plano territorial de desenvolvimento rural...

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL - SDT PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE Marabá Pará - Brasil Dezembro/2010

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL - SDT

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE

Marabá – Pará - Brasil Dezembro/2010

Presidenta do Brasil

Dilma Vana Rousseff Linhares

Ministério do Desenvolvimento Agrário

Afonso Bandeira Florence

Secretaria de Desenvolvimento Territorial

José Humberto Oliveira

Departamento de Ações de Desenvolvimento Territorial

Secretaria de Desenvolvimento Territorial - DETER

Fernanda Costa Corezola

Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Pará

Soraya Almeida Viana

EQUIPE TÉCNICA

Coordenação Geral

Coordenação de Planejamento Territorial Carlos Humberto Osório Castro

Articulador Estadual

Valdir da Cruz Rodrigues

Sociedade de Meio Ambiente, Educação e Cidadania - SOMEC Adm. Joacy Ubiratan Silva de Brito

Adm. José Hermínio Dias Feio

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

3

EQUIPE ENVOLVIDA NA ELABORAÇÃO DO PLANO

Myriam Cyntia Cesar de Oliveira – Consultora (SOMEC/LASAT/NCADR/UFPA)

William Santos de Assis (CODETER/LASAT/NCADR/UFPA)

Luis Mauro Santos Silva (LASAT/NCADR/UFPA)

Ailce Margarida Negreiros Alves (EMATER)

Francinei Bentes Tavares (UFPA)

Daise Silva Ferreira (Bolsista UFPA)

Ana Maria Maffezoli Leite (Assessora Territorial)

Verônica Ferreira Freire (Bolsista UFPA)

Rudá Gallileu Silva Lima (CODETER/ FETAGRI)

Pedro Rodrigues de Souza (CODETER/ SAGRI)

Rafael Luiz Freitas(SOMEC/UFPA)

Evandro Santos (Assessoria Comunicação SOMEC)

Sandra Souza de Souza (Consultora SOMEC/PTC)

Maria Zenaide Marques Pereira (Consultora SOMEC/PTC)

COORDENAÇÃO DO PLANO - NÚCLEO DIRETIVO DO CODETER:

BANCO DO BRASIL, CPT, EMATER, FATA, FECAT, FETAGRI, FETRAF,

IFPA/CRMB, INCRA, MST, SAGRI, UFPA

CAPA - ARTE E MONTAGEM

Nelson Jean Jr.

Rafael Luiz Freitas

Ana Maria Maffezoli Leite

Marabá - Pará - Brasil Dezembro/2010

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

4

PLANO TERRITORIAL DE

DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL SUDESTE PARAENSE

Marabá – PARÁ

Dezembro/2010

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

5

PLANO TERRITORIAL DE

DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL SUDESTE PARAENSE

EQUIPE ENVOLVIDA NA ELABORAÇÃO DO PLANO

Myriam Cyntia Cesar de Oliveira – Consultora (SOMEC/LASAT/NCADR/UFPA)

William Santos de Assis (CODETER/LASAT/NCADR/UFPA)

Luis Mauro Santos Silva (LASAT/NCADR/UFPA)

Ailce Margarida Negreiro Alves (EMATER)

Francinei Bentes Tavares (UFPA)

Daise Silva Ferreira (Bolsista UFPA)

Ana Maria Maffezoli Leite (Assessora Territorial/SOMEC)

Verônica Ferreira Freire (Bolsista UFPA)

Rudá Gallileu Silva Lima (Assessoria FETAGRI)

Pedro Rodrigues de Souza (SAGRI)

Rafael Luiz Freitas

COORDENAÇÃO DO PLANO – NÚCLEO DIRETIVO DO CODETER/SOMEC

BANCO DO BRASIL, CPT, EMATER, FATA, FECAT, FETAGRI, FETRAF,

IFPA/CRMB, INCRA, MST, SAGRI, UFPA

CAPA – ARTE E MONTAGEM

Nelson Jean Jr.

Rafael Freitas

Ana Maria Maffezoli Leite

Marabá – PARÁ

Dezembro/2010

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fotos ilustrativas do processo de qualificação do Diagnóstico Territorial.... 20

Figura 2 – Fotos ilustrativas da qualificação do Plano Territorial nas oficinas municipais.

........................................................................................................................................ 22

Figura 3 – Apresentação e discussão do Plano Territorial na segunda Assembleia

Territorial. ....................................................................................................................... 24

Figura 4 – Localização e composição do Território do Sudeste do Pará entre 2004 e

2008 e após 2008............................................................................................................ 23

Figura 5 – Evolução da criação de projetos de assentamento no Território no período

entre 1987 e 2007. ......................................................................................................... 32

Figura 6 – Distribuição da área do Território: assentamentos e Unidades de

Conservação de âmbito federal e estadual. ................................................................... 33

Figura 7 – Localização dos eixos rodoviários principais, estradas vicinais e principais

linhas de transmissão de energia no Território. ............................................................ 47

Figura 8 – Distribuição de frigoríficos e laticínios existentes no Território e na

mesorregião sudeste paraense. ..................................................................................... 48

Figura 9 – Localização dos laticínios, postos de coleta de leite e queijarias na área do

Território Sudeste. .......................................................................................................... 48

Figura 10 – Localização das cooperativas de beneficiamento e comercialização de

produtos da agricultura familiar. .................................................................................... 49

Figura 11 – As relações estabelecidas entre as agroindústrias polo e as cooperativas

municipais. ...................................................................................................................... 50

Figura 12 – Assentamentos que são os principais fornecedores de produção de frutas

para as cooperativas existentes no Território. ............................................................... 52

Figura 13 – Municípios do Território que possuem feira geral e feira da agricultura

familiar. ........................................................................................................................... 52

Figura 14 – Localização das serrarias no município de Marabá. .................................... 56

Figura 15 – Percentuais de cobertura vegetal no Território em 2010. .......................... 62

Figura 16 – Localização das áreas de concessão de lavra no Território. ....................... 64

Figura 17 – Número de escolas no urbano e no rural nos municípios do Território, em

2009. ............................................................................................................................... 69

Figura 18 – Distribuição dos estabelecimentos de ensino de acordo com os tipos de

administração. ................................................................................................................ 70

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

7

Figura 19 – Distribuição dos estabelecimentos de saúde nos municípios do Território.

........................................................................................................................................ 72

Figura 20 – Assentamentos com serviços de ATER /ATES. ............................................ 78

Figura 21 – Assentamentos que possuem PDA / PRA .................................................... 79

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Evolução da população no Território. ......................................................... 27

Gráfico 2 – Evolução demográfica dos municípios do Território entre 1980 e 2010. ... 28

Gráfico 3 – Evolução do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal no Território. . 30

Gráfico 4 – Evolução do IDH municipal no Território, entre 2000 e 2007. .................... 30

Gráfico 5 – Área desapropriada por ano para o conjunto do Território. ....................... 34

Gráfico 6 – Número de assentamentos criados por ano para o conjunto do Território.

........................................................................................................................................ 34

Gráfico 7 – Percentagem de área desapropriada por município do Território no período

entre 1987 e 2009. ......................................................................................................... 58

Gráfico 8 – PIB per capita por município do Território Sudeste, em 2007. ................... 36

Gráfico 9 – PIB Agropecuário nos municípios do Território. .......................................... 38

Gráfico 10 – Renda per capita mensal média da população dos municípios

componentes do Território. ........................................................................................... 39

Gráfico 11 – Renda per capita mensal proveniente de programas de transferência de

renda do governo federal para os municípios do Território. ......................................... 40

Gráfico 12 – Índice de geração de emprego e renda nos municípios do Território, no

período entre 2000 e 2007. ............................................................................................ 40

Gráfico 13 – Evolução da área de lavouras em estabelecimentos agrícolas nos

municípios do Território. ................................................................................................ 45

Gráfico 14 – Evolução da produção de grãos no Território entre 2003 e 2009. ........... 45

Gráfico 15 – Evolução da produção de frutas trabalhadas pela FECAT entre 2005 e

2009. ............................................................................................................................... 51

Gráfico 16 – Evolução da produção de carvão vegetal no Território entre 2000 e 2008.

........................................................................................................................................ 53

Gráfico 17 – Produção de carvão vegetal, em toneladas, por município do Território,

em 2008. ......................................................................................................................... 54

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

8

Gráfico 18 – Produção de madeira em tora (em m³) por município do Território, em

2008. ............................................................................................................................... 55

Gráfico 19 – Evolução do valor da produção de carvão vegetal e madeira em tora no

Território entre o período de 2000 a 2008. ................................................................... 55

Gráfico 20 – Evolução do número de contratos de PRONAF no Território entre 2000 e

2010. ............................................................................................................................... 57

Gráfico 21 – Evolução do montante de PRONAF aplicado no Território entre 2000 e

2010. ............................................................................................................................... 57

Gráfico 22 – Montante de recursos repassados através do PRONAF A entre 2008 e

2009, por município. ....................................................................................................... 57

Gráfico 24 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 para o conjunto do

Território do sudeste paraense (em % da área total). ................................................... 60

Gráfico 23 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 na área do Território

Sudeste Paraense (em km²). ........................................................................................... 60

Gráfico 25 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 nos municípios do

Território (em km²). ........................................................................................................ 61

Gráfico 26 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 por município do

Território do sudeste paraense (em % da área total). ................................................... 62

Gráfico 27 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em matas e florestas. .. 63

Gráfico 28 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em pastagens............... 63

Gráfico 29 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1970 e 2000

para o sudeste paraense. ............................................................................................... 66

Gráfico 30 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1990 e 2000

para o sudeste paraense. ............................................................................................... 66

Gráfico 31 – Comparativo das médias de precipitação dos anos de 1985 e 2002 com a

média geral do período 1973-2007, para o sudeste paraense. ..................................... 67

Gráfico 32 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território do

Sudeste Paraense ........................................................................................................... 68

Gráfico 33 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território do

Sudeste Paraense, por município do Território. ............................................................ 68

Gráfico 34 – Total de docentes por nível de ensino nos municípios do Território. ....... 71

Gráfico 35 – Número de leitos de internação disponíveis no Território. ...................... 73

Gráfico 36 – Número de leitos de internação disponíveis por município. .................... 73

Gráfico 37 – Número de médicos no Território ............................................................. 77

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

9

Gráfico 38 – Número de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa-Família, por

município. ....................................................................................................................... 80

Gráfico 39 – Volume de recursos direcionados pelo programa Bolsa-Família, por

município. ....................................................................................................................... 80

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Cronograma de realização das Oficinas Municipais ..................................... 22

Tabela 2 – Área, população e densidade demográfica dos municípios do Território, em

2010. ............................................................................................................................... 26

Tabela 3 – População urbana e rural nos municípios do Território, em 2007. .............. 29

Tabela 4 – Composição do PIB do setor industrial para os municípios do Território. ... 37

Tabela 5 – Composição do PIB do setor de serviços para os municípios do Território. 37

Tabela 6 – Produção animal no Território: produção pecuária nos municípios do

Território em 2010 (Quantidade de cabeças) ................................................................ 42

Tabela 7 – Produção de leite nos municípios do Território (em litros) ......................... 43

Tabela 8 – Produção agrícola do Território: produção agrícola por município, em 2009

(em Toneladas) ............................................................................................................... 44

Tabela 9 – Dados sobre os Conselhos Municipais no Território Sudeste do Pará, em

2010. ............................................................................................................................... 87

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Cooperativas por ordem de importância de acordo com o tipo de produção

de fruta ........................................................................................................................... 51

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

10

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ADEPARÁ – Agência de Defesa Agropecuária do Pará

ALPA – Siderúrgicos Aços Laminados do Pará

AMAT – Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins

ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural

ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental às áreas de Reforma Agrária

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CODETER – Colegiado de Desenvolvimento Territorial

CMDRS – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável

COOCAT - Cooperativa Camponesa do Araguaia-Tocantins

COOMAFEC - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Eldorado dos Carajás

COOMAFI - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Itupiranga

COOMASDA - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de São Domingos do Araguaia

COOMASJA - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de São João do Araguaia

COOMFAMA - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Marabá

COOMIPAC - Cooperativa Mista da Agricultura e Produção Familiar de Curionópolis

COOPER – Cooperativa Mista dos Produtores Rurais da Região de Carajás

COPSERVIÇOS – Cooperativa de Prestação de Serviços

CORRENTÃO - Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas de Nova Ipixuna

CVRD – Companhia Vale do Rio Doce

DATASUS – Banco de Dados do Sistema Único de Saúde

EJA – Programa de Educação de Jovens e Adultos

EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

FECAT – Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar do Sul do Pará

FETAGRI – Federação dos Trabalhadores na Agricultura

FETRAF – Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar

FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IDESP – Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

11

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IFPA/ CRMB – Instituto Federal do Pará (IFPA) / Campus Rural de Marabá.

INCRA SR-27– Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária / Superintendência

Regional 27

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

INPE – Instituto Nacional de Pesquisa Espacial

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LASAT – Laboratório Sócio-Agronômico do Tocantins

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

MIQCB – Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

PA – Projeto de Assentamento

PAA – Programa de Aquisição de Alimentos

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PDA – Plano de Desenvolvimento do Assentamento

PGC – Programa Grande Carajás

PIB – Produto Interno Bruto

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNRA – Programa de Nacional de Reforma Agrária

PRA – Plano de Recuperação do Assentamento

PROCERA – Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária

PRODES – Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável

SAF – Sistema Agro florestal

SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEMED – Secretaria Municipal de Educação

SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática

SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar

SIT – Sistema de Informações Territoriais

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

12

STTR – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

UFPA – Universidade Federal do Pará

UHT – Usina Hidrelétrica de Tucuruí

VALE – Vale S/A

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

13

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 15

PARTE I – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO

DO PTDRS DO SUDESTE PARAENSE .................................................................................. 16

I. DA PREPARAÇÃO DA AMBIÊNCIA DE PLANEJAMENTO ...................................... 17

PROCESSO DE SENSIBILIZAÇÃO DOS ATORES DO TERRITÓRIO ......................... 17

II. DA QUALIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO TERRITORIAL ......................................... 18

LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS ............................................................... 18

VERIFICAÇÃO E CONFRONTAÇÃO DOS DADOS SECUNDÁRIOS ........................... 18

III. DA QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL ....................................................... 20

REALIZAÇÃO DAS OFICINAS MUNICIPAIS ................................................................... 21

DISCUSSÃO E VALIDAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL ............................................. 23

PARTE II – DIAGNÓSTICO TERRITORIAL: AS ESPECIFICIDADES DO TERRITÓRIO

SUDESTE PARAENSE ............................................................................................................. 24

CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO SUDESTE PARAENSE

23

1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E DE ÁREA ............................................................... 23

2. ASPECTOS FUNDIÁRIOS ............................................................................................. 31

CAPÍTULO II – O TERRITÓRIO SUDESTE PARAENSE A PARTIR DAS DIMENSÕES

DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................................................................... 34

1. A DIMENSÃO ECONÔMICA DO TERRITÓRIO SUDESTE ................................... 34

2. A DIMENSÃO AMBIENTAL DO TERRITÓRIO SUDESTE .................................... 59

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

14

3. A DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL DO TERRITÓRIO

SUDESTE..................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

4. A DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL DO TERRITÓRIO SUDESTE ....... 80

PARTE III – O PLANO TERRITORIAL DO SUDESTE PARAENSE .................................. 89

1. VISÃO DE FUTURO NO TERRITÓRIO SUDESTE ................................................... 87

2. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ..................................................................................... 91

3. DIRETRIZES PRINCIPAIS ............................................................................................ 93

4. EIXOS DE DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO SUDESTE .......................... 96

5. PROJETOS ESTRATÉGICOS E DIRETRIZES DE AÇÃO DO PLANO

TERRITORIAL ...................................................................................................................... 104

6. MECANISMOS DE CONTROLE E GESTÃO ........................................................... 128

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 131

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

APRESENTAÇÃO Este documento tem por objetivo apresentar o Plano Territorial de

Desenvolvimento Rural Sustentável do Território Sudeste Paraense. A ação faz parte da

articulação institucional dos membros do colegiado do Território Sudeste Paraense e é

uma das atividades previstas no contrato de repasse nº 0313686-

06/2009/MDA/CEF/SOMEC.

É preciso fazer duas considerações relevantes a respeito das dificuldades

enfrentadas para a elaboração deste documento. A primeira diz respeito ao tempo que se

teve para a realização das etapas de envolvimento dos atores do Território no processo e

de qualificação do diagnóstico territorial, visto a dimensão territorial, o processo de

articulação institucional, logística para organização das plenárias, porém o tempo foi

menor do que previsto no Guia com Orientações Gerais para Elaboração e

Qualificação do PDTRS (2010), o que exigiu certas adequações metodológicas e

envolvimento de uma equipe maior de maneira a que se pudessem cumprir com

qualidade e presteza os objetivos estabelecidos.

A segunda consideração a fazer diz respeito ao fato de que, no caso desse

Território, não se trata meramente de uma atualização de dados para qualificação do

Plano, como se pode pensar dado que esse Território Sudeste já estava instituído. Aos

sete municípios que já faziam parte do Território e serviram de base para o último

plano, se somaram mais sete novos. Trata-se, portanto, por um lado, da atualização das

informações dos municípios já incluídos na primeira constituição do Território e, por

outro, da elaboração do diagnóstico dos demais municípios incluídos recentemente, o

que nos exigiu um pesado trabalho de levantamento e sistematização de dados.

O documento está divido em três partes. Na parte I, de procedimentos

metodológicos, estão relatados o percurso e as etapas que foram seguidas para o

processo de sensibilização dos atores do Território para sua participação, para a

qualificação do Diagnóstico e para a qualificação do Plano Territorial. A parte II

apresenta o Diagnóstico Territorial a partir das diferentes dimensões (econômica,

ambiental, socioeconômica educacional e político-institucional) tratadas considerando-

se o desenvolvimento sustentável. Por fim, a parte III engloba todos os aspectos

relacionados ao Plano Territorial.

PARTE I – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: o processo de qualificação do PTDRS do

Sudeste Paraense

Mediante às particularidades que envolveram o processo de qualificação do

PTDRS do sudeste paraense foram realizadas algumas adaptações metodológicas tanto

para a atualização do Diagnóstico Territorial – sendo que para a metade dos municípios

o processo se constituiu na elaboração do diagnóstico, uma vez que foram integrados

recentemente no Território –, quanto para a construção do novo Plano, com o objetivo

de garantir uma participação a mais ampliada possível dos atores do Território.

I. Da preparação da ambiência de planejamento

Processo de sensibilização dos atores do Território A preparação da ambiência de planejamento ou o que se chamou de processo de

sensibilização dos atores do Território teve início muito antes da preparação da primeira

Assembléia do Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Sudeste Paraense.

A primeira atividade neste sentido consistiu na participação do Núcleo Diretivo

e da assessora territorial em seminário em Belém para o nivelamento acerca da

qualificação dos PTDRS. Em seguida, o Núcleo Diretivo realizou várias reuniões de

trabalho para definição das estratégias e organização do trabalho, tendo sido criadas

comissões com diferentes atribuições: comissão de infra-estrutura, encarregada pela

organização da logística necessária para a realização das atividades do processo de

qualificação do PTDRS; comissão de mobilização, responsável pela articulação com os

atores locais para sua participação neste processo; e comissão de metodologia e

sistematização, responsável pela definição das estratégias metodológicas e

sistematização e organização dos dados coletados em fontes secundárias ou nas

Assembléias territoriais e Oficinas municipais.

Nesta preparação as instituições do Núcleo Diretivo mais diretamente envolvidas

foram: Universidade Federal do Pará (UFPA), Federação dos Trabalhadores na

Agricultura (FETAGRI) – regional sudeste, Federação dos Trabalhadores na

Agricultura Familiar (FETRAF), Movimento dos Sem Terra (MST), Fundação Agrária

do Tocantins-Araguaia (FATA), Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar do

Sul do Pará (FECAT), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER),

Comissão Pastoral da Terra (CPT), Instituto Federal do Pará (IFPA) – Campus de

Marabá.

A mobilização dos atores do Território para participação da Assembléia

Territorial foi feita a partir de ofícios de convocação para o evento contendo uma

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

18

explicação sintética sobre o PTDRS. Estes convites foram enviados via Correios, por e-

mail e reforçados por telefone. Também foram realizadas visitas de membros da

comissão de mobilização do Núcleo Diretivo aos municípios e, nessa oportunidade,

feitos convites personalizados para os membros da Plenária Territorial.

Para a realização dessa primeira Assembléia do Colegiado de Desenvolvimento

Territorial do Sudeste Paraense onde foi apresentado o diagnóstico preliminar foram

efetuadas quatro reuniões do Núcleo Diretivo para discussão e definição da metodologia

que seria adotada, principalmente, nos trabalhos de grupos.

II. Da qualificação do Diagnóstico Territorial

Levantamento de dados secundários

Verificação e confrontação dos dados secundários

Levantamento de dados secundários O levantamento de dados secundários teve início em meados de setembro de

2010. A Equipe Técnica efetuou pesquisas em várias fontes para obtenção de

informações e dados referentes às diferentes dimensões de sustentabilidade que serão

trabalhadas no Plano, quais sejam: ambiental, sociocultural e educacional,

socioeconômica e político-institucional. Entre as fontes pesquisadas estão: base de

dados de instituições públicas como IBGE, MDA, MMA, SDT, DATASUS, IDESP,

IPEA, INPE, BNDES, BC (Banco Central), ANA (Agência Nacional de Águas), INEP;

e trabalhos e bancos de dados de organizações como CPT, SEBRAE, Extensão

Amazônia e INCRA.

Verificação e confrontação dos dados secundários A partir da coleta foi efetuada uma organização dos dados e informações de

forma que se pudesse fazer uma caracterização preliminar do Território, partindo das

diferentes dimensões propostas. Tal caracterização serviria de base para discussão com

os atores territoriais, com o objetivo de se fazer a verificação e confrontação desses

dados secundários com a realidade.

Dois momentos foram cruciais para a realização da verificação e confrontação

com a realidade: na Assembléia Territorial e nas oficinas municipais. Na primeira

Assembléia Territorial foi possível fazer uma verificação inicial da justeza dos dados

ou, pelo menos, das tendências depreendidas desses dados (para os casos de indicadores

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

19

cujos dados ainda estavam desatualizados no momento da sua realização1). Nas oficinas

municipais os dados municipais eram novamente confrontados com os atores locais de

maneira a ser verificada sua pertinência.

A primeira Assembléia Territorial do Sudeste Paraense foi realizada nos dias 27

e 28 de setembro de 2010 e contou, em média, com 55 participantes por dia.

Compareceram representantes de 10 municípios que compõem o Território, com

número variado de participantes por município, sendo homens em sua maioria. Em

termos institucionais, a Assembléia contou com 18 instituições e organizações (entre

governamentais e não governamentais) que atuam no Território.

A Assembléia foi organizada em dois momentos. O primeiro momento foi

destinado à apresentação do diagnóstico preliminar e o segundo consistiu na realização

de trabalhos de grupo. Os trabalhos de grupo foram organizados tendo em vista as

quatro dimensões do desenvolvimento sustentável consideradas na perspectiva

territorial, quais sejam: dimensão ambiental, socioeconômica, sociocultural educacional

e político-institucional. Cada grupo por dimensão tinha por objetivo estimular a

discussão sobre os dados apresentados no diagnóstico preliminar.

Para a constituição dos grupos de trabalho procurou-se garantir uma distribuição

onde, na medida do possível, os municípios pudessem estar representados. Cada grupo

possuía um animador e um relator para conduzir e registrar as discussões. Após o

trabalho de grupo, as discussões produzidas foram socializadas na plenária geral e

debatidas conjuntamente com os participantes dos demais grupos. Essa Assembléia,

além do debate sobre o diagnóstico preliminar, também serviu para definir a agenda

para a realização das oficinas municipais.

Nos municípios, a realização dessa verificação e confrontação dos dados do

diagnóstico municipal foi efetuada na primeira parte da oficina quando eram

apresentados, discutidos e ajustados junto aos atores locais presentes (Figura 1).

1 Nessa etapa de levantamento de dados secundários a maior dificuldade inicial foi à impossibilidade de

coletar dados mais atualizados sobre alguns indicadores. Ou os bancos de dados não dispunham de

informações mais recentes por falta de atualização por parte da própria instituição, ou não estavam

disponíveis na época em função do período de campanha eleitoral. Sendo assim, no início foi necessário

construir uma caracterização preliminar da situação do Território partindo-se de dados defasados,

procurando-se nestes casos fazer a análise a partir das tendências que as informações apontavam.

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

20

Figura 1 – Fotos ilustrativas do processo de qualificação do Diagnóstico Territorial.

a) Discussão do diagnóstico na primeira Assembléia Territorial; b) Trabalho de grupo

para discussão e confrontação dos dados do diagnóstico na primeira Assembléia

Territorial; c) Apresentação do diagnóstico municipal para confrontação dos dados na

oficina municipal de Bom Jesus; d) Apresentação do diagnóstico na oficina municipal

de Nova Ipixuna.

Fotos: JEAN Jr. (2010); MAFFEZOLI (2010).

III. Da qualificação do Plano Territorial

Realização das oficinas municipais

Validação do Plano Territorial

a) b)

c) d)

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

21

Realização das oficinas municipais A particularidade de o Território Sudeste Paraense ter sido alterado em 2008,

acrescentando mais sete municípios em sua composição, criou a necessidade de

estabelecer nestes municípios uma discussão de base sobre o Território e de investir

mais na discussão sobre a situação e os dados locais referentes ao Diagnóstico. Esse

fato, somado ao desejo de fazer com que o processo de qualificação do Plano Territorial

fosse o mais participativo possível, deram base para a proposta de realização de oficinas

municipais para discussão do plano, ao invés de fazê-lo em uma única oficina territorial.

