ptdrs vale do itaperucu2

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u PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL do TERRITÓRIO VALE DO ITAPECURU - MA São Luís Maranhão 2011 Rio Itapecuru - Itapecuru Mirim

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Page 1: Ptdrs vale do itaperucu2

u

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO

RURAL SUSTENTÁVEL do TERRITÓRIO

VALE DO ITAPECURU - MA

São Luís Maranhão

2011

Rio Itapecuru - Itapecuru Mirim

Page 2: Ptdrs vale do itaperucu2

Presidente da República Federativa do BrasilDilma Rousseff

Ministro de Estado do Desenvolvimento AgrárioAfonso Florence

Secretário de Desenvolvimento TerritorialHumberto Oliveira

Coordenação Geral Carleuza Andrade da Silva Carlos Humberto Osório Castro Delegada Federal do Ministério de Desenvolvimento Agrário no Maranhão

Cicília Mirela Durans Costa

Articuladores Estaduais\SDT\MDAMary Alba Santiago FigueiredoWellington Matos

Participação:

CODETER - Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Território Vale do Itapecuru

Cooperativa de Serviços, Pesquisa e Assessoria Técnica - COOSPAT Hélio Henrique Silva Santos Filho - Diretor Presidente

Coordenação Técnica - COOSPATMaria Suely Dias Cardoso Mestre em Ciências Sociais

Consultores

Carlos Augusto de Oliveira Furtado – Especialista em Planejamento do Desenvolvimento Amazônico Maranhense

Jane Carla Garcia Lindoso – Mestre em Agroecologia

Sávio José Dias Rodrigues – Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente

Revisão TextualAlessandra Ribamar Costa CardosoMirelle Campos Tavares Nina

Revisão Editorial Maria Suely Dias Cardoso

Fotografia e diagramação gráficaRoberto K-zau

Fich

a T

écn

ica

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 3: Ptdrs vale do itaperucu2

Lista de Siglas

Lista de tabelas

Lista de gráficos

Apresentação.................................................................................................................101. Introdução ..................................................................................................................11

1.1. Antecedentes............................................................................................................11

2. Objetivos ...................................................................................................................13

2.1. Objetivo Geral...........................................................................................................13

2.2. Objetivos Específicos...............................................................................................13

3. Metodologia ...............................................................................................................14

3.1. Princípios Metodológicos .........................................................................................14

3.1.1. Partindo das definições locais para o planejamento ............................................15

3.1.2. Articular o planejamento local com as diretrizes e os programas municipais, estaduais e federais .............................................................................................15

3.1.3. Fortalecer a Gestão do Colegiado........................................................................15

3.2. As fases do trabalho.................................................................................................16

3.2.1. Reuniões Técnicas................................................................................................16

3.2.2. Leitura compreensiva e crítica do PTDRS elaborado em 2004............,,,,,,,,,,,,.....16

3.2.3. Levantamento e atualização dos dados secundários............................................16

3.2.4. Reuniões de sensibilização...................................................................................17

3.2.5. Oficinas Territoriais................................................................................................17

3.2.6. Visitas de Acompanhamento ao Colegiado...........................................................18

3.2.7. Planificação e Homologação do PTDRS qualificado.............................................18

3.2.8. Versão Final do PTDRS qualificado......................................................................18

4. O Diagnóstico como fonte para a formulação do Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável ................................................................................19

4.1. Localização e caracterização espacial do território .................................................20

4.2. Caracterização do espaço físico do Território e os fatores de interferência antrópicas.................................................................................................................20

4.3. Características Socioeconômicas.............................................................................22

4.3.1. A Dinâmica Populacional ......................................................................................22

4.3.2. Educação ..............................................................................................................25

4.3.2.1. Matrículas no Vale do Itapecuru ........................................................................25

4.3.2.2. Formação Docente no Vale do Itapecuru ..........................................................27

4.3.3. Saúde ...................................................................................................................28

4.3.4. A Economia Territorial ...........................................................................................32

4.3.4.1. Uma análise do PIB do Maranhão e do Vale do Itapecuru ................................32

4.3.4.2. PIB per Capita ...................................................................................................33

4.4. Estrutura Agrária e Agrícola .....................................................................................35

4.4.1. A diferenciação regional do sistema agrário do Vale do Itapecuru .......................35

SU

RIO

PTDRS TERRITÓRIO do VALE DO ITAPECURU

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 4: Ptdrs vale do itaperucu2

4.4.1. A diferenciação regional do sistema agrário do Vale do Itapecuru ....................................35

4.4.2. Estrutura fundiária do Maranhão e do Território Vale do Itapecuru ...................................37

4.4.3. A Dinâmica da Agricultura Familiar no Maranhão e no Território .....................................41

4.4.4. Utilização das Terras .........................................................................................................43

4.4.5. Laços de Parentesco com o Produtor ...............................................................................45

4.4.6. Produção Agropecuária .....................................................................................................48

4.4.6.1. Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Temporárias ........48

4.4.6.2. Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Permanentes ......50

4.4.6.3. Efetivo do Rebanho ........................................................................................................51

4.4.6.4. Produção Animal ............................................................................................................52

4.4.6.5. Produção Extrativa Vegetal ............................................................................................53

5. Presença de Outros Atores Sociais no Território: Assentados, Quilombolas e Pescadores ............................................................................................................................54

5.1 Comunidades Quilombolas do Vale do Itapecuru..................................................................55

6. A Política do Crédito no Território........................................................................................58

6.1. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF no

Território................................................................................................................................58

6.2. O PROINF no Território ........................................................................................................67

7. Um Pouco Além do Raiar do Século XXI: resultados das ações e contradições dos séculos anteriores ou uma estratificação agroambiental..................................................70

8. As Grandes Problemáticas Ambientais no Território .........................................................72

9. Dimensão Político Institucional............................................................................................75

10. A Visão De Futuro Dos Representantes do Território ......................................................77

11. O Planejamento Sustentável para o Desenvolvimento do Território...............................78

Dimensão Econômica................................................................................................................78

Eixo 1: Agricultura......................................................................................................................78

Programa 1: Acesso a Terra.........................................................................................................78

Programa 2: Dinamização das culturas tradicionais (mandioca, milho, arroz e feijão)................79

Programa 3: Horticultura..............................................................................................................79

Programa 4: Fruticultura...............................................................................................................80

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 5: Ptdrs vale do itaperucu2

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Eixo 2: Pecuária..........................................................................................................................81

Programa 1 - Melhoramento da criação dos rebanhos existentes (caprino, ovino, bovino,

aves e suínos); Consolidação de novas atividades)................................................81

Programa 2 – Consolidação de novas atividades........................................................................82

Programa 3 – Uso sustentável dos recursos pesqueiros.............................................................82

Eixo 3 : Extrativismo..................................................................................................................83

Programa 1: Aproveitamento das frutas nativas e Aproveitamento integral do babaçu...............83

Eixo 4: Infra Estrutura de Apoio à Produção...........................................................................84

Programa 1 – Melhoria e ampliação de Infra-estrutura para produção e comercialização..........84

Eixo 5: Comercialização.............................................................................................................86

Programa 1 - Fortalecimento da comercialização dos produtos da agricultura familiar...............86

Eixo 6: Turismo...........................................................................................................................86

Programa 1 – Fortalecimento das atividades turísticas................................................................86

Dimensão Ambiental..................................................................................................................86

Eixo 1: Recursos Naturais.........................................................................................................86

Programa 1 : Recuperação e preservação dos ecossistemas...................................................86

Dimensão Social.........................................................................................................................87

Eixo 1: Saúde..............................................................................................................................87

Programa 1: Saneamento Básico.................................................................................................87

Programa 2: Fortalecimento da Saúde Preventiva.......................................................................88

Programa 3: Efetividade dos Serviços de Saúde Curativa...........................................................88

Eixo 2: Educação........................................................................................................................89

Programa 1: Melhoria da Educação básica (Infantil, Fundamental e Médio................................89

Eixo 3: Assistência Social.........................................................................................................91

Programa 1: Assistência Social....................................................................................................91

Eixo 4: Cultura............................................................................................................................91

Programa 1: Estruturação da política territorial de cultura...........................................................91

Eixo 5: Mulher.............................................................................................................................92

Programa 1:Programa de Proteção à Mulher...............................................................................92

Dimensão Político Institucional................................................................................................92

Programa 1: Aperfeiçoamento do Modelo de Gestão Pública......................................................92

Eixo 2: Institucionalidades da Sociedade Civil........................................................................92

Programa 1: Melhoria da Atuação das Organizações Sociais.....................................................92

Eixo 3: Gestão Social das Políticas Públicas..........................................................................93

Programa 1: Gestão Social para o Desenvolvimento Sustentável...............................................93

12. A Gestão do PTDRS Qualificado do Território Vale do Itapecuru....................................93

13. Breves Considerações.........................................................................................................94

Bibliografia Referencial

Anexos

Page 6: Ptdrs vale do itaperucu2

ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental em Áreas de Assentamento

CFR – Casa Familiar Rural

COOSPAT – Cooperativa de Serviços, Pesquisa e Assessoria Técnica

CODETER - Colegiado de Desenvolvimento Territorial

CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DFDA\MA – Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário\Maranhão

DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

EFA- Escola Família Agrícola

EP – Estudo Propositivo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IMESC - Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

PLANEJA - Consultoria e Assessoria em Desenvolvimento Sustentável

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PRONAT – Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais

PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável

SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SIT – Sistema de Informação Territorial

STTR – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

SUS – Sistema Único de Saúde

LIS

TA

DE

SIG

LA

S PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 7: Ptdrs vale do itaperucu2

Tabela 01: População Residente, Taxa de Urbanização, Taxa Média de Crescimento Anual e Densidade Demográfica

Tabela 02: População Residente por situação do domicílio e percentual da População

Rural

Tabela 03: Pib a Preço de Mercado Corrente, População e Pib Per Capta.

Maranhão/Território. 2002/2007

Tabela 04: Pib do Setor Agropecuário, Indústria e Serviços a Preço de Mercado

Corrente. Maranhão/Território- 2002/2007

Tabela 05: Percentual do Estabelecimento e Área sobre o total do Território e do

Maranhão. (IBGE-1995)

Tabela 06: Percentual do Estabelecimento e Área segundo a condição do produtor e o

total do Maranhão. (1996/2006)

Tabela 07: Estrutura Fundiária do Maranhão, segundo a categoria do Imóvel Rural.

(INCRA-2005)

Tabela 08: Estrutura Fundiária do Território Vale do Itapecuru, segundo a categoria de

Imóvel Rural. (INCRA-2005)

Tabela 09: Número de Estabelecimentos e Área, por Município, Território e Estado.

1996/2006

Tabela 10: Utilização da terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no

Maranhão. 1995/2006

Tabela 11: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades – Variação no

Maranhão.1995/2006

Tabela 12: Utilização da Terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no

Território. 1995/2006

Tabela 13: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades no Total - Território

Vale do Itapecuru. 1995/2006

Tabela 14: Número de Estabelecimentos e Laços de Parentesco. Maranhão e Território

Vale do Itapecuru. 1995/2006

Tabela 15: Área de Estabelecimentos, Pessoal Ocupado. Maranhão e Território Vale do

Itapecuru. 1995/2006

Lis

ta d

e T

abel

as

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 8: Ptdrs vale do itaperucu2

Tabela 15: Área de Estabelecimentos, Pessoal Ocupado. Maranhão e Território Vale do

Itapecuru. 1995/2006

Tabela 16: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária.

Maranhão. 1995/2006

Tabela 17: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária.

Território. 1995/2006

Tabela 18: Variação na Área Colhida de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do

Itapecuru. 1995/2006

Tabela 19: Variação na Quantidade de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do

Itapecuru. 1995/2006

Tabela 20: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Permanente.

Território. 1995/2006

Tabela 21: Variação do Efetivo do Rebanho por tipo de Rebanho Maranhão/Território-

1996/2007

Tabela 22: Variação da Produção Animal Maranhão/Território- 1996/2006

Tabela 23: Variação da Quantidade Produção Extrativa Vegetal Maranhão/Território-

1996/2007

Tabela 24: Total de Assentamentos Criados no Território 2004/2009

Tabela 25: Total de Contratos e Valor para o conjunto do Território Dados Agregados –

Território/Maranhão – 2000 a 2008

Tabela 26: Total de Contratos e Valor no Território Dados Agregados – 2000 a 2008

Tabela 27 - Total de Contratos e Valor por Modalidade, Segundo os Municípios - Dados

Agregados por Município - 2000 a 2008

Tabela 28- Total de Contratos e Valor por Modalidade Dados Agregados para o Território- 2000 a

2008

Tabela 29 - Total de Contratos e Valor por Enquadramento Dados Agregados para o Território -

2000 a 2008

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 9: Ptdrs vale do itaperucu2

Gráfico 01: Confronto da Taxa de Urbanização do Território

Gráfico 02: Confronto da Densidade Demográfica do Território

Gráfico 03: Confronto da Taxa da População Rural do Território

Gráfico 04: Variação do Número de Matrículas entre 2000 e 2006 no Território Vale do Itapecuru e Maranhão.

Gráfico 05: Variação do Número de Matrículas de acordo com a Zona no Território Vale do Itapecuru e Maranhão

Gráfico 06: Comparação da Formação Docente no Território Vale do Itapecuru

Gráfico 07: Estabelecimentos de Saúde no Território Vale do Itapecuru em 2006

Gráfico 08: Estabelecimentos de Saúde no Território Vale do Itapecuru em 2006 por Município

Gráfico 09: Comparativo das Equipes de PSF por Município no Território Vale do Itapecuru 2004 e 2009

Gráfico 10: Cobertura da População por Equipes de PSF por Município no Território Vale do Itapecuru – 2004 e 2009

Gráfico 11: Evolução da Mortalidade Infantil no Território do Vale do Itapecuru 2000 e 2007

Gráfico 12: Evolução da Mortalidade Infantil por Município no Território do Vale do Itapecuru – 2000 e 2007

Gráfico 13: Variação do Pib Per Capta Maranhão e Território - 2002/2007

Gráfico 14: Variação do Pib da Agricultura (Va Agro), Indústria (Va Ind) e Serviços (Va Serv). Território. 2002/2007

Gráfico 15: Estrutura Fundiária do Maranhão (INCRA-2005)

Gráfico 16: Distribuição Percentual de Imóveis e Área no Território Vale do Itapecuru Mirim/Ma – INCRA/2005

Gráfico 17: Variação no Efetivo do Rebanho. Maranhão e Território. 1996/2007

Gráfico 18: Total de Contratos, segundo os Municípios Dados Agregados Território – 2000 a 2008

Gráfico 19: Valor dos Contratos (R$ Mil) Dados Agregados – Municípios 2000 a 2008

Gráfico 20: Total de Contratos Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008

Gráfico 21: Valor dos Contratos (Em R$ MIL) Dados Agregados – Municípios 2000 a 2008

Gráfico 22: Total de Contratos por Modalidade Dados Agregados – Municípios 2000 a 2008

Gráfico 23: Total de Contratos por Modalidade Dados Agregados – Território – 2000 a 2008

Gráfico 24: Total de Contratos por Enquadramento Dados Agregados – Território – 2000 a 2008

Gráfico 25: Valor dos Contratos por Enquadramento Dados Agregados – Território – 2000 a 2008

Gráfico 26: Comparação entre Projetos Proinf de Custeio e de Investimento no Vale do Itapecuru em 2008

Gráfico 27: Comparação entre Projetos Proinf de Custeio e Investimento no Vale do Itapecuru em 2008

Lis

ta d

e G

ráfi

cos

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 10: Ptdrs vale do itaperucu2

Coospat, entidade da Rede

Nacional de Entidades AParceiras – RNEP no âmbito

do Ministério de Desenvolvimento

Agrário – MDA\SDT, disponibiliza a

qualificação e revisão do Plano

Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável - PTDRS do Território

Vale do Itapecuru, como importante

inst rumento no processo de

consolidação desse Território.

A Qualificação do PTDRS se constitui

na continuidade dos estudos já

elaborados, a exemplo do Estudo Propositivo e o próprio PTDRS em 2004, para o Território Vale

do Itapecuru e compõem as ações do Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios

Rurais/PRONAT, tendo como objetivo a construção de processos que possibilitem articulações

interinstitucionais com capacidade de gerar um ambiente favorável ao acesso a serviços e

recursos que nortearão os rumos do desenvolvimento sustentável deste território.

A estrutura do documento original foi mantida com duas partes. Na primeira, um diagnóstico do

Território, utilizando-se das informações dos 10 municípios, e a segunda, o Plano propriamente

dito, incluindo as estratégias de implantação e a caracterização do processo de gestão, levando-

se em conta, especialmente, os projetos de infraestrutura que sejam estruturantes para o

desenvolvimento das comunidades rurais e dos assentamentos de reforma agrária.

O PTDRS Qualificado apresenta um diagnóstico atual do território nas diversas dimensões da

realidade permitindo a (re) construção do planejamento de forma participativa com os agentes

de apoio ao desenvolvimento territorial, especialmente os membros do Colegiado que fizeram

parte desse trabalho.

O processo de qualificação do documento se fez na interação com a realidade vivida no âmbito

do território, em constante diálogo com os atores envolvidos e esperamos que o resultado

alcançado seja apropriado não somente pelos membros do CODETER, mas por todos aqueles -

pessoas, instituições públicas e privadas - que desejam interagir na construção de um

desenvolvimento coletivo e sustentável. A intenção é que o PTDRS não seja engavetado nas

instituições, mas amplamente acessado por todos e principalmente por aqueles que têm nas

mãos a obrigação de executar as políticas públicas e atender as necessidades da população do

território.

A Coospat tem convicção de que, para atingir o objetivo acima, será necessária a participação

de todos e todas no processo de gestão, entendendo que o enfoque territorial deva ser a

primazia na execução desse plano.

Por fim, nossos agradecimentos aos consultores, a equipe da SDT; a Delegacia Federal de

Desenvolvimento Agrário\MA e aos demais que nos apoiaram nesse processo, ressaltando as

entidades atuantes no território: Coodesu e Planeja; e principalmente ao CODETER.

Apresen

tação

10 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Produção de hortaliças - União do Clube de Mães- Itapecuru Mirim

Page 11: Ptdrs vale do itaperucu2

1.1. Antecedentes

s políticas públicas

e x e c u t a d a s p e l o AGoverno Federal, nas

últimas décadas, faziam uma

l e i t u r a d e u m B r a s i l

homogêneo, resultando em

i n v e s t i m e n t o s p o u c o

sensíveis às diversidades

locais. Nesse contexto, surge

uma série de reivindicações

da sociedade civil e de alguns

setores públicos de que se

fazia necessário à articulação

de políticas públicas nacionais

com as iniciativas locais.

Em resposta a estas reivindicações, o Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA propõe,

em 2003, uma política nacional de promoção do desenvolvimento rural sustentável com um

recorte territorial, contribuindo, assim, para uma nova visão de desenvolvimento.

Para a implementação dessa nova Política Governamental, conforme documentos oficiais

surge a SDT:

“...A Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT surge então com o objetivo de apoiar a organização e o fortalecimento institucional dos atores sociais locais, na gestão participativa do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais e promover a implementação e integração das políticas públicas”.

A firmeza na implementação dessa nova Política se constata com a inclusão das ações no

Plano Plurianual 2004/2007, sob a responsabilidade da SDT/MDA, “enquanto estratégia do

Governo Federal de intervenção pública visando o desenvolvimento sustentável, sob o foco

de territórios rurais”¹.

Obedecendo às etapas de implementação dessa nova estratégia de desenvolvimento para o

Território Vale do Itapecuru, já foram elaborados os seguintes documentos:

a) Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) -

principal instrumento construído no ano 2004, de forma participativa pelo

colegiado, em apoio à gestão social do desenvolvimento territorial. O PTDRS

foi o primeiro produto elaborado pela sociedade civil, dando início às ações de

desenvolvimento territorial. A responsabilidade técnica na elaboração do Plano

foi da Planeja, de forma participativa, contando, especialmente, com a

estrutura do Colegiado do território;

1. I

ntr

odu

ção

Marco Referencial para o Apoio ao Desenvolvimento dos Territórios Rurais – Série Documentos Institucionais 02-2005.

1

11 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Povoado rural - Vargem Grande

Page 12: Ptdrs vale do itaperucu2

b) Estudo Propositivo (EP) – foi o segundo documento elaborado para o

Território, seguindo a linha metodológica definida pela SDT, visando aprimorar o

diagnóstico do PTDRS, com foco na dimensão socioeconômica dos territórios

rurais. A fase de elaboração do EP ficou sob coordenação do Instituto Potiguar de

Desenvolvimento Social - IP, além do apoio de outros atores relacionados com a

dinâmica territorial, como o próprio colegiado territorial.

Passados 06 (seis) anos de ações de desenvolvimento territorial cuja referência se baseia nos

eixos norteadores (Fortalecimento de redes sociais de cooperação, Fortalecimento da gestão

social, Articulação das Políticas Públicas e Dinamização das economias territoriais), chega o

momento em que se faz necessário uma revisão do PTDRS, ao que denominamos de

Qualificação do PTDRS.

O método empregado na elaboração deste documento segue a metodologia adotada pelo

MDA/SDT, a partir da implementação da Política Territorial iniciada em 2003. Entende-se que,

mesmo sendo denominado de Qualificação do PTDRS, este documento não deixa de ser um

Planejamento com a mesma importância que teve o PTDRS original quando foi elaborado.

Entende-se, ainda, que por se tratar de um Planejamento, o mesmo deve ser elaborado de forma a

contemplar os anseios de todos os atores municipais/territoriais.

Ao receber a tarefa de Qualificar o PTDRS do Vale do Itapecuru, buscou-se o apoio necessário

para se chegar ao final dessa tarefa. Assim, foi crucial a colaboração dos atores sociais locais

(território), das entidades parceiras, dos técnicos e instituições que participaram da elaboração

dos documentos anteriores, de pessoas que atuavam e atuam em movimentos comunitários no

território e, sobretudo, dos representantes do Colegiado.

O intuito era o de apresentar um documento abarcando a totalidade das dimensões da realidade

do território, porém algumas dificuldades surgiram, a exemplo da obtenção de dados restritos às

Prefeituras Municipais, que nem sempre foram disponibilizados na íntegra; a inexistência de

dados sistematizados ou oficiais acerca de várias temáticas (saneamento, juventude, mulheres e

outros) o que dificultou a apreensão mais aproximada da realidade territorial.

Ainda assim, certamente este Plano será referência para o Colegiado e para os demais atores

sociais inseridos na dinâmica territorial, como os movimentos sociais e comunitários, servindo,

como deseja o MDA/SDT, para o fortalecimento do poder e do lugar dessas organizações, nas

diferentes relações e negociações que mantêm a nível local, regional e nacional.

12 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 13: Ptdrs vale do itaperucu2

2.O

BJE

TIV

OS

2.1 Objetivo Geral

ualificar o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, em apoio à

gestão social dos territórios rurais, possibilitando sua avaliação, ampliação e Qconsolidação, almejando a dinamização social e econômica territorial.

2.2. Objetivos Específicos

Avaliar, revisar e atualizar o diagnóstico territorial elaborado em 2004, considerando as

dimensões do desenvolvimento sustentável;

Avaliar e atualizar a visão de futuro, objetivos estratégicos, metas, eixos de

desenvolvimento e programas;

Identificar os projetos estratégicos territoriais e a sua forma de gestão.

13 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Pescador no Rio Itapecuru

Page 14: Ptdrs vale do itaperucu2

3.M

ET

OD

OL

OG

IA3. Metodologia

3.1 Princípios metodológicos

onforme orientações da SDT/MDA, o PTDRS qualificado “deverá ser a expressão

do conhecimento e visão de futuro dos atores locais e sua coesão social no CTerritório, de modo a apontar e alavancar iniciativas locais para o desenvolvimento

sustentável, e criar condições para o acesso às oportunidades (externas,) tanto privadas

quanto públicas”. Desta forma, entende-se que a metodologia de qualificação deste

instrumento de desenvolvimento seja construída de forma a aferir as seguintes hipóteses:

a) A elaboração e implementação do PTDRS proporcione a construção de um

ambiente que fortaleça a cultura da gestão e controle social bem como a formação

de redes sociais de cooperação;

b) A construção e execução do PTDRS estabeleça um processo de articulação e

coesão das diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais;

c) A preparação e efetivação do PTDRS estabeleça um processo de

empoderamento dos atores

mais fragilizados do território

(agr icul tores fami l iares,

assentados de reforma

agrária, povos indígenas,

quilombolas, pescadores

artesanais, extrativistas,

mulheres, jovens entre

outros);

d) A elaboração e aplicação do

P T D R S c o n s t i t u a u m

processo de fortalecimento da dinamização econômica e social dos territórios rurais;

e) Os atores envolvidos tenham sempre presentes diversas dimensões do

desenvolvimento sustentável na perspectiva territorial, quais sejam:

desenvolvimento ambiental, socioeconômico, político-institucional e sociocultural

educacional.

Visando o cumprimento dos objetivos do plano, partiu-se então para a definição dos eixos

de trabalho e dos passos metodológicos os quais foram construídos pela equipe de

consultores e coordenação técnica da COOSPAT, considerando as orientações da SDT e

depois amadurecida com o Colegiado, o que resultou em readequações para melhor leitura

da realidade territorial.

14 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

O

Ofi

cina

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ific

ação

do

PT

DR

S

Page 15: Ptdrs vale do itaperucu2

Desta forma, no decorrer do desenvolvimento de todo o trabalho de qualificação do PTDRS, a

equipe procurou atender as recomendações da SDT nos seguintes termos:

3.1.1. Partindo das definições locais para o planejamento

Buscou-se identificar, por município, estudos, dados, informações, entidades governamentais e

não governamentais bem como técnicos/assessores com amplo conhecimento local no intuito de

contribuir para a construção deste plano, atendendo, desta forma, a diversidade de realidades,

além de seus estágios de desenvolvimento local. Porém, este foi um dos eixos onde a equipe

encontrou dificuldades em atendê-lo, pois nem sempre foi possível contar com a disponibilidade

dos técnicos e de alguns dados municipais relevantes para uma reflexão mais aprofundada da

realidade local.

3.1.2 Articular o planejamento local com as diretrizes e os programas municipais, estaduais e federais

A qualificação e redefinição do PTDRS constitui-se no sentido de promover a implementação e

integração das políticas públicas em seus diversos níveis de atuação, tendo em vista, desta

forma, a melhor aplicabilidade dos recursos públicos possíveis para atender às necessidades

locais. Entretanto, o que se observa ainda é o descompasso destas políticas e que se reproduzem

desta mesma forma nos diversos municípios.

E, como reflexo, tem-se um PTDRS que ainda não possui o caráter de instrumento articulador

destas políticas, sendo utilizado como instrumento de consulta em reuniões do Colegiado para

definição de demandas prioritárias para o Pronaf/Infra-estrutura.

Visando minimizar os descompassos entre estas políticas e uma melhor compreensão do

Colegiado, a equipe, no decorrer da qualificação do PTDRS, buscou apresentar e discutir as

políticas públicas em âmbito federal e estadual e, como estas, se correlacionam em âmbito local.

3.1.3. Fortalecer a Gestão do Colegiado

O Colegiado Territorial é a principal instância de garantia da implantação e efetivação do PTDRS

no território e, no entanto, enfrenta dificuldades para a execução dessa política. No processo de

qualificação do plano, a perspectiva adotada foi a de fortalecer o Colegiado, garantindo a

participação da plenária do Colegiado e do Núcleo Diretivo em todas as discussões dos

programas e projetos. È necessário o empoderamento do CODETER no sentido de que possam

deliberar e encaminhar toda e qualquer proposta que venha a ser indicada para o

desenvolvimento dos municípios e do Território como um todo.

