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PROVA OBJETIVA 1 MATEMÁTICA / LITERATURA / GEOGRAFIA / REDAÇÃO 2017 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO Dia: 05/08 - sábado Nome completo: Turma: Unidade: 2º Trimestre

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PROVA OBJETIVA 1

MATEMÁTICA / LITERATURA / GEOGRAFIA / REDAÇÃO

2017

1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

Dia: 05/08 - sábado

Nome completo:

Turma: Unidade:

2º Trimestre

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FORMA

ERRADA DEPREENCHIMENTO

FORMA

CORRETA DEPREENCHIMENTO

É PROIBIDO COLOCAR QUALQUER TIPO DE INFORMAÇÃO NESTE LOCAL

PREENCHIMENTO DO CARTÃO RESPOSTA

SOMENTE COM CANETA AZUL

ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DA PROVA OBJETIVA - 2º TRI

1. A prova terá duração de 2h30min.

2. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro.

3. O aluno não poderá levar a prova para casa.

4. O preenchimento do gabarito deve ser feito com caneta AZUL. NÃO É PERMITIDO O USO DE

CANETAS COM PONTAS POROSAS.

5. O preenchimento incorreto do gabarito implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito.

6. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis,

caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro.

Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

7. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida,

caso o mesmo venha a ser usado ou tocar. Caso não tenha bolsa, colocá-lo na base do quadro

durante a prova.

8. O fiscal deve conferir o preenchimento do gabarito antes de liberar a saída dos alunos.

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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MATEMÁTICA

1. Na função de IR IR, definida por f(x) = 3x + 1, o valor de f(235) f(129)

106 é

a) 2 b) 3 c) 5

d) 7 e) 9

GABARITO: B 2. Para produzir certo produto, uma empresa tem um custo fixo de R$ 1 200,00. Além disso, cada unidade

produzida desse produto custa R$ 6,00. Se, em um determinado mês, o custo de produção foi de R$18900,00, o número de unidades produzidas foi de

a) 3540 b) 3450 c) 3140

d) 2950 e) 2800

GABARITO: D 3. Dadas as funções f e g de IR em IR definidas por: f(x) = x + 5 e g(x) = x

2 – 1, o valor de g(f(f(2)) é

a) 144 b) 143 c) 140

d) 137 e) 135

GABARITO: B 4. Em certa cidade, os taxímetros marcam, nos percursos sem parada, uma quantia inicial de 4 UT (unidade

taximétrica) e mais 0,2 UT por quilômetro rodado. Se, ao final de um percurso sem paradas, o taxímetro registrou 8,2 UT, o total de quilômetros percorridos foi

a) 15,5 b) 19 c) 21

d) 25,5 e) 27

GABARITO: C 5. Do salário que recebe mensalmente, um operário gasta 7/8 e guarda o restante, R$122,00, em caderneta de

poupança. O salário mensal desse operário, em reais, é

a) R$ 868,00 b) R$ 976,00 c) R$ 1204,00

d) R$ 1412,00 e) R$ 1512,00

GABARITO: B

6. Uma empresa do ramo de confecções produz e comercializa calças jeans. A função 2L(x) x 48x 10

onde x representa a quantidade produzida e comercializada (em milhares de unidades) e L representa o lucro (em milhares de reais) da empresa para x unidades. Determine o valor de x, para que o lucro alcançado pela empresa seja máximo.

a) 10 b) 16 c) 18

d) 21 e) 24

GABARITO: E

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

2

7. Uma fonte luminosa a 25 cm do centro de uma esfera projeta sobre uma parede uma sombra circular de 28 cm de diâmetro, conforme figura a seguir.

Se o raio da esfera mede 7 cm, a distância (d) do centro da esfera até a parede, em cm, é a) 35 b) 32 c) 28

d) 25 e) 23

GABARITO: E

8. No triângulo ABC abaixo, DE // BC . Nessas condições, determine o perímetro do triângulo ABC, sabendo

que BC = 11 cm.

a) 10 b) 55 c) 86

d) 87 e) 90

GABARITO: C 9. Pedro está construindo uma fogueira representada pela figura a seguir. Ele sabe

que a soma de x com y é 42, e que as retas r, s e t são paralelas.

A diferença x - y é a) 2 b) 4 c) 6 d) 10 e) 12 GABARITO: C 10. Considerando-se as informações constantes no triângulo PQR (figura abaixo), pode-se concluir que a altura

PR desse triângulo mede

Obs.: Todas as medidas se referem à mesma unidade de comprimento.

a) 5 b) 6 c) 7

d) 8 e) 10

GABARITO: B

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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11. A figura abaixo indica três lotes de terreno com frentes para a rua A e para a rua B. As divisas dos lotes são perpendiculares à rua A. As frentes do lotes 1, 2 e 3 para a rua A medem, respectivamente, 15m, 20m e 25m. A frente do lote 2 para a rua B mede 24 m. A diferença entre y e x indicados na figura é

a) 10 b) 12 c) 13

d) 14 e) 15

GABARITO: B 12. A soma dos números correspondentes às medidas a, b, c e h no triângulo

da figura formam uma senha que abre o cofre do senhor Adamastor.

Qual é a senha que abre esse cofre? a) 124 b) 134 c) 174 d) 144 e) 324 GABARITO: D

LITERATURA 13. Os autores deste movimento pregavam a simplicidade, quer nos temas de suas composições, quer como

sistema de vida: aplaudindo os que, na Antiguidade e na Renascença, fugiam ao burburinho citadino para se isolar nas vilas, pregavam a ―áurea mediocridade‖, a dourada mediania existencial, transcorrida sem sobressaltos, sem paixões ou desejos. Regressar à Natureza, fundir-se nela, contemplar-lhe a quietude permanente, buscar as verdades que lhe são imanentes – em suma, perseguir a naturalidade como filosofia de vida.

