panorama hospitalar 23ª edição janeiro de 2015

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P anorama www.revistapanoramahospitalar.com.br Gestão - Tecnologia - Mercado CRISE HÍDRICA Hospitais adotam medidas sustentáveis e criativas para a redução do consumo de água ENTREVISTA: “A participação do corpo clínico no controle de custos do hospital é fundamental”, afirma o Dr. Henrique Moraes Salvador Silva, presidente da Rede Mater Dei de Saúde Ano 2 • N o 23 • Janeiro/2015 23 97 72359 052009 ISSN 2359-0521

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A revista Panorama Hospitalar apresenta ao administradores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnologias e os principais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor.

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Page 1: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

Panorama

www.revistapanoramahospita lar.com.brGestão - Tecnologia - Mercado

CRISE HÍDRICA

Hospitais adotam medidas sustentáveis e criativas para a redução do consumo de água

entrevista:

“A participação do corpo clínico no controle de custos do hospital é

fundamental”, afirma o Dr. Henrique Moraes Salvador Silva, presidente

da Rede Mater Dei de Saúde

Ano

2 •

No 2

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Jane

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N 2

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FUNDAMENTOS PARA MELHORIA DA QUALIDADE E SEGURANÇAO Consórcio Brasileiro de Acreditação lança o seu mais novo produto o Fundamentals For Care que tem por objetivo possibilitar que instituições de saúde hospitalares e ambulatoriais conheçam e possam implantar um conjunto de Fundamentos e Critérios voltados a viabilizar a melhoria da qualidade e segurança da assistência prestada aos pacientes.

INFORMAÇÕES: Assessoria de Relações Institucionais - (21) [email protected]

PARCERIA/SUPORTE

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Page 3: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

Janeiro, 2015 3

Editorial

Cerca de 40% dos brasileiros tem uma doença crônica não transmissível

C omeçamos o ano com a constatação de que cerca de 40% da po-pulação adulta brasileira, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT).

Os dados, inéditos, são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), rea-lizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revela também que essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (44,5%) – são 34,4 milhões de mulheres e 23 milhões de homens (33,4%).

As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil. A hipertensão arte-rial, o diabetes, a doença crônica de coluna, o colesterol (principal fator de risco para as cardiovasculares) e a depressão são as que apresentam maior prevalência no País.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que a solução é trabalhar de forma intersetorial para reverter esse quadro, incentivando a prática de exercícios físicos e outras medidas voltadas ao estilo de vida saudável. Aliás, essa forma intersetorial, ou a ‘integração dos serviços de saúde’, foi o tema abordado na nossa última edição, na reportagem de capa.

Agora, em janeiro, também escolhemos um assunto que tem preo-cupado não só a população, como também os gestores dos principais hospitais paulistas: a crise hídrica no Estado de São Paulo. Vamos mos-trar como esses gestores criaram medidas criativas e sustentáveis para contribuírem com a redução do consumo de água.

Ótima leitura!

Edição: Ano 1 • N° 20 • Outubro de 2014

c o m u n i c a ç ã o i n t e g r a d a

c o m u n i c a ç ã o i n t e g r a d a

Panorama

Keila MarquesEditoraAlameda Madeira, 53, Cj. 92 - 9º andar

06454-010 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500www.vpgroup.com.br

Presidência e CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7732

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 2424.7500

Ismael Paganie. [email protected]

t. + 55 (11) 2424.7724

EditoraKeila Marques

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RepórterCarolina Spillari

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Conselho TécnicoDr. Gonzalo Vecina Neto,

Dr. Eustácio Vieira e Dra. Pina Pellegrini

FinanceiroRodrigo Oliveira

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MarketingTomás Oliveira

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AssitenteMichelle Visval

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t. + 55 (11) 2424.7737

Carlos Costae. [email protected]

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Web DesignerRobson Moulin

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Web DesignerBruno Macedo

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SistemasFernanda Perdigão

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Wander Martinse. [email protected]

t. +55 (11) 2424.7762

A RevistaA revista Panorama Hospitalar apresenta aos administra-dores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnolo-gias e os principais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor.

Panorama Hospitalar Onlines. www.revistapanoramahospitalar.com.br

Tiragem: 15.000 exemplaresImpressão: Duograf

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Panorama Hospitalar

Sumário nesta edição

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Case study

artigo CientífiCo

espaço gestor

Mundohospitalar

16NotÍCIAS

Sírio Libanês opera farmácia com automação robótica

Hospital 9 de Julho inaugura Centro de Cardiologia

CFM libera uso compassivo do canabidiol no tratamento de epilepsia

Nova versão do Programa de Apoio a Instituições de Saúde é lançada pelo BNDES

Desalinhamento entre Governo, indústria e universidade é o principal obstáculo à inovação no setor de produtos para saúde

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lIvRo

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AGENDA34

tolIfE

vIAvEl SAúDE

vR MEDICAl

PRoDutoS E SERvIçoS

DR. HENRIquE MoRAES SAlvADoR SIlvA

Presidente da Rede Mater Dei de Saúde defende

a participação do corpo clínico no controle de

custos do hospital

entreVista

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22

Veja as medidas adotadas por hospitais paulistas para enfrentar a crise hídrica no

Estado de São Paulo

Tecnologia de diagnóstico microbiológico digital

Fórum Internacional Anahp reúne mais de 500 executivos e empresários

Hospital Christóvão da Gama instala sistema de Gestão Documental Gerenciada

Tratado de Neurologia

Draeger prepara Road Show para 2015

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20

PoNto DE vIStA

CARloS AlbERto P. GoulARtÉtica na indústria da Saúde

tHAISSA tAquESAposentadoria especial para médicos,

dentistas e enfermeiros

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Panorama Hospitalar6

Sírio Libanês opera farmácia com automação robótica

O Hospital Sírio-Libanês deu início às operações do projeto de auto-mação completa de sua farmácia central. “Este projeto é muito impor-tante para garantir o sucesso da ampliação de nosso hospital. O novo sistema contribuirá para eliminar o desperdício, reduzir custos e otimizar nossas equipes de farmácia e de enfermagem,” afirma Dr. Gonzalo Veci-na Neto, superintendente Corporativo do Hospital Sírio-Libanês.

A farmácia conta com sistemas de alta tecnologia compostos por dois equipamentos complementares: PillPick Automated Packaging and Dispen-sing System, que automaticamente dispensa medicamentos para pacientes específicos em doses unitárias, e BoxPicker Automated Pharmacy Storage System, que propicia armazenamento seguro e retirada nas embalagens ori-ginais. O Software dos dois sistemas será integrado ao sistema de prescrições já existente no hospital, estando previsto para resultar em uma redução de aproximadamente 70% na operação manual dos medicamentos na farmá-cia e, ao mesmo tempo, ampliando o controle e rastreabilidade do processo.

O projeto de automação da farmácia também conta com os dispen-sários eletrônicos instalados nas unidades de internação. Atualmente, o hospital conta com seis dispensários instalados e até o inicio de 2015 a previsão é ter um total de 12. Além de tubos pneumáticos, que consti-tuem uma rede de tubos propulsionados por ar comprimido, utiliza-dos para envio de medicamentos em caráter de urgência.

Notícias

Hospital 9 de Julho inaugura Centro de Cardiologia

O Hospital 9 de Julho (H9J) inaugurou em dezem-bro o seu Centro de Cardiologia, com uma equipe multiprofissional formada por cardiologistas, fisio-

terapeutas, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos. A Insuficiência Cardíaca (IC) é considerada a fase mais avançada de algumas doenças cardiovasculares, por isso foi criado um protocolo para evitar que a doença avance e exija tratamentos cada vez mais complexos e invasivos. Com isso, a redução do tempo médio de internação de 16 para 9 dias dos pacientes com a doença.

Esse protocolo abrange duas etapas: durante a internação, o paciente recebe orientações e um ma-nual específicos para o tratamento da doença, sobre a importância da dieta e de atividades físicas, medi-cações, etc. Depois da alta, uma enfermeira espe-cializada em cardiologia liga semanalmente para o paciente estimulando a continuidade do tratamento e buscando identificar sintomas de descompensação da doença. Com as medidas de educação, autocui-dado e o acompanhamento regular dos casos, o hos-pital conseguiu reduzir de 25,3% para 14,9% a taxa de reinternação de 2013 para 2014. “A integração multiprofissional é um fator importante neste per-fil de paciente com doenças crônicas”, explica o Dr. Marcelo Paiva ao informar que o centro integrado já existia e foi apenas oficializado este mês.

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Janeiro, 2015 7

Notícias

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Panorama Hospitalar8

Notícias

Nova versão do Programa de Apoio a Instituições de Saúde

é lançada pelo BNDES Nova versão do Programa de Apoio a Instituições de Saúde (BNDES

Saúde) foi lançada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com vigência até 30 de setembro de 2015. O orçamento soma R$ 2,5 bilhões. A nova versão faz parte de parceria do banco com o Ministério da Saúde (MS) e objetiva fortalecer o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de apoio a instituições filantrópicas que te-nham o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas).

O programa é dividido em duas linhas que abrangem o atendimento SUS e o desenvolvimento institucional. Para o primeiro subprograma, a dotação será de R$ 1 bilhão. Serão apoiados projetos de investimento em reformas, modernização e ampliação das instituições filantrópicas, além de reestruturação financeira. Para o subprograma de desenvolvi-mento institucional, o orçamento alcança R$ 1,5 bilhão. Serão apoia-dos projetos de melhoria da infraestrutura das instituições reconhecidas pelo MS como de excelência. Para acessar os recursos do BNDES, en-tretanto, elas terão que destinar o correspondente a 5% do financia-mento, com recursos próprios, para programas de treinamento e pesquisas médicas e científicas do SUS, entre outros.

Conselho Federal de Medicina libera uso compassivo do canabidiol no tratamento de epilepsia

O uso compassivo do canabidiol (CBD) foi autori-zado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para o tratamento de epilepsias em crianças e

adolescentes que são imunes aos tratamentos con-vencionais. A decisão faz parte da Resolução CFM nº 2.113/2014. Apenas as especialidades de neurologia e suas áreas de atuação, de neurocirurgia e de psi-quiatria poderão prescrever o canabidiol. Os médicos prescritores deverão ser previamente cadastrados em plataforma online criada pelo CFM para este fim. O mesmo deverá ocorrer com os pacientes.

Para receber a prescrição, o paciente necessita preencher os critérios de indicação e contraindica-

ção para inclusão no uso compassivo. Os pacientes submetidos ao tratamento com o canabidiol deverão ser acompanhados, de acordo com relatórios en-viados pelos médicos prescritores. Os pacientes, ou seus responsáveis legais, deverão ser informados so-bre os riscos e benefícios potenciais e assinar Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A regra veda a prescrição da cannabis in natura para uso me-dicinal, bem como quaisquer outros derivados, que não o canabidiol. O grau de pureza da substância e sua apresentação seguirão determinações da Anvisa. A decisão do CFM deverá ser revista em dois anos, quando serão avaliados novos elementos científicos.