Portanto, no decorrer das oficinas de qualificação do PTDRS, buscou-se garantir a participação

dos representantes do Colegiado, tanto do segmento do poder público, quanto da sociedade civil,

numa tentativa de tornar mais visível a importância do PTDRS e de concebê-lo enquanto

instrumento conciliador das políticas públicas e que estes, pudessem ter condições de qualificá-lo

de forma crítica e criativa, refletindo sobre as ações territoriais e identificando soluções viáveis

para este novo momento do PTDRS.

15 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 16: Ptdrs vale do itaperucu2

3.2. As fases do trabalho

3.2.1. Reuniões Técnicas

Para dar início às atividades, a coordenação técnica do projeto realizou diversas reuniões com a

equipe de consultores/as com os seguintes objetivos:

a) dividir os consultores em duas equipes, onde cada uma atuaria na execução da qualificação do

PTDRS em dois territórios rurais maranhenses, ficando a distribuição da seguinte forma: Equipe I

– Território do Vale do Itapecuru e Cocais; Equipe II – Território dos Lençóis Maranhenses/Munim e

Baixo Parnaíba;

b) Discutir o conceito de “qualificação do PTDRS” e dos seus passos metodológicos: neste

momento, pouco se tinha de informações a respeito deste produto, assim, buscou-se amadurecer

estas informações internamente e através de diálogos com a Delegacia Estadual do MDA, porém

só com a realização de uma oficina com um representante da SDT/MDA foi possível o

entendimento mais claro e objetivo do conceito e das diretrizes da qualificação do PTDRS.

c) Reuniões com a coordenação técnica para avaliação das atividades realizadas vislumbrando

as dificuldades encontradas nos aspectos metodológicos, na mobilização e sensibilização do

CODETER para sua efetiva participação e re-ordenamento no planejamento quando necessário.

3.2.2. Leitura compreensiva e crítica do PTDRS elaborado em 2004

Para planejar as atividades a fim de dar inicio à qualificação do PTDRS, fez-se necessária uma

leitura da realidade do território a partir dos estudos já produzidos, sendo eles o PTDRS e Estudo

Propositivo.

Esta foi uma leitura analítica, na busca de compreender o momento em que se deu a elaboração

do PTDRS, em 2004, além dos programas e projetos estratégicos pactuados naquele momento,

visando à concretização da visão de futuro do Território do Vale do Itapecuru.

Foi realizada uma leitura individual e, em seguida, coletiva do PTDRS elaborado em 2004, de

forma a permitir que os consultores pudessem adquirir o domínio das informações contidas

naqueles documentos, assim como a metodologia usada para a elaboração. Com o

conhecimento obtido, foi possível caracterizar as referências necessárias para organizar o

processo de qualificação. Para que o documento pudesse ser ainda mais compreensivo, a equipe

buscou o contato com a Planeja Consultoria, que, como instituição elaboradora do plano original e

articuladora do Território, tinha domínio das informações que poderiam contribuir para a

qualificação.

3.2.3. Levantamento e atualização dos dados secundários

Após a leitura e avaliação do PTDRS, partiu-se para o levantamento e a atualização de outros

dados secundários dos municípios integrantes deste território, junto aos STTR´s e órgãos

governamentais, como o Sistema de Informações Territoriais (SIT/MDA), IBGE, INCRA, IMESC,

SUS e Prefeituras Municipais. De posse destes dados, inicia-se outra análise que é a das

modificações ocorridas no período decorrente da elaboração do PTDRS (2004) até os dias atuais

(2009/2010). Com estas informações, iniciou-se a escrita preliminar do documento, já adotando

um comparativo entre os dados do território e do Maranhão.

16 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 17: Ptdrs vale do itaperucu2

3.2.4. Reuniões de sensibilização

Antecedendo a realização das oficinas, a COOSPAT organizou uma reunião com o núcleo diretivo

e alguns membros do Colegiado para tratar da importância da qualificação do PTDRS, seus

objetivos, metodologia de aplicação e, principalmente, fazer com que estes atores territoriais

assumissem a co-responsabilidade pela qualificação do Plano.

Neste momento, o núcleo diretivo entendeu que, para melhor aproveitamento dos objetivos e

fortalecimento do Colegiado, haja vista a mudança recente de alguns representantes, seria

importante a realização de outras reuniões como esta, de maneira descentralizada, ficando então o

Território do Vale do Itapecuru dividido em 03 núcleos, conforme divisão já ocorrida em função da

Feira Territorial da Agricultura Familiar e Economia Solidária.

Núcleo I – Itapecuru-Mirim, Vargem Grande e Nina Rodrigues

Núcleo II – Cantanhede, Pirapemas e Presidente Vargas

Núcleo III – Santa Rita, Anajatuba, Matões do Norte e Miranda do Norte

Desta forma, foram então realizadas três reuniões de sensibilização no território, com

apresentação do PTDRS elaborado em 2004 e, a partir destas, foram então agendadas as oficinas

territoriais por núcleo.

3.2.5. Oficinas Territoriais

As oficinas também contaram com a participação não só de membros do Colegiado, mas também

de outros atores territoriais da sociedade civil e do poder público, visando, assim, ampliar as

discussões e tornar público esta etapa de construção da qualificação do PTDRS. Essas oficinas

aconteceram em três momentos diferentes, tendo em média um intervalo de 30 dias entre um

momento e outro.

1º momento: Avaliação dos projetos executados no território - Nesse espaço os

participantes da oficina foram motivados a elencar os entraves e avanços na execução e gestão

dos projetos. Também foi a oportunidade para apresentação dos novos dados secundários e do

confronto destes com informações primárias levantadas no decorrer desta oficina;

2º momento: Readequação do PTDRS por núcleo - Nessa oficina, houve uma retomada do

confronto entre dados secundários e primários, tendo como ponto de partida a versão preliminar do

diagnóstico em construção.

Provocou-se nos núcleos uma reflexão para a identificação dos projetos prioritários, comparando

as necessidades que o diagnóstico apontou e suas percepções a respeito do território com o

rearranjo dos projetos ao novo contexto.

3° momento: Ajuste do PTDRS - este momento foi caracterizado pelo “pensar e agir

territorialmente”, pois com a junção dos três núcleos houve algumas redefinições dos programas e

projetos prioritários para o território.

17 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 18: Ptdrs vale do itaperucu2

3.2.6. Visitas de Acompanhamento ao Colegiado

Estas visitas tiveram como objetivos a complementação das informações primárias e a

percepção por parte dos consultores da apropriação do PTDRS pelos membros do Colegiado.

Foram realizadas visitas junto a alguns STTR´s e secretarias municipais.

3.2.7. Planificação e Homologação do PTDRS qualificado

Esta fase também ocorreu em forma de oficina e foi caracterizada pela revisão da visão de futuro,

dos eixos e programas, além da definição dos objetivos e metas de cada projeto prioritário. À

proporção que estes eram definidos, fazia-se a leitura oral e visual, sendo, então, posteriormente

homologados com registro em ata.

Nesta mesma oficina, foi discutido com o Colegiado a necessidade da construção de estratégias

de Gestão do Plano para a implementação dos projetos estratégicos, seu gerenciamento e

operacionalização. No entanto, o Colegiado considerou que, em função da recente mudança de

representantes e da necessidade destes em internalizar as ações do plano, esta discussão

ficaria para um momento posterior.

3.2.8. Versão Final do PTDRS qualificado

A última fase do trabalho caracterizou-se pelo acréscimo e pela sistematização de novas

informações levantadas nas oficinas, além das contribuições do Colegiado e das análises e

percepções feitas pela equipe de consultores no decorrer das oficinas e visitas de

acompanhamento do Colegiado.

18 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Casa Familiar Rural - PRONAT/ Itapecuru - Mirim

Page 19: Ptdrs vale do itaperucu2

azer um diagnóstico para auxiliar um Plano de Desenvolvimento é uma tarefa que

exige bastante atenção e cuja dificuldade ímpar em sua elaboração é o cuidado Fpela simplicidade que deve possuir o documento para este não se tornar denso e,

conseqüentemente, de pouca utilidade. Isso se torna difícil principalmente por causa da

complexidade que tem os processos concretos a que o diagnóstico se refere e transcrevê-

los de forma simples exige um exercício de síntese rigoroso. Essa síntese é necessária

para que os atores envolvidos na execução das políticas públicas tenham objetividade e

tornem o mínimo possível estas políticas instrumentos de outros interesses que não sejam

o desenvolvimento territorial.

O diagnóstico que se segue visa entender processos presentes no território do “Vale do

Itapecuru”, com o intuito de adequar o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável à realidade na qual o plano se refere, buscando fatores que indiquem as

modificações necessárias às estratégias de desenvolvimento desse Território.

Busca-se relacionar as transformações que o primeiro PTDRS apontou, as ações

realizadas e as não concretizadas. Dessa forma, ao se comparar os dados do período em

que o PTDRS foi elaborado (2004) e da situação atual (2009 e 2010), fez-se necessário a

referência às políticas pensadas no ano de elaboração e as readequações necessárias

para as transformações no território nos próximos 05 anos.

O Território “Vale do Itapecuru” apresenta-se como uma realidade que, de uma forma

geral, não se diferencia da realidade vivida pelo Estado do Maranhão. Os dados referentes

a esse território demonstram que muitas das metas elaboradas no Plano Territorial de

Desenvolvimento Rural Sustentável não foram cumpridas ou precisam ser repensadas

em suas estratégias de implantação. 4.O

Dia

gn

ósti

co c

omo

fon

te P

ara

a F

orm

ula

ção

do

P

lan

ejam

ento

par

a o

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ento

Su

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táve

l

19 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Santa Rita

Itapecuru-MirimPresidente

Vargas

NinaRodrigues

Vargem Grande

Mirandado Norte

Cantanhede

Matões do NortePirapemas

Anajatuba

Presidente

Vargas

Mapa do Território

Page 20: Ptdrs vale do itaperucu2

4.1 Localização e caracterização espacial do território

O Território “Vale do Itapecuru” é composto por 10 municípios localizados na Mesorregião Norte

Maranhense, e se prolonga nas Microrregiões de Itapecuru e de Rosário. Os municípios são:

Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru-Mirim, Matões do Norte, Miranda do Norte, Nina Rodrigues,

Pirapemas, Presidente Vargas, Santa Rita, Vargem Grande, abrangendo uma área total de

aproximadamente 8.932 km².

Este território possui características estruturais que fazem desta uma região privilegiada quanto à

circulação de produtos, serviços e pessoas, como, por exemplo, as rodovias e ferrovias que o

cortam são base para relações sociais de modificação e reprodução do espaço geográfico,

podendo ser utilizados para uma transformação real da situação do “Vale do Itapecuru”.

O conjunto de estradas, assim como as BR' s 135 e 222, além das MA's 020, 226, 324 e das

vicinais encontradas na região e do conjunto de ferrovias, como as do Carajás/Ponta da Madeira e

São Luís/Teresina que atravessam o território fazem parte desses objetos estruturais,

favorecendo a circulação.

Além de ser um preferencial abastecedor de água para consumo, o Rio Itapecuru também serve

para a trafegabilidade na região, fazendo parte do sistema intermodal² de transportes da região,

conectando-se com as estradas e ferrovias que cortam o território.

A formação de rios com grande densidade hídrica na região dá-se principalmente em decorrência

do clima úmido que dispõe a região. O “Vale do Itapecuru” está localizado numa região de

transição entre os climas semi-áridos do sertão Nordestino Brasileiro e os climas úmidos da

Floresta Ombrófila (Amazônia brasileira). As precipitações médias que ocorrem pelo território

variam entre 1.400 a 2.000 m³, sendo que mais a norte as precipitações são mais constantes

enquanto, mais ao sul, elas se tornam mais escassas.

Esses mesmos objetos construídos pela sociedade concorrem com características naturais como

hidrografia e clima da região, fazendo do território um espaço privilegiado quanto a sua

potencialidade de dinamização econômica.

A região drena as águas de parte da bacia sedimentar do Parnaíba cuja composição compreende

principalmente arenitos, siltitos e argilitos, ou seja, sedimentos que vão desde areias até

sedimentos finos provindos da argila, o que confere a cor da maior parte dos rios dessa área. O

seu principal rio é o Itapecuru, com aproximadamente 897 Km de extensão, nascendo entre as

serras de Crueira, Itapecuru e Alpercatas, aproximadamente 500 m acima do mar, desaguando na

Baía de São José. A sua descarga hídrica faz com que seja um dos principais rios maranhenses, o

que o torna abastecedor de água para a capital do Estado, São Luís.

²Segundo documento da Companhia Docas do Maranhão (CODOMAR), o rio Itapecuru não tem empecilhos para a navegação em grande parte do seu curso, havendo conexões com os modais ferroviário e rodoviário nas cidades de Rosário, Itapecuru Mirim, Cantanhede, Pirapemas, Coroatá, Timbiras, Codó, Caxias, através da Estrada de Ferro São Luís – Teresina. Além de conexões com a BR 222 na cidade de Itapecuru.

20 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

4.2. Caracterização do espaço físico do Território e os fatores de interferência antrópicas

Page 21: Ptdrs vale do itaperucu2

As formas que compõem o relevo são predominantemente onduladas suavemente. Os rios que

passam por esse tipo de relevo são normalmente de maior navegabilidade, porém com a

existência de deposição de areias nos leitos, formando bancos em alguns casos.

Os solos são da classe plintossolos que, com a diferença de textura entre seus horizontes, faz com

que haja uma facilidade de armazenamento de água nele. Apesar desta característica, estes solos

estão sendo utilizados em sua maior parte para a utilização de pastagens.

A vegetação a qual recobre o território se enquadra em parte na Floresta Estacional Decidual e

Semidecidual, onde há uma predominância da mata de cocais, com a característica de uma

floresta não muito densa, com um porte médio. Esta vem sendo desmatada para a plantação de

pastagens, principalmente, e substituída em virtude dos grandes projetos do chamado

agronegócio, que avançam por todo o Maranhão e também no território em questão. Este fato tem

provocado sérias conseqüências para os rios da região, já que sem a vegetação, o solo fica sem

proteção e acaba sendo erodido com maior facilidade.

Além das questões relacionadas ao desmatamento, o crescimento das cidades, sem nenhum

planejamento, tem trazido também muitos problemas para o ambiente e para as populações que

dependem direta ou indiretamente dele.

Fonte: Alcântara (2004).

21 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 22: Ptdrs vale do itaperucu2

As formas que compõem o relevo são predominantemente onduladas suavemente. Os rios que

passam por esse tipo de relevo são normalmente de maior navegabilidade, porém com a

existência de deposição de areias nos leitos, formando bancos em alguns casos.

Os solos são da classe plintossolos que, com a diferença de textura entre seus horizontes, faz

com que haja uma facilidade de armazenamento de água nele. Apesar desta característica, estes

solos estão sendo utilizados em sua maior parte para a utilização de pastagens.

A vegetação a qual recobre o território se enquadra em parte na Floresta Estacional Decidual e

Semidecidual, onde há uma predominância da mata de cocais, com a característica de uma

floresta não muito densa, com um porte médio. Esta vem sendo desmatada para a plantação de

pastagens, principalmente, e substituída em virtude dos grandes projetos do chamado

agronegócio, que avançam por todo o Maranhão e também no território em questão. Este fato tem

provocado sérias conseqüências para os rios da região, já que sem a vegetação, o solo fica sem

proteção e acaba sendo erodido com maior facilidade.

Além das questões relacionadas ao desmatamento, o crescimento das cidades, sem nenhum

planejamento, tem trazido também muitos problemas para o ambiente e para as populações que

dependem direta ou indiretamente dele.

4.3. Características Socioeconômicas:

4.3.1 A Dinâmica Populacional

Conforme a tabela 01, os dados populacionais entre o Estado e o Território, em média, se

modificou no território, ficando abaixo do Estado, como uma taxa de urbanização no território

variando de 50% para 51%, enquanto que para o Estado, a taxa variou de 60% para 67%. A taxa

de crescimento anual do território também foi menor que a média de todo o Maranhão. Já a

densidade demográfica registrada no Território foi bem maior que a registrada no Estado em

2000.

Ampliando a análise para o conjunto do Território, podem ser destacados os Municípios

Cantanhede, Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande, os quais apresentaram

incremento na Taxa de Urbanização no período de 2000/2007. Entre os Municípios que

apresentaram queda na Taxa de Urbanização destacam-se: Pirapemas, Nina Rodrigues e

Itapecuru Mirim. Uma leitura no Gráfico 01 permite uma visualização da taxa de urbanização para

o conjunto do Território.

Especificação

População Residente Taxa Urban. Taxa Média Cresc. Anual

Dens. Demog.

2000 2007 2000 2007 2000/2007 2000 2007

Maranhão 5.651.475 6.118.995 0,60 0,67 0,02 17,00 18,43

Território 200.546 234.613 0,50 0,51 0,01 23,08 27,00

Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009

22 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Tabela 01: População Residente, Taxa de Urbanização, Taxa Média de

Anual e Densidade Demográfica.

Crescimento

Page 23: Ptdrs vale do itaperucu2

Gráfico 01: Confronto da Taxa de Urbanização do Território. 2000/2007

Pode-se destacar ainda os Municípios que apresentaram incremento na Densidade Demográfica,

no período de 2000/2007: Itapecuru Mirim, Miranda do Norte, Santa Rita e Vargem Grande. Os

Municípios de Presidente Vargas e Pirapemas apresentaram queda na Densidade Demográfica.

Uma leitura no Gráfico 02 permite uma visualização da Densidade Demográfica para o conjunto

do Território.

0 ,2 60,27

0 ,4 80 ,6 3

0 ,6 50 ,5 4

0 ,2 90 ,3 2

0,840 ,8 4

0,410,37

0,670,61

0 ,3 60,43

0 ,3 90,49

0,490 ,54

0,00 0 ,1 0 0,20 0 ,3 0 0 ,4 0 0,50 0 ,6 0 0,70 0 ,8 0 0,9 0

T AX A DE URBANIZ AÇÃO

An ajat uba

Cant an hede

Itapecuru M irim

M atões d o Norte

M iranda d o Norte

Nina Ro drigues

Pirapemas

President e Vargas

San ta Rita

Vargem Grande

MU

NIC

ÍPIO

S

2 00 0 20 07

Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009

Gráfico 02: Confronto da Densidade Demográfica do Território. 2000/2007

20,57 21,43

22,2023,59

36,6846,80

9,5113,52

45,5550,12

14,47 17,46

21,9521,83

22,4520,98

31,7139,29

17,7322,08

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Anajatuba

Cantanhede

Itapecuru Mirim

Matões do Norte

Miranda do Norte

Nina Rodrigues

Pirapemas

Presidente Vargas

Santa Rita

Vargem Grande

MUNIC

ÍPIO

S

2000 2007

Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009

23 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 24: Ptdrs vale do itaperucu2

Nos dados populacionais para o Estado e Território, por situação de domicílio, na Tabela 02, pode-

se observar que a Taxa de Crescimento da População Urbana (1,21%) e Rural (1,13%) para o

Território foi bem maior que a Média ocorrida para todo o Maranhão, respectivamente 1,12% e

1,03%. Quanto à Taxa da População Rural, o Território continua apresentando uma participação

maior que a ocorrida em todo o Maranhão. Enquanto em 2000 a População Rural do Território

representava 49,94% contra 40,47% para todo o Maranhão, em 2007 a População Rural do

Território representa 48,22% contra 38,59% para o Maranhão.

Gráfico 03: Dinâmica da Taxa da População Rural para o Território

Tabela 02: População Residente por Situação do Domicílio e Percentual da População Rural

Especificação

Pop. Total Pop. Urbana Pop. Rural Percentual Pop.Rural

2000 2007 2000 2007 2000 2007 2000 2007

Maranhão 5.651.475 6.118.995 3.364.070 3.757.797 2.287.405 2.361.198 40,47 38,59

Território 200.546 234.613 100.399 121.476 100.147 113.137 49,94 48,22

Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009.

73,92 73,04

51,87

37,1535,33

46,08

70,7668,48

15,58 15,73

59,43

62,58

43,49

39,32

64,29

57,19

61,21

50,64 50,68

46,40

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

%D

AP

OP

UL

ÃO

Anajatuba Cantanhede Itapecuru

Mirim

Matões do

Norte

Miranda do

Norte

Nina

Rodrigues

Pirapemas Presidente

Vargas

Santa Rita Vargem

Grande

MUNICÍPIOS 2000 2007

Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009.

24 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 25: Ptdrs vale do itaperucu2

Uma leitura detalhada do Gráfico anterior demonstra que cinco dos municípios do Território

(Cantanhede, Pirapemas, Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande) apresentavam uma

variação negativa da Taxa de População Rural, ou seja, houve uma redução da População Rural

em relação à População Total dos Municípios. Mesmo assim, não se pode esquecer a situação

para o conjunto do Território, cuja dinâmica populacional continua justificando ações para o

conjunto dos Municípios e principalmente para os que apresentaram queda da População Rural.

PROPOSIÇÃO: O Confronto dos dados apresentados e analisados acima nos alerta para o fato

de que a dinâmica populacional ocorrida no Território (elevação da taxa de urbanização, queda na

taxa da população urbana) exige uma revisão detalhada na Dimensã Social do PTDRS.Tal fato

nos remete à necessidade de garantir no PTDRS Programas e Projetos que considere o aumento

da demanda para as Políticas de Saúde e Educação no Território.

4.3.2. Educação

4.3.2.1. Matrículas no “Vale do Itapecuru”

Quanto à oferta de vagas nas escolas no território, percebe-se através do Gráfico 04, que houve

um crescimento no número de matrículas no período de 2000 a 2006, acima da média,

significando que, em relação ao Estado, o território vem alcançando metas significativas no que

diz respeito ao acesso à educação. O crescimento neste território foi de mais de 163%, enquanto

no Estado, a variação foi de aproximadamente 15%.

Gráfico 04: Variação do Número de Matrículas entre 2000 e 2006 no Território Vale do

Itapecuru e Maranhão.

Fonte: SEDUC. Informe Estatístico 2008 – Maranhão, 2009.

25 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 26: Ptdrs vale do itaperucu2

Os municípios que conseguiram os melhores resultados, quanto ao acesso, foram Cantanhede

com mais de 773%, Pirapemas com 1.570,55%, Presidente Vargas com 539% e Vargem Grande

com aproximadamente 164%. Os municípios com menor crescimento foram Anajatuba (67,43%),

Miranda do Norte (25,91%) e Itapecuru-Mirim que apresentou um decréscimo no número de

matrículas de aproximadamente 34%.

A diferença entre as matrículas no espaço rural e no espaço urbano, demonstradas no Gráfico 05

revela que, no Território, o percentual no acesso é superior ao do Estado. Enquanto no Itapecuru

as matrículas na zona rural somam em torno de 56,9% do total, na zona urbana do território

somam apenas 43,1%. No Estado, essa diferença se acentua com a zona rural apresentando

aproximadamente 63,3% e a zona urbana apenas 36,7% do total.

Esses dados demonstram a situação do Território quanto a sua urbanização, que é também maior

em relação ao Maranhão. Assim, é natural que o número de matrículas na zona rural tenha essa

diferença em relação às do Estado.

Apesar do quadro do Território denotar uma concentração do número de matrículas no espaço

rural, alguns municípios merecem destaque por haver uma inversão e apresentar um número de

matrículas maior no espaço urbano.

Gráfico 05: Variação do Número de Matrículas na zona rural e urbana do Território Vale do Itapecuru e Maranhão.

Fonte: SEDUC. Informe Estatístico 2008 – Maranhão, 2009.

26 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 27: Ptdrs vale do itaperucu2

Um exemplo é o município de Anajatuba que apresenta 33% das matrículas na zona rural e 67%

na urbana, sendo que este município possui no ano de 2007 mais de 73% da sua população na

zona rural. Da mesma forma, o município de Matões do Norte tem essa contradição quanto ao

número de matrículas, enquanto que, aproximadamente, 32% das matrículas estão na zona rural

e mais de 67% estão na zona urbana, ele apresenta a maior parte da sua população na zona rural,

o que significa dizer que há um desencontro no que diz respeito oferta de vagas no meio rural e a

demanda.

4.3.2.2. Formação Docente no “Vale do Itapecuru”

O avanço quanto à formação dos professores no Território é demonstrado no Gráfico 06, onde se

deve notar o aumento do número de professores com formação de nível médio e superior. Isso se

dá em função dos programas de formação de docentes e/ou a obrigatoriedade dos municípios em

atender a Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação. Esse dado é importante, pois poderá

ter como conseqüência a melhoria na qualidade da educação do Território, principalmente com o

aumento do número de professores com nível superior.

Apesar dessa favorável relação entre formação fundamental, média e superior no Território em

relação ao Estado, o primeiro ainda se encontra em desvantagem. Os professores com formação

em nível fundamental no Estado tiveram um decréscimo de aproximadamente 83%, enquanto no

Território esse decréscimo foi de apenas 13%. De forma proporcional, dá-se o crescimento dos

professores com nível superior. Enquanto no Estado esse crescimento é de mais 235%, no

Território, foi de apenas 55%.

Gráfico 06: Comparação da Formação Docente no Território Vale do Itapecuru 2000 e 2006

Fonte: SEDUC. Informe Estatístico 2008 – Maranhão, 2009.

27 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 28: Ptdrs vale do itaperucu2

Os municípios que apresentaram o maior crescimento no quadro de professores com nível

superior foram Cantanhede e Matões do Norte.

PROPOSIÇÃO: Há um aumento significativo da quantidade de professores com ensino superior

nas escolas do Território, atendendo às novas deliberações da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), é

necessário continuar com os programas de formação docente e, para isso, é preciso fortalecê-

los, dando ênfase para os professores das escolas rurais.

4.3.3. Saúde

Com o aumento da população do Território, vários aparelhos de assistência social são

demandados, um deles é relacionado à saúde. As estruturas fixas de atendimento hospitalar que

estão dispostas no Território, conforme Gráfico 07 são: Unidades Mistas de Atendimento 24

horas, Centros de Apoio à Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde e Postos de Saúde.

Sua distribuição é bastante irregular no Território, não obedecendo a critérios de logística. Um

exemplo é a distribuição das unidades de atendimento 24h (Unidades Mistas) com duas unidades

localizadas no município de Nina Rodrigues e uma em Presidente Vargas. A maior parte dos

estabelecimentos de saúde no Território são os Postos de Saúde e estão concentrados em

Vargem Grande com 11 estabelecimentos e Anajatuba com 09 unidades.

Gráfico 07: Estabelecimentos de Saúde no Território “Vale do Itapecuru” em 2006

Fonte: Datasus, 2009

28 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 29: Ptdrs vale do itaperucu2

No Território, apesar da Estratégia do Governo Federal pela saúde preventiva através do

Programa Saúde da Família (PSF), os centros de apoio que fazem referência a esse tipo de

programa, como é o caso dos Centros de Apoio a Saúde da Família, são em número reduzido no

Território.

Ao analisar por município, ver-se-á que no Gráfico 08 alguns dispõem de estruturas mínimas de

saúde, enquanto outros como Itapecuru-Mirim concentram um número alto, em relação ao

Território.

PROPOSIÇÃO: É necessária a revisão do Programa de Saúde Curativa pensando-o de forma estratégica para atender a todo o território de acordo com centralidade e demanda.

