politicas educacionais

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o neoliberalismo na educação educação de jovens e adultos programas e ações do governo federal EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Angela Mara de Barros Lara Mara Cecília Rafael POLÍTICAS educacionais SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO UNIDADE I SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO UNIDADE II POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO SUPERIOR UNIDADE III

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Politicas educacionais

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  • o neoliberalismo

    na educao

    educao de

    jovens e adultos

    programas e aes

    do governo federal

    EDUCAO A DISTNCIA

    Angela Mara de Barros Lara

    Mara Ceclia Rafael

    POLTICASeducacionais

    SOCIEDADE,

    ESTADO E EDUCAO

    UNIDADE I

    SISTEMA EDUCACIONAL

    BRASILEIRO

    UNIDADE II

    POLTICAS PBLICAS

    PARA O ENSINO SUPERIOR

    UNIDADE III

  • Viver e trabalhar em uma sociedade global um grande desafio para todos os cidados. A busca por tecnologia, informao, conhecimento de qualida-de, novas habilidades para liderana e soluo de problemas com eficincia tornou-se uma questo de sobrevivncia no mundo do trabalho.

    Cada um de ns tem uma grande responsa-bilidade: as escolhas que fizermos por ns e pelos nossos faro grande diferena no futuro.

    Com essa viso, o Centro Universitrio Cesumar assume o compromisso de democra-tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.

    No cumprimento de sua misso promo-ver a educao de qualidade nas diferentes reas do conhecimento, formando profissionais cida-dos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidria , o Centro Universitrio Cesumar busca a integrao do ensino-pesquisa-extenso com as demandas

    Reitor Wilson de Matos Silva

    palavra do reitor

    DIREO UNICESUMAR

    Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pr-Reitor de Administrao Wilson de Matos Silva Filho, Pr-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cludio Ferdinandi.

    NEAD - NCLEO DE EDUCAO A DISTNCIA

    Direo de Operaes Chrystiano Mincoff, Coordenao de Sistemas Fabrcio Ricardo Lazilha, Coordenao de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenao de Ps-Graduao, Extenso e Produo de Materiais Renato Dutra, Coordenao de Graduao Ktia Coelho, Coordenao Administrativa/Servios Compartilhados vandro Bolsoni, Gerncia de Inteligncia de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerncia de Marketing Harrisson Brait, Superviso do Ncleo de Produo de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Superviso de Materiais Ndila de Almeida Toledo, Diagramao Jos Jhonny Coelho, Reviso Textual Jaquelina Kutsunugi, Fotos Shutterstock.

    NEAD - Ncleo de Educao a DistnciaAv. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimao - Cep 87050-900 Maring - Paran | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

    institucionais e sociais; a realizao de uma prtica acadmica que contribua para o desen-volvimento da conscincia social e poltica e, por fim, a democratizao do conhecimento aca-dmico com a articulao e a integrao com a sociedade.

    Diante disso, o Centro Universitrio Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituio univer-sitria de referncia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisio de com-petncias institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidao da extenso univer-sitria; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distncia; bem-estar e satisfao da comunidade interna; qualidade da gesto acadmica e adminis-trativa; compromisso social de incluso; processos de cooperao e parceria com o mundo do trabalho, como tambm pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu-cao continuada.

    CENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao a Distncia:

    C397

    Polticas Educacionais / Angela Mara de Barros Lara / Mara Ceclia Rafael.

    Maring - PR, 2014. 101 p.

    Ps-graduao - EaD.

    1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior . 3. EaD. I. Ttulo.

    CDD - 22 ed. 378CIP - NBR 12899 - AACR/2

  • Prezado(a) Acadmico(a), bem-vindo(a) Comunidade do Conhecimento.

    Essa a caracterstica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porm, importante destacar aqui que no estamos falando mais daquele conhecimento esttico, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinmico, renovvel em minutos, atemporal, global, de-mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.

    De fato, as tecnologias de informao e comunicao tm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informaes, da edu-cao por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.

    As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-o e a produo do conhecimento, que no reconhece mais fuso horrio e atravessa oceanos em segundos.

    A apropriao dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregao de valor, de superao das desigualdades, propagao de trabalho qualificado e de bem-estar.

    Logo, como agente social, convido voc a saber cada vez mais, a co-nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que est disponvel.

    Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-ramentas, equipamentos e aplicaes esto mudando a nossa cultura e transformando a todos ns.

    Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educao a Distncia (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informaes e interatividade. um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrir as portas para melhores oportunidades. Como j disse Scrates, a vida sem desafios no vale a pena ser vivida. isso que a EAD da Unicesumar se prope a fazer.

    Pr-Reitor de EaDWillian Victor Kendrick de Matos Silva

    boas-vindas

  • sobre ps-graduao

    a importncia da ps-graduao

    O Brasil est passando por grandes transformaes, em especial nas ltimas dcadas, motivadas pela estabilizao e crescimento da economia, tendo como consequncia o aumento da sua impor-tncia e popularidade no cenrio global. Esta importncia tem se refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do pas, fato que s no maior devido a uma grande carncia de mo de obra especializada.

    Nesse sentindo, as exigncias do mercado de trabalho so cada vez maiores. A graduao, que no passado era um diferenciador da mo de obra, no mais suficiente para garantir sua emprega-bilidade. preciso o constante aperfeioamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer profissionalmente.

    A ps-graduao Lato Sensu a distncia da Unicesumar conta hoje com 16 cursos de especializao e MBA nas reas de Gesto, Educao e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pen-sando em voc, aliando contedo terico e aplicao prtica, trazendo informaes atualizadas e alinhadas com as necessida-des deste novo Brasil.

    Escolhendo um curso de ps-graduao Lato Sensu na Unicesumar, voc ter a oportunidade de conhecer um conjun-to de disciplinas e contedos mais especficos da rea escolhida, fortalecendo seu arcabouo terico, oportunizando sua aplicao no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformao pessoal e profissional.

    Professor Dr. Renato DutraCoordenador de Ps-Graduao , Extenso e Produo de Materiais

    NEAD - UNICESUMAR

  • Promover a educao de qualidade nas diferentes reas do conhecimento, formando profissionais cidados que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidria

    Misso

  • apresentao do material

    O livro Polticas Educacionais tem como propos-ta buscar o dilogo entre voc e a base legal que sustenta o Sistema Educacional Brasileiro. Por que to importante estabelecer este colquio? Bom, aquele que procura uma formao fundamentada, aprofundada e com propriedade s a encontra no processo do conhecimento como mergulho. Esta parece no ser a palavra, mas em tempos do abuso do imerso achamos que esta mesmo adequada.

    Como mergulho queremos que voc caia de cabea nas descobertas sobre a Poltica Educacional e nas polticas educacionais, na sua especificida-de. O que queremos dizer com isso que, no que tange diferena entre poltica e polticas de edu-cao, suscita que valioso retomar o que dizem os tericos sobre o tema:

    A Poltica Educacional (assim, em maisculas) uma, a Cincia Poltica em sua aplicao ao caso concreto da educao, porm as polticas educacionais (agora no plural e em minscu-las) so mltiplas, diversas e alternativas. A Poltica Educacional , portanto, a reflexo terica sobre as polticas educacionais [] se h de considerar

    Professora Mestre Mara Ceclia Rafael

    Professora Doutora Angela Mara de Barros Lara

    a Poltica Educacional como uma aplicao da Cincia Poltica ao estudo do setor educacional e, por sua parte, as polticas educacionais como polticas pblicas que se dirigem a resolver ques-tes educacionais (PEDRO; PUIG, 1998) (VIEIRA, 2007, p.55-56).

    Ento, a partir destas definies, fica mais explcito para voc o que se constituir numa oportunida-de mpar para aprofundar seus conhecimentos. Vamos neste texto permitir a interlocuo entre a Poltica Educacional, quando evidenciamos a base legal e sua sustentao, e as polticas educacionais quando d-se a oportunidade de tratar das etapas e modalidades da educao bsica.

    Veja, possvel construir um aporte terico- -metodolgico para embasar seus estudos, o que no significa que este texto tenha a pretenso de esgotar o assunto. Longe disso, aqui voc encontra-r um suporte para as suas discusses, mas medida que os temas tratados possibilitam a curiosidade e a necessidade de saber mais, faz-se necessrio aprofundar seus estudos, o que levar a caminhos ainda no conhecidos.

  • sum

    rio 01

    12 Sociedade e Educao

    15 Neoliberalismo na Educao

    19 Os Organismos Internacionais

    27 As Propostas para a Educao Brasileira

    SOCIEDADE, ESTADOE EDUCAO

  • 02 03

    34 Educao Bsica

    64 Consideraes Finais

    76 A Estrutura e o Funcionamento do Ensino Superior

    96 Consideraes Finais

    99 Concluso

    100 Referncias

    SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO

    POLTICAS PBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR

  • 1 SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAOProfessora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Ceclia Rafael

    Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tpicos que voc estu-dar nesta unidade: Sociedade e Educao O Neoliberalismo na Educao Os Organismos Internacionais e suas propostas

    para a Educao BrasileiraObjetivos de Aprendizagem Estudar as relaes estabelecidas entre a socie-

    dade, o Estado e a educao no Brasil. Analisar as influncias do neoliberalismo na edu-

    cao brasileira. Interpretar as interferncias das organizaes

    internacionais na educao brasileira.

  • Seja bem-vindo(a) disciplina de Polticas Educacionais. Nesta dis-ciplina, procuraremos discutir com voc a relao entre sociedade, Estado e educao, as influncias do neoliberalismo na educao brasileira e as interferncias das organizaes internacionais na educao brasileira. Estes contedos so base para a questo funda-mental que embasa a disciplina: entender as Polticas Educacionais no Brasil.

    Como ponto de partida para as reflexes propostas pela discipli-na, necessrio que voc procure compreender a importncia dos temas que sero tratados para que esta unidade sirva de fundamen-to para as outras que se seguiro. Cada subunidade proporcionar o aprofundamento de questes que compe o corpus da disciplina.

