ÓrgÃo oficial da forÇa sindical ano 22 – no 86 – setembro...

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ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 22 – N o 86 – setembro de 2013 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical Na III CONFERêNCIA GLOBAL, a OIT vai reafirmar que o Brasil é exemplo a ser seguido na redução do trabalho de crianças, apesar de o País ter 1,6 milhão de crianças trabalhando Pág. 13 Unidade mobiliza trabalhadores e incendeia protestos CAMPANHA SALARIAL Paulinho destacou a unidade das Centrais Sindicais na condução do Dia Nacional de Mobilização e Luta, que culminou com greves em empresas e no transporte coletivo, além de manifestações de protesto contra a terceirização e pela Pauta Trabalhista Págs. 4 a 8 Mais de 3,5 milhões de trabalhadores em campanha salarial no País lutam por ganho real de salário Págs. 14 e 15 Mundo debate fim do trabalho infantil em Brasília

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ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 22 – No 86 – setembro de 2013 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical

Na III CoNferêNCIa Global, a oIT vai reafirmar que o brasil é exemplo a ser seguido na redução do trabalho de crianças, apesar de o País ter 1,6 milhão de crianças trabalhando pág. 13

Unidade mobiliza trabalhadorese incendeia protestos

Campanha salarial

Paulinho destacou a unidade dasCentrais Sindicais na condução

do Dia Nacional de Mobilização e luta, que culminou com greves em

empresas e no transporte coletivo,além de manifestações de protesto

contra a terceirização e pelaPauta Trabalhista págs. 4 a 8

Mais de 3,5 milhões de trabalhadores em campanha salarial no País lutam por ganho real de salário págs. 14 e 15

Mundo debate fim do trabalhoinfantil em Brasília

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Mas, para ter efetividade, a Contri-buição Negocial precisará ser regula-mentada, e condicionada à extinção da Contribuição Sindical. Como se sabe, o Anteprojeto de Lei, consensuado no Fórum Nacional do Trabalho, sequer foi enviado ao Congresso Nacional.

Já a PEC 369, de 2005, dispõe que “a lei estabelecerá o limite da Contri-buição Negocial. Será custeada por todos os abrangidos pela negocia-ção coletiva, cabendo à assembleia

geral fixar seu percentual, cujo desconto, em se tratando de entidade sindical de trabalhadores, será efetivado em folha de pagamento”. As Cen-trais Sindicais precisam agora apresentar um Projeto de Lei à presidenta Dilma Rousseff exi-gindo que ela encaminhe a Proposta, em regime de urgência, ao Congresso Nacional.

editorial

Centrais Sindicais e sociedade repudiam PL da terceirização

A luta é por emprego de primeira,e não de segunda categoria

A batalha em torno da terceiriza-ção, travada na Câmara, tem dividido os deputados entre os

que defendem os interesses dos tra-balhadores e aqueles que estão ao lado dos empresários. Os primeiros são contrários ao PL 4330, por pro-por a terceirização sem limites e pro-vocar a regressão de direitos. Já a bancada patronal defende o projeto para reduzir os custos de produção e aumentar seus lucros por meio do rebaixamento salarial e da retirada de muitos be-nefícios dos empregados.

Nos últimos dois anos, a Força Sindical e as demais Centrais têm promovido uma série de paralisações e manifestações de protesto no País contra o PL e em defesa dos direitos dos trabalhadores. É que a proposta permite a terceirização da atividade-fim, não garante aos empregados da terceirizada os mesmos direitos, e a mesma representação sindical, dos trabalhadores da empresa contratante, e não introduz a responsabilidade solidária da

No governo Fernando Henrique Cardoso, a Federação dos Tra-balhadores nas Indústrias da

Alimentação do Estado de São Pau-lo elaborou um Projeto de Lei des-tinado a instituir uma contribuição retributiva de representação sindi-cal vinculada à negociação coletiva. A proposta foi assumida pela Força Sindical, CUT e CGT, e pelo ministro do Trabalho, Paulo Paiva, que com elas se reuniu durante dois dias.

Seu recado foi que, havendo consenso, o pre-sidente encaminharia a proposta como Projeto do Executivo em regime de urgência. Assim, o presidente encaminhou o Projeto ao Congresso Nacional, originando a Lei 11.648, de 31 de mar-ço de 2008, que reconheceu as Centrais e insti-tuiu a Contribuição Negocial.

As Centrais Sindicais não têm econo- mizado esforços para barrar o Proje-to de Lei 4330 – que amplia a tercei-

rização nas empresas e precariza as rela-ções de trabalho –, ainda em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados. Greves em empresas e companhias de transporte co-letivo, interdição de rodovias, passeatas e manifestações de protesto na Câmara são recursos válidos para impedir este assalto aos direitos dos trabalhadores.

De autoria do deputado-empresário San-dro Mabel (PMDB-GO), e em tramitação há nove anos na Casa Legislativa, o PL per-mite às empresas terceiriza-rem a sua atividade-fim para reduzir drasticamente os cus-tos totais de produção. “Trata--se do componente mortal da proposta”, denunciou o 1º se-cretário da Força Sindical, Sér-gio Luiz Leite, o Serginho.

No caso de uma indústria química, por exemplo, todos

contratante em relação às obriga-ções trabalhistas.

O projeto é tão ruim que, além de revoltar trabalhadores e suas enti-dades, foi alvo de sérias críticas da maioria dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de presi-dentes e corregedores dos Tribunais do Trabalho (TRTs), da Associação Nacional dos Magistrados do Traba-lho (Anamatra), da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB) e dos pes-

quisadores do mundo do trabalho. Somente os patrões defendem o PL 4330.

É importante deixar claro que o movimento sindical aceita negociar com os patrões, com o governo e o Congresso uma nova proposta. Mas ela deve preservar a atividade-fim e garantir aos terceirizados os mesmos salários e direitos obti-dos pelos empregados da empresa contratante. As Centrais Sindicais estabeleceram como prio-ridade emplacar o projeto nacional de desenvol-vimento sustentado com valorização do trabalho e distribuição de renda.

