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2011 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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2011

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável da Bacia Leiteira

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Governo Federal

Presidenta da República

Dilma Vana Rousseff

Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário

Afonso Bandeira Florence

Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário Márcia da Silva Quadrado

Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Celso Lisboa de Lacerda

Secretário Nacional de Desenvolvimento Territorial

Jerônimo Rodrigues Souza

Secretário Nacional de Agricultura Familiar

Laudemir André Muller Secretário Nacional de Reordenamento Agrário

Adhemar Lopes de Almeida

Delegada Federal do MDA do Estado de Alagoas

Sandra Lúcia dos Santos Lira

Departamento de Ações Territoriais

Fernanda Corezola

Carlos Osório

Articulador Regional da SDT

Henrique Farias Articuladores Estaduais da SDT

Valdivam Santos Thacya Silva

Colegiado Territorial da Bacia Leiteira de Alagoas

Organizações da Sociedade Civil STTR / POLO SINDICAL (Representado pelo Sindicato Rural de Pão de Açúcar), Assentamento

Saúde de Baixo – Batalha, Assentamento Pacu Machado – Pão de Açúcar, Cooperativa de Produtores Familiares do Sertão Alagoano - CAFISA, Grupo de Mulheres – Movimento de

Mulheres Camponesas – MMC Associação de Produtores Familiares de Leite de

Samambaia/COOPAZ, Associação de Quilombolas de Cajá dos Negros – Batalha – AL, Grupo de Jovens, Cooperativa de Artesãos / Associação de Artesão de Impueiras – Porcelanato, ONG

NUDEC, Federação de Associações Comunitárias, Colônia de Pescadores Z30, ONG VISÃO MUNDIAL, FETAG, Cooperativa de Crédito Rural do Sertão Alagoano – COCREAL, FUNDAF –

OSCIP, Colônia de Pescadores/Associação de Aquicultores e APL Laticínios/Piscicultura.

Organizações do Poder Público

Secretarias Municipais de Agricultura, SEAGRI - Secretaria Estadual de Agricultura, INCRA - Instituto de Reforma Agrária, SEBRAE, SEPLAN – Secretaria de Planejamento, ITERAL –

Instituto de Terra de Alagoas, Banco do Nordeste e CMDRS

Assessora Técnica Territorial

Fabiana Fontes

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Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano - IADH

Conselho Gestor do IADH

Silvana Parente, Tania Zapata e Zenaide Bezerra

Coordenadora Técnica do Projeto IADH / SDT

Jeanne Duarte

Moderação das oficinas e elaboração da versão inicial do PTDRS

Hélio Nunes Alencar, Paulo Pedro de Carvalho e Valéria Landim

Qualificação final do PTDRS e elaboração do Resumo Executivo

Jeanne Duarte e Nazaré Cavalcanti

Edição e Revisão Textual

Patrícia Paixão de Oliveira Leite e Mauro Rossiter Júnior

Gerente Administrativo/Financeira do IADH

Bevânia Nascimento

Projeto Gráfico

Via Design

Fotos

Edmar Melo

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

Sumário

LISTA DE GRÁFICOS ....................................................................................... 6

LISTA DE TABELAS ......................................................................................... 7

LISTA DE QUADROS ........................................................................................ 8

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 9

SIGLAS ............................................................................................................ 10

Introdução ....................................................................................................... 13

1. Caracterização Territorial .......................................................................... 17

1.1. AMBIENTE TERRITORIAL ................................................................. 17

1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................. 19

2. Diagnóstico Territorial ............................................................................... 22

2.1. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL ........................................................... 22

2.1.1 Características Demográficas ....................................................... 22

2.1.2 Características do tecido social organizativo do Território ............ 25

2.1.3 Situação da Saúde no Território ................................................... 29

2.1.4 Situação da Educação no Território .............................................. 35

2.1.5 Situação da Cultura e Lazer no Território ..................................... 42

2.2. DIMENSÃO AMBIENTAL ....................................................................... 44

2.2.1. Características Geo-ambientais do Território .................................. 44

2.3 DIMENSÃO ECONÔMICA ...................................................................... 49

2.3.1 População Economicamente Ativa (PEA) ......................................... 50

2.3.2 Produção .......................................................................................... 51

2.3.3 Estrutura fundiária............................................................................. 61

2.4. DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL .............................................. 62

2.5. CONTEXTO INTERNO E EXTERNO .................................................... 65

3. Visão de Futuro (2010 a 2015) ................................................................... 68

3.1. VISÃO DE FUTURO RESUMIDA .......................................................... 69

3.2. VISÃO DE FUTURO DO TERRITÓRIO DA BACIA LEITEIRA (versão

integral – PTDRS/2006) ................................................................................ 70

4. Objetivos Estratégicos............................................................................... 75

5. Valores e Princípios ................................................................................... 77

6. Diretrizes Principais ................................................................................... 79

7. Eixos de Desenvolvimento ........................................................................ 81

8. Programas e Projetos Estratégicos .......................................................... 83

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

9. Proposta de Gestão do Plano Territorial .................................................. 90

Considerações Finais .................................................................................... 94

Bibliografia Referencial ................................................................................. 97

Anexos .......................................................................................................... 101

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico Pág.

Gráfico 1 População do Território da Bacia Leiteira Alagoana -

2000 e 2010

23

Gráfico 2 Distribuição Espacial da População da Bacia Leiteira -

1970

24

Gráfico 3 Distribuição Espacial da População da Bacia Leiteira -

2000

24

Gráfico 4 IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território

da Bacia Leiteira, 2000

30

Gráfico 5 Taxa de Analfabetismo dos Municípios, 2000 36

Gráfico 6 IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território

da Bacia Leiteira, 2000

37

Gráfico 7 População Economicamente Ativa Brasileira Por Faixa

Etária 2008

50

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

LISTA DE TABELAS

Tabela Pág.

Tabela 1 Evolução do processo territorial na Bacia Leiteira 20

Tabela 2 População de Comunidades Tradicionais 25

Tabela 3 Programas Sociais – Famílias beneficiadas em 2010 28

Tabela 4 Equipamentos de Saúde por Município do Território da

Bacia Leiteira - 2009

31

Tabela 5 Profissionais de Saúde no Território da Bacia Leiteira –

2009

32

Tabela 6 Mortalidade Infantil no Período de 2004 a 2008 – Bacia

Leiteira

33

Tabela 7 Índice de Domicílios atendidos pelo serviço de Coleta de

Lixo no Território – 2005

34

Tabela 8 Número de Estabelecimentos por Dependência

Administrativa - 2009

38

Tabela 9 Número de matrículas por Nível de Ensino e

Dependência Administrativa – 2009

39

Tabela 10 Número de Docentes por Nível de Ensino e Dependência

Administrativa – 2009

40

Tabela 11 Distorção Idade-Série - Municípios e Território Bacia

Leiteira - 2008

41

Tabela 12 Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003 42

Tabela 13 Principais Culturas no Território - 2009 52

Tabela 14 Efetivo do rebanho no Território - 2009 55

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

LISTA DE QUADROS

Quadro Pág.

Quadro 1 Evolução do processo territorial na Bacia Leiteira 15

Quadro 2 Informações Gerais sobre os Municípios que compõe o

Território

18

Quadro 3 Comunidades Quilombolas – Território Bacia Leiteira 25

Quadro 4 Principais Espécies da Flora no Território da Bacia

Leiteira Alagoana

46

Quadro 5 Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania –

Território Bacia Leiteira

63

Quadro 6 Eixo 1: Fortalecimento da pecuária e da agricultura

familiar do Território

83

Quadro 7 Eixo 2: Recursos naturais (meio ambiente) - uso do solo

e da água

84

Quadro 8 Eixo 3: Fortalecimento à educação do campo e

contextualizada

86

Quadro 9 Eixo 4: Fomento à estruturação fundiária do Território da

bacia leiteira

86

Quadro 10 Eixo 5: Fomento à saúde de qualidade 87

Quadro 11 Eixo 6: Fortalecimento de atividades não agrícolas

desenvolvidas pela agricultura familiar

87

Quadro 12 Eixo 7: Fomento à cultura, esporte e lazer 88

Quadro 13 Eixo 8: Fomento à Assistência Técnica e Extensão Rural

no Território

88

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

LISTA DE FIGURAS

Figura Pág.

Figura 1 Localização dos municípios que compõem o Território da Bacia Leiteira em relação aos demais Territórios do Estado de Alagoas

17

Figura 2 Mapa do Território da Bacia Leiteira

18

Figura 3 Processo Metodológico da Qualificação do PTDRS –

Bacia Leiteira 22

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

SIGLAS

APA Área de Proteção Ambiental

APLs Arranjos Produtivos Locais

Artilha Cooperativa de Mulheres do Artesanato da Ilha do Ferro

ASA Articulação do Semi-Árido

ATER Assistência Técnica e Extensão Rural

BB Banco do Brasil

BCS Bancos Comunitários de Sementes

BNB Banco do Nordeste do Brasil

BPC Benefício da Prestação Continuada

BPF Boas Práticas de Fabricação

CAFISA Cooperativa de Produtores Familiares do Sertão Alagoano

CEF Caixa Econômica Federal

CIAT Comissão de Instalação das Ações Territoriais

COCREAL Cooperativa de Crédito Rural do Sertão Alagoano

CODETER Colegiado de Desenvolvimento Territorial

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

COPAZ Cooperativa dos Produtores de Leite da Agricultura Familiar

CRAS Centros de Referência de Assistência Social

CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DATASUS Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do

Brasil

DLIS Desenvolvimento Local Integrado Sustentável

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FETAG Federação dos Trabalhadores da Agricultura

FTC Faculdade de Tecnologia e Ciência

FUNDAF Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar

IBAMA / ICM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis/ Instituto Chico Mendes

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDF Índice de Desenvolvimento da Família

IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INSS Instituto Nacional de Seguro Social

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário

MinC Ministério da Cultura

MMC Movimento de Mulheres Camponesas

MPPE Ministério Público Federal

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

NUDEC Núcleo de Desenvolvimento Comunitário

ODM Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ONGs Organizações Não Governamentais

P1+2 Programa uma Terra e Duas Águas

P1MC Por um Milhão de Cisternas

PAA Programa de Aquisição de Alimentos

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PAIF Serviço de Proteção Social Básica a Família

PCD Pessoas com Deficiência

PDA Programa de Desenvolvimento de Área

PEA População Economicamente Ativa

PIA População em Idade Ativa

PME Plano Municipal de Educação

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PRO PAZ LEITE II Projeto de Beneficiamento da Cadeia Produtiva de Leite dos

Agricultores Familiares da Bacia Leiteira

PROINF Pronaf-Infraestrutura

PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos

Territórios Rurais

PTDRS Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável

RECASA Rede de Educação Contextualizada do Agreste e Semiárido

SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SEAGRI/AL Secretaria Estadual de Agricultura de Alagoas

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio a pequenas Empresa

SIAB Sistema de Informações de Atenção Básica

SIT Sistema de Informações Territoriais

STTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

UNOPAR Universidade Norte do Paraná

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Introdução

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

13 | P á g i n a

Introdução

O Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios

Rurais - PRONAT, criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA,

por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial - SDT promoveu a

construção de instrumentos que possibilitam desenvolver ações de fomento ao

Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais. Objetivando a distribuição

de riquezas e a valorização de seus próprios recursos, apoiando as

organizações sociais, o fortalecimento dos atores sociais para a construção da

gestão social participativa buscando a articulação e implementação das

políticas públicas.

O processo iniciado com a construção do Plano de Desenvolvimento

Rural Sustentável – PTDRS consolida-se em um dos instrumentos de fomento

ao desenvolvimento sustentável.

Em 2006 é lançado o PTDRS da Bacia Leiteira, fruto de um

processo de construção coletiva entre os principais atores sociais do Território.

Com a implantação das Ações da Estratégia de Desenvolvimento Territorial,

pela SDT/MDA, outras discussões começaram a ser articuladas através do

colegiado inicialmente denominado CIAT, posteriormente CODETER.

Propostas antes discutidas a nível municipal passaram a ser feitas pelo grupo

de municípios que formam o Território, mas todo o enfoque dessas discussões

inicialmente direcionava-se na dimensão econômica.

Ao longo do processo, foi sendo percebido que as dimensões

econômicas eram insustentáveis sem uma articulação com as outras

dimensões relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Observou-se que

não se teria a sustentabilidade das propostas econômicas discutidas, sem uma

estrutura social e ambiental associada.

Para que no Território da Bacia Leiteira fosse destacada essa

necessidade, percorreu-se um caminho bastante longo e repleto de conflitos,

esvaziamento e aumento constantemente de atores sociais participantes das

ações desenvolvidas, onde os interesses individuais dos municípios

prevaleciam à medida que não atendiam aos seus anseios, e as ações

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14 | P á g i n a

desenvolvidas não traziam respostas imediatas e concretas que eram descritas

em projetos focados somente na dimensão econômica.

A presença de grupos da sociedade civil (organizações sociais,

ONG, Sindicatos, Quilombolas, Assentados, Associações de Produtores) e do

Poder Público fazendo parte das discussões territoriais, apesar das

divergências e dos choques de interesses, pontos em comum foram

levantados. Prevaleceu o entendimento que o Território mesmo tendo traços

culturais muito fortes que sustentam a produção da bovinocultura leiteira por

agricultores familiares, outros tipos de produção na pecuária e na agricultura de

sequeiro favoreceriam a diversificação da produção da agricultura familiar e

possibilitaria a geração de condições melhores de vida para as famílias. Com

isto, surgiram às discussões focadas para outras linhas e eixos, além da

dimensão econômica.

Em 2009, inicia-se o processo de revisão desse instrumento, onde

os representantes do Território da Bacia Leiteira validam e reafirmam esse

documento como o resumo de todo um processo de discussões e de decisões

tomadas pelos atores sociais do Território. Com diretrizes e estratégias que

sintetizam um conjunto de necessidades associadas às potencialidades

existentes no espaço territorial, visível nesse momento por esses atores, e um

olhar para a ampliação das dimensões culturais e sociais. Este PTDRS norteia

o rumo do desenvolvimento sustentável almejado pelo Território, que mesmo

diante das dificuldades do processo que ainda persistem, é um instrumento de

construção participativa que favorece a gestão compartilhada desse espaço

territorial, onde as decisões passam a ser descentralizadas e focadas nas reais

demandas das necessidades apresentadas.

Há que se considerar também as particularidades do espaço

territorial, refletindo o processo de alcance da maturidade e participação social,

revelando também a consistência de suas proposições, sendo esse um reflexo

ainda do momento de construção de autonomia e fortalecimento dos atores

para o desenvolvimento sustentável.

Portanto as diretrizes e estratégias apontadas no PTDRS da Bacia

Leiteira e reafirmadas no processo de revisão revelam caminhos a serem

considerados e formas de envolvimento das instituições governamentais e

organizações da sociedade civil na construção do processo de

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

15 | P á g i n a

desenvolvimento sustentável apoiado pela Estratégia de Desenvolvimento

Territorial. Amplia-se para a necessidade do fortalecimento das dimensões do

desenvolvimento.

No Quadro 1 está apresentada a evolução do Território ao longo

desse processo no que diz respeito ao aprofundamento das discussões e

percepções.

Quadro 1 – Evolução do processo territorial na Bacia Leiteira

INICIO DO PROCESSO ATUALMENTE - 2010 Visão municipal Visão territorial Maior comprometimento

CIAT (comprometimento MDA), voltado para Secretarias de Agricultura.

Inclusão no Programa Territórios da Cidadania (abrange: saúde, educação, assistência social, meio ambiente, etc.).

Pouco comprometimento

Sem diagnóstico Com diagnóstico

Sem conhecimentos locais a serem comparados

Viagens de intercâmbio, com vistas a conhecer outras realidades a serem comparadas.

Apoio do MDA Apoio de 22 ministérios

Não havia organização dos produtores Há organização

Dificuldade na elaboração e execução de projetos, além da falta de dados

Poucos projetos concluídos Dificuldade de elaboração por falta de capacitação

Fonte: II oficina de revisão do PTDRS Bacia Leiteira – IADH/MDA 2010

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Caracterização do Território

Capítulo 1

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

17 | P á g i n a

1. Caracterização Territorial

1.1. AMBIENTE TERRITORIAL

O Território da Cidadania Bacia Leiteira abrange uma área de

2.782,9 Km², representando aproximadamente 10% da área total do Estado

(27.933,1 Km²). É composto, atualmente, por 11 municípios que estão

localizados na região semi-árida do Estado de Alagoas. São eles: Pão de

Açúcar (o maior em extensão, com 661,8 Km²), Palestina, Olho D'Água das

Flores, Monteirópolis, Jacaré dos Homens, Batalha, Jaramataia, Major Isidoro,

Belo Monte, Minador do Negrão e Cacimbinhas.

Limita-se com o Estado de Pernambuco na porção mais ao Norte, o

Estado da Bahia mais a Oeste e o rio São Francisco na porção Sudoeste,

conforme ilustra a Figura 1.

Figura 1 - Localização dos municípios que compõem o Território da Bacia Leiteira em relação aos demais Territórios do Estado de Alagoas

Fonte: PTDRS, 2006.

Estes municípios estão distribuídos em 02 (duas) Zonas

Fisiográficas, sendo elas a do Sertão do São Francisco (Belo Monte e Pão de

Açúcar) e a do Sertão (demais municípios) e 03 (três) Microrregiões (Batalha,

Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema), distam entre 130,2 km (Minador

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

18 | P á g i n a

do Negrão) e 186,4 km (Pão de Açúcar) da Capital. A Figura 2 mostra a

distribuição espacial dos municípios no Território e o Quadro 2 suas principais

características.

Figura 2 – Mapa do Território da Bacia Leiteira

Fonte: PTDRS, 2006.

Quadro 2 – Informações Gerais sobre os Municípios que compõe o Território

Microrregião Município Distância à capital (km) Área (km²)

Batalha

Batalha 152 322,5

Belo Monte 170 334,8

Jacaré dos Homens 161 142,9

Jaramataia 139 104,1

Major Isidoro 138 455,8

Monteirópolis 166 86,4

Olho D’água das Flores 171 184,3

Palmeira dos Índios

Cacimbinhas 141 273,9

Minador do Negrão 130 167,3

Santana do Ipanema

Palestina 175 49,1

Pão de Açúcar 187 661,8

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

19 | P á g i n a

1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS

O nome do Território “Bacia Leiteira” ocorre pela tradição da

atividade produtiva há mais de 80 anos. Esta atividade, no entanto, reflete

carência de tecnologia desde a produção até a logística de distribuição, bem

como investimento para apoio ao pequeno produtor familiar. Porém, isto não se

concretizou em motivo para que o Território desistisse da criação de gado

leiteiro.

Segundo dados históricos dos municípios que compõem este

Território, os primeiros grupos que povoaram a região, traziam a bovinocultura

como opção para as áreas impróprias ao cultivo da cana-de-açúcar. A cana-de-

açúcar sempre foi uma atividade produtiva explorada de forma acentuada no

Estado, especialmente no Litoral e Zona da Mata. A opção pelo plantio de

outras culturas e pecuária foi direcionada para as regiões do Agreste e Sertão,

principalmente, no Sertão houve muita concentração de fazendas, mas que ao

longo desse processo foi dando origem a minifúndios de agricultores familiares.

A presença muito forte da cadeia produtiva do leite bovino,

respaldada no processo histórico de colonização vivenciado na região pela

ocupação e exploração da terra por grandes proprietários, difundiu a produção

da bovinocultura leiteira, e até hoje todos os municípios apresentam a

produção pecuária como marca de sua identidade. É válido enfatizar que

atualmente existe a produção de minifúndios no Território.

Apesar do decorrer de décadas, essa atividade continua forte apesar

das adversidades ambientais da região que desfavorece a produção. Com

exceção daqueles que ainda não tem terra própria, a maioria dos agricultores

familiares do Território prioriza a bovinocultura leiteira como principal atividade

produtiva, associado à agricultura de sequeiro (feijão, milho e mandioca).

O contexto histórico e político dos municípios que compõem esse

Território refletiram-se sempre no coronelismo, onde na grande concentração

de terra, os fazendeiros concentravam também a riqueza. Quem detinha

melhores condições econômicas controlava o poder político, tratando as

demais classes de forma paternalista com o assistencialismo a partir de

“pequenos favores”, assim as pessoas que ali residiam tornavam-se

dependentes e de certa forma subordinados. Os que detinham o poder e

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

20 | P á g i n a

riqueza eram quem gerava emprego e tinha condições de prestar assistência

no momento de doença de seus familiares ou por questões de sobrevivência, o

que favorecia a soberania de poucas famílias que dominavam essa região.

Também é marcado pela incidência de atos de dominação e

demarcação de Território por meio da violência, famílias que tentavam

desafiar/quebrar esse domínio sofria represálias violentas, muitas vezes fatais.

