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RECIFE, NOVEMBRO DE 2006.

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RECIFE, NOVEMBRO DE 2006.

Governo Federal

Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA

Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT

Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais e Específicas Ltda - Coopagel

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA

MATA SUL – PE

EQUIPE TÉCNICA

Jeanne Duarte

Consultora Territorial

Marcelo Lima

Articulador Territorial

Maria Nazaré Cavalcanti da Silva

Consultora - RNC

EQUIPE TERRITORIAL

Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Mata Sul

SUMÁRIO

................................................................................................................................................2Governo Federal.....................................................................................................................2Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA...................................................................2SUMÁRIO............................................................................................................................. 41. APRESENTAÇÃO GERAL ........................................................................................... 112. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12

Instituições Governamentais............................................................... 14Organizações/ Entidades da Sociedade Civil...................................... 15Associações......................................................................................... 15Conselhos e Fóruns de Desenvolvimento........................................... 15Organizações/ Entidades da Sociedade Civil...................................... 15

2.1. PROCESSO METODOLÓGICO............................................................................. 152.1.1 - Concepção pedagógica das oficinas e etapas previstas, elaborada pela GDH /

SDT/MDA:...................................................................................................................15

2.1.2 - Aplicação da metodologia de elaboração do PTDRS no Território da Mata Sul

......................................................................................................................................19

2.2. INSTITUCIONALIDADE........................................................................................212.2.1 - Orientações da SDT a respeito da institucionalidade dos territórios rurais......21

2.2.2 - Descrição da institucionalidade territorial da Mata Sul....................................23

3. DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO............................................................................... 253.1. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL............................................................................... 253.2. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA MATA SUL...................................25

3.2.1 – Identidade.........................................................................................................25

3.2.3 – Análise da competitividade sistêmica e qualidade de vida do território..........80

4. PROGRAMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO...................................................884.1 VISÃO DE FUTURO................................................................................................ 884.2. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS.............................................................................88

4.2.1. Eixos Aglutinadores, Programas e Projetos....................................................... 89

4.2.2. Classificação dos Projetos..................................................................................96

5. CONCLUSÃO............................................................................................................... 1016. ANEXOS........................................................................................................................1027. CRÉDITOS.................................................................................................................... 109Entidade elaboradora do PTDRS: COOPAGEL................................................................1098. PROJETO DE SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS PLANOS TERRITORIAIS. 11010. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO SUMÁRIO.........................................................111LISTA DE SIGLAS........................................................................................................... 112ADAGRO...........................................................................................................................112Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco......................................112ASSOCENE....................................................................................................................... 112Associação das Cooperativas do Nordeste.........................................................................112ATER................................................................................................................................. 112

Assistência Técnica e Extensão Rural................................................................................112ATES..................................................................................................................................112Assessoria Técnica, Social e Ambiental.............................................................................112BASER............................................................................................................................... 112Base de Serviços.................................................................................................................112BID..................................................................................................................................... 112Banco Interamericano de Desenvolvimento.......................................................................112CEDRS............................................................................................................................... 112Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável...............................................112CIAT...................................................................................................................................112Comissão de Implantação das Ações Territoriais.............................................................. 112CMDR................................................................................................................................ 112Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural................................................................112CODETER......................................................................................................................... 112Colegiado de Desenvolvimento Territorial........................................................................ 112CONDEPE / FIDEM..........................................................................................................112Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco....................................... 112CONDRAF.........................................................................................................................112Conselho Federal de Desenvolvimento Rural da Agricultura Familiar............................. 112COOPAGEL.......................................................................................................................112Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais e Específicas Ltda.......................... 112DATASUS......................................................................................................................... 112Departamento de Informática do SUS................................................................................112EAFB..................................................................................................................................112Escola Agrotécnica Federal de Barreiros........................................................................... 112FASE.................................................................................................................................. 112Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional..........................................112FETAPE............................................................................................................................. 112Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco........................................... 112FUMAC..............................................................................................................................112Fundo Municipal de Apoio Comunitário........................................................................... 112GDH................................................................................................................................... 112Gerência de Desenvolvimento Humano.............................................................................112IBGE...................................................................................................................................112Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística....................................................................112IDH.....................................................................................................................................112Índice de Desenvolvimento Humano................................................................................. 112INCRA............................................................................................................................... 112Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária...................................................... 112IPA..................................................................................................................................... 112Instituto de Pesquisa Agropecuária.................................................................................... 112MDA...................................................................................................................................112Ministério do Desenvolvimento Agrário............................................................................112ONG................................................................................................................................... 112Organização não Governamental....................................................................................... 112PA.......................................................................................................................................112Projeto de Assentamento.................................................................................................... 112PACS..................................................................................................................................112Programa de Agente Comunitário de Saúde...................................................................... 112

PTDRS MATA SUL 5

PETI................................................................................................................................... 112Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.................................................................. 112PNUD................................................................................................................................. 112Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.....................................................112PPC.....................................................................................................................................112Poder de Paridade de Compra............................................................................................ 112PROMATA........................................................................................................................ 112Programa de Desenvolvimento Local da Zona da Mata.................................................... 112PSF..................................................................................................................................... 112Programa de Saúde da Família...........................................................................................112PTDRS............................................................................................................................... 112Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável.................................................. 112RD...................................................................................................................................... 112Região de Desenvolvimento...............................................................................................112SAF.....................................................................................................................................112Sistema Agroflorestal.........................................................................................................112SDT.................................................................................................................................... 112Secretaria de Desenvolvimento Territorial.........................................................................112SINTRAF........................................................................................................................... 112Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar........................................................112STR.....................................................................................................................................112Sindicato dos Trabalhadores Rurais................................................................................... 112UFRPE............................................................................................................................... 112Universidade Federal Rural de Pernambuco...................................................................... 112ZAPE..................................................................................................................................112Zoneamento Agroecológico de Pernambuco..................................................................... 112LISTA DE TABELAS....................................................................................................... 113Numeração..........................................................................................................................113Especificação......................................................................................................................113Pág......................................................................................................................................113Tabela 1 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Indicadores demográficos...................................................................................................11329........................................................................................................................................113Tabela 2 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de matrículas por modalidade e nível de ensino no Território (2002-2005)........11339........................................................................................................................................113Tabela 3 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de estabelecimentos por nível e modalidade de ensino – 2000 e 2005 no Território............................................................................................................................................11341........................................................................................................................................113Tabela 4 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de docentes por nível e modalidade de ensino – 2000......................................... 11342........................................................................................................................................113Tabela 5 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113

PTDRS MATA SUL 6

Coeficiente de Mortalidade para algumas causas (por 100.000 habitantes) no Território – 2000 e 2003........................................................................................................................ 11345........................................................................................................................................113Tabela 6 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Esperança de Vida ao Nascer no período de 1991-2000....................................................11347........................................................................................................................................113Tabela 7 ............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Probabilidade de sobrevivência no período 1991-2000..................................................... 11348........................................................................................................................................113Tabela 8 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Taxa Mortalidade Infantil no período de 1991 – 2000......................................................11349........................................................................................................................................113Tabela 9 ............................................................................................................................. 113-...........................................................................................................................................113Número de leitos no Território por especificidades – 2003............................................... 11356........................................................................................................................................113Tabela 10 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000.......................................................... 11361........................................................................................................................................113Tabela 11............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000.......................................................... 11361........................................................................................................................................113Tabela 12 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Estabelecimentos agropecuários por utilização de terras no Território............................. 11368........................................................................................................................................113Tabela 13............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Rebanho no território, 2004................................................................................................11369........................................................................................................................................113Tabela 14 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Principais produtos agrícolas de lavouras permanentes, 2004........................................... 11371........................................................................................................................................113Tabela 15 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Produtividade por Município, 2004....................................................................................11372........................................................................................................................................113Tabela 16 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Rendimento médio da produção por lavoura temporária................................................... 11373........................................................................................................................................113Tabela 17............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113

PTDRS MATA SUL 7

Variáveis das Lavouras Temporárias, 2004 e 2005........................................................... 11374........................................................................................................................................113Tabela 18 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000........................................113104......................................................................................................................................113Tabela 19 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Índice de Desenvolvimento Humano - Dimensões, 1991 e 2000...................................... 113105......................................................................................................................................113Tabela 20 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Pessoas analfabetas, 1991 e 2000.......................................................................................113106......................................................................................................................................113Tabela 21-...........................................................................................................................113-...........................................................................................................................................113Déficit Educacional, 2000.................................................................................................. 113107......................................................................................................................................113Tabela 22 ........................................................................................................................... 113-...........................................................................................................................................113Grau de desigualdade......................................................................................................... 113108......................................................................................................................................113Tabela 23............................................................................................................................ 113-...........................................................................................................................................113Renda per capita, 1991 e 2000........................................................................................... 113109......................................................................................................................................113LISTA DE QUADROS......................................................................................................114Numeração..........................................................................................................................114Especificação......................................................................................................................114Pág......................................................................................................................................114Quadro 1 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................1149..........................................................................................................................................114Quadro 2 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................1149..........................................................................................................................................114Quadro 3 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11412........................................................................................................................................114Quadro 4 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11413........................................................................................................................................114Quadro 5 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11465........................................................................................................................................114Quadro 6 ............................................................................................................................114-...........................................................................................................................................11476........................................................................................................................................114LISTA DE GRÁFICOS..................................................................................................... 115

PTDRS MATA SUL 8

Numeração..........................................................................................................................115Especificação......................................................................................................................115Pág......................................................................................................................................115Gráfico 1 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11528........................................................................................................................................115Gráfico 2 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11529........................................................................................................................................115Gráfico 3 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11531........................................................................................................................................115Gráfico 4 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11533........................................................................................................................................115Gráfico 5 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11534........................................................................................................................................115Gráfico 6 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11536........................................................................................................................................115Gráfico 7 ...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11538........................................................................................................................................115Gráfico 8 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11539........................................................................................................................................115Gráfico 9 ............................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11546........................................................................................................................................115Gráfico 10 ..........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11551........................................................................................................................................115Gráfico 11...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11552........................................................................................................................................115Gráfico 12 ..........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11557........................................................................................................................................115Gráfico 13...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11558........................................................................................................................................115Gráfico 14...........................................................................................................................115-...........................................................................................................................................11569........................................................................................................................................115LISTA DE MAPAS........................................................................................................... 116Numeração..........................................................................................................................116Especificação......................................................................................................................116Pág......................................................................................................................................116

PTDRS MATA SUL 9

Mapa 01..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11619........................................................................................................................................116Mapa 02 .............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11635........................................................................................................................................116Mapa 03 .............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11637........................................................................................................................................116Mapa 04 .............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11650........................................................................................................................................116Mapa 05..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11653........................................................................................................................................116Mapa 06..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11654........................................................................................................................................116Mapa 07..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11655........................................................................................................................................116Mapa 08..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11662........................................................................................................................................116Mapa 09..............................................................................................................................116-...........................................................................................................................................11675........................................................................................................................................116LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ 117Numeração..........................................................................................................................117Especificação......................................................................................................................117Pág......................................................................................................................................117Figura 01 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11722........................................................................................................................................117Figura 02 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11723........................................................................................................................................117Figura 03 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11725........................................................................................................................................117Figura 04 ........................................................................................................................... 117-...........................................................................................................................................11726........................................................................................................................................117Figura 05............................................................................................................................ 117-...........................................................................................................................................117103......................................................................................................................................117

PTDRS MATA SUL 10

1. APRESENTAÇÃO GERAL

O Governo Federal traz buscando a superação das desigualdades regionais

elege como uma de suas prioridades a remontagem da estrutura de planejamento. É então

que o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Secretaria de Desenvolvimento

Territorial (SDT) buscando ter uma nova política de desenvolvimento sustentável para o

meio rural, lança como estratégia a proposta de territorialidade.

A abordagem territorial é tida como referência para a estratégia de apoio ao

desenvolvimento rural, pois o rural não se resume as atividades agrícolas, pensar no

município se torna restrito quando se quer planejar e organizar esforços para promover o

desenvolvimento. No entanto, pensar numa escala estadual, se torna amplo e de difícil

percepção das heterogeneidades e especificidades locais. Sabe-se também que nos últimos

15 (quinze) anos houve um processo forte de descentralização de políticas públicas,

consequentemente atribuição de competências aos espaços locais. Enfim, o Território é

uma unidade referencial que melhor dimensiona os laços de proximidade entre pessoas,

grupos sociais e instituições capazes de ser mobilizadas e convertidas na perspectiva do

desenvolvimento (MDA, 2005).

O processo de seleção dos Territórios Rurais se deu a partir de uma

caracterização mais aperfeiçoada, diferente dos adotados em estatísticas oficiais, que

podem ser resumidos nos seguintes parâmetros: caracterização geral dos territórios rurais

existentes; priorização, considerando a concentração de agricultores familiares, famílias

assentadas por programas de reforma agrária, famílias de trabalhadores rurais sem terra

(mobilizados ou não); e, ordenamento, a partir de critérios dialogados com os governos

estaduais e sociedade civil local, homologado, preferencialmente, pelos Conselhos

Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentável (MDA, 2005).

2. INTRODUÇÃO

O território da Mata Sul está situado na Região da Mata Sul de Pernambuco,

apresentando um ecossistema de Mata Atlântica, tendo alguns dos 19 (dezenove)

municípios que compõem o território, uma localização na porção litorânea ao sul de

Pernambuco. Faz fronteiras com o Estado de Alagoas.

Os municípios que constituem o território são: Água Preta, Amaraji, Barreiros,

Belém de Maria, Bonito, Catende, Cortês, Gameleira, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Maraial,

Palmares, Primavera, Ribeirão, Rio Formoso, São Benedito do Sul, São José da Coroa

Grande, Tamandaré e Xexéu. A distância entre os municípios e a capital varia de 64 a 144

km, sendo o município de São Benedito do Sul o mais distante da capital Recife.

A Mata Sul é uma região que tem em sua história uma economia com raízes

culturais ligadas a Agroindústria Canavieira, mas também com as histórias de resistências,

de lutas para a sobrevivência, até porque é onde se concentra a força de trabalho dos menos

privilegiados.

A população territorial residente atual, segundo dados do Atlas de

Desenvolvimento Humano, 506.479 e do IBGE (2006) de 447.699 habitantes, distribuída

em uma área geográfica de 4.003,40 Km2 (4,05% do Estado) com uma densidade

demográfica de 109,5 hab/Km2, onde encontramos a pesca do litoral, o turismo, a

cachoeira do Urubu, os recursos naturais (praias, mata atlântica, água, fauna), talentos

culturais (violeiros, músicos e poetas), e uma grande riqueza de trabalhos manuais. Dentre

os municípios do território o de menor e maior área é Belém de Maria (63,8 Km2) e Água

Preta (532 Km2), respectivamente. No entanto, quanto à população o de maior é Palmares

(54.355 hab) e a de menor é Belém de Maria (9.460hab), e em termos de densidade

demográfica São Benedito do Sul apresenta a menor e Catende a maior.

Seu histórico, no que se refere à experiência com planejamento participativo na

perspectiva do desenvolvimento local, é abrangente, vai da abordagem rural a territorial.

PTDRS MATA SUL 12

No entanto, de acordo com dados oficiais, nenhuns dos municípios que compõem o

território possuem Agenda 21 Local.

É um Território que desempenha um papel estratégico na economia do Estado,

com a Agroindústria da cana-de-açúcar, sendo sua principal cadeia produtiva. Vale

ressaltar que passa por um forte processo de diversificação da sua economia,

especialmente, com atividades direcionadas ao turismo de praia e a ocupação do território

rural por muitos assentamentos de reforma Agrária. Tendo sido estes dois fortes elementos

econômicos que justificou a sua escolha como território priorizado pelo MDA.

Os municípios que compõem o Território selecionado para intervenção do

MDA fazem parte da Região de Desenvolvimento (RD) utilizado como referência pelo

Governo do Estado. Apesar dessa coincidência, há uma forte expectativa de que outros

municípios que possuem uma forte identidade e coesão social com a Mata Sul se agreguem

a este território. É o caso de municípios que estão inseridos na Região de Desenvolvimento

do Grande Recife. Alguns destes municípios estão reivindicando seu ingresso ao Território

da Mata Sul por terem uma presença de agricultores familiares e assentamentos rurais,

apesar de estarem localizados na região do Grande Recife.

Observa-se uma grande coesão econômica e uma inicial coesão cultural no

Território. É crescente a mobilização social das organizações locais no sentido de enfrentar

as adversidades estruturais e conjunturais, procurando implementar ações que tenham

rebatimento positivo nas condições de vida da população, aumentando sua capacidade de

viver de forma mais digna, com menos desigualdades e com melhor convivência com seu

ambiente natural. Essa mobilização social está se dando fortemente numa perspectiva de

encontrar alternativas para o desenvolvimento do meio rural para além da cultura da cana-

de-açúcar.

Neste território alguns municípios servem de referência na microrregião, pela

movimentação comercial e de serviços, tais como, Barreiros e Palmares, estes influenciam,

inclusive, municípios do Estado de Alagoas, principalmente nos serviços de educação e

saúde, mas também de comércio.

PTDRS MATA SUL 13

O movimento sindical dos trabalhadores rurais, no território do Mata Sul vem

passando por um processo de reestruturação após a falência das usinas de cana-de-açúcar

na região. Alguns já com uma atuação mais ativa e outros ainda muito ligados, apenas as

questões de benefícios sociais. Com isto se observa uma quebra na identidade desta

representação de classe frente a seus representados, isto porque onde se tinha uma massa

de trabalhadores rurais do corte da cana-de-açúcar se tem hoje estes trabalhadores em um

momento transitório de construção de sua identidade, agora enquanto agricultores

familiares.

Como reflexo deste quadro conjuntural vem sendo observado um movimento

em direção a um novo espaço institucional de classe, com a instalação em alguns

municípios do Sindicato dos Agricultores Familiares – Sintraf. Já existe instalado em

alguns municípios, tais como: Barreiros, Tamandaré e Água Preta.

A atuação da SDT neste território te início no ano de 2003 e neste processo tem

contado com a participação de várias instituições e entidades do Estado e da sociedade

civil, como podemos observar nos Quadros 1 (Instituições Governamentais) e 2

(Organizações e Entidades da sociedade civil).

Quadro 1 – Relação das Instituições Governamentais

Instituições Governamentais

Prefeituras Municipais

¡Prefeitura Municipal de Barreiros¡Prefeitura Municipal de Xexéu¡Prefeitura Municipal de Ribeirão¡Prefeitura Municipal de Palmares¡Prefeitura Municipal de Joaquim Nabuco¡Prefeitura Municipal de Água Preta¡Prefeitura Municipal de ¡Prefeitura Municipal de ¡Prefeitura Municipal de ¡Prefeitura Municipal de

Governo Federal¡Banco do Brasil¡Escola Agrotécnica de Barreiros¡Escola Agrícola de Palmares¡UFRPE - FADURPE

Governo Estadual ¡Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária¡Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania-Projeto Renascer e Promata

Quadro 2 – Relação das Instituições e Entidades da Sociedade Civil

PTDRS MATA SUL 14

Organizações/ Entidades da Sociedade CivilAssociações ¡Associação do Engenho de Fernandez Vieira

¡Associação Sobradinho¡Associação Amaraji¡Associação dos Pequenos Produtores de Serro Azul¡Associação Rio Formoso¡Associação Engenho Riachão¡Associação Engenho Barreiros¡Associação Minguito¡Associação Engenho Santa Luzia

Cooperativas ¡Projeto de Agroindústria de Pequeno Porte em Rede¡COATES¡COOPAGEL¡Cooperativa de produção de Catende

Conselhos e Fóruns de Desenvolvimento

¡CMDR de Rio Formoso¡CMDR de Água Preta¡CMDR de Jaqueira¡CMDR de Catende¡CMDR de Ribeirão¡CMDR de Tamandaré¡Conselheiro do FUMAC

Sindicatos ¡FETAPE¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Amaraji¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barreiros¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tamandaré¡Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipojuca

ContinuaçãoOrganizações/ Entidades da Sociedade Civil

ONG´s ¡Projeto Catende Harmonia¡Articulação da entidades da Zona da Mata¡Consórcio de Sistemas Agroflorestais (Centro Sabiá, Usina Catende, Fetape e FASE)¡ICN¡CENTRU¡CENDAP¡ONG História Viva

2.1. PROCESSO METODOLÓGICO

2.1.1 - Concepção pedagógica das oficinas e etapas previstas, elaborada pela GDH1 / SDT/MDA:

O apoio à promoção do desenvolvimento territorial busca o envolvimento do

conjunto de atores sociais locais dos territórios nos processos educativos, pois procura que

a compreensão de novos valores e condutas nos indivíduos aconteça de forma consciente,

refletindo na expressão de novos comportamentos dos grupos sociais e organizações frente

ao desenvolvimento sustentável.

1 Gerência de Desenvolvimento Humano

PTDRS MATA SUL 15

Os processos educativos acontecem com a capacitação dos atores sociais locais

se expressando através da ampliação e diversificação de conhecimentos e de

potencialização de desenvolvimento habilidades, devendo refletir-se em mudanças

comportamentais, traduzidas nas atitudes de comprometimento com o desenvolvimento do

território, que se processará na aprendizagem enquanto algo, significativo para a realidade

dos sujeitos.