Essas oficinas foram organizadas com auxílio de instituições locais e,

principalmente, de uma pessoa de referência presente no município, pessoa esta

escolhida pelos seus pares durante a primeira Assembléia Territorial. A equipe de

condução da oficina era formada por diferentes instituições componentes do Núcleo

Diretivo e, apesar de haver variação por oficina nas pessoas que a constituíam, sempre

havia, no mínimo, cinco pessoas encarregadas de fazê-la acontecer.

Foram realizadas 14 oficinas municipais no período compreendido entre 13 de

outubro e 19 de novembro de 2010 (Tabela 1). Cada oficina de um dia inteiro foi

organizada em duas partes. Na primeira parte era apresentado o diagnóstico municipal

para discussão dos dados secundários com os atores locais para qualificação do

Diagnóstico Territorial. A segunda parte era destinada à qualificação do plano a partir

de trabalhos de grupo e discussão em plenária.

As oficinas seguiram a mesma orientação metodológica da primeira Assembléia

Territorial de formação de grupos por dimensão. Da mesma forma que na Assembléia,

cada grupo possuía um animador e um relator para estimular e registrar as discussões,

respectivamente, e eram formados por representantes de instituições locais definidos ou

de modo aleatório ou conforme a preferência dos participantes por determinada

dimensão. A discussão de cada grupo era conduzida de modo a responder quatro

perguntas orientadoras: 1) Qual o futuro que nós queremos para o município? (2) Quais

as ações e estratégias que devemos desenvolver para atingir esse futuro? (3) Quais os

projetos prioritários? (4) Quais os mecanismos de controle e gestão para

acompanhamento dos projetos prioritários?

As discussões dos trabalhos de grupo eram sistematizadas em cartazes para

socialização na plenária geral, onde eram debatidas por todos participantes da oficina

(Figura 2).

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

22

Tabela 1 – Cronograma de realização das Oficinas Municipais

DATA MUNICÍPIO LOCAL

13 OUT - 4ª feira MARABÁ INCRA

14 OUT - 5ª feira PALESTINA SEMAGRI

15 OUT - 6ª feira BREJO GRANDE CÂMARA

18 OUT - 2ª feira SÃO JOÃO CÂMARA

20 OUT - 4ª feira SÃO DOMINGOS CENTRO TECNOLÓGICO

27 OUT - 4ª feira SÃO GERALDO CÂMARA

04 NOV - 5ª feira CANAÃ AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO

06 NOV - Sábado ITUPIRANGA STTR

08 NOV - 2ª feira CURIONÓPOLIS CÂMARA

11 NOV - 5ª feira PIÇARRA CÂMARA

12 NOV - 6ª feira NOVA IPIXUNA SALÃO PAROQUIAL

16 NOV - 3ª feira BOM JESUS CHÁCARA DISBEL

17 NOV - 4ª feira PARAUAPEBAS CENTRO DE REFERÊNCIA PARA

MULHERES

19 NOV - 6ª feira ELDORADO CÂMARA

Figura 2 – Fotos ilustrativas da qualificação do Plano Territorial nas oficinas

municipais.

a) trabalho de grupo para discussão do plano na oficina de Palestina do Pará; b) trabalho

de grupo para discussão do plano na oficina de Nova Ipixuna; c) trabalho de grupo para

a)

d)

c)

f)e)

b)

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

23

discussão do plano na oficina de Piçarra; d) trabalho de grupo para discussão do plano

na oficina de Bom Jesus; e) apresentação dos resultados dos trabalhos de grupo na

oficina de Nova Canaã; f) apresentação dos resultados dos trabalhos de grupo na oficina

de Nova Ipixuna.

Fotos: JEAN Jr. (2010); MAFFEZOLI (2010).

A realização das oficinas mobilizou mais de 420 pessoas, distribuídas entre os

14 municípios do Território. O número de participantes por municípios era variável,

bem como a composição de cada oficina em termos institucionais. Com relação a este

aspecto, interessante mencionar que, do total de participantes de todas as oficinas, 116

(27%) eram representantes do poder público e 311 (73%) representavam entidades ou

organizações ligadas à sociedade civil. Além disso, também merece destaque a

predominância da participação de instituições/entidades ligadas ao meio rural: das

instituições/entidades presentes nas oficinas, 93% eram vinculadas ao rural e somente

7% ligadas a movimentos urbanos.

Independente dos motivos, se por falta de mobilização dos movimentos urbanos

ou se pelo Plano passado ter se centrado especificamente no rural, o fato é que colocar

em relevo essa maciça participação das representações do rural nas oficinas tem

importância à medida que ajuda a explicar a conotação mais rural que o Plano

Territorial acabou por assumir.

Discussão e validação do Plano Territorial Após a realização das 14 oficinas municipais, as informações foram

sistematizadas pela Equipe Técnica e foi feito um primeiro esboço do Plano Territorial.

Para apresentação desse primeiro esforço de composição do Plano foi realizada uma

nova Assembléia Territorial nos dias 29 e 30 de novembro de 2010, onde foram feitos

os devidos ajustes e validado o Plano.

Para esta segunda Assembléia Territorial também foi feito um trabalho

significativo de mobilização. A mobilização/sensibilização teve início ao final de cada

oficina municipal e foi reforçada, posteriormente, com convites por escrito e por

telefone efetuados junto aos atores do Território. A Assembléia foi organizada de modo

a se fazer uma rápida apresentação do Diagnóstico Territorial, apresentação das

propostas por dimensão sugeridas nas oficinas municipais e discussão e ajustes do Plano

em plenária. Ao final da Assembléia foi realizada ainda uma avaliação das atividades

realizadas para a qualificação do PTDRS, como forma de verificar que tipos de

ensinamentos os participantes tiraram desse processo.

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

24

As contribuições da Assembleia foram incorporadas na sistematização e redação

final do PTDRS.

Figura 3 – Apresentação e discussão do Plano Territorial na segunda Assembléia

Territorial.

Fotos: JEAN Jr. (2010).

PARTE II – Diagnóstico

Territorial: as especificidades do Território Sudeste Paraense

QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL

SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010

25

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

23

CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO

SUDESTE PARAENSE Aspectos demográficos e territoriais

Aspectos fundiários

1. Aspectos demográficos e de área

O Território Sudeste Paraense está localizado na mesorregião de mesmo nome e

apresenta a particularidade de estar inserido em uma das mais importantes áreas de

fronteira agrícola da Amazônia oriental. Criado em 2004, até 2008 o Território Sudeste

era formado pelos municípios de Eldorado dos Carajás, Itupiranga, Marabá, Nova

Ipixuna, Parauapebas, São Domingos e São João do Araguaia. Com o lançamento do

Programa “Territórios da Cidadania”, em 2008, foram acrescidos mais sete municípios:

Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos Carajás, Curionópolis,

Palestina do Pará, Piçarra e São Geraldo do Araguaia (Figura 4).

Figura 4 – Localização e composição do Território do Sudeste do Pará entre 2004 e

2008 e após 2008.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

24

De uma maneira geral, trata-se de uma área em que os processos de ocupação

podem ser considerados relativamente recentes na medida em que foram dinamizados

há menos de 50 anos. Apesar das primeiras incursões dos colonizadores pelo rio

Tocantins datarem ainda do século XVII e de municípios dessa área terem tido

participação relevante na economia extrativista-exportadora amazônica do final do

século XIX até metade do século XX com a exploração das peles de animais, da pesca,

do caucho, do diamante e cristais de rocha e da castanha-do-pará (PETIT, 2003;

VELHO, 1981), foi somente a partir da década de 1970, com as políticas de integração

nacional implementadas pelo governo militar, que a fronteira agrícola do sudeste do

Pará tomou maior projeção nacional e os processos de ocupação se intensificaram

significativamente (De REYNAL, 1999).

As ações levadas a cabo no âmbito das políticas desenvolvimentistas para a

Amazônia, como a abertura de importantes rodovias (Belém-Brasília, Transamazônica,

PA-070 e PA-150), a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT), a

implantação dos programas Grande Carajás (PGC) e de colonização e o estímulo à

entrada do grande capital através da concessão de incentivos fiscais às atividades

agropecuárias, de mineração e de exploração madeireira, provocaram a abertura da

fronteira agrícola e causaram grandes impactos na região. As alterações se deram

fundamentalmente no âmbito demográfico devido aos intensos fluxos migratórios no

sentido nordeste/centro-sul norte que a implementação dessas políticas acabou por

estimular, influenciando para um aumento na diversidade sociocultural das populações

locais. Mas, também essas alterações se deram em termos de transformação da

paisagem e alterações nos ecossistemas devido à consolidação de um padrão de

exploração do meio natural baseado na retirada da floresta para implantação de

pastagens para o gado (De REYNAL, 1999; HÉBETTE, 2004).

A abertura da fronteira agrícola, somada à descoberta do garimpo de Serra

Pelada nos anos 1980 (que acelera a migração espontânea de agricultores para a região),

à entrada de mineradoras, serrarias e siderúrgicas, transforma o sudeste paraense nesta

década de 1980 e na década seguinte no foco de atenção da sociedade nacional e

internacional por abrigar boa parte dos conflitos no campo ocorridos na Amazônia. Essa

notoriedade ainda persiste nos anos 2000. O próprio ambiente de conflitos e as pressões

exercidas pela sociedade civil influenciam para que essa região se constituísse

novamente, a partir de meados da década de 1990, em espaço privilegiado de

implementação das políticas do governo federal (OLIVEIRA, 2009).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

25

Diferentemente do período militar, as políticas e programas implementados pelo

governo federal nesse período atual têm a particularidade de serem principalmente

direcionadas ao apoio da agricultura familiar. Com as políticas de reforma agrária

(criação de assentamentos) e de fortalecimento da agricultura familiar (PRONAF), além

de outras políticas e programas federais, a região começou a receber novos

investimentos públicos destinados, por exemplo, à construção e recuperação de estradas

vicinais, implantação de rede de eletrificação rural, melhoria das condições de moradia,

entre outras. Além disso, recebeu investimentos públicos (federais e estaduais) para

asfaltamento da Transamazônica no trecho a leste de Marabá em direção ao Maranhão e

da PA-153 que atravessa São Domingos do Araguaia (uma das saídas da região para o

estado do Tocantins) e melhorias na PA-150 e na PA-222, com vistas a melhorar o

acesso entre a região e a capital e o restante do país.

Todos esses acontecimentos do passado e os mais recentes fizeram e ainda

fazem deste um espaço social e econômico muito dinâmico. As obras do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal como, por exemplo, os

investimentos em infraestrutura, a conclusão das eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí e a

construção da Hidrelétrica de Marabá, e os investimentos da Vale na implantação da

siderúrgica Aços Laminados do Pará (ALPA) em Marabá e proliferação das suas

atividades mineradoras em municípios como Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado

do Carajás, além de Marabá e Parauapebas, são componentes atuais que têm contribuído

para que esse dinamismo continue sendo uma das principais características deste

Território.

De acordo com dados do IBGE (2010), com a inclusão dos sete novos

integrantes, o Território Sudeste do Pará ampliou os 38.000 km² da sua antiga

abrangência para uma extensão de área de, aproximadamente, 54.469 km², com uma

população estimada em mais de 617 mil habitantes em 2010 (Tabela 2). Observando-se

a área por município verifica-se que somente três deles, Marabá, Parauapebas e

Itupiranga, detêm mais de 55% da superfície total do Território e que cada um dos

demais municípios contribui com percentuais de área não superiores a 6,5% da área do

Território.

Da mesma forma, em termos demográficos, as estimativas do IBGE para o ano

de 2010 indicam que os municípios de Marabá (com mais de 220.000 habitantes),

Parauapebas (com cerca de 150.000 habitantes) e Itupiranga (com aproximadamente

50.000 habitantes) são igualmente os que mais se destacam no Território, uma vez que

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

26

detém quase 69% do total da população do Território. As populações dos outros

municípios variam entre 7.000 e 31.000 habitantes, contribuindo com percentuais iguais

ou inferiores a 5% da população total do Território. A densidade demográfica do

Território é de 11,3 hab./km², sendo Parauapebas o município com maior densidade

populacional, 21,1 hab./km², e Piçarra com a menor, cerca de 4 hab./km².

Tabela 2 – Área, população e densidade demográfica dos municípios do Território, em

2010.

Fonte: IBGE/Cidades (2010)

* Estimativa da população em 2010.

O que se percebe a partir desses dados são o peso e a centralidade que os

municípios de Marabá, Parauapebas e, em menor proporção, Itupiranga possuem no

Território. As cidades de Marabá e Parauapebas são os principais centros urbanos, mas

Marabá possui uma posição mais destacada não só por apresentar os maiores

percentuais de área e população, mas pela sua contribuição nos setores industrial e de

serviços, assumindo a condição de pólo de atração socioeconômico do Território.

Esta condição de cidade mais importante da mesorregião sudeste se formou há

tempos atrás ainda na época das economias extrativistas quando se constituiu no

principal ponto de atração regional devido à sua localização geográfica privilegiada para

o escoamento dos produtos, às margens do rio Tocantins e na convergência das rodovias

PA-150 e Transamazônica (BR-230) e próxima à Belém-Brasília (BR-010). Em função

Em Km²% em relação ao

TerritórioEm habitantes

% em relação ao

Território

Bom Jesus do Tocantins 2.828,50 5,2 15.184 2,5 5,4

Brejo Grande do Araguaia 1.162,30 2,1 7.300 1,2 6,3

Canaã dos Carajás 3.161,50 5,8 26.188 4,2 8,3

Curionópolis 2.289,10 4,2 18.212 2,9 8,0

Eldorado dos Carajás 2.969,50 5,5 31.432 5,1 10,6

Itupiranga 7.914,60 14,5 50.779 8,2 6,4

Marabá 15.157,90 27,8 224.014 36,3 14,8

Nova Ipixuna 1.609,80 3,0 14.605 2,4 9,1

Palestina do Pará 988,20 1,8 7.411 1,2 7,5

Parauapebas 7.077,20 13,0 149.411 24,2 21,1

Piçarra 3.326,70 6,1 12.703 2,1 3,8

São Domingos do Araguaia 1.398,50 2,6 22.983 3,7 16,4

São Geraldo do Araguaia 3.283,70 6,0 25.306 4,1 7,7

São João do Araguaia 1.301,70 2,4 12.232 2,0 9,4

TOTAL DO TERRITÓRIO 54.469,20 100,0 617.760 100,0 11,3

MUNICIPIO

ÁREA (Km²) População Total* Densidade

Demográfica

(hab./km²)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

27

111.306

338.941

390.788

461.808

554.025588.069

617.760

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

1980 1991 1996 2000 2007 2009 2010

me

rod

e h

ab

ita

nte

s

disso, a infraestrutura de Marabá foi se desenvolvendo de maneira a atender a crescente

população (VELHO, 1981).

Atualmente, a cidade de Marabá é o mais importante centro administrativo,

econômico, financeiro e comercial, da construção civil, de oferta de empregos e de

serviços de saúde, educação e outros serviços públicos do sudeste paraense. É onde se

concentram as principais instituições e órgãos públicos e onde se localiza um

importante distrito industrial, com uma área aproximada de 1.589 hectares, e algumas

empresas de portes variados ligadas ao setor agropecuário. No distrito industrial

destacam-se a indústria madeireira e de produção oleira, mas principalmente o setor de

siderurgia cujas atividades relacionadas à produção de ferro-gusa têm grande peso: são

pelo menos sete usinas ligadas a esse tipo de produção. No setor agropecuário o

destaque é para as empresas de beneficiamento e comercialização de frutas, leite e carne

(com destaque para o frigorífico Bertin instalado há pouco tempo em Marabá) (ASSIS;

OLIVEIRA; HALMENSCHLAGER, 2008; OLIVEIRA, 2009).

Em certos aspectos essa importância de Marabá é, em boa medida, dividida com

Parauapebas e Itupiranga. Itupiranga possui peso relativamente significativo no que

tange à produção agrícola e pecuária e Parauapebas, situada no sopé da Serra dos

Carajás, é o município que abriga o maior investimento em exploração mineral na

região. Os demais municípios parecem orbitar nas esferas de influência desses três, mas

principalmente de Marabá e Parauapebas.

A influência dos

investimentos no setor de

siderurgia, principalmente, tem

sido determinantes na dinâmica

demográfica do Território.

Observando, por exemplo, a

evolução da população no

Território (Gráfico 1) e nos seus

municípios (Gráfico 2) entre 1980

e 2010 é possível constatar que

Marabá e Parauapebas, mesmo tendo um comportamento sempre crescente ao longo de

quatro décadas, entre 2000 e 2010 apresentaram crescimentos significativos em suas

Gráfico 1 – Evolução da população no

Território.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

28

populações2, fato este que estabelece relações com as atividades mínero-siderúrgicas na

região e. Essa hipótese de relação entre crescimento demográfico e os investimentos na

mineração pode ser ainda reforçada quando se observa a evolução populacional do

município de Canaã de Carajás: nos últimos dez anos essa população mais que dobrou

muito provavelmente em função da presença de empreendimentos da Vale no local.

Gráfico 2 – Evolução demográfica dos municípios do Território entre 1980 e 2010.

Fonte: IBGE (2010).

Esse comportamento de evolução demográfica observado no Território aponta

para o estabelecimento de um novo pico de crescimento populacional estimulado,

principalmente, pelas inúmeras oportunidades de emprego abertas pelos diversos

empreendimentos em curso e a serem implantados nessa área.

Chamam ainda a atenção os dados das populações urbanos e rurais. A Tabela 3,

contendo os dados de distribuição entre populações urbanas e rurais nos municípios

para o ano de 20073, mostra que, em termos gerais, a população do Território é

predominantemente urbana (em média 62%, contra 38% de população rural). Contudo,

olhando internamente, esse comportamento apresenta variações entre os municípios. Em

2007, havia oito municípios com mais de 50% de sua população total residente na zona

rural. Marabá e Parauapebas são os municípios que apresentam os maiores percentuais

2 Em Marabá, além do crescimento significativo registrado nos últimos dez anos, também vale destacar o

aumento populacional registrado entre 1980 e 1991 resultado dos inúmeros fluxos migratórios para a

região. 3 Não há dados mais atualizados disponíveis sobre a distribuição da população dos municípios entre

urbano e rural. Os dados mais recentes são de 2007.

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

Nº d

e h

ab

ita

nte

s

1980

1991

2000

2010

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

29

de população residente nas zonas urbanas (mais de 80%) e justamente em função desses

números os dados médios do Território acabam não evidenciando os fortes traços rurais

que o caracterizam.

Tabela 3 – População urbana e rural nos municípios do Território, em 2007.

Fonte: IBGE (2007)

Embora possa parecer que nas últimas décadas o caráter rural do Território

venha se perdendo, Hébette & Moreira (2004) chamam a atenção para o fato de que é

preciso ponderar que muitos dos espaços considerados como urbanos pelo IBGE em

seus censos ou não passam de “cidades” tipicamente rurais, onde a economia e a

ocupação da maioria da força de trabalho local estão diretamente relacionadas ao setor

agrícola; ou são lugares nas proximidades das cidades, contabilizados como situação de

domicílio urbana, mas cuja ocupação da força de trabalho também está ligada à

agricultura. Tanto em um caso como em outro a relação entre o urbano e o rural são

muito estreitas (OLIVEIRA, 2009).

Em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelos dados do

sistema FIRJAN, observa-se que entre 2000 a 2007 houve uma evolução do índice

médio do Território de 0,422 para 0,516, mas ainda apresenta-se relativamente baixo,

sendo os índices relacionados à educação e geração de empregos os mais baixos

(Gráfico 3). No entanto, internamente, há uma variedade de níveis de IDH podendo ir,

em dados de 2007, de 0,401, em Brejo Grande, até 0,782, em Parauapebas, onde a

proximidade da Serra dos Carajás influencia para melhores desempenhos na oferta de

Em habitantes% em relação à população do

municípioEm habitantes

% em relação à população do

município

Bom Jesus do Tocantins 6.926 52,9 6.180 47,2

Brejo Grande do Araguaia 3.209 43,0 4.255 57,0

Canaã dos Carajás 6.998 64,1 3.924 35,9

Curionópolis 6.236 32,0 13.250 68,0

Eldorado dos Carajás 15.496 52,3 14.112 47,7

Itupiranga 34.901 70,3 14.754 29,7

Marabá 33.647 20,0 134.373 80,0

Nova Ipixuna 6.659 56,1 5.207 43,9

Palestina do Pará 3.704 49,1 3.840 50,9

Parauapebas 12.308 17,2 59.260 82,8

Piçarra 9.916 78,3 2.755 21,7

São Domingos do Araguaia 9.127 45,6 10.878 54,4

São Geraldo do Araguaia 15.713 56,8 11.933 43,2

São João do Araguaia 9.834 80,3 2.413 19,7

TOTAL 174.674 37,8 287.134 62,18

RURAL URBANA

MUNICIPIO

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

30

serviços de educação e saúde e geração de emprego e renda (itens estes que compõem o

IDH municipal). De uma maneira geral, o IDH ao longo desse período de sete anos

sofreu um aumento (mesmo que pequeno) no Território. Porém, em alguns municípios

como Brejo Grande, Itupiranga, Palestina do Pará, Piçarra e São Domingos

apresentaram pequenas quedas nesse índice do ano de 2006 para 2007 (Gráfico 4).

Gráfico 3 – Evolução do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal no Território.

Fonte: FIRJAN (2010).

Gráfico 4 – Evolução do IDH municipal no Território, entre 2000 e 2007.

Fonte: FIRJAN (2010).

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

Índice FIRJAN de Desenvolvimento

Municipal (IFDM)

IFDM - EDUCAÇÃO IFDM - EMPREGO E RENDA

IFDM - SAÚDE

0,4

22

0,4

94

0,4

97

0,5

160,3

74

0,4

99

0,4

93

0,5

19

0,3

78 0

,42

9

0,4

42 0,4

63

0,5

14

0,5

54

0,5

57

0,5

68

VA

LO

R M

ÉD

IO

2000

2005

2006

2007

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

2000

2005

2006

2007

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

31

2. Aspectos fundiários

Essa região onde se localiza o Território Sudeste ficou bastante conhecida pelos

inúmeros e intensos conflitos fundiários que abriga. Historicamente, há neste espaço

uma diversidade de atores que se orientam por projetos de desenvolvimento diferentes

e, consequentemente, têm diferentes interesses quanto à apropriação e uso dos recursos

naturais e, sobretudo, da terra enquanto principal meio de produção. A desigualdade nos

acessos à terra e aos demais recursos naturais vinculada a essa multiplicidade de

interesses têm levado ao estabelecimento de processos de disputa pela apropriação e

exploração desses recursos naturais e têm sido as principais catalisadoras dos conflitos

fundiários no Território.

A concentração de terras nessa região do sudeste do Pará teve início ainda na

época do ciclo da castanha-do-pará, no final do século XIX, quando da apropriação das

áreas dos castanhais pela oligarquia local (EMMI, 1999). A estrutura fundiária formada

durante este período – que foi reforçada posteriormente com as políticas do governo

militar de incentivo a grandes projetos agropecuários e com a consolidação das fazendas

de gado – serviu de base para o desenvolvimento de todo o conflituoso processo de

disputa do espaço na região a partir da década de 1970, envolvendo a oligarquia local,

madeireiros, fazendeiros, indígenas, extrativistas, agricultores, entre outros atores

(OLIVEIRA, 2009).

Essa configuração fundiária caracterizada pela concentração vai começar a

mudar a partir de meados da década de 1990, com o aumento da pressão dos

movimentos sociais e das representações ligadas à agricultura familiar com atuação na

região pela implementação da política de reforma agrária. O desdobramento dessa

pressão foi o processo de expansão do número de assentamentos rurais na área do

Território (OLIVEIRA ET al., 2005). Atualmente, a mesorregião do sudeste paraense

onde se situa o Território é considerada uma das áreas mais importantes da política de

reforma agrária na medida em que concentra o maior número de projetos de

assentamentos do país (mais de 500 em toda a mesorregião) e envolve mais de 66 mil

famílias (INCRA, 2010) (Figura 5).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

32

Figura 5 – Evolução da criação de projetos de assentamento no Território no período

entre 1987 e 2007.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

As áreas de assentamentos ocupam espaço significativo no Território e se

somarmos ainda as Terras Indígenas e as Áreas de Conservação se pode dizer que a

maior parte do Território é ocupada por uma agricultura que não é patronal nem

capitalista. Se forem também contabilizadas as áreas de colonização oficial, as áreas

tituladas dos atingidos da barragem de Tucuruí e os acampamentos4 a área coberta

atualmente pela agricultura com características camponesas é ainda mais significativa

(Figura 6).

4 Não foi possível incluir esses dados no SIG utilizado para a composição dos mapas pela falta de

formatos de extensão compatíveis.

PA criados entre

1987 e 1991

PA criados

até1991

PA criados até

2001

PA criados até

2007

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

33

Figura 6 – Distribuição da área do Território: assentamentos e Unidades de

Conservação de âmbito federal e estadual.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

Apesar de boa parte dos assentamentos terem sido criadas somente a partir de da

regularização de áreas já ocupadas, o processo também envolveu desapropriações de

fazendas. Os picos de desapropriações para criação de assentamentos foram entre 1987

e 1988 e entre 1996 e 2000: no primeiro caso, houve a aplicação de uma política

baseada no Plano Nacional de Reforma Agrária, que desapropriou castanhais

pertencentes às oligarquias locais do sudeste paraense; e no segundo período a expansão

das desapropriações veio como parte de uma possível estratégia defensiva do Estado,

principalmente após o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996.

O número de assentamentos criados por ano também mostra essa tendência,

embora o grande pico em termos quantitativos se deu de 1998 a 1999, com grande

queda entre 2001 e 2005, estando atualmente acontecendo poucos processos de

regularização fundiária promovidos pelo governo federal através da criação de Projetos

de Assentamento (Gráfico 5 e Gráfico 6).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

34

Gráfico 5 – Área desapropriada por ano

para o conjunto do Território.

Fonte: INCRA (2010).

