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2011 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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2011

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável do Sertão do Pajeú

Governo Federal

Presidenta da República Dilma Vana Rousseff

Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário Afonso Bandeira Florence

Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário Márcia da Silva Quadrado

Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

Celso Lisboa de Lacerda Secretário Nacional de Desenvolvimento Territorial

Jerônimo Rodrigues Souza Secretário Nacional de Agricultura Familiar

Laudemir André Muller

Secretário Nacional de Reordenamento Agrário Adhemar Lopes de Almeida

Delegado Federal do MDA do Estado de Pernambuco Luiz Aroldo Lima

Departamento de Ações Territoriais

Fernanda Corezola Carlos Osório

Articulador Regional da SDT Henrique Farias

Articuladores Estaduais da SDT André Vasconcellos

Ícaro Lôbo

Colegiado do Território da Cidadania do Sertão do Pajeú

Núcleo Diretivo

Representantes de Movimentos Sociais (MMTR-NE - Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste,

FETAPE - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco, MST – Movimento Sem Terra, FETRAF - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco), Representante dos Governos

(Prefeitura de Afogados, PDHC – Projeto Dom Helder Câmara, IPA - Instituto Agronômico de Pernambuco), Representante dos

Conselhos Municipais (CMDRS de Iguaraci), Representante das ONGs do Território (Diaconia)

Núcleo Técnico DIACONIA, COOPAGEL - Cooperativas dos Profissionais em

Atividades Gerais, Base de Apoio às Cooperativas de Crédito, CENTRASS – Central das Associações Rurais e Urbanas de

Serra Talhada, CASA DA MULHER DO NORDESTE, IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco

Assessora Técnica Territorial

Claudia Rejane Maciel de Souza

Equipe Territorial

José Adelmo dos Santos

Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano -I ADH

Conselho Gestor do IADH

Silvana Parente, Tania Zapata e Zenaide Bezerra

Coordenadora Técnica do Projeto IADH / SDT

Jeanne Duarte

Moderação das oficinas e elaboração da versão inicial do PTDRS

Hélio Nunes Alencar, Paulo Pedro de Carvalho e Valéria Landim

Qualificação final do PTDRS e elaboração do Resumo Executivo

Jeanne Duarte e Nazaré Cavalcanti

Edição e Revisão Textual

Patrícia Paixão de Oliveira Leite e Mauro Rossiter Júnior

Gerente Administrativo/Financeira do IADH

Bevânia Nascimento

Projeto Gráfico

Via Design

Fotos

Edmar Melo

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

Sumário

LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................ 6

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 7

LISTA DE QUADROS ........................................................................................ 8

LISTA DE MAPAS .............................................................................................. 9

SIGLAS ............................................................................................................ 10

Apresentação ................................................................................................... 14

1. Caracterização Territorial ............................................................................. 19

1.1. AMBIENTE TERRITORIAL ................................................................. 19

1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................. 26

1.3. PROCESSO TERRITORIAL ............................................................... 27

1.3.1. Resgate do processo de elaboração do 1º PTDRS ...................... 27

1.3.2. Resgate do processo de requalificação do PTDRS 2009/2010 .... 29

1.3.3. Validação do PTDRS 2009/2010 .................................................. 34

2. Diagnóstico Territorial .................................................................................. 36

2.1. DIAGNÓSTICO INTERNO ..................................................................... 36

2.1.1. Dimensão Ambiental ..................................................................... 38

2.1.2. Dimensão Sócio-Cultural .............................................................. 51

2.1.3. Dimensão Econômica ................................................................... 73

2.1.4. Dimensão Político-Institucional ..................................................... 90

2.2. DIAGNÓSTICO EXTERNO .................................................................... 93

2.2.1. Economia ...................................................................................... 93

2.2.2. Pobreza ........................................................................................ 94

2.2.3. Desigualdade ................................................................................ 95

2.2.4. Política de Desenvolvimento Rural ............................................... 95

3. Visão de Futuro ............................................................................................ 99

4. Objetivos Estratégicos ................................................................................ 101

5. Valores e Princípios ................................................................................... 103

6. Diretrizes Principais .................................................................................... 105

6.1. FORTALECER A ECONOMIA DA AGRICULTURA FAMILIAR ........... 105

6.2. CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO .................................................. 106

6.3. PROMOVER A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA, EDUCAÇÃO NO

CAMPO E PARA O CAMPO ....................................................................... 106

6.4. SUPERAÇÃO DA DESIGUALDADE .................................................... 106

7. Eixos de Desenvolvimento ......................................................................... 109

8. Programas e Projetos Estratégicos ............................................................ 124

8.1. PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DAS PRINCIPAIS CADEIAS

PRODUTIVAS DO SERTÃO DO PAJEÚ .................................................... 124

8.2.1. Projeto Estratégico Revitalização de Microbacias Hidrográficas do

Rio Pajeú e Moxotó ................................................................................. 125

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

8.2.2. Projeto Estratégico Manejo da Caatinga .................................... 126

8.2.3. Projeto Estratégico Segurança Hídrica ....................................... 127

9. Proposta de Gestão do Plano Territorial .................................................... 130

9.1. DINÂMICA DE GESTÂO E MONITORAMENTO DO PTDRS .............. 132

9.2. AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............................. 133

9.3. ESTRATÉGIAS PARA APRIMORAR A GESTÃO DO PLANO DE

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ........................................................ 133

9.3.1. Fortalecimento do Colegiado e da integração com outras instâncias

de controle social ..................................................................................... 133

9.3.2. Critérios de participação dos diferentes atores do Território ...... 135

9.3.3. Comunicação .............................................................................. 136

Divulgação do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável ................. 138

Bibliografia Referencial .................................................................................. 140

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico Pág.

Gráfico 1 IDH-M de Educação, Longevidade e Rendano Território do

Sertão do Pajeú, 2000

56

Gráfico 2 Taxa de Analfabetismo no Território do Sertão do Pajeú, 2000 59

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

LISTA DE TABELAS

Tabela Pág.

Tabela 1 Comunidades Pesquisadas por Município do Território do

Sertão do Pajéu

37

Tabela 2 Número de Estabelecimentos Agropecuários por Sistema de

Preparo do Solo – Cultivo Convencional

41

Tabela 3 Terras Degradadas ou inaproveitáveis no Território do Sertão

do Pajeú

42

Tabela 4 Distribuição espacial da cobertura vegetal e outros usos 46

Tabela 5 População Territorial por Município - 2010 52

Tabela 6 Estabelecimento e área da agricultura familiar por Município

do Território da Cidadania do Sertão do Pajeú – 2006

53

Tabela 7 Número de Estabelecimentos de Ensino, Número de

Matrículas e Número de Docentes no Território do Sertão do

Pajeú por Município – 2009

58

Tabela 8 Programa Brasil Alfabetizado 57

Tabela 9 Taxa Mortalidade Infantil, Território do Pajeú, 1991 - 2000 63

Tabela 10 Esperança de Vida ao Nascer e Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal Longevidade, 1991 - 2000

63

Tabela 11 Principais açudes no Território do Sertão do Pajeú 65

Tabela 12 Taxa trimestral de criminalidade violenta letal e intencional em

Pernambuco, segundo regiões de desenvolvimento – 1º e 2º

trimestres 2009 / 1º e 2º trimestres 2010

72

Tabela 13 Empregos Gerados por Setor da Economia 75

Tabela 14 Aspectos Econômico e Rendimento Nominal Mensal 76

Tabela 15 Condição legal das terras dos produtores 77

Tabela 16 Utilização da Terra – Lavouras – Estabelecimentos

Agropecuários

78

Tabela 17 Utilização de Terras Pastagens – Estabelecimentos

Agropecuários

79

Tabela 18 Renda Per Capita 80

Tabela 19 Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003 81

Tabela 20 Evolução da Bolsa Família no Território do Sertão do Pajeú

PE

83

Tabela 21 Principais Lavouras Permanentes do Território do Sertão do

Pajeú

87

Tabela 22 Principais Lavouras Temporárias do Território do Sertão do

Pajeú

87

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

LISTA DE QUADROS

Quadro Pág.

Quadro 1 Organizações Presentes no Colegiado Territorial 22

Quadro 2 Composição do Núcleo Diretivo do Colegiado Territorial 25

Quadro 3 Composição do Núcleo Técnico do Colegiado Territorial 26

Quadro 4 Programação das Etapas do Processo de requalificação do PTDRS

30

Quadro 5 Programação1ª Oficina de Requalificação do PTDRS do Pajeú

32

Quadro 6 Roteiro para Realização das Oficinas nos CMDRS 33

Quadro 7 Programação da 2ª Oficina de Requalificação do PTDRS do Pajeú

34

Quadro 8 Atrativos Naturais, Artísticos e Culturais por Município 69

Quadro 9 Síntese da Atuação das Organizações no Território 92

Quadro 10 Eixos Estratégicos 109

Quadro 11 Eixo 1: Caprino / Ovinocultura 110

Quadro 12 Eixo 2: Apicultura 111

Quadro 13 Eixo 3: Cajucultura 112

Quadro 14 Eixo 4: Serviços Financeiros e Crédito 113

Quadro 15 Eixo 5: Organização Econômica e Associativa 114

Quadro 16 Eixo 6: Assessoria Técnica e Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável

115

Quadro 17 Eixo 7: Provimento de Segurança Hídrica 116

Quadro 18 Eixo 8: Recuperação Conservação e Uso Sustentável dos Recursos Naturais

117

Quadro 19 Eixo 9: Educação para o Campo 119

Quadro 20 Eixo 10: Políticas Afirmativas de Gênero, Geração e Etnias 121

Quadro 21 Programas e Projetos Estratégicos 124

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

LISTA DE MAPAS

Mapa Pág.

Mapa 1 Localização do Território do Sertão do Pajeú no Estado de Pernambuco

19

Mapa 2 Mapa do Território do Sertão do Pajeú 20

Mapa 3 Declividades 39

Mapa 4 Geologia 40

Mapa 5 Hidrografia 44

Mapa 6 Vegetação 46

Mapa 7 Pedologia

50

Mapa 8 IDH-M no Território, 2000

55

Mapa 9 Número de Vítimas de Crime Violento Letal e Intencional por

Município no Estado de Pernambuco 73

Mapa 10 Indigência no Território, 2000

82

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

SIGLAS

ADAGRO Agencia de Defesa Agropecuária de Pernambuco

ADESSU Associação do Desenvolvimento Rural Sustentável da

Serra da Baixa Verde

APA Área de Proteção Ambiental

APLs Arranjos Produtivos Locais

APOCCAPE Associação de Caprino Ovinocultores

ATER Assistência Técnica e Extensão Rural

BB Banco do Brasil

BNB Banco do Nordeste do Brasil

BPF Boas Práticas de Fabricação

CAPACIT Centro de Formação Profissionalizante Social e Político

CECOR Centro de Educação Comunitária Rural

CEDRS Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural

Sustentável

CEF Caixa Econômica Federal

CENTRASS Central das Associações Rurais e Urbanas de Serra

Talhada

CNDRSS Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural

Sustentável e Solidário

CODEVASF 3º SR Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco

e Parnaíba

COMDRUR Conselho de Desenvolvimento Rural e Urbano de Afogados

da Ingazeira

COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

Condepe-Fidem Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de

Pernambuco

COOPAGEL Cooperativas dos Profissionais em Atividades Gerais

COOPTECARA Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos de

Assentamentos de Reforma Agrária

CPRH Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos

CPT Comissão Pastoral da Terra

DATASUS Departamento de informática do Sistema Único de Saúde

do Brasil

ECOSOL Araripe Cooperativa de Crédito Solidário do Araripe

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FETAPE Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

FETRAF Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco

FIDA Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

GERES Gerencia Regional de Saúde

GRE Gerencia Regional de Educação

IBAMA / ICM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis/ Instituto Chico Mendes

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INSS Instituto Nacional de Seguro Social

FUNTEPE Fundo de Terras de Pernambuco

IPA Instituto Agronômico de Pernambuco

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário

MMTR-NE Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste

MPA Movimento dos Pequenos Agricultores

MPPE Ministério Público Federal

MST Movimento dos Sem Terra

ODM Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ONGs Organizações Não Governamentais

PAA Programa de Aquisição de Alimentos

PDHC Projeto Dom Helder Câmara

PIB Produto Interno Bruto

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PROINF Pronaf-Infraestrutura

PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos

Territórios Rurais

PRORURAL Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural

PTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável

RDs Regiões de Desenvolvimento

SARA Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária

SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio a pequenas Empresa

SECTMA Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente de

Pernambuco

SEDAR Secretaria de Desenvolvimento e Articulação Regional do

Estado de Pernambuco

SICAB Sistema de informações das Comunidades Afro-brasileiras

SINTRAF Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

SIT Sistema de Informações Territoriais

UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco

Apresentação

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

14 | P á g i n a

Apresentação

O Governo Federal buscando a superação das desigualdades

regionais elegeu como uma de suas prioridades a remontagem da estrutura de

planejamento. É então que a Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT)

do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) lança em 2003 o Programa

Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais – PRONAT,

onde se propõe uma nova política de desenvolvimento sustentável para o meio

rural, que tem como estratégia central a proposta de desenvolvimento

territorial.

A definição de Território rural proposta pela SDT é um espaço

geograficamente definido, caracterizado por critérios multidimensionais tais

como ambiente, economia, sociedade, cultura, política e instituições. Possui

população formada por grupos sociais relativamente distintos que se

interrelacionam interna e externamente por meio de processos caracterizados

por um ou mais elementos que indicam identidade, coesão e sentido de

pertencimento.

Cabe considerar, nas palavras do Secretário de Desenvolvimento

Territorial, Humberto Oliveira, que a concepção de Território rural adotada pela

SDT ainda está em construção, tanto pelos que participam diretamente de sua

prática, quanto pelos que a observam e contribuem, com críticas e sugestões,

no seu aperfeiçoamento.

Neste contexto o Território do Sertão do Pajeú emerge como um dos

protagonistas desta proposta de desenvolvimento, pois reúne um conjunto de

experiências da sociedade, em torno do desenvolvimento rural, construídas

historicamente, que lhe confere uma dinâmica muito especial. O movimento

sindical dos trabalhadores rurais, no Território do Pajeú, é forte e organizado. A

atuação de diversas ONGs e dos movimentos sociais relacionados às lutas de

trabalhadores (as) rurais e de agricultores (as) sem terra confere ao Território

uma boa capacidade de mobilização e de articulação dos atores sociais e tem

despontado na liderança de processos de organização social e mobilização em

torno de questões relacionadas com a convivência com o semi-árido. O Projeto

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

15 | P á g i n a

Dom Hélder Câmara - PDHC1 atua no Território desde 2002, realizando

projetos produtivos e sociais, fortalecendo também a capacidade de articulação

territorial dos atores sociais do Território, principalmente dos agricultores

familiares.

A abordagem territorial do desenvolvimento ganhou novo impulso no

Pajeú a partir de 2003 com o desenho do PRONAT e início da atuação da SDT

neste Território, configurado no fortalecimento de suas institucionalidades

territoriais e materializada no 1º Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável - PTDRS, em 2007.

A adoção do desenvolvimento territorial como estratégia de

execução do Programa Territórios da Cidadania (fevereiro de 2008),

componente fundamental da Agenda Social do Governo Federal, acarretou

uma grande visibilidade ao programa de desenvolvimento territorial e acelerou

o processo de articulação de políticas públicas, abreviando etapas de

aprendizagem em gestão social, fortalecimento institucional e desenvolvimento

de capital social. Este Programa alocou apenas no Território do Sertão do

Pajeú em 2010 R$ 447.023.000,21 (quatrocentos e quarenta e sete milhões

vinte e três mil e vinte e um centavos) em suas diversas linhas e tem

constituído novo impulso para fortalecimento do desenvolvimento sob a

perspectiva territorial.

A concepção de desenvolvimento também assumiu muitos

significados ao longo do tempo e para estabelecermos uma comunicação clara

sobre o que está em pauta elaborou-se este conceito livremente no Colegiado

Territorial do Pajeú em 2010 durante o processo de elaboração participativa do

presente documento e vimos que esta elaboração refletiu com fidelidade o

conceito construído e ratificado pela Conferência Nacional de Desenvolvimento

Rural Sustentável e Solidário2:

1 Projeto do Ministério do Desenvolvimento Agrário / Secretaria de Desenvolvimento Territorial

(MDA/SDT), resulta de a partir de um acordo de empréstimo com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA), cuja missão é a de criar referenciais para as políticas públicas de combate à pobreza em áreas de agricultura familiar e reforma agrária na região semiárida nordestina. Atende a 15 mil famílias agricultoras em 8 Territórios da Região Nordeste. No Território do Pajeú está presente todos os municípios do Território da Cidadania do Sertão do Pajeú com exceção de Mirandiba e São José do Belmonte, em 74 comunidades e assentamentos rurais e atende a 1949 famílias. 2

A I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário - CNDRSS foi realizada de 25 a 28 de junho de 2008, em Olinda/PE. A I CNDRSS representou a consolidação de um amplo processo de mobilização e participação social pela afirmação do

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

16 | P á g i n a

Numa visão atualizada de desenvolvimento, destacam-se como

elementos centrais a redução das desigualdades sociais e regionais,

a soberania nacional, a ampliação da participação social, a

universalização dos direitos fundamentais, a distribuição da renda, a

soberania e a segurança alimentar e nutricional, a reforma agrária, a

conservação da biodiversidade e convivência com biomas, a

promoção da igualdade de gênero, raça e etnia, o respeito às

pessoas com deficiências, o reconhecimento às diferentes formas de

orientação sexual e religiosa, a visão ampliada e crítica sobre o rural,

o caráter intersetorial do desenvolvimento, a abordagem territorial e o

reconhecimento e garantia dos direitos dos povos indígenas e

comunidades tradicionais. (parágrafo 7 do Documento Final da

Conferência).

No Pajeú este conceito de desenvolvimento assume o recorte

territorial, incluindo os diferentes segmentos de sua população, buscando um

Território que supere as desigualdades, inclua, fortaleça seu espaço rural como

um lugar de vida digna e produtiva, sem deixar de integrar seus centros

urbanos na proposta de desenvolvimento, pois eles devem ser organizados e

reunirem um conjunto de serviços de excelente qualidade para todos. A

conservação da biodiversidade e convivência com os biomas assume o perfil

da promoção da Convivência com o Semi-Árido e a recuperação e

conservação da bacia do rio Pajeú.

A gestão do desenvolvimento rural sustentável é realizada utilizando

a estrutura organizacional da dinâmica territorial no Pajeú, constituída por um

plenário amplo, denominado Colegiado do Território da Cidadania do Sertão

do Pajeú. Este fórum é um espaço aberto, dinâmico e que contém a

participação dos segmentos da sociedade civil e do Estado e tem contribuído

decisivamente para pautar o desenvolvimento territorial.

O Colegiado vem apresentar com o presente documento seu

PTDRS, revisto e aperfeiçoado, cujo objetivo maior é servir de instrumento de

apoio ao desenvolvimento rural sustentável do Território, propiciar o

desenvolvimento rural sustentável e solidário. Participaram desse processo mais de 30.000 pessoas envolvidas na realização de conferências (territoriais, intermunicipais, municipais), eventos temáticos e setoriais, e conferências estaduais nos 26 Estados e no Distrito Federal, nas quais foram discutidas e aprimoradas duas versões do documento-base, sempre com o objetivo maior de debater o tema da conferência: “Por um Brasil Rural com Gente: sustentabilidade, inclusão, diversidade, igualdade e solidariedade”. A Etapa Nacional da I CNDRSS contou com a participação de 1.572 pessoas, sendo 1.220 delegados (as) da sociedade civil e do poder público (federal, estadual e municipal), 115 observadores (as) e 237 convidados (as) nacionais e internacionais

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

17 | P á g i n a

desenvolvimento, fortalecimento e consolidação da agricultura familiar e de

suas organizações através da explicitação de suas prioridades e proposição

dos caminhos para atingir suas metas estratégicas. Mais que um conjunto de

intenções e ações organizadas em um documento este Plano é um objeto que

expressa o pacto de concertação social estabelecido neste Território.

O PTDRS visa especificamente planificar ações, definir prioridades,

e fomentar a mobilização e o diálogo entre os diversos setores sociais e

públicos, de modo que seja um instrumento capaz de potencializar articulações

e parcerias bem como a captação de recursos para apoiar as experiências em

curso e as novas que surgirem em apoio à construção do desenvolvimento que

se pretende para o Pajeú.

Caracterização Territorial

Capítulo 1

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

19 | P á g i n a

1. Caracterização Territorial

1.1. AMBIENTE TERRITORIAL

O Território do Pajeú situa-se no Sertão de Pernambuco. É constituído

por 20 (vinte) municípios. Segundo o Colegiado estes municípios podem ser

agregados por microrregião, tal como se segue: Microrregião São José do Egito:

Itapetim, Tuparetama, São José do Egito, Santa Terezinha e Brejinho;

Microrregião de Afogados: Afogados da Ingazeira, Tabira, Sertânia, Carnaíba,

Quixaba, Iguaraci, Ingazeira e Solidão e Microrregião Serra Talhada: São José do

Belmonte, Santa Cruz da Baixa Verde, Serra Talhada, Mirandiba, Flores, Triunfo e

Calumbi.

O Mapa 1 mostra a localização do Território do Sertão do Pajeú dentro

do Estado de Pernambuco.

Mapa 1 - Localização do Território do Sertão do Pajeú no Estado de Pernambuco

Fonte: http://sit.mda.gov.br/images/mapas/tc/uf_026_tcs_pernambuco_jan_2009.jpg

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

20 | P á g i n a

O Território da Cidadania Sertão do Pajeú - PE abrange uma área de

13.350,30 Km².

Mapa 2 - Mapa do Território do Sertão do Pajeú

Fonte: http://sit.mda.gov.br/images/mapas/tc/tr_082_sertao_pajeu_pe_abr_2009.jpg

O principal acesso ao Sertão do Pajeú se dá pela BR 232 e pelas PE-

320, que liga Serra Talhada a São José do Egito, via Calumbi - Flores, e PE-360,

que liga Ibimirim a Floresta e a Petrolina, nas quais circula praticamente toda a

produção e abastecimento.

A média das distâncias entre os municípios e a capital é de 395,85 km,

sendo Mirandiba o mais distante, a 476 km, e o mais próximo Sertânia, a 314 km

de Recife.

Os municípios que compõem o Território estão presentes na

construção da proposta de desenvolvimento territorial promovida pela Secretaria

de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário

que vem, desde 2003, implementando o Programa Desenvolvimento Sustentável

dos Territórios Rurais (PRONAT) buscando fortalecer cada vez mais o

protagonismo dos atores sociais para a construção e governança do

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

21 | P á g i n a

desenvolvimento de seus Territórios. E, para isso, esta secretaria do MDA,

embasada em experiências nacionais e internacionais de aprofundamento da

democracia participativa, tem reforçado a necessidade de fortalecer a cultura da

gestão social, a ampliação das redes sociais de cooperação, estimulando as

iniciativas que reorientam as dinâmicas socioeconômicas a partir da articulação e

coesão das diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais.

Entende-se que para haver uma efetiva participação e democratização

do mundo rural brasileiro (desigual e em muitos casos pobre) é preciso chamar ao

diálogo a sociedade civil e os poderes públicos, empoderando, sobretudo, os mais

fragilizados, os quais, no caso do MDA e de outros parceiros, e aqui se inclui

perfeitamente o Território do Pajeú, são: os agricultores e agricultoras familiares,

assentados e assentadas da reforma e do reordenamento agrário, povos

indígenas e oriundos dos quilombos, pescadores artesanais, trabalhadores e

trabalhadoras extrativistas e temporários, mulheres e jovens, dentre outros. Ao

mesmo tempo, é imprescindível essa articulação para com outros atores,

sobretudo aqueles que partilham dos ideários do desenvolvimento sustentável,

em especial os responsáveis pelas políticas públicas (gestores e gestoras

municipais, estaduais e federais) de educação, saúde, cultura, segurança,

seguridade social, infra-estrutura social e produtiva, dentre outros. Entende-se

ainda que esse empoderamento requeira propostas e instrumentos adequados

que facilitem os processos de conhecimento, negociação e concertação em torno

das estratégias para o desenvolvimento sustentável, e esses rumos e

instrumentos vêm sendo construídos a partir de um intenso esforço de

planejamento territorial.

A construção do Desenvolvimento Territorial no Sertão do Pajeú tem

como principal instância o Colegiado Territorial composto por um conjunto de

organizações integradas em plenária nos momentos de planejamento estratégico

e gestão do plano de desenvolvimento territorial, bem como constituem também,

por vezes, as parceiras de execução direta de muitas das ações e projetos

planejados pelo Colegiado.