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)

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Melquíades de araújo, pres. da Fed. dos Trabalhadores nas Inds. da Alimentação do Est. de São Paulo

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Contribuição Negocial e as Centrais Sindicais

DIRETORIA EXECUTIVA:

Melquíades de Araújo, Antonio de Sousa Ramalho, Levi Fernandes Pinto, Eunice Cabral, Almir Munhoz, Miguel Eduardo Torres, João Batista Inocentini, Paulo Roberto Ferrari, Carlos Alberto dos Reis, Wilmar Gomes dos Santos, Antonio Silvan Oliveira,José Lião, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz,Carlos Antonio Figueiredo Souza, Valdir de Souza Pestana, Terezinho Martins da Rocha, Fernando Destito Francischini,Maria Augusta C. Marques, Francisco Soares de Souza,Gidalvo Gonçalves Silva, Luiz Carlos Gomes Pedreira,Rubens Romão Fagundes, Nilton Rodrigues da Paixão Jr.,Nilton Souza da Silva (Neco), Geraldino dos Santos Silva,Anderson Teixeira, José Pereira dos Santos, Arnaldo Gonçalves, Paulo José Zanetti,Maria Auxiliadora dos Santos, Jefferson Tiego da Silva,Aparecido de Jesus Bruzarrosco, Adalberto Souza Galvão,Ruth Coelho Monteiro, Helena Ribeiro da Silva, Luiz Carlos Anastácio, Hebert Passos Filho, Carlos Cavalcante Lacerda, Elmo Silveira Léscio, Walzenir Oliveira Falcão, Valdir Pereira da Silva, Milton Baptista de Souza Filho, Jamil Dávila e Eliana Aparecida C. Santos

AssEssORIA POlíTICA: Antonio Rogério Magri, Hugo Perez,

João Guilherme Vargas, Marcos Perioto

DIRETOR RESPONSáVEL: João C. Gonçalves (Juruna) JORNALISTA RESPONSáVEL: Antônio Diniz (MTb: 12967/SP)

EDITOR DE ARTE: Jonas de lima REDAçãO: Dalva Ueharo, Fábio Casseb

e Val Gomes REVISãO: Edson Baptista Colete ASSISTENTE: Rodrigo lico

FORÇA SINDICAL NOS ESTADOS (PRESIDENTES)

AC – Luiz Anute dos Santos; Al – Albegemar Casimiro Costa;AM – Vicente de Lima Filizzola; AP – Moisés Rivaldo Pereira;BA – Nair Goulart; CE – Raimundo Nonato Gomes; DF – Carlos Alves dos Santos (Carlinhos); Es – Alexandro Martins Costa; GO – Rodrigo Alves Carvelo (Rodrigão); MA – José Ribamar Frazão Oliveira; MG – Luiz Carlos de Miranda Faria; Ms – Idelmar da Mota Lima; MT – Manoel de Souza; PA – Ivo Borges de Freitas; PB – Evanilton Almeida de Araújo; PE – Aldo Amaral de Araújo; PI – Vanderley Cardoso Bento; PR – Nelson Silva Souza (Nelsão); RJ – Francisco Dal Prá; RN – José Antonio de Souza; RO – Francisco de Assis Pinto Rodrigues; RR – José Nilton Pereira da Silva; Rs – Marcelo Avencurt Furtado; sP – Danilo Pereira da Silva; sC – Osvaldo Olavo Mafra; sE – Willian Roberto Cardoso Arditti; TO – Carlos Augusto Melo de Oliveira

ESCRITÓRIO NACIONAL DA FORÇA SINDICAL Em BRASÍLIA:SCS (Setor Comercial Sul) – Quadra 02 – Ed. Jamel Cecílio3o andar – Sala 303 – ASA Sul – 70302-905 Fax: (61) 3037-4349 – Telefone: (61) 3202-0074

é uma publicação mensal da central de trabalhadores FORçA SINDICAL

Rua Rocha Pombo, 94 – liberdade – CEP 01525-010Fone: (11) 3348-9000 – s. Paulo/sP – Brasil

FUNDADOR: Luiz Antonio de Medeiros PREsIDENTE: Paulo Pereira da Silva (Paulinho) sECRETÁRIO-GERAl: João Carlos Gonçalves (Juruna) TEsOUREIRO: Luiz Carlos Motta

expediente

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[email protected]

twitter.com/centralsindical

terceirização

Força Sindical realiza manifestação de protesto em Brasília exigindo a derrubada do Projeto que amplia a terceirização e reduz direitos

Pontos negativos do PL 4330• Possibilidade de terceirizar a atividade-fim;

• A empresa contratante não se responsabiliza pelos direitos trabalhistas dos terceirizados (no caso de a contratada não honrar seus compromissos);

• Não foi definido como deve ficar a representação sindical;

• O patrão não precisa informar os sindicatos quando resolverem terceirizar;

• Não propõe a regulamentação da terceirização no serviço público.

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os empregados da produção passam a ser terceirizados. Na prática, a companhia pode contratar uma outra indústria para programar, controlar e tocar sua produção, terceirizando operários, gerentes, chefes e todo o pessoal administrativo.

Em uma sessão plenária na Câmara dos Deputados para debater o PL e o texto do relator Arthur Maia (PMDB-BA), o 1º secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, foi taxativo ao declarar que a Central, e todo o movimento sindical, repudiam a matéria por não garantir li-mites à terceirização. “Além disso, o PL não garante a representação sindical

dos terceirizados, permite a quarteiriza-ção e atenta contra a saúde e a seguran-ça do trabalho”, revelou.

Estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômi-cos (Dieese) comprovam que, em rela-ção aos contratados diretos, o trabalhador terceirizado permanece menos tempo no emprego (2,6 anos a menos), tem jorna-da de três horas a mais, seus ganhos são 27% menores e sofre mais acidentes. A cada dez acidentes de trabalho, oito ocor-rem entre terceirizados.

De acordo com o 1º secretário da Força, o movimento sindical precisa mobilizar

suas bases para pressionar a Câmara dos Deputados, governo e patrões a abrirem mão do PL 4330, ao mes-mo tempo negociando outra proposta que atenda aos in-teresses dos trabalhadores. “Vamos ter que brigar muito para atingir o nosso objetivo”, acredita Serginho.

