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PTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Território Estrada de Ferro Goiás 2011 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável PTDRS

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PTDRS Território da Estrada de Ferro (Goiás)

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PTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável

Território

Estrada de Ferro

Goiás 2011 P

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Território Estrada de Ferro Estado de Goiás

PTDRS PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO

RURAL SUSTENTÁVEL

Urutaí/GO Junho 2011

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“Quando chegam os ventos da mudança, uns constroem abrigos, outros constroem moinhos.”

Nancur Olson

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Expediente

Coordenação Executiva da ECO/CUT

Coordenadora Geral - Sueli Veiga Melo – CUT/MS

Coordenadora de Finanças - Maria Bernardete Diniz – CUT/DF

Coordenador Pedagógico - Antonio Ribeiro da Costa Neto – CUT/GO

Coordenador Adjunto - Wilson Belizário Santana – CUT/TO

Coordenadora Adjunta - Vânia Maria Rodrigues Miranda – CUT/MT

Conselho Fiscal da ECO/CUT

Jéferson Borges da Silveira – CUT/MS

Jocelino Soares de Amorim – CUT/MT

José Roque Santiago – CUT/TO

Maria Euzébia de Lima – CUT/GO

Sheila Tinoco de Oliveira Fonseca – CUT/DF

Equipe de Sistematização dos PTDRS da ECO/CUT

Adão Francisco Oliveira

Elbbya Cássia de Castro

Fernando Vanucci

Jeová de Lima Simões

Jodat Jawabri Fernandes

Ubiratan Francisco Oliveira

Wiszaine Stela Mello dos Santos

Ficha Catolográfica

ECO/CUT – Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT Apolônio de

Carvalho

ECO/CUT – Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT Apolônio de Carvalho. 1. PTDRS 2. Território Estrada de Ferro.

3. Caracterização territorial. 4. Apresentação e diagnóstico Socioeconômico ambiental. 5. Perspectivas de Desenvolvimento. 6. Programas e Ações Estratégicas.

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PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO – GO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Dilma Vana Rousseff Linhares

Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA Titular: Afonso Florence

Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT Titular: Jerônimo Rodrigues Souza

Delegacia Federal do MDA no Estado de Goiás – DFDA-GO Titular: Otacílio Alves Teixeira

Delegado Substituto: Edilson Coelho de Almeida

Consultora Regional Ervanda Timm

Articulares Estaduais Éder Francisco de Araújo Márcia Veras de Souza

Assessor do Colegiado do Território Estrada de Ferro Joseane Dantas Alcântara

Page 6: PTDRS TEF/GO

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DIRETORIA EXECUTIVA E CONSELHOS DO CTDRS TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO

BIÊNIO 2011 – 2013

DIRETORIA EXECUTIVA

PRESIDENTE João Bosco Pereira Orizona

VICE-PRESIDENTE Aparecido Bueno Pinto Silvânia

1º SECRETÁRIO Divilmar Pires De Morais Bonfinópolis

2º SECRETÁRIO Carlos Antônio Borges Leopoldo de Bulhões

1º TESOUREIRO Oroberto De Bastos Pinheiro Vianópolis

2º TESOUREIRO Marajó Antônio De Carvalho São Miguel do Passa Quatro

CONSELHO DIRETOR

Agricultura Familiar

Amarildo Lázaro Guimarães Bela Vista de Goiás

José do Couto Júnior Bonfinópolis

Geso Lopes da Silva Caldazinha

Maria Nazia da Cunha Cristianópolis

Geraldo José Espírito Santos Gameleira de Goiás

Kátia Carmem da Silva Palmelo

Ovídio Franco Tezolin Pires do Rio

Aparecida Vicente de Souza São Miguel do Passa Quatro

Leni Tomásia de Sousa Silvânia

Epifânio João de Almeida Urutaí

Poder Público

Sérgio Sabino Alves Leopoldo de Bulhões

Carlos Eduardo Mesquita Pode Orizona

Manoel Lúcio dos Santos Santa Cruz de Goiás

Carlos Eduardo de Morais Vianópolis

Coordenação

Coordenador Manoel Lúcio dos Santos

Co-Coordenadora Leni Tomásia de Sousa

Secretário Carlos Eduardo de Morais

CONSELHO TÉCNICO

Afonso Celso Fernandes Bonfinópolis

Manoel Jacob dos Santos Gameleira de Goiás

Cícero José Da Silva Orizona

Misael de Paula Brandão São Miguel do Passa Quatro

Dalton Rosa Vianópolis

CONSELHO FISCAL

Titulares

Nivaldo Manoel Pereira Bonfinópolis

Antônio Pereira De Almeida Orizona

Ituriel Caixeta Vianópolis

Suplente

Cleto Gonçalves Vieira Silvânia

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Índice Pg

Apresentação 8 1. Introdução. 10 2. Território Estrada de Ferro. 10 2.1. Apresentação. 10 2.1.1. Localização. 10 2.1.2. Conceituação. 11 2.1.3. Institucionalidade. 12 2.2. Aspectos Históricos. 12 2.3. População. 13 2.4. Indicadores de Desenvolvimento. 14 2.4.1. Domicílios em Situação de Pobreza. 16 2.5. Educação 16 2.6. Ocupação da Mão-de-Obra. 17 2.7. Utilização da Terra. 17 2.8. Agricultura Familiar. 20 2.9. Política de Crédito. 21 2.9.1. Créditos do PRONAF 2004. 21 2.10. Assistência Técnica. 23 2.11. Capital e Organização Social. 24 3. Perspectiva de Desenvolvimento: Centralidade na Cadeia Produtiva

do Leite. 25

3.1. Análise da Produção do Leite. 26 3.2. Importância da Organização Social na Atividade Leiteira. 31 3.3. Serviços de Apoio à Produção Leiteira. 32 3.4. Vantagens, Desvantagens e Demandas da Cadeia Produtiva de

Leite. 34

3.5. Perspectiva da Cadeia Produtiva do Leite. 35 4. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS. 36 4.1. Temas e Prioridades. 36 4.1.1. Tema: Identidade, Cultura, Família e Sociedade. 36 4.1.2. Tema: Escola e Educação do Campo. 36 4.1.3. Tema: Assistência Técnica, Extensão Rural e Profissionalização. 37 4.1.4. Tema: Organização Social e Representação Política da Agricultura

Familiar no Território Estrada de Ferro. 38

4.1.5. Tema: Infraestrutura, Serviços e Políticas Públicas. 38 4.1.6. Tema: Produção Agropecuária e Sustentabilidade. 39 4.1.7. Tema: Qualidade de Vida e Meio Ambiente. 39 4.1.8. Tema: Governança Territorial e sua Representação Sócio-Política. 40 4.2. Câmaras Temáticas 41 4.3. Matriz PTDRS 42 4.4. Projetos Territoriais 50 5. Novas demandas para o Território. 5.1. Combate a extrema pobreza rural. 84 5.2. Mobilização para participação do PPA. 86 5.3. Ações, programas e políticas públicas presentes no Território. 89 6. Gestão do PTDRS 91 7. Entidade executora: ECO/CUT 93

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APRESENTAÇÃO Este documento é resultado do trabalho das ações do PRONAT – Programa Nacional de Ações Territoriais executadas conforme Termo de Contrato junto a ECO/CUT nos Territórios rurais do Distrito Federal, Estados de Goiás e Minas Gerais. As ações estão voltadas para o processo de elaboração, revisão e qualificação dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS. No caso do Território Estrada de Ferro, se trata da qualificação e atualização do PTDRS, uma vez que o mesmo já se encontra elaborado desde 2006. Todo o trabalho de qualificação do PTDRS parte da concepção de um novo modelo de desenvolvimento rural que vem se constituindo no progressivamente nos últimos anos no Brasil. A concepção de território rural adotada pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT, integrante do Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA é concebida como uma estratégia da gestão pública dos programas governamentais de desenvolvimento sustentável. A adoção do desenvolvimento territorial como estratégia de execução dos programas governamentais considera a identidade um elemento fundamental do território, relacionando-a com suas origens, modos de produção e ocupação dos espaços, com o contexto social e com um futuro mais solidário e independente para os trabalhadores/as do setor rural. Compreender a formação da identidade territorial é fundamental para pensar, propor ações, projetos e planos para as populações que vivem no campo para que o rural se apodere de sua capacidade de transformar a realidade, assumir responsabilidades com o próprio destino e participar como sujeito do desenvolvimento nacional. Neste sentido, o Governo Federal desde 2003, entre inúmeras outras ações fundamentais para o crescimento do País, tem feito esforços visando ao desenvolvimento sustentável territorial, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT, dentro do Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA, cujo objetivo principal é apoiar a organização e o fortalecimento dos atores sociais locais na gestão participativa do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais, além de promover a implementação e integração de políticas públicas no setor agrícola. Na realização das ações de fortalecimento do desenvolvimento sustentável, tendo os territórios rurais como espaço privilegiado de ação, planejamento e gestão social de políticas públicas foi concebido o Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais com o objetivo de “capacitar, formar, preparar” as pessoas que vivem e lutam no dia-a-dia rural dentro desta nova concepção territorial.

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Também, apoiar o processo de construção do PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável como ferramenta norteadora da gestão compartilhada de políticas públicas e interação planejada dos atores públicos, sociais e econômicos do território. O PTDRS contempla as vocações e estratégias priorizadas pelos territórios, com vistas a promover alterações significativas na realidade local. Este documento retoma dados, informações, análises, diagnósticos do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Território Estrada de Ferro, versão 2006 e tem como entidade facilitadora a Escola Centro-Oeste de Formação da CUT Apolônio de Carvalho. O processo desenvolvido na qualificação deste Plano foi referenciado no PTDRS, versão 2006, nos relatórios de sistematização, em outros documentos e informações do Território e em atividades desenvolvidas pela ECO/CUT; todos produzidos na construção coletiva com os sujeitos/territórios envolvidos, a partir das oficinas e reuniões realizadas nos anos de 2010 e 2011; nos instrumentos de diagnósticos construídos e sistematizados e nas diretrizes gerais da estratégia de intervenção territorial concebida pela SDT, que tem como pressuposto a gestão social dos territórios com vista o alcance das seguintes áreas de resultados: Fortalecimento de Redes Sociais de Cooperação, Articulação de políticas públicas, Fortalecimento da Gestão social e Dinamização Econômica. Para isto, este documento se divide em 5 partes: I – Introdução e Caracterização territorial. II – Apresentação e diagnóstico Socioeconômico ambiental, onde se faz uma apresentação do Território do ponto de vista econômico, ambiental e social.

III – Perspectivas de Desenvolvimento: centralidade na Cadeia Produtiva do Leite. IV – Programas e Ações Estratégicas do Plano de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável. V – Novas demandas para o Território. Estes componentes têm como principais objetivos desenvolver, entre os atores/sujeitos do território, a visão estratégica e sistêmica fundamental ao fortalecimento da capacidade de coordenar os processos de gestão participativa no território.

Equipe ECO/CUT

na Assessoria dos PTDRS

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1. 1. Introdução O presente instrumento tem por finalidade contextualizar o Território Estrada de Ferro para que seja possível o conhecimento dos diversos fatores que o compõe e se tenha a devida compreensão de sua realidade, indicando, assim, suas necessidades e potencialidades de desenvolvimento econômico, cultural, social, político e ambiental. Tomando por base a experiência e os resultados adquiridos ao longo do processo iniciado em 2003 com a constituição propriamente dita do Território Estrada de Ferro, a partir do momento da criação da Comissão de Implantação das Ações Territoriais – CIAT, o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS se apresenta como um instrumento flexível e dinâmico, capaz de se ajustar às mudanças e aos novos desafios, especialmente impostos à ruralidade, sem, contudo, deixar de assegurar os ideais de justiça e bem-estar social pretendidos para a promoção humana e para a formação de uma sociedade igualitária, ao mesmo tempo que diversa. Constituintes deste instrumento, o Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS (ex-CIAT) reconhece como legítimos os seguintes documentos utilizados na elaboração do PTDRS:

Estudo Propositivo do Território Estrada de Ferro (elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT);

Estudo da Cadeia Produtiva do Leite no âmbito do Território Estrada de

Ferro (elaborado pelo Instituto Ouro Verde em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA);

Relatório Geral do I Congresso da Agricultura Familiar do Território

Estrada de Ferro (elaborado pelo Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS).

2. Território Estrada de Ferro

2.1. Apresentação O Território Estrada de Ferro é formado pelos municípios de Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Caldazinha, Cristianópolis, Gameleira de Goiás, Leopoldo de Bulhões, Orizona, Palmelo, Pires do Rio, Santa Cruz de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Silvânia, Urutaí e Vianópolis.

2.1.1. Localização O Território Estrada de Ferro está localizado na porção Centro Leste do estado de Goiás e ocupa uma área de 11.623,7 km, o que equivale a cerca de 3% da área total do estado. Os 14 municípios integrantes estão distribuídos em duas microrregiões: Goiânia e Pires do Rio. Na primeira estão localizados os municípios: Bonfinópolis, Bela Vista de Goiás, Caldazinha, Leopoldo de Bulhões. Na microrregião de Pires do Rio estão: Cristianópolis, Gameleira de Goiás, Orizona, Palmelo, Pires do Rio, Santa Cruz de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Silvânia, Urutaí e Vianópolis. Caldazinha é o mais

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próximo de Goiânia, numa distância de 27 Km e Urutaí o mais distante, ficando a 178 Km da capital goiana. Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.1.2. Conceituação Para a Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT, do Ministério de Desenvolvimento Agrário - MDA, o conceito de Território é entendido como

um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo a cidade e o campo, caracterizado por critérios multidimensionais – tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições – e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial.

Já os Territórios Rurais são caracterizados segundo critérios

multidimensionais nos quais se incluem elementos que facilitam a coesão social, cultural e territorial. Apresentam, explicita ou implicitamente, a predominância de elementos “rurais”, onde o ambiente natural é pouco modificado e/ou parcialmente convertido a atividades agro-silvo pastoris, com baixa densidade demográfica (população pequena). A base da economia é primária e seus encadeamentos secundários e terciários, englobam hábitos culturais e tradições típicas do universo rural. Nos Territórios rurais estão incluídos espaços

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urbanizados que compreendem pequenas e médias cidades, vilas e povoados. (http://www.mda.gov.br/sdt/index.php?sccid=476)

2.1.3. Institucionalidade A formação da governança do Território Estrada de Ferro obedeceu, desde o início, orientações da Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT do Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA, tendo sido constituído inicialmente a Comissão de Implantação das Ações Territoriais – CIAT no ano de 2003.

Compunham a CIAT 05 representantes de cada um dos 14 municípios de sua área de abrangência, mais o representante da Associação Territorial dos Prefeitos Municipais, num total, portanto, de 71 membros na Plenária Territorial. Dos 5 representantes de cada município na CIAT, aproximadamente dois terços (2/3) eram, obrigatoriamente, pertencentes ao segmento produtivo e social da Agricultura Familiar e cerca de um terço (1/3) composto de técnicos e outros agentes governamentais.

No ano de 2005 foi constituída uma nova institucionalidade denominada Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS, mantendo-se a composição da antiga CIAT. Essa mudança teve o objetivo de assegurar, no âmbito do Território Estrada de Ferro, que a política de desenvolvimento territorial transcendesse o caráter de Política de Governo e se consolidasse como uma Política de Estado.

O CTDRS é coordenado por uma Diretoria Executiva, amparada pelo Conselho Diretor, Conselho Técnico e Conselho Fiscal. São objetivos do CTDRS incentivar, promover, formular, analisar e deliberar sobre propostas de programas, projetos e ações voltadas para a dinamização do segmento produtivo e social da Agricultura Familiar com vistas ao desenvolvimento econômico, social, ambiental, político e cultural do campo, no âmbito do Território Estrada de Ferro.

2.2. Aspectos Históricos Autoridades do Império durante o século XIX tiveram a intenção visionária de construir uma ferrovia que integrasse a Região Centro-Oeste do Brasil ao Rio de Janeiro. Contudo, após a implementação parcial do projeto, a Estrada de Ferro Mogiana teve suas obras paralisadas em Araguari no ano 1896, no Triangulo Mineiro. Já no início do séc XX as oligarquias políticas de Goiás conseguiram a concessão para a criação da Companhia Estrada de Ferro Goiás, conectada a Estrada de Ferro Mogiana em Araguari.

A construção da Estrada de Ferro Goiás - E.F.Goiás ocorreu em duas etapas. O primeiro trecho, Araguari-Rocandor, foi construído no período de 1909 à 1914 e quase uma década depois, no período de 1922 à 1935, o trecho de Rocandor a Anápolis. Em 1950 o ramal partindo de Leopoldo de Bulhões chegou a Goiânia, a nova capital do estado.

Com uma história marcada pelo isolamento, Goiás se “moderniza” com chegada da Estrada de Ferro. Além de facilitar o acesso dos produtos goianos aos mercados do litoral e possibilitar a ocupação de grandes áreas com a produção agrícola, ela passa a funcionar como um grande centro integrador entre o estado e o Centro-Sul do país, e a agilizar a comunicação, pois proporcionou a instalação de telefones e telégrafos em lugares onde as notícias da capital, Rio de Janeiro, demoravam até meses para chegar.

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No aspecto econômico a E.F.Goiás promoveu o desenvolvimento das economias locais por onde passava, bem como do restante do estado que passou a integrar a economia nacional com exportação para o Sudeste de produtos como o arroz. E, ainda, promoveu e acelerou o processo de urbanização das cidades, com desenvolvimento do comércio e aparecimento das primeiras agroindústrias do estado, charqueadas, fábricas de banha e grandes máquinas de beneficiamento de arroz. A Estrada de Ferro trouxe consigo um grande número de migrantes, principalmente estrangeiros, como árabes, espanhóis e italianos. Os árabes, em sua maioria, dedicavam-se ao comércio, e os demais ou buscavam novas terras para desenvolvimento da agricultura ou eram técnicos da Companhia E.F.Goiás que acabaram fixando-se na região.

2.3. População A maior contribuição do Território Estrada de Ferro para o estado de Goiás em termos estatísticos quanto à população refere-se à população rural. Em comparação com o total do estado a população urbana representa apenas 1,9% do total enquanto a população rural já revela uma expressividade maior dentro do contexto estadual, alcançando 6,6% dos residentes no campo em todo Goiás.