O Colegiado Territorial é composto por 50 (cinqüenta) organizações da

Sociedade Civil, 20 (vinte) representantes de Conselhos e Fóruns e 50

(cinqüenta) representantes do Poder Público, conforme apresentado no Quadro 1.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

22 | P á g i n a

Quadro 1 - Organizações Presentes no Colegiado Territorial

INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS – 50 representações

Federal

Banco do Nordeste

Banco do Brasil

Caixa Econômica Federal

INCRA

CODEVASF

CHESF

Projeto Dom Hélder Câmara - Secretaria de Desenvolvimento Territorial / MDA

MDA

CONAB

IBAMA

MPA - Ministério da Pesca e Aqüicultura

Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

Estadual

SARA - Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária

PRORURAL- Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural/SEDAR- Secretaria de Desenvolvimento e Articulação Regional do Estado de Pernambuco

IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco

FUNTEPE – Fundo de Terra do Estado de Pernambuco

GERE-Gerências Regionais de Educação

UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco

GERES - Gerência Regional de Saúde do Estado de Pernambuco – 2 representantes

Secretaria Estadual de Educação e Cultura de Pernambuco

CPRH -Agência Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Municipais

Prefeitura Municipal de São José do Belmonte

Prefeitura Municipal de Mirandiba

Prefeitura Municipal de Serra Talhada

Prefeitura Municipal de Calumbi

Prefeitura Municipal de Flores

Prefeitura Municipal de Santa Cruz da Baixa Verde

Prefeitura Municipal de Triunfo

Prefeitura Municipal de Carnaíba

Prefeitura Municipal de Quixaba

Prefeitura Municipal de Afogados da Ingazeira

Prefeitura Municipal de Tabira

Prefeitura Municipal de Solidão

Prefeitura Municipal de São José do Egito

Prefeitura Municipal de Santa Terezinha

Prefeitura Municipal de Brejinho

Prefeitura Municipal de Itapetim

Prefeitura Municipal de Tuparetama

Prefeitura Municipal de Ingazeira

Prefeitura Municipal de Iguaraci

Prefeitura Municipal de Sertânia

Continua

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

23 | P á g i n a

Quadro 1 - Organizações Presentes no Colegiado Territorial (continuação)

INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS – 50 representações

Federal

Câmara de Vereadores do município de Carnaíba

Câmara de Vereadores do município de Quixaba Câmara de Vereadores do município de Serra Talhada Câmara de Vereadores do município de Solidão Câmara de Vereadores do município de Triunfo Câmara de Vereadores do município de Tuparetama

CONSELHOS E FÓRUNS DE DESENVOLVIMENTO 20 representações – 10 da sociedade civil e 10 dos governos municipais

CMDRS de Sertânia

CMDRS – Carnaíba

CMDRS - Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Ingazeira

CMDRS - Conselho de Desenvolvimento de Santa Cruz da Baixa Verde

COMDRUR- Conselho de Desenvolvimento Rural e Urbano de Afogados da Ingazeira

CMDRS de Serra Talhada

CMDRS de Brejinho

CMDRS de Tabira

CMDRS de Itapetim

CMDRS Flores

CMDRS de Santa Terezinha

CMDRS de Tuparetama

CMDRS de São José do Egito

CMDRS de Iguaraci

CMDRS de Triunfo

CMDRS de Calumbi

CMDRS de São Jose do Belmonte

CMDRS de Mirandiba

CMDRS de Quixaba

CMDRS de Solidão

INSTITUIÇÕES/ ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL – 50 representações

Associações

ADESSU – Associação do Desenvolvimento Rural Sustentável da Serra da Baixa Verde

AASP

APOMEL

AAPAI

APOCCAPE - Associação de Caprino Ovinocultores

Cooperativas de ATER

COOPAGEL

CODECISA

ASPEC

COOPTECARA

Cooperativas de Agricultores

CCAAFAIL – Afogados da Ingazeira

Base de Apoio às Cooperativas de Crédito

Continua

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

24 | P á g i n a

Quadro 1 - Organizações Presentes no Colegiado Territorial (continuação)

INSTITUIÇÕES/ ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL – 50 representações

STR- Sindicatos de Trabalhadores Rurais

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz da Baixa Verde

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Triunfo

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Carnaíba

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quixaba

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afogados da Ingazeira

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tabira

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Solidão

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São José do Egito

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Terezinha

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itapetim

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ingazeira

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguaraci

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sertânia

SINTRAF- Sindicato de Trabalhadores na Agricultura Familiar

SINTRAF de Brejinho

SINTRAF de São José do Egito

SINTRAF de Tabira

SINTRAF de Flores

SINTRAF de Mirandiba

SINTRAF de São José do Belmonte

ONG´s

DIACONIA

Casa da Mulher do Nordeste

Centro de Desenvolvimento Agroecológico SABIÁ

Grupo Mulher Maravilha

CECOR

ACAPE

Movimentos Sociais e demais articulações de agricultores e agricultoras familiares

Movimentos de Mulheres: MMTR-NE - Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste

FETAPE - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco

MST – Movimento Sem Terra

FETRAF - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco

CPT – Comissão Pastoral da Terra

Igrejas – duas representações: → Católica

→ Evangélica

Redes Territoriais – 2 representações: → Rede Mulheres Produtoras do Pajeú

→ Comissão de Assentados/as do Pajeú

Representantes da Juventude – uma representação: → Comissão de Jovens do Estado de Pernambuco

Representantes das Comunidades Quilombolas do Território – duas representações: → Comunidade de Abelha, município de Carnaíba → Comunidade do Leitão, município de Afogados da Ingazeira

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

25 | P á g i n a

O Colegiado para contribuir na operacionalização e gestão do PTDRS

constituiu um Núcleo Diretivo e um Núcleo Técnico. Estes evoluíram de uma

Coordenação provisória criada em novembro de 2004, que tinha os papéis de

mobilizar, animar os atores sociais do Território, contribuindo para criar condições

para a continuidade do processo e o de coordenar os encaminhamentos, ou seja,

das ações imediatas deliberadas por ocasião das oficinas realizadas, para o

fortalecimento do processo de desenvolvimento territorial.

Hoje o Núcleo Diretivo, composto por representantes dos movimentos

sociais (FETAPE, STRs, MST, MMTR e FETRAF), representantes dos programas

governamentais incidentes sobre o Território (IPA, PDHC e prefeituras),

representantes das ONGs do Território, dos CMDRS e de organizações de

agricultores familiares, além do papel permanente de mobilização dos atores

territoriais, tem o papel de gerir e implementar as ações e projetos planejados, a

partir das diretrizes e prioridades estabelecidas em plenária.

Quadro 2 – Composição do Núcleo Diretivo do Colegiado Territorial

Critério de Participação

Entidade Representante

Representantes

de Movimentos

Sociais

MMTR-NE - Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste

Ivonete Martins

FETAPE - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco

José Carlos Leite Silva

MST – Movimento Sem Terra Ercílio Ferrari FETRAF - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco

João Vianey Bezerra Justo

Representante dos Governos

(Federal, Estadual e Municipais)

Prefeitura de Afogados Augusto Severo Martins da Fonseca

PDHC – Projeto Dom Helder Câmara José Adelmo dos Santos

IPA - Instituto Agronômico de Pernambuco

Osvaldo Ribeiro

Representante dos Conselhos

Municipais CMDRS de Iguaraci Inácio Nunes Moura

Representante das ONGs do

Território Diaconia Mário Farias Junior

Facilitação : Claudia Rejane Maciel de Souza, Articuladora Territorial/MDA

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

26 | P á g i n a

Quadro 3 – Composição do Núcleo Técnico do Colegiado Territorial

Critério de Participação

Entidade Representante

Técnicos representantes das

organizações governamentais e não

governamentais do Território indicados em plenária para contribuir

na formulação de projetos e demais

documentos propostos pelo colegiado.

DIACONIA Adilson Viana

COOPAGEL - Cooperativas dos Profissionais em Atividades Gerais

Valberto Amaral da Silva

Base de Apoio às Cooperativas de Crédito

Cida Maia

CENTRASS – Central das Associações Rurais e Urbanas de Serra Talhada

Ercílio Ferrari e

CASA DA MULHER DO NORDESTE Taysa Soares

IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco

Osvaldo Ribeiro

As instituições dispõem de vários técnicos qualificados para contribuir

com a formulação das propostas e projetos indicados pelo Colegiado e

eventualmente outros profissionais se integra ao Núcleo Técnico, como Luciano

Duque da Prefeitura de Serra Talhada. Com freqüência os integrantes do Núcleo

Diretivo trabalham apoiando o Núcleo Técnico na elaboração dos documentos

requeridos pelo Colegiado.

1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS

“O povoamento português no estado de Pernambuco, como no resto do

país, se deu com o declínio do comércio português com as Índias. A

partir de 1535, com a chegada do donatário Duarte Coelho em

Pernambuco, a ocupação iniciou-se na capitania. Primeiramente, a

ocupação seguiu toda a costa pernambucana e parte da zona da mata,

pois estas duas áreas estavam voltadas para o comércio e produção de

açúcar. Tanto o Agreste quanto o Sertão estavam aleijados do

povoamento português, pois além de serem áreas de refúgio de

indígenas, a vegetação, o clima e a distância, entre outras coisas, não

eram favoráveis à exploração. A penetração do interior pernambucano

se deu graças à atividade pecuarista, pois proibida a criação em toda

área litorânea pelo Rei de Portugal em 1701, em favor da empresa

canavieira, a atividade pecuarista teve que se deslocar para o Sertão.

Esse deslocamento foi feito seguindo o rio São Francisco e adentrando

no Estado pelos afluentes pernambucanos” 3

3 Informações do portal da SECTMA – Secretaria Estadual Cultura, Tecnologia e Meio Ambiente.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

27 | P á g i n a

A partir da atividade pecuária, ocorreu o povoamento português,

trazendo consigo as pessoas da raça negra para realizar o trabalho escravo, já

que os portugueses não conseguiram escravizar os povos indígenas que viviam

na região ou em regiões próximas.

A atividade pecuária ocupava (e ainda ocupa) grandes áreas de terra,

conformando os latifúndios. A partir daí, os homens brancos de menor poder

aquisitivo, e também de menor poder político, foram atraídos para a região para

realizar atividades agrícolas a fim de suprir, de alimentos, as pessoas envolvidas

com a atividade pecuária. Assim, surgia a pequena produção agrícola da região,

ocupando as terras mais desvalorizadas e menores. Assim, organizou-se a

estrutura fundiária e organizaram-se as relações de poder da região, tendo na

figura do pecuarista a expressão do poder autoritário e paternalista da região.

Houve também, em regiões do sertão do Pajeú, a presença de

holandeses que se deslocaram para este sertão quando foram derrotados nas

batalhas ocorridas no Recife e em Olinda. Certamente, toda essa mistura racial e

cultural, ocorrida no sertão do Pajeú, influenciou os costumes das pessoas da

região. O “pajeuzeiro” tem um sentimento forte de identidade com o seu Território.

As pessoas valorizam e se identificam com vários elementos culturais e

ambientais existentes no Território como a dança e música do forró, a poesia, a

vegetação da caatinga, o Rio Pajeú, a força e resistência do sertanejo, as

comidas de milho e de bode.

Existem hoje no Território 15 (quinze) comunidades remanescentes de

quilombos reconhecidas. O Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003, em seu

artigo 2º, considera os remanescentes das comunidades dos quilombos, os

grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica

própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de

ancestralidade negra, relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

1.3. PROCESSO TERRITORIAL

1.3.1. Resgate do processo de elaboração do 1º PTDRS

No processo de consolidação do Desenvolvimento Territorial como um

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

28 | P á g i n a

todo e em especial em seu início, foi considerado pela SDT que alguns fatores

pedagógicos dão consistência e sustentação à relação entre aprendizagem e o

significado do novo conhecimento no processo de transformação da realidade: a

vivência; a participação; a autonomia; a confiança; solidariedade e cooperação;

apoio e auto-organização; gestão e planejamento; e desenvolvimento das

capacidades territoriais.

A partir desta concepção, o processo da construção da gestão social

do desenvolvimento territorial, na metodologia da SDT, a partir de 2003 envolveu

a participação de instituições governamentais, organizações não governamentais

e movimentos sociais.

Ele foi composto de dois ciclos, o primeiro centrado em (1)

Sensibilização, mobilização e Articulação e (2) Planejamento e Gestão do

Desenvolvimento; o segundo ciclo focou-se em (1) Avaliação crítica do processo

em curso, (2) Conformação de uma institucionalidade territorial e (3)

Monitoramento do processo e aperfeiçoamento (aumentar a representatividade do

Colegiado, com inserção de novos atores sociais, fortalecer a organização

territorial e o processo de gestão, entre outros).

Do ano de 2003 até outubro de 2005 foram realizadas 09 (nove)

oficinas territoriais no Sertão do Pajeú criando efetivamente uma nova

institucionalidade, construindo referências de planejamento e gestão. Três das

Oficinas versaram sobre PRONAF Infra-estrutura e o Plano Safra e as restantes

consolidação de referenciais para o desenvolvimento territorial no Pajeú.

Participaram destas oficinas, atores sociais da sociedade civil como: sindicatos,

associações de produtores, ONGs e cooperativas. Da esfera governamental

participaram bancos, as prefeituras, o Governo do Estado, a SDT/MDA, e o

Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC). As prefeituras tiveram uma participação

mais significativa a partir do segundo semestre de 2004.

O roteiro metodológico percorrido no Pajeú para a elaboração do

PTDRS e para o fortalecimento do processo de Desenvolvimento Territorial foi:

Sensibilização dos atores sociais para o processo de

Desenvolvimento Territorial;

Construção do Diagnóstico do Território;

Identificação dos principais desafios;

Definição dos principais eixos estratégicos e do propósito de

atuação nos referidos eixos;

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

29 | P á g i n a

Definição de atividades estratégicas para o atingimento dos

propósitos de cada eixo;

Definição das formas de avaliação e monitoramento do PTDRS e da

dinâmica do desenvolvimento territorial.

Ao cabo deste processo tinha se instalado uma coordenação provisória do

Colegiado, uma dinâmica territorial com agenda definida e um documento básico

de planejamento o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, em

sua primeira versão, lançada em 2007.

1.3.2. Resgate do processo de requalificação do PTDRS 2009/2010

Com a continuidade do processo de desenvolvimento territorial, uma

avaliação da SDT ao final de 2008 do conjunto de PTDRS do País e sua

adequação ao processo em curso, verificou que muitos destes planos poderiam

ser aperfeiçoados, para (1) avançarem no detalhamento do pacto de concertação

social, revisão de suas metas estratégicas e articulação de ações; (2)

fortalecerem as institucionalidades, com compartilhamento de poder e

responsabilidades e (3) descreverem e implementarem a Gestão e Monitoramento

do Plano de forma clara e explícita, garantindo os mecanismos de controle social

sobre as ações previstas.

A proposta de requalificação e revisão do PTDRS realizada pela SDT

no final de 2009 foi considerada no Território do Pajeú muito oportuna para revisar

suas prioridades, qualificar o PTDRS anteriormente elaborado, e, principalmente,

promover um processo de mobilização social e compartilhamento de

responsabilidades e poder que garantam maior legitimidade do Plano enquanto

expressão da vontade dos diversos atores sociais do Pajeú bem como fortalecer

seu papel de instrumento do desenvolvimento territorial.

Para isso os membros do Núcleo Técnico e Diretivo do Colegiado se

mobilizaram para fortalecer a metodologia proposta logo no primeiro momento em

que foi debatida a proposta, em reunião realizada em Afogados da Ingazeira a

27/10/2009.

Nesta reunião, primeiro passo da proposta apresentada pelo IADH,

entidade parceira da SDT, responsável pelo processo de requalificação do

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

30 | P á g i n a

PTDRS do Pajeú, desenhou-se as seguintes etapas no processo de re-

qualificação do Plano:

A proposta de programação das 1ª e 2ª Oficina bem como o foco do

debate nos CNDRS estavam desenhados como se segue:

Quadro 4 – Programação das Etapas do Processo de requalificação do PTDRS

1ª OFICINA DE REVISÃO DO PTDRS

1º Dia: 1) Sensibilização: O significado e a importância do PTDRS para o Desenvolvimento Territorial; 2) Apresentação do PTDRS atual; (sua estrutura geral, Visão de futuro, objetivos, eixos e ações) 3) Avaliação da execução das ações do PTDRS; 4) Identificação dos elementos que devem ser mudados / atualizados no PTDRS

2º Dia: 5) Diagnóstico: Análise da realidade Técnica: apresentação dos principais novos dados IBGE e dos dados sistematizados pela comissão de revisão do PTDRS do Território, por tema, seguido de análise em plenária, por tema (potencialidades e fraquezas; oportunidades e ameaças). 6) Encaminhamentos para a continuidade do processo de revisão do PTDRS Obs.: O diagnóstico produzido nesta primeira oficina será discutido posteriormente nos municípios (conselhos municipais), podendo ser enriquecido nas referidas discussões municipais. 7) Encerramento

OFICINAS COM OS CONSELHOS MUNICIPAIS DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – CMDRS

Com objetivo de socializar e a divulgar o processo de qualificação do PTDRS, bem como fortalecer a construção coletiva, o resultado da primeira oficina, ou seja, o diagnóstico, deve ser debatido em cada município do Território, podendo a discussão ocorrer nos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável. Nesta discussão poderão ocorrer sugestões advindas dos municípios. As sugestões serão sistematizadas pela Comissão Territorial de Revisão e apresentadas na segunda oficina de revisão dos PTDRS.

Oficina com os Conselhos

Municipais

Reunião com

ND e NT

1ª Oficina

Territorial

2ª Oficina

Territorial

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

31 | P á g i n a

Quadro 4 – Programação das Etapas do Processo de requalificação do PTDRS

2ª OFICINA DE REVISÃO DO PTDRS

1º Dia: 1) Apresentação das mudanças do Diagnóstico, sugeridas nos municípios. 2) Revisão da Visão de Futuro; (Partir da apresentação / discussão da Visão de Futuro que consta no PTDRS antigo e atualizá-la) 3) Revisão/construção dos Objetivos Gerais. (Partir da apresentação / discussão dos Objetivos Gerais que constam no PTDRS antigo e atualizá-los) 4) Revisão/construção das Estratégias (Eixos Estratégicos). (Partir da apresentação / discussão dos Eixos Estratégicos que constam no PTDRS antigo e atualizá-los)

2º Dia: 5) Revisão / construção dos Programas e projetos; 6) Discussão do significado da Gestão do PTDRS e definição de mecanismos de acompanhamento da execução do PTDRS; 7) Encaminhamentos;

Dada a importância atribuída a este processo e sua adequação ao

Território do Sertão do Pajeú foi deliberado então mais um momento de

sensibilização, com a realização de uma reunião ampliada do Núcleo Técnico e

Diretivo para mobilizarem as organizações do Território para participação no

processo de revisão do PTDRS e detalharem proposta metodológica para a etapa

de debates nos Conselhos Municipais.

Foi considerada a etapa de debate nos Conselhos Municipais de

Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS essencial, com o objetivo de

ampliar a mobilização e representatividade no Fórum Territorial, bem como

fortalecer a participação de diferentes atores e atrizes do Território. Deliberado

que na reunião ampliada dos Núcleos Técnicos e Diretivo deveriam compor

metodologia para apoiar este debate. Esta reunião foi realizada a 24 de novembro

de 2009.

Ficou acordado que as entidades do Território representadas no

Núcleo Técnico e Diretivo do Colegiado Territorial acompanhariam os debates em

todos os Conselhos Municipais, assessorando em especial àqueles conselhos

menos ativos, que necessitassem de apoio para se apropriarem do processo.

A primeira Oficina de Requalificação do PTDRS realizou-se de 26 a 27

de janeiro de 2010. Sua metodologia inicialmente proposta era focada no

processo de sensibilização e comprometimento do colegiado territorial com

avanços substantivos na composição do diagnóstico do PTDRS. No entanto,

para promover um debate mais amplo e significativo nos Conselhos Municipais,

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

32 | P á g i n a

que fosse além de aspectos diagnósticos e abordasse o que se pretende por

desenvolvimento territorial deliberou-se que, ao avaliar o conjunto do PTDRS de

2007 se introduzisse uma breve apresentação da função de cada ponto da

estrutura do documento (Diagnóstico, Visão de Futuro, Objetivos Gerais,

Diretrizes, Estratégias (Eixos estratégicos), Programas e Projetos e Gestão do

PTDRS, sistema de acompanhamento e avaliação), para permitir que nos debates

nos Conselhos Municipais já se aprofundasse outros aspectos além da

atualização do diagnóstico.

Desta forma a 1ª Oficina de Requalificação do PTDRS do Pajeú

assumiu a programação ilustrada no Quadro 5.

Quadro 5 – Programação1ª Oficina de Requalificação do PTDRS do Pajeú

PROGRAMAÇÃO

1º Dia

1) Abertura 2) Objetivo da Oficina 3) Apresentação dos Participantes 4) O significado e a importância do PTDRS para o Desenvolvimento Territorial 5) Apresentação do PTDRS atual 6) Debate sobre a função de cada ponto da estrutura do documento (Diagnóstico, Visão de Futuro, Objetivos Gerais, Diretrizes, Estratégias (Eixos estratégicos), Programas e Projetos e Gestão do PTDRS, sistema de acompanhamento e avaliação); 7) Identificação dos elementos que devem ser mudados / atualizados no PTDRS. 8) Encaminhamentos para a continuidade do processo de revisão do PTDRS

2º Dia

1) Composição de metodologia para

fortalecer o debate e formulação do

Desenvolvimento Territorial nos CMDRS

2) (Diagnóstico, Visão de Futuro, Objetivos

Gerais, Diretrizes, Estratégias (Eixos

estratégicos), Programas e Projetos e

Gestão do PTDRS, sistema de

acompanhamento e avaliação)

3) Avaliação da execução das ações do

PTDRS – encaminhamentos quantos aos

Projetos Infra-estrutura;

4) Consolidação dos Encaminhamentos

5) Encerramento.

Os encaminhamentos da primeira oficina revelaram a vontade dos

atores territoriais, pois foi estabelecido o acompanhamento com facilitação nas

Oficinas dos Conselhos Municipais, nos 20 municípios integrantes do Território e

reunião de Grupo de Trabalho formado com integrantes do Núcleo Técnico e

Diretivo do Colegiado, para aperfeiçoamento da metodologia das reuniões dos

CMRDS.

Foram realizadas Oficinas facilitadas nos Conselhos Municipais em

40% dos municípios do Território. Um dos principais limitantes para realização em

todos os municípios foi a coordenação de agendas dos integrantes dos Núcleos

Técnico e Diretivo e Articuladora Territorial, estabelecidos como facilitadores

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

33 | P á g i n a

destas Oficinas, com as agendas das reuniões dos Conselhos Municipais. Cabe

considerar que os técnicos indicados como facilitadores, além de ser integrantes

do Colegiado indicados para esta tarefa, cumprem outra agenda nas suas

organizações, as quais representam o que eventualmente contribuiu para o não

atingimento do objetivo que era facilitar as reuniões dos Conselhos dos 20

municípios do Território do Pajeú.

No entanto este ciclo de debate nos CMDRS, mesmo que limitado

frente às metas propostas inicialmente, contribuiu para ampliar o debate no

Território e esta instância de debate e formulação foi incorporado na proposta de

gestão do PTDRS, como se verá no Capítulo 9 - Gestão e Monitoramento do

Plano do presente documento.

Estas Oficinas se inseriram no roteiro desenhado no Quadro 6.

Quadro 6 – Roteiro para Realização das Oficinas nos CMDRS

ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO DAS OFICINAS NOS CMDRS

ATUALIZAÇÃO PRELIMINAR DO DIAGNÓSTICO - atualizar os dados com Secretarias Municipais, IPA, ONGs, segundo um roteiro padrão para todos os municípios:

1 Produção, renda, estratégias de beneficiamento e comercialização; 2 Meio ambiente - lixo, desertificação, São Francisco e Pajeú; 3 Saúde, educação, turismo, Habitação/saneamento, acesso a terra e credito; 4 Recursos Hídricos.

OFICINA NO CMDR I - TRABALHO EM GRUPO, com os representantes dos conselhos Fazer um Mapa do Município e pedir para participantes informar:

1 Produção (agrícola, pecuária); 2 Atrações turísticas, de lazer, festas tradicionais; 3 Renda, estratégias de beneficiamento e comercialização.

II - TRABALHO DE GRUPO, 4 GRUPOS Grupo I - Visão de Futuro; Grupo II - Revisão dos eixos; Grupo III - Gestão Social do processo; Grupo IV - Estratégia de Comunicação para o Território. III - PLENÁRIA DA APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS E DEBATE.

Os materiais produzidos nas Oficinas com os CMDRS foram utilizados

ao longo da 2ª Oficina de Requalificação do PTDRS, sempre de forma introdutória

à elaboração coletiva de um determinado aspecto do PTDRS, como Visão de

Futuro, revisão dos Eixos, etc. e permitiu um debate aprofundado que ilustrou o

acúmulo promovido pelo processo.

A programação da 2ª Oficina segue no Quadro 7, abaixo.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

34 | P á g i n a

Quadro 7- Programação da 2ª Oficina de Requalificação do PTDRS do Pajeú

PROGRAMAÇÃO

1º Dia

1) Abertura

2) Objetivo da Oficina

3) Apresentação dos Participantes

4) Resgate dos passos iniciais do processo

de Requalificação do PTDRS

5) Apresentação dos resultados das Oficinas

realizadas nos CMDRS do Território do

Pajeú – Visão de Futuro dos Municípios

6) Construção da Visão de Futuro do

Território do Pajeú

7) Estabelecimento das prioridades 2010

para p Plano Territorial (formulação

demanda para a ATER)

2º Dia

1) Ratificação da Visão de Futuro

2) Objetivos Gerais

3) Verificação da revisão dos Eixos

Programas e Projetos efetuados nas

reuniões dos CMDRS e

complementos

4) Desenho da Gestão e

Monitoramento do PTDRS

5) Encaminhamentos

6) Encerramento.

1.3.3. Validação do PTDRS 2009/2010

O atual PTDRS foi elaborado com forte participação dos atores do

Território da Cidadania do Sertão do Pajeú e a cada oficina realizada eram

apresentado o processo e os resultados dos passos anteriores e se aferia e

ratificava com os participantes as deliberações e elaborações coletivas.

Desta forma considera-se que a validação foi realizada ao longo de

todo o processo e as etapas de divulgação posteriores a elaboração do presente

documento inclui apresentação e debate de seu conteúdo nas reuniões ordinárias

dos CMDRS e lançamento territorial, estadual e nacional do Plano, divulgando-o e

possibilitando fortalecê-lo ainda mais enquanto instrumento de promoção do

desenvolvimento territorial.

35

Diagnóstico Territorial

Capítulo 2

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

36 | P á g i n a

2. Diagnóstico Territorial

2.1. DIAGNÓSTICO INTERNO

O Diagnóstico apresentado no PTDRS de 2007 mantém-se atual com raras

exceções e foi em grande parte aproveitado no presente documento, em especial

quanto aos dados socioeconômicos. Foram utilizadas as seguintes fontes de pesquisa:

IBGE (2000), Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2000), Agencia

CONDEPE/FIDEM (2003), Ministério da Educação e Cultura, Ministério da Saúde,

Fundação Palmares – SICAB/Sistema de informações das Comunidades Afro-

brasileiras e Comissão Estadual de Articulação das Comunidades Quilombolas de

Pernambuco.

Dados obtidos nas agências do Estado de Pernambuco se referem à Região

de Desenvolvimento – RD do Pajeú que geograficamente difere do Território da

Cidadania do Sertão do Pajeú. Segundo o Governo do Estado de Pernambuco o

Território do Pajeú pertence á Região de Desenvolvimento - RD do Pajeú e é composto

por 17 dos 20 municípios, com Mirandiba e São José do Belmonte integrando a RD do

Sertão Central e Sertânia à RD do Moxotó.

A atualização destes dados foi realizada a partir de novas informações

disponibilizadas no site do IBGE, em especial o Censo Agropecuário 2006, Censo

Educacional 2009, Malha municipal digital do Brasil: situação em 2005; Assistência

Médica Sanitária 2005 e; Produção da Pecuária Municipal 2008 bem como pesquisa no

Sistema de Informações Territoriais – SIT do MDA e Programa Territórios da

Cidadania. São informações e conclusões advindas do levantamento da realidade dos

20 municípios que compõem o Território.

Quanto ao Diagnóstico Ambiental este foi composto usando duas fontes: o

estudo Diagnóstico Ambiental da Área de Influência Direta 6-285, da Consolidação dos

Estudos Ambientais do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias

Hidrográficas do Nordeste Setentrional e estudos desenvolvidos na parceria do PDHC

com a UFRPE no âmbito do Projeto Manejo Sustentável de Terras do Sertão- Projeto

GEF/SERTÃO4. Esta última referência integra um projeto em curso a partir do final de

4 Projeto Manejo Sustentável de Terras no Sertão – Projeto Sertão – foi elaborado pelo PDHC com o objetivo de

minimizar as causas e impactos negativos da degradação de terras sobre a integridade do ecossistema do bioma caatinga no nordeste do Brasil, por meio da implementação de sistemas de uso de terras. Conta com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente – GEF, fundo ligado à Organização das Nações Unidas e atende a 15% do

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

37 | P á g i n a

2009 que visa desenvolver estudos técnicos e diagnósticos participativo para

identificação de áreas potencialmente degradáveis por erosão e salinização no

Território do Pajeú, a fim de orientar manejo e conservação de solo e água,

constituindo projetos piloto voltados para o manejo integrado em escala de bacia

hidrográfica, contribuindo para a valoração das atividades locais em consonância com

planos de conservação e fornecendo subsídios para implementação futura de política

regional de pagamento por serviços ambientais. O trabalho em campo foi realizado em

assentamentos e comunidades rurais de 10 dos 20 municípios do Território do Sertão

do Pajeú, discriminados na Tabela 1.

