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Vol. XIX • N° 322 • Montreal, 05 de fevereiro de 2015 Cont. na pág 2 Editorial Os limites da Democracia Por Carlos DE JESUS No mundo há mais de dois mil milhões de muçulmanos, a maioria dos quais recusa a democracia pelo facto de que, segundo o Alcorão, os homens devem obedecer à lei de Alá e não à lei dos outros homens. Resultado, a maioria dos países muçulmanos são dirigidos por partidos au- tocráticos ou ditaduras sob a proteção lega- lista de um imã, de um emir, de um califa ou dum rei que se intitula a si mesmo co- mandante dos crentes. Na China, uma população de mais de 1 300 milhões de almas vive num regime autocrático, a que os dirigentes chineses designam por meritocracia e que na verdade é um capitalismo de estado subordinado à vontade de um partido único, o Partido Comunista. As raras veleidades de um go- verno democrático são rapidamente e cruel- mente abafadas pelas botas dos soldados, como aconteceu em Hong-Kong no ano passado, ou há 25 anos, sob os tanques de guerra, na Praça Tiananmen. Foto Inês Faro/LusoPresse. Livro Laços e Abraços Lançamento em grande pompa Reportagem de Vitória FARIA Realizou-se no passado sábado, no salão de festas do Clube Portugal de Montreal, o lançamento do último livro de Adelaide Vile- la, profícua escritora e poetisa que nos honra também com a sua preciosa colaboração como jornalista. Com mais de duzentos convivas, a sala parecia demasiado pequena para conter todos os amigos da poetisa, mal havendo espaço para uma pequena área de dança ao centro. Afi- nal não foram os dançarinos que mais a apro- veitaram mas sim as inúmeras crianças que ali confraternizaram com a “tia Adelaide” que, de bom grado, lhes contou histórias de encantar. Como convidado de honra a festa teve o prazer de contar com o novo Cônsul-Geral de Portugal em Montreal Dr. José Guedes Bleck de Sousa que se inteirou com evidente interesse da obra de Adelaide Vilela. Esteve igualmente presente Clementina Santos, Conselheira do Conselho das Comunidades Portuguesas, a- companhada pelo marido, o conhecido ad- vogado Arlindo Vieira. Do programa fazia parte um jantar com vários serviços que foi muito apreciado. Igual- Cont. na pág 18 MONTRÉAL affilié 8710 Pascal Gagnon, St-Leonard, Qc H1P 1Y8 www.eco-depot.ca 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652

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Vol. XIX • N° 322 • Montreal, 05 de fevereiro de 2015

Cont. na pág 2

EditorialOs limites da Democracia

• Por Carlos DE JESUS

No mundo há mais de dois milmilhões de muçulmanos, a maioria dosquais recusa a democracia pelo facto de que,segundo o Alcorão, os homens devemobedecer à lei de Alá e não à lei dos outroshomens. Resultado, a maioria dos paísesmuçulmanos são dirigidos por partidos au-tocráticos ou ditaduras sob a proteção lega-lista de um imã, de um emir, de um califaou dum rei que se intitula a si mesmo co-mandante dos crentes.

Na China, uma população de mais de1 300 milhões de almas vive num regimeautocrático, a que os dirigentes chinesesdesignam por meritocracia e que na verdadeé um capitalismo de estado subordinado àvontade de um partido único, o PartidoComunista. As raras veleidades de um go-verno democrático são rapidamente e cruel-mente abafadas pelas botas dos soldados,como aconteceu em Hong-Kong no anopassado, ou há 25 anos, sob os tanques deguerra, na Praça Tiananmen.

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Livro Laços e AbraçosLançamento em grande pompa

• Reportagem de Vitória FARIA

Realizou-se no passado sábado, nosalão de festas do Clube Portugal de Montreal,o lançamento do último livro de Adelaide Vile-la, profícua escritora e poetisa que nos honratambém com a sua preciosa colaboração comojornalista.

Com mais de duzentos convivas, a salaparecia demasiado pequena para conter todosos amigos da poetisa, mal havendo espaçopara uma pequena área de dança ao centro. Afi-nal não foram os dançarinos que mais a apro-veitaram mas sim as inúmeras crianças que aliconfraternizaram com a “tia Adelaide” que, debom grado, lhes contou histórias de encantar.

Como convidado de honra a festa teve oprazer de contar com o novo Cônsul-Geral dePortugal em Montreal Dr. José Guedes Bleckde Sousa que se inteirou com evidente interesseda obra de Adelaide Vilela. Esteve igualmentepresente Clementina Santos, Conselheira doConselho das Comunidades Portuguesas, a-companhada pelo marido, o conhecido ad-vogado Arlindo Vieira.

Do programa fazia parte um jantar comvários serviços que foi muito apreciado. Igual-

Cont. na pág 18

MONTRÉAL affilié8710 Pascal Gagnon, St-Leonard, Qc H1P 1Y8

www.eco-depot.ca

3204, rua Jarry Este

729-9494www.ocantinho.ca

RESTAURANTE

Grelhadosà portuguesa sobre carvãoGrelhadosà portuguesa sobre carvão

Os nossos endereços222, boul. des Laurentides, Laval8989, rue Hochelaga, Montréal8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal6520, rue Saint-Denis, Montréal10526, boul. Saint-Laurent, Montréal6825, rue Sherbrooke est, Montréal7388, boul. Viau, Saint-Léonard

10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury

António RodriguesConselheiro

Natália SousaConselheira

CIMETIÈRE DE LAVAL5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval

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Visite o nosso MausoléuSÃO MIGUEL ARCANJO

Uma família ao serviço de todas as famílias

Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam

as vossas crenças e tradições.

514 727-2847www.magnuspoirier.com

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*Hélio PereiraCHA

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Ouvert de 6 AM à 10 PM

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Página 25 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

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Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

Aniversários da LusaQ TV e do LusoPresseObrigado ao público, aos artistas e aos comerciantes

Pensámos numa festa concorrida,com números importantes, mas no cami-nho fomos encontrando dificuldades váriase inesperadas que acabaram por influir negati-vamente no todo. Tinham razão aqueles quenos indicaram, a dada altura, que o preço deingresso na festa de aniversário da LusaQTV e do LusoPresse era demasiado alto. Arealização de uma outra festa, no mesmodia, que visava o mesmo público, ou pelomenos a sua maioria, deve ter acabado porfazer o resto.

Seja como for, a festa da LusaQ TV edo LusoPresse, por ser senhora de um pro-grama muito bom, acabou por ter brilho,como unanimemente disseram as cerca de150 pessoas presentes, as quais preencherampor completo todos os lugares disponíveisda sala principal do Centre Calixa Lavallée.

E como tudo acabou bem, gostaría-mos, em primeiro lugar, de agradecer àquelesque num curto espaço de tempo nos permi-tiram, sem custos adicionais, passar de umagrande sala (Plateau) para uma sala menor(Paul Buissonneau) de maneira a que o públi-

co, e sobretudo os artistas, se sentissem numambiente verdadeiramente acolhedor, propícioa um serão artístico de qualidade superior.

A seguir vem o público, aquele que acredi-tou que participar na festa de aniversário daLusaQ TV (e do LusoPresse), sem ser umaobrigação, era um dever comunitário, porquese tratava de apoiar um meio de comunicaçãoque veio trazer uma mais-valia à nossa comuni-dade.

A terceira parte dos nossos agradecimen-tos vai inteirinha para o leque de artistas queparticipou neste aniversário. Para o grupo ThePortugueses Kids que mais uma vez mostroutodo o seu profissionalismo. Se dúvida houver,pergunte-se a quem esteve presente na sala PaulBuissonneau no passado dia 24 de janeiro. Epara os quatro jovens artistas, Viviana Louren-ço, Jason Coroa, Elizabeth Machado e JeffreyAndré, que para além de atuações fantásticas,que a todos agradaram, nos deram mais umaprova de quanto são pessoas de bons senti-mentos. Aqui, este nosso abraço de agradeci-mentos é também extensivo aos guitarristasJoe Medeiros, Paulo Gomes e Francisco Vala-das.

E porque eles são o suporte de quasetudo o que se faz na comunidade, deixa-mos também aqui neste singelo texto umO-BRI-GA-DO muito especial para oscomerciantes portugueses que colabora-ram connosco na festa da LusaQ TV edo LusoPresse e que foram a Altapex, oCoco Rico, o deputado Jean Rous-selle, o Restaurante Douro, o BocaIbérica, a Casa Minhota, o PortusCalle, a pastelaria Bela Vista, a Pada-ria São Miguel, o Grupo Ferreira,a Caixa Desjardins Portuguesa, oCafé Central, o Chouriçor, os Res-taurantes Cantinho e o notário Edu-ardo Dias.

A terminar, tenho também um abra-ço, muito sincero, para dar a toda a equipada LusaQ TV e do LusoPresse pelo esfor-ço e trabalho desenvolvidos no antes, du-rante e depois desta promoção de partodifícil, mas que deu nascimento são e feliz!

Norberto AguiarProdutor e editor

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EDITORIAL...Cont. da pág 1

Em África, poucos são os países que vivemrealmente em democracia, mesmo naqueles on-de se realizam periodicamente eleições. Os regi-mes ditatoriais ou resultantes de golpes de esta-do ultrapassam de longe todas as democraciasde facto. A corrupção, o tribalismo, a prepotên-cia das classes políticas e militares, aliadas à ex-pansão do islamismo, fazem daquele continen-te o alfobre de todos os genocídios, atrocidadese violações dos direitos dos povos.

Restam-nos as democracias parlamentaresda esfera do Ocidente. O que é que distingueeste sistema de todos os demais? Numa palavra,a Liberdade. A liberdade de os seus cidadãospoderem exprimir publicamente as suas ideias,ainda que essas ideias ponham em causa, mes-mo injustificadamente, os poderes públicos.A liberdade de os seus cidadãos poderem cir-cular por toda a parte sem terem que dar contasa ninguém. A liberdade de poderem trabalharpor conta de outrem ou autonomamente, depoderem conceber, construir, fabricar, vendere distribuir produtos ou serviços segundo asregras prescritas na lei e não sob a alçada críticado estado. A liberdade de poderem viver empaz, de poderem escolher os seus parceirosmaritais ou sexuais, as suas capelas ou os seusgurus ideológicos, sem recearem a prepotênciadas autoridades, das regras do clã, dos costumestribais, e até mesmo de poderem subtrair-se àpressão familiar e social. E, finalmente, the lastbut not the least, a liberdade de poderem esco-lher os seus dirigentes políticos.

É esta, afinal, a característica mais prezadado mundo ocidental, a liberdade, que milharesde cidadãos, oriundos de países antidemocrá-ticos, particularmente das zonas governadaspelos princípios do Profeta, procuram nosnossos regimes democráticos.

Winston Churchill dizia que a democraciaé um mau sistema, mas que é o menos mau de

todos os sistemas.Realmente não se pode dizer que a demo-

cracia é o paraíso. Longe de lá. Há muita refor-ma a fazer. Há muito para corrigir. A Justiça émercável. A Saúde dependente do arbítrio doslobbies sindicais e corporativos. A Educação,enleada num eterno laboratório pedagógicoideológico. A fiscalidade à mercê das concorrên-cias de classes. A economia pendurada ao queder mais. O futuro dependente dos jogos parti-dários.

Os nossos regimes democráticos vivemsob a pressão constante das urnas. Isto é, ospartidos políticos só podem governar a curtoprazo, para não serem rejeitados nas próximaseleições. Daí que prometam mar e mundo du-rante a campanha eleitoral e acabam por fazer,muitas vezes, o oposto do que prometeram.Porquê? Porque o eleitor continua a acreditarem milagres. E, como se diz na nossa terra,com papas e bolos se enganam os tolos.

Mas, na verdade, o nosso regime democrá-tico está assim feito, que nem sequer são aspromessas que acabam por eleger os candida-tos. Os eleitores raramente votam a favor deprogramas políticos ou de candidatos. Asurnas não passam de vomitórios do descon-tentamento.

Foi o que se passou com o último gover-no pequista de Madame Marois. O seu gover-no tinha um ambicioso programa de governarcomo bom governo provincial, embora namanga guardasse sempre a famigerada carta doreferendo.

O bom povo não gostou que lhe vendes-sem gato por lebre. Não gostou da ideia de sever precipitado numa ronda de conflitos comos grupos éticos e o federal. Não gostou dosrebuçados dados aos amigos amargurados pe-los resultados dos votos. Finalmente, os que-bequenses não votaram pelo Partido Liberal,votaram contra o Parti Québécois, escolhendoo que lhes parecia mais apto a gerir o aparelhode estado, não obstante a pesada herança decompadrio e corrupção que este arrastava con-

sigo.As nossas democracias também têm de

se reformar. Ou reformar o sistema de escru-tínio. É preciso que o sistema atraia os maisidealistas, os mais isentos, os mais ferrenhosdefensores do bem comum e deixe de ser umtrampolim para os interesses da classe, dosamigos, dos defensores do lucrativo “statu-quo”.

Na Casa dos Açores

Matança do PorcoA Casa dos Açores realiza sába-

do, dia 7 de fevereiro, na sua sede, a suatradicional Matança do Porco.

A este propósito, os seus dirigentesconvidam todos os sócios, amigos e co-munidade em geral a tomar parte nestafesta, cuja tradição tem raízes nas ilhas.

