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Evangelizar para transformar - Vivendo em amor para impactar a cidade. Palavra do presidente - Ressurgiu. Rejeite a apatia - Não tão doce assim. Entrevista exclusiva - Shane Claiborne: Os cristãos são chamados a transformar instrumentos de morte em ferramentas para cultivar vida.

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COMUNIDADE DA GRAÇA SEDE

RUA EPONINA, 390 - V. CARRÃO

( 1 1 ) 2090-1800

UMA IGREJA-FAMÍL IA

V IVENDO O AMOR DE CR ISTO

ALCANÇANDO O PRÓXIMO

E FORMANDO D ISC ÍPULOS

ACESSE O PORTAL COMUNA

WWW.COMUNA.COM.BR

E A Í , GOSTOU?

NO “CAMINHO” DO CAMINHOUma das grandes necessidades do ser humano é construir uma trajetó-ria pessoal rica de sentido para si, juntamente com uma vida relevante e significativa para as demais pessoas – principalmente as mais pró-ximas. Com esse desejo intrínseco a todos, nossos relacionamentos se tornam nossa maior arma de influência para o bem ou para o mal.

Durante Sua vida, Jesus utilizou-se de relacionamentos para transformar o lugar onde estava, usou Sua influência para mostrar o padrão do Reino de Deus. Caminhar com Ele era um projeto de vida integral e para toda a existência, não apenas uma vontade momentânea e conveniente.

Caminhar e atender pessoas, no local onde elas estavam, nas diversas condições em que se encontravam, socorrendo-as em suas necessida-des, foi exatamente isso o que Cristo fez durante os Seus anos aqui na terra. E nós fomos chamados para transformar nossas cidades enquan-to caminhamos, seguindo o Caminho.

Nesta edição da Revista Comuna você irá encontrar jovens engajados em transformar suas cidades através de um estilo de vida relevante, incentivos para continuar na sua caminhada com Cristo seguindo sem-pre em frente, e a lembrança que nos dá esperança: Jesus está vivo e é possível transformar nossas cidades através do amor. Além disso, há uma entrevista exclusiva com Shane Claiborne, que nos convida a uma ação prática de amor e serviço.

Jesus nos mostrou que é possível ganhar sem ser o primeiro, que pode-mos ser felizes assumindo compromissos custosos e que vivemos melhor quando entregamos nossas vidas. Temos a oportunidade de colocar em prática as direções do Mestre para que outras pessoas possam encon-trar o Caminho, a Verdade e a Vida.

GUSTAVO ROSANEL IPELA EQUIPE ED ITORIAL

O QUE VOCÊ ACHOU DOS TEMAS E ASSUNTOS DA REVISTA? DESEJA FAZER ALGUM COMENTÁRIO? TEM SUGESTÕES?

USE A HASHTAG #REVISTACOMUNA OU ENVIE UM EMAIL PARA [email protected]

A matéria “Graça Imensurável” do pr. Samuel Mendonça, que diz especificamente sobre um ato inafiançável, serviu para extrema meditação na Palavra do Senhor sobre como ser um cristão. Parabéns!!! Rodrigo Oliveira

“Que bom termos uma matéria a respeito do consumo sustentável. Glória a Deus por isso!” Stefânia Cezar

D IREÇÃO GERAL : CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA

CONSELHO GESTOR: CARLOS BEZERRA JR , SÉRGIO PAVARIN I , OSMAR D IAS , AGUINALDO FERNANDES , VALMIR VENTURA, LA IR DE MATOS , RENATO FOGAÇA, CÉZAR ROSANEL I , FERNANDO D IN IZ , GUSTAVO ROSANEL I , RONALDO BEZERRA

COORDENAÇÃO ED ITORIAL : CARLOS BEZERRA JR . E GUSTAVO ROSANEL I

COORDENAÇÃO DO PROJETO:GUSTAVO ROSANEL I

JORNAL ISTA RESPONSÁVEL : CÉSAR STAGNO - MTB 58740

REVISÃO:MAYRA BONDANÇA

COLABORADORES : MAYRA BONDANÇA, DAVI MART INS ,

D IREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁF ICO :SALSA COMUNICAÇÃO

CIRCULAÇÃO:NO ESTADO DE SÃO PAULO: SÃO PAULO CAPITAL; ARUJÁ; ATIBAIA; BALSA; BRAGANÇA; CAMPINAS; CARAGUATATUBA; GUARULHOS; MAUÁ; MOGI DAS CRUZES; REGISTRO; SANTOS; SÃO BERNARDO DO CAMPO; SOCORRO; SOROCABA; TATUÍ ; TAUBATÉ; UBATUBA. RIO DE JANEIRO: MACAÉ.MINAS GERAIS: GOVERNADOR VALADARES; BELO HORIZONTE; SÃO SEBASTIÃO DE VARGEM ALEGRE; VISCONDE DO RÍO BRANCO. PARANÁ: CURIT IBA; FOZ DO IGUAÇU; LONDRINA; MARINGÁ; PARANAGUÁ; ROLÂNDIA. PERNAMBUCO: BARREIROS; CARUARU; CATENDE; ITAPISSUMA; JOÃO PESSOA; RECIFE; STA. MARIA DA BOA VISTA. BAHIA: SALVADOR; VITÓRIA DA CONQUISTA

IMPRESSÃO:GRÁF ICA COKTAIL

D ISTR IBUIÇÃO:12 .000 EXEMPLARES

#73 | MARÇO | 2016

Page 5: Revista Comuna 73

CAPA | 18

TUDO NOVO

DEUS TE FEZ ASS IM

08

SIGA EM FRENTE

ACONTECEU

NÃO TÃO DOCE ASS IMF IRMES NAS PROMESSAS

RESSURGIU

34

26

06 12

14

3 1

TR ILHAS PARA A C IDADE

30

RECOMENDO

32

A PRÁT ICA DO JEJUM

24

BOAS SEMENTES

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PALAVRA DO PRES IDENTE CARLOS ALBERTO BEZERRA

O TÚMULO VAZIO É A ÂNCORA DA NOSSA ESPERANÇA

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habitual nesta época do ano ver na TV ou no cine-ma, muitos filmes e documentários sobre a vida de Jesus, Seu ministério e Sua crucificação. De fato, em breve será lançado aqui no Brasil um filme cha-mado “Ressurreição”, onde um centurião romano cético é enviado por Pôncio Pilatos para investigar o desaparecimento do corpo de Cristo. É que, ao longo da história, esse mistério tem despertado a curiosidade de muitos e os ataques de tantos outros.

A primeira tentativa de se negar a ressurreição de Cristo foi feita pelos próprios sacerdotes judeus, que tentaram ocultar a verdade mediante suborno (Mt. 28.11-15), di-zendo que os discípulos tinham roubado o corpo. Isso é significante porque os judeus não negaram que o túmulo estava vazio, mas, pelo con-trário, procuraram uma explicação alterna-tiva para a ressurreição.

Também houve a tentativa de explicar a ressurreição por meio da hipótese da morte aparente, segundo a qual Jesus não estava completamente morto quando foi retirado da cruz e teria sido reanimado, conseguindo escapar. Dada a tortura física descrita nos relatos evangélicos, é altamente improvável que Jesus pudesse ter sobrevivido a tais castigos.

Outros defendem que o corpo foi levado pelos inimigos de Cristo. Mas qual seria o sentido disso? Quando os discípu-los começassem a proclamar a ressurreição de Cristo, eles viriam a público apresentando o corpo morto de Cristo ou alguma evidência irrefutável, silenciando definitivamente a pregação apostólica e pondo fim à Igreja de Cristo. Entre-tanto, eles silenciaram, visto que não tinham como argu-mentar contra as evidências.

A verdade é que o túmulo vazio é um fato histórico larga-mente comprovado por textos bíblicos e extrabíblicos. Ma-teus registra que um anjo do Senhor removeu a pedra - de cerca de duas toneladas - que fechara o sepulcro de Jesus (Mt. 28.2-4). Isso não foi feito para que Jesus pudesse sair, visto que não servia de empecilho para o corpo glorificado do Senhor ressurreto (Jo. 20.19,26). Isso foi feito a fim de que Maria Madalena e Maria pudessem constatar com os seus próprios olhos o túmulo vazio (Lc 24.1-3) e, poste-riormente, também o fizessem João e Pedro (Jo 20.1-10).