O reflexo desse contexto permanece até hoje, com menos intensidade, mas

marcou toda a construção cultural e política do povo da região sertaneja de

Alagoas, com acomodação e espera assistencialista da política local, onde a

corrupção e a violência ainda é um fator muito presente.

Os grandes fazendeiros produtores de leite são oriundos das

famílias tradicionais do Território e detém o poder político nos municípios onde

a relação de poder entre esses e os agricultores e pecuaristas familiares,

colocam estes últimos em desvantagem, consequentemente não conseguem

competir com a produção em escala leiteira e com o porte genético de seus

animais. No entanto, devido à existência de grande quantidade desses

produtores, os grandes fazendeiros se apoderam de sua produção tornando-

se, muitas vezes, atravessadores de leite “in natura” ou resfriados, levando a

produção desses produtores para os grandes laticínios na região e no Estado.

A constituição dos municípios inicia no ano de 1854 (Pão de Açúcar)

até 1962 (Jaramataia e Palestina), conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Ano de instalação dos municípios no Território

Município Ano de instalação

Batalha 1947 Belo Monte 1958 Cacimbinhas 1958 Jacaré dos Homens 1957 Jaramataia 1962 Major Isidoro 1949 Minador do Negrão 1962 Monteirópolis 1960 Olho d'Água das Flores 1953 Palestina 1962 Pão de Açúcar 1854

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

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21

Diagnóstico Territorial

Capítulo 2

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

22 | P á g i n a

2. Diagnóstico Territorial

A construção do Diagnóstico Territorial se deu por meio de oficinas de

avaliação participativa e análise técnica da assessoria, inicialmente a qualificação do

PTDRS buscou sensibilizar e comprometer os membros do colegiado territorial para a

participação no processo de qualificação do PTDRS.

O processo metodológico indicou a necessidade de se realizar Reunião com

o Núcleo Dirigente e Núcleo Técnico e Oficinas Participativas. As oficinas participativas

teriam no primeiro momento o papel de avaliar e identificar os aspectos a serem

melhorados e aprofundados no Diagnóstico Territorial e segundo e terceiro momento

destinados as proposições.

Figura 3 – Processo Metodológico da Qualificação do PTDRS – Bacia Leiteira

2.1. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL

2.1.1 Características Demográficas

Segundo dados do Anuário Estatístico de Alagoas (2008), o Território da

Bacia Leiteira, em 2007, apresentava uma população de 129.092. Em 2009 (IBGE –

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23 | P á g i n a

Estimativa Populacional), estimava-se que a população seria de 128.927 habitantes e

em 2010, de acordo com resultados do Censo 2010 (IBGE), a população era de

125.693 habitantes. Os dados mostram que ocorreu um declínio na população do

Território no período (2007 a 2010) de 2,63%, porém quando a análise considera o

decanato (2000 – 2010) se percebe que ocorreu um crescimento populacional de

3,66%, conforme apresentado no Gráfico 1. Nos municípios Pão de Açúcar,

Monteirópolis, Minador do Negrão, Jaramataia e Jacaré dos Homens reduziram o

número de habitantes de 2000 para 2010.

Fonte: IBGE Cidades

O percentual de pessoas residindo na zona rural em 2000 era de 49%,

representando uma queda de 22% desde 1970 (71%) conforme se verifica nos Gráficos

1 e 2. Este fenômeno não ocorreu apenas nessa região, mas em todo o Estado. As

políticas públicas não exerceram eficácia na área de geração de renda como nas de

0 5000 10000 15000 20000 25000

Batalha

Belo Monte

Cacimbinhas

Jacaré dos Homens

Jaramataia

Major Isidoro

Minador do Negrão

Monteirópolis

Olho d`Água das Flores

Palestina

Pão de Açúcar

14799

6822

9552

5720

5788

17639

5399

7240

19417

4523

24351

17.076

7.032

10.197

5.413

5.562

18.901

5.280

6.944

20.367

5.112

23.809

2010 2000

Gráfico 1 - População do Território da Bacia Leiteira Alagoana - 2000 e 2010Gráfico 1 - População do Território da Bacia Leiteira Alagoana - 2000 e 2010Gráfico 1 - População do Território da Bacia Leiteira Alagoana - 2000 e 2010

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24 | P á g i n a

educação e saúde. Jovens não encontravam trabalho no campo, se deslocando para

outros municípios na tentativa de uma colocação no mercado de trabalho. Em 2007,

pouco mais da metade da população (51%) ocupava a área urbana, apenas três

municípios tinham população urbana maior do que a rural (Batalha, Olho d’Água das

Flores e Palestina), os demais tinham mais de 50% da população residindo na zona

rural, como Belo Monte com 82%. No ano de 2010 a população manteve os 51%

urbano.

Com relação à densidade demográfica, a partir dos dados do IBGE 2010, o

Território apresenta uma média de aproximadamente 45 hab./km2, porém existem

municípios com densidade bem acima, são eles: Olho D’Água das Flores (110,1

hab./km2) e Palestina (104,5 hab./km2).

De acordo com dados do Portal ODM (Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio), a urbanização no Território, em 2009, variava de 17% (Belo Monte) a 70%

(Batalha).

Considerando dados da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (2004),

IBGE (2006), INCRA (2009) e Fundação Cultural dos Palmares (2008), demonstrados

na Tabela 2 e Quadro 3, a população territorial apresentava 422 pescadores (as), 8.657

agricultores familiares, 357 famílias assentadas e 12 comunidades quilombolas

autocertificadas.

RURAL71%

URBANA29%

Gráfico 2 - Distribuição Espacial da População da Bacia Leiteira - 1970

RURAL49%

URBANA51%

Gráfico 3 - Distribuição Espacial da População da Bacia Leiteira - 2000

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25 | P á g i n a

Tabela 2 – População de Comunidades Tradicionais

MUNICÍPIO Pescadores

Demanda Social Comunidades Quilombolas Agricultores

Familiares Famílias

Assentadas

Batalha 603 1 Belo Monte 104 783 162

Cacimbinhas 785 100 1 Jacaré dos Homens 472 39 1

Jaramataia 319 Major Isidoro 1.706 1

Minador do Negrão 830 Monteirópolis 349 1

Olho D’água das Flores 1.276 3 Palestina 138 2

Pão de Açúcar 317 1.396 56 2 Total Território 422 8657 357 12

Fonte: SEAP (2004), IBGE/Censo 2006, INCRA (2009) e Fundação Cultural Palmares (2008)

Quadro 3 – Comunidades Quilombolas – Território Bacia Leiteira

Município Comunidades

Batalha Cajá dos Negros Monteirópolis Paus Pretos Cacimbinhas Guaxinim Major Isidoro Puxinanã Pão de Açúcar Chifre do Bode e Pote do Sal Olho d’Água das Flores Gameleiro, Aguazinha e Guarani Jacaré dos Homens Alto da Madeira Palestina Santa Filomena e Vila Santo Antônio

Fonte: Fundação Palmares

2.1.2 Características do tecido social organizativo do Território

No Território da Bacia Leiteira, ao longo de mais de 10 anos teve a atuação

da ONG Visão Mundial desenvolvendo na região, em parceria com o Núcleo de

Desenvolvimento Comunitário (NUDEC), um Programa de Desenvolvimento de Área

PDA denominado PDA Serra da Pedra. O PDA apoiava o agricultor familiar e suas

famílias tanto na produção agroecológica, no desenvolvimento de ações relacionadas à

infância e juventude, em ações de micro-crédito e na implantação de cooperativas de

crédito.

Também tem atuação no Território outras instituições como: Movimento

Minha Terra, Pastoral da Criança, Associação Comercial, Lions Clube, Rotary Clube,

Fóruns DLIS, dentre outros.

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26 | P á g i n a

Existem articulações e redes temáticas em torno de grandes temas

relacionados ao Território como exemplo da Articulação do Semi Árido (ASA), Fórum

DLIS, Rede de Jovens Agroecológicos, entre outros.

Considerando a composição do Colegiado Territorial da Bacia Leiteira, pode-

se perceber que é um Território com presença significativa de organizações da

Sociedade Civil organizada. A seguir têm-se as organizações que compõem o

CODETER.

Organizações Sociais existentes no Território:

Associações

o Associação de Produtores Familiares de Leite de Samambaia/COOPAZ;

o Associação de Quilombolas de Cajá dos Negros – Batalha – AL;

o Associação de Artesão de Impuseras – Porcelanato; o Associação de Aquicultores; o Assentamento Saúde de Baixo – Batalha; o Assentamento Pacu Machado – Pão de Açúcar.

Federações

o Federação dos Trabalhadores da Agricultura – FETAG; o Federação de Associações Comunitárias.

Sindicatos

o STTR / Pólo Sindical (representado pelo Sindicato Rural de Pão de Açúcar).

Colônia de Pescadores

o Colônia de Pescadores Z30.

Cooperativas, ONGs e Movimentos Sociais

o Cooperativas

Cooperativa de Produtores Familiares do Sertão Alagoano – CAFISA;

Cooperativa de Crédito Rural do Sertão Alagoano – COCREAL;

Cooperativa de Artesãos.

o ONGs

ONG NUDEC; ONG VISÃO MUNDIAL; FUNDAF – OSCIP.

o Movimentos Sociais e Grupos

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27 | P á g i n a

Grupo de Mulheres – Movimento de Mulheres Camponesas – MMC;

Grupo de Jovens.

Arranjo Produtivo Local - APL

o APL dos Laticínios; o APL da Piscicultura.

Programas Sociais existentes no Território

O Território teve o aporte a partir de transferência constitucional de R$

103.013.901,25 (cento e três milhões, treze mil, novecentos e um reais e vinte e cinco

centavos) e de R$ 46.694.155,05 (quarenta e seis milhões, seiscentos e noventa e

quatro mil, cento e cinqüenta e cinco reais e cinco centavos) considerando a

transferência de renda (Bolsa Família), Assistência Social e Segurança Alimentar e

Nutricional.

Um dos indicadores relacionados aos programas sociais é o Índice de

Desenvolvimento da Família (IDF), trata-se de um indicador sintético que mede o

grau de desenvolvimento das famílias, possibilitando apurar o grau de vulnerabilidade

de cada família do CADÚNICO, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o

total de famílias do município. Varia entre 0 e 1 e, quanto melhores as condições da

família, mais próximo de 1 será o seu indicador. O IDF foi elaborado a partir da

vulnerabilidade, do acesso ao conhecimento, do acesso ao trabalho, da disponibilidade

de recursos, do desenvolvimento infantil e das condições habitacionais. O Território da

Bacia Leiteira apresenta um IDF médio de 0,52, variando entre 0,49 e 0,55.

Dentre as famílias consideradas pobres, de acordo com dados do Ministério

de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o acesso do Território aos programas

de transferência de renda (Bolsa Escola, Bolsa Família, IDF e Cartão Alimentação) no

ano de 2010 totalizou 21.052 (vinte e um mil e cinqüenta e duas) famílias e R$

25.834.765,00 (vinte e cinco milhões, oitocentos e trinta e quatro mil, setecentos e

sessenta e cinco reais).

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28 | P á g i n a

Tabela 3 – Programas Sociais – Famílias beneficiadas em 2010

Município Bolsa Família Cartão Alimentação

Número de Famílias

Valor (R$ 1,00)

Número de Famílias

Valor (R$ 1,00)

Batalha 2.659 3.305.146 - - Belo Monte 1.291 1.592.007 3 1.800

Cacimbinhas 1.896 2.324.904 3 2.000 Jacaré dos Homens 966 1.177.906 1 600

Jaramataia 1.064 1.305.713 - 550 Major Isidoro 3.186 3.787.984 5 4.450

Minador do Negrão 869 1.047.314 1 600 Monteirópolis 1.250 1.600.064 2 1.200

Olho D’água das Flores 2.916 3.479.974 - - Palestina 879 1.104.634 2 1.200

Pão de Açúcar 4.059 5.096.719 - - Território 21.035 25.822.365 17 12.400

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Matriz de Informação Social, 2010

Em relação aos Programas de Assistência Social existem 12 (doze) Centros

de Referência de Assistência Social - CRAS cadastrado e com financiamento do

Governo Federal para desenvolver atividades de assistência social e com 08 (oito)

Centros de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS sendo 04 (sete)

cofinanciados.

O número total de pessoas atendidas no Território pelo Benefício da

Prestação Continuada (BPC) em 2010 foi de 2.885 (duas mil oitocentos e oitenta e

cinco) sendo 1.897 (mil oitocentos e noventa e sete) pessoas com deficiência (PCD) e

988 (novecentos e oitenta e oito) idosos. O valor repassado do BPC para pessoas com

deficiência foi de R$ 11.028.825,26 (onze milhões e vinte e oito mil e oitocentos e vinte

e cinco reais e vinte e seis centavos) e para idosos de R$ 5.927.569,97 (cinco milhões

novecentos e vinte e sete mil quinhentos e sessenta e nove reais e noventa e sete

centavos).

A ação de Renda Mensal Vitalícia beneficia no Território 129 (cento e vinte

e nove) pessoas com deficiência e 42 (quarenta e dois) idosos. O valor total é de R$

1.091.655 (um milhão e noventa e um mil seiscentos e cinqüenta e cinco reais) sendo

R$ 810.135,00 (oitocentos e dez mil e cento e trinta e cinco reais) destinados as

pessoas com deficiência e R$ 281.520,00 (duzentos e oitenta e um mil quinhentos e

vinte reais) aos idosos.

O ProJovem Adolescente que atua na qualificação profissional está

instalado em todos os municípios do Território com uma alocação de recursos de R$

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29 | P á g i n a

840.431,25 (oitocentos e quarenta mil quatrocentos e trinta e um reais e vinte cinco

centavos).

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil também beneficia todos

os municípios do Território já aportou em 2010 o valor de R$ 487.500,00 (quatrocentos

e oitenta e sete mil e quinhentos reais).

O Território é beneficiado com outros Programas relacionados à Assistência

Social, tais como o BPC na Escola, Serviço de Proteção Social Básica a Família –

PAIF, Serviços Específicos de Proteção Social Básica (Idoso e/ou Crianças de 0 a 6

anos), Serviço Específico de Proteção Social Especial (Serviços de

Acolhimento/Abrigo), Serviço de Proteção Social Especial a Indivíduos e Famílias,

Serviço de Proteção Social aos Adolescentes em Cumprimento de Medida Sócio-

educativa e Serviços de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de

Violência, Abuso e Exploração Sexual e suas Famílias. No total estes Programas

aportaram no Território o valor de R$ 335.364,60 (trezentos e trinta e cinco mil

trezentos e sessenta e quatro reais e sessenta centavos).

No que se refere à Segurança Alimentar e Nutricional o Território conta com

01 (um) Projeto Cozinha Comunitária, Programa de Aquisição de Alimentos – PAA

contemplando 4.798 (quatro mil setecentos e noventa e oito) produtores. O volume de

recursos relacionado ao PAA é de R$ 9.612.341,68 (nove milhões seiscentos e doze

mil seiscentos e trezentos e quarenta e um reais e sessenta e oito centavos).

2.1.3 Situação da Saúde no Território

O quadro encontrado na região é preocupante, ao se observar o precário

cumprimento das necessidades básicas para o desenvolvimento social, econômico,

político, cultural e sustentável, conforme se verificará nos principais indicadores de

saúde.

A esperança de vida ao nascer, que está relacionado com o índice de

mortalidade, é um dos indicadores responsáveis pela composição do IDHM –

Longevidade. Segundo dados do Atlas de Desenvolvimento Humano, em 2000, a

esperança média de vida ao nascer no Brasil era de 68,61 anos. Em Alagoas, era de

66,77 anos, e no Território era de 61,8 anos. Comparando as médias, o Território não

está tão distante do país e do estado, exceto quando analisadas individualmente por

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30 | P á g i n a

município, como no caso de Major Isidoro, que apresentava uma diferença de mais de

10 anos (56,53 anos).

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Longevidade do

Brasil era de 0,727, e no Território da Bacia Leiteira era de 0,613. Dentre os municípios

do Território, o de melhor valor era Minador do Negrão (0,672), e o pior, Major Isidoro

(0,526), abaixo da média da região. O Território apresentava índice melhor do que o do

Estado, conforme pode ser verificado no Gráfico 4.

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

Segundo dados do Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) o

Território no período de 2001-2010 foi acometido de casos de AIDS, Dengue e

Leishmaniose, com forte destaque para a Dengue. Dengue e a Leishmaniose até 2009

já tinha acometido 1.579 (mil quinhentas e setenta e nove) e 111 (cento e onze)

pessoas no Território, respectivamente. A AIDS até 2010 acometeu 25 (vinte e cinco)

pessoas.

Os municípios que apresentaram maior número de casos de AIDS foram

Cacimbinhas (5), Olho D’água das Flores (7) e Pão de Açúcar (7), representando 76%

dos casos identificados no Território. A Dengue foi mais representativa em Major

Isidoro (560) e Pão de Açúcar (207).

0,723

0,598

0,613

0,622

0,629

0,621

0,565

0,629

0,526

0,672

0,618

0,633

0,569

0,664

0 0,2 0,4 0,6 0,8

Brasil

Alagoas

Território

Batalha

Belo Monte

Cacimbinhas

Jacaré dos Homens

Jaramataia

Major Isidoro

Minador do Negrão

Monteirópolis

Olho D’água das Flores

Palestina

Pão de Açúcar

Gráfico 4 - IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território da Bacia Leiteira , 2000

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31 | P á g i n a

Em dezembro de 2009, existia no Território um total de 83 (oitenta e três)

estabelecimentos de saúde (Tabela 4), de acordo com DATASUS (Caderno de

Informações de Saúde).

Tabela 4 – Estabelecimentos de Saúde por Município do Território da Bacia Leiteira - 2009

Tipo de estabelecimento

Ba

talh

a

Be

lo M

on

te

Ca

cim

bin

ha

s

Jac

aré

do

s

Ho

me

ns

Ma

jor

Isid

oro

Min

ad

or

do

Ne

grã

o

Mo

nte

iró

po

lis

Olh

o D

’Ág

ua

da

s

Flo

res

Pa

les

tin

a

o d

e A

çú

car

To

tal

Central de Regulação de Serviços de Saúde

1 1 1 1 1 1 1 1 1 - 9

Centro de Atenção Psicossocial - - - - - 1 - - - 1 2

Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde

5 3 2 1 2 7 2 3 2 3 30

Clinica Especializada/Ambulatório Especializado

4 - - - - 1 - - - - 5

Consultório Isolado 1 - - - - - - - - - 1

Posto de Saúde - 3 4 4 3 - 1 - - 9 24

Secretaria de Saúde - 1 - - - 1 - 1 - - 3

Unid Mista - atend 24h: atenção básica, intern/urg

1 - 1 - - 1 - - - 1 4

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia

1 - - - 1 - - - - - 2

Unidade de Vigilância em Saúde 1 - 1 1 1 2 1 1 1 1

Total 14 - 9 7 8 14 5 6 4 16 83

Fonte: DATASUS, 2010

No Território foi registrada, em 2009, a existência de 455 (quatrocentos e

cinqüenta e cinco) profissionais da área de saúde com uma concentração nos

municípios de Batalha (90), Major Isidoro (77) e Pão de Açúcar (131).

Quanto à categoria o maior número é de Médicos (135) em diversas

especialidades e Auxiliares de Enfermagem (104). É importante registrar, porém, que

em alguns municípios não existia a disponibilização de Pediatras (Batalha, Belo Monte,

Jacaré dos Homens, Jaramataia e Pão de Açúcar).

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32 | P á g i n a

Tabela 5 – Profissionais de Saúde no Território da Bacia Leiteira – 2009

Categoria

Ba

talh

a

Be

lo M

on

te

Ca

cim

bin

ha

s

Jac

aré

do

s

Ho

me

ns

Jara

ma

taia

Ma

jor

Isid

oro

Min

ad

or

do

Ne

grã

o

Mo

nte

iró

po

lis

Pa

les

tin

a

o d

e

úc

ar

Tota

l

1. Médicos 25 5 15 9 7 35 6 9 4 46 135

Anestesista 1 - - - - 1 - - - 2 4

Cirurgião Geral 2 - - - - 1 - 1 1 3 8

Clínico Geral 11 1 6 2 1 10 1 2 1 10 45

Gineco Obstetra 2 1 2 1 1 1 1 1 - 3 13

Médico de Família 7 3 4 3 3 10 2 3 2 10 47

Pediatra - - 2 - - 2 1 1 - 2 8

Psiquiatra 1 - - - - 2 - - - 1 4

Radiologista 1 - - 1 1 1 - - - 2 6

2. Cirurgião dentista 14 2 4 3 5 6 4 3 2 16 59

3. Enfermeiro 10 4 5 4 3 10 2 4 2 16 60

4. Fisioterapeuta 2 - - - - 2 - - - 4 8

5. Fonoaudiólogo - - - - - 1 - - - - 1

6. Nutricionista 2 1 - 1 1 3 1 - - 1 10

7. Farmacêutico 3 - - - - 1 1 - - 2 7

8. Assistente social 1 2 1 - 1 3 - - - 3 11

9. Psicólogo 4 - - 1 1 2 - 1 - 3 12

10. Auxiliar de Enfermagem

29 5 7 10 11 20 3 4 8 7 104

11. Técnico de Enfermagem

- - 1 - - 1 - - - 46 48

Total 90 19 32 26 28 77 16 20 16 131 455

Fonte: DATASUS, 2010.

