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NOVOS CURSOS DE MAGIA DIVINA INICIANDO NO MÊS DE AGOSTO: INSCRIÇÕES DIA 26 DE AGOSTO MAGIA DIVINA DOS ELEMENTAIS: aos Sábados: 10h00 às 12h00 (não é exigido grau de magia) INSCRIÇÕES DIAS 26, 27, 28 E 29 MAGIA DIVINA DAS ENERGIAS VIVAS E DIVINAS: Sexta feira: 20h00 às 22h00 Sábado: 16h00 às 18h00 e 18h00 às 20h00, Domingo: 10h00 às 12h00 e Segunda Feira: 20h00 às 22h00 (É exigido grau de magia) Jornal Nacional da Umbanda São Paulo, 10 de Agosto de 2011. Edição 18 [email protected] pág. 01 Jornal Nacional da Umbanda Edição nº 18 Índice de Matérias EDITORIAL A Macumba (Alan Levasseur) pág. 02 DOUTRINA Oque é um Orixá (Rubens Saraceni) pág. 04 Uma nova consciência sobre o Orixá Exu Intima (Rubens Saracenil) pág. 05 Nomes simbólicos dos Exus na Umbanda (Rubens Saraceni) pág. 07 Orixás: saudação, assentamento e símbolo (Rubens Saraceni) pág. 07 Conversa com um executor de Lei (André G. Santos) pág. 09 O mínimo (Nelson Junior) pág. 10 E então o 21°... (Nelson Junior) pág. 11 Obaluaiê (Alan Levasseur) pág. 12 BALUARTES DA UMBANDA Pai Marcos Mozol (Marcos Mozol) pág. 16 Pai Evandro de Ogum (Evandro de Ogum) pág. 18 OFERENDAS, MAGIAS E TRABALHOS DE UMBANDA. Oração de um médium consciente (Marcio Henrique) pág. 20 Joias e Arte Afro (Bruno D’Oxalá) pág. 21 Os benefícios da meditação (Bhikkhu Piyananda) pág. 22 Conhecimento popular: limpe seus rins (Andrei Vinicov Kallazans) pág. 23 Aspectos sociais da religiosidade brasileira (Ronaldo Figueira) pág. 24 EVENTOS UMBANDISTAS Festa em homenagem a Nanã Buruque (Pai Joaquim D´Angola) pág. 25 Seminário consciência Umbandista (J.N.U.) pág. 25 4 ª caminhada em defesa da religiosidade brasileira (J.N.U) pág. 26 CADERNO DO LEITOR Defeitos Alheios (Dinalva Domingues de Faria) pág. 27 Pote de Ouro (Nondas Okiama) pág. 28 Gratidão sem Fim (Alexandre Yamazaki) pág. 28 ÚLTIMA PÁGINA Intolerância Religiosa (Mailing Internet) pág. 30 LIVRO DO MÊS Expediente: Alan Levasseur Rubens Saraceni

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Page 1: Jornal Nacional da Umbanda

Jornalnacionaldaumbanda.com.br São Paulo, 10 de Agosto de 2011. [email protected] Pág. 1

NOVOS CURSOS DE MAGIA DIVINA INICIANDO NO MÊS DE AGOSTO:

INSCRIÇÕES DIA 26 DE AGOSTO

MAGIA DIVINA DOS ELEMENTAIS: aos Sábados: 10h00 às 12h00 (não é exigido grau de magia)

INSCRIÇÕES DIAS 26, 27, 28 E 29

MAGIA DIVINA DAS ENERGIAS VIVAS E DIVINAS: Sexta feira: 20h00 às 22h00

Sábado: 16h00 às 18h00 e 18h00 às 20h00, Domingo: 10h00 às 12h00 e Segunda Feira: 20h00 às 22h00 (É exigido grau de magia)

Jornal Nacional da Umbanda São Paulo, 10 de Agosto de 2011. Edição 18 [email protected] pág. 01

Jornal Nacional da Umbanda Edição nº 18

Índice de Matérias

EDITORIAL A Macumba (Alan Levasseur) pág. 02

DOUTRINA Oque é um Orixá (Rubens Saraceni) pág. 04

Uma nova consciência sobre o Orixá Exu Intima (Rubens Saracenil) pág. 05 Nomes simbólicos dos Exus na Umbanda (Rubens Saraceni) pág. 07

Orixás: saudação, assentamento e símbolo (Rubens Saraceni) pág. 07 Conversa com um executor de Lei (André G. Santos) pág. 09

O mínimo (Nelson Junior) pág. 10 E então o 21°... (Nelson Junior) pág. 11

Obaluaiê (Alan Levasseur) pág. 12 BALUARTES DA UMBANDA

Pai Marcos Mozol (Marcos Mozol) pág. 16 Pai Evandro de Ogum (Evandro de Ogum) pág. 18

OFERENDAS, MAGIAS E TRABALHOS DE UMBANDA. Oração de um médium consciente (Marcio Henrique) pág. 20

Joias e Arte Afro (Bruno D’Oxalá) pág. 21 Os benefícios da meditação (Bhikkhu Piyananda) pág. 22

Conhecimento popular: limpe seus rins (Andrei Vinicov Kallazans) pág. 23 Aspectos sociais da religiosidade brasileira (Ronaldo Figueira) pág. 24

EVENTOS UMBANDISTAS Festa em homenagem a Nanã Buruque (Pai Joaquim D´Angola) pág. 25

Seminário consciência Umbandista (J.N.U.) pág. 25 4 ª caminhada em defesa da religiosidade brasileira (J.N.U) pág. 26

CADERNO DO LEITOR Defeitos Alheios (Dinalva Domingues de Faria) pág. 27

Pote de Ouro (Nondas Okiama) pág. 28 Gratidão sem Fim (Alexandre Yamazaki) pág. 28

ÚLTIMA PÁGINA Intolerância Religiosa (Mailing Internet) pág. 30

LIVRO DO MÊS

Expediente: Alan Levasseur

Rubens Saraceni

Page 2: Jornal Nacional da Umbanda

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EDITORIAL A MACUMBA

A primeira definição de Macumba que se

encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento.

O conceito da macumba está tão arraigado na cultura popular brasileira, que são comuns expressões como "xô macumba" e "chuta que é macumba" para demonstrar desagrado com a má sorte. As superstições nesse sentido são tão grandes, que até mesmo para a Copa do Mundo foram criados sites para espantar o azar. São também muito comuns amuletos que vão desde adereços até objetos que remetem aos utilizados nos cultos religiosos.

Popularmente, a palavra macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos, tais como os bantos, como o candomblé e a umbanda.

Entretanto, ainda que macumba seja confundida com o candomblé e a umbanda, os praticantes e seguidores dessas religiões recusam o uso da palavra para designá-las.

Outras acepções para o termo macumba são:

Macumba, na acepção popular do vocábulo, é mais ligada ao emprego do ebó, feitiço, "despacho", coisa feita, mironga, mandinga, muamba;

• Palavra usada no sentido pejorativo para se referir ao candomblé ou à umbanda;

• Diz-se mais comumente macumba que candomblé, no Rio de Janeiro, e mais candomblé do que macumba, na Bahia.

Câmara Cascudo: "Ainda ao tempo das reportagens de João do Rio os cultos de origens africanas no Rio de Janeiro chamavam-se, coletivamente, candomblés, como na Bahia, reconhecendo-se contudo, duas seções principais: os orixás dos cultos nagôs e os alufás dos cultos muçulmanos (malês) trazidos pelos escravos. Mais tarde o termo genérico 'macumba', foi substituído por Umbanda. Meio século após a publicação de 'As Religiões do

Rio', estão inteiramente perdidas as tradições malês e em geral os cultos, abertos a todas as influências, se dividem em terreiros (cultos nagôs) e tendas.

No livro de 1904 As Religiões no Rio Paulo Barreto, sob o pseudônimo de João do Rio escreveu: “Vivemos na dependência do feitiço, dessa caterva de negros e negras, de babaloxás e yaôs. Somos nós que lhes asseguramos a existência, com o carinho de um negociante por uma amante atriz”.

O feitiço é o nosso vício, mas o nosso gozo, a degeneração. Exige, damos-lhe; explora, deixamo-nos explorar e, seja ele maitre-chanteur, assassino, larápio, fica sempre impune e forte pela vida que lhe empresta o nosso dinheiro. Macumba era definida por toda e qualquer manifestação mediúnica de curandeiros, pais-de-santo, feiticeiros, charlatões, e todos aqueles que se dispunham a intervir junto às forças invisíveis do além apenas em troca de dinheiro e poder.

Prandi, 1991: “A macumba carioca, portanto, pode bem ter se organizado como culto religioso na virada do século, como aconteceu também na Bahia. Não vejo, pois, razão para pensá-la como simples resultante de um processo de degradação deste candomblé, visto no Rio no fim do século por João do Rio, essa macumba sempre descrita como feitiçaria, isto é, prática de manipulação religiosa por indivíduos isoladamente, numa total ausência de comunidades de culto organizadas”.

Arthur Ramos fala de um culto de origem banto no Rio de Janeiro na primeira metade do século, cultuando orixás assimilados dos nagôs, com organização própria, com a possessão de espíritos desencarnados que, no Brasil, reproduziram ou substituíram, por razões óbvias, a antiga tradição banto de culto aos antepassados (Ramos, 1943, v.1, cap. XVIII). São cultos muito assemelhados aos candomblés angola e de caboclos da Bahia, registrados por Edison Carneiro, que já os tratava como formas degeneradas (Carneiro, 1937. Para uma análise atual da questão da pureza nagô, ver Beatriz Góis Dantas, 1982 e 1988)"

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A Religião dos Escravos OS escravos africanos eram proibidos de

praticar suas várias religiões nativas. A igreja Católica Romana deu ordem para que os escravos fossem batizados, e eles deveriam participar da missa e dos sacramentos. Apesar das instituições escravagistas e da igreja, entretanto, foi possível aos escravos, comunicar, transmitir e desenvolver sua cultura e tradições religiosas. Houve vários fatos que nos ajudaram a manter esta continuidade: os vários grupos étnicos continuaram com sua língua materna; havia certo número de líderes religiosos entre os escravos; e os laços com a África eram mantidos pela chegada constante de novos escravos.

Desde o começo pais e mães de santos buscavam africanizar a religião. Isto foi possível em parte, por que a rota dos navios entre a África e o Brasil conservou viva a conexão entre os povos. Isto continuou mesmo depois da abolição da escravatura em 1888. Escravos libertos que puderam viajar para as áreas iorubas foram iniciados no culto dos orixás e então, ao retornar ao Brasil puderam fundar terreiros e revitalizar a prática religiosa.

A partir da segunda metade do séc. 19, surgiram grupos organizados, que recriavam no Brasil cultos religiosos que reproduziam não somente a religião africana, mas também outros aspectos da sua cultura na África. Nascia a religião afro-brasileira, primeiro na Bahia, conhecida como Candomblé, e depois pelo país afora, recebendo nomes locais como Xangô em Pernambuco, Tambor de Mina no Maranhão e Batuque no Rio Grande do Sul.

Os principais criadores dessas religiões foram negros de nações Iorubas ou Nagôs, especialmente os provenientes de Oyó, Lagos, Keto, Ijexá, Abeocutá e Iquiti, os das nações Fons ou Jêjes, sobretudo os Mahis e os Daomeanos, e os Bantos de

Angola e Congo. Os ritos se desenvolveram na Bahia, em Pernambuco, Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Sul e, posteriormente no Rio de Janeiro e mais tarde em São Paulo.

As religiões afro-brasileiras ainda carregam os efeitos de sua interação com outras tradições religiosas, especialmente o catolicismo. Os Orixás, Voduns e Inquices, foram justapostos com santos católicos e o interior dos terreiros possuía numerosos elementos católicos, incluindo estátuas de santos, enquanto os objetos religiosos africanos eram escondidos. As religiões afro-brasileiras eram proibidas e os terreiros eram frequentemente visitados pela policia. Por isso seus participantes deviam sempre buscar caminhos para fortalecer a aparência católica dos Orixás e dos Terreiros. O sincretismo se tornou assim estratégia de sobrevivência por um longo período.

Por: Alan Levasseur E-mail: [email protected]

A.U.E.E.S.P. Você pode se cadastrar na A.U.E.E.S.P.,

sendo pessoa física ou jurídica. Pode ser associado individual, núcleo (centro, associação), colaborador jurídico ou colaborador físico.

