politicas educacionais
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Formas que definem a educação no Pais.TRANSCRIPT
o neoliberalismona educação
educação dejovens e adultos
programas e açõesdo governo federal
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Angela Mara de Barros Lara
Mara Cecília Rafael
POLÍTICASeducacionais
SOCIEDADE,ESTADO E EDUCAÇÃO
UNIDADE I
SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO
UNIDADE II
POLÍTICAS PÚBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR
UNIDADE III
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desa�o para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualida-de, novas habilidades para liderança e solução de problemas com e�ciência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-bilidade: as escolhas que �zermos por nós e pelos nossos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democra-tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-ver a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando pro�ssionais cida-dãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas
Reitor Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da MantenedoraCláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Direção de Operações Chrystiano Minco�, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados vandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Supervisão de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Diagramação José Jhonny Coelho, Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi, Fotos Shutterstock.
NEAD - Núcleo de Educação a DistânciaAv. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desen-volvimento da consciência social e política e, por �m, a democratização do conhecimento aca-dêmico com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição univer-sitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de com-petências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-trativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu-cação continuada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:
C397
Políticas Educacionais / Angela Mara de Barros Lara / Mara Cecília Rafael.
Maringá - PR, 2014.31 p.
“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.
1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior . 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 378CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento.
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho quali�cado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modi�cou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), signi�ca possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desa�ador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desa�os não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Pró-Reitor de EaDWillian Victor Kendrick de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se re�etido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador da mão de obra, não é mais su�ciente para garantir sua emprega-bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer pro�ssionalmente.
A pós-graduação Lato Sensu a distância da Unicesumar conta hoje com 16 cursos de especialização e MBA nas áreas de Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pen-sando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-des deste novo Brasil.
Escolhendo um curso de pós-graduação Lato Sensu na Unicesumar, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-to de disciplinas e conteúdos mais especí�cos da área escolhida, fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal e pro�ssional.
Professor Dr. Renato DutraCoordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais
NEAD - UNICESUMAR
“Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando pro�ssionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”
Missão
apresentação do material
O livro Políticas Educacionais tem como propos-ta buscar o diálogo entre você e a base legal que sustenta o Sistema Educacional Brasileiro. Por que é tão importante estabelecer este colóquio? Bom, aquele que procura uma formação fundamentada, aprofundada e com propriedade só a encontra no processo do conhecimento como “mergulho”. Esta parece não ser a palavra, mas em tempos do abuso do “imersão” achamos que esta é mesmo adequada.
Como “mergulho” queremos que você caia de cabeça nas descobertas sobre a Política Educacional e nas políticas educacionais, na sua especi�cida-de. O que queremos dizer com isso é que, no que tange à diferença entre ‘política’ e ‘políticas’ de edu-cação, suscita que é valioso retomar o que dizem os teóricos sobre o tema:
A Política Educacional (assim, em maiúsculas) é uma, é a Ciência Política em sua aplicação ao caso concreto da educação, porém as políticas educacionais (agora no plural e em minúscu-las) são múltiplas, diversas e alternativas. A Política Educacional é, portanto, a re�exão teórica sobre as políticas educacionais […] se há de considerar
Professora Mestre Mara Cecília Rafael
Professora Doutora Angela Mara de Barros Lara
a Política Educacional como uma aplicação da Ciência Política ao estudo do setor educacional e, por sua parte, as políticas educacionais como políticas públicas que se dirigem a resolver ques-tões educacionais (PEDRO; PUIG, 1998) (VIEIRA, 2007, p.55-56).
Então, a partir destas de�nições, �ca mais explícito para você o que se constituirá numa oportunida-de ímpar para aprofundar seus conhecimentos. Vamos neste texto permitir a interlocução entre a “Política Educacional”, quando evidenciamos a base legal e sua sustentação, e as “políticas educacionais” quando dá-se a oportunidade de tratar das etapas e modalidades da educação básica.
Veja, é possível construir um aporte teórico--metodológico para embasar seus estudos, o que não signi�ca que este texto tenha a pretensão de esgotar o assunto. Longe disso, aqui você encontra-rá um suporte para as suas discussões, mas à medida que os temas tratados possibilitam a curiosidade e a necessidade de “saber mais”, faz-se necessário aprofundar seus estudos, o que levará a caminhos ainda não conhecidos.
sum
ário 01
12 sociedade e educação
15 neoliberalismo na educação
19 os organismos internacionais
27 as propostas para a educação brasileira
SOCIEDADE, ESTADOE EDUCAÇÃO
02 03
34 educação básica
64 considerações finais
76 a estrutura e o funcionamento do ensino superior
96 considerações finais
99 conclusão
100 referências
SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO
POLÍTICAS PÚBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR
1 SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO
Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-dará nesta unidade:• Sociedade e Educação• O Neoliberalismo na Educação• Os Organismos Internacionais e suas propostas
para a Educação BrasileiraObjetivos de Aprendizagem• Estudar as relações estabelecidas entre a socie-
dade, o Estado e a educação no Brasil.• Analisar as influências do neoliberalismo na edu-
cação brasileira.• Interpretar as interferências das organizações
internacionais na educação brasileira.
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Políticas Educacionais. Nesta dis-ciplina, procuraremos discutir com você a relação entre sociedade, Estado e educação, as influências do neoliberalismo na educação brasileira e as interferências das organizações internacionais na educação brasileira. Estes conteúdos são base para a questão funda-mental que embasa a disciplina: entender as Políticas Educacionais no Brasil.
Como ponto de partida para as reflexões propostas pela discipli-na, é necessário que você procure compreender a importância dos temas que serão tratados para que esta unidade sirva de fundamen-to para as outras que se seguirão. Cada subunidade proporcionará o aprofundamento de questões que compõe o corpus da disciplina.
Políticas Educacionais12
SOCIEDADEE EDUCAÇÃOsOCiEDADE, EstADO E EDUCAÇÃO
Pós-Graduação | Unicesumar13
Para entender a relação entre sociedade,
Estado e educação, vamos tratar de alguns
conceitos e de�nições:
SOCIEDADE CAPITALISTA MONOPOLISTA“[....] o capitalismo monopolista conduz
ao ápice a contradição elementar entre a
socialização da produção e a apropriação
privada: internacionalizada a produção,
grupos de monopólios controlam-na
por cima de povos e Estados. [...] O
mais signi�cativo, contudo, é que a
solução monopolista – a maximização
dos lucros pelo controle dos mercados
– é imanentemente problemática:
pelos próprios mecanismos novos
que de�agra, ao cabo de um certo
nível de desenvolvimento, é vítima
dos constrangimentos inerentes
à acumulação e à valorização
capitalistas. Assim, para efetivar-se
com chance de êxito, ela demanda
mecanismos de intervenção extra
econômicos. Daí a refuncionalização e
o redimensionamento da instância por
excelência do poder extra econômico,
o Estado” (NETTO, 2006, p. 24).
ESTADO“[...] conjunto de instituições permanentes2
[...] que possibilitam a ação do governo”
(HÖLFLING, 2001, p. 31);
2 Órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico necessariamente.
GOVERNO“[...] conjunto de programas e projetos que
partem da sociedade3 [...] propõe para a
sociedade como um todo, con�gurando-se
a orientação política de um determinado
governo que assume e desempenha as
funções de Estado por um determinado
período” (HÖLFLING, 2001, p. 31);
POLÍTICAS PÚBLICAS“[...] ‘Estado em ação’ [...]; é o Estado
implantando um projeto de governo,
através de programas, de ações voltadas
para setores especí�cos da sociedade. [...]
compreendidas as de responsabilidade
do Estado – quanto à implementação
e manutenção a partir de um processo
de tomada de decisões que envolvem
órgãos públicos e diferentes organismos
e agentes da sociedade relacionados à
política implementada. Neste sentido,
políticas públicas não podem ser
reduzidas a políticas estatais” (HÖLFLING,
2001, p. 31);
POLÍTICAS SOCIAIS“[...] ações que determinam o padrão de
proteção social implementado pelo Estado,
voltadas, em princípio para a redistribuição
dos benefícios sociais visando à diminuição
das desigualdades estruturais produzidas
pelo desenvolvimento socioeconômico”
(HÖLFLING, 2001, p. 31).
3 Políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros.
Políticas Educacionais14
Estes conceitos são importantes para que
você entenda as relações que se estabelecem
entre eles e suas implicações sobre o Ensino
Superior. Cabe lembrar que existe uma relação
entre o geral e o particular, ou seja, só seremos
capazes de apreender o Ensino Superior se
conseguirmos entender em que sociedade
este nível de ensino está inserido? Em que
Estado a política e a legislação foram pensa-
das? E para qual educação? Estas questões,
ao serem respondidas, darão o aprofunda-
mento necessário para a continuidade dos
estudos que aqui estamos propondo.
Pós-Graduação | Unicesumar15
“Para entender o neoliberalismo é preciso, ini-
cialmente, registrar quais são as ideias mestras
do liberalismo clássico e contra quem elas
se movem: as instituições reguladoras do
feudalismo, das corporações de ofício e do
Estado mercantilista. [...] Depois simetrica-
mente, poderemos compreender melhor as
ideias centrais do neoliberalismo. [...] os inimi-
gos contra os quais o neoliberalismo se volta,
as formas de regulação econômica do século
XX: o Estado keynesiano, os sindicatos e as
políticas de bem-estar social nos países de-
senvolvidos, o Estado desenvolvimentista e
a chamada democracia populista nos países
subdesenvolvidos” (MORAES, 2001, p.11).
CONCEITO DE NEOLIBERALISMO“[...] é a ideologia do capitalismo na era
de máxima financeirização da riqueza,
a era da riqueza mais líquida, a era do
capital volátil – e um ataque às formas
de regulação econômica do século XX,
como o socialismo, o keynesianismo, o
estado de bem-estar, o terceiro-mundismo
e o desenvolvimento latino-americano”
(MORAES, 2001, p.11).
NEOLIBERALISMONA EDUCAÇÃO
Políticas Educacionais16
QUARENTENA DOS NEOLIBERAISrompe-se em meados anos 70: conquista
dos governos mais importantes – Margareth
Thatcher (1979) Inglaterra; Reagan (1980)
EUA; Helmut Khol (1982) Alemanha;
Pinochet (1973) Chile; General Videla (1976)
Argentina. Nos anos 80, BM e FMI (1985)
Bolívia; Salinas de Gortari (1988) México;
Menen (1989) Argentina; Carlos Andrès
Perez (1989) Venezuela; Fujimori (1990) Peru
e de Collor a Cardoso (1989) Brasil (MORAES,
2001, p. 16).
Outros países da América Latina �caram
cada vez mais pobres, mais excludentes,
mais desiguais, incrementando a discrimi-
nação social, reproduzindo privilégios das
minorias, aumentando o individualismo
e a competição selvagem, quebrando os
laços de solidariedade coletiva (MEURER,
1996, p.10).
CHILE (1973)Pinochet: Primeiro campo que os neo-
liberais encontraram para desenvolver
seus ideais que mais tarde foram aplica-
dos na Europa.
BRASIL (1964)Ditadura militar: Ela não era considera-
da como regime usado pelos liberais,
ditadura foi isolada com seus efeitos
malé�cos.
3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIALOs organismos multilaterais (FMI, BM) e os
macromercados como Mercosul surgiram
como aqueles que diminuiriam a ação do
Estado, podendo in�uir no processo de-
cisório dos países latino-americanos.
BRASIL (1990)O aumento da vulnerabilidade externa e
o desmantelamento dos setores produ-
tivos (MEURER, 1996, p.10).
as repercussões neoliberais na sociedade
Pós-Graduação | Unicesumar17
BRESSER PEREIRAde forma incompleta;
FERNANDO COLLOR DE MELLO escolhido para implementar o projeto;
ITAMAR FRANCOmistura neoliberalismo com tradicionalismo - não sendo classi�cado como neoliberal;
FERNANDO H. CARDOSOencontrou credibilidade para desenvolver o projeto proposto pelo capital transnacional(MEURER, 1996, p.11)
Questões a serem desenvolvidas – livre-
mercado e propriedade – energia pessoal,
empenho, persistência [...]. Os indivíduos são
libertados economicamente, mas permane-
cem controlados social e culturalmente.
Mudança cultural antecede a econômica – a
questão da privatização no Brasil surge para
que o povo mude de concepção e entenda
que o privado é mais e�ciente que o público.
crise ética dosetor públicoMudança nas formas de pensar a educação,
saúde, etc. “É um projeto hegemônico onde
se instaura um novo pensamento moral e
ético, criando-se um novo senso comum e
uma nova forma de interpretar a sociedade”.
O eixo do sucesso do neoliberalismo
está na questão cultural. Também na escola,
pois esta é permeada pelo mercantilismo,
pelo comércio da democracia (MEURER,
1996, p.12-13).
o neoliberalismoe a educaçãoEducação é entendida como propriedade
individual, onde os que têm acesso a ela
podem excluir os que não têm. Direito de
compra e venda para usufruir sobre sua renda
e o seu lucro.
Para neoliberais, os sistemas educativos
enfrentam uma crise de e�ciência e qualidade.
neoliberalismo chega ao brasil
Políticas Educacionais18
Para Nozich (apud MEURER, 1996, p.13), o
Estado mínimo é o único possível. Neste con-
texto acreditam que a crise se dá porque os
sistemas institucionais, tais como a saúde,
a educação, políticas de emprego, etc. não
atuam dentro da lógica do mercado.
Os neoliberais acreditam que qualquer
iniciativa do Estado irá gerar mais pobreza e
de�nem uma nova forma de fazer e pensar
a educação, e neste sentido todos reconhe-
cem que ela está em crise e esperam receitas
para sair da situação.
Existe uma crise de e�ciência e e�cá-
cia na escola, neste sentido os indivíduos
deixam de ser cidadãos passando a condi-
ção de consumidores.
Proposta da educação neoliberal pressu-
põe a reforma institucional da própria escola,
considerando-a como uma lanchonete
(Macdonaldização). Busca dessa forma ter-
ceirizar o ensino, que estará desvinculado de
uma proposta de escola, havendo assim uma
desprocupação com a construção de uma
escola pública que forme o verdadeiro cidadão
(GENTILI, 1995 apud MEURER, 1996, p.15).
A educação não pode superar a miséria
e a exclusão social, mas tem como função
fundamental transformar e fazer com que a
pobreza seja algo que se torne eticamente
suportável. Essa deve ser uma das ferramen-
tas para a emancipação dos sujeitos (MEURER,
1996, p.13-17).
Os neoliberais acreditam quequalquer iniciativa do Estado irá gerar mais pobreza...
Pós-Graduação | Unicesumar19
OS ORGANISMOS INTERNACIONAISE sUAs PROPOstAs PARA A EDUCAÇÃO BRAsiLEiRA
Vamos conhecer algumas das instituições vin-culadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Estas fazem parte de duas frentes de atuação: aquelas consideradas agências multi-laterais de financiamento, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Comissão Econômica Regional para a América Latina e Caribe (CEPAL), e aquelas consideradas de caráter humanitário, a UNICEF e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Políticas Educacionais20
QU
AD
RO 1
Pós-Graduação | Unicesumar21
O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi
criado em 1945 e tem como objetivo básico
zelar pela estabilidade do sistema mone-
tário internacional, notadamente através
da promoção da cooperação e da consulta
em assuntos monetários entre os seus 184
países membros. Com exceção de Coreia
do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra,
Mônaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros
da ONU fazem parte do FMI. Juntamente
com o BIRD, o FMI emergiu das Conferências
de Bretton Woods como um dos pilares
da ordem econômica internacional do
pós-guerra. O FMI objetiva evitar que de-
sequilíbrios nos balanços de pagamentos e
nos sistemas cambiais dos países membros
possam prejudicar a expansão do comér-
cio e dos �uxos de capitais internacionais.
O Fundo favorece a progressiva eliminação
das restrições cambiais nos países membros
e concede recursos temporariamente para
evitar ou remediar desequilíbrios no balanço
de pagamentos. Além disso, o FMI planeja e
monitora programas de ajustes estruturais
FMI fundo monetário internacional
e oferece assistência técnica e treinamen-
to para os países membros.
Objetivos
• Promover a cooperação monetária
internacional, fornecendo um
mecanismo de consulta e colaboração
dos problemas �nanceiros;
• Favorecer a expansão equilibrada
do comércio, proporcionando níveis
elevados de emprego, trazendo
desenvolvimento dos recursos
produtivos;
•Oferecer ajuda �nanceira aos países
membros em di�culdades econômicas,
emprestando recursos com prazos
limitados;
•Contribuir para a instituição de um
sistema multilateral de pagamentos e
promover a estabilidade dos câmbios.
FMI. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fundo_MonetArio_Internacional>. Acesso em: 05 de março de 2014.
Políticas Educacionais22
O Banco Mundial é uma das principais fontes
de assistência para o desenvolvimento no
mundo. Sua meta principal é ajudar as
pessoas e países mais pobres. Concebido
em 1944, em Bretton Woods, Estado de Novo
Hampshire (EUA), o Banco Mundial inicial-
mente ajudou a reconstruir a Europa após a
Segunda Guerra Mundial. O trabalho de re-
construção permanece como um enfoque
importante do Banco Mundial devido aos
desastres naturais, emergências humanitárias
e necessidades de reabilitação pós-con�itos,
mas atualmente a principal meta do trabalho
do Banco Mundial é a redução da pobreza
no mundo em desenvolvimento.