  • Polticas Educacionais12

    SOCIEDADEE EDUCAOSOCIEDADE, ESTADO E EDUCAO

  • Ps-Graduao | Unicesumar13

    Para entender a relao entre sociedade,

    Estado e educao, vamos tratar de alguns

    conceitos e definies:

    SOCIEDADE CAPITALISTA MONOPOLISTA

    [....] o capitalismo monopolista conduz

    ao pice a contradio elementar entre a

    socializao da produo e a apropriao

    privada: internacionalizada a produo,

    grupos de monoplios controlam-na

    por cima de povos e Estados. [...] O

    mais significativo, contudo, que a

    soluo monopolista a maximizao

    dos lucros pelo controle dos mercados

    imanentemente problemtica:

    pelos prprios mecanismos novos

    que deflagra, ao cabo de um certo

    nvel de desenvolvimento, vtima

    dos constrangimentos inerentes

    acumulao e valorizao

    capitalistas. Assim, para efetivar-se

    com chance de xito, ela demanda

    mecanismos de interveno extra

    econmicos. Da a refuncionalizao e

    o redimensionamento da instncia por

    excelncia do poder extra econmico,

    o Estado (NETTO, 2006, p. 24).

    ESTADO [...] conjunto de instituies permanentes2

    [...] que possibilitam a ao do governo

    (HLFLING, 2001, p. 31);

    2 rgos legislativos, tribunais, exrcito e outras que no formam um bloco monoltico necessariamente.

    GOVERNO [...] conjunto de programas e projetos que

    partem da sociedade3 [...] prope para a

    sociedade como um todo, configurando-se

    a orientao poltica de um determinado

    governo que assume e desempenha as

    funes de Estado por um determinado

    perodo (HLFLING, 2001, p. 31);

    POLTICAS PBLICAS [...] Estado em ao [...]; o Estado

    implantando um projeto de governo,

    atravs de programas, de aes voltadas

    para setores especficos da sociedade. [...]

    compreendidas as de responsabilidade

    do Estado quanto implementao

    e manuteno a partir de um processo

    de tomada de decises que envolvem

    rgos pblicos e diferentes organismos

    e agentes da sociedade relacionados

    poltica implementada. Neste sentido,

    polticas pblicas no podem ser

    reduzidas a polticas estatais (HLFLING,

    2001, p. 31);

    POLTICAS SOCIAIS [...] aes que determinam o padro de

    proteo social implementado pelo Estado,

    voltadas, em princpio para a redistribuio

    dos benefcios sociais visando diminuio

    das desigualdades estruturais produzidas

    pelo desenvolvimento socioeconmico

    (HLFLING, 2001, p. 31).

    3 Polticos, tcnicos, organismos da sociedade civil e outros.

  • Polticas Educacionais14

    Estes conceitos so importantes para que

    voc entenda as relaes que se estabelecem

    entre eles e suas implicaes sobre o Ensino

    Superior. Cabe lembrar que existe uma relao

    entre o geral e o particular, ou seja, s seremos

    capazes de apreender o Ensino Superior se

    conseguirmos entender em que sociedade

    este nvel de ensino est inserido? Em que

    Estado a poltica e a legislao foram pensa-

    das? E para qual educao? Estas questes,

    ao serem respondidas, daro o aprofunda-

    mento necessrio para a continuidade dos

    estudos que aqui estamos propondo.

  • Ps-Graduao | Unicesumar15

    Para entender o neoliberalismo preciso, ini-

    cialmente, registrar quais so as ideias mestras

    do liberalismo clssico e contra quem elas

    se movem: as instituies reguladoras do

    feudalismo, das corporaes de ofcio e do

    Estado mercantilista. [...] Depois simetrica-

    mente, poderemos compreender melhor as

    ideias centrais do neoliberalismo. [...] os inimi-

    gos contra os quais o neoliberalismo se volta,

    as formas de regulao econmica do sculo

    XX: o Estado keynesiano, os sindicatos e as

    polticas de bem-estar social nos pases de-

    senvolvidos, o Estado desenvolvimentista e

    a chamada democracia populista nos pases

    subdesenvolvidos (MORAES, 2001, p.11).

    CONCEITO DE NEOLIBERALISMO[...] a ideologia do capitalismo na era

    de mxima financeirizao da riqueza,

    a era da riqueza mais lquida, a era do

    capital voltil e um ataque s formas

    de regulao econmica do sculo XX,

    como o socialismo, o keynesianismo, o

    estado de bem-estar, o terceiro-mundismo

    e o desenvolvimento latino-americano

    (MORAES, 2001, p.11).

    NEOLIBERALISMONA EDUCAO

  • Polticas Educacionais16

    QUARENTENA DOS NEOLIBERAISrompe-se em meados anos 70: conquista

    dos governos mais importantes Margareth

    Thatcher (1979) Inglaterra; Reagan (1980)

    EUA; Helmut Khol (1982) Alemanha;

    Pinochet (1973) Chile; General Videla (1976)

    Argentina. Nos anos 80, BM e FMI (1985)

    Bolvia; Salinas de Gortari (1988) Mxico;

    Menen (1989) Argentina; Carlos Andrs

    Perez (1989) Venezuela; Fujimori (1990) Peru

    e de Collor a Cardoso (1989) Brasil (MORAES,

    2001, p. 16).

    Outros pases da Amrica Latina ficaram

    cada vez mais pobres, mais excludentes,

    mais desiguais, incrementando a discrimi-

    nao social, reproduzindo privilgios das

    minorias, aumentando o individualismo

    e a competio selvagem, quebrando os

    laos de solidariedade coletiva (MEURER,

    1996, p.10).

    CHILE (1973)Pinochet: Primeiro campo que os neo-

    liberais encontraram para desenvolver

    seus ideais que mais tarde foram aplica-

    dos na Europa.

    BRASIL (1964)Ditadura militar: Ela no era considera-

    da como regime usado pelos liberais,

    ditadura foi isolada com seus efeitos

    malficos.

    3 REVOLUO INDUSTRIALOs organismos multilaterais (FMI, BM) e os

    macromercados como Mercosul surgiram

    como aqueles que diminuiriam a ao do

    Estado, podendo influir no processo de-

    cisrio dos pases latino-americanos.

    BRASIL (1990)O aumento da vulnerabilidade externa e

    o desmantelamento dos setores produ-

    tivos (MEURER, 1996, p.10).

    as repercusses neoliberais na sociedade

  • Ps-Graduao | Unicesumar17

    BRESSER PEREIRAde forma incompleta;

    FERNANDO COLLOR DE MELLO escolhido para implementar o projeto;

    ITAMAR FRANCOmistura neoliberalismo com tradicionalismo - no sendo classificado como neoliberal;

    FERNANDO H. CARDOSOencontrou credibilidade para desenvolver o projeto proposto pelo capital transnacional(MEURER, 1996, p.11)

    Questes a serem desenvolvidas livre-mercado e propriedade energia pessoal,

    empenho, persistncia [...]. Os indivduos so

    libertados economicamente, mas permane-

    cem controlados social e culturalmente.

    Mudana cultural antecede a econmica a

    questo da privatizao no Brasil surge para

    que o povo mude de concepo e entenda

    que o privado mais eficiente que o pblico.

    crise tica do setor pblicoMudana nas formas de pensar a educao,

    sade, etc. um projeto hegemnico onde

    se instaura um novo pensamento moral e

    tico, criando-se um novo senso comum e

    uma nova forma de interpretar a sociedade.

    O eixo do sucesso do neoliberalismo

    est na questo cultural. Tambm na escola,

    pois esta permeada pelo mercantilismo,

    pelo comrcio da democracia (MEURER,

    1996, p.12-13).

    o neoliberalismo e a educaoEducao entendida como propriedade

    individual, onde os que tm acesso a ela

    podem excluir os que no tm. Direito de

    compra e venda para usufruir sobre sua renda

    e o seu lucro.

    Para neoliberais, os sistemas educativos

    enfrentam uma crise de eficincia e qualidade.

    neoliberalismo chega ao brasil

  • Polticas Educacionais18

    Para Nozich (apud MEURER, 1996, p.13), o

    Estado mnimo o nico possvel. Neste con-

    texto acreditam que a crise se d porque os

    sistemas institucionais, tais como a sade,

    a educao, polticas de emprego, etc. no

    atuam dentro da lgica do mercado.

    Os neoliberais acreditam que qualquer

    iniciativa do Estado ir gerar mais pobreza e

    defi nem uma nova forma de fazer e pensar

    a educao, e neste sentido todos reconhe-

    cem que ela est em crise e esperam receitas

    para sair da situao.

    Existe uma crise de efi cincia e efi c-

    cia na escola, neste sentido os indivduos

    deixam de ser cidados passando a condi-

    o de consumidores.

    Proposta da educao neoliberal pressu-

    pe a reforma institucional da prpria escola,

    considerando-a como uma lanchonete

    (Macdonaldizao). Busca dessa forma ter-

    ceirizar o ensino, que estar desvinculado de

    uma proposta de escola, havendo assim uma

    desprocupao com a construo de uma

    escola pblica que forme o verdadeiro cidado

    (GENTILI, 1995 apud MEURER, 1996, p.15).

    A educao no pode superar a misria

    e a excluso social, mas tem como funo

    fundamental transformar e fazer com que a

    pobreza seja algo que se torne eticamente

    suportvel. Essa deve ser uma das ferramen-

    tas para a emancipao dos sujeitos (MEURER,

    1996, p.13-17).

    Os neoliberais acreditam quequalquer iniciativa do Estado ir gerar mais pobreza...

  • Ps-Graduao | Unicesumar19

    OS ORGANISMOS INTERNACIONAISE SUAS PROPOSTAS PARA A EDUCAO BRASILEIRA

    Vamos conhecer algumas das instituies vin-culadas Organizao das Naes Unidas (ONU). Estas fazem parte de duas frentes de atuao: aquelas consideradas agncias multi-laterais de financiamento, o Fundo Monetrio Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Comisso Econmica Regional para a Amrica Latina e Caribe (CEPAL), e aquelas consideradas de carter humanitrio, a UNICEF e a Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO).

  • Polticas Educacionais20

    QU

    AD

    RO 1

  • Ps-Graduao | Unicesumar21

    O Fundo Monetrio Internacional (FMI) foi

    criado em 1945 e tem como objetivo bsico

    zelar pela estabilidade do sistema mone-

    trio internacional, notadamente atravs

    da promoo da cooperao e da consulta

    em assuntos monetrios entre os seus 184

    pases membros. Com exceo de Coreia

    do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra,

    Mnaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros

    da ONU fazem parte do FMI. Juntamente

    com o BIRD, o FMI emergiu das Conferncias

    de Bretton Woods como um dos pilares

    da ordem econmica internacional do

    ps-guerra. O FMI objetiva evitar que de-

    sequilbrios nos balanos de pagamentos e

    nos sistemas cambiais dos pases membros

    possam prejudicar a expanso do comr-

    cio e dos fluxos de capitais internacionais.