(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)

O comentário do crítico Massaud Moisés refere-se ao movimento literário a) Arcadismo. b) Simbolismo. c) Romantismo. d) Barroco. e) Naturalismo. GABARITO: A Derivado de uma referência a uma região da Grécia antiga (Arcádia), presente no imaginário mitológico, o Arcadismo propõe um retorno ao ideal clássico, bem como à simplicidade da vida no campo, em meio à natureza, longe das cidades.

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

[4] Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, que viva de guardar alheio gado, de tosco trato, de expressões grosseiro, dos frios gelos e dos sóis queimado.

Tenho próprio 1casal e nele 2assisto; dá-me vinho, legume, fruta, azeite; das brancas ovelhinhas tiro o leite, e mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, graças à minha estrela! (...) [5] Tu não verás, Marília, cem cativos tirarem o cascalho e a rica terra, ou dos cercos dos rios caudalosos, ou da minada serra. Não verás separar ao hábil negro do pesado esmeril a grossa areia, e já brilharem os granetes de oiro

no fundo da 3bateia. (...)

Não verás enrolar negros pacotes das secas folhas do cheiroso fumo; nem espremer entre as dentadas rodas da doce cana o sumo. Verás em cima da espaçosa mesa 4altos volumes de enredados feitos; ver-me-ás folhear os grandes livros, e decidir os pleitos. Enquanto revolver os meus consultos, tu me farás gostosa companhia, lendo os fastos da sábia, mestra História, e os cantos da poesia.

Tomás A. Gonzaga, Marília de Dirceu.

Glossário: 1

casal: pequena propriedade rural. 2

assisto: resido, moro. 3

bateia: utensílio empregado no garimpo; espécie de gamela. 4

altos volumes: referência a processos judiciais, pois o poeta era magistrado.

14. Nesses excertos, Dirceu apresenta a Marília alguns dos argumentos com que pretende convencê-la a desposá-lo, bem como lhe sugere uma imagem de sua vida conjugal futura.

Considerando-se o teor dos argumentos e das imagens aí presentes, pode-se concluir corretamente que a) a relação amorosa proposta pelo poeta passa pelo crivo da racionalidade e do cálculo. b) as preocupações pecuniárias do eu lírico revelam que ele visa antes ao dote que à dama. c) o poeta trata de seduzir a dama interesseira, expondo-lhe o rol de seus bens. d) o poeta acena à amada com um futuro conjugal aventuroso e movimentado. e) as imagens idílicas que o eu lírico emprega remetem, de modo cifrado, a interesses eróticos inconfessáveis. GABARITO: A Ao longo das estrofes apresentadas, Dirceu afirma ser um pequeno proprietário de terras, (caracterizadas pelo tópos do locus amoenus, ao contrário do que se afirma em [E]), de onde provém seu sustento, não dependendo do dote de Marília (ao contrário do que se afirma em [B] e [C]). Afirma ainda que Marília sequer verá o trabalho pesado de mineração realizado pelos escravos, ou as atividades relativas ao fumo e à cana-de-açúcar; a amada apenas acompanhará as atividades intelectuais dele, o que significa uma vida desfrutada de forma equilibrada e amena (ao contrário do que se afirma em [D]). Com tais comentários, Dirceu pretende convencer racionalmente a amada a respeito da futura vida em comum. 15. A configuração que o tema do amor recebe, nos versos do excerto, a) será retomada pelo movimento indianista do século XIX, especialmente em Iracema e O guarani, de José

de Alencar. b) antecipa a concepção natural e fisiológica do amor que será preconizada pelo Naturalismo. c) contrasta com o amor concebido como um absoluto, muito próprio do Romantismo. d) equivale, já, à banalização do amor que se consumará no Modernismo, particularmente em Manuel Bandeira

e Mário de Andrade. e) prefigura as relações conjugais desencantadas e materialistas que serão objeto de análise no Realismo,

especialmente nos romances machadianos da maturidade. GABARITO: C O amor passível da racionalidade, buscando o carpe diem de modo equilibrado, contrasta com o amor típico do Romantismo, egocêntrico e subjetivo. No poema, não há referência ao indianismo, ao fisiologismo, à banalização ou ao desencanto mencionado nas demais alternativas.

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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Cantiga de Amor Afonso Fernandes

Senhora minha, desde que vos vi, lutei para ocultar esta paixão

que me tomou inteiro o coração; mas não o posso mais e decidi

que saibam todos o meu grande amor, a tristeza que tenho, a imensa dor

que sofro desde o dia em que vos vi.

Já que assim é, eu venho-vos rogar que queirais pelo menos consentir

que passe a minha vida a vos servir (...) (www.caestamosnos.org/efemerides/118. Adaptado)

