brasília capital

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PÁGINAS 8 e 9 PÁGINA 4 PÁGINA 5 e 10 PÁGINAS 2 e 3 PÁGINAS 6 e 7 www.bsbcapital.com.br DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Ano IV - Nº 186 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 Eleição para administrador será em 2016 Governador eleito Rodrigo Rollemberg quer realizar o pleito no mesmo período das eleições municipais em todo o País. Donos do Lago Falta dinheiro e sobram buracos e mato no DF Rollemberg terá 20 Secretarias e Celina na CLDF ANDRESSA URACH // MODELO REAGE À INFECÇÃO CAUSADA PELA APLICAÇÃO DE HIDROGEL. PÁGINA 10 EXCLUSIVO DENÚNCIA PELAÍ Ibram “privatiza” Parque da Península dos Ministros Fechamento da entrada para carros dificulta acesso da população e transforma espaço público em quintal de 190 ricaços da QL 12. Eles têm o maior IDH do mundo. Barragem do Descoberto preocupa Sarney Filho Líder do PV na Câmara dos Deputados pede explicações ao Ibram e ao IBama sobre denúncia do Brasília Capital de contaminação do manancial da Caesb. Distrital do PDT é preferida para presidir a Câmara DIVULGAÇÃO GABRIEL PONTES

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Edição 186

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Page 1: Brasília Capital

Páginas 8 e 9

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Ano IV - Nº 186 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014

Eleição para administrador será em 2016Governador eleito Rodrigo Rollemberg quer realizar o pleito no mesmo período das eleições municipais em todo o País.

Donos do Lago

Falta dinheiro e sobram buracos e mato no DF

Rollemberg terá 20 secretarias e Celina na CLDF

ANDRESSA URACH // MODELO REAGE À INFECÇÃO CAUSADA PELA APLICAÇÃO DE HIDROGEL. Página 10

EXCLUSIVOdEnúnCIa

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Ibram “privatiza” Parque da Península dos Ministros

Fechamento da entrada para carros dificulta acesso da população e transforma espaço público em quintal de 190 ricaços da QL 12. Eles têm o maior iDH do mundo.

Barragem do Descoberto preocupa Sarney FilhoLíder do PV na Câmara dos Deputados pede explicações ao Ibram e ao IBama sobre denúncia do Brasília Capital de contaminação do manancial da Caesb.

Distrital do PDT é preferida para presidir a Câmara

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Page 2: Brasília Capital

E x p E d i E n t E

Diretor de Redação Orlando Pontes

[email protected]

Diretor de Arte Gabriel Pontes

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Diretor Comercial Júlio Pontes

[email protected]

Contato PublicitárioPedro Fernandes

[email protected]: 61-9618-9583

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dos principais assuntos do Brasil e do mundo!

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores. a reprodução

é autorizada desde que citada a fonte.

2 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]ítica

Impressão Gráfica Jornal Brasília aGora TIragem 20.000 exem-

plares DIsTrIbuIção plano piloto (sede dos poderes leGislativo

e executivo, empresas estatais e privadas), taGuatinGa, ceilândia,

samamBaia, riacho fundo, vicente pires, áGuas claras, soBra-

dinho, sia, núcleo Bandeirante, candanGolândia, laGo oeste,

colorado/taquari, Gama, santa maria, alexânia / olhos d’áGua

(Go), aBadiânia (Go), áGuas lindas (Go), valparaíso (Go),

Jardim inGá (Go) e luziânia (Go).

ADE Conjunto 02 lotE 07 - ED. SEDE - núClEo BAnDEirAntE -

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CIrCulação aos sáBados.

CART

AS

Pel

Ai

A partir do próximo semestre, o curso

de Direito do UniCeub ganhará um reforço de peso: o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Além de aulas para os alunos do bacharelado, Barroso atuará nos cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado. Ponto para o UniCeub.

Água da CaesbA matéria de capa do Brasília Capital, com a manchete “Água da Caesb pode estar contaminada”, repercutiu aqui na Assessoria técnica da Liderança do PV, onde atuo.Um colega conversou com o deputado Sarney Filho (Líder da bancada do PV)

que, preocupado com o caso, decidiu encaminhar três ofícios ás autoridades do IBRAM (DF), SERMAH (GO) e IBAMA - indagando sobre o que havia de veracidade na matéria e solicitando providências. Informo ainda que o Correio Braziliense, uma semana depois (29/11/14), a partir

da denúncia desse jornal, fez uma matéria sobre o assunto. Aproveito para mandar um abraço para o Orlando Pontes.Dioclécio Luz, via e-mail

ElogiosSe possível, gostaria de solicitar ao conselho editorial do Brasília Capital

a avaliação do material que enviei sobre o livro “A Poesia nos Poentes do Silêncio”, do escritor Paulo Ouricuri. Caso esteja dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo jornal, ficaria muito feliz com a sua publicação. Agradeço desde já pela atenção, lhes parabenizando também

Dezenove secretarias do GDF serão extintas a partir de 1º de janeiro. A decisão já foi tomada pelo governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB), que pretende trabalhar com, no máximo 20 assessores de primeiro escalão.

Rollemberg terá 20 secretarias

Rollemberg também já resolveu que formará uma equipe com técnicos, sob o mínimo possível de ingerências políticas. Sua intenção é contar com um time com perfil de ministério, especialmente em áreas estratégicas, como Fazenda, Planejamento, Educação e Saúde.

Embora saiba que a maior preocupação dos aliados políticos seja pela escolha dos futuros administradores regionais, Rodrigo Rollemberg só anunciará os nomes para esses cargos após confirmar todo o secretariado. Na cabeça dele, o primeiro escalão está em primeiro lugar.

Se a intenção de Rollemberg é montar um gabinete com ares de ministério, o primeiro-ministro já está escolhido. Será o coordenador-geral da equipe de transição, Hélio Doyle (foto). Com o enxugamento da máquina, Doyle deve acumular as funções de chefe do Gabinete Civil e secretário de Comunicação.

Prioridade para técnicos

Primeiro escalão primeiro

Primeiro-ministro

Page 3: Brasília Capital

OpiniãoAnos atrás, perguntei ao embaixador do Brasil na Irlanda,

Stelio Amarante, por que aquele país tinha estradas tão ruins, apesar de uma das melhores educações. “Por isso!”, ele respon-deu. Fez pausa e continuou: “deixaram para investir nas es-tradas depois da educação”. No Brasil, sempre que se propõe educação de qualidade, vem a pergunta: “onde encontrar o di-nheiro necessário?”. Para responder esta pergunta, o relator de uma comissão do Senado, presidida pela senadora Ângela Portela, concluiu seu trabalho, ainda não debatido pelos sena-dores, mostrando que o Brasil dispõe de recursos necessários.

A primeira parte do relatório calcula que para oferecer edu-cação com a máxima qualidade, da pré-escola ao final do en-sino médio, seria necessário investir R$ 9.500 por aluno/ ano. Com este valor seria possível atrair e manter no magistério os professores com salário mensal de R$ 9.500; reconstruir e equi-par todas as escolas com as melhores edificações e Tecnologia da Informação e Comunicação, e funcionando em horário in-tegral. Para os 52,3 milhões de alunos, estimados para 2034, o custo total seria de R$ 496 bilhões anuais.