    O Fundo favorece a progressiva eliminao

    das restries cambiais nos pases membros

    e concede recursos temporariamente para

    evitar ou remediar desequilbrios no balano

    de pagamentos. Alm disso, o FMI planeja e

    monitora programas de ajustes estruturais

    FMI fundo monetrio internacional

    e oferece assistncia tcnica e treinamen-

    to para os pases membros.

    Objetivos

    Promover a cooperao monetria

    internacional, fornecendo um

    mecanismo de consulta e colaborao

    dos problemas financeiros;

    Favorecer a expanso equilibrada

    do comrcio, proporcionando nveis

    elevados de emprego, trazendo

    desenvolvimento dos recursos

    produtivos;

    Oferecer ajuda financeira aos pases

    membros em dificuldades econmicas,

    emprestando recursos com prazos

    limitados;

    Contribuir para a instituio de um

    sistema multilateral de pagamentos e

    promover a estabilidade dos cmbios.

    FMI. Disponvel em: . Acesso em: 05 de maro de 2014.

  • Polticas Educacionais22

    O Banco Mundial uma das principais fontes

    de assistncia para o desenvolvimento no

    mundo. Sua meta principal ajudar as

    pessoas e pases mais pobres. Concebido

    em 1944, em Bretton Woods, Estado de Novo

    Hampshire (EUA), o Banco Mundial inicial-

    mente ajudou a reconstruir a Europa aps a

    Segunda Guerra Mundial. O trabalho de re-

    construo permanece como um enfoque

    importante do Banco Mundial devido aos

    desastres naturais, emergncias humanitrias

    e necessidades de reabilitao ps-conflitos,

    mas atualmente a principal meta do trabalho

    do Banco Mundial a reduo da pobreza

    no mundo em desenvolvimento.

    O Grupo do Banco Mundial constitudo

    por cinco instituies estreitamente relacio-

    nadas e sob uma nica presidncia:

    BM banco mundial

  • Ps-Graduao | Unicesumar23

    mdias com bons antecedentes de crdito. O

    poder de voto de cada pas-membro est vin-

    culado s suas subscries de capital, que por

    sua vez esto baseadas no poder econmico

    relativo de cada pas. O BIRD levanta grande

    parte dos seus fundos atravs da venda de

    ttulos nos mercados internacionais de capital.

    centro internacional para arbitragem de disputas sobre investimentos (CIADI)

    O CIADI proporciona instalaes para a reso-

    luo mediante conciliao ou arbitragem

    de disputas referentes a investimentos

    entre investidores estrangeiros e os seus

    pases anfitries.

    corporao financeira internacional (IFC)

    A IFC promove o crescimento no mundo

    em desenvolvimento mediante o financia-

    mento de investimentos do setor privado e

    a prestao de assistncia tcnica e de as-

    sessoramento aos governos e empresas. Em

    parceria com investidores privados, a IFC

    proporciona tanto emprstimos quanto par-

    ticipao acionria em negcios nos pases

    em desenvolvimento

    associao internacional de desenvolvimento (AID)

    Desempenha um papel importante na misso

    do Banco que a reduo da pobreza. A as-

    sistncia da AID concentra-se nos pases mais

    pobres, aos quais proporciona emprstimos

    sem juros e outros servios. A AID depende

    das contribuies dos seus pases membros

    mais ricos - inclusive alguns pases em de-

    senvolvimento - para levantar a maior parte

    dos seus recursos financeiros

    agncia multilateral de garantia de investimentos (AMGI)A AMGI ajuda a estimular investimentos es-

    trangeiros nos pases em desenvolvimento

    por meio de garantias a investidores estran-

    geiros contra prejuzos causados por riscos

    no comerciais. A AMGI tambm proporcio-

    na assistncia tcnica para ajudar os pases a

    divulgarem informaes sobre oportunida-

    des de investimento.

    banco internacional para a reconstruo e o desenvolvimento (BIRD)O BIRD proporciona emprstimos e assistncia

    para o desenvolvimento de pases de rendas

  • Polticas Educacionais24

    A Comisso Econmica para a Amrica Latina

    e o Caribe (CEPAL) foi criada em 25 de feverei-

    ro de 1948, pelo Conselho Econmico e Social

    das Naes Unidas (ECOSOC), e tem sua sede

    em Santiago, Chile. uma das cinco comis-

    ses econmicas regionais das Naes Unidas

    (ONU). Foi criada para coordenar as polticas

    direcionadas promoo do desenvolvimen-

    to econmico da regio latino-americana,

    coordenar as aes encaminhadas para sua

    promoo e reforar as relaes econmicas

    dos pases da rea, tanto entre si como com

    as demais naes do mundo. Posteriormente,

    seu trabalho ampliou-se para os pases do

    Caribe e se incorporou o objetivo de promo-

    ver o desenvolvimento social e sustentvel.

    Todos os pases da Amrica Latina e do

    Caribe so membros da CEPAL, junto com

    algumas naes desenvolvidas, tanto da

    Amrica do Norte como da Europa, que

    mantm fortes vnculos histricos, econ-

    micos e culturais com a regio. No total, os

    Estados-membros da Comisso so 43 e

    8 membros associados, condio jurdica

    acordada para alguns territrios no inde-

    pendentes do Caribe.

    Principal organismo multi lateral internacional de finan-ciamento do desenvolvimen-to social e econmico, forma-do por 184 pases-membros, entre os quais o Brasil. Dedicado reduo da po-breza em todo o mundo.Formado por cinco organi-zaes: o Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvi-mento (BIRD), a Associao Internacional de Desenvolvi-mento (AID), a Corporao Fi-nanceira Internacional (IFC), a Agncia Multilateral de Garan-tia de Investimentos (AMGI)

    e o Centro Internacional para Acerto de Disputas de Inves-timento (CIADI).Alm de financiar projetos, o Banco Mundial tambm oferece sua grande experin-cia internacional em diversas reas de desenvolvimento.Um dos pilares do desenvolvi-mento social e econmico mundial desde a Segunda Guerra.A nica agncia supranacio-nal de financiamentos com presena e impacto globais. Angaria fundos nos merca-dos financeiros internaciona-

    is para combater a pobreza atravs do financiamento de projetos nos pases em desenvolvimento.Ajuda a atrair investimentos privados atravs de coinves-timentos, garantias e seguros de risco poltico. Oferece aconselhamento econmico e tcnico aos pases membros.

    Disponvel em: . Acesso em: 05 do mar. de 2014.

    CEPAL comisso econmica para a amrica latina e o caribe

  • Ps-Graduao | Unicesumar25

    Nos anos recentes, a CEPAL tem-se dedi-

    cado particularmente ao estudo dos desafios

    que prope a necessidade de retomar o

    caminho do crescimento sustentado, assim

    como a consolidao de sociedades plurais e

    democrticas. No marco da proposta geral, co-

    nhecida como transformao produtiva com

    equidade, foram consideradas questes tais

    como o papel da poltica social; o tratamen-

    to dos aspectos ambientais e demogrficos

    e a estratgia educativa; a necessidade do

    progresso tcnico para inserir-se de maneira

    competitiva no mbito global, consolidar a

    estabilidade das economias da regio e dina-

    mizar seu processo de expanso.

    Disponvel em: .

    Acesso em: 05 mar. 2014.

    UNICEF fundo das naes unidas para a infncia

    O Fundo das Naes Unidas para a Infncia

    (UNICEF) um rgo internacional, com

    sede em Nova York, que foi criado no dia 11

    de dezembro de 1946, por deciso unnime,

    durante a primeira sesso da Assembleia Geral

    das Naes Unidas. Os primeiros programas do

    UNICEF forneceram assistncia emergencial a

    milhes de crianas no perodo ps-guerra na

    Europa, no Oriente Mdio e na China.

    Consolidou-se em 1953 como parte perma-

    nente do sistema das Naes Unidas, com um

    papel ampliado: atender s necessidades de

    longo prazo das crianas que vivem na pobreza

    nos pases em desenvolvimento (UNICEF, 2007).

    Nessa perspectiva, o UNICEF tem como princ-

    pio bsico promover o bem-estar da criana e

    do adolescente, com base em sua necessidade,

    sem discriminao de raa, credo, nacionalida-

    de, condio social ou opinio poltica.

    Em 1979, a anlise da situao da infncia

    brasileira levou ao reconhecimento de que as

    polticas em favor da infncia e da juventude

    deviam integrar o planejamento econmico

    e social do pas, com nfase nos programas

    preventivos. Reconheceu-se, tambm, a ne-

    cessidade de haver um oramento substancial

    para a cobertura nacional dos servios bsicos,

    com ateno especial para o saneamento.

    Dessa forma, o UNICEF, no Brasil, aliou-se

    aos esforos que j vinham sendo desen-

    volvidos e, por intermdio de uma grande

    campanha de mobilizao nacional que vem

    se repetindo por vrios anos, o Governo,

    grupos religiosos, empresas privadas e p-

    blicas conseguiram reduzir drasticamente

    os ndices de mortalidade infantil.

    Disponvel em: . Acesso em: 18 fev. 2014.

  • Polticas Educacionais26

    A Organizao das Naes Unidas para a

    Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO) foi

    criada em 16 de novembro de 1945, logo aps

    a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo

    de garantir a paz por meio da cooperao

    intelectual entre as naes, acompanhando

    o desenvolvimento mundial e auxiliando os

    Estados-Membros hoje so 193 pases na

    busca de solues para os problemas que

    desaam nossas sociedades. a agncia das

    Naes Unidas que atua nas seguintes reas de

    mandato: Educao, Cincias Naturais, Cincias

    Humanas e Sociais, Cultura e Comunicao e

    Informao.

    A Representao da UNESCO no Brasil

    foi estabelecida em 1964 e seu Escritrio,

    em Braslia, iniciou as atividades em 1972,

    tendo como prioridades a defesa de uma

    educao de qualidade para todos e a pro-

    moo do desenvolvimento humano e social.