Serginho: o movimento sindical repudia o PL que regulamenta

a terceirização sem limites

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A proposta das Centrais Sindicais, de derrubar o Projeto de Lei 4330,

que amplia a terceirização da mão de obra, inflamou os protestos de 30 de agosto, o Dia Nacional de Mobiliza-ção e Luta. Segundo o movi- mento sindical, milhões de pesoas participaram de ações de massa nos Esta-dos. Houve paralisações em indústrias, no aeroporto de Viracopos, em Campinas, eem portos. Ultrapassaram as expectativas as greves do transporte coletivo em sete capitais, além de manifesta-ções, atos públicos e pas-seatas. Avenidas, estradas e rodovias sofreram inter- rupção por causa das ma-nifestações.

Os protestos da Força Sin-dical, CTB, CUT, UGT, Nova Central, Conlutas, CGTB e CSB levaram o Planalto a sinalizar com a abertura das negociações em torno da Pauta Trabalhista para acalmar os ânimos do movimento sin-dical. Além da revogação do PL da terceiri-zação, as Centrais decidiram priorizar a luta pelo fim do Fator Previden-ciário, pela redução da jor-nada de trabalho, sem corte nos salários, e pelo aumento dos investimentos em saú-de, educação e segurança.

Greves e manifestações

Em São Paulo, os aposen-tados fizeram uma vigília em frente a Superintendên-cia do INSS, e os metalúr-gicos realizaram atos em frente a indústrias na Zona Sul da Capital paulista. Pro-testaram ainda os químicos, os empregados da alimenta-

30 de agosto

incendeia protestosLuta contra a terceirização

ção, gráficos e têxteis. Os trabalhadores de Osasco, da construção civil de São Paulo, Santos e as costureiras saíram em passea-ta. Os principais acessos à cidade de San-

tos foram bloqueados pelos manifestantes, e as indústrias de Cubatão pararam.

Presidente da Força Sindical, Paulo Pe-reira da Silva, o Paulinho, declarou ser

fundamental a derrubadado PL da terceirização porprecarizar as relações detrabalho. Assim como o Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilização, de 11 de julho, “os protes-tos tiveram abrangên- cia nacional, e a PautaTrabalhista foi defendida pelos manifestantes e sindicalistas, que querem negociar com o Planalto

e com o Congresso”, afirmou Paulinho. “A presidenta atende apenas os patrões, e não os trabalhadores”, acusa Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Meta-lúrgicos de São Paulo.

Os trabalhadores da construção civil e as costureiras saíram em passeata até a Superintendência do INSS

Vigília dos Aposentados por um País digno com valorização do trabalho e das aposentadorias

Juntos com Paulinho, os metalúrgicos engrossaram o movimento por um Brasil melhor com respeito aos direitos trabalhistas

O Sindicato das Costureiras comandou os protestos da categoria e marcou presença nas manifestações

A unidade das Centrais Sindicais marcou o Dia Nacional de Luta e Paralisação pela Pauta Trabalhista em Osasco

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pauta

30 de agosto

Além de paralisações, os manifestantes interromperam o tráfego de veículos em avenidas e estradas do País

Os trabalhadores em edifícios destacaram a luta contra a terceirização e pelo fim do Fator Previdenciário

mobiliza e unifiCa luta no interiorAs manifestações de trabalhadores

exigindo a extinção do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, o fim do Fator Previdenciário e a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, empolgaram o Interior de São Paulo e unificaram a luta das Centrais Sindicais,em 30 de agosto, Dia Nacio-nal de Mobilização e Luta. Também rei-vindicaram transporte público gratuito, saúde e educação “padrão Fifa”, refor-ma do sistema político e valorização das aposentadorias.

A Regional da Força em Piracicaba fez manifestação em frente o Terminal Central de Ônibus, e saiu em passea-ta, mobilizando mais de 10 mil pes- soas. Em Sorocaba, a Central Regional e sindicatos realizaram um ato em fren-te o posto do INSS. Os trabalhadores realizaram uma manifestação em frente a agência do INSS, em Barretos, reivin-dicando aposentadoria digna.

Manifestantes param ViracoposJuntos, trabalhadores da alimentação

e metalúrgicos do município promove-ram um ato em frente o Frigorífico JBS Friboi. A Regional Campinas da Força Sindical e os aeroviários pararam o Aero-porto de Viracopos, provocando atrasos e cancelamentos de aproximadamente 20 voos. Também houve ocupação da área de check in por mais de uma hora.

Bloqueio na Anhanguera“A Força Sindical Regional de Ribei-

rão Preto, as demais Centrais e cerca de 300 manifestantes paralisaram o tráfego na Rodovia Anhanguera, no município de Ribeirão Preto, por uma hora”, informou Edmilson Domingues, coordenador da Regional da Força e presidente do Sindicato dos Metalúrgi-cos do município.

Santos/Rio ClaroLiderados por sindicatos da Baixada

Santista, manifestantes bloquearam a avenida da praia de Santos e a avenida

Martins Fontes, na entrada da cida-de. O coordenador da Força Sindical, Herbert Passos, criticou o governo por não negociar. O Sindicato dos Quími-

cos de Rio Claro fez manifestação em frente o posto da Previdência Social, declarou Djalma de Paula, presidente da entidade.

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Desenvolvimento e distribuição de renda

Segundo o secretário-geral da Força Sin-dical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o conjunto de reivindicações das Centrais Sindicais foi entregue ao governo federal em 2010. “Com a Pauta Trabalhista, preten-demos garantir direitos, avançar nas con-quistas e associar desenvolvimento com distribuição de renda”, completou Sérgio

Luiz Leite, 1º secretário da Central. “Hou-ve protestos ainda em Mauá”, informou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Região, Cícero Firmino da Silva, o Martinha, enquanto 3,5 mil me-talúrgicos da GM de São Caetano do Sul interromperam a produção por duas horas, revelou o presidente do Sindicato dos Me-talúrgicos do município, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

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www.fsindical.org.br30 de agosto serviços

protestos param transporte Coletivoem sete Capitais

Os trabalhadores deflagraram gre-ves de ônibus, manifestações de protesto e passeatas nos Estados

brasileiros no Dia Nacional de Mobiliza-ção e Luta, em 30 de agosto. As ações de massa tiveram o objetivo de mostrar ao governo e ao Congresso que o movimen-to sindical vai intensificar a luta pela con-

quista das reivindicações que constam da Pauta Trabalhista. Os manifestantes para-ram o transporte coletivo em sete capi-tais — Porto Alegre, Belo Horizonte, São Luís, Fortaleza, Salvador, Palmas e Vitória. Interromperam avenidas, estradas e ro-dovias estaduais e federais. Os protestos ultrapassaram as expectativas.

