o ponte velha | janeiro de 2016

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RESENDE E ITATIAIA - Janeiro de 2016 Nº 237. ANO XX - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com 2016 - O ano do macaco de fogo O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é uma espécie de primata, endêmica do Brasil. Ocorre exclusivamente na Mata Atlântica brasileira, no estado do Rio de Janeiro, mas alguns autores já consideraram sua ocorrência no sul do Espírito Santo. Atualmente, são encontrados principalmente nas Reservas Biológicas de Poço das Antas e União, na Bacia do Rio São João (municípios de Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Macaé e Rio das Os- tras). São animais diurnos e muito ativos durante as primeiras horas da manhã preferindo os estratos mais altos da floresta. Os comportamentos sociais são muito semelhantes a de outros primatas. Vivem em grupos de até 8 indivíduos, organizados em grupos familiares. Trata-se de espécie em extinção. Os territórios variam em tamanho, podendo ter até 217 hectares de área. A fragmentação do habitat fez com que muitos territórios se sobreponham sobre de outros. São animais onívoros, se alimentando de frutos, invertebrados e pequenos vertebrados na estação chuvosa e de néctar, na estação seca. Tem um reper- tório variado de vocalizações, que são emitidas em contextos específicos. Dão à luz a gêmeos, depois de uma gestação de 129 dias. Os machos ajudam com o cuidado na prole, assim como crias de anos anteriores. Também conhecido por saguipiranga e sauimpiranga (do tupi sa’wi pi’rãga, que significa “sagui vermelho”). O nome “mico-leão-dourado”, em específico, surgiu quando um espécime foi levado para Paris para Madame de Pompadour, em 1754, e descrito por M.J. Brisson como le petit singe-lion, que literalmente, significa: “o pequeno mico-leão”. É o ícone da preservação da Mata Atlântica. (https://pt.wikipedia.org) Quando Deus voltou ao mundo, Para punir os infiéis, Ao Egito deu gafanhotos, Ao Brasil deu bacharéis. (Carvalho Neto, sec. XIX)

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Periódico local, Resende e Itatiaia, RJ

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Page 1: O Ponte Velha | Janeiro de 2016

RESENDE E ITATIAIA - Janeiro de 2016Nº 237. ANO XX - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

2016 - O ano do macaco de fogo

O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é uma espécie de primata, endêmica do Brasil. Ocorre exclusivamente na Mata Atlântica brasileira, no estado do Rio de Janeiro, mas alguns autores já consideraram sua ocorrência no sul do Espírito Santo. Atualmente, são encontrados principalmente nas Reservas Biológicas de Poço das Antas e União, na Bacia do Rio São João (municípios de Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Macaé e Rio das Os-tras). São animais diurnos e muito ativos durante as primeiras horas da manhã preferindo os estratos mais altos da floresta. Os comportamentos sociais são muito semelhantes a de outros primatas. Vivem em grupos de até 8 indivíduos, organizados em grupos familiares. Trata-se de espécie em extinção.

Os territórios variam em tamanho, podendo ter até 217 hectares de área. A fragmentação do habitat fez com que muitos territórios se sobreponham sobre de outros. São animais onívoros, se alimentando de frutos, invertebrados e pequenos vertebrados na estação chuvosa e de néctar, na estação seca. Tem um reper-tório variado de vocalizações, que são emitidas em contextos específicos. Dão à luz a gêmeos, depois de uma gestação de 129 dias. Os machos ajudam com o cuidado na prole, assim como crias de anos anteriores. Também conhecido por saguipiranga e sauimpiranga (do tupi sa’wi pi’rãga, que significa “sagui vermelho”). O nome “mico-leão-dourado”, em específico, surgiu quando um espécime foi levado para Paris para Madame de Pompadour, em 1754, e descrito por M.J. Brisson como le petit singe-lion, que literalmente, significa: “o pequeno mico-leão”. É o ícone da preservação da Mata Atlântica. (https://pt.wikipedia.org)

Quando Deus voltou ao mundo, Para punir os infiéis, Ao Egito deu gafanhotos, Ao Brasil deu bacharéis.

(Carvalho Neto, sec. XIX)

Page 2: O Ponte Velha | Janeiro de 2016

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2 - O Ponte Velha - Janeiro de 2016

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg. 12 . 923Concepção gráfi ca: Afonso PraçaEdição eletrônica: Lila Almendra

Edição: Marcos Cotrim24-98828. 5997

24- 99301 . [email protected]

www.pontevelha.com

Expediente

Joel Pereira

Publicação do Instituto Campo Bello

No Tempo do Fio do BigodeAntenor Ferreira

Antenor de Souza Ferreira (27/06/1913 – 25/01/1991), fi lho de Ernesto Francisco Ferreira e Alvina de Souza Ferreira, nasceu na Ponte dos Sou-za, no lado resendense do Rio Preto, na divisa com Bocaina de Minas.

Além de fi lósofo, An-tenor foi fazendeiro (Fazenda Leal e Carrazal) e político em Resende. Pela sua hombridade, foi um homem admirado e respeitado, tanto na condução de seus negócios pessoais, como na política. Vereador de 1967 a 1970, pelo MDB. Candidato a Vice-Prefeito na chapa do Noel de Oliveira (MDB), em 1970, – mesmo saben-do que perderiam para o francamente favorito José Marco Pineschi – apenas para manter acesa a chama da oposição.

Embora tivesse pouca instrução acadêmica, An-tenor era muito inteligente e portador de uma vasta cultura. Escolheu ser caipi-ra até no vestir e no falar. Usava um lenço colorido no pescoço, cujo pren-dedor/passador era uma cabeça de boi, esculpido em chifre. Falava o dialeto caipira-fl uminense, tanto é que me chamava de Joé e, ao nosso amigo comum Daniel da Cunha (meu tio), de Danié.

Antenor tinha um jipe willys, no qual eu peguei várias caronas para a Boca do Leão, onde morava o Danié, vizinho à Fazenda do Antenor. O jipe tinha um problema no radia-dor e vivia fervendo. De Resende na Boca do Leão, parávamos em três lugares, para completar a água do radiador. Em uma daquelas ocasiões, perguntei por que ele não mandava consertar o radiador. Ele riu muito e falou:

– Joé, faz tempo que eu tenho os cobre prá mandá consertá essa tranqueira. Mas se eu arrumá isso, não vou mais pará nesses lugá lindo que hoje a gente pára. Essas nesguinhas de mato às mar-gem desses corguinhos são muito bonita, e atrai pássaros e até memo bicho de pelo. Sempre vejo aqui uns gurun-di, umas paca, umas cotia ... Eu vô perdê o mió da viaje ...

Assim era Antenor, o fi ló-sofo. Como político, Antenor militou no MDB, porque era contrário à Revolução, em-bora tivesse muitos amigos militares. Uma das últimas vezes que o encontrei, ele tinha alugado a fazenda para um coronel, sobre o que não deixou de fazer uma brinca-deira, tão ao seu feitio:

- Olha, Joé, eu cansei de trabaiá prá esse Governo Militar, mas agora eu tô des-forrando, porque arranjei um militar prá trabaiá prá mim ...

Sítio do caboclo

Cornélio Pires

Pouco distante da aguada,no chapadão que além vira,

uma casinha barreada,de uma família caipira.

A cerca, de pau-a-pique,logo ao chegar se depara;

ao quadro dá um quê de chicuma porteira de vara.

No oitão da casa um poleiro,

e um leitãosinho a fuçar...e num canto do terreiro,

uma pedra de afiar.

Do telhado sob as beiras,o córrego de enxurradas,formado pelas goteiras,

no tempo das chuvaradas.

Num cocho perto da porta,come milho um punga baio,e um homem taquaras corta

para fazer um balaio.

E um caboclinho indolente,que baixinho cantarola,recostado no batentevai penteando a viola.

Abobreiras no cercado...

vagarosa uma caipira,tendo a peneira de um lado,vai colhendo cambuquira.

