ponte velha - junho 2014

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RESENDE E ITATIAIA - JUNHO DE 2014 Nº 218 . ANO 20 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com J. P. VILHENA. “Canarinho” - Aquarela premiada Copa da Fifa: “A sombra das chuteiras imorais” Há uma relação nítida e taxativa entre a torcida e a seleção. Um péssimo torcedor corresponde a um péssimo jogador. De resto, convém notar o seguinte: — o escrete brasileiro implica todos nós e cada um de nós. Afinal, ele traduz uma projeção de nossos defeitos e de nossas qualidades. Em 50, houve mais que o revés de onze sujeitos, houve o fracasso do homem brasileiro. [...] A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: — temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas quali- dades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de “complexo de vira-latas”. Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a ser isso?”. Eu explico. Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender. Insisto: — para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão. Nélson Rodrigues, “À sombra das chuteiras imortais” Você já viu uma favela no Rio de Janeiro ou uma seca no Nordeste? Acha que eu vou gastar dinheiro com estádio de futebol? João Figueiredo, presidente do Brasil, a João Havelange, presidente da Fifa, em 1983

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Page 1: Ponte Velha - Junho 2014

RESENDE E ITATIAIA - JUNHO DE 2014Nº 218 . ANO 20 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

J. P. VILHENA. “Canarinho” - Aquarela premiada

Copa da Fifa: “A sombra das chuteiras imorais”

Há uma relação nítida e taxativa entre a torcida e a seleção. Um péssimo torcedor corresponde a um péssimo jogador. De resto, convém notar o seguinte: — o escrete brasileiro implica todos nós e cada um de nós. Afinal, ele traduz uma projeção de nossos defeitos e de nossas qualidades. Em 50, houve mais que o revés de onze sujeitos, houve o fracasso do homem brasileiro. [...]

A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: — temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas quali-dades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de “complexo de vira-latas”. Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a ser isso?”. Eu explico. Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol.

Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender. Insisto: — para o escrete, ser ou não ser vira-latas, eis a questão.

Nélson Rodrigues, “À sombra das chuteiras imortais”

Você já viu uma favela no Rio de Janeiro ou uma seca no Nordeste? Acha que eu vou gastar dinheiro com estádio de futebol?

João Figueiredo, presidente do Brasil, a João Havelange, presidente da Fifa, em 1983

Page 2: Ponte Velha - Junho 2014

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2 - O Ponte Velha - Junho de 2014

P O L I T I C Á L Y A

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg. 12 . 923 Arte gráfica: Afonso Praça

Edição: Marcos Cotrim

21-98833. 2248 24- 99301 . 5687

[email protected] www.pontevelha.com

Expediente

Cabo Euclides e Professor Silva

1. O PENSAMENTO DO MÊS: “A mão que afaga é a mesma que apedreja.” (Augusto dos Anjos)

2. RESENDE EM PRIMEIRO LUGAR, NO ESTADO DO RIO, NO INDICE FIRJAN DE DE-SENVOLVIMENTO MUNICIPAL - IFDM - Segundo informações da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, “O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) foi criado em 2008 tendo em vista a necessidade de se monitorar o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros. Sob a ótica das três áreas fundamentais ao desen-volvimento humano: Educação, Saúde e Emprego & Renda, o IFDM possui periodicidade anual, recorte municipal e abrange os 5.565 municípios brasileiros, uti-lizando exclusivamente estatísti-cas públicas oficiais. A leitura dos resultados é bastante simples: o índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade”.

O índice agora divulgado foi cal-culado com base no ano de 2011. Resende ficou em 1º lugar no Estado do Rio e em 134º no Brasil. O quadro ao lado mostra os 10 maiores índices do Esta-do do Rio.

O índice é calculado por uma instituição séria, segundo critérios técnicos, transparentes, livres de influência política, com reconhe-cimento nacional e internacional. A conquista será amplamente divulgada e, com certeza, ajudará a atrair novos empreendimentos para a nossa cidade. É um orgu-lho para Resende e demonstra o sucesso da administração Re-chuan.011 201 2011 2010 2011SaúdeMunicípios3. MANIFESTAÇÃO, SIM. VAN-DALISMO, NÃO - O inciso IV do artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil é bastante claro ao dispor que: “é livre o direito de manifestação, sendo vedado o anonimato”. O legislador constitucional, como

se nota, foi bastante sábio em admitir legítimos instrumentos de mudança da sociedade, desde que os manifestantes não se escudem no anonimato para depredar bens públicos ou particulares. Há, no artigo citado, um claro equilíbrio entre o direito de manifestação e o direito de propriedade, que muito bem po-dem conviver em uma sociedade civilizada. Este equilíbrio encam-pa a sabedoria popular quando diz: “nosso direito termina onde começa o direito do outro”. O uso de máscaras nas manifestações, segundo notáveis juristas, afronta o mencionado inciso IV do artigo 5º da CF. O uso de máscaras em manifestações culturais, como o Carnaval, Folia de Reis é per-mitido, pois o objetivo é festejar e reproduzir tipos comuns aos citados festejos. Muito diferen-te, portanto, de o manifestante esconder-se atrás de uma más-cara para depredar o patrimônio alheio, seja público ou privado.

Os vândalos, além de atacar o patrimônio alheio, costumam, também, atacar os policiais mili-tares. Estes valorosos servidores públicos, com pequenos salários, turnos de trabalho extremamente puxados, além do risco inerente à profissão, têm agora que conviver com um novo risco: de serem atacados com foguetes, pedras e até mesmos por lutadores de artes marciais. A continuar assim, nenhum jovem do bem vai querer ser policial militar. A profissão é de alto risco. O Globo de 26/05/14 noticiou que, neste ano de 2014, já morreram 29 policiais militares e 70 foram feri-dos. Quem entrará nesse vácuo? Acertou quem pensou no crime organizado, que infiltrará jovens membros nas polícias militares.

Para estes, compensará estar na PM, pois visarão um ganho indi-reto. Como se vê, o produto das manifestações violentas vai muito mais longe do que se pensa e prepara o caminha para o verda-deiro objetivo do vandalismo.Em nossa opinião, pessoas de bem respeitam o patrimônio alheio. Sabem que depredar ônibus pioram, ainda mais, o transporte público. Sabem que depredar vitrines e saquear lojas é uma falta de humanidade com os lojistas que conseguiram, a duras penas, montar o seu pró-prio negócio. Sabem que quebrar agências bancárias só dificulta a vida dos funcionários e clientes e oneram as tarifas. Imaginem que tipo de nova sociedade os vândalos desejam...Diante do exposto, consideramos que os partidos políticos e os candidatos que apóiam o quebra--quebra são, na verdade, inimigos de nossa sociedade. Precisamos dar um basta nessa gente do “quanto pior, melhor”, repudiando seus candidatos. A melhor res-posta que poderemos dar é não votar nesses radicais.

4. O SUPERINTENDENTE DE TRANSPORTE E TRÂNSITO PODERÁ SER RESPONSABILI-ZADO POR UM EVENTUAL ACI-DENTE NO INÍCIO DA AV. CEL. MENDES - Nós já alertamos, no último número do Ponte Velha, sobre a inconveniência de deixar uma distância de 300 metros sem uma faixa de pedestres, bem no início da Cel. Mendes, no coração do Manejo. Há uma faixa defronte o Grupo Oliveira Botelho e, depois, só há outra defronte a Casa Lotérica, 300 metros adiante. Foi suprimida a faixa que havia defronte o Rei dos Queijos, a 200 metros do Oliveira Botelho. Pior ainda: a faixa que existia foi pintada de preto, mas ficou uma sombra. Algumas pessoas acham que a faixa ainda está valendo, o que aumenta o risco de aci-dente. Do jeito que os “gênios do trânsito resendense” deixaram, está ruim para os pedestres e, também, para os motoristas. As pessoas continuam atravessando a avenida, só que sem a pro-teção de uma faixa. Alertamos, novamente, para o iminente risco de um atropelamento e, a partir daqui, o Superintendente de Transporte e Trânsito de Resen-

de ser responsabilizado por um eventual acidente no trecho de que falamos.

5. BOLSONARO VEM AÍ ?

Nas elei-ções de 2010, Jair Bolsonaro foi eleito para o seu sexto mandato de Deputado Federal,

desta vez pela coligação PP/PMDB/PSC, com 120.646 votos, sendo 2.656 votos em Resende.

Como se sabe, Bolsonaro é um ferrenho defensor dos ideais da Revolução de 1964. Tem fortes ligações com Resende, pois além de ter sido cadete na Aman, casou-se com uma resendense. Como Deputado Federal tem ajudado muito a nossa cidade, apresentando emendas em nosso benefício. Por exemplo, conse-guiu, recentemente, R$ 800 mil para a Santa Casa, além de duas retroescavadeiras e um trator agrícola e seus implementos para o nosso município, há algum tempo.

Existe um grande movimento para lançar Bolsonaro como candidato a Presidente em 2014. Achamos que será difícil o seu partido – o PP – sair da base política do Governo Dilma e em-barcar no projeto Bolsonaro 2014. Mas, se isso ocorrer, a aceitação da candidatura Bolsonaro vai sur-preender muita gente. Achamos que seria muito bom ter um can-didato para fazer um contraponto aos que querem transformar o Brasil em uma Cuzuela, uma cru-za de Cuba com Venezuela!

Caso seja novamente candida-to a Deputado Federal, sua base política aqui em Resende cresceu muito, existindo hoje muita gente boa trabalhando para ele.

6. RECHUAN GANHA MAIS UM PRÊMIO- Segundo texto da Prefeitura de Resende (com créditos de André de Oliveira), “o prefeito José Rechuan foi agra-ciado em 04/06/14, em Brasília, com o primeiro lugar na categoria Pequenos Negócios em Eventos Esportivos, na edição nacional do Prêmio Prefeito Empreendedor,

organizado pelo SEBRAE (Ser-viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) (foto). Em abril, ele já havia alcançado esta mesma colocação em nível Estadual, durante a oitava edição do Prêmio, durante cerimônia realizada no Palácio Guanabara, no Rio.

