politicas educacionais

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o neoliberalismo na educação educação de jovens e adultos programas e ações do governo federal EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Angela Mara de Barros Lara Mara Cecília Rafael POLÍTICAS educacionais SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO UNIDADE I SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO UNIDADE II POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO SUPERIOR UNIDADE III

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Formas que definem a educação no Pais.

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Page 1: politicas educacionais

o neoliberalismona educação

educação dejovens e adultos

programas e açõesdo governo federal

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Angela Mara de Barros Lara

Mara Cecília Rafael

POLÍTICASeducacionais

SOCIEDADE,ESTADO E EDUCAÇÃO

UNIDADE I

SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO

UNIDADE II

POLÍTICAS PÚBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR

UNIDADE III

Page 2: politicas educacionais
Page 3: politicas educacionais

Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desa�o para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualida-de, novas habilidades para liderança e solução de problemas com e�ciência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.

Cada um de nós tem uma grande responsa-bilidade: as escolhas que �zermos por nós e pelos nossos farão grande diferença no futuro.

Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democra-tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.

No cumprimento de sua missão – “promo-ver a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando pro�ssionais cida-dãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas

Reitor Wilson de Matos Silva

palavra do reitor

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da MantenedoraCláudio Ferdinandi.

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Direção de Operações Chrystiano Minco�, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados vandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Supervisão de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Diagramação José Jhonny Coelho, Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi, Fotos Shutterstock.

NEAD - Núcleo de Educação a DistânciaAv. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desen-volvimento da consciência social e política e, por �m, a democratização do conhecimento aca-dêmico com a articulação e a integração com a sociedade.

Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição univer-sitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de com-petências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-trativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu-cação continuada.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:

C397

Políticas Educacionais / Angela Mara de Barros Lara / Mara Cecília Rafael.

Maringá - PR, 2014.31 p.

“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.

1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior . 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 378CIP - NBR 12899 - AACR/2

Page 4: politicas educacionais

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento.

Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.

De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.

As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos.

A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho quali�cado e de bem-estar.

Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível.

Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modi�cou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós.

Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), signi�ca possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desa�ador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desa�os não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.

Pró-Reitor de EaDWillian Victor Kendrick de Matos Silva

boas-vindas

Page 5: politicas educacionais

sobre pós-graduação

a importância da pós-graduação

O Brasil está passando por grandes transformações, em especial nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se re�etido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior devido a uma grande carência de mão de obra especializada.

Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador da mão de obra, não é mais su�ciente para garantir sua emprega-bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer pro�ssionalmente.

A pós-graduação Lato Sensu a distância da Unicesumar conta hoje com 16 cursos de especialização e MBA nas áreas de Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pen-sando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-des deste novo Brasil.

Escolhendo um curso de pós-graduação Lato Sensu na Unicesumar, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-to de disciplinas e conteúdos mais especí�cos da área escolhida, fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal e pro�ssional.

Professor Dr. Renato DutraCoordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais

NEAD - UNICESUMAR

Page 6: politicas educacionais

“Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando pro�ssionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”

Missão

Page 7: politicas educacionais

apresentação do material

O livro Políticas Educacionais tem como propos-ta buscar o diálogo entre você e a base legal que sustenta o Sistema Educacional Brasileiro. Por que é tão importante estabelecer este colóquio? Bom, aquele que procura uma formação fundamentada, aprofundada e com propriedade só a encontra no processo do conhecimento como “mergulho”. Esta parece não ser a palavra, mas em tempos do abuso do “imersão” achamos que esta é mesmo adequada.

Como “mergulho” queremos que você caia de cabeça nas descobertas sobre a Política Educacional e nas políticas educacionais, na sua especi�cida-de. O que queremos dizer com isso é que, no que tange à diferença entre ‘política’ e ‘políticas’ de edu-cação, suscita que é valioso retomar o que dizem os teóricos sobre o tema:

A Política Educacional (assim, em maiúsculas) é uma, é a Ciência Política em sua aplicação ao caso concreto da educação, porém as políticas educacionais (agora no plural e em minúscu-las) são múltiplas, diversas e alternativas. A Política Educacional é, portanto, a re�exão teórica sobre as políticas educacionais […] se há de considerar

Professora Mestre Mara Cecília Rafael

Professora Doutora Angela Mara de Barros Lara

a Política Educacional como uma aplicação da Ciência Política ao estudo do setor educacional e, por sua parte, as políticas educacionais como políticas públicas que se dirigem a resolver ques-tões educacionais (PEDRO; PUIG, 1998) (VIEIRA, 2007, p.55-56).

Então, a partir destas de�nições, �ca mais explícito para você o que se constituirá numa oportunida-de ímpar para aprofundar seus conhecimentos. Vamos neste texto permitir a interlocução entre a “Política Educacional”, quando evidenciamos a base legal e sua sustentação, e as “políticas educacionais” quando dá-se a oportunidade de tratar das etapas e modalidades da educação básica.

Veja, é possível construir um aporte teórico--metodológico para embasar seus estudos, o que não signi�ca que este texto tenha a pretensão de esgotar o assunto. Longe disso, aqui você encontra-rá um suporte para as suas discussões, mas à medida que os temas tratados possibilitam a curiosidade e a necessidade de “saber mais”, faz-se necessário aprofundar seus estudos, o que levará a caminhos ainda não conhecidos.

Page 8: politicas educacionais

sum

ário 01

12 sociedade e educação

15 neoliberalismo na educação

19 os organismos internacionais

27 as propostas para a educação brasileira

SOCIEDADE, ESTADOE EDUCAÇÃO

Page 9: politicas educacionais

02 03

34 educação básica

64 considerações finais

76 a estrutura e o funcionamento do ensino superior

96 considerações finais

99 conclusão

100 referências

SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO

POLÍTICAS PÚBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR

Page 10: politicas educacionais

1 SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO

Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael

Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-dará nesta unidade:• Sociedade e Educação• O Neoliberalismo na Educação• Os Organismos Internacionais e suas propostas

para a Educação BrasileiraObjetivos de Aprendizagem• Estudar as relações estabelecidas entre a socie-

dade, o Estado e a educação no Brasil.• Analisar as influências do neoliberalismo na edu-

cação brasileira.• Interpretar as interferências das organizações

internacionais na educação brasileira.

Page 11: politicas educacionais

Seja bem-vindo(a) à disciplina de Políticas Educacionais. Nesta dis-ciplina, procuraremos discutir com você a relação entre sociedade, Estado e educação, as influências do neoliberalismo na educação brasileira e as interferências das organizações internacionais na educação brasileira. Estes conteúdos são base para a questão funda-mental que embasa a disciplina: entender as Políticas Educacionais no Brasil.

Como ponto de partida para as reflexões propostas pela discipli-na, é necessário que você procure compreender a importância dos temas que serão tratados para que esta unidade sirva de fundamen-to para as outras que se seguirão. Cada subunidade proporcionará o aprofundamento de questões que compõe o corpus da disciplina.

Page 12: politicas educacionais

Políticas Educacionais12

SOCIEDADEE EDUCAÇÃOsOCiEDADE, EstADO E EDUCAÇÃO

Page 13: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar13

Para entender a relação entre sociedade,

Estado e educação, vamos tratar de alguns

conceitos e de�nições:

SOCIEDADE CAPITALISTA MONOPOLISTA“[....] o capitalismo monopolista conduz

ao ápice a contradição elementar entre a

socialização da produção e a apropriação

privada: internacionalizada a produção,

grupos de monopólios controlam-na

por cima de povos e Estados. [...] O

mais signi�cativo, contudo, é que a

solução monopolista – a maximização

dos lucros pelo controle dos mercados

– é imanentemente problemática:

pelos próprios mecanismos novos

que de�agra, ao cabo de um certo

nível de desenvolvimento, é vítima

dos constrangimentos inerentes

à acumulação e à valorização

capitalistas. Assim, para efetivar-se

com chance de êxito, ela demanda

mecanismos de intervenção extra

econômicos. Daí a refuncionalização e

o redimensionamento da instância por

excelência do poder extra econômico,

o Estado” (NETTO, 2006, p. 24).

ESTADO“[...] conjunto de instituições permanentes2

[...] que possibilitam a ação do governo”

(HÖLFLING, 2001, p. 31);

2 Órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico necessariamente.

GOVERNO“[...] conjunto de programas e projetos que

partem da sociedade3 [...] propõe para a

sociedade como um todo, con�gurando-se

a orientação política de um determinado

governo que assume e desempenha as

funções de Estado por um determinado

período” (HÖLFLING, 2001, p. 31);

POLÍTICAS PÚBLICAS“[...] ‘Estado em ação’ [...]; é o Estado

implantando um projeto de governo,

através de programas, de ações voltadas

para setores especí�cos da sociedade. [...]

compreendidas as de responsabilidade

do Estado – quanto à implementação

e manutenção a partir de um processo

de tomada de decisões que envolvem

órgãos públicos e diferentes organismos

e agentes da sociedade relacionados à

política implementada. Neste sentido,

políticas públicas não podem ser

reduzidas a políticas estatais” (HÖLFLING,

2001, p. 31);

POLÍTICAS SOCIAIS“[...] ações que determinam o padrão de

proteção social implementado pelo Estado,

voltadas, em princípio para a redistribuição

dos benefícios sociais visando à diminuição

das desigualdades estruturais produzidas

pelo desenvolvimento socioeconômico”

(HÖLFLING, 2001, p. 31).

3 Políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros.

Page 14: politicas educacionais

Políticas Educacionais14

Estes conceitos são importantes para que

você entenda as relações que se estabelecem

entre eles e suas implicações sobre o Ensino

Superior. Cabe lembrar que existe uma relação

entre o geral e o particular, ou seja, só seremos

capazes de apreender o Ensino Superior se

conseguirmos entender em que sociedade

este nível de ensino está inserido? Em que

Estado a política e a legislação foram pensa-

das? E para qual educação? Estas questões,

ao serem respondidas, darão o aprofunda-

mento necessário para a continuidade dos

estudos que aqui estamos propondo.

Page 15: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar15

“Para entender o neoliberalismo é preciso, ini-

cialmente, registrar quais são as ideias mestras

do liberalismo clássico e contra quem elas

se movem: as instituições reguladoras do

feudalismo, das corporações de ofício e do

Estado mercantilista. [...] Depois simetrica-

mente, poderemos compreender melhor as

ideias centrais do neoliberalismo. [...] os inimi-

gos contra os quais o neoliberalismo se volta,

as formas de regulação econômica do século

XX: o Estado keynesiano, os sindicatos e as

políticas de bem-estar social nos países de-

senvolvidos, o Estado desenvolvimentista e

a chamada democracia populista nos países

subdesenvolvidos” (MORAES, 2001, p.11).

CONCEITO DE NEOLIBERALISMO“[...] é a ideologia do capitalismo na era

de máxima financeirização da riqueza,

a era da riqueza mais líquida, a era do

capital volátil – e um ataque às formas

de regulação econômica do século XX,

como o socialismo, o keynesianismo, o

estado de bem-estar, o terceiro-mundismo

e o desenvolvimento latino-americano”

(MORAES, 2001, p.11).

NEOLIBERALISMONA EDUCAÇÃO

Page 16: politicas educacionais

Políticas Educacionais16

QUARENTENA DOS NEOLIBERAISrompe-se em meados anos 70: conquista

dos governos mais importantes – Margareth

Thatcher (1979) Inglaterra; Reagan (1980)

EUA; Helmut Khol (1982) Alemanha;

Pinochet (1973) Chile; General Videla (1976)

Argentina. Nos anos 80, BM e FMI (1985)

Bolívia; Salinas de Gortari (1988) México;

Menen (1989) Argentina; Carlos Andrès

Perez (1989) Venezuela; Fujimori (1990) Peru

e de Collor a Cardoso (1989) Brasil (MORAES,

2001, p. 16).

Outros países da América Latina �caram

cada vez mais pobres, mais excludentes,

mais desiguais, incrementando a discrimi-

nação social, reproduzindo privilégios das

minorias, aumentando o individualismo

e a competição selvagem, quebrando os

laços de solidariedade coletiva (MEURER,

1996, p.10).

CHILE (1973)Pinochet: Primeiro campo que os neo-

liberais encontraram para desenvolver

seus ideais que mais tarde foram aplica-

dos na Europa.

BRASIL (1964)Ditadura militar: Ela não era considera-

da como regime usado pelos liberais,

ditadura foi isolada com seus efeitos

malé�cos.

3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIALOs organismos multilaterais (FMI, BM) e os

macromercados como Mercosul surgiram

como aqueles que diminuiriam a ação do

Estado, podendo in�uir no processo de-

cisório dos países latino-americanos.

BRASIL (1990)O aumento da vulnerabilidade externa e

o desmantelamento dos setores produ-

tivos (MEURER, 1996, p.10).

as repercussões neoliberais na sociedade

Page 17: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar17

BRESSER PEREIRAde forma incompleta;

FERNANDO COLLOR DE MELLO escolhido para implementar o projeto;

ITAMAR FRANCOmistura neoliberalismo com tradicionalismo - não sendo classi�cado como neoliberal;

FERNANDO H. CARDOSOencontrou credibilidade para desenvolver o projeto proposto pelo capital transnacional(MEURER, 1996, p.11)

Questões a serem desenvolvidas – livre-

mercado e propriedade – energia pessoal,

empenho, persistência [...]. Os indivíduos são

libertados economicamente, mas permane-

cem controlados social e culturalmente.

Mudança cultural antecede a econômica – a

questão da privatização no Brasil surge para

que o povo mude de concepção e entenda

que o privado é mais e�ciente que o público.

crise ética dosetor públicoMudança nas formas de pensar a educação,

saúde, etc. “É um projeto hegemônico onde

se instaura um novo pensamento moral e

ético, criando-se um novo senso comum e

uma nova forma de interpretar a sociedade”.

O eixo do sucesso do neoliberalismo

está na questão cultural. Também na escola,

pois esta é permeada pelo mercantilismo,

pelo comércio da democracia (MEURER,

1996, p.12-13).

o neoliberalismoe a educaçãoEducação é entendida como propriedade

individual, onde os que têm acesso a ela

podem excluir os que não têm. Direito de

compra e venda para usufruir sobre sua renda

e o seu lucro.

Para neoliberais, os sistemas educativos

enfrentam uma crise de e�ciência e qualidade.

neoliberalismo chega ao brasil

Page 18: politicas educacionais

Políticas Educacionais18

Para Nozich (apud MEURER, 1996, p.13), o

Estado mínimo é o único possível. Neste con-

texto acreditam que a crise se dá porque os

sistemas institucionais, tais como a saúde,

a educação, políticas de emprego, etc. não

atuam dentro da lógica do mercado.

Os neoliberais acreditam que qualquer

iniciativa do Estado irá gerar mais pobreza e

de�nem uma nova forma de fazer e pensar

a educação, e neste sentido todos reconhe-

cem que ela está em crise e esperam receitas

para sair da situação.

Existe uma crise de e�ciência e e�cá-

cia na escola, neste sentido os indivíduos

deixam de ser cidadãos passando a condi-

ção de consumidores.

Proposta da educação neoliberal pressu-

põe a reforma institucional da própria escola,

considerando-a como uma lanchonete

(Macdonaldização). Busca dessa forma ter-

ceirizar o ensino, que estará desvinculado de

uma proposta de escola, havendo assim uma

desprocupação com a construção de uma

escola pública que forme o verdadeiro cidadão

(GENTILI, 1995 apud MEURER, 1996, p.15).

A educação não pode superar a miséria

e a exclusão social, mas tem como função

fundamental transformar e fazer com que a

pobreza seja algo que se torne eticamente

suportável. Essa deve ser uma das ferramen-

tas para a emancipação dos sujeitos (MEURER,

1996, p.13-17).

Os neoliberais acreditam quequalquer iniciativa do Estado irá gerar mais pobreza...

Page 19: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar19

OS ORGANISMOS INTERNACIONAISE sUAs PROPOstAs PARA A EDUCAÇÃO BRAsiLEiRA

Vamos conhecer algumas das instituições vin-culadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Estas fazem parte de duas frentes de atuação: aquelas consideradas agências multi-laterais de financiamento, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Comissão Econômica Regional para a América Latina e Caribe (CEPAL), e aquelas consideradas de caráter humanitário, a UNICEF e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Page 20: politicas educacionais

Políticas Educacionais20

QU

AD

RO 1

Page 21: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar21

O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi

criado em 1945 e tem como objetivo básico

zelar pela estabilidade do sistema mone-

tário internacional, notadamente através

da promoção da cooperação e da consulta

em assuntos monetários entre os seus 184

países membros. Com exceção de Coreia

do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra,

Mônaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros

da ONU fazem parte do FMI. Juntamente

com o BIRD, o FMI emergiu das Conferências

de Bretton Woods como um dos pilares

da ordem econômica internacional do

pós-guerra. O FMI objetiva evitar que de-

sequilíbrios nos balanços de pagamentos e

nos sistemas cambiais dos países membros

possam prejudicar a expansão do comér-

cio e dos �uxos de capitais internacionais.

O Fundo favorece a progressiva eliminação

das restrições cambiais nos países membros

e concede recursos temporariamente para

evitar ou remediar desequilíbrios no balanço

de pagamentos. Além disso, o FMI planeja e

monitora programas de ajustes estruturais

FMI fundo monetário internacional

e oferece assistência técnica e treinamen-

to para os países membros.