Esse objeto de aprendizagem dos sujeitos seria então a construção da gestão

social do território, conforme orientação metodológica da SDT, pois entende que está na

gestão dos fins e dos meios do desenvolvimento, o instrumento para que os atores sociais

locais vá se apropriando da sua identidade territorial e com isto desenvolvendo o

sentimento de pertencimento.

Para a SDT, alguns aspectos pedagógicos dão consistência e sustentação à

relação entre aprendizagem e o significado do novo conhecimento no processo de

transformação da realidade: a vivência; a participação; a autonomia; a confiança,

solidariedade e cooperação; apoio e auto-organização; gestão e planejamento; e

desenvolvimento das capacidades territoriais.

O processo da construção da gestão social do desenvolvimento territorial, na

metodologia da SDT, que é composto de dois ciclos, envolve a participação de instituições

governamentais, organizações não governamentais e movimentos sociais. No Quadro 3

destacamos o primeiro ciclo, com suas fases, atividades e resultados esperados, e no

Quadro 4 o segundo ciclo com seus momentos e atividades.

PTDRS MATA SUL 16

Quadro 3 – Primeiro Ciclo

Ciclos Fases Atividades Resultados esperados

Primeiro Ciclo

Sensibilização, mobilização e articulação

• Oficina Estadual de Alinhamento Conceitual e Metodológico

• Oficina Territorial de Alinhamento Conceitual e Metodológico.

• Acordo territorial

• Compromissos territoriais e governamentais

• Constituição dos CIAT’s2

e de seus Núcleos Dirigente e Operacional

• Levantamento de Informações Preliminares

• Instância de gestão participativa do território estabelecida;

• Eixos de Interesse definidos;

• Programas e projetos elaborados e em execução;

• Pactos Territoriais firmados;

• Arranjos Institucionais estabelecidos;

• Processo de formação de Agentes de Desenvolvimento Territorial consolidado.

• Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável elaborado (1ª versão).

Planejamento e gestão do desenvolvimento

• Oficina Planejamento e Gestão Territorial (CIAT)

• Oficina Concepção Básica do Desenvolvimento Territorial

• Consultorias especializadas pontuais

• Formação de grupos de trabalho setores priorizados

• Aprofundar o conhecimento da realidade

• Definição das linhas estratégicas do DT

• Consolidar um modelo de gestão;

• Elaboração de projetos setoriais e específicos

PTDRS MATA SUL 17

Quadro 4 – Segundo Ciclo

Ciclos Momentos Atividades Resultados esperados

Segundo Ciclo

Primeiro Momento • Oficina para Reflexão Avaliativa do processo, coordenado pela Instância Colegiada Territorial e seu grupo de coordenação

Segundo Momento • 02 Oficinas de Monitoramento e Avaliação (semestral)

• Estabelecimento de uma instância colegiada, partindo da CIAT, para organização e controle social do processo de desenvolvimento territorial - CODETER;

• Consolidação dos arranjos institucionais (estabelecimento de laços de solidariedade, cooperação e confiança)

• Inserção de novos atores sociais como expressão política;

• Inclusão, no processo, de segmentos marginalizados nas regiões e territórios;

• Fortalecimento do processo de articulação territorial;

• Arranjos institucionais eficientes;

• Integração de políticas públicas no âmbito dos territórios;

• Dinamização das economias locais;

• Elaboração de planos e projetos específicos.

• Formação de Agentes de Desenvolvimento;

• Planejamento e organização do desenvolvimento territorial;

• Aprofundamento do processo de planejamento – visão de futuro, diagnóstico, eixos aglutinadores, programas e projetos;

• Revisão de acordos e parcerias;

• Organização de um sistema de monitoramento e avaliação.

• Elaboração da 2ª versão do PTDRS.

2 Comissão de Implantação de Ações Territoriais

PTDRS MATA SUL 18

2.1.2 - Aplicação da metodologia de elaboração do PTDRS no Território da Mata Sul

No território da Mata Sul, o processo de elaboração do PTDRS foi iniciado em

2003.

As atividades no território partiram da mobilização social, avançando para a

organização do território, acumulando subsídios para contribuir na construção das políticas

públicas.

Ocorreram oficinas territoriais com vistas ao aprofundamento da compreensão

sobre Gestão e Planejamento do Território. Havendo sempre a preocupação em reforçar

que o processo de conhecimento é cumulativo e tem como principio básico a articulação e

participação das pessoas que desejam, através de ações criativas, trabalharem de forma

solidária para construção do desenvolvimento do Território da Mata Sul.

A construção do PTDRS foi focada na associação dos interesses dos diversos

atores sociais, contemplando agricultores, assentados, indígenas, pescadores, quilombolas

e outros representantes dos agricultores familiares.

Sabendo que se trata de um processo dinâmico, no território da Mata Sul, ao

mesmo tempo em que se tinha o nivelamento do processo de desenvolvimento territorial

também ocorria à discussão sobre o Pronaf infra-estrutura, com projetos priorizados e

encaminhados a SDT/MDA.

A CIAT mesmo depois de constituída foi alvo de momentos de discussão

procurando amadurecer a questão da gestão participativa em que cada um ocupa um

espaço na construção do todo, e com isto discutindo sobre a sua composição e o

amadurecimento da institucionalidade do território.

Fez parte também desse processo a discussão sobre o Plano Safra Territorial,

através de oficinas realizadas em três microrregiões (Palmares, Barreiros e Ribeirão),

contando com a presença de aproximadamente 200 representantes das associações rurais,

PTDRS MATA SUL 19

conselhos municipais, prefeituras, IPA, ADAGRO, Banco do Brasil e do Nordeste,

Empresas de Assistência Técnica.

Estes encontros possibilitaram a construção de agendas locais para 18

municípios, permitindo assim, uma maior proximidade entre pessoas e instituições

possibilitando uma capacitação do grupo, em um ritmo crescente, proporcionando

aprofundamento dos conhecimentos e respostas aos questionamentos permitindo diminuir

as inquietações próprias de um processo inovador que esta sendo construindo, diariamente,

por vários atores no território da Mata-Sul.

Em 2004 ocorre a Oficina Territorial de Alinhamento Conceitual, Metodológico

e Articulação das Ações Territoriais com o objetivo principal de construir estratégia

participativa de implementação dos instrumentos de políticas públicos, especialmente, o

processo de mobilização, sensibilização e articulação para as ações territoriais.

Em 2005 foi realizada a oficina territorial para o aprofundamento dos Eixos

Estratégicos, buscando: identificar e discutir em torno dos entraves, das potencialidades e

dos desafios para a criação do Plano de Assessoria Técnica, Social e Ambiental; discutir as

condições necessárias e as linhas de ação para o comprometimento e integração dos

diversos atores sociais para a construção do Plano de Assessoria Técnica, Social e

Ambiental; construir estratégias de integração das ações dos diversos atores para

ampliação e melhor qualificação dos serviços de ATES no território.

E, finalmente, em 2006 se tem como reforço das ações territoriais neste

processo cíclico de construção do PTDRS, a elaboração dos Estudos Propositivos.

2.2. INSTITUCIONALIDADE

2.2.1 - Orientações da SDT a respeito da institucionalidade dos territórios rurais

A SDT tem animado a criação ou a concertação de espaços territoriais com o

fortalecimento destes instrumentos para o encontro da sociedade civil e política.

Esses espaços são constituídos pelos colegiados de desenvolvimento territorial

PTDRS MATA SUL 20

rural sustentável (os fóruns, conselhos territoriais, etc.), que inicialmente surgem como

uma comissão informal, amadurecendo para se constituírem como um tipo de organização

adequada às necessidades e à cultura local. Contam com a participação de órgãos

governamentais, mas não se constituem em estruturas de governo. Desempenham papéis

na formulação de estratégias e propostas de ações integradas para a construção do

desenvolvimento territorial rural sustentável, bem como contribuem para a construção de

parcerias, propondo e acompanhando as políticas públicas de desenvolvimento, criando

assim um espaço de diálogo entre atores sociais da sociedade civil e das organizações que

se relacionam com o desenvolvimento do território, se tornando um espaço de gestão social

territorial.

Dando início a organização da dinâmica de desenvolvimento territorial, a SDT

propõe a criação da Comissão de Instalação das ações Territoriais (CIAT) para

desempenhar os seguintes papéis: sensibilizar, comprometer, articular e coordenar os

atores sociais para construção coletiva do PTDRS; elaborar agenda de prioridades;

selecionar projetos; e, articular arranjos institucionais. A CIAT é composta de um Plenário,

de um Núcleo Dirigente e um Núcleo Técnico.

O amadurecimento do processo poderá levar a institucionalização da CIAT,

adquirindo um caráter mais formal e uma forma jurídica própria. Neste aspecto existe a

Resolução de número 52 do CONDRAF - Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural

Sustentável, de 2005 com recomendações para as Institucionalidades Territoriais de

Desenvolvimento Rural Sustentável. A SDT apóia as recomendações, as quais tratam dos

objetivos, da composição e das orientações para o seu funcionamento, de acordo com a

concepção de território e de desenvolvimento territorial adotada pelo MDA.

A concepção conceitual do MDA, de acordo com a referida resolução de nº. 52

do CONDRAF3, considera que:

a) a concepção de território utilizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, como “espaço físico, geograficamente definido, não necessariamente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam

3 Publicado no DOU 17/02/2005, Seção 1 páginas 44 e 45. Ministério do Desenvolvimento Agrário

PTDRS MATA SUL 21

interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial”;

b) que os territórios rurais apresentam, explícita ou implicitamente, a predominância de elementos “rurais”. Nestes, incluem-se os espaços urbanizados que compreendem pequenas e médias cidades, vilas e povoados;

c) que a abordagem territorial está baseada em uma visão essencialmente integradora de espaços, agentes governamentais, atores sociais, agentes de desenvolvimento, mercados e políticas públicas de intervenção;

d) que a abordagem territorial tem na eqüidade, no respeito à diversidade, à solidariedade, à justiça social, no sentimento de pertencimento cultural e na inclusão social, metas fundamentais a serem atingidas e conquistadas;

e) que o desenvolvimento territorial busca centrar o foco das políticas no território, pois nele se combinam a proximidade social que favorece a solidariedade e a cooperação com a diversidade de atores sociais, melhorando a articulação dos serviços públicos, o acesso ao mercado interno, podendo chegar ao compartilhamento de uma identidade própria;

f) que o desenvolvimento territorial almeja resultados e soluções aos problemas vivenciados pelas populações contemplando a combinação das diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, sócio-cultural, político-institucional e ambiental;

g) que a gestão social do desenvolvimento territorial deve ser concretizada por meio de espaços de debate e concertação, com transparência e participação.

As propostas da SDT, em relação às institucionalidades territoriais, devem ser

consideradas como ponto de partida para discussões e definições, porém levando em

consideração as particularidades locais, as dinâmicas sociais específicas de cada território,

inclusive, no que se refere a presença e a atuação das entidades/instituições e movimentos

que atuam no território.

2.2.2 - Descrição da institucionalidade territorial da Mata Sul

O plenário é composto de todos os participantes da CIAT, segmentos da

sociedade civil e política, no geral se fizeram presentes nas Oficinas Territoriais realizadas,

se constitui, também, em um espaço aberto e dinâmico.

PTDRS MATA SUL 22

3. DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO

3.1. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL

O mapa abaixo representa o Estado de Pernambuco, ressaltando na cor verde

claro o território da Mata Sul.

3.2. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA MATA SUL

3.2.1 – Identidade

¡Aspectos históricos, políticos, étnicos e culturais

A origem do Território no que se refere aos municípios que o compõem se

constituiu a partir de algumas cidades geradoras (originárias), tais como, Rio Formoso,

Escada, Sirinhaém, Palmares, Quipapá e Barreiros. Seus municípios variam de 9 a 153

anos de instalação.

Dentre seus filhos ilustres, se destacam o Capitão Hermírio Peregrino Davi

Madeira, um dos bravos da guerra do Paraguai, e o alferes Marcelino Franco da Silveira

Lessa.

O Território da Mata Sul foi palco de momentos históricos como a Revolução

Praieira de 1848, de revoltas como a "Quebra Quilos", da grande matança dos habitantes

da Serra do Rodeador, da histórica Batalha do Reduto (século XVII), Guerra dos Mascates

PTDRS MATA SUL 23

(XVIII) e da campanha pela Abolição da Escravatura (XIX).

Contempla municípios que: até o final do século XVIII, era totalmente coberto

de imensas florestas e situava-se na área abrangida pelo célebre Quilombo dos Palmares

(Bonito); no começo do século XVIII era uma aldeia de índios (Barreiros); já nos anos

1800 era o centro comercial da região (Palmares); se fez presente na história do país com

participação importante na Resistência à Invasão Holandesa (Rio Formoso); tinha a estrada

de ferro ligando o Recife ao São Francisco e escolhida como preferida pelos senhores de

engenho do local para enviar remessas de açúcar para a capital do Estado (Gameleira).

Comunidades Quilombolas

O Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003, em seu artigo 2º, considera os

remanescentes das comunidades dos quilombos, os grupos étnico-raciais, segundo critérios

de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais

específicas, com presunção de ancestralidade negra, relacionada com a resistência à

opressão histórica sofrida.

Neste aspecto se tem 144 comunidades quilombolas no País — formadas por

descendentes de escravos refugiados — vivendo, assim como seus ancestrais, na camada

mais baixa da escala social brasileira.

Dentre estas comunidades remanescente, 01 (uma) está localizada no município

de Rio Formoso4, reconhecida em 12/07/2005.

¡Aspectos Geoambientais

O Território da Mata Sul constitui um aglomerado em uma área contígua,

porém com características ambientais e físicas um tanto diferenciadas, uma vez que alguns

de seus municípios se encontram na faixa litorânea.

No que se refere ao relevo, solo e recursos hídricos apresentam certa 4 Fundação Palmares

PTDRS MATA SUL 24

semelhança, pois no geral os municípios possuem relevo ondulado, solos ricos, mas

cansados, bastante castigados pelo cultivo da cana-de-açúcar. No entanto, quanto à

identidade, não podemos afirmar, principalmente, quando comparamos Bonito com São

José da Coroa Grande, o primeiro já na zona de transição entre Mata e Agreste, e o outro

totalmente na faixa litorânea.

A Mata Sul se encontra na mesorregião da Mata, e o Território Mata Sul na

microrregião Mata Meridional. Em alguns pontos ela apresenta encostas, relativamente

íngremes, em forma de colinas mamelonares, e em outras, na forma de tabuleiros arenosos

e planos. É cortada por rios de pequena extensão, que nascem nas encostas da Borborema e

se dirigem para o oceano. Formam-se, também, vales profundos, que correm em planícies

aluviais pleistocênicas e holocênicas, formando várzeas baixas de solos turfosos, e

freqüentemente inundáveis, tendo por vezes que ser drenadas para o cultivo da cana.

A) Solos

De acordo com dados retirados do Zoneamento Agroecológico de Pernambuco

(2000), representado pela Figura 01, o território apresenta 11 (onze) municípios com um

relevo característico da encosta oriental do planalto da Borborema, 2 (dois) do planalto

rebaixado litorâneo, 1 (um) com a presença do dois tipos citados (Água Preta) e 4 (quatro)

com características do segundo e das planícies litorâneas.

PTDRS MATA SUL 25

Figura 01 – Grandes Unidades de Paisagem

Fonte: ZAPE

Os solos nas encostas são em geral lateríticos, chamados de "barro vermelho";

nos tabuleiros são silicosos; nas várzeas, aluviais, altamente argilosos, denominados

localmente de "massapé", tipo de solo muito enaltecido por Gilberto Freyre (1937) como

típico da região.

A figura 03 mostra que no território predomina solos do tipo latossolo amarelo,

que ocorre em 40% dos solos do Brasil, é um solo velho, bastante lavado e lixiviado.

No entanto, todos os municípios que constituem o território apresentam mais de

um tipo de solo, apenas Xexéu é que tem sua área praticamente classificada como latossolo

amarelo.

PTDRS MATA SUL

São Benedito do Sul

Jaqueira

Maraial

CatendePalmares

Belém de Maria

Joaquim Nabuco

Amaraji

Cortês

Primavera

Ribeirão

Gameleira

Água Preta

São José da Coroa Grande

Rio Formoso

Barreiros

Tamandaré

Bonito

Xexéu

PLANÍCIES LITORÂNEAS

PLANALTO REBAIXADO LITORÂNEO

ENCOSTA ORIENTAL DO PLANALTO DA BORBOREMA

26

Figura 02 – Unidades de Mapeamento de Solo

Gameleira

Preta

de Maria

aquim

Rio

Benedito do Sul

São José

Grande

Amaraji

Água

Barreiros

Bonito

Belém

tende

Cortês

Jaqueira

Nabuco

Maraial

Palmares

Primavera

Ribeirão

Formoso

São

da Coroa

Tamandaré

Xexéu

Fonte: ZAPE

Os gleissolos que são os solos hidromórficos ocorrem mais nas partes mais

côncavas das várzeas, corresponde a 4% dos solos brasileiros. Os podzólicos que na nova

nomenclatura são os Argissolos que existem em 26% do País, são solos que ficam muito

duros quando seco e mais soltos quando úmidos, e esta mudança ocorre rapidamente. Em

áreas com déficit hídrico as plantas têm muita dificuldade de romper com sua estrutura

radicular. Em particular, os argissolos amarelos são de fertilidade muito baixa.

No geral os solos no território se apresentam degradados pelo extensivo e

intensivo cultivo da cana-de-açúcar, com suas queimadas durante a colheita, o uso de

defensivos agrícolas, neste caso tanto para a cana quanto outras atividades agrícolas. Há

certo hábito em usar herbicidas para o preparo da área, inclusive nas áreas de

assentamentos, por considerarem reduzir o custo com mão de obra.

PTDRS MATA SUL

GLEISSOLO

PODZÓLICO VERMELHO AMARELO

LATOSSOLO AMARELO

PODZÓLICO AMARELO

SOLOS DE MANGUE

ILHA

27

Quanto à aptidão agroecológica uma boa parcela do território está classificada

como terras agricultáveis de potencial bom, com a presença de uma sutil área, em

Primavera, com terras de potencial melhor.

No entanto, também apresenta uma parcela de terra que é considerada

imprópria para atividades agrícolas, e os municípios que isto se apresenta, como pode ser

verificado na figura 04, com mais força são Amaraji e São Benedito do Sul.

Nos municípios da faixa litorânea há uma área considerável de terras próprias

para a silvicultura e reflorestamento. E um destaque para o município de Cortês que tem

praticamente toda sua extensão de terras próprias para este fim, silvicultura e

reflorestamento, ou indevida para atividades agrícolas, com uma pequena área de terra

agricultável de bom potencial.

PTDRS MATA SUL 28

Figura 03 – Aptidão Agroecológica

Fonte: ZAPE

Além de analisar os solos por tipo e aptidão agroecológica é importante

conhecer sua capacidade para trabalhos com irrigação, uma vez que o cultivo de sequeiro é

uma das queixas dos agricultores familiares quanto ao fato de não terem uma produção

agrícola contínua.

O ZAPE dá condições de observar que no território há um predomínio de áreas

de potencial muito baixo, baixo e médio para irrigação, aparecendo sutilmente algumas

áreas com alto (Amaraji, Ribeirão e Gameleira), e, em Primavera potencial muito alto

(mesma área que aparece com terras agricultáveis de melhor potencial). O município de

Cortês aparece quase todo como de muito baixo potencial.

PTDRS MATA SUL

exéu

Bonito

Joaquim Nabuco

Maraial

São Benedito do Sul Jaqueira

Catende

Palmares

Belém de Maria

Amaraji

Cortês

Primavera

Ribeirão

Gameleira

Água Preta

São José da Coroa Grande

Rio Formoso

Barreiros

Tamandaré

Xexéu

NÃO INDICADAS PARA ATIVIDADES AGRÍCOLAS

SILVICULTURA OU REFLORESTAMENTO

TERRAS AGRICULTÁVEIS DE MELHOR POTENCIAL

TERRAS AGRICULTÁVEIS DE BOM POTENCIAL

TERRAS AGRICULTÁVEIS DE POTENCIAL REGULAR

TERRAS AGRICULTÁVEIS DE POTENCIAL RESTRITO

29

Figura 04 – Potencial dos solos para irrigação

Fonte: ZAPE

B) Clima

O território é uma área com clima quente durante todo o ano, caracteriza-se por

ter duas estações bem definidas, com chuvas frontais de outono-inverno mais

concentradas, e chuvas de convecção no período mais quente do ano, em dezembro e

janeiro, as chamadas localmente de "chuva do caju". A umidade, porém, varia de acordo

com as taxas pluviométricas, que diminuem do litoral para o interior.

É um território com uma abundância hídrica tendo como uma de suas

principais bacias hidrográficas a do Rio Una.

