploradas.

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OURO...Cont. da pág 1

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Não fazia parte, nunca fez parte dosnossos prognósticos a Espanha repetir a con-quista deste campeonato da Europa 2012! Emesmo se somos daqueles que aceitam, e acre-ditam, que no futebol tudo é possível, a verdadeé que sempre pensámos que o campeão da Eu-ropa de futebol em 2012 seria outro. Pensámosna Alemanha, na Inglaterra, na França e mesmona Itália. Nunca na Espanha!

Futebolisticamente falando, a Espanhanão estava – como se viu agora – atrás de nenhu-ma daquelas equipas. O nosso palpite era sim-plesmente um palpite. Depois, pelo decorrerda prova, mais ficámos com a sensação de quea Espanha não chegaria lá. E esse sentimentoteve mais força depois de vermos os espanhóiseliminarem uma Croácia que se não lhes foisuperior, deu para ver que não merecia perderdiante de Nuestros Hermanos. Houve mesmodois lances no decorrer do jogo que, com outroárbitro, tudo poderia ter sido diferente. De resto,

Euro 2012 - 08 de junho – 01 de julho

AO TERCEIRO TORNEIO CONSECUTIVO...ESPANHA VOLTA A SURPREENDER

• Por Norberto AGUIAR

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Apesar da derrota na final, severa, diremos nós, a Itália foi uma agradável surpresa neste Euro 2012.

já com a Itália (1-1, na fase de grupos) os espa-nhóis quase ficaram mal na fotografia... Res-tou-lhes a boa vitória perante a fraca Irlanda.

Vieram as meias-finais e o jogo contraPortugal. Também aqui os campeões da Euro-pa e do Mundo não mostraram a supremaciade uma equipa de topo. É verdade que controla-ram o jogo (57% de posse de bola) e tiverammais oportunidades. Em 11 remates, cinco fo-ram à baliza, mas só um foi de golo eminente.Muito pouco para uma equipa que queria ser(foi) campeã da Europa.

Mas vamos, primeiramente, a uma breveresenha dos jogos dos quartos-de-final.

República Checa – Portugal, 0-1Mesmo se Portugal ganhou à Dinamarca,

primeiro, e à Holanda, depois, foi com a Repú-blica Checa que Portugal fez realmente figurade favorito. Foram 90 minutos de jogo de talforma a pressionar que o zero a zero durantemuito tempo nunca nos deu a sensação dePortugal estar em perigo. Ao invés, contra aHolanda e contra a Dinamarca, os nervos esti-

veram sempre à florda pele, visto um qual-quer lance, a qualquermomento, poder pôrtudo a perder – leia-sefalhar o apuramento.

E lá quando asorte quis, uma vezmais apareceu Cristia-no Ronaldo para mar-car o golo tão espera-do e que carimbava opassaporte para asmeias-finais.

Alemanha – Gré-cia, 4-2

Vista, desde oinício, como a princi-pal candidata ao títu-lo, a Alemanha, mes-mo jogando melhorcontra todos os seusadversários, aqui e alifoi dando sinais deque podia falhar. Foiassim nos instantesfinais no embatecom Portugal; tam-bém contra a Dina-marca e Holanda ascoisas não foram derepouso total, comose pode verificar pelosresultados tangenci-ais; e se repetiramcontra a esforçadaGrécia. Tivessem osHelénicos um me-lhor guarda-redes e osalemães, apesar do

maior controlo de bola, teriam passado porum mau bocado. Além disso, os gregos aindase viram privados, por castigo, do seu melhorjogador, o «velho» Karagounis.

Espanha – França, 2-0É preciso não esquecer que o segundo

golo espanhol aparece em cima do fim do jogoe que foi obtido através de um penálti forçadi-nho, obrigado. Nos restantes 89 minutos, aEspanha controlou mais uma vez a bola, pri-vando os franceses, mais diretos no seu fute-bol, de se organizarem de forma inteligente.Sem que queiramos dizer que os espanhóisnão mereciam passar às meias-finais, o certo éque a França deu-nos a sensação de que não a-creditou nas suas reais possibilidades. Vimosjogadores, por momentos, a passo e isto numjogo internacional não é admissível. Já contraa Suécia os franceses tinham dado uma pálidaimagem da boa equipa que vimos, por exemplo,contra a Inglaterra.