    Desenvolve projetos de cooperao tcnica

    em parceria com o governo Unio, estados

    e municpios , a sociedade civil e a inicia-

    tiva privada, alm de auxiliar na formulao

    de polticas pblicas que estejam em sinto-

    nia com as metas acordadas entre os Estados

    Membros da Organizao.

    No setor de Educao, a principal diretriz

    da UNESCO auxiliar os pases membros a

    atingir as metas de Educao para Todos, pro-

    movendo o acesso e a qualidade da educao

    em todos os nveis e modalidades, incluindo

    a educao de jovens e adultos. Para isso, a

    Organizao desenvolve aes direcionadas

    ao fortalecimento das capacidades nacionais,

    alm de prover acompanhamento tcnico

    e apoio implementao de polticas na-

    cionais de educao, tendo sempre como

    foco a relevncia da educao como valor

    estratgico para o desenvolvimento social

    e econmico dos pases.

    Disponvel em: . Acesso em: 05 mar. de 2014

    UNESCO a organizao das naes unidas para a educao, a cincia e a cultura

  • Ps-Graduao | Unicesumar27

    Jacques Delors foi o responsvel pela elabora-

    o do Relatrio para a UNESCO da Comisso

    Internacional sobre Educao para o sculo

    XXI Educao: um tesouro a descobrir, neste ele

    indicou os objetivos principais para a educao

    que estava por vir. Seguem os quatro pilares da

    proposta, bem como o significado da educao

    ao longo da vida, estes fundamentos necess-

    rios para se fazer a educao do novo sculo:

    aprender a conhecercombinando uma cultura geral, suficientemen-

    te vasta, com a possibilidade de trabalhar em

    profundi dade um pequeno nmero de matrias.

    O que tambm significa: aprender a aprender,

    para beneficiar-se das oportunidades oferecidas

    pela educao ao longo de toda a vida.

    aprender a fazera fim de adquirir, no somente uma qualifi-

    cao profissional mas, de uma maneira mais

    ampla, competncias que tornem a pessoa

    apta a enfrentar numerosas situaes e a tra-

    balhar em equipe. Mas tambm aprender a

    fazer, no mbito das diversas experincias

    sociais ou de trabalho que se oferecem aos

    jovens e adolescentes, quer espontaneamen-

    te, fruto do contexto local ou nacional, quer

    formalmente, graas ao desenvolvimento do

    ensino alternado com o trabalho.

    as propostas para a

    EDUCAO BRASILEIRA

    aprender a viver juntosdesenvolvendo a compreenso do outro e

    a percepo das interdependncias reali-

    zar projetos comuns e preparar-se para gerir

    conflitos no respeito plos valores do plu-

    ralismo, da compreenso mtua e da paz.

    aprender a serpara melhor desenvolver a sua personalidade

    e estar altura de agir com cada vez maior

    capacidade de autonomia, de discernimen-

    to e de responsabilidade pessoal. Para isso,

    no negligenciar na educao nenhuma das

    potencialidades de cada indivduo: memria,

    raciocnio, sentido esttico, capacidades

    fsicas, aptido para comunicar-se (DELORS,

    2006, p.101-102).

    o conceito de educao ao longo de toda a vida a chave que abre as portas do sculo

    XXI. Ultrapassa a distino tradicional entre

    educao inicial e educao permanente.

    Aproxima-se de outro conceito proposto

    com freqncia: o da sociedade educativa,

    onde tudo pode ser ocasio para aprender e

    desenvolver os prprios talentos. Em suma,

    a educao ao longo de toda a vida, deve

    aproveitar todas as oportunidades ofereci-

    das pela sociedade (DELORS, 2006).

  • Polticas Educacionais28

    consideraes finaisAo encerrar esta unidade, voc deve con-

    siderar as questes que foram tratadas, tais

    como: a relao entre sociedade, Estado e

    educao; o neoliberalismo na educao; e os

    organismos internacionais e suas propostas

    para a educao brasileira. Esta uma refle-

    xo essencial para aqueles que se propem a

    conhecer as polticas e a legislao do Ensino

    Superior no Brasil.

  • Ps-Graduao | Unicesumar29

    atividade de autoestudo

    ESTUDO DE TEXTOleia o texto a seguir e responda o que for

    solicitado

    UNESCO: OS QUATRO PILARES DA EDU-CAO PS-MODERNALenildes Ribeiro Silva

    O relatrio para a Unesco, da Comisso Internacional

    sobre Educao para o sculo XXI, Educao: um

    tesouro a descobrir, traz uma anlise considervel a

    respeito do desenvolvimento da sociedade atual,

    suas tenses marcadas pelo processo de globali-

    zao e modernizao, como a convivncia com

    a diferena, a necessidade da convivncia pacfica

    e, relacionada a todas essas questes, a educa-

    o. So explicitadas reflexes sobre os rumos

    da educao na sociedade do sculo XXI, pistas,

    recomendaes, objetivos e metas. Dentre essas

    reflexes, ressalta-se a discusso sobre os quatro

    pilares da educao (aprender a conhecer, apren-

    der a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos),

    o conceito de educao ao longo de toda a vida e

    as articulaes que se desenvolvem entre esses e

    as exigncias da sociedade capitalista, em globali-

    zao. So pilares que se relacionam ao raciocnio

    ps-moderno de Lyotard para quem o saber no

    se entende apenas, claro, um conjunto de enun-

    ciados donativos; a ele misturam-se as idias de

    saber-fazer, de saber-viver, de saber-escutar, etc

    (Lyotard, 1986, p. 36).

    A educao ao longo de toda a vida se refere

    mudana da noo de qualificao, pautada em

    uma formao nica para a noo de competn-

    cia, que se relaciona a uma formao dinmica,

    flexvel, condizente com a nfase atual no trabalho

    em equipe, na capacidade de iniciativa, na va-

    lorizao de talentos e aptides. Essa mudana

    advm da desmaterializao do trabalho que

    exige, alm da tcnica, a aptido para as relaes

    interpessoais (Delors, 2003, p. 95).

    Essa mudana no tempo destinado educao

    discutida por Schaff quando apresenta a edu-

    cao permanente como uma realidade possvel

    de ser alcanada e destaca, cobrando da Unesco,

    sua obrigatoriedade, assim como o a educao

    escolar. A preocupao com uma formao cons-

    tante do indivduo justificada pela necessidade

    de que ele acompanhe o acelerado ritmo em que

    as transformaes da sociedade ocorrem. [...]

    No Relatrio (Delors, 1993), entretanto, a

    concepo de educao permanente retoma-

    da da sua verso original, segundo as discusses

    mundializadas, e ampliada no sentido de ir alm

    das reciclagens profissionais, o que compreen-

    de a educao ao longo de toda a vida, trazendo

    oportunidade de conhecimento queles que j

    se encontravam fora da idade escolar tradicional.

    Embora no tratando especificamente do concei-

    to de educao permanente, ou, nos termos do

    Relatrio, educao ao longo de toda a vida, Lyotard

    compactua dessa idia ao ressaltar a necessidade

    do ensino romper o tempo de aprendizagem insti-

    tucional tradicional, atendendo a jovens e adultos

    durante toda a sua vida produtiva.[...]

    1. Por que necessrio conhecer o Relatrio pro-

    duzido pela Unesco? Qual a funo dele para a

    educao brasileira?

    2. O que significa a expresso educao ao longo

    da vida para o documento estudado?

  • Polticas Educacionais30

    FilmeCapitalismo: uma historia de amorMichael MooreDurao: 120 minAno: 2009Pas: Estados UnidosGnero: DocumentrioSinopse: O documentrio explora as razes da crise financeira global, no perodo de transio entre a sada de George Bush e a posse de Barack Obama no governo dos EUA, as falcatruas po-lticas e econmicas que culminaram no que o diretor descreve como o maior roubo da histria dos EUA: a transferncia de di-nheiro dos contribuintes para instituies financeiras privadas.

    ALTMANN, H. Influncias do Banco Mundial no projeto educa-cional brasileiro. Educao e Pesquisa, So Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.

    LARA, A. M. B. As Polticas Pblicas para a Infncia na Argentina O Caso da Cidade de Buenos Aires a partir dos anos 1990. In: AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Orgs.) Polticas para a Educao: anlises e apontamentos. Maring: EDUEM, 2011. p.159-180.

    LIVRO Ttulo: Neoliberalismo - de Onde Vem Para Onde Vai?Autor: Reginaldo MoraesEditora: SENAC So PauloSinopse: Tema desse livro, o neoliberalismo suscita vrias ques-tes: O que significa? De onde surge? O que pretende? Quem o defende? Quem o critica? Tais perguntas contm um ex-traordinrio potencial de controvrsia, na medida em que o neoliberalismo provoca muitas discusses, a seu favor ou contra.

    Quanto ao aporte de recursos, o Banco destinou at 1994, um crdito de 19,2 bilhes de dlares ao setor educacio-nal (BIRD, 1995). A parcela concedida ao Brasil mostra-se pouco significativa: no curso de vinte anos de cooperao, o crdito apenas ultrapassou os 100 milhes de dlares. Esta quantia, se no contribuiu para mudanas no quadro dos problemas estruturais da educa-o, permitiu que o BIRD participasse da definio da agenda educacional do Pas. Isto porque os emprstimos impli-cam a imposio de condicionalidades polticas ao setor sob financiamento, as quais so negociadas durante o perodo de identificao e preparao dos pro-jetos. Se se considera que para receber este crdito, o Brasil concorreu com pelo menos o dobro desses recursos a ttulo de contrapartida aos emprstimos, fica evidente que o BIRD fez prevalecer o seu prprio projeto poltico s custas do di-nheiro nacional

    (FONSECA 1998, p.41). FONSECA, Marlia.O Banco Mundial como referncia para a justia social no terceiro mundo: evidncias do caso brasileiro. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, n.1, pp. 37-69. ISSN 0102-2555. Disponvel em: .

    organismos internacionais acesse os links:

    neoliberalismo na Amrica Latina acesse:

    filme

    Web

    relatode caso

    Os modelos do capitalismo e a destruio das naes Zillah Branco

  • Ps-Graduao | Unicesumar31

    O aumento da interdependncia econmica, os intercmbios em todos os planos, as influncias culturais e sociais que se tm processado de forma acelerada, sempre mais rpida, passaram a fazer parte do quotidiano, exigindo que o domnio de informaes, o mais variado possvel, adquirisse relevada importncia crucial. Nesse novo cenrio, o que se constata que no existe, ainda, no pas quantidade de profissionais suficientemente habilitados para atender um mercado com tais necessidades. Da o surgimento dos cursos no s de graduao em Relaes Internacionais, mas tambm de dezenas de ps-graduao lato e stricto sensu, em todo pas.