Resende concorreu com o pro-jeto “A prática de esportes fomen-tando o desenvolvimento através do turismo”, numa parceria entre as Secretarias municipais de Fazenda, de Esporte e Lazer e de Turismo”.

Rechuan é, inegavelmente, um sujeito competente e sortudo. Re-trato da definição de que “a sorte é a conjugação do talento com a oportunidade”.

7. SORAYA NÃO SERÁ CAN-DIDATA A DEPUTADO ESTADU-AL - Em mais uma demonstração de sua inteligência e sensibilida-de, Soraya não será candidata a Deputado Estadual, nas próximas eleições. Refletiu e decidiu não rachar a base política do Re-chuan, antigo parceiro de várias conquistas eleitorais.

Augusto dos An-jos (1884-1914) foi poeta precur-sor do modernis-mo e autor de um único livro: “Eu e outros poemas”. Dizia-se “cantor da poesia de tudo que é morto”

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Junho de 2014 - O Ponte Velha - 3

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modelos de predição do clima. Mas é essencial validar os

resultados do modelo, especial-mente quando a gente trata com sistemas complexos como o clima. É essencial que isso seja bem feito para que as predições sejam críveis. É frustrante que a ciência do clima não tenha sido capaz de validar corretamente suas simulações. Desde o fim do século XX, o aquecimento da Terra foi muito mais fraco do que os modelos apontavam.

SO: Mas o relatório do IPCC discute esses problemas com pormenor.B: Sim, o relatório faz isso, mas não de um modo suficientemente crítico. Ele não considera a larga defasagem entre os resultados da observação e das simulações dos modelos.

Imagine que o Sr. está num dia do mês de maio de 1914 e tenta produzir um plano de ação para os próximos 100 anos! Dificil-mente fará qualquer coisa que tenha sentido... O futuro é pre-parar a sociedade... adotar a nova ciência e as novas tecnologias de um modo mais positivo do que está sendo feito agora na Europa. Isso inclui, por exemplo, a energia nuclear e a obtenção de alimentos geneticamente mo-dificados para produzir o que o mundo precisa com urgência.

(http://www.spiegel.de/wissenschaft/)

Nossas roupas comuns dependuradasMinha filha,Fiquei sabendo de tua inten-

ção de me presentear com uma máquina de lavar roupa e uma secadora, compradas numa vaquinha com amigos. Agrade-ço muito, mas gostaria de outro presente, até bem mais barato: um varalzinho daqueles de armar e carregar acompanhan-do o sol. Hoje, já aposentado, tenho tempo para lavar a roupa na mão, e, como você viu na última vez que esteve aqui, eu instalei o tanque velho de con-creto embaixo do pé de jambo, perto da cozinha e do varal externo. O tanque de PVC que eu vinha usando na área de ser-viço me deixava de cara contra a parede, e sem sol. A parede até que não é ruim, tem sempre uma lesma, alguma formiga, uns cupins edificando um túnel nas ranhuras do chapisco, mas a falta de sol é grave.

E é bom usar o tanque de concreto, que estava jogado no mato por causa de um pedaço quebrado que não atrapalha em nada a esfregação - uma das tantas utilidades que têm as nossas mãos. Neste momento, aliás, eu aprecio a maneira que a mão pega no lápis: um dos lados do lápis se apóia na face interior do dedo médio, o lado oposto no polegar e a parte de cima no indicador. É um catoco de lápis com a superfície sextavada, o que facilita o apoio dos dedos. Coloquei uma borra-cha dessas que a gente veste na cabeça do lápis e vou corrigindo o texto na hora, apagando ou puxando uma chave na entre-linha, como se fazia no meu tempo de repórter, tempo de tanta tensão e ansiedade, e vou atentando também para os meus dedos com as unhas mais cresci-das, elas que viveram a vida toda completamente roídas.

O tanque de cimento tem uma superfície plana por cima da torneira e eu coloquei ali um vaso com uma avenca e um peso de vidro com o escudo do América incrustado, como se fazia nas mesas das repartições antes dessa era de móveis de plástico em que só cabem o CPU e o monitor. Tem passa-rinho e borboleta na área do tanque e do varal; o Quincas deita na grama enquanto eu lavo e de vez em quando eu acaricio a cabeça dele com o pé. A roupa fica muito limpa, por-que a gente vai vendo as tramas dos tecidos e esfrega mais onde estão as manchas. A esfrega-ção é um exercício, eu sinto o sangue circular rápido, me faz bem ao coração. O futebol acabou com os meus joelhos, não dá mais pra correr, e é com os braços que eu posso fazer movimentos mais bruscos. Ah, aqueles temperos que você plantou pra mim nuns caixoti-nhos estão num jirau de pau do mato que eu construí atrás do tanque. (Ando craque também na cozinha, outro dia te conto uma maneira muito fácil que eu descobri pra descascar abacaxi).

E depois, filha, essas má-quinas de lavar quebram à toa atualmente. Outro dia mesmo

a tia Lúcia teve que jogar fora uma lavadora e secadora de painel eletrônico que custou quase quatro mil reais e não tinha mais conserto. Você sabe que eu me separei da Telemar, rompi a relação cancelando o telefone fixo, e que há algum tempo não me preocupo mais com sinal ou velocidade de internet, vou numa Lan House em Resende quando preciso. Tenho me livrado desse tipo de dor de cabeça. Pelo menos de algumas dores os velhos têm mais capacidade de se livrar.

Então, me dê o varalzinho móvel, que é tão útil aqui nessa área de mata, e que prolonga o prazer de apreciar o trabalho do sol, e do vento, que brinca de empurrar o lençol. O ingresso para o fundo do quintal, pra sentar e ver, só custa o preço de envelhecer.

E não pense na pobreza como um mal. A miséria é um mal, não a pobreza - a análise do Joãozinho Trinta não teve profundidade nessa matéria. O ouro é uma coisa sem utilidade, como nos ensinou o Thomas More; não tem a utilidade do sol ou do tempo. Tendo tempo e sol está tudo certo. Bonito é um par ímpar de brincos, o sol numa orelha e o tempo na outra, uns brincos que só se percebe que você usa com a convivência.Um beijo do teu pai.

PS1: No meu último artigo no Ponte, sobre o Elon Bar, eu errei feio ao afirmar que o Élcio, dono do bar, não torce para o Vasco, embora tenha mantido na parede o escudo do clube colocado pelo português que fundou o estabelecimento em 1924. O Élcio também é doido pelo Vasco, desde os tempos do “Expresso da Vitória”.

PS2: Resende está ganhando uma boa extensão de ciclovias. Aí é para dar os parabéns ao tão malhado Ton Kneip.

Verde, que te quero verde

Em entrevista ao Der Spiegel online internacional, explica sua adesão à conservadora GWPF:

SPIEGEL ONLINE: Por que o Sr. escolheu a Global Warming Policy Foundation, conhecida como cética face às mudanças climáticas? BENGTSSON: Nós temos que explorar vias realistas para resolver os desafios dos proble-mas energéticos do mundo e as questões ambientais correlatas.

SO: O Sr. virou um cético do clima? B: Eu sempre fui cético e acre-dito que no fundo a maioria dos cientistas também é.

SO: Mas o Sr. não era alarmista há 20 anos? O Sr. estava errado?B: Eu não mudei no essencial. Eu nunca me considerei um alar-mista, mas um cientista crítico. Eu consagrei a maioria de minha carreira ao desenvolvimento de

O meteorologista sueco Lennart Bengtsson, ex--diretor do Max Planck Institute for Meteorology de Hamburgo, centro de pes-quisa climática engajado na

suposição do ‘aquecimento global gerado pelo homem’, fez duras críticas ao alarmismo verde.

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4 - O Ponte Velha - Junho de 2014

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Foi publicada a Lei nº 673 de 27 de maio de 2014, que dispõe sobre a emissão de ruídos sonoros provenientes de aparelhos de som instalados nos veículos automotores.

A Lei proíbe o som alto, acima de 50 decibéis nos veículos parados ou em movimento dentro do município de Itatiaia em horário diurno e noturno e quem insistir em desrespeitar a Lei pagará multa prevista no valor de 500 UFIR e caso o proprietário se recuse a abaixar o som aos níveis restritivos poderá ter o veículo apreendido arcando com eventuais custas de remoção e estadia do veículo.

O Poder Público tem um prazo de 60 dias a partir da publicação para regulamentar a Lei. (Com Voz da Cidade)

Contraponto 1- Louve-se a sensibilidade do governante face à agressão que esse tipo de “divertimento” significa. Mas 50 dcb ainda é muito, embora permitido por lei maior.

A implementação desse tipo de lei, por outro lado, esbarra na fiscalização deficiente na área da ordem pública, que a cultura da impunidade reforça.

O cidadão espera que outras formas de poluição, como a visual, também se tornem coisa do passado em uma cidade que tem o turismo como vocação.

A Casa da Cultura expõe desde o dia 11/6, móveis produzidos em pálete, objetos criados com pneus, latões e materiais em ferro, fotos da fauna e flora do município, além de figurinos produzidos pelos alunos. A exposição, aberta ao público, será aberta às visitas de segunda à sexta, das 09 às 21h.

A mostra já passou pela festa de 25 anos de Emancipação de Itatiaia e pela comemoração da Semana do Meio Ambiente, realizada pela Hyundai Heavy Industries Brasil. Os páletes são estruturas de madeira, em forma de estrado, utilizadas na movimentação de cargas para transporte com empilhadeira.

Segundo o assessor de Cultura, Sérgio Machado, o trabalho com páletes começou como decoração para a festa de Itatiaia e agora vai virar um projeto no município, que abrirá oportunidades profissionais aos jovens. “Esse projeto une o compromisso ambiental, social e artístico. Trabalhar com pálete envolve vários artesões e etapas de tratamento para chegar ao resultado final”, explicou Sérgio.