Mortalidade

O indicador mais utilizado para medir a mortalidade é a esperança de vida

ao nascer. No Brasil, o IBGE divulgou que a expectativa de vida da população

brasileira ao nascer passou de 69,66 anos para 72,86. Desse modo, segundo mostra a

pesquisa Tábuas de Mortalidade os brasileiros nascidos em 2008 têm expectativa de

viver, em média, 3 anos, 2 meses e 12 dias a mais do que os nascidos em 1998. No

ano passado, a esperança de vida ao nascer da população masculina era de 69,11

anos e da feminina era 76,71 anos.

A mortalidade define-se como a ação da morte sobre uma população e é um

dos componentes centrais da dinâmica demográfica. O ritmo no qual ocorrem os óbitos

numa população varia muito entre as diversas regiões do mundo, grupos

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33 | P á g i n a

socioeconômicos, sexo, etc. A maneira como as pessoas morrem é uma boa

representação das condições nas quais vivem.

De acordo com os dados no Ministério da Saúde, em 2008, as principais

causas de mortalidade por percentual de registros no Território da bacia leiteira foram:

doenças do aparelho circulatório (34,5%), causas mal definidas (21,4%), causas

externas de morbidade e mortalidade (12,1%) e neoplasias (11,9%).

Na Tabela 6 se tem os dados disponibilizados pelo Portal dos Objetivos do

Milênio – ODM sobre a Mortalidade Infantil (de menores de 05 anos de idade a cada

mil nascidos vivos) no período de 2004-2009 percebe-se uma queda na média

territorial em 40,7%, muito embora dentro do período exista muita oscilação. Os

municípios que mais chamam a atenção pela diminuição de suas Taxas de Mortalidade

Infantil, no referido período, são Minador do Negrão (de 47,2% para 0%), Olho D’água

das Flores (de 51,3% para 15,4%), Belo Monte (de 39,5% para 10,4%) e Jaramataia

(de 19,2% para 0%). O município que se destaca pelo aumento da Taxa de Mortalidade

infantil, no referido período é Monteirópolis (de 23,9% para 47,3%), principalmente por

se observa que nos anos anteriores (2005 a 2008) apresentou índices menores que

2004.

Tabela 6 – Mortalidade Infantil no Período de 2004 a 2008 – Bacia Leiteira

Localidade/Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Batalha 32,8 40,4 15,5 29,3 29,6 25,5

Belo Monte 39,5 19,1 9,6 9,1 35,4 10,4

Cacimbinhas 31,1 31,4 46,4 37,4 15,9 26,2

Jacaré dos Homens 20,8 24,4 29 47,3 8,7 7,2

Jaramataia 19,2 30,1 26,3 43,5 27,8 0

Major Isidoro 20,5 31,8 34,8 49,9 34 24,5

Minador do Negrão 47,2 39,2 0 22,2 22,7 0

Monteirópolis 23,9 11,8 19,6 18,9 14,7 47,3

Olho D'Água das Flores

51,3 47,6 39,7 25,3 20,6 15,4

Palestina 20,4 15 32 34,9 8,9 20

Pão de Açúcar 28,2 14,3 22,8 23,9 24,9 21,8

Território 30,4 27,7 25,1 31,1 22,1 18,03

Fonte: Portal ODM, 2010.

A mortalidade infantil por diarréia no período de 2004-2009 só não foi

registrada nos municípios de Jacaré dos Homens e Minador do Negrão.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

34 | P á g i n a

Na Bacia Leiteira, em 2009 (Portal ODM), a proporção de crianças menores

de 2 anos desnutridas era de 3,86%, expressadas através do controle da aferição do

peso infantil acompanhado no Programa Saúde da Família, do qual 47.654 (quarenta e

sete mil seiscentos e cinco e quatro) crianças participaram, conforme dados

apresentados pelo SIAB-DATASUS.

Saneamento Básico

Com as ações de revitalização do Rio São Francisco, que está em

andamento, a maioria dos municípios está sendo beneficiado com ações de

saneamento.

Dados do Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água

Subterrânea dos municípios do Território (Ministério das Minas e Energia, 2005) existia

52,2% dos domicílios fora da rede geral de abastecimento de água, 4,82% domicílios

dependendo de poços ou nascentes e 49,4% domicílios dependendo de outros tipos de

abastecimento (barragens, carros pipa, baldes, etc.).

Em 2005 a coleta de lixo urbano cobria 46,9% dos domicílios do Território. A

Tabela 7 traz o percentual por município, apresentando Trindade com o maior índice de

cobertura.

Tabela 7 – Índice de Domicílios atendidos pelo serviço de Coleta de Lixo no Território – 2005

Localidade/Ano Coleta de lixo (%)

Batalha 54,9

Belo Monte 27,2

Cacimbinhas 37,6

Jacaré dos Homens 49,5

Jaramataia 48,4

Major Isidoro 43,8

Minador do Negrão 35,0

Monteirópolis 39,3

Olho D'Água das Flores 68,7

Palestina 56,1

Pão de Açúcar 55,0

Território 46,9

Fonte: Ministério das Minas e Energia, 2005.

Apenas 1,02% dos domicílios, em 2005, dispunham de banheiro e

esgotamento sanitário via rede geral.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

35 | P á g i n a

2.1.4 Situação da Educação no Território

Por sua relevância social, a educação é tema central dos debates nacionais,

sendo destacada como área prioritária nas políticas de governo.

Alagoas apresenta dados preocupantes quanto a isso, pois o índice de

analfabetismo no Estado em 2007 atingia 25,14% da população acima de 15 anos de

idade, segundo dados do PNAD/IBGE, num total de 567 mil analfabetos. Neste

contexto, a transformação da realidade educacional de Alagoas passa,

necessariamente, pela superação do analfabetismo.

No Território, em 2006, foram constatadas dificuldades relacionadas ás

questões educacionais como exemplo: o índice de alfabetização e os programas

educacionais que têm tentado reverter à situação, mas sem conseguir a efetividade em

seus objetivos. Mesmo com a evolução dos programas de alfabetização as pesquisas

de campo revelaram um grande número de analfabetos funcionais que assinam o

próprio nome, mas não têm a habilidade da leitura.

De acordos com os dados apresentados na primeira versão do PTDRS em

2006, foi grande o número de pessoas responsáveis por domicílios neste Território que

freqüentaram menos de 04 anos a escola sendo um índice acima de 68%, o que traz

enormes dificuldades no mercado de trabalho.

Os dados também apontaram para o número de analfabetos acima de 15

anos que foi de 49,5% o que define a dificuldade dos cidadãos com suas possibilidades

reduzidas no mercado.

De acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano (2000), a

média da taxa de analfabetismo no Território da Bacia Leiteira em 2000 era de 45,18%,

variando de 38,59% (Palestina) a 50,89% (Minador do Negrão).

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

36 | P á g i n a

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000

Outro aspecto a destacar, está relacionado às dificuldades de aprendizagem

dos alunos. A grade curricular voltada para a contextualização urbana dificulta o

aprendizado na zona rural, além de estimular o êxodo daqueles que freqüentam as

escolas dos espaços rurais. Como uma alternativa para o enfrentamento dessa

questão alguns municípios do Território tem se integrado a RECASA – Rede de

Educação Contextualizada do Agreste e Semi-Árido, Fórum composto de

representantes de Secretarias Municipais de Educação e organizações da sociedade

civil. Este fórum tem como principais objetivos:

Fortalecer as ações coletivas de implantação da Proposta de educação para

convivência com o semi-árido nos municípios abrangentes;

Desenvolver processo de formação continuada em educação contextualizada

para os educadores envolvidos;

Mobilizar a sociedade em geral para tornar a proposta de educação para

convivência com o semi-árido em política pública;

Buscar assessoria para elaboração dos Planos Municipais de Educação - PME

com enfoque na Educação Contextualizada

Sobre esta rede de educação contextualizada, destaca-se o relato da

coordenadora da RECASA:

Batalha; 42,38

Belo Monte; 47,89

Cacimbinhas; 50,79

Jacaré dos Homens; 43,99

Jaramataia; 46,29

Major Isidoro; 48,67

Minador Negrão; 50,89

Monteirópolis; 47,29

Olho D'Água das Flores; 39,2

Palestina; 38,59

Pão de Açúcar; 41

Gráfico 5 - Taxa de Analfabetismo dos Municípios, 2000

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37 | P á g i n a

“Esta rede tem atuado como um espaço de troca de experiências,

elevação da auto-estima dos envolvidos, pois nada se constrói sem que

as pessoas estejam motivadas e formação continuada seguida de um

monitoramento voluntário das instituições envolvidas” (Cristianlex

Soares, 2010)

Em 2000, o IDH-M da Educação do Brasil era 0,849. Dentre os municípios

do Território da Bacia Leiteira, o que apresentava melhor valor era Palestina (0,681) e o

de pior valor era Minador do Negrão (0,568). A média no Território era de 0,612, abaixo

27% do IDH médio no País e 12% do Estado de Alagoas (0,703).

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.

2.1.4.1. Estabelecimentos de Ensino e docentes no Território

De acordo com dados do Censo Escolar em 2009 existiam 383 (trezentos e

oitenta e três) estabelecimentos de ensino, sendo 155 (cento e cinqüenta e cinco)

escolas no ensino pré-escolar, 211 (duzentas e onze) escolas de ensino fundamental e

17 (dezessete) escolas de ensino médio. Predomina o número de estabelecimentos

Municipais, a Tabela 8 mostra que os municípios que possuem um número maior de

estabelecimentos de ensino são Major Isidoro e Pão de Açúcar.

0,849

0,703

0,619

0,634

0,612

0,571

0,611

0,634

0,582

0,568

0,594

0,656

0,681

0,662

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

Brasil

Alagoas

Território

Batalha

Belo Monte

Cacimbinhas

Jacaré dos Homens

Jaramataia

Major Isidoro

Minador do Negrão

Monteirópolis

Olho D’água das Flores

Palestina

Pão de Açúcar

Gráfico 6 - IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território da Bacia Leiteira , 2000

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38 | P á g i n a

Em 2010, além de uma faculdade de iniciativa privada, localizada no

município de Pão de Açúcar, com cursos na área de educação e um de saúde, existe

também no município de Olho D’Água das Flores um pólo de apoio presencial da

Universidade Aberta do Brasil em parceria com a UFAL e mais a atuação de duas

faculdades privadas Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC/Salvador e

Universidade Norte do Paraná - UNOPAR.

A maioria da população ainda busca sua formação em outros Territórios

como nos municípios de Arapiraca, Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios,

pertencentes ao Território do Agreste Alagoano. Entretanto a oferta de cursos

superiores foi ampliada a partir da expansão da Universidade Federal de Alagoas,

através do projeto REUNI-UFAL, que propõem como um dos objetivos a expansão do

Campus para o interior. Porém de acordo com o Anuário Estatístico da Educação de

Alagoas – 2008, ainda há déficit na qualificação dos professores que atuam no

Território.

Tabela 8 – Número de Estabelecimentos por Dependência Administrativa - 2009

Município Total Ensino Fundamental

Ensino Médio Pré-escolar

E M P E M P E M P

Batalha 39 1 19 2 1 1 2 13 2 Belo Monte 29 15 1 13 Cacimbinhas 27 1 19 1 1 1 3 1 Jacaré dos Homens 27 1 14 1 11 Jaramataia 10 5 1 4 Major Isidoro 53 3 23 2 1 1 2 1 20 2 Minador do Negrão 36 1 18 1 1 15 Monteirópolis 32 1 16 15 Olho d’Água das Flores 18 2 7 2 1 1 2 4 1 Palestina 16 1 8 1 5 1 Pão de Açúcar 96 5 43 1 3 1 1 34 9

Total 383 16 187 8 12 4 8 2 137 16

Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009

O número de pessoas matriculadas em 2009 no Território da Bacia Leiteira

era 39.955 (trinta e nove mil novecentos e cinqüenta e cinco) pessoas matriculadas nas

escolas, sendo 8.104 (oito mil cento e quatro) na rede estadual, 29.007 (vinte e nove

mil e sete) na rede municipal e 2.736 (dois mil setecentos e trinta e seis) na rede

particular de ensino, conforme está apresentado na Tabela 9.

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39 | P á g i n a

Tabela 9 – Número de matrículas por Nível de Ensino e Dependência Administrativa – 2009

Município Total Pré-escolar Ensino Fundamental Ensino Médio

E M P E M P E M P

Batalha 4.996 - 480 74 521 2.693 425 709 - 94

Belo Monte 2.380 - 209 1.965 206 -

Cacimbinhas 3.319 - 203 30 252 2.324 54 119 337 -

Jacaré dos

Homens

1.859 - 260 - 65 1.394 - 140 - -

Jaramataia 1.717 - 221 - 1.250 - 246 - -

Major Isidoro 5.708 22 509 99 760 3.432 171 607 - 108

Minador do Negrão 1.796 10 185 - 207 1.153 - 241 - -

Monteirópolis 2.222 - 331 - 130 1.761 - 0 - -

Olho d’Água das

Flores

6.591 - 232 15 613 4.057 507 720 - 447

Palestina 1.890 - 169 25 121 1.377 - 198 - -

Pão de Açúcar 7.477 - 451 211 947 4.084 389 1.308 - 87

Total 39.955 32 3.250 454 3.616 25.490 1.546 4.494 337 736

Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009

O número de docentes no Território é de 1.605 (quatro mil trezentos e

sessenta), sendo a maioria do quadro municipal (1.137) atuando no Ensino

Fundamental (961).

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40 | P á g i n a

Tabela 10 – Número de Docentes por Nível de Ensino e Dependência Administrativa – 2009

Município Total Ensino Fundamental Ensino Médio Pré-escolar

E M P E M P E M P

Batalha 212 16 115 22 22 11 23 3 Belo Monte 96 74 7 15 Cacimbinhas 140 13 85 7 8 15 9 3 Jacaré dos Homens 85 6 60 7 12 Jaramataia 68 52 7 9 Major Isidoro 224 30 119 16 15 7 1 29 7 Minador do Negrão 90 12 49 9 1 19 Monteirópolis 93 6 74 13 Olho d’Água das Flores 229 29 122 32 19 16 9 2 Palestina 74 6 54 4 9 1 Pão de Açúcar 294 40 157 20 40 11 14 12

Total 1.605 158 961 97 138 15 45 2 161 28

Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009

2.1.4.2. Distorção idade-série ensino fundamental e médio

Em um sistema educacional seriado, existe uma adequação teórica entre a

série e a idade do aluno. No caso brasileiro, considera-se a idade de 7 anos como a

idade adequada para ingresso no ensino fundamental, cuja duração, normalmente, é

de 8 anos. Seguindo este raciocínio é possível identificar a idade adequada para cada

série. Este indicador permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade

superior à idade recomendada. No Território, a distorção idade-série, tanto para o

ensino fundamental quanto para o ensino médio, apresenta taxas bastante altas que

refletem à qualidade do ensino e da formação das crianças e jovens dos municípios.

A distorção idade-série eleva-se à medida que se avança nos níveis de

ensino. A tabela 11 mostra que a média do Território em 2008 era de 31,4% para o

Ensino Fundamental e 44,0% para o Ensino Médio. O município que apresentava o

menor percentual no Ensino Fundamental era Jaramataia (25,4%) e no Ensino Médio

era Pão de Açúcar (44,0%). No Ensino Médio, os municípios de Belo Monte, Major

Isidoro, Minador do Negrão e Palestina eram os que apresentavam índice de distorção

idade-série acima de 50,0%.

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41 | P á g i n a

Tabela 11 – Distorção Idade-Série - Municípios e Território Bacia Leiteira - 2008

Território e Municípios Distorção Idade-Série

Ensino Fundamental Ensino Médio Bacia Leiteira (média) 31,4 44,0 Batalha 31,8 44,1 Belo Monte 35,4 50,5 Cacimbinhas 26,7 36,8 Jacaré dos Homens 34,2 40,2 Jaramataia 25,4 46,7 Major Isidoro 48,2 51,3 Minador do Negrão 28,6 54,3 Monteirópolis 31,7 37,4 Olho d’Água das Flores 27,7 39,5 Palestina 25,8 51,2 Pão de Açúcar 30,2 31,6

Fonte: Portal ODM, 2010.

2.1.4.3. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o grau de

desenvolvimento econômico e a qualidade de vida das pessoas. É calculado com base

nos indicadores de educação (taxa de alfabetização e escolarização), longevidade

(expectativa de vida) e renda (PIB per capta) e, varia de 0 (nenhum desenvolvimento

humano) a 1 (desenvolvimento humano total).

O Território da Bacia Leiteira apresenta uma realidade que aponta para a

baixa qualidade de vida da população residente expressa nos indicadores de

desenvolvimento humano.

De acordo com os dados apresentados, o Território, apresentou índice de

IDH-M de 0,576. Comparados com outros municípios do Brasil, todos apresentaram

uma situação desfavorável.

Com base nos dados da Secretaria Estadual de Saúde, a receita per capita

do conjunto de municípios do Estado em 2009 era de R$ 1.156,65 (mil cento e

cinqüenta e seis reais e sessenta e cinco centavos) 1; no Território era de R$ 1.326,69

(mil trezentos e vinte e seis reais e sessenta e nove centavos). A renda per capita nos

municípios, em 2000, variava de R$ 59,40 (cinquenta e nove reais e quarenta

centavos) em Belo Monte a R$ 119,85 (cento e dezenove reais e oitenta e cinco

centavos) em Batalha.

1 Sala de Situação em Saúde do Ministério da Saúde - http://189.28.128.178/sage/

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42 | P á g i n a

A Intensidade de Pobreza é o indicador que diz a distância que separa a

renda domiciliar per capita média dos indivíduos pobres do valor da linha de pobreza.

No Brasil, em 2000, a intensidade de pobreza era 49,68 e no Território a média era

60,05, estando o maior índice em Cacimbinhas (67,15) e o menor em Jaramataia

(51,58). No Índice de Gini, que expressa a desigualdade de renda, o país apresentava

0,65. No Território, a média era de 0,63 passando para 0,40 em 2003. No mesmo ano,

pelos dados do IBGE, o índice de Gini foi maior no município de Batalha (0,43) e menor

em Palestina (0,35). Já o percentual de crescimento variou de 21,6% (Jaramataia) a

46,2% (Monteirópolis).

Tabela 12 – Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003

Território e Municípios Anos

2000 2003 Território (média) 0,63 0,40 Batalha 0,67 0,43 Belo Monte 0,58 0,36 Cacimbinhas 0,68 0,39 Jacaré dos Homens 0,67 0,38 Jaramataia 0,51 0,40 Major Isidoro 0,57 0,42 Minador do Negrão 0,53 0,41 Monteirópolis 0,73 0,40 Olho d’Água das Flores 0,64 0,42 Palestina 0,59 0,35 Pão de Açúcar 0,73 0,40

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000 e IBGE – Informações Estatísticas, 2008.

2.1.5 Situação da Cultura e Lazer no Território

Alagoas é o Estado brasileiro que possui a maior diversificação em

folguedos. Segundo os estudiosos de folclore, existem 14 (quatorze) folguedos

natalinos, 02 (dois) folguedos de festas religiosas, 04 (quatro) folguedos carnavalescos,

04 (quatro) folguedos carnavalescos com estrutura simples, 02 (dois) torés e 03 (três)

danças, totalizando 29 (vinte e nove) folguedos e danças alagoanas.

Na maioria, originários da Península Ibéricos ou vindos do continente

europeu através de formas portuguesas, misturando-se, aqui nas Alagoas, com as

manifestações de origem africana, resultando daí novas formas de autos e diversões.

A decantada riqueza do folclore alagoano deveu-se ao trabalho dos

pioneiros folcloristas desta terra, como seja: Alfredo Brandão, Luiz Lavenére, Arthur

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43 | P á g i n a

Ramos e posteriormente Théo Brandão, Aloísio Vilela, José Pimentel de Amorim,

Abelardo Duarte, José Maria de Melo, Félix Lima Júnior, Paulino Santiago e Manoel

Diegues Júnior e, mais recentemente, José Maria Tenório Rocha e Pedro Teixeira de

Vasconcelos.