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Notícias

A falta de articulação entre governo, universidades e indústria é o principal obstáculo à inovação no se-tor de produtos para saúde. Como consequência,

o Brasil corre o risco de ficar defasado tecnologicamente e perde oportunidades de participar da cadeia mundial de desenvolvimento de produtos, se posicionar melhor no comércio global e ampliar investimentos.

As conclusões fazem parte do estudo “Desafios para Aceleração da Inovação no Setor de Produtos para a Saúde no Brasil”, realizado pela Fundação Dom Cabral a pedido da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde e divulgado em evento anual da entidade. Participaram da pesquisa 20 CEOS de empresas do setor.

Segundo os entrevistados, o desalinhamento co-meça dentro do próprio Governo que, se por um lado promove políticas de incentivo à inovação, por outro coloca obstáculos à sua realização.

“O Plano Brasil Maior, PPB (Processo Produtivo Básico) e PDP (Parceria de Desenvolvimento Pro-dutivo) convivem com burocracia e lentidão para aprovação de registro, comercialização de novos produtos, incorporação de tecnologias no SUS e aprovação de pesquisas clínicas e patentes”, afir-ma Fabrício Campolina, presidente do Conselho de Administração da ABIMED.

A falta de uma visão sobre prioridades futuras do Governo e dispersão de dados sobre o mercado tam-bém prejudicam investimentos e a geração de tecno-logias alinhadas com as necessidades de saúde públi-ca do país, na visão dos entrevistados.

Outro grande obstáculo apontado pelo estudo é o desalinhamento entre universidades e indústria, a falta de uma cultura de interação e de incenti-vos. Um exemplo: o financiamento privado de P&D em uma universidade não garante prioridade de patente para quem investiu, ao contrário do que ocorre na legislação de muitos países.

“Prevalece a visão de que a relação público-privado

promove a subordinação das atividades da academia aos objetivos de lucro do mundo dos negócios”, ana-lisa Hugo Ferreira Tadeu, professor e pesquisador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Funda-ção Dom Cabral e coordenador do estudo.

O estudo apresenta nove propostas para superar os desafios à inovação no setor de produtos para saúde: elaboração pelo governo de um plano dire-tor para investimentos em P&D; consolidação das informações sobre inovação existentes nos níveis federal, estadual e municipal; desburocratização da exportação e importação de produtos para saú-de e priorização da logística para o setor.

As empresas propõem também maior agilidade da ANVISA e das autorizações para pesquisas clíni-cas e patentes; desoneração e simplificação tribu-tárias de produtos para saúde e criação de instru-mentos jurídicos que garantam nas universidades preferência de patente a produtos de pesquisa fi-nanciadas pela indústria.

Crescimento do setorAo contrário do restante da economia, o setor de produtos para saúde fechará 2014 com crescimen-to estimado de 10% em vendas e 7,6% em pro-dução industrial. Para 2015, quando será iniciada uma nova etapa de Governo, a expectativa da in-dústria ainda é de alta, ao redor de 7%.

Em 2014, o índice de empregos também cresceu e deverá ficar em 10,8% (4,8 mil novos postos de tra-balho), elevando para 147 mil o total de empregados no setor. O maior incremento ocorreu no comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso mé-dico, cirúrgico, ortopédico e odontológico.

Em relação à balança comercial, as importações do setor totalizaram U$ 5,1 bilhões de janeiro a setembro deste ano, com recuo de 0,01% na comparação com igual período do ano anterior. As exportações, por sua vez, cresceram 7,1% e atingiram US$ 765,4 milhões.

Estudo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde mostra como este problema afeta investimentos da indústria

Desalinhamento entre Governo, indústria e universidade é o principal obstáculo à inovação no setor, segundo a Abimed

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Da esquerda para a direita,

Fabrício Campolina, presidente do

Conselho de administração e Carlos

alberto Pereira Goulart, presidente

executivo, ambos da abimed.

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Panorama Hospitalar10

Produtos e Serviços

Bandagem para inflamações e torções

Serviço de triagem e classificação de risco de pacientes

O Viavel Saúde é um software de simulação de negócios e análise de investimento para Hospitais, Serviços de Imagem, SADTs - Serviços

Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento, Laboratórios e Clínicas especializadas. A solução tem como objetivo contribuir com a sustentabilidade e o crescimento das organizações do setor da saúde, oferecendo meios para uma análise de investimento rápida e segura. Pode ser usado em projetos de implantação de novos serviços ou de novas unidades, ampliações, entre outras melhorias. O software permite simular cenários para o estudo de viabilidade de investimento, além de conduzir a elaboração de orçamentos com diversos recursos para evitar esquecimentos, erros e atrasos. Além disso, os itens de investimentos são estruturados de acordo com os padrões necessários para financiamentos BNDES. O Viavel Saúde é um produto da DahMotta Tecnologia da Informação.

A VR Medical traz para o Brasil uma nova bandagem flexível e reutilizável que combina resfriamento com

compressão e remove o calor por meio de rápida evaporação. Proporciona tratamento instantâneo para inflamações e contusões de músculos, tendões e ligamentos. A sensação de resfriamento pode ficar por até duas horas. Fabricado em Londres (Inglaterra), a Physicool é resultado de pesquisas com tecnologia de imagem térmica, o que garantiu a possibilidade de reduzir a temperatura em 7 graus em 10 minutos. Com isso, o produto reduz rapidamente a dor e o inchaço, além de poder ser reaproveitado até três vezes. A bandagem é indicada para tratamento pós-cirúrgico ortopédico e serviços de primeiros socorros.

Para incrementar o serviço de triagem e classificação de risco de pacientes, a ToLife lançou uma nova versão da solução TriusOne,

que representa uma evolução do equipamento desenvolvido pela empresa e já utilizado em mais de cinco mil unidades de saúde. Entre as vantagens do TriusOne está a possibilidade de realizar a classificação de risco em todas as etapas da vida, desde o neonatal até o idoso. Além de medidor de parâmetro clínico de última geração e tela de retina, o equipamento traz novos módulos como leitor de cartão magnético e smartcard, além de tecnologia NFC (Near Field Comunication). Outra novidade é o sistema para impressão de pulseiras com RFID, para o rastreamento de pacientes durante sua estada no serviço de U/E, permitindo um novo conceito em gestão de fluxo de urgência e emergência.

Simulação e análise de investimentos

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dr. henrique

Governança Clínica é o caminho para mensurar e acompanhar resultados

Entrevista

G raduado em Medicina pela UFMG – Universi-dade Federal de Minas Gerais em 1982, o Dr. Henrique Moraes Salvador Silva foi residente-

-médico em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Mater Dei, de Belo Horizonte (MG). Ao longo da car-reira, passou pelo Hospital Alberto Cavalcanti e pelo Hospital-Universidade de Londres. De sua formação fazem parte os cursos de Mastologia e Pós-graduação pela Fundação Dom Cabral e INSEAD (França) no Pro-grama de Gestão Avançada. Foi presidente da Asso-ciação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e es-creveu oito livros especializados, além de mais de 150 artigos, publicados no Brasil e no exterior.

Entretanto, é no Hospital Mater Dei que o Dr. Henrique faz história até hoje. Foi diretor clínico e técnico entre 1986 e 2011, sendo o responsável pela coordenação do Centro de Estudos do Hos-pital e pela gestão de corpo clínico e governança clínica da Instituição. Inclusive editou um livro so-bre o tema, chamado “Gestão do Corpo Clínico – Experiência dos Hospitais da Anahp”. Também foi o diretor responsável pelo Pronto-socorro e por inúmeras unidades produtivas como a Oncologia, Ultrassonografia e Unidade de Diagnósticos. No cargo de presidente da Rede Mater Dei de Saúde, desde outubro de 2011, o Dr. Henrique fala com maestria sobre a Governança Clínica.

PH - Qual é a importância da Governança Clínica para as instituições de saúde?Salvador - A vida inteira nós convivemos com duas inteligências dentro do Hospital: uma clínica e uma gerencial. Nesses últimos anos, houve uma conver-

“A participação do corpo clínico no controle de custos do hospital é fundamental, pois tudo o que acontece na instituição é resultado de um direcionamento do médico”, afirma o Dr. Henrique Moraes Salvador Silva, presidente da Rede Mater Dei de Saúde

O médico precisa entender sobre giro de leito e permanência hospitalar, por exemplo, e qual é o impacto disso

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Entrevista

Janeiro, 2015 13

Carlos fariadr. henrique

gência entre essas duas inteligências, e a área clínica começou a entender melhor os mecanismos e as fer-compramentas de gestão e passou a incorporá-los na prática diária. Partindo do pressuposto de que o que não é medido, não pode ser gerenciado, po-demos perceber que a medicina exercida dentro do hospital de uma maneira quase romântica e intui-tiva dá lugar à medicina cuja prática em toda linha assistencial passa a ser acompanhada com ferra-mentas e mecanismos de gestão.

PH - Quais são as consequências dessa mudança? Salvador - O médico, o enfermeiro e a equipe de saú-de conseguem avaliar a eficácia e a eficiência daquilo que está sendo feito, passam a trabalhar com diretri-zes, metas e indicadores. Além disso, elaboram um plano de ação para corrigir qualquer tipo de distorção que possa ocorrer naquilo que foi combinado. Essa mi-gração que aconteceu na área clínica foi fundamental.

PH - Qual é a relação entre a excelência da ges-tão clínica e a sustentabilidade do hospital?Salvador - O hospital existe para prestar assistência de qualidade. Se, ao longo do tempo, não tem resultados consistentes nos diversos protocolos e doenças que atende, o hospital perde a credibilidade e a confiança da clientela e da população. Se não tem sistemas que permitam a autoavaliação, uma comparação com ou-tros hospitais existentes no mundo inteiro e que possa, constantemente, criar ciclos de melhoria, o hospital não se sustenta. Não tenho a menor dúvida de que a governança clínica é o caminho para se obter me-lhorias e conseguir mensurar e acompanhar resultados.

PH - O equilíbrio econômico-financeiro é ainda um desafio. Qual é o papel da Governança Clíni-ca na tentativa de manter esse equilíbrio? Salvador - O que sustenta os resultados do hospi-tal, em qualquer campo de resultado - econômico, financeiro, mercado, imagem, pessoas, tecnologia e processos - é a essência de sua razão de existir, ou seja, prestar atendimento na área da saúde. Se o hos-pital está oferecendo serviço de saúde com qualidade, se tem condições de verificar o que está sendo feito, nos diversos protocolos e para as diversas doenças e doentes, se possui ciclos de melhoria de tal maneira que possa, ao fazer uma análise crítica daquilo que está ocorrendo, realinhar positivamente as equipes e os sistemas ou corrigir as distorções existentes, então está melhorando seu desempenho clinico assistencial. A governança clinica é o grande guarda-chuva que regula tudo isso. Se quisermos pensar em um hospital longevo, sustentável, o cerne da questão é a maneira como a gestão clínica assistencial é conduzida naque-la instituição aliada a resultados e indicadores.

