resumo de direito civil

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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Direito Civil Bruno Giancolli Data: 04/04/2012 Aula 1 RESUMO SUMÁRIO 1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO 1.1. FONTES DO DIREITO 1.1.1. LEI 1.1.2. COSTUMES 1.1.3. PRINCÍPIO GERAIS DO DIREITO 1.1.4. JURISPRUDÊNCIA 1.2. INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 1.3. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO (Decreto-Lei 4.657/1942) Trata-se de norma geral sobre o sistema jurídico. Serve como norma interpretativa da legislação. Temas tratados na LINDB: Fontes do direito; Estabilidade e garantia das normas jurídicas; Interpretação das normas; Direito intertemporal; Regras de direito internacional privado. FONTES DO DIREITO São as formas de expressões normativamente válidas. São trazidas no art. 4º, senão vejamos: Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – 2012 Anotador: André Lozano Andrade Complexo Educacional Damásio de Jesus

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Um breve resumo de Direito Civil

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Exame 2009

DELEGADO DE POLCIA CIVILDireito CivilBruno GiancolliData: 04/04/2012Aula 1

RESUMOSUMRIO

1. LEI DE INTRODUO S NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO1.1. FONTES DO DIREITO1.1.1. LEI1.1.2. COSTUMES

1.1.3. PRINCPIO GERAIS DO DIREITO1.1.4. JURISPRUDNCIA

1.2. INTEGRAO DAS NORMAS JURDICAS

1.3. INTERPRETAO DAS NORMAS JURDICASLEI DE INTRODUO S NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO (Decreto-Lei 4.657/1942)Trata-se de norma geral sobre o sistema jurdico. Serve como norma interpretativa da legislao.

Temas tratados na LINDB:

Fontes do direito;

Estabilidade e garantia das normas jurdicas;

Interpretao das normas;

Direito intertemporal;

Regras de direito internacional privado.

FONTES DO DIREITO

So as formas de expresses normativamente vlidas. So trazidas no art. 4, seno vejamos:

Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito.LEI

A fonte primria a lei, sendo lei em sentido estrito a fonte resultante do processo legislativo de criao previsto na CF.

A vigncia est relacionada a um lapso temporal para a produo de efeitos da norma. Publicada a lei passa a ter vigncia. A publicao marca o incio da vigncia, o marco temporal de validade da norma.

A LINDB estabelece a possibilidade de um efeito diferido para vigncia normativa, em razo da necessidade de conhecimento do texto legal. Surge, assim, o fenmeno da vacatio legis.

Vacatio legis expressa est definida no art. 8 da LC 95. Ocorre quando se define expressamente qual o perodo de vacatio legis.

Vacatio legis tcita est prevista no art. 1 da LINDB. Caso no indique de forma expressa a vacatio legis ser de 45 dias no Brasil e 3 meses nos Estados estrangeiros.

Lei sem prazo de vacatio legis. Est definido na prpria lei que no haver perodo de vacatio legis, utiliza-se a expresso esta lei entrar em vigor na data de sua publicao.A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleam prazo de vacatio exige a incluso da data de publicao e tambm do ltimo dia do prazo. A isso d-se o nome de consumao integral do prazo da vacatio legis.

Durante o perodo de vacatio a lei existe, pertence ao ordenamento jurdico, mas no possui eficcia.

Ateno! importante observar que durante o perodo de vacatio legis possvel republicar a lei a fim de corrigir falhas e erros materiais de ortografia. Nesta hiptese, o prazo da vacatio comear a correr a partir da ltima publicao. Porm, se a lei j entrou em vigor tais correes sero consideradas nova lei, exigindo, portanto, um novo processo legislativo.

A extino dos efeitos de uma lei ocorre atravs do fenmeno da revogao. Este mecanismo surge quando uma nova lei modifica ou extingue uma lei anterior, conforme disposto no art. 2 da LINDB.Art.2 No se destinando vigncia temporria, a lei ter vigor at que outra a modifique ou revogue.

1 A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatvel ou quando regule inteiramente a matria de que tratava a lei anterior.

2 A lei nova, que estabelea disposies gerais ou especiais a par das j existentes, no revoga nem modifica a lei anterior.

3 Salvo disposio em contrrio, a lei revogada no se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigncia.

Pode-se ter a revogao total da lei, que recebe o nome de ab-rogao (tem sentido absoluto), ou parcial, que recebe o nome de derrogao.

A revogao pode ser expressa (art. 9 da LC 95) ou tcita. A primeira quando uma lei diz expressamente que determinada lei ou dispositivo legal foi revogado, essa lei elenca quais normas esto sendo revogadas. A revogao tcita ocorre quando o interprete entende que a nova lei incompatvel com a lei anterior. Alguns autores denominam este fenmeno como revogao hermenutica.

COSTUMESOs costumes no so fonte primria no direito ptrio. Conforme pde ser visto, tambm esto elencados no art. 4 da LINDB.

Por costumes entende-se as condutas reiteradas e aceitas genericamente por uma comunidade. Para sua caracterizao os costumes necessitam de alguns requisitos, quais sejam:

Requisito objetivo uso continuado ou prtica constante de determinado comportamento no tempo.

Requisito subjetivo (opinio necessitatis) trata-se da crena na comunidade da obrigatoriedade jurdica do costume. As pessoas adotam aquele costume como lei.Espcies de costumes:

Costumes secundum legis a prevista na prpria lei. Ex. art. 113 do CC, que diz que os negcios jurdicos devem ser analisados de acordo com os usos e costumes locais.

Costumes praeter legem tem carter supletivo, suprindo a lei nos casos omissos.

Costume contra legem se forma em sentido contrrio lei. A maioria da doutrina no reconhece a aplicao vlida dessa espcie de costume, rejeitando sua utilizao, diante do que dispe o art. 2 da LINDB.

PRINCPIO GERAIS DO DIREITO

So proposies de carter geral e amplo que englobam implcita ou explicitamente o conjunto de normas. So as bases do sistema normativo.Os princpios tambm desempenham uma funo hermenutica, servindo como parmetro e diretriz geral da aplicao de outras normas.

JURISPRUDNCIA

A LINDB no trouxe previso expressa dessa fonte normativa no art. 4.

Ganha fora com a EC 45 com a criao da smula vinculante.

INTEGRAO DAS NORMAS JURDICAS

Analogia o principal mecanismo de integrao, estando previsto no art. 4 da LINDB. Trata-se de um mtodo de integrao para suprir lacunas existentes no sistema jurdico. importante observar que a analogia no se confunde com a interpretao extensiva, que consiste na ampliao do campo de aplicao de uma norma a uma situao de fato na contemplada expressamente.So espcies de analogia:

Analogia legis a aplicao de uma norma a um caso semelhante.

