panorama hospitalar ed. 11 dez/2013

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P anorama www.revistapanoramahospitalar.com.br Gestão - Tecnologia - Mercado Acreditação em foco Garantia de qualidade GRAACC INAUGURA ANEXO 1 O hospital aumenta em 30% a capacidade de atendimento a crianças com câncer. MICHAEL PORTER NO BRASIL Em evento especialista em administração fala como a saúde no País pode se transformar. Ano 1 • N o 11 • Dezembro/2013

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A revista Panorama Hospitalar apresenta ao administradores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnologias e os principais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor.

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Page 1: Panorama Hospitalar Ed. 11 Dez/2013

Panorama

www.revistapanoramahospita lar.com.brGestão - Tecnologia - Mercado

Acreditação em foco

Garantia de qualidade

GRAACC INAUGURA ANEXO 1O hospital aumenta em 30% a capacidade de atendimento a crianças com câncer.

MICHAEL PORTER NO BRASILEm evento especialista em administração fala como a saúde no País pode se transformar.

Ano 1 • No 11 • Dezembro/2013

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Dezembro, 2013 3

Editorial

Transformação da saúde no Brasil

Com os temas que trazemos nesta edição da revista Panorama Hospitalar, percebemos que há um movimento – já antigo, mas talvez mais próximo de ser concretizado – em transformar o setor de saúde no Brasil. É cla-

ro, depende primeiramente dos órgãos públicos em tomar iniciativas que irão mudar a perspectiva de saúde no País, mas as instituições brasileiras, públicas e privadas, começam a aumentar os números em qualidade de atendimento e segurança ao paciente. Ou, ao menos, a olhar com mais atenção a processos de melhoria e qualidade.

Afirmo isso com base na matéria especial sobre acreditação em saúde e na cobertura do evento sobre administração hospitalar, que trouxe o especialista norte-americano Michael Porter - reconhecido mundialmente, levantou ques-tões de como fazer essa transformação na saúde do Brasil. Ele salientou durante sua apresentação que o Brasil precisa saber mensurar resultados e processos, além de as instituições se especializarem através de equipes multidisciplinares. Com essas mudanças, as instituições de saúde no País podem se igualar a insti-tuições consideradas mundiais.

Sabemos que essa transformação é radical no País e, portanto, pode estar longe de ser praticada. Afinal, veremos na matéria de acreditação que apenas 3% dos hospitais brasileiros são acreditados. A acreditação é uma forma de comprovar a qualidade dos processos de instituições de saúde, e já está come-çando a ser notada pelos pacientes na hora de escolher em qual delas serão atendidos.

Unindo os temas de nossas matérias, você, leitor, poderá chegar a conclu-sões que poderão transformar o modo como trabalha ou mesmo a instituição de saúde em que atua.

Finalizamos o ano de 2013, o primeiro da revista Panorama Hospitalar, com o seguinte panorama: a saúde no Brasil pode ser transformada e, para esse destino, há diversos meios. A caminhada deve ser feita a passos lentos e certei-ros, mas é preciso começar a caminhar para se chegar a algum lugar. Basta co-meçarmos a pensar em como realizar essas mudanças e dar os primeiros passos.

Boa leitura e sucesso em 2014!

Presidência e CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

FinanceiroRodrigo Oliveira

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Assistente AdministrativoMichelle Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7765

MarketingIronete Soares

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DesignersCristina Yumi

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João Azambujae. [email protected]

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João Corityace. [email protected]

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Web DesignerRobson Moulin

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Analista de SistemasFernanda Perdigão

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7707

SistemasWander Martins

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7762

EditoraViviam Santos

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7766

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7760

Gerente de MarketingTomás Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7766

Publicidade - Gerente de ContasRosana Alves

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7769

Publicidade - Gerente de ContasIsmael Pagani

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7768

A RevistaA revista Panorama Hospitalar apresenta aos administradores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnologias e os princi-pais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor.

Panorama Hospitalar Onlines. www.revistapanoramahospitalar.com.br

Tiragem: 15.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 1 • N° 11 • Dezembro de 2013

c o m u n i c a ç ã o i n t e g r a d a

c o m u n i c a ç ã o i n t e g r a d a

Panorama

Viviam SantosEditora

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Panorama Hospitalar

Sumário NESTA EDIÇÃO

4

CASE STUDY

MUNDOHOSPITALAR

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Graacc inaugura novo prédio e amplia atendimento.

ACREDITAÇÃO Como transformar

a qualidade da instituição para

obter os selos que comprovam a qualidade dos

processos e de gestão.

NOTÍCIAS

DAVID UIP DIZ QUE SÃO PAULO não precisa de mais hospitais e sim de gestão de leitos

TECNOLOGIA DA INTERSYSTEMS permite auto check-in de 11 mil pessoas no Reino Unido

EMPRESAS UNEM TECNOLOGIAS para gerenciamento de medicação em nuvem

LILLY LANÇA NO BRASIL primeira reposição hormonal masculina aplicada na pele

CIENTISTAS DESCOBREM SUBSTÂNCIA que pode prevenir Alzheimer e Parkinson

61,4% DOS PACIENTES DO HCOR com arritmia cardíaca vão para cirurgia

FANEM EXPORTA EQUIPAMENTOS para as Ilhas Fiji

MEC CREDENCIA SERVIÇO de cirurgia plástica da Beneficência Portuguesa

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FICHA TÉCNICA

ROCHE MULTIPLATE

Roche16

UPDATE48

AGENDA50

EPSON

BMR MEDICAL14

PRODUTOS E SERVIÇOS

DR. NAHOR PEDROSO FILHO,diretor técnico

do Amparo Maternal.

ENTREVISTA

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MUNDO HOSPITALAR

MEDICA

Medica e Compamed reuniram especialistas de todo o mundo. Rela-tórios da feira apontam crescimento

dos mercados de países emergen-tes, como os da América do Sul.

ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR

Seminário trouxe o especialista norte-americano Michael Porter ao Brasil,

que falou sobre a transformação da saúde na América Latina.

24

34

PONTO DE VISTA

LUIZ VICENTE RIZZO Inovação e doenças autoimunes

FABRIZIO ROSSO

Como vencer desafios? O momento trágico da mudança.

44

46

Page 5: Panorama Hospitalar Ed. 11 Dez/2013

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Panorama Hospitalar6

hospitais e sim de gestão de leitosDavid Uip diz que São Paulo não precisa de mais

O secretário de Saúde do Estado de São Paulo e in-fectologista, David Uip, participou no dia 3 de de-zembro do Seminário Lide Saúde, em São Paulo,

com a palestra “Saúde Pública: Eficiência de gestão de qualidade de serviços”. O evento foi promovido pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr., e pelo Lide Saúde, liderado por Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein.

Uip iniciou a exposição explicando seu maior desafio, as filas dos hospitais. “O nosso grande pro-blema são as áreas de mais aglomeração, pois a cada meia hora um hospital público recebe um paciente para ser internado”. O secretário foi categórico: “não precisamos de mais hospitais, precisamos de gestão de leitos”, ao declarar que, apesar de haver filas e pa-cientes sem atendimento, dos 90 mil leitos existentes, 15 mil estão desativados.

Ele traçou um panorama da Saúde no Estado de São Paulo e apresentou o déficit entre os custos e os repasses feitos pelo Ministério da Saúde: R$ 1 bilhão de reais ao ano. Uma consulta médica custa em torno de R$65,00 a São Paulo, mas o SUS paga apenas R$10,00. Como a proporção do financiamento federal em Saúde cai ano a ano, São Paulo investe hoje 363% mais em Saúde do que em 1998 e mesmo assim a conta não fecha, já que a demanda por consultas aumentou 60% e por procedimentos médicos, 150%.

O infectologista que afirmou que existem hos-

pitais com capacidade de atender pacientes, mas sem a infraestrutura necessária. Para suprir a falta de recursos humanos, Uip pretende abrir uma licitação emergencial para contratar médicos em todo o Esta-do, além de anunciar mudanças no plano de carreira destes profissionais. Temos duas formas para resolver isso e uma delas é a contratação emergencial, por um ano, pois não temos tempo para esperar”, disse sem estabelecer prazo para a contratação.

Já o projeto de reformulação do plano de carrei-ra já foi entregue. O plano prevê algumas mudanças como contratação de médicos para turnos de 12 ou 24 horas; contratação de médicos especialistas com carga horária de 40 horas para trabalhar em tem-po integral; meritocracia, com salários maiores para quem possui mais tempo de trabalho na rede SUS; além de 30% nos salários dos médicos que atuarem na periferia. “Vamos resolver os problemas na rapidez que a lei permite”, disse Uip, criticando a burocracia que as leis impõem.

O secretário anunciou a ampliação de um hos-pital e um centro especializado em câncer nos muni-cípios da baixada santista. A Secretaria estadual de Saúde também promete ampliar na região o número de leitos que fazem atendimento pelo SUS. O prédio também irá abrigar uma segunda unidade do Institu-to Adolfo Lutz, que fará exames complementares aos já disponíveis no laboratório de Santos, conta Uip.

Notícias

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Dezembro, 2013 7

Notícias

Tecnologia da InterSystems permite auto check-in de 11 mil pessoas no Reino UnidoPor meio de uma parceria com a incorporadora de TI Intouch with Health, a InterSystems utilizou a platafor-

ma de rápida integração InterSystems Ensemble para viabilizar a implantação de terminais de autoatendimento ao pacientes do Leeds Teaching Hospital, instituição ligada ao NHS (Sistema de Saúde Nacional, na sigla em inglês). Ao todo foram instalados 30 terminais em locais como Enfermaria Geral de Leeds, Hospital da Universi-dade de St James, Hospital Chapel Allerton, Instituto Dental de Leeds, Hospital Seacroft e Hospital Wharfedale.

Com a iniciativa, agora cerca 11 mil pacientes podem usar as instalações de auto-check-in todo mês. O projeto é considerado o maior deste tipo já realizado no Reino Unido. Usando o Ensemble, tornou-se mais fácil e mais rápido para a Intouch conectar os terminais aos sistemas de gestão de pacientes dos hospitais envolvidos.

O gerente do Programa de Informática no Leeds Teaching Hospital, Rob Child, disse que a Intouch foi escolhida “por causa de sua solução inovadora e operacionalmente amigável para terminais de autoatendi-mento, e por sua sólida parceria com a InterSystems. Após a implantação, que teve início em abril de 2013 e durou seis meses, vimos uma melhora significativa na qualidade de informações sobre o paciente”.

Agora, anteriormente à consulta, ou até mesmo antes de chegar ao hospital, os pacientes podem fazer o check-in e atualizar suas informações. Isso proporciona maior privacidade e libera os funcionários do hospital da necessidade de realizarem serviços de pré-atendimento.

Empresas unem tecnologias para gerenciamento de medicação em nuvem

A Telit Wireless Solutions, provedora global de so-luções e serviços M2M, e a Vaica, fornecedora israelense de soluções de uso de medicação e

e-health para pacientes crônicos, anunciaram que o produto da Vaica SimpleMed+ usará o GC864-QUAD V2 para conectividade móvel. O produto e o portal de serviços em nuvem fornecerão soluções efetivas e fáceis de usar para diminuir custos com o tratamento de condições crônicas que representam 90% do total de gastos com saúde. A empresa planeja lançar o pro-duto no Brasil em breve, além de EUA, Canadá, Nova Zelândia e Austrália.

