revista comuna 65

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Cadê a Família? A modernidade vem desintegrando a família. Onde é que vamos parar com isso? Palavra do Presidente - A próxima geração de cristãos. Nossa Comunidade - #C15 - Um novo tempo para a nossa Comunidade Entrevista Exclusiva - Lisa Chan - A glória de Deus pode ser revelada através do casamento."

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Page 1: Revista Comuna 65

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COMUNIDADE DA GRAÇA SEDE

RUA EPONINA, 390 - V. CARRÃO

( 1 1 ) 2090-1800

UMA IGREJA FAMÍL IA

V IVENDO O AMOR DE CR ISTO

ALCANÇANDO O PRÓXIMO

E FORMANDO D ISC ÍPULOS

ACESSE O PORTAL COMUNA

WWW.COMUNA.COM.BR

E A Í , GOSTOU?

MESA DE JANTARNão é de hoje que famílias mudam sua constituição estrutural por con-sequência social. As composições familiares têm se alterado ao longo do tempo, da história, das condições, das conjunturas.

Com o passar dos anos, ficou mais difícil encontrar casas e aparta-mentos que tenham a área descrita como “sala de jantar” – quando ela existe, é raramente utilizada. Seja em uma data comemorativa ou aniversário, perdeu-se o valor em se sentar ao redor da mesa e compar-tilhar uma refeição com os mais próximos, os que são chamados “do lar”. Uma pesquisa aponta que hoje, apenas 20% das famílias ao redor do mundo fazem isso.

Falta de tempo? Agendas que não batem? Lugares desconfortáveis? Na verdade não: os outros 80% pegam seus pratos de comida e sentam-se na frente de seus computadores, celulares, tablets e TVs. Estima-se que o ser humano passe cerca de 7,5 horas por dia em frente a alguma tela. E essa tendência só deve crescer.

Esta edição da Revista Comuna retoma um assunto que já foi nossa capa em 2013, e serve como um alerta de que as discussões acerca da família nunca devem ser deixadas de lado. Não queremos ressaltar aqui a imagem da família perfeita – aquela dos comerciais de margari-na – mas sim, através das histórias dos pais e filhos que nos escrevem, mostrar que é possível viver unido e feliz em uma família – mesmo que ela tenha suas imperfeições e dificuldades.

GUSTAVO ROSANEL I E M IGUEL ANTUNESPELA EQUIPE ED ITORIAL

O QUE VOCÊ ACHOU DOS TEMAS E ASSUNTOS DA REVISTA? DESEJA FAZER ALGUM COMENTÁRIO? TEM SUGESTÕES?

USE A HASHTAG #REVISTACOMUNA OU ENVIE UM EMAIL PARA [email protected]

A #rev i s tacomuna é exce lente . É um dos ve í cu los de comunicação mais e f i cazes para a l cançar a c idade - S amuel Mendonça

Com conteúdo cada vez mais re levante, a #rev i s tacomuna é um inst rumento capaz de nos encora jar a ser uma igre ja atuante e e fet iva - Anderson Pere i ra

DIREÇÃO GERAL : CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

CONSELHO GESTOR: CARLOS BEZERRA JR , SÉRGIO PAVARIN I , OSMAR D IAS , AGUINALDO FERNANDES , VALMIR VENTURA, LA IR DE MATOS , RENATO FOGAÇA, CÉZAR ROSANEL I , FERNANDO D IN IZ , GUSTAVO ROSANEL I , RONALDO BEZERRA

COORDENAÇÃO ED ITORIAL : M IGUEL ANTUNES

COORDENAÇÃO DO PROJETO:GUSTAVO ROSANEL I

JORNAL ISTA RESPONSÁVEL : CÉSAR STAGNO - MTB 58740

REVISÃO:MAYRA BONDANÇA

COLABORADORES : PAULO ALEXANDRE SARTORI , MAYRA BONDANÇA

DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁF ICO :SALSA COMUNICAÇÃO

CIRCULAÇÃO:NO ESTADO DE SÃO PAULO: SÃO PAULO CAPITAL; ARUJÁ; ATIBAIA; BALSA; BRAGANÇA; CAMPINAS; CARAGUATATUBA; GUARULHOS; MAUÁ; MOGI DAS CRUZES; REGISTRO; SANTOS; SÃO BERNARDO DO CAMPO; SOCORRO; SOROCABA; TATUÍ ; TAUBATÉ; UBATUBA. RIO DE JANEIRO: MACAÉ.MINAS GERAIS: GOVERNADOR VALADARES; SÃO SEBASTIÃO DE VARGEM ALEGRE; VISCONDE DO RÍO BRANCO. PARANÁ: CURIT IBA; FOZ DO IGUAÇU; LONDRINA; MARINGÁ; PARANAGUÁ; ROLÂNDIA. PERNAMBUCO: BARREIROS; CARUARU; CATENDE; ITAPISSUMA; JOÃO PESSOA; RECIFE; STA. MARIA DA BOA VISTA. BAHIA: SALVADOR; VITÓRIA DA CONQUISTA

IMPRESSÃO:HAWAI I GRÁF ICA

DISTR IBUIÇÃO:12 .000 EXEMPLARES

#65 | JULHO | 2015

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CAPA | 18

CADÊ A FAMÍL IA?A MODERNIDADE VEM DES INTEGRANDO A FAMÍL IAONDE É QUE VAMOS PARAR COM ISSO

RECOMENDO

ENSINANDO A ANDAR COM AS PRÓPRIAS PERNAS

A PRÓXIMA GERAÇÃO DE CR ISTÃOS

06

16

UM PRESENTE IMPOSS ÍVEL

UM CORAÇÃO SEGURO

VIVENDO ACIMA DA NORMALIDADE

UM NOVO TEMPO PARA NOSSA COMUNIDADE

ACONTECEU

PESCANDO COM REDESTRANSFORME SUA CASA

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08 10

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MAIORIDADE PENAL : O NÃO DEBATE

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PALAVRA DO PRES IDENTE CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

construção de uma família é uma coisa muito séria e importante. Toda edificação exige cuidados elemen-tares e fundamentais: um projeto, um engenheiro competente, pedreiros habilitados, fundações sóli-

das e materiais de boa qualidade para a construção.

Guardadas as devidas proporções, a edificação de uma fa-mília exige recursos semelhantes. Já temos o projeto: “uma família com muitos filhos semelhantes a Jesus”. A Bíblia é a planta descritiva deste projeto. A base e o fundamento é Jesus. O material para a construção consiste nas verdades básicas e fundamentais que estão nas Sagradas Escrituras. E os que devem ensinar isso aos filhos são os pais.

A função dos pais é trabalhar para que as crianças con-tinuem o ministério estabelecido por Deus, cumpram o projeto que Ele tem para abençoar esta Terra. São eles que constroem a identidade e o caráter das futuras gerações.

Ao longo do processo de crescimento, os filhos procu-ram responder – observando e questionando – às seguin-tes perguntas:

Num primeiro momento, os filhos copiam exatamente o que seus pais fazem. Na medida em que adquirem uma

certa independência, passam a buscar construir sua pró-pria identidade, o que, geralmente, desperta sentimen-tos de insegurança e ansiedade. Se não houver cuidado, paciência, amor e discernimento da parte dos pais, isso pode causar profundos problemas emocionais.

Eles precisam sentir que são aceitos dentro de sua casa. É de vital importância que se sintam preciosos, amados, desejados e queridos - não importando as circunstâncias em que foram gerados. Os pais devem mostrar-lhes o amor de Deus – João 3.16 – e preparar--lhes para o futuro.

O que realmente determinará sua identidade são valo-res como ética, integridade, respeito, responsabilidade, confiabilidade, compromisso com a verdade e, sobre-tudo, temor a Deus – Provérbios 2. Essas são carac-terísticas importantes que vão servir de base para um futuro abençoado. Esse é o maior legado que alguém pode deixar.

Como parte natural do seu processo de formação, os filhos procuram ter liberdade para tomar decisões. No entanto, ainda não têm certeza se querem arcar com as consequências e responsabilidades inerentes à vida.

A PRÓXIMAGERAÇÃODE CRISTÃOSO FUNDAMENTAL PAPEL DOS PAIS NO DESENVOLVIMENTO DOS FILHOS

QUEM SOU EU?

QUAIS ATITUDES EU VOU ESCOLHER?

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Por isso é essencial terem pais presentes que os orientem na resolução dos conflitos do dia a dia. No livro de 2 Samuel está registrado o conflito na família do rei Davi que, ocupado demais para cuidar dos problemas de sua casa, chorou o sangue derramado em sua própria família pelo terrível conflito entre seus filhos.

