o ponte velha | fevereiro de 2016

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RESENDE E ITATIAIA - Fevereiro de 2016 Nº 238. ANO XX - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com Parte I - Tradução de Ivan Junqueira, do original: Collected Poems 1909-1962, para a Editora Nova Fronteira, 1981. Porque não mais espero retornar Porque não espero Porque não espero retornar A este invejando-lhe o dom e àquele o seu projeto Não mais me empenho no empenho de tais coisas (Por que abriria a velha águia suas asas?) Por que lamentaria eu, afinal, O esvaído poder do reino trivial? Porque não mais espero conhecer A vacilante glória da hora positiva Porque não penso mais Porque sei que nada saberei Do único poder fugaz e verdadeiro Porque não posso beber Lá, onde as árvores florescem e as fontes rumorejam, Pois lá nada retorna à sua forma Porque sei que o tempo é sempre o tempo E que o espaço é sempre o espaço apenas E que o real somente o é dentro de um tempo E apenas para o espaço que o contém Alegro-me de serem as coisas o que são E renuncio à face abençoada E renuncio à voz Porque esperar não posso mais E assim me alegro, por ter de alguma coisa edificar De que me possa depois rejubilar E rogo a Deus que de nós se compadeça E rogo a Deus porque esquecer desejo Estas coisas que comigo por demais discuto Por demais explico Porque não mais espero retornar Que estas palavras afinal respondam Por tudo o que foi feito e que refeito não será E que a sentença por demais não pese sobre nós Porque estas asas de voar já se esqueceram E no ar apenas são andrajos que se arqueiam No ar agora cabalmente exíguo e seco Mais exíguo e mais seco que o desejo Ensinai-nos o desvelo e o menosprezo Ensinai-nos a estar postos em sossego. Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte Rogai por nós agora e na hora de nossa morte. “Agora que ouvimos o barulho do Cosmo, nossos problemas acabaram...” Quarta-feira de Cinzas Chafariz no promontório dos Passos. Data desconhecida. Ficava aproximadamente no local da atual caixa d’água, a julgar pela situação da Capela do Senhor dos Passos ao fundo. Thomas S.Elliot

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Periódico local Resende e Itatiaia, RJ

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Page 1: O Ponte Velha | Fevereiro de 2016

RESENDE E ITATIAIA - Fevereiro de 2016Nº 238. ANO XX - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

Parte I - Tradução de Ivan Junqueira, do original: Collected Poems 1909-1962, para a Editora Nova Fronteira, 1981.

Porque não mais espero retornarPorque não espero

Porque não espero retornarA este invejando-lhe o dom e àquele o seu projetoNão mais me empenho no empenho de tais coisas

(Por que abriria a velha águia suas asas?)Por que lamentaria eu, afinal,

O esvaído poder do reino trivial?Porque não mais espero conhecerA vacilante glória da hora positiva

Porque não penso maisPorque sei que nada saberei

Do único poder fugaz e verdadeiroPorque não posso beber

Lá, onde as árvores florescem e as fontes rumorejam,Pois lá nada retorna à sua forma

Porque sei que o tempo é sempre o tempoE que o espaço é sempre o espaço apenas

E que o real somente o é dentro de um tempoE apenas para o espaço que o contém

Alegro-me de serem as coisas o que sãoE renuncio à face abençoada

E renuncio à vozPorque esperar não posso mais

E assim me alegro, por ter de alguma coisa edificarDe que me possa depois rejubilar

E rogo a Deus que de nós se compadeçaE rogo a Deus porque esquecer desejo

Estas coisas que comigo por demais discutoPor demais explico

Porque não mais espero retornarQue estas palavras afinal respondam

Por tudo o que foi feito e que refeito não seráE que a sentença por demais não pese sobre nós

Porque estas asas de voar já se esqueceramE no ar apenas são andrajos que se arqueiam

No ar agora cabalmente exíguo e secoMais exíguo e mais seco que o desejoEnsinai-nos o desvelo e o menosprezoEnsinai-nos a estar postos em sossego.

Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte

Rogai por nós agora e na hora de nossa morte.

“Agora que ouvimos o barulho do Cosmo, nossos problemas acabaram...”

Quarta-feira de Cinzas

Chafariz no promontório dos Passos. Data desconhecida. Ficava aproximadamente no local da atual caixa d’água, a julgar pela situação da Capela do Senhor dos Passos ao fundo.

Thomas S.Elliot

Page 2: O Ponte Velha | Fevereiro de 2016

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2 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

Reg. 12 . 923Concepção gráfi ca: Afonso PraçaEdição eletrônica: Lila Almendra

Edição: Marcos Cotrim24-98828. 5997

24- 99301 . [email protected]

www.pontevelha.com

Expediente

Joel Pereira

Publicação do Instituto Campo Bello

No Tempo do Fio do BigodeAugusto Pinheiro de Carvalho

14673758/0001-03

Augusto nasceu em São Paulo, em 11 de janeiro de 1910 e faleceu no seu querido Engenheiro Passos, distrito de Resende, em 18 de setembro de 1992.

Como músico, foi acordeonista, pandeirista, organista e crooner de uma banda. Como empresário, foi hoteleiro e fazendeiro. Como político, foi líder trabalhista, Vice Prefei-to de Resende, de 1955 a 1958, e Prefeito, de 1959 a 1962. Augusto foi a pessoa que eu conheci que mais se preocu-pava com o bem estar dos semelhantes. Preocupava-se e ocupava-se em tentar melhorar a vida do próximo, razão de sua militância política.

Tive a honra de ser um dos amigos do Augusto de Carvalho e guardo sempre pronta uma resposta para quem pergunta sobre o nosso grau de amizade: Muitas das vezes em que eu fui na casa do Augusto, a Dona Adriana (Adria-na Marchesini de Carvalho – 1915/1998), sua mulher, me atendia, e falava: “O Augusto está lá no quarto dele. Vai lá, Joel “...

Uma manhã, recebi uma ligação dele me chamando para ir ao Hotel Três Pinheiros naquela noite. Ele tinha feito 70 anos e seus fi lhos lhe deram um órgão eletrônico de pre-sente, pois o acordeon tinha fi cado muito pesado para ele, recém safenado. Mal escureceu e eu já estava lá em Enge-nheiro Passos, no Hotel. O órgão estava instalado no salão de estar. Eu era o único convidado do Augusto, mas vários hóspedes estavam no recinto. Devidamente abastecido de um bom uísque, lá estava eu com o meu amigo, ouvindo suas canções prediletas, dentre as quais “Cabelos Brancos”, de Herivelto Martins, mais conhecida como “Não fale des-sa mulher perto de mim” , um dos marcantes versos da mú-sica, que acabou fi cando no lugar do título. Muito mais que um cantor ou organista, Augusto era um excelente intérpre-te, pois colocava a alma na garganta e na ponta dos dedos. Algumas crianças dos hóspedes chegaram no salão, corren-do e brincando ruidosamente, atrapalhando a interpretação do Augusto. Ele percebeu que eu fi quei muito incomodado com aquilo, e, ao terminar uma canção, me deu um sinal, e atacou com uma outra, até então desconhecida para mim:

“Lá vai São Francisco Pelo caminho

De pé descalço Tão pobrezinho

Dormindo à noite Junto ao moinho Bebendo a água Do ribeirinho.

Quando ele estava repetindo esse primeiro trecho, as crianças já estavam na sua frente, quietas, ouvindo a música. E ele continuou:

Lá vai São Francisco De pé no chão Levando nada No seu surrão

Dizendo ao vento Bom dia, amigo Dizendo ao fogo

Saúde, irmão.

Lá vai São Francisco Pelo caminho

Levando ao colo Jesuscristinho Fazendo festa No menininho

Contando histórias Pros passarinhos”.

Ao terminar a belíssima canção chamada São Francisco, do poeta Vinicius de Moraes, Augusto teve que desipnoti-zar as crianças, para as quais gentilmente pediu:

– Agora, vocês vão brincar lá na varanda, para o vovô poder tocar suas músicas aqui, está bem?