No que se refere à herança cultural da região, é forte a influência da cultura

negra e a dos colonizadores europeus (portugueses e espanhóis) que povoaram a

região durante o final do Século XVIII, XIX e início do Século XX. Isso originou uma

diversidade de danças, crenças religiosas e populares, oriundas dessa herança

cultural. Vale destacar a grande influência da igreja católica nesse processo de

constituição regional.

Entre 2006 e 2009 houve uma expansão de áreas remanescentes de

quilombos reconhecidas pelo Estado. Estas comunidades localizadas nos municípios

de Pão de Açúcar, Batalha, Cacimbinhas, Monteirópolis, Palestina, Olho D’água das

Flores e Major Isidoro reforçam e ajuda a entender a história cultural presente no

Território.

O Ponto de Cultura é a ação prioritária do Programa Cultura Viva e articula

todas as demais ações do referido Programa. Iniciativas desenvolvidas pela sociedade

civil, que firmaram convênio com o Ministério da Cultura (MinC), por meio de seleção

por editais públicos, tornam-se Pontos de Cultura e ficam responsáveis por articular e

impulsionar as ações que já existem nas comunidades. Atualmente, existem mais de

650 (seiscentos e cinqüenta) Pontos de Cultura espalhados pelo País e, diante do

desenvolvimento do Programa, o MinC decidiu criar mecanismos de articulação entre

os diversos Pontos, as Redes de Pontos de Cultura e os Pontões de Cultura.

A Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas realiza um trabalho de

sensibilização e formação de público, com a Rede “Caminho da Cultura”. O programa

tem sido fundamental para articulação das ações da Secretaria com instituições,

sobretudo do Terceiro Setor.

Em Alagoas, o ministério da cultura em parceria com várias instituições

implantou um total de 47 (quarenta e sete) Pontos de Cultura.

No Território da Bacia Leiteira não existe Ponto de Cultura funcionando ou

Patrimônio Vivo cadastrado, apesar de nos últimos 06 (seis) anos terem ocorrido

incentivos às organizações da sociedade civil para articular e promover ação cultural

através do programa Cultura Viva, e da estruturação dos Pontos de Cultura. Destaca-

se, aqui, a necessidade do olhar territorial para o mapeamento, apoio, fortalecimento e

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

44 | P á g i n a

articulação dos artistas e manifestações culturais existentes na Bacia Leiteira

Alagoana.

2.2. DIMENSÃO AMBIENTAL

2.2.1. Características Geo-ambientais do Território

2.2.1.1. Características Geoclimáticas

O Território apresenta um clima quente semi-árido, com estação chuvosa no

inverno. A pluviosidade média varia entre 600 e 700 mm/ano, a temperatura média

anual é de 25ºC e a evapotranspiração é de aproximadamente 1.300 mm/ano.

2.2.1.2. Características Geomorfológicas

O Território está localizado, em quase toda sua extensão, na Unidade de

Paisagem Depressão Sertaneja. Na depressão sertaneja o relevo é suave, ondulado

com partes planas e vales estreitos, tendo uma faixa menor representada pelo Planalto

da Borborema, variando de ondulado a montanhosa.

2.2.1.3. Características Hidrológicas

Apesar do Território da Bacia Leiteira ser recortado por vários riachos, rios

temporários, e até pelo rio São Francisco, a maioria dos seus municípios tem pouca

oferta de recursos hídricos. A falta d’água na época da seca para consumo humano e

animal é o maior dos problemas do Território.

Com exceção do Rio São Francisco, todos os rios e riachos do Território são

temporários. Com os desmatamentos das matas ciliares e nas nascentes destes

riachos e rios, crescente a cada ano, as ofertas de água estão reduzindo, e o problema

vem se agravando.

Em construção, o Canal do Sertão ainda traz expectativas na melhoria da

oferta de recursos hídricos tanto para o Território da Bacia Leiteira quanto para toda a

região do semi-árido alagoano. Este Canal, considerado a maior obra do Programa de

Aceleração do Crescimento - PAC em Alagoas consiste em um canal capaz de

conduzir, 32 m3/s desde o reservatório da Barragem de Moxotó até a cidade de

Arapiraca, percorrendo 275 km (Pedrosa et al, 2007).

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O Território da Bacia Leiteira possui também três açudes de grande porte

construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS),

localizados nos municípios de Jaramataia, Major Isidoro e Palestina. Estes açudes

constituem uma infra-estrutura produtiva com potencial para Piscicultura, o que

possibilita a melhoria de vida de muitas famílias que vivem a sua margem, gerando

renda e diversificação da produção da agricultura familiar. Destaca-se, como exemplo,

o projeto de Piscicultura desenvolvido em duas colônias de pescadores no município

de Jaramataia, que vem alcançando resultados muito positivos.

Destaca-se muito que se avançou em termos de discussões e projetos

relacionados a descentralização da água e as tecnologias sociais de convivência com o

Semi-Árido como exemplo cisternas calçadão, barragens subterrâneas etc., e os

programas governamentais como o P1MC – Por um Milhão de Cisternas e P1 + 2

“Programa uma Terra e Duas Águas”. A participação de muitos atores sociais do

Território em torno da ASA - Articulação do Semi Árido tem possibilitado esse

crescimento (ASA, 2010).

2.2.1.4. Características Vegetativas

Compondo uma grande diversidade de espécies (madeireiras, forrageiras,

medicinais, apícolas, aromáticas, industriais etc.), a cobertura vegetal no Território da

Bacia Leiteira é constituída pelo Bioma Caatinga. Como afirma Schober: “Caatinga é o

único bioma exclusivamente brasileiro, ocupa 11% do Território nacional e abriga uma

fauna e flora únicas, com muitas espécies não encontradas em nenhum outro lugar do

planeta” (2002, p 6).

Nos municípios que compõem a Depressão Sertaneja predominam a

Caatinga hipexerófila e no Planalto da Borborema constituído pelos municípios de

Minador do Negrão, Major Isidoro e Cacimbinhas a predominância é da Caatinga

hipoxerófila.

O Quadro 4 traz as principais espécies da flora do Território da Bacia Leiteira

Alagoana referente as plantas medicinais, aromáticas, madeireiras, forrageiras,

apícolas, frutíferas, industriais, ornamentais e tóxicas.

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Quadro 4 – Principais Espécies da Flora no Território da Bacia Leiteira Alagoana

Plantas Nome popular Nome científico

Medicinais

Velame Crotton campestris ST. Hil. Fedegoso Cássia sp. Quebra Pedra Phyllanthus niruri L. Mussambê Cleome spinosa Mororó Bauhinia cheilantha (Bong.) Stend. Quixabeira Bumelia sartorum Mart. Jurubeba Solanum paniculatum Linn. Pinhão Bravo Jatropha pohliana Pau Ferro Caesalpinia férrea Catingueira Caesalpinia pyramidalis Tul. Mata Pasto Cássia Sericea Angico Eupatorium Anadenanthera macrocarpa Batata de Purga Operculina macrocarpa

Madeireiras

Imburana de Cambão Bursera Leptohloeas Angico Anadenanthe macrocarpa benth Jurema Acasia bahiensis Benth Pau Branco Auxemma encocalyx (Fr. All) taub. Pereiro Aspidoesperma pytirolium Mart. Aroeira Astronjum urundeuvs Engl. Braúna Schinopsis brasiliensis Engl. Craibeira Tabebuia caraíba (Mat.) Bureau Jurema Vermelha Mimosa arenosa (Willd.) Poiret

Forrageiras

Jurema Preta Mimosa hostilis (Willd.) Poiret Jurema Branca Piptadenia estipulacea Ducke Mororó Bauhínia chediiantha Catingueira Caesalpinia pyramicalis Tul Feijão Bravo Capparis flexuosa (L.) L. Facheiro Pilosocereus pachyclodus Ritter Espinheiro Chloroleucon foliolosum (Benth) G.P. Lewis Mandacaru Cereus jamaacaru D.C. Xique-xique Pilocosereus gounellei Mata Pasto Cássia Sericea Juazeiro Zizyphus joazeiro Moleque Duro Cordia leucocepha Moricand Maniçoba Manihot pseudo glaziovil Pax. Et Pau Ferro Caesalpina ferrea Mart. Ex. tul.

Aromáticas

Quebra Faca Cróton conduplicatus Kunth Imburana do Mato Bamburral

Amburana cearensis A.C. Smith. Hyptis suaveolens

Cidreira do Mato Hyptis martiusii Alecrim Pimenta Lippia sidides Cham Aroeira Myracruodom urundeuva Braúna Schnopsis brasiliensis Umbuzeiro Spondias tuberosa Pereiro Tabebuia aveilanedae Catingueira Caesalpinia pyramidales Pau Ferro C. férrea

Continua

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47 | P á g i n a

Quadro 4 – Principais Espécies da Flora no Território da Bacia Leiteira Alagoana (continuação)

Plantas Nome popular Nome científico

Apícolas

Angico Anandenauthera contorta Jurema Preta Mimosa hostilis Jurema Branca Piptadenia estipulacea Juazeiro Zizyphus joazeiro Crista de Galo Heliotropium lancolatum Mata Pasto Eupatrorium pauciflorium Velame Cróton campestris Chanana Umbuzeiro

Turnera ulmifolia Spondias tuberosa Arr. Com.

Quixabeira Bumelia sartorum Mart. Juazeiro Ziziphus joazeiro Mart. Maracujá do Mato Passiflora cincinnata Mast.

Frutíferas Tamarindo Tamarindus indica Cajueiro Anacardius occidentais

Industriais

Maniçoba Manihot pseudo glaziovii Pax. Et Angico Anadenathera Macrocarpa Faveleiro Cnidoscolus phyllacanthus (Muel) Pega Pinto Hoffmam Mucunã Boerhaavia coccínea Caroá Dioclea grandiflora Mart.

Ornamentais

Camaratuba Cratylia Mollis Mart. Ex. Benth. Canafistula de Besouro Cássia excelsa Schrad Canafistula de Jardim Cássia martiana Benth Sete Patacas Roxa Allamanda blanchetii Sete Patacas Amarela Allamanda peburula Coroa de Frade Melocactus bahiensis (Br. Et. Rose) Moleque Duro Cordia leucocephalia Moricand Macambira Bromélia laciniosa Mart. Ex. Schult. Pau Fero Caesalpinia férrea Mart. Ex. Tul. Craibeira Tabebuia caraíba (Mart.) Bureau Mulungu Erythrina velutina

Tóxicas

Salsa Ipomoea asarifolia Sabonete Sapindus saponaria Barbatimão Stryphnodendron obovatum Anil Indigofera suffrulicosa

A falta de conhecimento pela população da importância da biodiversidade

vegetal desta região contribui cada vez mais com a devastação dessa biodiversidade,

gerando graves conseqüências ecológicas e econômicas. No entanto, ainda restam

pequenas áreas com vegetação original, principalmente na região das serras,

(aproximadamente 5%) que devem ser preservadas. Por outro lado nas áreas onde a

vegetação é secundária ou nas áreas sem vegetação devem-se fazer reflorestamento,

priorizando as áreas com elevado risco de erosão (acidentadas), as margens dos rios e

riachos (matas ciliares) e as áreas em desertificação.

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2.2.1.5. Características Edafológicas e Mineralógicas

Predominam, no Território da Bacia Leiteira, solos da classe Planossolos

que associados aos solos litólicos ocupam aproximadamente 70% da região. Os solos

da classe Bruno-Não-Cálcico também se encontram associados aos Litólicos, tendo

ainda algumas áreas com afloramento rochosos e aluviais. Para recuperação ou

preservação desses solos é necessário o abandono das técnicas degradativas, tais

como: desmatamento com a utilização de máquinas pesadas, queimadas e preparo

intensivo do solo.

O Território apresenta duas grandes reservas de calcário, localizadas nos

municípios de Jaramataia e Belo Monte e outras rochas utilizadas na correção do solo.

Além do cálcio, existem manchas de solo com alto teor de fósforo e potássio.

2.2.1.7. Características da Fauna

O desmatamento desenfreado que atinge o Território tem contribuído para

que muitas espécies animais estejam em fase de extinção e/ou em números muitos

reduzidos - em risco de extinção colocando em risco essa grande biodiversidade.

O Anexo IV relaciona as espécies que compõem a fauna do Território da

Bacia Leiteria, características do bioma Caatinga. Não sabe o quanto predomina de

cada uma dessas espécies ou se algumas dessas estão ameaçadas, tendo em vista a

grande degradação ambiental do Território provocada pela caça predatória e pelo

desmatamento da caatinga.

2.2.1.6. Características Antrópicas do Território

Muitos foram os impactos ambientais detectados no Território da Bacia

Leiteira, a maioria desses impactos foi causada por diferentes ações antrópicas, que

atuavam direta e indiretamente na degradação ambiental da maioria dos ecossistemas.

Ocorrências impactantes observadas com freqüência no meio ambiente

A pouca conservação dos recursos naturais levou a uma profunda alteração

da flora e fauna no Estado. Os solos do Território têm necessidade de recuperação ou

preservação, e para isso é fundamental que ocorra o abandono das técnicas

degradantes, tais como, desmatamento, queimadas e preparo intensivo do solo.

No Território da Bacia Leiteira, a área destinada à preservação permanente

ou reserva legal ocupa 116 ha em 219 (duzentos e dezenove) estabelecimentos

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agropecuários. Observa-se que, pelos dados do IBGE (Censo Agropecuário, 2006),

apenas o município de Pão de Açúcar apresentava o quantitativo em área.

De acordo com dados do IBGE – Perfil Municipal (2008), apenas o município

de Major Isidoro possui Conselho Municipal de Meio Ambiente, na região.

Segundo a pesquisa Perfil Municipal – 2008 do Portal ODM (Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio), diversas práticas provocam vários tipos de

consequências ambientais, nos municípios do Território:

Fonte: Adaptado dos Relatórios dinâmicos: indicadores municipais (Portal ODM/2010)

2.3 DIMENSÃO ECONÔMICA

Os municípios do Território são considerados de pequeno porte e possuem

aproximadamente 50% de sua população concentradas em áreas consideradas pelo

IBGE de zona rural. Em apenas 04 (quatro) dos 11 (onze) municípios, tem agência

bancária: “Banco do Brasil” e apenas um, que além de Banco do Brasil, tem o Banco

do Nordeste, instalado na sede de “Batalha”, pela influência gerada devido a grande

concentração de grandes fazendeiros produtores de leite, inseridos na região.

Do final da década de 70 até início dos anos 90, a Bacia Leiteira era uma

das regiões mais produtivas do Brasil.

Escassez do recurso água em Batalha, Belo Monte, Cacibinhas. Jaramataia, Minador do Negrão, Olho d'Água das Flores e Palestina;

Assoreamento de corpo d´água em Pão de Açúcar;

Poluição do recurso água em Pão de Açúcar.

Queimadas em Batalha, Jacaré dos Homens e Olho d'Água das Flores;

Redução do pescado em Belo Monte, Jaramataia, Minador do Negrão e Olho d'Água das Flores;

Desmatamento em Batalha, Jacaré dos Homens, Minador do Negrão e Olho d'Água das Flores

Degradação de áreas protregidas em Pão de Açúcar.

Atividade agricola prejudicada em Belo Monte e Palestina.

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A economia local no período das chuvas (maio a julho) gira em torno da

produção agrícola com a agricultura de sequeiro (milho, feijão e mandioca), e durante

todo o ano, predomina a pecuária, principalmente a leiteira, apresentando melhores

resultados produtivos e de preço dos produtos na época chuvosa, quando se tem pasto

para os animais. Pode ser dada ênfase também à pecuária de corte (bovinos, suínos e

ovinos) que movimenta semanalmente as feiras de animais na sede urbana dos

municípios.

Outro fator que movimenta o comércio local, especialmente no centro urbano

dos municípios, são os recursos dos aposentados na primeira quinzena de cada mês e

no período de pagamento dos funcionários públicos municipais, em geral professores,

motoristas e agentes administrativos que, em muitos casos, são também agricultores.

Programas de transferência de renda, como o bolsa família, também ajudam a

movimentação do comercio local.

Hoje aposentadorias, bolsa família e outros benefícios assistenciais acabam

por sustentar as famílias.

2.3.1 População Economicamente Ativa (PEA)

A População Economicamente Ativa, uma das subdivisões da População em

Idade Ativa (PIA), compreende todas as pessoas com mais de 10 anos que constituem

a força de trabalho do país. Segundo pesquisa do IPEA, a População Economicamente

Ativa brasileira concentra sua força na faixa etária dos 30 aos 39 anos (26%).

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2007

Em Alagoas, a população economicamente ativa está na ordem de

1.324.630 habitantes, quase 50% da população do Estado. Verificando o

2%

19%

14%

26%

23%

12%

2% 2%15-17 anos

18-24 anos

25-29 anos

30-39 anos

40-49 anos

50-59 anos

60-64 anos

>= 65 anos

Gráfico 7 - População Economicamente Ativa Brasileira por Faixa Etária2008

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51 | P á g i n a

desenvolvimento deste indicador, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (PNAD/2007), entre os anos de 2006 a 2008, percebemos que permaneceu

sem grandes alterações, com predominância masculina.

No Território da Bacia Leiteira, a renda per capita do Território melhorou em

quase todos os municípios; apenas em Cacimbinhas houve redução no período de

1991 a 2000. Não significa que esta renda tenha melhorado a situação da qualidade de

vida na região, pois ainda é presente a concentração de riquezas.

2.3.2 Produção

Segundo os indicadores sociais do IBGE (PNAD 2007), foram identificados

4.367.902 (quatro milhões, trezentos e sessenta e sete mil e novecentos e dois)

estabelecimentos da agricultura familiar, que representam 84,4% do total (5.175.489) e

ocupam apenas 24% (80,25 milhões de ha) da área dos estabelecimentos

agropecuários brasileiros. Mesmo cultivando uma área menor, a agricultura familiar é

responsável por garantir a segurança alimentar do País, gerando os produtos da cesta

básica consumidos pelos brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem

por Domicílio - PNAD, a agricultura familiar é responsável por 75% da mão-de-obra do

campo; 70% da produção de feijão, 87% de mandioca e 58% de leite consumido no

País.

Dados do Censo Agropecuário 2006 apontam que a agricultura familiar no

Brasil foi responsável por 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59%

do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e ainda 21% do trigo. O censo

de 2006 estimou que do total de ocupados no campo 2/3 são homens. No entanto, o

número de mulheres é bastante expressivo, sendo elas responsáveis por cerca de

600.000 (seiscentos mil) estabelecimentos na agricultura familiar.

A identidade territorial caracterizada, em sua maioria, por uma economia

baseada na agricultura de subsistência/sequeiro (milho, feijão e mandioca) e na

bovinocultura leiteira, vem evoluindo para outras potencialidades produtivas, como por

exemplo, apicultura, piscicultura, suinocultura, ovinocaprinocultura e avicultura; sendo a

apicultura, piscicultura e suinocultura produzida de forma acentuada.

As ações Territoriais estão visando também potencializar outras dimensões

e potencialidades produtivas. Isso pode ser verificado a partir da análise dos 23 (vinte e

três) projetos territoriais desenvolvidos no Território da Bacia Leiteira (2003-2010).

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52 | P á g i n a

Como afirma o Consultor do Ministério do Desenvolvimento Agrário, no relatório técnico

da consultoria:

“os projetos de custeio visaram à formação e constituição do Colegiado

Territorial e também foram utilizados na capacitação da gestão

territorial, elaboração do PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento

Rural Sustentável e formação e associativismo e cooperativismo e

capacitação para os Bancos Comunitários de Sementes. Nos projetos

de investimento, os objetivos principais decididos e priorizados pelo

colegiado territorial foram: Projetos de Tanques de Resfriamento de

Leite, Bancos Comunitários de Sementes, Casas do Mel, Entreposto de

Mel e Derivados, Unidade de Beneficiamento de Leite, Fábrica de

Beneficiamento de Frutas, Caminhões para o transporte e logística de

vendas de polpas de frutas e Casa de Farinha.”

Nesse sentido, vale refletir sobre os principais aspectos relacionados a

potencialidades econômicas identificadas na construção do PTDRS em 2006: Pecuária

Leiteira, Apicultura, Piscicultura, Suinocultura, Agricultura de Sequeiro e Cajucultura.

Produção Agrícola

A identidade territorial caracterizada, em sua maioria, por uma economia

baseada na agricultura de subsistência/sequeiro (milho, feijão e mandioca) e na

bovinocultura leiteira, vem evoluindo para as outras potencialidades produtivas.

