o ponte velha | novembro de 2015

12
RESENDE E ITATIAIA - Novembro de 2015 Nº 235. ANO 21 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com Consciência negra - 200 milhões de batutas Oito Batutas foi um conjunto musical brasileiro criado em 1919 no Rio de Janeiro e formado por Pixinguinha na flauta, Donga e Raul Palmieri no violão, Nel- son Alves no cavaquinho, China no canto, violão e piano, José Alves no bandolim e ganzá e Luis de Oliveira na bandola e reco-reco. O repertório do conjunto incluía choros, maxixes, canções sertanejas, batuques e cateretê. Nas chamadas da imprensa, o conjunto era identificado como “regional” e “jazz-band”. (Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira) Nosso Tempo Carlos Drummond de Andrade (Rosa do Povo, 1945) Esse é tempo de partido, tempo de homens partidos. Em vão percorremos volumes, viajamos e nos colorimos. Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra. Visito os fatos, não te encontro. Onde te ocultas, precária síntese, penhor de meu sono, luz dormindo acesa na varanda? Pe. Francisco de Paula Victor (Cam- panha, 1827- Três Pontas, 1905) foi o primeiro ex-escravo brasileiro beatifica- do. A cerimônia ocorreu no dia 14 de novembro último em Três Pontas, MG.

Upload: jornal-ponte-velha

Post on 24-Jul-2016

225 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

Periódico local. Resende e Itatiaia ,RJ

TRANSCRIPT

Page 1: O Ponte Velha | Novembro de 2015

RESENDE E ITATIAIA - Novembro de 2015Nº 235. ANO 21 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

Consciência negra - 200 milhões de batutas

Oito Batutas foi um conjunto musical brasileiro criado em 1919 no Rio de Janeiro e formado por Pixinguinha na flauta, Donga e Raul Palmieri no violão, Nel-son Alves no cavaquinho, China no canto, violão e piano, José Alves no bandolim e ganzá e Luis de Oliveira na bandola e reco-reco. O repertório do conjunto incluía choros, maxixes, canções sertanejas, batuques e cateretê. Nas chamadas da imprensa, o conjunto era identificado como “regional” e “jazz-band”.

(Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira)

Nosso TempoCarlos Drummond de Andrade

(Rosa do Povo, 1945)

Esse é tempo de partido,tempo de homens partidos.Em vão percorremos volumes,viajamos e nos colorimos.

Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.As leis não bastam. Os lírios não nascemda lei. Meu nome é tumulto, e escreve-sena pedra.

Visito os fatos, não te encontro.Onde te ocultas, precária síntese,penhor de meu sono, luzdormindo acesa na varanda?

Pe. Francisco de Paula Victor (Cam-panha, 1827- Três Pontas, 1905) foi o primeiro ex-escravo brasileiro beatifica-do. A cerimônia ocorreu no dia 14 de novembro último em Três Pontas, MG.

Page 2: O Ponte Velha | Novembro de 2015

Bombas -Fechadura -MotoresFerragens e Ferramentas

Utensílios Domésticos

SEMPRE FACILITANDO A SUA VIDACalçadão

Fone: 3355.2277

2 - O Ponte Velha - Novembro de 2015

P O L I T I C Á L Y A

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg. 12 . 923 Arte gráfica: Afonso Praça

Edição: Marcos Cotrim

21-98833. 2248 24- 99301 . 5687

[email protected] www.pontevelha.com

Expediente

Joel Pereira

Publicação do Instituto Campo Bello

1) PENSAMENTO DO MÊS: “Quando uma ideologia fica bem velhinha, vem morar no Brasil”.(Millor Fernandes)

2) DEDICATÓRIA - Dedicamos a coluna deste mês ao Luiz Geraldo de Paiva Whately e o parabenizamos pelo seu aniversário.

3) SAUDADES DO BAZAR AGU-LHAS NEGRAS - Envelhecer é uma coisa boa, até porque a alternativa é muito cruel. Porém, uma coisa ruim é testemunhar o fechamento de lugares que gostávamos de fre-quentar. Campos Elíseos já não era o mesmo sem a Farmácia Central, o Bar Caçula, a Cantina Portuguesa e outros. Agora perdemos a Revistaria Agulhas Negras. Nossas manhãs não serão as mesmas sem a Nina, o Caio, a Bianca e o Zé Valdir. Uma perda irreparável para a cultura resendense, pois além de vender jornais e revistas, a Revistaria divulgava e vendia livros de autores locais. Desejamos boa sorte à família em suas novas atividades!

4) ESCÂNDALO NA CÂMARA MUNI-CIPAL DE RESENDEA podridão que campeia na política nacional atingindo, principalmente, os companheiros do homem que não sabia de nada, nos incomoda todos os dias. Basta ligar a TV ou abrir os jornais e as revistas. Agora, a bomba estourou, também, em nosso quintal. Como amplamente divulga-do, o Ministério Público desbaratou uma quadrilha que agia na Câmara Municipal de Resende, conforme se poderá observar no processo 0012190-30.2015.8.19.0045, dispo-nível no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Agora são nomes mais familiares do que José Dirceu, Pedro Corrêa, Delúbio Soares, João Vaccari Neto, André Vargas e outros. São vereadores nossos conhecidos (Kiko Besouchet, Bira Ritton, Mirim) e funcionários da Câmara Municipal. Para nós, foi uma grande surpresa a citação de todas esses servidores públicos. Nosso maior assombro, contudo, foi constar o nome do Ubirajara Garcia Ritton, o Bira. Nós o conhecemos, há muitos anos, desde que trabalhamos juntos na antiga IQR- Indústrias Químicas Resende. Sempre o admiramos como profissional competente, muito trabalhador e correto na condução de seus negócios.

Na decisão que bloqueou os bens dos réus e os afastou do serviço público, o Juiz fundamenta que “a ci-tada organização delituosa iniciou-se na Presidência de “Kiko” Besouchet (2011/2012), mas instalou-se de for-ma mais estruturada e hierarquizada a partir das gestões dos Presiden-tes da Câmara Ubirajara Ritton (2013/2014) e Jeremias Casemiro, vulgo “Mirim” (2015)”.

Para o bem da sociedade resendense, tomara que alguns dos citados consigam provar as suas

inocências e que os culpados sejam exemplarmente punidos.

No mundo dos negócios exis-te uma máxima de que o lucro é proporcional ao risco. As pessoas que escolhem tratar a política como um negócio devem, portanto, assumir que é um negócio arriscado. Podem até obter um lucro grande, mas correm um grande risco: de serem investigados pela polícia; de serem denunciados pelo Ministério Público, e de serem condenados pelo Poder Judiciário. Correm, também, o risco de serem vaiados e xingados nas ruas; de envergonhar a família e os amigos. Enfim, a vida é feita de escolhas...

5) CORRENDO ATRÁS DO PT - Muitos políticos resendenses estão correndo atrás do PT. Se estão fazendo isto só pelo tempo de TV, parece-nos que não é ético. Se for por afinidade ideológica, terão que assu-mir isto, publicamente, na campanha. Olha a sinuca de bico ...

6) LOUROZA É PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DE RESENDE –

Nem tudo é notícia ruim na política resendense. Notícia boa é o Louroza ser pré-candidato a prefeito pelo DEM. Edison Louroza vem enriquecer a disputa para Prefeito de Resende. Administrador de Empresas, Louroza foi gerente de Recursos Humanos na Xerox do Brasil, em Resende, onde deixou sua marca de competência profissional e de pessoa de fino trato. A pré-campanha do Louroza está muito bem organizada, com reuniões periódicas, nas quais se discute o futuro da cidade, com a participação de profissionais de reconhecidos conhecimentos em várias áreas.

7) EDUARDO MEOHAS É DEMITIDO DO MUNICÍPIO DE RESENDE

– Por meio do Decreto nº 8743 de 09/09/2015, o Prefeito Municipal de Resende, José Rechuan Junior, demi-tiu o Ex-Prefeito de Resende Eduardo Meohas, conforme dispõe o artigo 218, IV – do Estatuto dos Servidores Públicos de Resende, Lei 2335/2002. O citado inciso IV do artigo 218 trata das demissões por improbidade administrativa.