Tabela 1 – Comunidades Pesquisadas por Município do Território do Sertão do Pajéu Tipo Nome Localidade Município

Comunidade Cipó Cipó Flores

Assentamento Ramada da Quixabeira Ramada da Quixabeira Iguaraci

Comunidade Riacho da Onça Riacho da Onça Afogados da Ingazeira

Comunidade Monte Alegre Monte Alegre Afogados da Ingazeira

Assentamento Queimada Nova Queimada Nova Sertânia

Comunidade Pintada Pintada Afogados da Ingazeira

Comunidade Pajeú Mirim Pajeú Mirim Tabira

Comunidade Riacho do Peixe Riacho do Peixe Carnaíba

Comunidade Sítio Boqueirão Açude do Boqueirão Tabira

Comunidade Sítio Boqueirão Sangradouro do açude do Boqueirão

Tabira

Comunidade Sítio Boqueirão Leito do Rio do Boqueirão Tabira

Comunidade Sítio Boqueirão Açude Manoel Jacinto Tabira

Assentamento Lagoa da Outra Banda Sangradouro do Rio São José do Egito

Assentamento Lagoa da Outra Banda Área Sinalizada São José do Egito

Assentamento Lagoa da Outra Banda Braço do rio Pajeú São José do Egito

Assentamento Boa Vontade Erosão em área brocada Santa Terezinha

Assentamento Boa Vontade Açude da Baixa da Fava Santa Terezinha

Assentamento Boa Vontade Sangradouro do açude Baixa da Fava

Santa Terezinha

Comunidade Pintada Captação do rio Pajeú Afogados da Ingazeira

Comunidade Pintada Riacho da Onça Afogados da Ingazeira

Comunidade Pintada Açude do Riacho da Onça Afogados da Ingazeira

Comunidade Santo Antônio Ponto de Erosão Afogados da Ingazeira

Comunidade Passagem da Cobra Casa do Sr.Adalberto São José do Egito

Comunidade Passagem da Cobra Açude Vermelho São José do Egito

Comunidade Passagem da Cobra Área sinalizada São José do Egito

Comunidade Poço do Serrote Poço do Serrote Serra Talhada

Assentamento Capim Barragem do capim Sertânia

Comunidade Poço do Serrote Cacimbão Serra Talhada

Comunidade Poço do Serrote Área de afloramento de sais Serra Talhada

Fonte: Projeto “Geração de Serviços Ambientais por Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos” UFRPE/Projeto GEF Sertão/PDHC, documento interno.

público beneficiário do PDHC, com prioridade para os Territórios que estejam enfrentando uma situação agro-ecológica e climática restritiva e contemplando diferentes situações de degradação de terras, ou seja, a existência de terras diversificadas em vários graus de comprometimento.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

38 | P á g i n a

2.1.1. Dimensão Ambiental

O Território do Pajeú constitui um aglomerado em uma área contígua, com

semelhanças quanto ao relevo, solo, recursos hídricos e identidade, também em

termos ecológicos e ambientais.

Uma forte coesão territorial é dada pela presença do Rio Pajeú que tem uma

importância integradora, e de potencial de geração de riquezas para a região.

2.1.1.1. Características Geomorfológicas

O Sertão do Pajeú encontra-se na chamada Depressão Semi-Árida ou

Sertaneja, uma das mais extensas de Pernambuco. A leste e ao sul seus limites são

muitas vezes marcados pelos ressaltos criados através de grandes amplitudes

altimétricas, que atingem até 800 m.

Essa unidade de paisagem apresenta uma grande diversidade litológica, no

conjunto das rochas cristalinas do médio pré-cambriano. Ocorrem ainda em pequenas

áreas rochas sedimentares de diferentes idades (cretáceas, jurássicas e devonianas) e

depósitos do Terciário e Quaternário.

Nesse Território ocorrem processos intensos de intemperismo físico e

remoção de detritos pelo escoamento difuso e concentrado; litologias e estruturas

geológicas truncadas pela erosão, com o conseqüente desenvolvimento de superfícies

pediplanadas.

Pode-se observar no Mapa 3 o predomínio de áreas de baixa declividade,

mais de 75% da área do Território tem de 0 a 2º e 2 a 4º de declive, o que favorece a

atividade agropecuária e a mecanização.

O Mapa 4 apresenta o retrato da Geologia no Território do Sertão do Pajeú.

Mapa 3 - Declividades

Fonte: PDHC, Geração de Serviços Ambientais pelo Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos – Fase 1, documento interno.

Mapa 4 - Geologia

Fonte: PDHC, Geração de Serviços Ambientais pelo Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos – Fase 1, documento interno.

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41 | P á g i n a

A possibilidade de mecanização e a identificação, pensamento comum,

compartilhado por amplo leque da sociedade, como os agentes locais do sistema

financeiro, prefeituras e empresas de assistência técnica, que isto é uma característica

da “modernização” da agricultura, leva ao predomínio de preparo de solo intensivo,

como nos indica o Censo Agropecuário de 2006 retratado na Tabela 2.

Tabela 2 – Número de Estabelecimentos Agropecuários por Sistema de Preparo do Solo – Cultivo Convencional

Municípios Sistema de Preparo do Solo (Número de estabelecimentos)

Aração mais Gradagem ou Gradagem Profunda

Cultivo Mínimo (só gradagem)

Plantio Direto na

Palha Afogados da Ingazeira 1.157 25 19

Brejinho 318 108 26

Calumbi 522 302 14

Carnaíba 947 781 3

Flores 966 1.869 48

Iguaraci 853 236 5

Ingazeira 142 240 1

Itapetim 610 879 6

Quixaba 357 338 1

Santa Cruz da Baixa Verde

523 130 59

Santa Terezinha 25 162 5

São José do Egito 1.595 458 2

Serra Talhada 1.888 1.069 17

Solidão 57 346 154

Tabira 1.466 9 2

Triunfo 336 126 119

Tuparetama 248 169 2

Mirandiba 475 234 9

São José do Belmonte 944 967 16

Sertânia 786 794 3

TOTAL 14.215 9.242 511

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006

Isso tem repercussões, agudizadas pelo clima, como veremos adiante.

2.1.1.2. Características Geoclimáticas

A região Nordeste está caracterizada por chuvas concentradas em um único

período (3 a 5 meses), variando as médias anuais de 400 a 800 mm, com distribuição

espacial e temporal muito irregular (Coeficiente de Variação = 30%), apresentando

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

42 | P á g i n a

algumas áreas com média de 250 mm e outras com médias superiores a 1.000 mm. As

temperaturas médias anuais são elevadas (23 a 27ºC) e apresentam amplitudes

térmicas diárias de 10ºC, mensais de 5 a 10ºC e anuais de 1 a 50ºC. A insolação

apresenta média anual de 2.800 h/ano; a Umidade Relativa média anual é de 50%; e a

Evaporação média anual é de 2.000 mm/ano. (MINTER, 1973).

Pode-se se dizer que a evapotranspiração é muito intensa, consumindo até

2500 mm/ano, ou seja, duas a três vezes as alturas médias de precipitação de longo

período, sendo o sol o maior consumidor das águas superficiais e, em parte, das águas

subterrâneas.

Outras características físicas da área, comparativamente aos outros

domínios áridos e semi-áridos, é a ocorrência de substrato geológico rochoso

subaflorante e, praticamente, impermeável com elevado coeficiente de escoamento

superficial e com capacidade restrita de armazenar água subterrânea, resultando que

os rios secam logo após o curto período de chuva.

No Território do Pajeú, alguns municípios devido a sua altitude tem um clima

mais ameno, surgem os chamados Brejos de Altitude, áreas situadas no perímetro das

secas, marcado por um clima tropical úmido ou subúmido, em alguns casos até mesmo

subtropical, que devido a altitude criam todas as condições necessárias ao

desenvolvimento de uma flora que reúne tanto características da mata atlântica

(floresta ombrófila densa) quanto da caatinga (savana estépica), contrastando com as

áreas circundantes que possuem condições climáticas mais secas.

O clima associado à topografia predominantemente plana (que permite

acentuado processo de erosão eólica no período seco) contribui para acentuar

processos crescentes de erosão e salinização dos solos, em especial dos baixios.

O Censo Agropecuário de 2006 revela um número de 751 (setecentos e

cinquenta e um) estabelecimentos agropecuários com áreas degradadas, que

corresponde a uma área de 6.050 (seis mil e cinquenta) hectares. Somada às outras

áreas impróprias para a agricultura e pecuária, como pedreiras, areais, entre outros,

somam 28.880 (vinte e oito mil oitocentos e oitenta) hectares, como podemos

acompanhar na Tabela 3.

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43 | P á g i n a

Tabela 3 - Terras Degradadas ou inaproveitáveis no Território do Sertão do Pajeú

Municípios Terras Degradadas Erodidas, Desertificadas, Salinizadas,

Etc.

Terras Inaproveitáveis para Agricultura ou Pecuária

(Pântanos, areais, pedreiras, Etc.)

Estabelecimentos (und)

Área (ha)

Estabelecimentos (und)

Área (ha)

Afogados da Ingazeira 19 41 109 589

Brejinho 48 63 129 599

Calumbi 37 40 15 225

Carnaíba 8 99 145 1181

Flores 106 208 531 1974

Iguaraci 7 23 89 506

Ingazeira 7 31 15 27

Itapetim 21 78 454 1448

Quixaba 0 0 30 163

Santa Cruz da Baixa Verde

6 5 51 97

Santa Terezinha 9 69 253 1307

São José do Egito 26 129 247 3113

Serra Talhada 299 3599 333 2883

Solidão 6 36 20 48

Tabira 29 114 232 1546

Triunfo 7 16 157 519

Tuparetama 4 25 26 57

Mirandiba 37 923 194 2.692

São José do Belmonte 44 323 1.610 944

Sertânia 31 228 184 2.912

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006

2.1.1.3. Características Hidrológicas

Os rios da Bacia do Pajeú são todos temporários, correndo num curto

período de chuvas. Têm leitos largos e arenosos onde se formam lençóis de água

subterrânea utilizados pela população sob a forma de cacimbas. Destaca-se que,

esses rios apresentam planícies muito pequenas, nas quais ocorre uma intensa

ocupação humana, face, principalmente, ao acúmulo de água.

A ocupação intensa junto aos cursos d’água resulta na ausência ou

rarefação das matas ciliares. Devido aos intensos processos erosivos presentes no

Território o carreamento das terras resulta em calhas alargadas, instabilidade de suas

margens e seus leitos assoreados.

O Mapa 5 traz a hidrografia dos 20 (vinte) municípios do Território.

Mapa 5 - Hidrografia

Fonte: PDHC, Geração de Serviços Ambientais pelo Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos – Fase 1, documento interno.

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45 | P á g i n a

O aqüífero no alto Pajeú é predominantemente cristalino. O Aqüífero do

Cristalino se caracteriza por apresentar, nessa unidade de paisagem, fraturas

conjugadas que deram origem a uma comunicação hidráulica que atuou de forma a

aumentar a permeabilidade das rochas cristalinas, principalmente nos quartzitos e

gnaisses. Esse aqüífero é profundamente dependente do grau de fraturamento. A sua

alimentação ocorre por infiltração direta nas fraturas e é bastante fraca ou praticamente

nula, devido às condições de aridez da área. Este fato leva a crer que a alimentação

dos aqüíferos seja feita através dos rios, nos pontos de interseção de seus leitos com

fraturas.

A superfície piezométrica média é em torno dos 8,6 m, sendo também

encontrados poços com nível estático maior que 60,0 m e poços jorrantes. O rio Pajeú,

controlado por fraturas transversais, colabora significativamente na acumulação de

água nesse aqüífero. Em termos de salinidade, a avaliação das análises químicas das

águas de poços perfurados indica, a partir de uma classificação baseada no diagrama

triangular, a presença dos seguintes tipos de água: cloretadas mistas (55,5%),

cloretadas de sódio (18,7%) e bicarbonatadas mistas; essas águas apresentam

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46 | P á g i n a

salinidade alta, com resíduo seco de cerca de 1.000 mg/l (raros) a 15.800 mg/l, dureza

elevada e pH em torno de 6 a 8. A estimativa de reservas explotáveis nesse aqüífero é

de aproximadamente 67,3 x 106 m3, somando com aluviões e aqüíferos sedimentares,

que, no entanto, tem pouca expressão.

2.1.1.4. Características Vegetativas

No Território do Pajeú ocorrem ainda muitas formações de caatinga nativa,

como podemos ver na Tabela 4 e no Mapa 6.

Tabela 4 – Distribuição espacial da cobertura vegetal e outros usos.

Cobertura vegetal Área (%)

Vegetação arbórea fechada 33,06

Vegetação arbustiva arbórea aberta 20,14

Vegetação arbustiva arbórea fechada 22,61

Mata ciliar 0,73

Área antropizada 22,34

Área urbana 0,40

Corpo d'água 0,72

Fonte: PDHC, Geração de Serviços Ambientais pelo Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos – Fase 1, documento interno.

Mapa 6 - Vegetação

Fonte: PDHC, Geração de Serviços Ambientais pelo Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos – Fase 1, documento interno.

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48 | P á g i n a

Nas feições encontradas da Caatinga observa-se uma grande freqüência de

cactáceas. As espécies dominantes são pioneiras, como faveleira (Cnidosculus

vitifolius), catingueira (Caesalpinia pyramidalis) e cactus, como o xique-xique

(Pilosocereus gounellei), mandacaru (Cereus jamacaru) e coroa de frade (Melocactus

bahiensis). Nas áreas com vegetação ciliar, encontra-se com freqüência a craibeira

(Tabebuia aurea), que se desenvolve em solos mais profundos e próximos a rios e

alagados.

Uma visão geral da região apresentada no recente diagnóstico promovido

pelo PDHC indica muitas que algumas áreas anteriormente vegetadas vêm

progressivamente perdendo a capacidade produtiva, em virtude dos avanços da erosão

e da salinização.

Muitas formações arbóreas e arbustivas arbóreas exibem baixa diversidade

e o impacto de extração de carvão, queimadas eventuais, e mesmo a agropecuária

realizada sem a preocupação com a capacidade suporte do ecossistema tem

contribuído para a redução da biodiversidade nativa e acentuação dos processos

erosivos.

Os relatos dos agricultores ressaltam e confirmam tal informação, com

muitos exemplos, como um apontado no município de São José do Egito, mostrando

ao realizar os estudos de campo, áreas onde em um período de dez anos atrás servia

de pasto para gado e foi observado que ao longo do período o pasto foi perdendo a

capacidade de rebrota e hoje se verifica que a área está afeada por sais

impossibilitando o cultivo.

2.1.1.5. Características Edafológicas

As variações pedológicas, por sua vez, são menores, talvez pela idade das

rochas do Pré-Cambriano; normalmente, os solos são muito rasos e pedregosos. Uma

grande característica dessa Unidade é a presença de muitos corpos rochosos

aflorantes.

Os solos do Sertão do Pajeú são amplamente dominados pelos solos Bruno

Não Cálcicos, seguidos por Solos Litólicos, ocorrendo ainda Regossolos, Solonetz

Solodizado, Areias Quartzosas, Podzólicos Vermelho-Amarelos, Cambissolos,

Planossolos e Aluviais. As terras apresentam variadas limitações à agricultura irrigada,

sendo que cerca de 40% do total mostram-se inaptos a pratica da irrigação e o

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49 | P á g i n a

restante, em torno de 60% apresenta fortes restrições, relacionadas principalmente aos

solos.

O Mapa 7 representa os parâmetros pedológicos do Território.

Mapa 7 - Pedologia

Fonte: PDHC, Geração de Serviços Ambientais pelo Manejo de Microbacias - Parâmetros Pedológicos e Hidrológicos – Fase 1, documento interno.

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51 | P á g i n a

2.1.2. Dimensão Sócio-Cultural

2.1.2.1. População

A população total do Território da Cidadania, de acordo com o Censo 2010

é de 395.293 habitantes. Serra Talhada se destaca na região, com 79.241 habitantes,

mais que o dobro da próxima cidade mais populosa, Afogados da Ingazeira, com

35.901 habitantes.

População Rural e Urbana

Em 2007 a população total do Território era 389.580 habitantes, 164.982

vivia na área rural, o que correspondia a 42,34%. O Censo 2010 mostra uma queda de

3,34% no número de habitantes que residiam na área rural (153.673 hab),

correspondendo a 39% do total (Tabela 5). Segundo dados do Portal ODM, a

urbanização em 2010 variava de 31,88% (Solidão) a 80,14% (Tuparetama).

É preciso refletir, no entanto, sobre os critérios que o IBGE utiliza para

definição do que é urbano e o que é rural.

Segundo Maria Nazaré Wanderlei, em resenha do livro “Cidades

Imaginárias” de José Eli da Veiga, as estatísticas oficiais brasileiras diferem

completamente dos conceitos modernos, que permitem distinguir os espaços e seus

habitantes urbanos e rurais. Com efeito, no Brasil, a distinção adotada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - considera como urbana toda sede

municipal, independentemente do número de seus habitantes e das funções que esta

aglomeração exerça efetivamente. É rural o espaço existente em torno deste núcleo,

onde a população é dispersa ou se concentra em pequenos grupos de vizinhança.

A adoção desta concepção tende a superdimensionar o que é urbano no

País, e conseqüentemente, o processo de urbanização da sociedade brasileira, ao

mesmo tempo em que tende a desqualificar e anular a importância do “rural”.

Há que considerar que, à exceção de Serra Talhada, todos os municípios

têm menos de 35.000 habitantes. Apesar de 16 (dezesseis) dos 20 (vinte) municípios

que integram o Território apresentarem densidade demográfica inferior a 80hab/km²,

um município já apresenta uma densidade de 129,05 hab./km2 (Santa Cruz da Baixa

Verde), que é acima da média do Estado (89,62 hab./km2), sendo que a média do

Território fica em 44,81 hab./km².

Tabela 5 – População Territorial por Município - 2010

Municípios População recenseada, por situação do domicílio e sexo Área (Km2)

Densidade Demográfica

Total Homens Mulheres Urbana Rural Afogados da Ingazeira 35.901 16.790 18.301 27.406 7.685 386 90,91 Brejinho 7.307 3.608 3.699 3.386 3.921 85,1 85,86 Calumbi 5.651 2.723 2.928 2.181 3.470 218,6 25,85 Carnaíba 18.585 9.170 9.415 7.633 10.952 429,7 43,25 Flores 22.171 10.939 11.232 9.364 12.807 963,8 23,00 Iguaraci 11.780 5.915 5.865 6.112 5.668 773,6 15,23 Ingazeira 4.496 2.290 2.206 2.456 2.040 246,6 18,23 Itapetim 13.882 6.852 7.030 8.427 5.455 409,8 33,88 Mirandiba 14.308 7.116 7.192 7.141 7.167 773,3 18,50 Quixaba 6.735 3.322 3.413 2.491 4.244 216,3 31,14 Santa Cruz da Baixa Verde 11.769 5.812 5.957 5.277 6.492 91,2 129,05 Santa Terezinha 10.991 5.385 5.606 6.876 4.115 219,5 50,07 São José do Belmonte 32.620 16.243 16.377 16.168 16.452 1.491,00 21,88 São José do Egito 31.838 15.522 16.316 20.968 10.870 783,3 40,65 Serra Talhada 79.241 37.831 41.410 61.288 17.953 2.965,30 26,72 Sertânia 33.723 16.480 17.243 18.548 15.175 2.359,40 14,29 Solidão 5.744 2.902 2.842 1.831 3.913 130,7 43,95 Tabira 26.430 12.969 13.461 19.772 6.658 393,3 67,20 Triunfo 15.006 7.180 7.826 7.944 7.062 182,2 82,36 Tuparetama 7.925 3.852 4.073 6.351 1.574 231,6 34,22 Território do Pajeú 395.293 192.901 202.392 241.620 153.673 44,81

Fonte: Censo Demográfico 2010

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

53 | P á g i n a

Ainda segundo Wanderley é preciso assumir que o “rural” é uma qualidade,

que decorre de sua dupla face, simultaneamente natural e social, visto que o “rural” se

define, precisamente pelo predomínio dos espaços naturais e pelas relações sociais

específicas, baseadas nos pequenos grupos (relações de interconhecimento). Como

tal, é uma qualidade que interessa não só aos seus habitantes, mas ao conjunto da

sociedade, devendo ser preservada e positivamente valorizada. Este posicionamento

vê-se com clareza, expresso na fala do Colegiado do Território da Cidadania do Pajeú,

ao construir o diagnóstico de seu presente bem como sua visão de futuro.

Os dois maiores centros urbanos do Território são Serra Talhada e Afogados

da Ingazeira. Serra Talhada é exemplo de uma contradição aparente: como é um

município de área significativa, embora tenha a maior população do Território, 79.241

habitantes, sua densidade populacional é de apenas 26,72 hab./km², com vastos

espaços rurais pouco ocupados, sendo o 13º na densidade demográfica entre os 20

(vinte) municípios do Território.

População por Gênero

A distribuição da população do Território por gênero é bastante equilibrada.

As mulheres representam 51% da população enquanto que os homens representam 49

%.

Este dado chama a atenção para a importância da participação das

mulheres no processo de gestão social do Território e nas cadeias produtivas do

Território.

Demanda Social

Para o Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais do

Ministério de Desenvolvimento Agrário a demanda social registra incidência de

população caracterizada como agricultores familiares, famílias assentadas pela reforma

agrária, ou grupos que postulam o acesso a terra.

A agricultura familiar ocupa a maior parte dos estabelecimentos agrícolas,

29,5% contra 19,1% da agricultura não familiar e o tamanho médio das áreas da

agricultura familiar é 12,65 ha, conforme se verifica na Tabela 6.

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54 | P á g i n a

Tabela 6 - Estabelecimento e área da agricultura familiar por Município do Território – 2006

Municípios Agricultura familiar - Lei nº 1.326

Não familiar

Estabelecimentos Área (ha) Estabelecimentos Área (ha) Afogados da Ingazeira 1.404 13.841 207 6.810 Brejinho 731 5.903 85 3.463 Calumbi 1.105 9.174 33 1.288 Carnaíba 2.068 15.093 100 2.906 Flores 3.171 35.824 129 16.148 Iguaraci 1.335 24.089 148 32.633 Ingazeira 558 8.651 84 7.135 Itapetim 1.606 19.966 216 11.673 Quixaba 1.419 11.310 45 1.243 Mirandiba 1.084 22.176 178 14.440 Sta. Cruz da Baixa Verde

1.329 6.318 138 15.407

Santa Terezinha 906 10.332 49 3.806 São José do Egito 2.660 31.095 267 19.937 São José do Belmonte 2.635 51.828 299 31.442 Serra Talhada 4.221 86.579 294 66.251 Solidão 820 7.304 28 508 Tabira 1.731 16.719 110 5.147 Triunfo 1.938 9.956 120 4.572 Tuparetama 454 8.034 59 10.085

TOTAL 31.175 394.192 2.589 254.894

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.

No Território existem 33.804 agricultores familiares, 1.810 famílias

assentadas pelo INCRA. Juntos correspondem a 9,52% da população do Território.

2.1.2.2. Índice de Desenvolvimento Humano

O índice de Desenvolvimento Humano foi criado por Mahbub ul Haq com a

colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de

Economia de 1998. Foi publicado pela primeira vez em 1990.

Analisa as condições de vida de uma população, através das condições de

renda, longevidade e educação. A longevidade utiliza números de expectativa de vida

ao nascer. A educação é avaliada pelo índice de analfabetismo e pela taxa de

matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em

dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida

entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia

de zero a um.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

55 | P á g i n a

IDH ate 0,499 – Desenvolvimento Humano Baixo

IDH entre 0,500 e 0,799 – Desenvolvimento Humano Médio

IDH acima de 0,800 – Desenvolvimento Humano Alto

Evolução do IDH-Municipal do Território, 1991-2000

De um modo geral o Território apresentou um crescimento no IDH-M entre

os anos de 1991 e 2000. Em 1991 todos os municípios do Território tinham

apresentavam desenvolvimento humano baixo e em 2000 todos os municípios

passaram a apresentar desenvolvimento humano médio.

A média do Território era de 0,630 encontrando-se um pouco abaixo do IDH

do Estado que em 2000 era de 0,692. No entanto os dados mais recentes disponíveis

revelaram que o índice continua em ascensão, com a média do Território já alcançando

0,65 em 2007.

Podemos ver pelo Mapa 8 que os menores índices são encontrados em

Calumbi, Quixaba, Carnaíba e Solidão e os maiores em Serra Talhada, Triunfo,

Afogados da Ingazeira e Tuparetama.

Mapa 8 - IDH-M no Território, 2000

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

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56 | P á g i n a

Índice de Desenvolvimento Humano de Educação, Longevidade e Renda.

O Gráfico 1 mostra a dimensão Educação como a que mais contribuiu para o

desenvolvimento, analisando o IDH-M, seguida da dimensão Longevidade e por fim a

Renda.

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000.

Embora a educação, bem como serviços de saúde e a longevidade da

população não esteja adequada segundo as expectativas da população do Território

representada no Colegiado Territorial, pode-se perceber pelo gráfico acima, que a

dimensão da renda é a mais crítica entre educação, longevidade e renda no

estabelecimento do IDH-M no Território.

2.1.2.3. Educação

Embora a educação tenha avançado nas últimas décadas, os atuais dados

apresentados pela RD do Pajeú suscitam enormes preocupações, uma vez que os

Índices Desenvolvimento Humano Municipal de Educação sinalizam o quanto os

municípios que compõem o Território ainda estão atrasados neste quesito.

Paradoxalmente, é importante considerar os avanços obtidos, pois se observa que

fazendo uma comparação entre os anos de 1991 a 2000, houve uma mudança positiva

00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

Afo

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IDHM-Renda, 2000

IDHM-Longevidade, 2000

IDHM-Educação, 2000

Gráfico 1 - IDH-M de Educação, Longevidade e Renda no Território do Sertão do Pajeú, 2000

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

57 | P á g i n a

nesse índice, em que a média do Território pulou de 0,555 (1991) para 0,706 em

2000.

Em 2000, o IDHM-Educação do Brasil era de 0,849, portanto a média do

Território do Sertão do Pajeú estava 17,6% abaixo da média nacional. Dentre os

municípios do Território, o de melhor valor era Santa Cruz da Baixa Verde, com 0,733,

e o de pior valor era Calumbi, com 0,652.

Por outro lado, o nível de desigualdade da educação no Território é ainda

um fato de bastante relevância, envolvendo, sobretudo, as questões de gênero, raça e

população rural. Gerando assim vários condicionantes que recaem sobre a qualidade

do ensino

Docência no Território e números de estabelecimentos de ensino

A Tabela 8 apresenta o número de professores e de estabelecimentos de

ensino existentes no Território do Pajeú, distribuídos por município.

Observa-se que Serra Talhada, com um quadro de 1.010 professores,

apresenta o maior número de docentes. Fato que se dá em virtude do município ser um

dos maiores do Território e apresentar o maior número de estabelecimentos de ensino.

No entanto foi uma pequena evolução, pois os dados apresentados no PTDRS de 2006

apontavam 986. Já Solidão apresenta o menor quadro de docentes, com 76

professores, 11 a menos que os que constavam em 2006.