PH - Qual é a importância da participação efetiva do corpo clínico na administração e no controle de custos do hospital?Salvador - A participação do corpo clínico é fun-damental porque tudo que acontece no hospital ocorre a partir do direcionamento do médico. O hospital precisa definir prazos e protocolos, mas é

o médico quem determina o tipo de exame que vai ser feito, a quantidade de medicamentos e as áreas onde o paciente vai ficar. É necessário que o médico seja envolvido na parte administrativa e no controle de custos. Ele deve entender sobre giro de leito e permanência hospitalar, por exemplo, e compreen-der que isso impacta em custo no final das contas.

PH - Dentro dessa mudança de cultura, da qual estamos falando, é possível o médico ser en-volvido nas discussões?Salvador - Sim. De uma forma que ele entenda o que significa, por exemplo, um indicador de hora e dia, de alta hospitalar. O que significa passar uma alta às 9h ao invés de passar às 12h, pois só a partir daí a equi-pe de higienização pode entrar no quarto e fazer a higienização, a enfermagem consegue devolver para o almoxarifado os medicamentos que não foram utili-zados e dar baixa no prontuário. Tudo começa a partir da ação do médico. É necessário que ele seja envolvi-do nisso. É fundamental a adesão dele aos processos.

PH - Como engajar médicos em práticas de ges-tão e macroestratégias da instituição?Salvador - Ninguém adere a um modelo de gestão se, primeiro, não entende o que está acontecendo nem sabe qual é a proposta, e se, segundo, não se sente parte daquilo. É fundamental trazer o médi-co e a equipe de saúde para perto, para que eles possam entender porque determinada proposta está sendo colocada. Depois, mostrar que eles estão den-tro dessa engrenagem, de um sistema do qual eles fazem parte e onde há inter-relações numa cadeia cliente-fornecedor. A partir daí, ouvir o médico, en-tender quais são suas necessidades, ou seja, o que ele precisa para entregar um serviço de qualidade superior, e mostrar a importância dos outros siste-mas do hospital para ajudá-lo em sua gestão.

PH – O que você sugere para manter o engajamento?Salvador - É fundamental que, uma vez ouvido, inclu-ído e participando das decisões, o médico possa contar com a disciplina na hora da execução. É muito comum a gente ver diversos comitês e a coisa não caminhar. É necessário investir tempo para explicar, para a pessoa se sentir incluída, mas é necessário também que haja disciplina para que o trabalho seja bem desenvolvido.

PH - Quais são os dilemas, hoje, da Governança Clínica? Salvador - O maior dilema, talvez, seja a quebra de paradigma e a mudança de cultura. As pessoas, mui-tas vezes, se habituam a trabalhar de uma maneira e resistem às mudanças. Acredito que a principal lide-rança do hospital e até mesmo a liderança assistencial devem investir tempo negociando com as pessoas e demonstrando o porquê das mudanças.

PH - Quais tendências no setor de saúde têm in-fluenciado a atividade do gestor clínico? Salvador - A incorporação de tecnologia é um assun-to importante porque, certamente, é uma pressão que muitas vezes ocorre de fora pra dentro da instituição. O médico vai a um congresso, por exemplo, vê uma

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Panorama Hospitalar14

De acordo com Faria, as agressões em geral derivam da demora no atendimento, mesmo em hospitais particulares.

novidade e quer trazer e incorporar rapidamente. A in-dústria faz pressão para que o médico siga uma nova tecnologia que, muitas vezes, não é validada ou não vai, realmente, agregar benefícios para a prática clíni-ca. Esse é um assunto que requer cuidado, mas aca-ba interferindo no dia-a-dia das organizações. Outra questão é a limitação de recursos. Sem dúvida alguma, hoje, os recursos não são ilimitados. Os hospitais pri-vados, principalmente, vêm sendo pressionados, por parte dos compradores de serviços, para que haja re-dução no custo e, por parte dos prestadores, para que haja aumento nas receitas, como é o nosso caso. Acre-dito que cada vez mais será necessário estudar o custo efetivo das ações de incorporações de tecnologia, pois é um fator que impacta a atividade clínica.

PH - Como a adoção de tecnologias de conectivida-de, que permitem ao paciente tornar-se mais ativo em seus tratamentos, interfere na Gestão Clínica? Salvador - Cada vez mais as pessoas estão conscien-tes e informadas sobre o seu estado de saúde e o impacto de determinados tratamentos no curso da doença que elas apresentam. Existem, inclusive, reso-luções do Conselho Federal de Medicina e da própria Agência Nacional de Saúde, que alertam para a ne-cessidade de o paciente ser incluído nessas decisões. Acredito que o hospital deve criar canais e mecanis-mos para que o paciente seja envolvido, ouvido, e, também, participe dessas decisões. Isso não quer di-zer que o médico e a equipe não devem liderar o pro-cesso, afinal quem detém o conhecimento técnico é a equipe de saúde. Eu acredito fielmente que existe uma parte da prática médica, inclusive que envolve governança clínica, que deve ser padronizada para que os princípios de segurança sejam respeitados, assim como o acompanhamento do desempenho de determinado protocolo e prática médica. Mas tem a outra parte, a da interação com o paciente, que acredito que tenha que ser customizada, única. Isso tem a ver com o respeito ao paciente.

PH - Qual é o papel do gestor clínico de hoje? Esse papel mudou nos últimos anos? Salvador - Mudou. O gestor clínico sempre teve que conquistar o respeito dos seus liderados. Mas, hoje, pelas interações que existem, com o acesso a comunicação e a informação, ele tem que ser respeitado pela sua capacidade de convencimento das pessoas. Para fazer isso, é necessário trabalhar com base em dados objetivos. Antigamente, as pessoas respeitavam muito as grandes referências médicas, como os líderes na área de gestão. Então, o médico que era extremamente competente, por exemplo, na área de cirurgia cardíaca, era transfor-mado em diretor clínico do hospital e a figura dele era referência para o corpo clínico todo. Ele con-seguia influenciar os profissionais médicos por sua própria atuação, pois inspirava outras pessoas na-quela figura do gestor clínico. Hoje, cada vez mais, as pessoas precisam ser convencidas a participarem de um projeto e se sentirem parte daquele projeto. Para conseguir isso precisamos seguir indicadores, números, dados objetivos, comparando profissio-

nais com atividade e desempenho similares e di-ferentes. A função do gestor clínico é convencer pessoas. Ele é um negociador tenaz, que usa dados objetivos. Portanto, mudou um pouco o paradig-ma de 20, 30 anos atrás.

PH - Quais são os desafios da mudança do perfil demográfico e epidemiológico que vem ocorren-do nos últimos anos e da melhoria tecnológica, para a Gestão Clínica?Salvador - Nós vamos passar a conviver mais com doenças crônico-degenerativas e menos com do-enças infecciosas. Isso é uma tendência mundial. A população está envelhecendo, naturalmente, vamos acompanhar mais doenças como diabetes, hiperten-são, câncer, que serão mais prevalentes. Isso tem um impacto muito grande nas ações que o hospital terá que desenvolver, desde as estruturais, tais como a sensibilidade destes pacientes, até mecanismos de conexão direta entre o hospital, médico e paciente. Por exemplo, acredito que, em muito pouco tem-po, o próprio paciente será o agente a tomar conta de seus principais índices, como os glicêmicos. Ele vai ter, em seu dispositivo móvel, a oportunidade de acompanhar quase que online qual que é sua taxa de glicose, de colesterol, a pressão arterial. Isso vai fazer com que as necessidades de interação entre médico, hospital e paciente seja diferente.

Entrevista Carlos fariadr. henrique

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Dr. Henrique salvador, presidente da rede Mater Dei de saúde: “O

maior dilema, talvez, seja a quebra de paradigma e a mudança

de cultura, por isso é necessário fazer o médico e a sua equipe

entenderem, e se sentirem parte, das propostas do hospital.”

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Case Study

Janeiro, 2015 15

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Panorama Hospitalar16

A crise de água no Estado de São Paulo está entre as mais graves já registradas. O principal reserva-tório de água da Grande SP, o sistema Cantareira,

operava com 6,9% de sua capacidade (até o fechamen-to dessa edição), levando em conta a segunda cota da reserva técnica, popularmente conhecida como volume morto, onde é depositada a grande maioria dos sólidos em suspensão, utilizada para evitar o desabastecimen-to da população. A crise hídrica evidenciou, inclusive, a possibilidade de faltar água em outras regiões do Brasil.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a es-cassez de água pode afetar 55% dos municípios em 2015. Não só em São Paulo a situação das águas é crítica, mas também em outras bacias do País, como a do São Francisco. O alerta foi feito no último mês de dezembro, em audiência sobre a crise da água no Bra-sil, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. De acordo com a ANA, o Brasil já está trabalhando em um plano nacio-nal de segurança hídrica, em parceria com os estados,

que deverá ficar pronto entre 2015 e 2016. A expecta-tiva é que as ações comecem a ser implementadas ain-da no decorrer do processo, à medida que os proble-mas forem sendo intensificados, quiça identificados.

O fato é que a crise se agravou ao longo do ano de 2014 no estado de São Paulo, levando hospitais a adotarem ou intensificarem medidas criativas e sustentáveis para fugir do racionamento e contribuir para a redução do consumo de água. Eles têm recor-rido a reformas da estrutura hidráulica, ao reaprovei-tamento da água produzida em aparelhos a vapor e até mesmo à instalação de garrafas PET em descargas para reduzir a vazão de água. Reunimos nessa repor-tagem os casos que ganharam mais destaque, com o intuito de ajudar administradores hospitalares que planejam implantar ações sustentáveis em 2015.

O Hospital Samaritano de São Paulo é um deles. A instituição conta com 19 andares, 310 leitos de in-ternação e Unidade de Terapia Intensiva, além de um Centro Cirúrgico com 16 salas para a realização de

Hospitais criam alternativas para reduzir o consumo de água

Por Keila Marques , com a colaboração de Frederico Fonseca da Silva

A escassez de água no Estado de São Paulo se agravou ao longo de 2014, levando hospitais a adotarem ou intensificarem medidas criativas e sustentáveis para fugir do racionamento e contribuir com a redução do consumo de água

Água

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Água

procedimentos de alta complexidade; e, desde 2010, faz o monitoramento do consumo, tanto de água como de energia elétrica, sempre observando eventu-ais desvios e agindo corretivamente. Em 2014 os dois indicadores entraram no mapa estratégico da institui-ção, com a perspectiva de sustentabilidade, para atin-gir uma redução de 10%. “Os índices ultrapassaram nossas expectativas e seguem melhorando de acordo com o decorrer das obras. Agora temos como meta reduzir ainda mais os indicadores”, explica Gizele Iva-noff, gerente de engenharia do Hospital Samaritano.