Tabela: Informações sobre População (2004)

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

Total Urbana Rural

Bela Vista de Goiás 1.276,6 19.210 12.278 6.932 15,0 63,9 51,0

Bonfinóplois 122,2 5.353 4.908 445 43,8 91,7 54,6

Caldazinha 311,7 2.859 1.194 1.665 9,2 41,8 49,2

Cristianóplois 225,3 2.924 2.371 553 13,0 81,1 53,7

Gameleira de Goiás 595,3 2.594 2.594 4,4 51,2

Leopoldo de Bulhões 495,0 7.766 4.704 3.062 15,7 60,6 53,9

Orizona 1.972,8 13.067 6.382 6.685 6,6 48,8 51,6

Palmelo 59,0 2.309 2.200 109 39,1 95,3 57,0

Pires do Rio 1.073,4 26.229 24.473 1.756 24,4 93,3 49,3

Santa Cruz de Goiás 1.108,9 3.470 1.043 2.427 3,1 30,1 48,4

São Miguel do Passa Quatro 537,8 3.481 1.501 1.980 6,5 43,1 49,1

Silvânia 2.264,7 17.745 10.353 7.392 7,8 58,3 50,5

Urutaí 626,7 3.104 2.213 891 5,0 71,3 45,5

Vianóplois 954,3 11.300 7.723 3.577 11,8 68,3 52,8

a) Total do Território 11.623,7 121.411 81.343 40.068 10,4 67,0 -

b) Total do Estado 340.068,7 5.003.228 4.396.645 606.583 14,7 87,9 51,5

c) % de a/b 3,4 2,4 1,9 6,6 - - -

Índice de

Urbanização

(%)

Razão de

Dependência

(%)

Indices Demográficos

MunicípiosÁrea

( Km² )

População Residente (hab.)Densidade

Demográfica

(Hab/Km²)

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Mapa da População do Território da Estrada de Ferro

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.4. Indicadores de Desenvolvimento

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do Território Estrada de Ferro é 0,765, estando acima da média do IDH nacional (0,761), porém, abaixo da média estadual (0,776). Quando se analisa o IDH por componentes o Território apresenta os seguintes dados: longevidade (0,750), educação (0,850) e (0,694) renda, se destacando em relação ao estado no componente longevidade, cujo índice é de 0,745.

Considerando que os valores do IDH segundo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas – PNUD são agrupados em três grupos, temos os seguintes indicadores:

até 0,499 - Desenvolvimento Humano Baixo;

0,500 até 0,799 - Desenvolvimento Humano Médio;

maior que 0,800 - Desenvolvimento Humano Alto.

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Tabela: Índice de Desenvolvimento Humano (2004)

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

Gráfico IDH-M e Domicílios Pobres

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.4.1. Domicílios em Situação de Pobreza

IDH-M e Domicílios Pobres (%)- 2000

0,7

44

0,7

23

0,7

42

0,7

71

0,0

00

0,7

15

0,7

68

0,7

87

0,7

85

0,7

82

0,7

67

0,7

74

0,7

60

0,7

84

30,2031,17

33,70

26,89

36,2335,21

29,49

27,24

24,10

32,21

26,49

29,11 29,2427,80

Bela

Vista

de

Goias

Bon

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olis

Calda

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ânia

Uru

taí

Vianó

polis

Municípios

IDH-M

Domicílios Pobres

Longevidade Educação Renda

Bela Vista de Goias 0,744 0,741 0,833 0,656

Bontinopolis 0,723 0,710 0,806 0,654

Caldazinha 0,742 0,727 0,828 0,672

Cristianopolis 0,771 0,730 0,886 0,696

Gameleira de Goias

Leopoldo de Bulhões 0,715 0,689 0,803 0,652

Orizona 0,768 0,762 0,851 0,691

Palmelo 0,787 0,846 0,841 0,787

Pires do Rio 0,785 0,730 0,894 0,731

Santa Cruz de Goiás 0,782 0,806 0,837 0,702

São Miguel do Passa Quatro 0,767 0,762 0,858 0,681

Silvânia 0,774 0,797 0,840 0,684

Urutaí 0,760 0,730 0,878 0,672

Vianóplois 0,784 0,762 0,836 0,753

Território 0,765 0,750 0,850 0,694

Estado 0,776 0,745 0,866 0,717

País 0,761 0,727 0,826 0,723

Santa Catarina 0,814 0,785 0,904 0,754

IDH-M por componenteMunicípio IDH-M

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16

No total o Território abriga 35.851 domicílios, sendo que 28,8% estão em situação de pobreza. O percentual de domicílios pobres do Território supera em quase 9 pontos percentuais o do estado que é de 20,3%. A participação de domicílios pobres do Território no conjunto do estado é de 3,6%.

Tabela: População e Índices Sócio-Econômicos

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

O Índice de Desenvolvimento Social – IDS desenvolvido pelo governo de Goiás reforça os dados acima. Em seu conjunto o IDS é composto por outros quatro índices: Indicador do Nível de Saúde - INS, Indicador de Serviços Básicos -IBS, Indicador do Nível de Educação- INE e Indicador da Faixa de Rendimento da Mão-de-obra Formal.

Tabela: Índice de Desenvolvimento Social - IDS (2001)

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro / Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.5. Educação Os dados do IDH já revelaram que o componente educação é o que apresenta melhor desempenho nos municípios do Território Estrada de Ferro, embora a realidade educacional do mesmo esteja em condições um pouco inferior ao restante do estado. O analfabetismo no Território atinge 12,7% da população enquanto no estado este índice é de 11%. A situação se agrava quando se observa o número de responsáveis

(%) (%)

Bela Vista de Goiás 19.210 51,0 0,744 1,5 3.827,00 199,22 55,72

Bonfinóplois 5.353 54,6 0,723 1,3 1.052,00 196,56 57,26

Caldazinha 2.859 49,2 0,742 1,5 626,00 219,01 58,88

Cristianóplois 2.924 53,7 0,771 1,4 740,00 252,91 65,04

Gameleira de Goiás 2.594 51,2 0,000 0,0 0,00 0,00 66,25

Leopoldo de Bulhões 7.766 53,9 0,715 1,3 1.509,00 194,27 64,29

Orizona 13.067 51,6 0,768 1,5 3.209,00 245,55 53,28

Palmelo 2.309 57,0 0,787 1,4 508,00 220,18 52,42

Pires do Rio 26.229 49,3 0,785 1,6 8.168,00 311,43 43,86

Santa Cruz de Goiás 3.470 48,4 0,782 1,6 907,00 261,52 58,33

São Miguel do Passa Quatro 3.481 49,1 0,767 1,6 802,00 230,39 48,34

Silvânia 17.745 50,5 0,774 1,5 4.176,00 235,35 54,66

Urutaí 3.104 45,5 0,760 1,7 677,00 218,24 53,02

Vianóplois 11.300 52,8 0,784 1,5 4.017,00 355,47 54,00

MunicípiosPopulação

Total

Razão de

Dependência

(%)

Renda

Total (1)

Renda

Per

Capita

Analfabetismo

FuncionalIDH-M

Domicilios

Pobres

MUNICÍPIOS INS Class. INE Class. ISB Class. IFRMF Class. IDS Class.

Bela Vista de

Goiás 4902,8 211 5033,6 91 5250,2 15 5139 16 5079,8 22

Bonfinópolis 5006,2 101 4987,4 136 4996,8 48 4950,5 175 4985,2 143

Caldazinha 4999,8 106 4846 240 4946,5 212 4990,7 127 4945,4 204

Cristianópolis 4917,3 196 5165,1 13 5002,2 43 5055,6 57 5034,3 55

Gameleira de

Goiás 5158,6 22 4722,3 246 4903,7 241 4851,5 240 4906,5 236

Leopoldo de

Bulhões 5192,4 12 4857,6 234 4965,1 156 4995,2 121 5001,1 112

Orizona 5011 95 4958,3 160 4962,2 176 5028,2 78 4989,9 136

Palmelo 5121,8 33 4987,2 137 5021,1 33 5136,3 18 5066,2 28

Pires do Rio 4975,1 133 5166,9 12 5202,6 19 5096 35 5109,4 13

Santa Cruz de

Goiás 5078,3 46 4908,7 194 4937,2 223 4993,9 122 4979,1 152

São Miguel do

Passa Quatro 5150,2 24 5023,9 100 4956 200 4999,7 110 5031,9 58

Silvânia 4940,9 167 5121,4 31 4968,5 145 5007 103 5009 95

Urutaí 4866,4 238 5189,7 8 4993,8 53 5103,2 32 5036,8 50Vianópolis 5063,9 55 4990,2 132 4971,3 135 5028,6 76 5013,4 87

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17

por domicílios com menos de quatro anos de freqüência escolar. O analfabetismo funcional atinge 40,6% da população local enquanto este índice no estado é de 34,9%. Um diferencial do Território Estrada de Ferro é a existência de 3 instituições de Educação Profissional localizadas em Silvânia, Orizona e Urutaí, ambas dedicadas principalmente à formação em áreas de interesse do campo. O Centro de Formação da Agricultura Familiar (CENTAF) de Silvânia e a Escola Família Agrícola de Orizona – EFAORI destacam-se em relação ao Instituto Federal de Goiás – IFG (antigo CEFET) por oferecem cursos técnicos direcionados à Agricultura Familiar baseados na Pedagogia da Alternância.

2.6. Ocupação da Mão-de-Obra Existem no Território 8.263 propriedades rurais, gerando ocupação para 32.989 pessoas. Desse total, 23.961 ou 72,6% residem no campo – uma proporção superior a média do estado onde das 471.657 pessoas que se ocupam com afazeres rurais, 67,6 habitam no próprio meio.

Das quase 32.989 pessoas ocupadas em atividades rurais no Território, 65,9% não são remuneradas. Esse índice é superior à média do estado onde 264.070 ou 56% dos trabalhadores encontram-se em situação semelhante. Das 32.989 pessoas ocupadas no campo, 22.635 são homens. Às mulheres são destinadas 10.354 vagas, o que corresponde a 31,39% das ocupações. Este índice é superior à participação das mulheres e atividades no meio rural goiano, onde o percentual é de 28,53%. Quanto à Agricultura Familiar, de fato, é a que mais gera ocupação no campo. Com apenas 24% da área do Território, é ela quem gera 63,47% das vagas de trabalho oferecidas. Nesta categoria, o grupo que mais gera ocupação é o que congrega as propriedades de 20 a 50 ha. A participação do Território na geração de ocupações rurais no conjunto do estado é bastante significativa, considerando que Goiás conta com 246 municípios. Assim, os 14 municípios do Território Estrada de Ferro geram 11,3% do total de ocupações geradas pelas propriedades com até 10 ha em Goiás; na faixa de 10 a 20 ha a participação cresce para 11,9%; o dado é ainda mais positivo quando se verificam as ocupações geradas nas propriedades com áreas de 20 a 50 ha. As 2.232 propriedades do Território geram 22,7% do total das ocupações deste grupo de estabelecimentos em todo Goiás. Os menores índices de participação das propriedades locais no conjunto do estado são os da agricultura patronal. Nas categorias 500 a 1000 ha e acima de 1000 a participação é de 4,8% e 3,7%, respectivamente.

2.7.Utilização da Terra O Território possui uma área produtiva de 966.692 hectares, o que representa 3,5% da área total do estado com potencial produtivo. A principal destinação da terra no Território é para pastagens, sendo que 677.203 ha é ocupado com essa finalidade; ou seja, cerca de 70% da área do Território Estrada de Ferro é destinada à pecuária.

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18

Desse total, 211.260 ha são de pastagens naturais, enquanto os 465.943 hectares restantes foram plantados, seguindo a mesma tendência do restante do estado, onde se observa que 70,5% dos 27.472.648 ha destinados a atividade rural também são ocupados por pastagens. No Território Estrada de Ferro, tanto quanto no estado, a presença de matas nativas representam cerca de 26% da área destinada à pastagens. Num total de 8.623 propriedades rurais existentes no Território, o que corresponde a 7,7% do total do estado, 858 se dedicam ao cultivo de lavouras temporárias, ocupando 119.493 ha. Outros 3.742 ha são destinados ao cultivo de hortifrutigranjeiros e produtos de viveiro. A maior contribuição relativa do Território para a produção estadual por grupo de atividade econômica é a silvicultura: 11,1% da produção e exploração de árvores florestais do estado sai do Território Estrada de Ferro. A prática do reflorestamento é quase inexistente se comparado a área de matas plantadas em relação àquela destinada aos pastos: 0,75% do total de 465.943 ha plantados com pastagens são destinados à recomposição da mata nativa no Território. Essa situação pode vir a se agravar se considerado o fato de que a reserva de terra produtiva ainda não explorada no Território é de apenas 1,52%, ou seja, pouco mais de 14 mil hectares não está sendo utilizado para fins de produção agropecuária.

Tabela: Utilização da Terra (2004)

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro/Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

O Território Estrada de Ferro se caracteriza pela predominância de estabelecimentos da Agricultura Familiar. São 6.190 empreendimentos familiares ou 71,8% de um total de 8.623 estabelecimentos. Em Goiás essa proporção é de 60,5%. No caso do Território, verifica-se que a maioria, 25,9% dos estabelecimentos familiares, é constituída de áreas que variam de 20 a 50 ha. Mais de 70% dos estabelecimentos, como foi constatado anteriormente, se dedica à pecuária. Em ordem decrescente, as três principais atividades econômicas dos estabelecimentos rurais do Território são: pecuária (70% das propriedades), seguida pela produção mista de lavoura e pecuária (14,3%) e, por último, a lavoura temporária (10%).

Em Prudut.

Perm. temp. Nat. Plant. Nat. Plant. Descanso Não Utiliz.

Bela Vista de Goiás 111 6.421 13.684 62.581 19.559 436 1.485 240 106.465

Bonfinóplois 174 787 482 7.455 1.145 72 10.199

Caldazinha 14 1.372 2.893 15.662 834 26 69 21.161

Cristianóplois 38 2.193 2.461 9.950 2.896 603 98 18.982

Gameleira de Goiás

Leopoldo de Bulhões 235 6.648 14.338 17.559 5.916 15 1.761 1.290 48.946

Orizona 312 17.513 39.449 80.800 21.915 73 2.018 1.346 170.765

Palmelo 12 173 135 2.917 288 32 3.637

Pires do Rio 59 4.113 18.751 45.301 6.909 2 204 685 79.460

Santa Cruz de Goiás 30 3.096 13.144 46.060 16.410 25 517 743 83.752

São Miguel do Passa Quatro 123 8.032 8.376 22.763 6.370 34 68 265 47.729

Silvânia 908 31.599 71.087 113.728 24.419 2.813 3.665 5.017 263.283

Urutaí 105 2.866 16.159 13.532 5.994 73 567 2.569 43.286

Vianóplois 82 16.836 10.301 27.635 8.054 1.329 2.352 69.027

a) Território 2.203 101.649 211.260 465.943 120.709 3.471 12.315 14.706 966.692

b) Estado 55.787 2.119.066 5.137.285 14.267.411 3.774.654 72.652 257.641 545.549 27.472.648

c) % de a/b 3,9 4,8 4,1 3,3 3,2 4,8 4,8 2,7 3,5

TotalMunicípios Culturas Pastagens Matas e Florestas

Utilização da Terra ( hectares )

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19

Ao se comparar os dados do Território com os de Goiás pode-se verificar que o primeiro dedica uma área maior do que a média estadual no cultivo da produção mista (12,7% contra 7,6%). Se comparado apenas com Goiás, o Território tem maior desempenho em termos de terra utilizada nas categorias lavoura temporária, horticultura e viveiro, produção mista e silvicultura.

Quadro: Comparativo Utilização da Área por Atividade Econômica (2004)

Categoria

Destinação da área

Território Estado (Goiás)

ha % ha %

1. Lavoura Temporária 119.493 12,4 3.008.421 11,0

2. Horticultura e Produção de Viveiro 3.742 0,4 32.211 0,1

3. Lavoura Permanente 4.592 0,5 136.728 0,5

4. Pecuária 705.445 73,0 21.878.215 79,6

5. Produção Mista 122.451 12,7 2.083.698 7,6

6. Silvicultura 9.319 1,0 191.074 0,7

7. Pesca e Aqüicultura 178 0,0 10.064 0,0

8. Carvão Vegetal 1.460 0,2 132.237 0,5

Total 966.680 100,0 27.472.648 100,0

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro/Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

Do total de 8.623 estabelecimentos do Território, 92,95% ou 8.016 propriedades estão nas mãos dos proprietários. As outras 608 restantes estão sendo trabalhadas por produtores na condição de arrendatários (161), parceiros (35) e ocupantes (412). Já em Goiás diminui a proporção de proprietários (90,48%) e aumentam as demais: 3,55% de arrendatários; 0,89% de parceiros e 5,08% de produtores cultivando a terra na condição de ocupante. São 1.185 estabelecimentos com tamanho que variam de 100 ha a 200 ha; 929 na faixa de 200 a 500 ha, 231 de 500 a 1000 ha e 81 com mais de 1000 ha. Na computação dos dados, constata-se que cerca de 9% das pequenas propriedades do estado concentra-se no Território. Ao se calcular a área ocupada pelo número de propriedades, observa-se que, embora o Território seja predominantemente familiar em termos de número de propriedades, há uma grande concentração de terras quando se analisa a área ocupada pelos estabelecimentos rurais. De uma área total de 966.675 ha nota-se que mais de 77% dela pertencem à médias e à grandes propriedades, as quais totalizam 2.433 estabelecimentos. Os 6.190 estabelecimentos familiares dividem os cerca de 22,5% restantes da área do Território. A maior concentração de terras está nas propriedades com áreas que variam de 200 a 500 ha. Num total de 929, estes estabelecimentos se apropriam de 29,44% da área. As 231 propriedades com 500 a 1000 ha se apropriam de 16,5% da área e apenas 81 propriedades com mais de 1000 ha ocupam 14% da área. Os 1.169 pequenos

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20

estabelecimentos rurais com até 10 ha dividem entre si 0,75% dos 966.675 ha de terra do Território Estrada de Ferro.

Tabela: Estabelecimentos Rurais por Grupos de Área (2004)

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro/Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.8. Agricultura Familiar

O Território Estrada de Ferro pode ser definido como predominantemente familiar no que se refere ao número de propriedades. Estes estabelecimentos, no entanto, ocupam, em termos proporcionais, o dobro da área ocupada por outros estabelecimentos familiares no restante do estado. Enquanto no Território 51% da área é destinada a empreendimentos familiares, no estado este índice cai para 25,2%. A Agricultura Familiar no Território cumpre também um importante papel na geração de ocupação em comparação com o estado - 8,6% das ocupações geradas por esse segmento em Goiás concentra-se no Território. Em termos percentuais enquanto a Agricultura Familiar em Goiás gera 59,6% das ocupações no meio rural, no Território este índice é de 73,1%. No quadro geral da produção agrícola no Território o que se observa é queda significativa em produtos tradicionalmente produzidos pela Agricultura Familiar como arroz (-17,40%), banana (-81,65%), feijão (-46%) e laranja (-44,5%). Um crescimento tímido da cana-de-açúcar (1,84%), da mandioca (0,78%). O milho registrou crescimento de 4,5%. A produção de palmito cresceu em proporção e em número de municípios 10% sendo que em 2000 apenas 4 municípios do Território se dedicavam a essa cultura e em 2004 esse número saltou para 11. A soja teve um crescimento significativo (61%), o tomate registrou um salto de 162%, mas nenhuma produção aumentou tanto quanto a produção de sorgo. Em termos de produção agrícola o café se destaca como um produto novo inserido no Território. Em 2000 não havia nenhum município produzindo café, segundo dados da SEPIN. Em 2004, porém, 10 municípios passaram a se dedicar também a este produto totalizando uma lavoura de 373 ha. A laranja e a banana são produtos com sério risco de desaparecer das lavouras da Estrada de Ferro. Mais de 60% dos municípios que produziam a banana e 40% dos que produziam a laranja abandonaram o cultivo dessas culturas nos últimos quatro anos.

