revista comuna 60

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Jesus é... Preencher essa frase mudará a sua vida. Entrevista com Philip Yancey - Não temos feito um bom trabalho ao comunicar a graça. Reportagem - END IT MOVIMENT os números da escravidão. Opinião - Discrição, liberdade de opinião e "Charlie Hebdo"

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SedeRua Eponina, 390 - V. Carrão

(11) 2090-1800

Acesse o Portal Comunawww.comuna.com.br

60comuna

Olá!

Comuna e vc!

Graça e paz, amigo leitor

Quem é Jesus Cristo é uma das perguntas mais importantes a serem respondi-das. Isso porque o conhecimento de quem é Jesus e, consequentemente, de Sua missão e propósitos da Sua vinda ao mundo, interferem diretamente no destino eterno de uma pessoa, já que a Bíblia diz que a salvação é pela fé em Jesus Cristo.

A partir do momento em que conseguimos preencher a frase do título da matéria de capa, nossos anos começam a ser contados para Deus, essa é a fórmula da Contabilidade Divida, e é sobre isso que o Pastor Carlos Alberto, fundador e presidente da Comunidade da Graça, escreve.

Os primeiros meses do ano de 2015 foram marcados por violência e controvér-sia. No dia 7 de janeiro, um grupo armado invadiu a reunião de pauta e matou os cartunistas da revista satírica francesa “Charlie Hebdo”. O ataque perpetrado foi uma resposta a uma charge que tinha o profeta Maomé como protagonista e ge-rou intenso repudio mundial além de reabrir o debate sobre a liberdade de expres-são. A Revista Comuna recolhe aqui as palavras de um dos editores da prestigiosa revista cristã Relevant sobre o assunto, além de apresentar uma reportagem sobre os ataques que as igrejas cristãs sofreram no Níger e que estão relacionados com a polémica publicação.

Finalmente, nesta edição você conhecerá o “END IT Movement” que denuncia a escravidão mundial e convoca a participar nessa luta nas Redes Sociais. Participe você também de essa iniciativa. A luta contra a escravidão moderna é uma luta de todos nós!

Boa leitura!

Gostou dos temas e assuntos da revista? Deseja fazer algum comentário? Tem sugestões? Escreva para nós. Queremos saber sua opinião!

[email protected]

Produção:

Associação Comunidade da Graça

Pastor Presidente

Carlos Alberto de Quadros Bezerra

Jornalista Responsável:

César Stagno - MTB 58740

Colaboradores:

Paulo Alexandre Sartori

Projeto Gráfico e Diagramação:

Salsa Comunicação

www.salsacomunicacao.com.br

Tiragem:

12.000 exemplares

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06 08

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06 - VisãoA Contabilidade Divina

08 - MulheresSaber Perdoar

12 - FinançasSaindo do Vermelho

14 - Formação EspiritualA Arte da Leitura Bíblica

16 - SonhoSPossíveisUm Rabino Subversivo

18 - HistóriaO Legado Espiritual de Martin Luther King Jr

20 - ReportagemEnd It - Os números da Escravidão

22 - Entrevista“Não Temos Feito um Bom Trabalho ao Comunicar a Graça”

24 - Capa

32 - OpiniãoDiscrição, Liberdade de Expressão e Charlie Hebdo

34 - Igreja PerseguidaPressão Religiosa

36 - FamíliaAdolescência: Um Presente de Deus

38 - Fundação CGA FCG arrecada quase 32 toneladas de alimentos para doações em 2014

40 - Aconteceu

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VISÃO Carlos Alberto Bezerra, pr.

A C0NTABILIDADE DIVINAQUANDO OS ANOS DA EXISTÊNCIA DE UM HOMEM

COMEÇAM A SER CONTATOS PARA DEUS?

“Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim, e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragili-dade.” Salmo 39.4

Refletindo sobre a duração da vida humana, deparei-me com um fato muito interessante relacionado com a pas-sagem dos anos, e como Deus contabiliza a idade. Em Gênesis 4 e 5 existem duas genealogias. No capítulo 4 en-contramos a genealogia de Caim e no capítulo 5 a de Sete.

Embora Adão tenha gerado muitos filhos, três deles fo-ram famosos: Caim, Abel e Sete. Abel morreu muito jo-vem, por isso, não deixou descendentes. Os outros dois, no entanto, têm suas genealogias registradas na Bíblia. Uma inicia com Caim e a outra com Sete. As duas ge-nealogias apresentam a mesma descrição: alguém gerou alguém etc.

Mas há uma diferença vital nos dois registros. No capí-tulo 4 encontramos a descrição pura e simples dos des-cendentes de Caim, sem entrar na questão dos anos que viveram na terra. O mesmo não se observa na genealogia de Sete, no capítulo 5, que mostra não somente quem gerou quem, mas quando ele morreu e a idade que tinha. Num capítulo temos o registro das idades e no outro não.

Será que houve algum engano por parte do escritor do livro de Gênesis? Não me parece viável esta conclusão.

Deus não faz nada por acaso e nem comete erros nas coisas que faz.

O grande problema é que, aos olhos de Deus, Caim não teve anos para serem contados. Para Deus não importa quando ele casou, gerou filhos ou morreu. Seus dias não foram considerados. Para Deus sempre esteve morto, mesmo quando vivia. Daí o fato de que um morto não tem dias para serem contabilizados aos olhos de Deus. Paulo refere-se a esse tipo de pessoa:

“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pe-cados. Em que noutro tempo andastes segundo o prín-cipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos: e éra-mos por natureza filhos da ira, como os outros tam-bém.” Efésios 2.1-3

Aqui temos o relato claro do estado do homem sem a experiência da regeneração. Representa todos os homens que estão mortos em Adão e que não têm vida para Deus, por isso não tem contagem de anos.

Entretanto, as pessoas do capítulo 5 de Gênesis repre-sentam aqueles que nasceram de novo, que foram re-generados:

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“Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” Tiago 1.18

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.” 1 Pedro 1.23

Os anos da existência de um homem começam a ser con-tatos para Deus quando ele nasce de novo. Não importa que ele seja bom pai, esposo, patrão, empregado ou até mesmo bom religioso. Se não nascer de novo não verá e nem entrará no reino de Deus. Esta foi a experiência do religioso Nicodemos.

“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3.3

Na regeneração ganha-se nova mente e coração, fruto da obra da Graça que se manifestou na pessoa de Jesus.“E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne.” Ezequiel 36.26

Ele nos incluiu em sua morte e ressurreição a fim de termos vida e vida abundante.

“Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que se um morreu por todos, logo todos morre-ram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” 2 Coríntios 5.14-15

Agora podemos desfrutar deste maravilhoso milagre, pois “... se alguém está em Cristo nova criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5.17

A partir daí, os anos são contabilizados por Deus e Ele nos faz ver a soma dos nossos anos!

“Ensinando-nos a contar os nossos dias...” Salmo 90.12

Carlos Alberto de Quadros Bezerra é fundador e presidente da Comunidade da Graça. É membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e preletor internacional. Casado com a pra. Suely Bezerra.

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MULHERES Suely Bezerra, pra.

SABER PERDOAR

Os casamentos, embora sejam úni-cos, têm muitas coisas me comum. Na verdade, os problemas conjugais são muito semelhantes. A questão de ser-mos bem sucedidos ou falharmos em nosso casamento depende geralmente mais de como lidamos com os proble-mas do que o fato de os termos. E isso depende se nós perdoamos ou não per-doamos o nosso cônjuge.

Temos que começar de novo o mes-mo casamento várias vezes. As mais difíceis experiências da vida podem ser portas para novos começos, nova compreensão e crescimento com mais amor do que jamais imaginamos no início do nosso casamento.

Enquanto houver perdão e Deus nos der fôlego, temos a oportunidade de recomeçar, acertar e ser feliz no casa-mento. Qualquer casamento pode ser mudado e melhorado se os parceiros mudarem ou melhorarem.

O casamento feliz é feito por aqueles que acreditam que mudar e perdoar é sempre possível. Em um casamento feliz, os parceiros têm vontade de mu-dar e se ajustar ambos às necessidades e sentimentos um do outro. Em um ca-samento feliz, os cônjuges aprendem a liberar e a receber PERDÃO, de modo que seu relacionamento cresce em

vitalidade e sentido. O perdão é algo fundamental em um relacionamento a dois (Efésios 4.32; Colossenses 3.13).

Relembrar os erros de seu parceiro é uma prática que pode arruinar seu ca-samento. O casamento se torna impos-sível ou insuportável, se ambos não se dispuserem a perdoar e esquecer.

A verdade é que todo o companheiris-mo do casamento é, no final das con-tas, baseado no perdão. O amor não mantém uma lista dos erros; o amor passa um apagador na lousa.

Nunca é tarde demais

Um casamento feliz é renovador

AS MAIS DIFÍCEIS EXPERIÊNCIAS DA VIDA PODEM SER PORTAS PARA NOVOS COMEÇOS, NOVA COMPREENSÃO E CRESCIMENTO.

