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A REVISTA DE GESTÃO PÚBLICA MAIS LIDA DO BRASIL E MERCOSUL Ano 30 - n° 269 - Janeiro / 2016 CIRCULAÇÃO NACIONAL DEVER DE CASA Com projetos inovadores, o prefeito de Itaporanga, no Sertão da Paraíba, Audiberg Alves (Berguim), ganha o aval da população para uma agenda de desenvolvimento

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Com projetos inovadores, o prefeito de Itaporanga, no Sertão da Paraíba, Audiberg Alves (Berguim), ganha o aval da população para uma agenda de desenvolvimento

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A REVISTA DE GESTÃO PÚBLICA MAIS LIDA DO BRASIL E MERCOSUL Ano 30 - n° 269 - Janeiro / 2016CIRCULAÇÃO NACIONAL

DEVER DE CASACom projetos

inovadores, o prefeito de Itaporanga,

no Sertão da Paraíba, Audiberg

Alves (Berguim), ganha o aval da população para uma agenda de

desenvolvimento

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Leitor

Como a maioria das cidades nordestinas, Itaporanga nasceu à beira de um rio e em torno de uma capela, no Vale do Piancó, no Sertão da Paraíba. Em 1938, a cidade foi desmembrada do município de Piancó e passou a se chamar Itaporanga, que em tupi-guarani significa “Pedra Bonita”.

Conhecida como a Rainha do Vale, Itaporanga possui uma área territorial de 468 km² e população estimada de quase 25 mil habitantes. A determinação do seu povo é histórica, já que a região começou a ser povoada após intensos combates com os indígenas chefiados pelo cacique Piancó.

A alma guerreira dos itaporanguenses continua refletindo na administração do município, que não mede esforços na bus-ca da melhoria da qualidade de vida de sua população.

O prefeito Audiberg Alves (PTB) é um típico itapo-ranguense. Desde o início de sua gestão, a prefeitura vem realizando uma série de ações importantes em todas as áreas da administração pública para beneficiar a população e con-tribuir para o desenvolvimento do município.

Com uma gestão valente, eficiente e inovadora, a prefei-tura ganhou o aval da população, que reconhece o sucesso da agenda municipal, que prioriza a melhoria da saúde, da educação e da infraestrutura.

A Farmácia Veterinária Municipal é um exemplo desta inovação. A iniciativa é pioneira na região do Vale do Piancó e também uma das únicas em todo o estado da Paraíba.

Desde que assumiu a prefeitura, o prefeito vem tratando a educação como área prioritária, com incentivos e investi-mentos direcionados à melhoria das condições de trabalho dos professores e da qualidade do ensino da rede escolar municipal.

Na área da saúde, o foco é a prevenção e o atendimento básico à população, com a capacitação dos profissionais e o fortalecimento da estrutura física das unidades de atendi-mento.

Itaporanga: terra de gente determinada

O Editor

&EstadosMunicípios

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos S. Ferreira

Conselho EditorialClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella / Gerson de Castro / Getúlio Cruz

/ David Freire / Paulo Araújo / José Natal do Nascimento / Armando Cardoso

DiagramaçãoAndré Augusto Dias

Agências de NotíciasBrasil / Senado / Câmara

Petrobras / Sebrae / USP / FAPESP

PARCEIROS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

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Rio de JaneiroCortez Consultoria

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Tiragem 36 mil exemplares

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

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CAPA

A história comprova porque o povo de Itaporanga, no Sertão da Paraíba, é tão determinado: a vila que deu origem à cidade surgiu após intensos combates com os indígenas chefi ados pelo cacique Piancó. A alma guerreira dos itaporanguenses continua refl etindo na administração do município, que não mede esforços na busca da melhoria da qualidade de vida de sua população.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 269 - Janeiro / 2015

colu

nas

12 Política Câmara retoma atividade com nova composição 12Primeiro orçamento com emendas impositivas 13

14 NacionalTurismo na agenda prioritária 14CAIXA completa 155 anos de atividade 15Seguro-desemprego sobe mais de 11% em 2016 16Acordo para reparação do Rio Doce está próximo 17

18 Estados R$ 150 mi para rodovias em Roraima 18Rio Branco contesta índices de saneamento básico 19Rio discute melhoria da arrecadação 20

22 MunicípiosFoz do Iguaçu cria regras simples para eventos 22Sorocaba quita dívida com a União 23Saneamento para o subúrbio de Salvador 24Floripa se une pela duplicação da Via Expressa 25

30 SaúdeExtrato do sisal contra o Aedes Aegypti 30

32 TransparênciaTribunal quer transparência na emissão de certidões 32

33 IgualdadeMulheres continuam sofrendo violência 33

34 EconomiaPlanilha ajuda organizar fi nanças 34Confaz vai discutir tributação entre os estados 35

37 SocialBrasília cria comitê pela diversidade religiosa 37

38 AgriculturaUso seguro de agrotóxicos 38Brasil tem potencial para expandir agricultura irrigada 39

40 Infraestrutura Termelétricas continuarão em operação até abril 40

44 Meio AmbienteNovo corredor ecológico 44Bolsa Verde supera metas 45

46 TecnologiaParque Tecnológico de Sergipe está quase pronto 46

48 Câmaras e AssembléiasConselho de Desenvolvimento Econômico 48Assembleia abre espaço para o talento potiguar 49

50 EmpreendedorismoNovas regras de licitação para pequenos negócios 50

51 AviaçãoCéu de Brigadeiro 51

52 TurismoImensidão das Cataratas do Rio Iguacu 52

58 Artigo Suas movimentações fi nanceiras estão protegidas? O legado sustentável de 2015: COP 21 e ODS 58

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C a p a

Berguim adota novo modelo de gestão em Itaporanga

Como a maioria das cidades

nordestinas, Itaporanga nasceu à beira de um rio e em torno de uma capela, no Vale do Piancó, no Sertão da Paraíba. A então Vila da Misericórida deu origem a uma pequena povoação e ganhou um novo nome em 1863: Freguesia de Nossa Sr.ª da Conceição de Misericórdia.

Em 1938, o povoado foi desmembrado do município de Piancó e passou a se chamar Ita-poranga, que em tupi-guarani sig-nifica “Pedra Bonita”. Conhecida como a Rainha do Vale, Itaporan-ga possui uma área territorial de 468 km² e população estimada de quase 25 mil habitantes.

Uma das principais atra-ções turísticas do município é a sua tradicional festa junina e um monumento ao Cristo Rei, com 30 metros de altura, localizado na Chapada do Recanto, erguido pelo falecido Monsenhor José Sin-frônio de Assis Filho, conhecido como Padre Zé.

População reconhece o sucesso da agenda municipal

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C a p a

A história comprova porque o povo de Itaporanga é tão deter-minado: o povoamento da região começou após intensos combates com os indígenas chefiados pelo cacique Piancó. A alma guerreira dos itaporanguenses continua re-fletindo na administração do mu-nicípio, que não mede esforços na busca da melhoria da qualidade de vida de sua população.

O prefeito Audiberg Al-ves de Carvalho (Berguim), do PTB, é um típico itaporanguense. Determinado a colocar a cidade em um novo patamar de desen-volvimento, desde o início de sua gestão a prefeitura vem realizando uma série de ações importantes em todas as áreas da administra-ção pública.

Gestão eficiente Na área da saúde, por exem-

plo, a própria população reconhe-ce o sucesso da agenda municipal, ao priorizar a prevenção e o aten-dimento básico nas comunidades e investir pesado na capacitação de seus profissionais e na estrutura fí-sica das unidades de atendimento.

As ações realizadas pela pre-feitura em prol da saúde pública incluem a capacitação de profissio-nais para uso do E-Sus; reforma de todas as Unidades Básicas de saú-de, estimulo à prevenção do câncer de mama; confecção gratuita de próteses dentárias e a oferta de di-versos serviços em saúde por meio do Festival de Saúde e Cidadania.

As crianças recebem aten-ção especial e aprendem normas

de prevenção e cuida-dos com a saúde bucal, com escovação super-visionada nas escolas municipais, além de atividades educativas e ações de saúde em toda a rede pública de ensino.

Como se não bas-tasse, o município ga-nhou novas unidades básicas de saúde, inaugurou a nova instalação da Far-mácia Básica Mu-nicipal, revitalizou o Hospital Infantil, implantou o pro-grama “Melhor em Casa”, adquiriu novos veículos e ambulância para supor-te avançado e capaci-tou os profissionais que atuam no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).

Educação Na área da

educação não é diferente. Desde que assumiu a pre-feitura, o prefeito vem tratando a

Rainha do Vale tem uma população de quase 25 mil habitantes

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educação como área prioritá-ria, com incentivos e investimen-tos direcionados à melhoria das condições de trabalho dos profes-sores e da qualidade do ensino da rede escolar municipal.

Para tanto, todas as escolas da rede municipal foram reforma-das e receberam novas carteiras escolares. Também foram instala-dos computadores com acesso à internet nas escolas da zona rural e distribuídos kits escolares para todos os alunos da rede munici-pal, desde a pré-escola até o 9º ano do Ensino Fundamental.

A prefeitura implantou cur-sos de capacitação para gestores escolares, professores e meren-

deiras; contratou nutricionistas para garantir a qualidade da merenda escolar e fortaleceu campanhas de conscientização e combate ao trabalho infantil.

Também climatizou escolas, forneceu livros didáticos para as crianças do maternal e do ensino infantil e uniformes para todos os alunos da rede municipal, e ad-quiriu três ônibus para transportar os estudantes.

E para fechar o ano com chave de ouro, a administração municipal promoveu a primeira audiência pú-blica para a elaboração do Plano Municipal de Educação (PME).

Campo Os moradores do campo

também estão bem atendidos. A prefeitura tem dedicado atenção especial às questões do setor rural

e de meio ambiente, desenvolvendo ações e estratégias que pos-sam proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população da zona rural do município.

Entre as ações destacam-se a criação da estação de produ-ção de mudas frutíferas e som-breiras, palestras nas escolas municipais sobre a preservação do meio ambiente, disponibili-zação de máquinas para a rea-lização de cortes de terras nas diversas comunidades rurais, revitalização de pequenas barra-gens nas comunidades, promo-ção de ações de defesa animal, como treinamento em vacinação e noções de tratamento para en-fermidades em animas, abertura de bebedouros para animais nas comunidades rurais, aquisição de

Prioridade é atender demandas da população urbana e rural

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trator de grande porte para cortes de terras para produção agrícola e implantação da Farmácia Básica Veterinária Municipal.

A Farmácia Veterinária foi entregue à população no dia 8 de janeiro e já se encontra em pleno funcionamento. A iniciativa é pio-neira na região do Vale do Pian-có e também uma das únicas em todo o estado da Paraíba.

Também melhorou as condi-ções de tráfego nas estradas vici-

nais do município, forneceu do-ses de vacina contra a febre aftosa para os pequenos produtores rurais, implan-tou um banco de sementes

e criou o programa de incen-tivo à leitura no campo.

Infraestrutura

A prefeitura tem desenvol-

vido um intenso trabalho atra-vés da Secretaria de Infraestru-tura, abrindo várias frentes de trabalho por toda a cidade, com

a finalidade de atender às demandas da popula-ção.

O traba-lho envolve ações como melhorias no acesso de di-versas ruas do município, cons-trução de passa-gens molhadas, recuperação de calçamento, ins-talação de quebra-

-molas, recuperação das estradas vicinais, entrega de kits com itens de trabalho para os garis, serviços de poda em árvores nos bairros da cidade, construção e recuperação de canteiros em ruas e avenidas e reforma o matadouro municipal, com a instalação de novos equi-pamentos.

Na área ambiental, a prefei-tura recuperou áreas degradadas pelo antigo lixão, arborizou as principais avenidas da cidade, im-plantou programa de coleta sele-tiva nas escolas e promoveu a 1ª Conferência Municipal do Meio Ambiente.

A prefeitura também adotou o projeto de conscientização “Lixo no lixo”, com a promoção de mu-tirões de limpeza em bairros da ci-dade, instalou lixeiras para descarte de pequenos resíduos no centro da cidade e ruas paralelas

Assistência Social: Na área de assistência so-

cial, a prefeitura de Itaporanga não poupa esforços para garantir a proteção social aos necessitados e promover a cidadania por meio de programas, projetos, campa-nhas e capacitação voltado s para diferentes públicos, como crian-ças, adolescentes, idosos e pesso-as que se encontram em situações de vulnerabilidade social.

As ações incluem oferta de cursos de corte e costura em co-munidades rurais, distribuição de kits de enxoval para gestan-tes, combate ao trabalho infan-til, realização de campanhas de

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conscientização contra as drogas e contra a exploração infantil, ca-dastramento para o Bolsa Família, ajuda profissional e material para pessoas em situação de vulnera-bilidade social e a promoção de atividades de inclusão social e de lazer e oficinas para crianças, adolescentes e idosos que fazem parte do Serviço de Convivên-cia e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Cen-tro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Recentemente, a Secretaria Municipal de Assistência Social, juntamente com o Conselho Mu-nicipal de Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), concluiu um curso de capacitação para os novos membros do Conselho Tu-telar do município.

Trabalho e Lazer As atividades coordenadas

pela secretaria têm por objetivo viabilizar a execução de políticas municipais relacionadas ao tra-balho e á geração de renda. Uma das principais atribuições da pas-ta é promover o planejamento e acompanhamento dos projetos de incentivo neste importante setor.

A Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Econômico promove palestras de capacitação profissional, elabora projetos de desenvolvimento, como instala-ção do Galpão Multifabril e im-plantação da agência municipal do Sebrae, e responde pelo Posto de Saúde do Trabalhador, em par-ceria com a Secretaria de Saúde.