Analogia juris trata-se da aplicao de um conjunto de normas para obter uma resposta ao caso no previsto no ordenamento.

Outro mecanismo de integrao a equidade, que consiste num recurso tcnico para enquadrar determinada deciso jurdica no valor mximo da justia.

Decidir com equidade significa decidir com justia. J decidir por equidade quer dizer que o magistrado utiliza como nico recurso decisrio a sua sensibilidade e seu senso de justia. Ex. art. 928 do CC, que diz que a indenizao por incapaz deve-se levar em conta a equidade.

INTERPRETAO DAS NORMAS JURDICAS

A cincia de interpretao conhecida como hermenutica jurdica.

So mtodos de interpretao:

Mtodo gramatical avalia-se o valor semntico das expresses.

Mtodo lgico busca-se a ratio juris, o porqu da lei.

Mtodo sistemtico interpreta o direito levando em considerao todo conjunto de princpios e valores bsicos que estruturam o sistema.

Mtodo teleolgico busca a analise da finalidade de determinada norma, qual o seu papel no sistema jurdico.

Mtodo axiolgico baseia-se nos princpios que regem o mecanismo jurdico.

Ateno! A interpretao realizada pelo prprio legislador que criou o normativo conhecida como hermenutica autntica.

Princpio da interpretao conforme a constituio o mtodo utilizado pelo STF e pelos constitucionalistas para interpretao das normas jurdicas. As normas s tem sentido se interpretadas luz da Constituio, de modo que as leis devem ser interpretadas de modo que possibilite a integrao delas com a CF.RESUMO

SUMRIO

2. PESSOAS

2.1. INTRODUO AOS SUJEITOS DE DIREITO

2.2. AQUISIO DE PERSONALIDADE

2.3. EXTINO DA PERSONALIDADE JURDICA2.4. CAPACIDADE

PESSOAS

INTRODUO AOS SUJEITOS DE DIREITO

Sujeito de direitos so todos os participantes de relaes jurdicas.

Os sujeitos dividem-se em pessoas e entes despersonalizados. O Cdigo Civil apenas trata dos primeiros.

O Cdigo Civil no sistematizou o tema relacionado aos entes despersonalizados. Porm existem diversos exemplos previstos no Cdigo Civil, a exemplo do esplio, do condomnio, da prole eventual etc.

A condio de pessoa resulta do atributo jurdico da personalidade.

A personalidade garante a titularidade de direitos e deveres na ordem civil.

AQUISIO DE PERSONALIDADE

Para as pessoas naturais a aquisio ocorre de acordo com o art. 2 do Cdigo Civil, adquirindo personalidade a partir do nascimento com vida.

Art. 2 A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro.Segundo a doutrina dominante, o Cdigo Civil adotou a teoria natalista.

O nascituro, porm, j tratado como sujeito de direito, mas ainda no ostenta a condio de pessoa.

Parte da doutrina defende que a aquisio de personalidade ocorre a partir da concepo. Esta orientao prima pelo princpio da dignidade da pessoa humana, porm no a posio dominante.

O art. 45 do CC trata da aquisio de personalidade da pessoa civil, dispondo sobre o registro dos atos constitutivos.

Art. 45. Comea a existncia legal das pessoas jurdicas de direito privado com a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessrio, de autorizao ou aprovao do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alteraes por que passar o ato constitutivo.

Pargrafo nico. Decai em trs anos o direito de anular a constituio das pessoas jurdicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicao de sua inscrio no registro.

A doutrina dominante entende que foi adotada a teoria da realidade tcnica, que entende que a pessoa jurdica somente surge aps o seu registro.

Importante! O registro somente necessrio para as pessoas jurdicas de direito privado, sendo elas as dispostas no art. 44 do CC.

As pessoas jurdicas de direito pblico possuem um processo de personalizao distinto das pessoas jurdicas de direito privado. Neste caso o registro dispensado como requisito obrigatrio, muito embora ele possa existir na prtica.

Como regra o registro da pessoa jurdica deve ser feito no cartrio de registro de pessoas jurdicas.

Exceo ocorre com relao s sociedades empresrias devem ser registradas na Junta Comercial. Tambm ocorrer exceo no que diz respeito s sociedades de advogados, que devero ser registradas junto OAB.

EXTINO DA PERSONALIDADE JURDICAPara as pessoas naturais a extino se d com o bito, conforme preceitua o art. 6 do CC. Trata-se de ato civil, sendo que deve-se atestar sua ocorrncia por meio de atestado de bito. O atestado depende da comprovao do falecimento do indivduo em razo de um ato vinculado de um mdico ou na sua falta pela presena de duas testemunhas que verificaram o ocorrido e que depois ratifiquem em juzo.

Haver morte presumida uma hiptese de reconhecimento judicial do falecimento do indivduo nas situaes descritas no art. 7 do CC, seno vejamos:

Art. 7 Pode ser declarada a morte presumida, sem decretao de ausncia:

I - se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se algum, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.

Pargrafo nico. A declarao da morte presumida, nesses casos, somente poder ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do falecimento.

Frise-se que o pedido de morte presumida somente poder ser requerido aps o trmino das buscas e averiguaes. Estas buscas e averiguaes no exigem obrigatoriamente o inqurito policial. A apurao pode ocorrer por outras formas lcitas de investigao.

No se deve confundir morte presumida com ausncia, prevista no art. 22 e seguintes do CC. A ausncia disciplina o status e os efeitos civis das pessoas desaparecidas.

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domiclio sem dela haver notcia, se no houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministrio Pblico, declarar a ausncia, e nomear-lhe- curador.

A simples condio de desaparecido no outorga ao sujeito o status da ausncia. O reconhecimento desta situao depende necessariamente de uma sentena judicial.

So fases da ausncia:

1. Curadoria dos bens tem por objetivo a declarao da ausncia e a nomeao de um curador para o ausente. A ordem de curadoria do art. 25 do CC deve ser respeitada quando da nomeao do curador do ausente.

O primeiro impacto do desaparecimento do sujeito reflete sobre o seu patrimnio, da a necessidade de se outorgar a um indivduo um representante para gerir os seus bens.

2. Sucesso provisria a abertura da sucesso provisria ser feita aps um ano ou trs anos da arrecadao. A hiptese dos trs anos se dar quando o ausente deixar um mandatrio que no queira ou no possa administrar os bens.

A sucesso provisria ser processada de acordo com as regras materiais e processuais da sucesso em geral. Porm, o Cdigo Civil destaca alguns aspectos relevantes:

O herdeiro provisrio no passa condio de proprietrio, ostentando apenas a condio de mero possuidor.

A sentena de sucesso provisria somente produz efeitos aps 180 dias do seu trnsito em julgado.