Foi uma das mais belas lições que recebi de meu sau-doso e carismático amigo!

PoliticályaFernando António de Castro Maia

O Banquinho

Era uma vez uma ex-pedição de alpinistas que iam explorar o Evereste e chegar ao topo do mundo. Entre tantos havia um polí-tico brasileiro que, além da sua pesada mochila com os equipamentos de escalada, carregava um banquinho de plástico.

Chegando ao ponto mais alto do planeta, enquanto todos ainda comemoravam, ele pegou o banquinho e subiu nele. Não lhe bastava estar no topo do mundo. Ele precisava de mais alguns centímetros para se satis-fazer.

Lembrei-me dessa história vendo, a cada dia, um escân-dalo diferente, de milhões, de bilhões, e que não basta-vam. Teve gente devolven-do 90 milhões de dólares. O primeiro roubo não bastou, veio o segundo, o terceiro. Vejo os nomes citados no escândalo de corrupção da Câmara. Pessoas bem suce-didas, bons profi ssionais, de famílias ricas. Mas não era o sufi ciente. Eles tinham um banquinho.

Aliás, e a propósito:O Brizola, um grande

frasista, quando denunciava que a revista Veja estava a serviço do imperialismo americano, dizia (leiam com o sotaque do caudilho): tem cara de jacaré, tem couro de jacaré, tem rabo de jacaré, vai me convencer que não é jacaré?

Sítio em Atibaia reforma-do pela Odebrecht no nome dos sócios do fi lho, aparta-mento triplex no Guarujá, cuja reforma custou 770 mil reais feita pela OAS, acompanhada de perto pela esposa, e que só foi “devol-vido” quando a imprensa descobriu... façam-me um favor. Joguem no 15.

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Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha - 3

Gustavo Praça

1- Para além da questão imediata de uma disputa por ocupação de espaço eleitoral entre Julianelli e Rechuan, a ameaça de intervenção da Prefeitura na Santa Casa é uma coisa “moderna”. “Moderna” porque são “antigas” coisas como famílias, paróquias, quermesses, irmandades, pequenas cidades, vizinhança s o l i d á r i a , s e n t i m e n t o religioso, etc. E boto as duas concepções entre aspas porque elas podem trocar de lugar com a maior facilidade - temos a intuição de viver num tempo limite; a intuição é o grande conhecimento. Há de vir um futuro em que nos emanciparemos do Estado gerador e gerente das nossas teias comunitárias. Hoje, para as coisas fi carem “em ordem” precisam sempre de um grande pai. Eu tenho que botar o cinto de segurança mesmo quando estou andando a 20km numa ruazinha de Penedo, do contrário posso ser multado, porque o Estado sabe melhor do que eu quando corro perigo; eu não sou capaz de dar resposta às minhas questões.

Essa “ordem moderna” é a tecnocracia, uma ideologia que engloba direita e “esquerda” - e que é de direita. O que costumamos chamar de esquerda - maior assistencialismo, maior inclusão no consumo - está dentro de uma cultura que se desenvolve em linha reta, fundada numa razão pura que só sabe lidar com as coisas em escala, que é incapaz de perceber a inteligência que há na diversidade do pequeno, incapaz de acreditar no fi m da miséria com infi nitas pequenas propriedades produzindo e planejando por conta própria, resolvendo suas questões em centros urbanos menores. Mesmo quando pensamos em reforma agrária o projeto é centralizador, é tecnocrático, torna a esquerda de direita; rouba para o Estado as iniciativas dos indivíduos, fabrica a pessoa-padrão, que tem a alma com defeito para a doação ou a liderança gratuita. Amontoam-se então

Alhos são sempre também bugalhos

as pessoas nas megalópolis, o que, por sua vez, é usado como justifi cativa para a tecnocracia e a concentração de poder, num círculo vicioso.

Esse diagnóstico da tecnocracia como parceira do gigantismo e da ganância, e inimiga do que há de original, belo e solidário no Homem, é, grosso modo, o tom dominante do pensamento da esquerda pós guerra fria, e anda sempre embutido nos textos do Marcos Cotrim. Tal visão se encontra com uma tradição do pensamento social cristão que vê a harmonia entre os homens fl orescer de uma planta que cresce do variado e misterioso humus social, onde há ambição mas também solidariedade, coisas que o Estado deve tão somente ajudar a equilibrar. A planta pronta não pega, não adianta o Estado adubar o vaso. As pessoas podem e querem viver em paz com suas contradições - sua riqueza - sem cerca elétrica, nem em casa e nem em campos de concentração.

Mas é só um diagnóstico, não tem remédio fácil. Pelo menos não tem um remédio alopático fácil, tipo um corticóide. Talvez só seja efetivo o tratamento homeopático, com alguma medicação leve para os sintomas e um remédio de fundo que é a lenta mas efetiva mudança de valores e de mentalidade, até ser muito forte no corpo social a crítica à racionalidade - e o consequente ridículo da

riqueza acumulada, do poder preservado a qualquer custo, do que se está perdendo de beleza, poesia e mistério nas paisagens, nos objetos, na chuva, nas pessoas; até cozinharmos uma sopa de meditação que dissolva - deixando deles só um leve gosto - os virus que são os homens obcecados.

No entanto, a gente vê paladinos da “esquerda” - homens obcecados também - pregando o remédio corticóide: a intolerância e a violência contra as elites (cuidado Lula e Zé Dirceu!) para que a justiça social se estabeleça de imediato. Como se passássemos então a tratar com um homem de outra natureza. Por sinal, a expressão “novo homem” esteve em voga no estabelecimento do regime totalitário do extinto império soviético.

2- Ainda no tema da

tecnocracia, estive outro dia numa reunião das Secretarias de Turismo de Resende e Itatiaia com a equipe do Núcleo de Projetos da Faculdade de Turismo da Universidade Federal Fluminense. Eles estão fazendo, em parceria com o PRODETUR (Programa Nacional do Desenvolvimento do Turismo), o inventário da oferta turística do Estado do Rio de Janeiro, e uma das regiões é a nossa, a das Agulhas Negras. O inventário vai ajudar no planejamento do empresário e do poder público, no estudo comparativo de competitividade entre as regiões, etc. Se não me engano havia apenas um hoteleiro presente à reunião, o Marcelo Jymenez, da simpática Pousada Villa Luna, em

Penedo (excelente também a pizzaria Villa Luna, na Av. das Mangueiras!), que preside o nosso conselho de turismo e que se mostrou um tanto descrente do projeto, dizendo que já havia visto muitas iniciativas de inventários que sequer chegaram às mãos dos empresários. A equipe da Universidade, porém, garantiu que dessa vez a coisa vai ser dinâmica, com dados sempre atualizados.

Tomara. Mas como eu estou velho, desacredito um pouco em projetos que, como reza o folheto da universidade, contam com “a expertise de professores e consultores (mestres e doutores), em diversas áreas: planejamento estratégico, planejamento público, marketing, qualidade & processos, tecnologia da informação, ambientes virtuais de negócios, plano diretor, plano e marketing, inventário da oferta e demanda e estudos sobre competitividade”. É competência demais, e nada demais é muito bom.

Fiquei ouvindo a explanação mas meu pensamento foi para 50 anos atrás, quando meu pai, Frederico, fundou no Rio uma pequena agência de viagens que fazia reservas para hotéis das regiões turísticas do Rio, essas mesmas do inventário da universidade, as praias e as serras. O querido Fredera viajava um fi m de semana para cada região no seu fusquinha, se hospedava, conversava com os hoteleiros, os donos de restaurante, experimentava de tudo, fotografava tudo. E montava os albuns de

fotos, de cada região, de cada hotel e restaurante. E - sou testemunha porque fui muitas vezes com ele - só trabalhava com o que ele achava bom.