Através da Secretaria de Es-portes, a prefeitura promove e apoia a prática do esporte e do la-zer, desenvolvendo e fomentando atividades esportivas e recreativas na comunidade, como a instala-ção de novos refletores no campo de futebol do município, apoio aos projetos de práticas esportivas nas escolas municipais, fortaleci-mento do “Poeirão” – tradicional campeonato de futebol amador do município, e fornece ajuda de custo para atletas que disputam campeonatos fora da cidade.

C a p a

Pelo trabalho que vem rea-lizando em Itaporanga, Berguim pode ser o primeiro prefeito da cidade a ser reeleito. ●

Ensino Fundamental I e II • Ensino Médio • Pré-Vestibular • Tel.: (21) 3281-3401 • colegioqi.com.brRio de Janeiro: Recreio • Tijuca • Botafogo • Ipanema • Méier • Freguesia

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P o l í t i c a

Câmara retoma atividade com nova composição

A Câmara dos Deputados re-toma as atividades em fe-vereiro com composição

diferente de um ano atrás, quando os parlamentares eleitos para esta legislatura tomaram posse.

No último ano, 38 dos 513 deputados mudaram de partido, conforme informações da Secreta-ria-Geral da Mesa da Câmara.

Entre as principais mudan-ças no cenário está a perda, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), de 10 deputados desde a posse, e a migração de 21 deputados para o Partido da Mulher Brasilei-ra (PMB), que obteve registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro. A Rede Sustentabi-lidade, que conseguiu registro no mesmo mês, passou a ter bancada de cinco deputados.

O Supremo Tribunal Fede-ral, no julgamento de três man-dados de segurança, firmou o

entendimento de que os man-datos pertencem aos partidos e que, por isso, o candidato não pode mudar para outra legenda e manter o mandato. No entan-to, a desfiliação para a filiação em partido recém-criado não acarreta a perda do cargo.

Bancadas Com a perda de 10 dos 69

deputados eleitos, o PT deixou de ser o partido com maior bancada na Câmara, título assumido pelo PMDB, com 67 deputados. Con-forme dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parla-mentar (Diap), apenas quatro des-ses dez deputados efetivamente mudaram de partido.

Porém, atualmente, o blo-co mais numeroso é o integrado pelo PP, PTB, PSC e PHS, com 80 deputados, seguido do bloco for-

mado por PR, PSD e Pros, com 75 parlamentares. O bloco PMDB/PEN tem 69 deputados.

Oficialmente, esses três blo-cos integram a base do governo na Câmara, que conta ainda com o bloco PRB, PTN, PMN, PTC e PTdo B (29 deputados), PDT (17 deputados) e o PCdoB (12 deputa-dos), além do PT, totalizando 341 deputados. Porém, há muitos dis-sidentes nesses partidos e blocos, como o próprio presidente da Câ-mara, Eduardo Cunha, que já se declarou de oposição.

Já a chamada Minoria conta com 99 deputados, sendo integra-da formalmente pelos seguintes partidos de oposição ao governo: PSDB (53 deputados), DEM (21), Solidariedade (15) e PPS (10). Al-guns partidos consideram-se inde-pendentes em relação ao governo, como PSB (34 deputados), Psol (5), PV (5) e Rede (5). ●

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P o l í t i c a

Primeiro orçamento com emendas impositivas

A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, é o primeiro orçamento com emen-das impositivas, no qual o Poder Executivo é obrigado a executar as emendas parlamentares ao or-çamento da União,

Os parlamentares terão direito a R$ 9 bilhões em emendas indi-viduais. Isso dará uma cota de R$ 15,3 milhões para cada um dos 513 deputados e 81 senadores. Além disso, há previsão de R$ 4,5 bilhões para emendas de bancadas.

O orçamento também garan-te a transferência de R$ 819 mi-lhões para o Fundo Partidário. No projeto original que havia enviado ao Legislativo no ano passado, o Executivo tinha proposto um re-passe de R$ 311 milhões.

O orçamento da União de 2016 estima que as receitas fede-rais somarão R$ 2,954 trilhões, incluindo o orçamento das esta-tais e os recursos levantados com a venda de títulos públicos. A lei conta com uma arrecadação de R$ 10 bilhões com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) a partir de se-tembro.

Conquista Para o relator do orçamen-

to, deputado Ricardo Barros (PP-PR), o orçamento impositivo é uma conquista do Parlamento. “Consagra emenda impositiva de bancada, que é uma inovação im-portante para o parlamento. Cada estado escolheu uma emenda im-

positiva e uma obra importante e ela será executada impositivamen-te, decisão de bancada. Essa é uma decisão fundamental”, afirmou.

Na avaliação de Ricardo Bar-ros, o governo terá um grande de-safio de consolidar as receitas em razão dos vetos da lei de repatria-ção de recursos do exterior e da necessidade de aprovar a propos-

ta que recria a CPMF no Congresso Nacional.

“É um orçamento que agora tem como principal desafio consolidar as re-ceitas que o governo co-locou na proposta: repa-triação e CPMF”, ressalta o deputado.

Ricardo Barros lembrou que o relator da receita, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), rejeitou a in-clusão da CPMF, mas o Executivo derrotou o parecer no voto e man-teve o tributo. ●

Parlamentares terão direito a R$ 9 bilhões em emendas individuais

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N a c i o n a l

Turismo na agenda prioritária

Segurança, promoção interna-cional e facilitação de vistos foram os principais temas da

reunião entre o ministro do Turis-mo, Henrique Eduardo Alves, e o presidente da Organização Mundial do Turismo, Taleb Rifai.

Maior autoridade do prin-cipal organismo internacional do setor, Rifai reconheceu que o Brasil tem condições para atrair muito mais que os 6 milhões de estrangeiros que desembarcam anualmente no país, mas des-tacou que para consolidar esse potencial o governo brasileiro precisa incluir o turismo em sua agenda prioritária.

Segundo o presidente da OMT, a Olimpíada é uma exce-lente oportunidade para dis-

seminar todo o poder trans-formador que o turismo pode ter para um país. “Foi assim na Espanha, na Olimpíada de Barcelona”, ressaltou.

Taleb Rifai elogiou a deter-minação do ministro Henrique Alves por ter conseguido aprovar a isenção temporária de visto para os Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, que passa a vigorar de primeiro de junho a 18 de setem-bro. “São medidas simples como essas que fazem a diferença e aju-dam o turismo a se desenvolver”, destacou.

Exemplos O ministro Henrique Eduar-

do Alves explicou que está bus-

cando exemplos bem sucedidos de lugares que sabem explorar de forma sustentável o setor de via-gens, como o México, a Espanha, a Croácia e a Tailândia. Ele acredi-ta que o Brasil tem potencial para multiplicar, e muito, o numero de turistas que visitam o país.

Citando o exemplo do Méxi-co, ele lembrou que dos US$ 17 bilhões que o país fatura com o turismo, US$ 11 bilhões entram por Cancun, com menos de 30 quilômetros de litoral. “Imagina quantas Cancuns, com todo res-peito ao destino, podem existir no Brasil com 8 mil quilômetros de praias”, afirmou o ministro.

A Croácia tem pouco mais de 4 milhões de habitantes e re-cebe 11 milhões de turistas es-trangeiros por ano. A Espanha recebe mais de 60 milhões de estrangeiros, a Tailândia recebe 30 milhões, e o Brasil, pouco mais de 6 milhões.

Para Taleb, a receita para que o Brasil entre definitiva-mente no roteiro internacional é simples: investir em segurança e numa promoção internacional agressiva. ”Estou à disposição para trabalhar para convencer todos os envolvidos de que o se-tor tem um potencial enorme no Brasil”, comprometeu-se o presi-dente da OMT. ●

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 15

N a c i o n a l

CAIXA completa 155 anos de atividade

Criada por decreto pelo im-perador Dom Pedro II em 1861, a Caixa Econômica Federal comple-tou 155 anos de atividade com o titulo de maior banco público da América Latina. A instituição ad-ministra R$ 1,2 trilhão em ativos e se relaciona diretamente com quatro de cada 10 brasileiros: são 82,4 milhões de clientes para 204,5 milhões de habitantes.

Claro que muita coisa mu-dou desde os tempos de Império, mas a missão da Caixa segue inal-terada. Nascida com o propósito de beneficiar as pessoas menos favorecidas, garantindo segurança aos depósitos de poupança e ofere-cendo taxas de juros justas, a Caixa preserva até hoje sua essência de atender às necessidades da popula-ção de todos os níveis sociais.

O banco opera os principais benefícios sociais oferecidos aos brasileiros, entre eles Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Seguro-Desemprego, Pro-grama de Integração Social (PIS),

Minha Casa Minha Vida, Fies e Bolsa Família.

Presente em todas as cidades do país, a rede Caixa é compos-ta atualmente por 4.237 unidades próprias, incluindo 3.410 agên-cias (479 delas com Penhor), 827 postos de atendimento, oito uni-dades móveis, 13.161 casas lo-téricas, 14.421 correspondentes Caixa Aqui e 6.904 pontos de au-toatendimento.

Casa própria Além disso, a Caixa é respon-

sável por R$ 67,5 de cada R$ 100 liberados em empréstimos para a compra da casa própria. Também é sinônimo de poupança (lidera com participação de 36%) e res-ponde por uma fatia de 21% do mercado total de crédito.

A soma de todos os finan-ciamentos ultrapassava os R$ 666 bilhões em setembro de 2015. Apenas a carteira de crédito de habitação representa R$ 376 bi-

lhões. Entre janeiro e setembro do ano passado, a Caixa liberou R$ 70,6 bilhões em novos contratos, 14 vezes mais do que os R$ 5 bi-lhões destinados ao segmento de habitação durante 2002 inteiro.

Descontando-se o BNDES, a Caixa é hoje o maior financiador de infraestrutura e saneamento do país, com saldo de R$ 68 bilhões aplicados para este fim. E ao longo dos últimos anos, se firmou como o principal parceiro do setor públi-co, repassando recursos a prefeitu-ras e estados e ajudando a garantir que o dinheiro chegue às pessoas que de fato precisam. ●

Maior banco público da América Latina administra R$ 1,2 trilhão em ativos

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16 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

Seguro-desemprego sobe mais de 11% em 2016

As parcelas do seguro-de-semprego foram reajustadas em 11,28%, e os novos valores já es-tão sendo pagos desde o inicio de janeiro a milhares de pessoas. O benefício assegura ao trabalhador que perdeu o emprego uma renda mínima por período entre três e cinco meses.

Com isso, a parcela mínima do seguro-desemprego passou para R$ 880,00 seguindo o reajus-te do salário mínimo para 2016. Já a parcela máxima subiu de R$ 1.385,91 em vigor em 2015 para R$ 1.542,24 este ano.

O reajuste considerou a in-flação de 2015 medida pelo Ín-dice Nacional de Preços ao Con-

sumidor (INPC). Os valores pagos são calculados com base em uma fórmula que considera os três últi-mos salários recebidos pelo traba-lhador, e é sobre essa média que é aplicado o reajuste.

Bilhões Segundo estimativa do Mi-

nistério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), neste ano o segu-ro-desemprego deve transferir R$ 34,7 bilhões a cerca de 7 milhões de trabalhadores em todo o país.

O diretor do Departamento de Emprego e Salário do MTPS, Márcio Borges, explica que o se-guro-desemprego é assegurado

a trabalhadores que estão sendo dispensados sem justa causa e não por uma decisão de dispen-sa causada por esses trabalhado-res. “Foram trabalhadores que, em uma situação de dispensa, viram--se sem salário e, nesse momento, o programa do seguro-desempre-go tenta recompor parte da renda deles”.

Cerca de 7 milhões de trabalhadores deverão requerer benefício ao longo do ano

Márcio Borges ressalta que são pais de famílias que precisam assegurar o mínimo de sustento a seus familiares. Ele lembra que o que se vê nos últimos anos é um número maior de trabalhadores com acesso ao benefício.

Em 2002, 4,8 milhões de tra-balhadores solicitaram o seguro--desemprego. Em 2014, esse nú-mero foi bem maior: 8,5 milhões de pessoas tiveram direito ao be-nefício. Segundo o diretor, o au-mento decorreu do maior número de trabalhadores contratados com carteira assinada pelas empresas nos últimos anos. ●

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N a c i o n a l

Acordo para reparação do Rio

Doce está próximo

No início de fevereiro, o Governo Federal espera fechar um acordo com

as mineradoras responsáveis pelo rompimento da barragem para reparação da Bacia do Rio Doce. O rio ficou comprometido após o rompimento da barragem da Sa-marco na cidade de Mariana, em Minas Gerais.

A projeção de data para que seja firmado o acordo foi apresen-tada pelo advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, após reunião com representantes dos es-tados e das empresas.

“Tivemos um avanço signi-ficativo. Há uma convergência clara, objetiva, em relação às ações necessárias de reparação para atender as famílias preju-dicadas”, disse o ministro. “Não podemos esperar que o processo demore mais do que isso.É ne-cessário que haja o efetivo aten-dimento das populações e da

necessidade ambiental”, com-plementou.

Ainda segundo Adams, o ní-vel de debate que foi estabelecido entre as partes envolvidas revela uma convergência para a solu-ção do problema. “Estou muito confiante de que esse acordo vai sair”, afirmou.

Encontros Em reuniões realizadas nas se-

des da AGU e do Ibama, em Bra-sília, as mineradoras se comprome-teram a aportar todos os recursos financeiros necessários para a repa-ração e revitalização da bacia.

As empresas concordaram, por exemplo, em financiar in-

tegralmente a implantação de 38 ações ambientais, sociais e econômicas. Entre elas, a dra-gagem de rejeitos; restauração florestal em áreas de preser-vação; recuperação da fauna e da flora local; recuperação de nascentes; pagamento de indenização às pessoas atingi-das; reconstrução de moradias, pontes e escolas.