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Porém, para perdoar verdadeira-mente, necessitamos estar cons-cientes do perdão de Deus por nós. Somente quando compreendemos o tamanho do perdão que Deus nos ofereceu através de Jesus Cristo mesmo sem o merecermos, é que conseguiremos perdoar nossos semelhantes (Salmo 103.10-11). Pelo fato de Cristo estar em sua vida, você pode ter comunhão livre com as pessoas, principalmente com seu cônjuge.

Quando não liberamos perdão, não somos livres para ser feliz e nem fazer as pessoas felizes. O perdão libera a nós e aos outros para pros-perar. Se você se recorda com má-goas de situações que aconteceram no passado, libere perdão. Isso te trará saúde para sua vida.

Ore e peça ao Espírito Santo para lembrar você de situações que pre-cisam de liberação de perdão. Se houver alguma coisa mal resolvida, com certeza você lembrará. Esse é o momento de voltar atrás e pedir ou liberar perdão.

Se você encontrar dificuldade em fazer isso, procure seu líder na igre-ja, ore com ele, e o Espírito de Deus vai agir te tornando uma pessoa to-talmente livre e saudável, perdoada e perdoadora, em nome de Jesus!

Suely Bezerra, é líder Nacional do Ministério Mulheres Intercessoras. É casada com o Pr. Carlos Alberto Bezerra e autora de vários livros relacionados com a oração e a prática devocional

Um casamento feliz não é um casa-mento perfeito, porque ninguém é per-feito. Todos cometem erros, quebram coisas, magoam os outros e colocam o parceiro em dificuldades. Mas um casamento feliz é constituído de pes-soas amadurecidas que espontanea-mente perdoam e esquecem. Sem este perdão, elas sofrerão angústia, infeli-cidade e remorso. Resolver uma situ-ação difícil o mais cedo possível traz benefícios emocionais, físicos e espi-rituais para ambos. A tensão íntima de hostilidade ou falta de perdão é muito grande para qualquer um suportar sem repercussões sérias.

Ao falar sobre casamento, um orador comentou que qualquer casal que re-tém ressentimentos íntimos não come-morará seu quinquagésimo aniversá-rio de casamento. A pressão desse tipo de vida é muito desgastante e fatal.

Às vezes o espírito de negação do perdão que destrói um casamento tem suas raízes fora do próprio casamento.

As pessoas que não aprenderam a per-doar seus pais ou outros no passado, também não conseguem perdoar seu parceiro no presente.

O que uma vasta quantidade de acon-selhamento profissional não pode fa-zer, o perdão pode. O perdão não é prioritariamente um sentimento. Ele é fundamentalmente uma promessa e um mandamento (Mateus 6.14-15).

Quando perdoamos, devemos nos comprometer em:

• Nunca mais falar sobre aquilo ou usá-lo contra o outro.

• Procurar meios de fazer o bem àquele que perdoamos.

• Recusar-nos a falar com outros sobre a situação.

• Recusar-nos a dar importância continuamente ao erro cometido.

Aplicação Pessoal

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Anúncio Conferência Internacional

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Anúncio Conferência Internacional

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ESPECIALFINANÇAS

É bom fazer resoluções de Ano Novo. Elas funcionam como um incen-tivo para que tentemos coisas novas e resultados diferentes. Mas, há um contraponto: uma meta, quando feita para ser alcançada, pode ser feita tanto em Janeiro, como em Março, Maio ou Dezembro.

Todos nós sabemos que as probabilidades de realmente manter uma resolução são bem baixas. Entretanto, quanto mais rápido agirmos para colocar as coisas no lugar, é mais provável que atinjamos resultados e fiquemos mais motivados para manter essas escolhas.Muitas famílias passam anos tentando pagar dívidas absurdas ou não sabem nem por onde começar para se livrarem de seus débitos.

Não existem fórmulas rápidas, mas alguns passos simples podem ser de grande ajuda para dar início a essa jornada.

“Ah! Soberano Senhor, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e por teu braço estendido. Nada é difícil demais para ti.” Jeremias 32:17

Quando estamos endividados procuramos tabelas, gráficos e um plano especial, talvez até uma saída fácil para o nosso problema. Certamente precisamos de uma estratégia específica. Mas, se não acreditamos que é possível, nunca conseguiremos.

Eliminar débitos têm pouco a ver com o dinheiro na carteira, e mais a ver com mudanças graduais feitas com o passar do tempo.

Nossos débitos podem ser vencidos. É tempo de começar a agir crendo que o Deus que mantém o Universo girando também pode nos ajudar a encontrar a saída para o que parece uma situação impossível.

“Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos.” I Tessalonicenses 4:11

$AINDO DO VERMELHO

Não existem saídas fáceis. Precisamos, inclusive, ser cautelosos com pessoas que dizem haver ape-nas três passos, programas simples ou metodolo-gias que não envolvem nenhum tipo de sacrifício.

Se não sentirmos a dor do processo de sair do ver-melho, provavelmente voltaremos a ele.

“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos puri-ficar de toda injustiça.” I João 1:9

AS COISAS MAIS IMPORTANTES A SE FAZER PARA COMEÇAR A PAGAR SUAS DÍVIDAS

Acredite que é realmente possível

Pare de pensar que há uma saída fácil

Reconheça os seus erros

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“Os planos bem elaborados levam à fartu-ra; mas o apressado sempre acaba na misé-ria.” Provérbios 21:5

Organizar nossas finanças é imprescindível. Então saberemos especificamente o que fa-zemos, o que devemos e de quanto precisa-mos para viver.

Aplicativos para tablets e celulares – ou apenas papel e caneta – podem nos ajudar com isso. Precisamos separar tempo para estabelecer o controle das particularidades do nosso dinheiro, então podemos fazer um plano específico.

“Quem sai à guerra precisa de orientação, e com muitos conselheiros se obtém a vitó-ria.” Provérbios 24:6

Não fomos criados para viver sozinhos, mas em comunidade. Precisamos ter a nossa vol-ta pessoas que sabem lidar com o dinheiro. Estes amigos oram por nós, ajudam-nos quando caímos e nos animam quando esta-mos cansados.

O dinheiro mexe com nossas emoções. Mu-dar nossa mente e a orientação das nossas motivações é tão importante quanto cortar despesas ou criar uma planilha.

Quando devemos, basicamente damos a uma pessoa (ou organi-zação) o controle de nossas vidas.

É incrivelmente difícil admitir que estamos errados em gastar o que não temos ou em fazer em-préstimos até chegar à exaustão financeira.

Precisamos confessar nossos er-ros, pedir perdão quando necessá-rio e então mudar para um novo padrão financeiro.

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Cinco Apps para organizar suas finanças

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FORMAÇÃO ESPIRITUAL

O RELACIONAMENTO COM A PALAVRA NÃO É UMA CIÊNCIA.

A leitura da Bíblia pode parecer uma ciência porque é importante, por exemplo, saber os fundamentos de linguagem e comunicação, entender sujeitos, verbos, predicados e conjun-ções, porque muito pode-se ganhar nesse processo. Mas, na verdade, ler a Bíblia é mais simples do que parece.

A Bíblia, por si só, é uma compilação especial de grandes trabalhos artísti-cos. Sua leitura é, mais do que uma ciência, uma arte. E aprender essa arte faz toda a diferença.

Converse com alguém que tem lido a Bíblia há décadas. Veja se ele tem uma boa fórmula sobre como fazer sua leitura diária. Você pode perguntar: “Existem três ou quatro passos sim-ples pelos quais passar todos os dias?”

Mas, como toda arte, ler a Bíblia é uma habilidade aprendida no envolvi-mento com a tarefa, não simplesmente seguindo instruções formais. Aqueles que leram mais as suas Bíblias são os que aprenderam melhor o ofício de ler.

Nenhum autor bíblico nos dá uma fór-mula de como fazer nossos devocio-nais diários. Isso pode ser intimidador para o iniciante que quer ajuda, mas, na longa jornada, demonstra uma li-bertação maravilhosa. Pode ser de grande ajuda ter rodinhas por um tem-po, mas uma vez que você aprendeu a andar de bicicleta, coisas a mais são terrivelmente restritivas e limitadoras.

Nada é melhor do que encontrar um horário e um lugar apropriados, blo-quear as distrações, colocar nossa atenção no texto e deixar que nossa

mente e coração sejam capturados, guiados e comovidos por Deus falan-do conosco através de Sua Palavra.

Se a leitura da Bíblia ainda é um mis-tério e chega a ser até desconfortável, a única – e mais importante – coisa a se fazer é uma prática regular do estu-do. O melhor das Escrituras se apren-de dia após dia, semana após semana, mês após mês e ano após ano, quando mergulhamos e deixamos que ela en-cha nossas mentes, inspire nossos co-rações e dirija nossas vidas.