O Grupo do Banco Mundial é constituído
por cinco instituições estreitamente relacio-
nadas e sob uma única presidência:
BM banco mundial
Pós-Graduação | Unicesumar23
médias com bons antecedentes de crédito. O
poder de voto de cada país-membro está vin-
culado às suas subscrições de capital, que por
sua vez estão baseadas no poder econômico
relativo de cada país. O BIRD levanta grande
parte dos seus fundos através da venda de
títulos nos mercados internacionais de capital.
centro internacionalpara arbitragemde disputas sobre investimentos (CIADI)
O CIADI proporciona instalações para a reso-
lução – mediante conciliação ou arbitragem
– de disputas referentes a investimentos
entre investidores estrangeiros e os seus
países an�triões.
corporação financeira internacional (IFC)
A IFC promove o crescimento no mundo
em desenvolvimento mediante o �nancia-
mento de investimentos do setor privado e
a prestação de assistência técnica e de as-
sessoramento aos governos e empresas. Em
parceria com investidores privados, a IFC
proporciona tanto empréstimos quanto par-
ticipação acionária em negócios nos países
em desenvolvimento
associação internacional de desenvolvimento (AID)
Desempenha um papel importante na missão
do Banco que é a redução da pobreza. A as-
sistência da AID concentra-se nos países mais
pobres, aos quais proporciona empréstimos
sem juros e outros serviços. A AID depende
das contribuições dos seus países membros
mais ricos - inclusive alguns países em de-
senvolvimento - para levantar a maior parte
dos seus recursos �nanceiros
agênciamultilateral de garantia de investimentos (AMGI)A AMGI ajuda a estimular investimentos es-
trangeiros nos países em desenvolvimento
por meio de garantias a investidores estran-
geiros contra prejuízos causados por riscos
não comerciais. A AMGI também proporcio-
na assistência técnica para ajudar os países a
divulgarem informações sobre oportunida-
des de investimento.
banco internacional para a reconstrução e o desenvolvimento (BIRD)O BIRD proporciona empréstimos e assistência
para o desenvolvimento de países de rendas
Políticas Educacionais24
A Comissão Econômica para a América Latina
e o Caribe (CEPAL) foi criada em 25 de feverei-
ro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social
das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede
em Santiago, Chile. É uma das cinco comis-
sões econômicas regionais das Nações Unidas
(ONU). Foi criada para coordenar as políticas
direcionadas à promoção do desenvolvimen-
to econômico da região latino-americana,
coordenar as ações encaminhadas para sua
promoção e reforçar as relações econômicas
dos países da área, tanto entre si como com
as demais nações do mundo. Posteriormente,
seu trabalho ampliou-se para os países do
Caribe e se incorporou o objetivo de promo-
ver o desenvolvimento social e sustentável.
Todos os países da América Latina e do
Caribe são membros da CEPAL, junto com
algumas nações desenvolvidas, tanto da
América do Norte como da Europa, que
mantêm fortes vínculos históricos, econô-
micos e culturais com a região. No total, os
Estados-membros da Comissão são 43 e
8 membros associados, condição jurídica
acordada para alguns territórios não inde-
pendentes do Caribe.
Principal organismo multi lateral internacional de �nan-ciamento do desenvolvimen-to social e econômico, forma-do por 184 países-membros, entre os quais o Brasil. Dedicado à redução da po-breza em todo o mundo.Formado por cinco organi-zações: o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvi-mento (BIRD), a Associação Internacional de Desenvolvi-mento (AID), a Corporação Fi-nanceira Internacional (IFC), a Agência Multilateral de Garan-tia de Investimentos (AMGI)
e o Centro Internacional para Acerto de Disputas de Inves-timento (CIADI).Além de �nanciar projetos, o Banco Mundial também oferece sua grande experiên-cia internacional em diversas áreas de desenvolvimento.Um dos pilares do desenvolvi-mento social e econômico mundial desde a Segunda Guerra.A única agência supranacio-nal de �nanciamentos com presença e impacto globais. Angaria fundos nos merca-dos �nanceiros internaciona-
is para combater a pobreza através do �nanciamento de projetos nos países em desenvolvimento.Ajuda a atrair investimentos privados através de coinves-timentos, garantias e seguros de risco político. Oferece aconselhamento econômico e técnico aos países membros.
Disponível em: <http://www.ban-comundial.org.br/index.php/con-tent/view/6.htmlv>. Acesso em: 05 do mar. de 2014.
CEPAL comissão econômica para a américa latina e o caribe
Pós-Graduação | Unicesumar25
Nos anos recentes, a CEPAL tem-se dedi-
cado particularmente ao estudo dos desa�os
que propõe a necessidade de retomar o
caminho do crescimento sustentado, assim
como a consolidação de sociedades plurais e
democráticas. No marco da proposta geral, co-
nhecida como transformação produtiva com
equidade, foram consideradas questões tais
como o papel da política social; o tratamen-
to dos aspectos ambientais e demográ�cos
e a estratégia educativa; a necessidade do
progresso técnico para inserir-se de maneira
competitiva no âmbito global, consolidar a
estabilidade das economias da região e dina-
mizar seu processo de expansão.
Disponível em: <http://www.eclac.cl/cgi-bin/getProd.asp?xml=/brasil/noticias/paginas/2/5562/p5562.xml&xsl=/brasil/tpl/p18f.xsl&base=/brasil/tpl/top-bottom.xsl>.
Acesso em: 05 mar. 2014.
UNICEF fundo das nações unidas para a infância
O Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) é um órgão internacional, com
sede em Nova York, que foi criado no dia 11
de dezembro de 1946, por decisão unânime,
durante a primeira sessão da Assembleia Geral
das Nações Unidas. Os primeiros programas do
UNICEF forneceram assistência emergencial a
milhões de crianças no período pós-guerra na
Europa, no Oriente Médio e na China.
Consolidou-se em 1953 como parte perma-
nente do sistema das Nações Unidas, com um
papel ampliado: “atender às necessidades de
longo prazo das crianças que vivem na pobreza
nos países em desenvolvimento” (UNICEF, 2007).
Nessa perspectiva, o UNICEF tem como princí-
pio básico promover o bem-estar da criança e
do adolescente, com base em sua necessidade,
sem discriminação de raça, credo, nacionalida-
de, condição social ou opinião política.
Em 1979, a análise da situação da infância
brasileira levou ao reconhecimento de que as
políticas em favor da infância e da juventude
deviam integrar o planejamento econômico
e social do país, com ênfase nos programas
preventivos. Reconheceu-se, também, a ne-
cessidade de haver um orçamento substancial
para a cobertura nacional dos serviços básicos,
com atenção especial para o saneamento.
Dessa forma, o UNICEF, no Brasil, aliou-se
aos esforços que já vinham sendo desen-
volvidos e, por intermédio de uma grande
campanha de mobilização nacional que vem
se repetindo por vários anos, o Governo,
grupos religiosos, empresas privadas e pú-
blicas conseguiram reduzir drasticamente
os índices de mortalidade infantil.
Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/historico.htm>. Acesso em: 18 fev. 2014.
Políticas Educacionais26
A Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi
criada em 16 de novembro de 1945, logo após
a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo
de garantir a paz por meio da cooperação
intelectual entre as nações, acompanhando
o desenvolvimento mundial e auxiliando os
Estados-Membros – hoje são 193 países – na
busca de soluções para os problemas que
desafiam nossas sociedades. É a agência das
Nações Unidas que atua nas seguintes áreas de
mandato: Educação, Ciências Naturais, Ciências
Humanas e Sociais, Cultura e Comunicação e
Informação.
A Representação da UNESCO no Brasil
foi estabelecida em 1964 e seu Escritório,
em Brasília, iniciou as atividades em 1972,
tendo como prioridades a defesa de uma
educação de qualidade para todos e a pro-
moção do desenvolvimento humano e social.
Desenvolve projetos de cooperação técnica
em parceria com o governo – União, estados
e municípios –, a sociedade civil e a inicia-
tiva privada, além de auxiliar na formulação
de políticas públicas que estejam em sinto-
nia com as metas acordadas entre os Estados
Membros da Organização.
No setor de Educação, a principal diretriz
da UNESCO é auxiliar os países membros a
atingir as metas de Educação para Todos, pro-
movendo o acesso e a qualidade da educação
em todos os níveis e modalidades, incluindo
a educação de jovens e adultos. Para isso, a
Organização desenvolve ações direcionadas
ao fortalecimento das capacidades nacionais,
além de prover acompanhamento técnico
e apoio à implementação de políticas na-
cionais de educação, tendo sempre como
foco a relevância da educação como valor
estratégico para o desenvolvimento social
e econômico dos países.
Disponível em: <http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/unesco/>. Acesso em: 05 mar. de 2014
UNESCO a organização das nações unidas para a educação, a ciência e a cultura
Pós-Graduação | Unicesumar27
Jacques Delors foi o responsável pela elabora-
ção do Relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre Educação para o século
XXI “Educação: um tesouro a descobrir”, neste ele
indicou os objetivos principais para a educação
que estava por vir. Seguem os quatro pilares da
proposta, bem como o signi�cado da educação
ao longo da vida, estes fundamentos necessá-
rios para se fazer a educação do novo século:
aprender a conhecercombinando uma cultura geral, su�cientemen-
te vasta, com a possibilidade de trabalhar em
profundidade um pequeno número de matérias.
O que também signi�ca: aprender a aprender,
para bene�ciar-se das oportunidades oferecidas
pela educação ao longo de toda a vida.
aprender a fazera �m de adquirir, não somente uma quali�-
cação pro�ssional mas, de uma maneira mais
ampla, competências que tornem a pessoa
apta a enfrentar numerosas situações e a tra-
balhar em equipe. Mas também aprender a
fazer, no âmbito das diversas experiências
sociais ou de trabalho que se oferecem aos
jovens e adolescentes, quer espontaneamen-
te, fruto do contexto local ou nacional, quer
formalmente, graças ao desenvolvimento do
ensino alternado com o trabalho.
as propostas para a
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
aprender a viver juntosdesenvolvendo a compreensão do outro e
a percepção das interdependências — reali-
zar projetos comuns e preparar-se para gerir
con�itos — no respeito pêlos valores do plu-
ralismo, da compreensão mútua e da paz.
aprender a serpara melhor desenvolver a sua personalidade
e estar à altura de agir com cada vez maior
capacidade de autonomia, de discernimen-
to e de responsabilidade pessoal. Para isso,
não negligenciar na educação nenhuma das
potencialidades de cada indivíduo: memória,
raciocínio, sentido estético, capacidades
físicas, aptidão para comunicar-se (DELORS,
2006, p.101-102).
o conceito de educaçãoao longo de toda a vidaé a chave que abre as portas do século
XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre
educação inicial e educação permanente.
Aproxima-se de outro conceito proposto
com freqüência: o da sociedade educativa,
onde tudo pode ser ocasião para aprender e
desenvolver os próprios talentos. Em suma,
a “educação ao longo de toda a vida”, deve
aproveitar todas as oportunidades ofereci-
das pela sociedade (DELORS, 2006).
Políticas Educacionais28
considerações finaisAo encerrar esta unidade, você deve con-
siderar as questões que foram tratadas, tais
como: a relação entre sociedade, Estado e
educação; o neoliberalismo na educação; e os
organismos internacionais e suas propostas
para a educação brasileira. Esta é uma re�e-
xão essencial para aqueles que se propõem a
conhecer as políticas e a legislação do Ensino
Superior no Brasil.
Pós-Graduação | Unicesumar29
atividade de autoestudo
ESTUDO DE TEXTOleia o texto a seguir e responda o que for
solicitado
UNESCO: OS QUATRO PILARES DA “EDU-CAÇÃO PÓS-MODERNA”Lenildes Ribeiro Silva
O relatório para a Unesco, da Comissão Internacional
sobre Educação para o século XXI, Educação: um
tesouro a descobrir, traz uma análise considerável a
respeito do desenvolvimento da sociedade atual,
suas tensões marcadas pelo processo de globali-
zação e modernização, como a convivência com
a diferença, a necessidade da convivência pací�ca
e, relacionada a todas essas questões, a educa-
ção. São explicitadas re�exões sobre os rumos
da educação na sociedade do século XXI, pistas,
recomendações, objetivos e metas. Dentre essas
re�exões, ressalta-se a discussão sobre os quatro
pilares da educação (aprender a conhecer, apren-
der a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos),
o conceito de educação ao longo de toda a vida e
as articulações que se desenvolvem entre esses e
as exigências da sociedade capitalista, em globali-
zação. São pilares que se relacionam ao raciocínio
pós-moderno de Lyotard para quem o saber “não
se entende apenas, é claro, um conjunto de enun-
ciados donativos; a ele misturam-se as idéias de
saber-fazer, de saber-viver, de saber-escutar, etc”
(Lyotard, 1986, p. 36).
A educação ao longo de toda a vida se refere à
mudança da noção de quali�cação, pautada em
uma formação única para a noção de competên-
cia, que se relaciona a uma formação dinâmica,
�exível, condizente com a ênfase atual no trabalho
em equipe, na capacidade de iniciativa, na va-
lorização de talentos e aptidões. Essa mudança
advém da “desmaterialização” do trabalho que
exige, além da técnica, a “aptidão para as relações
interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).
Essa mudança no tempo destinado à educação
é discutida por Scha� quando apresenta a edu-
cação permanente como uma realidade possível
de ser alcançada e destaca, cobrando da Unesco,
sua obrigatoriedade, assim como o é a educação
escolar. A preocupação com uma formação cons-
tante do indivíduo é justi�cada pela necessidade
de que ele acompanhe o acelerado ritmo em que
as transformações da sociedade ocorrem. [...]
No “Relatório” (Delors, 1993), entretanto, a
concepção de educação permanente é retoma-
da da sua versão original, segundo as discussões
mundializadas, e ampliada no sentido de ir além
das reciclagens pro�ssionais, o que compreen-
de a educação ao longo de toda a vida, trazendo
oportunidade de conhecimento àqueles que já
se encontravam fora da idade escolar tradicional.
Embora não tratando especi�camente do concei-
to de educação permanente, ou, nos termos do
Relatório, educação ao longo de toda a vida, Lyotard
compactua dessa idéia ao ressaltar a necessidade
do ensino romper o tempo de aprendizagem insti-
tucional tradicional, atendendo a jovens e adultos
durante toda a sua vida produtiva.[...]
1. Por que é necessário conhecer o Relatório pro-
duzido pela Unesco? Qual a função dele para a
educação brasileira?
2. O que signi�ca a expressão “educação ao longo
da vida” para o documento estudado?
Políticas Educacionais30
FilmeCapitalismo: uma historia de amorMichael MooreDuração: 120 minAno: 2009País: Estados UnidosGênero: DocumentárioSinopse: O documentário explora as raízes da crise financeira global, no período de transição entre a saída de George Bush e a posse de Barack Obama no governo dos EUA, as falcatruas po-líticas e econômicas que culminaram no que o diretor descreve como “o maior roubo da história dos EUA”: a transferência de di-nheiro dos contribuintes para instituições financeiras privadas.
ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educa-cional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.
LARA, A. M. B. As Políticas Públicas para a Infância na Argentina – O Caso da Cidade de Buenos Aires a partir dos anos 1990. In: AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Orgs.) Políticas para a Educação: análises e apontamentos. Maringá: EDUEM, 2011. p.159-180.
LIVRO Título: Neoliberalismo - de Onde Vem Para Onde Vai?Autor: Reginaldo MoraesEditora: SENAC São PauloSinopse: Tema desse livro, o neoliberalismo suscita várias ques-tões: O que significa? De onde surge? O que pretende? Quem o defende? Quem o critica? Tais perguntas contêm um ex-traordinário potencial de controvérsia, na medida em que o neoliberalismo provoca muitas discussões, a seu favor ou contra.