Focando hospitais, gerenciadores, organizações

de entregas, casas de repouso e outras organizações da saúde, o SimpleMed+ atende às necessidades des-tas organizações de baixar a alta taxa de readmissão em hospitais e custos com tratamento de saúde atri-buído à errada administração de remédios.

Dados mostram que, em seis meses, somente 50% dos pacientes com doenças crônicas tomam seus remédios corretamente; e em fica em torno de 30%. Isso faz com que a indústria farmacêutica comece a procurar soluções como o SimpleMed+. Testes clínicos mostram que o uso deste produto melhorou a administração correta de medicamen-tos em até 95%.

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Panorama Hospitalar8

Notícias

primeira reposição hormonal masculina aplicada na pele

Lilly lança no Brasil

A farmacêutica Eli Lilly lançou no Brasil o Axiron, primeiro medicamento de uso transdérmico disponível para reposição hormonal masculina.

A terapia é indicada para tratar o hipogonadismo, do-ença crônica que atinge aproximadamente 20% dos homens entre 24 a 87 anos, segundo estudo brasilei-ro realizado no Rio de Janeiro em 2009 no Instituto de Biologia do Exército. O Axiron já está disponível nos Estados Unidos, Austrália e Canadá, sendo o Bra-sil o primeiro país da América Latina a comercializar o produto.

O hipogonadismo tem entre os principais sinto-mas a perda de libido, disfunção erétil, cansaço físico e alterações de humor como irritabilidade e desâni-mo. O diagnóstico da doença é feito por meio de exa-me de sangue, que mede os níveis de testosterona, além da avaliação clínica, ambos sob a supervisão de urologistas ou endocrinologistas.

As vantagens deste medicamento, segundo o diretor médico da Eli Lilly, Bernardo Soares, são a praticidade e, principalmente, o fato de ser indo-lor - 99% das terapias disponíveis são realizadas por medicamentos injetáveis. “O Axiron chega ao mercado como uma solução simplificada de apli-cação na axila. Com isso o médico consegue fazer o gerenciamento correto da dose de testosterona para cada paciente. Além disso, o Axiron seca ra-pidamente, em apenas 2 minutos a testosterona é absorvida pela pele”, diz.

Um dos principais benefícios do tratamento com uma solução transdérmica, é que além da privacidade na aplicação do medicamento (já que o paciente não depende de um farmacêutico), o médico consegue controlar a dose para que o paciente tenha melhores resultados, inclusive seguindo o ritmo biológico de produção hormonal.

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Notícias

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Cientistas descobrem substância que pode prevenir Alzheimer e ParkinsonPesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém (UHJ) afirmam ter descoberto o que pode ser a

primeira substância com potencial para tratar e prevenir doenças como Alzheimer, Parkinson e Huntington. As conclusões do estudo, financiado pelo Rosetrees Trust e publicado recentemente na revista Aging Cell, reforçam a afirmação de que o bloqueio da via de sinalização da insulina e do hormônio de crescimento IGF1, conhecido por ser um controlador central do processo de envelhecimento em minhocas e mamíferos, pode, potencialmente, ser usado como um tratamento para doenças degenerativas do cérebro - disseram os pesqui-sadores, liderados pelo Dr. Ehud Cohen, da Faculdade de Medicina da UHJ.

As novas descobertas são a primeira evidência de que uma substância farmacológica pode efetivamente proteger contra a toxicidade de proteínas associadas a doenças neurodegenerativas, através da inibição sele-tiva do processo de envelhecimento.

Doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, causam diferentes tipos de danos ao sistema nervo-so. Todas pertencem à categoria de demência e compartilham duas características comuns: desenvolvem-se como resultado do acúmulo de proteínas que perderam sua estrutura normal, e tendem a aparecer em idade avançada. Isso sugere que o processo de envelhecimento suprime a atividade de mecanismos de defesa que impedem a acumulação de proteínas tóxicas entre os mais jovens.

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Panorama Hospitalar10

Notícias

61,4% dos pacientes do HCorcom arritmia cardíaca vão para cirurgia

Um estudo realizado pelo HCor mostra que 61,4% dos pacientes atendidos com arritmias cardíacas precisam ser operados, enquanto apenas 38,6%

são tratados exclusivamente com tratamentos clínicos. Os procedimentos cirúrgicos incluem ablação e/ou im-plante de marca-passo. O levantamento foi realizado entre janeiro de 2010 e outubro de 2013, com 3.213 pacientes atendidos pelo hospital. A maioria é do sexo masculino (58,3%) e deu entrada no hospital a partir do Pronto-Socorro (51,6%).

Com relação à faixa etária, metade dos casos de arritmia (50,2%) se concentrava em pacientes com idade entre 45 e 74 anos. Contudo, um percentual significativo se faz presente entre pessoas mais jo-vens. Dos 30 aos 44 anos, o HCor atendeu 409 casos de arritmia, o que representa 12,7% do total.

Em adolescentes e jovens, com idade entre 15 e 29 anos, o percentual foi de 6,5%, com 208 casos atendidos. E no grupo com idade inferior a 15 anos, o percentual foi de 3,1%, com 99 casos, destacando--se aí crianças recém-nascidas, de baixo peso e com cardiopatias congênitas associadas.

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tos, controlar saídas de funcionários com determinados equipamentos e controle de produtos consignados em outros locais.

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identificação do último local por onde passou o item, quais pessoas estavam ao redor do item quando ele foi lido pela última vez,

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integração da imagem digital da última ocorrência do item, identificação de ativo fixo ou equipamento em área não permitida,

N RFID

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Notícias

Panorama Hospitalar12

Fanem exporta equipamentos para as Ilhas FijiA Fanem, multinacional brasileira que fabrica produtos nas áreas de neonatologia e de laboratório,

acaba de entregar e instalar na República de Fiji, um país e arquipélago do Sul do Oceano Pacífico, um lote de equipamentos para modernizar as UTIs neonatais dos principais hospitais da região. Pertencentes ao Mi-nistério da Saúde (MOH) de Fiji, as instituições públicas que receberão os equipamentos estão distribuídas em várias das ilhas que compõem a República de Fiji, no entanto, a capital Suva e a cidade de Nadi, que contam com os hospitais com maior nível de complexidade, receberão a maioria dos equipamentos.

Com cerca de 35% do faturamento proveniente das atividades de exportação, a Fanem exporta para mais de 100 países. No caso das Ilhas Fiji, mais de 150 usuários (médicos, enfermeiras e atendentes) e equipe de suporte (engenheiros e técnicos), passaram por um treinamento, realizado em Suva, com o objetivo de capacitá-los a empregar a tecnologia dos equipamentos Fanem, para tirar melhor proveito de cada um deles, tanto na operação como na manutenção preventiva.

A Beneficência Portuguesa de São Paulo foi cre-denciada pelo Ministério da Educação (MEC) para promover especialização em cirurgia plás-

tica, por meio da equipe do cirurgião Dr. Antônio Macedo. A certificação possibilita que a Instituição receba médicos brasileiros e estrangeiros que, ao final da formação, conquistam o título de especialistas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A certificação do Hospital cumpre as exigências do MEC referentes à estrutura hospitalar, avaliação do serviço médico e número de procedimentos cirúrgicos realizados (cerca de 100 operações por mês). A equi-pe docente é especializada em cirurgia reconstrutora de face; reparação de sequelas por queimaduras, de

mãos, úlceras e escaras de tronco e membros; pro-cedimentos estéticos em nariz, pálpebras e queixo; redução e aumento de mama; cirurgia pós-bariátrica e flacidez na face.

A especialização em cirurgia plástica terá dura-ção de três anos e, anualmente, serão abertas três vagas. O Dr. Antônio Macedo é coordenador da equi-pe de cirurgia plástica da Beneficência Portuguesa de São Paulo, cirurgião plástico do Hospital Beneficência Portuguesa de Salvador, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Conselho Federal de Medicina, além de ter atuado como assistente es-trangeiro na Universidade de Nova York e residente do Hospital dos Defeitos da Face.

Beneficência PortuguesaMEC credencia serviço de cirurgia plástica da

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Panorama Hospitalar14

O Rumi II System, lançado em novembro pela BMR Medical, é um

produto indicado para manipulação uterina que atende a anatomia individual

de cada paciente, com alcance adicional, 140° de articulação na cérvix para melhor exposição. O Rumi II System é o único com dispositivo de oclusão para fechamento total do sistema uterino que possibilita cirurgias pélvicas laparoscópicas. Com movimentos para os lados, frente e trás, tem indicações para histerectomia, miomectomia, cirurgia dos anexos: ovários e trompas de falópio, laparoscopia diagnóstica e cromotubação. O produto é composto pelo manipulador reutilizável Rumi Handle. Já a ponteira está disponível em seis tamanhos de comprimento da cérvice; e o Koh Cup, com quatro possíveis tamanhos de copos, são descartáveis. O sistema foi aprovado e registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Rumi II System

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A Epson lançou este ano a impressora portátil TM-C3400, que faz impressão colorida e em alta resolução de etiquetas e de pulseiras de identificação para o setor hospitalar. Entre os diferenciais do

equipamento está a possibilidade de incluir a foto do paciente na pulseira junto às demais informações relevantes do quadro de saúde, como o grau de urgência e alergias, entre outros dados que precisam de rápida e fácil visualização. Além de aumentar a segurança dos pacientes, evitando a troca de informações, as novas etiquetas são antialérgicas e à prova d’água e também podem ser adesivadas em medicamentos considerados de alto risco, o que diminuirá sensivelmente a possibilidade de erros na manipulação. Ideal, também, para tubos de coleta de sangue, que trazem código de barras ou QRCode.

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Page 15: Panorama Hospitalar Ed. 11 Dez/2013

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Panorama Hospitalar16

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Page 17: Panorama Hospitalar Ed. 11 Dez/2013

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Entrevista

Panorama Hospitalar18

Modelo assistencial

Por Viviam Santos

Fundado em 1939 por um grupo liderado pela franciscana Madre Marie Domineuc, pelo médi-co e professor Dr. Álvaro Guimarães Filho e pelo

Arcebispo de São Paulo Dom José Gaspar de Alfon-seca e Silva, o Amparo Maternal é uma maternidade filantrópica que atua com Saúde e Assistência Social, atendendo exclusivamente aos sistemas públicos na cidade de São Paulo.

O modelo que a instituição pratica consiste em técnicas não invasivas na assistência ao parto, realiza-das pela enfermeira com acompanhamento do mé-dico obstetra, permitindo um resultado mais huma-nizado da assistência ao parto. O ponto focal deste programa é aproveitar a expertise de cada profissional em benefício de um atendimento adequado e, com isso, ter maiores índices de parto vaginal.

O diretor técnico do Amparo Maternal, o Dr. Nahor Pedroso Filho, médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (Unilus) com MBA em Gestão em Saúde e MBA em Administração Hospita-lar, conta à Panorama Hospitalar como é esse modelo

assistencial, como é vantajoso e as próximas metas da instituição.

