o ponte velha | outubro 2015

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RESENDE E ITATIAIA - Outubro de 2015 Nº 234. ANO 21 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com As saúvas ainda vão acabar com o Brazil! “Em Resende, o pescador trabalha na sombra e na água fresca”. Foto de João Saboia in Resende Rural . https://www.facebook.com/groups/resenderural/?fref=ts Era Assim (1955): Ouço ao longe, da cigarra, o gemido, triste lamento disforme e cansado que se perde na distância com ido sentimento meu perdido no passado. TEMPO DE CIGARRAS Ficou assim (2015): Ouço ao longe, da cigarra, o sonido que mais parece grito disfarçado a se consumir lentamente como ido sentimento meu perdido no passado. Somavilla Grande Otelo - Sebastião Bernardes de Souza Prata (Uberlândia, 18 de outubro de 1915 — Paris, 26 de novembro de 1993). Centenário de uma criança.

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Periódico local; Resende e Itatiaia RJ

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Page 1: O Ponte Velha | Outubro 2015

RESENDE E ITATIAIA - Outubro de 2015Nº 234. ANO 21 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

As saúvas ainda vão acabar com o Brazil!

“Em Resende, o pescador trabalha na sombra e na água fresca”. Foto de João Saboia in Resende Rural . https://www.facebook.com/groups/resenderural/?fref=ts

Era Assim (1955):

Ouço ao longe, da cigarra, o gemido,triste lamento disforme e cansadoque se perde na distância com idosentimento meu perdido no passado.

TEMPO DE CIGARRASFicou assim (2015):

Ouço ao longe, da cigarra, o sonidoque mais parece grito disfarçadoa se consumir lentamente como idosentimento meu perdido no passado.

Somavilla

Grande Otelo - Sebastião Bernardes de Souza Prata (Uberlândia, 18 de outubro de 1915 — Paris, 26 de novembro de 1993). Centenário de uma criança.

Page 2: O Ponte Velha | Outubro 2015

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2 - O Ponte Velha - Outubro de 2015

P O L I T I C Á L Y A

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg. 12 . 923 Arte gráfica: Afonso Praça

Edição: Marcos Cotrim

21-98833. 2248 24- 99301 . 5687

[email protected] www.pontevelha.com

Expediente

Cabo Euclides & Professor Silva

1) PENSAMENTO DO MÊS: “Prefiro andar pelos vales sombrios junto aos lobos, do que em campos floridos ao lado de falsos cordeiros”.(Felipe Melliary)

2) DEDICATÓRIA - Dedicamos a coluna deste mês aos conselheiros do Tribunal de Contas da União que, desassombradamente, mostraram que a Lei de Responsabilidade Fiscal veio para ficar.

3) O GENERAL ELEITORAL E SEU MARQUETEIRO - Tudo indica que o maior cabo eleitoral de Resen-de, nas próximas eleições, será o Rechuan, ajudado por sua mulher, a Deputada Estadual do PMDB, Dra. Ana Paula, que também auxilia a Administração Municipal, fazendo a interface com a ALERJ e com o Governo Estadual. Como sempre, Rechuan é assessorado pelo Bebê Jonhson, o maior marqueteiro do Rio de Janeiro. Segundo Vovô Landrace – famoso vidente de Silveiras/SP – Bebê e Mascate formariam, no plano etéreo, a dupla Maquennedy, quando aquele incorporaria o Maquiavel, e este, o Kennedy.A grande ameaça que paira sobre o Rechuan vem do Poder Judiciário, pois, a qualquer instante, poderá ser condenado em alguma das ações que tramitam nos tribunais fluminen-ses ou no Tribunal Superior Eleitoral, onde poderá confirmar-se a cassa-ção do Rechuan pelo TRE/RJ. Neste caso, ele voltaria para o final da fila e seus adversários subiriam como foguetes. Todavia, trabalhamos com a hipótese de Rechuan terminar seu mandato, e, assim, conduzir a sua sucessão.Como já havíamos comentado, a cúpula do PMDB fluminense quer lançar um candidato do partido, em Resende. Por mais otimista que a dupla Maquennedy seja, não acre-ditamos que esteja pensando em fazer mais uma fritada sem quebrar ovos. A eleição que se avizinha terá vários dissidentes. Muitos aliados já estão fazendo beicinho para chorar, a exemplo do Secretário que chegou a desfraldar um lencinho branco, em pleno corredor do Paço Municipal, quando foi, habilmente, contido pelo Mascate, que o teria afagado com palavras sedutoras e com abraços. Estávamos na sala do referido Secretário, em companhia de seu fiel escudeiro, quando ele entrou chorando e com a voz embargada, dizendo que Rechuan, além de abraçá-lo, falou, ao seu ouvido: “nós começamos juntos e vamos terminar juntos”. Ninguém conseguiu conter as lágrimas. As nossas, de crocodilo.Vamos dar uma passadinha pelos Prefeitáveis do Rechuan, com destaque para o Professor Mário Rodrigues, pelo menos até que a dupla Maquennedy receba, de novo, Maquiavel e Kennedy, ocasião em que tudo poderá ser mudado.

3.1 - LEMBRA DO MÁRIO?

O Professor Mário Rodrigues não estava no trailer e apareceu no filme em papel de destaque. Filiou-se ao PMDB para ser o candidato a Prefeito de Resende, apoiado pelos gover-nos local e estadual. Seu nome foi anunciado– em alto e bom som – na cerimônia de filiação, no Rio de Janei-ro. Lançado por alguns presidentes de partidos da base do Governo Rechuan, Mário foi ocupando os espaços, revelando-se, segundo uma fonte palaciana, como o candidato a candidato com maior capacidade de agregar apoios dos partidos aliados. Pelo menos, enquanto estiveram no mesmo barco. Doravante, começará a sofrer o bombardeio dos preteridos. Consta que até o Camerlengo está muito chateado. Repetindo, até pouco tempo, Mário não aparecia entre os Prefeitáveis do Rechuan, ou seja, não estava no trailer e apareceu no filme dando tiros até avermelhar as pontas dos revólveres. Assumiu o protagonismo, rebaixando para coadjuvantes o poderoso padrinho, parentes e não parentes do Rechuan. Deixou para trás, dentre outros, o Dr. Daniel Brito, o Dr. Diogo e o Sandro Ritton. O Pedra ainda foi convidado, até a última hora, tendo sua penúltima chance de ser o iluminado, desde que ingressasse no PMDB. Declinou da honraria, e manteve sua candidatura pelo PDT. Até quando, só o tempo dirá. Os preteridos ainda não perde-ram as esperanças. Afinal, até o Pelé já precisou de um reserva. Na copa de 1962, Amarildo, então um jogador pouco conhecido, substituiu o Pelé, com retumbante sucesso. Vamos ver a quantidade de botinadas que o atual camisa dez irá suportar. Além do mais, destaque político assemelha- se a uma roda gigante: o sujeito que estava lá em baixo, dali a pouco está lá em cima. Voltemos ao Mário Rodrigues, que deu um show de habilidade. Sua formação profissional foi aperfeiçoada na mesma escolinha do Bira Ritton, do Professor Silva e do Pedra − a antiga IQR. Além disto, Mário é Professor, o que o leva a se manter arejado e atua-lizado. Já provou a vitória e a derrota. Vereador – com muito boa atuação em prol dos estudantes e do Esporte – em três oportunidades: 1993/1996; 1997/2000; 2005/2008. Perdeu quatro eleições: 1988, 2000, 2008 e 2012.

