jornal ponte velha - setembro de 2012

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RESENDE E ITATIAIA - SETEMBRO DE 2012 Nº 197 . ANO 17 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com No terreiro um galo suro. Uma galinha no chôco; Pintos ciscando o monturo, Uma coruja no toco. Numa sombra, um garnizé, Há pouco estava cantando; Agora, apoiado a um pé, Parece que está pensando. Lá fora uma égua picaça, Uma potranca alazã, Uma cabra, um cão de caça, Um carneirinho sem lã. Uns vestidinhos de chita Estão secando na grama, Ao redor uns pés de pita, Um bacorinho na lama. Por trás, numa verde mata, Onde canta o passaredo, Sussura baixo a cascata, Como quem conta um segredo. Nos fundos, junto à cozinha Corre uma aguinha tão clara, Que vem da grota vizinha Numa bica de taquara. Um pé de limão miúdo, Uns quatro pés de mamão, Arruda que cura tudo, Hortelã, manjericão Ao longe passa uma estrada, Que sobe muito no monte, Qual fita dependurada Na beira do horizonte. Reina silêncio profundo Nesse cantinho da terra; Está tão longe do mundo, Está tão perto da serra. O PARQUE DA PEDRA SELADA E A AMEAÇA AO NOSSO PATRIMÔNIO RURAL Entrevista com Tonhão, um roceiro ambientalista: Eleitor, o voto é sua arma. Mire bem Trecho de poema de Noel de Carvalho (avô) e foto de Gustavo Praça

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Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

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Page 1: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

RESENDE E ITATIAIA - SETEMBRO DE 2012Nº 197 . ANO 17 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

No terreiro um galo suro. Uma galinha no chôco; Pintos ciscando o monturo, Uma coruja no toco.

Numa sombra, um garnizé, Há pouco estava cantando; Agora, apoiado a um pé, Parece que está pensando.

Lá fora uma égua picaça, Uma potranca alazã, Uma cabra, um cão de caça, Um carneirinho sem lã.

Uns vestidinhos de chita Estão secando na grama, Ao redor uns pés de pita, Um bacorinho na lama.

Por trás, numa verde mata, Onde canta o passaredo, Sussura baixo a cascata, Como quem conta um segredo.

Nos fundos, junto à cozinha Corre uma aguinha tão clara, Que vem da grota vizinha Numa bica de taquara.

Um pé de limão miúdo, Uns quatro pés de mamão, Arruda que cura tudo, Hortelã, manjericão

Ao longe passa uma estrada, Que sobe muito no monte, Qual fita dependurada Na beira do horizonte.

Reina silêncio profundo Nesse cantinho da terra; Está tão longe do mundo, Está tão perto da serra.

O Parque da Pedra Selada e a ameaça aO nOSSO PatrimôniO rural

Entrevista com Tonhão, um roceiro ambientalista:

Eleitor, o voto é sua arma.Mire bem

Trecho de poema de Noel de Carvalho (avô) e foto de Gustavo Praça

Page 2: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

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2 - O Ponte Velha - Setembro de 2012

P O L I T I C Á L Y ACabo Euclides e Professor Silva 1) POLÍTICOS INFLUENTES

DE RESENDE, JÁ TESTADOS NAS URNAS:

1.1) REPUBLICAÇÃO DO MÊS PASSADO - houve uma falha gráfica na primeira coluna da Poli-ticalya do mês passado, em parte da edição. Em razão disto, republi-camos os nomes ali citados.

ALUIZIO BALIEIRO DINIZ - Candidato a Prefeito, em 1982, pelo PTB, ficou em 2º lugar, no partido, com 1.555 votos. Eleito Vereador em 1988 (mandato 1989-1992), com 409 votos, pelo PTB. Reeleito Vereador, em 1992 (mandato 1993-1996), com 485 votos. Presidente da Câmara, em 1993. Médico, comerciante, agropecuarista e filósofo, Aluísio é um profundo conhecedor da política resendense e cheio de ideias para a cidade.

DILMA COSTA SOARES LEMOS - A Professora Dilma, muito querida na cidade, espe-cialmente na Cidade Alegria, é uma grande esperança petista da representação feminina na Câmara Municipal de Resende. Em 2004, candidata pelo PT, obteve 488 votos.

JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS (ED MURPHY) - Sub--Tenente da PM, reformado, o popular Ed Murphy é especialista em segurança. Aqui em Resende, foi diretor de Ordem Pública. Candidato a vereador em 2004, pelo PMN, alcançou 305 votos. Em 2008, pelo DEM, alcançou 330 votos. A habilidade no trato com as pessoas fazem dele um bom polí-tico, agora com sua base eleitoral bastante ampliada.

MARIA DO CARMO LIMA DA FONSECA (CARMINHA) - A competente Professora Carminha foi candidata a vereador, em três oportunidades, pelo PPS, obtendo 168 votos em 2000; 229 votos em 2004 e 353 votos em 2008. Verifica-se que, a cada eleição, Carminha vem melhorando o seu

desempenho, substancialmente, o que a credencia como política influente na cidade de Resende.

MARIA TEREZA ABRÃO - Eleita vereadora, pelo PDC, em 1992, com 273 votos. Em 1996 não se reelegeu, obtendo 256 votos. Em 2000, tentou a vereança, de novo, pelo PMDB, obtendo 310 votos, insuficientes para a eleição. Em 2004, mais uma vez, tentou

ser vereadora, pelo PMDB. Obteve 578 votos, mas não se elegeu. Em 2008 alcançou 318 votos, pelo DEM. Mesmo sem um mandato, a simpática médica e dentista presta um relevante trabalho social. A Câmara de Resende precisa de mais mulheres!

NELSON RICARDO DOS REIS PAULINO (NELSINHO DO KIKBOXING) - o famoso profes-sor de lutas marciais foi candidato pelo PMDB em 2004, quando obteve 230 votos. Em 2008, novamente candidato, alcançou 633 votos. Sua expansão política o destaca como influente político de nossa cidade.

WILTON VIEIRA DE JESUS (SARGENTO WILTON) - o conhecido PM Sargento Wilton, foi candidato pelo PL, em 2004,

alcançando 325 votos. Em 2008, já pelo PT do B, obteve 642 votos. Seu currículo e sua evolução de votos revela sua liderança em Resende.

2) ELEIÇÕES DE 2012: 2.1 - LEGENDA OU COE-

FICIENTE ELEITORAL PARA VEREADOR - Na edição de julho/12 projetamos a neces-sidade de 4.000 votos para a

eleição de cada vereador em Resende. Considerando que, em 2008, tivemos 66.811 eleitores cadastrados e 62.432 votos, uma melhor previsão para agora seria 81.600 votos válidos, num total de 87.140 eleitores cadastrados. Assim, precisaríamos de 4.800 votos para cada vereador.

2.2 - A CAMPANHA E SEUS REFLEXOS - Os especialistas são unânimes em afirmar que, nas cidades onde há veiculação de propaganda eleitoral pela TV, a eleição se decide a partir da exi-bição dos programas eleitorais. Passamos a analisar o programa dos nossos quatro candidatos:

2.2.1 - ROGÉRIO COU-TINHO - COLIGAÇÃO RESENDE É DE TODOS - bom programa, está conseguindo transmitir para os eleitores uma

ótima imagem do Rogério Couti-nho, que é mesmo um bom rapaz, sereno e competente, como a sua campanha está tendo eficiência de mostrar. O senador Lindberg, além de gravar para o Rogério, veio e virá ajudar no trabalho de campo. O depoimento de vários ministros do governo Dilma está dando a maior força para o Rogério. Por outro lado, a vergonha nacional chamada “mensalão” vai prejudicar todos os candidatos do PT, até mesmo os de Resende, ainda que saibamos que os petistas daqui são fichas limpas e idealistas. Finalmente, o embate do Noel com o Rechuan poderá favorecer o Rogério, pelos motivos que serão expostos, ao comentar-mos a campanha do Noel.

2.2.2 - PASTOR ELEON - COLIGAÇÃO RESENDE PARA TODOS - o programa não está conseguindo demonstrar todo o potencial do Eleon. O Pastor é muito discreto, qualidade apreciada entre seus colegas de trabalho e de fé. Fora desses grupos, porém, sua candidatura está aparecendo muito pouco. Outro ponto fraco da campanha é que os candidatos a vereador pelo DEM misturaram-se na coligação do Eleon como água e azeite. Finalmente, o grande cabo eleitoral do partido, o Deputado Garotinho está empenhado em sua provável candidatura ao Governo do Estado em 2014, sobrando pouco tempo para Resende. Se o Garotinho se dedicar mais a Resende, ainda poderá alavancar a candidatura do Pastor Eleon, que também poderá ser beneficiada pelo embate entre o Noel e o Rechuan.