Panorama Hospitalar - No que consiste esse mo-delo assistência do Amparo Maternal, para prio-rizar a humanização e o parto normal?Dr. Nahor Pedroso Filho: É um modelo já praticado na casa há muito tempo. Mesmo antes de haver as discussões de humanização ela já pratica isso. É di-ferente do modelo que geralmente é praticado em outras maternidades, onde boa parte do atendimento é feito pela equipe de enfermagem. Há algum tempo temos enfermeiras com especialização em obstetrícia para acompanhar o parto e a gestante no hospital, além da execução de exames como o pré-natal. Nor-malmente as maternidades tem setores separados, onde há o centro de parto normal, sob cuidado da enfermagem, e o centro obstétrico, este ficando sob responsabilidade do médico. No momento que pre-cisa haver alteração, conforme o protocolo de cada instituição, a paciente vai de um setor pra outro. Aqui

Dr. Nahor Pedroso Filho, diretor técnico do Amparo Maternal.

ao parto

Amparo Maternal, tradicional instituição que atende SUS, tem modelo de humanização do parto que pode ser aplicado a outras maternidades.

AMPARO MATERNAL

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AMPARO MATERNAL Entrevista

Dezembro, 2013 19

só temos um centro, de parto normal, onde a equi-pe médica e de enfermagem trabalham em conjunto. Cada área tem suas melhores qualidades e tentamos aproveitar isso para levar benefícios às pacientes. O médico é mais intervencionista e a enfermagem fica mais próxima da paciente. Com isso tudo, damos pre-ferência ao parto normal, e dentro desse tipo de parto há suas modalidades. Precisamos tomar muito cuida-do com os modismos, com a necessidade de cada re-gião e cada população.

PH - De quais formas o Amparo Maternal pratica a humanização?Dr. Nahor: O atendimento humanizado vai desde a recepção da paciente até a alta. O conceito de huma-nização vai além de tratar o paciente com dignidade, mas envolve fatores como oferecer conforto, ser bem treinado, educado, saber lidar com adversidades que o paciente às vezes apresenta, etc. Também é fazer com que a paciente entenda todos os processos. Afi-nal, as pessoas nunca querem ser internadas e ficar no ambiente hospitalar, por melhor que ele seja. Ali-ás, acredito que maternidade deve ser separada de outras áreas, porque num hospital podem estar no mesmo ambiente a gestante que está para ter seu bebê, sorrindo, com um paciente com estado mais grave de saúde ou doente, chorando. Separar isso também faz parte da humanização. Quando se fala em humanização parece algo paradoxal, porque já lidamos com ser humanos naturalmente, mas é pre-ciso praticar as legislações que adequam as questões de ambiência. Um exemplo é que antigamente havia enfermaria de até oito leitos, e às vezes não tinha-se o controle de quantos profissionais estão atendendo. Hoje é diferente.

Por exemplo, realizamos na média 7 mil partos por ano e cerca de 10 intercorrências no mesmo pe-ríodo. Nos últimos cinco anos tivemos apenas uma morte materna, por uma intercorrência que não esta-va totalmente ligada à gravidez. Se mesmo assim tem apenas um funcionário não atende as expectativas da paciente, pode gerar um impacto grande para a ins-tituição.

PH - Como é importante para o hospital em si o aumento do índice de parto normal?Dr. Nahor: Temos aproximadamente 650 partos por mês, desse número, temos o índice de cesariana em 22%. A nível Brasil é um baixo índice de cesária. Sofremos uma onda de cesárias nos últimos anos e agora todos tentam reverter isso de alguma forma,

inclusive legislações que estabeleceram um número menor desse procedimento. Na rede privada há um índice muito alto de cesarianas, que está na média de 50% dos partos. Por mais que a tecnologia vem evo-luindo e os antibióticos, técnicas e materiais tenham melhorado, a chance de intercorrências em cesarianas é ainda maior.

Do ponto de vista do gestor, pra mim o motivo é muito claro: o parto normal é mais barato. Há menor tempo de internação, menos uso de materiais e medica-mentos. E se há menor possibilidade de intercorrência, há menos chances de reinternação tanto da mãe quan-to do recém-nascido e, novamente, custos menores.

Para a paciente, ir para a casa com um bebê que nasceu de parto normal é uma coisa, ir após uma ce-sariana é outra. Por mais que tenham os recursos me-dicamentosos, os cuidados serão maiores

PH - Muitas pacientes preferem a cesariana devi-do à dor. Como enfrentar essa cultura?Dr. Nahor: No Brasil a cesária é ainda algo cultural e a educação começa em casa antes da gravidez, porque a gestante já vem com esse procedimento na cabeça, e a aceitação em ter o parto normal é muito difícil. O resultado do índice de parto normal não é só da maternidade, porque há muitas questões envolvidas nesse assunto.

PH - Como a enfermeira obstétrica trabalha jun-tamente com o médico? A partir de qual momen-to o médico atende ou a enfermeira atende aqui no hospital?Dr. Nahor: Quem faz a admissão de todas as pa-cientes é o médico, incluindo a anamnese. A enfer-magem entra em outra avaliação, a das urgências e emergências, que é a triagem interna de priorização que chamamos de Classificação de Risco. Mas quem define a conduta de internação ou não da paciente é o médico. O que é recente aqui é o protocolo, base-ados em dados clínicos, se a paciente irá ou não pre-cisar do monitoramento maior da enfermagem, sob supervisão e orientação médica. Se alguma alteração é identificada, a paciente passa a ser atendida pelo médico, mas sempre com suporte da enfermagem. É bem dinâmico. A paciente pode migrar de um profis-sional pro outro conforme sua evolução.

É nesse momento que é importante a mater-nidade ter um setor único. Não temos uma equipe de médicos separada da equipe de enfermagem, te-mos uma equipe de prática assistencial, que envolve as duas classes. Precisa acontecer isso para não fo-

Todos os hospitais do Brasil deveriam ter um selo de acreditação.”

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Entrevista

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AMPARO MATERNAL

mentar vaidades, ou o resultado não será o mesmo. Se deixarmos o médico apenas na liderança, ele será mais intervencionista, não tem jeito – e digo isso por-que sou médico, e está em nossa formação ser prático e ágil. Se tender só pro lado do médico, a instituição pode ter um índice maior de cesarianas.

PH - O Amparo Maternal também trabalha com dou-las, para dar suporte à gestante. Os hospitais normal-mente não oferecem este serviço. Como o Amparo Maternal considera este serviço importante?Dr. Nahor: As nossas doulas são voluntárias e geral-mente trabalham da mesma forma em outras insti-tuições. O que é muito importante para nós, já que elas reciclam seus conhecimentos constantemente. Também é importante para a paciente que não tem um acompanhante para orientá-la e acalmá-la no mo-mento do parto, e ela cumpre o papel de um familiar da paciente. Essas doulas tem o conhecimento prático do parto e do dia a dia do hospital, mas conseguem uma aproximação às vezes até maior que os profissio-nais de saúde que estão ali prestando seus serviços. O único problema desse serviço é que, por ser volun-tário e elas trabalharem em outras instituições, é um pouco escasso.

PH - Deve-se também permitir o contato direto da mãe com o bebê na maior parte do tempo? Já que o Amparo Maternal lançou o “Projeto Can-guru”, que permite o contato direto e constante da mãe com o bebê.

Dr. Nahor: O contato da mãe com o bebê é fun-damental em qualquer momento. O nosso “Projeto Canguru” está mais ligado à prematuridade. Nós es-timulamos a amamentação precoce, caso o bebê não esteja em estado crítico. Muitas vezes, ainda, coloca-mos o bebê no colo da mãe antes mesmo de cortar o cordão umbilical. Para então depois ser levado para ser avaliado, limpo e ser feito os exames necessários. Mas esse processo é muito rápido, acontece em cerca de 15 minutos, e o bebê retorna à mãe. Nos primei-ros 30 minutos de nascimento a gente já estimula a sucção para a primeira amamentação. É comprovado que esse primeiro estímulo facilita a amamentação depois. O bebê então fica com a mãe até ir ao quarto, no alojamento em conjunto.

Na cesariana é um pouco mais difícil a mãe conseguir ter contato imediato com o bebê devido ao efeito da medicação, mas de qualquer forma, eles ficam juntos no mesmo local. Só são retirados de per-to da mãe os bebês que precisam ficar isolados por algum motivo.

O que precisamos agora é de parceiros que nos auxiliem a melhorar a ambiência do quarto. Hoje a paciente fica no leito durante o parto, depois é levada à sala do parto e depois vai para uma sala de recupe-ração pós-parto. Mas existe o modelo PPP (pré-parto, parto, pós-parto), onde a mãe pode ficar no mesmo quarto desde sua internação até a alta. Isso melhora muito o atendimento porque evita o deslocamento da paciente e bebê, estresse da paciente, e permite que o acompanhante fique o tempo todo junto.

Amparo Maternal atende SUS com modelo assistencial, social e de humanização.

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Dezembro, 2013 21

PH - No que consistiria exatamente essa parceria que o Amparo Maternal procura?Dr. Nahor: Precisamos de investimentos da iniciativa privada, porque esse modelo significa para nós refor-mas ousadas. A Rede Cegonha, estratégia do Ministé-rio da Saúde e operacionalizada pelo SUS, é o nosso parceiro já e irá cobrir cerca de 30% do que precisamos investir. Estamos fazendo parte dela dentro do Estado de São Paulo e a verba pode ser liberada em 2014. Atualmente trabalhamos com quatro salas de parto e 12 de pré-parto. Já temos o projeto executivo para essa reforma de forma a obter 11 salas de PPP. Além disso, caso seja necessário em casos de emergências, essas salas permitem, por toda a adequação de equi-pamentos e segurança, que façamos os procedimentos na mesma sala, sem precisar deslocá-la para o centro cirúrgico. Nosso prédio tem 74 anos e foi construído numa época em que a legislação era completamente outra. Também pretendemos reformar o centro cirúr-gico e a recepção, e não há como mexer na recepção sem começar as obras das salas PPP, pela estrutura do prédio. Com a garantia do valor total a ser inves-tido através de parceiros, começamos as obras, já que quando se começa uma obra em hospital não se pode parar, para ficarmos o menor tempo possível em salas de atendimento temporárias e adaptadas.

PH - Qual é o objetivo do Amparo Maternal hoje, ainda mais agora com esse projeto de reformas?Dr. Nahor: Nosso objetivo é ter uma estrutura que propicie, cada vez mais, melhorias na parte assisten-cial e na capacidade que a casa tem. Afinal, 650 partos mensais é um volume muito expressivo. Sei que equi-vale a aproximadamente 6% dos partos do município de São Paulo. Aqui temos um campo muito grande

de aprendizado e aprimoramento. Se conseguimos esse número com a estrutura atual, com as reformas teremos ainda mais capacidade de atendimento, ca-pacitação e segurança às pacientes – e mesmo aos profissionais para trabalharem de forma adequada. Para mim qualidade nunca está desassociada à ques-tão da segurança, pois ela envolve a estrutura física, técnica e de atendimento, incluindo o administrativo.