16. O excerto contém versos que atestam, de modo enfático, que, no Brasil, o Arcadismo, também chamado de Neoclassicismo,

a) desenvolveu-se em meio rural, ao contrário do caráter citadino que tinha no Velho Mundo. b) procurou situar na realidade local os temas e formas de sua matriz europeia. c) tornou-se nacionalista, abandonando o internacionalismo que é inerente a sua filiação classicista. d) repudiou, em nome do maravilhoso cristão, as referências à mitologia pagã, greco-latina. e) imiscuiu-se na política, o que lhe prejudicou a integridade estética. GABARITO: B [A] Incorreta. Apesar de se desenvolver em meio rural (―Tenho próprio casal e nele assisto; / dá-me vinho, legume, fruta, azeite; / das brancas ovelhinhas tiro o leite, / e mais as finas lãs, de que me visto‖), não há distanciamento em relação ao Arcadismo europeu, uma vez que ambos prezam pelo bucolismo. [B] Correta. Os versos ―Tu não verás, Marília, cem cativos / tirarem o cascalho e a rica terra, / ou dos cercos dos rios caudalosos, / ou da minada serra‖ fazem nítida referência ao contexto econômico brasileiro, mantendo a matriz europeia. [C] Incorreta. A recorrência a tópos como carpe diem (―Enquanto revolver os meus consultos, / tu me farás gostosa companhia, / lendo os fastos da sábia, mestra História, / e os cantos da poesia‖) indica que não houve abandono de preceitos árcades europeus. [D] Incorreta. Não há versos nos trechos selecionados que indiquem referência ao maravilhoso cristão ou pagão. [E] Incorreta. Há versos que indicam a ocupação de Dirceu, um magistrado (―Verás em cima da espaçosa mesa / altos volumes de enredados feitos; / ver-me-ás folhear os grandes livros, / e decidir os pleitos‖), o que não prejudica a integridade estética da composição árcade. 17. ―A literatura do amor cortês, pode-se acrescentar, contribuiu para transformar de algum modo a realidade

extraliterária, atua como componente do que Elias (1994)* chamou de processo civilizador. Ao mesmo tempo, a realidade extraliterária penetra processualmente nessa literatura que, em parte, nasceu como forma de sonho e de evasão.‖

(Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, EDUFSC, v. 41, n. 1 e 2, p. 83-110, Abril e Outubro de 2007 pp. 91-92)

(*) Cf. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Zahar, 1994, v.1.

Com base no comentário acima e em seus conhecimentos acerca do lirismo medieval galego-português, é correto afirmar que a) as cantigas de amor recriaram o mesmo ambiente palaciano das cortes galegas. b) ―a literatura do amor cortês‖ refletiu a verdade sobre a vida privada medieval. c) a servidão amorosa e a idealização da mulher foi o grande tema da poesia produzida por vilões. d) o amor cortês foi uma prática literária que aos poucos modelou o perfil do homem civilizado. e) nas cantigas medievais mulheres e homens submetem-se às maneiras refinadas da cortesia. GABARITO: D É correta a alternativa [D]. Segundo o texto, a literatura do amor cortês transformou a realidade extraliterária que, por sua vez, interferiu no processo civilizador do Homem.

18. Uma característica desse fragmento, também presente em outras cantigas de amor do Trovadorismo, é a) a certeza de concretização da relação amorosa. b) a situação de sofrimento do eu lírico. c) a coita de amor sentida pela senhora amada. d) a situação de felicidade expressa pelo eu lírico. e) o bem-sucedido intercâmbio amoroso entre pessoas de camadas distintas da sociedade. GABARITO: B As cantigas de amor caracterizam-se pela presença do eu lírico masculino que expressa à mulher amada o sofrimento provocado pela inviabilidade da concretização amorosa.

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―Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado;

De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelo e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs de que me visto.

Graças, Marília bela, Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)

19. A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico a) valoriza os trajes ricos da cidade. b) despreza a vida humilde. c) manifesta preocupação religiosa. d) valoriza os benefícios de sua vida no campo. e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo. GABARITO: D O eu lírico dirige-se à mulher objeto da sua afeição e enumera-lhe as razões pelas quais se considera uma pessoa de sorte: ter boa aparência e ser dono de uma propriedade rural que lhe dá boas rendas. Assim, depreende-se que o eu lírico valoriza os benefícios da vida no campo, como se afirma em [D]. Poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).

18 Não vês aquele velho respeitável, que à muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta!

Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, nem tem uma beleza das belezas que teve.

Assim também serei, minha Marília, daqui a poucos anos, que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita só quem morre.

Mas sempre passarei uma velhice muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada, descansarei o já vergado corpo na tua mão piedosa, na tua mão nevada.

As frias tardes, em que negra nuvem os chuveiros não lance, irei contigo ao prado florescente: aqui me buscarás um sítio ameno, onde os membros descanse, e ao brando sol me aquente.

Apenas me sentar, então, movendo os olhos por aquela vistosa parte, que ficar fronteira, apontando direi: — Ali falamos, ali, ó minha bela, te vi a vez primeira.

Verterão os meus olhos duas fontes, nascidas de alegria; farão teus olhos ternos outro tanto; então darei, Marília, frios beijos na mão formosa e pia, que me limpar o pranto.

Assim irá, Marília, docemente meu corpo suportando do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília quem, sentida, chorando meus baços olhos cerra.

(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)

20. No conteúdo da quinta estrofe do poema, encontramos uma das características mais marcantes do

Arcadismo, que é a) paisagem bucólica. b) pessimismo irônico. c) conflito dos elementos naturais.

d) filosofia moral. e) desencanto com o amor.

GABARITO: A Expressões como ―prado florescente‖, ―sítio ameno‖ e ―brando sol‖ reproduzem o cenário idílico característico da poesia árcade. Inspirados na frase fugere urbem (fugir da cidade), do escritor latino Horácio, os autores árcades voltavam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril, do locus amoenus (refúgio ameno).

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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Lira 83

Que diversas que são, Marília, as horas, que passo na masmorra imunda e feia, dessas horas felizes, já passadas na tua pátria aldeia!

Então eu me ajuntava com Glauceste; e à sombra de alto cedro na campina eu versos te compunha, e ele os compunha à sua cara Eulina.

Cada qual o seu canto aos astros leva; de exceder um ao outro qualquer trata; o eco agora diz: Marília terna; e logo: Eulina ingrata.