Assumindo uma taxa de crescimento do PIB de 2% ao ano a média, nos últimos 20 anos, foi de 3,1% , em 2034 o Bra-sil precisará de 7,4% do PIB. Valor menor do que os 10% deter-minados por força do segundo Plano Nacional de Educação II. Ainda sobrariam 2,6% (R$ 174,2 bilhões) para os demais seto-res da educação. Apenas 2,3% (R$ 154,1 bilhões) a mais do que os 5,1% gastos atualmente.Para identificar a origem destes re-cursos, foram apontadas 15 fontes. Quatro delas representam re-dução de gastos, por exemplo, com renúncia fiscal para a venda de automóveis e a redução nos gastos sociais graças à educação, de até R$ 360 bilhões por ano.

Caso não haja vontade política para sacrificar os beneficia-dos por estes gastos e renúncias fiscais, o relatório apresenta sete outras fontes que permitiriam R$ 355 bilhões, por meio da emissão de títulos públicos, uso de lucro das estatais, atuação do BNDES, uso dos recursos provindos do aumento na produ-tividade graças à melhoria na própria educação. Se estas fon-tes não forem aceitas, o estudo identificou R$ 174 bilhões oriun-dos de quatro outras fontes que exigiriam aumento de impostos - como se fosse uma CPMF para a educação e imposto sobre grandes fortunas.

A tudo isso se agregaria o valor esperado de R$ 35 bilhões dos royalties do pré-sal. O total das quinze fontes e do pré-sal chegaria a R$ 924 bilhões por ano, de acordo com o relatório ainda a ser votado pelos senadores da comissão, que está dis-ponível em http://bit.ly/1ycAkBA. Portanto, para cobrir o cus-to adicional necessário a uma educação ideal em todo o país, bastaria que fosse usado menos de 25% de cada fonte.

Então, a pergunta não é mais “o Brasil tem recursos para fazer a educação que precisa?”. Agora será: “o Brasil tem von-tade de usar os recursos disponíveis para oferecer educação de qualidade a todos os brasileiros?”.

Cristovam Buarque (*)

Falta vontade

(*) Professor emérito da UnB e senador pelo PDT-DF

3 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]ítica

pelo excelente trabalho realizado. Jana Lauxen, via e-mailN.R. : o texto será publicado na edição 187, na próxima semana.

Paulo Henrique é o novo colaborador do www.bsbcapital.com.br Parabéns Paulo Henrique,

que Deus continue nos alegrando e nos emocionando por teu intermédio. nMarlene Andrade, via Facebook

Parabéns, Doutor! O resultado nós já conhecemos: mais um sucesso!

nNazza Lima, via Facebook

Parabéns, Paulo. Merecemos, você e nós, os leitores!nAldo Fernandes, via Facebook

Parabéns. Fiquei muito feliz por você. Sucesso!nNatália Castro via Facebook

Celina é a mais cotadaA deputada Celina Leão (PDT) é a preferida

de Rodrigo Rollemberg para presidir a Câmara Legislativa. Na contabilidade do governador eleito, ela leva vantagem sobre o correligionário Joe Valle por ter se alinhado à sua campanha desde o primeiro momento. Joe apoiou Agnelo Queiroz no primeiro turno em troca de muitos cargos na estrutura do GDF.

O apoio do PT pode vir a ser o pomo da discórdia entre Rodrigo Rollemberg e os senadores Cristovam Buarque e José Antônio Reguffe. O governador eleito tem um histórico de alianças com o partido, que elegeu quatro deputados distritais. Mas os dois pedetistas não querem nem o ouvir falar em acordo com os petistas.

Rota de colisão

O deputado federal e senador eleito Reguffe (PDT) vai passar o Natal no Rio de Janeiro e retorna a Brasília para participar da posse do amigo Rollemberg no Buriti. Depois, tirará duas semanas de férias com a família, antes de assumir o novo mandato. Mas já fez as contas: nomeará apenas 18 dos 55 assessores que poderá ter no Senado. Com isso, manterá a prática de economizar mais de 50% da verba de representação de seu gabinete parlamentar. O contribuinte agradece!

Domingo (14), das 13h30 às 19h, acontecerá no Centro de Convenções Ulysses Guimarães o Seminário da Luz, maior acontecimento regional da Seicho-No-Iê, realizado a cada dois anos em Brasília. O encontro será conduzido pelo preletor da sede internacional, Junji Miyaura, com coordenação de Josiane Souza Moreira, sob o tema central “Reconcilia-te com todas as coisas do Céu e da Terra”.

Reguffe continuará economizando

Seicho-No-Iê

Mesmo antes de tomar posse, Rollemberg já sofreu a primeira derrota na Câmara Legislativa. Com 15 votos a

favor e dois contra, foi aprovada terça-feira (2) a criação do Fundo Especial da Dívida Ativa (Fedat), que antecipa receita e pode render R$ 3,2 bilhões para Agnelo Queiroz quitar dívidas e não deixar o GDF no vermelho.

Page 4: Brasília Capital

Política 4 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

Eleição para administrador será em 2016Enquanto isso, Rollemberg nomeará os ocupantes dos cargos e acatará “sugestões” de aliados políticos

O governador eleito Rodrigo Rollem-berg (PSB) já deci-diu: marcará para

2016, no mesmo período em que ocorrerão as eleições municipais no País, o plei-to para a escolha direta dos administradores regionais das cidades do Distrito Fe-dera. Até lá, os cargos serão ocupados por pessoas nome-adas por ele. Enquanto isso, discutirá com a sociedade os critérios para o pleito, uma vez que, pela Constituição, o DF não pode ser dividido em municípios.

A menos de um mês de assumir o cargo hoje ocupa-do pelo governador Agnelo Queiroz (PT), Rollemberg tem se dedicado a conversar com aliados. Nesses encontros, ele procura ouvir sugestões para a formação do primeiro e segundo escalões e para de-finição das medidas que pre-tende anunciar já no dia da posse, em 1º de janeiro.

Rollemberg tem ouvido muito mais do que emitido opiniões. A alguns interlocu-tores, porém, deixa transpa-

recer suas impressões e in-tenções. A pelo menos dois deles admitiu, na última se-mana, que será impossível estabelecer as regras e orga-nizar a eleição direta para administradores regionais

no primeiro ano de gover-no. Portanto, concluiu que o mais razoável é promover o pleito no segundo semestre de 2016, na mesma época em que as demais cidades brasileiras elegerão os no-

vos prefeitos e vereadores.

Loteamento – Para Rollem-berg tem sido mais fácil falar sobre a eleição direta para ad-ministradores do que evitar a pressão para a indicação de apadrinhados políticos que poderão ocupar esses cargos. Prática comum aos governos eleitos do DF desde 1990, o lo-teamento das administrações em troca de apoio político de parlamentares não acabará por decreto.

Consciente disso, Rollem-berg já fechou com alguns deputados distritais eleitos a entrega das administrações em suas bases. Para apoiar o governo na Câmara Legis-lativa, Lira (PHS) indicará o

Orlando pontes administrador de São Sebas-tião e Juarezão (PRTB) ficará com a vaga em Brazlândia. Passará por Telma Rufino (PPL) o nome do futuro ad-ministrador de Águas Claras. Dr. Michel (PP) continuará reinando em Sobradinho II e na Fercal.

Partido do futuro gover-nador, o PSB quer mandar em Taguatinga. Surgem com chances os nomes do ex-admi-nistrador Ronaldo Seggiaro e da ex-jogadora de vôlei, Marta Lima, que concorreu a depu-tada distrital e foi derrotada.