Em janeiro de 2014, o Hospital investiu aproxima-damente R$ 12,5 milhões na modernização de 150 lei-tos (sete pavimentos do hospital) e outras operações, envolvendo a troca de tubulações antigas, chuveiros e vasos sanitários. No caso dos sanitários, optou-se pelo sistema dual flush (caixa sanitária com dois bo-tões que permitem descargas com níveis diferentes de água) e a redução, de nove para seis litros, da caixa acoplada. Muito embora se saiba que já existam no mercado vasos sanitários com caixas acompladas de 3,0 litros que atendem ao mesmo propósito. Além da substituição por novos modelos, uma prática susten-tável foi adotada: garrafas PET – antes descartadas na reciclagem – foram inseridas em caixas acopladas dos vasos sanitários para diminuir a vazão. A solução caseira, iniciada em abril, resulta em uma economia de 1,5 litro de água a cada descarga.

As mudanças não pararam por aí. As bombas de vácuo das esterilizadoras foram substituídas por modelo isento de água, as torres de resfriamento para ar condicionado foram desligadas durante o inverno e arejadores foram instalados nas torneiras da cozinha do restaurante de funcionários. Tudo isso aliado a campanhas de conscientização.

Com ações, metas de redução e intervenções da equipe de engenharia, o Hospital registrou no mês de novembro de 2014 uma redução média no con-

sumo de água de 35% em comparação ao mesmo mês do ano de 2013. Somente no mês de outubro de 2014, a instituição obteve uma economia recor-de de 57%. “Economizamos mais de 40 milhões de litros de água em comparação ao ano anterior, um total de R$ 650 mil na conta”, reforça Gisele.

A instalação de equipamentos mais modernos tam-bém foi uma das alternativas encontradas pelo Hospi-tal do Coração (HCor) para economizar água. Foram instalados, por exemplo, redutores de vazão (peque-nos anéis que controlam a saída de água) em tornei-ras e chuveiros. O gerente de Engenharia Hospitalar, Gleiner Ambrósio, destaca que isso é feito respeitan-do as normas técnicas. “Se reduzo a quantidade de água para lavagem de mãos ou banhos, o processo de limpeza pode se tornar precário. As vazões são mantidas dentro de um limite mínimo definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).”

Além de mudar equipamentos, o HCor reaproveita a condensação gerada pelos equipamentos de vapor, como as máquinas secadoras da lavanderia. Essa me-dida permitiu uma economia de água de 600 metros cúbicos por mês (m³/mês), ou 600 mil litros. De acor-do com Ambrósio, isso equivale a 600 caixas d’água de 1.000 litros cada. Outra solução que gerou queda de consumo foi a instalação de um sistema eletrônico de irrigação do jardim. “O hospital está economizan-do em torno de 3,5 mil m³/mês. Estamos deixando de captar da concessionária por reaproveitar”, disse ele.

Em abril de 2014, o HCor passou a fazer pales-tras sobre água, energia e reciclagem para cons-cientizar funcionários e o público em geral sobre a importância de economizar. A campanha reduziu em 8% o consumo de água.

Temporizadores e redutores de vazão também foram instalados no Hospital Alvorada. A medida, adotada em 2011, reduziu em 30% o consumo de água. No contex-to de crise hídrica, novas soluções foram encontradas.

Maria Mastroantonio, gerente da

Lavanderia da rede de Hospitais

são Camilo: “Para atender à

legislação, nós temos que tratar

100% do efluente para descartá-

lo no esgoto, mas para colaborar

ainda mais com o meio ambiente,

decidimos implementar um

sistema de reaproveitamento

de água; até julho de 2014, a

lavanderia reutilizava 40% da água

consumida durante a higienização

das roupas, e a partir de agosto, a

economia aumentou para 60%”.

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Panorama Hospitalar18

Uma delas foi aumentar a temperatura dos aquecedores de chuveiros para que a água esquente rapidamente, evi-tando o desperdício da água fria durante o banho.

Reaproveitamento de águaPara atender as Unidades Pompeia, Santana e Ipiranga, a lavanderia da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com três minas, dois poços artesianos, uma estação de tratamento de efluentes, filtro de areia, filtro de carvão, cinco má-quinas de lavar, cinco secadoras e duas máquinas de passar e dobrar. Ao todo, há 77 funcionários trabalhando no local. Este sistema de tratamento de efluente possibilita o reaproveitamento da água utilizada no processo de higienização das roupas.

A lavanderia foi inaugurada em 2006 e projetada para ser sustentável desde o começo. “Para atender à legislação, nós temos que tratar 100% do efluente para descartá-lo no esgoto. Mas, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo quis fazer mais pelo meio ambiente e implementou um sistema de reaprovei-tamento de água”, explica Maria Mastroantonio, ge-rente da Lavanderia da Rede. Para garantir a seguran-ça e qualidade da água, depois de completar todos os módulos de tratamento, o efluente passa pelo filtro de areia e pelo filtro de carvão para eliminação de im-purezas. Antes de ser encaminhado para reutilização, ainda é feita a dosagem de ferro, dureza e cloro.

Até julho deste ano, a lavanderia reutilizava 40% da água consumida durante a higienização das rou-pas. Desde agosto, a economia aumentou para 60%. “Até agosto, era até as 15h. A partir de então, colo-camos para trabalhar até às 19h. Aumentamos em quase quatro horas”, informou a gerente do setor, Maria Aparecida Mastroantonio. Segundo Maria, o sistema é completado com água nova, retirada de poço artesiano, apenas uma vez na semana. “Hoje, nosso único consumo de água do sistema da Sabesp é nos bebedouros dos funcionários”, conta a gerente.

Por mês, a lavanderia da Rede recebe 180 tonela-das de roupa. “Calculando uma média de consumo de água de 22 litros na lavagem de cada quilo de roupa, seriam utilizados 3.500 metros cúbicos de água por mês. Como reaproveitamos mais da metade do efluen-te tratado, geramos uma economia de 2.100 metros cúbicos de água mensalmente”, comemora Maria.

A importância do tratamentoPara o engenheiro agrônomo, Frederico Fonseca da Silva, PhD em Irrigação e Meio Ambiente, professor e pesqui-sador do Instituto Federal do Paraná, a crise hidráulica paulista apenas mostrou um fato que, até então, era considerado apocalíptico: a falta de água. Segundo ele, aos olhos do senso comum, a carência começou no Nor-deste, desceu para Minas Gerais, até alcançar São Paulo. E, hoje, está caminhando para o Paraná.

Ao reforçar a importância não só do consumo consciente de água, mas também da política de re-dução de consumo, que abrange o tratamento, o ge-renciamento e o monitoramento da água utilizada em hospitais, ou seja, o esgoto gerado pelas instituições

Água

PRINCIPAIS AÇÕES ADOTADAS

PELOS HOSPITAIS

• Instalação de garrafas PET em descargas para reduzir a vazão

• Redutores de vazão da água em torneiras e chuveiros• Campanha e palestras de conscientização

para funcionários• Tratamento para a reutilização da água descar-

tada na lavanderia• Reaproveitamento da água produzida em apare-

lhos a vapor, como as secadoras da lavanderia

O Hospital samaritano de são Paulo instalou um sistema com garrafa pet na caixa acoplada do vaso sanitário.

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Água

FAÇA VOCÊ MESMO

Os vazamentos são os grandes vilões. Por isso, é fun-damental observar se a válvula de descarga está fun-cionando perfeitamente e se todas as torneiras estão vedadas adequadamente. Existe um teste específico para essa verificação que funciona assim: (1º) Jogue borra de café no vaso sanitário; (2º) O normal é a bor-ra ficar depositada no fundo do vaso; (3º) caso con-trário, é sinal de vazamento na válvula ou na caixa de descarga. Em bacias cuja saída da descarga for para trás (direção da parede), deve-se fazer o teste esgo-tando-se a água. Se a bacia voltar a acumular água, há vazamento na válvula ou na caixa de descarga. Também dá pra testar os canos alimentados direta-mente pela rede da Sabesp. Feche o registro na pare-de. Abra uma torneira alimentada diretamente pela rede da Sabesp (pode ser a do tanque) e espere a água parar de sair. Coloque imediatamente um copo cheio de água na boca da torneira. Caso haja sucção da água do copo pela torneira, é sinal que existe va-zamento no cano alimentado diretamente pela rede. Os reservatórios subterrâneos de edifícios também podem ser testados. Primeiramente, feche o regis-tro de saída do reservatório do subsolo e a torneira da bóia. Marque no reservatório o nível da água e, após uma hora, verifique se ele baixou. Se isso ocorreu, há vazamento nas paredes do reservatório ou nas tubulações de alimentação do reservatório superior ou na tubulação de limpeza. O processo com as torneiras e os vasos sanitários é mais prático. Se a torneira ficar pingando quando fechada, troque a borracha que envolve a saída de água. Gotejando, uma torneira pode desperdiçar 46 litros por dia. Ou seja, mais de mil litros por mês. De acordo com a Sabesp, torneiras com arejadores podem reduzir o consumo de água em até 75%. O arejador é um acessório colocado em cada torneira que tem a função de misturar ar à água, dando a sensação de maior volume.Fonte: Sabesp

de saúde, da Silva comenta o caso recente da bactéria descoberta nas águas da Praia do Flamengo, na Zona Sul do Rio, por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz. Os micro-organismos produzem uma enzima chamada KPC, que impede que os remédios façam efeito contra eles. Em determinados casos, podem provocar infecção urinária e hospitalar e o contágio pode ocorrer por contato ou pela ingestão de itens contaminados com a bactéria.

Para o infectologista Edmilson Migowiski, colu-nista da Band News FM, a principal possibilidade é a de que a contaminação do Rio Carioca, que desemboca na Praia do Flamengo, tenha ocorrido através de esgoto de hospitais e clínicas da região. Em 2010, a Fio Cruz publicou um artigo científico apontando a presença destas superbactérias no es-goto hospitalar carioca mesmo após o tratamento. No final de 2013, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comunicou, no Congresso Brasileiro de Microbiologia, que havia identificado a presen-ça destes micro-organismos nas praias do Flamen-go e de Botafogo, na Zona Sul.