No Território do Sertão do Pajeú, em 2009, existiam 103.893 (cento e três

mil oitocentos e noventa e três) pessoas matriculadas em 2.037 (dois mil e trinta e sete)

estabelecimentos de ensino, sendo 71.081 (setenta e um mil e oitenta e uma) no

Ensino Fundamental, 12.070 (doze mil e setenta) no Pré-Escolar e 20.742 (vinte mil

setecentos e quarenta e duas) no Ensino Médio. Conforme pode se observar na Tabela

8 o município que tinha o maior número de pessoas matriculadas era Serra Talhada

(20.372) e o que dispunha de maior número de estabelecimentos de ensino era

Sertânia (455).

Com relação ao número de estabelecimentos de ensino, observa-se que

existe uma defasagem nos números de estabelecimentos, principalmente nas séries

iniciais, onde tomando por referencial as crianças com idade de 06 anos, período em

que ingressam na pré-escola, o número escolas não comporta a demanda.

Tabela 7 – Número de Estabelecimentos de Ensino, Número de Matrículas e Número de Docentes no Território do Sertão do Pajeú por Município – 2009

Municípios Número de Estabelecimentos de Ensino

Número de Matrículas Número de Docentes

Fundamental Pré-escola Médio Fundamental Pré-escola Médio Fundamental Pré-escola Médio Afogados da Ingazeira

43 38 6 5.957 1.093 2.170 283 40 116

Brejinho 15 14 1 1.468 296 405 78 10 17

Calumbi 20 18 1 1.403 292 288 74 23 17

Carnaíba 23 21 2 3.278 550 1.031 159 19 49

Flores 56 53 3 3.886 674 839 207 30 46

Iguaraci 21 18 2 1.871 409 542 105 19 30

Ingazeira 13 12 1 781 172 305 57 14 19

Itapetim 33 30 1 2.317 482 554 141 19 25

Quixaba 16 14 2 1.825 270 403 98 10 28

Santa Cruz da Baixa Verde

19 16 2 1.916 436 557 125 20 39

Santa Terezinha 21 20 1 2.017 421 614 107 15 30

São José do Egito 29 26 5 5.287 742 2.057 306 39 105

Serra Talhada 108 82 13 13.931 1.941 4.500 662 87 261

Solidão 7 5 1 1.164 184 281 55 7 14

Tabira 27 24 4 4.709 819 1.050 241 33 80

Triunfo 22 16 3 2.854 463 843 153 27 62

Tuparetama 7 5 3 1.511 241 535 93 12 41

Mirandiba 154 21 47 2.849 457 851 154 21 47

São José do Belmonte

312 34 71 6.385 878 1.457 312 34 71

Sertânia 297 49 109 5.672 1.250 1.460 297 49 109

Fonte: IBGE@Cidades

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

59 | P á g i n a

Em 2009, a população de 0 a 14 anos era de 65.293 pessoas. Considerando

a freqüência a creche ou escola não chega a 10 % das pessoas desta faixa da

população.

Quanto à qualidade, entre os anos 1991-2000, houve no Território uma

significativa melhora na escolaridade das crianças de 7 a 14 anos, onde sua taxa

média de analfabetismo de 49,13%, em 1991, cai para 21%, em 2000.

Verifica-se de modo geral que a educação tem evoluído inclusive com

esforços para superação de atrasos históricos como podemos ver no tratamento dado

ao analfabetismo.

O nível educacional da população de jovens nos 20 (vinte) municípios que

compõem o Território do Pajeú está retratado pelos indicadores de taxa de

analfabetismo, demonstrando que no período de 1991 a 2000 estas taxa vem caindo

entre a população de jovens, tendo sido reduzida em quase três vezes do percentual

de analfabetismo da população de 15 a 17 anos e reduzida pela metade entre a

população de 18 a 24 anos.

Os dados existentes sobre os municípios que compõem o Território são os

do Censo 2000. A taxa de analfabetismo era de 8,58 para pessoas de 15 a 17 anos e

de 14,57% para pessoas de 18 a 24 anos, como pode se observar no Gráfico 2.

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

0

5

10

15

20

25

30

1991 2000

Percentual de adolescentes de 15 a 17 anos analfabetas

Percentual de adolescentes de 18 a 24 anos analfabetas

Gráfico 2 - Taxa de Analfabetismo no Território do Sertão do Pajeú, 2000

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

60 | P á g i n a

Esta tem sido uma tendência em quase todos os municípios do Território

com destaque para os municípios de Triunfo, Afogados da Ingazeira, Santa Cruz da

Baixa Verde e Tuparetama que apresentaram em 2000 índices de analfabetismo entre

os jovens de 15 a 24 anos melhores que a média do Estado de Pernambuco.

Este esforço é de especial importância dado os altos percentuais de

analfabetismo observado no Território e tem sido continuado, como podemos ver na

Tabela 8 apresentando o esforço de alfabetização do Programa Brasil Alfabetizado no

Pajeú.

Tabela 8 - Programa Brasil Alfabetizado

Município Ano

2003 2004 2005 2006

Afogados da Ingazeira 0 0 0 0

Brejinho 696 0 0 96

Calumbi 198 25 187 178

Carnaíba 173 54 179 173

Flores 603 334 7.647 739

Iguaraci 0 0 0 0

Ingazeira 0 0 0 0

Itapetim 0 0 0 0

Mirandiba 0 0 0 0

Quixaba 218 85 64 0

Santa Cruz da Baixa Verde

0 0 0 0

Santa Terezinha 0 0 0 0

São José do Belmonte 1.954 468 1.084 512

São José do Egito 0 0 0 0

Serra Talhada 0 0 0 0

Sertânia 0 0 0 0

Solidão 518 1 92 0

Tabira 0 0 0 0

Triunfo 0 0 0 0

Tuparetama 0 0 0 0

Total Território 4.360 967 9.253 1.698

Fonte:MEC/INEP (2007)

De 2003 a 2006 foram alfabetizadas 16.278 pessoas dos municípios de

Brejinho, Calumbi, Carnaíba, Flores, Quixaba, São José do Belmonte e Solidão, como

nos informa o Programa Brasil Alfabetizado/ INEP/ MEC, 2007.

A despeito das evoluções observadas é colocado claramente pelo

diagnóstico realizado com o Colegiado Territorial que é necessário ampliar os

investimentos na educação, assegurando melhoria na infra-estrutura das escolas,

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

61 | P á g i n a

incluindo espaço, ventilação, iluminação, energia elétrica, água potável, instalações

sanitárias adequadas, mobiliário, biblioteca.

Arca das Letras

Apontam ainda a necessidade de se garantir transporte escolar adequado,

pois há áreas rurais cuja distância e precariedade do transporte impossibilita o acesso

a educação básica.

Quanto aos docentes é demanda do Colegiado o estabelecimento de plano

de cargos e carreiras para os professores da área rural.

Sobretudo foi pautada a necessidade de se rever o currículo da educação

básica, materiais didáticos pedagógicos e formação dos professores para que se possa

promover a educação contextualizada, que fale a partir da realidade do semiárido, das

múltiplas realidades locais, da convivência com o semiárido e a construção de uma

vida digna também e, sobretudo no campo.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

62 | P á g i n a

2.1.2.4. Saúde e Saneamento

Os níveis de saúde da população são reflexos da organização social do País

(Lei Orgânica da Saúde, nº 8080/90), pois para se ter uma vida saudável é necessária,

antes de tudo, manter conjuntamente uma boa qualidade de vida nos aspectos de bem

estar físico, mental e social. Dessa forma, a reflexão sobre a concepção de saúde,

atualmente, é necessária, pois a saúde hoje tem como fatores determinantes e

condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio

ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e

serviços essenciais.

Mortalidade Infantil

O indicador Taxa de mortalidade infantil mede a freqüência com que

ocorrem os óbitos infantis (menores de um ano) em uma população, em relação ao

número de nascidos vivos em determinado ano civil. Se expressa para cada mil

crianças nascidas vivas. É o indicador que melhor expressa o padrão de saúde de uma

população, estando estreitamente relacionada às condições ambientais em que

residem as crianças, à oferta dos serviços de saúde, à educação e à renda, e,

sobretudo, às deficiências nutricionais.

Segundo Plano Regional de Inclusão social5, a taxa de mortalidade infantil

do Território do Pajeú é a quinta mais elevada entre as RD’s e superior à de

Pernambuco (47,31). De acordo, também, com dados levantados do PNUD, os

municípios de Brejinho, Calumbi, Carnaíba, Iguaraci, Quixaba e Solidão (todos com

73,83 em 1.000 nascidos vivos) apresentavam, em 2000, os piores indicadores de

mortalidade infantil (até 01 ano de idade). Triunfo (30,67), Serra Talhada (40,58),

Afogados da Ingazeira (42,39) e Santa Cruz da Baixa Verde (42,56), por sua vez,

detêm as melhores taxas do Território.

5 Documento Elaborado no âmbito do Programa Governo nos Municípios. Agência Condepe/Fidem.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

63 | P á g i n a

Tabela 9 – Taxa Mortalidade Infantil, Território do Pajeú, 1991 - 2000.

Municípios

Mortalidade até um ano de idade

Mortalidade até cinco anos de idade

1991 2000 1991 2000

Brasil 48,72 34,04 65,72 44,42

Região Nordeste 69,54 47,79 100,67 69,90

Pernambuco 62,55 47,31 95,46 54,59

Média do Território 89,19 57,36 108,79 63,53 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

Enfatiza-se que apesar dos dados apresentados, a taxa de mortalidade

infantil no Território diminuiu nos últimos anos. Comparando o ano de 1991 ao ano de

2000, nota-se que houve avanços tanto na faixa etária de 0 a 01 ano de idade, quanto

na faixa etária de 01 a 05 anos de idade. Dentre os municípios que compõem o

Território os que alcançaram melhores resultados foram Tuparetama, com 36,27% de

redução (71,61 para 45,63), Tabira, 28,56% (82,01 para 58,58), Flores, com 24,59%

(69,97 para 52,76) e Santa Terezinha, 21,41% (93,69 para 73,63).

A Tabela 10 referente à taxa de mortalidade infantil (TMI) também pontua

que no Brasil, no Nordeste e no Estado de Pernambuco houve uma redução nesse

indicador.

No que se refere à faixa etária de 01 a 05 anos, observa-se que essas taxas

de mortalidade são bastante altas. Apesar das reduções obtidas nos últimos anos,

também comparando os resultados de 1991 com 2000. O Território ainda apresentar

taxa de mortalidade de 63,53. Quase o dobro da taxa de mortalidade do Brasil que é de

44,42. A taxa do Território supera ainda, negativamente, as taxas apresentadas pelo

Estado de Pernambuco (54,59) e Região Nordeste (69,90).

Dados disponibilizados pelo Portal dos Objetivos do Milênio – ODM sobre a

Mortalidade Infantil em 2009 mostra que a média territorial era de 19,2%, 04 (quatro)

municípios apresentavam taxas abaixo de 10% Brejinho (7%), Ingazeira (0,0%),

Itapetim (4,3%) e Solidão (9,9%). Os municípios que apresentavam maiores taxas eram

Calumbi (36,4%), Mirandiba (39,5%) e São José do Belmonte (31,2%).

Os indicadores de longevidade associam-se fortemente as políticas de

saúde e saneamento. Por isso a implementação de programas que visam fortalecer o

atendimento a saúde dos municípios repercutem diretamente na qualidade de vida da

sua população, ocasionando, ainda, redução na severidade da desnutrição infantil e na

incidência de doenças infecciosas e parasitárias, conseqüentemente, reduzindo as

taxas de mortalidade.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

64 | P á g i n a

Tabela 10 – Esperança de Vida ao Nascer e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Longevidade, 1991 - 2000.

Municípios

Esperança de vida ao nascer IDH Municipal-Longevidade

1991 2000 1991 2000

Brasil 63,60 67,60 0,643 0,710

Região Nordeste 59,97 64,83 0,582 0,663

Pernambuco 62,04 67,32 0,617 0,705

Média do Território 60,16 65,34 0,586 0,672 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000

A partir da tabela acima, observa-se que houve um crescimento na taxa de

longevidade do Brasil, que em 1991 apresentava taxa de 0,643 e em 2000, 0,710.

Salienta-se que essa melhoria aconteceu no país como todo, onde para melhor

ratificação dessa afirmação é possível analisar, a partir da tabela, os crescimentos

obtidos na Região do Nordeste – que apresentava um dos piores indicadores – e no

Estado de Pernambuco. No Território do Pajeú a taxa de longevidade subiu de 0,586,

em 1991, para 0,672, em 2000.

Uma vez que os indicadores de longevidade são reflexos das políticas de

saúde, é importante enfatizar que a municipalização dos serviços de saúde e a

implementação dos diversos programas de saúde no Território (Programas de Saúde

da Família, Programas de Agentes Comunitários de Saúde, Programa de Saúde da

Criança, da Mulher, dentre outros) ainda não possibilitaram ampliações significativas

nos níveis de saúde da população, considerando também que muitos desses

programas não dão cobertura a toda população.

Acesso aos Serviços Sanitários Básicos

O acesso da população Território aos serviços básicos de abastecimento de

água e esgotamento sanitário é bastante precário, especialmente na zona rural.

No Território apenas 49,8% dos domicílios dispõem de água encanada,

23,2% da população urbana e 100% da população rural depositam seus dejetos a céu

aberto. A partir destes dados já se pode perceber a dimensão do problema de doenças

de veiculação hídrica no Território.

É importante registrar que esse quadro é agravado principalmente nas

comunidades rurais, as quais não contam, também com coleta de lixo, ocasionando

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

65 | P á g i n a

vários transtornos para a população e propiciando a propagação de várias doenças6. A

maior parte do lixo produzido é queimado ou jogado em terreno baldio.

Doenças de veiculação hídrica

Em grande parte dos municípios as doenças por veiculação hídrica

continuam sendo uma endemia de significativa prevalência, produzindo forte impacto

social por incapacitar, em sua fase avançada, pessoas em idade economicamente

produtiva, além de gerar importantes custos hospitalares.

As causas estão fortemente relacionadas a problemas na infra-estrutura

hídrica, na falta de saneamento básico e na falta de conservação do meio ambiente.

Segundo dados secundários, grande parte das habitações rurais não possuem

sanitários e a destinação do lixo é realizada de forma inadequada, propiciando a

proliferação de vetores que representam importantes veículos de contaminação de

alimentos e da água de beber.

No que diz respeito à captação e armazenamento d'água no Território

existem 08 (oito) açudes com a capacidade de armazenar 137.492.182 m3, conforme

apresentado na Tabela 11.

Tabela 11 - Principais açudes no Território do Sertão do Pajeú

Município Açude Capacidade (m³)

Afogados da Ingazeira Brotas 18.000.000

São José do Egito São José II 4.600.000

Iguaraci Rosário 34.990.000

Serra Talhada

Saco 36.000.000

Cachoeira II 21.031.145

Serrinha 310.000.000

Jazido 15.543.300

Sertânia Barra 2.738.160

Cachoeira I 5.950.000

Total 448.852.605 Fonte: Governo do Estado de Pernambuco - Agencia Condepe/Fidem, 2005

Desnutrição

Fatores como a desnutrição infantil, certamente reduz a capacidade de

aproveitamento de potencialidades existentes nos municípios. Tanto as de natureza

econômica, pela própria pauperização da força de trabalho, quanto às de natureza

6 Melhor detalhamento no item Doenças de Veiculação Hídrica

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

66 | P á g i n a

social, ocasionando problemas, tais como repetência escolar, alta taxa de evasão e

distorção idade série.

É importante registrar que no plano biológico, os baixos percentuais de

crianças recebendo aleitamento materno exclusivo, bem como as infecções por

parasitas intestinais, transmitidas na maioria das vezes por veiculação hídrica,

relacionam-se intimamente com a desnutrição infantil.

Dados secundários confirmam elevado índice de desnutrição nos municípios

que compõem o Território, inclusive causas de mortalidades apontam a existência de

elevado índice de desnutrição (Óbitos - doenças - endócrinas, nutricionais e

metabólicas). Um dos fatores que confirmam esses dados se observa a partir da

informação de que o 4º (quarto) maior número de óbitos no Território se dá a partir

desse diagnóstico.

O Portal ODM (2010) aponta que o índice de desnutrição no Território em

2010, considerando 127.405 (cento e vinte e sete mil, quatrocentas e cinco) crianças

pesadas era de 2,1%.

Morbidade no Território

O quadro de morbi-mortalidade do Território afigura-se como aquele comum

às populações pobres, com alta incidência de doenças infecciosas e parasitárias,

combinada com a crescente morbidade própria de áreas mais desenvolvidas (doenças

do aparelho respiratório e circulatório).

Segundo informações levantadas, através do Plano Regional de Inclusão

Social (Programa Governo nos Municípios, Agência Condepe/Fidem, 2003), as maiores

incidências de agravos na Região são dengue, leishmaniose americana e tuberculose.

Onde nos municípios de Iguaraci, Tuparetama e Itapetim registram-se as maiores

incidências de dengue; em Triunfo e Santa Cruz da Baixa Verde, as de leishmaniose

americana; e em Serra Talhada, Triunfo e Tuparetama, as de tuberculose.

Rede de Serviços de Saúde

Em todo Território existem apenas 307 (trezentos e sete) estabelecimentos

de saúde para atender uma população total de 395.293 (trezentos e noventa e cinco

mil, duzentos e noventa e três) habitantes, em 2010. Do total de estabelecimentos de

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

67 | P á g i n a

saúde existentes, 213 (duzentos e treze) são públicos e 94 (noventa e quatro) são

privados.

De acordo com dados do IBGE (DATASUS, 2004), dentre os

estabelecimentos de saúde existentes no Território, apenas 31 (trinta e um)

apresentam estrutura física para internação, com disponibilidade de 1.528 (um mil,

quinhentos e vinte oito) leitos.

Os municípios de Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, São José do Egito

e Sertânia apresentam o maior número de estabelecimentos de saúde do Território,

com variação entre 25 (vinte e cinco) a 89 (oitenta e nove) unidades. Disponibilizando

um total de 1.204 (um mil e duzentos e quatro) leitos para internação. A partir dessa

informação é possível observar que praticamente toda a oferta de serviço de saúde do

Território é coberta por esses 04 (quatro) municípios.

Cobertura dos Programas de Atenção Básica

Segundo dados levantados através do Plano Regional de Inclusão Social do

Pajeú (Agência Condepe/Fidem, 2003), a Região de Desenvolvimento do Pajeú conta

com 571 Agentes Comunitários de Saúde, para um teto de 745, o que representa

76,64% de cobertura. Em 2009, de acordo com dados do Datasus, o Programa de

Agente Comunitário de Saúde – PACS apresentava a cobertura de 13,4% da

população territorial. Este decréscimo se dá devido ao surgimento do Programa de

Saúde da Família que incorpora o Agente Comunitário de Saúde.

Por sua vez o Programa de Saúde da Família conta com 52 (cinqüenta e

duas) equipes, para um teto de 122 (cento e vinte e duas), ou seja, menos de 50% das

equipes necessárias. Entretanto, a situação de saúde é ainda mais precária nos

municípios de Carnaíba, Itapetim e Quixaba, os quais não eram atendidos por esse

Programa. Já em 2009 este Programa passa a apresentar uma cobertura de 86,5% da

população do Território. Outro dado importante é que todos os municípios contam com

Programa com percentuais variando de 45,5% (Calumbi) a 101,9% (Ingazeira).

Fica evidenciada a partir das situações levantadas, a necessidade de

ampliações de equipes e unidades de saúde, possibilitando assim melhor

acompanhamento dos pacientes, uma vez que a cobertura dos programas ainda é

insuficiente, produzindo um diferencial significativo entre o segmento da população

assistida e o residual que ainda não o é.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

68 | P á g i n a

Estrutura de Assistência de Média e Alta Complexidade

A partir dos dados levantados no Território do Pajeú, observa-se que a

assistência médica de média e alta complexidade está muito longe de ser a ideal. Em

virtude da pouca disponibilidade local de assistência médica de média e alta

complexidade as maiorias dos pacientes realizam exames, consultas e tratamentos

especializados em outros municípios pólos.

Enfatiza-se que as questões referentes aos serviços de saúde para os

municípios de pequenos portes são bastante complicadas, uma vez que as políticas de

saúde são implementadas tendo como um dos critérios o número total de habitantes

por município. Entretanto, a partir dessa lógica, alguns fatores importantes são

desconsiderados, dentre eles, a distância territorial dos municípios e,

conseqüentemente, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, principalmente

para a população das comunidades rurais.

Chama atenção ainda, a forma como são tratadas as questões da mulher,

inclusive, a forma de atuação de alguns programas básicos de saúde, como por

exemplo, o Programa Saúde da Mulher. Questiona-se a forma como são

implementados alguns programas, sem que haja equipamentos básicos para

desenvolvê-los. Para ratificar essa informação, vale salientar que dentre os municípios

que compõem o Território, apenas Serra Talhada dispõem de 01 (um) mamógrafo com

comando simples e Afogados da Ingazeira com 01 (um) mamógrafo com estereotaxia.

Para concluir, ressalta-se que, na maioria desses municípios, a estrutura de

Vigilância Sanitária é bastante deficitária, requerendo fortalecimento em nível de

composição e da capacitação da equipe, como de equipamentos básicos para o seu

funcionamento, incluindo a fiscalização e controle dos riscos laborais, ambientais e de

consumo de produtos alimentares e medicamentosos.

2.1.2.5. Cultura e Lazer

O turismo é um dos principais arranjos produtivos do Território e se

desenvolve mais intensamente em Triunfo que integra o roteiro turístico “Circuito do

Frio”. Este roteiro envolve municípios que apresentam baixa temperatura nos meses de

julho e agosto. O roteiro envolve os municípios de Garanhuns, Gravatá, Pesqueira,

Taquaritinga do Norte e Triunfo. Triunfo é a terceira cidade a receber o Circuito do Frio,

quando acontece a tradicional Festa do Estudante. O clima varia entre 10° a 26°

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

69 | P á g i n a

durante o ano. Além disso, o Território apresenta vários atrativos turísticos naturais e

culturais por município como se apresenta nas fotos abaixo e no Quadro 8.

Cangaço – Serra Talhada

Quadro 8 – Atrativos Naturais, Artísticos e Culturais por Município

Municípios Atrativos

Naturais Artísticos

Afogados da Ingazeira

Serra do Giz, em cujas encostas, encontram-se dezenas de desenhos rupestres, Pedra do Dinossauro, Casa da Rocha (Carapuça), as inscrições rupestres no Sitio Leitão, a cachoeira do Pinga e a barragem do Brotas.

Balé Popular de Afogados da Ingazeira, Companhia Artística Pajeú de Dança, Grupo Aplausos de Teatro Amador; Grupo de Reisado do Sítio São João (103 anos), Dança de Coco dos Negros e Negras e Banda de Pífanos do Leitão da Carapuça (remanescentes de quilombos), Fersan - Festival Regional da Sanfona (19 anos), Encenação da Paixão de Cristo (20 anos), Tabaqueiros – figuras mascaradas tradicionais do Carnaval, Vivência dos ciclos junino e natalino, Missa e desfile dos vaqueiros, Afogareta – Carnaval fora de época, Trilhas Ecológicas (Grupos de Motociclistas e Jeepeiros).

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

70 | P á g i n a

Quadro 8 – Atrativos Naturais, Artísticos e Culturais por Município (continuação)

Municípios Atrativos

Naturais Artísticos

Brejinho Pedra Grande e a Gruta do Morcego, Pedra dos Índios

Maracatu, coco de roda, frevo, Artesanato de cerâmica

Calumbi

Pedra do Letreiro, no Sítio Campos; a Serra dos Caititus, no Sítio Tamanduá; e a bela margem do Rio Pajeú, onde também se encontra uma casa antiga construída em 1928

Bacamarteiros, Xaxado, dança de São Gonçalo, Reinado, Pastoril, Banda de Pífano (maio, junho e julho), artesanato de bordado, crochê, trabalhos com cerâmica e pinturas

Carnaíba

A Serra da Matinha e a Serra do Cabeço das Quintas, Cruzeiro São João Maria de Vianney e o Santuário de Bom Jesus dos Remédios (Serra da Chichorra)

Ciranda, cavalhada e do caboclinho; Companhia Municipal de Dança Otacílio, Artesanato de barro (foto), couro, crochê, tricô e o flandres

Flores Reinado (Dezembro e Janeiro) e dança

de coco, peças bordadas, produção de móveis

Iguaraci Samba de Coco

Mirandiba Pedra Comprida ou na Mangueira do Brejo

Cidade natal de Luiz Gonzaga com forte tradição do forro pé de serra; Circuito do Vaqueiro de Ouro

Quixaba Serra do Cruzeiro, Pedra do Quixó, Serra da Colônia, Cachoeira do Inferno

Cantores e poetas populares

Santa Cruz da Baixa

Verde

Serra da Panela Capital da Rapadura: Feira da Rapadura; Bacamarteiros, artesanato de barro, bordados, esculturas em mel batido, trabalhos com cordas e palhas

Santa Terezinha

Cachoeira do Quati, barragens José Antônio e Cascudo, engenhos de cana nos sítios Fundões e José Antônio

Artesanato de madeira, serigrafias e pintura em tela

São José do Belmonte

Encenação anual da peça "Pedra do Reino" de Ariano Suassuna e a Cavalgada a Pedra do Reino (percurso de 30 km), Circuito do Vaqueiro

São José do Egito

Capital da Poesia, cantorias, Festival de Cantadores e Poesia Popular na Festa do Reino (1ª semana de janeiro), Festa dos violeiros; Artesanato de barro e crochê

Serra Talhada

Terra de Lampião onde está localizado o Museu do Cangaço; Serra do Caldeirão, Passeio pelas trilhas de Lampião e atrativos naturais do assentamento Poldrinho

Xaxado

Sertânia Vaquejada Solidão Gruta Nossa Senhora de Lourdes Bacamarteiros

Tabira Poetas (Missa do Poeta);Reinado (dezembro), artesanato de bordados, santos em cerâmica e madeira

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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Quadro 8 – Atrativos Naturais, Artísticos e Culturais por Município (continuação)

Municípios Atrativos

Naturais Artísticos

Triunfo

Na zona Urbana: Lagoa João Barbosa Sitônio, do acervo histórico do Museu do Cangaço, do Cine Teatro Guarany, da casa velha do doutor Assis Timóteo, da Igreja do Rosário, da Matriz Nossa Senhora das Dores, do Convento Boaventura Na zona Rural: 50 engenhos de cana de açúcar, o Pico do Papagaio (ponto mais alto do estado, com altitude medindo 1.260m), a Gruta de João Neco, a Furna da Laje e a Cachoeira do Grito, Cachoeira do Brocotó

Caretas (carnaval)

Tuparetama

Cidade da Paz, Reisado, pastoril, ciranda, quadrilhas juninas, bumba-meu-boi, o cavalo-marinho; Cia. de Danças Populares da cidade

Fonte: Sertão Net- O portal do Sertão, agosto /2006

Portal dos Municípios - Governo do Estado de Pernambuco, agosto-2006

Artesanato em barro - Brejinho

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72 | P á g i n a

Pinturas Rupestres – Afogados da Ingazeira

2.1.2.6. Segurança

A taxa de mortalidade por homicídio da Região do Sertão do Pajeú é das

mais baixas do Estado, como podemos ver abaixo na Tabela 12 e no Mapa 9

comparando as diferentes regiões de desenvolvimento do Estado.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

73 | P á g i n a

Tabela 12 – Taxa trimestral de criminalidade violenta letal e intencional em Pernambuco, segundo regiões de desenvolvimento – 1º e 2º trimestres 2009 / 1º e 2º trimestres 2010

Regiões de Desenvolvimento

Taxa trimestral de criminalidade violenta letal e intencional (CVLI) (1)

2009 2010 1º Trim 2º Trim 1º Trim 2º Trim

Metropolitana 16,14 13,82 13,00 12,30 Mata Norte 9,63 11,86 8,52 12,41 Mata Sul 14,43 12,52 12,77 11,89 Agreste Central 11,68 10,66 9,90 7,63 Agreste Meridional 7,69 9,92 8,60 8,27 Agreste Setentrional 8,66 11,45 10,76 8,94 Sertão Central 9,57 5,97 4,76 3,56 Sertão de Itaparica 12,19 8,35 11,26 14,96 Sertão do Araripe 10,54 9,19 6,51 7,14 Sertão do São Francisco 10,42 6,83 6,93 6,43 Sertão do Moxotó 9,76 9,73 11,57 9,13 Sertão do Pajeú 4,47 4,79 7,62 6,02

Fonte: SDS / Infopol. Elaboração: Agência CONDEPE/FIDEM (1)

Em 100 mil habitantes.