A seguir se discorrerá sobre algumas das principais atividades agrícolas

desenvolvidas no Território. A Tabela 13 traz os principais cultivos existentes no

Território, considerando dados do IBGE (2009). As culturas temporárias se destacam

em produção e volume de renda obtida. Quanto as culturas permanentes apenas

aparece a castanha do caju.

Tabela 13 – Principais Culturas no Território - 2009

Cultura Área plantada (ha) Produção (T) Renda Obtida

(Mil Reais)

Castanha de caju 433 173 139

Algodão Herbáceo 142 30 23

Feijão em grão 9.500 4.106 3.426

Mandioca 292 2.420 403

Milho em grão 10.453 5.999 2.135

Total 20.820 12.728 6.126

Fonte: IBGE/Cidades@

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53 | P á g i n a

Agricultura de Sequeiro

A agricultura de sequeiro é um tipo de cultura tradicionalmente cultivada e

vem atender principalmente a reserva de grãos de consumo, e o excedente convertido

também a outros produtos alimentícios para a família.

Foram construídos no Território os Bancos Comunitários de Sementes

(BCS), priorizando ações de organização dos agricultores familiares com formação

para o trabalho de seleção de grãos e sementes para os referidos bancos. Inclui

também o acesso a mercados e utilização do Programa de Aquisição de Alimentos –

PAA/CONAB-AL. Considerando Santos (IICA/MDA, 2010):

“Além do mercado, há a preocupação em produzir sementes crioulas

nativas, que são mais saudáveis, não deixando os/as agricultores/as

familiares na dependência de sementes transgênicas e de péssima

qualidade vendidas pelas grandes empresas mundiais.”

Algodão

A falta de incentivo oficial e de pesquisa levou o algodão a perder sua

capacidade competitiva no Território. Dados oficiais do IBGE referentes ao ano de 2004

mostraram uma retração generalizada na ordem de 70% da área cultivada. Apesar de

também ter diminuído a área de cultivo de 350 para 300 ha, só no município de Olho

D’Água das Flores encontramos alguma produção de algodão. É possível que toda

safra de algodão seja apropriada por beneficiadores patronais localizadas em outros

Territórios.

A Pesquisa deve ser mais valorizada e também ser integrada num processo

de planejamento de desenvolvimento territorial, abrindo novos horizontes tecnológicos.

Deve obedecer à lógica da integração, principalmente unindo demandas ambientais

com produção agrícola.

Cajucultura

O potencial para cultura de caju identificado no PTDRS em 2006 vem sendo

destaque no Território, de acordo com as análises do consultor territorial do MDA em

seu produto:

“A Cadeia produtiva do Caju e da fruticultura torna-se destaque no

Território, há projetos de apoio à fruticultura que envolve a implantação

de Unidade de Beneficiamento de Frutas, Fábrica de Polpas e

Beneficiamento de Castanha de Caju, a fruticultura possibilita

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diversificar a produção agrícola e agrega melhoria de renda às famílias

de agricultores familiares. (SANTOS , IICA/MDA 2010)

Produção Animal

A criação de animais de médio e grande porte ganha destaque no Território,

no que se refere ao efetivo do rebanho, principalmente a criação de bovinos, suínos e

ovinos.

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Tabela 14 – Efetivo do rebanho no Território - 2009

Tipo de Criação Cabeças

Bovinos 150.704

Eqüídeos (eqüinos, asinino, muares) 9.579

Caprinos 7.678

Ovinos 25.205

Suínos 27.282

Aves 268.543

Fonte: IBGE/Cidades@

Pecuária Leiteira

Durante a construção do PTDRS, entre 2004-2006 foi identificado que existia

uma complexa rede de negócios que não permitiam, aparentemente, espaços a serem

ocupados, dentre os quais a atuação dos atravessadores tradicionais (repassadores do

produto), assim como uma nova modalidade de novos atravessadores que eram os

resfriadores de leite. Havia a hipótese de que estes últimos se nutriam da

desorganização dos pequenos produtores.

A bovinocultura leiteira apesar de ser bastante difícil de produção na região

por decorrência das adversidades ambientais (limitações naturais em recursos hídricos

e escasso regime de chuvas), chovendo apenas durante três meses durante o ano:

maio, junho e julho, e pela pequena propriedade, o tamanho médio das propriedades

familiares em torno de 13,6 ha, persiste como principal fonte de produção e renda da

maioria das famílias de agricultores familiares no Território.

Durante a construção do PTDRS, entre 2004-2006 foi identificado que:

“Em torno da atividade de produção leiteira ergue-se uma complexa

rede de negócio que não permitiam aparentemente espaços a serem

ocupados. Entre o produtor e a indústria de transformação atua uma

refinada cadeia de relações que se consolidou em décadas, conhecida

como a “rota do leite”, relações essas que parecem condicionar o

negócio do leite visto a solidez dos compromissos firmados. Neste

ponto atuam atravessadores tradicionais meramente repassadores do

produto, assim como uma nova modalidade de novos atravessadores

que são os resfriadores de leite. Estes representam interesses de

pequenas e grandes indústrias que são as protagonistas de um sistema

que parece se nutrir da desorganização dos pequenos produtores. O

conhecimento e quantificação dessas relações constituem um dos

pilares para o entendimento da cadeira produtiva do leite, e para uma

suposta tentativa de mudança no sistema.” (PTDRS, 2006)

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Entretanto, ao longo de 04 (quatro) anos são identificados outros elementos

que contribuem para uma mudança diante do quadro descrito acima. Mesmo com as

dificuldades do processo e com algumas questões que persistem, vale destacar que o

coletivo, o colegiado territorial e as análises da consultoria territorial do MDA avaliam

positivamente os investimentos territoriais que potencializam essa mudança.

“Os tanques de leite instalados e em pleno funcionamento no Território

possibilitam que os produtores de leite e suas associações possam

fornecer o leite para os laticínios sem o risco da perda do produto, que

antes era muito alto, já que o leite não era armazenado em condições

de refrigeração adequadas, esses tanques de leite pertencentes às sete

associações de produtores de leite vinculados à Cooperativa dos

Produtores de Leite da Agricultura Familiar – COPAZ, a partir da

inauguração da fábrica de beneficiamento de leite do município de Belo

Monte processará 10.000 litros de leite/dia, agregando valor à produção

de leite da agricultura familiar, melhorando, assim, a vida dos

produtores de leite do Território, que passarão a acessar mercados,

Programa do Leite e o Programa Nacional da Alimentação Escolar –

PNAE.” (SANTOS, IICA/MDA 2010)

Nesse contexto, atualmente estão destacadas como ações prioritárias as

relacionadas a promoção da gestão social e participação popular relacionadas aos

projetos.

Sobre a pesquisa do Suporte Forrageiro destacam-se alguns estudos

realizados pela EMBRAPA – Tabuleiros Costeiros/UEP RIO LARGO e SEAGRI/AL:

Difusão e transferência de tecnologia para a produção sustentável de alimentos

e forrageiras nos Territórios do Agreste e Sertão Alagoano;

Disponibilização de Tecnologia objetivando a Produção de Forragem no Agreste

e Sertão Alagoano (implantação de Unidades de Sorgo e Palma Forrageira).

Entretanto, ao longo de 04 (quatro anos), foram identificados outros

elementos que contribuem para uma mudança diante do quadro descrito acima. Como

o pleno funcionamento dos tanques de leite, pertencentes a 07 (sete) Associações de

Produtores de Leite vinculados à Cooperativa dos Produtores de Leite da Agricultura

Familiar – COPAZ, instalados no Território, possibilitando aos produtores e suas

associações fornecerem para os laticínios sem o risco da perda do produto. Antes o

risco era muito alto, já que o leite não era armazenado em condições de refrigeração

adequadas. Com os tanques de resfriamento foi possível potencializar a criação de

bovinos de leite.

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Piscicultura.

No PTDRS de 2006 a Piscicultura foi identificada como uma atividade

promissora nos municípios de Jaramataia, Belo Monte e Pão de Açúcar. Em

Jaramataia foi identificado o envolvimento de 130 (cento e trinta) famílias que já

produzem comercialmente. Ocorreu também o ingresso dos municípios de Jacaré dos

Homens e Batalha nesta atividade. O município de Traipu, embora pertencente a outro

Território, pode ser agregado visto já existir uma exploração comercial em andamento,

e assim constitui-se uma articulação inter-territorial.

A construção de um consórcio desses municípios poderia desencadear um

processo de fortalecimento da atividade, principalmente objetivando criar escala na

produção, ampliar a área de cultivo, chamar a atenção da pesquisa e assistência

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técnica para criar formas alternativas de criação, aproveitando a potencialidade local

para a produção de insumos.

Foram instalados vários tanques-redes no Território, como também a

instalação de um Laboratório de alevinos em Jaramataia como forma de potencializar a

produção e facilitar a comercialização. Belo Monte, Major Isidoro e Palestina são

também pólos promissores para criação de peixe.

Apicultura.

Apicultura está sendo uma atividade produtiva que vem dando certo. Pão de

Açúcar, Batalha, Jaramataia e Olho D’Água são municípios envolvidos no APL da

apicultura. O estímulo à formação da câmara temática vem tentando dinamizar a

atividade e produzir uma linha de trabalho que torne a atividade uma força econômica

para o Território. O Território vem investindo na consolidação da cadeia apícola,

construção de casas do mel, obtenção de kits apícolas, entrepostos de mel e

derivados. Na oficina de revisão do PTDRS o coletivo apontou como uma das

conquistas territoriais as ações da apicultura no contexto territorial. Porém, também

avalia que ainda tem muito que avançar.

Portanto, a apicultura já é uma realidade no contexto do Território, o

município de Pão de Açúcar se destaca como maior produtor de mel do Estado de

Alagoas. E todos os municípios que compõe o Território apresentam potencial para a

criação de abelhas.

Suinocultura

A suinocultura registra presenças em 09 (nove) dos 11 (onze) municípios do

Território se constituindo, no entanto, em uma incógnita sua importância econômica,

sendo recomendado de imediato um estudo para dimensionar a atividade. A prefeitura

de Major Isidoro poderia liderar os demais municípios no desenvolvimento desta

atividade.

Indústria, Artesanato e Comercialização

No Território da Bacia Leiteira existem 02 (duas) unidades de

Beneficiamento de Frutas no município de Pão de Açúcar que estão sem funcionar; um

Laboratório em fase de conclusão para produção de alevinos; uma unidade de

Processamento do Pescado, ainda sem funcionar, mas em processo de conclusão;

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

59 | P á g i n a

algumas casas de farinha paradas, por falta de tecnologia ou mesmo pela dificuldade

de organização.

Pão de Açúcar se destaca no Território por possuir 02 (duas) micros

Indústrias de Leite de Cabra nos assentamentos Pacú e Selma Bandeira.

Os alimentos básicos como feijão, milho, mandioca e algodão são

produzidos por praticamente todos os agricultores familiares, para a subsistência das

famílias e as sobras são comercializadas nas feiras livres da região ou compradas por

atravessadores a preços muito baixos.

Além dos produtos agrícolas acima citados, são comercializados no

Território produtos processados derivados do leite, do milho e da mandioca, produzidos

nas próprias comunidades rurais.

Os derivados do leite são produzidos pela maioria dos agricultores familiares

do Território para o consumo familiar vendendo o excedente para o comércio local,

destacando-se a produção de queijo em Major Isidoro, Minador do Negrão, Batalha e

Jacaré dos Homens.

Do milho e da mandioca são processadas as farinhas em pequenas fábricas

artesanais. Olho D’água das Flores, Belo Monte, Palestina e Pão de Açúcar destacam-

se no processamento e comercialização de farinha de milho e de farinha de mandioca.

Existem no Território as indústrias de laticínios Camila, Parmalat, Leite

Batalha e Ilpisa; como também fabriquetas rústicas de laticínios e fábrica de

beneficiamento de frutas (com carência de matéria prima).

O artesanato também constitui uma importante atividade produtiva não

agrícola, que representa uma forma de complementação da renda da agricultura

familiar, mobilizando interesses em 05 (cinco) municípios, o que sugere um eixo de

significativa importância econômica. Destacando-se nessa atividade os municípios de

Pão de Açúcar, com o bordado “Boa Noite”, que já está sendo comercializado para o

mercado externo, e Batalha com o artesanato em couro, na confecção principalmente

de sandálias conhecidas como Xô Boi.

A presença de curtumes artesanais nos municípios de Pão de Açúcar e

Batalha é um potencial a ser explorado, de forma a complementar.

O Colegiado Territorial decidiu e priorizou, para projetos de investimento,

àqueles relacionados ao beneficiamento da produção, tais como: Casas do Mel,

Entreposto de Mel e Derivados, Caminhões para o transporte e logística de vendas de

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

60 | P á g i n a

polpas de frutas, Unidade de Beneficiamento de Leite, Fábrica de Beneficiamento de

Frutas e Casa de Farinha.

A cadeia produtiva do Caju e da Fruticultura se destaca no Território, com a

implantação de projetos de apoio à fruticultura que envolve a Unidade de

Beneficiamento de Frutas, Fábrica de Polpas e Beneficiamento de Castanha de Caju.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

61 | P á g i n a

Serviços de Apoio a Produção

Algumas experiências de organização social podem ser destacadas como

formas de superação das dificuldades promovidas pela potencialização da produção

através da construção de identidades de grupos, buscando a subsistência e condições

melhores de vidas para as famílias envolvidas. Destacam-se:

FUNDAF – Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar;

Artilha – Cooperativa de Mulheres do Artesanato da Ilha do Ferro;

PRO PAZ LEITE II – Projeto de Beneficiamento da Cadeia Produtiva de Leite

dos Agricultores Familiares da Bacia Leiteira;

NUDEC – Núcleo de Desenvolvimento Comunitário;

Tendo desses apenas o PRO PAZ LEITE II como projeto oriundo das ações

da estratégia do Desenvolvimento Territorial.

2.3.3 Estrutura fundiária

As propriedades com até 50 (cinquenta) hectares representam 88% do total

das terras, e a participação no volume de terras ocupadas representam apenas 25,9%.

No entanto, as propriedades com mais de 200 hectares, que são 4,7% do total, ocupam

47,1% das terras agricultáveis. Exceto o município de Olho d’Água das Flores, os

demais apresentam uma forte concentração de terras.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

62 | P á g i n a

Atualmente, o número de estabelecimentos agropecuários existentes no

Território é de 9.657 (nove mil seiscentos e cinqüenta e sete) ocupando 198.135 (cento

e noventa e oito mil, cento e trinta e cinco) hectares. Destes, estão sob a posse do

sexo feminino 13,4% (1.292), ocupando, porém, apenas 6,7% (13.371 ha) de área.

O Território da Bacia Leiteira conta com 24 (vinte e quatro) áreas de

assentamento localizadas em 07 (sete) dos 11 (onze) municípios. Segundo dados do

Censo Agropecuário 2006, existem 125 (cento e vinte e cinco) unidades ocupando

1.512 (mil e quinhentos e doze) hectares; destas, apenas 16 (dezesseis),

correspondendo a 80 (oitenta) hectares, são de posse de pessoas do sexo feminino.

A Bacia Leiteira apresenta um dado da maior significância para a definição

de qualquer projeto que envolva a produção familiar: o tamanho médio das

propriedades familiares, em torno de 13,6 ha, é uma limitação, pois caracteriza um

número significativo como minifúndios, situação desfavorável para uma região de fortes

limitações naturais em recursos hídricos e escasso regime de chuvas. Várias

estratégias de sobrevivência dos pequenos produtores podem encontrar nesta

realidade uma base de fundamentação e, também, os lamentáveis indicadores

econômicos, sociais e ambientais do Território que ainda persistem.

2.4. DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

O número reduzido de instituições não governamentais e organizações

sociais fortalecidas, presentes no Território, dificulta as ações territoriais. É comum a

desarticulação das ações promovidas pelos órgãos estaduais em torno do fomento ao

desenvolvimento sustentável. É grande o desafio da participação de setores

governamentais mais ligados às áreas sociais como saúde, assistência social e cultura.

Por outro lado, podem ser destacadas experiências de articulação territorial

da educação contextualizada e da articulação do semi-árido. Porém ainda é pouco o

envolvimento de instituições parceiras, diante da diversidade de instituições que atuam

o Território. São necessárias atitudes que facilitem um maior envolvimento, articulação

e direcionamento de ações conjuntas.

O PTDRS e o espaço territorial são instrumentos de negociação e enfoque

inter-setorial de políticas dentro do espaço territorial, norteando as ações e

entendimentos das atividades que cada uma desenvolve nesse espaço ou em torno

dele.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

63 | P á g i n a

Programas e Projetos

Em 2010 um conjunto de 49 (quarenta e nove) ações, das 52 (cinqüenta e

duas) previstas, foi executado pelo Governo Federal no Território significando em

volume de recursos o montante de R$ 52.394.645,43 (cinqüenta e dois milhões

trezentos e noventa e quatro mil seiscentos e quarenta e cinco reais e quarenta e três

centavos). Para estas ações em execução o recurso previsto é R$ 159.233.887,04

(cento e ciquenta e nove milhões duzentos e trinta e três mil oitocentos e oitenta e sete

reais e quatro centavos).

Essas ações estão no âmbito dos Direitos e Desenvolvimento Social, da

Organização Sustentável da Produção, da Saúde, Saneamento e Acesso a Água,

Educação e Cultura, Infra-estrutura, Apoio a Gestão Territorial e Ações Fundiárias,

conforme Quadro 5.

Quadro 5 – Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – Território Bacia Leiteira

Ação Programas Público beneficiado Recurso (R$ 1,00)

Dir

eit

os e

De

sen

vo

lvim

en

to S

ocia

l Programa Bolsa Família - Benefício Bolsa Família

20.964 Famílias Atendidas 21.479.649

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa com Deficiência

1.745 Pessoas com Deficiência Atendidas

5.329.457

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa Idosa

964 Pessoas Idosas Atendidas

2.939.610

Programa Bolsa Família - Índice de Gestão Descentralizada

11 Municípios Atendidos 324.100,48

Serviço Socioeducativo do PETI 1.350 Crianças e Adolescentes Atendidos

205.000

Programa de Atenção Integral à Família 33.000 Famílias Referenciadas

350.100

Centros de Referência Especializados de Assistência Social - CREAS

190 Pessoas Atendidas 57.300

Org

an

ização

Su

ste

ntá

vel

da

Pro

du

ção

Cresce Nordeste 74 Operações Contratadas 2.161.472,90 Nordeste Territorial 56 Operações de Crédito 1.139.577,64 Crédito Pronaf 2.256 Contratos Firmados 6.458.954 Infra-estrutura e Serviços nos Territórios Rurais

3 Projetos Apoiados 975.000

Programa de Aquisição de Alimentos - PAA Provenientes da Agricultura Familiar

13 Toneladas de Alimentos Adquiridos

99.000

Programa PAA - Leite 914.128 litros 505.596 Apoio a Empreendimentos Cooperativos e Associativos

Empreendimentos Apoiados

217.500

ATER/Agricultores Familiares 2.223 Agricultores Familiares Assistidos

0

Apoio à Estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APLs)

1 APLs Apoiados 10.000

Primeiro Emprego – Projeto Amanhã 30 Jovens Capacitados 30.000

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64 | P á g i n a

Quadro 5 – Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – Território Bacia Leiteira (Continuação)

Ação Programas Público beneficiado Recurso (R$ 1,00)

Saú

de,

San

eam

en

to e

Ac

esso

à Á

gu

a

Ampliação dos Centros de

Especialidades Odontológicas (CEOs) - Programa Brasil Sorridente nos municípios dos Territórios da Cidadania que cumpram os critérios para os Centros de Atenção Especializada em Odontologia

2 Centros Implantados 118.800

Ampliação do Acesso da População dos Territórios à Atenção Básica por meio da Estratégia Saúde da Família

48 Equipes de Saúde da Família Implantadas

2.707.200

Ampliação da Cobertura do Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde à População dos Territórios da Cidadania

282 Agentes Comunitários de Saúde Mantidos

1.905.015

Ampliação do Acesso à Saúde Bucal na Atenção Básica

41 Equipes Implantadas 731.000

Ampliação da Cobertura Vacinal da População dos Territórios da Cidadania

39.774 Doses aplicadas 0

Programas de Cisternas 426 Cisternas construídas 681.600

Ed

ucaç

ão

e C

ult

ura

Programa Dinheiro Direto na Escola 120 Escolas Apoiadas 366.974,74

ProInfo Rural e Urbano 13 Laboratórios de Informática Entregues

102.169,35

Salas de Recursos Multifuncionais 5 Salas Equipadas 3.301,70

Construção de Escolas no Campo 1 Escola Construída e Equipada

770.627,22

Brasil Alfabetizado 11.809 Alfabetizandos 668.526,25

Escola Ativa 94 Escolas Atendidas 52.280,48

Caminho da Escola 12 Ônibus Adquiridos 1.055.340

Programa BNB Cultura 2010 - Parceria BNDES

1 Projeto Contratado 99.978,32

Infr

a-

estr

utu

ra

Programa Luz Para Todos 444 Ligações de Energia 2.347.277,04

Ap

oio

à

Gestã

o

Terr

ito

rial

Formação de Agentes de Desenvolvimento

0 Agentes de Desenvolvimento Capacitados

80.000

Apoio ao Fortalecimento da Gestão Social nos Territórios

0 Membros dos Colegiados e de suas Instâncias Deliberativas e Consultivas Capacitados

160.000

Fonte: www.mda.gov.br/sdt

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65 | P á g i n a

2.5. CONTEXTO INTERNO E EXTERNO

O Contexto Interno (Potencialidades e Problemas) e Externo (Oportunidades

e Ameaças) aqui apresentado foi trabalhado com os atores sociais locais por Município

e consolidado enquanto visão territorial. Ainda é bastante forte o sentimento de

carência, e isso se traduz nos problemas quando se identifica a “falta” de algo, mas

sem que fique explícito o problema central.