8) NOEL DE CARVALHO NA DISPUTA PELA PREFEITURA DE RESENDE –

A nosso ver, se o Noel de Carvalho for mesmo candidato a Prefeito de Resende, estará entre os primeiros colocados, por quatro principais motivos:

O primeiro é que quanto mais aparecerem candidatos com razoável potencial de votos, mais aumentam as chances do Noel ser, pela terceira vez, Prefeito de Resende. O Noel, mesmo no seu período de baixa elei-toral, conservou um eleitorado mínimo de 20%, o que o coloca no páreo, na próxima eleição, quando poderá haver, pelo menos, quatro candidatos competitivos;

O segundo motivo, é que Noel vive hoje um efervescente processo de retomada de sua imagem política. Embora o Noel tenha – disparado na frente dos outros – o melhor currículo político de Resende, sua imagem pública ficou bastante comprometida, desde que o Eduardo Meohas virou seu adversário político. Noel foi vítima de uma competente campanha de desconstituição de imagem, tendo amargado, durante todo esse tempo, o peso de injustiças. Ao longo desses anos, porém, seus detratores foram mostrando que não eram tão bonzi-nhos quanto pretenderam mostrar.

A mesma gangorra que colocou o Noel em baixa, hoje o restitui para cima. Quanto mais seus difamadores caem, mais o Noel sobe, reconquis-tando o seu verdadeiro lugar. O tempo passou e aqueles que levantavam falso do Noel estão enrolados até o pescoço: processados; condenados; alguns até inelegíveis. E o Noel está aí: ficha limpa e, a cada dia, mais lem-brado como pré-candidato a Prefeito;

O terceiro motivo é que os oportu-nistas que davam voltas em torno da lâmpada do poder, nos governos do Noel, debandaram e estão espa-lhados pelos governos da região. Isto depurou o grupo do Noel, hoje com capacidade de atrair alianças programáticas, podendo resultar em parcerias com políticos do quilate do Dr. Julianelli e do Dr. Irani, os quais têm conversado muito com o Noel.

O quarto motivo é que o Noel terá assessoria de um consagrado mar-queteiro, seu amigo de longa data.

9) VANI TAMBÉM FOI PARA A REDE

Excelente aquisição para a Rede Sustentabilidade em Resende, Vani Teresinha Vasconcelos é muito bem conceituada nos campos pessoal e profissional. Foi candidata a Vere-adora em 2012 pelo PDT, e obteve uma votação razoável (344 votos), ficando como suplente. Certamente fará um bom trabalho como membro da direção local da Rede, imprimindo a sua marca de dedicação, correção e competência.

10) ESCÂNDALOS NA CÂMARA MO-DIFICAM QUADRO SUCESSÓRIO -

Os candidatos que têm parentes citados na Operação Betrug (fraude, em alemão) certamente foram e serão muito prejudicados em suas preten-sões eleitorais. É claro que ser citado é diferente de ser condenado, mas a simples exposição negativa de um sobrenome já é motivo para um pré--candidato despencar ladeira abaixo. Desejamos, de coração, que alguns dos citados possam comprovar suas inocências, assim como torcemos para que os culpados sejam severa-mente punidos, de forma a demonstrar que o crime não compensa.

Pela mesma exposição negativa, a imagem do Governo Rechuan também foi muito abalada com a Operação Betrug. Os vereadores Kiko e Mirim já foram Secretários do Governo Re-chuan. O Bira Ritton estava Secretário de Governo, quando a coisa explodiu.

Não vai aqui nenhuma crítica, nem pré-julgamento, até porque se eu fosse o Prefeito, teria, também,

convidado o Bira Ritton para o meu Secretariado, mercê dos excelentes conceitos pessoal e profissional que ele então desfrutava.

Em nosso entendimento – dos can-didatos a candidato da base governis-ta – o Dr. Diogo Balieiro sairá muito fortalecido depois desse episódio.

11) O PT RESENDENSE TERÁ POS-SIBILIDADES DE QUEBRAR SEU ESTIGMA DE RUIM DE VOTO – Mui-to comentada na cidade a provável candidatura da Jornalista Ana Lúcia (Beira Rio) a Vereadora, pelo PT. Além de renomada jornalista e radialista, Ana Lúcia é professora universitária, o que amplia seu potencial de votos. Acreditamos que sua candidatura será uma das mais competitivas e que, se eleita, ninguém ficará indiferente ao seu combativo estilo.

12) MARINHO PERIQUITO PODERÁ SER O CANDIDATO DO PSDB – Além do Noel de Carvalho, o Mário dos Santos Periquito Neto (Marinho) é pré-candidato a Prefeito de Resende, pelo PSDB.

Político consagrado (Presidente da Câmara Municipal em 1997 e em 2000), Marinho é Engenheiro Civil, com competência comprovada, sendo um dos postulantes mais bem preparados para assumir o cargo de Prefeito da cidade.

É bom lembrar que o seu pai (Mário dos Santos Periquito Filho) é considerado um ”fazedor de prefeitos”. Todos os candidatos que ele apoiou tornaram-se prefeitos de Resende.

13) ANA PAULA RECHUAN NA COLUNA DO GÓIS – O Globo de 10/11/2015 fala sobre a votação, na ALERJ, do projeto do parto huma-nizado na rede pública de saúde, de autoria de nossa Deputada Estadual.

Page 3: O Ponte Velha | Novembro de 2015

Novembro de 2015 - O Ponte Velha - 3

Gustavo Praça

Centro Cultural EstalagemMemória RegionalCaféEventos

Rua Raul Cotrim, 259 - Centro, Itatiaia

24-33523985 www.institutocampobello.org

É a Cultura, rapaz!Eu estava tomando uma

cerveja e comendo um espetinho na rua do Guela Seca quando soube do nosso Lava Jato doméstico, e na hora praguejei mais uma vez contra as músicas altas e ruins que vinham de dois ou três bares no entorno. Aquelas músicas tinham parte da culpa do roubo do dinheiro público. Elas são o que nos resta quando não somos iniciados no gosto pela sofisticação das harmo-nias do João Gilberto, dos sambas do Paulinho da Viola, da sanfona de oito baixos do seu Dito Merenciano, da leveza inventiva e elegante do Mozart. Elas são a esté-tica da mediocridade. E tal estética, depois de passar pelo sertanejo universitário ou pelo funk ostentação - com entupimento de cerveja e carrão que já vem com louras - culmina num monte de dinheiro. Aquele monte de dinheiro que alguém jogou no rosto do Eduardo Cunha. Na cultura da mediocridade, Jesus vira Jesus.com.

Não é à toa que os im-périos se preocupam em destruir a cultura dos domi-nados: o Estado Islâmico detona arquiteturas e monu-mentos que são patrimônio da humanidade, a Prefeitura de Resende asfalta as ruas do Alto dos Passos - a grosseira lama negra se entranhando entre os paralelepípedos artesanais do centro histórico. O caldo da cultura funda-menta a ação. O Marx dizia que a economia determina tudo, inclusive a cultura, mas é como o ovo e a galinha, porque o caráter da economia é dado pelo homem, que age

emoldurado pela cultura. E a cultura pode embrutecer ou lapidar o Animal. Quando lapida, sublima a vontade de poder, firma uma espécie de jurisprudência subjetiva, paira no ar como ordem metafísi-ca que nos conduz. E nossa agressividade vira qualquer coisa da esfera da arte, como o trompete de Miles Davis ou o sabre de um samurai.

Assisti noutro dia ao vídeo de uma conversa entre o filó-sofo Martin Heidegger e um monge de um país oriental. A certa altura a gente se sur-preende com a afirmação do Heidegger de que o mundo ocidental sofre por ser muito subdesenvolvido, principal-

mente os Estados Unidos, que nos dá o tom. “Vocês es-tão mais avançados”, ele diz ao monge. Aí está colocada a questão do desenvolvimento do espírito, a grande jóia da criação, como o maior funda-mento. Se eu fosse advogado de quem roubou dinheiro público invocaria a pobreza da cultura dominante como atenuante. “Meritíssimo, meu cliente achava que isso era bonito, porque tanta gente aprecia quem rouba e fica rico; meu cliente não sabia que isso dava cadeia...”