Gráfico 6 – Número de assentamentos

criados por ano para o conjunto do

Território.

Fonte: INCRA (2010).

CAPÍTULO II – O TERRITÓRIO SUDESTE PARAENSE A PARTIR

DAS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A dimensão econômica do Território Sudeste

A dimensão ambiental do Território Sudeste

A dimensão sociocultural educacional do Território Sudeste

A dimensão político-institucional do Território Sudeste

1. A dimensão econômica do Território Sudeste

O Território Sudeste apresenta uma importância significativa na composição da

economia paraense. É nesse espaço que se concentram várias jazidas e a atividade de

mineração assume papel importante e, no setor agropecuário, oscila entre a primeira e a

segunda posição na produção de carne e leite do estado (ALVES et al., 2006).

A posição privilegiada que Marabá assume em termos demográficos também se

observa na dimensão econômica através de sua participação na economia do Território e

do estado do Pará. Esse município está entre os cinco líderes no PIB estadual, é o

terceiro maior PIB per capita da região do sudeste paraense e em todos os setores

(serviços, industrial e agropecuário) está na lista dos cinco municípios com maior nível

de participação do estado. De uma maneira geral, estão na liderança do PIB per capita

àqueles municípios que têm uma maior produção mineral, que possui um peso maior na

composição do PIB regional. Parauapebas apresenta o maior PIB per capita, seguido de

Canaã dos Carajás, estando bem além dos demais municípios nesse quesito, passando

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

ÁREA DESAPROPRIADA POR ANO

1

13

1 0 1 2

6

0

52

9

40

50

5

22

7

18

1315

41 1

5

0

10

20

30

40

50

60

Nº DE ASSENTAMENTOS

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

36

dos R$ 20.000,00 anuais per capita, superando até mesmo Marabá, que possui um setor

industrial importante, baseado na siderurgia (Gráfico 7).

Em posição muito diferente encontram-se os demais municípios da área de

estudo, onde esses indicadores econômicos se apresentam em patamares bem inferiores.

Por possuírem a economia baseada nos setores de serviços e agropecuário têm um valor

agregado bem menor para a composição do PIB do Território, girando em torno dos R$

5.000,00 per capita em todos eles. Todavia, a média do PIB mascara as intensas

desigualdades socioeconômicas presentes na população, tendo em vista que a maior

parte dos rendimentos dos três principais municípios em termos de PIB fica com as

empresas envolvidas no processo de extração mineral. Em função disso, o que se vê são

basicamente os mesmos problemas socioeconômicos nas populações desses municípios.

Gráfico 7 – PIB per capita por município do Território Sudeste, em 2007.

Fonte: IBGE/Cidades (2007) e Brasil (2010).

Na composição do PIB é possível observar que os setores de indústria e serviços

possuem maior peso de contribuição na sua formação, devido, principalmente, à

existência de grandes empreendimentos mínero-metalúrgicos no Território. Se por um

lado a participação desses setores na formação do PIB do Território é importante, por

outro ela se apresenta extremamente concentrada nos três municípios onde a influência

da Vale é maior: Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá.

Para observar um exemplo, a Tabela 4 mostra que alguns municípios, como

Brejo Grande do Araguaia, Palestina do Pará e São João do Araguaia alcançam cerca de

R$ 2 milhões anuais de produção total no setor industrial, enquanto Parauapebas possui

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

4.272,00 4.202,00

28.019,00

4.418,00 4.652,00 3.744,00

15.857,00

3.130,003.526,00

23.029,00

5.386,003.887,00

4.929,00

2.992,00

PIB per capita

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

37

um valor cerca de mil vezes maior, ultrapassando os R$ 2 bilhões, o que gera um maior

retorno em termos de impostos para o município e de movimentação da economia.

Essas disparidades regionais em termos econômicos, todavia, não necessariamente se

revertem em melhores índices sociais e em oferta de serviços para os municípios que

possuem um maior dinamismo econômico expresso nos empreendimentos minerais.

Tabela 4 – Composição do PIB do setor

industrial para os municípios do

Território.

Municípios PIB INDÚSTRIA

Bom Jesus do Tocantins 3.579,00

Brejo Grande do Araguaia 1.856,00

Canaã dos Carajás 467.716,00

Curionópolis 9.574,00

Eldorado dos Carajás 24.540,00

Itupiranga 13.655,00

Marabá 1.012.952,00

Nova Ipixuna 4.062,00

Palestina do Pará 2.420,00

Parauapebas 2.039.262,00

Piçarra 6.850,00

São Domingos do Araguaia 5.043,00

São Geraldo do Araguaia 6.968,00

São João do Araguaia 2.416,00

Fonte: IBGE (2007).

Tabela 5 – Composição do PIB do setor

de serviços para os municípios do

Território.

Municípios PIB SERVIÇOS

Bom Jesus do Tocantins 27.085,00

Brejo Grande do Araguaia 15.353,00

Canaã dos Carajás 139.180,00

Curionópolis 36.782,00

Eldorado dos Carajás 63.198,00

Itupiranga 85.503,00

Marabá 1.619.530,00

Nova Ipixuna 25.823,00

Palestina do Pará 14.045,00

Parauapebas 818.085,00

Piçarra 27.136,00

São Domingos do Araguaia 52.092,00

São Geraldo do Araguaia 67.328,00

São João do Araguaia 21.881,00

Fonte: IBGE (2007).

O mesmo se pode observar em relação ao setor de serviços, cuja centralidade,

em termos de volume de produção, continua se dando em municípios com a presença

desse tipo de investimento, como Marabá e Parauapebas, com grande expressividade na

composição do PIB territorial no setor de serviços, tendo os outros municípios uma

menor participação nesse indicador em especial, não chegando a R$ 100 milhões anuais

para 11 dos 14 municípios componentes do Território (Tabela 5).

Nos demais municípios, apesar do setor de serviços apresentarem os maiores

percentuais na contribuição para a formação do PIB, em quase todos eles o setor

agropecuário aparece com uma participação relevante no montante da riqueza gerada.

Neste setor agropecuário destacam-se os municípios de Marabá, Itupiranga e São

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

38

Geraldo do Araguaia, com valores de PIB Agropecuário superiores a R$ 40 milhões

anuais. De certa maneira, à exceção de municípios como Palestina do Pará e São João

do Araguaia, por exemplo, os demais municípios têm seus PIB do setor agropecuário

variando entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, em uma faixa intermediária (Gráfico 8).

Gráfico 8 – PIB Agropecuário nos municípios do Território.

Fonte: IBGE (2007).

Certamente, os dados mostram que não se pode fazer uma leitura apressada

baseada apenas na composição econômica regional, tendo em vista que se podem

cometer generalizações que não permitem visualizar as especificidades do Território.

O mesmo pode ser dito da renda per capita mensal. Os dados disponíveis

demonstram que os municípios que possuem um maior peso do extrativismo mineral e

de seus procedimentos de transformação em ferro-gusa conseguem ter um maior

rendimento para as famílias, e por isso o maior valor absoluto pertence aos municípios

em que as atividades econômicas giram em torno da mineração. Todavia, o número

médio escamoteia que há um intenso grau de desigualdade na distribuição de renda

entre a população no âmbito dos próprios municípios, com grandes contingentes de

famílias vivendo pouco acima da linha de pobreza (Gráfico 9).

No caso dos demais municípios, a renda per capita se situa em valores muito

baixos, chegando mesmo a ser de apenas R$ 67,72 no município de São João do

Araguaia. Isso demonstra que, além de ser marcado por transformações intensas e

contradições profundas, o Território ainda possui uma dinâmica de diferenciação interna

proveniente tanto das propostas de desenvolvimento implementadas pelo Estado, em

0,00

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

80.000,00

24.036,00

13.410,00

30.336,00 28.932,00

38.455,00

54.121,00

71.786,00

12.882,008.191,00

33.107,00 32.292,00

21.970,00

44.704,00

9.951,00

PIB (AGROPECUÁRIA)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

39

seus diferentes níveis (que visaram, ao longo do tempo, principalmente a dimensão

econômica do desenvolvimento), quanto resultante dos impactos dos grandes projetos

minerais que se instalaram na região a partir da implantação do Programa Grande

Carajás (PGC), a partir do final dos anos 1970.

Gráfico 9 – Renda per capita mensal média da população dos municípios componentes

do Território.

Fonte: Brasil (2010).

Esses números médios de renda demonstram que ainda há um nível de pobreza

que dificilmente será debelado apenas por políticas setoriais ou compensatórias. De

qualquer forma, quando se observa o valor médio das rendas oriundas de transferências

diretas do Governo Federal (que incluem programas sociais como a Bolsa Família e os

recursos previdenciários), há uma complementação da renda per capita que, embora

pequena, tem um significado importante para aumentar o poder de compra das famílias.

Dentre os municípios da região, Palestina do Pará e São João do Araguaia são

aqueles em que essa complementação é mais alta (Gráfico 10). Se comparada à renda

por cada pessoa obtida nesses municípios, percebe-se que a complementação não é nada

desprezível. No caso específico de São João, para ficar em um exemplo, há um

acréscimo de quase 20% sobre a renda individual média, e que provém de programas de

transferência de renda. Dessa forma, essa renda de transferências tem relevância mesmo

naqueles municípios com maior movimentação de recursos, tendo em vista que

mensalmente entra um montante importante de recursos que movimenta a economia

local.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

107,80 113,77

167,46

108,15 106,16

85,71

188,59

127,26

106,64

221,48

119,34 113,55

136,06

67,72

Renda Per Capita

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

40

Gráfico 10 – Renda per capita mensal proveniente de programas de transferência de

renda do governo federal para os municípios do Território.

Fonte: Brasil (2010)

O mesmo comportamento de destaque de Marabá, Parauapebas e Canaã dos

Carajás também é observado na capacidade de geração de emprego e renda no

município: esses municípios foram os que apresentaram entre 2005 e 2007 os maiores

índices nesse aspecto. De uma maneira geral, esse índice apresentou pequena elevação

no Território em função da participação desses três municípios. Porém, quando se

observa os demais municípios percebe-se que essa tendência não se repete, havendo

municípios que, ao contrário, têm apresentado um comportamento de queda nessa

capacidade (Gráfico 11).

Gráfico 11 – Índice de geração de emprego e renda nos municípios do Território, no

período entre 2000 e 2007.

Fonte: FIRJAN (2010)

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

12,10 11,76

6,16

11,16

6,49

9,18 8,85 8,43

14,58

6,73

4,68

10,58

12,2713,10

Renda de Transferências Governamentais per capita

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

2000

2005

2006

2007

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

41

O setor industrial e o comercial possuem uma contribuição importante para a

criação de novos postos de trabalho, embora não possam ser equiparados ao setor de

serviços, enquanto a agropecuária possui um peso bem mais reduzido na geração de

novos postos de trabalho, embora não possa ser desprezado em municípios menos

populosos, como Piçarra e Curionópolis.

Mesmo participando em menor proporção na geração de emprego e renda, o

setor agropecuário possui relevância no Território, principalmente considerando de que

este é um espaço que apresenta fortes traços rurais, conforme mencionado

anteriormente.

A produção agropecuária do Território é significativa. O destaque maior é para a

produção pecuária. Em 2010, o rebanho bovino atingiu o patamar de 3.400 mil cabeças,

estando 98% do gado vacinado, fator importante visto que o sudeste paraense está

incluído entre as áreas livres da febre aftosa com vacinação. Os maiores rebanhos estão

em Marabá, Itupiranga e São Geraldo com mais de 300.000 cabeças (Marabá chega a

mais de 900.000), mas a maioria dos municípios do Território possui rebanhos

superiores a 100.000 cabeças (Tabela 6). Além do gado bovino, também merecem

destaque no Território outros tipos de criações que aparecem com maior importância

atualmente.

A maioria do rebanho bovino do Território é de aptidão de corte, estando esses

rebanhos localizados em grandes fazendas de criação de gado, mas também são

importantes os rebanhos da agricultura familiar. Já em relação à produção leiteira, esta

vem crescendo nos últimos tempos e vem ganhando espaço considerável nos

estabelecimentos familiares, principalmente em função dos incentivos oferecidos pelo

crédito PRONAF e da assistência técnica no sentido de diversificação da produção e de

uma intensificação no uso de espaço para a pecuária considerando que essa atividade

requer um sistema menos extensivo em área. No Território, os municípios de Piçarra e

São Geraldo do Araguaia aparecem como os maiores produtores de leite, sendo

observado também o aumento significativo da produção leiteira em Eldorado e Canaã

dos Carajás nos últimos três anos (Tabela 7).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

42

Tabela 6 – Produção animal no Território: produção pecuária nos municípios do Território em 2010 (Quantidade de cabeças)

Município Bovinos

Ovinos Caprinos Suínos Aves Mel (kg) (2009) Existente Vacinados

Bom Jesus do Tocantins 176.582 174.211 3.053 353 2.088 180.307 0

Brejo Grande do Araguaia 67.682 62.856 965 559 1.589 13.329 0

Canaã dos Carajás 221.043 218.447 1.129 595 4.141 28.704 2.000

Curionópolis 275.754 275.444 1.096 477 1.282

3.600

Eldorado dos Carajás 222.045 208.422 3.780 830 5.721 53.390 0

Itupiranga 381.253 368.980 8.535 1.066 7.843 74.217 0

Marabá 968.212 940.510 7.990 1.916 11.553 116.913 8.500

Nova Ipixuna 92.359 87.384 593 1.643 945 21.475 0

Palestina do Pará 54.176 54.022 890 58 1.409 12.793 0

Parauapebas 106.541 101.574 2.494 346 1.965 27.596 1.900

Piçarra 281.541 281.309 3.235 574 6.286 35.190 0

São Domingos do Araguaia 141.988 141.603 3.567 231 4.559 37.488 0

São Geraldo do Araguaia 411.732 411.535 5.491 652 4.819 67.490 0

São João do Araguaia 61.184 60.428 2.505 473 1.365 20.460 0

TOTAL TERRITÓRIO 3.462.092 3.386.725 45.323 9.773 55.565 689.352 16.000

Fonte: ADEPARÁ (2010); IBGE (2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

43

Tabela 7 – Produção de leite nos municípios do Território (em litros)

Município 2003 2004 2005 2006 2007 2009

Bom Jesus do Tocantins 11.973.000 12.301.000 11.069.000 11.130.000 10.472.000 10.540.000

Brejo Grande do Araguaia 4.932.000 8.028.000 8.201.000 7.351.000 5.445.000 4.650.000

Canaã dos Carajás 12.600.000 9.108.000 11.238.000 7.387.000 17.010.000 17.280.000

Curionópolis 7.740.000 7.920.000 8.222.000 7.614.000 8.145.000 8.082.000

Eldorado dos Carajás 6.228.000 6.462.000 8.752.000 9.760.000 20.100.000 15.960.000

Itupiranga 6.480.000 9.972.000 9.381.000 9.728.000 6.900.000 7.350.000

Marabá 15.300.000 16.200.000 17.010.000 14.800.000 9.600.000 10.272.000

Nova Ipixuna 2.196.000 3.276.000 4.338.000 4.617.000 3.580.000 3.880.000

Palestina do Pará 1.350.000 1.872.000 3.017.000 3.134.000 2.350.000 1.596.000

Parauapebas 4.212.000 4.500.000 6.526.000 6.156.000 6.975.000 6.900.000

Piçarra 18.123.000 18.797.000 17.445.000 15.602.000 15.591.000 17.098.000

São Domingos do Araguaia 6.660.000 13.770.000 13.500.000 12.555.000 12.600.000 12.800.000

São Geraldo do Araguaia 5.510.000 12.312.000 13.010.000 13.284.000 18.050.000 18.000.000

São João do Araguaia 1.260.000 3.636.000 3.550.000 3.400.000 3.500.000 3.267.000

Total Território 104.564.000 128.154.000 135.259.000 126.518.000 140.318.000 137.675.000

Fonte: IPEADATA (2010); IBGE (2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

44

Tabela 8 – Produção agrícola do Território: produção agrícola por município, em 2009 (em Toneladas)

Município Grãos

Mandioca Fruticultura Extrativismo

Arroz Feijão Milho Abacaxi* Banana Maracujá Açaí Castanha-do-pará Babaçu

Bom Jesus do Tocantins 1.430 83 1.785 12.000 0 1.250 0 0 96 0

Brejo Grande do Araguaia 588 30 690 1.950 200 7.500 0 0 45 6

Canaã dos Carajás 235 126 5.600 2.700 245 5.625 0 0 6 0

Curionópolis 350 57 1.600 9.000 0 4.375 200 0 50 0

Eldorado dos Carajás 3.960 49 5.830 25.200 0 10.375 0 0 115 0

Itupiranga 9.960 390 3.975 180.000 400 23.750 0 15 145 0

Marabá 3.420 518 6.450 48.000 0 7.500 30 0 35 0

Nova Ipixuna 1.428 205 1.100 4.200 122 2.126 0 35 30 0

Palestina do Pará 382 75 665 4.200 0 2.312 0 0 30 5

Parauapebas 3.525 1.185 6.129 45.000 1.224 18.750 200 0 10 0

Piçara 70 33 11.395 5.250 0 3.510 0 0 3 0

São Domingos do Araguaia 5.400 120 2.320 19.600 600 2.687 0 0 80 8

São Geraldo do Araguaia 1.125 87 10.800 3.250 0 16.250 9 0 21 6

São João do Araguaia 2.865 234 3.375 3.360 6.000 2.938 140 0 15 5

Total Território 34.738 3.192 61.714 363.710 8.791 108.948 579 50 681 30

Fonte: IBGE/SIDRA (2010).

*Mil Frutos.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

45

Na produção agrícola, em geral, tem sido observado uma diminuição das áreas

destinadas à lavoura, entendidas aqui como os cultivos anuais (temporárias) (Gráfico

12). Em alguns municípios, essas áreas tiveram uma diminuição bastante significativa

como, por exemplo, Eldorado dos Carajás, Piçarra, São Domingos do Araguaia e Canaã

dos Carajás. São observadas quedas na produção de arroz e milho, porém, a despeito

dessas reduções, a produção de grãos ainda se constitui em uma das principais bases da

economia do Território (Gráfico 13).

Gráfico 12 – Evolução da área de lavouras em estabelecimentos agrícolas nos

municípios do Território.

Fonte: IBGE (2010).

Gráfico 13 – Evolução da produção de grãos no Território entre 2003 e 2009.

Fonte: IBGE (2010).

Nos últimos anos, os estímulos oferecidos para a diversificação da produção têm

levado a certo aumento da produção de frutas no Território. Frutas como maracujá,

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Áre

a e

m h

ecta

res

Ano 1996

Ano 2006

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

46

cupuaçu, abacaxi, acerola, entre outras, têm começado a se sobressair mesmo que suas

produções ainda não sejam tão elevadas. A produção de açaí também vem aparecendo

de maneira importante na produção agrícola do Território, porém, cabe mencionar que a

maior parte dessa produção é oriunda de açaizais nativos. Uma boa parte dessa

produção agrícola do Território é oriunda da agricultura familiar (Tabela 8 e

APÊNDICE A).

Esse aumento da diversificação da produção agrícola observada no Território

tem, direta ou indiretamente, relação com o desenvolvimento da infraestrutura regional,

uma vez que esse desenvolvimento possibilitou o estabelecimento e a proliferação de

estruturas de beneficiamento e comercialização de produtos. Anos atrás, as melhores

condições de acesso presentes no norte de Marabá, se comparado ao restante dos

municípios, já havia influenciado para o surgimento de uma bacia leiteira e para a

instalação de alguns laticínios formais.

No entanto, nos últimos 15 anos, com a ampliação e/ou melhoria da malha viária

interna do Território através da construção ou recuperação de inúmeras estradas vicinais

e asfaltamento de trechos das grandes rodovias que abrangem esse espaço, a melhoria

nas possibilidades de acesso aos mercados e com a implantação e ampliação da rede de

fornecimento de energia possibilitando o acondicionamento de produtos perecíveis, bem

como outras melhorias em termos estruturais (Figura 7), influenciaram para a ampliação

da rede de laticínios formais e a instalação de outros informais em municípios como São

João do Araguaia e São Domingos (ALVES; RODRIGUES; SHERER, 2006).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

47

Figura 7 – Localização dos eixos rodoviários principais, estradas vicinais e principais

linhas de transmissão de energia no Território.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

Atualmente, Agroindústrias de beneficiamento de produtos da pecuária, tais

como laticínios e frigoríficos, aparecem no Território em Marabá, Nova Ipixuna,

Eldorado e Canaã dos Carajás, mas se espalharam de uma maneira geral em outros

municípios de toda a mesorregião sudeste (Figura 8). No Território, além dos laticínios,

mas em função deles, se desenvolveu uma rede de postos de coleta de leite e de

queijarias que também desempenham alguma influência no desenvolvimento da

pecuária leiteira (Figura 9).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

48

Figura 8 – Distribuição de frigoríficos e laticínios existentes no Território e na

mesorregião sudeste paraense.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

Figura 9 – Localização dos laticínios, postos de coleta de leite e queijarias na área do

Território Sudeste.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

49

No que se refere às estruturas de beneficiamento e comercialização de frutas

merece destaque a rede de cooperativas ligadas à agricultura familiar. Processo iniciado

em 1992, com a criação da primeira cooperativa de comercialização de produtos da

agricultura familiar, a COOCAT (Cooperativa Camponesa do Araguaia-Tocantins),

atualmente, existe no Território a Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar

do Sul do Pará – FECAT5, com sede em Marabá, com sete cooperativas a ela vinculadas

e duas parceiras (nos municípios de São Geraldo do Araguaia e Curionópolis). A

maioria dessas cooperativas foi criada entre 2002 e 2003 e hoje comporta parte da

produção agrícola das áreas de assentamento, principalmente a produção de frutas

(Figura 10).

Figura 10 – Localização das cooperativas de beneficiamento e comercialização de

produtos da agricultura familiar.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

5 A COOCAT transformou-se em 2003 na FECAT.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

50

No Território existem duas agroindústrias pólo: a agroindústria pólo Marabá,

com capacidade produtiva de 4.000 kg/dia, capacidade de estocagem de 100 toneladas

de polpa, trabalhando basicamente com comercialização de polpas de frutas a varejo e

atacado; e a agroindústria pólo Parauapebas, com capacidade de 3.000 kg/dia,

capacidade de estocagem de 100 toneladas de polpa e trabalhando não só com polpa de

frutas, mas também doces de frutas e bombons vendidos a varejo. Conforme mostra a

Figura 11, as cooperativas municipais se vinculam a uma das duas agroindústrias pólo

para beneficiamento e/ou comercialização das produções entregues por agricultores

familiares (FECAT, 2010).

Figura 11 – As relações estabelecidas entre as agroindústrias pólo e as cooperativas

municipais.

Fonte: FECAT (2010).

De uma maneira geral, nos últimos anos o volume da produção abarcado pela

FECAT tem aumentado, mesmo havendo comportamento de queda em algumas

produções, como o açaí (boa parte nativo) e o maracujá, queda essa que pode estar

relacionada com problemas de manejo e, no caso do açaí, da gradativa diminuição de

açaizais nativos devido ao desmatamento. Tem destaque as produções de abacaxi,

acerola e, principalmente, de cajá e cupuaçu cuja produção sofreu aumento significativo

em 2009 (Gráfico 14).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

51

Gráfico 14 – Evolução da produção de frutas trabalhadas pela FECAT entre 2005 e

2009.

Fonte: FECAT (2010).

Com exceção do açaí, cuja maior produção é da cooperativa de Marabá

(COOMFAMA), a cooperativa de Parauapebas (COOPER) é a que trabalha com o

maior volume de produção das principais frutas. Destas produções, o cupuaçu é a que

tem sido trabalhada pela maioria das cooperativas (Quadro 1). Na Figura é possível ter

uma idéia dos assentamentos que são os principais fornecedores de produtos para a

FECAT.

Além dessas cooperativas, outros espaços no Território onde a agricultura

familiar tem conseguido colocar seus produtos no mercado são as feiras, sejam elas

feiras livres urbanas, como é o caso da maioria dos municípios, ou específicas da

agricultura familiar como acontece em Marabá e Parauapebas (Figura 13).

Quadro 1 – Cooperativo por ordem de importância de acordo com o tipo de produção de

fruta

Fonte: FECAT (2010).

Abacaxi Acerola Açaí Cupuaçu Maracujá Cajá

Parauapebas

(COOPER)

Parauapebas

(COOPER)

Marabá

(COOMFAMA)

Parauapebas

(COOPER)

Parauapebas

(COOPER)

Parauapebas

(COOPER)

Marabá

(COOMFAMA

)

Eldorado

(COOMAFEC)

Parauapebas

(COOPER)

Marabá

(COOMFAMA)

Curionópolis

(COOMIPAC)

Curionópolis

(COOMIPAC

)São João

(COOMASJA)

Marabá

(COOMFAMA)

Itupiranga

(COOMAFI)

Itupiranga

(COOMAFI)

Itupiranga

(COOMAFI)

Marabá

(COOMFAM

A)Curionópolis

(COOMIPAC)

São João

(COOMASJA)

São Domingos

(COOMASDA)

Marabá

(COOMFAMA)

São João

(COOMASJA

)São João

(COOMASJA)

Nova Ipixuna

(COORENTÃO)

São João

(COOMASJA)

São João

(COOMASJA)

São Domingos

(COOMASDA)

Eldorado

(COOMAFEC)

Nova Ipixuna

(COORENTÃO)

Curionópolis

(COOMIPAC)

Por ordem de

importância

PRODUTORES

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

52

Figura 12 – Assentamentos que são os principais fornecedores de produção de frutas

para as cooperativas existentes no Território.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

Figura 13 – Municípios do Território que possuem feira geral e feira da agricultura

familiar.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

53

Também para compreender a dinâmica produtiva do Território é importante

mencionar outros tipos de produtos como a produção de carvão vegetal, uma vez que é a

principal matéria-prima para a fabricação do ferro-gusa em siderúrgicas situadas no

Distrito Industrial de Marabá, considerada hoje um dos maiores pólos guseiros do país.