Se você acredita que vale a pena lutar por nossa religião, venha juntar-se a nós, que nada mais queremos além de ver a Umbanda crescer e de valorizar nossas práticas religiosas e nosso sacerdócio.

Falar com Sandra Santos Fone: (11) 2954-7014

E-mail: [email protected]

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DOUTRINA

O QUE É UM ORIXÁ

Na Umbanda cultuamos o Divino Criador Olodumare ou Olorum, o nosso Divino Criador e Senhor dos nossos Destinos. E, logo abaixo Dele, cultuamos os Sagrados Orixás como suas potências Divinas que governam a Criação, sendo que os identificamos apenas por alguns dos seus aspectos ou qualidades que os distinguem, os diferenciam, os individualizam, separando-os como as partes de um todo Divino.

Essa ideia, sinteticamente, define o Panteão umbandista e fundamenta sua cosmogonia, sua Teogonia, sua androgênese e sua teologia, fornecendo aos estudiosos da Umbanda um manancial de informações inesgotável.

Esse manancial, se já era inesgotável, esperamos ampliá-lo para que tanto os estudiosos quanto os médiuns umbandistas avancem um pouco mais na identificação e compreensão do vastíssimo “universo” oculto por trás dos Orixás.

O fato que estou conduzindo grupos de estudos do Sacerdócio Umbandista no Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, grupos estes que, espiritualmente, são conduzidos por um espírito que se apresenta como “Caboclo Pena Branca”, sendo que outros grupos já foram conduzidos pelo “Caboclo Arranca Tocos”. E, durante as iniciações dos médiuns, que

são internas e realizadas dentro do nosso centro escola, o Senhor Pena Branca surpreendeu a todos nós porque alterou toda a nossa compreensão do Universo espiritual umbandista, expandindo-o de tal forma que nossa visão atual é outra, muito mais ampla que a que tínhamos antes.

O nosso entendimento anterior era esse: - Temos a linha dos Caboclos, das Crianças, dos Boiadeiros, dos Exus, das Pombas giras e dos Exus mirins, etc.

Na iniciação perante Iemanjá, depois dos médiuns incorporarem suas Mães Iemanjás pessoais, que são Orixás naturais regidas pela Mãe maior Iemanjá, ele nos transmitiu isso:

- Filhos, o vosso entendimento atual lhes ensina que vocês possuem um Caboclo (a) regido por um Orixá; possuem um Preto (a) velho (a) regido por outro Orixá; possuem um Baiano regido por outro Orixá; possuem uma Criança regida por outro Orixá; etc. e isso é certo, mas não é toda a verdade sobre as linhas de forças espirituais porque cada Orixá possui sob sua irradiação todas as linhas espirituais. Isto quer dizer o seguinte:

- Que Iemanjá possui ou rege linhas de trabalhos espirituais formadas por Caboclos (as) de Iemanjá; de Pretos Velhos (as) regidos por Iemanjá; de Baianos (as) regidos por ela; de Crianças regidas por ela; de Boiadeiros regidos por ela; de Marinheiro regido por ela; de Exus,

Pomba giras e Exus mirins regidos por ela, além das Sereias e outros povos do mar. Ela rege linhas de trabalhos espirituais com os graus que conhecemos dentro da Umbanda, mas também rege muitas outras linhas (ou hierarquias) de trabalhos espirituais que são totalmente desconhecidas pelos médiuns umbandistas.

Ela, uma única Mãe Orixá seria capaz, ou melhor, é capaz de sustentar toda uma religião só com o seu poder Divino e seus Mistérios Sagrados, que são universais e são aplicados na vida de todos os seres (espirituais ou não) gerados por Deus.

Tal como o Mestre Jesus ou Mestre Sidarta Gautama (o Buda) dão sustentação ao Cristianismo e ao Budismo, Iemanjá poderia sustentar um religião tão grande quanto essas duas. Mas o mesmo poderia fazer cada um dos outros Orixás cultuados na Umbanda.

E, para provar o que ele dissera, todos os médiuns incorporaram suas Iemanjás pessoais e a seguir começaram a incorporar seus Pretos (as) velhos (as), Caboclos (as), Crianças e Baianos (as) regidos por Yemanjá.

Paramos com a incorporação da linha dos Baianos regidos por Iemanjá, com todos os médiuns incorporando cada linha invocada, mas poderíamos prosseguido na incorporação das demais linhas que todos as incorporariam.

E na semana seguinte, durante a iniciação perante a

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Sagrada Mãe Oxum, o Senhor Pena Branca repetiu as mesmas incorporações, com os médiuns incorporando guias dessas linhas de trabalhos acima citados, mas agora regidos por Oxum.

Ao final ele nos deu essa explicação.

- Filhos de Umbanda, saibam que cada um de vocês possui nas suas linhas de forças espirituais Guias de uma mesma linha, para cada um dos quatorze Orixás regentes das Sete Irradiações Divinas, mas em cada uma delas só um é ativo, pois os outros são passivos e atuam como auxiliares do que é ativo.

O Guia ativo incorpora sempre que a linha dele é invocada e vocês o chamam de “meu Caboclo ou de “meu Preto velho ou de “meu Baiano”, etc., mas eles estão ligados a outros treze espíritos do mesmo grau (Caboclo, Preto velho, Baiano, etc.,) que vocês não conhecem, mas que também estão ligados a vocês e fazem parte do vosso enredo ou trama espiritual”.

Cada Orixá cultuando na Umbanda ampara com seu poder Divino todas as linhas de Umbanda e, porque nela o termo Preto Velho (a), Caboclo (a), Erê, Baianos (as), Boiadeiro, Marinheiro, Exu,

Pomba Gira, Exu Mirim são “graus” que distinguem as Correntes ou Hierarquias espirituais e cada Orixá sustenta suas correntes espirituais com esses graus.

Logo existem Caboclos (as), Pretos velhos (as), Erês, Baianos (as), Boiadeiros (as), Marinheiros (Sereias), Exus, Pomba giras e Exus Mirins de Oxalá, de Logunan, de Oxum, de Oxumarê, de Oxossi, de Obá, de Xangô, de Egunitá, de Ogum, de Yansã, de Nanã, de Obaluaiê, de Yemanjá e de Omulu, mas em cada grau só um é ativo em um médium e todos os outros são passivos e atuam como seus auxiliares nas outras irradiações.

Portanto, se o Caboclo de “frente” ou de trabalho de um médium é de Oxossi (regido por Oxossi), esse Caboclo “carrega” outros treze Caboclos, com cada um deles regido por outro Orixá diferente.

E, se o Preto velho (a) de frente ou de trabalho de um médium é regido por Nanã, esse Preto velho (a) “carrega” outros treze Pretos velhos (as), com cada um deles regido por outro Orixá.

E, sucessivamente, o mesmo acontece com todos os guias espirituais de “trabalhos” dos médiuns umbandistas.

A soma dos guias ativos e seus auxiliares e grandes e nos mostra quanto é importante que os médiuns umbandistas se doutrinem, aprendam e evoluam praticando e caridade aos seus semelhantes com fé, amor e racionalidade.

Afinal, se as forças espirituais de um médium são muitas e estão à sua volta, distribuídas num enredo muito bem organizado, essas forças exigem o comprometimento dele perante Deus e os Orixás, buscando o aprendizado e o aperfeiçoamento consciencial, senão o abandonam e deixam-no exposto aos espíritos inferiores, denominados Kiumbas, que são grandes mistificadores e enganadores de médiuns relapsos.

Esperamos ter deixado clara a grandeza Divina dos Sagrados Orixás. Também, que um único orixá pode dar sustentação a uma religião e, justamente por isso, em cada centro de Umbanda o Orixá de frente do dirigente sempre se destaca sobre os demais que o amparam.

Por: Rubens Saraceni

E-mail: [email protected]

UMA NOVA CONSCIÊNCIA SOBRE O ORIXÁ EXÚ

Ao estudarmos o orixá Exu na umbanda temos que ser cuidadosos para não confundirmos com o seu estudo já realizado na África pelos antigos sábios e sacerdotes, que abriram para a humanidade tanto o culto a ele quanto a todos os outros orixás.

A forma de abordar, descrever, ensinar e se iniciar no Mistério Exu é outra e atendeu ao entendimento existente naquela época e às necessidades religiosas dos povos que primeiro foram beneficiados com o amparo e o axé dele. A Umbanda, nascida no Brasil com o advento do senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, serviu-se de outro meio ou recurso para estudar os Orixás e não ficou limitada unicamente ao que por aqui já se sabia sobre eles. Sendo que o sincretismo foi, nos primeiros anos da Umbanda, a forma de ensiná-los aos médiuns umbandistas que nada sabiam sobre eles, mas conheciam muito bem os santos cristãos, cultuados por todos os seguidores da igreja romana.

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O Orixá Exu, em si mesmo, recebeu pouca atenção dos umbandistas de então, que centraram seus estudos nos muitos exus que baixavam em suas sessões ou engiras públicas.

Relendo antigos livros de Umbanda editados a partir de 1940, vemos a descrição de muitos exus que baixavam em seus médiuns e que recebiam uma atenção acentuada dos seus autores, que escreviam pouco sobre o Orixá Exu. Inclusive, muitos não o tinham na conta de um Orixá e sim, o descreviam com um orixá dos outros, (estes sim!) Orixás da Umbanda.

Textos sobre os Exus da Umbanda foram publicados, sincretizando eles com deidades desconhecidas ou tidas como negativas ou do mal, tais como: Lúcifer, Baal Zebu, etc. E isto facilitou o trabalho para os que combatiam (e ainda combatem) a Umbanda, associando-a ao culto do Mal, do Satanismo, do baixo espiritismo, da magia negra, do paganismo, etc.

E os adversários e os inimigos da Umbanda foram implacáveis e oportunistas, justamente pela falta de um conhecimento superior e fundamentado sobre os Orixás, mais especificamente sobre o Orixá Exu, o “espantalho” usado por eles para assustar seus seguidores, apavorando-os com os “demônios” que baixavam na nossa religião.

Alguns autores associaram os exus da Umbanda com bandidos, assassinos, ladrões, etc. e as Pombas Giras com ladras, assassinas, prostitutas, feiticeiras e bruxas do mal, etc., levando muitos a crerem que na umbanda se trabalha com a escória do baixo astral. Fato esse que serviu como uma luva para os inimigos da Umbanda denegri-la como religião e classificar como adorador do diabo quem se apresentava como umbandista.

Alguns autores, no afã de se mostrarem conhecedores dos Orixás e de Exú em especial, não perceberam o dano que causaram para a religião que queriam divulgar, tendo inclusive alguns autores umbandistas que chegaram ao cumulo de recomendarem aos pais que tomassem cuidado com suas filhas que incorporassem Pomba Giras com determinados nomes, autores esses que preferimos omitir seus nomes para não macularmos ainda mais a nossa religião, ainda tão incompreendida pelos seguidores das outras, justamente por causa desses mesmos autores de livros sobre a Umbanda.

Ego e afoiteza ou oportunismo são os principais adversários da Umbanda e os perpetradores desses textos mal ou erroneamente fundamentados sobre o Orixá Exu e associando os exus que nela baixam com deidades infernais de outras religiões só atrasaram em muito o reconhecimento dela com uma religião do bem e aberta para todos.

A fundamentação correta do Orixá Exu e de todos os outros Orixás dentro da Umbanda, iniciada com a publicação do “Livro de Exu” e posteriormente do livro “Orixá Exu”, “Orixá Pomba Gira” e “Orixá Exu Mirim” começaram a desmistificar, a desdemoniar, descapetar e dessatinizar esses Orixás e seus manifestadores espirituais dentro da Umbanda.

Sabemos que muito ainda precisa ser feito nesse sentido para devolvermos a esquerda da Umbanda ao seu devido lugar, mas a transformação dos conceitos sobre os espíritos que se manifestam com nomes simbólicos e como de esquerda já começou e os autores que não se adaptarem aos novos e fundamentadores conceitos, com certeza serão refutados e olvidados pelos umbandistas, já mais esclarecidos nesse segundo século de existência da religião Umbanda.

O despertar dessa nova consciência e entendimento sobre o Orixá Exu e seus manifestadores já começou!