Acho que a questão do caldo cultural é tão forte que, se ele permanece ralo, a corrupção segue sendo ad-

mirada mesmo com prisões, punições, multas e torno-zeleiras. A lei pode pouco contra os costumes. Paguei minha cerveja e meu espeto e fui embora pensando que os donos daqueles quatro ou cinco bares da rua bem que poderiam contratar algum bom músico da nossa região. Aquela pequena rua fica fechada nas noites dos fins de semana e vira uma agradável salão cheio de mesinhas ao ar livre onde as pessoas podem se encontrar e conversar sob as estrelas e a lua. Merece um som melhor, mais baixo, com mais arte. E tem tanto músico bom por aqui. Como os que tocam no Bar Atlân-

tico, no centro antigo de Resende, e no Uai, Su!, no Manejo. Ou, em Penedo, os que tocam no Jazz Village, no Dom Castro de Havana, no Bússola.

PS1: O último número da publicação “O Andorinhas”, do Grêmio Literário de Resende, traz uma homenagem ao cente-nário do radialista Manoel do Nascimento, conhecido como Nhô Mané, que durante muitos anos, a partir do começo da década de 50, manteve uma programa que transmitia músicas sertanejas e contava causos entre as cinco e as oito horas da manhã.

Me trouxe a grata lembrança de quando eu construía a minha casa no alto Penedo, na década de 70,e passava bem cedo na casa do pedreiro e meu amigo seu Anibal. Ele estava sempre com o radinho tocando música sertaneja da boa enquanto coava o café, e certamente era o programa do Nhô Mané. Agradeço ao Clau-dionor e ao Laís, que organiza-ram a publicação, tão importante para a memória da cidade e particularmente para a minha.

PS2: A represa do Funil está sendo bem monitorada?

José Ferraz de ALMEIDA JUNIOR (1850-1899), O Violeiro, 1899. Óleo sobre tela

Page 4: O Ponte Velha | Novembro de 2015

4 - O Ponte Velha - Novembro de 2015

Dr. Rafael Procaci

Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333Especialista em Ortodontia e Ortopedia FacialClínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJTel: (24) 3355.8383 - 999484899

ITATIAIA em PautaMoeda verde?Ocupação de risco

“O município de Resende lidera o ranking de desflorestamento de Mata Atlân-tica no estado entre 2000 e 2014, segundo pesquista divulgada na quarta-feira (11/11) pela Fundação SOS Mata Atlântica. A capital aparece na quarta coloca-ção (veja tabela abaixo).

Angra dos Reis, na Costa Verde, é a que mantém maior área proporcional de Mata Atlântica preservada, com 80,1% de vegetação natural, comparado com a área original. A capital fluminense, por sua vez, conta com aproximadamen-te 18% de vegetação natural do bioma. A vegetação natural inclui, além das florestas nativas, os refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas.

A Prefeitura de Resende, por meio de nota, questiona os dados apontados pela ONG e diz que a “grande maioria das queimadas registradas no Parque Nacional do Itatiaia acontece em áreas de pasto, sob o domínio do Governo Federal”:

a) A PMR contesta tal informação, uma vez que não foram apresentados dados que possam ser aferidos;b) a grande maioria das queimadas registradas no Parque Nacional do Itatiaia acontece em áreas de pasto, sob o domínio do Governo Federal, e NÃO do Município;c) Resende conta, hoje, com mais de 16 mil hectares de área protegida como reserva de Mata Atlântica. Entre eles, os parques da Cachoeira da Fumaça e do Rio Pombo; as APAs (Área de Proteção Ambiental) da Serrinha e de En-genheiro Passos; além do Parque Estadual da Pedra Selada, que tem 80 por cento de seu território ocupando área do Município;d) TODAS as citadas áreas, além de receberem a regeneração natural, estão submetidas a uma série de ações de preservação, por parte da AMAR (Agência do Meio Ambiente do Município de Resende);e) Diante do exposto, a AMAR está arguindo a Fundação S.O.S. Mata Atlânti-ca, no sentido de obter informações quanto à base de pesquisa utilizada pelo órgão, que resultou na referida matéria.

A poucos dias da Conferência sobre o Clima em Paris (30/11 a 11/12), para a qual esperam-se em torno de 50 mil pessoas, o Portal G1/Globo veiculou a notícia abaixo. Mais um capítulo da guerra de informações em que se joga o futuro de bilhões de pessoas... (MCB) E o drama dos moradores do Jardim Manchete, também conhecido como

Marrocos continua. Mesmo depois de 13 anos de invasão, depois da prefeitura de Itatiaia reconhecer os imóveis e até cobrar IPTU e autorizar ligação de luz, moradores afirmam ter recebido a visita de um oficial de justiça afirmando que as casas seriam desapropriadas para reintegração de posse. Algumas proprie-dades já teriam sido derrubadas em 2014 quando autoridades do município, em comitiva, visitaram o bairro se solidarizando e se dispuseram a ajudar, mas pelo visto o problema continua. (Com Jorge Botelho)

Exames laboratoriais de volta

Acaba de ser publicada a homologação da licitação para contratação urgente de empresa especializada para prestação de serviços de exames laboratoriais. População já vinha reclamando a falta do serviço há meses.

Moradores do Campo Alegre estão ganhando qualidade de vida graças às atividades realizadas na Academia da Saúde. Além dos equipamentos ao ar livre, os alunos contam com aulas aeróbicas realizadas em uma área coberta e supervisionadas por um profissional.

Os 76 alunos praticam exercícios de fortalecimento abdominal e de membros superiores e inferiores. O objetivo é o ganho da qualidade de vida e da autoesti-ma, através do emagrecimento e do fortalecimento muscular.

Podem participar das aulas os moradores com idade entre 18 a 55 anos. Já os equipamentos ao ar livre são abertos para todos. Cada participante passa por uma avaliação médica e psicológica antes de começar a frequentar as aulas.

Segundo a responsável pela Academia da Saúde do Campo Alegre, Janaina Lemos Fonseca, o resultado conquistado pelos alunos tem chamado a aten-ção de outros moradores. “No início tínhamos 16 alunos, mas com o tempo a procura aumentou. Hoje temos fila de espera. É importante ver o crescimento pessoal de cada um. Ver pessoas com problemas de obesidade saírem felizes por alcançar uma meta que antes parecia impossível”.

Construída ao lado do Posto de Saúde da Família do Campo Alegre (PSF), a unidade atende também os moradores dos bairros Nova Conquista, Jardim Itatiaia, Vila Martins e Vila Pinheiro. A parte externa da Academia da Saúde funciona 24 horas. As aulas acontecem de segunda, quarta e sexta-feira, das 13h30 às 18h30, terça-feira de 08h às 13h e quinta-feira de 06h30 às 13h00.

As inscrições podem ser feitas na Academia da Saúde, nos horários das au-las. A unidade fica na Rua Doutor Silveira, nº 41, no Campo Alegre.

(Com Jornal Fato Real)

Saúde é o que interessa?

Page 5: O Ponte Velha | Novembro de 2015

Novembro de 2015 - O Ponte Velha - 5

24 . 3351-1131 / 99851 1164

Pão integral com linhaça, Granola caseira, Arroz integral cateto, Açúcar demerara, Mascavo e outros produtos

[email protected]

Entrega em domicilio Encomendas

para HotéisRei das Trutas

(Direção Irineu N. Coelho)

A mais saborosa da regiãoConsulte o Guia 4 Rodas

Agora com certificado de selo de qualidade concedido pela Fiperj

Av. das Mangueiras, 69 . Fone: 3351-1387

Desde1985

Homeopatia Veterinária

Gustavo Vernes - CRMV- RJ 5241

Tel.- (24) 992960661

Crônica anunciada de um desgovernoOtanes Solon

Estou velho, mas não tanto que não possa me in-dignar com os fatos que vêm ocorrendo em nossa cidade. O ponto em que chegamos, porém, nada mais é que uma crônica anunciada. A política foi esquecida, e o que tomou seu lugar é algo execrável, isso porque o que se conven-cionou chamar de política, não o é. O que vemos é apenas o jogo mesquinho de poder, onde a coisa pública existe apenas como meio para sua manutenção.