Quanto às equipes do Programa Saúde da Família, conforme revela o Gráfico 09, entre os anos de

2004 a 2009, houve um crescimento significativo no Território, de aproximadamente 725,64%,

aumentando as equipes de 39 para 322 atuantes. Os municípios com menor crescimento das suas

equipes foram Cantanhede e Miranda do Norte. Já municípios como Itapecuru-Mirim e,

principalmente, Vargem Grande tiveram um crescimento acima da média do Território.

Gráfico 08: Estabelecimentos de Saúde no Território “Vale do Itapecuru” em 2006 por Município

29 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Fonte: Datasus, 2009

Page 30: Ptdrs vale do itaperucu2

Gráfico 09: Comparativo das Equipes de PSF por Município no Território “Vale do Itapecuru” – 2004 e 2009

Fonte: Datasus, 2009

A cobertura do Programa Saúde da Família no Território, demonstrada no Gráfico 10, é de

aproximadamente 69,70%. Apesar do elevado crescimento das equipes de PSF, a cobertura em

muitos municípios é ainda diminuta, a exemplo de Vargem Grande que foi um dos municípios que

teve um aumento significativo das equipes de PSF, mas que apenas 19,51% da população é

atendida pelo programa. Outros dois municípios tem menos de 50% da população sob

atendimento do PSF, são eles Pirapemas (42,79%) e Matões do Norte (44,79).

Gráfico 10: Cobertura da População por Equipes de PSF por Município no Território “Vale do Itapecuru” – 2004 e 2009

Fonte: Datasus, 2009

30 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 31: Ptdrs vale do itaperucu2

Municípios como Nina Rodrigues (100%), Presidente Vargas (99,52%) e Cantanhede (97,48%)

obtiveram uma taxa de cobertura igual ou próxima a 100%. Esses municípios não tiveram uma

taxa alta de crescimento das equipes de PSF, mas segundo dados do DATASUS possuem altas

taxas de abrangência desse programa.

PROPOSIÇÃO: O PTDRS prevê no Programa de Fortalecimento da Saúde Preventiva a ampliação de programas de saúde preventiva, embora no Território tenha havido um aumento desses programas, ainda são deficientes quando se trata dos municípios, assim é necessária a ampliação para aqueles municípios com menos atendimento. Os resultados referentes à mortalidade infantil são demonstrativos dessa situação.

Os dados de mortalidade infantil no Território revelados no Gráfico 11 demonstram que o

crescimento das equipes de PSF no Território, não surtiu o efeito esperado, não refletindo de

forma significativa nesses números. No total do Território, houve um pequeno decréscimo na taxa

de mortalidade infantil, passando no período de 2000 a 2007 de 16,1 mortes por 1000 nascidos

vivos para 15,9. Diferença muito aquém do que já foi investido no Território para os programas de

saúde preventiva, como é o caso do PSF.

A leitura do Gráfico 12 demonstra que os municípios que tiveram um decréscimo na mortalidade

infantil foram Anajatuba e Cantanhede, sendo relativamente pequeno e os municípios de Matões

do Norte juntamente com Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Presidente Vargas e Vargem

Grande com um decréscimo razoável. Entretanto, municípios como Itapecuru-Mirim, Pirapemas

e Santa Rita tiveram nesse mesmo período um crescimento na mortalidade infantil.

Gráfico 11: Evolução da Mortalidade Infantil no Território no “Vale do Itapecuru” – 2000 e 2007

Fonte: Datasus, 2009

31 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 32: Ptdrs vale do itaperucu2

Gráfico 12: Evolução da Mortalidade Infantil por Município no Território do “Vale do Itapecuru” – 2000 e 2007

Fonte: Datasus, 2009

Os municípios como Pirapemas e Vargem Grande obtiveram um crescimento na sua taxa de

mortalidade infantil, passando respectivamente de 16,1 mortes e 04 mortes por mil nascidos no

ano de 2000, para 39 e 13,4 mortes por mil nascidos vivos no ano de 2007.

4.3.4. A Economia Territorial

4.3.4.1. Uma Análise do PIB do Maranhão e do Território

Para melhor entendimento dos leitores, antes de entrar diretamente na análise dos dados da

economia territorial utilizando como referência o PIB, serão apresentadas algumas definições e

explicações suficientes para a melhor compreensão:

1) PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO), é a soma de todos os bens e serviços produzidos em

uma determinada região (no caso específico, os dez municípios que compõem o Território Vale

do Itapecuru), durante um período de tempo (de 2002 a 2007). Na contagem do PIB, seguindo a

metodologia oficial, não se consideram os bens de consumo intermediários, apenas bens e

serviços finais.

2) PIB NOMINAL , é quando são efetuados os cálculos tendo por base os preços correntes, ou

seja, o preço no ano em que o produto foi produzido, comercializado;

3) PIB REAL, é quando são efetuados os cálculos a preços constantes, eliminando os efeitos da

inflação;

4) PIB per CAPITA, é quando se dividem os indicadores econômicos agregados (produto, renda,

32 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 33: Ptdrs vale do itaperucu2

despesas), pela população da região, estado, município que estamos trabalhando.

5) VARIAÇÃO NOMINAL DO PIB, é apenas a variação ocorrida entre o valor do PIB de um ano

para outro, sem considerar a inflação no período. Portanto, é apenas a diferença entre um

período e outro, para mais ou para menos.

6) VALOR ADICIONADO (VA), valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no

processo produtivo. É a contribuição, por exemplo, da atividade Agrícola, Industrial e de Serviços

no valor do Pib. É obtido pela diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário

absorvido por essas atividades.

4.3.4.2 Pib per Capita

Para se traçar um perfil da renda do Território, a tabela 03 apresenta dados nos quais se pode

perceber que, entre 2002 e 2007, a participação do Pib do Território para o Estado não implicou

em grandes mudanças. O Pib total do Território, que em 2002 representava 1,94 do Pib do

Maranhão, passou a representar 2,11 em 2007.

Por outro lado, o Pib per capita que representava 54,99% do valor do Pib per capita do Maranhão

em 2002, passou a representar 55,04% em 2007. Em termos monetários, o Pib per capita que era

de R$ 1.449,97 em 2002, saltou para R$ 2.842,81 em 2007. Isso representa um acréscimo

nominal de 96,06%.

A Tabela 01 em anexo pontua os dados do PIB por município e permite afirmar que o perfil da

estrutura da renda dos municípios não apresentou grandes alterações. Comparando apenas o

ano de 2002 com o ano de 2007, os quatro municípios com o maior PIB per Capita em 2002

(Itapecuru Mirim, Vargem Grande, Anajatuba e Pirapemas) somados ao valor total do PIB (R$

190.083,00), representavam 63,58% do PIB gerado no Território (R$ 298.976,00) e 1,23 % do PIB

total do Estado. Em 2007, os quatro maiores PIB per capita (Itapecuru Mirim,

Vargem Grande, Santa Rita e Pirapemas), somados o valor total do PIB (R$ 427.165,00),

representavam 64,05% do PIB gerado no Território (R$ 666.961,00) e 1,35% do PIB total do

Tabela 03: Pib a Preço de Mercado Corrente, População e Pib Per Capita. Maranhão/Território. 2002/2007

MUNICIPIO ESPECIF. ANOS

2002 2003 2004 2005 2006 2007

PIB DO TERRITÓRIO

MIL 298.976 346.599 400.385 481.325 605.260 666.961

POPULAÇÃO 206.194 207.826 209.453 211.090 212.713 234.613

PER CAPITA 1.449,97 1.667,74 1.911,57 2.280,19 2.845,43 2.842,81

PIB DO MARANHÃO

PIB 15.448.774 18.483.300 21.604.577 25.334.591 28.621.445 31.606.026

POPULAÇÃO 5.858.618 5.940.079 6.021.504 6.103.327 6.184.538 6.118.995

PER CAPITA 2.636,93 3.111,63 3.587,90 4.150,95 4.627,90 5.165,23

TERRITÓRIO/ MARANHÃO

PIB MIL 1,94 1,88 1,85 1,90 2,11 2,11

POPULAÇÃO 3,52 3,50 3,48 3,46 3,44 3,83

PER CAPITA 54,99 53,60 53,28 54,93 61,48 55,04

Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão -Série 2002 a 2006/IMESC.2008

33 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 34: Ptdrs vale do itaperucu2

Estado.

Observa-se, ainda, que enquanto os Municípios de Itapecuru Mirim, Vargem Grande e Pirapemas,

no período analisado, mantêm-se na mesma posição no território em termos de renda, o Município

de Anajatuba perde lugar para Santa Rita.

Apresentar-se-á o Gráfico 13 para observarmos melhor a tendência do PIB per Capita do Território

e do Maranhão.

Fazendo uma leitura do PIB por setor na Tabela 04, iniciando pelo setor agropecuário, observa-se

que, em se tratando do território, este setor que, em 2002 representava 3,40% do total do PIB do

setor para o estado, em 2007 passa a representar 4,13%. O PIB do setor industrial que em 2002

representava 1,21% do total do PIB do setor do estado passa a representar em 2007, 1,27%

apresentando uma alteração nada expressiva do PIB do setor. Já o PIB do setor de serviços que em

2002 representava 1,94% do total do PIB do setor do estado, tem uma pequena elevação para

Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão - Série 2002 a 2007-/IMESC.2009

1.449,971.667,74

1.911,57

2.280,19

2.845,43 2.842,812.636,93

3.111,63

3.587,90

4.150,95

4.627,90

5.165,23

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

3.000,00

3.500,00

4.000,00

4.500,00

5.000,00

5.500,00

2002 2003 2004 2005 2006 2007

34 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Vista parcial da avenida principal da cidade de Santa Rita

Gráfico 13: Variação do Pib per Capita. Maranhão e Território. 2002/2007

Page 35: Ptdrs vale do itaperucu2

Tabela 04: Pib do Setor

Agropecuário, Indústria e

Serviços a

Preço de Mercado

Corrente.Maranhão/Território

-

2002/2007

MUNICIPIO

ESPECIF.

ANOS

2002

2003

2004

2005

2006

2007

PIB DO TERRITÓRIO

VA AGRO

77.813

95.412

120.183

157.063

198.936

217.842

VA IND

28.534

36.201

37.068 42.610

59.129

64.490

VA SERV

184.036

202.736 232.545

268.838

329.712

363.019

PIB DO MARANHÃO

VA AGRO

2.289.955 3.015.664

3.576.759

4.065.451

4.277.253

5.270.864

VA IND

2.365.909 3.190.001

3.421.951

3.929.361

5.032.902

5.058.847

VA SERV

9.490.413

10.864.013

12.693.352

14.875.023

16.396.319

17.990.915

TERRITÓRIO/ MARANHÃO

VA AGRO

3,40

3,16

3,36

3,86

4,65

4,13

VA IND 1,21 1,13 1,08 1,08 1,17 1,27

VA SERV 1,94 1,87 1,83 1,81 2,01 2,02

Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão-Série 2002 a 2007/IMESC.2009

2,02% em 2007.

No Gráfico 14, é possível verificar melhor a tendência ocorrida no período entre os valores

agregados por setor no Maranhão e no Território. Verifica-se uma predominância em todo período

do VA Serviços, em detrimento do VA Agrícola e Industrial. Este último tendo a menor expressão no

Território.

4.4. Estrutura Agrária e Agrícola

4.4.1. A diferenciação regional do sistema agrário do “Vale do Itapecuru”

A região que compreende o Território “Vale do Itapecuru” é composta por uma grande variedade

florestal que, em parte, tem relação com a formação de solos que acontece na área. É uma região

de contato de vários ecossistemas, desde fluviomarinhos, fluviais e de terra firme que depreende

77.81395.412

120.183

157.063

198.936217.842

28.534 36.201 37.068 42.61059.129 64.490

184.036202.736

232.545

268.838

329.712

363.019

0

30.000

60.000

90.000

120.000

150.000

180.000

210.000

240.000

270.000

300.000

330.000

360.000

390.000

2002 2003 2004 2005 2006 2007

VA AGRO VA INDUSTRIA VA SERVIÇOS

Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão -Série 2002 a 2007/IMESC.2009

35 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Gráfico 14: Variação do Pib da Agricultura (Va Agro), Indústria (Va Ind) e Serviços (Va Serv). Território. 2002/2007

Page 36: Ptdrs vale do itaperucu2

sua variedade de paisagens.

A Embrapa, através de levantamento do RADAM/BRASIL, considera que no Território aparecem

regiões de formação pioneira, ou seja, regiões que ocorrem geralmente ao longo de cursos de rios

e ao redor de depressões fechadas que acumulam água. Esse tipo de vegetação está associado a

áreas de deposição e áreas de formação de solos (pedologicamente) instáveis, com sedimentos

pouco consolidados sob o processo de acumulação fluvial ou lacustre (lagoas). Ora, esses

processos indicam vegetações geralmente mais densas, o que implica uma propensão a retirada

de lenha dessas áreas pela população local.

Além de formações pioneiras, há, segundo a mesma classificação, a formação da “Sub-região

dos campos aluviais”, com o aparecimento do que é denominado de “Aluvial campestre”, ou seja,

há a formação no Território de um campo de vegetação que se relaciona com a deposição de

sedimentos que acontece na planície da região. Apesar de aparecer em menor escala onde

acontecem em zonas mais periféricas, essa vegetação é utilizada principalmente como pasto

para a pecuária bovina na região.

Duas sub-regiões vegetais aparecem no território em maior quantidade. A primeira, que se

apresenta como a vegetação com maior importância econômica para grande parte da população

de pequenos agroextrativistas da região é a “Sub-região dos cocais da baixada maranhense”,

onde a vegetação predominante é a de “Babaçual ”.

A outra sub-região que aparece com grande importância é a “Área dissecada de Vargem Grande”,

que é geralmente uma área em um vale fluvial com processos erosivos que dissecaram, deixando

em formato plano e baixo, onde atualmente acontece deposição de sedimentos e com vegetação

não muito densa.

De acordo com tipologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na região, há a

presença de vegetação fluviomarinha, principalmente no município de Anajatuba, vegetação de

formação pioneira e a presença de restingas em algumas áreas periféricas e, principalmente, há a

presença de vegetação de savana ou floresta estacional, com áreas de tensão ecológica. Essas

últimas são originadas, sobretudo, do contato existente entre zonas de diversas formações

presentes, ecologicamente são denominados de ecótopos ou transição de ecossistemas. Desse

contato, deriva a diversidade de espécies na região, propiciando atividades de extração e de uso

da vegetação para as atividades econômicas.

Sua localização no Território maranhense faz com que o Território “Vale do Itapecuru” apresente-

se com zona de transição entre diversos ecossistemas, sendo possível encontrar desde

vegetação semelhante à litorânea como também uma floresta mais densa, tipicamente

amazônica. Também é possível encontrar a mata de babaçual, caracterizada por excelência um

ecossistema de transição entre a floresta fechada e densa amazônica e a mata de “carrasco”,

onde se inicia a caatinga nordestina. A formação de uma paisagem com alta densidade propicia a

retirada de lenha, já que há presença de uma floresta com grande capacidade madeireira, além do

aparecimento de uma formação vegetação mais aberta proporciona atividades de criação de

Áreas “cores” ou zonas que apresentam superposição de relevo e solo especifico. Floresta estacional perenifólia com babaçual, floresta de babaçual.

3

4

4

3

36 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 37: Ptdrs vale do itaperucu2

Sendo o PTDRS destinado especialmente aos produtores e produtoras rurais além de atores dos demais segmentos existentes nos municípios que compõe o Território Vale do Itapecuru, faremos aqui uma breve explicação dos dados apresentados, com o objetivo de facilitar a leitura das tabelas e gráficos. Vamos a elas:

1. Existem no Brasil duas fontes de dados que ajudam a entender nossa Estrutura Fundiária. Uma é proveniente dos Dados Cadastrais do INCRA e outra é os dados do IBGE;

2. Os dados cadastrais do INCRA trabalha com a Categoria de Imóveis Rurais e apresenta a distribuição do espaço fundiários entre os detentores da terra (proprietários e posseiros) e os dados do IBGE apresenta como os produtores rurais (proprietários, ocupantes,arrendatários e parceiros), ocupam o espaço fundiário;

3. O texto “Brasil agrário, retratado pelo Censo Agropecuário 2006 – Nota de Esclarecimento” nos ensina que Estrutura Agrária é a forma de acesso à propriedade da terra à exploração da mesma, indicando a relação entre os proprietários e não proprietários, a distribuição das culturas pela superfície da terra e a Estrutura Fundiária refere-se à organização das propriedades rurais quanto a número, tamanho e distribuição;

4. O mesmo texto acima citado, ensina ainda que Imóvel Rural é de área contínua quer seja ou passa ser destinado à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal,florestal ou agroindustrial,independente de sua localização na zona urbana ou rural do município;

5. Um imóvel rural dividido, explorado em parceria ou arrendado, ocupado por mais de um produtor com área definida, constitui-se em um estabelecimento agropecuário.

5

37 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

animais sem necessariamente haver a retirada da floresta para esse fim.A floresta de babaçuais é a formação vegetal que atualmente é mais intensamente utilizada para

fins econômicos, principalmente por parcela da população de agroextrativistas, denominados em

toda a região meio norte e norte brasileira de “quebradeiras de coco”. Seu aproveitamento,

atualmente, é principalmente para a fabricação de carvão, em menor escala, para a utilização

familiar; a fabricação de óleo, onde em outras regiões do maranhão têm uma escala maior, com o

aparecimento pequenas agroindústrias que inclusive exportam o óleo; e para fabricação de outros

derivados como artesanato e sabão/sabonte.

Há pouca capitalização dos grupos que se empenham nessa atividade fragiliza-a, tornando, por

exemplo, a fabricação de sabonetes inconstante e com pouco estoque. Outros problemas como

acesso aos babaçuais pelos pequenos grupos de agroextrativistas também se colocam, já que o

cerceamento das fazendas e a proibição da coleta por parte dos proprietários dificultam a retirada

da matéria-prima.

Apesar da formação vegetal em diversas áreas do território não apresentar grandes dificuldades

para a criação de gado de corte, grande parte dos pecuaristas desmatam a floresta de babaçual

para a colocação pasto, o que causa um desequilíbrio ecológico, ocasionando grandes prejuízos

também econômicos aos que dependem desse ecossistema.

4.4.2. Estrutura fundiária do Maranhão e do Território Vale do Itapecuru.

Utilizando dos dados do Censo Agropecuário 1995/96, IBGE (Convênio INCRA/FAO), constata-se

a concentração fundiária no Maranhão e no Território do Vale do Itapecuru, quando da elaboração

do PTDRS (2004). Na Tabela 05, pode-se observar que a Categoria de Proprietário no Território

representava 19,16% dos estabelecimentos (3.612), ocupando 93,23% da área (301.093 ha) e a

Categoria de Não Proprietários representava 80,84% dos estabelecimentos (15.242), ocupando

5

ESPECIFICAÇÃO

TERRITÓRIO MARANHÃO ESTABEL ÁREA ESTABEL. ÁREA

PROPRIETÁRIO 19,16% 93,23% 31,81% 93,41% NÃO PROPRIETÁRIO 80,84% 6,77% 68,19% 6,59% TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte: Extraído do Censo Agropecuário 1995/96, IBGE. Convênio INCRA/FAO.

Tabela 05: Percentual do Estabelecimento e Área sobre o total do Território e do Maranhão. (IBGE-1995)

Page 38: Ptdrs vale do itaperucu2

6,77% da área (27.853 ha). .Portanto, o Território reproduz a concentração fundiária existente no Maranhão, uma vez que, os

Proprietários representavam 31,81% dos Estabelecimentos (117.137), ocupando 93,41% da Área

(11.732.336 ha) e os Não Proprietários representavam 68,19% dos Estabelecimentos (251.054),

ocupando 6,59% da Área ( 828.355 ha).

Usando das mesmas variáveis, a partir do Censo Agropecuário 2006 – Versão Preliminar pode-se

fazer um confronto da condição do Produtor para o Maranhão, para o período 1996/2006. Para

tanto, apresenta-se a Tabela 06.

Pode-se observar que, apesar do incremento de apenas 6.150 estabelecimentos na condição de

proprietário entre 1996/2006, essa categoria de produtor mantém sua representatividade maior

sobre o total dos estabelecimentos (31,81% em 1996 e 42,59% em 2006), o mesmo ocorrendo com

a área ocupada (93,40% em 1996 e 89,22% em 2006). Esse dado comprova a manutenção da

Estrutura Fundiária concentrada no Maranhão ao longo de décadas.

Como não se tem os mesmos dados para fazer o confronto analisando a realidade do Território,

buscou-se fazer uma atualização dos dados além de uma análise da Estrutura Fundiária através dos

Dados Cadastrais do INCRA (2005) que foram sistematizados e apresentamos na Tabela 07.

Percebe-se que não houve mudanças significativas na Estrutura Fundiária do Estado do Maranhão,

uma vez que a Grande Propriedade representa 3,76% dos imóveis e ocupa 54,33% do total da área,

enquanto que o Minifúndio representa 52,55% do total de imóveis e ocupa 6,79% do total da área.

Fazendo uma análise mais detalhada da Tabela 07, observa-se que se somarmos a área ocupada

pelo Minifúndio e a Pequena Propriedade, ainda não chegamos ao total da área ocupada pela

38 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

1995 2006

ESPECIFICAÇÃO ESTABEL ÁREA ESTABEL. ÁREA

PROPRIETÁRIO 31,81% 93,40% 42,59% 89,22%

NÃO PROPRIETÁRIO 68,18% 6,59% 51,11% 7,43%

ASSENTADO* - - 5,94% 3,35%

Fonte: Extraído do Censo Agropecuário 1995/96, IBGE. Convênio INCRA/FAO e Censo Agropecuário Preliminar 2006, Agricultura Familiar.

(*) A categoria de Assentado não era computada quando a elaboração do Censo Agropecuário de

1995/1996.Optamos por fazer esse destaque .

Tabela 06: Percentual do Estabelecimento e Área Segundo a Condição do Produtor e o

Total do Maranhão. (1996/2006)

CATEGORIA DO IMÓVEL N° IMÓVEL % ÁREA % NÃO CLASSIFICADO 2.603 2,35 230.433,90 0,84 MINIFUNDIO 58.261 52,55 1.861.534,30 6,79 PEQUENA PROPRIEDADE 34.351 30,98 4.637.414,90 16,92

MÉDIA PROPRIEDADE 11.478 10,35 5.789.724,20 21,12 GRANDE PROPRIEDADE 4.171 3,76 14.894.317,50 54,33 TOTAL 110.864,00 100,00 27.413.424,80 100,00 Fonte: INCRA/DF/DFC - Apuração Especial Nº 00 588 - SNCR - Dez/05

Tabela 07: Estrutura Fundiária do Maranhão, Segundo a Categoria do Imóvel Rural. (INCRA-2005)

Page 39: Ptdrs vale do itaperucu2

52,55%

6,79%

30,98%

16,92%

10,35%

21,12%

3,76%

54,33%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

%

IMÓ

VE

IS E

ÁR

EA

Minifúndio Pequena Propriedade Média Propriedade Grande Propriedade

CATEGORIA DO IMÓVEL

Nº IMÓVEL ÁREA

Fonte: Extraído dos Dados Cadastrais do INCRA/DF/DFC -

- Apuração Especial Nº 00588

- SNCR -

Dez/05

Grande Propriedade. O Gráfico 15 ilustra a análise acima.

A seguir apresentamos uma análise dos mesmos dados do INCRA (2005) sistematizados e

consolidados para o Território que apresentamos na Tabela 08.

Observa-se que segue a tendência de concentração fundiária predominante em todo o

Maranhão, uma vez que se tem a Grande Propriedade representando 5,42% dos Imóveis e

ocupando 54,83% do total da área enquanto que o Minifúndio representa 50,79% dos imóveis e

ocupa 3,87% da área. Assim, como na realidade para o Estado como um todo, o somatório da

área ocupada pelo Minifúndio e a Pequena Propriedade ainda não alcança o total da área da

Grande Propriedade. Uma ilustração dessa realidade pode ser vista no Gráfico 16.

39 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

CATEGORIA DO IMÓVEL N° IMÓVEL % ÁREA %

MINIFUNDIO 1.648 50,79 31.110,5 3,87

PEQUENA PROPRIEDADE 974 30,02 127.188,4 15,83

MÉDIA PROPRIEDADE 447 13,78 204.664,6 25,47

GRANDE PROPRIEDADE

176

5,42

440.599,3

54,83

TOTAL

3.245

100,00

803.562,8

100,00

Fonte: INCRA/DF/DFC - Apuração Especial Nº 00588 - SNCR - Dez/05

Gráfico 15: Estrutura Fundiária do Maranhão (INCRA-2005)

Tabela 08: Estrutura Fundiária do Território Vale do Itapecuru, segundo a categoria de Imóvel Rural. (INCRA-2005)

Page 40: Ptdrs vale do itaperucu2

Fazendo uma leitura para o conjunto do Território, podem ser destacados os Municípios de

Itapecuru Mirim, Pirapemas e Vargem Grande, onde se registra a maior ocorrência de Minifúndio,

com 43,33%, 10,86% e 10,50%, respectivamente, para o total do Território e que somados, vem

representar 64,29% dos Minifúndios do Território. Essa mesma categoria, em relação à área

ocupada, importa 34,28%, 15,21% e 18,78%, respectivamente, que somados implicam 68,27%

do total de área de Minifúndios do Território.

Analisando a Pequena Propriedade para o conjunto do Território, entende-se que Vargem

Grande, Itapecuru Mirim e Cantanhede são os municípios que agrupam o maior número de

imóveis dessa categoria com 35,52%, 13,14% e 16,22%, respectivamente. Esses imóveis uma

vez somados respondem por 64,28% do total das Pequenas Propriedades do Território. Já a área

ocupada por esses Imóveis, importa respectivamente 39,87%, 15,24% e 13,22% do total da área

das pequenas propriedades, que somadas, representam 68,33% do total da área ocupada pelas

Pequenas Propriedades do Território.

A Média Propriedade é representada por Vargem Grande, Itapecuru Mirim e Cantanhede, com

27,52%, 19,91% e 15,88% do total de Imóveis respectivamente. E a área ocupada implica

33,61%, 17,02% e 13,41%, respectivamente. As Médias Propriedades desses municípios

somados respondem por 63,31% do total de Imóveis e a área ocupada por eles 64,04%.

50,79

3,87

30,02

15,8313,78

25,47

5,42

54,83

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

55,00

% D

E IM

ÓV

EL

E Á

RE

A

Minifúndio Pequena

Propriedade

Média

Propriedade

Grande

Propriedade

CATEGORIA DO IMÓVEL Nº IMÓVEIS ÁREA

Fonte: Extraído dos Dados Cadastrais do INCRA/DF/DFC -

Apuração Especial Nº 00588 -

SNCR -

Dez/05

40 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Gráfico 16: Distribuição Percentual de Imóveis e Área no Território Vale do Itapecuru Mirim/Ma – INCRA/2005

Page 41: Ptdrs vale do itaperucu2

A Grande Propriedade está representada pelos municípios de Itapecuru Mirim, Vargem Grande e

Pirapemas, respectivamente com 21,02%, 17,61 e 11,93% do total de Imóveis e a área ocupada

por eles, pontua 12,89%, 18,82% e 8,51% respectivamente. Esses municípios respondem por

50,56% do total de Grande Propriedade do Território, ocupando 40,22% da área das Grandes

Propriedades.

Pode-se concluir, a partir da análise da Estrutura Fundiária do Território, que há a manutenção da

concentração fundiária, seguindo a tendência de todo o Estado.

