ptdrs vale do itaperucu2
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PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO
RURAL SUSTENTÁVEL do TERRITÓRIO
VALE DO ITAPECURU - MA
São Luís Maranhão
2011
Rio Itapecuru - Itapecuru Mirim
Presidente da República Federativa do BrasilDilma Rousseff
Ministro de Estado do Desenvolvimento AgrárioAfonso Florence
Secretário de Desenvolvimento TerritorialHumberto Oliveira
Coordenação Geral Carleuza Andrade da Silva Carlos Humberto Osório Castro Delegada Federal do Ministério de Desenvolvimento Agrário no Maranhão
Cicília Mirela Durans Costa
Articuladores Estaduais\SDT\MDAMary Alba Santiago FigueiredoWellington Matos
Participação:
CODETER - Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Território Vale do Itapecuru
Cooperativa de Serviços, Pesquisa e Assessoria Técnica - COOSPAT Hélio Henrique Silva Santos Filho - Diretor Presidente
Coordenação Técnica - COOSPATMaria Suely Dias Cardoso Mestre em Ciências Sociais
Consultores
Carlos Augusto de Oliveira Furtado – Especialista em Planejamento do Desenvolvimento Amazônico Maranhense
Jane Carla Garcia Lindoso – Mestre em Agroecologia
Sávio José Dias Rodrigues – Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Revisão TextualAlessandra Ribamar Costa CardosoMirelle Campos Tavares Nina
Revisão Editorial Maria Suely Dias Cardoso
Fotografia e diagramação gráficaRoberto K-zau
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PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Lista de Siglas
Lista de tabelas
Lista de gráficos
Apresentação.................................................................................................................101. Introdução ..................................................................................................................11
1.1. Antecedentes............................................................................................................11
2. Objetivos ...................................................................................................................13
2.1. Objetivo Geral...........................................................................................................13
2.2. Objetivos Específicos...............................................................................................13
3. Metodologia ...............................................................................................................14
3.1. Princípios Metodológicos .........................................................................................14
3.1.1. Partindo das definições locais para o planejamento ............................................15
3.1.2. Articular o planejamento local com as diretrizes e os programas municipais, estaduais e federais .............................................................................................15
3.1.3. Fortalecer a Gestão do Colegiado........................................................................15
3.2. As fases do trabalho.................................................................................................16
3.2.1. Reuniões Técnicas................................................................................................16
3.2.2. Leitura compreensiva e crítica do PTDRS elaborado em 2004............,,,,,,,,,,,,.....16
3.2.3. Levantamento e atualização dos dados secundários............................................16
3.2.4. Reuniões de sensibilização...................................................................................17
3.2.5. Oficinas Territoriais................................................................................................17
3.2.6. Visitas de Acompanhamento ao Colegiado...........................................................18
3.2.7. Planificação e Homologação do PTDRS qualificado.............................................18
3.2.8. Versão Final do PTDRS qualificado......................................................................18
4. O Diagnóstico como fonte para a formulação do Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável ................................................................................19
4.1. Localização e caracterização espacial do território .................................................20
4.2. Caracterização do espaço físico do Território e os fatores de interferência antrópicas.................................................................................................................20
4.3. Características Socioeconômicas.............................................................................22
4.3.1. A Dinâmica Populacional ......................................................................................22
4.3.2. Educação ..............................................................................................................25
4.3.2.1. Matrículas no Vale do Itapecuru ........................................................................25
4.3.2.2. Formação Docente no Vale do Itapecuru ..........................................................27
4.3.3. Saúde ...................................................................................................................28
4.3.4. A Economia Territorial ...........................................................................................32
4.3.4.1. Uma análise do PIB do Maranhão e do Vale do Itapecuru ................................32
4.3.4.2. PIB per Capita ...................................................................................................33
4.4. Estrutura Agrária e Agrícola .....................................................................................35
4.4.1. A diferenciação regional do sistema agrário do Vale do Itapecuru .......................35
SU
MÁ
RIO
PTDRS TERRITÓRIO do VALE DO ITAPECURU
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
4.4.1. A diferenciação regional do sistema agrário do Vale do Itapecuru ....................................35
4.4.2. Estrutura fundiária do Maranhão e do Território Vale do Itapecuru ...................................37
4.4.3. A Dinâmica da Agricultura Familiar no Maranhão e no Território .....................................41
4.4.4. Utilização das Terras .........................................................................................................43
4.4.5. Laços de Parentesco com o Produtor ...............................................................................45
4.4.6. Produção Agropecuária .....................................................................................................48
4.4.6.1. Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Temporárias ........48
4.4.6.2. Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Permanentes ......50
4.4.6.3. Efetivo do Rebanho ........................................................................................................51
4.4.6.4. Produção Animal ............................................................................................................52
4.4.6.5. Produção Extrativa Vegetal ............................................................................................53
5. Presença de Outros Atores Sociais no Território: Assentados, Quilombolas e Pescadores ............................................................................................................................54
5.1 Comunidades Quilombolas do Vale do Itapecuru..................................................................55
6. A Política do Crédito no Território........................................................................................58
6.1. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF no
Território................................................................................................................................58
6.2. O PROINF no Território ........................................................................................................67
7. Um Pouco Além do Raiar do Século XXI: resultados das ações e contradições dos séculos anteriores ou uma estratificação agroambiental..................................................70
8. As Grandes Problemáticas Ambientais no Território .........................................................72
9. Dimensão Político Institucional............................................................................................75
10. A Visão De Futuro Dos Representantes do Território ......................................................77
11. O Planejamento Sustentável para o Desenvolvimento do Território...............................78
Dimensão Econômica................................................................................................................78
Eixo 1: Agricultura......................................................................................................................78
Programa 1: Acesso a Terra.........................................................................................................78
Programa 2: Dinamização das culturas tradicionais (mandioca, milho, arroz e feijão)................79
Programa 3: Horticultura..............................................................................................................79
Programa 4: Fruticultura...............................................................................................................80
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Eixo 2: Pecuária..........................................................................................................................81
Programa 1 - Melhoramento da criação dos rebanhos existentes (caprino, ovino, bovino,
aves e suínos); Consolidação de novas atividades)................................................81
Programa 2 – Consolidação de novas atividades........................................................................82
Programa 3 – Uso sustentável dos recursos pesqueiros.............................................................82
Eixo 3 : Extrativismo..................................................................................................................83
Programa 1: Aproveitamento das frutas nativas e Aproveitamento integral do babaçu...............83
Eixo 4: Infra Estrutura de Apoio à Produção...........................................................................84
Programa 1 – Melhoria e ampliação de Infra-estrutura para produção e comercialização..........84
Eixo 5: Comercialização.............................................................................................................86
Programa 1 - Fortalecimento da comercialização dos produtos da agricultura familiar...............86
Eixo 6: Turismo...........................................................................................................................86
Programa 1 – Fortalecimento das atividades turísticas................................................................86
Dimensão Ambiental..................................................................................................................86
Eixo 1: Recursos Naturais.........................................................................................................86
Programa 1 : Recuperação e preservação dos ecossistemas...................................................86
Dimensão Social.........................................................................................................................87
Eixo 1: Saúde..............................................................................................................................87
Programa 1: Saneamento Básico.................................................................................................87
Programa 2: Fortalecimento da Saúde Preventiva.......................................................................88
Programa 3: Efetividade dos Serviços de Saúde Curativa...........................................................88
Eixo 2: Educação........................................................................................................................89
Programa 1: Melhoria da Educação básica (Infantil, Fundamental e Médio................................89
Eixo 3: Assistência Social.........................................................................................................91
Programa 1: Assistência Social....................................................................................................91
Eixo 4: Cultura............................................................................................................................91
Programa 1: Estruturação da política territorial de cultura...........................................................91
Eixo 5: Mulher.............................................................................................................................92
Programa 1:Programa de Proteção à Mulher...............................................................................92
Dimensão Político Institucional................................................................................................92
Programa 1: Aperfeiçoamento do Modelo de Gestão Pública......................................................92
Eixo 2: Institucionalidades da Sociedade Civil........................................................................92
Programa 1: Melhoria da Atuação das Organizações Sociais.....................................................92
Eixo 3: Gestão Social das Políticas Públicas..........................................................................93
Programa 1: Gestão Social para o Desenvolvimento Sustentável...............................................93
12. A Gestão do PTDRS Qualificado do Território Vale do Itapecuru....................................93
13. Breves Considerações.........................................................................................................94
Bibliografia Referencial
Anexos
ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental em Áreas de Assentamento
CFR – Casa Familiar Rural
COOSPAT – Cooperativa de Serviços, Pesquisa e Assessoria Técnica
CODETER - Colegiado de Desenvolvimento Territorial
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DFDA\MA – Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário\Maranhão
DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
EFA- Escola Família Agrícola
EP – Estudo Propositivo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IMESC - Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
PLANEJA - Consultoria e Assessoria em Desenvolvimento Sustentável
PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PRONAT – Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais
PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável
SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial
SIT – Sistema de Informação Territorial
STTR – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
SUS – Sistema Único de Saúde
LIS
TA
DE
SIG
LA
S PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 01: População Residente, Taxa de Urbanização, Taxa Média de Crescimento Anual e Densidade Demográfica
Tabela 02: População Residente por situação do domicílio e percentual da População
Rural
Tabela 03: Pib a Preço de Mercado Corrente, População e Pib Per Capta.
Maranhão/Território. 2002/2007
Tabela 04: Pib do Setor Agropecuário, Indústria e Serviços a Preço de Mercado
Corrente. Maranhão/Território- 2002/2007
Tabela 05: Percentual do Estabelecimento e Área sobre o total do Território e do
Maranhão. (IBGE-1995)
Tabela 06: Percentual do Estabelecimento e Área segundo a condição do produtor e o
total do Maranhão. (1996/2006)
Tabela 07: Estrutura Fundiária do Maranhão, segundo a categoria do Imóvel Rural.
(INCRA-2005)
Tabela 08: Estrutura Fundiária do Território Vale do Itapecuru, segundo a categoria de
Imóvel Rural. (INCRA-2005)
Tabela 09: Número de Estabelecimentos e Área, por Município, Território e Estado.
1996/2006
Tabela 10: Utilização da terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no
Maranhão. 1995/2006
Tabela 11: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades – Variação no
Maranhão.1995/2006
Tabela 12: Utilização da Terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no
Território. 1995/2006
Tabela 13: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades no Total - Território
Vale do Itapecuru. 1995/2006
Tabela 14: Número de Estabelecimentos e Laços de Parentesco. Maranhão e Território
Vale do Itapecuru. 1995/2006
Tabela 15: Área de Estabelecimentos, Pessoal Ocupado. Maranhão e Território Vale do
Itapecuru. 1995/2006
Lis
ta d
e T
abel
as
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 15: Área de Estabelecimentos, Pessoal Ocupado. Maranhão e Território Vale do
Itapecuru. 1995/2006
Tabela 16: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária.
Maranhão. 1995/2006
Tabela 17: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária.
Território. 1995/2006
Tabela 18: Variação na Área Colhida de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do
Itapecuru. 1995/2006
Tabela 19: Variação na Quantidade de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do
Itapecuru. 1995/2006
Tabela 20: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Permanente.
Território. 1995/2006
Tabela 21: Variação do Efetivo do Rebanho por tipo de Rebanho Maranhão/Território-
1996/2007
Tabela 22: Variação da Produção Animal Maranhão/Território- 1996/2006
Tabela 23: Variação da Quantidade Produção Extrativa Vegetal Maranhão/Território-
1996/2007
Tabela 24: Total de Assentamentos Criados no Território 2004/2009
Tabela 25: Total de Contratos e Valor para o conjunto do Território Dados Agregados –
Território/Maranhão – 2000 a 2008
Tabela 26: Total de Contratos e Valor no Território Dados Agregados – 2000 a 2008
Tabela 27 - Total de Contratos e Valor por Modalidade, Segundo os Municípios - Dados
Agregados por Município - 2000 a 2008
Tabela 28- Total de Contratos e Valor por Modalidade Dados Agregados para o Território- 2000 a
2008
Tabela 29 - Total de Contratos e Valor por Enquadramento Dados Agregados para o Território -
2000 a 2008
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Gráfico 01: Confronto da Taxa de Urbanização do Território
Gráfico 02: Confronto da Densidade Demográfica do Território
Gráfico 03: Confronto da Taxa da População Rural do Território
Gráfico 04: Variação do Número de Matrículas entre 2000 e 2006 no Território Vale do Itapecuru e Maranhão.
Gráfico 05: Variação do Número de Matrículas de acordo com a Zona no Território Vale do Itapecuru e Maranhão
Gráfico 06: Comparação da Formação Docente no Território Vale do Itapecuru
Gráfico 07: Estabelecimentos de Saúde no Território Vale do Itapecuru em 2006
Gráfico 08: Estabelecimentos de Saúde no Território Vale do Itapecuru em 2006 por Município
Gráfico 09: Comparativo das Equipes de PSF por Município no Território Vale do Itapecuru 2004 e 2009
Gráfico 10: Cobertura da População por Equipes de PSF por Município no Território Vale do Itapecuru – 2004 e 2009
Gráfico 11: Evolução da Mortalidade Infantil no Território do Vale do Itapecuru 2000 e 2007
Gráfico 12: Evolução da Mortalidade Infantil por Município no Território do Vale do Itapecuru – 2000 e 2007
Gráfico 13: Variação do Pib Per Capta Maranhão e Território - 2002/2007
Gráfico 14: Variação do Pib da Agricultura (Va Agro), Indústria (Va Ind) e Serviços (Va Serv). Território. 2002/2007
Gráfico 15: Estrutura Fundiária do Maranhão (INCRA-2005)
Gráfico 16: Distribuição Percentual de Imóveis e Área no Território Vale do Itapecuru Mirim/Ma – INCRA/2005
Gráfico 17: Variação no Efetivo do Rebanho. Maranhão e Território. 1996/2007
Gráfico 18: Total de Contratos, segundo os Municípios Dados Agregados Território – 2000 a 2008
Gráfico 19: Valor dos Contratos (R$ Mil) Dados Agregados – Municípios 2000 a 2008
Gráfico 20: Total de Contratos Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008
Gráfico 21: Valor dos Contratos (Em R$ MIL) Dados Agregados – Municípios 2000 a 2008
Gráfico 22: Total de Contratos por Modalidade Dados Agregados – Municípios 2000 a 2008
Gráfico 23: Total de Contratos por Modalidade Dados Agregados – Território – 2000 a 2008
Gráfico 24: Total de Contratos por Enquadramento Dados Agregados – Território – 2000 a 2008
Gráfico 25: Valor dos Contratos por Enquadramento Dados Agregados – Território – 2000 a 2008
Gráfico 26: Comparação entre Projetos Proinf de Custeio e de Investimento no Vale do Itapecuru em 2008
Gráfico 27: Comparação entre Projetos Proinf de Custeio e Investimento no Vale do Itapecuru em 2008
Lis
ta d
e G
ráfi
cos
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Coospat, entidade da Rede
Nacional de Entidades AParceiras – RNEP no âmbito
do Ministério de Desenvolvimento
Agrário – MDA\SDT, disponibiliza a
qualificação e revisão do Plano
Territorial de Desenvolvimento Rural
Sustentável - PTDRS do Território
Vale do Itapecuru, como importante
inst rumento no processo de
consolidação desse Território.
A Qualificação do PTDRS se constitui
na continuidade dos estudos já
elaborados, a exemplo do Estudo Propositivo e o próprio PTDRS em 2004, para o Território Vale
do Itapecuru e compõem as ações do Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios
Rurais/PRONAT, tendo como objetivo a construção de processos que possibilitem articulações
interinstitucionais com capacidade de gerar um ambiente favorável ao acesso a serviços e
recursos que nortearão os rumos do desenvolvimento sustentável deste território.
A estrutura do documento original foi mantida com duas partes. Na primeira, um diagnóstico do
Território, utilizando-se das informações dos 10 municípios, e a segunda, o Plano propriamente
dito, incluindo as estratégias de implantação e a caracterização do processo de gestão, levando-
se em conta, especialmente, os projetos de infraestrutura que sejam estruturantes para o
desenvolvimento das comunidades rurais e dos assentamentos de reforma agrária.
O PTDRS Qualificado apresenta um diagnóstico atual do território nas diversas dimensões da
realidade permitindo a (re) construção do planejamento de forma participativa com os agentes
de apoio ao desenvolvimento territorial, especialmente os membros do Colegiado que fizeram
parte desse trabalho.
O processo de qualificação do documento se fez na interação com a realidade vivida no âmbito
do território, em constante diálogo com os atores envolvidos e esperamos que o resultado
alcançado seja apropriado não somente pelos membros do CODETER, mas por todos aqueles -
pessoas, instituições públicas e privadas - que desejam interagir na construção de um
desenvolvimento coletivo e sustentável. A intenção é que o PTDRS não seja engavetado nas
instituições, mas amplamente acessado por todos e principalmente por aqueles que têm nas
mãos a obrigação de executar as políticas públicas e atender as necessidades da população do
território.
A Coospat tem convicção de que, para atingir o objetivo acima, será necessária a participação
de todos e todas no processo de gestão, entendendo que o enfoque territorial deva ser a
primazia na execução desse plano.
Por fim, nossos agradecimentos aos consultores, a equipe da SDT; a Delegacia Federal de
Desenvolvimento Agrário\MA e aos demais que nos apoiaram nesse processo, ressaltando as
entidades atuantes no território: Coodesu e Planeja; e principalmente ao CODETER.
Apresen
tação
10 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Produção de hortaliças - União do Clube de Mães- Itapecuru Mirim
1.1. Antecedentes
s políticas públicas
e x e c u t a d a s p e l o AGoverno Federal, nas
últimas décadas, faziam uma
l e i t u r a d e u m B r a s i l
homogêneo, resultando em
i n v e s t i m e n t o s p o u c o
sensíveis às diversidades
locais. Nesse contexto, surge
uma série de reivindicações
da sociedade civil e de alguns
setores públicos de que se
fazia necessário à articulação
de políticas públicas nacionais
com as iniciativas locais.
Em resposta a estas reivindicações, o Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA propõe,
em 2003, uma política nacional de promoção do desenvolvimento rural sustentável com um
recorte territorial, contribuindo, assim, para uma nova visão de desenvolvimento.
Para a implementação dessa nova Política Governamental, conforme documentos oficiais
surge a SDT:
“...A Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT surge então com o objetivo de apoiar a organização e o fortalecimento institucional dos atores sociais locais, na gestão participativa do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais e promover a implementação e integração das políticas públicas”.
A firmeza na implementação dessa nova Política se constata com a inclusão das ações no
Plano Plurianual 2004/2007, sob a responsabilidade da SDT/MDA, “enquanto estratégia do
Governo Federal de intervenção pública visando o desenvolvimento sustentável, sob o foco
de territórios rurais”¹.
Obedecendo às etapas de implementação dessa nova estratégia de desenvolvimento para o
Território Vale do Itapecuru, já foram elaborados os seguintes documentos:
a) Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) -
principal instrumento construído no ano 2004, de forma participativa pelo
colegiado, em apoio à gestão social do desenvolvimento territorial. O PTDRS
foi o primeiro produto elaborado pela sociedade civil, dando início às ações de
desenvolvimento territorial. A responsabilidade técnica na elaboração do Plano
foi da Planeja, de forma participativa, contando, especialmente, com a
estrutura do Colegiado do território;
1. I
ntr
odu
ção
Marco Referencial para o Apoio ao Desenvolvimento dos Territórios Rurais – Série Documentos Institucionais 02-2005.
1
11 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Povoado rural - Vargem Grande
b) Estudo Propositivo (EP) – foi o segundo documento elaborado para o
Território, seguindo a linha metodológica definida pela SDT, visando aprimorar o
diagnóstico do PTDRS, com foco na dimensão socioeconômica dos territórios
rurais. A fase de elaboração do EP ficou sob coordenação do Instituto Potiguar de
Desenvolvimento Social - IP, além do apoio de outros atores relacionados com a
dinâmica territorial, como o próprio colegiado territorial.
Passados 06 (seis) anos de ações de desenvolvimento territorial cuja referência se baseia nos
eixos norteadores (Fortalecimento de redes sociais de cooperação, Fortalecimento da gestão
social, Articulação das Políticas Públicas e Dinamização das economias territoriais), chega o
momento em que se faz necessário uma revisão do PTDRS, ao que denominamos de
Qualificação do PTDRS.
O método empregado na elaboração deste documento segue a metodologia adotada pelo
MDA/SDT, a partir da implementação da Política Territorial iniciada em 2003. Entende-se que,
mesmo sendo denominado de Qualificação do PTDRS, este documento não deixa de ser um
Planejamento com a mesma importância que teve o PTDRS original quando foi elaborado.
Entende-se, ainda, que por se tratar de um Planejamento, o mesmo deve ser elaborado de forma a
contemplar os anseios de todos os atores municipais/territoriais.
Ao receber a tarefa de Qualificar o PTDRS do Vale do Itapecuru, buscou-se o apoio necessário
para se chegar ao final dessa tarefa. Assim, foi crucial a colaboração dos atores sociais locais
(território), das entidades parceiras, dos técnicos e instituições que participaram da elaboração
dos documentos anteriores, de pessoas que atuavam e atuam em movimentos comunitários no
território e, sobretudo, dos representantes do Colegiado.
O intuito era o de apresentar um documento abarcando a totalidade das dimensões da realidade
do território, porém algumas dificuldades surgiram, a exemplo da obtenção de dados restritos às
Prefeituras Municipais, que nem sempre foram disponibilizados na íntegra; a inexistência de
dados sistematizados ou oficiais acerca de várias temáticas (saneamento, juventude, mulheres e
outros) o que dificultou a apreensão mais aproximada da realidade territorial.
Ainda assim, certamente este Plano será referência para o Colegiado e para os demais atores
sociais inseridos na dinâmica territorial, como os movimentos sociais e comunitários, servindo,
como deseja o MDA/SDT, para o fortalecimento do poder e do lugar dessas organizações, nas
diferentes relações e negociações que mantêm a nível local, regional e nacional.
12 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
2.O
BJE
TIV
OS
2.1 Objetivo Geral
ualificar o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, em apoio à
gestão social dos territórios rurais, possibilitando sua avaliação, ampliação e Qconsolidação, almejando a dinamização social e econômica territorial.
2.2. Objetivos Específicos
Avaliar, revisar e atualizar o diagnóstico territorial elaborado em 2004, considerando as
dimensões do desenvolvimento sustentável;
Avaliar e atualizar a visão de futuro, objetivos estratégicos, metas, eixos de
desenvolvimento e programas;
Identificar os projetos estratégicos territoriais e a sua forma de gestão.
13 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Pescador no Rio Itapecuru
3.M
ET
OD
OL
OG
IA3. Metodologia
3.1 Princípios metodológicos
onforme orientações da SDT/MDA, o PTDRS qualificado “deverá ser a expressão
do conhecimento e visão de futuro dos atores locais e sua coesão social no CTerritório, de modo a apontar e alavancar iniciativas locais para o desenvolvimento
sustentável, e criar condições para o acesso às oportunidades (externas,) tanto privadas
quanto públicas”. Desta forma, entende-se que a metodologia de qualificação deste
instrumento de desenvolvimento seja construída de forma a aferir as seguintes hipóteses:
a) A elaboração e implementação do PTDRS proporcione a construção de um
ambiente que fortaleça a cultura da gestão e controle social bem como a formação
de redes sociais de cooperação;
b) A construção e execução do PTDRS estabeleça um processo de articulação e
coesão das diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais;
c) A preparação e efetivação do PTDRS estabeleça um processo de
empoderamento dos atores
mais fragilizados do território
(agr icul tores fami l iares,
assentados de reforma
agrária, povos indígenas,
quilombolas, pescadores
artesanais, extrativistas,
mulheres, jovens entre
outros);
d) A elaboração e aplicação do
P T D R S c o n s t i t u a u m
processo de fortalecimento da dinamização econômica e social dos territórios rurais;
e) Os atores envolvidos tenham sempre presentes diversas dimensões do
desenvolvimento sustentável na perspectiva territorial, quais sejam:
desenvolvimento ambiental, socioeconômico, político-institucional e sociocultural
educacional.
Visando o cumprimento dos objetivos do plano, partiu-se então para a definição dos eixos
de trabalho e dos passos metodológicos os quais foram construídos pela equipe de
consultores e coordenação técnica da COOSPAT, considerando as orientações da SDT e
depois amadurecida com o Colegiado, o que resultou em readequações para melhor leitura
da realidade territorial.
14 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
O
Ofi
cina
sob
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ual
ific
ação
do
PT
DR
S
Desta forma, no decorrer do desenvolvimento de todo o trabalho de qualificação do PTDRS, a
equipe procurou atender as recomendações da SDT nos seguintes termos:
3.1.1. Partindo das definições locais para o planejamento
Buscou-se identificar, por município, estudos, dados, informações, entidades governamentais e
não governamentais bem como técnicos/assessores com amplo conhecimento local no intuito de
contribuir para a construção deste plano, atendendo, desta forma, a diversidade de realidades,
além de seus estágios de desenvolvimento local. Porém, este foi um dos eixos onde a equipe
encontrou dificuldades em atendê-lo, pois nem sempre foi possível contar com a disponibilidade
dos técnicos e de alguns dados municipais relevantes para uma reflexão mais aprofundada da
realidade local.
3.1.2 Articular o planejamento local com as diretrizes e os programas municipais, estaduais e federais
A qualificação e redefinição do PTDRS constitui-se no sentido de promover a implementação e
integração das políticas públicas em seus diversos níveis de atuação, tendo em vista, desta
forma, a melhor aplicabilidade dos recursos públicos possíveis para atender às necessidades
locais. Entretanto, o que se observa ainda é o descompasso destas políticas e que se reproduzem
desta mesma forma nos diversos municípios.
E, como reflexo, tem-se um PTDRS que ainda não possui o caráter de instrumento articulador
destas políticas, sendo utilizado como instrumento de consulta em reuniões do Colegiado para
definição de demandas prioritárias para o Pronaf/Infra-estrutura.
Visando minimizar os descompassos entre estas políticas e uma melhor compreensão do
Colegiado, a equipe, no decorrer da qualificação do PTDRS, buscou apresentar e discutir as
políticas públicas em âmbito federal e estadual e, como estas, se correlacionam em âmbito local.
3.1.3. Fortalecer a Gestão do Colegiado
O Colegiado Territorial é a principal instância de garantia da implantação e efetivação do PTDRS
no território e, no entanto, enfrenta dificuldades para a execução dessa política. No processo de
qualificação do plano, a perspectiva adotada foi a de fortalecer o Colegiado, garantindo a
participação da plenária do Colegiado e do Núcleo Diretivo em todas as discussões dos
programas e projetos. È necessário o empoderamento do CODETER no sentido de que possam
deliberar e encaminhar toda e qualquer proposta que venha a ser indicada para o
desenvolvimento dos municípios e do Território como um todo.