Além dos trabalhos em páletes, a Casa da Cultura também reaproveita outros tipos de materiais em seus cursos, como sementes, tecidos, E.V.A, feltros, telhas e reciclados em geral.

A Casa da Cultura fica na Rua Antônio Gomes de Macedo, nº331, no centro.O horário de funcionamento e de segunda à sexta-feira, das 08 às 12h e das 13h30 às 21h. (Com PMI)

Bateu desespero, seguido de baixaria, nas hostes do prefeito de Resende, José Rechuan. E a campanha política nem começou. Rechuan sabe quem será o mais difícil adversário da sua esposa, candidata à deputada estadual nas próximas eleições. Rechuan também sabe que este eventual pré candidato está motivado por várias pessoas do povo, que não fazem parte de partidos políticos, e grupos que atuam nas instituições da sociedade civil de combate à corrupção, além de lideranças temáticas e comunitárias, a vir também candidato à deputado estadual. Perigo à vista para a candidatura de Ana Paula Rechuan.

O eventual pré-candidato que tanto atemoriza Rechuan e o seu grupo político é o Dr. Julianelli (foto). Para tentar desestimular o Dr. Julianelli, que é uma pessoa íntegra e alheia a baixarias, a desistir da sua eventual candidatura, o grupo do Rechuan está espalhando boatos pela cidade na tentativa de desconstruir a boa imagem do Julianelli. Acontece que as pessoas que estão por trás desses boatos são pessoas totalmen-te desqualificadas, que ainda fazem parte do governo Rechuan, sabe-se lá porque, e não têm a mínima credibilidade para falar mal de quem quer que seja. Estes caras são responsáveis diretos por alguns do vários processos judiciais a que o Rechuan responde, e vão fazer a mes-ma coisa à Dra. Ana Paula, que não merece tal companhia.

Estranho esse Rechuan. Ele vivia dizendo que a dinastia dos Carvalhos, Noel e Silvio, tinha que acabar, “chega de coronéis na política”, dizia ele na sua primeira eleição. Es-quecendo o que disse, é ele agora quem tentar dar início a sua própria dinastia, elegendo a esposa.

Rechuan também reclamava muito, e com razão, das baixarias praticadas contra ele por alguns dos seus adversários políticos. Hoje, quem orquestra essas baixarias contra seus adversários políticos é o próprio Rechuan, sem citar o nome do seu principal adver-sário, obviamente.

Rechuan se elegeu prometendo fazer uma auditoria externa no processo de conces-são dos serviços de água e esgoto de Resende. Não fez, ou, se fez, não mostrou para ninguém, fazendo jus à total falta de transparência do seu (des)governo.

O volume de processos contra o Rechuan aumenta diariamente. Ele sabe que dificil-mente voltará a concorrer a um cargo político por conta desses processos. A tentativa de eleger A SUCESSORA, ao contrário das novelas, pode não ter um final feliz.

Desespero e baixaria

Semana do Meio Ambiente

Um salto no crescimento... Mas aonde vamos parar?

Com investimento de R$ 250 milhões, o complexo industrial e logístico pode gerar 200 empregos diretos e 500 indiretos. O empreendimento prevê um ramal ferroviário de 900 metros e 80 mil metros de área construí-da. Itatiaia é um dos pólos industriais que mais crescem no país, às margens da Rodovia Presidente Dutra, e atualmente conta com 68 empresas de pequeno porte, 5 de médio e 5 de grande porte.

O novo intermodal, o mais moderno do Brasil, será totalmente integrado e informatizado, e contará com vias modais rodoviárias e ferroviárias, que ligarão o porto do Rio à região do Vale do Paraíba, em São Paulo. O local será integrado ao Itatiaia Dutra Business Park, um condomínio de armazéns, com 5 galpões e um hotel, pertencentes à Pátria Investimentos. A construção do Intermodal iniciará ainda este mês, com previsão de 10 meses para o término das obras. Observou o prefeito:

- Itatiaia é muito privilegiada, cercada pelo Rio Paraíba e pela rodovia Presidente Dutra. Temos todas as qualidades para um bom desenvolvimento e é isso que está acontecendo. O que estamos fazendo pelo município vai beneficiar toda a região, o estado e país. Essas conquistas também beneficiam o morador, com o aumento da auto-estima, com a geração de empregos e na melhoria da qualidade de vida. (Com PMI)

O prefeito Luis Carlos Ypê, e vários secretários participaram dia 11 de junho, ao lado do governador Luiz Fernando Pezão, do lançamento da pe-dra fundamental do Terminal Intermodal do Vale do Paraíba, uma iniciativa das empresas Multiterminais e Pátria Investimentos.

A cerimônia de lançamento também contou com a presença do secre-tário estadual de desenvolvimento econômico, Júlio Bueno, da presidente do CODIN, Maria Conceição Ribeiro, do vice-prefeito, Edmar Barbosa, dos diretores da Pátria Investimentos, Heldmut Fladt e Marcelo Jensen, e do Diretor da Multiterminais, Ricardo Veja, além de deputados e empresários.

Contraponto 2- Não há - ou ainda não se divulgou amplamente - qualquer plano de compensações para o munícipe devido ao impacto desse crescimento. Desenvolvi-mento não decorre automaticamente do investimento. A cidade já sofre com a piora sensível da mobilidade, a especulação imobiliária, a carestia, e a região sofre com o estresse hídrico, o aumento da poluição. Somados aos problemas crônicos que estão longe de se resolver, como saneamento e segurança, pergunta-se: comemorar o quê?

Tribunal de Contas do Estado faz denúnciaO Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral a relação

dos gestores públicos com contas irregulares em todos os 91 municípios, isto é, que tiveram suas contas julgadas irregulares nos últimos oito anos. Cabe agora ao Tribunal julgar e decidir se deverão ser declarados inelegíveis aqueles que, no exercício da função pública, cometeram irregularidades detectadas pela Corte.

Na região, foram citados: de Porto Real – Jorge Serfiotis e Sérgio Bernardelli; de Resende – Eduardo Meohas e Alcides de Carli; de Itatiaia – Almir Dumay. (Com http://sergioboechat.blog.br/)

Page 5: Ponte Velha - Junho 2014

Junho de 2014 - O Ponte Velha - 5

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Resende mereceu destaque quanto à Transparência ao Acesso a Informação, disse o presidente do Tribunal de Con-tas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes de Carvalho Junior, em entrevista concedida à Rádio Agulhas Negras. Resende foi classificada no “nível avançado de cumprimen-to da legislação”, ao lado de 5,6% das 91 cidades do estado.

(Com Folha Vale do Café, 11/6/2014)

E viva a Copa! A hora do intervalo..., mas antes fui convidado a comentar uma entrevista dada pelo presidente do tribunal de contas do Es-tado do Rio de Janeiro, Jonas Lopes Carvalho Júnior desta-cando Resende, que foi classi-ficada como “nível avançado” no cumprimento da legislação da transparência.

Temos que nos acostumar com um país de metas medío-cres. O Portal da Transparên-cia de Resende é um apanhado de números sem qualquer conexão entre si. Um mero clipping dos diários oficiais. Publicação de extratos. Lá se colocam valores aloca-dos, listas de comissionados, organogramas... Leitura para profissional. Talvez por isso o presidente do tribunal tenha feito tamanha deferência ao sítio. Coisa de burocrata, que para atingir cargos como o dele, neste país, neste estado mafioso, é algo que imagina-mos bem...

Cito como exemplo as verbas destinadas às obras. O que o cidadão quer saber é o custo total, por m2, se foi feita no prazo, se está com a qualidade necessária e se atende ao que se destina. O resto é matéria para contador. Inutilidade burocrática. Outro exemplo é a lista de comissionados. Para que serve se não sabe-mos onde estão? Onde está a relação entre o organograma e os cargos. É ridículo, mas para justificar as nomeações irre-gulares, tem chefe de ponto, chefe do cafezinho, assesso-

Pra frente, Brasil!

rias misteriosas. Coisas que não cabem no organograma funcional. Chega a ser patéti-co. Mas este é o poder político por aqui: O poder de mentir e nomear.

Nosso digníssimo presidente do único tribunal de contas do país que analisa processos antes de serem oficialmente abertos, prestando uma es-pécie de “consultoria extra oficial” à Câmaras e Prefeitu-ras, deve estar muito satisfeito com esse nível de transparên-cia. Afinal tal procedimento não tem nada a ver com a promiscuidade pública na defesa do interesse privado de políticos inescrupulosos. É apenas ajuda desinteresada.

Por essas e outras é que a in-formação é aquela que, no fim, informa pouco ou nada ou só aquilo que não interessa.

Vivemos tempos cinzas de transparência opaca.

Como fã de grandes espe-táculo, gostaria de ver na abertura da copa um balé de macacos com mãos dentro de cumbucas de barro. Teria grande significado, seria muito mais transparente.

Comentário

ContrapontoA burocracia é uma doença da administração patrimonialista e nepotista. Campo fértil para a corrupção. No entanto, o pior dos mundos é o da falsa transparência, má-fé que simula prestar contas e dá aos governos o álibi da democra-cia nominal. Sintoma de uma So-ciedade cada vez mais fraca perante a aliança entre a Plutocracia, agora organizada em rede, e o Estado tomado por ideologia. (MC)

Otanes Sólon

Jornada de um internado Lydio AlbertoOs resultados dos exames

indicam ser recomendável sua internação agora, falou o médico da emergência do hospital, com a naturalidade de quem lhe convi-da para passar uma temporada em sua casa, sem data prevista de retorno. E fiquei internado durante oito dias.