A doutrina da ressurreição de Cristo é central para o cristia-nismo. Paulo escreve em 1 Coríntios 15.14,17: “E, se Cris-

to não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. Portanto, se Jesus afirmou ser salvador, mas permaneceu morto em um túmulo após uma crucificação brutal, Suas declarações eram, e são, vazias. Mas, se Ele de fato ressurgiu dos mor-tos, então suas declarações sobre deidade, a penalidade de nossos pecados que Ele levou na cruz e sobre a eternidade são comprovadas.

A verdade é que a morte foi vencida por Jesus. Ele lhe ar-rancou o aguilhão. Ele ressuscitou! E, juntamente com Ele, nós ganhamos uma nova vida (Rm. 6.5 e Ef. 2.6), porque fomos incluídos na Sua morte e na Sua ressurreição. Por

isso a Páscoa é um dia tão importante para nós cristãos. Fomos resgatados por Cristo de uma morte eterna, para nos reconciliar-mos com Deus e ganharmos vida eterna.

Assim como os discípulos foram poderosa-mente transformados e tornaram-se ousa-dos, valentes e poderosos no testemunho,

quando temos comunhão com o Jesus vivo, nosso coração arde e o fogo de Deus nos inflama. Há entusiasmo em nos-so coração. O vento do Espírito sopra sobre nós, remove o comodismo e reacende o fogo do zelo pela Palavra, do cuidado de uns aos outros, do serviço, da comunhão, dos relacionamentos, da hospitalidade, do amor, da compaixão em nosso coração.

Quando o coração arde, acaba a frieza espiritual, o ma-rasmo. Vir à Casa de Deus é alegria. Orar é necessidade. Louvar a Deus é prazer. Andar com Jesus é o sentido da vida. Exultemos com grande alegria porque Ele ressuscitou e agora habita em mim e em você. Aleluia!

CARLOS ALBERTO BEZERRA É FUNDADOR DA COMUNIDADE DA GRAÇA. UM HOMEM APAIXONADO POR PESSOAS. PASTOR HÁ 50 ANOS E CASADO COM SUELY PELO MESMO TEMPO. TEM SEIS FILHOS E 16 NETOS. O AMOR, O SERVIÇO E A VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA SÃO SUAS ÊNFASES MINISTERIAIS. PREGADOR APAIXONADO, ESCRITOR INSPIRADOR.

MILHARES DE PESSOAS, NO BRASIL E NO EXTERIOR, TÊM SIDO INSPIRADAS E ALCANÇADAS PELA GRAÇA TRANSFORMADORA DE JESUS ATRAVÉS DE SUA VIDA E MINISTÉRIO AO LONGO DOS ANOS.

FOMOS RESGATADOS POR CRISTO DE UMA MORTE

ETERNA, PARA NOS RECONCILIARMOS COM DEUS E

GANHARMOS VIDA ETERNA

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TRANSFORMAÇÃO SUELY BEZERRA

APRENDENDO A USAR O NOSSO TEMPERAMENTO PARA A GLÓRIA DE DEUS

D E U S T E F E Z A S S I M

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ocê fala demais”, “você é quieta demais”, “nossa, como você é direta”, “será que você poderia ser menos alegre de manhã?”. Al-gumas de nós já ouvimos frases como essas, falando sobre nossas características e reações. Somos diferentes umas das outras e certas coi-

sas falam mais alto em nossa personalidade. Isso tudo é por causa do nosso temperamento.

No dicionário, a definição diz: “conjunto das disposições orgânicas de um indivíduo, qualidade predominante no organismo, caráter, constituição moral, gênio, índole”. É diferente de humor e não é passageiro. O temperamento fala muito sobre quem nós somos e como reagimos às si-tuações e às outras pessoas. Ou seja, tudo o que fazemos é, de certa forma, influenciado por ele.

Mas, como é de se imaginar, nosso temperamento tem suas virtudes e também suas fraquezas. E é aí que encon-tramos algumas dificuldades. Talvez você quisesse ser mais delicada, menos espalhafatosa, ou até mais extrover-tida. Talvez, você não quisesse soar tão grosseira e direta quando fala. E quando pensamos nessas coisas, fica um pouco mais difícil amar quem nós somos.

Cada detalhe da nossa personalidade, cada característica nossa foi especialmente formada pelo Senhor. Em Salmos 139.14, o rei Davi afirma: “Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilho-sas! Digo isso com convicção.” Somos criação de Deus e Ele nos formou de uma maneira especial e única. Quando cremos nessa verdade, conseguimos viver a plenitude da vida que Ele preparou para nós.

Então, para alcançar essa vida plena, antes de tudo, pre-cisamos saber quem somos. Existe uma diferença entre a pessoa que somos e a pessoa que queremos ser. Pare por um momento e pense em cada uma das suas característi-cas – as que você acha boas e as que parecem meio ruins. Quem é você de verdade? O processo de autoconheci-mento só pode acontecer quando temos um relaciona-mento com Deus. Quando conhecemos profundamente o nosso Pai de amor, Ele abre os nossos olhos e nos mostra quem somos.

Assim, com plena consciência das nossas qualidades e defeitos, fica mais fácil entender o que ainda precisa ser moldado em nós. O Espírito Santo nos ajuda com as fra-quezas do nosso temperamento e faz delas características que podem abençoar outras pessoas.

Jesus nos ensinou, quando falava sobre o mandamento mais importante – amar a Deus acima de todas as coisas –, que também é essencial amar nosso próximo como a nós mesmos (Mt. 22.37-40). Enquanto não entendermos quem somos em Cristo, não seremos capazes de aceitar nosso temperamento e nem de colocar as outras pessoas em primeiro lugar.

Muitas vezes, sentimos dificuldade em aceitar as pessoas como elas são e não conseguimos entender o porquê. A raiz está em nós, em sabermos aceitar a nós mesmas.

Da mesma maneira que um relacionamento com Deus nos revela quem nós realmente somos, a convivência em uma comunidade de amor também o faz. Quando estamos no ambiente da célula, cercadas por pessoas que enfrentam diversas dificuldades, fica mais fácil entender que tudo bem se não formos as mulheres perfeitas que desejávamos tanto ser. Nossas amigas também podem nos ajudar sendo sinceras conosco, mostrando qualidades e defeitos que, muitas vezes, não conseguimos enxergar.

É momento de abrir o nosso coração. Fomos criadas para a glória de Deus e, como vasos nas mãos do oleiro, somos moldadas para cumprir a Sua vontade. Você quer viver uma vida plena, equilibrada e que ama de todo o coração? Seja sincera com relação a quem você é! Deixe que o Se-nhor te ensine a valorizar o temperamento que Ele te deu e que os seus relacionamentos com as outras pessoas te ajudem nesse processo.

“Estou convencido de que aquele que começou a boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Je-sus”, disse o apóstolo Paulo em Filpenses 1.6. Deus já começou a boa obra em nós e é nossa escolha deixar que Ele a complete. Creia que você foi criada de modo espe-cial e maravilhoso e que há um propósito para você. O Senhor tem uma vida plena e equilibrada para te oferecer, é só deixar que Ele te molde e te use de acordo com a Sua vontade. Você está pronta para aceitar?

FUNDADORA E LÍDER DO MINISTÉRIO MULHERES INTERCESSORAS, SUELY BEZERRA TEM UMA VIDA MARCADA PELA ORAÇÃO E INTERCESSÃO. TEM MENTOREADO LÍDERES E PASTORAS AO REDOR DO PAÍS DURANTE TODA SUA VIDA. É ESPOSA DO PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA. ELES ESTÃO JUNTOS HÁ 50 ANOS, TÊM SEIS FILHOS E 16 NETOS.

@SUELYBEZERRA_

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INSP IRAÇÃO CARLOS BEZERRA JR .

“UM NAVIO ANCORADO NO PORTO ESTÁ SEGURO, MAS NAVIOS NÃO FORAM CONSTRUÍDOS PARA ISSO”*

S I G A E MF R E N T E

ocê, provavelmente, já ouviu alguém dizer que é bom começar bem, mas que terminar bem é o que realmente importa. O que ninguém fala é que existe um processo entre começar e terminar bem, e que ele envolve um pequeno segredo: seguir em frente.

Talvez permanecermos onde estamos pareça mais seguro e tranquilo, mas assim não viveremos a vida abundante e sig-nificativa que o Senhor tem planejada para nós. Não fomos criados para ficar parados ou olhando para trás, mas para prosseguir, fazer planos, chegar a algum lugar.

Viver no passado pode gerar dois efeitos em nós: ou fica-mos remoendo os fracassos, pensando em como seria bom se tivéssemos feito escolhas diferentes; ou relembramos os sucessos e pensamos como era bom aquele tempo que ja-mais teremos de volta.