Objetivos

• Promover a cooperação monetária

internacional, fornecendo um

mecanismo de consulta e colaboração

dos problemas �nanceiros;

• Favorecer a expansão equilibrada

do comércio, proporcionando níveis

elevados de emprego, trazendo

desenvolvimento dos recursos

produtivos;

•Oferecer ajuda �nanceira aos países

membros em di�culdades econômicas,

emprestando recursos com prazos

limitados;

•Contribuir para a instituição de um

sistema multilateral de pagamentos e

promover a estabilidade dos câmbios.

FMI. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_MonetArio_Internacional>. Acesso em: 05 de março de 2014.

Page 22: politicas educacionais

Políticas Educacionais22

O Banco Mundial é uma das principais fontes

de assistência para o desenvolvimento no

mundo. Sua meta principal é ajudar as

pessoas e países mais pobres. Concebido

em 1944, em Bretton Woods, Estado de Novo

Hampshire (EUA), o Banco Mundial inicial-

mente ajudou a reconstruir a Europa após a

Segunda Guerra Mundial. O trabalho de re-

construção permanece como um enfoque

importante do Banco Mundial devido aos

desastres naturais, emergências humanitárias

e necessidades de reabilitação pós-con�itos,

mas atualmente a principal meta do trabalho

do Banco Mundial é a redução da pobreza

no mundo em desenvolvimento.

O Grupo do Banco Mundial é constituído

por cinco instituições estreitamente relacio-

nadas e sob uma única presidência:

BM banco mundial

Page 23: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar23

médias com bons antecedentes de crédito. O

poder de voto de cada país-membro está vin-

culado às suas subscrições de capital, que por

sua vez estão baseadas no poder econômico

relativo de cada país. O BIRD levanta grande

parte dos seus fundos através da venda de

títulos nos mercados internacionais de capital.

centro internacionalpara arbitragemde disputas sobre investimentos (CIADI)

O CIADI proporciona instalações para a reso-

lução – mediante conciliação ou arbitragem

– de disputas referentes a investimentos

entre investidores estrangeiros e os seus

países an�triões.

corporação financeira internacional (IFC)

A IFC promove o crescimento no mundo

em desenvolvimento mediante o �nancia-

mento de investimentos do setor privado e

a prestação de assistência técnica e de as-

sessoramento aos governos e empresas. Em

parceria com investidores privados, a IFC

proporciona tanto empréstimos quanto par-

ticipação acionária em negócios nos países

em desenvolvimento

associação internacional de desenvolvimento (AID)

Desempenha um papel importante na missão

do Banco que é a redução da pobreza. A as-

sistência da AID concentra-se nos países mais

pobres, aos quais proporciona empréstimos

sem juros e outros serviços. A AID depende

das contribuições dos seus países membros

mais ricos - inclusive alguns países em de-

senvolvimento - para levantar a maior parte

dos seus recursos �nanceiros

agênciamultilateral de garantia de investimentos (AMGI)A AMGI ajuda a estimular investimentos es-

trangeiros nos países em desenvolvimento

por meio de garantias a investidores estran-

geiros contra prejuízos causados por riscos

não comerciais. A AMGI também proporcio-

na assistência técnica para ajudar os países a

divulgarem informações sobre oportunida-

des de investimento.

banco internacional para a reconstrução e o desenvolvimento (BIRD)O BIRD proporciona empréstimos e assistência

para o desenvolvimento de países de rendas

Page 24: politicas educacionais

Políticas Educacionais24

A Comissão Econômica para a América Latina

e o Caribe (CEPAL) foi criada em 25 de feverei-

ro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social

das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede

em Santiago, Chile. É uma das cinco comis-

sões econômicas regionais das Nações Unidas

(ONU). Foi criada para coordenar as políticas

direcionadas à promoção do desenvolvimen-

to econômico da região latino-americana,

coordenar as ações encaminhadas para sua

promoção e reforçar as relações econômicas

dos países da área, tanto entre si como com

as demais nações do mundo. Posteriormente,

seu trabalho ampliou-se para os países do

Caribe e se incorporou o objetivo de promo-

ver o desenvolvimento social e sustentável.

Todos os países da América Latina e do

Caribe são membros da CEPAL, junto com

algumas nações desenvolvidas, tanto da

América do Norte como da Europa, que

mantêm fortes vínculos históricos, econô-

micos e culturais com a região. No total, os

Estados-membros da Comissão são 43 e

8 membros associados, condição jurídica

acordada para alguns territórios não inde-

pendentes do Caribe.

Principal organismo multi lateral internacional de �nan-ciamento do desenvolvimen-to social e econômico, forma-do por 184 países-membros, entre os quais o Brasil. Dedicado à redução da po-breza em todo o mundo.Formado por cinco organi-zações: o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvi-mento (BIRD), a Associação Internacional de Desenvolvi-mento (AID), a Corporação Fi-nanceira Internacional (IFC), a Agência Multilateral de Garan-tia de Investimentos (AMGI)

e o Centro Internacional para Acerto de Disputas de Inves-timento (CIADI).Além de �nanciar projetos, o Banco Mundial também oferece sua grande experiên-cia internacional em diversas áreas de desenvolvimento.Um dos pilares do desenvolvi-mento social e econômico mundial desde a Segunda Guerra.A única agência supranacio-nal de �nanciamentos com presença e impacto globais. Angaria fundos nos merca-dos �nanceiros internaciona-

is para combater a pobreza através do �nanciamento de projetos nos países em desenvolvimento.Ajuda a atrair investimentos privados através de coinves-timentos, garantias e seguros de risco político. Oferece aconselhamento econômico e técnico aos países membros.

Disponível em: <http://www.ban-comundial.org.br/index.php/con-tent/view/6.htmlv>. Acesso em: 05 do mar. de 2014.

CEPAL comissão econômica para a américa latina e o caribe

Page 25: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar25

Nos anos recentes, a CEPAL tem-se dedi-

cado particularmente ao estudo dos desa�os

que propõe a necessidade de retomar o

caminho do crescimento sustentado, assim

como a consolidação de sociedades plurais e

democráticas. No marco da proposta geral, co-

nhecida como transformação produtiva com

equidade, foram consideradas questões tais

como o papel da política social; o tratamen-

to dos aspectos ambientais e demográ�cos

e a estratégia educativa; a necessidade do

progresso técnico para inserir-se de maneira

competitiva no âmbito global, consolidar a

estabilidade das economias da região e dina-

mizar seu processo de expansão.

Disponível em: <http://www.eclac.cl/cgi-bin/getProd.asp?xml=/brasil/noticias/paginas/2/5562/p5562.xml&xsl=/brasil/tpl/p18f.xsl&base=/brasil/tpl/top-bottom.xsl>.

Acesso em: 05 mar. 2014.

UNICEF fundo das nações unidas para a infância

O Fundo das Nações Unidas para a Infância

(UNICEF) é um órgão internacional, com

sede em Nova York, que foi criado no dia 11

de dezembro de 1946, por decisão unânime,

durante a primeira sessão da Assembleia Geral

das Nações Unidas. Os primeiros programas do

UNICEF forneceram assistência emergencial a

milhões de crianças no período pós-guerra na

Europa, no Oriente Médio e na China.

Consolidou-se em 1953 como parte perma-

nente do sistema das Nações Unidas, com um

papel ampliado: “atender às necessidades de

longo prazo das crianças que vivem na pobreza

nos países em desenvolvimento” (UNICEF, 2007).

Nessa perspectiva, o UNICEF tem como princí-

pio básico promover o bem-estar da criança e

do adolescente, com base em sua necessidade,

sem discriminação de raça, credo, nacionalida-

de, condição social ou opinião política.

Em 1979, a análise da situação da infância

brasileira levou ao reconhecimento de que as

políticas em favor da infância e da juventude

deviam integrar o planejamento econômico

e social do país, com ênfase nos programas

preventivos. Reconheceu-se, também, a ne-

cessidade de haver um orçamento substancial

para a cobertura nacional dos serviços básicos,

com atenção especial para o saneamento.

Dessa forma, o UNICEF, no Brasil, aliou-se

aos esforços que já vinham sendo desen-

volvidos e, por intermédio de uma grande

campanha de mobilização nacional que vem

se repetindo por vários anos, o Governo,

grupos religiosos, empresas privadas e pú-

blicas conseguiram reduzir drasticamente

os índices de mortalidade infantil.

Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/historico.htm>. Acesso em: 18 fev. 2014.

Page 26: politicas educacionais

Políticas Educacionais26

A Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi

criada em 16 de novembro de 1945, logo após

a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo

de garantir a paz por meio da cooperação

intelectual entre as nações, acompanhando

o desenvolvimento mundial e auxiliando os

Estados-Membros – hoje são 193 países – na

busca de soluções para os problemas que

desafiam nossas sociedades. É a agência das

Nações Unidas que atua nas seguintes áreas de

mandato: Educação, Ciências Naturais, Ciências

Humanas e Sociais, Cultura e Comunicação e

Informação.

A Representação da UNESCO no Brasil

foi estabelecida em 1964 e seu Escritório,

em Brasília, iniciou as atividades em 1972,

tendo como prioridades a defesa de uma

educação de qualidade para todos e a pro-

moção do desenvolvimento humano e social.

Desenvolve projetos de cooperação técnica

em parceria com o governo – União, estados

e municípios –, a sociedade civil e a inicia-

tiva privada, além de auxiliar na formulação

de políticas públicas que estejam em sinto-

nia com as metas acordadas entre os Estados

Membros da Organização.

No setor de Educação, a principal diretriz

da UNESCO é auxiliar os países membros a

atingir as metas de Educação para Todos, pro-

movendo o acesso e a qualidade da educação

em todos os níveis e modalidades, incluindo

a educação de jovens e adultos. Para isso, a

Organização desenvolve ações direcionadas

ao fortalecimento das capacidades nacionais,

além de prover acompanhamento técnico

e apoio à implementação de políticas na-

cionais de educação, tendo sempre como

foco a relevância da educação como valor

estratégico para o desenvolvimento social

e econômico dos países.

Disponível em: <http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/unesco/>. Acesso em: 05 mar. de 2014

UNESCO a organização das nações unidas para a educação, a ciência e a cultura

Page 27: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar27

Jacques Delors foi o responsável pela elabora-

ção do Relatório para a UNESCO da Comissão

Internacional sobre Educação para o século

XXI “Educação: um tesouro a descobrir”, neste ele

indicou os objetivos principais para a educação

que estava por vir. Seguem os quatro pilares da

proposta, bem como o signi�cado da educação

ao longo da vida, estes fundamentos necessá-

rios para se fazer a educação do novo século:

aprender a conhecercombinando uma cultura geral, su�cientemen-

te vasta, com a possibilidade de trabalhar em

profundidade um pequeno número de matérias.

O que também signi�ca: aprender a aprender,

para bene�ciar-se das oportunidades oferecidas

pela educação ao longo de toda a vida.

aprender a fazera �m de adquirir, não somente uma quali�-

cação pro�ssional mas, de uma maneira mais

ampla, competências que tornem a pessoa

apta a enfrentar numerosas situações e a tra-

balhar em equipe. Mas também aprender a

fazer, no âmbito das diversas experiências

sociais ou de trabalho que se oferecem aos

jovens e adolescentes, quer espontaneamen-

te, fruto do contexto local ou nacional, quer

formalmente, graças ao desenvolvimento do

ensino alternado com o trabalho.

as propostas para a

EDUCAÇÃO BRASILEIRA

aprender a viver juntosdesenvolvendo a compreensão do outro e

a percepção das interdependências — reali-

zar projetos comuns e preparar-se para gerir

con�itos — no respeito pêlos valores do plu-

ralismo, da compreensão mútua e da paz.

aprender a serpara melhor desenvolver a sua personalidade

e estar à altura de agir com cada vez maior

capacidade de autonomia, de discernimen-

to e de responsabilidade pessoal. Para isso,

não negligenciar na educação nenhuma das

potencialidades de cada indivíduo: memória,

raciocínio, sentido estético, capacidades

físicas, aptidão para comunicar-se (DELORS,

2006, p.101-102).

o conceito de educaçãoao longo de toda a vidaé a chave que abre as portas do século

XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre

educação inicial e educação permanente.

Aproxima-se de outro conceito proposto

com freqüência: o da sociedade educativa,

onde tudo pode ser ocasião para aprender e

desenvolver os próprios talentos. Em suma,

a “educação ao longo de toda a vida”, deve

aproveitar todas as oportunidades ofereci-

das pela sociedade (DELORS, 2006).

Page 28: politicas educacionais

Políticas Educacionais28

considerações finaisAo encerrar esta unidade, você deve con-

siderar as questões que foram tratadas, tais

como: a relação entre sociedade, Estado e

educação; o neoliberalismo na educação; e os

organismos internacionais e suas propostas

para a educação brasileira. Esta é uma re�e-

xão essencial para aqueles que se propõem a

conhecer as políticas e a legislação do Ensino

Superior no Brasil.

Page 29: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar29

atividade de autoestudo

ESTUDO DE TEXTOleia o texto a seguir e responda o que for

solicitado

UNESCO: OS QUATRO PILARES DA “EDU-CAÇÃO PÓS-MODERNA”Lenildes Ribeiro Silva

O relatório para a Unesco, da Comissão Internacional

sobre Educação para o século XXI, Educação: um

tesouro a descobrir, traz uma análise considerável a

respeito do desenvolvimento da sociedade atual,

suas tensões marcadas pelo processo de globali-

zação e modernização, como a convivência com

a diferença, a necessidade da convivência pací�ca

e, relacionada a todas essas questões, a educa-

ção. São explicitadas re�exões sobre os rumos

da educação na sociedade do século XXI, pistas,

recomendações, objetivos e metas. Dentre essas

re�exões, ressalta-se a discussão sobre os quatro

pilares da educação (aprender a conhecer, apren-

der a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos),

o conceito de educação ao longo de toda a vida e

as articulações que se desenvolvem entre esses e

as exigências da sociedade capitalista, em globali-

zação. São pilares que se relacionam ao raciocínio

pós-moderno de Lyotard para quem o saber “não

se entende apenas, é claro, um conjunto de enun-

ciados donativos; a ele misturam-se as idéias de

saber-fazer, de saber-viver, de saber-escutar, etc”

(Lyotard, 1986, p. 36).

A educação ao longo de toda a vida se refere à

mudança da noção de quali�cação, pautada em

uma formação única para a noção de competên-

cia, que se relaciona a uma formação dinâmica,

�exível, condizente com a ênfase atual no trabalho

em equipe, na capacidade de iniciativa, na va-

lorização de talentos e aptidões. Essa mudança

advém da “desmaterialização” do trabalho que

exige, além da técnica, a “aptidão para as relações

interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).

Essa mudança no tempo destinado à educação

é discutida por Scha� quando apresenta a edu-

cação permanente como uma realidade possível

de ser alcançada e destaca, cobrando da Unesco,

sua obrigatoriedade, assim como o é a educação

escolar. A preocupação com uma formação cons-

tante do indivíduo é justi�cada pela necessidade

de que ele acompanhe o acelerado ritmo em que

as transformações da sociedade ocorrem. [...]

No “Relatório” (Delors, 1993), entretanto, a

concepção de educação permanente é retoma-

da da sua versão original, segundo as discussões

mundializadas, e ampliada no sentido de ir além

das reciclagens pro�ssionais, o que compreen-

de a educação ao longo de toda a vida, trazendo

oportunidade de conhecimento àqueles que já

se encontravam fora da idade escolar tradicional.

Embora não tratando especi�camente do concei-

to de educação permanente, ou, nos termos do

Relatório, educação ao longo de toda a vida, Lyotard

compactua dessa idéia ao ressaltar a necessidade

do ensino romper o tempo de aprendizagem insti-

tucional tradicional, atendendo a jovens e adultos

durante toda a sua vida produtiva.[...]

1. Por que é necessário conhecer o Relatório pro-

duzido pela Unesco? Qual a função dele para a

educação brasileira?

2. O que signi�ca a expressão “educação ao longo

da vida” para o documento estudado?

Page 30: politicas educacionais

Políticas Educacionais30

FilmeCapitalismo: uma historia de amorMichael MooreDuração: 120 minAno: 2009País: Estados UnidosGênero: DocumentárioSinopse: O documentário explora as raízes da crise financeira global, no período de transição entre a saída de George Bush e a posse de Barack Obama no governo dos EUA, as falcatruas po-líticas e econômicas que culminaram no que o diretor descreve como “o maior roubo da história dos EUA”: a transferência de di-nheiro dos contribuintes para instituições financeiras privadas.

ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educa-cional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.

LARA, A. M. B. As Políticas Públicas para a Infância na Argentina – O Caso da Cidade de Buenos Aires a partir dos anos 1990. In: AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Orgs.) Políticas para a Educação: análises e apontamentos. Maringá: EDUEM, 2011. p.159-180.

LIVRO Título: Neoliberalismo - de Onde Vem Para Onde Vai?Autor: Reginaldo MoraesEditora: SENAC São PauloSinopse: Tema desse livro, o neoliberalismo suscita várias ques-tões: O que significa? De onde surge? O que pretende? Quem o defende? Quem o critica? Tais perguntas contêm um ex-traordinário potencial de controvérsia, na medida em que o neoliberalismo provoca muitas discussões, a seu favor ou contra.

