jornal ponte velha - abril de 2012

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RESENDE E ITATIAIA - ABRIL DE 2012 Nº 192 . ANO 17 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com Um coronel do Excército no PT de Itatiaia A falta que Lenilson Graziani fez a Eduardo Meohas O pouco preparo do homem comum para entender o Judiciário Sobre o silêncio fundamental de todo diálogo A corrupção cresce mais que o aumento de carros nas ruas? As colônias penais agrícolas especiais para políticos ímprobos A história do General Affonseca O dia em que o Martinho vaticinou que os carvalhistas iam todos vender frango Indo por aí, com o pé de Deus Reveste-me da Tua beleza, Senhor, e que no decorrer desse dia, eu Te revele a todos! (trecho de prece de Bezerra de Menezes)

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Jornal Ponte Velha, edição de Abril de 2012

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RESENDE E ITATIAIA - ABRIL DE 2012Nº 192 . ANO 17 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

Um coronel do Excército no PT de Itatiaia A falta que Lenilson Graziani fez a Eduardo Meohas

O pouco preparo do homem comum para entender o JudiciárioSobre o silêncio fundamental de todo diálogo

A corrupção cresce mais que o aumento de carros nas ruas?As colônias penais agrícolas especiais para políticos ímprobos

A história do General AffonsecaO dia em que o Martinho vaticinou que os carvalhistas iam todos vender frango

Indo por aí, com o pé de Deus

Reveste-me da Tua beleza,

Senhor,e que no decorrer

desse dia,eu Te revele a todos!

(trecho de prece de

Bezerra de Menezes)

tica foi interceptada pelo Tribunal de Contas e pelo Judiciário. Suas contas de 2004 não foram aprova-das. Responde a várias ações, em primeira e segunda instâncias. Já foi condenado em algumas. Faltou a Eduardo a correta interpretação da máxima do Direito Administra-tivo: “ na administração privada, o administrador pode fazer tudo o que não for proibido por lei. Na administração pública, o adminis-trador pode fazer apenas o que a lei determina”. Entusiasmado com o poder e com a vontade de fazer mais e rápido, acabou imobilizado. Todavia, ainda é um ídolo aqui em Resende. Se, e quando puder voltar, dará um trabalho enorme.

Sua posição, no momento, é ocupada pelo Rechuan, discípulo que, a nosso sentir, tem tudo para se igualar, ou até ultrapassar o mestre. Especialmente se aprender a fugir de situações criadoras de insegurança jurídica.

1.5.2 - NIVALDO DE OLI-VEIRA - O cérebro do “olivei-rismo” teve importante papel no “eduardismo”: Vice Prefeito nos 8 anos de mandato do Eduardo. Foi o vice dos sonhos de qualquer político: correto, discreto e colabo-rador.

1.5.3 - PAULO CESAR DE OLIVEIRA PINTO, o PC - apren-deu com Eduardo todas as urdi-duras partidárias. Fiel depositário do PSB, em Resende. É como o

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2 - O Ponte Velha - Abril de 2012

P O L I T I C Á L Y ACabo Euclides e Professor Silva

É mole?Como tem esperto,

heim, vaca...

1 - O DOMÍNIO DO PODER EXECUTIVO EM RESENDE DE 1947 A 2011

1.1 - O RODRIGUISM0 – 1947 a 1966 - edição de dez/11

1.2 - O ROCHISMO - 1967 a 1976 - edição de jan/12

1.3- O CARVALHISMO - 1955 a 1962; 1977 a 1982; 1989 a 1996; 2005 a 2008 - edição de fev/12.

1.4 - O OLIVEIRISMO - 1983 a 1988 - edição de mar/12.

1.5 - O EDUARDISMO - 1997 a 2004

1.5.1 - EDUARDO MEOHAS - Indicado pelo Deputado Federal Marcelo Cerqueira, veio para Resende trabalhar no Governo do Noel, em 1988. Nomeado para servir no Posto de Saúde da Itapuca. Elegeu-se Vereador pelo PDT, já naquele ano, e rompeu com o Noel, no meio do mandato, como Presidente da Câmara, posição que ocupou de 1989 a 1991. Saiu para ocupar a liderança do anti-car-valhismo. Formulador da teoria “todos contra o Carvalho”, um ovo de Colombo na política resendense: com a oposição unida, o “carva-lhismo” perde. Não é à toa que o filósofo falou: “Deus me defenda dos amigos, que dos inimigos eu mesmo me defendo”.

Eduardo é o político mais completo e mais sagaz que atuou em Resende, desde 1947. Sabe tudo o que os outros sabem. Conhece marketing político e sabe fazer corpo-a-corpo. Introduziu as pesquisas qualitativas e cores na política de Resende. Seu verme-lho e amarelo, as cores do PSB, ainda hoje se fazem presentes no dia-a-dia da cidade. Deputado Estadual de 1995 a 1998. Prefeito de Resende em dois mandatos. Seu segundo mandato tomou um baque muito forte com a compra de um terreno superfaturado, o que resultou em uma CPI, engessadora de parte de seu governo. O fato de o Noel de Carvalho ingressar no PSB, em 2001, passando por cima do diretório local, também abalou muito o Eduardo, levando-o a migrar para o PT. Como se não bastasse, sua brilhante carreira polí-

Ganso, no futebol. Pode não ser o melhor do time, mas sabe armar as melhores jogadas.

1.5.4- RICARDO LEITE MORAES - o mago dos votos. Navega pela Estatística e pelo Marketing Político como o Amir Klink, no Atlântico. Tem um time de primeiríssima: os Ouvidores (liderados pelo Leão e Jocimar) e os Vivacidades, liderados pelo outro Ricardo, o competentíssimo Banana Nanica. Com tanto talento e tanto resultado positivo, sempre será tentado a assumir um com-portamento imperial, o qual pode e deve dispensar. Seu imenso talento já o faz respeitado e admirado

1.5.5 - CESAR AUGUSTO

DO NASCIMENTO - Campeão de basquete e de votos, o Augustão já teve mais de 1.000 votos em Resende, em duas ocasiões (2004 e 2008). Vereador em 2 mandatos (2001-2004; 2005-2008). Policial militar reformado, é especialista em segurança pública. Aprendeu a captar votos com seu chefe Eduardo, de quem foi uma sombra desestimuladora de abraços mais apertados de adversários. Afinal, existem formas mais indolores de suicídio do que encarar 10 arrobas distribuídas em 2 metros de altura...

1.5.6 - JOÃO ALBERTO STAGI - Vereador de 1997 a 2000. Foi o primeiro candidato a vice do Eduardo, em 1992. Junto com o Gastão, apresentou Resende ao

Eduardo. Em 1 ano, Meohas apren-deu o que levaria 10 anos sem o João e o Gastão. Portador de reco-nhecidas seriedade e competência, João atualmente é filiado ao PT.

1.5.7 - ANTONIO CARDOSO GASTÃO FILHO - vereador em 2 mandatos (1989-1992; 1993-1996). Em dobradinha com o João Alberto, foi o Professor do Eduardo em matéria de Resende. Não conse-guiu manter a sua popularidade, perdendo as últimas eleições que disputou. Em 2008, obteve apenas 204 votos, muito aquém de seu currículo e de suas comprovadas capacidades política e administra-tiva. Se encostar no BJ, poderá voltar para a Câmara, na primeira oportunidade.

1.5.8 - FERNANDO AURÉLIO DA COSTA RIBEIRO - Conta-bilista e advogado, foi Secretário de Finanças, nos 6 anos finais do “eduardismo”. Honesto, compe-tente e leal. Ter a chave do cofre lhe rendeu muitas dores de cabeça e poucos votos. Modernamente, ser Ordenador de Despesas é a maior fria. Nas duas vezes que foi candidato a Vereador pelo PTB, obteve apenas 165 votos, em 1982 e 123 votos, em 1988, muito aquém dos serviços que prestou à cidade. Quem sabe o BJ não dá uma turbi-nada em sua candidatura?

1.5.9 - LENILSON GRAZIANI DE SOUZA - O grande advogado faleceu em 2004, causando uma baixa nunca recuperada na estru-tura do “eduardismo”. A falta do Lenilson refletiu-se nos vários problemas jurídicos que ainda hoje atormentam o Dr. Eduardo.

1.5.10 - HELENO GUIMA-RÃES DE CARVALHO - O jovem veterinário tinha tudo para ser o sucessor do Eduardo, mas sua brilhante carreira política foi inter-rompida pelo episódio da compra de um terreno superfaturado, que custou ao governo uma incômoda CPI e a perda da aura de total credibilidade.

2) NOTÍCIAS ATUAIS COM REFLEXOS NAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO/12:

BANCO DO POVO - A Prefei-tura de Resende assinou convênio com a Caixa Econômica e breve começará a fazer empréstimos de até R$15 mil para empreendedores, com juros altamente favorecidos. Modelo iniciado na Índia, com reflexos sociais altamente favorá-veis. As mulheres são as maiores tomadoras de empréstimos e a inadimplência é menor do que nos Bancos tradicionais.