Mapa 9 - Número de Vítimas de Crime Violento Letal e Intencional por Município no Estado de Pernambuco.

Fonte: Boletim Trimestral da Conjuntura Criminal em Pernambuco/Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco CONDEPE/FIDEM. v.3 n.2 (2010)

2.1.3. Dimensão Econômica

A população economicamente ativa é de 125.240 habitantes, dos quais

112.381 estão ocupados nos seguintes setores produtivos: agropecuária (51,6%),

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

74 | P á g i n a

comércio e serviços (12,0%), administração pública (5,3%) e Educação (5,0%). Os

demais 26,1% estão distribuídos em outros setores produtivos como indústria da

transformação, construção civil, alojamento e alimentação, serviços domésticos, entre

outros.

A economia da Região do Desenvolvimento do Pajeú, de acordo com dados

da Agencia Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco - Condepe/Fidem

(2009) está baseada na agropecuária, na indústria, no comércio/serviços e no turismo.

Afogados da Ingazeira

Serra Talhada despontando como líder na geração de empregos (5.207),

como se pode ver na Tabela 13. Esse município destaca-se, também, na indústria da

construção civil, gerando 8,7% de emprego, e no comércio e serviços médicos.

Afogados da Ingazeira destaca-se no setor de vestuário, que gera 4% do emprego e

São José do Egito nos serviços médicos, com 7,6%. O turismo se desenvolve mais

intensamente em Triunfo, pelo seu micro-clima de altitude e acervo arquitetônico

preservado.

Ainda analisando os dados constantes na Tabela 13, percebe-se que o setor

de comércio é que tem gerado o maior número de empregos formais no Território

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

75 | P á g i n a

(49,7%), seguido de serviços (30,8%) e da indústria (14,5%). O setor agropecuário teve

um menor impacto na geração de emprego no Território (5%).

Tabela 13 – Empregos Gerados por Setor da Economia - 2009

Município Indústria Comércio Serviços Agropecuária

Afogados da Ingazeira 485 646 341 13

Brejinho 5 11 8 - Calumbi 3 20 5 1 Carnaíba 14 60 40 - Flores 19 68 18 - Iguaraci - 32 11 - Ingazeira 6 17 7 -

Itapetim 3 55 10 39 Mirandiba 1 87 26 - Quixaba - 1 2 -

Santa Cruz da Baixa Verde 13 27 8 3 Santa Terezinha 2 47 17 - São José do Belmonte 55 245 74 - São José do Egito 171 483 214 377 Serra Talhada 571 2.939 1.633 64 Sertânia 133 309 108 39 Solidão - 8 3 Tabira 139 301 702 - Triunfo 20 180 232 11 Tuparetama - 76 13 17 Total Território 1.640 5.612 3.472 564

Fonte: Perfil Municipal, no site www.condepe/fidem.gov.br (2010)

Segundo portal do Governo do Estado de Pernambuco a Região de

Desenvolvimento do Pajeú responde por 1,8% do Produto Interno Bruto - PIB do

Estado e tem PIB per capita de R$ 2.800,00 (dois mil e oitocentos reais).

Apesar do setor de Comércio superar o de Serviços na geração de emprego

formal, observa-se que de acordo com os dados Condepe/Fidem (2009), constantes na

Tabela 14, o setor de serviços é o responsável pela maior parte do PIB do Território,

seguido pela indústria e por fim a agropecuária. No entanto a atividade agropecuária

não é de maneira alguma de menor importância, pois ocupa a maior parte da

população economicamente ativa do Território, concentra o maior número de

estabelecimentos, com 96,67% do total de estabelecimentos e gera uma expressiva

renda não monetária, pois a produção destinada ao autoconsumo muitas vezes é

invisível nas estatísticas.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

76 | P á g i n a

Serra Talhada da mesma forma que na geração de empregos formais,

destaca-se no PIB, é responsável por 28,6% do total do PIB do Território do Sertão do

Pajeú, bem como nas receitas.

Tabela 14 - Aspectos Econômico e Rendimento Nominal Mensal - 2009

Municípios

Economia (R$ mil reais)

Produto Interno Bruto (R$ mil reais)

Despesas Receitas7 Agropecuária Indústria Serviços

Afogados da Ingazeira 36.888 66.941 9.886 27.751 112.081 Brejinho 9.851 12.898 2.995 1.904 19.044 Calumbi 9.558 17.604 1.375 1.818 16.592 Carnaíba 20.408 40.042 5.691 4.802 44.664 Flores 24.756 48.806 9.652 5.689 52.723 Iguaraci 13.277 25.916 7.091 3.291 30.418 Ingazeira 287.963 15.198 4.562 1.369 12.561 Itapetim 15.953 32.037 5.469 3.520 32.057 Mirandiba 13.690 27.434 7.187 3.719 34.618 Quixaba 2.172.177 18.047 3.560 1.699 17.643 Santa Cruz da Baixa Verde 59.219 26.361 2.956 2.533 27.241 Santa Terezinha 13.441 24.846 3.396 2.714 25.614 São José do Belmonte 31.280 60.315 10.980 11.845 81.761 Sâo José do Egito 58.849 59.563 16.901 10.704 95.367 Serra Talhada 24.522 120.319 23.206 56.459 357.765 Sertânia 37.224 67.988 21.701 12.648 94.870 Solidâo 10.303 17.397 1.640 1.325 14.564 Tabira 23.769 48.613 8.421 9.313 69.591 Triunfo 18.108 35.546 5.068 4.520 39.789 Tuparetama 13.068 25.530 3.982 2.996 25.339 Território 2.894.304 791.401 155.719 170.619 1.204.302

Fonte: Perfil Municipal, no site www.condepe/fidem.gov.br (2010)

2.1.3.1. Estrutura fundiária

De acordo com o Plano de Inclusão Social a Região de Desenvolvimento do

Pajeú apresenta elevada concentração de pequenos produtores de base familiar (87%)

e reúne 13 (treze) áreas de assentamento, sendo 09 (nove) desapropriadas pelo

Governo Federal, 01 (uma) adquirida pelo Governo Estadual e 03 (três) áreas

adquiridas pelo Projeto Cédula da Terra, somando 292 (duzentas e noventa e duas)

famílias assentadas.

O Censo Agropecuário 2006 aponta que no Território as terras próprias

representavam 94,7% do total os 5,3% restantes das terras estavam distribuídos entre

7 Receitas Municipais + Receitas Correntes

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77 | P á g i n a

terras arrendadas, em parceria e de assentados sem titulação definitiva, tendo esta

última categoria um maior percentual, conforme se apresenta na Tabela 16.

Tabela 15 - Condição legal das terras dos produtores

Condição Legal Área (ha)

Terras Próprias 740.576

Terras Arrendadas 12.740

Terras em Parceria 8.109

Terras de Assentados sem titulação definitiva 20.359

Total 781.784

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário, 2006

A Tabela 15 e 16 mostra que a ocupação da terra que predomina no

Território em área é a destinada a criação animal, com plantio de forrageiras para corte

em 33.110 (trinta e três mil cento e dez) ha, pastagens naturais, que respondem por

185.031 (cento e oitenta e cinco mil e trinta e um) ha, pastagens degradadas em

12.795 (doze mil setecentos e noventa e cinco) ha e pastagens em boas condições

52.111 (cinquenta e dois mil cento e onze) ha. Na seqüência são as terras destinadas

às lavouras: com 123.120 (cento e vinte e três mil e cento e vinte) ha de lavouras

temporárias, e por fim 17.019 (dezessete mil e dezenove) ha de lavouras permanentes.

Tabela 16 – Utilização da Terra – Lavouras – Estabelecimentos Agropecuários

Municípios Lavouras Permanentes Lavouras Temporárias Área plantada c/forrageiras p/corte

Área p/Cultivo de Flores (inclusive hidroponia e

plasticultura), viveiro de mudas, estufas de

plantas e casas de vegetação

Unidade Área (ha) Unidade Área (ha) Unidade Área (ha)

Afogados da Ingazeira

415 610 1.469 4.167 1.473 398 1

Brejinho 577 813 734 1.219 760 397 0

Calumbi 54 57 803 2.279 850 201 0

Carnaíba 543 786 1.979 4.867 1.980 295 0

Flores 542 807 3.181 11.961 3.197 2.750 1

Iguaraci 71 62 1.146 4.145 1.186 2.804 2

Ingazeira 58 342 508 1.389 527 190 0

Itapetim 331 469 1.627 4.527 1.671 1.766 1

Quixaba 114 108 1.323 3.186 1.327 81 0

Santa Cruz da Baixa Verde

362 2.632 1.290 15.209 1.290 74 0

Santa Terezinha 336 627 594 1.400 647 260 1

São José do Egito 266 572 2.186 6.720 2.301 2.514 1

Serra Talhada 258 837 3.750 26.127 3.787 939 1

Solidão 63 66 658 192 664 147 0

Tabira 118 222 1.481 4.701 1.518 1.985 2

Triunfo 1.217 2.265 1.489 5.072 1.518 321 2

Tuparetama 62 170 324 1.345 381 927 0

Mirandiba 164 901 1.126 3.642 1.139 739 1

São José do Belmonte

667 2.926 2.430 14.265 2.469 1.953 3

Sertânia 460 1.747 2.640 6.707 2.876 14.369 1

TOTAL 6.678 17.019 30.738 123.120 31.561 33.110 17

FONTE: IBGE, Censo Agropecuário 2006

Tabela 17 - Utilização de Terras Pastagens – Estabelecimentos Agropecuários

Municípios

Pastagens Naturais

Pastagens e Plantas

Degradadas

Pastagens e Plantas em Boas

Condições

Matas e / ou Florestas Naturais a

preservação Permanente ou Reserva Legal

Matas e /ou Florestas –

Naturais (Exclusive Área de preservação

permanente e as s/sist. Agroflorestais)

Florestas plantadas

com essências florestais

Und Área (ha)

Und Área (ha)

Und Área (ha)

Und Área (ha)

Und Área (ha)

Und

Afogados da Ingazeira 677 5.033 105 408 303 1.892 97 1.259 396 3.971 1

Brejinho 376 1.933 15 15 71 166 371 249 0 3.354 0

Calumbi 388 2.235 16 52 240 1.114 15 182 335 3.469 2

Carnaíba 918 5.841 24 170 338 1.358 27 219 250 1.903 0

Flores 1.387 12.892 79 1.319 597 3.690 157 3.252 586 6.999 123

Iguaraci 595 9.626 67 651 382 3.689 245 5.850 484 20.612 3

Ingazeira 372 4.356 65 458 245 2.311 36 894 123 3.124 71

Itapetim 1.013 8.000 30 220 223 3.580 248 2.524 385 3.918 11

Quixaba 645 3.267 85 236 276 1.234 130 931 287 2.765 2

Santa Cruz da Baixa Verde

364 1.429 23 51 408 1.353 30 80 86 265 2

Santa Terezinha 510 5.067 65 182 161 508 42 697 227 2.792 2

São José do Egito 1.345 16.190 49 466 252 1.553 104 2.578 575 8.734 6

Serra Talhada 1.444 32.878 327 2.037 1.226 12.780 380 7.781 1.606 53.862 69

Solidão 309 1.283 24 53 309 880 72 765 392 3.328 1

Tabira 780 4.900 72 623 141 1.075 222 2.754 184 2.607 1

Triunfo 260 1.963 115 578 258 758 81 704 177 1.599 1

Tuparetama 344 5.635 57 544 180 2.073 32 2.257 196 3.901 4

Mirandiba 413 9.492 32 247 100 1.102 64 3.289 275 10.610 1

São José do Belmonte 1.121 22.175 173 2.751 541 7.364 186 3.534 813 18.587 7

Sertânia 1.885 30.836 194 1.734 414 3.631 416 7.939 914 38.599 8

FONTE: IBGE, Censo Agropecuário 2006

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

80 | P á g i n a

2.1.3.2. Renda, Pobreza e Desigualdade

A renda per capita no Território teve um aumento expressivo entre as

décadas de 90 e 2000 entre todos os municípios, no entanto a desigualdade na renda

da população dos municípios do Território apresentou melhoras e pioras entre os

municípios.

Considerando que os dados são de 2000 e neste ano o salário mínimo era

de R$151,00 (cento e cinquenta e um real), a renda per capita era inferior a um salário

mínimo em todos os municípios do Território, como pode se verificar na Tabela 18.

Tabela 18 - Renda Per Capita

Município Renda Per

Capita (1)

Renda de Rendimentos do Trabalho

(1)

Renda Média do Chefe de Família (2)

Renda de Transferências

Governamentais (1)

Afogados da Ingazeira 140,66 56,66 297,64 23,44 Brejinho 62,14 36,02 190,14 27,56 Calumbi 67,29 44,8 195,95 27,19 Carnaíba 65,82 39,18 188,38 23,67 Flores 69,72 45,74 195,06 30,86 Iguaraci 83,1 54,73 206,54 24,94

Ingazeira 97,02 52,34 215,53 24,43

Itapetim 88,69 48,3 257,12 27,48

Mirandiba 66,53 57,83 180,29 28,14

Quixaba 55,97 29,78 185,81 26,09

Santa Cruz da Baixa Verde

80,57 58,89 208,88 25,41

Santa Terezinha 75,51 47,86 196,66 23,83 São José do Belmonte 82,27 60,87 226,5 24,99

São José do Egito 97,28 50,6 280,17 27,03

Serra Talhada 126,98 61,16 328,88 22,59

Sertânia 101 47,96 300,31 29,74

Solidão 55,21 40,18 176,24 27,3

Tabira 82,95 50,78 249,11 25,14

Triunfo 113,13 50,98 300,5 28,07

Tuparetama 109,04 48,09 312,03 29,54

Total Território (Médias)

86,04 49,14 234,58 26,37

Fonte: (1) ADHB- Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. (2) IBGE - Censo Demográfico (2000) in www.sit.mda.gov.br

A Tabela 19 traz o Índice de Gini, que expressa a desigualdade de renda no

Território, em 2000 no Brasil, era de 0,65. No Território, a média era de 0,60 (2000),

passando para 0,39 (2003). Nos municípios, em 2003, de acordo com os dados do

IBGE, foi maior em Serra Talhada (0,45) e menor em Iguaraci (0,35).

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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Tabela 19 – Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003

Território e Municípios Anos

2000 2003 Território (média) 0,60 0,39 Afogados da Ingazeira 0,66 0,41 Brejinho 0,61 0,38 Calumbi 0,60 0,40 Carnaíba 0,60 0,40 Flores 0,54 0,38 Iguaraci 0,60 0,35 Ingazeira 0,58 0,39 Itapetim 0,60 0,39 Mirandiba 0,55 0,39 Quixaba 0,68 0,38 Santa Cruz da Baixa Verde 0,53 0,40 Santa Terezinha 0,55 0,37 São José do Belmonte 0,58 0,40 São José do Egito 0,59 0,40 Serra Talhada 0,59 0,45 Sertânia 0,62 0,43 Solidão 0,90 0,36 Tabira 0,60 0,39 Triunfo 0,60 0,37 Tuparetama 0,62 0,38

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000 e http://www.ibge.gov.br/cidadesat.

O Índice Gini no Território cresceu no período de 1991-2000, a exceção dos

municípios de São José do Egito, Serra Talhada e Tabira onde o este índice diminuiu e

a renda per capita aumentou evidenciando um processo de distribuição de renda na

população.

O maior crescimento da desigualdade no período de 1991-2000 registra-se

nos municípios de Quixaba (0,55 e 0,68) e Afogados da Ingazeira (0,59 e 0,66).

Rendimento mensal de chefes de domicílios

A taxa de chefes de domicílios ganhando até um salário mínimo na Região

de Desenvolvimento do Sertão do Pajeú (68,9%) é a segunda maior entre as RD’s e

bem superior à de Pernambuco (51,7%). Todos os municípios da RD detêm taxas

superiores a 60%. Brejinho (82,0%), Calumbi (80,6%), Quixaba (79,5%) e Flores

(78,4%) encontram-se entre os 30 municípios com as piores taxas do Estado.

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Pobreza e Indigência

De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (2000), a

Intensidade de Pobreza no País, indicador que mede a proporção de indivíduos com

renda familiar per capta inferior a 50% do salário mínimo, era de 49,18% (1991) e de

49,68% (2000). No estado de Pernambuco em 1991 era 52,66 e em 2000 de 52,32.

A intensidade de indigência no Brasil, o indicador que mede a proporção de

indivíduos com renda familiar per capta inferior a ¼ de salário mínimo, era de 42,04

(1991) e 53,87 (2000). O número de indigentes no País cresceu na última década. Em

2000, o município que apresentava a menor intensidade de indigência era São José do

Belmonte 43,43% e o município com maior intensidade era Quixaba com 73,66%,

seguido de Brejinho com 70,66%. O Mapa 10 traz o índice de indigência em cada

município.

Mesmo os municípios com os melhores valores, a média de intensidade de

indigentes no Território ainda é preocupante (57,34%), ou seja, um pouco mais da

metade da população.

Mapa 10 - Indigência no Território, 2000

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000.

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Renda proveniente de transferências governamentais

As rendas provenientes de transferências governamentais se ampliaram no

Território passando do atendimento de 38.339 (trinta e oito mil trezentas e trinta e nove)

famílias beneficiadas em 2004 para 57.976 (cinquenta e sete mil novecentas e setenta

e seis) em 2008, com evolução do montante de recursos de R$ 25.044.971(vinte e

cinco milhões quarenta e quatro mil e novecentos e setenta e um reais) para R$

60.444.603 (sessenta milhões quatrocentos e quarenta e quatro mil seiscentos e três

reais) em 2008, com valor médio por família de R$ 1.050,00 (um mil e cinquenta reais)

ao ano.

A Tabela 20 mostra que houve um significativo aumento no número de

famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, bem como no repasse médio por

família.

Tabela 20 – Evolução da Bolsa Família no Território do Sertão do Pajeú PE

Municípios Bolsa Família

N.º de famílias beneficiadas

Repasse médio por família

Repasse total (R$)

2004 2008 2004 2008 2004 2008

Afogados da Ingazeira 2.835 4.550 460,3 1.044,30 1.304.942 4.751.580

Brejinho 708 1.249 777,58 1.061,64 550.527 1.325.990

Calumbi 676 1.174 741,07 1.039,57 500.965 1.220.454

Carnaíba 2.043 2.988 883,82 1.065,90 1.805.647 3.184.900

Flores 1.632 3.812 558,8 1.015,49 911.965 3.871.054

Iguaraci 1.470 1.906 600,91 1.067,02 883.344 2.033.736

Ingazeira 502 640 536,85 997,81 269.498 638.598

Itapetim 1.844 2.486 511,43 1.078,73 943.083 2.681.718

Mirandiba 1.327 2.232 827,07 1.090,43 1.097.523 2.433.834

Quixaba 955 1.206 635,99 1.077,14 607.373 1.299.030

Santa Cruz da Baixa Verde

1.216 1.798 799,34 1.072,45 971.998 1.928.266

Santa Terezinha 1.177 1.429 786,79 1.051,70 926.056 1.502.875

São José do Belmonte 3.493 4.626 707,11 1.065,65 2.469.933 4.929.682

São José do Egito 2.597 4.962 461,03 1.005,04 1.197.298 4.986.996

Serra Talhada 6.480 9.623 760,59 1.023,29 4.928.619 9.847.133

Sertânia 3.977 4.978 643,73 1.015,61 2.560.127 5.055.729

Solidão 278 1.005 611,53 1.137,39 170.005 1.143.078

Tabira 2.781 3.974 451,02 1.047,03 1.254.288 4.160.879

Triunfo 1.313 2.071 811,03 1.044,81 1.064.888 2.163.804

Tuparetama 1.035 1.267 605,7 1.014,42 626.902 1.285.267

Fonte: SIT/MDA, 2010.

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No cenário de pobreza encontrado e considerando que esta transferência

está condicionada a participação de programas de educação básica e saúde pode-se

considerar um avanço significativo na superação dos imensos desafios encontrados

pela população do Pajeú, com destaque para redução das desigualdades sociais.

2.1.3.4. Agricultura e Pecuária

Historicamente, o Pajeú já vivenciou ondas ou ciclos de culturas integradas

em cadeias produtivas, hoje em decadência ou extintas: a mandioca, o tomate e a

pinha até os anos 90, são alguns exemplos. Problemas ligados a insustentabilidade

dos modelos de produção provocaram a decadência destes ciclos econômicos

produtivos através da incidência de doenças e pragas nas culturas beneficiadas, assim

como problemas de inserção dos produtos agrícolas nos mercados.

Tradicionalmente, o milho e o feijão fazem parte do elenco de culturas da

pequena produção familiar dentro ou fora das áreas de assentamento. Mas o que vem

propiciando uma base de sustentação para os pequenos produtores rurais é a

diversificação produtiva, através da pecuária de pequeno porte, especialmente, caprina

e ovina e fruticultura.

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Avicultura

A avicultura se destaca na produção e venda de ovos no Estado com 26.493

estabelecimentos no Território que contam com 4.291.809 cabeças, mais da metade

em São José do Egito, segundo o Censo Agropecuário de 2006. A venda de ovos foi

de R$ 95.523,00 (noventa e cinco mil quinhentos e vinte e três reais), despontando São

José do Egito, com 96,52% deste volume, seguido por Serra Talhada com 2% do

volume total das vendas.

Caprino e Ovinocultura

A caprinocultura é uma atividade tradicional no Pajeú, é praticada em todos

os municípios e conta com 160.127 (cento e sessenta mil cento e vinte e sete)

cabeças. Os municípios que se destacam são Sertânia (35,45%), Serra Talhada

(22,49%), Mirandiba (10,82%) e Iguaraci (7,7%). Esta atividade vem ganhando

importância ao longo dos últimos anos, porém o arranjo produtivo local ainda é

incipiente, exigindo um esforço dos atores desta área do conhecimento para em

diálogo com os produtores desenharem sistemas de maior rendimento econômico bem

como que convivam com o meio ambiente de uma forma positiva. O freqüente

sobrepastejo tem contribuído para a degradação da caatinga e exposição do solo à

erosão.

A ovinocultura tem crescido muitas vezes consorciada com a caprinocultura,

e conta atualmente com R$ 143.450,00 (cento e quarenta e três mil quatrocentos e

cinquenta) cabeças. Os municípios que se destacam são Serra Talhada (24,85%)

Sertânia (19,31%), São José do Egito (8,9%), Iguaraci (8,8%) e São José do Belmonte

(8,1%).

Bovinocultura

A bovinocultura conta com 211.188 (duzentas e dezoito mil cento e oitenta e

oito) cabeças de gado no Território, 58,23% concentradas em cinco municípios: Serra

Talhada (16,95%), Sertânia (9,75%); São José do Belmonte (8,96%); São José do

Egito (8,69%); Flores (7%) e Iguaraci (6,7%).

Foram produzidos 27.228.000 (vinte e sete milhões duzentos e vinte e oito

mil) litros de leite, segundo o Censo Agropecuário de 2006, dos quais apenas R$

1.098.000,00 (um milhão e noventa e oito mil) litros foram beneficiados. Porém foram

comercializados 19.096.000 (dezenove milhões e noventa e seis mil) litros de leite cru,

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movimentando um valor de R$ 10.849.000,00 (dez milhões oitocentos e quarenta e

nove mil reais). Os três municípios que se destacaram na venda do leite foram Serra

Talhada, seguida por São José do Egito e Itapetim.

Lavouras Permanentes e Temporárias

As culturas da banana e da goiaba têm forte expressão no Território como

pode se observar na Tabela 21. Triunfo seguido por Mirandiba são os maiores

produtores de banana. Novamente Triunfo, seguido por Flores são os maiores

produtores de goiaba.

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Tabela 21 – Principais Lavouras Permanentes do Território do Sertão do Pajeú

Cultura Produção Valor da Produção (R$ 1.000,00) Área plantada (ha)

Banana 5.419 Toneladas

2.158 414

Goiaba 9.676 Toneladas

1.794 495

Castanha caju 1.789 Toneladas

1.560 2.371

Coco 1.597 mil frutos 6661 151 Manga 1.154

Toneladas 497 235

Fonte: Censo Agropecuário 2009.

Nas lavouras temporárias, segundo dados do Censo Agropecuário de 2009,

as que se destacaram foram o feijão, com valor de produção de R$ 25.153,00 (vinte e

cinco mil cento e cinquenta e três reais) e 92.557 (noventa e dois quinhentos e

cinquenta e sete) ha plantados, seguido pelo milho com R$ 22.991,00 (vinte e dois mil

novecentos e noventa e um reais) e 86.350 (oitenta e seis mil trezentos e cinquenta) ha

plantados. Na sequência vem tomate, mandioca e cana de açúcar respectivamente.

Em 2006, segundo o Censo Agropecuário de 2006 o milho alcançou a

melhor produção e valor de mercado, seguido pelo feijão fradinho, feijão de corda, cana

e mandioca, conforme apresentado na Tabela 22.

Tabela 22 – Principais Lavouras Temporárias do Território do Sertão do Pajeú

Cultura Produção (T) Valor da Produção (R$ 1.000,00) Área plantada (ha)

Feijão 20.220 25.153 92.557

Milho 58.047 22.991 86.350

Tomate 12.820 6.066 291

Mandioca 15.328 3.281 2.055

Cana 40.871 1.915 1.030

Fonte: Censo Agropecuário 2009.

Embora venha se investindo na divulgação do sorgo como cultura mais

apropriada para o Semiárido ela não é significativa ainda nas estatísticas.

2.1.3.5. Crédito

O Crédito tem sido uma demanda histórica dos movimentos dos

trabalhadores. No atual governo cresceu a oferta de crédito para a agricultura familiar

através da ampliação do acesso ao PRONAF, porém persiste o desafio do crédito

potencializar o desenvolvimento econômico no Pajeú.

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Com mais da metade da população economicamente ativa ganhando menos

que um salário mínimo e o sistema financeiro exigindo garantias reais como na

concessão das demais linhas de crédito, este ainda não tem chegado adequadamente

aos agricultores familiares do Pajeú.

Linhas mais recentes como PRONAF Jovem e Mulher, Agroecologia,

Convivência com o Semiárido, Eco e Floresta praticamente ainda não são acessadas e

o modelo que ainda rege a concessão do crédito para os agentes locais de crédito

ainda é o da modernização da agricultura, a despeito da sua inviabilidade econômica a

médio e longo prazo e os ônus sociais e ambientais que acarreta.