Em Isaías 43.18-19, Deus fala ao Seu povo para não ficar apenas se lembrando das coisas boas que aconteceram, por-que Ele vai fazer uma coisa nova, que logo vai surgir. Ele é o Deus do novo, que tem para nós planos de prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança (Jr. 29.11). Por isso, é melhor firmar os nossos olhos no que está por vir, mesmo que, muitas vezes, pareça ainda tão incerto.

“As coisas que eu prometi no passado já se cumpriram, e agora vou lhes anunciar coisas novas, para que vocês saibam antes mesmo que elas aconteçam” (Is. 42.9). Ser-vimos a um Deus criativo, que se agrada tanto em fazer coisas novas, quanto em renovar, fazer de novo aquilo que já existe. Tudo isso por causa do Seu grande amor por nós.

PASTORAL

DEUS FAZ COISAS NOVAS E FAZ NOVAS TODAS AS COISAS

CÉZAR ROSANEL I

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Quando ouviu Deus dizendo: “Eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Há alguma coisa difícil demais para mim?” (Jr. 32.27), e: “Clame a mim e eu responderei e direi a você coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” (Jr. 33.3), Jeremias estava encarcerado, vivendo uma situação muito difícil em sua vida e em seu país. Foi nesse contexto que Deus disse que faria coisas novas, im-possíveis aos olhos humanos.

Além de renovar tudo nas nossas vidas, Deus também quer nos renovar. Assim como o oleiro, que do mesmo barro cujo vaso se estragou em suas mãos, faz algo novo, Ele não nos despreza, não desiste de nós (Jr. 18.1-6). Somos esses vasos, frágeis, mas que contêm um grande tesouro: a vida de Cristo em nós. Mesmo que pressionados não desanimamos, mesmo abatidos não somos destruídos, porque interiormente esta-mos sendo renovados dia após dia (2 Co. 4.7-18).

É preciso remover o velho antes de estabelecer o novo. Em Lucas 5.36-38 Jesus disse: “Ninguém tira um remendo de roupa nova e o costura em roupa velha; se o fizer, estraga-rá a roupa nova, além do que o remendo da nova não se ajustará à velha. E ninguém põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, o vinho novo rebentará a vasilha, se derramará, e a vasilha se estragará. Ao contrário, vinho novo deve ser posto em vasilha de couro nova.” Enquanto não nascermos de novo e deixarmos a nossa vida antiga para trás, não seremos cheios do Espírito Santo, que é o vinho novo. A vida velha não comporta o novo de Deus.

Após a experiência de ter coração e espírito novos, através deste novo nascimento passamos a experimentar novidades continuamente: é a renovação da nossa nossa maneira de pensar que nos faz experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm. 12.2). Isso serve para todos os as-pectos: finanças, trabalho, família.

Os pecados também são parte da nossa vida velha. Se so-mos permissivos com as nossas transgressões, não expe-rimentaremos o novo da parte do Senhor. Como declara o texto de Apocalipse 21.1-8, o novo céu, a nova terra, a nova Jerusalém e o “novas todas as coisas” pertencem aos que nasceram de novo e, pela renovação do Espírito Santo, abandonaram o passado. Não podemos experimentar a vida eterna se não tratarmos com o velho.

Os que receberam a graça e a justiça de Deus reinarão em vida por meio de Jesus Cristo (Rm. 5.17). O novo come-ça agora! Podemos experimentá-lo nos desembaraçando do pecado e correndo, com perseverança, a corrida que é a nossa vida, deixando-nos encher do Espírito Santo e colo-cando o Reino de Deus em primeiro lugar (Hb. 12.2).

Há uma vida cheia da vontade de Deus e de coisas novas esperando por nós, desde que sigamos em frente. Não é possível vencer se não entrarmos na corrida, mas se acei-tarmos correr já somos mais do que vencedores. E, nesse processo, o que importa não é a nossa velocidade, mas a direção para onde corremos, sempre para frente, para Jesus e tudo o que Ele preparou para nós.

Talvez, 2016 tenha começado sem muitas expectativas para você. Mas Deus quer te mostrar todas as coisas novas que Ele quer fazer. Deixe para trás o que já passou, desvenci-lhe-se dos seus fracassos e sucessos do passado e ouça a voz do Senhor, faça planos. Há muitas coisas novas que Ele quer fazer! Ele é o Deus do novo!

* frase de Grace Hopper

O QUE IMPEDE O NOVO?

COMO EXPERIMENTAR O NOVO DE DEUS AGORA?

CÉZAR ROSANELI É PASTOR DA COMUNIDADE DA GRAÇA EM ATIBAIA. É CASADO COM A PASTORA MARISA ROSANELI E TEM 3 FILHOS: GABRIELA, GUSTAVO E MILENA.

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INSP IRAÇÃO CARLOS BEZERRA JR .

PROMESSASÉ A RESSURREIÇÃO QUE NOS TRAZ A ESPERANÇA DE QUE A GRAÇA

TRIUNFA SOBRE O ÓDIO, DE QUE AO FINAL, O AMOR VENCE A MORTE

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xibido no Discovery Channel, “Os Caçadores de Mitos” separa realidade da ficção. O programa recorre ao método científico para checar lendas urbanas, rumores difundidos na internet e até pro-

vérbios populares. Se a produção escolhesse o Brasil para sediar uma temporada, teria um arsenal de temas para, li-teralmente, desmistificar. Um deles, é que aqui o país só começa a funcionar depois do Carnaval.

Tradição que se repete em todos os anos, na Quarta-feira de Cinzas a expressão “Feliz Ano Novo” foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Nem é preciso a expe-riência dos ‘mythbusters’ para comprovar que a piada não tem nenhum fundo de realidade.

Em 2016, foram 40 dias até o fim da festa popular. Por exemplo, nesse período nasceram mais de 300 mil crianças. No lado triste das estatísticas, pelo menos três mil jovens e adolescentes tiveram morte violenta neste início de ano, segundo dados da Anistia Internacional. A maioria deles do sexo masculino, negros e pobres, vivendo nas periferias das nossas grandes cidades. Somos vice-campeões mundiais em assassinato de jovens, perdendo apenas para a Nigéria.

Ainda no âmbito das notícias ruins, mais de 120 mil tra-balhadores com carteira assinada perderam o seu emprego nos primeiros 40 dias de 2016. Como afirmar para quem ficou desempregado que o ano ainda não havia começado?

No calendário litúrgico, a Quarta-Feira de Cinzas abre o período da Quaresma. Não vou aqui discutir datas ou ritos religiosos, mas salientar que estamos novamente diante da riquíssima simbologia do 40, número que aparece nas Es-crituras em vários episódios significativos. No início de seu best-seller “Uma Vida Com Propósitos”, Rick Warren lista alguns deles:

• A vida de Noé foi transformada por 40 dias de chuva;

• A vida de Moisés foi transformada por 40 dias no mon-te Sinai;

• Toda a cidade de Nínive foi transformada quando Deus concedeu 40 dias para que o povo mudasse;

• Jesus foi fortalecido por 40 dias no deserto;

• Os discípulos foram transformados por 40 dias ao lado de Jesus, após Sua ressurreição.

Prestes a terminar o segundo período de 40 dias deste novo ano, surgem algumas questões importantes: O que temos em mãos? Quais transformações permitimos que Deus rea-lizasse em nossas vidas?

Em sua origem, a Páscoa é uma festa judaica realizada para celebrar a libertação do povo hebreu do cativeiro no Egito. A palavra Pessach significa “passagem”. A Páscoa nos fala da morte e ressurreição de Jesus. E qual o significado dela para cada um de nós, em meio a tudo o que estamos viven-do em nosso país?

Servimos a um Deus que segue trabalhando até hoje e que nos permitiu fazer parte desse projeto único de revolucionar o mundo através do amor. Em um período repleto de gente paralisada pelo medo, pela violência e pela crise, creio que devemos destacar “ação” na palavra “oração”, sinalizando que temos uma fé viva e ativa. Nosso povo é guerreiro, tem uma incrível resiliência e não pode se acovardar dian-te das contingências político-econômicas. É tempo de nos lembrarmos que hoje pode ser “sexta-feira”, mas que “do-mingo” vem aí. A morte não tem a última palavra, a vida tem. Nós podemos nos lembrar da dor, mas nós confiamos na ressurreição.