“Quanto ao aporte de recursos, o Banco destinou até 1994, um crédito de 19,2 bilhões de dólares ao setor educacio-nal (BIRD, 1995). A parcela concedida ao Brasil mostra-se pouco significativa: no curso de vinte anos de cooperação, o crédito apenas ultrapassou os 100 milhões de dólares. Esta quantia, se não contribuiu para mudanças no quadro dos problemas estruturais da educa-ção, permitiu que o BIRD participasse da definição da agenda educacional do País. Isto porque os empréstimos impli-cam a imposição de condicionalidades políticas ao setor sob financiamento, as quais são negociadas durante o período de identificação e preparação dos pro-jetos. Se se considera que para receber este crédito, o Brasil concorreu com pelo menos o dobro desses recursos a título de contrapartida aos empréstimos, fica evidente que o BIRD fez prevalecer o seu próprio projeto político às custas do di-nheiro nacional”
(FONSECA 1998, p.41). FONSECA, Marília.O Banco Mundial como referência para a justiça social no terceiro mundo: evidências do caso brasileiro. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, n.1, pp. 37-69. ISSN 0102-2555. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-25551998000100004>.
organismos internacionais acesse os links:<www.onu.org.br><www.onu.org.br/onu-no-brasil/unesco><www.onu.org.br/onu-no-brasil/unicef><www.worldbank.org/pt/cuntry/brazil>
neoliberalismo na América Latina acesse:<http://youtu.be/k9GUO1am3M4>
filme
Web
relatode caso
Os modelos do capitalismo e a destruição das nações Zillah Branco<http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_tex-to=5764&id_coluna=81http://youtu.be/k9GUO1am3M4>
Pós-Graduação | Unicesumar31
O aumento da interdependência econômica, os intercâmbios em todos os planos, as influências culturais e sociais que se têm processado de forma acelerada, sempre mais rápida, passaram a fazer parte do quotidiano, exigindo que o domínio de informações, o mais variado possível, adquirisse relevada importância crucial. Nesse novo cenário, o que se constata é que não existe, ainda, no país quantidade de profissionais suficientemente habilitados para atender um mercado com tais necessidades. Daí o surgimento dos cursos não só de graduação em Relações Internacionais, mas também de dezenas de pós-graduação lato e stricto sensu, em todo país.
(MIYAMOTO, 2002, p. 4)
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDuCAçãO NACIONAL
A lei é um espaço de luta pela conquista e reconhecimento de direitos de cidadania. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação regulamenta direitos instituídos na Constituição Federal de 1988, vinculando a educação escolar ao mundo do trabalho e à prática social. A formulação da lei seguiu longa trajetória de participação e conflitos por uma educação pública, democrática e de qualidade. O primeiro projeto, tendo como relator Jorge Hage, instituiu formas significativas
de participação da cidadania (BRITO, 1997), acolhendo propostas avançadas, fundamentadas em debates dos educadores em Conferências Brasileiras de Educação e em propostas do Fórum em Defesa da Escola Pública. Após passar por negociações e conflitos, o projeto inicial foi aprovado na Câmara, em 1993. Foi substituído, no Senado, por projeto do Senador Darcy Ribeiro, desconsiderando a trajetória anterior. Diante da resistência que se seguiu a essa mudança de rumo, Darcy Ribeiro foi incorporando emendas que atenuassem de algum modo as resistências e o mal-estar
2 SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:• Educação Infantil• Ensino Fundamental• Ensino Médio• Educação de Jovens e Adultos• Educação a Distância• Educação Pro�ssional• Educação Especial• Educação de Negros e Quilombolas• Educação do e no Campo• Educação Indígena
Objetivos de Aprendizagem• Estudar as etapas da educação básica: Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.• Compreender e analisar as modalidades da educa-
ção básica: Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância, Educação Pro�ssional, Educação Especial, Educação de Negros e Quilombolas, Educação do e no Campo e Educação Indígena.
O objetivo desta unidade é tratar da organização do Sistema
Educacional Brasileiro – SEB – em sua base legal. Para tanto, você
estudará a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) e do Plano Nacional de
Educação (Lei nº 10.172/2001 e PL nº 8.035).
Ao discutirmos o SEB, vamos aprofundar nossos estudos no co-
nhecimento dos níveis e modalidades da Educação Básica – o que
significa apreender sobre a Educação Infantil, o Ensino Fundamental
e o Ensino Médio – bem como das modalidades que a compõem,
tais como Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância,
Educação Profissional, Educação Especial, Educação de Negros e
Quilombolas, Educação do e no Campo e a Educação Indígena.
Você compreenderá como são conceituados os níveis e as
modalidades da educação e ensino tanto pela legislação como
pelos teóricos que os analisam. É importante que você entenda a
importância dessa discussão para sua formação, tendo em vista a
necessidade de compreender as políticas educacionais e os aspec-
tos da base legal da educação no país.
Cabe aqui esclarecer que, nesta unidade do livro, somente
abordaremos o primeiro nível do SEB, a Educação Básica – EB, e o
segundo nível, a Educação Superior – ES, discutido na Unidade III.
Acreditamos que será mais palatável a você, caro(a) acadêmico(a),
trabalhar os níveis separadamente.
Vamos aos estudos!!!!!!
Políticas Educacionais34
Conto com a sua participação na discus-
são que faremos a seguir. Sei que estudar
as Políticas Educacionais num primeiro
momento, diria assim de chofre, parece um
fardo, mas creia é uma das áreas mais interes-
santes da Educação. E não me re�ro apenas
ao nosso país, mas a nossa região, a América
Latina, e a outras como a Europa e os Estados
Unidos, por exemplo.
O que estou querendo salientar é que, a partir
dos anos de 1980, nós, pesquisadores brasilei-
ros da área, já não estudávamos a legislação
pela legislação como na disciplina de Estrutura
e Funcionamento do Ensino2. Re�ro-me a
outra forma mais interessante de tratar da base
legal, ou seja, contextualizando-a. Superamos
aquela forma por uma outra, e aquela disci-
plina por uma nova, mais arrojada, que nos
educação
BÁSICA
2 A origem da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino está no Parecer CFE nº 252/69. Para ler mais: SAVIANI, D. Competência política e competência técnica. Educação e Sociedade, São Paulo, nº15, p. 111-169, 1983; ____. Análise crítica da organização escolar brasileira através das leis 5.540/68 e 5.692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.) Educação Brasileira Contemporânea: organização e funcionamen-to. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. ___. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.
Pós-Graduação | Unicesumar35
proporcionou a compreensão do movimen-
to da história, seus interlocutores, a disciplina
de Políticas Educacionais.
Cabe adiantar a você que não foi uma ca-
minhada simples e nem fácil. Ainda hoje, no
século XXI, continuamos buscando a episte-
mologia para analisar as Políticas Educacionais.
Não me deixam mentir autores como Eneida
Oto Shiroma, Olinda Evangelista, Roselane
Fátima Campos, Rosalba Maria Cardoso
Garcia, Je�erson Mainardes, estes teóricos
do nosso sul brasileiro, mas podemos contar
também com autores estrangeiros Stephen
Bawn, Susan Robertson, entre outros. Esses
autores citados são fundamentais para você
aprofundar suas leituras no que diz respeito
às análises das políticas.
O mais importante é não fugirmos do
nosso foco. Ao tratarmos em um primeiro
momento da EB, buscamos identi�cá-la na
legislação escolhida para aprofundarmos
nossas discussões. Vamos iniciar pela CF
(1988), esta estabeleceu o regime de cola-
boração no seu art. 211, como segue:
Políticas Educacionais36
Artigo 211A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organiza-
rão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, �nanciará as instituições de ensino públicas fede-
rais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva
e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunida-
des educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e �nanceira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.
§2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino funda-
mental e na educação infantil.
§§ 1º e 2º alterados pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996
§3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e médio.
§4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios de�nirão formas
de colaboração, de modo a assegurar a universalização do
ensino obrigatório.* Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 11 de
novembro de 2009
§5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao
ensino regular. Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006*
Gostaria de ressaltar uma questão fundamental, já abordada
por Volsi e Lara (2012), que apontam que nesta Lei não aparece
a expressão Sistema Educacional e, sim, sistemas de ensino.
Pós-Graduação | Unicesumar37
E, ainda, fundamentam:
Embora a Constituição de 1988 estabeleça o regime de colabo-ração entre os sistemas de ensino, essa questão se apresenta um tanto confusa na legislação. Não há uma de�nição clara, uma regra precisa, de como ocorrerá essa colaboração entre as esferas administrativas (Federal, Estadual e Municipal). Essa situação tem deixado lacunas que acabam por contribuir para não efetivação da garantia do direito a educação ao cidadão brasileiro (VOLSI; LARA, 2012, p. 18-19).
Essa discussão é basilar para caracterizar o papel que estados e
municípios têm no que tange à EB. É claro que não daremos conta
de todas as especi�cidades do �nanciamento da educação, no
entanto, é preciso enfatizar sua importância. Por isso, o regime
de colaboração é um ponto estratégico para conhecer melhor o
alcance de cada ente federado nesta questão.
É importante salientar as questões referentes à Educação Básica
na LDB (1996) e no PNE (2001). Na LDB (1996), o Título V - Dos Níveis
e das Modalidades de Educação e Ensino, em seu Capítulo I - Da
Composição Dos Níveis Escolares, no seu art. 21, de�ne:
Artigo 21
A educação escolar compõe-se de:
I. educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio;
II. educação superior (BRASIL, 1996).
No Capítulo II - DA EDUCAÇÃO BÁSICA, na Seção I - Das Disposições
Gerais que compreende os art. 22 até o art. 28, vamos apenas
abordar o que é mais relevante a nossa discussão, que é apresen-
tar em linhas gerais a EB:
Políticas Educacionais38
Artigo 22A educação básica tem por finalidades desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispen-
sável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores
(BRASIL, 1996).
No Capítulo I, no subtítulo ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, no
Plano Nacional de Educação (2010), em seu artigo 21 a�rma:
Artigo 21
São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos
do desenvolvimento educacional:
I. a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englo-
bando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança
até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com
duração de 2 (dois) anos;
II. o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração
de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas fases: a
dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos �nais;
III. o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos.
Parágrafo único. Essas etapas e fases têm previsão de idades
próprias, as quais, no entanto, são diversas quando se atenta
para sujeitos com características que fogem à norma, como
é o caso, entre outros:
I. de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar;
II. de retenção, repetência e retorno de quem havia abando-
nado os estudos;
III. de portadores de de�ciência limitadora;
IV. de jovens e adultos sem escolarização ou com esta
incompleta;
V. de habitantes de zonas rurais;
VI. de indígenas e quilombolas;
VII. de adolescentes em regime de acolhimento ou internação,
jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos
estabelecimentos penais (BRASIL, 2010).
Pós-Graduação | Unicesumar39
Para viabilizarmos a discussão sobre as etapas da EB, vamos tratar
de forma separada cada uma delas. Iniciamos nossas análises e in-
terpretações da base legal pela Educação Infantil. Na LDB (1996),
iniciamos pela Seção II - Da Educação Infantil que vai especi�car
em seus artigos de 29 a 31:
Artigo 29
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até
seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, in-
telectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.
Artigo 30
A educação infantil será oferecida em:
I. creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até
três anos de idade;
II. pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Artigo 31
Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acom-
panhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental (BRASIL, 1996).
No PNE (2001), na Seção I - Educação Infantil, trata em seu art. 22:
Artigo 22
A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento
integral da criança, em seus aspectos físico, afetivo, psicoló-
gico, intelectual, social, complementando a ação da família
e da comunidade.
Políticas Educacionais40
§ 1º As crianças provêm de diferentes e singulares contextos so-
cioculturais, socioeconômicos e étnicos, por isso devem ter
a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola
e pelos pro�ssionais da educação, com base nos princí-
pios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e
pluralidade.
§ 2º Para as crianças, independentemente das diferentes condições
físicas, sensoriais, intelectuais, linguísticas, étnico-raciais, socio-
econômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações
sociais e intersubjetivas no espaço escolar requerem a atenção
intensiva dos pro�ssionais da educação, durante o tempo de
desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares, pois
este é o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a
partir da brincadeira orientada pelos pro�ssionais da educação.
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e
do respeito mútuo em que se assenta a vida social devem ini-
ciar-se na Educação Infantil e sua intensi�cação deve ocorrer
ao longo da Educação Básica.
§ 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promoven-
do ações a partir das quais as unidades de Educação Infantil
sejam dotadas de condições para acolher as crianças, em
estreita relação com a família, com agentes sociais e com a
sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, for-
malmente estabelecidos.
§ 5º A gestão da convivência e as situações em que se torna ne-
cessária a solução de problemas individuais e coletivos pelas
crianças devem ser previamente programadas, com foco
nas motivações estimuladas e orientadas pelos professores
e demais pro�ssionais da educação e outros de áreas perti-
nentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada
criança e os vínculos desta com a família ou com o seu res-
ponsável direto (BRASIL, 2010).
A segunda etapa da EB é o ENSINO FUNDAMENTAL. E vamos tra-
balhar na legislação usando a LDB e o PNE. A LDB (1996), na Seção
III - Do Ensino Fundamental nos seus art. 32 a 34, trata:
Pós-Graduação | Unicesumar41
Artigo 322
O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade,
terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como
meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II. a compreensão do ambiente natural e social, do sistema
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se
fundamenta a sociedade;
III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo
em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos
vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e
de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fun-
damental em ciclos.
§ 2º os estabelecimentos que utilizam progressão regular por
série podem adotar no ensino fundamental o regime de
progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do pro-
cesso de ensino-aprendizagem, observadas as normas do
respectivo sistema de ensino.
§ 3º o ensino fundamental regular será ministrado em língua
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a uti-
lização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
§ 4º o ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a dis-
tância utiliza- do como complementação da aprendizagem
ou em situações emergenciais.
§ 5º3 o currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescen-
tes, tendo como diretriz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observa-
da a produção e distribuição de material didático adequado.
§ 6º4 o estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como
tema transversal nos currículos do ensino fundamental.
3 Caput com redação dada pela Lei nº 11.274, de 07-02-2006.
4 Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.525, de 25-09-2007.
5 Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.472, de 1º-9-2011, em vigor 90 dias após sua publicação, que ocorreu no Diário O�cial da União de 02-09-2011.
Políticas Educacionais42
Artigo 335
O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado
o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais-
quer formas de proselitismo.
§ 1º os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos
para a definição dos conteúdos do ensino religioso e es-
tabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos
professores.
§ 2º os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída
pelas diferentes denominações religiosas, para a definição
dos conteúdos do ensino religioso.
Artigo 34
A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos
quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres-
sivamente ampliado o período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas
alternativas de organização autorizadas nesta lei.
§ 2º o ensino fundamental será ministrado progressivamente
em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino
(BRASIL, 1996).
O PNE (2001), na Seção II - Ensino Fundamental, dos art. 23 a 25,
trata:
Artigo 23
O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrí-
cula obrigatória para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade,
tem duas fases sequentes com características próprias, chama-
das de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para
estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos �nais, com
4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. 6 Artigo com redação dada pela
Lei nº 9.475, de 27-07-1997.
Pós-Graduação | Unicesumar43
Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher signi�ca
também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendiza-
gem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva
interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens cul-
turais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade
em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor
valorizado desses bens.
Artigo 24
Os objetivos da formação básica das crianças, de�nidos para a
Educação Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino
Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos
anos �nais, ampliando e intensi�cando, gradativamente, o pro-
cesso educativo, mediante:
I. da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II. foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primei-
ros anos;
III. compreensão do ambiente natural e social, do sistema po-
lítico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e
dos valores em que se fundamenta a sociedade;
IV. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo
em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores;
V. fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solida-
riedade humana e de respeito recíproco em que se assenta
a vida social.
Artigo 25
Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial
forma de colaboração visando à oferta do Ensino Fundamental
e à articulação sequente entre a primeira fase, no geral assumida
pelo Município, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstácu-
los ao acesso de estudantes que se trans�ram de uma rede para
Políticas Educacionais44
outra para completar esta escolaridade obrigatória, garantindo
a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar
(BRASIL, 2010).
A terceira etapa da EB é o ENSINO MÉDIO. A LDB (1996), na Seção
IV - Do Ensino Médio, nos art. 35 e 36, apresenta:
Artigo 35
O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
mínima de três anos, terá como finalidades:
I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o pros-
seguimento de estudos;
II. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do edu-
cando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz
de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocu-
pação ou aperfeiçoamento posteriores;
III. o aprimoramento do educando como pessoa humana,
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da auto-
nomia intelectual e do pensamento crítico;
IV. a compreensão dos fundamentos científico-tecnológi-
cos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a
prática, no ensino de cada disciplina.
Artigo 36
O currículo do ensino médio observará o disposto na seção I deste
capítulo e as seguintes diretrizes:
I. destacará a educação tecnológica básica, a compreensão
do significado da ciência, das letras e das artes; o proces-
so histórico de transformação da sociedade e da cultura;
a língua portuguesa como instrumento de comunicação,
acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II. adotará metodologias de ensino e de avaliação que esti-
mulem a iniciativa dos estudantes;
Pós-Graduação | Unicesumar45
III. será incluída uma língua estrangeira moderna, como dis-
ciplina obriga- tória, escolhida pela comunidade escolar, e
uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibili-
dades da instituição;
IV. serão incluídas a �loso�a e a sociologia como disciplinas
obrigatórias em todas as séries do ensino médio.6
§ 1º os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação
serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio
o educando demonstre:
I. domínio dos princípios científico e tecnológicos que pre-
sidem a produção moderna;
II. conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
III. (revogado).7
§ 2º (revogado).8
§ 3º os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habi-
litarão ao prosseguimento de estudos.
§ 4º (revogado).9 (BRASIL, 1996).