PROPOSIÇÃO: O Confronto dos dados apresentados e analisados acima, levar a concluir que não houve nenhuma ação implementada pelo Território com o fim de atender ao Programa de Acesso a Terra, no qual previa a Desapropriação/Compra/Regularização de posses.Fica o indicativo de que esse Programa deverá ser revisto pelo Colegiado.

4.4.3. A Dinâmica da Agricultura Familiar no Maranhão e no Território

Os dados oficiais apresentados pelo Censo Agropecuário Preliminar de 2006 retratam que, no

período de 1995 a 2006, o Maranhão perdeu 79.493 estabelecimentos e houve um acréscimo de

2.424.138 ha na área ocupada. Isso representa uma queda de 21,59% nos estabelecimentos e

um acréscimo de 19,29% na área ocupada.

Procurando confrontar o mesmo indicador (Número de Estabelecimentos e Área) e analisando a

dinâmica da Agricultura Familiar no Maranhão (INCRA/FAO,1995 e Censo Agropecuário de 2006

– Preliminar), reafirmamos a predominância da Agricultura Familiar em todo o Maranhão.

No ano de 1996, pelos dados apresentados na Tabela 09, os Estabelecimentos Familiares

(294.605) representavam 80,01% do total de estabelecimentos (368.191) no Maranhão e

ocupavam 5.431.000 ha (43,24%) do total do Maranhão que era de 12.560.692 ha. No mesmo

período, (1996), os Estabelecimentos da Agricultura Familiar no Território significavam 87,39%

(16.477) do total (18.854), ocupando uma área de 89.521 ha (27,21%) do total (328.946 ha).

Confrontando os dados anteriores com o de 2006, viu-se que os Estabelecimentos Familiares

continuam com maior representatividade no Maranhão sendo 91,31% (262.089), para o total de

287.037 estabelecimentos. Esses estabelecimentos ocupam uma área de 4.519.305 ha, que

constituem 34,79% do total (12.991.448 ha).

Quanto ao Território, a representatividade é de 94,61% dos estabelecimentos (16.865) sobre o

total de 18.854. A área ocupada constitui 25,39% (73.629 ha) do total de 289.943 ha.

6

6 Os Comentários do Censo Agropecuário de 2006, após a apuração dos dados foram constatados registros indevidos de áreas das unidades de conservação e de terras indígenas como estabelecimentos agropecuários, foram posteriormente excluídas. Tal fato explica, em parte, a redução do número de estabelecimentos verificada no estado e no território como também no acréscimo da área ocupada..

41 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 42: Ptdrs vale do itaperucu2

Com base nesses dados, pode-se ainda constatar que no Maranhão, entre 1996 e 2006 deixou de

existir 1.030 estabelecimentos, equivalendo a menos 39.003 ha. Já o Território, no mesmo

período, teve um acréscimo de 388 estabelecimentos e houve uma perda de 15.892 ha. Essa

redução implicou na diminuição da média dos estabelecimentos familiares que, no Território, era

de 5,4 ha em 1996 e caiu para 4,4 ha em 2006.

A análise, considerando o conjunto dos Municípios (Tabela 09), destaca que em sete deles ocorreu

perda de área (Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Nina Rodrigues,

Pirapemas e Presidente Vargas) e em três deles houve acréscimo no número de estabelecimentos

(Cantanhede, Miranda do Norte e Santa Rita).

PROPOSIÇÃO: Outra realidade nos mostra o confronto dos dados apresentados e analisados acima. Dessa vez, em relação à dinâmica ocorrida na ocupação do espaço pela Agricultura Familiar no Território, em que constatamos a queda na área média do Estabelecimento por Município, implicando na necessidade de revisão da Dimensão Econômica no Eixo Agricultura e, em especial, nos Programas: Dinamização das culturas tradicionais e Melhoramento na criação dos rebanhos. Esses programas, com a realidade encontrada, irão exigir uma agregação de tecnologia de produção não prevista no PTDRS.

Tabela 09: Número de Estabelecimentos e Área, por Município, Território e Estado. 1996/2006

MUNICÍPIOS ANO TOTAIS AGRICULTURA FAMILIAR LEI 11.236

PARTCIPAÇÃO DA AF. NO

TOTAL

ESTAB

ÁREA

ESTAB

ÁREA ESTAB

ÁREA

Anajatuba

1996

2.543

20.777

2.378

10.915

93,51

52,53

2006

2.216

11.880

2.181

5.725

98,42

48,19

Cantanhede

1996

1.052

26.451

782

8.375

74,33

31,66

2006

2.547

25.573

2.356

6.049

92,50

23,65

Itapecuru Mirim

1996

3.577

70.941

3.022

16.448

84,48

23,19

2006

3.497

69.563

3.263

11.784

93,31

16,94

Matões do Norte

1996

1.290

49.178

1.170

10.046 90,70

20,43

2006

1.199

38.751

1.083

5.477 90,33

14,13

Miranda do Norte

1996

245

16.865

215

4.151 87,76

24,61

2006

361

24.214

332

4.872

91,97

20,12

Nina Rodrigues

1996

906

18.660

806

1.879

88,96

10,07

2006

736

9.420

702

3.386

95,38

35,94

Pirapemas

1996

2.591

52.123

2.285

14.585

88,19

27,98

2006

1.421

21.650

1.376

8.655

96,83

39,98

Pres. Vargas

1996

1.313

19.570

1.245

6.978

94,82

35,66

2006

1.187

8.352

1.165

1.990

98,15

23,83

Santa Rita

1996

1.383

25.820

1.107

3.807

80,04

14,74

2006

1.519

27.686

1.355

4.801

89,20

17,34

Vargem Grande

1996

3.954

28.561

3.467

12.337

87,68

43,20

2006

3.141

52.854

3.052

20.890

97,17

39,52

Território

1996

18.854

328.946

16.477

89.521

87,39

27,21

2006

17.824

289.943

16.865

73.629

94,62

25,39

Maranhão

1996

368.191

12.560.692

294.605

5.431.000

80,01

43,24

2006

287.037

12.991.448

262.089

4.519.305

91,31

34,79

Território/ Maranhão

1996

5,12

2,62

5,59

1,65

-

-

2006 6,21 2,23 6,43 1,63 - -

Fonte: Censo Agropecuário 1995/1996.Convênio INCRA/FAO e Censo Agropecuário 2006.Versão Preliminar.

42 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 43: Ptdrs vale do itaperucu2

4.4.4. Utilização das Terras

No que diz respeito à utilização das terras no Maranhão, os estabelecimentos voltados para o

cultivo das Lavouras Permanentes reduziram em 10.599 unidades (24,45%), enquanto que as

áreas destinadas a essa atividades apresentaram um incremento de 433.382 ha (537,83%). As

Lavouras Temporárias também apresentaram queda no número de estabelecimentos em 168.177

(49,22%) e também houve redução na área dessa atividade em 235.028 ha (6,19%). A atividade

de Pastagem apresentou um incremento no número de estabelecimento de 3.392 unidades

(4,93%) e na área utilizada em 852.139 ha ou 16,05%. As Matas e Florestas tiveram o número de

estabelecimentos acrescido de 15.696 unidades (30,07%) e a área de 1.765.998 ha ou 61,41%. A

Tabela 10 ilustra essa variação da utilização da terra no período analisado para o Maranhão e é

apresentado de forma mais detalhada por município na Tabela 02 em anexo.

Outra análise da utilização da terra no Maranhão pode ser feita a partir da Participação Relativa de

cada atividade sobre o total. Assim, pode-se verificar na Tabela 11 que as Lavouras Permanentes

não apresentaram grande variação na sua representação para o conjunto de atividades do

estado, quando em 1995/1996 essa atividade representava 11,78% do total de estabelecimentos,

ocupando 0,64% da área total do Estado. Já em 2006, essa mesma atividade representa 11,35%

dos estabelecimentos e a área passou a representar 3,43% da área. Portanto, foi muito mais

significativa a alteração ocorrida na área da atividade do que propriamente no número de

estabelecimentos.

A Lavoura Temporária teve sua participação reduzida no número de estabelecimentos (92,80%

para 60,10%) como também na área (60,10% para 30,24%).

A Pastagem teve um maior número de estabelecimentos dedicados à atividade (20,36% para

42,28%) como também passou a usar um maior número de área (27,14% para 41,13%).

As Matas e Florestas aumentaram sua participação no número de estabelecimentos (14,18%

para 23,52%), como também na área (23,52% para 30,98).

43 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

1995/2006

ESPECIFICAÇÃO ESTAB (%) ÁREA (%)

Lavouras Permanentes

-,24,45

537,83

Lavouras Temporárias

-49,22

-6,19

Pastagens

13,85

17,73

Matas e Florestas

29,76

-12,00

Fonte:

Sistema IBGE de

Recuperação Automática

– SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 10: Utilização da Terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no Maranhão. 1995/2006.

Page 44: Ptdrs vale do itaperucu2

Aprofundando a comparação entre os dados de 1995/2006 para o Território, podem ser

observadas através da Tabela 12 as seguintes situações:

a) Lavoura Permanente teve uma queda no número de estabelecimentos (395), que

representa -27,71%, enquanto a área apresentou um incremento de 12.385 ha (+

664,79%);

b) Lavoura Temporária apresentou uma queda de menos 2.911 estabelecimentos (-16,26),

enquanto a área ocupada com a atividade apresentou um acréscimo de 77.934 ha

(+73,29%);

c) Pastagem teve um acréscimo no número de estabelecimento de mais 134 (-13,85%) e a

área ocupada decresceram 23.384 ha (-17,73%);

d) Matas e Florestas tiveram acréscimo no número de estabelecimentos de 239 (29,76%) e

queda na área ocupada de menos 9.149 ha (-12,00%).

Outra leitura pode ser feita a partir dos dados apresentados na Tabela 13, que corresponde à

participação das atividades para o total de estabelecimentos e área. Pode-se observar que, em

1995, a Lavoura Permanente representava 7,56% dos estabelecimentos e ocupava 5,76% do

total da área; já em 2006 passa a representar apenas 0,57% dos estabelecimentos, ocupando

3,72% da área. A mesma tendência ocorreu com a atividade de Lavoura Temporária onde em

1995, 94,94% dos estabelecimentos dedicavam-se a essa atividade, ocupando 83,88% da área

enquanto em 2006 os estabelecimentos representam apenas 32,32% e a área é de apenas

48,09%.

Continuando a apreciação dos dados, observa-se que, no caso das Pastagens, o número de

44 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

1995/2006

ESPECIFICAÇÃO ESTAB (%) ÁREA (%)

Lavouras Permanentes -27,71% 664,79%

Lavouras Temporárias -16,26% 73,29%

Pastagens 13,85% -17,73%

Matas e Florestas 29,76% -12,00%

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

1995 2006

ESPECIFICAÇÃO ESTAB ÁREA ESTAB ÁREA

Lavouras Permanentes 11,78 0,64 11,38 3,43

Lavouras Temporárias 92,80 30,24 60,10 23,78

Pastagens 20,36 42,28 27,14 41,13

Matas e Florestas 14,18 22,90 23,52 30,98

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 11: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades – Variação no Maranhão.1995/2006.

Tabela 12: Utilização da Terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no Território. 1995/2006.

Page 45: Ptdrs vale do itaperucu2

estabelecimentos representa 5,13% em 1995, ocupando 6,16% da área. Em 2006, houve uma

elevação considerável vindo a representar 40,09% do total de estabelecimentos, ocupando

28,32% da área.

E outra mudança representativa no Território foi em relação a Matas e Florestas, uma vez que

detinham 4,26% dos estabelecimentos em 1995 ocupando 5,83% do total da área e dá um salto

para 23,18% dos estabelecimentos e ocupando 17,52% da área.

Analisando a tendência do território a partir dos municípios, com base nos dados da Tabela 02 em

anexo, podemos constatar que:

a) Lavoura Permanente – os municípios de Anajatuba, Itapecuru Mirim, Nina Rodrigues,

Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande, contribuíram para a queda no número

de estabelecimentos voltados para lavoura permanentes no território, no período de

1995/2006. Já o incremento da área teve a participação de Anajatuba, Cantanhede,

Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Santa Rita e Vargem

Grande. Ou seja, 60% dos municípios perderam estabelecimentos para atividades de

lavoura permanente enquanto que 80% deles tiveram um incremento da área.

b) Lavoura Temporária – os municípios de Anajatuba, Itapecuru Mirim, Matões do Norte,

Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e Vargem Grande, contribuíram para a

queda no número de estabelecimentos voltados para lavoura temporária no território,

no período de 1995/2006. Já o incremento da área teve a participação de Itapecuru

Mirim, Nina Rodrigues, Presidente Vargas, Pirapemas e Vargem Grande. Ou seja, 70%

dos municípios perderam estabelecimentos para atividades de lavoura permanente

enquanto que 50% deles tiveram um incremento da área.

c) Pastagens – os municípios de Cantanhede, Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Miranda

do Norte e Vargem Grande, contribuíram para o acréscimo no número de

estabelecimentos voltados para Pastagens no território, no período de 1995/2006. Já a

queda na área teve a participação de Anajatuba, Itapecuru Mirim, Nina Rodrigues,

Pirapemas, Presidente Vargas e Santa Rita. Ou seja, 50% dos municípios ganharam

em número de estabelecimentos para atividades de pastagens, enquanto que 60%

deles tiveram queda da área.

45 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

ESPECIFICAÇÃO 1995 2006

ESTAB (%)

ÁREA (%)

ESTAB (%)

ÁREA (%)

Lavouras Permanentes

7,56

5,76

0,57

3,72

Lavouras Temporárias

94,94

83,88

32,32

48,09

Pastagens

5,13

6,16

40,09

28,32

Matas e Florestas

4,26

5,83

23,18

17,52

TOTAIS

111,89

101,63

96,16

97,65

Fonte: Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 13: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades no Total - Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.

Page 46: Ptdrs vale do itaperucu2

d) Matas e Florestas – os municípios de Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim,

Miranda do Norte e Vargem Grande, contribuíram para a o acréscimo no número de

estabelecimentos voltados para Matas e Florestas no Território, no período de

1995/2006. Já a queda da área foi uma constante em nove dos dez municípios e

somente Vargem Grande apresentou um incremento de área de Matas e Florestas.

PROPOSIÇÃO: A dinâmica ocorrida no território em relação à utilização da terra leva a refletir sobre o programa de fruticultura e horticultura no território, bem com em relação ao programa de pequenos animais, pois a diminuição dos estabelecimentos e das áreas de lavouras temporárias e permanentes são obstáculos para a manutenção e sustentabilidade dessas atividades no Território.Por outro lado, o incremento na participação da pastagem não só em número de estabelecimentos como também na área, leva a refletir sobre a sustentabilidade dessa atividade, uma vez que a ovinocrapinocultura é predominante no Território, sem, no entanto, haver condições de manutenção da massa forrageira. E sobre as Matas e Florestas se faz necessária uma reflexão diante dessa dinâmica acima, como equalizar a questão ambiental com o incremento e/ou manutenção das atividades com a tecnologia que é hoje predominante no território?

4.4.5. Laços de Parentesco com o Produtor

Analisando os estabelecimentos segundo os laços de parentescos com o produtor (na qual o

produtor conta quase exclusivamente com mão-de-obra familiar), observa-se que enquanto o

Maranhão teve uma perda de 79.493 estabelecimentos (-21,59%) entre 1995/2006, o território foi

de apenas 984 estabelecimentos (-5,22%), portanto, bem menor que a média do Estado. Já os

estabelecimentos sem laços de parentesco (em que o produtor não conta com mão-de-obra

familiar), no período analisado, decresceram em 16.659 estabelecimentos (-34,06%), enquanto

no território que acompanhou a mesma tendência teve uma redução de 1.047 estabelecimentos

(-44,06%). Isso implica dizer que, enquanto no Maranhão houve uma perda maior nos

estabelecimentos com laços de parentesco, no território a perda maior foi nos estabelecimentos

sem laços de parentesco. No primeiro caso, com laços de parentesco, temos uma liberação de

mão-de-obra familiar provavelmente para as relações de assalariamento enquanto que, no

segundo caso, sem laços de parentesco, podemos dizer que houve uma ação inversa.Vejamos

abaixo:

46 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MARANHÃO TERRITÓRIO

N° ESTAB

%

N° ESTAB

%

Com laços de

parentesco

- 79.493

- 21,59%

- 984

- 5,22%

Sem laços de

parentesco

-16.659

-37,06%

- 1.047

-44,06%

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 14: Número de Estabelecimentos e Laços de Parentesco. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.

ESPECIFICAÇÃO

Page 47: Ptdrs vale do itaperucu2

Em outra análise, conforme Tabela 15, apreende-se que o pessoal ocupado nos estabelecimentos

com laços de parentesco diminuíram em 259.630 pessoas (-24,45%) em todo o Maranhão e no

território a diminuição foi de 3.369 pessoas (-6,32%), entre 1995 e 2006. No mesmo período, nos

estabelecimentos sem laços de parentesco a diminuição do pessoal ocupado foi de 78.097

pessoas (-28,94%) e no território foi de 13.297 pessoas (-59,87%). Portanto, o território teve um

incremento muito importante nas relações de parentesco, o que se deduz que novas áreas podem

ter sido acrescentadas à agricultura familiar no período considerado.

Analisando a tendência do Território a partir dos municípios, com base nos dados da Tabela 03 em

Anexo, pode-se constatar que:

a) Estabelecimentos com laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Itapecuru

Mirim, Matões do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e Vargem

Grande, contribuíram para a queda no número de estabelecimentos, ou seja, 70% dos

municípios que compõe o Território apresentaram queda no número de

estabelecimentos, cuja mão de obra é familiar.

b) Estabelecimentos sem laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Cantanhede,

Itapecuru Mirim, Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas e Presidente Vargas

contribuíram para a queda no número de estabelecimentos. Ou seja, 70% dos

Municípios que compõe o Território, apresentaram queda no número de

estabelecimentos cuja mão de obra não tinha relação de parentesco.

c) Pessoal ocupado com laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Matões do

Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e Vargem Grande, contribuíram

com a diminuição do pessoal ocupado. Ou seja, 60% dos municípios perderam mão-de-

obra nos estabelecimentos com laços de parentesco, exatamente por terem

apresentado queda no número de estabelecimentos.

d) Pessoal ocupado sem laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Cantanhede,

Itapecuru Mirim, Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e

Santa Rita contribuíram para a diminuição do pessoal ocupado nos estabelecimentos

sem laços de parentesco. Ou seja, 80% dos Municípios tiveram queda no número de

pessoas ocupadas nesses estabelecimentos, exatamente por terem apresentado

queda no número de estabelecimentos.

47 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MARANHÃO TERRITÓRIO

ESPECIFICAÇÃO

N° ESTAB

%

N° ESTAB

%

Com laços de

parentesco

-259.630

-24,45%

-3.369

-6,32

Sem laços de

parentesco

-78.097

-28,94%

-13.297

-59,87%

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar .

Tabela 15: Área de Estabelecimentos, Pessoal Ocupado. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.

Page 48: Ptdrs vale do itaperucu2

4.4.6. Produção Agropecuária

4.4.6.1. Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Temporárias

Agora, analisar-se-á um pouco a forma do uso da terra no Maranhão e no Território. Começando

pelo Maranhão e apresentando a Tabela 16, observa-se que as culturas tradicionais,

apresentaram queda em termos absolutos e relativos na área colhida e na quantidade produzida.

Destacam-se o Milho e o Arroz como as culturas que apresentaram maior queda na área colhida,

com -44,96% e -39,92% respectivamente.

A queda na área colhida resultou em queda na quantidade produzida de Arroz (-27,95), Feijão (-

8,23%) e Mandioca (-29,26%). Somente o Milho apresentou uma evolução na quantidade

produzida de 32,85%. Agora em se tratando da produtividade somente a mandioca apresenta

uma queda de -8,08%. As demais culturas apresentaram um aumento de produtividade, tendo o

Milho uma elevação de 141,36%.

Para analisar as mesmas variáveis para o Território Vale do Itapecuru, apresentamos a Tabela 17,

na qual vemos que somente o Arroz (-3,67%) e Milho (-25,57%), acompanharam a tendência de

queda ocorrida na media do Estado. E cabe destacar que para a Mandioca, a área colhida teve um

incremento de 50,50%.

Quanto à quantidade produzida observa-se, mais uma vez, que o Território não acompanha a

tendência do Estado, apresentando um incremento na quantidade em todas as culturas, com

destaque para o Arroz, com 87,49%. Em termos de produtividade, apenas o Arroz e o Milho

acompanharam a tendência da média do Maranhão, com incremento na Produtividade de 94,63%

e 14,14% respectivamente.

48 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Tabela 16: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária. Maranhão. 1995/2006.

ÁREA COLHIDA (ha)

QUANT PRODUZ (Ton)

VARIAÇÃO ABSOLUTA (Kg/Ha)

LAVOURA TEMPORÁRIA

%

%

PRODUTIV

Var %

1996

2008

ARROZ

-310.555

-39,92

-265.961

-27,95

19,92

1.223,17

1.466,86

FEIJÃO

-29.589

-25,62

-3.458

-8,23

23,37

363,69

448,70

MANDIOCA

-66.634

-23,04

-715.589

-29,26

-8,08

8.458,17

7.775,15

MILHO

-288.364

-44,96

188.616

32,85

141,36

563,00

1.358,83

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Page 49: Ptdrs vale do itaperucu2

Comparando a variação na área colhida do Maranhão e do Território, analisando as tabelas 17 e

18, compreende-se que não acompanharam a mesma dinâmica do Feijão (28,92%) e a Mandioca

(50,50%), com incremento na área colhida.

A quantidade produzida das principais lavouras temporárias não acompanhou a tendência de

queda ocorrida para a média do Estado, mesmo o milho apresentando uma queda no valor

absoluto, teve um incremento relativo, no período analisado. Estes dados são apresentados na

Tabela 19.

~

49 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

ÁREA

COLHIDA (ha) QUANT PRODUZ

(Ton) VARIAÇÃO

ABSOLUTA (Kg/Ha)

LAVOURA TEMPORÁRIA N° % N° %

PRODUTIV

Var % 1996 2008

ARROZ -882 -3,67 13.588 87,49 94,63 646,05 1.257,41

FEIJÃO 988 28,92 202 15,25 -10,61 387,88 346,73

MANDIOCA 6.984 50,50 32.999 27,54 15,26 8.664,33 7.342,43

MILHO -5.558 -

25,57 -1.361 15,04 14,14 416,24

475,10 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 17: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária. Território. 1995/2006.

MARANHÃO TERRITÓRIO

LAVOURA TEMPORÁRIA

ÁREA % ÁREA %

ARROZ -310.555 -39,92 -882 -3,67

FEIJÃO -29.589 -25,62 988 28,92

MANDIOCA -66.634 -23,04 6.984 50,50

MILHO -288.364 -44,96 -5.558 -25,57

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 18: Variação na Área Colhida de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.

Detalhe da fachada do Centro de Referência da Agricultura Familiar - CRAFUnidade de Comercialização-Entroncamentao- Itapecuru Mirim

Page 50: Ptdrs vale do itaperucu2

Enquanto para o Estado, o arroz apresenta uma queda de 265.961 toneladas entre 1995/2006,

para o Território houve um incremento de 13.588 toneladas. A queda na quantidade produzida de

feijão para todo o Estado foi de 3.458 toneladas enquanto que no Território houve um incremento

de 202 toneladas. A mandioca apresentou uma queda de 715.589 toneladas no Estado e um

incremento de 32.999 toneladas no Território.

A Tabela 04 em anexo, apresenta os dados dos municípios do Território e ressalta-se o fato de que

a mandioca apresenta queda na produtividade em 70% dos municípios, com queda na área

colhida e na quantidade produzida em 50% dos municípios.

Em seguida, vem o feijão com queda na produtividade em 50% dos municípios e queda na área

colhida e quantidade produzida em 30%. Por fim, tem o milho, com queda na produtividade em

30% dos municípios, queda na área colhida em 70% e na quantidade produzida em 50% dos

municípios.

PROPOSIÇÃO: Complementando a Proposição anterior, no Confronto dos dados apresentados constatamos o incremento da quantidade produzida das principais culturas temporárias em todo o território, ainda que tenha ocorrido a queda na área média do Estabelecimento por município, é necessário a revisão da Dimensão Econômica no Eixo Agricultura e, em especial, nos Programas: Dinamização das culturas tradicionais e nos Projetos Melhoria do Cultivo e aproveitamento integral da mandioca e no incremento das culturas de subsistência (arroz, milho, feijão e mandioca). Ambos os projetos irão exigir uma agregação de tecnologias sustentáveis de produção não prevista no PTDRS.

4.4.6.2 Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Permanentes

O território também apresenta uma produção originária de lavoura permanente, mas não tem

muita expressividade. Produtos como coco da baía, limão, mamão e manga só aparecem com

dados de produção em 2006, assim apresentamos uma análise baseada nos frutos com maior

frequência e permanência nos dois anos de coleta (2005 – 2006), ou seja, a banana e a laranja.

Utilizando da Tabela 20, pode-se observar que a banana teve queda na área colhida, muito

embora a quantidade produzida tenha alcançado uma elevação de 136,13%. Já a laranja

apresentou queda na área colhida e quantidade produzida.

50 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Tabela 19: Variação na Quantidade de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.

MARANHÃO TERRITÓRIO LAVOURA

TEMPORÁRIA TONELADAS % TONELADAS %

ARROZ -265.961 -27,95 13.588 87,49

FEIJÃO -3.458 -8,23 202 15,25

MANDIOCA -715.589 -29,26 32.999 27,54

MILHO 188.616 32,85 -1.361 15,04 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Page 51: Ptdrs vale do itaperucu2

Proposição: A situação encontrada relativa à produção da lavoura permanente convida para uma reflexão

sobre a viabilidade da mesma. O PTDRS apresenta um Programa de Fruticultura, especificando

projetos tais como Melhoria das frutíferas nos quintas, implantação de banco de sementes e

mudas e beneficiamento de frutas regionais. Como o PTDRS não detalha e observando a situação

da ocorrência de frutas no território, fica o indicativo de rever o Programa e Projetos.

4.4.6.3. Efetivo do Rebanho

Comparando os dados do Efetivo do Rebanho, no período entre 1996/2006 para o Maranhão e o

Território, observa-se na Tabela 21 que o Território apresenta a tendência de crescimento do

Rebanho Bovino com incremento de 51,43% no número de cabeças. Em relação aos Suínos,

enquanto no Maranhão, houve diminuição no número de cabeças, o Território experimentou um

crescimento de 5,82. Os Caprinos e Ovinos foco da Agroindustrialização, da pecuária no Território,

teve um acréscimo no efetivo. Os Caprinos cresceram relativamente mais que a média do Estado,

o mesmo não acontecendo com os Ovinos. Por fim, o efetivo de Galinhas acompanhou a

tendência de queda ocorrida no Maranhão, ficando inclusive, acima da média.

A Tabela 05 em Anexo, apresenta a variação ocorrida em cada município do Território. A sua leitura

constata que o município de Cantanhede, no período analisado, é o único que apresenta queda

em todos os efetivos de rebanho, sendo o mais expressivo a queda no rebanho bovino de 63,63%,

seguido do efetivo do Caprino de 45,75% e Ovino de 44,87%. O município de Vargem Grande foi o

único que apresentou queda no efeito do Suíno de 2,62%. Quanto ao efetivo de Galinhas houve

queda em 60,00% dos municípios.

51 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

ÁREA COLHIDA (ha)

QUANT PRODUZ (Ton)

VARIAÇÃO ABSOLUTA (Kg/Ha)

LAVOURA PERMANENTE N° % N° % 1996 2008

Banana (Toneladas) -29 -4,82 1.364 136,13 1.667,22 4.136,36

Laranja (Toneladas)

-66

-57,39

-5.800

-9.429

53.487

7.163

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.

IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 20: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Permanente. Território. 1995/2006.

MARANHÃO TERRITÓRIO)

REBANHO N° % N° % Bovino (cabeças) 2.673.684 67,93 52.995 51,43 Suíno(cabeças) -445.822 -23,09 9.585 5,82 Caprino(cabeças) 67.824 21,79 7.696 36,38 Ovino(cabeças) 79.792 54,49 2.467 34,21 Galinhas(cabeças) -144.954 -4,49 -10.917 -9,87 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 21: Variação do Efetivo do Rebanho por tipo de Rebanho Maranhão Território- 1996/2007.

Page 52: Ptdrs vale do itaperucu2

Proposição: O PTDRS apresenta os programas voltados para o Eixo da Pecuária: Melhoramento da criação dos rebanhos existentes e Consolidação de novas atividades. Para a execução desse Programas, está previsto a implantação de pólos de produção (caprinos, aves, suínos, bovinos). Pelos dados comparados acima, devemos refletir sobre os Programas e Projetos propostos. A variação ocorrida no período pode ser simplesmente uma ação natural do que propriamente uma intervenção de política pública.

4.4.6.4. Produção Animal

Quando se comparam os dados da produção animal no período de 1996/2006 para o

Maranhão e Território, é visível a queda na produção em todos os itens disponíveis nos dados

do IBGE. Por outro lado, o Território acompanha a tendência de queda com variações

negativas acima da média do Estado.

Na Tabela 22, pode-se visualizar a tendência ocorrida na variação acima apontada para o

Maranhão e o Território.

52 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

67,93

21,79

54,49

51,43

36,38

34,21

23,09-

4,49-

5,82

9,87-

-40 -20 0 20 40 60 80 100 120

Bovino (cabeças)

Suíno(cabeças)

Caprino(cabeças)

Ovino(cabeças)

Galinhas(cabeças)

MARANHÃO TERRITÓRIO

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Gráfico 17: Variação no Efetivo do Rebanho. Maranhão Território.1996/2007

MARANHÃO TERRITÓRIO

REBANHO

%

%

Leite de Vaca ( Litros)

-6.323

-4,53

-1.749

-57,65

Leite de Cabra (Litros)

-307

-86,97

-44

-100,00

Ovos de Galinha (Mil dúzias)

-11.936

-74,55

-231

-78,04

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.

Tabela 22: Variação da Produção Animal Maranhão/Território- 1996/2006.

Page 53: Ptdrs vale do itaperucu2

Os municípios que compõem o território apresentado na Tabela 06, em anexo, seguem a

tendência do Estado e do Território, com exceção de Anajatuba, o qual apresenta incremento na

produção de leite de vaca no período analisado.

Proposição: O PTDRS apresenta no Eixo da Agroindústria, programas voltados para o beneficiamento dos produtos agropecuários e extrativistas, com projetos visando a Dinamização da agroindustrialização. Pelos dados comparados acima, deve-se refletir sobre os Programas e Projetos propostos. A variação ocorrida no período pode indicar, inclusive, que não há um potencial produtivo que motive a agroindustrialização desses produtos. Como o PTDRS não identifica os produtos que irão compor o Programa/Projetos, os dados apresentados indicam sobre a necessidade de revisão dos Programas e Projetos.

4.4.6.5. Produção Extrativa Vegetal

Em se tratando da Produção Extrativa Vegetal, no período de 1996/2006, o Maranhão apresentou

incremento na produção de Carvão Vegetal de 429,67%, enquanto que, no Território, o

incremento ficou em 8,61%. A produção de lenha teve um incremento simbólico na média do

Estado (1,09%) e apresentou queda no território de 99,69%. A madeira em tora apresentou queda

(-98,08%) superior a média do Estado.

Continuando a tendência de que é bem acima da média ocorrida no Estado, apresenta-se a

produção de oleaginosas (-10,50%) e a amêndoa de babaçu (-9,84%).

Apresenta-se a Tabela 23 para contribuir na leitura da variação da produção vegetal no Maranhão

e no Território.

A Tabela 07, em anexo, possibilita analisar a variação da produção extrativa para cada município

que compõe o Território. Podemos observar que o Carvão Vegetal apresenta queda em

Anajatuba, Cantanhede e Vargem Grande. A produção de lenha também apresenta queda em

Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim e Vargem Grande. A produção da madeira em tora

diminui em Itapecuru Mirim e Pirapemas. A produção de oleaginosas cai em Anajatuba, Nina

Rodrigues, Pirapemas e Vargem Grande. Por fim, a amêndoa de babaçu apresenta queda em

Nina Rodrigues, Pirapemas e Vargem Grande.

53 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MARANHÃO

TERRITÓRIO

PRODUTO EXTRATIVO

%

%

Carvão Vegetal (Ton)

597.841

429,67

529

8,61

Lenha (M³)

34.838

1,09

- 81.745

-99,69

Madeiras em Tora (M³)

-309.297

-59,47

-10.789

-98,08

Oleaginosas (Ton)

-6.192

-5,38

-1.092

-10,50

Babaçu – amêndoa (Ton)

-5.985

-5,22

-1.016

-9,84

Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar .

Tabela 23: Variação da Quantidade Produção Extrativa Vegetal Maranhão/Território- 1996/2007.

Page 54: Ptdrs vale do itaperucu2

azendo um comparativo dos dados do INCRA/SR12 do SIPRA na Tabela 24,

pode-se observar que, no período compreendido entre a elaboração do PTDRS F(2004) e sua Qualificação (2010), apenas 07 (sete) novos assentamentos foram

criados no território, com o aumento de 2.879 famílias beneficiarias das ações de reforma

agrária e o incremento de 31.300,02 ha no processo produtivo das respectivas famílias.

O maior acréscimo de áreas e o respectivo número de famílias foi em Vargem Grande (6

PA's) e Santa Rita (3 PA's), sendo em Vargem Grande com mais 13.761,5 há e Santa Rita

com mais 703,45 há no processo produtivo da agricultura familiar desses municípios.

5. P

rese

nça

de

outr

os A

tore

s S

ocia

is n

o T

erri

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o:

Ass

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dos

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uil

ombo

las

e P

esca

dor

es.

54 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Quilombolas do assentamento Pequi-Itapecuru Mirim

Page 55: Ptdrs vale do itaperucu2

Além dos números de famílias acima citados, na categoria de assentados, o Território, segundo os

dados do SIT (2007), conta ainda com 2.384 pescadores artesanais e, aproximadamente, 100

áreas reconhecidas como Quilombolas

Estimando, tem-se um total de aproximadamente 10.211 agricultores familiares no território,

número esse que se aproxima dos dados recentes do IBGE apresentados acima no total de

16.865 estabelecimentos familiares em 2006 no Território.

5.1 Comunidades Quilombolas do Vale do Itapecuru

A formação da economia maranhense que nós conhecemos atualmente é conseqüência da

correlação entre fatos históricos e a sua inserção na dinâmica da economia de forma geral. As

atividades que se colocaram no espaço maranhense, bem como as formas de se produzir nele

podem ser relatadas como parte integrante das causas da organização econômica

contemporânea. Por exemplo, a estagnação econômica ocorrida após o surto do algodão teve

como conseqüência uma série de estruturas relacionadas à pobreza de muitos municípios do

estado.

A economia é uma das instâncias da sociedade, sendo que ela reflete em muitas outras, inclusive

na cultura desta. Tentando fazer uma relação, podemos dizer que a grande quantidade de negros

existentes no território maranhense é resultado de acontecimentos históricos que ocorreram

nesse espaço, e que principalmente estão ligados ao latifúndio escravocrata. Essa relação não

chega a ser simples, é às vezes, bem mais complexa.

No caso das populações negras que se localizam em território maranhense, muitas foram

formadas a partir da falência das fazendas de arroz, logo após o fim da escravatura, ou ainda,

como sendo o refúgio escravos fugidos. Como coloca a Fundação Palmares:

“As comunidades Quilombolas são populações negras que vivem no meio rural e se auto-identificam como Comunidades Negras rurais, Terras de Preto, Quilombos, Mocambos e outras designações correlatas, são um segmento de população negra brasileira marcada pela resistência, organização e, principalmente, pela luta em defesa de direitos sagrados: Terra, Liberdade, Cidadania e Igualdade”.

Tabela 24: Total de Assentamentos Criados no Território 2004/2009

MUNICIPIOS

2004 2009

N°PA’S N° FAM ÁREA (Há) N°PA’S N° FAM ÁREA (Há) Anajatuba 0 0 0 1 16 67,70

Cantanhede 7 413 7.222,57 8 565 9.750,22 Itapecuru Mirim 16 1.341 39.729,71 17 2.385 48.785,71 Matões do Norte 4 267 7.867,73 3 283 5.959,81 Miranda do Norte 3 198 2.333,00 4 216 2.434,67 Nina Rodrigues 4 440 13.562,23 6 794 21.497,72 Pirapemas 7 678 21.121,52 8 956 22.319,49 Presidente Vargas 13 324 6.896,00 5 296 4.782,47 Santa Rita 2 198 8.776,00 5 608 9.479,45 Vargem Grande 5 89 6.404,00 11 708 20.165,50

TOTAIS 61 3.948 113.912,76 68 6.827 145.242,78 Fonte: SIPRA/SR12/MA .JAN 2010.

55 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 56: Ptdrs vale do itaperucu2

Atualmente essas comunidades passam por um processo de reconhecimento jurídico e de

identidade. A burocracia do Estado, bem como a investida de alas direitistas e reacionárias da

sociedade brasileira são empecilhos ao reconhecimento dessas comunidades. Em contrapartida,

esses grupos vêm se reafirmando na construção da identidade quilombola como um agente de

direito à terra, que está garantido na Constituição Federal de 1988. No entanto, esses direitos

estão ameaçados e conflitos de terras, expansão do agronegócio, concorrência desigual de

produtos com os grandes capitalistas vem sendo cada vez mais fatores explicativos da pobreza

em que se encontram várias dessas comunidades.

No Maranhão as comunidades quilombolas estão distribuídas dessa maneira em seu território:

Figura 01: Distribuição das comunidades quilombolas no Estado do Maranhão.

Grande parte das comunidades segue os leitos dos rios, como Rio Pindaré, Mearim e Rio

Itapecuru, onde resistem à expansão do grande capital, que financiado, muitas vezes, pelo

Estado acaba por imprimir perdas nessa disputa.

No Maranhão temos, atualmente, 23 terras tituladas e mais 214 com processo formalizado no

INCRA, significando, segundo a fundação Pró-Índio de São Paulo, aproximadamente 21% das

comunidades quilombolas do Estado.

As terras tituladas estão assim dispersas no território maranhense:

56 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Fonte: Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010

Page 57: Ptdrs vale do itaperucu2

Figura 02: Distribuição das comunidades quilombolas tituladas no estado do Maranhão.

No Território “Vale do Itapecuru” muitas das comunidades quilombolas resistem e consolidam

direitos. Como por exemplo, as comunidades de Santa Helena em Itapecuru Mirim ou de Santana

no município de Santa Rita. Abaixo, quadro com a relação de comunidades quilombolas tituladas

no Território “Vale do Itapecuru”.

Essas comunidades representam menos que 20% das comunidades tituladas no Maranhão, e

representam um número pequeno frente às comunidades ainda a serem tituladas (como

demonstra o mapa anterior de distribuição espacial das comunidades a serem tituladas).

Dois elementos se colocam como empecilho para as comunidades quilombolas no que diz respeito

a sua economia: 1) Estruturação de bases sólidas que possam sustentar a sua produção; 2)

titulação de suas terras para que não estejam sujeitas as leis de mercado das terras no Maranhão,

em que o agronegócio conta com vantagens.

É importante notar que essas comunidades, tratadas de forma diferenciada nesse diagnóstico, são

na verdade, parte integrante das populações camponesas do “Vale do Itapecuru”, e têm relação

com a economia familiar praticada por esses grupos. Aqui, separamos apenas para evidenciar um

dos problemas, específicos, de titulação de terras que tem no território.

57 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Comunidade Município Nº de Famílias Área Santa Helena

Itapecuru mirim

30

345,4331 Pedrinhas

Anajatuba

28

128,6363 Queluz

Anajatuba

105

255,2392

Santa Rita do Vale

Santa Rita

120

319,4535 Povoado Santana

Santa Rita

41

201,1171 Fonte: Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010

Quadro01: Comunidaes Quilombolas Tituladas no Território “Vale do Itapecuru”

Fonte: Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010

Page 58: Ptdrs vale do itaperucu2

6.1. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF no Território

iante do quadro da Agricultura Familiar, já descrito acima, além da estrutura

fundiária e do número de tomadores de crédito do Pronaf no Território, será Dapresentada, no último item, a descrição sucinta a cerca da dinâmica do

Pronaf para o Território.

Vê-se, inicialmente, que no período analisado (2000 a 2008) já foram contratados um

total de 14.582 Operações para o território, representando 2,58% do total de

operações de todo o Maranhão.

No período apresentado na tabela 25, destaca-se o município de Itapecuru Mirim com

2.745 operações, seguido de Anajatuba com 1.995, Cantanhede com 1.838,

Pirapemas com 1.703 e Miranda do Norte com 1.634 operações.

Esses cinco municípios juntos representam 68,00% do total de operações realizadas

no território que equivale a R$ 25,9 milhões (Vinte e cinco bilhões e nove milhões de

reais) de recursos injetados no território para atender a demanda do Pronaf nos nove

anos analisados. Os municípios com menor número de operações foram Nina

Rodrigues, Presidente Vargas e Matões do Norte.

6. A

Pol

ític

a d

o C

réd

ito

no

Ter

ritó

rio

58 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Feira Territorial do Programa de ATES, com a produção dos agricultores familiares de 20 Projetos deAssentamentos do Território assessorados pela COOSPAT, ocorrida em dezembro\10

Page 59: Ptdrs vale do itaperucu2

O Gráfico 18 ilustra a situação do total de contratos no período analisado para o conjunto de

municípios do território e o Gráfico 19 indica o valor total dos contratos também no período por

Município.

59 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MUNICÍPIOS

N° CONTRATOS

VALOR DOS CONTRATOS

(Em R$)

Anajatuba

1.995

2.886.415,47

Cantanhede

1.838

3.990.206,83

Itapecuru Mirim

2.745

8.691.523,86

Matões do Norte

958

3.881.652,92

Miranda do Norte

1.634

3.109.869,39

Nina Rodrigues

423

1.793.951,68

Pirapemas

1.703

7.247.777,94

Presidente Vargas

658

1.573.562,70

Santa Rita

1.072

2.878.762,08

Vargem Grande

1.556

2.962.532,85

Total Território

14.582

39.016.255,72

Maranhão

564.122

1.502.345.961,10

Território/Maranhão 2,58

2,53

Fonte: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES. Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Últimos 3 meses sujeitos á alterações.

Tabela 25: Total de Contratos e Valor para o conjunto do Território Dados Agregados – Território/Maranhão – 2000 a 2008

1.9951.838

2.745

958

1.634

423

1.703

658

1.072

1.556

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

An

ajatub

a

Can

tanh

ede

Itapecu

ru M

irim

Matõ

es do

No

rte

Miran

da d

o N

orte

Nin

a Ro

drig

ues

Pirap

emas

Presid

ente V

argas

San

ta Rita

Varg

em G

rand

e

Fonte: Extraído da Tabela 25

Gráfico 18: Total de Contratos, segundo os Municípios Dados Agregados Território – 2000 a 2008

Page 60: Ptdrs vale do itaperucu2

Fazendo agora uma leitura da Tabela 26 a qual apresenta os totais de operações a cada ano,

percebe-se que a concentração maior do número de operações ocorreu nos anos de 2005 e 2006,

período em que o território contou com o Programa de ATES – Assessoria Técnica, Social e

Ambiental, com técnicos fixados diretamente nos assentamentos rurais, fato esse que justifica a

duplicação do número de operações entre os anos de 2004 e 2005.

60 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Condições de habitação em área de assentamento- Itapecuru Mirim

2.886

3.990

8.692

3.882

3.110

1.794

7.248

1.574

2.879 2.963

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

An

aja

tub

a

Can

tan

hed

e

Itap

ecu

ru M

irim

Matõ

es d

o N

orte

Mira

nd

a d

o N

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Nin

a R

od

rigu

es

Pira

pem

as

Pre

sid

en

te V

arg

as

San

ta R

ita

Varg

em

Gra

nd

e

Fonte: Extraído da Tabela 25

Gráfico 19: Valor dos Contratos (R$ Mil),Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008

Page 61: Ptdrs vale do itaperucu2

O Gráfico 20 permite visualizar melhor o desempenho do número de operações a cada ano que

ocorreram no Território e o Gráfico 21 oferecem a tendência em termos dos valores das operações

anuais.

61 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

1.379

321

518

836

1.586

3.225 3.176

2.133

1.408

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: Extraído da Tabela 27

Gráfico 20: Total de Contratos Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008

ANOS N° CONTRATOS VALOR DOS CONTRATOS

(Em Mil R$)

2000

1.379

3.775,58

2001

321

200,17

2002

518

576,96

2003

836

960,11

2004

1.586

4.754,61

2005

3.225

9.315,48

2006

3.176

7.450,23

2007

2.133

7.159,73

2008

1.408

4.823,39

Fonte: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES. Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Últimos 3 meses sujeitos á alterações.

Tabela 26: Total de Contratos e Valor no Território Dados Agregados – 2000 a 2008

Page 62: Ptdrs vale do itaperucu2

Na leitura da Tabela 27, observa-se o total de operações e valores segundo as modalidades das

operações, ou seja, de custeio e investimento por município para o período de 2000 a 2008.

Pode-se observar ainda, que do total de contratos firmados no período 16,02% (2.337)

destinavam-se a atividades de custeio e 83,97% (12.243), tendo como objetivo o investimento. As

atividades de custeio representaram R$ 6.054,00(Seis milhões, cinqüenta e quatro mil reais) e as

atividades de investimento R$ 32.962 (Trinta e dois bilhões, novecentos e sessenta e dois milhões

de reais).

Fazendo a leitura por município, destaca-se Itapecuru Mirim com 21,89% dos contratos (601)

destinados a custeio e 78,10% (2.144) destinado a investimento. O segundo município com maior

número de contratos é Anajatuba com 12,88% destinados a custeio (257) e 87,12% destinado a

investimento (1.738). O terceiro município em termos de contrato é Cantanhede com 6,96% dos

contratos destinados a custeio (128) e 93,03% destinado a investimento (1.710).

3.775,58

200,17576,96

960,11

4.754,61

9.315,48

7.450,237.159,73

4.823,39

0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

7.000,00

8.000,00

9.000,00

10.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: Extraído da Tabela 27

Gráfico 21: Valor dos Contratos (Em R$ MIL) Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008

62 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Unidade Produtiva da Casa da Familiar Rural - PRONAT/ Itapecuru-Mirim

Page 63: Ptdrs vale do itaperucu2

Percebe-se, com os dados sistematizados, que, no Território, predominou projetos de

investimento. O Gráfico 22, mostra o predominância dos municípios em relação aos Contratos de

Investimento.

257

1738

128

1710

601

2144

105

853

122

1512

7

416

518

1185

5

653

200

872

394

1162

0

50 0

100 0

150 0

200 0

250 0

Anaja tuba Cantanhede It apecuru

Mir im

M atões do

Nort e

M iranda do

N or te

N ina

Rodr igues

Pirapemas P residente

Vargas

Santa Rita Vargem

Grande

CUSTEIO INVESTIMENTO

Gráfico 22: Total de Contratos por Modalidade Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008

63 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Fonte: Extraído da Tabela 27

CUSTEIO INVESTIMENTOS TOTAL MUNICÍPIOSN.CONT VALOR N.CONT VALOR N.CONT VALOR

Anajatuba 257 375.378,73 1.738 2.511.036,74 1.995 2.886.415,47Cantanhede 128 430.812,50 1.710 3.559.394,34 1.838 3.990.206,84

Itapecuru Mirim 601 985.030,89 2.144 7.706.472,97 2.745 8.691.503,86

Matões do Norte 105 241.606,12 853 3.640.046,79 958 3.881.652,91

Miranda do Norte 122 159.139,66 1.512 2.950.729,73 1.634 3.109.869,39

Nina Rodrigues

7

6.772,80

416

1.787.178,88

423

1.793.951,68

Pirapemas

518

2.090.033,39

1.185

5.157.744,55

1.703

7.247.777,94

Presidente Vargas

5

5.500,00

653

1.568.062,70

658

1.573.562,70

Santa Rita

200

493.122,55

872

2.385.639,54

1.072

2.878.762,09

Vargem Grande

394

1.266.624,23

1.162

1.695.908,62

1.556

2.962.532,85

Total Território

2.337

6.054.021

12.245

32.962.215

14.582

39.016.235,73

Maranhão

247.746

539.418.751,49

318.304

994.568.705,47

566.050

1.533.987.456,96

Território/Maranhão

0,94

1,12

3,85

3,31

2,58

2,54

FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES.

Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Últimos 3 meses sujeitos á alterações.

Tabela 27- Total de Contratos e Valor por Modalidade, Segundo os Municípios - Dados Agregados por Município -2000 a 2008

Page 64: Ptdrs vale do itaperucu2

A tabela 28 confirma a informação anterior de que os anos de 2005 a 2007, com maior ocorrência

no número de contratos, em que se pode ver a predominância dos contratos de investimento. O

Gráfico 23 vem ilustrar os dados da Tabela.

Gráfico 23: Total de Contratos por ModalidadeDados Agregados – TERRITÓRIO – 2000 a 2008

265

1114

24

297

119

399

189

647

273

1313

443

27 82

411

2765

437

169 6

176

1232

0

5 00

10 00

15 00

20 00

25 00

30 00

2 00 0 20 01 2 00 2 20 03 2 00 4 20 05 2 00 6 20 07 2 00 8

CU STEIO IN VESTIM ENT O

Fonte: Extraído da Tabela 28

64 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Tabela 28- Total de Contratos e Valor por Modalidade Dados Agregados para o Território- 2000 a 2008

Fonte: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES.Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Ultimos 3 meses sujeitos á alterações.

CUSTEIO

INVESTIMENTOS

TOTAL

ANOS

N.CONT

VALOR

N.CONT

VALOR

N.CONT

VALOR

2000

265

334.186,61

1.114

3.441.395,41

1.379

3.775.582,02

2001

24

31.225,00

297

168.946,74

321

200.171,74

2002

119

195.432,63

399

381.527,92

518

576.960,55

2003

189

380.028,98

647

580.076,70

836

960.105,68

2004

273

487.696,20

1.313

4.266.915,71

1.586

4.754.611,91

2005

443

718.327,69

2.782

8.597.131,32

3.225

9.315.459,01

2006

411

1.301.590,27

2.765

6.148.639,08

3.176

7.450.229,35

2007

437

1.944.587,24

1.696

5.215.138,08

2.133

7.159.725,32

2008

176

660.946,25

1.232

4.162.443,90

1.408

4.823.390,15

Page 65: Ptdrs vale do itaperucu2

Concluindo a dinâmica do Pronaf para o Território no período de 2000 a 2008, existe a Tabela 29

com o total de contratos e valor por enquadramento, onde se observa a liderança dos Contratos do

Pronaf B (Microcrédito), no período analisado. O Gráfico 24 ilustra os dados da tabela

possibilitando uma visão mais detalhada dos contratos por enquadramento.

1.189

65

10.620

2.134

3671 206

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

A A/C B C D E OUTROS

Fonte: Extraído da Tabela 29

Gráfico 24: Total de Contratos por Enquadramento Dados Agregados – TERRITÓRIO – 2000 a 2008

65 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Tabela 29 - Total de Contratos e Valor por Enquadramento DadosAgregados para o Território - 2000 a 2008

FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES.Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI:Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Ultimos 3 meses sujeitos á alterações.

Enquadramento N.Cont Valor

A 1.189 16.262,80

A/C

65

75,46

B

10.620

10.697,40

C

2.134

5.424,87

D

367

2.542,85

E

1

31,41

OUTROS

206

3.981,47

Page 66: Ptdrs vale do itaperucu2

O Gráfico 25 ilustra o valor dos contratos onde se pode observar que, muito embora o Pronaf B seja

o número maior de contratos firmados no período, o Pronaf A corresponde ao maior volume de

recursos injetados no Território, seguido do Pronaf B e C.

O Município de Itapecuru Mirim aponta o maior número de Contratos (359), chegando a investir R$

4.919,8 mil; em seguida temos município de Pirapemas com 225 contratos no montante de R$

3.618,6 mil; Matões do Norte aparece em terceiro lugar em número de contratos (185) com R$

2.788,8 mil injetados no município e em quarto, Cantanhede aparece com 127 contratos e um

montante de R$ 776,9 mil. Esses quatro municípios respondem por 75,35% do total de contratos

do Pronaf A do território e por 74,43% dos recursos injetados através desse enquadramento.

No caso do Pronaf B, tem-se Itapecuru Mirim com 1.735 contratos e R$ 1.582,5 mil injetados;

Anajatuba vem em segundo lugar com 1.661 contratos e R$ 1.865,7 mil; Cantanhede com 1.437

contratos e R$ 1.289,5 mil segue em terceiro lugar no território e Miranda do Norte com 1.435

contratos e R$ 1.734,2 mil segue em quarto. Os quatro municípios citados respondem por 59,02%

do total de contratos do Pronaf B no Território e por 60,50% do total de recursos injetados por esse

enquadramento.

Deve-se fazer uma comparação entre o total de estabelecimentos agropecuários (onde

encontramos os verdadeiros beneficiários do Pronaf), que segundo os dados do IBGE (Censo

Agropecuários 2006) são de 16.865 estabelecimentos e o total de contratos já efetivados no

território no período de 2000 a 2008 são 14.582.

16.262,80

75,46

10.697,40

5.424,87

2.542,85

31,41

3.981,47

0,00

2 .000,00

4 .000,00

6 .000,00

8 .000,00

10 .000,00

12 .000,00

14 .000,00

16 .000,00

18 .000,00

A A/C B C D E OUTROS

Fonte: Extraído da Tabela 29

Gráfico 25: Valor dos Contratos por Enquadramento Dados Agregados – TERRITÓRIO – 2000 a 2008

66 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 67: Ptdrs vale do itaperucu2

Os dados demonstram que, em todo o período analisado, os beneficiários do programa não foram

atendidos no seu todo. Fazendo uma leitura por ano e por município (ver anexos), essa

constatação se torna maior ainda, ou seja, muitos mais beneficiários deixaram de ter acesso ao

crédito por uma série de motivos, em que se destaca a ausência de assistência técnica.

Não se verificou nos dados oficiais aqui apresentados nenhum registro dos Créditos Especiais

(Pescadores, Quilombolas, Extrativistas, Artesãos, Agroindústrias, Mulher, Jovem, Agroecologia

e Florestas).

Deve-se lembrar também que ao longo dos anos foram surgindo esses Créditos Especiais e

alguns grupos existentes no Território, foram enquadrados em outras categorias e não como

especiais.

Mas não existe no Território nenhuma demanda dos créditos especiais, pois a partir da sua

criação, já poderiam estar contando nas estatísticas do Pronaf.

Isso leva a concluir há pouca divulgação desses créditos especiais, como também uma

fragilidade na organização dos produtores na busca desses créditos e/ou pelo não

enquadramento dos projetos para os respectivos grupos citados acima revelando uma

fragilidade no Território no tocante à assistência técnica.

6.2. O PROINF no Território

O Proinf é um projeto voltado para as ações de infra-estrutura e serviços territoriais e tem como

principal objetivo apoiar projetos voltados para a dinamização das economias territoriais.