Portanto, no decorrer das oficinas de qualificação do PTDRS, buscou-se garantir a participação
dos representantes do Colegiado, tanto do segmento do poder público, quanto da sociedade civil,
numa tentativa de tornar mais visível a importância do PTDRS e de concebê-lo enquanto
instrumento conciliador das políticas públicas e que estes, pudessem ter condições de qualificá-lo
de forma crítica e criativa, refletindo sobre as ações territoriais e identificando soluções viáveis
para este novo momento do PTDRS.
15 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
3.2. As fases do trabalho
3.2.1. Reuniões Técnicas
Para dar início às atividades, a coordenação técnica do projeto realizou diversas reuniões com a
equipe de consultores/as com os seguintes objetivos:
a) dividir os consultores em duas equipes, onde cada uma atuaria na execução da qualificação do
PTDRS em dois territórios rurais maranhenses, ficando a distribuição da seguinte forma: Equipe I
– Território do Vale do Itapecuru e Cocais; Equipe II – Território dos Lençóis Maranhenses/Munim e
Baixo Parnaíba;
b) Discutir o conceito de “qualificação do PTDRS” e dos seus passos metodológicos: neste
momento, pouco se tinha de informações a respeito deste produto, assim, buscou-se amadurecer
estas informações internamente e através de diálogos com a Delegacia Estadual do MDA, porém
só com a realização de uma oficina com um representante da SDT/MDA foi possível o
entendimento mais claro e objetivo do conceito e das diretrizes da qualificação do PTDRS.
c) Reuniões com a coordenação técnica para avaliação das atividades realizadas vislumbrando
as dificuldades encontradas nos aspectos metodológicos, na mobilização e sensibilização do
CODETER para sua efetiva participação e re-ordenamento no planejamento quando necessário.
3.2.2. Leitura compreensiva e crítica do PTDRS elaborado em 2004
Para planejar as atividades a fim de dar inicio à qualificação do PTDRS, fez-se necessária uma
leitura da realidade do território a partir dos estudos já produzidos, sendo eles o PTDRS e Estudo
Propositivo.
Esta foi uma leitura analítica, na busca de compreender o momento em que se deu a elaboração
do PTDRS, em 2004, além dos programas e projetos estratégicos pactuados naquele momento,
visando à concretização da visão de futuro do Território do Vale do Itapecuru.
Foi realizada uma leitura individual e, em seguida, coletiva do PTDRS elaborado em 2004, de
forma a permitir que os consultores pudessem adquirir o domínio das informações contidas
naqueles documentos, assim como a metodologia usada para a elaboração. Com o
conhecimento obtido, foi possível caracterizar as referências necessárias para organizar o
processo de qualificação. Para que o documento pudesse ser ainda mais compreensivo, a equipe
buscou o contato com a Planeja Consultoria, que, como instituição elaboradora do plano original e
articuladora do Território, tinha domínio das informações que poderiam contribuir para a
qualificação.
3.2.3. Levantamento e atualização dos dados secundários
Após a leitura e avaliação do PTDRS, partiu-se para o levantamento e a atualização de outros
dados secundários dos municípios integrantes deste território, junto aos STTR´s e órgãos
governamentais, como o Sistema de Informações Territoriais (SIT/MDA), IBGE, INCRA, IMESC,
SUS e Prefeituras Municipais. De posse destes dados, inicia-se outra análise que é a das
modificações ocorridas no período decorrente da elaboração do PTDRS (2004) até os dias atuais
(2009/2010). Com estas informações, iniciou-se a escrita preliminar do documento, já adotando
um comparativo entre os dados do território e do Maranhão.
16 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
3.2.4. Reuniões de sensibilização
Antecedendo a realização das oficinas, a COOSPAT organizou uma reunião com o núcleo diretivo
e alguns membros do Colegiado para tratar da importância da qualificação do PTDRS, seus
objetivos, metodologia de aplicação e, principalmente, fazer com que estes atores territoriais
assumissem a co-responsabilidade pela qualificação do Plano.
Neste momento, o núcleo diretivo entendeu que, para melhor aproveitamento dos objetivos e
fortalecimento do Colegiado, haja vista a mudança recente de alguns representantes, seria
importante a realização de outras reuniões como esta, de maneira descentralizada, ficando então o
Território do Vale do Itapecuru dividido em 03 núcleos, conforme divisão já ocorrida em função da
Feira Territorial da Agricultura Familiar e Economia Solidária.
Núcleo I – Itapecuru-Mirim, Vargem Grande e Nina Rodrigues
Núcleo II – Cantanhede, Pirapemas e Presidente Vargas
Núcleo III – Santa Rita, Anajatuba, Matões do Norte e Miranda do Norte
Desta forma, foram então realizadas três reuniões de sensibilização no território, com
apresentação do PTDRS elaborado em 2004 e, a partir destas, foram então agendadas as oficinas
territoriais por núcleo.
3.2.5. Oficinas Territoriais
As oficinas também contaram com a participação não só de membros do Colegiado, mas também
de outros atores territoriais da sociedade civil e do poder público, visando, assim, ampliar as
discussões e tornar público esta etapa de construção da qualificação do PTDRS. Essas oficinas
aconteceram em três momentos diferentes, tendo em média um intervalo de 30 dias entre um
momento e outro.
1º momento: Avaliação dos projetos executados no território - Nesse espaço os
participantes da oficina foram motivados a elencar os entraves e avanços na execução e gestão
dos projetos. Também foi a oportunidade para apresentação dos novos dados secundários e do
confronto destes com informações primárias levantadas no decorrer desta oficina;
2º momento: Readequação do PTDRS por núcleo - Nessa oficina, houve uma retomada do
confronto entre dados secundários e primários, tendo como ponto de partida a versão preliminar do
diagnóstico em construção.
Provocou-se nos núcleos uma reflexão para a identificação dos projetos prioritários, comparando
as necessidades que o diagnóstico apontou e suas percepções a respeito do território com o
rearranjo dos projetos ao novo contexto.
3° momento: Ajuste do PTDRS - este momento foi caracterizado pelo “pensar e agir
territorialmente”, pois com a junção dos três núcleos houve algumas redefinições dos programas e
projetos prioritários para o território.
17 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
3.2.6. Visitas de Acompanhamento ao Colegiado
Estas visitas tiveram como objetivos a complementação das informações primárias e a
percepção por parte dos consultores da apropriação do PTDRS pelos membros do Colegiado.
Foram realizadas visitas junto a alguns STTR´s e secretarias municipais.
3.2.7. Planificação e Homologação do PTDRS qualificado
Esta fase também ocorreu em forma de oficina e foi caracterizada pela revisão da visão de futuro,
dos eixos e programas, além da definição dos objetivos e metas de cada projeto prioritário. À
proporção que estes eram definidos, fazia-se a leitura oral e visual, sendo, então, posteriormente
homologados com registro em ata.
Nesta mesma oficina, foi discutido com o Colegiado a necessidade da construção de estratégias
de Gestão do Plano para a implementação dos projetos estratégicos, seu gerenciamento e
operacionalização. No entanto, o Colegiado considerou que, em função da recente mudança de
representantes e da necessidade destes em internalizar as ações do plano, esta discussão
ficaria para um momento posterior.
3.2.8. Versão Final do PTDRS qualificado
A última fase do trabalho caracterizou-se pelo acréscimo e pela sistematização de novas
informações levantadas nas oficinas, além das contribuições do Colegiado e das análises e
percepções feitas pela equipe de consultores no decorrer das oficinas e visitas de
acompanhamento do Colegiado.
18 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Casa Familiar Rural - PRONAT/ Itapecuru - Mirim
azer um diagnóstico para auxiliar um Plano de Desenvolvimento é uma tarefa que
exige bastante atenção e cuja dificuldade ímpar em sua elaboração é o cuidado Fpela simplicidade que deve possuir o documento para este não se tornar denso e,
conseqüentemente, de pouca utilidade. Isso se torna difícil principalmente por causa da
complexidade que tem os processos concretos a que o diagnóstico se refere e transcrevê-
los de forma simples exige um exercício de síntese rigoroso. Essa síntese é necessária
para que os atores envolvidos na execução das políticas públicas tenham objetividade e
tornem o mínimo possível estas políticas instrumentos de outros interesses que não sejam
o desenvolvimento territorial.
O diagnóstico que se segue visa entender processos presentes no território do “Vale do
Itapecuru”, com o intuito de adequar o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural
Sustentável à realidade na qual o plano se refere, buscando fatores que indiquem as
modificações necessárias às estratégias de desenvolvimento desse Território.
Busca-se relacionar as transformações que o primeiro PTDRS apontou, as ações
realizadas e as não concretizadas. Dessa forma, ao se comparar os dados do período em
que o PTDRS foi elaborado (2004) e da situação atual (2009 e 2010), fez-se necessário a
referência às políticas pensadas no ano de elaboração e as readequações necessárias
para as transformações no território nos próximos 05 anos.
O Território “Vale do Itapecuru” apresenta-se como uma realidade que, de uma forma
geral, não se diferencia da realidade vivida pelo Estado do Maranhão. Os dados referentes
a esse território demonstram que muitas das metas elaboradas no Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável não foram cumpridas ou precisam ser repensadas
em suas estratégias de implantação. 4.O
Dia
gn
ósti
co c
omo
fon
te P
ara
a F
orm
ula
ção
do
P
lan
ejam
ento
par
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Des
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ento
Su
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táve
l
19 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Santa Rita
Itapecuru-MirimPresidente
Vargas
NinaRodrigues
Vargem Grande
Mirandado Norte
Cantanhede
Matões do NortePirapemas
Anajatuba
Presidente
Vargas
Mapa do Território
4.1 Localização e caracterização espacial do território
O Território “Vale do Itapecuru” é composto por 10 municípios localizados na Mesorregião Norte
Maranhense, e se prolonga nas Microrregiões de Itapecuru e de Rosário. Os municípios são:
Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru-Mirim, Matões do Norte, Miranda do Norte, Nina Rodrigues,
Pirapemas, Presidente Vargas, Santa Rita, Vargem Grande, abrangendo uma área total de
aproximadamente 8.932 km².
Este território possui características estruturais que fazem desta uma região privilegiada quanto à
circulação de produtos, serviços e pessoas, como, por exemplo, as rodovias e ferrovias que o
cortam são base para relações sociais de modificação e reprodução do espaço geográfico,
podendo ser utilizados para uma transformação real da situação do “Vale do Itapecuru”.
O conjunto de estradas, assim como as BR' s 135 e 222, além das MA's 020, 226, 324 e das
vicinais encontradas na região e do conjunto de ferrovias, como as do Carajás/Ponta da Madeira e
São Luís/Teresina que atravessam o território fazem parte desses objetos estruturais,
favorecendo a circulação.
Além de ser um preferencial abastecedor de água para consumo, o Rio Itapecuru também serve
para a trafegabilidade na região, fazendo parte do sistema intermodal² de transportes da região,
conectando-se com as estradas e ferrovias que cortam o território.
A formação de rios com grande densidade hídrica na região dá-se principalmente em decorrência
do clima úmido que dispõe a região. O “Vale do Itapecuru” está localizado numa região de
transição entre os climas semi-áridos do sertão Nordestino Brasileiro e os climas úmidos da
Floresta Ombrófila (Amazônia brasileira). As precipitações médias que ocorrem pelo território
variam entre 1.400 a 2.000 m³, sendo que mais a norte as precipitações são mais constantes
enquanto, mais ao sul, elas se tornam mais escassas.
Esses mesmos objetos construídos pela sociedade concorrem com características naturais como
hidrografia e clima da região, fazendo do território um espaço privilegiado quanto a sua
potencialidade de dinamização econômica.
A região drena as águas de parte da bacia sedimentar do Parnaíba cuja composição compreende
principalmente arenitos, siltitos e argilitos, ou seja, sedimentos que vão desde areias até
sedimentos finos provindos da argila, o que confere a cor da maior parte dos rios dessa área. O
seu principal rio é o Itapecuru, com aproximadamente 897 Km de extensão, nascendo entre as
serras de Crueira, Itapecuru e Alpercatas, aproximadamente 500 m acima do mar, desaguando na
Baía de São José. A sua descarga hídrica faz com que seja um dos principais rios maranhenses, o
que o torna abastecedor de água para a capital do Estado, São Luís.
²Segundo documento da Companhia Docas do Maranhão (CODOMAR), o rio Itapecuru não tem empecilhos para a navegação em grande parte do seu curso, havendo conexões com os modais ferroviário e rodoviário nas cidades de Rosário, Itapecuru Mirim, Cantanhede, Pirapemas, Coroatá, Timbiras, Codó, Caxias, através da Estrada de Ferro São Luís – Teresina. Além de conexões com a BR 222 na cidade de Itapecuru.
20 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
4.2. Caracterização do espaço físico do Território e os fatores de interferência antrópicas
As formas que compõem o relevo são predominantemente onduladas suavemente. Os rios que
passam por esse tipo de relevo são normalmente de maior navegabilidade, porém com a
existência de deposição de areias nos leitos, formando bancos em alguns casos.
Os solos são da classe plintossolos que, com a diferença de textura entre seus horizontes, faz com
que haja uma facilidade de armazenamento de água nele. Apesar desta característica, estes solos
estão sendo utilizados em sua maior parte para a utilização de pastagens.
A vegetação a qual recobre o território se enquadra em parte na Floresta Estacional Decidual e
Semidecidual, onde há uma predominância da mata de cocais, com a característica de uma
floresta não muito densa, com um porte médio. Esta vem sendo desmatada para a plantação de
pastagens, principalmente, e substituída em virtude dos grandes projetos do chamado
agronegócio, que avançam por todo o Maranhão e também no território em questão. Este fato tem
provocado sérias conseqüências para os rios da região, já que sem a vegetação, o solo fica sem
proteção e acaba sendo erodido com maior facilidade.
Além das questões relacionadas ao desmatamento, o crescimento das cidades, sem nenhum
planejamento, tem trazido também muitos problemas para o ambiente e para as populações que
dependem direta ou indiretamente dele.
Fonte: Alcântara (2004).
21 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
As formas que compõem o relevo são predominantemente onduladas suavemente. Os rios que
passam por esse tipo de relevo são normalmente de maior navegabilidade, porém com a
existência de deposição de areias nos leitos, formando bancos em alguns casos.
Os solos são da classe plintossolos que, com a diferença de textura entre seus horizontes, faz
com que haja uma facilidade de armazenamento de água nele. Apesar desta característica, estes
solos estão sendo utilizados em sua maior parte para a utilização de pastagens.
A vegetação a qual recobre o território se enquadra em parte na Floresta Estacional Decidual e
Semidecidual, onde há uma predominância da mata de cocais, com a característica de uma
floresta não muito densa, com um porte médio. Esta vem sendo desmatada para a plantação de
pastagens, principalmente, e substituída em virtude dos grandes projetos do chamado
agronegócio, que avançam por todo o Maranhão e também no território em questão. Este fato tem
provocado sérias conseqüências para os rios da região, já que sem a vegetação, o solo fica sem
proteção e acaba sendo erodido com maior facilidade.
Além das questões relacionadas ao desmatamento, o crescimento das cidades, sem nenhum
planejamento, tem trazido também muitos problemas para o ambiente e para as populações que
dependem direta ou indiretamente dele.
4.3. Características Socioeconômicas:
4.3.1 A Dinâmica Populacional
Conforme a tabela 01, os dados populacionais entre o Estado e o Território, em média, se
modificou no território, ficando abaixo do Estado, como uma taxa de urbanização no território
variando de 50% para 51%, enquanto que para o Estado, a taxa variou de 60% para 67%. A taxa
de crescimento anual do território também foi menor que a média de todo o Maranhão. Já a
densidade demográfica registrada no Território foi bem maior que a registrada no Estado em
2000.
Ampliando a análise para o conjunto do Território, podem ser destacados os Municípios
Cantanhede, Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande, os quais apresentaram
incremento na Taxa de Urbanização no período de 2000/2007. Entre os Municípios que
apresentaram queda na Taxa de Urbanização destacam-se: Pirapemas, Nina Rodrigues e
Itapecuru Mirim. Uma leitura no Gráfico 01 permite uma visualização da taxa de urbanização para
o conjunto do Território.
Especificação
População Residente Taxa Urban. Taxa Média Cresc. Anual
Dens. Demog.
2000 2007 2000 2007 2000/2007 2000 2007
Maranhão 5.651.475 6.118.995 0,60 0,67 0,02 17,00 18,43
Território 200.546 234.613 0,50 0,51 0,01 23,08 27,00
Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009
22 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 01: População Residente, Taxa de Urbanização, Taxa Média de
Anual e Densidade Demográfica.
Crescimento
Gráfico 01: Confronto da Taxa de Urbanização do Território. 2000/2007
Pode-se destacar ainda os Municípios que apresentaram incremento na Densidade Demográfica,
no período de 2000/2007: Itapecuru Mirim, Miranda do Norte, Santa Rita e Vargem Grande. Os
Municípios de Presidente Vargas e Pirapemas apresentaram queda na Densidade Demográfica.
Uma leitura no Gráfico 02 permite uma visualização da Densidade Demográfica para o conjunto
do Território.
0 ,2 60,27
0 ,4 80 ,6 3
0 ,6 50 ,5 4
0 ,2 90 ,3 2
0,840 ,8 4
0,410,37
0,670,61
0 ,3 60,43
0 ,3 90,49
0,490 ,54
0,00 0 ,1 0 0,20 0 ,3 0 0 ,4 0 0,50 0 ,6 0 0,70 0 ,8 0 0,9 0
T AX A DE URBANIZ AÇÃO
An ajat uba
Cant an hede
Itapecuru M irim
M atões d o Norte
M iranda d o Norte
Nina Ro drigues
Pirapemas
President e Vargas
San ta Rita
Vargem Grande
MU
NIC
ÍPIO
S
2 00 0 20 07
Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009
Gráfico 02: Confronto da Densidade Demográfica do Território. 2000/2007
20,57 21,43
22,2023,59
36,6846,80
9,5113,52
45,5550,12
14,47 17,46
21,9521,83
22,4520,98
31,7139,29
17,7322,08
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
Anajatuba
Cantanhede
Itapecuru Mirim
Matões do Norte
Miranda do Norte
Nina Rodrigues
Pirapemas
Presidente Vargas
Santa Rita
Vargem Grande
MUNIC
ÍPIO
S
2000 2007
Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009
23 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Nos dados populacionais para o Estado e Território, por situação de domicílio, na Tabela 02, pode-
se observar que a Taxa de Crescimento da População Urbana (1,21%) e Rural (1,13%) para o
Território foi bem maior que a Média ocorrida para todo o Maranhão, respectivamente 1,12% e
1,03%. Quanto à Taxa da População Rural, o Território continua apresentando uma participação
maior que a ocorrida em todo o Maranhão. Enquanto em 2000 a População Rural do Território
representava 49,94% contra 40,47% para todo o Maranhão, em 2007 a População Rural do
Território representa 48,22% contra 38,59% para o Maranhão.
Gráfico 03: Dinâmica da Taxa da População Rural para o Território
Tabela 02: População Residente por Situação do Domicílio e Percentual da População Rural
Especificação
Pop. Total Pop. Urbana Pop. Rural Percentual Pop.Rural
2000 2007 2000 2007 2000 2007 2000 2007
Maranhão 5.651.475 6.118.995 3.364.070 3.757.797 2.287.405 2.361.198 40,47 38,59
Território 200.546 234.613 100.399 121.476 100.147 113.137 49,94 48,22
Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009.
73,92 73,04
51,87
37,1535,33
46,08
70,7668,48
15,58 15,73
59,43
62,58
43,49
39,32
64,29
57,19
61,21
50,64 50,68
46,40
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
%D
AP
OP
UL
AÇ
ÃO
Anajatuba Cantanhede Itapecuru
Mirim
Matões do
Norte
Miranda do
Norte
Nina
Rodrigues
Pirapemas Presidente
Vargas
Santa Rita Vargem
Grande
MUNICÍPIOS 2000 2007
Fonte: Extraído do Perfil da Região do Baixo Itapecuru e dos Eixos Rodo-Ferroviário.SEPLAN/IMESC, 2009.
24 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Uma leitura detalhada do Gráfico anterior demonstra que cinco dos municípios do Território
(Cantanhede, Pirapemas, Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande) apresentavam uma
variação negativa da Taxa de População Rural, ou seja, houve uma redução da População Rural
em relação à População Total dos Municípios. Mesmo assim, não se pode esquecer a situação
para o conjunto do Território, cuja dinâmica populacional continua justificando ações para o
conjunto dos Municípios e principalmente para os que apresentaram queda da População Rural.
PROPOSIÇÃO: O Confronto dos dados apresentados e analisados acima nos alerta para o fato
de que a dinâmica populacional ocorrida no Território (elevação da taxa de urbanização, queda na
taxa da população urbana) exige uma revisão detalhada na Dimensã Social do PTDRS.Tal fato
nos remete à necessidade de garantir no PTDRS Programas e Projetos que considere o aumento
da demanda para as Políticas de Saúde e Educação no Território.
4.3.2. Educação
4.3.2.1. Matrículas no “Vale do Itapecuru”
Quanto à oferta de vagas nas escolas no território, percebe-se através do Gráfico 04, que houve
um crescimento no número de matrículas no período de 2000 a 2006, acima da média,
significando que, em relação ao Estado, o território vem alcançando metas significativas no que
diz respeito ao acesso à educação. O crescimento neste território foi de mais de 163%, enquanto
no Estado, a variação foi de aproximadamente 15%.
Gráfico 04: Variação do Número de Matrículas entre 2000 e 2006 no Território Vale do
Itapecuru e Maranhão.
Fonte: SEDUC. Informe Estatístico 2008 – Maranhão, 2009.
25 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Os municípios que conseguiram os melhores resultados, quanto ao acesso, foram Cantanhede
com mais de 773%, Pirapemas com 1.570,55%, Presidente Vargas com 539% e Vargem Grande
com aproximadamente 164%. Os municípios com menor crescimento foram Anajatuba (67,43%),
Miranda do Norte (25,91%) e Itapecuru-Mirim que apresentou um decréscimo no número de
matrículas de aproximadamente 34%.
A diferença entre as matrículas no espaço rural e no espaço urbano, demonstradas no Gráfico 05
revela que, no Território, o percentual no acesso é superior ao do Estado. Enquanto no Itapecuru
as matrículas na zona rural somam em torno de 56,9% do total, na zona urbana do território
somam apenas 43,1%. No Estado, essa diferença se acentua com a zona rural apresentando
aproximadamente 63,3% e a zona urbana apenas 36,7% do total.
Esses dados demonstram a situação do Território quanto a sua urbanização, que é também maior
em relação ao Maranhão. Assim, é natural que o número de matrículas na zona rural tenha essa
diferença em relação às do Estado.
Apesar do quadro do Território denotar uma concentração do número de matrículas no espaço
rural, alguns municípios merecem destaque por haver uma inversão e apresentar um número de
matrículas maior no espaço urbano.
Gráfico 05: Variação do Número de Matrículas na zona rural e urbana do Território Vale do Itapecuru e Maranhão.
Fonte: SEDUC. Informe Estatístico 2008 – Maranhão, 2009.
26 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Um exemplo é o município de Anajatuba que apresenta 33% das matrículas na zona rural e 67%
na urbana, sendo que este município possui no ano de 2007 mais de 73% da sua população na
zona rural. Da mesma forma, o município de Matões do Norte tem essa contradição quanto ao
número de matrículas, enquanto que, aproximadamente, 32% das matrículas estão na zona rural
e mais de 67% estão na zona urbana, ele apresenta a maior parte da sua população na zona rural,
o que significa dizer que há um desencontro no que diz respeito oferta de vagas no meio rural e a
demanda.
4.3.2.2. Formação Docente no “Vale do Itapecuru”
O avanço quanto à formação dos professores no Território é demonstrado no Gráfico 06, onde se
deve notar o aumento do número de professores com formação de nível médio e superior. Isso se
dá em função dos programas de formação de docentes e/ou a obrigatoriedade dos municípios em
atender a Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação. Esse dado é importante, pois poderá
ter como conseqüência a melhoria na qualidade da educação do Território, principalmente com o
aumento do número de professores com nível superior.
Apesar dessa favorável relação entre formação fundamental, média e superior no Território em
relação ao Estado, o primeiro ainda se encontra em desvantagem. Os professores com formação
em nível fundamental no Estado tiveram um decréscimo de aproximadamente 83%, enquanto no
Território esse decréscimo foi de apenas 13%. De forma proporcional, dá-se o crescimento dos
professores com nível superior. Enquanto no Estado esse crescimento é de mais 235%, no
Território, foi de apenas 55%.
Gráfico 06: Comparação da Formação Docente no Território Vale do Itapecuru 2000 e 2006
Fonte: SEDUC. Informe Estatístico 2008 – Maranhão, 2009.
27 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Os municípios que apresentaram o maior crescimento no quadro de professores com nível
superior foram Cantanhede e Matões do Norte.
PROPOSIÇÃO: Há um aumento significativo da quantidade de professores com ensino superior
nas escolas do Território, atendendo às novas deliberações da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), é
necessário continuar com os programas de formação docente e, para isso, é preciso fortalecê-
los, dando ênfase para os professores das escolas rurais.
4.3.3. Saúde
Com o aumento da população do Território, vários aparelhos de assistência social são
demandados, um deles é relacionado à saúde. As estruturas fixas de atendimento hospitalar que
estão dispostas no Território, conforme Gráfico 07 são: Unidades Mistas de Atendimento 24
horas, Centros de Apoio à Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde e Postos de Saúde.
Sua distribuição é bastante irregular no Território, não obedecendo a critérios de logística. Um
exemplo é a distribuição das unidades de atendimento 24h (Unidades Mistas) com duas unidades
localizadas no município de Nina Rodrigues e uma em Presidente Vargas. A maior parte dos
estabelecimentos de saúde no Território são os Postos de Saúde e estão concentrados em
Vargem Grande com 11 estabelecimentos e Anajatuba com 09 unidades.
Gráfico 07: Estabelecimentos de Saúde no Território “Vale do Itapecuru” em 2006
Fonte: Datasus, 2009
28 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
No Território, apesar da Estratégia do Governo Federal pela saúde preventiva através do
Programa Saúde da Família (PSF), os centros de apoio que fazem referência a esse tipo de
programa, como é o caso dos Centros de Apoio a Saúde da Família, são em número reduzido no
Território.
Ao analisar por município, ver-se-á que no Gráfico 08 alguns dispõem de estruturas mínimas de
saúde, enquanto outros como Itapecuru-Mirim concentram um número alto, em relação ao
Território.
PROPOSIÇÃO: É necessária a revisão do Programa de Saúde Curativa pensando-o de forma estratégica para atender a todo o território de acordo com centralidade e demanda.