Bela Vista de Goiás 188 225 332 229 156 91 20 8 1.249

Bonfinóplois 13 10 27 16 18 7 4 95

Caldazinha 118 127 149 59 23 14 1 1 492

Cristianóplois 18 20 52 31 23 23 6 173

Gameleira de Goiás

Leopoldo de Bulhões 97 81 126 87 59 42 13 4 509

Orizona 191 186 412 334 240 189 32 11 1.595

Palmelo 7 5 10 7 4 3 1 37

Pires do Rio 48 44 90 103 91 84 22 10 492

Santa Cruz de Goiás 29 42 138 128 116 80 24 8 565

São Miguel do Passa Quatro 70 86 172 92 50 55 5 4 534

Silvânia 316 287 560 367 297 227 71 26 2.151

Urutaí 8 14 56 48 38 44 9 4 221

Vianóplois 66 62 108 99 70 70 23 5 503

a) Total do território 1.169 1.189 2.232 1.600 1.185 929 231 81 8.616

b) Total do Estado 12.526 10.807 25.245 19.021 16.382 15.686 6.660 5.437 111.764

c) % (a/b) 9,33 11,00 8,84 8,41 7,23 5,92 3,47 1,49 7,71

Mais de

200 a 500

ha

Mais de

500 a

1000 ha

Mais de

1000 ha

Municípios

Estabelecimentos (nº)

Total de

Estab.Até 10 ha

Mais de 10

a 20 ha

Mais de 20

a 50 ha

Mais de

50 a 100

ha

Mais de

100 a 200

ha

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21

2.9. Política de Crédito Pela tabela, observa-se que o público alvo das políticas de crédito do Pronaf no Território é constituído de 2.790 agricultores. Apenas 46 se enquadram no Grupo A. Ainda assim, somente 27 famílias dos programas de agrovilas do Banco da Terra demandaram créditos do Pronaf A em 2005, num total de R$ 405.000,00. Observando-se os números do Pronaf B e C percebe-se que há uma dissonância entre a procura por crédito e o número de produtores com renda insatisfatória. É necessário investigar as razões pelas quais o crédito disponibilizado não está sendo acessado pela fatia de agricultores mais carente de possibilidades, que permita ampliar sua renda. Ao contrário dos grupos A, B e C os grupos D e E são os que mais acessam os créditos do PRONAF: 2.096 agricultores recorreram às linhas de investimentos do Programa nos primeiros meses de 2005.

Tabela: Público-Alvo Política de Crédito (2005)

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro/Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.9.1. Créditos do PRONAF 2004

No ano de 2004 foram assinados 2.802 contratos do Pronaf, o que, se relacionado diretamente com o número de estabelecimentos da Agricultura Familiar no Território Estrada de Ferro, significa que mais de 45% delas propriedades acessaram os recursos disponibilizados.

O volume total de crédito concedido foi de R$18.870.984,55. A maior procura foi de créditos destinados a agricultores que se enquadram no Grupo D: 70,5% dos contratos realizados; depois vieram os agricultores que se enquadram no Grupo C. Estes foram os responsáveis pela contratação de 643 empréstimos, o que equivale a 22,9% do total realizado. Os agricultores com capacidade de contrair dívidas com valores mais elevados, Grupo E, assinaram 119 contratos, o que representa apenas 4,25% do total de contratos assinados em 2004. Os contratos dos grupos A, B e dos sem enquadramento contabilizaram, juntos, apenas 2,25% da totalidade. Do total de 2.802 contratos, 525 são destinados a investimentos e os 2.277 restantes são para custeio.

Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D e E

Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento)

Bela Vista de Goiás - - 103 296 6

Bonfinópolis - - - 2 -

Caldazinha - - 6 24 1

Cristianópolis - - 5 22 1

Gameleira de Goiás - 3 18 88 -

Leopoldo de Bulhões - - 7 12 -

Orizona 46 - 160 616 -

Palmelo - - - 2 -

Pires do Rio - - 24 48 -

Santa Cruz de Goiás - - 11 52 1

São Miguel de Passa Quarto - - 25 140 -

Silvânia - 2 254 504 3

Urutaí - - 11 17 -

Vianópolis - - 19 273 -

Total do território 46 5 643 2096 6

Municípios Créditos do PRONAF

Público - alvo (nº de produtores)

Page 22: PTDRS TEF/GO

22

Tabela: Créditos do PRONAF por grupo e por modalidade (2004)

Grupos Contratos Montante Modalidade Contrato Montante

Grupo A - - Investimentos 93 1.058.064,81

Grupo B - - Custeios 312 1.547.342,83

Grupo C 103 410.577,84

Grupo A/C -

Grupo D 291 2.106.649,14

Grupo E 5 59.623,67Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) 6 28.557,00

Grupo A - - Investimentos

Grupo B - - Custeios 2 11.592,59

Grupo C - -

Grupo A/C - -

Grupo D 2 11.592,59

Grupo E - -Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

Grupo A - - Investimentos 3 74.289,38

Grupo B - - Custeios 28 138.631,11

Grupo C 6 24.415,72

Grupo A/C - -

Grupo D 24 128.504,77

Grupo E - -Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) 1 60.000,00

Grupo A - - Investimentos 4 63.701,02

Grupo B - - Custeios 24 146.268,06

Grupo C 5 19.484,63

Grupo A/C - -

Grupo D 20 153.553,62

Grupo E 2 31.920,83Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) 1 5.010,00

Grupo A - - Investimentos 6 43.471,60

Grupo B 3 3.000,00 Custeios 103 691.647,76

Grupo C 18 55.915,59

Grupo A/C - -

Grupo D 75 443.904,13

Grupo E 13 232.299,64Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

MunicíposMetas atingidas em 2004

Por grupo Por modalidade

Gameleira de Goiás

Bela Vista de Goiás

Bonfinópolis

Caldazinha

Cristianópolis

Page 23: PTDRS TEF/GO

23

Fonte: Estudo Propositivo Território Estrada de Ferro/Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

2.10. Assistência Técnica Atualmente a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás, ex-Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário – AGENCIARURAL, possui 13 escritórios no Território Estrada de Ferro, vez que o de Santa Cruz de Goiás responde conjuntamente pelo de Palmelo. Da EMATER, no total são 23 técnicos

Grupo A - - Investimentos

Grupo B - - Custeios 19 93.472,54

Grupo C 7 18.452,17

Grupo A/C - -

Grupo D 10 62.549,83

Grupo E 2 12.470,54Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

Grupo A 46 689.683,63 Investimentos 142 1.850.326,91

Grupo B - - Custeios 680 3.480.854,38

Grupo C 160 555.552,44

Grupo A/C - -

Grupo D 604 3.924.901,85

Grupo E 12 161.043,38Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

Grupo A - - Investimentos 1 22.816,00

Grupo B - - Custeios 1 4.935,00

Grupo C - -

Grupo A/C - -

Grupo D 2 27.751,00

Grupo E - -Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

Grupo A - - Investimentos 12 126.889,00

Grupo B - - Custeios 60 303.703,15

Grupo C 24 80.437,53

Grupo A/C - -

Grupo D 45 280.387,81

Grupo E 3 69.766,80Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

Grupo A - - Investimentos 7 85.760,00

Grupo B - - Custeios 57 286.987,95

Grupo C 11 34.032,82

Grupo A/C - -

Grupo D 52 333.204,13

Grupo E - -Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) 1 5.511,00

Grupo A - - Investimentos 18 224.119,36

Grupo B - - Custeios 147 888.148,77

Grupo C 25 90.661,73

Grupo A/C - -

Grupo D 133 903.440,67

Grupo E 7 118.165,73Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) - -

Grupo A - - Investimentos 170 1.825.925,42

Grupo B 2 2.000,00 Custeios 593 2.913.592,11

Grupo C 254 822.284,82

Grupo A/C - -

Grupo D 487 3.562.336,53

Grupo E 17 336.864,18Exigibilidade

Bancária (sem

enquadramento) 3 16.032,00

Leopoldo de Bulhões

Orizona

Palmelo

Santa Cruz de Goiás

São Miguel de Passa Quarto

Silvânia

Pires do Rio

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24

atuando em todo o Território. Contudo, estima-se que outros 28 técnicos estejam atuando na região, contratados pelas cooperativas e prefeituras. Embora se reconheçam os esforços individuais dos técnicos envolvidos no processo de ATER no Território, é consenso que a estrutura e a forma de atuação do conjunto profissional e das respectivas instituições estão muito aquém de atender satisfatoriamente os agricultores familiares e de promover efetivamente o desenvolvimento social e econômico da Agricultura Familiar.

2.11. Capital e Organização Social O capital social dos municípios do Território é o elemento preponderante no processo de organização e a principal força capaz de assegurar a construção de um projeto de desenvolvimento sustentável por meio da consolidação do Território. O processo de organização dos agricultores reflete diretamente no acesso a novas tecnologias. Quanto mais organizado está o município maior o número de agricultores que recorrem a tecnologias modernas e acessam recursos públicos. Onde a organização é mais forte o acesso ao crédito é bastante significativo, assim como é maior também a diversidade de tecnologias utilizadas pelos agricultores, como melhoramento de pastagem, inseminação artificial, irrigação, resfriamento do leite, etc. Ao se tentar identificar as principais fragilidades e potencialidades do Território confirmam-se como Potencialidades o grande número de associações, a presença dos STRs, a Escola Família Agrícola de Orizona – EFAORI e o Centro de Formação da Agricultura Familiar – CENTAF, que estão formando técnicos com a lógica da Agricultura Familiar, as cooperativas que elevam o padrão de produção e de comercialização e estimulam os agricultores a continuarem se organizando e a diversificar a produção. No caso das Fragilidades destacam-se as dificuldades em acessar maquinários e outras tecnologias; falta de capacitação; resistência de alguns agricultores em aceitar novas tecnologias; agricultores que ainda não perceberam a importância da organização, especialmente em alguns municípios onde esses casos são mais concentrados; a delegação de poderes por parte do conjunto dos agricultores a duas ou três lideranças se liberando da necessidade de participar das discussões e correndo o risco de criar uma “elite pensante e que essa elite conduza o destino daqueles que não estão participando diretamente do processo”. As articulações em torno da consolidação do Território não têm, até o presente momento, gerado tensões de relevância. Os relatos indicam que alguma insatisfação foi percebida no início do processo em função da priorização de Silvânia e Orizona para sediar os principais projetos apresentados. Embora isso não esteja totalmente superado, o grupo diretivo está conseguindo fazer com que os municípios contornem esses “pequenos” conflitos. Parece ser consenso de que é preciso melhorar a relação com o ambiente externo ao Território, como já foi possível perceber na análise do apoio institucional. Há uma presença física de universidades, mas a influência sobre o Território é extremamente tímida. Considera-se necessário uma maior divulgação do Território e do conceito de Territórios. Eles não estariam sendo bem divulgados e muitos municípios nem

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25

saberiam do que se trata. Há uma necessidade de divulgar mais as potencialidades locais que resultarão no fortalecimento da Agricultura Familiar. O atraso na liberação dos recursos para a execução dos projetos tem gerado perdas para o Território. A demora onera o custo da obra e coloca o projeto na dependência do poder executivo ao ter que decidir se amplia ou não o valor orçado inicialmente para contrapartida. Quando coincide de passar de uma gestão para a outra o poder de decisão fica totalmente centralizado nas mãos do executivo que muitas vezes opta por não contratar ou concluir as obras. Começa a emergir uma preocupação de que o espaço de discussão territorial seja apropriado para disputas partidárias, o que poderia vir a fragilizar o processo de consolidação do Território, embora cresça a idéia de que o mesmo precisa ter uma representação política com perfil previamente definido e eleita com essa finalidade, independente da sigla. Há desejos, ainda individuais, de que o Território comece a discutir uma maior aproximação com a iniciativa privada, principalmente com as empresas instaladas nos municípios com o intuito de envolvê-las no processo e de construir parcerias que fortaleçam a Agricultura Familiar.

3. Perspectiva de Desenvolvimento: Centralidade na Cadeia Produtiva do Leite A escolha do leite como cadeia de produção a ser fortalecida no Território Estrada de Ferro teve como base o fato de ser a principal fonte econômica de grande parte dos agricultores familiares da região. De fato, o Território caracteriza-se pela elevada produção de leite e pelo elevado número de produtores. Conforme pode ser observado no quadro abaixo, o Território Estrada de Ferro conta com três municípios na lista dos 20 maiores produtores de leite do estado de Goiás. Juntos, os municípios do Território responderam, em 2006, por cerca de 9% da produção de leite do estado.

Lista dos 20 maiores produtores de GO

Produção no Território Estrada de Ferro

Municípios Produção Diária Média

Municípios do Território

Produção Diária Média

% em relação a produção

total de GO

Piracanjuba 246.443,84 Orizona 123.287,67 1,722

Morrinhos 184.490,41 Silvânia 100.684,93 1,406

Rio Verde 167.123,29 Bela Vista de Goiás 79.906,85 1,116

Quirinópolis 153.150,68 Pires do Rio 62.465,75 0,872

Mineiros 147.945,21

Santa Cruz de Goiás 56.164,38 0,784

Jataí 141.369,86 Vianópolis 46.082,19 0,644

Luziânia 134.136,99

Leopoldo de Bulhões 32.876,71 0,459

Orizona 123.287,67 Urutaí 32.876,71 0,459

Catalão 104.082,19 S. M. P. Quatro 25.479,45 0,356

Ipameri 101.369,86 Gameleira de Goiás 23.287,67 0,325

Silvânia 100.684,93 Cristianópolis 16.575,34 0,231

Itumbiara 94.734,25 Caldazinha 15.035,62 0,21

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26

Jaraguá 87.671,23 Bonfinópolis 10.958,90 0,153

Pirenópolis 87.671,23 Palmelo 2.191,78 0,031

Trindade 86.301,37

TOTAL do Território 627.873,97 8,77

Goiatuba 85.145,21

Inhumas 83.753,42

Bela Vista de Goiás 79.906,85

São Miguel do Araguaia 79.452,05

Caçu 73.863,01 Fonte: Estudo da Cadeia Produtiva do Leite /Instituto Ouro Verde / MDA

Embora o leite seja ainda a principal atividade produtiva e econômica dos agricultores familiares no Território Estrada de Ferro, outros produtos, em especial as lavouras temporárias, apresentam sua relevância. De fato, são as lavouras temporárias, como milho e soja, as responsáveis pelos maiores valores de produção, o que se destaca no gráfico a seguir:

Gráfico: Valor Bruto da Produção em 2006. Fonte: IBGE, 2008

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

Bela

Vis

ta d

e

Goiá

s

Bonfinópolis

Cald

azin

ha

Cristianópolis

Gam

ele

ira d

e

Goiá

s

Leopold

o d

e

Bulh

ões

Orizona

Palm

elo

Pires d

o R

io

Santa

Cru

z d

e

Goiá

s

São M

iguel do

Passa Q

uatr

o

Silv

ânia

Uru

taí

Via

nópolis

VB

P

Leite Ovos Mel Lavoura Permanente Lavoura Temporária Silvicultura Extrativismo

Observação: Extraído do Estudo da Cadeia Produtiva do Leite /Instituto Ouro Verde / MDA

3.1. Análise da Produção do Leite

A produção de leite está presente em todos os municípios do Território Estrada de Ferro. Os municípios com maior produção são Orizona, Silvânia e Bela Vista de Goiás. Juntos, estes municípios representam praticamente 50% do leite produzido no Território, que gira em torno de 230.000 litros/ dia. Dados do IBGE revelam que a produção de leite no Território Estrada de Ferro apresentou de 1996 a 2006 crescimento bastante expressivo. De fato, o Território apresentou crescimento médio de 4,5% ao ano na produção, média esta superior ao crescimento brasileiro e goiano no mesmo período (3,7 e 3,0%, respectivamente).

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27

Entretanto, ao se analisar os dados referentes ao número de vacas ordenhadas, verifica-se que o aumento de produção ocorreu principalmente devido ao aumento no número de animais. O número de vacas ordenhadas cresceu em média 6,95% ao ano, número também superior ao crescimento brasileiro (2,87%) e goiano (3,28%). O resultado deste processo foi a queda da produtividade dos animais da região. Enquanto em 1996 cada vaca em lactação produzia cerca de 1.600 litros de leite/ ano, em 2006 esta produção caiu para 1.370 litros/ vaca/ ano. A queda de produtividade ocorreu em praticamente todos os municípios, com exceção de Bonfinópolis, Urutaí e Gameleira de Goiás, únicos municípios a apresentar crescimento de produtividade no período. No entanto, a produtividade média dos animais ainda é baixa comparando-se a outros países que apresentam produção por vaca mais alta. A baixa produtividade dos animais é agravada pelo elevado custo de produção indicado pelos agricultores visitados e entrevistados. O sistema de produção predominante em todo o Território é o pastoreio, realizado de forma extensiva nas propriedades pouco tecnificadas e, de forma rotacionada, nas propriedades com maior nível de tecnificação. Entretanto, o longo período de seca, que varia de 4 a 7 meses, traz a necessidade de suplementação alimentar. Este procedimento é realizado principalmente com ração comercial (milho e soja), silagem e cana de açúcar. Estes são os componentes que, segundo entrevistados, mais oneram a produção. A baixa especialização dos animais para a produção de leite aliada aos problemas no manejo nutricional completam este quadro que, em última instância, resulta em baixa produtividade.

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28

Gráfico: Produção de Leite em 2006 no Território Estrada de Ferro. Fonte: IBGE, 2006

05.000

10.00015.00020.00025.000

30.00035.00040.00045.00050.000

Bela

Vis

ta d

e G

oiá

s

Bonfinópolis

Cald

azin

ha

Cristianópolis

Gam

ele

ira d

e G

oiá

s

Leopold

o d

e B

ulh

ões

Orizona

Palm

elo

Pires d

o R

io

Santa

Cru

z d

e G

oiá

s

São M

iguel d

o P

assa Q

uatr

o

Silv

ânia

Uru

taí

Via

nópolis

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29

Gráfico: Produção de Leite (mil litros), Vacas Ordenhadas e Produtividade (litros/ vaca ordenhada/ ano) de 1996 a 2006 no Território Estrada de Ferro. Fonte: IBGE, 2006

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

1.800,00

Produção de Leite no Território (Mil litros)

Número de Vacas Ordenhadas

Produtividade de Leite (litros/ vaca/ ano)

Tabela: Produtividade (litros/ vaca ordenhada/ ano) e Variação por Município. Fonte: IBGE, 2006.