Festa de S. ValentimA Festa dos Namorados, sábado, dia

14 de fevereiro, também marca encontrona Casa dos Açores. E para que a festatenha muito brilho, nada melhor que en-cher a casa, com muitos sócios e outraspessoas amigas.

Para informações sobre estas duaspromoções, é só discar o (514) 388-4129.

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Página 35 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

Alexandra Mendes, que foi deputada liberal federal de 2008 a2011 pelo círculo eleitoral de Brossard/La Prairie por uma unha negra– depois também perdeu por uma diferença menor – está de novo emcampanha, agora para as eleições que estão à porta, diz-se que em outu-bro.

E como há que trabalhar no duro para que o êxito seja certo, Ale-xandra Mendes, que teve mais uma vez o apoio do seu partido paraconcorrer pelo círculo agora modificado de Brossard – saiu a cidade deLa Prairie e entrou a de Saint-Lambert – pôs-se ao trabalho organizandoum «branch» onde pudesse dialogar com muitos dos seus futuros elei-tores, muitos já antigos, como está bem de ver, de forma a pedir-lhesapoio de maneira a tornar-se a deputada que já foi.

Na ocasião, a candidata a deputada pediu à assembleia que se tornas-se membro do partido, importante para ela e, consequentemente, parao Partido Liberal do Canadá, por quem concorre, como já se disse. Osegundo pedido, que muitos outros ficarão para mais tarde, é de quemprecisa de elementos de apoio à sua campanha, pois que sem eles, sejaqual for o candidato, o caminho para a derrota é inevitável.

Pode dizer-se que o encontro liberal do passado dia 11 de janeiro,promovido na grande sala do resto-bar club billard Le Skratch, emBrossard, preencheu os desígnios da nossa compatriota, ou pelo menosdeu a entender isso mesmo, com a participação de mais de 200 pessoas,avaliação nossa...

Pena foi que no meio de tanta gente, poucos portugueses marcas-sem presença, como nos garantiu a própria Alexandra: – Tirando a mi-

Com as eleições federais no horizonte

Alexandra Mendes põe-se ao trabalho• Reportagem de Norberto AGUIAR

nha família, não notei aqui hoje ninguém de origem portuguesa. E lo-go questionada do porquê, a antiga diretora da Maison Multiculturellede la Rive-Sud avança com o eterno desinteresse dos portugueses pelapolítica.

«A nossa gente ainda não percebeu que para se ter acesso a pata-mares influentes da vida canadiana é preciso ter voz e essa voz só podevir através da participação cívica. Participar nas eleições é votar, sim,mas é também colaborar em todo o processo, que começa pelas assem-bleias de investidura... Pelos vistos, os portugueses – mesmo os luso-descendentes, como afiança a candidata – continuam a passar ao ladode todo e qualquer atoeleitoral. «As exce-ções são como as a-ves raras».

No encontro or-ganizado por Alexan-dra Mendes vieram-lhe dar apoio o seuantigo patrão, JacquesSaada, que chegou aser ministro, e Marc

Garneau, o deputado/astronauta, e que é atual-mente e para todos os efeitos um dos mem-bros mais influentes do partido a nível nacio-nal. Ambos concordaram que Alexandra é umamulher de muito valor, com condições parabem representar o seu círculo eleitoral e seusrespetivos eleitores. «Em qualquer parte dopaís, a Alexandra seria uma candidata desejada»,disseram-nos.

Numa altura em que o Partido Liberal doCanadá dá sinais de alguma perda nas sonda-gens, que liderou sempre depois que Justin Tru-deau chegou a chefe, Alexandra Mendes e MarcGarneau estão confiantes numa vitória maiori-tária das suas hostes. Para que isso aconteça,os dois políticos falam em trabalho, trabalhoe trabalho, de maneira a convencer os eleitorescanadianos que é o Partido Liberal quem mereceformar o próximo governo.

«O Partido Liberal do Canadá esteve pertodo precipício. Mas agora está de volta paraformar governo, graças ao grande trabalho quefez Bob Rae enquanto chefe interino. A provaestá no apoio que hoje recebemos do povoem qualquer região do país. Estamos muitoconfiantes. Vamos ganhar as eleições, apareçamelas na primavera ou no outono», conclui MarcGarneau, ex-candidato a chefe do Partido –perdeu, precisamente para o filho mais velhode Pierre Elliott Trudeau.

Na altura deste encontro, o Partido Libe-ral, garantiram-nos, registava um naipe de 300mil membros. E em termos de candidatos àseleições no Quebeque já tinha 60% dos candi-datos escolhidos.

Também soubemos que da comunidadeportuguesa, a Alexandra arrisca-se a ser a nossaúnica representante.

Foto 1) - Alexandra Mendes e Marc Garneau cantam o Hinodo Canadá.Foto 2) - Alexandra Mendes agradece os aplausos dos seusseguidores no fim do seu discurso.Fotos de Stav Tsamitros.

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Página 45 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Vitória Faria• Osvaldo Cabral• Lélia Nunes• Filipa Cardoso• Onésimo Teotónio Almeida• João Medeiros Constância• António Silva Cordeiro• Inês Faro• Adelaide Vilela

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TvProdutor Executivo:• Norberto AguiarContatos: (514) 835-7199

(450) 628-0125

Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-diaTelenovela: segunda, quarta e sexta-feira, das 17h00 às 18h00.(Ver informações: páginas 9 e 15)

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Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Parabéns LusaQ TV!• Reportagem de Inês FARO

A LusaQ TV festejou o seu primeiroaniversário no dia 24 de janeiro. A ocasião nãofoi passada em branco e cerca de 150 pessoasassistiram ao espetáculo organizado pela equipada LusaQ TV e do jornal LusoPresse, que tam-bém celebrou 18 anos. A festa no Centro Cul-tural Calixa-Lavallée, no Parque Lafontaine, co-meçou com as palavras de Carlos de Jesus, dire-tor do LusoPresse e comentador regular daLusaQ TV e Norberto Aguiar, produtor daLusaQ TV e editor do LusoPresse. Seguiram-se ainda as palavras do General Luís de Sousae do chanceler David Pereira.

A primeira parte do espetáculo contoucom a atuação de Jeffrey André, um jovem dacomunidade que canta desde os 3 anos, masque só recentemente subiu ao palco graças aoapoio da fadista Cathy Pimentel. De seguidafoi a vez de Jason Coroa e dos seus três guitar-ristas, Francisco Valadas, Joe Medeiros e PauloGomes, já mais habituados a atuar para umgrande público. Seguiu-se depois ElizabethMachado, uma jovem luso-descendente quenasceu em Montreal mas que já tem participa-do noutros eventos da comunidade portugue-sa. Por último, Viviana Lourenço, uma fadistaportuguesa a viver em Montreal há dois anos,que anima também uma emissão todos os do-mingos na Radio Centre-Ville e que já é umacara e uma voz conhecida e querida da comu-nidade.

E embora tenha sido o aniversário da Lu-saQ TV e do LusoPresse, houve presentes adistribuir pelo público! As senhas premiadasderam direito a noites em hotéis – o HotelMeridien, Hotel le Château Versailles e Hotel10 e jantares na Boca Ibérica, Casa Minhota,Portus Calle, Douro e Branzino.

De destacar também foi a boa disposiçãoe à-vontade dos apresentadores, Ludmila A-guiar e Daniel Pereira, uma dupla querida pelopúblico, que mais uma vez deu provas da suacompetência e bom humor, desta vez com osespectadores presentes, mas também aos queficaram em casa. Sim, porque quem não pôdeir, tem a possibilidade de ver um resumo danoite numa emissão especial da LusaQ TV!Não perca.

The Portuguese Kids100% Chouriço 100% Papo-seco, o lado

divertido de crescer em português, é assim quese definem os The Portuguese Kids. Depoisdo intervalo foi a vez da tão aguardada exibiçãoda noite pelos luso-descendentes do Massa-chusetts. Um verdadeiro sucesso, Derrick De-Melo, Jason Casimiro, Brian Martins e Al Sar-dinha surpreenderam os espectadores com ce-nas improvisadas a partir de palavras e respos-tas do público. Algumas pessoas presentes fo-ram convidadas a subir ao palco e fazerem par-te do espetáculo. Foram muitos os momentosde riso com os The Portuguese Kids a confir-marem a razão do êxito que têm conhecidonos últimos meses. Além do improviso, osquatros humoristas apresentaram alguns ske-tches onde satirizaram a morte e o luto assimcomo a coscuvilhice, a relação entre pais e fi-lhos, os conflitos entre marido e mulher, o fu-tebol, a comida e o trabalho doméstico e em

fábricas ou pequenas empresas, baseados nasua própria experiência enquanto descenden-tes de portugueses na América do Norte, assimcomo as suas vivências na sua comunidade deorigem. Um destaque no humor étnico nascomunidades portuguesas pelo mundo, os ThePortuguese Kids são já responsáveis por cria-rem uma língua própria, onde o inglês se mis-tura com expressões tipicamente portuguesase onde os palavrões se destacam. Mas a riquezados atores vem sobretudo porque falam doque conhecem e por isso são capazes de supe-rar os clichés e os preconceitos que os portu-gueses em Portugal têm das comunidades por-tuguesas espalhadas pelo mundo. Derrick De-Melo, Jason Casimiro, Brian Martins e Al Sardi-nha falam pouco português, mas apanharambem a linguagem e o contexto social e culturalonde cresceram – a de uma grande parte das fa-mílias nas comunidades portuguesas nos EUAe no Canadá nos anos 70, 80 e 90 com todasas suas especificidades: do bacalhau ao pastelde nata, do marido que quer ver futebol e bebercerveja, da mulher doméstica que gira a sua vi-da em torno da mesa, cama e roupa lavada paraa família, das vizinhas coscuvilheiras, da preten-sa boa-educação, a baixa escolaridade, a vida àvolta do cuidado com o carro e com a casa, etc.Excluídos do seu humor são deixados os reaisproblemas que estas comunidades enfrentaram(e algumas ainda enfrentam) – a violência do-méstica, a desigualdade entre homens e mu-lheres, a pobreza ou a exclusão social. Talvezem sketches futuros. De qualquer forma, cum-priram o papel de animar a noite e satisfazer asexpectativas do público.

AgradecimentosA festa acabou com um agradecimento a

todos os patrocinadores e com os colabora-dores da LusaQ TV e do jornal LusoPresseconvidados a virem ao palco e receberem umasalva de palmas. Norberto Aguiar expressoutambém a sua gratidão à comunidade, graças àqual é possível continuar este projeto, lembran-do às companhias, restaurantes e empresas por-tuguesas que sem o seu apoio financeiro tantoa televisão como o jornal correm o risco denão serem viáveis. Para o próximo ano, a Lu-saQ TV e o LusoPresse comprometem-se, co-mo até aqui, a dar o seu melhor. Parabéns a to-dos os que fazem isto possível, a todos os quenos acompanham e apoiam!

The Portuguese Kids: http://www.portuguesecomedy.com/

Horários da LusaQ TV: Segunda-feira, às21h00, e aos sábados, às 11h00. (Há repetiçõesdurante a semana. Consultar o jornal Luso-Presse.)

L P

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

Flagrantes do espetáculo levado a cabopela equipe do LusoPresse e LusaQ TV.

Página 55 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Honra para o LusoPresse e LusaQ TVNorberto Aguiar vai receber medalha

Norberto Aguiar, chefe de redaçãoe editor do LusoPresse e produtor da LusaQTV, vai ser o feliz recipiendário da «Medalhada Assembleia Nacional do Quebeque» numacerimónia que terá lugar no próximo dia 16de fevereiro em Laval. O deputado de VimontJean Rousselle vai honrar este ano sete pes-soas que se distinguem de maneira exemplarnos diversos meios quebequenses. NorbertoAguiar é o único do grupo de 2015 proveni-ente duma comunidade cultural, honra querecai sobre toda a comunidade portuguesa.

O deputado de Laval, Jean Rousselle,esteve presente no evento do lançamentoda LusaQ TV, em junho passado, e assimpôde observar o trabalho e os esforços des-pendidos pelo chefe de redação e editor doLusoPresse na organização daquela festa,num verdadeiro trabalho de equipa e que sesaldou por um imenso sucesso. Do seu gabi-nete afirmaram-nos que a Mealha da Assem-bleia Nacional é concedida ao Senhor Nor-berto Aguiar a fim de sublinhar «os seus es-forços no seio da sua comunidade de origem,a sua coragem, a sua perseverança e a sua de-terminação» ao mesmo tempo que «honra odinamismo e a preciosa contribuição da co-munidade portuguesa do Quebeque».

Contactado ao telefone para conhecer asua primeira reação a esta distinção, a primeira

do género, o jornalis-ta originário da La-goa, em São Miguel,começou por se de-clarar pouco à vonta-de explicando quenão tinha acreditadologo de seguida.«Vou aceitar comprazer porque a meuver é toda a comuni-dade portuguesa quevai aproveitar. Nãoposso esquecer todaa minha família queme apoia com todasas suas forças desdea minha chegada aMontreal. Digamos

que vai ser uma honra coletiva», declarou ohomem que completou recentemente 60anos.