Rollemberg enfrenta di-ficuldade em conciliar os interesses de seu vice, Rena-to Santana, e do deputado federal eleito Rogério Rosso, ambos do PSD. Eles querem indicar o administrador de Ceilândia. Mas a deputada Luzia de Paula (PEN) e o se-nador Cristovam Buarque (PDT) também reivindicam o posto. Ele, inclusive, já co-locou o nome de sua prefe-rência sobre a mesa: Edilson Barbosa, assessor de seu ga-binete no Senado.

Em várias cidades há movimentos organizados debatendo prioridades para cada região administrativa e os nomes para a função de administrador regional. A equipe de transição de Rol-lemberg acompanha de per-to essa mobilização, sempre lembrando alguns critérios. É indispensável que sejam pessoas ficha limpa e que residam na própria cidade. Embora ninguém admita, é certo que não passarão no crivo nomes que não tenham apoiado a eleição do futuro governador.

Cristovam quer indicar seu assessor Edilson Barbosa para a Ceillândia

Eleito para o primeiro mandato, Lira nomeará aliado para são sebastião

Em troca de apoio na CLDF, Juarezão escolherá administrador de Brazlândia

Luzia de Paula, moradora da cidade, espera ser ouvida sobre a escolha

Page 5: Brasília Capital

Cidades 5 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

Falta dinheiro. Sobram buracos e mato alto

Ruas e parques do Distrito Federal es-tão em situação de abandono desde ou-

tubro. Depois de sucessivas greves de rodoviários e me-rendeiras, chegou a vez da população sofrer com a fal-ta de conservação das áreas e vias públicas. O motivo é o mesmo: falta de dinheiro pa-ra pagar as empresas tercei-rizadas. Com as chuvas dos últimos dias, as ruas estão es-buracadas e os parques pre-cisando do serviço de poda e roçagem. A Novacap alega falta de recursos.

A reportagem do Brasí-lia Capital recebeu diversas imagens que ilustram o pro-blema. O local que registrou mais reclamações de bura-cos na pista foi Águas Cla-ras, que compreende a área denominada Águas Claras Vertical, Areal, Arniqueira e Área de Desenvolvimento Econômico (ADE). Outras Re-giões Administrativas que fo-ram contempladas pelo pro-grama Asfalto Novo também passam pelas mesmas difi-culdades.

O programa de pavimen-tação e recapeamento do as-falto do DF, que começou em junho de 2013, está des-de agosto deste ano sem fun-cionar devido à falta de or-çamento. Para Wellington Conceição, funcionário de uma oficina do Areal, onde ele mora, sofre com o esque-cimento do GDF. “Esse pro-blema aqui é comum. Tem

um buraco enorme na frente da minha oficina, que, quan-do os carros caem dentro de-le, jogam água na minha loja toda”, disse Wellington.

Os investimento de R$ 437, 2 milhões do GDF para as du-as etapas do Asfalto Novo, que ainda está em sua segunda etapa, e seus 872 Km de vias urbanas recuperadas não fo-ram suficientes para trazer a comodidade que o brasilien-se esperava. A terceira etapa

ainda está em processo de li-citação e a esperança é que essa etapa do programa, que promete recuperar 1.934 Km, seja a solução.

Além dos buracos, a situa-ção é ruim também nas áre-as de lazer do DF, o Parque Águas Claras e o Taguapar-que são vítimas da falta de intervenções do governo. O mato está alto e os usuários reclamam da falta de limpe-za, além do perigo de fazer

caminhadas, especialmente à noite.

A falta de orçamento do GDF é o assunto mais discu-tido nas últimas semanas na capital federal. Enquanto o futuro governador Rollem-berg aponta diversos pro-blemas administrativos do atual governo, Agnelo Quei-roz insiste em dizer que es-tá tudo sob controle e nega que vá deixar dívida para o sucessor.

Sem recursos, GDF deixa de pagar fornecedores. Greves suspendem serviços essenciais. Nas ruas, o caos

Gustavo Goes

Em vários pontos da cidade, como no areal, as crateras nas pistas assustam os motoristas. a população improvisa para minimizar os efeitos da falta de manutenção e evitar prejuízos

Page 6: Brasília Capital

6/7 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

Cidades

Barragem sobSarney Filho pede explicações do Ibram e do Ibama sobre possível contaminação do reservatório do Descoberto que abastece o Distrito Federal

O deputado Sar-ney Filho (MA), líder do Parti-do Verde (PV) na Câmara dos

Deputados, encaminhou ofícios aos presidentes dos Institutos Brasília Ambiental (Ibram) e do Meio Ambiente e Recursos Naturais Reno-váveis (Ibama) cobrando explicações sobre a possível contaminação da água da barragem do Rio Descober-to pelo chorume do lixão de Águas Lindas (GO). A denún-cia foi publicada com exclu-sividade na edição 183 do Brasília Capital, de 15 a 21 de novembro.

Iniciativa semelhante foi tomada uma semana antes pelo deputado distrital Joe Valle (PDT), conforme o jor-nal mostrou na edição 184. O parlamentar brasiliense encaminhou requerimentos à Agência Reguladora das Águas, Energia e Saneamen-to (Adasa) e à Companhia de Saneamento Ambiental (Ca-

esb). Os órgãos têm até trin-ta dias para responder aos questionamentos dos dois deputados.

Na edição de sábado, 29 de novembro, o Correio Bra-ziliense repercutiu a notícia veiculada em primeira mão pelo Brasília Capital. Na

página 25, sob o título “Li-xão ameaça o Descoberto”, o diário de maior circulação no DF se baseia no requeri-mento de Joe Valle, que, por sua vez, usou como referên-cia de seus requerimentos a matéria da edição 183 deste semanário.

Chorume - A primeira re-portagem sobre o assunto foi motivada pela reclama-ção de funcionários do Con-sórcio Público de Manejo de Resíduos Sólidos e das Águas Pluviais da Região Integrada do DF e Goiás (Corsap) que durante mais de sessenta

dias foram impedidos de acessar a área do lixão de Águas Lindas (GO). O Cor-sap representa os governos de Goiás e do DF e as prefei-turas dos 19 municípios que compõem a Região Integra-da de Desenvolvimento do Entorno (Ride). O depósito é

na edição de 29 de novembro, o Correio Braziliense dedicou uma página à denúncia publicada duas semanas...

antes no Brasília Capital e que teve repercussão no informativo Bancada Verde, da liderança do PV na Câmara

Page 7: Brasília Capital

CrônicaFernando Pinto (*)

Por favor, não façam injustiça aos gays

(*) Fernando Pinto é jornalista e escritor

Confesso que já houve tempo em que eu tinha enorme preconceito contra eles, diga-se de passagem, devido à minha não menor ignorância, porque os confundia com outro tipo de gente em assunto de sexo. Mas, gradativamente, inclusive

recebendo uma oportuna aula de minha filha Fernanda, psicóloga: Gay é opção; Pedofilia é tara, aleijão mental. Só aí comecei a entender que estava redondamente enganado.

Se você, meu caro leitor, encontra-se nesse estágio, por favor leia o que vou dizer e reflita. Porém, é bom esclarecer que não estou absolutamente sugerindo que você se torne participante nas frequentes e volumosas passeatas que a categoria costuma fazer para defender os seus direitos de cidadania: apenas os tolere e não os discrimine.