Pais muito ocupados criam filhos com atitudes negati-vas. Problemas não resolvidos geram distorção. Davi perdeu a oportunidade de se comunicar com seus filhos. Assim, não pode discipliná-los, restaurá-los e ajudá-los a resolver os seus problemas.

Diante da crise familiar que vivemos, existe uma grande dificuldade em os filhos aceitarem a autoridade de seus pais. Consequentemente, o mesmo acontece com as de-mais: governo, igreja, escola.

Os capítulos 22 e 23 do livro de 2 Reis mostram a vida de Josias, que foi coroado muito jovem e não vinha de boa descendência - seu avô Manassés foi o pior rei da histó-ria e fez o que era mal diante do Senhor, assim como seu pai Amom. Mas diz a Escritura que não houve outro rei semelhante a ele.

O que houve na vida de Josias para que ele fosse digno de admiração tendo uma descendência tão deturpada? Ele decidiu respeitar as autoridades que estavam sobre ele, tal como sua mãe, Jedida, o tinha ensinado. Ela era

tão sábia que chegou a ser incluída no relato da genealo-gia de seu filho, um fato absolutamente incomum para a época. Deus o abençoou, porque ele teve uma mãe sábia que o ensinou a respeitar as autoridades.

Nossos filhos serão fortes na medida em que desenvolve-rem um forte relacionamento com Deus. Essa é a chave do sucesso para todas as áreas da vida, seja conjugal, familiar, profissional ou ministerial. Deus procura jovens que sigam o estilo de vida da Palavra.

Quando Deus apresenta a si mesmo como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, Ele claramente afirma que tem um compromisso com as gerações, com a família. En-sinar aos filhos a colocá-lo em primeiro lugar, é o passo mais firme na construção da próxima geração de cristãos.

CARLOS ALBERTO BEZERRA É FUNDADOR DA COMUNIDADE DA GRAÇA. UM HOMEM APAI-XONADO POR PESSOAS. PASTOR HÁ 50 ANOS. CASADO COM SUELY HÁ 49. PAI DE 6 F ILHOS E AVÔ DE 16 NETOS. O AMOR, O SERVIÇO E A VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA SÃO SUAS ÊNFASES MINISTERIAIS . PREGADOR APAIXONADO, ES-CRITOR INSPIRADOR. MILHARES DE PESSOAS, NO BRASIL E NO EXTERIOR, TEM SIDO INSPI-RADAS E ALCANÇADAS PELA GRAÇA TRANS-FORMADORA DE JESUS ATRAVÉS DE SUA VIDA E MINISTÉRIO AO LONGO DOS ANOS.

QUAIS AUTORIDADES DEVO RESPEITAR?

QUAL SERÁ O MEU ESTILO DE VIDA?

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TRANSFORMAÇÃO SUELY BEZERRA

UM CORAÇÃO SEGUROQUAL O SEGREDO PARA TERMOS A VIDA QUE DEUS PREPAROU PARA NÓS?

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egundo o dicionário da língua portuguesa, princípios são aquilo que regula o comportamento de alguém; as regras ou o código de

conduta através dos quais uma pessoa governa a sua vida e as suas ações. Todos vivemos através de princípios. Quer saibamos disso, ou não. E nós, mulheres cristãs, temos alguns espe-ciais. Em sua forma mais simples, eles representam um chamado específico, que envolve viver, amar e liderar.

Deixado pelo Rei Salomão há muitos anos, um princípio importantíssimo para a vida da mulher está em Provér-bios 4.23: “acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.” Nosso coração é o centro de tudo em nós. Temos a necessidade de sermos amadas, cuidadas, protegidas, ouvidas. Quando isso não acontece, tendemos a nos fechar, a endurecer. Acabamos dei-xando de viver a vida poderosa e trans-formadora que Deus preparou para nós.

Ao longo das nossas vidas, muitas de nós temos apenas sobrevivido. Estamos cansadas, sobrecarregadas. Nos sen-timos desamparadas e sem esperança. Então, qual o segredo para guardarmos o nosso coração e sermos as mulheres que fomos chamadas para ser?

A Bíblia nos ensina que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendi-mento” (Provérbios 9.10). Precisamos andar perto de Deus, conhecê-Lo inti-mamente. Só assim seremos cheias do Espírito Santo e conseguiremos viver a vida que Deus preparou para nós.

No perfil da mulher virtuosa de Provér-bios 31, diversas qualidades são desta-cadas, mas os últimos versículos falam o que realmente faz a diferença: “a mu-lher que teme o Senhor será elogiada”.

Nada do que as pessoas disseram ou di-zem sobre você pode definir a sua vida. A Palavra fala que fomos criadas “de modo especial e admirável” (Salmos 139.14). Mas se não acreditarmos nisso no mais profundo dos nossos corações, nunca seremos as mulheres que fomos chamadas para ser.

Muitas vezes, por termos sido criadas em situações extremas, famílias deses-truturadas e ambientes de caos, tolera-mos comportamentos que não são acei-táveis nem a um animal. As pessoas vão nos tratar de acordo com a maneira com que conduzimos a nós mesmas.

Jesus pagou um alto preço por você na cruz. Você é importante. Reconheça o seu valor, ou ninguém mais vai.

Quando fazemos isso, quer dizer que não deixamos mais que o nosso passa-do determine quem nós somos. Não o estamos negando e nem nos afundando nele, apenas aceitando que aconteceu e nos comprometendo a aprender as suas lições e a viver além da nossa dor. Fazer as pazes com o nosso passado nos ajuda a prosseguir. Em Filipenses 3.13-14, Paulo já falava: “esquecendo--me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.”

O texto de Colossenses 3.9-14 fala so-bre deixarmos para trás as antigas prá-ticas que nos regiam antes de Jesus, e de nos apropriarmos de novos hábitos. Essa decisão deve ser diária em nossas vidas. É decidirmos tirar a ira e colo-car palavras moderadas, tirar a fofo-

ca e colocar salmos, hinos e cânticos espirituais, tirar a mentira e colocar a verdade, tirar a confusão e colocar bons relacionamentos, tirar a nossa vontade e colocar a de Deus. Nada disso vem através de regras, mas de um relacio-namento com o Senhor e de uma vida devocional. Por causa de Cristo, tudo muda. Aquilo em que cremos modifica tudo o que fazemos.

Nunca seremos boas líderes se, em pri-meiro lugar, não formos boa alunas. E um dos nossos maiores objetivos de-veria ser aprender sobre nós mesmas, conhecer a nossa identidade, saber do que gostamos e o que queremos, saber o motivo de vivermos neste tempo e lugar na história da humanidade. Não precisamos de mais cópias, mas de pes-soas que vivem a verdade e o poder de serem quem realmente são, quem Deus as criou para ser.

TEMA O SENHOR E SE RELACIONE COM ELE

RECONHEÇA O SEU VALOR

FAÇA AS PAZES COM O SEU PASSADO

SEJA AUTÊNTICA

“JESUS PAGOU UM ALTO PREÇO POR VOCÊ NA CRUZ. VOCÊ É IMPORTANTE”

VISTA-SE DO NOVO FUNDADORA E L ÍDER DO MIN ISTÉR IO MULHE-

RES INTERCESSORAS , SUELY BEZERRA TEM UMA

V IDA MARCADA PELA ORAÇÃO E INTERCESSÃO.

TEM MENTOREADO L ÍDERES E PASTORAS AO RE-

DOR DO PAÍS DURANTE TODA SUA V IDA. É ES-

POSA DO PR . CARLOS ALBERTO BEZERRA. ELES

ESTÃO JUNTOS A 49 ANOS , TÊM SE IS F I LHOS

E DEZESSE IS NETOS .

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NOSSA COMUNIDADE

U M N OV O

T E M P O PA R A

N O S S AC O M U N I DA D E

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eus está fazendo algo novo através desta igreja.” Foi assim que Francis Chan, pastor americano e autor dos livros “Louco Amor” e “O Deus Es-quecido”, entre outros, começou a mensagem

que deu abertura à Conferência Internacional 2015, a C15. Ele disse que ainda não tinha certeza do motivo pelo qual tinha vindo ao Brasil, mas que sabia que Deus tinha um propósito e uma mensagem especial para a Comunidade da Graça.

E ele estava certo. Os dias 11, 12 e 13 de Junho ficarão marcados para sempre no coração e na mente de cada parti-cipante – tanto dos que estavam presentes no Teatro WTC, quanto daqueles que acompanharam a transmissão ao vivo nas igrejas. Mais de 12 mil pessoas puderam ouvir mensa-gens desafiadoras e relembrar a missão do cristão: levar o Evangelho às nossas cidades.