“Quanto ao aporte de recursos, o Banco destinou até 1994, um crédito de 19,2 bilhões de dólares ao setor educacio-nal (BIRD, 1995). A parcela concedida ao Brasil mostra-se pouco significativa: no curso de vinte anos de cooperação, o crédito apenas ultrapassou os 100 milhões de dólares. Esta quantia, se não contribuiu para mudanças no quadro dos problemas estruturais da educa-ção, permitiu que o BIRD participasse da definição da agenda educacional do País. Isto porque os empréstimos impli-cam a imposição de condicionalidades políticas ao setor sob financiamento, as quais são negociadas durante o período de identificação e preparação dos pro-jetos. Se se considera que para receber este crédito, o Brasil concorreu com pelo menos o dobro desses recursos a título de contrapartida aos empréstimos, fica evidente que o BIRD fez prevalecer o seu próprio projeto político às custas do di-nheiro nacional”

(FONSECA 1998, p.41). FONSECA, Marília.O Banco Mundial como referência para a justiça social no terceiro mundo: evidências do caso brasileiro. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, n.1, pp. 37-69. ISSN 0102-2555. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-25551998000100004>.

organismos internacionais acesse os links:<www.onu.org.br><www.onu.org.br/onu-no-brasil/unesco><www.onu.org.br/onu-no-brasil/unicef><www.worldbank.org/pt/cuntry/brazil>

neoliberalismo na América Latina acesse:<http://youtu.be/k9GUO1am3M4>

filme

Web

relatode caso

Os modelos do capitalismo e a destruição das nações Zillah Branco<http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_tex-to=5764&id_coluna=81http://youtu.be/k9GUO1am3M4>

Page 31: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar31

O aumento da interdependência econômica, os intercâmbios em todos os planos, as influências culturais e sociais que se têm processado de forma acelerada, sempre mais rápida, passaram a fazer parte do quotidiano, exigindo que o domínio de informações, o mais variado possível, adquirisse relevada importância crucial. Nesse novo cenário, o que se constata é que não existe, ainda, no país quantidade de profissionais suficientemente habilitados para atender um mercado com tais necessidades. Daí o surgimento dos cursos não só de graduação em Relações Internacionais, mas também de dezenas de pós-graduação lato e stricto sensu, em todo país.

(MIYAMOTO, 2002, p. 4)

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDuCAçãO NACIONAL

A lei é um espaço de luta pela conquista e reconhecimento de direitos de cidadania. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação regulamenta direitos instituídos na Constituição Federal de 1988, vinculando a educação escolar ao mundo do trabalho e à prática social. A formulação da lei seguiu longa trajetória de participação e conflitos por uma educação pública, democrática e de qualidade. O primeiro projeto, tendo como relator Jorge Hage, instituiu formas significativas

de participação da cidadania (BRITO, 1997), acolhendo propostas avançadas, fundamentadas em debates dos educadores em Conferências Brasileiras de Educação e em propostas do Fórum em Defesa da Escola Pública. Após passar por negociações e conflitos, o projeto inicial foi aprovado na Câmara, em 1993. Foi substituído, no Senado, por projeto do Senador Darcy Ribeiro, desconsiderando a trajetória anterior. Diante da resistência que se seguiu a essa mudança de rumo, Darcy Ribeiro foi incorporando emendas que atenuassem de algum modo as resistências e o mal-estar

Page 32: politicas educacionais

2 SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO

Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael

Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:• Educação Infantil• Ensino Fundamental• Ensino Médio• Educação de Jovens e Adultos• Educação a Distância• Educação Pro�ssional• Educação Especial• Educação de Negros e Quilombolas• Educação do e no Campo• Educação Indígena

Objetivos de Aprendizagem• Estudar as etapas da educação básica: Educação

Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.• Compreender e analisar as modalidades da educa-

ção básica: Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância, Educação Pro�ssional, Educação Especial, Educação de Negros e Quilombolas, Educação do e no Campo e Educação Indígena.

Page 33: politicas educacionais

O objetivo desta unidade é tratar da organização do Sistema

Educacional Brasileiro – SEB – em sua base legal. Para tanto, você

estudará a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) e do Plano Nacional de

Educação (Lei nº 10.172/2001 e PL nº 8.035).

Ao discutirmos o SEB, vamos aprofundar nossos estudos no co-

nhecimento dos níveis e modalidades da Educação Básica – o que

significa apreender sobre a Educação Infantil, o Ensino Fundamental

e o Ensino Médio – bem como das modalidades que a compõem,

tais como Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância,

Educação Profissional, Educação Especial, Educação de Negros e

Quilombolas, Educação do e no Campo e a Educação Indígena.

Você compreenderá como são conceituados os níveis e as

modalidades da educação e ensino tanto pela legislação como

pelos teóricos que os analisam. É importante que você entenda a

importância dessa discussão para sua formação, tendo em vista a

necessidade de compreender as políticas educacionais e os aspec-

tos da base legal da educação no país.

Cabe aqui esclarecer que, nesta unidade do livro, somente

abordaremos o primeiro nível do SEB, a Educação Básica – EB, e o

segundo nível, a Educação Superior – ES, discutido na Unidade III.

Acreditamos que será mais palatável a você, caro(a) acadêmico(a),

trabalhar os níveis separadamente.

Vamos aos estudos!!!!!!

Page 34: politicas educacionais

Políticas Educacionais34

Conto com a sua participação na discus-

são que faremos a seguir. Sei que estudar

as Políticas Educacionais num primeiro

momento, diria assim de chofre, parece um

fardo, mas creia é uma das áreas mais interes-

santes da Educação. E não me re�ro apenas

ao nosso país, mas a nossa região, a América

Latina, e a outras como a Europa e os Estados

Unidos, por exemplo.

O que estou querendo salientar é que, a partir

dos anos de 1980, nós, pesquisadores brasilei-

ros da área, já não estudávamos a legislação

pela legislação como na disciplina de Estrutura

e Funcionamento do Ensino2. Re�ro-me a

outra forma mais interessante de tratar da base

legal, ou seja, contextualizando-a. Superamos

aquela forma por uma outra, e aquela disci-

plina por uma nova, mais arrojada, que nos

educação

BÁSICA

2 A origem da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino está no Parecer CFE nº 252/69. Para ler mais: SAVIANI, D. Competência política e competência técnica. Educação e Sociedade, São Paulo, nº15, p. 111-169, 1983; ____. Análise crítica da organização escolar brasileira através das leis 5.540/68 e 5.692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.) Educação Brasileira Contemporânea: organização e funcionamen-to. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. ___. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.

Page 35: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar35

proporcionou a compreensão do movimen-

to da história, seus interlocutores, a disciplina

de Políticas Educacionais.

Cabe adiantar a você que não foi uma ca-

minhada simples e nem fácil. Ainda hoje, no

século XXI, continuamos buscando a episte-

mologia para analisar as Políticas Educacionais.

Não me deixam mentir autores como Eneida

Oto Shiroma, Olinda Evangelista, Roselane

Fátima Campos, Rosalba Maria Cardoso

Garcia, Je�erson Mainardes, estes teóricos

do nosso sul brasileiro, mas podemos contar

também com autores estrangeiros Stephen

Bawn, Susan Robertson, entre outros. Esses

autores citados são fundamentais para você

aprofundar suas leituras no que diz respeito

às análises das políticas.

O mais importante é não fugirmos do

nosso foco. Ao tratarmos em um primeiro

momento da EB, buscamos identi�cá-la na

legislação escolhida para aprofundarmos

nossas discussões. Vamos iniciar pela CF

(1988), esta estabeleceu o regime de cola-

boração no seu art. 211, como segue:

Page 36: politicas educacionais

Políticas Educacionais36

Artigo 211A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organiza-

rão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos

Territórios, �nanciará as instituições de ensino públicas fede-

rais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva

e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunida-

des educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino

mediante assistência técnica e �nanceira aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios.

§2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino funda-

mental e na educação infantil.

§§ 1º e 2º alterados pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996

§3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no

ensino fundamental e médio.

§4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios de�nirão formas

de colaboração, de modo a assegurar a universalização do

ensino obrigatório.* Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 11 de

novembro de 2009

§5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao

ensino regular. Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006*

Gostaria de ressaltar uma questão fundamental, já abordada

por Volsi e Lara (2012), que apontam que nesta Lei não aparece

a expressão Sistema Educacional e, sim, sistemas de ensino.

Page 37: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar37

E, ainda, fundamentam:

Embora a Constituição de 1988 estabeleça o regime de colabo-ração entre os sistemas de ensino, essa questão se apresenta um tanto confusa na legislação. Não há uma de�nição clara, uma regra precisa, de como ocorrerá essa colaboração entre as esferas administrativas (Federal, Estadual e Municipal). Essa situação tem deixado lacunas que acabam por contribuir para não efetivação da garantia do direito a educação ao cidadão brasileiro (VOLSI; LARA, 2012, p. 18-19).

Essa discussão é basilar para caracterizar o papel que estados e

municípios têm no que tange à EB. É claro que não daremos conta

de todas as especi�cidades do �nanciamento da educação, no

entanto, é preciso enfatizar sua importância. Por isso, o regime

de colaboração é um ponto estratégico para conhecer melhor o

alcance de cada ente federado nesta questão.

É importante salientar as questões referentes à Educação Básica

na LDB (1996) e no PNE (2001). Na LDB (1996), o Título V - Dos Níveis

e das Modalidades de Educação e Ensino, em seu Capítulo I - Da

Composição Dos Níveis Escolares, no seu art. 21, de�ne:

Artigo 21

A educação escolar compõe-se de:

I. educação básica, formada pela educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio;

II. educação superior (BRASIL, 1996).

No Capítulo II - DA EDUCAÇÃO BÁSICA, na Seção I - Das Disposições

Gerais que compreende os art. 22 até o art. 28, vamos apenas

abordar o que é mais relevante a nossa discussão, que é apresen-

tar em linhas gerais a EB:

Page 38: politicas educacionais

Políticas Educacionais38

Artigo 22A educação básica tem por finalidades desenvolver o

educando, assegurar-lhe a formação comum indispen-

sável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios

para progredir no trabalho e em estudos posteriores

(BRASIL, 1996).

No Capítulo I, no subtítulo ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, no

Plano Nacional de Educação (2010), em seu artigo 21 a�rma:

Artigo 21

São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos

do desenvolvimento educacional:

I. a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englo-

bando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança

até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com

duração de 2 (dois) anos;

II. o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração

de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas fases: a

dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos �nais;

III. o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos.

Parágrafo único. Essas etapas e fases têm previsão de idades

próprias, as quais, no entanto, são diversas quando se atenta

para sujeitos com características que fogem à norma, como

é o caso, entre outros:

I. de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar;

II. de retenção, repetência e retorno de quem havia abando-

nado os estudos;

III. de portadores de de�ciência limitadora;

IV. de jovens e adultos sem escolarização ou com esta

incompleta;

V. de habitantes de zonas rurais;

VI. de indígenas e quilombolas;

VII. de adolescentes em regime de acolhimento ou internação,

jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos

estabelecimentos penais (BRASIL, 2010).

Page 39: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar39

Para viabilizarmos a discussão sobre as etapas da EB, vamos tratar

de forma separada cada uma delas. Iniciamos nossas análises e in-

terpretações da base legal pela Educação Infantil. Na LDB (1996),

iniciamos pela Seção II - Da Educação Infantil que vai especi�car

em seus artigos de 29 a 31:

Artigo 29

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem

como finalidade o desenvolvimento integral da criança até

seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, in-

telectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.

Artigo 30

A educação infantil será oferecida em:

I. creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até

três anos de idade;

II. pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Artigo 31

Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acom-

panhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o

objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino

fundamental (BRASIL, 1996).

No PNE (2001), na Seção I - Educação Infantil, trata em seu art. 22:

Artigo 22

A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento

integral da criança, em seus aspectos físico, afetivo, psicoló-

gico, intelectual, social, complementando a ação da família

e da comunidade.

Page 40: politicas educacionais

Políticas Educacionais40

§ 1º As crianças provêm de diferentes e singulares contextos so-

cioculturais, socioeconômicos e étnicos, por isso devem ter

a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola

e pelos pro�ssionais da educação, com base nos princí-

pios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e

pluralidade.

§ 2º Para as crianças, independentemente das diferentes condições

físicas, sensoriais, intelectuais, linguísticas, étnico-raciais, socio-

econômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações

sociais e intersubjetivas no espaço escolar requerem a atenção

intensiva dos pro�ssionais da educação, durante o tempo de

desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares, pois

este é o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a

partir da brincadeira orientada pelos pro�ssionais da educação.

§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e

do respeito mútuo em que se assenta a vida social devem ini-

ciar-se na Educação Infantil e sua intensi�cação deve ocorrer

ao longo da Educação Básica.

§ 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promoven-

do ações a partir das quais as unidades de Educação Infantil

sejam dotadas de condições para acolher as crianças, em

estreita relação com a família, com agentes sociais e com a

sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, for-

malmente estabelecidos.

§ 5º A gestão da convivência e as situações em que se torna ne-

cessária a solução de problemas individuais e coletivos pelas

crianças devem ser previamente programadas, com foco

nas motivações estimuladas e orientadas pelos professores

e demais pro�ssionais da educação e outros de áreas perti-

nentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada

criança e os vínculos desta com a família ou com o seu res-

ponsável direto (BRASIL, 2010).

A segunda etapa da EB é o ENSINO FUNDAMENTAL. E vamos tra-

balhar na legislação usando a LDB e o PNE. A LDB (1996), na Seção

III - Do Ensino Fundamental nos seus art. 32 a 34, trata:

Page 41: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar41

Artigo 322

O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos,

gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade,

terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como

meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema

político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se

fundamenta a sociedade;

III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo

em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a

formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos

vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e

de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fun-

damental em ciclos.

§ 2º os estabelecimentos que utilizam progressão regular por

série podem adotar no ensino fundamental o regime de

progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do pro-

cesso de ensino-aprendizagem, observadas as normas do

respectivo sistema de ensino.

§ 3º o ensino fundamental regular será ministrado em língua

portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a uti-

lização de suas línguas maternas e processos próprios de

aprendizagem.

§ 4º o ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a dis-

tância utiliza- do como complementação da aprendizagem

ou em situações emergenciais.

§ 5º3 o currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,

conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescen-

tes, tendo como diretriz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,

que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observa-

da a produção e distribuição de material didático adequado.

§ 6º4 o estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como

tema transversal nos currículos do ensino fundamental.

3 Caput com redação dada pela Lei nº 11.274, de 07-02-2006.

4 Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.525, de 25-09-2007.

5 Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.472, de 1º-9-2011, em vigor 90 dias após sua publicação, que ocorreu no Diário O�cial da União de 02-09-2011.

Page 42: politicas educacionais

Políticas Educacionais42

Artigo 335

O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da

formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários

normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado

o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais-

quer formas de proselitismo.

§ 1º os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos

para a definição dos conteúdos do ensino religioso e es-

tabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos

professores.

§ 2º os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída

pelas diferentes denominações religiosas, para a definição

dos conteúdos do ensino religioso.

Artigo 34

A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos

quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres-

sivamente ampliado o período de permanência na escola.

§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas

alternativas de organização autorizadas nesta lei.

§ 2º o ensino fundamental será ministrado progressivamente

em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino

(BRASIL, 1996).

O PNE (2001), na Seção II - Ensino Fundamental, dos art. 23 a 25,

trata:

Artigo 23

O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrí-

cula obrigatória para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade,

tem duas fases sequentes com características próprias, chama-

das de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para

estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos �nais, com

4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. 6 Artigo com redação dada pela

Lei nº 9.475, de 27-07-1997.

Page 43: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar43

Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher signi�ca

também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendiza-

gem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva

interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens cul-

turais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade

em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor

valorizado desses bens.

Artigo 24

Os objetivos da formação básica das crianças, de�nidos para a

Educação Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino

Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos

anos �nais, ampliando e intensi�cando, gradativamente, o pro-

cesso educativo, mediante:

I. da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o

pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II. foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primei-

ros anos;

III. compreensão do ambiente natural e social, do sistema po-

lítico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e

dos valores em que se fundamenta a sociedade;

IV. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo

em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a

formação de atitudes e valores;

V. fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solida-

riedade humana e de respeito recíproco em que se assenta

a vida social.

Artigo 25

Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial

forma de colaboração visando à oferta do Ensino Fundamental

e à articulação sequente entre a primeira fase, no geral assumida

pelo Município, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstácu-

los ao acesso de estudantes que se trans�ram de uma rede para

Page 44: politicas educacionais

Políticas Educacionais44

outra para completar esta escolaridade obrigatória, garantindo

a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar

(BRASIL, 2010).

A terceira etapa da EB é o ENSINO MÉDIO. A LDB (1996), na Seção

IV - Do Ensino Médio, nos art. 35 e 36, apresenta:

Artigo 35

O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração

mínima de três anos, terá como finalidades:

I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos

adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o pros-

seguimento de estudos;

II. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do edu-

cando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz

de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocu-

pação ou aperfeiçoamento posteriores;

III. o aprimoramento do educando como pessoa humana,

incluindo a formação ética e o desenvolvimento da auto-

nomia intelectual e do pensamento crítico;

IV. a compreensão dos fundamentos científico-tecnológi-

cos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a

prática, no ensino de cada disciplina.

Artigo 36

O currículo do ensino médio observará o disposto na seção I deste

capítulo e as seguintes diretrizes:

I. destacará a educação tecnológica básica, a compreensão

do significado da ciência, das letras e das artes; o proces-

so histórico de transformação da sociedade e da cultura;

a língua portuguesa como instrumento de comunicação,

acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;

II. adotará metodologias de ensino e de avaliação que esti-

mulem a iniciativa dos estudantes;

Page 45: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar45

III. será incluída uma língua estrangeira moderna, como dis-

ciplina obriga- tória, escolhida pela comunidade escolar, e

uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibili-

dades da instituição;

IV. serão incluídas a �loso�a e a sociologia como disciplinas

obrigatórias em todas as séries do ensino médio.6

§ 1º os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação

serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio

o educando demonstre:

I. domínio dos princípios científico e tecnológicos que pre-

sidem a produção moderna;

II. conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;

III. (revogado).7

§ 2º (revogado).8

§ 3º os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habi-

litarão ao prosseguimento de estudos.