E isto simplesmente porque o adjetivo gay (atenuante de boiola, viado, etcétera outros pejorativos jocosos), repito, não tem nada a ver com a praga dos pedófilos, por sua vez atenuante de tarado. Estes, sim, merecem a nossa repulsa total, sem perdão.

Como membro da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, sinceramente lamento a intransigência das igrejas evangélicas em geral contra os inofensivos gays. Aqui em Brasília, a totalidade é quase absoluta.

Digo quase porque, felizmente, há uma exceção: no improvisado pequeno templo da Comunidade Athos, que oferece Cultos três vezes por semana, ali no Setor de Diversões Sul, o Conic. Fiquei sabendo, porque li, emocionado, uma boa reportagem a respeito na edição de 1º de dezembro, segunda-feira, do Correio Braziliense. Basta informar que dos 400 assíduos frequentadores, apenas quatro religiosos não são do ramo. Quer dizer: lá, 99 % de gays comungam o Evangelho com a mesma fé de um cristão convencional.

Sobre o assunto, a Igreja Católica Apostólica Romana levou muitos gays à fogueira na época da Inquisição, porque os considerava como bruxas, produtos do demônio, e que só agora eles foram absolvidos por esse extraordinário Papa chamado simplesmente de Francisco, que garantiu: gay também é filho de Deus.

A propósito, o Papa Francisco tem a mesma repulsa que tenho pelos pedófilos. Tanto é, que está fazendo verdadeira limpeza no âmbito dos sacerdotes. E, claro, que ele não concorda com minha proposta: pena de morte ou cortar os testículos desses tarados abjetos que estupram criancinhas.

O fato é extremamente grave e, se confirmado, pode trazer danos irreparáveis à saúde de milhares de pessoas”.

A barragem é responsável por 65% do abastecimento do DF e o lixão está a apenas 3 Km do reservatório”.

administrado pela empresa Caenge Ambiental.

Para os fiscais do Corsap, não há como garantir, sem um permanente monitora-mento, que o chorume do lixão se infiltre pelo lençol freático e atinja o manan-cial da barragem. Ainda as-sim, o chefe da assessoria de imprensa da Caesb, José Carlos Barroso, reiterou, por e-mail, que este risco não existe. “O lixão de Águas Lindas fica abaixo da capta-ção da Caesb, não havendo qualquer risco de contami-nação da barragem do Des-coberto”, escreveu ele.

Mas a explicação de Bar-roso não convenceu os dois deputados. Eles querem escla-recimentos mais detalhados de especialistas da estatal. “O fato é extremamente grave e, se confirmado, pode trazer danos irreparáveis à saúde de milhares de pessoas”, ar-gumenta Joe Valle. “A barra-gem é responsável por 65% do abastecimento do DF e o lixão está a apenas 3 Km do reserva-tório”, reforçou Sarney Filho.

Preocupado com a reper-cussão do caso, o secretário de Meio Ambiente de Águas Lindas, Lúcio Mauro Rodri-gues, tentou minimizar o problema. Mas ele próprio, entrevistado antes da publi-cação da primeira reporta-gem, admitiu que não há co-mo garantir que o chorume do lixão não esteja atingindo o reservatório da Caesb. E prometeu cobrar mais con-trole da atividade da Caenge Ambiental.

Joe Valle

Sarney Filho

suspeita

Page 8: Brasília Capital

DiVULgaÇÃO

8/9 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

Especial

O parque vira quintalMoradores e frequentadores divergem sobre o fim do acesso ao parque por meio da Península dos Ministros. Providência foi tomada pelo Ibram para evitar barulho e sujeira na quadra

Vista de longe, a QL 12 pare-ce um condomínio fecha-do. De perto também. Por dentro, mais ainda. Uma imponente guarita dá as

boas vindas aos visitantes. Um carro e duas motos fazem rondas frequentes para garantir a segurança dos morado-res, que têm como quintal um parque às margens do Paranoá, com cinco qui-lômetros de ciclovia. A quadra é a úni-ca do Lago Sul que é fechada e possui um nome próprio: Península dos Mi-nistros - o nome vem dos moradores de casas funcionais destinadas ao alto es-calão do governo federal.

Desde o dia 24 de novembro, po-rém, a entrada de acesso ao parque por dentro da QL 12 está fechada. A provi-dência foi tomada pelo Instituto Bra-sília Ambiental (Ibram) que adminis-tra os parques do Distrito Federal. De acordo com o presidente da Associação de Moradores, Marcos Drummond, fe-char a entrada do parque não foi a me-lhor solução para os problemas que vinham ocorrendo, mas tem sido apro-vada pela comunidade da Península.

“Inicialmente, houve rejeição dos moradores porque a entrada do par-que ficou mais longe. É preciso dar uma volta maior para chegar. Mas, por outro lado, voltamos a ter paz na qua-dra. Os moradores estão se sentindo mais seguros”, pondera Drummond. De acordo com ele, nos dias de maior fluxo no parque, como finais de sema-na e dias de sol, ocorrências como fur-tos a residência e a carros estavam se tornando frequentes.

O morador Joaquim Gomes recla-ma do consumo de drogas que havia

no local. “Ficávamos muito incomoda-dos com a bagunça, mas é área públi-ca”, afirma. “Eu gostei de ter fechado a entrada”, aprova. “É muito ruim não conseguir entrar ou sair de casa por-que tem alguém trancando a sua gara-gem. Impede o direito de ir e vir do ci-dadão”, finaliza.

Para a Associação de Moradores, o ideal seria que as ordens de uso do parque fossem respeitadas e, princi-palmente, fiscalizadas pelo Ibram. O horário de abertura e fechamento, a presença da Guarda Ambiental e da Polícia Militar para coibir o uso de dro-gas eram as principais reivindicações da Associação.

O problema é que quem não mora

na Península – a esmagadora maioria da população – e gosta do local ficou prejudicado. A nova entrada não pos-sui um estacionamento. Os carros fi-cam amontoados ao longo do meio fio do Conjunto 1 ou no posto de gasolina, onde as vagas são limitadas e demarca-das com cones. Thiago Almeida e sua namorada Michele Farias desaprova-ram a medida.

“Há cerca de um mês, viemos pas-sar o dia aqui. Paramos o carro perto do lago, ficamos embaixo da árvore e foi super agradável. No último final de semana, fomos surpreendidos com o portão fechado, quando tentamos re-petir o passeio”, conta Thiago. Para Mi-chelle, o problema foi a chuva. “Como

pEnínSULa dOS mInIStrOS

Há cerca de um mês, viemos passar o dia aqui. Paramos o carro perto do lago, ficamos embaixo da árvore e foi super agradável. no último final de semana, fomos surpreendidos com o portão fechado’’

thiago almeida

Gabriel pontes

Page 9: Brasília Capital

FOTOS: gaBRiEL POnTES

O parque vira quintal A Península é um reduto de milionários. São senadores, deputados, ministros e os principais empresários da cidade que formam a vizinhança da Manhattan brasiliense. Se fosse uma cidade, a QL 12 teria o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, de acordo com pesquisa recente da Companhia de Planejamento (Codeplan). Ao todo, apenas 190 casas compõem a península.

Enquanto nas quadras vizinhas é possível adquirir um terreno de 800 metros quadrados com 400m de área verde por R$ 2,2 milhões, na QL 12 o mais barato não custa menos que 4,5 milhões. Especula-se que o mais caro chegue a 30 milhões. Mas nenhum dos dois tipos está à venda.