São muitos os percalços na rotina de um internado. A jorna-da de dificuldades inicia-se pelo patético uniforme que lhe é im-posto. A técnica em enfermagem dá as instruções com a riqueza de detalhes peculiar da atividade: “Veste pela frente e fecha por trás”. Só depois entendi o porquê de ela, ao sumir, ter falado “boa sorte”. Vestir pela frente e fechar por trás é uma ação que conflita com décadas de prática contrá-ria. Ao vestir enfrentei mais um complicador: o hospital, creio que para simplificar a rotina de compra, estoque e distribuição, aplica uma estratégia simples: é tudo tamanho G. Com l,65m, tamanho P, minhas mãos e braços sumiram. Na abundância de panos e mangas vá conseguir fechar por trás. E às cegas! Na terceira tentativa puxei com força as pontas e consegui. Não um laço e sim um nó. Tentei desfazer o nó. Sem chance. Tentei liberar os braços das imensas mangas. Piorou. A cada tentativa os coto-velos travavam na prisional abun-dância de panos. Desisti, achei o botão de chamada, apertei. E esperei... esperei. No segundo dia de internação aprendi que não é botão de chamada, é de súplica. A moça da enfermagem apare-ceu e desfez o nó. A seguir, mais um percalço: a calça tamanho G. Além de minha baixa estatura, comparando o comprimento de meu tronco com o das pernas,

fica explicado o apelido que me acompanhou durante muitos anos na escola: fração impró-pria, que alguns variavam com o epíteto pinguim. Ao vestir meus pés sumiram, só aparecendo após cinco dobras. Mas, ao andar, as dobras soltavam. Rebelei-me. À revelia das normas do hospital vesti meu short, numa combina-ção tão esdrúxula quanto con-fortável.

Outro desafio à resistência do internado: conviver com aque-la famigerada torre, conhecida como patinete de português. No cume é instalado o frasco com soro, de onde desce um tubo. Na base de sustentação da torre, três rodízios que não se entendem: um teima em ir para a esquerda, outro para a direita. O do centro trava. A agulha conectada ao tubo é inserida no único lugar recomendável, o dorso da mão esquerda. Assim... o já impacien-te, fica conectado ao tubo 24 horas por dia, como num cordão umbilical fora de hora, tempo e lugar. É uma gracinha usar o trono com a mão esquerda levantada e segurando a coluna do patinete.

Há ainda outro percalço, a pegada da veia no dorso da mão, lugar difícil. E tome de espetadas, até a fixação da agulha com no mínimo 50 cm de esparadrapo e tufos de algodão. Agora... o pior pode acontecer. E aconteceu: a soltura ou entupimento da agulha. Necessária a retirada e a limpeza do lugar para a inserção de nova agulha. Aí complicou de vez. Anunciado o segundo ataque, as veias, temerosas, esconderam-se mais ainda. A técnica de enfermagem, após várias tentativas, chamou outra que também desistiu e chamou uma terceira, compondo a “Junta para a pegada da veia”. E nada. Uma delas começou a dar palma-

das nada carinhosas no dorso da mão. A cada série de palmadas, uma espetada. E nada, a veia nem aí. Sugeri que chamassem um aluno do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. Não entenderam. Achei conveniente não explicar. Uma das inte-grantes da Junta falou: “Melhor chamar o Jack”. Apavorei-me. Nesse contexto, como não se lembrar do estripador? E chegou o Jack, um mulato alto, inspiran-do segurança e serenidade. Na segunda tentativa pegou a veia. Alívio, comemoração.

Outro desafio à resistência do internado é a realização de exa-mes especiais de raios-x. Aquilo não é uma sala de exames, é um congelador frost free. A técnica recomendou “não mexa”. E eu lá, tremendo de frio. “Por favor, não mexa”. E eu lá, no treme--treme. Devido a paciência e a perícia da técnica o exame foi concluído.

Apesar de todos esses per-calços, destaque-se: graças aos eficientes e criteriosos procedi-mentos aplicados, a saúde foi restaurada e a alta concedida, com a recomendação de consulta em um especialista e realização de dois exames complementa-res. Num deles puseram-me a dormir. Quando acordei minha retrovirgindade já era. A esse re-trodefloramento dão o pomposo nome de colonoscopia. Chique, não?

Aos que possam arguir a exis-tência de outra prática médica de retrodefloramento, registre-se que, no universo dos retrovir-gens, pela sutileza e rapidez do ato, dedada de urologista não é considerada. Há aí um misto de orgulho e teimosia. Coisas do machismo.

Mas... um fato é inegável: a pri-meira dedada ninguém esquece.

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Page 6: Ponte Velha - Junho 2014

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Sempre suspeitei que seria difícil chegar a Machupichu, mas não imaginei que pousar em Cuzco também não fosse muito simples.

A viagem Lima-Cuzco deveria durar pouco mais de uma hora, mas o percurso foi bem mais emocionante. Além da vista dos vales de altitude e os picos nevados, uma forte chuva, fora de época segundo os moradores, obrigou o avião a aguardar voando em círculos dentro de um tapete branco durante quase meia hora. Mas a chuva não passou e fomos pousar em Arequipa, 50 minutos rumo sul, num vale desértico com céu azul, sol, muitos casebres, pontos de mineração e inúmeros fragmentos de lixo arrastados pelo vento ao redor da pista de pouso. Ao fundo des-te cenário um grande pico nevado parecia observar a insensatez humana. Dentro do avião, os idiomas espanhol, inglês, português e quéchua se misturavam ao intermitente zumbido do ar condicionado.

Após uma hora de espera decolamos rumo a Cuzco, reencontrando a sequencia de picos nevados, até o pouso suave num estreito vale cercado por montanhas. A cidade é grande e o famoso centro histórico surpreende não ape-nas pela arquitetura inca-hispânica. Em meio aos prédios típicos e ruas estreitas encontro um velho conhecido: o engarrafamento. Inacreditável, mas não existe qualquer restrição à circulação de veículos na cidade pré-colom-biana. Carros e ônibus se misturam a turistas de todas as cores, “cholas”, crianças, carroças, motos e um ar poluído, apesar de gelado e rarefeito aos 3.400 metros de altitude.

Tentando não considerar a multidão de carros e poluen-tes similares, a cidade é linda e com farto comércio dos produtos e serviços típicos dos Andes. Opções de ótima comida vegetariana por 10 soles (9 reais), gorros, bolsas, botinas, passeios turísticos e sessões de ayahuasca estão anunciados ao longo das ruas.

No mesmo dia da chegada, 22 de maio, começou o Fórum Mundial de Montanhas. Na abertura, o prefeito de Cuzco se refere fortemente à herança incaica e agradece aos “Apus Tutelares, às montanhas, ao vento, à Pachama-ma e à Terra Santa pela natureza e pelos frutos ofereci-dos à sociedade humana. Queremos colher parte desta filosofia e compartilhar com vocês, juntamente com todo o legado de nossos antepassados.”

Apesar de ser um evento internacional com presença de organizações sociais e governos das grandes regiões de montanha da Europa, Ásia Central e África, o peso da his-tória andina foi marcante. No ano de 1.500 o império Inca dominava os Andes, onde moravam 15 milhões de pes-soas, desde o atual norte da Argentina até o Equador. A rica cosmovisão, fortemente fundamentada no respeito às manifestações da natureza, e espetaculares tecnologias arquitetônicas urbanísticas e agrícolas, ajudam a explicar a prosperidade então encontrada pelos espanhóis, apesar do ambiente montanhoso, pleno de extremos, dificuldades e exigências adaptativas.

O representante do Butão destacou o desenvolvimento humano holístico e alguns pilares fundamentais, que são: desenvolvimento econômico, proteger e conservar o meio ambiente e a boa governança. O país possui 72,5% em área de florestas, 51% de áreas protegidas e a cons-tituição determina um mínimo de 60% de florestas no território. São exportadores de energia elétrica e sabem que precisam protegem rios e florestas para garantir os recursos hídricos e a economia. Consideram essencial que se instituam políticas transfronteiriças para biodiversidade, segurança alimentar, sistemas naturais de conservação da água, segurança energética, tecnologias alternativas e neutralidade de Carbono.

Carlos Leon, ex-ministro de Agricultura do Peru, relatou que o país possui 84 ecossistemas, 80% das monta-nhas tropicais do mundo, 28 dos 32 climas do mundo e o maior número proporcional de pessoas vivendo acima de 3.500m. Como desafio, mencionou a rápida perda dos estoques de água devido ao derretimento dos glaciais das altas montanhas e citou o exemplo de Cuzco, que sofre diminuição de 12mm de chuva por ano desde 1984, o que significa menos 12 litros de água por cada metro quadrado.

Na cosmovisão andina Água é mais que um recurso, é um ser vivo, que precisa ser criado e, portanto, semeado, cuidado e colhido, por meio de ações físicas e rituais.

Uma indígena relatou que em comunidades quéchuas da Bolívia, todas as crianças, ao nascer, ganham um padrinho e uma madrinha montanhas. E agora muitas pessoas estão ficando sem padrinhos e madrinhas pela perda dos glaciais e, pior, com a destruição física, desfigu-ração e até desaparecimento de muitas montanhas devido à mineração.

Num dos debates perguntei se neste modelo econômico neoliberal, globalizante e movido pelo consumismo sem li-mites existe alguma esperança de termos o equilíbrio eco-lógico como prioridade. Pediram que dirigisse a pergunta a um dos palestrantes e disse que ela era dirigida a quem tivesse coragem de responder. A resposta foi oferecida por Dhrupad Choudhury, do ICIMOD, entidade que atua na Ásia Central. Ele disse que a sociedade precisava cons-truir novos valores e estabelecer novos parâmetros para estabelecer o custo das coisas, de forma que os custos incluíssem os custos ambientais. Se isso for feito, conside-ra que haverá uma forte tomada de consciência mundial e que as novas gerações serão agentes de mudança.