Norberto Aguiar chegou a Montreal a2 de março de 1975 quando tinha apenas 20anos. Casou-se com Anália Narciso, umajovem da Freguesia do Rosário (Lagoa), quetinha então 17 anos. O casal tem três filhas:Ludmila, Petra e Karene, todas três muitoativas nas iniciativas da LusaQ TV e do Lu-soPresse, jornal que vai celebrar o 20º aniver-sário da sua fundação em 2016, sob a preciosadireção de Carlos de Jesus. O amigo NorbertoAguiar é bem conhecido de todos pelas suasintervenções comunitárias e as suas análisesda cena desportiva. Um jogador de equipa!

L P

Em Março...Camané em MontrealLUSOPRESSE – Com o patrocínio

da grande dama do teatro que é Sophie Faucher,vai estar entre nós, no dia 14 de março, sábado,no Théatre Outremont, o grande intérpretedo fado, Camané, acompanhado pelos seusmúsicos Paulo Manuel Pereira Costa, PauloPaz e Carlos Manuel Proença.

Camané tem tido um grande êxito não sónacional como para além fronteiras. O jornalLibération, da França disse dele : — « Camanéa un art épuré de jouer avec le temps à l’intérieurd’une mesure, d’appuyer sur un mot, de traînersur une syllabe, créant un complexe et fasci-nant dialogue avec les arabesques de la guitareportugaise... »

O primeiro contacto de Camané com ofado ocorreu um pouco por acaso, quando du-rante a recuperação de uma maleita infantil seembrenhou na coleção de discos dos pais edescobriu os grandes nomes do fado: AmáliaRodrigues, Fernando Maurício, Lucília do Car-mo, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marce-neiro e Carlos do Carmo.

Dessa altura até à vitória em 1979 do even-to “Grande Noite do Fado” foi um passo. Nasequência desta participação gravou alguns tra-balhos e efetuou diversas apresentações pú-blicas.

Camané atuou em diversas casas de fado,além de fazer parte do elenco de diversas pro-duções dirigidas por Filipe La Féria (o maisimportante diretor português de musicais) co-

mo a “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e“Cabaret”, onde adquiriu assinalável evidência.

A edição de “Uma Noite de Fados”, elo-giada pela crítica especializada, elegeu Camanécomo a voz mais representativa da nova geraçãodo fado, possibilitando o reconhecimento daqualidade do seu trabalho pelo grande público.Realizou desde essa altura inúmeras apresenta-ções em Portugal e no estrangeiro, atuandoem França, Holanda, Itália e Espanha, Méxicoe agora no Canadá.

Camané em Montreal, em março.

L P

Hôtel du Parlement1045, rue des Parlementaires, bureau 1.53a Québec (Québec) G1A 1A4

Bureau de circonscription4650, boul. des Laurentides, bur. 415, Laval QC H7K 2J4Tél. : 450 628-9269 | Téléc. : 450 [email protected]

Adjoint parlementaire du ministre des Affaires municipales et de l’Occupation du territoire (volet habitation)

Jean Rousselle Député de Vimont

Pelo seu primeiro ano de programação televisiva em língua portuguesa desejo à LusaQ TV – como ao jornal LusoPresse pelos seus

18 anos - um feliz aniversário, com votos de longa e exitosa vida!

Jean Rousselledeputado liberal provincial

Círculo eleitoral de Vimont (Laval)

Página 65 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Pedra de Toque

Sob o signo de Mendacium arrancou 2015• Por Lélia Pereira NUNES

[...]Só lá do alto do poleiro azulo sol doirado e verde,o fulvo papagaio(estou bêbedo de luz,caio ou não caio?)nos lembra a dor do tempo que se

perde.Carlos de OliveiraDo poema “O Tempo”, in

Colheita Perdida

O Natal ficou para trás, o AnoNovo fez sua entrada triunfal com direitoa muita festa, ao delicioso borbulhar dechampanhe a pinicar o céu-da-boca e auma esplendorosa queima de fogos deartifício que iluminou os céus da Ilha efez brilhar a esperança no coração danossa gente, sacramentada nos milhõesde abraços e beijos. A Esperança do “ver-bo esperançar” de almejar, de querer e re-alizar. Esperançar de fazer acontecer, cor-rer riscos, construir e de mudar. Não con-fundir com o verbo esperar de ficar à espe-ra de braços cruzados, de esperar por diasmelhores vendo a vida passar como seestivesse numa estação à espera do tremde um incerto destino. Isso não é espe-rança, é apenas espera. Esperançar é di-ferente. Tal qual cantou Geraldo Vandrécom “Caminhando” ou “Pra não dizerque não falei das flores” e seu memorávelrefrão – Vem vamos embora/Que esperarnão é saber/Quem sabe faz a hora/Nãoespera acontecer [...],grito de resistênciada geração dos anos sessenta.

Por querer saber “esperançar” nãoconsidero o 1° de janeiro um dia comooutro qualquer, um simples virar da fo-lhinha do calendário anunciando o anonovo, com duração de 365 dias, 52 sema-nas e doze meses na vã tentativa de cercaro tempo imparável. Surpreende, sobretu-do, por conseguirmos sobreviver comdignidade apesar de todas as pressões ecobranças sofridas no correr dos dias.

Seu amanhecer é inquieto, mítico,energia pura brotando por todos os po-ros, cheio de prognósticos e desejos. Umainquietude que navega por todo janeiro anos desafiar.

Contudo, pra início de conversa,2015 arrancou tecendo a nova tapeçariada sociedade brasileira, uma nova tramada política nacional e no avesso, numemaranhado de nós, escondeu o verdadei-ro retrato do País com despistes e en-godos. Cresce o pressentimento de quenão vem aí bom tempo... Isso é assusta-dor, dá medo. O jeito é encarar, respirarfundo e avançar com coragem, sabedoria,fé e muita paixão.

Em artigo publicado em fevereirode 2014, escrevi que o novo ano começa-va atropelado e seguia atropelando ocalendário em função de dois aconteci-

mentos – a Copa do Mundo no País do Futebole a Maratona Eleitoral de outubro no BrasilMaravilha. Da Copa guardamos a tragédia daderrota para Alemanha. O placar implacávelde 7x1 se cristalizou na memória dos brasilei-ros. Merecemos. Quando soou o apito final, a13 de julho, a tristeza tomou conta dos brasilei-ros, mas não blindou a alegria do nosso povoque vive a esperança até os limites da exaustão.Já o Brasil Imaginado, parido pelo marketingeleitoral, dividiu o País e concedeu à DilmaRousseff mais quatro anos na Presidência daRepública enquanto o País real andava paratrás numa visível estagnação econômica, quedado PIB, aumento do custo de vida e uma in-flação (oficial) que fechou 2014 com alta de6,41%. Finanças públicas falidas, incompe-tência, desgoverno, crescimento nulo, povoempobrecido e o País mergulhado em escânda-los, um verdadeiro balaio de siris – quando setenta puxar um, os demais vêm juntos, agar-rados num enrosco só. Capitaneado, é claro,pelo escândalo de corrupção sem precedentena Petrobras, a maior empresa do Brasil e orgu-lho nacional desde a sua criação em 1953 – oPetrolão. Infelizmente, a corrupção não se li-mita a Ilha da Fantasia, Brasília. Hoje está po-tencializada e se espalha como erva daninhapor vários Estados da federação e esferas políti-cas, como o ruidoso escândalo que abalou Flo-rianópolis no apagar das luzes de 2014, envol-vendo funcionários, diretores e ilustres verea-dores num esquema de fraude em licitações naPrefeitura de Florianópolis e Câmara de Vere-adores, resultando em perda de mandatos e ca-torze detenções.

Diante de tantos desvios, manobras fis-cais irresponsáveis, deturpações, mentiras, dis-cursos vazios, ouso dizer que o ano atropeladode 2014 partiu sob o signo Mendacium, divin-dade romana da dissimulação que personificavaos espíritos ou daemones da falsidade, da men-tira, do engodo (Pseudologos para os gregos).

É neste cenário viciado que arrancou 2015carregado de expectativas e perceções indivi-duais e coletivas. O escritor Zuenir Ventura,em recente crônica, adverte “que uma coisa éa nossa história particular e outra, a Históriamaior, coletiva.” Ou seja, uma coisa é umacoisa, outra coisa é outra coisa, filosofa onosso “manezinho da Ilha”.

Ao tomar posse no dia 1° de janeiro evestir a faixa presidencial para seu segundomandato, a Presidente deixou-me embasbacadacom seu discurso fantasioso de pura retóricade palanque, recheado de promessas, permeadode autoelogios e um amontoado de inverdades.Não disse o que vai fazer para solucionar osgraves problemas brasileiros e a crise econômi-ca que já está impondo um duro apertar de cin-tos. Apenas prometeu, como se, ainda, estives-se em campanha eleitoral. Pra completar elaprometeu que vai tirar a educação brasileira damiséria e lançou o grande programa de seu no-vo governo, seu lema norteador “Brasil, PátriaEducadora”. Se a educação é a sua bandeira e omaior problema do Brasil gostava de saberpor que o Ministério foi entregue a um estra-nho no ninho e porque ao promover um blo-queio provisório de um terço dos gastos admi-

nistrativos dos 39 ministérios e secreta-rias o ministério mais afetado foi o daEducação. Aliás, basta ver a lista donovo ministério para concluirmos quese trata de um deboche e um desrespei-to aos 200 milhões de brasileiros. Umespelho fiel da política do “toma lá dácá”. Um nome apenas sobressai, o eco-nomista Joaquim Levy que assumiu apasta da Fazenda e que terá por missãofazer o milagre de pôr a economia nocaminho certo. Na crônica “O Resga-te” publicada no jornal O Globo, edi-ção de 4 de dezembro, o escritor LuísFernando Veríssimo comentou sobreo Ministério do segundo governo Dil-ma: “’Estranho’ é um adjetivo inade-quado para o segundo ministério daDilma. ‘Maluco’ é pouco. ‘Inacreditá-vel’ também. ‘Esdrúxulo’ é a palavra.Não tem outra.” Uma descrição su-pimpa, sem dúvida.

O facto é que a sociedade brasileirapassa por um momento crucial, dra-mático. A crise tende a se agravar. Asperspectivas são sombrias, mas nãocatastróficas. No entanto, não é horade cruzar os braços numa atitude leni-ente. Muito menos, não podemos sercaudatários. Num País tão rico e imen-so como o Brasil e com tantas poten-cialidades poderemos e devemos comtrabalho e determinação sair dessa efazer a travessia de 2015 no prumo eno rumo certo. Afinal, este é o ano re-gido por Marte, protegido por Ogum,o guerreiro e Iemanjá, Odoyá!

Que cada um faça a sua parte e co-mece por arregaçar as mangas e issoinclui assumir atitudes, ser voz ativa,totalmente livre, sem vergar jamais.Pois, acima de tudo está o nosso direitoinalienável à liberdade de expressão.

Para arrematar, me permitem umadigressão...

Na esfera privada o ano de 2014deixou-nos um rasto de dor, de desam-paro e uma imensa tristeza com a perdainsuperável do avô, pai e companheirode uma vida. Por outro lado, 2014 pro-porcionou a realização de inúmerosprojetos, conquistas profissionais epessoais e imensas alegrias. Fica a lem-brança da vida partilhada, a memóriaindelével que, travestida de saudade, háde ser o tecedor do vento, a energiainesgotável que move as pás do mo-inho, a me impulsionar para uma novavida em 2015 e os anos que hão de vir.

E a Felicidade? Só o tempo dirá...

L P

ALBERTOGONÇALVES

1923 – 2014Faleceu em Montréal no dia 25

de dezembro de 2014, com 91 anos deidade, Alberto Gonçalves, natural de VilaCã, concelho de Pombal, esposo deMaria Gonçalves.

Deixa na dor a sua esposa, o seufilho Alberto M. Gonçalves (OtelindaDe Morais), a sua filha ClarindaGonçalves (Alcides Ribeiro), os/asnetos/as Viriato, Joselito, Kevin, Nancye Katie, os/a bisnetos/a David, Derick eKayla, a sua irmã Maria Rosa Gonçalves,seus sobrinhos/as, seus primos/as,assim como restantes familiares e amigos.

Os serviços fúnebres estiveram acargo de

MAGNUS POIRIER Inc.7388 Boul. Viau, MontréalTel.:514-727-2847www.magnuspoirier.comAntónio Rodrigues – 514-918-1848

A missa de corpo presente, foicelebrada na quarta-feira dia 31 dedezembro de 2014, às 10h na Igreja SantaCruz, em Montréal.

Seguiu-se a trasladação para ocemitério de Vila Cã, concelho dePombal, onde será sepultado.

A família vem por este meioagradecer a todas as pessoas que, dequalquer forma, se lhes associaram nestemomento de dor. A todos o nossoobrigado pelo vosso conforto. BemHajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général: 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe: 514 727-2828 poste 1313

[email protected]

L P

Página 75 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Na redação do LusoPresse

Avaria grave!

Atarefados com a organização do pri-meiro aniversário da LusaQ TV e dos 18 anosdo LusoPresse, os computadores (3) na redaçãodeste jornal, quase em simultâneo com a festa,decidiram pregar partida e foram-se abaixo...

Como sabem, o LusoPresse, em janeirode cada ano, é publicado uma só vez, na terceirasemana do mês e que este ano apontava paraque fosse publicado na quinta-feira, dia 22.