Inglaterra – Itália, 0-0 (2-4 gp)

Grande jogo de futebol mesmo se no finaldos noventa minutos não havia golos. Mashouve oportunidades para isso. E de ambas aspartes, com doses maiores da Itália. Itália quevoltou a fazer um belíssimo jogo. Pena o treina-dor não gostar muito do seu melhor avançado.Não gostar ou não compreendê-lo. Realmente,Prandelli, no dia em que compreender esse dia-mante em bruto que é Balotelli, a squadraazurra vai fazer estragos em qualquer provainternacional.

Do lado oposto, esperava-se muito maisde Rooney. Marcou um golo no jogo anterior,contra a Ucrânia, que deu o bilhete para as me-ias-finais, depois de estar de fora, por castigo,nos dois primeiros jogos. Mas Rooney foi in-capaz de levar a sua equipa mais longe que osquartos-de-final. E mais uma vez foi afastadapelas marcas de grandes penalidades. Mas éverdade que isso só aconteceu porque a Itálianão teve sorte durante os 120 minutos de jogo.Este foi o primeiro jogo da prova que terminounum empate a zero. Para Lescost, Hart e Parkerfoi uma grande injustiça...

Em resumo, diremos que passaram àsmeias-finais os quatro favoritos: Portugal, Ale-manha, Espanha e Itália. L P

EQUIPAMENTO DE FUTEBOL

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Presidente: Memdy DalfenVice-presidente: Luciano Gidari

Página 1305 de julho de 2012 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

No Parque Jarry (Estádio Uniprix)Primeiro Torneio de Futebol de Praia

• Por Norberto AGUIAR

Foi no dia 19 de junho último que o Comité Organizador, soba presidência de Francis Millien, levou a efeito uma conferência de Im-prensa para dar a conhecer ao grande público a efetivação do PrimeiroTorneio Internacional de Futebol de Praia do Quebeque, a ter lugar noEstádio Uniprix, no interior do Parque Jarry, hoje também chamado deParque João Paulo II, nos dias 17, 18 e 19 de agosto.

Neste primeiro torneio, que certamente vai atrair muita gente, osorganizadores falam em 20 mil pessoas, estarão presentes algumas dasmelhores equipas de futebol de praia no mundo, como seja o caso daformação brasileira do Flamengos. Outros conjuntos, que formam otorneio em questão, são os Estados Unidos, a Itália e a seleção de Mar-rocos.

Quanto à parte feminina da prova, marcarão presença as seleçõesdo Brasil, dos Estados Unidos, do México e do Canadá. Infelizmentenão há equipas portuguesas neste torneio, muito embora os organiza-dores tudo tivessem tentado para que isso tivesse acontecido. Sportinge Vitória de Guimarães, que parece ter acabado com a secção sénior damodalidade apesar de ser a campeã de Portugal, foram os clubes con-tactados.

Não veem portugueses, mas temos os nossos irmãos do Brasilpresentes e que, como iniciadores deste novel e espetacular desporto,são a grande potência do futebol de praia. E das outras vertentes, jáagora, como todos nós sabemos. Daí que iremos todos até ao ParqueJarry para nas belas noites de verão do mês de agosto, assistirmos aosespetaculares jogos de futebol de praia, equipas, masculinas e femininas.

Os jogos começam às 17h00 e terminam às 23h00. Os ingressossão bastante acessíveis, variando entre 10 e 65 dólares. Também há sé-ries completas de bilhetes, para todos os jogos ao preço único de 100dólares.

Para os organizadores, este torneio disputar-se-á em Montreal to-dos os anos, visando, de resto, a possibilidade de que em 2017 o Cam-peonato do Mundo de Futebol de Praia possa ser realizado na cidade,que nessa altura estará comemorando o seu 375° aniversário.

IMPACTO EM CRISE DE RESULTADOS?• Por Norberto AGUIAR

Francis Millien, «Monsieur soccer», na apresentação doinédito torneio. Foto LusoPresse.