Município Litros/ Vaca/ Ano (2006)

Variação da Produtividade de 1996 – 2006

Bela Vista de Goiás 1.350,90 -0,80

Bonfinópolis 1.269,84 1,11

Caldazinha 1.029,64 -3,84

Cristianópolis 1.475,61 -0,72

Gameleira de Goiás 1.416,67 0,83*

Leopoldo de Bulhões 1.363,64 -0,68

Orizona 1.428,57 -2,52

Palmelo 1.142,86 -1,60

Pires do Rio 1.357,14 -1,13

Santa Cruz de Goiás 1.366,67 -1,79

São Miguel do Passa Quatro 1.453,13 -1,67

Silvânia 1.386,79 -0,58

Urutaí 1.333,33 1,30

Vianópolis 1.378,69 -1,98 Observação: *considerou-se a diferença entre os anos de 2001 e 2006, pois o município emancipou-se em 2000. Tabela extraída do Estudo da Cadeia Produtiva do Leite /Instituto Ouro Verde / MDA

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Devido a importância das diferentes estratégias nutricionais adotadas no Território, cabe um detalhamento específico deste item. De fato, muitas vezes o manejo nutricional adequado à genética animal pode representar o fator de sucesso ou não das propriedades. Desta forma, destacam-se no Território 3 componentes do manejo nutricional dos animais:

a) Ração comercial: a ração é geralmente comprada em lojas agropecuárias ou diretamente nas cooperativas. Apesar de haver produção por parte das cooperativas locais, os preços das rações comerciais e aquelas produzidas nas cooperativas não possuem grandes diferenças de preço. Um dos motivos que leva a este fato é a necessidade, muitas vezes, de aquisição de matéria prima como milho e soja no mercado, não havendo, desta forma, meios para se reduzir de forma satisfatória o custo de produção deste produto. São escassas as experiências de compra coletiva de ração por parte de associações ou grupos de produtores.

b) Silagem: produzida geralmente nas propriedades, a silagem também

representa elevado custo de produção, principalmente por grande parte dos produtores ou mesmo das associações não possuírem maquinário para realização do trabalho. Desta forma, cabe ao produtor alugar o equipamento, o que representa elevação de custos e comprometimento muitas vezes da qualidade da silagem, uma vez que o escalonamento para a utilização do maquinário pode impossibilitar a colheita do milho na época ideal.

c) Cana de açúcar: a cana vem sendo utilizada por muitos produtores como

estratégia de redução de custos. Apesar de terem sido citadas experiências negativas com a utilização de cana com uréia, combinação considerada nutricionalmente ideal, foram visitadas também propriedades que aplicavam a tecnologia com bastante sucesso. A utilização de cana implica em menores indicadores de produtividade, porém, seu menor custo de produção pode representar uma importante economia e maior ganho ao produtor.

Verifica-se, em geral, certa indefinição por parte de técnicos e agricultores das tecnologias mais adequadas à região. A constante reclamação de custos elevados de produção aliada à baixa produtividade da maioria dos animais indica que as técnicas de suplementação dos animais podem não estar sendo aplicadas corretamente. De fato, os técnicos entrevistados, em sua grande maioria, apontam para deficiências no manejo nutricional do gado da região, em especial o oferecimento de ração ou silagem em períodos e quantidades desnecessárias, acarretando em aumento de custo sem retorno financeiro proporcional. Ao mesmo tempo, observou-se que é escassa a procura por métodos alternativos de alimentação dos animais utilizando produtos típicos do Território. Uma exceção deve ser feita a tentativa de utilização do baru como suplemento nutricional. Esta prática pode representar significativa redução de custos para o produtor. Porém, ainda são necessárias pesquisas e a estruturação da fábrica para processamento do baru no Território, bem como organizar os grupos de extrativistas para a realização da coleta. Complementando os principais custos de produção têm-se os medicamentos e produtos para a garantia da qualidade do leite, desde a aquisição de resfriadores até os produtos destinados a higiene de ordenha. Do lado da sanidade animal, os medicamentos que mais oneram o produtor de leite são os produtos carrapaticidas e de prevenção/ tratamento da mastite.

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Cabe destacar que aquisição de resfriadores de leite tem sido apontada como fator limitante para os produtores com pequena escala de produção. Estes procuram resolver esta limitação através da aquisição de tanques coletivos. Entretanto, esta prática vem sendo vista com receio pelas cooperativas e laticínios. De fato, estas instituições foram unânimes em mencionar que em breve não coletarão mais leite em tanques comunitários. De maneira geral observou-se que há no Território a busca pela elevação da produção. Para isso, ao invés de conhecer os bons exemplos de produção que existem em todo o Território, buscam-se referenciais de fora, geralmente baseados na especialização da atividade. Em um cenário marcado por incertezas e por uma grande oferta de leite na região, deve-se optar pelos sistemas mais simples, com baixo custo e pouca dependência de insumos externos. A necessidade de redefinir os sistemas de produção do Território é demonstrada pela frase abaixo, dita por um agricultor...

Deve-se destacar que o Território possui exemplos de utilização de tecnologias alternativas para todos os pontos tratados como limitantes neste item. De fato, foram visitadas propriedades que possuem baixo custo de alimentação, utilizando o sistema de cana com uréia com grande eficiência e que pouco dependem da variação de preços da ração comercial. Foram visitadas propriedades que utilizam formas alternativas de baixo custo para tratamento de carrapatos e mastite. Entretanto, estas experiências estão isoladas dentro do Território. Em geral, procuram-se tecnologias de produção em outras regiões, como Minas Gerais ou São Paulo. Finalizando, pode-se dividir os produtores de leite do Território em diferentes grupos, de acordo com o seu nível de tecnificação. Basicamente foram identificados três segmentos de produtores: os altamente tecnificados, com controle de sua produção e elevada produtividade e produção diária; aqueles com nível médio de tecnificação e os pequenos produtores que possuem baixo nível de tecnificação, grande sazonalidade e pequena escala de produção – estes representam a grande maioria dos produtores do Território. Deve-se destacar ainda que é possível encontrar nas cooperativas da região todos estes três segmentos de produção. Este fato é importante, pois se observa na região certa elitização da produção nas organizações. Enquanto a produtividade média é baixa, os indicadores das cooperativas são mais elevados. Cada vez mais os produtores com pequena escala de produção vão se afastando e mesmo os tanques comunitários, tidos como alternativa para a sustentação destes produtores,vêm sendo abandonados.

3.2. Importância da Organização Social na Atividade Leiteira Um dos principais pontos que caracterizam o Território Estrada de Ferro é o grande número de instituições de produtores de leite, tais como associações, centrais de associações e cooperativas. De fato, todos os municípios visitados possuíam alguma instituição que agregasse parte dos produtores de leite do município. Grande parte destas instituições nasceu com um objetivo definido: a venda do leite. Desta forma, estas associações e cooperativas atuam na venda coletiva do leite, seja através de tanques comunitários, cada vez mais raros, ou na negociação conjunta de leite. No entanto, apenas algumas destas organizações também atuam na compra

“Por que o dono da agropecuária enriquece rápido e o agricultor familiar não consegue ter lucro?”

Agricultor familiar do município de Santa Cruz de Goiás

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coletiva de insumos ou na promoção da venda de outros produtos – casos que merecem destaque são a Cooperativa de Silvânia e algumas associações, como em Santa Cruz de Goiás. A venda coletiva de leite se dá através de tanques comunitários ou mesmo individuais. No caso de tanques individuais, a venda geralmente é negociada considerando o volume total da organização. Deve-se destacar ainda que 03 cooperativas do Território são ligadas a Centro-Leite, central de cooperativas que atualmente comercializa mais de 1.000.000 de litros/ dia. Cabe comentar sobre a importância das cooperativas do Território: de Orizona, de Silvânia, de Vianópolis e de Bela Vista de Goiás. Estas cooperativas agregam produtores de todos os tamanhos e níveis de tecnificação. São responsáveis pela captação e venda de grande parte do leite do Território. Oferecem serviços diferenciados, como fábrica de ração, de sal mineral e assistência técnica. Entretanto, foram levantadas algumas questões sobre estas instituições, como:

a) Suposta elitização da produção, com maior preocupação com os grandes produtores do que com os pequenos, que, de fato, são a maioria dos cooperados. A busca pela eficiência e qualidade e a priorização da assistência técnica para os produtores “mais receptivos” foram apontados como alguns dos sinais desta afirmação;

b) Falta de comunicação com os cooperados, gerando desconfiança na

administração e nos objetivos da instituição. Conforme verificado, são poucos os canais de comunicação das cooperativas, geralmente restritos a uma assembléia ordinária anual e a jornais. O resultado deste processo é o frágil sentimento de fidelização dos cooperados à instituição. De fato, observa-se que grande parte dos cooperados não se sente proprietária da cooperativa, mas enxerga nesta apenas mais uma compradora de leite do Território.

Ao mesmo tempo, é importante reforçar que devido a grande disponibilidade de leite em toda a região todas estas formas de organização acabam não refletindo em melhorias substanciais no preço do leite pago ao produtor – de fato, as cooperativas são conhecidas em alguns municípios do Território como “as piores pagadoras de leite”. É difícil quantificar o quanto as cooperativas contribuem para a elevação no preço médio do leite na região. Entretanto, pode-se dizer que estas instituições contribuem para manter o preço do leite em um patamar que dificilmente seria conseguido sem a sua presença. Ao mesmo tempo, a pouca margem de negociação no preço do leite revela que sozinhas estas cooperativas perdem poder de negociação. É necessária maior articulação destas instituições, desde a venda do leite, mas fundamentalmente para a troca de informações e experiências.

3.3. Serviços de Apoio à Produção Leiteira Na área de serviços de apoio a produção destacaremos dois: o oferecimento de assistência técnica e o crédito rural. Existem basicamente três modelos de assistência técnica que puderam ser identificados no Território: o apoio oferecido pela EMATER (antiga AGENCIARURAL), os serviços realizados pela COAPRO (Orizona) e a assistência prestada pela Cooperativa de Bela Vista de Goiás. Cada um destes modelos possui características próprias, descritas a seguir:

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33

- EMATER: o reduzido número de técnicos impossibilita uma assistência mais freqüente junto aos produtores de leite. Desta forma, este apoio técnico acaba se restringindo a elaboração de projetos e capacitações pontuais. Em alguns municípios o técnico da EMATER desenvolve trabalhos mais intensivos junto a um grupo limitado de produtores.

- COAPRO: a Cooperativa de Orizona fechou contrato com uma empresa

de assessoria particular. Neste contrato, os cooperados arcam com 1/3 do valor da mensalidade dos técnicos (R$ 100,00) e a cooperativa com os 2/3 restantes (R$ 200,00). Com este valor o produtor tem direito a receber 01 visita/ mês de um técnico agrícola; 1 visita a cada 2 meses de um veterinário e a participar de 1 reunião técnica a cada 02 meses. A assistência prestada foca desde aspectos gerenciais da propriedade até serviços técnicos. Trata-se de um modelo que vem dando resultados, porém ainda de difícil incorporação por novos produtores, que tem resistência em aceitar o pagamento da mensalidade. A necessidade de investimento da cooperativa torna também inviável que todos os produtores tenham acesso a esta forma de assistência.

- Cooperativa de Bela Vista: o corpo técnico da cooperativa divide os

produtores em 04 categorias, a saber: produtores com resistência a adoção de técnicas e as informações dos técnicos; produtores com aceitação de novas técnicas; produtores que participam de programas específicos da cooperativa e as unidades modelo. Conforme os grupos, têm-se diferentes níveis de acompanhamento. Os produtores do primeiro grupo, que representam a grande maioria, somente recebem visitas em casos de emergências; nos demais grupos a visita é mensal. Com referência as unidades modelo, atualmente a cooperativa possui 02 unidades sendo que estas são escolhidas como modelo a partir dos índices zootécnicos atingidos.

A assistência técnica é uma das principais demandas dos produtores do Território. De fato, como visto, existe grande espaço para melhoria técnica da produção. Entretanto, se faz necessário definir o referencial técnico que será utilizado, sempre tendo como foco a redução de custos e o maior ganho, em especial aos agricultores familiares. Neste sentido não se pode negar o potencial representado pela Escola Família Agrícola de Orizona, o CEFET de Urutaí e CENTAF de Silvânia. Todas estas instâncias podem envolver-se em um amplo programa de inovação tecnológica e assistência técnica e gerencial as propriedades do Território. Paralelo a estas formas de assistência, deve-se destacar os serviços de capacitação oferecidos pelos SEBRAE e SENAR. Estas instituições oferecem ampla oferta de cursos voltados aos produtores. Entretanto, os entrevistados foram unânimes em dizer que estas capacitações, de forma isolada e sem uma assistência periódica tem seus resultados extremamente limitados. Por fim, cabe fazer menção as cooperativas de crédito existentes nos municípios de Orizona, Silvânia e Bela Vista de Goiás. Estas cooperativas representam alternativa importante aos agricultores familiares do Território, tendo em vista as dificuldades comentadas pelos entrevistados para a obtenção de crédito junto ao Banco do Brasil (demora em liberação e dificuldade em obter todos os documentos necessários).

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34

3.4. Vantagens, Desvantagens e Demandas da Cadeia Produtiva de Leite

Quadro: Pontos Fortes, Pontos Fracos e Demandas do Subsistema de Produção de Leite, 2008

Pontos fortes Pontos Fracos Demandas

Existência de referências de produção diferenciada dentro do Território.

Existência de organizações dos produtores

de leite, incluindo associações, cooperativas de produção e de crédito.

Instituições para a formação: EFA,

CENTAF. Capacidade instalada nas cooperativas

para produção de ração e sal mineral, podendo atingir grande parte dos produtores do Território.

Bons exemplos de programas de

assistência técnica e gerencial, em especial da Cooperativa de Orizona.

Índices de produtividade e rentabilidade baixos.

Falta assistência técnica a grande parte

dos produtores do Território. Falta de articulação dentro das

organizações e entre elas, gerando sentimentos de desconfiança entre os membros e sentimento de competição entre as organizações.

Dificuldade aos pequenos produtores se

adequarem as normas de qualidade e beneficiarem-se dos pagamentos por volume.

Oscilação do preço do leite, gerando

insegurança no produtor. Necessidade de melhoria da qualidade do

leite, principalmente junto aos pequenos produtores e tanques comunitários.

Desenvolvimento de pesquisas para identificação de alternativas para alimentação animal e medicamentos.

Repensar o modelo e produção, altamente

dependente de insumos, para propostas de diversificação e complementação da produção (diversificação).

Maior articulação entre as diferentes

organizações representativas dos produtores de leite.

Formação de uma rede territorial de

assistência técnica e gerencial, com ênfase nos agricultores familiares excluídos deste processo.

Fortalecimento das associações, com

diversificação de sua atuação – criação de opções de renda para os agricultores da região.

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35

3.5. Perspectiva da Cadeia Produtiva do Leite A visão de futuro da cadeia de produção de leite no Território Estrada de Ferro reflete o cenário mais desejado pelas lideranças e representantes da agricultura familiar. Para a construção desta visão partiu-se do cenário desejado para a produção, para a transformação e para a comercialização, da forma a seguir:

Quadro: Visão de Futuro da Cadeia de Produção de Leite, 2008

Pro

du

ção

Que a produção de leite no Território Estrada de Ferro seja de fato rentável e que dê segurança ao agricultor familiar. Que haja controle de custos e assistência técnica periódica a todas as propriedades. Que os sistemas de produção sejam de baixo custo e pouco dependentes de insumos externos. Que haja diversificação da renda do agricultor familiar, com a integração da produção de leite a outras atividades. Por fim, que as diversas organizações de produtores do Território estejam articuladas e atuem de forma conjunta.

Tra

nsfo

rma

ção

Que haja melhoria na relação entre produtores de leite e a indústria de laticínios, com maior transparência de ações. Que haja ao menos uma agroindústria regional para distribuição de leite e queijos ao mercado institucional de Goiânia e que este empreendimento dê prioridade aos agricultores familiares com baixa produção. Que sejam feitas parcerias com os laticínios de abrangência municipal ou regional para entrega dos produtos junto a merenda escolar, priorizando os agricultores familiares de baixa produção.

Co

merc

ializa

ção

Que seja potencializado o mercado local e que os produtos do Território possam alcançar a capital do estado. Que haja melhoria na relação comercial, com mais troca de informações entre produtores, indústria e mercado consumidor.

Vis

ão

Gera

l

Que haja articulação entre as instituições que representam os produtores de leite do Território, com a adoção de sistemas de produção de baixo custo e rentáveis, no qual o leite venha acompanhado de outros produtos para a geração de renda dos agricultores familiares. Que o leite do Território seja beneficiado em agroindústria própria e através de parcerias com laticínios municipais e regionais, sendo distribuído ao mercado local e regional. Que haja maior diálogo entre todos os elos da cadeia de produção.

Quadro extraído do Estudo da Cadeia Produtiva do Leite / Instituto Ouro Verde / MDA.

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4. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS Para elaboração e implementação do PTDRS, o Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS (ex-CIAT) realizou o I Congresso da Agricultura Familiar em março de 2010, em Silvânia, nas dependências do Centro de Formação da Agricultura Familiar (CENTAF), do qual foram extraídas as prioridades a serem enfrentadas em vista do desenvolvimento rural sustentável.

4.1.Temas e Prioridades

4.1.1.Tema: Identidade, Cultura, Família e Sociedade

Valorização da Mulher na Família Rural, devendo a política territorial no conjunto de suas ações e nas suas relações interinstitucionais ressaltar a importância da mulher para a manutenção da unidade familiar e reconhecer a sua contribuição no contexto da Agricultura Familiar e no desenvolvimento do campo.

As ações devem ser organizadas e coordenadas pelo CTDRS, juntamente com parceiros locais/regionais, de maneira a garantir cada vez mais a presença e participação das mulheres nos espaços de discussão e na elaboração de políticas, nas tomadas de decisões e na execução de atividades voltadas para o campo.

O CTDRS deverá assegurar recursos e promover campanhas de valorização que incluam debates nas mídias locais, encontros formativos e de confraternização, com palestras sobre temáticas de interesse das mulheres rurais, bem como atuar para a constituição de grupos de trabalho, projetos organizativos, produtivos e econômicos que se destinem prioritariamente às mulheres rurais.