2.2.3 - RECHUAN - COLIGA-ÇÃO VONTADE POPULAR - pro-grama muito bom, como não poderia deixar de ser, com a competentís-sima direção dos Ricardos (Morais e Paiva, vulgo BN). O depoimento que uma pequena estudante faz em favor do Rechuan já vale por meia

campanha. A outra metade fica por conta do talento dos marqueteiros do Rechuan, sabedores de que “em política, a versão é muito mais importante do que o fato”.

2.2.4 - NOEL DE CARVA-LHO - COLIGAÇÃO JUNTOS SOMANDO FORÇAS - de um modo geral, o programa está bom, mostrando tudo o que o Noel já fez e o que ainda pode fazer. Poderia ter pedido emprestado o excelente slogan do Vereador Timica: “quem tem o que mostrar, não precisa inventar.” O Programa Resende Verdade, com sua com-petente apresentadora, é um show à parte. Quanto à filmagem que o Noel fez do Rechuan tentando convencê-lo a não sair candidato, produziu efeitos conflitantes, como segue:

EFEITOS PRÓ NOEL - para muitos, o Noel tinha

mesmo que filmar, mostrando a todos o Rechuan dizendo que o admira e que poderiam formar um grupo, com o Noel na liderança. É verdade que isto esvazia a capaci-dade do Rechuan de falar mal do Noel;

EFEITOS PRÓ RECHUAN - muitos acharam que a grava-

ção foi uma baixaria, uma traição que não se faz, especialmente em política, onde a negociação faz parte da atividade.

EFEITOS PRÓ ROGÉRIO E PRÓ ELEON

- muitos entenderam que o Noel e o Rechuan se igualaram e se merecem, colocando carvalhismo e rechuanismo no mesmo saco. Diante disso, o caminho é a busca do novo, o qual poderá ser encon-trado no ELEON ou no ROGÉRIO.

Deixa de baixaria. Seja feliz!

Superfaturamentos, bens bloqueados, musiquinha enjoada

nos ouvidos da gente...

Page 3: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

Setembro de 2012 - O Ponte Velha - 3

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Uma das vantagens de ano eleitoral é a renovação de nossa descrença nos homens. A publicidade sorridente dos pro-jetos de reinventar a humanidade poupa--nos da ingênua esperança na “civilização” da Europa ou do Butão. Não é só a nossa terrinha que chafurda na lama da corrupção ou se plastifica no sorriso politicamente correto. O mundo, leitor! O mundo surge mais uma vez em seu abjeto desconcerto. Essa nota trágica do período eleitoral purga nossa presunção de construir “mundos melhores” e felicidades de encomenda ao preço da liberdade.

As pessoas pensam que estão fazendo política ao se candidatar ou votar. Enganam-se. O que interessa foi decidido algures... Sim, al-gu-res. Não me perguntem onde ou por quem. Colhe--se esta verdade na repetição enfadonha dos clichês eleito-reiros e no sorriso plastificado dos candidatos. Ou no sorriso entre servil e malandro do brasileiro que não sabe dizer não. O sorriso cultural da cordialidade que não se compromete. O brasileiro perde o amigo, mas não perde a piada. Mas perde a verdade para não perder o amigo. “Ao ven-cedor, as batatas!”: maldição ou sabedoria?

Ridendo castigat mores- O humor corrige os costumes. Sabiam--no já os romanos do Império. Marcial, Juvenal, Fulanus de Tal, os melhores poetas sabiam o que os imperadores, senadores e adu-ladores preferiam ignorar: o fim do mundo sempre foi iminente. Aquela fronteira misteriosa do desconcerto do mundo, sua ordem frágil, aquela película entre o ser e

o nada, feita de esperança, que a utopia da Idade de Ouro tornava uma armadura pre-potente. Só os poetas a viam, só os poetas cantavam, expondo a presunção dos donos do mundo ao escárnio dos viventes.

O Império era um gigantesco mecanismo de comando e controle,

marcado pela hybris de vencer. Vencer sempre, contrariar o desconcerto a qual-quer preço. A corrupção da República no Império acenava para a degeneração: incesto, escravidão, traição e venalidade tornaram-se costume. Na decadência do Império, tudo tinha um “preço”. De fato,

anO eleitOral mOStra a POlítica deSmOralizadaAristóteles – o insuspeito Aristóteles, mestre do suspeitíssimo Alexandre Magno – advertira sobre a corruptibilidade da democracia em demagogia, e o galope dos tiranos que vinham “salvar” as coisas,

regulamentando a felicidade.

Satyricon- Após o milênio de uma cristandade que sabia rir da própria miséria, e por isso cultivou o ideal de virtude, heroísmo e santidade

(tão pouco realizado!), o Ocidente refundou o Império como modernidade. E trouxe de volta a regulamentação total da vida. Com a escra-vidão, lógico. Porque tudo é produto, não há mais certo e errado: há projetos de poder. É a desmoralização da política. Evoluímos já para reinventar a família, e o incesto está a caminho. Promete tornar oficial, o que era bestial. Será a saideira da “festa da democracia”, o coroamento dos “direitos humanos”, impostos por um Nero qualquer.

Aliás, o Nero não importa. A massa danada da orgia demagógica só pede é para ser bem cevada. É evidente a relação entre o Império globalizado e a escravidão consentida. Um regime mundial que condena milhões de pessoas à morte e penúria com o acréscimo de um dígito na taxa de juros; um poder que destrói, com uma penada, a obra

de gerações e joga na miséria sociedades inteiras da noite para o dia, não pode ter nada de essencialmente “político”. É tirania regada a consumo de luxo, inclusões fajutas e vaida-des mórbidas. Mostremos à ONU que somos um país sério, com nossas urnas eletrônicas...

A vida como ela é- Temos profetas de sobra a denunciar a farsa. Machado de Assis, Nélson Rodrigues, Gustavo Corção são os nossos Marciais e Juvenais. Em bom portu-guês, riem da loucura caprichosa em que uns doidos alegam que vão concertar o mundo, doidões votam neles se achando “cidadões”, e os mais doidos de todos acham tudo isso muito sério, e ensinam e divulgam a pan-tomima aos quatro ventos; para a vergonha da espécie. Os mortos enterram seus mortos com muita pressa. Falta-nos já a solenidade de praxe na troca da liberdade por felicidade pasteurizada. Até o pudor de mentir sumiu e deu lugar ao escracho com que se as almas se põem de quatro.

Aqui na terrinha não é diferente. Também somos demasiadamente humanos. Antes acreditássemos ser esta uma “terra de poetas, de artistas, de heróis”, como cantou o Pista-rini. Ao menos veríamos as políticas públi-cas como apenas um remédio para tornar tolerável o desconcerto do mundo, e não a panaceia que nos promete restituir a glória rôta. O resultado seria imediato: menos can-didatos a prefeito (talvez nenhum! O cidadão iria para o sacrifício...), cargos públicos não remunerados, menos poluição visual e sonora, menos corrupção, menos sorrisos cir-censes. Do jeito que está, as cidades viraram departamento logístico de empreendimentos suspeitos, e votamos apenas no gerente e nos chefes de setor. Acabou o brio político?

É o que perdeu tudo, menos a razão

O louco é o sujeito que perdeu a razão?

Page 4: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

4 - O Ponte Velha - Setembro de 2012

Quem já não passou por uma grande crise em sua vida? O fim de um longo relacionamento amoroso, uma desilusão… A sensação inicial de fim do mundo, de desgosto pela vida, tende a ser trocada por um começar de novo, novas sensações, nova forma de encarar o mundo, superação da crise com um engrandecimento interior, espiritual.

O crescimento com a superação de uma crise vale para um individuo e vale também para uma sociedade, uma civilização ou uma nação como o Brasil.

Práticas políticas como a utilização de siglas partidárias de aluguel, sem a menor identidade com uma ideia ou um projeto de sociedade, envolvendo o dinheiro público e cargos no governo, são determinantes para o apareci-mento do balcão de negócios em que se trans-formou a política no Brasil nos níveis muni-cipal, estadual e federal. No julgamento do mensalão, a prática de caixa dois é admitida como práxis normal do nosso sistema. Não é, é crime, mas sabidamente é o que financia a propaganda eleitoral, as centenas de milhares de santinhos, cabos eleitorais, carros de som, etc..

A crise brasileira envolve praticas antigas e que eram do conheci-mento da sociedade, mas que eram menosprezadas por essa sociedade; “o que não tem remédio, remediado esta”. De repente o remédio apareceu: o governo do PT, aliado aos partidos de esquerda, que pregava contra a corrupção endêmica que nos aflige ha séculos.