Seu escritório era no edifício da Galeria dos Empregados do Comércio, entre a Rio Branco e a rua do Ouvidor, e de vez em quando ele colocava um stand no meio da galeria com fotos das regiões. Veiculava pequenos anúncios nos jornais e, aproveitando os contatos que tinha na imprensa, por ter anteriormente feito crítica literária em alguns jornais, publicava no Globo, semanalmente, uma crônica chamada “Onde Passar o Seu Fim de Semana”. A crônica era no segundo caderno; não havia ainda Caderno de Turismo, como não havia internet. Telefones eram caros e raros. Em Mauá, por exemplo, os poucos hoteleiros de então - Buhller, Butner, Amaro - passavam sexta-feira na venda do Chico Quirino, que tinha telefone, para saber se havia reserva do seu Frederico.

Na primeira reserva que fez para Mauá, meu pai fi cou tão preocupado que subiu a serra antes dos hóspedes, sexta à tarde, para verifi car se o quarto estava bem arrumado, se o casal ia ser bem recebido. E estudando uma tabela que fazia a cada ano sobre o movimento em cada região, ele viu que o Penedo era o local de melhor média de ocupação, por estar a uma distância possível para fi ns de semana tanto para carioca quanto para paulistas (o estudo de competitividade entre regiões). Então, vendeu a agência e comprou uma casa onde fundou o primeiro hotel em Penedo que não foi originário de casa de fi nlandeses, o Daniela.

Eram outros tempos, tinha menos gente. Hoje é preciso software, eu sei. Mas duvido que o trabalho fi que melhor do que o do meu pai. Como eu disse, estou fi cando velho.

Ilustrações:Gravuras de Gustavo Doré paraDom Quixote

Há de vir um futuro em que nos emanciparemos do Estado gerador e

gerente das nossas teias comunitárias.

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4 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016

Dr. Rafael Procaci

Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333Especialista em Ortodontia e Ortopedia FacialClínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJTel: (24) 3355.8383 - 999484899

ITATIAIA em Pauta

Francisco de Goya,Cronos devorando um fi lho1819-1823

Nova reserva ambiental em ResendeA criação do Refúgio da Vida Silvestre (Revis) Lagoa da Turfeira, em Resen-

de, foi formalizada em uma parceria entre o Governo do Estado e a montado-ra Nissan. A publicação do decreto para implantação do refúgio permite que seja iniciada a elaboração do plano de manejo e construção da infraestrutura administrativa da unidade, visando à conservação de 269 hectares de áre-as remanescentes de Mata Atlântica, na Região do Médio Vale do Paraíba.

O Refúgio da Vida Silvestre é fruto do entendimento havido com a participação do Mi-nistério Público por ocasião do licenciamento ambiental da montadora Nissan pelo Inea

– O Refúgio da Vida Silvestre Lagoa Turfeira vai se tornar uma realidade com a implantação de seu plano de manejo. O refúgio vai interligar importantes fragmentos de Mata Atlântica, colaborando para a preservação da biodiversi-dade da região, e, em especial, das aves que passam pela região durante os ciclos migratórios – disse o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa.

O Revis Lagoa da Turfeira tem por objetivo preservar um remanescente natural de áreas úmidas, que, antes dos impactos provocados pelo homem, se estendia por toda a várzea do Rio Paraíba do Sul. Embora a cobertura vegetal da região no entorno da lagoa e a própria hidrografi a estejam relati-vamente alteradas, o complexo de áreas úmidas existente no lugar constitui um importante reduto para a biodiversidade local, especialmente para diver-sas espécies de aves aquáticas. A criação do refúgio contribui para o fl uxo gênico de espécies nativas por meio da formação de corredores ecológicos.

– A Lagoa da Turfeira constitui um importante abrigo para a fauna, espe-cialmente a avifauna, que ali instala seus ninhos ou utilizam como pouso. Dentre os mamíferos mais comuns estão presentes capivaras, cachorros do mato, lontras, lobo guará e até a jaguatirica. Presente também espécies ame-açadas de extinção como o cágado do Paraíba e o jacaré-do-papo amarelo – disse o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, Paulo Schiavo.

De acordo com Paulo Schiavo o próximo passo será a elaboração do plano de manejo e a construção da infraestrutura da sede do Revis. To-das as etapas de estruturação da unidade contarão com apoio da Nissan.

Seu objetivo, segundo informa o Inea, é de “preservar um remanescente natural de áreas úmidas, que outrora se estendiam por toda a várzea do Rio Paraíba do Sul, funcionando como suporte para descanso, alimentação e reprodução de aves duran-te as etapas de migração que integram o ciclo de vida de muitas delas”. Sabe-se que a cobertura vegetal e a hidrografi a da região foram alteradas por ações humanas, mas ainda assim o lugar é considerado pelos especialistas um “importante reduto para a biodiversidade local, especialmente para diversas espécies de aves aquáticas”.

Foto Fernando Lemos, 25/5/2014

Com Diário do Vale e LF César

Arte para além da música

Uma das coisas que o turismo incentiva é a música; Penedo e Mauá estão cheios de bons intrumentistas e cantores se apresentando em bares e restaurantes. Pois foi nesse ambiente propício que, há 10 anos, nasceu o Jazz Village Bistrô, hoje consagrado e inscrito no seleto grupo de palcos do país onde se apresentam monstros sagrados como Jards Macalé, Luis Melodia, Paulo Moura, Toninho Horta, Elton Medeiros, Hélio Delmiro e tantos outros, além dos melhores novos nomes que surgem, notadamente na nossa região.

E, assim como uma pintura de mestre pede moldura à altura, o espaço nos envolve em beleza: nas luminárias, nos móveis, na sutileza das luzes, nos arranjos, nos quadros e fotos da sala que se estende para agradável varanda com sofás e poltronas, de onde também se acompanham os shows. Pode-se tomar um bom vinho, saborear uma bandeja de frios, um prato típico sueco, ou ainda alguma outra iguaria do variado cardápio, que vai dos fondues às carnes e peixes. O Jazz Village é todo ele arte, é mais do que só a música, e a autora é Marie Louise Gonranson, proprietária do Hotel Pequena Suécia, que tem a casa de show em anexo.

Marie, formada em � loso� a e atuante nos movimentos

teatrais da região, tem o gosto pela música, o talento

de congregar pessoas e a coragem de realizar seus sonhos. Há 20 anos ela começou a construir o que seria o Jazz Village,

promovendo “Encontros Musicais” no restaurante do

Hotel e chamando músicos amigos para tocarem numa Casa de Chá que havia ali então. Há 10 anos � rmou o espaço da música como

algo independente, investindo numa acústica perfeita e procurando reproduzir o clima dos clubes de jazz de Nova Yorque - a proximidade do palco cria um clima

de intimidade com os músicos, que tantas vezes se estende para depois do show.

Outro ponto positivo do Jazz Village é que a capacidade máxima da casa é de 60 pessoas, o que permite uma grande interação de músicos e platéia. O estacionamento é amplo, nos próprios jardins do hotel, que se prolongam na mata, envolvendo tudo em alimento para a alma. Os shows acontecem sempre nos � ns de semana e feriados e pode-se fazer reserva pelo telefone 3351 1275 . Com certeza vai valer a pena sair de casa à noite. E parabéns aos 10 anos dessa nossa pequena grande casa de shows, que ainda tem a virtude de congregar os amigos, e parabéns à beleza de an� triã que é a nossa Marie.

Mais de dois anos se passaram, e a prefeitura Municipal de Itatiaia não providen-ciou a reconstrução do abrigo de ponto de ônibus na estrada RJ-151, na vila de Maringá, próximo ao Hotel Refazenda. Já prometeram a reconstrução do ponto por diversas vezes... mas, até hoje nada! E o sol tá de rachar mamona. Os alunos tem que atravessar a estrada para procurar sombra do outro lado da pista. E tome sol e chuva direto por mais de dois anos diariamente.(Com Blog Assomar)

Cadê o ponto que estava aqui?