    (MIYAMOTO, 2002, p. 4)

    LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL

    A lei um espao de luta pela conquista e reconhecimento de direitos de cidadania. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao regulamenta direitos institudos na Constituio Federal de 1988, vinculando a educao escolar ao mundo do trabalho e prtica social. A formulao da lei seguiu longa trajetria de participao e conflitos por uma educao pblica, democrtica e de qualidade. O primeiro projeto, tendo como relator Jorge Hage, instituiu formas significativas

    de participao da cidadania (BRITO, 1997), acolhendo propostas avanadas, fundamentadas em debates dos educadores em Conferncias Brasileiras de Educao e em propostas do Frum em Defesa da Escola Pblica. Aps passar por negociaes e conflitos, o projeto inicial foi aprovado na Cmara, em 1993. Foi substitudo, no Senado, por projeto do Senador Darcy Ribeiro, desconsiderando a trajetria anterior. Diante da resistncia que se seguiu a essa mudana de rumo, Darcy Ribeiro foi incorporando emendas que atenuassem de algum modo as resistncias e o mal-estar

  • 2 SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIROProfessora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Ceclia Rafael

    Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade: Educao Infantil Ensino Fundamental Ensino Mdio Educao de Jovens e Adultos Educao a Distncia Educao Profissional Educao Especial Educao de Negros e Quilombolas Educao do e no Campo Educao Indgena

    Objetivos de Aprendizagem Estudar as etapas da educao bsica: Educao

    Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio. Compreender e analisar as modalidades da educa-

    o bsica: Educao de Jovens e Adultos, Educao a Distncia, Educao Profissional, Educao Especial, Educao de Negros e Quilombolas, Educao do e no Campo e Educao Indgena.

  • O objetivo desta unidade tratar da organizao do Sistema

    Educacional Brasileiro SEB em sua base legal. Para tanto, voc

    estudar a Constituio Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases

    da Educao Nacional (Lei n 9394/96) e do Plano Nacional de

    Educao (Lei n 10.172/2001 e PL n 8.035).

    Ao discutirmos o SEB, vamos aprofundar nossos estudos no co-

    nhecimento dos nveis e modalidades da Educao Bsica o que

    significa apreender sobre a Educao Infantil, o Ensino Fundamental

    e o Ensino Mdio bem como das modalidades que a compem,

    tais como Educao de Jovens e Adultos, Educao a Distncia,

    Educao Profissional, Educao Especial, Educao de Negros e

    Quilombolas, Educao do e no Campo e a Educao Indgena.

    Voc compreender como so conceituados os nveis e as

    modalidades da educao e ensino tanto pela legislao como

    pelos tericos que os analisam. importante que voc entenda a

    importncia dessa discusso para sua formao, tendo em vista a

    necessidade de compreender as polticas educacionais e os aspec-

    tos da base legal da educao no pas.

    Cabe aqui esclarecer que, nesta unidade do livro, somente

    abordaremos o primeiro nvel do SEB, a Educao Bsica EB, e o

    segundo nvel, a Educao Superior ES, discutido na Unidade III.

    Acreditamos que ser mais palatvel a voc, caro(a) acadmico(a),

    trabalhar os nveis separadamente.

    Vamos aos estudos!!!!!!

  • Polticas Educacionais34

    Conto com a sua participao na discus-

    so que faremos a seguir. Sei que estudar

    as Polticas Educacionais num primeiro

    momento, diria assim de chofre, parece um

    fardo, mas creia uma das reas mais interes-

    santes da Educao. E no me refiro apenas

    ao nosso pas, mas a nossa regio, a Amrica

    Latina, e a outras como a Europa e os Estados

    Unidos, por exemplo.

    O que estou querendo salientar que, a partir

    dos anos de 1980, ns, pesquisadores brasilei-

    ros da rea, j no estudvamos a legislao

    pela legislao como na disciplina de Estrutura

    e Funcionamento do Ensino2. Refiro-me a

    outra forma mais interessante de tratar da base

    legal, ou seja, contextualizando-a. Superamos

    aquela forma por uma outra, e aquela disci-

    plina por uma nova, mais arrojada, que nos

    educao

    BSICA

    2 A origem da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino est no Parecer CFE n 252/69. Para ler mais: SAVIANI, D. Competncia poltica e competncia tcnica. Educao e Sociedade, So Paulo, n15, p. 111-169, 1983; ____. Anlise crtica da organizao escolar brasileira atravs das leis 5.540/68 e 5.692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.) Educao Brasileira Contempornea: organizao e funcionamen-to. So Paulo: McGraw-Hill, 1978. ___. Escola e Democracia. So Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.

  • Ps-Graduao | Unicesumar35

    proporcionou a compreenso do movimen-

    to da histria, seus interlocutores, a disciplina

    de Polticas Educacionais.

    Cabe adiantar a voc que no foi uma ca-

    minhada simples e nem fcil. Ainda hoje, no

    sculo XXI, continuamos buscando a episte-

    mologia para analisar as Polticas Educacionais.

    No me deixam mentir autores como Eneida

    Oto Shiroma, Olinda Evangelista, Roselane

    Ftima Campos, Rosalba Maria Cardoso

    Garcia, Jefferson Mainardes, estes tericos

    do nosso sul brasileiro, mas podemos contar

    tambm com autores estrangeiros Stephen

    Bawn, Susan Robertson, entre outros. Esses

    autores citados so fundamentais para voc

    aprofundar suas leituras no que diz respeito

    s anlises das polticas.

    O mais importante no fugirmos do

    nosso foco. Ao tratarmos em um primeiro

    momento da EB, buscamos identific-la na

    legislao escolhida para aprofundarmos

    nossas discusses. Vamos iniciar pela CF

    (1988), esta estabeleceu o regime de cola-

    borao no seu art. 211, como segue:

  • Polticas Educacionais36

    Artigo 211A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organiza-

    ro em regime de colaborao seus sistemas de ensino.

    1 A Unio organizar o sistema federal de ensino e o dos

    Territrios, financiar as instituies de ensino pblicas fede-

    rais e exercer, em matria educacional, funo redistributiva

    e supletiva, de forma a garantir equalizao de oportunida-

    des educacionais e padro mnimo de qualidade do ensino

    mediante assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao

    Distrito Federal e aos Municpios.

    2 Os Municpios atuaro prioritariamente no ensino funda-

    mental e na educao infantil.

    1 e 2 alterados pela Emenda Constitucional n 14, de 12 de setembro de 1996

    3 Os Estados e o Distrito Federal atuaro prioritariamente no

    ensino fundamental e mdio.

    4 Na organizao de seus sistemas de ensino, a Unio, os

    Estados, o Distrito Federal e os Municpios definiro formas

    de colaborao, de modo a assegurar a universalizao do

    ensino obrigatrio. * Redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11 de

    novembro de 2009

    5 A educao bsica pblica atender prioritariamente ao

    ensino regular. Includo pela Emenda Constitucional n 53, de 2006*

    Gostaria de ressaltar uma questo fundamental, j abordada

    por Volsi e Lara (2012), que apontam que nesta Lei no aparece

    a expresso Sistema Educacional e, sim, sistemas de ensino.

  • Ps-Graduao | Unicesumar37

    E, ainda, fundamentam:

    Embora a Constituio de 1988 estabelea o regime de colabo-rao entre os sistemas de ensino, essa questo se apresenta um tanto confusa na legislao. No h uma definio clara, uma regra precisa, de como ocorrer essa colaborao entre as esferas administrativas (Federal, Estadual e Municipal). Essa situao tem deixado lacunas que acabam por contribuir para no efetivao da garantia do direito a educao ao cidado brasileiro (VOLSI; LARA, 2012, p. 18-19).

    Essa discusso basilar para caracterizar o papel que estados e

    municpios tm no que tange EB. claro que no daremos conta

    de todas as especificidades do financiamento da educao, no

    entanto, preciso enfatizar sua importncia. Por isso, o regime

    de colaborao um ponto estratgico para conhecer melhor o

    alcance de cada ente federado nesta questo.

    importante salientar as questes referentes Educao Bsica

    na LDB (1996) e no PNE (2001). Na LDB (1996), o Ttulo V - Dos Nveis

    e das Modalidades de Educao e Ensino, em seu Captulo I - Da

    Composio Dos Nveis Escolares, no seu art. 21, define:

    Artigo 21

    A educao escolar compe-se de:

    I. educao bsica, formada pela educao infantil, ensino

    fundamental e ensino mdio;

    II. educao superior (BRASIL, 1996).

    No Captulo II - DA EDUCAO BSICA, na Seo I - Das Disposies

    Gerais que compreende os art. 22 at o art. 28, vamos apenas

    abordar o que mais relevante a nossa discusso, que apresen-

    tar em linhas gerais a EB:

  • Polticas Educacionais38

    Artigo 22A educao bsica tem por nalidades desenvolver o

    educando, assegurar-lhe a formao comum indispen-

    svel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios

    para progredir no trabalho e em estudos posteriores

    (BRASIL, 1996).

    No Captulo I, no subttulo ETAPAS DA EDUCAO BSICA, no Plano Nacional de Educao (2010), em seu artigo 21 afirma:

    Artigo 21

    So etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos

    do desenvolvimento educacional:

    I. a Educao Infantil, que compreende: a Creche, englo-bando as diferentes etapas do desenvolvimento da criana

    at 3 (trs) anos e 11 (onze) meses; e a Pr-Escola, com

    durao de 2 (dois) anos;

    II. o Ensino Fundamental, obrigatrio e gratuito, com durao de 9 (nove) anos, organizado e tratado em duas fases: a

    dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais;

    III. o Ensino Mdio, com durao mnima de 3 (trs) anos. Pargrafo nico. Essas etapas e fases tm previso de idades prprias, as quais, no entanto, so diversas quando se atenta

    para sujeitos com caractersticas que fogem norma, como

    o caso, entre outros:

    I. de atraso na matrcula e/ou no percurso escolar;

    II. de reteno, repetncia e retorno de quem havia abando-

    nado os estudos;

    III. de portadores de deficincia limitadora;

    IV. de jovens e adultos sem escolarizao ou com esta

    incompleta;

    V. de habitantes de zonas rurais;

    VI. de indgenas e quilombolas;

    VII. de adolescentes em regime de acolhimento ou internao,

    jovens e adultos em situao de privao de liberdade nos

    estabelecimentos penais (BRASIL, 2010).