Segundo a presidente do Ins-tituto Brasileiro do Meio Ambien-te e dos Recursos Naturais Reno-váveis (Ibama), Marilene Ramos, o próximo passo é estabelecer um cronograma e metas claras para a execução das medidas.

“Queremos um acordo com metas técnicas, quantitativas, cro-nograma, para que não tenhamos só um grande programa de boas intenções, mas objetivos concre-tos estabelecidos no acordo para que sua execução integral possa ser exigida”, afirmou. ●

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E s t a d o s

Governo garante R$ 150 mi para rodovias de Roraima

Após se reunir em Brasília com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, a governadora de Roraima, Suely Campos (PP) garantiu a liberação de aproximadamente R$ 150 mi-lhões para a realização de obras nas rodovias do estado.

Os recursos darão continui-dade às obras de restauração de vários trechos das BRs-174 e 210 remanescentes de termos de com-promisso firmados nas gestões an-teriores e que estavam paradas há quase três anos.

“Todos os sete itens da pau-ta que apresentamos durante a audiência foram atendidos pelo ministro dos Transportes, que se comprometeu a ir a Roraima no dia 26 de fevereiro, quando vai inaugurar um trecho da BR-432, no município de Cantá, e fiscali-zar as outras obras realizadas pelo

Ministério no estado”, comemo-rou a governadora.

Durante a reunião, o secre-tário de Gestão dos Programas de Transportes, Luciano Castro, também confirmou a liberação da segunda parcela da CIDE (Contri-buição de Intervenção no Domí-nio Econômico) no valor de R$ 4,5 milhões, para a recuperação de vias vicinais e pontes.

Compromissos Entre os assuntos discutidos

e acolhidos por Carlos Rodrigues, estão o desbloqueio da conta da CIDE e a possibilidade de novos repasses para Roraima; licitação dos serviços de restauração dos trechos remanescentes da BR-174; conclusão da obra de restau-ração de trechos da BR-174 (divi-sa de Roraima com o Amazonas e

Igarapé Arruda); avaliação de con-tratos em andamento; duplicação do trecho entre o Rio Cauamé e o Contorno Oeste e restauração da ponte sobre o Igarapé Arruda na BR-174.

O ministro também aceitou realocar o recurso economizado nas obras de restauração dos tre-chos da divisa de Roraima com o Amazonas e do Igarapé Arruda para recuperação dos trechos re-manescentes da BR-174.

São mais de R$ 17 milhões que seriam devolvidos ao Tesouro Nacio-nal pelo governo do estado. ●

Ministro dos Transportes acolheu todos os itens da pauta

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E s t a d o s

Rio Branco contesta índices de saneamento básico

Informações atualizadas pelo

Instituto Trata Brasil, com base em dados ofi ciais do Sistema Nacio-nal de Informação de Saneamen-to (SNIS) de 2015, atestam que a cidade de Rio Branco possui um dos melhores índices de sanea-mento da região Norte, à frente de Manaus (AM) e Belém (PA), supe-rando a média nacional.

O levantamento se contrapõe aos dados divulgados pela Con-federação Nacional da Indústria (CNI) que concluiu que a região Norte deve levar 35 anos para me-lhorar o problema do saneamento básico. O levantamento aponta que menos de 15% do esgoto é tratado e falta água encanada para mais de 47% dos municípios.

O Departamento Estadual de Pavimento e Saneamento (Depa-sa) estima que o atendimento real do sistema de esgotamento sani-tário em Rio Branco situa-se em 53%, incluindo todas as estações e soluções individuais, índice de atendimento acima da média da região Norte (14,7%) e até mesmo da média nacional (39%), confor-me dados do Instituto Trata Brasil.

Erro

Os dados catalogados pelo SNIS consideram, em suas avalia-ções, como tratamento, apenas as ligações vinculadas às estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) con-vencionais, ignorando as ligações em funcionamento, que, em fun-ção da desatualização cadastral, não são inseridas no sistema.

“Dessa forma, grande parte do esgoto tratado em Rio Branco não é contabilizado nos dados ofi ciais do Ministério das Cidades, o que gera erros no momento em que estes estudos são realizados”, explica o diretor técnico do Depa-sa, Anderson Mariano.

Anderson Mariano estima que, com os investimentos que vêm sendo realizados, sobretudo na ampliação das redes coletoras e fi nalização do programa Ruas do Povo, até o fi nal de 2018 será possível tratar aproximadamen-te 90% dos efl uentes domésticos produzidos na capital.

O Depasa também vem exe-cutando ações de implantação de redes de esgotos e sistemas de tra-tamento, ampliação do sistema de abastecimento de água, pavimen-tação e construção de aterros sa-nitários em vários municípios de difícil acesso. ●

Levantamento aponta que menos de 15% do esgoto é tratado e falta água encanada para mais de 47% dos municípios

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E s t a d o s

Rio discute melhoria da arrecadação

Melhorar a arrecadação dos municípios e encontrar soluções para o aumento da receita das prefeituras. Este foi o objetivo do 2º Encontro de Secretários – Workshop sobre Desempenho e Efi ciência Tributária nos Municí-pios da Região Metropolitana –, realizado em Teresópolis.

Promovido pelo governo do estado, o seminário reuniu mais de 100 especialistas da área de arrecadação e tributos, entre secretários de Fazenda, de Pla-nejamento, de Urbanismo e do setor de cadastro das 21 cidades da região, para discutir alternati-vas para a melhoria do setor de cadastro e arrecadação das pre-feituras.

“Precisamos construir, com base nas informações que rece-bemos dos secretários, propostas que permitam formular cobran-

ças mais justas dos impostos”, explicou o diretor-executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro.

Dezenove municípios da Re-gião Metropolitana, com exceção do Rio e de Niterói, deixam de arrecadar anualmente de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão devido à perda de receita. Os impostos in-cidem sobre a cobrança de IPTU, ISS e ITBI.

Para Vicente Loureiro, é um dinheiro que poderia ser utiliza-do na melhoria de infraestrutura, da saúde e da educação dos mu-nicípios.

Projetos Dois projetos estão sendo

contratados pela Câmara Metro-politana, com apoio do Banco Mundial, que oferecerão aos mu-

nicípios uma base cadastral mais efi ciente: o levantamento aerofo-togramétrico, que será concluído este ano, e o sistema de informa-ções geoespaciais, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2017.

Segundo o secretário de Fa-zenda de São Gonçalo,Cândido Rangel, o seminário proporcionou um maior conhecimento da área de arrecadação e possibilitou uma integração entre o governo do es-tado e os municípios.

Ele ressaltou que, com infor-mações cadastrais ainda defi cien-tes, o município arrecada anual-mente cerca de R$ 1,2 bilhão, mas tem quase 50% de inadimplência. “Se tivéssemos informações mais precisas do nosso território, talvez não enfrentássemos tantas difi cul-dades na nossa arrecadação”, afi r-mou o secretário. ●

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Foz do Iguaçu cria regras simples para eventos

Foz do Iguaçu começa o ano com uma ferramenta moderna, simples e ágil para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico. Um decreto municipal assinado pelo prefeito Reni Pereira (PSB) define regras bem mais simples para concessão de alvará para rea-lização de eventos. O documento foi elaborado conjuntamente por representantes de entidades do tu-rismo e servidores da prefeitura.

Reivindicação antiga do turismo iguaçuense, o Decreto desburocratizou questões fazen-dárias, tributárias, sanitárias e am-bientais, inclusive tornando mais justo o recolhimento de impostos. As antigas regras, de 2005, eram consideradas pelo setor punitivas e burocráticas. Antes ocorria, por exemplo, bitributação do mesmo

imposto cobrado de hotéis e orga-nizadores de eventos.

A nova legislação relaciona o conjunto mínimo de documen-tos necessários para obtenção da licença, que agora variam confor-me o porte e tipo do evento. Em alguns casos, por exemplo, está dispensada a vistoria de verifica-ção de regular funcionamento da Fiscalização de Posturas e Vigilân-cia Sanitária, bem como a estima-tiva do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).

Foz é a terceira cidade bra-sileira que mais recebeu eventos internacionais em 2014, segundo a versão mais recente do ranking divulgado pela ICCA (Interna-cional Congress and Convention Association). O município ficou atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo.

Burocracia

Segundo o presidente do

Comtur, Licério Santos, toda a indústria do turismo enfrentou sérios problemas com a antiga burocracia, chegando a perder vários eventos para outras cida-des. “As entidades identificaram os aspectos burocráticos que tra-vavam o crescimento do setor e propuseram as novas regras ao prefeito, que atendeu pronta-mente o pedido do setor”, disse.

O presidente do Sindhotéis, Carlos Silva, ressaltou que a pre-feitura reconheceu a importância do turismo como principal voca-ção econômica do município. “Esse pacote de incentivos para realização de eventos é resultado do trabalho conjunto das entida-des, com apoio total da equipe da prefeitura e do próprio prefei-to Reni Pereira”, afirmou. ●

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M u n i c í p i o s

Sorocaba quita dívida com a União

Depois da aprovação da Lei

Complementar 148/2014 e da publicação do decreto federal que regulamentou a revisão dos contratos de refinanciamento de dívidas de estados e municípios perante a União, a Prefeitura de Sorocaba foi comunicada oficial-mente que, além de quitar sua dívida, possui um crédito de mais de R$ 26 milhões,

O contrato de refinancia-mento da Prefeitura de Soroca-ba junto à União, no valor de R$ 34.296.611,76, foi assinado em dezembro de 1999. Confor-me o secretário da Fazenda do Município, Aurílio Caiado, até o mês de outubro do ano pas-sado, a Prefeitura desembolsou R$ 136.311.527,65 e, apesar do valor representar quatro ve-zes o valor refinanciado, ainda restaria saldo devedor de R$ 48.358.666,38.

Em agosto do ano passa-do, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) já havia acionado a União na justiça para que fizesse a revisão dos valores

desembolsados pelo município. Atualmente, a Prefeitura desem-bolsa mais de R$ 1,2 milhão por mês com o pagamento do refi-nanciamento da dívida junto à União. A quitação da dívida pos-sibilitará maior disponibilidade de recursos para a realização de obras e investimentos.

Plano Diretor Com as finanças em dia, o

município terá disponibilidade de caixa para fortalecer o desenvol-vimento urbano e, para tanto, está criando a Câmara Técnica de Le-gislação Urbanística (CTLU) para sanar divergências envolvendo o Plano Diretor municipal.

Segundo o arquiteto e urba-nista João Luiz de Souza Arêas, a CLTU é um instrumento a mais para aplicação do Plano Diretor. “É uma forma de gestão e de trans-parência de todas a ações que en-volvem o Plano Diretor”.

A CTLU será composta por representantes das secretarias e órgãos da administração munici-pal: Secretaria de Mobilidade, De-senvolvimento Urbano e Obras; Secretaria de Negócios Jurídicos; Secretaria do Meio Ambiente; Se-cretaria de Planejamento e Ges-tão; Serviço Autônomo de Água e Esgoto e Empresa de Desenvolvi-mento Urbano e Social. ●

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24 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

Saneamento para o subúrbio de Salvador

A prefeitura de Salvador e o Ban-

co Interamericano de Desenvolvimento (BID) fi rmaram convênio de cooperação técnica para planejamento e preparação do Programa de Saneamento Ambiental e de Urbanização do Subúrbio de Salvador 1ª Etapa – Projeto Novo Mané Dendê.

Orçado em US$ 1,1 milhão, o con-vênio será custeado com US$750 mil a fundo perdido pelo BID, mais US$ 350 mil de contrapartida da Prefeitura de Sal-vador. O objetivo é apoiar a elaboração de estudos, documentos técnicos e proje-tos que permitam desenvolver as ativida-des necessárias à preparação do Projeto Novo Mané Dendê.

Segundo o secretário da Casa Civil, Luiz Carreira, o convênio vai possibili-tar a criação de todas as condições técnicas para a execução efi ciente do Projeto Novo Mané Dendê, um investimento de US$ 135 milhões, com 50% com recursos da prefei-tura e 50% fi nanciados pelo BID, em fase de aprovação na Comissão de Financia-mentos Externos (COFIEX), do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão.

“O Mané Dendê é um projeto de grande alcance social porque, além do saneamento ambiental, vai criar uma infra-estrutura básica para integrar o subúrbio à economia da cidade ”, afi rma Carreira.

Convênio O programa vai benefi ciar mais de

80 mil habitantes dos bairros de Alto San-ta Terezinha, Itacaranha, Plataforma e Rio Sena, com ações de drenagem, saneamen-

to, fortalecimento institucional, desenvolvi-mento urbano, social e ambiental.

O convênio contempla apoio técni-co institucional ao município, com análise do planejamento existente dos serviços de saneamento básico de Salvador, estudo da situação do serviços de saneamen-to básico da cidade, capacitação da unidade executora e preparação de programas de fortalecimento das uni-dades do município envolvidas.

Também será feito um diagnós-tico completo da situação do servi-ço de coleta e disposição fi nal de resíduos sólidos em Salvador, com levantamento e caracterização das zonas da cidade que apresentam po-tenciais problemas de acesso ao serviço de coleta e criação de um projeto piloto de resíduos sólidos. ●

subúrbio de SalvadorA prefeitura de Salvador e o Ban-

co Interamericano de Desenvolvimento (BID) fi rmaram convênio de cooperação técnica para planejamento e preparação do Programa de Saneamento Ambiental e de Urbanização do Subúrbio de Salvador 1ª Etapa – Projeto Novo Mané Dendê.