Page 5: O Ponte Velha | Fevereiro de 2016

Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha - 5

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Francisco de Goya,Cronos devorando um fi lho1819-1823

mariana biolchini de mello

estrelas se vãoe eu, íntegra, assisto

um dia serei estrelaum dia me voy

para volver como inúmerasmilênios silêncios

um nada sem tempo

até que a vida me invada

- um nadaaté que a vida

possa me perceber.

nada até que todo

Ilustração:

Jorge Luis Borges na Biblio-teca Nacional de Argentina, s/d

Creio que não resta mais a menor dúvida na nossa so-ciedade de como é feita uma eleição e como são constru-ídas as lideranças neste País. Para uma sociedade cujo dinheiro se tornou o maior valor, fi ca muito fácil essa compreensão. Faltava apenas conhecer os mecanismos promotores desta realidade. Neste quesito, a operação Lava à Jato, da polícia federal e ministério público, é uma escola. Suas revelações, por mais estarrecedoras que sejam, apenas apresentam o “como” pois a grande maioria já sabia o que “é” Brasil. Nossa Pátria sempre foi assolada de parasitas , gente desprovida de caráter e capazes de qualquer coisa. O poder sempre foi para todos estes um passaporte para a riqueza material e a impu-nidade. Não importa se em Brasília ou Resende, a cultura da adulação, da subservi-ência, do parasitismo é tão presente lá quanto por aqui. Neste ambiente é fácil enten-der o surgimento de “lide-ranças políticas”. “Líder” é aquele que tem a “chave” do cofre público e distribui os recursos a sua disposição para aqueles que respaldam sua liderança. Ou alguém tem dúvida disso? Eduar-do Cunha é líder por quê? Não é por seu brilhantismo (embora tenha que concor-dar que tem sua genialidade a um péssimo serviço), mas

pela capacidade de obter e direcionar recursos à sua base. Renan? Idem. Simples-mente não sabíamos, agora não resta a menor dúvida: O dinheiro da corrupção é mais forte que a democracia. Por isso todo cidadão deve lutar contra ela. A corrupção é como um câncer que se alas-tra na máquina pública. O órgão passa a não funcionar como deveria, e a sociedade fi ca doente. Perdemos assim a saúde, a disposição, enfi m perdemos a esperança. E sem esperança não há como investir para frente, para o futuro. Advém daí a crise como consequência natural do quadro do paciente.

A corrupção ocorre a todo momento. Alguém tem dúvi-da que ela não está pre-

O processo de corrupção permanece após a eleição pela permissividade dos elei-tos e seu poder de distribuir empregos. São empregos que têm como principal objetivo o uso político da máquina administrativa. Minar qual-quer resistência, desarticular qualquer oposição e, por fi m, fazer uso impunemente dos recursos públicos para manutenção do poder e enri-quecimento ilícito.

É fato que a percepção sobre a corrupção ser um “mal menor” vem mudando. Da forma que vem se mani-festando, em uma ganância sem precedentes, começa a mostrar sua face cruel: a da carestia. Enquanto pessoas enriquecem no poder públi-co (que nada produz), a so-

ciedade empobrece em tudo. Na saúde, na educação, na infraestrutura… Infelizmen-te, nossa sociedade carece de valores que possibilitam um maior entendimento do coletivo.

Embora de esmagadora maioria cristã, parece que tais valores fi cam restritos ao interior dos templos, na busca de uma vida espiritual sem conexão com a realidade mundana. Valores como os da solidariedade não con-seguem se fazer presentes no uso e na valorização do dinheiro público, que é bem comum e deveria servir a todos. Todo cristão deveria usar os valores de sua fé para transformar a realidade e não apenas para construir uma ponte espiritual com Deus.

A corrupção e o pecado sempre foram os caminhos mais fáceis para uma satisfa-ção imediata, para o prazer inconsequente. Por outro lado o caminho da virtude sempre foi penoso e difícil, mas é o único caminho para a sabedoria e a plenitude.

Por isso acredito que somos todos movidos a esperança. Esta esperança não pode existir na ausência. Para isso é fundamental estar presente e atuante. Fortalecer o entendimento que acima do individual está o coletivo e que ninguém está acima das leis.

O Rei está núsente aqui em nossa cidade? Na Câmara Municipal há fortes indícios. Será fácil de se comprovar porém, em breve... . As eleições estão chegando. O dinheiro, sem origem, mais uma vez irá inundar os comitês da periferia, onde o voto é barato e o dinheiro tem maior valor. A gente mais humilde, que tem a palavra como seu bem maior, é a vítima predileta. A dignida-de se transforma na sua maior prisão. É o dinheiro pela palavra. É o dinheiro pelo voto.

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6- O Ponte Velha - Fevereiro de 2016

Letras - Um curso tradicional que atingiu a maturidadeQuando estávamos ultimando esta edição, saiu a notícia do fechamento da revista Arte e Letras: Estórias, após 26 edições iniciadas em 2008, em Curitiba, pelos irmãos Thiago e Frede Tizzot. Seu projeto foi abrir um espaço para publicação de novos autores, juntamente com nomes consagrados, sem repeti-los. Cada edição identifi cava-se com uma letra, de modo que, chegando ao Z, c’est fi ni. Encerraram o projeto gloriosamente premiados pela Biblioteca Nacional. As “letras” de um modo geral são indício de maturidade de uma dada civilização, realizada num determinado momento do desenvolver-se da língua. Tal momento como que constitui o autor. Mas na outra margem desse processo está o leitor e tudo aquilo que uma época providencia para sua educação. As condições que o tornam mais ou menos sensível às imagens e encadeamentos de ideias típicos de narrativas, argumentações ou poesia precisam ser forjadas dentro de uma tradição que tem, na escola, sua especial consciência. Não se pode vacilar na entrega dessas competências de uma geração à outra, sob pena de degradar-se o horizonte em que o verdadeiro e o belo se expressam.Ora, o Curso de Letras da Fa-culdade Dom Bosco atingiu esta espécie de maturidade como espaço de formação, o que muito honra a porção resendense do Vale do Paraíba. Para celebrar este resultado, entrevistamos a professora Érica Duarte, resendense, atual coordenadora e doutoranda em Literatura Comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Ponte- Professora, como vê o papel social e cultural do Curso de Letras, em si e para Resende?

Érica- O Curso de Letras da AEDB vem assumindo desde sua criação, há mais de 40 anos, um compromisso social pautado em valores de cidadania, comprometimento social, educação e respeito. Neste sentido, a preparação de um profi ssional educador, qualifi cado com excelência, que não seja um simples reprodutor/repassador de informa-ções, mas sim, aquele que estimula a produ-ção de conhecimento é o grande objetivo dos docentes do Curso de Letras da AEDB.

Ponte- Este foco na formação do educador, que vem do antigo Curso Normal, parece ser indispensável para fazer a ponte entre o local e o universal...

Érica- O educador formado pelo Curso é, sem dúvida, parte importante na constru-ção de saberes, não apenas dentro do nosso município, como também em toda a região das Agulhas Negras e adjacências, já que formar profi ssionais gabaritados, especialistas não só no ensino da nossa língua materna, como também de outras línguas estrangeiras, é importantíssimo dentro do contexto de globalização que vivemos hoje.

Ponte- Este seria um diferencial em relação ao perfi l técnico do Normal. Alguém bem formado em Letras dialoga com o mundo de modo competente, pois “lê” a realidade criativamente, não?

Érica- Exato... É mister salientar que o do-mínio da Língua Portuguesa é indispensável e vai além do simples estudo da gramática. Pensar criticamente sobre a Língua Portu-guesa e seus usos sociais é uma questão de cidadania, porque como disse certa vez nosso grande escritor Monteiro Lobato, “Quem mal lê, mal fala, mal ouve, mal vê”.

Ponte- O Curso vem sendo bem avaliado? Como tem sido o desempenho no ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes)? Refl ete o perfi l de qualidade do Curso?