Principais Potencialidades

A produção existente no Território a partir de cultivos diversos

o Agricultura de Sequeiro (feijão/milho/mandioca/caju);

Ações de recuperação ambiental

o Reflorestamento dos cajueiros para a apicultura

Recursos Naturais (Hídricos) com potencial para serem utilizados de forma racional

e sustentável

o Agricultura irrigada;

o Piscicultura;

Produção Pecuária diversificada, tanto em espécie quanto em aproveitamento para

o beneficiamento

o Criação de pequenos animais (suínos /galinha caipira);

o Pecuária leiteira;

o Ovinocaprinocultura;

o Queijarias;

o Artesanato em couro

Artesanato;

Laboratório de alevinos;

Fabrica de fubá;

Beneficiamento de fruta e pescado;

Cooperativa de crédito.

Principais Problemas

Desorganização das associações - falta organização comunitária (associação);

Deficiência da assistência técnica

o Pouca assistência técnica;

o Técnicos desqualificados / assistência técnica deficiente;

Falta de educação no campo;

Degradação ambiental (contextualizada), muitas vezes por falta de consciência

ambiental;

o Desmatamento;

o Queimadas;

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66 | P á g i n a

o Poluição dos rios;

o Assoreamento dos rios;

Falta acesso à tecnologia;

Falta escola profissionalizante;

Êxodo rural;

Ensino de baixa qualidade;

Deficiência no transporte escolar;

Fabriquetas (beneficiamento da produção) fechadas.

Principais Oportunidades

Políticas públicas do governo;

Existência de Projetos de incentivo à cultura local e regional;

Acesso a recursos públicos (Territórios da Cidadania - recursos de vários ministérios

podem ser acessados). Exemplo: PAA, CDLAF, Programa do Leite.

Conhecimento e acesso às diversas políticas públicas;

As ações do Programa da Cidadania.

Principais Ameaças

Estruturação fundiária não atende a necessidade da agricultura familiar;

o Deficiência na distribuição de terra

Fator climático (seca);

Falta de parcerias instituições / governo;

Dificuldade de acesso ao crédito;

Deficiências das políticas públicas;

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Visão de Futuro

Capítulo 3

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

68 | P á g i n a

3. Visão de Futuro (2010 a 2015)

De acordo com o Guia para elaboração e qualificação do PTDRS, visão

de futuro pode ser entendida como:

“...a identificação dos sonhos individuais e coletivos das

comunidades e sujeitos que fazem parte do Território...define um

ideal a ser alcançado num universo temporal a ser estabelecido

pelo grupo. Poderá Sr elaborada a partir da análise e reflexão das

dimensões de diagnóstico territorial e considerando os elementos

do ambiente interno e externo para ser confrontado com os grandes

sonhos e objetivos dos atores do Território.” (MDA, 2010)

Foi neste sentido, a partir das dimensões (econômica, social, ambiental),

que o coletivo construiu a Visão de Futuro do Território da Bacia Leiteira em 2006, e

que foi apresentada na primeira versão do PTDRS.

De acordo com as oficinas de revisão realizadas junto aos representantes

do Território, esta Visão de Futuro ainda permanece atual. Há que se considerar os

avanços alcançados no Território ao longo de 4 anos, porém, como todo processo

de desenvolvimento, estes avanços ainda precisam ser consolidados.

Para uma melhor visibilidade e uso da visão de futuro será apresentada

uma versão resumida e posteriormente será apresentada a visão de futuro

completa construída em 2006 a partir das dimensões do desenvolvimento.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

69 | P á g i n a

3.1. VISÃO DE FUTURO RESUMIDA

Nivelamento das atividades produtivas da pecuária e a interação de outras atividades

produtivas inovadoras que propiciem a diversificação da produção familiar; onde a produção leiteira

procura direcionar-se ao mercado de forma mais competitiva, utilizando-se da tecnologia para produção,

melhoramento do rebanho e beneficiamento de forma organizada e cooperada, estendendo-se não

somente à produção leiteira, mas a outros produtos que venham gerar uma complementação da renda,

oriundos de outras atividades produtivas; para que venham somar à produção familiar, considerando os

recursos naturais, materiais e de produção existentes, bem como a potencialização dos produtores para

desenvolvê–las. Traçar estratégias, que possibilitem a garantia da comercialização da produção familiar,

tendo como instrumento os Projetos Territoriais.

A relação de sustentabilidade da produção com as limitações dos recursos naturais

também é presente no planejamento de ações com perspectivas futuras, para o alcance do acesso à

tecnologia; da assistência técnica; Comercialização de produtos da agricultura Familiar diretamente com

o mercado; Construção da Gestão Social e Estrutura Organizativa que propicie a organização e

comercialização da produção da Agricultura Familiar.

O melhoramento dos serviços públicos e a participação dos atores sociais na

definição de estratégias para melhorar as políticas públicas são caminhos almejados pelo Território,

considerando a articulação dessas políticas.

Propiciar o resgate da cultura popular e o acesso à informação como forma de

recuperar a autonomia, possibilitando o fortalecimento das organizações sociais, considerando os

valores e diferenças entre os grupos: jovens, mulheres, raças e etnias, tendo sua inserção em todo o

processo.

Reestruturar e ampliar as organizações sociais através de processo de capacitação e

de aprendizagem coletiva, incentivando a participação dos atores sociais, inserido nas discussões de

jovens e mulheres, para construção da gestão social e com isso criar mecanismos de controle social, de

modo a propiciar a funcionalidade do bem público e das políticas públicas e de fomento ao

desenvolvimento sustentável. Criar um Fórum permanente que possa dar continuidade de forma mais

efetiva às ações implantadas pelo CODETER Bacia Leiteira, principalmente em relação à implantação

dos Projetos Territoriais em execução ou para serem iniciados no Território.

Criar mecanismos que possibilitem a promoção de Lazer para os cidadãos e cidadãs nos

municípios do Território, de forma a garantir: LAZER PARA TODOS.

Com a participação dos atores sociais em conjunto com gestores públicos, pretende-se

ampliar e qualificar o atendimento nos serviços de saúde; ampliar as unidades de saúde e o quadro de

funcionários qualificados, bem como a melhoria de sua infra-estrutura de atendimento e de assistência

aos usuários de forma pública, gratuita e garantida para todos. Garantir assistência médica aos

cidadãos e cidadãs tanto na zona urbana quanto na rural dos municípios do Território, respeitando

gênero, raças e etnias.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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3.2. VISÃO DE FUTURO DO TERRITÓRIO DA BACIA LEITEIRA (versão

integral – PTDRS/2006)

Dimensão Econômica

A perspectiva em relação ao eixo econômico no Território caminha para

um nivelamento das atividades produtivas da pecuária e a interação de outras

atividades produtivas inovadoras que propicie a diversificação da produção familiar,

onde a produção leiteira procura direcionar-se ao mercado de forma mais

competitiva, utilizando-se da tecnologia para produção, melhoramento do rebanho e

beneficiamento de forma organizada e cooperada, estendendo-se não somente a

produção leiteira mais a outros produtos que venham gerar uma complementação

da renda, oriundas de outras atividades produtivas para que venham somar a

produção familiar, como tem demonstrado as discussões no Território,

considerando os recursos naturais, materiais e de produção existentes, bem como

a potencialização dos produtores para desenvolvê–las.

O direcionamento da produção em consonância com o mercado é visível

e preocupante para os agricultores que estão tentando traçar estratégias,

atualmente sem muito êxito, que possibilitem a garantia da comercialização da

A educação é um instrumento importante no processo de evolução e qualidade de vida de

um povo, tendo a instituição “Escola“ um papel importante nos processos educativos dos cidadãos.

Contextualizar o sistema de ensino, com a realidade vivenciada por cada espaço, ou seja, considerando

as particularidades dos espaços rurais e urbanos. O Território reconhece a Educação como ferramenta

essencial para alcançar o desenvolvimento sustentável, pretende difundir o método de Educação do

Campo e Contextualizada, abrangendo os espaços urbanos e rurais nos municípios do Território, como

forma de potencializar a sabedoria popular e valorização local, promovendo o aprendizado e

favorecendo a auto-estima popular.

Estimular a formação de uma consciência ambiental voltada à recuperação de áreas

ambientais degradadas, proporcionando o uso sustentável dos recursos naturais (solo, água,

vegetação), como também a utilização de práticas agroecológicas e/ou orgânicas, tendo para isso a

implantação de programa e projetos.

Promover a recuperação dos recursos hídricos, potencializando seu uso e captação para

utilização na produção e para o consumo humano e animal.

Promover a reorganização fundiária, possibilitando a auto-sustentabilidade nas áreas pelos

assentados, aplicados à expressiva consciência ecológica associada a práticas de potencialização da

produção.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

71 | P á g i n a

produção familiar, tendo como instrumento os Projetos Territoriais: Beneficiamento

da produção Leiteira – PRO PAZ LEITE II e de Potencialização de atividades

inovadoras do Território: Piscicultura, Apicultura e Caju, havendo também a

Agricultura de Sequeiro como atividade de segurança alimentar.

A relação de sustentabilidade da produção com as limitações dos

recursos naturais também é presente no planejamento de ações que estão sendo

ou tentando, ser construídas, sempre com perspectivas futuras, numa tentativa de

alcançar:

Acesso à Tecnologia;

Assistência Técnica;

Comercialização de produtos diretamente com o mercado;

Construção da Gestão Social e Estrutura Organizativa que

propicie a organização e comercialização da produção da

Agricultura Familiar.

Dimensão Social

Os aspectos sociais são extremamente limitantes para o sucesso das

atividades produtivas, sendo os indicadores sociais reflexo disso. Nesse contexto

como perspectivas futuras o melhoramento dos serviços públicos e a

participação dos atores sociais na definição de estratégias para melhorar as

políticas públicas são caminhos almejados pelo Território, considerando a

articulação dessas políticas.

Propiciar o resgate da cultura popular e o acesso à informação

como forma de recuperar a autonomia, possibilitando o fortalecimento das

organizações sociais, considerando os valores e diferenças entre os grupos: jovens,

mulheres, raças e etnias, tendo sua inserção em todo o processo.

Reestruturar e ampliar as organizações sociais através de processo

de capacitação e de aprendizagem coletiva, incentivando a participação doa atores

sociais, inserido nas discussões jovens e mulheres, para construção da gestão

social e com isso criar mecanismos de controle social de modo a propiciar a

funcionalidade do bem público e das políticas públicas e de fomento ao

desenvolvimento sustentável.

Criar um Fórum permanente que possa dar continuidade de forma mais

efetiva as ações implantadas pelo CODETER Bacia Leiteira, principalmente em

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

72 | P á g i n a

relação a implantação dos Projetos Territoriais em execução ou para serem

iniciados no Território.

Criar mecanismos que possibilitem a promoção de Lazer para os

cidadãos e cidadãs nos municípios do Território, de forma a garantir: LAZER PARA

TODOS.

Com a participação dos atores sociais em conjuntos com gestores

públicos pretende-se ampliar e qualificar o atendimento nos serviços de saúde,

Ampliar as Unidades de Saúde e o quadro de funcionários qualificados

e melhoria de sua infra-estrutura de atendimento e de assistência aos usuários de

forma gratuita e garantida para todos,

Garantir assistência médica aos cidadãos e cidadãs tanto na zona

urbana quanto na rural dos municípios do Território, respeitando os gêneros,

raças e etnias.

A educação é um instrumento importante no processo de evolução e

qualidade de vida de um povo, tendo a instituição “Escola“ um papel importante nos

processos educativos dos cidadãos. No Território da Bacia Leiteira existe um

número considerável dessas escolas em precárias condições de funcionamento

seja pela sua infra-estrutura física e/ou de pessoal, necessitando melhorá-las.

Como também contextualizar o sistema de ensino, com a realidade vivenciada por

cada espaço, ou seja, considerando as particularidades dos espaços rurais e

urbanos.

O Território reconhece a Educação como ferramenta essencial para

alcançar o desenvolvimento sustentável, pretende difundir o método de Educação

do Campo e Contextualizada, abrangendo os espaços urbanos e rurais nos

municípios do Território, como forma de potencializar a sabedoria popular e

valorização local, promovendo o aprendizado e favorecendo a auto-estima popular.

Dimensão Ambiental

Estimular a formação de uma consciência ambiental voltada à

recuperação de áreas ambientais degradadas, proporcionado o uso sustentável dos

recursos naturais (solo, água, vegetação), como também a utilização de práticas

agroecológicas e/ou orgânicas, tendo para isso a implantação de programa e

projetos.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

73 | P á g i n a

Promover a recuperação dos recursos hídricos, potencializando seu uso

e captação para utilização na produção e para o consumo humano e animal.

Promover a reorganização fundiária possibilitando a auto-

sustentabilidade nas áreas pelos assentados, aplicados a expressiva consciência

ecológica associadas a práticas de potencialização da produção.

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Objetivos Estratégicos

Capítulo 4

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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4. Objetivos Estratégicos

Os objetivos estratégicos são os globais e amplos do PTDRS, definidos

no longo prazo, isto é, entre dois a cinco anos, estabelecendo desta forma graus de

importância e prioridade para evitar possíveis conflitos e criar condições de sinergia

entre os objetivos.

O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia

Leiteira traz como objetivos estratégicos:

Nivelar as atividades produtivas da pecuária e a interação de outras

atividades produtivas inovadoras que propiciem a diversificação da

produção familiar;

Melhorar os serviços públicos e a participação dos atores sociais na

definição de estratégias para melhorar as políticas públicas;

Propiciar o resgate da cultura popular e o acesso à informação;

Reestruturar e ampliar as organizações sociais;

Garantir o LAZER PARA TODOS;

Estimular a formação de uma consciência ambiental.

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Valores e Princípios

Capítulo 5

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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5. Valores e Princípios

Os Valores e Princípios são os pilares que servem de sustentação na

orientação e balizamento para decisões e comportamentos no Território, em que

Princípios referem-se ao “modo de ser” e Valores ao “modo de estar”. O Colegiado

Territorial da Bacia Leiteira trouxe para o PTDRS os Princípios e Valores de forma

integrada enquanto um conjunto de posturas inegociáveis, imutável e inflexível.

Neste sentido o PTDRS terá como princípio/valor básico o planejamento

na execução dos programas e projetos, enfatizando a participação popular, a

sustentabilidade econômica, social e ambiental, de forma a garantir que o foco seja

a Visão de Futuro, definida pelos atores sociais locais. Dentre outros, o Território

primará pelos seguintes princípios/valores:

Auto-sustentabilidades;

Participação dos atores sociais em conjunto com gestores públicos;

Formação de uma consciência ambiental voltada à recuperação de

áreas ambientais degradadas;

Controle social de modo a propiciar a funcionalidade do bem público e

das políticas públicas e de fomento ao desenvolvimento sustentável;

Autonomia, possibilitando o fortalecimento das organizações sociais.

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Diretrizes Principais

Capítulo 6

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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6. Diretrizes Principais

Diretriz é uma linha, orientação de um caminho, procedimento, negócio,

política. As Diretrizes principais são os temas fundamentas para se atingir a Visão

de Futuro constituem, portanto, a trilha orientadora.

.As diretrizes principais do PTDRS da Bacia Leiteira foram trazidas da

Visão de Futuro, traçada pelos atores sociais locais para as diversas dimensões da

sustentabilidade:

Garantir a diversificação da produção familiar;

Buscar a sustentabilidade na produção com as limitações dos

recursos naturais;

Construir a Gestão Social;

Desenvolver ações que favoreçam o fortalecimento das organizações

sociais, considerando os valores e diferenças entre os grupos (jovens,

mulheres, raças e etnias), tendo sua inserção em todo o processo;

Promover processos de capacitação e de aprendizagem coletiva;

Reivindicar Garantir assistência médica aos cidadãos e cidadãs, tanto

na zona urbana quanto na rural dos municípios do Território, respeitando

gênero, raças e etnias;

Buscar o uso da educação enquanto instrumento importante no

processo de evolução e qualidade de vida de um povo, tendo a

instituição “Escola“ um papel importante nos processos educativos dos

cidadãos.

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Eixos de Desenvolvimento

Capítulo 7

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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7. Eixos de Desenvolvimento

A Definição dos Eixos foi feita a partir da visão de futuro, elegendo-se um

foco, priorizando, sem perder de vista, o contexto interno e externo. Neste sentido o

Colegiado Territorial definiu os 08 (oito) Eixos de Desenvolvimento buscando

alcançar a Visão de Futuro.

Eixo 1 - Fortalecimento da pecuária e da agricultura familiar do território

Eixo 2 - Recursos naturais (meio ambiente) - uso do solo e da água

Eixo 3: Fortalecimento à educação do campo e contextualizada

Eixo 4: Fomento à estruturação fundiária do território da bacia leiteira

Eixo 5: Fomento à saúde de qualidade

Eixo 6: Fortalecimento de atividades não agrícolas desenvolvidas pela agricultura familiar

Eixo 7: Fomento à cultura, esporte e lazer

Eixo 8: Fomento à Assistência Técnica e Extensão Rural no território

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Programas e Projetos Estratégicos

Capítulo 8

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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8. Programas e Projetos Estratégicos

Para os 08 (oito) Eixos de Desenvolvimento foram programados 25 (vinte

e cinco) Programas e 104 (cento e quatro) Projetos Estratégicos, conforme

discriminados abaixo por Eixo.