“O sistema da rede coletora de esgoto urbano foi criado, basicamente, para coletar urina, fezes e água da lavagem de roupa e pratos. Portanto, sangue, pus ou bactérias, além de tudo o que a urbe joga no es-goto, seja materiais de laboratórios, pet shops, salões de beleza, postos de gasolina e restaurantes, não deveriam ser enviados, juntamente da água, para a rede de esgoto sem tratamento. Porém, Infelizmente, boa parte do tratamento sustentável realizado pelos hospitais, hoje, envolve somente resíduos sólidos”, aponta da Silva. De acordo com o engenheiro agrô-nomo, a política de redução de consumo de água poderia contribuir para a transformação do esgoto urbano em até água destilada. Este é o estado mais puro da água, sendo a melhor opção para uso em la-boratórios. Israel, por exemplo, há mais de 30 anos já domina a tecnologia de reutilizar a água contida no esgoto para fins de beber, cozinhar e fabricar remé-dios. “Existem tecnologias capazes de transformar toda essa água utilizada em hospitais em água para a reutilização em irrigação de jardins, por exemplo.”

Já a redução do consumo de água, segundo ele, depende, e muito, do engajamento dos funcionários do hospital. “Palestras de conscientização, e campa-nhas de comunicação, devem envolver desde o dire-tor do hospital até o servente”, reforça.

Consumo em hospitaisA Sabesp, em parceria com a Escola Politécnica da Univer-sidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Tec-nológicas (IPT), criou as bases de sustentação de um Pro-grama de Uso Racional da água. Numa primeira etapa, foi montada a estrutura e, depois, desenvolvidos os projetos piloto para criação da metodologia em hospitais, escolas, cozinhas industriais, prédios comerciais e condomínios.

Os resultados permitiram identificar o consumo por habitante, bem como o potencial para reduzir o volume de água utilizado. Em prédios hospitalares sem lavanderia, o consumo é de 500 litros/leito/dia; enquanto em prédios hospitalares com lavanderia, o montante aumenta para 750 litros/leito/dia.

Após o levantamento do volume de água utili-zado por pessoa, o Programa sugere a adoção de medidas para monitorar as instalações hidráulicas e encontrar possíveis vazamentos. Além da troca de equipamentos convencionais por economizadores e, ainda, palestras e orientações para modificar o hábi-to de consumo. Segundo os criadores do Programa, o retorno do investimento nessas medidas é rápido.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de 3,3 mil litros de água por mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene). No entanto, no Brasil, o consumo por pessoa pode che-gar a mais de 350 litros por dia, inclusive sendo essa a média de alguns bairros da capital paulista. Devido à pressão da água, o consumo é maior em edifícios e apartamentos. Será que o consumo de cada um de nós está dentro do que propõe a ONU? PH

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Mundo Hospitalar

Panorama Hospitalar20

O diretor da Draeger no Brasil, Holger Johansen, no centro cirúrgico montado na empresa, conta que o caminhão vai

passar pelas principais cidades brasileiras: “você pode vender um ótimo dispositivo, com várias funcionalidades, mas se

as pessoas não souberem utilizá-lo, nunca irão aproveitar todo o sistema; por isso decidimos fazer o road show”

Draeger prepara Road Show para 2015 O caminhão da empresa vai levar dispositivos de ventilação às principais capitais do País para o treinamento de médicos e enfermeiros

E m 2015, a fabricante alemã de produtos para a área médica e de segurança, Draeger, vai investir em conteúdo educacional. O objeti-

vo é facilitar e aperfeiçoar a utilização de todas as funcionalidades dos dispositivos desenvolvidos pela companhia. Na filial brasileira, localizada em Barueri, região metropolitana de São Paulo, há um centro cirúrgico montado e equipado, além de uma linha do tempo com os principais lançamen-tos e fatos mais marcantes da história da empresa, à disposição de clientes. Mas, a partir deste ano, a Draeger vai ao encontro de seus clientes, médicos e enfermeiros, por meio de um Road Show. Este é

o maior investimento previsto para 2015. O caminhão vai passar pelas grandes cidades brasi-

leiras, levando equipamentos de ventilação e, também, para a área de segurança. Além de mostrar as funciona-lidades dos produtos, o público também será instruído a utilizar o equipamento de acordo com cada doença. “Você pode vender um ótimo dispositivo, com várias funcionalidades, mas se as pessoas não souberem como utilizá-lo, então nunca irão aproveitar todas as funciona-lidades do sistema. É por isso que decidimos fazer o Road show”, explica o diretor da Draeger no Brasil, Holger Jo-hansen, que vive no País há quatro anos. Nesse período, ele percebeu uma característica dos clientes brasileiros:

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Produtos da Draeger para o segmento hospitalar

Emergência: Ventildores e MonitoraçãoCentro Cirúrgico: Aparelhos de Anestesia, Monito-ração, Sistemas de TI e Focos e EstativasUTI Adulta: Ventiladores, Monitoração, Sistemas de TI e Focos e EstativasUTI Neonatal: Ventiladores, Monitoração, Sistemas de TI e Focos e Estativas

“Eles pedem conteúdo educativo.” Seguindo esse pressuposto, a Draeger vai aumentar

o investimento em redes sociais com o intuito de tra-zer mais conteúdo para o cliente brasileiro por meio de diferentes mídias, sobretudo as sociais. Ainda no tema ‘investimentos para 2015’, estão os recursos, cerca de R$ 1,2 milhão, destinados à construção de um restau-rante, na própria fábrica.

Draeger no BrasilA fábrica da Draeger no Brasil foi inaugurada em 1953. Ano em que a companhia alemã lançou um equipamento chamado originalmente de etilômetro, o que veio a se tornar o primeiro bafômetro do mun-do. A planta brasileira tem 20 mil metros quadrados e abriga, hoje, 250 funcionários, além de represen-tantes e distribuidores. Escritórios em Recife (PE), Sal-vador (BE), Vitória (ES), Macaé (RJ) e Manaus (AM) dão suporte à matriz paulista. Em terras brasileiras são produzidas somente máscaras descartáveis para o segmento de segurança. Os demais produtos comer-cializados no País são exportados da Alemanha.

As soluções Draeger estão concentradas em duas divisões, Médica e Segurança. Para a área da Saúde, o carro-chefe são os equipamentos de anestesia. A título de curiosidade, foi em 1902 que a primeira máquina de anestesia foi lançada, con-solidando o pioneirismo da companhia alemã no segmento hospitalar. Fazem parte do portfólio da divisão médica, ventiladores, monitoração, siste-mas de TI e focos e estativas. Esses produtos são instalados nas áreas de Emergência, Centro Cirúr-gico, UTI Adulta e UTI Neonatal.

Incubadoras também são fabricadas pela compa-nhia, mas não são comercializadas em terras tupini-quins devido ao acordo firmado com a Fanem, maior fabricante brasileira de incubadoras. A Draeger tem controle sobre 24.99% da Fanem e vende seus medi-dores de icterícia (instrumento utilizado para avaliar a amarelidão do tecido subcutâneo em recém-nascidos) juntamente das incubadoras da empresa. Embora a venda seja combinada, a operação da Fanem é com-pletamente independente. “Não temos planos de mu-dar nada, estamos felizes com eles”, reforça Johansen.

Em 2014, a Draeger lançou o Evita V300. A de-manda do produto, segundo o presidente da empre-sa, foi grande. No ano anterior, o destaque do seg-mento médico foi o Savina 300. Ambos dispositivos de terapia ventilatória. “Em 2015 vamos expandir a conectividade dos novos dispositivos”, projeta Johan-sen. Para este ano que acaba de começar, o executivo diz acreditar na eficácia de uma estratégia conserva-dora. “Nos últimos quatro anos ultrapassamos nossas metas, com crescimento de dois dígitos por ano, mas para 2015 ainda não temos previsão”.

Resultados No segmento de saúde, 30% da carteira de clientes correspondem a área pública. A maioria é formada por hospitais privados. A Saúde, inclusive, é respon-sável por 70% do faturamento da companhia. Os outros segmentos, atendidos dentro do segmento de segurança, são: Bombeiros, Óleo e Gás, Mineração e

Indústria. Com isso, em 2014, a companhia cresceu mais de 20% no País. Para Johansen, o resultado foi surpreendente. “Estávamos receosos por conta da Copa do Mundo e das eleições, mas esses eventos não prejudicaram nossos resultados”, explica.

Para o segmento hospitalar, o objetivo é vender so-luções conectadas. Assim, os profissionais de saúde te-rão acesso a todos os dados do paciente em qualquer lugar que ele estiver. “Isso agiliza muito a tomada de decisão no hospital, e ainda garante a segurança de dados”, explica o presidente. O sistema de monitora-ção conectado é o diferencial dessa estratégia. Através desse equipamento, os dados do paciente atendido na Emergência são levados ao Centro Cirúrgico e à UTI. Além de criar produtos para atender necessidades es-pecíficas de quem vive o dia a dia de um hospital, a Draeger também oferece o serviço de consultoria Solu-tion Center, para o desenvolvimento de soluções cus-tomizadas. “Nós ouvimos nossos clientes, entendemos as necessidades deles, e criamos soluções para eles”.

Se os resultados no Brasil estão surpreendendo, por que não fabricar mais produtos no País? O maior im-passe, obviamente, são os impostos. Apesar disso, a expansão das atividades está sendo estudada. O pla-no é que, em três ou cinco anos, a área de produção seja ampliada para produzir focos e estativas. Embora a Draeger seja mundialmente reconhecida pela qua-lidade das estações de anestesia, este equipamento impacta diretamente na vida das pessoas, portanto, os clientes aceitam pagar mais caro por ele. Mas, por es-tativas e focos, não. “É difícil competir com os preços praticados no mercado brasileiro”, ressalta Johansen.

HistóriaA Draeger é uma empresa familiar alemã com sede em Lubeck. O CEO, Stefan Draeger, representa a quinta geração da família no comando da empresa. O executivo, que tem três filhos, já planeja a sua suces-são. A longevidade da família Draeger na gestão é de se admirar: neste ano, a companhia comemorou 125 anos. A data foi celebrada um dia antes do início da 21ª Hospitalar Feira e Fórum, maior feira de Saúde da América Latina, realizada anualmente em São Paulo (SP), com uma festa para clientes e a imprensa. Hoje, a Draeger está presente em mais de 190 países, man-tendo mais de 11 mil funcionários, com uma receita anual que já ultrapassa os dois bilhões de euros. As plantas de produção estão instaladas nos Estados Uni-dos, na China, na Alemanha, na Suécia e no Brasil. PH

Page 22: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

Case Study

Panorama Hospitalar22

Unimed

Os funcionários do Hospital e Maternidade Chris-tóvão da Gama, de Santo André (SP), utilizavam o serviço de Gestão Documental há dois anos

por conta da obrigatoriedade da armazenagem dos prontuários de pacientes e, também, para controlar todos os encaminhamentos médicos. O serviço, que era terceirizado, não disponibilizava a consulta virtual desses documentos. Assim, perdia-se tempo e dinhei-ro para fazer a consulta de um documento original, principalmente quando a necessidade era urgente. O modelo de Gestão Documental utilizado anterior-mente apenas guardava os documentos.