Quanto às equipes do Programa Saúde da Família, conforme revela o Gráfico 09, entre os anos de
2004 a 2009, houve um crescimento significativo no Território, de aproximadamente 725,64%,
aumentando as equipes de 39 para 322 atuantes. Os municípios com menor crescimento das suas
equipes foram Cantanhede e Miranda do Norte. Já municípios como Itapecuru-Mirim e,
principalmente, Vargem Grande tiveram um crescimento acima da média do Território.
Gráfico 08: Estabelecimentos de Saúde no Território “Vale do Itapecuru” em 2006 por Município
29 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Fonte: Datasus, 2009
Gráfico 09: Comparativo das Equipes de PSF por Município no Território “Vale do Itapecuru” – 2004 e 2009
Fonte: Datasus, 2009
A cobertura do Programa Saúde da Família no Território, demonstrada no Gráfico 10, é de
aproximadamente 69,70%. Apesar do elevado crescimento das equipes de PSF, a cobertura em
muitos municípios é ainda diminuta, a exemplo de Vargem Grande que foi um dos municípios que
teve um aumento significativo das equipes de PSF, mas que apenas 19,51% da população é
atendida pelo programa. Outros dois municípios tem menos de 50% da população sob
atendimento do PSF, são eles Pirapemas (42,79%) e Matões do Norte (44,79).
Gráfico 10: Cobertura da População por Equipes de PSF por Município no Território “Vale do Itapecuru” – 2004 e 2009
Fonte: Datasus, 2009
30 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Municípios como Nina Rodrigues (100%), Presidente Vargas (99,52%) e Cantanhede (97,48%)
obtiveram uma taxa de cobertura igual ou próxima a 100%. Esses municípios não tiveram uma
taxa alta de crescimento das equipes de PSF, mas segundo dados do DATASUS possuem altas
taxas de abrangência desse programa.
PROPOSIÇÃO: O PTDRS prevê no Programa de Fortalecimento da Saúde Preventiva a ampliação de programas de saúde preventiva, embora no Território tenha havido um aumento desses programas, ainda são deficientes quando se trata dos municípios, assim é necessária a ampliação para aqueles municípios com menos atendimento. Os resultados referentes à mortalidade infantil são demonstrativos dessa situação.
Os dados de mortalidade infantil no Território revelados no Gráfico 11 demonstram que o
crescimento das equipes de PSF no Território, não surtiu o efeito esperado, não refletindo de
forma significativa nesses números. No total do Território, houve um pequeno decréscimo na taxa
de mortalidade infantil, passando no período de 2000 a 2007 de 16,1 mortes por 1000 nascidos
vivos para 15,9. Diferença muito aquém do que já foi investido no Território para os programas de
saúde preventiva, como é o caso do PSF.
A leitura do Gráfico 12 demonstra que os municípios que tiveram um decréscimo na mortalidade
infantil foram Anajatuba e Cantanhede, sendo relativamente pequeno e os municípios de Matões
do Norte juntamente com Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Presidente Vargas e Vargem
Grande com um decréscimo razoável. Entretanto, municípios como Itapecuru-Mirim, Pirapemas
e Santa Rita tiveram nesse mesmo período um crescimento na mortalidade infantil.
Gráfico 11: Evolução da Mortalidade Infantil no Território no “Vale do Itapecuru” – 2000 e 2007
Fonte: Datasus, 2009
31 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Gráfico 12: Evolução da Mortalidade Infantil por Município no Território do “Vale do Itapecuru” – 2000 e 2007
Fonte: Datasus, 2009
Os municípios como Pirapemas e Vargem Grande obtiveram um crescimento na sua taxa de
mortalidade infantil, passando respectivamente de 16,1 mortes e 04 mortes por mil nascidos no
ano de 2000, para 39 e 13,4 mortes por mil nascidos vivos no ano de 2007.
4.3.4. A Economia Territorial
4.3.4.1. Uma Análise do PIB do Maranhão e do Território
Para melhor entendimento dos leitores, antes de entrar diretamente na análise dos dados da
economia territorial utilizando como referência o PIB, serão apresentadas algumas definições e
explicações suficientes para a melhor compreensão:
1) PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO), é a soma de todos os bens e serviços produzidos em
uma determinada região (no caso específico, os dez municípios que compõem o Território Vale
do Itapecuru), durante um período de tempo (de 2002 a 2007). Na contagem do PIB, seguindo a
metodologia oficial, não se consideram os bens de consumo intermediários, apenas bens e
serviços finais.
2) PIB NOMINAL , é quando são efetuados os cálculos tendo por base os preços correntes, ou
seja, o preço no ano em que o produto foi produzido, comercializado;
3) PIB REAL, é quando são efetuados os cálculos a preços constantes, eliminando os efeitos da
inflação;
4) PIB per CAPITA, é quando se dividem os indicadores econômicos agregados (produto, renda,
32 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
despesas), pela população da região, estado, município que estamos trabalhando.
5) VARIAÇÃO NOMINAL DO PIB, é apenas a variação ocorrida entre o valor do PIB de um ano
para outro, sem considerar a inflação no período. Portanto, é apenas a diferença entre um
período e outro, para mais ou para menos.
6) VALOR ADICIONADO (VA), valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no
processo produtivo. É a contribuição, por exemplo, da atividade Agrícola, Industrial e de Serviços
no valor do Pib. É obtido pela diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário
absorvido por essas atividades.
4.3.4.2 Pib per Capita
Para se traçar um perfil da renda do Território, a tabela 03 apresenta dados nos quais se pode
perceber que, entre 2002 e 2007, a participação do Pib do Território para o Estado não implicou
em grandes mudanças. O Pib total do Território, que em 2002 representava 1,94 do Pib do
Maranhão, passou a representar 2,11 em 2007.
Por outro lado, o Pib per capita que representava 54,99% do valor do Pib per capita do Maranhão
em 2002, passou a representar 55,04% em 2007. Em termos monetários, o Pib per capita que era
de R$ 1.449,97 em 2002, saltou para R$ 2.842,81 em 2007. Isso representa um acréscimo
nominal de 96,06%.
A Tabela 01 em anexo pontua os dados do PIB por município e permite afirmar que o perfil da
estrutura da renda dos municípios não apresentou grandes alterações. Comparando apenas o
ano de 2002 com o ano de 2007, os quatro municípios com o maior PIB per Capita em 2002
(Itapecuru Mirim, Vargem Grande, Anajatuba e Pirapemas) somados ao valor total do PIB (R$
190.083,00), representavam 63,58% do PIB gerado no Território (R$ 298.976,00) e 1,23 % do PIB
total do Estado. Em 2007, os quatro maiores PIB per capita (Itapecuru Mirim,
Vargem Grande, Santa Rita e Pirapemas), somados o valor total do PIB (R$ 427.165,00),
representavam 64,05% do PIB gerado no Território (R$ 666.961,00) e 1,35% do PIB total do
Tabela 03: Pib a Preço de Mercado Corrente, População e Pib Per Capita. Maranhão/Território. 2002/2007
MUNICIPIO ESPECIF. ANOS
2002 2003 2004 2005 2006 2007
PIB DO TERRITÓRIO
MIL 298.976 346.599 400.385 481.325 605.260 666.961
POPULAÇÃO 206.194 207.826 209.453 211.090 212.713 234.613
PER CAPITA 1.449,97 1.667,74 1.911,57 2.280,19 2.845,43 2.842,81
PIB DO MARANHÃO
PIB 15.448.774 18.483.300 21.604.577 25.334.591 28.621.445 31.606.026
POPULAÇÃO 5.858.618 5.940.079 6.021.504 6.103.327 6.184.538 6.118.995
PER CAPITA 2.636,93 3.111,63 3.587,90 4.150,95 4.627,90 5.165,23
TERRITÓRIO/ MARANHÃO
PIB MIL 1,94 1,88 1,85 1,90 2,11 2,11
POPULAÇÃO 3,52 3,50 3,48 3,46 3,44 3,83
PER CAPITA 54,99 53,60 53,28 54,93 61,48 55,04
Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão -Série 2002 a 2006/IMESC.2008
33 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Estado.
Observa-se, ainda, que enquanto os Municípios de Itapecuru Mirim, Vargem Grande e Pirapemas,
no período analisado, mantêm-se na mesma posição no território em termos de renda, o Município
de Anajatuba perde lugar para Santa Rita.
Apresentar-se-á o Gráfico 13 para observarmos melhor a tendência do PIB per Capita do Território
e do Maranhão.
Fazendo uma leitura do PIB por setor na Tabela 04, iniciando pelo setor agropecuário, observa-se
que, em se tratando do território, este setor que, em 2002 representava 3,40% do total do PIB do
setor para o estado, em 2007 passa a representar 4,13%. O PIB do setor industrial que em 2002
representava 1,21% do total do PIB do setor do estado passa a representar em 2007, 1,27%
apresentando uma alteração nada expressiva do PIB do setor. Já o PIB do setor de serviços que em
2002 representava 1,94% do total do PIB do setor do estado, tem uma pequena elevação para
Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão - Série 2002 a 2007-/IMESC.2009
1.449,971.667,74
1.911,57
2.280,19
2.845,43 2.842,812.636,93
3.111,63
3.587,90
4.150,95
4.627,90
5.165,23
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
3.000,00
3.500,00
4.000,00
4.500,00
5.000,00
5.500,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007
34 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Vista parcial da avenida principal da cidade de Santa Rita
Gráfico 13: Variação do Pib per Capita. Maranhão e Território. 2002/2007
Tabela 04: Pib do Setor
Agropecuário, Indústria e
Serviços a
Preço de Mercado
Corrente.Maranhão/Território
-
2002/2007
MUNICIPIO
ESPECIF.
ANOS
2002
2003
2004
2005
2006
2007
PIB DO TERRITÓRIO
VA AGRO
77.813
95.412
120.183
157.063
198.936
217.842
VA IND
28.534
36.201
37.068 42.610
59.129
64.490
VA SERV
184.036
202.736 232.545
268.838
329.712
363.019
PIB DO MARANHÃO
VA AGRO
2.289.955 3.015.664
3.576.759
4.065.451
4.277.253
5.270.864
VA IND
2.365.909 3.190.001
3.421.951
3.929.361
5.032.902
5.058.847
VA SERV
9.490.413
10.864.013
12.693.352
14.875.023
16.396.319
17.990.915
TERRITÓRIO/ MARANHÃO
VA AGRO
3,40
3,16
3,36
3,86
4,65
4,13
VA IND 1,21 1,13 1,08 1,08 1,17 1,27
VA SERV 1,94 1,87 1,83 1,81 2,01 2,02
Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão-Série 2002 a 2007/IMESC.2009
2,02% em 2007.
No Gráfico 14, é possível verificar melhor a tendência ocorrida no período entre os valores
agregados por setor no Maranhão e no Território. Verifica-se uma predominância em todo período
do VA Serviços, em detrimento do VA Agrícola e Industrial. Este último tendo a menor expressão no
Território.
4.4. Estrutura Agrária e Agrícola
4.4.1. A diferenciação regional do sistema agrário do “Vale do Itapecuru”
A região que compreende o Território “Vale do Itapecuru” é composta por uma grande variedade
florestal que, em parte, tem relação com a formação de solos que acontece na área. É uma região
de contato de vários ecossistemas, desde fluviomarinhos, fluviais e de terra firme que depreende
77.81395.412
120.183
157.063
198.936217.842
28.534 36.201 37.068 42.61059.129 64.490
184.036202.736
232.545
268.838
329.712
363.019
0
30.000
60.000
90.000
120.000
150.000
180.000
210.000
240.000
270.000
300.000
330.000
360.000
390.000
2002 2003 2004 2005 2006 2007
VA AGRO VA INDUSTRIA VA SERVIÇOS
Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios do Estado do Maranhão -Série 2002 a 2007/IMESC.2009
35 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Gráfico 14: Variação do Pib da Agricultura (Va Agro), Indústria (Va Ind) e Serviços (Va Serv). Território. 2002/2007
sua variedade de paisagens.
A Embrapa, através de levantamento do RADAM/BRASIL, considera que no Território aparecem
regiões de formação pioneira, ou seja, regiões que ocorrem geralmente ao longo de cursos de rios
e ao redor de depressões fechadas que acumulam água. Esse tipo de vegetação está associado a
áreas de deposição e áreas de formação de solos (pedologicamente) instáveis, com sedimentos
pouco consolidados sob o processo de acumulação fluvial ou lacustre (lagoas). Ora, esses
processos indicam vegetações geralmente mais densas, o que implica uma propensão a retirada
de lenha dessas áreas pela população local.
Além de formações pioneiras, há, segundo a mesma classificação, a formação da “Sub-região
dos campos aluviais”, com o aparecimento do que é denominado de “Aluvial campestre”, ou seja,
há a formação no Território de um campo de vegetação que se relaciona com a deposição de
sedimentos que acontece na planície da região. Apesar de aparecer em menor escala onde
acontecem em zonas mais periféricas, essa vegetação é utilizada principalmente como pasto
para a pecuária bovina na região.
Duas sub-regiões vegetais aparecem no território em maior quantidade. A primeira, que se
apresenta como a vegetação com maior importância econômica para grande parte da população
de pequenos agroextrativistas da região é a “Sub-região dos cocais da baixada maranhense”,
onde a vegetação predominante é a de “Babaçual ”.
A outra sub-região que aparece com grande importância é a “Área dissecada de Vargem Grande”,
que é geralmente uma área em um vale fluvial com processos erosivos que dissecaram, deixando
em formato plano e baixo, onde atualmente acontece deposição de sedimentos e com vegetação
não muito densa.
De acordo com tipologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na região, há a
presença de vegetação fluviomarinha, principalmente no município de Anajatuba, vegetação de
formação pioneira e a presença de restingas em algumas áreas periféricas e, principalmente, há a
presença de vegetação de savana ou floresta estacional, com áreas de tensão ecológica. Essas
últimas são originadas, sobretudo, do contato existente entre zonas de diversas formações
presentes, ecologicamente são denominados de ecótopos ou transição de ecossistemas. Desse
contato, deriva a diversidade de espécies na região, propiciando atividades de extração e de uso
da vegetação para as atividades econômicas.
Sua localização no Território maranhense faz com que o Território “Vale do Itapecuru” apresente-
se com zona de transição entre diversos ecossistemas, sendo possível encontrar desde
vegetação semelhante à litorânea como também uma floresta mais densa, tipicamente
amazônica. Também é possível encontrar a mata de babaçual, caracterizada por excelência um
ecossistema de transição entre a floresta fechada e densa amazônica e a mata de “carrasco”,
onde se inicia a caatinga nordestina. A formação de uma paisagem com alta densidade propicia a
retirada de lenha, já que há presença de uma floresta com grande capacidade madeireira, além do
aparecimento de uma formação vegetação mais aberta proporciona atividades de criação de
Áreas “cores” ou zonas que apresentam superposição de relevo e solo especifico. Floresta estacional perenifólia com babaçual, floresta de babaçual.
3
4
4
3
36 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Sendo o PTDRS destinado especialmente aos produtores e produtoras rurais além de atores dos demais segmentos existentes nos municípios que compõe o Território Vale do Itapecuru, faremos aqui uma breve explicação dos dados apresentados, com o objetivo de facilitar a leitura das tabelas e gráficos. Vamos a elas:
1. Existem no Brasil duas fontes de dados que ajudam a entender nossa Estrutura Fundiária. Uma é proveniente dos Dados Cadastrais do INCRA e outra é os dados do IBGE;
2. Os dados cadastrais do INCRA trabalha com a Categoria de Imóveis Rurais e apresenta a distribuição do espaço fundiários entre os detentores da terra (proprietários e posseiros) e os dados do IBGE apresenta como os produtores rurais (proprietários, ocupantes,arrendatários e parceiros), ocupam o espaço fundiário;
3. O texto “Brasil agrário, retratado pelo Censo Agropecuário 2006 – Nota de Esclarecimento” nos ensina que Estrutura Agrária é a forma de acesso à propriedade da terra à exploração da mesma, indicando a relação entre os proprietários e não proprietários, a distribuição das culturas pela superfície da terra e a Estrutura Fundiária refere-se à organização das propriedades rurais quanto a número, tamanho e distribuição;
4. O mesmo texto acima citado, ensina ainda que Imóvel Rural é de área contínua quer seja ou passa ser destinado à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal,florestal ou agroindustrial,independente de sua localização na zona urbana ou rural do município;
5. Um imóvel rural dividido, explorado em parceria ou arrendado, ocupado por mais de um produtor com área definida, constitui-se em um estabelecimento agropecuário.
5
37 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
animais sem necessariamente haver a retirada da floresta para esse fim.A floresta de babaçuais é a formação vegetal que atualmente é mais intensamente utilizada para
fins econômicos, principalmente por parcela da população de agroextrativistas, denominados em
toda a região meio norte e norte brasileira de “quebradeiras de coco”. Seu aproveitamento,
atualmente, é principalmente para a fabricação de carvão, em menor escala, para a utilização
familiar; a fabricação de óleo, onde em outras regiões do maranhão têm uma escala maior, com o
aparecimento pequenas agroindústrias que inclusive exportam o óleo; e para fabricação de outros
derivados como artesanato e sabão/sabonte.
Há pouca capitalização dos grupos que se empenham nessa atividade fragiliza-a, tornando, por
exemplo, a fabricação de sabonetes inconstante e com pouco estoque. Outros problemas como
acesso aos babaçuais pelos pequenos grupos de agroextrativistas também se colocam, já que o
cerceamento das fazendas e a proibição da coleta por parte dos proprietários dificultam a retirada
da matéria-prima.
Apesar da formação vegetal em diversas áreas do território não apresentar grandes dificuldades
para a criação de gado de corte, grande parte dos pecuaristas desmatam a floresta de babaçual
para a colocação pasto, o que causa um desequilíbrio ecológico, ocasionando grandes prejuízos
também econômicos aos que dependem desse ecossistema.
4.4.2. Estrutura fundiária do Maranhão e do Território Vale do Itapecuru.
Utilizando dos dados do Censo Agropecuário 1995/96, IBGE (Convênio INCRA/FAO), constata-se
a concentração fundiária no Maranhão e no Território do Vale do Itapecuru, quando da elaboração
do PTDRS (2004). Na Tabela 05, pode-se observar que a Categoria de Proprietário no Território
representava 19,16% dos estabelecimentos (3.612), ocupando 93,23% da área (301.093 ha) e a
Categoria de Não Proprietários representava 80,84% dos estabelecimentos (15.242), ocupando
5
ESPECIFICAÇÃO
TERRITÓRIO MARANHÃO ESTABEL ÁREA ESTABEL. ÁREA
PROPRIETÁRIO 19,16% 93,23% 31,81% 93,41% NÃO PROPRIETÁRIO 80,84% 6,77% 68,19% 6,59% TOTAL 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte: Extraído do Censo Agropecuário 1995/96, IBGE. Convênio INCRA/FAO.
Tabela 05: Percentual do Estabelecimento e Área sobre o total do Território e do Maranhão. (IBGE-1995)
6,77% da área (27.853 ha). .Portanto, o Território reproduz a concentração fundiária existente no Maranhão, uma vez que, os
Proprietários representavam 31,81% dos Estabelecimentos (117.137), ocupando 93,41% da Área
(11.732.336 ha) e os Não Proprietários representavam 68,19% dos Estabelecimentos (251.054),
ocupando 6,59% da Área ( 828.355 ha).
Usando das mesmas variáveis, a partir do Censo Agropecuário 2006 – Versão Preliminar pode-se
fazer um confronto da condição do Produtor para o Maranhão, para o período 1996/2006. Para
tanto, apresenta-se a Tabela 06.
Pode-se observar que, apesar do incremento de apenas 6.150 estabelecimentos na condição de
proprietário entre 1996/2006, essa categoria de produtor mantém sua representatividade maior
sobre o total dos estabelecimentos (31,81% em 1996 e 42,59% em 2006), o mesmo ocorrendo com
a área ocupada (93,40% em 1996 e 89,22% em 2006). Esse dado comprova a manutenção da
Estrutura Fundiária concentrada no Maranhão ao longo de décadas.
Como não se tem os mesmos dados para fazer o confronto analisando a realidade do Território,
buscou-se fazer uma atualização dos dados além de uma análise da Estrutura Fundiária através dos
Dados Cadastrais do INCRA (2005) que foram sistematizados e apresentamos na Tabela 07.
Percebe-se que não houve mudanças significativas na Estrutura Fundiária do Estado do Maranhão,
uma vez que a Grande Propriedade representa 3,76% dos imóveis e ocupa 54,33% do total da área,
enquanto que o Minifúndio representa 52,55% do total de imóveis e ocupa 6,79% do total da área.
Fazendo uma análise mais detalhada da Tabela 07, observa-se que se somarmos a área ocupada
pelo Minifúndio e a Pequena Propriedade, ainda não chegamos ao total da área ocupada pela
38 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
1995 2006
ESPECIFICAÇÃO ESTABEL ÁREA ESTABEL. ÁREA
PROPRIETÁRIO 31,81% 93,40% 42,59% 89,22%
NÃO PROPRIETÁRIO 68,18% 6,59% 51,11% 7,43%
ASSENTADO* - - 5,94% 3,35%
Fonte: Extraído do Censo Agropecuário 1995/96, IBGE. Convênio INCRA/FAO e Censo Agropecuário Preliminar 2006, Agricultura Familiar.
(*) A categoria de Assentado não era computada quando a elaboração do Censo Agropecuário de
1995/1996.Optamos por fazer esse destaque .
Tabela 06: Percentual do Estabelecimento e Área Segundo a Condição do Produtor e o
Total do Maranhão. (1996/2006)
CATEGORIA DO IMÓVEL N° IMÓVEL % ÁREA % NÃO CLASSIFICADO 2.603 2,35 230.433,90 0,84 MINIFUNDIO 58.261 52,55 1.861.534,30 6,79 PEQUENA PROPRIEDADE 34.351 30,98 4.637.414,90 16,92
MÉDIA PROPRIEDADE 11.478 10,35 5.789.724,20 21,12 GRANDE PROPRIEDADE 4.171 3,76 14.894.317,50 54,33 TOTAL 110.864,00 100,00 27.413.424,80 100,00 Fonte: INCRA/DF/DFC - Apuração Especial Nº 00 588 - SNCR - Dez/05
Tabela 07: Estrutura Fundiária do Maranhão, Segundo a Categoria do Imóvel Rural. (INCRA-2005)
52,55%
6,79%
30,98%
16,92%
10,35%
21,12%
3,76%
54,33%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
%
IMÓ
VE
IS E
ÁR
EA
Minifúndio Pequena Propriedade Média Propriedade Grande Propriedade
CATEGORIA DO IMÓVEL
Nº IMÓVEL ÁREA
Fonte: Extraído dos Dados Cadastrais do INCRA/DF/DFC -
- Apuração Especial Nº 00588
- SNCR -
Dez/05
Grande Propriedade. O Gráfico 15 ilustra a análise acima.
A seguir apresentamos uma análise dos mesmos dados do INCRA (2005) sistematizados e
consolidados para o Território que apresentamos na Tabela 08.
Observa-se que segue a tendência de concentração fundiária predominante em todo o
Maranhão, uma vez que se tem a Grande Propriedade representando 5,42% dos Imóveis e
ocupando 54,83% do total da área enquanto que o Minifúndio representa 50,79% dos imóveis e
ocupa 3,87% da área. Assim, como na realidade para o Estado como um todo, o somatório da
área ocupada pelo Minifúndio e a Pequena Propriedade ainda não alcança o total da área da
Grande Propriedade. Uma ilustração dessa realidade pode ser vista no Gráfico 16.
39 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
CATEGORIA DO IMÓVEL N° IMÓVEL % ÁREA %
MINIFUNDIO 1.648 50,79 31.110,5 3,87
PEQUENA PROPRIEDADE 974 30,02 127.188,4 15,83
MÉDIA PROPRIEDADE 447 13,78 204.664,6 25,47
GRANDE PROPRIEDADE
176
5,42
440.599,3
54,83
TOTAL
3.245
100,00
803.562,8
100,00
Fonte: INCRA/DF/DFC - Apuração Especial Nº 00588 - SNCR - Dez/05
Gráfico 15: Estrutura Fundiária do Maranhão (INCRA-2005)
Tabela 08: Estrutura Fundiária do Território Vale do Itapecuru, segundo a categoria de Imóvel Rural. (INCRA-2005)
Fazendo uma leitura para o conjunto do Território, podem ser destacados os Municípios de
Itapecuru Mirim, Pirapemas e Vargem Grande, onde se registra a maior ocorrência de Minifúndio,
com 43,33%, 10,86% e 10,50%, respectivamente, para o total do Território e que somados, vem
representar 64,29% dos Minifúndios do Território. Essa mesma categoria, em relação à área
ocupada, importa 34,28%, 15,21% e 18,78%, respectivamente, que somados implicam 68,27%
do total de área de Minifúndios do Território.
Analisando a Pequena Propriedade para o conjunto do Território, entende-se que Vargem
Grande, Itapecuru Mirim e Cantanhede são os municípios que agrupam o maior número de
imóveis dessa categoria com 35,52%, 13,14% e 16,22%, respectivamente. Esses imóveis uma
vez somados respondem por 64,28% do total das Pequenas Propriedades do Território. Já a área
ocupada por esses Imóveis, importa respectivamente 39,87%, 15,24% e 13,22% do total da área
das pequenas propriedades, que somadas, representam 68,33% do total da área ocupada pelas
Pequenas Propriedades do Território.
A Média Propriedade é representada por Vargem Grande, Itapecuru Mirim e Cantanhede, com
27,52%, 19,91% e 15,88% do total de Imóveis respectivamente. E a área ocupada implica
33,61%, 17,02% e 13,41%, respectivamente. As Médias Propriedades desses municípios
somados respondem por 63,31% do total de Imóveis e a área ocupada por eles 64,04%.
50,79
3,87
30,02
15,8313,78
25,47
5,42
54,83
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
% D
E IM
ÓV
EL
E Á
RE
A
Minifúndio Pequena
Propriedade
Média
Propriedade
Grande
Propriedade
CATEGORIA DO IMÓVEL Nº IMÓVEIS ÁREA
Fonte: Extraído dos Dados Cadastrais do INCRA/DF/DFC -
Apuração Especial Nº 00588 -
SNCR -
Dez/05
40 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Gráfico 16: Distribuição Percentual de Imóveis e Área no Território Vale do Itapecuru Mirim/Ma – INCRA/2005
A Grande Propriedade está representada pelos municípios de Itapecuru Mirim, Vargem Grande e
Pirapemas, respectivamente com 21,02%, 17,61 e 11,93% do total de Imóveis e a área ocupada
por eles, pontua 12,89%, 18,82% e 8,51% respectivamente. Esses municípios respondem por
50,56% do total de Grande Propriedade do Território, ocupando 40,22% da área das Grandes
Propriedades.