PR E DEM - Em coligação local, repetindo a estadual, o PR juntou-se ao DEM e provavelmente irá de Eleon, Sargento do Exército e Pastor Evangélico, como can-didato a Prefeito. Este é um fato novo na política resendense, pois, neste caso, o DEM saiu da base do Rechuan e não passou para a base do Noel. O Deputado Garotinho virá a Resende para participar, ativamente, da campanha. O Ex--Governador, como é sabido, é um grande cabo eleitoral e já começa a suar a camisa para tentar voltar ao Governo em 2014.

PT E PMDB - É forte a tendên-cia de o PT resendense se juntar ao Noel de Carvalho, repetindo a aliança nacional e estadual. Nós já cantamos a pedra que, desta vez, o PT resendense será, no mínimo, um coadjuvante de extrema importân-cia.

DR. JULIANELLI NA DISPUTA - Nas esferas estadual e federal, a Engenharia Política destinada a viabilizar a candidatura do Dr. Julianelli, pelo PSB, já está sacramentada.

Abril de 2012 - O Ponte Velha - 3

Lana Almendra

Para a pessoa comum, é preciso ter fé no judiciário do mesmo jeito que se tem fé em Deus, nos santos, no mundo do céu.

Fé; porque compreensão é muito difícil. O homem comum não estudou o bastante para entender, por exemplo, que o juiz Flávio Pimentel anulou 17 processos de improbidade administrativa contra Almir Dumay, sem julgar o mérito, porque considerou que a lei de impro-bidade administrativa não era a lei a ser usada no caso; o homem comum não tem o domínio da técnica jurídica para poder compreender que o senador Demóstenes não pode ser acusado pelas gravações que a polícia fez investigando o Carlinhos Ca-choeira; o flagrante de corrupção, no caso dele, só valeria com autorização prévia da Justiça.

São, de fato, questões difíceis, que não podem ser apreendidas apenas com bom senso, exigindo a frequência a um curso de Direito. É por isso que para o homem comum mais vale procurar o entendimen-to com a outra parte e fazer um acordo, procurando “não ser prejudicado além da conveniência”, como recomendava um personagem de Graciliano Ramos.

E é sobre esse entendimento sensato entre as partes que versa o caso que passo a narrar, acontecido em uma das poucas vezes em que me esforcei um pouco em favor do próximo.

Foi numa bela manhã do começo dos anos 80 do século passado, quando eu me encontrava na defensoria pública de Resende, que na ocasião funcionava no Fórum antigo, numa salinha com entrada pelo lado do Paraíba. Eu ia ajudar os co-lonos do Alto Penedo, que estavam sendo tirados da terra pela companhia loteadora.

Esperei sentado ali a manhã inteira - do que não reclamo, porque gosto um pouco dessas situações de fila em que se é obrigado a parar, a ficar quieto olhando as coisas absolvido da culpa de não estar sendo “pró-ativo” - expressão que a meu ver não precisa do “pró”. Os passarinhos conversavam na mangueira da calçada, que se via pela porta aberta, e as pessoas

A Origem do Xuxuna sala de espera começaram também a piar os seus problemas, os problemas dos mais fracos.

Nesse tempo as mulheres ainda não dominavam explicitamente os homens, e ali naquela saleta elas eram a maioria, se dizendo abandonadas e requerendo pen-são para os filhos. Uma delas, uma mulata bonita e gorda, não só não recebia a pen-

são há meses como reclamava também da quantia “ridícula” que o seu homem havia deixado para ajudar no material escolar da filha - e se digo o “seu” homem é porque, pela conversa, se via que ele continuava a visitá-la de vez em quando e era ainda o dono do seu coração.

A principal interlocutora da mulata era uma branquinha magra, sensual, empere-quetada e pintada, que parecia conhecer a mulata há algum tempo, tanto que esta sabia muito bem que a branquinha não aguentava mais sustentar o companheiro.

- Nem acredito que ele esteja procu-rando emprego...

E a mulata gorda fechava os olhos e balançava a cabeça numa condescendên-

cia com a pouca idade da outra, que ainda ia passar por tanta coisa.

- Deve estar bebendo com o dinheiro que você dá.

E então era a branquinha que levan-tava as sobrancelhas num esgar de con-formismo. Fazer o quê? Os homens eram mesmo assim. Aliás, os homens, não, o homem, porque lá pelo fim da manhã, depois de muito xororô e reclamação, a mulata gorda disse que na semana passada o sujeito só tinha levado para casa uma sacola de xuxu.

- Pegou lá em casa - disse a branqui-nha. Pegou tudo naquele xuxuzeiro lá dos fundos, e disse que ia vender na feira para comprar uns reparos para o banheiro.

E o sujeito era habilidoso, pois desco-briu que o vazamento da caixa dágua da mulata não era rachadura, mas simples-mente uma goiaba que entupira o ladrão, fazendo com que a água transbordasse durante a noite, quando o consumo dimi-nuía; e encurtou a resistência do chuveiro da branquinha, que agora estava esquen-tando que era uma beleza.

O Defensor Público demorou muito e as duas resolveram ir embora. Foram juntas, conversando, na direção da ponte velha, uma ajudando a outra com as sacolas de compras. O sol brilhava forte e os passarinhos da mangueira comentavam entre si que aquela amizade ainda ia ren-der um acerto de contas mais justo com o “canalha” do que o que poderia se conse-guir com a intervenção judicial; e que um dia - quem sabe após o grande trauma que àquele tempo já se prenunciava para o pla-neta - ainda íamos resolver nossas questões com a leveza deles, que não desperdiçam o tempo que têm para cantar com os emaranhados das interpretações de leis, das instâncias, dos trânsitos em julgado e0 daqueles homens com capas pretas que se sentam em cadeiras mais altas.

Quanto aos colonos do Alto Penedo, foram mesmo tirados de sua terra, mas acho que os ajudei um pouco a negocia-rem uma melhor indenização. Cada um faz o que pode.

Gustavo Praça

Até o fechamento desta edição a po-pulação do lote 10, em Visconde de Mauá, estava convivendo com o despejo de esgoto pelo meio de suas ruas, devido ao estouro de um bueiro a cerca de 100 metros da estação de tratamento local. As estações de tratamento foram uma contrapartida do governo do estado no bojo da construção da estrada-parque. Sua manutenção é essencial, pois as pessoas abrem mão de suas fossas e sumidouros confiando no novo sistema.

NotasA exposição de gravuras “Agregados”,

do grupo de gravuristas “Olho Latino”, fica aberta à visitação até o dia 20 de abril, no MAM de Resende, de segunda a sexta entre as 9 e as 17:30h. Está uma beleza e, como sempre, a Vanda Perantoni e sua turma estão de parabéns.

Bonitas festas no fim do mês passa-do: os 20 anos da Academia de História de Resende, comemorados no Salão Nobre da Santa Casa - quando Remo Rocha presenteou os presentes com um DVD contendo todo o acervo do extinto e centenário jornal A Lira; a premiação dos destaques empresariais do ano pela ACIAR, na Casa da Lua - quando o depoi-mento de Gabriel Costa da Conceição, da Granja Capelinha, emocionou e fez rir a todos (se Deus quiser o Ponte Velha ainda faz uma entrevista com ele); e, por fim, os The Fevers no CC, que, pelo número de carros estacionados nos arredores deve ter sido uma beleza.

O Paulinho da Pousada Kacareco, de Penedo, informante do Ponte Velha, está agora mais presente nas mesas do Rei dos Salgadinhos. É que desde fevereiro sua pousada está arrendada. O boi está na sombra.

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4 - O Ponte Velha - Abril de 2012

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Ato de coragem- O arquiteto Renato Serra, diretor da ADES (Agência de Desenvolvimento Econômico e Social) em Resende lançou no último dia 3 de abril oportuno debate sobre a escola pública local, instando o Conselho Tutelar e a Promotoria Pública da Infância e da Adolescência a considerar a baixa qualidade da educação pública. Mas o que é mesmo “público”? A falta de nitidez das respostas que dançam pelo imaginário e pelas mídias ajuda a reclamar soluções aos Três Poderes. O que me parece um vício de origem que reforça a burocra-cia e escamoteia a inércia de uma sociedade anêmica.

Enquanto a escola for o último elo do tentáculo estatal a serviço da lógica produtiva não evitaremos a injustiça que é usar 15 anos de vida para programar o consumidor/produtor do futuro. Porque aí não há o que inventar. Educar é obra da gratuidade do pensamento. A natureza da educação exige a não-produtividade, o ócio, o tempo que transcende o mundo do trabalho. A escola nunca será um lugar produtivo, mesmo que forme eficientes produtores. Mas nem isso é motivo para tornar a educação um neg-ócio. Sem ócio não temos nem escolas nem sociedade, pois falta a liberdade fundamental. O problema é mais que político: é metafísico.

A revolta pueril- Lá na Esco-linha Feliz Gotículas de Mel da tia Nicota e do Ursinho Fofo que Namora a Fada Cristal, ninguém aguenta mais a merenda prepa-rada pela nutricionista politica-mente correta. “A gente queremos picanha!” Há algo de certo nesse brado errado.