Além de Francis Chan - traduzido pelo Pr. André Queiroz -, os Pastores Carlos Alberto Bezerra, Carlos Bezerra Ju-nior, Russell Shedd, Antônio Carlos Costa, Paulo Mazoni e Evaldo Duque Estrada foram os preletores. A temática por si só já mostrava o teor das ministrações: “A Igreja para a Cidade”.

Nelas foram ressaltadas a importância de uma vida cheia do Espírito Santo, a transformação da igreja, o foco nas pessoas e não nas estratégias e modelos, a Palavra de Deus como ferramenta fundamental para o evangelismo, e, prin-

cipalmente, uma vida comprometida com Deus e com a Sua missão.

Presidente da Comunidade da Graça, o Pr. Carlos Alberto Bezerra começou a sua fala na sexta-feira dizendo que se sente responsável por esta geração e destacou a urgência do trabalho da Igreja para com as cidades. “Se somos cidadãos do Reino de Deus, nossa responsabilidade com as cidades é muito maior. Será que temos sido luz e fogo, ou temos sido apenas administradores?”, disse, referindo-se ao texto de João 5.35.

Depois de momentos únicos na presença de Deus, o sen-timento era unânime: as pessoas não conseguiam explicar o que estavam sentindo, mas sabiam que era o começo de um novo tempo. É o que mostram os testemunhos reco-lhidos nas Redes Sociais e nos e-mails recebidos após o final da Conferência.

O evento renovou, animou e fortaleceu o compromisso que, historicamente, a Comunidade da Graça tem com as cidades, e o profundo entendimento do papel do homem como ferramenta de benção, da mensagem de amor e trans-formação de um Deus gracioso e misericordioso, que entre-gou Seu filho em favor da salvação de todos, e da missão dada por Cristo na Grande Comissão.

Vamos mudar o mundo!

C15 RENOVA O CHAMADO DA COMUNIDADE DA GRAÇA PARA SERVIR A CIDADE

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É DIFÍCIL DESCREVER O QUE VIVEMOS. A LIÇÃO QUE FICOU NO MEU CORAÇÃO SOBRE A C15 FOI QUE PRECISAMOS PREGAR O EVANGELHO DO REINO NAS RUAS COM COMPAIXÃO E COM O FOGO DO ESPÍRITO SANTO, VIVENDO UMA VIDA DE INTIMIDADE COM DEUS TODOS OS DIAS.

FOI MARAVILHOSO. MINHA FAMÍLIA FOI EXTRE-MAMENTE ABENÇOADA. EM UM MOMENTO, PU-DEMOS EU, MINHA ESPOSA E MEUS FILHOS NOS QUEBRANTAR NA PRESENÇA DE DEUS.

HOUVE O PAINEL COM OS ILUSTRES PASTORES ANTÔNIO CARLOS COSTA, RUSSELL SHEDD E PAULO MAZONI, COM SEUS DIFERENTES E SAN-TOS PONTOS DE VISTA E O PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA FINALIZOU EXALTANDO A BELEZA DO CORPO DE CRISTO, PARA QUE COMPLEMENTEMOS UNS AOS OUTROS. OBRIGADO A TODOS OS PAS-TORES E AOS QUE COLABORARAM PARA REALI-ZAÇÃO DESTE ENCONTRO, QUE TANTO EDIFICOU NOSSAS VIDAS NESTES DIAS.

ALGO INDESCRITÍVEL ACONTECEU CONOSCO NESTES DIAS. EM TODAS AS MINISTRAÇÕES ERA CLARA A UNÇÃO DE DEUS. FOMOS DESAFIADOS E CONFRONTADOS PELA PALAVRA. UM MOVER DE AVIVAMENTO É PERCEBIDO ENTRE NÓS. QUE SEJAMOS SENSÍVEIS A TUDO O QUE PRECISAMOS MUDAR E NOS ARREPENDAMOS, E DEUS COM CERTEZA FARÁ UMA GRANDE OBRA.

FOI TRANSFORMADOR. OS TEMAS TÃO PER-TINENTES À NOSSA SITUAÇÃO ATUAL E PRE-LETORES TÃO CHEIOS DE UMA GRAÇA QUE TRANSBORDOU E NOS INVADIU. TER ESTADO NO MEIO DA LIDERANÇA E CONHECER PESSOAS DE OUTRAS COMUNIDADES ME FEZ PERCEBER QUE PODEMOS SIM ALCANÇAR NOSSA NAÇÃO, A CO-MEÇAR PELAS NOSSAS CIDADES.

TODAS AS MINISTRAÇÕES FORAM MARAVILHO-SAS RECEBEMOS UM ENORME BANQUETE. NESSA CONFERÊNCIA PUDE CONFIRMAR ALGO QUE JÁ QUEIMAVA EM MEU CORAÇÃO, QUE É SAIR ÀS RUAS SEM MEDO E BUSCAR O PERDIDO. COMO EU DISSE, FOI A MELHOR EXPERIÊNCIA QUE EU JÁ TIVE! GLÓRIA A DEUS POR ISSO.

MINHAS EXPECTATIVAS FORAM SUPRIDAS MUITO ALÉM DO QUE EU IMAGINEI. DEUS DERRAMOU UMA NOVA UNÇÃO, UM RENOVO, E COMEÇOU A CUMPRIR OS SEUS SONHOS PARA A SUA IGREJA. FOI TREMENDO E FOI SÓ O INÍCIO DE UM GRAN-DE MOVER DO ESPÍRITO SANTO PARA A NOSSA NAÇÃO, COMEÇANDO PELAS NOSSAS CIDADES!

DEUS NÃO ESTÁ INTERESSADO NO MEU EXTE-RIOR, MAS QUER USAR O MEU INTERIOR RES-TAURADO PARA ALCANÇAR A OUTROS. DEUS USOU GRANDES HOMENS SEGUNDO SEU CORA-ÇÃO, PARA NOS LEVAR A ESTAR CONECTADOS COM OS SEUS DESEJOS E COM OS SONHOS DO NOSSO PASTOR CARLOS ALBERTO.

APESAR DA DISTÂNCIA, TODOS COMENTARAM QUE TIVERAM A SENSAÇÃO DE ESTAREM NO LOCAL DA CONFERÊNCIA. ALÉM DISSO, FORAM REALMENTE DIAS ESPECIAIS ONDE TODOS OS QUE PARTICIPARAM FORAM MUITO MINISTRA-DOS. PESSOAS ME PROCURARAM AO TÉRMINO DAS MINISTRAÇÕES CONTANDO TESTEMUNHOS E SE SENTINDO DESAFIADAS.

MAURICIO LACHAITIS PASTOR DA CG BALSA

SANDRO MORAESCG TAUBATÉ

ADHEMAR OLIVEIRACG LONDRINA

CIDA MAIA CG SEDE

LAÍS PASSOSCG GUARULHOS

DIEGO AYRES CG ATIBAIA

AMANDA S. ZUINCG UBATUBA

MARCOS POLYCARPOCG JD. PRESIDENTE DUTRA

LUIZ CARLOS DE LIMAPASTOR DA CG VISCONDE DO RIO BRANCO

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FAMÍL IA JOSÉ TADEU FERRE IRA & MARTA C . LE ITE FERRE IRA

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uem é o homem que teme ao Senhor? Ele o instrui-rá no caminho que deve

seguir. Viverá em prosperidade, e os seus descendentes herdarão a terra. Salmos 25. 12,13

O que transforma uma casa em um lar? Você adivinhou: Relacionamentos!

Uma casa sem laços afetivos é mera-mente um espaço frio. O afeto é o que transforma uma casa em um lar.

Imagine a cena: a mãe colocando a comida na mesa, as crianças correndo pela casa, o cachorro latindo, a televi-são ligada e todos esperando ansiosa-mente o pai que está chegando do tra-balho. Há vida, alegria e expectativa. Essa casa é um lar!

Jesus disse aos seus discípulos em João 14 que na casa de seu Pai “há muitos aposentos” ou “moradas”. A casa de Deus é grande. Ele a planejou e depois a construiu com beleza, suntuosidade e excelência. Nossa “morada” terres-tre deve ser tão estimada quanto a que Deus preparou. Devemos reproduzir Sua excelência no cuidado com a nos-sa. A boa administração refletirá nosso verdadeiro caráter, a maturidade espiri-tual exibida na plenitude em Cristo.

Não importa se sua casa é uma cabana, uma tenda, um conjunto habitacional, se é alugada ou um palácio residencial, ela é a morada terrena que Deus proveu a você; portanto, cuide bem dela, faça dela um testemunho da sua relação com Ele.

O lar é a Igreja na forma mais pura, ou pelo menos deveria ser. Todo casal deve

desejar que seu lar siga o modelo da casa de Deus em perfeita ordem, repleta de paz e amor. O marido e a esposa são os pastores e os filhos são as ovelhas. O lar deve ser um lugar de adoração e lou-vor, ensino, correção e instrução na jus-tiça. Nossos filhos são nossos primeiros discípulos. Devemos ser os modelos da relação de Jesus com a Igreja.