14673758/0001-03

AWAKE – A vida de Paramahansa Yogananda

AWAKE! Despertai!- Este é o novo fi lme que

estreou no Brasil no gran-de circuito de cinema, com sucesso de bilheteria, no mês passado. Baseada na obra “Autobiografi a de um Yo-gue” a produção americana, autorizada pela organização fundada por Yogananda (1893-1952), Self-Realization Fellowship, fi lmou em diversas partes do mundo durante 3 anos, visitando grupos de meditação e colhendo depoi-mentos de monges , devotos e simpatizantes da organiza-ção SRF. O fi lme traz ainda entrevistas com autoridades do laboratório de Harvard’s School, do Center for Science and Spirituality da Universidade da Pensilvania, do Choppra Cen-ter, além de George Harisson, Steve Jobs, etc.

Através de sua própria busca espiritual, Yogananda compartilha com o expec-

tador os esforços e desafi os em sua missão de disseminar técnicas de meditação cien-tífi ca devocional no Oci-dente, atraindo milhares de seguidores com a promessa de libertação, para além das limitações do mundo mate-rialista, levando à realização pessoal.

AWAKE impressiona pela força das imagens reais do Guru, que transmitem seu magnetismo e poder pessoal. Além das fi las e de diversas sessões esgotadas, houve aplausos ao fi nal da projeção e a plateia resistiu em deixar o ambiente, tomada pela emoção.

O fi lme segue em cartaz no Rio já há mais de 2 meses com sucesso... Seria ótimo se conseguíssemos trazer Awake para algum cinema de Resende.

Karla Carvalho

“Quero acolher em meu barco aqueles que espe-ram, sedentos,os que foram dei-xados para trás, e levá-los ao lago opalino de alegria iridescente onde meu Pai distribui as águas da paz.”

Page 3: O Ponte Velha | Janeiro de 2016

Janeiro de 2016 - O Ponte Velha - 3

Gustavo Praça

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Questão de tipo de ordemEm meados do século

passado, quando o Banco do Brasil funcionava onde é hoje o prédio velho da Câmara, havia tardes em que a calçada do Bar Atlântico se enchia de gente, fregueses e passantes curiosos, todos de olho no interior do Cartório do Terceiro Ofício, do outro lado da rua Cunha Ferreira. É que lá dentro tinha um sujeito se arrastando pelo chão, puxando-se pelos cotovelos, rastejando como um soldado na guerra. Era meu tio João contando aos funcionários sua última caçada. Pois bem: há alguns anos, um grande amigo do João - Norival Ribeiro Duarte - enviou ao Ponte Velha um artigo registrando o fenômeno, tão importante para os rumos da humanidade, como se verá. Vamos a trechos do artigo do Norival:

“João imitava com perfeição o piado do pássaro para atraí-lo até à sua posição de campana. Relatava com minúcias o aproximar do bicho, que se ouvia piando longe, vez ou outra, se aproximando, cada vez mais perto, o seu pio cada vez mais alto, o João respondendo a cada pio, pios que se ouviam até na esquina do Banco do Brasil, que ainda teimava em deixar o centro da cidade e que se localizava onde hoje funciona a Câmara Municipal.

Na sua narrativa, exprimia-se de corpo e alma, como se fosse um artista encenando uma peça e com uma perfor-mance que nenhum ator seria capaz de imitar. Abaixava-se atrás de uma mesa - como

se ela fosse uma pedra - e se escondia atrás de um canto de parede - como se ali fosse uma árvore - e piava daqui, piava dali, mudava de posição no interior do cartório, andando como se pisasse em ovos para, certamente, não quebrar algum galho caído e espantar o inhambu. Vez ou outra movimentava o braço esquerdo, como que se desvencilhando de um cipó, enquanto uma garrucha in-visível permanecia apontada para a frente na sua mão dire-ita. A platéia permanecia num estado que misturava torpor e curiosidade, na expectativa do desenrolar daquela fatídica aventura. Para o inhambu, claro.

Até que ele iniciava o des-fecho da história, que sempre acabava com o inhambu na mira da sua garrucha. Ele então fechava, bem fecha-dinho, o seu olho esquerdo, num ato que provocava um repuxo no canto da boca e que colocava à mostra seus

dentes cerrados. Então, imitando a sustentação da espingarda na posição de tiro, apertava o gatilho e explodia num violento buuum, como a imitar o barulho do tiro.

Terminava parecendo exausto, os ombros arquea-dos, a espingarda agora apontada para baixo e um sorriso de garoto maroto, vencedor de mais um jogo difícil. Corria, orgulhoso, os olhos pelo ambiente, numa verifi cação algo desnecessária sobre a credibilidade de sua façanha. Estufava o peito e com uma das mãos passava os dedos pela rala cabeleira, como a limpar algum cisco da mata ou, quiçá, uma bosta de passarinho. Acendia um cigarro, dava uma boa tragada e jogava a fumaça para o alto”.

A casa do tio João, na rua João Pessoa, tinha um pequeno zoológico no quintal dos fundos, que encantava a mim e a meu irmão. Bichos que ele pegava com armadi-

lhas no mato, alguns andando soltos, acostumados com ele. Tinha até um macuco, tipo de pequena galinha amarelada, muito arisco, que o tio João dizia ser o bicho mais difícil de caçar. Caçador bom, para ele, era o que tinha a manha de pegar um macuco. “Tem que fi car quieto, respirando muito devagar, deixando mosquito picar a tua cara sem mexer as mãos”. Tio João também era pescador, saía de canoa no Paraíba e trazia Dourados que tia Quiquita assava para a família.

Então, o tio João estaria errado na ordem de hoje, que diz que não pode caçar. Só que ele tinha amor pelos bichos, pela mata e pelo rio, porque se relacionava com eles. Tio João estava exercen-do uma herança da tradição indígena que ainda está presente no povo da roça. Um amor que mata, mas um amor. Hoje o amor pela na-tureza é platônico, fi ca num

Parque sem Homem, num provável futuro Museu da Água - imenso aquário com as espécies que “havia” no Paraíba (de arquitetura com marca de governo)-, tudo isso podendo ser acessado no celular. Não interessaria ao tio João... A ele interes-sava o rio vivo, onde podia discutir sua relação com o Dourado; a mata, onde apoi-ava a mão na textura de cada árvore, conhecidas não só pelo nome, mas pela pessoa.

E a natureza se defende do desamor e nos ataca, como observou o Gilberto Freyre a propósito da mono-cultura de cana no nordeste: “a defesa mais terrível do mato contra o homem do canavial foi talvez a que se exerceu através do mos-quito ou da muriçoca, com a transmissão do impalud-ismo e das febres, através também dos vermes da terra e das águas dos rios”. Hoje, desconfi amos que os virus cada vez mais fortes que nos trazem os mosquitos têm a ver com o nosso estupro à natureza ao invés de nossa relação pessoal com ela. É sintomático que se tenha suprimido o amor do lema “Amor, Ordem e Progres-so”, de Augusto Conmte. O Ordem e Progresso é a maior bandeira, dizia o poeta Chacal. Uma ordem racionalista não comporta mesmo o amor. O amor é sempre pessoal, não cabe em instituições.

Nossa salvação está condenada ao romantismo e à arte, não às linhas de produção. Como ensinava o tio João.

João Batista Debret (1768-1848),Caboclos ou índios civilizados

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Centro Cultural EstalagemPS- Parabéns ao Jazz Village, em Penedo, que comemorou 10 anos sempre trazendo grandes músicos para nossa região. Dias 29 e 30 de janeiro tem o pianista Márvio Ciribelli a partir das 21h.