Um dos problemas–chave que afetam o PRONAF é a submissão de

propostas padronizadas que não levem em conta as necessidades e nem a capacidade

dos tomadores. Essa prática é gerada pelo fato de que o Banco do Nordeste do Brasil -

BNB paga 5% do valor aprovado para o empréstimo aos consultores que preparam a

proposta de investimento, independente do desempenho do empréstimo em si. Isso

repercute em uma proporção maior de inadimplência.

Em estudo publicado em agosto de 2006 com os assentados do Pajeú,

articulados na Comissão Territorial dos Assentados do Sertão do Pajeú, o debate sobre

o crédito revelou que há uma grande burocracia na liberação dos créditos, e esta

impede que os recursos cheguem às mãos dos assentados no período correto da

safra. Destaca a pouca autonomia para decidir detalhes da aplicação, e consideram

que como os projetos elaborados para crédito são feitos de forma individual e não

pelas Associações, reforça a cultura do individualismo nos assentamentos. Para os

demais agricultores familiares a situação ainda é mais crítica, pois a grande maioria

das comunidades não é provida pelos serviços de ATER e muitas sequer participam

deste debate, com exceção das áreas atendidas pelo PDHC e por eventuais contratos

de assessoria técnica estabelecidos pelas ONGs e instituições locais via editais da

Secretaria de Agricultura familiar/MDA.

Esta herança e a situação ainda atual da baixa cobertura das comunidades

rurais pelos serviços de ATER continuada e qualificada desperta a desconfiança

quanto ao acesso e aplicabilidade do crédito tanto para agricultores quanto para

algumas ONGs do Território que lhes assessoram.

Uma alternativa para se relacionar com aplicação de recurso nos sistemas

produtivos se deu através do Projeto Dom Helder Câmara que atende a 1.949 (mil

novecentos e quarenta e nove) famílias distribuídas em 38 (trinta e oito) comunidades e

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36 (trinta e seis) assentamentos em 18 (dezoito) municípios do Sertão do Pajeú. Um

dos seus principais instrumentos de fortalecimento da agricultura familiar consiste no

provimento de assessoria técnica continuada, executada em parceria com entidades da

sociedade civil. Fazem parte do desenho da assessoria técnica, pequenos projetos

produtivos acessados pelas associações dos assentados e comunidades. Desde 2002

foi aplicado no Território R$ 1.489.897,00 (um milhão quatrocentos e oitenta e nove mil

oitocentos e noventa e sete reais) em Projetos Sociais e Produtivos e R$ 710.916,12

(setecentos e dez mil novecentos e dezesseis reais e doze centavos) em unidades

demonstrativas. Muitas vezes estes pequenos projetos são precursores do acesso ao

crédito PRONAF pelas comunidades e geram de todo modo exemplos que contribuem

para qualificar o debate do crédito e assistência técnica em apoio ao desenvolvimento

do Território.

Estudo recente, de novembro de 2010, destaca que na área atendida pelo

PDHC o montante de empréstimos do BNB é o dobro em comparação aos

empréstimos concedidos a clientes sem assessoria do PDHC.

Cabe apontar, no entanto, que mesmo considerando o apoio a organização

dos agricultores familiares, articulações junto ao sistema financeiro e ATER continuada,

no âmbito atendido pelo PDHC de 15.000 (quinze mil) famílias na Região Nordeste, de

2002 a outubro de 2009, o BNB desembolsou R$ 43.000.000,00 (quarenta e três

milhões de reais), em 9.780 (nove mil setecentas e oitenta) operações de crédito

PRONAF apoiadas pelo PDHC, número inferior a meta de 17.000 (dezessete mil)

operações e US$ 40 milhões (quarenta milhões de dólares) estimados inicialmente. A

causa principal foi a inadimplência entre os beneficiários do PDHC, especialmente os

assentados da reforma agrária que participaram no programa de acesso a terra Crédito

Fundiário e aqueles que acessaram os empréstimos do PRONAF antes de 2002.

Organizações de crédito da agricultura familiar consistem em alternativas

que tornam mais acessíveis a viabilização do crédito, a exemplo da ECOSOL.

A ECOSOL tinha em abril/maio de 2010 um capital de R$ 165.477,00 (cento

e sessenta e cinco mil quatrocentos e setenta e sete reais), contas de poupança de R$

103.081.000,00 (cento e três mil e oitenta e um reais) e um portfólio de empréstimos

baseados em fundos próprios de R$ 345.000,00 (trezentos e quarenta e cinco mil

reais), com taxas de juros mais próximas às do mercado que os empréstimos do

PRONAF e com atrasos (final-2009) de menos que 5%, com apenas 2% do contrato

requerendo renegociação. ECOSOL também gerencia um portfólio PRONAF-B

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(microfinanças) de R$ 123.600,00 (cento e vinte e três mil e seiscentos reais), com

atrasos de cerca de 30% e absorção de perda pelo Estado. Com base na sua

abordagem voltada para gênero, qualifica-se para a canalização de empréstimos de

PRONAF- Mulher para suas clientes.

No entanto diante do conjunto de agricultores familiares do Território do

Pajeú verifica-se que o acesso ao crédito ainda é muito baixo.

2.1.4. Dimensão Político-Institucional

2.1.4.1. Organizações

O Sertão do Pajeú tem um bom nível de organização social. O movimento

sindical consegue mobilizar e ter uma intervenção que vem fortalecendo o segmento

dos agricultores familiares, e se insere de maneira participativa nas dinâmicas de

construção do desenvolvimento territorial.

O Pajeú também é uma referência pela existência de um grande número de

ONGs no Território e cooperativas de assistência técnica, de crédito, e de agricultores.

É exemplo a ECOSOL; Casa da Mulher do Nordeste; Associação dos Apicultores;

DIACONIA; COOPAGEL; Centro Sabiá; CECOR; ADESSU; oito Associações de

Apicultores. Os movimentos sociais são atuantes como o Movimento das Mulheres

Trabalhadoras Rurais – MMTR, a FETAPE; ADS – CUT e CPT, mais recentemente a

FETRAF. Todas estas organizações contribuem para pautar o debate sobre

desenvolvimento e inclusão social a partir de suas diversas contribuições e

experiências concretas e qualificam o processo do desenvolvimento territorial.

Por outro lado este conjunto variado e atuante exige um processo de

articulação e concertação e não apenas entre elas, mas também com os

representantes dos poderes e instituições públicas federais, estaduais e municipais e

este é um desafio permanente para o Colegiado do Território da Cidadania do Sertão

do Pajeú.

O Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC) é um programa piloto governamental

que atua no Território desde 2002 gerando referenciais para políticas públicas,

desenvolvendo ações de fortalecimento à reforma agrária e à agricultura familiar,

buscando a qualidade de vida e inserção competitiva, não-subordinada e o

empoderamento de atores e atrizes no desenvolvimento local e nas políticas públicas.

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Através do Comitê territorial, do qual participam a sociedade civil com 50% de

representantes das famílias beneficiárias, 25% de organizações da sociedade civil e

25% de representações governamentais que atuam no Território, o PDHC tem

contribuindo muito para exercício do protagonismo pelas famílias agricultoras e seus

representantes bem como fortalecer a articulação dos atores e atrizes do Território e o

sentimento de pertencimento e a coesão social.

A Comissão Territorial dos Assentados do Sertão do Pajeú contribui para a

integração e articulação dos pequenos agricultores assentados e constitui um fórum

aguerrido e questionador.

No município de Afogados da Ingazeira existe uma experiência interessante

de controle social de políticas públicas, trata-se do CONDRUR – Conselho de

Desenvolvimento Rural e Urbano. É um conselho multi-setorial que atua no sentido da

integração das políticas públicas do município.

Há também Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável

bastante atuante, que através do Colegiado, tem se disposto a colaborar com outros

municípios na dinamização destes fóruns municipais.

As prefeituras do Território, a partir das últimas eleições municipais

passaram a ter também um maior envolvimento e participação nas dinâmicas de

desenvolvimento territorial. O Governo do Estado, através do Projeto Renascer, e a

Secretaria Estadual de Produção Rural e Reforma Agrária tem apoiado o

desenvolvimento territorial, embora nem sempre tenha acompanhado as reuniões do

Colegiado.

Cabe considerar que a agenda do conjunto de organizações do Território é

densa o que, muitas vezes, diante de eventuais imprevistos ou eventos de grande

importância estratégica e política pautados pelo governo estadual ou federal, torna

extremamente desafiador a recomposição e divulgação de uma nova agenda comum,

prejudicando a participação de algumas instâncias, em especial as que não tem um

posto no Território.

A despeito do perfil até então desenhado ele coexiste com culturas políticas

corporativistas ou municipalistas, uma forte tradição assistencialista por parte das

igrejas e também políticos. Há avanços nas organizações populares locais, porém

muitas ainda são frágeis.

A ação de ONGs, ainda que referenciais e projetos piloto atendam sempre

uma parcela diminuta da população e há um grande número de comunidades e

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92 | P á g i n a

assentamentos de baixo grau de organização que permanecem com acesso precário a

diversas políticas públicas.

A participação das organizações públicas na formulação do desenvolvimento

territorial ainda é minoritária diante da representação da sociedade civil organizada. No

entanto isto é percebido como uma debilidade pelo Colegiado e estão investindo

esforços para mobilização dos poderes públicos, em especial as prefeituras municipais,

inicialmente através dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável,

mas também procurando fortalecer a participação direta das Secretarias Municipais.

Outros atores do Território precisam ser mobilizados para participar do

colegiado, ainda hoje se faz pouco presente os setores ligados a educação e saúde e

aos serviços urbanos. Estes são entendidos como serviços localizados nas sedes dos

municípios, porém ofertados a todos, inclusive às populações rurais e o

desenvolvimento proposto pelo Colegiado não exclui a melhoria do espaço urbano e de

sua oferta de serviços à população.

Quadro 9 - Síntese da Atuação das Organizações no Território

Organizações Não Governamentais Áreas de atuação Organização Atores envolvidos

Crédito

Ecosol

Agricultores (as) familiares, associações e empreendimentos auto-gestionários, ADS/CUT, STR´s, PDHC, COOPAGEL, DIACONIA, Associações Rurais

Gênero e Produção

Casa da Mulher do Nordeste

ONG’s, PDHC, STR’s, Comissões de mulheres agricultoras, associações rurais, cooperativas

Movimento das Mulheres

Trabalhadoras Rurais

MMTR-NE, FETAPE, STR’s, ONG’s, Órgãos públicos, PDHC

Produção e Renda Oito Associações de

Apicultores na Agricultura Familiar

Agricultores (as) familiares, CECOR, STR de Afogados da Ingazeira, AAPAI, DED, Coopagel, COMDRUR, Casa da Mulher do Nordeste, Diaconia, ECOSOL Pajeú, ADS/PE

Desenvolvimento Sustentável Agricultura

Agroflorestal

SABIÁ E ADESSU

Agricultores (as), Associações, STR’s, ONG’s, ASA, COMDESTRI.

Desenvolvimento Sustentável

Agricultura Familiar

COOPAGEL

STR’s, Prefeituras, ONG’s, Organizações dos agricultores, SEBRAE.

Reforma Agrária

Comissão Pastoral

da Terra-CPT

Remanescentes de quilombo e famílias sem-terra, famílias assentadas.

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Organizações Governamentais

Áreas de atuação Organização Atores envolvidos

Desenvolvimento Sustentável Reforma Agrária e fortalecimento da Agricultura Familiar

Projeto Dom Hélder

Câmara - PDHC

ECOSOL, Grupo Mulher Maravilha, Coopagel, Diaconia, SABIÁ, CECOR, FETAPE, STR’s, Casa da Mulher do Nordeste

2.2. DIAGNÓSTICO EXTERNO

2.2.1. Economia

A taxa média de crescimento do PIB brasileiro, per capita, durante o período

1985 -1992 foram de menos 0,54% e alta inflação. No começo da década 90, o Brasil

iniciou um processo de liberalização do comércio e reformas estruturais, com ênfase na

reforma administrativa, alívio da miséria, a reestruturação da segurança social,

privatização de companhias estaduais e de utilidades, e reformas tributárias. Após a

eleição de Luiz Inácio da Silva, o Lula, como presidente do Brasil, no final de 2002, os

objetivos de crescimento e estabilidade econômicos foram combinados com a

expansão dos programas nacionais de desenvolvimento social e redução da pobreza.

Lula priorizou o desenvolvimento rural, em termos da provisão de infra-estrutura,

serviços sociais e melhoria de emprego e de renda, especialmente na agricultura

familiar.

De maneira geral, durante a década de 1998 a 2008, o crescimento

econômico anual do Brasil foi em média de 3,3%, e o PIB, per capita, cresceu em

média 2% ao ano. Durante esse período, a produção agrícola cresceu em 4,4% e as

exportações em 9,1%. Na medida em que a renda da população carente cresceu em

8% ao ano, entre 2000 e 2007, os indicadores sociais melhoraram rapidamente do que

em outros países com níveis de renda semelhantes. Brasil, agora, está perto de

alcançar a educação básica universal. Além de uma expansão maciça nas matrículas

escolares (de 80% em 1980 para mais de 98% em 2008), a mortalidade infantil caiu de

49 para menos de 20, por 1.000 nascimentos vivos, entre 1990 e 2008.

Os programas de transferência de renda contribuíram decisivamente para a

diminuição da desigualdade no país.

O número de famílias que participaram no programa Bolsa Família em junho

de 2010 foi mais de 12 milhões. Dados disponíveis da Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios de 2006 mostram que 41% dos domicílios rurais no Brasil estão

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

94 | P á g i n a

cadastrados nos Programas Sociais da Transferência de Renda, que inclui Bolsa

Família, o Benefício de Assistência Continuada e o Programa de Erradicação Trabalho

Infantil.

Paralelo aos programas de transferência de renda houve o aumento real do

salário mínimo, saindo de R$ 151,00 (cento e cinquenta e um reais) em 2000 para R$

510,00 (quinhentos e dez reais) em 2010.

A Agricultura é uma componente chave da economia brasileira. A produção

agrícola foi responsável por 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2008. A

cadeia de abastecimento associada (produção agrícola, beneficiamento e distribuição)

atende 28% do PIB do Brasil, quase 27% do total das exportações e emprega 18

milhões de pessoas, equivalente a 37% da mão de obra. Durante a última década,

Brasil tem consolidado sua posição como importante produtor de agroalimentos e

grande fornecedor para mercados internacionais: hoje é o maior exportador mundial de

açúcar, etanol, carne bovina, carne de aves, café, suco de laranja, e tabaco.

Apesar da concentração na propriedade das terras, a espinha dorsal do

setor agrícola no Brasil é constituída por 4,4 milhões de propriedades agrícolas

familiares. Essas representam 84,4% do setor agrícola brasileiro, produzem mais de

50% das fontes brasileiras de alimentos e empregam 75% da mão de obra rural.

Embora a agricultura familiar ocupe menos de um quarto de todas as terras

agrícolas, essas propriedades são responsáveis por 38% das receitas nacionais do

setor agrícola. As condições variam nos estabelecimentos familiares, mas há uma

prevalência da agricultura familiar cuja renda é menor que o custo de oportunidade da

força de trabalho, carecendo ainda de especialização e inserção no mercado.

O Censo de agricultura de 2006 mostra que agricultores familiares são

responsáveis por: 87% da produção total de mandioca; 70% da produção nacional de

feijão; 46% de toda a produção de milho no Brasil; 38% da produção do café brasileiro;

34% da produção de arroz; 58% da produção de leite; 59% da produção de todos os

porcos criados no país; 50% da produção de aves; 30% da produção de proteína

animal oriunda de bovinos; 21% da produção de trigo brasileira; e 16% da produção de

soja.

2.2.2. Pobreza

Conforme o levantamento nacional mais recente (2002 - Levantamento

Domiciliar Nacional), o índice de pobreza medido através da aplicação da linha de

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

95 | P á g i n a

pobreza extrema de um dólar/dia, foi de 8,5%. Isso aumentou para 21,2%, se

considerado o padrão de dois dólares/dia. Nas áreas rurais, a taxa de miséria situa-se

acima de 20%, e aumenta para 66%, se considerada a linha de pobreza superior.

A maioria da população pobre se concentra no Nordeste, onde a

porcentagem de pessoas pobres, vivendo na área rural, atinge 30%, e aumenta para

76%, se considerada a linha de pobreza superior.

A maior parte dos carentes na área rural é constituída por lares de famílias

agricultoras localizados em áreas remotas e de baixa produtividade, para os quais a

agricultura familiar e o trabalho agrícola representam aproximadamente 70% da renda

doméstica total.

Outras estimativas mais recentes sobre a pobreza brasileira disponíveis no

IPEA mostram que no Brasil, 31% dos indivíduos vivem em domicílios com uma renda

per capita abaixo de metade do salário mínimo. Essa porcentagem aumenta para 52%

no Nordeste. Com base nesses dados, entre 1998 e 2005, a pobreza rural caiu de 56

para 46%. Esse último valor é duas vezes mais alto que o índice global de pobreza no

Brasil.

2.2.3. Desigualdade

No final da década 80, o Brasil foi o segundo país mais desigual do mundo.

Após esse pico, o Gini do Brasil se estabilizou em torno de 0,6 entre 1993 e 1997, e

vem caindo desde então. Entre 2001 e 2005, a desigualdade caiu 1,2% por ano. Não

obstante, permanece como um dos países mais desiguais do mundo: os 1% dos mais

ricos (2 milhões de pessoas) detêm cerca de 13% de toda a receita domiciliar, uma

porcentagem semelhante aquela dos 50% mais pobres (80 milhões de pessoas).

O País continua se caracterizando pelos altos níveis de concentração de

posse da terra. Nas áreas rurais, grandes proprietários e fazendeiros coexistem com

milhões de agricultores familiares, e com trabalhadores rurais e sem-terra que vivem

nas condições mais precárias.

O índice Gini para propriedade/posse da terra subiu de 0,827 em 1960 para

0,856 tomando-se como base os dados do Censo Agropecuário 2006

2.2.4. Política de Desenvolvimento Rural

A política de desenvolvimento rural no Brasil é distribuída entre distintas

entidades governamentais inclusive ministérios e secretarias federais, além dos

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

96 | P á g i n a

governos estaduais e municipais. Os seguintes programas federais são diretamente

focados na redução da pobreza rural:

O Programa Fome Zero foi lançado em Janeiro de 2003. Originalmente pretendia

enfocar as necessidades alimentares e a erradicação da fome, mais tarde evoluiu para

se tornar um programa guarda-chuva para o combate da pobreza, com mais de 30

programas distintos, inclusive o grande programa de transferência condicional de

dinheiro Bolsa Família.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF),

criado em 1996, é um programa maciço de crédito agrícola subsidiado;

O Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) é um

programa de governo para obtenção de alimentos de agricultura familiar via a

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB);

O programa de acesso a terra consiste de três enfoques: (i) desapropriação de

fazendas abandonadas ou ineficientes através do programa Assentamentos

Sustentáveis para Trabalhadores Rurais; (ii) empréstimos subsidiados para a aquisição

de terra pelo programa de Crédito Fundiário; e (iii) apoio aos Assentamentos de

Reforma Agrária através do programa Desenvolvimento Sustentável da Reforma

Agrária;

Iniciativas para infra-estrutura rural tais como: Saneamento Rural, Infra-estrutura

Próágua, Infra-estrutura PRONAF, Conviver, Agricultura Irrigada, Pró-bacias, Proteção

de Terras Indígenas; e

Outras ações, tais como, o programa para a documentação de mulheres

trabalhadoras agrícolas, seguro por preço agrícola, entre outras.

Desenvolvimento Territorial

Em 2003, o descontentamento pelas abordagens setoriais tradicionais com o

desenvolvimento rural levou ao amadurecimento de uma nova abordagem territorial

integradora, instituída pelo governo Lula. Essa abordagem foi proposta pelo Ministério

de Desenvolvimento Agrário (MDA) que começou a implementação do programa de

Desenvolvimento Territorial e foi endossada pelo novo Ministério de Integração

Nacional, pelo Ministério de Desenvolvimento Social que iniciou o programa Fome Zero

vinculado a uma abordagem territorial, e por fim pelo Programa Territórios da

Cidadania, que articula os diversos Ministérios, Programas e Projetos em uma

abordagem territorial. O Programa Territórios da Cidadania. Incluiu 120 Territórios

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

97 | P á g i n a

(dos quais 77 foram no Nordeste) através da sua nova Secretaria de Desenvolvimento

Territorial (SDT).

Síntese

Houve considerável avanço na oferta de políticas públicas a agricultura

familiar, mas ainda é necessária a integração entre ATER e crédito, a universalização

dos serviços de ATER para os agricultores e agricultoras familiares, a concertação

entre a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, entre a oferta

de serviços de saúde de qualidade e a educação sanitária e nutricional e o provimento

de infra-estrutura básica de água e saneamento. Há uma necessidade urgente de uma

educação contextualizada, que não só valorize a vida no campo no Sertão do Pajeú,

quanto valorize a convivência com o semiárido e não a sua domesticação

O mecanismo de concertação entre as diversas institucionalidades em

especial as que ficam além do Território, como as estaduais e federais, é um desafio

que precisa ser compartilhada com estas instâncias e o colegiado requer do Ministério

do Desenvolvimento Agrário apoio para estabelecer melhores caminhos de diálogo e

cooperação. É necessário, sobretudo, fortalecer a institucionalidade territorial para

favorecer o diálogo e a cooperação entre as diversas institucionalidades e criar

mecanismos funcionais para a viabilização das ações e monitoramento de sua

execução pela sociedade do Território.

Visão de Futuro

Capítulo 3

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

99 | P á g i n a

3. Visão de Futuro

“Esperamos consolidar o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar

agroecológica, do comércio e da indústria local, ampliando os níveis de emprego, trabalho,

geração de renda e inclusão social, por meio da efetivação dos direitos sociais e de

cidadania.”

Assim, nossa visão de futuro se concretiza com mudanças planejadas para

serem alcançadas durante está década e nas seguintes dimensões.

O Território do Pajeú vê seu futuro com o espaço rural fortalecido,

apoiado por programas de educação contextualizada e convivência com o Semiárido

que sejam referência no Brasil.

Um lugar capaz de gerar emprego e renda a partir de atividades agrícolas

e não agrícolas e dar horizontes para seus jovens que ali permanecem e criam novas

ricas e produtivas formas de viver.

A produção agrícola e pecuária está fortalecida, bem integrada a

estratégias de beneficiamento e comercialização; o espaço rural é rico e dinâmico,

recebe as pessoas através turismo rural, que valoriza o conhecimento tradicional de

seu povo e sua cultura, promovendo oportunidades de geração de renda e,

sobretudo, oportunidades das pessoas se encontrarem e fortalecerem vínculos de

alegria e solidariedade.

O espaço urbano do Território é um modelo, com centros urbanos

organizados e dinâmicos, com oferta de ensino de qualidade e múltiplas opções de

formação profissional; o atendimento à saúde em todos os municípios do Território é

de excelente qualidade com profissionais competentes e hospitais bem equipados,

um sistema de saúde que investe na prevenção de doenças e no cuidado com as

famílias.

O Pajeú dedica especial atenção à redução de desigualdades, à proteção

integral das crianças, à criação de oportunidades de inclusão dos idosos e das

pessoas portadoras de necessidades especiais, fortalecendo a cultura do cuidado e

respeito mútuo.

O meio ambiente do Território foi recuperado, seus solos férteis e água

limpos de quaisquer resíduos, e as florestas emolduram o Rio Pajeú e seus

afluentes, que voltam a ter água disponível para a população.

Objetivos Estratégicos

Capítulo 4

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

101 | P á g i n a

4. Objetivos Estratégicos

Os objetivos estratégicos são os globais e amplos do PTDRS, definidos

no longo prazo, isto é, entre dois a cinco anos, estabelecendo desta forma graus de

importância e prioridade para evitar possíveis conflitos e criar condições de sinergia

entre os objetivos.

O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do

Pajeú tem como objetivo maior servir de instrumento de apoio ao desenvolvimento

rural sustentável do Território, propiciar o desenvolvimento, fortalecimento e

consolidação da agricultura familiar e de suas organizações. Visa especificamente

planificar ações, definir prioridades, e fomentar a mobilização e o diálogo entre os

diversos setores sociais e públicos, de modo que seja um instrumento capaz de

potencializar articulações e parcerias bem como a captação de recursos para

apoiar as experiências em curso e as novas que surgirem em apoio à construção

da Visão de Futuro almejada.

Valores e Princípios

Capítulo 5

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

103 | P á g i n a

5. Valores e Princípios

Os Valores e Princípios são os pilares que servem de sustentação na

orientação e balizamento para decisões e comportamentos no Território, em que

Princípios referem-se ao “modo de ser” e Valores ao “modo de estar”. O Colegiado

Territorial da Bacia Leiteira trouxe para o PTDRS os Princípios e Valores de forma

integrada enquanto um conjunto de posturas inegociáveis, imutável e inflexível.

A superação da desigualdade, a oportunidade de se manter no campo

com vida digna e a valorização da identidade e modo de ser do povo do Pajeú é o

que motiva o Colegiado Territorial e contribui decisivamente para a eleição de suas

diretrizes para o desenvolvimento territorial.

Em todas as diretrizes e eixos estratégicos devem-se priorizar as

pessoas e comunidades mais vulneráveis socialmente, seja devido a pobreza ou

quaisquer outras circunstâncias que as fragilizem.

Diretrizes Principais

Capítulo 6

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

105 | P á g i n a

6. Diretrizes Principais

Diretriz é uma linha, orientação de um caminho, procedimento, negócio,

política. As Diretrizes principais são os temas fundamentas para se atingir a Visão

de Futuro constituem, portanto, a trilha orientadora.

Nas diretrizes formuladas há elementos transversais que aparece em

mais de uma diretriz e o primeiro elemento que se destaca é a superação da

desigualdade, pois esta intenção permeia o foco da primeira diretriz Fortalecimento

da Economia da Agricultura Familiar, está relacionada às prioridades na promoção

da segurança hídrica, expressa na segunda diretriz Convivência com o Semiárido e

surge explícita na diretriz Superação da Desigualdade, onde se detém nos

segmentos da população do Pajeú que requerem cuidados especiais.

O segundo grande destaque é a valorização do modo de ser do Sertão

do Pajeú, pois integra a valorização dos aspectos culturais de seu povo a uma

educação que valorize e respeite o modo de vida das famílias agricultoras, na

diretriz Promoção da Educação Contextualizada; integra ainda o meio ambiente,

intencionando desenvolver e consolidar uma relação harmoniosa com a terra e os

recursos naturais, que se expressa na diretriz Convivência com o Semiárido, na

intenção de recuperar a bacia do rio Pajeú, símbolo de sua identidade.

6.1. FORTALECER A ECONOMIA DA AGRICULTURA FAMILIAR

Fortalecer a economia da agricultura através da garantia da oferta e

acesso a ATER qualificada e crédito, para todos os agricultores e agricultoras

familiares do Território, para promoção e desenvolvimento de agroecossistemas

produtivos e sustentáveis, adaptados ao semiárido, capazes de gerar múltiplos

bens e serviços, agrícolas e não agrícolas.