A Equipe-comunitária-que--senta-junto-e-discute-os-projetos-

O tempo da Páscoa e a comichão da verdade “Livre pensar é só pensar”Millôr Fernandes

-de-vida pediu-me para intervir. Intervir, não: contribuir. Contri-buí, resgatei e ainda coloquei: Não se sabe mais o que é escola. Um caso de comichão que não dá sossego. Receitei: primeiro é preciso lembrar-se de esquecer. Depois, esquecer-se de lembrar. A seguir, aprender a desapren-der. Finalmente, desaprender a aprender. O quinto e último passo – ninguém aguenta tanto trabalho –, especializar-se no ócio, silên-

cio fundamental de todo diálogo. Porque o tempo não é produto, mas obséquio. O tempo é o modo como nos foi dado perceber o ser e seus presentes, inclusive o poder e o dinheiro. E sem o ócio se torna impossível receber. Não por acaso, “ócio” é a tradução do termo grego scholé, de onde também veio a palavra “escola.” Donde resulta que se pode ir à escola e nunca chegar à “escola.”

A Comichão da verdade vai exumar os “crimes de 64”. Espera--se que uma segunda onda de furor revolucionário desencave as ossadas do D.I.P. de Vargas, ilumine os porões de Arthur Ber-nardes e restabeleça a dignidade cidadã de Policarpo Quaresma, até que Caim seja julgado pelo Tribu-nal Internacional, aliás muito bem situado nos países baixos. Não tem nada a ver com pôr cobro à cultura da impunidade. Seria cínico esperar este motivo no Brasil dos

mensalões... Tem a ver com uma casta revolucionária que não tolera razões históricas que levariam a felizes esquecimentos, por aco-modação, bom senso ou simples temor de que as coisas piorem. O que seria sinal de prudência. Mas essa casta de puros, de cátaros da política, é imprudente. Ai dos que se lembram demais! Dos platônicos intempestivos que desejam produ-zir a sociedade a partir da pran-cheta. Devotos de um messianismo

jurídico, quando não derramam sangue, derramam tempo.

O tempo da Páscoa é de perdão, de esquecimento. Perdoam-se as dívidas para que alguma paz seja possível. Mas comichões da verdade não esque-cem. Um ressentimento originário, uma inveja de quem ainda repousa no descanso dominical do perdão não lhes dá sossego. Essa Repú-blica maniqueísta, dividida entre puros e corruptos, parece realizar a profecia paulina: “Nos últimos tempos, os homens se tornarão avarentos, soberbos, rebeldes aos pais, cegos de orgulho. Ostenta-rão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. [...] Virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas pró-prias paixões e pela comichão de escutar novidades, ajustarão mestres para si” (2ª Carta de São Paulo a Timóteo).

A sala de aula é o local tradicional para transmissão de conhecimento, pela interação entre o docente e seus alunos. Tradicionais são também os obje-tivos finais desse encontro, pois, professores ensinam e alunos aprendem. Ensina-se quase sem-pre muito mais do que é previsto, e se aprende também muito mais quando há predisposição dos alunos.

Isto ocorre porque o docente, por satisfação pessoal e, óbvio, por sua motivação, realiza-se na sua tarefa. O aluno envolvido nesse clima empolga-se com esse saber e sua futura aplicação. A interação fica enriquecida de beleza, requisitando o silêncio para melhor saborear esse saber compartilhado. Percebe-se afetos mútuos, respeitos mútuos e objetivos mútuos, concretizando o que todos almejam.

Alguns leitores deste texto podem discordar deste nosso pen-samento, julgando-o poético ou mesmo utópico, porém sabemos que o que foi afirmado ocorre em muitas salas de aula, em diferentes estabelecimentos de ensino e em cursos com alunos de variadas faixa etária etc.

Por que ocorre? Porque o afeto decorrente do respeito do

Reflexões sobre velhos temas educacionaisEstevão Alves Correa Neto

docente e de seus alunos concor-re para a postura apropriada, para o casamento de idéias e a união na busca dos objetivos. É a mági-ca que todos admiram e muitos querem aprender para ouvir os aplausos e constatar os benefícios intermináveis no tempo.

O autor é Psicólogo e Mes-tre em Educação e atuando na Associação Educacional Dom Bosco – AEDB.

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Primeiro é preciso lembrar-se de esquecer. Depois, esquecer-se de lembrar. A seguir, aprender a desaprender. Finalmente, desaprender a aprender. O quinto e último passo – ninguém aguenta tanto trabalho –, especializar-se no ócio, silêncio fundamental de todo diálogo.

Abril de 2012 - O Ponte Velha - 5

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Eliel de Assis Queiroz

Cidade do interior, campeo-nato de futebol, vestiário do time da prefeitura depois do jogo, Zezinho Paraíba sorteado no exame antidoping. Ao invés da coleta da urina, Zezinho Paraíba resolve se mandar para casa. No dia seguinte, um desses “jornaizinhos de segunda categoria do interior” resolve denunciar o grave fato. “Vai dá em nada”, era a opinião dos colegas de time de Zezinho Paraíba e de parte dos torcedores do time da prefeitura. Zezinho Paraíba, além de grande armador, era exímio driblador, sem contar que era cargo de confiança do prefeito. Como Zezinho Paraíba continuava se negando a fazer o exame antidoping, o “jornalzinho de segunda categoria do interior” não dava descanso. Até que um dia, um jornalzão, o maior do país, um tal de O GLOBO, resolve entrar no assunto. Dias depois, em uma matéria de quatro páginas, o jornalzão escancara o mal feito de Zezinho Paraíba. Agora não dava mais para continuar empur-rando com a barriga. Zezinho Paraíba resolve, então, procurar ajuda de um amigo especia-lista em exame antidoping. Ajuda pedida, ajuda concedida. Zezinho Paraíba envia para os jornais da cidade um “parecer” do seu amigo especialista, onde o mesmo assegura que, na urina não coletada e não analisada de Zezinho Paraíba, não havia nenhuma substância tóxica que pudesse desabonar a sua conduta moral, ética e profissional. Com esse “esclarecimento” à opinião pública, Zezinho Paraíba pode, enfim, voltar a dormir o sono dos justos. Qualquer semelhança com fato recentemente ocorrido

Caminhão do Lixo Atropela Prefeitoem Resende não terá sido mera coincidência.

Quando cheguei neste trecho do presente artigo, me veio à memória uma música do Milton Nascimento e do Fernando Brant (Bola de Meia, Bola de Gude) que diz: “não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal”. Ninguém pode, nem mesmo os mais alienados (palavra antiga e tão atual) e os “sem noção”. Vejo com preocupação o que o vem ocorrendo na nossa cidade nesses últimos três anos. Não me refiro apenas à violência crescente, ao trânsito caótico e violento, ao crescimento desordenado da população, ao crescimento do processo de favelização, ao cres-cimento do mercado das drogras. Tão preocupante quanto tudo isso, é a seqüência de denúncias de escândalos contra o governo do prefeito Rechuan. Condenação por contrato fraudulento, segundo o TCE, na contratação de transporte escolar, grave crime ambiental contra a população que se abastece do Rio Paraíba (caso chorume), personalização da prefeitura de Resende com obras de fachada e logomarca do prefeito estampada nos computadores da prefeitura, contratos milionários de propa-ganda do governo municipal, obras nos rios Paraíba e Sesmaria sem o licenciamento ambiental do Estado, obras em banheiro público com indícios de superfaturamento. Não foi à toa que Resende foi classifi-cada, no índice FIRJAN de gestão financeira, como um dos piores desempenhos de todo o estado do Rio. Resende, nesta avaliação, foi o pior município do sul fluminense. Por favor, não me venham com a desculpa de que se trata de denún-

cia política. Ocupe o Ponte Velha, senhor prefeito, e rebata, caso a caso, com dados convincentes e não discurso vazio, cada uma dessas “calúnias”. Agora, depois de quase um mandato inteiro de harmônica convivência, o governo Rechuan anuncia que irá fazer uma auditoria no contrato do lixo, que é prestado pela mesma empresa denunciada pelo programa Fan-tástico, da TV Globo. Será que esses senhores que ora ocupam o poder em Resende nos julgam tão imbecis?

Vim morar em Resende no final dos anos 1980. Quando aqui cheguei, encontrei uma cidade limpa, organizada, com um prefeito que acompanhava de perto tudo o que acontecia. Esse prefeito era o Noel de Oliveira, e Resende já tinha um importante parque industrial. Depois veio o Noel de Carvalho e Resende continuou com um crescimento ordenado, com plano diretor e programas sócio-ambentais voltados para os mais jovens. Havia uma preocupação com a infra-estrutura do muni-cípio. Hoje, está tudo mudando. A corrupção está crescendo na mesma proporção do aumento dos carros nas nossas estreitas ruas, na mesma proporção da violência e do caos que começa a se instalar na nossa cidade. Já temos as nossas cracolândias. Todos nós já estamos sentindo o desconforto desses novos tempos. Quem disse que esse é o único caminho para o desen-volvimento econômico? Não é não. É isso que queremos para a nossa cidade e para a nossa região? Com relação ao caminhão do lixo atro-pelando o prefeito, acho que foi um sonho. Ou terá sido um pesadelo? Ou uma premonição? Sei, lá.