O atual escândalo na Câ-mara Municipal é o exemplo patente destas práticas. É sabido que TODOS os vere-adores têm cotas de cargos comissionados dentro da administração pública. Uma das moedas de troca, para que se garanta a “governabi-lidade”. Uma prática que não é ilegal, afinal o vereador, como qualquer pessoa, pode pedir ao prefeito que em-pregue quem quer que seja. Quem tem o poder legal de nomear é o prefeito, ele pode ou não acatar o pedido. O que é legal não significa que seja moral, e neste quesito TODOS os vereadores des-conhecem o significado da ética pública. Já o prefeito, na realidade, usa o sistema para manter um exército de cabos eleitorais, em funções fantasmas, que só existem no papel. Não é possível que todos os nomeados exerçam as funções previstas em lei, que se limitam a cargos de chefia, direção e assessoria.

Até secretarias foram criadas com um quadro funcional composto exclusivamente de cargos comissionados e funções gratificadas, como exemplo, a secretária de Tra-balho e Renda, feudo de um dos vereadores ora afastado. Esse comportamento de usar a coisa pública para fins pri-vados não é apenas imoral, é criminoso.

O comportamento dos de-mais vereadores em não ini-ciar de imediato um processo de cassação dos vereadores afastados apenas reafirma o grau de comprometimento de TODOS neste contexto. O corporativismo há muito se instalou, pois sem o poder que hoje detêm e as práticas descritas, juntamente com o executivo, dificilmente não

seriam reeleitos. A maioria se comporta como vereadores profissionais. Vereança virou emprego e meta de vida. Existem aqueles com 3, 4, 6 mandatos consecutivos e alinhamento total com o governo de ocasião, qualquer que seja, desde que garanti-das as condições de “gover-nabilidade”.

O caso do assalto (resolvi dar o nome real aos bois, a simples palavra “desvio” é amena demais para os atos ora praticados) é o exemplo patente da deterioração do papel dos vereadores. Uma das funções, razão da sua existência, é a fiscalização da correta aplicação dos re-cursos do município. Neste quesito TODOS foram no

mínimo, incompetentes, para não dizer coniventes com os atos praticados, seja na omissão, seja na participa-ção. Isso vale também para TODOS os funcionários da casa. TODOS de alguma forma pecam pela omissão, como ficou claro no teor dos depoimentos dos 22 funcio-nários detidos na operação deflagrada pelo ministério público com auxílio do GAECO. É necessário que a sociedade, vereadores, funcionários repensem o que estão fazendo. Este caminho vai em direção a um abis-mo onde todos morrerão abraçados. Os funcionários públicos deveriam ser nossos maiores aliados, denuncian-do estas práticas. O minis-

tério público, na figura do promotor da tutela coletiva Dr. Fabiano, os aguarda. Há hoje uma investigação em andamento sobre as nome-ações para cargos políticos no executivo municipal. Nomeações incompatíveis com a legislação vigente. São diretores e chefes no-meados, que têm sob sua di-reção apenas eles próprios. São assessores sem qualquer conhecimento ou forma-ção na área que prestam assessoria. São nomeados de legendas compradas para compor a base de apoio, cabos eleitorais pagos com dinheiro público para man-ter a estrutura de poder em benefício de quem enrique-ce ilicitamente com o nosso dinheiro. O dinheiro suado do nosso trabalho na forma de impostos. Impostos que não retornam em serviços decentes para todos.

Esse sistema tem como grande aliado nossa cultura colonial de passividade e adulação ao poder. A admi-nistração municipal tornou- se um grande reino onde o chefe do executivo compor-ta-se como um monarca, a Câmara como corte, e o povo, até o momento, cuida de sustentá-los sem ques-tionar nada. É a ópera bufa encenada por canastrões de quinta categoria.

Só sei hoje que talvez ainda viva para ver alguma mudança.

Tarsila do AmaralSão Paulo, 1924Óleo sobre tela

Page 6: O Ponte Velha | Novembro de 2015

6- O Ponte Velha - Novembro de 2015

Rosel Ulisses Vasconcellos *

Mário de Andrade – 70 anos do falecimento do “Papa do Modernismo”Em 25 de fevereiro de 1945 – há 70 anos,

portanto –, a cultura brasileira se despedia de um dos seus mais ilustres representantes: morria, em São Paulo, aos 51 anos, Mário Raul de Moraes Andrade ou, simplesmen-te, Mário de Andrade. Morreu na mesma metrópole onde nascera e com a qual se identifi cara como poucas vezes se viu antes em nossas letras. É difícil imaginar um autor mais ligado à sua cidade natal do que Mário. São Paulo foi não só o seu berço e a sua mo-rada fi nal na Terra, mas também o palco por excelência onde atuou por quase toda a vida e que lhe serviu de inspiração e de tema.

Para entender o que a capital paulista representava para o “Papa do Modernismo”, epíteto com o qual Mário de Andrade seria agraciado depois, é preciso regressar uns cem anos no tempo. São Paulo é, então, a cidade que mais cresce e se enriquece no Brasil. Levas de imigrantes não cessam de chegar, despertando a atenção de paulistanos como o parodista Juó Bananère, ainda no Pré-Modernismo. A metrópole se indus-trializa e se moderniza em passos rápidos; é o espaço da novidade, da velocidade, da transformação. Nesse cenário agitado, o jovem Mário será o mentor e o líder de um movimento que buscará modernizar também as artes e a cultura em escala nacional. Todo o seu esforço nesse sentido culminará na his-tórica Semana de Arte Moderna – não por acaso, marcada para o ano em que se come-morava o centenário da nossa independência política: 1922.

Muitos artistas marcaram presença no evento, nomes que fi cariam registrados para sempre em nossos livros de História. Nem todos os envolvidos, porém, partilhavam das ideias de Mário. Tanto Manuel Bandeira quanto Menotti del Picchia, entre outros, guardavam ainda visível ligação com o passado, admiradores que eram de escolas literárias surgidas no século anterior (Bandei-ra, aliás, sequer participou da Semana de 22, por conta do seu respeito pelo Simbolismo, escola que muito o infl uenciou no início da carreira e que era um dos “alvos” dos ata-ques modernistas). Por seu turno, Mário de Andrade almejava um rompimento integral com tudo aquilo que representasse o antigo. Com tal propósito em mente, publicou no mesmo ano (1922) aquela que muitos críticos consideram a primeira obra cem por cento modernista da nossa literatura: Pauliceia des-vairada. Nesse volume revolucionário de ver-sos, dois textos chamariam particularmente a atenção: o “Prefácio interessantíssimo”, decerto o mais famoso prefácio de nossas letras, espécie de manifesto não ofi cial do nosso Modernismo, e a “Ode ao burguês”, o seu poema mais conhecido, que Mário leu para o público no Teatro Municipal de São Paulo durante a Semana de Arte Moderna, em meio ao alarido das vaias.

Ode ao Burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,o burguês-burguês!

A digestão bem feita de São Paulo!O homem-curva! o homem-nádegas!

O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!Eu insulto as aristocracias cautelosas!

os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!que vivem dentro de muros sem pulos,

e gemem sangues de alguns mil-réis fracospara dizerem que as fi lhas da senhora falam o francês

e tocam os “Printemps” com as unhas!Eu insulto o burguês-funesto!

O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!Fora os que algarismam os amanhãs!

Olha a vida dos nossos setembros!Fará Sol? Choverá? Arlequinal!

Mas à chuva dos rosaiso êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!Morte às adiposidades cerebrais

Morte ao burguês-mensal!ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!

Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!“– Ai, fi lha, que te darei pelos teus anos?– Um colar… – Conto e quinhentos!!!

Mas nós morremos de fome!”(...)