Atualmente, a maior parte da produção de carvão é originada de estabelecimentos

agrícolas familiares. A produção, que ainda depende basicamente do corte de lenha

vinda de florestas, pode aumentar a partir de áreas de plantio de eucalipto que tem se

expandido no Território tanto em áreas patronais como também em áreas de agricultores

familiares.

Há um incremento

importante da atividade no

Território, principalmente

devido aos investimentos feitos

pelas guseiras para ampliação

da produção e da instalação da

ALPA para a produção de aços

laminados em Marabá (Gráfico

16). Apesar desse crescimento,

o aumento da fiscalização e

das pressões dos órgãos de

proteção ambiental contra as

siderúrgicas e o uso de carvão ilegal, causou fechamento de várias carvoarias e,

conseqüentemente uma queda na produção de carvão nos últimos três anos.

O impacto que essa expansão de uma lógica produtiva baseada na verticalização

da produção mineral pode ter no Território em termos produtivos e ambientais é

imenso, principalmente considerando as áreas de agricultores familiares e a manutenção

da sua reprodução social e da segurança alimentar. Isso sem contar que a grande maioria

da lenha produzida para transformação em carvão ainda possui origem ilegal, pois

provêm de áreas sem plano de manejo ou licenciamento para a extração do produto.

A produção de carvão vegetal está atualmente concentrada no município de

Marabá (com mais de 30.000 toneladas anuais, em 2008), mas é importante também em

municípios mais a leste da região, como São Geraldo do Araguaia e Piçarra, que mesmo

já tendo passado por processos mais antigos de desmatamento, ainda possui importância

econômica nessa atividade em especial (Gráfico 16).

0

50.000

100.000

150.000

200.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

QU

AN

TID

AD

E E

M T

ON

EL

AD

A

Gráfico 15 – Evolução da produção de carvão

vegetal no Território entre 2000 e 2008.

Fonte: IDESP (2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

54

Gráfico 16 – Produção de carvão vegetal, em toneladas, por município do Território,

em 2008.

Fonte: IDESP (2010).

A madeira é outro produto que, historicamente, vem sendo explorado no

Território por parte de empresários e grupos econômicos locais ou de outras regiões. A

exploração madeireira acaba servindo também como porta de entrada de outras

atividades, como a pecuária extensiva. Alguns pólos industriais se estabeleceram em

torno dessa atividade na região, que é altamente seletiva e predatória, visto que se

desenvolve basicamente em torno de espécies com maior valor de mercado. Esse tipo de

exploração, feito sem manejo ou critérios mais rígidos, acabou fazendo com que

aumentasse a pressão sobre as áreas ainda florestadas, com facilidades para a entrada do

fogo e fragilização da vegetação nos locais de exploração.

Apesar de ser mais intensa em áreas que ainda possuem uma maior quantidade

de floresta primária, como nas áreas situadas mais a oeste da região, a atividade ainda

possui uma dimensão econômica considerável (Gráfico 17). Nesse caso, chama a

atenção, além do município de Itupiranga, por possuir uma extensa área territorial e

ainda algumas áreas de floresta primária a oeste, o município de São Geraldo do

Araguaia que, apesar de ter vivenciado uma exploração madeireira mais intensa nos

anos 1970 e 1980, ainda possui uma produção considerável de madeira em tora.

0 2.500 5.000 7.500 10.000 12.500 15.000 17.500 20.000 22.500

Brejo Grande do Araguaia

Canaã dos Carajás

Curionópolis

Eldorado dos Carajás

Itupiranga

Marabá

Nova Ipixuna

Palestina do Pará

Parauapebas

Piçarra

São Domingos do Araguaia

São Geraldo do Araguaia

São João do Araguaia

QUANTIDADE PRODUZIDA DE CARVÃO VEGETAL (em Toneladas)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

55

Gráfico 17 – Produção de madeira em tora (em m³) por município do Território, em

2008.

Fonte: IDESP (2010).

Quando se comparam os valores gerados pela produção a partir da atividade

madeireira (aí incluído o carvão vegetal e a madeira em tora), nota-se que o maior

rendimento dentre essas atividades provem da produção de madeira, na qual se

destacam Itupiranga, com mais de R$ 12 milhões por ano, São Geraldo, Nova Ipixuna e

Marabá, estes últimos com valores menos destacados (Gráfico 18).

Gráfico 18 – Evolução do valor da produção de carvão vegetal e madeira em tora no

Território entre o período de 2000 a 2008.

Fonte: IDESP (2010).

A distribuição espacial das indústrias madeireiras e serrarias no município de

Marabá demonstram que há um deslocamento para o oeste a partir dos anos 1990 em

direção a áreas com estoques ainda consideráveis de madeira, já que nas áreas mais a

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000

Bom Jesus do Tocantins

Brejo Grande do Araguaia

Canaã dos Carajás

Curionópolis

Eldorado dos Carajás

Itupiranga

Marabá

Nova Ipixuna

Palestina do Pará

Parauapebas

Piçarra

São Domingos do Araguaia

São Geraldo do Araguaia

São João do Araguaia

QUANTIDADE PRODUZIDA DE MADEIRA EM TORAS (Metros cúbicos)

0,00

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

VA

LOR

EM

MIL

REA

IS

CARVÃO VEGETAL

MADEIRA EM TORA

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

56

leste a pouca cobertura vegetal primária, resultado do processo de ocupação do solo

mais antigo baseado na remoção da floresta para implantação de pastagens, não havia

mais potencial de exploração para a atividade madeireira (Figura 14).

Figura 14 – Localização das serrarias no município de Marabá.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010).

Por fim, outro aspecto da dimensão econômica do Território que se julgou

importante de ser mencionado é o crédito concedido aos agricultores familiares para

desenvolver suas atividades produtivas, através do repasse de recursos via PRONAF,

tendo em vista a movimentação na economia regional, principalmente no que tange ao

setor de produtos agropecuários, gerada pela entrada desses recursos no mercado.

No Território, nos últimos 10 anos, o número de contratos e o montante de

recursos aplicados pelo PRONAF tiveram um crescimento expressivo até 2006 e nos

últimos três anos também vêm decaindo significativamente, estando esse decréscimo

está relacionado com a diminuição do número de assentamentos criados no Território

(Gráfico 19 e Gráfico 20).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

57

Gráfico 19 – Evolução do número de

contratos de PRONAF no Território entre

2000 e 2010.

Fonte: Brasil (2010)

Gráfico 20 – Evolução do montante de

PRONAF aplicado no Território entre

2000 e 2010.

Fonte: Brasil (2010).

Ao nível municipal, entre os anos

de 2008 e 2009, é possível observar

claramente a tendência de diminuição na

concessão de recursos creditícios. Se em

2008, foram realizados contratos em 12

dos 14 municípios, com destaque para

Eldorado dos Carajás, com um montante

anual de recursos da ordem de mais de R$

6 milhões, em 2009 os recursos foram

amplamente reduzidos, pois apenas quatro

municípios tiveram agricultores recebendo

crédito, e em um volume muito menor

(Gráfico 21).

Gráfico 21 – Montante de recursos

repassados através do PRONAF A entre

2008 e 2009, por município.

Fonte: INCRA SR-27 (2010).

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

4.332

919796

3.693

4.559

4.083

5.122

3.812

3.340

1.479

564

ME

RO

DE

CO

NT

RA

TO

S

CONTRATOS PRONAF TERRITÓRIO

27.966.655,52

5.355.810,67

7.959.440,64

34.885.263,40

56.923.421,97

56.399.573,53

87.581.869,15

61.916.539,14

80.520.180,48

38.438.636,86

12.825.783,16

0,00

10.000.000,00

20.000.000,00

30.000.000,00

40.000.000,00

50.000.000,00

60.000.000,00

70.000.000,00

80.000.000,00

90.000.000,00

100.000.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

VA

LO

R E

M R

EA

IS (

R$

)

Fonte: MDA, 2010.

MONTANTE PRONAF TERRITÓRIO

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00

Ano 2008 Ano 2009

Bom Jesus do Tocantins

Brejo Grande do Araguaia

Canaã dos Carajás

Curionópolis

Eldorado dos Carajás

Itupiranga

Marabá

Nova Ipixuna

Palestina do Pará

Parauapebas

Piçarra

São Domingos do Araguaia

São Geraldo do Araguaia

São João do Araguaia

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

58

Também importante observar que o processo de desapropriação não se deu na

mesma intensidade em todos os municípios do Território. Entre 1987 e 2009, constata-

se que os percentuais de área desapropriada por município foram maiores em Marabá,

Itupiranga e Eldorado dos Carajás (Gráfico 22).

Gráfico 22 – Percentagem de área desapropriada por município do Território no

período entre 1987 e 2009.

Fonte: INCRA (2010).

Para ficar no exemplo anterior, Eldorado continuou sendo o município que mais

recebeu recursos, mas com um valor expressivamente menor (menos de R$ 500 mil, no

total). Tal dinâmica de “estrangulamento” do crédito para a agricultura familiar merece

ser mais bem estudada dentro de uma contextualização que leve em conta as

dificuldades desse tipo de política pública ser conduzida e efetivamente consolidada na

região. Que leve em conta a dificuldade de concessão dos recursos provenientes do

crédito produtivo por parte das próprias instituições financeiras que gerem esses

recursos na região (Banco do Brasil e Banco da Amazônia), devido a uma série de

fatores, mas que podem dizer respeito também à menor capacidade financeira de retorno

do capital investido por parte dessas instituições, tema que é muito recorrente nas

discussões sobre a operacionalidade desse tipo de financiamento na região.

Bom Jesus do Tocantins

1%

Brejo Grande do Araguaia

1%

Canaã dos Carajás

0%

Curionópolis1%

Eldorado dos Carajás12%

Itupiranga27%

Marabá28%

Nova Ipixuna3%

Palestina do Pará1%

Parauapebas9%

Piçara5%

São Domingos

do Araguaia3%

São Geraldo do Araguaia

6%

São João do

Araguaia3%

ÁREA DESAPROPRIADA POR MUNICÍPIO

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

59

26.758,8

32.747,9

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Áre

a e

m K

2. A dimensão ambiental do Território Sudeste

No que se refere à dimensão ambiental para o entendimento da dinâmica

imprimida ao Território, alguns indicadores foram escolhidos e considerados como

pertinentes para orientar um processo de alimentação da discussão sobre o planejamento

territorial, seus principais entraves e desafios. A dimensão ambiental é essencial nesse

processo, tendo em vista toda uma discussão que vem se estabelecendo a nível mundial

e com rebatimentos locais sobre a noção de desenvolvimento e sustentabilidade. Apesar

das intensas e até hoje não resolvidas contradições na formulação e implementação de

ações efetivamente mais sustentáveis, a dimensão ambiental está na ordem do dia de

vários agentes e instituições com atuação na Amazônia. No Território Sudeste Paraense

indicadores tais como, por exemplo, desmatamento, mudanças no regime de chuvas, uso

de agrotóxicos são interessantes para perceber as especificidades dessa região no que

concerne a essa dimensão.

Várias têm sido as ações e políticas mitigadoras que o Estado tem implementado

para promover a redução do desmatamento na Amazônia. As principais áreas de atuação

dessas políticas são aquelas que coincidem com o “arco de fogo” do desmatamento,

contribuindo com a redução do ritmo e da quantidade do desmatamento nos estados que

compõem essa região. Os efeitos dessas ações são observados na diminuição do

desmatamento nos estados da Amazônia e no estado do Pará (ver APÊNDICE B).

No entanto, a despeito dessa redução ao nível da região e do estado, no conjunto

dos 14 municípios que compõem o Território tem sido observado um aumento nos

índices de desmatamento. Nessa primeira década dos anos 2000 o crescimento da

retirada da cobertura vegetal primária é ainda importante, tendo apenas um menor ritmo

em comparação com os outros anos, alcançando no ano de 2009 um total desmatado no

Território de mais de 32.000 km². Entre 2000 e 2009 houve um incremento de 11% nas

áreas desmatadas no Território (Gráfico 23 e Gráfico 24).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

60

Gráfico 24 – Expansão do desmatamento

entre 2000 e 2009 para o conjunto do

Território do sudeste paraense (em % da

área total).

Fonte: INPE, PRODES (2010)

Mesmo que o ritmo de desmatamento seja menos intenso nos últimos anos o

percentual de área desmatada no Território é bastante elevado (mais de 60%), sendo

explicado pelo padrão de exploração do meio natural historicamente utilizado na região

baseado na pecuária extensiva, na extração madeireira e na mineração. Essas atividades

permanecem predominantes, justificando o aumento significativo dos índices de

desmatamento em certos municípios do Território, como Marabá e Itupiranga, por

exemplo, que por terem ainda reservas de mata e jazidas de minérios e por abrigarem

muitos dos novos assentamentos criados onde os agricultores ainda desenvolvem

agricultura a partir do sistema de corte-queima, recebem grande pressão de exploração

do meio natural (Gráfico 25).

0 %

10 %

20 %

30 %

40 %

50 %

60 %

70 %

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

% d

e á

rea

de

smat

ada

Gráfico 23 – Expansão do desmatamento entre

2000 e 2009 na área do Território Sudeste

Paraense (em km²).

Fonte: INPE (2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

61

Gráfico 25 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 nos municípios do

Território (em km²).

Fonte: INPE (2010).

Quando se observam os valores relativos, os percentuais de desflorestamento nos

municípios indicam que, além de Marabá e Itupiranga, outros municípios também

apresentaram uma rápida expansão nas áreas desmatadas. Apesar de, em termos

percentuais, o Território como um todo ter aumentado o desmatamento em torno de

10% nos últimos nove anos, Marabá, Itupiranga, Eldorado dos Carajás e São João do

Araguaia, tiveram um aumento na área desmatada superior a 15%. Palestina do Pará e

São Domingos do Araguaia também aparecem com percentuais de desmatamento no

mesmo período superiores ao do Território (em torno de 12%) (Gráfico 26).

Atualmente, grande parte das florestas subsiste em áreas de proteção ambiental

(parques e florestas nacionais, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental) e em

terras indígenas, tendo reduzido muito acentuadamente a presença de floresta nas

demais áreas do Território (Figura 15). Fora Parauapebas, Marabá, Canaã dos Carajás e

Itupiranga, onde existem esses tipos de Unidades de Conservação, todos os municípios

do Território possuem mais de 60% de suas áreas já desflorestadas, chegando aos casos

de Eldorado e São Domingos a alcançar os 90%.

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

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rea

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Km

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2009

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

62

Gráfico 26 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 por município do Território

Sudeste Paraense (em % da área total).

Fonte: INPE/PRODES (2010).

Figura 15 – Percentuais de cobertura vegetal no Território em 2010.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010) e INPE (2010).

Essa tendência de redução das áreas de floresta é observada ao nível dos

estabelecimentos agrícolas. Entre 1996 e 2006 houve uma queda considerável das áreas

de floresta nos estabelecimentos, à exceção de Bom Jesus do Tocantins e São Geraldo

0 %

10 %

20 %

30 %

40 %

50 %

60 %

70 %

80 %

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100 %

2000

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2008

2009

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

63

do Araguaia que, possivelmente, ampliaram sua área de floresta por meio de replantios

e iniciativas de “reflorestamento”. Por outro lado, no mesmo período, houve um

incremento significativo nas áreas de pastagens, que na maior parte dos casos

substituem as áreas de floresta, mostrando que a dinâmica de transformação da

paisagem baseada na pecuária ainda possui relativa importância no Território. A

expansão mais acentuada se deu nos municípios de São Geraldo do Araguaia, Eldorado

dos Carajás e Palestina do Pará. No entanto, houve a diminuição das áreas de pastagens

em alguns municípios, como Curionópolis e Piçarra, provavelmente por causa da

reutilização de áreas de pastagens para outros tipos de cultivo (Gráfico 27 e Gráfico 28).

Gráfico 27 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em matas e florestas.

Fonte: IBGE (2010).

Gráfico 28 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em pastagens.

Fonte: IBGE (2010).

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Áre

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res

Ano 1996

Ano 2006

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

64

Um aspecto interessante de destacar sobre essa questão do desmatamento no

Território é o fato de que a grande maioria das áreas de concessão de lavra para

mineração está localizada em Unidades de Conservação (Figura 16). No passado, a

entrada dos madeireiros e pecuaristas em áreas de florestas levantou preocupação em

outros atores locais, preocupação esta, muitas vezes, ligada muito mais a interesses

econômicos do que à preservação do ambiente.

Figura 16 – Localização das áreas de concessão de lavra no Território.

Fonte: Elaborado por Raul Chucair e Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará

– UFPA (2009-2010) e INPE (2010).

No caso das áreas no extremo sudoeste de Marabá, por exemplo, essa investida

sobre os elementos naturais suscitou a preocupação da Vale com suas jazidas de minério

de cobre localizadas nessa porção do município, levando a empresa a tomar atitudes no

sentido de procurar frear o avanço sobre essas áreas. Nesse sentido, ajudou na

implantação da Reserva Biológica da Tapira pé e da Floresta Nacional da Tapira pé, em

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

65

1989, como uma forma estratégica de defender suas áreas de mineração6. Mais tarde,

em 1998, foi ainda criada a Floresta Nacional do Itacaiúnas, que completa o conjunto de

unidades de conservação presentes em Marabá (OLIVEIRA, 2009, p. 152).

No entanto, apesar das limitações existentes para exploração em áreas

protegidas, a autorização legal para a mineração das jazidas possibilita a Vale continuar

com a exploração nessas áreas.

Outro indicador importante para a dimensão ambiental é a evolução dos índices

de precipitação na região, visto que na Amazônia alguns estudos demonstram certa

correlação entre a presença da floresta e a formação de chuvas de convecção (devido à

evapotranspiração da vegetação). Dessa maneira, o desmatamento acentuado pode

afetar, de forma significativa, os índices pluviométricos da região, causando uma

estação das chuvas menos intensa e um período seco mais extenso, e afetando em

alguma medida as atividades agrícolas e pecuárias desenvolvidas na região.

Há variações importantes de serem notadas nos índices de precipitação mensais

quando se compara a média histórica da década de 1970 com a média dos anos 2000.

Em geral, a precipitação nos meses de janeiro e fevereiro é menor na atual década, e

com ligeiras variações, esse padrão se repete ao longo do ano na comparação com o

período entre 1973 e 1980 (Gráfico 29).

Com algumas alterações, o mesmo pode ser observado quando se compara um

período menor de tempo, como a comparação dos anos 1990 com a década de 2000. Na

média, a década passada foi mais chuvosa que a atual, principalmente nas médias dos

meses em que se situa o auge da estação chuvosa na Amazônia (setembro a fevereiro)

(Gráfico 30). De certa forma, parece haver uma correlação entre a expansão do

desmatamento verificada nesse período, com a diminuição das precipitações e

mudanças nos regimes de chuva.

6 Também contribuiu na criação de mais três unidades (FLONA Carajás, APA do Gelado e Terra

Indígena Xikrin do Cateté) em outros municípios que abrigavam jazidas de outros tipos de minérios. Essa

iniciativa criou um “cinturão verde” para evitar as recorrentes investidas de garimpeiros, madeireiros,

posseiro e outros em suas áreas e adjacências. Contudo, aquilo que antes era uma proteção para as jazidas

se transformou depois, nos anos 2000, em uma “camisa de força” à extração e um complicador a mais

para a obtenção de licenças ambientais de novas minas (ENRIQUEZ, 2007).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

66

Gráfico 29 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1970 e 2000

para o sudeste paraense.

Fonte: INMET (2007).

Gráfico 30 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1990 e 2000

para o sudeste paraense.

Fonte: INMET (2007).

Já a Gráfico 31 usa um comparativo de dois anos específicos (1985 e 2002) e

com a média geral para o período 1973-2007, visando demonstrar que houve uma queda

expressiva no volume de precipitações, mostrando que esse pode ser um efeito colateral

do aumento do desflorestamento, e por sua substituição gradativa, principalmente por

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

67

pastagens na região do sudeste paraense. De certa forma, o que os dados meteorológicos

revelam corroboram observações empíricas que demonstram a relação entre a

diminuição da pluviosidade e a alteração direta da cobertura vegetal na área do

Território.

Gráfico 31 – Comparativo das médias de precipitação dos anos de 1985 e 2002 com a

média geral do período 1973-2007, para o sudeste paraense.

Fonte: INMET (2007).

A diminuição das vegetações primária e secundária e a redução da média do

volume de chuvas no Território têm afetado o desenvolvimento das atividades

agropecuárias, como pôde ser exemplificado na redução das áreas de lavouras

mencionada anteriormente na dimensão econômica. Porém, a redução das áreas de

floresta, principalmente das matas ciliares, e a falta de manejos adequados têm

provocado também outros efeitos negativos ao ambiente. Atualmente, são notados no

Território problemas de erosão e baixa da fertilidade de solos, desaparecimento de

cursos de água, degradação de pastagens.

Com relação às queimadas, durante muito tempo alguns municípios do Território

figuraram entre os campeões dos focos de queimadas no país. No entanto, apesar de

continuarem apresentando um número considerável de focos de queimadas, tem se

percebido certa redução dessa intensidade de uns anos para cá. Em alguns municípios já

é possível observar em várias localidades rurais a redução do uso de fogo para a limpeza

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

68

de pastagens, estando essa decisão muito mais relacionada aos receios em relação à

fiscalização dos órgãos ambientais e ao aumento da probabilidade de ocorrência de

incêndios acidentais (devido à escassez de vegetação arbórea e diminuição das barreiras

naturais contra os ventos), do que por preocupações ambientais (OLIVEIRA, 2009).

Por fim, também é importante destacar nessa dimensão a proliferação nos

últimos anos do uso de agrotóxicos em estabelecimentos agrícolas. O número

percentual de estabelecimentos que usa ou usou agrotóxicos em algum momento

equivale a 17% das propriedades do Território, o que, se por um lado evidencia um

aspecto positivo, pois a grande maioria dos produtores não adota essa prática, por outro

lado mostra também que pode haver um crescimento substantivo desse número na

região (Gráfico 32).

Quando se observa o uso de agrotóxicos por município, pode-se perceber que

alguns municípios apresentam uma quantidade mais elevada de produtores que fazem

uso desse tipo de insumo, com efeitos prejudiciais ao ambiente sobejamente conhecidos,

como São Geraldo do Araguaia, Piçarra e São Domingos do Araguaia. Quando se

compara a quantidade de estabelecimentos que não usam agrotóxicos com aqueles que

usam, são esses municípios que apresentam os menores quocientes e teoricamente,

possuiriam os maiores impactos ambientais e sociais, como contaminação do solo, dos

recursos hídricos e do aumento dos riscos à saúde dos produtores e consumidores dos

produtos agropecuários (Gráfico 33).

Gráfico 32 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território Sudeste

Paraense

Fonte: IBGE (2010).

83%

14%

3%

Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos

Não utilizou Utilizou Usa mas não precisou utilizar em 2006

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

68

Gráfico 33 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território Sudeste

Paraense, por município do Território.

Fonte: IBGE (2010).

3. A dimensão sociocultural educacional do Território

Sudeste

Para a compreensão mais ampliada das características e das necessidades

relacionadas a essa dimensão foram considerados indicadores como a oferta de serviços

fundamentais de educação e saúde e, no âmbito produtivo, também a oferta de

assistência técnica no conjunto do Território.

Em termos educacionais, comparativamente a períodos passados, o Território

atualmente apresenta melhores condições. No entanto, nota-se que tanto os espaços

urbanos quanto o rural ainda carecem de investimentos concretos. Estes investimentos

necessários não se limitam à infra-estrutura no que diz respeito à ampliação do número

de escolas, mas também no que tange à ampliação e qualificação dos quadros de

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

USO DE AGROTÓXICOS NOS ESTABELECIMENTOS

Não utilizou Utilizou Usa mas não precisou utilizar em 2006

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

69

educadores municipais, sendo esta situação percebida mesmo nos centros urbanos mais

desenvolvidos (Marabá e Parauapebas).

De uma forma geral, em boa parte dos municípios do Território as escolas rurais

ainda predominam em número em relação aos dos espaços urbanizados. O número de

escolas no urbano só supera as rurais nos municípios mais desenvolvidos, como Marabá

e Parauapebas, ou que estão em crescimento pela influência da atividade mineradora,

como Canaã e Curionópolis (Figura 17).

Nas áreas rurais o número de escolas em áreas de assentamento e comunidades

rurais ainda é reduzido, mas onde existem predominam o regime multisseriado e a

precariedade da infra-estrutura disponível. Estas deficiências e a falta de séries

avançadas do ensino fundamental e o ensino médio explicam, de certa forma, os índices

de evasão de estudantes para a cidade.

Figura 17 – Número de escolas no urbano e no rural nos municípios do Território, em

2009.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010) e INEP (2009).

Em termos da ação do Estado, a esfera municipal é a maior responsável pela

oferta de serviços de educação nos municípios em função do fato do ensino fundamental

estar sob sua alçada. A ausência de instituições federais só não é total devido à presença

de um campus Universitário da Universidade Federal do Pará e do Instituto Federal de

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

70

Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (Campus Rural de Marabá), ambas

concentrando suas ações no município de Marabá. Na esfera estadual também se

percebe uma relativa ausência de políticas de maior irradiação no Território, ainda

muito concentradas nos pólos urbanos e em número ainda desproporcional às demandas

criadas pelo ensino fundamental (Figura 18).

Figura 18 – Distribuição dos estabelecimentos de ensino de acordo com os tipos de

administração.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010) e INEP (2009).

Outro dado importante nesta avaliação foi o número de docentes para a rede de

ensino fundamental e médio. Novamente, os municípios de Marabá e Parauapebas, por

terem maior população, também possuem o maior número de professores, embora o

número de professores do ensino médio esteja muito aquém daqueles que são

participantes do nível do ensino fundamental (Gráfico 34). Essa diferença entre os

níveis de ensino pode ser explicada, em parte, pelo fato de que em alguns municípios

menores só há o ensino médio realizado a partir de o sistema modular, ou seja, com

professores advindos de outros locais para ministrar aulas em período intensivo, se

deslocando logo após o término das aulas.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

71

Gráfico 34 – Total de docentes por nível de ensino nos municípios do Território.