As chantagens das diversa siglas partidárias afetaram os governos de FHC, Lula e afetam também os governos estaduais e os prefeitos. Escolha--se um município ao acaso pelo País, e dificilmente se encontrará um vereador que tenha condições de discutir política educacional, política de saúde. A maioria apenas luta por uma ambulância para mostrar algum feito para seus eleitores.

No entanto, a maioria deles vai pressionar o prefeito por cargos comis-sionados para cabos eleitorais ou um membro da família. As moedas de troca entre executivo e legislativo são, em geral, podres e imorais. No nível federal esse balcão de negócios em que se transformou a política revela cifras muito altas, mas se somarmos os mais de 5 mil municípios brasileiros em que essas práticas se repetem, veremos que a nível municipal a política consome tanto ou mais recursos públicos, que não são usados para a população.

A decepção com o governo do PT abriu uma crise profunda na alma do povo; mas a crise pode gerar oportunidades para soluções que dependerão profundamente da vontade do povo de realmente mudar a sociedade. Não é esse Congresso corporativista que irá mudar alguma coisa, e eles mostraram isso ao não propor modificações para essa eleição. Caso não se faça uma mudança radical na forma de se fazer política no nosso Pais, a sociedade não terá aproveitado o momento de crise para superá-la e se engrandecer.

Penso que, a pressão do povo por mudanças reais deve ignorar esses políticos e votar nulo nas próximas eleições.

Deve-se acabar com a hipocrisia do discurso que diz que a educação é prioridade. Os gastos com a Educação incluem os salários de professores, merendeiras, faxineiras, inpetores, manutenções em escolas e creches.

Pois esses gastos representam apenas entre cinco e seis vezes o que se gasta com as Câmaras de vereadores. Um escândalo que se repete por todo o Pais.

Vamos tomar um exemplo de Resende; 20% da rede municipal repre-senta 11 unidades escolares (escolas ou creches), 188 professores, uns 60 auxiliares e merenda para uns 2000 alunos. Esse valor é equivalente ao repasse para a Câmara.

A lei deve mudar para que os repasses para as Câmaras sejam diminuí-dos em 80%; além disso, cidades pequenas que dependem exclusivamente

de repasse do governo federal não podem remu-nerar seus vereadores. A lei deve garantir que somente o arrecadado pelo município seja usado para calcular e pagar o repasse.

Vereadores de cidades com menos de 800 mil habitantes, não precisam de tempo integral. As sessões na Câmara geralmente são à noite e

eles dispõe de assessoria. Vereador é representação, não é emprego; eles devem manter seus empregos anteriores e receber apenas uma ajuda de custo. Trabalhos assistenciais não são tarefa de vereador e na verdade essas atividades encobrem campanhas antecipadas feitas com dinheiro público. Assim a redução dos salários vergonhosos ganhos por vereadores deve ser uma exigência da sociedade.

Vereador é representação, não é emprego; eles devem manter seus empregos anteriores e receber apenas uma ajuda de custo. Trabalhos assistenciais não são tarefa de vereador e na verdade essas atividades encobrem campanhas antecipadas feitas com dinheiro público. Assim a redução dos salários vergonhosos ganhos por vereadores deve ser uma exigência da sociedade.

Os cargos de confiança da prefeituras, que os vereadores exigem para se manter fieis ao prefeito, devem ser mínimos, apenas o essencial para que o prefeito possa aplicar e cumprir seu programa. Uma cidade como Resende deveria ter no máximo entre 50 e 60 cargos de confiança, ai inclu-ídos os Secretários do primeiro escalão. Todos os outros cargos devem ser preenchidos por funcionários concursados.

Em várias democracias o Congresso é unicameral. Na sequencia da luta pela moralização, chegaremos a exigir a extinção do Senado Federal, que vem sendo pedida por jornalistas da Folha de São Paulo e da revista IstoÉ.

O rompimento do nosso amor com os partidos, deu-se pela vida desregrada de politicos, cheia de coligações incestuosas (Lula-Maluf, Serra-Valdemar do mensalão), envolvendo deputados, cafetinas, doleiros, bicheiros e outros. Superficialidades marketeiras transformaram um sonho de amor, sonhado por milhões de brasileiros em mais de 100 anos, em operação equivalente a venda de sabonete. Nossa desilusão nos jogou no chão, mas está na hora de dar a volta por cima e crescer com a nossa crise. Para anular o voto basta teclar 99 e confirmar.

Curtas

Voto Nulo, o Voto Decente Jose Roberto de Paiva

José Roberto Paiva é professor e foi presidente do PSB de Resende

// O presidente da Academia Resendense de História convoca os associados para a Assembleia Geral Ordinária no dia 29 de se-tembro do corrente ano de 2012, às 16:00 h em primeira convocação e às 16:30 h em segunda convocação, na sede do Instituto Campo Bello, Rua Raul Cotrim, 302 – Centro – Itatiaia, RJ, a fim de cumprir disposto nos Estatutos a respeito da eleição de novos acadêmicos e demais assuntos da pauta ordinária.

Vereador não é emprego; devia receber só ajuda de custo. E assistencialismo é

campanha com dinheiro público.

// A presidente do Instituto Campo Bello, Rosa Maria Cotrim de Barcellos, convoca os associados para a Assembleia Geral Ordinária no dia 07 de outubro de 2012, às 11:00 h em primeira convocação e às 11:30 h em segunda convocação, na sede do mesmo, Rua Raul Cotrim, 302 – Centro – Itatiaia, RJ, a fim de cumprir disposto nos Estatutos a respeito da eleição de novos associados e alterações do corpo dirigente.

// Dias 21 e 22 de setembro, às 20h30m, no Espaço Z, tem a peça Quem Matou Olavo, texto e direção de Felippe Terra, com Dudu Arbex, Kaline Leigue, Léo José e Marília Grampa.

// Dia dia 15, sábado, é a aber-tura do 40 Salão da Primavera, que ficará aberto ao público até o dia 26 de outubro, de segunda à sexta, das 9 às 17:30h

// E no dia 22, o animado baile finlandês em Penedo. Polkas e mazurkas.

Page 5: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

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Sustentável, sustentabilidade, você sabe o que é. O que pouca gente sabe é que este conceito não é exclusivo da questão ambiental, mas também da eco-nomia, da sociologia e da política, entre outros. Nessas próximas eleições você terá mais uma oportunidade de praticar o voto sustentável, que também pode ser chamado de voto responsável. As eleições municipais, pela proximidade do político com o eleitor, principalmente em cidades pequenas e médias como as nossas da Re-gião da Agulhas Negras, criam um campo fértil para a prática do voto insustentável (irresponsável). Todo mundo se conhece, se esbarra durante a campanha política, e é nessas horas que a insustentabilidade do voto se inicia.

O voto não sus-tentável é fruto da promiscuidade polí-tica: “vota em mim que eu lhe arrumo um emprego na prefeitura” (ou na câmara de vereadores). É o nefasto “troca-troca” político. É o can-didato corrupto se dando bem em cima do eleitor corrupto. Ou você acha que corrupto é só o político? Entra eleição, sai eleição, e isso se repete, apesar de todas as campanhas de alerta ao eleitor. O voto fruto do interesse meramente particular é um voto não sustentável, é irresponsável, seu benefício pessoal acaba junto com o mandato do político corrupto, mas seus efeitos para a sociedade permanecem por muito tempo.

O voto sustentável é aquele que é bom para todos, e não apenas para uma mino-ria inescrupulosa. Político corrupto você conhece aos montes. E eleitor corrupto, quantos você conhece? Voto sustentável é aquele confiado ao político ficha limpa. Se o seu candidato responde a vários processos e, mesmo assim, você insiste em votar nele, isto é sinal de que seu voto não é sustentável. Se o seu candidato tenta a reeleição, cercado de processos por todos os lados, e você não desiste dele, seu voto não é sustentável. Se no primeiro man-dato ele já está nessa situação, imagina no segundo, quando ele não terá mais a preocupação com a reeleição.

Voto sustentável é aquele confiado ao candidato que pratica política de estado e não apenas de governo; que projeta o futuro, mesmo que este futuro esteja além do seu mandato. Não há sustentabilidade em voto confiado a políticos marquetei-ros, que usam os meios de comunicação para fazer você crer que vive no melhor dos mundos, onde a saúde é ótima, a violência não existe, o trânsito é uma ma-

ravilha, o transporte urbano é de primeiro mundo, as escolas e os postos de saúde estão novinhos em folha.