Ora, como já repararam noutros artigosdeste número do LusoPresse, a festa desta casaera no dia 24, portanto, dois dias depois...

Com as avarias, os esforços foram canali-zados para profissionais da Best Buy, e até datipografia (Payette et Simms, inc.) que imprimeo LusoPresse, trabalhando-se quase de dia enoite para que as reparações fossem feitas atempo de sair a edição do jornal, a primeira do

ano por sinal.De problema em problema, as reparações

foram-se fazendo quase às maquias, com al-guma falta de profissionalismo da Best Buy àmistura, convenhamos. Resultado, os atrasosforam-se tornando cada vez mais problemáti-cos, ao ponto da edição 322 do LusoPressecomeçar a ficar em causa...

Estava-se quase num beco sem saída quan-do se tentou, como último recurso, a comprade novo material. Foi assim que acedemos àproposta do(s) técnico(s)... pois a tudo estáva-mos dispostos para que o jornal saísse na alturadevida...

Puro engano, já que com o material novoveio o problema das incompatibilidades dosvários segmentos e tudo voltava à primeiraforma...

Vendo o tempo a passar e a festa aniversa-riante a precisar de implicação da nossa parte eda equipa, junto com a falta de garantias dostécnicos, mesmo, como já vimos, com novomaterial, houve que tomar uma decisão drásticae suspender a edição 322 do LusoPresse sobpena da festa também sofrer nefastas conse-quências.

Caros leitores, a caminho de 19 anos depublicação ininterrupta, esta foi a primeira vezque o LusoPresse teve uma edição suspensa,isto para grande desgosto nosso.

Agora, regularizadas todas as vertentestecnológicas, o LusoPresse aí está mais revi-gorado do que nunca, isto muito por causa dasua extraordinária equipa de colaboradores, quea muito breve trecho será reforçada.

Por tudo, nada mais nos resta de que pedirdesculpa aos nossos leitores, anunciantes ecolaboradores.

Norberto AguiarEditor

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

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L P

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Norberto MartinsCell: 514 809-5333Tél: 514 630-3434

Fax: 514 630-8424email: [email protected]

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Consulado-Geral de PortugalCandidatos a prémios

OConsulado-Geral dePortugal em Mon-treal tem a honra deinformar que estão adecorrer as candida-turas para dois prémi-os destinados a cida-dãos portuguesesque, na data da candi-datura, residam no es-trangeiro há mais decinco anos, designa-damente:

• 8ª Edição doPrémio “Empreen-dedorismo Inovadorna Diáspora Portu-guesa”, promovidopela COTEC Portugale contando com o al-to patrocínio de SuaExcelência o Presi-dente da República,cujo objetivo é distin-guir publicamenteportugueses que se te-nham destacado peloseu papel empreen-dedor e inovador nomeio empresarial, mastambém a nível sociale cultural nos respeti-vos países de acolhi-

mento.As candidaturas decorrem até ao próximo

31 de março de 2015, e devem ser submetidasatravés do site www.cotec.pt/diaspora, onde estáigualmente disponível informação comple-mentar.

• 4ª Edição do Concurso “IOP – Ideias deOrigem Portuguesa”, promovido pela Fun-dação Calouste Gulbenkian, o qual se destinaa portugueses que promovam a criação de pro-jetos de empreendedorismo social que façam adiferença nas áreas do ambiente e da sustenta-bilidade, do diálogo intercultural, do envelheci-mento e da inclusão social. Para participar ape-nas é necessário constituir uma equipa queintegre um português ou luso-descendente re-sidente no estrangeiro e submeter um vídeoilustrativo da ideia proposta.

As candidaturasdecorrem até ao pró-ximo 2 de março de2015 e devem ser sub-metidas através dositewww.ideiasdeorigemportuguesa.org,onde está igualmentedisponível informa-ção complementar.

L P

Publ

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Desejos de feliz aniversário à LusaQ TV (um ano) e ao LusoPresse (18 anos). E votos de longa vida, sempre primando pela boa qualidade!

Glória Sousa

Página 85 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FalecimentoMaria do Carmo Leal Vaz – Castanheira

OS EUA e o seu desinteresse pela Base das Lajes – um comentário a dois• Por António SILVA CORDEIRO e Onésimo TEOTÓNIO ALMEIDA

No dia 6 de janeiro passado faleceuem Montreal a distinta Senhora Maria doCarmo Leal Vaz – Castanheira.

A Senhora Maria do Carmo, conheci-díssima da nossa comunidade por ser a pro-prietária das casas comerciais Coco Rico,tinha a bonita idade de 85 anos (1930 –2015), e era natural da freguesia do Covãodo Coelho, no concelho de Alcanena, nocentro de Portugal.

Pela sua morte ficaram na dor os seusfilhos Vergílio (cuja esposa é a Glória Sou-sa), José Carlos (Graça Oliveira), Fernando(Veronique Linhares), Conceição Maria(Luís Almeida), Maria do Céu (Paulo Jones),João de Deus, Lucie, Nelson (Julieta Galle-go) e todos os seus 15 netos e netas, assimcomo restantes familiares e amigos.

Com serviços fúnebres a cargo da Al-fred Dallaire – Memoria, o velório teve lugarna sexta-feira, dia 9 de janeiro, das 14h00 às17h00 e das 19h00 às 22h00. Note-se que osalão esteve sempre cheio, pela admiraçãoque a comunidade nutria pela malograda Se-nhora.

Entretanto, a Missa de corpo presente,no sábado, dia 10 de janeiro, realizou-se naIgreja Santa Cruz, às 10h00.

O féretro seguiu depois, com toda a

família, para Portugal, onde foi a sepultar.

AgradecimentosA Família Castanheira quer através des-

te meio de comunicação agradecer à MissãoSanta Cruz, ao seu pároco, José Maria Car-doso, ao Grupo Coral de Santa Cruz dirigi-do pela Senhora Inês Gomes, aos Mensa-geiros de Fátima, à firma Alfred Dallaire –Memoria, ao Senhor Eduíno Martins, aoMontreal Magazine, à Voz de Portugal, àComunidade Portuguesa, e a todas as pes-soas que se dignaram participar nas cerimó-nias fúnebres ou de qualquer outra formaque seja. Para todos e todas um grandeBem-haja! L P

Para uma rede privada de amigos da di-áspora açoriana, a seguinte nota foi enviadapor um dos signatários deste artigo [O.A]:

Os jornais têm badalado e alguns protes-tado contra a decisão final do Governo dosEUA sobre a redução da presença americananas Lajes. A oposição tem criticado o Governoportuguês por não ter agido a tempo nem coma acuidade exigida pela situação. Creio, todavia,que os Governos dos Açores e de Lisboa nãopoderiam fazer muito mais e explicarei porquê.Além disso, o Governo dos Açores, ao contrá-rio do que por aí se diz, não enganou ninguémao anunciar em tempos que poderia haver boasnotícias.

Apresso-me a prevenir que diria aqui ocontrário com o mesmo à vontade se fossecaso disso. O que se segue é o breve abrir deum véu de bastidores.

Em maio de 2013, levantei o caso da Basedas Lajes numa reunião mensal da PALCUS,Portuguese American Leadership Council ofthe United States, de cuja direção faço parte.Alertei o Board sobre a necessidade de se in-tervir antes da anunciada decisão do GovernoAmericano sobre a redução da presença norte-americana nas Lajes. Mobilizar os poderes po-líticos luso-americanos e lusófilos nas estrutu-ras políticas americanas seria a única maneirade intervir em Washington. Para o fazermos,necessitávamos de ser mandatados. Não noscompetia intervir sem ter um pedido expresso,pelo menos da parte do Governo dos Açores.

Esse importante pormenor legal foi resol-

vido e, a partir da solicitação de apoio da partedo Governo dos Açores, a PALCUS passou aatuar nos devidos canais e tudo avançou comrapidez. O resultado, quase impossível de serimaginado poucos meses antes, foi a morató-ria do Governo americano e consequente adi-amento da decisão final, que ficou pendentede uma revisão da proposta oriunda do Pentá-gono. Back to the drawing board por ordemdo Executivo. O plano estratégico foi submeti-do a uma revisão. Como não seria possívelprovocar tão sério atraso apenas por causados Açores visto isso significar, entre outrasinterpretações possíveis, a submissão do Go-verno Americano à pressão de um lobby, houveque reavaliar toda a situação das bases ameri-canas na Europa.

Porque evidentemente o Pentágono estáde posse de dados a que nenhum político ame-ricano tem acesso, muito menos os portugue-ses, manteve-se firme na decisão anterior (aoque parece, houve até mais cortes na segundavolta). O plano de redução da presença ameri-cana na Europa foi re-enviado para a Presidên-cia. O Executivo americano conseguira suspen-der a proposta inicial, mas da segunda vez nadapodia fazer contra os dados do State Depart-ment. É como no caso das propostas de leisdo Congresso: o Presidente tem direito a vetoe, quando usa esse direito, a proposta volta aoCongresso, no entanto pode regressar de láre-enviada com os votos de uma maioria de¾. E o Presidente tem de aceitar.

Portanto, as culpas não recaem sobre oGoverno português. Não sou perito nestas

questões; tenho apenas alguma noção de co-mo se pode intervir no processo político ame-ricano de modo legal. O resto transcende-me.Sei, no entanto, que a força que Portugal podeter neste tipo de questões tem de ser veiculadapelas bases, neste caso a comunidade luso-americana, mais ponderosa a esse nível que oGoverno português. O slogan de Tip O’Neill“todo o poder é local” tem uma forte dose deverdade. A não ser que surgisse um novo Sena-dor Pell com influência pessoal em Washing-ton para poder mexer os cordelinhos nos bas-tidores. Não sendo o caso, fez-se o que se pô-de fazer.

Não é exagerada a metáfora do Embai-xador dos EUA em Lisboa: hoje, graças às no-vas tecnologias, a Base das Lajes é uma bombade gasolina para aviões. Faltou dizer que estálá só para uma eventual e longínqua hipótesede no futuro algo mudar. Quer dizer: importaapenas não fechá-la. A estação fica simples-mente no ativo, como quando no banco deixa-mos dez euros para que uma conta possa per-manecer aberta para qualquer eventualidade.Esperar lealdades e gestos amigos na políticaou nos altos poderes é sonhar acordado.

Fecho com a resposta que o referido Em-baixador dos EUA em Lisboa deu a uma per-gunta da imprensa:

Como é possível que passados trêsanos sobre o primeiro anúncio da de-cisão americana de reduzir os efetivosnas Lajes, depois das negociações ha-vidas e das preocupações transmiti-das pelo Governo português, nada te-nha mudado e seja precisamente amesma decisão que é agora anuncia-da?

É importante perceber o contexto. Istonão foi uma negociação com o Governo portu-guês, mas uma decisão militar americana dealinhar as forças militares segundo as necessi-dades operacionais. O que o Governo portuguêsfez foi expressar a sua preocupação sobre osefeitos desta decisão nos Açores, levantar ques-tões sobre se os EUA queriam reduzir o seucompromisso estratégico com Portugal. O Go-verno americano fez uma reavaliação da decisãotomada em 2012, mas como parte da revisãoda EIC (Comissão Europeia de Infraestrutu-ras) em termos de todas as nossas forças. Demo-rou mais tempo porque o Governo americanolevou a sério as preocupações portuguesas, massempre tendo em conta que o principal era en-contrar o equilíbrio certo entre as nossas forças,atendendo tanto à segurança americana comoà capacidade dos EUA de responderem às crisesno mundo. E chegou à conclusão que a decisãooriginal estava certa, segundo as nossas neces-sidades. Nos últimos quatro anos houve menosde dois voos por dia, em média, nas Lajes. Eter aproximadamente 650 militares e 1000civis a apoiar dois voos por dia não faz nenhumsentido.

O cronista politólogo António da SilvaCordeiro, atentíssimo observador e comen-tador da política americana, reagiu do sul deNew Jersey a esta minha nota com o seguintecomentário que autorizou fosse publicado emaditamento:

“O “fechar” de bases militares americanas,tanto dentro como fora dos EUA, tinha chega-do ao Congresso, a etapa final do processo de

decisão. Chegou-se a um ponto em que, comcada qual tentando puxar a brasa à sua sardinha,nada se conseguia fazer. Houve que criar umacomissão especializada e bipartidária para averi-guar quais as bases militares que deviam ser re-duzidas, acumuladas com outras, ou mesmofechadas. Essa comissão apresentaria a sua de-cisão que, por sua vez, seria votada (não deba-tida) pelo Congresso. Ou se aceitava tudo ounão se aceitava nada. Isto para se compreenderque a decisão anunciada há cerca de três anos,já estava em estudo desde três ou quatro anosantes disso.

A intervenção da PALCUS mobilizandoas forças políticas vivas luso-americanas con-seguiu (o que é, em si, algo de extraordinário)junto dos congressistas americanos, principal-mente os de origem portuguesa, protelar a de-cisão final agora anunciada.

A decisão americana é económica: valeráa pena manter uma base que foi, não há duvida,importantíssima durante a Segunda GuerraMundial, durante a Guerra-fria e mesmo depoisdisso, mas que se tornou quase obsoleta devidoaos avanços tecnológicos e às mudanças geo-políticas que foram acontecendo nas últimasdécadas?