O nosso lar é o alicerce para a Igreja. O corpo de Cristo será tão forte quanto os lares individualmente.

Como está escrito em 1 Coríntios 14.33, nosso Pai é um Deus de paz, não de desordem. Mas a ordem de Deus e Sua paz não surgem automati-camente. Precisamos tomar a decisão de participar, perseguir e trabalhar para torná-las uma realidade em nos-sas vidas – dia após dia.

A maior herança que poderemos dei-xar para os nossos filhos é o temor a Deus e a sua Palavra. E por “temor”, queremos dizer sentimento de grande consideração, apreço e sincera devo-ção, não de medo.

A nossa vida aqui na terra já foi ilustra-da como “um conto ligeiro”. O tempo passa muito depressa, mais do que gos-taríamos. Os poucos anos de vida que convivemos com nossos filhos devem ser encarados como uma oportunidade para inspirar um relacionamento pro-fundo com o Pai. Os filhos podem ou-vir passivamente as nossas orientações, mas só serão transformados de verdade através do nosso modelo.

Pais, como está a sua vida devocional? E a dos seus filhos? Vocês têm ensina-

do a importância de desenvolver um relacionamento com Deus? Eles di-riam que vocês amam a Deus?

Quando surgem as necessidades, dúvi-das e conflitos, vocês e seus filhos con-seguem conversar abertamente sobre isso? Eles sabem que podem contar com as suas orações e apoio emocional?

Seu relacionamento conjugal é uma inspiração para seus filhos? Eles de-sejam casar-se e formar uma família como a que veem em casa?

Quando uma criança tem confiança no relacionamento dos pais, ela está emocionalmente livre para enfrentar a vida. A harmonia e a firmeza no ca-samento geram estabilidade dentro da casa e proporcionam um “porto segu-ro” para que os filhos se desenvolvam de forma saudável.

Nossa oração, nesses dias, é para que Deus transforme nossas casas em lares cheios da Plenitude!

“Mas o amor fiel do Senhor vai de eternidade a eternidade, para quem O ama e respeita. A sua justiça se estende aos filhos e netos de quem cumpre o seu trato, para quem põe em prática os ensinos de Deus...” Salmo 103. 17-18 – BV

TRANSFORMESUA CASA

COMO QUATRO PAREDES PODEM TORNAR-SE UM LAR?

JOSÉ TADEU E MARTA

FERRE IRA SÃO PASTORES

DA COMUNIDADE DA

GRAÇA SEDE E L ÍDERES

DO MIN ISTÉR IO COM

FAMÍL IAS . SÃO PAIS

DE JOÃO PEDRO E ANA

CAROL INA

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E N S I N A N D O A A N D A R C O M A S P R Ó P R I A S P E R N A S

SERVIÇO AO PRÓXIMO

“O Conselho Tutelar recebeu algumas denúncias e estava indo à minha casa, ameaçando tirar a guarda das minhas filhas. Eu não trabalhava e meu mari-do estava desempregado, os armários de casa estavam vazios.”

Essa era a situação de Marta Francisco França. Mãe de quatro meninas com idades entre 4 e 8 anos, ela já tinha per-dido as esperanças e não via uma solu-ção para a sua família. “A minha casa tinha apenas fogão e colchão, faltava tudo, inclusive o principal, que era a comida para as minhas filhas”, conta.

Se o alimento, tão fundamental a qual-quer ser humano, era escasso, outros itens também estavam em falta. As crianças não tinham roupas, calçados e nem brinquedos.

Em um país onde 7,2 milhões de pes-soas ainda são ameaçadas pela fome, muitas famílias enfrentam a mesma situação descrita por Marta. Apesar de não ser considerado pobre, o país sofre com a distribuição desigual de recursos, fazendo com que poucos te-nham acesso a muito, enquanto muitos devem lutar pelo pouco que resta.

A falta de condições básicas de vida, além de gerar miséria e vulnerabilida-de, afeta os laços familiares e acaba por colocar os relacionamentos em risco.

O SASF PROMOVE AJUDA EMERGENCIAL E AUXILIA NAS SITUAÇÕES E ADVERSIDADES DO LAR

Page 17: Revista Comuna 65

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O Pastor Carlos Alberto Bezerra destaca a família como o núcleo básico da sociedade. Quando as famílias estão doen-tes, a comunidade também está. E a Fundação Comunidade da Graça também enxerga assim. Por isso acredita que os lares brasileiros merecem atenção e cuidado especial, para que possam construir sua autonomia e autoestima, além de sentirem que são parte do todo.

Com esse intuito, foi criado o Serviço de Assistência Social à Família (SASF). Realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SP), ele funciona como uma ação de proteção básica às famílias que vivem em si-tuação de risco e vulnerabilidade. O objetivo é identificar a situação real de cada lar e criar oportunidades de cresci-mento pessoal, familiar, social e humano, assim cada um poderá encontrar saídas para suas circunstâncias e, com o passar do tempo, caminhar independentemente.

Para isso, o programa conta com visitas domiciliares, cur-sos profissionalizantes e de especialização, oficinas, pales-tras e reuniões semanais. Além de atuar em conjunto com outros projetos da FCG, operando nas mais diversas áreas, como inserção no mercado de trabalho, ajuda alimentícia emergencial, saúde, entre outros. Todas as medidas são so-cioeducativas e visam a formação de um cidadão que saiba conviver bem no seu ambiente e que tenha fortes relaciona-mentos familiares e comunitários.

Hoje, o SASF conta com duas unidades, uma na região de Vila Formosa, e a outra em Itaquera. Cada uma tem capa-cidade para atender até mil famílias. E já são diversas as histórias de pessoas que viram suas vidas e seus lares sendo transformados por essa iniciativa e vivendo um final feliz. E a de Marta é uma delas.

Em meio ao desespero de não encontrar soluções, ela foi ins-truída a procurar a FCG. Ali, ela e todos os membros de sua família foram recebidos, cuidados e motivados. Passaram a ser atendidos pelo Serviço de Assistência Social à Família e viram a sua realidade ser completamente transformada.

“Recebi ajuda em todos os sentidos, material e espiritual. Me fortaleci e continuei buscando o melhor para minhas filhas, recebi ajuda na alimentação, roupas, cobertores e até brinquedos”, conta Marta. “Através de muitas orientações, entendi que precisava de um emprego para ajudar a manter a minha família e não depender mais de cesta básica.”

Marta e seu esposo hoje trabalham e conseguem manter a sua casa. Eles ainda participam das reuniões do SASF e usufruem de outros serviços da Fundação, como a Po-liclínicas Cáritas. Não existem mais ameaças de retirada da guarda das meninas por parte do Conselho Tutelar, que agora só faz visitas de rotina e sempre elogia a melhora da situação da casa.

“Se não fosse a FCG, eu não sei o que faria. Cheguei ali muitas vezes chorando, e sempre recebi uma palavra de conforto e ajuda necessária”, finaliza.

Se a família não vai bem, a nação também não vai. O inves-timento e cuidado com ela é a base para a formação de uma sociedade mais igualitária. O SASF é uma ferramenta im-portante quando se trata disso. Quanto mais pessoas tive-rem a oportunidade de reescrever a sua história assim como a Marta, mais veremos um Brasil saudável, justo e feliz.

OS NÚMEROS DO SASF

COM UMA EQUIPE DE

ATENDE

O SASF, EM SUAS DUAS UNIDADES

COM RENDA MÉDIA DE

POR MÊS SÃO:

32 COLABORADORES,

2 MIL FAMÍLIAS

R$602,80 MENSAIS.240

ATENDIMENTOS INDIVIDUAIS

258REUNIÕES E PALESTRAS

150OFICINAS

1600VISITAS

DOMICILIARES

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CAPA

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uando vêm os filhos?” Essa é provavelmente a pergunta mais comum que todo casal novo ouve. É natural o homem procurar se perpetu-ar através da sua descendência. Mas, a reali-dade mostra que cada vez são menos os casais que procuram ter filhos.

É realmente surpreendente o crescimento e a proliferação de diversos movimentos “sem filhos” – do inglês, childfree -, formados por casais que escolhem deliberadamente viver sua vida sem procurar ser pais. Também não é novidade o fato de que nos países desenvolvidos, as mulheres vêm tendo menos bebês, e, quando os têm, decidem fazê-lo mais tarde.

No Brasil, uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística, o IBGE, mostra um dado alarmante: de cada 100 famílias, 44 criam cachorros, enquanto só 36 têm crianças. A existência de 52 milhões de cães, contra 45 mi-lhões de crianças de até 14 anos, é uma situação que se as-semelha à do Japão (16 milhões de crianças, 22 milhões de animais de estimação) ou dos Estados Unidos (em 48 milhões de lares há cães; em 38 milhões há crianças).