Deixam os mesmos sátiros as grutas: um para nós ligeiro move os passos, ouve-nos de mais perto, e faz a flauta cos pés em mil pedaços.

— Dirceu — clama um pastor — ah! bem merece da cândida Marília a formosura. E aonde — clama o outro — quer Eulina achar maior ventura?

Nenhum pastor cuidava do rebanho, enquanto em nós durava esta porfia; e ela, ó minha amada, só findava depois de acabar-se o dia. À noite te escrevia na cabana os versos, que de tarde havia feito; mal tos dava e os lia, os guardavas no casto e branco peito. Beijando os dedos dessa mão formosa, banhados com as lágrimas do gosto, jurava não cantar mais outras graças que as graças do teu rosto. Ainda não quebrei o juramento; eu agora, Marília, não as canto; mas inda vale mais que os doces versos a voz do triste pranto.

(GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu & Cartas Chilenas. São Paulo: Ática, 1997. p. 126-127.)

21. Assinale a alternativa que enumera corretamente as características do Arcadismo brasileiro presentes no poema de Tomás Antônio Gonzaga.

a) A presença do ambiente rústico; a transmissão da palavra poética ao autor; a celebração da vida familiar; a engenhosa elaboração pictórica do poema de maneira a dominarem as figuras de linguagem.

b) A presença do ambiente nacional; a supressão da palavra poética; a celebração da vida familiar; a construção pictórica do poema de maneira a dominarem as figuras de linguagem.

c) A presença do ambiente urbano; a transmissão da palavra poética ao autor; a celebração da vida rústica; a elaboração predominantemente hiperbólica do poema.

d) A presença de ambiente bucólico; a delegação da palavra poética a um pastor; a celebração da vida simples; a clareza, a lógica e a simplicidade na construção do poema.

e) A presença do ambiente nacional; a delegação da palavra poética a um pastor; a celebração da vida em sociedade; a construção racional do poema enfatizando o decoro e a discrição.

GABARITO: D Tomás Antônio Gonzaga, autor dos mais significativos poemas do arcadismo luso-brasileiro, expressa suas vivências em uma trajetória que abrange o período vivido em Vila Rica, Minas Gerais, e sua reclusão na ilha das Cobras, Rio de Janeiro. A construção do poema em versos redondilhos menores ou em decassílabos quebrados, a linguagem simples, a referência constante a ambientes bucólicos, em que o eu lírico se mimetiza com a figura de um pastor, são típicas do Arcadismo. 22. A poesia do Trovadorismo português tem íntima relação com a música, pois era composta para ser entoada

ou cantada, sempre acompanhada de instrumental, como o alaúde, a viola, a flauta, ou mesmo com a presença do coro.

A respeito dessa escola literária, a) os principais trovadores utilizavam a guitarra elétrica para acompanhar a exibição. b) as composições dividem-se em dois grandes grupos: líricas e satíricas. c) os principais trovadores são: Padre Antônio Viera e Camões. d) o Trovadorismo é uma escola literária contemporânea. e) são exemplos de Cantigas Satíricas as Cantigas de Amor e de Amigo. GABARITO: B O Trovadorismo data da época Medieval (por volta do século XII) e foi uma literatura oral acompanhada de alaúde, viola, flauta ou coro. Dessa forma, as alternativas [A] e [D] são descartadas. O trovador podia optar por dois tipos distintos de cantigas: as líricas (de Amor e de Amigo) e satíricas (Maldizer e Escárnio). Isso confirma a alternativa [B] e invalida a [E]. O Padre Antônio Vieira pertenceu ao período do Barroco, e Camões ao Renascimento e, portanto, [C] também está incorreta.

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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GEOGRAFIA 23.

Imagem A Imagem B

As figuras A e B representam dois tipos de chuva, respectivamente: a) chuva frontal e orográfica. b) chuva orográfica e convectiva. c) chuva de verão e orográfica. d) chuva frontal e convectiva. e) chuva orográfica e frontal. GABARITO: A 24. Observe o climograma e assinale a opção correta.

a) O climograma acima representa de maneira correta da variação térmica de um ambiente equatorial úmido. b) O climograma acima ilustra o comportamento climático de toda uma zona temperada. c) O climograma acima representa um padrão de comportamento geral do clima temperado do hemisfério sul. d) O climograma acima indica o padrão de comportamento do clima temperado do hemisfério norte. e) O climograma acima ilustra o perfil climático de um ambiente tropical típico. GABARITO: C 25. A expressão ―Bacia Hidrográfica‖ pode ser entendida como a) o conjunto das terras drenadas ou percorridas por um rio principal e seus afluentes. b) a área ocupada pelas águas de um rio principal e seus afluentes no período normal de chuvas. c) o conjunto de lagoas isoladas que se formam no leito dos rios quando o nível de água da água baixa. d) o aumento exagerado do volume de água de um rio principal e seus afluentes quando chove acima

do normal. e) o lago formado pelo represamento das águas de um rio principal e seus afluentes. GABARITO: A

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2017 – PROVA OBJETIVA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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26. Assinale a alternativa que corresponda o domínio vegetal correto da imagem a seguir.

a) Floresta de Cerrado b) Floresta de Coníferas c) Floresta Tropical d) Caatinga e) Pantanal GABARITO: C 27. Leia atentamente este texto:

As Nações Unidas estimam que, até 2025, dois terços da população mundial sofrerão escassez, moderada ou severa, de água. Essa situação tem sido interpretada como resultante da falta física de água doce para o atendimento da demanda das populações da Terra. Entretanto, no plano geral, há água suficiente no mundo (...) para satisfazer as necessidades de todos. De fato, este cenário de escassez significa que, no ano 2025, apenas um terço da humanidade deverá dispor de dinheiro suficiente para pagar o serviço de abastecimento d’água decente, isto é, com regularidade de fornecimento e qualidade garantida da água.