§ 4º (revogado).9 (BRASIL, 1996).

O PNE (2012), na Seção III - Ensino Médio, no art. 26, salienta:

Artigo 26

O Ensino Médio, etapa �nal do processo formativo da Educação

Básica, é orientado por princípios e �nalidades que preveem:

I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos

adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o pros-

seguimento de estudos;

II. a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado

este como princípio educativo, para continuar aprenden-

do, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de

ocupação e aperfeiçoamento posteriores;

III. o desenvolvimento do educando como pessoa humana,

incluindo a formação ética e estética, o desenvolvimento

da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV. a compreensão dos fundamentos cientí�cos e tecnológi-

cos presentes na sociedade contemporânea, relacionando

a teoria com a prática.

7 Inciso acrescido pela Lei nº 11.684, de 2-6-2008.

8 Inciso revogado pela Lei nº 11.684, de 2-6-2008.

9 Parágrafo revogado pela Lei nº 11.741, de 16-7-2008.

10 Idem.

Page 46: politicas educacionais

Políticas Educacionais46

§ 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual

podem se assentar possibilidades diversas como preparação

geral para o trabalho ou, facultativamente, para pro�ssões

técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação cientí-

�ca e tecnológica; na cultura, como ampliação da formação

cultural.

§ 2º A de�nição e a gestão do currículo inscrevem-se em uma

lógica que se dirige aos jovens, considerando suas singu-

laridades, que se situam em um tempo determinado.

§ 3º Os sistemas educativos devem prever currículos �exíveis,

com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a

oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda

seus interesses, necessidades e aspirações, para que se as-

segure a permanência dos jovens na escola, com proveito,

até a conclusão da Educação Básica (BRASIL, 2010).

A partir deste momento do texto, vamos tratar das modalidades

que estão vinculadas à EB. Vamos apresentar na base legal como são

tratadas estas modalidades que se dividem em: Educação Especial

– EE, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Educação Pro�ssional

e Tecnológica – EPT, Educação do e no Campo – EC, Educação

Escolar Indígena – EEI, Educação de Negros e Quilombolas - ENQ

e Educação a Distância – EAD.

O PNE (2001), no CAPÍTULO II - MODALIDADES DA EDUCAÇÃO

BÁSICA, no art. 27, destaca:

Artigo 27

A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais

das modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos, Educação

Especial, Educação Pro�ssional e Tecnológica, Educação do Campo,

Educação Escolar Indígena e Educação a Distância (BRASIL, 2010).

Vamos seguir a ordem de apresentação das modalidades na

LDB (1996). Iniciamos pela EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Na Seção IV10

- Do Ensino Médio – Seção IV - A Da Educação Pro�ssional Técnica

de Nível Médio, trata dos art. 36-A até 36-D): 11 Seção acrescida pela Lei

nº 11.741, de 16-7-2008.

Page 47: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar47

Artigo 36-ASem prejuízo do disposto na seção IV deste capítulo, o ensino

médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo

para o exercício de pro�ssões técnicas.

Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facul-

tativamente, a habilitação pro�ssional poderão ser desenvolvidas

nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em coope-

ração com instituições especializadas em educação pro�ssional.

Artigo 36-B

A educação pro�ssional técnica de nível médio será desenvolvi-

da nas seguintes formas:

I. articulada com o ensino médio;

II. subsequente, em cursos destinados a quem já tenha con-

cluído o ensino médio.

Parágrafo único. A educação pro�ssional técnica de nível médio

deverá observar:

I. os objetivos e de�nições contidos nas diretrizes curricu-

lares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de

Educação;

II. as normas complementares dos respectivos sistemas de

ensino;

III. as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de

seu projeto pedagógico.

Artigo 36-C

A educação pro�ssional técnica de nível médio articulada, pre-

vista no inciso I do caput do art. 36-B desta lei, será desenvolvida

de forma:

I. integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o

ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a

conduzir o aluno à habilitação pro�ssional técnica de nível

médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se ma-

trícula única para cada aluno;

Page 48: politicas educacionais

Políticas Educacionais48

II. concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio

ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas

para cada curso, e podendo ocorrer:

a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as

oportunidades educacionais disponíveis;

b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as

oportunidades educacionais disponíveis;

c) em instituições de ensino distintas, mediante con-

vênios de intercomplementaridade, visando ao

planejamento e ao desenvolvimento de projeto pe-

dagógico uni�cado.

Artigo 36-D

Os diplomas de cursos de educação pro�ssional técnica de nível

médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão

ao prosseguimento de estudos na educação superior.

Parágrafo único. Os cursos de educação pro�ssional técnica

de nível médio, nas formas articulada concomitante e subse-

quente, quando estruturados e organizados em etapas com

terminalidade, possibilitarão a obtenção de certi�cados de qua-

li�cação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento,

de cada etapa que caracterize uma quali�cação para o trabalho

(BRASIL, 2011).

O PNE (2001), na Seção III - Educação Pro�ssional e Tecnológica,

nos art. 30 a 34, apresenta:

Artigo 30

A Educação Pro�ssional e Tecnológica, no cumprimento dos ob-

jetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e

modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e

da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras mo-

dalidades educacionais: Educação de Jovens e Adultos, Educação

Especial e Educação a Distância.

Page 49: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar49

Artigo 31Como modalidade da Educação Básica, a Educação Pro�ssional e

Tecnológica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e conti-

nuada ou quali�cação pro�ssional e nos de Educação Pro�ssional

Técnica de nível médio.

Artigo 32

A Educação Pro�ssional Técnica de nível médio é desenvolvida

nas seguintes formas:

I. articulada com o Ensino Médio, sob duas formas: a) integra-

da, na mesma instituição; ou b) concomitante, na mesma

ou em distintas instituições;

II. subsequente, em cursos destinados a quem já tenha con-

cluído o Ensino Médio.

§ 1º Os cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na

forma integrada, são cursos de matrícula única, que con-

duzem os educandos à habilitação pro�ssional técnica de

nível médio ao mesmo tempo em que concluem a última

etapa da Educação Básica.

§ 2º Os cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, oferta-

dos na forma concomitante, com dupla matrícula e dupla

certi�cação, podem ocorrer:

I. na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as opor-

tunidades educacionais disponíveis;

II. em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as opor-

tunidades educacionais disponíveis;

III. em instituições de ensino distintas, mediante convênios de

intercomplementaridade, com planejamento e desenvol-

vimento de projeto pedagógico uni�cado.

§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação Pro�ssional Técnica

de nível médio, a organização e a estruturação em etapas

que possibilitem quali�cação pro�ssional intermediária.

§ 4º A Educação Pro�ssional e Tecnológica pode ser desenvol-

vida por diferentes estratégias de educação continuada,

em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho,

Page 50: politicas educacionais

Políticas Educacionais50

incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previs-

tos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Artigo 33

A organização curricular da Educação Pro�ssional e Tecnológica

por eixo tecnológico fundamenta-se na identi�cação das tecnolo-

gias que se encontram na base de uma dada formação pro�ssional

e dos arranjos lógicos por elas constituídos.

Artigo 34

Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos

de Educação Pro�ssional e Tecnológica, como os adquiridos na

prática laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliação,

reconhecimento e certi�cação para prosseguimento ou conclu-

são de estudos (BRASIL, 2010).

Na LDB (1996), a modalidade EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

é apresentada na Seção V - Da Educação de Jovens e Adultos, nos

art. 37 e 38:

Artigo 37

A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não

tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamen-

tal e médio na idade própria.

§ 1º os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos

jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos

na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,

consideradas as características do alunado, seus interes-

ses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e

exames.

§ 2º o poder público viabilizará e estimulará o acesso e a perma-

nência do trabalhador na escola, mediante ações integradas

e complementares entre si.

Page 51: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar51

§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, pre-

ferencialmente, com a educação pro�ssional, na formado

regulamento.11

Artigo 38

Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que

compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitan-

do ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

§ 1º os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I – no

nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores

de quinze anos; II – no nível de conclusão do ensino médio,

para os maiores de dezoito anos.

§ 2º os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos edu-

candos por meios informais serão aferidos e reconhecidos

mediante exames (BRASIL, 1996).

O PNE (2001), na Seção I - Educação de Jovens e Adultos, no art.

28, explicita:

Artigo 28

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam

na faixa etária superior à considerada própria, no nível de conclu-

são do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos

gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes

oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as

características do alunado, seus interesses, condições de vida

e de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e

complementares entre si, estruturados em um projeto pe-

dagógico próprio.

§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação

Pro�ssional articulada com a Educação Básica, devem pau-

tar-se pela �exibilidade, tanto de currículo quanto de tempo

e espaço, para que seja(m): 12 Parágrafo acrescido pela Lei

nº 11.741, de 16-7-2008.

Page 52: politicas educacionais

Políticas Educacionais52

I. rompida a simetria com o ensino regular para crianças e

adolescentes, de modo a permitir percursos individuali-

zados e conteúdos signi�cativos para os jovens e adultos;

II. providos o suporte e a atenção individuais às diferentes

necessidades dos estudantes no processo de aprendiza-

gem, mediante atividades diversi�cadas;

III. valorizada a realização de atividades e vivências sociali-

zadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras de

enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;

IV. desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;

V. promovida a motivação e a orientação permanente dos

estudantes, visando maior participação nas aulas e seu

melhor aproveitamento e desempenho;

VI. realizada, sistematicamente, a formação continuada, desti-

nada, especi�camente, aos educadores de jovens e adultos

(BRASIL, 2010).

A terceira modalidade é a EDUCAÇÃO ESPECIAL. Na LDB (1996),

no CAPÍTULO V - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, nos seus art. 58 a 60:

Artigo 58

Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a

modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente

na rede regular de ensino, para educandos portadores de ne-

cessidades especiais.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado,

na escola regular, para atender às peculiaridades da

clientela de educação especial.

§ 2º o atendimento educacional será feito em classes, escolas

ou serviços especializados, sempre que, em função das

condições específicas dos alunos, não for possível a sua

integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do

Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante

a educação infantil.

Page 53: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar53

Artigo 59 Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com neces-

sidades especiais:

I. currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organi-

zação específicos, para atender às suas necessidades;

II. terminalidade específica para aqueles que não puderem

atingir o nível exigido para a conclusão do ensino funda-

mental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para

concluir em menor tempo o programa escolar para os

superdotados;

III. professores com especialização adequada em nível médio

ou superior, para atendimento especializado, bem como

professores do ensino regular capacitados para a integra-

ção desses educandos nas classes comuns;

IV. educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva

integração na vida em sociedade, inclusive condições ade-

quadas para os que não revelarem capacidade de inserção

no trabalho competitivo, mediante articulação com os

órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresen-

tam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual

ou psicomotora;

V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais su-

plementares disponíveis para o respectivo nível do ensino

regular.

Artigo 60

Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão crité-

rios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,

especializadas e com atuação exclusiva em educação especial,

para fins de apoio técnico e financeiro pelo poder público.

Parágrafo único12. O poder público adotará, como alternativa

preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com

necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,

independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo

(BRASIL, 1996).

13 Parágrafo regulamentado pelo Decreto no 6.571, de 17-09-2008

Page 54: politicas educacionais

Políticas Educacionais54

O PNE (2001), na Seção II - Educação Especial, no art. 29, de�ne:

Artigo 29

A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os

níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da

educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pe-

dagógico da unidade escolar.

§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com

de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino

regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE),

complementar ou suplementar à escolarização, ofertado

em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE

da rede pública ou de instituições comunitárias, confessio-

nais ou �lantrópicas sem �ns lucrativos.

§ 2º Os sistemas e as escolas devem criar condições para que o

professor da classe comum possa explorar as potencialidades

de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialógica,

interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o

professor do AEE deve identi�car habilidades e necessidades

dos estudantes, organizar e orientar sobre os serviços e

recursos pedagógicos e de acessibilidade para a participação

e aprendizagem dos estudantes.

§ 3º Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino

devem observar as seguintes orientações fundamentais:

I. o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no

ensino regular;

II. a oferta do atendimento educacional especializado;

III. a formação de professores para o AEE e para o desenvolvi-

mento de práticas educacionais inclusivas;

IV. a participação da comunidade escolar;

V. a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e infor-

mações, nos mobiliários e equipamentos e nos transportes;

VI. a articulação das políticas públicas intersetoriais (BRASIL, 2010).

Page 55: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar55

A LDB (1996), no Título VIII – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, no art. 80,

trata especi�camente da EaD:

Artigo 8013

O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação

de programas de ensino a distância, em todos os níveis e moda-

lidades de ensino, e de educação continuada.

§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime

especiais, será oferecida por instituições especificamente

credenciadas pela união.

§ 2º A união regulamentará os requisitos para a realização de

exames e registro de diploma relativos a cursos de educação

a distância.

§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de

programas de educação a distância e a autorização para

sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de

ensino, podendo haver cooperação e integração entre os

diferentes sistemas.

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado,

que incluirá:

I. custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de

radiodifusão sonora e de sons e imagens;

II. concessão de canais com finalidades exclusivamente

educativas;

III. reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder público,

pelos concessionários de canais comerciais (BRASIL, 1996).

Segundo Carneiro (2010), o art. 80 está regulamentado pelo Decreto

nº 5.622/05 e salienta, a partir da normativa, que a EaD é uma moda-

lidade educacional que se faz pela mediação didático-pedagógica

nos processos de ensino e aprendizagem. Cabe inferir que ocorre

pela utilização de meios e tecnologia de informação e comunica-

ção, com estudantes e professores que desenvolvem atividades

educativas em lugares e tempos diversos.

14 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.

Page 56: politicas educacionais

Políticas Educacionais56

Ainda, dispõe que sua oferta cobre os seguintes níveis e moda-

lidades educativos:

“I. Educação Básica; II. Educação de Jovens e Adultos; III. Educação

Especial, respeitadas as especi�cidades legais pertinentes; IV.

Educação Pro�ssional, cobrindo os seguintes cursos e programas:

a) técnicos de nível médio; e b) tecnológicos, de nível superior;

V. Educação Superior, abrangendo os seguintes cursos e progra-

mas: a) sequenciais; b) de graduação; c) de especialização; d) de

mestrado; e) de doutorado” (CARNEIRO, 2010, p.499-500).

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, no PNE (2001), é tratada na Seção

VI - Educação a Distância, nos art. 39 e 40:

Artigo 39

A modalidade Educação a Distância caracteriza-se pela mediação

didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que

ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e

comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo ati-

vidades educativas em lugares ou tempos diversos.

Artigo 40

O credenciamento para a oferta de cursos e programas de

Educação de Jovens e Adultos, de Educação Especial e de Educação

Pro�ssional Técnica de nível médio e Tecnológica, na modalidade

a distância, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas

a regulamentação federal e as normas complementares desses

sistemas (BRASIL, 2010).

Aqui vamos inserir outras legislações para fundamentar as outras

modalidades que seguem, o que signi�ca que estas têm suas le-

gislações especí�cas, tais como:

O Capítulo II - DA EDUCAÇÃO BÁSICA, na Seção I - Das Disposições

Gerais da LDB (2011), trata:

Page 57: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar57

Artigo 26-A14

Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,

públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e

cultura afro-brasileira e indígena.

§ 1º o conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá

diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a

formação da população brasileira, a partir desses dois grupos

étnicos, tais como o estudo da história da África e dos afri-

canos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a

cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na

formação da sociedade nacional, resgatando as suas contri-

buições nas áreas social, econômica e política, pertinentes

à história do Brasil.

§ 2º os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e

dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito

de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de edu-

cação artística e de literatura e história brasileiras (BRASIL,

2011).

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar

Quilombola na Educação Básica (2008), na forma desta Resolução,

no Art. 1º, �cam estabelecidas:

§ 1º A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica:

I. organiza precipuamente o ensino ministrado nas institui-

ções educacionais fundamentando-se, informando-se e

alimentando-se:

a) da memória coletiva;

b) das línguas reminiscentes;

c) dos marcos civilizatórios;

d) das práticas culturais;

e) das tecnologias e formas de produção do trabalho;

f ) dos acervos e repertórios orais;

g) dos festejos, usos, tradições e demais elementos que

conformam o patrimônio cultural das comunidades qui-

lombolas de todo o país;

h) da territorialidade.

15 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.

Page 58: politicas educacionais

Políticas Educacionais58

II. compreende a Educação Básica em suas etapas e modalida-

des, a saber: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino

Médio, Educação do Campo, Educação Especial, Educação

Pro�ssional Técnica de Nível Médio, Educação de Jovens e

Adultos, inclusive na Educação a Distância;

III. destina-se ao atendimento das populações quilombolas

rurais e urbanas em suas mais variadas formas de produ-

ção cultural, social, política e econômica;

IV. deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino localiza-

dos em comunidades reconhecidas pelos órgãos públicos

responsáveis como quilombolas, rurais e urbanas, bem como

por estabelecimentos de ensino próximos a essas comu-

nidades e que recebem parte signi�cativa dos estudantes

oriundos dos territórios quilombolas;

V. deve garantir aos estudantes o direito de se apropriar dos

conhecimentos tradicionais e das suas formas de produção

de modo a contribuir para o seu reconhecimento, valoriza-

ção e continuidade;

VI. deve ser implementada como política pública educacional

e estabelecer interface com a política já existente para os

povos do campo e indígenas, reconhecidos os seus pontos

de intersecção política, histórica, social, educacional e eco-

nômica, sem perder a especi�cidade (BRASIL, 2008).