Um conselho para qualquer plano de leitura bíblica é este: não deixe que o impulso por ler rapidamente um capí-tulo inteiro o impeça de se debruçar sobre um trecho, seja na busca para entendê-lo (o que chamamos de ‘estu-

Consulte um cristão mais velho

Aprenda na prática

Descubra a arte da reflexão

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do’) ou na absorção do que foi enten-dido (‘reflexão’).

Intensifique a leitura e se aprofun-de no estudo, pare em algo que não entendeu, questione e dê respostas, consulte recursos e, talvez, procure uma breve meditação ou diagrama. É assim que colocamos o significa-do da Palavra em nossos corações e nossas vidas.

Os discípulos aprenderam a ler as Es-crituras como uma arte. Não de forma rigorosa a ponto de somente as pro-fecias mais explícitas e específicas se aplicarem ao Messias, ou o texto ser sempre direcionado aos ‘leitores originais’ e nunca a nós. Como des-tacado em Lucas 24:45: “lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as Escrituras.”

Jesus mesmo fazia sua leitura com muito mais tato – de forma alguma inventando coisas -, mas enxergando com os olhos da fé aquilo que normalmente está fora da visão natural.

Uma leitura profunda é como um gos-to adquirido através da prática regu-lar, não é uma habilidade facilmente transferida; é encontrar Jesus através das Escrituras, em suas muitas textu-ras e nuances, sem cair na descrença ou no fingimento. É aprender com o apóstolo João que “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Apo-calipse 19.10).

Conforme aprendemos a ler a Bíblia com nossa mente e nosso coração, percebemos como os discípulos des-cobriram seus segredos – e como, a partir de então, viam que tudo em todo lugar apontava para Jesus.

Encontre Jesus

Como toda arte, ler a Bíblia é uma

habilidade aprendida no envolvimento com a tarefa, não

simplesmente seguindo instruções

formais.

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SONHOSPOSSÍVEIS Patrícia Bezerra

Definitivamente, falar de Jesus Cristo é falar de um homem di-ferente de todos os outros. Para começar, apesar de totalmente humano, Ele era totalmente Deus. Ao mesmo tempo em que en-sinava o caminho para a salvação, dizia que quem quisesse salvar sua vida, a perderia, mas quem perdesse sua vida por Ele, a acha-ria. Entender Jesus é uma tarefa simples e complexa ao mesmo tempo. É necessário o olhar puro de uma criança, mas também a perícia minuciosa de um adulto. Pelo que deu para perceber, este texto vai te fazer pensar muito e mostrará diversos paradoxos. Prepare o café e boa leitura, rs.

Jesus foi um homem que teve apenas três anos e meio de mi-nistério. Mas, nesse tempo, conseguiu colocar de pernas para o ar todo sistema religioso de sua época. O Filho de Deus era um rabi único, com características que o diferenciavam dos líderes de sua época. Logo de cara, o diferencial de Jesus foi escolher seus discípulos e não ser escolhido por eles, como era costume dos Talmídes, por isso está escrito: não foram vocês quem me escolheram, eu escolhi vocês!

Cristo mudou e ampliou o conceito de amor ensinado nas sina-gogas. No lugar do famoso “olho por olho e dente por dente”, ensinou o amor aos inimigos. Em vez de guardar o sábado, ele ensinou que o bem deve ser feito todos os dias. Além do mais, o Mestre mostrou que o amor pelas vidas era maior do que qual-quer tradição cultural ou religiosa. Yeshua se alimentava na casa de pecadores - aliás, deixando claro que preferia estar com eles e não com religiosos hipócritas.

Jesus era craque em pregar peças naqueles que se julgavam acima do bem e do mal, acima da justiça, que, em uma ironia hilária, julgavam-se acima dele mesmo - ninguém menos que o próprio Deus! Foi assim no episódio com Maria Madalena que, ao ser sur-preendido em adultério, seria conduzida para sua execução. O que os religiosos que planejavam usar da Lei para matá-la não ima-ginavam é que encontrariam a encarnação da Graça bem no meio do caminho... ai, ai, ai!! Foram ‘cutucar’ o mestre com vara curta! Ele logo mandou: se vocês não tiverem pecado, podem começar!

UM RABINO SUBVERSIVO

A personalidade do Mestre era incrível. Suas emo-ções eram bastante claras, e, constantemente, Jesus era movido por sentimentos, como a íntima compai-xão. Ele se entristecia por uma cidade que não acei-tava o Evangelho, e ficava irado com legalistas e re-ligiosos. Ia a festas de casamento, cantava hinos com os discípulos e pegava crianças no colo. Era extrema-mente paciente com todos, mas não dava vez para a religiosidade e a injustiça. Esse é o meu Rabi!

Ao contrário dos líderes de sua época, Jesus não se gabava e não gostava de fama. Geralmente, quando operava um milagre, dava créditos ao curado: “Vai, tua fé te salvou”. Jesus gostava de elogiar publica-mente as pessoas, como Natanael, sobre quem dis-se ser um verdadeiro israelita, em quem não havia

O HOMEM QUE MUDOU O“OLHO POR OLHO” PARA “AME SEU INIMIGO”

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Patrícia Bezerra é psicóloga e vereadora de São Paulo. É casada com Carlos Bezerra Jr. e mãe da Giovanna e da Giulianna. Seguidora de um rabi que se interessou pela causa do pobre e oprimido, e que colocou o amor a Deus e ao próximo acima da religiosidade.

falsidade, ou um centurião romano, a quem disse nunca ter visto tamanha fé como a desse oficial, nem em Israel.

O Mestre de Pedro, Tiago e João não habitava em lugares luxuosos, nem pregava em sinagogas requintadas. Costumava dizer que as raposas ti-nham ninhos, mas que Ele não tinha onde reclinar sua cabeça. Ao pregar, Jesus fazia das montanhas seu púl-pito, e atraía pessoas que o escuta-riam por dias seguidos. Até mesmo fariseus o ouviam buscando descul-pas para questionar sua pregação. E Ele não titubeava: como estratégia,

respondia uma pergunta com outra pergunta, e deixava os religiosos de plantão sem resposta.

O Filho de Davi era uma pessoa que se interessava pela causa do pobre, do desfavorecido, do excluído, que prega-va que o maior é o menor, e que aquele que quisesse ser importante, deveria ser servo. Líder corajoso, o rabino Jesus destruiu as barracas de mercadores que faziam comércio e disse que recons-truiria o templo em três dias.

Infelizmente, por ser diferente de qual-quer líder que já existiu, gerou ciúmes

e indignação em muitos. Foi preso e condenado à morte, acusado injusta-mente. Apesar de blasfemado por um ladrão, mesmo durante sua crucifica-ção, Jesus mostrou sua diferença até depois de ter sido morto. Após três dias, ressuscitou e demonstrou que nem a morte poderia vencê-lo.

Como não poderia deixar de ser, esse rabino que subverteu doutrinas e dog-mas religiosos, substituiu-os pelo amor a Deus e ao próximo, e deixou seu legado ao mundo, nos dando a responsabilidade da missão aponta-da em João 14:12: “Em verdade, em verdade vos asseguro que aquele que crê em mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, pois eu vou para o meu Pai”. Prepare-se! Afi-nal de contas, somos seguidores desse rabino subversivo!

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LEGADO

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Cada ano, na terceira segunda-feira de Janeiro, os Estados Unidos comemoram o dia de Martin Luther King Jr. Sua luta e história fizeram dele um ícone americano e a data honra a vida de um dos maiores defensores dos direitos ci-vis na história.

Mas, como devemos nos lembrar de um santo quando sua vida é tão relevante que ele se torna um herói nacional?

A Igreja sempre procura se lembrar de pessoas que segui-ram a Jesus radicalmente e nos ensinam o significado de uma vida que vale a pena. Chamá-las “santos” não sugere que são perfeitas, mas reconhece que suas vidas foram se-paradas por Deus.

O sonho de King, vivido nos Estados Unidos – um país fundado com princípios de liberdade e justiça, mas marca-do por um longo período em que os afro-americanos eram privados dos mesmos –, nos desafia a viver apaixonados pelos nossos maiores valores e mais profundas convicções.

Seu testemunho nos remete à sua morte no dia 4 de Abril de 1968 e nos inspira a sermos livres não só para buscar a nossa felicidade, mas para amar a Deus e ao nosso próxi-mo como Jesus, que salvou o mundo morrendo numa cruz como um inimigo do estado.

Jesus, em seu discurso de amor, disse, “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (João 15:13). A mensagem radical do Evangelho é que “enquanto nós ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós”. Ele entregou sua vida pelos seus inimigos. Enxergar Martin Luther King Jr através da sua morte é ver como ele foi um imitador do Messias.

Muitas pessoas conhecem King como um pregador batista. Onde cresceu, ele foi um prodígio. Entrou cedo na facul-dade, fez pós-graduação em Oratória e se tornou Ph.D. em Teologia. Após a formatura, saiu em busca de um bom em-prego. Se tornou pastor na Igreja Batista da Avenida Dex-ter, em Montgomery, Alabama.