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4 - O Ponte Velha - Janeiro de 2016

Dr. Rafael Procaci

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ITATIAIA em Pauta

Enquanto existir petróleo, vamos respirar fumaça, mesmo com a melhoria da tecnologia usada na fabricação de motores considerados menos poluentes. Mas quem garante que esses motores são efetivamente menos poluidores? Se fossem, uma das gigantes da indústria automobilística não teria necessidade de alterar o software que mede a carga de poluição lançada na atmosfera pelos seus “modernos e efi cazes” motores. Não foi exatamente isso que fez a Volkswagen? A conferên-cia de Paris decretou o início do fi m da era do Petróleo.

Não precisamos de conferências mundiais para começar a agir para melhorar a situação das mudanças climáticas. Temos dever de casa para fazer, basta vontade e competência. Refl orestar o que foi desmatado, e que hoje está abandonado, é o primeiro a ser feito. Mais fl orestas signifi cam mais chuvas regulares e menos ar poluído. Isso passa pelo poder municipal e pela mobilização da sociedade.

O Vale do Paraíba, desde a sua ocupação original, vem sendo vítima da monocultura econômi-ca. Já foi a do café e hoje está sob o jugo da nômade e instável indústria automobilística. Nossos dirigentes políticos, principalmente prefeitos e governadores, consideram mais prioritário plantar fábricas do que fl orestas. E fazem isso de forma ditatorial, sem ouvir a sociedade civil, adulterando as vocações naturais dos municípios. A Rede Médias Cidades (ReMeCi), em pesquisas realizadas por onze universidades, retrata bem os efeitos danosos dessa equivocada política que hoje vigora na antes bucólica e aprazível Região das Agulhas Negras.

Por analogia, vemos o Rio Paraíba, e demais rios brasileiros, como uma conta bancária con-junta, onde os correntistas (municípios) não se conhecem, não se falam, sacam sem avisar aos demais e nada depositam (investimentos em proteção ambiental). Resultado: a conta está zerada, e em algumas épocas do ano fi ca no negativo (volume morto).

A crise hídrica que enfrentamos não será resolvida apenas com a ajuda de São Pedro. Mesmo com a ajuda divina, vamos ter que fazer a nossa parte. Chuvas ocorrem com mais regularidade onde existem fl orestas. O Brasil assumiu no encontro de Paris compromissos de recuperação de áreas degradadas, e isso passa, entre outros, pela plantação de fl orestas.

Infelizmente, pela nossa cultura do curto prazo, do realizar sem planejamento, do iniciar e con-cluir dentro de um mesmo mandato, políticos não são sensíveis às ações de longa duração. Plantar fl orestas signifi ca recuperar o solo, produzir, plantar e acompanhar o crescimento de milhões de mudas, entre outras ações, e auferir os lucros decorrentes da venda de produtos e serviços ambientais. Os investimentos necessários serão expressivos, gerando milhares de empregos sustentáveis, melhorando o desempenho da economia regional. Estamos tendo a oportunidade de começar a exercitar a tão decantada e tão pouco praticada economia verde.

Podemos transformar o Vale do Paraíba, através das técnicas do consórcio agricultura, pecuária e fl oresta, em um dos maiores celeiros do país. Isso signifi ca aumentar a capacidade de seqüestro de gases de efeito estufa, melhorar a proteção do solo, produzir alimentos mais próximos dos principais centros de consumo, reduzir as emissões decorrentes da diminuição da quantidade e do tempo das viagens de transporte de alimentos, inserir o país na economia da fl oresta em pé, geran-do milhares de empregos, e elevar e melhorar a qualidade do nosso PIB (Produto Interno Bruto).

A economia da fl oresta em pé, de onde são extraídos princípios ativos, fármacos e essências para a produção de cosméticos e alimentos, entre outros produtos e serviços, movimentou, apenas em 2014, R$ 20,8 bilhões em regeneração fl orestal e extrativismo, segundo o IBGE. De acordo com a Bioamazônia, uma rede de laboratórios de pesquisa, o nosso mercado de biotecnologia é da ordem de US$ 500 bilhões por ano.

Um dos compromissos assumidos na conferência de Paris é injetar na economia dos países pobres e em desenvolvimento US$ 100 bilhões por ano. Por que, então, não começar desde já a elaborar os projetos? Por que, então, não criamos um Consórcio Regional das Agulhas Negras para elaborarmos, em conjunto com todos os municípios da região, os nossos planos de ação? Se fi carmos na dependência dos nossos prefeitos e vereadores nada acontecerá. Eles não têm tempo. O tempo deles é usado para articulações, reeleições, nomeações, e promoções pessoais. Portanto, cidadãos conscientes de Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis, mãos a obra. Enquanto isso, vale relembrar Caetano Veloso, em Sampa:

Do povo oprimido nas fi las, nas vilas, favelasDa força da grana que ergue e destrói coisas belas

Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelasEu vejo surgir teus poetas de campos, espaços

Tuas ofi cinas de fl orestas, teus deuses da chuva

Eliel de Assis Queiroz/Instituto Agulhas Negras (INAN)

Cientistas afi rmam que há 95% de certeza quanto à ação do homem sobre as mudanças climáticas. Alterações do clima sempre existiram, mas agora, segundo esses cientistas, a interferência humana está acelerando essas alterações. Poluição atmosférica mata, são cerca de dois milhões de mortos por ano, segundo a Or-ganização Mundial de Saúde.

Acordo do clima: Agora vai?Itatiaia intensifi ca ações do Plano de Contingência

Região de Maringá e Maromba ganha plano especial

Para prevenir e minimizar as conseqüências das fortes chuvas que vem atingindo Itatiaia, a Prefeitura, através da Defesa Civil, intensifi cou o Plano de Contingências do mu-nicípio, que é divido em cinco partes: inundações, deslizamentos, incêndios em parques, alagamentos e vendaval. A novidade deste ano é a criação de um plano específi co para a região de Maringá e Maromba, área que representa maior risco de emergências. Há também uma atuação temporária para a região da usina velha, localizada na Vila Benfi ca.

O Plano de Contingência foi elaborado conforme as características e necessidades do município, através de ações a serem executadas em caso de emergência. Para atender com maior rapidez e efi ciência, o plano conta com a participação da Guarda Municipal e de todas as Secretarias Municipais.

- O plano é executado durante todo o ano e serve para prevenir e diminuir as causas de um eventual acidente natural. O período mais crítico é entre os meses de dezembro e março e já estamos tomando todas as providências, como a colocação de placas de aviso nos rios e cachoeiras”, explicou o coordenador da Defesa Civil do município, Renato Henriques.

A população pode solicitar socorro através da Guarda Civil, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelo telefone ,3352-1134 ou pela Guarda Municipal, a qualquer hora, no 3352-6752.

Morador pode ajudar a Defesa Civil

A Defesa Civil está montando um núcleo de voluntários para auxiliar os bairros e comu-nidades em casos de emergência. Os interessados devem ter mais de 18 aos e procurar o órgão portando comprovante de residência, CPF e RG.

Os voluntários passarão por curso preparatório para aprender como auxiliar, garantindo sua segurança. A participação do munícipe é importante para informar sua comunidade sobre possíveis emergências, agilizar os alertas de enchentes e deslizamentos e informar a Defesa Civil sobre as localidades atingidas.

- O morador voluntário irá proteger sua família e comunidade. Um ajuda o outro e juntos conseguimos agir mais rápido em uma emergência”, explicou Renato Henriques.