Nesta, obteve 724 votos. Rechuan o nomeou Assessor de Gabinete, lotado no conhecido Purgatório. Ao invés de ficar cochilando no sofá, foi à luta. Destacou-se na solução de problemas, a ponto de – no primeiro terremoto da segunda administração Rechuan – ter sido nomeado Secre-tário Municipal de Educação, Interino. De interino, passou a titular absoluto, fazendo uma gestão marcada pela discrição e pela eficiência. Mário tem a clareza de quem chefiou em multinacional: o chefe está ali para resolver problemas, e não para criar problemas! Mário Rodrigues contou com outro trunfo importantíssimo, o fato de ter um ótimo relacionamento na Câmara Municipal. Doravante, andará pelas ruas da cidade, ao lado do Rechuan, o que, espera-se, o levará para os primeiros lugares na preferência dos eleitores.

3.2- PEDRA DURA –

Sá Mariquita nos lembra que é muito comum, na roça, pegar-se o primeiro frango que der bobeira e colocá-lo debaixo de um balaio, para garantir o almoço. Continua-se tentando pegar um frango mais gordo. Se não conseguir, cozinha o magro mesmo. O Pedra começou como um frango magro debaixo do balaio, mas parece que veio engordando, desde então. A dupla Maquennedy tentou, à exaustão, habilitar o Pedra como o pré-candidato do PMDB. Como não conseguiu, agora jogará com as pes-quisas e com a confirmação do ditado: ”Água bate em Pedra dura, tanto bate até que fura”.

3.3 – DR. DIOGO BALIEIRO –

Reunindo hoje cinco partidos em torno de sua candidatura, Dr. Diogo ainda está no páreo, com fortes possibilida-des de ser o candidato do consenso. Além de seus próprios predicados, é o candidato com maior possibilidade de manter unidos o Grupo do Re-chuan com o Dr. Alexandre Serfiotis, Deputado Federal do PSD, merecedor da amizade do Governador e do Pre-sidente da Alerj. Alexandre quer ver o Dr. Diogo candidato a Prefeito, desejo que dependerá também do Rechuan para ser concretizado. Dr. Diogo é um

competente conciliador e saberá me-xer as peças do jeito que for melhor para Resende. Ah, Vovô Landrace, o famoso vidente de Silveiras/SP, insiste em que o candidato do Rechuan será médico, com as iniciais “D” e “B”.

4) NOEL DE CARVALHO NA DISPUTA PELA PREFEITURA DE RESENDE -

Noel de Carvalho filiou-se ao PSDB, realizando uma parte da previsão do Vovô Landrace. Noel é o político de Resende com o melhor currículo de todos os tempos. Agora, falta a segun-da parte da previsão: o Noel disputar a eleição para Prefeito, dando um calor na situação. A cúpula do PSDB quer candidatos próprios em cidades com mais de cem mil habitantes e/ou que tenham estação de TV. Em reunião no Rio, dia 28 p.p., Noel foi citado como pré-candidato a Prefeito de Resende. Podem esperar um candidato tucano em Resende. Como disse o Juninho, a oposição virá com o tucano atrás!

5) JULIANELLI FOI PARA A REDE

Conforme nossa expectativa, Julianelli foi para a Rede, partido que, certamente, lhe dará uma maior sustentação aqui em Resende, aumentando a competitividade de sua possível candidatura a Prefeito. A Rede, provavelmente, terá mais tempo de televisão do que o partido anterior do Julianelli. Também será um partido mais receptivo para alianças programáticas, sem alinhamento auto-mático com nenhum partido. Marina, a líder maior da Rede, desfruta de um conceito muito bom, exceto entre os

que não a perdoam por ter apoiado Aécio Neves para Presidente.

6) NOVO POINT CULINÁRIO E POLÍTICO - O COSTELÃO DO ZÉ, EM ENGENHEIRO PASSOS - Bem no centro de Engenheiro Passos, na Praça São Benedito (ao lado da Igreja Católica) localiza-se o Costelão do Zé, onde, às sextas e sábados, tem uma boa costela assada e uma sensacional feijoada, e, aos domingos, tem leitão a pururuca. O Professor Silva apreciou a feijoada, servida com torresmos, couve fresca, farofa e arroz. Tudo regado a Cachaça São Benedito, de São José do Barreiro. Elevado padrão de limpeza, preços módicos e irrepa-rável atendimento do próprio Zé Leon Zylberstajn e da simpática Sabrina.Professor Silva presenciou o Zé Leon ser convidado para entrar em um partido socialista. Embora honrado com o convite, Zé não aceitou. Está ingressando no PRÓS e, provavel-mente, será candidato (e forte) a Vereador.Indo ao Costelão, você ainda poderá ter a sorte de encontrar a mulher do Zé Leon, a graciosa poetisa Marta Carvalho, que, por mais que se esfor-ce, não consegue escrever em prosa. Marta é uma bordadeira de palavras, nas mãos de quem um defeito no pano vira um miolo de flor!

7) SAUDADES DO BAZAR AGULHAS NEGRAS - Envelhecer é uma coisa boa, até porque a alternativa é muito cruel. Porém, uma coisa ruim é teste-munhar o fechamento de lugares que gostávamos de frequentar. Campos Elíseos já não era o mesmo sem a Farmácia Central, o Bar Caçula, a Cantina Portuguesa e outros. Agora perdemos a Revistaria Agulhas Negras. Nossas manhãs não serão a mesma sem a Nina, o Caio, a Bianca e o Zé Valdir. Uma perda irreparável para a cultura resendense, pois além de vender jornais e revistas, a Revistaria divulgava e vendia livros de autores locais. Desejamos boa sorte à família em suas novas atividades!

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Outubro de 2015 - O Ponte Velha - 3

Gustavo Praça

1 - A igrejinha de São Sebastião estava no meio da névoa na noite daquela quinta feira primeiro de outubro. Por trás dela a mata orvalha-da brilhava com a luz fraca de dois postes. Tudo em volta era pequeno como a igreja: a escola, o campo de futebol, as casas da praça e da vila de Mauá.

Era pequena também a distância entre as pessoas no interior da nave, todas velhas conhecidas. Dona Helena Buhler, com seus 97 anos, caminhou com firmeza até a água benta para molhar os dedos e fazer o sinal da cruz, ainda que o ritual católico não predominasse naquela celebração, o que parecia não incomodar os santos em seus pedestais.

O Coral do Visconde comemorava 12 anos cantan-do Mozart, Beatles, música africana, um samba de Mon-

Irmandades

sueto. Tudo música sacra, porque “Deus”, que é amor, como disse Jesus Cristo, estava no ar. O que acontecia ali era a congregação de uma paróquia. Márcia Patrocínio regendo os fiéis.