A igreja era supostamente o primeiro passo para sua carrei-ra promissora. Mas havia algo no caminho: o movimento dos direitos civis e Jesus. Com a prisão de Rosa Parks por não ter cedido seu assento para um homem branco num ônibus circular, King foi convocado para liderar a comuni-

dade afro-americana a um boicote aos transportes públicos. Depois de muitas semanas de luta, quis renunciar à posi-ção. Pouco tempo depois, foi preso. O movimento começa-va a atrapalhar sua profissão.

Então veio Jesus e o chamou. Numa madrugada de inver-no, o líder estava aflito depois de receber mais uma ligação com uma ameaça feroz à sua vida. Se sentia frustrado e confuso. “Algo me disse: ‘você não pode chamar o papai e a mamãe. Você precisa chamar aquele de quem seu pai cos-tumava falar, aquele que pode fazer um caminho onde não há mais saída’”, contava. Sua vida nunca mais foi a mesma.

O sonho de King estava tão enraizado no Evangelho quanto na Constituição dos Estados Unidos, e seria compartilha-do com a América oito anos mais tarde. Jesus o chamou a prosseguir, ele então desafiou o militarismo americano que estava destruindo vidas inocentes no Vietnã e assumiu a Campanha dos Pobres. Já um herói nacional, mudou-se com sua família para um dos piores bairros de Chicago para andar com os menos favorecidos.

No entanto, ele sabia que estava marcado para morrer. Não só continuava a receber ameaças de morte, mas conhecia os poderes que defendiam violentamente aqueles a quem ele desafiava. Ir contra esses poderes era carregar a sua cruz. E ele o fez – e fez com amor. É disso que devemos nos lembrar. Como todos os santos, só entenderemos o legado de Martin Luther King quando enxergarmos sua vida à luz da sua morte.

Como Lembrar

Marcado para Morrer

Amor Maior

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Um dos piores registros da história marca 12 milhões de pessoas sendo carregadas através do oceano para se-rem vendidas. Lemos suas histórias, assistimos a filmes sobre suas vidas e ainda ficamos chocados ao pensar que algo tão terrível realmente aconteceu. Tentamos nos convencer de que essa realidade ficou no passado. No entan-to, os tempos mudaram mas o proble-ma cresceu.

Atualmente, existem mais de 27 mi-lhões de pessoas no mundo em situa-ção de escravidão.

Num mundo que protesta contra a in-justiça e luta pelos direitos humanos nas ruas e nas redes sociais, há mais que o dobro de escravos do que no período do trafico negreiro. E eles estão escondidos.

John Ridley, roteirista do filme `12 Anos de Escravidão`, falou recente-mente sobre a conexão entre sua his-tória e a realidade dos dias atuais. ”Por mais bonito que o filme seja, há o pe-rigo de que as pessoas achem que isso não acontece mais. O problema é que está acontecendo agora mesmo.”

Ao redor do mundo, fábricas, restau-rantes, fazendas, lojas e bordéis estão cheios de pessoas sendo forçadas a trabalhar. Privadas de sua liberdade, têm suas vozes perdidas na incapaci-dade do mundo de responder às suas circunstâncias.

No ano de 2014, o tráfico de pessoas produziu a quantia exorbitante de 32 bilhões de dólares. Se os produtos deste mercado fossem consumidos apenas por aqueles que estão direta-mente envolvidos, esse número nunca seria possível. A escravidão está dire-tamente conectada a cada um de nós, está presente na produção de itens de nosso uso diário.

E também há a indústria da porno-grafia, que não somente capitaliza na venda de milhões de mulheres, como desenvolve a desmoralização da ideia de que seres humanos não podem ser vendidos como mercadorias.

É difícil mudar as coisas da noite para o dia, mas ainda podemos fazer com que a corrente flua numa nova direção. Somos os livres e privilegiados. Nossa

voz é forte e podemos utilizá-la em fa-vor dos que foram calados.

Ao encarar a situação da escravidão em nossa cultura, as pessoas têm duas reações: ou ficam paralisadas dian-te de uma situação que se apresenta como muito grande para ser evitada, ou `lavam suas mãos` e desistem em meio a dados tão absurdos. Nenhuma delas traz resultados.

Segundo Bryson Vogeltanz, adminis-trador do END IT Movement, “Você só precisa dar o próximo passo. Seja lá o que for que você faça, não fique sem fazer nada.”

O END IT é um movimento que mo-biliza pessoas que querem trazer à luz essa dura realidade e dar um fim a ela. A equipe por detrás da organização levanta abolicionistas modernos que lutam para trazer justiça aos cidadãos mais vulneráveis do mundo.

E para endossar esse time, o END IT convida a uma manifestação públi-ca. No dia 27 de fevereiro de 2014, muitos compartilharam fotos com a

REPORTAGEM

27 milhões

32 bilhões de dólares

27 de Fevereiro

QUAL A REALIDADE DO TRABALHO ESCRAVO NOS DIAS ATUAIS E COMO PODEMOS LUTAR CONTRA ELA?

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marca do movimento (um `X` vermelho) e a hashtag #enditmovement. Algumas celebridades e políticos, como Carrie Underwood e Carlos Bezerra Junior também postaram imagens. O deputado, criador da lei paulista contra o trabalho escravo, ainda completou, “pode parecer pouco, mas a invisibilidade é um dos principais problemas no combate a esse crime.“

E em 2015 temos a oportuni-dade de fazê-lo novamente.

O mundo precisa saber. Te-mos mais recursos à nossa disposição do que em qual-quer outro período da his-tória. Precisamos canalizar nossos dons e escolher não participar de uma realida-de da qual estamos cien-tes. Como o abolicionista William Wilberforce disse certa vez, “você pode esco-lher desviar seus olhos, mas nunca mais poderá dizer que não sabia.“

Junte-se ao END IT e fale ao mundo sobre os 27 milhões

Desenvolva uma visão de justiça

Dê o próximo passo

Diga a todos que você conhece que a es-cravidão ainda existe e que as pessoas que sofrem com ela são importantes para você. No dia 27 de Fevereiro, junte-se ao movimento mundial em um clamor

coletivo por liberdade. Tire sua foto com o `X` e compartilhe nas redes so-ciais. Não esqueça do hashtag #endit-movement. Saiba mais em enditmove-ment.com (site em inglês).

Não existe solução instantânea para um problema tão complexo. Adote um estilo de vida consciente, compassivo

e ativo. Concentre-se no que está em jogo e em como você pode ajudar a mudar isso.

Use sua voz como consumidor. Busque por companhias que não utilizam mão de obra escrava em sua produção. Faça uma

análise profunda de como seu dinheiro tem sido o combustível desse mercado e mude o que for possível.

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ENTREVISTA

“NÃO TEMOS FEITO UM BOM TRABALHO AO COMUNICAR A GRAÇA”PHILIP YANCEY, RENOMEADO JORNALISTA E ESCRITOR CRISTÃO, DIZ QUE A IGREJA TEM COMETIDO SÉRIAS FALHAS AO TENTAR TRANSMITIR O AMOR DE CRISTO.

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Philip Yancey é um dos autores cristãos mais reconhecidos do momento. Seus livros já venderam cerca de vinte mi-lhões de exemplares em todo o mundo. Formado em Co-municação no Wheaton College e em Língua Inglesa na Universidade de Chicago, o escritor afirma: “Escrevo livros para resolver questões que me incomodam. Meus livros são um processo de exploração e investigação. Então, eu tento resol-ver diferentes problemas relaciona-dos a fé que quero aprender ou que me preocupam”.

Ao todo, o autor escreveu mais de dezesseis livros, e agora está lançan-do seu mais recente trabalho: “Va-nishing Grace” - Apagando a Graça, em tradução livre-, onde fala sobre os estereótipos negativos dos evan-gélicos, afirmando que a Igreja tem falhado na hora de comunicar graça e apresenta formas de superar esta situação. Nesta entrevista, Yancey comenta estes aspectos e fala sobre seu novo material.

Revista Comuna: O titulo do seu novo livro parece um contraponto em relação ao “What’s so Amazing About Grace?” – “Maravilhosa Graça”, publicado no Brasil pela editora Vida- alguma coisa mudou sua percepção sobre a graça?

Philip Yancey: A graça de Deus não está acabando ou desaparecendo, obviamente, mas nós na Igreja, evidentemente, não estamos fazendo um bom trabalho mostrando a graça. Enquanto eu escrevia “Maravilhosa Graça”, estava preocupado em saber como vive um cristão cheio de graça, em oposição à ausência dela, que opera como um pano de fundo na vida das famílias, das nações e das instituições. Quando lancei aquele livro, no final dos anos 90, as estatísticas diziam que 85% das pessoas sem afiliação religiosa tinham uma opinião favorável sobre o Cristianismo. Entretanto, em 2010, essa porcentagem caiu para 16%. Logo, nós cristãos não temos feito um bom trabalho ao comunicar a graça.