O PNE (2012), na Seção III - Ensino Médio, no art. 26, salienta:
Artigo 26
O Ensino Médio, etapa �nal do processo formativo da Educação
Básica, é orientado por princípios e �nalidades que preveem:
I. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o pros-
seguimento de estudos;
II. a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado
este como princípio educativo, para continuar aprenden-
do, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de
ocupação e aperfeiçoamento posteriores;
III. o desenvolvimento do educando como pessoa humana,
incluindo a formação ética e estética, o desenvolvimento
da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV. a compreensão dos fundamentos cientí�cos e tecnológi-
cos presentes na sociedade contemporânea, relacionando
a teoria com a prática.
7 Inciso acrescido pela Lei nº 11.684, de 2-6-2008.
8 Inciso revogado pela Lei nº 11.684, de 2-6-2008.
9 Parágrafo revogado pela Lei nº 11.741, de 16-7-2008.
10 Idem.
Políticas Educacionais46
§ 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual
podem se assentar possibilidades diversas como preparação
geral para o trabalho ou, facultativamente, para pro�ssões
técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação cientí-
�ca e tecnológica; na cultura, como ampliação da formação
cultural.
§ 2º A de�nição e a gestão do currículo inscrevem-se em uma
lógica que se dirige aos jovens, considerando suas singu-
laridades, que se situam em um tempo determinado.
§ 3º Os sistemas educativos devem prever currículos �exíveis,
com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a
oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda
seus interesses, necessidades e aspirações, para que se as-
segure a permanência dos jovens na escola, com proveito,
até a conclusão da Educação Básica (BRASIL, 2010).
A partir deste momento do texto, vamos tratar das modalidades
que estão vinculadas à EB. Vamos apresentar na base legal como são
tratadas estas modalidades que se dividem em: Educação Especial
– EE, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Educação Pro�ssional
e Tecnológica – EPT, Educação do e no Campo – EC, Educação
Escolar Indígena – EEI, Educação de Negros e Quilombolas - ENQ
e Educação a Distância – EAD.
O PNE (2001), no CAPÍTULO II - MODALIDADES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA, no art. 27, destaca:
Artigo 27
A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais
das modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos, Educação
Especial, Educação Pro�ssional e Tecnológica, Educação do Campo,
Educação Escolar Indígena e Educação a Distância (BRASIL, 2010).
Vamos seguir a ordem de apresentação das modalidades na
LDB (1996). Iniciamos pela EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Na Seção IV10
- Do Ensino Médio – Seção IV - A Da Educação Pro�ssional Técnica
de Nível Médio, trata dos art. 36-A até 36-D): 11 Seção acrescida pela Lei
nº 11.741, de 16-7-2008.
Pós-Graduação | Unicesumar47
Artigo 36-ASem prejuízo do disposto na seção IV deste capítulo, o ensino
médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
para o exercício de pro�ssões técnicas.
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facul-
tativamente, a habilitação pro�ssional poderão ser desenvolvidas
nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em coope-
ração com instituições especializadas em educação pro�ssional.
Artigo 36-B
A educação pro�ssional técnica de nível médio será desenvolvi-
da nas seguintes formas:
I. articulada com o ensino médio;
II. subsequente, em cursos destinados a quem já tenha con-
cluído o ensino médio.
Parágrafo único. A educação pro�ssional técnica de nível médio
deverá observar:
I. os objetivos e de�nições contidos nas diretrizes curricu-
lares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Educação;
II. as normas complementares dos respectivos sistemas de
ensino;
III. as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de
seu projeto pedagógico.
Artigo 36-C
A educação pro�ssional técnica de nível médio articulada, pre-
vista no inciso I do caput do art. 36-B desta lei, será desenvolvida
de forma:
I. integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o
ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a
conduzir o aluno à habilitação pro�ssional técnica de nível
médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se ma-
trícula única para cada aluno;
Políticas Educacionais48
II. concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio
ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas
para cada curso, e podendo ocorrer:
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponíveis;
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponíveis;
c) em instituições de ensino distintas, mediante con-
vênios de intercomplementaridade, visando ao
planejamento e ao desenvolvimento de projeto pe-
dagógico uni�cado.
Artigo 36-D
Os diplomas de cursos de educação pro�ssional técnica de nível
médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão
ao prosseguimento de estudos na educação superior.
Parágrafo único. Os cursos de educação pro�ssional técnica
de nível médio, nas formas articulada concomitante e subse-
quente, quando estruturados e organizados em etapas com
terminalidade, possibilitarão a obtenção de certi�cados de qua-
li�cação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento,
de cada etapa que caracterize uma quali�cação para o trabalho
(BRASIL, 2011).
O PNE (2001), na Seção III - Educação Pro�ssional e Tecnológica,
nos art. 30 a 34, apresenta:
Artigo 30
A Educação Pro�ssional e Tecnológica, no cumprimento dos ob-
jetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e
da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras mo-
dalidades educacionais: Educação de Jovens e Adultos, Educação
Especial e Educação a Distância.
Pós-Graduação | Unicesumar49
Artigo 31Como modalidade da Educação Básica, a Educação Pro�ssional e
Tecnológica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e conti-
nuada ou quali�cação pro�ssional e nos de Educação Pro�ssional
Técnica de nível médio.
Artigo 32
A Educação Pro�ssional Técnica de nível médio é desenvolvida
nas seguintes formas:
I. articulada com o Ensino Médio, sob duas formas: a) integra-
da, na mesma instituição; ou b) concomitante, na mesma
ou em distintas instituições;
II. subsequente, em cursos destinados a quem já tenha con-
cluído o Ensino Médio.
§ 1º Os cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na
forma integrada, são cursos de matrícula única, que con-
duzem os educandos à habilitação pro�ssional técnica de
nível médio ao mesmo tempo em que concluem a última
etapa da Educação Básica.
§ 2º Os cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, oferta-
dos na forma concomitante, com dupla matrícula e dupla
certi�cação, podem ocorrer:
I. na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as opor-
tunidades educacionais disponíveis;
II. em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as opor-
tunidades educacionais disponíveis;
III. em instituições de ensino distintas, mediante convênios de
intercomplementaridade, com planejamento e desenvol-
vimento de projeto pedagógico uni�cado.
§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação Pro�ssional Técnica
de nível médio, a organização e a estruturação em etapas
que possibilitem quali�cação pro�ssional intermediária.
§ 4º A Educação Pro�ssional e Tecnológica pode ser desenvol-
vida por diferentes estratégias de educação continuada,
em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho,
Políticas Educacionais50
incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previs-
tos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Artigo 33
A organização curricular da Educação Pro�ssional e Tecnológica
por eixo tecnológico fundamenta-se na identi�cação das tecnolo-
gias que se encontram na base de uma dada formação pro�ssional
e dos arranjos lógicos por elas constituídos.
Artigo 34
Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos
de Educação Pro�ssional e Tecnológica, como os adquiridos na
prática laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliação,
reconhecimento e certi�cação para prosseguimento ou conclu-
são de estudos (BRASIL, 2010).
Na LDB (1996), a modalidade EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
é apresentada na Seção V - Da Educação de Jovens e Adultos, nos
art. 37 e 38:
Artigo 37
A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamen-
tal e médio na idade própria.
§ 1º os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos
jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos
na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interes-
ses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e
exames.
§ 2º o poder público viabilizará e estimulará o acesso e a perma-
nência do trabalhador na escola, mediante ações integradas
e complementares entre si.
Pós-Graduação | Unicesumar51
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, pre-
ferencialmente, com a educação pro�ssional, na formado
regulamento.11
Artigo 38
Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitan-
do ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I – no
nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores
de quinze anos; II – no nível de conclusão do ensino médio,
para os maiores de dezoito anos.
§ 2º os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos edu-
candos por meios informais serão aferidos e reconhecidos
mediante exames (BRASIL, 1996).
O PNE (2001), na Seção I - Educação de Jovens e Adultos, no art.
28, explicita:
Artigo 28
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam
na faixa etária superior à considerada própria, no nível de conclu-
são do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos
gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as
características do alunado, seus interesses, condições de vida
e de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e
complementares entre si, estruturados em um projeto pe-
dagógico próprio.
§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação
Pro�ssional articulada com a Educação Básica, devem pau-
tar-se pela �exibilidade, tanto de currículo quanto de tempo
e espaço, para que seja(m): 12 Parágrafo acrescido pela Lei
nº 11.741, de 16-7-2008.
Políticas Educacionais52
I. rompida a simetria com o ensino regular para crianças e
adolescentes, de modo a permitir percursos individuali-
zados e conteúdos signi�cativos para os jovens e adultos;
II. providos o suporte e a atenção individuais às diferentes
necessidades dos estudantes no processo de aprendiza-
gem, mediante atividades diversi�cadas;
III. valorizada a realização de atividades e vivências sociali-
zadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras de
enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;
IV. desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;
V. promovida a motivação e a orientação permanente dos
estudantes, visando maior participação nas aulas e seu
melhor aproveitamento e desempenho;
VI. realizada, sistematicamente, a formação continuada, desti-
nada, especi�camente, aos educadores de jovens e adultos
(BRASIL, 2010).
A terceira modalidade é a EDUCAÇÃO ESPECIAL. Na LDB (1996),
no CAPÍTULO V - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, nos seus art. 58 a 60:
Artigo 58
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente
na rede regular de ensino, para educandos portadores de ne-
cessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado,
na escola regular, para atender às peculiaridades da
clientela de educação especial.
§ 2º o atendimento educacional será feito em classes, escolas
ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante
a educação infantil.
Pós-Graduação | Unicesumar53
Artigo 59 Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com neces-
sidades especiais:
I. currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organi-
zação específicos, para atender às suas necessidades;
II. terminalidade específica para aqueles que não puderem
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino funda-
mental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
III. professores com especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como
professores do ensino regular capacitados para a integra-
ção desses educandos nas classes comuns;
IV. educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições ade-
quadas para os que não revelarem capacidade de inserção
no trabalho competitivo, mediante articulação com os
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresen-
tam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual
ou psicomotora;
V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais su-
plementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
regular.
Artigo 60
Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão crité-
rios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial,
para fins de apoio técnico e financeiro pelo poder público.
Parágrafo único12. O poder público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo
(BRASIL, 1996).
13 Parágrafo regulamentado pelo Decreto no 6.571, de 17-09-2008
Políticas Educacionais54
O PNE (2001), na Seção II - Educação Especial, no art. 29, de�ne:
Artigo 29
A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os
níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da
educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pe-
dagógico da unidade escolar.
§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com
de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino
regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE),
complementar ou suplementar à escolarização, ofertado
em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE
da rede pública ou de instituições comunitárias, confessio-
nais ou �lantrópicas sem �ns lucrativos.
§ 2º Os sistemas e as escolas devem criar condições para que o
professor da classe comum possa explorar as potencialidades
de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialógica,
interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o
professor do AEE deve identi�car habilidades e necessidades
dos estudantes, organizar e orientar sobre os serviços e
recursos pedagógicos e de acessibilidade para a participação
e aprendizagem dos estudantes.
§ 3º Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino
devem observar as seguintes orientações fundamentais:
I. o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no
ensino regular;
II. a oferta do atendimento educacional especializado;
III. a formação de professores para o AEE e para o desenvolvi-
mento de práticas educacionais inclusivas;
IV. a participação da comunidade escolar;
V. a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e infor-
mações, nos mobiliários e equipamentos e nos transportes;
VI. a articulação das políticas públicas intersetoriais (BRASIL, 2010).
Pós-Graduação | Unicesumar55
A LDB (1996), no Título VIII – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, no art. 80,
trata especi�camente da EaD:
Artigo 8013
O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação
de programas de ensino a distância, em todos os níveis e moda-
lidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime
especiais, será oferecida por instituições especificamente
credenciadas pela união.
§ 2º A união regulamentará os requisitos para a realização de
exames e registro de diploma relativos a cursos de educação
a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de
programas de educação a distância e a autorização para
sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de
ensino, podendo haver cooperação e integração entre os
diferentes sistemas.
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado,
que incluirá:
I. custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de
radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II. concessão de canais com finalidades exclusivamente
educativas;
III. reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder público,
pelos concessionários de canais comerciais (BRASIL, 1996).
Segundo Carneiro (2010), o art. 80 está regulamentado pelo Decreto
nº 5.622/05 e salienta, a partir da normativa, que a EaD é uma moda-
lidade educacional que se faz pela mediação didático-pedagógica
nos processos de ensino e aprendizagem. Cabe inferir que ocorre
pela utilização de meios e tecnologia de informação e comunica-
ção, com estudantes e professores que desenvolvem atividades
educativas em lugares e tempos diversos.
14 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.
Políticas Educacionais56
Ainda, dispõe que sua oferta cobre os seguintes níveis e moda-
lidades educativos:
“I. Educação Básica; II. Educação de Jovens e Adultos; III. Educação
Especial, respeitadas as especi�cidades legais pertinentes; IV.
Educação Pro�ssional, cobrindo os seguintes cursos e programas:
a) técnicos de nível médio; e b) tecnológicos, de nível superior;
V. Educação Superior, abrangendo os seguintes cursos e progra-
mas: a) sequenciais; b) de graduação; c) de especialização; d) de
mestrado; e) de doutorado” (CARNEIRO, 2010, p.499-500).
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, no PNE (2001), é tratada na Seção
VI - Educação a Distância, nos art. 39 e 40:
Artigo 39
A modalidade Educação a Distância caracteriza-se pela mediação
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo ati-
vidades educativas em lugares ou tempos diversos.
Artigo 40
O credenciamento para a oferta de cursos e programas de
Educação de Jovens e Adultos, de Educação Especial e de Educação
Pro�ssional Técnica de nível médio e Tecnológica, na modalidade
a distância, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas
a regulamentação federal e as normas complementares desses
sistemas (BRASIL, 2010).
Aqui vamos inserir outras legislações para fundamentar as outras
modalidades que seguem, o que signi�ca que estas têm suas le-
gislações especí�cas, tais como:
O Capítulo II - DA EDUCAÇÃO BÁSICA, na Seção I - Das Disposições
Gerais da LDB (2011), trata:
Pós-Graduação | Unicesumar57
Artigo 26-A14
Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e
cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1º o conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a
formação da população brasileira, a partir desses dois grupos
étnicos, tais como o estudo da história da África e dos afri-
canos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a
cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na
formação da sociedade nacional, resgatando as suas contri-
buições nas áreas social, econômica e política, pertinentes
à história do Brasil.
§ 2º os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e
dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito
de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de edu-
cação artística e de literatura e história brasileiras (BRASIL,
2011).
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar
Quilombola na Educação Básica (2008), na forma desta Resolução,
no Art. 1º, �cam estabelecidas:
§ 1º A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica:
I. organiza precipuamente o ensino ministrado nas institui-
ções educacionais fundamentando-se, informando-se e
alimentando-se:
a) da memória coletiva;
b) das línguas reminiscentes;
c) dos marcos civilizatórios;
d) das práticas culturais;
e) das tecnologias e formas de produção do trabalho;
f ) dos acervos e repertórios orais;
g) dos festejos, usos, tradições e demais elementos que
conformam o patrimônio cultural das comunidades qui-
lombolas de todo o país;
h) da territorialidade.
15 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.
Políticas Educacionais58
II. compreende a Educação Básica em suas etapas e modalida-
des, a saber: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino
Médio, Educação do Campo, Educação Especial, Educação
Pro�ssional Técnica de Nível Médio, Educação de Jovens e
Adultos, inclusive na Educação a Distância;
III. destina-se ao atendimento das populações quilombolas
rurais e urbanas em suas mais variadas formas de produ-
ção cultural, social, política e econômica;
IV. deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino localiza-
dos em comunidades reconhecidas pelos órgãos públicos
responsáveis como quilombolas, rurais e urbanas, bem como
por estabelecimentos de ensino próximos a essas comu-
nidades e que recebem parte signi�cativa dos estudantes
oriundos dos territórios quilombolas;
V. deve garantir aos estudantes o direito de se apropriar dos
conhecimentos tradicionais e das suas formas de produção
de modo a contribuir para o seu reconhecimento, valoriza-
ção e continuidade;
VI. deve ser implementada como política pública educacional
e estabelecer interface com a política já existente para os
povos do campo e indígenas, reconhecidos os seus pontos
de intersecção política, histórica, social, educacional e eco-
nômica, sem perder a especi�cidade (BRASIL, 2008).
Ainda, no TÍTULO III - DA DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO ESCOLAR
QUILOMBOLA, explicita:
Artigo 9º
A Educação Escolar Quilombola compreende:
I. escolas quilombolas;
II. escolas que atendem estudantes oriundos de territórios
quilombolas.
Parágrafo Único Entende-se por escola quilombola aquela locali-
zada em território quilombola (BRASIL, 2008).
O PNE (2001), na Seção VII - Educação Escolar Quilombola, encaminha:
Pós-Graduação | Unicesumar59
Artigo 41A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades
educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pe-
dagogia própria em respeito à especi�cidade étnico-cultural de
cada comunidade e formação especí�ca de seu quadro docente,
observados os princípios constitucionais, a base nacional comum
e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira.
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das
escolas quilombolas, bem como nas demais, deve ser reconheci-
da e valorizada a diversidade cultural (BRASIL, 2010).