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Depois de ter feito dois excelentesjogos caseiros diante do Sounders e Dynamo,quando obteve duas vitórias robustas, 4-2 aoshomens de Seattle e 4-1 aos representantes deHouston, o Impacto de Montreal acabou porborrar a pintura nos seus dois últimos jogos,o primeiro contra o Toronto FC, em casa, e osegundo diante do DC United, agora fora. Emambos os casos, o resultado foi de 0-3!

Para uma equipa que vinha de marcar oitogolos em dois jogos, mais um na derrota (1-2)entretanto sofrida na Califórnia diante do Chi-vas USA, sofrer seis golos sem marcar nenhum,começa a ser preocupante. Mais grave ainda éque uma das derrotas foi averbada em casa, pe-rante o Toronto FC, a pior equipa da Liga, naaltura com apenas cinco pontos – agora temnove, três conquistados ao Impacto e um, sá-bado passado, diante do Red Bull Nova Iorque.O desaire com o DC United aceita-se melhor.Os homens da capital americana são simples-mente os líderes da Zona Este da Major LeagueSoccer, com 33 pontos, mais 15 que os mon-trealenses.

Se contra o Toronto FC o jogo não correude feição para o Impacto, porque talvez tenhaentrado em campo algo confiante, já o desafioem Washington se deveu ao valor do adver-sário, sem dúvida, mas igualmente por algumasasneiras feitas na constituição da equipa.

Impacto – Toronto FC, 0-3Uma primeira parte jogada taco a taco, o

que surpreendeu, visto todos esperarem umadversário retraído e com problemas estrutu-rais, mormente pela classificação na tabela –último, com somente cinco pontos em 13 jo-gos.

Afinal, com o tempo a correr, o Impactofoi encontrando cada vez mais dificuldades,que se agravaram com o primeiro golo, sofridona marcação de um livre perto da grande área,frontal à baliza. Donovan Rickets foi muitomal batido. A partir daí, os azuis de Montrealdesorganizaram-se como equipa e averbarammais dois golos como podiam ter encaixadomais um ou dois. Não foi bonito de se ver... Eo público deu a sua resposta, abandonando oestádio ainda longe de o jogo terminar.

Muitos dos que acorreram ao Estádio Sa-puto naquela quarta-feira, foram na expectativade observar o novo recruta do Impacto, o tãobadalado Marco di Vaio. Para primeiro jogo, asua atuação foi pouco menos que nula. Umagrande deceção. Teria sido melhor dar-lhe al-guns minutos de jogo na segunda parte emvez de ter iniciado o desafio? Agora é fácil di-zê-lo...

No final do jogo todos compreendiam

melhor porque foi que há semanas o Impacto foi eliminado do Cam-peonato Canadiano por esta mesma equipa de Toronto.

DC Washington – Impacto, 3-0Vimos o jogo pela televisão e a verdade é que nos surpreenderam

algumas trocas de jogadores. Verdade que havia que render Patrice Bernier,um dos melhores jogadores em campo de há semanas a esta parte. Mastantas trocas ao mesmo tempo, deu-nos que pensar. Pior ainda é quealguns jogadores atuaram mesmo fora dos seus respetivos lugares. Detodos, o que melhor se comportou foi Evan Bush, o jovem guarda-re-des que na época passada fez furor, roubando o lugar aos consagradosGreg Sutton e Bill Gaudette. A má atuação de Rickets no jogo com To-ronto FC valeu-lhe entretanto, neste encontro, uma ida para o banco.Com esta tomada de decisão de Marsch, Evan Busch, terceiro guardiãoda equipa não faz muito tempo, estará enquadrado para guardar a balizados quebequenses a partir de agora? É o que vamos ver nos próximosjogos.

Quem não deve voltar tão cedo às primeiras escolhas do treinadorsão Calum Mallace e Sinisa Ubiparipovic. Aquele só jogou a primeiraparte, ficando ligado ao primeiro golo; este, que tem reclamado maistempo de jogo, pois tem sido sempre suplente, com muito poucos mi-nutos, não conseguiu fazer esquecer Bernier.

No entanto, há que dizer que poucos foram os jogadores que sesalvaram. Mapp, que pela sua elevada técnica ainda conseguiu fazer al-gumas boas jogadas? Valentin, que jogando a central teve de corrermuito para tapar vários buracos?