Ainda, no TÍTULO III - DA DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO ESCOLAR

QUILOMBOLA, explicita:

Artigo 9º

A Educação Escolar Quilombola compreende:

I. escolas quilombolas;

II. escolas que atendem estudantes oriundos de territórios

quilombolas.

Parágrafo Único Entende-se por escola quilombola aquela locali-

zada em território quilombola (BRASIL, 2008).

O PNE (2001), na Seção VII - Educação Escolar Quilombola, encaminha:

Page 59: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar59

Artigo 41A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades

educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pe-

dagogia própria em respeito à especi�cidade étnico-cultural de

cada comunidade e formação especí�ca de seu quadro docente,

observados os princípios constitucionais, a base nacional comum

e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira.

Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das

escolas quilombolas, bem como nas demais, deve ser reconheci-

da e valorizada a diversidade cultural (BRASIL, 2010).

No art. 1º da Resolução que de�ne as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica, oferecida em instituições próprias, diz que:

Parágrafo único - Estas Diretrizes Curriculares Nacionais estão

pautadas pelos princípios da igualdade social, da diferença, da es-

peci�cidade, do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos

da Educação Escolar Indígena.

O TÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA,

nas Diretrizes acima citadas dos art. 3º ao 6º, apresenta:

Artigo 3º

Constituem objetivos da Educação Escolar Indígena proporcio-

nar aos indígenas, suas comunidades e povos:

I. a recuperação de suas memórias históricas; a rea�rmação

de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas

e ciências;

II. o acesso às informações, conhecimentos técnicos, cientí�-

cos e culturais da sociedade nacional e demais sociedades

indígenas e não-indígenas.

Parágrafo único A Educação Escolar Indígena deve se constituir

num espaço de construção de relações interétnicas orientadas

para a manutenção da pluralidade cultural, pelo reconhecimen-

to de diferentes concepções pedagógicas e pela a�rmação dos

povos indígenas como sujeitos de direitos.

Page 60: politicas educacionais

Políticas Educacionais60

Artigo 4ºConstituem elementos básicos para a organização, a estrutura e

o funcionamento da escola indígena:

I. a centralidade do território para o bem viver dos povos in-

dígenas e para seus processos formativos e, portanto, a

localização das escolas em terras habitadas por comuni-

dades indígenas, ainda que se estendam por territórios de

diversos Estados ou Municípios contíguos;

II. a importância das línguas indígenas e dos registros linguísticos

especí�cos do português para o ensino ministrado nas línguas

maternas das comunidades indígenas, como uma das formas

de preservação da realidade sociolinguística de cada povo;

III. a organização escolar própria, nos termos detalhados nesta

Resolução;

IV. a exclusividade do atendimento a comunidades indígenas

por parte de professores indígenas oriundos da respectiva

comunidade.

Parágrafo único A escola indígena será criada em atendimento à

reivindicação ou por iniciativa da comunidade interessada, ou com

a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.

Artigo 5º

Na organização da escola indígena deverá ser considerada a par-

ticipação de representantes da comunidade, na de�nição do

modelo de organização e gestão, bem como:

I. suas estruturas sociais;

II. suas práticas socioculturais, religiosas e econômicas;

III. suas formas de produção de conhecimento, processos pró-

prios e métodos de ensino-aprendizagem;

IV. o uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de

acordo com o contexto sociocultural de cada povo indígena;

V. a necessidade de edi�cação de escolas com características

e padrões construtivos de comum acordo com as comuni-

dades usuárias, ou da predisposição de espaços formativos

que atendam aos interesses das comunidades indígenas.

Page 61: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar61

Artigo 6ºOs sistemas de ensino devem assegurar às escolas indígenas estru-

tura adequada às necessidades dos estudantes e das especi�cidades

pedagógicas da educação diferenciada, garantindo laboratórios,

bibliotecas, espaços para atividades esportivas e artístico-culturais,

assim como equipamentos que garantam a oferta de uma educa-

ção escolar de qualidade sociocultural [...] (BRASIL, 2012).

O PNE (2001), na Seção V - Educação Escolar Indígena, nos art. 37

e 38, apresenta:

Artigo 37

A Educação Escolar Indígena ocorre em unidades educacionais

inscritas em suas terras e culturas, as quais têm uma realidade

singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especi�ci-

dade étnico-cultural de cada povo ou comunidade e formação

especí�ca de seu quadro docente, observados os princípios cons-

titucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam

a Educação Básica brasileira.

Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das

escolas indígenas, é reconhecida a sua condição de possuidores

de normas e ordenamento jurídico próprios, com ensino intercul-

tural e bilíngue, visando à valorização plena das culturas dos povos

indígenas e à a�rmação e manutenção de sua diversidade étnica.

Artigo 38

Na organização de escola indígena, deve ser considerada a parti-

cipação da comunidade, na de�nição do modelo de organização

e gestão, bem como:

I. suas estruturas sociais;

II. suas práticas socioculturais e religiosas;

III. suas formas de produção de conhecimento, processos pró-

prios e métodos de ensino-aprendizagem;

IV. suas atividades econômicas;

Page 62: politicas educacionais

Políticas Educacionais62

V. edi�cação de escolas que atendam aos interesses das co-munidades indígenas;

VI. uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo indí-gena (BRASIL, 2010).

As Diretrizes Operacionais da EDUCAÇÃO DO CAMPO, em seu art. 1º,

de�ne:

Artigo 1º

A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas

etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e

Educação Pro�ssional Técnica de nível médio integrada com o Ensino

Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas

mais variadas formas de produção da vida – agricultores familiares,

extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acam-

pados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e outros. § 1º A Educação do Campo, de responsabilidade dos Entes

Federados, que deverão estabelecer formas de colabora-ção em seu planejamento e execução, terá como objetivos a universalização do acesso, da permanência e do sucesso escolar com qualidade em todo o nível da Educação Básica.

§ 2º A Educação do Campo será regulamentada e oferecida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária.

§ 3º A Educação do Campo será desenvolvida, preferentemente, pelo ensino regular.

§ 4º A Educação do Campo deverá atender, mediante procedi-mentos adequados, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, as populações rurais que não tiveram acesso ou não concluíram seus estudos, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, em idade própria.

§ 5º Os sistemas de ensino adotarão providências para que as crianças e os jovens portadores de necessidades especiais, objeto da modalidade de Educação Especial, residentes no campo, também tenham acesso à Educação Básica, prefe-rentemente em escolas comuns da rede de ensino regular.

Page 63: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar63

[...] Art. 12 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-

ção, �cando rati�cadas as Diretrizes Operacionais instituídas pela

Resolução CNE/CEB nº 1/2002 e revogadas as disposições em con-

trário (BRASIL, 2008).

A Seção IV - Educação Básica do Campo, propõe:

Artigo 35

Na modalidade de Educação Básica do Campo, a educação para

a população rural está prevista com adequações necessárias às

peculiaridades da vida no campo e de cada região, de�nindo-se

orientações para três aspectos essenciais à organização da ação

pedagógica:

I. conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais

necessidades e interesses dos estudantes da zona rural;

II. organização escolar própria, incluindo adequação do ca-

lendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições

climáticas;

III. adequação à natureza do trabalho na zona rural.

Artigo 36

A identidade da escola do campo é de�nida pela vinculação com

as questões inerentes à sua realidade, com propostas pedagógicas

que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, tais como

sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.

Parágrafo único. Formas de organização e metodologias pertinen-

tes à realidade do campo devem ter acolhidas, como a pedagogia

da terra, pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamenta-

do no princípio da sustentabilidade, para assegurar a preservação

da vida das futuras gerações, e a pedagogia da alternância, na qual

o estudante participa, concomitante e alternadamente, de dois am-

bientes/situações de aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo

parceria educativa, em que ambas as partes são corresponsáveis

pelo aprendizado e pela formação do estudante (BRASIL, 2010)

Page 64: politicas educacionais

Políticas Educacionais64

Cabe considerar que esta unidade do texto

se propôs a evidenciar a base legal que

fundamenta a EB no país. Os artigos aqui

arrolados buscam explicitar as etapas e as

modalidades que fazem este nível educa-

cional. A perspectiva desta apresentação foi

instrumentalizá-lo(a) a �m de que possa com-

preender os aspectos legais e os subsídios

históricos que os fazem.

Escolhemos considerar o que nos trouxe

a essa discussão: quais as posições que

fundamentam a constituição de um SNE?

Explicitamos uma possível resposta a partir

das considerações de Saviani (2010):

a. Trata-se de construir um verdadei-ro sistema nacional de educação,

isto é, um conjunto uni�cado que ar-

ticula todos os aspectos da educação

no país inteiro, com normas comuns

válidas para todo o território nacional e

com procedimentos também comuns

visando a assegurar educação com o

mesmo padrão de qualidade a toda a

população do país. [...]

b. Como já foi explicitado, o sistema só pode ser público. Portanto, não

há que transigir com os supostos

direitos de educar dos particulares

trate-se das famílias, de associações,

congregações, empresas ou outros

tipos de entidades, enaltecendo-se

a importância de sua contribuição.

As instituições privadas, em suas di-

ferentes modalidades, integrarão o

sistema precisamente como particu-

lares e é nessa condição que darão

sua contribuição especí�ca para o de-

senvolvimento da educação brasileira.

[...] Portanto, não cabe travesti-las de

públicas seja pela transferência de

recursos na forma de subsídios e isen-

ções, seja pela transferência de poder

admitindo-as na gestão e operação

do complexo das instituições públi-

cas que integram o sistema. [...]

c. A instância normativa e delibe-rativa do sistema será exercida por

um órgão determinado que corres-

ponde, hoje, ao Conselho Nacional

de Educação. Em analogia com o

campo político, essa instância exerce

as funções correspondentes ao legisla-

tivo e judiciário, pois além de baixar as

normas de funcionamento do sistema,

julga as eventuais pendências e decide,

em última instância, sobre os recursos

das instâncias inferiores. Assim sendo,

trata-se de um órgão de Estado e não

considerações finais

Page 65: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar65

de governo. Deve, pois, como ocorre

com os poderes legislativo e judiciário,

gozar de autonomia �nanceira e ad-

ministrativa não podendo �car, como

hoje ocorre, na dependência total do

Executivo. [...]

d. Na construção do sistema nacional

de educação deve-se implantar uma

arquitetônica a partir do ponto de re-ferência do regime de colaboraçãoentre a União, os estados, o Distrito

Federal e os municípios, conforme

disposto na Constituição Federal,

efetuando uma repartição das respon-

sabilidades entre os entes federativos,

todos voltados para o mesmo obje-

tivo de prover uma educação com o

mesmo padrão de qualidade a toda

a população. [...] Em suma, o sistema nacional de educação integra e articula todos os níveis e modali-dades de educação com todos os

recursos e serviços que lhes corres-

pondem, organizados e geridos, em

regime de colaboração, por todos os

entes federativos sob coordenação

da União. Fica claro, pois, que a re-

partição das atribuições não implica

a exclusão da participação dos entes

aos quais não cabe a responsabilida-

de direta pelo cumprimento daquela

função. [...]

e. Por �m e com certeza o mais impor-

tante, deve-se considerar com toda a

atenção e cuidado o problema do conteúdo da educação a ser desen-

volvido no âmbito de todo o sistema.

Conforme os documentos legais, a

começar pela Constituição Federal e

LDB, a educação tem por �nalidade

o pleno desenvolvimento da pessoa,

o preparo para o exercício da cidada-

nia e a quali�cação para o trabalho.

Levando-se em conta que esses ob-

jetivos se referem indistintamente a

todos os membros da sociedade bra-

sileira considerados individualmente,

podemos interpretar, com Gramsci

(1975, vol. III, p. 1547), que o objetivo

da educação é conduzir cada indi-

víduo até a condição de ser capaz

de dirigir e controlar quem dirige [...]

(SAVIANI, 2010, p. 07-11).

Ao �nalizarmos esta unidade, esperamos

que você tenha aprofundado seus conheci-

mentos e, mais, que possa utilizar-se deste

texto como fundamento de seus estudos em

outras disciplinas do curso.

Page 66: politicas educacionais

Políticas Educacionais66

1. A partir da leitura desta unidade do livro, discorra sobre as determinações legais para

cada modalidade de ensino.

2. Conforme a LDB 9.394/96, a “educação básica” é formada por:

a. Educação Infantil e Ensino Fundamental.

b. Ensino Fundamental e Educação Especial.

c. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

d. Educação obrigatória destinada à população de sete a catorze anos.

e. Ensino Fundamental e Médio.

3. A LDB/96 foi um marco importante em termos de políticas públicas educacionais. Um

dos planos previstos na LDB/96 foi o PNE (Plano Nacional de Educação), que surgiu

na perspectiva de democratizar e valorizar o ensino. Sobre o PNE, é correto a�rmar:

I. O PNE faz parte de uma visão política de que, para melhorar a qualidade da educa-

ção, é necessário estabelecer metas de médio e de longo prazo.

II. Apesar de ser responsabilidade da União a elaboração do plano, a lei prevê que cada

estado e município elaborem seu plano, atendendo aos objetivos do PNE.

III. Os objetivos gerais do plano são: elevação do nível de escolaridade da população,

melhoria da qualidade de ensino, redução das desigualdades quanto ao acesso e per-

manência do aluno na escola.

IV. As diretrizes e metas são estipuladas para cada nível e modalidade de ensino.

V. As diretrizes e metas do PNE contemplam a formação e valorização do magistério e

demais pro�ssionais da educação.

a. Somente I, II e III estão corretas.

b. Somente II, III e IV estão corretas.

c. Somente I, II, III e IV estão corretas.

d. Todas as alternativas estão corretas.

atividades de autoestudo

Page 67: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar67

Conheça alguns órgãos do MeC:

SASE – SECRETARIA DE ARTICuLAçãO COM OS SISTEMAS DE ENSINO

A Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase), criada pelo Decreto nº 7.480, de 16 de maio de 2011, tem atribuições específicas para: apoiar o desenvolvimento de ações para a criação de um sistema nacional de educação, aprofundando o regime de cooperação entre os entes federados; assistir e apoiar o Distrito Federal, os estados e os municípios na elabora-ção, na adequação, no acompanhamento e na avaliação democrática de seus Planos de Educa-ção em consonância com o estabelecido no PNE, bem como no aperfeiçoamento dos processos de gestão na área educacional; promover a valori-zação dos profissionais da educação, apoiando e estimulando a formação inicial e continuada, a estruturação da carreira e da remuneração e as relações democráticas de trabalho.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16778&I-temid=1125>. Acesso em: 05 mar. 2014.

SEB - SECRETARIA DE EDuCAçãO BáSICA

A Secretaria de Educação Básica zela pela edu-cação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cida-dania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Atualmente,

os documentos que norteiam a educação básica são a Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e o Plano Nacional de Educação para os anos 2011-2020, que se encontra atualmente em discus-são no Congresso Nacional. Outros documentos fundamentais são a Constituição da República Federativa do Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=293&I-temid=810>. Acesso em: 05 mar. 2014.

SECADI - SECRETARIA DE EDuCAçãO CONTINuADA, ALFABETIZAçãO, DIVER-SIDADE E INCLuSãO

A Secretaria de Educação Continuada, Alfabeti-zação, Diversidade e Inclusão (Secadi) em arti-culação com os sistemas de ensino implementa políticas educacionais nas áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, educação am-biental, educação em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena, quilombola e educação para as relações étnico-raciais. O ob-jetivo da Secadi é contribuir para o desenvolvi-mento inclusivo dos sistemas de ensino, voltado à valorização das diferenças e da diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental, visando à efetivação de políticas públicas trans-versais e intersetoriais.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&I-temid=816>. Acesso em: 05 mar. 2014.

Page 68: politicas educacionais

Gestão de Negócios68

SETEC – SECRETARIA DE EDuCAçãO PROFISSIONAL E TECNOLóGICA

Compete à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, conforme Art. 13 do Decreto nº 7.690, de 2 de março de 2012:

• Planejar, orientar, coordenar e avaliar o proces-so de formulação e implementação da Política de Educação Profissional e Tecnológica;

• Promover o desenvolvimento da Educação Pro-fissional e Tecnológica em consonância com as políticas públicas e em articulação com os diversos agentes sociais envolvidos;

• Definir e implantar política de financiamen-to permanente para a Educação Profissional e Tecnológica;

• Promover ações de fomento ao fortalecimento, à expansão e à melhoria da qualidade da Edu-cação Profissional e Tecnológica;

• Instituir mecanismos e espaços de controle social que garantam gestão democrática, trans-parente e eficaz no âmbito da política pública e dos recursos destinados à Educação Profissional e Tecnológica;

• Fortalecer a Rede Pública Federal de Educação Profissional e Tecnológica, buscando a adequa-da disponibilidade orçamentária e financeira para a sua efetiva manutenção e expansão;

• Promover e realizar pesquisas e estudos de po-líticas estratégicas, objetivando o desenvolvi-mento da Educação Profissional e Tecnológica;

• Desenvolver novos modelos de gestão e de parceria público-privada, na perspectiva da unificação, otimização e expansão da Educação Profissional e Tecnológica;

• Estabelecer estratégias que possibilitem maior visibilidade e reconhecimento social da Educa-ção Profissional e Tecnológica;

• Apoiar técnica e financeiramente o desenvolvi-mento da Educação Profissional e Tecnológica dos sistemas de ensino, nos diferentes níveis de governo;

• Estabelecer mecanismos de articulação e inte-gração com os sistemas de ensino, os setores produtivos e demais agentes sociais no que diz respeito à demanda quantitativa e qualitativa de profissionais, no âmbito da Educação Pro-fissional e Tecnológica;

• Acompanhar e avaliar as atividades desenvolvi-das pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica;

• Elaborar, manter e atualizar o catálogo nacional de cursos técnicos e o catálogo nacional de cur-sos de formação inicial e continuada, no âmbito da Educação Profissional e Tecnológica; e

• Estabelecer diretrizes para as ações de expan-são e avaliação da Educação Profissional e Tec-nológica em consonância com o Plano Nacional de Educação - PNE.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=286&I-temid=798>. Acesso em: 05 mar. 2014.