PH - Como é a o ensino e pesquisa da instituição atualmente?Dr. Nahor: Por algum tempo tivemos parcerias com universidades para isso, mas estamos recriando o nú-cleo de Ensino e Pesquisa e de Desenvolvimento e Treinamento, que é voltado a todas as áreas. Afinal, temos bastante campo: área médica, de enfermagem, obstetrícia, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, farmácia, nutrição, entre outras. Todas essas áreas podem se envolver no treinamento ou capacitação na maternidade. O núcleo de ensino significa o retorno da casa ao desenvolvimento de pesquisas científicas ou trabalhos de pós-graduação – que são recomen-dados por alguma universidade e passam pelo crivo da Comissão Científica do Amparo Maternal. Na par-ceria para as reformas, inclusive, podemos oferecer esse ensino e pesquisa em troca dos investimentos, ou mesmo em troca de conhecimentos.

PH - Tem sugestões a dar aos gestores de mater-nidades ou mesmo de hospitais e clínicas?Dr. Nahor: Eu sugiro aos gestores focarem na espe-cialização da instituição e na vocação de assistência principal. Depois é se estruturar para oferecer segu-rança ao paciente e aos seus profissionais, o que leva-rá à sua maior qualidade e reconhecimento.

AMPARO MATERNAL Entrevista

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LIVROEspaço Gestor

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Gestão, qualidade e segurança em UTI

Publicação apresentada durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI) é lançada.

Dois conhecedores de medicina intensiva do Bra-sil lançaram dia 8 de novembro, durante o XVIII CBMI, o livro: “Gestão, Qualidade e Segurança

em UTI”. Paulo Cesar Pereira de Souza, gerente téc-nico da Diretoria Técnica da AmilPar, e Marcos Freitas Knibel, coordenador médico da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Lucas, em Copacabana, fo-ram os editores da publicação, cujo objetivo é com-partilhar conhecimento sobre esses temas, através de uma leitura agradável e de aplicabilidade prática.

O livro faz parte da série Clínicas de Medicina Intensiva Brasileira, promovida pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

Protocolos, Diretrizes e Checklist; A Gestão como Ciência; A Comunicação como Fator de Qualidade e Se-gurança; A Ciência da Avaliação do Risco; As Infecções Adquiridas em Medicina Intensiva; Indicadores: sem Indi-cadores Não Há Controle e sem Controle Não Há Gestão - são alguns dos temas, divididos em 31 capítulos e escri-tos pelos mais expoentes intensivistas do País.

Segundo o médico Renato G. G. Terzi, res-ponsável pelo prefácio da obra, o futuro da medi-cina intensiva deverá avançar para um modelo de gestão com base em indicadores, identificação de riscos e maior segurança para os pacientes. “A me-dicina intensiva continuará a utilizar seus melhores recursos materiais e humanos para salvar vidas”, destaca Terzi.

Já os editores destacam que o médico intensivista, além de seu saber médico, necessita ser gestor. Não é mais possível ignorar a importância do gerenciamento e do con-trole de custos para manter a estabilidade de uma UTI.

“A tríade estrutura, processo e resultados, com seus desdobramentos e variações, passou a ser de conhecimento obrigatório de quem quiser estar na vanguarda da terapia intensiva,” enfatiza Paulo Cesar.

Marcos Knibel esclarece que esse é o primeiro li-vro no Brasil que faz uma referência concentrada sobre gestão, qualidade e segurança para a melhor prática da especialidade. “A segurança do paciente entrou definitivamente na agenda dos cuidados intensivos e dela jamais sairá. Muita tecnologia, muitas pessoas, uma enorme quantidade de recursos financeiros envol-vidos e muitas emoções estabeleceram a necessidade de uma gestão atenta para que os melhores resultados fossem atingidos,” finaliza Knibel. PH

Ficha Técnica:“Gestão, Qualidade e Segurança em UTI”, da série Clínicas de Medicina Intensiva Brasileira, da Associa-ção de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).Editores: Paulo Cesar Pereira de Souza e Marcos Frei-tas Knibel.Prefácio: Renato Terzi.Editora: Atheneu.Páginas: 371.

Por Viviam Santos

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Mundo Hospitalar

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MEDICA 2013

Bons negócios internacionais estão se tornando cada vez mais importantes para as fabricantes de produtos médicos e de tecnologias para saú-

de. Apenas as que estão bem posicionadas a nível in-ternacional estão aptas a equilibrar os pontos fracos de mercados individuais, além de lucrarem em longo prazo em um mercado global que, aparentemente, está crescendo. Essa é a principal mensagem que a feira alemã Medica 2013 passou, segundo os organi-zadores. O evento foi realizado de 20 a 23 de novem-bro juntamente com a Compamed 2013, realizada nos dias 20 a 22, mas destinada exclusivamente ao mercado de tecnologias em saúde.

Mais de 130 mil visitantes, de mais de 120 países, estiveram nas feiras. Dos 4.641 expositores, representando 66 países, os visitantes obtiveram in-formações em amplo aspecto sobre novos produtos

e sobre a eficiência do cuidado médico – como tec-nologia médica, eletromedicina, tecnologia laborato-rial, produtos psicoterápicos, tecnologias ortopédicas e Tecnologias de Informação para o setor de saúde.

“Observamos um número crescente de visitan-tes nos últimos anos, principalmente de países emer-gentes que são especialmente promissores para a in-dústria de tecnologia médica, como os países da Ásia, a Índia, a Rússia, além da América do Sul e a China”, relata o diretor administrativo da Messe Düsseldorf – organizadora do evento -, Joaquim Schäfer.

Segundo relatórios das associações da indústria alemã, os negócios internacionais é responsável por 68% dos quase 23 bilhões de euros em receitas anu-ais atuais gerados pela tecnologia médica na Alema-nha. “Não apenas na alta quota de exportação, mas o comércio estrangeiro é praticamente o único fator

Medica 2013Medica e Compamed reuniram especialistas de todo o mundo. Relatórios da feira apontam crescimento dos mercados de países emergentes, como os da América do Sul.

Por Viviam Santos

Produtos de empresas brasileiras também ganharam espaço na feira.

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MEDICA 2013

determinante que leva ao crescimento. Entretanto, a concorrência no mercado alemão é difícil, sobretudo devido aos players internacionais”, diz o diretor ad-ministrativo da Spectaris, Tobias Weiler. A Spectaris é uma associação para os negócios de médio porte em tecnologia médica da Alemanha.

Já a BVMed (Associação Alemã de Tecnologia Médica) enxerga os consórcios como a razão para o aumento da pressão sobre os preços na Alemanha. Essa concentração de poder de compra é mais uma tendência de mercado refletido na Medica. “O nú-mero de entidades que mantêm hospitais está dimi-nuindo. A demanda está ainda se concentrando em grandes redes crescentes de cuidados médicos e gru-pos hospitalares. Consequentemente, especialmente os tomadores de decisões de alto nível compareceram na Medica”, nota o diretor da Medica e Compamed, Horst Giesen.

Education ConferencePara acomodar melhor ambas as feiras e os

eventos de conferência, o programa foi completa-mente revisado para a Medica 2013. A Conferência

de Educação da Medica foi bem frequentada durante todos os dias e incluiu, de um lado – como necessi-dades básicas -, cursos de treinamento avançado em práticas gerais e práticas em dispositivos, que propor-cionou certificação nacional da Alemanha e a certifi-cação europeia CME, bem como oficinas científicas de alto nível sobre temas de discussão apresentadas por palestrantes proeminentes.

Dentre as apresentações, destacam-se as rela-cionadas com atuais aspectos da medicina de gêne-ros, infectologia, higiene e medicina personalizada. Um dos maiores geneticistas, o professor John Burn, da Universidade de Newcastle (Reino Unido), foi um dos palestrantes.

Outro momento importante no evento de edu-cação foi a Conferência Internacional em Medicina de Desastre e Militar (“International Conference on Disas-ter and Military Medicine”) – DiMiMED -, e a “Medicine + Sports Conference” (Conferência de Medicina e de Esportes). As duas últimas citadas foram extremamente assistidas pelos visitantes e transmitiu os conhecimentos médicos durante as apresentações, além das inovações em produtos relacionados com os assuntos.

Esteira “anti-gravidade” foi um dos destaques das inovações apresentadas na Medica 2013.

CRÉDITO: Messe Duesseldorf

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MEDICA 2013

Tais produtos são de aplicações para gravação de dados vitais do corpo, esteiras “anti-gravidade” que suportam treinamento leve de reabilitação e, para o interesse da medicina de desastres e militar, sistemas móveis de imagens médicas e equipamentos de emer-gência para os primeiros cuidados no local de resgate.

Um dos tópicos discutidos pelos visitantes foi a implementação de direito do paciente no contexto de cuidados médicos em fronteiras. Outra discussão envolveu questões locais do país, no evento da Fede-ração de Hospitais Alemães, sobre o desenvolvimento do sistema de remuneração baseado em casos e so-bre o novo sistema de taxas para instituições psiquiá-tricas e psicossomáticas.

Mercado de TIAs inovações apresentadas na Medica claramen-

te apontaram ao fato de o setor de TI estar entrando de modo crescente em todo o setor de saúde, incluin-do o do paciente. Exemplos incluem um grande nú-mero de soluções sem fio para monitoramento em tempo real do paciente, assim como aplicações de te-lemedicina compactas, projetadas para serem usadas a grandes distâncias entre os médicos e as clínicas.

A opção por dispositivos fáceis de usar e compac-tos, para medição de vários parâmetros corporais, está crescendo rapidamente, segundo o que foi constatado nas feiras. Análises de dados para tais dispositivos são providas por encontrarem aplicativos de saúde que ro-dam em smartphones, tablets e computadores.

Ainda assim, quanto mais sensibilidade na trans-ferência de dados, mais pressão há na questão da privacidade de dados. Respostas relevantes à ques-

tão foram dadas no Medica Health IT Forum. O “big data” foi um dos tópicos chaves da discussão.

Ficou claro que os profissionais de saúde e os pacientes da Alemanha, na maioria, provavelmente se sentiriam mais seguros sobre seus dados caso estes fossem gerenciados em uma infraestrutura telemáti-ca (conjunto de serviços informáticos em rede), usada através do cartão eletrônico de saúde da Alemanha - nomeado como “eGK”, o programa garante que todos os alemães segurados recebam um e-card que os conectam a vários profissionais de saúde (médicos, hospitais, farmácias, empresas de seguro de saúde, etc), por meio da telemática. Neste caso, os dados do paciente são armazenados no local onde foram guardados inicialmente, como arquivos impressos no consultório médico.

Outra apresentação que obteve muita atenção foi a do sistema de informação hospitalar (HIS) com novos recursos. Com o intuito de haver “soluções web unidas”, várias companhias que oferecem sof-twares especializados uniram-se para desenvolver um sistema moderno, baseado em web e pronto para ser usado em nuvem. Soluções como essa podem ser ca-pazes de balançar o mercado de HIS alemão.

Um destaque do Medica também foi o grande número de inovações de imagens médicas, particular-mente na área de ultrassom. A partir de dispositivos de baixo custo com recursos premium, até sistemas de ponta para aplicações complexas como alternativas à to-mografia computadorizada ou à ressonância magnética.