Tive o sentimento de que aquela reunião de tanta gente amiga que num olhar se dava um abraço, e dentro de uma igreja, era símbolo da nossa salvação. Irmandade. Coisa antiga que, no andar caótico das metrópoles, pode ser a célula sadia do corpo social desagregado; pode ser o que nos livre do “pensar grande” que tornou abstrato o que é publico, o que é comum; “pensar grande” que faz da solidariedade uma lei escrita, e lei escrita é uma ideia, não é uma comunhão, e a humani-dade se funda na comunhão, não na ideia.

Senhor, dai-nos hoje o pensamento pequeno de cada dia.

Se concebemos uma socie-dade brotada de pequenos núcleos, sustentada por eles, é possível sonhar com uma ordem de instituições e Esta-do que decorra naturalmente disso, ao invés de ter de criar, um tanto artificialmente, as organizações populares que a sustentem. Aí o poder terá o sentido de realização de an-seios comuns, e uma espessa sopa de humanidades impedi-rá a corrupção sistêmica, por-que ninguém rouba a comida de sua própria família, só uns poucos.

Viajei? Talvez nem tanto, porque os impérios sempre viram pó. Acabam pela lou-cura da mente que se emanci-pa de sua humanidade e fica com aquele olhar desvairado do Eduardo Cunha. E na hora da falência total das metrópoles, o monumento à vida que é a Mantiqueira, encravada entre nossas três maiores doenças urbanas,

cravejada de pequenas vilas, detentora da cultura da roça, berço de águas, vai ser de muita valia para receber com solidariedade os irmãos refugiados.

2 – Por falar em irmandade, uma outra que anda esban-jando viço – e, como o Coral do Visconde, também em torno da música – é o Cole-tivo Nosso Novo Som, que tem se apresentado terças-fei-ras à noite no bar Don Cas-tro de Havana, na Avenida das Mangueiras, em Penedo. Trata-se de um grande grupo que reúne a nova rapaziada da música na região – Japão, Rodrigo Cabeção, Marquinho do Sax, Gabriel Teta, Mari Biolchini, Louise Gonranson, os hermanos de fé Fernando Farias e Leo, Barba Ruiva, Moranga, e me perdoem se esqueci de alguém.

A maior parte do repertó-rio é de música deles pró-prios, incluindo dois sambas

meus, o que me proporcio-na o pecado do orgulho.

3 – Por fim, falemos do sururu na favela dos Três Poderes, aquela irmandade que é vitima de profunda miséria espiritual. A coisa lá anda conflagrada. Trafi-cantes de influência querem tomar a boca de Ministé-rio que fura poço ou que tem muita verba como o da Saúde. As milícias do Executivo aceitam desde que tais traficantes atirem nas viaturas dos elementos do morro do PSDB, que querem, estes últimos, in-vadir o morrão do Planalto onde o chefe do tráfico, Luís Inácio, vulgo Lula, anda na dúvida entre ficar ou se evadir, e resmunga sempre pelos becos e vielas: “eu disse que o mais fácil era pagar mensalão...”. Já há quem pense que o PCC tem condições de se institucio-nalizar e disputar eleições.

Cristina Ayres

Concerto em Maringá; acrílico sobre MDF.

Centro Cultural EstalagemMemória RegionalCaféEventos

Rua Raul Cotrim, 259 - Centro, Itatiaia

24-33523985 www.institutocampobello.org

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4 - O Ponte Velha - Outubro de 2015

Dr. Rafael Procaci

Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333Especialista em Ortodontia e Ortopedia FacialClínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJTel: (24) 3355.8383 - 999484899

ITATIAIA em PautaComo será o amanhã?Aplausos aos Anjos da Montanha

Conselho Tutelar

Fui convidado para participar de um evento denominado “RESENDE + 30” cujo objetivo era discutir com pre candidatos o futuro da nossa cidade. Indepen-dentemente dos erros e acertos desse evento (na minha opinião ele deveria ser extensivo a todos os pre candidatos) a intenção foi boa. Dei a minha contribuição apresentando as seguintes questões para o debate:

É possível a evolução social, ambiental, cultural e econômica de Resende man-tendo um modelo de gestão pública que prioriza o critério político nas tomadas de decisões, em regra decididas apenas pelo prefeito, em detrimento dos critérios técnicos e dos preceitos administrativos?

É possível essa evolução mantendo uma estrutura orgânica que contraria os preceitos da boa administração, que nomeia os mais importantes gestores da administração municipal com ênfase nos critérios políticos? (proliferação descon-trolada de cargos de confiança)

É possível essa evolução mantendo um quadro funcional na administração mu-nicipal carente de treinamento continuado, de capacitação técnica e administrati-va, desprovido de condições de conforto e carente de tecnologia da informação?

É possível essa evolução sem o estabelecimento de metas, objetivos, sistemas de avaliação funcional e da máquina pública em caráter permanente, desprovido de um modelo de gestão pública moderno, como Cidades em transição, Cidades inteligentes, Cidades sustentáveis, entre outros?

É possível essa evolução com uma estrutura orgânica desprovida de um órgão de planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo, formado por técni-cos concursados, imunes às interferências políticas, que desenvolva projetos de estado, e não de governo, que dirija a evolução do município de acordo com os interesses da sociedade e não do governo de plantão?

É possível essa evolução baseada em um modelo de desenvolvimento econô-mico centralizado em um único segmento de mercado, cujas oscilações inter-ferem maciçamente na economia local, desprezando as vocações naturais do município e da região?

É possível essa evolução desprezando os conceitos da sustentabilidade am-biental, social, econômica e cultural?

É possível essa evolução desprezando os princípios que norteiam a transparên-cia na gestão dos recursos públicos?

É possível essa evolução sem uma política estratégica de bom uso e recu-peração do solo, sem o controle no uso dos recursos naturais e inexistência de sistemas de produção local de alimentos?

É possível essa evolução com a existência de câmara municipal, primeira ins-tância na fiscalização das contas públicas do município, subserviente e comanda-da pelo chefe do poder executivo?

Existem mais questões que merecem fazer parte desse debate, como, por exemplo:

É possível essa evolução sabendo de antemão que milhares de eleitores irão votar com base em interesses meramente pessoais, em detrimento dos interesses públicos?

Aqueles candidatos bonzinhos, atenciosos, sempre dispostos a quebrar galhos dos cidadãos, principalmente dos mais humildes, que ajudam o eleitor a acelerar o seu processo de aposentadoria; que conseguem internação mais rápida na rede pública de saúde para os seus protegidos; que conseguem um emprego na prefei-tura para os seus apadrinhados, entre outras e indecorosas ações, terão milhares de votos. Graças a esses votos, um desses candidatos bonzinhos corre o risco de ser o próximo prefeito, para azar de todos, inclusive de quem o elegeu.

Além de correr o risco de eleger um prefeito despreparado para o exercício do cargo, os eleitores desse oportunista correm o risco também de perder o seu ben-feitor. Ou você acha que depois de eleito prefeito esse cara vai continuar frequen-tando a fila do INSS, dos Postos de Saúde e do Hospital de Emergência?

Eliel de Assis Queiroz/INSTITUTO AGULHAS NEGRAS (INAN)

Na nossa vida pessoal cada um faz o que quer, ou o que pode. Se você faz parte da filosofia “viva o hoje como se não houvesse amanhã” isso é um problema seu. Mas na vida das cidades, que também são organismos vivos: nascem, crescem e morrem, não dá para agir assim. Tem que ter planejamento. Cida-des também adoecem. Violência, trânsito caótico, desemprego, são algumas das doenças das cidades. Planejamento do crescimento ajuda a melhorar a saúde das cidades.