Segundo Relatório da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), o Território teve

disponível pelo PROINF, no ano de 2008, para efetivar o desenvolvimento territorial somente a

quantia de R$ 3.699.628,40, sendo distribuído aos municípios para projetos de custeio e

investimento.

O repasse dos recursos é via contratos firmados com as prefeituras e a Caixa Econômica Federal.

Assim projetos que visavam desde construção de Centros de Comercialização até a compra de

equipamentos para apoiar a assistência técnica foram planejados territorialmente nesse ano.

Abaixo segue comparativo (Gráfico 26) entre os projetos de Custeio e de Investimento no “Vale

do Itapecuru”.

67 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Centro de Referência da Agricultura Familiar - CRAFUnidade de Comercialização-Entroncamentao- Itapecuru Mirim

Page 68: Ptdrs vale do itaperucu2

Gráfico 26: Comparação entre Projetos Proinf de Custeio e de Investimento no “Vale do Itapecuru” em 2008

No Território “Vale do Itapecuru”, esses projetos seguem a lógica de inicialmente criar uma

estrutura para dar sustentabilidade econômica ao Território. Dessa forma, os investimentos

atenderam os setores da comercialização e agroindústrias principalmente, além da aquisição de

equipamentos para apoiar as atividades. Porém, grandes partes desses projetos apresentaram

problemas na sua implantação, ou foram cancelados ou tiveram cláusulas suspensivas. Vários

foram os entraves para a efetivação dos projetos pelo Colegiado Territorial, dentre eles, a forma de

gestão que o processo exige especialmente para o PROINF, em que a gestão participativa com as

prefeituras e dentro do contexto do território encontra muitos obstáculos, como problemas

políticos, de inadimplência das prefeituras e o desinteresse de parte dos administradores

públicos, uma quantidade significativa dos projetos foram cancelados. Essa constatação faz com

que a busca de alternativas para a gestão dos projetos planejados para o Território sejam

repensadas.

A quantidade de projetos, segundo o Relatório da Secretaria de Desenvolvimento Territorial

constam como Cancelados, chegaram a aproximadamente 70% do total planejado para o

Território e apenas dois projetos figuravam na categoria normal. O Gráfico 27 demonstra a

situação dos projetos no território.

Investimentos Custeio

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Fonte: MDA, 2009

68 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 69: Ptdrs vale do itaperucu2

Gráfico 27: Situação dos Projetos Proinf de Custeio e Investimento no “Vale do Itapecuru”

em 2008

Quanto a esses projetos o CODETER apresentou como entraves a desarticulação dessas

políticas no Território, como a desarticulação do poder público e a sua inadimplência que faz com

que seja inviável a efetivação dos contratos, conforme já dito.

Quanto aos projetos voltados para a criação de pequenos animais ou de médio porte, um grande

empecilho vem sendo a indisponibilidade de terras para os rebanhos. Fato evidenciado com a

estrutura fundiária exposta por esse diagnóstico em item anterior.

Grande parte da economia do Território está baseada na agropecuária, sendo a participação no

PIB do setor industrial bem baixa. A estrutura fundiária dessa região é concentrada, dificultando a

produção por parte dos agricultores familiares e conseqüentemente a sua saída da situação de

pobreza, já que a disponibilidade de terras para cultivo para esse segmento é baixa, e quando há o

acesso a terra, o apoio técnico é deficiente. Essa situação é descrita pelo Colegiado ao fazer a

avaliação dos projetos, em que a assistência aos assentados é deficitária, e no caso de alguns

projetos específicos, como o de psicultura, até inexistente.

No caso da assistência técnica, ressalta-se que existe no Território o Programa de Assessoria,

Técnica Social e Ambiental – ATES sob gestão do INCRA e executado pela Cooperativa de

Serviços, Pesquisa e Assessoria Técnica - COOSPAT e a Planeja Consultoria e Assessoria em

Desenvolvimento Sustentável, que juntas atendem aproximadamente 3mil e 500 famílias

atualmente. Embora o Programa tenha enfrentado crises com descontinuidades nos repasses de

recursos desde 2005, considera-se um avanço, pois tal programa garante a presença efetiva dos

técnicos nas áreas de assentamento, possibilitando uma assistência técnica de melhor qualidade

e também inserindo as dimensões ambientais e sociais na sua concepção. Ainda não se realizou

uma avaliação sistemática do programa de ATES desde sua implantação em 2005, portanto não

possível tratar dos seus resultados até o presente momento.

Normal Cancelado Com Cláusula Suspensiva Sob Tomada de Contas especiais

0

2

4

6

8

10

12

14

69 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Fonte: MDA, 2009

Page 70: Ptdrs vale do itaperucu2

Território está localizado numa

região em que a disponibilidade Ohídrica é intensa e que permite uma

variedade de agroecossistemas ricos em

espécies. Além da possibilidade dada pelo

meio natural, em que a associação de clima,

vegetação e solo enriquecem essa

variedade, a composição social, que passa

pelo contato de vários grupos sociais, desde

o s m i g r a n t e s n o r d e s t i n o s , o s

remanescentes de quilombos, indígenas,

entre outros, também é um fator importante

nessa anál ise da d ivers idade de

agroecossistemas.

Devido a sua localização dentro no Estado

do Maranhão e na mata de cocais (Floresta

Semidecidual), o território apresenta como

vegetação predominante, a Mata de Cocais

do Meio Norte Brasileiro, compondo seu principal ecossistema, que por suas

características, apresenta-se como uma das fontes de renda para a população local.

O geógrafo Manuel Correia de Andrade, nas décadas de 1960 e 1970, já descrevia

essa região como sendo composta por grupos sociais que se utilizavam do coco

babaçu, principal palmeira desse ecossistema, para sua subsistência, demonstrando

o que acontece em quase todo o Maranhão, a relação entre ecossistemas e a sua

população no que diz respeito à economia de subsistência.

Apesar de o Território apresentar como um de seus potenciais a produção de

amêndoas retiradas do coco babaçu, a produção vêm diminuindo no decorrer dos

anos, a exemplo do restante do Estado. Entre os anos de 2004 a 2008 a produção de

toneladas de amêndoas diminuiu em torno de 7% como já foi demonstrado

anteriormente.

O exemplo da produção de amêndoas do coco babaçu, que diminui nos últimos anos, é

7. U

m P

ouco

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do

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ulo

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enta

l70 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Palmeira de babaçu

Page 71: Ptdrs vale do itaperucu2

expressão, dentre outras conseqüências, da estrutura sócio-econômica em que o Estado está

articulado, baseada numa visão de desenvolvimento que não considera as populações que já são

produtoras há várias décadas no território maranhense. Essa concepção as tem como fragmentos

de uma sociedade arcaica que deve ser extinta para dar lugar a atividades modernas e produtoras

realmente. Essa percepção gera um quadro de não acesso e restrição aos recursos naturais de

grande parte da população camponesa, que é obrigada a migrar para as cidades.

O interesse de uma parcela de empresas em produzir carvão do coco babaçu a preços baixos,

também cria um contexto de fragmentação dentro das comunidades/povoados que são

obrigados/impelidos/aliciados a vender o coco inteiro e desmanchar traços culturais-econômicos

de relação de identidade e de pertencimento ao espaço da mata de cocais. Os grupos sociais das

quebradeiras de coco babaçu são as populações a serem extintas para dar lugar ao moderno e

produtivo que é difundido pelo discurso desenvolvimentista atual.

Esse processo, na verdade, é um exemplo do que vem acontecendo de forma generalizada com

grande parte das potencialidades do território que são ou subutilizadas ou ainda são desprezadas

em beneficio da agropecuária de grande porte e empresarial.

Também decorrente da sua configuração espacial, principalmente da fisionomia do relevo plano,

associada à vegetação que, não muito densa, permite a reprodução de gramíneas em áreas

extensas, formando campos propícios a criação de gado de corte.

A interposição dessas duas atividades no Território cria uma situação de conflito que acaba por

privilegiar a criação de gado, já que esta obedece aos interesses dos grandes proprietários da

região.

Apesar do Território se apresentar como sendo predominantemente de agricultores familiares,

como, aliás, todo o Estado do Maranhão, mesmo nas áreas que aparecem como territórios do

agronegócio, as atividades que aparecem com grande significância, e que demandam a maior

parte dos investimentos públicos não se relacionam com esse tipo de agricultura. A importância

dada à pecuária é um exemplo. Normalmente essa atividade é feita em grandes propriedades,

além de negar a propriedade familiar.

Outra característica do território que possibilitaria atividades relevantes é a existência de uma rede

de rios. Por terem uma variedade de espécies, assemelhando-se em características aos rios

amazônicos, seria potencialmente fonte de renda para grande parte da população. Além de outros

fatores, como por exemplo, não priorização pelas políticas públicas, os problemas ambientais

causados pelo desmatamento das matas ciliares, com conseqüente assoreamento dos leitos faz

com que a disponibilidade de peixes diminua e, por conseguinte, a atividade da pesca.

Dessa forma, essas três atividades ressaltadas no texto, que têm se mantido no território por

características próprias, principalmente a partir da fisionomia e disponibilidade dos recursos

naturais neste espaço, têm sofrido influência em sua reprodução pelo interesse particular de

agentes que fazem parte da organização espacial do território, sendo subutilizadas na efetivação

do desenvolvimento territorial.

71 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 72: Ptdrs vale do itaperucu2

72 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Am

bien

tais

no

Ter

ritó

rio

s problemas ambientais em todo o mundo vêm se intensificando nas últimas

décadas e têm causado conseqüências às vezes catastróficas para as Opopulações do planeta. O aquecimento global, o derretimento das calotas

polares e o aumento no nível do mar são problemas a nível global que estão cada vez

mais em pauta nas reuniões internacionais como a RIO-92 ou a COP-15. Nos níveis

regionais, pode-se citar a devastação de Biomas como a Amazônia Brasileira e o

Cerrado que sofrem com a expansão da fronteira agrícola, principalmente a partir da

década de 1970, que tem no agronegócio da soja seu maior protagonista.

A ocupação humana dos espaços e o uso dos recursos naturais sem planejamento, e

sem visar às gerações futuras ou ainda a natureza em sua totalidade, vêm

potencializando e até acarretando muitos dos problemas que hoje se tornam corrente

nas discussões

No Território “Vale do Itapecuru”,o qual se constituiu como uma fronteira agrícola

antiga no território maranhense, as práticas de agricultura tradicionais, exercem forte

pressão sobre os recursos naturais. A prática da “roça de toco” vem sendo empregada

na região pelos pequenos agricultores há várias gerações. Essa técnica, associada a

um manejo adequado no uso do fogo e a um pousio longo, já que este dispõe de tempo

para se recuperar, porém, com as terras dos agricultores familiares cada vez menores,

essa prática não pode mais ser associada a uma agricultura que deixe as terras em

descanso por muito tempo. A permanência desse tipo de agricultura empobrece o solo

tornando-o menos produtivo.

7 8

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada de 3 a 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro de 2009 em Copenhague na Dinamarca. Prática de agricultura em que há a queima da vegetação que se encontra no terreno para limpá-lo. Essa prática economiza a trabalho, que para a economia camponesa é um dos elementos que se relacionam com a quantidade produzida.

9

8

7

8. A

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ran

des

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9

Área de transição entre Pré-amazônia e Cerrado - PA Pedra Grande - Vargem Grande

Page 73: Ptdrs vale do itaperucu2

Outro problema associado às práticas da agropecuária na região e que tem também

conseqüências sobre os solos é o desmatamento de vastas áreas para implantação de

pastagens. Essa prática vem tornando o solo mais suscetível ao efeito da erosão, e que vem

acarretando além do empobrecimento do solo, já que a água da chuva leva consigo os nutrientes

que estão dispostos no solo, também o assoreamento dos cursos d'água na região. Os rios como

o Itapecuru, de grande importância para o território estão se tornando não-navegáveis em

decorrência do assoreamento intenso nos últimos anos, o que também tem provocado a

diminuição da vazão média desse rio.

O crescimento da população e das cidades, também pode ser analisado como parte das causas

dos problemas ambientais no território, onde juntamente com esses processos, a transformação

de recursos naturais para atender as necessidades da população cresce exponencialmente.

Com isso, a produção de resíduos também cresce, havendo a necessidade de se planejar a

disposição final dos mesmos.

Não há uma estimativa certa da quantidade produzida no Brasil, pois só são contabilizados os

resíduos coletados, o que não corresponde à produção total de lixo. Assim os dados

apresentados aqui são estimativas da quantidade de lixo despejado, mas que não corresponde

ao montante total de resíduos produzidos no território. Segundo o IBGE, tomando-se em conta

três dos tipos de Unidades de destinação final do lixo (“Lixão” ou Vazadouro a céu aberto, Aterro

Controlado e Aterro Sanitário), no Território são coletados 102,7 Toneladas por dia e grande parte

é destinada em Vazadouros a céu aberto, com 101,7 Toneladas/dia sendo despejados nesses

locais. O gráfico 28, faz um comparativo da destinação final do lixo no território.

Processo conhecido como Lixiviação. A água da chuva dissolve os nutrientes e os leva consigo para as regiões mais baixas, nesse caso os vales fluviais, e as calhas de rios ou cursos d'água.

10

10

Gráfico 28: Destinação do Lixo no Território “Vale do Itapecuru”

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 2009

73 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 74: Ptdrs vale do itaperucu2

Esse tipo de destinação do lixo tem como conseqüência principal problemas à saúde da

população, haja vista que o entulho de lixo sem o devido manejo atrai diversas espécies de animais

transmissores de doenças, como ratos e baratas. A segunda diz respeito à contaminação de

lençóis freáticos, já que não há a preparação do terreno e o churume, líquido que é produzido no

lixo, infiltra no solo podendo contaminar os lençóis freáticos e, dessa forma, tendo conseqüências

no abastecimento de água a partir de poços.

Proposição: Na dimensão Ambiental do PTDRS, deve haver uma preocupação maior com a conservação das

reservas de água do Território, assim deve visar seus lençóis freáticos e seus cursos d'água

superficiais. A integração de propostas deve seguir uma metodologia sistêmica, já que há uma

ligação entre cada elemento para compor os ecossistemas no Itapecuru, inclusive sistemas

aqüíferos. As ações têm que ser repensadas para dispor sobre educação ambiental, conservação

de aquíferos subterrâneos com programas de preservação de áreas de recarga, preservação de

matas ciliares e recuperação de áreas.

74 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Área com recursos naturais preservados- Santa Rita

Vista parcial da cidade de Itapecuru Mirim

Page 75: Ptdrs vale do itaperucu2

configuração político institucional do território Vale do Itapecuru se efetiva através da

institucionalidade pública, representada em nível municipal pelos poderes executivo, Alegislativo e judiciário, institucionalidade da sociedade civil, representada pelas

diversas organizações sociais existentes e pela gestão das políticas públicas, realizadas pelos

Conselhos Municipais, entidades de assessorias, além da atuação do Colegiado Territorial -

Codeter.

Os prefeitos municipais, representantes do executivo, pertencem aos partidos políticos: PV

(Partido Verde), 01 prefeitura; PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), 02 prefeituras; PR (Partido

da República), 01 prefeitura; PDT (Partido Democrático Trabalhista), 02 prefeituras; PRB

(Partido Republicano Brasileiro), 01 prefeitura; PP (Partido Progressista), com 01 prefeitura;

PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), com 01 prefeitura; PTB(Partido

Trabalhista Brasileiro), com 01 prefeitura e DEM(Democratas), com 02 prefeituras.

De um modo geral, percebe-se que as prefeituras não estão devidamente estruturadas do

ponto de vista dos recursos físicos e humanos para implementar uma política de

desenvolvimento que atenda as necessidades da população, haja vista a desestruturação das

secretarias municipais, falta de autonomia dos secretários e equipe técnica preparada para

atuar no município. O exemplo que melhor ilustra esta situação é a realidade de grande parte

das Secretarias de Agricultura, que por não dispor de transporte, pessoal capacitado, recursos

financeiros, dentre outros, não conseguem executar as ações visando a sustentabilidade da

área rural, sobretudo dos agricultores familiares, categoria predominante no território.

Para cumprir sua missão constitucional, as prefeituras do território, dispõem anualmente de

transferências de recursos federais e estaduais, dentre os quais destacam-se o FPM (Fundo

de Participação dos Municípios), o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural), o

FUNDEF (Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério), o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e o ICMS (Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços).

O poder legislativo, representado pelas Câmaras de Vereadores, que tem o poder de elaborar e

aprovar as leis, aprovar o orçamento, fiscalizar o poder executivo e apreciar as prestações de

contas anuais, de um modo geral, não cumpre o seu papel a contento.

9.P

olí

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tucio

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75 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Oficina com membros do CODETER para qualificação do PTDRS

Page 76: Ptdrs vale do itaperucu2

Na prática atua distante da população e acaba contribuindo para a manutenção de posturas

centralizadoras do poder executivo, no entanto destacamos a atuação de alguns vereadores no apoio

à política territorial, inclusive atuantes no CODETER.

O poder judiciário, representado pelo juiz de direito e o Ministério Público pelo promotor, cujo papel

principal é de fiscalizar e garantir o cumprimento das leis em sua jurisdição atua no Território através

de cinco Comarcas, cujos municípios agrupam-se da seguinte forma: Comarca de Vargem Grande

(atende os municípios de Nina Rodrigues, Presidente Vargas e Vargem Grande), Comarca de

Cantanhede (atende os municípios de Pirapemas, Matões do Norte e Cantanhede); Comarca de

Itapecuru Mirim (atende os municípios de Miranda do Norte e Itapecuru Mirim), Comarca de Rosário

(atende os municípios de Santa Rita, Bacabeira e Rosário) e a Comarca do município de Anajatuba.

A sociedade civil organizada encontra-se presente no Território, através de diversas organizações

entre associações comunitárias, religiosas, grupos recreativos, União de Moradores, Clube de Mães,

Colônia de Pescadores, Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Este último com uma

grande atuação no Território através do acompanhamento aos agricultores familiares, na luta pela

reforma agrária, garantias previdenciárias, na preservação ambiental, além da participação em

diversos conselhos municipais, dentre outras atividades.

Apesar da existência de um grande número de organizações comunitárias estas não funcionam com

eficiência, tendo como causas a falta de capacitação para os dirigentes e associados sobre o papel e

as funções de uma associação, limitação de recursos financeiros e humanos para assessorar as

organizações, o processo de criação destas organizações ocorrem sem uma preparação maior de

seus membros, estas são criadas tendo como objetivo principal a captação de recursos para projetos.

Esta situação tem contribuído para que as organizações tenham uma atuação limitada, tendo como

efeitos principais o controle por políticos locais dos programas e projetos, o descrédito da população e

a falta de controle social das diversas ações implementadas no Território.

Como instrumento de gestão social das políticas públicas e descentralização do poder formou-se nos

municípios do território os Conselhos Municipais, dentre os quais destacam: Conselho de Educação,

Conselho da Saúde, Conselho da Alimentação Escolar, Conselho do FUNDEF, Conselho Municipal

de Desenvolvimento Rural Sustentável, Conselho da Ação Social, Conselho do Trabalho, Conselho

Tutelar. De um modo geral, observa-se que estes Conselhos funcionam com certas limitações, pois

são criados sem discussão prévia dos objetivos, funções e a maioria de seus membros não se

encaixam no perfil exigido de conselheiro, além de estarem desestruturados, com membros não

capacitados e a maioria não tem autonomia nas decisões.

Apesar dos problemas identificados como a atuação deficiente das políticas públicas nos municípios,

dos Conselhos Municipais e das organizações comunitárias, analisados anteriormente, o Território

apresenta potencialidades locais, que se melhor trabalhadas e ou estruturadas poderão contribuir

para o avanço político institucional do Território, as quais destacam: as iniciativas do poder público

municipal em buscar soluções para os problemas locais, a consolidação do Codeter, a existência de

diversos Conselhos Municipais, a atuação do STTR's e recentemente a inserção de algumas

entidades de assessoria à política territorial e à assistência técnica e extensão rural.

76 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 77: Ptdrs vale do itaperucu2

pós leitura e reflexão da Visão de Futuro construída em 2004 quando da

elaboração do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, o AColegiado conclui que a mesma deveria ser mantida, sem alterações, pois poucos

avanços obtiveram de 2005 até os dias de hoje. Ficando desta forma:

Dimensão Econômica: O Território possuir uma agricultura familiar fortalecida e auto-

sustentável com acesso a novas tecnologias, assistência técnica e crédito, gerando novos

empregos e renda no meio rural, interagindo com o mercado territorial, nacional, estadual

e internacional, com prioridade nos orçamentos municipais.

Dimensão Ambiental: População em geral sensibilizada sobre a questão ambiental,

quanto ao modo de produzir, respeito aos rios, preservação das áreas verdes, fauna e flora

e que cada município tenha condições de trabalho de educação ambiental, fiscalização,

monitoramento, avaliação e punição para os casos necessários.

Dimensão Sociocultural: Valorização e desenvolvimento das manifestações culturais

(música, esporte, lazer e folclore) dos municípios e território; desenvolvimento de forma

integrada e regionalizada das ações de educação (educação alimentar e nutricional;

capacitação integrada e contínua de professores, informatização e equipamento nas

escolas; implantação de escolas técnicas – EFA , CFR e Pólos Universitários) e Saúde

(hospitais de referência regional, equipados e especializados; implantação de programas

de saúde preventiva).

Dimensão Político Institucional: Que haja maior integração entre os poderes executivo

e legislativo, assim como com a sociedade civil organizada, no sentido de estudo das

necessidades de cada município e que estas venham a atender o território; constituição de

parcerias e arranjos institucionais desenvolvendo espaços de gestão participativa,

fortalecendo as capacidades político institucionais para resolução dos problemas e

soluções comuns aos municípios e território, superando a visão individual dos grupos

políticos e avançando para interesses coletivos; intercâmbio entre os municípios, território,

atores sociais, políticos e institucionais, através da consolidação de parcerias em prol do

desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população.

10. A

Vis

ão d

e Fut

uro d

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77 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Agricultores familiares planejando seu futuro - Nina Rodrigues

Page 78: Ptdrs vale do itaperucu2

Dimensão Econômica

Eixo 1: Agricultura

Programa 1 - Acesso a Terra

Objetivos:

arantir o acesso a terra de todos os agricultores familiares sem terra

existentes no território.GMetas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, a desapropriação,

compra e/ou regularização de poses de terra, no total de 8.062 ha, para os agricultores

familiares do território, no período de 05 (cinco) anos, sendo 5.822 estabelecimentos

incluídos na categoria de assentados e/ou proprietários. A desapropriação, compra

e/ou regularização de posses de terras para o Território foi discutida e definida para

cada município e encontra-se no quadro a seguir.

11..O

Pla

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o78 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Quintal produtivo do Sr. Antonio - Santa Rita

Page 79: Ptdrs vale do itaperucu2

Programa 2 - Dinamização das culturas tradicionais (mandioca, milho, arroz e feijão)

Objetivos: Garantir a dinamização das culturas tradicionais com projetos na linha da melhoria do

cultivo e aproveitamento integral da mandioca e o incremento das demais culturas tradicionais.

Metas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, a ampliação de 19.538 ha, para

aproveitamento integral da mandioca e incremento das demais culturas tradicionais, no período

de 05 (cinco) anos sendo, em media, 4.935 estabelecimentos incluídos nesse projeto. O Cultivo e

aproveitamento integral da mandioca e incremento das culturas tradicionais para o Território foi

definido para cada município conforme quadro abaixo.

Metas de Acesso a Terra por Município e Território Rural

MUNICPIOS N° ESTAB*

AREA (ha)*

META/Nº Ha/ANO a ser adquirido ou desapropriado

TOTAL

2011 2012 2013 2014 2015 ESTAB AREA

Anajatuba 1.444 1.682 336 336 336 336 336 1.444 1.680

Cantanhede 1.717 1.662 66 66 66 66 69 333 333

Itapecuru Mirim 1.339 3.433 137 137 137 137 139 268 687

Matões do Norte 665 588 23 23 23 24 25 133 118

Miranda do Norte 135 519 20 20 20 20 22 27 102

Nina Rodrigues 297 1.002 40 40 40 40 41 60 201

Pirapemas 740 983 39 39 39 39 41 148 197

Pres. Vargas 888 1.718 343 343 343 343 346 888 1.718

Santa Rita 1.002 1.102 44 44 44 44 45 200 221

Vargem Grande 2.321 2.805 561 561 561 561 561 2.321 2.805

TERRITORIO 10.548 15.494 1.609 1.609 1.609 1.610 1.525 5.822 8.062

(*)Número de Estabelecimentos de não proprietários e de produtores sem área da agricultura familiar dos estabelecimentos agropecuário

e Área

Metas de aproveitamento integral da mandioca e incremento das demais culturas de subsistência

AGRIC. FAM. LEI 11.236

META/ANO/há TOTAL AREA MUNICPIOS

N° ESTAB

AREA (ha)

2011 2012 2013 2014 2015 ESTAB

Anajatuba 2.181 5.725 572 572 572 573 574 1.090 2.863 Cantanhede 2.356 6.049 241 241 243 243 243 471 1.211 Itapecuru Mirim

3.263 11.784 1178 1178 1179 1180 1181 1632 5.896

Matões do Norte

1.083 5.477 164 164 164 165 166 162 823

Miranda do Norte

332 4.872 194 194 195 196 197 66 976

Nina Rodrigues

702 3.386 135 135 135 136 136 140 677

Pirapemas 1.376 8.655 519 519 520 520 520 413 2.598 Pres. Vargas 1.165 1.990 79 79 79 80 81 233 398 Santa Rita 1.355 4.801 192 192 192 193 194 271 963 Vargem Grande

3.052 20.890 626 626 626 627 628 457 3.133

TERRITORIO 16.865 73.629 3.900 3.900 3.905 3.913 3.920 4.935 19.538

79 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 80: Ptdrs vale do itaperucu2

Programa 3 – Horticultura

Objetivos: Garantir a diversificação da alimentação dos agricultores familiares com a implantação

de hortas nos quintais, escolas CFR e EFA, roça, além de desenvolver outras variedades. Para

tanto, foram priorizados as atividades de roça com os produtos: pepino, maxixe, quiabo, vagem,

abobora, vinagreira e melancia. Em relação ao incremento da produção nos quintais e escolas,

foram priorizados os produtos: coentro, cebolinha, alface, tomate, couve, pimentão, pimenta

cheiro.

Metas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o acréscimo de 19.538 ha, para o

cultivo de hortaliças, no período de 05 (cinco) anos sendo, correspondente a 2.471

estabelecimentos incluídos nesse projeto, além da utilização das áreas disponíveis nas escolas.

O incentivo a implantação de hortas nos quintais e escolas e implantação de hortas medicinais

para o Território foi definida para cada município e encontra-se no quadro a seguir.

Programa 4 – Fruticultura

Objetivos: Garantir a diversificação de frutíferas regionais a partir dos quintais, CFR´s, EFA´s e

implementação do banco de sementes e mudas.

Metas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o incremento de 2.746 ha, para o

cultivo de frutíferas, no período de 05 (cinco) anos, correspondendo a 169 estabelecimentos

incluídos nesse projeto, além da utilização de espaços potenciais disponíveis nas CFR´s e EFA´s.

A Melhoria das frutíferas nos quintais, Implantação de bancos de sementes e mudas e

Beneficiamento de frutas regionais para o conjunto do Território foi definida para cada município e

encontra-se no quadro a seguir.