Não há sustentabilidade no voto dado ao político que não sabe dizer não à indús-tria que degrada o meio ambiente, mesmo que os executivos desta indústria usem a chantagem da geração de milhares de empregos. Empregos insustentáveis, diga--se de passagem, pois fruto da destruição da natureza.

O voto não sustentável é burro. Quem se beneficia dele não é inteligente o sufi-ciente para perceber que neste ambiente de “espertezas” todos perdem. De que adianta eu ter um emprego na prefeitura, na base do toma-lá-dá-cá, e meu filho

não ter futuro na cidade onde ele vive? Qualquer negócio só é bom quando é bom para todos. Será que é tão difícil

assim enxergar algo tão óbvio? Conheço dezenas de pessoas que se

venderam politicamente por interesses meramente pessoais e hoje estão na rua da amargura, matando cachorro a grito. Voto sustentável é aquele confiado ao político que não fará da prefeitura um curral elei-toral, entupindo-a de cargos de confiança, eleitores de cabresto. O cargo de confiança de hoje é um potencial desempregado de amanhã. Com raríssimas exceções. E qual a vantagem disso? Não era melhor eleger um prefeito que soubesse criar empregos sustentáveis, para sempre e para todos? Vá entender a cabeça do eleitor corrupto.

Resende, a cidade que escolhi para viver o melhor da minha vida, passa por um momento preocupante. A sensação de que está tudo bem, de que a cidade está linda, de que nunca esteve tão bem, é conseqüência de uma política agressiva de marketing de governo. Você só vê elogios na imprensa, com dois ou três veículos de comunicação tentando mostrar que não é bem assim. Aí ficamos saben-do que os contratos de marketing da prefeitura estão sob investigação da justiça. Mas, e daí, de que adianta saber disso se uma parcela signifi-cativa do eleitorado tem pré-disposição para o voto não sustentável? Só saberemos na noite de 7 de outubro próximo. De-pois, não adianta chorar.

O próximo prefeito de Resende deverá decidir seu papel de salvador, ou não, e alinhar suas ações com seus sentimentos e palavras. Para esta reflexão inspiro-me na recente declaração do prefeito e candidato José Rechuan na propaganda eleitoral, que afirmou ter “começado do zero” há quatro anos. No mesmo discurso também nega ser “salvador da pátria”.

Ora, se de fato o prefeito acredita que começou o seu governo do zero é porque admite ser o salvador da pátria, ou ao menos o salvador de Resende. Mas se não é o salvador não há porque atribuir a si mesmo o papel de recriador do município. É muito provável que o prefeito tenha se expres-sado de forma equivocada, afinal faz tempo sabemos que nada se cria, tudo se transforma.

Essa constante afirmação de se ter começado do zero é bastante desconfortável para muitas pessoas. Pessoalmente sei que isso não é verdade, em especial no que se refere à governança ambiental. O governo passado, do qual participei, transformou a Secretaria do Meio Ambiente na Agência do Meio Ambiente (Amar), reformulou o conselho municipal do meio ambiente, antes quase apenas governamental, num colegiado tripartite onde somente um terço é ocupado pelo governo; instituiu o sistema de licencia-mento ambiental municipal e implementou ações de efetivo controle e fiscalização, a partir da premissa de que o município é sempre o principal responsável para zelar

pela qualidade ambiental e pelo bem estar de seus cidadãos. Além disso, deixou o Consór-cio de Resíduos Sólidos e Gestão Ambiental Integrada estruturado, projetos de lei que consolidam os parques naturais municipais do Rio Pombo e da Cachoeira da Fumaça prontos para serem votados (e foram), horto municipal Oficina de Florestas funcionando, Conselho Gestor da Região de Visconde de Mauá ativo e muito mais.

Mas nada disso nasceu do zero, uma vez que Resende já possuía tradição, estrutura institucional, logística e recursos humanos para cumprir seu papel. Aquilo que fun-cionava e vinha evoluindo desde 1989 foi aperfeiçoado como deve ser tudo a cada dia. Afinal, o tempo não para.

O desafio, portanto, é saber melhorar tudo, de forma continuada, sem jamais desfazer do que já está feito e de todos que contribuíram para chegarmos onde estamos.

De que adianta eu ter um emprego na prefeitura e meu filho não ter futuro na cidade onde ele vive?

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6 - O Ponte Velha - Setembro de 2012

TONHÃO: Eu sou da família Nunes Teixeira, que é uma família com 200 anos de história em Resende, todo mundo da Fumaça. Eu sou fruto do segundo casamento do meu pai, que quando ficou viúvo veio morar em Resende, casou com a minha mãe que tinha vindo de Andrelândia e era filha de sírios, e comprou uma fazenda na Boca do Leão.

JOEL: O pai do Tonhão era o famoso Leopoldão, que fazia jus ao apelido: tinha mais de dois metros de altura e pesava uns 150 quilos. Dez arrobas por dois metros.

TONHÃO: O Agnelo, meu irmão, conta que naqueles eventos de Semana Santa, quando a praça da Matriz enchia, se a gente quisesse achar ele era só olhar pra cima.

JOEL: O Agnelo é o da Renascença; irmão do Tonhão por parte de pai. Você se formou em Direito, certo, Tonhão?

TONHÃO: Resolvi estudar Direito logo depois do movi-mento SOS Cachoeira da Fumaça, para ajudar na militância. Na época eu comecei a tomar gosto pela pesquisa de docu-mentos e leis. Eu sou um militante político de esquerda, e o conhecimento do Direito ajuda muito.

GUSTAVO: Essa militância começou quando?TONHÃO: Vendo meu pai se envolver nas campanhas.

Ele era amigo do Dr. Aarão, do Geraldo Rodrigues - eu, inclu-sive, sou afilhado do Geraldo Rodrigues. Mas só me filiei a um partido depois do movimento SOS Cachoeira da Fumaça, para impedir a construção de uma hidrelétrica na cachoeira. A gente precisava de uma sede. Na época o PV e o PSB estavam começando em Resende e tinham uma sala juntos, ali na Beira Rio. O SOS dividiu a sala com eles. E no PSB tinha o Claudio Serrichio, que foi um dos maiores ambienta-listas que a cidade já teve, e eu acabei me filiando ao partido e me candidatando quando o Meohas disputou a primeira eleição e viu que o meu nome tinha uma certa projeção. Antes eu era um pouco oliveirista, até porque foi o Noel de Oliveira quem deu a primeira deixa para a gente tombar a cachoeira, criando o Parque Municipal da Fumaça, no final do governo dele, quando já sabia da investida empresarial para fazer a hidrelétrica.

GUSTAVO: Mas quem tombou foi o Noel de Carvalho.TONHÃO: Quando ele viu a repercussão do movimento.

Porque nós estivemos duas vezes no Jornal Nacional, duas no JB e duas no Globo (na época ainda não havia a TV Rio Sul).

GUSTAVO: Há uma nova investida na cachoeira.TONHÃO: Sim. Acho que a gente teve no país um

momento de proteção ambiental séria e agora está afrou-xando; o custo ambiental para se fazer uma usina hoje não é levado muito a sério. Estamos fazendo duas usinas no Paraíba depois de Queluz. Ora, já existe o Funil, e ainda vamos colo-cando outras barragens acima? O Dourado já sumiu.

JOEL: Não fizeram um canal para o peixe subir?TONHÃO: No Funil não tem. Nessas outras fizeram

mas essa escada de peixes já está sendo contestada. Tem um grupo forte ligado ao PSDB que é sócio em vários empre-endimentos hidrelétricos, principalmente em Minas, que é a terra das cachoeiras. Já construiram uma em Aiuruoca e agora estão com projeto de duas aqui na nossa região, abaixo

da cachoeira da Fumaça, que é aquela área ali do Colibri. Duas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), uma atrás da outra. Saiu também uma notícia do Minc falando sobre uma PCH na própria cachoeira, outra vez, só que do lado de Passa Vinte. De qualquer forma são áreas de APA e a cachoeira está tombada, na lei orgânica do município. Eles alegam que hoje há uma nova tecnologia, de fio de água, que não faz grande represamento para acumular água. Mas a barragem prejudica o sistema do rio, ainda mais fazendo uma atrás da outra.

GUSTAVO: Esse novo Parque da Pedra Selada - que é o tema principal desta entrevista - não protege essa área?

TONHÃO: Não, esse novo Parque não pega nem a cacho-eira da Fumaça. Mas essa área onde querem fazer as duas PCHs, se não me engano, está dentro da APA da Mantiqueira.

GUSTAVO: A APA da Mantiqueira já protege essa área do novo Parque Estadual da Pedra Selada, certo?