A discussão sobre o parque não é recente. Antes, o local era apenas uma área verde da cidade, sem urbanismo. Muitas das benfeitorias, como plantação de grama e implantação da ciclovia, foram financiadas pelos próprios moradores, mesmo sabendo que a área continuaria pública.

Em 2003 houve uma tentativa de fechar o parque para “estranhos”, impedida pelo Ministério Público. O meio-termo foi a instalação de uma guarita sem cancela e a criação do Parque Ecológico, mais restritivo do que outros similares.

nós ficamos longe do carro, quando co-meçou a chover não tivemos o que fa-zer: o jeito foi tomar banho de chuva”.

Outros frequentadores assíduos do parque são os praticantes do Kitesurf. Na avaliação do surfista Josué Victor, os problemas que aconteciam justifica-ram o fechamento da entrada pela Pe-nínsula. “Estava demais. Era muito lixo que sobrava dos finais de semana. Se as pessoas respeitassem as regras nun-ca teríamos tido problema”, afirma Jo-sué.

Ele só reclama que, após a medida de segurança, precisa caminhar mais até chegar no lago. “Muitos praticantes estão reclamando da distância. Carre-gar o equipamento da entrada de servi-

pEnínSULa dOS mInIStrOS

ço até o lago é muito mais longe”, conta. “Mas é bom que o pessoal vai aquecen-do antes de surfar”, brincou.

Daniel, Márcia e Emerson Doura-do são primos e foram comemorar o aniversário de Emerson no parque na quinta-feira (4). Moradores de São Se-bastião, os três contam que é um hábito da família marcar encontros e piqueni-ques no local. “Nós gostamos muito da-qui”, disse Márcia.

Para os garotos, o fechamento não implicou em transtornos, já que a en-trada de serviço é mais próxima da pa-rada de ônibus. “Para quem vem de carro eu acredito que piorou muito, mas para nós que chegamos e saímos sempre de ônibus ficou até melhor. A

entrada nova é mais perto da parada”, afirma Daniel, indiferente ao bloqueio do acesso via Península.

alternativas - O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) informou que os dois acessos ao Parque Península es-tão abertos - um para visitantes e outro para serviços - e que existe um terceiro portão de uso exclusivo da Caesb para manutenção. Este permanece fechado. Durante a semana passada, a direção do Ibram, moradores lindeiros ao par-que e frequentadores fizeram várias reuniões e outras estão previstas para os próximos. Estão sendo pensadas várias alternativas com o objetivo de atender os anseios da comunidade.

Um dos pontos mais democráticos à margem do Lago, o Parque da Península, cercado de vizinhos ricos, tem o acesso dificuldado ao restante da população brasiliense

Maior IDH do mundo

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DiVULgaÇÃO

DiVULgaÇÃO

10 n Brasília, 29 de novembro a 5 de dezembro de 2014 - [email protected]

A Unidade de Internação de Crianças e

Adolescentes de São Sebastião

(UISS) possui um consultório completo

para atendimento dentário. Porém, a

clínica odontológica, apesar de pronta

para uso, não tem profissionais para

atender os internos. As instalações da unidade de

internação foram inauguradas em março de 2014.

UISS pede ajuda

Prorrogada vacinação contra sarampo e pólio

Cantatas de Natal do Congresso

Tiê se apresenta na capitalPor trás do mato

ágUaS CLaRaS

aSa nORTE

DiSTRiTO FEDERaL

A equipe do Brasília Capital flagrou a praça da Quadra 107 com ares de abandono. O mato tomou conta do local. Moradores como Rattielle Guimarães contam que estão evitando transitar pelo local com medo de assaltos. “Passeio todo dia com meu cachorro por aqui, mas ultimamente está desagradável. É muito mato, muito bicho, sujeira. A Administração precisa fazer alguma coisa e os moradores

também precisam cuidar melhor da praça”, afirmou.

Na 307 Norte também está ocorrendo o mesmo problema. Desde que começaram as chuvas, a grama da quadra não foi podada. Os moradores estão preparando um mutirão para resolver o problema.

Procuradas, as administrações regionais não haviam respondido aos questionamentos até o fechamento desta edição

A Secretaria de Saúde prorrogou até sexta-feira (12) a vacinação de crianças contra o sarampo e a poliomielite. A campanha, que começou no dia 5 de novembro e terminaria no dia 28, foi prorrogada porque apenas 67,4% do público-alvo foi imunizado contra a pólio, ou 122.743 crianças; e 64,6% contra sarampo, ou 103.588 meninos e meninas. A meta era chegar a 95% desse universo.

O Senado Federal e a Câmara dos Deputados realizam a sexta edição do Programa de Visitação Noturna, mais conhecido como Cantatas de Natal. As visitas começaram na quinta-feira (4) e vão até domingo (7). Elas voltam na quinta-feira (11) e se estenderão até domingo (14), no Salão Negro do Congresso Nacional. Desde 2009, as Cantatas prorrogam até o período noturno, com apresentações artísticas de corais e Auto de Natal, o funcionamento do Programa Visite o Congresso, que oferece visita guiada à sede do Legislativo.

A cantora e compositora Tiê apresenta sexta-feira (12), no Teatro Marista (615 Sul), às 20h, o seu mais recente trabalho, “Esmeraldas”, lançado no início de novembro. No show, a cantora estará acompanhada dos músicos Renato Galozzi – guitarra, Naná Rizinni – bateria, André Henrique – baixo e o irmão Gianni Gasparinetti – violão. O show de abertura ficará por conta da banda brasiliense Plano 61.

SÃO SEBaSTiÃO

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DiVULgaÇÃO

11 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

ANTES DE COLOMBO

RiO – O livro mais fascinante, en-tre os vários que dormiam nas mi-nhas prateleiras e só pude ler este ano, foi publicado em 2002 na In-glaterra e em 2006 no Brasil. Inti-tula-se 1421: O ano em que a China descobriu o mundo. O autor, Gavin Menzies, nasceu na China, de pais ingleses, em 1937. Foi para a Grã-Bretanha menino. Estudou ciên-cias. Entrou para a Marinha, e no comando de um submarino nave-gou por todos os oceanos.

Enquanto cumpria os deveres de chefe, o erudito Menzies orien-tava o trabalho dos astrônomos e geógrafos que, em sua embarcação,

registravam e colecionavam pro-vas da passagem da grande frota chinesa (mais de cem barcos), que sob o comando de Zhu Wen levan-tou ferros em 1421, cruzou muitos mares, deteve-se em desconheci-dos acidentes geográficos, descri-tos e mapeados pelos seus peritos. Assim, Zhu antecipava-se em quase um século a Colombo, Vasco da Ga-ma, Cabral, Cook, Magalhães e ou-tros navegantes-descobridores do Renascimento.

Mas quando voltou, outra Chi-na o esperava. O imperador visio-nário, responsável por mudanças progressistas, que incluíam aque-las navegações, fora derrubado pelos mandarins, os donos da Ca-

sa Grande na China, que não ad-mitiam perdas em seus poderes feudais. Muitos documentos pro-duzidos pelos geógrafos e astrôno-mos da frota de Zhu foram queima-dos por eles. Salvaram-se apenas os que se achavam sob a guarda de comandantes que levaram seus navios para o Japão.