Pai Rubens Saraceni. E-mail: [email protected]

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NOMES SIMBÓLICOS DOS EXUS NA UMBANDA O Mistério Exu desdobra-se em Seres Divinos Exus, que são Guardiões de Mistérios. Esses Exus Guardiões de Mistérios são identificados por nós de várias formas e entre elas temos essa: →Exu de Oxalá →Exu de Oxumarê →Exu de Oxóssi →Exu de Xangô →Exu de Ogum →Exu de Obaluaiê →Exu de Omulu

→Exu de Logunã (Tempo) →Exu de Oxum →Exu de Obá →Exu de Egunitá →Exu de Iansã →Exu de Nanã →Exu de Iemanjá

Observação: A forma correta de nomearmos esses exus é essa: “Exu Guardião Divino dos Mistérios do Orixá (tal)...”.

HIERARQUIAS DE EXU 1º. Nível → É o do próprio Orixá Exu. 2º. Nível → Exus Guardiões Divinos de Mistérios. 3º. Nível → Exus Guardiões de Mistérios que são identificados por suas funções na Criação, tais como: ● Exu Curador → função curadora. ● Exu Cortador → função cortadora. ● Exu Quebrador → função quebradora.

● Exu Trincador → função trincadora. ● Exu Amarrador → função amarradora. ● Exu Encapador →função encapadora.

4º. Nível → É ocupado por Exus Guardiões dos Mistérios abertos para nós dentro da Umbanda, tais como: Mistério das Sete Encruzilhadas, dos Sete Caminhos, das Sete Porteiras, das Sete Pedreiras, das Sete Montanhas, das Sete Lanças, das Sete Covas, das Sete Coroas, das Sete Espadas, Sete Ondas, Sete Facas, Sete Punhais, Sete Catacumbas, Sete Cruzes, Sete Caveiras, Sete Garras, Sete Foices, Sete Laços, Sete Portas, Sete Garfos, Sete Folhas Secas, Sete Chaves, Sete Coroas, Sete Galhos, etc. 5º. Nível → Nesse nível os exus são identificados pelos nomes dos elementos formadores da matéria: ●Exu do fogo ●Exu da Terra

●Exu do Mar ●Exu dos Ventos

●Exu dos Minerais ●Exu dos Cristais

●Exu dos Vegetais (das Matas)

6º. Nível → Os exus de 6º nível são associados às criaturas instintivas ou bichos: ●Exu Lobo (ou lobisomem) ●Exu Morcego ●Exu Cobra

●Exu Sapo ●Exu Gato ●Exu Pantera

●Exu Aranha e muitos outros cujos nomes ainda não foram abertos para nós.

7º. Nível → O 7º. Nível é ocupado por espíritos regidos pelos outros Orixás Masculinos, mas que se desviaram das suas Irradiações Divinas e foram agregados pelo Mistério Exu a alguma de suas hierarquias. Esses Exus “humanos” estão distribuídos por todas as linhagens ou hierarquias de Exus Naturais, que são os manifestadores diretos de mistérios exclusivos da Divindade Mistério Exu.

ORIXÁS: SAUDAÇÃO, ASSENTAMENTO, SÍMBOLO EXU: Saudação “KOBÁ LAROYÊ EXU MOJUBÁ”. Assentamento: tridente de ferro, imagem de barro e pedra. Dia da semana: 2ª feira. Cor da Guia: vermelho e preto. Símbolo: OGO (de madeira).

OGUM: Saudação “PATA KORI OGUM” Assentamento: ferramentas de ferro. Dia da semana: 3ª feira. Cor da Guia: azul marinho ou vermelho e branco. Símbolo: espada e coroa (Akoro).

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OXÓSSI: Saudação: “ODÉ KOKÊ”, “OKÊ ARÔ”, “OKÊ BAMBI Ô KLIME”. Assentamento: arco com flecha de ferro – OFÁ. Dia da semana: 5ª feira. Cor da Guia: verde (no candomblé azul claro). Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi. OSSANIYN: Saudação: “EWE O... EWE O...” (duas vezes). Assentamento: pássaro pousado no topo de uma árvore. Dia da semana: 5ª feira. Cor da Guia: branco e verde. Símbolo: lança e feixe de folhas. OXUMARÉ: Saudação: “ARÔ BOBOI” (arrôboboí). Assentamento: duas serpentes enroscadas numa árvore. Dia da semana: 5ª feira. Cor da Guia: preta e amarela + brajá de búzios. Símbolos: Ebiri (lança com a cobra entrelaçada). OBALUAIÊ: Saudação: “ATOTÔ AJUBERÔ” Assentamento: cuscuzeiro de barro, lanças e búzios. Dia da semana: 2ª feira. Cor da guia: preto, vermelho e branco. Símbolos: xaxará feito com palha da costa e búzios XANGÔ: Saudação: “OBÁ NIXÉ KAWO KABIESILÊ” Assentamento: pedra de raio ou de fogo dentro de uma gamela. Dia da semana: 4ª feira. Símbolos: machado duplo. IANSÃ: Saudação: “EPARREYI”. Assentamento: pedra de raio ou de fogo e búzios. Dia da semana: 4ª feira. Cor da guia: coral ou vermelha e amarela. Símbolo: rabo de cavalo e espada. OXUM: Saudação: “ORA YEYÊ YEYÊ Ô”. Assentamento: pedra de rio e búzios. Dia da semana: sábado. Cor da guia: amarelo ouro, azul ou rosa (azul é Oxum da cachoeira). Símbolo: leque e espada (no leque também tem espelho). IEMANJÁ: Saudação: “ODÔ IYÁ”, “ODÔ FI ABA”, “ODÔ CY YABÁ”.

Assentamento: pedra do mar, conchas e búzios. Dia da semana: sábado. Cor da guia: azul claro. Símbolo: leque (com espelho) e espada. NANÃ: Saudação: “SALUBÁ SALÚ SI” (no candomblé) e “SALUBÁ NANÃ BURUQUÊ ( na Umbanda). Assentamento: ouriço do mar, pedra do mar e búzios. Dia da semana: sábado. Cor da Guia: lilás e branco. Símbolo: Ibirin feito com palha da costa. OXALÁ: Saudação: “BABÁ XIRÊ” e na Umbanda “EPA BABÁ”. Assentamento: quartzos. Dia da semana: domingo. Cor da guia: branco leite e brajá. Símbolo: cajado de alumínio enfeitado “Opaxorô”. IBEJI: (IBI é nascimento e EJI é dois, duplo). Saudação: “ONI IBEJADA”. Assentamento: três moringas pequenas de barro. Dia da semana: domingo. Cor da guia: todas as cores. Símbolos: brinquedos. LOGUNÃ: Orixá do Tempo. Saudação: “Olha o tempo, minha mãe”. Assentamento: vara de bambu (1,20 m) com uma cabaça amarrada no alto dela com duas fitas (preta e branca). A firmeza do Tempo tem que ser feita em lugar aberto. Dia da semana: domingo. Cor da guia: azul escuro ou cristal fumê. Símbolo: Cordão ou um Laço enrolado simbolizando a espiral do Tempo. OBÁ: Saudação: “AKIRÔ OBÁ YÊ”. Assentamento: panela de barro com areia de rio dentro dela e recoberta com argila e com uma pequena vara de angico (70 cm no máximo) fincada no seu centro. Tudo deve ser consagrado antes, pedir licença. Teu mestre vai pedir para colocar outros elementos por baixo da argila. Envernizar a panela para que ela não absorva umidade. Dia da semana: 3ª feira. Cor da guia: colar de ágata (as coloridas são todas tingidas, a cor é meio cinza), magenta ou vermelha. Símbolo: espada e escudo. EGUNITÁ: Saudação: “KALI YÊ”.

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Assentamento: gamela com hematitas roladas e seixos de rio (rolados) ágatas. Dia da semana: 5ª feira. Cor da guia: laranja ou vermelha. Símbolo: Não revelado...ainda! POMBA GIRA: Saudação: “SARAVÁ POMBA GIRA”. Assentamento: (aguardar a entrega da apostila). Dia da semana: 6ª feira. Cor da guia: vermelha. Símbolo: tridente e adaga curvos.

EXU MIRIM: Saudação: “LAROYÊ EXU MIRIM”. Assentamento: tridentes e punhais. Dia da semana: 2ª feira. Símbolo: brinquedos, estilingue POMBA GIRA MIRIM: Os mesmos elementos e cores de Pomba gira.

Bibliografia: Ornato José da Silva e Rubens Saraceni Resumo de aula do curso de Doutrina, teologia e

Sacerdócio, compilado por Vera Bueno.

CONVERSA COM UM EXECUTOR DA LEI Certo dia desses, eu estava em um terreiro e

ouvia um irmão reclamar que estava passando por um momento de “turbulências” em sua vida. Nada dava certo, perdera o emprego, uma doença o acometera e sua relação com sua esposa estava cada vez pior. Ele reclamava e reclamava quando notei a aproximação de um guardião e pude observar a conversa.

Esse irmão médium também notou a aproximação e tomou a iniciativa de começar a conversa:

- Salve senhor Guardião! - Salve moço, está reclamando de que aí? - Sabe seu Guardião, minha vida anda bem complicada, cheia de problemas! - Você ainda não viu problema de verdade moço. - Não vi? Perdi meu emprego, estou doente, brigo todo dia com minha esposa, o senhor não está vendo? - Estou sim... Sou eu que estou lhe aplicando um corretivo. - O senhor? Como assim? O que eu fiz para ser castigado? - Você não sabe moço? - Não, não sei. Eu sempre faço tudo direitinho. - Há, há, há, há, ha. – Soltou uma longa gargalhada e falou: - Moço, pare de se lamentar e preste

atenção em sua vida, em seus atos, suas palavras, sentimentos e em tudo que você faz. Se eu estou atuando em sua vida dessa forma é porque, pela Lei, estou amparado, pois sou um Executor da Lei Maior e, se estou amparado, é por que você merece o castigo.

- Mereço o castigo? - Moço, como você reage ao sucesso de seus colegas de trabalho. - Ex-colegas o senhor quis dizer, não é? Agora não tenho mais o emprego.

- Sim, moço, ex-colegas! - Bem... – Ficou pensativo e o Guardião continuou: - Sentia inveja deles, praguejava e quando

tinha oportunidade, fazia fofocas e prejudicava-os, correto?

- Está certo Guardião, eu agia assim mesmo. Reconheceu o médium. - Mesmo depois de todos os seus guias lhe avisarem, correto? - Sim senhor. – respondeu ele, abaixando a cabeça. - Moço, quando alguém erra sem

conhecimento, sem saber que está errando, a Lei Maior dá um jeitinho de avisá-lo, mas quando esse alguém, depois de ser avisado, continua errando, aí a Lei Maior executa a sentença determinada pela Justiça Divina.

- Entendo senhor. - Esse é um exemplo dos erros que você

vem cometendo, mesmo após ser avisado e que, por isso e por mais algumas outras coisas, está passando por essa pequena execução da Lei Maior.

- E como faço para me livrar dessa execução Guardião? - Primeiro, você precisa parar de se lamentar

e começar a aprender com tudo isso que está lhe acontecendo. Comece a mudar seu íntimo e a corrigir seus atos. Desta forma, terá sua sentença amenizada ou suspensa de acordo com seu esforço e merecimento.

- Está bem Guardião, vou me esforçar para parar de reclamar e mudar isso tudo. - Tudo aquilo que você fizer de correto e que

representar uma mudança positiva em sua vida será contado como ponto positivo e, por mim, essa ação será amparada e utilizada para amenizar sua sentença. Mas tudo aquilo que você fizer e que representar um ponto negativo,

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por mim também será anotado para pesar em sua balança e você responderá por ele.

- Obrigado senhor Guardião por me instruir e permitir eu corrigir meus erros! - Agradeça ao Pai Maior moço, pois é Ele

quem permite a todos o aprendizado e a evolução. Salve moço!

- Salve senhor Guardião!

Eu, que acompanhava a conversa toda fiz a mesma coisa e agradeci ao Pai Maior pela oportunidade de participar de tão grande lição. Salve os Senhores Executores da Lei Maior que nos permitem aprender com as adversidades da vida.

Laroiê, Exu! Por: André G. Dos Santos.

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O MÍNIMO... O Mínimo que se espera de um umbandista é que, se entrou na religião, que a estude e

procure entender seus fundamentos para não se sentir diminuído quando confrontado em sua Fé, nem extasiado sem saber que assim como tantas outras, a Umbanda é um a religião que prega as verdades divinas e não o ego humano.