Essa prioridade parte do entendimento de que garantindo o espaço legítimo e devido à mulher nos grupos familiares, nas atividades agropecuárias, nas organizações sociais e nas comunidades rurais, favorecendo seu protagonismo e promovendo sua autonomia e independência, a própria identidade rural e a manutenção social do campo serão fortalecidos, uma vez que a unidade familiar, que é a base da identidade rural, é normalmente assegurada pela mulher, em que a produção da cultura e suas diversas manifestações estão assentadas na própria permanência das famílias no campo e nas intrincadas relações dos diversos grupos familiares.

4.1.2. Tema: Escola e Educação do Campo Educação Rural de Qualidade - do Ensino Fundamental ao Superior, em que se deverá introduzir na política territorial uma atuação mais direcionada a estimular as políticas educacionais municipais/regionais de forma a contemplar os princípios das Diretrizes Operacionais da Educação do Campo contidos na LDB, destacadamente criando grupos de trabalho que atuem ajustando currículos, aperfeiçoando as infra-estruturas escolares, incentivando a formação de educadores, equipando melhor as escolas rurais, assegurando a adoção de material didático-pedagógico que valorize a vida no campo, estruturando e ofertando novos cursos técnicos de nível médio, sejam integrados ou subseqüentes ao Ensino Médio, bem como criando cursos de nível superior adequados à Agricultura Familiar. Nesse sentido, reiterou-se a opção por cursos e modalidades de ensino que se organizem baseados na Pedagogia da Alternância, a exemplo da Escola Família

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Agrícola de Orizona – EFAORI e da União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF). Porém, destacou-se que não se trata somente da assegurar os fundamentos e práticas da Pedagogia da Alternância na Educação Profissional de Nível Médio, mas, principalmente, de gerar condições de que também a Pedagogia da Alternância se antecipe ao Ensino Médio, garantida já no Ensino Fundamental, e se estenda ao Ensino Superior, para que ocorra a promoção da educação integral das crianças, adolescentes e jovens do campo, aumentando a identificação desse público com o rural, fortalecendo os vínculos familiares e comunitários, fundamentais ao desenvolvimento rural sustentável. Em razão de sua natureza público-estatal e atuação territorial, a Universidade do Estado de Goiás – UEG se apresenta como parceira promissora para cumprir um papel determinante na política territorial, destacadamente se voltar sua atenção às necessidades educacionais do campo no Território Estrada de Ferro, seja na formação de educadores com uma fundamentação didático-pedagógica mais apropriada à realidade rural, seja na oferta de cursos de graduação mais adequados às necessidades produtivas e do mundo do trabalho da Agricultura Familiar, principalmente se associar sua competência institucional à experiência e prática pedagógica da Escola Família Agrícola de Orizona – EFAORI, notória instituição que atua baseada na Pedagogia da Alternância, reconhecida nacionalmente.

4.1.3. Tema: Assistência Técnica, Extensão Rural e Profissionalização Melhorar a Qualidade e a Oferta de ATER Pública e Comunitária, em que se deverá promover a articulação e a cooperação entre as diversas organizações, públicas e privadas, para a criação de uma Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural que seja capaz de oferecer em quantidade suficiente e qualidade necessária esses serviços às famílias agricultoras, prezando pela adequação das metodologias à realidade e potencialidade da Agricultura Familiar e pela maior capacitação e qualificação dos(as) agricultores(as) familiares de modo a diminuir gradativamente a dependência de técnicos e a incrementar significativamente as atividades agropecuárias. Neste caso, se reconhece a necessidade de o CTDRS apoiar a revitalização da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER de Goiás, que se constitua uma organização capaz de atender e promover satisfatoriamente a Agricultura Familiar, dispondo de profissionais efetivamente capazes e sensíveis às particularidades do Território Estrada de Ferro, de recursos suficientes para o seu funcionamento e com uma metodologia de trabalho que estabeleça minimamente os referenciais teóricos e práticos para a atuação de seu quadro de profissionais técnicos, necessariamente que seja multiprofissional, não simplesmente dotadas de técnicos em agropecuária, médicos veterinários e engenheiros agrônomos. Na mesma perspectiva, se reconhece a importância da EFAORI e da UBEC-CENTAF, que promovem a Educação Profissional de Nível Médio, respectivamente nas modalidades Integrado e Subseqüente, ambas na formação de agricultores(as) familiares técnicos em agropecuária, o que contribui para a oferta e distribuição dessa categoria profissional pelos 14 municípios do Território Estrada de Ferro. Em vista do aproveitamento dessa mão de obra qualificada e de outros profissionais de áreas técnicas afins à agropecuária, fica indicada a importância de que outras instituições de âmbito territorial elaborem, se credenciem junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, de maneira alinhada à Política Nacional de

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Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER, e implementem programas de ATER pública, ainda que não estatal.

4.1.4. Tema: Organização Social e Representação Política da Agricultura Familiar no Território Estrada de Ferro

Revitalizar a Cultura Associativista, em que o CTDRS deverá, juntamente com as organizações sociais do campo existentes no Território Estrada de Ferro, viabilizar estratégias e mecanismos que incentivem a formação de grupos, formais ou informais, de agricultores(as) familiares, sejam de produção, comercialização ou assistência técnica, bem como a criação e fortalecimento das associações de produtores, das centrais de associações, das cooperativas agropecuárias e de crédito, dos sindicatos, dos conselhos comunitários, entre outras formas organizativas.

É devido o reconhecimento de que a capacidade de mobilização, união e cooperação da Agricultura Familiar é determinante para o enfrentamento e superação dos inúmeros desafios que se apresentam ao desenvolvimento rural sustentável, sejam localizados nas comunidades rurais, nos municípios ou no Território Estrada de Ferro.

Também nesse aspecto, se reconhece a importância de se investir na formação de lideranças e no aperfeiçoamento da gestão das organizações sociais existentes para que melhorem sua capacidade de agregar os sujeitos sociais do campo, de corresponder às suas expectativas, cumprindo os fins sociais que as justificam, prezando pela gestão eficiente, pela transparência, pela participação democrática, pela solidariedade e respeito.

Observa-se que a representação política e social da Agricultura Familiar está intimamente dependente da capacidade organizativa, mobilizadora, cooperativa e participativa das famílias agricultoras, sem o qual governos, autoridades e lideranças não reconhecerão sua força de trabalho, sua capacidade coletiva e sua importância econômica e social.

É mais fácil para grupos de poder obter vantagens econômicas e políticas em detrimento da Agricultura Familiar na medida em que promovem a desarticulação de seus sujeitos sociais, estimulam a desconfiança nas suas organizações e fortalecem o individualismo e a concorrência, contrapondo-se à cooperação e à solidariedade.

4.1.5. Tema: Infraestrutura, Serviços e Políticas Públicas

Infraestrutura das Estradas Rurais, em que se deverá atuar em parceria com as prefeituras municipais, organizações sociais do campo e agricultores(as) de âmbito municipal, para a formação de parcerias locais/regionais, investimento em maquinário e veículos, capacitação técnica de operadores e de demais profissionais envolvidos no reparo e manutenção de estradas de rodagem.

Há preocupação com as técnicas ou ausência delas na definição de procedimentos e na execução dos serviços necessários de abertura de estradas, terraplanagem e construção de pontes e mata-burros, bem como o descaso com que o meio rural é tratado pelos governos municipais que alegam incapacidade de investir e manter um aparato logístico e operacional de execução desse tipo de obras e serviços.

A pouca vida útil dos serviços realizados na região, carecendo de novos esforços em curto intervalo de tempo, o afundamento das estradas, os inúmeros pontos de atoleiros, os processos erosivos e o assoreamento de córregos, rios e represas dão causa a uma preocupação ambiental, econômica e social significativa, uma vez que

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tanto quanto inviabilizar a vida no campo e a produção agropecuária da Agricultura Familiar impactam negativamente na preservação dos recursos naturais.

Mais do que todos os outros serviços públicos, políticas sociais ou infraestrutura comunitária, o direito e as condições de ir e vir dos sujeitos sociais do campo são vistos como imprescindíveis para garantir a permanência das famílias no meio rural e o desenvolvimento rural sustentável.

4.1.6. Tema: Produção Agropecuária e Sustentabilidade

Planejamento e Administração nas Propriedades Rurais, em que se deverá incentivar de múltiplas formas o desenvolvimento e apropriação dos sujeitos sociais do campo de competências e habilidades relativas ao tema.

A atuação do CTDRS, juntamente com suas instituições parceiras, destacadamente Cooperativas Agropecuárias e de Crédito, Secretarias Municipais de Agricultura, SEBRAE, SENAR, SEAGRO, EFAORI, UBEC-CENTAF, EMATER, deve focar na elaboração e implementação de estratégias e mecanismos de formação e de assistência aos agricultores(as) familiares, aliada a uma política de incentivo à diversificação da produção agropecuária, do aproveitamento de vocações locais/regionais pouco exploradas, do incremento da comercialização, da agregação de valor aos produtos adequados à Agricultura Familiar e do melhor aproveitamento do potencial das propriedades rurais e da mão de obra disponível.

Nesse sentido, se reafirma que a intenção maior das famílias agricultoras é desenvolver-se de forma autônoma, independente, sem que haja necessariamente políticas paternalistas, mas sim de fomento, a gerar renda por si e a definir igualmente por si em que e quando investir o seu capital.

Decorre desse entendimento que o CTDRS deve implementar uma política que oportunize investimentos nas propriedades rurais ou, no máximo, nas comunidades rurais, cada vez mais próximo geográfica e institucionalmente das famílias agricultoras para que se sintam motivados a aderir aos projetos territoriais, na perspectiva das redes cooperativas, e a assumir a gestão desses empreendimentos.

A própria relação das famílias agricultoras com o crédito, especialmente do PRONAF, depende dessa capacidade de planejar e administrar, de produzir e de comercializar, de agregar valor, gerar postos de trabalho e renda, num círculo virtuoso que oportunize uma vida rural digna.

4.1.7. Tema: Qualidade de Vida e Meio Ambiente

Formulação de Leis Municipais que instituam as Diretrizes Locais de Desenvolvimento Rural Sustentável, os Conselhos e Fundos Municipais de Meio Ambiente, visando assegurar a permanência das pessoas no campo, principalmente os jovens, uma vez que a própria permanência e atuação das famílias agricultoras é vista por si só uma medida de preservar o meio ambiente e assegurar minimamente a continuidade dessa qualidade de vida frente aos grandes empreendimentos agropecuários baseados na monocultura e na pecuária extensiva.

Portanto, mais do que apresentar um desafio objetivo e um conjunto de ações que o superem, a questão posta e aprovada pelo Congresso é mais além. Ao CTDRS compete, na sua política territorial, fazer defesa explícita da Agricultura Familiar como prioritária aos investimentos públicos, participando efetivamente na elaboração e execução de políticas públicas, e abrir debates sobre a condição atual do campo e a

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necessária valorização dos(as) agricultores(as) familiares, sem os quais o equilíbrio social e a economia local/regional ficarão profundamente abalados.

Aqui não se trata somente de empreender um discurso e uma articulação que permita garantir a qualidade de vida e um meio ambiente rural em equilíbrio, mas de garantir também uma qualidade de vida e um meio ambiente urbano igualmente em equilíbrio no âmbito do Território Estrada de Ferro, uma vez que as relações entre esses dois espaços e realidades estão direta e indissociavelmente consolidadas.

A inviabilidade da vida no campo e da Agricultura Familiar significa, de certa forma, o colapso da urbanidade (sobrecarga nos espaços, equipamentos e serviços urbanos), das governanças (desarticulação política) e da economia territorial (aumento do desemprego, queda do consumo e concentração de renda).

Assim dito, espera-se que o CTDRS afirme publicamente uma defesa da Agricultura Familiar e das famílias agricultoras como fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do Território Estrada de Ferro e preservação do seu meio ambiente natural, buscando mecanismos governamentais e legais de proteção das famílias agricultoras.

Portanto, a que se respaldar a população do campo, nas suas preocupações relativas à qualidade de vida e ao meio ambiente, com uma legislação municipal elaborada por meio de ampla discussão local/regional que objetive as ameaças e as oportunidades de um desenvolvimento rural verdadeiramente sustentável (economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto), sem idéias e julgamentos pré-concebidos, de maneira que colegiados locais (Conselhos Municipais de Meio Ambiente) assegurem minimamente o alcance das reivindicações coletivas, multi-setoriais, bem como disponham de recursos (Fundos Municipais de Meio Ambiente) específicos para a realização de suas atividades e financiamento de ações sócio-ambientais.

4.1.8. Tema: Governança Territorial e sua Representação Sócio-Política

Reestruturação dos Conselhos Municipais e Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, sem o qual os demais desafios do campo dificilmente serão superados de forma participativa, integrada e cooperativa entre famílias agricultoras, organizações sociais do campo e governos locais.

A legalidade, legitimidade e operacionalidade dessas institucionalidades colegiadas dependem da capacidade do próprio CTDRS provocar e assumir essa discussão perante os setores da sociedade local/regional, bem como dos governos e instituições públicas reconhecerem apoiarem e valorizarem seus esforços e ações.

É reconhecido o fato de que a pouca ou, às vezes, nenhuma participação dos agentes governamentais, representantes de organizações da sociedade civil e sujeitos sociais a nível de municípios (CMDRS’s) e mesmo do Território Estrada de Ferro (CTDRS) faz com que não se consolide o conjunto da política territorial, nos termos de interesse das famílias agricultoras, da finalidade das organizações sociais e da capacidade das administrações municipais.

Assim, não se trata somente de fazer novas escolhas de membros, substituir essa ou aquela entidade ou representação, mas de ajustar uma nova consciência e atitude daqueles que podem e devem contribuir para o desenvolvimento territorial. O Território deve se afirmar como um espaço de relações e complementaridades, que agrega o individual e o coletivo, o familiar e o comunitário, o público e o privado, o municipal e o

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territorial, dentro de parâmetros de compromissos e de competências pessoais e institucionais.

Nesse intuito, mesmo o Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS deve rever sua atuação e reestruturar sua composição e mecanismos de articulação e gestão de modo a fazer valer seus fins sociais, cumprindo plenamente seus projetos, comunicando-se devidamente com seus membros, informando suas ações satisfatoriamente à sociedade, agregando e cooperando indistintamente com todos os seus parceiros institucionais, independentemente de motivações ou declinações pessoais.

Espera-se que as atuações dos CMDRS’s e do CTDRS, por meio de seus conselheiros (as), se dêem em nível de instituições e não de pessoas, que os acordos e compromissos se efetivem em decorrência de atos formais no efetivo ajuste de uma política territorial, que se reconheçam as diferentes contribuições e necessidades de cada município, dentro de suas reais possibilidades, que se prezem pela aptidão, competência, compromisso e legitimidade na escolha daqueles que farão representação do campo, nas suas diversas áreas de interesse.

4.2. Câmaras Temáticas Em vista da efetiva implementação do PTDRS e do regular funcionamento do próprio Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS para que alcancem o desenvolvimento sustentável e solidário do Território Estrada de Ferro, foram constituídas 8 Câmaras Temáticas que responderão, no conjunto, pela gestão dos procedimentos necessários à realização dos projetos e ações territoriais, nominadas a partir dos próprios Eixos Temáticos definidos para o I Congresso da Agricultura Familiar do Território Estrada de Ferro, a saber:

1. Identidade, Cultura, Família e Sociedade;

2. Escola e Educação no Campo;

3. Assistência Técnica, Extensão Rural e Profissionalização;

4. Organização Social e Representação Política da Agricultura Familiar no Território Estrada de Ferro;

5. Infraestrutura, Serviços e Políticas Públicas;

6. Produção Agropecuária e Sustentabilidade;

7. Qualidade de Vida e Meio Ambiente;

8. Governança Territorial e Representação Sócio-Política.

Cada Câmara Temática é composta de um conjunto de agentes de desenvolvimento, públicos ou privados, na representação direta de suas entidades, setores e movimentos sociais, que se dispõe a cooperar solidariamente com as ações territoriais e, especialmente, na implementação do PTDRS, transformando aquilo que são os anseios da Agricultura Familiar em resultados satisfatórios, verdadeiramente indicadores de desenvolvimento.

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4.3. Matriz PTDRS Para orientar a atuação das Câmaras Temáticas e favorecer o acompanhamento da evolução do desenvolvimento da política territorial, em consonância com os anseios da população rural e das organizações do campo, as resoluções do I Congresso da Agricultura Familiar do Território Estrada de Ferro foram organizadas na forma da Matriz PTDRS, conforme segue:

Área Eixo Foco Ações Gerais

1. SÓCIO-CULTURAL 1. Identidade, Cultura, Família e

Sociedade

1. Valorização da Mulher e da

Juventude Rural

1. Capacitação de mulheres e de jovens rurais; 2. Formação de grupos informais e de associações de

mulheres; 3. Apoio a empreendimentos de mulheres e de jovens rurais; 4. Realização de viagens de estudo e de intercâmbio para

mulheres e jovens rurais; 5. Viabilização de Programas de Estágio Remunerado para

jovens técnicos de áreas de interesse do campo egressos de cursos baseados na Pedagogia da Alternância;

6. Formação de lideranças femininas e de jovens rurais. 2. Informação e Comunicação

7. Capacitação de agentes sociais, políticos e administrativos diversos de atendimento ao público rural;

8. Realização de encontros de formação e de integração social para grupos específicos;

9. Produção de material impresso de divulgação de informações de interesse do campo e de suas organizações.

3. Esporte, Lazer e Entretenimento no

Campo

10. Construção de áreas e equipamentos de esportes e de lazer;

11. Construção e montagem de centros comunitários rurais; 12. Adequação de espaços de lazer e de convivência das

famílias rurais; 13. Promoção de eventos culturais, festivos e esportivos no

campo. 2. EDUCACIONAL 2. Escola e

Educação no Campo

4. Qualificação e Valorização de

Educadores

14. Promoção de cursos de capacitação de educadores do campo, nos diversos níveis; 15. Incentivo à criação de cursos de especialização para

educadores do campo;

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16. Apoio e participação nas reivindicações de educadores por melhoria na carreira do magistério e por melhores salários.

5. Transporte Escolar

17. Aquisição de veículos destinados ao transporte escolar para renovação e ampliação das frotas existentes em precariedade;

18. Capacitação de condutores do transporte escolar; 19. Realização de estudos para reestruturação e

aperfeiçoamento do transporte escolar; 20. Articulação do transporte intermunicipal para

atendimento conjunto de universitários; 21. Realização de obras de melhoria e manutenção de

pontes e estradas onde se verifica o tráfego de veículos do transporte escolar;

22. Realização de audiência pública nos municípios para se debater o assunto e equacionar o serviço de transporte escolar.

6. Infraestrutura Escolar

23. Adequação da infraestrutura das escolas do campo, dotando-as de equipamentos e recursos que atendam as particularidades do ensino e as necessidades educacionais dos alunos do campo;

24. Aquisição de acervo bibliográfico e audiovisual diversificado;

25. Implantação de salas de informática com acesso a internet;

26. Construção, ampliação e reforma de escolas do campo; 27. Investimento em equipamentos diversos de escolas em

alternância para ampliação e melhoria do atendimento e da oferta de cursos técnicos.