A Defesa Civil fi ca na Rodoviária Municipal, localizada na Rua Wanderbilt Duarte de Barros. S/N, Centro, funcionando de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h. Telefone 3352-1151 e 3352-1134. (Com Jornal Fato Real)

PM tem novo comandanteO tenente-coronel Paulo Roberto Neves Junior, que assumiu o comando do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM) no último dia 8, prometeu policiamento ostensivo nas quatro cidades cobertas por seu batalhão, Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis. O comandante anterior, o tenente-coronel Wagner Cristiano Moretsohn, segue agora para o 10º BPM, em Barra do Piraí. — Já conheço alguns lugares por já ter passado por aqui e o Moretsohn me deu algumas informa-ções. Sou intransigente com algumas ações relacionadas a tráfi co. Ocupei a região mais perigosa de Angra dos Reis, a Sapinhatuba, e implantei o Gate lá. Esse é um grupo armado com fuzil pronto para ações nas comunidades e não descarto fazer o mesmo aqui, disse o comandante, que é campeão de tiro e mestre atirador e teve sua primeira experiência à frente de um batalhão em Resende, entre os anos de 2010 e 2011. (Com Jornal Beira Rio)

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Janeiro de 2016 - O Ponte Velha - 5

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O ano de 2016 começa com uma sensação de dívida. É como se 2015 não tivesse acabado. Não há o que co-memorar, a não ser o fato de estarmos vivos, com saúde e de alguma forma mais ma-duros. As dívidas a que me refi ro não são apenas aquelas que todos pagaremos com o suor de nosso trabalho. Dí-vidas oriundas da irrespon-sabilidade e a ação criminosa dos poderosos neste País. De pessoas que deveriam ser exemplos a serem seguidos. De supostos líderes mas que não passam de malfeitores, chefes de quadrilha, como bem dito “detratores da Pátria”. Nossa sina... Estou falando das dívidas mais próximas, aquelas que temos que cobrar também.

Para a Câmara de Vere-adores de Resende , 2015 não acabou. As dívidas são imensas. No dia 17 de dezembro, a Corte carioca concedeu habeas corpus aos detidos preventivamente pela justiça a pedido do minis-tério público acusados de fraudes e desvios de recursos na Casa. A única exceção foi aquele fl agrado pelas câme-ras de segurança subtrain-do, no feriado de fi nados, documentos do sindicato dos comerciários de Resen-de. Um dia após ser liberado pelo mesmo instrumento por, segundo a sentença do desembargador Ciro Dar-lan: “Não oferecer risco as

Otanes Solon

2015 - O ano que não terminou...

investigações…” Sentença dada em um plantão, de maneira quase automática, como pressupõe os instru-mentos legais que resguarda os direitos dos inocentes e a impunidade dos culpados. Porém o que faz a justiça ser tão efi ciente e veloz para alguns, isso ninguém sabe, apenas se especula.

Voltando aos nossos devedores, neles estão os servidores da Câmara e os nossos vereadores. Estamos pacientemente aguardando o desdobrar dos aconteci-mentos. Em relação aos três vereadores afastados, Kiko Besouchet , Bira Riton e Mirim, prosseguem os traba-lhos da comissão de sindi-cância instalada para verifi car se há elementos sufi cientes para abertura de processo

de cassação dos mandatos dos afastados por quebra de decoro a ser movido pelo Conselho de ética da casa e em seguida votado no plená-rio da Casa. Pouco antes do recesso a comissão pediu di-lação de prazo, pelo período de 30 dias, para concluir essa fase do processo, ou seja, de tão alta a dívida foi pedido mais tempo. Sem problemas, mas que não se enganem , esta dívida será cobrada por todos, com os devidos juros. A comissão está ouvindo pouco mais de duas dezenas de funcionários da casa afas-tados, segundo informações, sem vencimentos. O clima de fi nal de ano foi horrível e não tem como melhorar sem o trabalho sério e efi caz dos vereadores, hoje os maiores

devedores do município. Não foram eles capazes de fi scalizar de maneira apropriada a aplicação dos recursos públicos sobre sua responsabilidade direta, imagine sobre os recursos geridos pelo executivo muni-cipal… A maioria optou pela profi ssionalização de suas funções, além de transformar seus mandatos em empre-go tendo o prefeito como patrão. Creio que esses serão os maiores surpreendidos nestas eleições. Falando em eleições, neste caso quem está devendo é o cidadão. De um lado há necessidade de valorizar o voto, pensar e refl etir antes de entregar a alguém as responsabilida-des sobre parte signifi cativa de nossas vidas. Por outro, falta por parte dos cidadãos mais capazes e preparados a apresentar seus nomes. Se mostrarem de fato disponí-veis a defesa do público e do coletivo. Serem menos egoístas e mais generosos.

Enfi m 2015 está aí a nos assombrar, temos um ano duro pela frente. Rezemos um Padre Nosso, para que o Altíssimo venha a perdoar nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedo-res. Para que isso seja pos-sível, porém, é necessários o arrependimento sincero, a verdadeira conversão e a fé. Que Deus ilumine a todos em 2016.

Somavilla

O convés de uma nau muito além do Bojador;a dor na sala vazia em Itabira; o campo emum sertão de Minas feliz porque choveu...

Visito com a alma estes templos da poesiaousando deixar por lá senti-mentos vividos,sedimentos com iridescentes cores de minhavã poética: Palavras, imagens que se perdem,pantomimas mambembes que se esvaem na cena, mas que alardeiam ainda que a alma vale a pena...

SedimentosSentimentos

Ilustração- Alberto da Veiga Guignard, Os noivos, 1937

Francisco de Goya,Cronos devorando um fi lho1819-1823

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6- O Ponte Velha - Janeiro de 2016

Em 1946, prosseguindo uma luta iniciada há 30 anos, Monteiro Lobato publicou O escândalo do petróleo. No Prefácio de Caio Prado Junior, encontramos aquela forma de ver o problema do desenvolvimento nacional, enquadrado na luta entre trusts imperialistas, típicos das relações de poder no mundo moderno, e o nacionalismo in-dígena. Um sistema de poder internacional a usar métodos de submissão de países fracos de uma “fraqueza econômica que degenera facilmente numa fraqueza moral exposta sem defesa à mais vil corrupção”.

Para Lobato - e tantos após o escritor de Tau-baté-, “o petróleo é o sangue da terra, a alma da indústria moderna, a efi ciência do poder militar, a soberania, a dominação. Sem ele, sobra a escravi-dão dos povos.”

Por que escândalo? Porque mesmo dentro de uma década nacionalista como a de 1930, órgãos do Estado como o DNPM (Departamento Na-cional de Pesquisa Mineral, antigo Serviço Geoló-gico) eram, segundo o livro de Lobato, dirigidos por técnicos vendidos aos interesses estrangeiros e afi rmavam que no Brasil não havia petróleo. Contra um somatório de evidências que se acu-mulavam desde a década de 1910, os “Interesses Ocultos” conseguiam assegurar a dependência energética.

Do achamento do petróleo de Lobato na Bahia, em 1939, até o pré-sal, passando pela criação da Petrobrás e pelo debate entre desenvolvimentis-tas e entreguistas nos anos 1950 e 60, a história da construção de cadeias produtivas estratégicas no Brasil torna difícil tirar as razões de Monteiro Lobato.

Em Resende, a tese desenvolvimentista foi incentivada pela destinação estratégica do Vale do Paraíba fl uminense feita por Vargas (aqui se implantaram órgãos de Estado e marcos simbóli-cos como o Parque Nacional do Itatiaia, a Escola Militar de Resende, a Companhia Siderúrgica Nacional), e abraçada pelas lideranças do PTB: Geraldo Rodrigues e Augusto de Carvalho entre outros. Mas basta ler as entrevistas de Fragmentos da História de Resende (Org. Maria Celina Whately e Marina Beviláqua, Ed. Aciar, 1994) para verifi car que o pensamento nacional-desenvolvimentista era unanimidade entre os políticos locais, mesmo os do PSD e UDN. Era cultura política.

A luta contra a “cunha” paulista cravada no tronco desenvolvimentista pelos “interesses ocultos”pode ser também representada pelo Grupo de Itatiaia, embrião do ISEB (Instituto Su-perior de Estrudos Brasileiros), que foi articulado em agosto de 1952, e que se reunia na sede do Parque Nacional, estimulado por Getúlio Vargas. Daí originou-se primeiramente, o Instituto Brasi-leiro de Economia Sociologia e Política (IBESP) em 1953, e sua Revista, os Cadernos de Nosso Tempo, marco teórico do pensamento nacionalista no Brasil.