“O processo era retrógrado, tínhamos que cha-mar um motoboy para retirar o documento. Não havi comprometimento de urgência para hospitais e isto travava processos que refletiam em lentidão interna”, explica Marcio Lago, gerente de TI do Hospital e Ma-ternidade Christóvão da Gama.

A solução foi contratar o serviço de Gestão Docu-mental Gerenciada para otimizar esses processos. A finalidade desse tipo de serviço é digitalizar os papeis armazenados em estoque e inserir código de barras em cada um deles, facilitando a localização de infor-

mações por meio do sistema de busca. Os documen-tos permanecem armazenados, porém em galpões apropriados para essa finalidade.

A dinâmica da consulta, que passa a ser virtual, é o diferencial da Gestão Documental Gerenciada. Isso gera economia de dinheiro, quando desfaz a necessidade de deslocar caixas com documentos impressos, e de tempo, pois, muitas vezes, o fun-cionário, ao ter que localizar uma informação, dei-xava suas atividades administrativas para se dedi-car à busca em toda a papelada. Outro facilitador é a possibilidade de garantir que cada departamento do hospital seja responsável por seus próprios do-cumentos de maneira organizada.

Quando soube da solução desenvolvida pela P3I-mage, o gerente de TI do Hospital Christóvão da Gama, acreditou ter encontrado uma solução mais dinâmica, segura e econômica para os processos internos da insituição. Segundo ele, os principais benefícios dessa solução são a consulta virtual e as tecnologias implantadas nos galpões da P3Ima-ge para manter o papel íntegro e seguro por muito mais tempo, já que o prontuário médico tem a obri-

Papeis devidamente armazenados e digitalizadosHospital Christóvão da Gama instala sistema de Gestão Documental Gerenciada e facilita a localização e o acesso aos dados de pacientes através de um sistema de busca virtual

nos galpões da P3image, localizados em itupeva (sP), estão armazenados mais de 16 milhões de documentos.

gestão doCuMental

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Case Study

Janeiro, 2015 23

gatoriedade da guarda vitalícia. “Outro ponto que facilitou bastante nossos processos foi o envio do documento original rapidamente, ou seja, quando precisamos do papel impresso para procedimentos internos, a P3Image se compromete a enviá-lo no mesmo dia e em no máximo quatro horas”, ressalta. “Para o setor de Saúde, que exige agilidade, contar com parcerias que facilitam o dia a dia, ter a certeza de que os serviços são confiáveis e as informações estão nas mãos de profissionais que entendem a res-ponsabilidade disso, deixa-nos mais tranquilos.”

Os processos de TI do Hospital funcionam como uma cadeia, o que é, naturalmente, refletido no atendimento aos pacientes. Hoje, já é possível ob-servar os resultados no dia a dia do Hospital. De acordo com Lago, hoje, os funcionários têm certe-za de que os documentos estão armazenados em um local apropriado e, quando for preciso, terão acesso às informações no mesmo dia.

SegurançaO software instalado no próprio Hospital permite o acesso aos documentos para mais de um funcioná-rio, por meio do portal All Store. Qualquer funcio-nário pode manusear o software, desde que tenha autorização para isto. O coordenador de cada depar-tamento define quais funcionários poderão acessar os documentos. Por outro lado, ele também conse-gue bloquear a abertura de documentos confiden-ciais. É possível ainda autorizar a leitura do mesmo documento por mais de uma pessoa.

Prontuários com dados confidenciais, documen-tos financeiros dos hospitais, assinaturas de presi-dentes, endereços e telefones de pacientes famosos, inclusive de pessoas com maior poder aquisitivo, só são acessíveis aos funcionários autorizados a utilizar os dados para concluir processos.

Outro ponto importantíssimo, é que a lentidão para encontrar qualquer documento, muitas vezes, gerava conflitos com funcionários do departamen-to jurídico do Hospital. A localização da informa-ção, por meio do código de barras, gera mais agili-dade. “A rapidez e o profissionalismo na transição de informações são as principais mudanças, por-que mais do que economizar, estamos buscando nos aperfeiçoar e profissionalizar em todos os nos-sos processos”, completa Lago.

Quanto à redução de custos, Lago conta que, por um lado houve redução dos gastos com deslo-camento e, por outro, investimento que refletiu no crescimento da empresa. A economia ocorreu pelo fato de a própria P3Image fazer a retirada e o envio de documentos originais impressos quando há so-licitação. A empresa atende não só hospitais, mas grandes corporações que representam o setor de saúde, como: laboratórios químicos e de pesquisas, seguradoras de saúde e consultórios médicos.

O processo de implementação durou seis meses. Foi preciso elaborar um plano de migração, pois o Hospital não tinha armazenagem identificada para a documentação de pacientes. Foi montada uma base de dados de pacientes do Hospital em con-junto com a P3Image, e esta então, reorganizou e

promoveu a nova identificação de todas as caixas. A ausência de uma base de dados confiáveis tam-bém dificultou o processo, explica Lago, e, além disto, os tamanhos das caixas antigas para armaze-namento estavam fora de padrão. “Este processo foi trabalhoso, pois priorizamos a segurança dos documentos e realizamos todo o processo com a certeza de que nenhuma informação seria perdida. A ausência de uma base de dados confiáveis da outra empresa também dificultou o processo, além disto, os tamanhos das caixas antigas para arma-zenamento estavam fora de padrão”, explica Lago.

Armazenamento seguroO portal All Store é fácil de manusear. Entretanto, há um departamento de suporte na P3Image para esclarecer as dúvidas, caso o cliente tenha alguma dificuldade. A empresa oferece ainda treinamento para esclarecer cada funcionalidade do sistema. A vivência mínima com o pacote Office já permite a utilização rápida do acesso aos documentos. A par-tir do software instalado na máquina do Hospital, o usuário digita a informação ou o número do do-cumento que deseja encontrar, e, rapidamente, irá encontrá-la na tela do computador.

A P3Image contrata programadores próprios para flexibilizar a plataforma All Store de acordo com as necessidades específicas de cada cliente. Há hospi-tais que precisam das funções “geração de relató-rios”; “fazer anotações em documentos”; “busca exata da informação”. Outros requerem apenas o espaço físico de armazenagem da P3Image. ”Pri-meiro buscamos entender os processos do Hospital, para depois sugerir a solução que melhor atende-rá as necessidades próprias da Instituição”, explica Marcelo Araújo, diretor comercial da P3Image.

O valor que o Hospital precisa desembolsar depen-de da demanda de papéis e da necessidade de adap-tações do software. O valor médio dos serviços pode variar entre de R$ 1 mil e R$50 mil.

A empresa atua de acordo com normas rígidas de segurança, principalmente pelo fato de movi-mentar grande volume de papéis. Nos galpões da P3Image, localizados em Itupeva (SP), estão arma-zenados mais de 16 milhões de documentos, com avançadas tecnologias para manter o papel íntegro por muito mais tempo.

Quando um documento original é solicitado, um funcionário precisa usar uma lanterna de Led para evitar qualquer tipo de aquecimento que possa prejudicar o papel. Além disso, há uma área, no-meada Sala Cofre, para o armazenamento de mí-dias e documentos mais sensíveis. Assim, além da segurança da informação, o cuidado com a integri-dade do papel também é intensificado. Neste espa-ço, há controle interno de temperatura, umidade do ar e detecção antecipada de fumaça através do sistema Vesda. Se surgir fumaça dentro da sala, os detectores liberam um gás que preenche o espa-ço em apenas cinco segundos, apagando qualquer tipo de incêndio. O acesso à Sala Cofre, que é mo-nitorada 24 horas por dia, é liberado por biometria somente para pessoas autorizadas. PH

gestão doCuMental

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Neoprospecta

Panorama Hospitalar24

Artigo Científico

Microbioma e IRAS: Uma nova abordagem a partir do uso de Genômica e Bioinformática

Problemática Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são de-finidas como infecções adquiridas por pacientes durante o tratamento em instituições de saúde, tendo sua origem a partir do momento da internação.

Uma das vias de contaminação por meio da IRAS é o próprio ambiente hospitalar. Apesar de todos os cuidados com a correta assepsia e limpeza dos hospi-tais, muitos repositórios de micro-organismos asso-ciados às IRAS passam despercebidos, constituindo--se em fonte de contaminação para novas infecções.

Com o intuito de investigar o microbioma de sua Unidade de Terapia Intensiva, o Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) desenvolveu um projeto piloto que permitiu a análise dos micro-organismos existentes e o mapeamento dos pontos críticos, utilizando a tecno-

logia de diagnóstico microbiológico digital (através do sequenciamento de DNA de nova geração e análises de bioinformática em larga escala) desenvolvida pela Neosprospecta, empresa de Florianópolis (SC).

ColetaA coleta de amostras do ambiente da UTI foi realizada com a utilização de diversos swabs, chumaço de algodão fixado à extremidade de uma haste, para colher material para exames laboratoriais. A ponta de algodão de cada utensílio foi umedecida com água ultrapura, para colher amostras de 187 pontos: • Superfícies de alto contato de leitos e áreas de convivência;• Mãos, jalecos, celulares, cavidade oral, nasal e orofarin-

ge da equipe de profissionais da saúde;• Equipamentos de uso coletivo.

Adriana Belarmino Instituto de Neurologia de Curitiba

Dr. Marcos Oliveira de Carvalho Diretor-Presidente - Neoprospecta Microbiome Technologies

MSc. Luiz Felipe Valter de OliveiraDiretor Operacional - Neoprospec-ta Microbiome Technologies

Dra. Maria Teresinha Cordeiro Leão Instituto de Neurologia de Curitiba

MSc. Aline Fernanda Rodrigues Sereia Pesquisadora - Neoprospecta

Microbiome Technologies

Dra. Dellyana Rodrigues Boberg Pesquisadora - Neoprospecta Microbiome Technologies

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Neoprospecta

Novembro, 2014 25

Artigo Científico

Metodologia As amostras coletadas foram imediatamente transportadas até os laboratórios de análise, em Florianópolis (SC), onde foram processadas de acordo com o fluxo operacional do diagnóstico microbiológico digital.

O diagnóstico microbiológico digital é um método de análise que envolve um conjunto de protocolos moleculares e biocomputacionais para detecção e rastreamento em larga escala de micro-organismos relacionados às IRAS.

O primeiro passo do diagnóstico microbiológico digital consiste na purificação do DNA de todos os micro-orga-nismos presentes em cada amostra em paralelo. Ao final deste passo, obtém-se o material genético purificado de todas as células de bactérias, fungos e protozoários pre-sentes nos swabs. É possível, com uma modificação do método, obter em paralelo, também, material genéti-co de diferentes tipos de vírus presentes nas amostras. Contudo, neste trabalho foi utilizado apenas o mate-rial genético das bactérias presentes na amostra.