As Centrais Sindicais lutam pela derru-bada do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização e precariza as relações de trabalho, e pela revogação do Fator Pre-videnciário, redução da Jornada de traba-lho, com a manutenção dos salários, e por mais investimentos em saúde, educação, segurança e transporte coletivo.

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Trabalhadores alavancam CRESCIMENTOO setor de serviços tem tido

uma participação crescente na formação do PIB ao longo

dos últimos anos, totalizando 68,5% em 2012. “Na verdade, esta é uma tendência mundial para o setor”, diz Camila Ikuta, da subseção do Die-ese na Força Sindical. No Brasil, as negociações salariais do setor têm sido favoráveis, com acordos, em sua maioria, garantindo a reposição ou superando os índices de inflação. Camila diz ainda que os dados mostram que, no ano passado e nos primeiros sete meses de 2013, a geração de empregos no setor é responsável por cerca de 50% a 60% do total de vagas criadas no País.

Para Aires Ribeiro, presidente da Fede-ração dos Sindicatos dos Servidores Pú-blicos Municipais do Estado de SP, e da Confederação dos Servidores Públicos Municipais, o crescimento da população requer uma maior demanda de serviços públicos na construção de creches, esco-las e postos de saúde, na área de segu-rança e geração de emprego. Segundo o IBGE, o número de servidores municipais cresceu 86% desde 1999 (atualmente são mais de seis milhões de trabalhado-res nas prefeituras). “A valorização do salário mínimo também contribuiu para o crescimento dos pisos sa-lariais do setor, refletindo posi-tivamente no PIB nacional”, comenta Aires Ribeiro.

Crescimento econômico

Na opinião do pre-sidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Pau-lo (Sindifícios), Paulo Roberto Ferrari, o se-tor tem tido uma atua-ção destacada no cres-cimento econômico do

DesenvolvimentoPara Hélio Amâncio Pinto, presidente

do Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Campo Grande/MS, o setor tem con-tribuído com o desenvolvimento na-cional devido ao crescimento da rede hoteleira e dos restaurantes em todo o País. Em Campo Grande, a catego-ria possui hoje sete mil trabalhadores. “Este número é crescente na cidade”, observou Hélio.

Antes mesmo da “Lei da Domés-tica”, o mercado de trabalho para os empregados domésticos vinha mu-dando nos últimos anos: os salários

aumentaram, a informalidade caiu e o perfil educacional melhorou. Jorge Ednar Francis-co, o Jorginho, presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos do ABC e Região, que representa hoje 50 mil trabalhadores, concorda que estas mudanças ajudam o PIB. “Com renda maior, nossa categoria tem mais poder de compra, consome mais e contribui para girar a roda da economia”.

raimundo: mototaxistas contribuem para o desenvolvimento do País

Paulo ferrari: setor de edifícios teve uma atuação destacada no crescimento econômico

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País por causa da evolução da construção civil. Na Capital paulista há cerca de 250 mil trabalhadores, entre zeladores, portei-ros, vigias, faxineiros, ascensoristas, gara-gistas e folguistas.

Raimundo Nonato, presidente da Fede-ração dos Mototaxistas e Motofrete do Estado do Pará, disse que “a categoria vem crescendo desde o início dos anos 1990, contribuindo ‘com certeza’ para o desenvolvimento do Brasil”. As duas cate-gorias (mototáxi e motofrete) têm 1, 8 mi-lhão de microempreendedores individuais no País, atuando principalmente nas regi-ões Norte e Nordeste.

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Os estivadores do Porto de Santos vão realizar manifestações de pro-

testo, ocupação de navios e podem até deflagrar uma gre-ve caso a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Em-braport) mantenha sua posição de não chamar mais os estiva-dores para as operações.

Segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, a Embra-port descumpriu o acordo firmado entre as partes no Ministério do Trabalho e Em-prego, em setembro, e vem se recusando a usar mão de obra avulsa. “Não vamos aceitar e, se for preciso, vamos ocupar (na-vios)”, garantiu Rodnei.

Ele disse que o encontro, que contou com a participação de representantes dos

Portos

Elaborar uma agenda co-mum e promover a unida-de na ação é a saída que

o movimento sindical brasilei-ro encontrou para enfrentar a crise econômica internacional, que começou nos Estados Uni-dos no fim de 2008. A declara-ção, do diretor de Relações In-ternacionais da Força Sindical, Nilton Souza da Silva, o Neco, foi manifestada na 9ª edição do Fórum Internacional sobre Globalização Econômica e Sin-dicatos, organizado pela Fede-ração Nacional dos Sindicatos da China (NSCH), no começo de setembro, em Beijing.

Segundo ele, com a Pauta Trabalhista as Centrais reforça-ram a unidade das várias cor-rentes políticas do movimento

Uma série de ações práticas, com o objetivo de reparar as injustiças que foram praticadas durante a ditadura

militar, que comandou o País de 1964 a 1985, foram marcadas por representantes da Força Sindical e das demais Centrais, que fazem parte do ‘Grupo de Trabalho Di-tadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical’, criado pela Comissão Nacional da Verdade.

Depois do ato realizado no Sindicato dos

O Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Pau-lo decidiu aguardar o re-

sultado da contestação que a Prefeitura fará contra decisão da Justiça que obrigou, desde 27 de agosto, a administração a não conceder, renovar ou transferir nenhum alvará para taxistas da cidade de São Pau-lo. “Vamos aguardar a contes-tação da Prefeitura, que terá um prazo para embasar sua de-

trabalhadores e da empresa, foi intermediado por José Lo-pez Feijoó, assessor especial da Secretaria-Geral da Presi-dência da República, e Manoel Messias, secretário de Rela-ções do Trabalho do MTE.