O Mínimo que se espera de um umbandista é que seja um cambone dedicado, um médium ou um dirigente esforçado no aprendizado, pois somente numa relação hierárquica de humildade, vencemos as trevas que nos assaltam o íntimo através da inveja, cobiça, calúnia, desrespeito, desordem, maledicência e intrigas, que, se não existem no plano espiritual de nossos guias, povoam os templos onde servir Olorum não parece ser o objetivo de quem só olha o próprio umbigo e seu bem estar.

O Mínimo que se espera de um umbandista é que respeite os preceitos básicos da mediunidade, se a possuir, trabalhando em seus centros. E, desde o cambone até o dirigente, com todos se resguardando no dia do trabalho e depois do mesmo, evitando ações que os desequilibrem, ou afastem as boas influencias e o Axé dos guias e Orixás, que, se ajudam sempre, no entanto têm nesse momento único de dedicação, a oportunidade de interceder pelos seus filhos de Fé.

O Mínimo que se espera de um umbandista é que, sendo ele médium e tendo outros recursos, compreenda que a Umbanda tem seus rituais e a Magia faz parte dos seus recursos. Mas ela é em si é uma religião, tendo na humildade dos clamores uma das muitas ações de reforma intima de quem cultua os Orixás. Ela espera que cada um cumpra os preceitos que ensina aos seus seguidores.

O Mínimo que se espera de um umbandista é que seja ele forte para admitir-se errado e humilde para aceitar a verdade, pois o livre arbítrio é um direito de todos, para, com o tempo, se voltarem para a verdade que lhes falar ao intimo.

O Mínimo que se espera de um umbandista é que, se em sua família houver seguidores de outras religiões, não ceda às pressões. Mas também não lhes imponha sua crença e sua forma de cultuar Deus, pois o que lhe é desagradável não deve ser feito por ele aos outros.

O respeito a Deus é o respeito às diversas formas de cultuá-Lo. O Mínimo eu se espera de um umbandista é a confiança nas formas de trabalho da Umbanda,

respeitando as religiões irmãs que cultuam os Orixás de outras formas, mas não recorrendo aos preceitos delas, pois os preceitos que diferenciam as religiões são os que as fortalecem e as distinguem. Do contrario, não haveria necessidade de varias, e somente de uma.

O Mínimo que se espera de um umbandista é que leia este texto sem se lembrar de alguém como um critico do alheio, e sim, lembrar-se de si mesmo e tentar corrigir-se através do exemplo constante de bons atos, pois necessidade maior do que reformar-se não existe.

E o exemplo reto e ordeiro, com o tempo incentiva a mudança de outros que se espelharem nas ações de quem procurar fazer o bem.

Por: Nelson Junior E-mail: [email protected]

E ENTÃO O 21...

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(reflexões de um iniciado sobre sua caminhada) “Grandes poderes exigem grandes responsabilidades”! Essa frase, nós já lemos e nunca paramos para refletir sobre certas coisas quando são aplicadas ao nosso dia a dia.

Em 18 de março de 2011 o Mestre Rubens Saraceni concluiu o vigésimo primeiro grau da Magia Divina, tendo aberto até então as seguintes Magias:

1. Magia das 7 Chamas Sagradas; 2. Magia das 7 Pedras Sagradas; 3. Magia das 7 Ervas Sagradas; 4. Magia dos Anjos; 5. Magia dos Gênios; 6. Magia dos 7 Raios Sagrados; 7. Magia dos Elementais; 8. Magia das 7 Conchas Sagradas; 9. Magia das 7 Luzes Sagradas; 10. Magia das 7 Cores Sagradas; 11. Magia dos 7 Mantos Sagrados;

12. Magia das 7 Cruzes Sagradas; 13. Magia das 7 Espadas Sagradas; 14. Magia 7 Águas Sagradas; 15. Magia dos 7 Eixos Sagrados; 16. Magia dos 7 Giros Sagrados; 17. Magia dos 7 Símbolos Sagrados; 18. Magia das 7 Pós Sagrados; 19. Magia das 7 Vestes Sagradas; 20. Magia das 7 Esferas Sagradas; 21. Magia dos 7 Portais Sagrado

As Magias das 7 Luzes e das 7 Cores foram ensinadas juntas, e alguns irmãos as consideram

uma só, mas elas contam como duas entre as 21. E ainda tivemos uma Magia que não estava dentre as 21, que é a Magia de Exú.

Eu cheguei meio que emocionado no colégio e com a cabeça meio atordoada com muitas outras coisas de cunho pessoal, mas focado no que estava acontecendo. E, após a iniciação que tanto esperava, me perguntei: - O que mudou?

Descobri que o que mudou foi que ainda não sou livre de falhas e que gostaria de ter mais sabedoria para lidar com as pessoas, com os assuntos pessoais, com os amigos, com os inimigos, com a espiritualidade.

Bateu-me na consciência que ter atingido 21 mistérios me tornava um Mago do 1º Grau ( para quem se lembra do esclarecimento do discurso do Mestre, durante a quinta egrégora), me fez ter mais responsabilidades, mas não mais invulnerabilidades, me fez ter mais consciência dos erros e acertos da condição humana, mas não me fez ser melhor nessa condição, pois existem circunstâncias que parecem fugir de nossas mãos.

Tornamo-nos consoladores de lágrimas que muitas vezes a nossa própria vida nos mostrou o gosto salgado, nos tornamos conhecedores de mistérios cuja maior característica evolucionista é sempre nos aproximar de Deus através da humildade.

Sinto bem que a conta dos 21 mistérios adquiridos que me acompanharão enquanto honrar meus compromissos, enquanto me manter positivo, enquanto for um instrumento de Deus. Mas então por que não me sinto mais sábio?

Por que não me sinto com menos erros e mais acertos? Sinto-me como um Ser Humano e esta é a condição atual do meu espírito, o qual

constantemente carrega o peso dos anos, dos deslizes e das marcas da dor. Felicidade, muitas vezes na vida de muitos, é um intervalo entre duas dores. E, para quem

busca elevação é impossível ser feliz vendo a tristeza de muitos, vendo que a loucura de alguns os conduzem para o caminho doloroso das trevas da ignorância.

Como não há plenitude fora de Deus e das hierarquias das quais viemos e deixamos para trás no processo de ir e vir das múltiplas vidas na carne, às vezes me bate no peito a saudade de algo que não sei o que é, mas que não esta ao meu alcance.

E onde esta a minha força, já que é possível consolar tantos e ajuda-los a combater seus negativismos?

Talvez minha maior força seja a vontade de fazer meus semelhantes, pelo menos, mais felizes, ajudando-os no que necessitam, pois ser Mago é servir mais que servir-se, é cortar o mal até de forma dura, mas com Amor no Coração.

Perguntei-me sobre o que é ser Mago durante 10 anos, e se pode simplesmente resumir este título como sendo a consagração consciente de sua existência como um instrumento de Deus. E, como tudo de Deus sempre é simples e natural, nada mais simples do que os exemplos aqui citados.

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Já tive oportunidade de ser um canal que realizou curas, abriu caminhos e curou pessoas emocionalmente desequilibradas. Porem, ser manifestador de mistérios nem sempre alivia o peso do mistério de sermos humanos.

Minha maior vontade é nunca parar e meu maior medo é decepcionar meus mestres, tanto o que me iniciou quanto os que me auxiliam nas magias, intuindo-me.

21 graus mistérios, e nem todos se deram conta de que chegou o maior momento de nossa existência espiritual, onde, pela nossa própria vontade atingimos um grau mais elevado de responsabilidade.

Escrevendo estas linhas percebo que a maior sabedoria adquirida é que não existe conhecimento absoluto sobre os mistérios de Deus, pois eles são mistérios e sempre se abrem mais e mais. Porem, conhecer estes mistérios e atuar ativando-os é um beneficio incrível, mas que nem todos amadureceram para tal. Então minha vontade é que se abram mais 21 Graus Mistérios, não pela ambição de poder, mas para poder melhor servir Deus. Também, para conhecer mais e compreender-nos diante do que já deixamos para trás e não nos lembramos mais e do que nos será descortinado à frente e ainda não temos sequer ideia de como será.

Obrigado Mestre Rubens, Obrigado Mestre Seyman Hamisser Yê, Obrigado Pai Benedito, Obrigado Senhor Ogum Beira Mar e Obrigado aos Irmãos que perseveraram para chegar aos 21 graus da Magia Divina.

Que possamos um dia exercer de forma plena o que nos foi ensinado, ate onde a matéria nos permitiu. E, um dia, após romper as barreiras carnais, continuar a desenvolver os mistérios que já conhecemos e continuar a aprender sobre os que não temos sequer ideia.

Por: Nelson Junior

E-mail: [email protected]

OBALUAIÊ

OBALUAIÊ É o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que

sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro.

O Orixá Obaluaiê é o regente do polo magnético masculino da linha da Evolução, que surge a partir da projeção do Trono do Saber ou Trono da Evolução. O Trono da Evolução é um dos sete Tronos essenciais que formam a Coroa Divina regente do planeta, e em sua projeção faz surgir, na Umbanda, a linha da Evolução, em cujo polo magnético positivo, masculino e irradiante, está assentado o Orixá Natural Obaluaiê, e em cujo polo magnético negativo, feminino e absorvente está assentado o Orixá Nanã Buruquê.

Ambos são Orixás de magnetismo misto e cuidam das passagens dos estágios evolutivos. Ambos são Orixás terra-água (magneticamente, certo?). Obaluaiê é ativo no magnetismo telúrico e passivo no magnetismo aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e passiva no magnetismo telúrico. Mas ambos atuam passivamente, o outro atua ativamente. Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Obaluaiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcança o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).

É o mistério “Obaluaiê” que reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu novo corpo carnal, já formado. Muito associam o divino Obaluaiê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas ele é muito mais do que já escreveram sobre ele.

Ele é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para a outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa. Espero que os Umbandistas deixem de temê-lo e passem a amá-lo e adorá-lo pelo que ele realmente é: um Trono Divino que cuida da evolução dos

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seres, das criaturas e das espécies, e que esqueçam as abstrações dos que se apegaram a alguns de seus aspectos negativos e os usam para assustar seus semelhantes.

Estes manipuladores dos aspectos negativos do Orixá Obaluaiê certamente conhecerão os Orixás Cósmicos que lidam com o negativo dele. Ao contrário dos tolerantes Exus da Umbanda, estes Orixás Cósmicos são intolerantes com quem invoca os aspectos negativos do Orixá maior Obaluaiê para atingir seus semelhantes. E, como tem de supostos “pais de Santo” apodrecendo nos seus polos magnéticos negativos só porque deram mau uso aos aspectos negativos de Obaluaiê.

Bem, deixemos que eles mesmos cuidem de suas lepras emocionais. Certo? Oferenda: Velas brancas e brancas e pretas; vinho branco licoroso, água potável; coco

fatiado coberto com mel e pipocas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, á beira-mar ou á beira de um lago.

Retirado do livro “Doutrina de Umbanda” Rubens Saraceni – Editora Madras

LENDAS DE OBLUAYÊ

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.

Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão.

O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador.

Obaluaiê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

LENDA 2 Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também chamado Nupê. Era um guerreiro

terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo. Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem.

Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste. Assim, chegou Xapanã em território Mahi, no Daomé. A terra dos mahis abrangia as cidades de Savalu e Dassa Zumê. Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os habitantes desta região, apavorados, consultaram um adivinho. E assim ele falou:

"Ah! O grande guerreiro chegou de Empê! Aquele que se tornará o senhor do país! Aquele que tornará esta terra rica e próspera, chegou!

Se o povo não aceitá-lo, ele o destruirá! É necessário que supliquem a Xapanã que vos poupe. Façam-lhe muitas oferendas; todas as que ele goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê, picadinho de carne de bode e muita pipoca! Será necessário, também, que todos se curvem diante dele, que o respeitem e o sirvam.

Desde que o povo o reconheça como pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos !"Quando Xapanã chegou, conduzindo seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalu e Dassa Zumê reverenciaram-no, encostando suas testas no chão e saudaram-no:

Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô! "Respeito e submissão! "Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizendo: "Está bem!

Eu os pouparei!

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Durante minhas viagens, desde Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam para mim um palácio. É aqui que viverei à partir de agora! "Xapanã instalou-se assim entre os mahis.