É interessante considerar esse contexto, ao qual se pode acrescentar o nacional-desenvolvimentis-mo dos governos militares, em contraste com a transnacionalidade dos últimos governos tucanos

O petróleo talvez seja nosso

e petistas, tributários do Foro de São Paulo, Con-senso de Washington, Clube de Florença e outras alavancas da governança global. Ganhe um ou ou-tro grupo, a “cunha paulista” parece permanecer intocada, dando perspectiva ao caso do petróleo e seu vínculo com a soberania brasileira e a autono-mia municipal.

Recentemente, o governador Pezão reeditou, com outros títulos, a chamada Lei Noel, que per-mite cobrar ICMS sobre a transferência do óleo extraído para as distribuidoras. A Lei 4.117/2003, sancionada pela ex-governadora Rosinha Garoti-nho, foi objeto de Ação Direta de Inconstituciona-lidade, e as apelações do então deputado Noel de Carvalho jazem até hoje sob a toga do juiz Celso de Mello sem julgamento.

O Ponte Velha foi ouvir o ex-deputado para tentar entender o que signifi ca tal postergação para o Estado do Rio e para Resende. Em cálculo rápido, a demora em julgar uma “causa pratica-mente ganha”, diz Noel, impede a entrada de R$ 1 Bilhão por mês nos cofres estaduais, e em torno de R$ 200 Milhões na receita de Resende. “Em vez de fi car discutindo royalt ” (conceito sem natureza tributária), pondera, seria mais vantajoso pressio-nar o “juiz paulista” a reconhecer o óbvio e trazer para o município verbas que “resolveriam nossos problemas de educação, saúde e segurança”.

Tudo começou, segundo ele, na Constituinte em 1988, a partir da Emenda do então deputado José Serra que previa a cobrança do ICMS no destino em operações interestaduais. Mesmo oferecendo

O grande mal do país é o mau-caratismo, seja em que partido for.

O meu partido é o Brasil, é o Estado do Rio, é Resende.

Com a receita do ICMS cobrado no momento da extração do petróleo muda a história

completamente!

Emenda Supressiva, Noel perdeu para Serra, con-tando com a omissão de parte da bancada fl umi-nense (Cesar Maia, Marcio Fortes e outros, que não foram votar). “São Paulo é muito poderoso”, comenta...

O fato é que a Constituição de 88 inseriu a regra de imunidade nas operações interestaduais (art. 155, §2o, X, b), que na prática foi prejudicial aos estados produtores, principalmente ao Rio de Janeiro.

Entretanto, prossegue Noel, “há uma operação que não é interestadual: a remessa do produto extraído para as distribuidoras; o que confi gura, de fato, circulação de mercadoria”, tese para cujo embasamento recorreu ao estudo dos renomados tributaristas, Helenilson Cunha Pontes, André Martins de Andrade e Leonardo Mussi da Silva, que foi intitulado Regime Jurídico-tributário da Extra-ção do Petróleo (Rio de Janeiro, Maio de 2003). Na Conclusão, afi rma, em doi dos quinze itens: “Não há qualquer óbice constitucional a que os Estados editem leis estaduais prevendo a tributação pelo ICMS da operação de extração do petróleo”; e acrescenta: “O ICMS é tributo que incide sobre operações de circulação de mercadorias. A extra-ção de petróleo constitui o primeiro momento do processo circulatório do petróleo”.

Posto isso, ofereceu à Alerj o Projeto de Lei n. 407/2003, aprovado por unanimidade e transfor-mado na Lei n. 4.117 de 15 de maio de 2003 que autoriza a cobrança do ICMS “sobre operação de extração de petróleo, quando a mercadoria pas-sar pelos Pontos de Medição da Produção, com alíquota de 18% etc. etc.”

A sequência da história já é conhecida. A Procu-radoria da República ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade que levou a governadora Rosinha a suspender a Lei Noel.

Há um ano, o Deputado Luís Paulo Corrêa da Rocha - “um dos políticos mais sérios que co-nheço”, avalia Noel - reapresentou a lei, agora sancionada pelo Governador Pezão. - Vamos ver se agora implaca... Tomara que o Pezão consiga!, conclui o entrevistado.

Perguntamos sobre sua condição de possível herdeiro do pensamento desenvolvimentista de seu pai, Augusto de Carvalho, e a aparente contra-dição que signifi ca seu recente ingresso no PSDB, partido cada vez mais distante dos ideais de Covas, Montoro e do próprio diapasão brizolista que o projetou pelo PDT na “luta pelo petróleo”. Sua resposta se resumiu numa sentença aparentemente fácil: - O grande mal do país é o mau-caratismo, seja em que partido for.

Getúlio Vargas discursa em Resende. Anos 1950.

Noel de Carvalho

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Janeiro de 2016 - O Ponte Velha - 7

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Gandara

Novo ano, nova oportu-nidade? Penso que sim, está em nossas mãos... Sempre esteve, desde Gandara, nascimento do budismo tibetano, olhando atrás, agora e imaginando amanhã, vejo uma história cíclica, são apogeus e derrocadas. Então o que estamos vendo por agora, além das fi lmagens de assaltos continuados no centro do Rio de Janeiro agravadas pelo treinamento de guerrilha urbana. Minis-trado a luz do dia em espaço público aos novos crimi-nosos. Estupros praticados pelos refugiados acolhidos na virada do ano em Alema-nha. Penso no corajoso Papa Francisco quando aborda procriação desenfreada, quais coelhos irresponsáveis fabricam permanente dese-quilíbrio social. Velha regra de que casais devem fazer os fi lhos que sejam capazes de alimentar e educar. Onde Alimentação não sendo esmola e Educação não é aprovação automática...

Profecias que indicam fi m do mundo, como Pavarri-cini, citado recentemente nas redes sociais fazem-nos pensar realmente nos ciclos anteriores, começo e fi m de Roma, etc. Ocorre que agora vivemos nosso tempo, pelo qual somos efetivamente responsáveis. Paranormali-dade à parte, vamos encarar os fatos, o que desejamos realmente é nossa virada de página? Trocando em miúdos, concordamos em perder a civilização alcança-da para o começo de outra?

Conceituada telinha e jornais iguais trouxeram os fatos do início, não adianta pensarmos em polícia ruim, pois que ela por aqui prende os mesmos repetidamente, igualmente soltos pelo siste-ma judiciário/penitenciário exausto e obsoleto. Culpa-dos são políticos irresponsá-veis que permitiram o nascer e proliferar de marginais, buscando seus redutos eleitoreiros a qualquer preço. Teremos em breve Olimpí-adas, qual será a estratégia de segurança, talvez como Cleópatra ordenando seu exército livrar-se dos men-digos e delinquentes às margens do Nilo, quando da visita de seu amado dissi-dente romano Marco Antô-nio? Como bem mostram as novelas, talvez não funcione mais por cá, vez que nossos bandidos estão organizados em células internacionais da pior espécie. Com as facili-dades de comunicação terro-rismo, tráfi co, contrabando e política estão integrados

profi ssionalmente. Acidente aéreo Eduardo Campos?

Coreia do Norte faz experiência com bomba nuclear de alta performance destrutiva e anuncia glorio-samente em sua rede TV. Existe realmente intercâm-bio de tecnologia nuclear com Irã? Estão realmente despachando o excedente do mundo árabe, ou infi ltrando novos colonos sob compai-xão da fachada terrorista? Enquanto isso nosso Brasil fecha hospitais e museus do ontem... Com novas pastela-rias chinesas abertas, fi quem tranquilos que teremos Olimpíadas, não sabemos se com resultados comprados como das Copas de Futebol. Em tempo, teremos também Carnaval, aquela festa mais linda do planeta.

Lembro que o reino de Gandara durou do século VI a.C. ao século XI d.C. Depois que foi conquistado por Mahmud de Ghazni em 1021, o nome Gandara desa-pareceu.