PTDRS MATA SUL

Xexéu

Bonito

POTENCIAL ALTO

Joaquim Nabuco

Maraial

São Benedito do Sul

Jaqueira

Catende

Belém de Maria

Amaraji

Cortês

Primavera

Ribeirão

Gameleira

Água Preta

São José da Coroa Grande

Rio Formoso

Barreiros

Tamandaré

Xexéu

Bonito

POTENCIAL MUITO BAIXO

POTENCIAL MUITO ALTO

POTENCIAL MÉDIO

POTENCIAL BAIXO

30

3.2.1 – Contexto sócio-econômico

Os dados sócio-econômicos abordados em seguida são oriundos das fontes:

IBGE (2000), Atlas de Desenvolvimento Humano (2000) e Agencia CONDEPE/FIDEM

(2003), DATASUS (2006), PROMATA (2003). São informações e conclusões advindas do

levantamento da realidade dos 19 municípios que compõem o território.

3.2.2.1. Aspectos Demográficos

¡População Geral

O território da Mata Sul se encontra localizado na Região de Desenvolvimento

da Mata composto por 506.479 habitantes, correspondendo a 5,37% do Estado.

Consideraremos, para efeito de análise, os dados do Atlas de Desenvolvimento

Humano (2000), que apresentava uma população urbana de 331.104 e população rural de

175.375 habitantes, representando 65,37% e 34,63% da população total, respectivamente.

Observando o gráfico 01 se percebe um sutil crescimento na população do

território entre 1991 e 2000, percentualmente o decréscimo da população rural foi maior do

que o crescimento da população total.

PTDRS MATA SUL 31

Gráfico 01 – População Urbana x População Rural em 1991 e 2000

0

2 0 0 .0 0 0

4 0 0 .0 0 0

6 0 0 .0 0 0

8 0 0 .0 0 0

1 .0 0 0 .0 0 0

1 .2 0 0 .0 0 0

1 9 9 1 2 0 0 0

Popu la çã o Ru r a l Popu la ç ã o Ur ba n a Popu la ç ã o Tot a l

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Conforme podemos verificar no gráfico 02 ocorre entre 1991 e 2000 um

processo de urbanização do território, em termos percentuais isto significa que a população

urbana passa de 57,6% para 65,4%, enquanto que a rural sai de 42,4% para 34,6%. Tal

fenômeno é verificado também na região nordeste com uma mudança para cima em 8,3%

da população urbana, no referido período, sendo de 60,7% em 1991 e 69% em 2000. Isto

se torna uma alerta para a necessidade de planejamento de ações prioritárias destinadas ao

setor urbano, pois, assim como ocorreu no Nordeste, o crescimento urbano aconteceu de

forma desordenada, com pessoas chegando com baixa escolaridade e sem a qualificação

para os serviços urbanos.

PTDRS MATA SUL 32

Gráfico 02 - Evolução da população rural e urbana no Território, 1991-2000.

205.898

279.270

485.168

175.375

331.104

506.479

0 1 0 0 .0 0 0 2 0 0 .0 0 0 3 0 0 .0 0 0 4 0 0 .0 0 0 5 0 0 .0 0 0 6 0 0 .0 0 0

Popu la çã o Ru r a l

Popu la çã o Ur ba n a

Popu la ç ã o Tota l

2 0 0 0

1 9 9 1

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Dos dezenove municípios que compõem o território apenas um apresentava em

2000 uma taxa de urbanização inferior a 50%, que era Rio Formoso (40,2%), estando as

maiores taxas em Barreiros (79,3%), Palmares (77,9%), Catende (75,0%) e Ribeirão

(71,5%), podendo ser mais bem observado na Tabela 1.

É importante salientar que em alguns municípios, ocorre o fenômeno da

decadência de uma das principais atividades econômicas da microrregião, que incorporava

significativa massa de mão-de-obra, que foi a falência de grandes usinas da cana-de-

açúcar, como por exemplo, a Usina Central Barreiros, pertencente ao grupo Othon Bezerra

de Melo, no município dos Barreiros.

PTDRS MATA SUL 33

Tabela 1 - Indicadores demográficos

Municípios

2000Densidade

demográfica (hab/km2)

Taxa de urbanização (%)

Taxa geométrica de crescimento anual

(%)Água Preta 53,85 51,55 1,06Amaraji 89,61 67,49 0,71Barreiros 171,06 79,28 -0,4Belém de Maria 167,34 61,79 -1,53Bonito 96,5 60,91 0,83Catende 194,99 75,03 -0,09Cortês 128,48 66,58 0,24Gameleira 92,43 69,42 2,25Jaqueira 105,27 50,67 3,56Joaquim Nabuco 138,36 60,39 0,16Maraial 71,44 56,62 0,86Palmares 148,93 77,88 -0,38Primavera 119,43 57,86 0,62Ribeirão 144,52 71,52 0,12Rio Formoso 61,14 40,21 0,26São Benedito do Sul 50,27 50,31 0,65São José da Coroa Grande 187,03 68,11 2,15Tamandaré 175,44 66,82 2,75Xexéu 117,22 57,78 2,73Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

¡População - Estrutura Etária

O Gráfico 03 mostra a distribuição etária no território, em 2000 42% da

população residente estava na faixa etária de 25 anos ou mais, representando 202.871

habitantes. Fato importante, também, a ser observado é o percentual de 36% na faixa etária

de 0 a 14 anos, o que aponta para uma necessidade de investimento em educação básica.

Outro aspecto é a demanda por ações de qualificação, de geração de emprego e renda, uma

vez que já existe um percentual significativo na faixa etária a partir dos 15 anos, e

principalmente entre os 15 e 24 anos (22%). Sem perder de vista que há a tendência de

ampliação desse grupo etário, demandando, portanto, planejamento de ações capazes de

propiciar a inserção social dessa parcela da população.

PTDRS MATA SUL 34

Gráfico 03 – População por faixa etária

1 6 %

5 %

1 5 %

2 2 %

4 2 %

0 a 6 a n os 7 e 8 a n os 9 a 1 4 a n os 1 5 a 2 4 a n os 2 5 a n os ou m a i s

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

¡População - Gênero

Analisando os dados do Censo 2000, ficou caracterizado que quanto à

distribuição por gênero, a população aparece em equilíbrio no território e nos municípios

que o compõem. O território apresenta 50,3% de mulheres e 49,7% de homens, sendo a

maior diferença percentual de 3,6 % em Palmares (mais mulheres) e a menor a 0,4% em

Joaquim Nabuco (homens).

3.2.2.2. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M

O índice de Desenvolvimento Humano foi criado por Mahbub ul Haq com a

colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia

de 1998.

Analisa as condições de vida de uma população, através das condições de

renda, longevidade e educação. A longevidade utiliza números de expectativa de vida ao

nascer. A educação é avaliada pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em

todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC

(paridade do poder de compra), que elimina as diferenças de custo de vida entre os países.

Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.

PTDRS MATA SUL 35

¡Evolução do IDH-M do Território, 1991-2000

Em 1991, o Brasil tinha um IDH de 0,696. Dentre os municípios da

microrregião Mata Meridional Pernambucana, o município que apresentava melhor índice

era Barreiros, com um valor de 0,583.

No ano de 2000, o IDH do País sobe para 0,766, e no que se refere a Mata

Meridional Pernambucana, continuamos tendo um dos municípios do Território com o

melhor valor, Ribeirão, apresentando índice de 0,658.

No período 1991-2000, a média do IDH-M do Território cresceu 22,2%,

passando de 0,496 em 1991 para 0,606 em 2000, acima do percentual de crescimento do

IDH do País que foi de 10,1%. No entanto a média ainda está abaixo do IDH do Estado,

que é de 0,692.

Neste aspecto os municípios que mais cresceram foram São Benedito do Sul

(35,9%), Xexéu (29%), Primavera (27,7%) e São José da Coroa Grande (26,1%). E de

menor percentual de crescimento foi Barreiros (8,9%), mesmo assim no ranking só está

abaixo de Catende, Palmares e Ribeirão (Anexo 1).

No entanto apesar de São Benedito do Sul ter tido o melhor avanço continua

apresentando o menor índice no território, conforme pode ser verificado no Gráfico 04,

apesar de ter saído do valor de 0,404 (1991) para o de 0,549 (2000).

Neste período, o hiato de desenvolvimento humano5 foi reduzido em 21,8%, o

que poderia significar aproximadamente 19 anos para chegar ao índice do melhor do País

(São Caetano do Sul-SP) e de 16 anos ao do Estado (Fernando de Noronha)

5 Significa a distância entre a média do IDH do território e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 – IDH.

PTDRS MATA SUL 36

Gráfico 04 – IDH-M dos municípios do Território em 2000

0,480,5

0,520,540,560,58

0,60,620,640,660,68

Ribeirão

Palmares

Catende

Barreiro

s

Primav

era

São J. d

a C. G

rande

Rio Formoso

Amaraji

Joaq

uim N

abuco

Água Preta

Tamandaré

Bonito

Belém de Maria

Gameleira

Jaqu

eiraCort

ês

Maraial

Xexéu

São B. d

o Sul

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, 2000

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Considerando a classificação do PNUD, conforme quadro X, para

enquadramento em baixo, médio e alto desenvolvimento humano, o Território está no

patamar de desenvolvimento médio. Importante salientar que não existe nenhum município

do território fora deste patamar, o que não ocorria em 1991, em que dos 19 municípios que

o compõe, 14 se encontravam no patamar de desenvolvimento baixo, só ficava fora os

municípios de Barreiros, Catende, Palmares, Ribeirão e Rio Formoso.

¡Indicadores de Desenvolvimento Municipal de Educação, Longevidade e Renda.

Em ordem decrescente de contribuição para o avanço do IDH-M no Território,

temos o crescimento da Educação, com 41,8%, seguida pela Longevidade, com 16,7% e

pela Renda, com 8,9%, conforme pode ser observado no Gráfico 05. Quando olhamos para

cada município percebemos que mesmo apesar do avanço em todas as dimensões, dois

municípios do território apresentam decréscimo na dimensão renda, são eles Barreiros com

valor de - 0,014 e Maraial com valor de - 0,001 (Anexo 2), sendo que Barreiros apresenta

também o menor avanço em Educação.

PTDRS MATA SUL 37

Gráfico 05 – Contribuição para o crescimento do IDH-M

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

1991 2000 Avanço

EducaçãoLongevidadeRenda

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

3.2.2.3 Aspectos da Educação

Apesar de o indicador Educação ter contribuído em maior percentual para o

crescimento do IDH-M, passando a média de 0,471 para 0,668, o território da Mata Sul

tem um município como Barreiros, considerado um dos pólos neste aspecto, contando com

uma das Escolas Profissionalizantes mais conhecidas no Estado, Escola Agrotécnica

Federal de Barreiros (EAFB), foi o que menos avançou nos quesitos que influenciam a

análise do IDH-M.

¡Analfabetismo

Analfabetas são as pessoas que desconhecem o alfabeto, ou seja, são incapazes

de ler e escrever. Segundo a Unesco: "uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que

não pode participar de todas as atividades nas qual a alfabetização é requerida para uma

atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando

a leitura, a escrita e o cálculo a serviço de seu próprio desenvolvimento e do

desenvolvimento de sua comunidade."

Para fins estatísticos, analfabeta é a pessoa acima de 15 anos que não sabe ler e

escrever pelo menos um bilhete simples, porém destacaremos também outras faixas etárias,

por acharmos importante para um processo de planejamento de ações.

PTDRS MATA SUL 38

O Mapa 02 mostra a situação do Território quando comparados às médias do

Estado (24,50%) e da Mesorregião (32,50%), considerando como piores àqueles que se

têm índices maior ou igual ao da mesorregião, intermediários os com índice menor que o

da mesorregião, no entanto, maior ou igual a do Estado, e os melhores àqueles que se

encontra com índice menor que do Estado.

Mapa 02 – Taxa de Analfabetismo - 2000

Oce

ano

Atl â

nt i

coXEXÉU

PALMARES

CATENDE

BELÉM DE MARIA

SÃOBENEDITODO SUL

MARAIAL

RIBEIRÃO

GAMELEIRA

RIO FORMOSO

TAMANDARÉ

SÃO JOSÉDA

COROA GRANDE

BARREIROS

AMARAJI

ÁGUAPRETA

PERNAMBUCO

JAQUEIRA

JOAQUIMNABUCO

CORTÊS

PRIMAVERA

ALAGOAS

BONITO

Fonte: PROMATA

Considerando estes parâmetros, apenas Barreiros (30,76%) e Palmares

(27,79%) são tidos como municípios que se encontram na faixa do INTERMEDIÁRIO,

ambos apresentam índices maiores que o do Estado. Os demais municípios se encontram

na faixa tida como PIOR, sendo que quatro deles com índice acima de 40% (São Benedito

do Sul – 48,35%, Xexéu – 43.94%, Maraial – 42,77% e Belém de Maria – 41,95%).

Apesar disto a média do índice de analfabetismo no território decaiu nas

diversas faixas etárias no período de 1991-2000, conforme pode ser observado no Gráfico

06, tendo sido registrado o maior percentual de queda na faixa etária infantil e o menor na

adulta.

PTDRS MATA SUL

PIOR

INTERMEDIÁRIO

MELHOR

LEGEN D A

39

Gráfico 06 – Média da Taxa de Analfabetismo no Território

48,0

36,5

52,858,5

37,2

45,1

16,21 3 , 8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Cria n ças de 10a 14 an os

an a lfa be ta s

Adole s ce n tesde 15 a 17 a n os

an a lfabe t as

Pes s oas de 15a n os ou ma isan a lfabe ta s

Pes s oa s de 25a n os ou ma isan a lfa be ta s

1 9 9 1 2 0 0 0

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Os municípios que apresentaram uma maior redução no número de pessoas

analfabetas no período 1991-2000 foram São Benedito do Sul (68,93 – 48,35%) e Maraial

(64,04 – 42,77%), apesar de estarem entre os de maiores índices. Já o município dos

Barreiros (39,9 – 30,76%) foi o que apresentou a menor redução no número de pessoas

analfabetas (Anexo 3).

O inverso do analfabetismo é a taxa de alfabetização, logo os municípios com

menores índices de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, serão os

que apresentarão as maiores taxas de alfabetização (Barreiros, Palmares e Primavera),

como pode ser observado no Mapa 03.

PTDRS MATA SUL 40

Mapa 03 – Taxa de Alfabetização, 2000

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Considerando os dados do censo 2000, o analfabetismo no território aparece em

equilíbrio quando associamos ao índice as questões de gênero. No entanto, no geral a

diferença entre as taxas de analfabetismo, considerando homens e mulheres, aparece quase

sempre com um maior percentual no lado masculino em 14 dos 19 municípios que

constituem o território.

Quando avaliamos o analfabetismo de acordo com a localização da população

analfabeta, se urbana ou rural, o território apresenta na área rural um percentual de 16%

acima. Em todo o território as taxas são maiores na população rural, com município

apresentando uma diferença que chega até 100% (Tamandaré). Dentre os que têm as

menores diferenças, está Cortês (6,3%), Jaqueira (6,5%) e Joaquim Nabuco (7,1%).

Na relação analfabetismo x raça/cor tem os maiores percentuais nas de cor

parda e negra em todo o território, com a maior diferença percentual sendo registrada em

São José da Coroa Grande (18,5%) e a menor em Ribeirão (1,8%).

Outra análise importante de ser feita é o analfabetismo frente a faixa de

rendimentos domiciliares, em que ocorre uma relação inversamente proporcional, ou seja,

quanto menor o rendimento maior a índice de analfabetismo, conforme pode ser verificado

PTDRS MATA SUL

Bonito

São Benedito do Sul Jaqueira

Maraial

Catende

Belém de Maria

Palmares

Xexéu

Joaquim Nabuco

Água Preta

BarreirosSão José da Coroa Grande

Gameleira

Rio Formoso

Tamandaré

Cortês

AmarajiPrimavera

Ribeirão

41

no Gráfico 07.

Gráfico 07 – Analfabetismo e rendimentos domiciliares - 2000

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Bras il Nordes t e Pe rn ambu co Te rrit ório

At é 1 S M

Ma is de 1 S Ma té 3 S M

Ma is de 3 S Ma té 5 S M

Ma is de 5 S Ma té 1 0 S M

Ma is de 1 0 S M

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

¡Matrículas por nível e modalidade de ensino

Outro quesito que influencia o IDH-M (Educação) é a taxa de matrícula em

todos os níveis de ensino, para isto fomos buscar os dados referentes ao período de 2002-

2006. Tanto o Estado quanto o território da Mata Sul não apresenta muitas mudanças em

relação ao número total de matrículas, envolvendo a Educação Básica (educação infantil,

ensino fundamental e médio), Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e Ensino

Técnico Nível Médio, o que acontece também com Estado, conforme podemos observar no

Gráfico 08.

PTDRS MATA SUL 42

Gráfico 08 – Número de matrículas no Território e no Estado

0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000

Pern ambu co

Te rritório 2 0 0 6

2 0 0 5

2 0 0 4

2 0 0 3

2 0 0 2

Fonte: Censo Escolar 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006

No entanto quando a análise se torna mais detalhada, separando as modalidades

e níveis de ensino, percebemos que ocorre um destaque no Ensino Técnico de Nível Médio

que se mantinha num crescimento sutil, assim como as outras modalidades e níveis, quanto

ao número de matrículas até 2004, em 2005 mais que duplica, e em 2006 tem uma queda

de 26% conforme pode ser verificado na Tabela 2.

Tabela 2 – Número de matrículas por modalidade e nível de ensino no Território (2002-2005)

Nível / Modalidade 2002 2003 2004 2005 2006Educação Infantil 18641 19722 17720 20136 20395

Ensino Fundamental 110094 109651 109822 106081 104858

Ensino Médio 18471 21229 19851 20512 22682

Educação Especial 440 692 620 652 726

Educação de Jovens e Adultos 16139 16838 19071 20395 22167

Ensino Técnico nível médio 403 426 513 1126 830Fonte: Censo Escolar 2002, 2003, 2004 e 2005

A Educação Especial vem sendo acessada de forma crescente, com um

crescimento de 65% no período de 2002-2006, no entanto ainda existem municípios com

0% de acesso, como é o caso de Belém de Maria, Gameleira e Primavera. O destaque em

crescimento vai para Água Preta que não registrava o acesso em 2002, em 2006 apresenta

um dos maiores números de matrícula, abaixo apenas de Barreiros, Catende e Palmares.

O indicador número de pessoas matriculadas é importante quando comparado à

demanda por faixa etária, pois possibilita visualizar a relação demanda x oferta ou acesso.

PTDRS MATA SUL 43

Analisando os dados dos censos demográfico (população por faixa etária escolar) e escolar

(nível e modalidade de ensino) de 2000 foi verificado que o território apresentava déficit

de 85% na Educação Infantil e de 49,7% no Ensino Médio.

No Ensino Fundamental, o número de pessoas matriculadas ultrapassava, em

todo o território, o número de pessoas na faixa etária escolar para este nível. Tal fato pode

estar associado à distorção idade série, 7,9% dos matriculados no ensino fundamental

tinham 15 anos ou mais. Apesar de não haver déficit registrado, deve-se ficar atento à

possibilidade de crianças dos 7 a 14 anos fora de sala de aula.

Dentre os municípios do território Xexéu é o que apresentava o maior déficit na

Educação Infantil (100,0%), seguido de Gameleira (94,3%), Maraial (93,2%), Bonito

(91,1%), Primavera (90,3%) e São Benedito do Sul (90,0%). E no Ensino Médio aparecem

Amaraji (81,4%), Tamandaré (80,9%), São Benedito do Sul (75,9%), Jaqueira (74,6%) e

Maraial (72,4%), conforme pode ser verificado no Anexo 4, como os de maiores déficit.

Esta análise mostra que apesar do indicador educação ter contribuído de forma

considerável para o avanço do IDH-M, ainda há muito por se fazer, especialmente quando

se trata da Educação Infantil que é a base de toda vida escolar de uma população.

¡Estabelecimentos por nível e modalidade de ensino

Um dos fatores que precisa ser observado é se a oferta de infra-estrutura é

suficiente para a demanda ao acesso à educação. A seguir se tem na Tabela 3 o número de

estabelecimentos por nível e modalidade de ensino no território, a fim de que possamos

observar quais as mudanças ocorridas desde 2000.

Como podemos observar o crescimento no número de estabelecimentos, que

pode citar como considerável se deu na Educação Especial que em 2000 não se registrava

nenhum estabelecimento passando para 36 estabelecimentos, na Educação Infantil, que

aumentou em 108,9% e na Educação de Jovens e Adultos com um aumento de 80,6%.