Foto

de

Theo

Cas

tilho

O vereador Leonardo Seixas solicitou que fosse consignada Moção de Aplausos à ONG Anjos da Montanha (Resgate, busca e salvamento), pelos relevantes serviços prestados à comunidade, com brilhantismo e competência.

A Ong Anjos da montanha foi fundada em 06 de junho de 2005, tendo como principal objetivo formar e manter um grupo de busca , resgate e incêndio flores-tais dentro do parque nacional de Itatiaia-RJ.“ Na verdade, eles não eram em grande número, mas sim pessoas de qualidade”

(Anjos da Montanha)

Vicentina do Nascimento Rodrigues (Vicentina), Alex Gomes da Silva (Alex Cebi-nho), João Carlos de Lemos Medeiros (Joe) e Gilmar Titonelli da Silva (Titonelli), por ordem de número de votos.

Para a suplência, o Conselho vai contar com Márcio Crispim (Saraiva), Newton de Carvalho Vasques Neto (Niltinho da Enfermagem), José Mendonça Silva (Tio-zinho do Lanche), Rosemary Pereira Gonçalves Nascimento (Rosi) e Roberta de Oliveira Santos Rodrigues (Roberta). Os novos conselheiros serão empossados no dia 10 de janeiro de 2016, e exercerão mandato até 2020.

O Conselho Tutelar é encarregado pela sociedade, de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes. Ele exerce uma política de aten-dimento voltada à criança e ao adolescente, para fins específicos. Em Itatiaia, funciona na Rua Maranhão, nº 70, Vila Odete. O telefone é 3352-6739 e o e-mail: [email protected] (Com PMI)

O Conselho Tutelar de Itatiaia elegeu no último domingo (4), os titulates e suplentes que vão exercer mandato nos próximos 4 anos. Ao todo foram 3256 votos, entre eles 1 voto em branco e 13 nulos.

Dos 20 candidatos que participaram do pleito, 5 fo-ram eleitos para os cargos ti-tulares e 5 para a suplência. Os titulares são: Jaqueline Kátia Fernandes (Jacqueline do André Honorato), Maria

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Outubro de 2015 - O Ponte Velha - 5

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Há 150 anos, estourava a Guerra do ParaguaiDe 1865 a 1870, a Bacia do Rio da Prata foi o cenário do maior conflito entre nações das Américas - a Guerra do Paraguai. Ela envolveu de um lado do Brasil, a Argen-tina e o Uruguai, que forma-ram a Tríplice Aliança contra o Governo do Paraguai. Seu início teve lugar logo depois de término da Guerra de Se-cessão nos EUA, um conflito interno entre o Norte indus-trial e o Sul agropecuário e escravista daquele país. A Guerra de Secessão a considero o primeiro grande conflito da Era Industrial. Conflito que foi o prenúncio da Guerra Total. Nele, com o apoio na máquina a vapor foi possível a produção, em série, de munições e arma-mentos que aumentaram consideravelmente a densida-de de fogo na superfície do campo de batalha. A Guerra de Secessão, com a qual a Guerra do Paraguai apresenta muitas seme-lhanças e recebeu fortes influências, somente foi estudada criticamente, à luz dos fundamentos da Arte e Ciência da Guerra, entre as duas últimas Grandes Guer-ras. Os chefes, pensadores, planejadores e historiadores militares norte-americanos lamentaram profundamente o atraso do estudo, em razão dos valiosos ensinamentos que ela sugeria e que pode-riam ter sido incorporados à Doutrina Militar do Exército

dos EUA na I Guerra Mun-dial. E, mais, eles se cons-cientizaram da importância do conflito no contexto da evolução da Doutrina Militar Mundial.

Importância Histórica-Mi-litar da Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai, o maior conflito entre nações das Américas e a maior ex-periência bélica do Brasil até hoje, carece de um estudo crítico militar mais profundo, como de resto quase toda História Militar Terrestre do Brasil.

Índices progressivos de nacionalização calcados no estudo crítico-militar de nossas experiências acumu-ladas em quase 5 séculos, em lutas internas e externas, nos mais variados rincões do Brasil. Experiências predo-minantemente vitoriosas, que contribuíram para configu-

rar e manter um Brasil de dimensões continentais que não são obra de um milagre. Mas sim fruto, em grande parte, de judiciosas soluções estratégicas, táticas e logísti-cas militares brasileiras.

Soluções decorrentes, por seu turno, da correta apli-cação dos fundamentos da Arte e Ciência da Guerra ao problema brasileiro, por mi-litares portugueses e brasilei-ros do passado, caracteriza-dos por um fator de decisão militar constante - o Terreno brasileiro, com suas variadas características - e por um importante e característico elemento do Fator Militar - o soldado brasileiro.

É possível que a Guerra do Paraguai venha a ser conside-rada, como a considero, como o primeiro grande conflito entre nações na Era Industrial. Como se verá, nela a máquina a vapor se fez presente nos navios de nossa Marinha,

numa ferrovia do adversário e numa ferrovia logística cons-truída por nossa Marinha.

O Brasil foi à guerra con-tra o Governo do Paraguai depois de sua Soberania e Integridade serem violadas: ameaça à livre navegação brasileira nos rios Para-ná Paraguai, caracterizada pela ereção da fortaleza de Humaitá sobre o rio Para-guai, e prisão do Presidente de Mato Grosso; invasões e ocupações temporárias de territórios brasileiros no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso.

Esta guerra, em plena Era Industrial, veio comprovar que um Exército não mais podia ser improvisado, de uma hora para outra. No bojo da luta republicana, fruto da Questão Militar, emergiram no Exército duas

correntes: a dos profissio-nais militares, desejos de um exército forte à altura das necessidades de Segurança Nacional, e a dos científicos ou bacharéis em Ciências Físicas e Matemáticas, mui-tos adeptos do Positivismo, cujos reflexos na consoli-dação da instituição foram prejudiciais. Por isto o Brasil pagou alto preço em Ca-nudos (1896/97), na Bahia, e na Revolução Federalista (1893/95), no Rio Grande Sul, Paraná e Santa Catarina, onde o Exército revelou o mais baixo índice de ope-racionalidade de sua histó-ria. Os Oficiais bacharéis estavam na política ou na administração.

Na Escola Militar da Praia Vermelha reinavam os cien-tíficos. Teve lugar em 1904, na referida Escola a Revolu-ção da Vacina Obrigatória. Chegara oportunidade para corrente profissional militar do Exército, chamada pejo-rativamente pelos bacharéis de tarimbeiros...

A escola foi fechada por um ano e depois extinta. Os antigos Tenentes e Capitães do Exército, veteranos da Guerra do Paraguai, reto-maram o elo perdido da consolidação da Doutrina Militar e fizeram a Reforma do Exército de 1908.