Apoiar os processos de organização da produção; beneficiamento e

comercialização da produção; a inserção qualificada nos mercados, através do

investimento na qualificação dos atores e infra-estrutura e fortalecimento das

organizações dos agricultores e agricultoras familiares, associações, cooperativas e

estratégias de negócios focadas no associativismo e cooperativismo.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

106 | P á g i n a

6.2. CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

Garantir a segurança hídrica das famílias agricultoras, com água de boa

qualidade para o consumo e para a produção agropecuária, através do

investimento em estruturas para captação e armazenamento de água destinada às

famílias agricultoras, como cisternas, barragens subterrâneas e poços e promoção

do saneamento básico urbano e rural.

Contribuir para a recuperação da capacidade de infiltração de água nos

solos e sua fertilidade através da recuperação de áreas degradadas, controle da

erosão e assoreamento dos rios, reflorestamento de nascentes e matas ciliares e

desenvolvimento de formas sustentáveis de produção tendo em vista alicerçar o

desenvolvimento territorial sustentável a médio e longo prazo, através da

qualificação da ATER, e, desenvolvimento e fortalecimento de iniciativas piloto de

recuperação e uso sustentável dos recursos naturais.

6.3. PROMOVER A EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA, EDUCAÇÃO NO CAMPO

E PARA O CAMPO

Promover um processo de transformação da educação básica

universalizada desenvolvida junto ás populações rurais, de modo a garantir que ela

se fundamente nas práticas sociais constitutivas dessas populações, seus

sentimentos, valores, modo de ser e produzir, formas de compartilhar a vida e, que

leve em consideração as especificidades de cada comunidade e município. Que

este processo seja desenvolvido mobilizando e envolvendo os diversos atores num

processo de gestão participativa compromissada com a melhoria de qualidade de

vida e a valorização do modo de ser do Sertão do Pajeú.

6.4. SUPERAÇÃO DA DESIGUALDADE

Consolidar uma proposta de desenvolvimento territorial que inclua e

valorize as mulheres, jovens, negros, idosos, quilombolas, crianças e todas as

pessoas vulneráveis socialmente devido à pobreza através do desenvolvimento de

políticas afirmativas, criando e fortalecendo espaços de formação, de lazer, de

garantia de sua segurança e saúde, fortalecer a inserção destas pessoas no

mercado e principalmente criar e fortalecer mecanismos de diálogo e construção

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

107 | P á g i n a

participativa que contribua para o protagonismo destes segmentos da população do

Território do Sertão do Pajeú.

Eixos de Desenvolvimento

Capítulo 7

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

109 | P á g i n a

7. Eixos de Desenvolvimento

Os Eixos Estratégicos definidos representam caminhos para a

construção do futuro desejado e refletem como os atores presentes no colegiado

visualizam o desenvolvimento do Território do Pajeú.

Cabe considerar que há correlação direta entre os Eixos Estratégicos

desenhados e as Diretrizes desenhadas para implementar a Visão de Futuro e que,

ainda que a Visão de Futuro tenha sido re-elaborada em 2010, os Eixos

Estratégicos refletem intenções claras e coesas, que permanecem com

pouquíssimas alterações quanto a seu conteúdo em relação aos Eixos Estratégicos

elaborados na primeira versão do PTDRS do Pajeú, em 2006.

Por outro lado há interfaces entre os eixos, elementos transversais, que

reafirmados em diferentes eixos expressam a importância destes elementos nos

diversos focos estratégicos, destacando-se a geração de renda e acesso ao crédito

por diferentes segmentos da população, organização e articulação dos atores

envolvidos bem como o provimento e aperfeiçoamento da infra-estrutura necessária

para o adequado alcance dos objetivos formulados no eixo estratégico.

O Quadro 10 apresenta os Eixos Estratégicos a partir de cada Diretriz

Estratégica definida pelo Colegiado Territorial.

Quadro 10 – Eixos Estratégicos

Diretrizes Eixos estratégicos

Fortalecer a economia da agricultura familiar

1. Caprinovinocultura 2. Apicultura 3. Cajucultura 4. Serviços financeiros e crédito 5. Organização econômica e associativa

Promover a convivência com o

semiárido

6. Assessoria técnica e extensão rural para o desenvolvimento sustentável

7. Segurança hídrica 8. Recuperação e conservação dos recursos naturais

Promover a educação contextualizada

9. Educação para o campo

Superação da desigualdade 10. Políticas afirmativas de gênero, geração e etnias

Do Quadro 11 ao 20 estão os Eixos associados aos seus Propósitos,

Parceiros potenciais e Estratégias.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

110 | P á g i n a

Quadro 11 – Eixo 1: Caprino / Ovinocultura

PROPÓSITO

DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA CAPRINO / OVINOCULTURA,

COM OS (AS) AGRICULTORES FAMILIARE OBJETIVANDO DESENVOLVER

AGROECOSSISTEMAS SUSTENTÀVEIS E MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA E

A RENDA NA AGRICULTURA FAMILIAR

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS PDHC, STRs, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, SENAR,

SENAC SEBRAE.

ESTADUAIS SARA – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, IPA,

PRORURAL

MUNICIPAIS Prefeituras, Conselhos Municipais, Associações, Igrejas;

Secretarias

OUTROS

PARCEIROS

COOPAGEL; FETAPE, Conviver no Sertão (ONG); ADS / CUT;

CECOR; ASSOCENE

ESTRATÉGIAS

Atualizar as informações existentes;

Atualizar levantamento dos rebanhos existentes;

Realizar diagnóstico dos sistemas de criação por município;

Atualização do mapeamento das estruturas existentes no município;

Sensibilizar os trabalhadores (as) sobre os potenciais sociais e econômicos na

cadeia produtiva;

Organizar grupos produtivos com interesse de atuar na cadeia produtiva da caprino /

ovinocultura ;

Estruturar as unidades familiares para desenvolvimento da caprino/ovinocultura;

Promover uma integração dos segmentos que trabalham na cadeia produtiva para

discutir atividades e amadurecer estratégias;

Elaborar planos estratégicos e de negócios dos grupos produtivos;

Discutir estratégias de comercialização e marketing, dos produtos da

caprino/ovinocultura;

Organizar os trabalhadores (as) da caprino/ovinocultura em entidades cooperativas

/associativas

Desenvolver arranjos produtivos territoriais na caprino/ovinocultura;

Capacitar (voltada para a prática) em manejo produtivo e reprodutivo e alimentação

animal;

Realizar intercâmbios;

Buscar integração com outros Territórios em Pernambuco.

Desenvolver experiências de manejo sustentável da caatinga;

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

111 | P á g i n a

Quadro 12 – Eixo 2: Apicultura

PROPÓSITO

CONSOLIDAR A CADEIA PRODUTIVA APÍCOLA NO PAJEÚ ATRAVÉS DO

FORTALECIMENTO DA APICULTURA NA REGIÃO DO PAJEÚ COM

PRESERVAÇÃO DO MEIO-AMBIENTE E AUMENTO DA RENDA DAS FAMÍLIAS

ENVOLVIDAS

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS CODEVASF, Ministério do Desenvolvimento Agrário – SDT,

Projeto Dom Helder Câmara, Banco do Nordeste, Banco do Brasil

ESTADUAIS PRORURAL, IPA

MUNICIPAIS STR’s, CMDRS, Prefeituras Municipais

OUTROS

PARCEIROS

AASC, CECOR, AAPAI, FETAPE, COOPAGEL, Visão Mundial,

DED, ECOSOL Pajeú, Grupo de Apicultura de São José,

DIACONIA, SABIÁ, CMNE

ESTRATÉGIAS

Atualizar Estudo do Potencial Apícola do Território;

Atualizar levantamento /cadastramento das pessoas interessadas na apicultura;

Atualizar levantamento dos produtores existentes nos município do Território;

Atualizar diagnóstico por município /comunidade;

Formação de novos grupos de interesses;

Capacitação dos interessados;

Formação de uma entidade apícola na região;

Ampliar os recursos para estruturação da cadeia, com construções de Casa do Mel,

Entrepostos de mel (entre outros);

Estabelecer sintonia e integração do trabalho das parcerias;

Apoio aos grupos de interesses e consolidação das que já iniciaram em apicultura;

Fazer o diagnóstico/levantamento e entidades que atuam no município na

assistência técnica a apicultura;

Articular instituições e organizações referenciais de modo a garantir a promoção de

ATER especializada para toda cadeia produtiva.

Desenvolver arranjos produtivos dentro da cadeia (organizar a cadeia).

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112 | P á g i n a

Quadro 13 – Eixo 3: Cajucultura

PROPÓSITO

DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA CAJUCULTURA COM OS (AS)

AGRICULTORES FAMILIARE OBJETIVANDO DESENVOLVER

AGROECOSSISTEMAS SUSTENTÀVEIS E MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA E

A RENDA NA AGRICULTURA FAMILIAR

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS

Ministério do Desenvolvimento Agrário, SDT, Projeto Dom Helder

Câmara, CODEVASF, Banco do Brasil, Banco do Nordeste,

SENAR, SENAC, SEBRAE.

ESTADUAIS IPA, PRORURAL

MUNICIPAIS Prefeituras Municipais, CMDRS, Associações, Igrejas.

OUTROS

PARCEIROS

COOPAGEL; FETAPE, Conviver no Sertão (ONG); ADS / CUT;

CECOR; AASC, AAPAI, FETAPE, Visão Mundial, ECOSOL Pajeú,

DIACONIA, SABIÁ, CMNE.

ESTRATÉGIAS

Atualizar as informações existentes no desenvolvimento da cadeia produtiva -

Realizar diagnóstico dos sistemas de cultivo, beneficiamento e comercialização por

município;

Desenvolver experiências de cajucultura associadas ao manejo sustentável da

caatinga.

Mapear as estruturas de beneficiamento e comercialização relacionadas à cadeia

produtiva no Território.

Ampliar a estruturação no Território da cadeia da cajucultura, em especial nas suas

fases finais (estruturas de beneficiamento familiares integradas coletivamente ou

estruturas coletivas e estruturas de apoio à comercialização coletiva)

Sensibilizar os trabalhadores (as) sobre os potenciais sociais e econômicos na

cadeia produtiva;

Organizar grupos produtivos com interesse de atuar na cadeia produtiva da

cajucultura.

Promover uma integração dos segmentos que trabalham na cadeia produtiva para

discutir atividades e amadurecer estratégias;

Discutir estratégias de comercialização e marketing, dos produtos da cajucultura;

Organizar os trabalhadores (as) da cajucultura em entidades cooperativas

/associativas

Desenvolver arranjos produtivos territoriais na cajucultura;

Capacitar (voltada para a prática) em manejo produtivo voltado ao desenvolvimento

de agroecossistemas sustentáveis

Realizar intercâmbios;

Buscar integração com outros Territórios em Pernambuco.

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113 | P á g i n a

Quadro 14 – Eixo 4: Serviços Financeiros e Crédito

PROPÓSITO

CRIAR MAIS OPORTUNIDADES DE ACESSO AO CRÉDITO AOS AGRICULTORES

FAMILIARES: CRÉDITO COM VALORIZAÇÃO HUMANA COM OFERTA DE

ASSISTÊNCIA TÉCNICA PERMANENTE E ADEQUADA AO DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL, PROMOVENDO O PROTAGONISMO DOS AGRICULTORES

FAMILIARES

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS Projeto Dom Helder Câmara, Banco do Nordeste, Banco do Brasil; MDA/SAF

ESTADUAIS PRORURAL

MUNICIPAIS Prefeituras, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais

OUTROS

PARCEIROS

Visão Mundial, COOPAGEL, CECOR; Casa da Mulher do NE; Grupo Mulher; Mulher Maravilha; Sabiá, DIACONIA; MMTR- NE, ADS-CUT; CONTAG; FETAPE

ESTRATÉGIAS

Aprofundar a temática de acesso ao crédito (no Território) para o desenvolvimento

sustentável;

Seminários anuais para divulgar / discutir o PRONAF/ FNE, identificar restrições

para o efetivo acesso ao crédito e desenhar estratégias para superação das restrições

observadas.

Melhorar a aplicação do crédito com a orientação da assistência técnica e o

acompanhamento na execução do projeto, para evitar a inadimplência.

Apoio às cooperativas de crédito, capacitação e gerenciamento do crédito e da

produção;

Parcerias entre cooperativas de crédito e Sindicatos de Trabalhadores Rurais no

Território;

Realizar reuniões constantes entre os parceiros;

Repasse do PRONAF pelas Cooperativas de Crédito;

Ampliar e fortalecer as estratégias do cooperativismo de crédito no Território.

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114 | P á g i n a

Quadro 15 – Eixo 5: Organização Econômica e Associativa

PROPÓSITO

PROMOVER GRAUS CRESCENTES DE ORGANIZAÇÃO PARA AS FAMÍLIAS

AGRICULTORAS, FORTALECENDO O PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO E

COMERCIALIZAÇÃO, FORMAÇÃO E FORTALECIMENTO DE ASSOCIAÇÕES DE

PRODUTORES, DE COOPERATIVAS DE PRODUTORES, DE CRÉDITO E

PRESTADORES DE SERVIÇOS DE ATER

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS Projeto Dom Helder Câmara, MDA / SDT, UNICAFES.

ESTADUAIS PRORURAL, Fórum de Economia Solidária de Pernambuco

MUNICIPAIS STR’s, Prefeituras Municipais.

OUTROS

PARCEIROS

FETAPE, Visão Mundial, COOPAGEL, CECOR; Casa da Mulher do NE; Grupo Mulher Maravilha; Sabiá, DIACONIA; MMTR- NE, ADS-CUT; CONTAG; ASSOCENE, ECOSOL.

ESTRATÉGIAS

Buscar apoio para a infra-estrutura das organizações e maior articulação das várias

experiências.

Fortalecer e desenvolver capacidades dos agricultores e suas organizações

(associações, cooperativas), para aprimorar a gestão da propriedade de modo

articulado aos mercados disponíveis

Estimular a organização crescente e planejamento participativo dos aspectos da

gestão das ações que envolvem coletivos de agricultores familiares, tais como

gerenciamento do trabalho e de equipamentos de uso coletivo, comercialização

conjunta, agro-industrialização e outros processos que os apóiem em seu

desenvolvimento.

Identificar as experiências organizativas de agricultores familiares referenciais do

Território e promover a visibilização e debate sobre estas nos Conselhos Municipais de

Desenvolvimento Rural Sustentável.

Estimular a participação dos representantes das organizações dos agricultores

familiares no Colegiado Territorial e em outros espaços qualificados de articulação

política.

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115 | P á g i n a

Quadro 16 – Eixo 6: Assessoria Técnica e Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável

PROPÓSITO

IMPLEMENTAR UM PLANO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA PERMANENTE E DE

CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO DE MODO A GARANTIR QUE AS FAMÍLIAS

AGRICULTORAS DO TERRITÓRIO TENHAM ATER DE BOA QUALIDADE, DE

ACORDO COM A REALIDADE DO TERRITÓRIO, DE CONVIVÊNCIA COM O SEMI-

ÁRIDO E DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS E PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS SAF/MDA, Projeto Dom Hélder Câmara, INCRA, EMBRAPA, UFRPE, CODEVASF, Banco do Nordeste.

ESTADUAIS IPA, CDS – PE, ITERPE.

MUNICIPAIS Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Prefeituras Municipais, CMDRS.

OUTROS

PARCEIROS

FETAPE e Organizações Governamentais e Não Governamentais de Assessoria Técnica rural e ONGs- DIACONIA, ASSOCENE, COOPAGEL, SABIÁ; Casa da Mulher, CECOR

ESTRATÉGIAS

GARANTIR ASSESSORIA TÉCNICA PERMANENTE (ATER) QUALIFICADA E PARA TODOS OS AGRICULTORES FAMILIARES DO TERRITÓRIO - PRIORIZAR AS PESSOAS E COMUNIDADES MAIS VULNERÁVEIS SOCIALMENTE.

Buscar parcerias comprometidas

Sensibilizar os governos envolvendo as três esferas para estruturar as Secretarias de Agricultura e criá-las nos municípios que não as possuem.

Articular / envolver os atores sociais e entidades visando a ampliação da experiência de ATER do Projeto Dom Helder Câmara, com a replicação da proposta por outras instituições de ATER a nível estadual e federal.

Integrar as ações das entidades de ATER do Território;

Elaborar de forma participativa de um modelo de ATER e de uma estratégia de implementação, envolvendo os poderes públicos e a sociedade civil (Construção do Plano Territorial);

Promover seminários para elaboração do Plano de Trabalho Territorial de ATER

Garantir que as entidades prestadoras de serviços de ater apóiem o desenvolvimento de agroecossistemas sustentáveis, diversificados e pautados pela agroecologia e convivência com o semiárido.

Garantir a ATER integrada ao Crédito para o desenvolvimento de agroecossistemas sustentáveis (crédito agroflorestal, crédito transição agroecológica, PRONAF florestal e outras linhas compatíveis)

Engajar a ATER ativamente na promoção da recuperação de áreas degradadas - Controle de erosão nos sistemas produtivos e estradas vicinais e intermunicipais, recuperação da fertilidade dos solos.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

116 | P á g i n a

Quadro 17 – Eixo 7: Provimento de Segurança Hídrica

PROPÓSITO

GARANTIA DE SEGURANÇA HÍDRICA: Assegurar água de boa qualidade para os diversos consumos

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS Ministério do Desenvolvimento Social, CODEVASF, Projeto Dom Hélder Câmara, Ministério Publico, INCRA.

ESTADUAIS CPRH, Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, PRORURAL, SECTMA, ITERPE.

MUNICIPAIS Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Prefeituras, Conselhos Municipais

OUTROS

PARCEIROS

DIACONIA; COOPAGEL; SABIÁ; CUT; CECOR, Casa da Mulher do Nordeste, ASA (P1MC e P1+2), FETAPE.

ESTRATÉGIAS

PROMOÇÃO DA SEGURANÇA HÍDRICA

Atualizar demanda por estruturas de captação e armazenamento de água do Território

Levantar o número de casas com menos de 50m² para colocar cisternas;

Levantar o número de barragens subterrâneas;

Provocar uma discussão dos segmentos políticos, sindicais, ONGs e sociedade civil para acelerar o P1MC (Programa um milhão de Cisternas) e o P1+2

Construir barragens subterrâneas, poços e cisternas;

Planejar o abastecimento na zona rural com água tratada encanada, onde for viável

Identificar os programas governamentais que repercutem no Território para potencializar suas ações.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

117 | P á g i n a

Quadro 18 – Eixo 8: Recuperação Conservação e Uso Sustentável dos Recursos Naturais

PROPÓSITO

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, DA CAPACIDADE DO

ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NOS SOLOS, SANEAMENTO E RECUPERAÇÃO

DA QUALIDADE DA ÁGUA

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS Projeto PDHC, Ministério Publico, INCRA, EMBRAPA, IBAMA

ESTADUAIS SECTMA, CPRH.

MUNICIPAIS Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Prefeituras, Conselhos Municipais

OUTROS

PARCEIROS

Empresas de Assistências técnica rural, ONGs, Instituições Financeiras, Meios de Comunicação, DIACONIA; COOPAGEL; SABIÁ; CUT; CECOR; Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú.

ESTRATÉGIAS

REVITALIZAÇÃO DE MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS Priorizar as bacias do Pajeú e Moxotó; A) PROMOVER CAMPANHAS DE MOBILIZAÇÃO:

Mobilização dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural - CMDRS.

Mobilização e capacitação das populações ribeirinhas B) PROMOVER ESTUDOS E DIAGNÓSTICOS

Promover Estudos das bacias de sedimentação;

Atualizar o diagnóstico e propostas para controle da erosão e assoreamento

Apoiar a Realização do zoneamento agro ecológico dos municípios ainda não abrangidos.

C) REFLORESTAMENTO/RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Recuperação da cobertura vegetal de áreas críticas quanto à erosão e assoreamento (reflorestamento das nascentes, rios e mananciais, conservação/reflorestamento das matas ciliares e de áreas em avançado estagio de degradação).

META: CRIAÇÃO DE VIVEIROS DE PLANTAS NATIVAS (UM POR MUNICÍPIO) D) PROVIMENTO DE SANEAMENTO BÁSICO RURAL E URBANO. ÁREA RURAL:

Construção de banheiros com fossas sépticas na zona rural;

Coleta do lixo na zona rural;

Coleta seletiva de lixo;

Tratamento de água para o consumo;

Rede de esgoto na zona rural; E) GERENCIAMENTO PARTICIPATIVO

Gerenciamento / comitê de bacias e Conselho de Usuários;

Desenvolver projeto político pedagógico elaborado coletivamente e de forma contextualizada voltada para o desenvolvimento sustentável do Território

Continua

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

118 | P á g i n a

Quadro 18 – Eixo 8: Recuperação Conservação e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (continuação)

ESTRATÉGIAS

F) APOIAR A ARTICULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ENTIDADES LIGADAS A GESTÃO AMBIENTAL, DO GOVERNO E DA SOCIEDADE CIVIL.

Articulações com MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia)

Articular junto a CODEVASF /MIN a presença dos programas desse órgão no Território;

Atrair o MMA e IBAMA para maior atuação na região

Criação de uma unidade do IBAMA no Território do Pajeú.

Articulação com os CMDRS e Prefeituras Municipais do Território. USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS

Identificar as iniciativas existentes de sistemas produtivos sustentáveis e recuperação de áreas degradadas.

Divulgação/ Difusão das tecnologias de preservação, conservação e recuperação ambiental.

Mobilização e sensibilização dos atores sociais: desenvolver campanha para debater com a sociedade os problemas do Território e possíveis soluções.

Sensibilização das instituições financeiras para análise e aprovação de projetos de uso sustentável ou recuperação de áreas degradadas (Crédito agroflorestal, crédito transição agroecológica, PRONAF florestal e outras linhas compatíveis).

Estabelecer projetos demonstrativos de recuperação de áreas degradadas em (1) áreas inapropriadas para produção agropecuária e (2) áreas produtivas.

Elaborar PLANO DE MANEJO SUSTENTÁVEL DA CAATINGA PARA O TERRITÓRIO.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

119 | P á g i n a

Quadro 19 – Eixo 9: Educação para o Campo

PROPÓSITO

UNIVERSALIZAR O ATENDIMENTO DE TODA A CLIENTELA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA, GARANTINDO O ACESSO E A PERMANÊNCIA DE TODAS AS

CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS DO MEIO RURAL NA ESCOLA,

DESENVOLVENDO UM MODELO DE EDUCAÇÃO PARA O CAMPO

REFERENCIADO NA REALIDADE SÓCIO-CULTURAL, ECONÔMICA, AMBIENTAL

E POLÍTICA DO TERRITÓRIO DO SERTÃO DO PAJEÚ, QUE LEVE EM

CONSIDERAÇÃO AS ESPECIFICIDADES DE CADA COMUNIDADE E

MUNICÍPIOS, MOBILIZANDO E ENVOLVENDO OS DIVERSOS ATORES NUM

PROCESSO DE GESTÃO PARTICIPATIVA E MELHORIA DE QUALIDADE DE VIDA

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS Ministério de Desenvolvimento Agrário-MDA, Ministério do Meio Ambiente-MMA, IBAMA, Projeto Dom Helder Câmara, MEC, UFRPE.

ESTADUAIS Secretaria Estadual de Educação, SECTMA, CPRH, SEBRAE

MUNICIPAIS

Prefeituras (Secretarias de Educação e Cultura/ Saúde/ Ação Social/ Agricultura), Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural, Igrejas, Bancos, Associações Comunitárias, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais

OUTROS

PARCEIROS

FETAPE, CONTAG, CUT, SERTA

ESTRATÉGIAS

ASSEGURAR A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE INFRA-ESTRUTURA DAS ESCOLAS incluindo: a) Espaço, iluminação, insolação, ventilação, água potável, rede elétrica, segurança e temperatura ambiente; b) Instalações sanitárias e para higiene; c) Espaço para esporte, recreação, biblioteca e serviço de merenda escolar; d) atualização e ampliação do acervo das bibliotecas; e) Mobiliários, equipamentos e materiais pedagógicos de qualidade; f) Adaptação de sala para atender crianças especiais.

PROVER DE TRANSPORTE ESCOLAR as zonas rurais e para localidades que não tem transporte promovendo a escolarização e acesso para alunos e professores das zonas rurais;

CAPACITAÇÃO PARA OS MOTORISTAS DO TRANSPORTE ESCOLAR e monitor para cuidar das crianças.

NUCLEAR AS ESCOLAS RURAIS de acordo com as necessidades e possibilidades de expansão do ensino fundamental II, ensino médio e implantação do EJA;

CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES PARA ATENDER CRIANÇAS ESPECIAIS.

PLANO DE CARGOS E CARREIRAS PARA PROFESSORES DA ZONA RURAL;

PROMOVER FORMAS MAIS FLEXÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR PARA A ZONA RURAL, bem como a adequada formação de professores;

PROMOVER CURSOS BÁSICOS PARA O APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL, voltados para a melhoria do nível técnico das práticas agrícolas e da preservação ambiental dentro da perspectiva do desenvolvimento sustentável;

Continua

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

120 | P á g i n a

Quadro 19 – Eixo 9: Educação para o Campo (continuação)

ESTRATÉGIAS

PROMOVER CURSOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA que possibilite um melhor desempenho de professores no processo ensino / aprendizagem tendo por base a realidade das comunidades e a vivência de um Projeto Político Pedagógico que promova o desenvolvimento sustentável local;

DISSEMINAÇÃO DE PROPOSTAS DE AÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS DOCENTES NAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELAS ONGS E SMES.

DESENVOLVER ATIVIDADES CURRICULARES E PEDAGÓGICAS DIRECIONADAS AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DAS COMUNIDADES RURAIS;

DESENVOLVER E FORTALECER PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM A REDE FORMAL DE ENSINO E COM AS COMUNIDADES.

IMPLANTAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS EXITOSAS NO TERRITÓRIO, COMO AS EFAS E CFRS, possibilitando uma formação de qualidade para o / a jovem, junto à família.

ACOMPANHAR E CONTRIBUIR PARA QUALIFICAÇÃO DOS CURSOS TÉCNICOS AGRÍCOLA NAS ESCOLAS DE SERRA TALHADA E SERTÂNIA.

ACOMPANHAR E CONTRIBUIR PARA QUALIFICAÇÃO DOS CURSOS TÉCNICOS AGRÍCOLA NAS ESCOLAS DE SERRA TALHADA E SERTÂNIA.

AMPLIAÇÃO DO PROJETO APRENDER A VIDA NO SEMI-ÁRIDO para os municípios do Território. Promover intercâmbio com o município de Tuparetama, que possui escola com experiência referencial no Território.

INTERCÂMBIO DE EXPERIÊNCIAS ENTRE ESCOLAS QUE TRABALHAM COM EDUCAÇÃO NO CAMPO;

INCLUIR NOS DEBATES AS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E OS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO CAMPO.

REALIZAÇÃO DE EVENTOS SÓCIO-CULTURAIS QUE CONTEMPLEM A DIVERSIDADE das comunidades dos municípios do Território, NOS ASPECTOS SOCIAIS, ARTÍSTICOS, POLÍTICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS, DE GERAÇÃO, GÊNERO E ETNIA;

DESENVOLVIMENTO DE EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS NA REDE FORMAL DE ENSINO QUE FAVOREÇAM O PROTAGONISMO DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS, fortalecendo os vínculos afetivos entre sujeito-famillía-comunidade, na construção da qualidade social de vida no Território ;

ESPECIFICAR A RELAÇÃO DE CADA UM DOS PONTOS ACIMA DENTRO DAS DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO NO CAMPO.