Pode-se concluir, a partir da análise da Estrutura Fundiária do Território, que há a manutenção da
concentração fundiária, seguindo a tendência de todo o Estado.
PROPOSIÇÃO: O Confronto dos dados apresentados e analisados acima, levar a concluir que não houve nenhuma ação implementada pelo Território com o fim de atender ao Programa de Acesso a Terra, no qual previa a Desapropriação/Compra/Regularização de posses.Fica o indicativo de que esse Programa deverá ser revisto pelo Colegiado.
4.4.3. A Dinâmica da Agricultura Familiar no Maranhão e no Território
Os dados oficiais apresentados pelo Censo Agropecuário Preliminar de 2006 retratam que, no
período de 1995 a 2006, o Maranhão perdeu 79.493 estabelecimentos e houve um acréscimo de
2.424.138 ha na área ocupada. Isso representa uma queda de 21,59% nos estabelecimentos e
um acréscimo de 19,29% na área ocupada.
Procurando confrontar o mesmo indicador (Número de Estabelecimentos e Área) e analisando a
dinâmica da Agricultura Familiar no Maranhão (INCRA/FAO,1995 e Censo Agropecuário de 2006
– Preliminar), reafirmamos a predominância da Agricultura Familiar em todo o Maranhão.
No ano de 1996, pelos dados apresentados na Tabela 09, os Estabelecimentos Familiares
(294.605) representavam 80,01% do total de estabelecimentos (368.191) no Maranhão e
ocupavam 5.431.000 ha (43,24%) do total do Maranhão que era de 12.560.692 ha. No mesmo
período, (1996), os Estabelecimentos da Agricultura Familiar no Território significavam 87,39%
(16.477) do total (18.854), ocupando uma área de 89.521 ha (27,21%) do total (328.946 ha).
Confrontando os dados anteriores com o de 2006, viu-se que os Estabelecimentos Familiares
continuam com maior representatividade no Maranhão sendo 91,31% (262.089), para o total de
287.037 estabelecimentos. Esses estabelecimentos ocupam uma área de 4.519.305 ha, que
constituem 34,79% do total (12.991.448 ha).
Quanto ao Território, a representatividade é de 94,61% dos estabelecimentos (16.865) sobre o
total de 18.854. A área ocupada constitui 25,39% (73.629 ha) do total de 289.943 ha.
6
6 Os Comentários do Censo Agropecuário de 2006, após a apuração dos dados foram constatados registros indevidos de áreas das unidades de conservação e de terras indígenas como estabelecimentos agropecuários, foram posteriormente excluídas. Tal fato explica, em parte, a redução do número de estabelecimentos verificada no estado e no território como também no acréscimo da área ocupada..
41 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Com base nesses dados, pode-se ainda constatar que no Maranhão, entre 1996 e 2006 deixou de
existir 1.030 estabelecimentos, equivalendo a menos 39.003 ha. Já o Território, no mesmo
período, teve um acréscimo de 388 estabelecimentos e houve uma perda de 15.892 ha. Essa
redução implicou na diminuição da média dos estabelecimentos familiares que, no Território, era
de 5,4 ha em 1996 e caiu para 4,4 ha em 2006.
A análise, considerando o conjunto dos Municípios (Tabela 09), destaca que em sete deles ocorreu
perda de área (Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Nina Rodrigues,
Pirapemas e Presidente Vargas) e em três deles houve acréscimo no número de estabelecimentos
(Cantanhede, Miranda do Norte e Santa Rita).
PROPOSIÇÃO: Outra realidade nos mostra o confronto dos dados apresentados e analisados acima. Dessa vez, em relação à dinâmica ocorrida na ocupação do espaço pela Agricultura Familiar no Território, em que constatamos a queda na área média do Estabelecimento por Município, implicando na necessidade de revisão da Dimensão Econômica no Eixo Agricultura e, em especial, nos Programas: Dinamização das culturas tradicionais e Melhoramento na criação dos rebanhos. Esses programas, com a realidade encontrada, irão exigir uma agregação de tecnologia de produção não prevista no PTDRS.
Tabela 09: Número de Estabelecimentos e Área, por Município, Território e Estado. 1996/2006
MUNICÍPIOS ANO TOTAIS AGRICULTURA FAMILIAR LEI 11.236
PARTCIPAÇÃO DA AF. NO
TOTAL
ESTAB
ÁREA
ESTAB
ÁREA ESTAB
ÁREA
Anajatuba
1996
2.543
20.777
2.378
10.915
93,51
52,53
2006
2.216
11.880
2.181
5.725
98,42
48,19
Cantanhede
1996
1.052
26.451
782
8.375
74,33
31,66
2006
2.547
25.573
2.356
6.049
92,50
23,65
Itapecuru Mirim
1996
3.577
70.941
3.022
16.448
84,48
23,19
2006
3.497
69.563
3.263
11.784
93,31
16,94
Matões do Norte
1996
1.290
49.178
1.170
10.046 90,70
20,43
2006
1.199
38.751
1.083
5.477 90,33
14,13
Miranda do Norte
1996
245
16.865
215
4.151 87,76
24,61
2006
361
24.214
332
4.872
91,97
20,12
Nina Rodrigues
1996
906
18.660
806
1.879
88,96
10,07
2006
736
9.420
702
3.386
95,38
35,94
Pirapemas
1996
2.591
52.123
2.285
14.585
88,19
27,98
2006
1.421
21.650
1.376
8.655
96,83
39,98
Pres. Vargas
1996
1.313
19.570
1.245
6.978
94,82
35,66
2006
1.187
8.352
1.165
1.990
98,15
23,83
Santa Rita
1996
1.383
25.820
1.107
3.807
80,04
14,74
2006
1.519
27.686
1.355
4.801
89,20
17,34
Vargem Grande
1996
3.954
28.561
3.467
12.337
87,68
43,20
2006
3.141
52.854
3.052
20.890
97,17
39,52
Território
1996
18.854
328.946
16.477
89.521
87,39
27,21
2006
17.824
289.943
16.865
73.629
94,62
25,39
Maranhão
1996
368.191
12.560.692
294.605
5.431.000
80,01
43,24
2006
287.037
12.991.448
262.089
4.519.305
91,31
34,79
Território/ Maranhão
1996
5,12
2,62
5,59
1,65
-
-
2006 6,21 2,23 6,43 1,63 - -
Fonte: Censo Agropecuário 1995/1996.Convênio INCRA/FAO e Censo Agropecuário 2006.Versão Preliminar.
42 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
4.4.4. Utilização das Terras
No que diz respeito à utilização das terras no Maranhão, os estabelecimentos voltados para o
cultivo das Lavouras Permanentes reduziram em 10.599 unidades (24,45%), enquanto que as
áreas destinadas a essa atividades apresentaram um incremento de 433.382 ha (537,83%). As
Lavouras Temporárias também apresentaram queda no número de estabelecimentos em 168.177
(49,22%) e também houve redução na área dessa atividade em 235.028 ha (6,19%). A atividade
de Pastagem apresentou um incremento no número de estabelecimento de 3.392 unidades
(4,93%) e na área utilizada em 852.139 ha ou 16,05%. As Matas e Florestas tiveram o número de
estabelecimentos acrescido de 15.696 unidades (30,07%) e a área de 1.765.998 ha ou 61,41%. A
Tabela 10 ilustra essa variação da utilização da terra no período analisado para o Maranhão e é
apresentado de forma mais detalhada por município na Tabela 02 em anexo.
Outra análise da utilização da terra no Maranhão pode ser feita a partir da Participação Relativa de
cada atividade sobre o total. Assim, pode-se verificar na Tabela 11 que as Lavouras Permanentes
não apresentaram grande variação na sua representação para o conjunto de atividades do
estado, quando em 1995/1996 essa atividade representava 11,78% do total de estabelecimentos,
ocupando 0,64% da área total do Estado. Já em 2006, essa mesma atividade representa 11,35%
dos estabelecimentos e a área passou a representar 3,43% da área. Portanto, foi muito mais
significativa a alteração ocorrida na área da atividade do que propriamente no número de
estabelecimentos.
A Lavoura Temporária teve sua participação reduzida no número de estabelecimentos (92,80%
para 60,10%) como também na área (60,10% para 30,24%).
A Pastagem teve um maior número de estabelecimentos dedicados à atividade (20,36% para
42,28%) como também passou a usar um maior número de área (27,14% para 41,13%).
As Matas e Florestas aumentaram sua participação no número de estabelecimentos (14,18%
para 23,52%), como também na área (23,52% para 30,98).
43 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
1995/2006
ESPECIFICAÇÃO ESTAB (%) ÁREA (%)
Lavouras Permanentes
-,24,45
537,83
Lavouras Temporárias
-49,22
-6,19
Pastagens
13,85
17,73
Matas e Florestas
29,76
-12,00
Fonte:
Sistema IBGE de
Recuperação Automática
– SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 10: Utilização da Terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no Maranhão. 1995/2006.
Aprofundando a comparação entre os dados de 1995/2006 para o Território, podem ser
observadas através da Tabela 12 as seguintes situações:
a) Lavoura Permanente teve uma queda no número de estabelecimentos (395), que
representa -27,71%, enquanto a área apresentou um incremento de 12.385 ha (+
664,79%);
b) Lavoura Temporária apresentou uma queda de menos 2.911 estabelecimentos (-16,26),
enquanto a área ocupada com a atividade apresentou um acréscimo de 77.934 ha
(+73,29%);
c) Pastagem teve um acréscimo no número de estabelecimento de mais 134 (-13,85%) e a
área ocupada decresceram 23.384 ha (-17,73%);
d) Matas e Florestas tiveram acréscimo no número de estabelecimentos de 239 (29,76%) e
queda na área ocupada de menos 9.149 ha (-12,00%).
Outra leitura pode ser feita a partir dos dados apresentados na Tabela 13, que corresponde à
participação das atividades para o total de estabelecimentos e área. Pode-se observar que, em
1995, a Lavoura Permanente representava 7,56% dos estabelecimentos e ocupava 5,76% do
total da área; já em 2006 passa a representar apenas 0,57% dos estabelecimentos, ocupando
3,72% da área. A mesma tendência ocorreu com a atividade de Lavoura Temporária onde em
1995, 94,94% dos estabelecimentos dedicavam-se a essa atividade, ocupando 83,88% da área
enquanto em 2006 os estabelecimentos representam apenas 32,32% e a área é de apenas
48,09%.
Continuando a apreciação dos dados, observa-se que, no caso das Pastagens, o número de
44 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
1995/2006
ESPECIFICAÇÃO ESTAB (%) ÁREA (%)
Lavouras Permanentes -27,71% 664,79%
Lavouras Temporárias -16,26% 73,29%
Pastagens 13,85% -17,73%
Matas e Florestas 29,76% -12,00%
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
1995 2006
ESPECIFICAÇÃO ESTAB ÁREA ESTAB ÁREA
Lavouras Permanentes 11,78 0,64 11,38 3,43
Lavouras Temporárias 92,80 30,24 60,10 23,78
Pastagens 20,36 42,28 27,14 41,13
Matas e Florestas 14,18 22,90 23,52 30,98
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 11: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades – Variação no Maranhão.1995/2006.
Tabela 12: Utilização da Terra segundo os Estabelecimentos e Área – Variação no Território. 1995/2006.
estabelecimentos representa 5,13% em 1995, ocupando 6,16% da área. Em 2006, houve uma
elevação considerável vindo a representar 40,09% do total de estabelecimentos, ocupando
28,32% da área.
E outra mudança representativa no Território foi em relação a Matas e Florestas, uma vez que
detinham 4,26% dos estabelecimentos em 1995 ocupando 5,83% do total da área e dá um salto
para 23,18% dos estabelecimentos e ocupando 17,52% da área.
Analisando a tendência do território a partir dos municípios, com base nos dados da Tabela 02 em
anexo, podemos constatar que:
a) Lavoura Permanente – os municípios de Anajatuba, Itapecuru Mirim, Nina Rodrigues,
Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande, contribuíram para a queda no número
de estabelecimentos voltados para lavoura permanentes no território, no período de
1995/2006. Já o incremento da área teve a participação de Anajatuba, Cantanhede,
Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Santa Rita e Vargem
Grande. Ou seja, 60% dos municípios perderam estabelecimentos para atividades de
lavoura permanente enquanto que 80% deles tiveram um incremento da área.
b) Lavoura Temporária – os municípios de Anajatuba, Itapecuru Mirim, Matões do Norte,
Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e Vargem Grande, contribuíram para a
queda no número de estabelecimentos voltados para lavoura temporária no território,
no período de 1995/2006. Já o incremento da área teve a participação de Itapecuru
Mirim, Nina Rodrigues, Presidente Vargas, Pirapemas e Vargem Grande. Ou seja, 70%
dos municípios perderam estabelecimentos para atividades de lavoura permanente
enquanto que 50% deles tiveram um incremento da área.
c) Pastagens – os municípios de Cantanhede, Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Miranda
do Norte e Vargem Grande, contribuíram para o acréscimo no número de
estabelecimentos voltados para Pastagens no território, no período de 1995/2006. Já a
queda na área teve a participação de Anajatuba, Itapecuru Mirim, Nina Rodrigues,
Pirapemas, Presidente Vargas e Santa Rita. Ou seja, 50% dos municípios ganharam
em número de estabelecimentos para atividades de pastagens, enquanto que 60%
deles tiveram queda da área.
45 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
ESPECIFICAÇÃO 1995 2006
ESTAB (%)
ÁREA (%)
ESTAB (%)
ÁREA (%)
Lavouras Permanentes
7,56
5,76
0,57
3,72
Lavouras Temporárias
94,94
83,88
32,32
48,09
Pastagens
5,13
6,16
40,09
28,32
Matas e Florestas
4,26
5,83
23,18
17,52
TOTAIS
111,89
101,63
96,16
97,65
Fonte: Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 13: Utilização da Terra segundo a Participação das Atividades no Total - Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.
d) Matas e Florestas – os municípios de Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim,
Miranda do Norte e Vargem Grande, contribuíram para a o acréscimo no número de
estabelecimentos voltados para Matas e Florestas no Território, no período de
1995/2006. Já a queda da área foi uma constante em nove dos dez municípios e
somente Vargem Grande apresentou um incremento de área de Matas e Florestas.
PROPOSIÇÃO: A dinâmica ocorrida no território em relação à utilização da terra leva a refletir sobre o programa de fruticultura e horticultura no território, bem com em relação ao programa de pequenos animais, pois a diminuição dos estabelecimentos e das áreas de lavouras temporárias e permanentes são obstáculos para a manutenção e sustentabilidade dessas atividades no Território.Por outro lado, o incremento na participação da pastagem não só em número de estabelecimentos como também na área, leva a refletir sobre a sustentabilidade dessa atividade, uma vez que a ovinocrapinocultura é predominante no Território, sem, no entanto, haver condições de manutenção da massa forrageira. E sobre as Matas e Florestas se faz necessária uma reflexão diante dessa dinâmica acima, como equalizar a questão ambiental com o incremento e/ou manutenção das atividades com a tecnologia que é hoje predominante no território?
4.4.5. Laços de Parentesco com o Produtor
Analisando os estabelecimentos segundo os laços de parentescos com o produtor (na qual o
produtor conta quase exclusivamente com mão-de-obra familiar), observa-se que enquanto o
Maranhão teve uma perda de 79.493 estabelecimentos (-21,59%) entre 1995/2006, o território foi
de apenas 984 estabelecimentos (-5,22%), portanto, bem menor que a média do Estado. Já os
estabelecimentos sem laços de parentesco (em que o produtor não conta com mão-de-obra
familiar), no período analisado, decresceram em 16.659 estabelecimentos (-34,06%), enquanto
no território que acompanhou a mesma tendência teve uma redução de 1.047 estabelecimentos
(-44,06%). Isso implica dizer que, enquanto no Maranhão houve uma perda maior nos
estabelecimentos com laços de parentesco, no território a perda maior foi nos estabelecimentos
sem laços de parentesco. No primeiro caso, com laços de parentesco, temos uma liberação de
mão-de-obra familiar provavelmente para as relações de assalariamento enquanto que, no
segundo caso, sem laços de parentesco, podemos dizer que houve uma ação inversa.Vejamos
abaixo:
46 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MARANHÃO TERRITÓRIO
N° ESTAB
%
N° ESTAB
%
Com laços de
parentesco
- 79.493
- 21,59%
- 984
- 5,22%
Sem laços de
parentesco
-16.659
-37,06%
- 1.047
-44,06%
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 14: Número de Estabelecimentos e Laços de Parentesco. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.
ESPECIFICAÇÃO
Em outra análise, conforme Tabela 15, apreende-se que o pessoal ocupado nos estabelecimentos
com laços de parentesco diminuíram em 259.630 pessoas (-24,45%) em todo o Maranhão e no
território a diminuição foi de 3.369 pessoas (-6,32%), entre 1995 e 2006. No mesmo período, nos
estabelecimentos sem laços de parentesco a diminuição do pessoal ocupado foi de 78.097
pessoas (-28,94%) e no território foi de 13.297 pessoas (-59,87%). Portanto, o território teve um
incremento muito importante nas relações de parentesco, o que se deduz que novas áreas podem
ter sido acrescentadas à agricultura familiar no período considerado.
Analisando a tendência do Território a partir dos municípios, com base nos dados da Tabela 03 em
Anexo, pode-se constatar que:
a) Estabelecimentos com laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Itapecuru
Mirim, Matões do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e Vargem
Grande, contribuíram para a queda no número de estabelecimentos, ou seja, 70% dos
municípios que compõe o Território apresentaram queda no número de
estabelecimentos, cuja mão de obra é familiar.
b) Estabelecimentos sem laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Cantanhede,
Itapecuru Mirim, Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas e Presidente Vargas
contribuíram para a queda no número de estabelecimentos. Ou seja, 70% dos
Municípios que compõe o Território, apresentaram queda no número de
estabelecimentos cuja mão de obra não tinha relação de parentesco.
c) Pessoal ocupado com laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Matões do
Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e Vargem Grande, contribuíram
com a diminuição do pessoal ocupado. Ou seja, 60% dos municípios perderam mão-de-
obra nos estabelecimentos com laços de parentesco, exatamente por terem
apresentado queda no número de estabelecimentos.
d) Pessoal ocupado sem laços de parentesco – os municípios de Anajatuba, Cantanhede,
Itapecuru Mirim, Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas e
Santa Rita contribuíram para a diminuição do pessoal ocupado nos estabelecimentos
sem laços de parentesco. Ou seja, 80% dos Municípios tiveram queda no número de
pessoas ocupadas nesses estabelecimentos, exatamente por terem apresentado
queda no número de estabelecimentos.
47 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MARANHÃO TERRITÓRIO
ESPECIFICAÇÃO
N° ESTAB
%
N° ESTAB
%
Com laços de
parentesco
-259.630
-24,45%
-3.369
-6,32
Sem laços de
parentesco
-78.097
-28,94%
-13.297
-59,87%
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar .
Tabela 15: Área de Estabelecimentos, Pessoal Ocupado. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.
4.4.6. Produção Agropecuária
4.4.6.1. Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Temporárias
Agora, analisar-se-á um pouco a forma do uso da terra no Maranhão e no Território. Começando
pelo Maranhão e apresentando a Tabela 16, observa-se que as culturas tradicionais,
apresentaram queda em termos absolutos e relativos na área colhida e na quantidade produzida.
Destacam-se o Milho e o Arroz como as culturas que apresentaram maior queda na área colhida,
com -44,96% e -39,92% respectivamente.
A queda na área colhida resultou em queda na quantidade produzida de Arroz (-27,95), Feijão (-
8,23%) e Mandioca (-29,26%). Somente o Milho apresentou uma evolução na quantidade
produzida de 32,85%. Agora em se tratando da produtividade somente a mandioca apresenta
uma queda de -8,08%. As demais culturas apresentaram um aumento de produtividade, tendo o
Milho uma elevação de 141,36%.
Para analisar as mesmas variáveis para o Território Vale do Itapecuru, apresentamos a Tabela 17,
na qual vemos que somente o Arroz (-3,67%) e Milho (-25,57%), acompanharam a tendência de
queda ocorrida na media do Estado. E cabe destacar que para a Mandioca, a área colhida teve um
incremento de 50,50%.
Quanto à quantidade produzida observa-se, mais uma vez, que o Território não acompanha a
tendência do Estado, apresentando um incremento na quantidade em todas as culturas, com
destaque para o Arroz, com 87,49%. Em termos de produtividade, apenas o Arroz e o Milho
acompanharam a tendência da média do Maranhão, com incremento na Produtividade de 94,63%
e 14,14% respectivamente.
48 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 16: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária. Maranhão. 1995/2006.
ÁREA COLHIDA (ha)
QUANT PRODUZ (Ton)
VARIAÇÃO ABSOLUTA (Kg/Ha)
LAVOURA TEMPORÁRIA
N°
%
N°
%
PRODUTIV
Var %
1996
2008
ARROZ
-310.555
-39,92
-265.961
-27,95
19,92
1.223,17
1.466,86
FEIJÃO
-29.589
-25,62
-3.458
-8,23
23,37
363,69
448,70
MANDIOCA
-66.634
-23,04
-715.589
-29,26
-8,08
8.458,17
7.775,15
MILHO
-288.364
-44,96
188.616
32,85
141,36
563,00
1.358,83
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Comparando a variação na área colhida do Maranhão e do Território, analisando as tabelas 17 e
18, compreende-se que não acompanharam a mesma dinâmica do Feijão (28,92%) e a Mandioca
(50,50%), com incremento na área colhida.
A quantidade produzida das principais lavouras temporárias não acompanhou a tendência de
queda ocorrida para a média do Estado, mesmo o milho apresentando uma queda no valor
absoluto, teve um incremento relativo, no período analisado. Estes dados são apresentados na
Tabela 19.
~
49 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
ÁREA
COLHIDA (ha) QUANT PRODUZ
(Ton) VARIAÇÃO
ABSOLUTA (Kg/Ha)
LAVOURA TEMPORÁRIA N° % N° %
PRODUTIV
Var % 1996 2008
ARROZ -882 -3,67 13.588 87,49 94,63 646,05 1.257,41
FEIJÃO 988 28,92 202 15,25 -10,61 387,88 346,73
MANDIOCA 6.984 50,50 32.999 27,54 15,26 8.664,33 7.342,43
MILHO -5.558 -
25,57 -1.361 15,04 14,14 416,24
475,10 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 17: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Temporária. Território. 1995/2006.
MARANHÃO TERRITÓRIO
LAVOURA TEMPORÁRIA
ÁREA % ÁREA %
ARROZ -310.555 -39,92 -882 -3,67
FEIJÃO -29.589 -25,62 988 28,92
MANDIOCA -66.634 -23,04 6.984 50,50
MILHO -288.364 -44,96 -5.558 -25,57
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 18: Variação na Área Colhida de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.
Detalhe da fachada do Centro de Referência da Agricultura Familiar - CRAFUnidade de Comercialização-Entroncamentao- Itapecuru Mirim
Enquanto para o Estado, o arroz apresenta uma queda de 265.961 toneladas entre 1995/2006,
para o Território houve um incremento de 13.588 toneladas. A queda na quantidade produzida de
feijão para todo o Estado foi de 3.458 toneladas enquanto que no Território houve um incremento
de 202 toneladas. A mandioca apresentou uma queda de 715.589 toneladas no Estado e um
incremento de 32.999 toneladas no Território.
A Tabela 04 em anexo, apresenta os dados dos municípios do Território e ressalta-se o fato de que
a mandioca apresenta queda na produtividade em 70% dos municípios, com queda na área
colhida e na quantidade produzida em 50% dos municípios.
Em seguida, vem o feijão com queda na produtividade em 50% dos municípios e queda na área
colhida e quantidade produzida em 30%. Por fim, tem o milho, com queda na produtividade em
30% dos municípios, queda na área colhida em 70% e na quantidade produzida em 50% dos
municípios.
PROPOSIÇÃO: Complementando a Proposição anterior, no Confronto dos dados apresentados constatamos o incremento da quantidade produzida das principais culturas temporárias em todo o território, ainda que tenha ocorrido a queda na área média do Estabelecimento por município, é necessário a revisão da Dimensão Econômica no Eixo Agricultura e, em especial, nos Programas: Dinamização das culturas tradicionais e nos Projetos Melhoria do Cultivo e aproveitamento integral da mandioca e no incremento das culturas de subsistência (arroz, milho, feijão e mandioca). Ambos os projetos irão exigir uma agregação de tecnologias sustentáveis de produção não prevista no PTDRS.
4.4.6.2 Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade das Lavouras Permanentes
O território também apresenta uma produção originária de lavoura permanente, mas não tem
muita expressividade. Produtos como coco da baía, limão, mamão e manga só aparecem com
dados de produção em 2006, assim apresentamos uma análise baseada nos frutos com maior
frequência e permanência nos dois anos de coleta (2005 – 2006), ou seja, a banana e a laranja.
Utilizando da Tabela 20, pode-se observar que a banana teve queda na área colhida, muito
embora a quantidade produzida tenha alcançado uma elevação de 136,13%. Já a laranja
apresentou queda na área colhida e quantidade produzida.
50 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 19: Variação na Quantidade de Lavoura Temporária. Maranhão e Território Vale do Itapecuru. 1995/2006.
MARANHÃO TERRITÓRIO LAVOURA
TEMPORÁRIA TONELADAS % TONELADAS %
ARROZ -265.961 -27,95 13.588 87,49
FEIJÃO -3.458 -8,23 202 15,25
MANDIOCA -715.589 -29,26 32.999 27,54
MILHO 188.616 32,85 -1.361 15,04 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Proposição: A situação encontrada relativa à produção da lavoura permanente convida para uma reflexão
sobre a viabilidade da mesma. O PTDRS apresenta um Programa de Fruticultura, especificando
projetos tais como Melhoria das frutíferas nos quintas, implantação de banco de sementes e
mudas e beneficiamento de frutas regionais. Como o PTDRS não detalha e observando a situação
da ocorrência de frutas no território, fica o indicativo de rever o Programa e Projetos.
4.4.6.3. Efetivo do Rebanho
Comparando os dados do Efetivo do Rebanho, no período entre 1996/2006 para o Maranhão e o
Território, observa-se na Tabela 21 que o Território apresenta a tendência de crescimento do
Rebanho Bovino com incremento de 51,43% no número de cabeças. Em relação aos Suínos,
enquanto no Maranhão, houve diminuição no número de cabeças, o Território experimentou um
crescimento de 5,82. Os Caprinos e Ovinos foco da Agroindustrialização, da pecuária no Território,
teve um acréscimo no efetivo. Os Caprinos cresceram relativamente mais que a média do Estado,
o mesmo não acontecendo com os Ovinos. Por fim, o efetivo de Galinhas acompanhou a
tendência de queda ocorrida no Maranhão, ficando inclusive, acima da média.