Pedro Américo (1843-1905), “Batalha do Avaí” - 1874. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

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6- O Ponte Velha - Outubro de 2015

Dia mundial sem carro em Resende

O dia 22 de setembro caiu em uma terça-feira. A atividade foi organizada por vários grupos: Acran Ciclismo de Resende, Amigos da Bike, Bicicletada Resende, Head Bike, Caminhos & Aventuras, Galera da Bike de Resende RJ e Turma do Pedal. Contamos com o apoio da Guarda Municipal e Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Com mais de 100 participantes o movi-mento agregou pais e mães com filho pequeno, senhores com suas bicicletas antigas, a galera que treina para competir. Enfim, pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte, esporte e lazer ou todas elas simultaneamente. O circuito foi de aproximadamente 10km, com a duração de pelo menos 1h, todos juntos, saindo do posto de gasolina do bairro Colina, fomos sentido ao Cen-tro, Campos Elísios e retornando pela beira rio sentido o ponto inicial do percurso. Percebo essa atividade como um momento importante para a cidade pois todos nós pedalamos por um motivo comum: Se unir ao movimento mundial que pro-blematiza a qualidade de vida nas cidades, o uso excessivo do automóvel e, deixar o carro em casa pelo menos por um “momento simbólico”.

As multinacionais automobilísticas e os dife-rentes ramos das industrias petrolíferas movimen-tam uma parte relevante da economia brasileira (e são muito influentes nas decisões políticas). Isso reflete o modelo de desenvolvimento que o país “escolheu” e, como esse jogo político induz a ma-neira pela qual o planejamento urbano é operado para garantir uso do automóvel em detrimentos dos outros modais. Nesse cenário em que as cidades se desenvolvem, baseado em um modelo rodoviarista, são muitas facilidades para se ad-quirir um carro e o estimulo para o uso excessivo do automóvel como principal meio de transporte no cotidiano. O paradigma dos transportes que vivemos atualmente carrega consigo um aparato cultural que é expressado como resistência de aceitação para novas possibilidades de locomoção. A ideologia capitalista vende com facilidade o fetiche do automóvel como “sonho de consumo” e eficiente solução para o trânsito urbano. PO-RÉM, por muitas vezes, o carro já não cumpre mais sua função básica que é servir como meio de locomoção “eficiente” devido, justamente, a seu uso demasiado e falta de espaço físico. As grandes e médias cidades estão em colapso, pois não há espaço para mais carros nas ruas e as consequên-cias que diminuem a qualidade de vida urbana são evidentes: Poluição do ar, diminuição das áreas públicas, poluição sonora, descaracterização da paisagem urbana local etc. Resende, assim como outras cidades do Vale do Paraíba, estão inseridas em uma localização estratégica para as indústrias. Encontram-se na região um dos maiores polos in-dustriais automobilísticos do Sudeste. Man Latina

America (Volkswagen), Hyundai, Nissan, Peuge-ot- Citroen e a Jaguar Land Rover que está em construção (é a segunda fábrica fora da Inglaterra e pretende começar a montar os carros a partir do início de 2016), além de agregar outras pequenas empresas de logística, transporte etc. Essa caracte-rística de desenvolvimento econômico regional já está estabelecido há décadas, tornando-se fácil para novas empresas do ramo se instalarem na região. Como foi o caso da Jaguar Land Rover: isenção de impostos, doação do terreno para construção entre outras facilitações.

Isso explica parcialmente o motivo através do qual a cidade com menos de 150 mil habitantes tenha tantos automóveis nas ruas - e mais uma vez, esse reflexo demonstra como estamos inseri-dos na lógica individualista, consumista (que rejeita um momento ausente de comodismo e conforto) que estimula a resistência em mudar sua maneira de olhar o mundo e se relacionar com as pessoas. Ao contrário do que muitos gestores públicos acreditam a bicicleta pode oferecer um conjunto de potenciais que vão muito além da redução na emissão de poluentes e benefícios para a saúde do usuário.

A “magrela” é considera um dos mais eficientes meios de transporte para pequenos e médios des-locamentos. É economicamente viável por ser um veículo de baixo custo; ecologicamente correta por

quase não produzir poluição nem ruídos e, social-mente justa por diminuir as diferenças sociais para com ao uso dos espaços públicos e contribuir na transformação da educação para o trânsito.

EDUCAÇÃO é um dos panos de fundo dessa discussão: É impossível pensar na problemática do trânsito sem falar na (ausente) educação para o trânsito! O trânsito (pedestres, ciclistas e motoris-tas) expressa muito bem o nosso nível de educação nos espaços públicos (a rua) que é diferente dos espaços familiares (a casa). A gestão atual de Re-sende demonstra estar minimamente sensibilizada pela ideia de criar espaços físicos seguros (ciclovias / ciclofaixas) para os ciclistas - principalmente para os que utilizam a bicicleta como meio de trans-porte. Existem alguns fragmentos de ciclovias, ciclofaixas e pistas compartilhadas mas na prática, infelizmente, os avanços são vagarosos. Contudo, devemos reconhecer a valorização e inserção sobre a qual falamos, como um processo recém-nascido, que ainda está começando a ser provocado/deba-tido (nas grandes metrópoles) e grande parte do projeto da malha cicloviária ainda está no papel.

Existe um setor subordinado à Secretaria de Educação que realiza atividades de educação para o trânsito, mas infelizmente não há suporte mínimo para expandirem seus projetos. A cidade de Resende tem sua área urbana relativamente pequena - é possível atravessar a mesma percor-

Você já ouviu falar sobre o Dia Mundial Sem Carro? “No dia 22 de setembro, em cidades do mundo todo, são realizadas atividades em defesa do meio am-biente e da qualidade de vida nas cidades, no que passou a ser conhecido como Dia Mundial Sem Carro. O objetivo principal do Dia Mundial Sem Car-ro é estimular uma reflexão sobre o uso excessivo dos automóveis, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que cria-ram em relação ao carro ou moto. A ideia é que essas pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel e que há vida além do para-brisa” (leia mais em http://vadebike.org/dia-mundial-sem-carro/).

Ian Pozzobon

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Outubro de 2015 - O Ponte Velha - 7

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rendo menos de 10km - e um relevo favorável para o uso da bicicleta. Para uma mobilidade urbana mais efi ciente é pre-ciso investir em diferentes modais de transportes de maneira integrada. A valorização da bicicleta como meio de transporte vêm demonstrando êxito nas cidades que encaram tal desafi o. Contudo, deve ser acompanhada de uma intensifi cação de campanhas educativas para o trânsito nas escolas, mídias vir-tuais e tv. O ciclista, independente do uso que faz da bicicleta, deve ser respeitado, e também respeitar para que a realidade do trânsito mude. A bicicleta pode ser uma nova (na verdade antiga) proposta que mude as formas de interações com as pessoas e paisagens.

Existe um movimento social chamado Massa Crítica ou Bicicletada (inspirado pelo movimento Critical Mass que surgiu na década de 90 na Califórnia), iniciando-se nas grande metrópoles brasileiras (São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e as-sim por diante) em meados dos anos 2000. É um movimento horizontal, cujo objetivo é problematizar as mesmas questões do dia mundial sem carro e, se possível, realizar pedaladas mensais (normalmente na última quinta ou sexta-feira do mês) reivindicando melhorias nas condições do trânsito para pedestres e ciclistas; fomentar espaços de formação sobre ciclocidadania; fazer campanhas educacionais para o trânsito e realizar atividades parceiras com os órgãos públicos entre outros. Por aqui, o movimento chama-se Bicicletada Resende, apesar das atividades não acontecerem com constância men-sal (por falta de pessoas para fazer acontecer) o movimento já existe!