  • Ps-Graduao | Unicesumar39

    Para viabilizarmos a discusso sobre as etapas da EB, vamos tratar

    de forma separada cada uma delas. Iniciamos nossas anlises e in-

    terpretaes da base legal pela Educao Infantil. Na LDB (1996),

    iniciamos pela Seo II - Da Educao Infantil que vai especificar

    em seus artigos de 29 a 31:

    Artigo 29

    A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem

    como nalidade o desenvolvimento integral da criana at

    seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, in-

    telectual e social, complementando a ao da famlia e da

    comunidade.

    Artigo 30

    A educao infantil ser oferecida em:

    I. creches, ou entidades equivalentes, para crianas de at

    trs anos de idade;

    II. pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade.

    Artigo 31

    Na educao infantil a avaliao far-se- mediante acom-

    panhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o

    objetivo de promoo, mesmo para o acesso ao ensino

    fundamental (BRASIL, 1996).

    No PNE (2001), na Seo I - Educao Infantil, trata em seu art. 22:

    Artigo 22

    A Educao Infantil tem por objetivo o desenvolvimento

    integral da criana, em seus aspectos fsico, afetivo, psicol-

    gico, intelectual, social, complementando a ao da famlia

    e da comunidade.

  • Polticas Educacionais40

    1 As crianas provm de diferentes e singulares contextos so-

    cioculturais, socioeconmicos e tnicos, por isso devem ter

    a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola

    e pelos profissionais da educao, com base nos princ-

    pios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e

    pluralidade.

    2 Para as crianas, independentemente das diferentes condies

    fsicas, sensoriais, intelectuais, lingusticas, tnico-raciais, socio-

    econmicas, de origem, de religio, entre outras, as relaes

    sociais e intersubjetivas no espao escolar requerem a ateno

    intensiva dos profissionais da educao, durante o tempo de

    desenvolvimento das atividades que lhes so peculiares, pois

    este o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a

    partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educao.

    3 Os vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e

    do respeito mtuo em que se assenta a vida social devem ini-

    ciar-se na Educao Infantil e sua intensificao deve ocorrer

    ao longo da Educao Bsica.

    4 Os sistemas educativos devem envidar esforos promoven-

    do aes a partir das quais as unidades de Educao Infantil

    sejam dotadas de condies para acolher as crianas, em

    estreita relao com a famlia, com agentes sociais e com a

    sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, for-

    malmente estabelecidos.

    5 A gesto da convivncia e as situaes em que se torna ne-

    cessria a soluo de problemas individuais e coletivos pelas

    crianas devem ser previamente programadas, com foco

    nas motivaes estimuladas e orientadas pelos professores

    e demais profissionais da educao e outros de reas perti-

    nentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada

    criana e os vnculos desta com a famlia ou com o seu res-

    ponsvel direto (BRASIL, 2010).

    A segunda etapa da EB o ENSINO FUNDAMENTAL. E vamos tra-

    balhar na legislao usando a LDB e o PNE. A LDB (1996), na Seo

    III - Do Ensino Fundamental nos seus art. 32 a 34, trata:

  • Ps-Graduao | Unicesumar41

    Artigo 322

    O ensino fundamental obrigatrio, com durao de nove anos,

    gratuito na escola pblica, iniciando-se aos seis anos de idade,

    ter por objetivo a formao bsica do cidado, mediante:

    I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como

    meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo;

    II. a compreenso do ambiente natural e social, do sistema

    poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se

    fundamenta a sociedade;

    III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo

    em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a

    formao de atitudes e valores; IV o fortalecimento dos

    vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e

    de tolerncia recproca em que se assenta a vida social.

    1 facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fun-

    damental em ciclos.

    2 os estabelecimentos que utilizam progresso regular por

    srie podem adotar no ensino fundamental o regime de

    progresso continuada, sem prejuzo da avaliao do pro-

    cesso de ensino-aprendizagem, observadas as normas do

    respectivo sistema de ensino.

    3 o ensino fundamental regular ser ministrado em lngua

    portuguesa, assegurada s comunidades indgenas a uti-

    lizao de suas lnguas maternas e processos prprios de

    aprendizagem.

    4 o ensino fundamental ser presencial, sendo o ensino a dis-

    tncia utiliza- do como complementao da aprendizagem

    ou em situaes emergenciais.

    53 o currculo do ensino fundamental incluir, obrigatoriamente,

    contedo que trate dos direitos das crianas e dos adolescen-

    tes, tendo como diretriz a Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990,

    que institui o Estatuto da Criana e do Adolescente, observa-

    da a produo e distribuio de material didtico adequado.

    64 o estudo sobre os smbolos nacionais ser includo como

    tema transversal nos currculos do ensino fundamental.

    3 Caput com redao dada pela Lei n 11.274, de 07-02-2006.

    4 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.525, de 25-09-2007.

    5 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.472, de 1-9-2011, em vigor 90 dias aps sua publicao, que ocorreu no Dirio Oficial da Unio de 02-09-2011.

  • Polticas Educacionais42

    Artigo 335

    O ensino religioso, de matrcula facultativa, parte integrante da

    formao bsica do cidado e constitui disciplina dos horrios

    normais das escolas pblicas de ensino fundamental, assegurado

    o respeito diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais-

    quer formas de proselitismo.

    1 os sistemas de ensino regulamentaro os procedimentos

    para a denio dos contedos do ensino religioso e es-

    tabelecero as normas para a habilitao e admisso dos

    professores.

    2 os sistemas de ensino ouviro entidade civil, constituda

    pelas diferentes denominaes religiosas, para a denio

    dos contedos do ensino religioso.

    Artigo 34

    A jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos

    quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres-

    sivamente ampliado o perodo de permanncia na escola.

    1 So ressalvados os casos do ensino noturno e das formas

    alternativas de organizao autorizadas nesta lei.

    2 o ensino fundamental ser ministrado progressivamente

    em tempo integral, a critrio dos sistemas de ensino

    (BRASIL, 1996).

    O PNE (2001), na Seo II - Ensino Fundamental, dos art. 23 a 25,

    trata:

    Artigo 23

    O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de durao, de matr-

    cula obrigatria para as crianas a partir dos 6 (seis) anos de idade,

    tem duas fases sequentes com caractersticas prprias, chama-

    das de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de durao, em regra para

    estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com

    4 (quatro) anos de durao, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. 6 Artigo com redao dada pela

    Lei n 9.475, de 27-07-1997.

  • Ps-Graduao | Unicesumar43

    Pargrafo nico. No Ensino Fundamental, acolher significa

    tambm cuidar e educar, como forma de garantir a aprendiza-

    gem dos contedos curriculares, para que o estudante desenvolva

    interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens cul-

    turais disponveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade

    em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor

    valorizado desses bens.

    Artigo 24

    Os objetivos da formao bsica das crianas, definidos para a

    Educao Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino

    Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos

    anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o pro-

    cesso educativo, mediante:

    I. da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o

    pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo;

    II. foco central na alfabetizao, ao longo dos 3 (trs) primei-

    ros anos;

    III. compreenso do ambiente natural e social, do sistema po-

    ltico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e

    dos valores em que se fundamenta a sociedade;

    IV. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo

    em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a

    formao de atitudes e valores;

    V. fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solida-

    riedade humana e de respeito recproco em que se assenta

    a vida social.

    Artigo 25

    Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial

    forma de colaborao visando oferta do Ensino Fundamental

    e articulao sequente entre a primeira fase, no geral assumida

    pelo Municpio, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstcu-

    los ao acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para

  • Polticas Educacionais44

    outra para completar esta escolaridade obrigatria, garantindo

    a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar

    (BRASIL, 2010).

    A terceira etapa da EB o ENSINO MDIO. A LDB (1996), na Seo

    IV - Do Ensino Mdio, nos art. 35 e 36, apresenta:

    Artigo 35

    O ensino mdio, etapa nal da educao bsica, com durao

    mnima de trs anos, ter como nalidades:

    I. a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos

    adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o pros-

    seguimento de estudos;

    II. a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do edu-

    cando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz

    de se adaptar com exibilidade a novas condies de ocu-

    pao ou aperfeioamento posteriores;

    III. o aprimoramento do educando como pessoa humana,

    incluindo a formao tica e o desenvolvimento da auto-

    nomia intelectual e do pensamento crtico;

    IV. a compreenso dos fundamentos cientco-tecnolgi-

    cos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a

    prtica, no ensino de cada disciplina.

    Artigo 36

    O currculo do ensino mdio observar o disposto na seo I deste

    captulo e as seguintes diretrizes:

    I. destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso

    do signicado da cincia, das letras e das artes; o proces-

    so histrico de transformao da sociedade e da cultura;

    a lngua portuguesa como instrumento de comunicao,

    acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania;

    II. adotar metodologias de ensino e de avaliao que esti-

    mulem a iniciativa dos estudantes;

  • Ps-Graduao | Unicesumar45

    III. ser includa uma lngua estrangeira moderna, como dis-

    ciplina obriga- tria, escolhida pela comunidade escolar, e

    uma segunda, em carter optativo, dentro das disponibili-

    dades da instituio;

    IV. sero includas a filosofia e a sociologia como disciplinas

    obrigatrias em todas as sries do ensino mdio.6

    1 os contedos, as metodologias e as formas de avaliao

    sero organizados de tal forma que ao nal do ensino mdio

    o educando demonstre:

    I. domnio dos princpios cientco e tecnolgicos que pre-

    sidem a produo moderna;

    II. conhecimento das formas contemporneas de linguagem;

    III. (revogado).7

    2 (revogado).8

    3 os cursos do ensino mdio tero equivalncia legal e habi-

    litaro ao prosseguimento de estudos.

    4 (revogado).9 (BRASIL, 1996).