APOIAR A ADOÇÃO PELOS PODERES MUNICIPAIS E ESTADUAIS DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO POLÍTICA PÚBLICA NOS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO DO PAJEÚ.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

121 | P á g i n a

Quadro 20 – Eixo 10: Políticas Afirmativas de Gênero, Geração e Etnias

PROPÓSITO

GARANTIR A INCLUSÃO DE MULHERES, JOVENS, NEGROS, IDOSOS,

QUILOMBOLAS E CRIANÇAS DENTRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO

TERRITORIAL

PARCEIROS POTENCIAIS

FEDERAIS Ministério Público, Projeto Dom Helder Câmara, SAF / MDA

ESTADUAIS PRORURAL, Secretaria Estadual de Políticas para a Juventude.

MUNICIPAIS STR’s, Prefeituras Municipais

OUTROS

PARCEIROS

Casa da Mulher do Nordeste, Grupo Mulher Maravilha, MMTR, FETAPE, DIACONIA, SABIÁ, CECOR, COOPAGEL.

ESTRATÉGIAS

ADAPTAR A METODOLOGIA TRABALHADA NAS POLÍTICAS AFIRMATIVAS DE FORMA QUE SE ADEQUEM A REALIDADE E CULTURAS LOCAIS. PROMOVER A INSERÇÃO NOS PROCESSOS PRODUTIVOS, GERAÇÃO E GESTÃO DA RENDA PARA JOVENS E MULHERES

Ampliar e fortalecer as unidades produtivas em agroecologia no Território e nestas valorizar a participação das mulheres, jovens e idosos

Estimular a participação de jovens e mulheres em especial nas atividades de beneficiamento e comercialização da produção familiar.

Ampliar a oferta de capacitações e cursos profissionalizantes nas áreas de interesse de jovens e mulheres:

Promoção da Inclusão digital

PRO-JOVENS rurais, com capacitações e cursos profissionalizantes.

Identificação e desenvolvimento das iniciativas de artesanato existentes no Território

Cursos de pintura em tecido corte e costura artesanato.

Ampliar o acesso de jovens e mulheres nos programas de crédito existentes;

GARANTIR CONDIÇÕES APROPRIADAS DE MORADIA E ACESSO NAS ÁREAS RURAIS

Construção de casas populares para as famílias rurais;

Construção de passagens molhadas na zona rural;

PROMOVER E PROPORCIONAR A GERAÇÃO DE CRIAÇÃO DE UMA REDE PARA DISCUTIR POLÍTICAS DE JUVENTUDE PARA O TERRITÓRIO

DEBATER NO COLEGIADO TERRITORIAL UMA POLÍTICA DE COTAS para favorecer a inclusão de jovens, mulheres e negros em projetos produtivos (em substituição de: Garantir uma cota para jovens, mulheres, negros nos projetos produtivos)

CRIAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE CONSELHOS MUNICIPAIS DA JUVENTUDE NOS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO. PONTO DE ACOLHIMENTO PARA JOVENS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DAS DROGAS

MELHORAR O ATENDIMENTO AS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA;

Casas abrigos para as mulheres vítimas da violência

Secretaria da mulher com ouvidoria: espaço de lazer, (Espaço sócio recreativos).

Continua

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

122 | P á g i n a

Quadro 20 – Eixo 10: Políticas Afirmativas de Gênero, Geração e Etnias (continuação)

ESTRATÉGIAS

ESTABELECER PARCERIAS COM AS SECRETARIAS E CONSELHOS DE SAÚDE para promoção de programas de saúde específicos:

Programa de Acompanhamento de saúde para mulheres, idosos, índios, quilombolas e pessoas vulneráveis socialmente (pobreza absoluta)

Programa de conscientização da saúde do homem.

POPULAÇÕES TRADICIONAIS E ETNIAS

Valorização da inclusão das populações tradicionais como quilombolas e indígenas através de incentivos culturais, através do apoio e visibilização de suas manifestações culturais próprias e valorizar dentro dos meios culturais e espaços de comunicação existentes no Território a diversidade e a multiculturalidade do Território

Informar e capacitar os quilombolas das políticas especiais

POPULAÇÕES TRADICIONAIS E ETNIAS

Valorização da inclusão das populações tradicionais como quilombolas e indígenas através de incentivos culturais, através do apoio e visibilização de suas manifestações culturais próprias e valorizar dentro dos meios culturais e espaços de comunicação existentes no Território a diversidade e a multiculturalidade do Território

Informar e capacitar os quilombolas das políticas especiais

INCLUSÃO DOS IDOSOS

Funcionamento do conselho do idoso e fazer cumprir as leis do estatuto do idoso.

Criação de espaços sócio-educativo onde seja trabalhado lazer, palestras e atividades recreativas.

Academia popular para idosos nas áreas rurais: criar entretenimentos para os idosos rurais e ampliar as iniciativas existentes

Buscar mecanismos de melhorar o atendimento aos idosos nas repartições públicas: INSS, Hospitais e Bancos.

ACESSO APROPRIADO PRA DEFICIENTES FÍSICOS, ATENDIMENTO DIFERENCIADO PARA PESSOAS ESPECIAIS.

Programas e Projetos Estratégicos

Capítulo 8

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

124 | P á g i n a

8. Programas e Projetos Estratégicos

Os Programas Estratégicos priorizados para o triênio 2010-2012 estão

apresentados no Quadro 19, alguns programas tem Projetos Estratégicos definidos.

Quadro 21 – Programas e Projetos Estratégicos

Programa Foco Projetos Estratégicos

Fortalecimento das principais Cadeias Produtivas do

Sertão do Pajeú

Cadeias produtivas da Apicultura, Caprinocultura e Fruticultura

Convivência com o Semiárido como referencial

para o desenvolvimento produtivo do Território

Desenvolver, fortalecer e ampliar o uso sustentável e recuperação dos recursos naturais

Revitalização de Microbacias Hidrográficas do Rio Pajeú e Moxotó Manejo da Caatinga Segurança Hídrica

Fortalecimento da Gestão dos Agricultores Familiares e

suas Organizações

Agricultores, suas organizações e organizações que lhes prestam assessoria

Educação Contextualizada Escolas públicas municipais e estaduais em parceria com ONGs e projetos referenciais

8.1. PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DAS PRINCIPAIS CADEIAS

PRODUTIVAS DO SERTÃO DO PAJEÚ

Foco: Cadeias produtivas da apicultura, caprinocultura e fruticultura

i. Garantir ATER qualificada para as cadeias produtivas da apicultura,

caprinocultura e fruticultura, incluindo desde os aspectos iniciais da produção

e manejo, até os aspectos finais das cadeias, especificamente o

beneficiamento da produção e apoio à inserção qualificada nos mercados

disponíveis.

ii. Ampliar os investimentos em infra-estrutura para produção nas propriedades

dos agricultores e suas associações (apriscos, salas de ordenha, casas de

mel, entrepostos de mel com CIF, etc.).

iii. Garantir a acessibilidade ao crédito para aperfeiçoamento dos sistemas

produtivos dos agricultores familiares.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

125 | P á g i n a

iv. Apoiar a adoção e desenvolvimento de modelos sustentáveis de produção

baseados de manejo da caatinga para garantir suporte forrageiro, pasto

apícola e recuperação da fertilidade do solo.

8.2. PROGRAMA DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO COMO REFERENCIAL

PARA O DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO DO TERRITÓRIO

Foco: Desenvolver, fortalecer e ampliar o uso sustentável e recuperação dos

recursos naturais

i. Garantir ATER qualificada, em acordo com os princípios agroecológicos e de

convivência com o Semiárido.

ii. Universalizar as estruturas para captação e armazenamento de água em

especial para uso produtivo, tais como, cisternas calçadão e barragens

subterrâneas.

iii. Promover a recuperação de áreas degradadas e recuperação da fertilidade

das terras cultivadas.

iv. Promover o manejo sustentável da caatinga para múltiplos fins como

exemplo de uso sustentável dos recursos naturais em sistemas produtivos

eficientes e econômicos.

v. Recuperar e perenizar os rios do Território, com recomposição das matas

ciliares e da capacidade de infiltração de água no solo, promoção da

adequada disposição de lixo e saneamento básico urbano e rural.

8.2.1. Projeto Estratégico Revitalização de Microbacias Hidrográficas do Rio

Pajeú e Moxotó

Promover a recuperação das bacias do rio Pajeú e Moxotó envolvendo

ativamente a população através de:

(1) campanhas de mobilização e fortalecimento dos espaços de gestão e controle

social, em especial Os CMDRS e o Comitê da Bacia do Rio Pajeú;

(2) promovendo estudos e diagnósticos especializados quando necessário, e

zoneamento agroecológico dos municípios;

(3) ampliar o investimento no saneamento básico rural e urbano no Território;

(4) estabelecer projetos piloto municipais referenciais de saneamento e utilizá-los

para fortalecer o debate com a população;

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

126 | P á g i n a

(5) estabelecer projetos piloto referenciais de recomposição de mata ciliar e usá-los

para fortalecer o debate, mobilização e parceria da população na iniciativa; (6)

desenvolver e inserir na política pública municipal planos para recuperação das

microbacias, com promoção da recuperação de áreas degradadas e

reflorestamento das matas ciliares e nascentes em parceria com as prefeituras

municipais, CMDRS e entidades da sociedade civil: estabelecimento de metas

claras (tenha um viveiro de mudas nativas por município, campanhas anuais de

plantio, metas em hectares de mata ciliar recomposta por ano).

8.2.2. Projeto Estratégico Manejo da Caatinga

Qualificar os projetos de Manejo da Caatinga existentes no Território,

estabelecendo ou fortalecendo parcerias existentes com Universidades e ONGs

referenciais no tema.

Mobilização e sensibilização dos atores sociais:

(1) Campanhas de conscientização: desenvolver campanha para divulgação dos

projetos de manejo da caatinga como opção de uso sustentável, economicamente

viável;

(2) Realização de intercâmbios para conhecer experiências de unidades de manejo

sustentado da caatinga em comunidades e assentamentos do território assistidos

pelo Projeto Dom Helder Câmara, na perspectiva de disseminação do projeto no

território.

(3) Disseminação e debate de seus modelos técnicos e de seus resultados:

produção de materiais de divulgação das tecnologias, promoção de seminários,

encontros, debates e capacitações práticas em parceria com as prefeituras,

CMDRS, Universidades, instituições de pesquisa e ONGs e projetos referenciais;

(4) Fortalecimento de parcerias com as prefeituras municipais, ONGs e projetos

referenciais para estabelecimento de unidades demonstrativas em todos os

municípios do Território;

(5) Implementação de projetos piloto de manejo da caatinga, em parceria com

entidades da sociedade civil, instituições de pesquisa e prefeituras municipais;

(6) sensibilização das instituições financeiras para uma parceria ativa, com apoio de

seus agentes de crédito para análise e aprovação de projetos de uso sustentável ou

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

127 | P á g i n a

recuperação de áreas degradadas (Crédito agroflorestal, crédito transição

agroecológica, PRONAF florestal e outras linhas compatíveis).

8.2.3. Projeto Estratégico Segurança Hídrica

A segurança hídrica no Território do Pajeú avançou consideravelmente

na última década, no entanto, se mantém como projeto estratégico visando

universalizar as estruturas para captação e armazenamento de água para consumo

humano e também para uso produtivo, tais como cisternas calçadão e barragens

subterrâneas. Para isso propõe-se:

(1) Atualização da demanda por estruturas de captação e armazenamento de água

do Território: levantamento de casas com menos de 50m² para colocar cisternas,

levantamento de barragens subterrâneas;

(2) Provocar uma discussão dos segmentos políticos, sindicais, ONGs e sociedade

civil para acelerar o P1MC (Programa um milhão de Cisternas) e o P1+2;

(3) Construção de barragens subterrâneas, poços e cisternas em parcerias com os

poderes municipais, estaduais, federais e ONGs referencias do Território;

(4) Estabelecer projetos piloto de oferta de água encanada tratada na área rural.

8.3. PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO DOS AGRICULTORES

FAMILIARES E SUAS ORGANIZAÇÕES

Foco: agricultores, suas organizações e organizações que lhes prestam

assessoria.

i. Garantir ATER qualificada para fortalecer e desenvolver capacidades com os

agricultores e suas as organizações (associações e cooperativas) focadas no

aprimoramento da gestão da propriedade e gestão das ações que envolvem

coletivos de agricultores, tais como gerenciamento do trabalho na família e

em grupos associativos, gerenciamento de equipamentos de uso coletivo,

comercialização coletiva e beneficiamento da produção.

ii. Apoiar a estruturação de empreendimentos associativos e cooperativos.

iii. Oportunizar a participação de agricultores e suas organizações em fóruns de

debates e formulação de políticas públicas.

iv. Apoiar a qualificação das entidades de ATER em aspectos de:

(1) suporte a gestão do trabalho e de negócios;

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

128 | P á g i n a

(2) uso sustentável e recuperação dos recursos naturais - em sistemas

produtivos e em áreas degradadas

8.4. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA

Foco: escolas públicas municipais e estaduais em parceria com ONGs e projetos

referenciais.

Promover um processo de transformação da educação básica promovendo:

i. Intercâmbio com as experiências em curso de educação contextualizada;

ii. Implantação de experiências piloto de Educação do Campo e Educação

Ambiental em parceria com as secretarias municipais de educação, ONGs

referenciais e movimentos sociais, apoiando o exercício e a adoção pelos

poderes municipais e estaduais das propostas de Educação Ambiental

proposta desenvolvida pelo Projeto Dom Helder Câmara, experiência

em fase de sistematização e de Educação do Campo como política pública

nos municípios do Território do Sertão do Pajeú.

Proposta de Gestão Territorial

Capítulo 9

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

130 | P á g i n a

9. Proposta de Gestão do Plano Territorial

A Gestão do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável é

realizada utilizando a estrutura organizacional da dinâmica territorial no Pajeú, a

saber, um plenário amplo, denominado Colegiado do Território da Cidadania do

Sertão do Pajeú e um Núcleo Técnico e Diretivo do processo de desenvolvimento

territorial. Eventualmente podem se formar Grupos de Trabalho em atendimento a

demandas específicas encaminhadas pelo plenário.

O Colegiado é composto de todos os participantes das Oficinas

Territoriais realizadas. Ele é um plenário, um espaço aberto, dinâmico e que contém

a participação dos segmentos da sociedade civil e do Estado presentes nas

Oficinas. Hoje predomina as organizações da sociedade civil e representações dos

movimentos sociais relacionados mais diretamente ao desenvolvimento rural,

porém o colegiado tem elaborado estratégias para ampliar sua representatividade,

em especial fortalecendo e ampliando a participação dos atores públicos no

processo de Desenvolvimento Territorial.

O Núcleo Técnico e o Diretivo evoluíram de uma Coordenação provisória

criada em novembro de 2004, que tinha os papéis de mobilizar, animar os atores

sociais do Território, contribuindo para criar condições para a continuidade do

processo e o de coordenar os encaminhamentos, ou seja, das ações imediatas

deliberadas por ocasião das oficinas realizadas, para o fortalecimento do processo

de desenvolvimento territorial.

Hoje o Núcleo Diretivo, composto por representantes dos movimentos

sociais (FETAPE, STRs, MST, MMTR e FETRAF), representantes dos programas

governamentais incidentes sobre o Território (IPA, PDHC e prefeituras),

representantes das ONGs do Território e dos CMDRS além do papel permanente

de mobilização dos atores territoriais, tem o papel de gerir e implementar as ações

e projetos planejados, a partir das diretrizes e prioridades estabelecidas em

plenária.

O Núcleo Técnico é composto por um conjunto de representantes de

perfil técnico das ONGs e programas governamentais do Território - Diaconia, Casa

da Mulher do Nordeste, COOPAGEL, Base de Apoio às Cooperativas de Crédito,

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

131 | P á g i n a

Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, CENTRASS - Central das

Associações Rurais e Urbanas de Serra Talhada e IPA e tem por função contribuir

na formulação e elaboração de propostas e projetos, a partir das diretrizes e

prioridades estabelecidas em plenária.

A plenária é o espaço onde efetivamente se constrói o processo de

desenvolvimento territorial. Este processo é dinâmico e iniciativas que chegam a

sua conclusão abrem imediatamente perspectivas de novos desafios. Mudanças

conjunturais e estruturais repercutem nas ações em curso, exigindo ajustes e novas

proposições. Deste modo o monitoramento e avaliação das ações e projetos em

curso ocorrem simultânea e coordenadamente à priorização e elaboração de novas

propostas e iniciativas.

Papéis do Colegiado Territorial

Aprovação de agendas de prioridades

Selecionar os projetos específicos e indicação de entidades ou pessoas

responsáveis pela sua elaboração e implantação;

Elaboração, análise e aprovação dos Planos Territoriais de Desenvolvimento

Rural Sustentável;

Apreciação de relatórios de acompanhamento e avaliação de programas e

projetos em curso;

Decidir sobre medidas de aperfeiçoamento das ações e projetos em

andamento.

Monitorar para que os recursos dos projetos aprovados no Território depois

de destinado a entidade de gestão pública, não seja apropriado por

interesses diversos daqueles que motivaram sua formulação e priorização no

fórum territorial

O processo da gestão social que ocorre no Território do Sertão do Pajeú

é bem ilustrado pelo diagrama abaixo, com o destaque de que cada macro

processo, como sensibilização e mobilização ou planejamento, organização,

gestão, monitoramento e avaliação são permanentes e realizados em diferentes

níveis e incorporam ao longo do tempo os acúmulos proporcionados pela

aprendizagem do próprio processo de planejamento e execução das propostas de

desenvolvimento territorial.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

132 | P á g i n a

9.1. DINÂMICA DE GESTÂO E MONITORAMENTO DO PTDRS

Realização de quatro Reuniões Ordinárias do Colegiado durante o ano

As pautas são variadas, por vezes destinadas à elaboração de um

produto específico, tal como a priorização de projetos para o Programa Territórios

da Cidadania ou PRONAF infra-estrutura, ou desenvolver uma estratégia para

fortalecimento da gestão compartilhada, por exemplo. Independente de qual for a

pauta central da reunião do Colegiado, sistematicamente se reserva um momento

do encontro territorial para monitoramento da execução do cronograma de projetos

com encaminhamentos imediatos para ajustar e aperfeiçoar sua implementação. A

depender da demanda por ajustes nas ações em andamento podem ser

convocadas reuniões extraordinárias do Colegiado Territorial.

Reunião Trimestral do Núcleo Diretivo e Técnico para Avaliação da execução

dos trabalhos

Informes trimestrais do Núcleo Técnico e Diretivo para Conselhos Municipais

com o balanço da execução do PTDRS e seus Projetos.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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9.2. AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Reformulação periódica do plano de desenvolvimento territorial:

Anualmente - avaliação da execução do conjunto de Programas e

projetos do PTDRS

Planejamento Estratégico trienal, com reavaliação do PTDRS e

aprofundamento da reflexão sobre os caminhos adotados.

O presente momento de revisão estratégica do Plano de

Desenvolvimento Territorial permitiu aprofundar a reflexão e a formulação de metas

estratégicas, enumeradas abaixo, para que se fortaleça o controle social e o

comprometimento com as ações pactuadas.

9.3. ESTRATÉGIAS PARA APRIMORAR A GESTÃO DO PLANO DE

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

9.3.1. Fortalecimento do Colegiado e da integração com outras instâncias de

controle social

1. Promover maior integração (articulação) com o Poder Público Municipal e

Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável;

2. Criar em cada município arranjos (articulações) para execução do Plano

e seu acompanhamento;

3. Garantir a integração entre o poder público municipal e as organizações

da sociedade civil para execução mais apropriada dos projetos, inclusive

aqueles de infra-estrutura, quando a acompanhamento técnico e

execução de propostas daquela natureza é de domínio das organizações

sediadas no Território;

4. Discussão do andamento dos Programas e respectivos projetos definidos

dentro do fórum territorial nos Conselhos Municipais, analisando seu

impacto e funcionamento;

5. Ampliar as institucionalidades hoje existentes no Território, fortalecer que

ONGs, cooperativas de agricultores e técnicos possam gerenciar

recursos e apoiar legalmente o processo de desenvolvimento territorial;

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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6. Especificar o raio de atuação do projeto específico a ser instalado quando

de sua formulação, construindo os mecanismos para integração entre os

diferentes acúmulos dos diferentes atores territoriais e/ou no momento da

priorização de recursos no colegiado territorial para determinados

projetos;

7. Priorizar as institucionalidades locais, as prefeituras, como parceiras na

execução dos projetos de infra-estrutura, usando dos acúmulos

existentes entre as organizações que integram o colegiado para capacitar

as prefeituras e demais organizações sobre os aspectos legais, de

transparência (alimentação do SICONV), etc. para criar/fortalecer esta via

no Território;

8. Usar dos mecanismos do SICONV para garantir que a execução dos

projetos (infra-estrutura e serviços) estabelecendo que toda entidade

responsável por execução de projetos seja inscrita no SICONV e que

seus serviços sejam realizados com a qualidade e cumprimento dos

objetivos previstos nos projetos em sua execução;

9. Levar o debate sobre o desenvolvimento territorial e os meios e desafios

de sua implementação para fóruns mais amplos que possam contribuir

para o desenvolvimento territorial (exemplo ASA, reuniões dos

Consórcios dos Municípios...);

10. Focar a prioridade de projetos de abrangência regional e micro-regional;

11. Definir o caráter de gestão do Colegiado Territorial sobre o projeto;

12. Definir e aprimorar os mecanismos em parceria com as

institucionalidades hoje existentes que encaminham os projetos, que o

fórum territorial pode criar (inclusive jurídicos) para assegurar que os

projetos desenhados no escopo do Desenvolvimento Territorial para

promover processos locais micro-regionais ou territoriais cumpram esta

finalidade ou venham a cumprir esta finalidade;

13. Apoiar que o grupo de trabalho existente em cada conselho municipal

anime nos Conselhos Municipais o debate do Desenvolvimento Territorial

com criação de estratégias e rotinas para levantar e atualizar novas

demandas das associações para atualização constante do PTDRS, para

integrá-las no Plano a cada ano, quando de seu balanço anual.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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14. Promover uma campanha anual com as Associações levantando suas

demandas e os Conselhos ordenam priorizam e encaminham ao fórum

territorial. (Contribuir para garantir a autonomia da base, o protagonismo

das associações);

15. Criar instrumentos para que o coletivo extenso que é beneficiário de

determinado projeto ou ação, realize a co-gestão, identificando os

impactos, as insuficiências, os desdobramentos e sua continuidade e se

fazendo representar no Colegiado;

16. Apoiar a regulação das representações no Colegiado Territorial na

instância dos Conselhos Municipais, debatendo os critérios formulados no

Colegiado e estimulando a transparência e a efetiva participação bem

como fortalecendo a co-gestão com os beneficiários diretos de cada ação

e/ou projeto.

9.3.2. Critérios de participação dos diferentes atores do Território

1. Estabelecer/revisar critérios no colegiado territorial para assegurar a

participação das diversas representações e sua legitimidade;

2. Qualificação da representação pela participação efetiva na elaboração,

execução e monitoramento do PTDRS;

3. A organização que faltar a duas reuniões consecutivas do colegiado,

cujas ausências não possuírem justificativas formais, ficará desligada

do colegiado;

4. Criar instrumentos para que o coletivo extenso que é beneficiário de

determinado projeto ou ação, realize a co-gestão, identificando os

impactos, as insuficiências, os desdobramentos e sua continuidade;

5. Regular coletivo de debate e aprovação na base sobre a legitimidade da

representação física e/ou jurídica que está encaminhando ações e

projetos para aquela comunidade;

6. Apoiar a regulação das representações na instância dos Conselhos

Municipais, debatendo os critérios formulados no Colegiado e

estimulando a transparência e a efetiva participação.

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

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9.3.3. Comunicação

1. O compromisso para divulgação das reuniões do colegiado deve contar com

os vários parceiros do fórum para efetivamente fazer circular a agenda e a

confirmação da presença das diferentes representações do Território.

2. É necessária a criação de uma política de comunicação, email, fax

protocolado, e ligações, estabelecendo um ou mais responsáveis por

município, de acordo com o perfil de cada município e suas relações.

3. Criar de fato o compartilhamento de responsabilidades, para fazer a proposta

de Desenvolvimento Territorial acontecer, não é apenas uma política de

comunicação, mas de mobilização constante do coletivo, efetivada de forma

compartilhada pelas várias representações integrantes do Colegiado.

Divulgação do PTDRS

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

138 | P á g i n a

Divulgação do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável

A divulgação do PTDRS do Pajeú é considerada uma estratégia chave

para buscar maior governança nos acordos e negociações com parceiros e atores

nas diversas esferas de concertação possíveis da União.

O presente documento apresenta os desafios considerados prioritários e

formas de superá-los e, portanto, deve embasar as negociações internas e externas

visando o fortalecimento da participação de atores pouco presentes hoje no fórum,

articulação, mobilização e atração de novos parceiros e recursos (financeiros,

humanos e materiais) e políticas públicas.

Para isto é proposto:

i. Lançamento Federal, Estadual, Territorial e Municipal do PTDRS em eventos

que alcancem grande divulgação e projeção política;

ii. Organizar uma campanha para apresentação e debate do atual PTDRS nas

Reuniões Ordinárias de todos os CMDRS, procurando promover a

articulação destes espaços e sua parceria ativa com o Colegiado Territorial,

como detalhado na proposta de gestão do PTDRS;

iii. Empreender uma articulação com o CIMPAJEÚ - Consorcio Intermunicipal

do Pajeú, onde estão representadas as prefeituras de 14 dos 20 municípios

do Território do Pajeú, normalmente na figura de seu respectivo prefeito

municipal, através de entrega e apresentação do Resumo Executivo do

PTDRS em reunião formal do Conselho e articulação de ações integradas;

iv. Fortalecer a participação e empreender uma articulação com o Comitê da

Bacia do Pajeú - O comitê do rio Pajeú foi criado no ano de 1998, mas

estava desativado há alguns anos e está em processo de reativação em

2010, através do convênio do Ministério do Meio Ambiente e SRH/PE. O

convênio prevê a reativação de seis conselhos gestores de açudes (sendo

cinco deles na região do Pajeú e um no Moxotó) e o fortalecimento das

unidades já existentes. Pela natureza das prioridades elencadas pelo

Colegiado do Pajeú a dinamização deste espaço bem como o debate e

formulação de ações e projetos em parceria pode constituir uma boa

estratégia para fortalecer o Projeto Estratégico Revitalização de Microbacias

Hidrográficas do Rio Pajeú e Moxotó.

Bibliografia Referencial

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Sertão do Pajeú

140 | P á g i n a

Bibliografia Referencial

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trabalho.

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IADH – Relatório da Oficina Regional de Socialização Metodológica para o

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2009.

IADH – Relatório 1ª Oficina Territorial Requalificação PTDRS do Território da

Cidadania do Sertão do Pajeú, Recife, julho 2010.

IADH – Relatório 2ª Oficina Territorial Requalificação PTDRS do Território da

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Solidário. Brasília. Agosto de 2008.

MDA/SDT - Metodologia para Revisão e Qualificação do Plano Territorial de

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Pajeú, setembro 2007.

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