Page 69: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar69

O trabalho escolar situa-se numa esfera não-material, voltando-se, portanto, para a formação de seres humanos enquanto su-jeitos históricos. [...] tendo como objetivos:• a formação do sujeito crítico e

autônomo • a formação do homem enquanto ser

social • a organização de meios adequados

para a realização de seus �ns espe-cí�cos, ou seja, para a produção e a socialização de conhecimento

• a sistematização do saber historica-mente produzido pelos homens nas relações sociais que estabelecem entre si, seja no trabalho, na escola ou nas demais instituições sociais existentes

• a formação do indivíduo para o traba-lho, entre outros.

Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_2.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2014.

É fundamental avançar na superação das distor-ções idade-série no Ensino Fundamental. Embora a faixa etária recomendada para o Ensino Funda-mental seja dos 6 aos 14 anos, correspondendo a cada um dos 9 anos desta etapa da Educação Básica, registra-se uma signi�cativa defasagem entre a idade do estudante e o ano no qual está matriculado. Mais de 23% dos estudantes do En-sino Fundamental estão defasados na relação idade-série. Esta distorção é mais �agrante nos anos �nais em todas as regiões brasileiras, sen-do que nas regiões Norte e Nordeste essa taxa passa de 40% (tabela 20). Essa distorção pode ocorrer tanto pela entrada tardia dos estudantes na escola quanto pela retenção dos mesmos em algum momento de sua trajetória escolar. Cabe destacar que a distorção idade-série, ou mesmo

a não conclusão do Ensino Fundamental na faixa etária recomendada, pode ocorrer também em função de múltiplos fatores extra-escolares.

Disponível em: <http://www.fe.unicamp.br/anfope/menu2/links/arquivos/EducacaoBrasileira-Indicadores->. Acesso em: 05 mar. 2014.

ABRANGÊNCIA 1ª a 4ª SÉRIE 5ª a 8ª SÉRIE TOTAL

Brasil 18,5 29,6 23,6Norte 30,7 40,7 34,8 Nordeste 26,6 40,4 32,7 Sudeste 10,6 21 15,5 Sul 12 23,8 17,8 Centro-Oeste 15 28,5 21,3

Nota: Inclui as taxas do Ensino Fundamental de 8 e 9 anos.

Tabela 20. Taxa de Distorção Idade-Série no Ensino Fundamental, segundo a Localização, em 2010. Fonte: Mec/Inep/Deed.

Há 817 mil indígenas no País (0,4% da po-pulação brasileira), sendo que 60% estão na região Norte. São identi�cados 250 po-vos vivendo em terras indígenas e 214 pri-meiras línguas indígenas, presentes em 24 unidades da federação (Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal não apresentam povos vivendo em terras indígenas).

Existem hoje, no Brasil, aproximadamente 1.200 comunidades quilombolas, a maior parte na Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pará. Apesar do aumento no número de matrículas nas escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos, ainda persis-te o desa�o de atendimento educacional de qualidade a essas comunidades. Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.org.br//arquivos/biblioteca/anuario_educacao_2013.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2014.

Page 70: politicas educacionais

Políticas Educacionais70

Sementes do Nosso QuintalDiretora: Fernanda Heinz FigueiredoDuração: 120 minAno: 2012País: Estados UnidosGênero: DocumentárioSinopse: O filme retrata o cotidiano de uma escola de educação infantil sem precedentes que, através do pensamento-em-ação de sua idealizadora, a controversa e carismática educadora Therezita Pagani, nos revela o potencial estruturante da educação infantil verdadeira, firme e sensível. Somos levados a uma escola onde a criança está acima de métodos e fórmulas de se educar. Onde natureza, música, arte, conflitos, magia e cultura popular regem o encontro das crianças, que convivem diariamente entre diferentes faixas etárias.“Sementes do Nosso Quintal” é, antes de tudo, um filme que trata da vida de todos nós, através de uma escola.

filme

relatode caso

Este texto oportuniza uma discussão muito importante sobre o fechamento das escolas na zona rural e qual o impacto deste fenôme-no na conquista do espaço da educação do e no campo. Gostaríamos que você discutis-se com seus pares este tema.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/03/1420332-pais-fecha-oito-es-colas-por-dia-na-zona-rural.shtml>. Acesso em: 05 mar. 2014.

Web

Educação Indígena

Para saber mais sobre a educação indíge-na, assista à entrevista com Armênio Bello Schmidt do Departamento de Educação para a Diversidade e Cidadania:

<http://youtu.be/ATGvnaPLHbQ><http://youtu.be/X4NaLlAP6OY>

Page 71: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar71

INICIATIVAS APLICADAS à EDuCAçãO E AO TRABALhO DOCENTE

Analisando as recentes mobilizações ocorridas no campo das políticas sociais, percebe-se que, num movimento articulado com a reestruturação do mercado de trabalho, o Estado desempenhou um papel de protagonista, visto que, atrelado à reconfiguração de suas funções, impulsionou mudanças nas relações de trabalho e atuou forte-mente no desmantelamento das políticas sociais, suprimindo os direitos e aprofundando as precá-rias condições de vida da maioria da população.

No campo educacional, as principais orientações aos países periféricos foram conduzidas no sentido de adequar o sistema de ensino às orientações de reforma do Estado, fazendo da educação um campo auxiliar frente aos desafios colocados ao desenvol-vimento da economia mundial (HADDAD, 2003).

Apoiado no diagnóstico da crise do sistema edu-cacional, expressa na falta de qualidade e ine-ficiência dos serviços oferecidos, os governos brasileiros, sobretudo os de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), apresentaram as reformas como caminho para resolver os problemas de insuficiência no atendimento, da necessidade de se universalizar a educação básica e atender às novas demandas econômicas impostas pela reestruturação capitalista (OLIVEIRA, 2001).

O governo afirmava que o problema não estava na falta de recursos, mas, na ineficiência de sua aplicação. Diante disso, conferiu importância à introdução de novas formas de controle e gerenciamento do ensino, requisitando novas funções aos trabalhadores docentes, adequa-das às relações sociais produtivas expressas no âmbito da reforma neoliberal do Estado e da educação.

As propostas convergiram na redução de investi-mentos, na ampliação das parcerias com a inicia-tiva privada e na incorporação da lógica mercantil na gestão escolar e, nesse ponto, o receituário for-mulado pelas organizações internacionais como Banco Mundial, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) foram fundamentais.

Tais organizações exerceram influência expres-siva nos rumos da política educacional brasileira desencadeada nos anos de 1990, estabelecendo novos consensos diante dos ajustes neoliberais e ajustando-a aos novos padrões de reorganização capitalista. Nos documentos analisados, perce-be-se que, apesar de as organizações possuírem funções específicas, os discursos sobre a educação e o papel atribuído aos docentes são muito próxi-mos e evidenciam as metas de orientação política recomendadas aos países, associada à redução dos gastos com educação e com as estratégias de articulá-las aos interesses do mercado.

Tendo em mente que os países em desenvolvi-mento recebem influências externas, mas tam-bém não deixam de incluir seus interesses polí-ticos na definição de projetos demandados na área, muitas ações implementadas no campo educacional foram marcadas pelo caráter ver-ticalizado, sem contar com a participação das instâncias de representação dos educadores.

Silva Júnior (2002) comenta essa questão ao afir-mar que, antes mesmo de FHC assumir o governo, no mandato de Itamar Franco, foi elaborado o Plano Decenal de Educação para Todos, em 1994, e apresentado aos professores e dirigentes escolares com total ausência de uma discussão coletiva que envolvesse outras instâncias que vinham refletin-do sobre os rumos da educação brasileira.

Page 72: politicas educacionais

Gestão de Negócios72

De acordo com Oliveira (2000), o Plano Decenal estabeleceu as diretrizes que nortearam a política educacional na década de 1990, com o objetivo de ampliar e racionalizar os recursos destinados à educação. Sua preocupação incluiu uma série de mudanças que abrangiam as várias dimensões do sistema de ensino, como legislação, financiamen-to, avaliação, planejamento, gestão educacional, currículos, entre outras.

A intenção no encaminhamento dessas mudanças foi priorizar a racionalização dos gastos, com uma política focalizada na atenção mínima. Se o modelo produtivo se impõe mediante bases mais flexíveis para atender às necessidades de eficiência e ra-cionalidade do mercado, os programas de ajustes neoliberais, dentre eles o da educação, explicitam novas tendências que traduzem essa lógica, ou seja, propagam novas regulações, submetendo as várias dimensões do sistema de ensino ao modelo gerencial destinado a elevar o padrão competitivo, eficiente e produtivo da educação.

Na combinação de formas mais flexíveis entre a gestão do ensino e a regulação do trabalho, os docentes foram afetados por relações cada vez mais precárias e fragmentadas, que interferiram em suas manifestações críticas, contribuindo para um posicionamento de apenas adaptar-se às modificações.

Entende-se que a reforma educacional expressou-se, ainda, pela reformulação da política educa-

cional, que passou a assumir um direcionamento alinhado às tendências modernizantes, típicas da política de cunho neoliberal. Como destaca Melo (2008), a partir da legislação aprovada no âmbito das reformas educacionais dos países em desenvolvimento, os sistemas de ensino sofreram transformações, e uma característica marcante que emergiu desse processo foi uma ampliação do trabalho docente para além da sala de aula e das atividades a ela correlatas.

A legislação produzida nesse período estabele-ceu diretrizes e metas que orientaram a imple-mentação da política educacional em todo o território brasileiro e direcionou a execução de planos e programas educacionais adequados à realidade de cada Estado. O Paraná, a exemplo de outros Estados – como Minas Gerais e São Paulo –, realizou, de forma expressiva, a difusão de políticas comprometidas com os processos de reformas em todos os setores sociais. No âmbi-to da educação, como exposto no item abaixo, estabeleceu-se um novo desenho com a inten-ção de consolidar as mudanças institucionais e administrativas contempladas nos programas de reforma em curso.

Fonte: MARONEZE, L. F. Z.; LARA, A. M. B. A Política de Pessoal da Educação e os Desafios da Precarização do Trabalho dos Professores da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná (1995-2002). In: LARA, A. M. B.; DEITOS, R. A. Políticas educacionais: um exame de proposições e re-formas Educacionais. Cascavel: edunioeste, 2012. p. 117-146.

Page 73: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar73

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDuCAçãO INFANTIL NO BRASIL (1990- 2001)

MOREIRA, J. A. S.; LARA, A. M. B.

Editora: EDUEM

Sinopse: Este livro é resultado de uma pesquisa de análise documental desenvolvida no Progra-ma de Pós-Graduação em Educação da Universi-dade Estadual de Maringá no período 2004-2006. A ideia das autoras em abordar o tema política educacional para a Educação Infantil no período 1990 a 2001 na imprensa periódica surgiu da preocupação em compreender como os profes-sores-leitores apreenderam o discurso veiculado sobre a configuração das políticas nesse perí-odo de intensas reformas educacionais. Desta maneira, levantar a forma com que os textos e suas enunciações reproduziram esse contexto e colaborar para a implementação das políticas é essencial. As duas revistas escolhidas para essa assimilação foram selecionadas porque são as mais lidas e conhecidas pelos professores da Educação Infantil no Brasil. O fato de uma ser de cunho mercadológico e a outra de cunho oficial foi um aspecto propositalmente estabe-lecido, pois havia o interesse em diferenciá-las quanto à maneira que representam as políti-cas educacionais nas enunciações. Foi tomado como universo representativo para a análise, as enunciações das revistas Nova Escola (Editora Abril) e Criança (MEC), alguns documentos de organismos internacionais e documentos oficiais. Distinguiu-se que as categorias discursivas que compõem a trama de conceitos politicamente

estratégicos para a Educação Infantil foram a Qualidade, a Descentralização e a Focalização. Com o intuito de evidenciar os vínculos das aná-lises ao contexto macroeconômico, as políticas para a Educação Infantil foram abordadas por meio da mediação com a contextualização da mundialização do capital. No primeiro capítulo do livro, apresentamos a Educação Infantil inse-rida na contextualização histórica da atual fase de desenvolvimento do capital, a mundialização econômica, bem como a redefinição do papel do Estado e os ajustes neoliberais que determinaram as políticas públicas educacionais na década de 1990. No segundo capítulo, discutimos sobre as políticas para a Educação Infantil tendo como base a história desta etapa de ensino no Brasil e as orientações políticas das agências internacio-nais tais como a UNESCO, CEPAL e o Banco Mun-dial. Apresentamos também a estrutura políticas dos documentos oficiais destinadas a regulamen-tar a Educação Infantil no Brasil. A análise das categorias políticas Qualidade, Descentralização e Focalização foi o foco do terceiro capítulo. Tal abordagem colaborou para evidenciar que as políticas de ajustes neoliberais propaladas pelas agências internacionais foram acopladas nas po-líticas públicas destinadas à Educação Infantil e, também, foram estrategicamente veiculadas nos textos das revistas dirigidas aos profissionais des-sa área. O enfoque para as análises foi pautado na concepção de que o texto é discurso produzido no embate da luta de classes. A análise mostrou que o caráter dos textos veiculados sugeriu uma continuidade aos ajustes neoliberais estruturais na educação infantil.

Page 74: politicas educacionais

3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARAO ENSINO SUPERIOR

Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael

Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:• Licenciaturas• Formação de Professores• Educação a Distância• Programas e Ações do Governo Federal

Objetivos de Aprendizagem• Estudar como se con�guram as licenciaturas no

ensino superior brasileiro.• Compreender a formação de professores.• Conhecer a educação a distância.• Analisar os programas e ações do governo federal

no que tange ao ensino superior.

Page 75: politicas educacionais

A terceira unidade tem como objetivo abordar o segundo nível do Sistema Educacional Brasileiro – SEB –, o Ensino Superior - ES, a partir da legislação vigente. Para tanto, você continuará estudan-do a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e o Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/20011 e PL nº 8.035).

Nesta unidade, focaremos no ES, mas você também estudará as ações desenvolvidas pelo Ministério da Educação no âmbito das coordenações e dos programas que se vinculam a esse nível educa-cional, tais como: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES; o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP; o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR; Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID; Programa de Consolidação das Licenciaturas – PRODOCÊNCIA; o Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP; e o UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB.

Você irá elucidar os aspectos que fundamentam o ES, completan-do os dois níveis de ensino do SEB. É importante que você entenda a importância desta discussão para sua formação, tendo em vista a necessidade de compreender as políticas educacionais e os aspectos da base legal da educação no país, ou seja, a busca por aprofundar seu entendimento sobre a questão em debate.

Vamos aos estudos!

1 Não trataremos do Plano Nacional de Educação de 2011 por encontrar-se ainda em processo de tramitação.

Page 76: politicas educacionais

Políticas Educacionais76

a estrutura e o funcionamento do

ENSINO SUPERIORMuitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam, ainda hoje, a orientar e conformar a organização desse nível de ensino.

Page 77: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar77

A base da atual estrutura e funcionamento

da educação brasileira teve a sua de�nição

num momento histórico importante, com

a aprovação da Lei nº 5.540/68, da Reforma

Universitária, segundo Neves (2002). Muitas

das medidas adotadas pela reforma de 1968

continuam, ainda hoje, a orientar e conformar

a organização desse nível de ensino. Vamos

discutir a legislação do ensino superior a

partir da Constituição Federal de 1988, do

Plano Nacional de Educação de 2001, da LDB

de 1996, do Plano de Desenvolvimento da

Educação de 2007 e dos Programas Especiais

PROUNI e REUNI.

Destacamos, a seguir, os dispositivos mais

importantes por ela implementados:

EDUCAÇÃO

BÁSICA

GRADUAÇÃOEDUCAÇÃO SUPERIOR

FORMAÇÃO DE

3 a 6 anos

GRADUAÇÃOSTRICTO SENSU

DOUTORADO

PÓS

MESTRADO

LATU SENSU

DOUTORADOPÓS

ESPECIALIZAÇÃOAPERFEIÇOAMENTO

OUTROS

CURSOSSEQUENCIAIS

CURSOS DEEXTENSÃO

EDUCAÇÃOPROFISSIONAL

Processos

Seletivos

Fonte: adaptado Neves (2002)

organização e estrutura da educação brasileira

Page 78: politicas educacionais

Políticas Educacionais78

• a organização das universidades passou a atender às seguintes características:

extinção do antigo sistema de cátedras e introdução da estrutura fundada em

departamentos; unidade de patrimônio e administração; estrutura orgânica

com base em departamentos reunidos ou não em unidades mais amplas;

unidade de funções de ensino e pesquisa, vedada a duplicação de meios para

�ns idênticos ou equivalentes e estabelecida a racionalidade de organização,

com plena utilização dos recursos materiais e humanos; universalidade de

campo, pelo cultivo das áreas fundamentais dos conhecimentos humanos;

�exibilidade de métodos e critérios, com vistas às diferenças individuais dos

alunos, às peculiaridades regionais e às possibilidades de combinação dos

conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa.