    O PNE (2012), na Seo III - Ensino Mdio, no art. 26, salienta:

    Artigo 26

    O Ensino Mdio, etapa final do processo formativo da Educao

    Bsica, orientado por princpios e finalidades que preveem:

    I. a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos

    adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o pros-

    seguimento de estudos;

    II. a preparao bsica para a cidadania e o trabalho, tomado

    este como princpio educativo, para continuar aprenden-

    do, de modo a ser capaz de enfrentar novas condies de

    ocupao e aperfeioamento posteriores;

    III. o desenvolvimento do educando como pessoa humana,

    incluindo a formao tica e esttica, o desenvolvimento

    da autonomia intelectual e do pensamento crtico;

    IV. a compreenso dos fundamentos cientficos e tecnolgi-

    cos presentes na sociedade contempornea, relacionando

    a teoria com a prtica.

    7 Inciso acrescido pela Lei n 11.684, de 2-6-2008.

    8 Inciso revogado pela Lei n 11.684, de 2-6-2008.

    9 Pargrafo revogado pela Lei n 11.741, de 16-7-2008.

    10 Idem.

  • Polticas Educacionais46

    1 O Ensino Mdio deve ter uma base unitria sobre a qual

    podem se assentar possibilidades diversas como preparao

    geral para o trabalho ou, facultativamente, para profisses

    tcnicas; na cincia e na tecnologia, como iniciao cient-

    fica e tecnolgica; na cultura, como ampliao da formao

    cultural.

    2 A definio e a gesto do currculo inscrevem-se em uma

    lgica que se dirige aos jovens, considerando suas singu-

    laridades, que se situam em um tempo determinado.

    3 Os sistemas educativos devem prever currculos flexveis,

    com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a

    oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda

    seus interesses, necessidades e aspiraes, para que se as-

    segure a permanncia dos jovens na escola, com proveito,

    at a concluso da Educao Bsica (BRASIL, 2010).

    A partir deste momento do texto, vamos tratar das modalidades

    que esto vinculadas EB. Vamos apresentar na base legal como so

    tratadas estas modalidades que se dividem em: Educao Especial

    EE, Educao de Jovens e Adultos EJA, Educao Profissional

    e Tecnolgica EPT, Educao do e no Campo EC, Educao

    Escolar Indgena EEI, Educao de Negros e Quilombolas - ENQ

    e Educao a Distncia EAD.

    O PNE (2001), no CAPTULO II - MODALIDADES DA EDUCAO

    BSICA, no art. 27, destaca:

    Artigo 27

    A cada etapa da Educao Bsica pode corresponder uma ou mais

    das modalidades de ensino: Educao de Jovens e Adultos, Educao

    Especial, Educao Profissional e Tecnolgica, Educao do Campo,

    Educao Escolar Indgena e Educao a Distncia (BRASIL, 2010).

    Vamos seguir a ordem de apresentao das modalidades na

    LDB (1996). Iniciamos pela EDUCAO PROFISSIONAL. Na Seo IV10

    - Do Ensino Mdio Seo IV - A Da Educao Profissional Tcnica

    de Nvel Mdio, trata dos art. 36-A at 36-D): 11 Seo acrescida pela Lei

    n 11.741, de 16-7-2008.

  • Ps-Graduao | Unicesumar47

    Artigo 36-ASem prejuzo do disposto na seo IV deste captulo, o ensino

    mdio, atendida a formao geral do educando, poder prepar-lo

    para o exerccio de profisses tcnicas.

    Pargrafo nico. A preparao geral para o trabalho e, facul-

    tativamente, a habilitao profissional podero ser desenvolvidas

    nos prprios estabelecimentos de ensino mdio ou em coope-

    rao com instituies especializadas em educao profissional.

    Artigo 36-B

    A educao profissional tcnica de nvel mdio ser desenvolvi-

    da nas seguintes formas:

    I. articulada com o ensino mdio;

    II. subsequente, em cursos destinados a quem j tenha con-

    cludo o ensino mdio.

    Pargrafo nico. A educao profissional tcnica de nvel mdio

    dever observar:

    I. os objetivos e definies contidos nas diretrizes curricu-

    lares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de

    Educao;

    II. as normas complementares dos respectivos sistemas de

    ensino;

    III. as exigncias de cada instituio de ensino, nos termos de

    seu projeto pedaggico.

    Artigo 36-C

    A educao profissional tcnica de nvel mdio articulada, pre-

    vista no inciso I do caput do art. 36-B desta lei, ser desenvolvida

    de forma:

    I. integrada, oferecida somente a quem j tenha concludo o

    ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a

    conduzir o aluno habilitao profissional tcnica de nvel

    mdio, na mesma instituio de ensino, efetuando-se ma-

    trcula nica para cada aluno;

  • Polticas Educacionais48

    II. concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino mdio

    ou j o esteja cursando, efetuando-se matrculas distintas

    para cada curso, e podendo ocorrer:

    a) na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as

    oportunidades educacionais disponveis;

    b) em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as

    oportunidades educacionais disponveis;

    c) em instituies de ensino distintas, mediante con-

    vnios de intercomplementaridade, visando ao

    planejamento e ao desenvolvimento de projeto pe-

    daggico unificado.

    Artigo 36-D

    Os diplomas de cursos de educao profissional tcnica de nvel

    mdio, quando registrados, tero validade nacional e habilitaro

    ao prosseguimento de estudos na educao superior.

    Pargrafo nico. Os cursos de educao profissional tcnica

    de nvel mdio, nas formas articulada concomitante e subse-

    quente, quando estruturados e organizados em etapas com

    terminalidade, possibilitaro a obteno de certificados de qua-

    lificao para o trabalho aps a concluso, com aproveitamento,

    de cada etapa que caracterize uma qualificao para o trabalho

    (BRASIL, 2011).

    O PNE (2001), na Seo III - Educao Profissional e Tecnolgica,

    nos art. 30 a 34, apresenta:

    Artigo 30

    A Educao Profissional e Tecnolgica, no cumprimento dos ob-

    jetivos da educao nacional, integra-se aos diferentes nveis e

    modalidades de educao e s dimenses do trabalho, da cincia e

    da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras mo-

    dalidades educacionais: Educao de Jovens e Adultos, Educao

    Especial e Educao a Distncia.

  • Ps-Graduao | Unicesumar49

    Artigo 31Como modalidade da Educao Bsica, a Educao Profissional e

    Tecnolgica ocorre na oferta de cursos de formao inicial e conti-

    nuada ou qualificao profissional e nos de Educao Profissional

    Tcnica de nvel mdio.

    Artigo 32

    A Educao Profissional Tcnica de nvel mdio desenvolvida

    nas seguintes formas:

    I. articulada com o Ensino Mdio, sob duas formas: a) integra-

    da, na mesma instituio; ou b) concomitante, na mesma

    ou em distintas instituies;

    II. subsequente, em cursos destinados a quem j tenha con-

    cludo o Ensino Mdio.

    1 Os cursos articulados com o Ensino Mdio, organizados na

    forma integrada, so cursos de matrcula nica, que con-

    duzem os educandos habilitao profissional tcnica de

    nvel mdio ao mesmo tempo em que concluem a ltima

    etapa da Educao Bsica.

    2 Os cursos tcnicos articulados com o Ensino Mdio, oferta-

    dos na forma concomitante, com dupla matrcula e dupla

    certificao, podem ocorrer:

    I. na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as opor-

    tunidades educacionais disponveis;

    II. em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as opor-

    tunidades educacionais disponveis;

    III. em instituies de ensino distintas, mediante convnios de

    intercomplementaridade, com planejamento e desenvol-

    vimento de projeto pedaggico unificado.

    3 So admitidas, nos cursos de Educao Profissional Tcnica

    de nvel mdio, a organizao e a estruturao em etapas

    que possibilitem qualificao profissional intermediria.

    4 A Educao Profissional e Tecnolgica pode ser desenvol-

    vida por diferentes estratgias de educao continuada,

    em instituies especializadas ou no ambiente de trabalho,

  • Polticas Educacionais50

    incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previs-

    tos na Consolidao das Leis do Trabalho (CLT).

    Artigo 33

    A organizao curricular da Educao Profissional e Tecnolgica

    por eixo tecnolgico fundamenta-se na identificao das tecnolo-

    gias que se encontram na base de uma dada formao profissional

    e dos arranjos lgicos por elas constitudos.

    Artigo 34

    Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos

    de Educao Profissional e Tecnolgica, como os adquiridos na

    prtica laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliao,

    reconhecimento e certificao para prosseguimento ou conclu-

    so de estudos (BRASIL, 2010).

    Na LDB (1996), a modalidade EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS

    apresentada na Seo V - Da Educao de Jovens e Adultos, nos

    art. 37 e 38:

    Artigo 37

    A educao de jovens e adultos ser destinada queles que no

    tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamen-

    tal e mdio na idade prpria.

    1 os sistemas de ensino asseguraro gratuitamente aos

    jovens e aos adultos, que no puderam efetuar os estudos

    na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,

    consideradas as caractersticas do alunado, seus interes-

    ses, condies de vida e de trabalho, mediante cursos e

    exames.

    2 o poder pblico viabilizar e estimular o acesso e a perma-

    nncia do trabalhador na escola, mediante aes integradas

    e complementares entre si.

  • Ps-Graduao | Unicesumar51

    3 A educao de jovens e adultos dever articular-se, pre-

    ferencialmente, com a educao profissional, na formado

    regulamento.11

    Artigo 38

    Os sistemas de ensino mantero cursos e exames supletivos, que

    compreendero a base nacional comum do currculo, habilitan-

    do ao prosseguimento de estudos em carter regular.

    1 os exames a que se refere este artigo realizar-se-o: I no

    nvel de concluso do ensino fundamental, para os maiores

    de quinze anos; II no nvel de concluso do ensino mdio,

    para os maiores de dezoito anos.

    2 os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos edu-

    candos por meios informais sero aferidos e reconhecidos

    mediante exames (BRASIL, 1996).

    O PNE (2001), na Seo I - Educao de Jovens e Adultos, no art.

    28, explicita:

    Artigo 28

    A Educao de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam

    na faixa etria superior considerada prpria, no nvel de conclu-

    so do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio.

    1 Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos

    gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes

    oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as

    caractersticas do alunado, seus interesses, condies de vida

    e de trabalho, mediante cursos, exames, aes integradas e

    complementares entre si, estruturados em um projeto pe-

    daggico prprio.

    2 Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educao

    Profissional articulada com a Educao Bsica, devem pau-

    tar-se pela flexibilidade, tanto de currculo quanto de tempo

    e espao, para que seja(m): 12 Pargrafo acrescido pela Lei

    n 11.741, de 16-7-2008.