Érica- O Curso de Letras da AEDB obteve excelentes conceitos nas últimas avaliações

do ENADE, realizado a cada três anos pelo Ministério da Educação. Esses conceitos representam a trajetória ascendente do nosso Curso, e são, sem dúvida, resultado do traba-lho, dedicação e comprometimento de todas as partes envolvidas, tanto alunos quanto professores e gestores.

Ponte- Que nota conseguiram na última edição do Exame?

Érica- Obtivemos nota máxima. Possuir um excelente conceito no ENADE demonstra claramente que o Curso de Letras da AEDB representa um importante alicerce na educa-ção da região sul-fl uminense, já que oferece ao mercado os melhores profi ssionais de Línguas e Literaturas, testados e avaliados pelo Minis-tério da Educação.

Ponte- Por que o MEC seria o certifi cador único e adequado de um Curso como o de Letras, se suas políticas são ideologicamente pautadas pelo conceito de tecnologia e formatação linguística do pensamento?

Érica- O tema merece um debate. Mas o fato é que nosso Curso tem altíssimo índice de empregabilidade.

Ponte- Que sentido tem, para o Curso, o verso do Hino a Resende: “berço de poetas, artistas e heróis”?

Érica- Desde os tempos mais remotos, Resen-de vem sendo berço de escritores de grande importância na construção da nossa história, a começar por Luis Pistarini, autor do hino em homenagem ao nosso município. Além dele, nomes como o de Ezequiel Freire, mais antigo poeta resendense; Narcisa Amália, uma das primeiras poetisas brasileiras e Luis Mu-rat, imortal da Academia Brasileira de Letras, que escolheu a nossa cidade como morada, compõem com maestria o quadro dos ilustres escritores que se dedicaram a escrever sobre nossa terra, fazendo de sua literatura veículo de identidade cultural representativa da nossa cidade.

Ponte- Este passado se projeta de algum modo no Curso?

Érica- Tendo atingido as metas de qualidade e amadurecido a proposta, estamos planejando um Concurso de contos e poemas... talvez outros gêneros. Fazer ecoar essa tradição lite-rária local, descobrir autores da região, reunir talentos que andam dispersos.

Quem sabe conseguimos apoio para publicar os textos premiados?

Ponte-E os demais projetos do Curso?

Érica- O principal projeto do Curso de Letras da AEDB, articulado ao esforço incansável dos demais Cursos desta tradicional instituição de ensino superior, é continuar atuando de maneira signifi cativa em prol do desenvolvi-mento educacional, cultural e social do muni-cípio de Resende e região. Por meio da forma-ção de profi ssionais de excelência, conscientes da importância de um ensino de qualidade, contribuímos cada vez mais para a melhoria da sociedade em que vivemos. Não somos visio-nários, somos professores!

Professora Érica Fernandes Costa Duarte

ERRAMOS: Na entrevista com Noel de Carvalho, na edição passada, onde se lê “implaca”, leia-se “emplaca”.

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Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha - 7

SomavillaLuis Felipe Cesar

Sobre as eleições de 2016Os recentes eventos parti-

dários em Resende e demais municípios da região indicam o início do processo das eleições municipais e todas as suas implicações.

Um ponto comum das campanhas deverá ser o da ética na política, tema indis-pensável para fazer frente a tantas revelações e inves-tigações em andamento no Brasil e que muito provavel-mente ainda deverão apre-sentar novas surpresas. Neste ponto, será indispensável, ao eleitor, saber identifi car os discursos vazios, sem lastro em práticas efetivas, dos dis-cursos realmente comprome-tidos com posturas políticas e administrativas à altura das demandas e necessidades da sociedade.

Um dos próximos passos é a elaboração dos programas de governo, que em tese são fundamentais para garantir uma escolha informada, além dos evidentes critérios rela-cionados à história pessoal dos candidatos.

Embora não seja pos-sível refazer histórias de vida (ainda que se possam construir versões), escrever planos de governo sempre é possível e relativamente simples, uma vez que não faltam boas ideias e modelos. No entanto, também não faltam exemplos de candida-tos que traíram suas próprias histórias e compromissos, da mesma forma que muitos planos de governo já foram sumariamente descumpridos.

Buscando articular o fazer político com o tempo no qual vivemos e com a pesso-as que vivem aqui e agora, e também para fazer frente a uma sociedade cada vez mais decepcionada e incrédula com a política, é preciso ir além de planos bem escritos e candidatos carismáticos com belas biografi as.

O novo passo que precisa ser dado envolve o enor-me desafi o de recuperar a confi ança e reestabelecer um sentimento positivo de es-perança. Construir um ciclo virtuoso alimentado por boa

expectativa, cumprimento de compromissos, gerando bem-estar e, na sequência, mais esperança, por sua vez realimentando expectativa e continuidade de boas práti-cas, gerando mais bem-estar e de novo mais esperança.

Ainda que possa parecer simples, construir um ciclo como esse não é fácil, mas é imprescindível. E para que se tenha alguma chance de votos numa proposta com esses fundamentos é neces-sário divulga-la e descrevê-la adequadamente. Mas não é só isso.

Um bom programa de governo precisa conter me-canismos de monitoramento por parte da sociedade. Me-tas e indicadores claros que sejam de fácil entendimento e medição poderão propor-cionar dados concretos que permitam avaliar e efi ciência e a efetividade do governo. Um sistema assim não é uma grande novidade, existem plataformas para isso.

Um tema que deverá pro-vocar bons debates é o pro-cesso de industrialização da Região das Agulhas Negras. É quase geral a preocupação com a piora das condições ambientais e com o agra-vamento de tensões socais, em especial na segurança, na saúde e na habitação, em boa parte resultantes do aumen-to populacional provocado pelas obras e promessas de empregos, geralmente super-dimensionados.

Será relativamente fácil, para todas as campanhas, prometer ajustes. Por um lado, alegando necessidade de mais recursos para suprir as demandas, com novos incentivos para mais grandes empreendimentos, porém com atenção na busca de algum equilíbrio (o que talvez pareça “mais do mes-mo”). Por outro lado, alguns candidatos poderão inovar propondo a diversifi cação da matriz produtiva com empreendimentos de baixo impacto, descarbonização da economia, incentivos para indústrias voltadas ao merca-do da energia e do transpor-te limpo, como fábricas de placas solares ou de bicicle-tas elétricas, por exemplo.

As propostas inovado-ras, no entanto, correm o risco de escorregar no fosso colorido da ingenuidade se não tiverem consistência sufi ciente para enfrentarem (sem confronto, mas sim com sinergia estratégica) modelos estaduais e nacio-nais que em nada ou muito pouco contribuem para essa fundamental transição no rumo de uma economia não poluente e articulada com a construção de sociedades mais ecológicas.

Além disso, temos as montanhas da Serra da Man-tiqueira e o Vale do Paraíba, imensos territórios comuns a diversos municípios e que requerem, ainda que em es-calas institucionais e geográ-fi cas distintas, mecanismos de gestão integrada. Tais mecanismos devem necessa-riamente estar previstos nos compromissos e metas dos novos governos municipais.

Desde a Constituição de 1988 os Municípios podem muito, mas em parte ainda dependem de políticas mais amplas. Enquanto 2018 não chega, os governos locais que se empenharem em fazer algo novo podem vir a ser semeadores de grandes mudanças. Planos de Go-verno viáveis, consistentes, competitivos e interativos serão um bom começo!

Algumas palavras de agradecimento

Desde emocionante e surpreendente texto a meu respeito em edição passada do Jornal O PONTE VELHA, conside-rei ser imperioso sinalizar algum preito de gratidão em res-posta à elogiosa publicação. Creiam-me, fi quei este tempo todo remoendo vocábulos, perseguindo imagens, divagando sobre méritos nesta quadra inexpressiva da literatura pratica-da nos arraiais brasis dentre os quais nossa terra parece ser preciosa exceção.