Fonte: INEP (2009).

Os indicadores educacionais mostrados acima enfatizam um processo de

centralização das políticas públicas sociais. Mesmo tímidos, os investimentos federais e

estaduais tem sido concentrados em Marabá, obrigando a população regional a

gravitarem em torno da economia deste pólo regional, ao invés de reforçar políticas

municipais.

Portanto, na dimensão educacional, a deficiência de investimentos se agrava pela

visível concentração das mesmas nos pólos urbanos (Marabá e Parauapebas). Este

cenário territorial cria um processo assimétrico no desenvolvimento, pois força uma

gravitação da população regional em poucos centros urbanos, alimentando assim,

processos de dependências cíclicos, seja em relação à oferta de políticas educacionais

ou na perspectivas de emprego e renda.

No que se refere às condições e oferta dos serviços de saúde, no Território há um

total de 410 estabelecimentos de saúde que atendem casos de baixa, média e alta

complexidade, incluindo postos de saúde, consultórios, ambulatórios, prontos-socorros

e hospitais, estando à maioria desses estabelecimentos concentrada nos pólos urbanos

de Marabá e Parauapebas (Figura 19). Isso, de certa forma, termina por gerar um “efeito

em cadeia”, visto que os casos de maior complexidade são em geral transferidos para os

hospitais melhor equipados na região, gerando uma demanda que não é suficientemente

suprida, tanto em termos de leitos hospitalares, quanto de consultas e procedimentos

gerais e especializados.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

72

Figura 19 – Distribuição dos estabelecimentos de saúde nos municípios do Território.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010) e DATASUS (2010).

O Território possui uma baixa capacidade do serviço de saúde disponível para

toda a população. Em termos relativos, alguns municípios apresentam um cenário muito

frágil em termos de estabelecimentos hospitalares. Nos casos de Canaã dos Carajás,

Bom Jesus e Nova Ipixuna se percebe que, mesmo com uma população modesta, a

baixa oferta destes serviços estabelece uma relação bem mais desfavorável em termos

de oferta dos serviços de saúde. Este contexto força uma relação de dependência em

relação aos pólos urbanos mais consolidados.

A quantidade de leitos disponíveis na região não chega a 1.000 em todos os

estabelecimentos de saúde, sendo que, para alguns municípios, essa informação sequer

está disponibilizada. Tendo em vista a população crescente do Território, em função dos

amplos e complexos processos de migração inter e intra-regional identificados

atualmente no sudeste paraense, essa quantidade de leitos é claramente insuficiente,

gerando sobrecarga e limitações claras ao funcionamento adequado do sistema de saúde

no âmbito territorial, o que demonstra certo gargalo que necessitaria de mais

investimentos e recursos para ser superado ou minorado.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

73

Condicionados aos modestos investimentos nos estabelecimentos hospitalares, a

relação de números de leitos expressa bem esta limitação. A Tabela 10 evidencia esta

realidade e impõe maior gravidade quando se constata a ausência de leitos em alguns

municípios deste Território (Eldorado dos Carajás, Nova Ipixuna, Piçarra e São João do

Araguaia). Outro dado importante está na baixa oferta de leitos no município de

Parauapebas, segundo pólo urbano do Território (Gráfico 35 e Gráfico 36).

Gráfico 35 – Número de leitos de

internação disponíveis no Território.

Fonte: DATASUS (2010)

Gráfico 36 – Número de leitos de

internação disponíveis por município.

Fonte: DATASUS (2010)

750

800

850

900

950

1.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010

840

874 873

971979

985

ME

RO

DE

LEIT

OS

Fonte: DATASUS, 2010.

LEITOS DE INTERNAÇÃO NO TERRITÓRIO

0

50

100

150

200

250

300

31 2444 50

7960

299

15 20

261

1233 41

16

MER

O D

E LE

ITO

S

Fonte: DATASUS, 2010.

NÚMERO DE LEITOS DE INTERNAÇÃO 2010

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

77

Ainda em relação às informações levantadas sobre a saúde, um dado importante

é aquele que mostra a quantidade de profissionais habilitados (especialmente médicos)

pelo total da população. Nesse caso, como mostra o Gráfico 37, há uma variação grande

entre os municípios, desde aqueles em que há um número relativamente maior de

médicos da rede municipal (como Itupiranga, com um médico para cada 141 habitantes)

até aqueles em que esse número está muito abaixo do ideal (como no caso de Brejo

Grande do Araguaia, com uma média de um médico para cada 1.340 habitantes). De

qualquer maneira, faz necessário perceber que há ainda um déficit importante de

profissionais de saúde para suprir as necessidades de um Território com demandas

crescentes por serviços de saúde.

Em termos gerais, mesmo com estes serviços concentrados nos centros urbanos,

sua precariedade não dilui, pois os dados confirmam o tímido investimento na

consolidação de um sistema público de saúde para o território. Além disto, uma grande

parcela desta população reside em assentamentos rurais distantes dos centros urbanos.

Isto tem reforçado a situação precária em que se encontram os serviços públicos de

saúde e educação.

Gráfico 37 – Número de médicos no Território

Fonte: DATASUS (2010)

Observa-se também uma relação direta entre o tamanho da população urbana e o

aumento da disponibilidade de leitos hospitalares, pois tais serviços têm sido garantidos

muito mais pela prioridade urbana definida pelo poder público local e pela resignada

atitude das famílias rurais em migrarem para estes centros em busca de tais serviços.

Em termos de cultura e lazer, pouco se acessa em termo de dados oficiais,

impossibilitando um diagnóstico mínimo deste tema tão importante para a garantia do

0

50

100

150

200

250

300

350

2007 2008 2009 2010

253311

316343

MER

O D

E M

ÉDIC

OS

Fonte: DATASUS, 2010.

NÚMERO DE MÉDICOS - TERRITÓRIO

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

78

bem estar de uma população. Mesmo limitados, percebe-se que algumas iniciativas

(públicas ou não) são materializadas no Território (eventos culturais, encontros, feiras,

festivais etc.), mas pouco estudados e valorizados como indicadores de bem estar social.

No âmbito do setor agropecuário, vale destacar a oferta dos serviços de

assistência técnica. A Figura 20 e a mostram a situação atual dos assentamentos que

dispõem de um serviço atuante de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e/ou

Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES), além daqueles assentamentos que já

possuem PDA’s (Plano de Desenvolvimento do Assentamento) ou PRA’s (Plano de

Recuperação do Assentamento) elaborados pelas entidades que prestam serviços de

ATER / ATES.

Figura 20 – Assentamentos com serviços de ATER /ATES.

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010) e INCRA (2008).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

79

Figura 21 – Assentamentos que possuem PDA / PRA

Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-

2010) e INCRA (2008).

No âmbito do Território também foram considerados indicadores relevantes o

acesso das famílias e o montante de recursos disponibilizados via governo federal por

meio de programas de transferência direta de renda, como a Bolsa Família. Assim, a

Gráfico 38 mostra a quantidade de famílias que foram diretamente beneficiadas por esse

programa, havendo um aumento em grande parte dos municípios, sendo que se

destacam, pelo próprio tamanho de suas populações, os municípios de Marabá,

Parauapebas e Itupiranga. Já a Gráfico 39 demonstra o montante de recursos que são

inseridos por meio desse tipo de programa nas economias locais dos municípios, o que,

no caso de alguns deles, representa um valor imprescindível para movimentar suas

economias. Em Marabá, tal valor chega próximo à casa dos R$ 10 milhões, enquanto se

aproxima dos R$ 6 milhões nos municípios de Parauapebas e Itupiranga.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

80

Gráfico 38 – Número de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa-Família, por

município.

Fonte: MDA/SIT (2010).

Gráfico 39 – Volume de recursos direcionados pelo programa Bolsa-Família, por

município.

Fonte: MDA/SIT (2010).

4. A dimensão político-institucional do Território Sudeste

Para diagnosticar a situação existente no Território para essa dimensão, em

especial, foi feita uma tentativa de mapeamento para mostrar as diferentes instituições e

organizações que congregam atores sociais e políticos de relevância para determinados

setores do Território. De forma geral, seria nessa dimensão que devem estar os

processos mais ampliados de negociação e gestão compartilhada das atribuições e ações

territoriais. Nesse sentido, a dimensão político-institucional assume importância na

análise territorial por mostrar certa configuração das relações interinstitucionais de

poder e de ação política no âmbito de um determinado espaço social.

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

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2008

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2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00

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2008

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

81

Porém, o que se percebeu quando da realização do mapeamento prévio do

ambiente institucional do Território é que há uma preponderância muito maior de

instituições atuantes nas áreas rurais, sendo que as instituições das áreas urbanas pouco

se fizeram presentes ou não ofereceram dados confiáveis sobre a dimensão organizativa

de instituições que atuam nas cidades. Dessa maneira, o que a diagnóstica mostra é

basicamente o fato de que as instituições participantes no cenário institucional do

Território, ou pelo menos nas instâncias de tomada de decisões e de levantamento de

informações básicas para a formulação execução de políticas territoriais (como o

Colegiado de Desenvolvimento Territorial e seu Núcleo Diretivo), são basicamente as

instituições de atuação mais ampla nos espaços rurais.

Assim, um mapeamento prévio das principais instituições e espaços

interinstitucionais de atuação no Território mostra o quadro abaixo do Território

Sudeste Paraense na atualidade.

a) Movimentos Sociais do Campo:

FETAGRI – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do

Pará; FETRAF – Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura

Familiar; MST – Movimento dos Sem-Terra (com vários sindicatos

municipais de trabalhadores rurais e na agricultura familiar, além de

associações por localidades e que possuem vinculação direta com estes

movimentos, incluindo dos seus associados). Também fazem parte

desses movimentos os acampados que está reivindicando o acesso a terra

por meio dos programas de reforma agrária do Governo Federal, que

somavam 540 famílias em três acampamentos situados em municípios

diferentes (Marabá, Itupiranga e Eldorado dos Carajás), segundo dados

da CPT – Comissão Pastoral da Terra, de 2008.

Sindicatos: SINTRAF – Sindicatos dos Trabalhadores Rurais na

Agricultura Familiar; STTR – Sindicatos dos Trabalhadores e

Trabalhadoras Rurais (vinculados aos movimentos sociais do campo,

como FETAGRI e FETRAF); Sindicatos Rurais (representantes da

agricultura patronal, e com organização em todos os municípios do

Território).

Associações de Mulheres: Piçarra, São Geraldo do Araguaia e

Curionópolis (grupos locais de organização da produção rural a partir de

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

82

associações que congregam basicamente mulheres, para produção de

artesanato, fruticultura, etc.).

MIQCB / CIMQCB – Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco

Babaçu / Cooperativa Interestadual do Movimento das Quebradeiras de

Coco Babaçu: Esse movimento, existente em vários estados (com maior

organização no Maranhão e no Tocantins) dá apoio às comunidades

tradicionais de quebradeiras de coco babaçu, particularmente nos

municípios de São João do Araguaia e São Domingos do Araguaia,

trabalhando diretamente com três grupos de quebradeiras de coco babaçu

ligados ao MIQCB e à Cooperativa do MIQCB, tendo também grupos

em Brejo Grande do Araguaia e Palestina do Pará (que são os quatro

municípios que compõem a Regional Pará do MIQCB).

b) Fóruns Temáticos:

Espaços interinstitucionais mais ampliados de discussão temática no Território,

abrangendo diferentes instituições de atuação local e/ou regional, que se propõem a

debater determinados temas de interesse comum, visando ao seu fortalecimento

enquanto alvo de políticas e ações específicas na região. Entre os existentes no âmbito

territorial, ou ainda desativados, mas com um histórico de discussão na região, têm-se

os seguintes:

Fórum Regional de Educação do Campo (FREC - Sul e Sudeste do

Pará): Ligado ao Fórum Estadual de Educação do Campo, congrega

instituições não governamentais, governamentais e representantes do

poder público, articulando a partir da participação de diversas

organizações nas discussões realizadas, as ações em torno da Educação

do Campo no Sul e Sudeste do Pará.

Fórum de Entidades da Reforma Agrária – FERA: Atualmente

desativado, fez parte da existência de um processo histórico de efetivação

de fóruns de discussão e deliberação participativos, fruto de lutas dos

movimentos sociais do campo, com conseqüente acúmulo de práticas de

negociação e participação em processos de tomada de decisões.

Congregava movimentos sociais e instituições de apoio e assessoria em

torno da discussão sobre as políticas de reforma agrária executada na

região.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

83

Rede de ATES: Congrega prestadoras de serviços públicos não-estatais

de Assessoria Técnica, Econômica, Social e Ambiental para os

assentamentos de reforma agrária. Seu objetivo é constituir futuramente

um fórum de representação regional de discussão e de deliberação sobre

a atuação da ATES, discutindo seus entraves (inclusive sua intermitência

no que se refere aos convênios realizados na região), e podendo construir

ferramentas de monitoramento e avaliação dos serviços de ATES

ofertados na região.

Fórum de Mulheres: Ainda em articulação, pretende-se constituir em um

espaço em que diferentes instituições de apoio à organização de grupos

de mulheres da agricultura familiar regional pudessem discutir e traçar

diretrizes de ação comuns.

c) Fóruns Gestores:

Crédito: Ainda busca sua organização no âmbito do Território, pois

atualmente as políticas de crédito produtivo para a agricultura familiar

são discutidas juntamente com prestadoras de serviço de ATES e com os

STTR’s diretamente. A constituição de um fórum para debater essas

questões permitiria mensurar os impactos dos créditos produtivos, e

construir bancos de dados sobre os financiamentos concedidos para a

agricultura familiar regional.

Desenvolvimento Territorial: Trata-se do espaço social de discussão e

deliberação sobre as ações territoriais, congregando atualmente

diferentes instituições das áreas rurais e urbanas dos 14 municípios

componentes do Território Sudeste Paraense. No seu início, congregava

apenas instituições rurais, ainda com a configuração territorial possuindo

apenas sete municípios. A partir de 2008, esse espaço deliberativo e

gestor ampliam sua abrangência, tendo como principal instância o

Colegiado de Desenvolvimento Territorial (CODETER), seu Núcleo

Diretivo e suas assembléias ordinárias e extraordinárias. Outras políticas

governamentais também são discutidas pelas secretarias municipais e

pelos conselhos municipais, sindicatos, associações e cooperativas em

cada município.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

84

Unidades de Conservação: Tratam-se dos conselhos gestores de

diferentes unidades de conservação que existem no Território (Florestas

Nacionais, Áreas de Proteção Ambiental, Parques Estaduais), e que

possuem representação de várias instituições do poder público e da

sociedade civil para garantir o uso sustentável dessa área de conservação,

em diálogo constante com os órgãos gestores (ICMBIO – Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade, para as unidades de

conservação federais, e SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente,

para as unidades de âmbito estadual).

Fórum da Mesorregião do Bico do Papagaio: Trata-se de um fórum de

gestão, discussão e proposição de políticas públicas a partir do Ministério

da Integração Nacional, incluindo os setores rurais e urbanos. A

Mesorregião do Bico do Papagaio compreende 66 municípios – 25 no

Pará, 16 no Maranhão e 25 no Tocantins – distribuídos em oito

microrregiões, com área total de 140.109 km² e com população estimada

de 1.645.861 habitantes em 2008 (segundo dados do IBGE).

d) Fóruns Institucionais:

AMAT – Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins: Fundada

em 1977, congrega as prefeituras de 39 municípios do Sul e Sudeste do

Pará, buscando debater alternativas para o desenvolvimento regional do

Araguaia e Tocantins e discutindo a formulação e executadas de diversas

políticas públicas nos municípios. Sua atuação é basicamente

institucional, tendo pouca ressonância para além das administrações

municipais.

Compart – Consórcio dos Municípios Paraenses Alagados pelo Rio

Tocantins: Congrega as prefeituras de sete municípios diretamente

atingidos pela construção do Reservatório da Usina Hidroelétrica de

Tucuruí, na década de 1980, e busca discutir o desenvolvimento dessa

região, tendo em vista também debater os impactos que a construção da

UHE teve nos municípios. No âmbito do Território Sudeste Paraense,

Nova Ipixuna e Itupiranga são os únicos municípios que fazem parte

desse consórcio.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

85

e) Redes de Cooperativas:

Produção agrícola: FECAT – Federação das Cooperativas do Araguaia-

Tocantins: Foi fundada em 2003, sendo uma cooperativa de segundo

grau (com sete cooperativas filiadas e duas em processo de filiação nos

municípios do Sudeste do Pará), para beneficiamento e comercialização

de produtos oriundos das atividades de fruticultura na região. Existem

três agroindústrias em municípios-polo (Nova Ipixuna – que está em

reformulação, Marabá e Parauapebas). Os resultados de comercialização

indicam em 2009 mais de 563.000 kg de frutos, mais que o dobro de

2004. Os maiores produtores de frutas da região são Parauapebas e

Curionópolis.

Cooperativas de produção. Algumas cooperativas locais ligadas à

FETRAF e ao MST.

Cooperativa de produção de leite: existiria uma delas identificada em

São Geraldo do Araguaia, mas aparentemente sem vínculos com alguma

rede maior de cooperativas com atuação na região.

Cooperativa Mista (Minério e Leite, etc.), várias cooperativas de

mineração e uma cooperativa de mulheres para produção de alimentos:

essas cooperativas foram identificadas em Serra Pelada (distrito de

Curionópolis), onde a atividade de mineração, e secundariamente a

atividade agrícola, é o principal pilar da economia local.

Transporte: São cooperativas de transporte de cargas e passageiros de

atuação na região. Os dados surgidos nas assembléias territoriais

mostram que São Geraldo do Araguaia possui duas cooperativas ativas,

enquanto Eldorado dos Carajás possui duas Cooperativas com sede no

município. Os outros municípios também são atendidos por diversas

cooperativas de transporte, porém ainda não há esse levantamento

detalhado.

Saúde (UNIMED; UNIODONTO): Possuem abrangência regional para o

Sul do Pará, com maior estrutura de atendimento nas cidades-polos

(Marabá e Parauapebas).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

86

SISCRED/OCB: O Sistema de Cooperativas de Crédito da Organização

de Cooperativas do Brasil existiria em Parauapebas, segundo os dados

levantados com as instituições participantes das assembléias territoriais a

partir das quais esses dados foram levantados.

f) Conselhos Municipais:

Existem no âmbito dos municípios diferentes Conselhos estruturados e ativos em

diferentes áreas (Tutelar, Educação, Saúde, Desenvolvimento Rural Sustentável, Meio

Ambiente), congregando atores da sociedade civil e do poder público em torno da

discussão e planejamento de políticas e ações voltadas para essas temáticas específicas

no âmbito municipal (e também territorial, se for considerado entre os membros desses

conselhos é que são escolhidos os representantes dos municípios para compor o

Colegiado de Desenvolvimento Territorial). Todavia, a metodologia adotada para

qualificação do Diagnóstico Territorial mostra que, em muitos municípios, há a

demanda pela estruturação e reativação desses Conselhos, que não estão

desempenhando a contento seu papel, por diferentes motivos, entre os quais pode ser

listada certa dificuldade de compreensão sobre o papel que esses conselhos

desempenham na gestão social. A Tabela 9 mostra a configuração atual desses

conselhos no Território:

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

87

Tabela 9 – Dados sobre os Conselhos Municipais no Território Sudeste do Pará, em 2010.

ITEM CRIAR CONSELHOS EFETIVAÇÃO E/ OU REVITALIZAÇÃO DE

CONSELHOS ESTRUTURAÇÃO DE CONSELHOS CONSELHOS ATIVOS

MUNICIPIO CMDRS SAÚDE EDUCA-

ÇÃO CMMA

IDOSOS, MULHE-

RES CMDRS SAÚDE

EDUCA- ÇÃO

CMMA CMDRS SAÚDE EDUCA-

ÇÃO CMMA CMDRS SAÚDE

EDUCA- ÇÃO

CMMA

Bom Jesus do Tocantins

1 1 1 1

Brejo Grande do Araguaia

1 1 1 1

Canaã dos Carajás

1 1 1 1 1 1 1 1

Curionópolis

1 1 1 1

Eldorado dos Carajás

1 1 1 1 1 1 1 1

Itupiranga

1 1 1 1

Marabá

1 1 1 1

Nova Ipixuna 1

1 1 1

Palestina do Pará

1

1 1

1

Parauapebas

1 1 1 1 1 1 1 1

Piçara

1 1 1 1 1 1 1 1

São Domingos do Araguaia

1 1 1 1 1 1 1 1

São Geraldo do Araguaia

1 1 1 1 1 1 1 1

São João do Araguaia

1 1 1 1 1 1 1 1

TOTAL 1

1 1 1 7 5 6 6 7 7 7 7 6 8 7 7

Fonte: Dados de sistematização – Diagnóstico Territorial do PTDRS (2010).

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

88

Os dados sistematizados durante a Assembléia Territorial que serviu como

elemento de coleta de dados para a qualificação do diagnóstico territorial mostra que os

conselhos realmente ativos existem em metade dos municípios do Território (no caso

dos Conselhos de Educação e de Meio Ambiente), em oito municípios no caso do

Conselho de Saúde e em seis municípios no caso do Conselho de Desenvolvimento

Rural Sustentável. Em praticamente metade dos municípios do Território surgiram

demandas para reestruturação/reativação ou efetivação dos Conselhos Municipais, o que

mostra que os atores locais estão encontrando entraves para o funcionamento a contento

dessas instituições.

Por fim, a partir desse mapeamento preliminar, podem ser feitas considerações

mais gerais acerca da dimensão político-institucional para o Território, levando-se em

consideração dois critérios principais:

− Quanto às organizações da sociedade civil

No que se refere à sociedade civil, há muitas entidades de representação de

diferentes categorias (sindicatos, associações, cooperativas, federações, etc.), porém, há

grande desarticulação entre essas organizações. A existência de fóruns que não têm

capilaridade no Território também foi constatada. Sobre os Conselhos municipais, há

sua organização em todos os municípios (pelo menos certo número desses Conselhos),

mas há pouca efetividade na ação e ainda é detectado seu pouco reconhecimento por

parte do poder público.

A partir do diagnóstico apresentado, se percebeu também nos municípios que a

organização dos Conselhos vem se pautando muito mais por uma dimensão normativa

(porque as políticas públicas obrigam os municípios a criá-los), do que pela efetiva

participação na gestão social colegiada do poder público. Um dos elementos que se

percebeu é que é relativamente fácil criar os Conselhos, mas bastante difícil colocá-los

em operacionalidade, e um dos elementos que mostram isso é o fato de que os gestores

públicos muitas vezes fazem a gestão isolada do conselho, sem fortalecer a

representação pública da sociedade civil, e sem objetivar uma maior ampliação da

gestão social. Isso mostra que há uma dinâmica no Território que vai à contramão a

partir do que a política pública nacionais preconiza para o funcionamento desses

Conselhos.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

89

− Quanto às organizações da sociedade civil

Percebe-se também que falta mais diálogo entre o poder público e as

organizações da sociedade civil, havendo um fluxo insuficiente de informações (tanto

em termos de qualidade, quanto de transparência dessas informações). A fragilidade das

políticas públicas pode ser vista tanto na continuidade, quanto no acompanhamento das

ações no âmbito dos serviços essenciais (como saúde e educação).

Finalmente, deve-se lembrar apenas que o diagnóstico territorial não pretende

ser exaustivo ou definitivo para retratar a realidade atual do Território, mas quer

estimular um debate para entrar depois na parte fundamental do planejamento das ações

estratégicas para pensar o desenvolvimento sustentável do Território. Por isso, as

proposições serão feitas a partir das reflexões geradas pelas 14 oficinas territoriais.

PARTE III – O Plano Territorial

do Sudeste Paraense

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

90

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

87

Visão de futuro no Território Sudeste

Objetivos estratégicos

Diretrizes principais

Eixos de desenvolvimento do Território Sudeste

Projetos estratégicas e diretrizes de ação do Plano Territorial

1. Visão de futuro no Território Sudeste

Por meio das metodologias adotadas na qualificação do PTDRS do sudeste paraense e

partindo-se de uma visão atual sobre o Território, foram observados alguns elementos

identificados como fazendo parte de uma visão de futuro que apresenta características ideais a

serem atingidas no âmbito territorial, em uma perspectiva temporal. Não se trata da

elaboração de cenários futuros esperados ou idealizados em relação à região analisada, mas

sim da elaboração conjunta de demandas que efetivamente se espera alcançar a partir das

ações de desenvolvimento destinadas ao Território como um todo.

Nesse sentido, a visão de futuro assume um caráter mais pontual, visto que seus

objetivos a curto, médio e longo prazo, quando confrontados às demandas apresentadas pelos

atores territoriais, mostram que, menos que um panorama geral de um futuro a partir de

elementos multidimensionais, o que se espera são mais ações de cunho concreto visando a

transformar a realidade de carências em que vive o Território Sudeste Paraense, em diferentes

dimensões, principalmente no que se refere às necessidades básicas para se alcançar melhor

qualidade de vida. Os elementos colocados para a elaboração de uma visão de futuro,

portanto, não fazem parte necessariamente de uma idealização a partir de um planejamento

geral para todo o âmbito do Território, mas sim de possíveis prospecções que podem ter lugar

a partir de ações concretas nos municípios que compõem o Território, e é nesse sentido que

serão expostos a seguir, a partir das dimensões identificadas no diagnóstico territorial que fez

parte do processo de qualificação do PTDRS.