A próxima Medica será realizada de 12 a 15 de novembro de 2014, novamente em Düsseldorf, na Alemanha. PH

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CRÉDITO: Messe Duesseldorf

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CONAHPACREDITAÇÃO

Acreditação em saúde

Como transformar a qualidade da instituição para obter os selos que comprovam a qualidade dos processos e de gestão.

No início dos anos 90 iniciou no Brasil um mo-vimento para certificar a qualidade e confor-midade dos serviços de saúde brasileiros, uma

vez que no exterior já havia sistemas para isso. Com isso, ficaram conhecidos no setor hospitalar selos in-ternacionais de qualidade, com outros padrões, como a mais antiga Joint Commission International (JCI); e com a criação da Organização Nacional de Acredita-ção (ONA) quase uma década depois de as entidades nacionais começarem a se movimentar em relação ao assunto, os hospitais e demais serviços de saúde no Brasil começaram a prestar mais atenção em como fazia seus processos.

Porém, a realidade atual mostra que dos aproxi-mados 7 mil hospitais no País (6.690 segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES/MS), apenas em torno de 3% deles são acredi-

tados. São 24 hospitais acreditadas pela JCI – através do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) –, 196 hospitais são acreditados pela ONA e, pela Accredi-tation Canada (metodologia Qmentum) - em Joint Venture com o Instituto Qualisa de Gestão (IQG) - são 26 hospitais. E não é só os hospitais que podem ser acreditados, mas também outros serviços que pres-tam atendimento em saúde. De ambulatórios e clí-nicas, apesar de mais volumosos que hospitais, uma porcentagem ainda menor é acreditada.

Na acreditação nacional ONA, há três níveis. Nos padrões do Nível 1 ou Acreditado, a avaliação tem foco na segurança do paciente - garantida na manutenção da estrutura dos processos, através de políticas institucionais para garantia da estrutu-ra física, pessoas, materiais, equipamentos, fluxos e processos de trabalho, qualidade dos registros

Por Viviam Santos

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ACREDITAÇÃO

A instituição pas sa a ter uma ação coordenada e estruturada (...) voltada para a melhoria

contínua da qualidade e segurança.”

e a sustentação de uma cultura para qualidade e segurança. O Nível 2 ou Acreditado Pleno analisa cuidadosamente o processo da assistência; a ga-rantia do desenho através da interação entre todos os processos envolvidos no cuidado. O Nível 3 ou Acreditado com Excelência amplia a avaliação para o entendimento do uso das informações para to-mada de decisão; analisa os resultados e o impacto das intervenções na população atendida e ajusta os resultados ao perfil epidemiológico.

A JCI é um organismo norte-americano que já certificou mais de 20 mil instituições nos Estados Uni-dos e no mundo. Avalia-se, no caso das instituições de saúde, os aspectos relacionados com o acesso e continuidade dos cuidados, direitos dos pacientes, avaliação, cuidados, anestesia e cirurgia, uso de medi-camentos, gerenciamento da qualidade e segurança e da informação, prevenção e controle de infecções, segurança das instalações e a educação e qualificação de profissionais.

Já a metodologia QMentum International, da Accreditation Canada, orienta e monitora os padrões de alta performance em qualidade e segurança. Uti-liza critérios internacionais com validação mundial. A acreditação canadense tem a metodologia de alinhar os princípios da Governança Clínica, possibilitando o acompanhamento dos indicadores de desempenho e resultado através de uma plataforma customizada.

As instituições Acreditadas e Acreditada Pleno da ONA tem a validade de seu certificado por dois anos e as Acreditadas com Excelência, por três anos. Todas tem como base metodológica o Manual Brasi-leiro de Acreditação Hospitalar. A acreditação JCI tem validade de três anos.

As três acreditadoras foram aprovadas pela IS-Qua - International Society for Quality in Healthcare (“Sociedade Internacional para a Qualidade do Cui-dado em Saúde”), que qualifica acreditadoras e certi-ficadoras em todo o mundo.

Para a diretora executiva da IQG, Mara Márcia Machado, a acreditação deve ser feita por certifica-doras credenciadas e capacitadas para de fato validar a qualidade da instituição. “Esta não é uma prática simples e requer avaliadores altamente capacitados e um método de trabalho que agregue realmente valor

para as instituições e para os consumidores”, ressalta, acrescentando: “Os avaliadores precisam se posicio-nar como agentes de mudanças e não como fiscais dos padrões dos modelos de acreditação”. Segundo ela, nos últimos anos, “as diretrizes internacionais di-recionaram a atuação no sentido de privilegiar a ên-fase na assistência clínica através do monitoramento de indicadores de segurança do paciente, buscando os resultados de efetividade das ações de prevenção”.

A diretora do IQG diz que a acreditação “é im-portante na elaboração e a operacionalização dos processos de trabalho e na reorganização das práti-cas de saúde e nas relações com as necessidades de saúde da população”. Desta forma, a acreditação de serviços de saúde possibilita intervenções capazes de modificar as práticas assistenciais e alterar os resul-tados dos cuidados. “O valor vai depender da capa-cidade dos avaliadores em utilizar métodos objetivos alinhados as dimensões da qualidade para orientar as instituições nas prioridades de melhorias a serem im-plementadas”, explica.

De acordo com o diretor de Relações Institucio-nais e coordenador de Educação do Consórcio Brasi-leiro de Acreditação (CBA) – certificadora JCI no Brasil -, Heleno Costa Junior, a importância do programa de acreditação está associada com a oportunidade de in-trodução de um conjunto de métodos e padrões que possibilitam, efetivamente, a melhoria da qualidade e segurança dos processos e serviços, em especial aque-les com foco no cuidado prestado ao paciente.

“A unidade central do programa de acreditação é a avaliação externa realizada por avaliadores espe-cializados e com experiência internacional, a partir da qual a instituição é submetida a uma verificação abrangente e representativa de seus processos e ser-viços. Com a utilização dos padrões e da realização das avaliações externas periódicas, a instituição pas-sa a ter uma ação coordenada e estruturada de seus principais gestores, lideranças e profissionais, voltada para a melhoria contínua da qualidade e segurança, garantindo que se constitua um comprometimento institucional com o movimento mundial de criação da cultura e da segurança em saúde”, garante.

“Precisamos afastar a medicina centrada na do-ença e na oferta de procedimentos para a Medicina

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Mundo Hospitalar ACREDITAÇÃO

centrada nas necessidades dos pacientes. Temos que substituir o sistema fragmentado de hoje, em que cada prestador de serviço e cada profissional decidem o que melhor sem entender a linha do cuidado. Não há mais qualquer dúvida sobre a forma de aumentar o valor dos cuidados. O desafio é transformar as orga-nizações baseadas em valor”, destaca Márcia.

A transformação depende, segundo a diretora do IQG, da cultura institucional e de sua capacidade de mudar o comportamento dos profissionais médi-cos. “Todas as outras partes interessadas no sistema de saúde tem um papel a desempenhar, os pacien-tes, planos de saúde, empregadores, fornecedores e os modelos de acreditação. Neste esforço não existe heróis, todos terão que contribuir”, finaliza.

Hospital BandeirantesO Hospital Bandeirantes, de São Paulo (SP),

conquistou o primeiro selo de certificação concedido pela ONA em 2003, através do IQG. Nessa ocasião, foi certificado como Acreditado (nível 1) e em 2008 conseguiu o selo máximo, Acreditado com Excelência (nível 3). Nesse ano de 2013, partiu em busca também da acreditação canadense Qmentum, cujo objetivo de-verá ser alcançado em 2014. “O hospital teve que re-ver a estrutura existente e adequar os processos para alcançar os resultados almejados. No início tudo parecia muito complicado, mas a partir do momento em que as equipes multiprofissionais adquirem maturidade na metodologia, tudo passa a fazer parte da rotina hospita-lar”, conta a gerente corporativa de qualidade do Grupo Saúde Bandeirantes, Regina Cardia de Almeida.

No início da implantação das metodologias no

Hospital Bandeirantes, segundo a gerente, era co-mum ouvir que as atividades eram necessárias para a acreditação, mas com o passar do tempo esse enten-dimento foi evoluindo. “Hoje trabalhamos em prol de uma qualidade sustentável e de melhorias contínuas, porque acreditamos que elas garantem as ações de trabalho pautadas no respeito ao paciente. Foi preciso implantar a cultura da qualidade com quebra de para-digmas e o desenvolvimento da visão sistêmica, com foco no trabalho em equipe e no entendimento de que o paciente é o centro da nossa atenção”, relata. O principal desafio, para ela, é “mobilizar e engajar as pessoas a agirem em consistência com o propósito e o objetivo da empresa”.

Hospital Mãe de DeusO Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre (RS),

foi acreditado pela primeira vez em 2001, com nível 1 da ONA. Em sequência, no nível 2 e depois no ní-vel 3 da mesma certificação - com duas recertificações mantendo nível 3. Em 2012 foi certificado pela JCI. O médico e consultor técnico para Qualidade e Acredi-tação do HMD, Sergio Ruffini, conta que também foi complicado de início as mudanças para obtenção da acreditação: “Durante cerca de seis anos fomos incor-porando os fundamentos e os requisitos os processos de acreditação, tanto nacionais como internacionais”.

Para o médico e consultor, a “acreditação é fun-damental para a incorporação e consolidação de funda-mentos e práticas que, alinhadas às estratégias do hos-pital, focam a qualidade e a segurança como os grandes direcionadores para ao desempenho da organização - ba-seado na tríade de Estrutura, Processo e Resultado”.

Os selos mais conhecidos e que certificaram instituições de saúde no Brasil.

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ACREDITAÇÃO

Hospital LifecenterNo ano de 2009 o Hospital Lifecenter, de Belo

Horizonte (MG), foi Acreditado Pleno da ONA pela Germanischer Lloyd (GL). Atualmente é Acreditado Com Excelência pelo mesmo órgão. “Passamos este ano por uma auditoria de manutenção e a reacredita-ção está prevista para ocorrer em junho de 2014”, diz o gestor da qualidade e gestor de medicina diagnósti-ca do Lifecenter, Angelo Barros Ferreira.

Para ele a acreditação é um “marco importan-tíssimo” para qualquer instituição de saúde: “Ela é o divisor de águas do nível de serviço prestado e do comprometimento das pessoas com os objetivos da instituição. Mas ela é apenas uma conquista, conse-quente da conscientização da equipe e aplicação das melhores práticas no cotidiano da instituição, seguin-do os padrões estabelecidos”.

Ferreira sugere aos gestores de instituições de saúde que busquem informação sobre o processo de acreditação e seus benefícios. “Algumas empresas op-tam por fazer o Diagnóstico Organizacional para se pre-pararem para a acreditação e, já neste momento, identi-ficam necessidades de melhorias em seus processos que agregam grande valor à instituição”, indica.

Outras instituiçõesO SalomãoZoppi Diagnósticos, laboratório de

São Paulo (SP), foi o primeiro laboratório nível III da cidade de São Paulo. Foi certificado pela primeira vez em 2004, em nível II pelas Instituições Acreditadoras Credenciadas (IAC) da ONA, através do IQG, e recer-tificado por duas vezes em nível II, e duas vezes em nível III. Atualmente, o Centro de Diagnósticos está pleiteando a certificação do Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC), criado em 1998 pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina La-boratorial (SBPC/ML).