Não é de hoje que famílias mudam sua constituição estrutural por consequências sociais. Nos últimos vinte anos, várias mu-danças ocorridas no plano socioeconômico-cultural vêm inter-ferindo na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando alte-rações em seu padrão tradicional de organização. A questão é como isso tem afetado a sociedade.

No livro “Família Brasileira, a base de tudo”, Silvio Manoug Kaloustian, coordenador do Escritório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) para os estados de São Paulo e Minas Gerais, destaca: “a família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo fa-miliar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessá-rios ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e in-formal; é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e morais, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.”

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Ou seja, mesmo com as mudanças mencionadas, a família continua sendo a célula base de uma sociedade sadia. Perma-nece como matriz do processo civilizatório, como condição para a humanização e para a socialização das pessoas.

Por ter sido criado à imagem e semelhança de um Deus de natureza relacional, o estabelecimento de vínculos é pró-prio do ser humano, e a família – projeto desenvolvido pelo Criador em Gênesis 1.26-28 -, como grupo primário, é o local ideal para a concretização desta experiência.

A confiança que o indivíduo tem de que pode estar no mundo e estar bem entre os outros lhe é transmitida pela sua acei-tação dentro do grupo familiar. O sentir-se pertencente a um grupo - no caso, à família - possibilita-lhe no decorrer de sua vida pertencer a outros grupos. Logo, se o indivíduo não se sente parte, há uma quebra na sua natural estrutura relacio-nal, o que gerará consequências na sua própria capacidade de estabelecer novos vínculos e se desenvolver socialmente.

A consequência maior? A desestruturação familiar. Aquela a que assistimos inertes diariamente. A que acontece en-

quanto diversas ocupações nos mantêm cada vez mais tem-po fora de casa. A que acontece quando não tiramos a cara da tela do smartphone e reduzimos o diálogo familiar a 140 caracteres, ou a uma foto, ou a um emoticon.

No seu mais recente livro, o Pastor Carlos Alberto Bezerra destaca o valor de uma vida que prioriza o relacionamento com Deus como chave do sucesso do relacionamento con-jugal e familiar.

Ajudar a família mostra-se a única possibilidade da socie-dade se desenvolver dignamente. Isso é o que a Comunida-de da Graça tem feito em seus 36 anos de vida, com cada ministério e em cada projeto social.

Deus tem um compromisso com as famílias. Ele é o Deus de gerações que deseja que cada lar seja um lu-gar onde o Espírito Santo tenha a primazia e que todos os membros da família trabalhem pela felicidade um do outro, harmoniosamente, agradando ao seu Criador e vi-vendo melhor – Salmo 128. É para isso que devemos trabalhar juntos.

Como ter um tempo de comunhão juntos para fortalecer os laços?SUELY BEZERRA

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ara muitos a mesa nada mais é do que uma peça do mobiliário doméstico que serve para compor um ambiente da casa e deixá-lo mais bonito. Para outros, um local cômodo e rápido para depositar

tudo o que se traz da rua e empilhar diversas coisas. Mas a verdade é que a mesa é um lugar de comunhão.

Pensando na realidade bíblica, vale a pena observar a ex-periência de Jesus com os discípulos. Um dos elementos pedagógicos usados por Cristo para ensinar e transformar a vida de 12 homens com histórias e vivências diferentes foi a reunião em torno da mesa. Nesse lugar especial, Jesus teve seus pés ungidos por uma mulher e ensinou que quem sabe o quanto foi perdoado consegue expressar um coração mais grato e adorador – Lucas 7.37.

Em outra ocasião ao redor da mesa, Jesus celebrou a ceia com os discípulos, e mesmo sabendo que Judas o trairia, não o privou daquele momento, aproveitando o ensejo para ensinar que ali era um lugar de acolhimento. O Filho de Deus estava sempre cercado por um grupo, fosse grande ou pequeno, e utilizava elementos comuns à mesa daquele tempo para ilustrar ensinamentos simples e profundos.

No mundo contemporâneo, as coisas urgentes tomaram o lugar das coisas importantes. Na correria do dia a dia e na pressa da rotina, os pais têm perdido o contato com os filhos. Têm perdido momentos de partilha e comunhão. Criar filhos é uma tarefa árdua. É difícil, mas o Senhor nos capacita.

Tudo o que pensamos em cultivar, precisa de trabalho, esforço e tempo para florescer. Assim também é com os filhos. Eles precisam de atenção, cuidados, momentos em família, diálogo.

Essas são as coisas que o inimigo pretende destruir. Ele tra-balha sutilmente nos nossos relacionamentos e vida espiri-tual, trazendo confusão, divisão e atacando os nossos filhos.

O culto doméstico é um tesouro perdido. A ausência dessa prática tem produzido profundas e tristes consequências: falta de profundidade no relacionamento com Deus e en-fraquecimento do diálogo entre pais e filhos.

Muitas pessoas se assustam diante do pensamento de ter que recriar um momento de devocional familiar. Mas a rea-lidade é que trata-se de um tempo singular em que – simul-taneamente – pais e filhos dispõem de um alimento para a vida e para o reforço dos laços amorosos. Compartilhar torna os seres humanos mais próximos, resultando na con-quista de uma intimidade semelhante à do encontro pessoal que Adão e Eva tinham com Deus diariamente no Jardim do Éden. A Bíblia nos ensina que precisamos buscar o Rei-no de Deus em primeiro lugar – Mateus 6.33 – e o culto doméstico abre esse caminho.

COMO FAZER UM CULTO DOMÉSTICO?

UMA ESTRUTURA BASE PARA O DEVOCIONAL FAMILIAR PODE SER:

É importante destacar que não há uma fór-mula para realizar este tipo de encontro. Não devemos deixar de considerar que a vida e a dinâmica das famílias mudaram. Mas é importante levarmos em considera-ção que é durante a infância e em casa que os pais enfrentam o desafio e a oportuni-dade de apresentar aos filhos o plano da salvação através da pessoa de Jesus, de chamá-los ao arrependimento e convidá--los a serem discípulos de Cristo.

O culto doméstico é um instrumento para a família fechar a agenda do urgente e abrir a agenda do importante. O princípio do “eu e minha casa serviremos ao Senhor” vai mui-to além de ter todos os membros da famí-lia em comunhão numa igreja física. É dar exemplo de fé e busca pela intimidade com o Deus vivo.

Não tenha medo do culto familiar. Acredite no imenso valor que essa experiência trará para a família, para a igreja, e para a nação.

• Orem agradecendo pelo encontro e pela certeza de que Jesus está ali. Mateus 18.20.

• Cantem juntos um louvor. Colossenses 3.16.

• Façam uma pergunta ou um comentá-rio que sirva de abertura para o texto bíblico que será compartilhado.

• Leiam um trecho da Bíblia e comentem juntos brevemente. Procurem enfatizar os pontos importantes, aplicando-os à vida da família.

• Orem juntos pelas necessidades uns dos outros e de outras pessoas.

• Louvem a Deus pela oportunidade que tiveram.

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Com a ideia de família tão perdida e até distorcida, os relacionamentos conjugais têm caminhado sem rumo. Na falta de foco, as coisas acabaram se per-dendo e muitos têm enfrentado a difícil sensação de frustração, a falta de comunicação e o distancia-mento dos cônjuges, o que afeta a todos da casa.

Princípios e propósitos bem definidos são deter-minantes para um casamento à luz da eternidade.

E é sobre isso que Francis e Lisa Chan falam em seu novo livro “You and Me Forever” (“Você e Eu Para Sempre”, em tradução livre – ainda sem pre-visão de lançamento no Brasil). Em uma entrevista exclusiva para a Revista Comuna, Lisa fala sobre como muitos casais não estão focados nas coisas certas e sobre como os “novos padrões” têm mexi-do com a estrutura de um dos maiores projetos de Deus, a família.

REVISTA COMUNA: POR QUE VOCÊ E O FRANCIS SENTIRAM A NECESSIDADE DE CRIAR UM PROJETO COMO O “YOU AND ME FOREVER”, ESPECIALMENTE VOLTADO PARA O CASAMENTO?

LISA CHAN: Francis e eu sempre trabalhamos com isso. Em nossos 22 anos juntos, aconselhamos vários casais e, para nós, parece que muitos não estão focados nas coisas certas. As pessoas estão tão ocupadas pensando no que o seu parceiro está ou não fazendo, que acabam não reconhe-cendo que existe algo muito maior em jogo. Trabalhamos neste projeto para lembrá-las de que a glória de Deus pode ser revelada através do casamento.