Metas de incentivo a implantação de hortas medicinais e hortas nos quintais

MUNICPIOS

AGRIC. FAM. LEI 11.236

META/Estabelecimentos/ANO para implantação de hortas

TOTAL

N° ESTAB

AREA (ha)

2011

2012

2013 2014

2015

ESTAB

AREA

Anajatuba

2.181

5.725

109

109

109

109

110

546

1.433

Cantanhede

2.356

6.049

47

47

47

47

48

236

606

Itapecuru Mirim

3.263

11.784

163

163

163

163

164

816

2.947

Matões do Norte

1.083

5.477

16

16

16

17

17

82

414

Miranda do Norte

332

4.872

6

7

7

7

7

34

499

Nina Rodrigues

702

3.386

14

14

14

14

15

71

342

Pirapemas

1.376

8.655

41

41

41

41

42

206

1.296

Pres. Vargas

1.165

1.990

23

23

23

23

24

116

198

Santa Rita 1.355 4.801 27 27 27 27 28 136 482

Vargem Grande 3.052 20.890 45 45 46 46 46 228 1.560

TERRITORIO 16.865 73.629 491 492 493 494 501 2.471 9.777

80 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 81: Ptdrs vale do itaperucu2

Eixo 2 : Pecuária

PROGRAMA 1 - Melhoramento da criação dos rebanhos existentes (caprino, ovino, bovino, aves e suínos); Consolidação de novas atividades)

Objetivos: Garantir o melhoramento do rebanho existente e aumentar a atividade da apicultura

no território.

Metas: Buscar efetivamente, junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o acréscimo de

8.940 estabelecimentos, na melhoria do sistema de criação do rebanho e das condições

genéticas e sanitárias, no período de 05 (cinco) anos, correspondente a média de 50% dos

estabelecimentos com produção animal.

A Melhoria do Sistema de Criação, sanitário e genético dos rebanhos para o Território foi discutida

para cada município e encontra-se no quadro abaixo.

Metas para a Melhoria do Sistema de Criação, sanitário e genético dos rebanhos

MUNICIPIOS N° ESTAB PROD

ANIMAL

Nº ESTAB/ANO PARA O MELHORAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇAO, SANITARIO E GENETICO

DO REBANHO

TOTAL ESTAB

% ESTAB

2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 2.217 222 222 222 222 222 1.110 50,07 Cantanhede 2.669 267 267 267 267 267 1.335 50,02 Itapecuru Mirim

3.530 353 353 353 353 353 1.765 50,00

Matões do Norte

1.083 109 109 109 109 109 545 50,32

Miranda do Norte

362 36 36 36 36 36 180 49,72

Nina Rodrigues

740 74 74 74 74 74 370 50,00

Pirapemas 1.395 140 140 140 140 140 700 50,18 Pres. Vargas 1.156 116 116 116 116 116 580 50,17 Santa Rita 1.554 155 155 155 155 155 775 49,87 Vargem Grande

3.164 316 316 316 316 316 1.580 49,94

TERRITORIO 17.870 1788 1788 1788 1788 1788 8.940 50,03

Metas de implantação de fruticultura nos quintais

MUNICPIOS LAVOURA PERMANENTE

Ha/ANO PARA O INCREMENTO DA FRUTICULTURA

TOTAL

N° ESTAB

AREA (ha)

2011 2012 2013 2014 2015 ESTAB AREA

Anajatuba 70 373 19 19 18 18 19 17 93 Cantanhede 44 335 6 6 7 7 7 4 33 Itapecuru Mirim

300 8.547 427 427 427 427 428 75 2.136

Matões do Norte

66 647 9 10 10 10 10 5 49

Miranda do Norte

35 68 1 1 1 2 2 4 7

Nina Rodrigues

162 3.049 60 60 60 61 62 16 303

Pirapemas 217 351 10 10 11 11 12 33 54 Pres. Vargas 10 7 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 4 3 Santa Rita 52 140 2 2 3 3 3 5 13 Vargem Grande

74 731 11 11 11 11 11 6 55

TERRITORIO 1.030 14.248 546 547 549 551 555 169 2.746

81 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 82: Ptdrs vale do itaperucu2

Programa 2 – Consolidação de Novas Atividades

Objetivos: Potencializar novas atividades no território

Metas: Ainda no Programa de Melhoramento da criação dos rebanhos existentes (caprino, ovino,

bovino, aves e suínos) e consolidação de novas atividades, foi priorizada a dinamização da

atividade da apicultura no Território. Para esse projeto a meta será a inserção de 800 famílias

nessa atividade, correspondente, em média a 4,48% dos estabelecimentos com produção

animal.

A Dinamização da atividade de apicultura para o Território foi definida para cada município e

encontra-se no quadro abaixo.

Programa 3 – Uso sustentável dos recursos pesqueiros

Objetivos: Garantir o melhoramento do sistema de criação de peixes e incrementar a atividade

da piscicultura no território, com a revitalização dos projetos existentes, dando condições para

que a atividade torne-se economicamente viável.

Meta: Buscar efetivamente, junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o incremento de

1.645 famílias na atividade de piscicultura, ocupando uma área de, no período de 05 (cinco) anos.

O Incremento da atividade de piscicultura para o conjunto do Território foi definido para cada

município e encontra-se no quadro a seguir.

Dinamização da atividade da Apicultura

MUNICIPIOS N° ESTAB PROD

ANIMAL

Nº ESTAB/ANO PARA O MELHORAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇAO, SANITARIO E

GENETICO DO REBANHO

TOTAL FAM

% ESTAB

2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 2.217 50 50 50 50 50 250 11,28 Cantanhede 2.669 10 10 10 10 10 50 1,87 Itapecuru Mirim 3.530 20 20 20 20 20 100 2,83 Matões do Norte 1.083 20 20 20 20 20 100 9,23 Miranda do Norte

362 10 10 10 10 10 50 13,81

Nina Rodrigues 740 10 10 10 10 10 50 6,76 Pirapemas 1.395 10 10 10 10 10 50 3,58 Pres. Vargas 1.156 10 10 10 10 10 50 4,33 Santa Rita 1.554 10 10 10 10 10 50 3,22 Vargem Grande 3.164 10 10 10 10 10 50 1,58 TERRITORIO 17.870 160 160 160 160 160 800 4,48

82 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Comunidade São Bento - Assentamento Mato Grosso - Itapecuru Mirim

Page 83: Ptdrs vale do itaperucu2

Eixo 3 : Extrativismo

Programa 1 - Aproveitamento das frutas nativas e Aproveitamento integral do babaçu.

Objetivos: Gerar trabalho e renda às mulheres e jovens rurais através da agregação de valor aos

produtos existentes, bem como buscar a diversificação dos subprodutos originários do babaçu.

Metas: O Incremento da atividade de Agroindustrialização de frutas e do babaçu para o conjunto do

Território foi definido para cada município e encontra-se no quadro a seguir.

No que se refere à industrialização e comercialização de frutas nativas e regionais, a meta para o

conjunto do Território foi de implantar 19 Unidades de Beneficiamento em 05 anos.

Para o beneficiamento do babaçu, a meta proposta para o conjunto do Território foi de 16 Unidades

de Beneficiamento.

83 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Pequi

MUNICIPIOS N° ESTAB

PROD

ANIMAL

Nº ESTAB/ANO PARA O MELHORAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇAO, SANITARIO E

GENETICO DO REBANHO

TOTAL FAM

2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 25 10 20 30 40 50 150

Cantanhede 43 15 15 15 15 15 75

Itapecuru Mirim 230 30 20 20 20 20 110 Matões do Norte 0 0 0 0 0 0 0

Miranda do

Norte

0 0 0 0 0 0 0

Nina Rodrigues 75 50 50 50 50 50 250 Pirapemas 8 40 10 10 10 10 80

Pres. Vargas 32 20 25 30 50 50 175

Santa Rita 60 25 25 25 25 25 125

Vargem Grande 170 200 120 120 120 120 680 TERRITORIO 643 390 285 300 330 340 1645

Dinamização da atividade da Piscicultura

Côco Babaçu

Page 84: Ptdrs vale do itaperucu2

Eixo 4: Infra Estrutura de Apoio à Produção

Programa 1 – Melhoria e ampliação de Infra-estrutura para produção e comercialização

Objetivos: Facilitar o fluxo de pessoas e mercadorias, proporcionando uma melhora na

qualidade de vida dos agricultores familiares, com a disponibilização de estradas vicinais e

energia elétrica para garantir as atividades produtivas.

Metas: A construção de 955 Km de estradas vicinais (Construção, Melhoramento e/ou

Ampliação) em 05 anos.

Metas de Implantação de Agroindústrias Beneficiamento do Coco babaçu

MUNICIPIOS UNIDADE BENEF BABAÇU

Nº UNIDADES BENEFICIAMENTO DE BABAÇU/ANO

TOTAL

UNID

2011

2012

2013

2014

2015

Anajatuba

Cantanhede

1

1

1

2

Itapecuru Mirim

2

1

1

2

Matões do Norte

1

1

1

Miranda do Norte

1

1

Nina Rodrigues

1

1

Pirapemas

1

1

1

1

3

Pres. Vargas

1

1

1

Santa Rita

1

1

2

Vargem Grande

1

1

1

3

TERRITORIO

6

3

2

6

0

5

16

84 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MUNICIPIOS UNIDADE BENEF FRUTAS

Nº UNIDADES BENEFICIAMENTO DE FRUTAS/ANO

TOTAL

UNID

2011

2012

2013

2014

2015

Anajatuba

1

1

1

Cantanhede

1

1

2

Itapecuru Mirim

1

1

1

2

Matões do Norte

1

1

2

Miranda do Norte

1

1

Nina Rodrigues

1

1

Pirapemas

1

1

1

3

Pres. Vargas

1

1

2

Santa Rita

1

1

1

3

Vargem Grande

1

1

2

TERRITORIO

2

4

4

5

2

4

19

Metas de Industrialização e Comercialização de Frutas Nativas e Regionais

Page 85: Ptdrs vale do itaperucu2

Para eletrificação rural, a demanda está contemplada no Programa Luz para todos.

: Foi repassado para a plenária a preocupação com demandas que atendam à construção

de abatedouros. E surgiram, então, várias modalidades como, filetagem de peixe e frangos e ficou

definido que as unidades de abatedouros serão de pequeno e médio porte.

No que se refere a Abatedouros, a meta para o Conjunto do Território foi de 25 unidades em

05 anos, conforme quadro abaixo:

icultura, sendo que as outras atividades como hortaliças, fruticultura e

agroindústrias são utilizados a oferta de água para consumo humano. Assim sendo, fica para os

projetos de piscicultura apontar a oferta de água, enquanto as demais atividades serão atendidas

com a oferta existente nas respectivas áreas de produção.

Cabe destacar que o território apresenta uma situação de lençol freático com alto teor de

salinização no qual esta inserido a maior parte dos municípios e em função disso, apresentamos

neste plano alternativas para o sistema de produção e consumo.

NOTA 1

NOTA 2: A demanda existente para o consumo produtivo de água se diferencia apenas na

atividade de pisc

85 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MUNICIPIOS UNIDADES DE ABATEDOUROS/ANO TOTAL

UND 2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 01 01

Cantanhede 01 01 02

Itapecuru Mirim 01 01 02

Matões do Norte 01 01 01 03

Miranda do Norte 01 01 02

Nina Rodrigues 01 01 02

Pirapemas 01 01 01 01 04

Pres. Vargas 01 01 02

Santa Rita 01 01 01 01 01 05

Vargem Grande 01 01 02

TERRITORIO 06 06 02 07 04 25

Metas de Construção de Abatedouros Municipais

MUNICIPIOS Km EXIST

Km DE ESTRADAS/ANO TOTAL KM

% UNID 2011 2012 2013 2014 2015

Anajatuba 207 10 10 5 10 15 50 24,15 Cantanhede 180 40 20 20 10 10 100 55,56

Itapecuru Mirim 500 40 40 40 40 40 200 40,00 Matões do Norte 0

Miranda do Norte 150 15 10 5 30 20,00

Nina Rodrigues 300 20 10 20 20 10 80 26,67

Pirapemas 0

Pres. Vargas 110 10 10 10 15 5 50 45,45

Santa Rita 300 25 10 15 20 25 95 31,67

Vargem Grande 200 100 100 50 50 50 350 175,00

TERRITORIO 1947 245 215 170 170 155 955 49,05

Metas de Construção de Estradas

Page 86: Ptdrs vale do itaperucu2

Assim sendo, deixou-se de apresentar metas por município/ano, pelo fato de que o prioritário é a

construção de barragens, canais, cisternas para coleta de águas pluviais, tanques, açudes, sendo

priorizado ações de tratamento d'água para o consumo humano. As propostas aqui apresentadas

deverão ser objeto de estudo especifico por município, lembrando da oferta maior que é o Rio

Itapecuru, além de apontar a necessidade de inclusão do território no Programa Água Doce.

Eixo 5: Comercialização

Programa 1 - Fortalecimento da comercialização dos produtos da agricultura familiar.

Objetivos: Fortalecer o processo de comercialização dos agricultores familiares, gerando maior

renda para as famílias e garantir a comercialização dos produtos oriundos do Território

Metas: Como meta para esse Programa foi mantido o projeto de Implantação de Feiras Livres,

sendo uma feira por município a cada ano durante 05 anos e acrescentando as bases de serviços.

Eixo 6: Turismo

Programa 1 – Fortalecimento das atividades turísticas

Objetivos: Fortalecer e fomentar a atividade turística no território na perspectiva de geração de

trabalho e renda.

Metas: Sensibilizar o Poder Público de cada município para Implantação do Sistema de Turismo,

inclusão de todos os municípios nos Programas Governamentais de Turismo e inclusão da

atividade no Plano de Governo no 1° ano de execução do Plano em todos os municípios.

Dimensão Ambiental

Eixo 1: Recursos Naturais

Programa 1 - Recuperação e preservação dos ecossistemas

Objetivos: Viabilizar infraestrutura para melhoria da qualidade do meio ambiente.

Metas:

a) Implantação de 03 Aterros Sanitários Pólos ao final dos 05 anos. Ficando ainda definido:

Pólo 01 (Pirapemas, Cantanhede, Matões do Norte e Miranda do Norte); Pólo 02 (Itapecuru

Mirim, Anajatuba e Santa Rita) e Pólo 03 (Nina Rodrigues, Presidente Vargas, Vargem

Grande);

b) Implantação da Coleta seletiva de lixo em cada município ao final de 05 anos;

c) Implantação de Usinas de Compostagem que deverão atender aos pólos já definidos acima

ao final de 05 anos;

d) Implantação de Usinas de Reciclagem em cada município ao final de 05 anos.

86 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 87: Ptdrs vale do itaperucu2

Dimensão Social

Eixo 1 : Saúde

Programa 1 – Saneamento Básico

Objetivos:

- Viabilizar infraestrutura de rede coletora de esgoto com tratamento e fossas sépticas para as

famílias, contribuindo na redução de doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico;

- Melhorar as condições de saúde da população com ações preventivas, visando uma melhor

qualidade de vida;

- Realização de campanhas educativas de prevenção de doenças e hábitos adequados de higiene

e alimentação;

- Garantir uma maior eficiência, eficácia e efetividade dos programas de saúde, com ampliação do

número de pessoas atendidas e tipos de programas no território.

Metas :

Meta 1: 50% dos domicílios atendidos com rede de distribuição de água ao final de 05 anos. A

meta corresponde a 12.495 domicílios. O demonstrativo da meta por município e ano encontra-se

no quadro abaixo.

Metas para Domicílios com rede de distribuição de água

MUNICIPIOS Domicilios não

Atendidos

Domicílios a serem atendidos/ANO TOTAL

Domicilios 2011 2012 2013 2014 2015

Anajatuba 3.701 370 370 370 370 370 1.851

Cantanhede 1.882 188 188 188 188 188 941

Itapecuru Mirim 4.447 445 445 445 445 445 2.223

Matões do Norte 1.195 120 120 120 120 120 598

Miranda do Norte 1.387 139 139 139 139 139 694

Nina Rodrigues 1.039 104 104 104 104 104 519

Pirapemas 1.662 166 166 166 166 166 831

Pres. Vargas 1.462 146 146 146 146 146 731

Santa Rita

2.980

298

298

298

298

298

1.490

Vargem Grande

5.236

524

524

524

524

524

2.618

TERRITORIO

24.991

2.499

2.499

2.499

2.499

2.499

12.495

87 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Vista parcial do PA Assentamento Olho D’Água \Guaribas - Itapecuru Mirim

Page 88: Ptdrs vale do itaperucu2

Meta 2: Implantação de infra-estrutura de Saneamento (redes de esgoto), atingindo 50% dos

domicílios em 05 anos. A meta corresponde a 21.862 domicílios.

Metas para Domicílios com rede de esgoto

Programa 2 – Fortalecimento da Saúde Preventiva

Objetivos: Garantir uma maior eficiência e efetividade dos programas de saúde, com

ampliação do número de pessoas atendidas e tipos de programas no território.

Metas :

Meta 1: Ampliação das ações do NMES em cada município proporcionais as equipes do PSF.

Meta 2: Implantação do Programa Saúde do Homem em cada município.

Meta 3: Implantação em cada município do SISMAMA.

Meta 4:Implantação do Programa Anti-Fumo em cada município.

Meta 5:- Implantação do Programa Saúde na Escola em cada município.

Programa 3 – Efetividade dos Serviços de Saúde Curativa.

Objetivos: Proporcionar à população do território acesso ao atendimento médico-hospitalar de

qualidade através da implantação de um hospital de referência regional.

Metas :

Meta 1: Melhoria/ampliação da infra-estrutura e serviços de atendimento hospitalar em cada

município e/ou Regionais.

Meta 2: Melhoramento/adequação de Hospitais Pólos e Regionais existentes (Nina Rodrigues,

Itapecuru, Matões do Norte e Santa Rita)

Meta 3: Cobrar dos Prefeitos de todo o Território a formalização de convênios para garantir a

implementação das Ações de Saúde e demais Programas.

Meta 4: Implantação dos CAPS em todos os municípios de acordo com as normas existentes.

MUNICIPIOS Domicílios

não Atendidos

Domicílios a serem atendidos/ANO TOTAL

Domicilios 2011 2012 2013 2014 2015

Anajatuba 5.112 511 511 511 511 511 2.556

Cantanhede 3.703 370 370 370 370 370 1.851

Itapecuru Mirim 9.478 948 948 948 948 948 4.739

Matões do Norte 1.608 161 161 161 161 161 804

Miranda do Norte 3.603 360 360 360 360 360 1.802

Nina Rodrigues 1.647 165 165 165 165 165 824

Pirapemas 3.380 338 338 338 338 338 1.690

Pres. Vargas 2.137 214 214 214 214 214 1.068

Santa Rita 5.531 553 553 553 553 553 2.765

Vargem Grande 7.526 753 753 753 753 753 3.763

TERRITORIO 43.724 4.372 4.372 4.372 4.372 4.372 21.862

88 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 89: Ptdrs vale do itaperucu2

Eixo 2 : Educação

Programa 1 – Melhoria da Educação básica (Infantil, Fundamental e Médio)

Objetivos: Garantir o acesso a Educação Básica para a população rural do território Vale do

Itapecuru e proporcionar aos jovens e adultos formação profissional que os insiram no mercado

de trabalho e contribuam para o desenvolvimento da sociedade local.

Metas :

Meta 1: Implantação de Escolas Municipais Nível Infantil (Pré-Escolas e Creches) nas áreas

rurais de todos os municípios do território que venha atender a 100% das Comunidades Rurais,

no total de 1.186 ao final de 5 anos. O número de Comunidades a serem atendidas encontra-se no

quadro abaixo:

Meta 2: Implantação de Escolas Pólos de Ensino Fundamental nas áreas rurais de todos os

municípios do território que venha atender a 100% das Comunidades Rurais, no total de 49

Escolas Pólo ao final de 5 anos.

89 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MUNICIPIOS ESCOLAS PÓLOS NA ZONA RURAL /ANO TOTAL

UND 2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba

00

01

01

01

01

04

Cantanhede

00

01

01

01

01

04

Itapecuru Mirim

01

02

01

01

02

07

Matões do Norte

00

01

01

01

01

04

Miranda do Norte

00

01

01

01

01

04

Nina Rodrigues

00

01

01

01

01

04

Pirapemas

01

01

01

01

01

05 Pres. Vargas

00

01

01

01

01

04

Santa Rita

01

01

01

02

02

07

Vargem Grande

01

01

01

01

02

06

TERRITORIO 04 11 10 11 13 49

Metas Implantação de Escolas Pólos de Ensino Fundamental na Zona Rural

MUNICIPIOS COMUN

IDADES RURAIS

COMUNIDADES A SEREM ATENDIDAS - Pre – escola e creche/ANO

TOTAL COMUN

2011 2012 2013 2014 2015

Anajatuba 98 20 20 20 20 18 98

Cantanhede 60 12 12 12 12 12 60

Itapecuru Mirim 245 49 49 49 49 49 245

Matões do Norte 53 11 11 11 11 9 53

Miranda do Norte 20 4 4 4 4 4 20

Nina Rodrigues 68 14 14 14 14 12 68

Pirapemas 136 27 27 27 27 28 136

Pres. Vargas 50 10 10 10 10 10 50

Santa Rita 156 31 31 31 31 32 156

Vargem Grande 300 60 60 60 60 60 300

TERRITORIO 1186 238 238 238 238 234 1186

Comunidades Rurais a serem atendidas com Escolas Municipais Nível Infantil

Page 90: Ptdrs vale do itaperucu2

Meta 03: Implantação de Escolas Pólos de Ensino Médio nas áreas rurais de todos os municípios do território que venha atender a 100% das comunidades rurais, no total de 49 Escolas Pólo ao final de 05 anos.

Metas Implantação de Ensino Médio nas Escolas com Pedagogia da Alternância

MUNICIPIOS

UNIDADES/ESCOLAS COM PEDAGOGIA DA ALTERNANCIA NO TERRITÓRIO E IMPLANTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO

TOTAL

UND

2011

2012

2013

2014

2015

Anajatuba

01

01

Cantanhede

01

01

Itapecuru Mirim

02

02

Matões do Norte

Miranda do Norte

Nina Rodrigues

Pirapemas

Pres. Vargas

Santa Rita

01

01

Vargem Grande

01

01

TERRITORIO

06

06

90 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

MUNICIPIOS ESCOLAS PÓLOS NA ZONA RURAL/ANO TOTAL

UND 2011 2012 2013 2014 2015

Anajatuba 00 01 01 01 01 04

Cantanhede

00

01

01

01

01

04

Itapecuru Mirim

01

02

01

01

02

07

Matões do Norte

00

01

01

01

01

04

Miranda do Norte

00

01

01

01

01

04

Nina Rodrigues

00

01

01

01

01

04

Pirapemas

01

01

01

01

01

05

Pres. Vargas

00

01

01

01

01

04

Santa Rita

01

01

01

02

02

07

Vargem Grande

01

01

01

01

02

06

TERRITORIO

04

11

10

11

13

49

Metas Implantação de Escolas Pólos de Ensino Médio na Zona Rural

Page 91: Ptdrs vale do itaperucu2

Meta 05: Implantação do Centro de Educação Profissionalizante para o Território ao final de 05

anos.

Meta 06: Ampliação do Ensino baseado na Pedagogia da Alternância e similares no Território ao

final de 05 anos.

Meta 07: Combater 100% do Analfabetismo do Território ao final de 05 anos.

Eixo 3: Assistência Social

Programa 1 – Assistência SocialFoi apresentada e aprovada proposta de inclusão de um novo Programa: Programa de

Assistência Social.Projeto Prioritário: Implementação do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social.

Objetivo: Oportunizar atendimento de pessoas vitimas de violência física, psicológica, sexual,

etc.

Meta: Implementação de 01 (um) CREAS em cada município do território.

Projeto Prioritário: Ampliação dos coletivos do Programa Projovem Adolescente.

Objetivo: Oferecer aos jovens de 15 a 17 anos do território formação para cidadania e para o

trabalho.

Meta: 06 coletivos por município.

Projeto Prioritário: Implementação do CRAS quilombola.

Objetivo: Proporcionar Inclusão Social das Famílias residentes nas Comunidades Quilombolas

na rede de Proteção Social e nas demais políticas públicas.

Meta: Implementação de 01 CRAS quilombola.

Eixo 4: Cultura

Programa 1 – Estruturação da política territorial de cultura.

Objetivos:

Valorizar as culturas locais, respeitando a diversidade de manifestações, inclusive religiosas dos

diferentes grupos sociais existentes no território.

Meta 1: Criação da Lei de Política Municipal de Cultura em cada município.

Meta 2: Criação do Sistema Municipal de Cultura (Secretaria, Fundo e Conselho Municipal) em

cada município.

Meta 3: Criação dos pontos de cultura nos 10 municípios

Meta 4: Criação de espaços públicos para apresentações culturais em cada município

Meta 5: Realização de Seminário Anual de Cultura do Território

Meta 6: Realização de Feira Anual de cultura do território.

91 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 92: Ptdrs vale do itaperucu2

Eixo 5: Mulher

Programa 1 – Programa de Proteção à Mulher

Objetivos:

Meta1: Criação de 01 Centro de Referência da Mulher por município

Meta 2: Criação de Lei Municipal de Proteção e Atendimento à Mulher

Meta 3: Realização de 02 eventos anuais de Formação e Capacitação em Direitos da Mulher, por

município.

Meta 4: Criação da Secretaria da Mulher em cada município.

Meta 5: Criação de Delegacias Territoriais da Mulher.

Dimensão Político Institucional

Eixo 1: Institucionalidade Pública

Programa 1 – Aperfeiçoamento do Modelo de Gestão Pública.

Objetivos: Maior agilidade das Ações Administrativas em todas as Prefeituras e o

desenvolvimento dos programas de governo e políticas públicas em cada município de forma

eficiente. Ainda dotar as Secretarias Municipais de condições básicas para realização das

atividades, garantindo uma maior satisfação da população;

Metas: Sensibilizar o Poder Público dos 10 municípios para o desenvolvimento sustentável e

reestruturar as Secretarias Municipais, em especial, agricultura, Meio Ambiente, turismo e cultura.

Eixo 2: Institucionalidades da Sociedade Civil

Programa 1 - Melhoria da Atuação das Organizações Sociais

Objetivos: Buscar o aperfeiçoamento da gestão das organizações da sociedade civil.

Meta: Capacitação continuada para os membros de todos os Conselhos Municipais, em especial

do CMDRS, Conselho Municipal de Meio Ambiente, através e 02 (dois) cursos por ano por

município.

Eixo 3: Gestão Social das Políticas Públicas

Programa 1- Gestão Social para o Desenvolvimento Sustentável

Objetivos: Buscar o aperfeiçoamento da gestão das organizações da sociedade civil.

Metas:

1. Reestruturação de todos os Conselhos Municipais (em especial Agricultura, Meio Ambiente,

Turismo e Cultura).

2. Institucionalização e estruturação do CODETER.

92 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 93: Ptdrs vale do itaperucu2

o final das Oficinas de Planificação, foi realizada a discussão sobre a Gestão do

PTDRS Qualificado. Para tanto, a análise partiu de um resgate do que foi a Aoperacionalização do PTDRS original, as limitações, potencialidades e a forma

de estruturação do CODETER, visando a execução do mesmo. Foi nesse sentido que a

Plenária aprovou ações referentes à Divulgação e Negociação do Plano Qualificado. É o

que será apresentado a seguir:

1. Ações relativas à divulgação:

Promover reuniões junto aos Conselhos Municipais, Câmaras Municipais,

STTR's, Organizações da Sociedade Civil e todas as Secretarias Municipais.