3. Sucesso definitiva sua abertura se dar aps 10 anos do trnsito em julgado da sentena de sucesso provisria. Nesta fase haver a declarao da morte presumida do ausente.

O Cdigo Civil em seu art. 38, preceitua que as pessoas desaparecidas com idade igual ou superior a 30 anos e j apresentem 5 anos de seu desaparecimento, podero ter sua morte presumida declarada sem observar os prazos gerais do instituto da ausncia.

Importante! O pedido de morte presumida, nesse caso especfico exige a cumulao do requisito da idade mnima e tambm do tempo mnimo de desaparecimento.

No que tange s pessoas jurdicas suas regras esto elencadas no art. 51 do CC, que fala da dissoluo dos atos constitutivos, lembrando que sem sua averbao a dissoluo dos atos constitutivos no produzir efeitos.

Art. 51. Nos casos de dissoluo da pessoa jurdica ou cassada a autorizao para seu funcionamento, ela subsistir para os fins de liquidao, at que esta se conclua.

1 Far-se-, no registro onde a pessoa jurdica estiver inscrita, a averbao de sua dissoluo.

2 As disposies para a liquidao das sociedades aplicam-se, no que couber, s demais pessoas jurdicas de direito privado.

3 Encerrada a liquidao, promover-se- o cancelamento da inscrio da pessoa jurdica.

Art. 52. Aplica-se s pessoas jurdicas, no que couber, a proteo dos direitos da personalidade.

Cuidado! Dissoluo diferente de desconsiderao. Sendo que a desconsiderao se dar em caso de abuso de personalidade.

CAPACIDADE

Capacidade est ligada ao exerccio de direitos.

Divide-se em capacidade de fato e capacidade de direito.

A capacidade direito a capacidade de exercer direitos conferidos pelo ordenamento civil ou como decorrncia da personalidade. Todos os sujeitos de direito obrigatoriamente possuem capacidade de direito.

A capacidade de fato a possibilidade que o sujeito tem de exercer direitos e deveres de forma autnoma. importante destacar que este conceito se restringe s pessoas naturais.

Importante! As pessoas jurdicas exercem direitos de forma peculiar. Somente atravs de seus rgos de representao podem as pessoas jurdicas participar de relaes civis.

A capacidade de fato para as pessoas naturais dividida em trs fases, quais sejam:

Capazes (art. 5 do CC)

Relativamente incapazes (art. 4 do CC)

Absolutamente incapazes (art. 3 do CC)

As pessoas capazes e incapazes so separadas pelo Cdigo Civil em razo de dois critrios diferentes, o critrio etrio (dos 0 a menos de 16 anos sero considerados absolutamente incapazes, dos 16 aos 18 anos relativamente incapazes e pessoas com 18 anos ou mais sero consideradas capazes) e o critrio cognitivo.

Os indivduos com mais de 18 anos sero tratados como pessoas incapazes mediante prvio processo de interdio. Neste caso apenas com a sentena judicial o sujeito passa a ser visto como incapaz.RESUMO

SUMRIO

3. PESSOAS

3.1. CAPACIDADE (Continuao)

3.2. DOMICLIO3.3. PESSOA JURDICA DE DIREITO PRIVADO

4. BENS

PESSOAS

CAPACIDADE

A emancipao um mecanismo de adiantamento da maioridade civil nas hipteses descritas na lei. H trs espcies de emancipao, quais sejam:

Emancipao voluntria realizada pelos pais mediante instrumento pblico. Trata-se de ato discricionrio dos pais, e, portanto, no depende de homologao judicial. O menor deve ter no mnimo 16 anos.

Emancipao judicial realizada pelo juiz na hiptese do menor sob tutela, visto que o tutor no possui o poder de emancipar. O menos deve ter no mnimo 16 anos.

Emancipao legal so hipteses descritas na lei que permitem a emancipao automtica. Acontecendo o evento previsto em lei o indivduo emancipado. As principais hipteses so:

Casamento;

Colao de grau em ensino superior;

Exerccio de atividade profissional.

DOMICLIOEst disciplinado no Cdigo Civil do art. 70 ao art. 76.

O art. 70 possui a definio da relao domiciliar, sendo que o domiclio se traduz pela residncia e nimo definitivo. Assim, a residncia a permanncia do indivduo num determinado local durante longo perodo de tempo ou demonstre o interesse de permanecer na localidade por longo perodo.

As principais caractersticas da relao domiciliar so:

O Cdigo Civil adotou o conceito de domiclio plrimo ou plural, assim o indivduo pode ter mais de um domiclio sem nenhum tipo de restrio, sendo que o art. 71 do CC trata da pluralidade de domiclios pessoais, no caso em que a pessoa vive de forma alternada em diversas residncias.

J o art. 72 trata da pluralidade de domiclios profissionais, assim, se a pessoa exerce a atividade comercial em diversos lugares ter todos eles como domiclio profissional, importante consignar que o domiclio profissional est afetado atividade.

O domiclio aparente ser utilizado quando o sujeito no tiver residncia fixa. Trata-se de fico jurdica.

O domiclio necessrio aquele determinado por lei. A relao domiciliar independe da vontade do sujeito. O art. 76 do CC traz as hipteses de domiclio necessrio, sendo elas:

Pessoas incapazes o domiclio ser o mesmo do representante legal;

Funcionrios pblicos o domiclio ser o do local onde exercem permanentemente suas funes;

Presos o domiclio ser do local onde esto cumprindo a pena. Isso ocorre tanto no caso de presos definitivos como presos provisrios.

Martimo ter domiclio onde o navio estiver matriculado.

PESSOA JURDICA DE DIREITO PRIVADO

Esto definidas no art. 44 do CC. So elas:

Associaes so pessoas jurdicas cuja finalidade no possui qualquer carter econmico. Tem finalidade social, assistencial, educativa etc. Tem por principais caractersticas:

1. No h entre os associados direitos e obrigaes recprocas;

2. Os associados possuem os mesmos direitos, mas a lei permite a criao de categorias com vantagens especiais;

3. A condio de associado personalssima. Assim, via de regra, intransfervel.

4. A associao possui como rgo deliberativo mximo a Assembleia Geral, que se traduz pela reunio de todos os associados, que deliberaro sobre os interesses da associao.

Sociedades tero finalidade econmica, traduzindo-se na perseguio de lucro, que ser revertido aos scios.

H dois tipos de sociedades, as sociedades simples e as sociedades empresrias;

Fundaes so constitudas por uma massa de bens que persegue uma finalidade social. No possvel que a associao possua finalidade econmica, devendo ter finalidade social, assistencial, educativa etc. Via de regra, exercem atividades que deveriam ser funo do Estado. Para sua criao necessrio respeitar determinadas fases, quais sejam:

1. Dotao de bens trata-se da transferncia de bens do patrimnio do fundador ou instituidor para a constituio da fundao. Alei estabelece que a dotao ocorrer por instrumento pblico ou testamento;

2. Elaborao dos estatutos poder ser realizada tanto pelo prprio instituidor, como por um terceiro indicado pelo instituidor. Caso o terceiro no elabore o estatuto o Ministrio Pblico o elaborar.