A acreditação em excelência, segundo a biomé-dica e gerente da qualidade do SalomãoZoppi Diag-nósticos, Eliane Santana, a acreditação só é possível

de ser concedida após a avaliação estrutural, proces-sual e de resultados. “Em geral, as instituições não são planejadas com base na acreditação, portanto é sempre necessária a realização de muitas adequações. A acreditação é primordial para garantir a segurança nos processos internos, principal foco do SalomãoZo-ppi”, garante a gerente.

Ela lembra que a população tem cada vez mais acesso à informação, principalmente pelo fato de as operadoras darem a opção para que seus pacientes procurem instituições acreditadas. “As certificações passarão a ser necessárias não só para a manutenção da qualidade, mas também para a sustentabilidade financeira da empresa”, alerta Santana.

Em home care também é possível e importan-te obter selos de acreditação. Quem notou tal im-portância foi a superintendente da empresa pau-listana Dal Ben, a enfermeira Dra. Luiza Watanabe Dal Ben, que buscou a conformidade dos proces-sos da empresa com as exigências da JCI – con-seguindo, assim, a certificação internacional em 2012. Para isso, a Dal Ben teve de se adequar aos requisitos para aperfeiçoar a segurança e a quali-dade do cuidado prestado em domicílio. “Estamos conformes com os padrões do mundo quanto à credibilidade junto à população no que diz respei-to à preocupação com a segurança do paciente e com a qualidade do atendimento. Assim propor-cionamos um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente”, garante.

Segundo a superintendente, sua empresa de home care respeita os direitos e responsabilidades dos pacientes e seus familiares, criando com eles uma parceria na prestação de cuidados e serviços. “Nós também criamos uma cultura em aprender com a mensuração da segurança, relatórios sobre eventos adversos, satisfação do cliente e análise das causas raiz”, explica Dal Ben. “Na assistência domiciliar de-paramos com situações peculiares, é uma área que está em crescimento em virtude do envelhecimento

Mundo Hospitalar

Dezembro, 2013 31

Acreditação é o divisor de águas do nível de serviço prestado e do

comprometimento das pessoas com os objetivos da instituição.”

Dezembro, 2013 31

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Panorama Hospitalar32

das populações. Em julho de 2012 nos foi apresenta-do um padrão internacional para a atenção domiciliar, em manual separado, o que era até então integrado aos padrões internacionais de cuidados continua-dos”, continua a Dra. Luiza.

Para ela, o reconhecimento da qualidade como a prestada pela JCI faz com os líderes de serviços as-sistenciais a domicílio busquem sempre a inovação, “tecnologia aliada às melhores práticas assistenciais de um segmento tão novo no mercado brasileiro”.

A também paulistana Home Doctor, que pres-ta assistência domiciliar, foi acreditada em 2009 no Nível III pela ONA, através da IQG. No Início de 2013 a empresa passou pelo processo de reacreditação e foi novamente acreditada em Nível III. Agora, a Home Doctor iniciou o processo para obtenção da Certifi-cação Internacional Canadense (CCHSA – “Canadian Council on Health Services Accreditation”).

No caso da Home Doctor, já possuía um Comitê de Qualidade antes do início do processo de acredi-tação – de acordo com o superintendente técnico da Home Doctor, o médico pediatra Cláudio Flauzino. “Para garantir o rigor necessário, o Comitê é indepen-dente de todos os outros departamentos da empresa, respondendo diretamente à diretoria. Desta forma,

nossos colaboradores já estavam inseridos na cultura e nos processos da qualidade. Após a primeira visita de diagnóstico da ONA, apenas alguns ajustes em nossos processos tiveram que ser realizados, o que possibilitou que a empresa alcançasse o nível mais alto de acredita-ção logo na primeira avaliação”, relata.

O superintendente técnico afirma que, apesar de ser uma prática recente, possuir certificações de qualidade na atenção domiciliar “é uma exigência para se posicionar como uma empresa competitiva no mercado”. Além disso, a certificação para ele fa-cilita a gestão da qualidade. “Ela nos dá ferramentas para implantar e monitorar práticas de gestão e de assistência mais transparentes e seguras, utilizando procedimentos que garantem a qualidade do aten-dimento”, acrescenta.

No momento de se posicionarem em relação ao futuro da acreditação no Brasil, houve unanimidade entre as instituições citadas na matéria: a acreditação é um caminho sem volta porque melhora os processos de gestão e, com isso, a qualidade do atendimento e os resultado. Uma vez buscado, será sempre mantido, devido a satisfação geral que essas melhorias certifi-cadas geram – na gestão, nos demais profissionais da instituição e no paciente. PH

Mundo Hospitalar ACREDITAÇÃO

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Mundo Hospitalar

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ADMINISTRAÇÃO

O Jornal Valor Econômico e a Philips do Brasil uni-ram-se para realizar no dia 4 de novembro, em São Paulo, o seminário “A Profissionalização da

Administração Hospitalar”. Voltado a convidados, o evento contou com a palestra do maior especialista mundial em competitividade e economia Michael Por-ter, professor do Instituto de Estratégia e Competiti-vidade da Harvard Business School, que apresentou um panorama abordando o tema “Transformando a saúde na América Latina”.

Além de Porter, o evento também contou com a presença do vice-presidente da Philips Healthcare na América Latina, Vitor Rocha, do superintendente corpo-rativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, da professora adjunta e pesquisadora da FGV-Eaesp, Ana Maria Malik, do professor do Departamento de Ad-ministração da FEA-USP, Marcelo Caldeira Pedroso, e do professor titular da FGV-EAESP, Luiz Carlos Di Serio.

Entre as palestras dos professores em administra-ção e gestão, Ana Maria Malik falou sobre “O concei-

realizam evento de

Seminário trouxe o especialista norte-americano Michael Porter ao Brasil, que falou sobre a transformação da saúde na América Latina.

Por Viviam Santos

Valor Econômico e Philips

Professores brasileiros como Ana Maria Malik, da FGV-Eaesp, abordaram assuntos administrativos e de gestão.

administração hospitalar

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ADMINISTRAÇÃO

to de produtividade dentro dos hospitais”, iniciando a discussão citando: “Quando você lida com pessoas, é preciso ter uma margem de manobra”. Para ela, na gestão de pessoas o que importa é a entrega. “Não é mais produto ou serviço, ou o que a pessoa faz, mas o que importa é que o serviço chegue de maneira adequada aonde deve”, ressalta. Outro fator que ela aconselha é que o gestor deve gerenciar a cultura da organização. “Cultura é um conjunto de coisas que funcionam naquela realidade e, muitas vezes, pode ser uma desculpa para a falta de mudanças”.

Outro fator abordado no evento foi o baixo nú-mero de leitos nos hospitais brasileiros – quem apon-tou foi o professor Marcelo Caldeira Pedroso – com palestra intitulada “Ganhos de escala, estratégias de expansão, imperativos da tecnologia”. De acordo com o especialista, para fazer um crescimento saudável os hospitais devem investir em mais leitos através de uma estratégia de expansão. “O Brasil tem atualmen-te 6.744 hospitais e 88% deles tem menos de 150 leitos”, lembra Pedroso, comparando a seguir com os números norte-americanos: “Os maiores hospitais dos Estados Unidos têm mais de mil leitos, além de haver cerca de 100 hospitais com mais de 670 leitos”.

Para complementar a comparação, ele mostra que os poucos hospitais do Brasil têm mais de 500 leitos. Em tabela apresentada por Pedroso, o hospital brasileiro que mais tem leitos é o Hospital das Clíni-cas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com 2.200 leitos. Em quarto lugar

está o Hospital Albert Einstein, reconhecido como um dos melhores do País, que conta com 647 leitos. “Seja eficiente. Quando estiver eficiente, busque en-tão crescer”, sugere o professor.

Transformando a saúdePara fechar o evento, a palestra de Michael

Porter abordou o tema “Transformando a saúde na América Latina”. O especialista em Administração e Economia diz que o acesso à saúde nem sempre é o objetivo dos serviços hospitalares e médicos, mas são sempre os objetivos que definem tal acesso. “É preci-so entregar um bom serviço. O objetivo principal deve ser o valor entregue ao paciente”, inicia.

Assim como os outros especialistas que pales-traram no seminário, Porter acredita que todos os funcionários, de todas as especialidades, compõe o sistema de saúde e, por isso, todos eles devem entre-gar cuidado ao paciente. “Não é só o médico quem deve fazer isso, mas também o funcionário que limpa os quartos, por exemplo”.

Segundo ele, “é preciso entregar serviço que corresponda ao problema de cada paciente”. Com isso, chega-se ao bom resultado. “Para medir esses resultados, é preciso medir as estatísticas de doenças e sobrevivências. E não só isso, mas obter informa-ções de quais resultados o tratamento feito teve no paciente após o atendimento”, ressalta Porter.

Com isso, há como o serviço de saúde saber os pontos fracos e melhorar. Além do atendimento pós-

O que importa é que o serviço chegue de maneira adequada aonde deve.” - Ana Maria Malik

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Mundo Hospitalar

Panorama Hospitalar36

Meu sonho é que o Brasil se torne líder em saber mensurar resultados.” – Michael Porter

ADMINISTRAÇÃO

-tratamento dar mais valor ao serviço. Ele indica que “melhorar o valor é o sucesso”. Para isso, o especia-lista conta que há a tendência na saúde de cobrar por serviço, tendo o custo reembolsado. “O custo é tudo o que é oferecido, desde intervenções, medicamen-tos, etc. Para entender custo é preciso saber o custo total, para então aprender a reduzi-lo”, diz.

Para que tais valores sejam implantados no sistema hospitalar, é preciso que as mudanças sejam feitas aos poucos – inclusive na percepção da equipe, para que ela seja sempre motivada. “Se você mudar e dar valor ao ser-viço, deixará muitas pessoas empolgadas na instituição. Mas é preciso fazer um pouco de cada vez”, afirma.

Outra sugestão de Porter é que o hospital fo-que em apenas uma especialidade para crescer ou implemente equipes multiprofissionais com diversas especialidades para atender os casos específicos cor-retamente. “É impossível o médico que atende em hospital geral saiba todos os problemas existentes de saúde. Até mesmo o neurologista, por exemplo, não sabe todos os conhecimentos das subespecialidades da área. Esse sistema de saúde é antigo, pois hoje sabemos muito mais”, explica.

Os problemas com o atendimento em saúde ocorrem, de acordo com ele, “não porque as pes-soas não trabalham duro ou porque não tiveram boa formação, mas devido a uma estrutura errada”.

Para corrigir os erros de atendimento, portanto, é preciso mudar a instituição em sua estrutura. “O correto é focar no paciente e no seu problema, nem que para isso haja uma transformação organizacio-nal”, complementa.

Porter citou na palestra um case de sucesso da Alemanha. O novo modelo de saúde do país orga-nizou o sistema em Unidades de Práticas Integradas (IPU, na sigla em inglês). “Desta forma, o paciente recebe um planejamento multidisciplinar. Nos três primeiros meses o custo subiu. Levou-se oito meses para o custo cair e hoje o custo é 25% mais baixo que antes desse novo sistema”, conta. Em IPU cerca de 100 especialidades médicas formam uma equipe multidisciplinar, que se profissionaliza naquela doença e atende só ela.