Orçado em US$ 1,1 milhão, o con-vênio será custeado com US$750 mil a fundo perdido pelo BID, mais US$ 350 mil de contrapartida da Prefeitura de Sal-vador. O objetivo é apoiar a elaboração de estudos, documentos técnicos e proje-tos que permitam desenvolver as ativida-des necessárias à preparação do Projeto

Segundo o secretário da Casa Civil, , o convênio vai possibili-

tar a criação de todas as condições técnicas to, fortalecimento institucional, desenvolvi-

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M u n i c í p i o s

Parceria pela duplicação da Via Expressa em Floripa

Os prefeitos da Grande Flo-rianópolis atuarão juntos em defe-sa da duplicação da Via Expressa (BR 282). Eles vão cobrar inicia-tivas concretas do Governo Fede-ral e do estadual, uma vez que as obras prometidas para 2014 se-quer foram inicadas.

O grupo já tem audiências marcadas com o governador Rai-mundo Colombo, com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues; com o diretor-geral do Dnit, Valter Casimiro Silveira, e com o Fórum Parlamentar Catari-nense.

O projeto promete resolver o que é considerado o princi-pal gargalo do trânsito em Santa Catarina. Além de mais pistas, a proposta contempla vias exclu-sivas para ônibus, alargamen-to dos elevados, ampliação das vias marginais para o trânsito local, acostamento, ciclovia e calçadas de passeio. A obra está orçada em cerca de R$ 500 mi-lhões, realizada pelo PAC.

Atraso O prefeito de Florianópolis,

César Souza Junior (PSD), criti-ca o atraso da obras e ressalta que a Via Expressa representa o maior gargalo do trânsito em Santa Ca-tarina. “O início das obras estava previsto para 2014 e estamos em

2016 e não temos nenhuma si-nalização sobre o andamento do projeto”.

Ele lembra que o Governo Federal tem obras de mobilidade em diversas capitais, enquanto a região metropolitana de Florianó-polis ainda aguarda uma resposta. “Se o DNIT não tem os recursos para fazer todo o projeto, que re-alize as obras em etapas ataque primeiro os pontos mais críticos”, defende Souza Junior.

A prefeita de São José, Ade-liana Dal Pont, conta que o pro-jeto foi apresentado aos prefeitos em 2013 e que os engenheiros dos municípios foram chamados para fazer as adequações necessá-

rias. A cidade de São José é dire-tamente afetada pelos congestio-namentos diários, uma vez que a Via Expressa corta parte do muni-cípio.

Além disso, dois dos viadu-tos da Via Expressa estão em São José. “Estamos realizando estudos de mobilidade urbana, mas de-pendemos das defi nições da Via Expressa, enfatiza a prefeita. ●

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26 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

O Governo do Estado da Bahia preparou

o melhor Carnaval do país. Uma festa

democrática, com vários artistas se apresentando

em trios sem cordas para baianos e turistas.

E pra garantir a segurança, são mais de

25 mil policiais nas ruas e 236 câmeras

monitorando a folia 24 horas por dia.

Os foliões ainda vão contar com reforço

na rede hospitalar, 280 guias e monitores

para informações e aproveitar os blocos afro

e o Carnaval do Pelô, que valorizam

ainda mais a história do nosso Estado.

Venha pra maior festa popular do planeta.

Ela foi feita pra todos.

Confira a programação completa no site:

www.carnaval.bahia.gov.br

ANR 420x280mm CARNAVAL 2016 SECOM.indd 1 28/01/16 11:15

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O Governo do Estado da Bahia preparou

o melhor Carnaval do país. Uma festa

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E pra garantir a segurança, são mais de

25 mil policiais nas ruas e 236 câmeras

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RENATO RIELLA [email protected]

28 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

CPMF TERÁ DESTAQUE DEPOIS DO RECESSO

Concorrendo com a dis-cussão do impeachment e a possível cassação do deputa-do Eduardo Cunha (PMDB-RJ), haverá outro tema polêmico neste primeiro semestre: a pro-posta de criação de uma nova CPMF. Com a sanção do Orçamento Geral da União de 2016, que prevê a arrecadação federal de pelo menos R$ 10,3 bilhões com a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o assunto deve dominar as discussões a partir de fevereiro, quando acaba o recesso legislativo.

PALÁCIO CONFIA NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS

No Palácio do Planalto, o apoio de governadores e de prefeitos é considera-do fundamental para a aprovação da nova CPMF. Se depender dos chefes dos Exe-cutivos estaduais e municipais, a mordida da CPMF vai ser maior. Condicionam o apoio a uma alíquota de 0,38% para que 0,20% fi que com a União, e o restante seja dividido entre eles. O relator da PEC na CCJ, o deputado Arthur Lira (PP-AL) deve apresentar seu parecer em fevereiro.

ECONOMIA PODE CAIR 3% ESTE ANOAnalistas do mercado fi nanceiro consultados pelo Banco Cen-

tral estão pessimistas com relação ao desempenho da economia bra-sileira. Na avaliação das instituições fi nanceiras, a economia deve encolher 3% este ano.

Para 2017, a expectativa é de recuperação, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8%.

VÍRUS ZIKA ULTRAPASSA PLACENTA NA GESTAÇÃO

Em situação de emer-gência, o Brasil avança nas pesquisas sobre esta nova doença transmitida pelos mosquitos, a Zika. Cientis-tas do Instituto Carlos Cha-gas confi rmaram que o vírus Zika consegue ultrapassar a placenta durante a gestação. A infecção em mulhe-res grávidas provoca milha-res de casos de microcefalia. A análise foi feita a partir de

amostras de uma paciente na Região Nordeste que sofreu um aborto retido.

PLANALTO VENCE E JUROS NÃO SOBEM

Ficou clara a pressão do Palácio do Planalto sobre o Banco Central, que decidiu não aumentar a taxa básica de juros, mantida em 14,25%. Pela quar-ta vez seguida, o BC brasileiro não mexeu nos juros básicos da economia, apesar da pressão infl acionária.

A decisão surpreendeu os analistas econômicos, que es-peravam aumento de 0,5 ponto percentual.

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OAB SAI DA TOCA E AGE CONTRA IMPOSTOS

Um manifesto contra a criação ou aumento de tributos foi lançado pela Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional de Saúde (CNS), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).

As entidades pedem o “cumprimento dos compromissos do governo apresen-tados pela Presidente da República em seu programa de campanha eleitoral”. Este posicionamento surpreende, pois a OAB tem andado omissa.

IMPUNIDADE NOS EUA FAZ LEMBRAR MORO

Está em destaque o fantástico fi lme A Grande Aposta, que mostra como os especuladores quebraram o mundo (muitos trilhões) a partir da bo-lha imobiliária dos Estados Unidos.

Depois de ver o fi lme, temos orgulho do Brasil. Enquanto por aqui, num escândalo dezenas de vezes menor, estamos prendendo muita gente importante e resgatan-do dinheiro roubado, por lá o go-verno Obama abafou o caso. Pra-ticamente ninguém foi punido. E os mesmos bandidos estão por aí, produzindo golpes parecidos.

TODOS NÓS SOMOS UM CHICO BUARQUE

O desconhecido João Pedrosa, que se diz jor-nalista, chamou Chico Buarque de ladrão. Sentindo que seria processado (e condenado), divulgou uma carta ridícula, na qual diz que errou, errou mesmo, e pede desculpas. Chico Buarque está na mesma con-dição de todos nós, que votamos mal, não sabemos nos livrar de partidos viciados, e ainda fi camos nos acusando mutuamente. Cada um de nós é um Chi-co Buarque, quando optamos por qualquer político, qualquer partido, qualquer ideologia.

ACORDO ORTOGRÁFICO CONTESTADO EM PAÍSES

Em 1º de janeiro de 2016, as regras do Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa tornaram-se obri-gatórias no Brasil, onde vêm sendo bem aplicadas. A intenção é que as palavras em português sejam escritas da mesma forma em qualquer um dos oito países que falam o idioma. No entanto, essas nações estão em estágios completamente diferentes. Não só no que tange à decisão das autoridades, mas nas pos-sibilidades fi nanceiras e de recursos humanos para apoiar o processo. Até em Portugal a aplicação do Acordo vem sendo questionada e retardada.

IMPOSTOS ATINGEM TV POR ASSINATURA

Contas de TV por assinatura começam a sofrer o impacto do au-mento dos impostos, no Distrito Federal e em 16 estados. Foi aumentado em cerca de 50% o ICMS dos serviços de TV, e pelo menos 10 Unidades da Federação já reajustaram as alíquotas sobre outros serviços, como celular e banda larga.

O comércio eletrônico é uma das áreas onde o Brasil vem se posicionando como uma referência global, mas a taxação pode re-tardar este processo.

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30 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

Extrato do sisal contra o Aedes aegypti

Estudo realizado pela Uni-versidade Federal da Paraí-ba (UFPB), em parceria com

a Embrapa, obteve um inseticida natural à base de extrato retirado das folhas do sisal, que se mostrou eficaz contra as larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika e chi-kungunya. O produto ataca o intes-tino das larvas, levando-as à morte em menos de 24 horas.

Segundo a vice-diretora do Centro de Biotecnologia da UFPB

e coordenadora da pesquisa Fabí-ola Nunes, os ensaios biológicos constataram a morte de larvas a partir da dosagem de quatro mi-lilitros de suco de sisal para cada 100 litros de água. “Testamos em larvas e obtivemos um resultado promissor, com 100% de mortali-dade na fase larval, que é a fase aquática”, relata.

O suco do sisal possui vá-rios compostos orgânicos, com destaque para as saponinas, que podem causar toxidade, irritação

e até morte de carrapatos, lagartas de determinadas espécies e outros insetos. Conforme a pesquisadora, os testes mostraram que, se diluído nas proporções re-comendadas, a ingestão ou o contato do suco com a pele não causa nenhum tipo de dano para animais como camundongos e ovelhas.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 31

Ela explica que os testes ini-ciais comprovaram que o produto não é tóxico para animais de la-boratório. “Agora precisamos fazer mais testes para determinar a toxici-dade para outros animais,” informa.

Estudos Fabíola Nunes disse que o

próximo passo prevê a realização de estudos para que o produto seja disponibilizado para as pes-soas de forma segura e com instru-ções bem detalhadas.

“A pesquisa ainda precisa responder a algumas questões,

como: por quanto tempo o pro-duto mantém o efeito; qual é o seu mecanismo de ação; e qual a melhor maneira de disponibilizar o produto no mercado”, ressalta.

Umas das possibilidades de aplicação é utilizar o extrato de sisal em pó para ser diluído em re-cipientes de água parada. Ele pode-ria ser utilizado em alternância com outros larvicidas disponibilizados pelo Ministério da Saúde. A pesqui-sadora explica que a alternância de produtos de diferentes mecanismos de ação é uma estratégia adotada para que o inseto não adquira resis-tência ao produto.

Resíduos O sisal é cultivado principal-

mente na Bahia e na Paraíba e tem uma gama de aplicações, que vai desde a confecção de fios, cordas, tapetes, sacos, vassouras, artesa-natos, acessórios e o uso como componente automobilístico.

O principal produto do si-sal é a fibra extraída das folhas, mas grande parte da planta ainda é desperdiçada. A fibra equivale a somente 5% do peso das folhas e o restante da produção tem pou-co uso. Em torno de 80% da folha do sisal é composta por suco, que pode ser extraído para combater o mosquito e 15% por mucilagem,

que normalmente são despejados no campo.

“Por um lado, a pesquisa visa mostrar que parte desse suco é viável economicamente como inseticida e, por outro lado, de-senvolvemos equipamentos que tornaram possível o aproveita-mento dos resíduos sólidos como mucilagem para alimentação ani-mal”, informa o pesquisador da Embrapa Algodão, Odilon Reny Ribeiro.

Um desses equipamentos é a peneira rotativa, que permite a se-paração das fibras longas (bucha) da mucilagem para alimentação de ovinos e bovinos na região Se-miárida. A tecnologia evita a morte dos animais ruminantes por timpa-nismo, uma doença provocada pela ingestão de materiais que não con-seguem ser digeridos pelos animais, como a bucha do sisal.

Por ser rico em açúcares, nutrientes e outros compostos, o sisal também vem despertando o interesse de pesquisas para ob-tenção de substâncias de maior valor agregado como defensivos naturais, edulcorantes (adoçantes naturais), nanocelulose e celulose bacteriana (um tipo especial de celulose com várias aplicações em pesquisas biomédicas, desde a pele artificial para queimados até a engenharia de órgãos. ●

Produto ataca o intestino das larvas,

que morrem em menos de 24 horas

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32 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

T r a n s p a r ê n c i a

Tribunal quer transparência na emissão de certidões

Os gestores municipais que fiquem atentos. Com base nos tra-balhos de avaliação dos portais da transparência realizados em parceria pelo Tribunal de Contas do Estado, Controladoria Geral da União e o Ministério Público do Estado, o presidente do TCE/MA, conselheiro Jorge Pavão, deter-minou que as certidões emitidas pelo Tribunal para celebração de convênios incluam informações sobre o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) relativo à transparência.

A falta de alimentação dos portais da transparência resulta na proibição aos municípios de receber transferências estaduais ou federais, voluntárias e legais.

Por sua vez, a falta de regulamen-tação do acesso à informação em âmbito municipal e a ausência de Serviços de Informação ao Cida-dão (SIC´s) constitui crime de res-ponsabilidade do agente público.

“Entendemos que a inclu-são do quesito transparência dos municípios nas certidões emitidas pelo tribunal será mais uma ferra-

menta em favor da sociedade, que anseia pela boa destinação dos re-cursos públicos e tem o direito de estar bem informada sobre como estão sendo aplicadas essas ver-bas pelos gestores municipais”, ressalta Jorge Pavão.