Muitos outros temas e perguntas foram debatidos: Como evitar a descapitalização demográfica, social, cultural e ambiental da alta montanha? Como integrar as Unidades de Conservação às necessidades das pessoas que aí vivem? Como influenciar os grandes debates e acordos internacionais para que sejam efetivamente postos em prática? A Conferência do Clima (COP-20), prevista para outubro, em Lima, será o próximo espaço de ação política.

Voltando a Cuzco, é impressionante o número de igre-jas, talvez todas construídas sobre templos incas. Parte do Convento de Santo Domingo caiu durante um terremoto e revelou o principal templo Inca da cidade, Qorikancha,

agora aberto à visitação e mesclado com partes da igreja, num encaixe quase macabro. A arquitetura inca é resisten-te aos terremotos. O popular Mercado San Pedro vende de tudo. Na Plaza de Armas e arredores ambulantes vendem gorros, bonés e óculos de sol. Moças ofere-cem massagens por 30 soles ou até menos. Numa viela próxima se localiza o Museu Inka, com parte do seu belo acervo resultante de um acordo de devolução de relíquias pelos EUA. O Museu das Plantas Sagradas, Mágicas e Medicinais, iniciativa privada de altíssimo bom gosto e excelente padrão de informação, é o único no mundo. História, imagens, músicas, rituais e detalhes do uso com finalidades medicinais e espirituais da Coca, San Pedro, Ayahuasca, Tabaco e outras plantas de cura, autoconhe-cimento e transcendência. O museu, somado a tudo mais, preencheu-me de um silêncio suave e pleno! Caminhei pelas vielas de pedra até um mirante, de onde a última luz do sol revelou as primeiras luzes da cidade. Ao longe, um imenso pico nevado parecia contemplar impassível e soberano a confusão urbana de Cuzco, apesar do impie-doso derretimento de suas neves. Despedida perfeita dos Andes.

Dos Incas ao Fórum Mundial de MontanhasLuis Felipe Cesar

1) Promovida pelo Curso de Biologia da AEDB, e animada por seu coordenador, prof. Luis Sérgio Sarahyba, a palestra do dia 5 de junho sobre o estresse hídrico do Paraíba deixou preocupação.

A pesidente do Comitê do Médio Paraíba- CEIVAP, a bióloga Vera Lúcia Teixeira, revelou estudos que mostram que vivemos uma “seca” mais grave do que a de 1955, pois a população aumentou e a poluição industrial está-se tornando insuportável. O Rio de Janeiro corre maiores riscos de desabastecimento do que São Paulo, disse, criticando os projetos de transposição das águas do Paraíba e a falta de políticas públicas para correta gestão das águas.

2) O maciço da Serra Fina, em Lavrinhas, SP, está sendo explorado por mineração de bauxita (matéria prima do alumínio). A interven-ção se encontra na APA da Mantiqueira, e é contígua ao perímetro proposto da Cordilheira para ser tombado, atualmente sob análise do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueo-lógico, Artístico e Turístico), e a exploração está regularizada.

No entanto, como adverte a geóloga Alexandra Andrade, do Instituto Oikos de Agroecologia, sediado em Lorena, que entrou com o pedido de tombamento, a tendência das concessões de lavras na Mantiqueira representam clara ameaça. Luis Felipe Cesar, secretário executivo do Mosaico Mantiqueira, reforça a tese, acentuando o risco para os ecossistemas, alguns muito raros, com foco no papel da Montanha na economia de águas que abastecem o Paraíba.

Lamentamos que os principais atores da polêmica – governo, em-presas e ambientalistas – ignorem o interlocutor que vem sendo res-ponsável pela transformação de campos degradados pela cafeicultura e pecuária, na mata exuberante que hoje existe: o proprietário rural.

Semana do Meio Ambiente

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Junho de 2014 - O Ponte Velha - 7

Rogério Coutinho fala de antigos ideais e novos caminhosRogério Coutinho é um resendense

nascido na Vi-centina e atento à missão da política entre os mais pobres.

Formado na escola de Dom Waldyr Calhei-ros, abraçou as causas sociais na militância

petista. Foi gari, bancário e professor. Hoje serventuário da Justiça, casado com a professora Cidinha Marillac e pai de Anita e Mateus, foi candidato a prefeito em 2012 e teve seu nome aprovado pelo PT para concorrer a vaga de deputado estadual.

PV- Fale um pouco sobre sua traje-tória social.Rogério- Com 18 anos come-cei a participar da Pastoral da Juventude na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. E lá aprendi alguns ensinamen-tos que me despertaram para uma nova visão de mundo e de sociedade.

Foi quando conheci Dom Waldir Calheiros, grande líder religioso na região. Minha pri-meira participação política foi quando concorri pela oposição sindical dos Bancários, em 1985. Perdi a eleição e o empre-go. Em seguida integrei a Coor-denação Diocesana de Pastoral, entre 1987 a 1990. Pratica-mente neste mesmo período fui presidente da Federação de Associações de Moradores e Amigos de Resende – FAMAR (1989/1993).

Em 1986, neste mesmo contexto, me filiei ao Partido dos Trabalhadores. Atuei como Secretário de Administração, entre 2002 e 2004. Em 2012 fui candidato a prefeito, quando fiquei em terceiro lugar, com 7% dos votos.

PV- Como católico, você deve aderir à tese da dignidade inegociável da pessoa humana. Como concilia isso com a onda politicamente correta de atribuições de “dignidade especial” às minorias? Uns são mais dignos que outros por opções sexuais, cor de pele, status econômico? Pessoas em formação intrauterina são menos dignas que suas mães, como defendem as políticas de saúde pública do PT quando recomendam o aborto do nascituro mal-formado?Rogério- Primeiro quero res-saltar que sou contra o aborto, por toda a formação católica que possuo. Vale salientar que tal debate ganhou repercussões extremamente exageradas nas eleições de 2010, criando um

debate ideológico/religioso, que fugiu da importância que o assunto realmente merece. Não podemos, no entanto, ficar na superficialidade, fechando os olhos diante de uma realidade, considerando que a prática é exercida sem nenhum esclare-cimento.Quanto ao debate sobre as mi-norias, não vejo o fato de umas pessoas terem mais importância ou dignidade do que outras, pelo contrário. O intuito é jus-tamente ampliar e estabelecer direitos constitucionais a todos, negados ao longo da história brasileira. Há no Brasil cargas de pre-conceitos que influenciam na ausência ou omissão de direi-tos, e o Estado tem o papel fundamental de restabelecê-los. Infelizmente, em alguns casos, é preciso uma legislação especí-fica ou punição, como é o caso das pessoas com AIDS.

PV- Sua visão sobre Resende, passa-do, presente e futuro. Rogério- Resende está perden-do sua característica histórica com a chegada de grandes em-presas. Nossa História e nossa cultura estão sendo atropeladas por esse crescimento, que tem reflexo imediato na qualida-de de vida da população. O trânsito caótico é um exemplo disso. Especulação imobiliá-ria desenfreada. Impacto na segurança contaminada pelo tráfico de drogas. Transporte coletivo lotado... A cidade está à deriva com uma gestão que não preconiza o planejamento. Com isso, recursos públicos são mal aplicados e quem paga é o contribuinte. Não sou eu quem diz. É o povo! Tamanho descuido nos apresenta um futuro com problemas sérios de infraestrutura.

PV- Essa transformação das prefei-turas em balcões de negócios parece ser mesmo a nova“gestão”... Mas parte da causa não seria a cooptação do povo pelas políticas afirmativas, bolsas etc. em que o governo aparece muito paternalista?Rogério- O Estado é o prin-cipal gestor da organização da sociedade, em qualquer lugar, através das políticas públicas que podem ser gerenciadas por servidores concursados ou car-gos comissionados, como reza a Constituição Federal. Todo administrador tem percentual de gestor, principalmente nos cargos de direção, como fiéis à política que se propõe a coliga-ção hegemônica do poder. Mesmo se valendo desta prer-

É natural na política o debate, principalmente numa democra-cia que vem se consolidando. A mesma imprensa que divulga periodicamente denúncias, não aprofunda as verdadeiras causas da corrupção no Brasil. O debate em torno da PE-TROBRAS, por exemplo, está reduzido a um jogo político do momento. É legítimo que parlamentares cobrem, que a imprensa investigue e que a população queira respostas. Mas estes assuntos precisam ser tratados com seriedade, a partir de conhecimentos técnicos. Apesar do descrédito político, temos um país, ao contrário do que a imprensa divulga, estável e próspero. A inflação não deve passar da casa dos 6% este ano.

Temos taxas de desemprego menores que a de diversos países europeus. Os serviços essenciais já funcionam da forma como o cidadão merece. Temos um caminho longo a percorrer, mas o importante é que já encontramos o rumo.

PV- Parte do PT embarcou nesse “longo caminho” pela porta aberta pelos tucanos – uma espécie de con-vergência social-democrata –, mas as alas radicais aproveitaram para aparelhar o Estado e fazer da busca do poder o objetivo primário. Isso naturalmente aloca funcionários de competência duvidosa nos quadros de governo. Acha essa leitura correta?Rogério- É um ledo engano achar que a política é constituí-da, na sua maioria, por pessoas que querem o bem de todos. A política é a disputa de poder ao longo da história da humani-dade. Neste sentido existe um sistema neste país que ainda impede um avanço na forma de gerir o bem estar de todos. Desta forma, o PT como partido de massa, e que está no poder, joga conforme as regras pré-estabelecidas no sistema, mas que requer profundas mudanças, principalmente no financiamento de campanha, hoje predominantemente privado, e que tem como uma das sua consequências o dito “mensalão”. É lamentável a grande imprensa mostrar o fato, mas impedir que o povo enxergue as causas.