7. Melhoria da Educação do

Campo

28. Formação de Grupos de Trabalho para aperfeiçoamento e ajuste de Currículos Escolares à realidade e necessidades educacionais do campo, incluindo melhoria nos currículos de cursos de graduação destinados à formação de educadores;

29. Articulação em vista da implementação da Lei Estadual da Educação do Campo;

30. Articulação em vista da criação de Leis Municipais de

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Educação do Campo no âmbito do Território Estrada de Ferro;

31. Realização de estudos e pesquisas de demandas formativas para oferta de novos cursos técnicos e superiores de interesse do campo;

32. Estruturação e oferta de curso superior em alternância nas diversas áreas de interesse dos sujeitos sociais e das organizações do campo.

3. APOIO À AGRICULTURA

FAMILIAR

3. Assistência Técnica e

Extensão Rural - ATER

8. Assistência Técnica e

Extensão Rural

33. Melhoramento e ampliação da oferta de assistência técnica aos produtores rurais e às suas organizações;

34. Formação continuada de técnicos para assistência técnica e extensão rural;

35. Capacitação de agricultores familiares. 9. Definição de Parâmetros e Controle de

Qualidade da ATER Pública

36. Articulação de um Programa de ATER Pública junto à EMATER para as particularidades do Território Estrada de Ferro, que estabeleça os referenciais teóricos, os objetivos e metas comuns, as estratégias e formas de operação e/ou de trabalho, as metodologias, as ferramentas e processos de verificação de resultados e avaliação de desempenho;

37. Implementação do Programa EMATER Territorial. 10. Ampliação da ATER Territorial

38. Elaboração do projeto de Rede Territorial de Assistência Técnica e Extensão Rural;

39. Implantação da Rede Territorial de ATER. 40. Divulgação das instituições, serviços e profissionais de

ATER junto aos agricultores familiares e suas organizações; 41. Articulação de contratação de mais e diversos

profissionais técnicos junto a EMATER; 42. Apoio aos jovens técnicos recém formados do campo

para atuarem junto às organizações sociais na assistência técnica e extensão rural, acompanhando seu desenvolvimento;

43. Incentivo e apoio à profissionalização de jovens junto às escolas em alternância do Território Estrada de Ferro, eventualmente arcando com bolsas escolares ou ajuda de custo durante o período de formação escolar.

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11. Extensão Rural 44. Valorização da família rural nos processos produtivos; 45. Capacitação profissional das famílias agricultoras; 46. Resgate da importância econômica e social da

propriedade rural; 47. Revitalização do associativismo; 48. Fortalecimento da organização comunitária.

4. Organização Social e

Representação Política da Agricultura

Familiar

12. Protagonismo Rural

49. Formação de lideranças rurais; 50. Incentivo à renovação dos quadros diretores das

organizações sociais do campo; 51. Representação e participação ativa nos diversos

conselhos municipais para discussão e aprofundamento sobre as questões de interesse do campo e de seus sujeitos e organizações sociais;

52. Realização de cursos de formação sindical rural; 53. Promoção de cursos de empreendedorismo rural; 54. Realização de encontros, palestras e seminários de

formação política e de promoção da organização social do campo.

4. GORVERNAMENTAL 5. Infraestrutura, Serviços e

Políticas Públicas

13. Segurança Pública

55. Negociação com autoridades públicas, especialmente de segurança, para aumento do contingente e do policiamento nas áreas rurais;

56. Representação e participação nos Conselhos Municipais de Segurança Pública para garantia das condições de segurança e do acesso da população rural à segurança pública;

57. Realização de campanhas de promoção da segurança e da cultura de paz;

58. Criação de Redes Comunitárias de Segurança; 59. Apoio e suporte às operações policiais de

patrulhamento e de combate à criminalidade rural. 14. Infraestrutura

de Estradas Rurais 60. Constituição de consórcios intermunicipais para

aquisição e gestão compartilhada de máquinas, implementos e veículos necessários à manutenção de estradas rurais;

61. Aquisição de máquinas, implementos e veículos destinados à manutenção de estradas;

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62. Capacitação de gestores, funcionários e prestadores de serviço de manutenção de estradas, com especial atenção à utilização de técnicas mais eficientes que garantam maior vida útil às estradas e repercutam em menor impacto ambiental;

63. Realização de estudos técnicos que indiquem melhores opções de manutenção de estradas;

64. Levantamentos técnicos e elaboração de documentos indicativos de áreas críticas e pontos estratégicos para manutenção de estradas no maior alcance do interesse social;

65. Priorização da manutenção de estradas destinadas ao transporte escolar, abastecimento das propriedades familiares e ao escoamento da produção agropecuária da Agricultura Familiar.

15. Saúde 66. Instalação de Postos de Saúde no campo; 67. Capacitação de Agentes de Saúde do campo; 68. Realização e apoio à campanhas e mutirões de saúde

no campo; 69. Viabilização da implantação do Hospital

Regional/Territorial; 70. Aquisição de Unidades Móveis de Saúde para

atendimento no campo. 16. Transporte Coletivo Rural

71. Implantação de transporte coletivo rural apara atendimento de comunidades rurais estrategicamente localizadas para garantir o maior número de beneficiários.

5. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO

CAMPO

6. Produção Agropecuária e

Sustentabilidade

17. Mercado e Comercialização

72. Investimento nos processos de melhoramento da produção e da apresentação de produtos da Agricultura Familiar;

73. Capacitação de agricultores familiares em comercialização;

74. Apoio à realização de feiras e encontros de negócios; 75. Incentivo à formas de produção e de comercialização na

perspectiva da economia solidária; 76. Promoção de estudos de identificação de nichos de

mercado de produtos da Agricultura Familiar;

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77. Realização de intercâmbio entre grupos de produtores e de negociações entre produtores e compradores.

18. Planejamento e Administração

Rural

78. Reciclagem e capacitação de técnicos extensionistas; 79. Capacitação de agricultores familiares; 80. Ênfase ao tema nos cursos de formação de técnicos em

agropecuária; 81. Socialização de ferramentas de gestão agropecuária; 82. Promoção de eventos para socialização de novas

tecnologias adequadas à Agricultura Familiar; 83. Oferta de assistência técnica empresarial/rural com

destaque ao planejamento e à administração rural; 84. Realização de cursos de informática e divulgação das

novas tecnologias da informação entre os agricultores familiares.

19. Crédito Rural 85. Capacitação de técnicos extensionistas sobre projetos e Crédito Rural;

86. Treinamento de agentes bancários para orientação adequada aos agricultores familiares;

87. Incentivo e divulgação dos serviços das cooperativas de crédito;

88. Divulgação das linhas oficiais de crédito e da documentação necessária aos processos;

89. Divulgação e propaganda de linhas de crédito por meio de veículos de comunicação locais, folders e outros impressos.

20. Geração de Trabalho e Renda

90. Elaboração de estudos, programas e projetos de diversificação da produção e da renda da Agricultura Familiar;

91. Apoio a programas, projetos e ações de diversificação da produção e de geração de renda na Agricultura Familiar.

92. Investimento na agroindustrialização, especialmente nas pequenas unidades agroindustriais;

93. Formação de grupos de interesse de produção e comercialização;

94. Implantação dos Serviços Municipais de Inspeção;

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95. Conclusão dos projetos de investimento do Território Estrada de Ferro, especialmente Abatedouro de Frango (Silvânia) e Centro de Comercialização (Vianópolis);

96. Investimento na reestruturação da Cadeia Produtiva do Leite, destacadamente na implantação de unidades de laticínios para pasteurização do leite e para produção de outros lácteos;

97. Apoio à realização de feiras e participação dos agricultores nos espaços institucionais e oportunidades de comércio oferecidos pelo mercado;

98. Inserção dos empreendimentos e produtos da Agricultura Familiar nas Redes de Economia Solidária.

6. MEIO AMBIENTE 7. Qualidade de Vida e Meio Ambiente

21. Coleta e Destinação do “Lixo” Urbano e

Rural

99. Regularização dos aterros sanitários municipais; 100. Criação de Usinas Regionais de Reciclagem; 101. Implantação da Coleta Seletiva do Lixo; 102. Criação de Pontos de Coleta do “Lixo Rural”; 103. Sugestão às Prefeituras Municipais de adoção de

incentivos fiscais para a instalação e funcionamento de indústrias destinadas à preservação e/ou recuperação do meio ambiente, especialmente ligadas à reciclagem.

22. Fundo Municipal de Meio

Ambiente

104. Elaboração de Projetos de Leis Municipais de Desenvolvimento Sustentável, prevendo a criação dos Conselhos Municipais e Fundos Municipais de Meio Ambiente.

23. Educação Ambiental

105. Promoção de campanhas de redução da geração de “lixo”, de coleta seletiva de lixo e de reciclagem;

106. Inserção nos currículos escolares da disciplina “Educação Ambiental” ou equivalente.

24. Assistência Técnico-Ambiental

107. Apoio à criação de projetos sócio-ambientais; 108. Promoção da regularização de Reservas Legais e Áreas

de Preservação Ambiental; 109. Apoio e articulação com organizações e movimentos

pela defesa do Meio Ambiente; 110. Promoção da produção orgânica e agroecológica.

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7. TERRITORIALIDADE 8. Governança Territorial

Representação Sócio-Política

25. Reestruturação dos CMDRS’s

111. Ampliação da representatividade e da participação da Agricultura Familiar;

112. Estruturação de um Programa de Capacitação de Conselheiros de Desenvolvimento Rural Sustentável;

113. Divulgação dos atos dos CMDRS’s junto aos agricultores familiares, organizações sociais do campo e sociedade em geral.

26. Reestruturação do CTDRS

114. Revitalização do Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS;

115. Estruturação de um Programa de Capacitação de Conselheiros Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável;

116. Organização Administrativa do CTDRS; 117. Ampliação da participação democrática no CTDRS.

27. Efetivação do PTDRS

118. Consolidação das Ações/Projetos Territoriais; 119. Conclusão de obras e projetos territoriais pendentes; 120. Divulgação das ações/projetos territoriais aos

agricultores familiares, suas organizações e sociedade em geral.

4.4. Projetos Territoriais Prioritários A partir da Matriz PTDRS foram elaboradas as propostas de Projetos Territoriais Prioritários em 3 Oficinas Regionais realizadas em maio de 2011 nos municípios de Silvânia, Pires do Rio e Bela Vista de Goiás, cada qual responsável por apresentar, ao menos, 1 projeto por cada Eixo Temático, cujos quais indicariam a linha de atuação das 8 Câmaras Temáticas. Em atendimento às orientações da Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT foram adotados os conceitos de perspectiva Educacional, Ambiental, Sócio-Econômica e Político-Institucional para situar os projetos territoriais de acordo com elementos estruturantes da Política de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. Assim feito, o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS do Território Estrada de Ferro, devidamente justificado no contexto da realidade de seus municípios, sustentado pelo produto do I Congresso da Agricultura Familiar e pelas deliberações do Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS, compõe-se, além das 120 Ações Gerais, de 17 Projetos Territoriais Prioritários, que são: .....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 1

REDE TERRITORIAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL Perspectiva Sócio-Econômica

Área Apoio à Agricultura Familiar

Eixo Temático Assistência Técnica, Extensão Rural e Profissionalização

Foco Ampliação da Oferta e Melhoria da Assistência Técnica e Extensão Rural Comunitária e Definição de Parâmetros e Controle de

Qualidade da ATER Pública Objetivos Articular a elaboração de um Programa de ATER Pública e Comunitária junto à EMATER e Organizações Sociais do Campo para as

particularidades do Território Estrada de Ferro, que estabeleça os referenciais teóricos, os objetivos e metas comuns aos escritórios localizados e entidades credenciadas de ATER no âmbito territorial, as estratégias e formas de operação e/ou de trabalho, as metodologias, as ferramentas e processos de verificação de resultados e avaliação de desempenho;

Constituir a Rede Territorial de Assistência Técnica e Extensão Rural; Divulgar as instituições, serviços e profissionais de ATER junto aos agricultores familiares e suas organizações; Articular a contratação de mais e diversos profissionais técnicos junto a EMATER; Apoiar os jovens técnicos recém formados do campo para atuarem junto às organizações sociais na assistência técnica e extensão

rural, acompanhando seu desenvolvimento; Incentivar a profissionalização de jovens junto às escolas em alternância do Território Estrada de Ferro, eventualmente arcando com

bolsas escolares ou ajuda de custo durante o período de formação escolar; Promover a formação continuada de técnicos para assistência técnica e extensão rural.

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Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 12 meses Operação - Permanente

Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás Entidades Credenciadas de ATER Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Instituto Federal Goiano – IFG

Entidades Responsáveis pela Implementação Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás Entidades Credenciadas de ATER

Entidades Parceiras Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SEAGRO

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 2

AGROECOLOGIA NAS ESCOLAS DO CAMPO Perspectiva Ambiental

Área Meio Ambiente

Eixo Temático Qualidade de Vida e Meio Ambiente

Foco Assistência Técnico-Ambiental

Objetivos Promover a produção orgânica e agroecológica nas escolas do campo; Inserir nos Currículos Escolares a disciplina “Educação Ambiental” ou equivalente.

Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 12 meses Operação - 2 anos

Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração

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Secretarias Municipais de Educação Subsecretarias Regionais de Educação Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS’s

Entidades Responsáveis pela Implementação Escolas Municipais / Estaduais do Campo

Entidades Parceiras Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF)

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 3

REVITALIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL Perspectiva Político-Institucional

Área Territorialidade

Eixo Temático Governança Territorial e Representação Sócio-Política

Foco Reestruturação do CTDRS e CMDRS’s

Objetivos Ampliar a representatividade e a participação da Agricultura Familiar nos colegiados; Estruturar o Programa de Capacitação de Conselheiros de Desenvolvimento Rural Sustentável; Divulgar os atos dos CMDRS’s e do CTDRS junto aos agricultores familiares, organizações sociais do campo e sociedade em geral; Revitalizar o Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS; Estruturar um Programa de Capacitação de Conselheiros Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável; Organizar a administração do CTDRS; Ampliar a participação democrática no CTDRS.

Prazos Planejamento - 4 meses Implantação - 2 meses Operação - Indeterminado

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Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT/MDA

Entidades Responsáveis pela Implementação Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS’s

Entidades Parceiras Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAGRO Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE

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PROJETO 4

FESTIVAL CULTURAL DA AGRICULTURA FAMILIAR DO TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO Perspectiva Político-Institucional

Área Sócio-Cultural

Eixo Temático Identidade, Cultura, Família e Sociedade

Foco Esporte, Lazer e Entretenimento no Campo

Objetivos Promover uma série de eventos culturais, festivos e esportivos no campo nos municípios do Território Estrada de Ferro.

Prazos Planejamento - 2 meses Implantação - 4 meses Operação - 6 meses

Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração

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Secretarias Municipais de Cultura Secretarias Municipais de Esporte e Lazer

Entidades Responsáveis pela Implementação Associações de Produtores Rurais Cooperativas Agropecuárias Centrais de Associações de Produtores Rurais

Entidades Parceiras Organizações Culturais Locais Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF)

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 5

INTERCÂMBIO CULTURAL DE MULHERES E JOVENS RURAIS Perspectiva Político-Institucional

Área Sócio-Cultural

Eixo Temático Identidade, Cultura, Família e Sociedade

Foco Valorização da Mulher e da Juventude Rural

Objetivos Realizar viagens de estudo e de intercâmbio para mulheres e jovens rurais em vista de sua preparação para o trabalho,

desenvolvimento cultural, formação política e interação com outros grupos sociais. Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - Indeterminado Operação - 12 meses, em 02 etapas de 01 semana cada

Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração

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Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretaria de Desenvolvimento Territorial SDT/MDA

Entidades Responsáveis pela Implementação Associações de Produtores Rurais Cooperativas Agropecuárias Centrais de Associações de Produtores Rurais

Entidades Parceiras Secretarias Municipais de Cultura Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF)

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 6

REESTRUTURAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE ESCOLAR MUNICIPAIS Perspectiva Educacional

Área Educacional

Eixo Temático Escola e Educação no Campo

Foco Transporte Escolar

Objetivos Realizar estudos para reestruturação e aperfeiçoamento do transporte escolar, com preferência ao transporte intracampo; Adquirir veículos destinados ao transporte escolar para renovação e ampliação das frotas existentes em precariedade; Capacitar condutores do transporte escolar; Articular o transporte escolar intermunicipal para atendimento conjunto de universitários e de alunos de cursos técnicos; Realizar obras de melhoria e manutenção de pontes e estradas onde se verifica o tráfego de veículos do transporte escolar; Realizar audiência pública nos municípios para se debater o assunto e equacionar o serviço de transporte escolar, especialmente com a

criação de leis municipais de regulamentação do transporte escolar e destinação regular de recursos para aquisição anual de veículos para renovação gradual e manutenção das frotas.

Prazos Planejamento - 12 meses Implantação - 60 meses Operação - Permanente

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Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT/MDA

Entidades Responsáveis pela Implementação Secretarias Municipais de Educação e Transporte Escolar

Entidades Parceiras

Subsecretarias Regionais de Educação Câmaras Municipais Ministério Público Conselhos Municipais de Educação Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA’s Conselhos Tutelares

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 7

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTRADAS RURAIS Perspectiva Sócio-Econômica

Área Governamental

Eixo Temático Infraestrutura, Serviços e Políticas Públicas

Foco Infraestrutura de Estradas Rurais

Objetivos Adquirir máquinas, implementos e veículos destinados à manutenção de estradas; Constituir consórcios intermunicipais para aquisição e gestão compartilhada de máquinas, implementos e veículos necessários à

manutenção de estradas rurais; Capacitar gestores, funcionários e prestadores de serviço de manutenção de estradas, com especial atenção à utilização de técnicas

mais eficientes que garantam maior vida útil às estradas e repercutam em menor impacto ambiental; Realizar estudos técnicos que indiquem melhores opções de manutenção de estradas; Promover levantamentos técnicos e elaboração de documentos indicativos de áreas críticas e pontos estratégicos para manutenção de

estradas no maior alcance do interesse social; Priorizar a manutenção de estradas destinadas ao transporte escolar, abastecimento das propriedades familiares e ao escoamento da

produção agropecuária da Agricultura Familiar. Prazos Planejamento - 12 meses

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Implantação - 60 meses Operação - Permanente

Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT

Entidades Responsáveis pela Implementação Secretarias Municipais de Infraestrutura ou equivalentes

Entidades Parceiras

Cooperativas Agropecuárias Sindicatos Rurais Patronais Sindicatos de Trabalhadores(as) Rurais Câmaras Municipais

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 8

PROGRAMA DE INCENTIVO À AGROINDUSTRIALIZAÇÃO NAS COMUNIDADES RURAIS Perspectiva Sócio-Econômica

Área Desenvolvimento Econômico do Campo

Eixo Temático Produção Agropecuária e Sustentabilidade

Foco Geração de Trabalho e Renda

Objetivos Investir na agroindustrialização, especialmente em pequenas unidades agroindustriais; Formar grupos de interesse de produção e comercialização; Implantar os Serviços Municipais de Inspeção; Concluir os projetos de investimento do Território Estrada de Ferro, especialmente Abatedouro de Frango (Silvânia) e Centro de

Comercialização (Vianópolis); Investir na reestruturação da Cadeia Produtiva do Leite, destacadamente na implantação de unidades de laticínios para pasteurização

do leite e para produção de outros lácteos; Apoiar a realização de feiras e participação dos agricultores nos espaços institucionais e oportunidades de comércio oferecidos pelo

mercado; Inserir os empreendimentos e produtos da Agricultura Familiar nas Redes de Economia Solidária.