3. Aprovao dos estatutos ocorre mediante a propositura de uma ao judicial prpria, nos termos do art. 1.199 e seguintes do CPC;

4. Registro se dar no cartrio de registro de pessoas jurdicas.

Partidos polticos Assim como as organizaes religiosas, possui autonomia estrutural, de modo que sua estrutura interna no se sujeitar ao Cdigo Civil, visto que esto disciplinados no art. 17 da CF. Assim, possui autonomia estrutural, sendo esta autonomia relativa;

Organizaes religiosas Assim como os partidos polticos, possui autonomia estrutural, de modo que sua estrutura interna no se sujeitar ao Cdigo Civil, visto que esto disciplinadas no art. 19 da CF. Assim, possui autonomia estrutural, sendo esta autonomia absoluta, por esta razo o Estado no pode intervir nas organizaes religiosas.

Eirelis (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) a nica pessoa jurdica unipessoal, ou seja, constituda por um nico scio, mas com patrimnio distinto do sujeito que a compe. Diferencia-se do empresrio individual, pois na Eireli o patrimnio do scio e da empresa se diferenciam, o que no ocorre no caso do empresrio individual.

BENS

Os bens esto disciplinados do art. 79 ao art. 103 do CC. Quando se fala de bens estamos tratando dos objetos das relaes jurdicas.

Os bens podem ser classificados das seguintes formas:

Bens considerados em si mesmos busca-se entender a natureza jurdica dos bens.

Bens mveis e bens imveis No art. 79 do CC h uma definio de bens imveis, sendo eles o solo e tudo que nele se adere se incorpora de forma natural ou artificial. As incorporaes realizadas no solo recebem o nome de acesso imobiliria. Imvel por equiparao tratado no art. 80 do CC, sendo fices jurdicas criadas por lei que tratam determinadas situaes como bens imveis, so elas a sucesso aberta e os direitos reais sobre imveis (ex. hipoteca, superfcie etc). No art. 81do CC so tratados os materiais de construo, que estabelece que os materiais separados de forma provisria, quando forem reimpregados na mesma edificao, no perdem o carter de bens imveis.

J os bens mveis esto definidos no art. 82 do CC, sendo os bens que permitem deslocamento por fora prpria ou fora externa, sem que isso comprometa a sua substncia. Quando se deslocam por fora prpria d-se o nome de semoventes (animais). Bens mveis por equiparao so os direitos pessoais e as energias de valor econmico. Bens reciprocamente considerados H uma relao entre principal e acessrio;

Bens pblicos relevante em Direito Administrativo, por isso no sero tratados aqui.

RESUMO

SUMRIO

5. BENS (Continuao)6. TEORIA GERAL DO NEGCIO JURDICO

BENS

Bens considerados em si mesmos So bens mveis considerados pela lei:

Direitos pessoais de natureza patrimonial e as aes que asseguram tais direitos;

Direitos pessoais de natureza patrimonial e as aes que asseguram tais direitos;

Os direitos reias sobre coisas mveis e as aes que asseguram tais direitos. Ex. usufruto sobre coisa mvel, penhor sobre carro;

As energias que tenham valor econmico.

Bens fungveis e infungveis - Fungvel o bem mvel que pode ser substitudo por outro da mesma espcie, qualidade e quantidade.

J bem infungvel o que no pode ser substitudo por outra da mesma espcie, qualidade ou quantidade.

O mtuo o emprstimo gratuito ou oneroso de coisa fungvel. As partes podem acordar que para determinado negcio uma coisa fungvel seja considerada infungvel. Ex. emprstimo de garrafa de vinho para fins de exposio, ao final do contrato o muturio devolver ao mutuante exatamente a mesma garrafa (comodato ad pompam vel ostentationem).

Bem consumvel- so os bens mveis cujo uso implica destruio imediata da prpria substncia. Ex. alimentos, bens descartveis.

Ateno! So considerados consumveis os bens mveis destinados alienao, assim, os bens expostos venda so considerados consumveis.

Bens pblicos a classificao dos bens em pblicos e particulares fundamental para que se conhea o regime jurdico aplicvel a cada caso. Os bens pblicos se sujeitam a regime jurdico de direito administrativo e, por exemplo, so insuscetveis de aquisio por usucapio, impenhorveis, com relao alienao, exige rigoroso procedimento que envolve desafetao e avaliao etc.

Os bens pblicos classificam-se em:

Bens pblicos comuns do povo so aqueles que no esto afetados (destinados) a um uso especfico, mas sim se destinam a um uso geral. O uso dos bens pblicos, ainda que de uso comum, pode ser limitado ou mesmo proibido, bem como a ttulo gratuito ou oneroso.

Bens de uso especial so aqueles que se destinam a um uso especfico.

Bem dominical ou dominial so bens que, no estando afetados a uma finalidade pblica, fazem parte do patrimnio disponvel da entidade a qual pertencem. Bens reciprocamente considerados esta classificao leva em conta a relao de um bem com outro bem. basicamente a relao entre bens principais e bens acessrios. Bem principal aquele que existe independentemente da existncia de qualquer outro bem, pode ser tangvel (palpvel. Ex. imvel, direito real) ou intangvel (no palpvel. Ex. crdito).

Acessrio o bem que supe a existncia do bem principal. O acessrio s faz sentido quando se relaciona com o principal. Por isso h no Brasil o princpio da gravitao jurdica, segundo a qual o acessrio segue o principal, salvo determinao legal ou negocial em sentido contrrio.

Ateno! O Cdigo Civil incluiu em seu art. 93 o conceito de pertena, so bens que, no constituindo partes integrantes, destinam-se de modo duradouro ao uso, servio ou aformoseamento de outro bem. Com relao pertena no se aplica o princpio da gravitao jurdica. Assim, a pertena s seguir o principal se isso estiver determinado em lei no negcio jurdico (ler art. 94 do CC).

Art. 94. Os negcios jurdicos que dizem respeito ao bem principal no abrangem as pertenas, salvo se o contrrio resultar da lei, da manifestao de vontade, ou das circunstncias do caso.Espcies de acessrios:

Frutos so acessrios que se caracterizam por sua renovao peridica. Podem ser naturais aqueles que surgem da fora geratriz do principal (ex. frutos vegetais) , industriais que decorrem do engenho humano (ex. produtos de uma fbrica em relao a ela) ou civis decorrem de uma relao jurdica (Ex. juros em relao ao capital).