Greve nacional O presidente da Federação

Nacional dos Estivadores, Wil-ton Ferreira Barreto, disse que

os trabalhadores podem parar os portos brasileiros novamente, a exemplo da greve nacional deflagrada em fevereiro passado em defesa da contratação de trabalhado-res avulsos pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), entre outras reivindicações.

“Se necessário for, vamos convocar uma plenária para definir rapidamente uma greve geral, e a responsabilidade será dessa em-

sindical. “Tanto que todas as Centrais defendem a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, o fim do Fator Previdenciário, a ratificação da Convenção 158 e a regulamen-tação da Convenção 151, entre outras”, frisou o dirigente.

AFL-CIOEm discurso proferido no

Congresso da AFL-CIO, em Los Angeles, EUA, o vice-pre-sidente da Central, Miguel Tor-res, disse que a falta de diálo-go do governo Dilma Rousseff tem impedido que os trabalha-dores avancem na conquista da regulamentação da tercei-rização, do fim do Fator Previ-denciário e da redução da jor-nada de trabalho.

Engenheiros de São Pau-lo, no dia 1º de outubro, denominado Ato Nacional – CGT – 1964, sobre o gol-pe de 64, o grupo definiu para 7 de outubro um ato para lembrar o massacre de Ipatinga (MG).

Em novembro, a ação será realizada na Baixada Santista, região histórica na qual a repressão perseguiu e torturou trabalhadores, enquanto o Minis-tério do Trabalho intervinha nos sindicatos. Em Osasco, os trabalhadores farão um ato para lembrar a greve de 83, com data ainda a ser definida.

Reconhecimento “Exigimos o reconhecimento político do

papel da classe trabalhadora durante o pe-

fesa”, afirmou o presidente da entidade, Natalício Bezerra.

Segundo ele, o prefeito Fer-nando Haddad está ao lado da categoria e do Sindicato na luta contra a decisão da Justiça, que determina também que a Prefeitura realize nova licitação para a operação do serviço em até 180 dias. “Já estamos ana-lisando todas as medidas jurídi-cas cabíveis neste caso, porém vamos aguardar primeiro a de-cisão da Justiça sobre o recur-so da Prefeitura”, disse Bezerra.

“A decisão é resultado de uma ação civil proposta pelo Ministério Público Estadual, em 2011, que cobrava a realiza-ção da licitação sob o argumen-to de que a operação dos táxis é um serviço público”, declarou o sindicalista.

totaxi disse ainda que a di-retoria do Sindicato vai se envolver numa nova polêmi-ca. Trata-se da concessão de novos alvarás para profissio-nais que já estão trabalhando no mercado como auxiliares. “Não podemos superlotar a praça de mototaxistas”, expli-cou ele, acrescentando que pretende negociar com o go-verno de Mato Grosso a re-dução do prazo de três para dois anos para o mototaxista comprar nova moto com me-nos tributos.

“Também estamos lutan-do para iniciar a construção da sede própria do Sindica-to, prometida pelo governo de Mato Grosso do Sul”, re-velou Caburé.

presa, que quer, a todo custo, fomentar o desemprego da categoria”, criticou Barreto.

Reunião em outubroAutoridades, sindicalistas e negociado-

res da Embraport estabeleceram a data de 8 de outubro para uma nova rodada de negociações, no mesmo local. “A empresa está adotando uma medida unilateral, e os trabalhadores vão responder à altura se o navio começar a operar”, disse o represen-tante da categoria.

O presidente dos Estivadores de Santos acusou os responsáveis pelo terminal de não considerarem os termos da ata lavrada na reunião. “Além da quebra de palavra e da confiança, a atitude representa uma afronta aos portuários e, principalmente, um gran-de desrespeito com o próprio governo, que designou duas importantes autoridades para mediarem as negociações,” declarou.

A delegação da Força Sindi-cal também se reuniu com diri-gentes do UAW (sindicato dos metalúrgicos do setor automo-bilístico nos Estados Unidos), no Mississipi, para prestar soli-dariedade aos trabalhadores da Nissan, “que sofrem com prá-ticas antissindicais”, informou o 1º secretário da Força, Sérgio

ríodo em que foi submetida à repressão”, afirmou o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “O sucesso deste grupo de trabalho passa pela unidade de ação de todos os participantes”, apontou a secretária Nacional de Direitos Humanos da Central, Ruth Coelho Monteiro.

Segundo Juruna, o papel da Comissão Nacional da Verdade é resgatar a verdade e reparar as injustiças que foram cometi-das pelos militares nos anos da ditadura. “Os criminosos devem ser punidos”, pro-pôs o sindicalista.

Ruth declarou que o Grupo de Trabalho já iniciou o reconhecimento de arquivos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que são fundamentais para o conhecimen-to da história do trabalho e do sindicalismo brasileiros. “Há anos que reivindicamos o acesso a esta documentação”, afirmou ela.

Luiz Leite, o Serginho. Depois, se encontraram com trabalha-dores da montadora, no muni-cípio de Jackson. No local da reunião foi colocada uma faixa do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, anunciando: “Mo-bilização. Seja qual for o idio-ma, ela depende da união dos trabalhadores”.

internacional

mototAXIStASalvará

Taxista aguarda resultadode contestação da Prefeitura

Sindicato luta pelo mototaxímetro

Estivadores ameaçam com greve nacional

Protagonismo se faz com unidade na luta

Sindicalistas planejamatos no Estado

Natalício bezerra, aguarda decisão da Justiça

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çacomissão da verdade

rodnei: “Não vamos aceitar e, se for preciso, vamos ocupar”

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O Sindicato dos Mototaxis-tas de Campo Grande

(Sindmototaxi) pretende im-plementar o mototaxímetro para calcular os valores das corridas. “Com este instru-mento, vamos moralizar de vez o serviço”, informou o presidente da entidade, Dor-vair Boaventura, o Caburé.

Segundo ele, a falta de um medidor para marcar o valor do transporte do pas-sageiro provoca problemas na prestação do serviço por-que gera insegurança para o passageiro e para o condu-tor. “Precisamos de um me-didor que promova a lisura e a transparência no transpor-te”, afirma o sindicalista.