Em 1532 foi publicado o tratado político de Nicolau Maquiavel intitulado “O Príncipe”, que mostrava aos monarcas procedimentos para bem manter o principado. Inspirados naquela obra, Professor Silva e Cabo Euclides estão escrevendo um livro chamado “O Prefeito” que se destina aos modernos príncipes - os Prefeitos Municipais. Nesta edição, apresentam o Segundo Conselho, em quatro lições.

A primeira lição é não ficar de mal com o(a) jornalista que denun-ciar fatos envolvendo seu governo. Afinal, se a notícia for verdadeira, a (o) jornalista estará lhe prestando um favor, e outro para a cidade. Como será que o eleitor processa a informação de o Prefeito trocar de mal com o jornalista que denuncia fatos de seu governo? O eleitor en-tende que se o Prefeito ficou bravo é porque tem culpa no cartório. Se ele não tem culpa no cartório, deve até agradecer a notícia e facilitar a coleta de novas informações.

Como tocar um escândalo sem tapar o sol com a Peneira

A segunda lição é ouvir os envolvidos. Se as explicações forem claras e convincentes, mande-os escrever (ajudados pela Assessoria de Imprensa e pelo Jurídico) uma resposta para a notícia e divulgue-a, amplamente. Se a dúvida persistir, mande apurar, instaurando um processo administrativo disciplinar, dando ampla divulgação de seu resultado. Se os envolvidos tiverem culpa, exonere-os. Se não tiverem culpa, promova seus desagravos.

Terceira lição: se um Jornal publi-car notícias mentirosas denegrindo o seu governo, recorra à Justiça e peça um desmentido, na forma da lei. Se for o caso, peça também danos morais.

Quarta lição: nunca invente ou participe da invenção de mentiras para tapar o sol com a peneira. Afinal, como ensinou o Lula, “o problema da mentira é que amanhã você terá que inventar outra mentira para cobrir a mentira de hoje ... e assim, sucessivamente, até todo mundo descobrir que era mentira.”

6 - O Ponte Velha - Abril de 2012

PONTE: Você se formou em Direito após se reformar no Exército?

JERÔNIMO: Não, antes. Eu fui chefe da Assessoria Jurídica da AMAN, chefe da Assessoria Jurídica da II Região Militar, do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. Quando eu passei para a Reserva, comecei a advogar na vida civil.

PONTE: A sua atuação na AMAP fez com que você fosse escolhido pelas associações de moradores de Penedo para representá-las na finalização do Plano Diretor em 2006.

JERÔNIMO: Foi o segundo Plano Diretor; e faça-se justiça ao Jair Alexandre, que portou-se como um democrata naquela época. Ele insistiu na participação da comunidade. Surgiram várias lideranças e eu acabei sendo escolhido para representá-las. E votamos o Plano Diretor, que nunca foi posto em prática.

PONTE: E agora estão fazendo outro.JERÔNIMO: Sem nunca ter posto em prática o anterior. É

como se fosse uma cortina de fumaça; você cria um factóide, uma cortina de fumaça para encobrir que você não está fazendo nada. Está fazendo aquela cortina. Então nós fomos contra o novo Plano Diretor, mas não adianta ser contra; você tem ir lá, participar, exigir. Este plano está sendo feito na marra, na minha opinião. Contrataram um instituto - caro -, não convocaram a população, não está havendo participação. Ele dizem que vai haver participação numa segunda fase, e estão reclamando da falta de participação. Não adianta só colocar na internet ou publicar um dia num jornal; tem que ir aos bairros, chamar as pessoas.

PONTE: Um dos pontos que está sendo discutido é a tal estrada ligando Penedo a Itatiaia por dentro.

JERÔNIMO: Em todos os Planos Diretores isso foi discutido. E a comunidade do Penedo sempre foi unanimemente contra.

PONTE: Por que?JERÔNIMO: Há um grande poder aqui na Terra que se

chama “Poder Econômico”, e essa estrada é um projeto do poder econômico, que está corrompendo as autoridades para forçar a sua abertura. Vai servir apenas para a especulação imobiliária. Vão devassar o nosso Penedo.

PONTE: Vai servir também à politicagem.JERÔNIMO: Especulação imobiliária e politicagem, uma

coisa ajuda a outra. Se eu faço especulação imobiliária eu vou ganhar dinheiro e posso corromper mais; posso manter meus interesses através daqueles que foram esco-lhidos pelo povo, mas que nunca representam o povo, nunca representaram. Se alguém representou realmente o povo em Itatiaia foi o Picolé, o primeiro prefeito.

PONTE: Por que?JERÔNIMO: Porque, com o município nascendo,

ele começou a pautar a vida do órgão estatal para atender à população. Ele conformou a estrutura que nós temos hoje e não é utilizada; então, eu não posso dizer nada de mau desse cidadão.

PONTE: Como você vê a idéia dessa estrada ser

O advogado cearense Jerônimo Nunes de Melo, Coronel da Reserva, é militar desde os 10 anos de idade, quando entrou para o Colégio Militar de Fortaleza. Veio para Resende por causa da AMAN, da qual foi Chefe da Assessoria Jurídica. Desde 1986 tem casa em Penedo, e acabou se envolvendo nas demandas da comunidade através das associações de moradores. Recentemente filiou-se ao PT de Itatiaia e é bem possível que se candidate à Câmara. Trabalha atualmente num projeto para regulamentar, no município, a lei federal de transparência, e diz que colocou esta questão como condição para apoiar Gilda Mollica à Prefeitura. “Não quero ser ladrão e nem pactuar com ladrão”. Ideologicamente, se diz de centro, vendo coisas boas no socialismo e no capitalismo. Nessa conversa com o Ponte Velha ele dá sua visão sobre a política de Itatiaia, inclusive sobre os últimos acontecimentos em que a Câmara rejeitou investigar o prefeito, acusado de improbidade administrativa. Jerônimo é um entusiasta da idéia de Penedo vir a formar um novo município turístico junto com outros locais de nossa região com a mesma vocação. Para ele, o setor que tem que receber incentivos é, antes de tudo, o do turismo.

um caminho por onde não passe carro, não passe nada moto-rizado. Só gente a pé, ou de bicicleta, ou de cavalo, charrete, essas coisas. Não seria ótimo para a região turística? Não seria ótimo para o turista de Penedo, que hoje praticamente não tem por onde caminhar? Hoje em dia, um lugar por onde não passe carro, por ser raro, é valiosíssimo.

JERÔNIMO: Exatamente. E essa estrada já existe, ela é carroçável em quase toda a sua extensão. Mas o problema é a especualação imobiliária. Quer-se ganhar dinheiro à custa do meio-ambiente. E aí eles apresentam uma idéia mirabolante para agradar a quem está assistindo.

PONTE: Idéia mirabolante que você fala é uma “estrada parque”, etc?

JERÔNIMO: Exato, com pontos de apoio, com ilumina-ção, uma conversa para você se encantar, para abrir as portas para os loteamentos. E você veja que o município não conse-gue nem cuidar das nossas estradas.

PONTE: Como você vê o resultado do último Plano Diretor (o que está vigorando), com a nossa decisão de transformar em área urbana aquela área rural que margeia a rodovia Rubens Mader, onde estão saindo agora os novos condomínios? A tese, na ocasião, era de que precisávamos conceder construções ali para preservar o alto Penedo, as nascentes dos rios.

JERÔNIMO: Há uma confusão e uma distorção nisso aí que você está dizendo. Há um empresário, o Gustavo Fabre, que participou com a gente, que está fazendo o loteamento “Nova Penedo”, aquele junto do Portal. Aquele nós estipula-mos que seria um loteamento grande, todo arborizado, com bosque, sem ferir o Penedo e melhorando a nossa entrada.

Um dos reforços que ele daria seria a construção da Av. Brasil, desafogando a Av. das Mangueiras. E ele está cum-prindo isso. Isso foi acordado pela comunidade na ocasião. Agora, aquele loteamento lá na frente, perto do posto de gasolina, aquilo não foi tratado no Plano Diretor; aquilo foi uma imposição posterior, através de uma negociação. Graças a Deus gorou, porque era um projeto com predinhos; ia urba-

Jerônimo Nunes, um coronel do Exército no PT de Itatiaia

Não quero ser ladrão e Nem pactuar com ladrão

Essa estrada ( ligando Penedo a Itatiaia por dentro) é um projeto do poder

econômico, que está corrompendo as autoridades para forçar a sua abertura.

Vai servir apenas para a especulação imobiliária. Vão devassar o nosso Penedo

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Abril de 2012 - O Ponte Velha - 7

nizar, ia dar cara de cidade dormi-tório à entrada de Penedo.

PONTE: E como que entra uma coisa dessas fora do que foi votado pela comunidade?

JERÔNIMO: Olha, depois que nós votamos o Plano linha por linha, lá no Teatro Muni-cipal - ganhando umas coisas, perdendo outras, porque é assim a democracia -; pois bem, após a aprovação nós descobrimos que lá na Câmara dos Vereadores, eles estavam bolando vários projetos de instalação de boates, de motéis, desconfigurando tudo aquilo que a comunidade votou. Nós fomos lá, 29 munícipes, pressionamos, eles resistiram; nós então fomos ao Prefeito, o Jair Alexandre, que nos garantiu: se eles votarem isso, eu veto. Aí a Câmara voltou atrás, vigorou o que nós aprovamos, com a exceção daquele loteamento lá que eles deram um jeito de incluir.