Se você também acredita que somos agentes da nossa pró-pria história e podemos melhorar a realidade da nossa cidade nos organizando coletivamente e ocupando espaços públicos e de representações políticas. Junte-se a nós! A nossa cidade está disposta a aderir a essa “novidade”? Porque usar o carro para todos os tipos atividades? O que te impede de usar outro meio de transporte? Você trocaria o carro pela bicicleta para se locomover?

Continuação Adeus a Odilon FariasOdilon e eu

O primeiro ano novo que passei fora da casa da minha família foi na década de 1960 quando aqui cheguei. A pri-meira pessoa que fi z amizade foi com Odilon Farias. Muito triste, fui levado por ele para a casa do Tenente Hermínio, na Vicentina. A confraternização foi tão bonita que até aliviou a saudade que eu estava sentindo. O fato curioso é que, de manhã, eu acordei dentro de um berço e dei o maior trabalho para ser retirado do mesmo. Até hoje me pergunto: como eu fui parar lá? Apesar de contraditório, eu considero Odilon Farias, uma das pesso-as mais instigantes, corajosas e criativas de Resende, nos últimos cinquenta anos. Como se diz no interior: Descanse em paz meu amigo. QUE A TERRA LHE SEJA LEVE! ATÉ...

Primavera de 2015.

Radialista, Comunicador, Vascaíno e Vereador foi assim que o famoso locutor das prin-cipais noticias que envolveram Resende e a região das Agu-lhas Negras deixou sua marca na história dos resendenses.

Trabalhou no Sistema Re-sendense de Comunicação, no Sistema Sul Fluminense de Comunicação em Volta Redonda, Rádio Continental na capital fl uminense, nos jornais Diário de Notícias, que circulava no Estado do Rio, Última Hora, O Globo entre tantos outros veículos de comunicações. Chegou a fazer um programa programa de televisão no Sistema Sul Fluminense de Comunicação, que recebeu o nome de “Papo de Samba”, neste programa recebia personalidades do mundo do samba.

Nascido em 18 de setembro de 1940, na casa de sua avó materna Dona Clotilde, e seu parto feito pela famosa Dona Leontina, estudou até a quinta série primaria, tendo inicia-do seus estudos no Instituto Fagundes Varela, em Belford Roxo, e concluído no Colégio

Memorial

Estadual Doutor João Maia, na Praça Oliveira Botelho, não podendo avançar ao ginásio porque não possuia recursos fi nanceiros.

Foi Gari da Rua Eduardo Cotrim no bairro Lavapés, en-tregador de marmitas, vende-dor de pipocas na porta do Ci-nema Vitória, foi offi ce boy no escritório de contabilidade de Mário Periquito. Entrou para o Exército em 1959, servindo na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), fez curso para cabo e passou, teve a grata satisfação de fazer curso para sargento no Rio de Janeiro, tendo como instrutor o sargento José Ferreira, mais conhecido como Martinho da Vila, que lhe apresentou a Vila Isabel.

Foi nesse tempo que, dividindo as funções militares com a de correspondente dos jornais Diário de Notícias e Última Hora, para onde envia-va as notícias via Correio ou telefone, que inicia sua vida de “comunicador”.

Foi chamado para ser radia-lista na Rádio Clube, como repórter de rua. Em 1967 vai trabalhar com jornalismo da Rádio Continental. Foi premia-do com o Troféu Velho Guerrei-ro pelo apresentador Aberlado Barbosa, o Chacrinha, por ter descoberto a autoria do as-sassinato do estudante Edson Luis, durante a revolução de 1964.

Recebeu da Câmara de Vere-adores de Barra Mansa, o título de Cidadão Barramansense.

Ajudou a fundar muitos partidos políticos em Resende, entre eles, o MDB, o PMDB e o PDT, de quem tinha como ídolo o falecido Brizola, que em 1999 determinou sua candidatura a deputado federal obtendo 7.046 votos. Em 2000 sai candidato a vereador pelo PDT elegendo-se com 851 votos.

Odilon Farias falece 19 de se-tembro de 2015, sendo velado na Santa Casa de Resende, sendo sepultado no cemitério Recanto do Vale, em Bulhões.

Fonte: Jornal a Voz da Cidade

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8 - O Ponte Velha - Outubro de 2015

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No dia 31, último sábado de outubro, o Coletivo Nosso Novo Som apresenta seu segundo evento:

O festival da Primavera,

que acontece na Pequena Finlândia (Casa do Papai Noel) a partir das 10h.O Festival traz uma feira de produtos orgânicos, exposição de fotografi as, pinturas e esculturas, exibição de animações brasi-leiras e intervenções artísticas.O Coletivo Nosso Novo Som é um movimento efetivo em prol da criação e da multiplicação de espaços culturais em Penedo e alhures.

Dia: 31/10/2015Horário: A partir das 10hs

Local: Casa do Papai Noel, Pequena Finlândia, Penedo, RJ

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Outubro de 2015 - O Ponte Velha - 9

Marcos Cotrim

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Mariana Biolchini de Mello

leio seus pensamentos:estou dentro de você agora.

percebo seus movimentos,

atento-meaos detalhes de você

Não pense que não:

reparo.e daí, retratos

(disseste que os pinto e real-mente o faço)

E nisso tudo te amo

E na falta de tudo ainda te amo mais

O que agora morre é o

excessoe essa desmistura,

parece que dói mas é assim como sempre

como quando você vai embora

porque nós somos sós

nós somos sóise há noite

Colégio de Aplicação da AEDB abre inscrição

Estão abertas as inscrições para o processo de nivela-mento, realizado anualmente pelo Colégio de Aplicação da Associação Educacional Dom Bosco – AEDB, para admissão de novos alunos nas turmas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. As atividades de nivelamento serão realizadas nos dias 28 e 29 de novembro, no horário de 9h ou 14h30m, à escolha do aluno.

A inscrição para o nivelamen-to deve ser feita na Secretaria do Colégio, no campus da AEDB, no horário de 7h às 17horas, mediate o pagamento da taxa de R$ 15,00. Para os pequeninos - O Colégio de Aplicação oferece, também, a Educação Infantil para alunos a partir de 3 anos, com turmas do Jardim I, II e III, funcionando no turno da manhã e da tarde.

Curso para Cuidador No dia 16 de outubro, às 19h, no campus da Associação Edu-cacional Dom Bosco – AEDB, acontece a aula inaugural do IX Curso para Cuidador de Idosos, promovido pelo Asilo Nicolino Gulhot para a Velhice Desam-parada.de Resende. O curso terá início no dia 19, com aulas de segunda a sexta-feira, das 19h às 22,15h. A carga horária é de 120 horas, sendo 100 horas de aulas teóricas na AEDB e 20 horas de estágio no Asilo. O objetivo é capacitar profi ssionais para trabalhar como acompanhantes de idosos com saúde debilita-da. Interessa também a familia-res dessas pessoas idosas.