RC: O que aconteceu para que os evangélicos cheguem nesse ponto?

PY: Muito tem acontecido. Quando você pede para um não-cristão falar sobre os cristãos, eles usarão palavras

como: juízes, desonestos, egoístas, hipócritas e vários “anti”: “Eles são anti-ciência, anti-gays, etc.” Ganhamos -e isso não é motivo de vanglória- a reputação de ser a “polícia moral” da sociedade. Jesus foi acusado de andar

com os pecadores: as prostitutas, os coletores de impostos. Ele foi acusado de andar com as pessoas erradas. De alguma forma, nós temos afastado essas “pessoas erradas”, enquanto Jesus as atraía.

RC: Como se afastar desses estere-ótipos negativos e mudar a perspec-tiva?

PY: Há três tipos de pessoas que são efetivas em demonstrar a graça: os ativistas, os artistas e os peregri-nos. Os ativistas alcançam as pesso-as através de atos de misericórdia. A arte se infiltra com facilidade no sub-consciente, e assim os artistas conse-guem comunicar a Palavra de Deus a uma sociedade que é resistente à ela.

E quando olhamos para os ensinamentos de Jesus, vemos que Ele ensinou sobre pessoas perdidas, moedas perdidas, ovelhas perdidas, o filho perdido. Existem muitas pessoas que estão vagando por ai, sem saber por que estão lá, quais decisões deveriam ter tomado. E como peregrinos na mes-ma rua, nós podemos dizer, “Aqui estão algumas coisas que eu aprendi e que podem te ajudar.”

RC: É possível ser culturalmente relevantes e se manter fiéis a Deus?

PY: Devemos mostrar ao mundo uma forma diferente de sermos humanos. Hebreus 12.15 diz: “Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus.” Se passarmos a vida cuidando para que ninguém seja excluído da graça de Deus, com certeza, seremos relevantes.

Capa do mais recente livro do escritor: “Vanishing Grace” - Apagando a Graça, em tradução livre. Ainda sem data de lançamento no Brasil

No final dos anos 90, as estatísticas

diziam que 85% das pessoas sem afiliação religiosa tinham uma

opinião favorável sobre o Cristianismo. Entretanto, em 2010, essa porcentagem

caiu para 16% -e hoje continua caindo.

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CAPA César Stagno

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Talvez este seja um dos maiores desafios da humanidade, definir Cristo. Muitos têm uma ideia preconcebida do personagem his-tórico, mas poucos conseguem falar quem Ele é em suas vidas.

Jesus não é apenas uma figura importan-te, também não é alguém para ser lembrado apenas em datas comemorativas, como seu nascimento e sua morte. Jesus é o nome que dividiu a história num antes e depois.

Para aqueles que foram salvos pelo seu sa-crifício, Ele é Rei, Senhor e Salvador. Mas, para muitas pessoas ao redor do mundo, Je-sus é um enigma de difícil compreensão.

Quem é Jesus para você? Que lugar Ele ocu-pa na sua vida? Como o definiria? Como o apresentaria a outros?

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Um Deus que quer se relacionar

Jesus é Homem

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1.14

Sim, Jesus foi de fato um homem que andou entre nós. Existem diversas evidências históricas de Cristo. O escritor Mário Curtis Giordani comenta: “Sobre as origens do Cristianismo, de modo especial sobre a vida de Cristo e sua doutrina, as fontes, por excelência, são, primeiramente, os livros do Novo Testamento, entre os quais podemos pôr em relevo as epístolas paulinas e os quatro evangelhos. Para um conhecimento mais aprofundado da mentalidade religiosa dominante na Palestina nos tempos de Cristo, constituem fontes de primeira ordem os famosos manuscritos descobertos a partir de 1947 no Mar Morto. Uma terceira classe de fontes referentes às origens cristãs, encontramo-las em escritos de autores pagãos como Plínio - o Jovem, Tácito, Seutönio e na obra do escritor judeu Flávio Josefo.”

Sendo assim, o critério mais importante que os pesquisadores possuem para atestar a existência de Jesus é o da múltipla confirmação: autores diferentes, que nunca se conheceram, afirmam fatos semelhantes sobre o personagem.

Os textos mais antigos sobre Jesus datam do século I, em sua maioria escritos por adeptos ao cristianismo. A exceção é o já mencionado Flávio Josefo, um historiador judeu que tentou escrever toda a história do povo judaico. Ele cita Jesus, João Batista e Tiago (irmão de Jesus) como exemplos de homens que lideraram movimentos messiânicos na região da Galileia.

No século seguinte, surgem mais textos de historiadores que citam Jesus e, principalmente, o

movimento iniciado por seus seguidores. “Esses dados servem para mostrar que não estamos no campo da mitologia. São autores judeus e romanos, que nunca se tornaram cristãos, e permitem afirmar de modo muito seguro que Jesus é um personagem histórico.”, afirmou André Chevitarese, professor do Instituto de História da UFRJ e autor dos livros “Jesus Histórico - Uma Brevíssima Introdução” e “Cristianismos: Questões e Debates Metodológicos” (Editora Kline), em recente entrevista ao site da popular revista VEJA.

Por que Deus tornou-se Homem? Ele veio para revelar Deus a nós. Em Jesus Cristo, Deus se manifestou da forma mais clara. Ele é a prova de que Deus não se afasta do pecador, mas se volta para ele.

Jesus veio para convencer o mundo do pecado e da necessidade de arrependimento. Ele veio para se entregar como sacrifício por uma humanidade que caiu através do primeiro homem, Adão – por isso, Jesus é chamado também de “último Adão” (1 Coríntios 15.45). Ele veio para destruir as obras do diabo, para tirar o poder da morte e para vencer o pecado (1 João 3.5). Jesus é a peça mais importante para podermos fazer parte da família de Deus. Através dEle agora somos filhos do Pai e Cristo é nosso irmão mais velho. Em Jesus, Deus se aproximou.

“Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” Efésios 2.17-19

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Flávio Josefo foi um historiador judeu nascido em Jerusalém quatro anos após a crucificação de Jesus de Nazaré, na mesma cidade. Devido a essa proximidade com Jesus em termos de tempo e lugar, seus escritos têm uma qualidade de testemunha “ocular” uma vez que eles se relacionam com todo o fundo cultural da era do Novo Testamento. Mas seu escopo é muito maior do que este, abrangendo também o mundo do Antigo Testamento. Suas duas maiores obras são “Antiguidades Judaicas”, revelando a história hebraica desde a Criação até o início da grande guerra com Roma em 66 d.C., enquanto “Guerra Judaica”, embora tenha sido escrito primeiro, traz o registro da destruição de Jerusalém e da queda de Masada.

No livro “História dos Hebreus”, normalmente datado na década de 90 d.C., há duas citações interessantes. A primeira diz:

“Anano, um dos que nós falamos agora, era homem ousado e empreendedor, da seita dos saduceus, que, como dissemos, são os mais severos de todos os judeus e os mais rigorosos no julgamento. Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não havia chegado, para reunir um conselho diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento. Esse ato desagradou muito a todos os habitantes de Jerusalém, que eram piedosos e tinham verdadeiro amor pela observância das nossas leis” – (JOSEFO, Flavio, História dos Hebreus – CPAD, 2000, pp.465)

Dois fatos são interessantes nessa citação:

1. Confirma uma clara declaração das escrituras: Jesus tinha um irmão chamado Tiago (Gálatas 1.19);

2. Ele era reconhecido como Cristo, outra afirmação clara das escrituras (Mateus 16.16).

A segunda declaração de Josefo a respeito de Jesus é ainda mais explícita e por isso, muito controversa:

“Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia devemos considera-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Ele era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome” – (JOSEFO, Flávio, História dos Hebreus – CPAD, 2000, pp.418)

A Históriae Jesus

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Riqueza e status não eram seu objetivo

Jesus é Simples

“e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura” Lucas 2.7

Desde seu nascimento, Jesus trilha um caminho de simplicidade. Sendo Deus, sendo Rei (Lucas 2.4), não nasceu no meio de riquezas, mas no meio de palha, terra, animais, e um cheiro não muito convidativo. Se fosse colocado num palácio, ou em alguma sala do Templo, poucos teriam conseguido chegar a Ele sem a formalidade de primeiro obter permissão daqueles que estivessem trabalhando nesses lugares. Mas ninguém teria dificuldade nenhuma de chegar a um estábulo; ali Ele estaria facilmente ao alcance tanto de pobres como de ricos igualmente. Foi posto numa manjedoura para tornar-Se acessível a todos e a qualquer um.

Outro fato que aponta sua simplicidade está registrado em Lucas 2.24 “e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do Senhor: “duas rolinhas ou dois pombinhos”. Após as semanas da purificação estabelecidas pela Lei Mosaica, José e Maria foram ao templo de Jerusalém, para a apresentação de Jesus. O livro de Levítico instrui sobre a oferta cerimonial na apresentação de um filho, e explica: “se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará duas rolas ou dois pombinhos.” O Senhor, soberano sobre todas as coisas, resolveu entregar a educação terrena do Seu Filho Unigênito a um simples casal. Tão simples, que nem dinheiro tinha para comprar um cordeiro.