A Tabela 05 em Anexo, apresenta a variação ocorrida em cada município do Território. A sua leitura
constata que o município de Cantanhede, no período analisado, é o único que apresenta queda
em todos os efetivos de rebanho, sendo o mais expressivo a queda no rebanho bovino de 63,63%,
seguido do efetivo do Caprino de 45,75% e Ovino de 44,87%. O município de Vargem Grande foi o
único que apresentou queda no efeito do Suíno de 2,62%. Quanto ao efetivo de Galinhas houve
queda em 60,00% dos municípios.
51 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
ÁREA COLHIDA (ha)
QUANT PRODUZ (Ton)
VARIAÇÃO ABSOLUTA (Kg/Ha)
LAVOURA PERMANENTE N° % N° % 1996 2008
Banana (Toneladas) -29 -4,82 1.364 136,13 1.667,22 4.136,36
Laranja (Toneladas)
-66
-57,39
-5.800
-9.429
53.487
7.163
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.
IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 20: Área Colhida, Quantidade Produzida e Produtividade da Lavoura Permanente. Território. 1995/2006.
MARANHÃO TERRITÓRIO)
REBANHO N° % N° % Bovino (cabeças) 2.673.684 67,93 52.995 51,43 Suíno(cabeças) -445.822 -23,09 9.585 5,82 Caprino(cabeças) 67.824 21,79 7.696 36,38 Ovino(cabeças) 79.792 54,49 2.467 34,21 Galinhas(cabeças) -144.954 -4,49 -10.917 -9,87 Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 21: Variação do Efetivo do Rebanho por tipo de Rebanho Maranhão Território- 1996/2007.
Proposição: O PTDRS apresenta os programas voltados para o Eixo da Pecuária: Melhoramento da criação dos rebanhos existentes e Consolidação de novas atividades. Para a execução desse Programas, está previsto a implantação de pólos de produção (caprinos, aves, suínos, bovinos). Pelos dados comparados acima, devemos refletir sobre os Programas e Projetos propostos. A variação ocorrida no período pode ser simplesmente uma ação natural do que propriamente uma intervenção de política pública.
4.4.6.4. Produção Animal
Quando se comparam os dados da produção animal no período de 1996/2006 para o
Maranhão e Território, é visível a queda na produção em todos os itens disponíveis nos dados
do IBGE. Por outro lado, o Território acompanha a tendência de queda com variações
negativas acima da média do Estado.
Na Tabela 22, pode-se visualizar a tendência ocorrida na variação acima apontada para o
Maranhão e o Território.
52 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
67,93
21,79
54,49
51,43
36,38
34,21
23,09-
4,49-
5,82
9,87-
-40 -20 0 20 40 60 80 100 120
Bovino (cabeças)
Suíno(cabeças)
Caprino(cabeças)
Ovino(cabeças)
Galinhas(cabeças)
MARANHÃO TERRITÓRIO
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Gráfico 17: Variação no Efetivo do Rebanho. Maranhão Território.1996/2007
MARANHÃO TERRITÓRIO
REBANHO
N°
%
N°
%
Leite de Vaca ( Litros)
-6.323
-4,53
-1.749
-57,65
Leite de Cabra (Litros)
-307
-86,97
-44
-100,00
Ovos de Galinha (Mil dúzias)
-11.936
-74,55
-231
-78,04
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar.
Tabela 22: Variação da Produção Animal Maranhão/Território- 1996/2006.
Os municípios que compõem o território apresentado na Tabela 06, em anexo, seguem a
tendência do Estado e do Território, com exceção de Anajatuba, o qual apresenta incremento na
produção de leite de vaca no período analisado.
Proposição: O PTDRS apresenta no Eixo da Agroindústria, programas voltados para o beneficiamento dos produtos agropecuários e extrativistas, com projetos visando a Dinamização da agroindustrialização. Pelos dados comparados acima, deve-se refletir sobre os Programas e Projetos propostos. A variação ocorrida no período pode indicar, inclusive, que não há um potencial produtivo que motive a agroindustrialização desses produtos. Como o PTDRS não identifica os produtos que irão compor o Programa/Projetos, os dados apresentados indicam sobre a necessidade de revisão dos Programas e Projetos.
4.4.6.5. Produção Extrativa Vegetal
Em se tratando da Produção Extrativa Vegetal, no período de 1996/2006, o Maranhão apresentou
incremento na produção de Carvão Vegetal de 429,67%, enquanto que, no Território, o
incremento ficou em 8,61%. A produção de lenha teve um incremento simbólico na média do
Estado (1,09%) e apresentou queda no território de 99,69%. A madeira em tora apresentou queda
(-98,08%) superior a média do Estado.
Continuando a tendência de que é bem acima da média ocorrida no Estado, apresenta-se a
produção de oleaginosas (-10,50%) e a amêndoa de babaçu (-9,84%).
Apresenta-se a Tabela 23 para contribuir na leitura da variação da produção vegetal no Maranhão
e no Território.
A Tabela 07, em anexo, possibilita analisar a variação da produção extrativa para cada município
que compõe o Território. Podemos observar que o Carvão Vegetal apresenta queda em
Anajatuba, Cantanhede e Vargem Grande. A produção de lenha também apresenta queda em
Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim e Vargem Grande. A produção da madeira em tora
diminui em Itapecuru Mirim e Pirapemas. A produção de oleaginosas cai em Anajatuba, Nina
Rodrigues, Pirapemas e Vargem Grande. Por fim, a amêndoa de babaçu apresenta queda em
Nina Rodrigues, Pirapemas e Vargem Grande.
53 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MARANHÃO
TERRITÓRIO
PRODUTO EXTRATIVO
N°
%
N°
%
Carvão Vegetal (Ton)
597.841
429,67
529
8,61
Lenha (M³)
34.838
1,09
- 81.745
-99,69
Madeiras em Tora (M³)
-309.297
-59,47
-10.789
-98,08
Oleaginosas (Ton)
-6.192
-5,38
-1.092
-10,50
Babaçu – amêndoa (Ton)
-5.985
-5,22
-1.016
-9,84
Fonte: Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA.IBGE e Censo Agropecuário 2006..Versão Preliminar .
Tabela 23: Variação da Quantidade Produção Extrativa Vegetal Maranhão/Território- 1996/2007.
azendo um comparativo dos dados do INCRA/SR12 do SIPRA na Tabela 24,
pode-se observar que, no período compreendido entre a elaboração do PTDRS F(2004) e sua Qualificação (2010), apenas 07 (sete) novos assentamentos foram
criados no território, com o aumento de 2.879 famílias beneficiarias das ações de reforma
agrária e o incremento de 31.300,02 ha no processo produtivo das respectivas famílias.
O maior acréscimo de áreas e o respectivo número de famílias foi em Vargem Grande (6
PA's) e Santa Rita (3 PA's), sendo em Vargem Grande com mais 13.761,5 há e Santa Rita
com mais 703,45 há no processo produtivo da agricultura familiar desses municípios.
5. P
rese
nça
de
outr
os A
tore
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ocia
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o:
Ass
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dos
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uil
ombo
las
e P
esca
dor
es.
54 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Quilombolas do assentamento Pequi-Itapecuru Mirim
Além dos números de famílias acima citados, na categoria de assentados, o Território, segundo os
dados do SIT (2007), conta ainda com 2.384 pescadores artesanais e, aproximadamente, 100
áreas reconhecidas como Quilombolas
Estimando, tem-se um total de aproximadamente 10.211 agricultores familiares no território,
número esse que se aproxima dos dados recentes do IBGE apresentados acima no total de
16.865 estabelecimentos familiares em 2006 no Território.
5.1 Comunidades Quilombolas do Vale do Itapecuru
A formação da economia maranhense que nós conhecemos atualmente é conseqüência da
correlação entre fatos históricos e a sua inserção na dinâmica da economia de forma geral. As
atividades que se colocaram no espaço maranhense, bem como as formas de se produzir nele
podem ser relatadas como parte integrante das causas da organização econômica
contemporânea. Por exemplo, a estagnação econômica ocorrida após o surto do algodão teve
como conseqüência uma série de estruturas relacionadas à pobreza de muitos municípios do
estado.
A economia é uma das instâncias da sociedade, sendo que ela reflete em muitas outras, inclusive
na cultura desta. Tentando fazer uma relação, podemos dizer que a grande quantidade de negros
existentes no território maranhense é resultado de acontecimentos históricos que ocorreram
nesse espaço, e que principalmente estão ligados ao latifúndio escravocrata. Essa relação não
chega a ser simples, é às vezes, bem mais complexa.
No caso das populações negras que se localizam em território maranhense, muitas foram
formadas a partir da falência das fazendas de arroz, logo após o fim da escravatura, ou ainda,
como sendo o refúgio escravos fugidos. Como coloca a Fundação Palmares:
“As comunidades Quilombolas são populações negras que vivem no meio rural e se auto-identificam como Comunidades Negras rurais, Terras de Preto, Quilombos, Mocambos e outras designações correlatas, são um segmento de população negra brasileira marcada pela resistência, organização e, principalmente, pela luta em defesa de direitos sagrados: Terra, Liberdade, Cidadania e Igualdade”.
Tabela 24: Total de Assentamentos Criados no Território 2004/2009
MUNICIPIOS
2004 2009
N°PA’S N° FAM ÁREA (Há) N°PA’S N° FAM ÁREA (Há) Anajatuba 0 0 0 1 16 67,70
Cantanhede 7 413 7.222,57 8 565 9.750,22 Itapecuru Mirim 16 1.341 39.729,71 17 2.385 48.785,71 Matões do Norte 4 267 7.867,73 3 283 5.959,81 Miranda do Norte 3 198 2.333,00 4 216 2.434,67 Nina Rodrigues 4 440 13.562,23 6 794 21.497,72 Pirapemas 7 678 21.121,52 8 956 22.319,49 Presidente Vargas 13 324 6.896,00 5 296 4.782,47 Santa Rita 2 198 8.776,00 5 608 9.479,45 Vargem Grande 5 89 6.404,00 11 708 20.165,50
TOTAIS 61 3.948 113.912,76 68 6.827 145.242,78 Fonte: SIPRA/SR12/MA .JAN 2010.
55 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Atualmente essas comunidades passam por um processo de reconhecimento jurídico e de
identidade. A burocracia do Estado, bem como a investida de alas direitistas e reacionárias da
sociedade brasileira são empecilhos ao reconhecimento dessas comunidades. Em contrapartida,
esses grupos vêm se reafirmando na construção da identidade quilombola como um agente de
direito à terra, que está garantido na Constituição Federal de 1988. No entanto, esses direitos
estão ameaçados e conflitos de terras, expansão do agronegócio, concorrência desigual de
produtos com os grandes capitalistas vem sendo cada vez mais fatores explicativos da pobreza
em que se encontram várias dessas comunidades.
No Maranhão as comunidades quilombolas estão distribuídas dessa maneira em seu território:
Figura 01: Distribuição das comunidades quilombolas no Estado do Maranhão.
Grande parte das comunidades segue os leitos dos rios, como Rio Pindaré, Mearim e Rio
Itapecuru, onde resistem à expansão do grande capital, que financiado, muitas vezes, pelo
Estado acaba por imprimir perdas nessa disputa.
No Maranhão temos, atualmente, 23 terras tituladas e mais 214 com processo formalizado no
INCRA, significando, segundo a fundação Pró-Índio de São Paulo, aproximadamente 21% das
comunidades quilombolas do Estado.
As terras tituladas estão assim dispersas no território maranhense:
56 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Fonte: Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010
Figura 02: Distribuição das comunidades quilombolas tituladas no estado do Maranhão.
No Território “Vale do Itapecuru” muitas das comunidades quilombolas resistem e consolidam
direitos. Como por exemplo, as comunidades de Santa Helena em Itapecuru Mirim ou de Santana
no município de Santa Rita. Abaixo, quadro com a relação de comunidades quilombolas tituladas
no Território “Vale do Itapecuru”.
Essas comunidades representam menos que 20% das comunidades tituladas no Maranhão, e
representam um número pequeno frente às comunidades ainda a serem tituladas (como
demonstra o mapa anterior de distribuição espacial das comunidades a serem tituladas).
Dois elementos se colocam como empecilho para as comunidades quilombolas no que diz respeito
a sua economia: 1) Estruturação de bases sólidas que possam sustentar a sua produção; 2)
titulação de suas terras para que não estejam sujeitas as leis de mercado das terras no Maranhão,
em que o agronegócio conta com vantagens.
É importante notar que essas comunidades, tratadas de forma diferenciada nesse diagnóstico, são
na verdade, parte integrante das populações camponesas do “Vale do Itapecuru”, e têm relação
com a economia familiar praticada por esses grupos. Aqui, separamos apenas para evidenciar um
dos problemas, específicos, de titulação de terras que tem no território.
57 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Comunidade Município Nº de Famílias Área Santa Helena
Itapecuru mirim
30
345,4331 Pedrinhas
Anajatuba
28
128,6363 Queluz
Anajatuba
105
255,2392
Santa Rita do Vale
Santa Rita
120
319,4535 Povoado Santana
Santa Rita
41
201,1171 Fonte: Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010
Quadro01: Comunidaes Quilombolas Tituladas no Território “Vale do Itapecuru”
Fonte: Fundação Pró-Índio de São Paulo, 2010
6.1. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF no Território
iante do quadro da Agricultura Familiar, já descrito acima, além da estrutura
fundiária e do número de tomadores de crédito do Pronaf no Território, será Dapresentada, no último item, a descrição sucinta a cerca da dinâmica do
Pronaf para o Território.
Vê-se, inicialmente, que no período analisado (2000 a 2008) já foram contratados um
total de 14.582 Operações para o território, representando 2,58% do total de
operações de todo o Maranhão.
No período apresentado na tabela 25, destaca-se o município de Itapecuru Mirim com
2.745 operações, seguido de Anajatuba com 1.995, Cantanhede com 1.838,
Pirapemas com 1.703 e Miranda do Norte com 1.634 operações.
Esses cinco municípios juntos representam 68,00% do total de operações realizadas
no território que equivale a R$ 25,9 milhões (Vinte e cinco bilhões e nove milhões de
reais) de recursos injetados no território para atender a demanda do Pronaf nos nove
anos analisados. Os municípios com menor número de operações foram Nina
Rodrigues, Presidente Vargas e Matões do Norte.
6. A
Pol
ític
a d
o C
réd
ito
no
Ter
ritó
rio
58 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Feira Territorial do Programa de ATES, com a produção dos agricultores familiares de 20 Projetos deAssentamentos do Território assessorados pela COOSPAT, ocorrida em dezembro\10
O Gráfico 18 ilustra a situação do total de contratos no período analisado para o conjunto de
municípios do território e o Gráfico 19 indica o valor total dos contratos também no período por
Município.
59 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MUNICÍPIOS
N° CONTRATOS
VALOR DOS CONTRATOS
(Em R$)
Anajatuba
1.995
2.886.415,47
Cantanhede
1.838
3.990.206,83
Itapecuru Mirim
2.745
8.691.523,86
Matões do Norte
958
3.881.652,92
Miranda do Norte
1.634
3.109.869,39
Nina Rodrigues
423
1.793.951,68
Pirapemas
1.703
7.247.777,94
Presidente Vargas
658
1.573.562,70
Santa Rita
1.072
2.878.762,08
Vargem Grande
1.556
2.962.532,85
Total Território
14.582
39.016.255,72
Maranhão
564.122
1.502.345.961,10
Território/Maranhão 2,58
2,53
Fonte: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES. Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Últimos 3 meses sujeitos á alterações.
Tabela 25: Total de Contratos e Valor para o conjunto do Território Dados Agregados – Território/Maranhão – 2000 a 2008
1.9951.838
2.745
958
1.634
423
1.703
658
1.072
1.556
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
An
ajatub
a
Can
tanh
ede
Itapecu
ru M
irim
Matõ
es do
No
rte
Miran
da d
o N
orte
Nin
a Ro
drig
ues
Pirap
emas
Presid
ente V
argas
San
ta Rita
Varg
em G
rand
e
Fonte: Extraído da Tabela 25
Gráfico 18: Total de Contratos, segundo os Municípios Dados Agregados Território – 2000 a 2008
Fazendo agora uma leitura da Tabela 26 a qual apresenta os totais de operações a cada ano,
percebe-se que a concentração maior do número de operações ocorreu nos anos de 2005 e 2006,
período em que o território contou com o Programa de ATES – Assessoria Técnica, Social e
Ambiental, com técnicos fixados diretamente nos assentamentos rurais, fato esse que justifica a
duplicação do número de operações entre os anos de 2004 e 2005.
60 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Condições de habitação em área de assentamento- Itapecuru Mirim
2.886
3.990
8.692
3.882
3.110
1.794
7.248
1.574
2.879 2.963
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
An
aja
tub
a
Can
tan
hed
e
Itap
ecu
ru M
irim
Matõ
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o N
orte
Mira
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Nin
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od
rigu
es
Pira
pem
as
Pre
sid
en
te V
arg
as
San
ta R
ita
Varg
em
Gra
nd
e
Fonte: Extraído da Tabela 25
Gráfico 19: Valor dos Contratos (R$ Mil),Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008
O Gráfico 20 permite visualizar melhor o desempenho do número de operações a cada ano que
ocorreram no Território e o Gráfico 21 oferecem a tendência em termos dos valores das operações
anuais.
61 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
1.379
321
518
836
1.586
3.225 3.176
2.133
1.408
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Fonte: Extraído da Tabela 27
Gráfico 20: Total de Contratos Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008
ANOS N° CONTRATOS VALOR DOS CONTRATOS
(Em Mil R$)
2000
1.379
3.775,58
2001
321
200,17
2002
518
576,96
2003
836
960,11
2004
1.586
4.754,61
2005
3.225
9.315,48
2006
3.176
7.450,23
2007
2.133
7.159,73
2008
1.408
4.823,39
Fonte: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES. Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Últimos 3 meses sujeitos á alterações.
Tabela 26: Total de Contratos e Valor no Território Dados Agregados – 2000 a 2008
Na leitura da Tabela 27, observa-se o total de operações e valores segundo as modalidades das
operações, ou seja, de custeio e investimento por município para o período de 2000 a 2008.
Pode-se observar ainda, que do total de contratos firmados no período 16,02% (2.337)
destinavam-se a atividades de custeio e 83,97% (12.243), tendo como objetivo o investimento. As
atividades de custeio representaram R$ 6.054,00(Seis milhões, cinqüenta e quatro mil reais) e as
atividades de investimento R$ 32.962 (Trinta e dois bilhões, novecentos e sessenta e dois milhões
de reais).
Fazendo a leitura por município, destaca-se Itapecuru Mirim com 21,89% dos contratos (601)
destinados a custeio e 78,10% (2.144) destinado a investimento. O segundo município com maior
número de contratos é Anajatuba com 12,88% destinados a custeio (257) e 87,12% destinado a
investimento (1.738). O terceiro município em termos de contrato é Cantanhede com 6,96% dos
contratos destinados a custeio (128) e 93,03% destinado a investimento (1.710).
3.775,58
200,17576,96
960,11
4.754,61
9.315,48
7.450,237.159,73
4.823,39
0,00
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
6.000,00
7.000,00
8.000,00
9.000,00
10.000,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Fonte: Extraído da Tabela 27
Gráfico 21: Valor dos Contratos (Em R$ MIL) Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008
62 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Unidade Produtiva da Casa da Familiar Rural - PRONAT/ Itapecuru-Mirim
Percebe-se, com os dados sistematizados, que, no Território, predominou projetos de
investimento. O Gráfico 22, mostra o predominância dos municípios em relação aos Contratos de
Investimento.
257
1738
128
1710
601
2144
105
853
122
1512
7
416
518
1185
5
653
200
872
394
1162
0
50 0
100 0
150 0
200 0
250 0
Anaja tuba Cantanhede It apecuru
Mir im
M atões do
Nort e
M iranda do
N or te
N ina
Rodr igues
Pirapemas P residente
Vargas
Santa Rita Vargem
Grande
CUSTEIO INVESTIMENTO
Gráfico 22: Total de Contratos por Modalidade Dados Agregados – Municípios – 2000 a 2008
63 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Fonte: Extraído da Tabela 27
CUSTEIO INVESTIMENTOS TOTAL MUNICÍPIOSN.CONT VALOR N.CONT VALOR N.CONT VALOR
Anajatuba 257 375.378,73 1.738 2.511.036,74 1.995 2.886.415,47Cantanhede 128 430.812,50 1.710 3.559.394,34 1.838 3.990.206,84
Itapecuru Mirim 601 985.030,89 2.144 7.706.472,97 2.745 8.691.503,86
Matões do Norte 105 241.606,12 853 3.640.046,79 958 3.881.652,91
Miranda do Norte 122 159.139,66 1.512 2.950.729,73 1.634 3.109.869,39
Nina Rodrigues
7
6.772,80
416
1.787.178,88
423
1.793.951,68
Pirapemas
518
2.090.033,39
1.185
5.157.744,55
1.703
7.247.777,94
Presidente Vargas
5
5.500,00
653
1.568.062,70
658
1.573.562,70
Santa Rita
200
493.122,55
872
2.385.639,54
1.072
2.878.762,09
Vargem Grande
394
1.266.624,23
1.162
1.695.908,62
1.556
2.962.532,85
Total Território
2.337
6.054.021
12.245
32.962.215
14.582
39.016.235,73
Maranhão
247.746
539.418.751,49
318.304
994.568.705,47
566.050
1.533.987.456,96
Território/Maranhão
0,94
1,12
3,85
3,31
2,58
2,54
FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES.
Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Últimos 3 meses sujeitos á alterações.
Tabela 27- Total de Contratos e Valor por Modalidade, Segundo os Municípios - Dados Agregados por Município -2000 a 2008
A tabela 28 confirma a informação anterior de que os anos de 2005 a 2007, com maior ocorrência
no número de contratos, em que se pode ver a predominância dos contratos de investimento. O
Gráfico 23 vem ilustrar os dados da Tabela.
Gráfico 23: Total de Contratos por ModalidadeDados Agregados – TERRITÓRIO – 2000 a 2008
265
1114
24
297
119
399
189
647
273
1313
443
27 82
411
2765
437
169 6
176
1232
0
5 00
10 00
15 00
20 00
25 00
30 00
2 00 0 20 01 2 00 2 20 03 2 00 4 20 05 2 00 6 20 07 2 00 8
CU STEIO IN VESTIM ENT O
Fonte: Extraído da Tabela 28
64 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 28- Total de Contratos e Valor por Modalidade Dados Agregados para o Território- 2000 a 2008
Fonte: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES.Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI: Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Ultimos 3 meses sujeitos á alterações.
CUSTEIO
INVESTIMENTOS
TOTAL
ANOS
N.CONT
VALOR
N.CONT
VALOR
N.CONT
VALOR
2000
265
334.186,61
1.114
3.441.395,41
1.379
3.775.582,02
2001
24
31.225,00
297
168.946,74
321
200.171,74
2002
119
195.432,63
399
381.527,92
518
576.960,55
2003
189
380.028,98
647
580.076,70
836
960.105,68
2004
273
487.696,20
1.313
4.266.915,71
1.586
4.754.611,91
2005
443
718.327,69
2.782
8.597.131,32
3.225
9.315.459,01
2006
411
1.301.590,27
2.765
6.148.639,08
3.176
7.450.229,35
2007
437
1.944.587,24
1.696
5.215.138,08
2.133
7.159.725,32
2008
176
660.946,25
1.232
4.162.443,90
1.408
4.823.390,15
Concluindo a dinâmica do Pronaf para o Território no período de 2000 a 2008, existe a Tabela 29
com o total de contratos e valor por enquadramento, onde se observa a liderança dos Contratos do
Pronaf B (Microcrédito), no período analisado. O Gráfico 24 ilustra os dados da tabela
possibilitando uma visão mais detalhada dos contratos por enquadramento.
1.189
65
10.620
2.134
3671 206
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
A A/C B C D E OUTROS
Fonte: Extraído da Tabela 29
Gráfico 24: Total de Contratos por Enquadramento Dados Agregados – TERRITÓRIO – 2000 a 2008
65 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Tabela 29 - Total de Contratos e Valor por Enquadramento DadosAgregados para o Território - 2000 a 2008
FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN e BNDES.Dados atualizados BACEN: Até 06/2009; BANCOOB Até 12/2009; BANCO COOPERATIVO SICREDI:Até 10/2009; BASA: Até 10/2009; BB: Até 12/2009; BN: Até 12/2009 e BNDES: Até 07/2006 - Ultimos 3 meses sujeitos á alterações.
Enquadramento N.Cont Valor
A 1.189 16.262,80
A/C
65
75,46
B
10.620
10.697,40
C
2.134
5.424,87
D
367
2.542,85
E
1
31,41
OUTROS
206
3.981,47
O Gráfico 25 ilustra o valor dos contratos onde se pode observar que, muito embora o Pronaf B seja
o número maior de contratos firmados no período, o Pronaf A corresponde ao maior volume de
recursos injetados no Território, seguido do Pronaf B e C.
O Município de Itapecuru Mirim aponta o maior número de Contratos (359), chegando a investir R$
4.919,8 mil; em seguida temos município de Pirapemas com 225 contratos no montante de R$
3.618,6 mil; Matões do Norte aparece em terceiro lugar em número de contratos (185) com R$
2.788,8 mil injetados no município e em quarto, Cantanhede aparece com 127 contratos e um
montante de R$ 776,9 mil. Esses quatro municípios respondem por 75,35% do total de contratos
do Pronaf A do território e por 74,43% dos recursos injetados através desse enquadramento.
No caso do Pronaf B, tem-se Itapecuru Mirim com 1.735 contratos e R$ 1.582,5 mil injetados;
Anajatuba vem em segundo lugar com 1.661 contratos e R$ 1.865,7 mil; Cantanhede com 1.437
contratos e R$ 1.289,5 mil segue em terceiro lugar no território e Miranda do Norte com 1.435
contratos e R$ 1.734,2 mil segue em quarto. Os quatro municípios citados respondem por 59,02%
do total de contratos do Pronaf B no Território e por 60,50% do total de recursos injetados por esse
enquadramento.
Deve-se fazer uma comparação entre o total de estabelecimentos agropecuários (onde
encontramos os verdadeiros beneficiários do Pronaf), que segundo os dados do IBGE (Censo
Agropecuários 2006) são de 16.865 estabelecimentos e o total de contratos já efetivados no
território no período de 2000 a 2008 são 14.582.
16.262,80
75,46
10.697,40
5.424,87
2.542,85
31,41
3.981,47
0,00
2 .000,00
4 .000,00
6 .000,00
8 .000,00
10 .000,00
12 .000,00
14 .000,00
16 .000,00
18 .000,00
A A/C B C D E OUTROS
Fonte: Extraído da Tabela 29
Gráfico 25: Valor dos Contratos por Enquadramento Dados Agregados – TERRITÓRIO – 2000 a 2008
66 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Os dados demonstram que, em todo o período analisado, os beneficiários do programa não foram
atendidos no seu todo. Fazendo uma leitura por ano e por município (ver anexos), essa
constatação se torna maior ainda, ou seja, muitos mais beneficiários deixaram de ter acesso ao
crédito por uma série de motivos, em que se destaca a ausência de assistência técnica.