Inscrições no Asilo Nicolino Gulhot, localizado na Av. Au-gusto de Carvalho, 1080 - Bair-ro Ipiranga; ou pelos telefones 3354-6264 e 3321-4635.

(Com Virgínia Calaes)

CuidadosDisse Janot, o procura-

dor: não há país possível sem o respeito à lei. Acres-centamos: não há país pos-sível apenas com o respeito à lei.

O vício de achar que a lei constrói o país vem do pie-tista Kant e sua aposta na virtude dos deveres... mas a vida e o bem vão além dos deveres.

Há muita pretensão em querer consertar o mundo com leis e deveres. Mais ainda (um delírio!) atribuir tal missão à ciência. Nessa desastrada investidura, a aciência perde seu foco original (a ordem necessá-ria das coisas) e assume a função que tradicionalmen-te coube à sabedoria, isto é, tentar viabilizar a ordem contingente, precária, da sociedade e da alma. Mas o pior é que com esta usur-pação, a ciência gera a mais obscura das atitudes religio-sas, a superstição.

Um sábio amigo dizia: quando a fé se expulsa pela porta, a superstição entra pela janela. A lojinha do Ro-ck-in-Rio vendeu lama en-garrafada, contendo restos de camisetas, tênis, adereços etc., da primeira versão da orgia de 1985, encontrada recentemente. Cada frasco custou 180,00. Venda de relíquias ou de indulgências?

Os últimos patriotas são os militares, os escoteiros e os professores... alguns, alguns. A educação vem-se tornando um cemitério de

vocações. Explico. No atroz desconcerto do mundo, encontram-se poucos refú-gios da sabedoria: as famí-lias, as amizades, as escolas. Todas guardam uma sagrada saudade do lar defi nitivo, na imagem da casa. Se algum motivo há para cultivarmos a língua e os valores nacionais, este será mais a providência que nos protege no caminho de retorno a casa, do que a conquista de algum remédio defi nitivo para nossa carên-cia constitutiva de bem e felicidade.

Entretanto, a política educacional constroi escolas e creches, mas não consegue dar a medida da ignorância, sem a qual não teremos amor à verdade. Escoteiros e soldados ainda cultivam o espírito de abnegação, soli-dariedade e desprendimento até o sacrifício. Porque o mundo é desconcertado, e não tem remendo que salve. Só alunos e professores não sabem disso.

As virtudes cívicas que têm o herói como paradigma são feitas do mesmo material dos desejos: a experiência de incompletude redical sobre a qual se funda uma nação, uma família ou uma escola. Dela, nascem a sabedoria, a gratidão e a generosidade.

Mas não é isso que vemos nas escolas e na vida pública. Estas cada vez mais partem

do princípio de que não retornamos à casa, mas nos lançamos desesperadamente na rota de um “progresso”, cujo combustível é a presun-ção de que a felicidade nos é devida. Daí consumirem-se seus simulacros, como fama, grana e poder.

Mas isso já sabíamos, desde Abraão e de Caetano Veloso... A novidade é que a existência em massa nos privou das ausências mais importantes. Olhamos para o lado e não vemos o irmão, o amigo, mas o que tem o que não temos, é o que não so-mos, faz o que não fazemos. Sim, a massa de ressentidos e invejosos não pode formar uma sociedade, uma nação, uma família, uma escola.

Esta abdicação do amor (à verdade, ao bem e ao belo) não se traduz apenas como estupidez e marginalidade; faz-se cidadania cumpridora dos deveres e das leis. Em vão... O ressentido é um cre-dor insaciável. Gasta sua vida a enxugar o gelo do cotidia-no, engajado na “construção de um mundo melhor”, onde a justiça, fi nalmente, irá reinar sobre a massa cinzen-ta de absolutamente iguais. Uma patologia perigosa, pois a sociedade aberta e toleran-te pela qual dá a vida engen-dra a suprema intolerância que não admite perdedores, fracassados, doloridos, doen-tes, pobres...

A naturalidade com que o ressentido se acha credor da felicidade do mundo melhor não provoca apenas a inveja sistêmica, cria a cultura da psicopatia social. Saem a campo os teóricos do coita-dismo, compondo o script da luta entre vítimas e algozes: podia-se bem chamar essa tara de complexo de Caim.

Quando tal pretenso direi-to à felicidade se transforma em lei, em preceito tangível, os ressentidos tornam-se furiosos, com seu ódio dos melhores, dos diferentes, devidamente legitimado. Aí, nossas escolas louvam a me-diocridade grandiloquente; e os jovens aprendem a ser anti-heróis entediados.

Ao desconcerto do mundo

Os bons vi sempre passarNo mundo graves tormentos;

E para mais me espantar,Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.Cuidando alcançar assimO bem tão mal ordenado,Fui mau, mas fui castigado:

Assim que só para mimAnda o mundo concertado.

Luís de Camões

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10 - O Ponte Velha - Outubro de 2015

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A Associação Arcanjo Gabriel promove mais um módulo do curso integrado de Plantas Medicinais

Nos próximos dias 24 e 25 de outubro, será realizado o segundo módulo do curso integrado de Plantas Medicinais com foco no “Manejo de plantas medicinais”, ministrado por Vera Fróes, na Associação Benefi cente Arcanjo Gabriel – Penedo.

O curso versará sobre os seguintes tópicos:

O solo como ser vivo; Montagem do Horto Medicinal; Compostagem; Cultivo, secagem e armazenamento; Caixa de germinação rápida; Propagação das espécies; Inseticidas Naturais.

Especialistas afi rmam que a fi toterapia cura de maneira não agressiva, pois estimula as defesas naturais do organismo. A pesquisadora Vera Fróes, que conviveu dez anos com os índios e seringueiros da Amazônia, diz que os cientistas têm se rendido ao resgate do conhecimento popular das plantas medicinais. Afi rma:

“As pessoas estão buscando menos efeitos colaterais, melhor qualidade de vida e uma maior proximidade com a natureza. Cultivar uma horta medicinal em casa, colher uma erva no quin-tal, é uma forma de resistência contra o monopólio das práticas de saúde e produção de medicamentos”.

As vantagens do uso da fi toterapia abrangem aspectos sociais, econômicos e médicos: ao nível social, o indivíduo que cultiva e faz seu próprio chá torna-se um participante ativo do seu processo de cura, elevando a sua consciência ecológica. Do ponto de vista econômico, temos abundância de matéria--prima com custos reduzidos dos fi toterápicos. E, do ponto de vista médico, os efeitos colaterais são muito menores do que os produtos alopáticos.

A união dos saberes tradicionais com as pesquisas científi cas é um caminho seguro para a ampliação do uso das plantas me-dicinais, atrelado ao uso sustentável do solo e da água, compar-tilhando qualidade de vida para todos.

Plantas que curam

Informações sobre o curso e demais eventos da Associação:

Gabrielle Six - [email protected]; 24 99235-7018 e 24 99850-9915Associação Arcanjo Gabriel - www.arcanjogabryel.org.br; 24 3351-3217

- Mutirão para a realização do horto medicinal da Arcanjo Gabriel (cultivo e benefi ciamento) às sextas-feiras das 14:00 às 17:00 horas, quinzenalmente (maiores informações com Géssica pelo n° 24 99249-5421 (claro)). - Feira Arcanjo Gabriel na Associação Benefi cente Arcanjo Ga-briel, em Penedo. Acontece todo primeiro sábado do mês, a partir das 10h da manhã. Mudas, produtos rurais e orgânicos, bolos e pães e opções variadas de almoço, incluindo sempre um prato vegetariano.