Durante seu ministério, Jesus continuou rejeitando a riqueza e o status. Em João 6.14-15 está registrado que “depois de ver o sinal miraculoso que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: “Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo”. Sabendo Jesus

que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte.” Ele não procurava reconhecimento popular, status.

Jesus foi um exemplo para seus discípulos na questão de demonstrar genuíno interesse pelas pessoas simples. Ao ver as multidões que “andavam esfoladas e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor”, Jesus “sentia compaixão delas” – Mt. 9.36. Ele escolheu como apóstolos homens considerados “indoutos e comuns” – At. 4.13.

Como Dietrich Bonhoeffer escreveu no livro “God is in the Manger” – Deus está na manjedoura, em tradução livre – : “Para os grandes e poderosos deste mundo, há apenas dois lugares diante dos quais lhes falta a coragem, lugares que temem no mais profundo de suas almas e evitam: a manjedoura e a cruz de Cristo. Nenhum dos poderosos ousa se aproximar da manjedoura, nem mesmo o rei Herodes, pois é ali que os tronos tremem, os poderosos caem, os soberanos perecem, porque Deus está do lado dos humildes. Ali a riqueza de nada vale, porque Deus está com os pobres e famintos, mas os ricos e opulentos Ele despede de mãos vazias. Diante de Maria, a jovem serva, diante da manjedoura de Cristo, diante de Deus em humildade, os poderosos nada conseguem; não têm direitos nem esperança; eles são julgados.”

“Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele.” 1 Coríntios 1.27-29

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Ama mais as pessoas do que a si mesmo

Jesus é Servo

“o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” Mateus 20.28

Será que existe algum exemplo de serviço maior do que dar a vida pelos outros? Não, não há. De fato está escrito: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” – Jo. 15.13.

O fato de Cristo ter entregado sua vida para remissão dos pecados do mundo é um incontestável ato de serviço. E durante seu ministério, Jesus ressaltou a importância de servir, Ele era um Rei-Servo. Um conceito absolutamente contra cultural – tanto naquela época, como para os dias de hoje.

Jesus foi um servo sempre movido pelo amor. Um rei que sempre escondeu sua glória e privilegiou os gestos de humildade e serviço: “Estou no meio de vocês como aquele que serve” – Lc. 22.27. Não só se solidarizou com os humildes deste mundo, mas se identificou com eles. A ninguém submeteu pelo poder, mas quis a todos conquistar pelo coração.

De fato, o historiador Will Durant capta no livro “César e Cristo” o papel de Jesus como revolucionário do mundo: “Ele não estava interessado em atacar as instituições econômicas ou políticas existentes. [...] A revolução que ele buscava era mais profunda, sem a qual as reformas só poderiam ser superficiais e transitórias. Se ele pudesse limpar o coração humano do desejo egoísta, da crueldade e da luxúria, a utopia viria por si mesma e todas essas instituições que se erguem da ganância e violência humanas, e por isso necessitam de uma lei, desapareceriam. Considerando-se que essa seria a mais profunda de todas as revoluções, comparadas com a qual todas as outras seriam meros coups d’etat –golpes de estado –

de classe derrubando classe e, então, explorando por seu turno, Cristo foi, nesse sentido espiritual, o maior revolucionário da história.” Sim, conquistou a todos porque se fez servo de todos.

“embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor” Filipenses 2.6-11

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Amor e compaixão disponível a todos

Jesus é Graça

“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.” Tito 2.11

Graça é um atributo de Deus, um componente do caráter divino, demonstrada por Ele através da bondade para com o ser humano pecador que não merece o Seu favor: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” – Rm. 5:8. Ou seja, Jesus é a manifestação da graça de Deus.

Ao longo de toda a Bíblia, a graça de Deus se manifestou em três estágios:

1o. Estágio: Deus revela Sua bondade e graça ao demonstrar misericórdia, favor e amor para com todos os homens em geral, mas para com Israel em particular.

2o. Estágio: Deus expressa Sua graça, de forma mais clara, através de Jesus Cristo, o qual veio ao mundo para pagar pelos pecados do homem mediante Sua morte sacrificial na cruz.

3o. Estágio: A graça de Deus proporciona salvação e santificação a todos os que, pela fé, confiam em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas.

Em referência à graça, John Bunyan – autor do clássico cristão “O peregrino” –, exclamou: “Ó Filho do Bendito! A graça Te tirou de Tua glória; a graça Te trouxe para a terra; a graça fez com que tomasses sobre Ti o peso de nossos pecados, peso inexplicável de maldição; a graça se encontrava em Teu coração; a graça sangrou de Teu lado ferido; a graça estava em Tuas lágrimas; a graça se achava em Tuas orações; a graça se derramou de Tua fronte coroada

de espinhos! A graça se apresentou com os cravos nas mãos e os espinhos na fronte! Ó, aqui estão as insondáveis riquezas da graça! Graça para alegrar o pecador! Graça para a admiração dos anjos! Graça para atemorizar os demônios!”

A graça está disponível para todos os homens, mas apenas aqueles que declaram que Cristo é o Senhor das suas vidas são salvos.

“Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação.” Romanos 10.9-10

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A resposta que devemos dar

Jesus é Minha Vida

“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” Gálatas 2.20

Esta é a resposta definitiva. “Minha vida não é mais minha, minha vida é Cristo.” Quando olhamos para tudo o que Jesus é, devemos saber que sobre todas as coisas Ele é Senhor: “Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. Por esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos.” – Rm. 14:7-9. Assim, Ele deve ser o Senhor das nossas vidas.

O melhor exemplo de uma vida governada por Jesus é o apóstolo Paulo. Ele escreveu na carta aos Filipenses: “para mim, o viver é Cristo” – Fp. 1.21. Evidentemente, um texto alegre, encorajador. Surpreendentemente, isso não foi escrito numa época de bonanças, mas na prisão. O normal seria esperar justamente o oposto da parte de um prisioneiro: Paulo precisando urgentemente de encorajamento e alento. Mas era ele quem animava os cristãos de Filipos.

Justamente sobre esta carta de Paulo, o puritano Thomas Watson destaca três aspectos:

“Para mim, o viver é Cristo”, isto é , Cristo é o PRINCÍPIO da minha vida. “Cristo vive em mim.” (Gálatas 2.20). Assim, o ramo vive a partir da raiz.

“Para mim, o viver é Cristo”, ou seja, Cristo é o FIM da minha vida. Eu não vivo para mim mesmo, mas para Cristo. “Se vivemos, vivemos para o Senhor” (Romanos 14.8). O projeto de nossa vida é exaltar a Cristo.

“Para mim, o viver é Cristo”, isto é, Cristo é a ALEGRIA da minha vida.

Voltando ao começo do texto, como você completaria a frase do título da matéria? Quem é Jesus para você? É apenas um homem? É simples? É servo? É a manifestação da graça de Deus? Ou é tudo isso e mais, é Senhor, é sua vida?

Só podemos declarar “Jesus é minha vida” quando houve, de fato, uma experiência com Cristo. E uma afirmação tão poderosa é prova de que a vida foi mudada por completo, de que houve uma metanoia –mudança de mente e coração- que só o Espírito Santo é capaz de provocar.

Quando alguém expressa “Jesus é minha vida”, ele está dizendo que Cristo é o Senhor e consegue manifestar Seu amor de forma prática. Não apenas na célula mas, principalmente, nos relacionamentos com aqueles que não conhecem as Boas Novas. Na compaixão, no amor e no cuidado daqueles que não tem voz e que precisam ser vistos e ouvidos.

Que o Espírito Santo faça morada em cada um de nós, para que sejamos cheios da plenitude de Deus, e que a cada dia possamos expressar “Jesus é minha vida”.

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OPINIÃO Jesse Carey

DISCRIÇÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO E

COMO REAGIR ÀS DIFERENTES FORMAS DE LIBERDADE?

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“Eu desaprovo o que você diz, mas vou defender até a morte o seu direito de dizê--lo.” Esta simples frase de Evelyn Beatrice Hall, biógrafa do filósofo Voltaire, descreve um dilema enfrentado pelos defensores da liberdade de expressão: o discurso é uma faca de dois gumes; se nós o defendemos, podemos estar, efetivamente, defendendo ideias das quais discordamos.

Para muitos cristãos o impasse é ainda maior. A Bíblia nos fala sobre o poder das palavras. Provérbios 18 diz que “a língua tem o poder sobre a vida e sobre a morte.” Desde o princípio, Deus colocou um valor tremendo nas palavras. Em Gênesis, Ele chama a Criação à existência, e em João 1 usa a metáfora da Sua Palavra para repre-sentar a promessa de Cristo. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”

Deus se importa com as palavras.