Produtos So acessrios que no se renovam periodicamente (ex. minerais, couro de animais).

Benfeitorias so acessrios que se destinam a fazer bem ao principal. Classificam-se em:

Necessrias visam conservar o bem ou evitar que se deteriore. Se no for realizada o principal desaparece;

til aquela que aumenta ou facilita o uso do principal;

Volupturias so benfeitorias de mero deleite que no aumentam ou facilitam o uso do principal, ainda que o tornem mais valioso. Tambm chamada de benfeitoria ftil.

TEORIA GERAL DO NEGCIO JURDICONegcio jurdico o ato jurdico que permite ao sujeito autorregulamentar os seus prprios interesses. Atravs dos negcios jurdicos o sujeito cria um preceito, por isso se diz que so atos jurdicos preceptivos ( aquele que contm um preceito, uma determinao).

Pontes de Miranda demonstrou que o negcio jurdico deve ser estudado em trs planos, so eles da existncia, da validade e da eficcia. No plano da existncia esto contidos os pressupostos para que o negcio exista, isto , ingresse no mundo jurdico. No plano da validade esto previstos os requisitos para que o negcio, embora j existente, seja vlido. Por fim, no plano da eficcia esto os fatores que se relacionam produo de efeitos jurdicos.

RESUMO

SUMRIO

7. BENS (Continuao)8. TEORIA GERAL DO NEGCIO JURDICO

BENS

Bens considerados em si mesmos So bens mveis considerados pela lei:

Direitos pessoais de natureza patrimonial e as aes que asseguram tais direitos;

Direitos pessoais de natureza patrimonial e as aes que asseguram tais direitos;

Os direitos reias sobre coisas mveis e as aes que asseguram tais direitos. Ex. usufruto sobre coisa mvel, penhor sobre carro;

As energias que tenham valor econmico.

Bens fungveis e infungveis - Fungvel o bem mvel que pode ser substitudo por outro da mesma espcie, qualidade e quantidade.

J bem infungvel o que no pode ser substitudo por outra da mesma espcie, qualidade ou quantidade.

O mtuo o emprstimo gratuito ou oneroso de coisa fungvel. As partes podem acordar que para determinado negcio uma coisa fungvel seja considerada infungvel. Ex. emprstimo de garrafa de vinho para fins de exposio, ao final do contrato o muturio devolver ao mutuante exatamente a mesma garrafa (comodato ad pompam vel ostentationem).

Bem consumvel- so os bens mveis cujo uso implica destruio imediata da prpria substncia. Ex. alimentos, bens descartveis.

Ateno! So considerados consumveis os bens mveis destinados alienao, assim, os bens expostos venda so considerados consumveis.

Bens pblicos a classificao dos bens em pblicos e particulares fundamental para que se conhea o regime jurdico aplicvel a cada caso. Os bens pblicos se sujeitam a regime jurdico de direito administrativo e, por exemplo, so insuscetveis de aquisio por usucapio, impenhorveis, com relao alienao, exige rigoroso procedimento que envolve desafetao e avaliao etc.

Os bens pblicos classificam-se em:

Bens pblicos comuns do povo so aqueles que no esto afetados (destinados) a um uso especfico, mas sim se destinam a um uso geral. O uso dos bens pblicos, ainda que de uso comum, pode ser limitado ou mesmo proibido, bem como a ttulo gratuito ou oneroso.

Bens de uso especial so aqueles que se destinam a um uso especfico.

Bem dominical ou dominial so bens que, no estando afetados a uma finalidade pblica, fazem parte do patrimnio disponvel da entidade a qual pertencem. Bens reciprocamente considerados esta classificao leva em conta a relao de um bem com outro bem. basicamente a relao entre bens principais e bens acessrios. Bem principal aquele que existe independentemente da existncia de qualquer outro bem, pode ser tangvel (palpvel. Ex. imvel, direito real) ou intangvel (no palpvel. Ex. crdito).

Acessrio o bem que supe a existncia do bem principal. O acessrio s faz sentido quando se relaciona com o principal. Por isso h no Brasil o princpio da gravitao jurdica, segundo a qual o acessrio segue o principal, salvo determinao legal ou negocial em sentido contrrio.

Ateno! O Cdigo Civil incluiu em seu art. 93 o conceito de pertena, so bens que, no constituindo partes integrantes, destinam-se de modo duradouro ao uso, servio ou aformoseamento de outro bem. Com relao pertena no se aplica o princpio da gravitao jurdica. Assim, a pertena s seguir o principal se isso estiver determinado em lei no negcio jurdico (ler art. 94 do CC).

Art. 94. Os negcios jurdicos que dizem respeito ao bem principal no abrangem as pertenas, salvo se o contrrio resultar da lei, da manifestao de vontade, ou das circunstncias do caso.Espcies de acessrios:

Frutos so acessrios que se caracterizam por sua renovao peridica. Podem ser naturais aqueles que surgem da fora geratriz do principal (ex. frutos vegetais) , industriais que decorrem do engenho humano (ex. produtos de uma fbrica em relao a ela) ou civis decorrem de uma relao jurdica (Ex. juros em relao ao capital).

Produtos So acessrios que no se renovam periodicamente (ex. minerais, couro de animais).

Benfeitorias so acessrios que se destinam a fazer bem ao principal. Classificam-se em:

Necessrias visam conservar o bem ou evitar que se deteriore. Se no for realizada o principal desaparece;

til aquela que aumenta ou facilita o uso do principal;

Volupturias so benfeitorias de mero deleite que no aumentam ou facilitam o uso do principal, ainda que o tornem mais valioso. Tambm chamada de benfeitoria ftil.

TEORIA GERAL DO NEGCIO JURDICONegcio jurdico o ato jurdico que permite ao sujeito autorregulamentar os seus prprios interesses. Atravs dos negcios jurdicos o sujeito cria um preceito, por isso se diz que so atos jurdicos preceptivos ( aquele que contm um preceito, uma determinao).

Pontes de Miranda demonstrou que o negcio jurdico deve ser estudado em trs planos, so eles da existncia, da validade e da eficcia. No plano da existncia esto contidos os pressupostos para que o negcio exista, isto , ingresse no mundo jurdico. No plano da validade esto previstos os requisitos para que o negcio, embora j existente, seja vlido. Por fim, no plano da eficcia esto os fatores que se relacionam produo de efeitos jurdicos.

RESUMO

SUMRIO

9. TEORIA GERAL DO NEGCIO JURDICO (Continuao)

10. ATO NULO X ATO ANULVEL11. DEFEITOS DO NEGCIO JURDICO

11.1. ERRO11.2. DOLO

TEORIA GERAL DO NEGCIO JURDICOOs pressupostos de existncia do negcio jurdico so os substantivos do art. 104 do CC, ou seja, para que o negcio exista basta que haja agente, vontade, objeto e forma.