Os governantes açorianos parece teremfeito, desde há anos a esta parte, tudo e maisdo que lhes era possível. Não faz sentido cul-pá-los, a não ser para estar de acordo com ohábito tão luso de culpar sempre os outros.

Agora, depois de se ter de aceitar a reali-dade, é natural que o Governo Português entreem negociações com os americanos à procurade algum melhoramento ou compensação paraenfrentar as consequências económicas, prin-cipalmente na Terceira. Negociar com cara dezangado ou em atitude de vítima não levaráninguém a lado nenhum. Carrancas e caras feiasnão assustam ninguém. A resposta dada peloEmbaixador americano de Lisboa é muito re-alista e verdadeira. Ajuda a conhecer como oDepartamento da Defesa chega a estas deci-sões.”

O autor da primeira parte fecha este escritocom o seguinte corolário: a decisão dos EUAfoi uma decisão económica com base em estu-dos de estratégia. A Portugal caberá agoraabordar os EUA de uma outra perspetiva: seaos EUA ainda interessa permanecer nos A-çores, que contrapartidas oferecem?

A dificuldade jaz porém aí: que poder denegociação terá o nosso país sabendo-se queos EUA perderam muito do seu interesse nosAçores?

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

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Página 95 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O novo programa de televisão em português!OOOOOOOOOOOOOOO nnnnnnnnnnooooooovvvvvvoooooooo pppppppppppprrrrrrrrroooooooogggggggggrrrrrrrrraaaaaaaaaammmmmmmaaaaaaa ddddddddddddddeeeeeeee tttttttttttteeeeeeeeeellllllllllllleeeeeeeeevvvvvvviiiiiiiiiiissssssssssãããããããããããããooooooooo eeeeeeeemmmmm ppppppppooooooorrrrrrrttttttttuuuuugggggggguuuuuuu

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Hora Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo6:00 Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Lusaq TV Pai à Força Bloque Latino Le Grand Magh Arabe6:307:00 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Sportivi 360 Metropoli Mandarin Russian7:30 Cantonese Flavors8:00 Il est ecrit Russian Mandarin German Le Grand Magh Arabe Il est ecrit Punjabi8:30 Flavors ESCU TV Cantonese Il est ecrit Hay Horizon Il est ecrit9:00 Punjabi German Bossbens Show Bloque Latino Russian German Bossbens Show9:30 Mabuhay Hay Horizon ESCU TV Flavors

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uuuuuuêêêêêêêêêêêssssss!!!!

chef : Norberto Aguiarsussus

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Pai à Força BlBl L ti LL GG d M h A b

NOVO PROGRAMA SEMANAL

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8042, St-Michel514-376-2652

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GRILLADES PORTUGAISES

Página 105 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Página 115 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Portugal x Itália em veteranos

Enfim anulado• Por Norberto AGUIAR

O jogo entre Portugal e a Itália emveteranos, depois de ter estado programadopara novembro, seguido de dezembro, e pensa-va-se que depois seria marcado para março,acabou por ficar sem efeito, isto para desgostode muitos adeptos de futebol da ComunidadePortuguesa de Montreal e arredores... muitosdeles com bilhetes comprados desde a primeirahora.

Para «desembrulhar» o enredo, esteve depassagem em Montreal João Peres, antigoguarda-redes profissional e atualmente empre-sário de futebol, responsável, nomeadamente,do torneio de futebol de princípio de épocaem Portugal, Guadiana Coup, que se realizano Algarve.

Esperançado que o torneio de Montreal,sim, porque à partida deveriam ser 4 as forma-ções a demandar Montreal – Portugal, Itália,Inglaterra e Colômbia – tivesse êxito, a julgarpelo que sucedeu em Toronto quando Portugaldefrontou a Itália perante 15 mil espetadores,João Peres acreditou que o mesmo empresáriode Toronto cumprisse com o contrato e quetudo desse certo.

«Depois do desafio de Toronto, que resul-tou, eu que era colaborador da organizaçãoresponsável pela equipa portuguesa, não tinharazões para duvidar que tudo isto ia terminarassim, sem jogo. Pior ainda, com esta dança deadia, não adia», diria João Peres na conferênciade Imprensa que promoveu nas instalaçõesdo Sport Montreal e Benfica em janeiro pas-sado.

Italiano de To-ronto mas a viver naFlorida, o organiza-dor do jogo que de-veria ter tido lugar noEstádio Olímpiconunca apresentou ra-zões objetivas paraque o embate entre asseleções de Portugal eItália não fosse avan-te. Muita despesa pa-ra poucos bilhetesvendidos? João Pe-res, percebe-se, não

se quis abalançar por aí. E às nossas perguntas,o homem que veio do Algarve de propósitopara dar a cara por um imbróglio de que dissenão ter nenhuma responsabilidade, limitou-se a dizer que tudo fará para que as seleções dePortugal e Itália possam, finalmente, se defron-tar em Montreal num futuro mais ou menospróximo. «Mas só nos engajaremos com opúblico quando tivermos a plena certeza deque os empecilhos estarão todos ultrapassa-dos».

Ficámos entretanto a saber que João Perestem dois bons aliados em Montreal, SimãoMendes e Luís Timóteo, dois desportistas liga-dos ao futebol juvenil nesta cidade.

E serão eles, caso o projeto tenha um se-gundo fôlego, que ajudarão João Peres a trazeraté Montreal jogadores legendas do futebolnacional como Figo, Pauleta, Fernando Go-mes, Maniche, Costinha, etc...

L P

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Devolver a tradição ao povo açorianoCentro Comunitário do Divino Espírito Santo

• Reportagem (textos e fotos) de Adelaide VILELA

Caros leitores, partimos do princípioque entraram com o pé direito. A ideia é quetudo lhes corra bem neste ano de 2015, queainda é jovem ao ponto de aprender connoscoa dar os primeiros passos de janeiro.

E como podem ver, pelo título deste arti-go, alguns começaram o ano no respeito dassuas tradições ao pretender unir os emigrantesque neste lado do mar labutam por melhoresdias. E é assim que se reafirmam os laços socio-culturais – no seio da grande família portuguesa– em terras de Montreal. Digamos que às vezesparece que a necessidade obriga a que se volteao passado para que sejam devolvidas ao povoas valiosas tradições. Desta vez realizou-se afesta da matança do porco à moda de S. Miguel,Açores.

Apesar destes momentos trazerem farturae alegria, para mim são uma tortura… enchem-me de tristeza, quando recordo as matançasem casa dos meus pais. Ai Senhor, quandochegavam os quatro homens corpulentos, lata-gões, com cara de brutos, eu e os meus irmãosmais novos fugíamos, a sete pés, para trás dacasa. Era lá do alto que observávamos todoaquele frenesim à volta do morto.

– Afinal o bichinho foi criado com tantoamor para depois ser levado à chacina, pensavalá para com os seus botões a menina de tenraidade.

Mas tarde chegavam as minhas tias e asvizinhas com alguidares, uns para aparar o san-gue e outros para encher de tripas, depois doreco ser aberto, chamuscado e desmanchado.As tripas eram lavadas na ribeira com águacorrente. Com aqueles metros de intestino dobacorote faziam buchos, chouriças, paios eoutras peças de fumeiro. A festa durava diasinteiros e havia boa comida para todos.

Há tanto que contar sobre as matançasde outrora, com tendência a desaparecer, queaté nos faz pena que não haja mais tempo eespaço para contar mais histórias. Ali no Cen-tro Comunitário o ritual tomou outro rumo,o marrano já estava morto, por isso permane-ceu em cima do banco alguns minutos, o tem-po de ser cortado a meio e vendido. Não vimospresunto nem chouriças mas que serviram umjantar delicioso, à base de carne de porco, bata-tas, inhames e legumes, lá isso é verdade. A au-tora destas linhas, por motivo de indisposiçãoe fatiga, chegou tarde à festa, mas ainda nosofertaram uma sopa caseira e legumes.

Foram momentos inesquecíveis, apesardas lembranças de antigamente. O grupo doJorge Pimentel com o Manuel de Fátima fize-ram um papelão: ouviu-se cantar ao desafiocujas rimas passavam com grande facilidade daTerceira a S. Miguel indo mesmo até ao Conti-nente. A Sras. Maria Vital e Fernanda tambémderam o seu jeitinho rimando a preceito, jeito

e com respeito. A sala lotou e a voz da artistaque tão bem canta o fado esmerou-se. Se gosta-mos do Fado mais admiramos Jordelina Ben-feito que canta com voz de querubim. Cadavez tem a garganta mais apurada a nossa ar-tista.

E não podemos concluir sem mandar umabraço ao roqueiro de Anjou e arredores, aoJimmy Farias, canta cada vez melhor. Estive-mos atentos para reportar com carinho e pai-xão esta festa em que se devolve o fazer antigoao povo luso, para que não caia em desuso. Pa-rabéns!

ANO NOVO DECORADO A OURO

Rigor, beleza, alegria e serenidade foi oque sentimos na noite do 31 de dezembro nesteprestigiado Centro Comunitário.

Ao palco subiram alguns membros da di-reção para dar as boas vindas ao povo e aoNovo Ano.

De seguida iniciou-se o jantar, daquela casaaçoriana que se dá ao luxo de receber gentes doNorte ao Sul de Portugal e também das outrasilhas.

Entre pratos e petiscos variados, o repas-to foi tão delicioso que um profissional emgastronomia internacional não faria melhor.Estava tudo muito bom. O Zé Nunes e a Luísanão deixaram os convivas de mãos livres, a ca-da passo traziam petiscos diferentes e sabo-rosos.

Houve comida em abundância, e tudo foirapidamente servido pelo Carlos Almeida epela sua equipa de apoio, são excelentes!

Neste dizer adeus ao ano velho, amigos e

Sempre muito populares as matanças de porco no Centro Comunitário de Anjou.

convidados foram presenteados pelos saboresdo bom tacho mas os olhos ficaram mais sur-preendidos com a decoração. Aquelas floresdouradas, feitas artesanalmente para o dia, en-quadradas na parede, fizeram da sala de festasum cantinho de realeza, com amor. Ninguémficou indiferente ao ler cada uma daquelas pa-lavras: Amor, Paz, Serenidade e outras maisdesfilavam na parede para quem quisesse refletirno ano que entrava lentamente mas feliz. Espe-ramos que todos os que ali se encontravam ti-vessem lido e posto em prática aquelas frasesbonitas, que não eram nada mais que boas su-gestões para o ano que entrava em dia gelado.

A noite musical foi também barulhenta.E a música tocou no coração da Lurdes Froiasque fez anos nesse mesmo dia. Ora, desta vezos “Charlitos” estão todos desculpados, semruído não se chama o ANO NOVO, à grande.E que o diga o nosso habituado artista que so-be ao palco e atrai os convivas e os amigos demaneira singular e bela, através da sua singelezae amizade pura. Certo, o Jimmy não deixouninguém em paz cantou e dançou, como omelhor roqueiro de 2014, até ao limiar do anoseguinte.

Como nota de roda pé, felicitamos o Cen-tro Comunitário do Divino Espírito Santode Anjou por nos ter proporcionado uma festainédita e cheia de fogo em louvor da amizade.

Marcamos encontro para despedir 2015.Até lá sejam felizes.

Juventude e beleza na festa de fim de ano do Centro Comunitário de Anjou.

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Página 135 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Resposta a um postal do amigo Joe Ferreira(no trigésimo dia da sua morte)

• Por João Medeiros CONSTÂNCIA*

* João Medeiros Constância énatural da freguesia da Relva, S.Miguel(1934). Completou curso do Liceu Naci-onal de Antero de Quental em PontaDelgada e foi estudante da Faculdade deCiências e da Faculdade de Letras da Uni-versidade de Coimbra, onde se formouem Ciências Geográficas. Foi professormetodólogo de Geografia no Liceu Nor-mal D. João III, em Coimbra, de 1962 a1976, ano em que regressou a Ponta Del-gada, tendo lecionado na Universidadedos Açores, na Escola do Magistério ena Escola Secundária Domingos Rebelo.Participou em congressos e semináriosda sua especialidade, frequentou várioscursos de atualização, proferiu conferên-cias e comunicações em colóquiose publicou vários trabalhos didáticos ede investigação. De 1967 a 1969 partici-pou na guerra do Ultramar, com a patentede capitão miliciano. Em 1999 fixou resi-dência em Laval, Quebeque. Tem colabo-rado em várias iniciativas promovidaspelo LusoPresse relativas ao ensino dePortuguês na comunidade de Montreal.

22 de dezembro – Ao cair da tarde, a-pós ter chegado a casa, resolvi ouvir as mensa-gens telefónicas do dia. Não queria acreditar.Chegava a informação inesperada e altamentechocante: “faleceu repentinamente o Padre JoeFerreira...”. Durante alguns minutos fiqueiatordoado sem saber o que fazer nem o quedizer. Desaparecia um grande amigo de infânciae... de sempre. Pouco depois, fui ver o correiopostal e deparei, para meu espanto, com umpostal de Boas Festas nada mais, nada menosdo que do Padre Joe Ferreira. Demorei um mêspara ter coragem de lhe responder. É ao que fi-nalmente venho.