− Dimensão ambiental

Em relação à dimensão ambiental, o diagnóstico do Território mostrou alguns

elementos que sintetizavam aspectos que poderiam ser considerados como “problemas

ambientais”, por exemplo, as taxas de desmatamento e a diminuição dos índices de

pluviosidade nos últimos anos na região. A partir da leitura desses elementos realizada pelos

atores locais que se fizeram presentes nas oficinas municipais de qualificação do PTDRS,

uma visão de futuro para a dimensão ambiental poderia ser sintetizada em um desejo

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

88

manifesto da existência de um território ambientalmente mais sustentável, prezando pela

recuperação/manutenção dos recursos naturais e pela melhoria da qualidade de vida.

De uma maneira geral, os atores locais demonstram em seu discurso preocupação com

os problemas ambientais existentes em seus municípios. Direta ou indiretamente, associam o

futuro melhor ou as melhores condições de vida à necessidade da promoção de um tipo de

desenvolvimento que leve em conta essa dimensão, estando isso ilustrado por constantes

referências ao desenvolvimento sustentável, à sustentabilidade, ao respeito ao meio ambiente,

ao equilíbrio entre agricultura/produção de alimentos e manutenção dos recursos naturais.

Em vários municípios observou-se que, para esses atores locais, a construção de um

futuro ambientalmente melhor passa pelo tratamento de certos problemas considerados como

significativamente relevantes. Entre eles, a velocidade de transformação da paisagem imposta

pela ação predatória dos recursos naturais e por projetos de desenvolvimento baseados na

lógica capitalista (mono cultivos, pecuária extensiva, mineração, extração); as limitações

ecológicas que o meio natural de alguns municípios apresenta, com evidentes problemas de

qualidade e disponibilidade de recursos naturais para o desenvolvimento da agricultura e

atendimento das necessidades humanas; a inadequação das formas de exploração do meio

natural tendo em vista as atuais exigências da legislação ambiental ou uso de práticas com

efeitos negativos ao ambiente, como as queimadas; a precariedade do saneamento básico nas

áreas urbanas, entre outros.

− Dimensão econômica

De uma maneira geral, no que se refere à visão de futuro em relação aos aspectos

socioeconômicos, os atores dos municípios do Território expressam em seu discurso o desejo

de que o desenvolvimento econômico ocorra de forma articulada com a dimensão ambiental.

Em todos os municípios o futuro na área produtiva do setor agrícola aparece associado ao

incentivo a uma agricultura diversificada e sustentável, sendo ressaltada em alguns deles à

questão da segurança alimentar. Alguns municípios, como Marabá, Itupiranga e Bom Jesus,

por exemplo, também associam o desenvolvimento da agricultura com a adoção de novas

tecnologias (principalmente com o uso de mecanização, mas também na execução de outras

etapas do processo de produção agrícola, como o beneficiamento). O acompanhamento

técnico também aparece como algo importante para que a agricultura se desenvolva no

Território.

Para a maioria dos envolvidos, a sustentabilidade da agricultura passa pela valorização

e apoio à agricultura familiar, enquanto ator importante do desenvolvimento territorial. Os

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

89

participantes anseiam para o futuro um Território com políticas públicas funcionando e

direcionadas com políticas públicas direcionadas para incentivo à produção diversificada e da

criação/consolidação de espaços de mercado e de estruturas de comercialização para os

produtos da agricultura familiar. Com isso, esperam poder eliminar o atravessador do

processo de comercialização e que possam ocupar espaços de mercado como aqueles

previstos, por exemplo, em programas governamentais (Programa Nacional de Alimentação

Escolar – PNAE e o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA).

No que dizem respeito aos outros setores, cinco municípios do Território (Nova

Ipixuna, São Domingos, Itupiranga, Piçarra e Eldorado) mencionaram que para o futuro

querem que seja fortalecido ou consolidado o setor industrial da região. E para dois

municípios (Nova Ipixuna e Piçarra), também é importante que no futuro se desenvolva o

setor de serviços.

− Dimensão sociocultural educacional

Quando se analisa os elementos apresentados como constituintes de uma visão de

futuro no âmbito da dimensão sociocultural educacional, a partir das informações levantadas

nas oficinas municipais que foram realizadas para a qualificação do PTDRS 2010, podem ser

feitas algumas observações gerais a esse respeito. Assim, pode-se perceber que, em sua

maioria, os elementos que aparecem na maior parte dos municípios se referem a melhorias

gerais na qualidade de vida, expressas através de temas como maior qualidade nos serviços

ofertados; responsabilidade social, ambiental e cultural; desenvolvimento sociocultural, etc.

De forma geral, os temas que aparecem com maior freqüência entre as informações

reunidas através das oficinas dizem respeito às áreas de educação e saúde. Em todos os

municípios, apareceram elementos que fazem referência a melhorias na qualidade do ensino

(em todos os níveis, e em especial ampliando o acesso ao ensino superior na região), e no

atendimento público de saúde, principalmente levando-se em conta os índices sociais

apresentados durante as oficinas, que mostram muita fragilidade nos municípios em relação a

essas áreas. Maiores investimentos e ampliação desses serviços, com garantia de qualidade e

acesso universal, foram temas recorrentes nos dados levantados.

Esses aspectos mostram que, para os atores sociais dos municípios, são prementes

melhorias nessa área e maiores investimentos, principalmente por parte do poder público, para

combater problemas recorrentes na região, como as altas taxas de evasão escolar e o índice

elevado, em geral, da mortalidade infantil, apesar do fato de que os dados estatísticos

disponíveis para o Território mostram algumas melhorias nesses indicadores nos últimos

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

90

anos. Todavia, como as dificuldades estruturais nessas áreas podem ser consideradas crônicas

no Território, certamente o que o futuro projetado para os municípios demonstra é um desejo,

expresso claramente, de que sejam realizadas transformações que garantam à população local

não apenas o acesso, mas uma maior qualidade nos serviços de saúde e educação ofertados

nos municípios, que são em sua maioria públicos. Daí a cobrança, por parte dos atores locais,

por uma atuação mais intensa do Estado, direcionada especificamente a estas áreas.

De certa forma, a grande diversidade de temas que transpareceram em relação à

dimensão sócio-cultural deu uma idéia geral de como essa discussão tem um papel importante

para se pensar à realidade atual do Território e o planejamento de ações estratégicas para se

alcançar o futuro pensado pelos atores sociais locais para a região.

− Dimensão político-institucional

No que tange à dimensão político-institucional, de uma maneira geral, o que se pode

perceber é que os municípios associam a conquista do futuro que desejam com a necessidade

de as instituições, entidades, movimentos sociais, grupos constituídos, organizações

representativas, trabalhem e atuem de maneira articulada. A importância dessa melhor

articulação institucional aparece no desejo, por exemplo, do estabelecimento de diálogos entre

as diferentes instâncias do poder público, entre setor público e privado, entre poder público e

sociedade civil organizada, entre diferentes organizações e entidades ligadas à sociedade civil

organizada, e entre os diferentes Conselhos Municipais.

Além da necessidade do estabelecimento de um melhor diálogo, foi apontado nos

municípios de que seria importante para o futuro seria importante também garantir uma maior

participação da sociedade civil nas decisões e definição/execução de políticas públicas.

Acham fundamental aumentar a participação dos diversos atores nos espaços de discussão,

planejamento e acompanhamento das ações locais.

Também apareceu em alguns municípios o desejo de que no futuro haja maior

transparência e clareza na atuação do poder público, bem como das suas políticas públicas.

Mas, além do poder público, também aparece como importante ter transparência na atuação

das organizações dos trabalhadores.

Por fim, para o futuro a projeção é de que os municípios disponham de um ambiente

institucional que funcione satisfatoriamente com os Conselhos municipais funcionando a

contento, por exemplo, e com uma presença ativa do CODETER.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

91

2. Objetivos estratégicos

A partir dos elementos elencados na visão de futuro apresentada pelos atores locais

para o âmbito territorial, podem ser apontados alguns objetivos estratégicos visando dar

concretude para os desejos de transformações futuras identificadas como prioritários para o

Território, sempre partindo das dimensões identificadas no diagnóstico territorial apresentado

nas oficinas:

− Dimensão ambiental

Partindo de alguns problemas ambientais considerados como relevantes pelos

participantes das oficinas, foram identificadas como metas em grande parte dos municípios:

No que diz respeito às áreas rurais, a diminuição do avanço do desmatamento e

das queimadas, a recomposição da paisagem arbórea (áreas de Reserva Legal,

Área de Proteção Permanente, Matas Ciliares) e a recuperação de áreas tidas

como “degradadas”.

Já no que se referem às projeções envolvendo melhorias nas áreas urbanas,

estas apareceram pouco nas oficinas, mas foi significativa em vários

municípios a menção feita à necessidade do desenvolvimento da infra-estrutura

em termos de distribuição de água, saneamento básico e tratamento de lixo nas

cidades. Esses aspectos, portanto, podem ser considerados como propósitos

ampliados, identificados pelos atores locais, em relação ao que se pretende

construir para o futuro do Território.

− Dimensão econômica

Tendo em vista as informações e dados apresentados no diagnóstico territorial, os

atores dos municípios identificaram alguns elementos que podem ser considerados como

metas prioritárias para o desenvolvimento do município, no âmbito da dimensão econômica,

visando concretizar a visão de futuro desejada:

As metas buscadas pelos atores do Território consistem em uma agricultura

diversificada, no uso de novas tecnologias de produção e na existência de uma

estrutura consolidada de beneficiamento e comercialização de produtos

agropecuários.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

92

Outra meta considerada importante é o alcance de um setor industrial ampliado

e consolidado no âmbito do Território.

Por fim, outro propósito essencial para o Território é a existência, a médio e

longo prazo, de uma infra-estrutura econômico-produtiva bem desenvolvida

nos municípios e no Território.

− Dimensão sociocultural educacional

Os aspectos considerados como metas prioritárias a partir da visão de futuro

apresentada no âmbito da dimensão sociocultural são os seguintes:

Uma oferta mais ampla de serviços básicos (como saúde e educação), e que

sejam serviços de qualidade;

Outro objetivo identificado trata do respeito à diversidade sócio-cultural e as

diferentes manifestações culturais existentes no Território.

− Dimensão político-institucional

O principal objetivo identificado para essa dimensão trata da busca de um ambiente

político-institucional fortalecido, baseado na articulação e no diálogo entre e dentre

instituições e na participação ativa da sociedade na definição dos rumos de cada município e

do Território.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

93

3. Diretrizes principais

As diretrizes para o desenvolvimento sustentável do Território passam pela

determinação de elementos-chave que, a partir de uma abordagem multidimensional, sejam

considerados estratégicos para que o Território possa enfrentar alguns dos principais desafios

que se colocam para a concretização e consolidação das ações e projetos estratégicos

identificados como prioritários para construir o futuro desejado para o Território.

Sendo assim, alguns elementos que transpareceram em múltiplas dimensões

(ambiental, sociocultural, econômica e político-institucional) podem ser considerados como

aspectos fundamentais para orientar os processos de desenvolvimento sustentável a partir do

âmbito territorial, tendo em vista sua abrangência e sua capacidade de mobilização dos

interesses e dos desejos dos atores territoriais que participaram da elaboração do Plano:

− Ampliação e consolidação da infra-estrutura Territorial

Esse aspecto é importante para ser destacado como diretriz, pois pode ser considerado

como multidimensional. Os projetos estratégicos nas áreas de infra-estrutura e serviços

incluem desde elementos básicos para garantir qualidade de vida (como esgoto e saneamento

para as áreas urbanas), coleta e destinação dos resíduos sólidos urbanos, bem como a

ampliação e melhoria das estruturas ofertadas que são essenciais para a produção

agropecuária local e seu escoamento e comercialização (como as estradas vicinais, as redes de

energia e transporte). Para as áreas de saúde e educação, no âmbito da dimensão sócio-

cultural e educacional, é importante a construção de escolas e hospitais, e a melhoria da infra-

estrutura já existente. Certamente, esse elemento é fundamental para se garantir uma melhor

qualidade de vida para os habitantes do Território, e a carência de elementos infra-estruturais

básicos (como o saneamento e o transporte) é apontada como um dos principais entraves para

se concretizarem as metas pretendidas para o futuro do Território.

− Melhoria na qualidade dos serviços ofertados e das ações realizadas

Essa foi uma demanda que perpassou diferentes dimensões durante a realização das

oficinas municipais e da Assembléia Territorial de qualificação do plano, desde a

sociocultural (quando foram colocados em análise os serviços prestados nas áreas de

educação e saúde, por exemplo, até questionamentos sobre a qualidade da água

disponibilizada e do fornecimento de energia elétrica, por exemplo), passando pela ambiental

(discussões sobre os serviços de água, saneamento básico e coleta de resíduos sólidos) e pela

econômica (questionamentos sobre a situação das infra-estruturas existentes no Território,

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

94

principalmente no que se refere ao transporte). Ou seja, não basta apenas dotar o Território de

elementos e obras de infra-estruturas básicas, mas também de permitir a oferta de serviços

básicos para a população com um mínimo de qualidade, de forma a ampliar o que se

considera como cidadania. O que ainda precisa ser discutido com mais calma é que tipo de

indicador ou metodologia se utilizaria para mensurar a qualidade dos serviços ofertados, pois

esses elementos parecem ter surgido mais como demanda dos atores locais do que como

proposta efetiva de concretização de ações estratégicas.

− Capacitação e formação

Esse elemento também foi citado como sendo transversal às diferentes dimensões,

tendo em vista sua importância como aspecto formativo dos agentes sociais do Território.

Assim, quando confrontados com problemas ambientais, como o desmatamento e as

queimadas, com dificuldades no âmbito da qualidade dos serviços ofertados na educação e na

saúde, ou a desafios de ordem produtiva (por exemplo, a assistência técnica ofertada para

buscar o incremento da produção agrícola no âmbito do Território), ou ainda quando o desafio

identificado trata das dificuldades apresentadas pelos conselhos municipais para participação

efetiva nos mecanismos de gestão social, a capacitação e a formação aparecem como

elementos fundamentais para a busca de possíveis soluções para os entraves identificados,

assim como iniciativas nas áreas temáticas de educação ambiental, educação do campo e

formação técnica específica (por exemplo, a demanda para a criação de escolas técnicas em

agropecuária em alguns municípios). Dessa maneira, ações preconizando melhorias sensíveis

para o âmbito territorial são indicadas tendo como ponto de partida a necessidade de

capacitação e formação efetiva dos atores locais frente às demandas e desafios interpostos

pela dificuldade de colocar em ação as medidas estimuladoras do desenvolvimento ancorado

na sustentabilidade ampliada, incorporando múltiplas dimensões.

− Fortalecimento organizacional e das relações interinstitucionais

Por fim, esse aspecto também foi considerado fundamental para a discussão sobre o

desenvolvimento do Território, tendo em vista que a melhoria da participação da sociedade

civil na gestão pública (com uma efetiva capacidade de intervir no direcionamento dessa

gestão) e também o fortalecimento institucional da sociedade civil e do poder público são

elementos importantes para discutir questões-chave para o futuro do Território, como o

empoderamento dos atores sociais locais e a melhoria na capacidade de gestão e intervenção

na realidade atual do Território, visando seu desenvolvimento ampliado, por parte das

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

95

entidades e órgãos constituintes da administração pública. A criação e a melhoria de canais

interinstitucionais de atuação, com a constituição de um diálogo mais efetivo entre as

instituições participantes da esfera pública de atuação institucional no âmbito territorial,

também são projetos e linhas de ação importantes de serem levadas em conta quando se

considera as possibilidades concretas de se criar as condições para processos de

desenvolvimento que efetivamente levem em conta a sustentabilidade, a partir de elementos

essenciais, como o empoderamento dos atores locais.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

96

4. Eixos de desenvolvimento do Território Sudeste

Os eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do Território foram

identificados a partir das demandas apresentadas pelos atores territoriais que participaram das

atividades de qualificação e validação coletiva do Plano de Desenvolvimento Territorial.

Foram identificadas aquelas atividades e ações principais que, de certa forma, centralizaram

as análises realizadas no âmbito dos municípios e que, além de transcenderem esse recorte

geográfico específico, puderam pela sua importância, ser consideradas como ações de

abrangência territorial. Além disso, as ações estratégicas identificadas como eixos norteadores

do desenvolvimento para o Território foram citadas e discutidas em diferentes dimensões

durante os debates envolvendo a formulação e qualificação do PTDRS, o que mostra, além de

sua abrangência para grande parte ou para o conjunto do Território, seu caráter

multidimensional e sua importância para serem elaboradas a partir de sua centralidade para

constituir os eixos de desenvolvimento do Território.

Como procedimento para identificação e elaboração desses eixos preferiu-se partir de

uma passagem do âmbito universal para o particular (através da adoção do procedimento

dedutivo), ou seja, os atores locais participantes das oficinas de qualificação do Plano

partiram de uma visão geral sobre o Território (dada pelos vários indicadores levantados no

diagnóstico territorial), e a partir disso podiam indicar, para as diferentes dimensões

(ambiental, sociocultural, econômica e político-institucional) quais seriam as ações

prioritárias para o desenvolvimento do Território, e aquelas que foram consideradas mais

importantes, seja pela sua abrangência para o conjunto do Território, seja por suas

características multidimensionais, constituem os eixos estratégicos relacionados a seguir. A

partir da identificação desses eixos, procurou-se destacar também seus pontos fracos, pontos

fortes, oportunidades e ameaças para sua execução e consolidação no âmbito territorial.

a) Assistência e assessoria técnica para as áreas rurais:

Essa ação estratégica foi apontada como fundamental para o fortalecimento da

produção agropecuária no Território, principalmente para o público da agricultura familiar

(assentados, detentores de áreas tituladas e áreas de posse, etc.). Sua importância perpassa não

apenas o fato de que os agricultores querem ter acesso à assistência técnica de qualidade, mas

principalmente quando se discute o futuro da atividade agrícola na região, visto que as

instituições atuantes nessa área preconizam a diversificação produtiva, tendo como

centralidade o público da agricultura familiar, para que se tenham possibilidades de um

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

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desenvolvimento combinado com sustentabilidade, em sentido amplo, para as áreas rurais do

Território.

Pontos fortes:

Existência de um fórum congregando uma rede de ATER/ATES, e preocupado com a

diversificação da produção para a agricultura familiar;

Existência de experiências de formação voltadas para a produção rural sustentável de

base familiar (na UFPA e no IFPA – Campus Rural de Marabá), que podem

retroalimentar a equipe de assistência técnica e assessoria existentes na região;

Acúmulo metodológico e prático acerca da assistência técnica por parte das diversas

instituições (públicas estatais e não-estatais) prestadoras de assistência técnica e

assessoria social, econômica e ambiental existentes no âmbito territorial.

Pontos fracos:

Instabilidade dos convênios de assistência técnica, mesmo em entidades públicas

estatais (como a EMATER);

Descontinuidade e inconstância dos recursos para instituições que prestam Assessoria

Técnica, Social e Ambiental (ATES do INCRA) para os assentamentos do Território.

Oportunidades:

Existência de acúmulo teórico-prático e metodológico acerca da educação do campo

no Território, materializado em algumas iniciativas utilizando a pedagogia da

alternância (inclusive iniciativas a partir de programas federais como o PRONERA),

na parceria entre instituições de ensino técnico e superior com os movimentos sociais

(UFPA, IFPA – Campus Rural de Marabá), e nas experiências promissoras de algumas

escolas em áreas de assentamento. Essas iniciativas podem ser importantes, quando

articuladas com a ATER/ATES, principalmente observarem-se as atividades

desempenhadas pelos egressos dessas formações, muitos deles compondo as equipes

de assistência técnica na região;

Existência do Fórum Regional de Educação do Campo – Sul e Sudeste do Pará

(FREC-SUPA), desenvolvendo ações articuladas entre organizações governamentais,

não governamentais, movimentos sociais e instituições de ensino, pesquisa e extensão,

o que também pode ser um espaço interinstitucional importante para pautar discussões

da assistência técnica na região;

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

98

A promulgação da nova lei de ATER parece significar um marco legal importante para

reorganizar as atividades de assistência técnica no país, e especificamente, tendo

rebatimentos importantes no funcionamento institucional em âmbito territorial.

Ameaças:

Fragmentação acerca de questões relativas ao crédito, ATER/ATES, infra-estrutura,

educação, entre outros, em fóruns específicos e inarticulados.

b) Recuperação de áreas “degradadas” e diversificação produtiva

Essas ações estratégicas foram identificadas pelos atores locais que participaram da

qualificação do PTDRS, principalmente a partir do diagnóstico realizado, que mostrou que a

situação regional, no que tange a indicadores como o índice de desmatamento, não era

animador. Portanto, esse debate surge no âmbito das possibilidades de estímulo à

diversificação produtiva na produção agropecuária, e uma delas pode ser justamente a

recuperação de áreas que atualmente estão em processo de “degradação”, ou seja,

subaproveitadas, em geral, com pastagens em diferentes graus de degradação, para o

desenvolvimento da pecuária bovina.

No entanto, o que não foi consensual foi o tipo de recuperação que deveria ser

realizado: o plantio de árvores nativas e frutíferas foi indicado em alguns municípios, mas em

outros não surgiu no debate; a recuperação das matas ciliares também foi um ponto citado,

mas apenas em algumas discussões no âmbito da dimensão ambiental. A diversificação

produtiva também não teve muita clareza nos debates realizados (principalmente sobre quais

seriam as atividades produtivas com maior potencial de consolidar tal diversificação). De

qualquer forma, parece haver certo desejo mais ampliado, e que perpassa diferentes

dimensões, de diversificação da produção sem que isso implique, necessariamente, no uso não

sustentável dos recursos naturais presentes no Território.

Pontos Fortes:

Crescente preocupação sobre as condições ambientais do Território;

Presença significativa da agricultura familiar no Território, que tende a uma maior

diversificação produtiva e a um uso potencialmente mais sustentável dos recursos.

Pontos Fracos:

Trajetória da ocupação humana do Território, na cidade e no campo, marcada pelo uso

pouco sustentável dos recursos naturais;

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

99

Existência de atividades produtivas e infra-estruturas instaladas no Território que

pressionam pela utilização não-sustentável dos recursos naturais;

O macro zoneamento ecológico e econômico feito pelo Governo do Estado não

reconhece o Território como uma área prioritária para o desenvolvimento de ações

consideradas sustentáveis.

Oportunidades:

Início de atividades de diversificação produtiva entre os agricultores familiares no

Território;

Existência de uma rede de cooperativas de agricultores familiares engajadas na

diversificação da produção e na agroindústria de atividades como a fruticultura.

Ameaças:

Continuação da aplicação do crédito produtivo em apenas algumas poucas atividades;

Capacidade instalada de infra-estrutura das agroindústrias cooperativas ainda é

pequena em relação à demanda potencial do Território;

Precariedade das estradas e principais vias de acesso às cidades e às áreas rurais,

principalmente no período chuvoso, pode trazer dificuldades para a diversificação

produtiva pretendida;

Pouca presença de circuitos de comercialização e cadeias regionais de produção para

atividades que podem fazer parte da diversificação produtiva preconizada para o

Território.

c) Mudanças no padrão tecnológico adotado pela agricultura familiar

Essa discussão foi interessante no nível territorial, tendo em vista que foi uma

constante nas oficinas municipais realizadas, e ainda perpassou diferentes dimensões. De certa

maneira, o que foi consenso em relação a essa ação estratégica, foi o desejo expresso pelos

atores locais de se buscar, discutir, testar e analisar padrões tecnológicos para a agricultura

familiar local, tendo inclusive cuidados ambientais, e não no sentido específico da adoção de

uma ou outra tecnologia, de forma isolada. A diminuição da pilosidade do trabalho e a

melhoria da gestão física do trabalho podem ser elementos interessantes para se analisar os

aspectos relacionados à mecanização, que não se restringe ao trabalho de solos para novos

plantios em áreas em que há dificuldades técnicas de produção a partir do nível tecnológico

atualmente adotado na agricultura familiar regional (áreas de pastagem degradada, por

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

100

exemplo). Assim, essa discussão pode ser ampliada para a incorporação tecnológica nos

processos de produção em nível territorial, mas que não deixa de apontar para a adoção de

princípios agros ecológicos e sustentáveis, pensando também em um movimento mais amplo,

em relação ao que a sociedade vem discutindo atualmente sobre essas questões.

Pontos fortes:

Parece haver certa disposição, expressa por múltiplos atores locais, de ampliar a

incorporação tecnológica a diferentes etapas do processo produtivo da agricultura

familiar regional (preparação das áreas de plantio, beneficiamento de produtos, etc.);

Um conjunto de instituições locais (principalmente prefeituras) está disponibilizando

equipamentos (como patrulhas mecanizadas) para o plantio mecanizado de áreas em

que a agricultura familiar trabalha.

Pontos fracos:

Há poucas instituições locais que possam construir referências técnicas para

desenvolver atividades produtivas em novos níveis tecnológicos, ou seja, falta ainda

uma estrutura de pesquisa que possibilite testar e analisar a adoção de novos padrões

tecnológicos.

Oportunidades:

Uma série de políticas públicas, em diferentes níveis (nacional, estadual e municipal),

parece estimular a adoção de novos padrões tecnológicos, mesmo que de forma ainda

muito incipiente.

Ameaças:

- Seria preciso discutir com mais profundidade se esse tipo de ação não poderia

terminar por replicar na região a incorporação de um padrão tecnológico já adotado

em outras regiões, durante a “Revolução Verde”, que traz conseqüências negativas

impactantes, dos pontos de vista ambiental, social e econômico.

d) Ampliação e melhoria dos serviços de água, saneamento básico e coleta de resíduos

sólidos

Em relação às zonas urbanas, essa foi à ação que mais foi citada e discutida durante a

realização das oficinas municipais, e que também transpassa diferentes dimensões, tendo em

vista afetar áreas distintas, como a ambiental e os serviços de saúde. A precariedade das

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

101

estruturas existentes, nas cidades e nas vilas rurais, para o fornecimento de água, serviços de

coleta de esgoto e de lixo, de certa forma demonstrada pelo diagnóstico territorial realizado,

mostra que essas ações específicas são essenciais para garantir uma melhor qualidade de vida

para a população da região, garantindo-se ainda que haja uma diminuição dos variados

impactos negativos que a ausência de saneamento básico, de água em condições de

portabilidade e da coleta regular e destinação adequada dos resíduos sólidos causa nas áreas

urbanas do Território.