Mas houve quem estivesse péssimo. Neste particular Di Vaio deunas vistas. A passo e sem procurar ligação com os seus companheiros,o italiano nada fez de positivo no tempo em que jogou, mesmo se des-ta vez entrou na segunda parte. Até Filipe, o único jogador que tinhafeito todos os minutos de jogo desde o início da época também nãojogou bem e saiu ao intervalo.

O que não podemos dizer é que a vitória não assentou bem ao DCUnited, que tem nas suas fileiras o melhor jogador canadiano De Rosario,de seu nome.

Impacto – Sporting Kansas CityJoga-se no momento em que este jornal estará entrando nas rotativas

da companhia Payette et Simms, daí que não seja possível apresentar oresultado deste jogo.

Próximos jogosDia 8 de julho, 19h30Estádio Saputo: Impacto – Columbus CrewDia 14 de julho, 19h00Union de Philadelphia – ImpactoDia 18 de julho, 20h00Estádio Saputo: Impacto – Revolution New England.

Joey Saputo, presidente do Impacto, não deve andar nadacontente com o rendimento atual da sua equipa. Foto Luso-Presse.

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Página 1405 de julho de 2012 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

CARLOS COSTA...Cont. da pág 2

mercados nesse ramo” e ainda que “existe aexpectativa que o balanço do ajustamento sejamais rápido do que o previsto, uma vez que as(nossas) empresas estão a reagir bem”.

Contudo, o que mais o preocupa é a eleva-da taxa de desemprego e a necessidade de trans-ferir os trabalhadores de um setor para outro.A verdade é que “criou-se no ensino secundáriouma espécie de autoestrada sem saídas intermé-dias, de natureza técnica e profissionalizante,que desemboca nas universidades” e que em“Portugal ainda se vive na sombra do “parecebem” e na expectativa de encontrar um trabalhode “prestígio”. Porém, o país não pode “viversó de serviços e os serviços não podem sersomente a função pública”. É “preciso mudaras mentalidades e abraçar trabalhos de carátermais técnico, dos quais o país tem mais necessi-dade”.

Todos concordamos e conhecemos exem-plos de Portugueses que recusam fazer certostrabalhos em Portugal por causa do “estatuto”e que quando emigram arregaçam as mangas efazem por vencer. É essa mesma atitude que éprecisa dentro do país. “Ainda existe um ima-ginário coletivo hierarquizado por profissõese estatutos o que já não são de todo a realidade”.

Encontra-se porém otimista e acredita quea nova geração será a primeira a dar a volta, que“Portugal daqui a dez anos não será o mesmo”e que “o país do futuro será de certeza diferentee melhor do que o país do passado”.

Realça que é também necessário renovara imagem de Portugal nas Comunidades “so-bretudo na segunda geração que ainda tende aver o pís através das memórias dos pais”, ouseja, como era há cerca de trinta anos. Portugalé agora moderno e cabe a nós, os Média, o de-ver de mudar essa mentalidade, de atrair os maisjovens e de através deles fazer a ponte entre láe cá, preservando a nossa identidade ao mesmotempo que nos modernizamos. Esse é semdúvida um dos principais objetivos do Luso-Presse.

Da nossa parte agradecemos mais umavez a disponibilidade e acessibilidade de Carlosda Silva Costa, Governador do Banco de Por-tugal, a ajuda e cooperação de Duarte M. Miran-da e Carlos Ferreira do Restaurante Ferreira Café,por ter recebido o nosso ilustre compatriota.Esperamos que Carlos da Silva Costa volte apassar por cá, pelo Canadá que considera umdos “ países mais desenvolvidos em termoseconómicos e de mentalidades”.

Na companhia de sua esposa, o Governador do Banco de Portugal também passoupelo Ferreira Café. Acompanhou-o o casal Fátima e Duarte M. Miranda. Comosempre, Carlos Ferreira fez as honras da sua afamada casa.