O país prosperou e enriqueceu e o grande guerreiro não voltou mais a Empê, no território Tapá, também chamado Nupê. Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas.

Ele tem também, o poder de curar. As doenças contagiosas são na realidade, punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziram-se mal. Seu verdadeiro nome,é perigoso demais pronunciar.

Por prudência é preferível chamá-lo Obaluaê, O "Rei Senhor da Terra" ou Omulu o "Filho do Senhor". Quando Xapanã instalou-se entre os mahis recebeu em uma nova terra, o nome de Sapatá. Aí também, era preferível chamá-lo Ainon, o "Senhor da Terra" ou então Jeholu,o "Senhor das Pérolas".

O fato de ser chamado Jeholu e Ainon causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé pois eles também usavam estes títulos. Enciumados os Jeholu de Abomey expulsaram, várias vezes, Jeholu Ainon do Daomé e obrigaram-no a voltar, transitoriamente à terra dos mahis. Jeholu Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram de varíola! Atotô!

UM POUCO SOBRE OBALUAYÊ

Obaluaê quer dizer “Rei e Senhor da terra” sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol – calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas. Conta-se em Ibadã que Obaluaê teria sido antigamente o Rei dos Tapás. Uma lenda de Ifá confirma esta última suposição. Obaluaê era originário de Empê – Tapá e havia levado seus guerreiros em expedição aos quatros cantos da terra. Uma ferida feita por suas flechas tornava as pessoas cegas, surdas ou mancas.

Obaluaê representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa uma coroa de palha (azê) que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o sol diretamente.

Está fortemente relacionado os troncos e os ramos das árvores e transporta o axé preto, vermelho e branco. Sua matéria de origem é a terra e, como tal, ele é o resultado de um processo anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra. O colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas da semente existente dentro da fruta do Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa também bradga, um colar grande de cauris.

Obaluaê é o patrono dos cauris e do conjunto dos 16 búzios, que reina do instrumento ao sistema oracular: o brendilogun, que lhe pertence. Seu poder está extraordinariamente ligado à morte. Oba significa Rei (Oni), Ilu espíritos e Aiyê (significa terra), ou seja, Rei de Todos os Espíritos do Mundo. Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta sob o saiote o mistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó.

Obaluaê mede a riqueza com cântaros, mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra dele como o Orixá da moléstia. Afirmam-se em registros bibliográficos ser Omolu e Obaluaê um só Orixá em dois estágios: Obaluaê (o Moço) significa o “Dono da Terra da Vida”; Omolu (o Velho) significa o “Filho-da-Terra”.

É o médico dos pobres; o senhor dos cemitérios. Usa o aze (capacete de pele da Costa) ou o filah (capuz de palha da Costa) e carrega na mão o xaxará (feixe de fibra de palmeira, enfeitado com búzios). Seu dia é a segunda-feira. Sua comida forte é o doburu (pipocas sem sal, coco fatiado e regado com mel).

Qualidades: Registra-se 12 qualidades atribuídas a esse Orixá, que também é considerado o mais antigo do Panteão Afro, sendo as mais conhecidas: Sapata, Xapanan, Xankpanan, Babalu, Azoane, Ajagum, Ajunsun e Avimage.

Nomes: Obàluáyê “Rei senhor da Terra”, Omolu “Filho do Senhor”, Sapata “Dono da Terra” são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor o sol – também é conhecido como (Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Outra corrente os define como: Obàluáyê: Obá – ilu; aiye; Rei, dono, senhor; da vida; na terra; Omolu; Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida.

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Sincretismo: São Lázaro e São Roque Cor: Preto, vermelho e branco Dia da semana: Segunda -feira Símbolo: Leguidibá, Xaxará e Brajá de búzios

Saudação: – Atotô! Domínio – Doença e cura, morte e renascimento Elemento: Terra

Vestimenta: A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa, elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o “Filá” e o “Azé”, a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado “cauçulú”, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte (iku).

PRECE A OBALUAÊ Eu evoco - Obaluaê Oh! Deus das doenças Orixá que surge, diante dos meus olhos Na figura sofredora de Lázaro Ouve a minha súplica, atende ao apelo angustioso do teu filho, Que se debate no maior dos sofrimentos. Salve-me - Irmão Lázaro. Aqui estou diante da tua imagem sofredora, Erguendo a derradeira prece aos vencidos, Conformado com o destino que o Pai Supremo determinou. Para que suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos. Salva minha alma desse tormento que me alucina. Toma meu corpo em teus braços. Eleve-me para teu reino. Se achares, porém, que ainda não terminou minha missão neste planeta, Encoraje-me com o exemplo de tua humildade e da tua resignação. Alivia meus sofrimentos para que levante deste leito e volte a caminhar. Eu te suplico, mestre! Eu me ajoelho diante do poder imenso, De que és portador. Invoco a vibração do Obaluaê. A - TÔ - TÔ, Meu Pai. Obaluaê

Por: Alan Levasseur E-mail: [email protected]

Curso de Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada Com Alexandre Cumino

INICIO DIA 30 DE AGOSTO As Terças Feiras à Noite – Próximo ao Metrô Saúde

Os interessados devem confirmar sua presença e reservar matricula. Ligue para: (11) 5072-2112 / 3441-9637

O Mesmo Curso de Forma Virtual Começa em Janeiro, Interessados enviem um e-mail para [email protected]

Pedindo reserva de matricula para o curso virtual.

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BALUARTES DA UMBANDA COLÉGIO DE UMBANDA SAGRADA "CABOCLO SETE

ESPADAS” PAI MARCOS MOZOL

É difícil comentar sobre si mesmo. Mas vou transcrever minha trajetória dentro da nossa querida Umbanda, tentando não me alongar demais e sem ocultar momentos importantes. Nasci em berço umbandista, meus avós maternos eram espíritas assim como meu

pai, polonês de nascimento, também o era. Já a minha mãe, ela transitava entre o kardecismo e as religiões Afros brasileiras, em especial a Umbanda.

Minhas recordações da infância, com meus 4 ou 5 anos de idade, era de minha mãe incorporada, atendendo as pessoas no quarto de casa, e do meu irmão, com seus 10 anos, incorporando com o Sr. Caboclo Pena Verde.

Cresci envolto pela religião e na minha adolescência participava dos atendimentos que minha mãe fazia, mas não era tão entusiasmado na época, queria era aproveitar as brincadeiras e namoricos.

Lá pelos 14 anos de idade, fui convidado por um colega de classe a participar de uma festa de Cosme e Damião na casa dele e foi quando o meu Erê se manifestou pela 1ª vez. Isso foi em 1979/1980. Após isso, eu frequentava algumas casas com minha mãe, mas sempre ou na assistência ou como cambone.

Em 1984, aos 18 anos, após a dispensa do Exército, entrei na Polícia Militar e no início de 1985 conheci aquela que seria minha 1ª esposa e, como os semelhantes se atraem, logo eu estava frequentando o mesmo Centro de Umbanda que ela, centro este que ficava no bairro da Água Rasa, perto do Clube Sete de Setembro.

Mas aquela casa não me preencheu a curiosidade em Deus. Parecia que faltava-me algo. Passei então, sem abandonar a Umbanda, a conhecer a doutrina de outras religiões. Frequentei o Kardecismo e me aprofundei no espiritismo, conheci igrejas evangélicas (iniciei pela Igreja Maranata, que ficava na Av. Anhaia Melo), conheci o Budismo, o Hare Khrisna e até a Gnose!

Nada preencheu aquele conhecido vazio. Mas toda semana eu estava em um centro umbandista. Frequentei um centro que ficava atrás

do 41° DP, na Vila Rica e outro, que acredito ser a APEU do nosso irmão Sandro Mattos. Conheci vários terreiros e muitas "umbandas". E isso me causava uma confusão incrível e nenhum deles me cativou, apesar do tempo que fiquei neles e da religião me envolver.

Eu procurava algo a mais... Em 1988, aos 22 anos de idade, me casei e me separei no espaço de seis meses e, por esse

motivo, entrei em minha 1ª queda existencial vindo, em junho, a adentrar a UTI do Pronto Socorro Central de Praia Grande, no litoral paulista.

É a primeira vez que revelo o que ocorreu abaixo. Passei por aquilo que chamam de experiência de “quase morte”. Após ser tragado pelo

famoso túnel de luz, tive uma sensação boa de paz e tranquilidade que foi rompida com uma visão aterradora. Eu estava flutuando sobre uma cama e do alto via quatro pessoas que tentavam reanimar outra, que estava entubada. Era eu!! Comecei a chorar e via que tentavam me reanimar com um ambú (ressucitador pulmonar manual) e com um desfibrilador, que foi usado por quatro vezes. Lembro inclusive a hora que determinaram o óbito: - eram 23h15m de uma sexta feira, que, se não me engano, era dia 17 (Isso deve constar anotado lá no PS Central ou no DP Sede de Praia Grande). E, em prantos, vi quando a enfermeira cobriu meu rosto com o lençol e iniciou o desligamento dos aparelhos.

Nesse momento de desespero, senti uma presença ao meu lado que me confortava e era conhecida. Ao olhar para o lado, percebi tratar-se de meu falecido avô que, de pronto, passou a mão sobre minha cabeça e me disse, com seu jeito austero:

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"O que você fez, filho? Ainda não é seu tempo, você tem uma missão muito grande a realizar. Não posso revelar seu passado distante e nem seu futuro próximo, apenas posso dizer-lhe que ainda não é seu tempo de vir para cá e que você tem que cumprir sua missão".

Eu perguntei: Mas vô, o que aconteceu? Não me recordo bem... Ele me respondeu: "Você cometeu o pior erro que um encarnado pode ao atentar contra si

próprio e terá que responder pelos seus atos, mas também poderá aliviar suas responsabilidades não fugindo de sua missão. Mas lembre-se: nunca mais repita esse ato, pois você não terá outra chance".

Notei que ao lado dele havia uma moça muito bonita que chorava copiosamente e lhe perguntei: Vô, quem é essa moça? E ele, serenamente, me disse: "É o espírito que está destinado, nessa encarnação, a ser sua filha e ela chora porque você quase tirou-lhe a possibilidade de voltar à carne, mas nada mais posso te revelar. Agora, meu neto, é hora de voltar e cumprir sua missão."

Nesse momento ele pousou sua mão em minha “coroa” e, quando abri meus olhos, notei um lençol sobre minha face. Descobri meu rosto e a enfermeira que estava ao meu lado saiu gritando do quarto. Em poucos segundos o quarto estava repleto de médicos e enfermeiras.

Lembro-me ainda uma das frases ditas por um deles: "Impossível! Eu lhe dei quatro choques! Só acordei uma semana depois disso. Quando recebi alta, ainda dopado, não fui levado para

casa, mas para um terreiro de Candomblé, Nação Ketu, que havia no bairro do Humaitá, em São Vicente, de amigos de minha mãe. Nessa casa fui raspado como sendo filho de um orixá, mas não o que é dono de minha coroa. Com uma semana no roncó (camarinha), o Sacerdote me chamou e perguntou se eu sabia tocar os atabaques, pois eu não havia incorporado quando da catulagem, sendo, com isso, Ogan.

Respondi que sim, e após um teste e pela minha desenvoltura no Rumpi, ele me coroou Ogan da casa. Com 2 meses na casa, passou a me ensinar muitas das funções de Pai pequeno. Em 1989, com seis meses de casa e por motivos diversos, voltei para a Umbanda, deixando para trás os amigos que lá conheci, mas acumulando o conhecimento adquirido.

Em 1993 sai da PM e passei a trabalhar em outra empresa do Governo do Estado de São Paulo, sendo que, de 1989 a 2000, pulando de casa em casa, de terreiro em terreiro, de tenda em tenda, sem muito lembrar da minha experiência de quase-morte e com minha vida totalmente atrapalhada, eu, totalmente desnorteado e sem um rumo perdi todos os meus bens e cheguei a morar em uma kombi, a qual eu usava para fazer um bico de entregador de leite à noite, graças a Olorum, por pouco tempo. Talvez tudo isso tenha sido motivado pelo meu erro ou por ter sido "raspado" errado.

Comecei a me reerguer em 1995 com meu 2° casamento, sendo que, em 2000 minha tia Deise convidou minha mãe para conhecer uma tal de "magia do fogo" que era ensinada na Penha e minha mãe me chamou para fazermos juntos, porém só a fizemos no Belém, fui por "curiosidade". Hoje sei que não era curiosidade...