Mário de Andrade trabalhou como profes-sor de música e colunista de jornal, sendo o mais completo exemplo de polímata na cultura brasileira. A saber, dá-se o nome de polímata a uma pessoa cujos conhecimentos não se res-tringem a uma ou duas áreas, mas a uma vasta gama de disciplinas. Apaixonado pelo folclore, pela música popular brasileira, pela poesia, e estudioso obstinado das nossas tradições, dominava também o idioma francês e era um mestre ao piano. Era autodidata por natureza.

Embora a primeira geração modernista nos tenha apresentado produções dignas de nota na poesia, na música e na pintura – apenas para falar em três dos domínios da arte –, faltava ainda quem se ocupasse da fi cção. Era nítida e constrangedora a ausência de uma obra-prima escrita em prosa na esteira da Semana de Arte Moderna. Coube a Mário de Andrade o mérito de preencher essa lacuna desagradável. Conta-se que o autor se isolou com um tio enfermo e alguns livros, entre os quais o trabalho etnográfi co do alemão Koch--Grünberg, que pesquisara lendas e mitos dos índios da Venezuela e da Amazônia brasileira. A partir desses materiais, Mário de Andrade criou, em seis dias, o que ele próprio chamou rapsódia, um termo ligado à tradição oral da li-teratura. Em 1928, vinha a público o resultado desse trabalho: Macunaíma, o seu livro mais conhecido e comentado. A geração de 22 tinha agora uma obra-prima também em prosa.

Macunaíma joga por terra a imagem tradi-cional de um herói: feio, lascivo, preguiçoso e mentiroso, fi caria eternizado com o epíteto, nada honroso, “herói sem nenhum caráter”. Nasce no meio da selva, mas vai parar em São Paulo (outra selva, mas agora de pedra); passa ainda por estranhas transformações ao longo do enredo, chegando a se metamorfosear em príncipe; por fi m, retorna para sua terra de origem, onde tem o encontro fatal com a Iara – personagem feminina do folclore brasileiro, semelhante às sereias do Velho Mundo.

A rapsódia de Mário alcançou sucesso também em outros contextos culturais. Em 1969, o livro foi adaptado para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade, sendo os atores Grande Otelo e Paulo José os intérpretes do protagonista. Em 1975, o samba-enredo da Portela, escola do carnaval carioca, fez uma homenagem justa à mais inesquecível das cria-ções do “Papa do Modernismo”, transportan-do Macunaíma para o desfi le das escolas.

*Rosel Ulisses Silva e Vasconcelos é professor de português e literatura, graduado em Letras e com mestrado em Literatura Brasileira, pela Universidade Federal do Ceará. Em Resende, leciona desde 2002 na AEDB – Associação Educacional Dom Bosco.

Candido PORTINARI, Retrato de Mário de Andrade, 1935

Page 7: O Ponte Velha | Novembro de 2015

Novembro de 2015 - O Ponte Velha - 7

VENDO linda casa no Alto Penedo

Com 2.000 m2 de área de terreno, com dois braços de rio. Três quartos e mais duas suítes com entrada independente.

Tel: 99301 5687 - gustavopraca.com.br/talitha

Somavilla

Desde há muito ouvimos que o Brasil vai mal por causa da política e dos políticos. Será mesmo? Eu penso que não.

Eu creio que a culpa é de um bando de tecnocratas, oportunistas e paraquedistas que se aproveitam da falta de informação da popula-ção do que realmente seja a “POLÍTICA” e o que é “SER POLÍTICO”.

A imagem do político está tão suja que aqueles que possuem, realmente, con-dições de poder usar esse nome se afastam e não acei-tam participar dos conluios que são realizados em nome de uma atividade tão nobre como deveria ser a política.

Esses “bandidos” devem ser banidos a fi m de que possamos ter o respeito à Instituição que foi criada com o objetivo de atender as necessidades básicas da sociedade, tais como: insti-tucionalização das normas, execução das leis, estabele-cimentos de serviços como saúde, educação, assistência social, proteção ao cidadão, entre outras.

“Rouba mas faz”, passou a ser qualidade de “ASSAL-TANTES” DE CARGOS”, seja no executivo, legislativo ou judiciário. Ainda há os que roubam e não fazem, mas foram bem produzidos nos processos eleitorais.

Em períodos eleitorais, os marqueteiros enfeitam seus contratantes como se

fossem “produtos” a serem adquiridos; “minta educada-mente (regra geral, bandido é delicado), “sorria sempre, mesmo quando ofendido”, “prometa, mesmo sabendo que não é possível cumprir”, “não diga o que pensa, diga somente o que o povo quer ouvir” “não se preocupe, o povo tem memória curta”. Poderia relacionar mais uma série de “conselhos” para enganar o eleitor. E infeliz-mente engana.

Aprendi com minha mãe que o respeito às Institui-ções é fundamental para o funcionamento adequado de uma sociedade. Se alguma norma, lei, ou regulamento já não está atendendo às ne-cessidades da sociedade, que sejam mudadas. E isso é tra-balho que deve ser cobrado pela sociedade e executado pelos políticos.

Se você tem vocação para o exercício político (da verdadeira política), não se envergonhe, se apresente, não sonegue esse dom que lhe foi dado. Eu creio, que o mundo só se tornará mais justo, quando os bons forem melhores e comprometidos.

O espaço político tem que ser ocupado. Se os verda-deiros políticos se omitirem esse espaço será ocupado por aqueles que o ocupa-rão para se benefi ciarem. É NECESSÁRIO REGATAR A POLÍTICA, COM UR-GÊNCIA.

A culpa é da política e dos políticos?João Alberto Stagi

RuínasQuando penetro nessas entranhas emudecidas,

essas ruinas em desespero que ainda sentem dorafogadas no esquecimento, o que vejo confrangidosão casas senhoriais que desabam; igrejas fechadas,

inchadas, purgando abandono; fazendas que não mugem

nem florescem, esqueletos de fortalezas ancestraisconsumidas pelos sais da mais sulfúrea indiferença...

Estátua de Dom Afonso Henriques (1109-1185) em Guimarães

Ah! Punge ver emblemas dos tempos de altanaria desnudados ao sol dos trópicos autofágicos.Tenho premonições quanto ao futuro da raça,

sinto vazio aterrador remoendo culpas, catandofrangalhos de sonhos sufocados, sagas olvidadas

e tanta grandeza perdida entre os entulhos.

Esquecimento

Tenho passado, diariamen-te, em frente à Associação Operária. Acredito que se não for tomada uma pro-vidência, urgente, ela ruirá, como ruíram o prédio da Casa Modelo/ A Lira e outros imóveis importantes para a nossa História.

Poderíamos, reunir um grupo de pessoas para tentar salvá-la. Como: (1º) solicitar a um engenheiro ou a um arquite-to a elaboração de um pro-jeto para a sua recuperação (ou mesmo ao Departamen-to de Obras da Prefeitura ou à Fundação Casa de Cultura Macedo Miranda); (2º) que esse grupo de pessoas mobilize os amigos da Associação Operária, ou àqueles que amam e defen-dem o Patrimônio Histórico de Resende para a criação de uma campanha para angariar donativos para a sua restau-ração; (3º) chamar as indústrias, os sindicatos, as associações, o comércio, as escolas, etc, etc, etc, para que colaborem com esse projeto; (4º) poderíamos, também, recorrer à lei de incentivo cultural.

Com certeza, unindo forças, esse espaço, impor-tante para o trabalhismo resendense, será recuperado e, qual fênix, ressurgirá das cinzas...

Sônia Pozzato

Sede da Associação Operária e Beneficiente de Resende, fun-dada em 21 de Julho de 1925, à Rua Eduardo Cotr im, 50.

Enquanto isso, na redação de um grande jornal brasileiro

- Chefe, um homem invadiu uma escola, matou um professor e feriu mais 4 alunos!- Culpe o belicismo norteamericano!- Foi na Suécia, chefe...- Então culpe as armas de fogo!- Ele usou uma espada.- Cecete... Culpe o governo de direita.- O governo é social-democrata- Porra, sei lá, culpe a desigualdade social.- Chefe, não dá... O país tem uma das maiores rendas per capita do mundo...- Assim não tem jeito... Noticie apenas os fatos então.- Ok.