Não se verificou nos dados oficiais aqui apresentados nenhum registro dos Créditos Especiais
(Pescadores, Quilombolas, Extrativistas, Artesãos, Agroindústrias, Mulher, Jovem, Agroecologia
e Florestas).
Deve-se lembrar também que ao longo dos anos foram surgindo esses Créditos Especiais e
alguns grupos existentes no Território, foram enquadrados em outras categorias e não como
especiais.
Mas não existe no Território nenhuma demanda dos créditos especiais, pois a partir da sua
criação, já poderiam estar contando nas estatísticas do Pronaf.
Isso leva a concluir há pouca divulgação desses créditos especiais, como também uma
fragilidade na organização dos produtores na busca desses créditos e/ou pelo não
enquadramento dos projetos para os respectivos grupos citados acima revelando uma
fragilidade no Território no tocante à assistência técnica.
6.2. O PROINF no Território
O Proinf é um projeto voltado para as ações de infra-estrutura e serviços territoriais e tem como
principal objetivo apoiar projetos voltados para a dinamização das economias territoriais.
Segundo Relatório da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), o Território teve
disponível pelo PROINF, no ano de 2008, para efetivar o desenvolvimento territorial somente a
quantia de R$ 3.699.628,40, sendo distribuído aos municípios para projetos de custeio e
investimento.
O repasse dos recursos é via contratos firmados com as prefeituras e a Caixa Econômica Federal.
Assim projetos que visavam desde construção de Centros de Comercialização até a compra de
equipamentos para apoiar a assistência técnica foram planejados territorialmente nesse ano.
Abaixo segue comparativo (Gráfico 26) entre os projetos de Custeio e de Investimento no “Vale
do Itapecuru”.
67 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Centro de Referência da Agricultura Familiar - CRAFUnidade de Comercialização-Entroncamentao- Itapecuru Mirim
Gráfico 26: Comparação entre Projetos Proinf de Custeio e de Investimento no “Vale do Itapecuru” em 2008
No Território “Vale do Itapecuru”, esses projetos seguem a lógica de inicialmente criar uma
estrutura para dar sustentabilidade econômica ao Território. Dessa forma, os investimentos
atenderam os setores da comercialização e agroindústrias principalmente, além da aquisição de
equipamentos para apoiar as atividades. Porém, grandes partes desses projetos apresentaram
problemas na sua implantação, ou foram cancelados ou tiveram cláusulas suspensivas. Vários
foram os entraves para a efetivação dos projetos pelo Colegiado Territorial, dentre eles, a forma de
gestão que o processo exige especialmente para o PROINF, em que a gestão participativa com as
prefeituras e dentro do contexto do território encontra muitos obstáculos, como problemas
políticos, de inadimplência das prefeituras e o desinteresse de parte dos administradores
públicos, uma quantidade significativa dos projetos foram cancelados. Essa constatação faz com
que a busca de alternativas para a gestão dos projetos planejados para o Território sejam
repensadas.
A quantidade de projetos, segundo o Relatório da Secretaria de Desenvolvimento Territorial
constam como Cancelados, chegaram a aproximadamente 70% do total planejado para o
Território e apenas dois projetos figuravam na categoria normal. O Gráfico 27 demonstra a
situação dos projetos no território.
Investimentos Custeio
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Fonte: MDA, 2009
68 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Gráfico 27: Situação dos Projetos Proinf de Custeio e Investimento no “Vale do Itapecuru”
em 2008
Quanto a esses projetos o CODETER apresentou como entraves a desarticulação dessas
políticas no Território, como a desarticulação do poder público e a sua inadimplência que faz com
que seja inviável a efetivação dos contratos, conforme já dito.
Quanto aos projetos voltados para a criação de pequenos animais ou de médio porte, um grande
empecilho vem sendo a indisponibilidade de terras para os rebanhos. Fato evidenciado com a
estrutura fundiária exposta por esse diagnóstico em item anterior.
Grande parte da economia do Território está baseada na agropecuária, sendo a participação no
PIB do setor industrial bem baixa. A estrutura fundiária dessa região é concentrada, dificultando a
produção por parte dos agricultores familiares e conseqüentemente a sua saída da situação de
pobreza, já que a disponibilidade de terras para cultivo para esse segmento é baixa, e quando há o
acesso a terra, o apoio técnico é deficiente. Essa situação é descrita pelo Colegiado ao fazer a
avaliação dos projetos, em que a assistência aos assentados é deficitária, e no caso de alguns
projetos específicos, como o de psicultura, até inexistente.
No caso da assistência técnica, ressalta-se que existe no Território o Programa de Assessoria,
Técnica Social e Ambiental – ATES sob gestão do INCRA e executado pela Cooperativa de
Serviços, Pesquisa e Assessoria Técnica - COOSPAT e a Planeja Consultoria e Assessoria em
Desenvolvimento Sustentável, que juntas atendem aproximadamente 3mil e 500 famílias
atualmente. Embora o Programa tenha enfrentado crises com descontinuidades nos repasses de
recursos desde 2005, considera-se um avanço, pois tal programa garante a presença efetiva dos
técnicos nas áreas de assentamento, possibilitando uma assistência técnica de melhor qualidade
e também inserindo as dimensões ambientais e sociais na sua concepção. Ainda não se realizou
uma avaliação sistemática do programa de ATES desde sua implantação em 2005, portanto não
possível tratar dos seus resultados até o presente momento.
Normal Cancelado Com Cláusula Suspensiva Sob Tomada de Contas especiais
0
2
4
6
8
10
12
14
69 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Fonte: MDA, 2009
Território está localizado numa
região em que a disponibilidade Ohídrica é intensa e que permite uma
variedade de agroecossistemas ricos em
espécies. Além da possibilidade dada pelo
meio natural, em que a associação de clima,
vegetação e solo enriquecem essa
variedade, a composição social, que passa
pelo contato de vários grupos sociais, desde
o s m i g r a n t e s n o r d e s t i n o s , o s
remanescentes de quilombos, indígenas,
entre outros, também é um fator importante
nessa anál ise da d ivers idade de
agroecossistemas.
Devido a sua localização dentro no Estado
do Maranhão e na mata de cocais (Floresta
Semidecidual), o território apresenta como
vegetação predominante, a Mata de Cocais
do Meio Norte Brasileiro, compondo seu principal ecossistema, que por suas
características, apresenta-se como uma das fontes de renda para a população local.
O geógrafo Manuel Correia de Andrade, nas décadas de 1960 e 1970, já descrevia
essa região como sendo composta por grupos sociais que se utilizavam do coco
babaçu, principal palmeira desse ecossistema, para sua subsistência, demonstrando
o que acontece em quase todo o Maranhão, a relação entre ecossistemas e a sua
população no que diz respeito à economia de subsistência.
Apesar de o Território apresentar como um de seus potenciais a produção de
amêndoas retiradas do coco babaçu, a produção vêm diminuindo no decorrer dos
anos, a exemplo do restante do Estado. Entre os anos de 2004 a 2008 a produção de
toneladas de amêndoas diminuiu em torno de 7% como já foi demonstrado
anteriormente.
O exemplo da produção de amêndoas do coco babaçu, que diminui nos últimos anos, é
7. U
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l70 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Palmeira de babaçu
expressão, dentre outras conseqüências, da estrutura sócio-econômica em que o Estado está
articulado, baseada numa visão de desenvolvimento que não considera as populações que já são
produtoras há várias décadas no território maranhense. Essa concepção as tem como fragmentos
de uma sociedade arcaica que deve ser extinta para dar lugar a atividades modernas e produtoras
realmente. Essa percepção gera um quadro de não acesso e restrição aos recursos naturais de
grande parte da população camponesa, que é obrigada a migrar para as cidades.
O interesse de uma parcela de empresas em produzir carvão do coco babaçu a preços baixos,
também cria um contexto de fragmentação dentro das comunidades/povoados que são
obrigados/impelidos/aliciados a vender o coco inteiro e desmanchar traços culturais-econômicos
de relação de identidade e de pertencimento ao espaço da mata de cocais. Os grupos sociais das
quebradeiras de coco babaçu são as populações a serem extintas para dar lugar ao moderno e
produtivo que é difundido pelo discurso desenvolvimentista atual.
Esse processo, na verdade, é um exemplo do que vem acontecendo de forma generalizada com
grande parte das potencialidades do território que são ou subutilizadas ou ainda são desprezadas
em beneficio da agropecuária de grande porte e empresarial.
Também decorrente da sua configuração espacial, principalmente da fisionomia do relevo plano,
associada à vegetação que, não muito densa, permite a reprodução de gramíneas em áreas
extensas, formando campos propícios a criação de gado de corte.
A interposição dessas duas atividades no Território cria uma situação de conflito que acaba por
privilegiar a criação de gado, já que esta obedece aos interesses dos grandes proprietários da
região.
Apesar do Território se apresentar como sendo predominantemente de agricultores familiares,
como, aliás, todo o Estado do Maranhão, mesmo nas áreas que aparecem como territórios do
agronegócio, as atividades que aparecem com grande significância, e que demandam a maior
parte dos investimentos públicos não se relacionam com esse tipo de agricultura. A importância
dada à pecuária é um exemplo. Normalmente essa atividade é feita em grandes propriedades,
além de negar a propriedade familiar.
Outra característica do território que possibilitaria atividades relevantes é a existência de uma rede
de rios. Por terem uma variedade de espécies, assemelhando-se em características aos rios
amazônicos, seria potencialmente fonte de renda para grande parte da população. Além de outros
fatores, como por exemplo, não priorização pelas políticas públicas, os problemas ambientais
causados pelo desmatamento das matas ciliares, com conseqüente assoreamento dos leitos faz
com que a disponibilidade de peixes diminua e, por conseguinte, a atividade da pesca.
Dessa forma, essas três atividades ressaltadas no texto, que têm se mantido no território por
características próprias, principalmente a partir da fisionomia e disponibilidade dos recursos
naturais neste espaço, têm sofrido influência em sua reprodução pelo interesse particular de
agentes que fazem parte da organização espacial do território, sendo subutilizadas na efetivação
do desenvolvimento territorial.
71 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
72 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Am
bien
tais
no
Ter
ritó
rio
s problemas ambientais em todo o mundo vêm se intensificando nas últimas
décadas e têm causado conseqüências às vezes catastróficas para as Opopulações do planeta. O aquecimento global, o derretimento das calotas
polares e o aumento no nível do mar são problemas a nível global que estão cada vez
mais em pauta nas reuniões internacionais como a RIO-92 ou a COP-15. Nos níveis
regionais, pode-se citar a devastação de Biomas como a Amazônia Brasileira e o
Cerrado que sofrem com a expansão da fronteira agrícola, principalmente a partir da
década de 1970, que tem no agronegócio da soja seu maior protagonista.
A ocupação humana dos espaços e o uso dos recursos naturais sem planejamento, e
sem visar às gerações futuras ou ainda a natureza em sua totalidade, vêm
potencializando e até acarretando muitos dos problemas que hoje se tornam corrente
nas discussões
No Território “Vale do Itapecuru”,o qual se constituiu como uma fronteira agrícola
antiga no território maranhense, as práticas de agricultura tradicionais, exercem forte
pressão sobre os recursos naturais. A prática da “roça de toco” vem sendo empregada
na região pelos pequenos agricultores há várias gerações. Essa técnica, associada a
um manejo adequado no uso do fogo e a um pousio longo, já que este dispõe de tempo
para se recuperar, porém, com as terras dos agricultores familiares cada vez menores,
essa prática não pode mais ser associada a uma agricultura que deixe as terras em
descanso por muito tempo. A permanência desse tipo de agricultura empobrece o solo
tornando-o menos produtivo.
7 8
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada de 3 a 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro de 2009 em Copenhague na Dinamarca. Prática de agricultura em que há a queima da vegetação que se encontra no terreno para limpá-lo. Essa prática economiza a trabalho, que para a economia camponesa é um dos elementos que se relacionam com a quantidade produzida.
9
8
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Área de transição entre Pré-amazônia e Cerrado - PA Pedra Grande - Vargem Grande
Outro problema associado às práticas da agropecuária na região e que tem também
conseqüências sobre os solos é o desmatamento de vastas áreas para implantação de
pastagens. Essa prática vem tornando o solo mais suscetível ao efeito da erosão, e que vem
acarretando além do empobrecimento do solo, já que a água da chuva leva consigo os nutrientes
que estão dispostos no solo, também o assoreamento dos cursos d'água na região. Os rios como
o Itapecuru, de grande importância para o território estão se tornando não-navegáveis em
decorrência do assoreamento intenso nos últimos anos, o que também tem provocado a
diminuição da vazão média desse rio.
O crescimento da população e das cidades, também pode ser analisado como parte das causas
dos problemas ambientais no território, onde juntamente com esses processos, a transformação
de recursos naturais para atender as necessidades da população cresce exponencialmente.
Com isso, a produção de resíduos também cresce, havendo a necessidade de se planejar a
disposição final dos mesmos.
Não há uma estimativa certa da quantidade produzida no Brasil, pois só são contabilizados os
resíduos coletados, o que não corresponde à produção total de lixo. Assim os dados
apresentados aqui são estimativas da quantidade de lixo despejado, mas que não corresponde
ao montante total de resíduos produzidos no território. Segundo o IBGE, tomando-se em conta
três dos tipos de Unidades de destinação final do lixo (“Lixão” ou Vazadouro a céu aberto, Aterro
Controlado e Aterro Sanitário), no Território são coletados 102,7 Toneladas por dia e grande parte
é destinada em Vazadouros a céu aberto, com 101,7 Toneladas/dia sendo despejados nesses
locais. O gráfico 28, faz um comparativo da destinação final do lixo no território.
Processo conhecido como Lixiviação. A água da chuva dissolve os nutrientes e os leva consigo para as regiões mais baixas, nesse caso os vales fluviais, e as calhas de rios ou cursos d'água.
10
10
Gráfico 28: Destinação do Lixo no Território “Vale do Itapecuru”
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 2009
73 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Esse tipo de destinação do lixo tem como conseqüência principal problemas à saúde da
população, haja vista que o entulho de lixo sem o devido manejo atrai diversas espécies de animais
transmissores de doenças, como ratos e baratas. A segunda diz respeito à contaminação de
lençóis freáticos, já que não há a preparação do terreno e o churume, líquido que é produzido no
lixo, infiltra no solo podendo contaminar os lençóis freáticos e, dessa forma, tendo conseqüências
no abastecimento de água a partir de poços.
Proposição: Na dimensão Ambiental do PTDRS, deve haver uma preocupação maior com a conservação das
reservas de água do Território, assim deve visar seus lençóis freáticos e seus cursos d'água
superficiais. A integração de propostas deve seguir uma metodologia sistêmica, já que há uma
ligação entre cada elemento para compor os ecossistemas no Itapecuru, inclusive sistemas
aqüíferos. As ações têm que ser repensadas para dispor sobre educação ambiental, conservação
de aquíferos subterrâneos com programas de preservação de áreas de recarga, preservação de
matas ciliares e recuperação de áreas.
74 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Área com recursos naturais preservados- Santa Rita
Vista parcial da cidade de Itapecuru Mirim
configuração político institucional do território Vale do Itapecuru se efetiva através da
institucionalidade pública, representada em nível municipal pelos poderes executivo, Alegislativo e judiciário, institucionalidade da sociedade civil, representada pelas
diversas organizações sociais existentes e pela gestão das políticas públicas, realizadas pelos
Conselhos Municipais, entidades de assessorias, além da atuação do Colegiado Territorial -
Codeter.
Os prefeitos municipais, representantes do executivo, pertencem aos partidos políticos: PV
(Partido Verde), 01 prefeitura; PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), 02 prefeituras; PR (Partido
da República), 01 prefeitura; PDT (Partido Democrático Trabalhista), 02 prefeituras; PRB
(Partido Republicano Brasileiro), 01 prefeitura; PP (Partido Progressista), com 01 prefeitura;
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), com 01 prefeitura; PTB(Partido
Trabalhista Brasileiro), com 01 prefeitura e DEM(Democratas), com 02 prefeituras.
De um modo geral, percebe-se que as prefeituras não estão devidamente estruturadas do
ponto de vista dos recursos físicos e humanos para implementar uma política de
desenvolvimento que atenda as necessidades da população, haja vista a desestruturação das
secretarias municipais, falta de autonomia dos secretários e equipe técnica preparada para
atuar no município. O exemplo que melhor ilustra esta situação é a realidade de grande parte
das Secretarias de Agricultura, que por não dispor de transporte, pessoal capacitado, recursos
financeiros, dentre outros, não conseguem executar as ações visando a sustentabilidade da
área rural, sobretudo dos agricultores familiares, categoria predominante no território.
Para cumprir sua missão constitucional, as prefeituras do território, dispõem anualmente de
transferências de recursos federais e estaduais, dentre os quais destacam-se o FPM (Fundo
de Participação dos Municípios), o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural), o
FUNDEF (Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério), o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços).
O poder legislativo, representado pelas Câmaras de Vereadores, que tem o poder de elaborar e
aprovar as leis, aprovar o orçamento, fiscalizar o poder executivo e apreciar as prestações de
contas anuais, de um modo geral, não cumpre o seu papel a contento.
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75 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Oficina com membros do CODETER para qualificação do PTDRS
Na prática atua distante da população e acaba contribuindo para a manutenção de posturas
centralizadoras do poder executivo, no entanto destacamos a atuação de alguns vereadores no apoio
à política territorial, inclusive atuantes no CODETER.
O poder judiciário, representado pelo juiz de direito e o Ministério Público pelo promotor, cujo papel
principal é de fiscalizar e garantir o cumprimento das leis em sua jurisdição atua no Território através
de cinco Comarcas, cujos municípios agrupam-se da seguinte forma: Comarca de Vargem Grande
(atende os municípios de Nina Rodrigues, Presidente Vargas e Vargem Grande), Comarca de
Cantanhede (atende os municípios de Pirapemas, Matões do Norte e Cantanhede); Comarca de
Itapecuru Mirim (atende os municípios de Miranda do Norte e Itapecuru Mirim), Comarca de Rosário
(atende os municípios de Santa Rita, Bacabeira e Rosário) e a Comarca do município de Anajatuba.
A sociedade civil organizada encontra-se presente no Território, através de diversas organizações
entre associações comunitárias, religiosas, grupos recreativos, União de Moradores, Clube de Mães,
Colônia de Pescadores, Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Este último com uma
grande atuação no Território através do acompanhamento aos agricultores familiares, na luta pela
reforma agrária, garantias previdenciárias, na preservação ambiental, além da participação em
diversos conselhos municipais, dentre outras atividades.
Apesar da existência de um grande número de organizações comunitárias estas não funcionam com
eficiência, tendo como causas a falta de capacitação para os dirigentes e associados sobre o papel e
as funções de uma associação, limitação de recursos financeiros e humanos para assessorar as
organizações, o processo de criação destas organizações ocorrem sem uma preparação maior de
seus membros, estas são criadas tendo como objetivo principal a captação de recursos para projetos.
Esta situação tem contribuído para que as organizações tenham uma atuação limitada, tendo como
efeitos principais o controle por políticos locais dos programas e projetos, o descrédito da população e
a falta de controle social das diversas ações implementadas no Território.
Como instrumento de gestão social das políticas públicas e descentralização do poder formou-se nos
municípios do território os Conselhos Municipais, dentre os quais destacam: Conselho de Educação,
Conselho da Saúde, Conselho da Alimentação Escolar, Conselho do FUNDEF, Conselho Municipal
de Desenvolvimento Rural Sustentável, Conselho da Ação Social, Conselho do Trabalho, Conselho
Tutelar. De um modo geral, observa-se que estes Conselhos funcionam com certas limitações, pois
são criados sem discussão prévia dos objetivos, funções e a maioria de seus membros não se
encaixam no perfil exigido de conselheiro, além de estarem desestruturados, com membros não
capacitados e a maioria não tem autonomia nas decisões.
Apesar dos problemas identificados como a atuação deficiente das políticas públicas nos municípios,
dos Conselhos Municipais e das organizações comunitárias, analisados anteriormente, o Território
apresenta potencialidades locais, que se melhor trabalhadas e ou estruturadas poderão contribuir
para o avanço político institucional do Território, as quais destacam: as iniciativas do poder público
municipal em buscar soluções para os problemas locais, a consolidação do Codeter, a existência de
diversos Conselhos Municipais, a atuação do STTR's e recentemente a inserção de algumas
entidades de assessoria à política territorial e à assistência técnica e extensão rural.
76 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
pós leitura e reflexão da Visão de Futuro construída em 2004 quando da
elaboração do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, o AColegiado conclui que a mesma deveria ser mantida, sem alterações, pois poucos
avanços obtiveram de 2005 até os dias de hoje. Ficando desta forma:
Dimensão Econômica: O Território possuir uma agricultura familiar fortalecida e auto-
sustentável com acesso a novas tecnologias, assistência técnica e crédito, gerando novos
empregos e renda no meio rural, interagindo com o mercado territorial, nacional, estadual
e internacional, com prioridade nos orçamentos municipais.
Dimensão Ambiental: População em geral sensibilizada sobre a questão ambiental,
quanto ao modo de produzir, respeito aos rios, preservação das áreas verdes, fauna e flora
e que cada município tenha condições de trabalho de educação ambiental, fiscalização,
monitoramento, avaliação e punição para os casos necessários.
Dimensão Sociocultural: Valorização e desenvolvimento das manifestações culturais
(música, esporte, lazer e folclore) dos municípios e território; desenvolvimento de forma
integrada e regionalizada das ações de educação (educação alimentar e nutricional;
capacitação integrada e contínua de professores, informatização e equipamento nas
escolas; implantação de escolas técnicas – EFA , CFR e Pólos Universitários) e Saúde
(hospitais de referência regional, equipados e especializados; implantação de programas
de saúde preventiva).
Dimensão Político Institucional: Que haja maior integração entre os poderes executivo
e legislativo, assim como com a sociedade civil organizada, no sentido de estudo das
necessidades de cada município e que estas venham a atender o território; constituição de
parcerias e arranjos institucionais desenvolvendo espaços de gestão participativa,
fortalecendo as capacidades político institucionais para resolução dos problemas e
soluções comuns aos municípios e território, superando a visão individual dos grupos
políticos e avançando para interesses coletivos; intercâmbio entre os municípios, território,
atores sociais, políticos e institucionais, através da consolidação de parcerias em prol do
desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população.
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77 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Agricultores familiares planejando seu futuro - Nina Rodrigues
Dimensão Econômica
Eixo 1: Agricultura
Programa 1 - Acesso a Terra
Objetivos:
arantir o acesso a terra de todos os agricultores familiares sem terra
existentes no território.GMetas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, a desapropriação,
compra e/ou regularização de poses de terra, no total de 8.062 ha, para os agricultores
familiares do território, no período de 05 (cinco) anos, sendo 5.822 estabelecimentos
incluídos na categoria de assentados e/ou proprietários. A desapropriação, compra
e/ou regularização de posses de terras para o Território foi discutida e definida para
cada município e encontra-se no quadro a seguir.
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o78 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Quintal produtivo do Sr. Antonio - Santa Rita
Programa 2 - Dinamização das culturas tradicionais (mandioca, milho, arroz e feijão)
Objetivos: Garantir a dinamização das culturas tradicionais com projetos na linha da melhoria do
cultivo e aproveitamento integral da mandioca e o incremento das demais culturas tradicionais.
Metas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, a ampliação de 19.538 ha, para
aproveitamento integral da mandioca e incremento das demais culturas tradicionais, no período
de 05 (cinco) anos sendo, em media, 4.935 estabelecimentos incluídos nesse projeto. O Cultivo e
aproveitamento integral da mandioca e incremento das culturas tradicionais para o Território foi
definido para cada município conforme quadro abaixo.
Metas de Acesso a Terra por Município e Território Rural
MUNICPIOS N° ESTAB*
AREA (ha)*
META/Nº Ha/ANO a ser adquirido ou desapropriado
TOTAL
2011 2012 2013 2014 2015 ESTAB AREA
Anajatuba 1.444 1.682 336 336 336 336 336 1.444 1.680
Cantanhede 1.717 1.662 66 66 66 66 69 333 333
Itapecuru Mirim 1.339 3.433 137 137 137 137 139 268 687
Matões do Norte 665 588 23 23 23 24 25 133 118
Miranda do Norte 135 519 20 20 20 20 22 27 102
Nina Rodrigues 297 1.002 40 40 40 40 41 60 201
Pirapemas 740 983 39 39 39 39 41 148 197
Pres. Vargas 888 1.718 343 343 343 343 346 888 1.718
Santa Rita 1.002 1.102 44 44 44 44 45 200 221
Vargem Grande 2.321 2.805 561 561 561 561 561 2.321 2.805
TERRITORIO 10.548 15.494 1.609 1.609 1.609 1.610 1.525 5.822 8.062
(*)Número de Estabelecimentos de não proprietários e de produtores sem área da agricultura familiar dos estabelecimentos agropecuário
e Área
Metas de aproveitamento integral da mandioca e incremento das demais culturas de subsistência
AGRIC. FAM. LEI 11.236
META/ANO/há TOTAL AREA MUNICPIOS
N° ESTAB
AREA (ha)
2011 2012 2013 2014 2015 ESTAB
Anajatuba 2.181 5.725 572 572 572 573 574 1.090 2.863 Cantanhede 2.356 6.049 241 241 243 243 243 471 1.211 Itapecuru Mirim
3.263 11.784 1178 1178 1179 1180 1181 1632 5.896
Matões do Norte
1.083 5.477 164 164 164 165 166 162 823
Miranda do Norte
332 4.872 194 194 195 196 197 66 976
Nina Rodrigues
702 3.386 135 135 135 136 136 140 677
Pirapemas 1.376 8.655 519 519 520 520 520 413 2.598 Pres. Vargas 1.165 1.990 79 79 79 80 81 233 398 Santa Rita 1.355 4.801 192 192 192 193 194 271 963 Vargem Grande
3.052 20.890 626 626 626 627 628 457 3.133
TERRITORIO 16.865 73.629 3.900 3.900 3.905 3.913 3.920 4.935 19.538
79 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Programa 3 – Horticultura
Objetivos: Garantir a diversificação da alimentação dos agricultores familiares com a implantação
de hortas nos quintais, escolas CFR e EFA, roça, além de desenvolver outras variedades. Para
tanto, foram priorizados as atividades de roça com os produtos: pepino, maxixe, quiabo, vagem,
abobora, vinagreira e melancia. Em relação ao incremento da produção nos quintais e escolas,
foram priorizados os produtos: coentro, cebolinha, alface, tomate, couve, pimentão, pimenta
cheiro.