Pontos Fortes

- Parece haver certa disposição dos atores locais em colocar esses temas para debate,

ou pelo menos como formulação de demandas, visando encontrar soluções a médio e

longo prazos para esses aspectos fundamentais para a qualidade de vida da população.

Pontos Fracos

Precariedade das condições de saúde, saneamento e de infra-estruturas básicas e na

maior parte das cidades;

Existência de poucos recursos, em nível municipal, para investimentos vultosos como

nas redes de água e saneamento básico e acondicionamento adequado de resíduos

sólidos.

Oportunidades

Em nível federal, parece haver certa prioridade para ampliação dos investimentos em

infra-estruturais básicas nas cidades, como na área do saneamento básico.

Ameaças

Todavia, parece ser muito difícil conseguir atrair investimentos de grande porte, no

que se refere às políticas públicas, em serviços básicos, mas que exigem grande

investimento em infra-estrutura, como é o caso do tratamento de água, da coleta e do

tratamento de lixo e esgoto.

e) Criação e fortalecimento de Conselhos municipais

Esse aspecto pode ser considerado como um eixo transversal para o desenvolvimento

territorial, tendo em vista que, quando se discutiram as formas de gestão social e ampliação da

participação no acompanhamento e monitoramento das ações estratégicas traçadas para o

Território, o fortalecimento e estruturação dos Conselhos Municipais já existentes em grande

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

102

parte dos municípios (Tutelar, de Saúde, Educação, Desenvolvimento Rural Sustentável) e a

criação de novos Conselhos (de Meio Ambiente, Assistência Social, de Mulheres, de Idosos,

entre outros) apareceram como ações prioritárias para se buscar uma efetiva participação na

gestão social em nível municipal e, inclusive, territorial.

Pontos Fortes

Há a organização de Conselhos em áreas básicas em todos os municípios (como os

Conselhos Tutelar, de Saúde e de Educação);

Maior articulação entre os municípios, favorecendo trocas e colaboração mútua.

Pontos Fracos

Há uma fragilidade das políticas públicas e na gestão social nos municípios,

principalmente no acompanhamento das ações no âmbito dos serviços essenciais

(como saúde, educação e desenvolvimento rural sustentável).

Parece faltar uma relação de diálogo entre o poder público e as organizações da

sociedade civil, com um fluxo insuficiente de informações (tanto em termos de

qualidade, quanto de transparência dessas informações).

Há pouca efetividade na ação dos Conselhos já constituídos nos municípios, e pouco

reconhecimento por parte do poder público.

Oportunidades

Existência de um processo histórico de efetivação de fóruns de discussão e deliberação

participativos fruta de lutas dos movimentos sociais do campo (Fórum de Entidades

pela Reforma Agrária – FERA; Câmara Técnica do INCRA, etc.), e conseqüente

acúmulo de práticas de negociação e participação em processos de tomada de

decisões. Esses elementos podem ser importantes para se buscar garantir um efetivo

funcionamento dos Conselhos no âmbito municipal.

Ameaças

- Parece haver uma falta de clareza de como funcionam os conselhos municipais, e

sobre qual é o seu papel na participação da gestão social dos municípios;

- Pode-se perceber que, nos municípios, a organização dos Conselhos vem se pautando

muito mais por uma dimensão normativa do que pela efetiva participação na gestão

social colegiada do Poder Público.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

103

Um dos elementos que se percebeu durante a qualificação do PTDRS é que é fácil

criar Conselhos em diferentes áreas, mas é difícil colocá-los em operacionalidade, e

um dos elementos que mostra isso é o fato de que os gestores públicos muitas vezes

fazem a gestão isolada dos Conselhos, sem fortalecer a representação pública da

sociedade civil e uma maior ampliação da gestão social, de forma mais participativa.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

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5. Projetos estratégicas e diretrizes de ação do Plano Territorial

Ações Multidimensionais

1- Projetos Aglutinadores

1.1 Infra-estrutura: saneamento básico

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Melhorar o acesso e o tratamento

dos serviços de distribuição de

água.

Em todos os municípios do Território 1. Melhoria do acesso e da qualidade da água ofertada à população

(Palestina, São Domingos, Eldorado, Itupiranga, Bom Jesus, Piçarra,

Brejo Grande, Marabá, Nova Ipixuna);

2. Construção de poços artesianos para abastecimento da cidade e das vilas

(Brejo Grande);

3. Construção de estações de tratamento de água (Marabá, Nova Ipixuna);

4. Construção de açudes para retenção de águas de chuvas (para abastecer

animais e plantações) (Nova Ipixuna, São Domingos);

Ampliação das redes de coleta de

esgoto, tanto nas zonas urbanas e

vilas rurais.

Em oito dos 14 municípios do Território 1. Implantar redes de esgoto nas cidades e nas vilas rurais (Marabá, Brejo

Grande, São Domingos, Piçarra, Palestina, Eldorado, Itupiranga, Canaã,

Bom Jesus);

2. Construção da rede de esgoto na zona urbana (São Domingos,

Itupiranga, Canaã, Bom Jesus, Eldorado);

Ampliação das redes de coleta de Em todos os Municípios do Território 1. Implantação de cooperativa e oficinas de reciclagem do lixo (Canaã,

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

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lixo e reciclagem. Itupiranga);

2. Implantação de programas e campanhas de coleta seletiva do lixo e

conscientização da população quanto à separação do lixo (Marabá,

Canaã, Itupiranga, Bom Jesus, Nova Ipixuna, Piçarra, Curionópolis);

3. Tratamento e coleta do lixo (Itupiranga, Eldorado);

4. Implantação do aterro sanitário (Canaã, Itupiranga, Bom Jesus, Nova

Ipixuna, Curionópolis);

Habitação. Em todos os Municípios do Território 1. Construção de casas populares, de modo a diminuir o déficit habitacional

da população, principalmente de baixa renda (Marabá, Nova Ipixuna,

Piçarra, São Domingos);

2. Apoio à elaboração dos Planos Municipais de Habitação no âmbito do

Território;

Ampliação e melhoria da infra-

estrutura existente e criação de

novos elementos infra-estruturais

no âmbito do Território.

Em todos os municípios do Território 1. Construção de estradas vicinais na zona rural, asfaltamento e/ou

calçamento de ruas na zona urbana (Eldorado, Canaã, Brejo Grande,

Piçarra, São Domingos, Palestina, Curionópolis, Parauapebas,

Itupiranga);

2. Melhoria dos serviços e expansão das redes de energia elétrica (Brejo

Grande, Parauapebas, Marabá, Canaã, São Domingos, Piçarra, São

Geraldo);

3. Demarcação da área de expansão urbana do município (Curionópolis,

Nova Ipixuna);

4. Asfaltamento Da PA 477 (Piçarra);

5. Ampliação da rede de atendimento bancário (Palestina, São Geraldo, São

Domingos, Itupiranga, Piçarra);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

106

2. Projetos Complementares

2.1 Assistência técnica

6. Melhorar a estrutura de transporte (Parauapebas, São Domingos, Canaã);

7. Melhorar as condições de comunicação (Marabá);

8. Criação de uma rádio comunitária para alcance em todos os municípios

do Território (Eldorado);

9. Melhorar a infraestrutura produtiva (Parauapebas);

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Garantir apoio e

acompanhamento técnico para

desenvolvimento das

atividades produtivas.

Em todos os municípios do Território 1. Ampliação e fortalecimento da assistência técnica municipal,

estadual ou privada (estrutura, contratação de técnicos), capacitação

dos técnicos (Palestina, Nova Ipixuna, Brejo Grande, São

Domingos, São Geraldo, Itupiranga, Piçarra);

2. Garantir a presença da assistência técnica antes, durante e depois da

execução do crédito (São João, Bom Jesus, Canaã);

3. Estabelecer parcerias entre o Estado (aos níveis federal, estadual e

municipal) para viabilizar o trabalho da assistência técnica

(Piçarra);

4. Implantação da CEPLAC (São Domingos);

5. Ampliação da assistência técnica, por meio de instituições como

Prefeitura e EMATER, e inclusão do município nas chamadas de

ATER / ATES, solicitar do INCRA/MDA (Curionópolis);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

107

6. Acesso pelo público não assentado a ATER e a sua transformação

em uma política pública permanente (Marabá);

Introdução e consolidação de

uma nova forma de fazer

agricultura.

Em nove municípios dos 14 do Território

(Marabá, Palestina, São João, Itupiranga, São

Domingos, São Geraldo, Bom Jesus, Nova

Ipixuna, Piçarra)

1. Formação dos técnicos responsáveis pela assistência técnica a partir

de uma visão agra ecológica (Marabá);

2. Assistência técnica trabalhar no sentido de incentivar o

reflorestamento e o manejo das áreas de florestas (Itupiranga);

3. Formação dos agricultores a partir de uma visão agra ecológica

(Marabá);

4. Incentivo e apoio técnico aos agricultores no sentido da adoção de

sistemas diversificados, SAFs (Palestina, São João, Bom Jesus,

Nova Ipixuna);

5. Incentivar a adoção de manejos rotacionados para as pastagens (São

João);

6. Implantação de um banco de sementes crioulas (São Geraldo,

Palestina);

7. Tentar diminuir o avanço dos plantios de eucaliptos (Itupiranga);

8. Pressionar as instituições financeiras para financiamento de

propostas de diversificação produtiva (Bom Jesus);

9. Criar linhas de financiamentos específicos voltadas para proteção

ao ambiente (São Geraldo);

10. Buscar parcerias com empresas e órgãos do governo para viabilizar

projetos na área ambiental (Bom Jesus);

11. Incentivar a consolidação da agricultura mecanizada como meio

para reduzir o desmatamento e as queimadas (Itupiranga);

12. Incentivo à mecanização para recuperação de áreas “degradadas”

(Palestina);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

108

Dimensão Ambiental

1- Projetos de Sustentabilidade

1.1 Recuperação de recursos naturais

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Reflorestamento ou reposição das

áreas de RL, APP, matas ciliares.

Em todos os municípios do Território 1. Implantação ou ampliação de viveiros municipais para produção de

mudas de espécies nativas (florestais e frutíferas);

2. Distribuição de sementes e mudas pelas prefeituras;

3. Incentivar a implantação de SAFs nos assentamentos;

4. Criar áreas demonstrativas de SAFs;

5. Implantar linhas de financiamento a fundo perdido para recuperação de

áreas de RL e APPs;

Combate às queimadas. Em seis dos 14 municípios do Território

(Marabá, Brejo Grande, São João, Canaã

dos Carajás, Piçarra, Eldorado)

1. Incentivo à adoção de sistemas de produção sem uso do fogo (São

João);

2. Criação de equipes/brigadas de combate às queimadas (São João,

Canaã, Eldorado);

3. Incentivo ao uso da TRITUCAP para trituração de capoeiras e evitar

uso do fogo (São João);

Repovoamento dos rios. Em um município dos 14 do Território

(Palestina) 1. Implantação de criatórios de peixes;

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

109

1.2 Preservação e uso dos recursos naturais

2- Projetos Complementares

2.1 Regulamentação e Educação ambiental

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Valorização das florestas e do

extrativismo.

Em cinco dos 14 municípios do Território

(Itupiranga, Palestina, Brejo Grande, São

Domingos, São João)

1. Trabalhar a partir de projetos de manejo florestal (Itupiranga);

2. Inibir a derrubada e a prática de queima do coco babaçu inteiro, bem como

das palmeiras (Palestina, Brejo Grande e São João);

3. Valorização e proteção legal do extrativismo do babaçu (Brejo Grande);

4. “Fazer valer” o acesso aos babaçuais (São Domingos);

Preservação das florestas e matas

ciliares.

Em dois dos municípios do Território

(Canaã dos Carajás e Nova Ipixuna)

1. Criação de novas Unidades de Conservação dentro da categoria de uso

sustentável (Canaã);

2. Fazer projetos para recuperação ou preservação das fontes de água (Nova

Ipixuna);

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Formação em diferentes níveis para

sensibilização/conscientização local sobre a

dimensão ambiental.

Em todos os municípios do Território 1. Incorporação da educação ambiental nos currículos das escolas;

2. Criação de escolas agrícolas com ênfase em agra ecologia;

3. Capacitação dos professores da rede municipal sobre a preservação do

meio ambiente;

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

110

4. Capacitação ao nível dos agricultores e seus filhos enfatizando a questão

ambiental (problemas relacionados às queimadas, poluição e destruição

das fontes de água, desmatamento, etc.);

5. Elaboração de projetos locais de educação ambiental;

6. Produção de materiais informativos sobre os problemas ambientais para

divulgação junto à população;

7. Realização de reuniões, debates, eventos, oficinas e campanhas que

envolvam temáticas relacionadas à questão ambiental (Piçarra sugere

que isso seja feito através dos Conselhos Municipais);

Coibição de ações e crimes contra

o ambiente.

Em 10 dos 14 municípios do Território

(Palestina, Brejo Grande, São João,

Palestina, Canaã, Itupiranga, Parauapebas,

Bom Jesus, Piçarra, Eldorado)

1. Fortalecer os órgãos ambientais (Parauapebas);

2. Aumentar a fiscalização dos órgãos ambientais (Palestina, Brejo Grande,

Itupiranga, Bom Jesus, Piçarra, Eldorado);

3. Criação de leis municipais de proteção ao ambiente (Brejo Grande,

Canaã);

4. Controle e inibição da pesca e caça predatória (São João, Palestina);

5. Revisão do Licenciamento ambiental (Parauapebas);

Promover o ordenamento

municipal.

Em três dos 14 municípios do Território

(Curionópolis, Parauapebas, Piçarra)

1. Demarcação e regulamentação da área de expansão urbana

(Curionópolis, Parauapebas);

2. Execução do Plano Diretor do município (Piçarra);

3. Ordenamento territorial, macro zoneamento (Piçarra);

Tratamento dos problemas

ambientais ligados à extração e

Em três dos 14 municípios do Território 1. Proibir as indústrias de cerâmicas e olarias de fazer escavações

(Eldorado);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

111

Dimensão Econômica

1- Projetos aglutinadores

1.1 Produção Agropecuária

mineração. (Eldorado, Marabá, Curionópolis) 2. Cobrar das siderúrgicas uma preocupação maior com o ambiente,

principalmente com os solos e água;

3. Discutir problema da extração de seixo e argila (Marabá)

4. Ter mais clareza em relação aos projetos de mineração (Curionópolis)

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Estimular a diversificação

produtiva.

Em todos os municípios do Território 1. Garantir a efetivação e o acesso aos programas de crédito /

desburocratização do crédito (Marabá, São João, Palestina, Curionópolis,

Parauapebas, Nova Ipixuna, Bom Jesus, São Geraldo, Canaã, Itupiranga,

Piçarra);

2. Incentivar a fruticultura (Marabá, Brejo Grande, Curionópolis, Itupiranga,

Piçarra);

3. Ampliação da área de produção diversificada (Marabá, Brejo Grande, São

Domingos, Itupiranga);

4. Incentivar a diversificação da produção a partir do viés agro ecológico

(Palestina, São João, Curionópolis);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

112

5. Ampliação das linhas de crédito e criação de linhas de crédito que

favoreçam a diversificação (Nova Ipixuna, Parauapebas, São Geraldo);

6. Incentivar a piscicultura (Curionópolis, Parauapebas, Piçarra)

7. Ampliação dos recursos das políticas públicas voltadas às mulheres (Nova

Ipixuna, São Geraldo);

8. Produção de mudas de espécies frutíferas e essências florestais (Brejo

Grande, Eldorado);

9. Incentivar a produção de grãos (arroz e milho), mandioca (Brejo Grande,

Piçarra);

10. Distribuição de sementes pela EMATER e SEMAGRI (São Domingos);

11. Incentivo à apicultura (Piçarra);

12. Incentivo à criação de pequenos animais (Piçarra);

13. Incentivar o cultivo de espécies com potencial para a produção de biodiesel

(Nova Ipixuna);

14. Fortalecer a produção de hortas melhorando a infraestrutura (São

Domingos);

15. Rediscussão das atividades financiáveis (Piçarra);

16. Implantação do projeto Balde Cheio para incentivo da pecuária leiteira

(Brejo Grande);

17. Implantação de Casa de Farinha Comunitária (Palestina);

18. Discutir formas de apoio aos índios Guajajaras no que se refere a terra e

produção (Itupiranga);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

113

2- Projetos estruturantes

2.1– Indústria e Comércio

Incentivar mudanças no

padrão tecnológico.

Em 10 dos 14 municípios do Território 1. Incentivar a mecanização agrícola para agricultura familiar (Marabá,

Palestina, São João, Parauapebas, Nova Ipixuna, Canaã, Piçarra);

2. Promover o melhoramento genético do rebanho para pecuária leiteira ou de

corte (Brejo Grande, Parauapebas, Bom Jesus);

3. Aquisição de patrulha mecanizada (Bom Jesus, São Domingos);

4. Promover, facilitar a utilização de insumos (Nova Ipixuna, Piçarra);

5. Aquisição de ordenhadeira mecânica para melhorar o padrão de higiene do

leite (Brejo Grande);

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Expansão do setor industrial. Em cinco dos 14 municípios do

Território

1. Construção de um pólo industrial que aproveite materiais regionais, como

couro, com a fabricação de sapatos, fabricação de colchões, etc. (Nova

Ipixuna);

2. Ampliação e fortalecimento do setor produtivo industrial (São Domingos,

Itupiranga, Piçarra);

3. Incentivar implantação de indústrias de pequeno porte para aproveitamento

de matérias-primas regionais como ferro, alumínio e outros minérios

(Eldorado);

Qualificação dos serviços. Em dois dos 14 municípios do 1. Incentivar que os comerciantes proporcionem cursos de capacitação aos seus

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

114

3- Projetos Complementares

3.1 Organização da Produção Agropecuária

Território funcionários para melhoria do atendimento ao público (Nova Ipixuna);

2. Incentivar comércios e indústrias a se capacitarem para melhoria nas suas

práticas de gestão (Nova Ipixuna, Piçarra);

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Incentivar a valorização e

beneficiamento dos produtos.

Em 13 doa 14 municípios do Território 1. Apoiar investimentos e conceder incentivos financeiros para criação,

consolidação e/ou fortalecimento de agroindústrias para

beneficiamento de diferentes tipos de produtos (Marabá, Palestina,

São Geraldo, São Domingos, Canaã, Itupiranga, Piçarra);

2. Estruturar, qualificar, incentivar a consolidação e/ou fortalecer das

cadeias produtivas – leite, piscicultura, frutas, olerícolas, artesanato

(Marabá, Palestina, Curionópolis, Itupiranga);

3. Implantação de um abatedouro municipal para animais de pequeno

ou grande porte (Palestina, Curionópolis, Nova Ipixuna);

4. Capacitação dos agricultores em gestão de propriedade e dos recursos

(Parauapebas, São Domingos, Itupiranga);

5. Criar cooperativas de beneficiamento (Brejo Grande, Bom Jesus,

Canaã);

6. Estabelecimento, fortalecimento ou garantia de continuidade de

projetos de APL já existentes (Canaã, Piçarra);

7. Ampliação da quantidade de tanques de resfriamento (Brejo Grande);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

115

8. Instalação de laticínios (cooperativos ou privados) (Itupiranga);

9. Investir no beneficiamento de polpa de frutas (Brejo Grande);

10. Aquisição de câmaras de resfriamento para estocagem de polpa

(Brejo Grande);

11. Instalação de frigoríficos (Itupiranga);

12. Capacitação dos agricultores sobre agroindústria (Piçarra);

13. Criar grupos de formação e capacitação de jovens para o

envolvimento nas atividades artesanais, como na criação de biojóias

a partir do beneficiamento do babaçu (São Domingos);

Comercialização da produção. Em 10 dos 14 municípios do Território 1. Criar, fortalecer ou ampliar as feiras da agricultura familiar seja elas

articuladas pelas prefeituras ou pelos movimentos sociais (Marabá,

Palestina, São João, Bom Jesus, Curionópolis, Nova Ipixuna, São

Geraldo, Itupiranga, Piçarra);

2. Criar estratégias para valorização e divulgação dos produtos locais,

como babaçu (São João, São Domingos);

3. Garantir a aplicação da Lei que obriga que 30% da merenda escolar

sejam de origem da agricultura familiar (Marabá, Bom Jesus,

Palestina);

4. Apoio municipal ao transporte para escoamento da produção da

agricultura familiar (Curionópolis);

5. Capacitação em marketing para divulgação e valorização dos

produtos locais (São João);

6. Implementação da política de Preço Mínimo (Palestina);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

116

3.2 Desenvolvimento Tecnológico

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Formação e capacitação. Em 10 dos 14 municípios do Território 1. Realização de estudos, diagnósticos que mostrem os problemas e

as potencialidades econômicas do município e do Território

(Marabá, Parauapebas, Bom Jesus, Piçarra, Eldorado);

2. Formação/capacitação direcionada para a produção de diferentes

setores (agrícola, serviços) (Palestina, Canaã);

3. Implantação de escolas técnicas profissionalizantes direcionadas

para diferentes setores (Brejo Grande, Eldorado);

4. Criação do projeto pólo universitário, implantar ou melhorar

infraestrutura das universidades (São Geraldo, São Domingos);

5. Melhorar a produtividade dos assentamentos rurais através de

cursos de capacitação (Marabá);

6. Capacitação dos agricultores em novas tecnologias de produção

(Itupiranga);

7. Capacitação dos jovens em cursos técnicos (Eldorado);

8. Implantar um laboratório de análise de solos, qualidade da água e

do leite e derivados (Marabá);

9. Implantação de uma unidade da EMBRAPA no Território

(Itupiranga);

10. Promover parcerias com a universidade (Itupiranga);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

117

4- Projetos de Autonomia

4.1 Ação Institucional

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Fortalecimento das

instituições e organizações

ligadas aos setores produtivos.

Em cinco dos 14 municípios do Território 1. Fortalecer os sindicatos, associações, cooperativas, institutos de

mulheres e outros tipos de organizações como GQC, MIQCB como

forma de apoiar os públicos que atendem (São Domingos, São

Geraldo, Itupiranga, Piçarra);

2. Fortalecer institucionalmente as Secretarias municipais e estaduais

(agricultura, meio ambiente, etc.) com estrutura e orçamento

próprio para apoiar melhor o público que atendem (Palestina, São

Domingos, São Geraldo);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

118

Dimensão Sociocultural educacional

1- Projetos estruturantes

1.1 Educação urbana e Educação do campo

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Ampliação da rede educacional

(em todos os níveis) e melhoria da

qualidade da educação ofertada.

Em todos os municípios do Território 1. Melhoria da estrutura das escolas existentes;

2. Construção de novas escolas no nível fundamental, médio (Curionópolis,

São Geraldo), técnico profissionalizante (Canaã, Curionópolis, São

Geraldo, Nova Ipixuna), superior (Parauapebas, São Domingos, Canaã,

São Geraldo, Piçarra) e na educação infantil (Nova Ipixuna);

3. Educação do Campo – construção de escolas em áreas de assentamento,

diminuição das salas multisseriadas e melhoria da infra-estrutura das

escolas rurais, para evitar a evasão de estudantes para a cidade

(especialmente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino

médio);

4. Construção de escolas agro técnicas (Eldorado, Parauapebas, São João);

5. Ações de qualificação dos professores (como formação inicial e

continuada), adaptação dos currículos às realidades locais, e ampliação

do quadro de professores;

6. Outras ações: melhoria dos serviços de transporte escolar (Brejo Grande,

Piçarra) e merenda escolar (Brejo Grande), incentivo à leitura, maior

participação dos representantes e pais nas escolas (Palestina, Bom Jesus),

ações de valorização da terceira idade, gênero e etnias (Parauapebas);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

119

1.2 Saúde, Previdência e Assistência Social

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Ampliação da rede de saúde e

melhoria da qualidade do serviço

ofertado.

Em todos os municípios do Território 1. Ampliação dos serviços de saúde, construção / reforma de

estabelecimentos (clínicas médicas, centros de saúde, postos de saúde,

laboratórios de análises clínicas, maternidades, hospitais), aquisição de

equipamentos médicos e medicamentos (na zona urbana e rural) e

transporte na área de saúde;

2. Construção ou reativação de postos de saúde equipados, com médicos e

dentistas, e com fornecimento de medicamentos (Marabá, Palestina,

Brejo Grande, São Domingos, Itupiranga, Eldorado);

3. Construção de centros específicos e laboratórios (Palestina);

4. Construção de maternidade (Piçarra);

5. Aquisição de ambulâncias (Bom Jesus, Piçarra)

Ampliação do quadro de

profissionais de saúde, capacitação

e valorização dos mesmos.

Em todos os municípios do Território 1. Ampliação do número de médicos, dentistas e enfermeiros, além de

outros profissionais de saúde, como os agentes comunitários;

2. Capacitação e treinamento dos profissionais de saúde (Marabá,

Parauapebas, Eldorado, Brejo Grande, Piçarra, Canaã);

3. Humanização e descentralização do atendimento de saúde

(Parauapebas);

4. Promoção de campanhas de saúde para a população (Nova Ipixuna);

5. Campanhas tendo como temas drogas e gravidez na adolescência (são

Domingos);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

120

6. Promoção de políticas públicas garantidas por lei na saúde (Bom Jesus);

7. Construção de um centro de atendimento a dependentes de drogas (São

Domingos);

8. Maiores investimentos na saúde preventiva (Parauapebas);

9. Valorização da medicina alternativa e tradicional (Itupiranga);

10. Criação de uma coordenação municipal de agentes comunitários de

saúde (Bom Jesus);

Melhoria das ações de assistência

social e garantia de acesso à

previdência social.