RC: O QUE SIGNIFICA UM “CASAMENTO À LUZ DA ETERNIDADE” PARA AS FAMÍLIAS AO REDOR DO MUNDO?

LC: O casamento à luz da eternidade pede que as pessoas reconheçam que vamos entender essa união de uma manei-ra muito diferente da do mundo. Não podemos idolatrar o casamento e nem fazer do “felizes para sempre” o nosso objetivo. O céu muda tudo, nossa missão na Terra muda tudo. Não podemos ter o luxo de viver em lua de mel, e também não temos tempo para desperdiçar discutindo por coisas bobas.

RC: A ESTRUTURA FAMILIAR CRIADA POR DEUS PODE INFLUENCIAR A SOCIEDADE, A PONTO DE ALCANÇAR NOSSOS BAIRROS E CIDADES? COMO?

LC: Deus quer que nossas famílias sejam um reflexo dele no mundo. Em Efésios 5, Ele faz um paralelo entre o ca-samento e a relação de Cristo com a Igreja. Isso significa que enquanto eu me submeto à liderança do meu marido e ele se sacrifica, cuidando de mim como esposa, estamos demonstrando ao mundo como a Igreja deve responder a Cristo e como Cristo se sacrificou e entregou a Sua vida pela Igreja. Este é um chamado importante!

Nós podemos até querer influenciar a sociedade à nossa própria maneira, ou acreditar que temos um jeito melhor de fazer, mas Deus criou essa estrutura com um propósito, e nós precisamos confiar nisso.

Não seria incrível se o seu casamento realmente levasse as pessoas para mais perto de Jesus? O mundo precisa de uma perspectiva bíblica de relacionamento. A nossa luz precisa brilhar em meio a uma geração que não está interessada em se submeter a nenhuma autoridade, e nem sacrificar o seu conforto e seus benefícios em favor de outros.

ENTREVISTA

Lisa Chan explica a importância de uma união sadia para a transformação da sociedade

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RC: A BÍBLIA FALA QUE OS FILHOS SÃO “HERANÇA DO SENHOR”. MAS, ATUALMENTE, TEMOS VISTO MUITOS CASAIS ESCOLHENDO NÃO TER FILHOS E ATÉ COMEÇANDO MOVIMENTOS EM APOIO À NÃO MATERNIDADE, INCLUSIVE DENTRO DA IGREJA. COMO CRISTÃ E MÃE, COMO VOCÊ ENXERGA ESSA SITUAÇÃO? ISSO FERE O SONHO DE DEUS PARA AS FAMÍLIAS?

O MUNDO PRECISA DE UMA

PERSPECTIVA BÍBLICA DE

RELACIONAMENTO

LC: Será que nos tornamos tão centrados em nós mesmos que ve-mos os filhos como um fardo que vai nos atrapalhar e roubar a nossa diversão? Ou nos rendemos ao medo de não sabermos como criar nossos filhos no mundo em que vivemos? Eu conheci casais que oraram diligentemente e entenderam que poderiam ser mais efetivos para o Reino se não tivessem filhos. Outros se sentiram direcionados a apenas adotar crianças, ao invés de terem filhos biológicos. Precisamos estar atentos a convicções como essas, de pessoas que sinceramente buscaram ao Senhor e querem honrá-lo e glorificá-lo da melhor forma possível.

Eu não posso “questionar” a direção específica de Deus a alguém. Mas acredito que é seguro dizer que a direção de não ter filhos provavelmente vai ser rara se analisarmos tudo o que as Escrituras falam sobre o assunto e sobre a bênção que os filhos representam.

FRANCIS E LISA CHAN COM SEUS SETE FILHOS

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L IDERANÇA OSMAR MISAEL D IAS

VIVENDO ACIMA DA NORMALIDADE

POR QUE HÁ PESSOAS CAPAZES DE SUPORTAR O INSUPORTÁVEL?

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leitura do livro Xelotes, de Dave Gib-bons, tem sido inspiradora para mim. Ela me despertou um questionamento. Não sei se você já notou, mas existem pessoas

que vivem uma vida cristã acima da média. Ao passar por algumas lutas, muitos ficam abatidos, desanimam, querem jogar a toalha. Mas há outros que, passando pelos mesmos desafios, têm uma reação completa-mente diferente. Parecem imunes.

Perceber isso me levou a perguntar para o Senhor: “O que está acontecendo? Por que há pessoas capazes de suportar o insuportável? Por que alguns abandonam a jornada, enquanto outros permanecem? Qual é o mis-tério disso?”

Pesquisando nas Escrituras sobre pessoas que tiveram esse tipo de vida, achei no apóstolo Paulo um ótimo exemplo. Ele escreveu em Filipenses 4.11: “eu apren-di a me contentar com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartu-ra, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.” Ele registrou essa mensagem encorajadora enquanto estava preso! Paulo vivia aci-ma da normalidade.

Um homem que passou praticamente um terço da sua vida preso, escreveu desde a masmorra: “alegrai-vos irmãos, regozijai-vos!” Como? Onde ele encontrava forças? De onde tirava esse gozo interior para de den-tro de um lugar frio, escuro, fedido e cheio de ratos, encorajar os irmãos a se alegrarem?

Ele tinha um entendimento profundo da redenção, a qual experimentamos através da morte e ressurreição de Jesus. Viver acima da normalidade é experimentar o poder gracioso da redenção.

Na carta aos Colossenses, Paulo escreve: “dando gra-ças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no Reino da luz. Pois ele nos res-gatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a reden-ção, a saber, o perdão dos pecados.” – 1.12-14. Em outras palavras, ele falava para os que estavam fora da prisão: “diante de qualquer adversidade, alegrem-se e deem graças ao Pai diariamente porque Ele tornou vocês idôneos.” Nós não éramos dignos de participar de nenhuma herança. Mas Deus, na Sua infinita graça e misericórdia, agradou-se em enviar Seu filho Jesus

para nos proporcionar uma salvação eterna, uma re-denção completa e nos colocar numa posição de dig-nidade. Por isso somos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Isso é redenção. Isso é a maravilhosa gra-ça de Deus.

Quando o filho pródigo pecou e tomou consciência disso, pensou: “voltarei para meu pai, e lhe direi: pe-quei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho” – Lucas 15.18-19. O Reino dos céus é para os indignos. A salvação é para quem não presta. Jesus veio para os doentes. Os sãos não preci-sam de médicos, mas os doentes sim. Eu e você éra-mos doentes, éramos indignos. Não éramos idôneos, não estávamos aptos a participar de herança nenhuma. Mas Ele nos deu isso por Sua graça e misericórdia. Esse era o segredo para Paulo viver acima da normali-dade, a sua certeza do imensurável amor de Deus por ele, por mim e por você.

É isso que a vida do apóstolo Paulo nos diz: “se vocês não entenderem isso, não viverão acima da normali-dade, acharão que são pessoas comuns.” E nós não somos pessoas comuns, somos especiais, somos na-ção santa, sacerdócio real. Somos um povo adquirido por Deus para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Nós não somos qualquer pessoa. E quando entendemos isso, saímos da normalidade e subimos de patamar. Come-çamos a enxergar as coisas de um outro prisma.

Sim, vamos ter adversidades, pressões e lutas, mas podemos encará-las de uma forma diferente, porque fomos resgatados. Ninguém consegue viver uma vida acima da normalidade se não experimentar a redenção.

Quer chegar a ser capaz de suportar o insuportável? Imite Paulo. Seja qual for a luta que esteja passando, regozije-se na maravilhosa graça de Deus, que pela Sua infinita misericórdia entregou Seu único Filho para que sejamos incluídos na Sua morte e ressurreição e tenha-mos assim redenção eterna. Esse é motivo suficiente para termos uma vida acima da normalidade.

OSMAR MISAEL D IAS É PASTOR DA COMUNIDADE

DA GRAÇA SEDE . CASADO COM A PASTORA

CLEONICE D IAS , TEM DOIS F I LHOS ,

KARLA E V ICTOR.

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esquisa do Conecta divulgada no ano passado mostrou que os jovens brasileiros têm em média perfis em sete redes sociais. Cerca de 90% dos internautas entre 15 e 32 anos têm o hábito de

acessar as redes. Só no Facebook, eles passam quase 30 minutos diariamente conectados, de acordo com dados da Hitwise.

Uma rápida pesquisa com a palavra “evangélicos” nas re-des revela um quadro bem preocupante. Ao mesmo tempo

em que muitos afirmam que a internet deve ser usada como instrumento de evangelização, na prática parece ocorrer o contrário. Termos como “intolerância” e “preconceito” são cada vez mais associados ao evangelho, numa distorção evidente da mensagem cristã.