E é a ressurreição que nos traz a esperança de que a graça triunfa sobre o ódio, de que ao final, o amor vence a morte, de que é possível recomeçar em meio ao caos. Seguimos firmes, com os olhos e o coração voltados para o texto de Apocalipse: “Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porquanto a antiga ordem está encerrada!” (21.4).

Minha oração é que o Pai encontre em nós a mesma cora-gem que transformou pessoas simples em heróis. Que ele nos conceda porção extra, transformando o comum em ex-traordinário. Feliz Páscoa!

QUARENTA VEZES DOIS

TRANSFORMAÇÃO

PASTOR, MÉDICO, DEPUTADO ESTADUAL, PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO. CASADO COM PATRÍCIA BEZERRA, E PAI DE GIOVANNA E GIULIANNA

@carlosbezerrajr

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SERVIÇO AO PRÓXIMO

ma lembrança do amor infinito que Deus tem por nós.” É assim que a adolescente Isabella Rodrigues Figueiredo Cunha explica o significado da Páscoa. Para ela, esse amor precisa ser espalhado para que

todos o conheçam e tenham suas vidas transformadas. Essa é uma verdade também para a Fundação Comunidade da Graça, que, a cada ano, procura levar a história da ressur-reição de Jesus e muitos chocolates a crianças carentes.

Administradora de cinco creches – os CEI Espaço da Co-munidade – na zona leste de São Paulo, a FCG atende mais de 1.500 crianças, proporcionando-lhes educação, alimen-tação e apoio às famílias. Segundo Flávia Barnabé, super-visora pedagógica da instituição, “nós temos um compro-misso de semear boas sementes como o amor, a alegria, a amizade e, sobretudo, a Palavra de Deus.” E daí vem a importância de um projeto como a Páscoa Solidária, uma festa realizada em cada unidade de CEI, onde as crianças participam de momentos de muita alegria.

PROJETO DA FUNDAÇÃO COMUNIDADE DA GRAÇA ENSINA O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA E PRESENTEIA CRIANÇAS COM CHOCOLATES

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FAÇA PARTE DA PÁSCOA SOLIDÁRIASe você gostaria de ajudar a Fundação Co-munidade da Graça a proporcionar uma Pás-coa mais feliz para as crianças, aqui vão duas maneiras de participar:

Você pode levar uma (ou mais!) caixa de bombom aos locais de arrecadação até o dia 15 de março:

“Além de poder proporcionar um pouco mais de diversão e entretenimento com atividades diferenciadas no dia a dia da creche, nosso principal objetivo é levar nossos alunos ao correto entendimento do significado da Páscoa”, explica Flá-via. “Atribuímos a essa festa, valores e princípios bíblicos.”

A programação especial conta com muitas brincadeiras, música e chocolates. E, para isso, a FCG conta com a ajuda de outras instituições. Como em todos os anos, o Colégio da Comunidade participa arrecadando chocolates entre os alunos e levando-os para fazer a entrega e participar do dia de comemoração com as crianças. Neste ano, as Comuni-dades da Graça Sede, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, São Mateus e Itaquera também estão participando da arre-cadação, além dos colégios Integrar e Dinâmico.

Isabella é aluna do Colégio da Comunidade e já participou do projeto em outros anos. Ela acredita que isso mostra a solidariedade que a escola tem com o próximo e incentiva os alunos a fazerem o mesmo. “Eu acho que é muito impor-tante participarmos de um projeto como esse, porque não deixa apenas as crianças das creches felizes, mas nós, os que ajudamos, também”, diz.

Junto com os colegas de classe, ela pôde experimentar de momentos únicos, em que viu o amor de Deus sendo trans-bordado àqueles que ainda não O conhecem. “Quando es-tivemos lá eu me senti muito amada, como se as crianças estivessem lá para mim, e não o contrário”, conta. “Colocar um sorriso no rosto de uma pessoa é uma das coisas mais importantes da vida.”

Em 2016, a Fundação Comunidade da Graça pretende alcançar mais de 2.500 pessoas com as doações, levan-do-as além dos CEI e envolvendo crianças de outros projetos da organização, como o Programa Primícias, a Casa Abrigo e o SASF, e as mulheres da Penitenciária Feminina de Santana.

“Contamos com a solidariedade de pessoas que amam atra-vés da ação, que queiram vivenciar a fraternidade e o amor”, comenta Flávia, que ressaltou a importância das doações e do trabalho dos voluntários para alcançar o objetivo.

As arrecadações vão até o dia 15 de março nas Comuni-dades e escolas participantes. No dia 23, acontecerão as comemorações nas cinco unidades das creches. É uma óti-ma maneira de, com atitudes simples, espalhar esse infinito amor de Deus, o verdadeiro motivo da Páscoa. Não perca a chance de participar e de espalhar o doce amor de Jesus.

CG Sede Rua Eponina, 390, Vila Carrão, SP

CG Ermelino Matarazzo Rua Fábio José Bezerra, 690, Ermelino Matarazzo, SP

CG Itaim Paulista Rua Tibúrcio de Sousa, 257, Itaim Paulista, SP

CG São Mateus Avenida Paulino Cursi, 515, São Mateus, SP

CG Itaquera Rua Augusto Carlos Bauman, 562, Itaquera, SP

Colégio da Comunidade Rua Renato Rinaldi, 896, Vila Carrão, SP

Colégio Integrar Rua Baependi, 86, Tatuapé, SP

Colégio Dinâmico Rua Alfavaca, 109, Sítio Pinheirinho, SP

Você também pode participar das festas nas creches, que acontecerão no dia 23 de mar-ço. Se quiser se voluntariar, é só entrar em contato com Flávia Barnabé, da FCG, pelo telefone (11) 2672-1202.

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CAPA

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osso país conta hoje com mais de 200 milhões de habitantes. Quase 25% da população brasileira vive nas capitais, e mais de 80% mora nas cida-

des. Isso é um sintoma de desenvolvimento, de aumento da produtividade, de evolução socioeconômica, cultural, tec-nológica. Mas, com o crescimento urbano vem a violência, o lixo, a enchente, a favelização. O número de favelas no mundo cresce assustadoramente. E qual é a nossa atitude diante de tudo isso? Como você percebe sua cidade? Como você olha para ela? É aquele lugar de onde você quer fugir o mais rápido possível, ou é um lugar de oportunidades para escrever novas histórias?

A Bíblia nos ensina que as cidades são construções huma-nas. Após ter matado Abel, Caim partiu para Node e em-penhou-se em em construir uma cidade, à qual deu o nome de seu filho, Enoque (Gn. 4.14-18). Assim, Deus criou o jardim, e o homem inventou a cidade.

E ainda que elas, hoje, possam ser vistas como centro de toda corrupção, violência, pecado, imoralidade e idolatria, Deus não as enxerga assim. Para Ele, elas não são consti-tuídas de estruturas físicas, mas de pessoas a quem ama a ponto de dar a vida de Seu único Filho em favor delas.

Devemos entender que fugir da cidade não dá a ninguém uma nova moralidade. O problema não é o ambiente, mas

o coração humano. A cidade em si não é mais maligna do que as pessoas que vivem nela. E nós não somos vítimas urbanas, mas missionários ali.

Deus olha diferente para os centros urbanos. O povo de Is-rael tinha sido arrancado de Jerusalém, tirado de sua casa e levado para o exílio na Babilônia. Havia neles uma grande expectativa por ouvir a voz de Deus. E Jeremias chega e anuncia: “Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela” (29.7). Provavelmente, aqueles israelitas esperavam ouvir um recado para voltarem para casa, para o conforto. Mas o Senhor disse a eles que a história de suas vidas estava inti-mamente ligada à daquele lugar. Essa afirmação profética compromete o povo de Deus com o lugar em que ele vive, com a cidade em que habita.

Nossa relação Igreja-cidade, cristão-cidade, se expressa na maneira com que nos relacionamos com ela. O jeito com que a gente compreende, olha, vê, participa. Precisa-mos entender que nossa atitude diante das cidades em que habitamos é determinante para o desenvolvimento de um ministério urbano de impacto a longo prazo. Assim como o famoso reformador escocês John Knox chorava claman-do: “dá-me a Escócia, senão morrerei”, assim como Jesus, com o coração cheio de compaixão, chorou por Jerusalém

PELAS COISAS QUEQue o nosso coração se quebrantequebrantam o coração de Deus

A RELAÇÃO DOS CRISTÃOS COM A SOCIEDADE EM QUE VIVEMDA REDAÇÃO

Page 21: Revista Comuna 73

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(Lc. 19.41), nós também devemos olhar as nossas cidades sentindo a urgência de levar as Boas Novas do Evangelho.