Resta, por fim, dizer que embora não te-nha havido protestos significantes, a presençapolicial foi imensa e o primeiro-ministro doQuebeque, Jean Charest utilizou um tom sur-preendentemente agressivo em relação aos es-tudantes que caracterizou como um grupo deextremistas. Já o primeiro-ministro canadianoStephen Harper se distanciou da polémica sau-dando a criatividade e vitalidade da cidade. Noplano económico, afirmou que as escolhas nãoprecisam necessariamente de permanecer entrea austeridade e a prosperidade, como mostra aabordagem canadiana, um exemplo prático deum sistema de sucesso que equilibra esses doismundos; leia-se, o estado e o setor privado.

O TENOR...Cont. da pág. 8

conhecido na atualidade portuguesa e noutrasparagens do mundo. Conte-nos abreviadamentemais maravilhas sobre a sua vasta carreira detenor.

CG: Deixe-me dizer-lhe Adelaide Vilelaque tenho outra profissão, apesar de ter pas-sado a minha vida em cima dos palcos. Souprofessor de matemática. Seguindo a nossaconversa, Macau recebeu-me em 1997 com aÓpera de Câmara do Real Teatro de Queluz.Também estive em Itália, nos Açores e fiz di-gressões por todo Portugal, não só apresentan-do ópera como interpretando canções líricas eromânticas do meu reportório. Viajei pelomundo e agora estou em Montreal pela terceiravez a convite da Caixa Desjardins Portuguesa,a quem agradeço imenso.

LP: Caro artista, em virtude de em Por-tugal e também na diáspora constarmos queaparecem cantores e fadistas como nunca seviu, o que tem a dizer sobre este assunto?

CG: Todos têm um lugar ao sol. É precisohaver profissionalismo e ter voz para cantar enão para parecer artista. No campo do fado a-parecem muitas vozes magníficas mas creioque muitos procuram outra Amália. Tenhamem conta que Amália Rodrigues possuía umavoz de rainha e muito castiça. Ninguém podeocupar o lugar dela. Ela não volta, e vive parasempre na história do Fado!

LP: A música portuguesa é aceite e ouve-se muito em Portugal?

CG: Não, a música portuguesa é poucoouvida nas rádios em Portugal, e é uma pena.Na minha opinião há uma barreira muito difícilde atravessar. Esperemos que o tempo melhoreesta situação para bem dos artistas e do povo.

Carlos Guilherme levou e leva a vidaa cantar, uma boa parte na companhia da es-

posa também artista, esta pintora plástica.Tem uma gama de álbuns de deixar alguns

boquiabertos: canções de encantar, para ouvire até embalar os anjos. Este artista, que se or-gulha do papel que desempenhou no DuetoRomeu e Julieta, é simplesmente um artista degrande gabarito. Tem representado Portugalno mundo como uma figura bem cotada e dasmais qualificadas, como cantor português, naÓpera.

Recentemente atuou com a cantora e atrizAnabela, da qual o Tenor nos falou com cari-nho e apreço. Apraz-nos eleger o álbum quenasceu das vozes destes dois vultos da músicae da canção portuguesas. Aí estão mais êxitosque enriquecem os auditórios lusos do mundoda canção e os palcos da ribalta com os temas:Vocês Sabem Lá; A Rosa que te Dei; AquelaJanela Virada Para o Mar e outros mais.

Para concluir, estamos convencidos de queCarlos Guilherme recorda com muita saudadeo seu primeiro papel, na Rodésia, com o qualpresenteou o público: Um Baile de Máscaras,de Verdi.

CARPE DIEM ,caro Carlos Guilherme.

lhe o exemplo. Lise Payette, pode dizer-se queem certa medida ainda fez parte dessa escola.Dos poucos que restam pode-se citar, peloseu profissionalismo, uma Chantal Hébert ouuma Céline Galipeau.

Naquele tempo ser-se jornalista era comouma profissão de fé na objetividade, na im-parcialidade, na transparência – numa palavra– no respeito pelo leitor, ouvinte ou telespecta-dor. O jornalista não tinha uma etiqueta políti-ca, tinha um mandato. O mandato de informaro público, ao melhor da sua competência. Nin-guém se lembrava, naquela época, de perguntarqual era a cor dum Bernard Derome, dum PierreNadeau ou dum André Payette. Eram jorna-listas!