TONHÃO: Essa é que é a coisa gritante. Eles estão gastando um dinheiro para criar uma área de proteção numa área que já é de proteção. Mas ainda assim eu acho que esse Parque pode ser uma coisa boa, só que o André Ilha, diretor do INEA, está conduzindo o pro-cesso mal, com arrogância, sem clareza, achando que na região tem só meia dúzia de pessoas batendo palma para tudo o que eles fazem. E eles estão mexendo com gente que está há 200 anos naquela terra. Olha, esse processo todo começou com o Meohas tentando criar um parque municipal para proteger a área contígua ao lote 10, da antiga colonização alemã. Depois, na

Tonhão no Meio do Fogo CruzadoHomem da roça e ecologista, ele quer um ponto de equilíbrio para o Parque da Pedra Selada

Antonio Carlos Abrahão Teixeira, mais conhecido como Tonhão, é uma dessas raras pessoas que viram a face da morte e sobreviveram para contar a história. Após a sua milagrosa cura, Tonhão mudou muito seus valores. Passou a se interessar, por exemplo, pelo meio ambiente, e foi um foi um dos maiores defensores da Cachoeira da Fumaça, que há alguns anos quase desapareceu para dar lugar a uma Usina - hoje, ela anda outra vez ameaçada e o Tonhão está atento. Assim como está envolvido na questão do novo Parque da Pedra Selada, onde, na dupla condição de homem da roça, de família da Fumaça, e de ambientalista, se diz no meio de um fogo cruzado, ten-tando encontrar um ponto de equilíbrio para que o Parque possa ser implantado com respeito aos proprietários das terras, que, segundo ele, são os formadores das matas existentes hoje e seriam os melhores conservacionistas. Além da militância ambiental e política, Tonhão é diretor de Turismo da ACIAR e se dedica às graciosas mulheres de sua vida, a esposa Táti e a filhinha Maria Rita. A entrevista foi feita no Restaurante Fogão à Lenha, por gentileza de seus donos Ângelo Mucelim e Walter De La Vechia. A foto é do nosso João Sabóia.

(continua na página 7, após os encartes)

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transição do Silvio para o Rechuan, houve a primeira tentativa do Parque da Pedra Selada, que englo-bava quase que só a área em torno da pedra, e o Conselho Gestor foi contra, alegando que a pedra já estava dentro da APA e que o proprietário dali cuidava bem. E agora quando volta o projeto, com área muito ampliada, eles fazem uma primeira audiência onde só tinha empresário e ambientalista de Mauá, quando o Parque está em outra vertente da serra, pegando o distrito de Pedra Selada - Vargem Grande - e um pouco da Fumaça. Mais tarde houve a reunião na Capelinha onde tinham 70 pessoas e o bicho pegou, porque viram que ninguém estava informado direito de nada. Nem os caras do INEA estavam informados sobre limites, sobre número de pessoas afetadas, etc. Para mim eles criaram esse Parque em cima do google, eu disse isso publicamente e eles não contestaram. Viram no google as matas e passaram uma caneta em volta. Não tem levantamento topo-gráfico, social, nenhum.

GUSTAVO: Parque protege mais do que APA?

TONHÃO: Eu acho que se depender de lei nós já temos. Não só a lei da APA, mas a lei geral ambiental do país.

GUSTAVO: Parque traz maior medo de desapropriação?

TONHÃO: O proprietário tomou medo por essa falta de informação e de clareza. Tem um pessoal botando terror, dizendo que não vão poder mais fazer queimada, etc. Ora, essas coisas já não podem. Ah, mas nós vamos ter

o fiscal perto... E essa questão de maior fiscalização seria uma das vantagens que o Parque traria. Ora, então porque, ao invés de gastar dinheiro desapropriando terras, simplesmente não bota um batalhão florestal na APA?

JOEL: O Estado é muito rigoroso com as coisas dos outros. Há casos em que a família está ali a gerações mas não teve dinheiro para fazer a regularização; então,

até o camarada provar a titulação da terra para fins de desapro-priação, é complicado; e nem por isso ele deixa de ser o dono. Então, o cara da roça, o cara que é pequeno, sabe que a burocra-cia é sempre contra ele, é sempre sufocante. E quando é um grupo pequeno que não é organizado essa indenização acaba sendo irrisória, recebida em doses homeopáticas. Veja o que está acontecendo com quem é proprietário no Parque Nacional de Itatiaia... Mais dia, menos dia, vai acontecer com o pessoal desse Parque da Pedra Selada. A tendência natural do “Parque” é expulsar o proprietário.

GUSTAVO: Tonhão, você acha que a idéia de criar esse Parque decorre do medo de que o turismo deprede aquela região?

TONHÃO: Não. A questão é que tem gente ligada ao meio ambiente aqui da nossa região que hoje é ponte com o Sr.André Ilha, do INEA, e eles manipularam para criar esse Parque, para transformar

uma reivindicação da MAUATUR de criar um pequeno parque em torno do lote 10, para proteger das invasões (a água de Mauá vem dali), nesse imenso Parque da Pedra Selada, de 8.500 hectares.

GUSTAVO: Mas por que?TONHÃO: Dizem as más líguas

que o motivo é o posto de diretor desse Parque e todo o poder que decorre daí, o dinheiro que vem para o município a partir disso -

ICM Verde, ICM Bio, etc. E outra: a Rio+20 estava aí, e a criação desse Parque era uma coisa de impacto.

JOEL: Querer ser diretor de um Parque para quem é do ramo é uma aspiração legítima, Tonhão.

GUSTAVO: Apesar de todas essas críticas você disse aí que acha que o Parque pode ser bom.

TONHÃO: Se o produtor tiver o esclarecimento, a certeza de que será respeitada a sua propriedade e a mata que a família dele criou (porque essa mata não é original, foi criada em cento e tantos anos, com carinho, por essas famílias), se ele perceber que o Parque pode proteger a natureza para que no futuro a região possa ser um pólo turístico importante, valorizando a terra, começando os sitiozinhos de veraneio, os hotéis, e que ainda por cima ele vai receber um dinheiro com que não contava simplesmente para preservar uma mata que já está ali e onde ele não ia mexer...

GUSTAVO: Pode desenvolver turismo dentro do Parque?

TONHÃO: É o que está no decreto de criação: Destinação de crescimento turístico. E isso não está sendo esclarecido.

GUSTAVO: Então aí a gente veria o sentido nobre do Parque: permitir que o turismo se desen-volva sob controle.

TONHÃO: E também con-vivendo com o produtor rural. Trabalhar de mãos dadas com todo mundo. Porque colocaram uma pecha no produtor rural de que ele destrói o meio ambiente, o que não é verdade. E o produtor está tomando raiva desses que a gente chamava de eco-chatos mas que hoje já são mais que isso, já são eco-terroristas, que querem expro-priar, que querem judiar do produ-tor. Se o cara corta uma árvore, já se quer meter uma multa que o cara pode até perder a fazenda dele.

JOEL: Tonhão, você me des-culpe, mas eu acho que você ter preocupação com o meio ambiente não implica em ser a favor desse Parque.

GUSTAVO: E você não respon-deu àquela questão sobre aconte-cer com esses proprietários o que está ocorrendo com os do Parque Nacional.

TONHÃO: No Parque Nacional foi diferente. Ele foi criado com um intuito e acabou virando outro.

Expandiram e não indenizaram quem está lá dentro; o direito de propriedade de quem está lá dentro não está sendo respeitado. Neste novo Parque vai ser diferente porque ele é regido pela Constitui-ção de 88. As questões de direito de propriedade, de desapropriação já estão colocadas muito diferente.

JOEL: Uma coisa é o que está no papel e outra é a prática desses burocratas. Você já disse que eles estão vindo aí fazer terrorismo, qual o compromisso com a Cons-tituição.

TONHÃO: O que está fazendo isso é de uma diretoria do INEA. Eu tenho vários amigos em comum com o Minc e tenho certeza de que não é esse o pensamento dele.

JOEL: Mas a culpa do proce-dimento da instituição é do posto maior, não é do barnabé não. Eu não entendi ainda se você é a favor ou contra esse Parque, e se é a favor, por que?