Conheci o Joe Ferreira em 1948, era ele se-minarista em Angra de Heroísmo. A partir da-quele ano, aproximámo-nos de tal maneira queacabou por surgir uma forte amizade, a qualdurou uma vida uma vida inteira. No verão,passávamos fins de semana juntos, ora na suaterra natal – a Ribeira Grande – ora na minha,a Relva.

Passados alguns anos, resolveu emigrarpara os Estados Unidos (Califórnia), onde sefoi juntar aos pais e restante família. Pelo factode, tanto ele como eu, gostarmos muito de es-crever, foi-me possível ir acompanhando deperto a sua vida de seminarista, já de estudantede Teologia, na Califórnia, e mais tarde, depoisda sua ordenação, em 1959, a sua atividade depároco em diversas localidades daquele estadonorte-americano.

Encontrámo-nos várias vezes ao longoda vida: em Coimbra, em S. Miguel, aonde elese deslocava com certa frequência, e até emOakland, onde ele viveu após a aposentação.

É altura de pôr em evidência a verdadeirapaixão que o Padre Joe Ferreira nutria pelo jor-nalismo. Começou a escrever para os jornaisde Ponta Delgada e de Angra era ainda alunodo Seminário. Ao longo dos seus 78 anos, es-creveu milhares – repito – milhares de artigospara jornais dos Açores e da diáspora, versan-do quase sempre temas sobre tradições, usos ecostumes dos Açores, mormente da Ilha deS. Miguel. Pode-se afirmar que o culto que elenutria pela etnografia açoriana levou-o a serum digno continuador dos mestres: ArmandoCôrtes-Rodrigues e Francisco Carreiro daCosta. Escreveu também muitos artigos sobreaçorianos que se distinguiram nos mais diver-sos domínios. Posso citar, a título de exemplo,alguns que me recordo de ter lido: “RecordandoEdmundo de Oliveira”, “Recordando o SenhorEzequiel”, “Recordando o cientista e literatoTen.-Cor. José Agostinho”.

Joe Ferreira cultivou a amizade como bempoucos. Eram vários os amigos a quemele enviava, com frequência, recortes de jornaiscujos assuntos lhes interessavam diretamente.

Quase a terminar estas simples palavras,ditadas pela saudade, desejo citar o que SantosNarciso escreveu, no Atlântico Expresso,em 24 de novembro do ano transato, a propó-sito do livro Power of the Spirit: “O padreJoe Ferreira, Ferreira Moreno, um ribeiragran-dense de gema, a quem não foi feita devida jus-tiça pelo seu grande trabalho de muitas décadasde recolha de etnografia e história de figuras efactos dos Açores que vem semeando em de-zenas de publicações onde colabora, tem sido

um entusiasta da preservação da cultu-ra açoriana na Califórnia e a sua participaçãoneste livro é o corolário deste merecimentoque nunca é demais realçar.”

Tendo em conta, como é do conhecimen-to geral, o trabalho árduo e persistente de jor-nalista levado a cabo por Ferreira Moreno emprol dos Açores, de S. Miguel e, de um modoparticular, da Ribeira Grande, apraz-me proporao Sr. Presidente da Câmara daquela cidade quese digne perpetuar a memória do padre JoeFerreira atribuindo o seu nome a uma rua oupraça da sua cidade natal.

Laval, Quebeque

Padre Joe Ferreira - O LusoPresse tam-bém recebeu muitos dos seus escritos.Foto cedida gentilmente por FranciscoResendes, do jornal Portuguese Times.

L P

Página 145 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Dez figuras de 2014• Por Osvaldo CABRAL

N u m asociedade domina-da pelo discursopolítico e pela per-manente interven-ção dos poderespúblicos – retiran-do dinamismo epensamento críticoaos cidadãos –, é difícil escolher um conjuntode personalidades que tenham marcado oano que agora terminou.

Aceito, no entanto, o desafio que melançaram e deixo aqui a minha lista, refletin-do, obviamente, uma escolha muito pessoale com critérios assumidamente subjetivos.

JORGE RITA – É, provavelmente, odirigente associativo mais influente dos A-çores. Os políticos, de todos os quadrantes,de cá e de lá, fazem romaria ao seu gabinete.Pouco exuberante, muito terra-a-terra, ‘low-profile’, fez um trabalho de bastidores maisou menos silencioso e com algum sucesso.Pegou na Associação Agrícola de S. Miguelnuma situação atribulada, pacificou-a, uniu-a, enriqueceu-a e transformou-a num setorinfluentíssimo em todos os quadrantes. Semgrandes alaridos, conseguiu quase tudo o quea lavoura reivindicou e fez tremer alguns res-ponsáveis políticos quando levantou mais avoz. É um caso raro de gente com poder,sem que o poder lhe suba à cabeça. Vai seruma voz central este ano, com o fim dasquotas leiteiras.

EDUARDO FERREIRA – Outra forçada mesma natureza. Sem se colocar nos bicosdos pés, sem grandes assomos de mediatis-mo, abdicando da exposição pública exage-rada que muitos empresários adoram, está aconstruir um autêntico império de produtosaçorianos a partir de uma marca de Maracujáque se julgava quase extinta. No meio do si-lêncio nortenho, este empresário ribeira-grandense e a sua família apostaram tudo nainiciativa e brio profissional, investindo emcontraciclo, criando postos de trabalho, alar-gando a variedade de produção e levando onome dos Açores para o exterior. Está emforça no continente, na diáspora e, em breve,em Cabo Verde.

FAMÍLIA BARCELOS – Outro sím-bolo da qualidade de empreendedorismo fa-miliar, ao criar o conceito da Quinta dosAçores na ilha Terceira e, recentemente, emS. Miguel. A família terceirense pretende ex-pandir o conceito para outras paragens, oque é de louvar numa região pouco ousadaem termos empresariais. Vai ser mais umnome a fixar este ano.

SÉRGIO MONTEIRO – O Secretáriode Estado dos Transportes descobriu o cami-nho aéreo para os Açores. Pôs no lixo aspropostas de Obrigações de Serviço Públicodo Transporte Aéreo do Governo Regionale da Oposição e apresentou uma outra que éum ovo de Colombo. É o exemplo, infeliz-mente, de que é preciso outros de fora viremmostrar aos políticos de cá como é que sefaz.

JOEL NETO – Com um futuro promis-sor no exigente mercado continental, prefe-riu regressar à Terceira e, a partir dos QuatroCantos da Terra Chã, tem projetado os Aço-res, nos média nacionais, com intervençõesde grande lucidez e muita classe na escrita.Simboliza aquilo que muitos sonham: que épossível regressar e, a partir daqui, projetaras nossas ilhas para outra dimensão. Comose não bastasse, prepara o lançamento, paraeste ano, do seu grande investimento: umromance inspirado nos nossos ares. O quese pode pedir mais?

VAMBERTO FREITAS – Na mesmalinha, outro que já se tornou um clássicoaçoriano. “Exportou” para o mercado nacio-nal e internacional tudo o que se relacionacom a divulgação da produção literária aço-riana. Certeiro na crítica, conhecedor profun-do da literatura de cá e da lusa-diáspora, fezum trabalho voluntarioso em 2014 que maisnenhuma editora faria. Espalhou por tudo oque é publicação nacional e internacional, li-gadas à literatura, o que de melhor se faz naescrita açoriana. Ele é, numa definição básica,o elemento elevado à mais alta potência doque muitas Direções Regionais da Culturajuntas.

LUIS GIL BETTENCOURT – Outroque faria carreira promissora lá fora, tal comoo irmão. Mas optou por encalhar nestes ro-chedos e espalhou por todas as ilhas a suamestria e paixão pela música. Sem editoras elobbies do meio, vai exercendo o seu perfumede executante genial, agora ao lado da sua fi-lha Maria. Fez um “remake” dos Beatles coma Filarmónica Praiense, nas Sanjoaninas,simplesmente memorável. Merecia levá-la atodas as ilhas.

PAULA TAVARES – Uma doente comcancro que não se deixou afetar pelas conse-quências sociais da doença. Expôs-se publi-camente, sem medo, e bastou um grito de re-volta, em forma de carta, que se tornou viral,contra a injustiça do Serviço Regional de Sa-úde, no que se refere aos apoios a doentesdeslocados, para por todos os políticos emsentido e alterarem a lei no parlamento. En-cara o espírito guerreiro de muitas mulheresaçorianas que não se deixam silenciar peranteas adversidades, numa sociedade cada vezmais egoísta e pouco solidária. Os Açoresprecisam de muitas vozes com este espírito.

LIZUARTE MACHADO – O parla-mento regional é fraco. É um facto. Entretodos os deputados – em que metade poderiaser dispensada – não é fácil escolher umavoz que se tenha destacado em 2014. Há,pelo menos, um que mostrou ter pensamen-to próprio, sem se subjugar ao partido: Li-zuarte Machado. Na esteira de outros comespírito crítico e sem bajulices, como foramos históricos Jorge do Nascimento Cabral eJosé Decq Mota.

POLÍTICO ZERO – Olha-se para aclasse política em 2014 e o destaque é um de-serto. A oposição arrastou-se e o governode Vasco Cordeiro desiludiu. Encontrar umpolítico de excelência é tarefa difícil, muito àimagem da líder máxima da soberania políticaaçoriana, a Presidente do parlamento. É oque temos... L P

O novo programa de televisão em português!

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Olá jovem!Gostavas de conhecer gente e mundo?

Gostavas de ter uma carreira empolgante no meio das comunicações?Gostas de vídeos e câmaras?

Junta-te à equipa de reportagem da LusaQ TV.Envia-nos o teu CV e um pequeno resumo para

compreendermos as tuas motivações. Valeu?

LE JOURNAL DE LA LUSOPHONNIEContacto: [email protected]

e/ou [email protected]

Página 155 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Carlos de Jesus

Inês Faro

Norberto Aguiarr Ludmila Aguiar Daniel Pereira

Página 165 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Pedra de Toque

Na obra de arte só a forma é essencial• Por Lélia Pereira Nunes

Para Eduíno de Jesus,admiração do tamanho do Brasil.

Faço de título a afirmação roubada deum estiloso email do Eduíno de Jesus, em 2005no qual, sabiamente, discorre sobre ser ou nãoser formal. Resposta de mestre às minhas inda-gações ansiosas sobre o texto epistolar “Cartaa Adelaide” acerca do romance Sorrisos porDentro da Noite (2004) da escritora AdelaideFreitas. De pronto me esclarece que nunca se éformal demais em Arte e a escrita literária é an-tes de tudo um trabalho artístico. Embevecida,me sinto cativada pelo Eduíno a maravilhar-me com o intelectual brilhante e a deliciar-mecom a doçura da sua prosa humorada e pers-picaz. O quid próprio da obra de arte é precisoprocurá-lo na sua formatividade. Na obra dearte só a forma é essencial. [...] Aplica istorespectivamente à poesia, à escultura, à pin-tura, à música, à dança, e repara se não estásde acordo com o que eu digo. Não transformeso teu texto noutra coisa. E não receies ser for-mal demais ou de menos.

Será que devo acrescentar mais alguma coi-sa ao artigo? Porque o romance da Adelaide éde uma suavidade que enternece e ao mesmotempo é forte. Um suspiro fundo que me pren-deu até o ponto final, não consegui nem respi-rar a pausa da vírgula, denso do princípio aofim. Eduíno responde assertivo: – Achas quelhe falta alguma coisa? Eu acho que não. Toda-via, se puderes encaixar em alguma parte istoque dizes no email que me escreveste, fá-lo. Élindíssimo. Sê, pois, formal quanto puderessempre que escreves e seja o que for que escrevas.

Então, o milagre está mesmo é na forma.Eureka!

Eis aí, uma lição para sempre lembrar. Te-nho-a bem à mão, num arquivo no Ultrabookdedicado ao Eduíno, um relicário de memorá-veis passagens e muitos ensinamentos.

Bem, tudo isso vem a propósito da minhaviagem a Portugal nas vésperas do Carnaval.Começo a curtir os preparativos da viagempensando nas prendas e nos livros que preten-do levar – “já que vou”. Antevejo os abraçosdos amigos, a conversa pegada no correr danoite e o prazer de deambular pelas ruas deLisboa a matar saudades da última estadia naairosa cidade que celebrava 40 anos do 25 deAbril. Uma bonita festa onde não faltou ocravo vermelho, nem a Grândola de Zeca Afon-so cantada por toda parte desde o Largo doCarmo, palco da Revolução dos Cravos. Lisboaemerge no abril festivo com resquício de inver-no e o aflorar da primavera. Acarinha-me umsol cálido, aconchegante, a iluminar de leve asantigas fachadas rejuvenescidas pelo banho deluz e de cores vibrantes, desvendando a belezaempanada pelo desgaste do tempo. Há naquelejeito de velha cidade, um ar despudorado de“dama faceira” enlaçada pelo insinuante Tejonum eterno namoricar. Um pulsar de vida emritmo de fado que adoro.

Várias vezes, ao longo de anos, caminheide braço dado com Eduíno por essa Lisboalinda, cheia de história, de poesia, de música,de arte, ouvindo-o a contar histórias e “causos”

enquanto bebia de suas palavras.No último abril não foi diferente. Na

companhia de Eduíno de Jesus seguimos (Se-bastião e eu) para Amadora com o objetivo devisitar a exposição “Bual Revisitado”, na Gale-ria Municipal Artur Bual, integrada na come-moração dos 40 anos do 25 de Abril. Igualmen-te, assinala a inauguração da nova sede da Gale-ria, a Casa Aprígio Gomes, um bonito exem-plar das casas erigidas no início do século XX.