Tabela 3 – Número de estabelecimentos por nível e modalidade de ensino – 2000 e 2005 no

PTDRS MATA SUL 44

Território

Nível / Modalidade de Ensino 2000 2005Educação Infantil 224 468Ensino Fundamental 801 802Ensino Médio 55 54Educação de Jovens e Adultos 144 260Educação Especial 36Ensino Técnico Nível Médio 4Fonte: www.mec.gov.br

Embora não apareça o registro nos dados oficiais, em 2000 existia no território

um estabelecimento de ensino profissional nível médio, pois a existência da Escola

Agrotécnica de Barreiros é bem anterior a esta data, o que pode ter ocorrido é está

computado como estabelecimento de nível médio.

Os municípios com o maior número de estabelecimentos de ensino no território,

em ordem decrescente, são Palmares, Barreiros, Bonito, Ribeirão, Catende e Água Preta.

E, os com menor número, são Primavera e Maraial.

Quanto à dependência administrativa 83,8% dos estabelecimentos de ensino

existentes são públicos (12,3% são estaduais, 0,1% federal, 71,5% municipais) e 16,2%

particulares.

Ter clareza da oferta dos estabelecimentos de ensino é essencial para se fazer a

relação com a demanda da população. Dispor de 468 estabelecimentos para a Educação

Infantil, em 2005, se compararmos com ainda com os dados populacionais de 2000 de

crianças até 6 anos, teríamos 128,6 crianças por estabelecimentos, para o atendimento com

qualidade estes estabelecimentos precisariam ter em média 13 salas de aula.

¡Docência

O número de docentes no território em 2000 era de 5.859 correspondendo a

5,8% do País, 0,8% do Nordeste e 0,2% do Estado. Na Tabela 4 temos o número de

docentes por nível e modalidade de ensino, e podemos perceber que fazendo a relação

docência x discência, em 2000 existia 123,1% de crianças com idade para a Educação

Infantil por professor em exercício.

PTDRS MATA SUL 45

Tabela 4 – Número de docentes por nível e modalidade de ensino - 2000

Educação Infantil

Ensino Fundamental Ensino Médio Educação de

Jovens e Adultos

Brasil 278.559 1.564.334 430.467 122.699Nordeste 84.421 487.527 90.296 27.618Pernambuco 9.944 68.736 17.624 5.468Território 489 4.172 824 374

Entre os municípios do território Palmares (925) e Barreiros (739) eram os

municípios com o maior número de docentes, o que está em consonância com o fato de

serem os que possuem o maior número de estabelecimentos.

Ao relacionarmos alguns indicadores, tais como, analfabetismo, número de

matrículas (déficit escolar), número de estabelecimentos de ensino e de docentes,

observamos que as deficiências aparecem quase que de forma simultânea em alguns

municípios do território. O analfabetismo é mais alto em Xexéu e Maraial, que também

apresenta os maiores déficit escolares, juntamente com Primavera. Esses três municípios

(Primavera -107, Maraial - 140 e Xexéu - 124) aparecem também como os que possuem o

menor número de docentes.

3.2.2.4 Aspectos da Saúde

A dimensão Saúde foi a segunda que mais contribuiu para o crescimento do

IDH-M no Território, neste aspecto o indicador avaliado é o da longevidade, relacionado

com a expectativa de vida ao nascer. Portanto, analisar os indicadores desta temática passa

por verificar a situação de aspectos, entre outros, como: segurança alimentar, saúde pública

(saneamento básico, medicina preventiva), infra-estrutura (moradia, transporte, lazer).

¡Perfil Epidemiológico

Antes de entrarmos diretamente na análise de alguns indicadores em particular,

faremos uma breve análise no perfil epidemiológico do território.

PTDRS MATA SUL 46

A) Morbidade

O território no que se referem às doenças transmissíveis apresenta um quadro

que deve ser considerado significativo, especialmente quanto aos casos de Aids e

Hanseníase.

A Aids é uma doença que vem sendo registrada desde 1980, no período de

2000-2005 foram diagnosticados 155 casos no território da Mata Sul, incluindo todos os

municípios do território. Estando os maiores números nos municípios de Palmares (23),

Barreiros (23), Tamandaré (21), Catende (17) e Ribeirão (14).

No que se refere ao gênero 54,2% dos casos são encontrados no homem. No

geral os casos aparecem percentualmente equilibrados ao longo dos anos, no entanto, em

2001 foram diagnosticados 55% dos casos nas mulheres, e em 2002 os casos em homens

chegam 66,7% do total.

Quanto a raça/cor a doença aparece em brancos, pretos, pardos e indígenas,

sendo o maior percentual, exceto os ignorados (48,4%), nos de cor parda (36,1%). Em

indígenas foi registrado um caso.

Já na relação com a faixa etária o maior número aparece entre os 20-39 anos

(74,2%) e 40-49 anos (14,2%). Há ainda 02 casos diagnosticados em crianças de 1-9 anos.

A Hanseníase é outro agravo que aparece em todo o território, com o registro de

1821 casos no período de 2000-2005, com Palmares (517), Tamandaré (342), Gameleira

(218), Ribeirão (118) e Bonito (113) apresentando os maiores números. O município

menos afetado é Belém de Maria (2).

Aparece de forma equilibrada entre homens (922) e mulheres (904). Dos 1826

casos diagnosticados, 1098 foram curados e 380 estão em tratamento.

Nos dois agravos, Palmares e Tamandaré, aparecem entre os mais afetados, é

PTDRS MATA SUL 47

importante observar que se trata de municípios pólo e turístico, respectivamente, portanto,

inspirando uma maior atenção. Sem que isto signifique deixar de lado os outros

municípios, mas por se tornar um foco natural para o alastramento das doenças.

Outros agravos também acometem o território como é o caso da neoplasia

maligna da mama e do colo do útero, infarto agudo do miocárdio, diabetes mellitus,

doenças cérebro vasculares, doenças do aparelho respiratório e circulatório. A diabete é

registrada mais nas mulheres (79,1%), da mesma forma a hipertensão associada a diabetes

(80%).

Doenças como Leishamiose Tegumentar, Esquistossomose, Dengue e

Tuberculose também são registradas no território.

B) Morbi-mortalidade

Com relação à mortalidade no seu aspecto mais geral, vem ocorrendo como

conseqüência de alguns agravos aqui mencionados, e também agravos que não se

relacionam com doenças, como é o caso dos acidentes de transportes e agressões. No geral,

os principais agravos que causam óbito tiveram o crescimento de seu coeficiente no

período de 2000-2003, como pode ser observado na Tabela 5.

Tabela 5 – Coeficiente de Mortalidade para algumas causas (por 100.000 habitantes) no Território

– 2000 e 2003

Causa de Óbito 2000 2003Aids 2,1 2,5Neoplasia maligna da mama (/100.000 mulheres) 4,2 8,7Neoplasia maligna do colo do útero (/100.000 mulheres) 5,3 9,2Infarto agudo do miocardio 28 46,9Doenças cerebrovasculares 42,1 54,2Diabetes mellitus 26,8 41,9Acidentes de transporte 20,5 19,7Agressões 45,6 43,7

Fonte: MS/SE/Datasus,

Percentualmente as doenças do aparelho respiratório foram as principais

responsáveis pelos óbitos no território em 2003, conforme Gráfico 09.

PTDRS MATA SUL 48

Gráfico 09 – Mortalidade Proporcional - 2003

15%

25%

7%

9%

30%

8%6%

Algu m a s doe n ça s i n fe cc ios a s e pa r a s i t á r i a sNe opla s i a s (t u m or e s )Doe n ç a s do a pa r e lh o c i r c u la tór ioDoe n ç a s do a pa r e lh o r e s pi r a t ór i oAlgu m a s a fe c or i gi n a da s n o pe r íodo pe r in a t a lC a u s a s e xt e r n a s de m or bida de e m or t a li da deDe m a i s ca u s a s de fin ida s

Fonte: MS/SE/Datasus,

De acordo com dados oficiais (DATASUS, 2004), as maiores taxas de

mortalidade ocorrem em pessoas com faixa etária a partir dos 60 anos de Idade, onde dos

1.396 (mil trezentos e noventa e seis) óbitos ocorridos no território, 57,1% foi nesta faixa

etária.

Dentre as doenças analisadas acima o maior percentual de causa-morte está nas

doenças também em 2004 foi às doenças do aparelho circulatório.

¡Longevidade

Este indicador está relacionado à esperança de vida ao nascer, que se refere ao

número médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento, e a probabilidade

de sobrevivência, ou seja, a probabilidade de uma criança recém-nascida viver até aos 40 e

60 anos se os padrões de mortalidade específicos prevalecentes na época do nascimento

permanecer os mesmos ao longo da vida da criança.

Em 1991, o IDH-M Longevidade do Brasil era 0,662. O município da Mata

PTDRS MATA SUL 49

Meridional Pernambucana que apresentava melhor valor está inserido no território da Mata

Sul, Ribeirão (0,652), assim como, o com o pior valor, São Benedito do Sul (0,461).

No Brasil, em 2000, o valor passa para 0,727. Na Mata Meridional continua

sendo o município de Ribeirão o de melhor valor (0,719) e aparece Cortês com o pior valor

(0,572).

A) Esperança de Vida ao Nascer

A esperança de vida ao nascer do Brasil passa de 64,73 para 68,61 no período

de 1991-2000. No território, na mesorregião e no Estado também ocorre o crescimento

como pode ser verificado na Tabela 6.

Tabela 6 – Esperança de Vida ao Nascer no período de 1991-2000

Área 1991 2000Brasil 63,60 67,60Nordeste 59,97 64,83Pernambuco 62,04 67,32Mata Meridional (média) 64,27 70,71Território (média) 58,00 63,51Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

No território município de Ribeirão sai de 64,12 para 68,15 chegando próximo

ao do País. No entanto, este não foi o que mais cresceu, e sim, Primavera (8,52), Joaquim

Nabuco (98,28), São Benedito do Sul (8,24), São José da Coroa Grande (7,46) e Água

Preta (7,17).

B) Probabilidade de sobrevivência

A média da probabilidade de sobrevivência até os 40 e 60 anos da Mata

Meridional e do Território aumentou no período de 1991-2000, conforme apresentado na

Tabela 7.

Tabela 7 – Probabilidade de sobrevivência no período 1991-2000

PTDRS MATA SUL 50

ÁreaProbabilidade de sobrevivência

até 40 anosProbabilidade de sobrevivência

até 60 anos1991 2000 1991 2000

Mata Meridional (média) 77,20 84,92 60,74 69,67Território (média) 77,01 84,44 60,49 68,86Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

Dentre os municípios do território os que mais tiveram a probabilidade de

sobrevivência até os 40 anos acrescida foi Água Preta (77,59-86,66), Joaquim Nabuco

(76,47-86,82), Primavera (76,15-86,79) e São Benedito do Sul (70,44-81,67) e até os 60

anos temos Água Preta (61,15-72,48), Joaquim Nabuco (59,63-72,76), Primavera (59,20-

72,70), São Benedito do Sul (51,99-64,37) e São José da Coroa Grande (58,27-69,89).

É importante salientar que municípios que não aparecem entre os que mais

avançaram, já possuem o indicador, até os 40 anos, acima do referente ao País (86,90),

como é o caso de Amaraji (87,34) e Catende (87,25). E até os 60 anos tem Ribeirão (76,81)

que ultrapassa o Estado (75,31), o Nordeste (71,39) e o País.

É fato que a dinâmica dos indicadores de saúde estão diretamente ligados ao

acesso a serviços sociais básicos, especialmente saneamento básico, a situação econômica,

ou seja, no mínimo a garantia a segurança alimentar, mas também aos benefícios com

programas de saúde pública e de lazer.

A seguir destacaremos um indicador ligado à longevidade, que é o da

mortalidade infantil por ser ele o que melhor expressa a qualidade da saúde de uma

população.

C) Mortalidade infantil

O indicador mortalidade infantil expressa a freqüência de óbito de criança com

menos de um ano para cada mil nascidos vivos. No entanto, retrataremos também a

situação da mortalidade em crianças com menos de 5 anos de idade.

No Brasil, na Região Nordeste e no Estado de Pernambuco ocorre uma redução

da taxa de mortalidade infantil, no período de 1991-2000, tanto na faixa etária com menos

PTDRS MATA SUL 51

de 1 ano quanto nos menores de 5 anos de idade, como se observa na Tabela 8. Sabemos

que há no País toda uma preocupação com os programas de imunização às doenças infecto-

contagiosas e de assistência, a partir de programas de saúde, como o Programa Saúde da

Família (PSF) e o Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS).

Tabela 8 – Taxa Mortalidade Infantil no período de 1991 - 2000.

Unidade EspacialMortalidade até

um ano de idade, 1991

Mortalidade até um ano de idade, 2000

Mortalidade até cinco anos de idade, 1991

Mortalidade até cinco anos de idade, 2000

Brasil 48,72 34,04 65,72 44,42Nordeste 69,54 47,79 100,67 69,90Pernambuco 62,55 47,31 95,46 54,59Território (média) 82,22 65,61 123,92 72,61Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

Apesar da redução ainda podemos considerar alto os índices de indicador no

período de 1991-2000, pois ainda ocorrem mortes por doenças causadas pela deficiência de

saneamento básico e moradia como, por exemplo, as diarréias por verminoses, e também,

pela desnutrição, por se ter famílias que não têm garantida a segurança alimentar.

Especialmente no Território que se encontrava com taxas bem superiores ao Estado e ao

País.

No Território, os municípios que apresentava as maiores taxas em 2000, para

óbitos de menores de 5 anos de idade, eram São Benedito do Sul, Maraial, Xexéu e Cortês,

conforme retratado no Mapa 04.

PTDRS MATA SUL 52

Mapa 04 – Mortalidade em menores de 5 anos de idade - 2000

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

No período de 2001-2003 há uma queda sutil, mas contínua, no índice de

mortalidade infantil, mas na relação dos óbitos infantis com o total de óbitos no território

cai de 2001-2002 e volta a subir de 2002-2003, conforme se verifica no Gráfico 10.

PTDRS MATA SUL

Bonito

São Benedito do Sul Jaqueira

Maraial

Catende

Belém de Maria

Palmares

Xexéu

Joaquim Nabuco

Água Preta

BarreirosSão José da Coroa Grande

Gameleira

Rio Formoso

Tamandaré

Cortês

AmarajiPrimavera

Ribeirão

53

Gráfico 10 – Indicadores de Mortalidade, 2001-2003

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2001 2002 2003

Re la çã o deóbi tosin fa n t i s n otot a l deóbi t os (% )

Mor t a li da dein fa n t i l (porm i ln a s c idosvivos )

Fonte: DATASUS, 2006

Fato importante de ser observado é que nos municípios de Belém de Maria e

Ribeirão o índice de mortalidade infantil x óbitos totais e de mortalidade infantil x nascidos

vivos foi crescente em todo o período e de forma bastante acentuada. Com um crescimento

de 167,1% em Ribeirão e de 125,7% em Belém de Maria.

No que se refere a mortalidade infantil ocasionada por doenças endócrinas,

nutricionais e metabólicas, que estão diretamente ligadas a problemas de desnutrição, o

território apresentou um número pequeno de óbitos provocado por esta causa, levando a

crer que a desnutrição é um efeito tido em controle pelas ações básicas de saúde.

¡Acesso aos serviços sanitários básicos

Para compreendermos ainda melhor a situação de saúde de uma população se

faz necessário conhecer como se beneficia com serviços básicos, tais como: abastecimento

de água, instalações sanitárias, esgotamento sanitário e coleta de lixo. E, também, qual o

comportamento cultural desta população quanto à destinação do lixo.

No território da Mata Sul alguns serviços sanitários básicos melhoraram no

período de 1991-2000 como podemos verificar no Gráfico 11. No entanto, ainda apresenta

índices baixos, pois atendia apenas 60,77% dos domicílios com água encanada, 51,69%

PTDRS MATA SUL 54

com banheiro e água encanada, e a coleta de lixo que contempla apenas a área urbana,

mesmo assim, ainda estava com índice de 81,77%.

Gráfico 11 – Serviços Sanitários Básicos no Território, 1991-2000

0102030405060708090

Domicílios comágu a en can ada ,

Domicílios comban h e iro e águ a

en can ada

Domicíliosu rban os com

s e rviço de cole t ade lixo

1 9 9 1 2 0 0 0

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Além de não ter uma abrangência considerada satisfatória, o Mapa 05 com a

situação dos municípios frente a presença de domicílios com instalações sanitárias

inadequadas é preocupante, pois dos 19 municípios 11 estavam acima do índice da

mesorregião (66,21%), 2 com índice menor do que da mesorregião e maior do que a do

Estado (56,18%), e, apenas, 5 municípios é que apresentavam índices menores do que do

Estado.

PTDRS MATA SUL 55

Mapa 05 – Esgotamento Sanitário inadequado, 2000

Oce

ano

Atlâ

n ti c

o

XEXÉU

PALMARES

CATENDE

BELÉM DE MARIA

SÃOBENEDITODO SUL

MARAIAL

RIBEIRÃO

GAMELEIRA

RIO FORMOSO

TAMANDARÉ

SÃO JOSÉDA

COROA GRANDE

BARREIROS

AMARAJI

ÁGUAPRETA

PERNAMBUCO

JAQUEIRA

JOAQUIMNABUCO

CORTÊS

PRIMAVERA

ALAGOAS

BONITO

Fonte: PROMATA, 2003

Alguns serviços são inerentes à área urbana, como por exemplo, a coleta de

lixo, o que nos leva a supor que nas comunidades rurais as questões sanitárias são bem

mais preocupantes. No Mapa 06 a interpretação dos intervalos é de acordo com a

classificação estabelecida no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para os

Municípios da Zona da Mata em 2002, elaborado pelo Grupo de Resíduos Sólidos da

UFPE. E tem a ver com o risco ambiental, ou seja, os municípios em vermelho são os

apresentam maiores riscos (Barreiros, São José da Cora Grande, Tamandaré, Gameleira,

Ribeirão, Primavera, Cortês, Belém de Maria e Jaqueira)

PTDRS MATA SUL

PIOR

INTERMEDIÁRIO

MELHOR

LEGEN D A

56

Mapa 06 – Destinação dos resíduos sólidos, 20006

Oc e

ano

Atlâ

n tic

o

XEXÉU

PALMARES

CATENDE

BELÉM DE MARIA

SÃOBENEDITODO SUL

MARAIAL

RIBEIRÃO

GAMELEIRA

RIO FORMOSO

TAMANDARÉ

SÃO JOSÉDA

COROA GRANDE

BARREIROS

AMARAJI

ÁGUAPRETA

PERNAMBUCO

JAQUEIRA

JOAQUIMNABUCO

CORTÊS

PRIMAVERA

ALAGOAS

BONITO

Fonte: PROMATA, 2003

Um território com um quadro crítico quanto ao esgotamento sanitário, destino

final dos resíduos sólidos, e como poderemos verificar no próximo Mapa, com uma

população em que o benefício da disponibilidade de água para o consumo humano é

inadequado, aqui sendo considerado a taxa de domicílios que não é abastecida com água

proveniente da rede geral ou poço, com canalização interna, correm riscos de ser

acometida por doenças, entre outras, tipo: cólera, esquistossomose e verminoses.

6 Não dados no Promata sobre o município de Bonito

PTDRS MATA SUL

ALTA

MÉDIA

BAIXA

LEGEN D A

57

Mapa 07 – Abastecimento de água, 20007

Oc e

ano

Atlâ

n tic

o

XEXÉU

PALMARES

CATENDE

BELÉM DE MARIA

SÃOBENEDITODO SUL

MARAIAL

RIBEIRÃO

GAMELEIRA

RIO FORMOSO

TAMANDARÉ

SÃO JOSÉDA

COROA GRANDE

BARREIROS

AMARAJI

ÁGUAPRETA

PERNAMBUCO

JAQUEIRA

JOAQUIMNABUCO

CORTÊS

PRIMAVERA

ALAGOAS

BONITO

Fonte: PROMATA, 2003

Está em dentre os de alto risco ambiental significa dizer que têm um índice

maior do que o da mesorregião (42,42%) de domicílios com esta situação de risco.

¡Rede de Serviços de Saúde

O território dispõe, de acordo com dados do Datasus, que existia, em 2003, 220

(duzentos e vinte) estabelecimentos de saúde, com 1.970 (mil, novecentos e setenta) leitos,

sendo Palmares e Barreiros os municípios que dispõem do maior número de

estabelecimentos. Dos estabelecimentos, 21 (vinte e um) são hospitais e 102 (cento e dois)

são unidades de saúde da família, no entanto, em Belém de Maria e Primavera são foram

registradas nenhuma.

7 Não dados no Promata sobre o município de Bonito

PTDRS MATA SUL

PIOR

INTERMEDIÁRIO

MELHOR

LEGEN D A

58

Na Tabela 9 temos os números do território quanto às quantidades de leitos por

algumas especificidades. Sendo importante ser registrado que 5 (cinco) municípios não

dispunha de hospital (Bonito, Jaqueira, São José da Coroa Grande, Tamandaré e Xexéu),

dependendo portanto dos municípios mais próximos.