REBOUÇAS, Aldo. O ambiente brasileiro: 500 anos de exploração. In: RIBEIRO, Wagner Costa. (Org.) Patrimônio Ambiental Brasileiro. São Paulo: Edusp, 2003. pg. 206.

Considerando os argumentos do texto, é correto afirmar que a) a ―crise da água‖ resulta do elevado crescimento da população dos países mais pobres. b) a ―crise da água‖ não pode ser enfrentada com as tecnologias disponíveis, por isso tende a se aprofundar. c) no cenário projetado pela ONU, a escassez de água tenderá a se agravar devido à continuidade do processo

de urbanização. d) fatores sociais e econômicos desempenham um papel importante no problema da escassez de água. e) a água é um recurso natural renovável, portanto, a escassez resulta apenas da distribuição desigual desse

recurso pela superfície da Terra. GABARITO: D 28. O El Niño é um evento de teleconexão oceano-atmosfera caracterizado por anomalias positivas das águas

superficiais e profundas nas porções central e leste do oceano Pacífico equatorial. As áreas mais fortemente influenciadas são as Américas, Ásia e Oceania, regiões essas que margeiam o oceano supracitado, alterando a dinâmica tanto das correntes marítimas quanto da circulação atmosférica regional e global. Essa alteração assume dimensões continentais e planetárias à medida que provoca desarranjos de toda a ordem em vários climas da Terra.

(Mendonça, F.; Danni-Oliveira, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007).

Sobre o El Niño e a dinâmica climática global, é correto afirmar que a) as anomalias que produzem o El Niño são decorrentes de atividades humanas, principalmente devido às

emissões de GEE (gases de efeito estufa) provenientes da queima de combustíveis fósseis industriais e veiculares.

b) é considerado uma variabilidade natural existente há milhares de anos, com relatos históricos de ocorrência nas civilizações pré-colombianas, um dos seus efeitos é o aquecimento das águas geladas do Pacífico.

c) está associado ao aumento de atividade sísmica no oceano Pacífico equatorial, que emite grande quantidade de calor do assoalho oceânico, provocando o aquecimento das águas superficiais.

d) tem relação direta com o aumento do fluxo de raios UV durante os períodos de baixa atividade solar, o que proporciona num super aquecimento das águas, potencializando grandes tempestades.

e) é o responsável pela existência do clima semiárido no sertão nordestino, uma vez que a massa de ar quente e seca que avança em direção a essa região é carregada pelas correntes marítimas influenciadas pelo fenômeno do El Niño.

GABARITO: B

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29. Analise o climograma abaixo, releve todas as informações indicadas e assinale a alternativa correta.

a) Goiânia apresenta clima Tropical Úmido. b) Goiânia apresenta clima Temperado Úmido. c) Goiânia apresenta clima Tropical Típico ou Semiúmido. d) Goiânia apresenta clima Equatorial Superúmido. e) Goiânia apresenta clima Subtropical. GABARITO: C 30. O esquema abaixo ilustra um perfil territorial do nordeste brasileiro. Considerando as subregiões I e II e os

elementos presentes na imagem,

a) a subregião I, localizada entre áreas de planaltos, deve apresentar elevadas temperaturas, enquanto em II, deve apresentar temperaturas bem mais baixas, caracterizando um clima mais frio.

b) o rio Parnaíba transmite umidade para o território I, uma vez que os planaltos da bacia do Parnaíba não apresentam altitudes obstáculo para a passagem das massas úmidas.

c) a subregião II compreende a área da Zona da Mata, o que significa ser uma área bastante úmida. d) as subregiões I e II apresentam o mesmo clima, porém com diferença apenas nos índices pluviométricos. e) o planalto da Borborema é o único responsável pelas definições climáticas do Nordeste brasileiro. GABARITO: C 31. Assinale a única opção que indica o melhor local para produção de hidroeletricidade. a) Rios localizados em terrenos planos. b) Rios localizados em regiões de clima tropical. c) Rios localizados em regiões de clima quente e com desnível de terreno. d) Rios formados em localidade onde as nascentes são intermitentes. e) Rios de planícies. GABARITO: C

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32. Leia um trecho da letra da música de Guilherme Arantes, Planeta Água, em seguida assinale a opção que melhor explica o contexto do poema.

Planeta água

(...) Água que o sol evapora Pro céu vai embora Virar nuvens de algodão Gotas de água da chuva Alegre arco-íris sobre a plantação Gotas de água da chuva Tão tristes são lágrimas na inundação Águas que movem moinhos São as mesmas águas Que encharcam o chão E sempre voltam humildes Pro fundo da terra, pro fundo da terra Terra planeta água Terra planeta água Terra planeta água

Considerando-se a informação da música, os conhecimentos sobre a água e a hidrografia, é correto afirmar que a) a água é um recurso abundante, renovável, infinito, e sua escassez está relacionada exclusivamente a

fatores antrópicos. b) o fenômeno descrito na música corresponde ao ciclo hidrológico. c) os grandes reservatórios existentes no interior da Terra, em função da permeabilidade das rochas são os

verdadeiros responsáveis pelo fenômeno retratado na música. d) os igarapés são rios intermitentes que no Brasil, só existem na Amazônia devido ao relevo formado

predominantemente por depressões. e) o aproveitamento das águas no Brasil como recurso energético, está limitado às regiões sul e nordeste

porque, só nessas regiões, o relevo é de planalto, fator primordial para a instalação das usinas hidrelétricas. GABARITO: B 33. O dia mundial da água, data criada pela ONU em 22 de março em 1993, tem por objetivo chamar a atenção

para a escassez desse recurso, bem como para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservação e reaproveitamento da água de que dispomos.