Na 2ª semana de curso, no início da aula comecei a ver "homens de fogo" que "saíam" do altar e cercavam todo o local. Ao término da aula, corri ao ministrante do curso e afirmei estar vendo "coisas", estaria eu perdendo o senso?

Por um instante ele me olhou e disse: "Não se assuste, é sua vidência se manifestando..." Aproveitei a oportunidade e perguntei sobre minha mediunidade, pois estava há algum tempo sem frequentar nenhum local e recebi a seguinte resposta: "Venha na próxima 3ª feira de branco." Perguntei o porquê, e ele me disse: "Feche seus olhos por um segundo." e, ao colocar sua mão sobre minha testa, meu caboclo se manifestou de pronto.

Eu havia descoberto o motivo de ter de ir de branco e aí minha jornada dentro da religião havia recomeçado.

Com o passar do tempo, percebi que eu havia encontrado tudo aquilo que eu procurava em toda minha caminhada. Eu "devorava" os livros de sua autoria como se fossem o alimento da alma. Encontrei em seus textos a coerência que há muito eu procurava.

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Todos os cursos que abriam naquele local não passavam despercebidos de minha vontade de aprender mais e mais. Cursos de Magia Divina, Teologia da Umbanda Sagrada, todos... E todos abertos pelo plano espiritual ao meu pai espiritual e Mestre Rubens Saraceni.

Em 2002 assumimos toda a parte de web (sites, e-mail) do Colégio de Umbanda Sagrada “Pai Benedito de Aruanda”.

Com o tempo, elaboramos outras formas de divulgar a Umbanda, tais como a TV Umbandista, a TV Espiritualista, o PDU, o Colégio Virtual de Umbanda (CVUS), onde ministro os cursos virtuais.

Estava cada vez mais envolvido com a religiosidade. Em 2005 resolvi aceitar finalmente o chamado da espiritualidade e fiz o curso de "Doutrina,

Teologia e Sacerdócio da Umbanda Sagrada" e me formei em 2007, sendo que em março de 2008 fui coroado Pai Pequeno do Colégio, vindo, em seguida, a receber nova determinação da espiritualidade e, em 07/07/2008 fundei o Colégio de Umbanda Sagrada e Magia Divina "Caboclo Sete Espadas" no município de Itanhaém, pois haviam "Colégios" em São Paulo (considerada a Sede), em Bauru, em São Carlos e outros, mas nenhum no campo sagrado da Mãe Iemanjá.

Assim foi feito e em 12/10/2008, Dia da Criança, o Colégio "Sete Espadas" foi aberto ao público, porém sem eu deixar de auxiliar e atender no Colégio de Umbanda Sagrada "Pai Benedito de Aruanda".

A partir daí, passamos a divulgar e a nos deslocar a outros municípios e estados, repassando nosso conhecimento, além do já feito pelo Colégio Virtual, com alunos pelo mundo todo.

Em janeiro de 2011 passei a dedicar-me exclusivamente ao Colégio "Sete Espadas" e ao Colégio Virtual, porém prestando auxilio sempre que necessário ao Jornal Nacional de Umbanda (www.jornaldeumbanda.com.br) e a cambonar o curso de Sacerdócio em sua parte prática, no Colégio "Pai Benedito" às 4ª feiras.

Hoje o Colégio "Sete Espadas" está localizado na Rua Eng. José de Barros Saraiva, 540, bairro Nova Itanhaém, em Itanhaém, SP, com atendimento ao público às sextas-feiras, às 20hs.

Também ministro cursos de Magia Divina e de Umbanda em outros locais, tais como: no Morumbi em São Paulo e em Campos do Jordão.

Essa era a missão: Divulgar e difundir a Umbanda e praticar a caridade ao próximo, servindo de instrumento do nosso Divino Criador.

Meus mais profundos respeitos ao meu pai espiritual e Mestre Rubens Saraceni, para quem dedico integralmente meus agradecimentos e meu orgulho de ser umbandista, além de me receber e me “adotar” em sua casa e me conceder toda a confiança em mim depositada.

A sua benção, meu pai! Para mais informações sobre as atividades do Colégio de Umbanda “Caboclo Sete Espadas”

ou do CVUS, envie um e-mail para; Pai Marcos Mozol.

E-mail: [email protected].

HISTÓRIA DA NOSSA CASA - 10 ANOS DE TUPJAET

PAI EVANDRO DE OGUM A Tenda de Umbanda Pai Joaquim D´Angola e Exú Tiriri foi fundada no dia 20 de Outubro de

2001 pelo atual presidente da casa e Babalorixá Evandro César de Oliveira Fernandes (Pai Evandro de Ogum).

Ao longo dos anos, devido a muitas dificuldades, desde financeiras até preconceito por parte de vizinhos, nossa casa passou por mudanças de endereço e várias cidades, até chegar à sua sede atual na cidade de Limeira.

Tudo começou em Osasco no mês de Julho de 2001 na sala da casa de D. Mariza, mãe do nosso Babalorixá, e após alguns meses conseguimos alugar uma casa no bairro Jardim Joelma, também em Osasco.

No dia 20 de Outubro de 2001, após filia-la ao Supremo Órgão de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo, do saudoso Pai Hilton de Paiva Tupinambá, foi fundada oficialmente a nossa casa.

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Em 11 de Dezembro de 2002 mudamos para outra casa na cidade de Carapicuiba, bairro Vila Veloso. De 24 de Abril a 16 de Maio de 2004 realizamos nossos trabalhos provisoriamente na casa de um amigo e frequentador de nossa tenda na cidade de Barueri, bairro de Jardim Mutinga.

Retornamos ao Jardim Joelma em Osasco no dia 16 de Maio de 2004, em outra casa onde ficamos até a mudança do nosso Babalorixá para cidade de Limeira, quando no dia 26 de Agosto de 2006, após muitos esforços, foi inaugurada a sede própria do Terreiro.

O projeto da sede foi desenvolvido pelo saudoso Érsio Lunardi, tio e amigo do nosso Babalorixá. A vida espiritual de Pai Evandro começou muito cedo, ainda criança, quando visões de espíritos de parentes desencarnados o atormentavam. Teve muitos problemas de saúde em sua adolescência que os médicos não conseguiam descobrir a causa. Era a manifestação de sua mediunidade!

Após consultas com muitos pais de santo e visitas a igrejas evangélicas, conseguiu orientação especial depois de conhecer o saudoso Pai Aparecido Volpato, que deu início ao seu desenvolvimento dentro da Umbanda.

Mas os conflitos espirituais tornaram-se ainda mais fortes, até que durante uma consulta com o saudoso Pai Olavo, então dirigente de uma casa espírita de mesa branca no bairro Km.18 - Osasco, o mesmo, incorporado com um preto-velho, orientou nosso Babalorixá a procurar ajuda na Igreja Espiritual Cristã Maior de Presidente Altino, a Federação Umbandista de Osasco e Região.

Lá, conheceu seu presidente, o saudoso Pai Pedro Furlan, que, com muita bondade o recebeu em seu grupo de médiuns iniciantes.

Após alguns meses nosso Babalorixá já fazia parte do grupo de doutrinadores do curso de médiuns junto com Pai Miro e lá se formou espiritualmente dentro do Ritual de Umbanda Sagrada.

Quando Pai Pedro Furlan faleceu, Pai Evandro resolveu procurar sua identidade espiritual e, com a supervisão de seus Guias Espirituais, principalmente do Caboclo Sete Espadas, Caboclo Ventania, Pai Joaquim D´Angola e Exú Tiriri, além do apoio e companheirismo de sua esposa Zilda Dias Fernandes, abriu seu próprio terreiro dando oportunidade a novos filhos espirituais de desenvolverem e praticar a caridade através da Umbanda.

Pai Evandro tem dois filhos, Murillo e Miryam, que hoje também participam dos trabalhos espirituais, além de aproximadamente 50 médiuns que fazem parte da corrente espiritual da casa.

Desde sua fundação, já participaram das giras espirituais da Tenda de Umbanda Pai Joaquim D´Angola e Exú Tiriri, de acordo com os livros de presença até esta data, mais de 6.000 pessoas.

E a história continua...

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PROGRAMAÇÃO DA TENDA DE UMBANDA PAI JOAQUIM D´ANGOLA E EXÚ TIRIRI: Quintas-feiras - das 19:30 às 22:00hs - Giras de Desenvolvimento Mediúnico Sábados - das 17:00h às 18:30hs - Projeto Axé-Mirim para as crianças Sábados - das 18:30hs às 19:45hs - Curso de Doutrina Umbandista Sábados - das 20:00hs às 22:00hs - Giras de Atendimento Espiritual ENDEREÇO: Rua Evaristo Jacon, 424 - Pq. Res. Manoel S. B. Levy - Limeira - S. Paulo. Tel. (19) 3039-4807

Pai Evandro de Ogum E-mail: [email protected]

OFERENDAS, MAGIAS E TRABALHOS DE UMBANDA

ORAÇÃO DE UM MEDIUM CONSCIENTE

Deus Pai, Senhor do Universo, Faça de mim um instrumento de Vossa vontade.

Que tudo que eu vier fazer neste trabalho, Junto aos meus irmãos de Fé,

Que seja Vós fazendo através de mim e de todos os espíritos trabalhadores do Espaço. Se eu falar, que seja vós falando através de mim.

Se eu abençoar, que seja vós abençoando através de mim. Se eu levantar minha mão,

Que seja tua se mão levantando através de mim. Se eu empunhar a espada,

Que sejam teus guerreiros empunhando-a através de mim. Se eu derramar o bálsamo,

Que seja vós derramando-o através de mim. Se eu colher flores para distribui-las,

Que sejam suas mensageiras fazendo-o através de mim. Se eu sentir dores,

Dá-me a força que destes ao teu filho Jesus, Para que eu também possa suporta-las.

Se eu propagar o Amor, Que seja de forma verdadeira e pura,

Tanto quanto a que recebemos de Vós Através de Vossos mensageiros Divinos

A todo instante, desde nossa criação. E que eu aprenda e saiba fazer isso através do meu próprio “eu Divino”.

AMEM. Marcio Henrique

[email protected]

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JÓIAS E ARTES AFRO Criada em 2006 na baixada Santista por Nilson T’Oshaguian (joalheiro e escultor) e seu filho Bruno D’ Oxalá (ourives e designer de joias). A intenção do trabalho sempre foi em exaltar o nome dos Orixás e divindades da umbanda e Candomblé através das esculturas modeladas em Argila usando adornos naturais e as Jóias em ouro e prata relacionadas ao culto. No inicio atendíamos amigos da região e, em poucos meses já estávamos servindo inúmeras casas do culto em vários estados utilizando as comunidades do Orkut, blogs e vídeos no You Tube.

Hoje temos seis mil amigos na comunidade Orkut, aonde todos têm acesso aos nossos álbuns de fotos, permitindo a eles apreciarem nossos trabalhos e também adquiri-los com total segurança e facilidade na compra aonde dá opções de formas de pagamento em todos os cartões de credito parcelados em até 15 vezes pelo PAG SEGURO, nosso parceiro a mais de dois anos, serviço esse que dá total segurança nas compras, dando ao

comprador a certeza de nossa idoneidade e certeza da entrega via correio ou transportadora. Vale lembrar que nossas esculturas são peças Únicas e modelamos vários modelos como – Esculturas de parede, bustos e Igbá Orixá. Hoje temos orgulho em dizer que existe mais de 520 esculturas em dezenas de casas de Candomblé e Umbanda espalhadas em todo País e algumas na Europa, sendo assim demonstra a nós da família JÓIAS E ARTES AFRO, Que nosso trabalho é muito bem aceito pelos adeptos do culto.

Temos o compromisso em abrilhantar ainda mais nossos serviços, dando condição a todos de adquirirem as obras e também nossas coleções de Jóias em ouro e prata, peças essas que nunca encontrávamos e ainda hoje não encontramos em vitrine de nenhuma Joalheria. Esse foi um dos detalhes que nos deu a iniciativa em fazermos mais de 300 modelos de anéis, brincos, pulseiras, gargantilhas e pingentes, destacando símbolos de nossos amados Orixás e entidades (guias) espirituais. Estamos localizados em área nobre na cidade de Peruíbe SP – Litoral Paulista a 400 metros da praia, bairro Oasis espaço esse aonde temos a honra em receber amigos e clientes para visualizar nossas peças e também adquiri-las.