É uma história que Menzies tor-na ainda mais fascinante. Com seu bem dosado mix de ciência e lite-ratura, seu estilo transparente, li-vre da cascata de citações que ho-je onera os textos universitários, ele atrai o leitor comum, levando-o a navegar, prazerosa e proveito-samente, pelo sereno mar de pági-nas de 1421.

mario pontes

Pesquisa traça perfil de delinquentes juvenisDelegação da Secretaria da Criança do DF participa de seminário no Rio de Janeiro

RiO – Jovens do sexo masculino deli-quem mais que os do sexo feminino. Da mesma forma, aqueles que não gostam de escola e apresentam baixo desempenho escolar, além dos que não têm supervisão dos pais, são mais vulneráveis ao cometimento de infra-ções. Ter amigos delinquentes é outro fator importante para a delinquência.

Este é o resultado inicial de uma grande pesquisa em vários países para medir o nível de autocontrole dos adolescentes. O estudo avalia também o nível de bullying, violência e vitimização. O levantamento cons-tatou que jovens que são violentos já foram violentados. O grau de vitimi-zação violenta é mais comum nos pa-íses latinoamericanos.

Esses temas foram debatidos durante o Segundo Seminário In-ternacional Socioeducativo, terça (2) e quarta-feira (3), no Rio de Ja-neiro. Uma delegação da Secreta-ria da Criança do Distrito Federal

participou do evento, que abordou temas relevantes sobre pesquisas em andamento e programas de su-cesso utilizados em países como os Estados Unidos e a Alemanha, por meio de abordagens que anunciem novos horizontes para adolescentes encarcerados.

A novidade anunciada é a parti-cipação, pela primeira vez, do Brasil e de países latinoamericanos na pes-quisa realizada mundialmente. Até o momento, os dados apontam que

dentre os jovens que cometeram al-gum tipo de delinqüência, as de grau mais violento são cometidos nos paí-ses latino-americanos.

“Estamos carregando água na pe-neira?”. Quem trabalha no Sistema Socioeducativo em nosso País pelo menos uma vez já fez este questiona-mento. A escola é vista pela grande massa dos adolescentes em medidas socioeducativas, como algo dissocia-do da realidade e o resultado não po-deria ser mais catastrófico: a grande

massa do jovem em vulnerabilidade tem baixo desempenho escolar.

Mas nesse ponto há uma dispari-dade. Ao contrário do que a socieda-de conceitua que adolescente infrator é adolescente criminoso, dos 20.532 adolescentes pesquisados, apenas 0,015% cometeram atos contra a vida humana. 41% cumprem medida por tráfico de drogas; 38% por roubo e 3% por homicídios. A faixa etária é de jo-vens entre 16 e 17 anos e 95% são do gênero masculino.

Se o Sistema Socioeducativo está enxugando gelo? Jamais. A educa-ção é “fiozinho” que pode tirar os adolescentes infratores desta situa-ção de vulnerabilidade não punin-do o mal com o mal. O adolescente é um sobrevivente numa sociedade descompassada, com pensamentos cada vez mais materialistas. “Não só nossos adolescentes estão encarce-rados, mas nós nos tornamos prisio-neiros de uma ambição desmedida”, concluíram os integrantes da dele-gação brasiliense.

maria Eliete Bezerra

Delegação da secretaria da Criança traz experiências mundias para o DF

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12 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

MARCELO RAMOSO REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poderde segunda a sábado das 8h às 10h

Rádio Bandeirantes - AM 1.410Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610

www.opovoeopoder.com.brFale conosco: 3961-7550 ou [email protected]

Facebook.com/jornalbrasíliacapital

o que está achando doBrasília capital?

“É possível fazer uma receita melhor. Você

não consegue um bom resultado porque

há muitas camadas e regimes muito

diferentes”

Christine Lagarde, diretora do FMI, criticando os blocos econômicos

da América Latina - Mercosul, Alca e Unasul, comparando-os a uma lasanha, devido à diversidade de ingredientes que os compõem.

Diário gaúcho – 2.12

Estadão – 2.12

O globo – 2.12

g1 – 2.12 Uol – 5.12

Anatel multa Vivo em R$ 1 milhão

O estado de saúde da modelo Andressa Urach, 27 anos, é considerado “estabilizado”, segundo novo boletim médico divulgado na manhã de sexta-feira (5) pelo Hospital Conceição, de Porto Alegre. A modelo está internada desde sábado (29) na instituição para tratar de uma infecção causada pela aplicação de hidrogel nas pernas, procedimento que foi realizado há cerca de cinco anos.

¬A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) multou a operadora Vivo em R$ 1,067 milhão por descumprimento de exigências previstas no decreto 6.523, que disciplina o serviço de atendimento ao consumidor (SAC), no regulamento do serviço móvel pessoal e no plano geral de metas de qualidade para o serviço móvel oessoal. Sobre o SAC, a operadora infringiu vários artigos. Entre eles, o 3º e o 4º, que prevêem que “as ligações para o SAC serão gratuitas” ao consumidor e que o “SAC garantirá ao consumidor, no primeiro menu eletrônico, as opções de contato com o atendente, de reclamação e de cancelamento de contratos e serviços”.

Um despretensioso passeio, forma comum de passar o tempo, pode se tornar dor de cabeça para os frequentadores do Shopping Nova América, em Del Castilho, Zona Norte do Rio. De acordo com uma das 16 normas que compõem o “Código de Conduta para Clientes” do estabelecimento, as pessoas que circularem pelo centro comercial sem objetivo definido podem ser classificadas como “vadias” e solicitadas a se retirar do local. Caso não concordem em sair, podem até mesmo ser detidas e processadas por invasão. “É proibido vadiar pelo shopping, sem motivo específico para estar presente”, diz a norma 14 do código, fixado nas paredes do centro comercial.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, considera que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas “transcenderam a Petrobras”. Ele demonstra perplexidade com a planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas, “nos mais diversos setores de infraestrutura, que foi apreendida com Alberto Youssef”.

Na quarta-feira (3), entrou em vigor a Lei Antifumo, válida em território nacional. Pelas novas regras, fica proibido o consumo de cigarros, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno em ambientes fechados de uso coletivo. A multa, em caso de descumprimento da lei, recai sobre o dono do estabelecimento, e varia entre R$ 2.000 e R$ 1,5 milhão, até a suspensão da licença de funcionamento.

Estado de saúde de Andressa Urach é considerado estável

Shopping proíbe vadiação

Crimes vão além da Petrobras, afirma juiz da Lava Jato

Lei Antifumo passa a valer. Multa pode chegar R$ 1,5 milhão

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13 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

Medium erra muito ao pensar em proteção espiritual como um presidente da

República. Pensam em protetores à disposição 24 horas. Os protetores ou anjos de guarda são espíritos ocupados. Têm seus momentos de ajuda mas, têm também suas vidas para cuidar. É bom desconfiar desses protetores 24 horas.

Há três maneiras de a proteção se efetivar: 1 – Os protetores evitam fatos desagradáveis e o

Sáude e Nutrição

Carolineromeiro

Eis uma questão que sempre ouço perguntas a respeito: muita gente gosta de cozinhar com o azeite de oliva. Uns, por achar que é mais saudável; outros por achar mais saboroso. Mas sempre com dúvida se devem ou não aquecer o azeite. Então, vamos lá...

Existem diversos tipos de azeite de oliva, e aqueles melhores para a saúde devem ser extraídos a frio e não devem ser óleos refinados. Com isso, conseguimos manter as principais características benéficas

Aquecer ou não o azeite?do azeite.