Ao Jornal O Ponte VelhaOs meus cumprimentos à equipe desse Jornal pelas ma-

térias veiculadas em sua edição de nov.2105. A coluna do Gustavo Praça sintetizou, brilhantemente, o sentimento de muitos seres humanos, já nem digo brasileiros, que não sabem como ‘fugir’ desta cultura da mediocridade. A home-nagem ao Nhô Mané me fez lembrar de meu pai que, todas as manhãs, ao fazer o café, ligava o rádio de válvulas para curtir as suas músicas. Já, João Alberto Stagi, em A Culpa é da política ou dos políticos?, faz um chamamento que considero de fundamental importância: que os verdadeiros políticos se apresentem, caso contrário, o espaço será ocupado por aque-les que só pensam em proveito próprio. O prof. Rosel Ulisses S. e Vasconcelos, ah! me fez ter vontade de reler Mário de Andrade. Já Otanes Solon e Zé Leon, com maestria, tocam no assunto que vem fazendo ‘sangrar’ o coração de todos os resendenses: a corrupção na Câmara Municipal. Martha Carvalho, sempre hors concours, com seus textos que despertam os nossos sentimentos.

E, talvez, não seja a única mulher de raízes portuguesa, indígena e africana que crê no que você denominou “decan-tado candidato a mito cult da militância afrodescendente.” Assim, (1)outros grandes mitos brasileiros têm a sua existên-cia questionada. Muitos dizem que Tiradentes “é um herói inventado” e, no entanto, foi retratado como Jesus Cristo e não se sabe se ele morreu, mesmo, em 21 de abril. E nin-guém questiona o feriado nacional. Por que sobre Dandara precisamos saber onde nasceu, dia, hora, mês, nome dos pais, etc, para ser reverenciada pelo povo negro? (2)- Sabe-se, que durante os quatro séculos da escravidão negra, no Brasil, a luta do povo negro só não foi apagada da história ofi cial graças a alguns historiadores. (3)-Hoje, a mulher é discrimi-nada, poucas têm visibilidade, imagine, em 1694, sec.XVII. Inclusive, você só citou homens negros importantes: Grande Otelo, Pixinguinha, Mário de Andrade. Bem sintomático. (4)- Dandara, verdade ou lenda, é considerada uma das deusas do panteão africano. Ela representa para as mulheres negras uma defensora da liberdade, que protagoniza a resistência contra a discriminação por cor e gênero.

Em tempo: 1-nunca simpatizei com o conservadorismo de Gustavo Corção. Agora, após ler o excerto que você colo-cou, simpatizo menos. Respeito as opiniões contrárias, mas fi co com Amoroso Lima, Sobral Pinto, D.Hélder. Combater as injustiças, a pobreza, eliminar a miséria deve ser a luta de todos nós, independentemente, de fi losofi a ou ideologia. Como disse o grande humanista Betinho “A democracia é incompatível com a miséria.” Imagine se o Corção não fosse cristão! 2- Amigo, Marcos, eu sou “qualquer Sônia”, sim, que se considera mais Maria e “possui a estranha mania/ de ter fé na vida”... como canta o Milton Nascimento.

Deixei, por último, a coluna do amigo Marcos Cotrim. Iniciar um texto citando Clementina de Jesus, Rainha Quelé, para mim já é começar muito bem. Como fui citada por defender Dandara, mu-lher de Zumbi dos Palmares, gostaria de fazer algumas considerações. Não sei se academicamente corretas, se baseadas em fontes fi dedignas, se verdadeiras, ou não, mas nelas acredito. M

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Os textos budistas gandaranos são os mais antigos textos budis-tas e indianos já descobertos. A maioria deles foi encontrada em argila. Gandara é notável pelo seu estilo distinto de arte budista, uma consequência da mistura das tradições artísticas gregas, sírias, persas e indianas.

Degustação de vinho e músi-ca, Hadda, séculos I-II (https://pt.wikipedia.org/wiki/Gandara)

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8 - O Ponte Velha - Janeiro de 2016

Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil

HummmmmmmmmmE precisa de zica prá isso?Ô maiada,

diz-que a tar de zica vai dar numa geração de

sequelados ...

Antonin Artaud, dramaturgo e ator francês, sempre olhou o teatro não como diversão, mas como a experiência de um “jogo profundo”, dirigido não somente aos sentidos dos espectadores, mas a “toda uma existência”. “A rea-lidade vista ao mesmo tempo pelo direito e pelo avesso, uma alucinação escolhida como principal meio dramá-tico.”

Para Artaud o verdadeiro teatro é aquele que celebra um ritual onde todos, atores e plateia, estão compreme-tidos numa mesma intensi-dade.

“Nós arriscamos nossa vida no espetáculo que acontece em cena, se não tivéssemos o sentido níti-do e profundo de que uma parcela da nossa vida está empenhada em cena, não acharíamos necessário levar mais longe a experiência”. “Ta Azor” é o espetáculo proposto pela “Cia. Da Ação!” a partir das ideias deste genial artista, onde as quatro atrizes celebram um ritual, hora representando o próprio

“Ta Azor!”

uma alucinação escolhida como principal meio dramá-tico.”

Para Artaud o verdadeiro teatro é aquele que celebra um ritual onde todos, atores

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Artaud e outras personagens, hora representando a si mesmas. Nesta arena prepa-rada para repensar a vida e obra de Artaud, pretendemos comungar com a plateia toda esta intensidade a que o autor nos convida. O senso comum olha Artaud como um louco, ele escreveu grande parte de sua obra internado em mani-cômios, porém nós da “Cia. Da Ação!” encontramos uma

extrema lucidez em suas ideias. “Lucidez” seria o nome original deste espetáculo, porque acreditamos nas ideias do autor e olhamos para seus escritos não como se um louco os estivese elaborado, mas como as ideias de uma pessoa lúcida e contemporânea, que fala para a plateia do nosso tempo.

A peça será apresentada em Pene-do, entre os dias 20 e 24 de janeiro, as 20h30m, no Galpão Espaço Mix, Avenida Penedo, 1450, em Penedo, RJ. A partir das 19h serão projetados vídeos de dança e do movimento expressionista e o bar do espaço es-tará aberto. Os ingressos (R$20,00) podem ser comprados no próprio local. (Com Lu Gastão - CCMM)

Peça de dança-teatro a partir da obra de Antonin Artaud

Exposição

“Resende, de Pontes, Rios e Sonhos”

Convidamos V. Sa. para visitar esta exposição que reúne ins-piradas fotografi as de Otacílio Rodrigues.

“Otacílio, o fotógrafo, é antes de mais nada um atento

observador das gentes de Resende, e do compasso que rege o tempo desta cidade”.

(Lu Gastão)

Local: Casa da Cultura Mace-do MirandaRua Luis da Rocha Miranda (Barão de Bananal), Nº 117 – CentroDe segunda à sexta-feira, das 12 às 17h30min (Período de 11 a 29 de janeiro de 2016)

Ângelo Márcio de PaulaPresidente da FCCMM

Agendamento de visitas pelo telefone 3354-6927

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Janeiro de 2016 - O Ponte Velha - 9

Marcos Cotrim Mari Biolchini

me viextenso, largo imensoinfiltrado, rodeado, ala-gadoje suis

meu amor, eu sou o solinvadindo seu quartoespreguiçando na camate chamando pro mar

sou o primeiro calor do diao verde das folhassou eu,o sal

sou todos os pássaroscantando juntosa canção de vibrar teu corpoa canção de fechar os olhosa canção de te levitar

no meu colo, meditas

em mim está teu sonoteu atoteu átomo

te acordo, rougee mesmo assim em mimrepousa.

“Je Suis’’

Ilustração- Pintura de Gustavo Rosa

MARIANA- Após 60 dias, a Samarco/Vale ainda não pagou a conta

Ah, o mundo que preparamos para a geração futura! Como não ter vergonha do presente que desfaz o futuro? Por séculos o Homem utili-zou a Natureza em função da própria sobrevivência. Excessos eram corrigidos pela Natureza. Exploração controlada, gradual, deixando ao meio possibilidades de recuperação! Mas veio a Revolução In-dustrial, tecnologia mal utilizada, vida “confortável”, lucro imediato. Cavou-se a terra em busca de minérios, as reservas esgotam-se. Temos que modifi car o presente, para que o futuro exista. É este o nosso presente para a próxima geração. Manifesto Verde, 1985.