Embora palavras escorressem pela mente em profusão, quando postas no papel sempre pareciam pálidas, sem encanto, ante a inspiração da pessoa que me homenageou, a poeta Martha Carvalho, talvez a mais injustiçada e olvi-dada autora entre pares de igual quilate no cenário literário nacional. Pergunto-me: Em que desvãos do tempo ou da razão se esconde a crítica literária brasileira? Porque a mídia televisiva, ao menos local, não se vale de sua obra para acrescentar qualidade a alguns de seus programas? Porque não é convidada para entrevistas de modo que estudantes e a população em geral possam ter acesso ao pensamento da mais expressiva literata ainda atuante nesta cidade?

Sem farsante modéstia e sem nem de longe tentar juízos de valor sobre a poé-tica da Martha, eis que sou apenas admirador de seus arranjos extasiantes, esclare-ço que naquela mencionada oportunidade, a propósito de publicação de minha autoria intitulada “Aviamen-tos”, ela atribui-me adjetiva-ções absolutamente imere-cidas, escriba diletante que sou tentando na melhor das hipóteses enganar a insônia altas horas da vida.Peço aos amigos do jornal

a publicação desta men-sagem repercutindo meus agradecimentos. Enfi m, ainda que tardiamente, penitencio-me de omissão e aconselho os descrentes quanto à sobrevivência da poesia neste mar de iniqui-dades que infelicita o país a meditarem sobre a inigua-lável e singular inspiração da Martha, fl or da terra, fl orescência do mesmo sitio onde vicejaram uma Narci-sa Amália ou um Ezequiel Freire, só que em tempos mais amenos, sem as agruras que hoje maculam sentimen-tos e asfi xiam poesia.

Gostaria de lembrar a todos que a edição do PONTE VELHA a qual me refi ro e muitas outras, bem como textos de indizível beleza da autora podem ser encontradas no site www.facebook.com/pontevelha ou então nos diversos livros que publicou.

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8 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016

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VESTIBULAR 2016 - Última oportunidade para os estudantes da região

Faculdade Dom Bosco realiza processo seletivo em fevereiroA Faculdade Dom Bosco, manti da pela Associação Educacional Dom Bosco – AEDB, realiza seu últi mo vesti bular no dia 24 de fevereiro, para preenchimento de vagas remanescentes nos 18 cursos de graduação oferecidos pela Insti tuição.

As inscrições podem ser feitas pelo site www.aedb.br/vesti bular, ou presencialmente, na sede da AEDB, no horário de 8h às 12h e 13h às 21h30. Não haverá cobrança de taxa de inscrição. Bolsas de estudo- A AEDB oferece o melhor Programa de Bolsas de Estudo da região. Há várias modalidades de incenti vos fi nanceiros que possibilitam reduzir o valor da mensalidade sensivelmente. O estudante deve preencher corretamente o Questi onário Socioeconômico, no ato da sua inscrição para o vesti bular, para análise de concessão de bolsas. Cursos oferecidos- Os cursos da AEDB foram criados para atender as necessidades do mercado de trabalho regional e têm grande empregabilidade. São 18 cursos de graduação, sendo cinco tecnológicos de curta duração, nas seguintes áreas:

*Saúde e Educação - Biologia, Pedagogia e Letras*Negócios - Administração, Ciências Contábeis, Comunicação Social (Publicidade e Propaganda), Economia e Sistemas de Informação.*Engenharias - Civil, Mecânica, Elétrica-Eletrônica, Produção Automoti va e Produção Metalúrgica.*Tecnológicos – Automação Industrial, Logísti ca, Gestão da Produção Industrial, Gestão Pública e Gestão de Recusos Humanos.

Entrem em contato conosco através do telefone (24) 99948-5181. Vocês podem participar doando seus vinis para o CCVM, trazendo-os para venda (em consignação), ou mesmo trocando-

-os entre amigos colecionadores!

Em breve estaremos divulgando a programação cultural da nossa Feira.

Participem dessa grande brincadeira musical!!

Apoio: Copacabana Records, Casa Beatles e Secretaria de Turismo de Resende!

Márcia Patrocínio

Centro Cultural Visconde de Mauá Ponto de Cultura – Ponto de Leitura

Doze anos de arte, cultura e educação para todos!

Teatro na Montanha

Agora a Casa das Velas em Maringá Minas, possui um espaço para apresentação de peça de teatro. A peça é sobre como começou a fabricação de velas na região. Para assistir a peça bastar ligar para (24) 3387 1198, e se informar sobre dia e horário das apresentações e fazer sua reserva. Vale a pena conferir. A Casa das Velas fi ca próximo ao Hotel Repouso Maringá.

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Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha - 9

Marcos Cotrim

Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42

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A “solução fi nal” é a microcefalia cultural1- Um juiz carioca proibiu a publicação do livro de Adolf Hitler, Mein Kampf (Minha Luta, 1925), no Estado do Rio, alegando que promove intolerância, enquanto a ONU pressiona para se ofi cializar o aborto em casos de microce-falia. Não sei qual é a atitude oligofrênica mais obtusa, se a do juiz, que reedita uma prática nazista de censura à história, ou a dos engenheiros sociais da ONU, que manipulam o pânico para instaurar pro-cessos de eugenia à la Hitler.

Não é difícil perceber que o avesso da ideologia liberal, que prega a tolerância abso-luta, é o autoritarismo policial que dita a ordem conveniente para... para quem mesmo?

O mito da tolerância absoluta vive da aceitação de que não há verdades, nem valores perenes. Então convencionam-se abso-lutos legais, camisas-de-força jurídicas, aliás incapazes de conter as paixões, perversões e psicopatias incentivadas em ho-rário nobre e promovidas nas cartilhas escolares do governo.

Curiosamente, a argumen-tação do juiz-censor procura legitimar-se acusando o conte-údo ideológico de Mein Kampf — darwinismo social, xeno-fobia etc. —, que afrontaria a “dignidade da pessoa humana” (CF, art. 1º, III), a “prevalência dos direitos humanos” (CF, art. 4º, II) e o “repúdio ao terro-rismo e ao racismo” (CF, art. 4º, VIII). Comercializar seus exemplares se enquadraria, em tese, na prática, induzimento ou incitação à discriminação ou ao preconceito de raça, cor,

etnia, religião ou procedência nacional (Lei 7716/89, art. 20, caput). Ora, se assim é, qualquer novela global ou enlatado norte-americano é uma ameaça aos direitos abs-tratos amparados na Carta.

Por mais preciosos que sejam os princípios, não “valem” por si mesmos, e sim dentro de contextos culturais que devem ser discernidos por quem julga. Até religião pode-se tornar fanatismo, ou a ética pública, acober-tar genocídios em nome de burocracias e regimentos internos. Será que teses aca-dêmicas serão queimadas a despeito do valor histórico de seus temas polêmicos?

2- Após décadas de pregação do mito liberal da tolerância absoluta, a Europa hoje expe-rimenta o fracasso da utopia multiculturalista. Aqui, pre-senciamos a desconstrução de um incipiente desenvolvi-mento, arduamente conquista-do nos planos político, econô-mico e educacional, ao aceitar servilmente as receitas do soft--power globalista. O judiciário cooptado prepara seu Index enquanto a OMS e as feminis-tas instrumentalizam o surto do Zika vírus para forçar a le-galização do aborto. Junto aos lobbies ambientalista, racialista e dos direitozumano, formam um poderoso cavalo-de-tróia.

A manipulação demográfi ca cassa direitos fundamentais da pessoa. Quem desconhece a importância estratégica da reposição populacional para o Bem comum nacional? Se houvesse, de fato, um proje-to macabro de esterilização das periferias, não seria tão

bem articulado como o que vemos, promovendo relações estéreis com meios que vão do aborto, das uniões homoafe-tivas e da adoção preferencial de animais, ao pedagogis-mo que engessa a educação.