Tabela 9 – Número de leitos no Território por especificidades – 2003

Especificidades Número de leitosHospitalares 986

Cirúrgicos 138

Obstétricos 179

Clínica Médica 297

Psiquiátricos 123

Pediatria 245Fonte: www.datasus.gov.br

Os municípios com o maior número de leitos são Palmares (664), Barreiros

(450) e Ribeirão (268), sendo que em Barreiros é onde encontramos o maior número de

leitos psiquiátricos (120).

E válido destacar que o território conta com 356 consultórios médicos em

unidades de saúde, e com 155 equipos odontológicos, o que corresponde a 129 e 66,4 por

10.000 habitantes, respectivamente.

Quanto ao prestador do serviço o principal é setor público (200), estando sob a

responsabilidade municipal o maior número (191).

A rede de serviços não existe apenas de estrutura física, portanto, é importante

salientar que o número de médicos (as) residentes por mil habitantes decresceu no período

de 1991-2000 (0,07-0,06) e o percentual de enfermeiros (as) residentes com curso superior

cresceu em quase quatro vezes no mesmo período (1,06-3,56).

Na parte referente aos serviços de alta e média complexidade o território dispõe

de 6 (seis) clínicas especializadas e 3 estabelecimento para serviços auxiliares de diagnose

e terapia. Porém, os atendimentos neste âmbito no geral são realizados na capital, com

PTDRS MATA SUL 59

alguns tipos (ex: ultra-sonografia) em municípios pólos.

Dos municípios que compõem o território em 7 (sete) não foi registrado os

serviços de vigilância sanitária, sem contar que nos que existem registros, em geral, as

ações são deficientes, tanto devido a recursos físicos e materiais quanto humanos.

¡Cobertura dos Programas de Atenção Básica

Considerando dados do Datasus, os indicadores do programa de atenção básica

apontam para uma queda na cobertura do Programa de Agentes comunitários de saúde

(PACS), mas um acréscimo na do Programa Saúde da Família (PSF), o que é o esperado,

pois o segundo programa ele absorve os profissionais agentes comunitários de saúde e

incorpora outros profissionais, entre eles, médicos, enfermeiros e odontólogos. A análise

foi feita nos anos de 2000 e 2005 conforme visualizado no Gráfico 12.

Gráfico 12 – Cobertura do PACS e do PSF no Território - 2000 e 2005

020406080

100

2000 2005

% popu lação cobert a pe lo programa

PAC S

PS F

Fonte: www.datasus.gov.br

Complementando as informações o Gráfico 13 mostra a dinâmica dos dois

programas frente algumas ações, nos dois anos.

PTDRS MATA SUL 60

Gráfico 13 – Cobertura do PACS e do PSF por atividades Território - 2000 e 2005

0

20

40

60

80

100

120

2000 2005 2000 2005 2000 2005

% de crian ças c/es q.vacin a l bás ico em

% de crian ças c/ a le it .ma te rn o exclu s ivo (2)

% de cobert u ra decon s u lt as de pré -n a ta l

PAC S PS F

Fonte: www.datasus.gov.br

Como podemos perceber enquanto há uma redução no percentual das ações do

PACS, cresce o percentual do PSF, o que significa dizer que não ocorre a queda do

serviço, e sim, seu aprimoramento, pois uma ação que antes era desempenhada por um

profissional (agente comunitário) passa a ter também o acompanhamento de outros

profissionais (médicos/as e enfermeiros/as).

No entanto, ainda não se tem a cobertura total, em 2005 o PSF cobria 85,2% da

população, e com municípios apresentando um índice bem abaixo, tais como, Gameleira

(56,9%), Ribeirão (54,2%), Rio Formoso (54,7%) e Tamandaré (58,6%).

3.2.2.4. Aspectos Econômicos

¡Renda e Desigualdade

O território apresentou no período de 1991-2000 um crescimento na média do

Índice Gini (0,53 – 0,57), índice este que mede o grau de desigualdade existente na

distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita indo de zero

(desigualdade nula) a um (desigualdade máxima), com exceção dos municípios de Amaraji

e Barreiros, este último com o grau de desigualdade caindo em 0,14 (Anexo 5).

PTDRS MATA SUL 61

Registrando-se em Bonito o maior crescimento no grau de desigualdade (0,53-0,65).

A média da renda per capita territorial, no período de 1991-2000, aumentou em

aproximadamente 29%, com municípios chegando a crescer mais de 50% (Catende, São

José e Tamandaré). No entanto, alguns de seus municípios apresentaram redução nesta

renda, foram Barreiros e Maraial, o primeiro chegando a reduzir em 8,1% (Anexo 6).

Apesar do crescimento o território apresenta valores bem abaixo do País,

enquanto a renda no território passa de R$ 64,87 (sessenta e quatro reais e oitenta

centavos) para R$ 83,68 (oitenta e três reais e sessenta e sete centavos), o Brasil sai dos R$

230,30 (duzentos e trinta reais e trinta centavos) para R$ 297,23 (duzentos e noventa e sete

reais e vinte e três centavos). Significando para o território ter uma renda per capita que

equivale a apenas 27,1% da renda nacional, praticamente o percentual de crescimento no

período (29%). Outro fato importante de se verificar é que mesmo o município com a

maior renda no território, não corresponde nem a 50% do equivalente a renda do País

(Palmares – R$ 134,47), e o com a menor renda (Maraial – R$ 60,57) equivale a 20,4%.

¡Pobreza e Indigência no Território

De acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano (2000), a

Intensidade da pobreza do Brasil cresce no período de 1991-2000 (49,18 - 49,68). Dentre

os municípios do Território da Mata Sul, o município com o melhor valor era Palmares

(49,36), em 1991, e em 2000, passa a ser Catende (51,12), importante observar que o de

melhor valor em 2000 apresenta um índice maior do que o de 1991, isto porque Palmares

sobe seu índice no valor de 4,7. Já o de pior valor era Tamandaré, com um valor de 61,92,

em 1991, e passa a ser Água Preta, com um valor de 61,27, registra-se que ocorreu neste

município um acréscimo de 6,18.

O percentual de pobres no Território diminuiu em 18 (dezoito) municípios, e

cresceu em Jaqueira (79,8 – 80,05). Os municípios em que houve a maior redução foram,

em ordem decrescente, Catende, Barreiros, São José da Coroa Grande, Xexéu, Amaraji,

Primavera, Rio Formoso e Palmares.

PTDRS MATA SUL 62

Apesar disto, no contexto geral, o território tinha um município (Palmares) com

valor entre 50,00 e 52,50 (1991), correspondendo a 14,1% da população, passa a ter 5

(cinco), Catende, Gameleira, Joaquim Nabuco, Primavera e Ribeirão, significando 28,7%

da população (2000). No entanto, também muda o quadro dos piores valores, em 1991 um

município tinha valor entre 60,00 e 62,50, correspondendo a 3,3% da população, já em

2000, aparecem três municípios, representando 13,0% da população.

Se no território o quadro da pobreza, considerando sua intensidade, mostra uma

mudança crítica, o que dizer da Intensidade da indigência que cresce em todos os

municípios do território. Em 1991 o município com o melhor valor era Palmares com o

valor de 37,35 passando a 49,22 em 2000, e o pior era Belém de Maria com o valor de

47,10 cresce em 2000 para 50,66.

No período de 1991-2000 o território passa de 2 (dois) municípios com piores

valores (47,00 a 47,10) para 16 (municípios) conforme pode ser observado na Tabela 10.

Tabela 10 – Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000

Intervalos 1991 2000

Municípios População Municípios População46,60 a 46,70 16 373.079 1 11.47746,70 a 46,80 0 0 0 046,80 a 46,90 0 0 2 52.02146,90 a 47,00 1 13.543 0 047,00 a 47,10 2 23.737 16 368.199Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

Em 2000, a Intensidade da indigência no território aparece com o melhor valor

em Primavera, com um valor de 46,66, e com o pior valor em Água Preta, com um valor de

60,79.

Quando comparamos a situação do Território frente à do País nos dois

indicadores acima analisados o quadro, conforme se verifica na Tabela 11, não se distancia

muito, com um detalhe que apesar do aumento da média da Intensidade de Indigência no

PTDRS MATA SUL 63

território, ainda ficou abaixo do valor do Brasil.

Tabela 11 – Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000

Unidade Espacial 1991 2000

Intensidade da pobreza

Intensidade de indigência

Intensidade da pobreza

Intensidade de indigência

Brasil 49,18 42,04 49,68 53,87Média do Território 56,46 42,91 55,45 50,60Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

¡Rendimento Mensal de Chefes de Domicílios

No território 16 (dezesseis) municípios se encontram com a taxa de chefes de

domicílios ganhando até um salário mínimo maior ou igual ao da mesorregião da Mata

Meridional Pernambucana (62,79%) e apenas 2 (dois) municípios apresentam taxas

menores que da mesorregião e igual ou maior a da média do Estado (51,73%), conforme

Mapa 08.

Mapa 08 – Renda de chefes de domicílios até 1 salário mínimo, 2000

Oce

ano

Atl

ânt i

co

XEXÉU

PALMARES

CATENDE

BELÉM DE MARIA

SÃOBENEDITODO SUL

MARAIAL

RIBEIRÃO

GAMELEIRA

RIO FORMOSO

TAMANDARÉ

SÃO JOSÉDA

COROA GRANDE

BARREIROS

AMARAJI

ÁGUAPRETA

PERNAMBUCO

JAQUEIRA

JOAQUIMNABUCO

CORTÊS

PRIMAVERA

ALAGOAS

BONITO

Fonte: PROMATA, 2003

PTDRS MATA SUL

PIOR

INTERMEDIÁRIO

MELHOR

LEGEN D A

64

¡Emprego e Renda

As atividades econômicas predominantes no Território da Mata Sul estão

vinculadas ao segmento sucroalcooleiro, que concentra 49,82% dos empregos do setor do

Estado, à indústria de transformação e extrativa mineral e ao turismo.

A população economicamente ativa é de 223.645 habitantes, dos quais 172.405

estão ocupados nos seguintes setores produtivos: agropecuária (31,8%), comércio e

serviços (16,6%), indústria de transformação (8,9%), educação (7%) e serviços domésticos

(7%). Os demais 28,7% estão distribuídos em outros setores produtivos como

administração pública, transporte e armazenagem, alojamento e alimentação, entre outros.

A) Estabelecimentos por setor de atividade8

O território conta com 4.857 estabelecimentos, com o maior percentual nos

municípios de Palmares (22,8 %), Barreiros (13,1%) e Ribeirão (12,0%), sendo o setor de

comércio o com maior número 2440 (dois mil duzentos e quarenta) estabelecimentos

(50,2%).

O setor de agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal aparecem

com 7,6% dos estabelecimentos.

¡Cadeias e Arranjos Produtivos

Destaca-se a produção da cana-de-açúcar e seus derivados, minerais não

metálicos e o turismo. A produção de camarão em cativeiro poderá se constituir em vetor

de desenvolvimento e diversificação produtiva da RD, bem como a pesca marinha, ainda

realizada de modo artesanal poderá, em médio prazo, concorrer para a criação de novas

ocupações produtivas.

8 Fonte: MTE, Rais 2001

PTDRS MATA SUL 65

A agroindústria, à exceção das atividades sucroalcooleiras, apresenta caráter

artesanal e poderá se expandir através de melhor divulgação e acesso a linhas de crédito, da

introdução de inovações tecnológicas no processo produtivo e na padronização dos

produtos. Nesse caso também se insere a exploração de frutíferas permanentes, em função

da elevada pluviosidade dessa Região.

PTDRS MATA SUL 66

A atividade turística (turismo de praia) já explorada em vários municípios,

notadamente em São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré e Rio Formoso, contam

com um razoável aporte de infra-estrutura provenientes do Programa Prodetur. Essa poderá

vir a se expandir, especialmente, nas vertentes do turismo rural e de aventura. No Quadro

06 evidenciamos os principais atrativos nos municípios, vale ressaltar que as feiras-livres

são consideradas, também, como um desses atrativos em todos os municípios do território,

que, em geral, acontecem aos sábados ou domingos. Outro fator importante é que no

território existem 05 municípios com reconhecido pela Embratur como turístico desde

1997.

Quadro 05 - Atrativos turísticos no Território

Município AtrativosCulturais e Religiosos Naturais

Água Preta Padroeiro: São José da Agonia (19/03)Festas: São José da Agonia; Vaquejada; São João; Água-fest

Serra do Cajuá; Parque Ecológico Vasconcelos Sobrinho

Amaraji Padroeiro: São José (19/03)Festas: Santo Amaro; São Pedro; São José; Vaquejada

Engenho da Garra, Quedas d'água e Bicas

Barreiros Padroeiro: São Miguel Arcanjo (29/09); N.Sra.da Saúde (02/02)Festas: São Miguel; Nossa Senhora da Saúde; Carnaval; Festas Juninas; Mês de MariaUsinas

Praia do Porto, Engenhos,;Pedra do Corisco, Mirante da Fazenda S.Francisco, Bica do Porto, Ilha dos Piabas de Cima e Rio Una.

Belém de Maria Padroeiro: Nossa Senhora das Dores (15/09)Festas: Nossa Senhora das Dores; São João; São José; Festa do ComércioENA - Educandário Nordestino Adventista

Mirante da Antena, Pedra dos Quandus, Barragem do Prata e Banhos (Angelim e Poço da Gata)

Bonito Artesanato Folclore - os tradicionais batalhões de bacamarteiros Procissão de São PedroNossa Senhora da Conceição (08/12), São Sebastião, Festa da Batata-DoceSítios históricos - Sede Casario e igreja, Engenho Jardim / casa-grande, Engenho Tróia / moita, Engenho Barra Azul / casa-grande

Véu da Noiva, Humaytá, Corrente Pedra Redonda, Barragens do Prata e do Rio Bonito, Serra do Araticum (mirante e capela dedicada à Nossa Senhora de Mont Serrat), Mata do Mucuri, Corredeira do Oratório, Açude da Colônia Rio Bonito, Furnas na Pedra do Rodeadouro ou a da Pedra Oca, Engenhos Barra Azul, Verde, Flor de Bonito e Jardim, Pedra do RodeadouroAçude da Colônia Rio Bonito

Continua

PTDRS MATA SUL 67

ContinuaçãoMunicípio Atrativos

Culturais e Religiosos NaturaisCatende Padroeiro: Nossa Senhora de Sant'Ana (06/01)

Festas: São Sebastião; São João; Carnaval; Mulher da Sombrinha

Serra da Prata; Engenhos; Açude Santa Rita

Cortês Padroeiro: São Francisco de Assis (04/10)Festas: S. Francisco de Assis; Banho da Cerveja; Festas Juninas

Banho de Bica

Gameleira Padroeiro: Nossa Senhora da PenhaFestas: Nossa Senhora da Penha; Aniv. da Cidade; Festas Juninas

Cachoeira de Pau Sangue

Jaqueira Padroeiro: Nossa Senhora Aparecida (12/10) Festas: Nossa Senhora Aparecida

Joaquim Nabuco Padroeiro: São José (19/03)Festas: Carnaval; Festas Juninas; São JoséUsina de Açúcar

Açude do Justo

Maraial Padroeiro: Nossa Senhora das Dores (02/02)Festas: Carnaval; Festas Juninas; Nossa Senhora das Dores; Natal

Palmares Padroeiro: Nossa Senhora da Conceição (08/12)Festas: São Sebastião; São João; Nossa Senhora Sant'Ana; São JoséUsina

Engenhos; Quedas d'Água; Ria Una; Barra do Rio Pirangi

Primavera Padroeiro: Santo Antônio (13/06)Festas: Cavalhada; São João; Santo Antônio

Cachoeira do Urubu

Ribeirão Padroeiro: Nossa Senhora de Sant'Ana (16/07)Festas: Carnaval, Juninas, Nossa Senhora de Sant'Ana

Rio Formoso Padroeiro: São José (19/03)Festas: Santo Inácio de Loiola; Nossa Senhora do Livramento; Nossa Senhora do Rosário

Praia dos Carneiros

São Benedito do Sul

Padroeiro: São Benedito (05/01) e São Sebastião (19/01)Festas: São Benedito; Reis; São João

São José da Coroa Grande

Padroeiro: São José (19/03)Festas: São Sebastião; Carnaval; Festas Juninas Igreja;

Praias Engenhos

Tamandaré Padroeiro: São Pedro (29/06)Festas: Santo Inácio; Emancipação Política; São João; São Pedro

Praias; Manguezais; Monte Oitizeiro; Boca da Barra; Rio Ariquindá; Praia de Tamandaré

Xexéu Padroeiro: São Sebastião (19/03)Festas: São Sebastião

Fontes: PROMATA, 2006 e CONDEPE/FIDEM, 2006

PTDRS MATA SUL 68

¡Estrutura fundiária

Considerando os dados do Atlas do Território (SDT, 2006) o território da Mata

Sul tem 5.029 famílias assentadas e 6.406 famílias acampadas correspondendo,

respectivamente, a 30,3% e 30,1% do Estado.

No tocante a estabelecimento rural da agricultura familiar representa 2,1% do

Estado (4.951). Apresenta um percentual de apenas 6% da demanda social atendida.

Quanto à condição legal das terras verificamos que, de acordo com dados do

Censo Agropecuário de 1996, 70,6% das terras do território são próprias. Tem 86% das

áreas totais possuem até 50 ha e destas 75,1% são próprias. O município de Bonito era o

que apresentava o maior número de estabelecimentos, mas também o maior percentual de

terras em condições de parceria e ocupação (29,1%). Sendo São José da Coroa Grande o

que possuía menor número de estabelecimentos (38), mas com 94,7% de terras próprias.

O território ainda registra um percentual de 8,3% de terras entre 100 a 1000 ha,

isto é, com áreas acima de 7 (sete) módulos fiscais da região (14 ha).

No território em 66,8% dos estabelecimentos existem lavouras permanentes e

em 86,3% aparecem lavouras temporárias, temos também um percentual alto de áreas com

terras inaproveitáveis (61,7%), como pode se verificar na Tabela 12. Dados como estes são

essenciais durante um planejamento produtivo, se faz necessário um estudo aprofundado

antes de iniciativas agropecuárias, basta compararmos estes dados com a qualidade e

situação dos solos no território.

Tabela 12 – Estabelecimentos agropecuários por utilização de terras no Território

Utilização das terras PercentualLavouras permanentes 66,8Lavouras temporárias 86,3Lavouras temporárias em descanso 16,3Pastagens naturais 34,9Pastagens plantadas 9,0Matas e florestas naturais 24,6Matas e florestas artificiais 0,5Terras produtivas não utilizadas 41,8Terras inaproveitáveis 61,7Fonte: Censo Agropecuário, 1996 (IBGE)

PTDRS MATA SUL 69

Dentre os municípios o que apresenta um maior número de estabelecimentos

com terras inaproveitáveis é Bonito.

Em termos de área o território tem 325.825,44 ha, sendo Água Preta e Rio

Formoso os municípios de maiores áreas, juntos representam 23,4%. E o de menor área é

Belém de Maria representando 1,6% do território.

Quanto à ocupação o território concentra em suas áreas a utilização de lavouras

temporárias (44,6%), e ainda tem 12% de áreas produtivas não utilizadas, conforme pode

ser observado no Gráfico 14. Os municípios com maior percentual de suas áreas ocupadas

com lavouras temporárias são Cortês (72%), Joaquim Nabuco (68,1%) e Gameleira

(61,2%). Sendo Belém de Maria o que tem o maior percentual de suas áreas cobertas com

lavouras permanentes.

PTDRS MATA SUL 70

Gráfico 14 – Distribuição de área (ha) por ocupação5 %

4 5 %

6 %

1 1 %

6 %

8 %

0 %

1 2 %

7 % La vou r a s pe r m a n e n te s

La vou r a s t e m por á r ia s

La vou r a s t e m por á r ia s e mde s ca n s oPa s ta ge n s n a tu r a i s

Pa s ta ge n s pla n ta da s

Ma t a s e flor e s t a s n a t u r a i s

Ma t a s e flor e s t a s a r t i fi c ia i s

Te r r a s pr odu t iva s n ã ou t i li za da sTe r r a s in a pr ove i t á ve i s

Fonte: Censo Agropecuário (IBGE), 2006

¡Pecuária: Efetivo de rebanhos

De acordo com dados do IBGE (2004) o território da Mata Sul tem o maior

número de cabeça entre as aves (galos, frangos, frangas, pintos e galinhas), pois representa

90,7% do total de animais, esta atividade tem o município de Bonito com o maior

percentual (82,1%).

Analisando as atividades pecuárias entre pequeno, médio e grande porte, temos

a de grande porte (6,2%) prevalecendo sobre a de médio porte (1,9%), conforme pode ser

verificado na Tabela 13. Sendo o bovino mais representativo dentro dos de grande porte e

os suínos entre os de médio porte.