No art. 1º da Resolução que de�ne as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica, oferecida em instituições próprias, diz que:
Parágrafo único - Estas Diretrizes Curriculares Nacionais estão
pautadas pelos princípios da igualdade social, da diferença, da es-
peci�cidade, do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos
da Educação Escolar Indígena.
O TÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA,
nas Diretrizes acima citadas dos art. 3º ao 6º, apresenta:
Artigo 3º
Constituem objetivos da Educação Escolar Indígena proporcio-
nar aos indígenas, suas comunidades e povos:
I. a recuperação de suas memórias históricas; a rea�rmação
de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas
e ciências;
II. o acesso às informações, conhecimentos técnicos, cientí�-
cos e culturais da sociedade nacional e demais sociedades
indígenas e não-indígenas.
Parágrafo único A Educação Escolar Indígena deve se constituir
num espaço de construção de relações interétnicas orientadas
para a manutenção da pluralidade cultural, pelo reconhecimen-
to de diferentes concepções pedagógicas e pela a�rmação dos
povos indígenas como sujeitos de direitos.
Políticas Educacionais60
Artigo 4ºConstituem elementos básicos para a organização, a estrutura e
o funcionamento da escola indígena:
I. a centralidade do território para o bem viver dos povos in-
dígenas e para seus processos formativos e, portanto, a
localização das escolas em terras habitadas por comuni-
dades indígenas, ainda que se estendam por territórios de
diversos Estados ou Municípios contíguos;
II. a importância das línguas indígenas e dos registros linguísticos
especí�cos do português para o ensino ministrado nas línguas
maternas das comunidades indígenas, como uma das formas
de preservação da realidade sociolinguística de cada povo;
III. a organização escolar própria, nos termos detalhados nesta
Resolução;
IV. a exclusividade do atendimento a comunidades indígenas
por parte de professores indígenas oriundos da respectiva
comunidade.
Parágrafo único A escola indígena será criada em atendimento à
reivindicação ou por iniciativa da comunidade interessada, ou com
a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.
Artigo 5º
Na organização da escola indígena deverá ser considerada a par-
ticipação de representantes da comunidade, na de�nição do
modelo de organização e gestão, bem como:
I. suas estruturas sociais;
II. suas práticas socioculturais, religiosas e econômicas;
III. suas formas de produção de conhecimento, processos pró-
prios e métodos de ensino-aprendizagem;
IV. o uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de
acordo com o contexto sociocultural de cada povo indígena;
V. a necessidade de edi�cação de escolas com características
e padrões construtivos de comum acordo com as comuni-
dades usuárias, ou da predisposição de espaços formativos
que atendam aos interesses das comunidades indígenas.
Pós-Graduação | Unicesumar61
Artigo 6ºOs sistemas de ensino devem assegurar às escolas indígenas estru-
tura adequada às necessidades dos estudantes e das especi�cidades
pedagógicas da educação diferenciada, garantindo laboratórios,
bibliotecas, espaços para atividades esportivas e artístico-culturais,
assim como equipamentos que garantam a oferta de uma educa-
ção escolar de qualidade sociocultural [...] (BRASIL, 2012).
O PNE (2001), na Seção V - Educação Escolar Indígena, nos art. 37
e 38, apresenta:
Artigo 37
A Educação Escolar Indígena ocorre em unidades educacionais
inscritas em suas terras e culturas, as quais têm uma realidade
singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especi�ci-
dade étnico-cultural de cada povo ou comunidade e formação
especí�ca de seu quadro docente, observados os princípios cons-
titucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam
a Educação Básica brasileira.
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das
escolas indígenas, é reconhecida a sua condição de possuidores
de normas e ordenamento jurídico próprios, com ensino intercul-
tural e bilíngue, visando à valorização plena das culturas dos povos
indígenas e à a�rmação e manutenção de sua diversidade étnica.
Artigo 38
Na organização de escola indígena, deve ser considerada a parti-
cipação da comunidade, na de�nição do modelo de organização
e gestão, bem como:
I. suas estruturas sociais;
II. suas práticas socioculturais e religiosas;
III. suas formas de produção de conhecimento, processos pró-
prios e métodos de ensino-aprendizagem;
IV. suas atividades econômicas;
Políticas Educacionais62
V. edi�cação de escolas que atendam aos interesses das co-munidades indígenas;
VI. uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo indí-gena (BRASIL, 2010).
As Diretrizes Operacionais da EDUCAÇÃO DO CAMPO, em seu art. 1º,
de�ne:
Artigo 1º
A Educação do Campo compreende a Educação Básica em suas
etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e
Educação Pro�ssional Técnica de nível médio integrada com o Ensino
Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas
mais variadas formas de produção da vida – agricultores familiares,
extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acam-
pados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e outros. § 1º A Educação do Campo, de responsabilidade dos Entes
Federados, que deverão estabelecer formas de colabora-ção em seu planejamento e execução, terá como objetivos a universalização do acesso, da permanência e do sucesso escolar com qualidade em todo o nível da Educação Básica.
§ 2º A Educação do Campo será regulamentada e oferecida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária.
§ 3º A Educação do Campo será desenvolvida, preferentemente, pelo ensino regular.
§ 4º A Educação do Campo deverá atender, mediante procedi-mentos adequados, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, as populações rurais que não tiveram acesso ou não concluíram seus estudos, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, em idade própria.
§ 5º Os sistemas de ensino adotarão providências para que as crianças e os jovens portadores de necessidades especiais, objeto da modalidade de Educação Especial, residentes no campo, também tenham acesso à Educação Básica, prefe-rentemente em escolas comuns da rede de ensino regular.
Pós-Graduação | Unicesumar63
[...] Art. 12 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-
ção, �cando rati�cadas as Diretrizes Operacionais instituídas pela
Resolução CNE/CEB nº 1/2002 e revogadas as disposições em con-
trário (BRASIL, 2008).
A Seção IV - Educação Básica do Campo, propõe:
Artigo 35
Na modalidade de Educação Básica do Campo, a educação para
a população rural está prevista com adequações necessárias às
peculiaridades da vida no campo e de cada região, de�nindo-se
orientações para três aspectos essenciais à organização da ação
pedagógica:
I. conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais
necessidades e interesses dos estudantes da zona rural;
II. organização escolar própria, incluindo adequação do ca-
lendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
climáticas;
III. adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Artigo 36
A identidade da escola do campo é de�nida pela vinculação com
as questões inerentes à sua realidade, com propostas pedagógicas
que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, tais como
sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.
Parágrafo único. Formas de organização e metodologias pertinen-
tes à realidade do campo devem ter acolhidas, como a pedagogia
da terra, pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamenta-
do no princípio da sustentabilidade, para assegurar a preservação
da vida das futuras gerações, e a pedagogia da alternância, na qual
o estudante participa, concomitante e alternadamente, de dois am-
bientes/situações de aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo
parceria educativa, em que ambas as partes são corresponsáveis
pelo aprendizado e pela formação do estudante (BRASIL, 2010)
Políticas Educacionais64
Cabe considerar que esta unidade do texto
se propôs a evidenciar a base legal que
fundamenta a EB no país. Os artigos aqui
arrolados buscam explicitar as etapas e as
modalidades que fazem este nível educa-
cional. A perspectiva desta apresentação foi
instrumentalizá-lo(a) a �m de que possa com-
preender os aspectos legais e os subsídios
históricos que os fazem.
Escolhemos considerar o que nos trouxe
a essa discussão: quais as posições que
fundamentam a constituição de um SNE?
Explicitamos uma possível resposta a partir
das considerações de Saviani (2010):
a. Trata-se de construir um verdadei-ro sistema nacional de educação,
isto é, um conjunto uni�cado que ar-
ticula todos os aspectos da educação
no país inteiro, com normas comuns
válidas para todo o território nacional e
com procedimentos também comuns
visando a assegurar educação com o
mesmo padrão de qualidade a toda a
população do país. [...]
b. Como já foi explicitado, o sistema só pode ser público. Portanto, não
há que transigir com os supostos
direitos de educar dos particulares
trate-se das famílias, de associações,
congregações, empresas ou outros
tipos de entidades, enaltecendo-se
a importância de sua contribuição.
As instituições privadas, em suas di-
ferentes modalidades, integrarão o
sistema precisamente como particu-
lares e é nessa condição que darão
sua contribuição especí�ca para o de-
senvolvimento da educação brasileira.
[...] Portanto, não cabe travesti-las de
públicas seja pela transferência de
recursos na forma de subsídios e isen-
ções, seja pela transferência de poder
admitindo-as na gestão e operação
do complexo das instituições públi-
cas que integram o sistema. [...]
c. A instância normativa e delibe-rativa do sistema será exercida por
um órgão determinado que corres-
ponde, hoje, ao Conselho Nacional
de Educação. Em analogia com o
campo político, essa instância exerce
as funções correspondentes ao legisla-
tivo e judiciário, pois além de baixar as
normas de funcionamento do sistema,
julga as eventuais pendências e decide,
em última instância, sobre os recursos
das instâncias inferiores. Assim sendo,
trata-se de um órgão de Estado e não
considerações finais
Pós-Graduação | Unicesumar65
de governo. Deve, pois, como ocorre
com os poderes legislativo e judiciário,
gozar de autonomia �nanceira e ad-
ministrativa não podendo �car, como
hoje ocorre, na dependência total do
Executivo. [...]
d. Na construção do sistema nacional
de educação deve-se implantar uma
arquitetônica a partir do ponto de re-ferência do regime de colaboraçãoentre a União, os estados, o Distrito
Federal e os municípios, conforme
disposto na Constituição Federal,
efetuando uma repartição das respon-
sabilidades entre os entes federativos,
todos voltados para o mesmo obje-
tivo de prover uma educação com o
mesmo padrão de qualidade a toda
a população. [...] Em suma, o sistema nacional de educação integra e articula todos os níveis e modali-dades de educação com todos os
recursos e serviços que lhes corres-
pondem, organizados e geridos, em
regime de colaboração, por todos os
entes federativos sob coordenação
da União. Fica claro, pois, que a re-
partição das atribuições não implica
a exclusão da participação dos entes
aos quais não cabe a responsabilida-
de direta pelo cumprimento daquela
função. [...]
e. Por �m e com certeza o mais impor-
tante, deve-se considerar com toda a
atenção e cuidado o problema do conteúdo da educação a ser desen-
volvido no âmbito de todo o sistema.
Conforme os documentos legais, a
começar pela Constituição Federal e
LDB, a educação tem por �nalidade
o pleno desenvolvimento da pessoa,
o preparo para o exercício da cidada-
nia e a quali�cação para o trabalho.
Levando-se em conta que esses ob-
jetivos se referem indistintamente a
todos os membros da sociedade bra-
sileira considerados individualmente,
podemos interpretar, com Gramsci
(1975, vol. III, p. 1547), que o objetivo
da educação é conduzir cada indi-
víduo até a condição de ser capaz
de dirigir e controlar quem dirige [...]
(SAVIANI, 2010, p. 07-11).
Ao �nalizarmos esta unidade, esperamos
que você tenha aprofundado seus conheci-
mentos e, mais, que possa utilizar-se deste
texto como fundamento de seus estudos em
outras disciplinas do curso.
Políticas Educacionais66
1. A partir da leitura desta unidade do livro, discorra sobre as determinações legais para
cada modalidade de ensino.
2. Conforme a LDB 9.394/96, a “educação básica” é formada por:
a. Educação Infantil e Ensino Fundamental.
b. Ensino Fundamental e Educação Especial.
c. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
d. Educação obrigatória destinada à população de sete a catorze anos.
e. Ensino Fundamental e Médio.
3. A LDB/96 foi um marco importante em termos de políticas públicas educacionais. Um
dos planos previstos na LDB/96 foi o PNE (Plano Nacional de Educação), que surgiu
na perspectiva de democratizar e valorizar o ensino. Sobre o PNE, é correto a�rmar:
I. O PNE faz parte de uma visão política de que, para melhorar a qualidade da educa-
ção, é necessário estabelecer metas de médio e de longo prazo.
II. Apesar de ser responsabilidade da União a elaboração do plano, a lei prevê que cada
estado e município elaborem seu plano, atendendo aos objetivos do PNE.
III. Os objetivos gerais do plano são: elevação do nível de escolaridade da população,
melhoria da qualidade de ensino, redução das desigualdades quanto ao acesso e per-
manência do aluno na escola.
IV. As diretrizes e metas são estipuladas para cada nível e modalidade de ensino.
V. As diretrizes e metas do PNE contemplam a formação e valorização do magistério e
demais pro�ssionais da educação.
a. Somente I, II e III estão corretas.
b. Somente II, III e IV estão corretas.
c. Somente I, II, III e IV estão corretas.
d. Todas as alternativas estão corretas.
atividades de autoestudo
Pós-Graduação | Unicesumar67
Conheça alguns órgãos do MeC:
SASE – SECRETARIA DE ARTICuLAçãO COM OS SISTEMAS DE ENSINO
A Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase), criada pelo Decreto nº 7.480, de 16 de maio de 2011, tem atribuições específicas para: apoiar o desenvolvimento de ações para a criação de um sistema nacional de educação, aprofundando o regime de cooperação entre os entes federados; assistir e apoiar o Distrito Federal, os estados e os municípios na elabora-ção, na adequação, no acompanhamento e na avaliação democrática de seus Planos de Educa-ção em consonância com o estabelecido no PNE, bem como no aperfeiçoamento dos processos de gestão na área educacional; promover a valori-zação dos profissionais da educação, apoiando e estimulando a formação inicial e continuada, a estruturação da carreira e da remuneração e as relações democráticas de trabalho.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16778&I-temid=1125>. Acesso em: 05 mar. 2014.
SEB - SECRETARIA DE EDuCAçãO BáSICA
A Secretaria de Educação Básica zela pela edu-cação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cida-dania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Atualmente,
os documentos que norteiam a educação básica são a Lei nº 9.394, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e o Plano Nacional de Educação para os anos 2011-2020, que se encontra atualmente em discus-são no Congresso Nacional. Outros documentos fundamentais são a Constituição da República Federativa do Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=293&I-temid=810>. Acesso em: 05 mar. 2014.
SECADI - SECRETARIA DE EDuCAçãO CONTINuADA, ALFABETIZAçãO, DIVER-SIDADE E INCLuSãO
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabeti-zação, Diversidade e Inclusão (Secadi) em arti-culação com os sistemas de ensino implementa políticas educacionais nas áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, educação am-biental, educação em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena, quilombola e educação para as relações étnico-raciais. O ob-jetivo da Secadi é contribuir para o desenvolvi-mento inclusivo dos sistemas de ensino, voltado à valorização das diferenças e da diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental, visando à efetivação de políticas públicas trans-versais e intersetoriais.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&I-temid=816>. Acesso em: 05 mar. 2014.
Gestão de Negócios68
SETEC – SECRETARIA DE EDuCAçãO PROFISSIONAL E TECNOLóGICA
Compete à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, conforme Art. 13 do Decreto nº 7.690, de 2 de março de 2012:
• Planejar, orientar, coordenar e avaliar o proces-so de formulação e implementação da Política de Educação Profissional e Tecnológica;
• Promover o desenvolvimento da Educação Pro-fissional e Tecnológica em consonância com as políticas públicas e em articulação com os diversos agentes sociais envolvidos;
• Definir e implantar política de financiamen-to permanente para a Educação Profissional e Tecnológica;
• Promover ações de fomento ao fortalecimento, à expansão e à melhoria da qualidade da Edu-cação Profissional e Tecnológica;
• Instituir mecanismos e espaços de controle social que garantam gestão democrática, trans-parente e eficaz no âmbito da política pública e dos recursos destinados à Educação Profissional e Tecnológica;
• Fortalecer a Rede Pública Federal de Educação Profissional e Tecnológica, buscando a adequa-da disponibilidade orçamentária e financeira para a sua efetiva manutenção e expansão;
• Promover e realizar pesquisas e estudos de po-líticas estratégicas, objetivando o desenvolvi-mento da Educação Profissional e Tecnológica;
• Desenvolver novos modelos de gestão e de parceria público-privada, na perspectiva da unificação, otimização e expansão da Educação Profissional e Tecnológica;
• Estabelecer estratégias que possibilitem maior visibilidade e reconhecimento social da Educa-ção Profissional e Tecnológica;
• Apoiar técnica e financeiramente o desenvolvi-mento da Educação Profissional e Tecnológica dos sistemas de ensino, nos diferentes níveis de governo;
• Estabelecer mecanismos de articulação e inte-gração com os sistemas de ensino, os setores produtivos e demais agentes sociais no que diz respeito à demanda quantitativa e qualitativa de profissionais, no âmbito da Educação Pro-fissional e Tecnológica;
• Acompanhar e avaliar as atividades desenvolvi-das pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica;
• Elaborar, manter e atualizar o catálogo nacional de cursos técnicos e o catálogo nacional de cur-sos de formação inicial e continuada, no âmbito da Educação Profissional e Tecnológica; e
• Estabelecer diretrizes para as ações de expan-são e avaliação da Educação Profissional e Tec-nológica em consonância com o Plano Nacional de Educação - PNE.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=286&I-temid=798>. Acesso em: 05 mar. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar69
O trabalho escolar situa-se numa esfera não-material, voltando-se, portanto, para a formação de seres humanos enquanto su-jeitos históricos. [...] tendo como objetivos:• a formação do sujeito crítico e
autônomo • a formação do homem enquanto ser
social • a organização de meios adequados
para a realização de seus �ns espe-cí�cos, ou seja, para a produção e a socialização de conhecimento
• a sistematização do saber historica-mente produzido pelos homens nas relações sociais que estabelecem entre si, seja no trabalho, na escola ou nas demais instituições sociais existentes
• a formação do indivíduo para o traba-lho, entre outros.
Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_2.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2014.
É fundamental avançar na superação das distor-ções idade-série no Ensino Fundamental. Embora a faixa etária recomendada para o Ensino Funda-mental seja dos 6 aos 14 anos, correspondendo a cada um dos 9 anos desta etapa da Educação Básica, registra-se uma signi�cativa defasagem entre a idade do estudante e o ano no qual está matriculado. Mais de 23% dos estudantes do En-sino Fundamental estão defasados na relação idade-série. Esta distorção é mais �agrante nos anos �nais em todas as regiões brasileiras, sen-do que nas regiões Norte e Nordeste essa taxa passa de 40% (tabela 20). Essa distorção pode ocorrer tanto pela entrada tardia dos estudantes na escola quanto pela retenção dos mesmos em algum momento de sua trajetória escolar. Cabe destacar que a distorção idade-série, ou mesmo
a não conclusão do Ensino Fundamental na faixa etária recomendada, pode ocorrer também em função de múltiplos fatores extra-escolares.
Disponível em: <http://www.fe.unicamp.br/anfope/menu2/links/arquivos/EducacaoBrasileira-Indicadores->. Acesso em: 05 mar. 2014.
ABRANGÊNCIA 1ª a 4ª SÉRIE 5ª a 8ª SÉRIE TOTAL
Brasil 18,5 29,6 23,6Norte 30,7 40,7 34,8 Nordeste 26,6 40,4 32,7 Sudeste 10,6 21 15,5 Sul 12 23,8 17,8 Centro-Oeste 15 28,5 21,3
Nota: Inclui as taxas do Ensino Fundamental de 8 e 9 anos.
Tabela 20. Taxa de Distorção Idade-Série no Ensino Fundamental, segundo a Localização, em 2010. Fonte: Mec/Inep/Deed.
Há 817 mil indígenas no País (0,4% da po-pulação brasileira), sendo que 60% estão na região Norte. São identi�cados 250 po-vos vivendo em terras indígenas e 214 pri-meiras línguas indígenas, presentes em 24 unidades da federação (Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal não apresentam povos vivendo em terras indígenas).
Existem hoje, no Brasil, aproximadamente 1.200 comunidades quilombolas, a maior parte na Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pará. Apesar do aumento no número de matrículas nas escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos, ainda persis-te o desa�o de atendimento educacional de qualidade a essas comunidades. Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.org.br//arquivos/biblioteca/anuario_educacao_2013.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2014.
Políticas Educacionais70
Sementes do Nosso QuintalDiretora: Fernanda Heinz FigueiredoDuração: 120 minAno: 2012País: Estados UnidosGênero: DocumentárioSinopse: O filme retrata o cotidiano de uma escola de educação infantil sem precedentes que, através do pensamento-em-ação de sua idealizadora, a controversa e carismática educadora Therezita Pagani, nos revela o potencial estruturante da educação infantil verdadeira, firme e sensível. Somos levados a uma escola onde a criança está acima de métodos e fórmulas de se educar. Onde natureza, música, arte, conflitos, magia e cultura popular regem o encontro das crianças, que convivem diariamente entre diferentes faixas etárias.“Sementes do Nosso Quintal” é, antes de tudo, um filme que trata da vida de todos nós, através de uma escola.
filme
relatode caso
Este texto oportuniza uma discussão muito importante sobre o fechamento das escolas na zona rural e qual o impacto deste fenôme-no na conquista do espaço da educação do e no campo. Gostaríamos que você discutis-se com seus pares este tema.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/03/1420332-pais-fecha-oito-es-colas-por-dia-na-zona-rural.shtml>. Acesso em: 05 mar. 2014.
Web
Educação Indígena
Para saber mais sobre a educação indíge-na, assista à entrevista com Armênio Bello Schmidt do Departamento de Educação para a Diversidade e Cidadania:
<http://youtu.be/ATGvnaPLHbQ><http://youtu.be/X4NaLlAP6OY>
Pós-Graduação | Unicesumar71
INICIATIVAS APLICADAS à EDuCAçãO E AO TRABALhO DOCENTE
Analisando as recentes mobilizações ocorridas no campo das políticas sociais, percebe-se que, num movimento articulado com a reestruturação do mercado de trabalho, o Estado desempenhou um papel de protagonista, visto que, atrelado à reconfiguração de suas funções, impulsionou mudanças nas relações de trabalho e atuou forte-mente no desmantelamento das políticas sociais, suprimindo os direitos e aprofundando as precá-rias condições de vida da maioria da população.
No campo educacional, as principais orientações aos países periféricos foram conduzidas no sentido de adequar o sistema de ensino às orientações de reforma do Estado, fazendo da educação um campo auxiliar frente aos desafios colocados ao desenvol-vimento da economia mundial (HADDAD, 2003).
Apoiado no diagnóstico da crise do sistema edu-cacional, expressa na falta de qualidade e ine-ficiência dos serviços oferecidos, os governos brasileiros, sobretudo os de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), apresentaram as reformas como caminho para resolver os problemas de insuficiência no atendimento, da necessidade de se universalizar a educação básica e atender às novas demandas econômicas impostas pela reestruturação capitalista (OLIVEIRA, 2001).
O governo afirmava que o problema não estava na falta de recursos, mas, na ineficiência de sua aplicação. Diante disso, conferiu importância à introdução de novas formas de controle e gerenciamento do ensino, requisitando novas funções aos trabalhadores docentes, adequa-das às relações sociais produtivas expressas no âmbito da reforma neoliberal do Estado e da educação.
As propostas convergiram na redução de investi-mentos, na ampliação das parcerias com a inicia-tiva privada e na incorporação da lógica mercantil na gestão escolar e, nesse ponto, o receituário for-mulado pelas organizações internacionais como Banco Mundial, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) foram fundamentais.
Tais organizações exerceram influência expres-siva nos rumos da política educacional brasileira desencadeada nos anos de 1990, estabelecendo novos consensos diante dos ajustes neoliberais e ajustando-a aos novos padrões de reorganização capitalista. Nos documentos analisados, perce-be-se que, apesar de as organizações possuírem funções específicas, os discursos sobre a educação e o papel atribuído aos docentes são muito próxi-mos e evidenciam as metas de orientação política recomendadas aos países, associada à redução dos gastos com educação e com as estratégias de articulá-las aos interesses do mercado.
Tendo em mente que os países em desenvolvi-mento recebem influências externas, mas tam-bém não deixam de incluir seus interesses polí-ticos na definição de projetos demandados na área, muitas ações implementadas no campo educacional foram marcadas pelo caráter ver-ticalizado, sem contar com a participação das instâncias de representação dos educadores.
Silva Júnior (2002) comenta essa questão ao afir-mar que, antes mesmo de FHC assumir o governo, no mandato de Itamar Franco, foi elaborado o Plano Decenal de Educação para Todos, em 1994, e apresentado aos professores e dirigentes escolares com total ausência de uma discussão coletiva que envolvesse outras instâncias que vinham refletin-do sobre os rumos da educação brasileira.
Gestão de Negócios72
De acordo com Oliveira (2000), o Plano Decenal estabeleceu as diretrizes que nortearam a política educacional na década de 1990, com o objetivo de ampliar e racionalizar os recursos destinados à educação. Sua preocupação incluiu uma série de mudanças que abrangiam as várias dimensões do sistema de ensino, como legislação, financiamen-to, avaliação, planejamento, gestão educacional, currículos, entre outras.
A intenção no encaminhamento dessas mudanças foi priorizar a racionalização dos gastos, com uma política focalizada na atenção mínima. Se o modelo produtivo se impõe mediante bases mais flexíveis para atender às necessidades de eficiência e ra-cionalidade do mercado, os programas de ajustes neoliberais, dentre eles o da educação, explicitam novas tendências que traduzem essa lógica, ou seja, propagam novas regulações, submetendo as várias dimensões do sistema de ensino ao modelo gerencial destinado a elevar o padrão competitivo, eficiente e produtivo da educação.
Na combinação de formas mais flexíveis entre a gestão do ensino e a regulação do trabalho, os docentes foram afetados por relações cada vez mais precárias e fragmentadas, que interferiram em suas manifestações críticas, contribuindo para um posicionamento de apenas adaptar-se às modificações.
Entende-se que a reforma educacional expressou-se, ainda, pela reformulação da política educa-
cional, que passou a assumir um direcionamento alinhado às tendências modernizantes, típicas da política de cunho neoliberal. Como destaca Melo (2008), a partir da legislação aprovada no âmbito das reformas educacionais dos países em desenvolvimento, os sistemas de ensino sofreram transformações, e uma característica marcante que emergiu desse processo foi uma ampliação do trabalho docente para além da sala de aula e das atividades a ela correlatas.
A legislação produzida nesse período estabele-ceu diretrizes e metas que orientaram a imple-mentação da política educacional em todo o território brasileiro e direcionou a execução de planos e programas educacionais adequados à realidade de cada Estado. O Paraná, a exemplo de outros Estados – como Minas Gerais e São Paulo –, realizou, de forma expressiva, a difusão de políticas comprometidas com os processos de reformas em todos os setores sociais. No âmbi-to da educação, como exposto no item abaixo, estabeleceu-se um novo desenho com a inten-ção de consolidar as mudanças institucionais e administrativas contempladas nos programas de reforma em curso.
Fonte: MARONEZE, L. F. Z.; LARA, A. M. B. A Política de Pessoal da Educação e os Desafios da Precarização do Trabalho dos Professores da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná (1995-2002). In: LARA, A. M. B.; DEITOS, R. A. Políticas educacionais: um exame de proposições e re-formas Educacionais. Cascavel: edunioeste, 2012. p. 117-146.
Pós-Graduação | Unicesumar73
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDuCAçãO INFANTIL NO BRASIL (1990- 2001)
MOREIRA, J. A. S.; LARA, A. M. B.
Editora: EDUEM
Sinopse: Este livro é resultado de uma pesquisa de análise documental desenvolvida no Progra-ma de Pós-Graduação em Educação da Universi-dade Estadual de Maringá no período 2004-2006. A ideia das autoras em abordar o tema política educacional para a Educação Infantil no período 1990 a 2001 na imprensa periódica surgiu da preocupação em compreender como os profes-sores-leitores apreenderam o discurso veiculado sobre a configuração das políticas nesse perí-odo de intensas reformas educacionais. Desta maneira, levantar a forma com que os textos e suas enunciações reproduziram esse contexto e colaborar para a implementação das políticas é essencial. As duas revistas escolhidas para essa assimilação foram selecionadas porque são as mais lidas e conhecidas pelos professores da Educação Infantil no Brasil. O fato de uma ser de cunho mercadológico e a outra de cunho oficial foi um aspecto propositalmente estabe-lecido, pois havia o interesse em diferenciá-las quanto à maneira que representam as políti-cas educacionais nas enunciações. Foi tomado como universo representativo para a análise, as enunciações das revistas Nova Escola (Editora Abril) e Criança (MEC), alguns documentos de organismos internacionais e documentos oficiais. Distinguiu-se que as categorias discursivas que compõem a trama de conceitos politicamente
estratégicos para a Educação Infantil foram a Qualidade, a Descentralização e a Focalização. Com o intuito de evidenciar os vínculos das aná-lises ao contexto macroeconômico, as políticas para a Educação Infantil foram abordadas por meio da mediação com a contextualização da mundialização do capital. No primeiro capítulo do livro, apresentamos a Educação Infantil inse-rida na contextualização histórica da atual fase de desenvolvimento do capital, a mundialização econômica, bem como a redefinição do papel do Estado e os ajustes neoliberais que determinaram as políticas públicas educacionais na década de 1990. No segundo capítulo, discutimos sobre as políticas para a Educação Infantil tendo como base a história desta etapa de ensino no Brasil e as orientações políticas das agências internacio-nais tais como a UNESCO, CEPAL e o Banco Mun-dial. Apresentamos também a estrutura políticas dos documentos oficiais destinadas a regulamen-tar a Educação Infantil no Brasil. A análise das categorias políticas Qualidade, Descentralização e Focalização foi o foco do terceiro capítulo. Tal abordagem colaborou para evidenciar que as políticas de ajustes neoliberais propaladas pelas agências internacionais foram acopladas nas po-líticas públicas destinadas à Educação Infantil e, também, foram estrategicamente veiculadas nos textos das revistas dirigidas aos profissionais des-sa área. O enfoque para as análises foi pautado na concepção de que o texto é discurso produzido no embate da luta de classes. A análise mostrou que o caráter dos textos veiculados sugeriu uma continuidade aos ajustes neoliberais estruturais na educação infantil.
3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARAO ENSINO SUPERIOR
Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:• Licenciaturas• Formação de Professores• Educação a Distância• Programas e Ações do Governo Federal
Objetivos de Aprendizagem• Estudar como se con�guram as licenciaturas no
ensino superior brasileiro.• Compreender a formação de professores.• Conhecer a educação a distância.• Analisar os programas e ações do governo federal
no que tange ao ensino superior.
A terceira unidade tem como objetivo abordar o segundo nível do Sistema Educacional Brasileiro – SEB –, o Ensino Superior - ES, a partir da legislação vigente. Para tanto, você continuará estudan-do a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e o Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/20011 e PL nº 8.035).
Nesta unidade, focaremos no ES, mas você também estudará as ações desenvolvidas pelo Ministério da Educação no âmbito das coordenações e dos programas que se vinculam a esse nível educa-cional, tais como: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES; o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP; o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR; Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID; Programa de Consolidação das Licenciaturas – PRODOCÊNCIA; o Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP; e o UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB.
Você irá elucidar os aspectos que fundamentam o ES, completan-do os dois níveis de ensino do SEB. É importante que você entenda a importância desta discussão para sua formação, tendo em vista a necessidade de compreender as políticas educacionais e os aspectos da base legal da educação no país, ou seja, a busca por aprofundar seu entendimento sobre a questão em debate.
Vamos aos estudos!
1 Não trataremos do Plano Nacional de Educação de 2011 por encontrar-se ainda em processo de tramitação.
Políticas Educacionais76
a estrutura e o funcionamento do
ENSINO SUPERIORMuitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam, ainda hoje, a orientar e conformar a organização desse nível de ensino.
Pós-Graduação | Unicesumar77
A base da atual estrutura e funcionamento
da educação brasileira teve a sua de�nição
num momento histórico importante, com
a aprovação da Lei nº 5.540/68, da Reforma
Universitária, segundo Neves (2002). Muitas
das medidas adotadas pela reforma de 1968
continuam, ainda hoje, a orientar e conformar
a organização desse nível de ensino. Vamos
discutir a legislação do ensino superior a
partir da Constituição Federal de 1988, do
Plano Nacional de Educação de 2001, da LDB
de 1996, do Plano de Desenvolvimento da
Educação de 2007 e dos Programas Especiais
PROUNI e REUNI.
Destacamos, a seguir, os dispositivos mais
importantes por ela implementados:
EDUCAÇÃO
BÁSICA
GRADUAÇÃOEDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO DE
3 a 6 anos
GRADUAÇÃOSTRICTO SENSU
DOUTORADO
PÓS
MESTRADO
LATU SENSU
DOUTORADOPÓS
ESPECIALIZAÇÃOAPERFEIÇOAMENTO
OUTROS
CURSOSSEQUENCIAIS
CURSOS DEEXTENSÃO
EDUCAÇÃOPROFISSIONAL
Processos
Seletivos
Fonte: adaptado Neves (2002)
organização e estrutura da educação brasileira
Políticas Educacionais78
• a organização das universidades passou a atender às seguintes características:
extinção do antigo sistema de cátedras e introdução da estrutura fundada em
departamentos; unidade de patrimônio e administração; estrutura orgânica
com base em departamentos reunidos ou não em unidades mais amplas;
unidade de funções de ensino e pesquisa, vedada a duplicação de meios para
�ns idênticos ou equivalentes e estabelecida a racionalidade de organização,
com plena utilização dos recursos materiais e humanos; universalidade de
campo, pelo cultivo das áreas fundamentais dos conhecimentos humanos;
�exibilidade de métodos e critérios, com vistas às diferenças individuais dos
alunos, às peculiaridades regionais e às possibilidades de combinação dos
conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa.
•o departamento passou a constituir-se na menor fração da estrutura
universitária para todos os efeitos de organização administrativa,
didático-cientí�ca e de distribuição de pessoal, devendo englobar as
disciplinas a�ns. Os cargos e funções de magistério, mesmo os já criados ou
providos, devem ser desvinculados de campos especí�cos de conhecimentos.
• a introdução da matrícula semestral por disciplinas e do sistema de créditos.