(Por Benedito Gomes Barbosa Jr.)

Page 8: O Ponte Velha | Novembro de 2015

8 - O Ponte Velha - Novembro de 2015

Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42

Manipulação Homeopatia

Fitoterapia Cosméticos

DR. MAURÍCIO DIOGOCirurgião Dentista - CRO-RJ 10689

Resende Shopping - Torre 2 - sala 602 - Tel: (24) 3385.1474

ImplantodontiaEspecialista em implantes e prótese sobre implantes

Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil

Como dizia o Dr. André Bernardes Rangel, nos idos de

1801, é Municipalidade... e sem vencimentos.

Ô maiada, nóis diz Câmara, Câmera

ou Camôrra?

Plantas que curam - 2Nos próximos dias 28 e 29 de novembro, será realizado o segundo módulo do curso integrado de Plantas Medicinais com foco no “Manejo de plantas medicinais”, ministrado por Vera Fróes, na Associação Benefi cente Arcanjo Gabriel – Penedo.

O curso versará sobre os seguintes tópicos:

O solo como ser vivo; Montagem do Horto Medicinal;

Compostagem; Cultivo, secagem e armazenamento;

Caixa de germinação rápida; Propagação das espécies;

Inseticidas Naturais.

Informações sobre o curso e demais eventos da Associação:

Gabrielle Six - [email protected]; 24 99235-7018 e 24 99850-9915Associação Arcanjo Gabriel - www.arcanjogabryel.org.br; 24 3351-3217

- Mutirão para a realização do horto medicinal da Arcanjo Gabriel (cultivo e benefi ciamento) às sextas-feiras das 14:00 às 17:00 horas, quinzenalmente (maiores informações com Géssica pelo n° 24 99249-5421 (claro)). - Feira Arcanjo Gabriel na Associação Benefi cente Arcanjo Gabriel, em Penedo. Acontece todo primeiro sábado do mês, a partir das 10h da manhã. Mudas, produtos rurais e orgânicos, bolos e pães e opções variadas de almoço, incluindo sempre um prato vegetariano.

AEDB oferece várias opções de cursos de MBA e pós-graduação em diversas áreas Atualmente, o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, vem exigindo profi ssionais altamente qualifi cados. Hoje, para o profi ssional conseguir uma vaga no mundo do trabalho é necessário que em seu currículo conste pelo menos um curso em nível de pós-graduação.

Para atender essa necessidade crescente de formação de profi ssionais pós-graduado, a Associação Educacional Dom Bosco – AEDB, através de seu Centro de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão – CPGE, tem oferecido, permanen-temente, uma série de cursos de pós-graduação lato-sensu e também de MBA, em convênio com a Fundação Getúlio Vargas – FGV. MBA com a qualidade FGV- Em convênio com a FGV, estão abertas as matrículas para os cursos de MBA em Geren-ciamento de Projetos e Gestão Financeira, Auditoria e Controladoria, com turmas no campus da AEDB, em Resende, e também na unidade AEDB/FGV em Volta Redonda. Há também a opção do MBA em Logística e Supply Chain, com turma apenas em Volta Redonda.O curso de Gerenciamento de Projetos está previsto para iniciar em Resende no dia 23 novembro. Já em Volta Redon-da, o início das aulas está marcado para 28 de novembro. Pós-graduação AEDB- No campus da AEDB, estão abertas as matrículas para os seguintes cursos de pós-graduação oferecidos pela AEDB, nas áreas de Engenharia, Educação e Meio Ambiente: Engenharia da Qualidade (turma já inicia-da); Engenharia da Produção Automotiva (início fevereiro/2016); Psicopedagogia Institucional e Clínica (início março de 2016); e Perícia Ambiental (início março de 2016). Informações pelos endereços eletrônicos [email protected] e [email protected]. Ou pelos telefones (24) 3383-9040 (Resende) e (24) 3348-1642 (Volta Redonda). Também no site www.aedb.br é possível encontrar informações completas sobre o conteúdo dos cursos. (Com Virgínia Calaes)

Page 9: O Ponte Velha | Novembro de 2015

Novembro de 2015 - O Ponte Velha - 9

Marcos Cotrim

VENDO JIPE TOYOTA BANDEIRANTE

Excelente estado, alinhado, bo-nito e econômico. Tração 4x4,

roda livre AVM, manutenção em dia. Aceito propostas ou troca.

Contato: Raphael(24) 98833-1511 (Oi) 99969-0426 (Vivo)Preço: R$ 25 mil.

Fosfoetanolamina para feministas1- “Não vadeia, Clementina - Sou feita prá vadiar...” reza o samba. Enquanto não se consegue vadiar, vamos reme-diando. E a medicina é arte que pro-cura a vida. Ciência não é arte, e a arte de curar nem sempre é amparada pela ciência. Contra-prova (não científi ca) do fato é a penca de efeitos colatarais cientifi ca-mente testados, que constam das bulas das drogas lícitas.

Mania de deduzir a arte da teoria científi ca não se enquis-ta apenas no pedagogismo e economismo e sua mania de métodos; também na medici-na e sua tara de regulamentar a vida dos outros. Sim, a vida.

Agora, a turma do câncer foi proibida de ousar a arte de curar-se com a fosfoeta-nola-mina; é necessário morrer ou sofrer cientifi camente?

Fato análogo ocorre com a homeopatia, a acupuntura, a fi toterapia e outras artes tera-pêuticas, agora tuteladas pela Anvisa. Preconceito legitima-do pela ciência.

2- Gustavo Praça contou--me que o fi lho de Nelson Rodrigues (Jofre?), entrou para um “aparelho” subversi-vo, a despeito de seu pai “rea-cionário”. Ora, aos domingos havia uma resenha futebolísti-ca, que cobria as botinadas do fi m de semana, e nela, Nelson pontifi cava. E Jofre (seria Jofre?), que estava incógnito no aparelho, teve que ouvir: “Este Nélson é um reaça mas é inteligente prá cacete!”

Esta outra pérola do pre-conceito esquerdopata li no

próprio Nélson (O Óbvio Ululante). Estava a esquerda festiva reunida no Antonio’s (ou era no Vermelhinho?), quando entrou um jovem que roubou a cena, inteli-gente, argumentador, sim-pático etc., causando admi-ração de todos. Saiu para ir ao toalete, quando um dos convivas observou: - é o fi lho do Corção... Foi o que bastou para que, na volta, a recepção de Rogério (sim, era Rogério), se tornasse fria como uma Sibéria.

3) Esses episódios me vêm à lembrança a propósito do novembro da “consciência negra”. Minha amiga Sônia Pozzato (não é qualquer Sô-nia, não...!)havia postado em rede social matéria relativa a Dandara, presumida mulher de Zumbi dos Palmares, o decantado candidato a mito cult da militância afrodes-cendente. Com tanto Gran-de Otelo, Pixinguinha e Mário de Andrade por aqui, e ela foi justamente buscar Dandara!

Fui à pesquisa de fontes e fatos e... nada encontrei. Mas achei isso no blogg da “Palmares – fundação cultu-ral”, tido por sério: “Guer-reira do período colonial do Brasil, Dandara foi esposa de Zumbi, líder daquele que foi o maior quilombo das Américas: o Quilombo dos Palmares. Com ele, Dandara teve três fi lhos: Motumbo, Harmódio e Aristogíton. Valente, ela foi uma das lideranças femininas negras

que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII e auxiliou Zumbi quanto às estratégias e planos de ataque e defesa da (sic) quilom-bo.” Humm, desconfi ei dos detalhes. Além do mais, ela, “segundo relatos e lendas” (relatos e lendas?!), era uma espécie de mulher maravilha de ébano, que “não tinha limites quando o que estava em jogo era a segurança do quilombo e a eliminação do inimigo”. Está bem, ad-mitamos que o feminismo distorça um pouco as coisas e o historiador possa mesmo dar estes detalhes da perso-nalidade ímpar de Dandara. Mas e os fi lhos?