PONTE: A população mani-festa a sua vontade e depois fica refém do que a Câmara votar?

JERÔNIMO: Não. Se eles mantivessem aqueles absurdos caberia uma ação civil pública. Porque o Plano Diretor é votado a partir de uma lei que exige a participação popular. Este Plano que está sendo discutido agora ele pode ser considerado nulo se a comunidade entender que de fato não participou.

PONTE: Você está entrando agora na política partidária. Como foi essa decisão, e por que o PT?

JERÔNIMO: Eu sempre me vi como um ser político, me envol-vendo em tudo, brigando por tudo. Na faculdade eu fui presidente

do Diretório, e olha que eu sou Coronel do Exército... Bom, mas tem três motivos que eu consegui elencar na minha mente para expli-car a entrada na política partidária. O primeiro deles é a minha mulher, que começou a me cobrar: Por que o caminhão do lixo não passa aqui? Por que não tem iluminação pública na minha rua? Por que a nossa estrada é completamente esburacada? O segundo motivo é um camarada chamado Luis Carlos Ypê; ele foi, talvez, o maior res-

ponsável por eu entrar na política partidária.

PONTE: Por que?JERÔNIMO: Porque eu nunca

vi alguém abandonar tanto o lugar que eu amo como esse cara. Havia uma história que o Jair Alexandre era inimigo de Penedo. Pois bem, mesmo com essa configuração, o Jair Alexandre nunca deixou o Penedo ficar como está hoje. Este sujeito, o Ypê, veio aqui em Penedo e enganou a todos. Na campanha eleitoral eu fui a uma reunião no restaurante Parrilla e foi ali que eu vi pela primeira vez o senhor Luis Carlos Ypê e a dona Gilda. Na ocasião, a minha idéia, com o grupo das associações, era fazer-mos uma lanternagem no Jair, no “inimigo” que nós já conhecíamos. Íamos fazer uma série de exigên-cias para Penedo, pedir para o Jair

assinar e reconhecer em cartório, para apoiarmos ele. Sabíamos dos defeitos dele, centralizador e tal, mas alguma coisa o Jair fez - na educação, por exemplo. Mas... Todo mundo estava encantado com o Ypê.

PONTE: Era a novidade.JERÔNIMO: Era a novidade.

Nessa reunião eu me levantei e disse: “Sr. Luis Carlos, eu não o conheço, mas tudo o que o senhor está falando é contrário aos interesses do Penedo. O senhor é hoteleiro lá em Itatiaia, por que é

que o senhor vai ajudar os hotelei-ros daqui? O senhor sabe que aqui tem um Plano Diretor? Muita coisa que o senhor falou aí é contrária a esse Plano Diretor. O senhor sabe que há uma ação civil pública em que uma associação do Penedo está pedindo ao estado compensações pelo impacto ambiental da constru-ção da ponte do Acesso Oeste?

PONTE: Foi uma ação movida pela ACETAP (Associação dos Empresários e Amigos do Alto Penedo), presidida pelo Miguel Monte.

JERÔNIMO: Isso. Eles me contrataram como advogado e nós movemos a ação, que ao fim teve sucesso. Uma das reivindicações que nós conseguimos - e que hoje o prefeito diz que é conquista dele - foi a iluminação da rodovia Rubens Mader, a colocação de meio fio, as

pistas para bicicletas e caminhadas. Foi uma contrapartida do estado.

PONTE: E por que hoje você prefere a Gilda ao Jair lanternado?

JERÔNIMO: Porque hoje eu conheço mais o Jair e conheço mais a Gilda. A Gilda, aliás, eu nem conhecia antes daquela reunião. Depois da reunião o senhor Luis Carlos Ypê mandou um auxiliar atrás de mim dizendo que queriam a minha participação, etc. Eu disse que não me interessava e pensei: querem me calar. Bom: ele venceu e o Penedo se decepcionou. A primeira grande medida, além do abandono, foi o IPTU confiscató-rio. Para mim, pessoalmente, foi ótimo; me rendeu muitas ações judiciais. Clientes que tinham que pagar até 25 mil de IPTU.

PONTE: Houve até uma ação coletiva.

JERÔNIMO: Não, a coletiva foi contra o edital 12, que se não me engano era da época do Jair.Algum maluco resolveu cobrar IPTUs de anos anteriores, com novos cálculos de reajustes, de todos os imóveis. E nós consegui-mos derrubar isso agora. Ganhei muito dinheiro com isso.

PONTE: E o aumento abusivo do IPTU ficou por isso mesmo?

JERÔNIMO: Alguma coisa nós conseguimos mudar pela via

administrativa.PONTE: Você escolheu o PT

por causa da Gilda ou por causa do partido?

JERÔNIMO: Nem uma coisa nem outra. Escolhi o PT inicial-mente por falta de opção. No PT eu encontrei gente simples, ninguém envolvido nos governos locais. Só tem a Gilda, vice-prefeita, expulsa, podemos dizer, da governança.

PONTE: Mas a impressão que ficou foi de que ela saiu numa atitude política.

JERÔNIMO: Não, ela foi expulsa de lá. Cassaram a sala dela. Ela se pôs contra o aumento do IPTU, e estava trabalhando na área social. Hoje a sala dela é a Secretaria de Planejamento. Ela não tem sala, por isso é que faz os gabinetes itinerantes para atender à população.

PONTE: Você acredita que o PT de Itatiaia está imune a essa endemia de corrupção?

JERÔNIMO: Ninguém está imune a isso. Onde há ser humano há corrupção. Agora, aqui eu conheço as pessoas e estou me mobilizando para que a gente mude um pouco o estado das coisas. E eu vejo na Gilda uma possibilidade da gente mudar isso, pelas condições

Nós não temos ainda a transparência dos gastos, porque não temos o portal de Itatiaia, mas se você olhar para o dinheiro que nos é destinado e para o universo que nos cerca, você vê que as coisas não estão andando bem

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8 - O Ponte Velha - Abril de 2012

pessoais dela. Os quadros do PT são de gente simples e trabalha-dora, e alguns quadros preparados, com conhecimento de causa. Nós vamos precisar de quadros, porque uma coisa é ganhar a eleição e outra é governar. Uma coisa que eu exigi ao me filiar, e fui prontamente atendido, foi a criação de um portal de transparência municipal.

PONTE: A transparência não é uma lei federal?

JERÔNIMO: Ela é federal mas precisa ser institucionalizada em cada ente federativo. A lei federal que obriga está nascendo agora, e tem a questão da aplicação prática; o próprio governo federal não con-segue cumprir isso ainda. Itatiaia não tem ainda, mas no portal de transparência do governo federal você já pode ver por exemplo que Itatiaia recebeu, só em 2011, 23 milhões, para projetos de saúde, educação, etc. Então, nós não temos ainda a transparência dos gastos, porque não temos o portal de Itatiaia, mas se você olhar para o dinheiro que nos é destinado e para o universo que nos cerca, você vê que as coisas não estão andando bem.

PONTE: E eles querem pegar agora mais cinco milhões de empréstimo.

JERÔNIMO: Exatamente. Pediram mais cinco milhões, para investir no centro de Penedo. O que vão fazer no centro de Penedo até outubro? Mas, aparentemente, a Câmara não vai votar, porque não quer colocar azeitona na empada do Ypê. A Câmara também tem seu jogo político. Veja que a Câmara impediu a Comissão Processante, mesmo com provas sobre a impro-bidade administrativa do Prefeito. Por que? Porque a Gilda poderia assumir. Essa Câmara que está aí, guardadas as raras exceções, porque elas existem, ela não está nem aí para o povo. E o contrato com a Locanty? Todos os municí-pios abriram investigação. Itatiaia

vai abrir? Ele está pagando dois milhões e setenta e sete mil reais para a Locanty varrer 80 ruas. Até outubro. Fora outras empresas. Então você imagina como é a coisa.

PONTE: O Brasil é o único país que paga salário a vereador, certo?

JERÔNIMO: O único, não. Existem outros que pagam, mas muitos não pagam. O Chile não pagava - não sei como está agora -, a Colômbia não paga... Os vere-

adores são pessoas com cargos honoríferos, são pessoas escolhidas que vão se sacrificar pela comuni-dade. São pessoas qualificadas que vão ser padrinhos da comunidade, mas padrinho na concepção certa do que é ser padrinho.

PONTE: Você acha que assim funciona melhor?

JERÔNIMO: Eu acho que poderia funcionar. Eu, por exemplo, seria candidato a vere-ador sem salário, não teria pro-blema. Agora, há pessoas que não têm condições de se manter. Então como seria? Só poderia ser vereador quem tivesse condições de se manter? Então você faria uma triagem econômica do vereador.

PONTE: O que podia era ter um salário razoável.