Ali, naquele espaço onde a Arte fez mo-rada, conheci um dos grandes expoentes dasartes plásticas de Portugal, introdutor do “ges-tualismo” – Artur Bual, guiada por seu particu-lar amigo e uma das figuras mais admiráveis edestacadas da cultura portuguesa, de saber en-ciclopédico – Eduíno de Jesus.

Penetrei nos labirintos da arte de Bual deque, até aquela tarde, quase nada sabia. No en-tanto, não desconhecia a sua postura vanguar-dista pelos caminhos do Abstracionismo epor ser a mais importante referência do Gestu-alismo, a pintura gestual ou action painting,na pintura portuguesa.

Pelas mãos de Eduíno caminho encantadae impactada pelo “mundo Bual”, representadopor essa retrospectiva de suas obras. Na suaarte pictórica sobressai uma intensidade cromá-tica que associa o negro aos tons de cinza,marrom – todos sombrios, profundos. De re-pente, surge um vermelho sangue, quente, lam-pejos de amarelo fulgente, como na imensatela dos cavalos em magnífico galope. A veloci-dade do gesto, o movimento, a figuração daforça animal no dançar convulsivo, sob o ritmotransbordante do pincel de Bual.

Eduíno capta a minha ânsia de querer per-ceber tudo, de devorar, literalmente, as suaspalavras e correr para registrá-las sem perdernada da análise minuciosa, reflexiva, histórica.Tarefa inglória. É como querer chupar cana etocar flauta ao mesmo tempo. Pelo menos,tento. Andamos de sala em sala, em passos deprocissão, detendo-se num ou noutro detalheapontados e decifrados com mestria por Edu-íno. Ali, estávamos a respirar arte, num deam-bular sagrado, mágico, fascinante. Admiro ex-pressivas representações do ato da “Crucifica-

ção”, “Pietás” e cabeças de “Cristo” que, noseu significado maior, espelham o sofrimento,a angústia, a perturbação social da humanidade.Nada convencional se pensarmos nas milharesde Vias Sacras espalhadas por igrejas e museus.Mais à frente, alguns nus femininos, em provo-cante pose erótico sensual, chamam minhaatenção enquanto o arguto crítico distingue ogesto, um ar irreverente na representação esque-mática do corpo da mulher.

Há em Bual uma riqueza de movimentos,ritmos, de incidência da luz, rasgos de branco,sobretudo nos retratos, como no “Retrato deGuilhermina Bual” que é de uma beleza extraor-dinária na definição do gesto, na pose elegantee suave, na luz reveladora do rosto.

Sendo eu filha de fotógrafo – acostumadaà exposição da luz no preto e branco, ao con-traste dos tons sombreados da fotografia reve-lada e fixada em papel ou a “viragem em sépia”–surpreendeu-me a concepção de Artur Bualna criação dos seus retratos, onde a estruturado figurativo em interação com gesto liberto,impulsivo, em tons antagônicos do claro-escu-ro, resulta numa estupenda criação artística queidentifica e dignifica o talento maiúsculo dopintor português. Cito à guisa de exemplo osretratos de Aquilino Ribeiro, Fernando Pessoa,Florbela Espanca, Bocage e do próprio Eduínode Jesus que, por sinal, ilustra a capa do seu li-vro Silos do Silêncio (2005).

Na sua fala, pausada e quase encabuladodo seu saber, o poeta dá lugar ao crítico de ar-te, mas, também ao amigo leal e às suas indelé-veis memórias. Traça o perfil biográfico e atrajetória artística de Artur Bual desde a exposi-ção do seu primeiro quadro gestual, em 1958,no I Salão de Arte Moderna da Sociedade Na-cional de Belas-Artes até o repouso final dotalentoso pincel e sua arte pictórica gestual,abstrata, expansiva e informal. Foi com Bualque esse processo de pintura começou em Por-tugal e foi na sua obra que atingiu, e mantémainda, a sua mais alta expressão estética. Portan-to nenhuma lista sobre pintores e as diferentestendências da pintura abstrata portuguesa noúltimo meio século, será completa sem o nomede Artur Bual, como bem enfatiza Eduíno so-

bre o saudoso amigo que partiu em 1999.Sim, Bual pintou muito, de muitas manei-

ras, com certeza que a exposição que vimosnão representa todas. Todavia, foi o bastantepara me deixar em êxtase e pelo privilégio ímparde desfrutar do saber profundo, na elegânciada companhia do amigo amado, na reafirmaçãoda lição inesquecível – “afinal o que importana obra de Arte é o real ou a forma que apre-senta na obra enquanto assunto dela configu-rado na forma da expressão.”

Termino. Gosto de imaginar que Eduínoestá para ali a ouvir umas Sonatas e Sinfoniasde Haydn, seu compositor predileto, talvez aSinfonia 94 – “Surprise”, 2nd, a mesma queacabo de ouvir.

Encontro com Eduíno de Jesus, em Lisboa.

L P

Na Câmara de Lagoa...Aplicado tarifáriodiferenciado da água

A Câmara Municipal de Lagoa jáse encontra a aplicar o tarifário diferenciadode água para agregados familiares mais nume-rosos.

Trata-se de um tarifário aplicado a famí-lias com 6 e mais elementos, cuja tarifa a a-plicar será diferenciada, consoante a compo-sição de cada agregado.

Para João Ponte esta é uma medida que“assegura uma maior justiça e equidade, parafamílias grandes, que naturalmente conso-mem mais água e que são prejudicadas aoser-lhes cobrado um escalão de consumo,cujo custo por metro cúbico é superior”.

Em 2015 não se registará qualquer au-mento no tarifário da venda de água, estandoapenas previsto o aumento da tarifa dadisponibilidade e nos serviços prestados em2,5%.

Estas atualizações acontecem, por umlado, numa perspetiva da preocupação socialdas famílias, ao criar um tarifário especialpara agregados familiares numerosos e nãoaumentar o preço de venda da água, por ou-tro lado existe também uma preocupaçãoem contribuir para se atingir, num futuropróximo, a sustentabilidade financeira dosistema de abastecimento da água.

O edil lagoense defende que “a água éum recurso escasso, mas fundamental paraa vida das populações e, por isso, nos próxi-mos anos serão realizados investimentosque terão em vista assegurar a sua sustenta-bilidade, para que nunca seja posto em causao abastecimento de água às famílias e às em-presas do concelho”.

Em 2014, o município assegurou o for-necimento de 800 milhões de litros de água,menos 2,7 % do que em 2013, sendo aindade salientar outro indicador importante, de-signadamente a sua qualidade que, em 2014,atingiu os 100%, sendo que por isso, o mu-nicípio continuará empenhado em manter,no futuro, o mesmo nível de qualidade.

João Ponte apela por isso aos muníci-pes ao consumo de água da torneira, vistoque esta tem excelente qualidade, é muitomais barata do que a água engarrafada e con-tribui para a redução da produção de resí-duos.

L P

Página 175 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

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E a América aqui tão perto...• Por Osvaldo CABRAL

A questão da Base das Lajes, comomuitos outros imbróglios açorianos, está aser tratada de forma imprudente.

Nisto de relações diplomáticas há que serrealista: o poder negocial é o segredo de todasas soluções.

Tratar de assuntos desta natureza na praçapública não é atitude conselheira. Muito menosaproveitar a tragédia anunciada para confrontopolítico entre governos de cor diferente.

Eu não percebo porque vão esperar pelacomissão bilateral deste mês.

Porque não se sentam todos à mesma me-sa para elaborar uma estratégia conjunta?

Querem transformar a ilha Terceira numaespécie de ilha das Flores quando saíram de láos franceses?

A própria Comissão Europeia deveria serenvolvida neste processo, pela simples razãode que está a negociar com os EUA uma revolu-ção de mercado livre que também nos vai afetar.

É estranho o silêncio dos nossos políticossobre o Acordo de Parceria Transatlântica so-bre Comércio e Investimento (TTIP), que sedesenrola nos bastidores diplomáticos e quevai alterar muita coisa entre a União Europeiae os EUA.

Será uma das iniciativas que mais impactoeconómico vai gerar em 2015, caso cheguem abom porto as negociações.

Com este acordo será criada a maior zonade comércio livre do mundo, podendo os pro-dutos dos países europeus e americano circula-rem entre si sem barreiras alfandegárias.

Ou seja, já não precisaremos de pagar taxasalfandegárias sempre que importarmos os tra-dicionais barris da América e poderemos en-viar tudo o que é açoriano para o mercado dasaudade, sem pagarmos mais por isso.

Esta é uma forma simplista de explicar onovo acordo, mas o que estará em jogo é, basi-camente, isso mesmo, um mercado livre, sementraves das alfândegas, e um mundo de possi-bilidades para investir, importar e exportar.

O último estudo do governo portuguêsaponta para um resultado de benefício imediatopara o nosso país de 1 100 milhões de eurosao ano e a criação de 40 mil novos postos detrabalho.

Nos Açores parece haver um mistérioabsoluto sobre este novo cenário.

Ora, aqui é que deveria entrar a questão daBase das Lajes.

No âmbito das negociações sobre o TTIPdeveria ser negociado com os EUA e a UniãoEuropeia um tratamento excecional para a ilha

Terceira, sabendo-se que a porta de entradacomercial na Europa, por parte dos EUA, seráatravés do nosso arquipélago.

É neste sentido que o porto da Praia daVitória ganha nova centralidade com este tra-tado.

A nossa região não é apenas a porta deentrada ou saída mais perto dos EUA. É, tam-bém, a que possui, historicamente, as melhoresrelações e os melhores contactos com aquelepaís.

É com base nestas raízes que deveríamosreclamar aos EUA e à União Europeia estudosconcretos das oportunidades de investimentoe do impacto deste tratado atlântico, com osrespetivos benefícios que poderemos retirardeste vasto mercado.

Os agentes económicos do continente jáse estão a posicionar para esta oportunidade,sobretudo as empresas que trabalham com omercado da exportação.

O embaixador dos EUA em Lisboa já seapercebeu disso e tem-se lançado pelo país emcontactos com empresas, empresários, políti-cos, autarcas e outras instituições.

É imperioso trazê-lo aos Açores, sobretu-do agora que os EUA ficarão em dívida – morale não só – para com os açorianos, especial-mente na ilha Terceira.

Robert Sherman vai apalpando o pulso àeconomia continental e não se cansa de dizerque as pequenas e médias empresas terão acessoa um mercado de 350 milhões de consumidores.

O diplomata está ansioso para que osamericanos provem, por exemplo, a vasta gamade vinhos e queijos do nosso país.

A ilha Terceira tem muito disso e maisprodutos que os americanos já conhecem enão dispensam na Base.

Então de que estamos à espera?Claro que temos um manancial de poten-

cialidades para negociar.O que não temos, como de costume, é a

capacidade de nos prepararmos atempada-mente para as tempestades anunciadas.

Cheira-me, mais uma vez, que vai ser tudoem cima do joelho. L P

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LIVRO LAÇOS...Cont. da pág 1

mente acolhida com agrado foi a parterecreativa animada por Viviana Lourenço, queinterpretou vários fados e canções, tendo sidoCathy Pimentel a primeira a nos encantar coma sua bela voz. A jovem Elisabeth Machado,que para muitos dos nossos leitores etelespetadores foi uma revelação na festa daLusaQ TV, cantou por várias vezes, alternandocom as histórias para as crianças. A esteconjunto de vozes femininas, vieram aindajuntar-se a de um recém-chegado a Montreal,Júlio Lourenço, por sinal pai da animadora dafesta com quem fez alguns duetos, assim comoa do cantor Jimmy Faria. Este último animoucom fuga o momento de baile da festa.

Convém ainda não esquecer a pequenademonstração da jovem ginasta de onze anosKayla Ramos, vencedora de uma medalha deouro, a qual fez questão de executar os seusnúmeros com duas bandeiras portuguesaspresas nos cabelos, para grande regozijo dospresentes.

Como não podia deixar de ser, após aapresentação oficial do livro pelo Cônsul-Geral, houve leitura de poemas. Para além daautora tivemos também a voz de AdelaideOliveira que colaborou na resenha dos poemasque Adelaide Vilela tinha vindo a compor desde1992 e que, com a publicação deste livro, disseterminar este ciclo. Evidentemente que outroslivros haverá, como ela nos prometeu, tendoinclusivamente distribuído pelas mesas algunscaderninhos de notas onde os convivas foramincitados a lançar os motes que lhe irão,certamente, inspirar nova obra.

As apresentações oficiais, as homenagense os louvores a Adelaide Vilela estiveram a cargode Joe Puga que se executou com brilho nastrês línguas.

No final dos agradecimentos estevetambém o presidente do Clube Portugal deMontreal, António Moreira, pelo qual ficámosa saber que muito brevemente o clube vaifestejar os 50 anos da sua fundação.

Falou no final a autora sobre o seupercurso, desde as Minas da Panasqueira atéAngola, o regresso a Portugal e a sua vindapara o Canadá. Atardou-se na influência queas crianças tiveram na sua vida, desde ossobrinhos, passando pelos filhos, e outrascrianças que cruzaram o seu caminho. E dissepoemas, tendo em seguida agradecido àsentidades que lhe permitiram este magníficolançamento do seu livro, ilustrado a cores,Laços e Abraços.