  • Polticas Educacionais52

    I. rompida a simetria com o ensino regular para crianas e

    adolescentes, de modo a permitir percursos individuali-

    zados e contedos significativos para os jovens e adultos;

    II. providos o suporte e a ateno individuais s diferentes

    necessidades dos estudantes no processo de aprendiza-

    gem, mediante atividades diversificadas;

    III. valorizada a realizao de atividades e vivncias sociali-

    zadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras de

    enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;

    IV. desenvolvida a agregao de competncias para o trabalho;

    V. promovida a motivao e a orientao permanente dos

    estudantes, visando maior participao nas aulas e seu

    melhor aproveitamento e desempenho;

    VI. realizada, sistematicamente, a formao continuada, desti-

    nada, especificamente, aos educadores de jovens e adultos

    (BRASIL, 2010).

    A terceira modalidade a EDUCAO ESPECIAL. Na LDB (1996),

    no CAPTULO V - DA EDUCAO ESPECIAL, nos seus art. 58 a 60:

    Artigo 58

    Entende-se por educao especial, para os efeitos desta lei, a

    modalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente

    na rede regular de ensino, para educandos portadores de ne-

    cessidades especiais.

    1 Haver, quando necessrio, servios de apoio especializado,

    na escola regular, para atender s peculiaridades da

    clientela de educao especial.

    2 o atendimento educacional ser feito em classes, escolas

    ou servios especializados, sempre que, em funo das

    condies especcas dos alunos, no for possvel a sua

    integrao nas classes comuns de ensino regular.

    3 A oferta de educao especial, dever constitucional do

    Estado, tem incio na faixa etria de zero a seis anos, durante

    a educao infantil.

  • Ps-Graduao | Unicesumar53

    Artigo 59 Os sistemas de ensino asseguraro aos educandos com neces-

    sidades especiais:

    I. currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organi-

    zao especcos, para atender s suas necessidades;

    II. terminalidade especca para aqueles que no puderem

    atingir o nvel exigido para a concluso do ensino funda-

    mental, em virtude de suas decincias, e acelerao para

    concluir em menor tempo o programa escolar para os

    superdotados;

    III. professores com especializao adequada em nvel mdio

    ou superior, para atendimento especializado, bem como

    professores do ensino regular capacitados para a integra-

    o desses educandos nas classes comuns;

    IV. educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva

    integrao na vida em sociedade, inclusive condies ade-

    quadas para os que no revelarem capacidade de insero

    no trabalho competitivo, mediante articulao com os

    rgos ociais ans, bem como para aqueles que apresen-

    tam uma habilidade superior nas reas artstica, intelectual

    ou psicomotora;

    V. acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais su-

    plementares disponveis para o respectivo nvel do ensino

    regular.

    Artigo 60

    Os rgos normativos dos sistemas de ensino estabelecero crit-

    rios de caracterizao das instituies privadas sem ns lucrativos,

    especializadas e com atuao exclusiva em educao especial,

    para ns de apoio tcnico e nanceiro pelo poder pblico.

    Pargrafo nico12. O poder pblico adotar, como alternativa

    preferencial, a ampliao do atendimento aos educandos com

    necessidades especiais na prpria rede pblica regular de ensino,

    independentemente do apoio s instituies previstas neste artigo

    (BRASIL, 1996).

    13 Pargrafo regulamentado pelo Decreto no 6.571, de 17-09-2008

  • Polticas Educacionais54

    O PNE (2001), na Seo II - Educao Especial, no art. 29, define:

    Artigo 29

    A Educao Especial, como modalidade transversal a todos os

    nveis, etapas e modalidades de ensino, parte integrante da

    educao regular, devendo ser prevista no projeto poltico-pe-

    daggico da unidade escolar.

    1 Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com

    deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas

    habilidades/superdotao nas classes comuns do ensino

    regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE),

    complementar ou suplementar escolarizao, ofertado

    em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE

    da rede pblica ou de instituies comunitrias, confessio-

    nais ou filantrpicas sem fins lucrativos.

    2 Os sistemas e as escolas devem criar condies para que o

    professor da classe comum possa explorar as potencialidades

    de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialgica,

    interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o

    professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades

    dos estudantes, organizar e orientar sobre os servios e

    recursos pedaggicos e de acessibilidade para a participao

    e aprendizagem dos estudantes.

    3 Na organizao desta modalidade, os sistemas de ensino

    devem observar as seguintes orientaes fundamentais:

    I. o pleno acesso e a efetiva participao dos estudantes no

    ensino regular;

    II. a oferta do atendimento educacional especializado;

    III. a formao de professores para o AEE e para o desenvolvi-

    mento de prticas educacionais inclusivas;

    IV. a participao da comunidade escolar;

    V. a acessibilidade arquitetnica, nas comunicaes e infor-

    maes, nos mobilirios e equipamentos e nos transportes;

    VI. a articulao das polticas pblicas intersetoriais (BRASIL, 2010).

  • Ps-Graduao | Unicesumar55

    A LDB (1996), no Ttulo VIII DAS DISPOSIES GERAIS, no art. 80,

    trata especificamente da EaD:

    Artigo 8013

    O poder pblico incentivar o desenvolvimento e a veiculao

    de programas de ensino a distncia, em todos os nveis e moda-

    lidades de ensino, e de educao continuada.

    1 A educao a distncia, organizada com abertura e regime

    especiais, ser oferecida por instituies especicamente

    credenciadas pela unio.

    2 A unio regulamentar os requisitos para a realizao de

    exames e registro de diploma relativos a cursos de educao

    a distncia.

    3 As normas para produo, controle e avaliao de

    programas de educao a distncia e a autorizao para

    sua implementao, cabero aos respectivos sistemas de

    ensino, podendo haver cooperao e integrao entre os

    diferentes sistemas.

    4 A educao a distncia gozar de tratamento diferenciado,

    que incluir:

    I. custos de transmisso reduzidos em canais comerciais de

    radiodifuso sonora e de sons e imagens;

    II. concesso de canais com nalidades exclusivamente

    educativas;

    III. reserva de tempo mnimo, sem nus para o poder pblico,

    pelos concessionrios de canais comerciais (BRASIL, 1996).

    Segundo Carneiro (2010), o art. 80 est regulamentado pelo Decreto

    n 5.622/05 e salienta, a partir da normativa, que a EaD uma moda-

    lidade educacional que se faz pela mediao didtico-pedaggica

    nos processos de ensino e aprendizagem. Cabe inferir que ocorre

    pela utilizao de meios e tecnologia de informao e comunica-

    o, com estudantes e professores que desenvolvem atividades

    educativas em lugares e tempos diversos.

    14 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.

  • Polticas Educacionais56

    Ainda, dispe que sua oferta cobre os seguintes nveis e moda-

    lidades educativos:

    I. Educao Bsica; II. Educao de Jovens e Adultos; III. Educao

    Especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes; IV.

    Educao Profissional, cobrindo os seguintes cursos e programas:

    a) tcnicos de nvel mdio; e b) tecnolgicos, de nvel superior;

    V. Educao Superior, abrangendo os seguintes cursos e progra-

    mas: a) sequenciais; b) de graduao; c) de especializao; d) de

    mestrado; e) de doutorado (CARNEIRO, 2010, p.499-500).

    A EDUCAO A DISTNCIA, no PNE (2001), tratada na Seo

    VI - Educao a Distncia, nos art. 39 e 40:

    Artigo 39

    A modalidade Educao a Distncia caracteriza-se pela mediao

    didtico-pedaggica nos processos de ensino e aprendizagem que

    ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de informao e

    comunicao, com estudantes e professores desenvolvendo ati-

    vidades educativas em lugares ou tempos diversos.

    Artigo 40

    O credenciamento para a oferta de cursos e programas de

    Educao de Jovens e Adultos, de Educao Especial e de Educao

    Profissional Tcnica de nvel mdio e Tecnolgica, na modalidade

    a distncia, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas

    a regulamentao federal e as normas complementares desses

    sistemas (BRASIL, 2010).

    Aqui vamos inserir outras legislaes para fundamentar as outras

    modalidades que seguem, o que significa que estas tm suas le-

    gislaes especficas, tais como:

    O Captulo II - DA EDUCAO BSICA, na Seo I - Das Disposies

    Gerais da LDB (2011), trata:

  • Ps-Graduao | Unicesumar57

    Artigo 26-A14

    Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio,

    pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e

    cultura afro-brasileira e indgena.

    1 o contedo programtico a que se refere este artigo incluir

    diversos aspectos da histria e da cultura que caracterizam a

    formao da populao brasileira, a partir desses dois grupos

    tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos afri-

    canos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a

    cultura negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na

    formao da sociedade nacional, resgatando as suas contri-

    buies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes

    histria do Brasil.

    2 os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e

    dos povos indgenas brasileiros sero ministrados no mbito

    de todo o currculo escolar, em especial nas reas de edu-

    cao artstica e de literatura e histria brasileiras (BRASIL,

    2011).

    Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Escolar

    Quilombola na Educao Bsica (2008), na forma desta Resoluo,

    no Art. 1, ficam estabelecidas: 1 A Educao Escolar Quilombola na Educao Bsica:

    I. organiza precipuamente o ensino ministrado nas institui-

    es educacionais fundamentando-se, informando-se e

    alimentando-se:

    a) da memria coletiva;

    b) das lnguas reminiscentes;

    c) dos marcos civilizatrios;

    d) das prticas culturais;

    e) das tecnologias e formas de produo do trabalho;

    f ) dos acervos e repertrios orais;

    g) dos festejos, usos, tradies e demais elementos que

    conformam o patrimnio cultural das comunidades qui-

    lombolas de todo o pas;

    h) da territorialidade.

    15 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.

  • Polticas Educacionais58

    II. compreende a Educao Bsica em suas etapas e modalida-

    des, a saber: Educao Infantil, Ensino Fundamental, Ensino

    Mdio, Educao do Campo, Educao Especial, Educao

    Profissional Tcnica de Nvel Mdio, Educao de Jovens e

    Adultos, inclusive na Educao a Distncia;

    III. destina-se ao atendimento das populaes quilombolas

    rurais e urbanas em suas mais variadas formas de produ-

    o cultural, social, poltica e econmica;

    IV. deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino locali