Antes que as boas novas se convertam (ou seria “desconver-tam”?) em más notícias, listei algumas sugestões para rever nossa atuação na Internet. Afinal, desde o início o Mestre chamou para perto de si gente habilidosa com as redes.

O ambiente virtual é um reino editado. Da escolha das fotos às palavras cuidadosamente pensadas, há quem viva na Internet uma personagem por vezes bem distante da realidade. A vida dessas personas parece quase má-gica. As imagens mostram sempre paisagens bonitas e a profusão de selfies sinaliza preocupação exagerada com o que é aparente. Não por acaso, o cristianismo ocupa-se da essência. Não nos esqueçamos também que a vida in-clui momentos difíceis. A felicidade genuína transborda em palavras e atos e não necessita de artifícios.

Há poucos dias, a prefeitura de Paris removeu milhares de cadeados da Pont des Arts. A combinação “amor + cadeados” apresenta alguns riscos. Não é nada interes-sante reproduzir no mundo virtual os mesmos guetos da realidade. Um dos aspectos mais fascinantes da Internet é a ausência de fronteiras, nos possibilitando conhecer pessoas diferentes que podem enriquecer nossa vida em vários aspectos. Obviamente, crianças e adolescen-tes precisam de orientação porque a ausência de limites pode transformar-se em risco.

REJE ITE A APAT IA SERGIO PAVARIN I

PESCANDO COM REDES

SEJA VOCÊ MESMO NÃO CONSTRUA CERCAS1 2

SEIS DICAS PARA SER RELEVANTES NAS REDES SOCIAIS

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“O que você faz fala tão alto que não consigo escutar o que você diz.” A frase conhecida de Ralph Waldo Emer-son é um lembrete importante. Desperdiçamos boa parte das chances que a Internet nos proporciona por não sa-bermos ouvir. O tempo todo pessoas emitem sinais de que não estão bem, numa tentativa de obter ajuda. Em troca, oferecemos frases prontas e imagens de animais fofos. Não há coincidências no mundo espiritual. Se al-guém se aproxima de nós, é possível que a solução esteja ao nosso alcance.

Há parentes que não se falam desde as últimas eleições, tal o (baixo) nível das agressões mútuas. Falta compre-ensão e sobra mau humor. Do ponto de vista terapêutico, despejar as neuroses nas redes não vai deixar ninguém melhor. Ao contrário, vai contaminar ainda mais o am-biente virtual com ódio e intolerância. O Deus que se apresenta nas Escrituras como “Amor” não precisa de vingadores em seu nome. Para o cristão, a vida é uma constante oportunidade de serviço. Somos embaixadores do Príncipe da Paz.

Certa vez, José Saramago disse que os 140 caracteres do Twitter refletem a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. “De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”, afirmou o escritor. A Internet privilegia a su-perficialidade tanto na informação como nos relacionamen-tos. Um emoji nunca será capaz de transmitir com exatidão o que sentimos. Da mesma forma, ler três parágrafos não torna ninguém especialista em nenhum assunto. Navegar em águas profundas requer tempo e disposição. Para ampliar co-nhecimentos, o melhor barco que conheço são os livros.

Trinta minutos diários no Facebook significam uma semana inteira por ano somente nessa rede. Tempo suficiente para, entre outras atividades, ler a Bíblia toda. A Internet deve ser usada para ampliar os relacionamentos e não para nos dis-tanciar de amigos e, principalmente, de Deus. Cada minuto que recebemos é uma dádiva que deve ser corretamente ad-ministrada. Não nos esqueçamos de que o ambiente virtual apenas reproduz (e amplifica) o que somos do lado de fora. A vida abundante prometida por Jesus jamais vai prescindir de abraços apertados. Troque alguns likes por demonstra-ções mais genuínas de afeto. Somos a resposta divina para esse mundo carente de amor e de significado. Nas palavras do apóstolo Paulo, “somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras”. Viralize (e viva) essa mensagem.

APRENDA A OUVIR

TROQUE A ESPADA PELA BACIA E PELA TOALHA

SAIA DA SUPERFÍCIE

DESCONECTE-SE

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E SE JESUS TIVESSE UM SMARTPHONE?Com mais de 30 milhões de usuários em 195 países, o Instapray é um aplicativo que vem para ser uma ferramenta positiva num mun-do em que os comentários agressivos e o preconceito têm dominado as redes sociais.

Nele, as pessoas podem postar seus pedi-dos de oração e orar pelos pedidos de ou-tros. Seu criador, o polonês Fryderyk Ov-caric, conta que sua intenção era criar uma comunidade segura e livre da negatividade. “Na medida em que o bullying online vem crescendo e com o surgimento de mais apps que permitem ataques anônimos, acredito que o mundo pode se beneficiar muito do Instapray”, explica.

DISPONÍVEL PARA ANDROID E IOS .

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O “DEBATE” É ALIMENTADO DE DADOS DISTORCIDOS?

Contrário ao que os defensores da redução da maioridade penal têm mostrado, em 70% dos países membros da ONU a idade para entrar no sistema penal adulto é 18 anos. A ida-de para ser julgado como adulto é diferente da idade a partir da qual o menor responde pelos seus atos, que, no Brasil, é a partir dos 12 anos, como estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

O ÍNDICE DE REINCIDÊNCIA É MUITO MAIOR ENTRE ADULTOS?

No sistema penal adulto do Brasil, 70% dos condenados voltam a cometer crimes. No sistema penal juvenil, são cerca de 20%. Por que trocar um sistema com menos rein-cidência por um com mais?

SE APROVADA, A REFORMA TRARÁ CONSIGO

DESDOBRAMENTOS LEGAIS?

Especialistas apontam que com 16 anos, os menores po-derão comprar bebidas alcoólicas, frequentar motéis livre-mente, tirar a carta de motorista. Afetará também a prote-ção contra a exploração sexual de adolescentes, pois com 16 anos uma menina seria considerada maior de idade.

PARA CADA PROBLEMA COMPLEXO HÁ UMA SOLUÇÃO CLARA, S IMPLES E ERRADA

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MAIORIDADE PENAL: O NÃO DEBATE

VOCÊ SABIA QUE...

VOCÊ SABIA QUE . . .

REDUZIR A MAIORIDADE PENAL

NÃO QUER DIZER REDUZIR A IMPUNIDADE?

92% dos assassinatos cometidos no Brasil não são punidos. Apenas 8 em cada 10 são investigados. O que diminui a im-punidade não é o tamanho da pena, mas a certeza da punição.

ESPANHA, ALEMANHA E ESTADOS UNIDOS REDUZIRAM A MAIORIDADE

E ESTÃO VOLTANDO ATRÁS PORQUE NÃO DEU CERTO?

Nos primeiros dois países mencionados, o resultado foi tão ruim que além de subir a maioridade de novo para 18 anos, em alguns casos, se consideram os 21 anos. Já nos Estados Unidos, até o estado mais conservador, o Texas, desistiu de encarcerar menores com adultos. A razão é simples: piora para a sociedade. Na comparação, a taxa de reincidência de menores punidos como adultos é 35% mais alta do que a taxa de reincidência do sistema juvenil.

Não há espaço para a omissão e nem para uma discussão cega ou movida pelo ódio. É bom lembrar que o Uruguai, país vizinho, fez um plebiscito sobre este assunto, e a gran-de maioria que era favorável mudou de opinião quando a discussão se transformou num debate profundo.

O jornalista norte-americano Henry Louis Mencken dizia que: “Para cada problema complexo há uma solução cla-ra, simples e errada.” Não existe problema complexo com solução simples. O que resolve as coisas é trabalho sério e coerente, mas esse discurso infelizmente não é o que tem feito mais sucesso.

Congresso brasileiro está atualmente considerando al-terar o artigo 228 da Constituição Federal, que estabe-lece que todo indivíduo menor de 18 anos é penalmen-te inimputável. Se a reforma for feita, a idade mínima

seria alterada para 16 anos. Há uma urgente necessidade de debater este assunto, mas não é o que está acontecendo. Per-guntas devem ser feitas e respostas devem ser procuradas.

CARLOS BEZERRA JR .

PASTOR, MÉDICO, DEPUTADO ESTADUAL , PRES IDENTE

DA COMISSÃO DE D IRE ITOS HUMANOS DA ASSEMBLE IA

LEG ISLAT IVA DE SÃO PAULO. CASADO COM PATRÍC IA

BEZERRA, E PA I DE G IOVANNA E G IUL IANNA

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eu nome é Cibele Xavier e sou membro da Co-munidade da Graça em Atibaia. Tenho 26 anos e me casei com o Wagner no ano passado, no dia 11 de janeiro.