JERÔNIMO: Sim, lógico. Hoje, em Itatiaia, eles devem ganhar muito dinheiro; não sei quanto é o salário mas deve ser muito dinheiro, porque todos têm carrões, último tipo; grandes comércios, que não tinham... Olha 10 anos atrás e faz um histórico. Verifica. Não tinham nada. Guarda-das mais uma vez as raras exce-ções. Como é que se gasta milhões

numa campanha para um cargo que, se você for eleito, em 20 anos de salário você não paga o que gastou na campanha? Eu só vejo uma saída para a gente interpretar isso: corrupção. O cara vai lá para se locupletar. Ele entra e sai com um patrimônio imenso. Não foi com a remuneração de vereador.

PONTE: E onde que falha o mecanismo do Estado para aferir essa questão tão óbvia e saná-la?

JERÔNIMO: A primeira falha

é a falta de transparência - e por isso que é este o meu compro-misso para me envolver na política partidária. Tendo a transparência, nós podemos ter todos os controles. E em Itatiaia hoje a transparência é zero, o site mal funciona. Se hou-vesse transparência, essas questões de improbidade contra o prefeito - que eram claras, eu vi as provas - não ficariam assim.

PONTE: Você está se refe-rindo agora ao Luis Carlos ou ao Almir, que teve agora 17 processos anulados?

JERÔNIMO: Estou falando do Luis Carlos. O Almir nem se fala, é doutor em processos por improbi-dade... Mas eu não vi os processos do Almir, as provas; do Ypê eu vi. Houve uma representação com

três questões flagrantes provadas. A primeira delas é que ele mandou construir uma garagem no hospital, essa garagem ele mudou o edital duas vezes e triplicou o preço, a garagem não tinha sido constru-ída e ele já tinha pago toda a obra para as empresas; e, pasme!, quem estava fazendo a terraplenagem, paga pela empresa construtora, era uma outra empresa já paga pela prefeitura por aluguel de máqui-nas... Já recebendo da prefeitura. Isso é flagrante. Tudo docu-mentado. E digo mais: ninguém negou isso na Câmara. Só ficaram dizendo que foi um erro, que houve um problema... Outra coisa: ele contratou os carros da cunhada para trabalhar para a Prefeitura. Ato de improbidade. Ele colocou em carros, fazendo a propaganda da Prefeitura, o nome dele, o que fere o princípio da impessoalidade e também é ato de improbidade. Isto foi i-g-no-ra-do pela Câmara, guardadas as tais raras exceções. Ventilou-se lá que houve um jantar na noite anterior regado a cerveja, e ninguém negou. E veja: nao era um processo de cassação do pre-feito, mas sim de investigação; ele poderia ao final mostrar que tinha feito tudo certo. Mas o que ocorreu foi que ele encheu a Câmara com CCs, não deixando lugar para o povo; e a cada manifestação contra o prefeito havia vaias. Foi pela força. Além da cerveja, foi pela força. Agora, para mim, esse episódio é parte de um processo agônico do prefeito. Ele tem aqui em Penedo uma rejeição de mais de 60%.

Como é que se gasta milhões numa campanha para um cargo que, se você for eleito, em 20 anos de salário você não paga o que gastou? Eu só vejo uma saída para a gente interpretar isso: corrupção. O cara entra e sai com um patrimônio imenso. Não foi com a remuneração de vereador.

PONTE: Não há então apatia da população diante disso tudo?

JERÔNIMO: O que eu acho é que a população está desespe-rançada. De tanto ver as coisas erradas. Então ela vê, vai fazendo sua avaliação mas não se mobiliza. Quem você vê se mobilizando? Quem está mamando.

PONTE: O universo da polí-tica, e sua ligação com o universo jurídico, parece uma coisa fora do alcance das pessoas.

JERÔNIMO: Fica além. Mas a população não sabe o poder que tem. E o poder público (que na verdade assume esse poder para tratar de coisas privadas) sabe disso e quer manter a população na igno-rância. Eu estou trabalhando agora no projeto de lei da transparência municipal. E agora eu te faço uma pergunta: quantos projetos de lei tiveram a iniciativa de vereadores locais? Simplesmente aprovam projetos de lei de interesse do prefeito. E o que me espanta é que Penedo tem cinco vereadores. Nós podíamos ter um partido político e dominar a política local. E Penedo nunca esteve tão abandonado.

PONTE: O que prova que não é o interesse público que move os vereadores.

JERÔNIMO: Pois é, estão cuidando dos “seus” interesses. A esperança é a transparência, a edu-cação, a organização comunitária em conselhos. E eu vi na Gilda essa possibilidade.

PONTE: Uma questão que eu vejo é que o cidadão se cansa porque não está ganhando nada para perder o tempo dele e brigar

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Abril de 2012 - O Ponte Velha - 9

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com gente que está ganhando uma fortuna para pensar noite e dia naquilo, e prolongar os processos até cansar o cidadão. É uma briga muito desigual. Por isso que se o vereador ganhasse só um pró labore essa relação seria mais justa e produtiva.

JERÔNIMO: O vereador pensa que o povo é burro, mas ele não é. Eu tive um empregado que um dia me disse assim: “Já vendi meu voto para cinco candidatos”. Vai dizer que ele é mau caráter? Mau caráter é o sujeito que vai comprar dele. Ele só deu uma rasteira nesses corruptores.

PONTE: Quero voltar à questão do mundo jurídico, que parece mais distante ainda do cidadão do que o universo da política. Ninguém sabe quem é o juiz, os caras ficam com aquelas togas pretas, a cadeira deles é mais alta... Como você viu esse episó-dio em que o juiz Flávio Pimentel extinguiu os processos do Almir?

JERÔNIMO: Como eu te disse, eu não vi os processos, mas se ele extinguiu sem julgar os méritos, eu acho que o juiz está errado.

PONTE: Me parece que ele se apegou a uma questão formal - que o julgamento de político não se daria pela lei da impro-bidade administrativa ( veja só!) - deixando de lado a essência da questão, que é justamente a impro-

bidade administrativa.JERÔNIMO: Por outro lado,

esse mesmo juiz foi quem conce-deu a busca e apreensão que levou aos documentos que resultaram na denúcia contra o Ypê. Veja como é difícil julgar. E agora esse processo prossegue no judiciário. Vai demorar mais. Na Câmara, o processo político-administrativo é mais rápido.

PONTE: Foi o mesmo também que anulou o processo que impedia a posse da atual diretoria da CERES.

JERÔNIMO: Diretoria esta, a atual, que mostrou-se, no meu entender, melhor do que a anterior. Eu fui um dos membros da comis-são eleitoral na questão da CERES. E te digo: o Dudu ganhou a eleição.

PONTE: O que a diretoria antiga alega é que ele não tinha condições de se candidatar por alguns motivos, entre eles o de ter o cargo de vereador.

JERÔNIMO: Quando ele assumiu ele desfez um dos imbróglios que era um contrato da CERES com o poder público. Mas eles ainda estão brigando na justiça.

PONTE: Parece que foi para segunda instância. E tem muita coisa por trás disso aí, inclusive o interesse de alguns no não cresci-mento político do Dudu, que está tendo uma carreira meteórica.

JERÔNIMO: Eu não advogo para o Dudu não, mas o fato é que a CERES mudou. A conta de luz está menor do que há dois anos; a administração está melhor; devol-veu-se um dinheiro de uma ação que se arrastava há muito tempo... E olha: eu sou amigo do Carreiro, admiro ele, admiro o Samuel Carreiro, que também é advogado e presidente da Ordem, mas a

administração do Dudu mostrou-se muito mais aberta e melhor.

PONTE: Você vê o Dudu como um possível futuro prefeito?

JERÔNIMO: Olha, como você disse ele vem numa carreira desembestada, mas acho que ele não vai se candidatar agora. Hoje ele é vereador, com condições de reeleger, e é presidente da CERES. Se ele se candidatar, o que pode acontecer?

PONTE: Perder tudo. Inclusive teria de abrir mão de tudo já para se candidatar.

JERÔNIMO: Nós não pudemos ver a atitude dele diante do atual prefeito porque, como presidente da Câmara, ele não teve voto. Só votaria em caso de necessidade de desempate. Então a gente não sabe se ele penderia para o lado da população ou para o lado do inte-resse imediato do prefeito.

PONTE: Vamos dizer o inte-resse imediato do corporativismo

político.JERÔNIMO: Olha, a terceira

coisa que me fez entrar na política partidária - além da minha mulher e do Ypê - é que eu cansei de ser governado por incompetente e/ou desonesto. Isso tem que mudar. E eu não vou mudar sozinho, eu espero que mais gente apareça para tentar mudar isso.

PONTE: Como você a possi-

bilidade de Penedo voltar para Resende?

JERÔNIMO: Eu acho quase impossível. A emancipação já ocorreu há umas duas décadas. Está certo que o Penedo não foi auscultado na ocasião, mas também não se manifestou contra, essa manifestação vem de agora. Não estou julgando o mérito. Eu acho que Penedo tem muito mais ligação com Resende do que com Itatiaia, mas a bronca de Penedo não é com Itatiaia propriamente, é com a contínua política de incompetência e corrupção. Agora, uma coisa que eu acho viável é a transformação de Penedo em Distrito: a gente pode ter delegacia - até uma delegacia de turismo -, cartório próprio, vários serviços; teremos um status dife-rente. Penedo era um Distrito de Resende e foi rebaixado à condição de bairro. Tem conformação geo-gráfica e população de um Distrito.