Agradecemos a todos pelo carinho e respeito para com nosso trabalho e ficaremos felizes em poder servir e atende-los

Contatos: (013) – 34582144 ou (013) – 97584272 Email: [email protected] Blog: joiaseartesafro.arteblog.com.br

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OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO Por: Bhikkhu Piyananda

O homem é tão ocupado procurando várias maneiras de ter prazer numa disputa diária. O que a meditação tem a oferecer? Os benefícios da meditação são: • Se você é uma pessoa ocupada, a meditação pode ajudá-lo a livrar-se da tensão e

conseguir um pouco de descanso. • Se você é uma pessoa aflita, a meditação pode ajudá-lo a encontrar a paz temporária ou

permanente. • Se você é uma pessoa que tem problemas intermináveis, a meditação pode ajudá-lo a criar

coragem e força para enfrentar e resolver seus problemas. • Se você não tem auto confiança, a meditação pode ajudá-lo a ganha-la. Ela é a alma do seu

sucesso. • Se você tem medo em seu coração, a meditação pode ajudá-lo a entender a real natureza

das coisas que fazem você ter medo - então poderá superar o medo em sua mente. • Se você sempre esta insatisfeito com tudo - nada na vida parece estar bem - a meditação

dará a você a oportunidade de desenvolver e de manter alguma satisfação interior. • Se você é cético e desinteressado por religião, a meditação pode ajudá-lo ir além de seu

próprio cepticismo e ver algum valor prático no exercício da religião. • Se você está frustrado e desiludido devido a falta de compreensão da natureza da vida e do

mundo, a meditação realmente o guiará e o ajudará a compreender que você está perturbado por coisas insignificantes.

• Se você é um homem rico, a meditação pode ajudá-lo a compreender a natureza de sua riqueza e como fazer uso dela para sua própria felicidade como também para a de outras pessoas.

• Se você é um homem pobre, a meditação pode ajudá-lo a ter contentamento e não abrigar inveja daqueles que têm mais do que você.

• Se você é um homem jovem que está na encruzilhada da vida, sem saber que caminho tomar, a meditação o ajudará saber qual estrada seguir a fim de atingir a sua meta.

• Se você é um homem velho e está aborrecido com a vida, a meditação o levará a uma profunda compreensão da vida; esta compreensão, por sua vez, o aliviará das dores da vida e aumentará a sua alegria de viver.

• Se você é uma pessoa mal humorada, poderá desenvolver o poder para superar esta fraqueza resultante da raiva, do ódio e do ressentimento.

• Se você é ciumento, poderá compreender o perigo de seu ciúme. • Se você é escravo dos seus cinco sentidos, poderá aprender como tornar-se senhor de seus

desejos. • Se você é dependente de bebidas ou de drogas, poderá cuidar de superar este perigoso

hábito que o escraviza. • Se você é uma pessoa ignorante, a meditação lhe dará a oportunidade de cultivar algum

conhecimento; este será útil e o beneficiará como também a seus amigos e a sua família. • Se você realmente pratica a meditação, sua emoção nunca mais terá a oportunidade de

fazer de você um tolo. • Se você é uma pessoa sábia, a meditação o levará a suprema iluminação. Então você verá

as coisas como realmente são e não como elas parecem ser. • Se você é uma pessoa de mente fraca, a meditação fortalecerá sua mente para desenvolver

seu poder a fim de superar sua fraqueza. Estes são alguns dos benefícios que virão praticando a MEDITAÇÃO. Estes benefícios não

estão à venda em nenhuma fábrica ou lojas de departamentos. Dinheiro não pode comprá-los. Eles somente poderão ser seus se você meditar. No começo, esta espécie de conscientização é na verdade uma mente “atenta” observando outras “mentes” (as quais estão, certamente, dentro do seu próprio contínuo mental). Por esse meio, desenvolve-se a habilidade de olhar para dentro da mente e acompanhá-la.

Enviado por: Alexandre Cumino E-mail: [email protected]

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CONHECIMENTO POPULAR: LIMPE SEUS RINS!

Os anos passam e nossos rins vão filtrando nosso sangue para remover o sal e outros

intoxicantes que entram no organismo. Com o tempo, o sal se acumula e precisamos de uma limpeza. Como fazer isso? De um modo simples e barato: Pegue um maço de salsa e lave bem. Corte bem picadinho e

ponha em uma vasilha com água limpa. Ferva por 10 minutos e deixe esfriar. Coe, ponha em uma jarra com tampa e guarde na geladeira. Beba um copo todos os dias, e você vai perceber que o sal e outros venenos acumulados nos rins saem na urina.

Você vai notar a diferença! Há muitos anos a salsa é reconhecida como o melhor tratamento de limpeza dos rins. E é um remédio natural! A salsa é uma das ervas com propriedades terapêuticas menos reconhecidas. Ela contém

mais vitamina C do que qualquer outro vegetal da nossa culinária (166 mg por 100g). Isso é três vezes mais que a laranja. A salsa contém também ferro (5.5mg /100g), manganésio (2.7mg / 100g), cálcio (245 mg /

100g) e potássio (1 mg / 100g) . Sendo recomendada para pedra nos rins, reumatismo e cólica menstrual. Sua alta concentração de vitamina C ajuda na absorção de ferro.

O suco de salsa, sendo uma bebida natural, pode ser tomado misturado com outros sucos, 3 vezes ao dia. As folhas podem ser mantidas no congelador, e seu uso é recomendo na culinária diária, pois além de saudáveis, dão ótimo sabor a qualquer receita. MUITOBOM PARA PESSOAS HIPERTENSAS!

Por: Andrei Vinicov Kallazans E-mail: [email protected]

PRECES AOS ORIXÁS (Prece recomendada para a firmeza da casa, no início dos trabalhos)

A Ogum (Ogum yê) Sua proteção e sua benção, pedimos para dar início aos trabalhos do dia de hoje. Defenda-nos de toda e qualquer demanda, abrindo nossos caminhos, guiando-nos na direção da caridade. A Oxum (Ora yê yê ô). Que a doçura de seu amor possa alimentar os corações aflitos. Permita-nos, na leveza de sua vibração, doutrinar os espíritos carentes do mais sublime sentimento. Ensina-nos a amar em nossa plenitude, a fim de jamais enrijecer nossos corações perante o próximo. A Oxossi (Okê Arô). Que tua flecha certeira nos traga a caça, luz do conhecimento Divino, revelando-nos, nas profundezas de suas matas, os mistérios de nossos amados guias espirituais. A Xangô (Kaô Kabecile). Fazei com que o espírito da justiça conduza nossos trabalhos. Dai – me a capacidade de ser justo, não só comigo mesmo, mas principalmente com meu semelhante, não confundindo justiça com vingança, nem paixão com amor. Que eu seja juiz de minha consciência e não queira julgar o próximo. A Yemanjá (Odô Yá). Querida mãe amorosa. Proteja e ilumine nossa família espiritual. Pois vós, com seu amor de mãe pode nos ensinar a perdoar infinitamente. Assim, um oceano de bondade teremos para navegar nas águas suaves do Supremo Mestre. A Yansan (Eparrei). Que o fogo Divino da lei e o raio luminoso da justiça nos sirvam como arma para nos proteger da mais perigosa maldade; a que existe dentro de nós mesmos. Ensina-nos a ser amáveis com os espíritos sofredores e pacientes com os espíritos revoltados, a fim de que o veneno da revolta não assalte nossos corações.

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À Nanã (Saluba Vovó). Permita-nos colher de vosso bosque sagrado as flores do saber. Que estas flores nos tragam o perfume da harmonia entre os encarnados e desencarnados. Varre de nosso templo as folhas secas da intolerância, da inveja, da fofoca, regenerando, assim, a nossa casa espiritual. À Obaluayê (Atotô). Que vossa imensa sabedoria nos permita compreender a grandiosidade de suas virtudes. Assim, entenderemos que além de curar os males do corpo e da alma, sois capaz de nos amparar rumo a evolução Divina, transformando nosso suor em remédio para a caridade. À Oxalá (Epa Babá). Que sua irradiação universal penetre em nosso corpo, fazendo com que possamos sentir, de forma intensa, o contato com nossos guias espirituais que irão se manifestar neste momento. Fazei com que eu me entregue por inteiro, exalando, do fundo de meu ser, a tua paz, a tua bondade, a tua misericórdia. Permita-nos compreender que dentro deste recinto todo trabalho é importante e que não há nenhuma pessoa desinteressante. Agradeço, desde já, por ser, neste momento, um instrumento de vossa paz. Que tua força benigna se estenda a todos os guias e Orixás firmando tua luz Divina aqui neste chão. Que assim seja!

ASPECTOS SOCIAIS DA RELIGIOSIDADE BRASILEIRA Em meio a uma dupla religiosidade,

fenômeno este, muito comum no Brasil, nosso povo tenta preencher as lacunas de sua vida com a devoção nas crenças multifacetadas de nossas tradições: Europeia, Africana e Ameríndia.

Podemos classificar dois fatores que são hoje os principais geradores das aflições individuais mais comuns: - a falta de dinheiro e as paixões.

A população carente, bem como a classe média baixa, convive diariamente com um cenário de fé que transcende a tradicional igreja católica.

Atualmente, as igrejas neopentecostais dividem o mesmo espaço com os terreiros nas periferias de São Paulo. Muitas vezes até na mesma rua.

As pessoas em geral, buscam o alívio para suas dores. O que diverge das finalidades eclesiais da igreja romana.

No início dos anos 60, a capital de São Paulo, empolgada com os ritmos da MPB através de seus cantores baianos, em meio à migração que ocorria nesta época, proporcionou o cenário adequado para receber os sacerdotes candomblecistas que migravam para São Paulo.

As décadas seguintes se dedicaram a recepcionar o fenômeno que ficou conhecido como neo pentescotalismo, isto é, uma igreja

luterana com mais carisma, mais aberta aos costumes contemporâneos.

Considerando, desde os anos 60, o déficit de educação, saúde, emprego, habitação, bem como a alta taxa de gravidez precoce, aumento da violência dentre outros fatores, a sociedade cosmopolita tenta buscar no milagre da fé uma forma de suprir a ausência de políticas públicas necessárias para sanar estas necessidades sociais.

O discurso religioso que, até então, tentava consolar as pessoas com máximas como “a felicidade não é deste mundo”, deixou de surtir efeito sobre os fiéis que buscam hoje um “deus” mais pragmático.

A fé torna-se então, utilitarista, baseada no inacreditável e tem por fim sanar as dificuldades financeiras e trazer a solução das paixões de toda natureza.

Esperamos pelo limiar de um novo tempo, fazendo com que a luz da razão toque nos corações perdidos. Assim, teremos uma fé pautada na lógica. Teremos como caminho, o conhecimento, isto é, a “busca” do conhecimento. Pois isto irá, de fato, tornar nossa sociedade religiosamente mais racional.

Por: Ronaldo Figueira

E-mail: [email protected]

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AGENDA DE EVENTOS UMBANDISTAS

FESTA EM HOMENAGEM A NANÃ BURUQUÊ. A Homenagem à Orixá Nanã Buruquê foi realizada no sábado dia 23/07/2011 na sede da

Tenda de Umbanda Pai Joaquim D´Angola e Exú Tiriri (TUPJAET) na cidade de Limeira/SP. O Ritual foi realizado por Pai Joaquim D´Angola incorporado em Pai Evandro de Ogum, Mãe

Preta incorporada em Mãe Zilda e demais Pretos Velhos incorporados em médiuns da casa. O ritual consiste na lavagem de cabeça com água de rio e consagração com o barro. Na manifestação de Mãe Nanã Buruquê, a mesma nos cobriu com seu Axé e recebeu seu

presente simbólico de flores roxas , lilases e pipoca (flor de Obaluayê).