•o departamento passou a constituir-se na menor fração da estrutura

universitária para todos os efeitos de organização administrativa,

didático-cientí�ca e de distribuição de pessoal, devendo englobar as

disciplinas a�ns. Os cargos e funções de magistério, mesmo os já criados ou

providos, devem ser desvinculados de campos especí�cos de conhecimentos.

• a introdução da matrícula semestral por disciplinas e do sistema de créditos.

• a institucionalização da pós-graduação stricto sensu, por meio dos cursos

de mestrado e doutorado no país.

• a instituição do vestibular uni�cado e classi�catório, como forma de

racionalizar a oferta de vagas (NEVES, 2002, p.40-41).

Constituição Federal de 1988

Page 79: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar79

No Capítulo III - DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO,

na Seção I - DA EDUCAÇÃO, da Constituição Federal (1988), pro-

cura-se salientar:

Artigo 207

As universidades gozam de autonomia didático-cientí�ca,

administrativa e de gestão �nanceira e patrimonial, e obedecerão

ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.  

Artigo 208

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a

garantia de:

[...] V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesqui-

sa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; [...]

Artigo 213

Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo

ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou �lantrópicas2,

de�nidas em lei, que:

I. comprovem �nalidade não lucrativa e apliquem seus exce-

dentes �nanceiros em educação;

II. assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola co-

munitária, �lantrópica ou confessional, ou ao poder público,

no caso de encerramento de suas atividades. [...]

§2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão

receber apoio �nanceiro do poder público.  

Artigo 214

A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plu-

rianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em

seus diversos níveis e à integração das ações do poder público

que conduzam à:

2 Instituições comunitárias são aquelas instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professo-res e alunos, que incluam em sua entidade mantenedora re-presentantes da comunidade; Instituições confessionais são aquelas instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem à orientação confes-sional e ideologia especí�cas; Instituições �lantrópicas são pessoas jurídicas de direito privado que não possuem �-nalidade lucrativa e promovem assistência educacional à socie-dade carente. Disponível em: <ftp://ftp.fnde.gov.br/web/fundeb/entidades_conve-niadas.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2014.

Page 80: politicas educacionais

Políticas Educacionais80

I. erradicação do analfabetismo;

II. universalização do atendimento escolar;

III. melhoria da qualidade do ensino;

IV. formação para o trabalho;

V. promoção humanística, cientí�ca e tecnológica do País

(BRASIL, 2010).

Vale destacar o art. 207, no qual a pesquisa apresenta um papel de

destaque em relação à produção do trabalho acadêmico, a indissocia-

bilidade entre ensino, pesquisa e extensão demostra que a base para

uma educação superior de qualidade deve se ancorar na pesquisa.

Na LDB (1996), no CAPÍTULO IV - DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, no

Art. 43, a educação superior tem por �nalidade:

I. estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espíri-

to cientí�co e do pensamento re�exivo;

II. formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimen-

to, aptos para a inserção em setores pro�ssionais e para a

participação no desenvolvimento da sociedade brasileira,

e colaborar na sua formação contínua;

III. incentivar o trabalho de pesquisa e investigação cientí�ca,

visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da

criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o

entendimento do homem e do meio em que vive;

IV. promover a divulgação de conhecimentos culturais, cientí�-

cos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade

e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou

de outras formas de comunicação;

V. suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural

e pro�ssional e possibilitar a correspondente concretização,

integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos

numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimen-

to de cada geração;

VI. estimular o conhecimento dos problemas do mundo pre-

sente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços

especializados à comunidade e estabelecer com esta uma

relação de reciprocidade;

Page 81: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar81

VII. promover a extensão, aberta à participação da população,

visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes

da criação cultural e da pesquisa cientí�ca e tecnológica

geradas na instituição.

Artigo 44

A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:

I. cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis

de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos re-

quisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde

que tenham concluído o ensino médio ou equivalente;

II. de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído

o ensino médio ou equivalente e tenham sido classi�cados

em processo seletivo;

III. de pós-graduação, compreendendo programas de mestra-

do e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento

e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de

graduação e que atendam às exigências das instituições

de ensino;

IV. de extensão, abertos a candidatos que atendam aos re-

quisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de

ensino.

Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no

inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas ins-

tituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação da

relação nominal dos classi�cados, a respectiva ordem de classi�-

cação, bem como do cronograma das chamadas para matrícula,

de acordo com os critérios para preenchimento das vagas cons-

tantes do respectivo edital.

Artigo 45

A educação superior será ministrada em instituições de ensino

superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangên-

cia ou especialização

Page 82: politicas educacionais

Políticas Educacionais82

Artigo 46A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o cre-

denciamento de instituições de educação superior, terão prazos

limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular

de avaliação.

§1º Após um prazo para saneamento de de�ciências eventual-

mente identi�cadas pela avaliação a que se refere este artigo,

haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso,

em desativação de cursos e habilitações, em intervenção

na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas

da autonomia, ou em descredenciamento.

§2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo respon-

sável por sua manutenção acompanhará o processo de

saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessá-

rios, para a superação das de�ciências.

Artigo 47

Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano

civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo,

excluído o tempo reservado aos exames �nais, quando houver.

§1º As instituições informarão aos interessados, antes de

cada período letivo, os programas dos cursos e demais

componentes curriculares, sua duração, requisitos, quali�cação

dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação,

obrigando-se a cumprir as respectivas condições.

§2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento

nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros

instrumentos de avaliação especí�cos, aplicados por banca

examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos

seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.

§3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos

programas de educação a distância.

§4º As instituições de educação superior oferecerão, no período

noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de

qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória

Page 83: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar83

a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a ne-

cessária previsão orçamentária.

Artigo 48

Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registra-

dos, terão validade nacional como prova da formação recebida

por seu titular.

§1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas

próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições

não-universitárias serão registrados em universidades indi-

cadas pelo Conselho Nacional de Educação.

§2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estran-

geiras serão revalidados por universidades públicas que tenham

curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se

os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.

§3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por

universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos

por universidades que possuam cursos de pós-graduação

reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimen-

to e em nível equivalente ou superior.

Artigo 49

As instituições de educação superior aceitarão a transferência de

alunos regulares, para cursos a�ns, na hipótese de existência de

vagas, e mediante processo seletivo.

Parágrafo único. As transferências ex o�cio dar-se-ão na forma

da lei.

Artigo 50

As instituições de educação superior, quando da ocorrência de

vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos

não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com

proveito, mediante processo seletivo prévio.

Page 84: politicas educacionais

Políticas Educacionais84

Os diferentes tipos de cursos de ensino superior

Bacharelado Tecnologia LicenciaturaSeqüencial de for-mação específica

Foco

Formação de profissionais como médicos, engenheiros, advogados.

Formação de profissionais, com ênfase na atividade prática.

Formação de professores para en-sino funadamental, médio e técnico.

Não são cursos superiores de graduação. Ofere-cem formações diversas.

Horas

De 2.400 horas (por exemplo em museologia) a 7.200 horas (medicina)

Carga horária menor, varia entre 1.600 horas e 2.400 horas.

No mínimo 2.800 horas. Pelo menos 300 horas devem ser estágio.

No mínimo 1.600 horas e 400 dias letivos.

Anos De 3 a 6 anos De 2 a 3 anos De 3,5 a 4 anos No mínimo 2 anos

Pós-Graduação

Pode fazer qualquer tipo (profissional, chamada de lato sensu, mestrado ou doutorado).

Pode fazer qualquer tipo (profissional, chamada de lato sensu, mestrado ou doutorado)

Pode fazer qualquer tipo (profissional, chamada de lato sensu, mestrado ou doutorado).

Só pode fazer pós-graduação profissional, chamada de lato sensu.

Fonte: <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL601077-5604,00-CONHECA+OS+DIFERENTES+TI-POS+DE+ENSINO+SUPERIOR.html>

Os artigos 51-57 tratam especi�camente das instituições universitá-

rias, caracterizadas como instituição pluridisciplinar, com as seguintes

características: possuir pelo menos um terço do corpo docente em

regime de tempo integral e também um terço dos docentes com,

pelo menos, titulação acadêmica de mestrado ou doutorado.

Ainda na LDB (1996), cabe ressaltar uma discussão fundamental

que é a Formação de Professores para Atuar na Educação Básica.

No Título VI - DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO no Art. 61, con-

sideram-se pro�ssionais da educação escolar básica os que, nela

estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos

reconhecidos, são:

I. professores habilitados em nível médio ou superior para a

docência na educação infantil e nos ensinos fundamental

e médio;

II. trabalhadores em educação portadores de diploma de pe-

dagogia, com habilitação em administração, planejamento,

supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como

com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; 

III. trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso

técnico ou superior em área pedagógica ou a�m.

Page 85: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar85

Parágrafo único.  A formação dos pro�ssionais da educação, de

modo a atender às especi�cidades do exercício de suas atividades,

bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da

educação básica, terá como fundamentos: 

I. a presença de sólida formação básica, que propicie o co-

nhecimento dos fundamentos cientí�cos e sociais de suas

competências de trabalho; 

II. a associação entre teorias e práticas, mediante estágios su-

pervisionados e capacitação em serviço; 

III. o aproveitamento da formação e experiências anteriores,

em instituições de ensino e em outras atividades.

Artigo 62

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á

em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,

em universidades e institutos superiores de educação, admitida,

como formação mínima para o exercício do magistério na educa-

ção infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino fundamental,

a oferecida em nível médio na modalidade normal.

§1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em

regime de colaboração, deverão promover a formação inicial,

a continuada e a capacitação dos pro�ssionais de magistério. 

§2º A formação continuada e a capacitação dos pro�ssionais

de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de

educação a distância.

§3º A formação inicial de pro�ssionais de magistério dará

preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo

uso de recursos e tecnologias de educação a distância. 

§4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios ado-

tarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência

em cursos de formação de docentes em nível superior para

atuar na educação básica pública.

§5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incenti-

varão a formação de pro�ssionais do magistério para atuar na

educação básica pública mediante programa institucional de

Page 86: politicas educacionais

Políticas Educacionais86

bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em

cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de

educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

§6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima

em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino médio

como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação

para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de

Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

§7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Artigo 62-A

A formação dos pro�ssionais a que se refere o inciso III do art. 61

far-se-á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico,

em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas.

(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Parágrafo único.  Garantir-se-á formação continuada para os

pro�ssionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou em insti-

tuições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação

pro�ssional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos

e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Artigo 63

Os institutos superiores de educação manterão: (Regulamento)

I. cursos formadores de pro�ssionais para a educação básica,

inclusive o curso normal superior, destinado à formação de

docentes para a educação infantil e para as primeiras séries

do ensino fundamental;

II. programas de formação pedagógica para portadores de

diplomas de educação superior que queiram se dedicar à

educação básica;

III. programas de educação continuada para os pro�ssionais

de educação dos diversos níveis.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi aprova-

da no governo de Fernando Henrique Cardoso, em um processo

Page 87: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar87

de reformulação na gestão, na avaliação, no �nanciamento, no

currículo e na formação de professores. Tais mudanças eviden-

ciam uma reordenação mais geral, ou seja, a Reforma do Estado

ocorrida em 1995. As reformulações na educação foram justi�ca-

das como uma necessidade de ajuste às mudanças no mundo do

trabalho e na própria economia.

Selecionamos as metas e os objetivos do PNE (2010) que tratam

do Ensino Superior, como segue:

Objetivos e Metas3

1. Prover, até o �nal da década, a oferta de educação su-

perior para, pelo menos, 30% da faixa etária de 18 a 24

anos. **

2. Ampliar a oferta de ensino público de modo a assegurar

uma proporção nunca inferior a 40% do total das vagas,

prevendo inclusive a parceria da União com os Estados

na criação de novos estabelecimentos de educação su-

perior. (VETADO)

3. Estabelecer uma política de expansão que diminua as

desigualdades de oferta existentes entre as diferentes

regiões do País. *

4. Estabelecer um amplo sistema interativo de educação a

distância, utilizando-o, inclusive, para ampliar as possibi-

lidades de atendimento nos cursos presenciais, regulares

ou de educação continuada. **

5. Assegurar efetiva autonomia didática, cientí�ca, admi-

nistrativa e de gestão �nanceira para as universidades

públicas. **

6. Institucionalizar um amplo e diversi�cado sistema de ava-

liação interna e externa que englobe os setores público

e privado, e promova a melhoria da qualidade do ensino,

da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica.*

7. Instituir programas de fomento para que as instituições

de educação superior constituam sistemas próprios e

3 (*) A iniciativa para cumpri-mento deste Objetivo/Meta depende da iniciativa da União.

(**) É exigida a colaboração da União.

Page 88: politicas educacionais

Políticas Educacionais88

sempre que possível nacionalmente articulados, de

avaliação institucional e de cursos, capazes de possi-

bilitar a elevação dos padrões de qualidade do ensino,

de extensão e no caso das universidades, também de

pesquisa. *

8. Estender, com base no sistema de avaliação, diferentes

prerrogativas de autonomia às instituições não univer-

sitárias públicas e privadas. *

9. Estabelecer sistema de recredenciamento periódico das

instituições e reconhecimento periódicos dos cursos su-

periores, apoiado no sistema nacional de avaliação. **

10. Diversi�car o sistema superior de ensino, favorecendo

e valorizando estabelecimentos não-universitários que

ofereçam ensino de qualidade e que atendam cliente-

las com demandas especí�cas de formação: tecnológica,

pro�ssional liberal, em novas pro�ssões, para exercício

do magistério ou de formação geral. **

11. Estabelecer, em nível nacional, diretrizes curriculares

que assegurem a necessária �exibilidade e diversidade

nos programas de estudos oferecidos pelas diferen-

tes instituições de educação superior, de forma a

melhor atender às necessidades diferenciais de suas

clientelas e às peculiaridades das regiões nas quais

se inserem. *

12. Incluir nas diretrizes curriculares dos cursos de formação

de docentes temas relacionados às problemáticas tra-

tadas nos temas transversais, especialmente no que se

refere à abordagem tais como: gênero, educação sexual,

ética (justiça, diálogo, respeito mútuo, solidariedade e

tolerância), pluralidade cultural, meio ambiente, saúde

e temas locais.

13. Diversi�car a oferta de ensino, incentivando a criação de

cursos noturnos com propostas inovadoras, de cursos

sequenciais e de cursos modulares, com a certi�cação,

permitindo maior �exibilidade na formação e amplia-

ção da oferta de ensino. **

Page 89: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar89

14. A partir de padrões mínimos �xados pelo Poder Público,

exigir melhoria progressiva da infraestrutura de labora-

tórios, equipamentos e bibliotecas, como condição para

o recredenciamento das instituições de educação supe-

rior e renovação do reconhecimento de cursos. *

15. Estimular a consolidação e o desenvolvimento da

pós-graduação e da pesquisa das universidades, dobrando,

em dez anos, o número de pesquisadores quali�cados. **

16. Promover o aumento anual do número de mestres e de

doutores formados no sistema nacional de pós gradua-

ção em, pelo menos, 5%. **

17. Promover levantamentos periódicos do êxodo de pes-

quisadores brasileiros formados, para outros países,

investigar suas causas, desenvolver ações imediatas no

sentido de impedir que o êxodo continue e planejar es-

tratégias de atração desses pesquisadores, bem como

de talentos provenientes de outros países. **

18. Incentivar a generalização da prática da pesquisa como

elemento integrante e modernizador dos processos de

ensino-aprendizagem em toda a educação superior,

inclusive com a participação de alunos no desenvolvi-

mento da pesquisa. **

19. Criar políticas que facilitem às minorias, vítimas de dis-

criminação, o acesso à educação superior, através de

programas de compensação de de�ciências de sua for-

mação escolar anterior, permitindo-lhes, desta forma,

competir em igualdade de condições nos processos de

seleção e admissão a esse nível de ensino. **

20. Implantar planos de capacitação dos servidores

técnico-administrativos das instituições públicas de edu-

cação superior, sendo de competência da IES de�nir

a forma de utilização dos recursos previstos para esta

�nalidade. **

21. Garantir, nas instituições de educação superior, a oferta

de cursos de extensão, para atender as necessidades da

educação continuada de adultos, com ou sem formação

Page 90: politicas educacionais

Políticas Educacionais90

superior, na perspectiva de integrar o necessário esforço

nacional de resgate da dívida social e educacional.

22. Garantir a criação de conselhos com a participação da

comunidade e de entidades da sociedade civil orga-

nizada, para acompanhamento e controle social das

atividades universitárias, com o objetivo de assegurar

o retorno à sociedade dos resultados das pesquisas, do

ensino e da extensão.

23. Implantar o Programa de Desenvolvimento da Extensão

Universitária em todas as Instituições Federais de Ensino

Superior no quadriênio 2001-2004 e assegurar que, no

mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a gra-

duação no ensino superior no País será reservado para a

atuação dos alunos em ações extensionistas (BRASIL, 2010).

Sobre essa discussão podemos sugerir a Legislação que segue

para efetivar seu estudo, tais como:

• Referenciais para a Formação de Professores (RFP),

elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) e Secretaria

de Educação Fundamental (SEF) (BRASIL, 1998);

•Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Formação

de Professores da Educação Básica, (BRASIL/CNE, Par. nº

09/2001; Res. nº. 01/2002);

•Decreto-Lei nº 6755 – 30/01/2009 – Política Nacional de

Formação de Professores do Magistério da Educação Básica;

• Portaria Normativa nº 09 – 30/06/2009 – Plano Nacional

de Formação dos Professores da Educação Básica – PDE.