Prazos Planejamento - 12 meses

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Implantação - 60 meses Operação - Permanente

Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT/MDA

Entidades Responsáveis pela Implementação Secretarias Municipais de Indústria e Comércio ou equivalentes Cooperativas Agropecuárias Associações de Produtores Rurais

Entidades Parceiras

Federação dos Trabalhadores(as) Rurais do Estado de Goiás – FETAEG Federação da Agricultura do Estado de Goiás – FAEG Federação da Indústria do Estado de Goiás – FIEG Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAGRO Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – SECTEC Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 9

ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL DE PROMOÇÃO E DEFESA DO MEIO AMBIENTE Perspectiva Ambiental

Área Meio Ambiente

Eixo Temático Qualidade de Vida e Meio Ambiente

Foco Assistência Técnico-Ambiental

Objetivos Apoiar a criação de projetos sócio-ambientais; Prestar serviço de assistência técnico-ambiental às organizações sociais do campo, cooperativas agropecuárias e prefeituras

municipais; Promover campanhas ambientais; Realizar ações de Educação Ambiental por si ou em parceria com outras instituições sócio-educacionais.

Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 12 meses Operação - Permanente

Abrangência

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Territorial Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás

Entidades Responsáveis pela Implementação União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO)

Entidades Parceiras

Secretarias Municipais de Meio Ambiente Organizações Ambientalistas Ministério Público Instituto Chico Mendes / Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (ICMBIO-IBAMA)

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 10

CURRÍCULO RURAL NAS ESCOLAS DO CAMPO Perspectiva Educacional

Área Educacional

Eixo Temático Escola e Educação no Campo

Foco Melhoria da Educação do Campo

Objetivos Formar Grupos de Trabalho para aperfeiçoamento e ajuste de Currículos Escolares à realidade e necessidades educacionais do

campo, incluindo melhoria nos currículos de cursos de graduação destinados à formação de educadores; Incrementar os Currículos Escolares com disciplinas específicas de Organização Social do Campo e Desenvolvimento Rural

Sustentável, abordando Educação Ambiental, Saúde e Segurança no Trabalho, Associativismo/Cooperativismo, Técnicas Agrícolas, etc.

Prazos Planejamento - 12 meses Implantação - 24 meses Operação - Permanente

Abrangência

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Territorial Entidades Responsáveis pela Elaboração Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CRSO) União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Conselhos Municipais de Educação Secretarias Municipais de Educação Subsecretarias Regionais de Educação

Entidades Responsáveis pela Implementação Escolas Municipais / Estaduais Conselhos Escolares

Entidades Parceiras

Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretaria de Estado de Educação – SEE Universidade Católica de Brasília – UCB Instituto Federal Goiano – IFG

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 11

JORNAL TERRITORIAL Perspectiva Político-Institucional

Área Territorialidade

Eixo Temático Governança Territorial e Representação Político-Institucional

Foco Efetivação do PTDRS

Objetivos Divulgar as ações/projetos territoriais aos agricultores familiares, suas organizações e sociedade em geral; Comunicar e informar os sujeitos sociais do campo assuntos de interesse econômico, social, ambiental, cultural, educacional, religioso e

político; Promover a integração dos municípios, comunidades, organizações sociais e empreendimentos de interesse do campo no Território

Estrada de Ferro. Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 12 meses Operação - Permanente

Abrangência

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Territorial Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – CTDRS Secretarias Municipais de Agricultura ou equivalentes

Entidades Responsáveis pela Implementação Escola Família Agrícola / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) Centro de Formação da Agricultura Familiar / União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC-CENTAF)

Entidades Parceiras

Sindicatos Rurais Patronais Sindicatos dos Trabalhadores(as) Rurais Federação da Agricultura do Estado de Goiás – FAEG Federação dos Trabalhadores(as) da Agricultura do Estado de Goiás – FETAEG Cooperativas Agropecuárias Associações de Produtores Rurais Centrais de Associações de Produtores Rurais Prefeituras Municipais Câmaras Municipais Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Universidade Católica de Brasília – UCB Instituto Federal Goiano – IFG

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 12

UNIDADES MÓVEIS DE SAÚDE NO CAMPO Perspectiva Político-Institucional

Área Governamental

Eixo Temático Infraestrutura, Serviços e Políticas Públicas

Foco Saúde

Objetivos Adquirir veículos/ônibus adaptados para atendimento médico-hospitalar da população rural; Promover ações de prevenção e atendimento de saúde em comunidades rurais; Possibilitar o acesso de comunidades isoladas ao serviço público de saúde.

Prazos Planejamento - 12 meses Implantação - 36 meses Operação - Permanente

Abrangência Municipal

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Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselhos Municipais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde

Entidades Responsáveis pela Implementação Secretarias Municipais de Saúde

Entidades Parceiras

Sindicatos Rurais Patronais Sindicatos dos Trabalhadores(as) Rurais Cooperativas Agropecuárias Associações de Produtores Rurais Centrais de Associações de Produtores Rurais Câmaras Municipais

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 13

COOPERATIVA TERRITORIAL DE COLETA E RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS Perspectiva Ambiental

Área Meio Ambiente

Eixo Temático Qualidade de Vida e Meio Ambiente

Foco Coleta e Destinação do “Lixo” Urbano e Rural

Objetivos Integrar os serviços de coleta, seleção e destinação de resíduos sólidos; Oportunizar a geração de trabalho e renda no campo e cidades; Desenvolver o senso comunitário de responsabilidade sócio-ambiental; Regularizar os aterros sanitários nos municípios integrantes; Assegurar direitos sociais e vantagens econômicas aos trabalhadores da cadeia produtiva da reciclagem; Possibilitar a construção e funcionamento de Usinas Regionais de Reciclagem.

Prazos Planejamento - 12 meses Implantação - 24 meses Operação - Permanente

Abrangência

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Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselhos Municipais de Meio Ambiente ou equivalentes Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Entidades Responsáveis pela Implementação Prefeituras Municipais

Entidades Parceiras

Cooperativas Agropecuárias Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – SECTEC União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) Universidade do Estado de Goiás – UEG Universidade Católica de Brasília – UCB

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 14

CENTRAL TERRITORIAL DE COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS Perspectiva Sócio-Econômica

Área Desenvolvimento Econômico do Campo

Eixo Temático Produção Agropecuária e Sustentabilidade

Foco Mercado e Comercialização

Objetivos Dinamizar o cooperativismo; Fortalecer os negócios cooperativos pela disposição de negociações em comum; Integrar processos administrativos, investimentos e logística das cooperativas envolvidas; Promover vantagens econômicas e sociais para os cooperados; Investir nos processos de melhoramento da produção e de comercialização de produtos da Agricultura Familiar; Incentivar formas de produção e de comercialização na perspectiva da economia solidária; Promover estudos de identificação de nichos de mercado de produtos da Agricultura Familiar; Manter permanente intercâmbio e fluxo de informações entre os quadros diretores e entre os respectivos cooperados.

Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 12 meses Operação - Permanente

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Abrangência Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Cooperativas Agropecuárias Centrais de Associações de Produtores Rurais Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás

Entidades Responsáveis pela Implementação Cooperativas Agropecuárias

Entidades Parceiras

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO)

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 15

CENTROS COMUNITÁRIOS MULTIUSO NO CAMPO Perspectiva Político-Institucional

Área Sócio-Cultural

Eixo Temático Organização Social e Representação Política da Agricultura Familiar no Território Estrada de Ferro

Foco Informação e Comunicação

Objetivos Estabelecer pontos de referência no campo para política de desenvolvimento territorial; Oportunizar instalações e equipamentos comunitários de mobilização e formação social no campo; Ofertar serviços/atividades de cultura, esporte, lazer, entretenimento, educação informal, informática e comunicação digital; Promover a interação e o convívio social.

Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 60 meses Operação - Permanente

Abrangência

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Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS

Entidades Responsáveis pela Implementação Associações de Produtores Rurais

Entidades Parceiras

Centrais de Associações de Produtores Rurais Cooperativas Agropecuárias Sindicatos de Trabalhadores(as) Rurais Sindicatos Rurais Patronais Prefeituras Municipais Câmaras Municipais

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PROJETO 16

CURSO DE CAPACITAÇÃO DE AGENTES SOCIAIS, POLÍTICOS E ADMINISTRATIVOS EM CONHECIMENTO E ATENDIMENTO DO PÚBLICO RURAL

Perspectiva Político-Institucional

Área Sócio-Cultural

Eixo Temático Identidade, Cultura, Família e Sociedade

Foco Informação e Comunicação

Objetivos Promover o conhecimento da realidade, costumes, dificuldades e particularidades da população rural que interferem no acesso a

benefícios, uso de serviços e exercício de direitos frente a departamentos, órgãos e instituições públicas e privadas; Desenvolver técnicas e o aperfeiçoamento no atendimento e orientação do público rural em instituições públicas e privadas; Melhorar a comunicação e o entendimento de informações públicas necessárias e indispensáveis à qualidade e ao bem-estar da

população rural. Prazos Planejamento - 6 meses Implantação - 12 meses Operação - Permanente

Abrangência

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Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO) União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Goiás

Entidades Responsáveis pela Implementação Prefeituras Municipais Câmaras Municipais Instituições Bancárias Departamentos e/ou Órgãos e Departamentos Estaduais / Federais

Entidades Parceiras

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR Centrais de Associações de Produtores Rurais Cooperativas Agropecuárias Sindicatos de Trabalhadores(as) Rurais Sindicatos Rurais Patronais

.....................................................................................................................................................................................................................................

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PROJETO 17

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO DO CAMPO Perspectiva Educacional

Área Educacional

Eixo Temático Escola e Educação no Campo

Foco Qualificação e Valorização de Educadores

Objetivos Promover a maior qualificação de educadores que atuam em escolas rurais; Oportunizar a socialização de conhecimentos e de boas práticas pedagógicas entre os diversos profissionais e escolas rurais; Situar o conhecimento e o fazer pedagógico dos educadores no contexto social, econômico, ambiental e cultural das crianças, jovens e

famílias rurais; Viabilizar a revisão e reestruturação dos conteúdos escolares, das metodologias e dos usos dos espaços e recursos didático-

pedagógicos na perspectiva da educação do campo, consoante Diretrizes Operacionais da Educação do Campo. Prazos Planejamento - 12 meses Implantação - 12 meses Operação - 24 meses

Abrangência

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Territorial

Entidades Responsáveis pela Elaboração União Brasiliense de Educação e Cultura / Universidade Católica de Brasília (UBEC-UCB)

Entidades Responsáveis pela Implementação Prefeituras Municipais

Entidades Parceiras

União Brasiliense de Educação e Cultura / Centro de Formação da Agricultura Familiar (UBEC-CENTAF) Escola Família Agrícola de Orizona / Centro Social Rural de Orizona (EFAORI-CSRO)

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AÇÕES COM VISTAS À ERRADICAÇÃO DA POBREZA RURAL

A ERRADICAÇÃO DA POBREZA EXTREMA RURAL.

Quieres saber cómo defino yo la Pobreza? Como puedes hacer esa pregunta cuando tú ves que vivo en la pobreza? La definición de pobreza está frente a ti. Mírame. Me quedé

sola. No tengo alimento suficiente. No tengo agua limpia para beber. Mira mi pierna hinchada. No puede llegar a la clínica porque está muy lejos para ir caminando. Entonces, qué clase de definición de la pobreza esperas que yo te dé que sea mejor que lo que ves

con tus propios ojos?

Abuela de Chipinge, Zimbábue apud Búrigo,2002. Fonte: Blog de Domingos Cantanhede

O Brasil Sem Miséria é a principal bandeira do atual Governo do Brasil. A Presidenta Dilma, desde sua posse tem desencadeado ações no sentido de avançar nos programas e políticas públicas voltadas para a população brasileira mais pobre. Para isto lançou a campanha Brasil Sem Miséria, dando continuidade às experiências internacionalmente reconhecidas e buscando aperfeiçoá-las. Um dos programas fundamentais para isso é o Bolsa Família, considerado o maior e mais bem focalizado programa de transferência de renda do mundo. A proposta é aperfeiçoar o Bolsa Família em dois pontos: com a busca ativa dos que têm perfil para receber transferência de renda e ainda não recebem, incluindo mais 800 mil famílias e a ampliação de três para cinco filhos por família para receber a parcela, com isso serão beneficiados 1,3 milhão de crianças e adolescentes. Os 16 milhões de pobres extremos têm nome, endereço e direitos. Desses, 40% têm até 14 anos, 71% são negros e 47% vivem no campo. Estão espalhados por essa imensa nação, refletindo sua diversidade nas diferentes caras da miséria. Déficits sociais históricos explicam por que os extremamente pobres não têm usufruído desse Brasil repleto de oportunidades que o desenvolvimento econômico tem apresentado, e justificam uma ação contundente do Estado para ampliar suas capacidades. No meio rural, onde a miséria acomete um em cada quatro moradores, serão ampliar capacidades em três frentes: assistência técnica adequada com acompanhamento sistemático da agricultura famílias; recursos a fundo perdido, sementes resistentes e insumos para aumentar a produção de alimentos e, incluir essa população nos mercados da agricultura familiar. O Bolsa Verde será um pagamento para a conservação de florestas nacionais e reservas extrativistas, aliando combate à extrema pobreza com agenda ambiental. Uma outra frente será atuar junto às cadeias do agronegócio, para alterar a situação dos trabalhadores rurais assalariados, muitos não só em extrema pobreza, mas em condições degradantes de trabalho.

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No meio urbano, será feita intensa oferta de vagas para cursos de qualificação profissional – a meta é atender 1,7 milhão de adultos – ao apoio técnico e de crédito aos que têm um pequeno negócio e à economia solidária. Essa ampliação da oferta de políticas de inclusão produtiva, com foco na extrema pobreza, será orientada pelo levantamento do mais completo mapa de oportunidades de cada local. Outras dezenas de medidas na área de inclusão produtiva e ampliação de serviços públicos, direitos de cidadania que compõem o complexo desenho do plano, enfrentarão a miséria nas suas múltiplas dimensões. Para isso será preciso uma ampla conservação social tripartite, com governos estaduais e municipais, empregadores e trabalhadores em todas as áreas e a sociedade civil, através dos movimentos organizados. Sabemos que há a disposição de todos: governadores e prefeitos, entidades de representação patronais e de trabalhadores e movimentos sociais independentemente de suas opções políticas e partidárias para trabalhar para que se possa construir um país verdadeiramente rico, que é um país sem pobreza, para que o povo brasileiro tenha uma vida melhor. Para tanto, todos os atores sociais presentes nos Territórios, onde está à pobreza extrema rural, precisa se mobilizar para diagnosticar onde estão estas pessoas e quais as políticas e ações prioritárias para elas para os próximos anos (no mais tardar para iniciarem as ações em 2012). Diante disto, apresentamos como uma ação estratégica o Mapeamento da Pobreza Extrema Rural no Território Estrada de Ferro. Mapeamento da Pobreza Extrema Rural,com as seguintes ações: 1. Identificar no Território Estrada de Ferro da existência das diversas expressões da

pobreza extrema rural. 2. Localizar no Território Estrada de Ferro, os espaços onde se encontram situados as

diversas manifestações da pobreza extrema rural. 3. Construir com o Colegiado Territorial do Território Estrada de Ferro as estratégias de

mobilização e inserção na estrutura da institucionalidade, ampliando as câmaras e/ou Comitês Temáticos.

4. Desenhar no Território Estrada de Ferro as estratégias de mobilização, de organização, sensibilização e inserção nos colegiados e na estratégia de DT como um tudo.

5. Desenhar no Território Estrada de Ferro as estratégias de capacitação e formação das diversas manifestações da extrema pobreza rural.

6. Após o MAPEAMENTO, readequar o PTDRS do Território Estrada de Ferro para atender a situação real e objetiva da extrema pobreza rural no território.

7. MAPEAR com qualidade e objetividade com informações, localizações, características quantitativas e qualitativas dos diversos tipos de pobreza extrema rural no Território Estrada de Ferro.

8. Identificar no Território Estrada de Ferro as fragilidades e potencialidades dentro do contexto do desenvolvimento territorial para superação da pobreza extrema rural.

9. Construir no Território Estrada de Ferro as metas de erradicação total da pobreza extrema rural.

10. Cadastrar as pessoas e representações das diversas manifestações da pobreza extrema rural no Território Estrada de Ferro.

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MOBILIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS PPAS.

PLANO PLURIANUAL 2012/2015

A edição da Lei Complementar nº 101, em maio de 2000, trouxe novo enfoque à gestão de recursos públicos, exigindo o aperfeiçoamento do processo de planejamento, onde a elaboração e execução do orçamento público têm papel fundamental. Essa Lei, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), integra os três instrumentos de planejamento, já previstos na Constituição Federal de 1988:

PLANO PLURIANUAL - PPA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO

LEI DE ORÇAMENTO ANUAL – LOA O Plano Plurianual de um município é o instrumento de planejamento estratégico de suas ações, contemplando um período de quatro anos. Por ser o documento de planejamento de médio prazo, dele se derivam as Leis de Diretrizes Orçamentárias e as Leis de Orçamento Anuais. Assim:

O Plano Plurianual define as diretrizes, os objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Estas despesas serão planejadas através das ações que integrarão os Programas do PPA, à exceção do serviço da dívida (amortização e encargos) e de outros encargos especiais, bem como da reserva de contingência.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades para o exercício financeiro subseqüente, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual.

A Lei Orçamentária Anual proverá os recursos necessários para cada ação constante

da LDO. Os principais objetivos do PPA são:

definir, com clareza, as metas e prioridades da administração bem como os resultados esperados;

LOA

LDO

PPA

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organizar, em Programas, as ações de que resulte oferta de bens ou serviços que atendam demandas da sociedade;

estabelecer a necessária relação entre os Programas a serem desenvolvidos e a orientação estratégica de governo;

nortear a alocação de recursos nos orçamentos anuais, compatível com as metas e recursos do Plano;

facilitar o gerenciamento das ações do governo, atribuindo responsabilidade pelo monitoramento destas ações e pelos resultados obtidos;

integrar ações desenvolvidas pela União, Estado e governo local; estimular parcerias com entidades privadas, na busca de fontes alternativas para o

financiamento dos programas; explicitar, quando couber, a distribuição regional das metas e gastos do governo; dar transparência à aplicação de recursos e aos resultados obtidos.