Este é o grande desafio para o movimento contemporâneo de missões. Precisamos aprender o que significa ser o Cor-po de Cristo na cidade. Jesus nos deu a responsabilidade de fazermos discípulos “de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Fi-lho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt. 28.19-20).

A igreja urbana deve trabalhar 24 horas a fim de alcançar aqueles que trabalham nos vários horários do dia, deve falar vá-rias línguas e se despir de toda ideologia. É através do nosso estilo de vida que as pessoas são impactadas. Isso muda uma cultura, transforma uma cidade. Há uma teologia urbana nas Escrituras. Jesus dis-se, sejam para que o mundo veja. “Brilhe a luz de vocês diante dos homens” (Mt. 5.16). Que quando as pessoas nos olhem, não consigam enxergar mais a nós, mas a Jesus e imediatamente glorifiquem ao Pai que está nos céus.

Como disse o Bob Pierce, fundador de uma das maiores or-ganizações humanitárias do mundo, a Visão Mundial: “que o meu coração se quebrante pelas coisas que quebrantam o co-ração de Deus.” Não podemos ser insensíveis às injustiças ao nosso redor. Sejamos generosos. Não paguemos o mal com mal, mas paguemos o mal com bem. Integremos nossa fé ao trabalho. Sejamos os melhores funcionários, os melhores empregadores. Abençoemos, oremos, evangelizemos, pro-movamos a paz, trabalhemos juntos para que o mundo seja um lugar mais justo, mais parecido com o Reino de Deus.

“Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo”, disse Jesus em João 17.18. E para isso estão

as células, para formar líderes e enviá-los. Assim, estes alcançarão outros, que serão transformados pelo amor de Jesus mostrado através do cuidado, do relacionamento, do discipulado, e que continuarão com esta sequência. É no GCEM que as pessoas serão alimentadas e prepa-radas para alimentar a outros. É ali que deixam de ser

espectadores para passarem a ter nome, endereço, aniversário, amigos, neces-sidades. É ali que aprenderão como é bom pertencer a uma verdadeira família e serem aceitas e amadas. É ali que seus talentos e dons espirituais serão desen-volvidos, que crescerão espiritualmente e que trabalharão para alcançar e trans-formar outros. A célula existe para for-mar pessoas que querem transformar a cidade, porque onde há uma célula, há uma igreja, e o poder de Cristo se ma-nifesta. É dessa forma que conseguire-mos alcançar a visão que o Senhor tem

dado à Comunidade da Graça, de sermos uma igreja-fa-mília, vivendo o amor de Cristo, alcançando o próximo e formando discípulos.

Nosso olhar e a nossa atitude têm que estar em sintonia com as Escrituras. Nem romântico, nem pessimista, realista. Ame sua cidade, seu bairro, seu distrito, seu estado. Assuma um compromisso de oração com o lugar onde você vive. Essa é a atitude bíblica. Se sua atitude não estiver em sintonia com as Escrituras, quando você for embora, será como se você nunca tivesse passado por ali.

Temos que ser conhecidos como os mais generosos, os mais sensíveis, os que se importam com os que ninguém se importa, os mais engajados, os menos interessados em nós mesmos, os que menos julgam, os que mais amam. Porque assim, o crédito será de Jesus e o nome de Deus será glori-ficado. Brilhe a luz de vocês diante dos homens.

É ATRAVÉS DO NOSSO ESTILO DE VIDA

QUE AS PESSOAS SÃO IMPACTADAS. ISSO MUDA UMA

CULTURA, TRANSFORMA UMA CIDADE

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s cristãos precisam voltar para as palavras de Jesus e viver um evan-gelho “de carne e osso”. Só assim

poderão fazer diferença na vida das pesso-as. Essa foi a mensagem principal de Shane Claiborne em bate-papo com a Revista Co-muna. Fundador da Comunidade The Simple Way (O Jeito Simples, em tradução luvre), ele é um revolucionário radical e, ao cativar as pessoas com amor, mostra que há outra forma de ser cristão no mundo de hoje. Ati-vista social superengajado e autor de livros como “A Revolução Irresistível”, Claiborne deu a seguinte entrevista:

REVISTA COMUNA: EX ISTE S INTONIA ENTRE A MANEIRA COMO JESUS V IV IA E AQUILO QUE PREGAVA E A MANEIRA COMO V IVEM E PREGAM ATUALMENTE OS CR ISTÃOS?

Shane Claiborne: O que é lindo em Jesus é que a palavra se fez carne. Essa ideia da encarnação, de Deus vestindo pele e se tor-nando carne e osso como nós é linda. Infe-lizmente, os cristãos costumam ser bons em palavras, mas não tão bons em encarnar o Evangelho. Há uma passagem maravilhosa em Lucas, na qual João Batista manda seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era aquele por quem eles esperavam, e Jesus lhes responde: vão dizer a João o que vocês veem e ouvem. Jesus convida as pessoas a que o sigam e vejam Suas ações, nunca orde-nando que o adorem. Alguém já disse que o Evangelho se espalha melhor não por força, mas pela fascinação. Jesus fascina o mundo com o amor de Deus e as pessoas acabam o adorando porque descobrem por si mesmas quem Ele é: o filho de Deus. O Mestre disse que o mundo conheceria Deus por causa do amor e não por causa de adesivos no carro ou camisetas com frases evangélicas.

O amorÉ A CHAVE

ENTREVISTA

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RC: EM GERAL , AS PESSOAS SABEM CONTRA O QUE SÃO OS CR ISTÃOS E O QUE CONDENAM, MAS NÃO CONSEGUEM PERCEBER A FAVOR DE QUE SÃO? POR QUE A MENSAGEM PREGADA TEM S IDO MAIS DE

CONDENAÇÃO DO QUE DE AMOR? ERA ESSE O MODELO DE JESUS?

SC: O Barna Group fez uma pesquisa sobre a percepção dos jovens não-cristãos a respeito dos cristãos no Estados Unidos. As respostas que eles encontraram foram: 1) são pessoas antigays, 2) são pessoas que julgam os outros, e 3) são hipócritas. Mas não é isso que as pessoas diziam quando se encontravam com Jesus. Elas ficavam fascina-das por Seu amor. Realmente, nós perdemos o rumo. Per-demos Jesus de vista. Por isso que pegamos emprestada essa ideia de sermos os cristãos das letras vermelhas (red letter christians – grupo que defende aquilo que Jesus pre-gava, que, em muitas Bíblias está grifado em letras ver-melhas). Buscamos um cristianismo centrado em Cristo, em que Ele seja a lente pela qual entendemos as Escritu-ras, entendemos o mundo e a melhor forma de segui-lo. Quando não fazemos isso, acabamos falando coisas que Ele não disse.

RC: VOCÊ PART IC IPOU DE VÁRIAS MISSÕES DE PAZ AO REDOR DO MUNDO. COM BASE EM SUA EXPERIÊNC IA , COMO AVAL IA A AÇÃO DOS

CR ISTÃOS TORNAR MELHOR AS C IDADES EM QUE V IVEM?

SC: A Bíblia começa num jardim e termina numa cidade. Em Apocalipse você vê a Nova Jerusalém. Vê o sonho de Deus se cumprindo numa cidade. Você tem ali imagens incríveis de uma cidade com portões abertos onde não há medo e por onde passa um rio. Deus se importa com lu-gares reais. Jesus nasce em Belém, mas vive em Nazaré e anda pelas cidades. Precisamos ter uma teologia de lugar, imaginar como seria se a Nova Jerusalém se materializas-se em São Paulo ou na Filadélfia. Isso permite que viva-mos com a expectativa do Reino. Por muito tempo, enca-ramos nossa fé como um bilhete para o céu, um seguro e uma licença para ignorar o mundo ao redor. Focados no céu, nos esquecemos de que Deus se importa com a terra. Jesus não veio apenas para nos preparar para a morte, mas para nos ensinar a viver.

RC: PARA OS CR ISTÃOS QUE V IVEM EM GRANDES CENTROS URBANOS, A V IOLÊNC IA É UM DOS PR INC IPAIS PROBLEMAS A SEREM ENFRENTADOS. COMO OFERECER UMA RESPOSTA CR ISTÃ A UM MUNDO

TÃO V IOLENTO?

SC: Não se trata de levantar novas ideias, mas de ter olhos novos, novas formas de enxergar as pessoas. Isso é cris-

PRA QUEM QUER SABER MAIS...