É importante compreender que ao Ensino Superior estão

ligados a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior – CAPES; o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais – INEP; o Plano Nacional de Formação de Professores

da Educação Básica – PARFOR; Programa Institucional de Bolsa

de Iniciação à Docência – PIBID; Programa de Consolidação das

Licenciaturas – PRODOCÊNCIA; o Programa Nacional de Formação

em Administração Pública – PNAP; e o UNIVERSIDADE ABERTA DO

BRASIL – UAB.

Page 91: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar91

CAPES coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superiorA CAPES foi criada em 1951, tendo sido instituída como Fundação

em 1992. É uma agência de fomento da pós-graduação, subsidia

o MEC na formulação de políticas da pós-graduação, coordenan-

do e estimulando a formação de recursos humanos altamente

quali�cados para a docência em grau superior, a pesquisa e o

atendimento da demanda por pro�ssionais dos setores públicos e

privados. Ela tem as seguintes �nalidades: elaborar a proposta do

Plano Nacional de Pós-graduação, acompanhando e coordenando

a sua respectiva execução; elaborar planos de atuação setoriais ou

regionais; promover estudos e avaliações, necessários ao desem-

penho de suas atividades; apoiar o processo de desenvolvimento

cientí�co e tecnológico nacional; manter intercâmbio e contato

com outros órgãos da Administração Pública ou entidades priva-

das nacionais e internacionais (NEVES, 2002, p.63).

• Em 2007, passou também a atuar na formação de

professores da educação básica ampliando o alcance de

suas ações na formação de pessoal quali�cado no Brasil e

no exterior.

• LINHAS DE AÇÃO/PROGRAMAS:

• Indução e fomento da formação inicial e continuada

de professores para a educação básica nos formatos

presencial e a distância.

INEPinstituto nacional de estudos e pesquisas educacionais

O INEP, por seu lado, foi transformado em autarquia federal pela

Lei nº 9.948/97, quando passou a assumir, novamente, um papel

estratégico no desenvolvimento da educação, tendo as seguin-

tes atribuições:

Page 92: politicas educacionais

Políticas Educacionais92

Organizar e manter o sistema de informações e estatísticas educacio-nais; planejar, orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliação educacional, visando ao estabelecimento de indicadores de desempenho das atividades de ensino no país; apoiar os Estados, o Distrito Federal e os municípios no desenvolvi-mento de sistemas e projetos de avaliação educacional; desenvolver e implementar, na área educacional, sistemas de informação e do-cumentação que abranjam estatísticas, avaliações educacionais, práticas pedagógicas e de gestão de políticas educacionais; subsidiar a formulação de políticas na área da educação, mediante a elabora-ção de diagnósticos e recomendações decorrentes da avaliação da educação básica e superior; coordenar o processo de avaliação dos cursos de graduação, em conformidade com a legislação vigente; de�nir e propor parâmetros, critérios e mecanismos para a realização de exames de acesso ao ensino superior e promover a dissemina-ção de informações sobre avaliação da educação básica e superior. (Relatório de Atividades do INEP – 2000) (NEVES, 2002, p.64).

O INEP tem desempenhado um papel importante para o monito-

ramento da qualidade do ensino em todos os níveis e modalidades

por meio da realização de 3 tipos de avaliações, todas implanta-

das na década de 1990:

• Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb –

avaliação da educação básica, realizada em larga escala

desde 1995. Abrange o levantamento de dados de três

séries associadas ao �m de um período ou ciclo escolar:

4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino

médio. Na 4ª e 8ª séries, são avaliadas as disciplinas de

Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geogra�a e

História; e na 3ª série do ensino médio, as disciplinas

de Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Física e

Matemática.

• Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM – Instituído em

1988, este exame avalia as competências e rendimento

escolar dos alunos ao �nal da educação básica. Representa

um instrumento importante na avaliação do ensino médio

e seus resultados podem se constituir em critério de

seleção para o ingresso em instituições de ensino superior.

• Exame Nacional de Cursos – ENC – também conhecido

como Provão, foi criado em 1995, pela Lei nº 9.131/95,

Page 93: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar93

fazendo parte das avaliações periódicas das instituições

de educação superior. Seu objetivo especí�co é avaliar os

conhecimentos e habilidades adquiridas pelos alunos que

concluem a graduação. Com esse instrumento, é possível

realizar avaliação comparativa entre o desempenho de um

mesmo curso oferecido em diferentes IES, além de permitir

o acompanhamento da evolução de desempenho dos

cursos dentro de uma série temporal (NEVES, 2002, p.64-65).

PARFORplano nacional de formação de professores da educação básica

O objetivo principal do programa é garantir que os professores em

exercício na rede pública de educação básica obtenham a forma-

ção exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

– LDB, por meio da implantação de turmas especiais, exclusivas

para os professores em exercício.

Os tipos de cursos oferecidos são:

• Primeira licenciatura – para docentes em exercício na rede

pública da educação básica que não tenham formação

superior.

• Segunda licenciatura – para docentes em exercício na

rede pública da educação básica, há pelo menos três anos,

em área distinta da sua formação inicial.

• Formação pedagógica – para docentes graduados não

licenciados que se encontram em exercício na rede

pública da educação básica.

Dados sobre o PARFOR – Plataforma Paulo Freire no país:

•Cursos ativos em 2011.2 – 1534

•Modalidade Presencial – 1097

•Modalidade a Distância – 437

•Cursos Previstos para 2012.1 – 1236

•Modalidade Presencial – 799

•Modalidade a Distância – 437

Page 94: politicas educacionais

Políticas Educacionais94

PIBID programa institucional de bolsa de iniciação à docênciaConcessão de bolsas de iniciação à docência para alunos de

cursos de licenciatura e para coordenadores e supervisores res-

ponsáveis institucionalmente pelo Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e demais despesas a ele

vinculadas.

PRODOCÊNCIAprograma de consolidação das licenciaturas

O Programa de Consolidação das Licenciaturas – Prodocência

visa contribuir para elevar a qualidade dos cursos de licenciatu-

ra, por meio de fomento a projetos institucionais, na perspectiva

de valorizar a formação e reconhecer a relevância social dos pro-

�ssionais do magistério da educação básica.

PNAPprograma nacional de formação em administração pública

Selecionar e acolher adesões à oferta de cursos na área da

Administração Pública, referentes ao PNAP, no âmbito do

Sistema UAB: bacharelado em Administração Pública, espe-

cialização em Gestão Pública, especialização em Gestão Pública

Municipal e especialização em Gestão em Saúde. Os cursos

têm por objetivo a formação e quali�cação de pessoal de nível

superior visando ao exercício de atividades gerenciais e do

Magistério Superior.

Page 95: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar95

Impactos da atual política de formação

O Censo da educação superior4 revela dados importantes sobre

as licenciaturas entre 2011 e 2012: •Os cursos tecnológicos cresceram 8,5%. • Em cursos de bacharelado, o aumento foi de 4,6%.•Os cursos de licenciatura cresceram apenas 0,8%.

Em relação às matrículas na EaD, no período de 2011 a 2012:•Nos cursos a distância, o crescimento de matrículas foi de

12,2%.•Nos cursos presenciais, o crescimento foi de 3,1%.•A maioria dos matriculados no ensino superior a distância

(40,4%) cursa licenciatura. Os que optaram por bacharelados são 32,3% e por tecnólogos, 27,3%.

UABuniversidade aberta do brasilO Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho

de 2006, para “o desenvolvimento da modalidade de educação a

distância, com a �nalidade de expandir e interiorizar a oferta de

cursos e programas de educação superior no País”.

Ao plantar a semente da universidade pública de qualida-de em locais distantes e isolados, incentiva o desenvolvimento de

municípios com baixos IDH e IDEB. Desse modo, funciona como um

e�caz instrumento para a universalização do acesso ao ensino su-perior e para a requali�cação do professor em outras disciplinas,

fortalecendo a escola no interior do Brasil, minimizando a concen-tração de oferta de cursos de graduação nos grandes centros urbanos e evitando o �uxo migratório para as grandes cidades.

4 Fonte: INEP

Page 96: politicas educacionais

Políticas Educacionais96

Você pôde perceber que nesta unidade do

texto, objetivamos o estudo do ES em alguns

dos seus aspectos. É claro que, em um texto

como o proposto, não é possível considerá-lo

na sua íntegra, ou seja, as discussões sobre

a pós-graduação, por exemplo, não foram

inseridas, dentre outras.

Objetivamente o que propusemos foi

garantir a você a possibilidade de discutir

o ES e alguns aspectos que possam auxi-

liá-lo(a) no entendimento das questões

fundamentais sobre este nível de ensino, tais

como as licenciaturas, a formação de profes-

sores, a educação a distância e os programas

e ações do governo federal. Acreditamos

que essa tarefa não termina neste texto,

ao contrário, é preciso que busque ainda

em sua formação apropriar-se de conheci-

mentos para além das discussões que aqui

se encerram.

Ao buscar nesta unidade as bases legais

para seus estudos sobre o ES, desejamos que

você se aproprie do debate proposto e possa,

na sua ação pedagógica, nos estudos para

concursos na área educacional ou mesmo

para pesquisa, viabilizar aos seus pares a pos-

sibilidade de estender esta temática que nos

é tão importante.

A área das políticas é relevante e instigan-

te não só nos seus princípios e fundamentos,

mas também na sua prática efetiva.

Bons estudos!

considerações finais

1. Para uma maior compreensão da leitura desta unidade, é indispensável conhecer a

legislação referente à educação superior. Assim, resuma os artigos da Constituição

Federal e da LDB sobre a educação superior.

2. A LDB dispõe no Art. 80:

O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino

a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

a. Explicite, com base no art. 80 da LDB, de que maneira os programas de ensino a dis-

tância podem estar presentes em todos os níveis e modalidades?

3. A partir do que foi estudado nesta unidade, avalie as políticas destinadas à formação

de professores. Aponte aspectos contraditórios nas determinações legais.

atividades de autoestudo

Page 97: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar97

Em entrevista à Revista Escola, Carlos Roberto Jamil Cury responde:

Qual sua avaliação sobre o PNE que está chegando ao fim?CURY: O plano nasceu de uma duplici-dade: uma proposta do governo e outra da sociedade civil. Aí houve uma nego-ciação que deixou determinadas coisas bem ajustadas. Por exemplo, o PNE tem uma boa radiografia da nossa Educação, com algumas metas e objetivos claros. A versão que saiu do Congresso previa os recursos, mas o presidente Fernando Henrique vetou os valores. Com isso, o documento se tornou um mero plano de intenções. Sem verba, como cumpri-lo? Essa foi a razão do fracasso. Além disso, o PNE pecou pelo excesso de metas: 295. Se fossem em menor número e mais claras, talvez tivéssemos conseguido os recursos junto à área econômica do governo.

Disponível em: <http://revistaesco-la.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/entrevis-ta-carlos-roberto-jamil-cury-556235.shtml>. Acesso em: 17 mar. 2014.

O atual Conselho Nacional de Educação-CNE, órgão cole-giado integrante do Ministério da Educação, foi instituído pela Lei 9.131, de 25/11/95, com a finalidade de colaborar na formulação da Política Nacional de Educação e exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramen-to ao Ministro da Educação.

As Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, que compõem o Conselho, são constituídas cada uma, por doze conselheiros, sendo membros natos em cada Câmara, respectivamente, o Secretário de Educação Fundamental e o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, nomeados pelo Presidente da República. Compete ao Conselho e às Câmaras exercer as atribuições conferidas pela Lei 9.131/95, emitindo pa-receres e decidindo privativa e autonomamente sobre os assuntos que lhe são pertinentes, cabendo, no caso de de-cisões das Câmaras, recurso ao Conselho Pleno.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12449&Itemid=754>. Acesso em: 14 abr. 2014.

LEI Nº 9.131, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1995

Art. 8º A Câmara de Educação Básica e a Câmara de Educação Superior serão constituídas, cada uma, por doze conselheiros, sendo membros natos, na Câmara de Educação Básica, o Secretário de Educação Fundamental e na Câmara de Educação Superior, o Secretário de Educação Superior, ambos do Ministério da Educação e do Desporto e nome-ados pelo Presidente da República.

§ 1º A escolha e nomeação dos conselheiros será feita pelo Presidente da República, sendo que, pelo menos a metade, obrigatoriamente, dentre os in-dicados em listas elaboradas especialmente para cada Câmara, mediante consulta a entidades da sociedade civil, relacionadas às áreas de atuação dos respectivos colegiados.

3º Para a Câmara de Educação Superior a consulta en-volverá, necessariamente, indicações formuladas por entidades nacionais, públicas e particulares, que congreguem os reitores de universidades, di-retores de instituições isoladas, os docentes, os estudantes e segmentos representativos da comu-nidade científica.

Web

Direito e Políticas Públicas

O vídeo do programa Direito e Políticas Públicas, com apresentação do Prof. Fernando Aguilar, convida a Prof.ª Maria Paula Dallari Bucci e o Prof. José Garcez Ghirardi, da FGV/São Paulo, para falar sobre os desafios na concepção e implementação do novo marco regulatório da Educação Superior.

<http://youtu.be/or_c9fzR_wU>.

Page 98: politicas educacionais

Políticas Educacionais98

Com o crescimento do número de matrículas, o Brasil supera a marca de 6,7 milhões de pessoas incluídas no ensino superior. Desse total, 1,032 milhão estão em instituições federais. Entre o período pesquisa-do, as matrículas na rede federal cresceram 10% e já participam com mais de 58% das matrículas na rede pública, abrangendo também as esferas municipal e estadual.

Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o ritmo crescente se deve pelas políticas de indução como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Nos últimos anos, o MEC já concedeu mais de um milhão de bolsas integrais e parciais do Prouni, além de 570 mil contratos do Fies.

Entre as áreas de formação, o maior crescimento é nos cursos tecnológicos, que tiveram aumento de 11,4% na procura. Os cursos de licenciatura registraram o menor interesse e ficaram praticamente estagnados, com 0,1% de crescimento. A demanda do mercado de trabalho é a causa do aumento, segundo o minis-tro da Educação, Aloizio Mercadante.

Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/educacao/2012/10/matriculas-no-ensino-superior-crescem-5-7>. Acesso em: 17 mar. 2014.

AprovadosDiretor: Steve PinkAno: 2006País: Estados UnidosSinopse: Bartley Gaines abre a própria universidade, naturalmente para fazer fachada aos pais, já que ele foi rejeitado em diversas universidades. Só que esse projeto educacional acaba tendo surpreendente êxito quando outros estudantes fracassados começam a se matricular ali.

filme

Educação superior no Brasil 10 anos pós-LDB Mariluce Bittar, João Ferreira de Oliveira, Marília Morosini (Organizadores)Editora: Publicações INEP

Educação Superior no BrasilMaria Susana Arrosa Soares

Editora: Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e no Caribe. IESALC, Unesco, CaracasSinopse: O livro trata das principais dimensões do sistema de ensino superior brasileiro para a compre-ensão das peculiares condições de nossa educação superior. Suas raízes históricas, sua estrutura e orga-nização, bem como seus desafios e problemas no decorrer da última década do século XX.

PERONI, V. M. V. A relação público/privado e a gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado. In: ADRIÃO, T. e PERONI, V. Público e privado na educação novos elementos para o debate. São Paulo, Xamã, 2008.

relatode caso

Dois em cada 10 professores da educação básica não têm curso superior

Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-04-05/dois-em-cada-10-professores-da-educacao-basica-nao-tem-curso-superior.html>. Acesso em: 05 mar. 2014.

Page 99: politicas educacionais

Pós-Graduação | Unicesumar99

O seu “mergulho” se realizou? Você gostou da

viagem que lhe proporcionamos? Bom, nossa

expectativa é que sim! Acreditamos que a

mediação entre o cognoscente5 e o cog-

noscível6 só se efetiva na intencionalidade.

O que isto signi�ca? Se você não tem inten-

ção de conhecer, nosso esforço foi em vão!

Como esse não é o caso, entendemos

que o processo mediático se concretizou,

assim, vamos provocá-lo(a) mais um pouco.

Ao encerrarmos nossa discussão, queremos

que pense na análise das políticas educa-

cionais num sentido que vai para além da

legislação em si, mas que pense no objeti-

vo precípuo de levá-lo à escola. E, para isso,

voltamos aos conhecimentos de Vieira (2007)

que salienta:

[...] a análise da(s) política(s) de educação requer uma compreensão que não se con-tenta com o estudo das ações que emanam do Poder Público em suas diferentes

5 Aquele que conhece

6 Aquilo que é passível de ser conhecido

esferas (União, Estados, Municípios). Esta deve alcançar a escola e seus agentes e, num movimento de ida e volta, procurar apreender como as ideias se materializam em ações, traduzindo-se, ou não, na gestão educacional e escolar. [...] (VIEIRA, 2007, 58).

O desa�o lançado aqui é que você

pense na dimensão que aproxima a Política

Educacional da escola, ou seja, como aquela

se efetiva nesta. Ainda, considere que elas

só se realizam e se concretizam nesse pro-

cesso de ida e volta como salientado pela

autora acima citada. Então, se você é pro-

fessor(a), sabe exatamente do que falamos,

se não, poderá ter contato com uma escola

e perceber as relações que se estabelecem

no âmbito do tema aqui tratado.

Esperamos que tenha gostado das

discussões!

Sucesso nos estudos que seguem!Angela Mara de Barros Lara

Mara Cecília Rafael

conclusão

Page 100: politicas educacionais

Políticas Educacionais100

ALTMANN, H. In�uências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.

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Pós-Graduação | Unicesumar101

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