Repelente natural

Os dias quentes estão cada vez mais perto, e com eles, a ameaça da den-gue. Um repelente que não destrói plantas e nem prejudica a camada de ozônio se faz com a receita:

4 Gotas de essência de citronela;4 Gotas de essência de limão;4 Gotas de essência e alecrim;4 Gotas de essência de eucalipto;4 Gotas de essência de hortelã;1/4 de xícara de óleo de amendoa

Instruções: Junte todos os ingredien-tes numa tigela e misture;Coloque a mistura num frasco tipo spray; Identifi que a embalagem com um adesivo.

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Outubro de 2015- O Ponte Velha - 11

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude de-dicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que afl ua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que afl ua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

Martha Carvalho Rocha

Georgina de Albuquerque Taubaté,1885 - Rio de Janeiro, 1962

“Dia de Verão”

Óleo sobre tela, 1920Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro)

Bacia de salmoura

Preciso de agulha, carretel de linha, tesoura e mais daquela mala de pa-pelão marrom, com dois trinquinhos de metal prateado, que tinham os colonos da fazenda do meu pai.

Preciso dela e das coisas outras para andar léguas e léguas deste viver danado, e ignorado de si mesmo.

Não careço pedir que me expli-quem com propriedade e culto, porque cheguei a este alargar de con-trassensos. Meu sonho é de menina da roça, sujeito à natureza. É branco como leite de novilha acabada de dar cria. Minha alma é desprovida de ostentação, clara que nem água de mina. Meu coração foi crescido ao pé do barranco, é aberto e doador de si. O que me estraga é o gosto que tenho por tudo que é velho, antigo,

que, à primeira vista, parece não ter serventia.

Eu sei que a tralha da vida é pesada que nem aço, e confesso que estou cansada! Cansada igual quem cruzou chuva a galope. Quem chegou de via-gem longa em animal de trote duro. Por isto eu peço um particular com o Senhor meu Deus, conhecedor que ele é do eito, pra numa prosa redu-zida, deixar tudo acertadinho, já que trato é trato, e o que é combinado não fi ca caro.

Mostrar pra ele que eu vim ao mundo pra amar e acudir. Também pra selar cavalo e bater redondeza.

Se nada for cabível e nem sufi -ciente, pode o senhor me dar um sermão de palmo e meio. Depois ele conversa com ele mesmo e resolve

se eu mereço uma bacia de salmoura pra descansar meus pés e vencer a canseira das pernadas.

Se assim for, e perante tanta bon-dade, vou afrouxar a marcha e largar mão dessa minha escrevinhação que não termina.

Parar de pensar naquele agosto ido, tão temido de ser chorado. Aquele tempo que me puxa pela barra da saia, pelos cabelos desalinhados.

Sem mais abusar de obséquios, vou sumir nesse mundão de Deus, levando aquela mala dos colonos da fazenda de papelão marrom, com dois trinquinhos de metal prateado, que não é de hoje que eu cobiço.

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12 - O Ponte Velha - Outubro de 2015

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Nem acabou setembro e dois fatos me chamaram a atenção que quero dividir com meus poucos, mas fiéis leitores.

O primeiro deles é o mito que se tinha que a represa do Funil servia para Itatiaia e Resende como uma espécie de decantadora de impure-zas. O rio Paraíba vinha com seu lixo, entrava na represa e esse ficava depositado no seu fundo. Ledo engano. Deu no Globo do dia 29 de setembro, dia em que se comemora a emancipação política e administra-tiva de Resende:

“Pesquisa revela alta contamina-ção do Funil”

O as águas do reservatório da re-presa do Funil estão infectadas por cianobactérias, pelo menos 25 vezes mais que o máximo permitido pela OMS. São bactérias tóxicas que ata-cam fígado, rins e pulmão. A água pode se tornar impossível de ser tratada. É puro esgoto concentrado e com a seca ela pode chegar a 50 vezes mais que o valor tolerado. Uma água imprestável para consu-mo humano, pesca ou irrigação.

Outra noticia que caiu como uma bomba, essa nos meios políticos foi a proibição, por parte das empresas, de doação a partidos políticos ou candidatos, pelo STF e corroborada pelo veto da presidanta, que dizer, presidenta Dilma.

Uma campanha para prefeito, por mais barata que possa custar, numa cidade como Resende, que tem programa eleitoral na televisão, não sai por menos de um milhão de reais. É sabido que as empresas doadoras têm interesses de, elegendo seus candidatos, possam depois ser contratadas, seja para recolher o lixo, fornecer remédios, calçar ruas, enfim, não existe almoço de graça. E agora? Sai na frente o candidato que tem

posses pessoais ou amigos que pos-sam também ajudar com seu patri-mônio pessoal, ou o prefeito, que usa a máquina a serviço do seu sucessor. E aquele exército de vereadores e seus cabos eleitorais, também ajuda-dos pelo candidato majoritário, vão comer o pão que o diabo amassou, e todo mundo sabe que o diabo é um péssimo padeiro.

Outras duas coisas que todos esperavam que ela vetasse, e que ela

não vetou: o prazo de filiação para a pessoa se candidatar e a chamada janela de transferência de partido, 30 dias antes desse prazo.

Até dia 30, o prazo era de um ano. Os políticos tinham que encer-rar as negociações um ano antes da data da eleição, a pressão era enor-me e, decidida a opção, não cabia arrependimentos. Agora, seis meses antes, no caso de 2016, 2 de abril, todo mundo tem tempo de negociar com calma o passe.

E a tão sonhada janela? Entre 2 de março a 2 de abril do ano que vem, os vereadores estão livres para mudar de partido, escolher uma nova legenda. Haja negociação, haja coração.

Mas tem partidos que não en-tendem assim. Esses prazos, essas proibições, seriam cláusulas da Constituição, e uma lei ordinária não pode revogar um artigo cons-titucional, só uma PEC. Muita água vai rolar embaixo dessa ponte e, se for isso, quem não se filiou até dia 2 de outubro, dançou.

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E não é que acharam água salgada em Marte? Primeira pergunta; como eles sabem que a água é salgada?

Segunda pergunta: dá pra se pen-sar numa possível colonização daqui a muitos anos? A primeira coisa que me vem à cabeça é que hoje, uma viagem a Marte leva 9 meses. Va-mos imaginar uma família indo para lá. Pai, mãe, avós, filhos, Dr. Smith (não, esse é de outra história) e uma empregada, claro, afinal, ninguém é de ferro. Todos numa cápsula es-pacial comendo comida desidratada e, o pior, as crianças perguntando o tempo todo: falta muito pra chegar? Sei não, melhor ficarmos por aqui.

Ainda sobre vida extraterrestre, tenho um amigo que jura que foi abduzido. E que no planeta onde ele foi parar, as mulheres tinham os seios nas costas. E eu perguntei: e aí? E ele: é estranho, mas pra dançar é ótimo.

Início da concretagem da cúpula do Senado Federal. Brasília, 1958. Foto: Marcel