Radiografia Minucioso levantamento rea-

lizado nas 217 cidades maranhen-ses constatou que 180 municípios, ou 82% do total, desrespeitam os requisitos previstos e não alimen-tam os seus portais da transparên-cia na forma da legislação.

Nesse sentido, considerando se tratar de informações oriundas de fiscalizações de órgãos inte-grantes da rede de controle, a par-tir de agora o TCE também incluirá esses municípios nas matrizes de risco para fiscalização e auditoria.

O resultado da operação foi encaminhado à secretaria de Es-tado da Transparência e à Casa Civil do Governo do Estado, para que sejam adotadas as me-didas cabíveis no que diz respei-to ao repasse de transferências voluntárias e legais. O Ministé-rio Público Estadual também foi notificado para que adote as me-didas pertinentes na sua esfera de competência. ●

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I g u a l d a d e

Mulheres continuam sofrendo violência

Em 1993, a Assembleia Ge-

ral da ONU adotou a Declaração Para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que forneceu um quadro de ação para respon-der à questão. No entanto, após mais de duas décadas, agências da ONU alertam que uma em cada três mulheres continua sofrendo violência sexual ou física, sendo a maioria realizada por parceiros.

“Existem causas sociais, cultu-rais e interpretação religiosa de nor-mas, que reforçam as construções patriarcais de papéis e responsabili-dades das mulheres e meninas diante da autoridade de homens e meni-nos”, afirmou a vice-diretora executi-va da ONU Mulheres, Lakshmi Puri, acrescentando que uma das causas principais deste tipo de violência é a crença em muitas partes do mundo na superioridade entre os gêneros.

A representante da ONU explica que a violência contra a

mulher assume diferentes formas, o que dificulta a possibilidade de responder a esse problema com uma única solução que possa ser aplicada em todos os casos. Mui-tas vezes, os agressores não sabem que estão agindo de forma crimi-nosa, segundo Puri. Casos de vio-lência doméstica, por exemplo, são reconhecidos como crime em apenas 119 países.

Ela destacou que, em muitos países, o crime de violência do-méstica é visto muitas vezes como questão de família, que deve ser resolvida em casa, e declarou que a violência contra a mulher é um problema epidêmico.

Reconhecimento Puri citou que um dos itens

do Objetivo de Desenvolvimen-to Sustentável (ODS) é promover

um mundo igualitário entre ho-mens e mulheres. “Pela primei-ra vez na história da igualdade de gênero e do ativismo e ação relacionada ao empoderamen-to, existe um reconhecimento na Agenda 2030 de que o fim da discriminação e violência contra a mulher é, sobretudo, uma ques-tão de desenvolvimento sustentá-vel. Isso tem consequências para além dos direitos das mulheres.”, afirmou Puri.

Desde 1996, a ONU possui um Fundo Fiduciário dedicado ao fim da violência contra as mulheres. Nos próximos anos, a entidade dedicará fundos es-pecíficos para a prevenção da violência.

“A única maneira de acabar com a violência contra a mulher é prevenir que ela aconteça”, res-salta a chefe do Fundo Fiduciário, Adijana Sisic. ●

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E c o n o m i a

Planilha ajuda a organizar finanças

Organizar a finança fa-miliar no início de ano não é uma tarefa fácil.

Muito pelo contrário, a tarefa é um desafio para muitas famílias. Por isso, o Instituto Brasileiro de Defe-sa do Consumidor (Idec) elaborou uma planilha que, desde 2012, já auxiliou mais de 57 mil pessoas na administração das contas.

Para o Idec, tabular as despesas, planejar e cortar gastos são essenciais para garantir um maior controle do orçamento doméstico e evitar o en-dividamento. De acordo com a eco-nomista do Idec e responsável pela criação da ferramenta, Ione Amorim, o planejamento permite que o consu-midor acompanhe a origem e o desti-no de suas receitas.

Com isso, é possível identi-ficar hábitos de consumo e defi-

nir prioridades; prever os rendi-mentos para os meses seguintes; contabilizar com mais clareza as contas parceladas e os pagamen-tos com cartão de crédito; e ainda organizar uma reserva financeira.

“Quando acompanhamos de perto as despesas fica muito mais fácil identificar onde esta-mos gastando demais. Organizar as contas ajuda ainda a econo-mizar e a adotar hábitos de con-sumo consciente, e a garantir a sustentabilidade no futuro”, res-salta a economista.

Planejamento Com as informações contidas

na planilha do Idec, o consumidor preserva o histórico das despesas e também pode transferir os da-

dos para outros aplicativos e tabe-las do Excel. Com isso, ele reali-za comparativos e ainda verifica quanto gastou com combustível durante o ano ou quantas vezes destinou sua verba para atividades de lazer, por exemplo.

Além do planejamento, es-sencial nessa época de crise fi-nanceira, são necessárias outras práticas que possibilitam uma administração saudável do or-çamento. O consumidor deve se questionar, por exemplo, se real-mente precisa daquele determina-do produto ou serviço.

O Idec ainda recomenda re-alizar o máximo possível de com-pras à vista, evitar parcelamentos, pesquisar e pedir descontos sem-pre e, se for necessário parcelar, estar atento às taxas de juros. ●

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E c o n o m i a

Confaz vai discutir regras de tributação entre os estados

O ministério da Fazenda vai

convocar o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para discutir as novas regras do Impos-to sobre Circulação de Mercado-rias e Serviços (ICMS) de empresas que vendem para outros estados.

De acordo com as novas re-gras, o contribuinte passa a ser responsável pelo cálculo da dife-rença entra as alíquotas cobradas no estado de origem e na unidade de destino do produto.

Além disso, a medida obriga o empresário a se cadastrar no fis-co do estado para qual está ven-dendo, ou seja, o empresário terá que se registrar em até 27 secreta-rias de Fazenda diferentes.

Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os estados estão criando uma bu-rocracia injustificável, que vai prejudicar as micro e pequenas empresas do comércio. “Estão fa-zendo uma medida de incentivo ao escape tributário e que não fa-vorece a arrecadação”.

Crédito Além da revisão das novas

exigências de tributação, o minis-tro da Fazenda, Nelson Barbosa, estuda a viabilidade de novas li-nhas de crédito para os pequenos negócios. Segundo Afif, está em estudo uma linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvi-mento (BNDES) voltada para os pequenos. “Queremos que seja criada uma linha de capital de giro com limite de valor para as micro e pequenas empresas. O objetivo é pulverizar os empréstimos”.

Afif Domingos acredita que a criação de uma linha de crédito desse tipo irá diminuir sensivel-mente o custo do capital de giro, hoje em torno de 4% a 6%. Para ele, um dos grandes problemas é fazer essa linha de crédito chegar aos pequenos, pois os bancos não são muito ágeis quando trabalham com os pequenos.

O presidente do Sebrae ainda destacou que é necessário rever

Novas exigências aumentaram a burocracia para os pequenos negócios

o cartão do BNDES, que é mui-to aceito pelas micro e pequenas empresas, mas que está sofrendo uma drástica redução pelos agen-tes de crédito. “Esse cartão é um típico projeto que cairia bem nes-se momento econômico que esta-mos passando” ●

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S o c i a l

Brasília cria comitê pela diversidade religiosa

O Distrito Federal ganhou um Comitê Distrital de Diversidade Religiosa

para auxiliar o governo na ela-boração de políticas públicas para afi rmação do direito à liberdade religiosa, à laicidade do estado e à opção de o cidadão não ter religião. O colegiado também vai elaborar propostas para a criação de instru-mentos de combate à intolerância.

O comitê será formado por 12 representantes — seis do go-verno de Brasília e seis da socie-dade civil – com mandato de dois anos, não remunerado. Integrarão a parte governamental as Secreta-rias do Trabalho, Desenvolvimen-to Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; de Cultura; da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais; de Políti-cas para Crianças, Adolescentes e

Juventude; da Segurança Pública e da Paz Social; e de Educação, Esporte e Lazer.

Pela comunidade, participa-rão membros da Câmara Legislati-va do Distrito Federal, do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios, do Ministério Público do DF, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil e pesso-as de notório saber, especialistas e acadêmicos envolvidos na pro-moção da diversidade religiosa e dos direitos humanos.

Axé Oyá Bagan

A criação do Comitê come-çou a ser debatida em 2015, em reuniões entre governo e repre-sentantes de várias religiões exis-tentes no Distrito Federal, princi-palmente as de origem africana.

O colegiado discutirá casos como o ocorrido no templo Axé Oyá Bagan, que foi incendiado em 27 de novembro. Os responsáveis pelo local suspeitam de intolerân-cia religiosa e de ação criminosa.

Para o secretário-adjunto de Políticas para as Mulheres, Igual-dade Racial e Direitos Humanos, Carlos Alberto Santos de Paulo, episódios como o do templo Axé Oyá Bagan confi rmam a necessi-dade da existência de um grupo especifi co para debater e propor soluções para o enfrentamento à intolerância religiosa.

“Esse comitê consolidará políticas públicas para a comu-nidade religiosa e criará diálogo permanente sobre o respeito às di-versas culturas religiosas que exis-tem no Distrito Federal”, afi rma o secretário. ●

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A g r i c u l t u r a

Uso seguro de agrotóxicos

A discussão sobre a notifi -cação compulsória nos casos de intoxicação por

agrotóxicos ganha mais força quando se debate se existe ou não segurança para a produção, manuseio e aplicação dos agro-tóxicos, ou até mesmo no consu-mo de alimentos ingeridos pela população.

Para o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), não resta dúvida que o Brasil preza pela segurança no uso de agrotó-xicos. Antes de serem registrados e liberados para a comercializa-ção, todos os produtos são sub-metidos à avaliação agronômica, ambiental e toxicológica dos mi-

nistérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa).

Em dezembro de 2015, por exemplo, a Anvisa baniu o ingre-diente ativo Parationa Metílica, substância associada ao câncer, desregulação endócrina, além de alterações nos genes (mutagê-nico) e no cérebro (neurotóxico). A decisão foi baseada nos resul-tados da consulta pública e às evidências científi cas que “de-monstram a extrema toxicidade deste ingrediente ativo”.

Registro O registro de agrotóxicos no

Brasil não tem prazo de valida-de, ao contrário do que ocorre na União Europeia (10 anos) e em paí-

ses como Estados Unidos (15 anos), Japão (3 anos) e Uruguai (4 anos).

O banimento só foi possível graças à RDC 10/2008, que es-tabeleceu o processo de reava-liação de 14 substâncias já proi-bidas em outros países. Dos 45 países pesquisados, a Parationa não pode ser comercializada em 34 e nos demais é utilizada com severas restrições.

A reavaliação foi iniciada em 2008, mas ainda está longe de acabar. Este é o oitavo produto cuja análise é concluída, e o sexto a ser banido (os outros cinco são Cihexatina, Endossulfam, Forato, Metamidofós e Triclorfom). Os dois restantes foram mantidos no mercado, mas com restrições de uso (Acefato e Fosmete).

Segundo a vice-presidente executiva do Sindiveg, Silvia Fag-nani, a indústria também se preo-cupa com as pessoas que manipu-lam os produtos químicos, tanto é que, nos últimos quinze anos, as empresas do setor capacitaram entre 700 mil e 1 milhão de pes-soas por ano. ●

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A g r i c u l t u r a

Brasil tem potencial para expandir agricultura irrigada

O Brasil tem potencial para expandir e chegar a 61 milhões de hectares de terras irrigadas, o equivalente a 10 vezes a área atual. É o que aponta a pesquisa Análise Territorial no Brasil para o Desenvolvimento da Agricul-tura Irrigada, desenvolvida pe-los professores Gerd Sparovek e Durval Dourado Neto, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em par-ceria com o Ministério da Inte-gração Nacional (MI).

O estudo analisou 168.843 mil bacias hidrográfi cas do país, contendo cerca de cinco mil hec-tares cada, e levou em conta con-textos de governança pública e privada e dimensão física (vazão de rios, regime natural de chu-vas e produtividade agrícola), em combinação com temas ambien-tais, sociais e econômicos.

A pesquisa avaliou que 37% dos 6,1 milhões de hectares de

área irrigada atual não contam com possibilidade de expansão devido ao esgotamento da água disponível e 44% é de regiões com possibilidade de desenvolvi-mento, mas que estão fora de áre-as com possibilidade de interven-ção pública, as quais representam apenas 19%.

Potencial

Segundo Dourado Neto, a defi nição da área com poten-cial para ser irrigada traz um fato novo, já que, segundo a Organi-zação das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil possui 29 milhões de hectares irrigáveis, ou seja, a pesquisa coor-denada pelos professores da Esalq indica um número bem superior.

Hoje, a área irrigada do Brasil é considerada pequena, compara-da ao seu potencial de crescimen-to. “São diversos os benefícios

que podem ser alcançados com essa expansão, como o ganho de efi ciência e redução de risco de insucesso na produção agrícola, a promoção do desenvolvimen-to social e econômico em regi-ões propícias à intensifi cação da produção, a redução de impactos ambientais e a segurança alimen-tar”, afi rmou Sparovek.

O estudo foi incluído no Pla-no Nacional de Irrigação editado em 2015. A partir dessa defi nição, os projetos públicos que envol-vem o tema deverão ser plane-jados e implantados conforme o relatório da pesquisa. ●

Hoje, a área irrigada do Brasil é considerada pequena, comparada ao seu potencial de crescimento.