Fertilidade começa na ca-beça. Filhos da psicanálise, os promotores dessa cultura erotizada oferecem a leitores, alunos e consumidores de imagens uma doce esteriliza-ção. Sistemas de gestão do comportamento e de “cons-cientização” em escala inédita, uma vez implantados, dispen-sam guerras de ocupação e mortandades repugnantes. Já somos quase 20% de famílias que optaram por não ter fi -lhos. A “solução fi nal” é paci-fi sta, ambientalmente correta e “do bem”: a formatação de zumbis usuários de paraferná-lia digital e próteses químicas de tarja preta prepara a persona-lidade normal, supremo critério da intolerância pós-moderna.

3- Genocídio à vista! Cientistas britânicos já podem modifi car genes de embriões humanos para pesquisa, menos de um ano depois que os chineses causaram celeuma ao fazer o mesmo. Ora, tais embriões são pessoas com direitos, e sua manipulação para fin$ fi lantrópico$ é mais um epi-sódio da banalização do mal.

Denunciada por Hanna Arendt em “Eichmann em Je-rusalém”, a banalização do mal explicaria porque uma persona-lidade normal como a do carras-co alemão “obedecia ordens superiores” embora contrárias à consciência moral. Seria pelo compromisso burocrático com a “lei”? A microcefalia de Eichmann, um oligofrênico moral programado para seguir as leis, não precisou de mos-quito. Mas as “leis” contrá-rias ao Bem são mesmo leis?

Hoje querem tirar o direito à vida aos POSSÍVEIS portadores de microcefalia com estes argumentos, amanhã serão os

com Síndrome de Down, semana que vem só aceitarão os perfeitos, depois só os super-inteligentes, mês que

vem fuzilaremos os paraplégicos, os idosos com alzheimer, vamos construir câmaras de gás, vamos selecionar somente os mais fortes e inteligentes, apenas os puros. Gente, esse fi lme eu já vi, não tem

um fi nal feliz. NINGUÉM tem o direito de escolher quem poderá viver ou não.

Marcelo Salviano/ Fecebook

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GAARFA - Grupo de Apoio à Adoção de Re-sende “Filhos do Amor”

O Grupo de Apoio à Ado-ção de Resende Filhos do Amor é uma associação civil, fi lantrópica, cultural, assis-tencial, ecumênica e sem fi ns lucrativos, que trabalha pelo direito a convivência familiar e comunitária de toda criança e adolescente instituciona-lizada, a proposta é investir em ações que desenvolvam o fortalecimento de adoções legais, seguras e para sem-pre, visando a garantia do Direito familiar para todas as crianças e adolescentes, uma quebra de mitos e preconcei-tos da cultura da adoção em nossa sociedade.

O Grupo exerce encontros voluntários desde 2013, aberto a todos os preten-dentes, habilitados, pais e voluntários, conforme a Lei 12010/09 – Nova Lei da Adoção. Tem o apoio de Pais, Profi ssionais Voluntá-rios da Área de Psicologia, Assistência Social, Jurídica, Grupos de Apoio a Adoção do Estado do Rio de Janeiro (GAARJ) e Associação Na-cional dos Grupos de Apoio a Adoção (ANGAAD).

OBJETIVO – De Maneira familiar apoiar e orientar, através da troca de expe-riências e de uma postura refl exiva, temas pertinentes a adoção.

Em 2016, Encontros todo 3o Sábado do mês, às 16h, no Salão da Igreja N.S. do Rosário, no Centro Histórico de Resende:- 20/02 – Adoção. Vamos Conversar?-19/03 – Adoção e Família.-16/04 – Adoção e Preconceito.-21/05 – Cheguei e Agora?-18/06 – Adoção, Sistema Educacional e Família.-20/08 – Adaptação e Confl i-tos, Filho Real x Filho Ideali-zado.-17/09 – Adoções Especiais, Inclusão e suas Difi culdades.-15/10 – Adoção, Eu e o Judiciário.-19/11 – Aspectos Jurídicos da Adoção.

Informações: (24) 9.9215-6618

www.facebook.com/gaarfa.fi lhosdoamor

Claudio e Carla Mendonça

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10 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016

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Krishna SimpsonA Mentira com Responsabilidade- XXIXRevoltado com IPVA do batmóvel, Batman

deve se unir a Superman para salvar as contas do estado do Rio de Janeiro

E quem diria, até Batman fi cou assustado com o IPVA esse ano, que pagará para poder rodar tranquilamente com sua réplica do batmóvel registrado no estado do Rio de Janeiro, onde costuma passar as férias do inverno americano. O carro do super-herói, avaliado em mais de 10 milhões de dólares, teve a cota do seguro DPVAT aumentada exorbitantemen-te, e os editores do Ponte pediram para não publicar o valor por considerá-lo um atentado à moral e aos bons costumes.

Revoltado, ele está cogitando uma breve trégua com o Su-perman, com o qual lutará bravamente no fi lme a ser lançado este ano “Batman vs Superman”, buscando uma solução defi ni-tiva para o poço de petróleo sem fundo, quer dizer, para a crise profunda que se estabeleceu na unidade federativa governada pelo Abominável Homem das Neves. Para tanto, nossos super--heróis devem iniciar o trabalho começando de cima, lacrando o Palácio Guanabara com a super-bat-cola, evitando assim gastos desnecessário de luz, água, funcionários e demais despesas não conhecidas que emanam desde o santuário do alto clero estadual.

Com o governador e seus súditos trabalhando em casa, espera-se uma economia milionária que poderá (ou po-deria) ser repassada aos cofres públicos, visando cobrir o pequeno e imperceptível rombo (com perdão da palavra) ocorrido ao longo do ano passado e de outros anos remotos.

A Mulher Maravilha também deverá entrar na jogada, bo-tando moral pra cima do secretariado de Pé Grande e pondo todo mundo para trabalhar de verdade naqueles escritórios empoeirados espalhados pela região metropolitana e flu-minense, e ai de quem não trabalhar, vai levar no couro!

Por fim, Superman, que demorou 70 anos para entender que a cueca se usa por baixo das calças, trará os médicos plantonistas do ambulatório da Sala de Justiça para dar um reforço na área de saúde do estado. Assim, nossos super--heróis esperam poder chegar às Olimpíadas do Rio curtindo os jogos, despreocupados com o buraco (com perdão da palavra) monetário que se estabeleceu nas contas do Reino do Yeti.

Batman declarou ainda, em recente entrevista, que deverá alugar um muquifo qualquer em Curitiba, só para ter um com-provante de residência do estado do Paraná e poder registrar seu batmóvel em um local onde o imposto sobre a proprieda-de de veículos automotores não seja tão, digamos, vexatório.

Honestômetro é criado por pesquisadores japoneses e sul-coreanos, mas ex-presidentes brasileiros se negam

a participar de testes iniciais

Pesquisadores da Universidade de Tóquio, em parceria com outros da Universidade de Seul, criaram recentemente uma máquina que pode revolucionar a política mundial: o Honestôme-tro. Os diretores do projeto, Sotomo Nakama, do Japão, e Chin Dong-Sun Tae Kon Pun Nu Kun, da Coreia do Sul, disseram que o aparelho, ainda em fase de testes, detecta a capacidade do indivíduo em gerir recursos públicos sem querer se aproveitar desses para ganhos pessoais. Recentemente testado em alguns parlamentares fi nlandeses, que passaram ilesos nos registros, deve vir ao Brasil para avaliações na capital, mas poucos, isto é, muito poucos, ou quase nenhum, ou melhor, nenhum político bra-sileiro se voluntariou para participar do mico, quer dizer, do teste.

Também foram convidados vários ex-presidentes, mas todos negaram-se peremp-toriamente a participar ale-gando ser coisa de política de dominação estrangeira, nova ordem mundial, ilumi-natis, entre outras desculpas.

Um deles, que em recente declaração disse “não haver alma viva no país mais honesta que ele”, foi além, e disse que a realização dos testes seria mais uma manobra da oposi-ção buscando desmoralizar um governo limpo e sem traços de corrupção, como tem sido provado quase que diariamen-te para a população do país.