Shane Claiborne esteve no Brasil em 2011 e par-

ticipou do Usina 21 - jovens, idéias e transfor-

mação social, o principal evento sobre engaja-

mento social voltado a juventude cristã no país,

idealizado pelo pastor e deputado Carlos Bezer-

ra Jr. Use o leitor de QR Code do seu celular e

assista a mensagem compartilhada pelo Shane

naquele evento. Seja impactado e desafiado.

tianismo. A violência é uma epidemia que afeta nossas cidades, mentes e corações. São 11 mil assassinatos por ano aqui nos EUA. No Antigo Testamento, há uma profe-cia maravilhosa em Miquéias 4: “Das suas espadas farão arados, e das suas lanças, foices”. É isso o que os cristãos são chamados a fazer − transformar instrumentos de mor-te em ferramentas para cultivar a vida. Vemos isso em campanhas de desarmamento − muitas pessoas entregam suas armas para serem derretidas. Este é um sinal do Rei-no, uma evidência dos seguidores de Cristo. É isso que os cristãos têm que fazer: transformar morte em vida. É o que Jesus fez na cruz. A cruz era um símbolo de tortura e violência, mas em Cristo ela se transforma em símbolo de ligação com Deus.

RC: SE PUDESSE ESCOLHER UM EP ITÁF IO QUE RESUMISSE SUA V IDA

E M ISSÃO, QUAL SER IA?

SC: Um cara que se apaixonou por Jesus e fez o melhor que pôde para segui-lo.

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L IDERANÇA RELEVANT MAGAZINE

REORIENTANDO NOSSA VIDA ESPIRITUAL POR MEIO DA RENÚNCIA

A P R Á T I C A D O J E J U Mtilizado pelos cristãos para se lamentar, se preparar para ouvir a voz de Deus, focar as orações em tem-po de profunda intercessão e para se humilhar e se arrepender, o jejum foi muito praticado nos tempos do Antigo Testamento e também pela igreja primi-

tiva (1 Sm. 31.13, Êx. 34.28, Mt. 4.1-2, At. 13.3). Mas, hoje em dia, tem se convertido numa disciplina espiritual negligenciada por muitos de nós.

O jejum bíblico é uma forma de autonegação por causa de Jesus e Seu reino. É uma abstinência deliberada de al-gum ou todo alimento para um propósito espiritual. Exige um nível profundo de sacrifício e compromisso. Jejuar é decidir não comer porque sua fome espiritual é tão pro-funda, sua determinação em interceder tão intensa, ou sua

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SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O JEJUM:

1 .

2 .

3.

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6.

7.

Comece a incorporar esta disciplina espiritu-al à sua vida de oração. Se você jamais a tiver praticado, comece - pelo menos ocasional-mente - a pôr de lado algumas horas, meta-de do dia ou mais, para um retiro pessoal de oração e inclua o jejum.

Jejue ocasionalmente durante uma refei-ção e passe esse período em oração.

Ore a respeito de planejar o jejum como uma parte regular da sua vida devocio-nal – uma vez por mês, ou uma ou duas refeições por semana. Lembre-se de fi-car a sós com Deus durante o tempo que passar jejuando, a fim de obter o pleno benefício espiritual.

Passe a primeira parte alimentando-se da Palavra de Deus, rendendo culto, adorando e louvando ao Senhor. A seguir, concentre-se em um ou dois assuntos principais de oração.

Seja flexível. Evite a pressão legalista e estabeleça um alvo de jejum que você procure cumprir fielmente com a ajuda de Deus. Se as circunstâncias tornarem impossível jejuar conforme o planejado, escolha outro horário, ou um prazo menor.

Não tente jejuns longos (40 dias), a não ser que tenha sido orientado por alguém mais experiente no assunto sobre como fazer isso apropriadamente. Continue be-bendo líquidos, pois o corpo precisa de água. Os jejuns longos na Bíblia, sem co-mida nem água, foram milagres especiais. Se você pretende fazer um jejum longo e absoluto, sendo uma pessoa idosa ou do-ente, não deixe de discutir esse plano com seu médico.

Fique atento para a orientação do Senhor quando Ele o chamar a um jejum especial para uma necessidade particular.

Mantenha o seu jejum como uma questão apenas entre você e Deus.

luta espiritual tão grande, que você abandona temporaria-mente até mesmo as necessidades do próprio corpo para dedicar-se à oração e meditação na Palavra de Deus.

A Bíblia nos ensina que há jejuns individuais - como o de Moisés, que o praticou até que seu rosto brilhasse com a glória de Deus (Dt. 9.9-18), , ou o de Daniel, que se absteve das iguarias do Rei para buscar a face de Deus (Dn. 10.2-3), ou o de Davi, que o fez antes de ser coroa-do, quando seu filho ficou doente, quando seus inimigos estavam doentes (Sl. 35.13), e por causa dos pecados do seu povo (69.9-10) –, e há jejuns coletivos – como o de Josafá e seu povo, que, diante de três exércitos inimigos, venceram jejuando e orando, sem ter que disparar uma flecha sequer (2 Cr. 20).

Esta disciplina espiritual tem sido tão importante na his-tória da Igreja, que a maioria dos reformadores eram co-nhecidos pela sua vida dedicada à oração e ao jejum. João Calvino jejuou e orou até que a maior parte de Genebra foi convertida. John Knox jejuou e orou até que a rainha Mary disse que temia mais as suas orações do que todos os exércitos da Escócia. Para destacar a importância da prática, Wesley chegou a afirmar: “o homem que não jejua está tão distante do céu quanto o que nunca ora”.

Precisamente por isso, a prática do jejum é tão rica. Ela nos brinda com a possibilidade de criar um espaço íntimo e profundo, para nos focar em Jesus e buscar Sua presen-ça, num mundo que clama - de diversas maneiras e sem misericórdia - pela nossa atenção.

O jejum é um instrumento escolhido por Deus para apro-fundar e fortalecer a oração, solidificar a nossa determi-nação diante da letargia e o desânimo e fortalecer a nossa alma com nova coragem e singularidade de mente. Ele não só alimenta a nossa fé, como nos permite ouvir com maior clareza a voz do Espírito Santo e prepara o nosso coração para prevalecer mais poderosamente, crer com maior confiança e ficar firme na perseverança.

Precisamos dar um lugar de importância à pratica do je-jum. A história mostra claramente o papel singular desta disciplina espiritual no desenvolvimento da vida da igreja e dos diferentes avivamentos ocorridos ao longo do tem-po. Procure acrescentar essa prática à sua vida de oração. Incentive outros a jejuarem para buscar a face do Senhor, para ouvir a voz do Pai, para achegar-se a Deus - e que, assim, Ele se aproxime de nós (Tg. 4.8)-, e para entrar mais plenamente na vida de intercessão.

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REJE ITE A APAT IA

NÃO TÃODOCE ASSIM

ra um dia comum em Sikasso, sul da República do Mali. Na rodo-viária, muitas pessoas pegavam o ônibus com destino a Zégoua,

cidade que fica na fronteira do país com a Costa do Marfim. Entre elas, uma menina de doze anos tentava em-barcar acompanhada de uma mulher já vista por ali antes. Mariam tinha 12 anos, o olhar triste e cansado e muitos machucados pelo corpo. Não precisou de muito para que alguns locais per-cebessem do que aquilo se tratava: a garota estava sendo traficada.

Mariam foi resgatada por um grupo de moradores da região que luta contra o tráfico de crianças para o país vizinho, o maior produtor de cacau do mundo. Ela pôde voltar para casa – um vilarejo a 450 km dali –, mas estava com medo de seus pais ficarem zangados, já que não levava consigo nenhum dinheiro.

INDÚSTRIA DO CHOCOLATE EXPLORA MILHARES DE CRIANÇAS EM FAZENDAS DE CACAU. O QUE NÓS PODEMOS FAZER?

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O caso de Mariam não é isolado. Todos os dias, dezenas de crianças são vendidas por seus pais ou sequestradas por traficantes e levadas até a rodoviária de Sikasso, de onde fazem o trajeto de ônibus até a fronteira, são atravessadas por um mototaxi e levadas às fazendas de cacau da região. Milhares delas não têm a sorte de se-rem resgatadas e acabam sendo submetidas a péssimas condições de trabalho, que envolvem jornadas de 80 a 100 horas semanais e o manuseio de facões e pes-ticidas, além de ameaças e espancamentos. Nenhuma delas frequenta a escola ou fala a língua local.