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O declínio do Ocidente é aqui mesmoAs velhas perguntas de sabor socrático que balizaram a cons-trução do Ocidente tal como o conhecemos, isto é, com sua hegemonia sobre o signifi cado de civilização, parecem estar per-dendo o vigor do questionar. Quem sou? De onde vim? Para onde vou? questões que nos davam a sensação de estarmos na ponta de um fi o histórico tramado pelo logos grego, o di-reito romano e a ética judaico--cristã, que estão perdendo a capacidade de orientar-nos no labirinto da globalização e suas novas redes.Uma decadência vista por Spengler, na obra de que tomei o título deste artigo.

A proliferação de metas sub-jetivas e objetivos individuais, em vez de incrementar a cria-ção, ganhou enorme poder alie-nador com a difusão de meios de edição da imagem, pulve-rizando as representações de pessoas, valores e referências comuns, que historicamente nos deixavam presentes uns aos outros, arranjavam amizades, fundavam famílias, compa-nhias, vizinhanças. Hoje, edita--se o próprio umbigo, tediosa e afl itivamente, trazendo enorme confusão a respeito da relevân-cia de eventos e da importância dos fatos. Banaliza-se o sagra-do e se exalta o corriqueiro.

Os seres humanos não habitam apenas no espaço físico ou geo-métrico, vivem também, e simultaneamente, em espaços afetivos,

estéticos, sociais, históricos: espaços de signifi cação em geral. Michel Serres

Instituições como as Câ-maras de vereadores e as San-tas Casas consolidavam-se na sequência “natural” de redes de solidariedade que hoje entram em colapso. As crises pelas quais passam a Câmara e a Santa Casa de Resende podem indicar não só a falên-cia de “modelos de gestão”, agravada pela corrupção, e sim o rebote do niilismo em que se vai consumando o artifício de uma modernidade moldada pelo espírito da má-quina, com seu delírio calcu-lador e seu culto da efi cácia.

É trágico ver que toda uma geração não se sente mais herdeira do patrimônio

moral, espiritual, do Oci-dente, este horizonte mais universal do bem comum. Os meios que ela usa para participar nas novas redes virtuais não são apenas meios; são iniciações em uma ordem simbólica na qual as respon-sabilidades efetivas se diluem.

Uma geração que tem o po-der de editar a realidade virtual de suas circunstâncias acaba habitando em tribos cujos mitos são fabricados para o consumo imediato e o prazer efêmero. Não moram mais em cidades ou países. A perda das referências universais e suas competências para ingressar nos amplos debates sobre o

destino de seu tempo explica esta geração que se satisfaz com uma democracia nominal e com um consumo massifi ca-do, sem ideais mais exigentes.

Sintomática é a prometida reforma educacional, com sua base curricular nacional, que vem consumar a aliena-ção política embrulhada na aparente defesa das minorias marginalizadas. Alegando uma valorização de culturas americanas e africanas (quais dentre centenas?!) acaba-se por tirar o país, arbitraria-mente, da órbita dos clássi-cos. Um espécie de soberba misturada a burrice, com pretensão de vanguarda.A próxima geração, educada por esses bárbaros, certamente irá descobrir a América...

A que realidade corres-ponde, hoje, a ideia de mu-nicípio? O que é atingido, de fato, pelas intenções e diligências dos eleitores de Resende, Itatiaia, Porto Real? Tornaram-se palavras ocas, formalidades jurídicas, os nomes das cidades? Seus re-presentantes representam o quê?

Assegurada pelos votos de uma geração domesticada pelas escolas, a barbárie propagada pelas redes globalizadas pro-mete fortes emoções em 2016.

Receita de cerveja em caracteres cuneiformes.

Tábua de Ebla - Suméria

Cartonagem

A prima hábil, com tesoura e papel, pariu a mágica:emendadas, brincando de roda, ‘as neguinhas da

Guiné’.Minha alma, do sortilégio do brinquedo, garimpou:

eu podia viver sem nenhum susto.

A vida se confirmava em seu mistério.

Adélia Prado, Poesia Reuni - da, Siciliano, 1991

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10 - O Ponte Velha - Janeiro de 2016

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Recuperação da Bacia do Sesmaria prossegue

Realizou-se, no último dia 22 de dezembro, reunião da Unidade Gestora do Projeto Rio Sesmaria - PSA Hídrico, tendo por objetivo a hierar-quização das propriedades habilitadas para participa-rem do projeto. O encontro da UGP foi aberto aos parceiros, colaboradores, proprietários inscritos e demais interessados no tema. Estiveram presentes representantes da Agên-cia do Meio Ambiente de Resende - Amar, da The Na-ture Conservancy - TNC, do Comitê da Bacia do Médio Paraíba - CBH-MPS e da Ong Crescente Fértil, além dos proprietários rurais Lauro Maia Cavalcanti, da RPPN Fazenda Catadupa, e Andréa Maria Azevedo, da Fazenda Monte Alegre, uma das áreas habilitadas.

O engenheiro fl orestal Matheus Ambrósio, coor-denador técnico do projeto, apresentou os critérios de hierarquização adotados para fi ns de priorização das ações de conservação e restauração fl orestal que serão realizadas. Desta forma, de um total de doze propriedades inscritas, das quais dez foram habili-tadas, cinco estão seleciona-das para serem diretamente benefi ciadas. São elas: Sítio Mocambo, Núcleo Ban-deirante, Sítio São Jorge, Rancho Bela Vista e Fazenda Santa Helena, totalizando 60 hectares, sendo 20 de restau-ração e 40 de conservação fl orestal. As demais proprie-dades habilitadas, mas que receberam menor pontuação, passarão a compor um ca-dastro de áreas e poderão vir a ser atendidas em projetos futuros.

Andréa Azevedo recebe o mapeamento da Fazenda Monte Alegre, jun-tamente com Luis Felipe Cesar e Matheus Ambrósio - Crescente Fértil, e Ailton José Ferreira - Amar.

A próxima etapa acon-tecerá em janeiro, com a assinatura dos contratos dos cinco proprietários, o que possibilitará a elaboração do planejamento detalhado de cada área e o efetivo início das atividades de cercamento e, após, o preparo do solo para o plantio - no caso das áreas a serem restauradas.

O Projeto Rio Sesmaria – PSA Hídrico é executado pela Crescente Fértil, em parceria com a Prefeitura de Resende, e apoio da Agevap e do Ceivap. A iniciativa tam-bém conta com a parceria do IEAR/Universidade Federal Fluminense-UFF, do Sindi-cato Rural de Resende, do CBH-Médio Paraíba do Sul e do Inea-Instituto Estadual do Ambiente.

O projeto, a ser executado pela Crescente Fértil, é um desdobramento do Diag-nóstico Ambiental da Bacia do Rio Sesmaria, realizado de 2012 até meados de 2015, também com apoio da Agevap e do Ceivap, além do Funbio – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade.

O objetivo central dessa primeira etapa foi estabelecer diretrizes e ações prioritárias para recuperação e adequa-ção ambiental da sub-bacia hidrográfi ca do rio Sesmaria nos municípios de Resende (RJ) e São José do Barreiro (SP). (Com L. Felipe Cesar)

Decorrendo disso, o êxito do projeto nos dá uma perspectiva sobre a história ambiental da região, que foi pioneira nos fl uxos da cafei-cultura resendense, e abrigou as principais rotas do gado, ligando o sul de Minas ao Rio de Janeiro. (MCB)

A recuperação da Bacia do Sesmaria - que já se chamou Formoso, graças ao nome de um de seus formadores - é obviamente um grande passo do ponto de vista ambiental. Porém, não se deve esquecer o signifi cado histórico que o Projeto põe em evidência. Primeiramente, pelo aspecto

de regionalidade que o Vale do Paraíba, defi nido entre a Mantiqueira e a Bocaina, impõe às comunidades que nele estão situadas, dentre as quais as que margeiam o Sesmaria.