Como visto, para que o negcio jurdico exista so suficientes os substantivos (agente, vontade, objeto e forma), no entanto, para que o negcio jurdico seja vlido necessrio que aos substantivos somem-se os adjetivos, ou seja, so necessrios:

Agente capaz;

Objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel fundamental que o objeto seja, no mnimo determinvel, pois do contrrio o negcio jurdico ser nulo;

Forma prescrita ou no defesa em lei por forma prescrita entende-se forma obrigatria, quando a lei assim prever. O sistema de direito privado brasileiro adota o princpio da liberdade das formas, por isso caso o agente ignore forma prescrita ou utilize forma defesa a consequncia ser a nulidade absoluta do negcio.

ATO NULO X ATO ANULVEL

A invalidade gnero, do qual so espcies a nulidade absoluta e a nulidade relativa. Invlido o negcio que existe, mas que contm algum defeito.

A nulidade absoluta decorre da violao de norma de ordem pblica e por isso pode ser alegada por qualquer das partes, pelo MP, apenas quando lhe couber intervir, bem como pode ser conhecida de ofcio pelo juiz.

J a nulidade relativa decorre da violao de norma que visava proteger interesse disponvel e por isso s pode ser alegada por aquele a quem a norma violada visava proteger. Assim, no caso de ato praticado por relativamente incapaz, por exemplo, um menor, entre 16 e 18 anos, somente ele poder pleitear a anulao; da mesma forma no caso de erro, em que somente aquele que erra poder pleitear a anulao.

Por ser decorrncia da violao de norma jurdica de ordem pblica, o negcio jurdico nulo no convalesce, nem pode ser confirmado pelas partes ou pelo juiz.

J a nulidade relativa convalesce pelo decurso do tempo e pode ser confirmado pelas partes.

Quais so os efeitos da sentena que decreta a invalidade do negcio jurdico? Se a nulidade for absoluta a doutrina pacfica: os efeitos so retroativos (ex tunc). No entanto, em se tratando de nulidade relativa h divergncia na doutrina, a primeira corrente defende que a sentena no impe efeitos retroativos, e sim ex nunc (Silvio Rodrigues, Caio Mrio, Nelson Nery Jr. e Carlos Roberto Gonalves). J a segunda corrente defende que assim como no caso de nulidade absoluta, a sentena que reconhece a nulidade relativa retroativa, pois, salvo impossibilidade, sempre que se reconhece que o negcio invlido (nulo ou anulvel) as partes devem retornar ao estado em que se encontravam (Pontes de Miranda, Orlando Gomes, Zeno Veloso e Antnio Junqueira de Azevedo). Ateno! Para proa objetiva adotar a primeira corrente.

O negcio nulo no convalesce, mas pode ser convertido (transformado) em outro negcio que seja vlido. Para tanto necessrio que o negcio nulo contenha os requisitos do negcio em que vai se transformar e, pelas circunstncias do caso, seja possvel perceber que as partes teriam optado pelo negcio vlido se conhecessem a invalidade, nos termos do art. 170 do CC.

A converso um instrumento a favor do princpio da conservao dos negcios jurdicos (favor negotii). Se, por exemplo, uma compra e venda de imvel cujo valor seja superior a 30 salrios mnimos for considerada nula por ter sido celebrada por escritura particular, o juiz poder receber este negcio jurdico como se fosse um compromisso de compra e venda.

DEFEITOS DO NEGCIO JURDICO

O nico defeito que gera nulidade absoluta a simulao. Todos os outros so meras causas de nulidade relativa, cujo prazo para propositura da ao decadencial de 4 anos, a contar da celebrao do negcio.

No caso de coao o prazo de 4 anos s comear a correr de quando cessar a ameaa, salvo se for coao para casamento, caso em que se segue a regra geral, ou seja, o prazo comea a correr da celebrao.

ERRO

Erro est contido no art. 138 a 144 do CC. Erro a falsa noo da realidade, o agente emite declarao de vontade diferente da que emitiria se conhecesse bem a realidade.

Para ser capaz de anular o negcio jurdico o erro deve ser:

Substancial no pode incidir sobre fator de mnima importncia;

Art. 139. O erro substancial quando:

I - interessa natureza do negcio, ao objeto principal da declarao, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

II - concerne identidade ou qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declarao de vontade, desde que tenha infludo nesta de modo relevante;

III - sendo de direito e no implicando recusa aplicao da lei, for o motivo nico ou principal do negcio jurdico.

Reconhecvel pelo outro contratante o novo Cdigo Civil determinou que s haver anulao do negcio jurdico se a parte a quem se destina a declarao de vontade (declaratrio) puder supor que aquele que erra (declarante) pode estar em erro.

O erro de direito pode anular o negcio, desde que no implique escusa ao cumprimento da lei, afinal ningum se escusa de cumprir a lei alegando que no a conhece, nos termos do inciso III do art. 139 do CC.

Ateno! No haver anulao do negcio se a parte a quem se destinou a declarao em erro concordar em realizar o negcio de acordo com a vontade real do declarante (princpio da conservao do negcio jurdico).

DOLO

O dolo est previsto nos arts. 145 a 150 do CC. Dolo consiste na vontade livre e consciente de levar a erro o outro contratante.

O dolo pode ser dolus bonus, o mero elogio da mercadoria. Ainda que exagerado no capaz de anular o negcio, pois pode ser afastado pelo cuidado que se espera do homem mdio na realizao de seus negcios (caveat emptor).

H quem diga que no direito do consumidor no h espao para o dolus bonus, pois qualquer informao inverdica, ainda que nitidamente exagerada, seria capaz de enganar o consumidor.

Dolo por omisso nada mais do que a utilizao do silncio como meio para enganar a outra parte.

Dolo de terceiro ocorre quando terceiro leva o outro contratante a erro e no o prprio beneficiado pelo dolo. Neste caso s haver a anulao do negcio se o beneficiado sabia ou podia saber do dolo, mas em todo caso caber ao de indenizao por perdas e danos em face do terceiro enganador.

No dolo acidental o agente levado a erro no deixaria de celebrar o negcio, porm o celebraria de maneira menos onerosa. No cabe anulao, apenas indenizao por perdas e danos.

Dolo bilateral ocorre quando ambas as partes procedem com dolo. Nenhuma delas poder aleg-lo, seja par anular o negcio, seja para obter indenizao.RESUMO

SUMRIO

12. DIREITO DAS OBRIGAES12.1. MODALIDADES OBRGACIONAIS

12.2. TRANSMISSO DAS OBRIGAES

12.3. ADIMPLEMENTO OU PAGAMENTO EXTINO DA RELAO OBRIGACIONAL

12.4. INADIMPLEMENTO

DIREITO DAS OBRIGAES

Relao obrigacional espcie de relao jurdica de carter pessoal e transitrio que permite a um determinado sujeito exigir um comportamento alheio capaz de satisfazer os seus interesses.