Motumbo é uma localida-de em Serra Leoa, perto de Moyamba e Seibehum (está no Guia Michelin, paciência); mas também pode ser um negro fantástico, uma lenda anatômica das proezas eró-ticas (e fi co por aqui, pois o cara que inventou esta piada deve estar rolando de rir de mim).

Harmódio e Aristogíton eram gregos ( não negros, embora rime) portanto, branquelos. São conhecidos como os Tiranicidas, que se tornaram heróis por terem matado Hiparco, fi lho de Pisístrato. De acordo com o relato de Tucídides, na His-tória da Guerra do Peloponeso, Hiparco teria por duas vezes assediado Harmódio, amante de Aristogíton, o que explica o crime passional. Agora é que são elas...

Ufa!, em pleno sertão de Alagoas, século XVII, com um script étnico a cumprir, Dandara ainda encontrou tempo para ler Tucídides, en-quanto Zumbi se entretinha com suas escravas.

Pois é, ser herói em nossos dias politicamente corretos não é fácil. Virar mito rende mais simpatias revolucioná-rias. A promoção de Zumbi a herói nacional não cola, apesar do feriado (o brasilei-ro não é um feriado? como dizia Nélson). Falta verossi-milhança mínima. Nem os engenheiros sociais do go-verno conseguem a mágica.

Ora, uma das características de nossa civilização, consiste precisamente na exacerbação dessa fi losofi a da inimizade, de Hobbes a Marx. É então fácil imaginar que o largo, denso e doloroso conjunto dos pobres será assediado por solícitos advogados que requererão, pri-meiro: explicar toda a pobreza de uns pela riqueza dos outros; segundo, corrigir esse erro por um levante dos pobres, ou por uma Revolução. Para isto os “advogados” dos desfalcados, dos oprimidos, contando com os bons sentimentos e a imaturi-dade da maior parte do mundo, erguem o punho, impostam a voz e declaram: “Nós somos os amigos dos pobres! Nós somos os que combatem pela justiça!” E quem não concordar com eles, na explicação da origem da pobreza ou no método de sua eliminação, sentir-se-á tolhido, vagamen-te apontado como mau, como insensível à causa dos pobres.

Gustavo Corção,O Século do Nada

JogoMariana Biolchini de Mello

‘’divido-mefaço-me váriasme embaralho

agora tentaria perder as cartas que eu não gosto

elas apareceram como mágica

agora tenho que conviver com elas até a próxima

rodada usá-las de algum jeito, tenho

que resolvê-lasabsorvo-as

sinto-me elastorno-me elas atécompreender até

reinventar

aíliberar

as cartas, os naipes - nada disso sou eu’’

Clementina de Jesus (1901-1987)

Page 10: O Ponte Velha | Novembro de 2015

10 - O Ponte Velha - Novembro de 2015

Gás - Água - Ração

(24)3351.1047

3351.1616

Av. Brasil, 851 - Penedo - Itatiaia

Disk Entrega

A Cerveja de Penedo!!!Tel: 3351-2072

Av. Casa das Pedras, 942

Krishna SimpsonHospital Regional

O deputado federal Alexandre Serfi otis (PSD-RJ) vem liderando um grupo de parlamentares fl uminenses com o objetivo de levantar recursos por meio de emendas ao Orçamento da União para equipar o Hospital Regional, em Volta Redonda. A obra está a cargo do consórcio formado pó 12 municípios da região, o Governo Federal assumiu o compromisso de arcar com parte do custeio (manuten-ção) da instituição.

Todavia, o equipamento do hospital está em suspenso, daí a necessidade de conseguir mais investimentos para equipá-lo. Segundo cálculos do Ministério da Saúde a manutenção do hospital fi cará em cerca de R$15 milhões mensais, valor a ser dividido entre União, Estado e municípios que integram o consórcio.

“O Hospital Regional atenderá a toda a região, e a obra tem previsão de ser concluída em de-zembro deste ano. Estou buscando recursos de emendas parlamenta-res para conseguirmos equipá-lo o mais rápido possível e a população possa utilizar os serviços a partir do ano que vem”, revelou Serfi otis.

A mobilização, de acordo com o parlamentar, é para fazer com que o hospital funcione de fato.

“Não queremos que o Hospital Re-gional seja como outras obras que vemos no Rio de Janeiro e no país, as quais se iniciam e não são con-cluídas ou, quando concluídas não funcionam por falta de recursos e de planejamento. Abracei a causa do hospital regional por entender que trará um ganho muito grande para o atendimento de saúde público e gratuito na nossa região. Hoje, grande parte dos pacientes têm que ir ao Rio de Janeiro para fazer tratamento de saúde. Uma viagem muito desgastante. O Hospital Regional vai acabar com esse sofrimento”, concluiu.

(Com Assessoria)

Empresa Air In Box ganha licitação do governo para estocagem de vento, e milhões de bolas de aniversá-

rio serão distribuídas para ajudar no processo

Na recente licitação federal para a escolha da empresa que irá iniciar a estocagem de vento no país, a americana Air In Box acabou ganhando da holandesa Opgeslagen Molens, por uma diferença de poucos milhões, a implantação das instalações do programa “Meu Vento, Minha Ventania”, do governo Dilma, que visa a economia de alguns bilhões na geração de energia sustentável, ecologicamente correta, ambientalmente perfeita, naturalmente organizada, não-poluente, sustentável, orgânica, verde e mais um sem-fi m de adjetivos eco-modernos de uma geração preocupada com os problemas modernos de degra-dação planetária moderna, enfi m, mais um grande avanço nas propostas governamentais de ampliação das propostas de atua-lização da proposta da temática ambiental de nossos tempos atuais recentes.

Depois de cinco minutos de aplausos em pé na plenária da ONU, na qual a presidenta expôs que o vento estocado po-deria ser uma solução energética palpável, com o desejável desenvolvimento de tecnologia de estoque de vento por outros países (não o Brasil, pois aqui ainda temos muitas hidrelétri-cas ecologicamente corretas e ambientalmente sustentáveis, que geram energia que vai de lá pra cá, de lá pra lá), decidiu--se pela abertura da licitação após tão coerente preocupação. Indicada para três prêmios Nobel (Física, Economia e da Paz), Dilma lançou as bases do que pode vir a ser uma mudança total de paradigmas no que diz respeito a uma nova consciên-cia energética planetária, e a licitação aberta pelo governo já trazia uma cláusula em que exigia que “não se coloque metas, mas deixe a meta aberta, e quando a meta for atingida, que se dobre a meta”. Talvez a empresa holandesa não tenha ganhado a licitação pelo fato de os diretores não terem compreendido bem a tradução para o holandês desta cláusula.

Também, para apoiar o alcance e a consequente dobra da meta, que não foi colocada, serão distribuídas cerca de 400 milhões de bolas de aniversário para a população brasileira, já de saco cheio, ajudar a encher, uma média de duas bolas (com perdão do trocadilho) por pessoa. As bolas com o vento armazenado serão estocadas em galpões construídos pela em-presa ganhadora da licitação, no caso, a Air in Box, que planeja também a criação de um parque eólico em Brasília, precisando para isso apenas proceder a uma pequena e insignifi cante demolição em massa de algumas mansões de deputados que fi cam bem na linha de passagem dos ventos fortes e favoráveis ao estoque.

O famoso médium Pai Raimundo das Sete Flechas do Caboclo Ibentuê das Águas da Cachoeira do Sol Nascente, du-rante a última sessão de mesa branca-colorida (termo adaptado aos novos tempos mais “coloridos”) ocorrida no Centro de Re-cepção do Além Cabana do Alto Astral das Mil Forças Ecléticas Universais de Oxalá, teria recebido uma mensagem diretamente dele, o cara, o coisa ruim em pessoa, isto é, o Diabo, de que este anda extremamente insatisfeito com a concorrência desleal e fora de proporção praticada pelos parlamentares em Brasília. O rei dos demônios já teria realizado um pedido formal de exonera-ção do cargo a Deus, apresentando seus argumentos, apoiado por seu advogado (o advogado do Diabo mesmo, não em fi gura literária), com base na CLTT (Consolidação das Leis do Trabalho das Trevas), com forte justifi cativa para jogar a toalha, isto é, pedir demissão do cargo para o qual foi designado. Deus teria concedido apenas uma breve licença com vencimento até que as coisas melhorem, ou piorem, e ele, o tal, possa reassumir seu posto com honra. Mas, durante a sessão na Cabana do Alto As-tral, que teria durado mais de três horas, o Diabo ainda disse es-tar passando por uma forte crise de depressão por não conseguir alcançar os níveis de maldade promovidos por seus concorrentes da capital brasileira, e vem se tratando com o mesmo psiquiatra de Darth Vader. Pai Raimundo ainda tentou consolar o chifrudo, dizendo-lhe que aguardasse um pouco, pois certamente algum de seus concorrentes brasilienses, em breve, passando para o “lado de lá”, poderia, com perfeita responsabilidade, assumir sua cadeira no inferno.