Desanimados com tal decla-ração, Nakama e Pun Nu Kun disseram que retornariam às pesquisas, buscando aprimorar a máquina para a detecção de honestidade em fantasmas, já que em vivas almas isso não seria possível por aqui.

Batman, Mulher Maravilha e Superman, descapitalizados com tanto imposto, em seus novos trajes de aventura

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Fevereiro de 2016- O Ponte Velha - 11

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Esta invocação é uma Prece MundialExpressa verdades essenciais.

Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude de-dicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que afl ua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que afl ua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

Martha Carvalho Rocha

Proseado atencioso ou, dançando o minueto- Flor roxa na quaresmeira, fl or amarelo-ouro no ipê, aparecendo para nós, os mortais, apenas uma vez no ano, é coisa pra dar de cismar, e muito! Pra botar governo e zelo, pra ir rumo aos homens da sabedoria, e perguntar pra eles que moda é esta de enfeitar o campo? Concorda comigo, comadre?

- Eu estava justo pensando nisso, compadre, aturdida e maravilhada, enquanto tentava organizar as mi-nhas idiossincrasias.

Naquele momento começava a deslumbrar-se um proseado atencio-so. Ele falava seguro.

- Chuvinha respeitosa esta...Ela não deixou passar a deixa e,

entre suspiros, conseguiu falar.- Parece coisa sobrenatural, com-

padre, essa enfeitação do campo, e depois, a ausência dela. Logo vem sol forte esfatiando o ar, nos invadindo o senso. Dá de assustar! Assustada eu já sou de nascença e, agora então, com essa tal de modernidade em pauta, achatando tudo, embaralhando a gente e, inda por cima, no galope, é que dana-se tudo. Eu sinto essas coisas, compadre, igual cruzes bei-rando estrada, num pretume, de não se enxergar um palmo à frente, deste caminho torto. Eu preciso de muito esforço pra subir nos estribos desta nova era, deste solo escorregadio. Muito esforço pra conseguir distrair os meus cuidados. Pra não deixar retalhar a luz.

- Eu também, comadre, vivo correndo o risco do acaso, com sensações fragmentadas. O pesadelo dos dias atuais, a mudança de valores, carregando os bons princípios e a boa educação. Tem vezes que eu me sinto igual cavalo esperando arreio. Então, eu aumento o timbre do meu pensamento, tentando fi car acima das novas agitações humanas, da-das, trocadas, vendidas – por baixos preços.

- Bonito, compadre, é o jeito do senhor falar! Parece o padre da igreja do nosso povoado. Ele interpreta e explica o sal da terra, a Santíssima Trindade – o mistério da fé. Até pra síntese poética aquele padre tem fala.

- Você acha, comadre, que pode-mos chamar este nosso canto de mundo, muito verde, fl orido às vezes, de paraíso? De Éden? E nós, os ho-mens, que do barro formados, ao pó voltaremos? Como se de repente se abrissem os aramados das cercas dos pastos, e se pegasse a estrada mestra – o caminho do divino?

- Compadre, este é o nosso paraíso! Nosso Éden! E com esta chuvinha caindo igual benzeção, no telhado da minha casa, enfeitada, arrumadinha no traquejo, com alecrim e amor perfeito, é tudo de bom.

- Que alegria, comadre, saber que você pensa deste jeito. Que percebe o langor das lentas melodias, dos sapos, pássaros, cigarras e do silên-cio. Cantos macios, sem o buzinar dos carros da cidade. Cantos grego-rianos...

- Sabe que eu gosto da velhice,

compadre? Ela é de andadura lenta, arredondando as coisas, e que as coi-sas vão fi cando harmônicas. Eu falo, com prazer, de quantos são os meus vividos anos. E que venho cozinhan-do cuidadosamente os meus dias fi nais, em água morna e perfumada.

- Eu aprecio você, comadre, de cara lavada, cabelos ao vento, e de pés no chão. Você escrevendo can-tando. E eu, sem querer, chamando-a de você. Posso?

- Pode, compadre. O mesmo vou fazer com você. Sabe o que me falta? Me falta é rir mais. Eu gostaria era de rir infi ndavelmente! Zanzar na sombra da mata, do mato – como legítima capiau que sou.

- Vou ajudar você a rir, comadre, concede-me esta graça? E enquanto barro, conceda-me esta dança? Dan-cemos o minueto! Uma dança grave, composta de evoluções e reverências. Elegante e simples. E nós trajados nos conformes, deslizando pelos salões da Corte...

- Ô compadre, que moda é esta que nós demos de inventar, pra en-feitar o campo?

Frida Kahlo com seus cães.Cidade do México, 1948.

Foto de Gisèle Freund

Page 12: O Ponte Velha | Fevereiro de 2016

12 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016

Fala, Zé Leon: Passo o ponto

CASA SARQUISSímbolo de distinção e confiança

Telefones: 3354-2162 / 3354-7245

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Juro que eu, toda vez que sento para escrever minha coluna, eu pen-so como posso ser divertido, afi nal, essa é minha linha, de usar o humor como ferramenta de transformação da vida das pessoas.

Mas meus poucos, mas fi éis leito-res devem ter notado que as últi-mas colunas foram meio amargas, falando em fi m do mundo, no mal caratismo dos ser humano...

Eu queria estar falando de carna-val, da vitória da , do Botafogo, do calor, podia estar roubando, podia estar matando, fazendo malabaris-mo no sinal, mas não está dando.

Andar pelas ruas de Resende – Campos Elíseos, Centro, Manejo – e ver lojas fechadas, com o aluga-se, ou ainda abertas, respirando por aparelhos, e a faixa passo o ponto, é triste, muito triste.

Lojas antigas, como a de moda jovem na esquina da Alfredo Wha-tely com Nicolau Riso, a Vidroex, a Microlins, sapatarias, lojas de moda na Nicolau, a de Shampoo no Centro empresarial, a livraria do Re-sende Shopping, Revistaria Agulhas Negras...

Em 2009 eu tinha uma coluna no Jornal Folha Fluminense, que deu origem ao nome Fala Zé Leon, e eu falava da política econômica de incentivo ao crédito do governo Lula, e mesmo não sendo econo-

mista eu falava que aquilo ia dar merda, porque ia chegar uma hora em que a nova classe média ia chegar ao seu limite de endividamento. Que a política de incentivo à compra de automóveis em até 5 anos, com juros baixos, ia provocar o que se chama antecipação de demanda.

Os preços controlados, as tarifas de energia elétrica falsamente baratas e pronto: a receita completa para uma recessão que, passado o estelio-nato eleitoral, fez o Brasil caminhar para uma depressão. Mas não que se resolva com rivotril.

Aí virão os mais apaixonados defender o Lula: mas tiramos 20 mi-lhões da pobreza. Perfeito. Com essa política econômica, vão enfi ar agora 40 milhões.

Quanto ao Costelão do Zé, passo o ponto.

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Além do noticiário econômico, outra notícia lida no jornal me depri-miu: Num hospital em São Paulo, es-pecializado em microcefalia, 70% dos pacientes são crianças e adolescentes abandonados pelos pais, algumas no nascimento.

Não culpo essas mães, a maioria muito pobres, mas não deixa de ser cruel aos nossos corações.

E com a explosão de casos de microcefalia, como será o destino dessas crianças que estão nascendo?

E agora não é mais a microcefalia que preocupa, tem a tal da Síndrome de Guillain-Barré que atinge pesso-as de todas as idades. Ainda está se pesquisando se o zika vírus também atinge pessoas que tem doenças autoimunes, como o lúpus, enfra-quecendo o sistema imunológico do doente. Meu Deus, é o apocalipse mesmo. Minha coluna de janeiro está virando o arauto da destruição.

É... feliz era o Cartola, que pegava a Zika e não fi cava nem gripado.

Festa na Praça Oliveira Botelho - anos 1950