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I n f r a e s t r u t u r a

Termelétricas continuarão em operação até abril

Apesar de uma melhora no

nível dos reservatórios das hi-drelétricas neste ano em relação ao ano passado, ainda não há uma defi nição do governo sobre a possibilidade de desligar as ter-melétricas que foram acionadas para garantir a oferta de energia para o país. O uso das usinas tér-micas aumenta o preço da ener-gia, refl etido na aplicação da ban-deira tarifária vermelha nas contas de luz de todos os consumidores.

Em agosto do ano passado, o Comitê de Monitoramento do Se-tor Elétrico (CMSE) determinou o desligamento de usinas térmicas com maior custo de geração. A medida foi proposta pelo Opera-dor Nacional do Sistema Elétrico (ONS), devido à recuperação de parte dos níveis de armazenamen-to dos reservatórios das usinas hidrelétricas, mas, de lá para cá, não houve nova determinação do CMSE para que outras térmicas fossem desligadas.

Na avaliação do presidente do Instituto Acende Brasil, Clau-dio Sales, a energia das termelé-tricas deverá continuar sendo usa-da pelo menos até abril, quando termina o período mais chuvoso no país, para que se possa avaliar as condições dos reservatórios das hidrelétricas e decidir sobre a pos-sibilidade do desligamento.

Pico O nível dos reservatórios do

Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é responsável por cerca de 70% do armazenamento de água para a geração de energia no país, está em 39,1% atualmente. A situação dos reservatórios do Sul, em torno de 95%, é ainda mais confortável.

A situação mais preocupan-te é a da Região Nordeste, onde os reservatórios estão com 8,1% de sua capacidade máxima. Mas, neste caso, a demanda de ener-gia na região é suprida pelo uso

de termelétricas e usinas eólicas e também pela energia recebida de outras regiões pelo Sistema Interli-gado Nacional.

Segundo o Ministério de Mi-nas e Energia, não há previsão de religar as termelétricas mais caras no Nordeste por causa da falta de água nos reservatórios.

“Essas térmicas mais caras continuarão sendo usadas apenas para os seus objetivos originais: de fortalecer o sistema eventual-mente, em horários de pico; de substituir outras térmicas em ma-nutenção; ou compensar alguma restrição elétrica que difi culte o abastecimento de outras fontes”, informou a pasta. ●

Usina térmica deverá continuar sendo usada pelo menos até abril

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PEDRO ABELHA [email protected]

FACEBOOK SPORTS STADIUM

O Facebook anunciou oficialmente o lançamen-to do Facebook Sports Stadium, uma plataforma dedi-cada à experimentação do esporte em tempo real em todo o mundo. “Com 650 milhões de fãs de esportes, o Facebook é o maior estádio da terra. As pessoas já se voltam para a rede social para comemorar, lamentar, e falar sobre as competições”.

O recurso Facebook Sports permitirá que todo conteúdo do Facebook relacionado com uma com-petição esportiva apareça num lugar separado e em ordem cronológica. Nele, você pode ver mensagens de seus amigos e seus comentários, posts e comentários de especialistas, equipes, ligas e jornalistas, assim como tem fácil acesso às suas respectivas páginas. O feed também terá resultados ao vivo, estatísticas e in-formações sobre o jogo, como onde assistir uma partida, por exemplo. É possível ver todos os detalhes da novidade no próprio Facebook

CAMPANHA CONTRA O RACISMONuma iniciativa con-

tra o racismo e a descrimi-nação, Neymar se juntou com diversas personali-dades e artistas nacionais para mandar uma mensa-gem ao mundo. Cantando

a música Sangue Vermelho, a campanha pretende mobilizar amigos e parceiros para levantar a bandei-ra contra o preconceito. Convocando todos para can-tar o refrão da música de autoria de Carlos Caetano e interpretada por Jane Santos, o vídeo da campanha reúne nomes como Suzana Vieira, Fábio Jr., Débora Secco, Mumuzinho e o próprio Neymar.

A ação acontece poucos dias após o jogador ter sofrido ofensas racistas na partida do Barcelona con-tra o Espanyol, pela Liga Espanhola. Acreditando na ideia de que a música é uma grande ferramenta de conscientização, a campanha quer ir além dos famo-sos e chamar toda a população para participar. “Se você também quer fazer parte, grave um vídeo can-tando o refrão da música e use a hashtag #SANGUE-VERMELHO. Junte-se a nós nessa grande batalha contra o racismo você também!”, diz o comunicado publicado no site oficial do jogador.

NOVA FERRAMENTA DO TWITTEREntre as novidades da CES deste ano, uma fer-

ramenta que está sendo desenvolvida pela Twitter foi testada por alguns anunciantes e agências. O novo sistema deve permitir que as marcas usem tweets de usuários para se promoverem na rede so-cial. A ideia é coletar as mensagens publicadas que sejam relacionadas à marca e direcioná-las para que possam ser utilizadas em conteúdos e campa-nhas publicitárias.

Segundo o Digiday, o Twitter deverá entrar em contato com o usuário pedindo sua autorização para utilizar seu tweet em outra publicação. A novi-dade deve agradar as marcas que usam a rede como plataforma para suas campanhas, já que contar com relatos reais e positivo, é claro, pode ser uma boa estratégia para dar confiabilidade ao produto ou serviço que está sendo promovido. O Twitter ainda não deu nenhuma declaração oficial a respeito de quando o sistema deve ser implantado em toda a sua base de usuários.

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midia

FACEBOOK PERMITE DOWNLOADS

O Facebook é há algum tempo o lugar preferido dos internautas para publicar suas fotos. A plataforma se tornou a versão virtual dos famosos ál-buns em que guardávamos fotos pessoais, de viagens e festas, por exemplo, e que as próximas gerações sequer saberão o que significaram. O armaze-namento de imagens na rede social de Zuckerberg é relativamente bom, mas havia um fator que incomodava os usuários: a dificuldade em fazer download de grandes quantidades de fotos. Até o momento, quem quisesse resgatar os arquivos da plataforma deveria faze-lo salvando imagem por imagem. Se a quantidade fosse grande, o trabalho também seria.

A partir de agora, no entanto, este deixará de ser um problema. Isso porque uma nova ferramenta permite que o usuário faça o download do álbum inteiro de uma só vez. A novidade está localizada dentro da opção de configurações, no canto superior dos álbuns. Basta clicar em “Baixar álbum” e aguardar o download. Uma notificação surge quando a operação termina. Em caso de grandes quantidades de fotos, o arquivo vem em uma pasta zipada. A atualização já está disponível para toda a base de usuários no Brasil.

PÍLULA DE ENERGIA

Em tempos em que o celular se tornou um item quase tão indispen-sável quanto uma roupa ou um alimento, ficar sem bateria no meio do dia pode ser um verdadeiro pesadelo para os aficionados pelo aparelho. Já te-mos no mercado carregadores portáteis que podem ser a salvação quando não há uma tomada por perto, por exemplo, mas o tamanho do dispositivo ou mesmo o fato de que eles próprios também podem ficar sem bateria faz com que essa não seja uma solução completamente eficaz.

Para tentar solucionar essa “crise dos tempos modernos”, o chinês Tsung Chin-Khse desenvolveu o Mini Power. O projeto nada mais é que uma “pílula de energia” para os smatphones. Com formato que de fato se assemelha a um comprimido, a ideia foi premiada no Red Dot Award, premiação internacional design conceitual. O Mini Power foi pensado para ser uma medida de emergência, dando uma carga extra de 2, 4 ou 6 horas ao celular. A embalagem pequena favorece para que o acessório seja levado na carteira, por exemplo, ocupando pouquíssimo espaço.

FACEBOOK X GOOGLEPLAY

O promissor mercado de mo-bile está pronto para ser uma das grandes potências do setor tecno-lógico nos próximos anos. E isso inclui uma acirrada concorrên-cia entre as grandes marcas do segmento. É o caso do Facebook e Google. O casamento entre as duas empresas vai muito bem, porém, a rede social já se mos-tra preparada para um eventual desacordo entre ambas. Levando em conta que seu aplicativo está dentro da Play Store, o Facebook se precave para o caso de um pos-sível desentendimento que cause a expulsão do app social da plata-forma do Google Play.

Como ocasionaria problemas na atualização da rede social, o Fa-cebook está trabalhando para criar uma forma independente de fazer isso. A solução pode parecer com o que a Amazon utiliza para insta-lar e atualizar os apps da Amazon App Store nos Android. Além disso, o Facebook também terá imple-mentado um sistema alternativo de notificações, de modo a não ficar dependente do Google para essa funcionalidade. O cenário apoca-líptico não passa de uma suposi-ção, mas a Guerra Fria do mobile já começou.

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M e i o A m b i e n t e

Novo corredor ecológico

O governo de Minas Gerais e as prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima assinaram um pro-tocolo de intenções para criar o 1º Corredor Ecológico da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o segundo do estado, na região da Serra do Curral.

O complexo vai garantir pre-servação de ecossistemas naturais e a reprodução de espécies amea-çadas de extinção, Ele vai ligar as unidades de conservação inseri-das na região da Serra do Curral, entre elas os parques municipais Serra do Curral e Mangabeiras e o Parque Estadual Mata da Baleia.

O corredor vai favorecer a reprodução das espécies e reduzir os riscos advindos da proximida-de com a região urbana, já que os animais atravessam vias públicas e, muitas vezes, são atropelados.

Segundo o gerente do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, Marcus Vinícius de Freitas, o corredor vai restabelecer a co-nectividade e favorecer o desloca-mento das espécies de um ecos-sistema para o outro.

O Corredor Ecológico do Complexo Ambiental da Serra do Curral será o segundo do tipo implantado em Minas Gerais. Em 2014, foi criado o Corredor Eco-lógico Sossego-Caratinga que in-terliga áreas preservadas de Mata Atlântica no Leste de Minas.

Ameaçados Na região da Serra do Cur-

ral vivem espécies ameaçadas de extinção, como a jaguatirica, o lobo-guará e o porco do mato. Também habitam o local quatis,

cachorros-do-mato, pacas, vea-dos, iraras, furões e gambás, além de mais de 125 espécies de aves. Todas elas foram prejudicadas pela fragmentação dos ecossiste-mas naturais na região.

“Temos que entender a biologia dos animais para que possamos ser efetivos na pro-teção deles. Essas ações visam aprofundar conhecimento e fa-zer uma efetiva proteção. Fo-ram formadas verdadeiras ilhas que, muitas vezes, não coinci-dem com a área territorial de muitas faunas. Queremos fazer a interligação para favorecer o fluxo genético”, salienta o ge-rente.

Além de promover a conec-tividade entre os ecossistemas na-turais e possibilitar a dispersão de espécies, o projeto também visa recuperar áreas degradadas de Mata Atlântica e Cerrado. ●

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M e i o A m b i e n t e

Bolsa Verde supera metas

Desde 2001, o Programa Bol-

sa Verde, destinado a beneficiar famílias da zona rural em situa-ção de extrema pobreza, já inves-tiu cerca de R$ 254 milhões e fe-chou o mês de dezembro de 2015 superando metas. São 74.522 famílias cadastradas e atendidas, 1.522 a mais do que o previsto para o período. Essas famílias vi-vem em 951 áreas localizadas em 69 Unidades de Conservação de várias partes do Brasil.

Elas recebem trimestralmente a quantia de R$ 300 para desen-volver atividades de uso sustentá-vel dos recursos naturais em áreas prioritárias para a conservação ambiental, como reservas ex-trativistas, florestas nacionais, reservas de desenvolvimento sustentável federais e assentamen-tos ambientalmente diferenciados da reforma agrária. A proposta é aliar o aumento na renda des-sa população à conservação dos ecossistemas.

A maioria das famílias bene-ficiárias pelo Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde (78%) está na região Norte do país, principalmente nos esta-dos do Pará (59,09%), Amazonas (11,07%), Acre (3,2%) e Tocantins (0,069). O Nordeste vem em se-guida (16%), com destaque para a Bahia (9,09%) e o Maranhão (2,75%).

Empenho Segundo a diretora de Ex-

trativismo do Ministério do Meio Ambiente, Juliana Simões, a pas-ta está empenhada em melhorar cada vez mais as condições de vida dessas famílias. “Nosso ob-jetivo é fazer com que elas saiam da situação de extrema pobreza e não necessitem mais receber o benefício social”. Por isso, aliadas à concessão do benefício, outras ações estão em curso pelo Minis-tério e parceiros.

Entre as ações definidas para melhorar a vida dessas famílias, está a implementação da Assistên-cia Técnica Rural (Ater) voltada ao extrativismo, com incremento de 12.636 famílias nas áreas do Bol-sa Verde em 2015.

O principal objetivo da Ater é melhorar a renda e a qualida-de de vida das famílias rurais por

meio do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de me-canismo de acesso a recursos, serviços e renda, tudo execu-

tado de forma sustentável. A Ater faz parte da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Pnater). ●

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Te c n o l o g i a

Parque Tecnológico de Sergipe está quase pronto

A nova sede do Sergipe Par-que Tecnológico (Sergipe-Tec) vai agregar elementos

ultramodernos voltados para a área da pesquisa tecnológica que, ajustados às demandas de acadê-micos, pesquisadores e cientistas, vai estimular o desenvolvimento nas áreas de energias renováveis, biotecnologia, tecnologias da in-formação e da comunicação.

Executada pelo governo de Sergipe, a obra recebeu investimen-tos de R$ 30 milhões provenientes do Ministério da Ciência e Tecno-

logia, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), além da contrapar-tida do Executivo Estadual.

Situado ao lado do Campus da Universidade Federal de Ser-gipe, no município de São Cris-tóvão, o novo parque tecnológico ocupa uma área de 130.00,00 m² e é composta por sete blocos in-terligados, sendo cinco deles des-tinados à área de estudos.