TONHÃO: Olha, quando a gente não é tendencioso, quando a gente quer consertar os erros dos dois lados, a gente corre o risco de ser criticado pelos dois lados. Para os ambientalistas eu estou sendo contra o Parque, e para os produ-tores eu estou sendo a favor. Pelo

quandO a gente nãO é tendenciOSO e quer cOnSertar OS errOS dOS dOiS ladOS, a gente cOrre O riScO de Ser criticadO PelOS dOiS ladOS

(continuação da página 6)

Page 20: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

8 - O Ponte Velha - Setembro de 2012

(continuação da página 7)

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meu viés ambientalista eu sou a favor, desde que o pessoal afetado seja informado e respeitado. Eles é que têm que estar na audiência pública e decidir o que é bom ou não para eles. À medida em que eu vir que o direito deles -proprie-tários, produtores - não está sendo respeitado, eu vou estar na briga com eles. Foi essa a posição que nós tiramos no Sindicato Rural. A principal vantagem do produtor - e talvez seja a única - seria receber pela mata dele.

JOEL: Mas às vezes o sujeito prefere não receber e continuar com pleno dominío sobre a pro-priedade. Eu sou da roça e você também, e a gente sabe que todo mundo quer tirar uma casquinha no cara da roça, principalmente desse mini-fundiário, que é conservacionista por natureza, ainda mais hoje com a consciência moderna. É uma gente tão simples, tão ordeira, que não pede nada para governo nenhum, a não ser uma estradinha para entrar e sair da propriedade. O que o governo melhor fazia era deixar esse pessoal sossegado.

GUSTAVO: E ter uma política para produzir uma comida orgâ-nica, uma coisa que a sociedade está pedindo hoje e que pode se conjugar com o turismo. E que manteria a tradição dessas famílias centenárias. O paiol de milho, o queijo caseiro, todo esse patrimônio da Mantiqueira que parece antigo mas é a coisa mais moderna.

TONHÃO: A gente tem que focar agora é no Plano de Manejo desse Parque, como nos alertou o Luis Geraldo Motta (Diretor Jurídico da ACIAR). As matas já ficaram com eles, mas na área que sobrar o Plano de Manejo é que vai dizer o que é área de amortização, se vai poder ter agropecuária, ou plantação disso ou daquilo, se vai ser só turismo.

GUSTAVO: Houve um pedido de revogação definitiva do Parque. Você não acredita nisso?

TONHÃO: Querem pedir revo-gação alegando irregularidades. Só que um decreto de utilidade pública não é irregular, principalmente na questão ambiental. Essa forma de desapropriação está protegida na Constituição Federal.

JOEL: Isso aqui é uma entre-vista e não um debate, mas pelo pouco que eu entendo, qualquer

ato jurídico viciado por algum motivo é passível de anulação ou é nulo. Não terem chamado as pessoas certas para as audiências, terem colocado no decreto que Visconde de Mauá é um município, essas coisas demonstram o des-preparo. Como o decreto estipula prazo de cinco anos para atingir a plenitude que eles pretendem, eu acho que é tempo de mudar isso aí. E outra: se a sociedade se orga-nizar, tudo é passível de mudar, inclusive a Constituição.

TONHÃO: O viés ambienta-lista do Ministério Público agora é grande. A atitude deles está sendo a seguinte: está errado isso? Conserta. Faltou aquilo? Acres-centa e conserta. Como foi no caso da lagoa da Turfeira, em que se questionava a falta de EIA-RIMA. Estudou-se a questão e se viu que naquele caso a lei dispensava o EIA-RIMA.

JOEL: Fale um pouco sobre turismo rural, inclusive porque você é o diretor de turismo da ACIAR e já foi do município.

TONHÃO: Eu não concordo com aqueles que dizem que o

turismo é a nossa salvação. Ele é salvação, sim, para cidades pequenas. Hoje o nosso rendimento vem das indústrias. Olha, o cara não imagina o número de hotéis que teriam que ser construídos para dar o rendimento e os empregos que dão uma Volks. O turismo é importante, sim, mas é complemen-tar. A base do turismo rural é o que eu vi no fim dos anos 70, quando cheguei ao Vale do Pavão, e a dona Maria e o seu Elói começaram a alugar umas casinhas e naquele

movimento serviam pãozinho de queijo e café pra gente. Em suma, hoje a filha dela tem uma pousada lá. Assim pode progredir o turismo na zona rural, começando com um PF na própria casa da família da roça. Eu gosto muito de traba-lhar com embrião. Não pode é, como fez certa vez o SEBRAE, reunir o pessoal da roça da Fumaça e fazer apresentação de hotéis fazenda com piscina de água quente, heliporto e não sei mais quê. Tem é que dizer: dona Maria, essa broa que a senhora faz é maravilhosa! Começa a vender junto com um queiji-

nho ali na porteira. Assim é o embrião, a coisa que vai indo.

GUSTAVO: E tem o turista que quer ver a fazenda produzindo, o cara tirando o mel, cuidando dos patos, buscando os ovos no balaio.

TONHÃO: Você quer ver uma coisa que rompeu um preconceito?

A produção de cachaça. Hoje tem um amigo nosso que tem cachaça premiada. Eu acho que o maior potencial desse turismo rural é na área do primeiro distrito da cidade, para os lados da Boca do Leão, que anda bem abandonada. O pessoal confunde turismo ecológico, que é o da mata, da montanha, com turismo rural, da fazenda.

GUSTAVO: Mas a área da montanha está cheia de pequenas fazendas, e é muito mais bonita.

TONHÃO: Também pode conciliar. Um lugar lindo, com fazenda, cachoeira, grutas, etc, é a Pedra Preta, que está nessa área do novo Parque.

JOEL: O pessoal da cidade gosta de olhar o cara da roça de cima para baixo. Eu vejo comple-tamente diferente. Eles estão ali há 200 anos, criaram os filhos, formaram muitos que inclusive são médicos hoje na cidade, viveram muito bem no sistema deles, e sem essa ambição desmedida de querer transformar a fazenda numa linha de produção.

TONHÃO: Os Balieiro, os Maciel, os Moreira. Formaram os filhos na fazenda e essa geração agora está levando dinheiro de volta, para investir na roça.

JOEL: Você conhece essa roça toda nossa a bordo do seu jipão, que você mesmo montou e con-serta. Conta um pouco sobre ele.

TONHÃO: Quando eu era

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criança e passava pela Ponte Velha, eu olhava para a serra e pensava assim: “ainda vou ter um jipinho para andar naquelas estradas”. Aí, quando eu fiz 18 anos a minha mãe deu uma moto para mim e para o meu irmão, de sociedade, mas eu queria era o jipe e acabei fazendo rolo e conseguindo comprar. Porque tem outra coisa: eu consi-dero que a minha arte é a mecâ-nica. Pode ter alguém que empate comigo, mas saber mais do que eu é difícil. Se eu estou montando o motor do jipe e encontro um problema, eu passo dois três meses para deixar aquilo perfeito, mas não empurro com a barriga. Por isso é que eu não abri um negócio nessa área, porque é arte.

GUSTAVO: O teu irmão também é fera na mecânica.

TONHÃO: É, o Rushi. JOEL: Você está falando do

jipinho, e como você chegou no jipão que você tem hoje?

TONHÃO: Esse jipão eu vi pela primeira vez ele em 78, quando eu estava no serviço militar. O Brasil comprava muito material usado dos Estados Unidos, e quando eu vi ele na garagem do Exército eu me apaixonei na hora: o peneuzão na porta, o parabrisa inclinado pra frente, o painel que parecia de avião. Anos depois, em 97, ele foi a leilão e eu arrematei. Fiquei até 2.000 montando ele.Você imagina um carro desses, que não é comercial, para conseguir peça... O que eu conheci de São Paulo e Rio atrás de peça... Mas é muito gostoso, cada coisa que você vai achando, encaixando, montando... Outra coisa gostosa é ouvir o motor funcionar e saber direitinho tudo o que está em evo-

Para reflexão e aprofundamen-to, gostaria de deixar registrada aqui, sucintamente, a idéia-eixo que tem orientado nossa atuação na Mantiqueira nessas últimas três décadas.

Refiro-me à estratégia político--cultural de se criar e consolidar uma IDENTIDADE GEOPOLÍTICA para a Grande Mantiqueira, apoia-da em sólidos fatores geográficos, territoriais, ambientais, sócio-eco-nômicos e político-culturais.

Não se trata de exercício inte-lectual ocioso, muito pelo contrário, representa uma colocação ideoló-gica bem definida e direcionada: desenvolver um gradual processo de resgate da auto-estima das comunidades rurais regionais, encaminhando-as na direção de autonomias e auto-suficiências produtivas e técnicas, sobretudo na perspectiva da segurança alimen-tar, reavivando e fortalecendo um lastro histórico preexistente, hoje relegado. Dentro dessa visão, é fundamental destacar a vocação e qualidade de Reserva Natural, da Mantiqueira, como parâmetro para quaisquer atividades em seu espaço. Esses são os aspectos que a diferenciam e valorizam.