PV- O tamanho do Estado corrompe a participação, a represen-tatividade, e a burocracia corrompe a governança...Rogério- O tamanho do Esta-do não pode ser medido com critérios burocráticos ou cor-porativos. Seu papel no atendi-mento às demandas públicas e comuns, básicas na sociedade, deve ser o critério. Defendo um Estado ampliado, que é aquele que procura investir nos direitos dos cidadãos, como é o que assistimos nos últimos anos, com diversos in-vestimentos visando o fim da desigualdade social. Não po-demos deixar que o mercado capitalista discorra sobre todas as questões e deixe a educa-ção, saúde, moradia, cultura e transporte em segundo plano. Estamos num grande debate que é a onda de denuncismo e da famosa representativida-de sobre aqueles que foram eleitos pela própria sociedade. Uma espécie de mantra do “você não me representa”. É

Rogério- A presidente Dilma, ainda ministra, em resposta ao senador Agripino, definiu com extrema sabedoria a diferença entre uma ditadura e um Estado democrático de direito, que é o que vivemos hoje. Vale a pena os leitores procurarem a respos-ta e entender que a democracia é marcada pela participação po-pular e o direito de ouvir, falar, interagir e fiscalizar.Muito se engana quem acha que o direito de ser cidadão é exerci-do apenas de quatro em quatro anos. O PT já realizou experiên-cias de orçamento participativo, com audiências populares, em que a própria sociedade define, a partir das regras constitucionais e outros dispositivos legais, a utilização dos recursos públi-cos. Acredito nesta forma de atuação. Com ela evitariamos uma série de gastos oriundos de representantes que não conhe-cem ou não entendem a realida-de da sociedade. Em Resende, temos um exemplo latente, que é a passarela da Praça da Con-córdia. Um elefante branco, que custou quase R$ 1 milhão, e sem serventia. Há muita tempestade em copo d’água, simplesmente por conta de um decreto da presidenta da república, já que a própria Consitutição prevê alguns instrumentos de ampliação da participação da sociedade, tais como plebiscitos, referendos, emendas populares e a criação de conselhos. O PT já governou em muitas cidades através do or-çamento participativo e nem por isso o parlamento foi fechado ou perdeu o seu papel legal. E está claro, para todos, o momen-to da democracia brasileira, do fortalecimento das instituições e das várias manifestações explí-citas nas ruas, bairros, escolas e estádios. “Os soviets não substi-tuirão a duma”!

rogativa, a atual gestão investiu em concursos públicos nas mais variadas esferas da admi-nistração, o que acaba forta-lecendo a gestão continuada, sem interrupções em trocas de governo, o que quase sempre gera prejuízos à população. Há que reconhecer, também, os cargos que são ocupados através de nomeações políti-cas, muitas vezes ruins para administração pública, porém como parte de composição para garantir a governabilidade na relação com o Congresso Nacional. E muito se engana que a despolitização está, somente, nas classes mais pobres, aque-las atendidas pelos programas sociais do Governo Federal. Nas classes mais altas também há pessoas que veem a política com descrédito e não exercem seu papel de cidadãos da forma correta. Esta negação leva a uma representação cada vez mais distante da vontade da maioria.

PV- Sua opinião sobre o quadro político atual. Rogério- Estamos na expecta-tiva de nova eleição no Brasil, e reeleição de um projeto que está há 12 anos no poder.

bem verdade que precisamos mudar muita coisa. Um sistema que permite 32 partidos dificul-ta ao povo fazer a distinção e votar com clareza. Em Resende, por exemplo, muitos eleitos já mudaram de Partido e outros já mudaram de posição. A hege-monia política está submetida à hegemonia econômica.

PV- Como avalia a tendência de es-vaziamento da ideia de representação pelo Decreto 8.243, que dá amplos poderes aos conselhos populares? Vamos rumo a um aparelhamento total do Estado, uma ditadura de “soviets” ?

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8 - O Ponte Velha - Junho de 2014

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HuummmmmTentei fazer belo poema

Subindo serra acimaMas estava dificultoso

Não conseguir tremer a rima.*

Ô maiada, se preguiça num tem trema, pruquê o Brás cria pobrema,

prantando lá no Penedo e evindo negociá só cá em riba?

Uma visita à tradição cultural religiosa popular brasileira

Essa mostra coletiva se apresenta como um grande bazar de arte-artesanato, onde artistas-artesãos locais se inspiraram no imaginário religioso para compor seus estan-dartes, bandeiras, oratórios, cartões, objetos utilitários, etc.

Na terça-feira, 10 de junho, no Centro Cultural Visconde de Mauá, pode-se curtir a alegria das violas e dos violeiros.

A exposição permanecerá até 03 agosto de 2014, abrindo sábado, domingo e feria-do, das 10 às 18h. Durante a semana, visitas escolares previamente agendadas.

(Com Márcia Patrocínio, Centro Cultural Visconde de Mauá)

“ARTE E DEVOÇÃO II”

Expositores com suas “Bandeiras” e símbolos - Foto de Juliana Mello

PARQUE NACIONAL com horário especial

A partir de 07 de junho de 2014, em caráter experimental, os visitan-tes que quiserem curtir a madrugada e observar a fauna da Parte Baixa do Parque Nacional do Itatiaia poderão acessar a unidade a partir das 05:00 horas. Essa medida visa atender a uma antiga demanda dos nossos visitantes, identificada no Plano de Manejo e muito aguardada especial-mente pelo observadores de aves.

Os interessados deverão portar documento de identidade e se iden-tificar na portaria. O pagamento do ingresso deverá ser feito na saída, nos horários normais.

(Com ICM-Bio)

Você pode comprar ali grãos, arroz, pães, legumes, verduras, frutas, cogumelos, biscoitos, farinhas, açúcar e gordura de palma, entre outras coisas. É um bom programa para o resendense dar um passeio em Mauá no domingo, comprar na Feirinha, conhecer gente interessante como a Patrícia Carvalho (fundadora da APROVIM) e a Márcia Pa-trocínio, do Centro Cultural, que funciona no mesmo shopping e tem sempre alguma coisa interessante em pauta – uma exposição, uma apresentação de música, uma boa conversa. (Com Gustavo Praça)

Este aí na foto é o Brás, da Horta da Índia, em Penedo, vendendo seus produtos na Feirinha Orgânica de Visconde de Mauá. A feira acontece todos os domin-gos, das 9 às 15h, no Sho-pping Aldeia dos Imigran-tes, na vila de Mauá.È organizada pela APRO-VIM (Associação dos Produtores Orgânicos de Visconde de Mauá), que coordena e fiscaliza a origem do que é oferecido pelos produtores da região.

FEIRA MAIS QUE LIVRE

O nadador resendense, Matheus Gonche, de 15 anos, conquistou 4 medalhas de ouro e bateu recorde no Campeonato Brasileiro juvenil de Nata-ção, disputado em Aracaju. Venceu os 1.500 livres, 400 livres, 100 borboleta e bateu o recorde brasileiro nos 200 borboleta! Ainda conquistou os troféus de Melhor Índice técnico e Atleta Mais Eficiente do Brasil, na sua categoria!

Matheus é treinado pelo prof. Marce-lo Silva e tem o apoio do Programa de Incentivo ao Esporte de Resende, do Colégio Dom Bosco e da Poupex.

(Com Fernando Menandro)

O nadador

Vinícius de Morais é demais!

Augusto Martins, Thiago Zaidan, Luis Lima e Claudia Martins formam a troupe.As apresentações serão aos sábados, às 21:30h, de 14 de junho a 19 de julho. Ingressos a 35,00.O Casarão Penedo pertenceu à “rainha

do café”, Maria Benedita, e foi reformado pelo casal Soile Viitamieni e Mika Petola para eventos. (Com Vivi Calaes)

O novo espaço cultu-ral Casarão Penedo será o palco do es-petáculo musical de André Whately (foto), “Vinícius de Morais... é demais!”.

* Poesia de Paula Fernanda dos Santos, aluna do Curso de Letras-AEDB, publicada na Página Literária (abril/2014), ed. prof. William Rosa Monteiro.

Arte de JP Vilhena

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Junho de 2014 - O Ponte Velha - 9

Marcos CotrimAnselmo trazia as mãos

trêmulas, a boca entreaberta, a tez cor de cera. Paulo descon-fiou que o assunto era grave e o interpelou discretamente:- Que foi, Anselmo? Quer falar comigo?- Mano...- Sim?- É melhor sentarmos, acho.- Mas o que houve? Fale de uma vez!- Lá atrás, aquele sujeito em pé no canto da igreja...- O que tem ele?- Parece loucura, mas é o Evi-lásio Cintra em pessoa. Veja de perto, se duvida.Paulo fitava o irmão, estupe-fato.- Está louco mesmo!...- Pois vá conferir, então! Ele era seu amigo. Você o reconhe-cerá, na certa.Alguns passos na direção do homem bastaram para conven-cer e descorar Paulo.- Evilásio?!... Pelas chagas de Cristo!...- Olá, Paulo! Dá cá um abraço no velho amigo!- Um abraço? Como assim um abraço?! Você morreu, Evilá-sio! Fiquei ao seu lado até o último segundo, rezando feito um condenado. Acompanhei o seu enterro, carreguei o caixão e ainda lhe atirei flores na cova. Não se lembra, é? Com qui-nhentos diabos! O que faz você aqui?- Eu? Não sei, estou tão confu-so... Ouvi meu nome em algum lugar e entrei. Falavam de mim, não?- Esta é a sua Missa de Sétimo Dia, homem! Esperava ouvir

o nome de quem? Ai, Deus!... tenha piedade de nós. - Como pode ser isto? Como?- Eu sei lá! Estou sem entender nada. Você precisa sumir o mais depressa possível.- Sumir? Mas por quê?- Porque se notarem a sua pre-sença... eu nem quero pensar. Imagine a polvorosa, os chili-ques das carolas, os desmaios em série. E o Padre Ambrósio? Com que cara vai ficar o Padre Ambrósio? Sem falar na sua mãe, que já é idosa e sofre dos nervos. Perder um filho é uma provação difícil, Evilásio; mas aceitar a volta dele, depois que virou defunto... é querer muito da coitada, não acha? - E pra onde irei, então? - Isso você deve saber melhor do que eu: para os braços de Deus, se for esse o seu destino; se não, para o Inferno, ou o Purgatório. Não cabe a mim decidir.- Mas eu estou vivo! Está ou-vindo? Vivo! Ainda não chegou minha hora, Paulo!- Eu gostaria muito de acre-ditar, juro. Mas procure ver o meu lado: estive com você no hospital, no velório, o tempo todo; só o deixei mesmo no cemitério, com sete palmos de terra em cima. E se minha pala-vra não basta, meu irmão pode confirmar o que digo. Venha cá, Anselmo! Anselmo?...Estranhamente, o jovem não mais se encontrava no recinto.- Onde se meteu aquele... bem deixa pra lá. Conforme lhe dizia... ei! esse aí não é o seu relógio?