SEMINÁRIO CONSCIÊNCIA UMBANDISTA 21 de agosto 2011 - São Leopoldo - RS / Brasil

PROGRAMAÇÃO

8:30 Credenciamento 9:00 Inicio Hinos: Nacional Umbanda Pronunciamentos das Autoridades Palestras: Águida Guiomar Pires – Consciência Umbandista Alessandro Orofino – Espiritualidade e Ufologia Alexandre Cumino – História da Umbanda Marcos Boeing – Ética na Umbanda Saul Medeiros –Umbanda um encontro da Diversidade Racial (Ordem Alfabética) 12:00 Intervalo / Almoço 13:30 Reinicio Pronunciamentos: Federações,

Associações e Sacerdotes Apresentações de Corais de Umbanda

Apresentação Artística Baseada na Tradição Cigana

Entrega de Certificados Das 8h30min às 18h30min Local: Auditório da Escola de Umbanda Zimba / EUZ Rua: João Carlos Groth, 75, Pinheiros São Leopoldo RS

Informações: (51) 96022708 / 91719203

E-mail: [email protected] ou [email protected]

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4ª CAMINHADA EM DEFESA DA

LIBERDADE RELIGIOSA

CAMINHANDO A GENTE SE ENTENDE. EU TENHO FÉ.

18 DE SETEMBRO - A PARTIR DAS

11:00 HORAS – COPACABANA - RIO DE JANEIRO

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CADERNO DO LEITOR

DEFEITOS ALHEIOS É notável como conseguimos ver, todos os dias, a todo instante, os defeitos

alheios. Dificilmente encontraremos alguém que não se mostre propenso a apontar erros e absurdos dos outros.

Muitos casamentos acabam porque marido e mulher passam a ver tanto os defeitos um do outro, que se esquecem de que se uniram porque acreditavam se amar. Amigos de infância, certo dia, se surpreendem a descobrir falhas de caráter um no outro. Desencantados, se afastam, perdendo o tesouro precioso da amizade.

Colegas de trabalho culpam o outro por falhas que, na verdade, em muitos casos é da equipe como um todo. Foi observando esse quadro que alguém escreveu que os homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, estão colocadas as qualidades positivas, as virtudes de cada um. Na sacola de trás são guardados todos os defeitos e as más qualidades do Espírito. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos de forma impiedosa, nas costas do companheiro que está à frente, todos os defeitos que ele possui. Assim nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito.

A imagem é significativa e nos remete à reflexão. Talvez seja muito importante sairmos da fila indiana e passarmos a andar ao lado do outro.

E, no relacionamento familiar, profissional, social em geral, que nos coloquemos de frente um para o outro. Aí veremos as nossas virtudes, que devem ser trabalhadas para crescerem mais e também as virtudes do outro e com certeza nos surpreenderemos com as descobertas que faremos.

A crítica só é válida quando serve para demonstrar erros graves que possam causar prejuízo para os outros ou quando sirva para auxiliar aquele a quem criticamos.

Portanto, resistir ao impulso de ressaltar as falhas dos outros, exercitando-nos em perceber o que eles tenham de positivo é a meta que devemos alcançar. Não esqueçamos de que, se desejamos que o bem cresça e apareça, devemos divulgá-lo sempre. Falar bem é fazer o bem. Apontar o belo é auxiliar outros a verem a beleza.

Capacidade de trabalhar em equipe, de lidar com frustração, de motivar, enfim, as competências que farão de nós um profissional não insubstituível, mas único.

Pensem nisso! Por: Dinalva Domingues de Faria

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POTE DE OURO

Hoje, ao acordar, fui até a janela e me deparei com algo lindo! Sabem aquela história do Arco-Íris e do pote de ouro no final/início dele? Então, lindo e magicamente lá estava ele na minha janela. O início do Arco-Íris bem na minha janela, cores lindas e bem definidas pulsantes no tempo e

exatamente na minha frente! Meu coração ficou extasiado e eu estava maravilhado com a visão e, como que por mágica, ele desvaneceu logo em seguida e assim começou meu dia.

Não tentei interpretar ou explicar, apenas agradeci o que vi e senti porque, para mim foi um presente lindo. Ao comentar com minha irmã, ela me disse: “A interpretação que tive disso foi que tudo começa e vem da gente...”.

Foi aí que parei para pensar na história do pote de ouro no “pé” do Arco-Íris e refletir sobre aquele momento. Realmente, tudo começa e vem da gente, experiências boas e ruins.

Tudo realmente vem da gente e naquele momento eu encontrei meu pote de ouro, meu e de mais ninguém! Que vibra, brilha, enriquece e me ensina, mesmo que com dores, às vezes: meu coração! Cada um tem seu pote de ouro e ele está, sim, no pé do Arco-Íris. Hoje acredito nisso mais do que nunca, e esse Arco-Íris não está além da montanha como sempre vimos e falamos quando crianças, mas sim dentro de cada um de nós e é lá que precisamos encontrar seu “pé” e, lá, certamente, encontraremos o tão desejado pote de ouro.

Naquele momento mágico, onde menos esperamos e nos deparamos com a verdade essencial que sempre possuímos, mas que pelas dificuldades interiores de cada um, muitas vezes deixamos de ver e sentir. Toda a verdade que buscamos, muitas vezes fora de nós, acredito estar dentro de nosso íntimo.

Até mesmo Deus, que muitos procuram em templos, igrejas e terreiros, onde Ele está mesmo? Em nós! Dentro de cada um de nós, pois somos Suas centelhas Divinas, possuidores da essência d´Ele e a partir d`Ele, existimos.

Quando não encontramos Deus dentro de nosso íntimo primeiro, não encontramos a Fé verdadeira que deve existir em nosso coração sem uma explicação exata ou coerente, pois o ato de ter Fé é nada mais nada menos que acreditar naquilo que muitas vezes não se pode explicar nas condições humanas que nos encontramos e consequentemente, não encontramos Deus em nenhum outro lugar. Nossas melhorias, nossa evolução e nosso aprendizado perante as vicissitudes da vida também só dependem de nós mesmos e por isso desejo que cada um de meus irmãos de Fé busque seus Arco-Íris e encontrem seu Pote de Ouro dentro de si.

Espero de coração que um dia acordem e vejam, assim como eu, suas cores vivas e vibrantes em suas janelas e entendam que tudo parte de cada um de nós.

Que Pai Oxalá nos abençoe cada dia mais e nós fortaleça na Fé verdadeira em nosso íntimo e Pai Oxumarê nos dê o conhecimento para conseguirmos renovar o que precisamos em nossas vidas para sermos cada dia melhor!

Por: Nondas Okiama E-mail: [email protected]

GRATIDÃO SEM FIM

Agradeço pela vida, apesar da morte, que hoje sei é apenas uma transformação. Agradeço pela alegria, apesar da tristeza, que tanto me fez chorar... e também pensar. Agradeço pelo riso, apesar das lágrimas, mas sei que elas vieram para lavar minha alma. Agradeço pela realidade, apesar das ilusões, que hoje sei, só me mantinham preso na dor. Agradeço pelas mentiras, que hoje sei, me levaram a encontrar a verdade. Agradeço por tantas conquistas, apesar dos erros, que agora sei, foram para me fazer valorizar mais o caminho. Agradeço pela harmonia, apesar das brigas que me trouxeram sofrimento, mas também crescimento. Agradeço pela saúde, apesar de tantas doenças que poderiam ter me acometido.

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Agradeço pela minha profissão, apesar das dificuldades que passei, pois esse foi o caminho que devo ter escolhido para me resgatar, ao ajudar aos outros, e da qual recebi muito mais. Agradeço pelo respeito que aprendi a ter pelas outras pessoas e por seus mais sagrados sentimentos, apesar de muitas vezes não ter sido respeitado. Agradeço por ter perdoado a todos que me machucaram, e peço perdão a quem eu possa ter machucado. Agradeço por tantos caminhos que percorri, me machuquei, mas consegui sair, com ajuda de algumas poucas pessoas, que agradeço eternamente e, exatamente por isso, hoje estou no caminho da luz! Agradeço pelos meus pais, que me trouxeram à vida. E a Deus por ter me mantido no caminho do bem. Agradeço pelos meus amados avôs, verdadeiramente meus pais, que me deixaram a melhor herança: amor! Agradeço também às pessoas que tanto me machucaram, pois elas me tornaram muito mais forte e me fizeram buscar outros caminhos. Agradeço a tantas pessoas, das quais esperei amor e carinho e não recebi, mas aprendi que não se pode dar aquilo que não se tem. Mas também agradeço por cada pessoa que passou na minha vida, e outras que ainda estão presentes e me doaram amor. Como foi difícil aprender tudo isso! Agora me encontro livre! Livre das ilusões, dores, lágrimas, mentiras, tristeza, erros, culpas. Hoje, enfim, estou liberto! E por tudo hoje eu só agradeço, por ter me tornado quem eu sou. Eu, assim como você, somos seres de luz, que queremos nos tornar pessoas melhores, para quando formos embora, que consigamos ir apenas em paz! E por tudo isso hoje eu agradeço, e espero me tornar cada vez mais quem eu simplesmente sou: um ser de luz! Essa é a minha carta de agradecimento ao pouco que tenho aprendido. Agora, o que você acha de escrever a sua? E se quiser dividir comigo, me envie, vou gostar de ler!

Por: Alexandre Yamazaki E-mail: [email protected]

MAGIA DIVINA – WWW.COLEGIODEUMAGIA.COM.BR

Magia Divina dos 7 Raios Sagrados - Venha fazer esse curso e convide seus amigos,

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seus praticantes trabalharem com ela onde quer que estejam, já que dispensa paramentos e rituais que dificultariam sua aplicação.

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Magia Divina das 7 Ervas Sagradas - A Magia Divina é um das mais fascinantes e nos revela

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ÚLTIMA PAGINA

COMISSÃO DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA ENCONTRA-SE COM DOM ORANI E ACERTA PONTOS PARA A

QUARTA CAMINHADA

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) foi recebida, na manhã desta sexta-feira, 29 de julho, pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, na Arquidiocese. Candomblecistas, umbandistas, católicos, judeus, muçulmanos, bahá’ís, seguidores do Santo

Daime, ciganos, wiccanos, budistas, hare Krishnas e parceiros da CCIR - como o Tribunal de Justiça e a Polícia Civil - falaram com a autoridade católica, mais uma vez, sobre a importância da Quarta Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que será realizada em 18 de setembro, na Praia de Copacabana. No encontro, o interlocutor do grupo, babalawo Ivanir dos Santos, mostrou as peças de Comunicação da marcha e citou a importância da realização de um a ato da Igreja Católica para a mobilização do segmento.

“É um grande prazer recebê-los de novo. Ser a favor da tolerância faz parte de um caminho. Rezamos de formas diferentes, e isso é uma beleza sem tamanho. O medo faz com que não conheçamos um ao outro se permitirmos. A Comissão chama as pessoas para a caminhada usando a expressão ‘Caminhando a gente se entende’. Acho que, na verdade, sentando e conversando, a gente se entende e conhece. Isso é essencial para um mundo de todos”, disse o arcebispo, que parabenizou o trabalho do grupo ao ver a identidade visual da edição de 2011. “Ficou muito bonito”.

“Confiamos na sua ação pastoral e sabemos que é difícil receber religiosos paramentados aqui, mas, como nossa proposta, que é a da inclusão, é a mesma que a do senhor, pelo segundo ano, mostramos a confraternização dessa diferença para os que ainda não perceberam a necessidade de um mundo sem preconceitos”, disse o babalawo Ivanir dos Santos, que ratificou a importância da presença de Dom Orani na orla com os outros religiosos.

“Desde que fiquei velho, alguém marca compromissos em minha agenda e os cumpro. Mas farei o possível esforço para estar com vocês”, declarou em tom descontraído Dom Orani.

Entre as pautas da reunião, o arcebispo e o interlocutor da CCIR falaram sobre a necessidade de hospedagem para pessoas de outros estados nos dias que precedem o evento de Copacabana. O líder católico explicou que há possibilidades de acolher fiéis, mas que faria novo contato com a Comissão para confirmar disponibilidades. Para isso, será elaborada, a pedido de Dom Orani, uma logística. Show inter-religioso

Em comemoração ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro), a CCIR também prevê um show inter-religioso para o ano que vem. O arcebispo do Rio disse que a ideia é muito boa, e que o grupo poderá contar com seu apoio para as apresentações.

Ao fim, Dom Orani pediu que um dos religiosos presentes fizesse uma oração pelo encontro. Mãe Myriam D´Oyá, então, rezou um Pai Nosso e pediu ao Criador que todas as atividades da CCIR fossem abençoadas, agradecendo, também, pelo encontro na Arquidiocese. Fonte: http://www.eutenhofe.org.br/sala-de-imprensa/noticias/304-comissao-de-combate-a-intolerancia-religiosa-

encontra-se-com-dom-orani-e-acerta-pontos-para-a-quarta-caminhada