PTDRS MATA SUL 71

Tabela 13 – Rebanho no território, 2004

Animais PercentualAnimais de grande porte (bovinos e bubalinos) 6,2Animais de médio porte (caprinos, ovinos e suínos) 1,9Animais de pequeno porte (galinhas, galos, frangos, frangas, pintos e codornas)

90,6

Eqüídeos (eqüinos, asininos e muares) 1,3%Fonte: Efetivo dos Rebanhos (IBGE), 2004

Outra questão importante é a criação de eqüídeos (eqüinos, asininos, muares)

que representa um percentual (1,3%) bem próximo da criação de médio porte, que é fácil

de ser explicado, pois ainda é um dos meios transportes utilizados no meio rural, e também

devido à utilização como animais de serviço, principalmente os muares correspondendo a

45,3% dos eqüídeos do território.

Os municípios com o maior número de cabeças bovinas são Bonito e Água

Preta, e Bonito também com o maior número de cabeças suínas, correspondendo a 50,8%

de todo o território.

¡Agricultura: lavouras permanente e temporária

As principais culturas desenvolvidas no território é abacaxi, batata-doce,

banana, borracha, cana-de-açúcar, coco, laranja, mamão, e mandioca.

A) Lavoura Permanente

Em 2004, o território teve uma área de 84.154 ha colhida com lavouras

permanentes (banana, borracha, coco da baía, café, limão, laranja, mamão, maracujá,

goiaba, palmito e urucum), correspondendo a um valor de R$ 555.601.000,00 (quinhentos

e cinqüenta e cinco milhões seiscentos e um mil reais). Dentre elas se destacam o cultivo

da Banana e do Coco-da-baía, tanto em área colhida quanto em rendimentos econômicos,

conforme se verifica na Tabela 14. O detalhe é que a Banana é encontrada em todo o

território, sendo o município de maior produção Amaraji (14.250 t) e o de menor São José

da Coroa Grande (35 t).

PTDRS MATA SUL 72

Tabela 14 – Principais produtos agrícolas de lavouras permanentes, 2004

Produtos Agrícolas Área colhida (ha) Valor da produção (R$ 1.000,00)

Banana 6146 8513Borracha (látex coagulado) 202 801Coco da baía 2288 3861Café 91 303Limão 40 92Laranja 70 49Mamão 15 153Maracujá 65 294Goiaba 4 26Palmito 65 174Urucum 40 30Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

A goiaba, o palmito e o urucum são atividades que apareceram como principais

em apenas um município, sendo, respectivamente, Ribeirão, Rio Formoso e Belém de

Maria.

Os municípios com a maior área colhida foram Amaraji (1.969 ha) e Palmares

(1.164 ha), os dois municípios com a cultura da Banana. E os de maiores valores

econômicos Amaraji (R$4.108.000,00) e Rio Formoso (R$ 2.170.000,00), aqui as culturas

foram Banana (Amaraji) e Coco-da-baía (Rio Formoso).

No que se refere à produtividade o município de Palmares matem certa

uniformidade em rendimentos por hectare nas atividades desenvolvidas, está entre os com

melhor rendimento no cultivo da Banana e da Laranja, nesta representa quase o triplo da

produtividade mais baixa do território (São Benedito do Sul e Xexéu). Neste campo o

destaque vai para a produtividade de Amaraji no cultivo do Coco-da-baía (35.379 t) que

chega a ser dez vezes maior do que a menor produtividade (São José da Coroa Grande),

como pode ser observada na Tabela 15.

Tabela 15 – Produtividade por Município, 2004.

PTDRS MATA SUL 73

Municípios CulturasBanana Borracha Coco Limão Laranja Mamão Café Maracujá

Água Preta 8.500 2.563 12.000

Amaraji 7.500 35.379 7.480 7.533

Barreiros 8.000 3.472 7.000Belém de Maria 8.000 12.000 4.000

Catende 8.000 21.000 1.667

Cortês 8.000 5.933 10.000

Gameleira 8.000 4.333 7.000

Jaqueira 8.000 Joaquim Nabuco 9.000 12.000

Maraial 10.000 5.286 4.000

Palmares 10.000 20.000 7.000 7.000

Primavera 7.600 23.000 8.000 8.000

Ribeirão 8.000 4.125 23.000 3.000 14.000 2.000 7.000

Rio Formoso 8.000 2.727 8.556 15.000São Benedito do Sul 8.000 2.600

São José da Coroa Grande 7.800 3.240

Tamandaré 7.000 4.973

Xexéu 9.000 2.400 13.000 2.600 1.810Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

B) Lavoura Temporária

Em 1996 as lavouras temporárias ocupavam uma área considerável do território

(44,6%), em 2004 e 2005, as principais culturas ocupavam 31,3% e 32,2%,

respectivamente. Portanto, continua sendo um aspecto forte no território a ocupação das

terras com lavouras temporárias, e tendo como ponto forte a cana-de-açúcar com 96,4%

em 2004 e 95,8% em 2005, do total das 04 (quatro) principais culturas (abacaxi, batata

doce, cana-de-açúcar e mandioca).

Outras culturas são encontradas em baixa escala, e em alguns municípios, como

é o caso do feijão e do milho.

Quanto à produtividade foi observada uma queda considerável no rendimento

PTDRS MATA SUL 74

da cana-de-açúcar, tanto no Estado quanto na Mata Pernambucana, conforme explicitado

na Tabela 16. No território o município que apresentou uma maior redução foi Belém de

Maria com rendimento de 10.000 t/ha a menos em 2005, e o município que apresentou

maior produtividade, mesmo tendo reduzido o rendimento, foi Barreiros. O município de

São José da Coroa Grande é o de menor rendimento no território.

Tabela 16 - Rendimento médio da produção por lavoura temporária

Unidade da Federação, Mesorregião Geográfica

e Município

Lavouras Temporárias9

Abacaxi Batata doce Cana-de-açúcar Mandioca2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005

Pernambuco 25.389 26.824 9.414 9.617 52.303 46.632 10.954 11.149Mata Pernambucana 23.570 23.987 10.148 10.343 53.025 45.935 12.080 13.540Água Preta 12.000 12.000 - - 50.000 48.000 20.000 20.000Amaraji 28.000 28.000 9.166 10.000 52.000 48.000 11.700 12.000Barreiros 13.000 13.000 - - 60.000 56.000 20.000 20.000Belém de Maria - - 8.000 8.000 50.000 40.000 18.000 18.000Bonito - - 8.500 9.506 52.000 50.000 13.600 14.000Catende - - - - 45.000 42.000 13.000 13.000Cortês - - 8.500 9.000 52.000 48.001 11.000 11.000Gameleira 12.000 12.000 - - 53.000 50.000 12.000 20.000Jaqueira - - - - 55.000 48.000 8.000 8.000Joaquim Nabuco - - - - 50.000 53.000 12.000 12.000Maraial 12.000 12.000 - - 45.000 42.000 13.000 13.000Palmares 30.000 23.000 - - 50.000 45.000 15.000 15.000Primavera - - 9.000 9.000 55.000 50.000 10.000 10.000Ribeirão 10.000 10.000 - - 50.000 48.000 13.000 13.000Rio Formoso 10.000 10.000 - - 60.000 55.000 20.000 20.000São Benedito do Sul 13.000 13.000 - - 48.000 45.000 13.000 13.000São José da Coroa Grande - - - - 40.000 36.000 9.000 9.000Tamandaré - - - - 48.000 45.000 9.000 9.000Xexéu 23.000 20.000 - - 50.000 46.000 12.000 12.000Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2004 e 2005

Apesar da queda de produtividade da cana-de-açúcar, o cultivo desta lavoura

ainda é uma das atividades que representa no território o maior volume de recursos,

representando 93,6% do valor da produção das principais lavouras temporárias em 2004, e

94,9% em 2005. A cana-de-açúcar é a atividade que apresentou tanto em 2004 quanto em

2005 o menor valor de produção por hectare (R$ 1.780,00 - R$ 2.040,00) e o abacaxi o de

maior valor de produção (R$ 8.670,00 – R$ 7.090,00), como se observa na Tabela 17.

Tabela 17 – Variáveis das Lavouras Temporárias

9 Variáveis dos rendimentos: Abacaxi – frutos/hectare; Batata doce, Cana-de-açúcar e Mandioca – quilogramas/hectare.

PTDRS MATA SUL 75

Lavoura

Variável X Ano

Quantidade produzida (Mil frutos)

Valor da produção (Mil Reais)

Área plantada (Hectare)

Área colhida (Hectare)

2004 2005 2004 2005 2004 2005 2004 2005Abacaxi 5036 1659 2350 787 271 111 271 111Batata doce 2365 2398 920 1251 285 275 285 275Cana-de-açúcar 5.101.724 4.873.790 174.562 205.307 98.228 100.505 98.228 100.505Mandioca 44705 62918 8744 8924 3146 4026 3146 4026

3.2.2.5. Segurança

A taxa de mortalidade por homicídio no País é de 26,7 por 100.000 habitantes,

na Região é de 54,1, a segunda mais elevada entre as RD’s e muito próxima da de

Pernambuco (54,0). O território tem, entre seus municípios, 6 (seis) que estão entre os 30

municípios com as piores taxas do Estado, Ribeirão (77,2), Cortês (71,0), Água Preta

(59,6), Tamandaré (57,9), Joaquim Nabuco (56,5) e Amaraji (42,2). No entanto, em

contraponto, essa taxa é nula em São Benedito do Sul.

PTDRS MATA SUL 76

Mapa 09 – Taxa de Mortalidade por homicídio (por 100.000 habitantes) - 2003

Oc e

ano

Atl â

n ti c

o

XEXÉU

PALMARES

CATENDE

BELÉM DE MARIA

SÃOBENEDITODO SUL

MARAIAL

RIBEIRÃO

GAMELEIRA

RIO FORMOSO

TAMANDARÉ

SÃO JOSÉDA

COROA GRANDE

BARREIROS

AMARAJI

ÁGUAPRETA

PERNAMBUCO

JAQUEIRA

JOAQUIMNABUCO

CORTÊS

PRIMAVERA

ALAGOAS

BONITO

Fonte: Programa Governo nos Municípios – Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco

- CONDEPE/FIDEM Jul/2003

3.2.2.6. Aspectos Político-Institucionais

¡Organizações Sociais e Institucionalidades

A Zona da Mata Pernambucana é palco de muitas lutas e conquistas, como já

fora comentado na síntese histórica do Território da Mata Sul, sendo, portanto, ambiente da

atuação de várias entidades sociais. A seguir no Quadro 6 serão retratadas algumas das que

atuam no território, destacando seus objetivos, abrangência, atores envolvidos, resultados

alcançados, problemas que enfrentam e desafios encontrados.

No geral, os objetivos são semelhantes, ou, no mínimo, complementares, assim

como a abrangência e os atores envolvidos. No caso dos atores envolvidos algumas

entidades atendem num maior espaço, a Zona da Mata, o Estado (Fetape), e outras, apenas

em alguns municípios.

Quadro 6 – Entidades que atuam no Território da Mata Sul

PTDRS MATA SUL 77

Entidade Objetivos Atores envolvidos

Resultados alcançados

Desafios

Projeto Catende Harmonia

Trabalho, renda e gestão

3.989 famílias de trabalhadores: Campo/ indústria, STR’s, FETAPE, Justiça

Garantia dos empregos, preservação do patrimônio, co-gestão, aumento da oportunidade e renda.

Consolidar um processo de auto-gestão, finalizar o processo de falência

Articulação das entidades da zona da mata

Qualificar a participação da sociedade quanto ao monitoramento de políticas públicas de desenvolvimento sustentável para a zona da mata

Associações de produtores (as); organizações de mulheres; STR´s; Igrejas; Ong´s.

Ampliação da base territorial da mata sul para toda a zona da mata;Articulação de 50 organizações da sociedade civil nas ações do PROMATA, exercendo o controle social.

Envolver as organizações da sociedade civil nas temáticas gerais do desenvolvimento sustentável na zona da mata, extrapolando a base municipal e adequando as suas agendas;Qualificação sistemática dos atores quanto às temáticas conjunturais dos programas e projetos em desenvolvimento.

Consórcio de sistemas agroflorestais(Centro Sabiá, Usina Catende, FETAPE, FASE)

Fortalecer uma rede autônoma de agricultores (as) agroflorestais na Mata Sul;Promover eventos de capacitação, planejamento e avaliação coletiva;Instituir e fortalecer espaços de comercialização dos produtos;

Associação de agricultores (as) agroflorestais

Comercialização de produtos em espaços de comercialização (Bairro de Boa Viagem em Recife/PE e município de Sirinhaém /PE);Ampliação de famílias trabalhando com Sistema Agroflorestal de 26 para 30.

Negociação com o Poder Público Municipal de espaços para comercialização dos produtos agroflorestais;Escala de produção dos produtos agroflorestais;Diversificação com SAF´s e monocultura da cana-de-açúcar.

Continua

PTDRS MATA SUL 78

ContinuaçãoEntidade Objetivos Atores

envolvidosResultados alcançados

Desafios

PA’s – Projetos de Assentamentos

Proporcionar condições de trabalho e renda aos agricultores sem terraPossibilitar a permanência do homem no campo

12.000 famílias de Agricultores, Assentados, Movimentos Sociais, STR’s, -MDA, INCRA, ONG’s.

Aproximadamente 38% das áreas de reforma agrária do Estado estão na Zona da Mata (agricultores assentados estão na ZM)

Consolidar um processo de auto-gestão/finalizar o processo de falência

Estimular o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata

População, ONG’s, entidades de classe, estado, BID

43 fóruns instalados e núcleos locais

Implementação das ações previstas nos PIMS

Projeto de Agroindústria de Pequeno Porte em Rede

Agregar valor à produção trabalhando toda cadeia produtiva e suporte ao turismo rural, visando o desenvolvimento sustentável.

Produtores rurais de agricultura familiar, SEBRAE, Projeto Renascer, Prefeituras, Escola Técnica de Barreiros, UFRPE, UFPE, IPA, PNUD, Conselhos de Desenvolvimento.

Criação da Logomarca;08 construções;Garantia de compra dos equipamentos;Agricultores sendo capacitados;Envolvimento da família (mulher e jovens),Logística da Central: Prédio, equipamentos, transporte apropriado;Organização dos Trabalhadores;Assistência Técnica.

Continua

PTDRS MATA SUL 79

ContinuaçãoEntidade Objetivos Atores

envolvidosResultados alcançados

Desafios

FETAPE Qualificar os trabalhadores rurais para o atendimento das suas necessidades essenciais.Contribuir para que os trabalhadores rurais sejam agentes das políticas públicas.

Produtores (as) rurais, trabalhadores(as) rurais.

Fonte: Relatório de Oficina Territorial – Produto 2

Com a atuação dessas entidades o Território é beneficiado com várias

atividades em vários setores e temáticas, entre elas temos: produção agrícola (cana-de-

açúcar), produção industrial (açúcar); diversificação produtiva (criação animal, fruticultura

e piscicultura); combate ao analfabetismo; capacitações (técnicas, intercâmbios, estágios);

seminários temáticos de estudos, oficinas e seminários de planejamento e avaliação;

audiências públicas com governos; mobilização e articulação da sociedade civil para

executar controle social sobre as políticas públicas de desenvolvimento sustentável para a

Zona da Mata; visitas à agricultores (as) difusores (as); fortalecimento da gestão

(organização dos produtores); infra-estrutura (construções de 08 unidades agroindustriais);

diversificação econômica; saúde; educação; e, construção da marca única, estudo de

mercado.

Além destas entidades, ainda atuam no território o Comitê da Bacia do Rio

Una, BASER- Base de Serviços /Assocene, Bonito digital, Articulação da Mata Sul –

Fórum de organização da Sociedade Civil, ORPEAM e Sexta Cultural.

PTDRS MATA SUL 80

3.2.3 – Análise da competitividade sistêmica e qualidade de vida do território

No processo de elaboração do PTDRS os atores sociais locais trouxeram à tona

elementos do contexto interno (potencialidade e entraves) e do contexto externo (ameaças

e oportunidades) dos mais diversos, aqui destacaremos os que foram consideradas como

principais.

3.2.3.1. Potencialidades do Território

No levantamento das potencialidades foram trabalhados tantos os aspectos

naturais como socioculturais, buscou-se a expansão da criatividade e dos elementos

simbólicos presentes em cada participante e presente também no território como um todo.

Foi um trabalho que variou entre tempestades de idéias e questionamentos que forçaram a

uma melhor expressão dos desejos e das necessidades dos participantes e do

desenvolvimento do território.

¡Sócio-econômico e ambiental

A agricultura familiar e o desenvolvimento de agroflorestas com diversificação

de culturas: banana, horticultura e agricultura orgânica.

O território da Mata Sul apresenta mão-de-obra abundante com capacidade para

ser qualificada, e com isto, aproveitar os recursos naturais abundantes.

Os recursos naturais que são os recursos hídricos abundantes (maior quantidade

de água no estado), com os rios perenes que cortam as propriedades e os riachos. A

presença do litoral e praias, com os manguezais e estuários, que têm capacidade para ser

trabalhado o cultivo do peixe e camarão.

O território tem potencial que pode ser aproveitado para o turismo rural

(ecoturismo e turismo histórico) com suas casas grandes que podem ser usadas como

pousadas, aliada a própria história e cultura do território.

PTDRS MATA SUL 81

Além disso, tem a piscicultura desenvolvida pelos agricultores familiares e

potencial para o desenvolvimento de várias de cadeias produtivas.

Apresenta ainda um potencial de geração de energia elétrica por sistemas

hídricos e eólicos.

E dispõe de indústrias e agroindústrias, uma malha rodoviária que apesar de não

ter manutenção está presente nas principais cidades e o Gasoduto que passa na cidade de

Barreiros.

¡Político-institucional

Os Movimentos Sociais que atuam na região, as Cooperativas, Associações e

Sindicatos que promovem os assentamentos e o acesso a terra.

A presença do projeto Catende/Harmonia no território.

A mudança que vem ocorrendo na formação das escolas agrotécnicas, que antes

era totalmente direcionada para atividades das usinas sucro-alcooleiras, vem, mesmo que

lentamente, mudando esse foco para a Agricultura Familiar, com iniciativas sobre

agroecologia e cultivos orgânicos.

A ATES desenvolvida pelo INCRA em parcerias com as Empresas de

Assessoria Técnica nas áreas de assentamentos, associado a disponibilização de linhas de

crédito como o PRONAF (A, B, C, A/C), buscando capacitar para a viabilização dos

créditos, priorizando o acompanhamento e a utilização adequada dos recursos financeiros.

3.2.3.2. Principais Problemas

Quanto aos entraves destacaremos os que foram considerados como principais,

focando em cada dimensão do desenvolvimento sustentável.

PTDRS MATA SUL 82

¡Sócio-ambiental

A Zona da Mata de Pernambuco apresenta um quadro sócio-ambiental que

evidencia a pobreza e a falta de oportunidades que afetam a vida das pessoas, associadas a

um ambiente natural degradado. Esse quadro tem raízes históricas na monocultura da cana-

de-açúcar, aliada ao uso desordenado dos recursos naturais e a falta de investimentos no

desenvolvimento humano.

A monocultura da cana-de-açúcar, sistema produtivo ainda dominante

contribuiu muito para a redução da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, levando

à extinção de inúmeras espécies e empobrecimento do solo. Além disso, a liberação de

resíduos da industrialização da cana, a aplicação indiscriminada de agrotóxicos e a queima

dos canaviais previamente ao corte ainda são problemas que merecem atenção ambiental.

Associados a esse quadro, outros problemas vêm agravando as condições de

vida da população local, a exemplo das seguintes questões: poluição dos recursos hídricos

por lançamento de efluentes domésticos e industriais; atendimento precário à demanda de

serviços básicos de saúde, educação e, sobretudo, infra-estrutura urbana, em especial o

saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento inadequado dos

resíduos sólidos).

As condições de saúde no território ainda são consideradas bastante precárias,

pois mesmo com a redução de algumas taxas quando comparadas aos da mesorregião e do

Estado apresentam índices mais altos para a mortalidade. Doenças infecto-contagiosas

afetando a qualidade de vida, pois vem ocorrendo o crescimento das taxas, destacamos a

Aids e Hanseníase.

¡Sócio-econômica

Altamente concentradora de renda, a monocultura da cana-de-açúcar reproduz a

relação de trabalho que lhe deu origem, agora travestida de relação de emprego, onde só

existe na metade do ano, ficando o ônus da manutenção dos trabalhadores no período de

entressafra a cargo do governo, através de ações emergenciais que se repetem ano a ano.

PTDRS MATA SUL 83

Com o fim da reserva de mercado de exportação, a produção canavieira perdeu

competitividade para a produção do sul do país e deparou-se com uma grave crise que

levou ao fechamento de diversas usinas e a formação de vastas legiões de desempregados.

A falência do Estado, incapaz sequer de manter os programas emergenciais,

agrava o problema social da região.

Nesse quadro, diversos movimentos sociais têm avançado na obtenção de terras

para os trabalhadores, entretanto, dificuldades com o financiamento à produção e

assistência técnica adequada dificultam a emancipação econômica desses agricultores, pois

mesmo os assentamentos e associações de pequenos produtores rurais sofrem com a

carência de recursos para financiamento e assistência técnica.