Em Janeiro, 12 pessoas foram brutalmente assassinadas no escritório do Charlie Heb-do, porque um pequeno grupo de radicais islâmicos discordou da forma com que o jornal francês exercitou sua liberdade de expressão. Nas horas e dias que seguiram, a violência ainda reivindicou a vida de mais cinco pessoas. Três dos criminosos foram mortos em tiroteios com a polícia, o quarto está foragido.

Desde então, milhões têm carregado broches e pôsteres com a frase “Je suis Charlie” (“Eu sou Charlie”) como sinal de suporte às víti-mas, ao jornal e aos princípios da liberdade de expressão.

Mas o que exatamente estão apoiando quando dizem “Eu sou Charlie”? Muitas das charges da publicação eram intencio-nalmente ofensivas e completamente pro-vocativas.

Alguns dos desenhos satirizavam o profeta Maomé, Maria e até mesmo as garotas se-questradas pela organização Boko Haram e feitas escravas sexuais.

Jesse Carey, editor da revista Relevant e apresentador do podcast. Material retirado do site. www.relevantmagazine.com

Charlie Hebdo não só fazia publicações de gosto duvidoso, mas de afronta deliberada. Obviamente, isso não justifica a violência. As vítimas do atentado foram alvos de radi-cais que usam balas para combater ideias, e isso é repugnante.

Além de ser um valor-base para a maior parte da cultura moderna ocidental, a livre expressão é vital para uma visão geral cris-tã. Como cristãos, a troca de ideias, a habi-lidade de criticar aqueles no poder pelo bem da justiça e a liberdade de ter um diálogo honesto – até mesmo com o nosso Criador – é tecida ao longo das Escrituras.

Mas isso não quer dizer que devemos emitir um apoio inabalável àqueles que expressam seu discurso de maneiras com as quais dis-cordamos. Em outras palavras, há uma dife-rença entre o luto pelas mortes dos que fo-ram assassinatos e o apoio ao trabalho que fizeram em vida. Admitir isso não rebaixa suas mortes nem diminui a tragédia. Deve-mos pensar com cuidado antes de declarar “Eu sou Charlie”.

Como cristãos, nós podemos – e devemos – apoiar o discurso livre, a expressão artísti-ca, sátiras e críticas culturais. Mas, também devemos levar em consideração que as ma-neiras mais efetivas de discurso utilizam dis-crição, compreensão e compaixão.

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IGREJA PERSEGUIDA

COMO O CASO CHARLIE HEBDO INFLUENCIOU NO ATAQUE A IGREJAS NO NÍGER

PRESSÃO RELIGIOSA

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O ano de 2014 foi marcado pelo crescimento da pressão e da violência nos países que sofrem com a perseguição religiosa. Segundo dados da Portas Abertas, a situação se agravou em diversos lugares e três novas nações passaram a fazer parte da classificação de países por perseguição.

Com o recente ataque à redação do Charlie Hebdo, a isla-mofobia tem se disseminado pela Europa, gerando diversos tipos de retaliações, como por exemplo, o agravamento da violência contra cristãos em países onde a população é pre-dominantemente islâmica.

No Níger, grupos extremistas atacaram comunidades cris-tãs, destruindo casas, abrigos e mais de 40 igrejas. Dessas últimas, quatro eram dirigidas por ministérios e missioná-rios brasileiros. Os protestos no país começaram no dia 16 de Janeiro, em resposta à primeira publicação do jornal francês após o assassinato de seus editores, que publicou na capa uma charge do profeta Maomé chorando e segurando um cartaz com a frase `Je Suis Charlie` (`Eu sou Charlie`) e a inscrição `Está tudo perdoado`.

O país do norte da África – 50 colocado na classificação da Portas Abertas em 2014 e ausente da lista em 2015 – tem 98% da sua população composta por islâmicos. Segundo Roberto Gomes, pastor da Igreja Presbiteriana Viva, uma das igrejas incendiadas, a situação é atípica. “Estou em es-tado de choque. Moro aqui desde 2009, na África há 14 anos, e nunca vi algo parecido. A relação com os muçulma-nos sempre foi tranquila”, comenta.

Gomes conta que um dos templos foi atacado horas antes de um encontro bíblico frequentado por moradores locais. Informado pelo zelador sobre o ocorrido, se trancou em casa com a mulher e os filhos em busca de proteção.

O pastor presbiteriano também abrigou o brasileiro Jeffer-son Garcia e sua família. Com medo, o missionário, coor-denador de duas igrejas e uma escola pela ONG britânica World Horizon, tirou a placa de identificação da sede da organização e buscou esconderijo. “Esperei as 19h, quando muitos muçulmanos estão na mesquita, para fazer o trajeto de 5km de carro. Vi muita fumaça pela cidade”, lembra. “A escola, para 350 pessoas, foi destruída e botaram fogo nas igrejas. Roubaram televisão, armários, tudo. Queimaram até um cachorro guardião do local.”

Adily Toro, porta-voz da polícia, informou que os ataques ainda resultaram em “cinco hotéis, 36 bares, um orfanato e uma escola cristã incendiados”. Ele também registrou cin-co mortos, 128 feridos e 189 detidos. Segundo informações da Portas Abertas, um pastor está entre as vítimas.

Não se sabe por quanto tempo os ataques e protestos no Ní-ger seguirão. Acredita-se que a hostilidade e a pressão para implantação da Sharia (lei islâmica) por toda a África e o aumento do radicalismo islâmico no norte da Nigéria e do Mali também contribuam para agravar a situação. O futuro da Igreja no país é preocupante e os novos fatos servem para trazer a tona uma realidade que, por mais que tenha ficado adormecida, sempre existiu.

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FAMÍLIA

ADOLESCÊNCIA: UM PRESENTE DE DEUS

“(...) até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à matu-ridade, atingindo a medida da ple-nitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças.” Efésios 4. 13, 14

Como foi a sua adolescência? Você lembra como era o seu comportamen-

to? Você se envolveu em crises quando era adolescente? De que forma você pensa que decepcionou os seus pais? Como eles reagiram? Consegue se lembrar de como se sentia nessa época?

Quando faço essas perguntas a pais de adolescentes que me procuram, por não conseguirem entender o que se passa com o seu filho nessa fase,

normalmente a resposta que ouço é: “meu filho não sofreu metade do que eu sofri”, “se ele soubesse como os meus pais me tratavam”, “mas eu faço TUDO por ele e ele não reconhe-ce NADA”, e a lista vai por aí a fora. É engraçado que a maioria não con-segue lembrar-se de si mesmo nessa fase! Pare um pouco para recordar a sua própria adolescência.

Marta Leite Ferreira

AS MUDANÇAS FÍSICAS, SOCIAIS E CULTURAIS SÃO OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO DO RELACIONAMENTO DE PAIS E FILHOS NESTA ETAPA DA VIDA.

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Se comparado a crescer, nascer é fá-cil. Algumas horas de dor, precedi-das de alguns meses de desconforto e aí o parto que, embora acompanha-do de um esforço enorme, é repleto de alegria. Vemos claramente que os bebês são presentes de Deus, mas quando os pais pensam nos anos tur-bulentos da adolescência, não conse-guem associar a palavra “presente” com pessoas emburradas e mau hu-moradas – filhas de 15 anos batendo a porta do quarto na cara da mãe ou filhos de 17 anos discutindo forte-mente com o pai. Acredite, seu filho adolescente também é um presente de Deus para você.

Essa fase é aquela que mais exigirá a prática do perdão. Pais se colo-cam em posição de perdoar mais facilmente, quando se lembram de duas coisas:

O filho que estou criando é filho de Deus, que o amou muito antes de mim e vai continuar amando-o muito depois que eu morrer;

O método de Deus lidar com o pecado, até o mais destrutivo, é o perdão.

Lembre-se: o crescimento mais im-portante de uma pessoa é em Cristo. Tudo o mais é preparação ou aces-sório disso. A tarefa do ser humano é tornar-se maduro não apenas para consigo mesmo, mas também no seu relacionamento com Deus e com seu semelhante.

“Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.” Lucas 2.52

Acredito que o nosso papel, en-quanto pais, é nos concentrarmos no nosso próprio crescimento espiritu-al. Pais que seguem o caminho de

Cristo com seriedade, sinceridade e alegria não definem a adolescência como problema a ser solucionado, mas dedicam-se com fervor a crescer em Cristo, e permitem que seus filhos os observem seus erros e acertos durante esse processo.

Com certeza devemos aprender e aplicar práticas educativas que podem variar de uma família para outra – regras especificas, técnicas de disciplina, varia-ções na rigidez e permissividade. Mas é fundamental os pais saberem que tan-to seu filho adolescente quanto eles mesmos, estão em processo de mudança e de transformação. Nunca se esqueça: seu filho é sempre um presente!

A primeira obrigação dos pais não é serem bons pais, mas serem bons cristãos.