Diante do grave quadro de crises climáticas e econômicas que se anuncia, afetando, principal-mente, a produção de alimentos e a disponibilidade de recursos hídricos, precisamos recolocar em pauta o discurso da re-ruralização dos nossos espaços, onde ainda cabível. Sabemos todos que, na vi-

são predominantemente urbana da nossa Sociedade, o homem rural tem sido visto como um cidadão de segunda classe, e isso precisa ser revertido, pois, na realidade, são as áreas urbanas que dependem das rurais e não o inverso.

Não é possível, em regiões de vocação rural-agrícola, conti-nuar cultivando o expediente da

turistificação irrefreada, que tem funcionado como uma espécie de remédio mágico, panacéia e cortina, para remediar, esconder e disfarçar a ausência de políticas públicas adequadas e as deficiên-cias administrativas das munici-palidades. No momento em que o turismo convencional ultrapassa ( ou se assenhora ) de mais de 30%

das atividades econômicas de uma região rural, ele passa a ser fator desestruturador da vida socio-cultural da comunidade, gerando dependências e vulnerabilidades.

A Mantiqueira, macrorregião diferenciada dentro do Sudeste, por suas características, deve ser objeto de políticas adminis-trativas integradas no âmbito de suas municipalidades, articula-das através dos instrumentos já disponibilizados pelo decreto que criou sua APA. Essa articulação, imprescindível, é um dos pontos críticos para viabilizar as políticas sócio-ambientais propostas.

As colocações acima pre-tendem, ainda, servir de alerta, em momento oportuno, pois as perspectivas geopolíticas mundiais apontam para colapsos e crises, cada vez mais graves e crescen-tes, dentro dos próximos vinte anos.

A Carta da Mantiqueira, divulgada por ocasião da Cúpula Mundial Rio+20, juntamente com o belo e importante documentário “ Caminhos da Mantiqueira “, são marcos que devem ser levados em consideração na orientação desse longo e necessário caminho proposto, envolvendo governos, municipalidades e comunidades regionais. E, para essa marcha, já temos a nossa Bandeira....

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lução ali dentro. E andar por essas estradinhas da montanha com ele é uma coisa maravilhosa. Até vendi o outro carro que eu tinha, que eu só usava para ir ao Rio fazer os meus exames.

JOEL: Você gostaria de falar sobre o teu problema de saúde?

TONHÃO: Olha, eu gosto até de falar para servir de exemplo para pessoas que passam por isso. Era uma doença crônica que no estágio em que eu estava toda a literatura médica dava um prazo de sobrevida de no máximo dois anos, e eu já passei cinco vezes esse prazo. Eu sou paciente do INCA (Instituto Nacional do Câncer), e cada vez que eu vou lá o meu médico me olha com cara de incrédulo. Ele diz assim: “Antônio, eu não sei o que te dizer. O teu sistema imunológico deve ser muito forte”. Um hematologista do INCA, não é um médico recém formado. Para ele, já era para eu estar emburacado.

GUSTAVO: Você ainda toma remédio?

TONHÃO: Não. Eu fiz qui-mioterapia, mas ela só ataca os sintomas, as células doentes que estavam na minha medula e no meu sangue, mas o que produz essas células em mim ainda está lá, só que está estacionado. A doença está quieta. E acho que a minha terapia foi namorar muito. E, numa dessas, uma namorada minha ficou grávida. E o Joel, que é compa-nheiro nosso aí, tem visto a minha felicidade com a minha filha. Então, eu digo a vocês, é coisa de Deus. Eu já era fervoroso, mas isso aí para mim foi um testemunho de quem tem coisas superiores cuidando da gente.

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Lino Matheus é um dos mais antigos ativistas ambientais da

Mantiqueira

Page 22: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

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Passa bem o bebê nascido ontem na Lua, filho do sul--coreano Kin Bon Ton Hee e da panamenha Juanita Almarza. Após um compli-cado parto, em que Almarza correu risco de morte, a criança precisou de cuida-

dos especiais, mas algumas horas depois as situações de mãe e filho estavam regularizadas.

O nascimento ocorreu na mater-nidade experimental do módulo lunar indiano “Maha Khali”, loca-lizado na cratera Adams, sendo o sexto ser humano a nascer naquele astro desde que começaram as experiências com humanos, há 20 anos. Antes disso, foram anos de pesquisas com cães, macacos e até cavalos, apesar dos protestos de diversas organizações defensoras dos direitos dos animais.

O recém-nascido, que foi concebido na noite de núpcias do

Bebê nascido na Lua passa bem após parto difícilcasal ocorrida na estação espacial sul-africana “Mpongo Durango”, deverá receber alta ainda este mês para vir para a Terra, direto para o Centro Espacial Satish Dawn, na Índia. Os ministérios de educação de diversos países serão orientados a realizar um trabalho de conscien-tização nas escolas sobre a impor-tância dessa pesquisa, buscando evitar o triste episódio ocorrido com o jovem inglês Jonny Mofly, o primeiro ser humano a nascer na maternidade lunar, apelidado pelos colegas de turma de “Jonny Moon”, de “lunático” e de “ET”, e que, após anos sofrendo bulling na sala de aula, um dia resolveu atear fogo no refeitório da escola, matando vários colegas, cometendo suicídio em seguida. De qualquer forma, para evitar problemas dessa natureza, a identidade da

criança será mantida em sigilo por enquanto.

O médico responsável pela operação, o iraniano Abdul Basit, disse que o parto foi um milagre de Alá, o que causou o constran-gimento da enfermeira-chefe, a americana de origem judaica Sarah Collins. Para acalmar os ânimos, o padre católico de plantão, pronto para uma possível extrema unção no caso de morte da gestante, aspergiu água benta nos presen-tes. A equipe de apoio do módulo indiano, de maioria hindu, alheia a esse problema, fazia a dança de Shiva, enquanto o diretor de tecno-logia, ateu, em sua fala hoje para a imprensa, dizia achar essa discus-são religiosa uma grande bobagem infantil que só atrapalhava os traba-lhos científicos em andamento, mas que tinha que ter tolerância com todos devido à composição diversi-ficada de seus colegas, de diversos países e religiões.

Na última reunião dos países com as sete maiores economias do

mundo (o grupo CAGAREI, ou seja, China, Argentina, Groenlân-dia, África do Sul, Rússia, Emira-dos Árabes e Índia) ficou acordado que este parto seria o último antes da reforma do módulo lunar, que deve levar cerca de três anos para ficar concluída. O grupo agora se concentra mais no projeto que está mobilizando a comunidade científica no mundo, a Sonda Lysar (“ano-luz” em dinamarquês), a ser

lançada no ano que vem. A sonda, que pesa menos de

200 gramas, levará um microchip contendo 700 yottabytes de dados e será encaminhada na direção da constelação de Scorpius, que está cerca de 22 anos-luz da Terra. Con-siderando-se que a Lysar poderá viajar a até duas vezes e meia a velocidade da luz, ela deverá atingir seu destino em aproximada-mente nove anos.

Para os diretores da Academia Internacional de Busca Extrapla-netária, essa constelação e seu entorno provavelmente possuem planetas habitados, similares ao nosso. A esperança deles com o lançamento da sonda Lysar é que alguma civilização adiantada possa captá-la e examinar seu conteúdo. O microchip, que pode ser avaliado por um computador simples, em sua mensagem de abertura faz um pedido de socorro em milhares de idiomas e dialetos, no qual argumenta sobre os problemas vivenciados em nosso planeta, os quais podem ter sido vivenciados e superados pela civilização em questão, pedindo que venham até nós nos ensinar como fazer para superarmos nós as nossas limita-ções sociais e o grande perigo da primitiva possibilidade de autodes-truição nuclear.

Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil

Page 23: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

Setembro de 2012 - O Ponte Velha - 11Jo

el P

erei

ra Nossa História, Nossa Gente

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que aflua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

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JOB FRANCO

O objetivo desta coluna é homena-gear pessoas que dão nome a logradou-ros de Resende. Nesta edição, o home-nageado é Job Franco que, conforme Lei Municipal 2.912, de 17/02/12, dá nome à antiga Rua Nove, no Bairro

Jardim Aliança, Zona Oeste da cidade.Job nasceu em Resende, em 07 de abril

de 1920, e aqui faleceu, em 11 de julho de 2001.

Após servir ao Exercito Brasileiro, o então chamado Tiro de Guerra, foi nomeado, pelo Ministério da Agricultura, Encarre-gado da Estação Climatológica de Resende, situada inicialmente no Alto dos Passos, transferida para a Academia Militar das Agulhas Negras, no ano de 1944.