Embora a cana ainda se apresente como uma das produções mais rentáveis no

Território, a diversificação da produção impõe-se como uma opção necessária para o

desenvolvimento sustentável.

Outro forte problema para a agricultura familiar são as péssimas condições de

Infra-estrutura (estradas, pontes e eletrificação rural) dificultando o escoamento da

produção local, e consequentemente a comercialização. Tal situação acarreta na relação

dos agricultores com o mercado a partir da figura do atravessador, que se apropria da maior

parte dos recursos gerados.

Trabalhador tornou-se patrão, mas não sabe administrar a produção, agravado

pelo analfabetismo.

No Território ainda há grande número de trabalhadores sem acesso a terra,

mesmo assim o quadro retratado acima tem levado ao abandono da terra por parte de

alguns, que revertem à condição de assalariado da usina, ou, na melhor das hipóteses à

produção de cana para a usina.

A assistência técnica na Mata Sul só dispõe de 6 técnicos do sistema público.

PTDRS MATA SUL 84

O sistema e infra-estrutura de segurança deficiente para produzir, se o produtor

não estiver no campo a produção poderá ser roubada.

¡Político-institucional

O que encontramos são produtores endividados, muitas vezes por falta de

conhecimento/capacitação, mas também pela forma de organização, isto é, cooperativas

que não desempenham de fato o cooperativismo. É alto índice de inadimplência devido aos

recursos mal aplicados.

O êxodo rural dos jovens, ficando os pais trabalhando na terra, e os filhos

abandonando a roça para irem para as grandes cidades, em busca de oportunidades. Estes

mesmos jovens que no campo estão desarticulados e sem um maior envolvimento com as

decisões, o mesmo acontecendo com as mulheres é necessário.

3.2.3.3. Principais Oportunidades

O Território está localizado em uma mesorregião de clima favorável tanto para

a produção quanto para o aproveitamento no turismo.

É cortado pela BR 101 sul, beneficiando a produção dos assentamentos que têm

estradas vicinais com condições boas para o escoamento da produção. Além de sua

proximidade com o complexo de Suape que facilitará processos de exportação, como

também dos grandes centros produtivos e consumidores.

A rede de ensino para agricultura através de escolas agrícola presentes na

região.

O apoio do atual governo federal para a agricultura familiar, o espaço de

comercialização na CEASA e os projetos de irrigação são outras oportunidades para o

território.

PTDRS MATA SUL 85

Temos ainda outras oportunidades não percebidas pelos atores sociais locais,

mas que consideramos importante salientar, são elas:

• A dinâmica do turismo internacional e nacional - existe uma tendência de

ampliação rápida do turismo orientado para natureza e para a cultura (histórico-

cultural e gastronômico), além do tradicional sol e mar, incluindo o turismo rural e

o turismo da terceira idade;

• A demanda mundial e nacional por produtos naturais - verifica-se uma rápida

expansão da demanda por produtos naturais (orgânicos) e, principalmente, por

marcas identificadas com os valores ambientais e sociais, abrindo grandes nichos

de mercado para os agricultores familiares competitivos. E esta demanda já inclui

produtos que o Território pode investir, como por exemplo, os derivados da cana

como rapadura, açúcar mascavo e aguardente;

• A crescente demanda por produtos alimentares no país - deve promover um

aumento significativo da demanda por produtos agrícolas e industriais, inclusive

devido ao crescimento dos Programas Sociais.

3.2.3.4. Principais Ameaças

O território precisa está preparado para minimizar os efeitos do

descompromisso de alguns setores públicos, que dificulta o desenvolvimento dos

agricultores familiares, como por exemplo, o desinteresse dos governos municipais na

construção, recuperação e manutenção de estradas vicinais.

O crédito sendo liberado fora do tempo, isto é, sem se preocupar com o respeito

ao tempo de plantio, levando o agricultor a plantar fora do período, consequentemente

dificultando quando chega a época do pagamento.

A facilidade da comercialização da cana-de-açúcar, que ao contrário de outras

atividades possui centros de beneficiamentos.

A falta de agilidade do INCRA que passa de 3 a 4 anos em um processo de

assentamento.

PTDRS MATA SUL 86

Além do que é percebido pelos atores sociais locais o Território por se localizar

na mesorregião da Mata Pernambucana está frente a outras ameaças, tais como:

• A grande disputa de competitiva (produtividade e qualidade) – para minimizar os

efeitos desta ameaça o território precisa elevar o nível de escolaridade, investir na

capacitação da mão de obra, e crescer na capacidade de inovação tecnológica,

fatores que se encontra com grandes deficiências;

• O aumento das barreiras não tarifárias no comércio – aqui passa pelas exigências de

qualidade dos produtos e serviços no que se refere às condições de sustentabilidade

ambiental e social da produção, um dos mecanismos de restrição de importações

são os sistemas de controle de qualidade e fito-sanitário, aspectos que a Zona da

Mata tem grandes debilidades;

• A instabilidade de preços e declínio dos termos de troca do açúcar;

• O retorno do Projeto PROÁLCOOL – apesar de ter suas vantagens (ex: a demanda

de energia renovável), também se constitui numa ameaça, pois poderá levar os

agricultores familiares a querer ampliar a área plantada com cana-de-açúcar,

desestimulando a diversificação da estrutura produtiva do Território.

PTDRS MATA SUL 87

4. PROGRAMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

4.1 VISÃO DE FUTURO

Durante as oficinas de construção do PTDRS os atores sociais locais foram

definindo focos que apontam para o perfil desejado do Território. A seguir temos a síntese

dos desejos elencados, muitas vezes chamados de desafios.

A Visão de Futuro do Território

Educação: Os professores foram qualificados e são bem remunerados. Os jovens e

adultos alfabetizados com o foco no desenvolvimento sustentável. As escolas dispõem

de merenda de qualidade. Tudo isto contribuiu para a redução do analfabetismo no

território.

Econômico: os agricultores com acesso a fontes adequadas e disponíveis para o

financiamento da produção, ao mercado, pois foram capacitados, informados e estão

organizados para agricultura familiar sustentável. Com isto houve a diversificação de

cultura e agricultura familiar proporciona renda durante todo o ano, inclusive com os

filhos dos agricultores beneficiando a produção, o que antes o agricultor perdia, hoje

tem o aproveitamento total da produção, o produto não vendável se transforma em

ração, doces. A renda familiar é a partir do trabalho de todos, da participação da

família, porque as crianças foram orientadas para enxergarem a riqueza da terra, e não

mais vêem os pais como ultrapassados, formando jovens que se articula para crescerem

sem precisar buscar oportunidades nas cidades.

Político-institucional : o território formar parcerias, troca experiências, pois tem um

acompanhamento técnico, com liderança e habilidade, além do conhecimento. Os

agricultores superaram a inadimplência, se organizaram em cooperativas e alternam o

poder.

4.2. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS

O Desenvolvimento Territorial da Zona da Mata Sul de Pernambuco só será

sustentável na presença de alguns elementos que são indispensáveis:

• Forte política de Reforma Agrária para ampliar os assentamentos e consolidar os

PTDRS MATA SUL 88

assentamentos existentes;

• Criação de referências para um modelo de desenvolvimento da agricultura familiar

na região baseada em estratégias econômicas e ambientais que caminhe numa

perspectiva da sustentabilidade;

• Diversificação da produção organizando os produtores para o acesso aos mercados

fortalecendo o trabalho associativo e transformando o agricultor em empreendedor;

• Garantia de uma assistência técnica adequada que capacite os produtores para

saírem da condição de trabalhadores onde eram guiados;

• Organização da produção por cadeia produtiva e criação de pólos produtivos.

4.2.1. Eixos Aglutinadores, Programas e Projetos

A construção dos eixos estratégicos foi precedida pela análise da situação atual

do território. O levantamento dos problemas e potencialidades e de outras necessidades ou

condições para o desenvolvimento territorial em foco. Toda essa dinâmica resultou na

identificação do que viria a ser os eixos aglutinadores ou eixos estratégicos para o

desenvolvimento territorial.

As propostas de eixos aglutinadores foram definidas em torno do acesso ao

crédito e a terra, infra-estrutura, educação do campo, assistência técnica, tecnologia e

pesquisa, cooperativismo e associativismo, capacitação, agroindústria familiar e inserção

no mercado.

A seguir teremos os eixos aglutinadores com seus programas e projetos. É

importante ressaltar que alguns programas têm, além dos projetos, algumas ações, que

devem ser levadas em consideração quando da execução de alguns projetos definidos.

Algumas vezes estas ações antecedem a própria execução de um projeto.

4.2.1.1. Eixo Aglutinador 1 – Fortalecimento e valorização da produção da agricultura

familiar

¡Programa - Agroindústria Familiar

PTDRS MATA SUL 89

A) Projetos

1) Fortalecimento dos arranjos produtivos a partir da verticalização da produção

2) Fortalecimento do processo de comercialização

3) Articulação das agroindústrias familiares em nível de território

4) Resgate das experiências e cultura tradicional sobre aproveitamento beneficiamento

da produção

5) Estímulo à produção para o consumo e garantia mínima de consumo pelo mercado

6) Estímulo a implantação de atividades de piscicultura, apicultura e carcinocultura

7) Implantação da “Baia Comunitária” e Unidade de beneficiamento do leite

8) Criação das unidades de beneficiamento da produção dos assentamentos utilizando

a infra-estrutura das massas falidas

9) Capacitação das famílias em estratégias de agroindustrialização

B) Outras ações

1) Levantamento das prioridades de cada assentamento;

2) Implantação da comissão de acompanhamento da execução das obras de infra-

estrutura dos assentamentos;

3) Articulação com o SEBRAE para o processo de discussão sobre o desenvolvimento

da Mata Sul, buscando a possibilidade de ter um representante da comissão

territorial com assento no conselho do SEBRAE;

4) Encaminhamento de proposta de ajustes curriculares com foco na valorização da

agricultura familiar para o Ministério da Educação, secretarias municipais e

estaduais de educação.

¡Programa – Tecnologia e Pesquisa

A) Projetos

1) Valorização das tecnologias locais e das estratégias de diversificação produtiva

para o modelo familiar

2) Incentivo às experiências de novas estratégias e formas de mercado

PTDRS MATA SUL 90

3) Resgate de estratégias de comercialização usadas no passado

4) Incentivo para a comercialização da produção no território

5) Inclusão na formação acadêmica /técnica dos temas da agricultura familiar e da

agroecologia

6) Difusão dos trabalhos com a agricultura familiar e agroecologia

7) Capacitação nas questões de mercado - oficinas e seminários

8) Gestão dos recursos hídricos

B) Outras ações

1) Pesquisa sobre o modelo fiscal utilizado para a agricultura familiar, para saber se

atende à realidade;

2) Cruzamento das tecnologias da agricultura de precisão com a agricultura familiar;

3) Abordagem sobre as diversas lógicas de trocas existentes no território;

4) Identificação de outras formas de modelo existentes no território;

5) Criação de um grupo de estudo específico / incluir a discussão da ECOSOL no

projeto de desenvolvimento territorial.

¡Programa – Inserção no Mercado

A) Projetos

1) Fortalecimento do acesso aos mercados

2) Identificação de mercados (interno, regional, nacional e internacional)

3) Estímulo ao cooperativismo associativismo a luz da economia solidária e

empreendedorismo

4) Estímulo à formação de redes de apoio à inserção nos mercados (assessoria

mercadológica específica e permanente)

5) Promoção de oficinas e eventos de intercâmbio de experiências

6) Estudo das cadeias produtivas

7) Desenvolvimento do selo de qualificação sócio-ambiental

8) Implantação do Núcleo de Comercialização e Divulgação dos produtos da

agricultura Familiar no território

PTDRS MATA SUL 91

B) Outras ações

1) Articulação para compras governamentais;

2) Incentivo ao consumo solidário local;

3) Qualificação do produto de acordo com público-alvo.

¡Programa – Acesso ao Crédito

A) Projetos

1) Fortalecimento da política de crédito

2) Democratização das linhas de crédito

3) Criação de Cooperativa de crédito

4) Elaboração de um plano territorial de crédito que atenda progressivamente o

território

B) Outras ações

1) Divulgação das linhas de crédito existentes de forma eficiente;

2) Criação de ambientes para orientar a operação de crédito (estrutura física e

humana);

3) Estímulo à criação de Fundo Rotativo para sensibilizar as comunidades para

o acesso ao crédito;

4) Disponibilização de informações sobre recursos da cooperação

internacional;

5) Divulgação de experiências exitosas de Cooperativas de Crédito;

6) Capacitação técnica dos grupos interessados;

7) Captação de recursos;

8) Articulação dos atores envolvidos.

PTDRS MATA SUL 92

¡Programa – Fortalecimento Assistência Técnica

A) Projetos

1) Estruturação da ATER - comunicação, transporte, computador e profissionais

2) Capacitação periódica em agroecologia

3) Inserção dos filhos de agricultores nas escolas agrícolas e nas experiências de

referência

4) Levantamento das instituições e do nº. de profissionais da ATER que estão atuando

no território

5) Capacitação para elaboração de projetos informatizados

6) Formação de uma comissão para da ATER

7) Criação de um consórcio de ATER

8) Criação de áreas experimentais nas escolas agrícolas e assentamentos

9) Formação de uma rede de instituições técnicas

B) Outras ações

1) Incentivo a bolsas para os filhos dos agricultores;

2) Incentivo a estágios remunerados.

4.2.1.2. Eixo Aglutinador – Implantação, implementação e fortalecimento de Políticas

Públicas

¡Programa – Acesso a Terra

A) Projetos

1) Estudo físico sócio-econômico de todos os assentamentos para o planejamento

integrado e articulado territorialmente

PTDRS MATA SUL 93

2) Georeferenciamento das terras do território, para a Reforma Agrária e Agricultura

familiar

3) Apoio à organização em nível territorial de todos os assentamentos

4) Levantamento das áreas disponíveis para a Reforma Agrária

5) Implantação de banco de tecnologias produtivas de fácil acesso

¡Programa – Educação no Campo

A) Projetos

1) Fortalecimento da identidade cultural a partir da arte-educação

2) Alfabetização e qualificação para a produção agrícola

3) Formação profissional: produção, comercialização, créditos e políticas públicas

4) Estudo histórico antropológico e das manifestações culturais

5) Fortalecimento dos produtores culturais populares

6) Capacitação e formação técnica de professores e monitoras

B) Outras ações

1) Educação direcionada para Acampados e Assentados da R.A.;

2) Adequação da metodologia de ensino para a realidade local;

3) Inclusão na grade curricular “Práticas Agrícolas”;

4) Sensibilização das escolas agrotécnicas para a agricultura familiar orgânica (aulas

de campo, banco de sementes, produção de mudas, adequação do método de ensino

e grade curricular para agricultura familiar orgânica, dar oportunidade aos filhos de

agricultores e apóio técnico aos agricultores utilizando sua estrutura produtiva com

a criação de estágio para os alunos com os técnicos de ATER que atuam nos

assentamentos da região);

5) Estímulo à novos intercâmbios, estágios, especialização técnica, formação de

monitores.

¡Programa – Cooperativismo e Associativismo

PTDRS MATA SUL 94

A) Projetos

1) Fortalecimento do cooperativismo e do acesso aos mercados

2) Divulgação sobre o cooperativismo, associativismo e economia solidária

3) Incentivo à liberação/isenção dos impostos das cooperativas no primeiro ano de

formalização

4) Incentivo à introdução do tema cooperativismo nos currículos das escolas públicas

5) Criação de cooperativismo de crédito para os trabalhadores da agricultura familiar

6) Apoio e fortalecimento das cooperativas existentes

B) Outras ações

1) Sensibilização e Mobilização nos municípios com os trabalhadores da agricultura

familiar;

2) Realização de negociações entre os órgãos competentes /instituições

governamentais)

¡Programa – Incremento e melhoramento da Infra-estrutura Social e Produtiva

¡Projetos

1) Intensificação de melhorias de estradas rurais

2) Re-equipamento de Casas de Farinha

3) Construção de privadas com fossas sépticas rurais e urbanas

4) Saneamento básico

5) Construção de PSF na zona rural em áreas ainda não contempladas

6) Abastecimento de água na zona rural

7) Construção de poços artesianos na zona rural

8) Intensificação da eletrificação na zona rural

9) Eletrificação trifásica

10) Recuperação de moradias rurais

11) Escolas na área rural

12) Habitação rural

PTDRS MATA SUL 95

13) Centro de dados em rede / informatização

14) Armazenamento de água: açudes, barragens

15) Energia: Tecnologias alternativas, energia renovável

¡Programa – Capacitação

A) Projetos

1) Criação de um centro de capacitação para as famílias assentadas

2) Criação de um banco de mudas e sementes

3) Incentivo ao redirecionamento das oficinas do PETI para as práticas agrícolas e

artesanato

4) Apoio ao Turismo rural

5) Capacitação em manejo rural

6) Resgate das várias experiências de tecnologias alternativas (sistematização e

divulgação destas alternativas)

7) Desenvolvimento e implantação de experimentos pedagógicos (apoio ao processo

de intercâmbio das experiências)

8) Fortalecimento das organizações já existentes

9) Capacitação dos agricultores para produção de mudas

10) Aproveitamento do espaço da massa falida da central de Barreiros e Tiuma como

centro de capacitação para beneficiamento dos produtos agrícolas e artesanais

B) Outras ações

1) Pesquisa sobre novas formas associativas, frente à nova ordem econômica;

2) Potencialização das escolas agrotécnicas que existem no território

4.2.2. Classificação dos Projetos

A SDT classifica os projetos em três categorias considerando seus objetivos,

que são: projetos estruturantes, produtivos e sociais.

PTDRS MATA SUL 96

4.2.2.3. Projetos Estruturantes

Os projetos desta categoria são aqueles voltados para a implantação ou

ampliação de qualquer tipo de infra-estrutura social, econômica e ambiental, podendo

também ser incluído os projetos de educação que oriente o novo estilo de desenvolvimento

e possibilite a criação de condições favoráveis para a viabilização dos projetos econômicos

e sociais. São eles:

• Gestão dos recursos hídricos

• Implantação do Núcleo de Comercialização e Divulgação dos produtos da

agricultura Familiar no território

• Estruturação da ATER - comunicação, transporte, computador e profissionais

• Alfabetização e qualificação para a produção agrícola

• Formação profissional: produção, comercialização, créditos e políticas públicas

• Capacitação e formação técnica de professores e monitoras

• Intensificação de melhorias de estradas rurais

• Re-equipamento de Casas de Farinha

• Construção de privadas com fossas sépticas rurais e urbanas

• Construção de PSF na zona rural em áreas ainda não contempladas

• Construção de poços artesianos na zona rural

• Intensificação da eletrificação na zona rural

• Eletrificação trifásica

• Escolas na área rural

• Centro de dados em rede / informatização

• Armazenamento de água: açudes, barragens

• Energia: Tecnologias alternativas, energia renovável

• Criação de um centro de capacitação para as famílias assentadas

• Aproveitamento do espaço da massa falida da central de Barreiros e Tiuma como

centro de capacitação para beneficiamento dos produtos agrícolas e artesanais

PTDRS MATA SUL 97

4.2.2.2. Projetos Sociais

Os projetos enquadrados nesta categoria se configuram em projetos públicos, de

caráter redistributivo e/ou compensatórios, voltados para a superação dos passivos sociais

nas áreas de: organização social, saúde, saneamento, segurança alimentar, habitação,

dentre outros. Neste sentido temos os projetos:

• Estímulo ao cooperativismo associativismo a luz da economia solidária e

empreendedorismo

• Estímulo à formação de redes de apoio à inserção nos mercados (assessoria

mercadológica específica e permanente)

• Fortalecimento da política de crédito

• Democratização das linhas de crédito

• Criação de Cooperativa de crédito

• Elaboração de um plano territorial de crédito que atenda progressivamente o

território

• Inserção dos filhos de agricultores nas escolas agrícolas e nas experiências de

referência

• Estudo físico sócio-econômico de todos os assentamentos para o planejamento

integrado e articulado territorialmente

• Georeferenciamento das terras do território, para a Reforma Agrária e Agricultura

familiar

• Apoio à organização em nível territorial de todos os assentamentos

• Levantamento das áreas disponíveis para a Reforma Agrária

• Implantação de banco de tecnologias produtivas de fácil acesso

• Fortalecimento da identidade cultural a partir da arte-educação

• Estudo histórico antropológico e das manifestações culturais

• Fortalecimento dos produtores culturais populares

• Fortalecimento do cooperativismo e do acesso aos mercados

• Divulgação sobre o cooperativismo, associativismo e economia solidária

PTDRS MATA SUL 98

• Incentivo à liberação/isenção dos impostos das cooperativas no primeiro ano de

formalização

• Incentivo à introdução do tema cooperativismo nos currículos das escolas públicas

• Criação de cooperativismo de crédito para os trabalhadores da agricultura familiar

• Apoio e fortalecimento das cooperativas existentes

• Saneamento básico

• Recuperação de moradias rurais

• Habitação rural

• Fortalecimento das organizações já existentes

4.2.2.3. Projetos Produtivos

E quanto aos produtivos são aqueles voltados para a obtenção de qualquer

produto ou serviço em qualquer setor ou ramos de atividade produtiva de melhoria da

renda e dando suporte ao aumento da competitividade territorial. A seguir estão elencados

os projetos classificados nesta categoria:

• Fortalecimento dos arranjos produtivos a partir da verticalização da produção

• Fortalecimento do processo de comercialização

• Articulação das agroindústrias familiares em nível de território

• Resgate das experiências e cultura tradicional sobre aproveitamento beneficiamento

da produção

• Estímulo à produção para o consumo e garantia mínima de consumo pelo mercado

• Estímulo a implantação de atividades de piscicultura, apicultura e carcinocultura

• Implantação da “Baia Comunitária” e Unidade de beneficiamento do leite

• Criação das unidades de beneficiamento da produção dos assentamentos utilizando

a infra-estrutura das massas falidas

• Capacitação das famílias em estratégias de agroindustrialização

• Valorização das tecnologias locais e das estratégias de diversificação produtiva

para o modelo familiar

• Incentivo às experiências de novas estratégias e formas de mercado

• Resgate de estratégias de comercialização usadas no passado

PTDRS MATA SUL 99

• Incentivo para a comercialização da produção no território

• Inclusão na formação acadêmica /técnica dos temas da agricultura familiar e da

agroecologia

• Difusão dos trabalhos com a agricultura familiar e agroecologia

• Capacitação nas questões de mercado - oficinas e seminários

• Fortalecimento do acesso aos mercados

• Identificação de mercados (interno, regional, nacional e internacional)

• Estímulo à formação de redes de apoio à inserção nos mercados (assessoria

mercadológica específica e permanente)

• Promoção de oficinas e eventos de intercâmbio de experiências

• Estudo de cadeias produtivas

• Desenvolvimento do selo de qualificação sócio-ambiental

• Capacitação periódica em agroecologia

• Levantamento das instituições e do nº. de profissionais da ATER que estão atuando

no território

• Capacitação para elaboração de projetos informatizados

• Formação de uma comissão para da ATER

• Criação de um consórcio de ATER

• Criação de áreas experimentais nas escolas agrícolas e assentamentos

• Formação de uma rede de instituições técnicas

• Criação de um banco de mudas e sementes

• Incentivo ao redirecionamento das oficinas do PETI para as práticas agrícolas e

artesanato

• Apoio ao Turismo rural

• Capacitação em manejo rural

• Resgate das várias experiências de tecnologias alternativas (sistematização e

divulgação destas alternativas)

• Capacitação dos agricultores para produção de mudas

PTDRS MATA SUL 100

5. CONCLUSÃO

O processo de elaboração do PTDRS da Mata Sul foi rico nas discussões, de

questões que demandaram, em alguns momentos, ações imediatas, a questões de cunho

estratégico. Dentre eles os atores sociais locais refletiram sobre a gestão do Plano. A seguir

retrataremos um pouco do que esses atores pensam sobre a gestão.