Sugiro que as pessoas comprem aqueles de baixa acidez, ou seja, que apresentam acidez menor do que 0,5%. Quanto menor a acidez, mais caros. Mas vale a pena.

O ideal é que estejam em embalagens de vidro e escuras, que devem ser mantidas em ambiente fresco sem muita luz e calor. Isto ajuda a preservar as características dos azeites.

O principal ácido graxo encontrado no azeite de oliva

é o ácido oléico. Os estudos mostram que ele é estável em altas temperaturas, e por isso já ouvi muita gente defendendo o uso do

azeite para preparar os alimentos, dizendo que não “oxida” o óleo.

Realmente, o ácido graxo estará lá, preservado. O que se perde ao aquecer o azeite de oliva são os compostos fenólicos antioxidantes lá presentes. Mas só naqueles azeites com baixa acidez, não refinados e prensados a frio.

Portanto, o ideal é usar azeite de oliva em saladas ou depois que a preparação já estiver pronta, para obter o máximo de benefício desses compostos.

Para cozinhar, dá pra usar até o óleo de soja mesmo, desde que sempre em pequenas quantidades.

médium não toma conhecimento; 2 – Ele não pode interferir pela sua falta de crédito, mas se você aceitar a sugestão para colaborar com alguém, então, ele pode agir em seu benefício. Se você não colaborar ele não poderá lhe ajudar; 3 – Ele não pode interferir porque a lei não permite, mas ficará por perto para que a situação não se agrave (este terceiro caso é conhecido como momento de prova: o professor não pode fazer a prova por você).

Há muitas situações em que ele pode apenas avisar pela intuição ou outros meios, como um amigo conselheiro: Não vá por aí. Evite esse lugar. Evite polemizar. Não alimente ideia de antipatia ou vingança. Evite essa pessoa. Ela vai trazer problemas graves pra você. Se você insiste e quebra a cara, paciência!

Existem também os protetores iniciantes na arte de ajudar. Nestes casos, espera-se que os protegidos também colaborem com suas evoluções pelo estudo, pelo dever bem cumprido, pela prática da oração e da caridade. Ou seja, pelos

bons exemplos. Quando o médium se eleva,

eleva também seus protetores. Médium, nas dificuldades, deve trocar o DDR - desânimo, desespero e revolta por DDS - disposição, dedicação e superação. Desta maneira, o trabalho do protetor ficará facilitado. É pela conduta de DDR que pode-se prolongar uma situação desagradável que era pontual.

Médium, não esqueça! A vida é uma via de mão dupla e não de mão única. Protetores também são seres necessitados. São alunos da vida. Exatamente como você.

JOsé MaTOsJOsé MaTOs

A ilusão da proteção espiritual

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14 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

CRUzaDasTiRinhas

ENTRETENIMENTO

PiadaO ginecologista tirou um dia de folga e foi para a praia no mesmo dia que uma gata muito gostosa também resolveu tomar banho de sol. Quando ela foi entrar na água, veio uma onda muito grande e forte e arrancou a parte de baixo do seu biquíni. Ela vê um côco boiando, pega o côco e tapa o sexo e sai protegendo o bumbum com a outra mão até chega onde estava sua toalha, na areia. O

ginecologista fica observando. Com raiva, a moça pergunta:- O que está olhando? Nunca viu não?- Já vi milhares! - responde o doutor, mas tomando água de côco é a primeira vez!

A mocinha vai passar o primeiro fim de semana na casa dos pais, no interior, depois que foi cursar a faculdade na capital. E aproveita para se abrir com a mãe:

- Mamãe, preciso te contar uma coisa... Eu não sou mais virgem desde a semana passada. A mãe responde: - Ora, minha filha, isto tinha que acontecer algum dia... Só espero que tenha sido uma experiência agradável e romântica. - Bem... Sim e não. Com os primeiros oito rapazes foi super bom. Mas depois começou a doer um pouco...

REsPOsTas

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O Hobbit: a Batalha dos Cinco Exércitos / Peter Jackson

Diário do Hospício e o Cemitério dos Vivos / Lima barreto

Lazer 15 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

prOGramaçãO

LItEratUra

CInEma

domingo (7/12)- Festival Vila Brasil, com Pipocando Poesia (DF), Bossa Cuca nova e Roberto Menescal (RJ), Roberto Correa (DF), Choro Livre (DF), Renata Jambeiro (DF), O Bando (DF), Criolo (SP), Banda do Mar (RJ), Surdodum e Funkeando (DF), das 10h à meia-noite, na Praça das Fontes do Parque da Cidade. Entrada franca. Classificação livre.- Festival Sertanejo atividade FM, com Eduardo Costa, aviões do Forró, israel & Rodolfo, Cristiano araújo, Zé Ricardo & Tiago, Humberto & Ronaldo, Banda Luxúria, Thiago Brava e amado Batista, às 16h, no Taguaparque. ingresso Frente Palco R$ 25 e Backstage R$ 50. - iV Festival de Dança Solidária, às 17h, no Museu nacional da República, Eixo Monumental. Entrada: uma caixa de leite em pó. Classificação livre.- Frangx Fritx, às 20h, na Teatro Plínio Marcos – Eixo Monumental. ingresso R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Classificação 14 anos.

Quinta-feira (11/12)- Quituart, com Mavi Dutra, no canteiro central – Lago norte, Qi 9/10. Couvert artístico R$ 10. Classificação livre.- navalha na Carne, às 21h, no Teatro goldini – 208/209 Sul. ingresso R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Classificação 16 anos.

Sexta-feira (12/12)- TopLess Weekend, com Pethe The Zouk, Fábio Serra, Thiago Mansur e DJ Matheus Hartmann, às 23h, no Centro internacional de Convenções – SCES Trecho 2. ingresso Open Bar masculino R$ 270 e feminino R$ 160. Classificação 18 anos.- Hide Paradise, com DJ’s Raul Mendes, Dabox, Raff, Philip aiden, Jotta Reis e Wellington Castro, às 22h, no Clube dos Bombeiros – SCES Trecho 2. ingresso R$ 30. Classificação 16 anos.- Pré-Reveillon, com Henrique & Ruan, MC Markinho e DJ’s Lucio Balla e gustavo Sales. ingresso feminino R$ 10 e masculino R$ 20, com o nome na lista; feminino R$ 20 e masculino R$ 30, sem o nome na lista. Classificação 18 anos.- Brasília Summer Reggae, com SOJa, O Rappa e Planta & Raíz, às 22h, no Pavilhão do Parque da Cidade. ingresso: Pista R$ 50, Frente Palco R$ 100 e Camarote Open Bar R$ 150. Classificação: pista e frente palco: 16 anos e camarote open bar 18 anos.- Sorriso Maroto e Clima de Montanha, às 22h30, no Villa Mix – Vila Planalto, SHTn Trecho 2 Lote 8 (ao lado do Espaço da Corte). ingresso; frente palco feminino: R$ 50, masculino: R$ 70, camarote feminino: R$ 80, masculino R$ 110. Classificação 18 anos.