Nos demais blocos funcio-narão laboratórios, empresas, in-cubadoras, biofábrica, um centro vocacional tecnológico (CVT), o

Instituto de Análise e Pesquisas Fo-renses (IAPF), o Centro de pesquisa, Inovação e Difusão Tecnológicas de Sergipe, setor administrativo e de-pendências essenciais, o que tota-liza 41.000,00 m² de área constru-ída, além de 26.000.00,m² de área para novas construções.

Excelência Segundo o secretário Esta-

dual da Infraestutura e do De-senvolvimento Urbano, Valmor Barbosa, o novo SergipeTec já é

Estrutura recebeu investimentos de R$ 30 milhões

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Te c n o l o g i a

uma realidade para os sergipanos e levará o estado a um novo patamar tecnológico.

”É uma obra que prima pela excelência em modernidade e funcionalidade à disposição de qualquer empresa do gênero que queira se instalar aqui. Temos a absoluta certeza de que Sergipe está galgando um novo patamar no que se refere a avanços tec-nológicos dos mais diversos seg-mentos e, posteriormente poderá se tornar referência para todo o país”, ressaltou.

Ele afirmou que as obras esta-rão totalmente concluídas nas pró-ximas semanas, com a finalização do forro e das instalações elétricas da passarela que interliga os sete blocos, implantação do elevador, pequenos reparos e complementos na pintura. “Já temos mais de 95% da obra concluída”, comemora.

Sustentabilidade O parque tecnológico conta-

rá com elementos extremamente modernos e que prezam pela va-lorização do conceito de sustenta-bilidade ambiental, a exemplo dos 72 equipamentos fotovoltaicos, ins-talados nos postes espalhados por toda a área, cuja função é absorver energia solar e iluminar o local em sua totalidade durante a noite.

Foram construídos três reser-vatórios, que captarão água da chuva e farão o reuso da água com o objetivo de aproveitá-la em di-versas atividades por meio de um moderno sistema de irrigação. O novo SergipeTec conta ainda com

uma subestação elétrica abrigada, na qual serão instalados quatro transformadores de 225 KVA.

Outra inovação é a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em que uma estrutura de captação da água suja trazida pelos canos de drenagem espalhados pelo par-que realizará sua purificação e a despejará em um córrego pluvial nas proximidades, 99,99% livre de impurezas.

Na área externa foi constru-ído um amplo espaço de con-vivência integrado a um belo projeto paisagístico, com 5.000 mudas de diversas espécies na-tivas, além da preservação de dezenas de árvores existentes, oportunizando aos usuários um espaço de bem-estar diferencia-do, com lanchonete e restaurante, além de quatro mil metros de ci-clovia que se estende por todo o entorno do parque tecnológico.

Os estudantes, pesquisadores e visitantes terão à disposição um estacionamento com capacidade para 178 vagas e seis bicicletários, somando 63.000.00 m² de espaço urbanizado. ●

Estrutura conta com 72 equipamentos fotovoltaicos para absorver energia solar

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C â m a r a s e A s s e m b l é i a s

Vereador cria Conselho de Desenvolvimento Econômico

Autor da Lei que criou o Conselho Municipal de Desen-volvimento Econômico de Ron-donópolis (Coderon), o vereador Thiago Silva (PMDB) destacou a importância do colegiado para o planejamento de políticas publi-cas para as próximas décadas.

De acordo com o vereador, o intuito da lei é produzir indica-ções normativas, propostas polí-ticas e acordos de procedimento com vista à articulação das rela-ções do governo com represen-tantes da sociedade. “O nosso objetivo é criar políticas públicas com planejamento para os próxi-mos 20, 30 e 40 anos”, ressaltou o peemedebista.

O Coderon reunirá represen-tantes da sociedade organizada e do poder público para analisar,

debater e propor diretrizes para promover o desenvolvimento eco-nômico do município.

Pela lei, compete ao Con-selho de Desenvolvimento Eco-nômico de Rondonópolis, entre outras missões, assessorar o Poder Executivo na formulação de polí-ticas de desenvolvimento econô-mico; identificar os temas rele-vantes presentes na problemática do desenvolvimento econômico e social do município; promover, organizar e acompanhar o debate sobre o desenvolvimento econô-mico e social; e mediar o debate com os diversos setores da socie-dade civil e os órgãos públicos.

Horizontes Thiago Silva ressalta que o

Coderon foi criado com o intui-to de unir organizações públicas e privadas em torno de projetos e ideias que promovam o desenvol-vimento sustentável da cidade e seu entorno.

Sua principal missão é apon-tar os horizontes para mudanças atuais e o planejamento de um novo futuro ainda mais promissor. Para o vereador, a participação da sociedade civil organizada será a alma do Conselho, que formulará e promoverá as políticas de desen-volvimento econômico e social.

“O desafio está em planejar a Rondonópolis que queremos para os próximos anos, buscando tornar nossa cidade um lugar cada vez melhor para se viver, com qualida-de de vida e oportunidades a seus moradores” concluiu Thiago. ●

O Coderon irá analisar, debater e propor diretrizes para promover o desenvolvimento econômico de Rondonópolis

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C â m a r a s & A s s e m b l e i a s

Assembleia abre espaço para o talento potiguar

O Salão Nobre da Assem-

bléia Legislativa do Rio Grande do Norte abriu suas portas para a valorização da arte e da cultu-ra potiguar. O espaço vem sen-do amplamente utilizado para o lançamento de livros, exposições fotográficas, de artes plásticas e feirinha de artesanato.

A primeira mostra de quadros em tela da atual legislatura aconte-ceu em março de 2015, com uma exposição coletiva em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Outras quatro exposições inunda-ram de arte o espaço ao longo do ano: a coletiva Arte Sacra antiga e contemporânea; Caras e Bocas, com Arlete Silva; Natureza Morta, da artista plástica Dita Reis, e Paisa-gens, com Alex Júnior.

A servidora Maria do Socor-ro Sarmento Alves é a curadora das exposições e responsável pela

seleção e contato prévio com ar-tistas renomados e jovens talentos da arte potiguar.

“A maioria dos artistas que expõe em mostras individuais já é bastante conhecida do público, mas também damos oportunidade aos artistas que estão iniciando, para que participem de mostras coletivas”, explica a curadora.

Cerimonial As exposições fotográficas, o

lançamento de livros e a feirinha de artesanato são coordenados pelo Cerimonial da Assembléia, que prioriza o revezamento dos participantes para que cada arte-são tenha oportunidade de divul-gar sua arte e fazer boas vendas.

No ano passado, o salão se-diou o lançamento da obra Di-reito Orçamentário em Busca da

Sustentabilidade, de autoria da procuradora do Ministério Públi-co de Contas (MPJTC) Luciana Ri-beiro Campos.

A exposição Caminhos do Sertão, do repórter fotográfico Ney Douglas Marques, revelou a beleza e o sentimento do sertão em imagens feitas durante os onze dias em que o profissional percor-reu 277 quilômetros a pé numa viagem de Macaíba a Campo Grande, cidade natal de seus pais.

O espaço nobre também deu notoriedade a Leila Florêncio, uma enfermeira que aprendeu a captar belas imagens em diversos cursos com importantes nomes da fo-tografia nacional. Depois da exposi-ção na Assembleia Legislativa, ela foi convidada para expor sua mostra de fotos com paisagens do Rio Potengi na ‘Divive Académie des Arts Lettres e Culture’, em Paris. ●

O espaço é utilizado para o lançamento de livros, exposições fotográficas, de artes plásticas e feirinha de artesanato

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E m p r e e n d e d o r i s m o

Novas regras de licitação para pequenos negócios

A partir deste ano, as licita-

ções públicas para compras de até R$ 80 mil deverão ser exclu-sivamente disputadas pelas micro e pequenas empresas. É o que determina o Decreto 8.538/2015 (que regulamenta a lei 147/14), que também prevê a possibilidade de criação de um lote restrito para os pequenos dentro de uma licita-ção que tenha um valor maior.

Além da exclusividade nas licitações federais, o decreto es-tabelece ainda novas regras para a participação dos pequenos ne-gócios nas compras públicas mu-nicipais, determinando o uso da regra federal quando não houver legislação local sobre o tema.

De acordo com o texto, as micro e pequenas empresas locais terão prioridade quando o preço de contratação for até 10% supe-rior ao dos propostos por empre-endimentos de outras cidades.

“Precisamos ampliar o aces-so do segmento às compras go-vernamentais. Os pequenos ne-gócios são os principais geradores de emprego no Brasil. Eles são responsáveis pela economia real das cidades brasileiras”, destaca o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

Mercado bilionário Segundo dados do Ministé-

rio do Planejamento, Orçamen-to e Gestão, a participação dos pequenos negócios nas com-pras públicas ficou em R$ 7 bi-lhões, entre janeiro e novembro de 2015. Esse valor representa 16,9% do total de R$ 41,6 bi-lhões gastos pelo Governo Fede-ral em 2015.

No ano, o segmento parti-cipou de 52.418 processos lici-tatórios do Governo Federal. A

maior parte das aquisições foi de Bens, com 60,1%, e Serviços, com 39,8%.

Energia No Rio Grande do Sul, as

micro e pequenas indústrias ou prestadores de serviços da cadeia de energia ganharam um progra-ma específico para estimular a eficiência energética e geração de energia a partir de fontes reno-váveis, como eólica, fotovoltaica, biomassa ou PCHs.

O programa Energia Mais vai ampliar as oportunidades para os pequenos negócios da cadeia de energias renováveis e soluções em eficiência energéti-ca da Região Metropolitana de Porto Alegre, através de diversi-ficação de mercado e da apro-ximação com os investidores na cadeia de energia no Brasil. ●

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A v i a ç ã o

Céu de Brigadeiro

A aviação brasileira, na aná-lise da pontualidade das compa-nhias aéreas e dos principais aero-portos ao longo do ano passado, figura em posição de destaque no cenário mundial do setor. A con-clusão vem do relatório “Liga da Pontualidade 2015” divulgado pela consultoria britânica OAG, especializada em inteligência de mercado de aviação.

Todas as companhias nacio-nais integrantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) obtiveram excelentes índices no relatório, quando comparadas às concorrentes es-trangeiras. Dados do Panorama ABEAR 2014, divulgados em meados do ano passado, já ha-viam mostrado como as aéreas brasileiras são comparativamen-te mais pontuais que as concor-rentes americanas.

Os aeroportos brasileiros de Guarulhos e Congonhas (SP), Por-to Alegre (RS), Curitiba (PR), Bra-

sília (DF) e Galeão (RJ) também tiveram ótimo desempenho no ce-nário global. Em geral, a OAG res-salta que a aviação mundial tem visto uma melhoria continuada na pontualidade graças a aprimora-mentos tecnológicos, de procedi-mentos e pela evolução técnica e profissional de companhias e ope-radores aeroportuários.

Articulação “Isso mostra que o esforço

que já vem sendo empreendido há muito tempo começa a ficar mais visível. É fruto de muito tra-balho, aumento da articulação da indústria, incluindo fornecedores, autoridades, agentes públicos e privados, e também de investi-mentos pesados em sistemas, in-fraestrutura e treinamento, para fornecer o melhor serviço possí-vel”, ressalta o diretor de Seguran-ça e Operações da ABEAR, Ro-naldo Jenkins.

Essa é a segunda edição do relatório “Liga da Pontualidade OAG”. O estudo considera uma base de dados de 50 milhões de voos realizados por mais de 900 empresas em mais de 4 mil aero-portos. Entram nas análises com-panhias aéreas e aeroportos que tenham fornecido à OAG ao menos 80% das estatísticas referentes às operações realizadas em 2015. ●

Companhias e aeroportos brasileiros estão entre os mais pontuais do mundo

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Tu r i s m o

Imensidão das Cataratas do Rio Iguacu

Visitar as Cataratas do Igua-çu é uma experiência de imersão na natureza, através de uma ca-minhada em trilhas no meio da mata e a proximidade iminente da imensidão das quedas d’água do Rio Iguaçu.

Localizadas dentro do Par-que Nacional do Iguaçu, na

fronteira entre Brasil e Argentina (nas cidades

de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú), possuem uma es-trutura qualifica-da para o recebi-

mento do turista, com centro de visitantes, estacionamento,

hotel, restaurante, ônibus internos, passeios adi-

cionais, lojas de lembranças, pra-ça de alimentação e trilha de ca-minhada para acesso às quedas.

Existem duas opções para se conhecer as Cataratas do Iguaçu: pelo lado brasileiro ou pelo lado argentino. São passeios separa-dos, ou seja, para cada um você terá que pagar um ingresso, mas vale o preço, já que são experiên-cias com perspectivas diferentes.

O acesso às Cataratas do Iguaçu pelo Brasil é feito através do Parque Nacional do Iguaçu, e pela Argentina, através do Parque Nacional Iguazú.

Passeio

As Cataratas do Iguaçu rece-

bem anualmente mais de 1 milhão de visitantes, sendo mundialmen-

te reconhecidas pela sua beleza.No lado do Brasil, o passeio

dura de 2 a 4 horas, começando com o deslocamento de ônibus pela BR-469, do Centro de Visi-tantes até o início da trilha. Du-rante este trajeto existem paradas para os passeios adicionais.

A trilha é realizada a pé, por um trajeto no meio da mata, com espaços abertos para observação das Cataratas do Iguaçu em alguns pontos do percurso. No final da trilha, existe uma passarela de ob-servação que completa o passeio, chegando até o ponto conhecido como “Garganta do Diabo”.

Após a trilha, existe um me-morial para Alberto Santos Du-mont, além de uma praça de ali-mentação, e o restaurante Porto Canoas. Aqui há o embarque do ônibus para o retorno até o Centro de Visitantes.