PONTE: E uma vez Distrito, o Penedo pode tentar aquela idéia de formar um novo município turístico junto com Serrinha, Capelinha, Mauá, etc.

O Prefeito hoje pensa com imediatismo, usa a indústria como um outdoor, porque o retorno

para o município é mínimo; ele devolve até o ICMS para a indústria. Emprego? A nossa

população não é qualificada, porque ele não qualificou a população.

JERÔNIMO: E aí se poderia tentar essa idéia que parece meio mirabolante mas é muito possivel, de Penedo se juntar com outros Distritos que também estão longe de suas sedes e têm uma identi-dade comum que é a questão do meio-ambiente e do turismo. Um grande município turístico contíguo ao Parque Nacional, uma grande área de preservação. Já tem a tal da estrada-parque, que para mim é meio farsa, mas já está ali. Ela ligaria esse possível município. Mas para chegarmos a isso é preciso que tenhamos representantes capazes e que queiram isso.

PONTE: E o prefeito desse novo município só vai pensar em meio-ambiente e em turismo; não adianta ele pensar em indústria porque não cabe indústria.

JERÔNIMO: Claro. O Pre-feito hoje pensa com imediatismo, usa a indústria como um outdoor, porque o retorno para o município é mínimo; ele devolve até o ICMS para a indústria. Emprego? A nossa população não é qualificada, porque ele não qualificou a população, ele devia estar investindo em escola. Em Resende, ao contrário, o povo pode participar porque tem facul-dade, escola técnica, voltadas para a indústria automobilística. Por que Itatiaia não dá esses incentivos ao turismo, que é a nossa cara? A opção pela indústria, no meu entender, fere a conformação da nossa comunidade. Pelo menos do Penedo.

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produtor de alimentos, favorecido pelo aquecimento global que, só na última década, foi responsável pela elevação em cinco graus Celsius da temperatura planetária. Após

sucessivos derretimentos de gelo, seus solos começaram a se mostrar excelentes para a agricultura. O país pode, em breve, se tornar o novo “celeiro do mundo”, caso atinja níveis semelhantes com a produção de arroz e trigo. Produto-res rurais dos arredores da cidade de Narsasuaq, no sul do país, estão esperançosos com um aumento ainda maior na temperatura, pois querem iniciar a produção de plantas tropicais, como a banana e

o côco. Os mais ousados planejam o plantio de seringueira (produção de borracha) e de babaçu (produ-ção de óleo). Em seu programa de rádio semanal, “Chá com o presidente”, Neils Bohr Andersen, presidente groenlandês, comentou sobre o novo recorde, lembrando que toda a soja do país é produ-zida de forma agroecológica, sem agrotóxicos nem adubos químicos solúveis e, evidentemente, sem a utilização de sementes transgê-nicas (banidas mundialmente em 2045, mas ainda contrabandeadas em muitos países). Ele lamentou que nações como o Brasil, os Estados Unidos e a China, antigos produtores mundiais de alimentos em grande quantidade, tenham exaurido suas terras e florestas com um modelo de agricultura insusten-tável, e agora tenham que importar

alimentos das mais diversas partes do mundo, inclusive da Groenlân-dia, para abastecer suas populações (somente o Cerrado brasileiro tem 80% de sua área em processo de desertificação). “Sabemos que temos sido beneficiados pelo aque-cimento global, isso é fato, mas não queremos cometer os mesmos erros do passado da humanidade, por isso, entre outras medidas, adota-mos um sistema de agricultura que respeite a natureza”, disse Ander-sen, ao final do programa.

Grandes responsáveis pelo feito são as Colônias Penais Agrícolas, especializadas em abrigar presos acusados de corrupção política (crime declarado hediondo há poucos anos pela Comissão de Ética e Justiça Mundial). Os inter-nos trabalham de dez a dezesseis horas por dia (quanto mais horas

por dia maior o abrandamento da pena), sem direito a visitas íntimas e uso de celular. Só de políticos brasileiros as colônias já receberam mais de trinta mil. No Tratado de Nuuk, de 2060, ficou acordado entre quase todas as nações mun-diais que os acusados e condena-dos por corrupção política seriam enviados para apoiar a produção agropecuária groenlandesa (o queijo de cabra do país é famoso por ter em seu rótulo o desenho de um homem engravatado retirando o leite do animal).

Outro ganho para o país, com o aumento da temperatura global, foi o setor do turismo. Só este ano são esperados mais de dois milhões de turistas para curtir suas belas praias da costa leste, agora com águas mornas e diversas opções de lazer nas cidades do entorno. A cada verão mais etapas de campeonatos de surf são disputados nas ondas consideradas de qualidade acima da média pelos surfistas líderes do ranking. Também o vôlei de areia tem feito muito sucesso no país, tanto que a última dupla de vôlei campeã olímpica é groenlandesa. O cientista político Marcus Botelho Pinto, consultor do Ponte, observa que, enquanto a Groenlândia lucra com os efeitos do aumento de tem-peratura em nível global, a maioria dos países sofre com falta de água, fome de grande parte da população, inundações e secas constantes e ataques incontroláveis de pragas nas lavouras. Ele comentou que, nisso tudo, provavelmente pelo medo de ir para as colônias penais, um ponto positivo é que a corrupção política teve uma diminuição signi-ficativa no mundo, chegando, por exemplo, no Brasil, próxima a zero.

Abril de 2012 - O Ponte Velha - 11Jo

el P

erei

ra Nossa História, Nossa Gente

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que aflua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

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O primoroso texto desta edição é do Cel Art LÊODO DA ROCHA GONÇALVES, Asp Of de 1955.

A Avenida General Affonseca tem o seu início na junção da Rua do Rosário com a Avenida Ten Cel Adal-berto Mendes, no Manejo, e término

nesta mesma avenida, próximo ao Campo de Aviação, percorrendo em toda a sua extensão o bairro Vila Julieta.

Em mais uma homenagem significativa ao ENSINO, passa em frente ao Colégio Dom Bosco, criado e dirigido por uma edu-cadora vocacionada – Dª Zenaide.

O Gen. Affonseca – Luiz Sá Affonseca - foi o engenheiro responsável pela construção da Escola Militar de Resende, atual Acade-mia Militar das Agulhas Negras (1940/1944). Nasceu em Santos – SP – no dia 09 Jan 1880 e faleceu em 1968, aos 88 anos de idade.

Em 1937 passou a integrar a comis-são para a construção da Escola Militar de Resende e, em 1938, participou da cerimônia de lançamento da “pedra fundamental”.

Em 1939 – o então Cel Affonseca – já com 45 anos de serviço ativo com grande experiência em obras de engenharia rodo-viária, ferroviária, telegráfica, construções elétricas e fortificações, é transferido para

reserva.Em ato contínuo, é convocado para o serviço ativo no posto de general-de-brigada e designado para dirigir a obra mais importante de sua vida – a Escola Militar de Resende.

De 1º Abr 1940 a 15 Mai 1944, cumulativamente, chefiou a Comissão de Obras de Piquete e Resende, sendo responsável pela ampliação do Sanatório Militar de Itatiaia, ampliação da Fábrica de Pólvora de Piquete, da construção da rodovia Piquete/Itajubá (atravessando a Mantiqueira), da ampliação da Hidroelétrica de Bicas do Meio. Como era de se esperar, deu cabal desempenho das missões que lhe foram confiadas.

Sua equipe de trabalho era de alto nível, desde os assessores diretos até a mão-de-obra não especializada. Hoje, após mais de 70 anos, com toda a tecnologia existente, temos dificul-dade em obter o mesmo padrão de trabalho.

Para isso, basta analisar o padrão de construção das obras do CP-2.

Todas as obras, nos mínimos detalhes, eram de um padrão impar no Brasil e até mesmo na América do Sul. O mármore vermelho usado no conjunto principal foi doado por Henrique Laje e o amarelo foi adquirido em Portugal e transportado gratuitamente por esse ilustre industrial brasileiro.

Em 10 Mar 1944, em cerimô-nia inédita e de alta significação,

o Gen Affonseca faz a entrega das chaves da Escola Militar ao seu primeiro comandante: Cel Mário Travassos.

No dia 20 Mar 1944, quinhen-tos e noventa e cinco jovens,oriundos da Escola Militar do Realengo, transpunham pela primeira vez o “PORTÃO DE ENTRADA DOS NOVOS CADETES” da Escola Militar de Resende.

A partir daí, profes-sores, instrutores, cadetes, praças do BCSv, funcioná-rios civis, dia a dia, viam o nome do Gen Affonseca ser imortalizado em placas de bronze colocadas em

pontos de destaque. A principal delas está na Praça em que se ergue o mastro da Bandeira Nacional, de frente para o lago.

Ainda hoje podemos encontrar na cidade de Resende – poucos, muito poucos – homens que conviveram funcionalmente com o Gen Affonseca. É uma honra ao mérito.

Se o Marechal José Pessoa – idealiza-dor da Academia – ficou conhecido como o “homem dos sonhos”, coube ao Gen Affonseca interpretá-los e executá-los com a precisão, dedicação e competência de um maestro.