“A equipe gerencia todo o ciclo do paciente: monitora, diagnostica, prepara, intervê, recupera e monitora. Todos trabalham em conjunto”, acrescen-ta. Para iniciar esse atendimento integrado, Porter diz que pode-se integrar primeiro áreas médicas na doen-ça que o hospital mais atende. Depois, pode espalhar o modelo nas outras especialidades.

Outro fator importante é que, quando há um erro de atendimento, “toda a equipe deve ser res-ponsabilizada”. “No centro integrado os profissionais sabem como cada caso deve ser cuidado, porque pro-

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4KADMINISTRAÇÃO

vavelmente já viram antes, por trabalharem só com aquilo”, diz Porter. Mas há outro fator a se considerar ao pensar neste modelo: “Não deve ser oferecido to-dos os serviços em todos os hospitais. O ‘pouquinho de tudo’ é um modelo que não funciona. O volume de atendidos, sim, é importante”, afirma.

O especialista também comenta que as organiza-ções de saúde costumam se organizar pensando nos médicos, mas o correto é se organizarem pensando nos pacientes. “O paciente migra de um profissional ou departamento pra outro. Varia de país para país o cuidado entregue, a formação dos profissionais, a cul-tura, etc. Mas na Alemanha, quando você tem uma dor de cabeça, começa a ser atendido pelo médico de cuidado primário, bem desenvolvido, e esse mé-dico vai fornecer o diagnóstico, prescrição e então, o paciente vai para casa. Se o paciente fica bem, ótimo, se não ficar, volta ao sistema e é encaminhado a um neurologista, que poderá decidir fazer um exame to-mográfico e proceder o tratamento. Nesse curso de tempo, o paciente pode ir à terapia física, psicológica, de nutrição, etc”, esclarece Porter.

Ele ensina que é preciso mensurar os processos, não apenas resultados, citando outro caso: “Um hos-pital europeu recebeu um prêmio pelo número de pacientes com diabetes atendidos, porém, a gestora veio falar comigo com vergonha, explicando que ela não queria ir receber o prêmio, uma vez que sabia que o hospital, por outro lado, teve a maior taxa de amputação por diabetes no país”, exemplifica. Ou seja, é preciso ainda saber sobre as complicações du-rante o atendimento para mensurar tais resultados.

O norte-americano sugere que o Brasil tenha um padrão de mensuração desses resultados para saber qual serviço está realmente prestando à população. “Meu sonho é que o Brasil se torne líder em saber mensurar resultados. É assustador, eu sei, mas você não perde pacientes se for o melhor. E o paciente está disposto a dar o feedback”, propõe.

“É uma jornada. Qual é o destino? Bem, é pre-ciso começar pelas áreas dispostas a mudar. Quando passar por todo esse processo, o sistema de saúde nunca mais vai querer voltar ao processo antigo, por-que é muito satisfatório”, finaliza Porter. PH

Michael Porter fala como a saúde no Brasil pode melhorar.

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Panorama Hospitalar38

GRAACC

O Graacc inaugurou no dia 7 de novembro, em São Paulo, o Anexo 1 do hospital. A ampliação do Instituto de Oncologia Pediátrica, adminis-

trado pelo Graacc em parceria técnico-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi pos-sível por conta da doação de um terreno de 4.191m² pela prefeitura de São Paulo e pelas doações de re-cursos de pessoas e empresas. As obras para a am-pliação foram iniciadas em 2011. O prédio, localizado próximo ao Graacc, tem seis andares e dois subsolos.

A inauguração contou com a presença do ator Reynaldo Gianecchini, do prefeito de São Paulo Fer-nando Haddad, e dos demais membros do Graac – dentre eles, o superintendente médico e fundador do Graac, Antonio Sérgio Petrilli, e o presidente do con-selho da administração da instituição, Sergio Antonio Garcia Amoroso.

Com o novo prédio, o Graacc vai aumentar em 30% a capacidade de atendimento no tratamento de crianças e adolescentes com câncer. Com a inaugu-

Graacc inaugura novo prédio e amplia atendimento

Anexo 1 do hospital vai aumentar 30% a capacidade de atendimento a crianças com câncer.

Por Viviam Santos

Case Study

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Case Study

Dezembro, 2013 39

GRAACC

ração, pacientes que residem fora da cidade de São Paulo também se beneficiarão. “Até então o Graacc atende 40% das crianças que não residem no mu-nicípio de São Paulo. O Graacc faz uma parte da oncologia pediátrica mais complexa, como tumores cerebrais, oculares, de ossos, transplante de medu-la óssea, etc, e com isso atendemos 50% dos casos que não conseguem ser tratados em outros centros”, explica o superintendente médico e fundador da ins-tituição, Antonio Sérgio Petrilli.

O empreendimento teve investimentos de R$ 36 milhões e uma área total de 8.400m². “Significa mui-to ao Graac essa inauguração. Foi uma luta que mos-tra a força da sociedade. Quando a gente pode fazer um projeto transparente, porque as pessoas se envol-vem nele, tem muita chance de fazer coisas bonitas e mostrar às pessoas que é possível ajudar. Isso faz com que a gente encontre uma maneira de mostrar que o

projeto foi bem feito e o dinheiro bem entregue, e faz com que fiquemos felizes. Assim, prestamos conta à sociedade e mostramos o que foi feito”, diz Petrilli.

O prédio abrigará um Pronto Atendimento, área de reabilitação lúdica, laboratórios de pesquisa gené-tica, biológica, cirúrgica, patológica e clínica, centro radioterápico, e irá ampliar os centros cirúrgicos, o Centro de Transplante de Medula Óssea e o número de leitos. “Atualmente nosso hospital alcança índices de cura de cerca de 70%”, revela o superintendente médico. “Uma das grandes vantagens desse prédio novo é que a gente está ampliando o atendimento especializado a crianças e adolescentes com câncer, com um centro de radioterapia”, acrescenta.

Este é o primeiro Centro Radioterápico Pediátri-co do estado de São Paulo. Nele, há o novo acele-rador linear Elekta Synergy – que, segundo o radio-terapeuta e radioncologista do Graacc, Dr. Michael

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ator Reynaldo Gianecchini, participaram da cerimônia de inauguração do Anexo 1 do Graacc.

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Case Study

Área de repouso e observação do Anexo 1 do Graacc.

Jenwei Chen, que atuará no novo anexo, apresenta diversos benefícios. “Ele reduz a toxicidade, aumen-ta a precisão e controle da radiação que temos que usar, ou seja, reduz os efeitos colaterais que ocorrem em longo prazo nas crianças, agregando de fato mais qualidade de vida ao paciente após o tratamento”, explica Chen.

“No centro de radioterapia há esse aparelho ex-tremamente avançado para radiar apenas as lesões tumorais, poupando as áreas de tecido saudável, com a tecnologia de Modulação da Intensidade do Feixe de Radiação (IMRT). Esse tem sido pra nós um mo-tivo de muito orgulho. Até hoje a gente tinha uma parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, para as crianças fazerem radioterapia por lá, agora temos nosso próprio serviço para isso”, orgulha-se Petrilli.

Segundo o Dr. Chen, no Graacc o equipamento “será usado para o atendimento de 15 crianças por dia, em média, mas o equipamento pode atender até 50 pacientes diariamente”. Com tal capacida-de, em breve a instituição poderá atender mais pes-soas vindas de planos de saúde e até adultos. “Com esse atendimento ao privado podemos financiar o atendimento das crianças do SUS atendidas. Pre-tendemos iniciar esse atendimento ao paciente pri-vado já em 2014, após definirmos uma quota de atendimento. As 15 crianças ocupam a manhã in-teira e durante o resto do dia temos essa capacida-de”, revela o radioncologista.

Apesar de priorizar o atendimento a crianças do Sistema Único de Saúde (SUS), este primeiro anexo do Graacc irá aumentar o atendimento também a pa-

Panorama Hospitalar40

GRAACC

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Sala de espera e recepção do Anexo 1 do Graacc reúne cores vibrantes e alegres em sua decoração.

cientes de planos médicos. “Com esse novo prédio aumentamos o atendimento. Pretendemos aumentar inclusive o atendimento a crianças e adolescentes de planos médicos, mas a prioridade sempre será SUS – essa inclusive é uma discussão que temos sempre no Conselho do hospital”, afirma o presidente do conse-lho do Graacc, Sergio Antonio Garcia Amoroso.

Além do centro de radioterapia, o novo ane-xo do hospital também contará em 2014 com uma BrainSuite no centro cirúrgico, sala especialmente preparada para cirurgias de tumores cerebrais, com um aparelho de ressonância magnética que rastreia

vestígios de tumor para sua retirada, enquanto a ci-rurgia é feita.

“Em 2014 já construiremos a BrainSuite, que nos permitirá ter um centro avançado de neuroci-rurgia conectando quimioterapia, diagnóstico, to-mografia, centro cirúrgico, navegador, entre outros equipamentos, e a radioterapia quando necessária. Enfim, um conjunto que nos permite ser de alta re-levância no setor de tumores do Sistema Nervoso Central, no qual existe um vazio assistencial no País atualmente, e pretendemos ajudar a preenchê-lo”, afirma Petrilli.

Case StudyGRAACC

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Case Study

Panorama Hospitalar42

Anexo 2Com o Anexo 1 inaugurado, o Graacc pretende

em breve iniciar as obras para a construção do Anexo 2. Para o segundo anexo, Petrilli prevê que o inves-timento a ser feito é em torno de R$ 70 milhões e área construída de 18 mil m² -, fazendo com que o Graacc seja o maior centro de atendimento a crianças com câncer da América Latina. “Com o novo prédio temos o intuito de sermos o maior centro latino-ame-ricano de ensino, pesquisa e assistência, com a ideia de todos serem atendidos da melhor maneira. Temos um terreno cedido pela prefeitura que será o comple-mento dessa área do Anexo 2. Iremos novamente ex-pandir o número de leitos, de centro cirúrgico, novos

equipamentos, toda a infraestrutura de um hospital moderno”, acredita o superintendente médico.

Entretanto, a instituição pretende primeiro esta-bilizar o atendimento e custeio do primeiro anexo e conseguir mais investimentos. “Para construir o prédio a gente tem apoio, mas quando se trata de custeio, começa a complicar. O que vamos tentar agora é me-lhorar o desenho desse novo anexo. Queremos trazer algumas autoridades pra que o Governo Federal nos auxilie com a construção do novo prédio, depois a gen-te arruma formas de mantê-lo. Afinal, ter um hospital desse tamanho é um desafio enorme. Apesar disso, a previsão é que o segundo anexo inaugure dentro de cinco anos”, finaliza o presidente do conselho.

O acelerador linear Elekta Synergy adquirido para o Centro de Radioterapia poderá atender até 50 pacientes no Graacc.