Lendo os parágrafos acima, você pode se chocar com essa realidade que parece tão distante. Mas, a verdade é que ela está muito mais perto de nós do que podemos imaginar. A Costa do Marfim produz cerca de 40% do cacau mundial e é a fornecedora de grandes empresas, como a Nestlé e a Hershey’s, duas das marcas mais comercializadas no Brasil.

Em 2001, depois de certa pressão de instituições in-ternacionais, foi feito um tratado por parte das com-panhias de chocolate, o Protocolo Harkin-Engel, assu-mindo um compromisso de voluntariamente colocar um fim ao trabalho escravo infantil nas fazendas de cacau até julho de 2005. A data chegou e as coisas continuaram exatamente iguais. O prazo mudou para 2008, mas, pela ausência de mudanças, foi estendido até 2020. Enquanto isso, o número de crianças que trabalham na indústria do cacau aumentou 51% entre 2009 e 2014.

Nós podemos nos posicionar contra essa dura realida-de. Como cristãos e cidadãos do Reino de Deus, deve-mos sempre lutar em favor da paz e da justiça. Quando compramos um produto conscientes de que sua pro-dução envolve o trabalho escravo infantil ou qualquer tipo de abuso ou atividade ilegal, estamos indiretamen-te financiando essas práticas. O consumidor tem um grande poder nas mãos: mandar uma mensagem com a sua carteira. Exatamente. Evitar comprar com empre-sas que não garantem a segurança ou a integridade dos trabalhadores dá o recado de que não seremos coniven-tes com esse tipo de atitude.

Atualmente, algumas organizações criaram selos que garantem produtos completamente sustentáveis. Pro-curar esses selos pode ser uma boa saída. Se não con-seguir encontrar, procure saber se a marca que você consome é transparente com relação à sua produção.

Outra maneira de nos levantarmos em favor das crianças que têm sido injustiçadas e abusadas, é trazendo esse assunto à tona, falando sobre essa realidade a outras pessoas, em nossas rodas de amigos. Podemos mandar e-mails e mensagens pelas redes sociais às grandes produtoras de chocolate, dizendo que nos importamos com a maneira com que seus produtos são produ-zidos. Quanto mais pessoas estiverem cientes, maior vai ser a pressão nas empresas.

Quando as grandes organizações sabem que estão sendo ob-servadas, procuram maneiras de garantir a satisfação do seu público-alvo. Esse é um grande passo em direção da extinção completa da escravidão moderna e demonstra o poder dos con-sumidores levantando a sua voz – e as suas carteiras – em favor da justiça.

Uma maneira de fazer uma Páscoa mais feliz para todo o mun-do, é garantindo que não vamos pagar pela exploração de ne-nhuma criança, seja onde for.

ALGUMAS ORGANIZAÇÕES GARANTEM A PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE PRODUTOS PROVENIENTES DO CACAU. QUANDO FOR COMPRAR O SEU CHOCOLATE OU OVO DE PÁSCOA, PROCURE POR ESTES SELOS:

AS SETE MARCAS DE CHOCOLATE QUE UTILIZAM TRABALHO ESCRAVO INFANTIL

HERSHEY’S GODIVA

MARS FOWLER’S CHOCOLATE

NESTLÉ KRAFT

ADM COCOA

Algumas empresas têm sido acusadas de fechar os olhos para as violações de direitos humanos por parte dos produ-tores de cacau na África Ocidental. São elas:

RAINFOREST ALLIANCERAINFOREST-ALLIANCE.ORG

FAIRTRADE FOUNDATIONFAIRTRADE.ORG.UK/EN

UTZUTZ.ORG

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NOSSA COMUNIDADE

stamos cansados de ver os jovens da nossa cidade se matando com drogas, sexo, álcool e todo tipo de imoralidade. Se tem uma data em que temos que estar na rua é o carnaval, pois fomos chamados para levar luz onde há

trevas.” Foi com essas palavras que Elton Cardoso, líder de jovens da Comunidade da Graça Sede explicou a nova pro-gramação de carnaval na Vila Carrão. Inspirados pelo trabalho realizado em Guarulhos já há quatro anos, eles realizaram o Trilhas, com o objetivo de levar a Palavra de Deus no feriado.

Nos dias prévios, todos os jovens foram encorajados a um tempo de jejum e oração em favor de tudo o que aconteceria durante esse período. E então, já na sexta-feira à noite, o MAG Fire agitou a todos e marcou um tempo de consagração e bus-ca a Deus. O nome forma a sigla Fogo Interno, Revolução Externa e expressa exatamente o intuito do momento.

“Esse é um projeto de impacto evangelístico, tem o obje-tivo de alcançar o próximo e cumprir com a nossa missão de pregar o evangelho”, explica Elton. Foi o que se viu em cada dia de evento. No Ceret (Centro Esportivo e Recrea-tivo do Trabalhador), parque na região da Zona Leste de São Paulo, os jovens e adolescentes distribuíram garrafas de água e demonstraram amor e prontidão para conversar e ajudar quem precisasse.

Eles ainda contaram com convidados especiais nas reu-niões, como os pastores Fernando Diniz, da CG Guaru-lhos, e Raulzão, da Comunidade Radar, e as bandas Atos 10 e Storge2.

Em Guarulhos, os jovens têm visto os frutos de todo o trabalho nos cinco dias de Trilhas. Segundo o pastor Sa-muel Mendonça, líder do MAG, desde o projeto, em to-dos os cultos a igreja tem recebido visitantes que foram abordados nas ruas.

Ele explica que, neste ano, eles formaram uma equipe de treinamento para ajudar os participantes a serem eficazes no evangelismo para que mais pessoas possam ser alcan-çadas e se entreguem a Deus. “Nos outros anos nós abor-damos muitas pessoas, mas não conseguíamos manter o contato para que elas permanecessem”, conta. “Dessa vez, nós todos estávamos bem preparados e pudemos abençoar muito mais pessoas que têm sido impactadas pelo amor de Jesus.”

As reuniões, que neste ano envolveram toda a igreja em al-gumas ocasiões, contaram com a presença de Nova CLTV, Storge2, Conversamba, Borracha Beat Box, Pedro do Borel e pr. Paulinho. Além de apresentações artísticas dos pró-prios jovens e adolescentes.

JOVENS DA COMUNIDADE DA GRAÇA SE REÚNEM PARA LEVAR VIDA NO CARNAVAL

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Na Comunidade da Graça no Jardim São João, também em Guarulhos, o Trilhas aconteceu pelo segundo ano consecutivo e também teve um impacto incrível naqueles que participaram de toda a programação e nas mais de 800 pessoas que foram aborda-das nas ruas.

A programação, que aconteceu entre a sexta e a segunda-feira de carnaval, contou com a presença do pastor Ronaldo Bezerra e a Banda Sou de Cristo, que esteve no “Na Pegada” e foi responsável por uma noite de louvor ao ritmo do samba. No sábado, todos saíram para o evangelismo de rua, onde distribuíram garrafas de água, pulsei-ras representando a história da salvação e muitos abraços. Com violões e faixas – com os dizeres “posso orar por você?” e falando sobre o amor de Deus –, criaram momentos de reflexão e quebrantamento entre os que passavam.

Para o pastor Flávio Santos, a experiência deste ano foi ainda melhor que a do ano passado. “Tivemos a presença de amigos queridos em cada parte da programação e pudemos aprender na prática sobre o evan-gelismo criativo, que alcança as pessoas para Jesus. Foi bom demais irmos para as ruas para falar daquele que nos amou.”

Os três grupos já estão se preparando para o que vai rolar no ano que vem, para que mais vidas sejam impactadas e experimentem do amor de Jesus e da Sua salvação. Com cer-teza, serão muitas novidades e ainda mais pessoas sendo alcançadas. De qualquer ma-neira, isso tudo só é a prova de um grupo comprometido com Deus e com a Sua Pala-vra e com o desejo de marcar esta geração.

Esse trabalho de impactar as cidades vai continuar em 2016, o ano do Vivendo em Amor. No mês de julho, o Encontrão Na-cional de Jovens vem com muitas novida-des e desafios para viver um cristianismo prático. Fique ligado e não perca a oportu-nidade de participar!

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e chamo José Hélio e faço parte da Comunidade da Graça do Jardim São João, em Guarulhos. Tenho 38

anos e gostaria de falar sobre a minha história com Cristo, que co-meçou por meio da vida da minha esposa, Cida.

Nós tínhamos um casamento ad-mirável aos olhos das pessoas, muitos comentavam como formá-vamos uma bela família. Mas, a verdade é que éramos vazios, sa-bíamos do amor de Deus por nós, mas mesmo assim optamos por viver afastados dele.