Nas relaes obrigacionais temos o sujeito ativo, chamado de credor, e o sujeito passivo, chamado de devedor, tendo por objeto uma prestao ou um comportamento.MODALIDADES OBRIGACIONAIS

A obrigao de dar se configura pelo seu objeto, que a transferncia da propriedade, da posse ou de um outro direito real de forma voluntria.

A obrigao de dar divide-se em obrigao de dar coisa certa e a obrigao de dar coisa incerta. No primeiro caso o objeto da prestao algo determinado. J na obrigao de dar coisa incerta o objeto coisa minimamente identificado (Gnero e quantidade).

A obrigao de fazer ou de no fazer se configura pelo tipo de prestao. Sendo seu objeto um comportamento do devedor capaz de satisfazer o interesse do credor.

As obrigaes de fazer ou no fazer podem ser fungveis ou infungveis. As obrigaes infungveis podem ser cumpridas apenas pelo devedor. J as obrigaes de fazer ou nofazerfungveis podem ser cumpridastanto pelo devedor quanto por um terceiro.

Via de regra, as obrigaes de fazer so fungveis, nos termos do art. 204 do CC.

Art. 304. Qualquer interessado na extino da dvida pode pag-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes exonerao do devedor.

Pargrafo nico. Igual direito cabe ao terceiro no interessado, se o fizer em nome e conta do devedor, salvo oposio deste.

Obrigao alternativa, tambm conhecida como obrigao disjuntiva decorre da existncia de duas ou mais prestaes existentes numa nica relao obrigacional, permitindo ao devedor escolher qual delas deseja cumprir.

Nesse tipo de obrigao h duas ou mais opes de cumprimento da obrigao, ficando a cargo do devedor a escolha da obrigao que deseja cumprir (ex. contrato de seguro de veculo automotor).

As obrigaes divisveis se configuram pela anlise do objeto da prestao, ou seja a divisibilidade resulta da possibilidade de fracionamento da prestao. A possibilidade de divisibilidade est atrelada aos seguintes requisitos:

Vontade das partes;

Determinao na lei; e

Natureza da coisa objeto da prestao.

Via de regra as obrigaes so indivisveis, mas todas as obrigaes, quando convertidas em perdas e danos sero tratadas como obrigaes divisveis.

A obrigao solidria resulta de crditos ou dbitos distintos reunidos numa mesma relao obrigacional cuja reunio permite a qualquer um dos sujeitos exigir a prestao como um todo. A finalidade de uma obrigao solidria o reforo obrigacional, tanto do crdito como do dbito.

A obrigao solidria pode ser ativa, quando envolve crditos reunidos, e solidariedade passiva, quando envolve dbitos reunidos.

A solidariedade resulta da lei ou de conveno entre as partes. Importante dizer que a solidariedade no se presume.

Diga-se, tambm, que a solidariedade uma caracterstica personalssima, portanto no se transmite aos herdeiros. A solidariedade mantida mesmo quando a obrigao se converte em perdas e danos. A solidariedade se mantm mesmo em relao aos encargos e acessrios obrigacionais.

TRANSMISSO DAS OBRIGAES

Tanto o crdito quanto o dbito podem ser objeto de transferncia negocial.

As modalidades de transferncia tratadas no Cdigo Civil so:

Cesso de crdito via de regra, pode ocorrer em qualquer relao obrigacional, salvo existncia de clausula proibitiva ou vedao expressa em lei. O devedor deve ser cientificado da cesso, sob pena de ineficcia do ato perante ele.

Assuno de dvida O credor deve anuir expressamente com a transferncia do dbito. A exceo ocorre com relao ao art. 303 do CC, que dispe sobre os crditos hipotecrios.

Art. 303. O adquirente de imvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crdito garantido; se o credor, notificado, no impugnar em trinta dias a transferncia do dbito, entender-se- dado o assentimento.A cesso e a assuno no so as nicas formas de transferncia das obrigaes, visto que h outras formas tratadas em leis esparsas.

ADIMPLEMENTO OU PAGAMENTO EXTINO DA RELAO OBRIGACIONAL

A relao obrigacional extingue-se quando o devedor cumpre a prestao nos seus exatos termos, satisfazendo o interesse do credor. So requisitos gerais para o cumprimento da obrigao:

Quem poder efetuar o pagamento como regra, o pagamento ser realizado pelo devedor. O art. 304 do CC define que qualquer interessado poder efetuar o pagamento, assim, terceiros podero adimplir a obrigao tributria. Os terceiros podero ser interessados ou no interessados. Os primeiros possuem algum vnculo com a relao obrigacional (ex. fiador), assim se o devedor no cumprir a obrigao ele que dever cumprir a obrigao. J o terceiro no interessado no possui qualquer vinculao obrigacional, portanto no sofrer qualquer tipo de sano, sendo facultativo o cumprimento da obrigao por ele.

A quem o pagamento poder ser realizado credor ou seu representante legal com poderes para quitao. Importante salientar que aquele que paga para pessoa errada dever pagar novamente a dvida, salvo no caso de pagamento putativo, que o pagamento realizado de boa-f mediante erro escusvel a uma pessoa errada.

Qual o objeto do pagamento a prova do pagamento se dar pela quitao, que ato do credor ou do seu representante legal. A quitao sempre poder ocorrer mediante instrumento particular.

Local do pagamento via de regra o pagamento deve ocorrer no domiclio do devedor (dvidas quesveis). As partes podero estabelecer que o pagamento ser feito no domiclio do credor.

Tempo do pagamento como regra o pagamento deve ser efetuado vista. Assim, o parcelamento pressupe conveno entre as partes. Observe-se que o CC, a partir de seu art. 334 e seguintes prev diversas hipteses de pagamentos alternativos ou indiretos, que sedaro quando no possvel o pagamento do modo inicialmente convencionado pelas partes.

INADIMPLEMENTO

Trata-se do no cumprimento regular da obrigao. O inadimplemento pode ser absoluto ou relativo (mora). No primeiro o credor perde o interesse no cumprimento da obrigao. J no inadimplemento relativo o interesse persiste, assim h um retardamento do cumprimento obrigacional.

Tanto o inadimplemento absoluto quanto o inadimplemento relativo permitem ao prejudicado pleitear as perdas e danos, os juros de mora, a atualizao monetria e, quando for o caso, os honorrios advocatcios.RESUMO

SUMRIO

13. RESPOSABILIDADE CIVIL

13.1. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL

14. TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

14.1. PRINCPIOS CONTRATUAIS

14.2. FORMAO DOS CONTRATOS

14.3. EXTINO DOS CONTRATOS

RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilizao civil ocorre devido a violao de dever jurdico e gera o dever de indenizar. Ocorre quando h ao ou omisso imputvel a um determinado sujeito. Via de regra, o agente responsabilizado por ato prprio.