Quadro 06 – Eixo 1: Fortalecimento da pecuária e da agricultura familiar do Território

Programa Projetos

Potencialização da

bovinocultura de

leite

Beneficiamento do leite: Pro Paz Leite II

Adequação dos laticínios/queijaria de produtores (as) familiares a

legislação vigente (SIF/SIE)

Fomento e incentivo

a piscicultura

Potencialização da produção e Beneficiamento do pescado

Capacitação em Piscicultura para os produtores familiares e afins -

Produção, Organização e Comercialização

Identificar a demanda de Piscicultores

Fomento e incentivo

a apicultura

Capacitação de produtores familiares com potencial para a

atividade apícola

Reestruturação das organizações de apicultores e estimular novas

formas de organização para produção apícola

Construção/equipar casas de mel de acordo com a demanda de

produção

Padronização da produção e controle de qualidade de acordo com

a legislação vigente (SIF/SIE)

Aquisição de veículos para a apicultura

Incentivo a

Cajucultura

Potencialização da produção de caju com repovoamento de

Cajueiro

Construção de viveiro de mudas municipais

Beneficiamento do Caju

Incentivo a

Ovinocaprinocultura

Melhoramento Genético do plantel ovino e caprino de produtores

familiares e potencialização da produção no Território

Fomento a

suinocultura

Capacitação em sanidade, alimentação e manejo na suinocultura

para melhoramento da produção

Construção de pocilgas comunitárias para produtores familiares

Melhoramento genético do plantel suíno e potencialização da

Produção

Fomento a

agricultura de

sequeiro

Implantação de Bancos de Sementes

Inclusão do plantio da mamona para produção do biodiesel

Capacitação para os agricultores familiares em produção de

mamona e biodiesel

Produção potencializada de Milho, Feijão, Mandioca e Algodão

Continua

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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Quadro 06 – Eixo 1: Fortalecimento da pecuária e da agricultura familiar do Território

Programa Projetos

Fortalecimento de

agricultores

familiares e

assentados

Capacitação e organização de agricultores familiares e assentados

Fortalecimento das organizações associativas e sociedade civil do

Território

Capacitação sobre associativismo para os agricultores (as)

familiares

Fortalecimento das cooperativas

Formação de atores/sujeitos do desenvolvimento

Capacitação sobre Gestão Sindical (agricultores/as familiares e

líderes sindicais)

Seminários da agricultura familiar (políticas públicas específicas

para as áreas de assentamentos)

Capacitação em Gestão e Controle Social com os CMDR para

reestruturação e fortalecimento da gestão social no Território

Comercialização da

produção da

agricultura familiar

Implantação e revitalização de cooperativas de produção

Construção do galpão de comercialização da produção da

agricultura familiar

Implantação da rede de comercialização da agricultura familiar

territorial

Estruturação das Secretarias Municipais de Agricultura

Quadro 07 – Eixo 2: Recursos naturais (meio ambiente) - uso do solo e da água

Programa Projetos

Combate a

desertificação

Reflorestamento de áreas degradadas no semi-árido

Implantação de viveiro de mudas nativas

Produção de mudas de plantas nativas e frutíferas em viveiros para

reflorestamento

Programa territorial de repovoamento de mudas de plantas nativas

de áreas degradadas do semi-árido da Bacia Leiteira

Criação de áreas públicas e privadas de preservação ambiental da

fauna e flora naturais do semi-árido

Agroecologia e

Educação ambiental

voltada aos

agricultores,

pescadores,

técnicos, escolas e

comunidade

Capacitação em agroecologia para agricultores familiares e

técnicos

Formação de jovens multiplicadores em conservação ambiental

Programa de Formação de Manejo da Caatinga e alternativas de

alimentação animal adequadas ao semi-árido

Construção de Fórum Permanente de debate da agricultura familiar

sobre degradação ambiental

Apropriação e difusão de tecnologias alternativas adequadas ao

semi-árido para os agricultores familiares

Continua

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85 | P á g i n a

Quadro 07 – Eixo 2: Recursos naturais (meio ambiente) - uso do solo e da água

Programa Projetos

Recuperação de

bacias e

microbacias

hidrográficas

Perenização dos rios Ipanema e Traipu (barragens sucessivas de

pequeno porte)

Perenização do riacho Grande (barragens sucessivas de pequeno

porte)

Construção de barragens subterrâneas, passagens molhadas e

pequenos aquedutos em microbacias dos rios: Jacaré, Desumano

e Boqueirão

Saneamento rural com fossas biodigestoras nas propriedades

rurais e inclusão de povoados em redes de esgotamento sanitário

Implantação de obras de infra-estrutura para combate à erosão dos

solos e assoreamento dos cursos de água e reservatórios em

estradas, encostas, morros e áreas de declive

Preservação e recuperação de nascentes, com obras e difusão de

manejo adequado

Oferta adequada de

recursos hídricos

Construção de reservatório de grande porte para regularizar o

abastecimento de água, via adutoras, com ampliação da rede de

distribuição de água

Implantação de infra-estrutura para abastecimento de água no

meio rural

Construção de barragens subterrâneas

Construção de cisternas de placas/calçadão

Construção de caixas elevatórias com descida da água por

gravidade

Revitalização dos mananciais existentes

Despoluição (lixão, dejetos suínos) de lagoas, barragens, riachos e

rios

Recuperação dos poços artesianos dos municípios do Território

para aproveitamento animal e produção de alimentos

Para este Eixo os atores sociais locais definiram também o Programa de

Coleta e Tratamento adequado de Resíduos Sólidos, porém não chegaram

decidir quais seriam os Projetos Estratégicos para compor.

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Quadro 08 – Eixo 3: Fortalecimento à educação do campo e contextualizada

Programa Projetos

Educação do campo

e para o campo

Implantação da educação do campo e contextualizada como política pública nas escolas “urbanas” e “rurais”

Realização de seminários de formação sobre o tema direcionado

ao poder público, profissionais da área, alunos e agricultores

familiares

Integrar e disseminar as ações de educação do campo

desenvolvidas por alguns municípios para o Território

Fortalecimento do fórum territorial permanente de educação do

campo

Ampliação dos cursos de especialização em educação

contextualizada

Ampliação dos transportes escolares

Educação do campo

e para o campo

Ampliar o acesso com a construção de creches e pré-escolas nos

municípios do Território

Construção de um centro cultural territorial

Fortalecimento da educação de jovens, adultos e idosos no campo

Implantação de tele centros nas comunidades quilombolas

Melhoria da infra-estrutura física das escolas municipais

Educação do campo

como política

pública municipal

Sensibilização dos gestores municipais para a importância da

educação formal no campo

Implantação da Educação do Campo/Contextualizada enquanto

Política Pública Municipal

Adequar o sistema de ensino da rede pública de educação e

capacitar/formar professores em Educação do

Campo/Contextualizada

Implantação de Casa Familiar Rural

Outras ações: Ampliação do 2º Grau nas Escolas Públicas existentes nos municípios. Quadro 09 – Eixo 4: Fomento à estruturação fundiária do Território da bacia leiteira

Programa Projetos

Construção de

proposta de

sustentabilidade

para os

assentamentos de

reforma agrária

Diagnóstico dos assentamentos para viabilização de propostas de

melhoria e fomento de sua sustentabilidade

Capacitação em manejo da área de reserva de recursos naturais

localizadas nos assentamentos

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Quadro 10 – Eixo 5: Fomento à saúde de qualidade

Programa Projetos

Melhoria do sistema

de saneamento

básico

Implantação de aterros sanitários

Implantação de Saneamento Rural

Implantação de coleta seletiva de lixo

Implantação/reativação de unidades de compostagem de lixo

Construção de matadouros adequados à legislação sanitária

Serviços de saúde

qualificados

Ampliação do número de unidades de saúde

Implantação da multimistura como complemento na alimentação

Modernização das Unidades de Saúde de referência de cada

município

Ampliação do nº de ambulâncias e veículos para pacientes do SUS

Ampliação da Estratégia Saúde da Família (ESF)

Implantação do ESF nas comunidades quilombolas

Implantação de unidade de emergência para o Território

Fomento a

promoção,

educação e

participação

popular em saúde

Implantação da medicina alternativa e Farmácia Viva na zona

urbana e rural

Recuperação de Unidades Hospitalares Municipais

Capacitação dos profissionais de saúde de forma contínua e

permanente

Apoio aos núcleos de promoção da saúde, núcleos da saúde da

família

Mapeamento das práticas populares em saúde

Fortalecimento dos conselhos de saúde

Quadro 11 – Eixo 6: Fortalecimento de atividades não agrícolas desenvolvidas pela

agricultura familiar

Programa Projetos

Desenvolvimento do

artesanato territorial

Resgate do artesanato do Território

Formação de uma rede de artesanato no Território

Promoção de capacitações em organização associativa e

cooperativismo para os artesãos do Território

Realização de feiras para a comercialização do artesanato do

Território

Construção de um centro territorial de comercialização do

artesanato

Estudo de viabilidade do tipo de artesanato para o mercado

Qualificação do artesanato (bordado, couro, barro) para a

comercialização

Padronização e Certificação do artesanato

Produção de novos produtos para mercado com designer

Inserção do selo de qualidade no artesanato

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

88 | P á g i n a

Quadro 12 – Eixo 7: Fomento à cultura, esporte e lazer

Programa Projetos

Incentivo a

atividades

esportivas

Realização de olimpíadas da juventude rural Construção de quadra poliesportiva rural

Organização de campeonatos esportivos para jovens rurais

Fomento ao resgate

da cultura popular

Mapeamento das potencialidades culturais nos municípios que

compõem o Território da bacia leiteira

Promoção de festividades culturais, resgatando a cultura local,

considerando a idade, gênero e etnia rural

Promoção de cinema itinerante nos municípios

Incentivo à criação de grupos teatrais nos municípios

Quadro 13 – Eixo 8: Fomento à Assistência Técnica e Extensão Rural no Território

Programa Projetos

Reestruturação da

rede de ATER que

promova o

fortalecimento da

Política Nacional de

Assistência Técnica

e Extensão Rural -

PNATER

Criar a Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER

territorial

Cursos de capacitação contínuos e permanentes relacionados a todas as dimensões do desenvolvimento rural sustentável

Implantação de escola agrotécnica territorial Capacitação de Agentes de Desenvolvimento Rural do Território

vinculados aos projetos territoriais

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Proposta de Gestão Territorial

Capítulo 9

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

90 | P á g i n a

9. Proposta de Gestão do Plano Territorial

Apresenta-se a proposta de coordenação do colegiado da bacia leiteira,

discutida e construída no coletivo territorial.

Coordenação do Colegiado da Bacia Leiteira

Composição

O Colegiado da Bacia Leiteira terá uma coordenação composta por 3

instituições, eleita pelo Núcleo Diretivo e respaldada pela plenária do Território.

A instituição componente da coordenação deverá fazer parte do Núcleo

Diretivo e terá as seguintes funções, descritas abaixo:

o Coordenador

o Vice - coordenador

o Secretario Executivo

A coordenação será assessorada por uma Assessoria Administrativa que

fará os contatos necessários ao apoio a articulação territorial e conexão on-line com

todos os integrantes do colegiado. Mantendo-os informados sobre os assuntos

territoriais, editais de recursos e informações referentes ao Programa Território da

Cidadania e outros de interesse do Desenvolvimento Territorial.

A Assessoria Administrativa ficará vinculada diretamente a Secretaria

Executiva, tendo a função de redigir documentos, atas e relatórios do Colegiado

Territorial da Bacia leiteira, assim como encaminhá-los aos membros do Núcleo

Diretivo e Técnico, bem como aos demais componentes do processo de

Desenvolvimento Territorial da Bacia Leiteira.

Atribuições da Coordenação do Colegiado Bacia Leiteira:

1 – Coordenador

Assumirá a função de coordenar os trabalhos do colegiado, representá-lo

e acompanhar as ações do assessor técnico territorial, bem como da execução dos

recursos da instituição gestora do Território.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

91 | P á g i n a

2 – Coordenador Adjunto

Contribuirá com as ações a ser executadas pelo coordenador para que

possa viabilizá-las.

3 - Secretaria Executiva

Fará a guarda dos documentos do colegiado, bem como na sua redação

junto com o assessor administrativo, contando com a contribuição do assessor

técnico territorial.

Mandato

O mandato da coordenação será de 24 meses, podendo ser substituído

ou reconduzido por mais um mandato ou a critério da plenária do colegiado.

Situação de substituição e vacância da coordenação

03 ausências seguidas sem justificativa à reunião ordinária do colegiado ou

seis intercaladas;

Parágrafo: Deverá ser informada, por meio de ofício, a instituição que faltar duas

reuniões seguidas para tomar ciência da situação e poder se posicionar sobre sua

permanência na coordenação e nas funções a ela deliberada pelo colegiado

territorial.

As câmaras temáticas também são instrumentos importantes para a

gestão territorial. Em uma das oficinas de revisão do PTDRS a organização do

colegiado territorial em torno das câmaras temáticas e a revisão dessas câmaras

temáticas foram pontos de discussão. Como expõem um membro do colegiado

territorial:

“Elas surgem a partir da necessidade do colegiado em discutir

outras temáticas, por que anteriormente só discutíamos a cadeia

produtiva do leite, devido ao fato do colegiado ter como principal

identificação essa cadeia produtiva, como está no PTDRS. Em dois

mil e nove (2009) são criadas as câmaras temáticas do colegiado

da Bacia Leiteira, com o objetivo de discutir, propor e avaliar as

diversas cadeias produtivas do Território, superando uma única

temática.” (Anderson Souza)

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

92 | P á g i n a

O Colegiado tem em sua composição as seguintes câmaras temáticas:

Sementes /Grãos;

Educação do Campo;

Juventude;

Cajucultura;

Piscicultura;

Bovinocultura do leite;

Caprinovino;

Apicultura;

Artesanato;

Meio Ambiente e Recursos Hídricos;

Infra-estrutura;

Saúde e Assistência Social;

Mulheres;

Quilombolas;

Reordenamento Fundiário;

Comercialização – Agricultura;

Cooperativismo.

Esta estruturação foi avaliada na oficina de revisão do PTDRS e validada

pelo coletivo presente. A plenária afirmou que todas as câmaras temáticas criadas

são necessárias para as demandas do Território da Bacia Leiteira. Na plenária,

ainda foram identificados temas importantes, urgentes e necessários, que precisam

ser discutidos no Território como exemplo da temática da violência e do mundo

rural (o que é urbano e rural nos municípios de pequeno porte, rural idades etc.). O

coletivo decidiu que não precisariam ser organizadas novas câmaras temáticas

relacionadas a esse tema, pois entendem que são temas transversais e inter-

setoriais.

Algumas necessidades foram apontadas para o efetivo funcionamento

das câmaras temáticas como exemplo a construção de um planejamento mínimo

(cronograma, prioridades etc.).

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Considerações Finais

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

94 | P á g i n a

Considerações Finais

Desde o início de sua oficialização, no Território da Bacia Leiteira

existe uma quantidade diferenciada de identidades construídas. A luta pela terra faz

parte desse processo, bem como pela subsistência, onde identidades foram se

constituindo e se reconstruindo como aconteceu com as comunidades

“remanescentes” de quilombolas.

Percebe-se outra relação com os assentados que se identificaram

pela “vontade” de possuir uma propriedade deles, para trabalhar a subsistência da

família, e a possibilidade de produzir essa subsistência permanente e continua.

Puderam sentir que não apenas é necessário ter a terra, mas também as condições

para nela produzir. Nesse processo de revisão do PTDRS, foi apontado como

avanço a organização social dos assentados e o fortalecimento da CAFISA e de

sua atuação territorial.

Outro exemplo que vale citar é o grupo de mulheres que se firmaram

como produtoras de bordado “Boa Noite”, sem deixar de exercer sua função em

outros grupos, como de agricultores familiares, seja produzindo agricultura de

sequeiro ou irrigado na linha da agricultura orgânica ou não. A agricultura

agroecológica, denominada inicialmente como orgânica, também se constitui em

outro grupo com identidades específicas, onde a forma de produção “orgânica“ e a

opção pela agroecologia é o que os identifica.

A articulação em torno da cadeia produtiva do mel, da

ovinocaprinocultura, das sementes da resistência e a atuação em torno da ASA, da

Rede de Educação Contextualizada do Agreste e Semi-Árido – RECASA, a

participação em outros fóruns e redes se constitui em avanços importantes. A

própria reorganização da CIAT passando a ser denominada de CODETER e as

estruturações das câmaras temáticas reforçam a capacidade e tentativa de

organização territorial.

Pensar na elaboração, construção e acompanhamento coletivo de um

Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável é trazer à tona esperança da

articulação de ações em torno de um processo de transformação social. Revisar

este plano, quatro anos depois, e mais importante, revisar junto com os atores

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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sociais do Território, simboliza consolidar os passos conjuntos e fortalecer a

esperança de que é possível construir uma mudança.

Em 2010, numa das oficinas de revisão do PTDRS, no auditório, junto

a tantas pessoas com suas historias de vida, suas lutas sociais e coletivas, com

seus saberes diversos, uma pessoa canta. Pessoa esta, que simboliza todos os

atores sociais presentes neste processo. Atores estes, que com suas expectativas,

receios, esperanças e incertezas constroem um Território vivo, dinâmico, cultural e

singular. A música cantada, inicialmente por uma pessoa, depois pela grande

maioria, reflete a esperança e a ação. A música traz a chuva da esperança, chuva

construída (e não apenas esperada). Construída com a participação ativa daqueles

e daquelas que fazem cotidianamente o Território sertanejo da bacia leiteira

alagoana:

“Já faz três noites Que pro norte relampeia

A asa branca Ouvindo o ronco do trovão

Já bateu asas E voltou pro meu sertão Ai, ai eu vou-me embora Vou cuidar da plantação.

A seca fez desertar da minha terra Mas felizmente Deus agora se alembrou

De mandar chuva Pr'esse sertão sofredor Sertão das muié séria Dos homes trabaiador

Rios correndo As cachoeira tão zoando

Terra moiada Mato verde, que riqueza

E a asa branca Tarde canta, que beleza

Ai, ai, o povo alegre Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva Eu me arrecordo de Rosinha

A linda flor Do meu sertão pernambucano

E se a safra Não atrapaiá meus pranos Que que há, o seu vigário Vou casar no fim do ano.”

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Bibliografia Referencial

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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Bibliografia Referencial

ALAGOAS. Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. Anuário Estatístico da

Educação de Alagoas.Maceió.2008

________Secretaria de Estado do Planejamento. Anuário Estatístico de Alagoas.

Maceió.2009

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Territórios da Cidadania.

Disponível:

http://www.territoriosdacidadania.gov.br/dotlrn/clubs/territriosrurais/dabacialeiteiraal/

one-community?page_num=0 Acesso em jul 2010

_________________________________________Orientações gerais para

elaboração e qualificação do PTDRS – Programa Desenvolvimento Sustentável de

Território Rurais. Brasília.Agosto de 2009

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário Brasileiro.

Disponível em: <>.http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/popul/d… Acesso em: jun. 2010

________________Ministério do Desenvolvimento Agrário, IICA – Instituto

Interamericano de Cooperação Agrícola. Documento contendo diagnóstico da

implementação dos projetos apoiados pelo Programa Desenvolvimento Sustentável

de Territórios Rurais entre os anos de 2003 e 2009 nos Territórios da Bacia Leiteira

e Agreste no Estado de Alagoas. 2010. Consultor: SANTOS, V.R.

PCT/BRA/IICA/07/009 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL. Mimeo.

PNUD;IPEA;FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do Desenvolvimento Humano no

Brasil. Brasília: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro, 2000. Disponível em

http://www.pnud.org.br/home/

SCHOBER, Juliana. Preservação e uso racional do único bioma exclusivamente

nacional. Cienc. Cult., São Paulo,v.54,n.2,Oct.2002. Disponível em:

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-

67252002000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 Aug. 2010

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Batalha. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

Page 98: Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável …sit.mda.gov.br/download/ptdrs/ptdrs_qua_territorio036.pdfInstituto de Terra de Alagoas, Banco do Nordeste e CMDRS Assessora

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

98 | P á g i n a

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Belo Monte. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Cacimbinhas. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Jacaré dos Homens. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Jaramataia. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Major Isidoro. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Minador do Negrão. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Monteirópolis. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

99 | P á g i n a

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Olho D’Água das Flores. Recife:

2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Palestina. Recife: 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia,

Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil;

PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios.

Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de

Pernambuco. Diagnóstico do Município de Pão de Açúcar. Recife: 2005.

Sites visitados em: 30 de dezembro de 2010.

www.saude.al. gov.br

www.portalodom.com.br

www.datasus.gov.br

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Anexos

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

101 | P á g i n a

Anexos

ANEXO I: Construção da matriz de similaridades de alguns municípios do Território

da Bacia Leiteira – PTDRS 2006

ANEXO II - Arranjos Institucionais do Território da Bacia Leiteira identificados na

construção do PTDRS – 2006

ANEXO III: Principais Rios e Riachos do Território

ANEXO IV: Principais Espécies Animais da Fauna do Território da Bacia Leiteira

ANEXO V - Projetos territoriais da bacia leiteira por dimensão do desenvolvimento

ANEXO VI – Propostas de Programação das Oficinas de revisão do PTDRS

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

102 | P á g i n a

ANEXO I: Construção da matriz de similaridades de alguns municípios do Território da Bacia Leiteira – PTDRS 2006

OLHO D’ÁGUA DAS FLORES

PROBLEMAS COMUNS POTENCIALIDADES ENTRAVES

Falta organização comunitária (associação) Pouca assistência técnica

Técnicos desqualificados/ a assistência técnica deficiente

Estruturação fundiária não atende a necessidade da

agricultura familiar

Agricultura sequeiro – Agricultura Familiar.