Após a purificação do DNA, seguem-se dois pas-sos de preparo molecular das amostras onde são in-troduzidos códigos de DNA específicos no material genético purificado. Estes códigos têm a finalidade de prover, posteriormente, a separação das amostras dentro do fluxo de análise computacional.

O passo de preparo molecular permite a análise em paralelo de até 512 amostras, sendo que cada uma pode identificar milhares de espécies de micro-organis-mos, incluindo dados quantitativos para cada espécie.

A etapa seguinte ao preparo molecular é a realiza-ção do sequenciamento de DNA utilizando a platafor-ma de sequenciamento de nova geração MiSeq da Illu-mina. Este sequenciamento produz mais de 50 milhões de leituras de moléculas de DNA, transformando os dados moleculares em digitais que posteriormente são processados por um software especializado, chamado Epiome, e carregados em uma plataforma específica para a análise e interpretação dos resultados.

Perfil MicrobiológicoAs análises de sequenciamento permitiram a identificação de 2.453 espécies bacterianas, sendo que 53 espécies es-tão associadas às IRAS e 15 espécies possuem potencial patogênico. Dentre as espécies encontradas, as mais rele-vantes às IRAS e com maior número de sequências foram:

Acinetobacter baumannii, Acinetobacter ursingii, Kleb-siella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Staphylo-coccus epidermidis e Serratia marcescens.

O resultado foi apresentado ao INC por meio do software Epiome, uma ferramenta computacional desenvolvida especificamente para a interpretação e análise de resultados derivados da tecnologia de diagnóstico microbiológico digital.

Pontos críticosComo observado em outros projetos pilotos, as áreas de convivência dos profissionais da saúde, como quartos, co-pas e banheiros, apresentam alta carga bacteriana, indican-do que os procedimentos de limpeza e desinfecção desses locais muitas vezes são negligenciados.

Igualmente, no INC, esse comportamento foi ob-servado. Pode-se elencar como pontos críticos das áreas comuns, o banheiro masculino e a copa. No setor dos leitos, a amostra com maior número de sequência foi o equipamento da UTI 4.

Com acesso à planta da UTI foi possível mapear o perfil das bactérias relacionadas às IRAS. Esse mapa de risco mostra a relação entre frequência e intensidade de cores, onde a coloração mais intensa representa maior frequência dos micro-organismos. Comparando o mapa de risco com o perfil microbiológico de IRAS, observa-se que os pontos de coloração mais intensa no mapa refletem os maiores picos no perfil, como, por exemplo, as amostras “banheiro masculino”, “lei-to equipamento da UTI 4” e “copa” (próxima página).

Pontos positivosOs resultados obtidos nas amostras dos profissionais de saú-de (mãos, jalecos, celulares, estetoscópios) apontam baixa ocorrência de bactérias relacionadas às IRAS, assim como as com potencial patogênico. Isso indica que os procedimentos de assepsia dos jalecos estão adequados e que existe alta adesão às práticas de lavagem das mãos e de utilização de equipamentos de proteção individual, demonstrando o cui-dado no uso e na higienização dos aparelhos de celular.

Avaliações do HospitalNo cotidiano dos hospitais, há muita preocupação com a desinfecção de rotina em áreas críticas, como UTI e Centro Cirúrgico. A partir deste trabalho, o que observamos é que áreas próximas às áreas críticas, praticamente na totalidade

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Neoprospecta

Panorama Hospitalar26

Artigo Científico

dos hospitais, são tratadas como não críticas. Faz-se desin-fecção de rotina dentro da UTI, mas as salas de apoio, como a de guarda de materiais, os sanitários, vestiários, as salas de reunião e a copa, são tratadas como áreas não críticas, onde a desinfecção de rotina não seria necessária.

Porém, com este projeto, observamos que essas áreas são a continuidade da UTI, pois há circulação de profissionais da própria UTI nesses locais. Os mes-mos micro-organismos que prevalecem na UTI foram detectados na proximidade dessas áreas adjacentes. Sendo assim, se estas áreas podem servir de reposi-tório para bactérias patogênicas, então devem ser tratadas como áreas de risco, embora, nelas, não se-jam realizados procedimentos críticos.

A partir desse diagnóstico, passamos a realizar desinfecção de rotina de todas as áreas adjacentes à UTI nesse microambiente. Estudos posteriores são ainda necessários para definir o perfil de resistência dessa flora microbiana, assim como ainda é necessá-rio mapear outros pontos críticos, que não tenham áreas críticas tão próximas, para ver se a microbiota é a mesma em todas as áreas ou não.

Legenda: O mapa de risco mostra a relação entre frequência e intensidade de cores, onde a coloração mais intensa representa maior frequência

dos micro-organismos. Comparando o mapa de risco com o perfil microbiológico de iras, observa-se que os pontos de coloração mais intensa no

mapa refletem os maiores picos no perfil, como, por exemplo, as amostras “banheiro masculino”, “leito equipamento da Uti 4” e “copa” (figura 3).

ConclusãoO projeto piloto permitiu demonstrar e validar a tecnolo-gia para detecção em larga escala de espécies bacterianas em ambientes hospitalares. Com isso, pode-se adequar o diagnóstico microbiológico digital às necessidades dos hospitais e, em contrapartida, possibilitar ao INC a defini-ção de pontos críticos e identificação de repositórios laten-tes de micro-organismos patogênicos na UTI.

Referências1. WHO. World Health Organization. Practical guidelines for infection control in healthcare facilities, 2004.2. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pro-grama nacional de prevenção e controle de infecções rela-cionadas à assistência à saúde (2013 – 2015), 2013.3.Boyce, J.M. Environmental contamination makes an im-portant contribution to hospital infection. Journal of Hospi-tal Infection, v. 65, p.50-54, 2007.4. Vandini A; Temmerman R; Alessia F; Caeslli E; Antonioli P; Balboni PG; Platano D; Branchini A; Sante Mazzacane. Hard Surface Biocontrol in Hospitals Using Microbial-Based Cleaning Products. PlosOne, 2014

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Neoprospecta

Novembro, 2014 27

Artigo Científico

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Panorama Hospitalar28

Destaques do Fórum Internacional AnahpEvento reuniu mais de 500 executivos e empresários para troca de experiências em busca da sustentabilidade do sistema de saúde

As experiências bem-sucedidas no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido na construção de um siste-ma de saúde de qualidade, a partir dos princípios

da governança clínica, práticas de compliance, organi-zação do corpo clínico, e os desafios para implantação de uma ferramenta de gestão clínica, denominada DRG (Diagnosis Related Group), foram os destaques do Fórum Internacional Horizontes Anahp, realizado pela Anahp, no início de dezembro, em São Paulo (SP).

O evento propôs um aprofundamento sobre os princípios da governança clínica, seus benefícios e de-safios, além de compartilhar experiências. Com apre-sentação de pesquisas, dados e indicadores do setor, os debates se centralizaram na consolidação dos pa-drões e dos aspectos da aplicabilidade da governança, com ênfase na segurança das atividades hospitalares.

A abertura do Fórum contou com a presença do Mi-nistro da Saúde, Arthur Chioro, que defendeu a inte-gração das redes pública e privada. Segundo ele, pen-sar soluções para o sistema de saúde brasileiro requer trabalhar as diferentes organizações e suas diferentes instâncias. “Temos que pensar em uma agenda co-mum. Se o sistema público desconsiderar os hospitais privados, não terá sucesso. É necessário trabalhar de forma articulada, integrando as redes pública e priva-da. O Brasil cresce de maneira consistente, mas ainda carece de um sistema de saúde qualificado”, afirma.

Compliance e ética no setor da saúde também foram temas amplamente discutidos. O programa de com-pliance exige uma estrutura e análise das áreas mais vulneráveis às fraudes. “O Compliance passa a ser uma ferramenta importante, pois influencia a cultura dos pro-fissionais na busca de mais transparência nas relações do setor. O reporte dos riscos, as fraudes e a não conformi-dade passam a ser prioridades para estabelecer um bom modelo de gestão”, esclarece Francisco Balestrin, presi-dente do Conselho de Administração da Anahp.

Para contribuir nessa discussão, a Anahp lançou o Código de Conduta Empresarial | Compliance para Hospitais Privados. Inédito no mercado de hospitais pri-vados, o documento é formado por sete capítulos que abordam questões como integridade, transparência, gestão financeira, contábil e patrimonial, e valorização do capital humano. “Para desenvolver modelos de éti-ca em busca da sustentabilidade do setor hospitalar é importante seguir códigos de conduta e ter uma boa relação com clientes, médicos, acionistas, funcionários, agentes públicos e privados”, destaca Balestrin.

A Cleveland Clinic, uma das instituições norte--americanas mais importantes e reconhecidas inter-nacionalmente, foi apresentada como modelo de gestão onde os profissionais buscam, junto à institui-ção, avançar em três principais pontos: atendimen-to, ensino e pesquisa. “Estabelecer padrões de quali-dade com base em boas práticas e propor mudanças no modelo de organização do corpo clínico são as ferramentas para alcançar a excelência no atendi-mento”, afirma André Machado, diretor do Centro de Reabilitação Neurológica da Cleveland Clinic.

O vice-presidente internacional da 3M Health Infor-mation Systems, dos Estados Unidos, Thilo Koepfer, com-partilhou sua expertise sobre DRG. A ferramenta de ges-tão clínica permite criar referências e fazer os ajustes de riscos para os hospitais. “O hospital vende o cuidado ao paciente e é preciso padronizá-lo para que as instituições meçam seu desempenho. O grande desafio, no entanto, é administrar e gerenciar os processos e torná-los melho-res e, para isso, é preciso definir quais são os problemas internos, monitorar e analisar cada um”, explica.

O Fórum Internacional contou com mais de 500 participantes, entre especialistas do setor suplemen-tar de saúde, as principais autoridades da saúde no Brasil, empresários, executivos e gestores dos princi-pais hospitais brasileiros.PH

Participaram do talk show“as

perspectivas dos modelos

compensatórios no Brasil”, Claudio

Lottenberg, presidente do Hospital

israelita albert einstein; Francisco

Balestrin, presidente do Conselho de

administração da anahp; Florentino

Cardoso, presidente da associação

Médica Brasileira e sérgio ricardo

rodrigues de almeida santos,

diretor executivo da One Health.

Cré

dito

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ção

Ana

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Page 30: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

Panorama Hospitalar30

Ponto de Vista

30 Panorama Hospitalar

goulart

Ocombate à corrupção e a busca por aprimo-ramento dos padrões éticos são tendências mundiais crescentes e evidentes. No Brasil,

País onde se vive momentos de graves denúncias, o tema torna-se ainda mais urgente.