Nos termos do art. 928 do CC, o incapaz possui responsabilidade subsidiria, e s responder quando o representante leal no possuir meios ou no for obrigado a indenizar.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuzos que causar, se as pessoas por ele responsveis no tiverem obrigao de faz-lo ou no dispuserem de meios suficientes.

Pargrafo nico. A indenizao prevista neste artigo, que dever ser eqitativa, no ter lugar se privar do necessrio o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

Os arts. 932 e 933 do CC tratam da responsabilidade por ato de terceiro. Dispe dos casos em que o terceiro que no praticou a conduta danosa ser responsabilizado por uma conduta alheia. A responsabilidade do terceiro decorre de uma prvia relao obrigacional que subordina a conduta do autor do dano. A responsabilidade por ato de terceiro so taxativas e esto previstas no art. 932 do CC.

Art. 932. So tambm responsveis pela reparao civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condies;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviais e prepostos, no exerccio do trabalho que lhes competir, ou em razo dele;

IV - os donos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educao, pelos seus hspedes, moradores e educandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, at a concorrente quantia.

No caso de responsabilidade de terceiro o autor do dano e o terceiro respondem de forma solidria. O terceiro responder de forma objetiva, j o autor da conduta responde de forma subjetiva, nos termos do art. 933 do CC.

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que no haja culpa de sua parte, respondero pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

O sujeito sofrer a imputao do dever de reparar os prejuzos sofridos pela vitima em razo de fato provocado por ser inanimado ou de semovente sob responsabilidade do sujeito.

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcir o dano por este causado, se no provar culpa da vtima ou fora maior.

Art. 937. O dono de edifcio ou construo responde pelos danos que resultarem de sua runa, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 938. Aquele que habitar prdio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele carem ou forem lanadas em lugar indevido.

Nexo causal ou de causalidade a relao lgico jurdica entre a conduta imputvel do agente e o dano experimentado pela vtima.

Pode-se dizer que o dano se traduz num prejuzo socialmente relevante experimentado pela vtima. O dano tem por consequncia provocar uma diferena de status, uma reduo de um bem jurdico.

De acordo com a jurisprudncia do STJ, existem prejuzos sofridos pelas pessoas em geral em que no h qualquer aptido para permitir a obrigao de indenizar. Trata-se do que a doutrina e a jurisprudncia chamam de meros dissabores da vida em sociedade.

Para que seja feita a classificao do dano exige-se saber da origem do dever violado, ou seja, a natureza jurdica do bem lesado. O dano pode ser patrimonial ou extrapatrimonial.

Ao se falar do dano patrimonial se fala em leso ao direito de propriedade.

O art. 402 do CC preceitua uma leso relacionada com o passado, denominada dano emergente, e uma leso projetada para o futuro, chamada lucro cessante.

Art. 402. Salvo as excees expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, alm do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.O dano extrapatrimonial tambm pode ser denominado dano moral. Esse dano atinge a dignidade da pessoa humana e possui previso tanto no Cdigo Civil quanto na Constituio Federal. Esse dano atinge os direitos da personalidade, previstos no art. 12 do CC.

O desenvolvimento terico do dano moral permitiu o surgimento de uma clausula geral que garante o ressarcimento e a compensao dos danos sofridos. Porm, o trabalho da doutrina permitiu a construo de tipologias especficas sobre estes danos (ex. dano esttico, dano intimidade, abalo de crdito).

A culpa entendida como um desvio do padro comportamental, sendo que esse padro pr-fixado na lei, resultando da anlise do modelo do homem prudente, tambm denominado homem mdio.

EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL

As excludentes de responsabilidade resultam de atos ou fatos que inibem a obrigao de indenizar. Neste caso, portanto, no temos a possibilidade de ressarcimento ou compensao. As excludentes de ilicitude esto prevista no art. 188 do CC, sendo elas:

Legitima defesa;

Estado de necessidade;

Exerccio regular de direito.

As excludentes de causalidade inibem o nexo causal, de modo que contaminam o fato e podem inibir ou dificultar a indenizao pelos danos causados so:

Culpa exclusiva da vtima;

Ato de terceiro;

Caso fortuito;

Fora maior.

Tambm so excludentes de responsabilidade civil as excludentes contratuais, consistentes nas clausulas de no-indenizar. O estabelecido nessas clausulas impedem a reparao dos danos vtima. Somente so admitidas caso os contratantes estejam em p de igualdade, assim no se aplicam s relaes de consumo.

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

PRINCPIOS CONTRATUAIS

O principio da liberdade contratual a liberdade em contratar, sendo decorrncia da autonomia privada. Sofre limitao pela funo social do contrato, nos termos do art. 421 do CC.

Por Pacta sunt servanda ou fora obrigatria dos contratos entende-se que caso as partes contratem devem seguir o estabelecido em contrato.

O princpio da boa-f objetiva est previsto no art. 422 do CC e ser traduz em criar um padro tico de conduta que deve ser observado por todos os contratantes. Est relacionado confiana que se exige dos contratantes.

FORMAO DOS CONTRATOS

So fases de formao contratual:

1. Fase de negociaes preliminares tambm chamada de fase de puntao. No foi disciplinada no Cdigo Civil. Nessa fase apenas cria-se uma expectativa de contrato. Se a negociao for abusivamente quebrada possvel a apurao de perdas e danos;

2. Fase de proposta a proposta ato jurdico unilateral. O efeito da proposta a fora obrigatria a que se vincula quem a fez (fora obrigatria dos contratos e fora vinculante da proposta). Exceo fora vinculante da proposta o art. 428 do CC, que trata do vencimento da proposta;

3. Aceitao trata-se de ato jurdico de adeso ao contedo da proposta formulada.;

Pode-se dizer que proposta + aceitao = contrato. De modo que a formao do contrato se d, efetivamente com a sua aceitao. Assim, aplica-se a teoria da agnio (a formao do contrato se d com a aceitao).

EXTINO DOS CONTRATOS

A extino poder sedar de forma natural ou de forma irregular. A extino natural se dar com o cumprimento da obrigao acordada.

O Cdigo Civil prev as seguintes hipteses de extino irregular dos contratos:

Resciso se d por culpa;

Resoluo decorre de um fato externo (ex. resoluo por onerosidade excessiva);

Resilio se d por falta de interesse das partes, que entendem por bem no dar continuidade ao contrato.

DELEGADO DE POLCIA CIVIL 2012Anotador: Andr Lozano AndradeComplexo Educacional Damsio de Jesus18 de 22