Metas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o acréscimo de 19.538 ha, para o
cultivo de hortaliças, no período de 05 (cinco) anos sendo, correspondente a 2.471
estabelecimentos incluídos nesse projeto, além da utilização das áreas disponíveis nas escolas.
O incentivo a implantação de hortas nos quintais e escolas e implantação de hortas medicinais
para o Território foi definida para cada município e encontra-se no quadro a seguir.
Programa 4 – Fruticultura
Objetivos: Garantir a diversificação de frutíferas regionais a partir dos quintais, CFR´s, EFA´s e
implementação do banco de sementes e mudas.
Metas: Buscar junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o incremento de 2.746 ha, para o
cultivo de frutíferas, no período de 05 (cinco) anos, correspondendo a 169 estabelecimentos
incluídos nesse projeto, além da utilização de espaços potenciais disponíveis nas CFR´s e EFA´s.
A Melhoria das frutíferas nos quintais, Implantação de bancos de sementes e mudas e
Beneficiamento de frutas regionais para o conjunto do Território foi definida para cada município e
encontra-se no quadro a seguir.
Metas de incentivo a implantação de hortas medicinais e hortas nos quintais
MUNICPIOS
AGRIC. FAM. LEI 11.236
META/Estabelecimentos/ANO para implantação de hortas
TOTAL
N° ESTAB
AREA (ha)
2011
2012
2013 2014
2015
ESTAB
AREA
Anajatuba
2.181
5.725
109
109
109
109
110
546
1.433
Cantanhede
2.356
6.049
47
47
47
47
48
236
606
Itapecuru Mirim
3.263
11.784
163
163
163
163
164
816
2.947
Matões do Norte
1.083
5.477
16
16
16
17
17
82
414
Miranda do Norte
332
4.872
6
7
7
7
7
34
499
Nina Rodrigues
702
3.386
14
14
14
14
15
71
342
Pirapemas
1.376
8.655
41
41
41
41
42
206
1.296
Pres. Vargas
1.165
1.990
23
23
23
23
24
116
198
Santa Rita 1.355 4.801 27 27 27 27 28 136 482
Vargem Grande 3.052 20.890 45 45 46 46 46 228 1.560
TERRITORIO 16.865 73.629 491 492 493 494 501 2.471 9.777
80 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Eixo 2 : Pecuária
PROGRAMA 1 - Melhoramento da criação dos rebanhos existentes (caprino, ovino, bovino, aves e suínos); Consolidação de novas atividades)
Objetivos: Garantir o melhoramento do rebanho existente e aumentar a atividade da apicultura
no território.
Metas: Buscar efetivamente, junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o acréscimo de
8.940 estabelecimentos, na melhoria do sistema de criação do rebanho e das condições
genéticas e sanitárias, no período de 05 (cinco) anos, correspondente a média de 50% dos
estabelecimentos com produção animal.
A Melhoria do Sistema de Criação, sanitário e genético dos rebanhos para o Território foi discutida
para cada município e encontra-se no quadro abaixo.
Metas para a Melhoria do Sistema de Criação, sanitário e genético dos rebanhos
MUNICIPIOS N° ESTAB PROD
ANIMAL
Nº ESTAB/ANO PARA O MELHORAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇAO, SANITARIO E GENETICO
DO REBANHO
TOTAL ESTAB
% ESTAB
2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 2.217 222 222 222 222 222 1.110 50,07 Cantanhede 2.669 267 267 267 267 267 1.335 50,02 Itapecuru Mirim
3.530 353 353 353 353 353 1.765 50,00
Matões do Norte
1.083 109 109 109 109 109 545 50,32
Miranda do Norte
362 36 36 36 36 36 180 49,72
Nina Rodrigues
740 74 74 74 74 74 370 50,00
Pirapemas 1.395 140 140 140 140 140 700 50,18 Pres. Vargas 1.156 116 116 116 116 116 580 50,17 Santa Rita 1.554 155 155 155 155 155 775 49,87 Vargem Grande
3.164 316 316 316 316 316 1.580 49,94
TERRITORIO 17.870 1788 1788 1788 1788 1788 8.940 50,03
Metas de implantação de fruticultura nos quintais
MUNICPIOS LAVOURA PERMANENTE
Ha/ANO PARA O INCREMENTO DA FRUTICULTURA
TOTAL
N° ESTAB
AREA (ha)
2011 2012 2013 2014 2015 ESTAB AREA
Anajatuba 70 373 19 19 18 18 19 17 93 Cantanhede 44 335 6 6 7 7 7 4 33 Itapecuru Mirim
300 8.547 427 427 427 427 428 75 2.136
Matões do Norte
66 647 9 10 10 10 10 5 49
Miranda do Norte
35 68 1 1 1 2 2 4 7
Nina Rodrigues
162 3.049 60 60 60 61 62 16 303
Pirapemas 217 351 10 10 11 11 12 33 54 Pres. Vargas 10 7 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 4 3 Santa Rita 52 140 2 2 3 3 3 5 13 Vargem Grande
74 731 11 11 11 11 11 6 55
TERRITORIO 1.030 14.248 546 547 549 551 555 169 2.746
81 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Programa 2 – Consolidação de Novas Atividades
Objetivos: Potencializar novas atividades no território
Metas: Ainda no Programa de Melhoramento da criação dos rebanhos existentes (caprino, ovino,
bovino, aves e suínos) e consolidação de novas atividades, foi priorizada a dinamização da
atividade da apicultura no Território. Para esse projeto a meta será a inserção de 800 famílias
nessa atividade, correspondente, em média a 4,48% dos estabelecimentos com produção
animal.
A Dinamização da atividade de apicultura para o Território foi definida para cada município e
encontra-se no quadro abaixo.
Programa 3 – Uso sustentável dos recursos pesqueiros
Objetivos: Garantir o melhoramento do sistema de criação de peixes e incrementar a atividade
da piscicultura no território, com a revitalização dos projetos existentes, dando condições para
que a atividade torne-se economicamente viável.
Meta: Buscar efetivamente, junto aos órgãos competentes, conforme o caso, o incremento de
1.645 famílias na atividade de piscicultura, ocupando uma área de, no período de 05 (cinco) anos.
O Incremento da atividade de piscicultura para o conjunto do Território foi definido para cada
município e encontra-se no quadro a seguir.
Dinamização da atividade da Apicultura
MUNICIPIOS N° ESTAB PROD
ANIMAL
Nº ESTAB/ANO PARA O MELHORAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇAO, SANITARIO E
GENETICO DO REBANHO
TOTAL FAM
% ESTAB
2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 2.217 50 50 50 50 50 250 11,28 Cantanhede 2.669 10 10 10 10 10 50 1,87 Itapecuru Mirim 3.530 20 20 20 20 20 100 2,83 Matões do Norte 1.083 20 20 20 20 20 100 9,23 Miranda do Norte
362 10 10 10 10 10 50 13,81
Nina Rodrigues 740 10 10 10 10 10 50 6,76 Pirapemas 1.395 10 10 10 10 10 50 3,58 Pres. Vargas 1.156 10 10 10 10 10 50 4,33 Santa Rita 1.554 10 10 10 10 10 50 3,22 Vargem Grande 3.164 10 10 10 10 10 50 1,58 TERRITORIO 17.870 160 160 160 160 160 800 4,48
82 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Comunidade São Bento - Assentamento Mato Grosso - Itapecuru Mirim
Eixo 3 : Extrativismo
Programa 1 - Aproveitamento das frutas nativas e Aproveitamento integral do babaçu.
Objetivos: Gerar trabalho e renda às mulheres e jovens rurais através da agregação de valor aos
produtos existentes, bem como buscar a diversificação dos subprodutos originários do babaçu.
Metas: O Incremento da atividade de Agroindustrialização de frutas e do babaçu para o conjunto do
Território foi definido para cada município e encontra-se no quadro a seguir.
No que se refere à industrialização e comercialização de frutas nativas e regionais, a meta para o
conjunto do Território foi de implantar 19 Unidades de Beneficiamento em 05 anos.
Para o beneficiamento do babaçu, a meta proposta para o conjunto do Território foi de 16 Unidades
de Beneficiamento.
83 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Pequi
MUNICIPIOS N° ESTAB
PROD
ANIMAL
Nº ESTAB/ANO PARA O MELHORAMENTO DO SISTEMA DE CRIAÇAO, SANITARIO E
GENETICO DO REBANHO
TOTAL FAM
2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 25 10 20 30 40 50 150
Cantanhede 43 15 15 15 15 15 75
Itapecuru Mirim 230 30 20 20 20 20 110 Matões do Norte 0 0 0 0 0 0 0
Miranda do
Norte
0 0 0 0 0 0 0
Nina Rodrigues 75 50 50 50 50 50 250 Pirapemas 8 40 10 10 10 10 80
Pres. Vargas 32 20 25 30 50 50 175
Santa Rita 60 25 25 25 25 25 125
Vargem Grande 170 200 120 120 120 120 680 TERRITORIO 643 390 285 300 330 340 1645
Dinamização da atividade da Piscicultura
Côco Babaçu
Eixo 4: Infra Estrutura de Apoio à Produção
Programa 1 – Melhoria e ampliação de Infra-estrutura para produção e comercialização
Objetivos: Facilitar o fluxo de pessoas e mercadorias, proporcionando uma melhora na
qualidade de vida dos agricultores familiares, com a disponibilização de estradas vicinais e
energia elétrica para garantir as atividades produtivas.
Metas: A construção de 955 Km de estradas vicinais (Construção, Melhoramento e/ou
Ampliação) em 05 anos.
Metas de Implantação de Agroindústrias Beneficiamento do Coco babaçu
MUNICIPIOS UNIDADE BENEF BABAÇU
Nº UNIDADES BENEFICIAMENTO DE BABAÇU/ANO
TOTAL
UNID
2011
2012
2013
2014
2015
Anajatuba
Cantanhede
1
1
1
2
Itapecuru Mirim
2
1
1
2
Matões do Norte
1
1
1
Miranda do Norte
1
1
Nina Rodrigues
1
1
Pirapemas
1
1
1
1
3
Pres. Vargas
1
1
1
Santa Rita
1
1
2
Vargem Grande
1
1
1
3
TERRITORIO
6
3
2
6
0
5
16
84 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MUNICIPIOS UNIDADE BENEF FRUTAS
Nº UNIDADES BENEFICIAMENTO DE FRUTAS/ANO
TOTAL
UNID
2011
2012
2013
2014
2015
Anajatuba
1
1
1
Cantanhede
1
1
2
Itapecuru Mirim
1
1
1
2
Matões do Norte
1
1
2
Miranda do Norte
1
1
Nina Rodrigues
1
1
Pirapemas
1
1
1
3
Pres. Vargas
1
1
2
Santa Rita
1
1
1
3
Vargem Grande
1
1
2
TERRITORIO
2
4
4
5
2
4
19
Metas de Industrialização e Comercialização de Frutas Nativas e Regionais
Para eletrificação rural, a demanda está contemplada no Programa Luz para todos.
: Foi repassado para a plenária a preocupação com demandas que atendam à construção
de abatedouros. E surgiram, então, várias modalidades como, filetagem de peixe e frangos e ficou
definido que as unidades de abatedouros serão de pequeno e médio porte.
No que se refere a Abatedouros, a meta para o Conjunto do Território foi de 25 unidades em
05 anos, conforme quadro abaixo:
icultura, sendo que as outras atividades como hortaliças, fruticultura e
agroindústrias são utilizados a oferta de água para consumo humano. Assim sendo, fica para os
projetos de piscicultura apontar a oferta de água, enquanto as demais atividades serão atendidas
com a oferta existente nas respectivas áreas de produção.
Cabe destacar que o território apresenta uma situação de lençol freático com alto teor de
salinização no qual esta inserido a maior parte dos municípios e em função disso, apresentamos
neste plano alternativas para o sistema de produção e consumo.
NOTA 1
NOTA 2: A demanda existente para o consumo produtivo de água se diferencia apenas na
atividade de pisc
85 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MUNICIPIOS UNIDADES DE ABATEDOUROS/ANO TOTAL
UND 2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba 01 01
Cantanhede 01 01 02
Itapecuru Mirim 01 01 02
Matões do Norte 01 01 01 03
Miranda do Norte 01 01 02
Nina Rodrigues 01 01 02
Pirapemas 01 01 01 01 04
Pres. Vargas 01 01 02
Santa Rita 01 01 01 01 01 05
Vargem Grande 01 01 02
TERRITORIO 06 06 02 07 04 25
Metas de Construção de Abatedouros Municipais
MUNICIPIOS Km EXIST
Km DE ESTRADAS/ANO TOTAL KM
% UNID 2011 2012 2013 2014 2015
Anajatuba 207 10 10 5 10 15 50 24,15 Cantanhede 180 40 20 20 10 10 100 55,56
Itapecuru Mirim 500 40 40 40 40 40 200 40,00 Matões do Norte 0
Miranda do Norte 150 15 10 5 30 20,00
Nina Rodrigues 300 20 10 20 20 10 80 26,67
Pirapemas 0
Pres. Vargas 110 10 10 10 15 5 50 45,45
Santa Rita 300 25 10 15 20 25 95 31,67
Vargem Grande 200 100 100 50 50 50 350 175,00
TERRITORIO 1947 245 215 170 170 155 955 49,05
Metas de Construção de Estradas
Assim sendo, deixou-se de apresentar metas por município/ano, pelo fato de que o prioritário é a
construção de barragens, canais, cisternas para coleta de águas pluviais, tanques, açudes, sendo
priorizado ações de tratamento d'água para o consumo humano. As propostas aqui apresentadas
deverão ser objeto de estudo especifico por município, lembrando da oferta maior que é o Rio
Itapecuru, além de apontar a necessidade de inclusão do território no Programa Água Doce.
Eixo 5: Comercialização
Programa 1 - Fortalecimento da comercialização dos produtos da agricultura familiar.
Objetivos: Fortalecer o processo de comercialização dos agricultores familiares, gerando maior
renda para as famílias e garantir a comercialização dos produtos oriundos do Território
Metas: Como meta para esse Programa foi mantido o projeto de Implantação de Feiras Livres,
sendo uma feira por município a cada ano durante 05 anos e acrescentando as bases de serviços.
Eixo 6: Turismo
Programa 1 – Fortalecimento das atividades turísticas
Objetivos: Fortalecer e fomentar a atividade turística no território na perspectiva de geração de
trabalho e renda.
Metas: Sensibilizar o Poder Público de cada município para Implantação do Sistema de Turismo,
inclusão de todos os municípios nos Programas Governamentais de Turismo e inclusão da
atividade no Plano de Governo no 1° ano de execução do Plano em todos os municípios.
Dimensão Ambiental
Eixo 1: Recursos Naturais
Programa 1 - Recuperação e preservação dos ecossistemas
Objetivos: Viabilizar infraestrutura para melhoria da qualidade do meio ambiente.
Metas:
a) Implantação de 03 Aterros Sanitários Pólos ao final dos 05 anos. Ficando ainda definido:
Pólo 01 (Pirapemas, Cantanhede, Matões do Norte e Miranda do Norte); Pólo 02 (Itapecuru
Mirim, Anajatuba e Santa Rita) e Pólo 03 (Nina Rodrigues, Presidente Vargas, Vargem
Grande);
b) Implantação da Coleta seletiva de lixo em cada município ao final de 05 anos;
c) Implantação de Usinas de Compostagem que deverão atender aos pólos já definidos acima
ao final de 05 anos;
d) Implantação de Usinas de Reciclagem em cada município ao final de 05 anos.
86 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Dimensão Social
Eixo 1 : Saúde
Programa 1 – Saneamento Básico
Objetivos:
- Viabilizar infraestrutura de rede coletora de esgoto com tratamento e fossas sépticas para as
famílias, contribuindo na redução de doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico;
- Melhorar as condições de saúde da população com ações preventivas, visando uma melhor
qualidade de vida;
- Realização de campanhas educativas de prevenção de doenças e hábitos adequados de higiene
e alimentação;
- Garantir uma maior eficiência, eficácia e efetividade dos programas de saúde, com ampliação do
número de pessoas atendidas e tipos de programas no território.
Metas :
Meta 1: 50% dos domicílios atendidos com rede de distribuição de água ao final de 05 anos. A
meta corresponde a 12.495 domicílios. O demonstrativo da meta por município e ano encontra-se
no quadro abaixo.
Metas para Domicílios com rede de distribuição de água
MUNICIPIOS Domicilios não
Atendidos
Domicílios a serem atendidos/ANO TOTAL
Domicilios 2011 2012 2013 2014 2015
Anajatuba 3.701 370 370 370 370 370 1.851
Cantanhede 1.882 188 188 188 188 188 941
Itapecuru Mirim 4.447 445 445 445 445 445 2.223
Matões do Norte 1.195 120 120 120 120 120 598
Miranda do Norte 1.387 139 139 139 139 139 694
Nina Rodrigues 1.039 104 104 104 104 104 519
Pirapemas 1.662 166 166 166 166 166 831
Pres. Vargas 1.462 146 146 146 146 146 731
Santa Rita
2.980
298
298
298
298
298
1.490
Vargem Grande
5.236
524
524
524
524
524
2.618
TERRITORIO
24.991
2.499
2.499
2.499
2.499
2.499
12.495
87 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Vista parcial do PA Assentamento Olho D’Água \Guaribas - Itapecuru Mirim
Meta 2: Implantação de infra-estrutura de Saneamento (redes de esgoto), atingindo 50% dos
domicílios em 05 anos. A meta corresponde a 21.862 domicílios.
Metas para Domicílios com rede de esgoto
Programa 2 – Fortalecimento da Saúde Preventiva
Objetivos: Garantir uma maior eficiência e efetividade dos programas de saúde, com
ampliação do número de pessoas atendidas e tipos de programas no território.
Metas :
Meta 1: Ampliação das ações do NMES em cada município proporcionais as equipes do PSF.
Meta 2: Implantação do Programa Saúde do Homem em cada município.
Meta 3: Implantação em cada município do SISMAMA.
Meta 4:Implantação do Programa Anti-Fumo em cada município.
Meta 5:- Implantação do Programa Saúde na Escola em cada município.
Programa 3 – Efetividade dos Serviços de Saúde Curativa.
Objetivos: Proporcionar à população do território acesso ao atendimento médico-hospitalar de
qualidade através da implantação de um hospital de referência regional.
Metas :
Meta 1: Melhoria/ampliação da infra-estrutura e serviços de atendimento hospitalar em cada
município e/ou Regionais.
Meta 2: Melhoramento/adequação de Hospitais Pólos e Regionais existentes (Nina Rodrigues,
Itapecuru, Matões do Norte e Santa Rita)
Meta 3: Cobrar dos Prefeitos de todo o Território a formalização de convênios para garantir a
implementação das Ações de Saúde e demais Programas.
Meta 4: Implantação dos CAPS em todos os municípios de acordo com as normas existentes.
MUNICIPIOS Domicílios
não Atendidos
Domicílios a serem atendidos/ANO TOTAL
Domicilios 2011 2012 2013 2014 2015
Anajatuba 5.112 511 511 511 511 511 2.556
Cantanhede 3.703 370 370 370 370 370 1.851
Itapecuru Mirim 9.478 948 948 948 948 948 4.739
Matões do Norte 1.608 161 161 161 161 161 804
Miranda do Norte 3.603 360 360 360 360 360 1.802
Nina Rodrigues 1.647 165 165 165 165 165 824
Pirapemas 3.380 338 338 338 338 338 1.690
Pres. Vargas 2.137 214 214 214 214 214 1.068
Santa Rita 5.531 553 553 553 553 553 2.765
Vargem Grande 7.526 753 753 753 753 753 3.763
TERRITORIO 43.724 4.372 4.372 4.372 4.372 4.372 21.862
88 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Eixo 2 : Educação
Programa 1 – Melhoria da Educação básica (Infantil, Fundamental e Médio)
Objetivos: Garantir o acesso a Educação Básica para a população rural do território Vale do
Itapecuru e proporcionar aos jovens e adultos formação profissional que os insiram no mercado
de trabalho e contribuam para o desenvolvimento da sociedade local.
Metas :
Meta 1: Implantação de Escolas Municipais Nível Infantil (Pré-Escolas e Creches) nas áreas
rurais de todos os municípios do território que venha atender a 100% das Comunidades Rurais,
no total de 1.186 ao final de 5 anos. O número de Comunidades a serem atendidas encontra-se no
quadro abaixo:
Meta 2: Implantação de Escolas Pólos de Ensino Fundamental nas áreas rurais de todos os
municípios do território que venha atender a 100% das Comunidades Rurais, no total de 49
Escolas Pólo ao final de 5 anos.
89 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MUNICIPIOS ESCOLAS PÓLOS NA ZONA RURAL /ANO TOTAL
UND 2011 2012 2013 2014 2015 Anajatuba
00
01
01
01
01
04
Cantanhede
00
01
01
01
01
04
Itapecuru Mirim
01
02
01
01
02
07
Matões do Norte
00
01
01
01
01
04
Miranda do Norte
00
01
01
01
01
04
Nina Rodrigues
00
01
01
01
01
04
Pirapemas
01
01
01
01
01
05 Pres. Vargas
00
01
01
01
01
04
Santa Rita
01
01
01
02
02
07
Vargem Grande
01
01
01
01
02
06
TERRITORIO 04 11 10 11 13 49
Metas Implantação de Escolas Pólos de Ensino Fundamental na Zona Rural
MUNICIPIOS COMUN
IDADES RURAIS
COMUNIDADES A SEREM ATENDIDAS - Pre – escola e creche/ANO
TOTAL COMUN
2011 2012 2013 2014 2015
Anajatuba 98 20 20 20 20 18 98
Cantanhede 60 12 12 12 12 12 60
Itapecuru Mirim 245 49 49 49 49 49 245
Matões do Norte 53 11 11 11 11 9 53
Miranda do Norte 20 4 4 4 4 4 20
Nina Rodrigues 68 14 14 14 14 12 68
Pirapemas 136 27 27 27 27 28 136
Pres. Vargas 50 10 10 10 10 10 50
Santa Rita 156 31 31 31 31 32 156
Vargem Grande 300 60 60 60 60 60 300
TERRITORIO 1186 238 238 238 238 234 1186
Comunidades Rurais a serem atendidas com Escolas Municipais Nível Infantil
Meta 03: Implantação de Escolas Pólos de Ensino Médio nas áreas rurais de todos os municípios do território que venha atender a 100% das comunidades rurais, no total de 49 Escolas Pólo ao final de 05 anos.
Metas Implantação de Ensino Médio nas Escolas com Pedagogia da Alternância
MUNICIPIOS
UNIDADES/ESCOLAS COM PEDAGOGIA DA ALTERNANCIA NO TERRITÓRIO E IMPLANTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO
TOTAL
UND
2011
2012
2013
2014
2015
Anajatuba
01
01
Cantanhede
01
01
Itapecuru Mirim
02
02
Matões do Norte
Miranda do Norte
Nina Rodrigues
Pirapemas
Pres. Vargas
Santa Rita
01
01
Vargem Grande
01
01
TERRITORIO
06
06
90 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
MUNICIPIOS ESCOLAS PÓLOS NA ZONA RURAL/ANO TOTAL
UND 2011 2012 2013 2014 2015
Anajatuba 00 01 01 01 01 04
Cantanhede
00
01
01
01
01
04
Itapecuru Mirim
01
02
01
01
02
07
Matões do Norte
00
01
01
01
01
04
Miranda do Norte
00
01
01
01
01
04
Nina Rodrigues
00
01
01
01
01
04
Pirapemas
01
01
01
01
01
05
Pres. Vargas
00
01
01
01
01
04
Santa Rita
01
01
01
02
02
07
Vargem Grande
01
01
01
01
02
06
TERRITORIO
04
11
10
11
13
49
Metas Implantação de Escolas Pólos de Ensino Médio na Zona Rural
Meta 05: Implantação do Centro de Educação Profissionalizante para o Território ao final de 05
anos.
Meta 06: Ampliação do Ensino baseado na Pedagogia da Alternância e similares no Território ao
final de 05 anos.
Meta 07: Combater 100% do Analfabetismo do Território ao final de 05 anos.
Eixo 3: Assistência Social
Programa 1 – Assistência SocialFoi apresentada e aprovada proposta de inclusão de um novo Programa: Programa de
Assistência Social.Projeto Prioritário: Implementação do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social.
Objetivo: Oportunizar atendimento de pessoas vitimas de violência física, psicológica, sexual,
etc.
Meta: Implementação de 01 (um) CREAS em cada município do território.
Projeto Prioritário: Ampliação dos coletivos do Programa Projovem Adolescente.
Objetivo: Oferecer aos jovens de 15 a 17 anos do território formação para cidadania e para o
trabalho.
Meta: 06 coletivos por município.
Projeto Prioritário: Implementação do CRAS quilombola.
Objetivo: Proporcionar Inclusão Social das Famílias residentes nas Comunidades Quilombolas
na rede de Proteção Social e nas demais políticas públicas.
Meta: Implementação de 01 CRAS quilombola.
Eixo 4: Cultura
Programa 1 – Estruturação da política territorial de cultura.
Objetivos:
Valorizar as culturas locais, respeitando a diversidade de manifestações, inclusive religiosas dos
diferentes grupos sociais existentes no território.
Meta 1: Criação da Lei de Política Municipal de Cultura em cada município.
Meta 2: Criação do Sistema Municipal de Cultura (Secretaria, Fundo e Conselho Municipal) em
cada município.
Meta 3: Criação dos pontos de cultura nos 10 municípios
Meta 4: Criação de espaços públicos para apresentações culturais em cada município
Meta 5: Realização de Seminário Anual de Cultura do Território
Meta 6: Realização de Feira Anual de cultura do território.
91 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Eixo 5: Mulher
Programa 1 – Programa de Proteção à Mulher
Objetivos:
Meta1: Criação de 01 Centro de Referência da Mulher por município
Meta 2: Criação de Lei Municipal de Proteção e Atendimento à Mulher
Meta 3: Realização de 02 eventos anuais de Formação e Capacitação em Direitos da Mulher, por
município.
Meta 4: Criação da Secretaria da Mulher em cada município.
Meta 5: Criação de Delegacias Territoriais da Mulher.
Dimensão Político Institucional
Eixo 1: Institucionalidade Pública
Programa 1 – Aperfeiçoamento do Modelo de Gestão Pública.
Objetivos: Maior agilidade das Ações Administrativas em todas as Prefeituras e o
desenvolvimento dos programas de governo e políticas públicas em cada município de forma
eficiente. Ainda dotar as Secretarias Municipais de condições básicas para realização das
atividades, garantindo uma maior satisfação da população;
Metas: Sensibilizar o Poder Público dos 10 municípios para o desenvolvimento sustentável e
reestruturar as Secretarias Municipais, em especial, agricultura, Meio Ambiente, turismo e cultura.