O presidente do Sindmo-

Arnaldo Gonçalves, Juruna e Ruth lutam por reconhecimento político da comissão

Unidade na ação foi a alternativa que as Centrais brasileiras encontraram para enfrentar a crise econômica

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www.fsindical.org.br

Numa blitz realiza-da em São José do Rio Pardo (SP),

fiscais do Ministério do Trabalho encontraram crianças de sete anos munidas de facões e tra-balhando sob um sol in-clemente. Apesar disto, perto de 300 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil, de 2008 a 2011, segundo revelou a Organização Internacio-nal do Trabalho (OIT).

A Organização recomendou às outras nações a tomar o Brasil como exemplo a ser seguido, apesar de o País ainda reunir 1,6 milhão de crianças em postos de tra-balho. Cerca de 215 milhões de crianças e adolescentes trabalham nos cinco conti-nentes, e mais da metade está exposta às suas piores formas.

As metas estabelecidas pela comuni-dade internacional fixaram o ano de 2016 como limite para a erradicação das piores formas de trabalho infantil. Por isto, foi lan-çada a Marcha Virtual por um Mundo Livre do Trabalho Infantil, doando simbolicamente a foto de seu perfil no twitter ou facebook. A imagem fará parte de um painel que for-mará a imagem de um catavento, símbolo mundial do enfrentamento ao problema.

A poucos dias da III Conferência Glo-bal sobre o Trabalho Infantil, que será realizada de 8 a 10 de outubro, em Brasí-lia, os internautas têm a oportunidade de somar esforços ao movimento global con-tra o trabalho infantil.

De Haia a BrasíliaOs usuários ajudarão virtualmente a

percorrer o trajeto entre Haia, na Holanda, sede da última Conferência Global sobre o Trabalho Infantil, e Brasília, que rece-berá o próximo evento. Cada pessoa que apoiar a iniciativa estará também contri-buindo com 100 metros simbólicos dessa

trajetória, de mais de 8 mil quilôme-tros, que separam as duas cidades.

A III Conferência será uma oportu-nidade de se fazer um balanço dos pro-gressos alcançados desde a adoção da Convenção nº 182 da OIT, sobre a eliminação das piores formas de tra-balho infantil. “O movimento sindical precisa denunciar o trabalho de crian-ças fazendo denúncias nos seus jor-nais, boletins e redes sociais”, afirma Vilma Pereira

Pardinho, 1ª secretária da Criança e Adolescente da Força Sindical.

CONFERÊNCIAmetalúrgico

Assinada pela artista plás-tica Tomie Ohtake, a obra ‘Monumento ao

Trabalhador’ foi doada à cidade de Santo André pelo Sindicato dos Metalúrgicos do município como parte das comemorações dos 80 anos de fundação da en-tidade, completados no dia 23 de setembro. Com 12 metros de altura, 2,5 metros de largura e 15 toneladas, o Monumento será instalado no Paço Munici-pal, entre o espelho d’água e o prédio da Câmara Municipal.

Cícero Firmino da Silva, o Martinha, presidente do Sindi-cato, observou que Santo An-dré possui 27 monumentos, mas nenhum é dedicado aos trabalhadores. Foi a partir des-sa constatação que nasceu a ideia da obra.

Esculpida em aço carbono e

O presidente do Sindicato dos Traba-lhadores na Construção Civil de São Paulo, Antônio de Sousa Ramalho,

pretende criar um “exército de fiscais, constituído por representantes dos empre-

na forma que remete ao sím-bolo do infinito, a obra, que ga-nhará uma cor vermelha espe-cial, chamada Sunburst 84 Ford, transmite leveza, que confere um significado especial à ho-menagem aos trabalhadores. A escultura se encontra na fase final de execução na SCA Cal-deiraria, de Ribeirão Pires.

Martinha explicou que Tomie Ohtake definiu todos os detalhes, inclusive a escolha da cor e da empresa encar-regada de fazer a escultura.

ACIDENTE DE TRABALHO

Sindicato doa obra deTomie Ohtake para a cidade de Santo André

Ramalho propõe criação de um ‘exército de fiscais’

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Nascida no Japão, Tomie Ohtake veio para o Brasil em 1936 enaturalizou-se brasileira em 1968. Às vésperas de completar

100 anos, ela tem em monumentos grandiosos e coloridos uma das facetas de suas criações consagradas internacionalmente, duas delas em homenagem à imigração

japonesa, instaladas em São Paulo e em Santos.

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gados, do Poder Público e da sociedade ci-vil, para brecar as construções irregulares e acabar com os acidentes nos canteiros de obras. A proposta foi apresentada ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad,

que se colocou à dis-posição para “construir juntos a proposta”.

“Não queremos mais desabamentos de pré-dios, como ocorreu numa construção na Zona Leste, que matou

10 operários e feriu 26”, disse Ramalho. Se-gundo ele, a proposta apresentada ao pre-feito prevê a participação de segmentos da sociedade. Como exemplos, o sindicalista citou a criação de vigilantes da vida na cons-trução, a utilização de estudantes de enge-nharia para a elaboração de plantas e acom-panhamento das obras e a criação de um espaço no site da Prefeitura que possibilite à população denunciar obras irregulares.

Ramalho também se encontrou com Luiz Antônio de Medeiros, titular da Supe-rintendência Regional do Trabalho e Em-prego de São Paulo (SRTE/SP). “Aproveitei a oportunidade para externar a preocupa-ção da categoria com relação à falta de fis-calização nos canteiros de obras”, afirmou.

Juruna e Ramalho são recebidos por Haddad que prometeu mais fiscalização nas obras

“Temos que participar da construção de políticas pú-blicas que priorizem a erra-dicação do trabalho infantil e dos conselhos e comis-sões que tratam do assun-to”, completou.

Símbolo mundialPor meio do aplicativo da Marcha Virtual,

os internautas podem somar-se aos esfor-ços globais, contribuindo com suas fotos para formar o símbolo mundial da mobiliza-ção contra o trabalho infantil, o catavento, que chegará à Conferência em Brasília.

O catavento de cinco pontas foi esco-lhido como símbolo mundial de combate ao trabalho infantil por ser representati-vo dos cinco continentes, da diversida-de, também carregando o significado de

movimento e sinergia, simbolizan-do a necessidade constante de

ações em prol da eliminação do trabalho infantil.