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Janeiro de 2016- O Ponte Velha - 11

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude de-dicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que afl ua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que afl ua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

Martha Carvalho Rocha

De MenorQuando encontrei a moça, ela esta-

va arrancando praga dos canteiros – gesto que se cumpria sem perguntas. Seu semblante era o de quem sofria de descontentamento. Ainda assim, conseguia ser doce, no seu descon-forto. Ela era de menor, apesar dos seus dezessete anos. Sua voz parecia um ralo aproveitamento musical – um canto ausente.

Pelejei para encontrar um modo de cuidar dela. Mesmo sem ela ter-me elegido. Contei que eu tenho o gosto por varrer casa, quintal. Preparar doces em calda, encher travesseiros com painas, recém-caídas da paineira. Gosto por ler, escrever e tocar piano. Por enxoval feito em casa à moda antiga. Gosto no fervor de Cristo, de encontrar Deus misericordioso e acessível. Ela se interessou por cada coisa e, assim, estabeleceu-se um rito diário.

Certo dia, eu dei de começar, como sempre, a entornar o caldo da gamela pro lado errado. Cheia das indagações, desandei tudo. Falei igual camarada que comenta, logo no primeiro estágio do gemido: somos todos tolos, menina, tolos! Loucos guarnecidos em modestos silêncios ou em rudes desencontros.

Há muita coisa para confundir você, garota de menor. Há dores escondidas sob as rugas. Há dores escondidas em nome do nada. Há também a beleza da lua cheia. Dias de bem-querência. Há dias de sede e fome. Água entornando a benzedura. Água com sabor de barro sujo.

Há os homens conformados e os que não aceitam a condição humana. E as coisas vão por aí, cumprindo as suas espécies, independentes de nós – os tolos!

Aqui nesse brejo ancestral, eu penso estar cumprindo o meu dever. Que dever fi lha? Que dever?

Nós, os mortais, estamos sempre à mercê de algumas coisas. Das coisas que passam muito depressa ou das

que não têm a menor importância. Não se preocupe com o que lhe vai dar riso ou tosse. Não se desgaste procurando o sentido da vida, pois que a vida não tem sentido... Você pode perder o fi o da meada, o fi o da conversa, o fi o de tudo, que diferença não fará a nada, nem a ninguém.

A nossa atrapalhação de existir deve ser a de querermos saber quem somos, de onde viemos, e para onde vamos? A nossa atrapalhação de viver é também a de só conseguir-mos amar o que conhecemos. Amar o que entendemos. Neste caso seria preciso o uso das metáforas, a crença no mistério e na magia.

Enquanto isto, querida, as estações do ano se sucedem a despeito de nós...

Costuma-se dizer: Isto aconteceu há bastante tempo. Tudo aconteceu há muito tempo, querida... Os ami-gos que tivemos e não temos mais, os que perdemos numa tarde erma,

para a morte ou para a vida; pode-mos marcar um encontro com eles, pra aquele dia que é chegado, mas não chega.

É possível, acredite, que se perce-bam sinais da existência, no encontro de duas águas que é quando renasce a correnteza. Com Deus chegan-do de boa vontade, ou sem Deus chegando. Pode ser uma desmedida alegria ou o vácuo absoluto! E o ego, o ego irresistível...

Apesar da bruteza do mundo, me-nina, ria... ria!

Escute bem: Há uma festa no céu para animais com asas. Crie as suas e voe!

Vá, vá... não siga as setas indi-cadoras ou você chegará a lugar nenhum...

Sobre o amor, ele morre logo de-pois do poente – do sol no ocaso.

A. V. Guignard,Marília de Dirceu,1957

Page 12: O Ponte Velha | Janeiro de 2016

12 - O Ponte Velha - Janeiro de 2016

Fala, Zé Leon: Data Limite

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Quando a gente acha que a humanidade chegou ao seu limite amoral, ético, de extrema maldade, de crueldade sem fi m, a gente é surpreendido sempre.

Meus poucos, mas fi éis leitores devem se lembrar de que há alguns anos saiu uma notícia de uma qua-drilha que falsifi cava remédio para tratamento de câncer. Veja bem, câncer, não era aspirina, xarope para tosse. Câncer. A pessoa doente, portador da mais terrível doença, tomando placebo. Meu Deus! Não conseguia imaginar o que se passa-va na cabeça de um assassino em série desses. Porque não era um vidrinho feito no quintal de casa. Era um esquema sofi sticado, que atingiu milhares de pessoas doentes. Genocídio.

Pois bem. Agora leio no jornal O Globo a notícia que alguns dos milhares de refugiados sírios, que morreram afogados nas suas ten-tativas de fuga, foi porque usaram coletes salva-vidas falsifi cados. E o mais grave. Quando entravam em contato com a água seu peso aumentava, acelerando o afogamen-to das pessoas. Homens, mulheres, idosos, crianças...

Esse preambulo todo foi pra falar de um vídeo que me indicaram. Um documentário de uma hora chama-do “Data Limite”, a partir de uma

previsão – ou profecia – psicografada pelo médium Chico Xavier, em 1972. Ela diz mais ou menos o seguinte (pode parecer incrível, fantástico, extraordinário, mas, repito, veio das mãos do maior médium brasileiro, Chico Xavier):

Em 20 de julho de 1969, quando o homem pisou na lua, uma reunião in-terestelar, presidida por Jesus, deter-minou que o planeta Terra, a partir

daquele momento, teria 50 anos para decidir qual caminho a percorrer. O da paz ou o da guerra. Cabe aqui uma observação minha: 1972 ainda vivia o fantasma da Guerra Fria e de uma guerra nuclear capaz de destruir toda a vida no planeta Terra.

Pois bem: se em 20 de julho de 2019 o planeta estivesse vivendo uma terceira guerra mundial, naves espaciais invadiriam a Terra e poucos seriam os escolhidos.

Tem um detalhe nessa profecia que me grila e me assusta: quase 47 anos depois, com a globalização, nem se fala mais em guerra nuclear de destruição total. Mas a cada dia que se lê que seres humanos falsifi -cam remédios para câncer, coletes salva-vidas, e que organizações terroristas como o Estado Islâmico globalizam cada vez mais o terror, acho que o espírito que o Chico psicografou, nem ele, nem ninguém, poderia imaginar o nível de cruelda-de a que chegamos. A humanidade escolheu o caminho da guerra.

Você acha no Youtube esse docu-mentário: Data Limite, e tire você, caro leitor, suas conclusões.

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Francisco Cândido Xavier (1910-1992)Chiste

Um advogado estava viajando pela BR quando um tatu atravessou a estrada bem na frente do seu carro. O homem parou para observar o bi-cho, que achou interessante. Então, decidiu colocá-lo no porta malas e seguiu viagem.

Lá na frente, uma blitz da polícia federal o parou. Pediram os docu-mentos e o fi zeram descer do carro e abrir o porta-malas.

O policial viu o tatu e falou:

— Cara, você é louco! Esse animal é selvagem, isso vai te dar cadeia. Se eu chamar a policia ambiental você está frito.

O advogado disse:

— Não é bem assim... Esse tatu é meu, de estimação. Está comigo desde novinho. Se você o soltar no chão, eu dou dois assobios e ele volta correndo. Ele é treinado!

O policial falou:

— Duvido! É impossível treinar um tatu.

— Então solta ele pra ver, disse o advogado.

O policial pegou o tatu e o soltou no chão. O bicho, é claro, correu para o mato e se escondeu.

O policial então falou pro advogado:

— Agora chama o tatu de volta!

E o advogado: “Que tatu?”