A Mentira com Responsabilidade

Médium famoso afi rma: Diabo anda irritado com a concorrência desleal em Brasília e já estaria pedindo exoneração

do cargo

Estocando ve

nto no Planalto

Page 11: O Ponte Velha | Novembro de 2015

Novembro de 2015- O Ponte Velha - 11

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude de-dicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que afl ua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que afl ua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

Martha Carvalho Rocha

Venho pensando em encontrar um jeito novo de escrever e, também, de viver – quem sabe? Encontrar um outro veio, igual a veranico seguido às chuvas de véspera. Ter de volta a minha antiga alegria, quando eu ria numa oitava acima.

Eu amei de dar a vida! Com maciez e quentura. Amor limpo e, purifi cado pelas águas bentas. Com sementes variadas, fui promovendo meu jar-dim, adubando um pé de laranja da terra, e os livros que eu pretendo não mais escrever. Começam a me faltar palavras – a fragrância delas!

Preciso é abrir meu coração para quem eu escolher ou por quem eu for escolhida. Ainda há algumas esta-ções do ano a serem vividas.

Tenho é que ter uma folga de exis-tir sem complicações, sem afazeres tantos. De uns tempos pra cá dei de reclamar um pouco, mas já tomei garantias de parar!

Vou, hoje, baixar a mala de papelão marrom, onde eu guardo, há anos, um vestido de organdi branco, feito numa época triste, em que eu precisei passar com ele, pela multidão enluta-da. Agora vou bem ajustá-lo no cor-po. Enfeitar meus cabelos com fi tas

coloridas e vazar a tronqueirinha.Vou parar de pensar nas coisas

perdidas e nas fl ores que ele me trouxe no primado do nosso amor de adolescente.

Deixar de lado as questões senti-mentais mofadas, soando elegíacas. Tenho certeza que o mundo não me vai negar hospedagem.

O meu desejo maior é, entretan-to, o de mandar o meu retrato pro moço. Sem pose! Pro moço que eu não conheço.

De estar velha, não me importo, o que embarga é que eu não fotografo bem. Como diz o povo da cidade, eu não sou fotogênica. Palavrinha esta soberba por demais, difícil de agra-dar. Se o moço for exigidor, aí é que eu me dano toda. E se tudo que eu estiver dizendo ou fazendo for peca-do, eu rogo por perdão. Enclausura-da, eu ouvi o povo dizendo naquela festa, que eu estou bonita, jovem (imagine) se eu desse de acreditar, sei não!

O que vai salvar é que eu soube que existe um moço na medida. Ele possui um violão, duas vacas de leite e a bezerradinha malhada, um cavalo baio, fácil de desapear. Uma casa de

telha e mesa posta, a cada dia, para o café da manhã e para o café da tarde. Ô glória!

Parece que o moço cumpre à risca a toada da vida. Tem recados de importância e sem importância, também. Um jeito educado de dar por encerrada a prosa. Sempre com cheiro de limpo, ao que todos põem reparo. Ele é grato à terra fértil!

Meu coração costuma bater, entre a alegria com guizos, do meu pai e a beleza repousada na maturidade da minha mãe.

Agora, vou tentar refugiar-me em outras eras, num desafi o de impro-visação do canto. Longe dos meus guardados... Nisso cabe mandar o meu retrato pro moço e pedir a ele: não me suponhas em mim! Cabe também, nisto, aguardar a forma nova de caligrafar e de existir. Quem sabe?

Depois, nós dois se desarreia e some no esfumaçado da neblina. Se não for neste mundo e nem for agora, aguarde moço, pois que é na eternidade que nós vamos nos topar de frente!

Quem sabe?

Page 12: O Ponte Velha | Novembro de 2015

12 - O Ponte Velha - Novembro de 2015

Fala, Zé Leon: Triste outubro

CASA SARQUISSímbolo de distinção e confiança

Telefones: 3354-2162 / 3354-7245

Brinquedos - Tecidos - ArmarinhosConfecções - Cama e mesa

Joel PereiraAdvogado - OAB.RJ - 141147

[email protected]. Ten. Cel. Adalberto Mendes, 21/201

CEP: 27520-300 - Resende - RJFones: (24) 3360.3156 / 3354.6379

Meus poucos mas fi éis leitores estão acostumados com esse espaço como meio a vera, meio a humor, falar das mazelas da política e da cultura regional.

Mas os acontecimentos na Câma-ra Municipal de Resende me deixa-ram muito triste até porque, como ex vereador, convivi com os prin-cipais personagens citados no mar de lama que se tornou essa história, pessoas que amam aquela institui-ção, defendem o poder legislativo com orgulho.

Não vou aqui prejulgar nenhum deles, mas as provas são fortes.

Eu ia escrever sobre a natureza humana e sua vocação corrupta. Da fraqueza das instituições, dos tribunais de faz de conta, dos sinais exteriores de riqueza, de políticos casados que se sustentam através de liminares conseguidas por advoga-dos dez estrelas. De vereador que um dia disse para um eleitor – eu assisti: “não lhe devo nada, eu pa-guei pelo seu voto”.

Prefi ro reproduzir trechos da mú-sica “Chega”, do Gabriel Pensador. Pena que o espaço desse jornal não caiba a letra inteira,

Muito triste isso tudo.

Chega!Que mundo é esse?Eu me pergunto!

Chega!Quero sorrir, mudar de assunto!

Falar de coisa boaMas na minha alma ecoa

Agora um gritoE eu acredito que você vai gritar junto!

Chega!Obras de milhões de reais

E milhões de pacientesSem lugar nos hospitais

DemocraciaQue democracia é essa?

O seu direito acaba onde começa o meuMas onde o meu começa?

Os ratos fazem a ratoeira e a gente caiCada centavo dos bilhões é da carteira aqui

que sai

E a gente paga jurosPaga entrada e prestação

Paga a conta pela falta de saúde e educaçãoPaga caro pela água, pelo gás, pela luz

Pela paz, pelo crimePor Alá, por Jesus

Paga impostoPaga taxa

Aumento do TransportePaga crise na Europa

E na América do NorteOs assassinos na FEBEM

O trabalho infantil na ChinaE as empresas e os partidos envolvidos em

propinasPago pra andar na ruaPago pra entrar em casa

Pago pra não entrar no SPC e no SERASA

Pago estacionamento, taxa de licenciamento

Taxa de funcionamento, liberação e alvaráPassagemBagagemPesagemPostagem

Imposto sobre importação e exportaçãoIPTU E IPVA

O IR, O FGTS, O INSS, O IOF, O IPI, O PIS, O COFINS E O PASEP

Construção do estádioO operário e o cimento

Eu pago o caveirãoA gasolina e o armamento

A comida do presídioO colchão incendiado

Eu pago o subsídio absurdo dos deputadosA esmola dos professores

E escola sucateadaO pão de cada merenda

Eu pago o chão da estradaA compra de cada poste

Eu pago a urna eletrônicaE cada árvore morta

Na nossa Selva AmazônicaEu pago a conta do SUS

E cada medicamentoA maca que leva os mortos na falta de

atendimentoPaguei ontemPaguei hoje

E amanhã vou pagarMe respeita!

Eu sou o dono desse lugarChega!

************

Não é por nada não, mas: essa “Ponte Para o Futuro” do PMDB, o povão vai continuar morando embai-xo dela?