Em nossa casa, sempre fazíamos festas regadas a bebida e música. Vi-víamos para trabalhar e nos divertir, e parecia que isso era suficiente para nós. Eu sempre tive um tempera-mento forte e impulsivo. Falava que tinha Deus no meu coração, mas não queria saber de segui-lo.

Em 2011, minha esposa começou a frequentar a Comunidade da Graça. Ela já havia visitado outras igrejas antes e nunca se firmava, então não dei muita importância. Mas, dessa vez foi diferente. Ela passou a fazer parte de uma célu-la e não faltava em nenhum culto, chegava em casa animada com tudo o que tinha ouvido e com a comunhão que estava experimen-

TESTEMUNHO

“NUNCA IMAGINEI QUE VIVER COM CRISTO FOSSE TÃO BOM!”

TUDO NOVO

tando. Ela me dizia que se sentia com-pleta e que Cristo a estava chamando para segui-lo.

Não gostei nada dessa situação. Não acei-tava o posicionamento da Cida e come-cei a ficar muito irritado. Dizia a ela que aquilo tudo estava interferindo em nosso casamento. Lembro-me de que, quando ela decidiu se batizar, mesmo estando grá-vida, eu não a acompanhei e nem permiti que ela levasse nosso filho Guilherme.

Mas, aos poucos, o Senhor foi traba-lhando em minha vida. Com as orações feitas pela minha esposa, por nossos fa-miliares, os pastores, líderes e membros do GCEM, Deus começou a quebrantar o meu coração. Passei a reparar mais no meu casamento, observava a minha esposa, que demonstrava mais sabedo-ria nas palavras e atitudes, mesmo com toda a minha grosseria.

Então, em um domingo, meu filho chegou da igreja muito feliz, contan-do sobre o quanto gostava de estar ali. Me disse que só não era melhor porque eu não estava com eles. Aque-

las palavras ecoaram forte em meu coração. Hoje, vejo que Deus usou a vida do Guilherme para falar direta-mente comigo.

Entendi o chamado de Jesus para mim e entreguei a minha vida a Ele. Em julho de 2013, fui batizado. Nunca imaginei que viver com Cristo fosse tão bom! Compre-endi meu papel como marido, pai e, prin-cipalmente, como filho de Deus.

No começo de 2014, abrimos a nossa casa para uma célula e, um ano depois, nos tornamos líderes. Hoje, para a gló-ria de Deus, nosso lar é uma grande bênção, uma casa de oração. Também tenho muito prazer em poder servir no diaconato, como cooperador da Igreja do Senhor.

Creio que a boa obra que Ele começou em nossas vidas vai sempre aperfeiçoar. Louvo a Deus pela vida da minha espo-sa, dos meus pastores, Flávio e Jacque-line, nossos primeiros líderes, Robson e Patrícia, e por todo o nosso GCEM e toda a família da Comunidade da Graça do Jardim São João.

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SERVIÇO AO PRÓXIMORECOMENDO

L IVRO

MUNDO CR ISTÃO

BELLO PUBL ICAÇÕES PASS ION MUSIC DESENVOLVEDOR INDEPENDENTE

D ISCIPULADO DIETRICH BONHOEFFER

SALVATION’S TIDE IS RISING PASS ION

O VÍCIO DE AGRADAR A TODOS JOYCE MEYER

BÍBLIA A MENSAGEM EUGENE PETERSON

Um dos teólogos alemães mais impor-tantes desde Lutero, pastor e figura par-ticipativa na resistência contra o regime nazista, Dietrich Bonhoeffer, escreveu esta obra considerada um clássico da literatura cristã.

Discipulado traz uma brilhante exposi-ção do Sermão do Monte e revela, de forma contundente, a postura que todo cristão autêntico deve ter: serviço ab-negado e amor ao próximo.

Muitas pessoas em nossos dias têm uma necessidade incontrolável de afirmação. Esses “viciados em aprovação” passam todo o tempo em uma luta constante contra a bai-xa autoestima, o que causa enormes problemas no seu relacionamen-to com as outras pessoas. A autora ensina aqui que Deus supre toda a afirmação que alguém possa preci-sar, e através dele as pessoas podem alcançar a liberdade.

Desde 1998, o movimento Passion tem vendido mais de 1.5 milhão de cópias dos seus materiais e tem con-sagrado sucessos como “Quão gran-de é o meu Deus” e “Nosso Deus”. Em 2016 seu novo lançamento está disponível online e conta com a par-ticipação de Chris Tomlin, Crowder, Matt Redman entre outros.

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O pastor Eugene Peterson é o autor desta paráfrase da Bíblia que, com base nas línguas originais, procura preservar na linguagem do dia a dia seus eventos e ideias. Estilo e recur-sos de estudo adicionais fazem de A Mensagem a tradução contemporâ-nea preferida na modernidade.

Para Bonhoeffer, o chamado ao discipulado é o compromisso ex-clusivo e incondicional com a pes-soa de Jesus e exige do discípulo seriedade e comprometimento com a mensagem do Evangelho. “No discipulado, o ser humano deixa o duro jugo de suas próprias leis e vai para o jugo suave de Je-sus Cristo”, afirma.

CD APL ICAT IVO

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ACONTECEU

ALIANÇA QUE INSPIRANo dia 19 de fevereiro, na Catedral Evangélica de São Paulo, os pasto-res Carlos Alberto e Suely Bezerra comemoraram seus 50 anos de ca-samento numa cerimônia conduzida pelo rev. Messias Anacleto Rosa. Já no domingo, na Comunidade da Graça Sede, os filhos “sobrenatu-rais” do casal dedicaram um momento para agradecer pelas vidas dos seus pais e louvar a Deus por sua união. A homenagem contou também com a presença do pr. Manuel Maria, que encerrou o culto tocando a música “Tu és Fiel” na gaita.

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COMEÇOU O PROJETO MAE 2016Como em todos os anos, a pastora Suely Bezerra se reu-niu com outras pastoras e líderes de Comunidades da Graça em todo o Brasil para a primeira edição do Projeto MAE deste ano. A reunião aconteceu entre os dias 23 e 25 de fevereiro, no Hotel Firenze em Serra Negra (SP). Durante 2016, as mulheres vão trabalhar o tema do ano da Comunidade da Graça, Vivendo em Amor.

CG SEDE RECEBE GRANDES CONVIDADOS No último mês, a Comunidade da Graça Sede recebeu dois convidados em seus cultos. O pastor Marcelo Fer-nandes de Souza, da CEVA, em Nova Jersey (EUA) participou do culto Quartas com Vida no dia 17 de fe-vereiro e ministrou na série Planejando 2016. O cantor Rodolfo Abrantes voltou à Comunidade nos dias 28 e 29 de fevereiro, nos cultos das 18h e 20h do domingo e no culto da segunda-feira.

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ACONTECEU

CG ZONA NORTE DÁ INÍCIO AO SEMPRE ABUNDANTESNo dia 16 de fevereiro, a Comunidade da Graça em Zona Norte deu início ao primeiro Curso Sempre Abundantes – antigo Curso de Treinamento de Líderes (CTL). Mais de 40 pessoas estão sendo preparadas para serem futuros líderes de células.

A FESTA DE VALADARESPara comemorar os dois anos de vida do MAG em Go-vernador Valadares (MG), a liderança de jovens prepa-rou um dia cheio de apresentações especiais, palestras e oficinas. Convidados como João Marcos, Gilberto Fran-ça, Bárbara Millen e Marcos Almeida, entre outros, es-tiveram presentes apresentando seus projetos e falando sobre quadrinhos, graffiti, caricatura e fotografia.

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MAG ACAMPEsse começo de ano foi bem agitado para os grupos do MAG ao re-dor do Brasil. Oito Comunidades realizaram seus acampamentos de jovens em encontros espalhados por diversos estados do país.

Entre os dias 21 e 24 de janeiro, o MAG Atibaia (1) reuniu-se no Acampamento Moriah, em Joanópolis (SP). Já o acampamento do MAG Itaquera (2) aconteceu entre os dias 19 e 21 de fevereiro e teve como tema “Luz”, além de contar com o pr. Rick Reggiani da CG Ermelino como convidado.

No feriado de carnaval, foi a vez dos MAGs de Ermelino Matara-zzo (3), Itaim Paulista e Jardim Presidente Dutra (4), Bonsucesso (5), Diadema (6) e Curitiba (7) ministrarem aos jovens e trabalha-rem em sua formação espiritual.

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