Vigência do PPA: Inicia-se no segundo ano do mandato e termina no primeiro ano do mandatário subseqüente. Portanto, apesar de sua duração ser de quatro anos, sua vigência não coincide com a do mandato do governante. Ao assumir o mandato, já no 1º ano, o Chefe do Poder Executivo (federal, estadual e municipal) elabora o seu planejamento de gastos, ou seja, estabelece o que pretende executar, em termos de obras e serviços, durante seu período de governo, 4 anos. A forma pela o qual o Estado se organiza para cumprir suas obrigações resultam nas leis, decretos, regulamentos, poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), setores governamentais (Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Agricultura, etc...) instituições, sistemas públicos e políticas públicas. Todas estas instâncias e instituições somente existem para cumprir ou fazer cumprir os direitos das pessoas e todas as necessidades da sociedade, a fim de garantir uma vida livre e digna. O Orçamento Público é o instrumento governamental que possibilita o planejamento e o funcionamento de todos esses setores. Quadro resumo, demonstrando os procedimentos e os prazos de envio e retorno dos projetos de lei de orçamento entre os Poderes Executivo e Legislativo:

Projeto de Lei

Envio: Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo.

Devolução: do Poder Legislativo ao Poder Executivo.

Parâmetro para envio: até o término do exercício financeiro.

Parâmetro para devolução: até o termino da sessão ou período legislativo.

Plano Plurianual

Até 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do chefe do PE – 31 de agosto.

Até o término da sessão legislativa – 22 de dezembro (EC nº 50/06).

Lei de Diretrizes Orçamentárias

Até 8 meses e ½ ates do encerramento do exercício financeiro – 15 de abril.

Até o término do primeiro período legislativo – 17 de julho (EC nº 50/06).

Lei Orçamentária Anual

Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro – 31 de agosto.

Até o término da sessão legislativa – 22 de dezembro (EC nº 50/06).

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Propomos a articulação das ações e projetos estratégicos territoriais dentro dos Planos Plurianuais dos Municípios, Estados e Distrito Federal. Este é o momento da sociedade participar para dizer para onde quer que vão os recursos é agora, porque as discussões sobre os Planos Plurianuais nos municípios, Distrito Federal e Estados já estão em andamento e abrem uma nova possibilidade no planejamento governamental dos municípios e do Estado de Goiás, para o Território Estrada de Ferro. O momento é de mobilização para que se possamos estabelecer, entre outras metas, a erradicação da extrema pobreza rural, a valorização da agricultura familiar, o fortalecimento da comercialização da produção, a assistência técnica, a capacitação dos/as agricultores familiares, a dinamização econômica, a articulação das políticas públicas,o fortalecimento da gestão social, a Agroindustrialização, o acesso ao crédito, dentre outras inúmeras políticas estratégicas para o Território Estrada de Ferro. O Território precisa se articular para participar e ter inserção neste debate, refletindo sobre:

quais as políticas mais adequadas para estimular os diversos setores da produção e da agricultura familiar no Território?

quais as melhores políticas para gerar mais e melhores empregos no Território?

quais são as ações para reduzir as desigualdades territoriais?

quais são os projetos de infra-estrutura estratégicos para o Território que vão receber mais atenção e recursos?

quais são os ramos da pesquisa científica e tecnológica fundamentais para o desenvolvimento territorial?

quais são os programas sociais necessários para o desenvolvimento humano da população, a inclusão social e a melhor distribuição da renda no Território?

A participação e a inserção do atores territoriais no PPA 2012-2015 devem ser para, a partir, do que já foi realizado, apontar o porvir com mais ambição, tendo como alvo o desenvolvimento sustentável e solidário de toda a população dentro de uma visão estratégica: passar da etapa já vencida, para a fase do grande salto para um novo modelo de desenvolvimento territorial e local.

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PROGRAMAS E PROJETOS QUE ESTÃO SENDO DESENVOLVIDOS DENTRO DO TERRITÓRIO

Programas e projetos estratégicos que estão sendo desenvolvidos dentro dos

Territórios. Vamos relacionar aqui, 49 (quarenta e nove) ações, ou seja, políticas públicas com financiamento público que foram implementadas no Território Estrada de Ferro no ano de 2010. Estas ações aconteceram no Território, se não foi em um, foi em outro município e, podem, servir de referência para os municípios que não as acessaram, reivindicarem sua implementação. 1. Ações Socioeducativas e de Convivência para Crianças e Adolescentes em Situação de

Trabalho. 2. Ampliação das Práticas de Gestão Participativa, Controle Social e de Educação em

Saúde. 3. Ampliação e Fortalecimento da Participação e Mobilização Social em Defesa do SUS. 4. Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica. 5. Apoio à Aquisição de Equipamentos para a Rede Pública da Educação Infantil. 6. Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. 7. Apoio a Projetos de Infra-estrutura e Serviços em Territórios Rurais. 8. Apoio a Projetos de Infra-Estrutura Turística. 9. Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social. 10. Apoio à Reestruturação da Rede Física Pública da Educação Básica. 11. Apoio ao Poder Público para Construção Habitacional para Famílias de Baixa Renda. 12. Apoio ao Transporte Escolar na Educação Básica. 13. Apoio Financeiro aos Municípios para Compensação da Variação Nominal Negativa

Acumulada dos Recursos Repassados pelo Fundo de Participação dos Municípios - FPM entre os Exercícios de 2008 e 2009.

14. Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade. 15. Atenção Especializada em Saúde Bucal 16. Auditoria do Sistema Único de Saúde. 17. Auxilio Financeiro aos Entes Federados Exportadores. 18. Avaliação e Operacionalização do Benefício de Prestação Continuada da Assistência

Social e Manutenção da Renda Mensal Vitalícia. 19. Concessão de Bolsa para Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho. 20. Cota-Parte dos Estados e DF do Salário-Educação. 21. Dinheiro Direto na Escola para a Educação Básica. 22. Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. 23. Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde. 24. Funcionamento de Núcleos de Esporte Educacional. 25. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação – FUNDEB. 26. Fundo de Participação dos Municípios - FPM (CF, art.159). 27. Implantação de Infra-Estrutura para o Desenvolvimento do Esporte Educacional. 28. Implantação de Melhorias Habitacionais para Controle da Doença de Chagas. 29. Implantação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Prevenção e Controle de

Agravo. 30. Implantação e Modernização de Infra-estrutura para Esporte Recreativo e de Lazer

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31. Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios Certificados para a Vigilância em Saúde.

32. Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios Certificados para a Vigilância em Saúde.

33. Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para Execução de Ações de Vigilância Sanitária.

34. Modernização e Qualificação do Trabalho no SUS. 35. Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS. 36. Piso de Atenção Básica Fixo. 37. Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família. 38. Prevenção, Preparação e Enfrentamento para a Pandemia de Influenza. 39. Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos na Atenção Básica em

Saúde. 40. Promoção de Eventos para Divulgação do Turismo Interno. 41. Recursos para a Repartição da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico -

CIDE-Combustíveis. 42. Serviços Específicos de Proteção Social Básica. 43. Serviços Específicos de Proteção Social Especial. 44. Transferência a Estados, Distrito Federal e Municípios para Compensação da Isenção

do ICMS aos Estados Exportadores - (art. 91 ADCT). 45. Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Condição de Pobreza e Extrema

Pobreza - Bolsa Família (Lei nº 10.836, de 2004). 46. Transferência para Municípios - Imposto Territorial Rural. 47. Transferências de Cotas-Partes da Compensação Financeira pela Exploração de

Recursos Minerais (Lei nº 8.001, de 1990 - Art.2º). 48. Transferências do Fundo Especial dos Royalties pela Produção de Petróleo e Gás

Natural (Lei nº 7.525, de 1986 - Art.6º). 49. Vigilância Sanitária de Produtos, Serviços e Ambientes, Tecidos, Células e Órgãos

Humanos. Relacionamos aqui, estas políticas, para que se perceba que os/as agentes locais: trabalhadores/as, agricultores/as, gestores/as, entidades de apoio e outros atores/as presentes no Território podem se mobilizar para reivindicar políticas públicas específicas para atender algumas necessidades, também, específicas da população; são políticas públicas que já existem, que já estão disponíveis e que podem ser acessadas. E, ai entra o poder de mobilização territorial, porque, como foi observado anteriormente, alguns municípios acessaram apenas 10, destes programas. Fica a tarefa de descobrir: Por quê? O que aconteceu? Porque o município não teve acesso a mais ações? Foi falta de reivindicação? Foi falta de “correr atrás”? Mobilização social? Com estas ações que já estão acontecendo, o intuito é que os/as atores territoriais, cobrem e reivindiquem políticas públicas mais adequadas ao seu município.

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MODELO DE GESTÃO DO PROGRAMA

Gestão do Programa A sociedade há muitos anos, vem debatendo a necessidade de pensar novas formas de promoção do desenvolvimento. Para nós da ECO/CUT, uma estratégia de ampliação de oportunidades de trabalho passa por políticas nacionais de expansão e fortalecimento do emprego, mas, sobretudo, pela promoção de novos padrões de desenvolvimento local e regional que viabilizem processos sustentáveis de crescimento econômico e distribuição de riqueza. Daí a importância que as formas de desenvolvimento local, sustentável e solidário vêm ocupando na agenda dos setores populares como processos de inclusão qualificada e de distribuição de renda. A concepção de territorialidade abriga a nossa luta no sentido de um modelo de sociedade justa para todos e todas. Mas, entendemos que o enraizamento desta nova concepção de desenvolvimento territorial demanda um intenso processo de formação de todos os setores da sociedade que atuam nos territórios: agentes locais: agricultores/as familiares, gestores/as, entidades, assessorias dentre outros; dirigentes; poder público; organizações governamentais e não governamentais e técnicos que os torne capazes de gerir as políticas neste terreno, incorporando temas e práticas ainda não muito comuns a maioria de nossas organizações. Temos certeza da concepção de territorialidade que trabalhamos neste PTDRS e do protagonismo na gestão territorial que os/as agentes: agricultores/as familiares, gestores/as, entidades, assessorias dentre outros, ocupam no processo da garantir a consolidação desta concepção e do funcionamento das políticas e ações territoriais estratégicas. Mas, temos clareza de que para um modelo desenvolvimento, voltado efetivamente para o desenvolvimento territorial rural sustentável e solidário, é necessário um processo de formação e aprendizado sobre os papeis de cada um destes atores: populações que vivem nos territórios; órgãos governamentais; não governamentais; técnicos; conselheiros; agentes dentre outros que vivem e atuam nos territórios no sentido de: garantir a consolidação dos espaços de debates e decisões coletivas; de demandarem a necessidade de novas políticas públicas para os territórios rurais, para a economia solidária e, ainda, fazer a reflexão sobre o papel do Estado como garantidor de políticas públicas. Entendemos que o processo continuo de formação do Colegiado Territorial e de todos os atores que atuam no Estrada de Ferro é fundamental para garantir a continuidade das ações estratégicas propostas neste PTDRS. Neste sentido, entendemos que o primeiro momento de Gestão do Programa será a operacionalização do PTDRS, que deve ser considerado como uma proposta de plano de metas indicativas que servirão de referência em médio prazo para as ações das diversas instituições presentes e ou atuantes no Território Estrada de Ferro.

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Este momento será apresentado em duas fases: Fase 1 – acompanhamento dos programas, projetos e ações estratégicas do PTDRS e, Fase 2 – capacitação dos representantes do Colegiado Territorial Estrada de Ferro. Fase 1 – acompanhamento dos programas, projetos e ações estratégicas do PTDRS. Com relação à análise do PTDRS, considera-se que a política territorial tenha acumulado experiência na mobilização das instituições públicas e da sociedade civil no Território Estrada de Ferro. No entanto, apesar dos esforços dos agentes sociais na definição das ações prioritárias, torna-se importante a sua qualificação. Nesse sentido, a análise e o debate do PTDRS tornam-se oportunos e necessários, porém, respeitando as instâncias do Colegiado Territorial Estrada de Ferro. Neste momento, será realizado um pacto de gestão entre todos os sujeitos que atuam no âmbito do Território Estrada de Ferro para a implementação dos programas, projetos e ações propostos a serem desenvolvidos no Território. Fase 2 – capacitação dos representantes do Colegiado Territorial Estrada de Ferro. Plano de Capacitação se destina à preparação dos dirigentes do Colegiado Territorial Estrada de Ferro para a execução do Plano de Gestão do PTDRS, elaborado a partir de seminários, cursos, oficinas e outras atividades formativas. As ações estão previstas no eixo estratégico: Apoio à Gestão Territorial

Gestão do Programa O Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Estrada de Ferro será a institucionalidade com atuação territorial responsável pela gestão do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, que possibilita mediações entre interesses territoriais e processos de elaboração de políticas públicas, bem como espaços que viabilizam o diálogo entre os interesses ou demandas da sociedade civil com relação às políticas públicas. O Colegiado de Desenvolvimento Territorial tem um papel importantíssimo para a condução e implementação do PTDRS. Ele deve representar a diversidade de instituições, organizações e segmentos sociais e produtivos existentes no Estrada de Ferro. Comitê Gestor O Comitê Gestor é a instância máxima de Coordenação do PTDRS. Tem o papel político de orientar e tomar decisões estratégicas ligadas ao processo de desenvolvimento territorial. A fim de potencializar o alcance do PTDRS, deverão ser firmadas parcerias que tenham funções e atribuições previamente estabelecidas, promovendo a qualidade da abrangência de suas ações e o fortalecimento da integração entre os vários agentes nele envolvidos. Atribuições:

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Encaminhar a execução das propostas e metodologias aprovados pelo Colegiado Territorial Estrada de Ferro.

Reunir-se, periodicamente, sob coordenação do Colegiado Territorial Estrada de Ferro, para discutir a implementação do PTDRS;

Validar o PTDRS (articular o aceite) e fazer encaminhamento do PTDRS.

Composição do Comitê Gestor – Secretária Executiva do Colegiado Territorial Estrada de Ferro e demais atores/as presentes no Território.

Coordenação Técnica É uma instância de apoio ao Colegiado Territorial devendo ser composta pelo Núcleo Técnico do Colegiado Territorial Estrada de Ferro, técnicos de organizações de ensino, pesquisa, assistência técnica e setores diversos de prestação de serviços do poder público e da sociedade civil. Atribuições:

Presidir as reuniões e atividades da Coordenação Técnica; Acompanhar às etapas, as atividades e os resultados obtidos durante a implantação do

PTDRS; Acompanhar a execução do PTDRS; Elaborar metodologia do PTDRS assim como o processo de desenvolvimento das

etapas e atividades.

Assessoria Técnica Atribuições:

Formar equipe técnica de assessores do PTDRS; Acompanhar a execução de todas as etapas do projeto, assistindo técnica e

metodologicamente; Executar todas as ações necessárias ao bom desempenho do PTDRS; Estimular e promover a articulação com as parcerias municipais; Desenvolver reuniões com os técnicos, para a apresentação das demandas e avaliação

das ações conjuntas; Desenvolver reuniões técnicas com a Coordenação Técnica; Realizar o monitoramento e avaliação do processo de desenvolvimento das atividades

do PTDRS; Participar da capacitação dos parceiros institucionais.

Parceiros Institucionais Deverá ser promovida parceria estadual, envolvendo os segmentos e setores sociais, governamentais, empresarias e entidades parceiras da SDT/MDA, que visem ampliar a participação no desenvolvimento rural sustentável do Estrada de Ferro.

Universidades; Secretarias Estaduais das áreas de Ação Social, Produção, Educação, Saúde, etc; ONGs educacionais, ambientalistas e ou de projetos e ligadas à área sociocultural; Organismos e Fundações Internacionais; Instituições públicas e/ou privadas de relevante atuação no local.

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ENTIDADE EXECUTORA ECO/CUT – Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT Apolônio de Carvalho, um pouco da História... A Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT Apolônio de Carvalho é um das 7 Escolas Sindicais da CUT. É administrada por uma Coordenação Executiva de 05 dirigentes (01 de cada uma das cinco CUTs da região). Tem como associadas a CUT Nacional e as CUTs do Distrito Federal e dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Tem na sua base 308 entidades sindicais, dentre Sindicatos, Federações e Confederações de trabalhadores/as (dados de 2009).

Apolônio de Carvalho - Recentemente, no ano de 2008, o movimento sindical do Centro-Oeste decidiu homenagear um dos mais ilustres líderes de esquerda brasileira, Apolônio de Carvalho, acrescentando ao nome da Escola, o nome de Apolônio de Carvalho, passando à Escola Centro-Oeste de Formação da CUT Apolônio de Carvalho.

A ECO/CUT foi fundada no ano de 1992, com sede em Brasília, onde funcionou até 1997. Em 1997, com a finalidade de ficar mais centralizada para atender melhor os Estados da Região a sede transferiu-se para Goiânia. No período de 1998 a 2001, a Escola adquiriu terreno e construiu sua sede própria no setor Central de Goiânia, onde funciona até hoje.

Ao longo desses anos, a ECO/CUT, realizou inúmeros cursos, seminários, encontros, palestras, projetos, programas, assessorias, dentre outras atividades; atuando em diversos níveis de formação (política, social, sindical) dos trabalhadores e trabalhadoras, buscando aprofundar coletivamente uma concepção de formação e educação, que privilegie os saberes, os valores, os conhecimentos, as vivências e as experiências acumulados pelos trabalhadores e trabalhadoras ao longo de suas vidas. Mais recentemente, a ECO/CUT ampliou sua atuação para além do movimento sindical, passando a atuar na formação junto ao movimento de economia solidária, implantando o Centro de Formação em Economia Solidária da região Centro-Oeste, com o Ministério do Trabalho e Emprego, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária.

Além da economia solidária, a ECO/CUT fez uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Desenvolvimento Territorial, para desenvolver atividades de formação junto aos Agentes de Desenvolvimento Territorial através de cursos, oficinas e assessorias com o objetivo de elaborar, revisar e qualificar os Planos Territoriais de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais do DF e GO.

Estamos junto aos movimentos de economia solidária e aos territórios por entender que a transformação da sociedade que queremos e lutamos passa pelas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras de todos os movimentos e setores, da cidade e do campo.

Entendemos que a discussão territorial rural é estratégica para os trabalhadores/as do campo, pois é onde acontecem as relações de poder; as articulações políticas, sociais, culturais e econômicas, onde se manifestam todas as identidades e onde está a relação direta com a natureza. Pensar, refletir, debater, avaliar, criar, construir, elaborar e re-elaborar estratégias, ações e

propostas que fortaleçam os territórios. Este é o nosso papel e nosso objetivo.