Vilma: “Temos que construir políticas que priorizem a erradicação do trabalho infantil”

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www.fsindical.org.brCampanha salarial

Trabalhadores intensificamluta por ganho real e benefíciosMais de 3,5 milhões de trabalhado-

res de Sindicatos ligados à Força Sindical estão em campanha sala-

rial no País, dispostos a brigar por aumento real, reposição da inflação, redução da se-mana de trabalho sem o corte nos salários, fim das terceirizações e renovação da con-venção coletiva, que está prestes a expirar.

Neste segundo semestre, as negocia-ções vão envolver metalúrgicos, químicos, comerciários, têxteis, alimentação, gráfi-cos e frentistas, entre outros. O presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, Cláudio Magrão de Camar-go Crê, disse que a categoria não vai abrir mão do ganho real de salário, entre outros pleitos. A Federação negocia junto com 53 sindicatos filiados, que representam 800 mil metalúrgicos.

No dia da entrega da pauta de reivindica-ções na Federação das Indústrias do Esta-do de São Paulo (Fiesp), Magrão observou que a mobilização de todos os Sindicatos no ato de entrega da pauta na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) demonstrou unidade, organização e mobilização para a conquista de melho-res salários, condições de trabalho e mais qualidade de vida.

Miguel Torres, presidente do Sindica-to dos Metalúrgicos de São Paulo, disse que irá “centrar fogo no aumento real e na jornada de 40 horas”. Para ele, a redução das horas trabalhadas na base metalúrgica

servirá de pressão para o estabelecimento da jornada semanal para todos os trabalha-dores brasileiros.

Redução da jornadaA Federação dos Trabalhadores nas In-

dústrias Químicas do Estado de São Paulo, e os 33 sindicatos filiados, negociam para 116 mil trabalhadores, que reivindicam rea-juste salarial, valorização do piso, aumento real de 6% e PLR. Sérgio Luiz Leite, o Ser-ginho, presidente da Fequimfar, destacou que serão negociadas apenas cláusulas econômicas, pois no ano passado as so-ciais foram garantidas por dois anos.

Wilson Vidoto Manzon, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores nas In-

dústrias da Alimentação do Estado de São Paulo (Fetiasp), explicou que estão em an-damento as negociações para mais de 235 mil trabalhadores dos setores de torrefa-ção, padarias e plúrimo (balas e biscoitos, além de outros).

A Fetiasp já fechou acordo com o setor de laticínios, beneficiando 50 mil empre-

gados com reajuste de 7,07%, disse Geraldo Pires, coordena-dor de negociação da Fetiasp.

Acordo assinadoO presidente da Federação

dos Comerciários do Estado de São Paulo, Luiz Carlos Motta, informa que luta por uma cláusula de PLR que garanta o benefício para todos os 2,5 milhões de comerciários, inde-pendentemente do tamanho

Já em andamento, a campanha salarial nos Estados também prioriza a reposição da inflação,

aumento real de salários e a reno-vação das cláusulas sociais da atual convenção coletiva. Com data-base em 1º de setembro, os 10 mil me-talúrgicos de Gravataí definiram que será de 10% o índice de reajuste sa-larial a ser levado para as negocia-ções com os empresários.

Valcir Ascari, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do município, revelou que o índice de 10% já foi conquistado pelos trabalhadores da Carlos Beker. “É um parâmetro para a campanha salarial da categoria”, diz.

A Federação dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro negocia para os trabalha-dores inorganizados de 16 municípios, e apoia a campanha do Sindicato dos Metalúrgicos de Duas Barras e Região,

do estabelecimento. A cam-panha é em conjunto com 68 Sindicatos filiados, e reivindica valorização do piso, aumento real de 5% e jornada de 40 ho-ras, além de outros itens.

Segundo Motta, foi fechado o acordo coletivo com os ata-cadistas do ramo farmacêuti-co em meados de setembro. Os pisos dos práticos de far-mácia serão reajustados em 9%, dos quais 2,03% de aumento real e mais o INPC, de 6,97%. As demais fai-xas salariais serão majoradas em 8,5%. A data-base da categoria é 1º de julho, e o reajuste será retroativo.

A Federação dos Trabalhadores das In-dústrias Gráficas do Estado de São Paulo, e mais 14 sindicatos filiados, reivindicam 6% de aumento real e melhorias nas cláusulas sociais para os 100 mil trabalhadores grá-ficos com data-base em outubro (jornais e revistas) e novembro (indústrias gráficas).

Os têxteis querem aumento real de 5%, piso de R$ 1.100, PPR de R$ 750 e redu-ção de meia hora semanal na jornada de

Estados também priorizam salários

Direção da Fetiasp se reúne

com os patrões do segmento plúrimo para

negociar a convenção coletiva

dos trabalhadores

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entidade com apenas um ano de existência. “Todos na luta por aumento real de 4%, piso salarial, cesta básica, PLR e jornada de 40 horas”, disse Sér-gio Claudino, vice-presidente da Federação.

ComerciáriosJá foi aprovada a pauta de

reivindicações dos 100 mil co-merciários de Porto Alegre, com data-base em 1º de novembro. O pre-sidente do Sindicato dos Comerciários, Nilton Souza da Silva, o Neco, quer aumen-to real, trabalho decente para a categoria e mais direitos sociais.

Os cerca de 300 trabalhadores da Si-derúrgica Vetorial, após greve organizada pelo Sindicato da categoria, em Corumbá, conquistaram piso de R$ 1.035, piso dos auxiliares de R$ 735 (acima do piso, o au-

mento será de 7,5%), PLR, vale-farmácia de R$ 40, cesta básica de R$ 200 e vale-gás de R$ 58. O presi-dente do Sindicato, Johans Rogério de Pinho Loureiro, informou que “pode dobrar o número de trabalhadores com a operação de um se-gundo forno”.

“Os mais de 2 mil frentis-tas, de 143 municípios cata-rinenses, também reivindi-cam aumento real de salário e benefícios”, informou Jus-

cemar da Maia Pavão, presidente do Sindicato da categoria em Chapecó e Região.