GRAACC

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Atuando no limite do conhecimento, para alcançar as melhores taxas de cura do câncer infantojuvenil

Quimioteca

Pesquisa

Cirurgia

UTI RessonânciaTransplante de Medula Óssea

Brinquedoteca

• Centro de Transplante de Medula Óssea • Centro de Diagnóstico por Imagem • Quimioterapia • Brinquedoteca Terapêutica • Consultórios • UTI Pediátrica • Centro Cirúrgico • Unidades de Internação • Laboratório de Transplante de Medula Óssea • Laboratório de Genética • Laboratório de Hematologia

O GRAACC é uma instituição que trabalha

no limite do conhecimento científico, perseguindo de forma determinada a cura de crianças e adolecentes com câncer.

Para isso, administra e mantém um hospital, o Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC/Unifesp), preparado para realizar um tratamento eficaz e humano, que o coloca em igualdade com os maiores centros de oncologia pediátrica do mundo.

A união de profissionais capacitados, recursos tecnológicos, equipamentos e tratamentos avançados permite a realização de cirurgias complexas, para os mais diversos tipos de tumores. Tudo isso acrescido do suporte social aos pacientes e seus familiares.

Trabalhando em parceria técnico-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o GRAACC opera em regime de hospital-dia, beneficiando seus pacientes com os resultados das atividades realizadas nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, além de formar novos mestres e doutores que levam o conhecimento avançado e o tratamento de qualidade em oncologia pediátrica para todas as regiões do país.

E, tudo isso, para oferecer à criança e ao adolescente com câncer todas as chances de cura, com qualidade de vida.

Saiba mais em: www.graacc.org.br

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Panorama Hospitalar44

Ponto de Vista INOVAÇÃO E PESQUISA

Inovação e doenças autoimunes

Doenças autoimunes afetam entre 10 e 20% da população mundial, em uma proporção que pa-rece estar crescendo. A gravidade destas doen-

ças também varia imensamente e vai desde doenças leves, que comprometem pouco a qualidade de vida do paciente, até doenças graves e incapacitantes, que levam à morte. O que é certo é que são todas doenças crônicas e sem cura conhecida.

A combinação entre a cronicidade, o descon-forto causado ao paciente e a prevalência faz das doenças autoimunes, causa milhares de mortes por ano e com um custo superior a 20 bilhões de dóla-res, somente nos Estados Unidos e Canadá. Os custos são relativos ao absenteísmo, custo com medicações e internações e perdas indiretas associadas com a diminuição da qualidade de vida dos pacientes e de pessoas a eles associadas.

O custo pessoal e o impacto econômico faz com que o estudo destas doenças seja uma priori-dade em medicina. Uma amostra disto é que mais de 5 mil trabalhos científicos foram publicados nos últimos cinco anos nesta área. Estudos experimen-tais permitiram nos últimos 10 anos a introdução de mais de 20 novas drogas, e em torno de 12 novos testes que permitiram, em 10 anos, aumentar em ao menos cinco anos a expectativa de vida de porta-dores das formas graves destas doenças. Aqui cabe notar que os estudos em animais foram importan-tíssimos na aquisição deste conhecimento que salva vidas humanas.

O Centro de Pesquisa Experimental Peter Mu-ranyi do Hospital Israelita Albert Einstein está envol-vido em um estudo de um novo imunobiológico em associação com sete centros em quatro países na Europa. Esta nova medicação visa bloquear a ativa-ção de células essenciais na resposta autoimune cha-madas linfócitos. A parte que cabe ao Einstein nesta pesquisa é a determinação dos mecanismos de ação deste novo medicamento biológico. Enquanto testes clínicos se desenvolvem na Europa, realizamos estu-dos em ciência básica tentando determinar quais os componentes da resposta imune são afetados por este agente terapêutico.

As inovações devem vir tanto da pesquisa médi-ca como de áreas como as ciências comportamentais, as ciências econômicas e sociais. Novos estudos que determinem a susceptibilidade aos tratamentos dis-poníveis, como os que vemos hoje em oncologia, são fundamentais. Assim como estudos sobre a microbio-ta dos portadores destas doenças, seus hábitos e até seu papel do estado psíquico também deve ser avalia-dos em relação não só ao aparecimento, mas também em relação ao desenvolvimento e resposta à terapia.

É importante essas doenças sejam tratadas com serenidade e gravidade, que fatores externos não amenizem o trabalho dos cientistas e que a sociedade se mobilize a favor da inovação. Esta mobilização em si já seria uma inovação no Brasil, onde parecem ter capacidade de mover pessoas apenas um conjunto específico de indivíduos. PH

Luiz Vicente Rizzo é Diretor Superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa - IIEP – Hospital Israelita Albert Einstein.

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ventilador Precisamos de um

depender.versátil do qual realmente podemos

Dr. S. Goga, Departamento de Anestesia de KwaZulu Natal, África do Sul

Dräger. Tecnologia para a Vida.

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Panorama Hospitalar46

Ponto de Vista

Como vencer desafios?O momento trágicoda mudança.

“Os remédios, que atribuímos aos céus, em geral en-contram-se dentro de nós próprios!” -Shakespeare realmente sabia o que estava falando. Nós, homens

e mulheres, gestores hospitalares, líderes e, sobretudo, seres humanos, precisamos de tempos em tempos parar. Parar para repensar, rever conceitos, aprender e a desa-prender! Para então, reaprender aquilo que, ingenua-mente, achávamos que já sabíamos. Afinal, conhecer a si e saber como trabalhar eficazmente com os outros é cada dia mais importante, nestes tempos tão rápidos e vertiginosos, nos quais a mudança não é a novidade. A novidade é não ter mudanças!

Shakespeare foi um dos melhores a entender tudo isso e, principalmente, a cultivar a inteligência das emoções muito antes de Goleman (autor do livro “Inte-ligência Emocional”). Para realizar as mudanças neces-sárias e desenvolver seu trabalho, ele lançava mão de si mesmo, de sua consciência intrapessoal (ser verdadeiro consigo próprio) e, na sequência, potencializava sua inteligência intrapessoal (conhecer todos primeiro, de-pois se relacionar bem com cada um, individualmente).

Não à toa que pouco antes de nos deixar, Peter Drucker, um dos maiores pensadores da administra-ção moderna, declarou que estava relendo todas as peças de Shakespeare como estratégia para manter--se à frente na condição de líder e provocador de mu-danças em sua área de atuação.

Desde 1996 a Fator RH desenvolve projetos es-pecíficos para ajudar líderes na área da saúde, prin-cipalmente profissionais e gestores que conduzem equipes dentro de hospitais, operadoras ou outras

instituições. Neste período de quase 20 anos e mais de 30 mil alunos, pudemos adquirir uma sensibilidade fundamental na hora de conduzir o processo de cons-trução de competências e de gestão de mudanças. E uma dessas sensibilidades virou pesquisa dentro de hospitais. Com mais de 3 mil respondentes, o resulta-do foi alarmante:• 16% já é contra mudança, não importa qual

seja ela;• 34%sófaráalgumacoisasehouvervantagens

pessoais;• 34% poderá ajudar se entender as razões da

mudança;• 12%sãoafavorseforajudarodiaadia;• 4% apenas serão agentes multiplicadores das

mudanças.Para desenvolver competências de liderança,

precisamos iniciar com uma atitude vencedora. “Não há milagre sem fé”, já diria um amigo monge. E nisso nós podemos nos embasar, pois todos os filósofos e todas as religiões, por mais diferentes que sejam uma das outras, trazem a mesma mensagem: “Só a atitu-de do homem pode mudar a sua história” - e atitudes vencedoras são a base para líderes vencedores.

Para ser mais rápido e eficaz em processos de mu-danças é necessário capacitar primeiro as lideranças; for-talecê-las. Infelizmente, muitos hospitais ainda se esque-cem que existe a hora de cortar a árvore, mas também há o momento de se afiar o machado! Um sem o outro é querer resultados sem construção, comportamento de quem tem grau 6,5 de miopia gerencial. PH

Fabrizio Rosso é professor, administrador hospitalar, mestre em Recursos Humanos e sócio e diretor-executivo da Fator RH.

GESTÃO DE PESSOAS

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EDUCAÇÃOUpdate

Panorama Hospitalar 48

O Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP) anunciou o lançamento de seu terceiro portfó-lio de videoaulas e e-learnings com 30 temas.

O conteúdo é destinado a enfermeiros, médicos, téc-nicos de enfermagem, biomédicos, fisioterapeutas, farmacêuticos e traz temas como “Rede de atenção básica à saúde”; “Gestão de resíduos de serviços de saúde”; “álcool e drogas”; “capacitação em leptospi-rose” entre outros.

Alguns cursos são: “Rede de Atenção Básica à Saúde”, “Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde”, “Base de Pesquisa em Saúde”, “Melhoria Contínua – Qualidade”, “Segurança do Paciente: Mobilização e Transferência do Paciente”, entre outros. Um dos cur-

sos do lote também é o “9º Curso Einstein de Jornalis-mo em Saúde”, voltado para jornalistas que escrevem sobre saúde, medicina e bem-estar.

Os Cursos Abertos são afiliados ao “OpenCour-seWare Consortium”, consórcio de iniciativa do Mas-sachusetts Institute of Technology (MIT), de institui-ções de ensino de todo o mundo, que disponibiliza conteúdos educativos digitais usando o modelo de acesso compartilhado ao conhecimento para estu-dantes e profissionais das mais diversas áreas.

Os interessados deverão acessar o site www.einstein.br/Ensino/cursos-abertos/Paginas/cursos--abertos.aspx para fazer os cursos. Ao final, recebem uma declaração de participação. PH

Einstein lança videoaulas e e-learning

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Panorama Hospitalar 50

PRINCIPAIS EVENTOS EM 2014

FIQUE POR DENTROAgenda

Ì HOSPITALARA Hospitalar - Feira Internacional de Produtos, Equi-

pamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laborató-rios, Farmácias, Clínicas e Consultórios, realizada em São Paulo, é o maior evento especializado nesta área, em todo continente americano.

20 a 23 de maio de 2014Local: Pavilhões do Expo Center NorteSão Paulo, SPwww.hospitalar.com

Ì HOSPITALMEDA Feira de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tec-

nologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios é o maior encontro hospitalar das Regiões Norte-Nordeste, pois reúne, em um só local, exposição dos lançamentos e tendências para produtos e serviços do se-tor, oportunidades de negócios, networking e aperfeiçoa-mento profissional.

25 a 28 de agosto de 2014Local: Centro de Convenções de PernambucoRecife, Pernambucowww.informagroup.com.br/site/hotsite.asp?IdEvento=460

Ì MEDICA

A Medica reúne na Alemanha anualmente mais de quatro mil expositores de diferentes paí-ses e visitantes de todos os continentes, figurando entre as 10 maiores feiras internacionais e a maior do setor médico.

12 a 15 de novembro de 2014Local: Düsseldorf, Alemanhawww.medica-tradefair.com

Ì RSNAO Encontro Anual da Sociedade de Radiolo-

gia da América do Norte (RSNA 2013), que chega à sua 100ª edição em 2014, reunirá especialistas, empresas e instituições de radiologia e diagnósti-co por imagem de todo o mundo.

30 de novembro a 5 de dezembro de 2014Local: McCormick PlaceChicago, Illinois, Estados Unidoswww.rsna.org

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