Em 2008, quando fazia um acompanhamento médico, realizei um ultrassom de rotina. O exame revelou que eu tinha ovários policísticos e a minha médica me disse que eu nunca poderia ser mãe. Ela até se deu ao trabalho de desenhar numa folha de sulfite como era a deformação do meu útero.

Chorei muito com a notícia, mas no mesmo momento dis-se à médica que Deus poderia me curar. Ela não pareceu acreditar muito.

A minha mãe estava comigo e me lembrou da palavra que Deus havia me dado naquela manhã durante a devocional: “Bendize, ó minha alma ao Senhor e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades.” - Sal-mos 103.2-3.

No domingo seguinte, conversei após o culto com meus pastores, Cézar e Marisa Rosaneli. Imediatamente, eles me ungiram e oraram por mim.

Na semana seguinte, apresentamos uma peça de teatro no culto dos jovens. Nela, interpretei a mulher do fluxo de san-gue – Marcos 5.24-34. Durante a apresentação senti Deus agindo naquele lugar, e lembrei: “apenas um toque e eu serei curada”.

Por causa do diagnóstico que tinha recebido, eu deveria passar por uma cirurgia. Previamente, tive que fazer novo ultrassom para ver se não havia nenhum empecilho para fazer o procedimento.

Quando pegou os resultados, minha médica começou a dizer: “Não entendo. Não estou entendendo.” E acrescentou: “Seu útero esta perfeito!” Absolutamente emocionada com a notí-cia, respondi: “Ah, mas eu entendo, doutora. Lembra quando disse que Deus poderia me curar? Então, Ele me curou!”

A médica quis fazer mais um ultrassom para poder ter cer-teza de que um milagre estava diante dos seus olhos. E para honra e glória do único e suficiente Deus, meu útero estava realmente perfeito.

Em fevereiro de 2015 comecei a sentir fortes dores nos meus ovários. Então, no culto de domingo, o Pastor Cézar pediu para que todos os que estavam enfermos fossem à frente. Eu fui, e a Pastora Maria Barbosa, sem saber das minhas dores, colocou suas mãos sobre os meus ovários e clamou ao Senhor para desfazer todo cisto.

Em maio, no dia do meu aniversário – que coincidia com o dia das mães -, recebi um presente que para muitos era impossível. Depois de fazer um exame de sangue, descobri que vou ser mamãe.

Minha felicidade é imensa e sou extremamente grata a Deus por tudo o que Ele tem feito na minha vida. Tam-bém pelos meus pastores e pelas pessoas que têm cuida-do de mim.

“ELE SARA TODAS AS TUAS ENFERMIDADES”

UM PRESENTE IMPOSSÍVEL

TESTEMUNHO

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RECOMENDO

L IVRO L IVRO

CARLOS ALBERTO BEZERRA

MUNDO CR ISTÃO MUNDO CR ISTÃO PIXAR

UMA V IDA COM PRIORIDADES

JESUS ÉJUDAH SMITH

A EXPERIÊNCIA DA MESADEVI TITUS

D IVERT IDA MENTEPETE DOCTER

Vivenciamos uma epidemia global que envolve excesso de atividades e escas-sez de tempo. Estabelecer prioridades é fundamental para uma vida equilibra-da. Mas como saber quais são as verda-deiras prioridades da vida?

Com 50 anos de experiência de vida pastoral e eclesiástica, Carlos Alberto Bezerra, pastor e fundador da Comuni-dade da Graça, responde a estes ques-tionamentos oferecendo orientações baseadas nas Escrituras, sobre ques-tões práticas do cotidiano.

Vida espiritual, relacionamento fami-liar e profissional, cultura, cristianismo, entre outros temas, fazem da obra um manual eficaz e seguro para que o ho-mem moderno não se perca no caos do dia a dia, mas trafegue com confiança e firmeza, conhecendo as prioridadeas estabelecidas por Deus.

Num mundo de informações instantâ-neas, apenas conhecer o personagem Jesus pode não fazer tanta diferença. Mas, descobrir como interagir com Ele, faz! Completar essa frase deve ser o objetivo de todos aqueles que dese-jam sair da superficialidade, libertar--se da religiosidade e experimentar um relacionamento profundo e verdadeiro com Deus.

A correria do dia a dia e uma agenda cheia de atividades têm interferido em um dos momentos mais importantes que se pode ter em família: a hora das refei-ções. Devi Titus desvenda a importância da mesa nas Escrituras e compartilha a bênção de se investir nestes momentos em família, com amigos e pessoas que-ridas, na construção de relacionamentos mais fortes e sadios.

O filme conta a história de uma pré-ado-lescente e de como suas emoções for-mam um turbilhão de sensações, afetan-do sua rotina e seu relacionamento com os pais. Numa mistura que consegue ser divertida e educativa, o diretor mostra a relação entre as emoções e o funciona-mento da mente humana e ensina uma lição muito importante sobre como lidar com as emoções.

L IVRO

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F I LME

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ACONTECEU

O dia 19 de Junho foi um marco na vida do Pr. Car-los Alberto Bezerra. Lançando o seu novo livro – Uma Vida com Prioridades – ele participou de uma noite de autógrafos na Livraria Saraiva do Shopping Anália Franco. Mais de 600 pessoas estiveram no local para adquirir uma cópia do livro e cumprimentar o pastor pelo lançamento.

As Pastoras Suely e Alessandra Bezerra estiveram jun-tas em uma viagem aos Estados Unidos, onde participa-ram de um curso ministrado pela Dra. Adriana Mueller sobre aconselhamento pastoral e para casais. No total, foram 25 horas de curso, divididas em sete dias, entre 13 e 20 de Junho. Elas puderam se preparar para im-plantar o treinamento também no Brasil.

“UMA VIDA COM PRIORIDADES” NOVO LIVRO DO PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA

ACONSELHAMENTO PASTORAL NOS EUA

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PATRÍCIA BEZERRA HOMENAGEIA OS 20 ANOS DO “DESPERTA DÉBORA”

PROJETO MAE VAI AO NORDESTE

“Mães de joelhos, filhos de pé.” Este é o lema do Des-perta Débora, movimento de oração que convida mães biológicas, adotivas ou espirituais a intercederem dia-riamente por seus filhos.

Em comemoração aos 20 anos desse projeto, a verea-dora Patrícia Bezerra realizou uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo no dia 28 de Maio. O evento, que contou com a presença de diversas partici-pantes e líderes do projeto, teve momentos de oração, conscientização e festa.

Os dias 29 e 30 de Maio foram muito especiais para as mulheres da Comunidade da Graça em Caruaru (PE). As Pastoras Suely Bezerra e Alessandra Bezerra Caldas estiveram presentes na igreja para implantar o Proje-to MAE na região Nordeste. Elas foram recebidas pela Glaucia Feitosa, responsável pelo trabalho.

Nos dois dias, cerca de 100 mulheres estiveram presen-tes e puderam ouvir palavras de encorajamento e apro-veitar um precioso tempo de comunhão.

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ACONTECEU

Nos dias 19, 20 e 21 de Junho, a Comunidade da Graça Zona Norte realizou na cidade de Serra Negra o acam-pamento “Mulheres Livres”. As mais de 70 presentes foram ministradas pelas Pastoras Nádia Ventura e Va-nise Fernandes, e pela líderes Silmara Lopes, Camila Ventura e Cássia Melo. Foi um tempo muito especial em que elas puderam compartilhar os desafios enfrenta-dos por toda mulher e encorajarem umas às outras.

“MULHERES LIVRES” NA CG ZONA NORTE

Junho foi um tempo de festa na Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo. A Comunidade comemo-rou 17 anos de existência e realizou cultos especiais durante todo o mês. Como convidados, contou com os Pastores Carlos Alberto Bezerra, Jorge Mantoan, Alexandre Feitosa, Patrícia Bezerra, Valmir Ventura, Maurício Lachaitis e Marcos Marciano.

CG SBC COMEMORA 17 ANOS

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No dia 19 de Junho, às 19h, a Câmara Municipal de Suzano realizou uma sessão solene para declarar como Cidadão Suzanense o Pr. Valter Alves de Oliveira Fi-lho – o Pr. Valtinho – da Comunidade da Graça. O títu-lo vem em reconhecimento pelos serviços prestados à cidade com o trabalho do seu ministério.

VEREADORES RECONHECEM O TRABALHO DO PR. VALTINHO DA CG SUZANO

Depois de participar da Conferência Internacional 2015, o Pr. Francis Chan participou do culto da manhã na Co-munidade da Graça Sede, no domingo, 14 de Junho. A ministração teve como tema central o avivamento. O cul-to contou também com a participação da filha de Francis, Rachel Chan, interpretando a música “Agnus Dei”.

FRANCIS CHAN TRAZ UMA PALAVRA PROFÉTICA PARA A COMUNIDADE DA GRAÇA

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