• a institucionalização da pós-graduação stricto sensu, por meio dos cursos
de mestrado e doutorado no país.
• a instituição do vestibular uni�cado e classi�catório, como forma de
racionalizar a oferta de vagas (NEVES, 2002, p.40-41).
Constituição Federal de 1988
Pós-Graduação | Unicesumar79
No Capítulo III - DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO,
na Seção I - DA EDUCAÇÃO, da Constituição Federal (1988), pro-
cura-se salientar:
Artigo 207
As universidades gozam de autonomia didático-cientí�ca,
administrativa e de gestão �nanceira e patrimonial, e obedecerão
ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
Artigo 208
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
[...] V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesqui-
sa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; [...]
Artigo 213
Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou �lantrópicas2,
de�nidas em lei, que:
I. comprovem �nalidade não lucrativa e apliquem seus exce-
dentes �nanceiros em educação;
II. assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola co-
munitária, �lantrópica ou confessional, ou ao poder público,
no caso de encerramento de suas atividades. [...]
§2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão
receber apoio �nanceiro do poder público.
Artigo 214
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plu-
rianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em
seus diversos níveis e à integração das ações do poder público
que conduzam à:
2 Instituições comunitárias são aquelas instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professo-res e alunos, que incluam em sua entidade mantenedora re-presentantes da comunidade; Instituições confessionais são aquelas instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem à orientação confes-sional e ideologia especí�cas; Instituições �lantrópicas são pessoas jurídicas de direito privado que não possuem �-nalidade lucrativa e promovem assistência educacional à socie-dade carente. Disponível em: <ftp://ftp.fnde.gov.br/web/fundeb/entidades_conve-niadas.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2014.
Políticas Educacionais80
I. erradicação do analfabetismo;
II. universalização do atendimento escolar;
III. melhoria da qualidade do ensino;
IV. formação para o trabalho;
V. promoção humanística, cientí�ca e tecnológica do País
(BRASIL, 2010).
Vale destacar o art. 207, no qual a pesquisa apresenta um papel de
destaque em relação à produção do trabalho acadêmico, a indissocia-
bilidade entre ensino, pesquisa e extensão demostra que a base para
uma educação superior de qualidade deve se ancorar na pesquisa.
Na LDB (1996), no CAPÍTULO IV - DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, no
Art. 43, a educação superior tem por �nalidade:
I. estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espíri-
to cientí�co e do pensamento re�exivo;
II. formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimen-
to, aptos para a inserção em setores pro�ssionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira,
e colaborar na sua formação contínua;
III. incentivar o trabalho de pesquisa e investigação cientí�ca,
visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da
criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o
entendimento do homem e do meio em que vive;
IV. promover a divulgação de conhecimentos culturais, cientí�-
cos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade
e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou
de outras formas de comunicação;
V. suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural
e pro�ssional e possibilitar a correspondente concretização,
integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos
numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimen-
to de cada geração;
VI. estimular o conhecimento dos problemas do mundo pre-
sente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços
especializados à comunidade e estabelecer com esta uma
relação de reciprocidade;
Pós-Graduação | Unicesumar81
VII. promover a extensão, aberta à participação da população,
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes
da criação cultural e da pesquisa cientí�ca e tecnológica
geradas na instituição.
Artigo 44
A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:
I. cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis
de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos re-
quisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde
que tenham concluído o ensino médio ou equivalente;
II. de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído
o ensino médio ou equivalente e tenham sido classi�cados
em processo seletivo;
III. de pós-graduação, compreendendo programas de mestra-
do e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento
e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de
graduação e que atendam às exigências das instituições
de ensino;
IV. de extensão, abertos a candidatos que atendam aos re-
quisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de
ensino.
Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no
inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas ins-
tituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação da
relação nominal dos classi�cados, a respectiva ordem de classi�-
cação, bem como do cronograma das chamadas para matrícula,
de acordo com os critérios para preenchimento das vagas cons-
tantes do respectivo edital.
Artigo 45
A educação superior será ministrada em instituições de ensino
superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangên-
cia ou especialização
Políticas Educacionais82
Artigo 46A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o cre-
denciamento de instituições de educação superior, terão prazos
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular
de avaliação.
§1º Após um prazo para saneamento de de�ciências eventual-
mente identi�cadas pela avaliação a que se refere este artigo,
haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso,
em desativação de cursos e habilitações, em intervenção
na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas
da autonomia, ou em descredenciamento.
§2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo respon-
sável por sua manutenção acompanhará o processo de
saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessá-
rios, para a superação das de�ciências.
Artigo 47
Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano
civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo,
excluído o tempo reservado aos exames �nais, quando houver.
§1º As instituições informarão aos interessados, antes de
cada período letivo, os programas dos cursos e demais
componentes curriculares, sua duração, requisitos, quali�cação
dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação,
obrigando-se a cumprir as respectivas condições.
§2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento
nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros
instrumentos de avaliação especí�cos, aplicados por banca
examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos
seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.
§3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos
programas de educação a distância.
§4º As instituições de educação superior oferecerão, no período
noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de
qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória
Pós-Graduação | Unicesumar83
a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a ne-
cessária previsão orçamentária.
Artigo 48
Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registra-
dos, terão validade nacional como prova da formação recebida
por seu titular.
§1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas
próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições
não-universitárias serão registrados em universidades indi-
cadas pelo Conselho Nacional de Educação.
§2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estran-
geiras serão revalidados por universidades públicas que tenham
curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se
os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.
§3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por
universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos
por universidades que possuam cursos de pós-graduação
reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimen-
to e em nível equivalente ou superior.
Artigo 49
As instituições de educação superior aceitarão a transferência de
alunos regulares, para cursos a�ns, na hipótese de existência de
vagas, e mediante processo seletivo.
Parágrafo único. As transferências ex o�cio dar-se-ão na forma
da lei.
Artigo 50
As instituições de educação superior, quando da ocorrência de
vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos
não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com
proveito, mediante processo seletivo prévio.
Políticas Educacionais84
Os diferentes tipos de cursos de ensino superior
Bacharelado Tecnologia LicenciaturaSeqüencial de for-mação específica
Foco
Formação de profissionais como médicos, engenheiros, advogados.
Formação de profissionais, com ênfase na atividade prática.
Formação de professores para en-sino funadamental, médio e técnico.
Não são cursos superiores de graduação. Ofere-cem formações diversas.
Horas
De 2.400 horas (por exemplo em museologia) a 7.200 horas (medicina)
Carga horária menor, varia entre 1.600 horas e 2.400 horas.
No mínimo 2.800 horas. Pelo menos 300 horas devem ser estágio.
No mínimo 1.600 horas e 400 dias letivos.
Anos De 3 a 6 anos De 2 a 3 anos De 3,5 a 4 anos No mínimo 2 anos
Pós-Graduação
Pode fazer qualquer tipo (profissional, chamada de lato sensu, mestrado ou doutorado).
Pode fazer qualquer tipo (profissional, chamada de lato sensu, mestrado ou doutorado)
Pode fazer qualquer tipo (profissional, chamada de lato sensu, mestrado ou doutorado).
Só pode fazer pós-graduação profissional, chamada de lato sensu.
Fonte: <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL601077-5604,00-CONHECA+OS+DIFERENTES+TI-POS+DE+ENSINO+SUPERIOR.html>
Os artigos 51-57 tratam especi�camente das instituições universitá-
rias, caracterizadas como instituição pluridisciplinar, com as seguintes
características: possuir pelo menos um terço do corpo docente em
regime de tempo integral e também um terço dos docentes com,
pelo menos, titulação acadêmica de mestrado ou doutorado.
Ainda na LDB (1996), cabe ressaltar uma discussão fundamental
que é a Formação de Professores para Atuar na Educação Básica.
No Título VI - DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO no Art. 61, con-
sideram-se pro�ssionais da educação escolar básica os que, nela
estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos
reconhecidos, são:
I. professores habilitados em nível médio ou superior para a
docência na educação infantil e nos ensinos fundamental
e médio;
II. trabalhadores em educação portadores de diploma de pe-
dagogia, com habilitação em administração, planejamento,
supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como
com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
III. trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso
técnico ou superior em área pedagógica ou a�m.
Pós-Graduação | Unicesumar85
Parágrafo único. A formação dos pro�ssionais da educação, de
modo a atender às especi�cidades do exercício de suas atividades,
bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da
educação básica, terá como fundamentos:
I. a presença de sólida formação básica, que propicie o co-
nhecimento dos fundamentos cientí�cos e sociais de suas
competências de trabalho;
II. a associação entre teorias e práticas, mediante estágios su-
pervisionados e capacitação em serviço;
III. o aproveitamento da formação e experiências anteriores,
em instituições de ensino e em outras atividades.
Artigo 62
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á
em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,
em universidades e institutos superiores de educação, admitida,
como formação mínima para o exercício do magistério na educa-
ção infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino fundamental,
a oferecida em nível médio na modalidade normal.
§1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em
regime de colaboração, deverão promover a formação inicial,
a continuada e a capacitação dos pro�ssionais de magistério.
§2º A formação continuada e a capacitação dos pro�ssionais
de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de
educação a distância.
§3º A formação inicial de pro�ssionais de magistério dará
preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo
uso de recursos e tecnologias de educação a distância.
§4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios ado-
tarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência
em cursos de formação de docentes em nível superior para
atuar na educação básica pública.
§5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incenti-
varão a formação de pro�ssionais do magistério para atuar na
educação básica pública mediante programa institucional de
Políticas Educacionais86
bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em
cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de
educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima
em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino médio
como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação
para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de
Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Artigo 62-A
A formação dos pro�ssionais a que se refere o inciso III do art. 61
far-se-á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico,
em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas.
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os
pro�ssionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou em insti-
tuições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação
pro�ssional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos
e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Artigo 63
Os institutos superiores de educação manterão: (Regulamento)
I. cursos formadores de pro�ssionais para a educação básica,
inclusive o curso normal superior, destinado à formação de
docentes para a educação infantil e para as primeiras séries
do ensino fundamental;
II. programas de formação pedagógica para portadores de
diplomas de educação superior que queiram se dedicar à
educação básica;
III. programas de educação continuada para os pro�ssionais
de educação dos diversos níveis.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi aprova-
da no governo de Fernando Henrique Cardoso, em um processo
Pós-Graduação | Unicesumar87
de reformulação na gestão, na avaliação, no �nanciamento, no
currículo e na formação de professores. Tais mudanças eviden-
ciam uma reordenação mais geral, ou seja, a Reforma do Estado
ocorrida em 1995. As reformulações na educação foram justi�ca-
das como uma necessidade de ajuste às mudanças no mundo do
trabalho e na própria economia.
Selecionamos as metas e os objetivos do PNE (2010) que tratam
do Ensino Superior, como segue:
Objetivos e Metas3
1. Prover, até o �nal da década, a oferta de educação su-
perior para, pelo menos, 30% da faixa etária de 18 a 24
anos. **
2. Ampliar a oferta de ensino público de modo a assegurar
uma proporção nunca inferior a 40% do total das vagas,
prevendo inclusive a parceria da União com os Estados
na criação de novos estabelecimentos de educação su-
perior. (VETADO)
3. Estabelecer uma política de expansão que diminua as
desigualdades de oferta existentes entre as diferentes
regiões do País. *
4. Estabelecer um amplo sistema interativo de educação a
distância, utilizando-o, inclusive, para ampliar as possibi-
lidades de atendimento nos cursos presenciais, regulares
ou de educação continuada. **
5. Assegurar efetiva autonomia didática, cientí�ca, admi-
nistrativa e de gestão �nanceira para as universidades
públicas. **
6. Institucionalizar um amplo e diversi�cado sistema de ava-
liação interna e externa que englobe os setores público
e privado, e promova a melhoria da qualidade do ensino,
da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica.*
7. Instituir programas de fomento para que as instituições
de educação superior constituam sistemas próprios e
3 (*) A iniciativa para cumpri-mento deste Objetivo/Meta depende da iniciativa da União.
(**) É exigida a colaboração da União.
Políticas Educacionais88
sempre que possível nacionalmente articulados, de
avaliação institucional e de cursos, capazes de possi-
bilitar a elevação dos padrões de qualidade do ensino,
de extensão e no caso das universidades, também de
pesquisa. *
8. Estender, com base no sistema de avaliação, diferentes
prerrogativas de autonomia às instituições não univer-
sitárias públicas e privadas. *
9. Estabelecer sistema de recredenciamento periódico das
instituições e reconhecimento periódicos dos cursos su-
periores, apoiado no sistema nacional de avaliação. **
10. Diversi�car o sistema superior de ensino, favorecendo
e valorizando estabelecimentos não-universitários que
ofereçam ensino de qualidade e que atendam cliente-
las com demandas especí�cas de formação: tecnológica,
pro�ssional liberal, em novas pro�ssões, para exercício
do magistério ou de formação geral. **
11. Estabelecer, em nível nacional, diretrizes curriculares
que assegurem a necessária �exibilidade e diversidade
nos programas de estudos oferecidos pelas diferen-
tes instituições de educação superior, de forma a
melhor atender às necessidades diferenciais de suas
clientelas e às peculiaridades das regiões nas quais
se inserem. *
12. Incluir nas diretrizes curriculares dos cursos de formação
de docentes temas relacionados às problemáticas tra-
tadas nos temas transversais, especialmente no que se
refere à abordagem tais como: gênero, educação sexual,
ética (justiça, diálogo, respeito mútuo, solidariedade e
tolerância), pluralidade cultural, meio ambiente, saúde
e temas locais.
13. Diversi�car a oferta de ensino, incentivando a criação de
cursos noturnos com propostas inovadoras, de cursos
sequenciais e de cursos modulares, com a certi�cação,
permitindo maior �exibilidade na formação e amplia-
ção da oferta de ensino. **
Pós-Graduação | Unicesumar89
14. A partir de padrões mínimos �xados pelo Poder Público,
exigir melhoria progressiva da infraestrutura de labora-
tórios, equipamentos e bibliotecas, como condição para
o recredenciamento das instituições de educação supe-
rior e renovação do reconhecimento de cursos. *
15. Estimular a consolidação e o desenvolvimento da
pós-graduação e da pesquisa das universidades, dobrando,
em dez anos, o número de pesquisadores quali�cados. **
16. Promover o aumento anual do número de mestres e de
doutores formados no sistema nacional de pós gradua-
ção em, pelo menos, 5%. **
17. Promover levantamentos periódicos do êxodo de pes-
quisadores brasileiros formados, para outros países,
investigar suas causas, desenvolver ações imediatas no
sentido de impedir que o êxodo continue e planejar es-
tratégias de atração desses pesquisadores, bem como
de talentos provenientes de outros países. **
18. Incentivar a generalização da prática da pesquisa como
elemento integrante e modernizador dos processos de
ensino-aprendizagem em toda a educação superior,
inclusive com a participação de alunos no desenvolvi-
mento da pesquisa. **
19. Criar políticas que facilitem às minorias, vítimas de dis-
criminação, o acesso à educação superior, através de
programas de compensação de de�ciências de sua for-
mação escolar anterior, permitindo-lhes, desta forma,
competir em igualdade de condições nos processos de
seleção e admissão a esse nível de ensino. **
20. Implantar planos de capacitação dos servidores
técnico-administrativos das instituições públicas de edu-
cação superior, sendo de competência da IES de�nir
a forma de utilização dos recursos previstos para esta
�nalidade. **
21. Garantir, nas instituições de educação superior, a oferta
de cursos de extensão, para atender as necessidades da
educação continuada de adultos, com ou sem formação
Políticas Educacionais90
superior, na perspectiva de integrar o necessário esforço
nacional de resgate da dívida social e educacional.
22. Garantir a criação de conselhos com a participação da
comunidade e de entidades da sociedade civil orga-
nizada, para acompanhamento e controle social das
atividades universitárias, com o objetivo de assegurar
o retorno à sociedade dos resultados das pesquisas, do
ensino e da extensão.
23. Implantar o Programa de Desenvolvimento da Extensão
Universitária em todas as Instituições Federais de Ensino
Superior no quadriênio 2001-2004 e assegurar que, no
mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a gra-
duação no ensino superior no País será reservado para a
atuação dos alunos em ações extensionistas (BRASIL, 2010).
Sobre essa discussão podemos sugerir a Legislação que segue
para efetivar seu estudo, tais como:
• Referenciais para a Formação de Professores (RFP),
elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) e Secretaria
de Educação Fundamental (SEF) (BRASIL, 1998);
•Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Formação
de Professores da Educação Básica, (BRASIL/CNE, Par. nº
09/2001; Res. nº. 01/2002);
•Decreto-Lei nº 6755 – 30/01/2009 – Política Nacional de
Formação de Professores do Magistério da Educação Básica;
• Portaria Normativa nº 09 – 30/06/2009 – Plano Nacional
de Formação dos Professores da Educação Básica – PDE.
É importante compreender que ao Ensino Superior estão
ligados a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – CAPES; o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais – INEP; o Plano Nacional de Formação de Professores
da Educação Básica – PARFOR; Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência – PIBID; Programa de Consolidação das
Licenciaturas – PRODOCÊNCIA; o Programa Nacional de Formação
em Administração Pública – PNAP; e o UNIVERSIDADE ABERTA DO
BRASIL – UAB.