Job Franco prestou preciosos serviços à sociedade resendense, na coleta de dados e estudo dos fenômenos meteorológicos. Registrava o índice pluviométrico, tempe-ratura, temperatura do solo, velocidade do vento, pressão atmosférica, entre outros. Os dados meteorológicos auxiliaram na implan-tação da Academia Militar das Agulhas Negras, na instalação das principais indús-trias, na Defesa Civil, agricultura, entre outros. Até mesmo quando alguma pessoa queria saber a previsão do tempo para pro-

gramar um passeio de final de semana.Job também era joalheiro, ourives e um

grande admirador de antiguidades. Ficou muito conhecido por fazer alianças para casamentos.

REFERÊNCIAS: anotações de Paulo Henrique Ourives, neto do homenageado

O Justo agradou a Deus e Deus o amou. Como ele vivia entre os pecadores, Deus o transferiu. Foi arrebatado, para que a malícia não lhe pervertesse os sentimentos, ou para que o engano não o seduzisse. De fato, o fascínio do vício obscurece os verdadeiros valores, e a força da paixão perverte a mente que não tem malícia. Amadurecido em pouco tempo, o justo atingiu a plenitude de uma vida longa. A alma dele era agradável ao Senhor, e este se apressou a tirá-lo do meio da maldade. Muita gente vê isso mas não compreende nada; não reflete que a graça e a misericórdia de Deus são para os seus escolhidos, e a proteção dele para os seus Santos. (Sabedoria 4.10-15)

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg.: 12 . 923 Diagramação: Afonso Praça

24 . 3351 . 1145 // 9301 . 5687 [email protected]

www.pontevelha.com

expediente:

Dedicado ao trabalho e à família, viveu casado 60 anos com Arethusa Collistet Franco, com geração de três filhos: Maria Lúcia, Paulo Cesar e Luis Antônio. Um exce-lente chefe de família e um grande amigo, admirado por todos, será sempre lembrado pelo seu excelente astral, marcante caracte-rística dos Francos.

Nosso atual Vice-Prefeito, Noel de Oliveira, gostava de brincar com o Job, dizendo que ele nunca errava suas previsões: ”tempo bom, sujeito a chuvas”, ou “tempo chuvoso, tendente a melhorar”. Era bonito ver o encontro dos dois amigos e a repetida brincadeira. Coisas de uma Resende que deixou lembranças ...

Page 24: Jornal Ponte Velha - Setembro de 2012

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12 - O Ponte Velha - Setembro de 2012

Antes que me esqueça (ou que me esqueçam) (VII) Zé Leon

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Rua Luiz Pistarini, n.º 30, sala 327 A, Campos Elíseos – Resende-RJ.Tel: (24) 3354-4646

Chegamos agora ao ano de 1989 e ao segundo mandato do Noel de Carvalho. Foram mais quatro anos de grande progresso para Rezende. Como prefeito, ele já tinha liderado o maior projeto habitacional, criado as bases do desenvolvimento econômico do município, e havia chegado a hora de buscas as grandes empresas que hoje se instalam. Para se se ter uma ideia, o Jornal a Lira, de 1990, estampa uma foto do Noel e o presidente da Nissan, já conver-sando sobre a vinda da montadora, concretizada 22 anos depois.

Mas é no segundo mandato que o Noel recupera o convênio com a Xerox e consegue a construção do Hospital de Emergência Henrique Sérgio Gregori. Me lembro da tarde noite do lançamento da pedra fundamental do hospital. Estavam presentes o presidente da Xerox, que dá o nome ao hospital, e sua esposa. Acabada a cerimônia, eles foram jantar no Hotel 3 Pinheiros para seguir até Caxambu. Estava chuviscando e seu Augusto, pai do Noel, insistiu que eles descansas-sem e só seguissem viajem no dia seguinte. O Dr. Henrique recusou o convite, pois estavam com

Noel de Carvalho e as pirâmides do Egitomotorista e gostariam de chegar ao destino ainda naquela noite.

Foi a decisão mais errada, e a última tomada por ele. Antes que chegassem à cidade mineira, o motorista dormiu no volante, e o carro encontro uma árvore, num acidente em que os três ocupan-tes faleceram.

Mas 89 foi um ano profícuo para a cultura de Resende. Noel criou a Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda e a Lei Munici-pal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico de Rezende. Naquele ano me colocou como presidente da Exapi-cor. Ainda não existia o Parque de Exposições Francisco Fortes, cons-truído pelo Noel. A exposição ainda era onde é o hoje o Centro Admi-nistrativo. Posso dizer que, além de emagrecer 8 quilos em 9 dias, eu criei e existe até hoje, o “Palco 2”, destinado aos músicos locais.

Ainda nesse mandato, o Noel fez as parcerias que garantiram para Resende, além do hospital de emergência, o Estádio do Tra-balhador. Construiu em poucos meses o Parque de Exposições, criou a Guarda Municipal, o agricultor mirim, babá mirim,

sacolão volante, construiu a escola Rompendo o Silêncio, e na saúde trouxe de Cuba o programa de tratamento do vitiligo, enfim, fez muita coisa mesmo.

Hoje as pessoas brincam na internet que o Noel de Carvalho também construiu as pirâmides do Egito. Como eu acredito em reencarnação, posso afirmar: quem garante que não?

***Muito boa a entrevista com

o Daniel do Rei dos Salgadinhos/Cospe Grosso, no último Ponte. Ele falou uma coisa que já escrevi aqui. “Aos sábados a gente olha e conhece só 20% da frequência”.

É, meu caro rei. Resende tinha nome e sobrenome, a gente ia no Cospe Grosso, no Caçula, na Cantina e conhecia todo mundo.

***Quem conheceu e amou, dia

18 de setembro tem uma sessão solene na Câmara Municipal em homenagem ao Augusto Carvalho, pelos vinte anos de sua morte. Sete da noite.

***A grande polêmica da minha

vida, gerada por esta coluna foi: afinal, a Parada do Milho vende ou não vende 400 almoços por dia. Depois de seminários, pesquisa no Google, enquete no Facebook, chegamos a seguinte conclusão. Se a Parada do Milho vende ou não vende 400 almoços ninguém sabe, mas se ela colocasse um letreiro na fachada venderia muito mais.

Minha querida amiga Lucimar, Um pouco de lua, um pouco de mar

O mundo ficou triste ao perdê-la,Mas o céu ganhou mais uma estrela

Saudade da Lucimar

Atrás da Mantiqueira o sol dissolve-se. Vai ficando um aroma de cor escurecendo. E a silhueta da cordilheira fica tão amolada! Aposto a primeira estrela que há alguém ali trabalhando com um esmeril. Oferecendo às curvas dos morros um aspecto de ponta. Tanto é que dali espirram fagulhas fogosas por essa hora.

Mas com o escurecer as pontas da Mantiqueira perdem o fio. Escondidas que ficam no silêncio sem lua. A serra deita de bruços. E como não sofre de insônia irremediavelmente adormece. Quando nes-se estado sua respiração é densa e fria. E de sua penugem arborescente escorre um oxigênio puro e úmido.

De cá, a cidade iluminada e petulante insinua-se opulenta. Como se suas construções erguessem-se tal pirâmide ou torre mística num deserto cego e amaldiçoado. A Mantiqueira dorme. Dorme num silêncio volumoso. Alto. Alto porque é silêncio profundo e legítimo. Legítimo como barulho algum pode pretender-se.

Quando amanhece as maritacas avisam. Porém tudo é lento e acortinado por uma névoa tecida. Então a Mantiqueira usufrui de muita privacidade. As flores erguem as caras e abrem as pétalas reme-lentas. A umidade baixa e enjaula a matilha de poeira grossa. Eu só vejo além da névoa se imaginar. Se obrigar as coisas a existirem.

Com as horas da manhã a Mantiqueira não depende mais de mim. Não depende mais da crônica. Não depende. É Mantiqueira.

MantiqueiraRafael Alvarenga

Escuché o leí, en alguna parte,y concordé.La peor soledadEs la soledad compartilladaCuando nos miramos envueltos y solos.Solos por nosotros mismosEn nuestros nudosPor adentroEn los enlaces internos y reflejosProfundos, confusos e incomprensibles Que nos reflejeDolor! Cierta Dolor!

SoledadMarina Praça

Joel Pereira

Manutenção Elétrica, Industrial e Predial Montagem de Painés Elétricos

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Manutenção em Grupo Gerador - Automação em Gerador

Júnior (Diretor Técnico) - (24) 7836.3673 / (24) 3355.7446

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CNPJ: 11.022.454/0001-80Rua F, 61 - Fazenda da Barra II Resende - RJ