- Hem?- O relógio!... Sua mãe me pediu que o guardasse como lembrança. Você sabe que ela me considera um filho. Como pode ele estar no seu pulso de novo?Nem sequer completou a pergunta, o relógio de Evilá-sio desapareceu. Paulo agora examinava as roupas do outro, impressionado.- Você está vestido como no dia em que faleceu. Até a gravata é a mesma... idêntica!Em resposta a essa observação, a gravata se foi com todo o resto e Evilásio ficou nu.- Virgem Santíssima!... Es-tamos numa igreja, homem! Há senhoras presentes aqui. Quer ser preso por atentado ao pudor?Fora os dois, porém, já não havia mais ninguém no local. A igreja se esvaziara num piscar de olhos. Atônito, Paulo desistira de argumentar; parecia desfigurado, esbravejando feito um louco:-Vá embora! Suma daqui! Suma...Mas era ele próprio quem ia, aos poucos, esvaindo-se.- Evilásio!... por favor... não faça isto comigo. Eu existo!... Eu existo!... Eu...Ao ver a imagem do amigo dissipar-se como névoa, livrou--se Evilásio da última amarra do ilusório e compreendeu que estava realmente morto.

A Missa de Evilásio CintraRosel Ulisses Vasconcelos*

Ulisses é professor de Literatura na AEDB. O conto é extraído da Página Literária, Edições Rosa Monteiro, n.9, abril de 2014.

Homem é espécie em extinção? Seu habitat na Mantiqueira e no Vale está ameaçado pelos demônios da pressa e da perdição. Parece andar esquecido de lembrar-se do caminho de volta.

Transpor a cerração do Paraíba, com tanto carro e tanta indústria, não é tarefa para qualquer tropeiro, não. Como saltar o abismo de asfalto, se não houver tempo para olhar a serra, inocente e alada, ou ver o rio passar sem pressa? Esquecer o paraíso é o fim da picada... onde tudo começa.

Thomas Merton (1915-1968) es- creveu sobre a volta ao paraíso, que salvaguarda a dignidade do Homem, tão dependente do que é inútil e simples. O trecho de seu A recuperação do Paraíso nos fala da paz do deserto, desertão, ou seja: da hora do sertão.

Um dos “santos” de Dostoie-vski, o Staretz Zosima, que fala como uma típica testemunha da tradição das Igrejas grega e russa, faz uma espantosa decla-ração. Diz ele: “Não compreen-demos que a vida é um paraíso, pois é suficiente apenas desejar compreendê-lo, e logo o paraíso aparecerá diante de nós em sua beleza. Tomado no contexto de Os Irmãos Karamazov, com o pano de fundo de violência, blasfêmia e assassínio de que está cheio o livro, é de fato uma declaração surpreendente.

Seja qual for a opinião do leitor moderno sobre essa declaração, era ela certamente algo de básico para o cristianismo primitivo. Um dos motivos principais que impeliram os homens a abraçar a “vida angélica” (bios angelikos) de solidão e pobreza no deserto, foi precisamente a esperança de que, ao fazê-lo, poderiam voltar ao paraíso.

Ora, esse conceito deve ser compreendido de maneira correta. O paraíso não é “o céu”. O paraíso é um esta-do, ou mesmo um lugar na terra. O paraíso pertence mais propriamente à vida presente, não à futura. Em certo sentido pertence a ambas. É o estado em que o homem foi origina-riamente criado para viver na terra.

É, sem dúvida alguma, um lugar de paz e descanso. Po--rém, o que os padres do deserto procuravam, quando acreditavam poder encontrar o “paraíso” no deserto, era a inocência perdida, o vazio e a pureza de coração. O que buscavam era o paraíso dentro de si, ou melhor, acima e além de si próprios. Procuravam o paraíso na recuperação daque-la “unidade” que havia sido destroçada pelo “conhecimen-to do bem e do mal”.

O sertão perdido

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10 - O Ponte Velha - Junho de 2014

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Carlos LacerdaInfelizmente, no Brasil há

poucos políticos que mere-çam o respeito e a gratidão da sociedade. E isso não é de hoje. Embora responda a uma triste realidade a máxima atribuída a Joseph De Maistre (cada povo tem o governo que merece), há uma justa indignação da parcela sã do povo brasileiro com os seus homens públicos, diante de tantos desmandos e abusos.

Entretanto, tal indignação não pode justificar uma falta de reconhecimento àqueles poucos homens que realmente ambicionaram o poder para promover o bem comum. E Carlos Lacerda, cujo centenário de nascimento se comemorou dia 30 de abril último, foi um desses poucos brasileiros que sonharam chegar à presidência da República para conduzir o Brasil à grandeza de que é capaz.

Não tenho idade bastante para ter acompanhado de perto a atuação política de Carlos La-cerda. Mas conheço-o bem pelo testemunho idôneo de pessoas mais velhas que com ele tive-ram alguma relação significativa

e, sobretudo, pela leitura de seu “Depoimento” (Nova Frontei-ra, 1977), bem como de outras fontes.

Efetivamente, Lacerda me-rece o respeito e a gratidão do povo brasileiro por diversos títulos: 1) como parlamentar sempre empenhado em fazer bom uso da tribuna na defesa dos interesses da sociedade; 2) como intelectual e homem de ideias na análise dos problemas e desafios da realidade brasilei-ra; 3) como administrador do Estado da Guanabara; 4) como ser humano capaz de reconhe-cer seus próprios erros.

Basta recordar o que ele disse sobre a dilapidação das divisas que o Brasil tinha recebido pela sua participação na Se-gunda Guerra Mundial. Vargas e Dutra deixaram que fossem para o ralo, sem nenhuma visão das reais necessidades do país. Na época, Lacerda denunciou tal miopia dos governantes que acarretava a perda de uma grande oportunidade. Hoje, não temos nenhum Lacerda denun-ciando a falta de visão e bom senso em torno da riqueza do

Pré-Sal, que talvez venha a ser mais uma riqueza maldita do Brasil. Mas o pior é que parece que a nossa sina é realmente perder as oportunidades de progresso e talvez, por isso, a Providência Divina já não nos mande mais homens como Lacerda que clamam no deserto intelectual do Brasil.

Basta recordar o que disse Lacerda sobre a conjuntura política do Brasil por ocasião do suicídio de Vargas, quando fez ver que tamanha comoção comprometia a qualidade do sufrágio tolhendo a capacidade de um voto racional, ainda mais considerada a índole sentimen-tal do povo brasileiro.

Recorde-se também que Carlos Lacerda explicou melhor que ninguém as raízes ideo-lógicas do Estado Novo e do getulismo, aquele veneno do autoritarismo positivista que tinha sido uma das causas da queda da monarquia.

Como se sabe, Lacerda é comumente acusado de ter sido um golpista. Mas isto, since-

ramente, não me parece um defeito. Antes pelo contrário. Parece-me uma qualidade que revela um verdadeiro estadista consciente de que a legitimida-de fundamental do poder não resulta tanto da sua origem quanto do seu exercício em prol do bem comum. De nada vale um governo ser eleito segundo a lei se depois atenta contra a própria lei e não pro-move o bem comum. E tal era, sem dúvida, o caso de Vargas (ao menos em seu segundo mandato), de JK e, especial-mente, de Jango.

Cometeu erros e imprudên-cias? É inegável. Mas não creio que tenha sido oportunista e contraditório. Dou alguns exemplos, talvez pouco conhe-cidos. Quando houve a conven-ção para a escolha do candi-dato da UDN à presidência da República, Lacerda foi a São Paulo apoiar o nome de Jânio Quadros. Porém, o melhor da UDN paulista apoiava Milton Campos, que era um antípo-da de Jânio, representante do populismo mais rasteiro. Os paulistas, com razão, reagiram, dizendo-lhe que não se imis-cuísse em São Paulo. E parece que levou até uns tabefes no momento mais acalorado das discussões. De fato, não ti-nha cabimento preferir Jânio Quadros a Milton Campos. A história deu razão aos paulistas contra Carlos Lacerda.

Pouco mais tarde, porém, Lacerda deu a uns políticos paulistas uma boa lição de pru-dência. Já se vivia aquele clima

de insegurança total fomentado pelo janguismo que desembo-caria no contra golpe de 31 de março de 1964. Um udenista do interior de São Paulo tinha escrúpulo de disputar uma eleição com apoio do fami-gerado Adhemar de Barros. Lacerda disse-lhe que ganhasse a eleição, pois o inimigo pior não era Adhemar, mas sim João Goulart.

É inegável, também, que Lacerda se iludiu com a pers-pectiva de vencer as eleições presidenciais previstas para 1966 e se precipitou em retirar seu apoio aos militares, tendo chegado a comparar Castello Branco com Campos Salles, a quem acusava equivocadamente de ter atrasado o Brasil. Foi um erro lamentável.

E, finalmente, quanto à figura humana de Carlos Lacerda, é preciso recordar algo que não se tem mencionado nos festejos de seu centenário de nascimen-to. Fala-se de seu rompimento com os comunistas, mas não se diz nada sobre sua conversão ao catolicismo que se deu em torno do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e do Centro Dom Vital, sob o influxo de Alceu Amoroso Lima e Gustavo Corção. O próprio Carlos Lacer-da confessa como a sua conver-são, ocorrida por volta de 1946, marcou toda sua vida, sua visão do mundo e da política. Chegou, assim, a compreender, como nenhum outro político brasilei-ro, os malefícios da democracia cristã.