É correto afirmar que a) embora, na área intertropical do planeta, haja uma dominância de climas chuvosos, os estoques de água

doce não são expressivos nessa área, pois essa também é uma área de grande evaporação. b) o Brasil tem grande disponibilidade de água doce e, por essa razão, não enfrenta problemas de

abastecimento em nenhuma de suas metrópoles nacionais. c) o maior estoque de água doce é subterrâneo, superando o volume de águas em estado sólido (calotas

polares, geleiras e neves permanentes), em razão do derretimento provocado pelo efeito estufa. d) a impossibilidade da dessalinização de águas salgadas do planeta dificulta a solução de um problema que,

com custos pouco elevados, atenderia toda a demanda mundial. e) uma das consequências relacionadas à falta de água potável é o aumento da incidência de doenças, como a

diarreia e outros males provocados pela água contaminada, os quais causam a morte de milhões de crianças em todo o mundo.

GABARITO: E

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34. Atente para o climograma abaixo e assinale a opção que apresente a vegetação correspondente ao domínio climático representado no gráfico.

a) Xerófitas (cactáceas suculentas) b) Campos (pradarias verdejantes) c) Floresta Tropical Perene (árvores que não perdem folhas) d) Floresta Latifoliada (árvores de grande porte) e) Tundra (vegetações rasteiras) GABARITO: A

FÍSICA

Medo e vergonha

3O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e atiça a

criatividade de outros. Uma pessoa em estado de pavor é dona de uma energia extra capaz de feitos incríveis. Um amigo nosso, quando era adolescente, aproveitou a viagem dos pais da namorada para ficar na casa

dela. Os pais voltaram mais cedo e, pego em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia de pular, pelado, do segundo andar. Está vivo. Tem hoje essa incrível história pra contar, mas deve se lembrar muito bem da vergonha.

4Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, mas na qual também vi meu medo

me deixar em maus lençóis. Estava caminhando pelo bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas.

5De repente, vejo um

menino encostado num muro. Parecia um menino de rua, tinha seus 15, 16 anos e, quando me viu, fixou o olhar e apertou o passo na minha direção. Não pestanejei. Saí correndo. Correndo mesmo, na mais alta performance de minhas pernas.

No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi me invadindo. O rapaz estava me vendo correr. E se eu tivesse me enganado? E se ele não fosse fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada no meu medo e preconceito daquela forma já me deixava numa desvantagem fulminante.

Não sou uma pessoa medrosa por excelência, mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coisa no rapaz acionou imediatamente o motor de minhas pernas e, quando me dei conta, já estava em disparada.

Fui chegando ofegante a uma esquina, os motoristas de um ponto de táxi me perguntaram o que tinha acontecido e eu, um tanto constrangida, disse que tinha ficado com medo. Me contaram que ele vivia por ali, tomando conta dos carros. Fervi de vergonha.

O menino passou do outro lado da rua e, percebendo que eu olhava, imitou minha corridinha, fazendo um gesto de desprezo. Tive vontade de sentar na

1guia e chorar. Ele só tinha me olhado, e o resto tinha sido produto

legítimo do meu preconceito. Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha

2bigorna pra casa. ―Ei!‖ Ele demorou a virar. Se eu pensava

que ele assaltava, 6ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: ―Desculpa!‖ Ele virou.

7Seu

olhar agora não era mais de ladrão, e sim de professor. Me perdoou com um sinal de positivo ainda cheio de desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida.

Denise Fraga folha.uol.com.br, 08/01/2013

1 guia − meio-fio da calçada

2 bigorna − bloco de ferro para confecção de instrumentos

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35. A crônica é um gênero textual que frequentemente usa uma linguagem mais informal e próxima da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da chamada norma culta.

Um exemplo claro dessa linguagem informal, presente no texto, está em: a) O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, (ref. 3) b) Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, (ref. 4) c) De repente, vejo um menino encostado num muro. (ref. 5) d) ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. (ref. 6) e) Estava caminhando pelo bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas (ref. 5) GABARITO: B A frase transcrita na alternativa [B] é exemplo de linguagem informal, pois, segundo as regras da gramática normativa, não se deve começar uma frase com pronome oblíquo átono. Para adequar-se à norma culta da Língua Portuguesa, deveria ser substituída por ―Lembrei-me dessa história…‖. Texto para as próximas 3 questões:

BEM NO FUNDO

1no fundo, no fundo,

bem lá no fundo, 2a gente gostaria

de ver 3nossos problemas

resolvidos por decreto a partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela − silêncio perpétuo extinto por lei todo o remorso, maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada, e nada mais mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos a passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas

LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.

36. a gente gostaria

de ver nossos problemas resolvidos por decreto (ref. 2)

A expressão sublinhada tem sentido figurado que, no contexto, corresponde a a) imediatamente e sem esforço b) legalmente e com garantias c) gradativamente e sem contestação d) surpreendentemente e com restrições e) tristemente e com soluções GABARITO: A No contexto, a expressão ―por decreto‖ está ligada ao cotidiano e adquire um significado diferente do que é característico no âmbito judicial, uma determinação emitida por qualquer poder competente. Assim, a rapidez e o caráter imperativo que não dá origem a contestação permitem inferir que a expressão corresponde a ―imediatamente e sem esforço‖, como se transcreve em [A].