Em cinco municípios dos 14 do Território

(Marabá, Itupiranga, Bom Jesus, Nova

Ipixuna, Piçarra)

1. Efetivação das ações e políticas públicas de assistência e previdência

social (Bom Jesus, São Geraldo);

2. Ampliação e fortalecimento das políticas sociais e das redes de serviços

sócio-assistenciais (Marabá, Bom Jesus);

3. Criação de Conselho e/ou secretaria dos direitos da mulher, formação e

capacitação das mulheres (Bom Jesus, Nova Ipixuna, Itupiranga);

4. Criação de Conselho e/ou secretaria dos direitos do idoso, ações para

melhorar a qualidade de vida dos idosos (Bom Jesus, Nova Ipixuna,

Itupiranga);

5. Construção do CRAS (Piçarra);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

121

2- Projetos complementares

2.1 Esporte e Lazer

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Valorizar e resgatar práticas culturais

dos municípios, fortalecendo as já

existentes e estimulando o surgimento

de novas práticas.

Em oito dos municípios do Território

(Palestina, Nova Ipixuna, São Domingos,

Canaã, Piçarra, São João, São Geraldo e

Itupiranga)

1. Promoção de ações culturais e educacionais como música, dança

teatro, inclusão digital (Palestina, Nova Ipixuna, São Domingos,

Canaã, Piçarra, São João, São Geraldo, Itupiranga);

2. Incentivo a festas e feiras tradicionais e ao artesanato (Palestina,

Nova Ipixuna, São Domingos, Canaã, Piçarra, São João, São

Geraldo, Itupiranga);

3. Criação de espaços culturais próprios nos municípios (Piçarra, São

João, Nova Ipixuna);

Estímulo ao esporte, ao lazer e ao

turismo, com a garantia condições e

estruturas próprias.

Em quatro dos 14 municípios do

Território (Canaã, São Geraldo, Piçarra,

Parauapebas)

1. Construção de áreas apropriadas para o esporte e para o lazer -

construção de praças, ginásios, quadras esportivas, etc.

(Parauapebas);

2. Desenvolvimento das atividades de turismo - ecoturismo e

turismo rural (Canaã, São Geraldo, Piçarra);

3. Capacitação de profissionais ligados ao turismo (Canaã, São

Geraldo, Piçarra);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

122

2.2 Segurança Pública

2.3 Conflitos Agrários

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Fortalecimento das políticas

públicas e dos órgãos de segurança,

com diminuição da criminalidade.

Em dois municípios dos 14 do Território

(Marabá, Piçarra)

1. Melhoria das condições de vida da população para diminuir a

criminalidade (na zona urbana e rural), e reforço do policiamento

comunitário e das instituições de segurança pública (Marabá);

2. Construção de estruturas de segurança: fórum e delegacia municipal

(Piçarra);

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Prioridade aos conflitos agrários,

através de políticas que procurem

resolver a complexa questão

fundiária regional.

Em todos os municípios do Território 1. Ampliação de políticas de redistribuição de terras e de consolidação das

ações de reforma agrária na região;

2. Regularização fundiária das pequenas propriedades;

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

123

3- Projetos de autonomia

3.1 Organizações Sociais

4- Projetos aglutinadores

4.1 Infraestrutura

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Fortalecer as formas de organização

social local, capacitando dirigentes e

contribuindo para uma maior

importância da sociedade civil.

Em seis municípios dos 14 do Território

(Marabá, Canaã, São João, Itupiranga,

Nova Ipixuna, Parauapebas)

1. Melhoria da organização de entidades civis, com fortalecimento dos

conselhos e capacitação de dirigentes (Marabá, Canaã, São João,

Itupiranga, Nova Ipixuna, Parauapebas);

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Melhorar o acesso e o tratamento

dos serviços de distribuição de

água.

Em seis dos 14 municípios do Território

(Palestina, Itupiranga, Piçarra, Brejo

Grande, Marabá, Nova Ipixuna)

1. Melhoria do acesso e da qualidade da água ofertada à população

(Palestina, Itupiranga, Piçarra, Brejo Grande, Marabá, Nova Ipixuna);

2. Construção de poços artesianos para abastecimento da cidade e das vilas

(Brejo Grande);

3. Construção de estações de tratamento de água (Marabá, Nova Ipixuna);

Ampliação das redes de coleta de

esgoto, tanto nas zonas urbanas e

vilas rurais.

Em quatro dos 14 municípios do

Território (Marabá, Brejo Grande, São

Domingos e Piçarra)

1. Implantar redes de esgoto nas cidades e nas vilas rurais (Marabá, Brejo

Grande, São Domingos, Piçarra)

2. Construção da rede de esgoto na zona urbana (São Domingos);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

124

Habitação. Em todos os Municípios do Território 1. Construção de casas populares, de modo a diminuir o déficit habitacional

da população, principalmente de baixa renda (Marabá, Nova Ipixuna,

Piçarra);

2. Apoio à elaboração dos Planos Municipais de Habitação no âmbito do

Território;

Ampliação e melhoria da

infraestrutura existente e criação de

novos elementos infraestruturais no

âmbito do Território.

Em sete dos 14 municípios do Território

(Eldorado, Canaã, Brejo Grande, Piçarra,

Parauapebas, Curionópolis, São Geraldo)

1. Construção de estradas vicinais na zona rural, asfaltamento e/ou

calçamento de ruas na zona urbana (Eldorado, Canaã, Brejo Grande,

Piçarra);

2. Melhoria dos serviços e expansão das redes de energia elétrica (Brejo

Grande, Parauapebas e São Geraldo);

3. Demarcação da área de expansão urbana do município (Curionópolis);

4. Asfaltamento Da PA 477 (Piçarra);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

125

Dimensão Político-Institucional

1- Projetos de autonomia

1.1 Gestão das políticas e ações ao nível dos municípios e do Território

Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação

Fortalecimento institucional

ao nível municipal e do

Território.

Marabá, Palestina, Brejo Grande, São João,

São Domingos, São Geraldo, Canaã,

Parauapebas, Bom Jesus, Eldorado,

Curionópolis

1. Realização de momentos formativos de esclarecimentos (seminários,

reuniões, conferências municipais, campanhas (São João, Parauapebas,

Bom Jesus, Eldorado, São João, Curionópolis);

2. Estruturação, reorganização e efetivação dos Conselhos municipais

(Brejo Grande, Parauapebas);

3. Organização de conselhos, entidades e fóruns (mulheres, fórum de

educação do campo etc.) (Brejo Grande, Parauapebas, Eldorado);

4. Organizar um Conselho de entidades locais para acompanhar as ações do

Território (Brejo Grande, São Geraldo);

5. Legalização das entidades que estão irregulares (Bom Jesus, São João);

6. Participação e gestão coletiva (São Domingos, Palestina);

7. Definição conjunta de pautas entre dirigentes e filiados a partir do

estabelecimento de diálogo (São João);

8. Garantir autonomia dos Conselhos (São João);

9. Rediscutir as funções dos Conselhos (São João);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

126

10. Estruturar as secretarias municipais (São João);

11. Adequar os regimentos e a lei municipal às novas normas do

CONDRAF;

12. Melhorar a estrutura das organizações (associações, sindicatos,

cooperativas) (São João);

Investir na formação e

informação dos atores locais.

Marabá, Palestina, Brejo Grande, São João,

São Domingos, Brejo Grande, São Domingos,

São Geraldo, Canaã, Curionópolis,

Parauapebas, Eldorado, Bom Jesus

1. Promover capacitação dos dirigentes de associações, sindicatos,

cooperativas e seus associados (Marabá, São João, São Domingos, São

Geraldo, Canaã, Curionópolis, Parauapebas, Eldorado, Bom Jesus, Brejo

Grande);

2. Ampliação e melhoria da comunicação através da produção de materiais

de divulgação (informativos, impressos, rádio comunitária) (São

Domingos, São Geraldo, Parauapebas);

3. Oficinas com instituições da sociedade civil para pensar “novas

estratégias” de atuação (Palestina);

4. Fazer intercâmbios para fortalecimento do trabalho de conscientização

(São Domingos);

5. Oficinas de capacitação e formação dos trabalhadores;

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

127

1.2 Relações Institucionais

Projetos prioritários Municípios em que aparecem Propostas de ação

Melhorar o nível de

articulação entre diferentes

instituições.

Palestina, São Domingos, São João, Brejo Grande,

São Geraldo, Eldorado

1. Incentivar a realização de eventos de articulação e construção de redes

de diálogos e estabelecimento de parcerias (audiências públicas,

seminários, encontros) (São Geraldo, Palestina, Eldorado);

2. Articulação entre colônias de pescadores do estado para controle da

pesca predatória (São João);

3. Diálogo e sintonia entre instituições (ATER / Bancos) (Brejo Grande);

4. A prefeitura e as secretarias municipais têm que melhorar discussão

com o governo do estado (São João);

5. Respeito mútuo entre as organizações (São Domingos);

6. Maior sintonia entre órgãos locais (Parauapebas);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

128

6. Mecanismos de controle e gestão

Principais mecanismos de controle e

gestão identificados Municípios onde aparecem

Ações relacionadas à criação de mecanismos de controle e

gestão

Através dos Conselhos Municipais. Em todos os municípios do Território 1. Criar e estruturar os Conselhos Municipais que não existem (do meio

ambiente, por exemplo) para atuar de forma eficiente; em Bom Jesus

do Tocantins, surgiu a proposta de criação dos Conselhos Municipais

de Meio Ambiente, de Educação e de Direitos dos Idosos e das

Mulheres. Nova Ipixuna sugeriu a criação do Conselho Municipal de

Desenvolvimento Rural Sustentável;

2. Ativação de Conselhos Municipais que existem no papel, mas não

estão em funcionamento (Marabá, Palestina, Brejo Grande, Bom

Jesus);

3. Revitalização e fortalecimento dos Conselhos Municipais (São João,

São Domingos, Itupiranga, Marabá, Parauapebas);

4. Capacitação dos conselheiros para melhorar sua atuação (Marabá,

Palestina, Brejo Grande, São Domingos, Eldorado, São Geraldo,

Piçarra);

5. Promover maior interação entre os Conselhos existentes através de

um fórum de debates (Eldorado)

6. Melhorar a comunicação entre sociedade civil e o poder

público/Conselhos através de divulgação das ações dos Conselhos

(Itupiranga, Eldorado);

7. Descentralização da gestão (Brejo Grande);

8. Cobrar a participação dos gestores e dos Conselhos nas discussões

(Itupiranga, Bom Jesus);

9. Realização de audiências públicas para informação e esclarecimento

da população e integração entre população e Conselhos (N. Ipixuna);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

129

Através de fóruns. Em seis dos 14 municípios do Território 1. Formação de um Conselho Fiscalizador (Palestina);

2. Aproveitar os fóruns regionais (FREC, FERA, Agro ecologia) para

fazer esse controle e gestão das ações (São João);

3. Fortalecer e incentivar a participação municipal no CODETER, (São

Domingos, Canaã, São João, São Domingos);

4. Criar um Conselho de gestão da feira com a participação das

associações e cooperativas de produtores (Itupiranga);

5. Fomentar a criação de fóruns regionais para fortalecer a gestão social

(Bom Jesus, Nova Ipixuna, Marabá, São Domingos, Canaã);

6. COHAD (Canaã)

7. Criar um fórum municipal para discussão do crédito (Piçarra);

Através de instituições

governamentais.

Em dois dos 14 municípios do Território Criação de software que padronize as ações de fiscalização para

minimização de fraudes (Parauapebas);

Através das Secretarias Municipais

(de agricultura, de meio ambiente).

Em quatro dos 14 municípios do

Território

Fortalecimento e estruturação das Secretarias para melhorar o

acompanhamento das ações relacionadas às questões ambientais (São

João, São Domingos, Itupiranga, São Geraldo);

Através de associações. Em seis dos 14 municípios do Território 1. Fortalecer as instituições locais (associações, sindicatos,

cooperativas) (Marabá, Canaã, Itupiranga, Bom Jesus, São Geraldo);

2. Criar ou fortalecer associações nos bairros urbanos (Itupiranga);

Através dos meios de

comunicação.

Em três dos 14 municípios do Território Ampliação e melhoria da comunicação e inclusão digital.

Socialização das informações através de jornais, panfletos, folders

informativos (São Geraldo, Itupiranga, Palestina);

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

130

Através dos movimentos sociais. Marabá, Canaã

Com apoio das igrejas. Marabá

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

131

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARÁ. Dados sobre pecuária, 2010.

Marabá, Pará.

ALVES, Lívia N.; RODRIGUES, Márcia da S.; SHERER, Rafael dos S. O Arranjo

Produtivo do Leite do Sudeste do Pará. Belém: UFPA/Agência de Desenvolvimento da

Amazônia–ADA, 2006. 42p. (Relatório de Atividades, no prelo).

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PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

134

APÊNDICES

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

135

APÊNDICE A – Séries históricas das produções agrícolas no Território

Produção de Arroz nos Municípios do Território - Série Histórica (Tonelada)

Município 1990 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 325 1.680 1.680 1.755 2.800 3.602 4.095 1.800 2.970 2.798 2.544 3.096 1.650 2.160 1.560 1.430

Brejo Grande do Araguaia 1.625 1.040 1.260 1.400 1.300 1.430 1.560 1.248 1.380 1.916 1.916 810 616 549 588 588

Canaã dos Carajás 0 0 0 864 2.640 360 360 450 600 1.035 1.035 1.113 1.150 123 123 235

Curionópolis 420 4.410 5.460 7.350 1.700 2.210 1.700 1.020 750 700 714 560 420 250 350 350

Eldorado dos Carajás 0 1.400 2.100 2.660 1.350 2.800 4.200 4.200 3.410 2.200 2.200 2.420 2.420 2.420 3.960 3.960

Itupiranga 3.000 5.600 4.620 3.920 3.220 5.320 6.384 7.700 6.500 7.201 9.270 9.960 9.960 9.960 9.960 9.960

Marabá 325 6.160 6.160 6.160 6.050 6.050 6.500 7.150 9.100 9.100 6.750 6.750 2.885 2.885 7.470 3.420

Nova Ipixuna 0 0 0 1.680 1.400 1.500 1.500 1.600 1.500 1.320 1.700 1.468 1.428 1.428 1.428 1.428

Palestina do Pará 0 871 1.400 1.040 1.280 1.920 2.000 1.760 3.200 3.200 3.200 2.180 840 650 382 382

Parauapebas 2.400 4.800 4.800 3.456 4.620 9.900 11.880 9.720 7.560 7.500 7.365 5.940 3.093 3.000 3.000 3.525

Piçara 0 0 0 13.500 7.200 9.360 8.100 12.870 10.829 9.550 6.301 2.398 957 907 187 70

São Domingos do Araguaia 0 4.225 5.070 4.550 4.680 4.800 3.840 4.200 5.024 7.335 7.500 7.662 7.662 6.054 5.400 5.400

São Geraldo do Araguaia 2.940 27.000 45.000 31.500 20.000 28.000 24.000 16.000 8.000 4.800 7.200 5.250 4.455 4.050 2.250 1.125

São João do Araguaia 1.300 650 2.314 2.314 1.950 2.100 2.100 1.820 1.960 2.276 2.276 2.276 6.054 2.309 2.865 2.865

Total Território 12.335 57.836 79.864 82.149 60.190 79.352 78.219 71.538 62.783 60.931 59.971 51.883 43.590 36.745 39.523 34.738 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

Produção de Feijão nos Municípios do Território (Toneladas)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

136

Município 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 24 24 24 24 42 50 83

Brejo Grande do Araguaia 23 23 27 27 0 27 30

Canaã dos Carajás 1.059 42 258 258 126 126 126

Curionópolis 60 60 64 64 64 57 57

Eldorado dos Carajás 49 49 49 49 49 49 49

Itupiranga 351 351 390 390 390 390 390

Marabá 518 518 518 518 518 518 518

Nova Ipixuna 47 110 110 110 0 205 205

Palestina do Pará 89 89 89 89 0 75 75

Parauapebas 1.080 1.080 1.032 1.185 1.185 1.185 1.185

Piçara 101 52 27 24 19 34 33

São Domingos do Araguaia 110 100 100 100 100 120 120

São Geraldo do Araguaia 103 103 103 104 87 87 87

São João do Araguaia 68 68 68 68 90 234 234

Total Território 3.682 2.669 2.859 3.010 2.670 3.157 3.192 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

Produção de Milho nos Municípios do Território (Toneladas)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

137

Município 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 1.088 1.160 1.540 1.872 2.680 2.430 1.785

Brejo Grande do Araguaia 2.475 2.475 1.265 1.554 1.263 690 690

Canaã dos Carajás 8.780 6.673 7.173 9.280 4.500 4.500 5.600

Curionópolis 1.305 1.272 1.306 1.400 1.600 1.600 1.600

Eldorado dos Carajás 11.000 11.000 18.360 21.200 21.200 5.830 5.830

Itupiranga 2.831 3.760 3.850 3.975 3.975 3.975 3.975

Marabá 8.880 7.056 7.056 6.864 6.864 6.864 6.450

Nova Ipixuna 1.100 1.100 1.100 1.155 1.155 1.100 1.100

Palestina do Pará 3.850 3.850 2.530 1.070 946 665 665

Parauapebas 4.560 4.382 4.932 4.215 4.339 4.339 6.129

Piçara 26.010 13.728 3.851 2.590 2.092 11.938 11.395

São Domingos do Araguaia 1.195 1.080 1.640 1.640 2.142 2.320 2.320

São Geraldo do Araguaia 7.800 9.600 9.500 10.185 10.175 8.700 10.800

São João do Araguaia 522 522 522 2.040 1.300 3.375 3.375

Total Território 81.396 67.658 64.625 69.040 64.231 58.326 61.714 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

Produção de Mandioca nos Municípios do Território (Toneladas)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

138

Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 2.860 5.600 16.200 19.440 4.200 5.250 7.350 7.350 8.100 9.000 12.000 12.000

Brejo Grande do Araguaia 21.000 4.500 6.000 7.500 7.500 7.500 7.500 3.900 1.950 2.600 1.950 1.950

Canaã dos Carajás 0 0 3.300 3.300 4.000 4.000 5.400 7.200 7.920 1.800 1.800 2.700

Curionópolis 3.600 7.200 14.400 18.000 9.000 9.000 8.160 9.750 9.000 9.000 9.000 9.000

Eldorado dos Carajás 0 2.160 10.800 22.500 13.350 6.000 6.000 21.000 25.200 25.200 25.200 25.200

Itupiranga 36.000 30.000 12.600 36.000 40.500 75.000 78.750 127.500 180.000 180.000 180.000 180.000

Marabá 4.500 13.500 13.000 19.500 19.500 19.500 19.500 32.000 32.000 48.000 48.000 48.000

Nova Ipixuna 0 0 3.375 3.750 3.750 3.750 3.750 4.500 4.200 4.200 4.200 4.200

Palestina do Pará 0 6.300 4.500 5.500 5.500 6.600 6.600 5.400 3.600 4.200 4.200 4.200

Parauapebas 20.000 6.000 44.000 100.000 40.000 44.000 36.000 44.100 52.920 45.000 45.000 45.000

Piçara 0 0 30.000 30.000 60.704 47.250 42.000 23.695 14.000 16.800 6.240 5.250

São Domingos do Araguaia 0 27.000 33.000 26.400 30.800 39.200 39.200 39.760 39.760 22.400 19.600 19.600

São Geraldo do Araguaia 112.000 111.200 162.000 97.200 75.000 63.000 63.000 58.500 22.750 22.750 22.750 3.250

São João do Araguaia 14.250 7.500 9.000 10.500 10.400 11.200 11.200 11.200 50.400 13.440 3.360 3.360

Total Território 214.210 220.960 362.175 399.590 324.204 341.250 334.410 395.855 451.800 404.390 383.300 363.710 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

Produção de Abacaxi nos Municípios do Território (mil Frutos)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

139

Município 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Brejo Grande do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 200

Canaã dos Carajás 0 408 408 408 408 204 204 224 245 245 245

Curionópolis 0 163 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Itupiranga 306 0 200 700 700 700 400 400 400 400 400

Marabá 714 510 306 0 0 0 0 0 0 0 0

Nova Ipixuna 0 40 0 0 0 0 0 300 300 122 122

Palestina do Pará 0 0 0 0 0 0 0 210 0 0 0

Parauapebas 1.224 1.836 3.876 3.876 3.468 3.468 1.632 1.224 1.224 1.224 1.224

Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São Domingos do Araguaia 400 400 300 200 200 200 300 300 300 600 600

São Geraldo do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 784 0

São João do Araguaia 200 200 200 0 200 200 200 300 300 6.000 6.000

Total Território 2.844 3.557 5.290 5.184 4.976 4.772 2.736 2.958 2.769 9.375 8.791 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

140

Produção de Banana nos Municípios do Território (Toneladas)

Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 75 555 821 8.003 1.654 1.334 1.334 1.334 1.240 1.000 1.250 1.250

Brejo Grande do Araguaia 121 52 462 5.875 6.750 3.750 3.750 1.125 1.250 3.750 7.500 7.500

Canaã dos Carajás 0 0 1.333 7.750 7.625 7.750 5.000 5.000 5.000 5.625 5.625 5.625

Curionópolis 400 262 612 5.000 5.000 4.625 4.625 4.375 4.375 4.375 4.375 4.375

Eldorado dos Carajás 0 622 866 5.500 7.250 9.125 9.125 9.125 9.125 9.125 10.375 10.375

Itupiranga 1.999 2.249 3.282 24.625 21.250 21.250 21.250 22.500 23.750 23.750 23.750 23.750

Marabá 600 611 778 10.000 10.000 10.000 9.375 10.000 10.000 10.000 10.375 7.500

Nova Ipixuna 0 0 962 10.000 9.000 6.300 1.125 1.750 2.250 2.250 2.160 2.126

Palestina do Pará 0 187 612 6.125 2.812 2.812 2.812 2.000 2.125 2.312 2.312 2.312

Parauapebas 900 2.666 3.176 20.375 16.250 18.250 18.250 17.875 18.250 18.750 18.750 18.750

Piçara 0 0 1.462 14.602 8.690 6.318 3.510 3.510 3.636 3.510 3.510 3.510

São Domingos do Araguaia 0 56 225 2.600 2.287 2.312 2.312 1.875 1.875 2.500 2.687 2.687

São Geraldo do Araguaia 1.625 3.202 4.219 43.750 28.750 22.500 22.500 15.000 17.250 17.250 20.375 16.250

São João do Araguaia 225 112 175 2.125 2.500 2.125 2.125 2.125 1.850 1.687 2.938 2.938

Total Território 5.945 10.574 18.985 166.330 129.818 118.451 107.093 97.594 101.976 105.884 115.982 108.948 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

141

Produção de Maracujá nos Municípios do Território (Toneladas)

Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Brejo Grande do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Canaã dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Curionópolis 0 0 0 0 0 0 0 200 200 250 200 200

Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Itupiranga 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Marabá 0 0 480 30 0 30 30 30 30 30 30 30

Nova Ipixuna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Palestina do Pará 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Parauapebas 0 6.000 1.120 1.000 200 200 200 200 300 300 200 200

Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São Domingos do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São Geraldo do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18 9

São João do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 140 140

Total Território 0 6.000 1.600 1.030 200 230 230 430 530 580 588 579 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

142

Produção de Açaí nos Municípios do Território (Toneladas)

Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Brejo Grande do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Canaã dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Curionópolis 0 0 0 0 0 83 0 0 0 0 0 0

Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Itupiranga 0 0 0 0 0 0 0 10 11 15 16 15

Marabá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nova Ipixuna 0 0 0 0 0 0 0 30 31 34 35 35

Palestina do Pará 0 0 0 0 0 36 0 0 0 0 0 0

Parauapebas 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0

Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São Domingos do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São Geraldo do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São João do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total Território 0 0 0 0 0 119 0 49 42 49 51 50 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

143

Produção de Castanha-do-Pará nos Municípios do Território (Toneladas)

Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 60 39 92 93 98 100 107 108 80 87 86 96

Brejo Grande do Araguaia 275 80 76 75 72 67 66 55 50 45 46 45

Canaã dos Carajás 0 0 8 8 9 8 8 7 7 7 6 6

Curionópolis 560 100 88 85 88 0 80 65 62 60 55 50

Eldorado dos Carajás 0 150 142 137 140 133 125 120 115 120 118 115

Itupiranga 335 200 176 171 175 180 182 146 140 150 150 145

Marabá 600 38 43 40 42 40 38 36 33 35 34 35

Nova Ipixuna 0 0 47 43 41 35 36 36 34 35 33 30

Palestina do Pará 0 76 51 46 41 0 35 32 30 28 30 30

Parauapebas 395 160 10 10 11 12 11 0 8 10 9 10

Piçara 0 0 68 88 44 13 13 6 5 5 5 3

São Domingos do Araguaia 0 120 112 105 100 105 101 80 82 85 80 80

São Geraldo do Araguaia 70 0 0 0 0 0 0 20 20 22 20 21

São João do Araguaia 285 32 27 23 22 23 21 18 17 18 16 15

Total Território 2.580 995 940 924 883 716 823 729 683 707 688 681 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO

SUDESTE PARAENSE – 2010

144

Produção de Babaçu nos Municípios do Território (Toneladas)

Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Brejo Grande do Araguaia 6 4 5 4 4 3 3 3 4 4 6 6

Canaã dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Curionópolis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Itupiranga 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Marabá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nova Ipixuna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Palestina do Pará 0 4 5 4 4 4 4 4 4 5 5 5

Parauapebas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São Domingos do Araguaia 0 0 7 6 7 7 7 8 7 8 8 8

São Geraldo do Araguaia 13 0 0 0 0 0 0 5 5 6 6 6

São João do Araguaia 7 0 3 3 3 3 3 4 4 4 5 5

Total Território 26 8 20 17 18 17 17 24 24 27 30 30 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.

APÊNDICE B – Área de desmatamento anual nos estados da Amazônia no período

1988-2009 (em km²).

Fonte: INPE/PRODES (2010).