Eixo 2: Institucionalidades da Sociedade Civil
Programa 1 - Melhoria da Atuação das Organizações Sociais
Objetivos: Buscar o aperfeiçoamento da gestão das organizações da sociedade civil.
Meta: Capacitação continuada para os membros de todos os Conselhos Municipais, em especial
do CMDRS, Conselho Municipal de Meio Ambiente, através e 02 (dois) cursos por ano por
município.
Eixo 3: Gestão Social das Políticas Públicas
Programa 1- Gestão Social para o Desenvolvimento Sustentável
Objetivos: Buscar o aperfeiçoamento da gestão das organizações da sociedade civil.
Metas:
1. Reestruturação de todos os Conselhos Municipais (em especial Agricultura, Meio Ambiente,
Turismo e Cultura).
2. Institucionalização e estruturação do CODETER.
92 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
o final das Oficinas de Planificação, foi realizada a discussão sobre a Gestão do
PTDRS Qualificado. Para tanto, a análise partiu de um resgate do que foi a Aoperacionalização do PTDRS original, as limitações, potencialidades e a forma
de estruturação do CODETER, visando a execução do mesmo. Foi nesse sentido que a
Plenária aprovou ações referentes à Divulgação e Negociação do Plano Qualificado. É o
que será apresentado a seguir:
1. Ações relativas à divulgação:
Promover reuniões junto aos Conselhos Municipais, Câmaras Municipais,
STTR's, Organizações da Sociedade Civil e todas as Secretarias Municipais.
Ainda em relação a divulgação do Plano Qualificado, também aprovaram a
realização de reuniões Territoriais com UFMA, UEMA, EMBRAPA, Agentes
Financeiros e Entidades de Assessoria que atuam no Território. Outra ação
aprovada para divulgação foi a realização de reuniões territoriais com os Órgãos
Públicos Estaduais e Federais.
2. Ações relativas à publicação:
Publicação do PTDRS Qualificado em formato de Cartilhas.
3. Ações relativas a negociações:
Quanto às Ações de Negociação, foi aprovado que o Codeter definirá prioridades
municipais a serem apresentadas e discutidas nas reuniões de negociação, além
da construção de pauta de negociação para cada órgão especifico, tanto a nível
municipal como territorial.
93 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
12. A
Ges
tão
Do
PT
DR
S Q
ual
ific
ado
do
Ter
ritó
rio
Val
e D
o It
apec
uru
/Ma
termo processo tem muitas utilidades - no latim procedere indica a ação de avançar,
ir para frente (pro+cedere)). É uma seqüência de ações que objetivam atingir uma Ometa. É usado para criar, , , algo.
Pois bem, a qualificação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável é parte
de um processo iniciado no ano de 2003 com o governo democrático e popular. E como todo
processo, avança!
A partir desse período, as políticas sociais no Brasil foram retomadas de forma expressiva e
programas como Luz para Todos; Bolsa Família; investimentos na agricultura familiar
(PRONAF) e o Programa de Desenvolvimento Territorial resultaram em melhorias para as
populações, especialmente no meio rural. ECHEVERRI, ao fazer uma análise dessa nova
abordagem territorial rural assim expressa:
“A política de desenvolvimento rural e de apoio à agricultura familiar do
Brasil apresentou uma mudança significativa a partir do ano de 2003,
devido ao seu caráter explicitamente territorial, com adoção de uma
estratégia que implicou na criação de uma estrutura institucional e de um
conjunto de processos de gestão da política pública que marcou um novo
rumo às políticas de desenvolvimento agrário...A ascensão de uma visão
política, que privilegia os direitos e a gestão participativa, se encontrou com
processos sociais de enorme significado e força política para dar como
resultado a elaboração de uma política que significa um passo importante
na construção de novos caminhos de institucionalidade pública.”
(ECHEVERRI, p.82, 2010).
A experiência do desenvolvimento territorial rural trouxe consigo a possibilidade de re-
planejar, re-avaliar e re-construir sonhos futuros e se constituiu num ir para frente na
construção do desenvolvimento que se pretende sustentável, participativo. E nesse
caminhar o PTDRS é um instrumento valioso a ser explorado. Contudo, um processo é
sempre algo inacabado, principalmente, quando tratamos de um processo social, em que um
conjunto de variáveis está em jogo – poder, política, organização, grupos políticos, capital
econômico, capital social, enfim. E no caso do PTDRS, sem dúvida está incompleto, pois é
projetar transformar produzir
12. B
reve
s co
nsi
der
açõe
s 94 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
95
impossível apreendermos tamanha complexidade de uma realidade social e histórica de uma só
empreitada.
Porém, está implícito aqui o avanço dessa política de desenvolvimento territorial que apresenta
alguns elementos importantes desde a sua constituição, apontados por ECHEVERRI (2010)
como, a adoção de um novo enfoque de caráter territorial, integral e multisetorial; a criação de uma
pasta destinada à formulação e execução da política de desenvolvimento territorial, a
Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT; a adoção de diretrizes e critérios da estratégia
territorial; a definição de áreas de resultado como orientadoras da gestão da política; a delimitação
dos territórios, do conceito à ação; a criação dos colegiados territoriais e a gestão social como
elemento fundamental da política, em que se estabelecem as competências dos níveis territoriais,
se destacando aqui o papel dos planos territoriais.
Portanto, esse documento trata do momento presente e é resultado do contexto histórico e atual do
Território, com seus avanços, suas fragilidades, suas descontinuidades e, sobretudo a luta de
atores sociais que acreditam na mudança na transformação social, a exemplo dos integrantes
ativos do Colegiado Territorial.
Finalmente, esperamos que o resultado aqui apresentado siga o seu processo!
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Lazer no Rio Iguará - Nina Rodrigues
ALCÂNTARA, Enner Herenio de. Caracterização da Bacia Hidrográfica do Rio
Itapecuru, Maranhão – Brasil. Caminhos de Geografia. Fev/2004.
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www.imesc.ma.gov.br/docs-
www.imesc.ma.gov.br/docs/Regiaofinal.pdf
96B
ibli
ogra
fia
Ref
eren
cial
PTDRS do Território Vale do Itapecuru
97 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
AN
EX
OS
ANE
XOS
98 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Anos
Município
Especificações
2002
2003
2004
2005
2006
Pib mil
32.328
37.080
42.715
50.905
60.059
População
21.796
22.151
22.504
22.860
23.214
Anajatuba
Pib per capita
1.483,23
1.673,97
1.898,09
2.226,81
2.587,21
Pib mil
23.216
26.465
32.154
39.403
45.684
População
17.689
17.726
17.762
17.798
17.834
Cantanhede
Pib per capita
1.312,45
1.492,98
1.810,28
2.213,90
2.561,60
Pib mil
78.602
92.340
106.081
124.707
150.629
População
50.650
50.821
50.994
51.168
51.338
Itapecuru Mirim
Pib per capita
1.551,87
1.816,96
2.080,27
2.437,21
2.934,07
Pib mil
10.947
13.010
16.189
18.429
23.502
População
7.670
7.763
7.855
7.948
8.040
Matões do Norte
Pib per capita
1.427,28
1.675,84
2.061,04
2.318,70
2.293,11
Pib mil
21.660
23.575
27.149
31.014
37.638
População
16.653
16.862
17.070
17.280
17.487
Miranda do Norte
Pib per capita
1.300,66
1.398,09
1.590,46
1.794,80
2.152,31
Pib mil
12.313
13.520
15.734
18.873
21.930
População
8.516
8.606
8.695
8.785
8.874
Nina Rodrigues
Pib per capita
1.445,86
1.570,95
1.809,55
2.148,37
2.471,28
Pib mil
25.682
29.800
36.583
45.236
57.471
População
14.721
14.563
14.405
14.246
14.088
Pirapemas
Pib per capita
1.744,61
2.046,30
2.539,64
3.175,32
4.079,42
Pib mil
15.469
17.079
20.160
23.363
27.369
População
9.738
9.996
10.252
10.510
10.767
Presidente Vargas
Pib per capita
1.588,54
1.708,60
1.966,49
2.222,89
2.541,96
Pib mil
25.288
32.360
34.926
39.934
62.131
População
23.534
23.907
24.280
24.654
25.026
Santa Rita
Pib per capita
1.074,52
1.353,60
1.438,49
1.619,77
2.482,66
Pib mil
53.471
57.370
68.694
89.461
110.334
População
35.227
35.431
35.636
35.841
36.045
Vargem Grande
Pib per capita
1.517,90
1.619,21
1.927,66
2.496,05
3.060,99
Pib mil
298.976
342.599
400.385
481.325
596.747
População
206.194
207.826
209.453
211.090
212.713 Território
Pib per capita 1.449,97 1.648,49 1.911,57 2.280,19 2.805,41
Pib 15.448.774 18.483.300 21.604.577 25.334.591 28.621.445
População 5.858.618 5.940.079 6.021.504 6.103.327 6.184.538 Maranhão
Pib per capita 2.636,93 3.111,63 3.587,90 4.150,95 4.627,90
Pib mil 1,94 1,85 1,85 1,90 2,08
População 3,52 3,50 3,48 3,46 3,44 Território/ Maranhão
Pib per capita 54,99 52,98 53,28 54,93 60,62
Tabela 01: Pib a preço de mercado corrente, população, PIB per capita. Maranhão e Território Vale do Itapecuru – Período de 2002 a 2006
99 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Nota:
1 - Para o ano de 1996, a área de lavouras temporárias inclui a área de lavouras temporárias em descanso e a área de terras produtivas não utilizadas; 2 - Os dados de área, para as unidades territoriais com menos de 3 (três) estabelecimentos agropecuários, estão desidentificados com o caracter X. 3 - Para o ano de 2006, os dados são preliminares, sujeitos a alterações quando da divulgação definitiva.
Variável X Ano
Número de estabelecimentos
agropecuários (Unidades)
Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares)
Unidade da Federação e
Município
Utilização das terras
1996
2006
1996
2006
Total
368.191
288.698
12.560.692
14.984.830
Lavouras permanentes
43.355
32.756
80.580
513.962
Lavouras temporárias
341.691
173.514
3.798.614
3.563.586
Pastagens
74.947
78.339
5.310.553
6.162.692
Maranhão
Matas e florestas
52.195
67.891
2.875.775
4.641.773
Total
2.543
2.217
20.780
9.181
Lavouras permanentes
343
70
267
373
Lavouras temporárias
2.410
1.639
5.296
1.592
Pastagens
164
90
11.139
6.579
Anajatuba
Matas e florestas
127
14
2.117
536
Total
1.052
2.669
26.453
17.284
Lavouras permanentes
23
44
37
335
Lavouras temporárias
1.050
2.588
13.464
4.153
Pastagens
41
92
5.640
6.943
Cantanhede
Matas e florestas
55
56
6.530
4.801
Total
3.577
3.530
70.943
109.407
Lavouras permanentes
449
300
535
8.547
Lavouras temporárias
3.370
2.649
16.166
78.168
Pastagens
168
188
30.938
14.242
Itapecuru Mirim
Matas e florestas
191
286
21.732
7.589
Total
1.290
1.083
49.180
45.078
Lavouras permanentes
32
66
24
647
Lavouras temporárias
1.273
1.033
10.697
2.505
Pastagens
92
99
21.795
24.844
Matões do Norte
Matas e florestas
96
91
14.950
13.885
Total
245
362
16.867
23.305
Lavouras permanentes
29
35
158
68
Lavouras temporárias
234
307
5.405
2.874
Pastagens
50
95
8.309
14.963
Miranda do Norte
Matas e florestas 35 38 2.728 2.070
Total 906 740 18.662 16.365 Lavouras permanentes 248 162 124 3.049 Lavouras temporárias 890 675 8.570 8.727 Pastagens
21
18
7.788
1.743
Nina Rodrigues
Matas e florestas
13
7
1.952
1.664 Total
2.591
1.395
52.125
24.517
Lavouras permanentes
55
217
193
351
Lavouras temporárias
2.556
1.183
23.730
5.658
Pirapemas
Pastagens
102
241
13.948
8.614
Tabela 02: Número de estabelecimentos e área dos estabelecimentos agropecuários por utilização das terras – Primeiros resultados de 2006 – Território Vale do
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
100 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Nota:
1 - Os dados de Pessoal ocupado, para as unidades territoriais com menos de 3 (três) estabelecimentos agropecuários, estão desidentificados com o caractere X. 2 - A categoria Com laço de parentesco com o produtor inclui os produtores. Desta forma, todo estabelecimento tem pelo menos uma pessoa ocupada nesta condição, que é o próprio produtor. 3 - Para o ano de 2006, os dados são preliminares, sujeitos a alterações quando da divulgação definitiva.
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
Variável X Ano
Número de estabelecimentos agropecuários (Unidades)
Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários (Pessoas)
Estado e Município
Laço de parentesco com o produtor
1996
2006
1996
2006
Total
368.191
288.698
1.331.864
994.144
Com laço de parentesco com o produtor
368.191
288.698
1.061.992
802.362
Maranhão
Sem laço de parentesco com o produtor
44.898
28.259
269.872
191.775
Total
2.543
2.217
6.835
5.322
Com laço de parentesco com o produtor
2.543
2.217
6.224
4.743
Anajatuba
Sem laço de parentesco com o produtor
212
112
611
579
Total
1.052
2.669
4.113
7.741
Com laço de parentesco com o produtor
1.052
2.669
2.623
7.552
Cantanhede
Sem laço de parentesco com o produtor
56
31
1.490
189
Total
3.577
3.530
13.109
11.587
Com laço de parentesco com o produtor
3.577
3.530
9.821
10.062
Itapecuru Mirim
Sem laço de parentesco com o produtor
262
228
3.288
1.525
Total
1.290
1.083
4.076
4.590
Com laço de parentesco com o produtor
1.290
1.083
3.265
2.529
Matões do Norte
Sem laço de parentesco com o produtor
99
193
811
2.061
Total
245
362
956
1.008
Com laço de parentesco com o produtor
245
362
719
961
Miranda do Norte
Sem laço de parentesco com o produtor
46
11
237
47
Total
906
740
3.190
2.249
Com laço de parentesco com o produtor
906
740
2.936
2.216
Nina Rodrigues
Sem laço de parentesco com o produtor
43
10
254
33
Total
2.591
1.395
20.285
4.239
Com laço de parentesco com o produtor
2.591
1.395
7.882
3.133
Pirapemas
Sem laço de parentesco com o produtor
1.058
147
12.403
1.106
Total
1.313
1.156
4.958
4.163
Com laço de parentesco com o produtor
1.313
1.156
4.247
4.129
Presidente Vargas
Sem laço de parentesco com o produtor
246
7
711
34
Tabela 3:Número de Estabelecimentos Agropecuários e Pessoal ocupado por Laço de Parentesco com o produtor – Primeiros Resultados de 2006
Nota:
1 - Os municípios sem informação para pelo menos um produto da lavoura temporária não aparecem nas listas;
2 - A partir do ano de 2001 as quantidades produzidas dos produtos melancia e melão passam a ser expressas em toneladas. Nos anos anteriores eram expressas em mil frutos;
3 - Os produtos girassol e triticale só apresentam informação a partir de 2005. Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
Variável X Ano
Área plantada (Hectares)
Área colhida (Hectares)
Quantidade produzida (Toneladas)
Estado e Município
Lavoura temporária
1995
2008
1995
2008
1995
2008
Arroz (em casca)
783.703
467.405
777.960
467.405
951.579
685.618
Feijão (em grão)
118.023
85.913
115.502
85.913
42.007
38.549
Mandioca
295.169
223.077
289.156
222.522
2.445.730
1.730.141
Maranhão
Milho (em grão)
649.669
353.045
641.409
353.045
361.112
479.728
Arroz (em casca)
1.970
1.428
1.970
1.428
1.103
2.142
Feijão (em grão)
115
255
115
255
46
111
Mandioca
308
2.281
308
2.281
2.464
17.108
Anajatuba
Milho (em grão)
2.100
1.015
2.100
1.015
714
731
Arroz (em casca)
2.800
2.076
2.800
2.076
1.908
2.491
Feijão (em grão)
190
1.373
190
1.373
76
422
Mandioca
269
1.619
269
1.619
2.152
12.142
Cantanhede
Milho (em grão)
2.900
1.595
2.900
1.595
1.450
734
Arroz (em casca)
4.500
4.488
4.500
4.488
3.060
4.937
Feijão (em grão)
1.360
445
1.360
445
544
215
Mandioca
2.960
5.260
2.960
5.260
23.680
47.340
Itapecuru Mirim
Milho (em grão)
3.300
4.132
3.300
4.132
1.650
1.694
Arroz (em casca)
0
2.622
0
2.622
0
4.321
Feijão (em grão)
0
386
0
386
0
95
Mandioca
0
588
0
588
0
2.687
Matões do Norte
Milho (em grão)
0
1.428
0
1.428
0
603
Arroz (em casca)
1.200
556
1.200
556
780
556
Feijão (em grão)
175
253
175 253
70
75
Mandioca
245
186
245 186
1.960
1.045
Miranda do Norte
Milho (em grão)
1.020
266
1.020 266
459
129
Arroz (em casca) 2.500 1.132 2.500 1.132 1.550 792
Feijão (em grão) 350 233 350 233 123 75 Mandioca 2.200 1.410 2.200 1.410 19.206 7.050
Nina Rodrigues
Milho (em grão) 2.300
839
2.300
839
782
336
Arroz (em casca)
1.950
3.962
1.950
3.962
1.267
5.428
Feijão (em grão)
300
883
300
883
120
323
Mandioca
100
2.149
100
2.149
800
16.117
Pirapemas
Milho (em grão)
2.000
2.708
2.000
2.708
900
1.164
Arroz (em casca)
1.500
868
1.500
868
1.020
1.128
Feijão (em grão)
26
66
26
66
10
26
Mandioca
197
2.397
197
2.397
1.576
14.786
Presidente Vargas
Milho (em grão)
1.300
143
1.300
143
585
80
Arroz (em casca)
1.520
455
1.520
455
1.061
639
Feijão (em grão)
80
100
80
100
31
50
Mandioca
2.050
1.696
2.050
1.696
18.481
13.568
Santa Rita
Milho (em grão)
1.220
490
1.220
490
549
612
Arroz (em casca)
6.100
5.571
6.100
5.571
3.782
6.685
Feijão (em grão)
820
410
820
410
305
135
Mandioca
5.500
3.227
5.500
3.227
49.500
20.975
Vargem Grande
Milho (em grão)
5.600
3.566
5.600
3.566
1.960
1.605
Arroz (em casca)
24.040
23.158
24.040
23.158
15.531
29.119
Feijão (em grão)
3.416
4.404
3.416
4.404
1.325
1.527
Mandioca
13.829
20.813
13.829
20.813
119.819
152.818
TERRITÓRIO VALE DO ITAPECURU
Milho (em grão)
21.740
16.182
21.740
16.182
9.049
7.688
Tabela 04: Área plantada, área colhida, quantidade produzida e valor da produção a lavoura temporária
101 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Nota:
1 - Os municípios sem informação para pelo menos um efetivo de rebanho não aparecem nas listas.
2 - Efetivos dos rebanhos em 31/12.
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal
Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)
Ano Estado e Município
Tipo de rebanho
1996
2007
Bovino
3.935.754
6.609.438
Suíno
1.931.173
1.485.351
Caprino
311.230
379.054
Ovino
146.424
226.216
Maranhão
Galinhas
3.225.167
3.080.213
Bovino
26.143
38.924
Suíno
33.701
34.867
Caprino
951
1.356
Ovino
594
420
Anajatuba
Galinhas
21.860
18.960
Bovino
21.252
7.730
Suíno
11.035
8.335
Caprino
1.751
950
Ovino
653
360
Cantanhede
Galinhas
7.833
4.560
Bovino
16.768
21.976
Suíno
16.382
17.280
Caprino
730
1.080
Ovino
812
1.035
Itapecuru Mirim
Galinhas
31.145
21.892
Bovino
0
23.200
Suíno
0
3.664
Caprino
0
1.805
Ovino
0
708
Matões do Norte
Galinhas
0
4.875
Bovino
7.150
14.430
Suíno
2.421
2.714
Caprino
120
225
Ovino
60
115
Miranda do Norte
Galinhas
2.160
2.048
Bovino
1.570
2.220
Suíno
12.812
13.475
Caprino
1.586
2.062
Ovino
504
669
Nina Rodrigues
Galinhas
1.450
1.735
Bovino
9.710
14.368
Suíno
33.898
39.083
Caprino
5.951
7.428
Ovino
815
1.270
Pirapemas
Galinhas
13.529
14.775
Cont. tab. 5 Variável = Efetivo dos rebanhos (Cabeças)
Ano
Unidade da Federação e Município Tipo de rebanho
1996 2007 Bovino
1.094
1.525
Suíno
6.208
6.860
Caprino
117
183
Ovino
410
602
Presidente Vargas - MA
Galinhas
3.526
3.506
Bovino
9.467
17.508
Suíno
2.669
3.630
Caprino
167
279
Ovino
346
353
Santa Rita - MA
Galinhas
11.302
11.100
Bovino
9.880
14.148
Suíno
45.677
44.480
Caprino
9.783
13.484
Ovino
3.017
4.146
Vargem Grande - MA
Galinhas
17.833
16.270
Bovino
103.034
156.029
Suíno
164.803
174.388
Caprino
21.156
28.852
Ovino
7.211
9.678
TERRITÓRIO
Galinhas
110.638
99.721
Tabela 05: Efetivo dos rebanhos por tipo de rebanho – Variável= Efetivo dos rebanhos (cabeças
102 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Nota:
1 - Os dados de Produção animal, para as unidades territoriais com menos de 3 (três) estabelecimentos agropecuários, estão desidentificados com o caracter X.
2 - Para o ano de 2006, os dados são preliminares, sujeitos a alterações quando da divulgação definitiva.
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
Total (Unidades)
1.313
1.156
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
12
2
9
0
Leite de cabra (Mil litros)
0
0
0
0
Presidente Vargas
Ovos de galinha (Mil dúzias)
741
0
9
0
Total (Unidades)
1.383
1.554
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
50
20
294
170
Leite de cabra (Mil litros)
3
1
1
0
Santa Rita
Ovos de galinha (Mil dúzias)
332
58
10
5
Total (Unidades)
3.954
3.164
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
269
19
215
83
Leite de cabra (Mil litros)
3
0
1
0
Vargem Grande
Ovos de galinha (Mil dúzias)
3.582
339
49
11
Total (Unidades)
18.854
17.870
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
976
122
3.034
1.285
Leite de cabra (Mil litros)
190
6
44 0
TERRITÓRIO VALE DO ITAPECURU
Ovos de galinha (Mil dúzias) 12.489 1.842 296 65
Variável X Ano
Número de estabelecimentos
agropecuários (Unidades)
Produção animal
Estado e Município
Tipo de produção animal
1996
2006
1996
2006
Total (Unidades)
368.191
288.698
-
-
Leite de vaca (Mil litros)
43.916
16.429
139.451
133.128
Leite de cabra (Mil litros)
1.254
143
353
46
Maranhão
Ovos de galinha (Mil dúzias)
227.619
55.808
16.011
4.075
Total (Unidades)
2.543
2.217
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
190
6
252
267
Leite de cabra (Mil litros)
17
1
2
0
Anajatuba
Ovos de galinha (Mil dúzias)
1.830
6
75
1
Total (Unidades)
1.052
2.669
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
47
4
155
18
Leite de cabra (Mil litros)
2
0
0
0
Cantanhede
Ovos de galinha (Mil dúzias)
599
220
10
5
Total (Unidades)
3.577
3.530
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
93
29
909
540
Leite de cabra (Mil litros)
2
0
0
0
Itapecuru Mirim
Ovos de galinha (Mil dúzias)
2.398
525
75
32
Total (Unidades)
1.290
1.083
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
72
12
300
42
Leite de cabra (Mil litros)
4
2
2
0
Matões do Norte
Ovos de galinha (Mil dúzias)
650
278
7
5
Total (Unidades)
245
362
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
62
12
677
142
Leite de cabra (Mil litros)
1
0
0
0
Miranda do Norte
Ovos de galinha (Mil dúzias)
241
24
6
1
Total (Unidades)
906
740
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
5
3
38
4
Leite de cabra (Mil litros)
1
1
0
0
Nina Rodrigues
Ovos de galinha (Mil dúzias)
169
246
3
4
Total (Unidades)
2.591
1.395
0
0
Leite de vaca (Mil litros)
176
15
185
19
Leite de cabra (Mil litros)
157
1
38
0
Pirapemas
Ovos de galinha (Mil dúzias)
1.947
146
52
1
Tabela 06: Número de estabelecimentos agropecuários e produção animal por tipo de produção animal – primeiros resultados de 2006
103 PTDRS do Território Vale do Itapecuru
Variável = Quantidade produzida na extração vegetal
Ano
Estado e Município
Tipo de produto extrativo
1996
2007
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
139.138
736.979
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
3.200.226
3.235.064
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
520.071
210.774
8 - Oleaginosos (Toneladas)
115.097
108.905
Maranhão
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
114.730
108.745
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
1.039
963
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
27.000
45
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
40
8 - Oleaginosos (Toneladas)
164
89
Anajatuba - MA
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
88
89
5.2 - Carnauba (Toneladas)
0
0
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
894
604
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
13.000
35
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
0
8 - Oleaginosos (Toneladas)
74
75
Cantanhede
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
74
75
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
860
973
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
32.000
60
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
1.000
25
8 - Oleaginosos (Toneladas)
495
519
Itapecuru Mirim
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
495
519
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
0
647
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
0
12
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
0
8 - Oleaginosos (Toneladas)
0
66
Matões do Norte
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
0
66
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
139
168
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
0
15
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
0
8 - Oleaginosos (Toneladas)
21
29
Miranda do Norte
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
21
29
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
78
78
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
0
20
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
18
8 - Oleaginosos (Toneladas)
1.073
984
Nina Rodrigues
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
1.073
984
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
1.877
2.028
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
0
25
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
10.000
25
8 - Oleaginosos (Toneladas)
1.042
964
Pirapemas
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
1.042
964
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
429
447
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
0
18
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
33
8 - Oleaginosos (Toneladas)
462
468
Presidente Vargas
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
462
468
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
826
763
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
10.000
25
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
0
70
8 - Oleaginosos (Toneladas)
7.065
6.110
Vargem Grande
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
7.065
6.110
7.1 - Carvão vegetal (Toneladas)
6142
6671
7.2 - Lenha (Metros cúbicos)
82000
255
7.3 - Madeira em tora (Metros cúbicos)
11000
211
8 - Oleaginosos (Toneladas)
10396
9304
TERRITÓRIO
8.1 - Babaçu (amêndoa) (Toneladas)
10320
9304
Nota:Os municípios sem informação em menos um produto da extração vegetal não aparecem nas listas.Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura
Tabela 07: Quantidade produzida na extração vegetal por tipo de produto extrativo
104 PTDRS do Território Vale do Itapecuru