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37. O poeta emprega dois termos diferentes para se aproximar do leitor: a gente (ref. 2) e nossos (ref. 3). O emprego de tais termos produz, em relação à percepção de mundo, o sentido de a) idealização b) explicitação c) universalização d) problematização e) sensibilização GABARITO: C Nos versos ―a gente gostaria/de ver nossos problemas/resolvidos por decreto‖, o eu lírico incorpora o leitor à sua própria percepção de mundo, ou seja, exprime uma sensação de caráter subjetivo, mas que considera ser também característica de todos. Assim, é correta a alternativa [C]. 38. A última estrofe apresenta imagens relacionadas à família. Em relação ao conjunto do texto, a figuração do casal com seus filhos pequenos remete à ideia de a) angústia b) mudança c) continuidade d) preocupação e) alívio GABARITO: C Na última estrofe, o primeiro e último versos sugerem ideia de continuidade dos problemas que estão presentes há muito tempo (―problemas têm família grande‖) e continuam a existir no cotidiano simples, mesmo que em outros contextos (―e outros pequenos probleminhas‖). Assim, é correta a alternativa [C].

SEPARAÇÃO

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável.

1No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta

2sentiu que

14nada poderia evitar a

reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. 10

Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo1,

15como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que

não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles. (...) Seus olhares

4fulguraram por um instante um contra o outro, depois se

5acariciaram ternamente e, finalmente,

se disseram que não havia nada a fazer. 6Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre

si mesmo numa tentativa de secionar2 aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas 16

o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar,

11sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um

rio que nasce. 17

Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos3 de suas vidas,

12não lhe dava forças para desprender-se dela.

8Sabia que

era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas,

9distanciar-se dela cada vez

mais, cada vez mais. 18

E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele

7abençoara com os seus beijos e agasalhara nos

instantes do amor de seus corpos. Tentou 3imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio,

perdida em suas cogitações próprias − um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas. 13

De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde... MORAIS, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986.

39. A hipérbole é uma figura empregada na crônica de Vinícius de Morais para caracterizar o estado de ânimo do

personagem. Essa figura está exemplificada em: a) Ela o olhava com um olhar intenso, (ref. 10) b) sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo (ref. 11) c) não lhe dava forças para desprender-se dela. (ref. 12) d) De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, (ref. 13) e) Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, (ref. 3)

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GABARITO: D A hipérbole, figura de linguagem que enfatiza ou exagera a significação linguística, está presente no termo verbal na frase da alternativa [D]: ―explodir em lágrimas‖. Poema de Catulo da Paixão Cearense (1863-1946).

O Azulão e os tico-ticos

Do começo ao fim do dia, um belo Azulão cantava, e o pomar que atento ouvia o seus trilos de harmonia, cada vez mais se enflorava. Se um tico-tico e outras aves vaiavam sua canção... mais doce ainda se ouvia a flauta desse Azulão. Um papagaio, surpreso de ver o grande desprezo, do Azulão, que os desprezava, um dia em que ele cantava e um bando de tico-ticos numa algazarra o vaiava, lhe perguntou:

1―Azulão,

olha, dize-me a razão por que, quando estás cantando e recebes uma vaia desses garotos joviais, tu continuas gorgeando e cada vez canta mais?!‖

Numas volatas sonoras, o Azulão lhe respondeu: ―Caro Amigo! Eu prezo muito esta garganta sublime e esta voz maravilhosa... este dom que Deus me deu! Quando, há pouco, eu descantava, pensando não ser ouvido nestes matos por ninguém, 2um Sabiá*, que me escutava,

num capoeirão, escondido, gritou de lá: — meu colega, bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a você: quem foi um dia aplaudido pelo príncipe dos cantos de celestes harmonias, (irmão de Gonçalves Dias, um dos cantores mais ricos...) — que caso pode fazer das vaias dos tico-ticos?‖

* Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa está representado neste Sabiá, pois foi a ―Águia de Haia‖ um dos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios.

Poemas escolhidos, s/d.

40. Ante as vaias dos tico-ticos e outras aves, o Azulão torna ainda mais perfeita sua canção. Com isso, revela

uma atitude de a) autoconfiança. b) rancor. c) ingenuidade. d) ignorância. e) revolta. GABARITO: A O Azulão demonstra confiança no próprio canto, pois as vaias das outras aves não lhe impedem o canto. Texto para as próximas 2 questões:

E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados. Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a

luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.

Aluísio Azevedo, O cortiço.

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Sinopse para entendimento do excerto: Jerônimo é um português que, na companhia de sua esposa e filha, vem ao Brasil para trabalhar; tal expectativa não se consolida, principalmente a partir do momento em que ele passa a se relacionar intensamente com o meio onde ele se insere e as pessoas que ali vivem. Logo, as impressões descritas no trecho a respeito da natureza brasileira demonstram que há uma verdadeira discrepância entre sua experiência em Portugal e no Brasil; um trecho que ilustra essa mudança é a sensação que as matas brasileiras lhe deixaram: o aroma da baunilha lá presente o atordoara. 41. Para entender as impressões de Jerônimo diante da natureza brasileira, quando ao Brasil chegou, é preciso

ter como pressuposto que há a) um contraste entre a experiência prévia da personagem e sua vivência da diversidade biológica do país em

que agora se encontra. b) uma continuidade na experiência de vida da personagem, posto que a diversidade biológica aqui e em seu

local de origem são muito semelhantes. c) uma ampliação no universo de conhecimento da personagem, que já tinha vivência de diversidade biológica

semelhante, mas a expande aqui. d) um equívoco na forma como a personagem percebe e vivencia a diversidade biológica local, que não

comporta os organismos que ele julga ver. e) um estreitamento na experiência de vida do personagem, que vem de um local com maior diversidade de

ambientes e de organismos. GABARITO: A O texto apresenta diversos contrastes, os quais afirmam a opção A. 42. Entre as características atribuídas, no texto, à natureza brasileira, sintetizada em Rita Baiana, aquela que