Ainda em relação a divulgação do Plano Qualificado, também aprovaram a

realização de reuniões Territoriais com UFMA, UEMA, EMBRAPA, Agentes

Financeiros e Entidades de Assessoria que atuam no Território. Outra ação

aprovada para divulgação foi a realização de reuniões territoriais com os Órgãos

Públicos Estaduais e Federais.

2. Ações relativas à publicação:

Publicação do PTDRS Qualificado em formato de Cartilhas.

3. Ações relativas a negociações:

Quanto às Ações de Negociação, foi aprovado que o Codeter definirá prioridades

municipais a serem apresentadas e discutidas nas reuniões de negociação, além

da construção de pauta de negociação para cada órgão especifico, tanto a nível

municipal como territorial.

93 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

12. A

Ges

tão

Do

PT

DR

S Q

ual

ific

ado

do

Ter

ritó

rio

Val

e D

o It

apec

uru

/Ma

Page 94: Ptdrs vale do itaperucu2

termo processo tem muitas utilidades - no latim procedere indica a ação de avançar,

ir para frente (pro+cedere)). É uma seqüência de ações que objetivam atingir uma Ometa. É usado para criar, , , algo.

Pois bem, a qualificação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável é parte

de um processo iniciado no ano de 2003 com o governo democrático e popular. E como todo

processo, avança!

A partir desse período, as políticas sociais no Brasil foram retomadas de forma expressiva e

programas como Luz para Todos; Bolsa Família; investimentos na agricultura familiar

(PRONAF) e o Programa de Desenvolvimento Territorial resultaram em melhorias para as

populações, especialmente no meio rural. ECHEVERRI, ao fazer uma análise dessa nova

abordagem territorial rural assim expressa:

“A política de desenvolvimento rural e de apoio à agricultura familiar do

Brasil apresentou uma mudança significativa a partir do ano de 2003,

devido ao seu caráter explicitamente territorial, com adoção de uma

estratégia que implicou na criação de uma estrutura institucional e de um

conjunto de processos de gestão da política pública que marcou um novo

rumo às políticas de desenvolvimento agrário...A ascensão de uma visão

política, que privilegia os direitos e a gestão participativa, se encontrou com

processos sociais de enorme significado e força política para dar como

resultado a elaboração de uma política que significa um passo importante

na construção de novos caminhos de institucionalidade pública.”

(ECHEVERRI, p.82, 2010).

A experiência do desenvolvimento territorial rural trouxe consigo a possibilidade de re-

planejar, re-avaliar e re-construir sonhos futuros e se constituiu num ir para frente na

construção do desenvolvimento que se pretende sustentável, participativo. E nesse

caminhar o PTDRS é um instrumento valioso a ser explorado. Contudo, um processo é

sempre algo inacabado, principalmente, quando tratamos de um processo social, em que um

conjunto de variáveis está em jogo – poder, política, organização, grupos políticos, capital

econômico, capital social, enfim. E no caso do PTDRS, sem dúvida está incompleto, pois é

projetar transformar produzir

12. B

reve

s co

nsi

der

açõe

s 94 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 95: Ptdrs vale do itaperucu2

95

impossível apreendermos tamanha complexidade de uma realidade social e histórica de uma só

empreitada.

Porém, está implícito aqui o avanço dessa política de desenvolvimento territorial que apresenta

alguns elementos importantes desde a sua constituição, apontados por ECHEVERRI (2010)

como, a adoção de um novo enfoque de caráter territorial, integral e multisetorial; a criação de uma

pasta destinada à formulação e execução da política de desenvolvimento territorial, a

Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT; a adoção de diretrizes e critérios da estratégia

territorial; a definição de áreas de resultado como orientadoras da gestão da política; a delimitação

dos territórios, do conceito à ação; a criação dos colegiados territoriais e a gestão social como

elemento fundamental da política, em que se estabelecem as competências dos níveis territoriais,

se destacando aqui o papel dos planos territoriais.

Portanto, esse documento trata do momento presente e é resultado do contexto histórico e atual do

Território, com seus avanços, suas fragilidades, suas descontinuidades e, sobretudo a luta de

atores sociais que acreditam na mudança na transformação social, a exemplo dos integrantes

ativos do Colegiado Territorial.

Finalmente, esperamos que o resultado aqui apresentado siga o seu processo!

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Lazer no Rio Iguará - Nina Rodrigues

Page 96: Ptdrs vale do itaperucu2

ALCÂNTARA, Enner Herenio de. Caracterização da Bacia Hidrográfica do Rio

Itapecuru, Maranhão – Brasil. Caminhos de Geografia. Fev/2004.

DATASUS, acesso ao sítio www.datasus.gov.br em agosto de 2009

Estudo Propositivo para Dinamização Econômica do Território Vale do Itapecuru – EP. Instituto Potiguar de Desenvolvimento Social – IP, São Luís\MA, 2004. FAVARETO, Arilson. Políticas de desenvolvimento territorial rural no Brasil: avanços e desafios\Arilson Favareto...[et.al]. Brasília:IICA, 2010.(Série Desenvolvimento Rural Sustentável; v.12)

Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010.IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. IBGE SIPRA/SR12/MA Jan. 2010.

IBGE.www.cidades.gov.br/.../saneamento.../pesquisa-nacional-de-saneamento-basico IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 2009.

IBGE.www.ibge.gov.br/.../agropecuaria/censoagro/...familiar_2006/familia_censoagro2006.pdf - Censo Agropecuário Preliminar 2006, Agricultura Familiar, acesso em setembro de 2009.

IBGE. Censo Agropecuário 1995/96, IBGE, in Incra/FAO, 2000: 24

IMESC. Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão - Série 2002 a 2007/IMESC.2009 , acesso agosto de 2009.IMESC. - Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão -Série 2002 a 2006/IMESC.2008, acesso em agosto 2009.

INCRA/DF/DFC - Apuração Especial Nº 00588 - SNCR - Dez/05 Informe Estatístico SEDUC 2008 – Maranhão, 2009.

Marco Referencial para o Apoio ao Desenvolvimento dos Territórios Rurais – Série Documentos Institucionais - MDA, 02-2005.

MDA. www.territoriosdacidadania.gov.br/MDA, 2009

MDA.smap.mda.gov.br/.../rel_anofiscalmunicipioespecificomesmodalidadeenquadramento. BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB,BANSICREDI, BASA, BB, BN E BNDES. Acesso em agosto 2009\Novembro2009.

Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário. SEPLAN/IMESC, 2009

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Vale do Itapecuru – PTDRS

www.imesc.ma.gov.br/docs-

www.imesc.ma.gov.br/docs/Regiaofinal.pdf

96B

ibli

ogra

fia

Ref

eren

cial

PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 97: Ptdrs vale do itaperucu2

97 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

AN

EX

OS

ANE

XOS

Page 98: Ptdrs vale do itaperucu2

98 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Anos

Município

Especificações

2002

2003

2004

2005

2006

Pib mil

32.328

37.080

42.715

50.905

60.059

População

21.796

22.151

22.504

22.860

23.214

Anajatuba

Pib per capita

1.483,23

1.673,97

1.898,09

2.226,81

2.587,21

Pib mil

23.216

26.465

32.154

39.403

45.684

População

17.689

17.726

17.762

17.798

17.834

Cantanhede

Pib per capita

1.312,45

1.492,98

1.810,28

2.213,90

2.561,60

Pib mil

78.602

92.340

106.081

124.707

150.629

População

50.650

50.821

50.994

51.168

51.338

Itapecuru Mirim

Pib per capita

1.551,87

1.816,96

2.080,27

2.437,21

2.934,07

Pib mil

10.947

13.010

16.189

18.429

23.502

População

7.670

7.763

7.855

7.948

8.040

Matões do Norte

Pib per capita

1.427,28

1.675,84

2.061,04

2.318,70

2.293,11

Pib mil

21.660

23.575

27.149

31.014

37.638

População

16.653

16.862

17.070

17.280

17.487

Miranda do Norte

Pib per capita

1.300,66

1.398,09

1.590,46

1.794,80

2.152,31

Pib mil

12.313

13.520

15.734

18.873

21.930

População

8.516

8.606

8.695

8.785

8.874

Nina Rodrigues

Pib per capita

1.445,86

1.570,95

1.809,55

2.148,37

2.471,28

Pib mil

25.682

29.800

36.583

45.236

57.471

População

14.721

14.563

14.405

14.246

14.088

Pirapemas

Pib per capita

1.744,61

2.046,30

2.539,64

3.175,32

4.079,42

Pib mil

15.469

17.079

20.160

23.363

27.369

População

9.738

9.996

10.252

10.510

10.767

Presidente Vargas

Pib per capita

1.588,54

1.708,60

1.966,49

2.222,89

2.541,96

Pib mil

25.288

32.360

34.926

39.934

62.131

População

23.534

23.907

24.280

24.654

25.026

Santa Rita

Pib per capita

1.074,52

1.353,60

1.438,49

1.619,77

2.482,66

Pib mil

53.471

57.370

68.694

89.461

110.334

População

35.227

35.431

35.636

35.841

36.045

Vargem Grande

Pib per capita

1.517,90

1.619,21

1.927,66

2.496,05

3.060,99

Pib mil

298.976

342.599

400.385

481.325

596.747

População

206.194

207.826

209.453

211.090

212.713 Território

Pib per capita 1.449,97 1.648,49 1.911,57 2.280,19 2.805,41

Pib 15.448.774 18.483.300 21.604.577 25.334.591 28.621.445

População 5.858.618 5.940.079 6.021.504 6.103.327 6.184.538 Maranhão

Pib per capita 2.636,93 3.111,63 3.587,90 4.150,95 4.627,90

Pib mil 1,94 1,85 1,85 1,90 2,08

População 3,52 3,50 3,48 3,46 3,44 Território/ Maranhão

Pib per capita 54,99 52,98 53,28 54,93 60,62

Tabela 01: Pib a preço de mercado corrente, população, PIB per capita. Maranhão e Território Vale do Itapecuru – Período de 2002 a 2006

Page 99: Ptdrs vale do itaperucu2

99 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Nota:

1 - Para o ano de 1996, a área de lavouras temporárias inclui a área de lavouras temporárias em descanso e a área de terras produtivas não utilizadas; 2 - Os dados de área, para as unidades territoriais com menos de 3 (três) estabelecimentos agropecuários, estão desidentificados com o caracter X. 3 - Para o ano de 2006, os dados são preliminares, sujeitos a alterações quando da divulgação definitiva.

Variável X Ano

Número de estabelecimentos

agropecuários (Unidades)

Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares)

Unidade da Federação e

Município

Utilização das terras

1996

2006

1996

2006

Total

368.191

288.698

12.560.692

14.984.830

Lavouras permanentes

43.355

32.756

80.580

513.962

Lavouras temporárias

341.691

173.514

3.798.614

3.563.586

Pastagens

74.947

78.339

5.310.553

6.162.692

Maranhão

Matas e florestas

52.195

67.891

2.875.775

4.641.773

Total

2.543

2.217

20.780

9.181

Lavouras permanentes

343

70

267

373

Lavouras temporárias

2.410

1.639

5.296

1.592

Pastagens

164

90

11.139

6.579

Anajatuba

Matas e florestas

127

14

2.117

536

Total

1.052

2.669

26.453

17.284

Lavouras permanentes

23

44

37

335

Lavouras temporárias

1.050

2.588

13.464

4.153

Pastagens

41

92

5.640

6.943

Cantanhede

Matas e florestas

55

56

6.530

4.801

Total

3.577

3.530

70.943

109.407

Lavouras permanentes

449

300

535

8.547

Lavouras temporárias

3.370

2.649

16.166

78.168

Pastagens

168

188

30.938

14.242

Itapecuru Mirim

Matas e florestas

191

286

21.732

7.589

Total

1.290

1.083

49.180

45.078

Lavouras permanentes

32

66

24

647

Lavouras temporárias

1.273

1.033

10.697

2.505

Pastagens

92

99

21.795

24.844

Matões do Norte

Matas e florestas

96

91

14.950

13.885

Total

245

362

16.867

23.305

Lavouras permanentes

29

35

158

68

Lavouras temporárias

234

307

5.405

2.874

Pastagens

50

95

8.309

14.963

Miranda do Norte

Matas e florestas 35 38 2.728 2.070

Total 906 740 18.662 16.365 Lavouras permanentes 248 162 124 3.049 Lavouras temporárias 890 675 8.570 8.727 Pastagens

21

18

7.788

1.743

Nina Rodrigues

Matas e florestas

13

7

1.952

1.664 Total

2.591

1.395

52.125

24.517

Lavouras permanentes

55

217

193

351

Lavouras temporárias

2.556

1.183

23.730

5.658

Pirapemas

Pastagens

102

241

13.948

8.614

Tabela 02: Número de estabelecimentos e área dos estabelecimentos agropecuários por utilização das terras – Primeiros resultados de 2006 – Território Vale do

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário

Page 100: Ptdrs vale do itaperucu2

100 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Nota:

1 - Os dados de Pessoal ocupado, para as unidades territoriais com menos de 3 (três) estabelecimentos agropecuários, estão desidentificados com o caractere X. 2 - A categoria Com laço de parentesco com o produtor inclui os produtores. Desta forma, todo estabelecimento tem pelo menos uma pessoa ocupada nesta condição, que é o próprio produtor. 3 - Para o ano de 2006, os dados são preliminares, sujeitos a alterações quando da divulgação definitiva.

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário

Variável X Ano

Número de estabelecimentos agropecuários (Unidades)

Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários (Pessoas)

Estado e Município

Laço de parentesco com o produtor

1996

2006

1996

2006

Total

368.191

288.698

1.331.864

994.144

Com laço de parentesco com o produtor

368.191

288.698

1.061.992

802.362

Maranhão

Sem laço de parentesco com o produtor

44.898

28.259

269.872

191.775

Total

2.543

2.217

6.835

5.322

Com laço de parentesco com o produtor

2.543

2.217

6.224

4.743

Anajatuba

Sem laço de parentesco com o produtor

212

112

611

579

Total

1.052

2.669

4.113

7.741

Com laço de parentesco com o produtor

1.052

2.669

2.623

7.552

Cantanhede

Sem laço de parentesco com o produtor

56

31

1.490

189

Total

3.577

3.530

13.109

11.587

Com laço de parentesco com o produtor

3.577

3.530

9.821

10.062

Itapecuru Mirim

Sem laço de parentesco com o produtor

262

228

3.288

1.525

Total

1.290

1.083

4.076

4.590

Com laço de parentesco com o produtor

1.290

1.083

3.265

2.529

Matões do Norte

Sem laço de parentesco com o produtor

99

193

811

2.061

Total

245

362

956

1.008

Com laço de parentesco com o produtor

245

362

719

961

Miranda do Norte

Sem laço de parentesco com o produtor

46

11

237

47

Total

906

740

3.190

2.249

Com laço de parentesco com o produtor

906

740

2.936

2.216

Nina Rodrigues

Sem laço de parentesco com o produtor

43

10

254

33

Total

2.591

1.395

20.285

4.239

Com laço de parentesco com o produtor

2.591

1.395

7.882

3.133

Pirapemas

Sem laço de parentesco com o produtor

1.058

147

12.403

1.106

Total

1.313

1.156

4.958

4.163

Com laço de parentesco com o produtor

1.313

1.156

4.247

4.129

Presidente Vargas

Sem laço de parentesco com o produtor

246

7

711

34

Tabela 3:Número de Estabelecimentos Agropecuários e Pessoal ocupado por Laço de Parentesco com o produtor – Primeiros Resultados de 2006

Page 101: Ptdrs vale do itaperucu2

Nota:

1 - Os municípios sem informação para pelo menos um produto da lavoura temporária não aparecem nas listas;

2 - A partir do ano de 2001 as quantidades produzidas dos produtos melancia e melão passam a ser expressas em toneladas. Nos anos anteriores eram expressas em mil frutos;

3 - Os produtos girassol e triticale só apresentam informação a partir de 2005. Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

Variável X Ano

Área plantada (Hectares)

Área colhida (Hectares)

Quantidade produzida (Toneladas)

Estado e Município

Lavoura temporária

1995

2008

1995

2008

1995

2008

Arroz (em casca)

783.703

467.405

777.960

467.405

951.579

685.618

Feijão (em grão)

118.023

85.913

115.502

85.913

42.007

38.549

Mandioca

295.169

223.077

289.156

222.522

2.445.730

1.730.141

Maranhão

Milho (em grão)

649.669

353.045

641.409

353.045

361.112

479.728

Arroz (em casca)

1.970

1.428

1.970

1.428

1.103

2.142

Feijão (em grão)

115

255

115

255

46

111

Mandioca

308

2.281

308

2.281

2.464

17.108

Anajatuba

Milho (em grão)

2.100

1.015

2.100

1.015

714

731

Arroz (em casca)

2.800

2.076

2.800

2.076

1.908

2.491

Feijão (em grão)

190

1.373

190

1.373

76

422

Mandioca

269

1.619

269

1.619

2.152

12.142

Cantanhede

Milho (em grão)

2.900

1.595

2.900

1.595

1.450

734

Arroz (em casca)

4.500

4.488

4.500

4.488

3.060

4.937

Feijão (em grão)

1.360

445

1.360

445

544

215

Mandioca

2.960

5.260

2.960

5.260

23.680

47.340

Itapecuru Mirim

Milho (em grão)

3.300

4.132

3.300

4.132

1.650

1.694

Arroz (em casca)

0

2.622

0

2.622

0

4.321

Feijão (em grão)

0

386

0

386

0

95

Mandioca

0

588

0

588

0

2.687

Matões do Norte

Milho (em grão)

0

1.428

0

1.428

0

603

Arroz (em casca)

1.200

556

1.200

556

780

556

Feijão (em grão)

175

253

175 253

70

75

Mandioca

245

186

245 186

1.960

1.045

Miranda do Norte

Milho (em grão)

1.020

266

1.020 266

459

129

Arroz (em casca) 2.500 1.132 2.500 1.132 1.550 792

Feijão (em grão) 350 233 350 233 123 75 Mandioca 2.200 1.410 2.200 1.410 19.206 7.050

Nina Rodrigues

Milho (em grão) 2.300

839

2.300

839

782

336

Arroz (em casca)

1.950

3.962

1.950

3.962

1.267

5.428

Feijão (em grão)

300

883

300

883

120

323

Mandioca

100

2.149

100

2.149

800

16.117

Pirapemas

Milho (em grão)

2.000

2.708

2.000

2.708

900

1.164

Arroz (em casca)

1.500

868

1.500

868

1.020

1.128

Feijão (em grão)

26

66

26

66

10

26

Mandioca

197

2.397

197

2.397

1.576

14.786

Presidente Vargas

Milho (em grão)

1.300

143

1.300

143

585

80

Arroz (em casca)

1.520

455

1.520

455

1.061

639

Feijão (em grão)

80

100

80

100

31

50

Mandioca

2.050

1.696

2.050

1.696

18.481

13.568

Santa Rita

Milho (em grão)

1.220

490

1.220

490

549

612

Arroz (em casca)

6.100

5.571

6.100

5.571

3.782

6.685

Feijão (em grão)

820

410

820

410

305

135

Mandioca

5.500

3.227

5.500

3.227

49.500

20.975

Vargem Grande

Milho (em grão)

5.600

3.566

5.600

3.566

1.960

1.605

Arroz (em casca)

24.040

23.158

24.040

23.158

15.531

29.119

Feijão (em grão)

3.416

4.404

3.416

4.404

1.325

1.527

Mandioca

13.829

20.813

13.829

20.813

119.819

152.818

TERRITÓRIO VALE DO ITAPECURU

Milho (em grão)

21.740

16.182

21.740

16.182

9.049

7.688

Tabela 04: Área plantada, área colhida, quantidade produzida e valor da produção a lavoura temporária

101 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 102: Ptdrs vale do itaperucu2

Nota:

1 - Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas.

2 - Efetivos dos rebanhos em 31/12.

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal

Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)

Ano Estado e Município

Tipo de rebanho

1996

2007

Bovino

3.935.754

6.609.438

Suíno

1.931.173

1.485.351

Caprino

311.230

379.054

Ovino

146.424

226.216

Maranhão

Galinhas

3.225.167

3.080.213

Bovino

26.143

38.924

Suíno

33.701

34.867

Caprino

951

1.356

Ovino

594

420

Anajatuba

Galinhas

21.860

18.960

Bovino

21.252

7.730

Suíno

11.035

8.335

Caprino

1.751

950

Ovino

653

360

Cantanhede

Galinhas

7.833

4.560

Bovino

16.768

21.976

Suíno

16.382

17.280

Caprino

730

1.080

Ovino

812

1.035

Itapecuru Mirim

Galinhas

31.145

21.892

Bovino

0

23.200

Suíno

0

3.664

Caprino

0

1.805

Ovino

0

708

Matões do Norte

Galinhas

0

4.875

Bovino

7.150

14.430

Suíno

2.421

2.714

Caprino

120

225

Ovino

60

115

Miranda do Norte

Galinhas

2.160

2.048

Bovino

1.570

2.220

Suíno

12.812

13.475

Caprino

1.586

2.062

Ovino

504

669

Nina Rodrigues

Galinhas

1.450

1.735

Bovino

9.710

14.368

Suíno

33.898

39.083

Caprino

5.951

7.428

Ovino

815

1.270

Pirapemas

Galinhas

13.529

14.775

Cont. tab. 5 Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)

Ano

Unidade da Federação e Município Tipo de rebanho

1996 2007 Bovino

1.094

1.525

Suíno

6.208

6.860

Caprino

117

183

Ovino

410

602

Presidente Vargas - MA

Galinhas

3.526

3.506

Bovino

9.467

17.508

Suíno

2.669

3.630

Caprino

167

279

Ovino

346

353

Santa Rita - MA

Galinhas

11.302

11.100

Bovino

9.880

14.148

Suíno

45.677

44.480

Caprino

9.783

13.484

Ovino

3.017

4.146

Vargem Grande - MA

Galinhas

17.833

16.270

Bovino

103.034

156.029

Suíno

164.803

174.388

Caprino

21.156

28.852

Ovino

7.211

9.678

TERRITÓRIO

Galinhas

110.638

99.721

Tabela 05: Efetivo dos rebanhos por tipo de rebanho – Variável= Efetivo dos rebanhos (cabeças

102 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 103: Ptdrs vale do itaperucu2

Nota:

1 - Os dados de Produção animal, para as unidades territoriais com menos de 3 (três) estabelecimentos agropecuários, estão desidentificados com o caracter X.

2 - Para o ano de 2006, os dados são preliminares, sujeitos a alterações quando da divulgação definitiva.

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário

Total (Unidades)

1.313

1.156

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

12

2

9

0

Leite de cabra (Mil litros)

0

0

0

0

Presidente Vargas

Ovos de galinha (Mil dúzias)

741

0

9

0

Total (Unidades)

1.383

1.554

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

50

20

294

170

Leite de cabra (Mil litros)

3

1

1

0

Santa Rita

Ovos de galinha (Mil dúzias)

332

58

10

5

Total (Unidades)

3.954

3.164

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

269

19

215

83

Leite de cabra (Mil litros)

3

0

1

0

Vargem Grande

Ovos de galinha (Mil dúzias)

3.582

339

49

11

Total (Unidades)

18.854

17.870

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

976

122

3.034

1.285

Leite de cabra (Mil litros)

190

6

44 0

TERRITÓRIO VALE DO ITAPECURU

Ovos de galinha (Mil dúzias) 12.489 1.842 296 65

Variável X Ano

Número de estabelecimentos

agropecuários (Unidades)

Produção animal

Estado e Município

Tipo de produção animal

1996

2006

1996

2006

Total (Unidades)

368.191

288.698

-

-

Leite de vaca (Mil litros)

43.916

16.429

139.451

133.128

Leite de cabra (Mil litros)

1.254

143

353

46

Maranhão

Ovos de galinha (Mil dúzias)

227.619

55.808

16.011

4.075

Total (Unidades)

2.543

2.217

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

190

6

252

267

Leite de cabra (Mil litros)

17

1

2

0

Anajatuba

Ovos de galinha (Mil dúzias)

1.830

6

75

1

Total (Unidades)

1.052

2.669

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

47

4

155

18

Leite de cabra (Mil litros)

2

0

0

0

Cantanhede

Ovos de galinha (Mil dúzias)

599

220

10

5

Total (Unidades)

3.577

3.530

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

93

29

909

540

Leite de cabra (Mil litros)

2

0

0

0

Itapecuru Mirim

Ovos de galinha (Mil dúzias)

2.398

525

75

32

Total (Unidades)

1.290

1.083

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

72

12

300

42

Leite de cabra (Mil litros)

4

2

2

0

Matões do Norte

Ovos de galinha (Mil dúzias)

650

278

7

5

Total (Unidades)

245

362

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

62

12

677

142

Leite de cabra (Mil litros)

1

0

0

0

Miranda do Norte

Ovos de galinha (Mil dúzias)

241

24

6

1

Total (Unidades)

906

740

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

5

3

38

4

Leite de cabra (Mil litros)

1

1

0

0

Nina Rodrigues

Ovos de galinha (Mil dúzias)

169

246

3

4

Total (Unidades)

2.591

1.395

0

0

Leite de vaca (Mil litros)

176

15

185

19

Leite de cabra (Mil litros)

157

1

38

0

Pirapemas

Ovos de galinha (Mil dúzias)

1.947

146

52

1

Tabela 06: Número de estabelecimentos agropecuários e produção animal por tipo de produção animal – primeiros resultados de 2006

103 PTDRS do Território Vale do Itapecuru

Page 104: Ptdrs vale do itaperucu2

Variável = Quantidade produzida na extração vegetal

Ano

Estado e Município

Tipo de produto extrativo

1996

2007

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

139.138

736.979

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

3.200.226

3.235.064

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

520.071

210.774

8 - Oleaginosos (Toneladas)

115.097

108.905

Maranhão

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

114.730

108.745

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

1.039

963

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

27.000

45

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

40

8 - Oleaginosos (Toneladas)

164

89

Anajatuba - MA

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

88

89

5.2 - Carnauba (Toneladas)

0

0

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

894

604

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

13.000

35

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

0

8 - Oleaginosos (Toneladas)

74

75

Cantanhede

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

74

75

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

860

973

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

32.000

60

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

1.000

25

8 - Oleaginosos (Toneladas)

495

519

Itapecuru Mirim

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

495

519

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

0

647

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

0

12

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

0

8 - Oleaginosos (Toneladas)

0

66

Matões do Norte

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

0

66

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

139

168

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

0

15

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

0

8 - Oleaginosos (Toneladas)

21

29

Miranda do Norte

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

21

29

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

78

78

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

0

20

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

18

8 - Oleaginosos (Toneladas)

1.073

984

Nina Rodrigues

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

1.073

984

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

1.877

2.028

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

0

25

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

10.000

25

8 - Oleaginosos (Toneladas)

1.042

964

Pirapemas

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

1.042

964

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

429

447

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

0

18

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

33

8 - Oleaginosos (Toneladas)

462

468

Presidente Vargas

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

462

468

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

826

763

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

10.000

25

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

0

70

8 - Oleaginosos (Toneladas)

7.065

6.110

Vargem Grande

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

7.065

6.110

7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)

6142

6671

7.2 - Lenha (Metros cúbicos)

82000

255

7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)

11000

211

8 - Oleaginosos (Toneladas)

10396

9304

TERRITÓRIO

8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)

10320

9304

Nota:Os municípios sem informação em menos um produto da extração vegetal não aparecem nas listas.Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura

Tabela 07: Quantidade produzida na extração vegetal por tipo de produto extrativo

104 PTDRS do Território Vale do Itapecuru