Nos dias de hoje, quando pra-ticamente não há oposição no Brasil com coragem e inteligên-cia para denunciar os malfeitos do lulopetismo, sentimos muita falta de um Carlos Lacerda. Hoje, quando o lulopetismo ameaça perpetuar-se no poder por meio do rito idolátrico do sufrágio universal, destruindo os valores e as instituições fun-damentais da Nação, sentimos falta de um Lacerda francamente golpista que entenda bem o que significa a legitimidade do poder.

João Batista Ferraz é professor de Filosofia e Pensamento Brasileiro.

(Em virtude de uma abdução sofrida na estrada para Brasília, Krishna Simpson só voltará no próximo mês)

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Junho de 2014 - O Ponte Velha - 11

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que aflua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

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Na semana do meio ambiente vem se falando muito que o consumo de carne impacta a natureza, devido à flatulência do aparelho digestivo dos bovinos, com a consequente emissão de gás meta-no, um gás que contribui para o efeito estufa. Considero esse ainda um pro-blema menor no vertiginoso aumento do consumo de carnes. Esse aumento é devido à elevação do nível econômico de grandes parcelas da população mun-dial, que passaram a consumir carnes em quantidades cada vez maiores.

Temos hoje no mundo o incrível número de mais de 6 bilhões de seres humanos e a necessidade de alimentar tanta gente com os recursos escassos e limitados do Planeta. Em poucas déca-das a população será de 9 bilhões.

A energia que é usada para sustentar a Vida no nosso Planeta é a energia do Sol. Somente os vegetais têm a capacida-de de aproveitar essa energia para trans-formar quimicamente as substâncias disponíveis em compostos orgânicos; açúcares e aminoácidos, que são utili-zados para a manutenção da Vida. Os animais, entre eles o Homem, retiram a energia de que necessitam se alimen-tando de vegetais ou de outros animais, que se desenvolveram alimentando-se de vegetais, que são assim a base da Vida (a partir da energia do Sol).

Vamos raciocinar em termos bem simplistas para entender essa questão; vamos pensar num sistema vivo isolado composto por gramíneas, que retiram seu alimento da Terra utilizando a ener-gia do Sol, de gafanhotos, que se alimen-tam das gramíneas, sapos que comem gafanhotos, cobras, que comem sapos, e gaviões, que comem cobras e sapos.

Está claro que em tal sistema, a massa de gramíneas, expressa em gramas ou toneladas, terá de ser muito maior do que a de gafanhotos, essa maior do que a massa total dos sapos, que por sua vez tem de ser muito maior do que a de cobras ou gaviões.

As mudanças climáticas e o consumoJosé Roberto De Paiva

A complexidade da vida com suas teias de relações de produtores e pre-dadores e de quem come quem, é claro que é muito maior, mas o exemplo simplista acima serve para entendermos além.

O crescimento da Humanidade faz com que o consumo e a produção de alimentos aumentem muito; o aumento da riqueza do Homem, aliada a uma estagnação moral, faz com que a de-manda por alimentos refinados também aumente. Ou seja, há um desejo altruísta de acabar com a fome no mundo, mas a “necessidade” de sofisticar o consumo, com produtos de apelo televisivo, em-balagens que encantam, sabores novos e sofisticados, produtos enfim que ofere-çam gordos lucros, é muito maior.

A distorção pode ser ainda verificada no consumidor; enquanto uma parcela da humanidade passa por desnutrição, aquela que é atingida pelo consumismo tem problemas de obesidade, que já são problemas de saúde pública em inúme-ros países ricos e países emergentes com o México e o Brasil.

E dentre esses produtos está a carne de boi, ovelha, porco ou o que for. Os rebanhos desses animais no mundo são de uma dimensão maior do que a huma-nidade. A população de bovinos no nos-so País é maior do que a de humanos.

O rebanho é mantido alto através de métodos antinaturais, como fertilização artificial, antibióticos, hormônios, rações especiais, que fazem com que o animal se transforme em máquina de produzir carne. Tudo é feito em escala industrial para o animal crescer mais rápido e dar melhor carne. E a alimentação desse gado? Milhares de hectares de terra são semeados para gerar grãos (soja e milho principalmente), que vão fazer rações para o gado.

O avanço sobre as florestas tem seu apelo maior na pecuária. É incoerente defender a floresta em pé e consumir carnes todos os dias. O agronegócio que gera lucros enormes à custa de florestas desmatadas, de solos degradados, da monocultura com sementes transgêni-cas, gera lucros para alimentar o gado.

Ora voltemos ao exemplo simplista acima da gramínea ao gavião. Por ele fica claro que a massa de grãos e outros ve-getais gerados para alimentar uma super-população de gado mundo afora é muito maior do que a massa de carne que pode ser gerada. Há estudos que falam numa relação de 15 a 17 vezes. Ou seja, se a população mundial optasse por diminuir o consumo de carne, a quantidade de alimentos disponíveis para a população, em forma de grãos, como milho e soja, estaria automaticamente aumentada de cerca de 16 vezes a massa de carne que deixar de ser consumida, utilizando-se a mesma área disponível para plantação. Ou ainda, a terra necessária para produ-zir carne para um milhão de seres huma-nos, produziria vegetais para alimentar 16 milhões.

Um estudo inglês mostrou que numa determinada área de estudo na Ingla-terra, a mesma terra que produzia 250 kg de carne, produziria 20 toneladas de batatas.

Portanto se você deixar de comer carne ou diminuir seu consumo, estará contribuindo para aumentar a oferta de alimento no mundo. Pense nisso.

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12 - O Ponte Velha - Junho de 2014

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Zé Leon

É que esse mês começa a Copa do Mundo, e o Brasil, mesmo sabendo com sete anos de antecedência, não fez o seu dever de casa corretamente.

Nossos hospitais, nossas escolas, nos-sas estradas, nosso PIB, nossa Petrobrás, etc. não são “padrão FIFA”, mas como disse o “gordito”, não se faz uma Copa do Mundo com hospitais.

Não sei por que me lembrei da história daquele governo que queria construir uma ponte e fez uma concorrência internacional. Um alemão apresentou um projeto de um milhão de reais, um americano apresentou um projeto de dois milhões de reais e um brasileiro, claro, apresentou um projeto de três milhões de reais.

Chamaram o americano, e ele explicou que era mais caro porque o cimento dele era importado da Colômbia, o asfalto era de um material que não rachava com o sol, enfim, a ponte teria uma durabilida-de de 50 anos, sem precisar fazer qual-quer intervenção.

Aí chamaram o brasileiro, afinal, como uma ponte custaria o triplo do orçamen-to do alemão?

- Muito simples, disse o brasileiro. Um milhão para mim, um milhão para você, e um milhão pro alemão fazer a ponte.

Estádios custaram uma média de 500 milhões, e o de Brasília custou o triplo. Será que foi o alemão que construiu? E o maraca? A conta não para de crescer. E o Itaquerão com goteiras, a Arena da Baixada, tudo empurrado pra chegar à véspera da Copa e colocar mais milhões e milhões. Desculpa, dona Fifa, pelas 11 mortes de operários, mas vida que segue, e o show não pode parar.

As arenas de Manaus e de Cuiabá, cidades que nem tem times nas divisões do campeonato brasileiro, vão ficar ali, depois da Copa,

como monumentos ao desperdício. Bem que a senhora sugeriu que se fizessem só dez sedes, e não 12. Mas o governo, o mesmo que segura a tarifa da luz até as elétricas quebrarem e ele ser obrigado a colocar 12 bilhões no sistema, que com-pra uma refinaria por um bilhão e 800, que valia, dois anos antes, 46 milhões, isso em dólar, não vai se importar em gastar mais um bilhãozinho e atender seus compadres eleitorais, afinal 2014 tem eleição. E os europeus que derretam no calor escaldante da floresta amazô-nica. Aliás, Pasadena? A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que custaria 2 bilhões e meio com metade banca-da pela PDVSA, já está em 18 bilhões e nem está pronta. E o Comperj, em Itaboraí? Pasadena é coisa de amadores. Enquanto Cavalcantis lucram com essa bagaça (esses sim levam a sério o lema “o petróleo é nosso”), os cavalgados que tenham gastado 100 reais em ações da Petrobrás, hoje têm no bolso 50 reais.

É, dona FIFA, se tivessem seguido o conselho do seu secretário geral, e des-sem um chute no traseiro dos dirigentes

Desculpa qualquer coisa, dona FIFA

Pelé chora em 1958

quando ele falou, acho que poderíamos fazer a Copa e os hospitais. Veja que o COI não veio com lero-lero. Deu um “vem cá minha nega” no Eduardo Paes. “Comigo não, violão. Olimpíadas, o buraco é mais embaixo”.

E os aeroportos? Desculpa, dona FIFA, mas eles tiveram sete anos para reformar, modernizar, privatizar, e o que temos são barracões. Mas dona Dilma já declarou que eles estão ótimos. Então tá então.

Não fique chateada se os brasileiros não respeitarem os lugares marcados, furarem fila pra entrar no estádio, ou o jogo começar com milhares de pessoas atrasadas. Faz parte da nossa cultura. Brasileiro detesta seguir regras, vão xingar a mãe do juiz, vão zoar com os estrangeiros, os taxis vão dar uma volta nos turistas, os hotéis vão enfiar a faca e vão fazer marketing de emboscada o tempo todo.

Brasileiro é assim. Detesta sinal fecha-do. Não sei se essa minha coluna tam-bém está no “padrão FIFA”. Desculpe qualquer coisa. Desculpa pela caxirola.

Elon Bar No seu cinquentenário, saúda amigos e clientes!

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