A elaboração do “modelo” de Gestão do PTDRS na Mata Sul, seguiu uma

metodologia básica, flexível e adaptável para cada Território construída pela SDT-MDA.

Esse modelo, na realidade, é o modelo de gestão para o Desenvolvimento Territorial não

simplesmente para o Plano Territorial. Ficando entendido que o Plano é o instrumento

fundamental para o Desenvolvimento do Território, mas o Desenvolvimento do Território

deve ir para além do Plano.

Ele representa um primeiro esboço de uma proposta de Gestão Territorial,

construído a partir das discussões acumuladas, realizadas a partir de uma Oficina

Territorial sobre o tema, na cidade de Palmares em outubro de 2004.

É uma primeira tentativa de construção de uma proposta de Gestão buscando a

articulação dos diversos atores e de uma estratégia mais profunda de como envolver os

diversos atores no processo de Gestão do Desenvolvimento Territorial. Portanto, não é um

modelo definitivo e não representa ainda a proposta final de Gestão do Plano de

Desenvolvimento do Território.

Procurou-se respeitar o estagio atual de formulação dos atores sociais,

entendendo que a própria realidade, a dinâmica do dia-a-dia e a postura progressiva e

evolutiva irão aperfeiçoar a concepção e a organização do Desenvolvimento Territorial.

Como este documento não tem o caráter conclusivo, deverá ser complementado

com outras discussões que ocorrerem no território para a consolidação do Plano Territorial

de Desenvolvimento Rural Sustentável.

O modelo pensado foi a partir da articulação do território em torno de 3

PTDRS MATA SUL 101

microrregiões sem perder o foco no Território, onde cada microrregião terá uma Comissão

que formará o Fórum Territorial.

As microrregiões que foram definidas conforme Figura 05, tomarão decisões e

trará para o Fórum Territorial, que ocorrerá a partir das comissões de cada microrregião.

Figura 05 - Microrregiões para a Gestão do Território da Mata Sul

Fonte: Relatório do Produto 12 – Gestão Social do Território

6. ANEXOS

ANEXO 1

Tabela 18 - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000

Município IDHM, 1991 IDHM, 2000Território (média) 0,496 0,606Amaraji (PE) 0,495 0,617Água Preta (PE) 0,482 0,597Barreiros (PE) 0,583 0,635Belém de Maria (PE) 0,493 0,59Bonito (PE) 0,477 0,593

PTDRS MATA SUL

Barreiros

São J. da C. GrandeTamandaré

Rio FormosoPalmares

São Benedito do Sul CatendeMaraialBonito

Água PretaJaqueira

Belém de MariaJoaquim Nabuco

Xexéu

Ribeirão

AmarajiCortes

GameleiraPrimavera

102

Catende (PE) 0,532 0,644Cortês (PE) 0,466 0,582Gameleira (PE) 0,482 0,59Jaqueira (PE) 0,476 0,588Joaquim Nabuco (PE) 0,494 0,613Maraial (PE) 0,474 0,564Palmares (PE) 0,558 0,653Primavera (PE) 0,495 0,632Ribeirão (PE) 0,562 0,658Rio Formoso (PE) 0,516 0,621São Benedito do Sul (PE) 0,404 0,549São José da Coroa Grande (PE) 0,498 0,628Tamandaré (PE) 0,496 0,596Xexéu (PE) 0,435 0,561Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

PTDRS MATA SUL 103

ANEXO 2

Tabela 19 - Índice de Desenvolvimento Humano - Dimensões, 1991 e 2000

MunicípioIDHM-Renda,

1991

IDHM-Renda,

2000

IDHM-Longevidade, 1991

IDHM-Longevidade, 2000

IDHM-Educação,

1991

IDHM-Educação,

2000Território (média) 0,466 0,508 0,550 0,642 0,471 0,668Amaraji (PE) 0,454 0,502 0,587 0,688 0,445 0,662Água Preta (PE) 0,458 0,471 0,557 0,677 0,432 0,642Barreiros (PE) 0,544 0,53 0,609 0,65 0,595 0,724Belém de Maria (PE) 0,463 0,484 0,541 0,627 0,474 0,658Bonito (PE) 0,478 0,546 0,528 0,61 0,425 0,623Catende (PE) 0,479 0,548 0,573 0,687 0,545 0,696Cortês (PE) 0,452 0,492 0,479 0,572 0,468 0,682Gameleira (PE) 0,455 0,496 0,53 0,627 0,462 0,648Jaqueira (PE) 0,468 0,47 0,53 0,619 0,43 0,674Joaquim Nabuco (PE) 0,456 0,505 0,541 0,679 0,486 0,656Maraial (PE) 0,459 0,458 0,597 0,607 0,367 0,628Palmares (PE) 0,534 0,591 0,573 0,631 0,566 0,738Primavera (PE) 0,447 0,514 0,537 0,679 0,5 0,704Ribeirão (PE) 0,503 0,56 0,652 0,719 0,53 0,694Rio Formoso (PE) 0,446 0,508 0,579 0,66 0,524 0,695São Benedito do Sul (PE) 0,435 0,452 0,461 0,598 0,317 0,597São José da Coroa Grande (PE) 0,467 0,537 0,527 0,652 0,5 0,696Tamandaré (PE) 0,442 0,513 0,559 0,627 0,488 0,649Xexéu (PE) 0,42 0,47 0,487 0,584 0,398 0,628Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

PTDRS MATA SUL 104

ANEXO 3

Tabela 20 – Pessoas analfabetas, 1991 e 2000

MunicípioPercentual de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas,

1991

Percentual de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas, 2000

Território (média) 39,16 28,84Amaraji (PE) 56,87 37,35Água Preta (PE) 55,79 39,6Barreiros (PE) 39,9 30,76Belém de Maria (PE) 54,51 41,95BonitoCatende (PE) 46,42 33,94Cortês (PE) 53,69 36,09Gameleira (PE) 52,76 37,83Jaqueira (PE) 58,85 39,94Joaquim Nabuco (PE) 51,29 38,06Maraial (PE) 64,04 42,77Palmares (PE) 42,21 27,79Primavera (PE) 52,21 32,67Ribeirão (PE) 45,45 33,48Rio Formoso (PE) 48,67 33,78São Benedito do Sul (PE) 68,93 48,35São José da Coroa Grande (PE) 50,12 33,52Tamandaré (PE) 50,34 36,88Xexéu (PE) 59,08 43,94

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

PTDRS MATA SUL 105

ANEXO 4

Tabela 21 – Déficit Educacional, 2000Matrícula Pop.

0 a 6 aDéficit Matrícula Pop.

7 a 14 aDéficit Matrícula Pop.

15 a 17 aDéficit

Território 9.033 60192 85,0 109.737 82804 32,5 16.170 32164 49,7Água Preta - PE

631 2982 78,8 8.519 4132 106,2 840 1649 49,1

Amaraji - PE 468 4265 89,0 5.860 5740 2,1 421 2259 81,4

Barreiros - PE

1.475 5035 70,7 10.481 7208 45,4 2.691 3033 11,3

Belém de Maria - PE

165 1476 88,8 2.778 1959 41,8 634 753 15,8

Bonito - PE 471 5298 91,1 8.358 7110 17,6 972 2600 62,6

Catende - PE 815 4169 80,5 8.619 5907 45,9 1.517 2181 30,4

Cortês - PE 230 1725 86,7 4.038 2550 58,4 361 1030 65,0

Gameleira - PE

195 3401 94,3 6.967 4651 49,8 702 1862 62,3

Jaqueira - PE 231 1705 86,5 3.413 2510 36,0 237 933 74,6

Joaquim Nabuco - PE

230 2288 89,9 4.504 3256 38,3 438 1224 64,2

Maraial - PE 155 2282 93,2 3.078 2794 10,2 291 1054 72,4

Palmares - PE

1.538 7260 78,8 14.435 10294 40,2 3.050 3899 21,8

Primavera 156 1607 90,3 2.884 2156 33,8 352 852 58,7

Ribeirão - PE 571 5498 89,6 9.273 7349 26,2 1.417 3019 53,1

Rio Formoso - PE

695 2889 75,9 5.368 4174 28,6 943 1665 43,4

São Benedito do Sul - PE

152 1518 90,0 2.846 2077 37,0 192 797 75,9

São José da Coroa Grande - PE

380 2054 81,5 3.681 2704 36,1 559 1093 48,9

Tamandaré - PE

631 2597 75,7 4.398 3454 27,3 242 1264 80,9

Xexéu - PE 0 2143 100,0 3.121 2779 12,3 311 997 68,8

Fonte: INEP, 2000

PTDRS MATA SUL 106

ANEXO 5

Tabela 22 – Grau de desigualdade

Município Índice de Gini, 1991

Índice de Gini, 2000

Território (média) 0,53 0,57Amaraji (PE) 0,54 0,52Água Preta (PE) 0,52 0,6Barreiros (PE) 0,73 0,59Belém de Maria (PE) 0,53 0,57Bonito (PE) 0,53 0,65Catende (PE) 0,57 0,58Cortês (PE) 0,5 0,53Gameleira (PE) 0,51 0,53Jaqueira (PE) 0,47 0,54Joaquim Nabuco (PE) 0,48 0,57Maraial (PE) 0,58 0,54Palmares (PE) 0,54 0,61Primavera (PE) 0,47 0,55Ribeirão (PE) 0,56 0,62Rio Formoso (PE) 0,49 0,56São Benedito do Sul (PE) 0,47 0,57São José da Coroa Grande (PE) 0,56 0,63Tamandaré (PE) 0,53 0,63Xexéu (PE) 0,49 0,53Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

PTDRS MATA SUL 107

ANEXO 6

Tabela 23 – Renda per capita, 1991 e 2000

MunicípioRenda per

Capita1991

Renda per Capita2000

ReduçãoValor

Redução%

Território (média) 64,87 83,68 18,81 29,0Amaraji (PE) 59,26 79,13 19,87 33,5Água Preta (PE) 60,65 65,5 4,85 8,0Barreiros (PE) 101,48 93,22 -8,26 -8,1Belém de Maria (PE) 62,64 70,96 8,32 13,3Bonito (PE) 68,54 102,46 33,92 49,5Catende (PE) 68,74 104,19 35,45 51,6Cortês (PE) 58,38 74,18 15,80 27,1Gameleira (PE) 59,69 76,15 16,46 27,6Jaqueira (PE) 64,23 65,03 0,80 1,2Joaquim Nabuco (PE) 59,76 80,37 20,61 34,5Maraial (PE) 61,12 60,57 -0,55 -0,9Palmares (PE) 95,47 134,47 39,00 40,9Primavera (PE) 56,73 84,88 28,15 49,6Ribeirão (PE) 79,29 111,54 32,25 40,7Rio Formoso (PE) 56,38 81,97 25,59 45,4São Benedito do Sul (PE) 52,8 58,55 5,75 10,9São José da Coroa Grande (PE) 64,12 97,58 33,46 52,2Tamandaré (PE) 55,08 84,15 29,07 52,8Xexéu (PE) 48,23 64,99 16,76 34,8Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

PTDRS MATA SUL 108

7. CRÉDITOS

SDT – Humberto Oliveira (Secretário da SDT)

– Jeanne Maria Duarte (Consultora Territorial da SDT)

– Marcelo Lima (Articulador Territorial)

CEDRS -

Coordenação do Fórum de Desenvolvimento Territorial da Mata Sul -

Entidade elaboradora do PTDRS: COOPAGEL

PTDRS MATA SUL 109

8. PROJETO DE SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS PLANOS TERRITORIAIS

COORDENAÇÃO: DRA. TÂNIA BACELARE EQUIPE TÉCNICA.

PTDRS MATA SUL 110

10. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO SUMÁRIO

Maria Nazaré Cavalcanti da Silva (Rede de Cooperação Técnica – RECAT e consultora da Rede Nacional de Colaboradores da SDT).

PTDRS MATA SUL 111

LISTA DE SIGLAS

ADAGRO Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de PernambucoASSOCENE Associação das Cooperativas do NordesteATER Assistência Técnica e Extensão RuralATES Assessoria Técnica, Social e AmbientalBASER Base de ServiçosBID Banco Interamericano de DesenvolvimentoCEDRS Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural SustentávelCIAT Comissão de Implantação das Ações TerritoriaisCMDR Conselho Municipal de Desenvolvimento RuralCODETER Colegiado de Desenvolvimento TerritorialCONDEPE / FIDEM

Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco

CONDRAF Conselho Federal de Desenvolvimento Rural da Agricultura FamiliarCOOPAGEL Cooperativa dos Profissionais em Atividades Gerais e Específicas LtdaDATASUS Departamento de Informática do SUSEAFB Escola Agrotécnica Federal de BarreirosFASE Federação de Órgãos para a Assistência Social e EducacionalFETAPE Federação dos Trabalhadores da Agricultura de PernambucoFUMAC Fundo Municipal de Apoio ComunitárioGDH Gerência de Desenvolvimento HumanoIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIDH Índice de Desenvolvimento HumanoINCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaIPA Instituto de Pesquisa AgropecuáriaMDA Ministério do Desenvolvimento AgrárioONG Organização não GovernamentalPA Projeto de AssentamentoPACS Programa de Agente Comunitário de SaúdePETI Programa de Erradicação do Trabalho InfantilPNUD Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoPPC Poder de Paridade de CompraPROMATA Programa de Desenvolvimento Local da Zona da MataPSF Programa de Saúde da FamíliaPTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural SustentávelRD Região de DesenvolvimentoSAF Sistema AgroflorestalSDT Secretaria de Desenvolvimento TerritorialSINTRAF Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura FamiliarSTR Sindicato dos Trabalhadores RuraisUFRPE Universidade Federal Rural de PernambucoZAPE Zoneamento Agroecológico de Pernambuco

PTDRS MATA SUL 112

LISTA DE TABELAS

Numeração Especificação Pág.Tabela 1 - Indicadores demográficos 29Tabela 2 - Número de matrículas por modalidade e nível de ensino no Território

(2002-2005)

39

Tabela 3 - Número de estabelecimentos por nível e modalidade de ensino –

2000 e 2005 no Território

41

Tabela 4 - Número de docentes por nível e modalidade de ensino – 2000 42Tabela 5 - Coeficiente de Mortalidade para algumas causas (por 100.000

habitantes) no Território – 2000 e 2003

45

Tabela 6 - Esperança de Vida ao Nascer no período de 1991-2000 47Tabela 7 - Probabilidade de sobrevivência no período 1991-2000 48Tabela 8 - Taxa Mortalidade Infantil no período de 1991 – 2000 49Tabela 9 - Número de leitos no Território por especificidades – 2003 56Tabela 10 - Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000 61Tabela 11 - Intensidade de Pobreza e de Indigência, 1991-2000 61Tabela 12 - Estabelecimentos agropecuários por utilização de terras no Território 68Tabela 13 - Rebanho no território, 2004 69Tabela 14 - Principais produtos agrícolas de lavouras permanentes, 2004 71Tabela 15 - Produtividade por Município, 2004 72Tabela 16 - Rendimento médio da produção por lavoura temporária 73Tabela 17 - Variáveis das Lavouras Temporárias, 2004 e 2005 74Tabela 18 - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000 104Tabela 19 - Índice de Desenvolvimento Humano - Dimensões, 1991 e 2000 105Tabela 20 - Pessoas analfabetas, 1991 e 2000 106Tabela 21- - Déficit Educacional, 2000 107Tabela 22 - Grau de desigualdade 108Tabela 23 - Renda per capita, 1991 e 2000 109

PTDRS MATA SUL 113

LISTA DE QUADROS

Numeração Especificação Pág.Quadro 1 - Relação das Instituições Governamentais 9Quadro 2 - Relação das Instituições e Entidades da Sociedade Civil 9Quadro 3 - Primeiro Ciclo 12Quadro 4 - Segundo Ciclo 13Quadro 5 - Atrativos turísticos no Território 65Quadro 6 - Entidades que atuam no Território da Mata Sul 76

PTDRS MATA SUL 114

LISTA DE GRÁFICOS

Numeração Especificação Pág.Gráfico 1 - População Urbana x População Rural em 1991 e 2000 28Gráfico 2 - Evolução da população rural e urbana no Território, 1991-2000 29Gráfico 3 - População por faixa etária 31Gráfico 4 - IDH-M dos municípios do Território em 2000 33Gráfico 5 - Contribuição para o crescimento do IDH-M 34Gráfico 6 - Média da Taxa de Analfabetismo no Território 36Gráfico 7 - Analfabetismo e rendimentos domiciliares - 2000 38Gráfico 8 - Número de matrículas no Território e no Estado 39Gráfico 9 - Mortalidade Proporcional - 2003 46Gráfico 10 - Indicadores de Mortalidade, 2001-2003 51Gráfico 11 - Serviços Sanitários Básicos no Território, 1991-2000 52Gráfico 12 - Cobertura do PACS e do PSF no Território - 2000 e 2005 57Gráfico 13 - Cobertura do PACS e do PSF por atividades Território - 2000 e 2005 58Gráfico 14 - Distribuição de área (ha) por ocupação 69

PTDRS MATA SUL 115

LISTA DE MAPAS

Numeração Especificação Pág.Mapa 01 - Localização do Território 19Mapa 02 - Taxa de Analfabetismo – 2000 35Mapa 03 - Taxa de Alfabetização 37Mapa 04 - Mortalidade em menores de 5 anos de idade – 2000 50Mapa 05 - Esgotamento Sanitário inadequado, 2000 53Mapa 06 - Destinação dos resíduos sólidos, 2000 54Mapa 07 - Abastecimento de água, 2000 55Mapa 08 - Renda de chefes de domicílios até 1 salário mínimo, 2000 62Mapa 09 - Taxa de Mortalidade por homicídio (por 100.000 habitantes) - 2003 75

PTDRS MATA SUL 116

LISTA DE FIGURAS

Numeração Especificação Pág.Figura 01 - Grandes Unidades de Paisagem 22Figura 02 - Unidades de Mapeamento de Solo 23Figura 03 - Aptidão Agroecológica 25Figura 04 - Potencial dos solos para irrigação 26Figura 05 - Microrregiões para a Gestão do Território da Mata Sul 103

PTDRS MATA SUL 117