Independentemente dos acontecimentos exter-nos, a área da Saúde sempre esteve na dianteira, pio-neira na iniciativa de promover, estimular e valorizar os mais altos padrões de conduta.

Entre os estímulos para que o setor se paute por condutas mais éticas, pode-se citar a estimativa da OMS de que 10% a 25% dos gastos mundiais em saúde são desviados de sua atividade-fim devido à corrupção. Levando-se em conta que os recursos aplicados em saúde são finitos e, além disso, insufi-cientes, pode-se concluir que apenas com a mudan-ça de conduta haverá uma oferta significativamente maior de cuidados à saúde para a população.

As associações brasileiras do Setor da Saúde estão mobilizadas. Importante destacar que, diferentemen-te de outras áreas, como a de medicamentos, a efi-cácia da utilização dos produtos para saúde depende de treinamento e da habilidade do profissional que os operam, o que torna a relação entre os fabricantes e os profissionais de saúde muito próxima.

Diante desse cenário, a ABIMED, - que lançou seu primeiro Código de Conduta em 2006 e o revi-sa a cada dois anos – intensificou, na última edição que acaba de ser concluída, o foco na relação en-tre fabricantes e profissionais de saúde. Para isso, foram avaliadas as diversas tendências na área e realizadas comparações com outros países. Adicio-nalmente, ABIMED, CBDL e Abraidi, que formam uma aliança na ABIIS, se uniram para harmonizar seus códigos e devem lançar uma nova edição já no início de 2015.

Percebe-se nos dias atuais que a sociedade em ge-ral, bem como os diversos elos que compõem a cadeia da Saúde, estão atentos às mudanças e já adotam condutas bem mais restritivas do que no passado.

Várias entidades estão se mobilizando, buscan-do interações, intercambiando experiências, esta-belecendo coalizões e promovendo seminários ilus-trativos e educativos.

Recentemente, um encontro promovido pela Re-vista Diagnóstico, denominado “Mais Ética”, reuniu grandes autoridades da área da saúde, demonstran-do a importância do tema para toda a cadeia.

Importante ter em mente que a adoção de condu-tas mais condizentes com os anseios da sociedade e da economia é um processo de aprendizado constan-te e de mudança cultural, mesmo porque a própria ética evolui no decorrer do tempo.

Por este motivo, o engajamento efetivo de todos é fundamental. No caso da Indústria, o exemplo deve vir dos líderes das empresas, “o tom tem de vir de cima”. A partir daí, a mudança de cultura deve permear toda a organização e se estender a fornecedores e distribuidores. A Indústria também está consciente de que não basta apenas fazer a sua parte, ela deve ser um agente fiscalizador e promotor dos padrões que apregoa.

Este é um caminho árduo, que poderá implicar inclusive em perdas, como por exemplo a diminui-ção de negócios em um primeiro momento. Mas a indústria se sente engajada, comprometida e desa-fiada a ser condutora e inspiradora de uma nova cultura que privilegie a ética e a conduta moral. Uma nova cultura que deixará como legado a ofer-ta de uma saúde com mais qualidade, mais equâni-me e socialmente responsável a uma parcela cada vez maior da população.PH

Ética na indústria da Saúde

Carlos alberto P. Goulart é Presidente

executivo da aBiMeD – associação

Brasileira da indústria de alta

tecnologia de Produtos e suprimentos

Médico-Hospitalares para saúde

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C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

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Marketing

Panorama Hospitalar32

Ponto de Vista thaissa

O s médicos, dentistas e enfermeiros que reali-zaram contribuições previdenciárias junto ao INSS anteriormente a 1995 possuem direito

adquirido de ter referido período reconhecido como atividade especial para fins de aposentadoria e, portanto, acrescer, a cada ano de trabalho, um per-centual de 40%. Assim, a contagem do período de contribuição deverá contabilizar 1 ano, 4 meses e 26 dias, para cada ano contribuído.

Tal benefício decorre do fato de essas atividades es-tarem inclusas em um rol de profissões que eram consi-deradas, pela legislação da época, como insalubres, in-dependentemente de qualquer comprovação acerca do agente nocivo a que o profissional estaria exposto.

Aqueles que atingiram 25 anos de serviço em ambiente hospitalar, ou em clínicas, onde há o contato com pacientes, bactérias, vírus, doenças infecto contagiosas, materiais cortantes ou são efetivamente médicos, enfermeiros ou dentistas possuem direito a aposentadoria especial.

A aposentadoria sob a rubrica da especialidade visa “compensar” o maior desgaste a que são submetidos os segurados que trabalham sob condições que acarretam, ou podem acarretar, algum mal à saúde. Para as ativi-dades exercidas após o ano de 1995, exige-se a efetiva comprovação da exposição a agentes nocivos, sendo que essa comprovação é realizada mediante formulário espe-cífico, na forma estabelecida pelo INSS.

Assim os profissionais que trabalharam em am-bientes insalubres, penosos ou perigosos, por 25 anos ou mais, possuem direito a uma aposentado-ria especial, sob a qual não recai o fator previden-ciário e muitas vezes beira o teto da previdência.

Para análise concreta de cada caso, a documentação existente é verificada, bem como a devida contagem do tempo de serviço. Após toda a documentação necessária ser preparada, ingressamos com o pedido administrativo, o qual tem por hábito não reconhecer a especialidade administrativamente. De posse da negativa administra-tiva, ingressa-se judicialmente com o pedido de apo-sentadoria especial ou conversão do tempo especial em comum, sendo concedido o beneficio na esfera judicial.

Quando o profissional da área da saúde efetivamente preenche todos os requisitos, mesmo que sua aposen-tadoria seja concedida na esfera judicial, serão pagos os atrasados desde a data do pedido administrativo.

Importante ressaltar a possibilidade dessa apo-sentadoria para alguns profissionais da área da saúde que não foram elencados acima, como téc-nicos e radiologia e de enfermagem, os quais estão sempre em contato com agentes nocivos a saúde. É possível até mesmo a estes profissionais que mi-nistram aulas práticas o pleito dessa modalidade de aposentadoria, uma vez que expostos a agen-tes prejudiciais a sua saúde. Os servidores públicos também possuem o direito a aposentadoria espe-cial aos 25 anos de serviço em atividade especial.

Assim, para que o segurado não tenha prejuízos, é imprescindível que, antes de fazer o pedido de sua aposentadoria, converse com um especialista em direito previdenciário, pois o pedido deve ser feito corretamente e munido de toda a documentação comprobatória da atividade especial, pleiteando a aposentadoria mais benéfica, uma vez que nessa não recai a idade, não havendo aplicação do fator previdenciário no calculo do beneficio.PH

Aposentadoria especial para médicos, dentistas e enfermeiros

thaissa taques, advogada

especialista em Direito Médico e

terceiro setor, atuante em Direito

Previdenciário, sócia fundadora da Bt

Consultoria, escritório de advocacia.

Page 33: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

33Janeiro, 2015

gestão Livros

Tratado de Neurologia

O livro “Perguntas e Respostas - Tratado de Neu-rologia”, da Academia Brasileira de Neurologia, é fundamentado na primeira obra nacional a

apresentar todo o conteúdo referente à especialida-de, em total consonância com a realidade brasileira: o Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neu-rologia (ABN), finalista do Prêmio Jabuti 2014, maior reconhecimento do mercado editorial brasileiro.

O objetivo da Academia Brasileira de Neurolo-gia é estimular neurologistas e neurocientistas a uma constante atualização, sempre com foco nos avanços tecnológicos em genética, imunologia e imagem, que têm proporcionado significativas mu-danças na visão diagnóstica, na terapêutica medi-camentosa e reabilitadora e, mais recentemente, na prevenção das doenças neurológicas.

O livro reúne as principais dúvidas sobre a espe-cialidade para revisão e atualização de conceitos fundamentais, além de ferramenta essencial na preparação para a prova de título de especialista da (ABN). De forma didática e objetiva, o livro traz mais de 340 perguntas seguidas de respostas co-

mentadas e várias ilustrações. O candidato à pro-va de título de especialista tem a oportunidade de testar seu conhecimento sobre todos os conceitos essenciais e atuais da Neurologia, obter respostas detalhadas e explicações definitivas.

Perguntas e Respostas conta com a colaboração dos mais renomados médicos, pesquisadores e professores de Neurologia de conceituadas instituições universitárias e de saúde no Brasil. Outro aspecto marcante são as contribuições de neurologistas das diversas regiões do país, o que assegura a adequação do conteúdo às peculiaridades da prática na especialidade.

Editora: ElsevierAutores: Osvaldo M. Takayanagui e Joaquim Pereira Brasil NetoPáginas: 208Formato: 17x24cmPreço: 119,00Disponibilidade: impresso e ebook nas lojas vir-tuais Kobo, Amazon, Google, iba, Cultura, Gato Sabido, Positivo, etc.

Academia Brasileira de Neurologia lança livro de estudo finalista do Prêmio Jabuti 2014

Page 34: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

Panorama Hospitalar

PRINCIPAIS EvENtoS DA SAúDE EM 2015

fique por dentroAgenda

Ì ARAb HEAltH

26 a 29 de janeiro de 2015Dubai International Convention & Exhbition CentreSheikh Zayed Road, Dubai Central Business District, Dubai (UAE)www.arabhealthonline.com

Ì JPR 2015”

30 de abril a 3 de maio de 2015Transamerica Expo Center, São Paulo Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387; Santo Amaro, São Paulowww.jpr2015.org.br

Ì AfRICA HEAltH

5 a 7 de maio de 2015Gallagher Convention Centre Midrand, Johannesburg, South Africawww.africahealthexhibition.com

Ì HoSPItAlAR fEIRA E fóRuM

19 a 22 de maio de 2015Expo Center NorteRua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme - São Paulo (SP)www.hospitalar.com/index.php

Ì CoNGRESSo bRASIlEIRo DE RADIoloGIA (CbR 15)

8 a 10 de outubro de 2015Centro de Convenções SulAméricaAv. Paulo de Frontin, 1 Cidade Nova – CentroRio de Janeiro (RJ)http://cbr.org.br

Ì RSNA 2015

29 de novembro a 5 de dezembro de 2015McCormick Place, Chicago2301 South Doctor Martin Luther King Junior Drive, Chicago, IL 60616 (EUA)www.rsna.org

EfEMÉRIDESJaneiro

02 – Dia do Sanitarista

04 – Dia Nacional da Abreugrafia

04 – Dia do Hemofílico

19 – Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional

20 – Dia do Farmacêutico

24 – Dia da Previdência Social

24 – Dia Mundial do Hanseniano

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Page 35: Panorama Hospitalar 23ª edição Janeiro de 2015

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