Como as coisas mudaram!Hoje em dia, pela maneira como escrevem,

falam ou entrevistam, ficamos logo a saberqual é a etiqueta que trazem escondida na dobrada lapela. E quando saltam para a arena políticanão é para defenderem a viúva nem o órfão, épara defenderem a causa que, durante os anosde jornalismo, confundiram com o interessepúblico.

É um facto sabido que a objetividade jor-nalística nunca existiu e não poderá existir. Osjornalistas são cidadãos como quaisquer outrose, como tal, influenciáveis pelo meio onde cres-ceram, pelas escolas que frequentaram, peloscírculos onde se movem. Só que, ao contráriodos outros cidadãos que podem e devem assu-mir abertamente as suas opções ideológicas epolíticas, o jornalista deveria, acima de tudo,tentar ver todos os lados da medalha e esforçar-se, em todas as circunstâncias, de levar ao leitora informação mais isenta possível para que es-te se faça a sua própria opinião.

Só há espaço para uma exceção. É o casodo editorialista comentarista, o qual é publica-mente reconhecido pelas suas opiniões pesso-ais, mais ou menos vinculadas ao órgão de in-formação onde se apresenta. Todos os outrosestão sujeitos a uma forma de reserva, de obje-tividade e imparcialidade para que o leitor, oouvinte e o telespectador não se sintam ludi-briados.

O que se passa atualmente com o corpojornalístico da empresa pública, sustentada pe-los impostos de todos os canadianos, que é a

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Rádio Canadá, está nas antípodas desta noçãode base que é a ética jornalística. Tanto mais a-berrante que a Société Radio Canada, em prin-cípio, não tem editorialistas. Apenas jornalistase animadores. Mas que jornalistas! Que dizerda emissão «Maisonneuve en Direct» (agorabatizada «La Tribune»), onde raramente se ou-ve uma voz discordante do discurso dominan-te? Mesmo emissões ditas de divertimento, co-mo «Tout le monde en parle», não passam se-não de um trampolim para “venderem” as suasopções ideológicas.

Pelo caminho que as coisas levam, nãonos admiremos se um dia aparecer um “jorna-lista” nos estúdios com o trapinho vermelhoao peito. O parti pris daquela emissora pública,cujo mandato é servir todos os canadianos delíngua francesa, comporta-se como se o Que-beque fosse já um país independente e, maisdo que isso, como se nesse país só existisseum partido único, uma única ideologia. Pior,abafam todas as línguas discordantes. Deem-se ao trabalho de ouvir «Samedi et rien d’autre».Todos os comentaristas convidados e encora-jados pelo animador Joël Le Bigot estão noParti Québécois ou à sua esquerda. Houve mes-mo um tempo em que o mais militante deles,François Parenteau, membro dos Zapartistes,fazia ali ofício de bobo da corte.

Já Pierre Trudeau dizia, e Jean Chrétien re-petia nos fins dos anos 70, que a Rádio Canadáera um ninho de separatistas. As recentes defe-ções de vários jornalistas, diretamente dos estú-dios da RC para as oficinas do PQ são maisque reveladoras.

Bernard Drainville, Raymond Archam-bault, Pierre Duchesne são exemplos flagran-tes. A única exceção foi a de Christine St-Pierreque largou a RC para se juntar ao Partido Li-beral. Todavia, milita a favor desta última ofacto de nunca ter feito jornalismo na cenapolítica provincial. O mesmo não se pode dizerde Bernard Drainville que, na véspera de entrarno Parti Québécois, entrevistava o líder dopartido, André Boisclair, com o qual já tinhafeito os arranjos para a sua transferência. Quedizer de Raymond Archambault, que durante20 anos foi o locutor do rádio-jornal da manhãe, assim que se reformou, aparece como Presi-dente do Conselho Executivo do Parti Québé-cois? E que dizer, ainda, do jornalista parlamen-tar em Quebeque, Pierre Duchesne, que ontemse permitia dar apenas o microfone aos anti-liberais e hoje se apresenta como candidatodo PQ na circunscrição de Borduas?

Se faz caretas como um macaco, salta co-mo um macaco e se parece com um macaco...é porque se trata de um macaco mesmo.

Trudeau e Chrétien tinham razão!

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