(feijão/milho/mandioca/caju} Reflorestamento o cajueiro

p/apicultura Artesanato

Produção de leite / criação pequenos animais

Falta de conhecimento/capacidade de

tecnologias para produção

BELO MONTE

Fator climático (seca) Falta de educação no campo

Degradação ambiental (contextualizada)

Falta de parcerias instituições /governo

Pecuária leiteira Agricultura irrigada- recursos

hídricos Agricultura de sequeiro

Piscicultura /Rec. Hídricos Ovinocaprinocultura

Criação de pequenos animais (suínos /galinha caipira)

Clima Assistência técnica Comercialização da

produção Cultura p/inserção de novas

atividades produtivas Recursos financeiros

BATALHA

Desmatamento , Poluição dos rios,

Desorganização das associações

Assistência técnica

Agricultura sequeiro – Pecuária de leite Artesanato em couro Produção. De suínos

Atravessador de leire

Falta de infra-estrutura p/ armazenamento de grãos

JARAMATAIA

PROBLEMAS COMUNS POTENCIALIDADES ENTRAVES

Desmatamento Desorganização das

associações

Agricultura sequeira – Pecuária de leite

Piscicultura/ recursos hídricos Laboratório de alevinos

Assistência técnica Comercialização de

produtos

CACIMBINHAS

Desmatamento /queimadas Falta consciência ambiental

Recursos hídricos Acesso ao crédito

Deficiência da assistência técnica

Falta acesso a tecnologia Deficiências das políticas

públicas

Agricultura sequeiro – Pecuária de leite

queijarias Fabrica de fubá

Falta de organização da sociedade civil

(organizações sociais)

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

103 | P á g i n a

PÃO DE AÇUCAR

Desmatamento /queimadas Assoreamento dos rios dos

rios Deficiência na distribuição de

terra Assistência técnica

Falta escola profissionalizante Falta de assistência médica

Êxodo rural Ensino de baixa qualidade Deficiência no transporte

escolar Fabriquetas (beneficiamento

da produção) fechadas Poluição hídrica

Agricultura sequeiro – irrigada Pecuária de leite/corte (cabra/bovinos) /ovino Artesanato em couro

avicultura Recursos hídricos/piscicultura

Beneficiamento de fruta e pescado

Laboratório de alevinos Cooperativa de credito

Organização das assoc. capacitação

Assistência técnica de qualidade aos assentamentos

Falta de interesse do gestor

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

104 | P á g i n a

ANEXO II - Arranjos Institucionais do Território da Bacia Leiteira identificados na construção do PTDRS – 2006

AMBIENTAIS

IMA, IBAMA, INSTITURO XINGÓ, CODEVASF, BNB,

BB, ECO ENGENHO, ASA, SEMA, ESSER, UFAL,

MDA, MMI, MMT, FETAG, SEAGRI

PRODUTIVOS

SEBRAE, BNB, BB, ECO ENGENHO, SENAI, SENAR,

CONCREAL, APL,S, SEPLAN, SEAGRI,MDA, MI,

MMA, FETAG, CONTAG,PREFEITURAS, MMT,

ESSER, UFAL, INSTITUTO XINGÓ, CODEVASF, SEC.

E. EDUCAÇÃO, ASA

SOCIAIS

SEBRAE, BNB, BB, ECO ENGENHO,SENAI, SENAR,

CONCREAL, APL,S, SEPLAN, SEAGRI,MDA, MI, MMA,

FETAG, CONTAG,PREFEITURAS, MMT, ESSER, UFAL,

INSTITUTO XINGÓ, CODEVASF, SEC. EDUCAÇÃO,

ASA, FUNASA, M. SAÚDE,SESAU, SEAS

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

105 | P á g i n a

ANEXO III: Principais Rios e Riachos do Território

Principais rios e riachos do Território Localização nos Municípios

Rio São Francisco Pão de Açúcar e Belo Monte

Rio Ipanema Batalha, Major Isidoro

Rio Traipú Belo Monte, Batalha e Jaramataia

Riacho do Sertão Major Isidoro e Cacimbinhas

Riacho das Galinhas Major Isidoro e Cacimbinhas

Riacho da Torta Batalha

Riacho Desumano Batalha

Riacho da Jacobina Belo Monte

Riacho do Jacaré Jacaré

Riacho Pau-ferro Pão de Açúcar

Riacho do Farias Palestina e Pão de Açúcar

Riacho Grande Pão de Açúcar

Riacho Cacimba do Sal

Riacho do Mel Cacimbinhas e Minador do Negrão

Riacho Tapuio Pão de Açúcar

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

106 | P á g i n a

ANEXO IV: Principais Espécies Animais da Fauna do Território da Bacia Leiteira

- Abelha – Apis melifica

- Abelha Canudo – Melípona sp.

- Acauã – Herpetothres cacchinam

- Andorinha – Chaetrua andrii L.

- Anum Branco – Luculum caynus L. ou

Guira guira

- Anum Preto – Crotophaguos major ou c.

Ani.

- Aracu (aragu) – Leporium meralesi

- Aranha Caranguejeira – Cramaostota

longinana ou Lycosa raptoria

- Arapuá – Trigona sp.

- Arara – Ara chioroptera ou

Anodorhyncus

- Asa Branca – Columba spenosa.

- Azulão – Cyanocompsa

- Bacurau (curiango) – Coprimulgus ou

Chordeles rupestris

- Beija-Flor – Trachilus moschitus L.

- Bentivi – Lanius cayanensis L. Ou

Pitangus sulphuratus

- Bicudo – Pryzoborus maximilani

- Cabeça (Galo-de-Campina ou Cardeal)

– - - - Parcaria cucullata ou P. Larvala

- Caboré – Coprimulgus ou Glaucidium

apeculum

- Cágado (jaboti) – Testudo tabulata L.

- Cágado d’água – Testudo depressa L.

ou Hydraspis.

- Caga-Sebo – Todirostrum policephalum

- Calango – Cremidophorus sp.

- Camaleão – Iguana tuberculata sp.

- Camodongo – Mus musculus

- Camarão – Penaeus brasiliense sp.

- Jararaca-Malha-de-Cascavel – Lachesis

sp.

- Jesus-meu-Deus (Tico-tico) – Fluvicola

climazura

- Jibóia – Boa constrictor L.

- João-Bobo – Nystalus chacuru

- João-de-Barro – Furnarius figulis L. ou F.

rufus

- Juriti – Clumba sp. ou C. leptotila

- Lagartixa – Hernitactylus sp.

- Lavandeira – Fluvicola nengeta

- Lebre (Coelho) – Sylvulagus brasiliensis

- Lesma – Limax sp.

- Louva-a-Deus – Mantis religiosa

- Maçarico – Melípona quadrifasciata

- Mandi – Rhamdia robinsoni

- Mangangá – Bobus cayaunensis

- Marimbondo – Pepsis heros sp.

- Marreca verdadeira – Nettion brasiliense

- Marreca viúva – Dendrocygana viduata

- Martin Pescador – Alcedo Torquato

- Mergulhão – Plutus aninga

- Mocó – Keredon rupestris Wied.

- Morcego – Tadarida mexicana

- Mosca – Musca demestica

- Mutuca – Chysops ou huppobosca equina

- Onça Sussuarana – Felix onça ou panthera

onça (extinta)

- Papa-Arroz – Picus campestris

- Papa-Capim – Sporophilia sp.

- Papagaio – Psittacus armazonensis

- Papa-Vento – Anolis gracilis ou Ignara

tuberculata

- Papa-Mel – Tayara bárbara

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

107 | P á g i n a

- Camurim (Robalo) – Orilabax

undecimalis

- Canário-de-Campo – Emberiza

brasiliensis L. ou Sacudis flaveola

- Canção – Cyanocerex cyanopogen L.

- Cangambá (maritataca) – Conepatus

chilensis

- Caninana – Spilotis pulatus

- Capivara – Hydrochoerus capiraba

- Cará (acará) – Geophagus brasiliensis

- Cara-Cará (Carcará) – Falco

crotophagos L. ou Milvago china china

- Carão – Aranus scolopaceus

- Carneiro – Ovis sp.

- Casaca-de-Couro – Anabetes rufrifen

- Cascavel – Crotatus terrificus

- Cavalo – Cynides ou solípedes

- Cobra Cipó – Philodrias

- Cobra D’água – Rhacinaea morremi

- Cobra-de-duas-Cabeças –

Lepdosteraen nicrocephalum Wied.

- Cobra Verde – Dryophis suctrisans

Dend.

- Cordoniz – Tinamus sp. Ou Cotumix

cotumis

- Coral (não venenosa) – Erythrolamprus

aesculapii L.

- Coral (verdadeira) – Elaps caralinus

- Coruja (mocho) – Otus asio

- Coruja-de-Igreja (Rasga-Mortalha) –

Strix f- laminem

- Corvina (Cruvina) – Mmicropogon sp.

- Curimatá (Crumatá) (Bambá) –

Prochilodus brevis sp.

- Escorpião – Isometrus maculatus

- Gafanhoto – Ortópteros sp.

- Pardal – Passer domesticus

- Paturi – Anãs moschata ou Nomonix

dominicus - Pavão – Pavo oristatus

- Perereca – Hyla sp.

- Peru – Meleagris gallopavo

- Perequito – Psittacus sp.

- Piaba – Leporinus sp.

- Piau – Leporinus copelandi

- Pica-Pau – Picumus guttifer

- Pintassilgo – Sprinus ictericus ou Sp.

magelanicus

- Pira – Cynodon hydrocyon

- Piranha – Serra almus sp. ou Spygocentrus

sp.

- Pombo – Columba rufina

- Porco – sus sp.

- Potó – Paederus sp.

- Preá – Cavea aplexea

- Quero-Quero (Espanta-Boiada) –

Belonopterus cayenensis

- Rã – Rana palmipes

- Raposa – Lycalopex vestutus

- Rato – Rattus norbegicus ou R. rattus

- Rato-do-Mato – Sugmodonineos

- Rato-Guabiru – Mus sp.

- Rola-Fogo-Apagou – Scardafella

aquammata

- Rola-Pedrês – Columbigallina telpacoti

- Sabiá – Turdus

- Sabiá-Laranjeira – Turdus rufiventris

- Saguim (Sagüi) – Platininens ou Hapade

jacchus

- Sanhaço – Tharanpis sayaca

- Sapo (Cururu) – Bufo marinus

- Saúva – Atta sp.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

108 | P á g i n a

- Gaivota – Lanus maculipennis ou L.

ridibundis

- Galinha – Gallus gallus

- Galinha D’água – Cerhia cyranea L.

- Gambá (Cangambá) – Didelphis

marsupialis

- Garça Branca – lencophox tula tula

- Garça Parda – Trigona sp.

- Gato – Felix catus

- Gato Mourisco (Gato-do-Mato) – Felix

jaguarandi

- Gavião – Falconídeo sp.

- Gavião Caboclo – Heterospizias

meridionalis

- Grilo Doméstico – Gryllus domesticus

- Grilo-do-Campo – Gryllus campestris

- Guaxinim (Guará) – Conis mexicanus

Cuv.

- Inhambu (Nambu) – Tinambus

brasiliensis ou Cryturellus

- Inxu verdadeiro – Penélope sp.

- Jaçanã – Barra jaçanã

- Jaguatirica-felix pardalis Jandaia –

Aratinga áurea ou Conirus Jandya

- Jararaca – Bethrops

- Jararaca ou B. atrox

- Jararacuçu (Jaracuçu) – Bothrops sp

- Sariema – Microdactiliscristatus ou

Carlema cristata

- Socé – Ardea egratta L. ou A. scapularis

- Socó – Butorides virescens

- Socó-Boi – Ardea virescens L.- Surubim –

Pseudoplartystona fasciatum ou Os.

Coruscans

- Tamanduá – Tamanduá tetradacly ou

Myrinecophaga tetradactyla

- Tatu – Cuphractus sexcintus

- Teju (Teiú) – Tupinambis teguixim

- Tico-Tico – Zonotrichia capensis

- Traíra – Hoplis malabaricus

- Urubu – Vultur aura ou Coragypsatratus

foetus

- Urutau (Mãe-da-Lua)...

- Vagalume – Lampris mosticula

- Veado – Mazama americana

- Xofreu (Xofreu ou Corrupião) – Oriclos

jamacali L.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

109 | P á g i n a

ANEXO V - Projetos territoriais da Bacia Leiteira por dimensão do desenvolvimento

INFRA- ESTRUTURA

1 - Construção/equipar casas de mel de acordo com a demanda de produção;

2 - Construção de viveiro de mudas municipais para aumento da capacidade produtiva de

caju e reflorestamento de plantas nativas/umbuzeiro.

3 - Construção de pocilgas comunitárias para produtores familiares; (parceiros: Banco do

Nordeste, MDA, Eco-Engenho);

4 - Construção do galpão de comercialização da produção da agricultura familiar, mediante

organização e demanda da produção familiar.

5 -Estruturação das Secretarias Municipais de Agricultura através da implantação de redes

de informatização de comunicação voltados a organização da comercialização da

Produção da Agricultura Familiar.

6 - Construções de barragens subterrâneas

7 - Construção de cisternas de placas/calçadão

8 - Construção de caixas elevatórias com descida da água por gravidade;

9- Revitalização dos mananciais existentes

10 - Despoluição (lixão, dejetos suínos) de lagoas, barragens, riachos e rios.

11 - Recuperação dos poços artesianos dos municípios do Território para aproveitamento

animal e produção de alimentos.

12 - Melhorias de Estrada vicinais

13 - Construções de Rodovia de acesso ao município de Belo Monte

14 - Ampliações de Unidades Básicas de Saúde

15 - Ampliações de Escolas Públicas Municipais

16 - Irrigação

17 - Construções de quadra poliesportiva rural

18 - Recuperação da Unidades Hospitalar Municipal;

19 – Modernizar as Unidades de Saúde de referencia de cada município.

20 – Ampliar o número de ambulância e veículos para remoção de pacientes do SUS nos

municípios.

21 - canalizações de esgotos/estação de tratamento

22 - implantações de coleta seletiva de lixo

23 - implantação/reativação de unidades de compostagem de lixo;

24 - construção de matadouros adequados a legislação SANITÁRIA;

25 - ampliações da rede de abastecimento de água/melhoria dos serviços prestados no

fornecimento de água canalizada (Major Isidoro, Cacimbinhas, Belo Monte).

26 - Adequar o sistema de ensino da rede pública de educação e capacitar professores em

Educação do Campo/Contextualizada

27 - Implantações de Casa Familiar Rural (finalidade de capacitação/formação técnica

permanente)

28 – Melhorias da Infra-estrutura física das escolas municipais;

29 - Criar a Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER territorial;

30 - Implantação de escola agrotécnica territorial;

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

110 | P á g i n a

PRODUTIVA

31 - Beneficiamento do leite: Pro Paz Leite II (fábrica-escola/unidades comunitária de

resfriamento do leite)

32 - Adequações dos laticínios/queijaria de produtores (as) familiares a legislação vigente

(SIF/SIE)

33 - Potencialização da produção e Beneficiamento do pescado:

34 - Implantar Programa de Capacitação de forma ampla abrangendo: Produção,

Organização e Comercialização contínuo de Piscicultura para os produtores familiares

afins:

35 - Identificar a demanda de Piscicultores (utilizar como fonte de informação colônia de

pescadores, Secretarias Municipal de Agricultura e/ou Recursos Hídricos

36 - Capacitação de produtores familiares com potencial para a atividade apícola;

37 - Reestruturação das organizações de apicultores e estimular novas formas de

organização para produção apícola;

38 - Padronizações da produção e controle de qualidade de acordo com a legislação

vigente (SIF/SIE).

39 - Potencialização da Produção de Caju com Repovoamento de Cajueiro

40 - Fazer Levantamento da produção de caju do Território: Fazer estudo de viabilidade de

solos propícia à produção do caju nos Municípios do Território.

41 – Beneficiamentos do Caju

42 - Programa Territorial de melhoramento Genético do plantel ovino e caprino de

produtores familiares;

43- Articular as instituições que trabalham com projetos de ovinocaprinocultura para

potencialização da produção no Território (Pode ser feito através da rede de comunicação

do Território)

44 - Firmar parcerias como o Instituto Falo mal e ESSER e outras instituições para

implantação de capacitação (produção, organização associativa e comercialização) em

ovinocaprinocultura no Território,

45 – Beneficiamentos do couro (ovino, caprino, tilápia)

46 – Capacitação em Sanidade, alimentação e manejo na Suinocultura para melhoramento

da produção.

47 – Implantar Programa de melhoramento genético do plantel suíno e potencialização da

Produção

48 - Implantação e revitalização de cooperativas de produção

49 - Estudos de viabilidade do tipo de artesanato para o mercado

50 - Qualificações do artesanato (bordado, couro, barro) para a comercialização,

51 – Padronização e Certificação do artesanato

52 – Produção de novos produtos para mercado com designer

53 - Inserir no artesanato o selo de qualidade

54 - Resgate do artesanato do Território: Bordados tradicionais (ponto cheio, espinha de

peixe, rechilier e outros), Panelas de Barro e Couro

55 - Capacitação de Agentes de Desenvolvimento Rural do Território vinculados aos

projetos territoriais;

56 - Cursos de capacitação contínuos e permanente relacionados a todas as dimensões do

desenvolvimento rural sustentável;

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

111 | P á g i n a

SOCIAL

57 - Fortalecimento das organizações associativas e sociedade civil do Território

58 - Capacitação sobre associativismo para os agricultores (as) familiares 54 -realizados

nas comunidades rurais e assentamentos;

59 - Fortalecimento das cooperativas;

60 - Formação de atores/sujeitos de desenvolvimento para fortalecimento das organizações

existentes e fomento para formação de novas organizações sociais;

61 Capacitação sobre Gestão Sindical, voltado para os agricultores familiares (as), e líderes

sindicais;

62- Seminários da agricultura familiar

63 - Realização de Capacitação em Gestão e Controle Social com os CMDR para

reestruturação e fortalecimento da gestão social no Território,

64 – Criar a rede de assistência técnica - ATER Territorial

65 - Realização de seminários de sensibilização sobre o tema direcionado ao poder

público, profissional da área, alunos e agricultores familiares.

66 - Integrar e disseminar as ações de educação do campo desenvolvidas por alguns

municípios para o Território;

67 - Construção do fórum territorial permanente de educação do campo.

68 - Formações de Agentes multiplicadores de Educação Contextualizada nos municípios

do Território,

69 – Implantação de 2º Grau nos municípios nas Escolas Públicas Municipais nos

municípios que ainda não tem.

70 - Sensibilização dos gestores municipais sobre a importância da educação do campo

formal;

71 – Implantações da Educação do Campo/Contextualizada como Política Pública

Municipal,

72 - Adequar o sistema de ensino da rede pública de educação e capacitar professores em

Educação do Campo/Contextualizada

73 - Diagnóstico dos assentamentos para viabilização de propostas de melhoria e fomento

de sua sustentabilidade;

74 - Capacitação do manejo da área de reserva de recursos naturais dos assentamentos.

Implantação da multimistura como complemento na alimentação

75 – implantações da medicina alternativa e Farmácia Viva na zona urbana e rural

76 - Capacitações dos profissionais de saúde de forma contínua - Apoio a formação

contextualizada dos profissionais de saúde em diferentes níveis,

77- Formar uma rede de artesanato no Território

78- Promover capacitações em organização associativa e cooperativismo para os artesãos

do Território.

79 - Promoção de festividades culturais, resgatando a cultura local, considerando a idade,

gênero e etnia rural.

80 - Realizações de olimpíadas da juventude rural

81 - Organização de campeonatos esportivos de jovens rurais

82 - Apoio aos núcleos de promoção da saúde, núcleos da saúde da família;

83 - Mapeamento das práticas populares em saúde;

84 - Fortalecimento dos conselhos de saúde.

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Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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MEIO AMBIENTE

85 - Produções de mudas de plantas nativas e frutíferas em viveiros para reflorestamento

86 – Implantar programa territorial de repovoamento de mudas de plantas nativas de áreas

degradadas do semi-árido da Bacia Leiteira

87 - Capacitação de Agentes de Desenvolvimento Rural do Território vinculados aos

projetos territoriais.

88 - Capacitação em agroecologia para agricultores familiares e técnicos;

89 - Formação de jovens (considerar o gênero mulher) em conservação ambiental para

serem multiplicadores;

90 – Programa de Formação de Manejo Caatinga e alternativas de alimentação animal

adequadas ao semi-árido.

91 – Construção de Fórum Permanente de debate da agricultura familiar sobre degradação

ambiental;

92 - Apropriação e difusão de tecnologias alternativas adequadas ao semi-árido para os

agricultores familiares.

Page 113: Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável …sit.mda.gov.br/download/ptdrs/ptdrs_qua_territorio036.pdfInstituto de Terra de Alagoas, Banco do Nordeste e CMDRS Assessora

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira

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ANEXO VI – Propostas de Programação das Oficinas de revisão do PTDRS

Proposta de programação da II Oficina de revisão do PTDRS

dia 28 de abril de 2010

8h Café da manhã - Boas Vindas

9h Abertura – Resgate do Processo - a linha do tempo do processo territorial

10h Apresentação da memória da reunião de novembro - retomada da caminhada

11h trabalho em grupo - Eixos aglutinadores, programas e projetos.

Socialização dos dados obtidos nos grupos na plenária -

12h almoço

13h30 exposição dialogada sobre as dimensões do PTDRS -

14h trabalho em grupo – construção das possíveis ações para a atualização do PTDRS -

15h socialização na plenária -

16h encaminhamentos e avaliação

16h30 encerramento

Proposta de programação da III oficina de revisão do PTDRS

06 de maio de 2010

Local: Secretaria de educação do município de Major Isidoro – Alagoas

9h Abertura – Informes – apresentação dos participantes

9h30 Situação dos projetos territoriais

10h Apresentação das Câmaras temáticas – Análise interna e externa + os programas e

projetos.

11hSocialização dos dados obtidos nos grupos

12h Almoço

14h Construção das possíveis ações para a atualização do PTDRS -

15h Socialização na plenária

16h Encaminhamentos e avaliação