corresponde, de modo mais completo, ao teor das transformações que o contato com essa mesma natureza provocará em Jerônimo é a que se expressa em:

a) ―era o calor vermelho das sestas da fazenda‖. b) ―era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta‖. c) ―era o veneno e era o açúcar gostoso‖. d) ―era a cobra verde e traiçoeira‖. e) ―[era] a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele‖. GABARITO: C Ser ―o veneno‖ e ―o açúcar gostoso‖ é a síntese que melhor corresponde à transformação ocorrida em Jerônimo após o contato com Rita: o aspecto negativo está relacionado ao processo de abrasileiramento, correspondendo a ação do Determinismo de Meio: inserido no Brasil, em um cortiço, Jerônimo deixa de ser o trabalhador e chefe de família português, passando a aproveitar a vida de modo indolente e toma Rita Bahiana como sua amante. Esta, por sua vez, corresponde ao ―açúcar gostoso‖, atraindo e seduzindo o português. 43.

[...] Vinham vindo, com o trazer de comitiva. Aí, paravam. A filha–a moça–tinha pegado a cantar, levantando os braços, a cantiga não vigorava certa, nem no tom nem no se-dizer das palavras–o nenhum. A moça punha os olhos no alto, que nem os santos e os espantados, vinha enfeitada de disparates, num aspecto de admiração. Assim com panos e papéis, de diversas cores, uma carapuça em cima dos espantados cabelos, e enfunada em tantas roupas ainda de mais misturas, tiras e faixas, dependuradas– virundangas: matéria de maluco. A velha só estava de preto, com um fichu preto, ela batia com a cabeça, nos docementes. Sem tanto que diferentes, elas se assemelhavam.

Soroco estava dando o braço a elas, uma de cada lado. Em mentira, parecia entrada em igreja, num casório. Era uma tristeza. Parecia enterro. Todos ficavam de parte, a chusma de gente não querendo afirmar as vistas, por causa daqueles trasmodos e despropósitos, de fazer risos, e por conta de Soroco–para não parecer pouco caso. Ele hoje estava calçado de botinas, e de paletó, com chapéu grande, botara sua roupa melhor, os maltrapos. E estava reportado e atalhado, humildoso. Todos diziam a ele seus respeitos, de dó. Ele espondia: – ―Deus vos pague essa despesa...‖

O que os outros diziam: que Soroco tinha tido muita paciência. Sendo que não ia sentir falta dessas transtornadas pobrezinhas, era até um alívio. [...]

Tomara aquilo acabasse. O trem chegando, a máquina manobrando sozinha para vir pegar o carro. O trem apitou, e passou, se foi, o de sempre. [...]

Ele se sacudiu, de um jeito arrebentado, desacontecido, e virou, pra ir-s’ embora. Estava voltando para casa, como se estivesse indo para longe, fora de conta.

Mas parou. Em tanto que se esquisitou, parecia que ia perder o de si, parar de ser. Assim num excesso de espírito, fora de sentido. E foi o que não se podia prevenir: quem ia fazer siso naquilo?. Num rompido — ele começou a cantar, alterando, forte, mas sozinho para si-e era a cantiga, mesma de desatino, que as duas tanto tinham cantado. Cantava continuando.

ROSA, João Guimarães. ―Soroco sua mãe, sua filha‖. Primeiras estórias. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olyimpio, s.d. p. 16-18. Guimarães Rosa, escritor inserido na chamada Geração de 45 — Modernismo Brasileiro —, apresenta uma obra de cunho universalista.

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O texto comprova isso porque a) se trata de uma prosa poética. b) revela o pitoresco de uma cidade interiorana. c) é escrito numa linguagem rica em neologismos. d) enfoca um tema de caráter intimista e ligado à condição humana. e) evidencia um problema de ordem social que atinge os mais pobres. GABARITO: D O conto apresenta personagens que revelam tanto suas particularidades regionais como sua dimensão universal, ou seja, tudo o que elas também têm em comum com o restante da humanidade: o sentido oculto da existência, o crescimento espiritual por meio de experiências do cotidiano, a vida como aprendizado, a sensibilidade extraordinária manifestando-se pela loucura e pela ingenuidade infantil, a vida como predestinação ou os limites entre bem e mal. Ou seja, enfoca um tema de caráter intimista e ligado à condição humana, como se afirma em [D]. 44. O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois

desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

No romance Grande sertão: veredas, o protagonista Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo se aproxima de um(a) a) diário, por trazer lembranças pessoais. b) fábula, por apresentar uma lição de moral. c) notícia, por informar sobre um acontecimento. d) ditado, por expor regras ou princípios de alcance moral. e) crônica, por tratar de fatos do cotidiano. GABARITO: D [A] Não está em uma linguagem de diário porque o foco narrativo está em terceira pessoa: a vida. [B] Não há uma lição de moral, apenas uma conclusão a partir das experiências do personagem. [C] A alternativa não corresponde ao contexto do exemplo. [D] Correta. No excerto apresentado, tem-se uma reflexão de Riobaldo filosoficamente descrita a partir de sua experiência de vida. A conclusão contudo é formulada através de um aforismo: o que ela quer da gente é coragem. Aforismo é um estilo de pensamento bastante conciso, usado na literatura e na filosofia para traduzir uma percepção da vida, das pessoas e da sociedade, só que realçado pela expressividade e pela lucidez. [E] No trecho citado fala-se sobre a vida e suas dificuldades, não se trata de um tema corriqueiro.

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JARDIM DA PENHA

(27) 3025 9150

JARDIM CAMBURI

(27) 3317 4832

PRAIA DO CANTO

(27) 3062 4967

VILA VELHA

(27) 3325 1001