Pós-Graduação | Unicesumar91
CAPES coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superiorA CAPES foi criada em 1951, tendo sido instituída como Fundação
em 1992. É uma agência de fomento da pós-graduação, subsidia
o MEC na formulação de políticas da pós-graduação, coordenan-
do e estimulando a formação de recursos humanos altamente
quali�cados para a docência em grau superior, a pesquisa e o
atendimento da demanda por pro�ssionais dos setores públicos e
privados. Ela tem as seguintes �nalidades: elaborar a proposta do
Plano Nacional de Pós-graduação, acompanhando e coordenando
a sua respectiva execução; elaborar planos de atuação setoriais ou
regionais; promover estudos e avaliações, necessários ao desem-
penho de suas atividades; apoiar o processo de desenvolvimento
cientí�co e tecnológico nacional; manter intercâmbio e contato
com outros órgãos da Administração Pública ou entidades priva-
das nacionais e internacionais (NEVES, 2002, p.63).
• Em 2007, passou também a atuar na formação de
professores da educação básica ampliando o alcance de
suas ações na formação de pessoal quali�cado no Brasil e
no exterior.
• LINHAS DE AÇÃO/PROGRAMAS:
• Indução e fomento da formação inicial e continuada
de professores para a educação básica nos formatos
presencial e a distância.
INEPinstituto nacional de estudos e pesquisas educacionais
O INEP, por seu lado, foi transformado em autarquia federal pela
Lei nº 9.948/97, quando passou a assumir, novamente, um papel
estratégico no desenvolvimento da educação, tendo as seguin-
tes atribuições:
Políticas Educacionais92
Organizar e manter o sistema de informações e estatísticas educacio-nais; planejar, orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas e projetos de avaliação educacional, visando ao estabelecimento de indicadores de desempenho das atividades de ensino no país; apoiar os Estados, o Distrito Federal e os municípios no desenvolvi-mento de sistemas e projetos de avaliação educacional; desenvolver e implementar, na área educacional, sistemas de informação e do-cumentação que abranjam estatísticas, avaliações educacionais, práticas pedagógicas e de gestão de políticas educacionais; subsidiar a formulação de políticas na área da educação, mediante a elabora-ção de diagnósticos e recomendações decorrentes da avaliação da educação básica e superior; coordenar o processo de avaliação dos cursos de graduação, em conformidade com a legislação vigente; de�nir e propor parâmetros, critérios e mecanismos para a realização de exames de acesso ao ensino superior e promover a dissemina-ção de informações sobre avaliação da educação básica e superior. (Relatório de Atividades do INEP – 2000) (NEVES, 2002, p.64).
O INEP tem desempenhado um papel importante para o monito-
ramento da qualidade do ensino em todos os níveis e modalidades
por meio da realização de 3 tipos de avaliações, todas implanta-
das na década de 1990:
• Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb –
avaliação da educação básica, realizada em larga escala
desde 1995. Abrange o levantamento de dados de três
séries associadas ao �m de um período ou ciclo escolar:
4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino
médio. Na 4ª e 8ª séries, são avaliadas as disciplinas de
Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geogra�a e
História; e na 3ª série do ensino médio, as disciplinas
de Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Física e
Matemática.
• Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM – Instituído em
1988, este exame avalia as competências e rendimento
escolar dos alunos ao �nal da educação básica. Representa
um instrumento importante na avaliação do ensino médio
e seus resultados podem se constituir em critério de
seleção para o ingresso em instituições de ensino superior.
• Exame Nacional de Cursos – ENC – também conhecido
como Provão, foi criado em 1995, pela Lei nº 9.131/95,
Pós-Graduação | Unicesumar93
fazendo parte das avaliações periódicas das instituições
de educação superior. Seu objetivo especí�co é avaliar os
conhecimentos e habilidades adquiridas pelos alunos que
concluem a graduação. Com esse instrumento, é possível
realizar avaliação comparativa entre o desempenho de um
mesmo curso oferecido em diferentes IES, além de permitir
o acompanhamento da evolução de desempenho dos
cursos dentro de uma série temporal (NEVES, 2002, p.64-65).
PARFORplano nacional de formação de professores da educação básica
O objetivo principal do programa é garantir que os professores em
exercício na rede pública de educação básica obtenham a forma-
ção exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDB, por meio da implantação de turmas especiais, exclusivas
para os professores em exercício.
Os tipos de cursos oferecidos são:
• Primeira licenciatura – para docentes em exercício na rede
pública da educação básica que não tenham formação
superior.
• Segunda licenciatura – para docentes em exercício na
rede pública da educação básica, há pelo menos três anos,
em área distinta da sua formação inicial.
• Formação pedagógica – para docentes graduados não
licenciados que se encontram em exercício na rede
pública da educação básica.
Dados sobre o PARFOR – Plataforma Paulo Freire no país:
•Cursos ativos em 2011.2 – 1534
•Modalidade Presencial – 1097
•Modalidade a Distância – 437
•Cursos Previstos para 2012.1 – 1236
•Modalidade Presencial – 799
•Modalidade a Distância – 437
Políticas Educacionais94
PIBID programa institucional de bolsa de iniciação à docênciaConcessão de bolsas de iniciação à docência para alunos de
cursos de licenciatura e para coordenadores e supervisores res-
ponsáveis institucionalmente pelo Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e demais despesas a ele
vinculadas.
PRODOCÊNCIAprograma de consolidação das licenciaturas
O Programa de Consolidação das Licenciaturas – Prodocência
visa contribuir para elevar a qualidade dos cursos de licenciatu-
ra, por meio de fomento a projetos institucionais, na perspectiva
de valorizar a formação e reconhecer a relevância social dos pro-
�ssionais do magistério da educação básica.
PNAPprograma nacional de formação em administração pública
Selecionar e acolher adesões à oferta de cursos na área da
Administração Pública, referentes ao PNAP, no âmbito do
Sistema UAB: bacharelado em Administração Pública, espe-
cialização em Gestão Pública, especialização em Gestão Pública
Municipal e especialização em Gestão em Saúde. Os cursos
têm por objetivo a formação e quali�cação de pessoal de nível
superior visando ao exercício de atividades gerenciais e do
Magistério Superior.
Pós-Graduação | Unicesumar95
Impactos da atual política de formação
O Censo da educação superior4 revela dados importantes sobre
as licenciaturas entre 2011 e 2012: •Os cursos tecnológicos cresceram 8,5%. • Em cursos de bacharelado, o aumento foi de 4,6%.•Os cursos de licenciatura cresceram apenas 0,8%.
Em relação às matrículas na EaD, no período de 2011 a 2012:•Nos cursos a distância, o crescimento de matrículas foi de
12,2%.•Nos cursos presenciais, o crescimento foi de 3,1%.•A maioria dos matriculados no ensino superior a distância
(40,4%) cursa licenciatura. Os que optaram por bacharelados são 32,3% e por tecnólogos, 27,3%.
UABuniversidade aberta do brasilO Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho
de 2006, para “o desenvolvimento da modalidade de educação a
distância, com a �nalidade de expandir e interiorizar a oferta de
cursos e programas de educação superior no País”.
Ao plantar a semente da universidade pública de qualida-de em locais distantes e isolados, incentiva o desenvolvimento de
municípios com baixos IDH e IDEB. Desse modo, funciona como um
e�caz instrumento para a universalização do acesso ao ensino su-perior e para a requali�cação do professor em outras disciplinas,
fortalecendo a escola no interior do Brasil, minimizando a concen-tração de oferta de cursos de graduação nos grandes centros urbanos e evitando o �uxo migratório para as grandes cidades.
4 Fonte: INEP
Políticas Educacionais96
Você pôde perceber que nesta unidade do
texto, objetivamos o estudo do ES em alguns
dos seus aspectos. É claro que, em um texto
como o proposto, não é possível considerá-lo
na sua íntegra, ou seja, as discussões sobre
a pós-graduação, por exemplo, não foram
inseridas, dentre outras.
Objetivamente o que propusemos foi
garantir a você a possibilidade de discutir
o ES e alguns aspectos que possam auxi-
liá-lo(a) no entendimento das questões
fundamentais sobre este nível de ensino, tais
como as licenciaturas, a formação de profes-
sores, a educação a distância e os programas
e ações do governo federal. Acreditamos
que essa tarefa não termina neste texto,
ao contrário, é preciso que busque ainda
em sua formação apropriar-se de conheci-
mentos para além das discussões que aqui
se encerram.
Ao buscar nesta unidade as bases legais
para seus estudos sobre o ES, desejamos que
você se aproprie do debate proposto e possa,
na sua ação pedagógica, nos estudos para
concursos na área educacional ou mesmo
para pesquisa, viabilizar aos seus pares a pos-
sibilidade de estender esta temática que nos
é tão importante.
A área das políticas é relevante e instigan-
te não só nos seus princípios e fundamentos,
mas também na sua prática efetiva.
Bons estudos!
considerações finais
1. Para uma maior compreensão da leitura desta unidade, é indispensável conhecer a
legislação referente à educação superior. Assim, resuma os artigos da Constituição
Federal e da LDB sobre a educação superior.
2. A LDB dispõe no Art. 80:
O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino
a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
a. Explicite, com base no art. 80 da LDB, de que maneira os programas de ensino a dis-
tância podem estar presentes em todos os níveis e modalidades?
3. A partir do que foi estudado nesta unidade, avalie as políticas destinadas à formação
de professores. Aponte aspectos contraditórios nas determinações legais.
atividades de autoestudo
Pós-Graduação | Unicesumar97
Em entrevista à Revista Escola, Carlos Roberto Jamil Cury responde:
Qual sua avaliação sobre o PNE que está chegando ao fim?CURY: O plano nasceu de uma duplici-dade: uma proposta do governo e outra da sociedade civil. Aí houve uma nego-ciação que deixou determinadas coisas bem ajustadas. Por exemplo, o PNE tem uma boa radiografia da nossa Educação, com algumas metas e objetivos claros. A versão que saiu do Congresso previa os recursos, mas o presidente Fernando Henrique vetou os valores. Com isso, o documento se tornou um mero plano de intenções. Sem verba, como cumpri-lo? Essa foi a razão do fracasso. Além disso, o PNE pecou pelo excesso de metas: 295. Se fossem em menor número e mais claras, talvez tivéssemos conseguido os recursos junto à área econômica do governo.
Disponível em: <http://revistaesco-la.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/entrevis-ta-carlos-roberto-jamil-cury-556235.shtml>. Acesso em: 17 mar. 2014.
O atual Conselho Nacional de Educação-CNE, órgão cole-giado integrante do Ministério da Educação, foi instituído pela Lei 9.131, de 25/11/95, com a finalidade de colaborar na formulação da Política Nacional de Educação e exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramen-to ao Ministro da Educação.
As Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, que compõem o Conselho, são constituídas cada uma, por doze conselheiros, sendo membros natos em cada Câmara, respectivamente, o Secretário de Educação Fundamental e o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, nomeados pelo Presidente da República. Compete ao Conselho e às Câmaras exercer as atribuições conferidas pela Lei 9.131/95, emitindo pa-receres e decidindo privativa e autonomamente sobre os assuntos que lhe são pertinentes, cabendo, no caso de de-cisões das Câmaras, recurso ao Conselho Pleno.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12449&Itemid=754>. Acesso em: 14 abr. 2014.
LEI Nº 9.131, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1995
Art. 8º A Câmara de Educação Básica e a Câmara de Educação Superior serão constituídas, cada uma, por doze conselheiros, sendo membros natos, na Câmara de Educação Básica, o Secretário de Educação Fundamental e na Câmara de Educação Superior, o Secretário de Educação Superior, ambos do Ministério da Educação e do Desporto e nome-ados pelo Presidente da República.
§ 1º A escolha e nomeação dos conselheiros será feita pelo Presidente da República, sendo que, pelo menos a metade, obrigatoriamente, dentre os in-dicados em listas elaboradas especialmente para cada Câmara, mediante consulta a entidades da sociedade civil, relacionadas às áreas de atuação dos respectivos colegiados.
3º Para a Câmara de Educação Superior a consulta en-volverá, necessariamente, indicações formuladas por entidades nacionais, públicas e particulares, que congreguem os reitores de universidades, di-retores de instituições isoladas, os docentes, os estudantes e segmentos representativos da comu-nidade científica.
Web
Direito e Políticas Públicas
O vídeo do programa Direito e Políticas Públicas, com apresentação do Prof. Fernando Aguilar, convida a Prof.ª Maria Paula Dallari Bucci e o Prof. José Garcez Ghirardi, da FGV/São Paulo, para falar sobre os desafios na concepção e implementação do novo marco regulatório da Educação Superior.
<http://youtu.be/or_c9fzR_wU>.
Políticas Educacionais98
Com o crescimento do número de matrículas, o Brasil supera a marca de 6,7 milhões de pessoas incluídas no ensino superior. Desse total, 1,032 milhão estão em instituições federais. Entre o período pesquisa-do, as matrículas na rede federal cresceram 10% e já participam com mais de 58% das matrículas na rede pública, abrangendo também as esferas municipal e estadual.
Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o ritmo crescente se deve pelas políticas de indução como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Nos últimos anos, o MEC já concedeu mais de um milhão de bolsas integrais e parciais do Prouni, além de 570 mil contratos do Fies.
Entre as áreas de formação, o maior crescimento é nos cursos tecnológicos, que tiveram aumento de 11,4% na procura. Os cursos de licenciatura registraram o menor interesse e ficaram praticamente estagnados, com 0,1% de crescimento. A demanda do mercado de trabalho é a causa do aumento, segundo o minis-tro da Educação, Aloizio Mercadante.
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/educacao/2012/10/matriculas-no-ensino-superior-crescem-5-7>. Acesso em: 17 mar. 2014.
AprovadosDiretor: Steve PinkAno: 2006País: Estados UnidosSinopse: Bartley Gaines abre a própria universidade, naturalmente para fazer fachada aos pais, já que ele foi rejeitado em diversas universidades. Só que esse projeto educacional acaba tendo surpreendente êxito quando outros estudantes fracassados começam a se matricular ali.
filme
Educação superior no Brasil 10 anos pós-LDB Mariluce Bittar, João Ferreira de Oliveira, Marília Morosini (Organizadores)Editora: Publicações INEP
Educação Superior no BrasilMaria Susana Arrosa Soares
Editora: Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e no Caribe. IESALC, Unesco, CaracasSinopse: O livro trata das principais dimensões do sistema de ensino superior brasileiro para a compre-ensão das peculiares condições de nossa educação superior. Suas raízes históricas, sua estrutura e orga-nização, bem como seus desafios e problemas no decorrer da última década do século XX.
PERONI, V. M. V. A relação público/privado e a gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado. In: ADRIÃO, T. e PERONI, V. Público e privado na educação novos elementos para o debate. São Paulo, Xamã, 2008.
relatode caso
Dois em cada 10 professores da educação básica não têm curso superior
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-04-05/dois-em-cada-10-professores-da-educacao-basica-nao-tem-curso-superior.html>. Acesso em: 05 mar. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar99
O seu “mergulho” se realizou? Você gostou da
viagem que lhe proporcionamos? Bom, nossa
expectativa é que sim! Acreditamos que a
mediação entre o cognoscente5 e o cog-
noscível6 só se efetiva na intencionalidade.
O que isto signi�ca? Se você não tem inten-
ção de conhecer, nosso esforço foi em vão!
Como esse não é o caso, entendemos
que o processo mediático se concretizou,
assim, vamos provocá-lo(a) mais um pouco.
Ao encerrarmos nossa discussão, queremos
que pense na análise das políticas educa-
cionais num sentido que vai para além da
legislação em si, mas que pense no objeti-
vo precípuo de levá-lo à escola. E, para isso,
voltamos aos conhecimentos de Vieira (2007)
que salienta:
[...] a análise da(s) política(s) de educação requer uma compreensão que não se con-tenta com o estudo das ações que emanam do Poder Público em suas diferentes
5 Aquele que conhece
6 Aquilo que é passível de ser conhecido
esferas (União, Estados, Municípios). Esta deve alcançar a escola e seus agentes e, num movimento de ida e volta, procurar apreender como as ideias se materializam em ações, traduzindo-se, ou não, na gestão educacional e escolar. [...] (VIEIRA, 2007, 58).
O desa�o lançado aqui é que você
pense na dimensão que aproxima a Política
Educacional da escola, ou seja, como aquela
se efetiva nesta. Ainda, considere que elas
só se realizam e se concretizam nesse pro-
cesso de ida e volta como salientado pela
autora acima citada. Então, se você é pro-
fessor(a), sabe exatamente do que falamos,
se não, poderá ter contato com uma escola
e perceber as relações que se estabelecem
no âmbito do tema aqui tratado.
Esperamos que tenha gostado das
discussões!
Sucesso nos estudos que seguem!Angela Mara de Barros Lara
Mara Cecília Rafael
conclusão
Políticas Educacionais100
ALTMANN, H. In�uências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (atualizada até a Emenda Constitucional nº 59/2009).
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