A atual Academia Militar das Agulhas Negras, prestes a completar dentro de 2 anos - 14 lustros de existência, ainda é uma arqui-tetura sóbria, neo-clássica, apropriada ao espírito de transição moderno. Tudo na obra tem um significado simbólico e histórico para atravessar os tempos com competência.

Sabemos que as palavras e alguns escritos têm o poder do convencimento, mas, também, que os exemplos de vida e obras marcam para sempre!

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12 - O Ponte Velha - Abril de 2012

Memórias do Zé Leon (II)José Leon

Antes que me esqueça (ou me esqueçam)Como disse uma vez o escritor

Ivan Lessa, o problema do brasi-leiro é que, a cada quinze anos, ele esquece os últimos quinze anos.

Aos meus poucos mas fieis lei-tores quero deixar claro que esse espaço é para registrar os últimos 30 anos de Resende, e não minhas memórias pessoais, apesar de eu me inserir na maioria dos fatos aqui relatados.

Conforme anunciado no capítulo anterior, vou falar de duas figuras que marcaram minha vida e a vida de Resende – Augusto Carvalho e Antônio da Cruz Martinho.

Seu Augusto era o mais legitimo represen-tante do velho PTB, e em 1982 - primeiras eleições para governador depois de anos de ditadura militar – estava à frente do PDT e seu filho Noel, deixando de ser prefeito, era candidato a Deputado Federal pelo PMDB. Os candidatos eram o Brizola, pelo PDT, e o Miro Teixeira, pelo PMDB. Para se ter uma ideia, o Brizola, se trazia na sua chapa, um Darci Ribeiro como candidato a vice-governador, tinha como candidatos a deputado o índio Juruna e o jornalista e agita-dor cultural Carlos Imperial. Mas o Miro era o candidato da conti-nuidade, do Governador Chagas Freitas, representante da direita. Se vemos hoje um deputado comba-tente na figura do Miro Teixeira, na época percebia-se o constrangi-mento de todos.

Com seu Augusto aprendi o que era política de gente grande, que ainda acreditava em ética, sabia que o político só poderia cumprir sua missão de conseguisse se colocar na dor do povo que ele pretendia representar. E isso o Augusto fazia com maestria. Não foi à toa que, com a sua morte em 1992, o povo chorava dizendo que “havia morrido o nosso pai”; 3 mil pessoas estiveram no seu enterro e o Brizola, governador pela segunda vez, em viagem oficial pela Alema-nha, interrompeu sua agenda e

chegou de helicóptero em Enge-nheiro Passos, momentos antes do sepultamento.

E a história provou que quem estava certo era seu Augusto. O Brizola ganhou a eleição, o Noel acabou indo para o PDT quando o Sarney se elegeu presidente com a morte do Tancredo e, no seu segundo mandato, Brizola convidou o Noel para ser seu Secretário de Educação. E até a morte do gover-nador, Noel se transformou num de seus mais fiéis colaboradores.

Mas e o Martinho com isso? Bem, quem viveu as eleições neste país, antes do voto eletrônico, se

lembra das longuíssimas apura-ções de votos, ou no Salesiano ou no CCRR. Como eu escrevi na edição passada, não sabia ainda muito bem quem era quem nessa cidade. Na apuração me coloca-ram para fiscal numa mesa, junto com o Campanário. Com a derrota iminente do Oscar Sampaio para o Noel de Oliveira, de repente eu ouço uma voz de tom debochado por traz da gente: “é... vai tudo ter que vender galinha agora.” Era o Martinho, representante mais fiel

do PDS, antiga ARENA, sacane-ando o Campa, que na época trabalhava na prefeitura e com a derrota, ia ter que

arrumar emprego na Granja 3 Pinheiros. Como o Campaná-rio não era de levar as coisas muito na brincadeira, começou

uma discussão que não virou briga porque o ambiente estava sob a tutela do Tribunal Eleitoral.

Conheci o Martinho pela porta dos fundos da história, mas viramos grandes amigos e ainda tenho histórias ótimas dele.

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Mudando de pato pra ganso, tudo bem que pode ser irregular, ilegal ou qualquer outro adjetivo, mas não da pra ser considerado imoral o acordo feito pela Pre-feitura de Resende e o time do Resende Futebol Clube.

Se é convênio, se é contrato, se é o escambau, não importa. O que importa é que há seis anos o time do Resende só nos é motivo de orgulho. Passou da terceira para a primeira divisão do campeonato estadual em dois anos, já foi vice campeão da Taça Guanabara e já ganhou do Flamengo, do Flu-minense e, até o momento que escrevo essa coluna, ele é, entreos times de menor investimento, um dos dois mais bem colocados; quer dizer, a quinta força do futebol fluminense, orgulhando cada um que escolheu Resende para viver. E sem o dinheiro da prefeitura, nada disso teria acon-tecido. Então que todos consertem o que tiver que ser consertado e que o nosso Gigante do Vale continue a brilhar pelos campos do nobre e violento esporte bretão.

Desde que participei do Adeus a Sete Quedas, em 1982, acompanho discussões sobre o aproveitamento hidrelétrico dos rios brasileiros. Sempre que se anunciava uma nova grande represa, técnicos e ambientalistas se manifestavam sobre a alternativa das pequenas hidrelétricas, hoje institucio-nalizadas como PCH. Os argumentos favoráveis a essas usinas se baseavam no menor impacto ambiental (menos área alagada) e na possibilidade de descentralização estratégica da geração de energia, o que traria vantagens na distribuição e na reduzida vulnerabilidade do sistema aos acidentes ou até mesmo sabotagens.

A redução de grandes áreas disponíveis e adequadas para alagamento, juntamente com a flexibilização do processo de licenciamento ambiental das PCH e melhores tecnologias de geração elétrica, tem resultado na multipli-cação de tais usinas. Mas os avanços legais e técnicos também são acom-panhados por uma sociedade mais atenta à rápida deterioração ambiental do mundo, em especial nos países que, como o Brasil, vivem momentos de acelerado crescimento econômico.

Este cenário propiciou a realização do I Fórum do Rio Preto, dia 23/3 em Visconde de Mauá, lugar especial e ponto de encontro de gente rural, urbana, alternativa, empresarial, mística, tradicional, pós-moderna... E onde se tocam influências dos campos de altitude do Itatiaia, florestas montanas e pastos, além de cachoeiras e remansos do rio Preto, que nasce na base das Agulhas Negras, a uma altitude de 2.440m e após percorrer 198 km se junta ao rio Paraibuna e, este, ao rio Paraíba do Sul.

O fórum foi organizado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul (CBH-MPS), colegiado que reúne representantes de gover-nos, sociedade civil e iniciativa privada. O ponto de destaque foi a Carta do Rio Preto, dirigida à Presidente da República, cuja leitura rendeu interes-sante debate sobre o sentimento predominante dos participantes, que este documento deveria expressar. A primeira versão da carta, após apresentar as peculiaridades do rio Preto, como sua boa qualidade de água e peixes endêmicos, propôs que os licenciamentos das PCH fossem suspensos até que novos detalhados estudos analisassem a complexa ecologia do rio. Mas diversos presentes manifestaram uma posição mais contundente, ou seja, que a carta demandasse de forma clara e objetiva por um Rio Preto sem barramentos. Afinal, estudos detalhados, por si, dificilmente apontariam para o impedimento na construção de barragens.

O rico debate demostrou claramente que até mesmo as PCH, embora denominadas “pequenas” nem sempre tem seus impactos reconhecidos como desprezíveis, seja na ecologia, na paisagem, na economia rural, na cultura ou no sentimento daqueles que vivem nas margens dos rios. A pergunta que não calava era: por que trocar um rio limpo e íntegro que fomenta o modo de vida rural e o ecoturismo por um rio descaracterizado produtor de energia elétrica? Pode haver algum exagero no dilema, mas em algum momento certas esco-lhas devem ser feitas.

Que fontes de energia queremos e que rios queremos? Que valor daremos aos bens e direitos difusos, mesmo sabendo que as escadas para peixes muitas vezes não funcionam?

CRONOLOGIA APROXIMADA E CHAMADO À AÇÃOHá anos o então prefeito de Resende, Noel de Carvalho, tombou a Cacho-

eira da Fumaça, impedindo a iminente construção de uma usina que desfigu-raria a grande queda. O ato foi reforçado algum tempo depois por Eduardo Meohas. Antes, em 1988, Noel de Oliveira criou um parque no local, reiterado posteriormente na Lei Orgânica Municipal. No governo Silvio de Carvalho iniciamos o processo de recategorização deste parque para Parque Natural, adequando a unidade à atual legislação. No ano passado José Rechuan concluiu o processo de recategorização.

Os outros municípios ribeirinhos precisam unir suas forças políticas para criarem, ao longo do rio, diversos e integrados Monumentos Naturais do Rio Preto, reconhecendo assim, legalmente, sua pujança e valor.

Peixes nem sempre descem as escadas que sobemLuis Felipe Cesar

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E eu quando dou o drible da vaca Eu só me orgulho quando

o time do Mirantão ganha