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Tu r i s m o

Tríplice Fronteira

O Marco das Três Fronteiras é um dos principais pontos histó-ricos da cidade de Foz do Iguaçu, onde encontram-se os rios Iguaçu e Paraná, porém mais do que isso, encontram-se três grandes nações da América do Sul: Argentina, Brasil e Paraguai.

O Marco simboliza um pou-co da realidade da região, onde

as fronteiras são tão próximas e presentes, que por vezes parecem não existir.

Inaugurado em 1903, o Mar-co das Três Fronteiras é composto por três estruturas, uma em Foz do Iguaçu, uma em Ciudad del Este e a outra em Puerto Iguazú, e são caracterizadas com as cores da bandeira de cada pais. ●

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M o t o r e s e s

Tração integral

A Audi já incluiu o novo RS 3 em sua tabela de preços para o mercado brasileiro. O menor esportivo da apimentada linha RS custará R$ 290 mil.

O hatch traz motor de cinco cilindros e 2.5 litros turbo de 372 cavalos acoplado a uma transmissão automatizada de dupla embreagem S-Tronic de sete marchas. A tração é integral e a velocidade máxima limitada em 250 km/h.

Cruze Multimidia A General Motors mostrou a nova geração do

Chevrolet Cruze, que terá conectividade por meio de Apple CarPlay ou Android Auto e um inédito motor turbo 1.4 com injeção direta.

Na parte de segurança, o Cruze terá 10 airbags de série nos EUA e outras novidades opcionais, como as-sistência de faixa, alerta de colisão frontal e ponto cego, monitoramento de pressão dos pneus, entre outros.

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M o t o r e sM o t o r e s

Navegar é preciso A FS 230 Sirena foi desenvolvida para os apaixonados pela náutica, aqueles

que passam dias inteiros navegando com muitas pessoas a bordo, e buscam es-paço e conforto para seus passageiros.

Sua targa de fibra invertida, característica das FS Yachts, impressiona por aumentar o porte da embarcação, e ainda oferecer uma área maior de sombra na embarcação com o toldo aberto.

SH 300i O SH 300i, da Honda, possui um tí-

pico ar de scooter europeu e possui motor de 1 cilindro e 279,1 cc, com injeção ele-trônica e câmbio CVT. Com freios do tipo C-ABS, aguardado há anos, o modelo chega para brigar com o Citycom 300i.

Na frente, o scooter possui conjunto óptico de LED, assim como as setas, e piso no estilo plataforma, com maior espaço para acomodar os pés.

Harley Softal A Harley-Davidson Softail Breakout tem o visual como principal

atrativo: ela não parece um modelo de linha de produção comum, dá a impressão de ter passado por uma customização.

Apesar de ser uma moto grande e com “motorzão”, o modelo é fácil de conduzir, por ter um assento baixo em relação ao solo - 660 mm - e também porque a maior parte de seu peso fica na parte inferior.

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Os destroços Faz parte das

“Histórias do Rádio Heróico”, de Rubens Wagner, aquela do repórter de rádio de Porto Alegre encar-regado da cobertura das homenagens a Dom Pedro I, quan-do os restos mortais do Imperador foram levados em peregrinação a várias capitais do país em 1972. O rapaz entusiasmado foi advertido pelo seu chefe por-que estava exagerando no uso da expressão “restos mortais” durante a transmissão.

- Procura usar sinônimos, recomendou o chefe. Minutos depois, na Base Aérea, no momen-

to em que, na presença das maiores autoridades do estado, a imperial urna funerária era retirada de um avião da FAB, o nosso intrépido repórter não teve dúvidas. E atacou:

- Neste momento, aqui na Base Aérea de Porto Alegre, acabam de desembarcar os destroços do im-perador Dom Pedro I...

Fim de visita

O vereador Luiz Humberto, conhecido por Sebin, decidiu visitar Oeiras, a cidade histórica que já foi capital do Piauí e tem até xará em Portugal, juntinho de Lisboa. Seu pai, o veterano deputado estadual Hum-berto Silveira, entrega-lhe uma longa lista com os nomes de amigos residentes da cidade, para que os visite. Em lá chegando, tendo como cicerone o também vereador Fernando Said, Sebin inicia a maratona, indo conhecer, de um a um, os velhos amigos do pai. Chega a noite e, segundo conta o competente jornalista Arimatéia Azevedo, do “Diário do Povo”, ainda faltava um bocado de gente. Já eram 19 horas quando Said para o carro em frente ao cemitério.

Chegamos, Sebin, pode descer.Assustado, o visitante pergunta o que estavam fazendo ali.Aqui termina a nossa maratona. Esses últimos da relação você visita de uma vez só. Moram todos aqui.

E o trabalho ?

Amador Aguiar, o dono do Bradesco, que foi um dos homens mais ricos do continen-te, só pensava em trabalho. Dele se diz ter sido no Brasil o único amador que deu certo. Tinha hábitos que nada condiziam com os de um mi-lionário normal. Não gostava de festas, não dava esmolas, embora praticasse a fi lantropia através da sua Fundação Bradesco, e chegou a proibir a família e os executivos do seu império econômi-co e fi nanceiro de pagarem resgate caso ele pró-prio fosse seqüestrado. Vivia sem desfrutar do mar de dinheiro que possuía.

Certa feita recebeu em seu gabinete um grupo de profi ssionais do mais alto nível, que, a convite de um dos diretores do Bradesco, visitava o quartel-ge-neral do seu império, a Cidade de Deus. Foram fei-tas as apresentações. O diretor, formalmente, dava as informações sobre cada um dos visitantes. “- Este é o professor X, formado no Rio, com quatro anos de especialização nos Estados Unidos, mestrado na Alemanha, cinco anos na Inglaterra. Este é o dr. Y, seis anos em Stanford, três na Sorbone e um curso de energia nuclear na Alemanha. Temos aqui o dr. Z, que há 15 anos faz pesquisas na Universidade de Princenton, depois de um estágio de dois anos em Israel. Terminadas as apresentações formais, Ama-dor cumprimentou um a um os visitantes, enquanto um boy servia cafezinho ao grupo.

Quando todos iam se retirando, o dono do Bradesco chamou-os de volta para uma só pergunta:

- E quando é que vocês vão começar a trabalhar?

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

56 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

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E a vacina?

João Cleofas foi praticamente tudo na política de Pernambuco. Vereador, prefeito, deputado estadual, secretário, deputado federal constituinte, senador e ministro de Estado. Só não conseguiu o sonho de ser governador, derrotado nas duas vezes em que tentou, em 1950 e 1962. Já septuagenário, decidiu empreen-der uma guerra contra o tempo, recorrendo a todos os recursos da medicina para conter o avanço da velhice.

Tomava vitaminas, fazia exercícios e buscou ajuda até dos especialistas da doutora Aslam, da Romênia - aquela que tinha 70 anos, mas ninguém lhe dava mais de 90. Em todo canto gabava-se de sua forma física, da saúde, do aspecto jovial, embora beirando os 80. A cada vez que desembarcava no Recife jactava-se da aparência . Rejuvenesci dez anos, dizia. Doutra feita afirmava sentir-se 20 anos mais jovem, e assim por diante. Uma dia fazia a apologia dos tratamentos geriátricos diante de alguns correligionários. Foi quando um amigo tratou de adverti-lo:

Senador, é bom o senhor aproveitar essa campanha da Secretaria de Saúde e cuidar de tomar a vacina Sabin, aquela da gotinha.

E, diante da surpresa de Cleofas, cuidou de explicar:– É que, ficando a cada dia mais novo, o senhor acaba voltando a ser criança e corre o risco de pegar

uma paralisia infantil.

Subversivo Era o governo Médici, o período mais negro da ditadura militar. Às vésperas do primeiro de maio,

Dia do Trabalho, o ufanismo oficial organizava manifestações em homenagem à “laboriosa classe trabalha-dora”, enquanto os órgãos de segurança caçavam subversivos por todo o país. Em Brasília, entidades sin-dicais decidiram incluir nos festejos uma corrida de pedestres para comemorar a data. Tudo prontinho e os organizadores foram passar em revista os preparativos. A saída era no Guará e a chegada na rodoviária do Plano Piloto. Ao final da revista, um problema. Haviam esquecido de marcar, com tinta branca no asfalto, a linha de chegada. Rapidamente providenciaram um operário com pincel e tinta para a tarefa. Já passava da meia-noite e o homem estava concluindo o trabalho. Havia pintado a faixa branca e começava a escre-ver a palavra “Chegada”. Escrevera as primeiras letras “CHE”, quando um carro preto parou bruscamente e homens armados até os dentes saltaram aos gritos de “teje preso”. De mão para cima, assustado, o pintor cuidou de se explicar:

- Estou apenas pintando a linha de chegada para a corrida dos trabalhadores de amanhã de manhã!” Mas não conseguiu convencer os truculentos agentes das repressão.

- Não adianta tentar enganar, seu comunista safado. Está preso!. - Mas senhor, estava apenas pintando a palavra CHEGADA!- Prá cima de mim, comuna? Não adianta disfarçar. O que você estava escrevendo aí era CHE GUEVARA!. Só pela manhã, depois de apanhar como qualquer subversivo que se

prezava à época, o pintor conseguiu provar quem era e foi posto em liberda-de. A tempo de assistir a corrida.

CASOS & CAUSOS

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Art igoNorman de Paula Arruda Filho

12 de dezembro de 2015 foi uma data histórica para a huma-nidade. A 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – COP 21, realizada em Paris, teve como resultado fi nal um ambicioso acordo que pro-mete trazer esperanças ao futuro incerto do planeta.

Instituída em 1992, anualmen-te a Conferência reúne 195 países e a União Europeia para discutir o desenvolvimento sustentável glo-bal. Em 2015, com a presença de 45.000 participantes, ao contrário do que foi visto nas edições ante-riores, a reunião trouxe o primeiro acordo universal sobre o clima.

Porém, chegar a um consenso foi fruto de um trabalho sinérgico de discussões constantes. Grandes países desenvolvidos e países em desenvolvimento e emergentes lu-tavam para buscar uma solução alternativa de crescimento garan-tindo, a perpetuidade do planeta, revertendo os anos de poluição da atmosfera ao usar combustíveis fós-seis sem restrição.

Com uma reviravolta positi-va nos últimos minutos, o acordo estabelece compromissos com a redução das emissões de gases de efeito estufa: limitar o aumento de temperatura a 1,5°C; criar um fundo anual de US$ 100 bilhões, fi nanciado pelos países ricos, a partir de 2020, para projetos de países em desenvolvimento, para

limitar o aquecimento global; e reuniões a cada 5 anos para ne-gociar a ampliação dos cortes de emissão até serem zeradas.

Embora o acordo não traga à luz prazos específi cos nem es-forços imediatos, precisamos lem-brar que esse é apenas o primeiro passo, quando pensamos em um futuro com bases mais sustentá-veis. Além disso, o futuro do pla-neta não está apenas nas mãos dos governos. É dever de todo cidadão trabalhar colaborativamente, pa-lavra de ordem quando falamos em desenvolvimento sustentável, em um esforço comum em prol do futuro. Ou seja, pensar global-mente e agir localmente.

Também não podemos es-quecer que essa não é uma inicia-tiva isolada. Outros movimentos têm trabalhado para garantir o futuro das próximas gerações. A Organização das Nações Unidas – ONU, por exemplo, lançou no segundo semestre do ano passado os objetivos que devem nortear a agenda sustentável da sociedade nos próximos 15 anos. Os Obje-tivos de Desenvolvimento Susten-tável- ODS surgem com uma luz que trará o direcionamento para governos, empresas e sociedade implementar de fato as mudanças que o mundo tanto precisa.

A problemática aparece quando, para que de fato esses objetivos sejam alcançados, pre-cisamos de uma ação indispensá-

vel, que tem se perdido nos últi-mos tempos: comprometimento.

Ao contrário dos antecesso-res Objetivos do Desenvolvimen-to do Milênio – ODMs, os ODS foram construídos em bases cola-borativas – palavra de ordem para nossa sociedade daqui para frente. Por meio de consultas públicas, as Nações Unidas ouviram mais de 7 milhões de pessoas, das mais diversas áreas e segmentos, para desenvolver os ODS e suas metas.

À frente de uma escola de negócios, percebo cada vez mais a importância da educação nesse cenário. Por nossos portões pas-sam os líderes responsáveis pelas decisões estratégicas de empresas e governos, e assim, inspirá-los sobre o seu papel responsável durante o processo educacional faz parte do nosso dever com a sociedade.

Pensando nisso, aqui faço uma chamada a todas as institui-ções de ensino. Vamos exercer a nossa real função e colocar em prática o que a UNESCO cha-ma de 5º Pilar de Aprendizagem, “Aprender a se transformar e a transformar a sociedade”. Acredi-to que só pela educação teremos líderes mais comprometidos com as discussões que realmente im-portam, ou seja, o nosso futuro!

Norman de Paula Arruda Filho é presidente do ISAE/FGV, de Curitiba (PR), e do Capítulo Brasileiro dos Princípios para Educação Executiva Responsável da ONU.

O legado sustentável de 2015: COP 21 e ODS

Chegou em Brasília a mais nova atração do mercado de entretenimento. São 17 pistas esperando por você, venha conferir e viver essa aventura no Shopping Pier 21

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Chegou em Brasília a mais nova atração do mercado de entretenimento. São 17 pistas esperando por você, venha conferir e viver essa aventura no Shopping Pier 21

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Ministério dosTransportes

A imprudência mata na estrada e fere para semprefamílias inteiras. Respeite o limite de velocidade e só

ultrapasse com segurança. Está em suas mãos fazer um trânsito mais seguro para todos.

Dirija com responsabilidade. Seja você a mudança no trânsito.Colocar vidas em risco não é acidente. É crime.

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