“Agora é hora de ter um estilo de vida totalmente novo, zerado – uma vida planejada por Deus, renovada a partir de dentro; uma vida que muda para melhor a conduta de vocês, e que faz o caráter de Cristo tornar-se realidade em nossa vida.” Efésios 4. 22-23 - A Mensagem

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Marta Ferreira é psicóloga, casada com o pr. José Tadeu, é mãe de dois filhos e atua no Ministério com Casais na igreja Sede.

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FUNDAÇÃO COMUNIDADE DA GRAÇA

A FCG ARRECADA QUASE 32 TONELADAS DE ALIMENTOS PARA DOAÇÕES EM 2014

O ano de 2014 foi notável para a Fundação Comunidade da Graça. Além de realizar mais de 1 milhão de atendimentos, recorde absoluto de todos os anos, a arrecadação de alimen-tos para doação de cestas básicas à famílias carentes por meio do Programa Primícias alcançou 31.814 toneladas, maior quantidade de todos anos.

Graças à sua doação, em 2014, a Fundação intensificou a arrecadação de alimentos (veja o gráfico), ampliando, por meio do Serviço de Atendimento de Assistência Social à Família e Proteção Básica no Domicílio, o atendimento às famílias de Itaquera que sofreram perdas com enchentes. Isso tudo só foi possível porque você contribuiu.

O acesso físico e econômico à alimentação adequada é um direito do cidadão, previsto nos artigos 6º e 227º da Constitui-ção Federal Brasileira. Entretanto, apesar de garantido por lei, muitas famílias ainda passam fome e não possuem recursos para alimentação básica. Daí sucede a importância e a moti-vação para a doação de alimentos pelo Programa Primícias.

Dados do IBGE, divulgados em Dezembro de 2014, indi-cam que há 7,2 milhões de pessoas vivendo em domicílios

nos quais uma pessoa passou fome no último ano. Segundo o estudo, para uma pessoa estar contabilizada na categoria “passar fome”, o critério adotado foi o de, nos últimos três meses, ao menos uma pessoa na residência ter passado um dia inteiro sem se alimentar por falta de dinheiro e ter dimi-nuído a quantidade de comida oferecida a seus filhos.

Por conhecer essa realidade, a Fundação utiliza o Progra-ma Primícias como uma porta para que famílias conhe-çam os demais serviços oferecidos pela Fundação à comu-nidade. Depois do primeiro contato, ao tomar ciência da situação de cada família, muitas pessoas são encaminha-das para atendimento médico ou oficinas de capacitação profissional. Pequenas atitudes como essas, de doação ao próximo, podem transformar pessoas que estão em vulne-rabilidade, em cidadãos plenos de direitos. E isso está ao nosso alcance.

Neste ano, contamos ainda mais com você para podermos transformar a história de milhares de famílias. E nossos planos são grandes. Nossa meta é aumentar ainda mais o atendimento, alcançando outras regiões. Por isso, precisa-mos de seu apoio. Lembre-se: com sua ajuda conseguimos alcançar pessoas que muitos não conseguem. Doe alimen-tos. Doe Vida! #SEJAARESPOSTA

Alimentação adequada

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Meu nome é Maria Gilda. Moro há mais de 15 anos na Avenida Caititu com meus filhos e neta. Já passamos por algumas enchentes na região. Em algumas, inclu-sive, com mortes de alguns moradores.

Quando o tempo fecha e começa a escurecer, fico as-sustada e sinto fortes cólicas. É só ameaçar chover que eu e minha família saíamos correndo para casa dos vizinhos.

Na última enchente de Dezembro perdemos parte de nossas roupas, nossa geladeira e o armário com todos os alimentos. Fiquei sem rumo.

Quando recebi a informação de que receberia doação de roupas e cesta básica da Fundação fiquei muito feliz. A cesta, além de completa, possui produtos de excelente qualidade. Essa ajuda realmente foi uma

obra de Deus, pois nos fez saber que existiram pes-soas enviadas por Ele para nos ajudarem nesse mo-mento tão difícil.

Quero agradecer muito a estas pessoas que doam de coração. Que Deus possa retribuir em dobro o que fa-zem pelas outras pessoas, porque, na hora do desespe-ro, não imaginamos a que lugar recorrer. Por muitas vezes, em outras ocasiões, já recebemos doações de alimentos estragados e, agora, vimos a diferença de qualidade dos alimentos que ganhamos da Fundação Comunidade da Graça, que foi o único órgão que nos socorreu nesta última vez.

Muito obrigada pelas roupas e, principalmente, pelos alimentos. Que Deus os abençoe sempre.

Maria Gilda Amancio da Silva

JAN 1.499,51 kgFEV 1.898,32 kgMAR 2.147,65 kg

ABR 2.505,11 kgMAI 2.569,40 kgJUN 2.400,62 kg

JUL 2.271,22 kgAGO 2.038,26 kgSET 2.275,26 kg

OUT 3.630,15 kgNOV 3.455,23 kgDEZ 5.123,87 kg

“A FCG foi o único órgão que nos socorreu”

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1000

0JAN FEV ABR MAI JUN JUL SET NOV DEZOUTAGOMAR

Arrecadação de Alimentos 2014

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ACONTECEU

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO CELEBROU O “DIA DA BÍBLIA”A vereadora e pastora da Comunidade da Graça, Patrícia Bezerra, promoveu uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo no dia 10 de dezembro para comemorar o “Dia da Bíblia”.

A ocasião serviu também para homenagear a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), o maior centro produtor de bíblias do mundo.

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CG FERRAZÓPOLIS PROMOVEU A FESTA “SABORES DO BRASIL” O ministério de jovens e adolescentes da Comuni-dade da Graça Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo - SP, organizou no dia 17 de janeiro uma festa para auxiliar no investimento de cada inscrição do acampamento de Carnaval.

Todas as células da igreja se mobilizaram e custea-ram os ingredientes das comidas típicas escolhidas para representar cada região do país. A barraca do açaí representou a região Norte, a tapioca a região Nordeste, o milho cozido a região Centro-Oeste, a pizza a região Sudeste e o churrasco e o pão com lin-guiça a região Sul. Além disso, também teve a barra-ca dos Doces com a mais tradicional guloseima bra-sileira, o brigadeiro, bem como mousse de maracujá e a salada de frutas.

Aproximadamente 400 panfletos foram distribuídos nas ruas próximas à igreja, o que atraiu a atenção da vizinhança que foi conferir o que estava acontecendo e participou da festa.

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PASSAGEM DO ANO EM FAMÍLIA, A “CEIA DA VIRADA”

A CG José Bonifácio organizou um jantar para co-memorar a chegada do ano 2015. Pensando no Ano da Plenitude, a proposta do Pr. Clayton foi: Ceia em Família no Culto da virada, para passar os primeiros minutos do ano novo aos pés do Senhor. Veja aqui as imagens do evento:

ACONTECEU

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Durante todo o mês de Janeiro, a CG Itaquera convidou a pastores de outras CG’s para ministrar a Palavra. Os escolhi-dos foram o Pr. Diovani da CG Itaim Paulista, o Pr. Valter da CG Suzano e o Pr. Samuel da CG Guarulhos. Foi um tempo de comunhão muito especial e de grande bênção.

A CG ITAQUERA ORGANIZOU O “JANEIRO QUENTE”

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ACONTECEU

CG LONDRINA HOMENAGEOU O PR. RENATO FOGAÇA No domingo 11 de janeiro, a CG Londrina festejou o aniversário do Pr. Renato Fogaça. O Pr. Carlos Alberto Bezerra, fundador e presidente da Comunidade da Graça, enviou um vídeo com uma mensagem especial para o aniversariante.

A liderança da igreja levantou um clamor pela vida do Pr. Renato, pedindo “que Deus acolha com amor e misericórdia cada uma das orações apresentadas diante do trono do Altíssimo.” Suas filhas cantaram o Parabéns e sua esposa, a Pra. Cristiane Fogaça, dedicou palavras muito amorosas para seu marido. A celebração esteve carregada de emoção e da pre-sença de Deus, como as fotos mostram.

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GRANDES CONVIDADOS MINISTRARAM NOS DOMINGOS DE JANEIRO DA CG SEDEA Sede recebeu durante o mês de janeiro as visitas dos Pastores Antônio Carlos Costa, da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca (RJ) e presidente da ONG Rio de Paz, Ivênio dos Santos, da Igreja Batista da Redenção (BH) e Anésio Rodrigues, da Comunidade Carisma de Osasco (SP). Todos eles ministraram nos três cultos, às 9, 17 e 20 horas.

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ACONTECEU

O “QUARTAS COM VIDA” RECEBEU ILUSTRES VISITASO Pr. Ronaldo Bezerra foi o anfitrião do Culto “Quartas com Vida” celebrado na CG Sede, e os amigos Adhemar de Campos, Paulo César Baruk, Thiago Grulha e Rachel Novaes estiveram presentes durante o mês de janeiro para mi-nistrar o louvor e a Palavra nestes encontros abençoados.

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