Com este evento que tanto honraAdelaide Vilela como a sua obra, assim comoo caloroso acolhimento que lhe foiespontaneamente dado pelos presentes, ficouuma vez mais provado quão agarrados estãoos portugueses e os luso-descendentes à nossaquerida língua portuguesa.

Bilhete de LisboaMUDE revisitado, janeiro 2015

• Por Filipa CARDOSO

Tive a visita de uma amiga alemã efui com ela visitar o Mude, que é um dosmeus museus favoritos, em Lisboa.

MUDE – Museu do Design e da Moda,inaugurou no dia 11 de novembro uma ex-posição que tem como titulo «AntónioLagarto – De Matrix à Bela Adormecida».Dos super-heróis à personificação da Be-leza.

António Lagarto nasceu em Portugalem 1948, tem o curso de arquitetura, está-gios em Londres, no Royal College of Arte St. Martin’s School of Art.

Tem vivido entre Lisboa, Londres eParis.

Foi subdiretor (1989/1993) e diretor(2005/2006) do Teatro D. Maria II, emLisboa.

Ao longo dos seus trinta anos de car-reira criou cenografias e figurinos para vá-rias encenações de Ricardo Pais, FernandaLapa, Luísa Costa Gomes, entre outros.

Desenvolveu também vários figuri-nos e cenografias para ballets de Olga Ro-riz, Vasco Wellenkamp e o Ballet Gulben-kian.

Trabalhou também no estrangeiro,tendo desenvolvido projetos para o The-atre National Colline, Opera de Paris, Sad-dler’s Wells e com nomes famosos, comoJorge Lavelli, Jenny Killick, Robert Cohane muitos mais.

Atualmente é Presidente e Professorde Design de Cena na Escola Superior deTeatro e Cinema.

Nesta exposição podemos admirarcerca de duzentos figurinos articulados comdesenhos e outros suportes documentais.

O primeiro núcleo da exposição é de-dicado ao super-homem, com as figurastodas voltadas de costas para o público,seguido do núcleo de obras teatrais e porúltimo o contacto com a dança.

A exposição termina com a Bela A-dormecida – um cisne negro e um cisnebanco, que se despedem do público mar-cando a dicotomia eterna entre uma cor e aoutra, entre o mal e o bem.

Barbara Coutinho, diretora do Museu,afirmou acerca deste exposição «o públicovai surpreender-se com a qualidade intrín-seca destas peças... Consegue-se perceberas várias referências históricas barrocas,medievais...»

António Lagarto dedica um exímiocuidado com a estética e com a excelênciados materiais.

Ao visitar esta exposição fiquei a co-nhecer e a admirar António Lagarto.

Magnífico cenógrafo e figurinista por-tuguês que, com a sua larga experiência deintervenção em espaços, trabalhando a luze a composição plástica de forma excecio-nal, criou uma mostra de sonho...

L P

Adelaide Vilela quando, ladeada por Joe Puga e José Guedes de Sousa (cônsul-ge-ral), se dirigia à plateia. Foto LusoPresse.

A pequena ginasta Kayla Ramos.

Novo programa de ImigraçãoCanadá oferece residência permanente a estrangeiros

OTAVA - O ministro da Cidadaniae Imigração do Canadá anunciou que o primei-ro grupo dos candidatos com melhor classifi-cação do novo programa de imigração “Ex-press Entry” vai poder requerer a residênciapermanente no país.

Em comunicado, Chris Alexander anun-ciou que a 31 de janeiro, 779 trabalhadores qua-lificados, incluído profissionais de ciências na-turais e aplicadas, comércio, industriais, eletri-cistas ou profissões ligadas à construção, foramconvidados a efetuar o requerimento de residên-cia permanente no Canadá.

“O Express Entry já está a ter resultadosimpressionantes no seu primeiro mês. Todosos que foram convidados a efetuar o pedidopara a residência permanente já têm uma ofertade trabalho válida ou uma nomeação para oprograma provincial, o que demonstra que oExpress Entry está a funcionar no sentido depreencher as lacunas existentes no mercadode trabalho do Canadá”, afirmou Chris Alexan-der.

No âmbito do programa, os trabalha-dores qualificados podem criar um perfil onlinee demonstrar o interesse em residir no Canadápermanentemente.

Os candidatos que são aceites na tabelaficam classificados de acordo com vários fato-res, incluindo o conhecimento de língua, edu-cação e experiência de trabalho. Cada fator éum indicador importante da probabilidade deintegração plena e rápida na sociedade canadi-ana, dando um contributo positivo para a eco-nomia.

O Canadá vai convidar regularmente oscandidatos com mais qualificações para pode-rem fazer o requerimento. A maioria desses re-querimentos será analisada em seis meses oumenos.

“Com o Express Entry, os candidatos alta-mente qualificados são convidados a candida-tar-se para a residência permanente, vindo parao Canadá de uma forma mais rápida e fácil doque nunca”, acrescentou o ministro da Cidada-

nia e da Imigração.O “Express Entry” vai gerir as candidatu-

ras de três programas de imigração económicafederais, para Trabalhadores Qualificados, paraComércios Especializados e para a Categoriade Experiência Canadiana.

Uma vez que estes imigrantes forem con-vidados a candidatar-se para a residência perma-nente, terão de apresentar o requerimento to-talmente preenchido, cumprindo os requisitosde elegibilidade e de admissibilidade, tais comoexames de saúde, e terão então até 60 dias paraapresentar a sua candidatura online.

Cris Alexander, ministro da Imigraçãodo Canadá.

L P

Página 195 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Nova época

Impacto regressou ao trabalho• Por Norberto AGUIAR

temporada. Este argentino de 29 anos, que jájogou na Europa e veio do campeão da Taçados Libertadores – o equivalente da Liga dosCampeões na Europa – pelo que demonstrouno pouco tempo em que jogou para o Impacto,tem muitas condições para ser a «vedeta» daformação quebequense.

Dos restantes, muita coisa há a provar, acomeçar pelos atacantes, um setor que nosparece ter sido negligenciado. Anthony Jack-son-Hamel, produto local, Andrès Romero,argentino que de emprestado passa agora parajogador do Impacto, Jack Mc Inerney, jovemamericano de muito talento mas ainda commuito a provar, e Romario Williams, jamaicanoacabadinho de ser recrutado no meio universi-tário, parecem-nos escassos para liderarem umataque que se vai confrontar com autênticasferas.

Como já vimos, duas semanas de prepara-ção no Estádio Olímpico como pontapé departida da época; duas semanas de treino noMéxico, seguidas do jogo da Liga de Campeõesa 24 de fevereiro, ainda no México; e regressoa Montreal para o segundo e decisivo jogo in-ternacional, onde se vai saber se o Impactopassa ou não às meias-finais. O desafio decisi-vo terá lugar no Estádio Olímpico, no dia 3 demarço.

O Campeonato da MLS, por sua vez, co-meça no dia 6 de março, quando se defrontarão,em Los Angeles, o campeão de 2014 La Galaxye o Chicago Fire. O Impacto, no seu primeiroembate, no dia 7 de março, vai até à capital dosEstados Unidos para defrontar o DC United.

Última hora!

O Impacto de Montreal começou aépoca de 2015 no passado dia 24 de janeiro.Os treinos foram ministrados no Estádio O-límpico devido à temperatura, claro, pouco cle-mente nesta altura do ano em Montreal, noQuebeque e no Leste do país.

Foram duas semanas intensas de trabalho,de maneira a desenferrujar os jogadores, quepara o Impacto já não jogam desde fins de ou-tubro. É muito tempo como devem perce-ber… Neste aspeto somos de opinião que aMajor League Soccer deveria encontrar umasolução, visto que as equipas que ficam foradas eliminatórias estão em desvantagem emrelação àquelas que continuem em prova; umaprova que vai, como se sabe, até ao primeirofim de semana de dezembro.

Depois deste primeiro período, o Impactoabala para o México no domingo, dia 8 de fe-

vereiro para mais duas semanas de preparação,agora de forma a adaptar-se ao clima do paísasteca, de maneira a estar na melhor condiçãopossível quando a 24 de fevereiro defrontar oclube de futebol local Pachuca, em jogo relativoaos quartos-de-final da Liga dos Campeões daCONCACAF, para onde se classificou depoisde ganhar o seu respetivo grupo.

De novo com Franck Klopas como trei-nador – também funciona um pouco comomanager –, o Impacto de Montreal apareceem 2015 com muitas caras novas até no seustaff. Lembre-se aqui que Matt Jordan, diretortécnico até agora, deixou o clube para ir para oDynamo de Houston, onde funcionará comodiretor-geral deste clube. No Impacto, ele foirendido por Adam Braz, outro antigo atletado clube. Ainda no corpo técnico, para 2015,contratou-se Enzo Concina, que era até agoratreinador-adjunto no DC United e que vem o-cupar as mesmas funções no Impacto. O sacri-ficado foi Nikolaos Kounenakis, amigo deKlopas e que esteve em Montreal apenas umaépoca.

Quanto ao plantel, também se operarammodificações, algumas com alguma surpresa,casos de Matteo Ferrari, defesa central titulartoda a temporada passada e que não serve paracontinuar, de Troy Perkins, primeiro guarda-redes, mas caído em desgraça no final da épo-ca… e Heath Pearce, ex-internacional america-no, que sempre que jogou demonstrou que ti-nha condições para ter lugar na equipa. Emmenor escala está a saída do internacional ca-nadiano Issey Nakajima-Farran, despedido nes-tes últimos dias quando tudo levava a crer quefaria parte do plantel de 2015.

Como reforços, o Impacto foi buscar oargentino Victor Cabrera, do River Plate. Édefesa, jovem e, segundo se diz, tem muitopotencial. Marco Donadel, italiano com 31anos e procedente do Verona, depois de terpassado pelo Nápoles, Fiorentina, etc., queaqui já apresentámos. Diz-se, igualmente, queé um jogador valoroso e com liderança, não ti-vesse ele sido capitão nalgumas das equipasem que jogou, nomeadamente na Fiorentina.Eric Kronberg veio do Sporting Kansas Citypara substituir Troy Perkins. Espera-se que esteamericano de 31 anos possa confirmar todo oseu potencial, durante muito tempo escondidopor via da presença de um dos melhores guar-da-redes da MLS, Jimmy Nielssen. Nigel Reo-Coker, inglês que passou por Bolton, AstonVilla e West Ham, chegando a ser suplente daSeleção de Inglaterra depois de ter alinhadopelas seleções jovens do seu país, também foicontratado. Chegou em 2013 a Vancouver, pas-sou pelo Chivas em 2014 e, agora, aos 30 anos,ingressou no Impacto como um dos mais im-portantes reforços. Vamos a ver no que dá. Asesperanças são muitas…

Com menos nome mas não inferiores,como dizem os responsáveis, vieram para com-pletar o grupo, o maliano Bakare Soumare,proveniente do Chicago Fire, e Donny Toia,defesa americano do Chivas. A estes, junta-seo jovem Romario Williams, jamaicano repesca-do no decorrer do recente Super-Draft.

Dos que ficaram, os olhos dos adeptosmontrealenses estão virados para Ignacio Pia-tti, que em 2014 deixou muita água na boca,mesmo se chegou à equipa quase no fim da

Como bom brasileiro que é, Filipe é umjogador cheio de técnica.

Desejosos de darem mais «músculo» àequipa, os dirigentes do Impacto acabam defazer uma sensacional troca de jogadores como Red Bull Nova Iorque. Assim, decidiramprescindir de Filipe, o único lusófono do clubee foram, na troca, buscar dois internacionais,um americano, Alexander, e o outro camaronês,Obyongo – esteve com o seu país na recenteTaça das Nações Africanas. Além dos dois joga-dores, o Impacto ainda recebeu uma boa quan-tia em dinheiro que deu para investir na vindade Oduro, outro internacional (do Gana) quepertencia aos quadros do Toronto FC.

A valia de Filipe, muito aquém, em nossaopinião, da troca em questão, só foi possível,em nosso entender e de muitos outros ana-listas, porque Jesse March, antigo treinadordo Impacto no seu primeiro ano de MLS, tinhaparticular admiração pelo brasileiro, sendo eleaté quem o foi buscar ao futebol da Suíça, eque a partir desta época assume o cargo de trei-nador do Red Bull...

A outra razão é que Frank Klopas não ti-nha o Filipe como peça importante no xadrezque está implementando para esta nova tem-porada. Isso mesmo se verificou na época pas-sada, quando o brasileiro perdeu influência noconjunto ao ponto de ser várias vezes substi-tuído ou até mesmo suplente...

Em resumo, com o recrutamento destestrês últimos jogadores (Oduro, que é atacante,Obyongo, defesa esquerdo e Alexander, médiopolivalente), o Impacto está mais equipa, semque com isso a vejamos discutir os primeiroslugares...

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Página 205 de fevereiro de 2015 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Em meu nome e em nome da Altapex quero desejar os maiores êxitos à LusaQ TV por este seu 1° aniversário.

E fico agora à espera que muitos outros se lho sigam, pois trata-se de um programa televisivo de excelente qualidade.

Parabéns a toda a sua equipa,Leonardo Soares, Presidente