Sábado (13/12)- TopLess Weekend, com Thomas gold, Make U Sweat, Marina Diniz e DJ Matheus Hartmann, às 15h, no Centro internacional de Convenções – SCES Trecho 2. ingresso: Sunset masculino R$ 140 e feminino R$ 100- Festa Cult 22, com abelardo Mendes Jr., Bode, Ed, Marcos Pinheiro e Zeca, às 22h, no Velvet Pub – 102 norte. ingresso: R$ 10, até às 23h30; R$ 15, após às R$ 23h30. Classificação 18 anos.- Zero61, com DJ’s Tiko’s groove, Vee Brondi, Paniek, Raul Mendes, Raff e DJellys, às 22h, no Espaço Clube Coat – SCES Trecho 3. ingresso feminino R$ 40 e masculino R$ 60. - Tudo por Ela, com Júlio Rocha, às 19h, no Teatro Brasil 21 Cultural – SHS Quadra 6. ingresso R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Classificação 14 anos.- Sexo – a Comédia, às 21h, no Teatro dos Bancários – 314/315 Sul. ingresso R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Classificação 14 anos.

Este volume reúne duas obras de Lima Barreto – “Diário do Hospício” e o romance inacabado “O cemitério dos vivos”. O primeiro é um documento da internação do escritor, entre o Natal de 1919 e fevereiro de 1920, no Hospício Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro. O segundo enfrenta, em chave ficcional, a experiência da loucura, narrada no primeiro. Publicados postumamente, funcionam como vasos comunicantes. Esta nova edição, além de contar com um prefácio do crítico Alfredo Bosi, oferece um conjunto de informações que entrelaça diferentes disciplinas - crítica literária, história e psiquiatria.

Filme de fantasia e aventura, dirigido por Peter Jackson. O último da trilogia adaptada a partir da obra de mesmo nome do escritor britânico J. R. R. Tolkien. Esse filme tem sua história ligada à de “O Senhor Dos Anéis: A Sociedade Do Anel” , também dirigido por Peter Jackson, lançado em 2001. O longa-metragem estréia na quinta-feira (11).

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Gabriel pontes

16 n Brasília, 6 a 12 de dezembro de 2014 - [email protected]

Triste ironia

Em 1948, chegava para fazer um tes-te no Clube de Ge-neral Severiano

um garoto franzino, de per-nas tortas, com apenas 14 anos, vindo do singelo Es-porte Clube Pau Grande. A maior estrela do Botafo-go à época, Nilton Santos, foi receber os meninos que chegavam para ten-tar uma vaga no clube. E resolveu jogar um pouco com a turma.

Em determinado mo-mento da “peneira”, quando chegara para de-fender um ataque do ad-versário e tomar a bola da-quele garoto das pernas tortas que sassaricava pela ponta direita, Nilton foi sur-preendido. O menino pas-sou por ele com um drible desconcertante como se o melhor lateral esquerdo da história do futebol fosse um qualquer. Nem o garoto. Ele era o Mané Garrincha.

O tal Mané se tornaria um dos maiores da histó-ria do Botafogo, ganharia duas Copas do Mundo e ainda se tornaria um dos melhores jogadores da história do Brasil (já que, como dizia Pepe, Pelé é E.T. e não conta).

A carreira de Garrincha foi curta e vitoriosa, mas o futebol brasileiro rende ho-menagens ao craque até hoje. Na década de 1980, na nova capital do país, Brasí-

lia, um estádio que levava o nome do governador de 1974, Hélio Prates da Silvei-ra, passou por uma refor-ma e foi rebatizado de Está-dio Mané Garrincha.

Como Mané Garrincha, o antigo Estádio Hélio Prates passou pelos

seus m e -l h o r e s m o m e n -tos. Viu os ti-mes de Brasília chegar à primeira divisão, recebeu mais de 50 mil pessoas em um jogo do Gama, acolheu clubes de todo o país e fazia-os sentir em casa.

Em 2009, quando ficou decidido que Brasília seria uma das sedes da segunda Copa do Mundo no Brasil, a Fifa com toda sua imponên-cia, propôs (ou impôs) uma mudança no nome do es-tádio. Brasília teria que ter

uma Arena cujo seu nome deveria carregar o peso da capital do país. Resumindo: teria que se chamar Estádio Nacional de Brasília.

Mané correu por fora, enfrentou o primeiro mar-

cador, o segundo e, as-sim como fez

com N i l -

ton San-tos, não

tomou co-nhecimento do

tamanho de quem estava na sua frente,

mesmo que fosse a toda poderosa Fifa. Passou. Ma-né Garrincha continuou Mané Garrincha. Agora ainda mais nacional – Es-tádio Nacional Mané Gar-rincha. E virou palco para alguns dos maiores cra-ques do mundo.

No domingo (7) o Mané Garrincha terá mais um de-safio pela frente. Não pelo

Antes de encarar a Segundona, Botafogo faz último jogo pela Série A no estádio que tem o nome do maior ídolo da história do clube

Marta e Cia. buscam título em Brasília

O futebol feminino volta à ca-pital federal para a quinta edição do Torneio Internacional. O cam-peonato acontece entre os dias 10 e 21 de dezembro no Estádio Nacional Mané Garincha. Estão confirmadas as seleções do Brasil, atual campeão, Estados Unidos, China e Argentina. Liderado pela capitã Marta, o time vem emba-lado de uma conquista da Copa América, que garantiu vaga no Mundial de 2015.

O Brasil conquistou quatro das cinco edições do Torneio Interna-cional já realizadas. Com a inau-guração da arena brasiliense, no ano passado, a capital do país foi escolhida para receber a competi-ção, depois de quatro vezes conse-cutivas em São Paulo. Mais de 30 mil pessoas foram ao Mané Gar-rincha assistir a decisão do ano passado.

Os jogos serão realizados às quartas-feiras e domingos, sem-pre com rodada dupla. O Brasil tem um clássico contra a Argen-tina já na partida de abertura, na quarta feira (10), às 21h50. No domingo (14), o duelo é contra os Estados Unidos, líder do ranking da Fifa e tetracampeã mundial. O encerramento da primeira fase é contra a China, vice-campeã olím-

pica, na quarta-feira (17), às 21h50. A disputa de

3º lugar e a final se-rão disputadas no

domingo (21), às 16h e às 18h45, respecti-

vamente.Os ingressos estão à ven-

da no site da Bilheteria Digital e custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), e dão direito aos dois jogos da rodada do dia. A no-

vidade fica por conta dos jovens de até 12 anos, que acompanha-dos de um responsável não preci-sarão pagar.

nome, nem pela homena-gem, mas pela honra. O irô-nico destino colocou o Bo-tafogo para se despedir da Primeira Divisão do Cam-peonato Brasileiro justa-mente no Mané Garrincha, que já recebeu, depois da reforma, outros dois jogos do Glorioso - vitória contra

o Fluminense e derrota para o São Paulo.

O motivo da vinda do Botafogo para Brasí-lia não é retribuir o cari-nho da torcida brasilien-se para com o clube, ou agradecer pelo estádio le-var o nome de seu maior ídolo. Desta vez, o objetivo é o dinheiro. O Alvinegro

praticamente perdeu o Ma-racanã na reta final do Bra-sileiro por conta de uma ação judicial movida por Jo-el Santana em 2003 (quan-do era técnico do clube), que penhorou R$ 1,5 mi-lhão. Para escapar da mor-dida financeira, passou a ter que escolher outros es-tádios. Entre eles, o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, e São Januário. Ago-ra, mais uma vez sobrou pa-ra o Garrincha. “Decide aí, Mané!”

Ah, e quem quiser ajudar o clube, ou declarar apoio ao alvinegro terá que desem-bolsar, pelo menos, R$ 80 pa-ra assistir à partida contra o Atlético Mineiro. Os Manés não mereciam.