Já os químicos de Uberaba, que têm data-base em 1º de novembro, querem ganho real e reajuste do auxí-lio-educação, farmacêutico e creche, tíquete-alimentação e adicional notur-no de 50%, disse Maria das Graças Carriconde, presidenta do Sindicato.

Valcir ascari: aumento de 10%tornou-se parâmetro para acampanha salarial dos metalúrgicos

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Vidoto: “A nossa pressão nas portas da fábrica é por aumento real”

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trabalho sem redução de salário. Cláudio Peressim, presidente do Sindicato da ca-tegoria em Santa Bárbara d´Oeste, que ne-gocia em conjunto com os Sindicatos de Nova Odessa, Americana e Sumaré, num total de 25 mil trabalhadores, destaca tam-bém a forte luta contra a terceirização

O Sindicato dos Trabalhadores nas In-

dústrias de Brinquedos de São Paulo ne-gocia por empresa a data-base da catego-ria, 1º de junho. O Sindicato já fez acordos com 166 indústrias, mas ainda faltam 64. Os patrões oferecem a inflação de 6,95%. “No entanto, queremos um aumento real significativo”, declarou a presidenta do Sindicato, Maria Auxiliadora dos Santos.

Auxiliadora dirige assembleia de greve em empresa de brinquedos cujos operários reivindicam aumento real de salário

Metalúrgicos estão mobilizados por

aumento real, redução da jornada, fim da

terceirização e Plr

Motta comanda a campanha salarial que reúne 68 Sindicatos no Estado

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Magrão: categoria mostrou unidade, organização e mobilizaçãona luta por melhores salários

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16 jornal da força sindical — no 86

memória sindical

Desde sua fun-dação, em 23 de

julho de 1963, pas- sando pela intervençãomilitar, pela famosa gre-ve de 1968, pela luta porsaúde e segurança para o trabalhador e por relevan-tes projetos sociais, como o Eremim, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco se consolidou na história social do Brasil como um exemplo de compromisso para com o trabalhador.

Entre os anos de 1932 e 1963, os me-talúrgicos de Osasco foram representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Mas o espírito autonomista, que já tomava conta do povo osasquense, atingia também os sindicalistas. Nos primeiros anos da década de1960 havia, no então bairro de Osasco, um Partido Comunista forte, um PTB forte e uma importante cor-rente da Igreja Católica Progressista. Ha-via, em outras palavras, condições para a formação de uma organização autônoma e forte dos trabalhadores naquela região.

Com a emancipação municipal de Osas-co, em 1962, a organização de um sindica-to próprio era só uma questão de tempo. Conrado Del Papa, suplente do Conselho Fiscal do Sindicato paulistano, e outros di-rigentes, foram em frente e deram o pri-meiro passo criando a Associação dos Tra-balhadores Metalúrgicos, Mecânicos e de Material Elétrico de Osasco, durante o III Congresso dos Meta-lúrgicos do Estado de São Paulo, na cidade de Piraci-caba, em 1963.

Em 15 de junho daquele ano foi emitida a Carta do Ministério do Trabalho au-torizando a Associação a se desfiliar do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. E, com a obtenção da Carta Sindical (em 23 de julho), a

fundação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indús-trias Metalúrgicas, Mecâ-nicas e de Material Elétri-

co de Osasco ocorreu em 13 de setembro de 1963.

A primeira diretoria, tendo Conrado Del Papa como presidente, Roberto de Oliveira como vice-presidente e Lino Fer-reira dos Santos como secretário-geral, abrangeu diversas tendências, conforme explicação de Del Papa em depoimento concedido por ocasião dos 30 anos do Sindicato (em 1993):

“Não tem sentido fazer uma chapa só do Partido Socialista, só do Partido Comunis-ta, só da FNT ou só independente. Então fizemos uma assembleia ampla convidan-do todos os companheiros a participar e formar uma chapa referendada por todos”.

Esta primeira gestão foi marcada pela Greve dos 700 mil, em novembro de 1963, ocorrida concomitantemente com a primei-ra campanha salarial do Sindicato. Entretan-to, a vida do Sindicato sob um regime de-mocrático duraria apenas seis meses.

Com o golpe militar de 31 de março de 1964, toda a diretoria foi cassada. Conra-do Del Papa foi preso no dia 8 de abril de 1964, mesmo dia em que o interventor Luiz Camargo tomou seu lugar, permane-cendo até julho de 1965. Camargo, ao fim de sua intervenção, montou sua sucessão

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos

do Centro de Cultura e Memória Sindical

com trabalhadores da confiança do delega-do da antiga Delegacia Regional do Traba-lho (DRT) de São Paulo, o general Moacyr Gaia. Entretanto, ele abriu uma brecha para que Del Papa indicasse o novo presi-dente. E ele indicou o companheiro Henos Amorina, que assumiu em 1965.

Em 1967, Henos perdeu a Presidência do Sindicato para uma chapa radicalmen-te contra a ditadura militar, liderada pelo jovem idealista José Ibrahin. A nova dire-ção comandou atos contra o regime mi-litar que culminaram na audaciosa greve dos metalúrgicos de Osasco, em julho de 1968. A greve foi duramente reprimida, a diretoria foi novamente cassada e Ibrahin, afastado, entrou para a clandestinidade. A partir daí seguiram-se anos de interven-ção e vigilância no Sindicato.

Henos Amorina retornaria à Presidência em 1972, iniciando um processo de re-construção e resgate do perfil político do Sindicato. Assim, o Sindicato se destacou como uma das instituições que mais luta-ram pela saúde e segurança do trabalhador na história do nosso país. E também se tornou exemplo na prestação de serviços sociais para além da categoria metalúrgi-ca. Ação que, vale registrar, tem na Asso-ciação Eremim, voltada para a luta contra o trabalho infantil, sua maior projeção.

Depois de Henos Amorina, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região teve

como presidentes Anto-nio Toschi, Cláudio Magrão de Camargo Crê e, desde 1997, Jorge Nazareno. Sua base abrange os municípios de Osasco, Cotia, Vargem Grande Paulista, Jandira, Itapevi, Carapicuíba, Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, Barueri, Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus.

Cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, em abril de 1981

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por: Carolina maria Ruy*